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DAVID FERNANDES GAVIOLI EFEITO DE PROMOTORES DE CRESCIMENTO PARA SUÍNOS SOBRE O DESEMPENHO ZOOTÉCNICO, A QUALIDADE INTESTINAL E A EFICIÊNCIA DA BIODIGESTÃO DOS DEJETOS Londrina 2012

EFEITO DE PROMOTORES DE CRESCIMENTO PARA … · Tabela 6 – Medidas de altura de vilosidades (µm), profundidade de criptas (µm) e relação vilosidade: cripta (µm) do duodeno,

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DAVID FERNANDES GAVIOLI

EFEITO DE PROMOTORES DE CRESCIMENTO PARA SUÍNOS SOBRE O DESEMPENHO ZOOTÉCNICO, A

QUALIDADE INTESTINAL E A EFICIÊNCIA DA BIODIGESTÃO DOS DEJETOS

Londrina

2012

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DAVID FERNANDES GAVIOLI

EFEITO DE PROMOTORES DE CRESCIMENTO PARA SUÍNOS SOBRE O DESEMPENHO ZOOTÉCNICO, A

QUALIDADE INTESTINAL E A EFICIÊNCIA DA BIODIGESTÃO DOS DEJETOS

Dissertação apresentada ao Curso de Pós- Graduação em Ciência Animal, da Universidade Estadual de Londrina, como requisito à obtenção do título de MESTRE EM CIÊNCIA ANIMAL

Orientador: Prof. Dr. Caio Abércio da Silva

Londrina 2012

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Catalogação na publicação elaborada pela Divisão de Processos Técnicos da

Biblioteca Central da Universidade Estadual de Londrina.

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)

G283e Gavioli, David Fernandes.

Efeito de promotores de crescimento para suínos sobre o desempenho

zootécnico, a qualidade intestinal e a eficiência da biodigestão dos dejetos /

David Fernandes Gavioli. – Londrina, 2012.

62 f. : il.

Orientador: Caio Abércio da Silva.

Dissertação (Mestrado em Ciência Animal) - Universidade

Estadual de Londrina, Centro de Ciências Agrárias, Programa de

Pós-Graduação em Ciência Animal, 2012.

Inclui bibliografia.

1. Antibióticos na nutrição animal – Teses. 2. Suíno – Crescimento –

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DAVID FERNANDES GAVIOLI

EFEITO DE PROMOTORES DE CRESCIMENTO PARA SUÍNOS SOBRE O DESEMPENHO ZOOTÉCNICO, A

QUALIDADE INTESTINAL E A EFICIÊNCIA DA BIODIGESTÃO DOS DEJETOS

Dissertação apresentada ao Curso de Pós- Graduação em Ciência Animal, da Universidade Estadual de Londrina, como requisito à obtenção do título de MESTRE EM CIÊNCIA ANIMAL

BANCA EXAMINADORA

____________________________________

Prof. Caio Abércio da Silva Universidade Estadual de Londrina

____________________________________

Prof.ª Dra. Graziela Drociunas Pacheco Universidade Estadual de Londrina

____________________________________

Prof.ª Dra. Marcia Regina Coalho Universidade Estadual de Londrina

Londrina, 03 de Agosto de 2012.

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Dedico este trabalho à minha amada esposa Miriam Gavioli e aos meus queridos pais Edgard Gavioli e Magda Gavioli

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pelas oportunidades que me proporcionou;

À minha família, pelo amor e pelo apoio incondicional em todos os momentos;

Ao Professor Dr. Caio Abércio da Silva, pelo ensino durante minha graduação

e a orientação para a realização deste trabalho, além de muitas conversas e boas

piadas;

À professora Dra. Ana Maria Bridi, pelos conselhos, pela amizade e muita

orientação em parte do trabalho;

À Professora Dra. Ana Paula Bracarense, pelo apoio e pelo auxílio durante as

análises laboratoriais;

Aos residentes do laboratório de Anatomia Patológica do Hospital Veterinário

da UEL;

Aos funcionários da Fazenda Escola: Pedro Dias, Jorge Jacinto, Antônio Dias

e José Aparecido de Azevedo pela ajuda durante todo o trabalho e pelos

ensinamentos práticos, muito importantes para minha formação;

Aos estagiários, Jamile Oliveira, Valéria Moreira, Nayara Andreo, Nathália

Romero, Diego Marcomini, Beatriz Silva e aos pós-graduandos Aline Silva, Arturo

Lozano, Lara Medeiros, Thales Cardoso e aos colegas de pós-graduação, Cleandro,

Danyel Dalto e Roberta Abrami pela amizade e grande dedicação;

Ao meu grande amigo Eduardo Raele pela ajuda durante todo o período da

pós- graduação;

À Professora Dra. Graziela Drociunas Pacheco pelos inúmeros conselhos;

À Universidade Estadual de Londrina pelo curso de Pós-Graduação em

Ciência Animal;

Muito obrigado a todos!

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GAVIOLI, David Fernandes. Efeito de promotores de crescimento para suínos sobre o desempenho zootécnico, a qualidade intestinal e a eficiência da biodigestão dos dejetos. 2012. 63 f. Dissertação de Mestrado em Ciência Animal – Universidade Estadual de Londrina. Londrina, 2012.

RESUMO

Objetivou-se estudar o efeito de dois antibióticos (Sulfato de Colistina e Sulfato de Tilosina), utilizados em larga escala na suinocultura como promotores de crescimento, e de um simbiótico (Florafix® MG-granulado), analisando os seus resíduos nos efluentes dos biodigestores. Paralelamente, avaliou-se o desempenho, a qualidade da carcaça e as possíveis mudanças na histologia intestinal dos animais. Foram utilizados 80 suínos da genética Penarlan, sendo 40 machos castrados e 40 fêmeas, com peso médio inicial de 40 ± 1,9 kg, submetidos aos tratamentos durante 61 dias até atingirem o peso médio final de 100 ± 4,5 kg, correspondendo às fases de crescimento e de terminação. Utilizou-se um delineamento em blocos casualizados com quatro tratamentos (T) e dez repetições. Cada baia representou uma repetição, formada por um macho castrado e uma fêmea, onde T1: Dieta controle isenta de promotores de crescimento; T2: ração controle com adição de Simbiótico; T3: ração controle com adição de Colistina; T4: ração controle com adição de Tilosina. Foi observado na fase de crescimento I (40 – 55 kg), que os animais tratados com Tilosina apresentaram uma diferença significativa (P ≤ 0,05) no consumo diário de ração, comparado ao grupo que recebeu Colistina. Em relação às variáveis de carcaça e de qualidade dos efluentes dos biodigestores analisadas, não foram encontradas diferenças significativas em relação aos tratamentos. Histologicamente, houve diferença para profu ‘ndidade de cripta do jejuno (P ≤ 0,05), em que os animais tratados com tilosina apresentaram as maiores profundidades de cripta, enquanto que os animais dos tratamentos com colistina e simbiótico tinham maiores profundidades de cripta em relação ao tratamento controle. Conclui-se que não houve vantagem na utilização dos aditivos testados, pois não promoveram melhora significativa no desempenho e nas características de carcaça dos animais. Palavras-chave: Antibióticos. Dejetos. Desempenho. Simbióticos.

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GAVIOLI, David Fernandes. Effect of growth promoters for pigs on live performace, quality intestinal and the efficiency of biodigestion of wastes. 2012. 63 f. Master's Thesis in Animal Science - State University of Londrina. London, 2012.

ABSTRACT

The objective was to study the effect of two antibiotics (Colistin sulphate and sulphate Tylosin), widely used in pig farming as growth promoters, and the behavior of a symbiotic (Florafix ® MG-granules), analyzing its effects in effluent from waste digesters. In parallel we evaluated the performance, carcass quality and possible changes in intestinal histology of the animals. 80 pigs were used in genetics Penarlan, 40 barrows and 40 females, with average initial weight of 40 ± 1.9 kg, who underwent the treatment for 61 days to reach the final mean weight of 100 ± 4.5 kg, corresponding to stages of growth and finish. We used a randomized block design with four treatments (T) and ten repetitions. Each pen was a repetition, formed by a neutered male and a female, where T1: control diet without of growth promoters, T2: control diet with the addition of Symbiotic, T3: control diet with added Colistin, T4: a control diet with the addition of tylosin. It was observed during the growth phase I (40-55 kg), animals treated with Tylosin had a significant difference (P ≤ 0.05) in daily feed intake, compared with the group receiving Colistin. Regarding the variables and carcass quality of effluents from the biodigestors analyzed, no significant differences were found in relation to the treatment. Histologically, there were differences in crypt depth in the jejunum (P ≤ 0.05) in the animals treated with tylosin showed the greatest depths of the crypt, whereas the animals of symbiotic with colistin and crypt depths were greater in relation to treatment control. The conclusion is that there was no advantage in the use of the additives tested. It did not cause a significant improvement in performance and carcass characteristics of the animals. Keywords: Antibiotics. Performance. Symbiotic. Waste.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Biodigestor experimental ....................................................................... 58

Figura 2 – Local de permanência dos biodigestores .............................................. 58

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Composição percentual e valores nutricionais e energéticos das rações

experimentais ........................................................................................ 53

Tabela 2 – Médias e desvio-padrão observados do consumo diário de ração (CDR),

ganho de peso diário (GPD), conversão alimentar (CA) e média de peso

final (MPF) para os tratamentos estudados durante as diferentes fases

experimentais ........................................................................................ 54

Tabela 3 – Médias e desvio-padrão observados para o peso de carcaça quente

(PCQ), peso de carcaça resfriada (PCR), quantidade de carne na

carcaça (QCC), perdas da carcaça no resfriamento (PCRES),

rendimento de carcaça no resfriamento (RCRES), quantidade de carne

no resfriamento (QCRES), comprimento de carcaça (CC), espessura de

toucinho (ET), profundidade de músculo (PM), área de olho de lombo

(AOL), rendimento de carcaça (RC), de acordo com as dietas

experimentais ........................................................................................ 55

Tabela 4 – Médias de pH inicial, final e cor da carne de acordo com os tratamentos

estudados. ............................................................................................. 56

Tabela 5 – Médias do peso absoluto (kg) e de peso relativo (%) do estômago,

intestino delgado, intestino grosso e baço de suínos abatidos com peso

médio de 100,42 ± 4,50 kg .................................................................... 56

