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Educação Inclusiva A educação inclusiva aponta para a transformação de uma sociedade inclusiva e é um processo em que se amplia a participação de todos os estudantes nos estabelecimentos de ensino regular. Trata-se de uma reestruturação da cultura, da prática e das políticas vivenciadas nas escolas de modo que estas respondam à diversidade de alunos. É uma abordagem humanística, democrática, que percebe o sujeito e suas singularidades, tendo como objetivos o crescimento, a satisfação pessoal e a inserção social de todos. A inclusão perpassa pelas várias dimensões humanas, sociais e políticas, e vem gradualmente se expandindo na sociedade contemporânea, de forma a auxiliar no desenvolvimento das pessoas em geral de maneira e contribuir para a reestruturação de práticas e ações cada vez mais inclusivas e sem preconceitos. A Educação Inclusiva atenta a diversidade inerente à espécie humana, busca perceber e atender as necessidades educativas especiais de todos os sujeitos-alunos, em salas de aulas comuns, em um sistema regular de ensino, de forma a promover a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal de todos. Prática pedagógica coletiva, multifacetada, dinâmica e flexível requer mudanças significativas na estrutura e no funcionamento das escolas, na formaçãohumana dos professores e nas relações família-escola. O ensino inclusivo não deve ser confundido com educação especial embora o contemple. No Brasil, a Política Nacional de Educação Especial, na Perspectiva da Educação Inclusiva, assegura acesso ao ensino regular a alunos com deficiência (mental, física, surdos e cegos), com transtornos globais do desenvolvimento e a alunos com altas habilidades/superdotação, desde a educação infantil até à educação superior. Nesse país, o ensino especial foi, na sua origem, um sistema separado de educação das crianças com deficiência, fora do ensino regular, baseado na crença de que as necessidades das crianças com deficiência não podem ser supridas nas escolas regulares. Na perspectiva da Educação Inclusiva, outras racionalidades estão surgindo sobre a aprendizagem. Fazendo uso da concepção Vygostskyana principalmente, entende que a participação inclusiva dos alunos facilita o aprendizado para todos. Este entendimento

Educação Inclusiva

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Educao InclusivaA educao inclusiva aponta para a transformao de uma sociedade inclusiva e um processo em que se amplia a participao de todos os estudantes nos estabelecimentos de ensino regular.Trata-se de uma reestruturao da cultura, da prtica e das polticas vivenciadas nas escolas de modo que estas respondam ! diversidade de alunos. " uma abordagem #umanstica, democrtica, que percebe o su$eito e suas singularidades, tendo como ob$etivos o crescimento, a satisfao pessoal e a insero social de todos.A incluso perpassa pelas vrias dimens%es #umanas, sociais e polticas, e vem gradualmente se e&pandindo na sociedade contempor'nea, de forma a au&iliar no desenvolvimento das pessoas em geral de maneira e contribuir para a reestruturao de prticas e a%es cada ve( mais inclusivas e sem preconceitos.A Educao Inclusiva atenta a diversidade inerente ! espcie #umana, busca perceber e atender as necessidades educativas especiais de todos os su$eitos-alunos, em salas de aulas comuns, em um sistema regular de ensino, de forma a promover a aprendi(agem eo desenvolvimento pessoal de todos. )rtica pedag*gica coletiva, multifacetada, din'mica e fle&vel requer mudanas significativas na estrutura e no funcionamento das escolas, na formao#umana dos professores e nas rela%es famlia-escola.+ ensino inclusivo no deve ser confundido com educao especial embora o contemple. ,o -rasil, a )oltica ,acional de Educao Especial, na )erspectiva da Educao Inclusiva, assegura acesso ao ensino regular a alunos com defici.ncia /mental, fsica, surdos e cegos0, com transtornos globais do desenvolvimento e a alunos com altas #abilidades1superdotao, desde a educao infantil at ! educao superior. ,esse pas, o ensino especial foi, na sua origem, um sistema separado de educao das crianas com defici.ncia, fora do ensino regular, baseado na crena de que as necessidades das crianas com defici.ncia no podem ser supridas nas escolas regulares.,a perspectiva da Educao Inclusiva, outras racionalidades esto surgindo sobre a aprendi(agem. 2a(endo uso da concepo 34gosts54ana principalmente, entende que a participao inclusiva dos alunos facilita o aprendi(ado para todos. Este entendimento est baseado no conceito da 6ona de 7esenvolvimento )ro&imal, ou se$a, (ona de con#ecimento a ser conquistada, por meio da mediao do outro, se$a este o professor ou os pr*prios colegas. A Educao inclusiva compreende a Educao especial dentro da escola regular e transforma a escola em um espao para todos.Ela favorece a diversidade na medida em que considera que todos os alunos podem ter necessidades especiais em algum momento de sua vida escolar.8, entretanto, necessidades que interferem de maneira significativa no processo de aprendi(agem e que e&igem uma atitude educativa especfica da escola como, por e&emplo, a utili(ao de recursos e apoio especiali(ados para garantir a aprendi(agem de todos os alunos.A Educao um direito de todos e deve ser orientada no sentido do pleno desenvolvimento e do fortalecimento da personalidade. + respeito aos direitos e liberdades #umanas, primeiro passo para a construo da cidadania, deve ser incentivado.Educao inclusiva, portanto, significa educar todas as crianas em um mesmo conte&toescolar. A opo por este tipo de Educao no significa negar as dificuldades dos estudantes. )elo contrrio. 9om a incluso, as diferenas no so vistas como problemas, mas como diversidade. " essa variedade, a partir da realidade social, que pode ampliar a viso de mundo e desenvolver oportunidades de conviv.ncia a todas as crianas A Educao Inclusiva atualmente um dos maiores desafios do sistema educacional. 9riados na dcada de :;, os pressupostos da Educao Inclusiva fundamentam vrios programas e pro$etos da educao.A educao inclusiva uma temtica que vem sendo discutida mundialmente nos ??@. Atualmente alguns pases apresentam polticas maisdefinidas sobre a incluso, embora outros ainda se encontrem em um processo de formulao desuas polticas p?:?, no A&ico, embora ten#a sido a 7eclarao de =alamanca que oficiali(arao termo incluso.Apesar dos avanos na discusso, consideramos que ainda no e&iste um consenso, tampouco uma idia acabada do que viria a ser uma sociedade inclusivaB diante dessa constatao, neste trabal#o defendemos que a educao inclusiva uma prtica que ainda est sendo construda, e que o Clongo camin#oD a ser percorrido para c#egarmos !incluso ainda no foi encontrado. 7e antemo, a comple&idade do tema nos dei&a entrever que o camin#o difcil, dada as comple&idades que o envolvem como preconceitos, descon#ecimento e pol.micas sobre as defici.ncias. Aincluso escolarcausa medo, repulsa, incerte(as e inseguranas, sobretudo em recm-licenciados que no possuem e&peri.ncia e nen#uma formao a respeito da escola inclusiva. A educao inclusiva ap*ia os deficientes numa educao especial. A Educao Especial o ramo da Educao, que se ocupa do atendimento e da educao de pessoas deficientes, ou se$a, de pessoas com necessidades educativas especiais.A Educao Especial uma educao organi(ada para atender especifica e e&clusivamente alunos com determinadas necessidades especiais. Algumas escolas dedicam-se apenas a um tipo de necessidade, enquanto que outras se dedicam a vrios. + ensino especial mais freqEente em institui%es destinadas a acol#er deficientes, isto tem sido alvo de criticas, por no promoverem o convvio entre as crianas especiais e as restantes crianas. ,o entanto, necessrio admitir que a escola regular nem sempre consegue oferecer uma resposta capa( de atender as diversas necessidades destas crianas. A Educao Especial lida com fenFmenos de ensino e aprendi(agem diferentesdo Educao regular, so vrios os profissionais que podem1devem trabal#ar na educao especial, como por e&emplo o Educador fsico, )rofessor, )sic*logo, 2isioterapeuta, Terapeuta ocupacionalG 9omopodemos concluir, uma escola direcionada para a educao especial conta com materiais, equipamentos e professores especiali(ados. + sistema regular de ensino precisa adaptar-se, caso dese$e ser inclusivo. 