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Universidade Federal do Tocantins Campus de Gurupi Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal MÁRLLOS PERES DE MELO EFEITO DE FONTES E DOSES DE FÓSFORO EM GRAMÍNEAS FORRAGEIRAS GURUPI-TO 2016

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Universidade Federal do Tocantins Campus de Gurupi

Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal

MÁRLLOS PERES DE MELO

EFEITO DE FONTES E DOSES DE FÓSFORO EM GRAMÍNEAS FORRAGEIRAS

GURUPI-TO 2016

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Universidade Federal do Tocantins Câmpus de Gurupi

Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal

MÁRLLOS PERES DE MELO

EFEITO DE FONTES E DOSES DE FÓSFORO EM GRAMÍNEAS FORRAGEIRAS

Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal da Universidade Federal do Tocantins como parte dos requisitos para a obtenção do título de Doutor em Produção Vegetal.

Orientador: Prof. Dsc. Saulo de Oliveira Lima

GURUPI-TO 2016

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca da Universidade Federal do Tocantins

Campus Universitário de Gurupi

Melo, Márllos Peres de Título: Efeito de fontes e doses de fósforo em gramíneas forrageiras

/ Márllos Peres de Melo. -Gurupi, 2016. 112f.

Tese de Doutorado – Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal, 2016.

Linha de pesquisa: Manejo de solo e água. Orientador: Prof. Dsc. Saulo de Oliveira Lima. 1. Forragem. 2. Adubação fósfatada. 3. Regeito de rocha. I. Lima, Saulo

Oliveira de (orientador) II. Universidade Federal do Tocantins. III. Título. CDD: 630

Bibliotecária: CRB-2 / 1309

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – A reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio deste documento é autorizado desde que citada a fonte. A violação dos direitos do autor (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.

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Defesa nº 06/2016

ATA DA DEFESA PÚBLICA DA TESE DE DOUTORADO DE MÁRLLOS PERES DE

MELO, DISCENTE DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO

VEGETAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

Aos 20 dias do mês de Maio do ano de 2016, às 09:00 horas, na Sala 15 do Bloco II, reuniu-se a Comissão Examinadora da Defesa Pública, composta pelos seguintes membros: Prof. Orientador Dsc. Saulo de Oliveira Lima do Câmpus Universitário de Gurupi/Universidade Federal do Tocantins, Prof. Dsc. Hélio Bandeira Barros do Câmpus Universitário de Gurupi/Universidade Federal do Tocantins, Prof. Dsc. Aloísio Freitas Chagas Júnior do Câmpus Universitário de Gurupi/Universidade Federal do Tocantins, Prof. Dsc. Tarcisio Castro Alves de Barros Leal do Câmpus Universitário de Gurupi/Universidade Federal do Tocantins, Prof. Dsc. Sabino Pereira da Silva Neto do Instituto Federal do Tocantins Câmpus de Gurupi, sob a presidência do primeiro, a fim de proceder à arguição pública da Tese de Doutorado de Márllos Peres de Melo, intitulada "Efeito de fontes e doses de fósforo em gramíneas forrageiras". Após a exposição, o discente foi arguido oralmente pelos membros da Comissão Examinadora, tendo parecer favorável à aprovação, habilitando-o (a) ao título de Doutor em Produção Vegetal. Nada mais havendo, foi lavrada a presente ata, que, após lida e aprovada, foi assinada pelos membros da Comissão Examinadora. Dsc. Hélio Bandeira Barros

Primeiro examinador

Dsc. Aloísio Freitas Chagas Júnior

Segundo examinador

Dsc. Tarcisio Castro Alves de Barros Leal Terceiro examinador

Dsc. Sabino Pereira da Silva Neto Quarto examinador

Dsc. Saulo de Oliveira Lima

Universidade Federal do Tocantins Orientador e presidente da banca examinadora

Gurupi, 20 de maio de 2016.

Dsc. Rodrigo Ribeiro Fidelis Coordenador do Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal

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Salve Rainha

Salve Rainha, Mãe de Misericórdia, vida e doçura esperança nossa salve! A vós

bradamos degredados filhos de Eva.

A vós suspiramos gemendo e chorando neste vale de lágrimas.

Eia, pois advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei, e

depois deste desterro, mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre, ó clemente,

ó piedosa ó doce e sempre Virgem Maria.

Rogai por nós Santa mãe de Deus, para que sejamos dignos da promessa de Cristo.

Amém.

Ainda que eu falasse

A língua dos homens

E falasse a língua dos anjos

Sem amor eu nada seria

É só o amor! É só o amor

Que conhece o que é verdade

O amor é bom, não quer o mal

Não sente inveja ou se envaidece

O amor é o fogo que arde sem se ver...

“Senhor, abri meus lábios a fim de que minha boca anuncie vossos louvores. ”

“Jesus, te louvo e te bendigo pela minha família.”

“Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio, agora e sempre.”

Amém.

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AGRADECIMENTOS

A DEUS, por ter me proporcionado saúde, coragem e discernimento para

concluir este árduo mais frutífero trabalho.

A minha esposa Luciana Ribeiro Fidelis de Melo e aos meus filhos Márllos

Peres de Melo Filho e José Henrique Ribeiro de Melo filho, aos quais amo muito,

pelo apoio, carinho, paciência e compreensão pelas horas ausentes.

Aos meus pais José Pereira de Melo e Maria Luiza Peres de Abreu, e a todos

os meus familiares e amigos por todo amor, apoio, compreensão e companheirismo.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Saulo de Oliveira Lima pela orientação dedicada,

ensinamentos e paciência, meus sinceros agradecimentos.

A todos os professores da Universidade Federal do Tocantins, em especial os

professores Hélio Bandeira Barros, Tarcísio Castro Alves de Barros Leal, Aloísio

Freitas Chagas Júnior, Manoel Mota dos Santos, Gil Rodrigues dos Santos, Rodrigo

Ribeiro Fidelis e Ildon Rodrigues do Nascimento pela participação na banca

examinadora e/ou a colaboração com esta pesquisa.

Ao professor Sabino Pereira da Silva Neto do Instituto Federal do Tocantins

Câmpus de Gurupi pela colaboração durante a banca examinadora.

À Universidade Federal do Tocantins, pela oportunidade concedida para a

realização do curso de graduação e pós-graduação.

Á todos do Centro Universitário UnirG, pelo apoio e companheirismo durante

todo esse período, principalmente aos acadêmicos e professores.

A todos os amigos da pós-graduação, pela amizade e convívio.

A todos os professores e funcionários da Universidade Federal do Tocantins

A todos que, de alguma maneira, contribuíram para a realização desta

conquista.

“Deus eleve suas bênçãos

a uma potência infinita”.

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SUMÁRIO

PÁGINA CAPÍTULO 1: FONTE ALTERNATIVAS DE FÓSFORO PARA PASTAGENS - UMA REVISÃO

1

Resumo 1 Abstract 2 1 INTRODUÇÃO 3 2 IMPORTÂNCIA DO FÓSFORO PARA AS PLANTAS 5 2.1 A eficiência da adubação fosfatada 6 2.2 Carência de fósforo nos solos sob pastagem 10 2.2.1 Teor de Fósforo 14 2.2.2 Interpretação da análise de solo para forrageiras 15 2.3 Fontes tradicionalmente empregadas 17 2.4 Fontes alternativas 21 2.4.1 Termofosfatos 21 2.4.2 Fosfatos naturais 26 2.4.3 Fosfatos naturais parcialmente acidulados 31 2.5 Mistura de fontes de diferentes solubilidades 35 3 SOLUBILIZAÇÃO DE ROCHA FOSFÁTICA POR MATERIAIS ORGÂNICOS 37 4 OUTRAS FONTES ALTERNATIVAS DE FÓSFORO 40 5 ADUBAÇÃO FOSFATADA E SUA INFLUÊNCIA NA PRODUÇÃO DE FORRAGEIRAS

41

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 43 CAPÍTULO 2: EFEITO DE FONTES E DOSES DE FÓSFORO NA PRODUÇÃO DE CAPIM PIATÃ

58

Resumo 58 Abstract 59 1 INTRODUÇÃO 60 2 MATERIAL E MÉTODOS 62 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 65 4 CONCLUSÕES 77 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 78 CAPÍTULO 3: EFEITO DE FONTES E DOSES DE FÓSFORO NA PRODUÇÃO DE CAPIM MASSAI

81

Resumo 81 Abstract 82 1 INTRODUÇÃO 83 2 MATERIAL E MÉTODOS 85 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 88 4 CONCLUSÕES 99 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 100

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LISTA DE TABELAS PÁGINA CAPÍTULO 1 Tabela 1 - Quantidade de elementos extraídos pelas forrageiras de acordo com a necessidade das plantas.

9

Tabela 2. Adaptação de gramíneas forrageiras às condições de fertilidade do solo

15

Tabela 3. Interpretação de resultados da análise de fósforo no solo, na profundidade de 0 a 20 cm, extraído pelo método Mehlich, para três grupos de exigência das forrageiras.

16

Tabela 4. Interpretação de resultados da análise de fósforo no solo na profundidade de 0 a 20 cm, extraído pelo método resina (P-resina), para três grupos de exigência das forrageiras

16

Tabela 5 – Teores de P2O5 total e solúvel em citrato neutro de amônio (CNA) contidos na rocha fosfática (RF) de Riecito e Monte Fresco, em estado natural e calcinadas a 900° C durante 3, 5 e 7 horas. Adaptado de Fernadéz e Noguera (2003)

24

CAPITULO 2 Tabela 1 - Resumo da análise da variância para as seguintes variáveis: Número de perfilhos (PERF; unidade), Massa verde da parte aérea (MVPA; g vaso-1), Massa seca da parte aérea (MSPA; g vaso-1); Massa seca das folhas (MSF; g vaso-1), Massa seca do colmo (MSC; g vaso-1) e massa seca da raiz (MSR; g vaso-1) de capim Piatã submetido a fontes e doses de fósforo no primeiro, segundo e terceiro corte

66

Tabela 2. Valores médios do número de perfilhos (PERF, unidade), massa verde da parte aérea (MVPA; g vaso-1), massa seca da parte aérea (MSPA; g vaso-1), massa seca das folhas (MSF; g vaso-1), massa seca do colmo (MSC; g vaso-1) e massa seca da raiz (MSR; g vaso-1) de plantas de capim Piatã submetido a fontes de fósforo no sul do estado do Tocantins em 2015.

68

CAPITULO 3 Tabela 1- Resumo da análise da variância para as seguintes variáveis: Número de perfilhos (PERF; unidade), Massa verde da parte aérea (MVPA; g vaso-1), Massa seca da parte aérea (MSPA; g vaso-1); Massa seca das folhas (MSF; g vaso-1), Massa seca do colmo (MSC; g vaso-1) e massa seca da raiz (RAIZ; g vaso-1) de capim Massai submetido a fontes e doses de fósforo no primeiro, segundo e terceiro e quarto corte, no sul do estado do Tocantins em 2015

89

Tabela 2 - Valores médios do número de perfilhos (PERF, unidade), massa verde da parte aérea (MVPA; g vaso-1), massa seca da parte aérea (MSPA; g vaso-1), massa seca das folhas (MSF; g vaso-1), massa seca do colmo (MSC; g vaso-1) e massa seca da raiz (RAIZ; g vaso-1) de plantas de capim Massai submetido a fontes de fósforo no sul do estado do Tocantins em 2015.

91

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LISTA DE FIGURAS

PÁGINA CAPITULO 2 Figura 1. Número de perfilhos da parte aérea (PERF- unidade) de três cortes do capim Piatã em função de doses de fósforo (45, 90, 135 e 180 kg ha-1 de P2O5) para as fontes STF (1A), FHP (1B), FRB (1C) e RFF (1D) no sul do Estado do Tocantins em 2015.

70

Figura 1. Massa verde da parte aérea (MVPA ; g vaso

-1) de três cortes de capim Piatã em

funções de doses de fósforo (45, 90, 135 e 180 kg ha-1

P2O5) para as fontes SFT (2A), FHP (2B), RFB (2C) e RRF (2D) no sul do Estado do Tocantins em 2015

73

Figura 2. Massa seca da parte aérea (MSPA; g vaso

-1) de três cortes de capim Piatã em

funções de doses de fósforo (45, 90, 135 e 180 kg ha-1

P2O5) para as fontes SFT (3A), FHP (3B), RFB (3C) e RRF (3D) no sul do Estado do Tocantins em 2015.

75

CAPITULO 3 Figura 1. Número de perfilhos da parte aérea (PERF; unidade) de quatro cortes de capim Massai em funções de doses de fósforo (45, 90, 135 e 180 kg

-1 P2O5) para as fontes SFT

(1A), FHP (1B), RFB (1C) e RRF (1D) no sul do Estado do Tocantins em 2015 93

Figura 2. Massa verde da parte aérea (MVPA; g vaso

-1) de quatro cortes de capim Massai

em funções de doses de fósforo (45, 90, 135 e 180 kg ha-1

P2O5) para as fontes SFT (2A), FHP (2B), RFB (2C) e RRF (2D) no sul do Estado do Tocantins em 2015

95

Figura 3. Massa seca da parte aérea (MSPA; g vaso-1

) de quatro cortes de capim Massai em funções de doses de fósforo (45, 90, 135 e 180 kg há

-1 P2O5) para as fontes SFT (3A),

FHP (3B), RFB (3C) e RRF (3D) no sul do Estado do Tocantins em 2015.

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CAPÍTULO 1

REVISÃO: FONTES ALTERNATIVAS DE FÓSFORO PARA PASTAGENS Resumo Denomina-se por fontes alternativas de fósforo aquelas de baixa solubilidade em

água e entre os tratamentos alternativos que se têm submetido a rocha fosfática se

enquadram os tratamentos térmicos a elevadas temperaturas, a acidulação parcial

com ácido sulfúrico, a compactação ou mistura da rocha com materiais fosfáticos de

maior solubilidade e a acidificação ou incubação com materiais orgânicos e

microrganismos. Recomenda-se o uso das fontes fosfatadas de elevada solubilidade

em água em condições de baixa à moderada capacidade de fixação de P pelo solo,

culturas de ciclo curto e solos com pH elevado, ou seja, que foram corrigidos pela

calagem. No Estado do Tocantins, pouco se vê, ou de forma muito tímida a correção

e manutenção nutricional das pastagens, acarretando menor produtividade e

degradação das mesmas em menor período de tempo, onerando ainda mais a

atividade de bovinocultura, posto que constantes reformas de pastagens devem ser

realizadas. Os termofosfatos e fosfatos naturais reativos podem ser mais eficientes

em relação às fontes de P de elevada solubilidade em água em condições de

elevada capacidade de fixação de P, solos ácidos e culturas de ciclo longo. Quanto

às fontes alternativas fosfatos naturais parcialmente acidulados, fosfatos

compactados e uso de materiais orgânicos para solubilizar as rochas fosfáticas,

sugere-se o desenvolvimento de pesquisas em condições nacionais por serem

escassos os dados na literatura que forneçam suporte à predição de uso dessas

fontes. E, finalmente, é proposta a técnica da calcinação, empregada em fosfatos

aluminosos e ferro-aluminosos, de reduzida eficiência agronômica, podendo,

portanto, viabilizar a utilização desses fosfatos marginais. Assim, no sentido de

otimização do uso das rochas fosfáticas, conclui-se que há necessidade de novos

estudos em condições de casa-de-vegetação e campo envolvendo, entre outros

fatores, situações distintas quanto à aplicação de fontes alternativas, tempo de

condução dos ensaios, sistemas de cultivo e solos, acarretando no melhor uso

dessas fontes com relação aquelas de elevada solubilidade em água.

Palavras-chave: Fontes de fósforo

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REVIEW: ALTERNATIVE SOURCES OF PHOSPHORUS

Abstract

It is called a phosphor alternative sources those with low water solubility and

between alternative treatments which have been subjected to phosphate rock fall

thermal treatments at high temperatures, partial acidulation with sulfuric acid,

compaction or mixture of rock with materials phosphatic higher solubility and

acidification or incubation with organic materials and microorganisms. It is

recommended the use of phosphate sources of high solubility in water under low to

moderate binding capacity of the soil P, annual crops and soils of high pH, ie that

were corrected by liming. In the state of Tocantins, little is seen, or too timid

nutritional correction and maintenance of pastures, resulting in lower productivity and

degradation of the same in a shorter period of time, further burdening the cattle

activity, since constant grazing reforms should be performed. The thermophosphates

and reactive natural phosphates can be more efficient in relation to the sources of P

high solubility in water under conditions of high P fixing ability, acidic soils, and long

cycle crops. As for alternative rock phosphate sources partially acidulated,

compressed phosphates and use of organic materials to solubilize the phosphate

rocks, suggest the development of research in national conditions because they are

few data in the literature to provide support to the prediction using these sources.

And finally, it is proposed the technique of calcination, employed in aluminous

phosphates and iron-aluminous, reduced agronomic efficiency and can thus enable

the use of these marginal phosphates. Thus, in order to optimize the use of

phosphate rock, it is concluded that there is need for further studies at home-a

greenhouse and field conditions involving, among other things, different situations

regarding the application of alternative sources, driving time of assays, and soil

cultivation systems, resulting in better use of these sources with respect those of high

solubility in water.

Keywords: Sources of P.

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1 INTRODUÇÃO

Em diversas áreas dos trópicos a população e, consequentemente, a

demanda por alimentos, estão aumentando rapidamente, levando à crescente

necessidade de produção das culturas. Porém, a maior parte dos solos das regiões

tropicais tem baixos níveis de fertilidade, freqüentemente causados pelos baixos

níveis de fósforo (P) disponível, dentre outros fatores (SILVA; RESENDE; CINTRA,

2001; SANCHEZ, 2002; LANA et al., 2004; VAN DER EIJK; JANSSEN; OENEMA,

2006).

O Estado do Tocantins, com área de 27,84 milhões de hectares, das quais 7,5

milhões de hectares são áreas de pastagens (SEAGRO, 2012). Essas pastagens

são a principal fonte de alimentação do rebanho no Estado, com predominância das

espécies Brachiaria brizantha, Brachiaria humidícula, Panicum sp e o Andropogon

gayanus (SANTANA, 2009).

No estado do Tocantins, há anos já se tem descrito que a maior parte das

pastagens encontram-se em estado de degradação (SEAGRO, 2011). Ou seja,

áreas com acentuada diminuição da produtividade agrícola (DIASFILHO, 2005) e

com consequente redução no valor nutritivo das plantas forrageiras.

Dentre as alternativas consideradas viáveis em contornar essas dificuldades,

a correção adequada dos solos e a obtenção e identificação de genótipos adaptados

às condições adversas, constituem as mais importantes demandas dos pecuaristas

de todo o país, sendo intensa a procura de cultivares de forrageiras adaptadas aos

diferentes ecossistemas.

O fósforo (P) é de fundamental importância à vida, incluindo humanos que

dependem desse para uma vida saudável e produtiva, e é essencial à produção das

culturas, não havendo substituto para o P na natureza (USGS, 2005; SHU et al.,

2006).

Estima-se que existam 7000 milhões de toneladas de P2O5 contidos em

rochas fosfáticas remanescentes em reservas que poderiam ser economicamente

mineradas. O consumo mundial anual de P é de 40 milhões de toneladas (SHU et

al., 2006) e é previsto que a demanda aumentará em 1,5% ao ano (STEEN, 1998).

De acordo com estimativas da Associação Européia de Produção de Fertilizantes

(2000), as reservas mundiais de fósforo podem ser esgotadas no período de 100 a

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250 anos.

As reservas nacionais atingem 2,3 bilhões de toneladas, contendo 222

milhões de toneladas de P2O5, distribuídas, principalmente, nos estados de Minas

Gerais, Goiás e São Paulo (LOPES, 2003).

A maioria das rochas fosfáticas brasileiras, quando aplicadas diretamente ao

solo, têm baixa eficiência agronômica devido à origem ígnea das mesmas, havendo,

portanto, a necessidade de tratamento para aumentar a solubilidade e,

conseqüentemente a eficiência (GOEDERT; LOBATO, 1980). Para tal, a técnica

mais amplamente utilizada é a solubilização de concentrados apatíticos com ácidos,

principalmente com ácidos sulfúrico e fosfórico, levando à produção dos

superfosfatos, muito utilizados na agricultura brasileira (90% dos fosfatos utilizados).

A principal característica desses fertilizantes fosfatados é a elevada

solubilidade em água, porém apresentam inconvenientes industriais, como a

exigência de enxofre para a acidulação (produto importado) e de concentrados

fosfáticos como matéria prima com elevado teor de P2O5 e baixo conteúdo de

impurezas, levando a grandes perdas na fase de concentração do minério (RIEDER,

1986).

Portanto, existe a necessidade do uso racional dos fertilizantes fosfatados na

agricultura e para tal se fazem importantes os estudos para avaliar a viabilidade do

uso de alternativas ao aproveitamento desses recursos não renováveis, que são as

rochas fosfáticas, pois talvez somente dessa maneira seja possível a otimização do

uso desse recurso.

Visando contornar esses problemas, algumas opções têm sido sugeridas,

como o uso de fontes alternativas de fósforo, tema central desse capítulo. Entende-

se por fontes alternativas aquelas de menor solubilidade relativa em água e pode-se

exemplificar com o tratamento térmico, a acidulação parcial, a adição de materiais

orgânicos às rochas fosfáticas, o emprego de microrganismos, de forma a ampliar a

solubilidade dos materiais, acarretando em maior eficiência agronômica e custo

relativo normalmente inferior.

Essa revisão de literatura sobre fontes alternativas de fósforo foi realizada

com o intuito de abordar, para cada fonte, o processo de produção, a filosofia de uso

e resultados agronômicos, de modo a inferir sobre situações em que devem ser

empregadas e sobre a necessidade de pesquisas a serem desenvolvidas.

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2 A IMPORTÂNCIA DO FÓSFORO PARA AS PLANTAS

O nitrogênio (N), o fósforo (P) e o potássio (K) são os três elementos

geralmente usados na adubação em maior proporção. A análise das plantas mostra,

entretanto, que a quantidade de P nelas contida é muito menor que as

correspondentes ao N e ao K, sendo assim a necessidade de P relativamente mais

baixa (RAIJ, 1991).

A biosfera apresenta relativamente pouco P na sua composição elementar

(0,03% do total de átomos). Na prática agrícola as plantas dispõem de duas fontes

de fósforo: o solo e o fertilizante. Nas regiões tropicais e subtropicais, como

acontece no Brasil, o P é o elemento cuja falta no solo mais freqüentemente limita a

produção, particularmente das culturas anuais. Segundo dados de Malavolta (2006),

em 90% das análises de terra feitas no país encontram-se teores baixos de P

disponível.

A concentração de P nas plantas varia entre 0,1 e 0,5% e essas absorvem

tanto H2PO4- como HPO4

-2 (ortofosfato) dependendo do pH do solo. As plantas

também absorvem compostos orgânicos solúveis de baixo peso molecular (por

exemplo, ácido nucléico e fitina), que são produtos da decomposição da matéria

orgânica do solo (HAVLIN; BEATON; TISDALE, 2005).

