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Danyel Bueno Dalto EFEITO DE DIETAS CONTENDO PLASMA SANGUÍNEO DESIDRATADO NA RECUPERAÇÃO DE LEITÕES LEVES AO DESMAME Londrina 2011

EFEITO DE DIETAS CONTENDO PLASMA SANGUÍNEO · PDF fileAos residentes do laboratório de Patologia Clínica e Anatomia Patológica do Hospital Veterinário ... Fisiologia do desmame

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Danyel Bueno Dalto

EFEITO DE DIETAS CONTENDO PLASMA

SANGUÍNEO DESIDRATADO NA RECUPERAÇÃO

DE LEITÕES LEVES AO DESMAME

Londrina

2011

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Danyel Bueno Dalto

EFEITO DE DIETAS CONTENDO PLASMA

SANGUÍNEO DESIDRATADO NA RECUPERAÇÃO

DE LEITÕES LEVES AO DESMAME

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-

Graduação em Ciência Animal, da

Universidade Estadual de Londrina, como

requisito à obtenção do título de mestre

Orientador: Prof. Dr. Caio Abércio da Silva

Londrina

2011

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Candidato:

Danyel Bueno Dalto

Título da Dissertação:

EFEITO DE DIETAS CONTENDO PLASMA

SANGUÍNEO DESIDRATADO NA RECUPERAÇÃO

DE LEITÕES LEVES AO DESMAME

Comissão Examinadora:

Prof. Caio Abércio da Silva - Universidade Estadual de Londrina / CCA

Prof. Dra. Ana Maria Bridi – Universidade Estadual de Londrina / CCA

Prof. Dr. Emerson José Venâncio – Universidade Estadual de Londrina / CCB

Londrina

2011

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Ofereço

A meus pais, Sergio e Sara, pelo amor, incentivo, apoio e dedicação de uma vida inteira e

por estarem sempre ao meu lado ao longo dessa trajetória.

Dedico

Aos meus avós Antônio, Inez, Manoel e Rosa.

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Agradecimentos

A Deus pela minha vida e por todos os obstáculos e desafios tive que passar, pois sem eles

não teria chegado até aqui e não saberia dar valor ao que realmente importa;

A minha família pelo amor e pelo apoio incondicional em todos os momentos;

A minha namorada Luiene pelo grande apoio, dedicação, companheirismo, amor e carinho

durante todo esse tempo que estamos juntos;

Ao Professor Dr. Caio Abércio da Silva, pela amizade e orientação, não apenas durante a

realização deste trabalho, mas também durante toda a graduação, sempre me estimulando a

ir além;

À professora dra. Ana Maria Bridi, pelos conselhos e pela colaboração na realização das

análises estatísticas;

À Professora Dra. Ana Paula Bracarense, Professora Dra. Renata Katsuko T. Kobayashi e

ao Professor Dr. Emerson José Venâncio pelo apoio e pelo auxílio durante as análises

laboratoriais;

Aos residentes do laboratório de Patologia Clínica e Anatomia Patológica do Hospital

Veterinário da UEL;

Aos colegas do Laboratório de Imunologia do CCB/UEL, pela ajuda durante as análises

imunológicas;

Ao Professor Dr. Amauri Alfieri pela dedicação ao curso de Pós-Graduação em Ciência

Animal;

As secretárias Helenice e Sandra, sempre muito prestativos e atenciosos;

Aos funcionários da Fazenda Escola: Pedro Dias, Mauro Inocêncio da Silva, Gilberto

Inácio da Silva, Jorge Jacinto, Antônio Dias e José Aparecido de Azevedo pela ajuda não

apenas durante o experimento, mas por toda ajuda durante a graduação, sendo sempre

muito atenciosos e responsáveis;

Aos estagiários Álvaro (Toro), Jamile, Valéria, Gabi, Nayara, Kelita, Aline Marçal, Fábio,

Patrícia, Nathália e aos hoje pós-graduandos Luiene, Aline, Eduardo, David e aos colegas

de pós-graduação Marina, Roberta e Mauro, pela amizade e grande dedicação;

Um agradecimento muito especial aos amigos e principais responsáveis por eu estar hoje

trabalhando com suínos: Piero e Luiza, com quem pude dividir alguns anos de trabalho,

conversas e piadas;

Aos companheiros da Pós-Graduação;

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À Universidade Estadual de Londrina pelo curso de pós-graduação em ciência animal;

A empresa M. Cassab pelo apoio financeiro na condução deste trabalho;

E a todos que participaram da minha vida, seja por alguns momentos ou por toda ela, e que

certamente contribuíram de alguma forma para minha formação pessoal, moral e

profissional.

Muito obrigado a todos!

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Sumário

Lista de Tabelas .............................................................................................................. 07

Resumo ........................................................................................................................... 09

Abstract .......................................................................................................................... 10

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11

2. REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 13

2.1. Prolificidade e peso ao desmame ............................................................................... 13

2.2. Fisiologia do desmame........................................................................ ......................... 14

2.3. Rações complexas ..................................................................................................... 17

2.4. Plasma Sanguíneo Desidratado .................................................................................. 19

2.4.1. Tecnologia de obtenção .......................................................................................... 19

2.4.2. Valor nutricional e inclusão na dieta ....................................................................... 20

2.4.3. Efeitos na microbiota intestinal ............................................................................... 23

2.4.4. Aspectos histológicos intestinais ............................................................................. 25

2.4.5. Aspectos imunológicos intestinais e sistêmicos ....................................................... 28

2.4.6. Modo de ação ......................................................................................................... 31

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 34

4. OBJETIVOS ............................................................................................................... 47

4.1. Objetivo geral ........................................................................................................... 47

4.1. ObjetivoS específicos ............................................................................................... 47

5. ARTIGO PARA PUBLICAÇÃO ............................................................................... 48

Efeitos de Dietas Contendo Plasma Sanguíneo Desidratado (PSD) sobre o

Desempenho, Perfil Hematológico e Freqüência de Diarréia de Leitões Leves ao

Desmame ......................................................................................................................... 49

Resumo ............................................................................................................................ 49

Abstract ............................................................................................................................ 50

Introdução ........................................................................................................................ 51

Material e Métodos ........................................................................................................... 53

Resultados e Discussão ..................................................................................................... 58

Conclusões ....................................................................................................................... 67

Referências Bibliográficas ................................................................................................ 68

Efeitos de Dietas Contendo Plasma Sanguíneo Desidratado (PSD) sobre Parâmetros

Microbiológicos, Imunológicos e Histológicos de Leitões Leves ao Desmame ............. 73 Resumo ............................................................................................................................ 73

Abstract ............................................................................................................................ 74

Introdução ........................................................................................................................ 75

Material e Métodos ........................................................................................................... 77

Resultados e Discussão ..................................................................................................... 83

Conclusões ....................................................................................................................... 92

Referências Bibliográficas ................................................................................................ 93

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Lista de Gráficos e Tabelas

Gráfico 1 - peso de leitões aos 21 dias de vida, de acordo com a classe de

peso ao nascimento ............................................................................................................... 14

Tabela 1 - composição percentual de vários preparados de plasma sanguíneo

desidratado por spray-drier. .................................................................................................. 21

Tabela 2 - composição de aminoácidos e digestibilidade aparente de vários

preparados de plasma sanguíneo desidratado por spray-drier. ............................................... 22

Tabela 3 - Composição percentual, química e energética das rações

experimentais. ...................................................................................................................... 54

Tabela 4 - Médias e desvios das características de desempenho de leitões

pesados e leves, no acumulado das fases pré-inicial I e II e no período

experimental total. ................................................................................................................ 58

Tabela 5 - Médias e desvios dos valores de hemograma de leitões pesados e leves aos 35 e 70

dias de idade..............................................................................................................................63

Tabela 6 - Custo médio de ração por quilograma de peso vivo ganho, índice

de eficiência econômica (IEE) e índice de custo médio (ICM) de acordo

com os tratamentos experimentais. ....................................................................................... 65

Tabela 7 - Composição percentual, química e energética da ração

experimental. ........................................................................................................................ 78

Tabela 8 - Médias e desvios das características de desempenho de leitões

pesados e leves, no período de 21 a 31 dias de idade. ............................................................ 83

Tabela 9 - Peso absoluto (g) e peso percentual (g/kg de peso vivo) do

intestino delgado, ceco e baço e comprimento e largura do linfonodo

íleocólico (cm) de leitões pesados e leves aos 31 dias de idade. ............................................ 85

Tabela 10 - – Medidas de altura e espessura das vilosidades, profundidade

das criptas e taxa vilosidade: cripta do duodeno, jejuno e íleo de leitões

pesados e leves aos 31 dias de idade ..................................................................................... 88

Tabela 11 - Títulos de IgG, IgA e IgM séricas de leitões pesados e leves aos

21 e 31 dias de idade. ........................................................................................................... 90

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Tabela 12 - Títulos de IgA e IgM fecais de leitões pesados e leves aos 31

dias de idade. ........................................................................................................................ 91

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Resumo

O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos do plasma sanguíneo desidratado sobre o

perfil imunológico, histológico, microbiológico, hematológico, freqüência de diarréia,

desempenho e viabilidade econômica em dietas para leitões com baixo peso ao desmame.

no primeiro experimento foram utilizados 72 leitões, com idade inicial média de 21 dias. o

delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso. os tratamentos foram: t1-

animais pesados ao desmame, sem suplementação com psd; t2- animais leves ao desmame,

suplementados com 10g/animal/dia de psd; t3- animais leves ao desmame, suplementados

com 20g/animal/dia de psd; t4- animais leves ao desmame, sem suplementação. foram

avaliados o desempenho, freqüência de diarréia, perfil hematológico e viabilidade

econômica. houve diferença para conversão alimentar (p<0,05) com vantagem para o

tratamento 3. os valores iniciais de uréia plasmática apresentaram diferença (p<0,01) com

maiores valores para o tratamento 1. houve diferença (p<0,05) na análise econômica

apontando o tratamento 2 como o mais vantajoso. no segundo experimento foram

utilizados 24 leitões, com idade inicial média de 21 dias. o delineamento experimental foi

totalmente casualizado. os tratamentos experimentais foram idênticos aos utilizados no

primeiro experimento. foram avaliados o desempenho e parâmetros microbiológicos,

histológicos, imunológicos, peso de intestino delgado, ceco, baço e mensuração dos

linfonodos ileocólicos. houve diferença para ganho de peso médio diário (p<0,05) com

vantagem para o tratamento 3. o peso final apresentou diferença (p<0,01) com pior valor

para o tratamento 4. houve diferença (p<0,05) para peso absoluto (g) do intestino delgado,

com pior resultado para o tratamento 4 e para peso percentual (g/kg de peso vivo) do baço

com vantagem para o tratamento 3. houve diferença (p<0,05) para comprimento e largura

dos linfonodos mesentéricos vantagem para o tratamento 1, 2 e 3 em relação ao

comprimento e tratamentos 1 e 2 em relação à largura. houve diferença (p<0,05) para

imunoglobulina a nas fezes com maiores títulos para o tratamento 2 e também diferença

(p<0,05) entre títulos iniciais e finais de imunoglobulina a no soro para o tratamento 3.

dessa forma, o psd, nas inclusões de 10 ou 20 g/animal/dia, mostrou-se benéfico ao

desenvolvimento de leitões leves ao desmame, sendo seu principal efeito, provavelmente,

na mucosa intestinal, refletindo em melhor gdp e ca.

Palavras-chave: desempenho, uréia, intestino delgado, imunoglobulinas

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Abstract

The aim of this research was to evaluate the effects of spray-dried plasma (SDP) on the

immunological, histological, microbiological and hematological profile, frequency of

diarrhea, growth performance and economic viability in diets for light weight weaned pigs.

The first trial was done using 72 pigs, with a inicial age of 21 days. The experimental

design consisted of randomized blocks. The treatments were: T1 - heavy weight weaned

pigs, without supplementation of SDP; T2 - light weight weaned pigs, supplemented with

10g/animal/day of SDP; T3 - light weight weaned pigs, supplemented with 20g/animal/day

of SDP; T4- light weight weaned pigs, without supplementation of SDP. The growth

performance, frequency of diarrhea and hematological profile were evaluated. Feed:gain

was greater (P<0,05) for pigs of T3. The initial value for plasmatic urea was greater

(P<0,01) for pigs of T1. The economic viability of T2 was better (P<0,05).The second trial

was done using 24 pigs, with an initial mean age of 21 days. The experimental design were

completely randomized. The experimental diets were identical as used in the first trial. A

growth performance trial and microbiological, histological and immunological profile we

analyzed, and pH of small intestine content, weight of small intestine, caecum, spleen and

measurement of ileocolic lymph nodes were done. The weight gain was greater (P<0,05)

for pigs of T3. The final weight were different (P<0,01) with the worst result to T4. There

were differences (P<0,05) for absolute weight (g) of the small intestine, with a worse

outcome for T4 and for percentage weight (g/kg de peso vivo) of the spleen with advantage

for T3. There were differences (P<0,05) to lenght and width of ileocolic lymph nodes with

advantage for T 1, 2 e 3 in relation to lenght and T 1 e 2 in relation to width.

Immunoglobulins A in feces were greater (P<0,05) for pigs fed T2 and difference (P<0,05)

betwen the initial and final titles of immunoglobulins A in serum for T3. This way, the

SDP, in 10 or 20 g/animal/day, showed to be benefic to the development of light weight

weaned pigs and the major effects appears to be in the in the intestinal mucosa, reflecting

on better ADG and feed:gain.

Key-words: growth performance, urea, small intestine, immunoglubulins

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1. INTRODUÇÃO

A rentabilidade de um sistema de produção está diretamente ligada à eficiência

reprodutiva, sendo que na suinocultura ela é medida através do número de leitões

desmamados por porca por ano (DALTON et al., 2008). Este cenário, todavia, tem

determinado uma piora no peso ao nascimento e ao desmame, características inversamente

relacionadas com o tamanho da leitegada (MORÉS, 1993; HECK, 2008).

O peso ao desmame tem grande influencia sobre o desempenho dos leitões durante a

fase de creche, principalmente quando este é praticado entre 3 e 4 semanas de idade

(DRITZ, 2004). Leitões saudáveis e com pesos superiores a 5 kg têm um potencial de

crescimento maior no período pós-desmame (WHITTEMORE, 1998) e menor risco de

desenvolver doenças entéricas (CRANWELL et al., 1995; MADEC et al., 1998).

Munari (1991) e Morés (1993) constataram que leitegadas numerosas ao nascer,

com baixo peso individual, influenciam a produção de leitões fracos e menos ativos.

Segundo Holanda et al. (2005), na avaliação dos fatores que contribuem para o peso ao

desmame, apenas o número de nascidos vivos, e não o número de nascidos totais, deve ser

considerado, uma vez que o maior número de nascidos vivos promove aumento no peso

médio da leitegada, mas reduz o peso médio individual.

Para cada leitão nascido a mais na leitegada há uma redução média no peso

individual de 35 g, além de aumentar a proporção de leitões leves (<1,0 kg) (HOLANDA et

al., 2005). O aumento da leitegada de 7-9 para 13 leitões resulta em 0,2 leitões fracos para

cada nascimento adicional. Para leitegadas com mais de 13 leitões, cada concepção extra

resulta 0,7 leitões leves a mais (LE DIVIDICH, 1999). Segundo Holanda et al. (2005), o

número de nascidos vivos (quando varia entre 2 e 15 leitões) tem efeito direto sobre o peso

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12

aos 21 dias de idade, pois para cada leitão nascido vivo, houve decréscimo de 62 g no peso

médio do leitão ao desmame.

Os fatores prejudiciais ligados ao desmame se devem ao efeito do distresse, desafio

sanitário e à imaturidade dos sistemas imune e digestório, resultando no aumento da

inflamação intestinal, na resposta pró-inflamatória sistêmica e nos níveis sanguíneos de

leucócitos, linfócitos e células T, principalmente durante os primeiros 21 dias pós-desmame

(MCCRACKEN, 1999; JIANG et al., 2000b). As alterações intestinais que ocorrem no pós-

desmame incluem mudanças na morfologia das vilosidades/criptas e nas enzimas da borda

em escova e implicações com patógenos entéricos (principalmente a Escherichia coli)

(PLUSKE et al., 1997).