Tabela 6 – Medidas de altura de vilosidades (µm), profundidade de criptas (µm) e

relação vilosidade: cripta (µm) do duodeno, jejuno e íleo de suínos com

peso médio de 100,42 ± 4,50 kg ............................................................ 57

Tabela 7 – Médias observados na redução da demanda bioquímica de oxigênio

(DBO), demanda química de oxigênio (DQO), pH final (pH) e sólidos

totais (ST) após processos de biodigestão ............................................ 58

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABCS - Associação Brasileira de Criadores de Suínos

AOL - Área de Olho de Lombo

APC - Antimicrobianos Promotores de Crescimento

CA - Conversão Alimentar

CC - Comprimento de Carcaça

CDR - Consumo Diário de Ração

DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio

DQO - Demanda Química de Oxigênio

ET - Espessura de Toucinho

FAO - Food and Agriculture Organization

GPD - Ganho de Peso Diário

MAPA- Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

MOS - Mananoligossacarídeos

MPF - Média de Peso Final

OMS - Organização Mundial da Saúde

PCQ - Peso da Carcaça Quente

PCR - Peso da Carcaça Resfriada

PCRES - Perdas da Carcaça no Resfriamento

PM - Profundidade de Músculo

PROL - Profundidade de Músculo

QCC - Quantidade de Carne na Carcaça

QCRES - Quantidade de Carne no Resfriamento

RC - Rendimento de Carne

RCRES - Rendimento de Carcaça no Resfriamento

ST - Sólidos Totais

SV - Sólidos Voláteis

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 13

2.1 Antimicrobianos ................................................................................................... 13

2.1.1 Antibióticos Promotores de Crescimento ......................................................... 14

2.1.1.1 Sulfato de colistina ....................................................................................... 15

2.1.1.2 Sulfato de tilosina .......................................................................................... 16

2.2 Simbióticos na alimentação animal ..................................................................... 17

2.3 Mecanismo de Ação dos Antibióticos Promotores de Crescimento .................... 20

2.4 Anatomofisiologia do intestino ............................................................................. 21

2.4.1 Patogenicidade das Bactérias sobre a Morfofisiologia Intestinal ...................... 22

2.4.2 Ação dos Antibióticos sobre a Morfofisiologia Intestinal .................................. 23

2.5 Ação dos antibióticos sobre os produtos da digestão ........................................ 23

2.6 Biodigestores ...................................................................................................... 24

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 27

3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 34

3.1 Objetivo Geral ..................................................................................................... 34

3.2 Objetivos específicos .......................................................................................... 34

4 ARTIGO PARA PUBLICAÇÃO ............................................................................. 35

Resumo........................ ............................................................................................. 36

Introdução. ............ ................................................................................................... 38

Material e Métodos .................................................................................................... 40

Resultados e Discussão ............................................................................................ 45

Conclusões................................................................................................................ 52

Referências. .............................................................................................................. 59

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1 INTRODUÇÃO

Para chegar aos padrões atuais de desempenho e eficiência

produtiva, a suinocultura necessitou de grandes avanços no que se refere à nutrição,

à sanidade dos plantéis, às técnicas de manejo e de ambiência e ao ganho genético.

A intensificação na produção suinícola gerou um aumento dos desafios sanitários

dentro das granjas, dentre eles, o desafio microbiano, representado principalmente

por microrganismos patogênicos presentes na microbiota intestinal.

O desempenho dos animais pode ser prejudicado devido à produção

de substâncias tóxicas geradas pela atividade de determinadas bactérias existentes

na microflora intestinal, o que determina o espessamento da parede intestinal e

causa menor utilização dos nutrientes (WALTON, 1990; PEDROSO; OETTING;

UTIYAMA, 2005). A integridade do trato gastrintestinal dos suínos deve permanecer

saudável e funcional do início ao fim da vida para refletir em uma boa produtividade.

Ao adicionar os promotores de crescimento às rações ocorre uma

diminuição na população de microrganismos patogênicos, na produção de toxinas

geradas por microrganismos indesejáveis, no número de células inflamatórias em

decorrência de uma resposta imunológica menos intensa e, consequentemente, na

espessura da parede intestinal, melhorando assim a utilização dos nutrientes

(ZUANON et al., 1998).

O uso de antibióticos promotores de crescimento na alimentação

mostra-se cada vez mais presente na suinocultura moderna e justifica-se por

determinar maiores índices zootécnicos e redução da mortalidade por infecções

clínicas e subclínicas. É provável que as melhorias observadas se devam ao

controle de microrganismos moderadamente patogênicos que colonizam o trato

intestinal (NAGANAWA et al., 1996; AVATO et al., 2000).

A sociedade e as regulamentações governamentais se interessam

por restringir o uso de Antimicrobianos Promotores de Crescimento (APC), porém

muito se deve ao desconhecimento sobre o mecanismo exato de ação dessas

substâncias. Alguns estudos demostram uma interação muito mais complexa e

dinâmica entre os APC com a mucosa intestinal (PENZ JUNIOR, 2003; NIEWOLD,

2007).

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12

Como alternativa ao uso dos antibióticos surgem os simbióticos,

definidos como substâncias resultantes da combinação de culturas probióticas com

ingredientes prebióticos (CAPRILES; SILVA; FISBERG, 2005), tendo como função a

estabilização do meio intestinal pelo aumento do número de bactérias benéficas

produtoras de ácido láctico (FURLAN; MACARI; LUQUETTI, 2004).

Outro tema que tem determinado enormes esforços financeiros e

científicos em todo o mundo é a poluição ambiental. A produção animal está entre as

atividades que contribuem para o acirramento deste problema. Para a suinocultura

nacional a produção de dejetos aflora a necessidade da diminuição dos riscos

ambientais destes resíduos e também de sua utilização como fontes alternativas

para a redução dos custos de produção. Um suíno adulto produz, como índice

teórico de produção de resíduos, 72 litros/dia/cabeça (SOUZA; PEREIRA; PAVAN,

2004), o que determina um grande potencial de poluição (STEINMETZ et al., 2009).

Os biodigestores já são amplamente utilizados em granjas

tecnificadas, promovendo o tratamento dos dejetos e a diminuição dos poluentes,

permitindo o uso destes em lavouras e também para a produção do biogás (STEIL;

LUCAS JUNIOR; OLIVEIRA, 2002 e KUNZ; HIGARASHI; OLIVEIRA, 2005).

Contudo, os antibióticos, quando presentes na biomassa (dejetos

que alimentam os biodigestores), podem prejudicar a fermentação bacteriana, pois

sua ação bactericida promove a diminuição da quantidade de bactérias, reduzindo

ou até mesmo paralisando a produção do biogás (GASPAR, 2003). Como o Brasil

possui uma legislação que permite a utilização de alguns antibióticos como

promotores de crescimento, entre eles a Colistina e a Tilosina, torna-se

imprescindível um estudo mais acurado sobre a presença ou não de resíduos destes

promotores em dejetos de suínos destinados à biodigestão.

Sendo os antimicrobianos e os simbióticos promotores de

crescimento utilizados em grande escala na produção suinícola de todo país, torna-

se de suma importância conhecer os seus efeitos sobre a produção de suínos.

Objetivou-se, portanto, avaliar essas substâncias na ração de suínos em fase de

crescimento e terminação por meio de suas ações nos índices de desempenho,

carcaça, histologia intestinal, nos órgãos digestórios, além dos efeitos residuais no

processo de biodigestão dos dejetos.

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13

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Antimicrobianos

Antimicrobiano corresponde a um conceito amplo, usado para definir

substâncias utilizadas no combate aos microrganismos. Sua ação abrange desde

superfícies inanimadas até determinados tecidos animais e microrganismos

específicos. Dessa forma, antimicrobianos são representados por classes diferentes

de substâncias, dentre elas, os antibióticos, biossintéticos e semi-sintéticos

(SPINOSA, 2006).

Os antibióticos são substâncias químicas produzidas por várias

espécies de microrganismos (bactérias e fungos) que suprimem o crescimento de

outros microrganismos e podem eventualmente matá-los. Os antibióticos diferem

bastante em suas propriedades físicas, químicas, farmacológicas e mecanismo de

ação. Muitos foram identificados quimicamente e outros foram sintetizados.

(GILMAN; GOODMAN; GILMAN, 1983)

A principal utilização destas substâncias para os animais é a

terapêutica, fundamentada sobre a capacidade das mesmas em controlar a

proliferação de microrganismos patógenos associados com prejuízos à saúde

animal. Entre estas características destaca-se seu amplo espectro de ação, seu alto

índice terapêutico e sua tendência à inocuidade frente às defesas naturais do

organismo (SPINOSA, 2006).

Entretanto, a produção animal tem utilizado os antibióticos como

aditivos que, quando incorporados à ração, melhoram o desempenho zootécnico e

reduzem a mortalidade do rebanho, funcionando assim como promotores do

crescimento animal (MENTEN, 2002). O que determina qual a ação desta

substância no organismo é a dosagem. Dessa forma, para um antibiótico funcionar

como promotor de crescimento, este deve ser incorporado como ingrediente à ração

em subdosagens capazes de efetivamente melhorar a produtividade (SALYERS,

1999).

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14

2.1.1 Antibióticos promotores de crescimento

Segundo a FAO/OMS (Food and Agriculture Organization/

Organização Mundial da Saúde), aditivos promotores de crescimento são

substâncias não nutrientes que, incorporadas às rações dos animais, visam um

aumento na produtividade e impedimento da deteriorização da ração (PALERMO-

NETO, 2006).

Como promotores, os antibióticos podem ser utilizados para todas as

categorias da produção suinícola. Tendo como funções aumentar a produtividade,

diminuir a mortalidade, prevenir infecções e impedir a deterioração da própria ração

(PALERMO-NETO, 2003), pois seu mecanismo de ação está relacionado com a

diminuição do número de bactérias patogênicas no lúmen intestinal, reduzindo o

turnover celular da superfície dos enterócitos, favorecendo, assim, a maior

digestibilidade e absorção de aminoácidos (RUTZ; LIMA, 2001).