Assim como o nitrogênio, o P está envolvido em muitos processos vitais para

o desenvolvimento das plantas. A função mais essencial está no armazenamento e

transferência de energia. Os di e trifosfatos de adenosina (ADP e ATP) agem como

“moedas de energia” dentro das plantas. Quando moléculas fosfáticas tanto do ADP

como do ATP se quebram, uma grande quantidade de energia é liberada. A energia

proveniente da fotossíntese e do metabolismo de carboidratos é estocada em

compostos fosfáticos para subseqüente uso nos processos vegetativos e

reprodutivos. Como resultado, a deficiência de P está associada com a restrição do

crescimento e desenvolvimento das plantas (GRANT et al., 2001).

O fósforo é um elemento essencial nos ácidos desoxi (DNA) e ribonucléicos

(RNA), que contêm o código genético das plantas para produção de proteínas e

outros compostos essenciais para estruturação das plantas, produção de sementes

e transferência genética (RICHARDS; JOHNSTON, 2001).

Vale também ressaltar a importância desse nutriente no crescimento do

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15

sistema radicular, ampliando a área de exploração das raízes no solo e,

conseqüentemente, a eficiência de absorção de nutrientes e água pelas plantas

(BAHL; PARISCHA, 1998).

De acordo com Malavolta (1980) citado por Faquin (2005), o fósforo é

constituinte das proteínas citoplasmáticas e nucleares e tem um papel importante no

metabolismo dos carboidratos e das transferências de energia. Baixas

concentrações de fósforos nas proteínas citoplasmáticas reduzem o crescimento da

planta. Havendo uma diminuição no crescimento, as folhas mais velhas das plantas

carentes em fósforo mostram, a princípio, uma coloração verde escuro azulada,

causada pela maior concentração relativa da clorofila, podendo ocorrer tonalidades

roxas nas folhas e no caule. Como o fósforo se redistribui facilmente na planta, os

sintomas da deficiência, inicialmente, ocorrem nas folhas mais velhas (MALAVOLTA,

1980; MALAVOLTA, 1987; FAQUIN, 2005).

A literatura reporta que o fósforo é um dos macronutrientes menos exigidos

pelas plantas e que para o ótimo crescimento das plantas, este nutriente varia,

dependendo da espécie e do órgão analisado, de 0,1 a 0,5% na matéria seca

(FAQUIN, 2005).

Santos-Filho et al. (2007), cita que os níveis adequados para este nutriente

fica em torno de 1,0 a 2,3 g kg-1. Já Souza et al. (1999), estabelece valores de 0,11

a 0,30 g kg-1. Faixa de teor adequado de P na parte aérea das forrageiras é de 0,8 a

3 g kg-1.

2.1 A eficiência da adubação fosfatada

A grande maioria dos solos submetidos ao clima tropical contém baixo teor de

fósforo total e muito baixo teor de fósforo disponível às plantas. A deficiência desse

nutriente nos solos tropicais é intensa devido ao baixo pH desses solos e à presença

de grandes proporções de argila sesquioxídica, o que aumenta muito a adsorção de

fosfatos e a formação de precipitados com ferro e alumínio, reduzindo a

disponibilidade de P às plantas (SANCHEZ; SALINAS, 1981; CARDOSO; KUYPER,

2006). De acordo com Sanches e Uehara (1980) os principais fatores que afetam a

fixação de P são a mineralogia da fração argila, o conteúdo de argila, o conteúdo de

colóides amorfos, o conteúdo de alumínio trocável, o conteúdo de matéria orgânica e

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o potencial de oxirredução do solo.

Como conseqüência, doses elevadas de fertilizantes fosfatados são

necessárias para que o teor de fósforo disponível se mantenha em níveis adequados

ao desenvolvimento das plantas (BARROW, 1978; GOEDERT; LOBATO, 1984).

A necessidade de grandes quantidades de fertilizantes fosfatados, os

elevados custos desta prática, e o fato dos jazimentos fosfáticos dos quais são

produzidos estes fertilizantes se constituírem em recurso natural relativamente

escasso no Brasil, não renovável, sem sucedâneo e indispensável à agricultura,

levam à busca de maior eficiência agronômica do seu uso (LOPES; GOEDERT,

1987; BAHL; PARISHA, 1998).

Sabe-se que as características de solubilidade das fontes de P são de grande

importância em relação à sua eficiência: os fosfatos de maior solubilidade, sendo

mais prontamente disponíveis, favoreceriam a absorção e o aproveitamento do

nutriente, principalmente pelas culturas de ciclo curto (rápido crescimento). No

entanto, essa rápida liberação do P pode também favorecer o processo de adsorção

e precipitação das formas solúveis pelos componentes do solo, originando

compostos fosfatados de baixa solubilidade e indisponibilizando o nutriente às

plantas, sendo tal fenômeno tanto mais expressivo quanto mais argiloso for o solo

(NOVAIS; SMYTH, 1999).

Dessa maneira, os fertilizantes de menor solubilidade, ao disponibilizarem

mais lentamente o P, poderiam minimizar os processos de fixação e proporcionar

maior eficiência de utilização do nutriente pelas culturas ao longo do tempo

(NOVAIS; SMYTH, 1999).

Lopes et al. (2003) fazem uma comparação da evolução do perfil de consumo

de fertilizantes fosfatados na agricultura brasileira em 1990 e depois em 2000, o que

permite a observação de alguns pontos interessantes. Em 1990, o uso de fosfatos

naturais para aplicação direta no solo representava menos de 3% do total de P2O5

consumido na agricultura brasileira, sendo a quase totalidade na forma de fosfatos

naturais nacionais de baixa reatividade. Em 2000 esse percentual aumentou para

4,2%, sendo praticamente todo na forma de fosfatos naturais reativos importados.

Embora o percentual de consumo de P2O5 na forma de superfosfato simples

se mantivesse em torno de 30% do total de P2O5 consumido na agricultura brasileira

em 1990 e 2000, em valores absolutos houve aumento sensível nesse período,

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passando de 371 mil para 810 mil toneladas de P2O5.

Alguns estudos têm mostrado um quadro positivo para o futuro crescimento

do consumo de fertilizantes fosfatados no Brasil até o ano de 2010. As perspectivas

são de que o Brasil estará produzindo 80,3% e 81,6% do consumo esperado de

rocha fosfática e ácido fosfórico, respectivamente (REIS, 2002).

No mesmo estudo realizado por Reis (2002), em relação às perspectivas de

consumo aparente de P2O5 para todo o Brasil, os dados mostram um aumento de

30% para o período de 2000 a 2010, passando de 2,59 para 3,37 milhões de

toneladas, com aumento considerável na participação da produção nacional. Para

viabilizar esse processo, o autor estima a necessidade de grandes investimentos

para extração, beneficiamento e solubilização de rochas fosfáticas. Os dados

mostram ainda que o aumento de consumo será mais acentuado nas regiões norte-

nordeste e centro-oeste do que nas regiões sudeste e sul do Brasil.

De acordo com Lana et al. (2004), a baixa eficiência das adubações

fosfatadas evidencia a necessidade de novos métodos de adubação no que diz

respeito a fontes, épocas de aplicação e localização do adubo.

Assim, há necessidade de priorizar trabalhos de pesquisa com a finalidade de

aumentar a eficiência de utilização de P pelas plantas, com o objetivo maior de

aumentar a vida útil das jazidas de rochas fosfáticas em exploração e as que

venham a ser exploradas no futuro. Por motivos estratégicos deve-se dar prioridade

à continuidade de pesquisas no Brasil, à busca de novas reservas e recursos de

rochas fosfáticas no país e, inclusive, de métodos que possam tornar factível a

exploração de depósitos que hoje são considerados inadequados para a exploração.

Nesse contexto, provavelmente deveria ser aberto espaço na legislação

vigente para a produção de outros fertilizantes fosfatados alternativos que, pelas

características de certas rochas, atualmente não atendem às especificações

mínimas para fabricação de fertilizantes fosfatados convencionais (LOPES et al.,

2003).

As pastagens constituem a base fundamental da exploração agropecuária

seja de leite ou de corte. Para garantir altos rendimentos, em sistemas intensivos de

produção de bovinos, a pastagem, uma vez estabelecida, precisa ser manejada

adequadamente para expressar seu potencial produtivo.

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Entre os aspectos a serem considerados para se obter alta produção sob

pastejo, está o adequado suprimento de nutrientes. Com altos rendimentos de

forragem a retirada de nutrientes do solo tende a ser elevada (FAQUIN, 2000).

A manutenção dos níveis de fertilidade do solo depende da reciclagem de

nutrientes e da adição de mais insumos ao sistema.

Com isso, é necessário maior conhecimento sobre a extração de nutrientes

pelas forrageiras, especialmente em sistemas intensivos que utilizam elevadas

doses de fertilizantes, a fim de orientar adubações futuras e evitar prejuízos

conseqüentes de desequilíbrios nutricionais.

Todas as culturas necessitam de uma quantidade adequada de nutrientes

para atingir melhores resultados de produtividade. De acordo com a Lei do Mínimo,

se há falta de um ou mais nutrientes no solo, a produtividade será reduzida, mesmo

que haja uma quantidade adequada de outros nutrientes disponível. A produtividade

pode ser limitada pelo elemento que está menos disponível no solo, então é

importante entender quais os nutrientes necessários para fazer sua safra triunfar.

Nota-se na Tabela 1, que há uma ordem decrescente para os macronutrientes

com maior acúmulo, onde: N >K > Ca > Mg > P >S e para os micronutrientes a

ordem de acumulo è: Fe > Mn > Cl > B > Cu > Mo > Ni > Zn. E que os valores na

planta são próximos aos encontrados por Macedo (1993).

Tabela 1 - Quantidade de elementos extraídos pelas forrageiras de acordo com a necessidade das plantas.

Fonte: Adaptado de Santos-Filho et al. (2007).

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Apesar das quantidades apresentadas serem superiores as recomendadas

para a cultura e preconizada por vários autores vale salientar que são valores com

os quais a planta poderá expressar todo o seu vigor produtivo, o que não acontece

quando se aplica quantidades inferiores às que a cultura responde.

Os valores acumulados para os macronutrientes na parte aérea com a

seguinte ordem de acúmulo: N > K > P > S > Ca > Mg. Dentre os micronutrientes, na

parte aérea a ordem decrescente das quantidades acumuladas ocorreu para Mn > B

> Fe > Zn > Cu. A ordem no acúmulo de macronutrientes na parte aérea da

forrageira na melhor combinação de adubos minerais e adubos organicos foram

similares àquela observada por Braga et al, (2004) em capim braquiária e mombaça.

Por outro lado, os acúmulos de macronutrientes foram superiores na forrageira

conhecida como capim-pé-de-galinha em ambiente não degradado e a mesma

sequência de acúmulo de K, Ca e Mg nas forrageiras (FRANCISCO et al., 2007).

2.2 Carência de fósforo nos solos sob pastagem

As pastagens cultivadas ocupam grande parte do território brasileiro. Até

recentemente, pastagens não eram consideradas culturas e não recebiam os

devidos cuidados com relação ao estado nutricional e ao manejo. Isso resultou em

imensas áreas de pastagens degradadas e originou um grande problema nacional,

porque grande parte dessas pastagens ocupam terras agricultáveis. Uma das

conseqüências dessa situação tem sido o aumento da pressão sobre áreas de

reserva florestal, culminando em desmatamento desnecessário, para ocupação com

pecuária extensiva e insustentável.

O uso de técnicas de cultivos hidropônicos com soluções de composição

química bem definida e a possibilidade de obtenção de compostos químicos de alto

grau de pureza foram fatores que contribuíram muito para os avanços nas pesquisas

em nutrição mineral de plantas, já que possibilitaram o crescimento normal das

plantas e permitiram um controle mais preciso no fornecimento de nutrientes às

raízes.

O alemão Justus von Liebig compilou em seus livros e cartas publicadas entre

1840 e 1855, informações da época quanto a importância dos elementos minerais

para as plantas, referindo-se que os elementos minerais essenciais para as plantas

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eram: nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), enxofre

(S), silício (Si), sódio (Na) e ferro (Fe), todos retirados do solo, além dos elementos

essenciais carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O), retirados da água e doar.

Os teores (ou concentração) dos nutrientes no tecido vegetal são sempre

expressos na forma elementar: N, P, K, Fe, Zn, etc. As unidades usadas nos

padrões e nos resultados analíticos para expressar os teores eram até

recentemente, % para os macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg e S) e ppm para os

micronutrientes (B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo e Zn). Atualmente, essas unidades foram

substituídas por outras do Sistema Internacional: % por g/kg ou dag/kg de matéria

seca (MS) e ppm por mg/kg de MS.

O teor refere-se à concentração, (por exemplo, %, g/kg, mg/kg), enquanto

que o conteúdo refere-se à quantidade do elemento em um órgão, parte aérea,

raízes, toda a planta (por exemplo, g/planta, mg/planta). A interpretação da análise

química dos tecidos da amostra é feita, basicamente, comparando-se os resultados

emitidos pelo laboratório com os valores estabelecidos nos padrões da literatura.

Na interpretação, é importante lembrar, que uma série de fatores do clima, do

solo, da cultura, práticas culturais, pragas, doenças, dentre outros, influenciam a

composição mineral dos tecidos vegetais. Assim, o teor de um nutriente dentro da

planta é um valor integral de todos os fatores que interagiram para afetá-lo. Portanto,

é fundamental na interpretação, que o técnico use toda sua experiência e

conhecimento desses fatores local e regionalmente, visto que os padrões podem ter

sido estabelecidos em condições bem diferentes daquela onde a amostra foi obtida.

Componentes da fertilidade do solo Os solos do Brasil Central são altamente

intemperizados, em sua maioria ácidos e de baixa fertilidade natural (COSTA e

BORGES, 1992). As limitações de fertilidade são caracterizadas pelos altos teores

de alumínio e manganês, baixos teores de bases trocáveis e de fósforo e a reduzida

disponibilidade de água (MACEDO, 2001; SILVA E RESCK, 1997; VARGAS E

HUNGRIA, 1997).

A capacidade de ciclagem de nutrientes das pastagens tem grande

importância nas práticas culturais de manutenção, o que leva a doses maiores de

fertilização na implantação e menores na fase de manutenção. Existe um nível

mínimo do nutriente exigido pelas plantas, o Quadro 1 apresenta esses níveis

críticos no solo e na planta, sugeridos para a região dos Cerrados (MACEDO, 2001).

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Segundo Marques et al. (1995), em um Cambissolo álico, omissões de N, P e

K na adubação, promovem significativa redução na produção de matéria seca da

parte aérea de Brachiaria brizantha e Andropogon gayanus; sendo este um

indicativo da baixa capacidade do solo em suprir as exigências nutricionais da

forrageira e da necessidade de aplicações desses elementos para a obtenção de

maiores produções e manutenção da produtividade em sistema de pastejo.

Os teores foliares dos nutrientes são influenciados por diversos fatores, e isso

dificulta o diagnóstico do estado nutricional da lavoura, comparando os valores da

amostra com um único valor numérico do padrão, definido como nível crítico. Assim,

para boa parte das culturas, os padrões da literatura têm apresentado não apenas

um valor crítico dos nutrientes nas folhas, mas um estreito intervalo de teores

denominado de “faixas de teores adequados” ou “faixas de suficiência”.

Em relação ao nível crítico, a adoção de faixas de suficiência melhora a

flexibilidade na diagnose, embora haja perda na exatidão, principalmente quando os

limites das faixas são muito amplos.

Uma possibilidade para o estabelecimento das faixas de suficiência, seria

estimar os níveis críticos para 90 e 95% da produção máxima através das equações

de regressão, e considerar a faixa entre eles como teores adequados ou de

suficiência. Embora muito esteja por ser feito em relação ao estabelecimento de

padrões nutricionais, e que os valores obtidos regionalmente são cada vez mais

importantes, reduzindo-se os efeitos de fatores tais como clima, solo, dentre outros,

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já existem muitas informações sobre níveis críticos e faixas de suficiência para as

culturas mais importantes do Brasil.

O fato do fósforo ser o nutriente aplicado em maiores quantidades em

adubação no Brasil está relacionado com o baixo teor de P na maioria dos solos

brasileiros e, também, com a forte tendência do P aplicado ao solo reagir com

componentes do mesmo, adsorvendo aos colóides (adsorção) ou formando

compostos de baixa solubilidade (precipitação) com outros íons presentes no

complexo de troca (fixação do fósforo) (BEDIN et al., 2003).

Então, a quantidade de P total nos solos tem pouca ou nenhuma relação com

a disponibilidade de P às plantas (HAVLIN; BEATON; TISDALE, 2005). De acordo

com Gikonyo et al. (2006), a maioria dos solos submetidos ao clima tropical

(aproximadamente 23% - 109 ha) pode fixar grandes quantidades de P aplicado.

As formas de P na solução do solo dependem diretamente da acidez da

mesma, conforme as reações de dissociação do H3PO4 (LINDSAY, 1979; RAIJ,

1991):

H3PO4 ↔ H+ + H2PO4- log K1=2,12

H2PO4- ↔ H+ + HPO4

-2 log K2=7,20

HPO4-2 ↔ H+ + PO4

-3 logK3=12,33

Considerando que a maioria dos solos agricultáveis brasileiros apresenta pH

na faixa de 3 a 6, a forma predominante é de íons H2PO4-. Em geral, esses íons são

considerados mais disponíveis para os vegetais (MALAVOLTA, 1985).

A precipitação em solos ácidos ocorre com íons alumínio (Al) ou ferro (Fe)

presentes na solução e, no caso de solos alcalinos com íons cálcio (Ca). A grande

maioria dos solos tropicais é caracterizada pelo elevado grau de intemperismo, pela

remoção de bases por lixiviação e pela presença de óxi-hidróxidos de ferro e

alumínio. Esses óxi-hidróxidos têm a propriedade de reter diversos tipos de ânions,

preferencialmente os íons fosfatos (BEDIN et al., 2003).

Assim, no caso de solos ácidos, a calagem prévia, ao promover a

neutralização do Al e de grande parte do Fe, reduz a fixação do fosfato via

precipitação com Fe e Al (BORGGAARD et al., 1990). Por outro lado, o uso

excessivo de calcário promoveria, a pH acima de 7,0, novo aumento da fixação, via

precipitação do fosfato com cálcio. Portanto, a proporção relativa dos compostos

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inorgânicos de fósforo com ferro, alumínio e cálcio, é condicionada pelo pH e

também pelo tipo e quantidade de minerais existentes na fração argila (NOVAIS;

SMYTH, 1999).

De acordo com Lopes (1984), a adsorção dos fosfatos ocorre através de

ligação covalente, de alta energia, fazendo com que a fixação de P tenha grande

relevância no manejo da fertilidade do solo, visando maior eficiência de uso de

fertilizantes fosfatados.

Fosfatos de elevada solubilidade em água adicionados ao solo como

fertilizantes dissolvem-se, passando rapidamente para a solução do solo. Devido à

baixa solubilidade dos compostos de P formados no solo e às interações com os

colóides, grande parte do elemento pode passar para a fase sólida, onde ficará em

parte como fosfato lábil, passando gradativamente a fosfato não lábil. O fosfato lábil

pode redissolver-se, caso haja abaixamento do teor em solução, para manutenção

do equilíbrio (RAIJ, 1991). Em outras palavras, fosfatos solúveis adicionados ao solo

apresentam a sua eficiência diminuída ao longo do tempo (GHOSAL et al., 2003).

Assim, compreender as relações e interações das variadas formas desse

nutriente nos solos e os numerosos fatores que influenciam sua disponibilidade é

essencial para o manejo eficiente de fósforo (HAVLIN; BEATON; TISDALE, 2005).

2.2.1 Teor de fósforo

De acordo com Malavolta (1980) citado por Faquin (2005), o fósforo é

constituinte das proteínas citoplasmáticas e nucleares e tem um papel importante no

metabolismo dos carboidratos e das transferências de energia. Baixas

concentrações de fósforos nas proteínas citoplasmáticas reduzem o crescimento da

planta. Havendo uma diminuição no crescimento, as folhas mais velhas das plantas

carentes em fósforo mostram, a princípio, uma coloração verde escuro azulada,

causada pela maior concentração relativa da clorofila, podendo ocorrer tonalidades

roxas nas folhas e no caule. Como o fósforo se redistribui facilmente na planta, os

sintomas da deficiência, inicialmente, ocorrem nas folhas mais velhas (MALAVOLTA,

1980; MALAVOLTA,1987; FAQUIN 2005).

A literatura reporta que o fósforo é um dos macronutrientes, menos exigidos

pelas plantas e que para o ótimo crescimento das plantas, este nutriente varia,

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dependendo da espécie e do órgão analisado, de 0,1 a 0,5% na matéria seca

(FAQUIN, 2005).

Santos-Filho et al. (2007), cita que os níveis adequados para este nutriente

fica em torno de 1,0 a 2,3 g/kg. Já Souza et al. (1999), estabelece valores de 0,11 a

0,30 g/kg. Faixa de teor adequado de P na parte aérea de capins é de 0,8 a 3 g/kg.

2.2.2 Interpretação da análise de solo para forrageiras

As espécies de gramíneas foram separadas em grupos segundo seu grau de

exigência de fertilidade de solo. Assim, na Tabela 2 observa-se que existem graus

diferenciados de adaptação das plantas às condições adversas do solo ou

exigências diferentes quanto à fertilidade do solo entre as espécies e dentro delas.

Para a definição da adubação fosfatada de estabelecimento é importante conhecer o

resultado da análise de solo de modo a definir as condições de disponibilidade do

nutriente. Na Tabela 3 e na Tabela 4 são apresentadas as interpretações de

resultados de análise de P extraído pelos métodos Mehlich 1 e da resina,

respectivamente. Pelo método da resina, o nível de P considerado adequado deve

ser superior a 8 mg dm-3 para espécies pouco exigentes e de 11 mg dm-3 para

espécies exigentes e, nesse caso, não se recomenda adubação fosfatada.

Tabela 2. Adaptação de gramíneas forrageiras às condições de fertilidade do solo

Tabela 3. Interpretação de rtesultados da análise de fósforo no solo, na profundidade de 0 a 20 cm, extraído pelo método Mehlich, para três grupos de exigência das forrageiras.

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Tabela 4. Interpretação de resultados da análise de fósforo no solo na profundidade de 0 a 20 cm, extraído pelo método resina (P-resina), para três grupos de exigência das forrageiras.

2.3 Fontes tradicionalmente empregadas

As fontes de fósforo podem ser divididas basicamente em solúveis, pouco

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solúveis e insolúveis e as mais utilizadas, tradicionalmente empregadas na

agricultura (90%), são os fosfatos solúveis em água (MOREIRA et al., 1997; LANA et

al., 2004).

O maior emprego das fontes solúveis ocorre, principalmente, por sua elevada

quantidade de P considerada disponível às plantas e pelo menor custo por unidade

de P presente nestes produtos, considerando-se o transporte, o manuseio e o

armazenamento (PROCHNOW; ALCARDE; CHIEN, 2003).

Os fosfatos solúveis em água mais comumente utilizados são o superfosfato

simples (SPS), o superfosfato triplo (SPT) e os fosfatos de amônio (monoamônico –

MAP e diamônico – DAP) e são amplamente utilizados como fonte padrão de fósforo

em experimentos que avaliam a eficiência agronômica relativa de fontes de P

(BOLAN; WHITE; HEDLEY, 1990).