O plasma sanguíneo desidratado (PSD) é uma excelente fonte de proteínas de alto

valor nutricional para leitões desmamados, além de possuir uma ótima relação de

aminoácidos e alto nível de proteínas globulares (incluindo as imunoglobulinas) que

estimulam o crescimento e o consumo de ração durante a fase crítica do pós-desmame

(CROMWELL, 2006). Quando utilizado como ingrediente na ração de leitões recém

desmamados também reduz a expressão de citocinas pró-inflamatórias (IL-1, IL-6 e TNF-a)

nos tecidos (TOUCHETTE et al., 2002) e a densidade de células imune na mucosa

intestinal (JIANG et al., 2000b). Bosi et al. (2004) verificaram que o PSD melhorou o

desempenho e promoveu proteção contra E. coli K88+, mantendo a integridade intestinal e

modulando a resposta imune do leitão.

O presente trabalho teve por objetivo avaliar o desempenho zootécnico, parâmetros

microbiológicos, histológicos e imunológicos, perfil hematológico, freqüência de diarréia e

viabilidade econômica do uso de dietas contendo PSD, sendo este ingrediente fornecido

diretamente no cocho, para leitões leves ao desmame.

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13

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Prolificidade e peso ao desmame

O tamanho da leitegada ao desmame é influenciado pelo número de leitões nascidos

vivos (MORES, 1993; KNOL, 2002), no entanto, o aumento da prolificidade tem gerado

um volume maior de animais de baixo desempenho (HECK, 2008). O peso da leitegada,

tanto ao nascimento como aos 21 dias de idade, é influenciado pela idade da matriz ao parto

(PINHEIRO et al., 1996), época de parto (SIMPLÍCIO et al., 1990; FREITAS et al., 1992)

e tamanho da leitegada (MORES, 1993).

Na avaliação dos fatores que contribuem para o peso ao desmame, o número de

nascidos vivos deve ser considerado, uma vez que promove maior peso médio da leitegada,

mas reduz o peso médio individual (HOLANDA et al., 2005). Os mesmos autores

observaram que para cada leitão nascido vivo, houve decréscimo de 62 g no peso médio do

leitão ao desmame. Stewart & Diekman (1989) constataram que leitões nascidos e criados

em leitegadas grandes têm menores taxas de sobrevivência e ganho de peso pré-desmame.

O peso ao desmame tem grande correlação com o peso ao nascimento (WOLTER &

ELLIS, 2001) e com a quantidade de leite consumido durante a lactação (LEWIS et al.,

1978). De acordo com Wolter et al. (2002), leitões que nascem mais pesados tendem a

permanecer com maiores pesos ao desmame, uma vez que apresentam o ganho de peso

diário mais pronunciado, comparado aos nascidos leves. Furtado (2007) identificou uma

correlação positiva entre o peso ao nascimento e ao desmame, conforme demonstra o

Gráfico 1. Segundo Wolter & Ellis (2001), para cada grama de peso ao nascer são

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14

adicionados 2,34 g no peso ao desmame, valor próximo ao obtido por Furtado (2007), em

que cada grama ao nascimento incrementou 2 g no peso ao desmame.

7098f6547e

5997d5467c

4920b

3908a

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

>600-900g 901-1200g 1201-1500g 1501-1800g 1801-2100g >2101g

Classes de peso ao nascimento

Peso

ao

s 2

1 d

ias (

g)

Adaptado de Furtado (2007) a,b,c,d,e,f indicam diferença (p<0,05) entre as médias de peso aos 21 dias de idade Gráfico 1 - Peso de leitões aos 21 dias de vida, de acordo com a classe de peso ao

nascimento.

O peso dos leitões ao desmame têm sido correlacionado com o desempenho nas

fases subseqüentes. Kavanagh et al. (1997) e Mahan et al. (1998) demonstraram que leitões

leves tiveram menor taxa de crescimento no pós-desmame, em comparação com leitões

pesados.

2.2 Fisiologia do desmame

As alterações fisiológicas que envolvem o desmame têm um papel limitante no

desenvolvimento dos leitões, principalmente nas duas primeiras semanas do pós-desmame,

pois esse é um período crítico da vida dos suínos, estando relacionado com distresse

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15

alimentar, ambiental, social e fisiológico, fatores que interferem no consumo de ração, no

desenvolvimento intestinal e na adaptação à dieta inicial. Conseqüentemente a ocorrência

de problemas entéricos, infecções e diarréias são comuns (PLUSKE et al., 1997; LALLÈS

et al., 2004).

O leite da matriz suína corresponde a um alimento específico para o leitão, sendo

altamente digestível, devido ao seu conteúdo de ácidos graxos, lactose e perfil

aminoacídico (RYDHMER et al., 2001). Paralelamente, há uma identificação do sistema

enzimático e do trato gastrointestinal do leitão para digerir e absorver esses componentes

(VAN DIJK et al., 2002).

Segundo Owsley et al. (1986), no desmame, a mudança da dieta à base de leite por

uma alimentação contendo amido e proteínas vegetais promove dificuldades no

aproveitamento dos nutrientes, pois o trato gastrointestinal dos leitões não atingiu a

maturidade anatômica e fisiológica necessária para o aproveitamento adequado destes

nutrientes.

As vilosidades intestinais são mais largas, bem estruturadas e eficientes na absorção

de nutrientes no período anterior ao desmame quando comparadas aos primeiros dias que

sucedem o desmame, sendo observado redução na altura das vilosidades e aumento na

profundidade das criptas (VAN DIJK et al., 2002). Pluske et al. (1997) observaram que no

período pós-desmame houve atrofia das vilosidades em decorrência do aumento da taxa de

descamação epitelial causada pelo início do consumo de ração sólida, baixo consumo de

ração, presença de toxinas bacterianas e adesão de bactérias aos enterócitos. A alta taxa de

descamação eleva a quantidade de enterócitos imaturos no ápice das vilosidades e esses não

possuem plena capacidade de absorção, além de serem mais susceptíveis às enterotoxinas

(VAN DIJK et al., 2002).

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16

O desenvolvimento enzimático do leitão se completa até a oitava semana de vida,

dependendo da dieta utilizada, por isso, em desmames inferiores a 35 dias de idade, pode

haver grande quantidade de alimento não digerido no lúmen intestinal, servindo de

substrato para o desenvolvimento de bactérias patogênicas e, assim, predispor o

aparecimento de quadros de diarréia (PLUSKE et al., 2007).

Segundo Araújo et al. (2007), a incapacidade fisiológica tem impacto direto no

consumo de ração no período pós-desmame, que em casos graves, pode resultar em

inanição. Por esse motivo, Donzele et al. (2002) afirmam que dietas para leitões

desmamados precocemente devem ser formuladas com ingredientes de alta digestibilidade

e isentas de substâncias antinutricionais, além de alta palatabilidade e eficiência econômica

(CHAE et al., 1999).

Diversos autores demonstraram que em desmames com 14, 21 e 28 dias de idade, a

taxa de crescimento é limitada pelo baixo consumo de ração, principalmente nas duas

primeiras semanas que sucedem esta reparação (BERTOL et al., 2000; PLUSKE et al.,

2001; DONZELE et al., 2002; VAN DIJK et al., 2002; PIERCE et al., 2005), sendo que nos

quatro primeiros dias os principais fatores que contribuem para o baixo consumo são a

ausência da porca e a mudança da alimentação líquida (alta digestibilidade) para sólida, de

baixo aproveitamento pelo leitão (MASCARENHAS et al., 1999).

Portanto, o objetivo neste período imediatamente após o desmame é garantir que os

leitões consigam ingerir quantidades suficientes de ração e dessa forma expressar todo seu

potencial de ganho de peso (BERTO et al., 1997).

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17

2.3 Rações complexas

Um agravante do distresse no pós-desmame é o fornecimento de rações com baixa

digestibilidade a altas concentrações de fatores alergênicos e antinutricionais, como ocorre

em dietas que têm como única fonte protéica o farelo de soja (PLUSKE et al., 2001; VAN

DIJK et al., 2002; MATEOS et al., 2003; PIERCE et al., 2005). Leitões que receberam

dietas em que o farelo de soja foi a principal fonte protéica apresentaram inflamação

intestinal e depressão do sistema imune (MCCRACKEN et al., 1995).

Ferreira et al. (2001) e Teixeira et al. (2003) sugerem que o fornecimento de dietas

com ingredientes mais digestíveis pode tornar-se necessário para o crescimento adequado

nas primeiras semanas após o desmame.

Portanto, a seleção de ingredientes para rações na fase de creche deve ser feita

baseada na digestibilidade dos nutrientes, densidade de aminoácidos, concentração de

lactose e fatores estimulantes de consumo e crescimento (DEROUCHEY et al., 2003).

O uso de dietas complexas, contendo alta inclusão de produtos lácteos, associados

às fontes protéicas de origem animal e vegetal, melhora a digestibilidade e a ingestão de

ração, sem predispor o leitão a problemas digestivos. Resultados satisfatórios com o uso de

rações complexas foram obtidos por Lepine et al. (1991) e Tokach et al. (1994), contudo,

Berto et al. (1996; 1997) e Mascarenhas et al. (1999) não verificaram melhorias no

desempenho dos leitões com o uso de rações complexas.

Alguns dos produtos utilizados em dietas de leitões para a fase pós-desmame

incluem o leite em pó (FIGUEIREDO et al., 2003), soro de leite (HANSEN et al., 1993),

farinha de sangue (DE RODAS et al., 1995), plasma sanguíneo desidratado (COFFEY &

CROMWELL, 1995), além de probióticos, prebióticos, ácidos orgânicos, cobre e zinco,

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produtos que podem modificar a microbiota intestinal, melhorando o desempenho

(MAHAN & NEWTON, 1993; MASCARENHAS et al., 1999; TRINDADE NETO et al.,

2003).

Oliveira et al. (2008), trabalhando com extrato de levedura, observaram aumento na

superfície de absorção no duodeno, quando comparado a dietas com glutamina e ao ácido

glutâmico. Segundo Silva et al. (2009), a utilização de levedura hidrolisada na ração de

leitões de creche demonstrou melhora no desempenho zootécnico e na morfologia

intestinal.

Partanen & Mroz (1999) observaram respostas variáveis dos ácidos orgânicos

quando adicionados em dietas para leitões de creche, enquanto Freitas et al. (2006),

incluindo 0,84% de ácidos orgânicos na dieta, obtiveram melhor conversão alimentar e

consistência das fezes e controle de E. coli e Streptococcus sp em leitões no período de 21 a

35 dias de idade.

A utilização de 100 ou 200 ppm de sulfato de cobre em dietas pré-iniciais

demonstrou efeito promotor de crescimento em leitões (COFFEY et al., 1994), enquanto a

inclusão de óxido de zinco promoveu aumento no consumo de ração e no ganho de peso

(HAHN & BAKER, 1993).

Hauptli et al. (2005) observaram melhores consumos de ração e conversão alimentar

em leitões de 51 a 65 dias de idade, alimentados com dietas contendo soro de leite integral.

Segundo Lopes et al. (2007), rações contendo farinha de peixe e lactose apresentaram

melhores resultados de desempenho zootécnico comparado a rações com soro de leite em

pó, para leitões desmamados aos 21 dias de idade. Grinstead et al. (2000) demonstraram

que o leite em pó e o PSD são excelentes fontes de proteína de origem animal para dietas de

leitões pós-desmame.

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19

O PSD é uma fonte efetiva de proteína animal e aparece como uma alternativa para

utilização em dietas complexas para leitões recém-desmamados por apresentar nutrientes de

alta digestibilidade e ser ausente em fatores antinutricionais (BARBOSA et al., 2007).

2.4 Plasma Sanguíneo Desidratado

O plasma, matéria prima do PSD, é um sub-produto de frigoríficos e abatedouros,

sendo obtido de suínos ou bovinos, e utilizado tanto para produção de alimentos da linha

humana quanto animal (HOWELL & LAWRIE, 1983; GATNAU, 1990). O PSD é uma

mistura de componentes funcionais como imunoglobulinas, albumina, fibrinogênio,

lipídios, fatores de crescimento, peptídeos biologicamente ativos (defensinas, transferrinas),

enzimas e outros fatores que têm atividade biológica no intestino, independente de seu

valor nutricional (CAMPBELL et al., 2008).

2.4.1 Tecnologia de obtenção

Russel & Weaver (1996) descreveram o método utilizado para produzir o PSD pelo

processo de spray-drier. O processo se inicia com a sangria do animal e a adição de

anticoagulante ao sangue. Geralmente é usado o citrato de sódio. Após a coleta, o sangue é

centrifugado para separar os eritrócitos e resfriado a 4o C até posterior processamento.

A fração plasmática é, então, submetida a um processo de ultrafiltragem ou osmose

reversa para remover água, concentrar e remover minerais (no caso da ultrafiltragem).

Finalmente o plasma é desidratado pelo processo de spray-drier. Esse processo consiste em

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micronizar o plasma em gotas de 10 a 100 m, através da passagem rápida por uma torre

em alta pressão (200 atm) e temperatura (FIKOVÁ, 1987).

Gatnau et al. (1989) demonstraram que o processo de fabricação do PSD preserva a

atividade das imunoglobulinas.

2.4.2 Valor nutricional e inclusão na dieta

O PSD é uma fonte de proteínas de alto valor nutricional para leitões, além de

possuir ótima relação de aminoácidos e alto nível de proteínas globulares que estimulam o

crescimento e o consumo de ração durante o pós-desmame (VAN DIJK et al., 2001;

CROMWELL, 2006).

Ermer et al. (1994), Gatnau et al. (1995), Owen et al. (1995), Jiang et al. (2000a) e

Pierce et al. (2005) atribuíram a melhora de desempenho à presença de imunoglobulinas e

proteínas de alta qualidade. Segundo Van Dijk et al. (2001), o citrato de sódio é

frequentemente utilizado como anticoagulante para a obtenção do plasma sanguíneo e,

dessa forma, o PSD pode conter aproximadamente 2% de citrato. O ácido cítrico é

considerado um promotor de crescimento para suínos e com isso, as concentrações de

citrato no PSD poderiam influenciar o desempenho.

Em relação ao conteúdo de aminoácidos essenciais, a proteína do PSD é superior a

da soja, pois é muito semelhante aos requerimentos dos leitões, sendo rica em lisina,

treonina e triptofano, no entanto, deficiente em isoleucina e, principalmente, em metionina,

que se torna o primeiro aminoácido limitante em dietas com quantidades superiores a 6,0%

de PSD (NRC, 1998). Respostas positivas no desempenho, com altos níveis de PSD, só

foram obtidas quando quantidade suficiente de metionina sintética foi adicionada às dietas

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(OWEN et al., 1993; KATS et al., 1994b; CHAE et al., 1999). A melhora de desempenho

do PSD em relação às fontes protéicas vegetais provavelmente se deve à similaridade da

composição de aminoácidos e da digestibilidade protéica em relação ao leite materno

(DARRAGH & MOUGHAN, 1998).

As composições típicas de vários preparados de PSD estão demonstrados nas

Tabelas 1 e 2.

Tabela 1 - Composição percentual de preparados de plasma sanguíneo desidratado por

spray-drier. Componente PSAD*

a PSSD**

b Plasma suíno desidratado congelado

c PSuD***

c

Matéria seca 91 94,6 90,8 91,1 Proteína Bruta 78 87,5 68 70

Extrato etéreo 2 1 2 1,5

Cinzas n.f. 5 11,5 11,8

Cálcio 0,15 0,09 n.f. n.f. Fósforo 1,71 0,13 n.f. n.f.

Sódio 3,02 3,4 5,2 5,1

Cloro 1,5 n.f. n.f. n.f. Potássio 0,2 0,13 n.f. n.f.

Magnésio 0,34 n.f. n.f. n.f. Adaptado de van Dijk et al. (2001)

n.f. = não fornecido

* Plasma sanguíneo animal desidratado por spray-dried a National Research Council (1998)

** Plasma sanguíneo suíno desidratado por spray-dried b Delayne (1975) *** Plasma suíno desidratado por outros métodos c Howell e Lawrie (1983)

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Tabela 2 - composição de aminoácidos e digestibilidade aparente de preparados de plasma

sanguíneo desidratado por spray-drier. Conteúdo (% do produto) Digestibilidade ileal aparente (%)

PSAD* a PSSD**

b PSBD***

b PSAD

a

Alanina n.f. 4,19 3,95 n.f.

Aspargina n.f. 7,58 8,48 n.f. Arginina 4,55 4,47 4,70 90

Glutamina n.f. 11,18 11,39 n.f.

Glicina n.f. 2,80 2,91 n.f.

Histidina 2,55 2,51 2,45 91 Isoleucina 2,71 2,79 2,53 85

Leucina 7,61 7,44 7,63 84

Lisina 6,84 6,84 7,43 87 Metionina 0,75 0,62 0,95 64

Cistina 2,63 3,03 3,16 n.f.

Fenilalanina 4,42 4,43 4,25 88

Prolina n.f. 5,90 5,71 n.f. Serina n.f. 4,52 5,59 n.f.