8o$e, $ se con#ecem mais escolas a adaptarem-se e a tornarem-se inclusivas. A criana com necessidades educativas especiais ou a sua famlia $ pode optar mais facilmente sobre onde pretende lecionar o aluno. A tecnologia e o desenvolvimento da Informtica veio abrir um novo mundo de possibilidades comunicativas e de acesso ! informao, sendo estas um au&lio a crianas portadoras de necessidades especiais pois permitem facilitar todo o processo educacional que visa a formao integral de cada aluno especial. A tecnologia deve ser encarada como um elemento cognitivo capa( de facilitar a estrutura de um trabal#o, pois facilita as descobertas, garantindo, assim, condi%es propcias para a construo do con#ecimento. + apoio de especialistas pode ir redu(indo as dist'ncias entre crianas normais e crianas com defici.ncia, os professores de apoio que trabal#am fora da sala de aula, com pequenos grupos de alunos, podem passar a dar apoio dentro dela. Este camin#o implica a organi(ao do trabal#o interagindo, solidariamente, os dois professores /normal e deensino especial0 assim, podem definir e construir a mel#or forma de trabal#arem. Algumas pessoas entendem que o apoio na sala de aula pode ter algumas conseqE.ncias negativas nas aprendi(agens, como por e&emplo, uma quebra de ateno por parte do aluno durante a reali(ao de uma tarefa, situa%es de discriminao, etc. ,o entanto, o ob$etivo fundamental criar mel#ores condi%es de aprendi(agem para todos os alunos, a presena de outros recursos na sala de aula, no caso um segundo professor, pode constituir uma a$uda importante. + aluno com necessidades especiais necessitar sempre de apoio e&tra aula, o apoio na sala de aula importante, mas no o suficiente, este deve ser alargado a outros espaos1ambientes.9omo podemos concluir uma escola direcionada para a educao especial conta com materiais, equipamentos e professores especiali(ados. + sistema regular de ensino precisa adaptar-se, caso dese$e ser inclusivo. 8o$e, $ se con#ecem mais escolas a adaptarem-se e a tornarem-se inclusivas. A criana com necessidades educativas especiais ou a sua famlia $ pode optar mais facilmente sobre onde pretende lecionar o aluno. )ara que o ensino especial nas escolas regulares se$a de qualidade e consiga atender !s diferenas individuais de cada criana.PEDAGOGA 7 PERODO - EDUCAO PARA PORTADORES DE NECESSDADES ESPECASA Educao Especial um componente curricular do 7 perodo do curso de Pedagogia que introduz voc no vasto e compsito universo das necessidades educativas especiais.A legislao brasileira estabelece o direito da pessoa com deficincia ao ensino regular, pblico e gratuito. Por isso, o estudante que se prepara ao exerccio do magistrio naeducao bsica deve estar apto a receber com respeito e profissionalismo todo e qualquer tipo de pessoa com necessidades educativas especiais.Este caderno de Educao Especial se divide em doze aulas. Na primeira aula, conheceremos o conceito e os princpios fundamentais da educao especial. Na segunda aula, observaremos a evoluo histrica das concepes sociais e educacionais sobre as pessoas com deficincia. Na terceira aula, teremos acesso s especificidades da deficincia fsica e da deficincia auditiva. Na quarta aula, aprenderemos a identificar e atender as deficincias visuais, mentais e sensoriais, a surdo-cegueira, o autismo e a sndrome de Down. Na quinta aula, estudaremos aspectos do atendimento educacional aalunos especiais. Na sexta aula, diferenciaremos os conceitos de incluso, integrao e segregao. Na stima aula, aprofundaremos aspectos relevantes da legislao brasileira vigente sobre educao inclusiva. Na oitava aula, apresentaremos a educao inclusiva como proposta alternativa de aprendizagem.Na nona aula, refletiremos sobre a escola como espao privilegiado para a aceitao das diferenas. Na dcima aula, conheceremos diretrizes e adaptaes curriculares para o atendimento da pessoa com deficincia. Na penltima aula, definiremos competncias especficas do professor envolvido em processos de incluso. Na ltima aula, enfim, mostraremos modelos de atendimento para o acompanhamento pedaggico do aluno com necessidades educativas especiais.Desejamos que voc tenha um bom aproveitamento e que este material contribua para o crescimento global do formador da educao bsica.EMENTAEducao Especial: conceitos, definies e princpios fundamentais. Panorama histrico das concepes sociais e educacionais com relao s pessoas com deficincia. Alunos com necessidades educacionais especiais: pessoas com deficincia. Atendimento educacional dos alunos com necessidades educacionais especiais. ncluso, integrao e segregao. Principais causas, preveno e deteco das deficincias. Estrutura, funcionamento e legislao da educao especial no Brasil. Proposta de incluso educacional e aceitao da diversidade. Deficincia e cidadania.O professor e o processo de incluso. Consideraes sobre currculo e adaptaes curriculares para atender alunos com necessidades especiais.OBJETIVOS Analisar a trajetria histrica da educao inclusiva no sistema educacional mundial e brasileiro. Apresentar conceitos e princpios da educao especial/inclusiva. Propiciar estudos sobre a construo da incluso a partir da educao. Propiciar estudos sobre os alunos com necessidades educativas especiais. Apresentar a importncia do educador frente educao inclusiva.CONTEDO PROGRAMTICO Constituio histrica da educao inclusiva no sistema educacional e brasileiro Conceitos gerais de educao inclusiva Aspectos histricos na perspectiva da educao inclusiva Alunos com necessidades educacionais especiais Escola inclusivaBIBLIOGRAFIA BSICAMAZZOTA, Marcos Jos Silveira. Educao especial no Brasil: histria e polticas pblicas. So Paulo: Cortez, 1999.PERRENOUD, Phillippe. Pedagogia diferenciada: das intenes ao. Porto Alegre: Artmed, 2001.RODRGUES, David (Org.). ncluso e educao, doze olhares sobre a educao inclusiva. n: CORREA, Luis de Miranda. Dez anos de Salamanca, Portugal e os alunos com necessidades educativas especiais. So Paulo: Summus Editorial, 2006.SLVA, Shirley; VZM, Marli. Educao Especial: mltiplas leituras e diferentes significados. So Paulo: Mercado das Letras, 2003.BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTARBRASL. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Especial. Educao inclusiva: atendimento educacional especializado para a Deficincia Mental. Braslia, 2005.______. Poltica nacional de educao especial. Braslia: SEESP, 2001.______. Secretaria de Educao Especial. Projeto Escola Viva. Garantindo o acesso e permanncia de todos os alunos na escola Alunos com necessidades educacionais especiais. Braslia, 2000.CARVALHO, Rosita E. A nova LDB e a educao especial. Rio de Janeiro: WVA, 1997.FERRERA, Elisa Caputo; GUMARAES, Marly. Educao inclusiva. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.GAO, Roberta; MENEGUETT, Rosa. Caminhos pedaggicos da educao especial. So Paulo: Vozes, 2004.LMA, P. A. Educao inclusiva e igualdade social. So Paulo: AVERCAMP, 2006.SASSAK, R. K. ncluso: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997.AULA 01Educao !"c#a$% co&c#'o!( d)#*!"+#&c,"#o! )u&da-&'a#!OBJETIVOSEsperamos que, ao final desta aula, voc seja capaz de: conhecer a educao especial no contexto educacional brasileiro, na perspectiva da incluso educacional e social.PR./RE0UISITOSPara um bom aproveitamento desta aula, voc precisa refletir sobre uma questo fundamental: embora tendo a mesma dignidade, as pessoas, de um ponto de vista fsico, social e cultural, no so iguais. H muitas diferenas entre os seres humanos, ao mesmo tempo em que todos tm o mesmo direito de serem tratados com igualdade. Essasdiferenas, longe de representar um problema, constituem uma enorme riqueza. O segredo saber respeit-las e compartilh-las. justamente disso que falaremos ao longo destas doze aulas que compem o nosso caderno de Educao Especial. Por isso, importante essa reflexo no incio da nossa jornada.INTRODU12ONesta aula, refletiremos sobre algumas definies de incluso, estudaremos a histria da educao inclusiva no mundo e no Brasil e abordaremos a educao inclusiva a partir da dimenso scio-cultural e poltica e do princpio da valorizao das diferenas no espao educacional.131 4#!'5+#a da ducao #&c$u!