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 CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL “EDUCAÇÃO ESPECIAL E OS DIFERENTES TIPOS DE NECESSIDADES ESPECIAIS” Autora: Adriana Maria Penna Revisão: Fernanda Silveira Pinheiro Coordenação Pedagógica Instituto Prominas Site: www.institutoprominas.com.br Email: prominas@ins titutoprominas.co m.br Telefone:  (0xx31) 3865-1419 Horário de Atendimento:  08 as 18 h (Segunda a Sexta-feira) GUIA DE ESTUDO Impressão e Editoração

EDUCAÇÃO ESPECIAL E OS DIFERENTES TIPOS DE NECESSIDADES ESPECIAIS

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  • 5/27/2018 EDUCA O ESPECIAL E OS DIFERENTES TIPOS DE NECESSIDADES ESPECIAIS

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    CAPACITAO PROFISSIONAL

    EDUCAO ESPECIAL E OS DIFERENTES

    TIPOS DE NECESSIDADES ESPECIAIS

    Autora: Adriana Maria Penna

    Reviso: Fernanda Silveira Pinheiro

    Coordenao Pedaggica

    Instituto Prominas

    Site: www.institutoprominas.com.brEmail:[email protected]

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    SUMRIO

    UNIDADE 1 - INTRODUO ..................................................................................................................3UNIDADE 2 - EDUCAO ESPECIAL: CONCEITOS E DEFINIES .................................................6UNIDADE 3 - A EDUCAO ESPECIAL: DOS PRIMRDIOS AO SCULO XXI ............................ 20UNIDADE 4 - PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS: CLASSIFICAO E

    CARACTERIZAO ............................................................................................................................ 27UNIDADE 5 - AS DIFERENTES NECESSIDADES ESPECIAIS ......................................................... 29UNIDADE 6 - ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO E OS RECURSOS

    EDUCACIONAIS ESPECIAIS .............................................................................................................. 52REFERNCIAS ..................................................................................................................................... 62

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    UNIDADE 1 - INTRODUO

    Educao especial e incluso tm sido dois temas que esto em voga neste

    incio do sculo XXI. A mdia e o governo federal que o digam! As propagandas em

    favor da incluso tm sido persistentes, e observamos que nem todos educadores

    ou demais profissionais da educao esto preparados para trabalhar com esse

    pblico, muito menos os espaos escolares esto adaptados para receber esses

    cidados.

    Todos, de uma forma ou de outra, conseguimos definir deficincia,

    necessidade, incluso, excluso. Afinal de contas, somos cidados do mundo e,

    em algum momento, vivenciamos ou participamos de alguma situao mencionada

    acima, quer seja incluindo ou excluindo o outro. O que quero dizer exatamente

    isso: fizemos parte ou observamos de perto movimentos de extermnio, de

    marginalizao, de confinamento, de omisso, segregao, integrao, luta pela

    cidadania, entre outros.

    Pois bem, j estamos no sculo XXI e os direitos humanos no so

    contemplados em sua totalidade, sessenta e um anos aps terem sido proclamados.

    Vivemos injustias, as mais diversas, como educadores, educandos e cidados,

    enquanto pessoas normais, com todos os membros, com todos os neurnios

    funcionando regularmente. O que dizer ento das pessoas portadoras de alguma

    necessidade especial?

    Focando a escola, ambiente onde a maioria dos leitores desta apostila atua,

    podemos inferir que cometemos um grande engano ao subestimar as capacidades

    dos alunos portadores de necessidades especiais, geralmente escolhendo o

    caminho mais fcil para ele percorrer, sem deixar que ele prprio se conscientize da

    necessidade do aprendizado. Por isso, de fundamental importncia o significado

    dessa aprendizagem para cada um. Assim, o professor deve possibilitar atividades

    que sejam significativas e relacionadas histria de cada sujeito.

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    Esta introduo parece um pouco poltica, se pensarmos no seu sentido de

    buscar estabelecer mecanismos para a construo coletiva do bem comum, e um

    pouco crtica, isso mesmo que desejamos, criar um pouco de revolta, pois esse

    um dos caminhos para que a justia seja feita e a cidadania seja levada a todos.

    Discorrer sobre as necessidades especiais o objetivo geral desta apostila;

    quem so esses cidados diferentes?, quais so suas necessidades?, como

    podemos contribuir para que seus direitos sejam respeitados?, pelo menos em

    termos de oportunizar-lhes a educao.

    Oliveira e Amaral (2004, p. 4) afirmam que o tratamento dispensado s

    pessoas que possuem algum tipo de deficincia fsica, sensorial e mental evoluiu,principalmente, nos pases desenvolvidos, passando da administrao de cuidados

    asilares, ao reconhecimento do direito educao, reabilitao, seguridade

    social, ao trabalho, ao transporte, ao lazer e cultura, mas, no Brasil, os

    investimentos na implementao de servios e programas de atendimento s

    necessidades individuais e especficas da coletividade tm sido insuficientes e

    inadequados.

    A partir da dcada de 90, as discusses referentes a educao das pessoascom necessidades especiais comearam a adquirir alguma consistncia, face s

    polticas anteriores serem caracterizadas pela descontinuidade e dimenso

    secundria. A nova LDB n 9394/96, em seu captulo V, coloca que a educao dos

    portadores de necessidades especiais deve se dar, de preferncia, na rede regular

    de ensino, o que traz uma nova concepo na forma de entender a educao e a

    integrao dessas pessoas.

    Concordando com Martins (2007), o mero fato de constar em Lei, nosignifica muito, no tanto avano assim, se as aes ensejadas para a incluso

    das pessoas com necessidades especiais no so planejadas e estruturadas de

    modo que elas tenham seus direitos plenamente respeitados. Nesse sentido,

    urgente que pesquisadores e educadores concentrem esforos para discutir e

    pesquisar essa temtica, em todos os nveis e modalidades de ensino.

    Nos captulos que seguem, daremos nossa contribuio discorrendo sobre as

    necessidades especiais, levando um pouco do conhecimento j produzido para

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    profissionais que atuam na educao e buscam se especializar em Educao

    Especial.

    Vamos partir das definies para Educao Especial, incluso, excluso,

    deficincia, portador de necessidades especiais e outros termos afins; traar uma

    retrospectiva da Educao Especial dos seus primrdios ao sculo XXI; classificar e

    caracterizar os diferentes portadores de necessidades especiais; discorrer sobre as

    diferentes deficincias que podem acometer o ser humano; explicar o atendimento

    educacional especializado (AEE) e apresentar alguns recursos educacionais

    especiais.

    Deixamos bem claro que esta apostila se trata de uma compilao doassunto, ou seja, uma reunio de vrios textos analisados pela tica de vrios

    autores que acreditamos ser mais importante dentro da Educao Especial, mas

    ressaltamos que o assunto no se esgota aqui, disponibilizamos no final, alguns

    sites, filmes interessantes que podem ajudar a compreender os temas e referncias

    bibliogrficas para sanar eventuais lacunas.

    Desejamos a todos uma boa leitura e que sempre estejam comprometidos

    com uma prtica inclusiva, justa e solidria.

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    UNIDADE 2 - EDUCAO ESPECIAL: CONCEITOS E

    DEFINIES

    Nosso objetivo neste primeiro captulo ser conceituar educao especial,

    bem como necessidades especiais, diferenciando dificuldades de aprendizagem de

    deficincia, uma vez que percebemos haver certa confuso nessas duas

    conceituaes, alm de algumas terminologias pertinentes Educao Especial que

    vai de encontro Incluso.

    Procuraremos ao longo desta apostila, compreender melhor as deficinciasinerentes ao ser humano e analisar diferentes atitudes face s dificuldades de

    aprendizagem que podero surgir em decorrncia dessa deficincia e, tambm,

    lev-los a refletirem sobre algumas posturas dos educadores diante de alunos com

    necessidades educacionais especiais.

    Lembramos que toda e qualquer criana tem o direito a uma educao que

    lhe permita realizar o seu mximo potencial humano, independente da sua

    capacidade de aprendizagem! Para tanto, vale expor na ntegra os artigos 58 a 60da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional LDB n 9394/96:

    Art. 58.Entende-se por educao especial, para efeitos desta Lei, a modalidade de

    educao escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para

    educandos portadores de necessidades especiais.

    1Haver, quando necessrio, servios de apoio, especializado, na escola regular,

    para atender s peculiaridades da clientela da educao especial.

    2 O atendimento educacional ser feito em classes, escolas ou servios

    especializados, sempre que, em funo das condies especficas dos alunos, no

    for possvel a sua integrao nas classes comuns de ensino regular.

    3 A oferta de educao especial, dever constitucional do Estado, tem incio na

    faixa etria de zero a seis anos, durante a educao infantil.