Tirosina 3,53 3,79 3,89 n.f.

Treonina 4,72 4,54 5,54 82 Triptofano 1,36 1,36 1,45 92

Valina 4,94 5,07 5,64 86 Adaptado de van Dijk et al. (2001) a National Research Council (1998)

n.f. = não fornecido b Van der Peet-Schwering & Binnendijk (1997)

* Plasma sanguíneo animal desidratado por spray-dry

** Plasma sanguíneo suíno desidratado por spray-dry *** Plasma sanguíneo bovino desidratado por spray-dry

Gatnau & Zimmerman (1991; 1992), Gatnau et al. (1993), Kats et al. (1994b) e

Russel & Weaver (1996) estabeleceram entre 6,0 e 8,5% o limite de PSD em dietas pós-

desmame sem a suplementação de metionina. Segundo Dritz et al. (1994), a taxa ótima de

inclusão do PSD depende de vários fatores, como idade ao desmame, nível de distresse

ambiental, padrão sanitário e complexidade da dieta. Dritz et al. (2004) orientam para

leitões desmamados com menos de 5 kg, que a inclusão de PSD é de 5-7% e para animais

entre 5-7 kg, 2-3%.

Hansen et al. (1993) encontraram menor matéria seca e nitrogênio digestivo em

leitões que consumiram dietas com PSD em relação a dietas que continham leite em pó.

Knabe (1994) observou baixa digestibilidade ileal aparente em dietas com PSD. Hansen et

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al. (1993) e Kats et al. (1994a) apontaram o PSD como uma fonte efetiva de proteína em

dietas de leitões recém-desmamados por aumentar o consumo de ração e o ganho de peso.

Vários autores também observaram diminuição na incidência de diarréia (HANSEN et al.,

1993; TOUCHETTE et al., 2002; LAWRENCE et al., 2004).

Harrell et al. (2000), Owusu-Asiedu et al. (2002) e Torrallardona et al. (2003)

apontam que o PSD possui efeito protetor no intestino delgado, estimula o sistema

imunológico e possui alta palatabilidade.

Vários autores tratam que o PSD, ao substituir o leite em pó (HANSEN et al., 1993;

KATS et al., 1994b; DE RODAS et al., 1995), o farelo de soja (FAKLER et al., 1993,

COFFEY & CROMWELL, 1995; DE RODAS et al., 1995), o soro de leite (HANSEN et

al., 1993) e a farinha de sangue (HANSEN et al., 1993; DE RODAS et al., 1995), estimula

o consumo de ração e melhora o desempenho de leitões na fase de creche.

2.4.3 Efeitos na microbiota intestinal

A diarréia e a redução no desempenho pós-desmame são grandes dificuldades na

nutrição de leitões desmamados, geralmente causada pela Escherichia coli enterotoxigênica

(ETEC) K88, cursando com altas taxas de mortalidade (MOON & BUNN, 1993; NAGY &

FEKETE, 1999; OSEK, 1999). Enterotoxinas produzidas por ETEC ligam-se aos

receptores do epitélio intestinal e iniciam reações intracelulares, levando à diarréia

secretora grave, especialmente durante os primeiros 5 a 10 dias após o desmame

(HAMPSON et al., 2001). Alexander et al. (1994) mostraram que a diarréia representa 11%

das causas de mortalidade pós-desmame e, segundo Nagy & Fakete (1999), a ETEC K88 e

a F18 são as bactérias mais comumente isoladas nesses casos.

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A suplementação de leitões com dietas contendo fontes de anticorpos contra o

antígeno fimbrial de ETEC oferece uma potencial solução profilática e terapêutica a casos

de diarréia em leitões desmamados (YOKOYAMA et al., 1992). Vários autores

demonstraram que o PSD é efetivo na proteção dos leitões desafiados com E. coli

(OWUSU-ASIEDU et al., 2002; 2003; TORRALLARDONA et al., 2003; BOSI et al.,

2004; BHANDARI et al., 2008), tendo apresentado resultados semelhantes à colistina

(TORRALLARDONA et al., 2002; 2003).

O PSD pode proteger contra o desenvolvimento de lesão da mucosa por patógenos

entéricos, restringindo assim a passagem de grandes moléculas inertes através da parede

intestinal (VAN DIJK et al., 2001). Owusu-Asiedu et al. (2002) sugerem que o PSD

contém anticorpos específicos anti-ETEC e, por isso, é capaz de reduzir o desconforto

intestinal frequentemente visto em leitões desmamados, principalmente durante as duas

primeiras semanas após o desmame.

Nollet et al. (1999a) relataram que a alimentação com PSD diminuiu da excreção de

ETEC nas fezes e ofereceu proteção contra os sintomas clínicos de E. coli F18+ em suínos

desmamados. Bosi et al. (2004) relataram que PSD manteve a integridade da mucosa

intestinal e reduziu o crescimento de E. coli K88+ em suínos oralmente infectados.

O PSD mostrou-se também capaz de reduzir a incidência e a gravidade da diarréia,

bem como o dano intestinal (VAN DER PEET-SCHWERING & BINNENDIJK, 1995;

OWUSU-ASIEDU et al., 2000) durante a primeira semana de pós-desmame, quando

incorporado juntamente com outros nutrientes na água para consumo (STEIDINGER et al.,

2002) e que seus efeitos são mais pronunciados em ambientes de baixo padrão sanitário

(COFFEY & CROMWELL, 1995).

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Isso também confirma a observação de Van der Peet-Schwering & Binnendijk

(1995), dado que os leitões alimentados com PSD necessitam de menos tratamento contra

distúrbios gastrintestinais após o desmame.

Alguns estudos com PSD, no entanto, não apresentaram melhores respostas ao

desafio de E. coli (VAN DIJK et al., 2002) ou relatam respostas imune exageradas e maior

dano intestinal na seqüência de um desafio com lipopolissacarídeo (TOUCHETTE et al.,

2002).

2.4.4 Aspectos histológicos intestinais

Ao desmame, o sistema digestivo de leitões passa por modificações até que esteja

preparado para a digestão de ingredientes de origem vegetal (TEIXEIRA et al., 2003),

sendo comumente acompanhada de redução do consumo voluntário e baixo desempenho,

situações que comprometem a integridade intestinal e facilitam a ocorrência de patologias

(PLUSKE et al., 1997; SPREEUWENBERG, 2002).

A etiologia dessas alterações é complexa, decorrendo de fatores como a imaturidade

imunológica (LI et al., 1990), substituição do leite da porca, (PLUSKE et al., 1997),

distresse ao desmame (BERTO et al., 1996) e consumo das dietas sólidas (PLUSKE et al.,

1996).

As reações de hiper-sensibilidade imuno-mediadas eram inicialmente apontadas

como principais responsáveis pelos danos no tecido intestinal (LALLÉS et al., 1994;

DRÉAU et al., 1999), no entanto, atualmente, sabe-se que a anorexia pós-desmame é o

fator etiológico primário. (PLUSKE et al., 1997; MCCRACKEN et al., 1999;

SPREEUWENBERG 2002).

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No período do desmame pode-se observar duas fases distintas no intestino delgado,

uma degenerativa e uma regenerativa. Com relação à fase degenerativa, McCracken et al.

(1995; 1999) sugerem que mudanças metabólicas e morfológicas dieta-dependente ou

independentes podem ocorrer. As mudanças dieta-independente são resultados do distresse

induzido pela mudança social e ambiental após o desmame. As alterações dieta-dependente

refletem as diferenças no consumo de ração e, na fase regenerativa, parece ser responsável

pelo recondicionamento da mucosa (KELLY et al., 1991b; MCCRACKEN, 1995; 1999;

VAN BEERS-SCHREURS, 1996; VERDONK et al., 2001).

As principais alterações ocorridas no pós-desmame incluem mudanças na

morfologia intestinal, com redução da altura e alargamento das vilosidades, aumento da

profundidade das criptas e redução da capacidade absortiva e enzimática da borda em

escova (MILLER et al., 1984; HAMPSON 1986a; 1986b, KELLY et al., 1991a; 1991b),

além da exposição à patógenos entéricos (PLUSKE et al., 1997).

A atrofia das vilosidades intestinais, que nas regiões proximais pode chegar a 45-

70% (PLUKE et al., 1997; SPREEUWENBERG, 2002), é resultado do baixo consumo de

ração no pós-desmame e da ausência de estímulo no epitélio intestinal por partículas de

alimento (CERA et al., 1988, KELLY et al., 1991a; 1991b, MCCRACKEN et al., 1995,

PLUSKE et al., 1996), tendo como maior conseqüência a rápida atrofia das vilosidades no

intestino delgado, com perda de 20 a 30% do seu peso relativo em dois dias (MONTAGNE

et al., 2007), enquanto a regeneração completa demora de 5–10 dias (SPREEUWENBERG,

2002).

A proliferação de células das criptas intestinais e a taxa de migração parecem

depender da disponibilidade de energia durante os dois primeiros dias pós-desmame

(PLUSKE et al., 1997, VAN BEERS-SCHREURS et al., 1998). A primeira alimentação

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pós-desmame ocorre após 24 horas em 50% dos leitões, mas em 10% isto só ocorre após 48

horas (BROOKS et al., 2001). Dessa forma, leitões mais jovens demoram três dias para

atingir seus requerimentos de energia e de 8 a 14 dias para recuperar os níveis energéticos

consumidos anteriormente ao desmame (LE DIVIDICH & SÉVE, 2000), estando mais

predispostos às alterações intestinais.

Não apenas a digestão da dieta, a absorção de nutrientes e a fisiologia, mas também

a imunocompetência da mucosa intestinal são afetadas (PLUSKE et al., 1997). Portanto,

uma rápida recuperação na integridade intestinal parece ser fundamental para prevenir

infecções secundárias (VENTE-SPREEUWENBER et al., 2003).

Thomaz et al. (1996) destacaram a importância das fontes protéicas da dieta de

leitões desmamados. Em relação a outras fontes de proteína animal, o PSD na inclusão de

4-6% na ração inicial é o ingrediente mais interessante, por estimular o crescimento e o

consumo de ração, com conseqüente redução das alterações intestinais. (VAN DIJK et al.,

2001; TORRALLARDONA et al., 2003, 2007)

As principais vantagens atribuídas ao PSD, quando fornecido em dietas para o

período pós-desmame, se referem a sua capacidade de manter a integridade da mucosa

intestinal e reduzir a resposta inflamatória, ajudando na resistência à ação de patógenos

(BOSI et al., 2004), além de modificar de forma benéfica a morfologia intestinal e a

ocorrência de células imune na lâmina própria das vilosidades de leitões desmamados

(NOFRARÍAS et al., 2006). Em leitões alimentados com PSD no pós-desmame, a altura

das vilosidades e a relação altura de vilosidade: profundidade de cripta foi melhor,

independente do consumo de ração (TOUCHETTE et al., 2002).

Segundo Jiang et al. (1999), a alimentação com PSD progressivamente reduz o

crescimento relativo do intestino delgado, com um efeito significativo após 16 dias. A

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redução da massa do intestino delgado foi previamente observada em estudos com

camundongos (THOMSON et al., 1995). Estes resultados contrariam os obtidos por outros

autores (SPENCER et al., 1997), onde o PSD aumentou a área de absorção intestinal.

Segundo Van Dijk et al. (2001), a suplementação dietética com o PSD tem efeitos

positivos nos vários aspectos ligados ao intestino, sendo que em inclusões acima de 6%

mostraram efeitos estimuladores no crescimento (+27%) e no consumo de ração (+25%),

no entanto, essas melhoras foram menores quando havia grande presença de ingredientes de

origem vegetal na dieta.

2.4.5 Aspectos imunológicos intestinais e sistêmicos

A inflamação intestinal pode provocar edema, infiltração de leucócitos,

vasodilatação, redução da absorção de nutrientes, aumento da permeabilidade epitelial,

alteração da função de barreira e ativação do sistema imune (CAMPBELL et al., 2008).

Johnson (1997) e Spurlock (1997) sugerem que as citocinas pró-inflamatórias liberadas em

resposta ao desafio patogênico, reduzem o consumo de ração e o crescimento. Webel et al.

(1997) também demonstraram que após desafio com lipopolissacarídeo (LPS), o fator de

necrose tumoral α (TNF-α) e a interleucina-6 (IL-6) tiveram seus títulos elevados,

juntamente com um aumento nos valores de uréia plasmática, sugerindo uma degradação

protéica. Portanto, a redução dos desafios imunológicos poderia diminuir a degradação

protéica e melhorar o desempenho.

A inclusão de PSD na dieta melhora o status imunológico dos leitões desmamados

(TOUCHETTE et al., 2002; BOSI et al., 2004), reduzindo a susceptibilidade às infecções

(BOSI et al., 2001; VAN DIJK et al., 2002, OWUSU-ASIEDU et al., 2003).

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O PSD é composto por aproximadamente 78% de proteínas, destas, 50% são

albuminas, 25% globulinas (incluindo α-, β- e γ- globulinas), 5% fibrina e 20% outras

proteínas como haptoglobinas, transferrinas, fatores de crescimento e peptídeos. As

imunoglobulinas correspondem a 15-20% do PSD (THOMSON et al., 1994), sendo que as

IgG representam seu maior componente e estimulam o crescimento em leitões recém

desmamados (PIERCE et al., 2005).

Suplementar a dieta de leitões com uma fonte de anticorpos contra antígenos

fimbriais de ETEC oferece uma potencial solução profilática e terapêutica para diarréia

pós-desmame em leitões (YOKOYAMA et al., 1992). As imunoglobulinas e frações

protéicas presentes no complexo PSD fornecem proteção antimicrobiana (COFFEY &

CROMWELL, 1995; JIANG et al., 2000b) e também influenciam o status imune intestinal

no período pós-desmame (JIANG et al., 2000b).

O efeito protetor das imunoglobulinas do PSD, específicas anti-E.coli, foi

demonstrada por OWUSU-ASIEDU et al. (2002). Touchette et al. (2002) observaram

redução na expressão de mRNA de citocinas (TNF-, IL-1ß, and IL-6) em vários tecidos

(hipotálamo, adrenal, baço, timo e fígado) de leitões que consumiram PSD via ração e

foram desafiados com LPS. Bosi et al. (2004) observaram redução na IgA salivar e na

expressão de citocinas pró-inflamatórias no intestino de leitões desafiados com E.coli

enterotoxigênica K88. Nofrarías et al. (2006) concluíram que o PSD reduziu a ativação do

sistema imune de leitões desafiados a níveis semelhantes ao de animais não desafiados.

Estes dados sugerem uma redução geral do nível de ativação imune no pós-desmame com a

suplementação dietética de PSD.

Pérez-Bosque et al. (2007) avaliaram os efeitos da suplementação do PSD sobre a

expressão de citocinas em ratos desafiados e observaram redução de citocinas pró-

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inflamatórias (IL-6, IFN-γ, e TNF-α) tanto nas Placas de Peyer quanto na lâmina própria da

mucosa intestinal. O aumento dos títulos de citocinas está relacionado com a perda da

função de barreira do intestino (PÉREZ-BOSQUE et al., 2006). A suplementação com PSD

aumentou a secreção de IL-10 (citocina antiinflamatória). No entanto, Touchette et al.

(2002) e Frank et al. (2003) relataram que, após uma infecção intravenosa com LPS de E.

coli, leitões tratados com PSD apresentaram maiores títulos de citocinas pró-inflamatórias

que leitões não tratados, bem como o ACTH e cortisol sérico (CARROLL et al., 2002).

O’Neal et al. (2000) demonstraram que as IgA fecal e sistêmica não são essenciais

na proteção contra infecções entéricas e que a IgG pode contribuir para essa proteção. A

administração oral de IgG é parcialmente resistente à digestão (ROOS et al., 1995) e pode

ser mensurada nas fezes de animais tratados. Dessa forma, as IgG intactas e

imunologicamente ativas do PSD poderiam estar disponíveis para dar suporte à resposta

imune local no intestino. Nollet et al. (1999a; 1999b) sugerem que as glicanas do PSD

mimetizam os sítios de ligação do intestino, reduzindo a adesão de enteropatógenos.

O PSD reduz a infiltração de macrófagos e linfócitos no tecido linfóide intestinal

(JIANG et al., 2000b; NOFRARIAS et al., 2006; 2007). Essa redução da resposta

inflamatória local poderia explicar os baixos títulos de IgA no soro (BOSI et al., 2004). Em

relação à resposta imune sistêmica, o PSD não influenciou no aumento das células brancas

do sangue, que geralmente ocorre durante as duas primeiras semanas pós-desmame (JIANG

et al., 2000b; NOFRARIAS et al., 2007).