Barcellos; Razi e Borowski (2003) avaliaram a ocorrência de

infecções entéricas causadas por bactérias em 38 rebanhos suínos e constataram

que nas granjas que mantinham o uso de antimicrobianos à ração, em doses de

promotores de crescimento, a ocorrência de diarreia era esporádica e os sintomas

tendiam a ser leves, consistindo principalmente de fezes amolecidas sem outros

sinais clínicos simultâneos. Já a maioria dos rebanhos não medicados apresentava

uma forma mais severa de diarréia.

A maioria dos antibióticos usados como aditivos na alimentação

animal foi proibida na Europa em 1999, pois poderiam estimular resistência cruzada

com patógenos humanos (PENZ JUNIOR, 2003; BOERLIN et al., 2001). No Brasil, o

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), tem seguido esse

exemplo, proibindo alguns antibióticos, como a Avoparcina e as Tetraciclinas (1998)

o Cloranfenicol (2003), o Carbadox (2005), a Espiramicina e Eritromicina (2012),

entre outros. Essa lista vem aumentando no país ano a ano, reduzindo o leque de

produtos que podem ser utilizados como promotores de crescimento (BRASIL,

1999).

O efeito do aumento de produtividade esperado pelo uso dos

promotores de crescimento traduz-se pela melhora do ganho de peso, diminuição do

tempo necessário para que se atinja o peso ideal para o abate (tempo de engorda),

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15

diminuição da quantidade de alimento consumido pelo animal até o momento do

abate (aumento da eficiência alimentar), melhora nas qualidades organolépticas, de

textura e diminuição do teor em gordura das carcaças, prevenção de patologias

infecciosas ou parasitárias e diminuição da mortalidade (PALERMO-NETO, 2006).

Apesar da comprovada capacidade de melhorar o desempenho de

suínos, o uso desse tipo de promotores de crescimento vem sendo

progressivamente restringido, devido à exigência cada vez mais expressiva do

mercado internacional por produtos livres de resíduos de antibióticos (BRUGALLI,

2003).

Entretanto, alguns antibióticos ainda são amplamente empregados

na alimentação de suínos, sendo a Colistina e a Tilosina exemplo destes. E mesmo

com as crescentes restrições, a ação destes sobre a fisiologia intestinal e a sanidade

dos animais ainda garante sua ampla utilização pelo suinocultor.

2.1.1.1 Sulfato de Colistina

O antibiótico Colistina é classificado pela Organização Mundial de

Saúde como aditivo. Esse antibiótico praticamente não é absorvido no trato

gastrintestinal e não induz a ocorrência do fator de resistência transferível (GOMES

et al.,1981).

A Colistina é uma polimixina de estrutura polipeptídica, produzida

pelos Bacillus polymyxa, o qual se utiliza somente o derivado semi-sintético

(metansulfonato sódico). Seu espectro de ação é preferencialmente sobre bacilos

entéricos gram-negativos (Escherichia coli, Enterobacter e Klebsiella ssp e

Pseudomonas aeruginosa), atuando na membrana citoplasmática da bactéria, se

ligando a radicais fosfatos, desorganizando a sua estrutura e fazendo-a perder sua

seletividade, permitindo a saída de pequenas moléculas para o exterior da bactéria,

sendo um antibiótico bactericida (SPINOSA, 2006).

A resposta e a dosagem de um antimicrobiano específico são

modificadas, conforme a idade do animal, diminuindo a resposta à medida que o

animal cresce, conforme a prevalência de doenças dentro do rebanho e o tipo de

aditivos e desafios ambientais em que se encontra o rebanho (BELLAVER, 2005).

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16

Para o desempenho, este antibiótico, usado como promotor de

crescimento, tem resposta variada, podendo não apresentar efeito pronunciado no

desempenho dos animais (GOMES et al., 1981) ou levando a uma melhora na

engorda dos suínos (LOVATTO et al., 2005).

Estudos demonstram também que animais tratados com Colistina

desenvolvem uma maior resposta imune local devido ao aumento dos níveis de IgA

sérica total (KAMIMURA et al., 2006).

De acordo com a indicação do MAPA, o uso de Sulfato de Colistina

como promotor de crescimento deve seguir as seguintes indicações de dosagens

em suas respectivas fases de produção: Pré-inicial ou Inicial (20 - 40 ppm);

Crescimento (5 - 10 ppm) e Terminação (2 - 5 ppm) (BRASIL, 1999).

2.1.1.2 Sulfato de Tilosina

A Tilosina é um antibiótico macrolídeo, bacteriostático, isolada da

Streptomyces fradiae e seu mecanismo de ação é definido pela inibição da síntese

proteica, por interferência na base de translocação entre os sítios A e P da unidade

50S do ribossoma bacteriano, impedindo a translocação do RNAt e inibindo a

enzima peptidiltransferase (impedindo o alongamento da cadeia peptídica)

(SPINOSA, 2006). É ativo principalmente contra bactérias gram-positivas

(BARCELLOS; SOBERSTIANSKY, 1998).

O Sulfato de Tilosina é o principal macrolídeo usado na suinocultura

como ingrediente de rações medicadas para controle e tratamento de doenças

entéricas (McORIST et al., 1997; McORIST; MORGAN, 1998; McORIST; SMITH;

KLEIN, 1999).

A maioria dos macrolídeos é usada por via oral. São lipofílicos e

possuem alta difusão nos tecidos. A absorção pelo trato gastrintestinal é rápida,

caso não ocorra à inativação pelo suco gástrico, por isso, as preparações orais

frequentemente são revestidas para conferir certa resistência (são usadas na forma

de sais ésteres estáveis como estearatos, lactobionatos e propionatos) tendo a

excreção de maneira geral ocorrendo em 60% pelo fígado, 20% pela urina e 7% pela

bile (BARCELLOS; SOBERSTIANSKY, 1998).

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17

Quando utilizado como promotor de crescimento para o aumento do

ganho de peso e melhora na conversão alimentar, o MAPA indica as seguintes

dosagens desse fármaco para as diferentes fases de criação: Pré-inicial ou Inicial

(22 - 110 ppm); Crescimento (22 - 44 ppm) e Terminação (11 - 22 ppm) (BRASIL,

1999).

2.2 Simbióticos na alimentação animal

A ausência ou restrição na administração de antibióticos na ração

pode permitir com mais facilidade o aumento na incidência de diversas desordens

intestinais nos animais, sendo constante a busca por produtos alternativos e novas

práticas de manejo (HAMPSON; PLUSKE; PETHICK, 2001).

Os simbióticos aparecem como uma das principais alternativas aos

antimicrobianos e quimioterápicos usados como promotores de crescimento, a fim

de acatar a tendência Mundial de se banir o uso dos antibióticos como promotores

de crescimento, devido ao fato dos antibióticos constituírem um risco de

aparecimento de resistência bacteriana cruzada, além de resíduos na carne (MOTA

et al., 2005).

O conceito de simbiótico alia o fornecimento de microrganismos

probióticos juntamente com substâncias prebióticas específicas que estimulam seu

desenvolvimento e atividade, potencializando o efeito de ambos os produtos

(MENTEN, 2001).

Segundo Fuller (1989), os probióticos são suplementos alimentares

à base de microrganismos vivos formados por bactérias e/ou fungos específicos,

que afetam beneficamente o animal hospedeiro, promovendo o balanço da

microbiota intestinal.

A característica mais evidente dos probióticos é que devem atingir a

parte distal do intestino para exercer o seu efeito. Devido a esta característica,

acredita-se que os probióticos têm diferentes maneiras de afetar a microflora do

hospedeiro, como competir direta e indiretamente com bactérias indesejáveis,

promover o domínio do ambiente intestinal por bactérias benéficas e potencializar os

mecanismos de defesa intestinal do hospedeiro (MARUBASHI, 2010).

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Lactobacillus e espécies de Bifidobacterium constituem uma

proporção significativa de culturas probióticas (FULLER, 1992), pois são os

principais microrganismos isolados e dominantes do intestino e, portanto, estão

adaptados ao ambiente intestinal. Além disso, são produtores de ácidos naturais e

têm chance relativamente maior de sobreviver às condições ácidas do estômago

(MARUBASHI, 2010).

Já os prebióticos são ingredientes não digestíveis que não são

hidrolisados e nem absorvidos na porção superior do trato gastrintestinal e que

afetam beneficamente o hospedeiro por estimular seletivamente o crescimento e/ou

atividade de bactérias desejáveis, melhorando o perfil da microbiota (ROY; GIBSON,

1998). São definidos como substâncias que nutrem seletivamente bactérias

intestinais benéficas, especialmente do intestino grosso, como as bifidobactérias e

lactobacilos.

Os principais representantes destas substâncias são alguns

oligossacarídeos (frutoligossacarídeos, galactoligossacarídeos e os

mananoligossacarídeos), que agem sobre a modulação qualitativa da microbiota

nativa presente no hospedeiro, impedindo o estabelecimento de alguns

microrganismos patogênicos, melhorando as condições luminais, a morfologia

intestinal, o sistema imune e, em alguns casos, a melhora no desempenho animal

provocado pelo aumento na área de absorção e diminuição da renovação das

células epiteliais (SILVA; NÖRNBERG, 2003).

Os mananoligossacarídeos (MOS) são oligossacarídeos presentes

na parede celular de leveduras (Saccharomyces cerevisiae) que não são digeridos

ou fermentados pelos microrganismos gastrintestinais. A estrutura do MOS é

composta por uma cadeia complexa formada por manoses, glucoses e proteínas,

conferindo certa resistência à degradação pelas enzimas digestivas e bactérias do

trato gastrintestinal (SPRING, 2000).

Os mananoligossacarídeos, por exemplo, apresentam uma alta

afinidade ligante, oferecendo um sítio competitivo para bactérias patogênicas Gram

negativas, que apresentam fímbria tipo 1 (manose positiva), como E. coli e

Salmonella. Estas bactérias, ao se ligarem aos MOS, não se associam à sítios de

ligação dos enterócitos, movendo-se com o bolo fecal e não colonizando o trato

gastrointestinal (ORYOFO; DELOACH; CORRIER, 1989). Outros pesquisadores

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19

citam que além de evitar a adesão dos patógenos no intestino, os MOS também

retiram patógenos aderidos recentemente à mucosa (CARDOZO, 2006; KAMIMURA

et al., 2006).