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    Art. 59. Os sistemas de ensino asseguraro aos educandos com necessidades

    especiais:

    I - currculos, mtodos, tcnicas, recursos educativos e organizao especficas,para atender as suas necessidades;

    II - terminalidade especfica para aqueles que no puderem atingir o nvel exigido

    para concluso do ensino fundamental, em virtude de suas deficincias, e

    acelerao para concluir em menor tempo o programa escolar para os

    superdotados;

    III - professores com especializao adequada em nvel mdio ou superior, paraatendimento especializado, bem como os professores do ensino regular capacitados

    para a integrao desses educandos nas classes comuns;

    IV - educao especial para o trabalho, visando sua efetiva integrao na vida em

    sociedade, inclusive condies adequadas para os que no revelarem capacidade

    de insero no mercado de trabalho competitivo, mediante articulao com os

    rgos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidadesuperior nas reas artstica, intelectual ou psicomotora;

    V - acesso igualitrio aos benefcios dos programas sociais suplementares

    disponveis para o respectivo nvel do ensino regular.

    Art. 60. Os rgos normativos dos sistemas de ensino estabelecero critrios de

    caracterizao das instituies privadas sem fins lucrativos, especializados e com

    atuao exclusiva em educao especial, para fins de apoio tcnico e financeiropara o Poder Pblico.

    Pargrafo nico. O Poder Pblico adotar, como alternativa preferencial, a

    ampliao do atendimento aos educandos com necessidades especiais na prpria

    rede pblica regular de ensino, independentemente do apoio s instituies

    previstas neste artigo.

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    Podemos tirar algumas breves concluses dos artigos acima, sendo a

    primeira delas, concordar que a legislao brasileira evoluiu sobremaneira. A

    insero de educandos com necessidades educacionais especiais, no meio escolar,

    uma forma de tornar a sociedade mais democrtica. Da mesma forma, a

    transformao das instituies de ensino em espao de incluso social tarefa de

    todos que operam com a alma e o corpo das crianas especiais. Percebe-se

    tambm que a garantia constitucional que resultou do compromisso liberal do Estado

    brasileiro de educar a todos, sem qualquer discriminao ou excluso social e o

    acesso ao ensino fundamental para os educandos, em idade escolar, sejam normais

    ou especiais, passou a ser, a partir de 1988 (com nossa nova constituio) um

    direito pblico subjetivo, isto , inalienvel, sem que as famlias pudessem abrir mode sua exigncia perante o Poder Pblico.

    Segundo Zacharias (2007), no comeo da dcada de 1990, em todo o mundo,

    iniciou-se um processo de reintegrao da criana portadora de deficincias ou

    distrbios de aprendizagem na Escola e classes comuns.

    O nome desse movimento mundial Educao Inclusiva, que prope o

    atendimento da criana em classes comuns, garantindo-se as especificidades

    necessrias, com um atendimento de um professor especialista ao professor da

    classe comum.

    O mais importante documento que norteia a Educao Inclusiva a

    Declarao de Salamanca, que , ao mesmo tempo, uma Declarao de Direitos e

    uma proposta de ao. Surgiu na Conferncia Mundial, patrocinada pela UNESCO,

    em junho de 1994, em Salamanca, na Espanha. Tem como objetivo maior, garantir o

    direito a todos os alunos com qualquer grau de deficincia ou distrbio deaprendizagem, ao que comumente chamamos de Educao Comum.

    Crianas em idade escolar apresentam dificuldades de aprendizagem, as

    quais podem ser transitrias ou permanentes, decorrentes de condies individuais,

    econmicas ou socioculturais. A essas dificuldades d-se o nome de Necessidades

    Educacionais Especiais NEE.

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    O termo necessidades educacionais especiais refere-se a todas aquelas

    crianas ou jovens cujas necessidades se originam em funo de deficincias ou

    dificuldades de aprendizagem.

    Crianas com necessidades especiais so aquelas que, por alguma espciede limitao requerem certas modificaes ou adaptaes no programaeducacional, a fim de que possam atingir seu potencial mximo. Essaslimitaes podem decorrer de problemas visuais, auditivos, mentais oumotores, bem como de condies ambientais desfavorveis (ZACHARIAS,2007, p. 1).

    Apresentar e delinear alguns conceitos sobre a matria em questo

    importante para que o leitor entenda o contexto e tambm porque vem mostrar a

    evoluo do pensamento e dos valores que nascem atravs deles.

    Assim, so expostos abaixo, os conceitos de estudiosos do assunto que

    envolve a incluso, conceitos estes que entendemos ser de extrema importncia

    para a compreenso dos movimentos e das aes exercidas pelos diversos atores

    deste cenrio da educao inclusiva.

    Excluso

    Segundo Fischer e Marques (2001), a excluso social remonta Antiguidade

    Grega, onde escravos, mulheres e estrangeiros eram excludos, mas o fenmeno

    era tido como natural. A excluso torna-se visvel e substanciosa quando ocorre uma

    evidncia da pobreza aps a crise econmica mundial da idade contempornea.Sobre a origem do termo excluso social, as mesmas autoras pontuam que

    tomou vulto a partir do livro Les Exclus(1974) de Lenoir, o qual define os excludos

    como aqueles indivduos concebidos como resduos dos trinta anos gloriosos de

    desenvolvimento da Frana.

    Para Jaguaribe citado por Dupas (1999), excluso tem feies de pobreza.

    J Buarque citado por Nascimento (1996), infere que a partir da dcada de

    80, a excluso social passou a ser vista como um processo presente, visvel e que

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    ameaava confinar grande parte da populao num apartheid informal, expresso

    que d lugar ao termo apartao social.

    Em essncia, a excluso multidimensional, manifestando-se de vrias

    maneiras e atingindo diferentes sociedades, mas evidentemente, os pases pobres

    so afetados em maior profundidade.

    Embora provocada pelo setor econmico, tem tambm seus meandros

    passando pela falta de vontade poltica e social.

    Os principais aspectos em que a excluso se apresenta dizem respeito falta

    de acesso ao emprego, a bens e servios, e tambm falta de segurana, justia e

    cidadania (Fischer e Marques, 2001), ou seja, suas manifestaes aparecem nomercado de trabalho, no acesso moradia e aos servios comunitrios, aos bens e

    servios pblicos, entre outros.

    Os excludos, entre outros so: os idosos, os sem-terra, os portadores de

    deficincia, os analfabetos, os grupos tnicos minoritrios.

    Integrao

    Segundo o Ministrio da Educao e Cultura (Brasil, 1994, p.18), integrao

    um processo dinmico de participao das pessoas num contexto relacional,

    legitimando sua integrao nos grupos sociais, implicando reciprocidade.

    Para Mazzotta (1998), integrao pressupe a ampliao da participao nas

    situaes comuns para indivduos e grupos que se encontram segregados, ou seja,

    para aqueles alunos que necessitam e utilizam os servios de educao especial,

    justifica a busca pela integrao.

    Surgido na dcada de 60, o conceito de integrao relacionava-se

    diretamente com as crianas deficientes. Foi um movimento que aconteceu em

    poca de grande movimentao social e civil, de luta pelos direitos, pela igualdade e

    justia.

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    Blanco (1998) explica que o movimento de integrao surgiu da necessidade

    de promover o direito dos alunos portadores de necessidades especiais educao

    especial.

    Incluso

    De acordo com Abbamonte (2009), a palavra Incluso no significa promover

    a adequao ou a normatizao de acordo com as caractersticas de uma maioria,

    seu significado est mais prximo possibilidade de fazer parte, conviver e no se

    igualar. Portanto, com grande cautela que devemos levantar a bandeira da

    incluso escolar de crianas com graves problemas de desenvolvimento. Ao invs

    de tomarmos o assunto partindo de um ideal, do que diz a lei, mais apropriado

    levar em considerao a prpria criana, verificar o problema que ela apresenta e, a

    partir da, avaliar a maneira de ingress-la numa ou noutra sala de aula.

    A colocao da autora muito pertinente e leva a refletir sobre a

    responsabilidade que se tem frente quando se trata de avaliar uma criana, pois

    uma vez que a criana colocada na escola, todos os profissionais esto assumindo

    um compromisso com ela.

    Em Sassaki (1997, p.41), encontra-se que a incluso :

    [...] Um processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, emseus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais e,simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papis nasociedade. A incluso social constitui, ento, um processo bilateral no qualas pessoas ainda excludas e a sociedade buscam, em parceria, equacionarproblemas, decidir sobre solues e efetivar a equiparao deoportunidades para todos.

    Aps as devidas conceituaes, podemos inferir que existe uma diferena

    importante entre integrar e incluir. O primeiro pressupe adaptar o aluno escola, e

    incluir, vai muito alm, preparar a escola, como um todo, em seu espao fsico, na

    formao do corpo docente, entre outros, para receber o aluno portador de qualquer

    que seja sua necessidade. Observa-se no primeiro conceito que na integrao, a

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    escola abre as portas para o aluno, mas no disponibiliza os meios para que este

    possa locomover, acompanhar, aprender. J na incluso, que completamente mais

    justa, quem se movimenta, quem se prepara para receber o aluno a escola.

    Educao Inclusiva

    Para conceituar a educao inclusiva preciso expressar, pelo menos,

    algumas de suas funes, ou seja, a escola inclusiva precisa cuidar, integrar,

    reconhecer, relacionar-se com crianas e pessoas de um modo geral, com

    necessidades especiais (MACEDO, 2009).

    uma tarefa nova, restrita at poucos anos, famlia ou a alguma pessoa

    que, por alguma razo, assumia esse papel. Na atualidade, espera-se que as

    escolas fundamentais incluam crianas que apresentem limitaes.