O superfosfato simples é obtido do tratamento da rocha fosfática com ácido

sulfúrico concentrado, portanto, uma mistura de fosfato monocálcico com gesso.

Assim, uma fosfatagem corretiva com SPS, indiretamente, promove gessagem

parcial ou total, dependendo do tipo de solo. Contém em torno de 18% de P2O5

solúvel em citrato neutro de amônio mais água (CNA + água), dos quais cerca de

90% é solúvel em água. Em adição, apresenta cerca de 12% de enxofre e 26% de

CaO. Podem ser citadas como principais vantagens desse produto: (i) fornece, além

do P, cálcio e enxofre; (ii) há formação do gesso agrícola como resíduo, que pode

corrigir áreas sódicas e melhorar o ambiente radicular em profundidade; e (iii)

apresenta elevada solubilidade em água (VITTI; WIT; FERNANDES, 2003).

O tratamento da rocha fosfática com elevada quantidade de ácido sulfúrico

resulta na produção de ácido fosfórico e gesso. O gesso acumula como subproduto,

enquanto que o ácido fosfórico é separado por filtragem para ser usado na produção

do superfosfato triplo (SPT) e de fosfatos de amônio (MAP e DAP). Pela separação

do gesso e acidulação de novo lote de rocha com ácido fosfórico, obtém-se um

fertilizante (SPT) com aproximadamente 41% de P2O5 solúvel em CNA + água, dos

quais cerca de 90% é solúvel em água. Apesar da vantagem do elevado teor de

fósforo, o SPT apresenta as desvantagens em relação ao SPS de um menor teor de

CaO (15%) e de não conter enxofre (VITTI; WIT; FERNANDES, 2003).

Os fosfatos de amônio são fertilizantes obtidos pela reação da amônia com

ácido fosfórico, produzindo o monoamônio fosfato (MAP) ou o diamônio fosfato

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(DAP), conforme as reações a seguir: (GOEDERT; SOUSA, 1984)

NH3 + H3PO4 → NH4H2PO4 (MAP)

2NH3 + H3PO4 → (NH4)2HPO4 (DAP)

O MAP apresenta, aproximadamente, 11% de N e 48% de P2O5 solúvel em

CNA + água, enquanto que o DAP apresenta, aproximadamente, 18% de N e 45%

de P2O5 solúvel em CNA + água. Ambos têm tido seu consumo muito aumentado

nos últimos anos, tanto para uso como fertilizante simples quanto para preparar

formulados sólidos de alta concentração (ANGHINONI; BARBER, 1980). Também,

por serem quase completamente solúveis em água, são usados para preparo de

fertilizantes fluidos e em fertirrigação (APTHORP et al., 1987; SENGIK; KIEHL,

1995).

Bolland e Bowden (1982) relatam que as fontes de fósforo de elevada

solubilidade em água são mais eficientes a curto prazo. Porém, é bastante reportado

na literatura que essas fontes fosfatadas de elevada solubilidade, quando

adicionadas aos solos tropicais ácidos, de alta capacidade de fixação de P, são

rapidamente convertidas a formas indisponíveis às plantas, podendo ter sua

eficiência diminuída ao longo do tempo (BOLLAND, 1985; KORNDÖRFER; LARA-

CABEZAS; HOROWITZ, 1999; GHOSAL et al., 2003; PROCHNOW et al., 2003).

Baseando-se em estudos realizados por Bolland (1986) e Bolland, Weatherley

e Gilkes (1998), que comparam o efeito residual dos superfosfatos com outras fontes

de lenta liberação de P, pode-se inferir que a elevada eficiência inicial do

superfosfato é seguida por um decréscimo marcante em eficiência ao longo do

tempo. Utilizando fontes de menor solubilidade, a eficiência inicial foi inferior, porém

o declínio em eficiência com o passar do tempo foi menos significativo.

Esse fato da indisponibilização de P liberado ocorrer de forma mais intensa no

caso das fontes de elevada solubilidade em comparação às de baixa que, ao

liberarem o nutriente de forma mais lenta, minimizam o processo de fixação, também

foi observado em estudo realizado por Resende et al. (2006).

Com relação ao processo de produção das fontes de P de elevada

solubilidade em água, sabe-se que o processo químico de solubilização de rochas

fosfáticas com ácido sulfúrico ou fosfórico aumenta o custo do fertilizante, tornando

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seu uso limitado à parte dos agricultores, levando à necessidade de alternativas

para o uso desse nutriente (BOLAN; WHITE; HEDLEY, 1990; REDDY et al., 1999;

ZAPATA; ROY, 2004; STAMFORD et al., 2007).

A rota sulfúrica, única seguida no Brasil para a produção de ácido fosfórico,

apresenta alguns problemas, tais como: formação de grande volume de rejeitos, o

fosfogesso (5 a 6 toneladas para cada tonelada de ácido fosfórico produzido),

associado à drenagem ácida e, por vezes, à radioatividade, o que limita sua

utilização. Além disso, a rota sulfúrica não permite a recuperação de produtos de

valor comercial, como os elementos terras-raras. Portanto, rotas e metodologias

alternativas à rota sulfúrica vêm sendo estudadas visando a escolha daquela que

ofereça maiores vantagens técnicas, econômicas e ambientais no contexto

brasileiro, vislumbrando a criação de novos pólos industriais de fertilizantes

fosfatados (CETEM, 2000).

A utilização de ácido nítrico e do ácido clorídrico para o tratamento de rochas

fosfáticas vem sendo estudada com o objetivo de encontrar rotas alternativas de

produção de fertilizantes com o mínimo de poluição, associadas à possibilidade de

aproveitamento dos produtos rejeitados e de recuperação de subprodutos de valor

comercial (BANDEIRA et al., 2002). Outra limitação dos processos de solubilização

completa das RFs é a exigência de concentrados fosfáticos como matéria-prima

com elevado teor de P2O5 e baixo conteúdo de impurezas, o que tem levado à

perdas de até 40% do P2O5 extraído nas jazidas na fase de concentração do minério

(GOEDERT; REIN; SOUZA, 1990).

Os materiais utilizados ultimamente para produção dos fertilizantes fosfatados

solúveis são de baixa qualidade e contêm elevados níveis de impurezas que,

geralmente são insolúveis em água e, sua composição depende da constituição

mineralógica da fonte e do processo utilizado para produzir o fertilizante fosfatado.

Devido ao incremento no teor de impurezas dos compostos fosfatados e,

conseqüentemente à redução na eficiência agronômica dos mesmos, estudos foram

conduzidos no sentido de avaliar a eficiência do SPS contendo concentrações

variáveis de impurezas como ferro e alumínio.

Prochnow et al. (2003) comentam em seu trabalho que uma possibilidade

para melhorar a disponibilidade de P de fertilizantes contendo altas concentrações

de compostos com ferro e alumínio (insolúveis em água, porém solúveis em citrato

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neutro de amônio) seria a aplicação desses em solos inundados, situação em que

há redução de Fe+3 para Fe+2, o que pode resultar em aumento de disponibilidade de

P. Nesse sentido, realizaram estudo para obter informações sobre a eficiência de

fontes de SPS contendo diferentes concentrações de impurezas com Fe e Al na

cultura do arroz de sequeiro e inundado e para tal usaram materiais provenientes de

Araxá.

Os dados mostraram que o superfosfato simples obtido com a rocha fosfática

de Araxá (46% de P solúvel em água + citrato em relação ao total) apresentou 91%

de eficiência em relação à fonte de elevada solubilidade em água (fosfato

monocálcico) em aumentar a produção de matéria seca de arroz de sequeiro,

sugerindo que esses materiais não deveriam ser descartados baseado somente no

critério de baixa solubilidade em água, conforme estipulado pela legislação que

requer de 90 a 93% do P solúvel em água.

Prochnow, Alcarde e Chien (2003) relatam que a maior parte das pesquisas

tem se concentrado na purificação da rocha fosfórica e na opinião desses deve-se

investir de forma decisiva em pesquisa para o desenvolvimento de novos produtos,

já que as indústrias brasileiras têm optado por processos industriais onerosos para

eliminar os contaminantes.

Para contornar o problema dos custos dos fosfatos solúveis obtidos pelos

processos convencionais de solubilização, além da questão de fixação do nutriente

pelo solo, vem sendo proposto o uso de fontes alternativas de fósforo, como os

fosfatos parcialmente acidulados, os fosfatos de fusão (termofosfatos) e os fosfatos

naturais (GOEDERT; REIN; SOUZA, 1990; REDDY et al., 1999; KLIEMANN; LIMA,

2001; LANA et al., 2004), dentre outras.

Assim, sugere-se que fontes fosfatadas de elevada solubilidade em água

sejam usadas em solos com baixa à moderada capacidade de fixação de P, em

culturas de ciclo curto e solos com pH elevado, ou seja, que foram corrigidos pela

calagem. Em solos ácidos, que fixam grandes quantidades de P, a aplicação de

fontes de P menos solúveis pode ser mais eficiente e econômica em relação às

fontes de elevada solubilidade. A mistura desses dois tipos de fontes de fósforo

pode ser uma alternativa viável.

2.4 Fontes alternativas

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Nos últimos 30 anos têm ocorrido importantes avanços relacionados ao

desenvolvimento e tendências que começam a reformular os padrões tradicionais de

produção e uso de fertilizantes fosfatados. A aplicação direta de fontes de baixa

solubilidade em água tem surgido como uma alternativa de menor custo, o que

favoreceu o aumento do seu uso no Brasil (BRASIL, 2004).

O fator principal que leva a isto é o início de um declínio mundial na qualidade

das matérias-primas fosfatadas, não somente nos principais depósitos, mas também

nos mais recentemente descobertos, resultando em materiais de composição

mineral muito divergentes. Isso terá impacto nos processos químicos de tecnologias

existentes, desenvolvidas inicialmente para a formação de concentrados fosfáticos

de elevada qualidade (KHASAWNEH; SAMLE; KAMPRATH, 1980). Apesar da

antiga citação, essa informação ainda é válida nos tempos atuais.

Outro fator apontado é a expansão do mercado agrícola tropical e subtropical

que, para tal requer novas formulações de fosfatos, diferindo em propriedades

relacionadas à solubilidade e composição dos fertilizantes químicos amplamente

produzidos. A abrupta elevação dos custos tanto de energia como de matéria-prima

fosfatada levam à necessidade de estudos para mudanças na tecnologia química

corrente baseada na indústria mundial de fertilizantes fosfatados.

É reportado que durante muito tempo a adubação fosfatada se realizou quase

exclusivamente com fontes de elevada solubilidade em água, porém, além dos

fatores acima citados, a redução de subsídios à agricultura e o aumento dos preços

dos fertilizantes têm servido de estímulo aos pesquisadores para avaliar alternativas

mais econômicas para suprir a demanda de P durante os cultivos (HAQUE;

LUPWAYI; SSALI, 1999; FERNANDÉZ; MEZA, 2004).

2.4.1 Termofosfatos

Os termofosfatos são definidos como fertilizantes resultantes do tratamento

térmico de rochas fosfatadas, com ou sem adição de outros materiais (silicato de

magnésio), visando converter o fósforo de modo que se torne disponível às plantas.

No caso do termofosfato magnesiano é necessária a adição de componentes

magnesianos e silícicos (VITTI; WIT; FERNANDES, 2003). Esses componentes,

como é o caso dos silicatos, concorrem para diminuir a fixação do fósforo

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solubilizado por competirem com os fosfatos pelos sítios de adsorção, contribuindo

para a manutenção do P adsorvido em sua forma lábil.

Existem diversos trabalhos na literatura que relatam incremento na

disponibilização de fósforo proporcionado pela adição de silício e a seguir serão

citados dois exemplos.

Carvalho et al. (2001) avaliaram a interação silício-fósforo em um Cambissolo

com a cultura do eucalipto. Verificaram que o maior valor de P extraído (28,0 mg

vaso-1) foi obtido com a dose de 140 mg dm-3 de silício (Si). O valor de P no

tratamento controle (sem adição de Si) foi de 24,3 mg vaso-1, representando,

portanto, um ganho de 15,3% em P com a adição de silício. O autor sugere que uma

fração do Si aplicado migrou para as superfícies oxídicas da fração argila, onde foi

adsorvida. Esta adsorção provocou dessorção de parte do P, que foi absorvida pelas

plantas.

Prado e Fernandes (2001) avaliaram o efeito da escória de siderurgia e

calcário na disponibilidade de fósforo em um Latossolo Vermelho Amarelo cultivado

com cana-de-açúcar. A maioria das pesquisas desenvolvidas no Brasil com a

escória analisou apenas seu efeito corretivo e como fonte de alguns nutrientes

presentes na sua constituição, entretanto são escassos os trabalhos que avaliaram o

efeito destes resíduos no P disponível do solo. Tratando-se de um produto

conhecido como corretivo de acidez, torna-se difícil afirmar se os ganhos na redução

da adsorção do P são uma ocorrência apenas do incremento do pH ou do efeito do

silicato em deslocar ou saturar os sítios de adsorção de P do solo. Assim,

conduziram experimento com a finalidade de isolar o efeito do pH do efeito do

silicato. A aplicação da escória de siderurgia incrementou os níveis de P disponível

do solo de maneira linear, ao passo que a aplicação do calcário não apresentou uma

relação significativa, tanto aos 12 como aos 24 meses após a aplicação.

A maior eficiência da escória sobre o calcário no aumento do P disponível do

solo deve-se mais ao efeito do silicato contido na escória, exercendo uma

competição dos ânions de silicato com o P pelos mesmos sítios de adsorção

(SMYTH; SANCHEZ, 1980), do que ao efeito do pH propriamente dito. Por outro

lado, é citado que a eficiência do silicato em aumentar o P disponível do solo não

está na capacidade de troca dos ânions silicato pelo fosfato no solo e, sim, na

saturação ou bloqueio destes sítios de adsorção de P pelo ânion silicato.

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Com relação à fabricação dos termofosfatos, na primeira etapa prepara-se a

rocha fosfatada e os materiais contendo silício e magnésio, os quais são fundidos

em fornos, com temperatura de operação entre 1400oC e 1500oC. Tanto a

alimentação do forno quanto sua descarga podem ser operações contínuas e

intermitentes. Ao sair do forno, o material é resfriado imediatamente com jatos de

água, formando, nessa operação, grãos inferiores a 2 mm, de aspecto vítreo e de

coloração, em geral, enegrecida. Esses grãos são então separados da água e

levados a um pátio para drenagem do excesso de umidade (produto semi-acabado),

seguindo para o secador rotativo e o moinho de bolas. Posteriormente, o produto é

ensacado, adicionando-se ou não micronutrientes e enxofre. O produto apresenta

teor de P2O5 total em torno de 16% (VITTI; WIT; FERNANDES, 2003), sendo

praticamente todo solúvel em ácido cítrico (KLIEMANN; LIMA, 2001).

A elevada solubilidade dos termofosfatos em citrato neutro de amônio e em

ácido cítrico a 2% pode ser explicada pelo aquecimento e destruição da rede

cristalina do mineral, incrementando a solubilidade do material e,

conseqüentemente, aumentando a quantidade de fósforo assimilável às plantas

(BÜLL; LACERDA; NAKAGAWA, 1997; FERNANDÉZ; NOGUERA, 2003).

Com a finalidade de produzir um novo fertilizante fosfatado com os fosfatos

naturais de maior uso na Venezuela (Riecito e Monte Fresco), Fernandéz e Noguera

(2003) submeteram esses fosfatos à temperatura de cerca de 900oC por 3, 5 e 7

horas e observaram, conforme demonstrado na tabela 5, incremento significativo no

teor de P total e solúvel em citrato neutro de amônio nos três períodos de tempo

avaliados. Os autores justificam os resultados relatando que elevadas temperaturas

rompem a estrutura cristalina da rocha fosfática ocasionando perda de flúor e outras

impurezas na forma gasosa, aumentando, portanto, o teor de P total e solúvel dos

materiais. As diferenças de resultados entre as rochas fosfáticas provavelmente se

devem à RF de Monte Fresco ser um material com estrutura cristalina de maior

rigidez em relação à RF de Riecito e, portanto, apresentar menor solubilidade

relativa.

Tabela 5 – Teores de P2O5 total e solúvel em citrato neutro de amônio (CNA) contidos na rocha fosfática (RF) de Riecito e Monte Fresco, em estado natural e calcinadas a 900° C durante 3, 5 e 7 horas. Adaptado de Fernadéz e Noguera

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(2003)

Tempo de RF de Riecito RF de Monte Fresco

calcinação Total CNA Total CAN

(horas) (%) (%) (%) (%)

0 28,8 c 1,5 b 22,3 b 0,4 a

3 30,0 b 2,4 b 25,2 a 0,5 a

5 30,9 ab 3,7 a 26,1 a 0,8 a

7 31,2 a 4,0 a 26,1 a 1,7 a

Médias seguidas por letras distintas na mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).

Avaliando a resposta do milho a fontes de fósforo durante três cultivos

sucessivos em solo da região do cerrado, Resende et al. (2006) utilizaram como

tratamentos superfosfato triplo (SPT), termofosfato magnesiano (TM), fosfato reativo

de Arad (FR), fosfato natural de Araxá (FA) e testemunha. Concluíram que nas duas

primeiras safras, as fontes de maior solubilidade (SPT e TM) ocasionaram as

maiores produções. O FA, com solubilidade limitada, apresentou baixa eficiência ao

longo dos cultivos. Na média dos cultivos, o uso das fontes SPT, TM, FR e FA

correspondeu, respectivamente, à recuperação de cerca de 49, 54, 46 e 33% do P

fornecido.

Stefanutti, Malavolta e Muraoka (1995) avaliaram a recuperação do P residual

de um termofosfato magnesiano (TM) com diferentes granulometrias, comparando-o

com o superfosfato simples (SPS) granulado, em amostras de solo de textura média

argilosa, por sete cultivos. Inferiram que com o uso do termofosfato na forma de pó

houve recuperação de 15,9 mg vaso-1 de P na média dos 7 cultivos, apresentando

efeito residual semelhante ao do SPS granulado (18,2 mg vaso-1 de P) e a

granulometria mais grosseira do termofosfato resultou em menor recuperação do

fósforo residual (13,9 mg vaso-1 de P).

Os adubos fosfatados solúveis são aplicados na forma de grânulos e, ao

entrarem em contato com o solo, ocorre uma rápida absorção de umidade,

ocasionando a dissolução do P. No caso dos termofosfatos, o processo de

dissolução do fósforo é mais lento, entretanto, com o tempo, o fósforo residual

poderá equiparar ou mesmo até superar os resultados da fonte solúvel em água

(STEFANUTTI; MALAVOLTA; MURAOKA, 1995).

Visando avaliar as alterações químicas decorrentes da aplicação de

termofosfatos em solo típico da região dos cerrados e a eficiência agronômica

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desses fertilizantes, Büll, Lacerda e Nakagawa (1997) conduziram um experimento

em que os tratamentos foram: controle (sem fósforo), superfosfato triplo (SPT),

termofosfato em pó (TMpó), e granular (TMgr), aplicados na dose de 200 mg dm-3 de

P. Os índices de eficiência agronômica para TMpó e TMgr foram de,

respectivamente, 100% e 22%, em relação à fonte de elevada solubilidade em água

(SPT), mostrando que o produto com maior tamanho de partículas foi menos eficaz

tanto no acúmulo de fósforo pela planta como na produção total de biomassa.

Nakayama et al. (1998) realizaram experimento em casa-de-vegetação com plantas

de arroz para verificar se os fosfatos de baixa solubilidade em água, porém solúveis

em ácido cítrico a 2%, apresentavam a mesma eficiência agronômica que os

fosfatos solúveis em água. Para tal utilizaram como fontes: superfosfato simples

(padrão), multifosfato magnesiano (Fosmag - MFM), termofosfato magnesiano (TM),

fosfato de Gafsa (FG) e fosfato de Araxá (FA), nas doses de 0, 50 e 150 mg dm-3 de

P. Para a dose de 50 mg dm-3 de P obtiveram os seguintes índices de eficiência

agronômica (IEA) em relação ao SPS (IEA = 100%): 106%, 98%, 95% e 16%,

respectivamente. Para a dose de 150 mg dm-3 de P, os IEA foram de 86%, 82%,

84% e 22% para as fontes, na mesma ordem anterior, sendo as três primeiras

estatisticamente iguais ao SPS, demonstrando que os fosfatos solúveis em ácido

cítrico apresentaram eficiência agronômica similar à do fosfato solúvel em água.

Assim, considerando-se a diversidade de solos, climas e culturas abrangidas

pela agropecuária brasileira, são perfeitamente válidos a produção e o consumo de

várias formas de fertilizantes fosfatados. Sabe-se que para culturas de ciclo curto

(anuais e bianuais) a eficiência dos fertilizantes fosfatados é proporcional à parcela

do fósforo solúvel no mesmo. Por outro lado, não é menos verdade que existe efeito

residual, ou seja, a parcela não solúvel (ou parte dela) que acaba sendo aproveitada

a longo prazo por culturas perenes ou por cultivos sucessivos.

Além disso, o Brasil é altamente dependente do mercado internacional no que

se refere ao enxofre, matéria-prima para a produção de ácido sulfúrico utilizado no

processo tradicional, a via úmida, uma vez que importa 85% de suas necessidades,

tornando-se vulnerável em relação a este material considerado estratégico

(CARVALHO et al., 2000).

Carvalho et al. (2000) realizaram um trabalho que visou estabelecer os custos

completos dos recursos energéticos mais factíveis para a geração de energia

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elétrica para a produção de termofosfato na região do Médio Paranapanema, dentro

do contexto do Planejamento Integrado de Recursos. Buscaram dessa maneira, as

melhores opções de suprimento energético para uma determinada necessidade

industrial, atentando-se para o desenvolvimento sustentável da região. Foi um

trabalho preliminar, que buscou contribuir com a discussão acerca de uma nova

forma de planejamento energético onde os custos sócio-ambientais fossem

efetivamente considerados. Registraram por fim que a maior restrição feita ao

aumento da produção de termofosfatos no Brasil é o alto consumo de energia

elétrica pelos processos produtivos, sendo um dos principais fatores a ser

considerado na viabilização técnico-econômica desse produto.

Assim, a utilização dos termofosfatos, principalmente, em solos que

apresentam condições adversas ao emprego dos fertilizantes tradicionais, como

elevada capacidade de fixação de fósforo, pode ser uma opção agronômica, o que

justifica o desenvolvimento de mais pesquisas e incentivos para sua possível

produção em maior escala no país.

2.4.2 Fosfatos naturais

Fosfatos naturais são concentrados apatíticos obtidos a partir de minérios

fosfáticos ocorrentes em jazimentos localizados, os quais podem ou não, passar por

processos físicos de concentração, como lavagem e/ou flotação, para separá-los

dos outros minerais com os quais estão misturados na jazida (IFDC/UNIDO, 1979).

A denominação fosfato natural ou rocha fosfática cobre ampla variação

nesses tipos de minérios, em composição, em textura e em origem geológica

(GREMILION; Mc CLELLAN, 1980; KAMINSKI, 1983).