Os prebióticos podem aderir-se aos patógenos, interagindo com

certos receptores proteicos expressos nas superfícies das células bacterianas e das

células intestinais, interferindo com a aderência das células intestinais por bactérias

patógenas que reconhecem esses receptores, evitando sua adesão e colonização

no epitélio intestinal (MACARI; MAIORKA, 2000). Além disso, podem contribuir para

a proliferação de microrganismos benéficos e estimular a resposta imunológica

humoral (FERKET, 2002).

Os oligossacarídeos definidos como produtos de carboidratos

compostos por unidades de frutose de cadeia curta ligadas a uma unidade de

glicose terminal (a inulina) denominam-se frutoligossacarídeos (MARUBASHI, 2010).

A inulina é um prebiótico extraído da raiz da chicória e é composta por oligofrutose.

A ingestão de inulina pode resultar no aumento significativo de Bifidobacteria. Ao

mesmo tempo, a presença de bactérias indesejáveis pode ser reduzida

significativamente. Este prebiótico também pode ter impacto positivo na absorção de

alguns minerais. Diversos estudos com ratos, hamsters e alguns com humanos

mostraram que a inulina aumenta a biodisponibilidade de cálcio (ROBERFROID,

2002).

Espera-se da ação dos simbióticos a exclusão competitiva pelas

bactérias láticas que se aderem ao epitélio intestinal, impedindo a colonização de

patógenos. Também é creditado aos simbióticos um efeito antagônico direto, através

da remoção de oxigênio, favorecendo o crescimento de bactérias láticas, que são

anaeróbias facultativas e produzem bacteriocinas e defensinas que inibem o

crescimento de patógenos. Outro atributo é sua atuação sobre o sistema imune,

onde o prebiótico ativa uma via alternativa deste sistema, e também possui efeito

nutricional, em que a ação do prebiótico dificulta a fixação de patógenos através da

ligação manana, reduzindo a produção de amônia (SANTOS et al., 2002).

Além disso, os simbióticos, quando associados com aditivos à base

de extratos vegetais como alternativa aos antibióticos (Colistina + Óxido de Zinco)

como promotores de crescimento para suínos, podem reduzir a relação vilosidade:

cripta intestinal, além de promover desempenho zootécnico satisfatório e menor

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20

redução de episódios de diarreia quando comparados com outras dietas que não

utilizam promotores ou utilizaram antibióticos na ração (ZANGERONIMO et al.,

2011).

Estudos apontam que a inclusão de simbióticos na alimentação

animal pode apresentar resultados melhores do que a adição de antibióticos para

suínos de creche, crescimento e terminação, principalmente para ganho de peso e

conversão alimentar. Essas substâncias, em substituição ao uso de antibióticos,

também não comprometem as características de carcaça e a morfometria intestinal

(JUNQUEIRA et al., 2009).

Além disso, probióticos e prebióticos, associados ou não,

adicionados às dietas de animais de produção, têm se mostrado uma ferramenta

eficiente na modulação da flora e suas consequências na integridade intestinal e

desempenho dos animais.

2.3 Mecanismo de Ação dos Antibióticos Promotores de Crescimento

O modo de ação mais aceito dos antibióticos como promotor de

crescimento (APC) é no controle de doenças subclínicas. A exposição contínua ao

ambiente hostil propicia o desenvolvimento de microrganismos que causam doenças

subclínicas (RUTZ; LIMA, 2001). Ao fornecer antibiótico, ocorre redução de

microrganismos patogênicos, favorecendo ao animal a expressão de seu potencial

genético. A ação benéfica dos antibióticos está inversamente relacionada com a

condição sanitária do ambiente. Em condições higiênico-sanitárias ideais, o efeito

dos antibióticos é mínimo (BORATTO et al., 2004).

Outros efeitos sugeridos por Bellaver (2005) sobre o mecanismos de

ação desses compostos são os efeitos metabólico e nutricional. O efeito metabólico

ocorre quando a ação dos agentes antimicrobianos acontece diretamente sobre as

células do epitélio intestinal, afetando a absorção de nutrientes. Já o efeito

nutricional corresponde às alterações do número de bactérias patógenas permitindo

que outras bactérias benéficas que habitam o intestino disponibilizem mais vitaminas

e aminoácidos essenciais para o hospedeiro.

Alimentos contendo antimicrobianos promotores de crescimento

também favorecem para que ocorra uma diminuição da massa intestinal, pois tem

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sido observado que essas substâncias contribuem para a redução da espessura do

epitélio intestinal, o que melhora a absorção de nutrientes (BELLAVER, 2000).

Para entender como se dá essa ação pronunciada dos antibióticos

principalmente sobre a função intestinal e absortiva dos animais, é necessário

compreender como é a morfofisiologia intestinal dos suínos.

2.4 Anatomofisiologia do intestino

O intestino se estende desde a origem do piloro do estômago até o

ânus e está dividido em intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo) e intestino grosso

(ceco, cólon e reto), sendo que para a espécie suína, o intestino mede cerca de

quinze vezes o tamanho do seu corpo (ARAUJO; TEIXEIRA; VALENTE, 2010).

O trato gastrintestinal têm como função a digestão e absorção de

nutrientes essenciais aos processos metabólicos dos animais. Acredita-se que a

microbiota presente ao aparelho digestório pode conferir proteções física, química e

biológica contra a penetração de patógenos (ZHU et al., 2002).

A mucosa do intestino delgado apresenta várias estruturas que

aumentam sua superfície, incrementando a área disponível para absorção de

nutrientes. O revestimento do intestino delgado apresenta uma série de pregas

permanentes (Válvulas de Kerckring), em forma circular, que consistem em dobras

da mucosa e submucosa. Já as vilosidades intestinais são projeções alongadas da

mucosa com cerca de 0,5 - 1,5 µm de comprimento, em direção ao lúmen do

intestino delgado. Entre as vilosidades existem pequenas aberturas de glândulas

tubulares simples denominadas Criptas de Lieberkuhn (JUNQUEIRA; CARNEIRO,

2011).

As vilosidades e as criptas são recobertas por uma camada contínua

de epitélio celular chamado de enterócitos. Os enterócitos das criptas são altamente

mitóticos e se regeneram rapidamente. De fato, as células das criptas intestinais

estão entre as células dos organismos que se regeneram mais rapidamente,

representando a maior necessidade isolada para a síntese proteica em animais que

não estão em crescimento. Quando as células das criptas se multiplicam, elas

migram para a base da vilosidade, empurrando outras células da vilosidade à frente

delas, de modo que há uma progressão contínua de células que migram para as

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vilosidades. Conforme migram, as células se tornam maduras e passam de células

relativamente indiferenciadas nas criptas para células absortivas altamente

especializadas nas vilosidades. O comprimento das vilosidades é determinado pela

velocidade na qual as células perdidas no ápice das vilosidades são substituídas

pelas células das criptas (HERDT, 2004).

As vilosidades intestinais, além de contribuírem para a defesa contra

uma infecção, têm também como função aumentar a superfície de absorção dos

nutrientes previamente digeridos, sendo assim associadas como um importante

parâmetro morfológico de avaliação do desenvolvimento animal (PLUSKE,

HAMPSON; WILLIAMS, 1997).

O aumento da profundidade da cripta está associado com o

incremento do número de células secretórias, que podem influenciar na patogênese

da diarréia (PIERCE et al., 2005). No entanto, o aumento da profundidade de cripta

pode ser devido à maior produção de ácidos graxos de cadeia curta no intestino

grosso, estimulando a multiplicação celular no intestino delgado (MONTAGNE;

PLUSKE; HAMPSON, 2003).

2.4.1 Patogenicidade das bactérias sobre a morfofisiologia intestinal

A atividade bacteriana intestinal acarreta diminuição no desempenho

animal pela produção de substâncias tóxicas, o que determina o espessamento da

parede intestinal e causa menor utilização dos nutrientes (WALTON, 1990).

Microrganismos presentes no lúmen intestinal produzem substâncias

tóxicas como amônia (VISEX, 1978). Estas irritam a parede intestinal, levando a um

espessamento da morfologia da mesma (PARKER; ARMSTRONG, 1987). Estas

alterações são representadas por aumento nas vilosidades e em uma maior relação

vilosidade:cripta, que é indicativo de baixa taxa de migração de enterócitos. A

redução na produção de produtos tóxicos oriundos da atividade microbiana na

digesta ou da atividade microbiana na microvilosidade pode reduzir lesões nos

enterócitos e assim minimizam o turnover intestinal (DIERICK et al., 1986).

A formação de amônia apresenta efeitos deletérios no metabolismo

de nutrientes e absorção no intestino delgado. Esta alteração tecidual afeta

enterócitos, alterando as enzimas e proteínas transportadoras de nutrientes

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23

(proteínas integrais de membrana). Por consequência, reduz a absorção de

nutrientes (DIERICK et al., 1986).

2.4.2 Ação dos antibióticos sobre a morfofisiologia intestinal

A utilização de antimicrobianos promotores de crescimento na

alimentação animal diminui o número de bactérias patogênicas, favorecendo a

redução do espessamento da parede intestinal e promovendo menor turnover de

enterócitos e queda da umidade fecal, o que facilita a absorção de nutrientes

(PALERMO-NETO, 2003).

Uma maior irrigação sanguínea, proporcionada pela diminuição da

parede intestinal, leva a uma melhor oferta de oxigênio para a mucosa, melhorando

assim, a absorção de monossacarídeos, aminoácidos, minerais e vitaminas

(MAGALHÃES et al.,1998).

Além disso, a utilização de antibióticos na alimentação animal

pressupõe outro mecanismo de ação sobre o intestino, a ação anti-inflamatória.

Sabe-se que o intestino é um órgão que permanece em constante estado controlado

de inflamação (BIANCONE et al., 2002), e que a desestabilização deste processo

pode acarretar aumento do número de células anti-inflamatórias neste órgão,

levando a uma diminuição na absorção efetiva de nutrientes e um aumento na

demanda de nutrientes para síntese proteica e recuperação celular. Nesta linha de

pesquisa, os antibióticos promotores de crescimento também podem ser

responsáveis pelo controle e/ou redução deste processo, atuando como anti-

inflamatórios a partir de seu acúmulo sobre as células de inflamação, inibindo a

resposta imune celular (NIEWOLD, 2007). Os efeitos benéficos destes produtos

sobre o estado inflamatório e a integridade da mucosa deste órgão podem refletir

uma melhora substancial no desempenho zootécnico dos animais.