#6a &o !#!'-a ducac#o&a$ -u&d#a$7+a!#$#+oA sociedade que pensa a educao inclusiva somente em relao criana com necessidades especiais engana-se ao achar que todas as outras crianas j faam parte efetivamente do processo pedaggico. Nota-se que, mesmo com a apresentao e articulao das polticas inclusivas, h ainda no Brasil uma taxa de analfabetismo espantosa, evaso, repetncia escolar e a excluso dos que no aprendem no mesmo ritmo e da mesma forma que os outros.Para comear nossas reflexes sobre a histria da educao inclusiva, interessante analisar alguns conceitos.O surgimento do conceito de incluso, segundo Sassaki (2002, p. 16), recente devido adoo da filosofia da incluso social para modificar os sistemas sociais existentes. Sassaki (2002, p. 27) afirma que[...] imprescindvel dominarmos bem os conceitos exclusivistas para que possamos ser participantes ativos na construo de uma sociedade que seja realmente para todas as pessoas, independentemente de sua cor, idade, gnero, tipo de necessidade especial e qualquer outro atributo social.Portanto, a partir de alguns pontos de vista, a educao inclusiva pode ser considerada como Capacidade das escolas de atender a todas as crianas, sem qualquer tipo de excluso. Ou seja, incluso significa criar escolas que acolham todos os alunos, independentemente de suas condies pessoais, sociais ou culturais. Escolas que valorizem as diferenas dos alunos como oportunidades para o desenvolvimento dos estudantes assim como dos professores, em lugar de consider-las um problema a resolver. (BRASL, 2005, p. 35). Proviso de oportunidades eqitativas a todos os estudantes, incluindo aqueles com deficincias severas, para que eles recebam servios educacionais eficazes, com os necessrios servios suplementares de auxlios e apoios, em classe adequada idade, em escolas da vizinhana, a fim de prepar-los para uma vida produtiva como membros plenos da sociedade. (SASSAK, 2002, p. 122). Construo de uma escola aberta para todos, que respeita e valoriza a diversidade, desenvolve prticas colaborativas, forma leis de apoio incluso e promove a participao da comunidade. (BRASL, 2004, p. 1)A fundamentao de uma sociedade inclusiva est pautada em uma filosofia que reconhece e valoriza a diversidade, como caracterstica essencial constituio de qualquersociedade. Por meio desse princpio tico, apresenta-se a necessidade de se garantir o acesso e a participao de todos a todas as oportunidades, independentemente das peculiaridades de cada pessoa e/ou grupo social.Segundo Booth e Ainscow, citados por Brasil (2005, p. 41-42), as caractersticas da educao inclusiva podem ser resumidas da seguinte maneira: a educao implica em processos para aumentar a participao dos estudantes e reduzir sua excluso cultural, curricular e comunitria nas escolas locais; a incluso implica em reestruturar a cultura, as polticas e as prticas dos centros educacionais, para que possam atender diversidade dos alunos em suas respectivas localidades; a incluso se refere aprendizagem e participao de todos os estudantes vulnerveis que se encontram sujeitos excluso, no somente daqueles com deficincias ou rotulados como apresentando necessidades especiais; a diversidade no pode ser considerada um problema a resolver, mas sim uma riqueza para auxiliar na aprendizagem de todos; a educao inclusiva um aspecto da sociedade inclusiva.138 E'a"a! 9#!'5+#ca! da ducao #&c$u!#6aOs movimentos em busca de um mundo mais justo, em que todos tenham acesso educao, moradia, alimentao e sade, no so recentes. A seguir, mostraremos a trajetria de alguns movimentos que lutaram pelo direito de ser diferente, criando normas e acordos internacionais sobre educao de qualidade para todos.Brasil (2004, p. 10) confirma esses dados ao atestar queA deficincia foi, inicialmente, considerada um fenmeno metafsico, determinado pela possesso demonaca, ou pela escolha divina da pessoa para purgao dos pecados de seus semelhantes. Sculos da nquisio Catlica e, posteriormente, de rigidez moral e tica da Reforma Protestante contriburam para que as pessoas com deficincia fossem tratadas como a personificao do mal e, portanto, passveis de castigos, torturas e mesmo de morte. medida que conhecimentos na rea da Medicina foram sendoconstrudos e acumulados na histria da humanidade, a deficincia passou a ser vista como doena, de natureza incurvel, gradao de menor amplitude da doena mental.Do sculo :VI ao :I:, as pessoas com deficincias fsicas e mentais eram mantidas em confinamentos, pois vinham encaradas como um risco para o resto da sociedade. Viviam em conventos, albergues e asilos. Neste perodo, surge o primeiro hospital psiquitrico da Europa. As instituies desta poca, porm, ainda so concebidas como prises: no tm tratamento especializado ou programas educacionais.A "a+'#+ do !;cu$o ::( a! pessoas com necessidades especiais so vistas como cidados que tm direitos e deveres de participao na sociedade, embora segundo uma viso assistencial e filantrpica.A partir da dcada de 40, so criadas vrias instituies para o atendimento de necessidades especficas, como o Lar Escola So Francisco, a Fundao para o Livro do Cego (Dorina Nowill), a Sociedade Pestalozzi e o Centro sraelita de Assistncia ao Menor Ciam. O artigo 26 da Declarao Universal dos Direitos Humanos (1948) proclama, no art. 1, que toda a pessoa tem direito a uma educao gratuita, correspondente ao ensino elementar fundamental; que o ensino bsico deve ser obrigatrio e que o ensino tcnico e profissional deve ser generalizado. No art. 2, a Declarao estabelece que a educao deve visar plena expanso da personalidade humana e ao reforo dos direitos do homem e das liberdades fundamentais e que deve favorecer a compreenso, a tolerncia e a amizade entre todas as naes e todos os grupos raciaisou religiosos. O item 1 do artigo 27 proclama que toda pessoa tem o direito de tomar parte livremente na vida cultural da comunidade, de usufruir das artes e de participar doprogresso cientfico e dos benefcios que deste resultam. A Declarao apresenta a importncia da interligao entre liberdade e igualdade. Dessa maneira, a importncia da diversidade se impe como condio para o alcance da universalidade e da indivisibilidade dos direitos humanos (BRASL, 2004, p. 14).Em 1955, no Rio de Janeiro, com o apoio da Sociedade de Pestalozzi do Brasil, comeou a funcionar a primeira Associao de Pais e Amigos dos Excepcionais APAE, para crianas com deficincias. Entre os anos de 1954 a 1962, foram criadas dezesseis APAES no Brasil.Na d;cada d 31 D!a)#o! "a+a #&c$u#+A escola brasileira marcada pelo fracasso e pela evaso de uma parte expressiva dos seus alunos, que so deixados margem pelo insucesso e por no corresponderem s solicitaes do sistema educacional. O atendimento escolar desse tipo de alunos deveria adequar-se s suas necessidades e levar em conta que, muitas vezes, a excluso escolar produto de uma prvia excluso social.Trata-se, por vezes, de alunos que so vtimas das condies de pobreza em que vivem, em todos os sentidos (MANTOAN, 2003). Esses alunos que repetem vrias vezes a mesma srie so conhecidos, nas escolas, como sobra. A maioria deles chega a ser expulsa da escola ou evade. Segundo Mantoan (2003), as solues comumente praticadas para se mudar essa situao parecem no buscar as causas que geraram as dificuldades dos alunos. Muitas vezes no passam de medidas imediatistas, quando,no entanto, deveriam ser preventivas. Pretende-se resolver a situao a partir de aes que no buscam novas sadas e que no vo a fundo das causas geradoras do fracasso escolar. Esse fracasso continua sendo atribudo exclusivamente ao aluno, pois a escola reluta em admitir sua parcela de responsabilidade.Mantoan (2003, p. 28) atesta que a incluso total irrestrita[...] uma oportunidade que temos para reverter a situao da maioria de nossas escolas, as quais atribuem aos alunos as deficincias que so do prprio ensino ministrado por elas. Sempre se avalia o que o aluno aprendeu e o que ele no sabe. Mas raramente se analisa o que a escola ensina, de modo que os alunos no sejam penalizados pela repetncia, evaso, discriminao, excluso.Mantoan (2003) focaliza os questionamentos sobre a incluso a partir de trs pontos, que so o alvo de toda ao inclusiva que queira revitalizar a educao escolar: a questo identidade versus diferena; a questo legal; a questo das mudanas.