Os depósitos de rocha fosfática são divididos em três classes, de acordo com

a composição mineral: fosfato de ferro-alumínio (Fe-Al-P), fosfato de cálcio-ferro-

alumínio (Ca-Fe-Al-P) e fosfatos de cálcio (Ca-P). Estas três classes constituem uma

seqüência natural de intemperização dos depósitos de rocha fosfática, na qual as

formas estáveis de fosfatos de ferro-alumínio representam o estágio mais avançado

de intemperismo e o fosfato de cálcio representa a rocha matriz (KHASAWNEH;

SAMPLE; KAMPRATH, 1980).

A classe de maior importância econômica é a dos fosfatos de cálcio devido ao

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uso industrial para os mais variados fins, mas especialmente na indústria de

fertilizantes, enquanto que as demais classes têm escassa possibilidade de

utilização. Estudos têm sido conduzidos no sentido de avaliar e aumentar a

eficiência agronômica dessas outras classes como fontes de P (KLIEMANN; LIMA,

2001).

Normalmente, as jazidas de minério de fosfato possuem teores de P2O5

inferiores aos necessários para seu processamento industrial (LEHR, 1980). Por

isso, precisam ser beneficiados, separando-os dos minerais com os quais estão

misturados para obter o concentrado fosfático, dito fosfato natural concentrado, com

teor de P adequado ao processo industrial subseqüente, que resultará no fertilizante

(GREMILION; Mc CLELLAN, 1980).

Os depósitos de fosfatos de origem ígnea ou magmática são, geralmente,

pobres em sílica, possuem textura simples e contém rochas associadas do tipo

carbonatitos e ultrabásicas, em que a fluorapatita é o principal mineral fosfático,

como Jacupiranga e Catalão no Brasil e Tennessee nos EUA. Estes fosfatos

representam aproximadamente, 17% das reservas mundiais e cerca de 50% das

reservas brasileiras (HAMMOND, 1997; KAMINSKI, 1990).

Os fosfatos de origem sedimentar possuem geologia complexa e variada,

podendo ser detríticos, precipitados químicos ou conter quantidades significativas de

apatita fóssil (orgânica). Os minerais predominantes são apatitas com alto grau de

substituições isomórficas de fosfato e carbonato, e são encontradas em áreas

desérticas ou de clima seco. São muitas vezes identificados como francolitas e

fosforitas (KLIEMANN; LIMA, 2001).

Esses fosfatos são oferecidos no mercado de fertilizantes como fosfatos

naturais reativos que permitem sua utilização diretamente na agricultura, como os

fosfatos naturais da Carolina do Norte – EUA, de Gafsa – Tunísia, de Sechura –

Peru e de Arad – Israel (HAMMOND, 1997).

A legislação brasileira determina, para fosfatos naturais reativos, o teor

mínimo de P2O5 total de 27% , 28% de Ca e 30% do P2O5 total solúvel em ácido

cítrico a 2% (BRASIL, 2004). Os fosfatos de origem metamórfica representam uma

categoria intermediária entre as rochas sedimentares e ígneas e apresentam outros

minerais misturados entre si (KLIEMANN; LIMA, 2001).

Para que um composto fosfático seja um fertilizante eficiente, um dos

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requerimentos é que seja solúvel na solução do solo. A amplitude de dissolução da

rocha fosfática é dependente tanto das características da rocha de origem como do

solo em que será aplicado (HUGHES; GILKES, 1986; GOVERE; CHIEN; FOX, 2004;

HE et al., 2005; YAMPRACHA et al., 2006), além das plantas a serem cultivadas.

A aplicação direta de rochas fosfáticas no solo como fonte de P é uma prática

que tem sido empregada com variados graus de popularidade ao longo dos anos.

Numerosos experimentos têm sido conduzidos nos últimos anos para determinar as

melhores condições de solo e da cultura para o seu uso (KHASAWNEH; DOLL,

1978; ZAPATA; ZAHARAH, 2002; CASANOVA; SALAS; TORO, 2002).

A eficiência agronômica de uma rocha fosfática é diretamente relacionada

com a reatividade química da apatita, que é determinada pelo grau de substituição

isomórfica de fosfato por carbonato no cristal da apatita (LEHR; Mc CLELLAN, 1972;

CHIEN; BLACK, 1976; KHASAWNEH; DOLL, 1978; ANDERSON; KUSSOW;

COREY, 1985).

É reportado que alguns fosfatos naturais apresentam eficiência agronômica

semelhante à das fontes solúveis, o que pode ser compensador pelo menor custo

por unidade do nutriente. A seguir será apresentado um exemplo.

Korndörfer, Lara-Cabezas e Horowitz (1999) avaliaram o comportamento

agronômico de fosfatos naturais (Arad-FNA, Marrocos-FNM e Gafsa-FNG) quanto à

produção de grãos de milho comparando com o superfosfato triplo (SFT).

Concluíram que a capacidade do FNA, FNM e FNG em fornecer P para o milho foi

de 60, 80 e 97%, respectivamente, quando comparados com o SFT. Os autores

sugerem que com o passar do tempo os fosfatos naturais melhorem ainda mais sua

eficiência em relação à fonte de alta solubilidade, devido ao maior efeito residual.

A lei da ação das massas indica que a dissolução da RF é favorecida pelas

condições do solo que mantêm baixas concentrações de Ca e P na solução do solo.

Em estudo de incubação, Mackay e Syers (1986) verificaram que menores níveis de

Ca trocável associados com reduzida saturação por Ca na capacidade de troca de

cátions do solo, que leva a menores concentrações de Ca na solução do solo, estão

relacionados com incrementos na taxa de dissolução das rochas fosfáticas.

Estudos no campo e observações de laboratório mostram que condições do

solo como baixo pH, teores baixos de P e Ca trocáveis na solução, alta capacidade

de fixação de P, clima úmido e ameno, culturas com extenso sistema radicular e

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longos períodos de crescimento são interessantes para obter elevada eficiência

agronômica da RF, já que contribuem à dissolução das mesmas (HAMMOND;

CHIEN; EASTERWOOD, 1986; APTHORP; HEDLEY; TILLMAN, 1987; KANABO;

GILKES, 1987; AKINTOKUN; ADETUNJI; AKINTOKUN, 2003).

Em experimentos de longa duração, realizados em Latossolo Vermelho-

Amarelo textura argilosa, com gramíneas forrageiras tolerantes à acidez, têm-se

obtido resultados razoáveis de eficiência agronômica com vários fosfatos naturais

brasileiros, da ordem de 45% em relação à fonte de elevada solubilidade em água

(GOEDERT; LOBATO, 1984; SANZONOWICKZ; LOBATO; GOEDERT, 1987;

SOUSA et al., 1987).

Com relação à calagem, prática comumente recomendada para solos ácidos,

essa aumenta o pH do solo e, também reduz a toxidez por alumínio, eleva o teor de

cálcio trocável do solo, prejudicando, portanto, a dissolução da RF. Assim, as doses

de calcário devem ser cuidadosamente recomendadas para reduzir a toxidez por Al

e simultaneamente evitar efeitos adversos na dissolução das RFs em solos ácidos,

caso se deseje a utilização destes materiais (LOPES; GUILHERME, 1992).

Um outro fator que interfere na eficiência agronômica das rochas fosfáticas é

o sistema radicular da espécie cultivada. A absorção de P pelas plantas é

proporcional à densidade das raízes; assim, o incremento da área superficial da

massa radicular aumenta a condição da planta em acessar e absorver o P do solo

(HOPPO; ELLIOT; REUTER, 1999).

Moreira, Malavolta e Moraes (2002) avaliando a eficiência de fontes e doses

de P na alfafa e centrosema cultivadas em Latossolo Amarelo, concluíram que com

a seqüência de cortes, a produção de matéria seca obtida com os fosfatos naturais

reativos tende a equiparar-se à das fontes mais solúveis. Atribuíram esses

resultados à ampliação do sistema radicular das culturas ao longo dos cultivos,

possibilitando maior exploração das raízes e, consequentemente, maior absorção de

fósforo pelas culturas.

Em relação ao tamanho das partículas dos fosfatos naturais, é citado na

literatura que a eficiência agronômica dessas fontes aumenta com a redução do

tamanho das partículas. Horowitz e Meurer (2003), avaliando a eficiência de dois

fosfatos naturais (Gafsa e Gantour Black) farelados em função do tamanho de

partícula, notaram que essas fontes apresentaram maior índice de eficiência

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agronômica quando foram moídos finamente (partículas < 0,074 mm), e que medida

que o tamanho das partículas foi aumentado, a eficiência foi reduzida.

Comentado por Savant e Chien (1990) que para obter maior eficiência de uso

pelas culturas, a RF deve ser aplicada a lanço em área total e incorporada ao solo

para maximizar o contato das partículas da RF com o solo.

Portanto, generalizadamente sugere-se o uso dos fosfatos naturais em solos

que apresentem baixo a médio pH e baixos teores de cálcio e fósforo em solução e

elevada capacidade de fixação de P, e em culturas de ciclo longo e com extenso

sistema radicular, de modo a ampliar a eficiência agronômica dessa fonte.

A consulta à literatura permite verificar que existem diversas áreas ainda a

serem estudadas para intensificar o uso de fosfatos naturais, entre elas: (i) avaliação

da eficiência agronômica dessas fontes conforme variação de características do solo

como teor de matéria orgânica, pH, teor de argila; (ii) quantificação da eficiência de

diversas fontes para culturas tolerantes ao baixo nível de P no solo; (iii) avaliação

dos efeitos da época de aplicação em relação ao calcário, localização e tamanho de

grânulos; e (iv) avaliação do efeito residual dessas fontes em relação aos fosfatos de

elevada solubilidade em água.

Finalmente, existe a necessidade de desenvolvimento da modelagem

adequada para utilização de rochas fosfáticas pelas culturas, baseado em ensaios

agronômicos em condições de campo, objetivando analisar a viabilidade econômica

do uso de RF, em relação a fontes de elevada solubilidade em água, por produtores

agrícolas

Um dos maiores problemas no estabelecimento e na manutenção de

pastagens nos Latossolos brasileiros reside nos níveis extremamente baixos de

fósforo disponível e total. Além da grande deficiência desse elemento em nossos

solos, acrescenta-se a alta capacidade de adsorção do fósforo em consequência da

acidez e altos teores de óxidos de ferro e de alumínio (GUEDES et al., 2009).

Nessa situação, a adubação fosfatada é fundamental, independente do

sistema de exploração, seja extensivo ou intensivo, para que esse elemento não

seja limitante na resposta da planta forrageira. Segundo Novais e Smyth (1999), os

níveis críticos no solo e na planta diminuem com a idade da mesma, sendo as

variações mais acentuadas em plantas perenes como as forrageiras. Por estes

motivos é essencial estabelecer os níveis críticos de fósforo para cada estádio de

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crescimento da planta. Esse conhecimento é imprescindível ao manejo da

adubação, seja no plantio ou na manutenção, com vistas a suprir a demanda das

plantas ao longo do seu ciclo e favorecer a sustentabilidade da produção.

O requerimento de grandes quantidades de fosfatos na correção da fertilidade

dos solos brasileiros, e a ausência de reservas abundantes de rochas fosfatadas de

boa qualidade no País, associado ao elevado custo dos fertilizantes, justificam

estudos para aperfeiçoar a eficiência no uso de adubos fosfatados (RESENDE et al.,

2006). A produção de fertilizantes fosfatados gera grandes quantidades de rejeito

com quantidades consideráveis de P, a utilização destes rejeitos na agricultura pode

ser uma das soluções para este problema (OBA, 2004). A utilização de pós de

rochas como produto alternativo na fertilização de solos tem sido relatada há várias

décadas, com o intuito de reduzir o custo de produção das culturas pelo uso de

adubos minerais (MADELEY, 1999).

Os pós de rocha apresentam como características a composição

multielementar e a capacidade de solubilização lenta, que são apropriadas para a

utilização em sistemas de produção alternativos, principalmente em solos tropicais

degradados (VAN STRAATEN, 2006).

Guedes et al. (2009) relatam que a utilização de fosfato natural aumenta a

produção de matéria seca e perfilhamento do capim braquiarão, e que com o passar

do tempo de implantação da pastagem torna-se mais eficiente que o superfosfato

triplo. Em trabalho realizado por Silverol e Machado Filho (2007) estudando a

utilização do pó de granito para a fertilização de solos, observaram que nos

tratamentos que tinham quantidades significativas de pó de rocha, as plantas de

milho se desenvolveram adequadamente em comparação à testemunha.

Embora esse resultado seja inferior à adubação química altamente solúvel,

evidencia a importância a longo prazo, na melhoria da fertilidade de solos que

apresentam sinais de degradação, especialmente nas pastagens.

2.4.3 Fosfatos naturais parcialmente acidulados (FNPAs)

Em muitos países em desenvolvimento, diversos impostos têm restringido a

importação de fertilizantes e isso tem criado uma situação em que os fertilizantes

não estão disponíveis a parte dos produtores ou são muito caros. A alternativa em

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depender de fertilizantes importados é explorar os recursos nativos, como as rochas

fosfáticas, de modo a ampliar a eficiência dessas. Uma possibilidade é a acidulação

parcial (HAMMOND; CHIEN; MOKWUNYE, 1986), em um custo inferior aquele

necessário à produção dos fertilizantes convencionais, totalmente acidulados

(BATIONO et al., 1990). Para tal, é necessário que as rochas fosfáticas não

apresentem quantidades substanciais de óxidos de ferro e alumínio como impurezas

em sua composição (MENON; CHIEN, 1990), para que não formem compostos

fosfatados de baixa solubilidade durante o processe de acidulação.

Os fosfatos naturais parcialmente acidulados (FNPA) são obtidos reagindo

rochas fosfáticas, geralmente, com ácido sulfúrico (H2SO4) ou ácido fosfórico

(H3PO4), em quantidades inferiores àquelas necessárias para produção do

superfosfato simples ou triplo, respectivamente.

O uso de FNPAs tem sido difundido na Europa e América do Sul desde

Nordengen (1957), o pioneiro a reportar seu uso (RAJAN; MARWAHA, 1993;

ZAPATA; ROY, 2004).

A acidulação parcial das rochas fosfáticas pode ser um econômico meio de

incrementar a eficiência agronômica de materiais de baixa solubilidade, impróprios

para serem aplicados diretamente aos solos (MENON; CHIEN, 1990; DI et al.,

1994). Por essa razão, extensos estudos foram e têm sido conduzidos em diversas

regiões do mundo avaliando a eficiência de uso desses fertilizantes, entretanto, são

escassos estudos envolvendo rochas fosfáticas nacionais.

É relatado que os FNPAs são mais baratos em relação aos fosfatos

totalmente acidulados devido à menor utilização de energia e reagentes por unidade

de P no produto e, freqüentemente, são mais concentrados que o superfosfato

simples (HAMMOND; CHIEN; MOKWUNYE, 1986; CHIEN; MENON, 1995).

O nível de acidulação da rocha fosfática é usualmente expresso em termos de

porcentagem. Por exemplo, quando 1/5 do ácido sulfúrico necessário para produzir

superfosfato a partir de determinada RF é usado, o produto é denominado FNPA

20% H2SO4. O termo FNPA 20% H3PO4 refere-se ao produto utilizando 1/5 do ácido

fosfórico requerido para produção do superfosfato triplo. É relatado por Zapata e Roy

(2004) que a acidulação parcial com H3PO4 resulta em FNPAs contendo maior teor

total e solúvel de P em relação à RF não acidulada. A acidulação parcial com H2SO4

resulta em decréscimo no teor total de P devido à formação de sulfato de cálcio no

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produto.

De qualquer modo, o teor de P solúvel em água aumenta com o incremento

do grau de acidulação, aumentando a eficiência do FNPA (RAJAN, 1986;

GOEDERT; SOUSA, 1986; GOEDERT; REIN; SOUZA, 1990; HAGIN; HARRISON,

1993), porém, é necessário considerar o incremento no custo de produção do

fertilizante.

O custo dos FNPAs aumenta com o incremento no grau de acidulação, porém

o teor de P do produto não aumenta proporcionalmente, devido à formação de

compostos fosfatados insolúveis em água durante o processo de acidulação.

Portanto, é desejável produzir um fertilizante com o menor grau de acidulação, de

forma a não encarecer muito o produto, mas agronomicamente eficiente (RAJAN,

1986).

Dados de pesquisas sobre a eficiência agronômica de fosfatos parcialmente

acidulados mostram que alguns FNPAs de 40 a 50% de acidulação com H2SO4 ou

20 a 30% de acidulação com H3PO4 são tão eficientes quanto os fosfatos totalmente

acidulados (HAMMOND; CHIEN; MOKWUNYE, 1986; BOLAN et al., 1990; RAJAN;

MARWAHA, 1993; CHIEN; MENON, 1995; GHOSAL et al., 2003).

As possíveis causas para a elevada eficiência agronômica dos FNPAs são: (i)

o “priming effect” proporcionado pelo fosfato monocálcico (FMC) contido no FNPA e

a maior exploração do sistema radicular por P; e (ii) a dissolução do FMC levando à

formação de ácido fosfórico e, consequentemente, a reação desse ácido com parte

da RF que ainda não havia reagido (acidulação secundária) (RAJAN, 1986; RAJAN;

WATKINSON, 1992).

Hammond, Chien e Mokwunye (1986) descrevem a possibilidade de obtenção

de FNPA a partir de RF de baixa solubilidade, desde que não haja presença de

elevados teores de óxidos de ferro e alumínio na estrutura, o que levaria a reversão

do P solúvel a formas insolúveis durante o processo de acidulação com H2SO4, ou

seja, a precipitação de compostos do tipo Fe-Al-P.

Vale ressaltar que as opiniões quanto à eficiência dos FNPAs são bastante

contraditórias (STEPHEN, 1985; STEPHEN; CONDRON, 1986; RESSELER;

WERNER, 1989; DI et al., 1994). De acordo com Stephen e Condron (1986), essas

diferenças nas eficiências agronômicas relativas observadas se devem às distintas

combinações de fatores dos fertilizantes, solos e plantas a que são submetidos os

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experimentos.

Experimentos foram conduzidos por Rajan (1986) usando três tipos de solos

para determinar a biodisponibilidade de P a partir da RF da Carolina do Norte in

natura e tratada com 20 e 50% de H3PO4 requerido para acidulação completa.

Como planta teste foi utilizado o centeio e como fonte padrão de P foi usado o

superfosfato triplo. Os dados de produção de matéria seca e de P absorvido

mostraram que a eficiência das RFs parcialmente aciduladas foi significativamente

superior à RF aplicada in natura e ao SFT.

Chien e Hammond (1989) realizaram um estudo em casa-de-vegetação para

comparar o efeito da capacidade de fixação de P do solo na eficiência agronômica

relativa do fosfato de rocha de Huila (Colômbia), parcial e completamente acidulado.

Os solos apresentavam capacidade de fixação de P entre 5,6% e 56,1%. Os

resultados mostraram que a eficiência relativa do FNPA em aumentar a produção

de matéria seca e absorção de P aumentou linearmente com o incremento na

capacidade de fixação de P do solo, sendo superior à da fonte solúvel em água em

solos de elevada capacidade de fixação de P. Vale salientar que o aumento na

fixação reduziu a disponibilidade de P tanto do FNPA como da fonte solúvel,

entretanto a redução foi menos significativa na fonte de menor solubilidade.

Stephen e Condron (1986) relatam que o teor de fosfato monocálcico no

FNPA é inferior aquele do superfosfato, assim há menor quantidade de P solúvel

para ser fixada em um solo com alta capacidade de fixação do nutriente.

Para Zapata e Roy (2004), idealmente, a acidulação parcial de determinada

RF deveria ser considerada após o desenvolvimento de estudos que variam o tipo, a

quantidade e concentração do ácido, a temperatura, o tipo de processo de mistura

com o objetivo de solubilizar a maior quantidade de RF por um dado nível de adição

de ácido.

Segundo Bolland, Clarke e Yeates (1995), os fatores que ampliam a eficiência

dos FNPAs são média a elevada reatividade das rochas fosfáticas e partículas de

pequeno tamanho da RF, solos ácidos, de elevada capacidade de fixação de

fósforo, cultivos de ciclo longo e, rotação de culturas.

Porém, devido à relativa escassez de dados, principalmente em condições

brasileiras, e à multiplicidade de fatores que interferem na determinação do grau de

eficiência relativa de uma rocha fosfática parcialmente acidulada, definir conclusões

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é extremamente difícil, mas admite-se que a acidulação parcial pode ser uma

maneira de incrementar a eficiência das rochas fosfáticas em determinadas

condições (STEPHEN; CONDRON, 1986), desde que essas não apresentem

elevados teores de ferro e alumínio em sua composição (impurezas catiônicas), o

que interferiria na eficiência agronômica dessas fontes devido à formação de

compostos insolúveis desses elementos com o fósforo durante o processo de

acidulação.

2.5 Mistura de fontes de diferentes solubilidades

Fertilizantes que são similares em composição química aos FNPAs podem ser

preparados pela compactação a seco sob pressão ou através de mistura da rocha

fosfática com fertilizantes fosfatados solúveis, como superfosfatos simples, triplo,

fosfatos mono e diamônicos (MENON; CHIEN, 1990; RAJAN; MARWAHA, 1993;

CHIEN; MENON, 1995).

Esses procedimentos são realizados com custo inferior ao necessário para

produzir os fertilizantes convencionais, totalmente acidulados, a partir da mesma

rocha, porém o teor de P solúvel em água dos produtos dependerá da relação entre

RF e fertilizante fosfatado solúvel em água utilizada.

A tecnologia de compactação ou mistura dos materiais fosfáticos de distintas

solubilidades oferece a vantagem de utilizar rochas fosfáticas que não são

adequadas para a acidulação parcial direta com H2SO4 devido à presença em sua

composição de elevado teor de óxidos de ferro e alumínio, pois não há utilização do

ácido sulfúrico nesta técnica, o que desfavorece a formação dos compostos

fosfatados insolúveis.

Existem evidências de que a eficiência das RFs, mesmo daquelas de baixa

reatividade, é aumentada após compactação ou mistura com fósforo solúvel em

água (CHIEN et al., 1987; MENON; CHIEN; GADALLA, 1991; PROCHNOW et al.,

2004). É reportado por Zapata e Roy (2004) que, nessas condições, a compactação

ou mistura da RF com fertilizantes fosfatados solúveis em água com relação de P de

aproximadamente 50:50 pode levar ao uso agronômico e economicamente viável

das RFs marginais em países em desenvolvimento.

Prochnow et al. (2004) conduziram um estudo com o objetivo de investigar

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sobre a eficiência agronômica potencial de fontes de P de baixa solubilidade

produzidas a partir da RF de Patos de Minas (PM), a qual não é recomendada para

aplicação direta nos solos devida à baixa reatividade e para produção comercial de

fertilizantes fosfatados devido aos elevados teores de ferro, alumínio e silício em sua

constituição. Para tal, realizaram experimento em casa de vegetação e os

tratamentos foram: (i) superfosfato simples de elevada solubilidade (SSP); (ii) RF de

PM; (iii) “low grade superphosphate” – produzido a partir da RF de PM, portanto de

baixa solubilidade (LG SSP); (iv) RF de PM e SSP compactados na razão de P de

50:50 [RF + SSP(C)]; e (v) RF de PM e SSP misturados na razão de P de 50:50 [RF

+ SSP(M)]. As fontes de P foram aplicadas em solo com pH igual a 5,3 nas doses de

0, 10, 25, 50 e 100 mg kg-1 de P.