    A educao inclusiva uma educao democrtica, comunitria, pois supeque o professor saia da sua solido, arrogncia, falso domnio e tenha acoragem de dizer no sei, tenho medo, nojo, vergonha, pena, no respeito,

    quero aprender ou rever minhas estratgias pedaggicas, pois no consigoensinar para certos tipos de criana, no sei controlar o tempo, no seiajudar no no sentido da co-dependncia, mas no sentido dainterdependncia, no sei respeitar meu aluno (MACEDO, 2009).

    Embora sejam duras e speras, as declaraes de Macedo (2009) so reais e

    pertinentes ao que acontece com as escolas e seus profissionais quando se prope

    a exercer o sentido amplo de educao inclusiva.

    De acordo com Mrech (2009), Por educao inclusiva se entende o processo

    de incluso dos portadores de necessidades especiais ou de distrbios de

    aprendizagem na rede comum de ensino em todos os graus.

    Como se observa na fala de Mrech (2009), seu pensamento vai alm, quando

    coloca no processo de incluso, os portadores de distrbios de aprendizagem, que

    at certa poca no eram considerados para essa educao.

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    A melhor e mais simples conceituao para educao inclusiva v-la como

    um processo de incluso de alunos que apresentem necessidades educacionais

    especiais, na rede comum do ensino em todos os seus graus ou srie, e deste

    modo, conquistar o objetivo maior da educao: educao de qualidade e para

    todos.

    Escola Inclusiva

    De acordo com a Declarao de Salamanca - Espanha (1994), nascida da

    Conferncia Mundial sobre Educao Especial, UNESCO:

    O princpio fundamental que todas as crianas deveriam aprender juntas,independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenas que possamter. As escolas inclusivas devem reconhecer e responder s diversasdificuldades de seus alunos, acomodando tanto estilos como ritmosdiferentes de aprendizagem, assegurando uma educao de qualidade atodos atravs de currculo apropriado, modificaes organizacionais,estratgias de ensino, uso de recursos e parcerias com a comunidade [...]Dentro das escolas inclusivas, as crianas com necessidades educacionaisespeciais deveriam receber qualquer apoio extra que possam precisar, para

    que se lhes assegure uma educao efetiva.

    Mediante os conceitos para educao inclusiva, a instituio escolar

    facilmente relacionada a um ambiente onde vamos buscar uma educao justa,

    igualitria e de qualidade.

    Relacionando o processo inclusivo instituio escola, pode-se definir que

    ela ser Inclusiva quando procurar educar todos os alunos em salas de aularegulares. Isso significa permitir a educao e a frequncia de todos na escola

    regular, bem como oferecer a todos uma srie de desafios e oportunidades que

    sejam adequadas s suas habilidades e necessidades, tema to debatido por

    Perrenoud nos fins dos anos 90.

    Desse modo, o primeiro passo para a escola ser inclusiva o reconhecimento

    e a aceitao das diferenas individuais, pois as necessidades educativas especiais

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    pressupe outras estratgias de ensino-aprendizagem que no as usadas

    rotineiramente com a maioria dos alunos.

    Sobre a Escola Inclusiva, Gil (2007) citando Staimback (1999, XII) afirma que

    ela um lugar do qual todos fazem parte, em que todos so aceitos, onde todos

    ajudam e so ajudados por seus colegas e por outros membros da comunidade

    escolar, para que as suas necessidades educacionais sejam satisfeitas.

    Nesse sentido, Mrech (2009) aconselha que para uma escola apresentar-se

    como inclusiva deveria ser direcionada para a comunidade, ser vanguardista, buscar

    padres de excelncia, ser colaborativa e cooperativa, alm de ainda, mudar os

    papis e responsabilidades da equipe, estabelecer infraestrutura de servios, comopromoo do acesso fsico, tornar o ambiente educacional flexvel, promover

    parceria com os pais, montar estratgias baseadas em pesquisas, estabelecer novas

    formas de avaliao e, por fim, levar todos os participantes da escola a buscarem

    sempre desenvolvimento profissional.

    Esse sentido amplo dado Escola Inclusiva leva a concordar com o

    pensamento de S (2009) quando diz que a educao para todos, isto , a

    educao inclusiva uma educao que visa reverter o percurso da excluso aocriar condies, estruturas e espaos para uma diversidade de educandos.

    Portanto, a escola ser inclusiva quando conseguir transformar no apenas a

    rede fsica, mas a postura, as atitudes e os pensamentos dos educadores e da

    comunidade escolar em geral, para aprender a lidar com a heterogeneidade e

    conviver naturalmente com as diferenas.

    Portador de Necessidades Especiais

    Devido a necessidade da Organizao Mundial da Sade OMS em fazer a

    Classificao Internacional de Deficincias, Incapacidades e Desvantagens (CIDID),

    em 1989, definiu-se deficincia como sendo:

    Toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou funo psicolgica ouanatmica; a incapacidade como toda restrio ou falta devida a uma

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    15

    deficincia da capacidade de realizar uma atividade na forma ou namedida que se considera normal a um ser humano; e a desvantagem comouma situao prejudicial para determinado indivduo, em consequncia deuma deficincia ou uma incapacidade, que limita ou impede o desempenhode um papel que normal em seu caso (em funo da idade, sexo e fatores

    sociais e culturais).

    Entende-se que essa definio veio com o propsito de defender a igualdade

    de condies, melhorias na condio de vida, em razo do desenvolvimento e do

    progresso socioeconmico; e estabelecendo inmeras diretrizes que assegurassem

    direitos individuais e sociais a serem seguidas, uma vez que somente na dcada de

    60 que o mundo passou a perceber a existncia desses direitos para os

    portadores de deficincia.

    Segundo o MEC (Brasil, 1994, p. 22), a pessoa portadora de necessidades

    especiais aquela que:

    Apresenta, em carter permanente ou temporrio, algum tipo de deficinciafsica, sensorial, cognitiva, mltipla, condutas tpicas ou altas habilidades,

    necessitando, por isso, de recursos especializados para desenvolver maisamplamente o seu potencial e/ou superar ou minimizar suas dificuldades.No contexto escolar, costumam ser chamadas de pessoas portadoras denecessidades educativas especiais.

    Valente (2009) nos fornece um quadro simplificado com os tipos mais comuns

    de necessidades especiais, que de extrema importncia, tanto para diagnstico

    quanto para diferenciao e entendimento do leitor, uma vez que observa-se grande

    desinformao e confuso por parte da sociedade no tocante ao conceito de

    portador de necessidade especial. Essas necessidades sero vistas com

    pormenores mais adiante.

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    Necessidade Descrio

    Fsica Hemiplgicos, paraplgicos, tetraplgicos (incluindo

    sujeitos com membros amputados).

    Sensorial Cegos, surdos e surdos-mudos.

    Mental Sndrome de Down (ou trissomia) apresentando as

    seguintes caractersticas: rosto redondo, cabelos finos e

    de textura peculiar, olhos amendoados, membros curtos,mos e dedos pequenos, baixa estatura, tendncia a

    sobrepeso, e rebaixamento intelectual.

    So indivduos altamente sociveis e facilmente

    integrveis em qualquer ambiente. Em sala de aula, em

    funo de algum rebaixamento intelectual (que pode ser

    muito brando ou severo), apresentam dificuldades em

    acompanhar o currculo, sendo clientes de salas de reforo(salas de recursos especiais).

    Paralisia Cerebral Tambm no se trata de doena, mas, na maioria dos

    casos, sequela de parto acidentado ou mal feito. Outros

    casos de ocorrncia se do por aneurisma de vaso

    sanguneo na caixa craniana (geralmente problema

    congnito) ou por sequelas aps convulses ocasionadas

    por febres muito altas, comuns em crianas de pouca

    idade. Nota-se que muitos dos casos de paralisia cerebral

    se do por ignorncia, misria e falta de interesse do

    poder pblico em instituir campanhas que estimulem a

    gestao acompanhada por mdico ou parteira.

    Os portadores de paralisia cerebral no possuem controle

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    17

    de sua musculatura e, na maior parte dos casos,

    apresentam deficincias mltiplas: cegueira, surdez,

    mudez, paralisia total ou parcial de membros e mesmo

    rebaixamento intelectual. nesses quadros que se do a

    maioria dos casos severos ou muito severos, tornando

    impraticvel a incluso escolar em salas de aula regulares,

    devendo o sujeito ser atendido em classes especiais ou

    classes hospitalares.

    Autismo At hoje a cincia no conseguiu definir com preciso amanifestao patolgica, suas causas e tratamentos. O

    indivduo autista vive em outra dimenso do psiquismo,

    diferente das pessoas comuns. No nutre ou manifesta

    afetos e geralmente dotado de rebaixamento intelectual.