2.5 Ação dos antibióticos sobre os produtos da digestão

Uma questão que se faz pertinente frente a todas essas

modificações causadas pelo uso de antibióticos na nutrição de suínos sobre a

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morfofisiologia intestinal é em relação aos produtos formados pela digestão desses

animais.

Como os antibióticos agem reduzindo a inflamação intestinal

(NIEWOLD, 2007) e melhorando a absorção de nutrientes da dieta, o produto dessa

digestão, representado pelas fezes dos animais, pode sofrer também alterações

quanto a sua composição e, principalmente, quanto à atividade bactericida destes

antibióticos na excreta. Isso pode afetar marcadamente o ambiente, prejudicando o

tratamento e reutilização dos dejetos de suínos (REGITANO; LEAL, 2010).

Dessa forma, o conhecimento das características dos dejetos de

animais submetidos à utilização de promotores de crescimento é essencial para se

conhecer o impacto sobre os sistemas de tratamento e para avaliar as

consequências negativas do manejo e a deposição inadequada desses resíduos.

Dentre os principais sistemas de tratamento de dejetos, a utilização

de biodigestores pode ser a mais prejudicada por esses antibióticos. Isto porque

dependem exclusivamente da ação de microrganismos fermentativos (GASPAR,

2003). Para entender qual seria o possível impacto destas substâncias sobre essa

fermentação, faz-se necessário conhecer esse mecanismo.

2.6 Biodigestores

O sistema confinado, utilizado para produção de suínos, gera altas

quantidades de dejetos, entretanto, quando adotado um bom manejo sustentável,

podem-se aproveitar integralmente esses dejetos, dentro das condições de cada

propriedade (ANGONESE et al., 2006)

Neste sentido, a biodigestão tem se tornado um processo

amplamente adotado em granjas tecnificadas de todo o país, pois combina alta

eficiência e custos baixos de produção e operação (STEIL; LUCAS JUNIOR;

OLIVEIRA, 2002). Os biodigestores promovem o tratamento dos dejetos visando a

diminuição dos poluentes para uso destes em lavouras e também para a produção

do biogás.

Um biodigestor corresponde a uma câmara fechada onde são

depositados os dejetos dos animais para fermentação anaeróbia. O resultado desta

fermentação é a liberação de biogás e produção de biofertilizantes (GASPAR, 2003).

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Este processo é realizado pelas bactérias metanogênicas que, sob temperatura e

condições ideais, são capazes de fermentar a matéria orgânica, produzindo,

principalmente, o gás metano altamente combustível e cuja queima acarreta baixa

taxa de poluição (MIRANDA, LUCAS; AMARLA, 2007)

A biodigestão é dependente de alguns fatores relacionados às

condições de armazenagem e composição dos resíduos. Para a eficiência desse

processo, a temperatura e o contato das bactérias com o substrato a ser fermentado

são fatores limitantes essenciais, pois influenciam diretamente a ação das bactérias

metanogênicas. Entretanto, existem outros fatores que podem desfavorecer essa

fermentação, como o nível de pH, a relação Carbono/Nitrogênio, a presença ou não

de oxigênio, o nível de umidade, a quantidade de bactérias versus volume de

biomassa e a presença de antibióticos nos dejetos (GASPAR, 2003).

Segundo Oliveira (1993), em condições anaeróbias, a matéria

orgânica é degradada através de estágios sucessivos formando gás como produto

final. A decomposição anaeróbia compreende três estágios: hidrólise, acidificação e

formação de metano. O resíduo orgânico é composto por carboidratos, proteína e

lipídeos. Estes servirão de substrato para o primeiro estágio sendo reduzidos a

compostos orgânicos solúveis por um grupo de bactérias.

Sabe-se que muitos dos antibióticos administrados na produção de

suínos não são plenamente metabolizados no organismo animal, sendo excretados

na urina e nas fezes, tanto na forma do composto original ou já parcialmente

metabolizados (SARMAH, MEYER; BOXALL, 2006; KEMPER, 2008), gerando

assim, certos resíduos e quando presentes na biomassa prejudicam a fermentação

bacteriana, pois sua ação bactericida promove a diminuição da quantidade de

bactérias, reduzindo ou até mesmo paralisando a produção do biogás (GASPAR,

2003). Pela legislação brasileira é permitido o uso de antimicrobianos como

promotores de crescimento, por isso, torna-se imprescindível um estudo mais

acurado sobre a presença ou não de resíduos destes promotores em dejetos de

suínos destinados a biodigestão.

Diversos estudos relatam que para determinar a qualidade de um

efluente, devem-se estabelecer parâmetros de controle confiáveis e significativos.

No caso dos dejetos suínos os principais parâmetros utilizados, segundo Diesel;

Miranda e Perdomo (2002) são:

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a. Demanda Química de Oxigênio (DQO-mg/l): a quantidade de

oxigênio necessária para oxidar quimicamente a matéria orgânica e

inorgânica oxidável da água, ou seja a quantidade de oxigênio

consumida por diversos compostos sem a intervenção de

microrganismos.

b. Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO-mg/l): principal

unidade de medição de poluição dos efluentes. Corresponde a

quantidade de oxigênio necessário para que as bactérias

depuradoras possam digerir cargas poluidoras na água. Quanto

maior a DBO maior é a poluição causada. No processo de digestão

desta carga poluidora as bactérias necessitam de certa quantidade

adicional de oxigênio, que é denominada de DBO.

c. Sólidos Totais (ST-mg/l): O conteúdo de sólidos totais

corresponde a matéria sólida contida nos dejetos e que permanece

após a retirada da umidade.

d. Sólidos Voláteis (SV-mg/l): Caracterizam a fração de material

orgânico, assim como o teor de sólidos fixos indicam o teor de

sólidos minerais.

De posse destas características da fermentação dos dejetos dos

suínos, pode-se reconhecer o verdadeiro impacto que substâncias como a Tilosina,

a Colistina e outros promotores de crescimento podem apresentar. Estas duas, por

exemplo, são eliminadas em suas formas ativas principalmente pelos rins

(SPINOSA, 2006), permanecendo efetivas na urina e fezes desses animais,

podendo levar a modificações na composição final dos dejetos, alterando estes

parâmetros e prejudicando o tratamento dos mesmos. Dessa forma, conhecer como

agem estas substâncias pode contribuir para o real entendimento do funcionamento

dos biodigestores.

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3 Objetivos

3.1 Objetivo Geral:

Avaliar os promotores de crescimento na fase de crescimento e

terminação de suínos através de suas ações nos índices produtivos, de carcaça,

na morfometria do intestino, no peso dos órgãos digestórios, além dos efeitos

residuais nos processos de biodigestão dos dejetos.

3.2 Objetivos específicos:

Avaliar o desempenho zootécnico e a característica de carcaça

de suínos submetidos a diferentes dietas contendo três distintos promotores

de crescimento.

Avaliar os efeitos dos promotores de crescimento nos órgãos

envolvidos com a digestão (estômago, intestino delgado e intestino grosso) e

imunidade dos animais (baço).

Avaliar os efeitos dos promotores de crescimento sobre a

morfometria intestinal de suínos na fase de terminação.

Quantificar os resultados dos possíveis resíduos antimicrobianos

presentes nos dejetos dos suínos sobre a eficiência da fermentação

anaeróbica nos biodigestores.

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4 Artigo para publicação

EFEITO DE PROMOTORES DE CRESCIMENTO PARA SUÍNOS SOBRE O

DESEMPENHO ZOOTÉCNICO, A QUALIDADE INTESTINAL E A EFICIÊNCIA DA

BIODIGESTÃO DOS DEJETOS

¹*David Fernandes Gavioli; ²Eduardo Raele de Oliveira; ²Aline Alves da Silva; ³Nathália

Ceron Romero; 4Arturo Pardo Lozano;

4Roberta Abrami Monteiro Silva;

5Caio Abércio da

Silva

EFFECT OF GROWTH PROMOTERS FOR PIGS ON LIVE PERFORMANCE, QUALITY

INTESTINAL AND THE EFFICIENCY OF BIODIGESTION OF WASTES

¹*David Fernandes Gavioli; ²Eduardo Raele de Oliveira; ²Aline Alves da Silva; ³Nathália

Ceron Romero; 4Arturo Pardo Lozano;

4Roberta Abrami Monteiro Silva;

5Caio Abércio da

Silva

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EFEITO DE PROMOTORES DE CRESCIMENTO PARA SUÍNOS SOBRE O

DESEMPENHO ZOOTÉCNICO, A QUALIDADE INTESTINAL E A EFICIÊNCIA DA

BIODIGESTÃO DOS DEJETOS

RESUMO – Objetivou-se avaliar os efeitos de promotores de crescimento sobre o desempenho,

carcaça, perfil histológico intestinal, peso dos órgãos digestíveis, além de analisar os reflexos desses

tratamentos sobre os efluentes dos biodigestores. Utilizou-se 80 suínos, com peso médio inicial de

40 ± 1,9 kg, submetidos aos tratamentos durante as fases de crescimento e terminação até atingirem

o peso médio final de 100 ± 4,5 kg. Os tratamentos corresponderam aos: Controle: Dieta controle

isenta de promotores de crescimento, Simbiótico: Dieta Controle + Simbiótico, Colistina: Dieta

Controle + Colistina, Tilosina: Dieta Controle + Tilosina. Constatou-se diferença na fase de

crescimento I, com maior consumo diário de ração para o tratamento Tilosina em relação ao

tratamento Colistina. Não houve diferença para as características de carcaça, para o peso final dos

órgãos digestíveis e para os parâmetros estudados no processo de biodigestão dos dejetos. Quanto à

morfometria intestinal, os animais do tratamento Tilosina apresentaram maior profundidade de

cripta (P ≤ 0,05) no duodeno em relação aos animais dos tratamentos Controle e Simbiótico.