As imunoglobulinas do PSD, evitando danos bacterianos na parede intestinal,

ajudam a manter a função e o crescimento do trato gastrointestinal, que por sua vez, traz

benefícios à saúde e ao desempenho de leitões (GOMEZ et al., 1998).

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31

2.4.6 Modo de ação

Ainda não são claros se os efeitos do PSD no pós-desmame sobre desempenho são

causados por aumento do consumo de ração ou por ação indireta de componentes bioativos

inespecíficos. Aparentemente fatores presentes no PSD influenciam sistemicamente ou a

nível intestinal o controle do crescimento e a modulação da imunidade (VAN DIJK et al.,

2001).

Wright et al. (2000) relataram que, em suínos infectados intraperitonealmente com

LPS de E. coli, houve redução do IGF-I (insulin growth factor-I) sérico e aumento dos

título de hormônio do crescimento. Entretanto, de Rodas et al. (1995) demonstraram que

dietas com PSD parecem não causar mudanças no IGF-I plasmático e consequentemente

não alteram os títulos de hormônio do crescimento. Segundo Gatnau & Zimmerman

(1994), o PSD poderia atuar como fator antiestressante, alterando os níveis de ACTH e

possibilitando melhores respostas frente ao distresse do desmame.

Respostas mais consistentes com uso de PSD na dieta são relativas ao maior

consumo de ração imediatamente após o desmame, quando comparado com outras fontes

protéicas. Coffey & Cromwell (2001) e Corl et al. (2007) indicam melhora no ganho de

peso médio, no consumo de alimento e na eficiência alimentar devido ao consumo do PSD

por leitões recém desmamados. Ermer et al. (1994) relataram que o PSD melhorou o

consumo de ração e o taxa de crescimento, simplesmente, devido a sua maior

palatabilidade. Entretanto, Jiang et al. (2000a; 2000b) observaram que, ao fornecer PSD

para leitões com consumo restrito, equivalente ao grupo controle, ocorreu melhora na

eficiência de utilização protéica.

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O PSD suíno é mais efetivo que o PSD bovino (HANSEN et al., 1993), sugerindo

um envolvimento do sistema imune do animal e de imunoglobulinas do PSD.

Leitões suplementados com PSD desenvolveram níveis baixos de ativação imune,

tanto localmente (JIANG et al., 2000b; BOSI et al., 2004) quanto sistematicamente

(TOUCHETTE et al., 2002). É provável que, em decorrência das imunoglobulinas ativas, o

PSD forneça alguma imunidade local no trato gastrintestinal do leitão na primeira semana

pós-desmame (GATNAU & ZIMMERMAN, 1991; NOFRARÍAS et al., 2006). Coffey &

Cromwell (1995) sugerem que as imunoglobulinas do PSD poderiam prevenir os danos

causados por patógenos à parede intestinal, mantendo as características digestivas e

absortivas do intestino.

Os efeitos positivos do PSD são mais perceptíveis quando os animais são

submetidos a desafios sanitários e a condições adversas de manejo (COFFEY &

CROMWELL, 1995; STAHLY et al., 1995; 1996; TOUCHETTE et al., 1996). Coffey &

Cromwell (1995) constataram que em um ambiente considerado limpo, houve melhor

desempenho pelos animais alimentados com dietas contendo leite em pó. Gatnau &

Zimmerman (1991) e Coffey & Cromwell (1995) demonstraram que a magnitude de

resposta foi maior em leitões alojados em sistema continuo do que em sistemas all in-all

out.

Campbell et al. (2003) indicam que o uso de PSD na dieta aumenta a secreção de

enzimas digestivas, melhora a integridade do epitélio intestinal e aumenta a digestão,

absorção e utilização dos nutrientes, especialmente na primeira semana após o desmame.

Essa proteção intestinal pode explicar porque vários autores (GATNAU & ZIMMERMAN,

1991; VAN DER PEET-SCHWERING & BINNENDIJK, 1995; CAIN & ZIMMERMAN,

1997) encontraram redução na incidência de diarréia em leitões alimentados com PSD em

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comparação com outras fontes protéicas. Leitões alimentados com PSD tiveram um melhor

desenvolvimento da morfologia intestinal e atividade enzimática evidenciado por aumento

da superfície das vilosidades (GATNAU et al., 1995), aumento da altura das vilosidades e

relação altura de vilosidade: profundidade de cripta (SPENCER et al., 1997; TOUCHETTE

et al., 1997) e aumento na atividade da maltase e lactase da mucosa (CAIN et al., 1992;

GATNAU et al., 1995).

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47

4. OBJETIVOS

4.1 Objetivo geral

Avaliar a eficiência do PSD na recuperação de leitões leves ao desmame.

4.2 Objetivos específicos

Avaliar o desempenho de leitões leves ao desmame submetidos a dietas com PSD;

Avaliar o perfil imunológico, histológico, microbiológico, hematológico e

freqüência de diarréia de leitões submetidos dietas com PSD;

Avaliar a viabilidade econômica da inclusão de PSD na recuperação de leitões leves

ao desmame.

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5. ARTIGO PARA PUBLICAÇÃO

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Efeitos de Dietas Contendo Plasma Sanguíneo Desidratado (PSD) sobre o

Desempenho, Perfil Hematológico e Freqüência de Diarréia de Leitões Leves ao

Desmame

Resumo

O objetivo desse trabalho foi avaliar os efeitos do plasma sanguíneo desidratado (psd) sobre

o desempenho, perfil hematológico, freqüência de diarréia e potencial econômico deste

ingrediente na dieta de leitões desmamados com baixo peso, aos 21 dias de idade. foram

utilizados 72 leitões, sendo 48 machos castrados e 24 fêmeas (penarlan) com idade média

inicial de 21 dias. o delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso, com 4

tratamentos e 6 repetições por tratamento (cada baia com dois machos e uma fêmea foi

considerada uma repetição). os tratamentos oferecidos foram: T1 - animais pesados ao

desmame, sem suplementação com psd; T2 - animais leves ao desmame, suplementados

com 10g/animal/dia de PSD; T3 - animais leves ao desmame, suplementados com

20g/animal/dia de psd; T4 - animais leves ao desmame, sem suplementação com psd. o psd

(10 e 20g/animal/dia) foi fornecido diretamente no cocho três vezes ao dia. a avaliação do

desempenho teve duração de 49 dias. aos 35 e 70 dias de idade os leitões foram submetidos

a coleta de sangue, sendo utilizado 8 animais de cada tratamento. diariamente foi realizada

a avaliação da freqüência de diarréia através de observação direta. foram realizadas análises

hematológicas, além da determinação dos parâmetros de desempenho e cálculo do índice de

eficiência econômica do uso de PSD nas rações. houve diferença para conversão alimentar

(p<0,05) para o período de tratamento compreendido entre 21 a 49 dias de idade e para o

período experimental total (21 a 70 dias de idade) com vantagem para o t3. para uréia

plasmática houve diferença (p<0,01) com maiores valores para o t1, no entanto os valores

finais mostraram-se semelhantes. não houve diferença (p>0,05) para freqüência de diarréia.

houve diferença na análise econômica apontando vantagem para o t3 em relação ao custo

da ração nos períodos compreendidos entre 21 e 35 dias de idade e 21 e 49 dias de idade.

no período compreendido entre 50 e 70 dias de idade e considerando todo o período

experimental (21 a 70 dias de idade) o t2 apresentou o melhor índice de eficiência

econômica e de custo médio. o psd melhora o aproveitamento da dieta, tornando sua

utilização viável economicamente.

Palavras-chave: desempenho, uréia, diarréia, eficiência econômica

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Effect of Diets With Spray-dried Plasma to Recover Light Weight Weaned Pigs:

growth performance, blood profile, frequency of diarrhea and economic viability

Abstract

The aim of this research was to evaluate the effects of spray-dried plasma (SDP) on the

growth performance, hematological profile, frequency of diarrhea, and economic viability

of this ingredient in diets for light weight weaned pigs, with 21 dyas of age. The trial was

done using 72 pigs with an initial mean age of 21 days. The experimental design consisted

of randomized blocks, with four treatments and 3 blocks. The treatments were: T1 - heavy

weight weaned pigs, without supplementation of SDP; T2 - light weight weaned pigs,

supplemented with 10g/animal/day of SDP; T3 - light weight weaned pigs, supplemented

with 20g/animal/day of SDP; T4- light weight weaned pigs, without supplementation of

SDP. The SDP for fed daily directly at the feeder three times per day. The growth

performance trial spend 49 days. On 35 and 70 days of age blood samples were collected

from eight animal of each treatment. The frequency of diarrhea was evaluated daily by

direct observation. Hematological profile, growth performance and economic efficiency

determined. The feed:gain were greater (P<0,05) for pigs from T3 considering periods I+II

(21-49 days of age) and total experiment repiod (21-70 days of age). The initial value for

plasmatic urea was greater (P<0,01) for pigs of T1 but the final titles were similar. There

were no difference (P>0,05) on the frequency of diarrhea. There was difference in the feed

cost with advantage to the T3 in the periods I (21-35 days of age) and I+II. In the period III

(50-70 days of age) and the total experimental period T2 showed the better index of

economic efficiency. SDP improve diet utilization by the animal, making this ingredient

economically viable.

Key-words: growth performance, urea, diarrhea, economic efficiency

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Introdução

A produção de 30 desmamados por porca por ano atualmente é uma realidade em

diversas unidades produtoras (DALTON et al. 2008). Este cenário, todavia, tem

determinado uma piora no peso ao nascer e ao desmame, características inversamente

relacionadas com o tamanho da leitegada (MORÉS, 1993). Segundo Holanda et al. (2005),

na avaliação dos fatores que contribuem para o peso ao desmame, apenas o número de

nascidos vivos, e não o número de nascidos totais deve ser considerado, uma vez que maior

número de nascidos vivos promove aumento no peso médio da leitegada, mas reduz o peso

médio individual. Para cada leitão nascido a mais na leitegada há uma redução no peso

individual de 35 g, em média, além de aumentar a proporção de leitões leves (com menos

de 1,0 kg). O aumento da leitegada de 7-9 para 13 leitões resulta em 0,2 leitões fracos para

cada leitão adicional. Para leitegadas com mais de 13 leitões, cada leitão extra resulta em

0,7 leitões leves a mais (LE DIVIDICH, 1999).

A preocupação com a minimização de perdas e otimização do desenvolvimento de

leitões leves ao desmame tem exigido um incremento qualitativo nas dietas ao desmame. O

tipo de proteína na ração de leitões tem grandes conseqüências no consumo da ração, no

ganho de peso, na digestibilidade do nitrogênio e nas atividades das enzimas pancreáticas

(MAKKINK et al. 1994a, MAKKINK et al. 1994b, PEINIAU et al. 1996). Desse modo,

têm-se buscado alternativas como o fornecimento de rações que contenham tanto fontes

protéicas de origem animal quanto fontes protéicas de origem vegetal (GATTÁS et al.,

2008).

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O plasma sanguíneo desidratado (PSD) é uma excelente fonte de proteínas de alto

valor nutricional para leitões desmamados, além de possuir uma ótima relação de

aminoácidos e alto nível de proteínas globulares (incluindo imunoglobulinas) que

estimulam o crescimento e o consumo de ração durante a fase crítica do pós-desmame

(CROMWELL, 2006). Pesquisas com leitões desmamados aos 21 dias indicam que o uso

de PSD nas dietas aumenta a secreção de enzimas digestivas, melhora a integridade do

epitélio intestinal e aumenta a digestão, absorção e utilização dos nutrientes, especialmente

na primeira semana após o desmame (CAMPBELL et al., 2003). Depréz et al. (1996) e

Nollet et al. (1999) justificaram ainda a utilização de PSD pela capacidade de suas

glicoproteínas reduzirem a adesão de E. coli aos enterócitos. Esses autores observaram

diminuição no número de E.coli nas fezes de suínos alimentados com dietas contendo PSD

diante de uma infecção induzida. Segundo Pierce (2005), é provável que a IgG previna a

adesão de patógenos, como a E. coli, no epitélio intestinal.

No entanto, há algumas limitações quanto ao uso de PSD para leitões. A principal é o alto

custo quando comparado a outras fontes protéicas de origem animal, como a farinha de

peixe e o soro de leite.

Nesse sentido, o objetivo desse experimento foi avaliar os efeitos do PSD fornecido

diretamente no cocho sobre o desempenho, perfil hematológico, freqüência de diarréia e

eficiência econômica do plasma sanguíneo desidratado na alimentação de leitões

desmamados leves aos 21 dias de idade.

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Material e Métodos

O experimento foi conduzido no Setor de Suinocultura da Fazenda Escola da

Universidade Estadual de Londrina durante os meses de abril a agosto de 2009. As análises

foram realizadas no Laboratório de Patologia Clínica da Universidade Estadual de

Londrina. Foram utilizados 72 animais da linhagem PenArLan, sendo 48 machos castrados

e 24 fêmeas. A média de idade no início do experimento foi de 21 dias. Os pesos iniciais

foram divididos em dois grupos, sendo um grupo com pesos iniciais entre 4,5 e 5,5 kg

(animais leves ao desmame) e outro com pesos iniciais entre 5,6 e 6,5 kg (animais pesados

ao desmame). Os animais foram alojados em baias de alvenaria e piso compacto com 3 m2

,

sendo a baia composta por três animais, dois machos castrados e uma fêmea, totalizando 24

baias, onde receberam água e ração à vontade durante todo o período experimental, cuja

duração foi de 49 dias.

As rações experimentais foram formuladas definindo três fases, pré-inicial I (21 a

35 dias de idade), pré-inicial II (36 a 49 dias de idade) e inicial (50 a 70 dias de idade).

Os ingredientes, a composição percentual e os valores analisados das rações experimentais

encontram-se na Tabela 3.

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Tabela 3 - Composição percentual, química e energética das rações experimentais. Ingredientes (%) Pré- Inicial I (PS 400) Pré- Inicial II (PS 250) Inicial (Inicial 40)

Milho 43 50 66

Farelo de soja 17 25 30 Suplemento suíno fases

1,2,3 40 25 4

Total 100 100 100

Valores analisados

Proteína Bruta (%) 19,73 18,85 19,76 Extrato Etéreo (%) 2,94 2,58 2,54

Fibra Bruta (%) 2,15 2,63 3,04

Matéria Mineral (%) 4,38 4,14 5,01

Cálcio (%) 0,63 0,64 0,72 Fósfora total (%) 0,56 0,60 0,45

Energia Metab. (Kcal/kg) 3.296 3.345 3.238

Lisina total (%) 1,41 1,37 1,14 Metionina total (%) 0,50 0,46 0,33 1Composição do suplemento pré-inicial I: PB (21,00 %), EE (3,70 %), FB (1,20 %), MM (7,10 %), EM (3.121

kcal), L-lisina (20,10 mg), DL-metionina (8,34 mg), L-triptofano (3,16 mg), L-treonina (13,32 mg), Ca (14,50

g), P (9,20 g), Na (5,20 g), Se (0,92 mg), Fé (436,00 mg), Cu (500,00 mg), Mn (162,00 mg), Zn (7,50 mg),

ácido glutâmico (7,74 mg), glutamina (2,00 mg), ácido butírico (54,60 mg), vit. A (25.040 UI), vit. D3 (6.260

UI), vit. E (125,30 mg), vit. B1 (4,70 mg), vit. B2 (15,65 mg), vit. B6 (6,26 mg), vit. B12 (62,60 mcg), vit. K3

(1,57 mg), niacina (81,90 mg), ácido pantoténico (34,50 mg), biotina (0,25 mg), ácido fólico (2,70 mg),

colistina (100,00 mg), BHA (6,15 mg), BHT (18,45 mg), etoxiquin (18,45 mg), palatabilizantes (375,00 mg),

aromat. Leite (62,11 mg), aromat. Baunilha (62,11 mg), acidificante (20,.000 mg), lactose (212,50 Mg); 2Composição do suplemento pré-inicial II: PB (13,00 %), EE (2,70 %), FB (1,00 %), MM (8,60 %), EM (3.190 kcal),L-lisina (21,06 mg), DL-metionina (8,70 mg), L-triptofano (2,65 mg), L-treonina (12,93 mg), Ca

(22,30 g), P (12,30 g), Na (6,65 g), Se (1,43 mg), Fé (746,00 mg), Cu (800,00 mg), Mn (252,00 mg), Zn (8,80

mg), ácido glutâmico (5,23 mg), glutamina (2,40 mg), ácido butírico (86,40 mg), vit. A (40.000 UI), vit. D3

(10.000 UI), vit. E (200,00 mg), vit. B1 (7,50 mg), vit. B2 (25,00 mg), vit. B6 (10,00 mg), vit. B12 (100,00

mcg), vit. K3 (2,50 mg), niacina (128,00 mg), ácido pantoténico (55,20 mg), biotina (0,32 mg), ácido fólico

(4,20 mg), colistina (160,00 mg), BHA (10,00 mg), BHT (30,00 mg), etoxiquin (30,00 mg), palatabilizantes

(600,00 mg), aromat. Leite (98,28 mg), aromat. Baunilha (98,28 mg), acidificante (24.000 mg), lactose

(168,00 mg); 3Composição do suplemento Inicial: L-lisina (29,66 mg), DL-metionina (6,13 mg), L-treonina (8,06 mg), Ca

(155,60 g), P (19,20 g), Na (43,80 g), Se (7,00 mg), Fé (3,066 mg) mg), Cu (4,382 mg), Mn (1,563 mg), Zn

(40,02 mg), ácido butírico (75,48 mg), vit. A (200.000 UI), vit. D3 (50.000 UI), vit. E (1.250 mg), vit. B1 (37,50 mg), vit. B2 (125,00 mg), vit. B6 (50,00 mg), vit. B12 (500,00 mcg), vit. K3 (12,50 mg), niacina

(625,00 mg), ácido pantoténico (276,00 mg), biotina (1,25 mg), ácido fólico (20,00 mg), colistina (1.000 mg),

BHA (31,45 mg), BHT (94,35 mg), etoxiquin (94,35 mg), palatabilizantes (3.749 mg), aromat. Leite (85,85

mg), aromat. Baunilha (85,85 mg).