>38 Id&'#dad versus d#)+&aAs propostas e as polticas educacionais sobre incluso consideram e valorizam verdadeiramente as diferenas na escola, ou seja, os alunos com deficincias e todos os outros alunos excludos?As propostas distinguem e apreciam as diferenas como condio para que exista progresso, transformao, ampliao e aprimoramento da educao?De acordo com Mantoan (2003, p. 30), ao se avaliar as propostas de incluso dentro das escolas, emergem freqentemente orientaes predominantemente conservadoras. Trata-se de atitudes de tolerncia e de respeito, que, muitas vezes, deixam transparecer certa superioridade e a concepo de que as diferenas sejam fixas, absolutamente estabelecidas, de tal maneira que no nos resta outro caminho que respeit-las. As deficincias so concebidas como inerentes pessoa, como se fossem um sinal inapagvel que s nos resta aceitar. De acordo com essa viso, foram criados ambientes educacionais, protegidos, separados e reservados a determinados indivduos, considerados diferentes.Para Mantoan (2003, p. 31),A diferena nesses espaos 'o que o outro ' ele branco, ele religioso, ele deficiente. Como nos afirma Silva (2000), o que est sempre no outro, que est separado de ns para ser protegido ou para nos protegermos dele. Em ambos os casos, somos impedidos de realizar e de conhecer a riqueza da experincia da diversidade e da incluso. A identidade o que se , como afirma o mesmo autor sou brasileiro, sou negro, sou estudante.Em uma dimenso analtica e transformadora, a tica vem respaldar a luta pela incluso escolar das pessoas e se ope ao conservadora que exclui os indivduos nos espaos educacionais ou sociais. Toda ao educativa deve apresentar como objetivo principal a convivncia com as diferenas. A aprendizagem uma experincia feita de relaes e de participao. A subjetividade do aprendiz , ao mesmo tempo, prvia e construda em grupo dentro da sala de aula.A incluso resultado de uma educao plural, democrtica e transgressora. causadora de crise de identidade escolar e institucional. Desestrutura tambm a identidade dos professores, provocando assim uma (re)significao da identidade do aprendiz. Mantoan (2003) afirma que o aprendiz da escola inclusiva outro sujeito, que no tem identidade presa a modelos ideais, imutveis e essenciais.O modelo educacional excludente, normativo e elitista desconstrudo a partir do direito diferena no espao social da escola. Segundo Mantoan (2003), necessrio reconhecer as culturas, a pluralidade, o aparecimento de outras manifestaes intelectuais, sociais e afetivas. Necessitamos estabelecer uma nova tica escolar, que nasce de uma conscincia ao mesmo tempo individual, social e, talvez, planetria. Ao pensar em uma cultura global e globalizada,Mantoan (2003, p. 33) afirma queParece contraditria a luta de grupos minoritrios por uma poltica identitria, pelo reconhecimento de suas razes como fazem os surdos, os deficientes, os hispnicos, os negros, as mulheres, os homossexuais. H, pois, um sentimento de busca das razes e de afirmao das diferenas. Devido a isso, contesta-se hoje a modernidade nessa averso pela diferena. necessrio refletirmos que nem toda diferena torna os indivduos inferiores uns aos outros. Precisamos ter conscincia de que h diferenas e igualdades.As pessoas tm suas particularidades. Nem tudo deve ser igual, nem tudo deve ser diferente. As pessoas, de acordo com Santos citado por Mantoan (2003), tm o direito de ser diferentes, quando a igualdade as descaracteriza, e o direito de ser iguais, quando a diferena as inferioriza.Voc pde conferir os desafios de um efetivo processo inclusivo em nossa sociedade e em nosso sistema escolar. Entre eles, a questo da identidade versus diferena e a questo legal que voc estudou na aula 2. Para quem avalia as estratgias de incluso no universo escolar, resulta claro que, na maioria dos casos, trata-se de tentativas conservadoras. Por isso, nesta aula, partimos do pressuposto de que, alm de conhecer os direitos dos alunos vinculados educao especial, precisamos, sobretudo, aprender a respeitar esses direitos de forma que de fato nossos alunos possam ser inclusos no sistema regular de ensino, sem prejuzos para a sua formao.REFERDNCIAS BIBLIOGRFICASBRASL. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Especial. Diretrizes Nacionaispara a Educao Especial na Educao Bsica. Braslia: MEC/SEESP, 2001.NEP. Provo 2001, cursos de Pedagogia. Disponvel em: . Acesso em: 22 jul. 2008.MANTOAN, Maria Teresa Eglr. ncluso Escolar: O que ? Por qu? O que fazer? So Paulo: Editora Moderna, 2003.AULA 0?D#6+!#dad( d)#c#E&c#ac#dadaaEsperamos que, ao final desta aula, voc seja capaz de: refletir sobre o papel da escola de acolher todas as diferenas, especialmente aquelas relacionadas s necessidades especiais.Para um bom aproveitamento desta aula, voc precisa conhecer a perspectiva conservadora no tratamento da deficincia e a questo identidade versus diferena, trabalhadas na aula oito. Com base nisso, voc poder estabelecer as devidas relaes entre mitos e verdades da educao inclusiva.Nesta aula, voc ter oportunidade de conhecer mitos e verdades da educao inclusiva, analisar a educao a partir de critrios sociais, culturais e polticos que influenciaram as transformaes do sistema educacional brasileiro.niciaremos pelos princpios de valorizao das diferenas e de incluso no espao educacional: um desafio para os sistemas de ensino e para a legislao especfica.?31 Educao #&c$u!#6a% -#'o!6+dad!Os mitos sempre fascinaram os indivduos e influenciaram sua existncia.Para Ferreira e Guimares (2003), os mitos consistem na transformao de acontecimentos histricos e de seus personagens para a categoria divina. So expresso de umarealidade original mais poderosa e importante, que governa a vida presente, o destino e os trabalhos da humanidade. Leia, a seguir, a histria do nascimento do deus grego Hefestos, filho de Hera. Essa histria uma demonstrao de como o ser humano se comporta diante de uma deficincia.A deusa Hera, pacientemente, esperou que nascesse o filho. To logo o examinou, sob a luz, tomada de expectativa e ansiedade, foi assolada pela mais profunda decepo:o pequeno Hefestos (Vulcano, nome latino de deus grego) era feio, disforme e coxo. Um beb com deficincia no lhe alegrava o corao, pois jamais ela teria coragem de apresentar aos deuses do Olmpio to horrenda criana. Envergonhada com o aspecto do filho, agarrou- o pela perna mais curta e atirou-o ao mar. Ao fim da longa queda, o deus chocou-se contra a superfcie rochosa da ilha de Lemos, ficando deficiente para sempre (FERRERA; GUMARES, 2003, p. 55).Talvez em decorrncia desse mito, na antiga Grcia, das crianas que nasciam com deficincias poucas sobreviviam: algumas eram abandonadas, outras, eliminadas. sso no era visto como um ato de crueldade, mas como o cumprimento das ordens dadas pelos deuses gregos.De acordo com Ferreira e Guimares (2003), o universo do homem simblico.O ser humano vive em grupos familiares, sociais, profissionais, e nesse convvio que se determinam suas atitudes, aes e reaes. A concepo antropolgica do grupo de pertena tem um peso considervel no desenvolvimento da nossa auto-imagem. O homem age na sociedade em consonncia com os papis sociais a ele atribudos. Ficaclaro, portanto, que certos preconceitos sociais, ainda que recusados com firmeza, exercem at hoje uma influncia profunda. Ferreira e Guimares (2003, p. 70) afirmam que os[...] grupos minoritrios negros, ndios, idosos e pessoas com deficincias so vistos no raro com reserva e distncia. desgastante ao extremo para qualquer ser humano enfrentar o "olhar pblico de sua diferena. Pior desgaste o constrangimento, causado por atitudes preconceituosas camufladas de excesso de zelo, como, por