Observou-se maior profundidade de cripta no jejuno (P ≤ 0,05), para os animais tratados com

Tilosina. Houve diferença também para a taxa vilosidade/cripta, com o tratamento Controle

apresentando a maior taxa em relação a todos os tratamentos propostos. Para o íleo, houve diferença

para as profundidades de cripta dos animais do tratamento Controle em relação ao tratamento

Tilosina. Conclui-se, que não houve vantagem na utilização dos aditivos testados, uma vez que não

promoveram melhora significativa no desempenho, no peso dos órgãos e nas características de

carcaça dos animais. Porém, os resultados sugerem a substituição dos antibióticos, por simbióticos,

mesmo não apresentando resultados satisfatórios sobre a altura de vilosidade, o trabalho apontou

vantagens sobre a profundidade de cripta. Sobre os biodigestores são necessários mais estudos para

que haja uma melhor compreensão dos resultados obtidos.

Palavra-chave: antimicrobiano, dejetos, desempenho, simbiótico

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37

EFFECT OF GROWTH PROMOTERS FOR PIGS ON LIVE PERFORMANCE, QUALITY

INTESTINAL AND THE EFFICIENCY OF BIODIGESTION OF WASTES

ABSTRACT - The objective of this experiment was to evaluate the effects of growth promoters on

performance, carcass, intestinal histological profile, organ weights digestible, and analyze the

impacts of these treatments on the biodigester effluent. We used 80 pigs with average initial weight

of 40 ± 1.9 kg, to the treatments during the growing and finishing phases until they reach the final

average weight of 100 ± 4.5 kg. The treatments: Control: control diet free of growth promoters,

Symbiotic: control diet + Symbiotic, Colistin: Diet Control + Colistin, Tylosin: Diet Control +

Tylosin. There were differences found in the growth phase I, with greater feed intake in relation to

the treatments Colistin to Symbiotic. There were no differences for carcass traits, to the final weight

of the organs and digestible for the parameters studied in the process of digestion of manure. As

regards intestinal morphometry, animals from treatments Tylosin had higher crypt depth (P ≤ 0.05)

in the duodenum compared to the treatments Control and Symbiotic. There was greater crypt depth

in jejunum (P ≤ 0.05) for animals treated with Tylosin. There was a difference in the rate villus /

crypt, with treatment Control showing the highest rate for all the treatments. In the ileum, there was

difference in the depths of the crypt of the treatment Control compared to treatment Tylosin. It is

concluded that there was no advantage in using the additives tested, as not to promote significant

improvement in performance, organ weights and carcass traits in animals. However, the results

suggest the replacement of antibiotics by symbiotic, even without satisfactory results on villus

height, the study showed advantages over the crypt depth. More studies about the digesters are

needed to gain a better understanding of the results.

Keyword: antimicrobial, performance, symbiotic, waste

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Introdução

Os antimicrobianos promotores de crescimento têm sido regularmente utilizados

nas rações de suínos desde a década de 50. Estes produtos agem na modulação da microbiota

intestinal, diminuindo a incidência de diarreia, determinando efeitos diretos e indiretos nos animais,

melhorando substancialmente o ganho de peso e a eficiência alimentar (PATTERSON, 2005;

PARTENEN, 2002). Segundo Bellaver (2000), para suínos, o uso de antimicrobianos promotores é

capaz de incrementar o ganho diário de peso em torno de 21% nas fases iniciais e de 10% na fase de

crescimento, comparados com rações isentas destes.

Tem sido observado que promotores de crescimento podem reduzir a espessura do

epitélio intestinal, favorecendo a absorção de nutrientes. A massa intestinal de animais alimentados

com dietas com agentes antimicrobianos pode ser reduzida em até seis vezes, o que implica na

necessidade de menor quantidade de nutrientes e de energia para manutenção desses tecidos

corporais, favorecendo, assim, um melhor desempenho do animal (BELLAVER, 2000).

Para Hannon (2000), a utilização de agentes antimicrobianos e outros aditivos tem

sido um dos meios para manter a segurança alimentar, pois suínos mais sadios produzem carne de

melhor qualidade para o mercado.

Esses fármacos agem de forma diferente, sendo alguns bacteriostáticos e outros

bactericidas. Dentre os bacteriostáticos está a Tilosina, que quando localizada no citosol e, portanto,

em contato com a bactéria, atua bloqueando seletivamente a síntese proteica nos ribossomos

bacterianos (CARVALHO, 2002; CARVALHO; CARVALHO, 2002). Já a Colistina, cuja ação é

bactericida, tem seu espectro preferencialmente sobre a membrana citoplasmática da bactéria,

desorganizando a sua estrutura e fazendo-a perder sua seletividade, permitindo a saída de pequenas

moléculas para o exterior da bactéria (SPINOSA, 2006).

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Entretanto, as bactérias apresentam grande capacidade de adaptação, por isso,

frequentemente ocorre desenvolvimento de resistência a diferentes antimicrobianos (CARVALHO;

CARVALHO, 2002), determinando uma tendência mundial, liderada pela Europa, de restrição e

proibição de uso de antibióticos na ração, mesmo que em doses subterapêuticas (MAIORKA;

ROCHA; VALLE, 2009). Essas novas regulamentações têm forçado a procura por alternativas que

garantam o máximo crescimento dos animais sem afetar a qualidade do produto final

(MILTEMBERG, 2000). Neste sentido, os simbióticos aparecem como sendo uma das principais

alternativas, pois aliam o fornecimento de microrganismos probióticos juntamente com substâncias

prebióticas específicas que estimulam seu desenvolvimento e atividade, potencializando o efeito de

ambos os produtos (MENTEN, 2001; SANCHES, 2005).

A poluição ambiental causada pelos dejetos produzidos durante a criação

intensiva de animais é outro tema que tem determinado enormes esforços financeiros e científicos

em todo o mundo. Para redução deste impacto o suinocultor tem disponível os biodigestores, sendo

já amplamente utilizados em granjas tecnificadas. Eles promovem o tratamento dos dejetos visando

a diminuição dos poluentes para uso destes em lavouras e também para a produção do biogás

(STEIL; LUCAS JUNIOR; OLIVEIRA, 2002; KUNZ; HIGARASHI; OLIVEIRA, 2005).

Contudo, os antibióticos, quando presentes na biomassa (dejetos que alimentam os

biodigestores) podem prejudicar a fermentação bacteriana, pois sua ação bactericida promove a

diminuição da quantidade de bactérias, reduzindo ou até mesmo paralisando a produção do biogás

(GASPAR, 2003). Como o Brasil possui uma legislação que permite a utilização de alguns

antibióticos como promotores de crescimento, entre eles a Colistina e a Tilosina, torna-se

imprescindível um estudo mais acurado sobre a presença ou não de resíduos destes promotores em

dejetos de suínos destinados à biodigestão.

Assim, este trabalho foi realizado com o objetivo de contribuir na elucidação dos

efeitos da utilização de três distintos promotores de crescimento, para suínos em fases de

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crescimento e terminação, sobre os índices de desempenho, carcaça, histologia intestinal, nos

órgãos digestórios, além dos efeitos residuais no processo de biodigestão dos dejetos.

Material e métodos

O experimento foi conduzido no Setor de Suinocultura da Fazenda Escola da

Universidade Estadual de Londrina, PR, nos meses de outubro e novembro de 2010.

Foram utilizados 40 suínos machos castrados e 40 fêmeas da genética Penarlan,

com peso médio inicial de 40 ±1,9 kg. Os animais foram divididos em dois grupos de acordo com o

seu peso inicial, sendo um grupo com peso inicial de 38,3 ± 1,1 kg (animais leves) e outro, peso

inicial de 41,6 ± 1,2 kg (animais pesados). Os animais foram alojados em baias de alvenaria e piso

compacto com 3 m², sendo a baia composta por dois animais, um macho castrado e uma fêmea,

totalizando 40 baias, onde receberam água e ração à vontade durante todo o período experimental,

que foi de 61 dias.

Para as análises de desempenho utilizou-se um delineamento experimental em

blocos casualizados (de acordo com o peso inicial dos animais), onde cada baia foi considerada uma

unidade experimental. Para o peso dos órgãos e histomorfometria intestinal o animal foi

considerado como unidade experimental.

As rações foram formuladas visando atender às exigências nutricionais mínimas

para as fases, de suínos fêmeas de alto potencial genético com desempenho superior, de acordo com

Rostagno; Albino; Donzele (2005), sendo todas isoenergéticas e isoproteicas. Os tratamentos foram

divididos em quatro fases distintas, crescimento I (de 40,0 ± 1,98 kg a 54,47 ± 3,70 kg),

crescimento II (de 54,47 ± 3,70 kg a 72,44 ± 4,82 kg), terminação I ( de 72,44 ± 4,82 kg a 84,28 ±

4,02 kg ) e terminação II (de 84,28 ± 4,02 kg a 100,42 ± 4,50 kg). Os ingredientes, a composição

percentual e os valores calculados das dietas experimentais encontram-se na Tabela 1.

Page 43: EFEITO DE PROMOTORES DE CRESCIMENTO PARA … · Tabela 6 – Medidas de altura de vilosidades (µm), profundidade de criptas (µm) e relação vilosidade: cripta (µm) do duodeno,

41

Os animais foram submetidos aos seguintes tratamentos experimentais: tratamento

1: Dieta controle isenta de promotores de crescimento; tratamento 2: Dieta Controle + Simbiótico

(constituído pelos microrganismos: Bacillus subtilis 108 UFC/g, Bifidobacterium longum 10

8

UFC/g, Enterococcus faecium 108 UFC/g, Lactobacillus acidophilus 10

8 UFC/g, Lactobacillus

casei 108 UFC/g, Inulina + FOS (Frutooligossacarideos), MOS (Mananooligossacarídeos) e

Oligossacarídeos de Soja (Rafinose e Estaquiose) (2 kg/ tonelada); tratamento 3: Dieta Controle +

Colistina (10 ppm/tonelada) e tratamento 4: Dieta Controle + Tilosina (40 ppm/tonelada).

A inclusão dos antimicrobianos nos tratamentos T3 e T4 seguiram as dosagens

recomendadas para promotores de crescimento em sua respectivas fases de tratamento

(BRASIL,1999)

Para avaliação do desempenho foi realizada a pesagem dos animais e o cálculo do

arraçoamento destes por fase experimental. Os resultados foram expressos em média de peso final

(MPF), ganho de peso diário (GPD), consumo diário de ração (CDR) e conversão alimentar (CA).