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55

O suplemento protéico, vitamínico e mineral utilizado na ração pré-inicial I (PS

400®) apresentava na sua formulação soro de leite, glúten de milho, proteína texturizada de

soja, levedura de cana, milho pré-gelatinizado, açúcar e lactose. O suplemento PS 250®

utilizado na elaboração da ração pré-inicial II apresentava os mesmos ingredientes com

exceção do glúten de milho. O suplemento Inicial 40® utilizado na elaboração da ração

inicial era composto por levedura de cana, além dos componentes listados na Tabela 3. O

PSD comercial continha as seguintes especificações: plasma sanguíneo suíno em pó

(98,181%), vitamina E e DL-metionina, sendo composta por 77,7% de PB, 18.000 mg de

metionina e 5 mg de vitamina E, sendo seu fornecimento efetuado diretamente no cocho

(três vezes ao dia)

Os animais foram submetidos aos seguintes tratamentos experimentais:

T1 - animais pesados, não suplementados com PSD;

T2 - animais leves, suplementados com 10 g/animal/dia de PSD;

T3 - animais leves, suplementados com 20 g/animal/dia de PSD;

T4 - animais leves, não suplementados com PSD.

A inclusão do PSD se manteve durante as fases pré-inicial, sendo retirado na fase

inicial. Apesar de não haver mudança na inclusão da quantidade PSD diariamente nos

tratamentos 2 e 3, houve uma redução gradual do percentual de plasma consumido para

cada animal, pois a ingestão de ração progressivamente aumentou com o crescimento dos

mesmos.

Para avaliação de desempenho, os animais foram pesados nos dias 0, 14, 28 e 49,

que correspondeu ao 21o, 35

o, 49

o e 70

o dia de idade, coincidindo com cada troca de fase (e

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56

também de ração), quando foram computados o peso final (PF) na fase, consumo diário de

ração (CDR), ganho diário de peso (GDP) e a conversão alimentar (CA).

Os preços dos ingredientes utilizados na elaboração das rações experimentais foram

obtidos na região de Londrina – PR, no mês de maio de 2010, sendo milho, R$ 0,30/kg;

farelo de soja, R$ 0,58/kg; suplemento pré-inicial I R$ 4,16/kg, suplemento pré-inicial II

R$ 3,81/kg, suplemento inicial R$ 2,96/kg e PSD comercial, R$15,11/kg. A viabilidade

econômica da utilização dos diferentes programas nutricionais foi verificada segundo

Bellaver et al. (1985). Na seqüência, foi calculado o Índice de Eficiência Econômica (IEE)

e o Índice de Custo Médio (IC), segundo Barbosa et al. (1992), de acordo as fórmulas:

IEE = MC/ CT x 100;

IC = CT/ MC x 100, em que:

MC = menor custo médio observado em ração por quilograma de peso vivo ganho

entre os tratamentos;

CT = custo médio do tratamento considerado.

O delineamento experimental para a avaliação zootécnica foi em blocos

casualizados (divididos em três blocos de acordo com o peso inicial dos animais), com

quatro tratamentos, seis repetições por tratamento (seis baias com dois machos castrados e

uma fêmea) e dois tempos. Cada baia composta por três animais foi definida como uma

unidade experimental.

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57

Foram realizadas coletas de sangue aos 35 dias de idade dos leitões e no último dia

do período experimental, quando os animais tinham em média 70 dias de idade. As

amostras de sangue foram coletadas por punção jugular, nas primeiras horas da manhã, e

levadas imediatamente ao Laboratório de Patologia Clínica da Universidade Estadual de

Londrina, onde foram realizados os hemogramas, através do método da impedância em

aparelho hematológico automatizado BC-280Vet (Mindray) e as determinações de uréia

plasmática, com a utilização de kits comerciais (Analisa) através do método cinético.

A avaliação da freqüência de diarréia foi realizada segundo Sobestiansky et al.

(1998), sendo realizada diariamente por um único observador, sempre no mesmo horário,

através da verificação direta da presença de animais com diarréia. Quando mais de um

leitão apresentava diarréia, a baia era considerada positiva para diarréia. O número total de

casos de diarréia e o período de ocorrência foram determinados, sendo posteriormente

avaliados pelo teste de qui-quadrado.

Os dados relativos aos tratamentos foram submetidos à análise de variância e Teste

de Tukey para comparação de médias utilizando-se o programa SAEG (UFV, 1997).

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58

Resultados e Discussão

Os resultados do desempenho zootécnico nas fases pré-inicial I, pré-inicial II,

inicial, pré-inicial I + II e pré-inicial I+II+ inicial estão demonstrados na Tabela 4.

Tabela 4 – Médias e desvios das características de desempenho de leitões pesados e leves,

no acumulado das fases pré-inicial I e II e no período experimental total.

Variáveis1

Tratamentos (peso inicial / nível de PSD) P< CV%

Pesado / 0g Leve / 10g Leve / 20g Leve / 0g

Pré-inicial I

PI (kg) 6,14 ± 0,32a 5,08 ± 0,24 b 5,06 ± 0,23 b 5,06 ± 0,27 b 0,000 2,63

PF (kg) 8,17 ± 0,49 7,78 ±0,67 7,93 ±0,36 7,50 ±0,84 ns 7,35

CDR (g) 255 ± 70 285 ± 30 290 ± 30 295 ± 80 ns 20,64 GDP (g) 147 ± 50 192 ± 50 205 ± 20 173 ± 40 ns 24,48

CA (g/g) 2,04 ± 0,54 1,69 ± 0,34 1,64 ± 0,32 2,05 ± 0,77 ns 24,22

Pré-inicial II

PF (kg) 14,80 ± 0,64 14,59 ± 1,11 15,02 ± 0,78 14,43 ± 2,26 ns 8,83 CDR (g) 767 ± 60 735 ± 90 718 ± 50 790 ± 150 ns 11,58

GDP (g) 473 ± 40 488 ± 40 508 ± 40 493 ± 100 ns 11,93

CA (g/g) 1,62 ± 0,15 1,52 ± 0,17 1,42 ± 0,12 1,60 ± 0,11 ns 8,47

Inicial

PF (kg) 27,17 ± 1,13 26,50 ± 2,04 27,56 ± 1,57 27,06 ± 3,90 ns 7,33

CDR (g) 1302 ± 100 1198 ± 270 1292 ± 220 1381 ± 200 ns 13,45

GDP (g) 589 ± 40 567 ± 50 597 ± 60 601 ± 90 ns 7,94 CA (g/g) 2,22 ± 0,28 2,12 ± 0,50 2,19 ± 0,49 2,31 ± 0,22 ns 10,43

Pré-inicial

I+II

CDR (g) 483 ± 40 485 ± 50 483 ± 20 512 ± 100 ns 12,46 GDP (g) 310 ± 20 340 ± 40 357 ± 30 333 ± 70 ns 13,83

CA (g/g) 1,56 ± 0,07b 1,43 ± 0,09ab 1,36 ± 0,15a 1,52 ± 0,09b 0,01 7,13

Período total

CDR (g) 858 ± 50 813 ± 130 848 ± 110 913 ± 140 ns 11,86 GDP (g) 430 ± 20 437 ± 40 458 ± 20 448 ± 70 ns 9,36

CA (g/g) 2,01 ± 0,16b 1,86 ± 0,26a 1,85 ± 0,27a 2,04 ± 0,10b 0,05 6,92

Letras diferentes na linha indicam diferença significativa pelo teste de Tuckey (5%)

ns = não significativo (P>0,05) 1PI = peso médio inicial; PF = peso médio final; CDR = consumo diário de ração; GDP = ganho diário de

peso; CA = conversão alimentar;

A diferença para o peso inicial (P>0,05) foi decorrente do delineamento

experimental, estando prevista naturalmente.

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59

Os resultados obtidos apontam que o consumo diário de PSD para o tratamento 2

foi, em média, 3,5 e 1,5% do consumo nas fases pré-inicial I e pré-inicial II, e de 6,9 e

3,0%, em média para o tratamento 3, nas fases pré-inicial I e pré-inicial II, respectivamente.

No presente trabalho houve uma identificação com os níveis propostos por Barbosa et al.

(2007) para o uso do PSD para leitões desmamados.

Não houve diferença (P>0,05) entre os tratamentos para o CDR em nenhuma das

fases. De maneira geral notou-se bons níveis de consumo em todos os tratamentos e em

todas as fases quando comparado com trabalhos realizados com dietas complexas

oferecidas para leitões desmamados aos 21 dias de idade (Mahan & Lepine, 1991; Quadros

et al., 2002; Barbosa et al., 2007). Assim, os consumos elevados observados podem ter sido

decorrentes da presença de palatabilizantes, aromatizantes e da lactose, um nutriente que

guarda boa palatabilidade e promove melhorias no desempenho (Bertol et al., 2000) e de

outros ingredientes de elevado valor nutritivo utilizados na ração.

Segundo Figueiredo et al. (2003), uma alternativa para reduzir o desafio nutricional

causado pelo desmame é o uso de dietas complexas contendo PSD como fonte de proteína

de qualidade. Segundo Dritz et al. (1994), o fornecimento de dietas complexas a leitões de

creche promove uma melhora no desempenho, que se prolonga até o abate. Mahan &

Lepine (1991), testando manejos nutricionais diferenciados para recuperar leitões leves ao

desmame de 21 a 28 dias, verificaram que animais leves (4,1 a 5,0 kg) respondem melhor a

dietas complexas.

Portanto pode-se auferir que a dimensão das respostas ao uso do PSD como

ingrediente em rações para leitões desmamados é dependente da composição da dieta. Em

experimentos onde a soja constituiu a principal fonte protéica da dieta, as respostas para o

desempenho foram melhoradas com a inclusão do PSD (Van Dijk et al., 2001).

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60

A alta palatabilidade do PSD pode ter colaborado com este resultado (Kats et al.,

2001; Hansen et al., 1993; Coffey & Cromwell, 1995; Barbosa et al., 2007; Gattás et al.,

2008). Barbosa et al. (2007), avaliando o melhor nível de inclusão do PSD para leitões

desmamados aos 21 dias de idade, determinaram em 4,3, 2,5 e 1,3% a inclusão de PSD na

dieta na primeira, segunda e terceira semana pós-desmame, respectivamente.

Ao contrário dos resultados observados, Rantanen et al. (1994) reportaram

aumentos lineares no CDR alimentando leitões durante duas semanas pós-desmame com

dietas contendo 0, 2, 4, ou 6% de PSD. Koehler et al. (1998) testaram 4% de PSD dos dias

0 a 14 pós-desmame e verificaram um aumento do CDR nos 14 dias pós-desmame quando

comparado a uma dieta controle. Segundo Hansen et al. (1993), até 7 ou 14 dias pós-

desmame a participação do PSD resultou em maior consumo de ração comparado com

leitões que receberam dieta com leite em pó. Após os 14 dias até os 35 dias pós-desmame,

houve a manutenção do maior consumo a favor do grupo tratado com ração com PSD.

Para o GDP não houve diferença (P>0,05) em nenhum dos períodos, contrariando

os resultados obtidos em vários trabalhos (Tucker et al., 2007; Hansen et al., 1993;

Rantanen et al., 1994; Smith et al., 1995; Lindemann et al., 1998; Pierce et al., 2005). No

entanto, Guzik et al. (2002), alimentando leitões com 1,5% de PSD por 8 dias após o

desmame, observaram uma redução no consumo, no ganho de peso e piora da conversão

alimentar. Van Dijk et al. (2002a), fornecendo 3,0% de PSD não encontraram nenhuma

diferença no CDR, GDP e CA entre os dias 0 e 7, mas observaram melhora desses índices

no intervalo entre os dias 8 e 21 e entre 0 e 21. Possivelmente a complexidade da dieta

utilizada neste trabalho e sua identificação com o status fisiológico e enzimático dos leitões

foram suficientes para promover GDP semelhante aos animais pesados, sendo que o PSD

não interferiu nesta variável.

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61

Os valores de CA apresentaram diferença (P<0,01 e P<0,05) nas fases pré-inicial

I+II (21 a 49 dias de idade) e no período experimental total (21 a 70 dias de idade),

respectivamente, demonstrando um melhor aproveitamento das dietas 2 e 3 (10 g e 20 g de

PSD por animal por dia, respectivamente) entre os 21 e 49 dias de idade. Esta melhora no

parâmetro foi mantida até o fim do período experimental. Esses resultados foram

semelhantes aos encontrados por vários autores (Hansen et al. (1993; Coffey & Cormwell,

1995, 2001; Smith et al., 1995; Júnior et al. 2009; Gattás et al., 2008). No entanto, a

maioria dos trabalhos encontrou diferenças significativas também na primeira semana pós-

desmame, diferindo dos resultados obtidos. Segundo Van Dijk et al. (2001), para a CA, os

melhores níveis de inclusão de PSD devem ser de no máximo 6%, sendo que níveis

maiores apresentam respostas variáveis. Pesquisas com leitões desmamados aos 21 dias

indicam que o uso de PSD aumenta a secreção das enzimas digestivas, melhora a

integridade do epitélio intestinal e melhora a digestão, absorção e utilização dos nutrientes,

especialmente na primeira semana após o desmame, aos 21 dias de idade (Campbell et al.,

2003).

Coffey & Cromwell (1995) relacionaram as imunoglobulinas presentes no plasma à

melhora no desempenho dos animais após o desmame, visto que essas imunoglobulinas

podem prevenir os danos causados por patógenos à parede intestinal, mantendo as

características digestivas e absortivas do intestino.

Com relação ao peso final nas fases, não houve diferença entre os tratamentos

(P>0,05), mostrando uma recuperação do desempenho dos animais leves ao desmame. O

peso médio final dos animais do tratamento 4 indica que estes apresentaram desempenho

semelhantes aos animais dos tratamentos 2 e 3, sugerindo que a adição de PSD na ração

não interferiu nesta característica. Segundo Touchette et al. (1996), dietas contendo PSD

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62

poderiam demonstrar resultados semelhantes a dietas isentas do ingrediente, quando estas

são complexas. Também atribuem que com a retirada do PSD, à medida que os animais

passam para fases mais tardias, pode ocorrer uma redução no consumo, fazendo com que o

grupo controle venha recuperar o tratado. Um quadro semelhante pode ter sido observado

neste trabalho, onde os leitões leves diante de uma dieta de boa qualidade e com condições

de acesso fácil ao cocho, mesmo sem a adição de PSD (tratamento 4), apresentaram bom

desempenho, igualando os resultados dos demais tratamentos. Kats et al. (1994)

observaram queda no ganho de peso nos 14 dias após a retirada do plasma da dieta, no

entanto, o consumo de ração e a conversão alimentar não foram afetadas. Contrário aos

resultados obtidos, Hansen et al. (1993) verificaram que níveis crescentes de PSD nas

primeiras semanas após o desmame melhoram o ganho de peso no período subseqüente à

sua retirada da dieta. Relatam ainda que leitões alimentados com PSD apresentam melhores

resultados nas duas primeiras semanas pós-desmame e pior desempenho nas semanas

seguintes.