    Muitos executam movimentos automticos, de balanar a

    cabea, mover os membros ou pronunciar

    interminavelmente palavras ou frases aparentemente sem

    sentido - os esteretipos. O problema acomete mais a

    pessoas do sexo masculino. O diagnstico preciso, quanto

    sua intensidade, prejudicado pelo fato de o autista no

    se comunicar, ou faz-lo de modo restrito ou precrio. Da

    mesma forma, sem um quadro diagnstico apontando a

    intensidade do problema, quase impossvel a elaborao

    de currculos adaptados ou flexibilizados para esses

    sujeitos quando em escolas.

    TDAH Transtorno de Dficit de Ateno e Hiperatividade -

    recentemente descrito como caso psiquitrico, passvel de

    tratamento com medicao, psicoterapia e fisioterapia.

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    TDA Transtorno de Dficit de Ateno - tambm controlvel

    atravs de medicao especfica.

    Dislexia edisgrafia

    Distrbios de aprendizagem, perfeitamente controlveis,

    correspondendo a uma dificuldade do sujeito em

    decodificar o cdigo lingustico (o disgrfico no consegue

    escrever com a mo, mas consegue digitar perfeitamente

    bem).

    Gagueira Emocional de causas variadas, passveis de tratamento

    atravs da interveno concomitante de profissionais de

    fonoaudiologia e psicologia.

    Lentido Distrbio de aprendizagem - alunos que apresentam

    dificuldades em acompanhar o desenvolvimento do

    currculo regular (geralmente baseado em contedoslgico-dedutivos ou de memorizao), e ocasionados por

    motivos variados, entre eles problemas emocionais ou Q.I.

    (Quociente de Inteligncia) muito abaixo da mdia. So

    facilmente recuperveis atravs da dispensa de ateno

    redobrada, com reforo nos contedos curriculares

    Fonte: Adaptado de VALENTE (2009, p.4-5).

    Valente (2009) alerta ainda que os superdotados, aqueles indivduos que

    possuem uma capacidade intelectual muito acima da mdia, tambm so portadores

    de necessidades especiais, porm, no por deficincia (dedicamos um tpico

    especfico para falar sobre os superdotados).

    Devido essa condio, a legislao recomenda acelerao de currculo ou

    encaminhamento para servios especializados, os quais so praticamente

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    inexistentes no Brasil. Isso leva a inferir que muitos superdotados se perdem no

    anonimato, o que vem caracterizar excluso social.

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    UNIDADE 3 - A EDUCAO ESPECIAL: DOS PRIMRDIOS

    AO SCULO XXI

    A histria da educao inclusiva passa pela histria da educao especial que

    surgiu por volta de 1500, quando se iniciaram na Europa os primeiros movimentos

    para ensinar a pessoa deficiente. At ento, os deficientes ficavam em asilos,

    protegidos, pois no se acreditava em seu desenvolvimento.

    Famlias de boa situao financeira contratavam professores particulares que

    se interessavam em tornar preceptores

    1

    de crianas com deficincia, inicialmentecom crianas surdas (CARMO, 2007; FRAGELLI, 2005).

    Em 1700, houve a expanso para o trabalho com crianas cegas, contudo, as

    crianas com problemas mentais continuavam internadas.

    As primeiras instituies especializadas surgiram na Frana, em 1760

    Instituto Nacional de Surdos-Mudos e em 1784 Instituto dos Jovens Cegos, mas

    ainda sem apoio da sociedade (CARMO, 2007; FRAGELLI, 2005). Nessas escolas,

    a educao dos cegos era voltada para trabalhos manuais, e dos surdos,comunicao por gestos. No preconizavam o aprendizado da leitura, da escrita, dos

    clculos nem das artes, o que veio acontecer somente por volta de 1824. Ambos se

    sustentavam da venda dos trabalhos realizados.

    J para as pessoas com deficincias fsicas, o primeiro instituto surgiu na

    Alemanha, em 1832. Em 1848, nos Estados Unidos, passam a ter atendimento

    oficial para aprenderem comportamentos sociais bsicos (CARMO, 2007;

    FRAGELLI, 2005).

    Sahb (2004) pontua a II Guerra Mundial como um marco para a preocupao

    com os portadores de necessidades especiais, quando os pases centrais

    comearam a se preocupar em identificar os sub e superdotados, com o objetivo de

    encaminh-los para um tipo de educao mais condizente com seus dotes

    intelectuais.

    1Preceptor: professor encarregado da educao de crianas no lar. (FERREIRA, 2001, p.551).

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    O mesmo autor (2004, p.3) cita as consideraes de Edler (2000, p.15):

    Historicamente, a educao especial tem sido considerada como aeducao de pessoas com deficincia, seja ela mental, auditiva, visual,motora, fsica, mltipla ou decorrente de distrbios invasivos dedesenvolvimento, alm das pessoas superdotadas que tambm tmintegrado o alunado da educao especial.

    As classes especiais, dentro das escolas regulares, s apareceram a partir de

    1950 e, evidentemente, a partir de movimentos organizados pelos pais que lutavam

    pelos direitos dos seus filhos (CARMO, 2007; FRAGELLI, 2005).

    Esses primeiros movimentos para atender s pessoas portadoras de

    deficincia que refletiam as mudanas significativas, em termos educacionais, e que

    estavam nascendo nos grupos sociais, foram concretizadas primeiramente na

    Europa e depois se expandiram para os Estados Unidos, Canad e, recentemente,

    para o Brasil.

    Mazzota (1996, p. 15) enfatiza que:

    A defesa da cidadania e do direito educao das pessoas portadoras dedeficincia atitude muito recente em nossa sociedade. Manifestando-seatravs de medidas isoladas, de indivduos ou grupos, a conquista e oreconhecimento de alguns direitos dos portadores de deficincia podem seridentificados como elementos integrantes de polticas sociais, a partir demeados deste sculo.

    Enfim, pode-se constatar que a mobilizao da sociedade moderna um

    fenmeno recente que deve muito mais a homens, mulheres, leigos ou profissionais,deficientes ou no, que se envolveram nas questes sociais ligadas aos direitos

    sociais e humanos, mais especificamente ao atendimento s pessoas deficientes,

    buscando o direito qualidade de vida dessas pessoas, do que aos governos, os

    quais deveriam ser os promotores de fato da implantao e efetivao desse direito

    de cidadania, oportunidade e igualdade.

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    No Brasil

    O ano de 1854 marca o incio do atendimento aos portadores de deficinciano Brasil, quando foi criado, no Rio de Janeiro, o primeiro instituto para surdos

    (CARMO, 2007).

    Inicialmente esses institutos tinham como objetivo somente oferecer abrigo e

    proteo para os deficientes, tendo sido reproduzidos, de acordo com modelos

    europeus.

    No perodo entre 1905 a 1950, a grande maioria dessas instituies eram

    particulares e com carter assistencialista. E, mesmo existindo algumas oficiais, no

    resolviam o problema da demanda de portadores de deficincia existente.

    Em relao aos servios pblicos, estes eram prestados atravs das escolas

    regulares, as quais ofereciam classes especiais para o atendimento aos deficientes2

    (CARMO, 2007).

    A mobilizao social comea nas dcadas de 50 a 60 com o surgimento e

    fortalecimento de algumas organizaes e de movimentos educativos como ostrabalhos de Paulo Freire.

    O governo brasileiro assume, em 1957, a educao do deficiente, a nvel

    nacional e, em 1961, quando j vigorava a primeira Lei de Diretrizes e Bases da

    Educao Nacional, n 4.024/61, em seu ttulo X, os artigos 88 e 89 faziam

    referncia educao dos excepcionais, garantindo, assim, a educao aos

    deficientes:

    Art.88. A educao de excepcionais, deve, no que fr possvel, enquadrar-se no sistema geral de educao, a fim de integr-los na comunidade.Art. 89. Tda iniciativa privada considerada eficiente pelos conselhos

    estaduais de educao, e relativa educao de excepcionais, receber

    2 Abre-se aqui uma ressalva para explicar que no comeo, esses indivduos eram chamados dedeficientes, e, nos dias atuais, portadores de necessidades especiais, portanto, justifica-se, nocorpo deste trabalho, o uso sem preconceito das duas denominaes.

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    dos poderes pblicos tratamento especial mediante blsas de estudo,

    emprstimos e subvenes. (LDBEN n 4.024 de 20 de dezembro de 1961).

    H que ressalvar o seguinte: existia a lei, mas de fato, a histria mostra que aescola no funcionava bem assim, embora no artigo 89, encontra-se que o governo

    ajudar a iniciativa privada prestar servios s pessoas deficientes, ou seja, a escola

    regular no estava preparada nem recebia de fato os portadores de necessidades

    especiais.

    Nas anlises dos artigos citados, observa-se que existe uma ambiguidade, ou

    seja, ao mesmo tempo em que prope atendimento integrado na rede regular de

    ensino, delega s instituies sob administrao particular, a responsabilidade departe do atendimento, atravs de apoio financeiro.

    A LDBEN n 5.692, de 11 de agosto de 1971, para os ensinos de 1 e 2

    graus, faz referncia educao especial em apenas um artigo (artigo 9), deixando

    claro que os conselhos estaduais de educao garantiriam aos deficientes o

    recebimento de tratamento especial nas escolas.