A alimentação dos animais enviados para o abate foi suspensa 12 horas antes do

embarque e o fornecimento de água permaneceu até o momento de embarque. (FAUCITANO,

2001; PELOSO, 2002). Os animais ao atingirem o peso médio de 100 ± 4,5 kg, foram abatidos

conforme o RIISPOA (BRASILl, 1952), em um frigorífico comercial localizado no município de

Rolândia, e em seguida foram submetidos à pesagem e às avaliações dos órgãos do sistema

digestório.

Procedeu-se a retirada dos seguintes órgãos: estômago, intestino delgado,

intestino grosso e baço. Todo o trato gastrintestinal foi imediatamente esvaziado e posteriormente

pesado e o baço também foi pesado logo após a retirada. Foram coletadas amostras de duodeno,

jejuno e íleo para elaboração de cortes histológicos intestinais, visando avaliar a altura das

vilosidades e da profundidade de cripta.

Page 44: EFEITO DE PROMOTORES DE CRESCIMENTO PARA … · Tabela 6 – Medidas de altura de vilosidades (µm), profundidade de criptas (µm) e relação vilosidade: cripta (µm) do duodeno,

42

Foram amostradas unidades de aproximadamente 2,5 cm de comprimento,

retiradas da porção média dos segmentos duodeno, jejuno e íleo de cada animal. As amostras foram

abertas pela borda mesentérica, lavadas em água destilada, estendidas pela túnica serosa e fixadas

em solução de formol 10% por 24 h e, posteriormente, conservadas em álcool 70% para posterior

avaliação da morfometria intestinal. As amostras foram processadas e, então, fixadas em parafina e

cortadas em micrótomo American Optical, sendo os cortes feitos com cinco micrômetros de

espessura. Em seguida, as lâminas histológicas foram coradas em hematoxilina/eosina. A avaliação

morfométrica foi realizada utilizando microscópio óptico Zeizz Axioskop, no aumento de 10 vezes.

As imagens foram capturadas com uma Câmera MoticCam 2300 e no programa Motic Image Plus

2.0 foram medidas a altura e espessura das vilosidades e a profundidade das criptas. As medidas

foram realizadas em 30 vilosidades e criptas, verticais e bem definidas, de cada região intestinal de

todos os animais (JUNQUEIRA et al., 2009). A relação das medidas vilosidade: cripta foi calculada

dividindo a altura da vilosidade pela profundidade da cripta (HUMASON, 1972).

Após o abate foi mensurado o peso de carcaça quente (PCQ) para estimar o

rendimento de carcaça em relação ao peso vivo e o peso de abate, de acordo com a fórmula indicada

pela ABCS (1973) para cálculos dos rendimentos. Após 24h, sob refrigeração a 2 ±1°C, foi obtido o

peso das carcaças resfriadas.

As carcaças foram divididas ao meio longitudinalmente e conforme as

metodologias descritas pela ABCS (1973) e Bridi e Silva (2009) foram estimadas as seguintes

variáveis: comprimento de carcaça (CC), área de olho de lombo (AOL), profundidade de músculo

(PROL), espessura de toucinho (ET) e pH inicial e final.

As medidas de pH inicial e final da carne foram medidas em dois músculos de

referência, o longissimus dorsi (lombo) e o semimembranosus. O primeiro foi mensurado com um

potenciômetro portátil com eletrodo de inserção da marca Testo 205 na altura da última costela, aos

Page 45: EFEITO DE PROMOTORES DE CRESCIMENTO PARA … · Tabela 6 – Medidas de altura de vilosidades (µm), profundidade de criptas (µm) e relação vilosidade: cripta (µm) do duodeno,

43

45´ após o abate (pH inicial) e após 24 h de resfriamento (pH final) a aproximadamente 2 ± 1º C. O

segundo foi mensurado com o potenciômetro localizado aproximadamente no centro deste músculo.

Para a análise de cor as amostras foram analisadas 24 h após o abate, utilizando o

colorímetro portátil Minolta® CR10, com esfera de integração e ângulo de visão de 8º. Os

componentes L* (luminosidade), a* (componente vermelho-verde) e b* (componente amarelo-azul)

foram expressos no sistema de cor CIELAB. Com esses valores, calculou-se o ângulo de tonalidade

(h*) pela equação h* = tan-1 (b*/a*), e o índice de saturação (c*) a partir da equação c* = (a*2 +

b*2)0,5 (MINOLTA, 1998).

Para identificação de possíveis efeitos dos tratamentos com promotores de

crescimento sobre a eficiência do biodigestor foram elaborados 20 biodigestores experimentais (um

para cada uma das 20 baias selecionadas ao acaso), modelo batelada, que consiste no abastecimento

único do biodigestor e de um período de retenção hidráulico adequado para a biodigestão dos

resíduos (DEGANUTTI et al., 2004).

O delineamento experimental para a análise dos biodigestores foi completamente

casualizado, com quatro tratamentos e cinco repetições por tratamento. Foram utilizados apenas 40

suínos sendo 20 machos castrados e 20 fêmeas da genética Penarlan, com peso médio de 86,4 ±

4,3kg, distribuídos nas 20 baias, sendo cada uma delas compostas por um macho e uma fêmea e a

baia foi definida como uma unidade experimental.

Esses biodigestores foram constituídos de um balão volumétrico de vidro cor

âmbar de 5 litros hermeticamente fechado com uma tampa de vedação (rolha de borracha) onde foi

acoplada uma mangueira plástica (equipo para soro macro gotas) para que pudesse permitir a saída

do gás produzido durante o processo fermentativo, sendo que a outra extremidade da mangueira

estava imersa em um béquer de 500mL contendo água para impedir a entrada de ar no biodigestor

(Figura1).

Page 46: EFEITO DE PROMOTORES DE CRESCIMENTO PARA … · Tabela 6 – Medidas de altura de vilosidades (µm), profundidade de criptas (µm) e relação vilosidade: cripta (µm) do duodeno,

44

Na fase de terminação foram coletadas 1kg de fezes de cada uma das 20 baias,

sendo estas posteriormente diluídas em água numa proporção de 1:6 para formarem os afluentes

(onde uma amostra, de cada afluente pronto, foi enviada para o Laboratório Laborsolo Laboratórios,

afim de serem analisados os parâmetros pH, sólidos totais, demanda química de oxigênio (DQO) e

demanda bioquímica de oxigênio (DBO), de acordo com Apha (2005) e então, colocados nos

biodigestores.

Em seguida os biodigestores foram alojados em um ambiente fechado, sobre um

piso suspenso ripado, sob a incidência constante de uma lâmpada incandescente. Permaneceram

assim no local, por um período de 60 dias, sob uma temperatura máxima média de 38 ± 1,5 °C, que

foi aferida duas vezes ao dia com a utilização de termômetros de temperaturas máximas e mínimas

(- 40 °C + 50 °C) (Figura 2).

Após esse período o efluente foi devidamente homogeneizado e amostras foram

novamente coletadas e encaminhadas ao mesmo laboratório para que fossem avaliadas sobre os

mesmos parâmetros iniciais.

Com as análises iniciais e finais das variáveis de fermentação dos biodigestores,

foi feito a diferença entre os valores, mensurando-se a redução dos valores encontrados

demostrando a qualidade dos efluentes. Os dados foram submetidos à análise de variância e as

médias ao teste de Tukey.

O delineamento experimental utilizado para a análise de desempenho foi o de

blocos inteiramente casualizados, onde a baia foi considerada uma unidade experimental e para as

análises dos pesos dos órgãos digestórios e histomorfometria foi montado um esquema fatorial 4 x

2, tendo como fatores o tratamento e o gênero, de acordo com o peso inicial dos animais, onde os

animais passaram a ser a unidade experimental. Os dados foram submetidos à análise de variância

Page 47: EFEITO DE PROMOTORES DE CRESCIMENTO PARA … · Tabela 6 – Medidas de altura de vilosidades (µm), profundidade de criptas (µm) e relação vilosidade: cripta (µm) do duodeno,

45

ANOVA, utilizando-se o pacote estatístico MINITAB 1.6 (2010). Para testar a diferença entre as

médias, foi utilizado o teste de Tukey com nível de significância de 5%.

Resultados e Discussão

Verificou-se que somente na fase de crescimento I (Tabela 2) houve diferenças (P

≤ 0,05) entre os tratamentos com Tilosina e Colistina, mas estes não diferiram do Controle e do

tratamento com Simbiótico para o consumo diário de ração (CDR), onde os animais tratados com o

antimicrobiano Tilosina (40 ppm/ton) apresentaram um maior consumo.

Estudos anteriores demonstram um maior percentual de lactobacilos na flora

intestinal de animais que recebem Tilosina como promotor de crescimento, quando comparados

com tratamentos que continham a inclusão de outros aditivos antimicrobianos, favorecendo para

melhores taxas de desempenho dos animais (COLLIER et al., 2003).

Trabalhando com as fases de crescimento e terminação, Bellé et al. (2009)

também verificaram somente diferença significativa na fase de crescimento I, porém demonstrando

melhor conversão alimentar para a dieta com prebióticos com 0,2% de inclusão (0,1%

mananoligossacarídeo + 0,1% frutoligossacarídeo) em relação ao tratamento com antimicrobiano.

Ao compararem o uso de antimicrobianos com promotores de crescimento

alternativos e com dietas livres destes, Houdijk et al. (1998) e Budiño (2004) confirmaram a

ocorrência de variações nos resultados de desempenho nas diferentes fases experimentais. O fato de

que os animais mais jovens, contrário aos animais que estão em fase de crescimento, têm uma

população microbiana menos estável e definida, acaba favorecendo a eficácia dos promotores de

crescimento, provocando essa eventual diferença entre as fases estudadas (GÓMEZ, 2006).

O tratamento com simbiótico apresentou resultados semelhantes a todos os demais

tratamentos, diferente dos resultados obtidos por Silva et al. (2007), que ao avaliarem o uso de duas

Page 48: EFEITO DE PROMOTORES DE CRESCIMENTO PARA … · Tabela 6 – Medidas de altura de vilosidades (µm), profundidade de criptas (µm) e relação vilosidade: cripta (µm) do duodeno,

46

doses de probióticos comparadas com rações medicadas com dois princípios antimicrobianos

(tilosina e doxiciclina+gentamicina) para leitões em fase de creche, verificaram valores melhores

(P>0,05) para o peso final, ganho diário de peso e conversão alimentar para os tratamentos com a

inclusão de probiótico.