Os autores verificaram que a EAR da RF de PM foi muito baixa devido à baixa

reatividade dessa fonte. Não houve diferença significativa entre SSP, RF+SSP(C) e

LG SSP em termos de produção de matéria seca, entretanto o tratamento

RF+SSP(M) foi menos eficiente. Isso foi atribuído à eficiência reduzida do SSP em

pó no tratamento RF+SSP(M) devido à maior fixação de P comparado com o SSP

compactado em RF+SSP(C). Obtiveram as seguintes EARs para produção de

matéria seca: SSP = 100%, RF de PM = 30%, LG SSP = 99%, RF+SSP(C) = 95%,

RF+SSP(M) = 86%. Realizando algumas comparações observaram que o P

absorvido da RF no tratamento RF+SSP(C) foi muito maior em relação à aplicação

da RF somente na mesma dose RF-P aplicada. Por exemplo, o P absorvido na dose

de 25 mg kg-1 de P aumentou de 1 mg kg-1 de P com a aplicação da RF somente

para aproximadamente 9 mg kg-1 de P com a RF aplicada em RF+SSP(C). Portanto,

foi possível inferir que o SSP estimulou a eficiência da RF na mistura.

Dessa maneira, verifica-se que grande parte dos produtos parcialmente

acidulados, seja por ácidos, pela compactação ou pela mistura com fertilizantes

fosfatados solúveis em água, contendo, portanto, componentes fosfáticos solúveis

em água e também de lenta liberação de P, têm sido tão eficientes quanto os

superfosfatos logo a partir da aplicação. Assim, existe a necessidade de avaliar se

os componentes fosfatados de lenta liberação de P contidos nesse tipo de

fertilizante oferecem vantagens a longo prazo sobre o uso dos superfosfatos

(MACKAY; WEWALA, 1990).

Em relação ao efeito residual, Mackay e Wewala (1990) desenvolveram um

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estudo por dois anos comparando as fontes de P de menor solubilidade (RF reativa

da Carolina do Norte compactada com superfosfato simples; RF reativa da Carolina

do Norte parcialmente acidulada; fosfato natural da Carolina do Norte) com

superfosfato simples no cultivo de trevo. Concluíram que no primeiro ano, tanto a

acidulação como a compactação estimulou muito mais significativamente o

desenvolvimento das plantas em relação à aplicação do fosfato natural. Entretanto,

no segundo ano de cultivo observaram maior efeito residual do fosfato natural em

relação ao superfosfato simples e às fontes parcialmente aciduladas.

No caso da RF apresentar a mesma eficiência agronômica quando aplicada

compactada com fonte solúvel de P ou parcialmente acidulada, a escolha pela

modificação dependerá de considerações econômicas, ou seja, de qual processo é

menos oneroso, a compactação ou a acidulação. Segundo Zapata e Roy (2004), a

acidulação parcial e granulação química são processos mais dispendiosos do que a

compactação, que não envolve nenhum processo de secagem, reduzindo o preço e

a energia necessários ao processo de produção.

De acordo com Bolan, White e Hedley (1990), para países em

desenvolvimento, a adição de superfosfatos às rochas fosfáticas nativas pode ser

uma alternativa para prover uma fonte solúvel de P no estabelecimento das culturas.

Assim, sugere-se a técnica de compactação ou mistura de rochas fosfáticas

com fonte fosfatada de elevada solubilidade em água como uma alternativa para

incrementar a eficiência agronômica de materiais fosfáticos de baixa reatividade,

impróprios ao processo tradicional de acidulação por conter elevados teores de ferro

e alumínio, que poderão ser agronomicamente eficientes em solos com elevada

capacidade de fixação de P, como é o caso da maioria dos solos brasileiros.

3 SOLUBILIZAÇÃO DE ROCHA FOSFÁTICA POR MATERIAIS ORGÂNICOS

No decorrer da pedogênese e em ecossistemas com baixa disponibilidade de

fósforo, as comunidades de microrganismos e de plantas devem ser capazes de

absorver o P a partir de baixas concentrações na solução do solo. Desse modo, é

necessário o desenvolvimento de mecanismos próprios e de naturezas diversas,

como a solubilização de minerais contendo fosfatos, a produção e liberação de

ácidos orgânicos, a formação de substâncias complexantes ligadas ao P ou de

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ânions que possam competir pelos sítios de adsorção (AE et al., 1990), além de

outros mecanismos, de forma a disponibilizar maior quantidade do nutriente às

culturas.

Gikonyo et al. (2006) relatam que várias técnicas têm sido utilizadas no intuito

de aumentar a eficiência das RFs e uma bastante atrativa inclui integrar RF com

materiais orgânicos. Estes autores citam trabalhos que têm mostrado estímulo na

dissolução da RF com adição de material orgânico, incluindo Gaur e Ostwall (1972),

Dhliwayo (1999) e Ikerra, Mnkeni e Singh (2004).

Gikonyo et al. (2006) avaliaram o efeito residual de diferentes fertilizantes

fosfatados, dentre eles o superfosfato triplo, RF de Gafsa (elevada reatividade) e RF

de Christmas Island (baixa reatividade), com e sem adição de resíduo orgânico em

pastagens. Verificaram que para a RF de baixa reatividade houve incremento

significativo na produção de massa seca quando foi adicionado resíduo orgânico a

essa fonte em relação à aplicação da RF somente, sugerindo efeito do material

orgânico na solubilização do P contido na RF.

De acordo com Kpomblekou-A e Tabatabai (2003), os ácidos orgânicos

desempenham uma importante função na dissolução, transporte e concentração de

elementos na superfície da Terra, assim como na formação de solos e na nutrição

de plantas, devido à formação de complexos solúveis com elementos provenientes

das rochas e minerais. Nesse sentido, esses pesquisadores realizaram um trabalho

com ácidos orgânicos de baixo peso molecular (AOBPM) de livre ocorrência, ou

seja, produzidos no solo como metabólitos microbianos ou exsudatos de plantas,

originados de células vivas ou mortas, representando uma nova perspectiva nas

pesquisas sobre rochas fosfáticas.

Estudaram a liberação de P de diversas rochas fosfáticas, de distintas

reatividades, usando alguns AOBPM, além do ácido sulfúrico. Concluíram que os

ácidos orgânicos foram eficientes na liberação de P das rochas fosfáticas de baixa

(65,5 mmol kg-1 de RF) e média (55,1 mmol kg-1 de RF) reatividades e ineficientes

para aquelas de alta reatividade (11,1 mmol kg-1 de RF).

Esses resultados concordam com pesquisa realizada por Harold e Tabatabai

(2006), em que as liberações de P foram positivamente correlacionadas com a

presença de ácidos orgânicos, sugerindo serem promissores em relação à obtenção

de incrementos nos teores de P biodisponíveis em solos adubados com rochas

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fosfáticas.

Os ácidos orgânicos de baixo peso molecular contêm vários grupos funcionais

que podem exercer função significativa na dissolução de rochas fosfáticas (BOLAN

et al., 1994; HAROLD; TABATABAI, 2006). A eficiência desses ácidos em aumentar

a disponibilidade de P às plantas depende do valor de pH do solo, do tipo de ânion

orgânico e da persistência destes ânions no solo (KIRK, 1999; SINGH; AMBERGER,

1995).

Bhatti, Comeford e Johnston (1998) observaram que a adsorção do fosfato do

solo diminui na presença de oxalato e matéria orgânica. Lopes Hernandez, Siegert e

Rodriguez (1986), trabalhando com amostras de solos tropicais, concluíram que

malato e oxalato eram mais rapidamente adsorvidos pelo solo do que o fosfato, e

que esses ânions, quando presentes na rizosfera, podem aumentar a disponibilidade

de P para as plantas. A redução na adsorção de P pelo solo, segundo esses

autores, depende da forma como são adicionados o fosfato e os ânions orgânicos. A

máxima redução na adsorção de P pelo solo ocorreu quando o fosfato e o ânion

orgânico foram aplicados juntos, ou quando a adição do ânion orgânico precedeu à

do fosfato.

Os efeitos da aplicação de rochas fosfáticas tratadas com ácidos orgânicos

(AO) no desenvolvimento e absorção de nutrientes pela grama italiana foram

avaliados por Sagoe et al. (1998) em experimento conduzido em casa-de-vegetação.

As RFs foram provenientes de diversos países (China, EUA, Jordânia, Sri Lanka,

Togo e Tanzânia) e foram tratadas com 1 M de ácido tartárico ou oxálico na

proporção de 2,5 mL g-1 de RF. As RFs tratadas com ácido organic continham de 12

a 31% de P solúvel em água e foram aplicadas na dose de 50 mg vaso-1 de P.

Foram incluídos mais dois tratamentos: as RFs não tratadas e superfosfato simples.

Observaram que a recuperação de P das RFs tratadas com AO, calculada por

unidade aplicada de P solúvel em água, foi de 52 a 111%, comparado com 52%

obtido a partir do SPS. Verificaram também que as RFs tratadas com AO

aumentaram significativamente tanto a produção de matéria seca como a absorção

de P em relação à testemunha e às RFs aplicadas sem tratamento e a quantidade

de P solúvel em água foi positivamente correlacionada com essas duas variáveis.

Esses incrementos em matéria seca e absorção de P não foram equivalentes ao

SPS, porém essas RFs tratadas com AO supriram adequadamente o P inicial

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requerido pelas plantas.

Wolthoorn et al. (2004), em estudos de laboratório, confirmam que em um

meio onde estão presentes compostos orgânicos, Fe+2 e PO4-3, os ácidos orgânicos

presentes atraem os íons Fe2+, preferencialmente aos íons PO4-3, deixando esses

livres para serem absorvidos pelas plantas.

Guppy et al. (2005) apontam a necessidade de pesquisas focadas nas

interações entre o P e o carbono orgânico em solos altamente intemperizados

usando matéria orgânica, ácidos orgânicos de baixo e alto peso molecular, e

aplicação de fertilizantes fosfatados em doses adequadas em condições de campo.

São escassas as pesquisas que avaliam a eficiência agronômica de rochas

fosfáticas misturadas a materiais orgânicos, tornando-se difícil a recomendação

dessa técnica para ampliar a solubilidade dos compostos fosfatados presentes.

4 OUTRAS FONTES ALTERNATIVAS DE FÓSFORO

Outra alternativa bastante reportada é a utilização de microrganismos com

possibilidade de promover a solubilização de rochas fosfáticas (ARCAND;

SCHNEIDER, 2006; STAMFORD et al. 2007). Por exemplo, espécies de

Acidithiobacillus reagem com enxofre elementar produzindo ácido sulfúrico, podendo

incrementar a disponibilidade de P no solo pela elevação da solubilidade da RF,

fornecendo fósforo para o processo de desenvolvimento das plantas.

Uma vez que resultados prévios indicaram que somente a mistura de RF com

enxofre elementar não aumentava significativamente a disponibilidade de P, a

adição de um componente biológico se faz necessária, levando à denominação do

produto final de biofertilizante.

De acordo com Nahas (1999), os efeitos da aplicação de enxofre elementar

inoculado com Acidithiobacillus na solução do solo necessitam ser avaliados e

comparados com aqueles proporcionados pelos fertilizantes fosfatados solúveis e

pelos fosfatos naturais, pois o ácido sulfúrico produzido nas reações biológicas pode

reduzir o pH do solo, introduzindo ou ampliando problemas relacionados à toxidez

por alumínio.

A inoculação dos microrganismos pode ser realizada também através da

peletização, porém Santos (2002) observou menores vantagens promovidas pelo

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processo, já que esse parece reduzir a produção de ácido sulfúrico devido ao

limitado “input” de oxigênio e água, essenciais à oxidação do enxofre.

5 ADUBAÇÃO FOSFATADA E SUA INFLUÊNCIA NA PRODUÇÃO DE FORRAGEIRAS

O fósforo (P) é o nutriente mais limitante da produtividade de biomassa em

solos tropicais. Os solos brasileiros são carentes de P, em consequência do material

de origem e da forte interação do P com os coloides do solo, uma vez que menos de

0,1% deste elemento encontra-se na solução do solo (CORRÊA, 2004).

É um nutriente importante no metabolismo das plantas, desempenhando

papel na transferência de energia da célula, na respiração e na fotossíntese

(GRANT et al., 2001).

Para gramíneas tropicais, o fósforo é um nutriente importante para o

desempenho na produção de forragem, principalmente na fase de estabelecimento

da pastagem (WERNER, 1986), influenciando principalmente no crescimento das

raízes e perfilhamento das plantas (LOBATO et al, 1986).

Segundo Nascimento et al. (2002) as forrageiras respondem expressivamente

à adubação fosfatada, resultando em prática economicamente viável no

estabelecimento e na manutenção de pastagens.

O desenvolvimento e estabelecimento das forrageiras são influenciados pela

disponibilidade de P no solo. A deficiência desse elemento causa distúrbios no

metabolismo e desenvolvimento das plantas, tais como, crescimento lento,

perfilhamento reduzido e sistema radicular pouco desenvolvido, comprometendo a

produtividade das plantas forrageiras (WERNER, 1986). Assim, a presença de P

(adubação fosfatada) é essencial para o estabelecimento de pastagens (CORRÊA

et al.,1993).

A eficiência do fósforo é influenciada por diversos fatores como, classe de

solo, fonte, forma de aplicação, dose, entre outros. Assim, o manejo da adubação

deve favorecer a absorção e diminuir os processos de fixação pelo solo e,

consequentemente, aumentar o aproveitamento do P pelas plantas (NOVAIS;

SMYTH, 1999).

A adubação fosfatada é considerada importante para o desenvolvimento da

planta, ocorrendo, de modo geral, maiores respostas em produção até a faixa de

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200 kg de P2O5 ha-1 (CORRÊA et al., 1997a; CORRÊA et al., 1997b). As fontes mais

eficientes são as solúveis, tais como o superfosfato simples (20% de P2O5), o

superfosfato triplo (46% de P2O5), o fosfato monoamônio - MAP (50% de P2O5), e o

fosfato diamônio - DAP (46% de P2O5), seguido dos termofosfatos (18% de P2O5) e

dos fosfatos parcialmente acidulados (25 a 30% de P2O5).

O fósforo total, presente no solo, pode ser encontrado em formas inorgânicas

e orgânicas (OLIVEIRA et al., 2009). Quando em forma inorgânica (ânions fosfato)

pode ser retirado da solução do solo por meio das reações de retenção (fixação +

precipitação) (MARSCHNER; SOLAIMAN; RENGEL, 2007).

Os baixos teores de P existentes no solo e a elevada capacidade de reagir no

solo, formando compostos insolúveis, explicam sua baixa disponibilidade na solução

do solo (THANHNGUYEN; MARSCHNER, 2005; RESENDE et al., 2011).

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CAPÍTULO 2

EFEITO DE FONTES E DOSES DE FÓSFORO NA PRODUÇÃO DE CAPIM PIATÃ

Resumo

Os solos do cerrado possuem em sua maioria alta capacidade de fixação de fósforo

(P) em função da acidez e do material de origem. Isso faz com que a adubação

fosfatada seja fundamental para que tal não seja um fator limitante no

estabelecimento das pastagens melhorando assim a qualidade e a produção do

capim Piatã. Objetivou-se com esse trabalho, avaliar a produção do capim Piatã

submetido à fontes e doses de fósforo. O experimento foi conduzido em casa de

vegetação, cada parcela experimental foi formada por um vaso, contendo 5,0 dm3 de

solo, totalizando 64 vasos. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente

casualizado, com quatro repetições, em um arranjo fatorial 4 x 4 , composto por

quatro fontes de P: Superfosfato Triplo (SFT), FH Pastagem (FHP), Rejeito de

Rocha Fosfática (RRF) e Fosfato Reativo de Bayóvar (FRB) e quatro doses de

fósforo (45, 90, 135 e 180 kg de P2O5). O capim Piatã foi cultivado durante três

cortes para caracterização do número de perfilhos, produção de massa verde,

massa seca do colmo, da folha e total, e massa das raízes. A aplicação do fósforo

pelas quatro fontes avaliadas promoveu incrementos diferentes na produção de

massa seca da parte aérea e das folhas, massa verde da parte aérea, massa da raiz

e número de perfilhos do capim Piatã, indicando aumento da produção de forragem.

Os melhores resultados no corte 1, corte 2 e corte 3 foram obtidos com a utilização

das fontes FHP e FRB. O capim Piatã apresenta respostas positivas à aplicação do

RRF como fonte de fósforo, podendo ser uma alternativa para adubação fosfatada,

pois o mesmo conseguiu suprir as necessidades da planta.

Palavras-chave: adubação fosfatada; rochagem; superfosfato triplo; fosfato

Bayòvar;

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EFFECT OF SOURCES AND PHOSPHORUS DOSES ON GRASS PRODUCTION

PIATÃ

Abstract

The cerrado soils have mostly high capacity phosphorus fixation (P) depending on

the acidity and the source material. This causes the phosphorus fertilization is

essential for this is not a limiting factor in the establishment of pastures thus

improving the quality and production of Piata grass. The objective of this study was to

evaluate the production of grass Piatãsubmetido to phosphorus sources and doses.

The experiment was conducted in a greenhouse, each plot was formed by a vessel

containing 5.0 dm3 of soil, totaling 64 vessels. The experimental design was

completely randomized, with four replications, in a factorial arrangement 4 x 4,

consisting of four P sources: Triple superphosphate (TSP), FH Grasslands (FHP),

Waste of Phosphate Rock (RRF) and Reactive Phosphate Bayóvar (FRB) and four

phosphorus doses (45, 90, 135 and 180 kg P2O5). The Piata grass was grown for

three cuts to characterize the number of tillers, green mass yield, dry matter of the

stem, leaf and total and mass of raízes.A application match the four evaluated

sources promoted different increases in mass production shoot dry and leaves, shoot

fresh weight, root mass and number of tillers Piata grass, indicating an increase in

forage production. The best results in cutting 1, cut 2 and cut 3 were obtained with

the use of FHP and FRB sources. The grass Piata presents positive responses to the

application of the RRF as phosphorus source and may be an alternative to

phosphate fertilizer, because it could meet the needs of the plant.

Keywords: phosphate fertilizer; stonemeal; triple superphosphate; Bayovar

phosphate.

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1 INTRODUÇÃO

A cada ano a pecuária brasileira ganha mais espaço e força tanto no mercado

nacional como no exterior. Essa afirmação é baseada em números: de acordo com

dados divulgados no Relatório Anual 2015 sobre o Perfil da Pecuária no Brasil,

elaborado pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne

(ANUALPEC, 2015) o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro

representou 22% no PIB total do País. Somente a pecuária gerou riqueza de R$ 333

bilhões e foi responsável por cerca de 30% do PIB do agronegócio, valor que

representa 6,9% do total brasileiro.

O cultivo de espécies forrageiras apresenta grande importância para a

pecuária brasileira, sendo 20% do território nacional ocupado por pastagens

(ANUALPEC, 2015).

As pastagens são a principal fonte de alimentação para os ruminantes no

Brasil. Gramíneas forrageiras do gênero Brachiarias e destacam por serem

cultivadas em grandes áreas e são responsáveis pela maior parte do mercado de

sementes e pelo incremento na produtividade animal.

No Brasil, grande parte das áreas de pastagens apresenta problemas

relacionados à fertilidade do solo, principalmente, quanto ao manejo da adubação

com fósforo (P).

Dentre os fatores que mais limitam a qualidade das pastagens, a baixa

disponibilidade de nutrientes, principalmente o fósforo, destaca-se interferindo na

produtividade e na qualidade das forrageiras tropicais (MESQUITA et al., 2004).

Atualmente, existem diversos fertilizantes fosfatados, nos quais o P tem

solubilidade diferenciada, bem como, eficiência agronômica.

A forrageira Brachiaria brizantha (Urochloa brizantha) cv. Piatã vem ganhando

espaço nas áreas destinadas ao cultivo de pastagens por ser considerada

produtiva, apresentar maior acúmulo de folhas, maior tolerância a solos com má

drenagem (PIMENTA, 2009) e apresentar boa aceitação pelos animais, dentre as

diversas espécies do gênero (VALLE ., 2007).

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No entanto, em sistemas mais produtivos alguns fatores de produção, como

a adubação fosfatada equilibrada para a forrageira, ainda podem ser considerados

indefinidos.

Em solos ácidos, típicos de regiões do Cerrado, altas produtividades de

culturas perenes, como as pastagens, dependem da aplicação de doses de P várias

vezes maiores que aquela exigida pela cultura (BULL et al., 2004). Isso ocorre

porque apenas uma pequena fração do P aplicado torna-se disponível para as

plantas em virtude da alta capacidade de adsorção em grande parte dos solos

tropicais (PHEAV et al., 2003).

A interação específica do fósforo com os solos de clima tropical e sua

importância no aumento da produção de forrageiras, condicionam a necessidade do

uso eficiente de P para uma produção satisfatória e sustentável (ARAÚJO et al.,

2005). A utilização de fontes de P de alta solubilidade (fosfatos reativos) vinculadas

a fosfatos de baixa solubilidade (fosfatos naturais) pode equilibrar a nutrição

fosfatada em forrageiras perenes aumentado a qualidade e a produção de

forrageiras (SOARES et al., 2007) reduzindo o custo monetário de produção.

Os fertilizantes fosfatados são classificados quanto a sua solubilidade em

água ou ácido fraco (CAIONE et al., 2011). As fontes de P mais solúveis possuem

maior eficiência agronômica em curto prazo, mas apresentam maior tendência a

perdas por retenção no solo à medida que aumenta o tempo de contato do

fertilizante no solo (BHATTI; YAWAR, 2010). Efeito contrário pode ser observado em

fontes de menor solubilidade (PRADO et al., 2011).

O requerimento de grandes quantidades de fosfatos na correção da

fertilidade da maioria dos solos brasileiros, e a ausência de reservas abundantes de

rochas fosfatadas de boa qualidade no País, associados ao elevado custo dos

fertilizantes, justificam estudos para otimizar a eficiência no uso de adubos

fosfatados. A grande variação na solubilidade dos fosfatos, seja ele natural, ou

industrializado, a interação do fertilizante com os componentes do solo, a forma de

utilização, e as características da planta cultivada, são fatores que reforçam ainda

mais a necessidade de estudos voltados para adubação fosfatada.

Objetivou-se com este trabalho avaliar o efeito de diferentes fontes e doses

de fósforo na produção do capim Piatã no sul do estado do Tocantins.

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2 MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado em casa de vegetação, no Campus Universitário de

Gurupi, da Universidade Federal de Tocantins (UFT), localizada na latitude

11º43’45”S e longitude 49º04’07”W e altitude de 280 m, no município de Gurupi. A

classificação climática, segundo Köppen. (1931) é do tipo B1wA‟a‟ úmido com

moderada deficiência hídrica. A temperatura média anual varia de 22 a 32ºC, com

umidade relativa média do ar em torno de 76%, precipitação anual média de 1.400

mm. O período para realização do trabalho foi de janeiro a agosto de 2015.