exemplo, a de impedir publicamente a curiosidade infantil a respeito de uma bengala ou uma cadeira de roda.A discriminao representa um peso social no s para a pessoa com deficincia, mas para toda a sociedade. As definies de incluso, vistas na aula anterior, sinalizam, em sua dimenso scio-histrica, a necessidade de aprofundar as dimenses da diversidade. sso implica na busca de compreender a heterogeneidade, as diferenas individuais e coletivas, as especificidades do ser humano e sobre tudo as diferentes situaes vividas na realidade social e no cotidiano escolar (BRASL, 2002, p. 11). Precisamos refletir sobre a diversidade na escola. De uma maneira tradicional a escola tem sido vista, em sua organizao, segundo critrios seletivos e classificatrios, em conseqncia do enfoque homogeneizador do ensino. sso se reflete em um modelo marcado pela uniformidade no emprego do currculo, a partir dos falsos pressupostos deque todos os alunos sejam iguais, aprendam da mesma maneira e tenham um mesmo ritmo de aprendizagem. Por conseguinte, o aprendiz que no se adapta metodologia da escola e ao currculo proposto deixado margem, discriminado, muitas vezes afastado da escola ou encaminhado a especialistas com os mais variados rtulos. Tendo em vista essa atitude discriminante e excludente, a escola tem contribudo muito mais para aprofundar as desigualdades do que para resolv-las (BRASL, 2005, p. 37).Precisamos pensar a incluso numa perspectiva humana e scio-cultural que procura enfatizar formas de interao positivas. Precisamos olhar as possibilidades, proporcionar apoio s dificuldades, acolher as necessidades, atender todos sem nenhum tipo de discriminao. Esse trabalho deve ser feito atravs de parcerias com os pais, os alunos e a comunidade escolar, buscando sempre informaes para que o processo de ensino e aprendizagem realmente atenda as reais necessidades dos aprendizes, visando uma incluso de todos no processo educacional.Surge ento a necessidade de se compreender quais seriam as reais dificuldades que os alunos com necessidades educacionais especiais encontram na classe comum, ou seja, nas salas de aula do ensino regular. Com o propsito de igualar as oportunidades para todos, visando a uma educao realmente inclusiva, os sistemas educacionais necessitam passar por reformas reais. Sua estrutura e sua organizao devem ser flexibilizadas, tanto no que se refere s formas de incluso como ao currculo escolar.A escola e a sociedade, ao pensar num processo inclusivo que atenda a diversidade humana, no devem enfatizar as desvantagens ou deficincias do educando, mas sim a maneira de melhor compreender o contexto educacional em que se manifestam as dificuldades, tornando mais adequado e acessvel o currculo.Somente quando o sistema educacional conseguir um ajuste real, para melhor compreender o contexto escolar, que estar assegurando o direito de todos a uma educaode qualidade. Nesse sentido, o recolhimento e a abordagem da diversidade constituem o ponto de partida para evitar que as diferenas se transformem em desigualdades e desvantagens entre os alunos. (BRASL, 2005, p. 37)Ainda referindo-se ao atendimento diversidade humana dentro do espao escolar, Brasil (2005) sinaliza alguns princpios, entre os quais, destacam-se os que apresentamos a seguir. Personalizao, em lugar de padronizao, para distinguir as diferenas individuais, sociais e culturais de cada aluno inserido no espao escolar.A ao educacional se norteia a partir da diversidade, numa prtica pedaggica personalizada. Resposta diversificada, em lugar de resposta uniforme, para adaptar os processos de ensino e aprendizagem e o currculo escolar s diferentes situaes iniciais. Heterogeneidade, em lugar de homogeneidade, para educar com embasamento em valores de respeito e aceitao.?38 Po$,'#ca d #&c$u!o% #-"$#ca*!co&'+ad#*!O comeo das discusses sobre a poltica educacional de incluso ocorreu em 1990, na Tailndia (Carta de Jomtin). Em 1993, essas discusses tomaram fora no Plano Nacional de Educao para Todos. A Declarao Mundial de Educao para Todos prope uma educao destinada a satisfazer as necessidades bsicas de aprendizagem, o desenvolvimento pleno das potencialidades humanas, a melhoria da qualidade de vida e do conhecimento e a participao do cidado na transformao cultural de sua comunidade (art. 1, Declarao de Educao para todos, citado por Brasil, 2000, p. 12).Outro importante acontecimento que trouxe modificaes relevantes na educao especial, no que se refere s questes poltico-educacionais de incluso, foi a Declarao de Salamanca de 1994, que apresentou como meta a incluso de todas as crianas, inclusive das crianas com deficincias graves ou com dificuldades de aprendizagem, noensino regular. O desafio maior das escolas propor uma prxis pedaggica que atenda as especificidades de aprendizagem ou deficincias. O problema, porm, est nas propostas metodolgicas inadequadas que se configuram no espao educacional. A escola necessita refletir sobre sua prtica pedaggica, questionar seus projetos poltico-pedaggicos com olhar crtico, verificando sua concepo de diversidade.De acordo com Brasil (2000, p. 12), as manifestaes sobre incluso consideram necessria uma poltica que tenha como objetivo a modificao do sistema, a organizao ea estrutura do funcionamento educativo e a diversidade como eixo central no processo de aprendizagem na classe comum.A mudana de entendimento ao que se refere o documento respalda-se na confiana de que as mudanas estruturais, organizacionais e metodolgicas podero atender s necessidades educativas e favorecer todos os estudantes, independentemente de apresentarem algum tipo de deficincia.No projeto poltico-pedaggico da escola, necessrio que fique explcito o compromisso da escola sobre o processo de ensino-aprendizagem, com provimento de recursos pedaggicos especiais necessrios, apoio aos programas educativos e capacitao de recursos pedaggicos especiais para atender as diversidades dos alunos (DNEEEB, 2001, p. 27 citado por BRASL, 2000).Voc teve a oportunidade de conhecer a discusso realizada acerca dos mitos e das verdades da educao inclusiva, bem como analisar a educao inclusiva em uma perspectiva social, cultural e poltica, que oferece suporte para as transformaes no ensino educacional brasileiro.REFERDNCIAS BIBLIOGRFICASBRASL. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Especial. Educao inclusiva: atendimento educacional especializado para a Deficincia Mental. Braslia: 2005.______. Secretaria da Educao Especial. Estratgias e orientaes pedaggicas para a educao de crianas com necessidades educacionais especiais: introduo. Braslia: 2002.______. Projeto Escola Viva. Garantindo o acesso e a permanncia de todos os alunos na escola - Alunos com necessidades educacionais especiais. Braslia, 2000.FERRERA, Elisa Caputo; GUMARAES, Marly. Educao inclusiva. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.AULA 10Ada"'a*! cu++#cu$a+! "a+a a$u&o! co- &c!!#dad! !"c#a#!Esperamos que, ao final desta aula, voc seja capaz de: apreciar panoramicamente as polticas afirmativas das diretrizes curriculares para alunos com necessidades especiais.Voc ter mais facilidade no acompanhamento desta aula se retomar as disciplinas de Currculo e Conhecimento (2 perodo) e Currculo e Programas (3 perodo), bem como as Diretrizes Nacionais para a Educao Especial na Educao Bsica disponveis no stio do MEC: . Sugerimos tambm a leitura da Lei n. 9.394/96, que estabelece as diretrizes e as bases da educao nacional.Nesta aula, voc ter a oportunidade de estudar as diretrizes curriculares: polticas afirmativas para que de fato acontea uma prtica de educao inclusiva.Depois, faremos uma anlise das diretrizes nacionais para a educao especial na educao bsica. Estudaremos como avaliar a diversidade humana e o espao escolar e proporemos o estudo de casos para uma melhor compreenso do espao escolar.1031 D#+'+#J! cu++#cu$a+!