Os resultados de hemograma realizado aos 35 dias de idade e aos 70 dias de idade

dos animais estão demonstrados na Tabela 5.

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63

Tabela 5 – Médias e desvios dos valores de hemograma de leitões pesados e leves aos 35 e

70 dias de idade.

Variáveis1

Tratamentos P<

CV (%) Pesado / 0g Leve / 10g Leve / 20g Leve / 0g

35 dias de

idade

HT (%) 37,57 ± 3,41 39,20 ± 4,97 38,60 ± 4,22 34,60 ± 2,41 ns 9,40 HB (g/dl) 12,56 ± 1,35 12,80 ± 2,29 12,12 ± 2,20 11,28 ± 0,72 ns 12,49

HE (mm3) 8,05 ± 0,16 8,34 ± 1,18 7,88 ± 0,77 7,27 ± 0,14 ns 9,75

Leuc. (mm3) 11942 ± 5011 12790 ± 2816 15020 ± 2805 12470 ± 3928 ns 30,91

PTP (g/dl) 5,03 ±0,24 5,40 ± 0,58 5,36 ± 0,22 5,08 ± 0,39 ns 7,37

Seg. (%) 43,86 ± 15,09 46,40 ± 5,77 46,80 ±11,78 45,60 ±16,07 ns 23,89

Plaquetas (mm3) 375000±165151 437500±77629 459000±116318 473000±96726 ns 24,28

Linfócitos (%) 54,43 ± 14,85 52.20 ± 4,97 50,40 ±12,30 47,25 ± 15,67 ns 19,88

Uréia (mg/dl) 23,36 ± 4,92a 15,78 ± 4,97b 16,20 ± 7,43b 20,88±4,90ab 0,01 25,15

70 dias de idade

HT (%) 41,50 ± 2,56 41,71 ± 1,97 41,71 ± 1,25 42,37 ±1,68 ns 4,24

HB (g/dl) 14,25 ± 0,94 13,92 ± 0,55 13,89 ± 0,51 14,21 ± 0,62 ns 4,96

HE (mm3) 7,88 ± 1,57 7,71 ± 1,51 7,72 ± 1,35 7,87± 1,49 ns 4,23

Leuc. (mm3) 9928 ± 2299 29192 ± 47906 12615 ± 2606 11706 ±4094 ns 145,48 PTP (g/dl) 6,10 ±0,47 5,97 ± 0,14 6,14 ± 0,25 6,02 ± 0,43 ns 4,65

Seg. (%) 28,00 ± 13,55 33,86 ± 12,05 29,00 ± 13,07 30,57 ± 7,85 ns 36,23

Plaquetas (mm3) 630666±221153 615857±118042 650143±40977 642000±150436 ns 22,34

Linfócitos (%) 64,37 ± 16,93 62,86 ± 11,26 70,43 ± 14,87 64,50 ± 6,59 ns 19,70

Uréia (mg/dl) 23,21 ± 4,91 23,61 ± 6,07 27,78 ± 5,91 25,83 ± 4,55 ns 21,64

Letras diferentes na linha indicam diferença significativa pelo teste de Tuckey (5%)

ns = não significativo (P>0,05) 1HT=hematócrito; HB=hemoglobina; HE=hemácias; Leuc=leucócitos; PTP=proteínas totais plasmáticas;

Seg=segmentados

Somente para os valores de uréia plasmática aos 35 dias de idade foi observado

diferença (P<0,01) entre os tratamentos. Os animais leves ao desmame mostram valores

inferiores aos animais pesados e, posteriormente, aos 70 dias de vida, os valores não

apresentaram diferença significativa. Esses resultados sugerem que o fornecimento de PSD

promoveu um melhor aproveitamento das proteínas dietéticas, visto que a concentração de

uréia plasmática está positivamente relacionada com a taxa de síntese de uréia e, portanto,

inversamente relacionada com a eficiência de deposição de nitrogênio ou tecido muscular.

A quantidade de nitrogênio ingerido (consumo de ração) também tem uma relação

positiva com as concentrações de uréia plasmática e, ainda, o consumo excessivo de

proteína aumenta a síntese e a excreção de uréia refletindo no incremento da uréia (Eggum,

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64

1970). O mesmo autor relata que a concentração de uréia plasmática está inversamente

relacionada com a utilização da proteína dietética e reflete a magnitude da degradação de

aminoácidos.

Os resultados da freqüência de diarréia não apresentaram diferença (P>0,05). O

grupo de animais pesados apresentou quadros de diarréia durante 14,29% do período

experimental, já o grupo de animais leves que receberam 10 g/animal/dia de PSD

apresentou quadros de diarréia em 16,33% do período experimental e o grupo de animais

leves suplementados com 20 g/animal/dia de PSD e animais leves não suplementados

apresentaram quadros diarréicos durante 20,41% do período experimental.

Segundo Van der Peet Schwering e Binnendijk (1995) e Owusu-Asiedu et al.

(2000), a utilização do PSD para leitões desmamados reduz a incidência e a gravidade da

diarréia em leitões, no entanto, Coffey e Cromwell (1995) observaram que estes resultados

são mais pronunciados em ambientes de baixo padrão sanitário (Coffey e Cromwell, 1995),

fato que pode explicar a ausência de vantagem para as dietas que continham PSD dada a

qualidade do ambiente experimental.

Os resultados calculados para avaliação econômica estão demonstrados na Tabela 6.

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65

Tabela 6 - Custo médio de ração por quilograma de peso vivo ganho, índice de eficiência

econômica (IEE) e índice de custo médio (ICM) de acordo com os tratamentos

experimentais.

Variáveis1

Tratamentos P< CV%

Pesado / 0g Leve / 10g Leve / 20g Leve / 0g

Pré-inicial I Custo (R$/kg PV) 3,49 0,65b 2,84 0,30ab 2,70 0,42a 3,22 0,27ab 0,04 15,16

IEE (%) 82,79 13,08 81,81 9,63 91,44 11,80 94,58 7,03 ns 12,93

ICM (%) 123,78 23,06 123,49 12,99 111,20 17,23 106,28 8,76 ns 15,12

Pré-inicial II

Custo (R$/kg PV) 2,03 0,19 1,89 0,21 1,77 0,15 2,00 0,14 0,06 8,55

IEE (%) 91,06 7,85 91,49 9,52 88,92 7,68 90,98 6,20 ns 8,27

ICM (%) 110,57 10,45 110,36 12,27 106,27 8,99 110,34 7,52 ns 8,58

Inicial

Custo (R$/kg PV) 1,09 0,14 1,04 0,25 1,07 0,24 1,13 0,11 ns 10,42

IEE (%) 89,39 10,93b 59,96 20,21a 77,04 16,02b 86,82 8,33b 0,0001 11,28

ICM (%) 113,31 14,24b 178,44 42,24a 134,92 30,08b 116,06 10,95b 0,00003 13,49

Pré-inicial I+II

Custo (R$/kg PV) 2,45 0,12b 2,24 0,14ab 2,14 0,24a 2,42 0,15b 0,02 7,26

IEE (%) 93,61 4,51 94,51 5,81 86,93 9,66 93,18 5,52 ns 7,29

ICM (%) 107,04 5,22 106,16 6,82 116,23 13,03 107,65 6,57 ns 7,72

Período total

Custo (R$/kg PV) 2,22 0,17ab 2,06 0,28a 2,05 0,30a 2,26 0,11b 0,05 6,95

IEE (%) 92,09 7,12b 75,71 12,51a 86,83 11,54b 94,71 4,49b 0,0003 7,07

ICM (%) 109,14 8,62b 134,61 18,54a 117,03 16,97b 105,78 5,12b 0,0002 7,89

Letras diferentes na linha indicam diferença significativa pelo teste de Tuckey (5%)

ns = não significativo (P>0,05) 1IEE = Índice de eficiência econômica; ICM = índice de custo médio

Observou-se, de acordo com as condições deste experimento e dos preços dos

ingredientes no período experimental, que os melhores índices de eficiência econômica e de

custo médio foram obtidos para o tratamento com inclusão de 10 g de PSD por animal por

dia na fase inicial e no período total. A fase pré-inicial I apresenta os maiores custos em

ração devido ao alto valor dos ingredientes utilizados. Entre os tratamentos foi observado

menor custo em ração para os tratamentos constituídos por animais leves ao desmame, com

destaque para o tratamento com inclusão de 20 g de PSD, devido à melhor relação entre

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consumo e ganho de peso. No segundo período os custos sofreram uma redução devido à

menor complexidade da dieta e também aos bons resultados de CA obtidos por todos os

tratamentos. Já no terceiro período os custos mantiveram a tendência de redução devido à

menor quantidade e complexidade dos ingredientes constituintes da ração. Neste período o

tratamento de animais leves que receberam 10 g de PSD mostraram o melhor índice de

eficiência econômica e de custo médio devido à melhor CA dos animais. Levando-se em

consideração todo o período de fornecimento do PSD (fase pré-inicial I+II) novamente os

animais que receberam 20 g de PSD por dia apresentaram os menores custos, sendo que

tanto os animais pesados quanto leves que não receberam suplementação apresentaram

resultados semelhantes e muito aquém do grupo que recebeu a inclusão de 20 g de PSD. Ao

analisar o período experimental como um todo (período I+II+III) os resultados mostram

que os leitões suplementados com 10 g de PSD apresentam resultados economicamente

melhores que os demais.

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67

Conclusões

A adição de plasma sanguíneo desidratado diretamente no cocho, nas quantidades

utilizadas, não melhora o peso dos leitões ao final do período de creche, no entanto,

proporciona melhor aproveitamento da dieta, tornando a utilização deste ingrediente para,

leitões leves ao desmame, economicamente interessante.

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73

Efeitos de Dietas Contendo Plasma Sanguíneo Desidratado (PSD) sobre Parâmetros

Microbiológicos, Imunológicos e Histológicos de Leitões Leves ao Desmame

Resumo

Este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos do plasma sanguíneo desidratado (PSD)

sobre o desempenho, perfil imunológico, histológico, microbiológico e peso de órgãos de

leitões leves, desmamados aos 21 dias de idade. Foram utilizados 24 leitões, sendo 16

machos castrados e 8 fêmeas (PenArLan) com idade média inicial de 21 dias. O

delineamento experimental foi completamente casualizado. Os tratamentos oferecidos

foram: T1 - animais pesados ao desmame, sem suplementação com PSD; T2 - animais

leves ao desmame, suplementados com 10g/animal/dia de PSD; T3 - animais leves ao

desmame, suplementados com 20g/animal/dia de PSD; T4 - animais leves ao desmame,

sem suplementação com PSD. Foi verificada diferença para o ganho de peso (P<0,05) com

vantagem para o T3. Os valores de peso final apresentaram diferença (P<0,01) com

melhores valores para o T1, T2 e T3. Não houve diferença (P>0,05) para contagem de

bactérias gram negativas, Escherichia coli e Lactobacillus e para valores de pH do

conteúdo do intestino delgado. Não houve diferença na contagem de linfócitos totais na

lâmina própria do duodeno, jejuno e íleo. Houve diferença (P<0,05) para o peso absoluto

(g) do intestino delgado, com vantagem para os T1, T2 e T3 e para o peso percentual (g/kg

de peso vivo) do baço, com vantagem para o T3. As medidas de comprimento e largura dos

linfonodos ileocólicos apresentaram diferenças (P<0,001) com vantagem para os T1, T2 e

T3, em relação ao comprimento, e para T1 e T2, em relação à largura. Houve diferença

(P<0,05) para imunoglobulina A nas fezes, com maiores títulos para o T2 e também

diferença (P<0,05) entre títulos iniciais e finais de imunoglobulina A no soro para o T3. A

altura das vilosidades e a espessura das criptas do duodeno apresentaram diferença

(P<0,05) com vantagem pata T1 e T3. No íleo, houve diferença (P<0,05) para altura das

vilosidades e profundidade das criptas com vantagem para T2. A adição de 20g de PSD na

dieta melhorou o GDP, aumentou o peso (g/kg) do baço e o título de IgA no soro entre 21 e

31 dias de idade. A inclusão de 10g de PSD aumentou o comprimento e largura do

linfonodo ileocólico. A inclusão de PSD traz benefícios aos leitões nos primeiros 10 dias

pós-desmame, atuando principalmente nos órgãos linfóides e na mucosa intestinal.

Palavras-chave: creche, intestino delgado, imunoglobulinas, E.coli

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74

Effetct of Diets With Spray-dried Plasma to Recover Light Weight Weaned Pigs:

Growth Performance, Microbiological, Immunological and Histological Parameters

Abstract

The aim of this research was to evaluate the effects of spray-dried plasma (SDP) on the

growth performance, immunological, histological and microbiological profile and weight of

organs of light weight weaned pigs. The trial was done using 24 pigs, 16 castrated males

and 8 females (PenArLan) with an initial mean age of 21 days. The experimental design

was completely randomized. The treatments were: T1 - heavy weight weaned pigs, without

supplementation of SDP; T2 - light weight weaned pigs, supplemented with

10g/animal/day of SDP; T3 - light weight weaned pigs, supplemented with 20g/animal/day

of SDP; T4- light weight weaned pigs, without supplementation of SDP. The weight gain

was greater (P<0,05) for pigs from T3. There were differences on final weight (P<0,01)

with vantages to T1, T2 and T3. There were no differences (P>0,05) in the account of

Escherichia coli and Lactobacillus and to pH of small intestine content. There were no

differences in the total lymphocytes account in the duodenum, jejunum and ileum of the

lamina própria. There were differences (P<0,05) for absolute weight (g) of the small

intestine, with advantage to T1, T2 and T3 and for percentage weight (g/kg de peso vivo)

of the spleen with advantage for T3. There were differences (P<0,001) to lenght and width

of ileocolic lymph nodes with advantage for T1, T2 and T3 in relation to lenght and T1 and

T2 in relation to width. Immunoglobulins A in feces were greater (P<0,05) for pigs fed T2

and there were difference (P<0,05) betwen the initial and final titles of immunoglobulins A

in serum for T3. There were differences (P<0,05) on villus height and cript thickness, in the

duodenum with advantage fot T1 and T3. In the ileum, there were differences (P<0,05) to

villus height and cript depth with advantage to T2. The inclusion of 20g of SDP in the diet

improved the weight gain, spleen weight (g/kg) and serum IgA title between 21 and 31

days of age. The inclusion of 10g of SDP in the diet improved the lenght and width of

ileocolic lymph nodes. In the first 10 days after weaning SDP improve the development of

lymphoid organs and protect the intestinal mucosa.

Key-words: nursery, small intestine, immunoglobulins, E. coli

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75

Introdução

A rentabilidade de um sistema de produção está diretamente ligada à eficiência

reprodutiva, sendo que na suinocultura ela é medida através do número de leitões

desmamados por porca por ano (DALTON et al., 2008). No entanto, o aumento da

prolificidade tem gerado um volume maior de animais de baixo desempenho (HECK,

2008). O tamanho da leitegada ao desmame é influenciado pelo número de leitões nascidos

vivos (SIEWERDT & RECH, 1991; VAN DER LENDER & JAGER, 1991; MORES,

1993; KNOL, 2002;). Holanda et al. (2005) citam uma redução do peso médio ao

nascimento de 20 g para cada leitão adicional na leitegada. Munari (1991) e Morés (1993)

constataram que leitegadas numerosas ao nascer, com baixo peso individual, influenciam a

produção de leitões fracos e menos ativos. Segundo Holanda et al. (2005), o número de

nascidos vivos (2 a 15 leitões) tem efeito sobre o peso aos 21 dias, pois para cada leitão

nascido vivo, houve decréscimo de 62 g no peso médio do leitão ao desmame.

No desmame o leitão passa por um grande distresse, com repercussões negativas no

consumo de ração, no desenvolvimento intestinal e na adaptação à dieta inicial,

aumentando a suscetibilidade de problemas entéricos, infecções e diarréias (PLUSKE et al,

1997; LALLÈS et al. 2004).

As alterações intestinais que ocorrem no pós-desmame incluem mudanças na

morfologia das vilosidades/criptas e enzimas da borda em escova e implicações com

patógenos entéricos (Escherichia coli e rotaviruses) têm sido demonstradas (PLUSKE et al,

1997). O plasma sanguíneo desidratado (PSD) utilizado como ingrediente na ração de

leitões recém desmamados também reduz a expressão de citoquinas pró-inflamatórias (IL-

1, IL-6 e TNF-a) nos tecidos (Touchette et al., 2002) e a densidade de células imune na

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76

mucosa intestinal (JIANG et al., 2000a). O primeiro órgão a sofrer as conseqüências

negativas do pós-desmame é o intestino, com comprometimentos importantes na sua

estrutura e função, incluindo minimização da sua ação como barreira contra antígenos e

patógenos. A principal conseqüência da anorexia pós-desmame é a rápida atrofia que

ocorre na mucosa do intestino delgado (MONTAGNE et al. 2007).