    Hoje, claramente observvel que a educao especial ficou a cargo de

    instituies filantrpicas, algumas subsidiadas com apoio do governo, outras

    buscando parcerias com a iniciativa privada e que, nas escolas regulares, embora

    seja lei, as condies mnimas necessrias, tanto em relao ao suporte financeiro,

    pessoal qualificado e estrutura fsica adequada ao recebimento, no condizem,

    portanto, a escola se esquiva de sua parcela de compromisso.

    Com a Constituio Federal de 1988, vrios captulos, artigos e incisos sobre

    educao, habilitao e reabilitao da pessoa deficiente, alm da sua integrao

    vida comunitria foram inseridos.

    A ambiguidade do dever do estado novamente observvel na CF/88 (artigo

    205) e na nova LDBEN/96 (artigo 58):

    Art. 205 - A educao, direito de todos e dever do Estado e da famlia, serpromovida e incentivada com a colaborao da sociedade, visando ao plenodesenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exerccio da cidadania e

    sua qualificao para o trabalho (CF/88)

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    Art. 58 - Entende-se por educao especial, para os efeitos desta Lei, amodalidade de educao escolar, oferecida preferencialmente na rederegular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.

    (LDBEN/96).

    Voltando o olhar para o surgimento da educao inclusiva e o caminho que

    tem seguido nos dias atuais, nota-se uma evidente preocupao em igualar as

    oportunidades ao acesso ao ensino escolar, em proporcionar continuidade dos

    portadores de necessidades especiais na escola regular.

    A poltica educacional inclusiva, integradora, pressupe um modo de seconstruir o sistema educacional que considere as diferenas e necessidadesde todas as crianas, jovens e adultos, sem discrimin-los ou segreg-lospor quaisquer dificuldades ou diferenas discriminatria que possam ter. Aescola inclusiva pressupe uma nova escola, comum na sua organizao efuncionamento, pois adota os princpios democrticos da educao deigualdade, equidade, liberdade e respeito dignidade que fortalecem atendncia de manter na escola regular os alunos portadores denecessidades especiais (SAHB, 2004, p.6).

    A legislao educacional vigente no completamente clara e especfica,

    mas o Brasil segue pelo caminho que busca meios adequados e justos para que as

    instituies promovam o acesso e a permanncia nas escolas regulares, de forma

    democrtica.

    No quadro abaixo, encontram-se as leis e seus principais artigos que levar o

    leitor a perceber que em termos de legislao no h o que se queixar, faltando

    entretanto, faz-las funcionar na prtica.

    Lei O que prope

    ConstituioFederal de

    1988.

    Artigo 208: atender aos portadores de deficincia na rede regular deensino, sendo obrigatrio e gratuito.

    Art. 227: cria programas de preveno e atendimento especializado paraportadores de deficincia fsica, sensorial ou mental e integrao socialdo adolescente portador de deficincia, facilitando acesso aos bens eservios coletivos, com a eliminao de preconceitos e obstculosarquitetnicos.

    Lei 10.172/01

    Aprova o

    So 27 objetivos e metas voltados para educao de portadores de

    necessidades especiais. Vo desde educao infantil at qualificao

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    PlanoNacional deEducao

    profissional; aes preventivas, atendimento extraordinrio em classesespeciais at formao continuada de professores.

    Lei 853/89 -Dispe sobre o apoio s pessoas com deficincias, sua integraosocial, assegurando o pleno exerccio de seus direitos individuais esociais.

    Lei 8.069/90 ECA

    Estatuto daCriana e doAdolescente

    "A criana e o adolescente portadores de deficincias receberoatendimento especializado.

    "Nenhuma criana ou adolescente ser objeto de qualquer forma denegligncia, discriminao, violncia, crueldade e opresso, punido naforma da lei qualquer atentado, por ao ou omisso, aos seus direitos

    fundamentais."

    Lei 9394/96 -LDBEN

    Atendimento educacional especializado aos portadores de deficincia,preferencialmente na rede regular de ensino. A oferta de educaoespecial, dever constitucional do Estado, tem incio na faixa etria dezero a seis anos, durante a educao infantil.

    Os sistemas de ensino devero assegurar:

    I currculos, mtodos, tcnicas, recursos educativos e organizaoespecficos, para atender s suas necessidades;

    II terminalidade especfica para aqueles que no puderem atingir onvel exigido para a concluso do ensino fundamental, em virtude desuas deficincias, e acelerao para concluir em menor tempo oprograma escolar para os superdotados;

    III professores com especializao adequada em nvel mdio ousuperior, para atendimento especializado, bem como professores doensino regular capacitados para a integrao desses educandos nasclasses comuns;

    IV educao especial para o trabalho, visando a sua efetiva

    integrao na vida em sociedade, inclusive condies adequadas paraos que no revelarem capacidade de insero no trabalho competitivo,mediante articulao com os rgos oficiais afins, bem como paraaqueles que apresentam uma habilidade superior nas reas artstica,intelectual ou psicomotora;

    V acesso igualitrio aos benefcios dos programas sociaissuplementares disponveis para o respectivo nvel do ensino regular.

    Decreto

    3.298/99

    Dispe sobre a Poltica Nacional para a Integrao da Pessoa Portadora

    de Deficincia, consolida as normas de proteo e d outras

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    regulamenta aLei 7.853/89

    providncias.

    Portaria MECn1.679/99.

    Dispe sobre os requisitos de acessibilidade a pessoas portadoras de

    deficincias para instruir processos de autorizao e de reconhecimentode cursos e de credenciamento de instituies. 1.8 - Lei n10.098/00.Estabelece normas gerais e critrios bsicos para promoo daacessibilidade das pessoas portadoras de deficincia ou com mobilidadereduzida e d outras providncias.

    DeclaraoMundial deEducao

    para Todos eDeclarao de

    Salamanca(1994

    Espanha).

    O Brasil fez opo pela construo de um sistema educacional inclusivoao concordar com a Declarao Mundial de Educao para Todos,firmada em Jomtien, na Tailndia, em 1990, e ao mostrar consonnciacom os postulados produzidos em Salamanca (Espanha, 1994) na

    Conferncia Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais:Acesso e Qualidade. Entre outras premissas, tem-se:

    "(...) Toda pessoa com deficincia tem o direito de manifestar seusdesejos quanto a sua educao, na medida de sua capacidade de estarcerta disso. Os pais tm o direito inerente de serem consultados sobre aforma de educao que melhor se ajuste s necessidades,circunstncias e aspiraes de seus filhos" [Nesse aspecto ltimo, poracrscimo nosso, os pais no podem incorrer em leso ao direitosubjetivo educao obrigatria, garantido no texto constitucional];

    "As polticas educacionais devero levar em conta as diferenasindividuais e as diversas situaes. Deve ser levada em considerao,por exemplo, a importncia da lngua de sinais como meio decomunicao para os surdos, e ser assegurado a todos os surdosacesso ao ensino da lngua de sinais de seu pas. Face s necessidadesespecficas de comunicao de surdos e de surdos-cegos, seria maisconveniente que a educao lhes fosse ministrada em escolas especiaisou em classes ou unidades especiais nas escolas comuns";

    Fonte: PARECER CEB CNE 17/2001.

    Segundo Francisco Cordo, presidente da Cmara de Educao Bsica,

    esses dispositivos legais e poltico-filosficos possibilitam estabelecer o horizonte

    das polticas educacionais, de modo que se assegure a igualdade de oportunidades

    e a valorizao da diversidade no processo educativo.

    A compreenso nesse sentido de que tais dispositivos devem converter-se

    em um compromisso tico-poltico de todos, nas diferentes esferas de poder, e em

    responsabilidades bem definidas para sua operacionalizao na realidade escolar.

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    27

    UNIDADE 4 - PORTADORES DE NECESSIDADES

    ESPECIAIS: CLASSIFICAO E CARACTERIZAO

    Os termos: diagnstico, classificao, avaliao, testagem so utilizados e

    definidos de diferentes maneiras nas vrias reas mdica, psicolgica, educacional,

    entre outras.

    O diagnstico educacional consiste na utilizao de recursos, meios e

    tcnicas para analisar e avaliar as situaes educacionais, os problemas e asdificuldades dos alunos, bem como, tomar conhecimento de suas causas para

    preveni-las e corrigi-las, quando possvel.

    Todo diagnstico tem duas funes bsicas:

    1- Localizar e analisar as causas das dificuldades dos alunos em todas as

    reas das suas atividades;

    2- Identificar e avaliar as reas de aprendizagem e ajustamento, tanto aspositivas, quanto as negativas.

    Zacharias (2007) diz que embora sejam muitas as desvantagens e desvios

    existentes na classificao de pessoas em categorias, elas acabam tornando-se

    necessrias, principalmente do ponto de vista da administrao do Sistema

    Educacional, e apresenta a classificao abaixo, a qual decorre do modelo clnico,

    combinado sempre que possvel ao modelo educacional.