% "o$,'#ca! a)#+-a'#6a!Educar na diversidade exige um currculo aberto, com propostas diversificadas e flexveis quanto organizao e ao funcionamento das instituies educacionais para atender a demanda diversificada dos alunos. O currculo deve propiciar incluso de todos os aprendizes e necessita ser adequado s reais necessidades, capacidades e diferenas individuais de todos os alunos.Essa adequao deve ser concebida como um componente vivo da educao para todos que tm por finalidade flexibilizar a prtica educacional para proporcionar o progresso do educando em funo de suas necessidades educacionais (BRASL, 2002). O currculo o resultado da seleo e organizao de contedos culturais a serem trabalhados em ambientes de ensino e aprendizagem, sob forma de componentes, atividades, experincias e avaliaes.Os princpios que devero fundamentar os currculos das escolas encontram- se nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental (Parecer CEB n. 4/98). A escola deve nortear suas aes pedaggicas com base em trs ordens de princpios:a) os princpios ticos da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum;b) os princpios polticos dos direitos e deveres de cidadania, do exerccio da criticidade e do respeito ordem democrtica;c) os princpios estticos da sensibilidade, da criatividade e da diversidade de manifestaes artsticas e culturais.Voc sabe que o currculo educacional pode ser concebido a partir de vrias teorias. A concepo tradicional e tecnicista pensa e faz a escola segundo uma racionalidade burocrtica e tcnica. A concepo crtica articula-se em movimentos e tendncias das dcadas de 60 e de 70: a nova Sociologia da Educao, originada na nglaterra; a proposta de educao problematizadora de Paulo Freire, no Brasil; a crtica de Louis Althusser em sua obra A ideologia e os aparelhos ideolgicos de Estado; as teorias da reproduo social, de Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron; o movimento de reconceptualizao, originado nos Estados Unidos. Com certeza, voc se lembra dos estudos sobre essas teorias, realizados nas disciplinas de Currculo e Conhecimento (2 perodo) e de Currculo e Programas (3 perodo). O nosso objetivo aqui relembrar que o currculo teve uma histria importante para os espaos educacionais e sociais e para a sua abertura diversidade. Ao longo dessa histria, houve uma preocupao crescente em funo da existncia do outro, das suas diferenas, das suas diversidades e da multiculturalidade. Admitir o outro reconhecer a existncia de outras leituras da realidade; negar a diferena persistir em assumir o outro como inimigo. O sujeito hegemnico possui em sua base identitria uma s linguagem, um nico sistema de leitura da realidade. Suas posturas tericas reivindicam a propriedade exclusiva da verdade.As diretrizes curriculares em uma perspectiva inclusiva proporcionaro, ento, uma interao entre escola, sociedade e cultura, em que uma estar interligado outra, como mostra o figura a seguir.?38 Mod$o d a'&d#-&'o Q d#6+!#dad &o! a-7#&'! ducac#o&a#!Um modelo de atendimento diversidade exige apoios, na maioria das vezes, indiretos, dentro da sala de aula. S em casos excepcionais que os apoios devem ser prestados fora das classes regulares. No modelo inclusivo, o aluno atendido conforme suas caractersticas e necessidades individuais, levando em conta trs nveis de desenvolvimento essenciais: o acadmico, o socioemocional e o pessoal (CORREA citado por RODRGUES, 2006). Veja a figura a seguir.Dessa maneira, o discurso educacional, segundo Correia citado por Rodrigues (2006, p. 256), tem como objetivo primordial responder s necessidades especficas dos aprendizes nos espaos educacionais, fundamentando-se em trs parmetros distintos que permitem aos alunos corresponder, na medida do possvel, s solicitaes do currculo comum do ano que freqentam. Os problemas, assim, podem ser analisados como emergentes de fatores sociais (pobreza, expectativas famlia/escola, diferenas culturais); dos ambientes de aprendizagem (ensino inadequado, recursos materiais insuficientes, recursos humanos inexistentes); de peculiaridades individuais. Neste caso, devem-se identificar e avaliar as necessidades educativas especiais de cada aluno, por meio de observaes e avaliaes pontuais.Por meio desse discurso educacional inclusivo, os parmetros tornam-se integrados, apresentando desta maneira em seu modelo respostas diversidade.No art. 3 da Resoluo n. 2, de 11 de dezembro de 2001, educao especial uma modalidade da educao escolar e[...] um processo educacional definido por uma proposta pedaggica que assegure recursos e servios educacionais especiais, organizados institucionalmente para apoiar, complementar, suplementar e, em alguns casos, substituir os servios educacionais comuns, de modo a garantir a educao escolar e promover o desenvolvimento das potencialidades dos educandos que apresentam necessidades educacionais especiais, em todas as etapas e modalidades da educao bsica.?3B D#+'+#J! &ac#o&a#! "a+a a ducao !"c#a$ &a ducao7R!#ca R!o$uo &3 8( d 11 d !'-7+o d 8001Veremos agora como as escolas devem efetivar as necessrias adaptaes curriculares para realizar uma verdadeira educao inclusiva. Nosso referencial ser a Resoluo 2/01 que estabelece as diretrizes nacionais de educao especial na rede regular de ensino.A Resoluo 2/01 prev que o atendimento escolar dos alunos com necessidades educacionais especiais tenha incio na educao infantil, em creches e pr-escolas, assegurando servios de educao especial sempre que se evidencie a necessidade de atendimento educacional especializado.Os sistemas de ensino tm obrigao de matricular todos os alunos. As escolas no podem recusar a matrcula de um aluno com deficincia, alegando no possuir estrutura para atend-lo, mas devem organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condies necessrias para uma educao de qualidade para todos.Todo sistema de ensino deve destinar recursos humanos, materiais e financeiros criao de um setor de educao especial, responsvel pela poltica inclusiva da escola.As necessidades educacionais especiais dos alunos so avaliadas durante o processo de ensino e aprendizagem, em classes regulares, a partir de assessoramento tcnico do setor de educao especial, da experincia do corpo docente, da direo, da coordenao, da orientao e da superviso educacional, dos servios de sade, da assistncia social e da colaborao da famlia.A estrutura organizativa da escola deve apresentar projetos poltico-pedaggicos, currculos, metodologias de ensino e recursos didticos flexveis, com capacidade de contemplar e atender as diferenas.Apesar de a educao especial ser fornecida em classes regulares de ensino, nos casos em que for necessrio, no se despensa o apoio pedaggico especializado, mediante professores especializados em educao especial, professoresintrpretes de linguagens e cdigos aplicveis, professores e outros profissionais itinerantes intra e interinstitucionalmente, outros apoios necessrios aprendizagem, locomoo e comunicao.O calendrio letivo tambm deve gozar de uma relativa flexibilizao, de forma que alunos com deficincia mental ou com graves deficincias mltiplas possam concluir em tempo maior o currculo previsto, evitando-se grande defasagem entre a idade do aluno e a srie cursada.Em casos excepcionais em que certos alunos apresentem dificuldades acentuadas de aprendizagem ou condies de comunicao e sinalizao diferenciadas dos demais alunos e demandem ajudas e apoios intensos e contnuos, as escolas podem criar, extraordinria e transitoriamente, classes especiais. A partir da observao e avaliao dodesenvolvimento apresentado pelo aluno, a equipe pedaggica da escola e a famlia devem decidir o momento mais adequado para o retorno classe comum.Em casos ainda mais excepcionais, quando as necessidades especiais de certos alunos requeiram ateno individualizada, recursos, ajudas e apoios intensos e contnuos, bem como adaptaes curriculares to significativas que a escola comum no consiga prover, a lei permite o atendimento em escolas especiais.Aqui tambm, a partir da observao e avaliao por parte da equipe pedaggica e da famlia do aluno, deve-se decidir o momento mais adequado para a insero ou reinsero do aluno com necessidades especiais na rede regular de ensino.No processo de adaptao que a escola persegue com relao s necessidades especiais de seus alunos, no esprito de uma educao realmente inclusiva assim como preconizada atualmente pelo MEC, incluem-se padres arquitetnicos mnimos de acessibilidade e utilizao de linguagens e cdigos aplicveis, como o sistema Braille e a lngua de sinais.Concluindo esta aula, podemos questionar se as escolas que ns conhecemos esto preparadas para acolher e atender as necessidades de cada caso, sem excluir ningumdo processo educacional. Embora com dificuldades de natureza financeira e de capacitao profissional, cabe a cada escola trabalhar de acordo com a realidade do seu alunado para uma aprendizagem realmente significativa e inclusiva.Vimos que uma poltica inclusiva no pode limitar-se insero fsica das pessoas com necessidades especiais nas salas regulares de ensino. Deve-se, de fato, promover uma reestruturao das concepes curriculares de ensino e at dos espaos fsicos e das metodologias de ensino. Deve-se repensar a escola.Por isso, estudamos, nesta aula, as tendncias curriculares contemporneas e o tratamento dado diversidade pelas Diretrizes Nacionais para a Educao Especial na Educao Bsica, institudas mediante a Resoluo 2/01.REFERDNCIAS BIBLIOGRFICASBRASL. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Especial. Educao inclusiva: atendimento educacional especializado para a Deficincia Mental. Braslia, 2005.______. Secretaria da Educao Especial. Estratgias e orientaes pedaggicas para a educao de crianas com necessidades educacionais especiais: ntroduo. Braslia: 2002.______. Ministrio da Educao e do Desporto. Conselho Nacional de Educao. Parecer CNE/CEB 4/98. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. Disponvel em: < http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/PCB04_1998.pdf>. Acesso em: 30 ago. 2008.AULA 11O "+o)!!o+o "+oc!!o d #&c$u!oEsperamos que, ao final desta aula, voc seja capaz de: compreender a importncia de uma formao especfica para o atendimento educacional diferenciado.Para um bom aproveitamento desta aula, voc precisa conhecer a discusso sobre adaptao curricular para alunos com necessidades especiais, realizada na aula 10. De fato o primeiro passo a ser dado no processo formativo de um professor que atua em processos de incluso a compreenso das especificidades da rea e a aquisio de uma nova conscincia de incluso.Nesta aula, discutiremos a urgente necessidade de criar uma formao especfica e especializada para os processos educativos inclusivos, os requisitos essenciais que um professor deve possuir para ser reconhecidamente capaz de trabalhar com pessoas com necessidades educacionais especiais em ambientes regulares de ensino e as baseslegislativas em que se respalda a educao inclusiva.1131 Fo+-ao d ducado+! &a ducao #&c$u!#6a% co&!'+u#&do a7a! d 'odo "+oc!!oAnalisar a incluso dos indivduos e das diversidades na rede regular de ensino brasileiro nos leva a refletir primeiramente sobre a relao entre a formao do educador e asprticas pedaggicas contemporneas. Tambm nos obriga a pensar a formao desse educador para atuar em uma nova concepo de educao que visa igualdade de oportunidades e qualidade nos servios ofertados a todos os aprendizes.A formao dos professores torna-se necessria diante dos novos cenrios da educao inclusiva. Percebe-se que um dos maiores dilemas da educao inclusiva ainda a formao inicial dos educadores, que, em muitos casos, deparam-se com situaes inusitadas em sala de aula, onde muitos alunos no correspondem aos padres de ensino e aprendizagem da escola. Um dos problemas apresentados pelos educadores que, em sua formao inicial, no tiveram componentes curriculares de educao inclusiva e conhecimentos sobre as necessidades educacionais especiais dos alunos.As principais dificuldades no campo da educao especial so relativas a uma formao inadequada dos recursos humanos. Existe, portanto, uma necessidade urgente de repensar e redesenhar as bases curriculares da formao inicial e da formao continuada de educadores e outros profissionais vinculados ao mundo da educao especial. Outro dilema no processo de incluso o volumoso nmero de alunos em sala e a falta de recursos para sustentao da prtica pedaggica.A Resoluo 2/01, como vimos na aula 10, institui diretrizes nacionais para a educao especial na educao bsica e ressalta que cabe aos sistemas de ensino estabelecer normas para seu funcionamento, elaborar seu projeto poltico-pedaggico e contar com professores capacitados e especializados. So considerados hbeis a atuar em classes comuns com alunos que apresentam necessidades educacionais especiais aqueles que comprovem que, em sua formao, tiveram componentes curriculares relativas educao especial. Tais professores devem ser competentes em flexibilizar a ao pedaggica nas diferentes reas de conhecimento, de modo adequado s necessidades especiais de aprendizagem; avaliar continuamente a eficcia do processo educativo para o atendimento de necessidades educacionais especiais; atuar em equipes multidisciplinares, inclusive com professores especializados em educao especial.So considerados professores especializados em educao especial aqueles que sabem identificar as necessidades educacionais especiais, para definir, implementar, liderare apoiar a implementao de estratgias de flexibilizao, adaptao curricular, procedimentos didtico-pedaggicos e prticas alternativas, adequados ao atendimentos das mesmas, bem como trabalhar em equipe, assistindo o professor de classe comum nas prticas que so necessrias para promover a incluso dos alunos com necessidades educacionais especiais.Os professores especializados em educao especial devero comprovar formao em cursos de licenciatura em educao especial ou em uma de suas reas, preferencialmente de modo concomitante e associado licenciatura para educao infantil ou para os anos iniciais do ensino fundamental; complementao de estudos ou ps-graduao em reas especficas da educao especial.Aos professores que j esto exercendo o magistrio devem ser oferecidas oportunidades de formao continuada, inclusive em nvel de especializao, pelas instncias educacionais federais, estaduais ou municipais.A Libras deve ser inserida como componente curricular obrigatria nos cursos de formao de professores para o exerccio do magistrio. Alm disso, a legislao brasileira (Decreto n. 5.626/05; Lei n. 10.098/00) estabelece que a Libras deve ser ofertada como componente curricular optativa nos demais cursos de educao superior e na educao profissional.A formao de docentes para o ensino de Libras nas sries finais do ensino fundamental, no ensino mdio e na educao superior deve ser realizada em nvel superior, em curso de graduao de licenciatura plena em Letras: Libras ou em Letras: Libras/Lngua Portuguesa.Somente com a realizao de aes desse tipo, o profissional da educao estar realmente habilitado para educar na diversidade.Essa preocupao com os profissionais que atuam nas salas de aula regular ou nas salas de recursos veio ao encontro das reais necessidades tanto dos professores como dos alunos. Observa-se, atualmente, nas escolas regulares do nosso Pas, um grande nmero de alunos com perdas auditivas severas que pode, assim, beneficiar-se dessas medidas formativas e educacionais previstas nos textos legislativos.Vimos que existe uma demanda crescente de formao especfica para a incluso. Tratamos dos requisitos necessrios a um formador que queira trabalhar na perspectiva da incluso das diferenas. Observamos como tudo isso se apia numa base legislativa peculiar e em polticas pblicas prprias.AULA 18Educao #&c$u!#6a% -oda$#dad d &!#&oEsperamos que, ao final desta aula, voc seja capaz de: conhecer os modelos de atendimento existentes para acompanhamento pedaggico do aluno com necessidades educativas especiais.Para um bom aproveitamento desta aula, voc precisa conhecer os tipos de deficincias que compem o vasto universo das necessidades educativas especiais.Para isso, pode retornar s aulas trs e quatro deste caderno, em que estudamos, respectivamente, as deficincias fsica, auditiva e auditiva sensorialneural e as deficinciasvisuais, mentais e sensoriais, a surdo-cegueira, o autismo e a sndrome de Down.A partir do momento em que diagnosticado que o indivduo em fase escolar tem necessidades educativas especiais, deve-se ficar atento a qual tipo de atendimento esse educando ter, pois a garantia de sucesso em sua aprendizagem depende do acompanhamento pedaggico adequado. Nesta aula, conheceremos algumas modalidades de atendimento oferecidas a alunos com necessidades educativas especiais.1831 O+FaJao do a'&d#-&'o &a +d +Fu$a+ d &!