O PSD também possui alta palatabilidade, bons níveis de aminoácidos e

imunoglobulinas que poderiam reduzir a ação de patógenos intestinais.

Segundo van Dijk et al. (2001), além da alta palatabilidade, os efeitos positivos,

provavelmente, envolvem a atividade das glicoproteínas que reforçam a proteção contra E.

coli e das imunoglobulinas adquiridas através do plasma. Segundo Pierce (2005), tanto a

palatabilidade quanto os demais efeitos benéficos do PSD são relacionados aos altos níveis

de IgG. É provável que a IgG previna a adesão de patógenos, como a E. coli, no epitélio

intestinal. Segundo Coffey e Cromwell (1995), o PSD melhora o desempenho por

incrementar a imunocompetência do animal pelas imunoglobulinas presentes. Dritz et al.

(1996) propuseram que a fração imunoglobulina reduz a exposição do sistema imune aos

antígenos, provocando redução na produção de citoquinas pró-inflamatórias e em

contrapartida, aumentando o consumo de ração. A resposta do PSD suíno é melhor que a

resposta ao plasma bovino, sugerindo que um efeito de imunoglobulinas específicas

poderia estar envolvido.

Assim, o objetivo desse experimento foi avaliar os efeitos da utilização de plasma

sanguíneo desidratado sobre o desempenho, perfil microbiológico, histológico e

imunológico do PSD na alimentação de leitões desmamados leves, aos 21 dias de idade.

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77

Material e Métodos

O experimento foi realizado no Setor de Suinocultura da Fazenda Escola da

Universidade Estadual de Londrina durante o mês de outubro de 2009. As análises foram

realizadas no Laboratório de Microbiologia, Anatomia Patológica e de Imunologia da

Universidade Estadual de Londrina.

Foram utilizados 24 leitões da linhagem PenArLan, sendo 16 machos castrados e 8

fêmeas. A média de idade no início do experimento foi de 21 dias. Os pesos iniciais foram

divididos em dois grupos, sendo um grupo com pesos iniciais entre 4,5 e 5,5 kg (animais

leves ao desmame) e outro, pesos iniciais entre 5,6 e 6,5 kg (animais pesados ao desmame).

Os animais foram alojados em baias de alvenaria e piso ripado com 3 m2

, sendo a baia

composta por dois animais, um macho castrado e uma fêmea, totalizando 12 baias, onde

receberam água e ração à vontade durante todo o período experimental que foi de 10 dias.

Ao final do período experimental os animais foram abatidos e amostras foram coletadas.

As rações experimentais foram formuladas para a fase pré-inicial I (21 a 30 dias de idade).

Os ingredientes, a composição percentual e os valores analisados das rações experimentais

encontram-se na Tabela 7.

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Tabela 7- Composição percentual, química e energética da ração experimental.

Ingredientes (%) Pré- Inicial I (PS 400)

Milho 43

Farelo de soja 17

suplemento suíno fases1,2,3

40

Total 100

Valores analisados

Proteína Bruta (%) 19,73

Extrato Etéreo (%) 2,94

Fibra Bruta (%) 2,15

Matéria Mineral (%) 4,38

Cálcio (%) 0,63

Fósfora total (%) 0,56

Energia Metab. (Kcal/kg) 3.296

Lisina total (%) 1,41

Metionina total (%) 0,50 1Composição do suplemento pré-inicial I: PB (21,00 %), EE (3,70 %), FB (1,20 %), MM (7,10 %), EM (3.121

kcal), L-lisina (20,10 mg), DL-metionina (8,34 mg), L-triptofano (3,16 mg), L-treonina (13,32 mg), Ca (14,50

g), P (9,20 g), Na (5,20 g), Se (0,92 mg), Fé (436,00 mg), Cu (500,00 mg), Mn (162,00 mg), Zn (7,50 mg),

ácido glutâmico (7,74 mg), glutamina (2,00 mg), ácido butírico (54,60 mg), vit. A (25.040 UI), vit. D3 (6.260 UI), vit. E (125,30 mg), vit. B1 (4,70 mg), vit. B2 (15,65 mg), vit. B6 (6,26 mg), vit. B12 (62,60 mcg), vit. K3

(1,57 mg), niacina (81,90 mg), ácido pantoténico (34,50 mg), biotina (0,25 mg), ácido fólico (2,70 mg),

colistina (100,00 mg), BHA (6,15 mg), BHT (18,45 mg), etoxiquin (18,45 mg), palatabilizantes (375,00 mg),

aromat. Leite (62,11 mg), aromat. Baunilha (62,11 mg), acidificante (20,.000 mg), lactose (212,50 Mg);

O suplemento protéico, vitamínico e mineral utilizado na ração pré-inicial I (PS

400) apresentava na sua formulação soro de leite, glúten de milho, proteína texturizada de

soja, levedura de cana, milho pré-gelatinizado, açúcar e lactose. O PSD comercial continha

as seguintes especificações: plasma sanguíneo suíno em pó (98,181 %), vitamina E e DL-

metionina, apresentando 77,7% de PB, 18.000 mg de metionina e cinco mg de vitamina E,

sendo seu fornecimento efetuado diretamente no cocho (3 vezes ao dia).

Os animais foram submetidos aos seguintes tratamentos experimentais:

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T1 - animais pesados, não suplementados com PSD;

T2 - animais leves, suplementados com 10 g/animal/dia de PSD;

T3 - animais leves, suplementados com 20 g/animal/dia de PSD;

T4 - animais leves, não suplementados com PSD.

Para avaliação de desempenho, os animais foram pesados nos dias 0 e 10 (dia inicial

e final do período experimental), quando foi computado o peso final (PF), consumo diário

de ração (CDR), ganho diário de peso (GDP) e a conversão alimentar (CA).

O delineamento experimental foi completamente casualizado, com quatro

tratamentos e três repetições por tratamento (três baias com dois leitões). Cada baia

composta por dois animais, foi definida como uma unidade experimental.

O delineamento experimental para a avaliação microbiológica, imunológica e

histológica foi completamente casualizado, com quatro tratamentos e seis repetições por

tratamento. Cada animal foi definido como uma unidade experimental.

Foram realizadas duas coletas de sangue, aos 21 dias de idade dos animais e ao

abate (30 dias de idade), quando também foi realizada uma coleta de fezes. O processo de

abate consistiu primeiramente em uma insensibilização através da concussão cerebral. A

sangria foi realizada através do corte dos grandes vasos do pescoço, com os animais na

posição horizontal. Após o abate o baço foi pesado e foram coletadas amostras de duodeno,

jejuno, íleo e conteúdo do intestino delgado e após a retirada do conteúdo intestinal, foram

pesados o intestino delgado e ceco. Também foi realizada a medida do comprimento e

largura dos linfonodos ileocólicos.

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Para a pesquisa de Escherichia coli e Lactobacillus sp, amostras de

aproximadamente 10 g do conteúdo intestinal foram coletadas em frasco estéril, utilizando

técnicas assépticas e mantidas refrigeradas até o envio ao laboratório, não ultrapassando 2h

até a análise. Foi aferido o pH das amostras e as mesmas submetidas à diluição seriada em

salina 0,85%. A diluição 10-1

(1ml da amostra com 9 ml de salina) foi homogeneizada em

vortex por 30s. As demais diluições, até 10-6

, foram homogeneizadas por 10 segundos.

Uma alíquota de 100 µL de cada diluição foi semeada por espalhamento em superfície em

Agar MacConkey e Agar Rogosa, para contagem de Escherichia coli e Lactobacillus sp,

respectivamente. O Agar MacConkey foi incubado em aerobiose, à 37º C, por 18 a 24 h. O

Agar Rogosa foi incubado à 37º C por 18 a 24 h, à 5% CO2 (PIERCE, 2007). As colônias

crescidas em MacConkey com suspeita de E. coli (colônias rosas com morfologia típica)

foram semeadas em TSI (Triple Sugar Iron Agar), SIM Mediun (meio de cultura que

detecta a produção de H2S, indol e motilidade), fenil, citrato, VM (vermelho de metila)

para confirmação e então contadas. As colônias grandes claras, de bacilos Gram positivos,

crescidas em Agar Rogosa, foram contadas (FRANKLIN, 2002).

As amostras de sangue e fezes foram processadas para análises da concentração dos

anticorpos IgG, IgM, IgA do soro e IgA e IgM das fezes pelo método de ELISA (Enzyme

Linked Immunosorbent Assay). As amostras de sangue foram inicialmente mantidas a 37o

C

em banho-maria e centrifugadas a 1509 g a temperatura ambiente por dois minutos. As

amostras fezes foram diluídas 8 vezes em tampão PBS 1X, homogeneizadas em vórtex e

centrifugadas a 1509 g por dois minutos para obtenção do sobrenadante. As amostras de

soro e fezes foram armazenadas em freezer a -20o

C. Posteriormente, uma parte de cada

amostra de soro foi diluída 100 vezes em PBS 1X com glicerina 20%, enquanto as amostras

de fezes foram diluídas 1:20 em PBS 1X com glicerina 20% e armazenadas a –20º C até o

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momento do uso. Os testes de ELISA foram realizados com kits ELISA Quantification Set

(Bethyl) específicos para cada classe de imunoglobulina testada (IgG, IgA e IgM),

seguindo as recomendações do fabricante. Inicialmente, cada poço da placa de ELISA foi

preenchido com 100 µl de solução do anticorpo de captura (1 µl de anticorpo de afinidade

em 100 µl de tampão carbonato-bicarbonato, pH 9,6). A placa foi incubada por 1 hora a

temperatura ambiente. Posteriormente, foram realizadas cinco lavagens com PBS Tween 20

a 0,05% (50mM Tris, 0,14 M NaCl, 0,05% Tween 20 – 0,05%, pH 8,0) e foi adicionado a

solução de bloqueio (100 partes de PBS 1X em 1 parte de leite em pó desnatado) em cada

poço e incubado em temperatura ambiente por 30 minutos. Seguiu-se nova série de cinco

lavagens e a as amostras foram adicionadas, diluídas na solução de bloqueio a 1% (Soro:

IgG 1:200.000, IgA 1:1000 e IgM 1:10.000 ; fezes: IgA 1:50 e IgM 1:200), em seus

respectivos poços e incubado a temperatura ambiente por 1 hora de acordo com dados da

literatura de FRANZ & CORTHIER (1981) e ILSLEY et al. (2005). Após nova série de

cinco lavagens, foi adicionado o anticorpo conjugado, diluído 75.000X em solução de

bloqueio a 1% (para todas as classes de imunoglobulinas) e incubado por 1 hora em

temperatura ambiente. Novamente a placa foi lavada cinco vezes e a solução de substrato (1

parte de tampão acetato 0,1 M a pH 5; 0,1 parte de TMBZ (diluição de 10mg de TMBZ em

1 ml de DMSO) e 0,1 parte de H2O2 30%) foi adicionada, seguindo-se uma incubação por

15 minutos no escuro, a temperatura ambiente. Após o tempo de incubação, foi adicionada

a solução de H2SO4 1N e realizada a leitura de absorbância em um leitor de placa a 450 nm.

Para cada ELISA realizado, além das amostras, também foi feita uma curva padrão

com soro de referência, fornecido pelo kit. Os valores de absorbância foram colocados no

programa Curve Expert 1.3 e dessa forma foi obtida uma curva de referência através da

qual foi possível comparar os valores das amostras e realizar os cálculos, também no

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mesmo programa, para transformar os valores de absorbância em valores de miligramas de

proteína por mililitro.

As amostras de duodeno, jejuno e íleo, após o abate, foram armazenadas em solução

de formol 10% por 24 horas e, posteriormente, conservadas em álcool 70% para posterior

contagem do número médio de linfócitos e avaliação da morfometria intestinal. As

amostras foram processadas, fixadas em parafina e cortadas em micrótomo American

Optical, sendo os cortes feitos com cinco micrômetros de espessura. Em seguida, as

lâminas histológicas foram coradas em hematoxilina/eosina. A contagem do número médio

de linfócitos foi realizada em microscópio óptico Leika, aumento de 100X (imersão),

contando o número total de linfócitos presentes na lâmina própria das vilosidades,

totalizando 20 observações por amostra e 120 por tratamento. A avaliação morfométrica foi

realizada utilizando microscópio óptico Zeizz Axioskop, no aumento de 10 vezes. As

imagens foram capturadas com uma Câmera MoticCam 2300 e no programa Motic Image

Plus 2.0 foram medidas a altura e espessura das vilosidades e a profundidade das criptas.

As medidas foram realizadas em 30 vilosidades e criptas, verticais e bem definidas, de cada

região intestinal de todos os animais. A taxa vilosidade:cripta foi calculada dividindo a

altura da vilosidade pela profundidade da cripta.

Os dados relativos aos tratamentos foram submetidos à análise de variância e

comparação de médias pelo Teste de Tukey utilizando-se o programa SAEG (UFV, 1997).

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Resultados e Discussão

Os resultados para as características de desempenho zootécnico estão demonstrados

na Tabela 8.

Tabela 8 – Médias e desvios das características de desempenho de leitões pesados e leves,

no período de 21 a 31 dias de idade.

Variáveis1

Tratamentos (peso inicial dos leitões/ oferta diária de PSD) P< CV%

Pesado / 0g Leve / 10g Leve / 20g Leve / 0g

Período I2

PI (kg) 5,73 0,252a 4,75 0,229b 4,73 0,284b 4,75 0200b 0,002 4,87

PF (kg) 7,01 0,393a 6,22 0,651ab 6,34 0,496ab 5,28 0,076b 0,01 7,33

CDR (g) 223 76 230 35 210 26 153 58 ns 29,03

GDP (g) 130 36 ab 150 53 ab 163 23 a 57 25 b 0,03 21,44

CA (g/g) 1,74 0,052 1,65 0,455 1,28 0,174 3,47 2,042 ns 51,51

Letras diferentes na linha indicam diferença significativa pelo teste de Tuckey (5%) ns = não significativo (P>0,05) 1PI = peso médio inicial; PF = peso médio final; CDR = consumo de ração médio diário; GDP = ganho de

peso médio diário; CA = conversão alimentar; 2Período I= 21 a 30 dias de idade

A diferença significativa verificada para peso inicial provém do desenho

experimental que determinava uma estratificação dos pesos dos leitões.

Para o parâmetro peso final foi observado melhor desempenho para os animais

pesados e para os leves tratados com 10 g e 20 g/dia de PSD na ração, havendo somente

diferença (P<0,01) para o grupo de leitões leves que não receberam PSD em relação ao

grupo de leitões pesados. Considerando que os animais leves iniciaram o experimento, em

média, um quilo mais leves em relação aos animais pesados (tratamento 1), concluiu-se que

houve uma recuperação desses leitões pela suplementação de PSD. Contudo, a inclusão de

10 g e de 20 g de PSD por dia não determinou resultados diferentes entre si.

Os mecanismos pelos quais o PSD promove estas melhorias no desempenho dos

animais ainda não estão bem elucidados, contudo, acredita-se que estejam relacionados à

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alta palatabilidade desse alimento (Ermer et al., 1994), favorecendo o consumo. Os

resultados obtidos, contudo, diferem dos encontrados por Ermer et al. (1994), visto que

não houve diferença (P>0,05) para o CDR, demonstrando não ter havido favorecimento

para melhora do consumo para os tratamentos com 10 g e 20 g de PSD em relação aos

demais grupos. Os resultados também diferem dos encontrados por Gatnau & Zimmerman

(1990; 1991), que oferecendo, individualmente, dietas com PSD e com leite em pó durante

as duas primeiras semanas pós-desmame, observaram que os leitões consumiram 50% mais

ração com PSD em relação às dietas com leite em pó. Butolo et al. (1999) observaram

efeito linear significativo para o consumo de ração no período de 0 a 14 dias pós-desmame

para leitões alimentados com inclusões crescentes de PSD (0, 2,5, 5,0 e 7,5%).

Para o GDP houve diferença (P<0,05) a favor do tratamento com suplementação de

20 g de PSD em relação ao grupo de leitões leves que não receberam o plasma. Gatnau &

Zimmerman (1991), comparando a inclusão de 5% de PSD versus uma dieta com 7,5% de

farinha de sangue durante duas semanas pós desmame, observaram que houve melhor

GDP, CDR e CA para o tratamento com plasma. Gatnau (1991) e Kats (1994)

demonstraram aumento linear do GDP, CDR e melhor CA nos primeiros 14 dias pós-

desmame com a inclusão de 2,0, 4,0, 6,0 e 8,0% de PSD nas dieta. No presente trabalho as

inclusões de PSD representaram 3,5 e 7,0% do consumo na fase pré-inicial I para o

tratamento com 10 g e 20 g de oferta de plasma, respectivamente.