    1 Excepcionais Intelectuais1.1 Superdotados

    1.2 Deficientes mentais

    a) educveis

    b) treinveis

    c) dependentes

    2. Excepcionais por desvios fsicos

    2.1 Deficientes fsicos no sensoriais

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    2.2 Deficientes fsicos sensoriais

    a) deficientes auditivos

    b) deficientes visuais

    3 Excepcionais psicossociais

    3.1 alunos com distrbios emocionais

    3.2 alunos com desajustes sociais

    4 Excepcionalidade mltipla

    4.1-alunos com mais de um tipo de desvio (ZACHARIAS, 2007).

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    UNIDADE 5 - AS DIFERENTES NECESSIDADES ESPECIAIS

    Para falarmos das diferentes necessidades especiais, faz-se necessrio uma

    breve introduo aos nossos sistemas sensoriais com os quais conhecemos e nos

    relacionamos com o mundo que so: a gustao; o olfato; o tato; a audio; a viso

    e a propriocepo.

    Figura 1: Os sentidos

    Fonte: http://www.afh.bio.br/sentidos/sentidos1.asp

    Legarda e Miketta (2008, p. 20) destacam trs aspectos importantes e que

    esto relacionados aos sistemas sensoriais:

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    1. O uso integrado que fazemos dos sentidos em nossos primeiros anos de vida

    vai decrescendo com o passar dos tempos, devido desvalorizao da

    acuidade sensorial em nossa cultura e sistema educativo. Lamentavelmente,

    os currculos de estudo de crianas com mais de seis anos, descuidam,

    quase que completamente, desse importante aspecto do desenvolvimento

    que no se restringe apenas a uma forma de conhecer o meio ambiente, mas

    tambm uma maneira de conhecermos a ns mesmos;

    2. Os sentidos so nossa primeira fonte de conhecimento. No nascimento, no

    h o pensamento simblico e nem o raciocnio lgico, somente o mundo

    sensorial e perceptivo. Assim sendo, estmulos variados so fundamentais

    nos primeiros anos de vida;

    3. Ns, humanos, mostramos diferenas em nossos padres sensoriais e em

    nossa capacidade de aprender por meio de um ou outro sentido, ou seja,

    alguns utilizam melhor a viso, outro a audio.

    O sentido do paladar ou gustao encontra-se nos receptores localizados na

    lngua, as papilas gustativas. Esse sentido distingue quatro sabores bsicos: amargo(parte posterior da lngua); azedo e salgado (bordas da lngua) e doce (ponta da

    lngua). A gustao nosso sentido mais fraco, devido a lngua ter de cumprir outras

    funes como articular a fala, por exemplo.

    O sentido do olfato funciona com quimiorreceptores localizados no nariz e que

    captam as substncias volteis dispersas no ar. H uma estreita relao entre

    gustao e olfato, o que pode ser experimentado cheirando e degustando ao mesmo

    tempo um pedao de bolo.

    Os mesmos autores destacam que existe uma associao entre olfato e as

    lembranas e que essa relao pode ter um fundo adaptativo para nos proteger de

    perigos como alimentos venenosos, por exemplo, mas uma associao pouco

    explorada no contexto pedaggico.

    O tato um dos primeiros sentidos a amadurecer, tendo seus receptores na

    pele, onde h clulas especializadas para a percepo do calor, do frio e da dor.

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    importante no desenvolvimento emocional, no conhecimento do corpo e na formao

    de vnculos afetivos (Legarda e Miketta, 2008).

    A sensibilidade auditiva proporciona no s o reconhecimento objetivo dos

    sons ambientais (chuva, sons de instrumentos musicais, entre outros), mas participa

    efetivamente no processo de comunicao entre os indivduos e, deste modo,

    constitui um importante elemento da linguagem. A perda da sensibilidade auditiva ou

    a surdez dificulta esse aspecto da relao humana, pois o nosso principal meio de

    comunicao atravs da linguagem falada. O prprio mecanismo de aprendizado

    da linguagem falada depende da audio (NISHIDA, 2007).

    Nabuco e Cortez (2005) esclarecem que, no incio, os recm-nascidosenxergam apenas borres. Entre a 4 e 6 semana de vida, passam a fixar o olhar

    em objetos, uma vez que se completa a formao da regio da retina que permite

    visualizar detalhes. A partir dos dois meses, as imagens que eram acinzentadas

    ganham matizes de vermelho, branco e azul. A viso evolui rpido, de modo que ao

    completar quatro meses a criana j distingue as demais cores e segue os objetos

    com os olhinhos. O passo seguinte apanhar os objetos que v. Posteriormente,

    passa a reconhecer as pessoas e estranham rostos e locais diferentes. Geralmente,

    at os cinco anos a criana atinge o desenvolvimento total da viso.

    A propriocepo definida por Legarda e Miketta (2008, p. 19) como aquele

    sentido que informa sobre a localizao de uma parte mvel do corpo, a mo, por

    exemplo, em relao a outra de posio fixa, o tronco.

    A propriocepo acontece por meio de diversos sensores especficos

    espalhados pelo corpo que reconhecem as mudanas de posio e de movimento. A

    propriocepo nos ajuda a manter a posio adequada em uma cadeira, segurarutenslios tais como uma caneta ou um garfo de maneira adequada, a julgar a

    distncia que estamos de um objeto para no bater nele, quanta presso

    precisamos fazer para evitar quebrar um lpis (Dutra, 2007).

    Apresentados os sentidos, vamos partir para as deficincias que podem

    acometer o ser humano.

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    Fonte:

    5.1 Deficincias sensoriais

    Vrias so as deficincias que um ser humano pode apresentar. Dentre elas

    temos as deficincias sensoriais, que sero nosso ponto de partida para refletirmos

    sobre a relao existente entre elas e prticas pedaggicas para promover a

    educao inclusiva.

    Outro objetivo deste captulo refletir sobre a utilizao dos sentidos para

    conhecimento e relacionamento com o mundo, alm de valorizarmos o

    desenvolvimento da acuidade sensorial no sistema educativo.

    Dentre as deficincias sensoriais analisaremos a deficincia auditiva e a

    visual, mas tambm h a mltipla deficincia sensorial onde acontece a associaoentre surdez e/ou deficincia visual a outras deficincias (intelectual e/ou fsica), bem

    como distrbios (neurolgico, emocional de linguagem ou no desenvolvimento

    global) que podem acarretar atrasos no desenvolvimento, devido s dificuldades de

    interao com o meio.

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    5.1.1 Deficincia visual

    Um primeiro contato com uma pessoa cega, geralmente, suficiente para queela retenha na memria a sua voz, reconhea-lhe pelo toque ou talvez pelo seu

    perfume. No que ela seja um ser extraordinrio, mas por necessidade esses

    sentidos lhe so estimulados e favorecem sua interao com o meio.

    Em relao s pessoas com baixa viso, aquelas com viso reduzida e cuja

    deficincia corrigvel por lentes, cirurgias ou tratamento, inmeras pesquisas

    comprovam que a estimulao da viso residual favorece o ganho de eficincia na

    utilizao da viso preservada.

    A deficincia visual uma situao irreversvel de diminuio da resposta

    visual, em virtude de causas congnitas ou hereditrias, mesmo aps tratamento

    clnico e/ ou cirrgico e uso de culos convencionais. A deficincia visual inclui dois

    grupos: cegueira, viso subnormal (FIOCRUZ, 2009).

    Cegueira

    Tm somente a percepo da luz ou que no tm nenhuma viso e precisam

    aprender atravs do mtodo Braille e de meios de comunicao que no estejam

    relacionados com o uso da viso. Dever, no entanto, ser incentivado a usar seu

    resduo visual nas atividades de vida diria sempre que possvel.

    Viso Subnormal ou Baixa Viso

    considerado portador de baixa viso aquele que apresenta desde a

    capacidade de perceber luminosidade at o grau em que a deficincia visual interfira

    ou limita seu desempenho. Sua aprendizagem se dar atravs dos meios visuais,

    mesmo que sejam necessrios recursos especiais.

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    Tanto a cegueira total quanto a viso subnormal pode afetar a pessoas em

    qualquer idade. Bebs podem nascer sem viso e outras pessoas podem tornar-se

    deficientes visuais em qualquer fase da vida (FIOCRUZ, 2009).

    Ela tambm ocorre independentemente de sexo, religio, crenas, grupo

    tnico, raa, ancestrais, educao, cultura, sade, posio social, condies de

    residncia ou qualquer outra condio especfica.

    A deficincia visual interfere em habilidades e capacidades e afeta no

    somente a vida da pessoa que perdeu a viso, mas tambm dos membros da

    famlia, amigos, colegas, professores, empregadores e outros. O mais importante

    criar o ambiente propcio para a criana com deficincia visual conseguir alcanarum desenvolvimento compatvel com o estgio de vida que se encontrar at que

    possa ter a capacidade de se tornar independente e ativa socialmente. Para tanto,

    extremamente importante que pais, amigos, professores e profissionais de sade

    formem uma "equipe humana", onde cada um ter seu papel na estimulao

    precoce da criana, inserindo-a verdadeiramente na circunstncia social em que se

    encontre (HADDAD, SEI, BRAGA, 2009).