O experimento foi implantado em casa de vegetação, em vasos. O solo

utilizado para o preenchimento dos vasos foi um Latossolo Vermelho Amarelo

distrófico, franco argiloso (EMBRAPA, 2013), retirado da camada sub superficial,

que após a análise apresentou os seguintes resultados: pH CaCl2 = 5,8; MO = 0,7

dag kg-1, P-Mehlich = 0,5 mg dm-3; K = 19 mg dm-3; Ca = 0,1cmolc dm-3; Mg = 0,1

cmolcdm-3; Al= 0,0 cmol dm-3; (H + Al) = 1,30 cmolcdm-3; SB = 0,25 cmolc dm-3; V =

16,0 %, T = 1,55 cmolc dm-3; Zn = 0,1 mg dm-3; Fe = 4 mg dm -3; Mn = 0,4 mg dm-3 ;

Cu = 0,1 mg dm-3; B = 0,1 mg dm-3; S = 2,0 mg dm-3; argila = 448 g kg-1, silte = 62 g

kg-1 e areia = 490 g kg-1.

Cada parcela experimental foi formada por um vaso, contendo 5,0 dm3 de

solo, totalizando 64 vasos. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente

casualizado, com quatro repetições, em um arranjo fatorial 4 x 4 , composto por

quatro fontes de P: superfosfato triplo (SFT), FH Pastagem (FHP), rejeito de rocha

fosfática (RRF) e fosfato reativo de Bayóvar (FRB) e quatro doses de fósforo, sendo

utilizadas o equivalente a: 45, 90, 135, 180 kg ha-1de P2O5, obtidas conforme as

recomendações (VILELA et al., 2007), a partir dos resultados da análise de solo e da

necessidade do capim, sendo considerado 90 kg ha-1 a dose ideal.

As fontes foram escolhidas por conveniência de mercado e por sua

solubilidade, onde a SFT possui alta solubilidade, o FHP sendo uma mistura de

superfosfato simples e fosfato natural reativo de Djebel também tem solubilidade

inicial alta, o FRB sendo parcialmente soluvel e o RRF de baixa solubilidade. As

doses foram escolhidas levando em consideração a dose recomendada por Vilela et

al.(2007).

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Segue a descrição das fontes utilizadas no trabalho:

O superfosfato triplo (SFT), na forma granulado possui de 41% P2O5 total,

38% de P2O5 solúvel em água, 3% de P2O5 solúvel em citrato de amônia e 7% de

Ca. É um fertilizante considerado de alta solubilidade, obtido por uma mistura

estequiométrica de H3PO4 com fosfatos naturais (apatitas), dissolvendo rapidamente

no solo (NOVAIS et al., 2007).

O fosfato reativo de Bayóvar (FRB), na forma farelado possui 26% P2O5 total,

é de origem sedimentar e orgânica, formado pela deposição e posterior

decomposição de restos de animais marinhos, sendo proveniente da região de

Bayòvar (Sechura) no Peru.

O rejeito de rocha fosfática (RRF), na forma de pó possui 23,6% de P2O5 total,

contendo 11,3% de CaO e 4,68% de Fe2O3, oriundo da região de Luís Eduardo

Magalhães-BA.

O FH pastagem (FHP), na forma farelada possui 31% de P2O5 total, 16% de

P2O5 Solúvel Ácido Cítrico e 10% de P2O5 Solúvel em água além de 23% de Ca e

6,5% de S, sendo uma mistura comercial de superfosfato simples e fosfato natural

reativo Djebel.

Todas as parcelas receberam calagem, calculada através do método da

saturação por bases visando elevar a saturação por base para 45%, de acordo com

orientações de Vilela et al. (2007).

Os tratamentos com fertilizantes fosfatados foram aplicados às parcelas após

40 dias da aplicação do calcário no solo. A quantidade aplicada de cada fonte de

fósforo foi determinada levando-se em conta o teor de P2O5 total.

A semeadura foi realizada em 28 de dezembro de 2014, com

aproximadamente 20 sementes por vaso da Brachiaria brizanta cv. Piatã, na

profundidade de 2 cm abaixo da superfície do solo, na mesma ocasião da adubação

fosfatada. A irrigação foi realizada adotando-se um turno de rega de dois dias, onde

se aplicou 800 mL de água em cada vaso, quantidade (60%) necessária para deixar

o solo em sua capacidade de campo.

Aos 15 dias após a semeadura foi realizado o primeiro desbaste eliminando

50% das plantas presentes no vaso; aos 21 dias após a semeadura foi realizado o

segundo desbaste no final do qual permaneceram apenas as 7 plantas por vaso e os

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parâmetros utilizados para a seleção das plantas foram homogeneidade, tamanho e

a posição dentro do vaso. Aos 60 dias após a semeadura foi realizado o corte de

uniformização a 15 cm de altura do solo.

Durante o desenvolvimento das forrageiras, foram realizadas adubações

nitrogenadas e potássica em cobertura, aplicando-se o equivalente a 150 e 100 kg

ha-1 de cada nutriente, respectivamente, parceladas em três aplicações no período

compreendido entre cada corte.

A partir do corte de uniformização foram realizados três cortes, com intervalos

de 40 dias e a 15 cm de altura do solo. Em cada corte avaliou-se o número de

perfilho por vaso (PERF), a massa verde da parte aérea (MVPA) e a massa seca da

parte aérea (MSPA), que foi subdividida em massa seca das folhas (MSF) e massa

seca do colmo (MSC). A forrageira coletada foi seca em estufa de circulação

forçada a 65ºC, até atingir massa constante.

Após o último corte foi determinada a massa seca de raiz (RAIZ). As raízes

foram separadas do solo, lavadas com água deionizada, secas em estufa de

circulação forçada a 65ºC, até atingir massa constante e pesadas.

As análises estatísticas foram realizadas, utilizando o SISVAR (FERREIRA,

2008). Os dados foram submetidos à análise de variância (teste F), teste de

comparação de médias (teste de Tukey) e análise de regressão. A interação fontes e

doses foi desdobrada, quando significativa (p ≤ 0,05). O efeito das doses de adubo

fosfatado foi avaliado por análise de regressão.

A escolha dos modelos baseou-se na significância dos coeficientes linear e

quadrático, por meio do teste “t”, de Student (P ≤ 0,05) e no coeficiente de

determinação, Para os gráficos, a escolha do modelo ao qual os resultados mais se

ajustavam baseou-se no nível de significância de 5% e nos coeficientes de

determinação (R2).

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tabela 1 está apresentado o resumo das análises de variância de três

cortes do capim Piatã referente a número de perfilhos (PERF), massa verde da

parte aérea (MVPA), massa seca do colmo (MSC); massa seca das folhas

(MSF); massa seca da parte aérea (MSPA) e massa seca da raiz (MSR) em

função de fontes e doses de fósforo, pelo teste F.

Tabela 1 - Resumo da análise da variância para as seguintes variáveis: Número de perfilhos (PERF; unidade), Massa verde da parte aérea (MVPA; g vaso-1), Massa seca da parte aérea (MSPA; g vaso-1); Massa seca das folhas (MSF; g vaso-1), Massa seca do colmo (MSC; g vaso-1) e massa seca da raiz (MSR; g vaso-1) de capim Piatã submetido a fontes e doses de fósforo no primeiro, segundo e terceiro corte.

F.V. GL

Corte 1

Quadrados Médios

PERF MVPA MSPA MSF MSC

Fonte (F) 3 357,7** 2334,4** 116,3** 60,4** 9,8**

Dose (D) 3 163,1** 975,3** 54,4** 33,6** 2,7*

F x D 9 18,6ns

220,2** 12,3** 7,2** 0,96ns

Resíduo 48 13,6 72,1 3,7 1,7 0,74

Média - 13,3 24,4 5,8 4,3 1,5

CV(%) - 27,8 34,7 33,1 31,1 55,9

F.V. GL

Corte 2

Quadrados Médios

PERF MVPA MSPA MSF MSC

Fonte (F) 3 975,3** 17330,1** 460,9** 333,1** 13**

Dose (D) 3 279,8** 3086,2** 131,2** 52,7* 1,4ns

F x D 9 54,1ns

1022,5ns

50,6** 17

ns 4,9**

Resíduo 48 31,6 724,2 21,9 14,7 1,7

Média - 25,0 86,7 19,7 14,9 4,1

CV(%) - 22,5 31 23,7 25,7 32,1

F.V. GL

Corte 3

Quadrados Médios

PERF MVPA MSPA MSF MSC MSR

Fonte (F) 3 892,2** 6522,8** 306,2** 273,5** 0,93ns

315,1**

Dose (D) 3 202,8** 1719,6** 93,3** 79,6** 0,95ns

164,5**

F x D 9 59,9ns

505,9* 27,2ns

14,7ns

2,7ns

196,6**

Resíduo 48 41,9 183,2 20,8 15,7 1,3 44,3

Média - 24,9 59,7 22,4 18,8 3,6 21,9

CV(%) - 25,9 22,7 20,3 21,1 32 30,3 ns

valor não significativo ao nível de 5% de probabilidade de erro, pelo teste F. * e

** valor

significativo ao nível de 5% e 1% de probabilidade de erro, respectivamente pelo teste F. GL = graus de liberdade, CV = coeficiente de variação.

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No corte1 verifica-se que houve diferença significativa (p≤0,05) para MSC

com relação à dose, para os demais parâmetros avaliados em relação às fontes

e doses aplicadas houve diferença significativa (p ≤ 0,01), já a interação dessas

foi significativa com exceção do PERF e da MSC que não houve significância

(Tabela 1).

No corte 2 o efeito da fonte foi significativo para todas as variáveis estudadas

(p ≤ 0,01). No que diz respeito às doses, apenas na MSC não se observou diferença

significativa. A interação fonte x dose foi significativa apenas para MSC e MSPA

(Tabela 1).

No corte 3 analisando a fonte e a dose separadamente, apenas na MSC não

houve diferença significativa (p ≤ 0,01). Com respeito à interação fonte x dose

apenas a MVPA (p ≤ 0,05) e a MSR (p ≤ 0,01) apresentaram diferença estatística

significativa. Os coeficientes de variação no corte 2 e no corte 3 foram menores em

relação ao corte 1(Tabela 1).

Constatou-se ainda que o coeficiente de variação (CV) de alguns parâmetros

está elevado, o que não é considerado como inadequado, pois, segundo Blum

(1988) estudo englobando estresse mineral podem apresentar valores mais

elevados de coeficiente de variação (Tabela 1).

Os resultados da Tabela 1 demonstram que com a adubação fosfatada

houve um incremento na produção em relação aos parametros avaliados. Segundo

Malavolta (2006), o P promove maior crescimento da forrageira principalmente por

desempenhar função estrutural na planta além de fazer parte de compostos

orgânicos como o ATP, os aminoácidos e de todas as enzimas e assim participa de

diversos processos metabólicos, em especial no processo de transferência e de

armazenamento de energia.

Os resultados do número de perfilhos (PERF), produção de massa verde da

parte aérea (MVPA), massa seca da parte aérea (MSPA), massa seca de folhas

(MSF), massa seca de colmos (MSC) e massa seca de raiz (MSR) mostraram haver

diferenças significativas (p≤0,05) entre as fontes de fósforo avaliadas (Tabela 2).

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Tabela 2. Valores médios do número de perfilhos (PERF, unidade), massa verde da parte aérea (MVPA; g vaso-1), massa seca da parte aérea (MSPA; g vaso-1), massa seca das folhas (MSF; g vaso-1), massa seca do colmo (MSC; g vaso-1) e massa seca da raiz (MSR; g vaso-1) de plantas de capim Piatã submetido a fontes de fósforo no sul do estado do Tocantins em 2015.

Fontes de P

Variáveis Analisadas

PERF MVPA MSPA MSF MSC MSR

Corte 1

SFT 14,7a 35,1a 8,1a 5,7a 2,4a - FHP 15,7a 29,2a 6,8a 5,2a 1,6a - FRB 16,3a 26,1a 6,5a 4,8a 1,7a - RRF 6,3b 7,2b 1,9b 1,4b 0,5b -

Corte 2

SFT 24,1b 83,3b 18,2b 13,7b 4,5a - FHP 31,1a 117,0a 24,5a 19,4a 5,1a - FRB 30,5a 104,6ab 21,5ab 17,5ab 4,0ab - RRF 14,3c 42,1c 12,1c 9,1c 2,9b -

Corte 3

SFT 21,1b 40,8b 18,1b 14,8b 3,4a 24,2a FHP 31,1a 83,9a 26,9a 23,2a 3,8a 24,0a FRB 31,4a 68,6a 25,3a 21,5a 3,8a 24,3a RRF 16,4b 45,5b 19,3b 15,9b 3,4a 15,3b

Médias seguidas de letras distintas na coluna diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. SFT (superfosfato triplo); FHP (FH pastagem); FRB (fosfato reativo de Bayóvar); e RRF (rejeito de rocha fosfática).

No corte 1 com relação ao PERF, MVPA, MST, MSF e MSC, somente a fonte

rejeito de rocha fosfática (RRF) diferiu estatisticamente (p≤0,05) das demais. Isso

pode ser explicado pela baixa solubilidade da fonte rejeito de rocha fosfática (RRF)

em relação às demais fontes, mesmo com uma baixa demanda por P nesta fase de

desenvolvimento da cultura (Tabela 2). Indicando que a adubação fosfatada

proporciona grande influência no estabelecimento das pastagens sendo sua

aplicação responsável por 80% do perfilhamento de espécies forrageiras

(MESQUITA et al., 2010).

No corte 2 com relação ao número deperfilhos (PERF) as fontes FHP e FRB

proporcionaram maior perfilhamento (p≤0,05) ao capim Piatã, sendo superior ao

SFT. A fonte RRF foi a que promoveu menor (p≤0,05) perfilhamento ao Piatã. O

efeito das fontes nas variáveis MVPA, MSPA, MSF e MSC apresentou o mesmo

comportamento, observa-se que a fonte FHP foi superior (p≤0,05) nas variáveis

citadas e a fonte RRF foi a que apresentou menor efeito (p≤0,05) (Tabela 2).

No corte 3 as fontes que proporcionaram maior PERF, MVPA, MSPA e MSF

foram FHP e FRB, sendo significativamente (p≤0,05) superiores às fontes SFT e

RRF, que não diferiram entre si. Mesmo a fonte SFT sendo a mais solúvel das fontes

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testadas, no corte 3 isto não foi verificado para as variáveis acima listadas, pois o

efeito dessa fonte foi igual ao da fonte menos solúvel que é a RRF, isto pode ser

explicado pela alta solubilidade do P que pode ter sido utilizado pelas plantas nos

cortes 1 e 2, ficando assim menos disponível no corte 3. Destaca-se a fonte RRF

neste corte 3 por apresentar efeito semelhante à fonte SFT. Fontes de baixa

solubilidade necessitam de um maior tempo para liberação do P à solução do solo

para então ser absorvido pelas plantas (Tabela 2).

No corte 3, a eficiência das fontes FHP e FRB já pôde ser perceptível,

contribuindo para o acréscimo no PERF, MVPA, MSPA e MSF. Essa resposta do

capim Piatã corrobora com os resultados observados por Soares e Macedo (1988),

onde afirmam que, com o decorrer do tempo, as fontes menos solúveis de fósforo

tendem a aumentar a produção pelo aumento de sua reatividade e por apresentarem

maior efeito residual.

Em relação a MSR, avaliada após o corte 3, observa-se que as fontes SFT,

FHP e FRB propiciaram maiores MSR ao capim Piatã, não havendo diferença

significativa entre elas. A fonte RRF foi a que menor MSR proporcionou (Tabela 2).

O fósforo proporciona aumento de raízes e desenvolvimento de plantas,

melhorando a eficiência na utilização de água, pois tem um papel importante no

desenvolvimento radicular e perfilhamento das gramíneas, principalmente na fase de

implantação (REZENDE et al., 2011).

Os fosfatos de baixa solubilidade, por apresentarem menor disponibilidade

imediata no solo, tornam-se insuficientes para manter uma concentração mínima de

P na solução do solo e junto à raiz. Isso proporciona um menor desenvolvimento

radicular (NOVAIS et al., 2007). Associado a este fato, a presença de calcário

promove a neutralização dos íons hidrogênio em solução, causando menor

solubilização do FRB, liberando menos fósforo para a solução do solo (RAIJ, 2011).

Esses resultados da Tabela 2 indicam que, nas condições avaliadas a fonte

de Pcom alta solubilidade (SFT); a fonte que na sua composição tem mistura de P

solúvel e parcialmente solúvel (FHP); e a fonte de P, que é um fosfato natural reativo

de origem sedimentar e orgânica (FRB), favoreceram mais o desenvolvimento do

capim Piatã que uma fonte de P de baixa solubilidade (RRF).A fonte RRF foi a que

proporcionou menor desenvolvimento ao capim Piatã, observado nos menores

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valores das variáveis estudadas. Isto está relacionado com a origem dessa fonte de

P, que é um rejeito de rocha fosfática, material este de baixa solubilidade, pois não

sofre qualquer tratamento químico para aumentar a solubilidade do P, sendo apenas

triturado e moído.

Acreditamos que essa fonte (RRF) pode ser uma boa opção para ser

utilizada em mistura com uma fonte solúvel de P, pois se observou que com o tempo

houve um provável aumento da solubilidade, evidenciado pelos resultados da Tabela

2. Existe ainda o fator ambiental pois se trata de um rejeito que pode vir a se tornar

um problema nas indústrias produtoras de fertilizantes fosfatados (Tabela 2), pois

segundo Benício et al (2013), ao avaliar diferentes doses de rejeito de rocha

fosfática na ausência e presença de calagem concluiu que as plantas apresentam

respostas positivasà aplicação do rejeito de rocha fosfática comofonte de P podendo

ser uma alternativa paraadubação fosfatada.

A utilização de fontes solúveis de fósforo, tais como os superfosfatos,

ocasiona uma disponibilidade imediata desse nutriente no solo, o que leva à sua

preferencial utilização nas adubações. Entretanto, estas fontes apresentam maior

custo devido ao seu processo de industrialização, além de que grande parte do

fósforo estará sujeita à fixação no solo, reduzindo a sua disponibilidade às plantas

(LIMA et al., 2007).

O requerimento de grandes quantidades de fósforo na correção da fertilidade

dos solos brasileiros, déficit de reservas de rochas fosfatadas de qualidade no país e

o elevado custo dos fertilizantes justifica a condução de pesquisas para melhorar a

eficiência na utilização de adubos fosfatados (RESENDE et al., 2006).

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A Figura 1 apresenta o número de perfilhos (PERF) do capim Piatã em função

das doses de fósforo.

Figura 3. Número de perfilhos da parte aérea (PERF- unidade) de três cortes do capim Piatã em função de doses de fósforo (45, 90, 135 e 180 kg ha-1 de P2O5) para as fontes STF (1A), FHP (1B), FRB (1C) e RFF (1D) no sul do Estado do Tocantins em 2015.

Para a fonte SFT (Figura 1A), o PERF em função das doses de P ajusta-se ao

modelo de regressão linear positiva nos cortes 1, 2 e 3, com R2 com valores acima

de 89% o que demonstra que as retas tem boa qualidade de ajuste em relação aos

modelos encontrados e ainda demonstrando que o aumento da dose resulta em

aumento do PERF, e que o aumento no PERF ocorrido da dose de 45 kg ha-1 de

P2O5 para a dose de 180 kg ha-1 de P2O5 foi de 280,3, 268,1 e 260,2%, para o corte

1, 2 e 3 respectivamente, demonstra que o aumento da dose provocou aumento do

PERF.

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Quando se refere ao perfilhamento de forrageiras, ele se faz eficiente quando

há boa velocidade de emissão de suas folhas, as quais irão produzir gemas de

grande potencialidade na geração de novos perfilhos (RESENDE, 2011).

O aumento do PERF com a aplicação de fósforo é condizente com os

resultados obtidos por Resende et al. (2011), os quais ao avaliarem as doses 45, 90,

180, 360 e 720 mg dm-3 de fósforo sobre o estabelecimento de quatro cultivares de

Braquiária e observaram que o número estimado de perfilhos correspondente a 90%

do perfilhamento máximo foi de 28; 52; 69 e 70 perfilhos vaso-1 obtidos com

aplicação de 309; 282; 335 e 318mg dm-3 de fósforo, para a B. brizantha, B.

decumbens, B.ruziziensise B. humidicola, respectivamente.

Para a fonte FHP (Figura 1B), o PERF em função das doses de P ajusta-se

ao modelo de regressão quadrática para os cortes 1 e 3, e regressão linear para o

corte 2. Os modelos encontrados são apropriados, de acordo com os valores de R2,

que são superiores a 84,31%.

Para os cortes 1 e 3, com ajustes quadráticos, as maiores produções de

perfilhos (18,3 e 35 perfilhos por vaso-1) ocorrem com as doses de 150 e 140,4 kg

ha-1 de P2O5, já para o corte 2 o acréscimo da dose menor (45 kg ha-1 de P2O5) em

relação a dose maior (180 kg ha-1 de P2O5)é de 45,5%.

Para a fonte FRB (Figura 1C), o PERF em função das doses de P ajusta-se

ao modelo de regressão linear para os três cortes, com R2 superior a 84,08%,

promovendo um acréscimo da dose menor (45 kg ha-1 de P2O5) em relação a dose

maior (180 kg ha-1 de P2O5) para os cortes 1, 2 e 3 de 69,4; 112,2 e 60,3%

respectivamente.

Para a fonte RRF (Figura 1D), o PERF em função das doses de P ajusta-se

ao modelo de regressão linear para o corte 1 e quadrático para os cortes 2 e 3, com

R2 superiores a 93,81%. Para o corte 1 o acréscimo da dose menor (45 kg ha-1 de

P2O5) em relação a dose maior (180 kg ha-1 de P2O5) é de 58,3%. Já para os cortes

2 e 3 com ajustes quadráticos e pontos de mínimo, já que as funções tem

concavidades voltadas para baixo, as menores produções de perfilhos (12,8 e 14,5

perfilhos por vaso-1) ocorrem com as doses de 50 e 19,5 kg ha-1 de P2O5, a partir

dessas doses o PERF começa a crescer, chegando a produção de 16,2 e 19,7

perfilhospos vaso para a dose de 180 kg ha-1 de P2O5 .

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Para a dose recomendada que é de 90 kg ha-1 de P2O5 , tivemos uma média

de 12 perfilhos por vaso nos 3 cortes para a fonte RRF, o que comparado com as

fontes FRB (24,1 perfilhos por vaso-1) e FHP (25,2 perfilhos por vaso-1), já utilizadas

no mercado,demosntram que mesmo sendo um resíduo, o RRF pode ser uma

alternativa para o uso na agricultura por pequenos produtores, ou utilizado em

misturas com outros produtos, como o SFT, por outros produtores, quando se trata

de capim Brachiaria, pois apresenta preço final baixo.