As análises microbiológicas não apresentaram diferenças (P>0,05) para contagem

de bactérias gram negativas, Escherichia coli e Lactobacillus sp, no entanto, foram

constatados coeficientes de variação muito elevados, possivelmente devido ao fato que as

amostras apresentavam estados de hidratação muito distintos, podendo ter induzido a erros

na diluição das mesmas. Esta observação foi preliminarmente apontada por Franz &

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Corthier (1981) ao mensurar as imunoglobulinas fecais em suínos com fezes normais e com

fezes diarréicas pelo método de ELISA.

Para os valores de pH do conteúdo intestinal não houve diferença (P>0,05) entre os

tratamentos.

Na contagem total de linfócitos não houve diferença significativa nas distintas

regiões do intestino delgado. A contagem total das Placas de Peyer não mostrou diferença

significativa. Segundo Jiang et al. (2000a), trabalhando com leitões de 14 dias de idade e

em média 4 kg de peso vivo, o uso de dietas com PSD em relação a dietas isentas deste

ingrediente, determinou redução na densidade celular na lâmina própria do intestino,

sugerindo uma supressão da resposta pró-inflamatória local, associada ao desmame, e assim

uma redução da infiltração de leucócitos na lâmina própria da mucosa.

Os resultados para as características peso dos órgãos, absoluto e percentual em

relação ao peso vivo inicial, e medidas dos linfonodos ileocólicos estão demonstrados na

Tabela 9.

Tabela 9 - Peso absoluto (g) e peso percentual (g/kg de peso vivo) do intestino delgado,

ceco e baço e comprimento e largura do linfonodo íleocólico (cm) de leitões pesados e

leves aos 31 dias de idade.

Variáveis1

Tratamentos (peso inicial dos leitões/ oferta diária de PSD) P< CV%

Pesado / 0g Leve / 10g Leve / 20g Leve / 0g

Peso dos órgãos

ID (g) 330 ± 40a 282 ± 20ab 285 ± 60ab 250 ± 50b 0,03 15,67

ID (g/kg) 4,75 ± 0,10 4,60 ± 0,46 4,50 ± 0,50 4,77 ± 0,70 ns 14,22

Ceco (g) 18 ± 4 20 ± 6 20 ± 6 22 ± 10 ns 34,76 Ceco (g/kg) 0,28 ± 0,005 0,33 ± 0,006 0,30 ± 0,007 0,41 ± 0,04 ns 36,74

Baço (g) 13 ± 5 15 ± 5 18 ± 10 12 ± 4 ns 44,70

Baço (g/kg) 0,21 ± 0,002b 0,26±0,005ab 0,33 ± 0,01a 0,22 ± 0,003b 0,02 31,15

Medidas do linfonodo ileocólico

Comprimento

(cm) 14,75 ± 0,96a 14,50 ± 0,58a

11,75 ±

2,50ab 9,00 ± 2,00b 0,001 13,56

Largura (cm) 3,16 ± 0,75a 3,75 ± 0,96a 2,00 ± 0,63b 1,80 ± 0,45b 0,001 26,81 Letras diferentes na linha indicam diferença significativa pelo teste de Tuckey (5%)

ns = não significativo (P>0,05) 1ID = intestino delgado

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Houve diferença para peso do intestino delgado (P<0,05), com maiores valores para

o grupo de animais pesados (tratamento 1) que, no entanto, foi semelhante aos tratamentos

que receberam 10 g e 20 g de PSD/dia, que por sua vez, não diferiram do grupo de leitões

leves que não receberam PSD. Entretanto, em relação ao peso vivo (g/kg de peso vivo) não

foi verificado diferença entre os tratamentos (P>0,05). Este resultado entre o peso absoluto

para os leitões pesados e os demais pode ser naturalmente decorrente do maior peso inicial

dos animais no começo do teste. Esses resultados são parcialmente semelhantes aos

encontrados por Pluske et al. (2003), que observaram que o peso do estômago, intestino

delgado, ceco e cólon eram maiores em leitões pesados e mais velhos ao desmame. Os

autores verificaram que, em valores percentuais (g/kg peso vivo), os leitões leves e mais

novos ao desmame possuíam intestino delgado maior, no entanto, com o aumento da idade

essa diferença tornou-se insignificante.

Houve diferença para peso percentual (g/kg de peso vivo) do baço (P<0,05) e para

as medidas de comprimento (P<0,001) e largura (P<0,001) dos linfinodos ileocólicos. No

entanto, para peso absoluto do baço não houve diferença. O maior peso percentual do baço,

observado no tratamento 3, pode ser devido ao maior consumo de proteínas determinado

pela adição de 20 g por dia de PSD na dieta, um ingrediente com 77,7% de proteína bruta,

resultando no consumo total no período, de 217,6 g de proteína a mais em relação aos

tratamentos 1 e 4. A deficiência ou o excesso de proteínas dietéticas (Glick et al., 1981;

Payne et al., 1990) ou de aminoácidos (Bhargava et al., 1970; Tsiagbe et al., 1987) altera a

resposta imune, sendo o baço o maior sítio destas respostas (ABBAS et al., 2000).

O comprimento e a largura do linfonodo ileocólico para o grupo que recebeu a dieta

suplementada com 10 g de PSD e comprimento do mesmo linfonodo para o tratamento 3

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(suplementado com 20 g/dia de PSD), foram semelhantes aos dos animais pesados

(tratamento 1), sugerindo uma melhora da imunocompetência desses animais, visto que os

animais leves sem suplementação de PSD (tratamento 4) apresentaram valores inferiores

aos demais, atribuindo este efeito portanto ao PSD. Esta característica também poderia

explicar o maior peso percentual do baço, pois segundo Makinodan et al. (1962), o número

de células do baço por unidade de peso vivo permanece constante durante toda a vida e por

isso é possível avaliar a capacidade relativa de formação de anticorpos no baço em função

da idade.

Estes resultados diferem dos observados por Owusu-Asiedu et al. (2002), que

trabalhando com leitões desmamados aos 10 dias de idade e alimentados com PSD animal,

PSD suíno, PSD com anticorpos da gema do ovo e PSD com gema em pó, não observaram

diferença significativa no peso do baço e do intestino delgado. Em outro trabalho, Owusu-

Aisedu et al. (2003), reiteraram a observação que o PSD não altera o peso do intestino

delgado e do baço, comparados a vários outros tratamentos, representados por outras fontes

protéicas (PSD + anticorpos da gema do ovo e proteína isolada da ervilha) e produtos

(oxido de zinco, ácido fumárico e isolado protéico da ervilha mais carbadox). Jiang et al.

(2000ab) também não encontraram diferença significativa para peso do baço e do intestino

ao utilizar dietas com proteínas do plasma.

Os resultados das medidas de altura e espessura das vilosidades, profundidade das

criptas e taxa vilosidade: cripta estão demonstradas na Tabela 10.

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Tabela 10 – Medidas de altura e espessura das vilosidades, profundidade das criptas e taxa

vilosidade: cripta do duodeno, jejuno e íleo de leitões pesados e leves aos 31 dias de idade.

Variáveis Tratamentos (peso inicial dos leitões/ oferta diária de PSD) P< CV%

Pesado / 0g Leve / 10g Leve / 20g Leve / 0g

Duodeno

Alt.vil. 308,21±60,56a 277,89±49,73ab 296,87±73,18a 216,87±35,81b 0,05 20,56

Espess. Vil. 138,30±18,07a 133,26±14,36ab 152,56±19,17a 115,57±13,04b 0,01 12,12 Profund. criptas 143,88 ± 23,35 152,20 ± 45,40 140,68 ± 34,11 141,15 ± 41,92 ns 25,73

Taxa vil.:cripta 2,16 ± 0,40 1,96 ± 0,65 2,24 ± 0,88 1,68 ± 0,71 ns 34,00

Jejuno

Alt.vil. 275, 26±80,12 294,08±93,63 274,30±90,79 211,29±63,18 ns 31,32 Espess. Vil. 117,20 ± 6,41 115,45 ± 10,23 119,64 ± 11,85 110,30 ± 17,13 ns 10,48

Profund. criptas 163,97 ± 26,93 167,14 ± 17,09 146,13 ± 24,11 166,40 ± 33,15 ns 16,40

Taxa vil.:cripta 1,72 ± 0,62 1,80 ± 0,70 1,88 ± 0,61 1,28 ± 0,32 ns 34,42

Íleo

Alt.vil. 265,86±31,99ab 313,13±59,83a 256,63±34,60ab 240,84±42,52b 0,05 16,33

Espess. Vil. 117,25 ± 7,23 112,58 ± 7,29 120,10 ± 9,45 113,30 ± 6,83 0,05 6,63

Profund. criptas 132,06±11,43ab 164,20±43,90a 122,19±8,84b 136,11±13,59ab ns 17,67 Taxa vil.:cripta 2,03 ± 0,32 2,00 ± 0,55 2,12 ± 0,43 1,80 ± 0,47 ns 22,70 Letras diferentes na linha indicam diferença significativa pelo teste de Tuckey (5%)

ns = não significativo (P>0,05)

Alt. Vil.=altura das vilosidades; Espess. Vil.=espessura das vilosidades; Profund. Criptas= profundidades das

criptas; Taxa vil.:cripta= taxa entre altura das vilosidades e profundidade das criptas

Houve diferença para altura e espessura de vilosidades do duodeno (P<0,05) com

vantagem para os tratamentos 1 e 3 em relação ao 4, demonstrando que os leitões

suplementados com PSD obtiveram um desenvolvimento intestinal superior aos não

suplementados, se igualando aos animais pesados. Torrallardona et al. (2003) observaram

uma relação entre altura de vilosidades e GPD e Touchette et al. (1997) observaram que o

PSD promoveu melhora na morfologia intestinal independente do nível de consumo de

ração, resultados semelhantes aos observados no presente trabalho. No entanto, segundo

Carlson et al. (2005), sete e 14 dias após o desmame não houve diferença entre tratamentos

na morfologia do duodeno. Aos 28 dias pós-desmame a espessura da parede do duodeno e a

profundidade das criptas foi menor em leitões alimentados com PSD em comparação com a

dieta controle. Jiang et al. (2000a) e Van Dijk et al. (2002b), comparando a morfologia

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intestinal de leitões não desafiados e alimentados com PSD ou uma dieta controle, não

observaram diferença entre os tratamentos, indicando que o PSD age atenuando a atrofia

das vilosidades do intestino delgado. Bosi et al. (2004) demonstraram que o PSD manteve a

integridade da mucosa intestinal e melhorou o desempenho de leitões desafiados oralmente

com E. coli K88+.

Não houve diferença (P>0,05) para nenhum dos parâmetros analisados no jejuno.

Esses resultados são semelhantes aos de Nofrarías et al. (2006) que não observaram

diferença na altura de vilosidades e profundidade de criptas no jejuno proximal em leitões

alimentados com PSD.

Houve diferença (P<0,05) para altura das vilosidades com vantagem para o

tratamento 2 em relação ao 4 e para profundidade das criptas com maiores valores para o

tratamento 2 em relação ao 3. Esta hiperplasia das criptas associada ao aumento das

vilosidades é característica do período de recuperação intestinal que se inicia de quatro a

cinco dias após o desmame (Carlson et al., 2005), demonstrando que a adição de PSD na

dieta de leitões recém desmamados promoveu uma recuperação intestinal mais rápida. Os

resultados do tratamento 2 diferem dos observados por Carlson et al. (2005), em que leitões

alimentados com PSD apresentaram menor profundidade de cripta, sugerindo menor

migração celular para as vilosidades, no entanto, o tratamento 3 concorda com estes

resultados.

Os resultados para os títulos de IgG, IgA e IgM séricas entre os tratamentos estão

demonstrados na Tabela 11.

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Tabela 11 – Títulos de IgG, IgA e IgM séricas de leitões pesados e leves aos 21 e 31 dias de

idade.

Variáveis Tratamentos (peso inicial dos leitões/ oferta diária de PSD)

Pesado / 0g Leve / 10g Leve / 20g Leve / 0g

21 dias de idade

IgG (mg/mL) 9,62 ± 2,42 12,93 ± 4,11 11,40 ± 3,42 12,13 ± 4,36

IgA (mg/mL) 0,15 ± 0,11 0,23 ± 0,15 0,17 ± 0,04a 0,16 ± 0,05

IgM (mg/mL) 3,12 ± 2,45 3,18 ± 1,28 3,27 ± 1,04 2,30 ± 0,67

31 dias de idade

IgG (mg/mL) 9,47 ± 3,87 9,41 ± 1,17 10,02 ± 3,05 10,78 ± 3,54

IgA (mg/mL) 0,18 ± 0,05 0,31 ± 0,18 0,24 ± 0,07b 0,16 ± 0,09

IgM (mg/mL) 2,38 ± 1,02 2,85 ± 0,72 2,42 ± 0,45 2,50 ± 0,80

P< ns ns 0,03 ns Letras diferentes na coluna indicam diferença significativa pelo teste de Tuckey (5%)

ns = não significativo (P>0,05)

Houve diferença (P<0,05) para os títulos iniciais e finais de IgA para o tratamento

correspondente à suplementação com 20 g de PSD (tratamento 3). Esses resultados indicam

que 20 g de PSD pode aumentar os títulos de IgA sérico.

Não foi observada diferença (P>0,05) para os títulos de IgG, IgA e IgM séricos

entre os tratamentos. Este resultado sugere que os níveis de imunoglobulinas dos leitões

pesados, bem como dos leves foi igual ao desmame e manteve esta igualdade independente

da suplementação com PSD. Os títulos iniciais semelhantes sugerem que o peso médio

inicial não interferiu na imunidade dos leitões. Possivelmente, os animais leves ao

nascimento tiveram acesso a quantidades suficientes de colostro e, portanto, desenvolveram

boa imunidade passiva, mas por fatores diversos (como hierarquia de tetos, frio, manejo

inadequado) tiveram seu desempenho prejudicado. Já os títulos finais semelhantes

poderiam ser explicados pela baixa exposição desses animais a patógenos, visto que não

houve desafio durante o experimento. Ressalta-se que os efeitos positivos do PSD são mais

perceptíveis quando os animais são submetidos a desafios e às condições adversas de

manejo, ou seja, a maior resposta provém quanto maior é a exposição aos patógenos

(STHALY, 1995; 1996). Gatnau & Zimmerman (1991) e Coffey & Cromwell (1995)

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demonstraram que a magnitude de resposta ao PSD foi maior em leitões alojados em

sistema contínuo contra sistemas all in all out.

Os resultados para os títulos de IgA e IgM fecais entre os tratamentos estão

demonstrados na Tabela 13.

Tabela 12 - Títulos de IgA e IgM fecais de leitões pesados e leves aos 31 dias de idade.

Variáveis Tratamentos (peso inicial dos leitões/ oferta diária de PSD) P< CV%

Pesado / 0g Leve / 10g Leve / 20g Leve / 0g

IgA (mg/mL) 0,003±0,003b 0,012±0,001a 0,005±0,002ab 0,002±0,001ab 0,05 42,90

IgM (mg/mL) 0,03±0,00005 0,08 ± 0,004 0,05 ± 0,002 0,06 ±0,001 ns 81,39 Letras diferentes na linha indicam diferença significativa pelo teste de Tuckey (5%)

ns = não significativo (P>0,05)

Houve diferença (P<0,05) para os títulos de IgA nas fezes. Segundo Pabst et al.

(1988), os órgãos linfóides, em especial as Placas de Peyer, têm um papel fundamental no

início da resposta imune de mucosa, em particular na produção de IgA, dada a maior

presença de células B (precursoras de IgA) em relação às células T. Segundo Gaskins

(1995), a imunidade ativa do intestino não ocorre antes de 4-7 semanas de idade, o que

sugere que os leitões leves ao desmame, ao receberem uma dieta de qualidade e em

ambiente adequado, podem apresentar uma produção de anticorpos de mucosa satisfatória,

superando os leitões pesados, como pode ser na comparação entre os leitões pesados e os

leitões leves que receberam 10 g/animal/dia de PSD.

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Conclusões

O fornecimento de PSD, nas inclusões de 10 ou 20 g/animal/dia, nos primeiros 10

dias pós-desmame, proporciona benefícios ao desenvolvimento dos leitões, com ênfase na

maturação de órgãos linfóides e na proteção da mucosa intestinal, garantindo maior ganho

de peso aos leitões leves ao desmame.

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