    5.1.2 Deficincia auditiva

    As pessoas com surdez, por sua vez, so extremamente visuais, o que

    favorece o domnio de uma linguagem visual-espacial. Tambm importante

    considerar as pessoas que apresentam resduo auditivo e que, portanto, carecem de

    estmulos dessa natureza (FIOCRUZ, 2009).

    Deficincia auditiva considerada como a diferena existente entre o

    desempenho do indivduo e a habilidade normal para a deteco sonora de acordo

    com padres estabelecidos pela American National Standards Institute (ANSI -

    1989).

    Considera-se, em geral, que a audio normal corresponde habilidade para

    deteco de sons at 20 dB N.A (decibis, nvel de audio).

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    A audio desempenha um papel principal e decisivo no desenvolvimento e

    na manuteno da comunicao por meio da linguagem falada, alm de funcionar

    como um mecanismo de defesa e alerta contra o perigo que funciona 24 horas por

    dia, pois nossos ouvidos no descansam nem quando dormimos.

    Dentre os tipos de deficincia auditiva temos a condutiva, sensrio-neural,

    mista, central ou surdez central.

    Condutiva:

    Quando ocorre qualquer interferncia na transmisso do som desde o

    conduto auditivo externo at a orelha interna. A grande maioria das deficincias

    auditivas condutivas pode ser corrigida atravs de tratamento clnico ou cirrgico.

    Essa deficincia pode ter vrias causas, entre elas podem-se citar: corpos estranhos

    no conduto auditivo externo; tampes de cera; otite externa e mdia; malformao

    congnita do conduto auditivo; inflamao da membrana timpnica; perfurao do

    tmpano; obstruo da tuba auditiva; entre outras.

    Sensrio-Neural:

    Quando h uma impossibilidade de recepo do som por leso das clulas

    ciliadas da orelha interna ou do nervo auditivo. Esse tipo de deficincia auditiva

    irreversvel. A deficincia auditiva sensrio-neural pode ser de origem hereditria,

    como problemas da me no pr-natal tais como a rubola, sfilis, herpes,

    toxoplasmose, alcoolismo, toxemia, diabetes, entre outros. Tambm podem ser

    causadas por traumas fsicos, prematuridade, baixo peso ao nascimento, trauma de

    parto, meningite, encefalite, caxumba, sarampo, entre outros.

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    Mista:

    Quando h uma alterao na conduo do som at o rgo terminal sensorialassociada leso do rgo sensorial ou do nervo auditivo. O audiograma mostra

    geralmente limiares de conduo ssea abaixo dos nveis normais, embora com

    comprometimento menos intenso do que nos limiares de conduo area.

    Central ou Surdez Central:

    Este tipo de deficincia auditiva no , necessariamente, acompanhado de

    diminuio da sensitividade auditiva, mas manifesta-se por diferentes graus de

    dificuldade na compreenso das informaes sonoras. Decorre de alteraes nos

    mecanismos de processamento da informao sonora no tronco cerebral (SNC).

    Entre os muitos instrumentos usados para comunicao no oral, figura a

    linguagem dos sinais, criada por um monge beneditino francs, morador de um

    mosteiro onde imperava a lei do silncio. Adotada h mais de cem anos, no Brasil chamada de Libras.

    Segundo a Federao Nacional de Educao e Integrao de Surdos

    FENEIS, um indivduo que j tenha nascido com deficincia auditiva pode levar um

    ano para aprender a linguagem. J algum que ouve bem ou que perdeu a

    capacidade auditiva depois de adulto, pode levar um pouco mais de tempo para

    aprender, por ter se habituado linguagem oral (FIOCRUZ, 2009).

    5.2 Deficincias fsicas

    Encontramos na literatura diferentes conceitos para deficincia fsica, mas

    vamos tomar com base o conceito explicitado no art. 4 do Decreto n 3.298/99 da

    Legislao Brasileira.

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    Alterao completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo,acarretando o comprometimento da funo fsica, apresentando-se sobforma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia,

    triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputao ou ausncia demembro, paralisia cerebral, membros com deformidade congnita ouadquirida, exceto as deformidades estticas e as que no produzamdificuldades para o desempenho das funes.

    Essa definio nos leva a entender que a funo fsica pode ficar

    comprometida quando faltar algum membro (quando houver amputao), sua m-

    formao ou deformao (alteraes que comprometam o sistema muscular e

    esqueltico).Quanto s leses motoras decorrentes de leso do sistema nervoso, estas

    podem ser de diferentes tipos, como alteraes de:

    ordem muscular hipertonias, hipotonias, atividades reflexas, movimentos

    descoordenados e involuntrios;

    ordem nervosa, no que diz respeito sensibilidade e fora muscular

    hemiparesias, paraparesia, monoparesia e tetraparesia (BRASIL, 1999).

    Ainda encontraremos alteraes funcionais motoras decorrentes de leso do

    Sistema Nervoso e, nesses casos, observaremos principalmente a alterao do

    tnus muscular (hipertonia, hipotonia, atividades tnicas reflexas, movimentos

    involuntrios e incoordenados). As terminologias para, mono, tetra, tri e hemi, diz

    respeito determinao da parte do corpo envolvida, significando respectivamente,

    somente os membros inferiores, somente um membro, os quatro membros, trs

    membros ou um lado do corpo (BRASIL, 1999).

    A deficincia fsica se refere ao comprometimento do aparelho locomotor

    que compreende o sistema Osteoarticular, o Sistema Muscular e o SistemaNervoso.

    As doenas ou leses que afetam quaisquer desses sistemas, isoladamenteou em conjunto, podem produzir grandes limitaes fsicas de grau egravidades variveis, segundo os segmentos corporais afetados e o tipo deleso ocorrida (BRASIL, 2006, p. 28).

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    Dentre as causas da deficincia fsica temos:

    Leso cerebral (paralisia cerebral);

    Leso medular;

    Miopatias (distrofias musculares);

    Patologias degenerativas do sistema nervoso central (esclerose mltipla);

    Leses nervosas perifricas;

    Amputaes;

    Malformaes congnitas;

    Distrbios posturais da coluna;

    Reumatismos inflamatrios;

    Acidentes;

    Traumatismos crnio-enceflico.

    A paralisia cerebral uma das causas mais frequentes que encontramoscomo deficincia fsica e que chega at a escola, portanto, faz-se necessrio dar

    uma ateno especial ao seu estudo.

    As crianas que sofrem dessa patologia so motivo de grande preconceito e

    discriminao na escola, principalmente porque as pessoas pensam que uma

    deficincia mental, o que um grande equvoco.

    Muitas dessas crianas tm dificuldades de se comunicar e expressar devido

    s suas limitaes motoras e no cognitivas e demonstram um comportamento

    alheio realidade, por falta de oportunidades e de mediaes que lhes auxiliem na

    expresso de toda sua vontade.

    A principal caracterstica da paralisia cerebral o dficit motor, entretanto,

    quase sempre se pode encontrar um ou outro distrbio decorrente da leso

    neurolgica como: convulses que podem levar ao dficit cognitivo, alteraes

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    39

    oculares e visuais, distrbios de deglutio, comprometimento auditivo, alteraes

    nas funes corticais superiores, distrbios do comportamento (BRASIL, 2007).

    Importante ressaltar que esses distrbios que acompanham a paralisia

    cerebral podem ser decorrentes tambm do meio em que a criana vive, suas

    condies de higiene, nutrio, tratamentos e oportunidades em geral.

    Como causas da paralisia cerebral que podem ocorrer isoladas ou

    associadas, Braga (1995 apud Brasil, 2007) sintetiza assim:

    Pr-natais infeces intrauterinas (rubola, toxoplasmose, citomegalia,

    herpes e sfilis), anxia fetal, exposio radiao ou a drogas, erros de

    migrao neuronal e outras malforma es cerebrais;

    Peri-natais complicaes durante o parto (traumatismo cerebral ou anxia

    em trabalho de parto difcil ou demorado), prematuridade, nascimento com

    baixo peso, entre outros;

    Ps-natais traumatismos crnio-enceflicos, infeces do sistema nervoso

    central (enceflicos e meningites), anxia cerebral (devido a asfixias,

    afogamentos, convulses ou paradas cardacas) e acidente vascular

    cerebral.

    5.3 Deficincias mentais

    Na procura de uma compreenso mais global das deficincias em geral, em

    1980, a Organizao Mundial de Sade props trs nveis para esclarecer todas as

    deficincias, a saber: deficincia, incapacidade e desvantagem social.

    Deficincia refere-se a uma perda ou anormalidade de estrutura ou funo.

    relativa a toda alterao do corpo ou aparncia fsica, de um rgo ou de

    uma funo, qualquer que seja sua causa.

    Incapacidade refere-se restrio de atividades em decorrncia de uma

    deficincia. Incapacidades refletem s consequncias das deficincias em

    termos de desempenho e atividade funcional do indivduo.

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    Desvantagem refere-se condio social ou prejuzo resultante de

    deficincia e/ou incapacidade. As desvantagens dizem respeito aos prejuzos

    que o indivduo experimenta devido sua deficincia. Sua deficincia e

    incapacidade refletem, pois, a adaptao do indivduo e a interao dele com

    o seu meio.