Mesmo sendo de menor solubilidade o RRF conseguiu suprir as

necessidades da planta para que esta formasse perfilhos em todas as avaliações

realizadas. Considerando que o fósforo desempenha um papel importante no

desenvolvimento do sistema radicular e no perfilhamento das gramíneas, a sua

deficiência reduz a taxa de crescimento inicial e o estabelecimento das forrageiras,

além de limitar sua capacidade produtiva e persistência das pastagens (LIRA et al.,

1994).

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A Figura 2 apresenta a MVPA do capim Piatã em função das doses de

fósforo.

Figura 4. Massa verde da parte aérea (MVPA ; g vaso-1) de três cortes de capim Piatã em funções de doses de fósforo (45, 90, 135 e 180 kg ha-1 P2O5) para as fontes SFT (2A), FHP (2B), RFB (2C) e RRF (2D) no sul do Estado do Tocantins em 2015.

Para a fonte SFT (Figura 2A), a MVPA em função das doses de P ajusta-se

ao modelo de regressão linear positiva nos cortes 1, 2 e 3, com R2 com valores

acima de 75,9% o que demonstra que as retas tem boa qualidade de ajuste em

relação aos modelos encontrados e ainda demonstrado que o aumento da dose

resulta em aumento da MVPA, e que o aumento na MVPA ocorrido da dose de 45 kg

ha-1 de P2O5para a dose de 180 kg ha-1 de P2O5 foi de 60, 225 e 92,3% para o corte

1, 2 e 3 respectivamente, demonstra que o aumento da dose provocou aumento da

MVPA.

Para a fonte FHP (Figura 2B), a MVPA em função das doses de P ajusta-se

ao modelo de regressão quadrática nos cortes 1, 2 e 3, com R2 de valores acima de

81,5% o que demonstra que as retas tem boa qualidade de ajuste em relação aos

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modelos encontrados. Para os cortes 1 e 3, com ajustes quadráticos, as maiores

produções de perfilhos (41,3 e 97,7 perfilhos por vaso-1) ocorrem com as doses de

143 e 119,2 kg ha-1 de P2O5.

Para a fonte FRB (Figura 2C), a MVPA em função das doses de P ajusta-se

ao modelo de regressão linear para os cortes 1 e 3 e modelo quadrático para o corte

2, com R2 superiores a 73,9%. Para o corte 1 e 3 o acréscimo da dose menor 45 kg

ha-1 de P2O5 em relação a dose maior 180 kg ha-1 de P2O5 é de 79,1 e 55,6%

respectivamente. Para o corte 2 com ajuste quadrático a função não apresenta a

produção maxima.

Para a fonte RRF (Figura 2D), a MVPA em função das doses de P ajusta-se

ao modelo de regressão linear para o corte 3 e modelo quadrático para os cortes 1 e

2, com R2 superiores a 62%. Para o corte 3 o acréscimo da dose menor (45 kg ha-1

de P2O5) em relação a dose maior (180 kg ha-1 de P2O5) é de 34,9%. Para o corte 1

com ajuste quadrático, a maior produção de MVPA (10,65 g vaso-1) ocorre com a

doses de 142,2 kg ha-1 de P2O5.

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A Figura 3 apresenta a MSPA do capim Piatã em função das doses de

fósforo.

Figura 5. Massa seca da parte aérea (MSPA; g vaso-1) de três cortes de capim Piatã em funções de doses de fósforo (45, 90, 135 e 180 kg ha-1 P2O5) para as fontes SFT (3A), FHP (3B), RFB (3C) e RRF (3D) no sul do Estado do Tocantins em 2015.

Para a fonte SFT (Figura 3A), a MSPA em função das doses de P ajusta-se

ao modelo de regressão quadrática nos cortes 1 e 2, já no corte 3 o melhor ajuste foi

encontrado com a regressão linear. O R2 com valores acima de 95,4% o que

demonstra que as retas têm boa qualidade de ajuste em relação aos modelos

escolhidos.

Para os cortes 1 e 2, com ajustes quadráticos, as maiores produções de

MSPA (10,2 e 23,1 g vaso-1) ocorrem com as doses de 195 e 170 kg ha-1 de

P2O5.Para o corte 3, com ajuste linear, o acréscimo da dose menor (45 kg ha-1 de

P2O5) em relação a dose maior (180 kg ha-1 de P2O5) é de 76,4%. Esse resultado é

semelhante ao obtido por Ferreira et al. (2008), que ao trabalharem com doses

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crescentes de P em capim mombaça, observaram resposta quadrática para a

produção de MS de folhas com idade de rebrota de 35 dias.

Para a fonte FHP (Figura 3B), a MSPA em função das doses de P ajusta-se

ao modelo de regressão quadrática nos cortes 1, 2 e 3 com valores de R2 com

valores acima de 95,7% para os cortes 1 e 3 e acima de 58,7 para o corte 2. Para os

cortes 1 e 3, com ajustes quadráticos, as maiores produções MSPA (9,3 e 13,5 g

vaso-1) ocorrem com as doses de 150,1 e 118,8 kg ha-1 de P2O5.

Para a fonte FRB (Figura 3C), a MSPA em função das doses de P ajusta-se

ao modelo de regressão quadrática nos cortes 1, 2 e 3 com valores de R2 com

valores acima de 94%. Para os cortes 1 e 2, com ajustes quadráticos, as maiores

produções MSPA (6,8 e 20,9g vaso-1) ocorrem com as doses de 98,1 e 66,7 kg ha-1

de P2O5.

Costa et al. (2008) avaliando a resposta de diferentes fontes de fósforo

aplicadas em Latossolo Vermelho distroférrico utilizando a Brachiaria brizantha como

planta indicadora, verificaram que a produção total de massa seca foi mais eficiente

com fontes de maior solubilidade, dentre estas um fosfato natural reativo.

Para a fonte RRF (Figura 3D), a MSPA em função das doses de P ajusta-se

ao modelo de regressão linear para os cortes 1, 2 e 3, com R2 superiores a 64%.

Para os cortes 1, 2 e 3 o acréscimo da dose menor (45 kg ha-1 de P2O5) em relação

a dose maior (180 kg ha-1 de P2O5) é de 2672, 105,4 e 21,2% respectivamente.

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4 CONCLUSÕES

Nas condições que o experimento foi realizado, conclui-se que:

As características estruturais e produtivas do capim-piatã foram influenciadas

pelas doses e fontes de fósforo.

Os melhores resultados no corte 1, corte 2 e corte 3 foram obtidos com a

utilização das fontes FHP e FRB.

O capim Piatã apresenta respostas positivas à aplicação do RRF como fonte

de fósforo, podendo ser uma alternativa para utilizar junto de uma fonte solúvel a fim

de complementar o fornecimento de P sendo assim uma alternativa para adubação

fosfatada.

De acordo com os dados, para a MSPA, as melhores doses para as fontes

SFT, FHP, FRB e RRF, são 180, 150, 90 e 180 kg ha-1 de P2O5, respectivamente.

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CAPÍTULO 3

EFEITO DE FONTES E DOSES DE FÓSFORO NA PRODUÇÃO DE CAPIM

MASSAI

Resumo

Originalmente, os solos de cerrado são pobres e arenosos, com baixa capacidade

de retenção de água, baixo teor de matéria orgânica e alto teor de acidez. Todas

essas características são contra-indicadas para a agricultura. Assim sendo, melhorar

as condições de oferta nacional de nutrientes, de modo a não estabelecer uma

dependência crescente de importações, é condição determinante para a evolução

futura da agropecuária do Brasil. Objetivou-se com esse trabalho, avaliar a produção

do capim Massai submetido à fontes e doses de fósforo. O experimento foi

conduzido em casa de vegetação, cada parcela experimental foi formada por um

vaso, contendo 5,0 dm3 de solo, totalizando 64 vasos. O delineamento experimental

utilizado foi inteiramente casualizado, com quatro repetições, em um arranjo fatorial

4 x 4 , composto por quatro fontes de P: Superfosfato Triplo (SFT), FH Pastagem

(FHP), Rejeito de Rocha Fosfática (RRF) e Fosfato Reativo de Bayóvar (FRB) e

quatro doses de fósforo (45, 90, 135 e 180 kg de P2O5). O capim Massai foi cultivado

durante quatro cortes para caracterização do número de perfilhos, produção de

massa verde da parte aérea, massa seca da parte aérea, do colmo, da folha, e

massa das raízes. A aplicação do fósforo pelas quatro fontes avaliadas promoveu

incrementos diferentes na produção de massa seca da parte aérea e das folhas,

massa verde da parte aérea, massa da raiz e número de perfilhos do capim Massai,

indicando aumento da produção de forragem, As características estruturais e

produtivas do capim Massai foram influenciadas positivamente pelas doses e fontes

de fósforo. O SFT obteve os melhores resultados no corte 1, corte 2 e o FHP e FRB

no corte 3 e corte 4. O RRF melhorou o desempenho a partir do segundo corte,

podendo ser uma alternativa para adubação fosfatada, pois o mesmo conseguiu

suprir as necessidades da planta.

Palavras-chave: adubação fosfatada; rochagem; superfosfato triplo; fosfato

Bayòvar; Panicum maximum

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PRODUCTION OF PANICUM MAXIMUM CV. MASSAI SUBMITTED AFONTES

AND PHOSPHORUS LEVELS.

ABSTRACT

Originally, the cerrado soils are poor and sandy, with low water holding capacity, low

organic matter and high in acidity. All these features are contraindicated for

agriculture. However, intensive and rational use of fertilizers, irrigation and

correctives, enabled cultivate these soils. Therefore, improve the domestic supply of

nutrients, so as not to establish a growing dependence on imports, is determining

factor for the future development of agriculture in Brazil. The objective of this study

was to evaluate the production of Massai grass submitted to phosphorus sources

and doses. The experiment was conducted in a greenhouse, each plot was formed

by a vessel containing 5.0 dm3 of soil, totaling 64 vessels. The experimental design

was completely randomized, with four replications, in a factorial arrangement 4 x 4,

consisting of four P sources: Triple superphosphate (TSP), FH Grasslands (FHP),

Waste of Phosphate Rock (RRF) and Reactive Phosphate Bayóvar (FRB) and four

phosphorus doses (45, 90, 135 and 180 kg P2O5). The Massai grass was cultivated

for four cuts to characterize the number of tillers, green mass production of shoot,

shoot dry mass, stem, leaf and root mass. The application of phosphorus by four

sources evaluated promoted different increases in dry matter production of shoots

and leaves, shoot fresh weight, root mass and number of tillers of Massai grass,

indicating increased forage production, the structural characteristics and productive

grass Massai were positively influenced by the doses and sources of phosphorus.

SFT has obtained the best results in cutting 1, cut 2 and the FHP and FRB cutting 3

and 4. The cut RRF improved performance from the second cut, could be an

alternative to phosphate fertilizer, because it could meet the needs plant.

Keywords: phosphate fertilizer ; stonemeal ; triple superphosphate ; Bayovar

phosphate; Panicum Maximum

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1 INTRODUÇÃO

A alimentação de ruminantes no Brasil é realizada prioritariamente através

dos pastos, nas quais predominam as gramíneas. Dentre as gramíneas empregadas

na pecuária brasileira, o Capim Massai tem ocupado lugar de destaque,

especialmente em áreas com solos de boa fertilidade natural (MANARIM e

MONTEIRO, 2003).

Apesar das limitações enfrentadas, este sistema tradicional de criação de

animais a pasto vem sendo alterado, em decorrência da busca por maior eficiência

(EUCLIDES et al., 2008; DIAS-FILHO, 2011).

Uma das limitações na produção das gramíneas forrageiras cultivadas no

Cerrado, e que interferem diretamente na redução da eficiência, no acúmulo de

biomassa e na qualidade nutricional, é o fato destas normalmente ocuparem áreas

com solos ácidos e de baixa disponibilidade de nutrientes, constituindo um dos

principais fatores limitantes a produção de forragem, onde se destaca o processo de

degradação dos pastos (SILVA et al., 2013), que é consequência do modelo

extrativista predominante na pecuária da região, onde as práticas de correção e

adubação são pouco utilizadas (VOLPE et al., 2008).

Apesar da grande importância das pastagens para as regiões de cerrado,

principalmente para a produção de ruminantes e do conhecido potencial das

forrageiras do gênero Panicum, pode-se verificar na literatura consultada

pouquíssimos estudos relacionados à adubação, produção, crescimento,

produtividade, rebrota e persistência desses capins, tanto em cultivo solteiro como

em consórcio com outras culturas, principalmente de cultivares recém lançados no

mercado como o Massai, Áries e Atlas.

O capim Massai é um híbrido espontâneo de P. maximum x P. infestum,

sendo este um fator que, provavelmente, o leva a apresentar características distintas

dentre as cultivares de P.maximum, algumas muito importantes, tais como: maior

tolerância às limitações defertilidade do solo, resistência à cigarrinha das pastagens,

maior resistência à seca, porém apresenta menor valor alimentício, o qual é mais

próximo daqueles observados em U. decumbens e U. brizantha (EMBRAPA, 2001).

Diante deste quadro a intensificação dos sistemas de produção pastoris é

apontada como uma das alternativas de exploração sustentável, minimizando a

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pressão sobre a abertura de novas áreas para produção agropecuária. Esse modelo,

entretanto, deverá ser pautado pelo uso eficiente dos recursos físicos, incluindo a

recuperação de áreas antropizadas e degradadas, baseando-se no aporte de

conhecimento (BARCELLOS et al., 2008).

Doses equilibradas e fontes adequadas de fósforo implicam em maior

produção e qualidade de forrageiras uma vez que o fósforo é um nutriente crucial no

metabolismo das plantas (BONFIM-SILVA; MONTEIRO, 2012).

Dentre os nutrientes que mais limitam a produção das forrageiras, o P merece

destaque em virtude da baixa disponibilidade deste nutriente nos solos brasileiros,

limitando a produção de forragens uma vez que a utilização de adubo fosfatado

aumenta significativamente a produção das gramíneas (LIMA et al., 2007) e do

importante papel que desempenha nas plantas, influenciando no desenvolvimento

do sistema radicular e do perfilhamento das gramíneas, visto que este elemento

exerce grande influência sobre o número e o peso de perfilhos, por serem

fundamentais à maior produtividade e persistência das forrageiras e à produção de

massa seca; assim, sua deficiência limita a capacidade de produção das pastagens

(CECATO et al., 2008).

A deficiência de fósforo é um dos fatores que limita a produção agrícola nos

solos ácidos. Nestes, o fósforo solúvel em água transforma-se em fosfato de ferro e

fosfato de alumínio, que tornam-se não disponíveis as plantas. Por outro lado, para a

utilização adequada de diferentes fontes de fósforo, nesses solos, necessita-se de

extratores que estimem com precisão o fósforo do solo que as plantas são capazes

de absorver, e permitir identificar as formas extraídas (NOVAIS et al., 1980)

A produção de fertilizantes fosfatados gera uma grande quantidade de

resíduos que contém quantidades consideráveis de P, porém estes resíduos ainda

não são aproveitados, o que gera uma grande preocupação ambiental devido ao

volume de rejeitos, e a má utilização dos recursos naturais. Alguns estudos vêm

sendo desenvolvidos no sentido de buscar formas de utilização destes rejeitos como

fonte de nutrientes para agropecuária.

Tendo em vista que a adubação fosfatada adequada proporciona aumento na

produção e o desenvolvimento das gramíneas, objetivou-se com este trabalho

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avaliar o efeito de fontes e doses de fósforo na produção do capim Massai no sul do

estado do Tocantins.

2 MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado em casa de vegetação, no Campus Universitário de

Gurupi, da Universidade Federal de Tocantins (UFT), localizada na latitude 11º43’45”

S e longitude 49º04’07” W e altitude de 280 m, no município de Gurupi. A

classificação climática, segundo Köppen. (1931) é do tipo B1wA‟a‟ úmido com

moderada deficiência hídrica. A temperatura média anual varia de 22 a 32ºC, com

umidade relativa média do ar em torno de 76%, precipitação anual média de 1.400

mm. O período para realização do trabalho foi de janeiro a agosto de 2015.

O experimento foi implantado em casa de vegetação, em vasos. O solo

utilizado para o preenchimento dos vasos foi um Latossolo Vermelho Amarelo

distrófico, franco argiloso (EMBRAPA, 2013), que após a análise apresentou os

seguintes resultados: pH CaCl2 = 5,8; MO = 0,7 dag kg-1, P-Mehlich = 0,5 mg dm-3; K

= 19 mg dm-3; Ca = 0,1cmolcdm-3; Mg = 0,1 cmolcdm-3; Al= 0,0 cmoldm-3; (H + Al) =

1,30 cmolcdm-3; SB = 0,25 cmolc dm-3; V = 16,0 %, T = 1,55 cmolc dm-3; Zn = 0,1 mg

dm-3; Fe = 4 mg dm -3; Mn = 0,4 mg dm-3 ; Cu = 0,1 mg dm-3; B = 0,1 mg dm-3; S =

2,0 mgdm-3; argila = 448 g kg-1, silte = 62 g kg-1 e areia = 490 g kg-1.

Cada parcela experimental foi formada por um vaso, contendo 5,0 dm3 de

solo, totalizando 64 vasos. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente

casualizado, com quatro repetições, em um arranjo fatorial 4 x 4 , composto por

quatro fontes de P: superfosfato triplo (SFT), FH Pastagem (FHP), rejeito de rocha

fosfática (RRF) e fosfato reativo de Bayóvar (FRB) e quatro doses de fósforo, sendo

utilizadas o equivalente a: 45, 90, 135, 180 kg ha-1de P2O5, obtidas conforme as

recomendações (VILELA et al., 2007), a partir dos resultados da análise de solo e da

necessidade do capim, sendo considerado 90 kg ha-1 a dose ideal.

As fontes foram escolhidas de acordo com a conveniência de mercado e sua

solubilidade, onde a SFT possui alta solubilidade, o FHP sendo uma mistura de

superfosfato simples e fosfato natural reativo de Djebel também tem solubilidade

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inicial alta, o FRB sendo parcialmente soluvel e o rejeito de rocha de baixa

solubilidade. As doses foram escolhidas levando em consideração a dose

recomendada por Vilela et al (2008).

Segue a descrição das fontes utilizadas no trabalho:

O superfosfato triplo (SFT), na forma granulado possui de 41% P2O5total, 38%

de P2O5solúvel em água, 3% de P2O5 solúvel em citrato de amônia e 7% de Ca. É

um fertilizante considerado de alta solubilidade, obtido por uma mistura

estequiométrica de H3PO4 com fosfatos naturais (apatitas), dissolvendo rapidamente

no solo (NOVAIS et al., 2007).

O fosfato reativo de Bayóvar (FRB), na forma farelado possui 26% P2O5total,

é de origem sedimentar e orgânica, formado pela deposição e posterior

decomposição de restos de animais marinhos, sendo proveniente da região de

Bayòvar (Sechura) no Peru.

O rejeito de rocha fosfática (RRF), na forma de pó possui 23,6% de P2O5 total,

contendo 11,3% de CaO e 4,68% de Fe2O3, oriundo da região de Luís Eduardo

Magalhães-BA.

O FH pastagem (FHP), na forma farelada possui 31% de P2O5 total, 16% de

P2O5 Solúvel Ácido Cítrico e 10% de P2O5 Solúvel em água além de 23% de Ca e

6,5% de S, sendo uma mistura comercial de superfosfato simples e fosfato natural

reativo Djebel.

Todas as parcelas receberam calagem, calculada através do método da

saturação por bases visando elevar a saturação por base para 45%, segundo Vilela

et al. (2007).

Os tratamentos com fertilizantes fosfatados foram aplicados às parcelas após

40 dias da aplicação do calcário no solo. A quantidade aplicada de cada fonte de

fósforo foi determinada levando-se em conta o teor de P2O5 total.

A semeadura foi realizada em 28 de dezembro de 2014, com

aproximadamente 20 sementes por vaso do Panicum maximum cv. Massai, na

profundidade de 2 cm abaixo da superfície do solo, na mesma ocasião da adubação

fosfatada. A irrigação foi realizada adotando-se um turno de rega de dois dias, onde

se aplicou 800 mL de água em cada vaso, quantidade necessária para deixar o solo

em sua capacidade de campo.

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Aos 15 dias após a semeadura foi realizado o primeiro desbaste eliminando

50% das plantas presentes no vaso; aos 21 dias após a semeadura foi realizado o

segundo desbaste no final do qual permaneceram apenas as 7 plantas por vaso e os

parâmetros utilizados para a seleção das plantas foram homogeneidade, tamanho e

a posição dentro do vaso. Aos 60 dias após a semeadura foi realizado o corte de

uniformização a 15 cm de altura do solo.

Durante o desenvolvimento das forrageiras, foram realizadas adubações

nitrogenadas e potássica em cobertura, aplicando-se o equivalente a 150 e 100 kg

ha-1 de cada nutriente, respectivamente, parceladas em três aplicações no período

compreendido entre cada corte.

A partir do corte de uniformização foram realizados quatro cortes, com

intervalos de 40 dias e a 15 cm de altura do solo. Em cada corte avaliou-se o

número de perfilho por vaso (PERF), a massa verde da parte aérea (MVPA) e a

massa seca da parte aérea (MSPA), que foi subdividida em massa seca das folhas

(MSF) e massa seca do colmo (MSC). A forrageira coletada foi seca em estufa de

circulação forçada a 65ºC, até atingir massa constante.

Após o último corte foi determinada a massa seca de raiz (RAIZ). As raízes

foram separadas do solo, lavadas com água deionizada, secas em estufa de

circulação forçada a 65ºC, até atingir massa constante e pesadas.

As análises estatísticas foram realizadas, utilizando o SISVAR (FERREIRA,

2008). Os dados foram submetidos à análise de variância (teste F), teste de

comparação de médias (teste de Tukey) e análise de regressão. A interação fontes e

doses foi desdobrada, quando significativa (p≤0,05). O efeito das doses de adubo

fosfatado foi avaliado por análise de regressão. A escolha dos modelos baseou-se

na significância dos coeficientes linear e quadrático, por meio do teste “t”, de Student

(p ≤ 0,05) e no coeficiente de determinação.

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tabela 1 está apresentado o resumo das análises de variância de quatro

cortes do capim Massai referente a número de perfilhos, massa verde da parte

aérea, massa seca do colmo; massa seca das folhas; massa seca da parte aérea e

massa seca da raiz em função de fontes e doses de fósforo, pelo teste F.

Tabela 1- Resumo da análise da variância para as seguintes variáveis: Número de perfilhos (PERF; unidade), Massa verde da parte aérea (MVPA; g vaso-1), Massa seca da parte aérea (MSPA; g vaso-1); Massa seca das folhas (MSF; g vaso-1), Massa seca do colmo (MSC; g vaso-1) e massa seca da raiz (RAIZ; g vaso-1) de capim Massai submetido a fontes e doses de fósforo no primeiro, segundo e terceiro e quarto corte, no sul do estado do Tocantins em 2015.