#&oA escola regular, ao viabilizar a incluso de alunos com necessidades especiais, deve promover a organizao de classes comuns e de servios de apoio pedaggico especializado. Extraordinariamente, pode promover a organizao de classes especiais, para atendimento em carter transitrio.1838 Moda$#dad! d &!#&oOs servios de apoio pedaggico especializado ocorrem no espao escolar e envolvem professores com diferentes funes. Vejamos a seguir as modalidades de ensino praticveis no ensino regular.183831 C$a!! co-u-A classe comum um servio que se efetiva por meio do trabalho de equipe, abrangendo professores da classe comum e da educao especial, para o atendimento s necessidades educacionais especiais dos alunos durante o processo de ensino e aprendizagem. Pode contar com a colaborao de outros profissionais, como os psiclogos escolares.Na organizao das classes comuns, faz-se necessrio prever:a) professores das classes comuns e da educao especial, capacitados e especializados para o atendimento s necessidades educacionais especiais dos alunos;b) alunos com necessidades educacionais especiais distribudos pelas vrias classes, de modo que essas classes comuns se beneficiem das diferenas e ampliem positivamente as experincias de todo os alunos, dentro do princpio de educar para a diversidade;c) currculos flexveis e adaptados que considerem o significado prtico e instrumentaldos contedos bsicos, metodologias de ensino e recursos didticos diferenciados, processos de avaliao adequados ao desenvolvimento dos alunos que apresentam necessidades educacionais especiais;d) servios de apoio pedaggico especializado: apoios necessrios aprendizagem, locomoo e comunicao, na classe comum; equipamentos e materiais especficos,nas salas de recursos;e) avaliao pedaggica durante o processo de ensino e aprendizagem, inclusive para identificao das necessidades educacionais especiais e a eventual indicao dos apoios pedaggicos adequados;f) temporalidade flexvel do ano letivo, para atender s necessidades educacionais especiais de alunos com deficincia mental ou graves deficincias mltiplas, de forma que possam concluir em tempo maior o currculo previsto, evitando-se grande defasagem idade/srie;g) condies para reflexo, ao e elaborao terica da educao inclusiva, articulando experincia e conhecimento com as necessidades/ possibilidades surgidas na relao pedaggica, inclusive por meio de colaborao com instituies de ensino superior e de pesquisa;h) uma rede de apoio interinstitucional que envolva profissionais das reas da Sade e da Assistncia Social, por meio de convnios com organizaes pblicas ou privadas;i) atividades que favoream o aprofundamento e o enriquecimento de aspectos curriculares aos alunos que apresentam superdotao, de forma que sejam desenvolvidas suas potencialidades, permitindo-lhes concluir em menor tempo a educao bsica.Para atendimento educacional aos superdotados, necessrio: organizar os procedimentos de avaliao pedaggica e psicolgica de alunos com caractersticas de superdotao; prever a possibilidade de matrcula do aluno em srie compatvel com seu desempenho escolar, levando em conta, igualmente, sua maturidade scioemocional; cumprir a legislao no que se refere: ao atendimento suplementar para aprofundar e/ou enriquecer o currculo; acelerao ou ao avano, regulamentados pelos respectivos sistemas de ensino, permitindo, inclusive, a concluso da educao bsica em menor tempo; ao registro do procedimento adotado em ata da escola e no dossi do aluno; incluir, no histrico escolar, as especificaes cabveis; incluir o atendimento educacional ao superdotado nos projetos pedaggicos e regimentos escolares, inclusive por meio de convnios com instituies de ensino superior e com outros segmentos da comunidade.As escolas de educao bsica devem constituir parcerias com instituies de ensino superior com vistas identificao de alunos que apresentem altas habilidades/superdotao, para apoiar o prosseguimento de estudos no ensino mdio e no ensino superior, inclusive mediante a oferta de bolsas de estudo, destinando-se talapoio prioritariamente queles alunos que pertenam aos estratos sociais de baixa renda.183838 Sa$a d +cu+!o! -u$'#)u&c#o&a#!A sala de recursos multifuncionais um servio de natureza pedaggica, conduzido por professor especializado, que suplementa (no caso dos superdotados) e complementa(para os demais alunos) o atendimento educacional realizado em classes comuns da rede regular de ensino. Esse servio realiza-se na escola, em local dotado de equipamentos e recursos pedaggicos adequados s necessidades educacionais especiais dos alunos, podendo estender-se a alunos de escolas prximas, nas quais no exista essa modalidade de atendimento.Pode ser realizado individualmente ou em pequenos grupos, para alunos que apresentem necessidades educacionais especiais semelhantes, em horrio diferente daquele em que ocorre a freqncia da classe comum.18383B C$a!! !"c#a$A classe especial uma sala de aula em escola comum. Nesse tipo de atendimento o professor de educao especial utiliza mtodos, tcnicas, procedimentos didticos e recursos pedaggicos especializados, visando a desenvolver o currculo com a flexibilidade necessria s condies especficas de cada aluno. importante lembrar que o atendimento especializado um direito do aluno com necessidades educativas especiais, paralelamente sua incluso na classe comum do ensino regular. A educao inclusiva um processo gradativo que permite aos sistemas se adequarem paulatinamente nova realidade educacional, construindo prticas institucionais e pedaggicas que garantam qualidade de ensino a todos os alunos.Respeitar a diversidade significa dar oportunidades a todos de aprender os mesmos contedos, com as necessrias adaptaes em relao a eventuais deficincias.sso no significa elaborar atividades mais fceis para quem apresenta necessidades especiais, mas levar em conta as dificuldades de cada um, para que haja um desenvolvimento sadio e gradativo das competncias e habilidades de cada aluno.183B I&'F+ao da! -oda$#dad! d &!#&oVale ressaltar que as modalidades de atendimento aqui discutidas so de fundamental importncia para o desenvolvimento do aluno com necessidades educativas especiais e devem ser previstas no projeto poltico- pedaggico. Esse, por ser a matriz do trabalho escolar, deve ser elaborado por todos os segmentos da organizao escolar: gestores, educadores, funcionrios, alunos e pais. O projeto define o tipo de sociedade e o tipo de cidado que se pretende formar.Por ter carter poltico e cultural, deve ser construdo no mbito da escola, observando as necessidades educativas especiais dos alunos para que a organizao dos atendimentos educacionais possa de fato dar respostas pedaggicas condizentes diversidade existente na escola.A escola inclusiva um espao de construo de cidadania e de convivncia social do ser humano, durante as primeiras fases de seu desenvolvimento. Ela tem papel primordial no desenvolvimento da conscincia dos direitos e deveres do cidado, j que na escola que a criana e o adolescente comeam a conviver num coletivo diversificado, fora do contexto familiar.O que se espera de uma escola inclusiva? Que reconhea os direitos de seus educandos; que respeite a diversidade; que cada criana receba aquilo de que precisa; que ensine aos surdos, a lngua de sinais; que oferea s pessoas com dificuldades motoras tecnologias de educao alternativas, s pessoas com problemas de aprendizagem, jogos coloridos e muita repetio, aos cegos, BRALLE, e a todos o direito de aprender com modalidades e ritmos prprios.Verificamos que, alm do atendimento em classe comum, o aluno com necessidades educacionais especiais pode receber outros tipos de acompanhamento pedaggico e ser atendido em classes especiais e em salas de recursos multifuncionais.Assim pode-se evitar a mazela do fracasso escolar que tanto desestimula nossos alunos.PROFA. VONETE MARA DE SOUZA SAMPAO- MARO 2012 Pgina 82