    Em 2001, essa proposta, revista e reeditada, introduziu o funcionamento

    global da pessoa com deficincia em relao aos fatores contextuais e do meio,

    (re)situando-a entre as demais e rompendo o seu isolamento. Ela chegou a motivar

    a proposta de substituio da terminologia pessoa deficiente por pessoa em

    situao de deficincia: com o intuito de destacar os efeitos do meio sobre a

    autonomia da pessoa com deficincia. Assim, uma pessoa pode sentir-se

    discriminada em um ambiente que lhe impe barreiras e que s destaca a sua

    deficincia ou, ao contrrio, ser acolhida, graas s transformaes deste ambiente

    para atender s suas necessidades (BATISTA E MANTOAN, 2007).

    A Conveno da Guatemala, internalizada Constituio Brasileira pelo

    Decreto n 3.956/2001, no seu artigo 1, define deficincia como [...] uma restrio

    fsica, mental ou sensorial, de natureza permanente ou transitria, que limita a

    capacidade de exercer uma ou mais atividades essenciais da vida diria, causada

    ou agravada pelo ambiente econmico e social. Essa definio ratifica a deficincia

    como uma situao.

    A deficincia mental constitui um impasse para o ensino na escola comum e

    para a definio do Atendimento Educacional Especializado, pela complexidade do

    seu conceito e pela grande quantidade e variedades de abordagens do mesmo.

    A dificuldade de diagnosticar a deficincia mental tem levado a uma srie derevises do seu conceito. A medida do coeficiente de inteligncia (QI), por exemplo,

    foi utilizada durante muitos anos como parmetro de definio dos casos. O prprio

    CID 10 (Cdigo Internacional de Doenas, desenvolvido pela Organizao Mundial

    de Sade), ao especificar o Retardo Mental (F70-79), prope uma definio ainda

    baseada no coeficiente de inteligncia, classificando-o entre leve, moderado e

    profundo, conforme o comprometimento. Tambm inclui vrios outros sintomas de

    manifestaes dessa deficincia, como: a [...] dificuldade do aprendizado e

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    comprometimento do comportamento, o que coincide com outros diagnsticos de

    reas diferentes.

    O diagnstico da deficincia mental no se esclarece por supostas categorias

    e tipos de inteligncia. Teorias psicolgicas desenvolvimentistas, como as de carter

    sociolgico, antropolgico tm posies assumidas diante da deficincia mental,

    mas ainda assim no se conseguiu fechar um conceito nico que d conta dessa

    intrincada condio (MANTOAN, 2004).

    A Psicanlise, por exemplo, traz tona a dimenso do inconsciente, uma

    importante contribuio que introduz os processos psquicos na determinao de

    diversas patologias, entre as quais a deficincia mental. A inibio desenvolvida porFreud pode ser definida pela limitao de determinadas atividades, causada por um

    bloqueio de algumas funes, como o pensamento, por exemplo. A debilidade, para

    Lacan, define uma maneira particular de o sujeito lidar com o saber, podendo ser

    natural ao sujeito, por caracterizar um mal-estar fundamental em relao ao saber,

    ou seja, todos ns temos algo que no conseguimos ou no queremos saber. Mas

    tambm define a debilidade como uma patologia, quando o sujeito se fixa numa

    posio dbil, de total recusa de apropriao do saber (BRASIL, 2007).

    importante que o professor fique atento as causas da deficincia mental,

    pois podem beneficiar seus alunos com um trabalho mais seguro, pautado no

    conhecimento e no profissionalismo.

    Algumas causas da deficincia mental seriam:

    Doenas neurolgicas;

    Erros inatos do metabolismo;

    Deficincias visuais e auditivas (por falta de estimulao e trabalhos

    adequados);

    Asfixia perinatal;

    Prematuridade;

    Hiperbilirrubinemia;

    Infeces congnitas;

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    Malformaes congnitas;

    Sndromes genticas.

    5.4 Crianas superdotadas

    Quando se fala em necessidades especiais e educao inclusiva, pensa-se,

    num primeiro momento, que ela est relacionada apenas a alunos com deficincia

    mental, auditiva, visual ou fsica, mas no podemos nos esquecer que as crianas

    superdotadas, talentosas e portadoras de altas habilidades existem e acabamfazendo parte do grupo de portadores de necessidades especiais por uma gama de

    justificativas, a primeira delas, porque no so compreendidas pelos professores e

    demais profissionais da educao, os quais geralmente no esto preparados para

    atender a esse pblico.

    Tentaremos identific-los e mostrar como podemos atend-los no cotidiano da

    escola, mas primeiro, vamos a alguns conceitos e definies que auxiliaro muito na

    deteco dessas crianas.

    PRECOCIDADE Chamamos precoce a criana que apresenta alguma

    habilidade especfica prematuramente desenvolvida em qualquer rea do

    conhecimento.

    GNIO aquele que no apenas possui um talento relevante como

    tambm utiliza de forma produtiva, gerando obras de valor. A superdotao

    intelectual no pode ser tratada como sinnimo de genialidade, pois indica apenas

    um dado tipo de capacidade mental, enquanto que a genialidade resulta de uma

    condio de intelecto, condies socioeconmico culturais, motivao e trabalho

    duro (AVELAR, 2009).

    SUPERDOTADOS seriam, de acordo com essa definio, aquelas pessoas

    que apresentam traos consistentemente superiores em relao a uma mdia e que

    sejam permanentes, podendo ser identificados em pocas diferentes (AVELAR,

    2009).

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    No Brasil, em 1995, a partir das Diretrizes Gerais para o Atendimento

    Educacional aos Alunos Portadores de Altas Habilidades, Superdotao e Talentos,

    estabelecidas pela Secretaria de Educao Especial do Ministrio da Educao e

    Desporto, foi proposta a seguinte definio:

    Altas habilidades refere-se aos comportamentos observados e/ou relatadosque confirmam a expresso de traos consistentemente superiores emrelao a uma mdia (por exemplo: idade, produo ou srie escolar) emqualquer campo do saber ou do fazer. Deve-se entender por traos asformas consistentes, ou seja, aquelas que permanecem com freqncia edurao no repertrio dos comportamentos da pessoa, de forma a poderemser registradas em pocas diferentes e situaes semelhantes (BRASIL,1995, p. 13).

    Podemos ressaltar que essa definio destaca os traos e comportamentos

    acima da mdia relacionando-os permanncia e durao dos mesmos.

    A definio de superdotao que consta na Poltica Nacional de Educao

    Especial de 1994 diz que crianas superdotadas e talentosas so as que

    apresentam notvel desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos

    seguintes aspectos, isolados ou combinados (quadro abaixo).

    Capacidade intelectual geral

    Capacidade que envolve rapidez de

    pensamento, compreenso e memria

    elevadas, capacidade de pensamento

    abstrato.

    Aptido acadmica especfica

    Ateno, concentrao, rapidez de

    aprendizagem, boa memria, motivao por

    disciplinas acadmicas do seu interesse,

    capacidade de produo acadmica.

    Pensamento criador ou

    produtivo

    Originalidade de pensamento, imaginao,

    capacidade de resolver problemas de forma

    diferente e inovadora.

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    Capacidade de liderana

    Sensibilidade interpessoal, atitude

    cooperativa, capacidade de resolver

    situaes sociais complexas, poder de

    persuaso e de influncia no grupo.

    Talento especial para as artesAlto desempenho em artes plsticas,

    musicais, dramticas, literrias ou cnicas.

    Capacidade psicomotora

    Desempenho superior em velocidade,

    agilidade de movimentos, foram resistncia,

    controle e coordenao motora.

    Um superdotado pode se destacar em uma rea ou combinar vrias, pode

    tambm apresentar graus de habilidades diferenciadas. Destaca-se aqui a questo

    das caractersticas e dos perfis individuais que so aspectos relevantes com relao

    superdotao. Assim como ns, os superdotados podem apresentar sentimentos,

    atitudes e comportamentos diversificados, o que os caracteriza e os diferencia

    enquanto pessoa. Os pesquisadores George Betts e Maureen Neihart, aps anos de

    estudos, pesquisas e observaes, distinguiram os perfis dos alunos com altas

    habilidades em 6 tipos: bem sucedido, desafiante, escondido, desistente, rtulo

    duplo e autnomo.

    Essa tipificao no um modelo diagnstico de classificao, mas sim um

    referencial terico que tem o objetivo de conscientizar-nos de que esses alunos so

    influenciados pela educao recebida pela famlia, pelas vivncias, por seus

    relacionamentos, sentimentos e pelo desenvolvimento pessoal de cada um.

    Conhecer esses perfis e tipos importante, pois, a partir deles o educador

    poder traar objetivos educacionais apropriados para o aluno superdotado e

    talentoso.

    Joseph Renzulli foi pioneiro ao dizer que os comportamentos de superdotao

    consistem de inter-relao de trs traos humanos que so:

    1. Habilidade acima da mdia em alguma rea do conhecimento. No

    necessariamente muito superior mdia;

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    2. Envolvimento com a tarefa motivao, vontade de realizar,

    perseverana, concentrao;

    3. Criatividade pensar a