F.V. GL

Corte 1

Quadrados Médios

PERF MVPA MSPA MSF MSC

Fonte (F) 3 900,6** 1219,8** 106,3** 101,1** 0,41**

Dose (D) 3 748,7** 1371,5** 92,4** 86,7** 0,14ns

F x D 9 172,5** 97,5** 5,54* 6,5** 0,20**

Resíduo 48 35,9 23,6 2,1 2,1 0,06

Média - 23,3 19,3 5,1 4,6 0,42

CV(%) - 25,7 25,2 28,7 31,7 61,4

F.V. GL

Corte 2

Quadrados Médios

PERF MVPA MSPA MSF MSC

Fonte (F)

3 2240,2** 6081,4** 509,9** 386,7** 11,6*

Dose (D) 3 1217,2** 8362,9** 493,1** 330,7** 17,6**

F x D 9 112,2ns

1117,3** 62,8** 41,1** 3,6 ns

Resíduo 48 140,4 253,5 20,4 13,5 3,1

Média - 42,6 68,4 17,5 14,7 2,7

CV(%) - 27,8 23,3 25,9 24,9 64,8

F.V. GL

Corte 3

Quadrados Médios

PERF MVPA MSPA MSF MSC

Fonte (F) 3 1060,9** 1526,4** 360,2** 365,1** 0,05 ns

Dose (D) 3 465,1** 988,3** 204,5** 204,2** 0,02ns

F x D 9 238,9* 266,8 ns

71,9 ns

61,1 ns

1,5 ns

Resíduo 48 111,1 200,1 39,2 38,7 0,83

Média - 53,5 54,9 22,3 21,5 0,79

CV(%) - 19,7 25,7 28,1 28,9 115,2

F.V. GL

Corte 4

Quadrados Médios

PERF MVPA MSPA MSF MSC RAIZ

Fonte 3 2301,7** 3756,7** 651,3** 645,5** 6,8 ns

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(F) 1516,7*

Dose (D) 3 875,5** 1747,2** 360,3** 281,3** 9,1

ns 740,9

ns

F x D 9 307,4ns

248,8 ns

49,8

ns 37,6

ns 2,9

ns 1084,4

ns

Resíduo 48 223,1 132 53,2 40,3 3,8 568,3

Média - 59,8 60,4 38,9 30,7 8,2 35,8

CV(%) - 24,9 19,1 18,7 20,7 23,9 66,6 ns

valor não significativo ao nível de 5% de probabilidade de erro, pelo teste F. * e

** valor

significativo ao nível de 5% e 1% de probabilidade de erro, respectivamente pelo teste F. GL = graus de liberdade, CV = coeficiente de variação.

No corte 1 verifica-se que apenas para a MSC em relação a dose não houve

diferença significativa, para todos os demais parâmetros avaliados em relação às

fontes e doses aplicadas e a interação a diferença foi significativa.

No corte 2 o efeito da fonte e da dose foi significativo para todas as variáveis

estudadas. A interação fonte x dose não foi significativa apenas para PERF e MSC

(Tabela 1).

No corte 3 analisando a fonte e a dose separadamente, apenas na MSC não

houve diferença significativa. Com respeito à interação fonte x dose apenas o PERF

apresentou diferença estatística significativa (Tabela 1).

No corte 4, em relação à fonte, não houve diferença significativa para MSC.

Em relação à dose, não houve diferença significativa para MSC e MSR, já para a

interação fonte x dose não houve diferença significativa para nenhum dos

parâmetros (Tabela 1).

Verifica-se ainda que os coeficientes de variação (CV) da MSC nos quatro

cortes estão elevados, o que não é considerado como inadequado, pois,

segundo Blum (1988),estudo englobando estresse mineral podem apresentar

valores mais elevados de coeficiente de variação (Tabela 1).

Os resultados da Tabela 1 demonstram que com a adubação fosfatada

houve um incremento na produção em relação aos parametros avaliados.

Segundo Malavolta (2006), o P promove maior crescimento da forrageira

principalmente por desempenhar função estrutural na planta além de fazer parte

de compostos orgânicos como o ATP, os aminoácidos e de todas as enzimas e

assim participa de diversos processos metabólicos, em especial no processo de

transferência e de armazenamento de energia.

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Os resultados PERF, MVPA, MSPA, MSF, MSC e MSR mostraram haver

diferença significativa entre as fontes de fósforo testadas (Tabela 2).

Tabela 2 - Valores médios do número de perfilhos (PERF, unidade), massa verde da parte aérea (MVPA; g vaso-1), massa seca da parte aérea (MSPA; g vaso-1), massa seca das folhas (MSF; g vaso-1), massa seca do colmo (MSC; g vaso-1) e massa seca da raiz (RAIZ; g vaso-1) de plantas de capim Massai submetido a fontes de fósforo no sul do estado do Tocantins em 2015.

Fontes de P

Variáveis Analisadas

PERF MVPA MSPA MSF MSC MSR

Corte 1

SFT 26,3a 30,2a 8,2a 7,7a 0,5ab FHP 27,4a 20,1b 5,4b 5,2b 0,3b FRB 27,6a 18,0b 4,9b 4,3b 0,6a RRF 12,2b 8,9c 1,9c 1,6c 0,3b

Corte 2

SFT 46,5a 74,8a 20,5a 17,6a 2,9ab FHP 52,9a 82,9a 20,6a 17,8a 2,8ab FRB 45,4a 76,1a 19,7a 16,1a 3,6a RRF 25,6b 39,6b 9,0b 7,5b 1,6b

Corte 3

SFT 52,9a 48,6b 19,7b 18,9b 0,8a FHP 60,3a 62,5a 25,7a 24,9a 0,7a FRB 58,6a 64,1a 26,9a 26,1a 0,8a RRF 42,3b 44,7b 17,0b 16,1b 0,9a

Corte 4

SFT 58,9b 50,4b 35,6b 28,2b 7,6a 47,9a FHP 75,2a 75,1a 45,4a 36,5a 8,9a 37,9ab FRB 59,6b 71,8a 42,8a 35,2a 7,6a 32,4ab RRF 45,9b 44,1b 31,5b 22,9b 8,6a 24,8b

Médias seguidas de letras distintas na coluna diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. SFT (superfosfato triplo); FHP (FH pastagem); FRB (fosfato reativo de Bayóvar); e RRF (rejeito de rocha fosfática).

Nota-se no corte 1 que o PERF do capim Massai foi maior utilizando as fontes

SFT, FHP e FRB, não havendo diferença significativa entre elas (p≤0,05). Apenas foi

observada diferença significativa no PERF com a fonte RRF, indicando que a

adubação fosfatada proporciona grande influência no estabelecimento das

pastagens sendo sua aplicação responsável por 80% do perfilhamento de espécies

forrageiras (MESQUITA et al., 2010).

As variáveis MVPA, MSPA, MSF e MSC apresentaram o mesmo

comportamento em relação às fontes estudadas, sendo que a fonte SFT foi a que

proporcionou maiores valores (p≤0,05) das variáveis acima listadas, sendo superior

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às fontes FHP e FRB, que não diferiram entre si. A fonte RRF foi que menos

influenciou na produção de MVPA, MSPA, MSF e MSC ao capim Massai. Isto já era

esperado, pois a fonte SFT é que apresenta a maior solubilidade do P e a fonte RRF

a que apresenta a menor solubilidade (Tabela 2).

No corte 2 o comportamento das fontes SFT, FHP e FRB foi semelhante, não

havendo diferença significativa entre elas na avaliação das variáveis PERF, MVPA,

MSPA, MSF. Observando a MSC, apenas a fonte FRB foi superior. Novamente se

observa que a fonte RRF foi a que proporcionou menores valores (p≤0,05) das

variáveis analisadas no corte 2 (Tabela 2).

No corte 3 não se observou diferença significativa da fontes testadas na

variável MSC. A variável PERF só apresentou diferença estatística com a fonte RRF,

que proporcionou menor média. A MVPA, MSPA e MSF apresentaram

comportamento semelhante em relação às fontes, sendo que o FHP e FRB

propiciaram maiores valores nessas variáveis, não havendo diferença entre essas

fontes, que foram superiores ao SFT e o RRF para as variáveis acima citadas

(Tabela 2). No corte 3, a eficiência das fontes FHP e FRB já pôde ser perceptível,

contribuindo para o acréscimo na MVPA, MSPA e MSF número de perfilhos. Essa

resposta da gramínea forrageira corrobora com os resultados observados por

Soares e Macedo (1988), onde afirmam que, com o decorrer do tempo, as fontes

menos solúveis de fósforo tendem a aumentar a produção pelo aumento de sua

reatividade e por apresentarem maior efeito residual.

No corte 4, novamente, não se observou diferença significativa da fontes

testadas na variável MSC. Analisando a variável PERF, a fonte FHP foi a que

proporcionou maior perfilhamento ao capim Massai, sendo significativamente

superior às demais fontes. A produção de MVPA, MSPA e MSF apresentaram

comportamento semelhante em relação às fontes, sendo que o FHP e FRB

proporcionaram maiores valores nessas variáveis, não havendo diferença entre elas,

mais foram superiores ao SFT e o RRF para as variáveis acima citadas.

A MSR foi influenciada pelas fontes de P. A fonte que produziu maior MSR foi

a SFT sendo estatisticamente superior às demais que não diferiram entre si (Tabela

2). O fósforo proporciona aumento de raízes e desenvolvimento de plantas,

melhorando a eficiência na utilização de água, pois tem um papel importante no

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101

desenvolvimento radicular e perfilhamento das gramíneas, principalmente na fase de

implantação (REZENDE et al., 2010).

Nota-se na Tabela 2 que as fontes utilizadas para avaliar o desenvolvimento

do capim Massai, no início do desenvolvimento da forrageira a fonte que mais se

destacou foi o SFT por ser a fonte mais solúvel e com uma alta concentração de P

(41% P2O5 total, 38% de P2O5 solúvel em água, 3% de P2O5 solúvel em citrato de

amônia e 7% de Ca). A partir do corte 2 as fontes FHP (mistura de P solúvel + P

parcialmente solúvel) e FRB (P parcialmente solúvel) se destacaram, provavelmente

devido a solubilização do P para a solução do solo, que com o tempo é liberado e

disponibilizado às plantas (Tabela 2).

A fonte RRF foi a que proporcionou menor desenvolvimento ao capim Massai,

observado nos menores valores das variáveis estudadas. Isto está relacionado com

a origem dessa fonte de P, que é um rejeito de rocha fosfática, material este de

baixa solubilidade, pois não sofre qualquer tratamento químico para aumentar a

solubilidade do P, sendo apenas triturado e moído.

Acreditamos que essa fonte (RRF) pode ser uma boa opção para ser utilizada

em mistura com uma fonte solúvel de P, pois se observou que com o tempo houve

um provável aumento da solubilidade, evidenciado pelos resultados da Tabela 2.

Existe ainda o fator ambiental pois se trata de um rejeito que pode vir a se tornar um

problema nas indústrias produtoras de fertilizantes fosfatados (Tabela 2).

A utilização de fontes solúveis de fósforo, tais como os superfosfatos,

ocasiona uma disponibilidade imediata desse nutriente no solo, o que leva à sua

preferencial utilização nas adubações. Entretanto, estas fontes apresentam maior

custo devido ao seu processo de industrialização, além de que grande parte do

fósforo estará sujeita à fixação no solo, reduzindo a sua disponibilidade às plantas

(LIMA et al., 2007).

O requerimento de grandes quantidades de fósforo na correção da fertilidade

dos solos brasileiros, déficit de reservas de rochas fosfatadas de qualidade no país e

o elevado custo dos fertilizantes justifica a condução de pesquisas para melhorar a

eficiência na utilização de adubos fosfatados (RESENDE et al., 2006).

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Na Figura 1observa-se o PERF do capim Massai em função das doses de fósforo.

Figura 1. Número de perfilhos da parte aérea (PERF; unidade) de quatro cortes de capim Massai em funções de doses de fósforo (45, 90, 135 e 180 kg -1 P2O5) para as fontes SFT (1A), FHP (1B), RFB (1C) e RRF (1D) no sul do Estado do Tocantins em 2015.

Para a fonte SFT (Figura 1A), o PERF em função das doses de P ajusta-se ao

modelo de regressão linear positiva nos cortes 1, 2, 3 e 4 com R2 com valores acima

de 87% o que demonstra que as retas tem boa qualidade de ajuste em relação aos

modelos encontrados e ainda demonstrado que o aumento da dose resulta em

aumento do número de perfilhos, e que o aumento no número de perfilho ocorrido da

dose de 45 kg ha-1 de P2O5 para a dose de 180 kg ha-1 de P2O5 foi de 48,3; 63,5;

79,4 e 90,4%, respectivamente.

Quando se refere ao perfilhamento de forrageiras, ele se faz eficiente quando

há boa velocidade de emissão de suas folhas, as quais irão produzir gemas de

grande potencialidade na geração de novos perfilhos. (RESENDE, 2011).

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103

Para a fonte FHP (Figura 1B), o PERF em função das doses de P ajusta-se

ao modelo de regressão linear positiva para os cortes 1, 2, 3 e 4. Os modelos

encontrados são apropriados, de acordo com os valores de R2, para os cortes 1, 2

(acima de 85%) e 4 (acima de 65%), já no corte 3 o R2 não encontrou o melhor

ajuste.

Para os cortes 1, 2 e 4, com ajustes lineares, o aumento no número de

perfilho ocorrido da dose de 45 kg ha-1 de P2O5 para a dose de 180 kg ha-1 de P2O5

foi de 189,3; 40,4 e 26,1%, respectivamente, demonstra que o aumento da dose

provocou aumento do número de perfilhos.

Para a fonte FRB (Figura 1C), o PERF em função das doses de P ajusta-se

ao modelo de regressão linear para os cortes 1 e 3 (R2 superior a 53,8%) e

regressão quadrática para os cortes 2 e 4 (R2 superior a 88,3%), promovendo um

acréscimo da dose menor 45 kg ha-1 de P2O5 em relação a dose maior 180 kg ha-1

de P2O5 para os cortes 1 e 3 de 47,1 e 16,6% respectivamente.

Para a fonte RRF (Figura 1D), o PERF em função das doses de P ajusta-se

ao modelo de regressão linear positiva para os cortes 1, 2 e 3 (com R2 superiores a

91,4%), já no corte 4 (com R2 igual a 37,5%), não se encontrou o melhor ajuste.

Com essa fonte o acréscimo da dose menor 45 kg ha-1 de P2O5 em relação a dose

maior 180 kg ha-1 de P2O5 para os cortes 1, 2 e 3 foi de 308; 118 e 21,8%

respectivamente.

O RRF pode ser uma alternativa para o uso na agricultura por pequenos

produtores, ou utilizado em misturas com outros produtos, como o SFT, por outros

produtores, quando se trata de capim Massai, pois apresenta preço final baixo.

Mesmo sendo de menor solubilidade o RRF conseguiu suprir as

necessidades da planta para que esta formasse perfilhos em todas as avaliações

realizadas. Considerando que o fósforo desempenha um papel importante no

desenvolvimento do sistema radicular e no perfilhamento das gramíneas, a sua

deficiência reduz a taxa de crescimento inicial e o estabelecimento das forrageiras,

além de limitar sua capacidade produtiva e persistência das pastagens (LIRA et al.,

1994).

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A Figura 2 apresenta a MVPA do capim Massai em função das doses de

fósforo.

Figura 2. Massa verde da parte aérea (MVPA; g vaso-1) de quatro cortes de capim Massai em funções de doses de fósforo (45, 90, 135 e 180 kg ha-1 P2O5) para as fontes SFT (2A), FHP (2B), RFB (2C) e RRF (2D) no sul do Estado do Tocantins em 2015.

Para a fonte SFT (Figura 2A), a MVPA do capim Massai em função das doses

de P ajusta-se ao modelo de regressão linear positiva nos cortes 1, 3 e 4, com R2

com valores acima de 90,4%, e para o corte 2 ao modelo de regressão quadrática,

com R2 igual a 97,62%. O que demonstra que as retas tem boa qualidade de ajuste

em relação aos modelos encontrados e ainda demonstrado que o aumento da dose

resulta em aumento da MVPA.

O aumento na MVPA ocorrido da dose de 45 kg ha-1 de P2O5 para a dose de

180 kg ha-1 de P2O5 foi de 148,3; 122,9 e 151,6% para o corte 1, 3 e 4

respectivamente. Para o corte 2, com ajuste quadrático, a maior produção de MVPA

(98,2 g vaso-1) ocorreu com a dose de 140,5 kg ha-1 de P2O5.

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Para a fonte FHP (Figura 2B), a MVPA em função das doses de P ajusta-se

ao modelo de regressão linear positiva nos cortes 1, 2, 3 e 4, com R2 de valores

acima de 58,3% o que demonstra que as retas tem boa qualidade de ajuste em

relação aos modelos encontrados e ainda demonstrado que o aumento da dose

resulta em aumento da MVPA, e que oaumento ocorrido entre a dose de 45 kg ha-1

de P2O5 e a dose de 180 kg ha-1 de P2O5 foi de 325; 109,9; 22,2 e 36,5% para os

cortes 1, 2, 3 e 4 respectivamente.

Para a fonte FRB (Figura 2C), a MVPA em função das doses de P ajusta-se

ao modelo de regressão linear positiva nos cortes 1, 2, 3 e 4, com R2 de valores

acima de 81,7% o que demonstra que as retas tem boa qualidade de ajuste em

relação aos modelos encontrados e ainda demonstrado que o aumento da dose

resulta em aumento da MVPA, e que oaumento ocorrido entre a dose de 45 kg ha-1

de P2O5 e a dose de 180 kg ha-1 de P2O5 foi de 162,6; 61,8; 16,2 e 24,1% para os

cortes 1, 2, 3 e 4 respectivamente.

Bonfim-Silva et al. (2012), ao avaliar a MVPA do capim-marandu adubado

com fosfato reativo de bayóvar em dois cortes, com intervalos de 40 dias, obtiveram

maior MVPA no segundo corte, evidenciando maior disponibilidade de fósforo ao

longo do experimento.

Para a fonte RRF (Figura 2D), a MVPA do capim Massai em função das

doses de P ajusta-se ao modelo de regressão linear positiva nos cortes 1, 2, 3 e 4,

com R2 de valores acima de 87,70% o que demonstra que as retas tem boa

qualidade de ajuste em relação aos modelos encontrados e ainda demonstrado que

o aumento da dose resulta em aumento da MVPA, e que o aumento ocorrido entre

a dose de 45 kg ha-1 de P2O5 e a dose de 180 kg ha-1 de P2O5 foi de 2700; 652; 32,8

e 32,6% para os cortes 1, 2, 3 e 4 respectivamente.

Segundo Sousa e Lobato (2004), os fertilizantes insolúveis em água e em

ácido cítrico apresentam apenas 20% da capacidade de fornecer P no primeiro ano,

evoluindo para cerca de 35 a 80% (em relação ao superfosfato triplo) nos cultivos

subsequentes, evidenciando um bom efeito residual em longo prazo.

Resultados similares foram reportados por Costa et al. (2008), que obtiveram

maior MSPA com a utilização do SFT, até o 2º corte do capim marandu, porém a

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106

MSPA não diferiu entre a fonte solúvel (SFT) e a fonte de menor solubilidade (fosfato

reativo de Arad).

A Figura 3 apresenta massa seca da parte aérea do capim Massai em função

das doses de fósforo.

Figura 3. Massa seca da parte aérea (MSPA; g vaso-1) de quatro cortes de capim Massai em funções de doses de fósforo (45, 90, 135 e 180 kg há -1 P2O5) para as fontes SFT (3A), FHP (3B), RFB (3C) e RRF (3D) no sul do Estado do Tocantins em 2015.

Para a fonte SFT (Figura 3A), a MSPA do capim Massai em função das doses

de P ajusta-se ao modelo de regressão linear positiva nos cortes 1, 3 e 4, com R2

com valores acima de 83,4%, e para o corte 2 ao modelo de regressão quadrática,

com R2 igual a 92,28%.

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As retas e curvas têm boa qualidade de ajuste em relação aos modelos

encontrados, confirmando que o aumento da dose resulta em aumento da MSPA.

Ocorrendo um aumento na MSPA da dose de 45 kg ha-1 de P2O5 para a dose de

180 kg ha-1 de P2O5 de 132,6; 131,1 e 53% para o corte 1, 3 e 4 respectivamente.

Para o corte 2, com ajuste quadrático, a maior produção de MVPA (103,4 g vaso-1)

ocorreu com a dose de 135 kg ha-1 de P2O5.

Para a fonte FHP (Figura 3B), a massa seca da parte aérea do capim Massai

(MSPA) em função das doses de P ajusta-se ao modelo de regressão linear positiva

nos cortes 1, 2 e 4, com R2 com valores acima de 81,24%, e para o corte 3 ao

modelo de regressão quadrática, com R2 igual a 70,76%.

As retas têm boa qualidade de ajuste em relação aos modelos encontrados e

que o aumento da dose resulta em aumento da MSPA, ocorrendo um aumento na

MSPA da dose de 45 kg ha-1 de P2O5 para a dose de 180 kg ha-1 de P2O5 de 361,8;

125,9 e 17,8% para o corte 1, 2 e 4 respectivamente. Para o corte 3, com ajuste

quadrático, a maior produção de MSPA (29,9 g vaso-1) ocorreu com a dose de 125,4

kg ha-1 de P2O5.

Para a fonte FRB (Figura 3C), a massa seca da parte aérea (MSPA) em

função das doses de P ajusta-se ao modelo de regressão linear positiva nos cortes

1, 2, 3 e 4, com R2 de valores acima de 80% o que demonstra que as retas tem boa

qualidade de ajuste em relação aos modelos encontrados e ainda demonstrado que

o aumento da dose resulta em aumento da MSPA, e que oaumento ocorrido entre a

dose de 45 kg ha-1 de P2O5 e a dose de 180 kg ha-1 de P2O5 foi de 192; 72,7; 22,8 e

39,4% para os cortes 1, 2, 3 e 4 respectivamente.

Para a fonte RRF (Figura 3D), a massa seca da parte aérea (MSPA) em

função das doses de P ajusta-se ao modelo de regressão linear positiva nos cortes

1, 2, 3 e 4, com R2 de valores acima de 63% o que demonstra que as retas tem boa

qualidade de ajuste em relação aos modelos encontrados e ainda demonstrado que

o aumento da dose resulta em aumento da MSPA, e que o aumento ocorrido entre a

dose de 45 kg ha-1 de P2O5 e a dose de 180 kg ha-1 de P2O5 foi de 3138; 391,7; 47,1

e 18,8% para os cortes 1, 2, 3 e 4 respectivamente.

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4 CONCLUSÕES

Nas condições que o experimento foi realizado, conclui-se que:

As características estruturais e produtivas do capim Massai foram

influenciadas positivamente pelas doses e fontes de fósforo.

O SFT obteve os melhores resultados no corte 1, corte 2 e o FHP e FRB no

corte 3 e corte 4.

O Capim Massai apresenta respostas positivas à aplicação do RRF como

fonte de fósforo, podendo ser uma alternativa para adubação fosfatada, pois o

mesmo conseguiu suprir as necessidades da planta. Podendo ser uma alternativa

para utilizar junto de uma fonte solúvel a fim de complementar o fornecimento de P.

Na MSPA, a dose de 180 kg ha-1 de P2O5, foi a melhor dose para as fontes

SFT, FHP, FRB e RRF (Apresenta alta resposta à adubação).

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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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