Nos demais períodos experimentais não houve diferença (P>0,05) para nenhuma

variável de desempenho analisada. Este resultado se deve provavelmente ao bom manejo alimentar

e sanitário mantido durante todo o período experimental, comprovados pela ausência de tosse e

quadros severos de diarreia, não permitindo que os promotores de crescimento apresentassem

resultados mais expressivos para os parâmetros de desempenho (BORATTO et al., 2004).

Santos (2002), Cardoso; Mestre e Pickard (2004), Rekiel; Wiecek e Dziuba

(2005) e Campbell et al. (2006), trabalhando com diferentes aditivos promotores de crescimento,

incluindo prebióticos e antibióticos, também não encontraram diferenças para o desempenho em

nenhuma das fases estudadas.

Dois fatos devem ser levados em consideração para justificar a pouca eficiência

dos antimicrobianos e do simbiótico frente à uma dieta sem aditivo. Primeiramente, durante todo

experimento, os animais permaneceram em um ambiente com bom estado sanitário, diminuindo,

dessa forma, a incidência de patógenos oportunistas, não permitindo a expressão total dos efeitos já

comprovados dos antimicrobianos (BUTAYE; DEVRIESE; HAESEBROUCK, 2003), e o outro

fator, é que os animais mais velhos são muito menos suscetíveis à colonização de patógenos

entéricos do que os animais jovens, por obterem uma microflora intestinal mais estável e

diversificada que competitivamente exclui a colonização pelo patógeno (FERKET, 2004).

Page 49: EFEITO DE PROMOTORES DE CRESCIMENTO PARA … · Tabela 6 – Medidas de altura de vilosidades (µm), profundidade de criptas (µm) e relação vilosidade: cripta (µm) do duodeno,

47

Para as características de carcaça (Tabelas 3 e 4), não foram encontradas

diferenças (P>0,05) entre os tratamentos para nenhuma das variáveis indicadas. Os resultados são

semelhantes aos observados por Chiquieri; Sousa e Ventura (2006), que também não observaram

diferenças entre o uso de antibióticos, probióticos e/ou prebióticos sobre as características de

carcaça de suínos. Do mesmo modo, os dados também se identificaram com os obtidos por Rekiel;

Wiecek e Dziuba (2005), que não notaram efeitos nos parâmetros de carcaça de suínos quando

estudaram a adição de mananoligossacarídeos e antibióticos na dieta, e por Junqueira et al. (2009),

que não encontraram diferenças sobre as características de carcaça (peso da carcaça, rendimento de

carne, espessura de toucinho, espessura do músculo e percentagem de carne magra) nos suínos

tratados com antibiótico e simbiótico.

O fato de não ter sido observado diferenças (P>0,05) para as características

relacionadas à qualidade de carcaça, indica que os promotores de crescimento analisados não

promoveram efeito positivo para essas variáveis, quando comparados com o grupo Controle,

entretanto, estes resultados não excluem a eficácia dos produtos. Esses valores podem ser atribuídos

às boas condições experimentais, como a qualidade da ração, a desinfecção de instalações e

equipamentos e o manejo adequado, como encontrados por Santos; Teixeira e Freitas (2005).

Talvez sob uma condição sanitária pior, a eficácia dos promotores de crescimento poderia ser mais

evidenciada (CORASSA, 2004).

Em contrapartida aos resultados obtidos, alguns trabalhos com probióticos

apontam diferenças para as características de carcaças dos suínos. Quadros; Kiefer e Ribeiro (2001)

observaram um aumento de 11% na profundidade do músculo Longissimus dorsi em relação ao

resultado obtido com uma dieta controle. Bellé et al. (2009) também verificaram melhores

resultados para a variável área de olho de lombo, com os tratamentos que utilizavam prebióticos

comparados com antibióticos.

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48

Em relação ao fator gênero (Tabela 3), os valores foram significativos (P<0,05)

para as características de peso de carcaça quente e espessura de toucinho, para quais os machos

castrados apresentaram maiores médias, enquanto, para o rendimento de carcaça no resfriamento, as

fêmeas foram superiores, o que pode ser explicado, em parte, pelo potencial dos machos castrados

em depositar mais gordura, normalmente relacionado ao maior consumo de ração.

Para o peso final dos órgãos estômago, intestino delgado, grosso e baço (Tabela

5), não foram observadas diferenças (P>0,05) entre os tratamentos.

Sabe-se que um dos efeitos mais importantes dos prebióticos é sua capacidade de

modular as respostas imunológicas. Segundo Dawson e Pirvulescu (1999), diversas evidências

indicam que a adição de prebiótico às dietas de animais pode estimular a função de defesa

imunológica. Apesar desse efeito, ao se avaliar o peso absoluto e relativo do baço, constatou-se que

estes não foram influenciados (P>0,05) pelos tratamentos.

Contrariando as expectativas, portanto, seria esperado que a ação dos agentes

antimicrobianos, por relacionar-se também à redução da quantidade de microrganismos produtores

de toxinas aderidos ao epitélio intestinal, levaria à diminuição da espessura da parede intestinal

(ANDERSON et al., 1999).

Esse modo de ação sobre os microrganismos presentes no intestino pode

proporcionar menor fermentação microbiana e diminuir a produção de ácidos graxos voláteis que

fornecem boa parte da energia exigida para o desenvolvimento dos enterócitos (LIN; VISEK,

1991). No cólon, até 60-70% da energia utilizada pelas células epiteliais provém dos produtos da

fermentação microbiana (CUMMINGS; MACFARLANE, 1991). Assim, a menor produção de

ácidos graxos voláteis pode acarretar menor taxa de replicação celular no epitélio intestinal de

animais tratados com antimicrobianos na dieta, ocasionando redução dos pesos relativos dos

intestinos delgado e grosso (COSTA; TSE; MIYADA, 2007).

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49

A ausência de diferenças (P > 0,05) entre os tratamentos para o peso das vísceras

pode ser justificada pelos animais terem sido mantidos em um bom estado sanitário durante todo o

período experimental, proporcionando um baixo desafio imunológico (OETTING et al., 2006). O

mesmo pode ter ocorrido pelas dietas altamente digestíveis oferecidas durante o experimento, que

limitam o desenvolvimento de bactérias no trato intestinal pela redução de substrato disponível ao

crescimento bacteriano, diminuindo, assim, o potencial antimicrobiano dos promotores de

crescimento (COSTA; TSE; MIYADA, 2007).

Os resultados da morfohistometria (Tabela 6) apontam diferenças (P ≤ 0,05) para

vários parâmetros. Os animais que compunham o tratamento com Tilosina tiveram maior

profundidade de cripta em relação aos animais que receberam o simbiótico e os animais controle,

sugerindo que os animais tratados com Tilosina obtiveram uma maior descamação epitelial do

intestino nesta porção, pois, o aumento na descamação resulta em incremento da profundidade da

cripta para assegurar a adequada taxa de renovação celular e garantir a reposição das perdas de

células da região apical dos vilos (PLUSKE; HAMPSON; WILLIAMS, 1997; TUCCI, 2003). A

altura de vilosidade teve comportamento contrário, com a Tilosina apresentando a pior taxa

vilosidade/cripta entre os tratamentos e a menor altura de vilosidade em relação à Colistina.

Mesmo sabendo-se que quanto maior a altura das vilosidades e menor a

profundidade das criptas, melhor é a absorção de nutrientes e menores são as perdas energéticas

com o turnover celular (OETTING et al., 2006), o desempenho zootécnico desses animais não

apresentou alterações negativas quando comparados com os outros tratamentos. Talvez este

resultado seja pelo fato de que o duodeno corresponda à primeira porção proximal do intestino

delgado, e não tenha como função principal a absorção, e sim uma digestão química (JUNQUEIRA;

CARNEIRO, 2011).

Houve também diferença para profundidade de cripta do jejuno (P ≤ 0,05). Os

animais tratados com Tilosina apresentaram as maiores profundidades de cripta, enquanto que os

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50

animais dos tratamentos com Colistina e Simbiótico apresentaram maiores profundidades de cripta

em relação ao tratamento controle. Não houve diferença para altura de vilosidades do jejuno, assim

como no trabalho realizado por Chiquieri, Sousa e Ventura (2006), que também ao estudar os

efeitos do uso de antimicrobianos, probiótico e prebiótico para suínos, verificaram ausência de

diferença para a altura de vilosidade entre os tratamentos. Entretanto, o presente trabalho apresentou

diferença para a taxa vilosidade/cripta com o tratamento controle, apresentando a maior taxa em

relação a todos os tratamentos propostos.

Para o íleo, houve diferença apenas para a profundidade de cripta de animais do

grupo controle em relação ao grupo que recebeu Tilosina, onde os animais submetidos ao

tratamento controle obtiveram uma maior profundidade de cripta.

Foram observadas diferenças (P<0,05) para o gênero para as variáveis de peso

absoluto do intestino delgado e grosso e altura de vilosidade, onde os machos obtiveram as maiores

médias em relação às fêmeas, podendo ser justificadas pelo fato destes terem a tendência de um

maior consumo de ração, o que pode promover o maior peso médio das vísceras e

consequentemente uma maior altura de vilosidade nos órgãos correspondentes.

Apesar de algumas diferenças para o fator gênero, não foi observado efeito de

interação entre os fatores (P>0,05) para nenhuma das variáveis analisadas.

De acordo com Junqueira et al. (2009), na comparação dos aditivos testados, deve

ser considerado os níveis utilizados e suas características de ação. Reconhecidamente os promotores

apresentam benefícios sobre a morfologia intestinal de suínos em fase de crescimento e terminação,

entretanto, sabe-se também que seus efeitos são mais evidentes sobre animais mais jovens

(OETTING et al., 2006).

Os resultados sugerem a substituição dos antibióticos promotores de crescimento

avaliados pelos simbióticos. Mesmo não apresentando resultados satisfatórios sobre a altura de

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vilosidade, o trabalho apontou vantagens sobre a profundidade de cripta, além das tendências de

mercado que pedem o afastamento de antibióticos como promotores de crescimento.

Para a avaliação dos efluentes submetidos ao processo de biodigestão, observou-

se que ocorreu uma redução (expressa em porcentagem na Tabela 7) dos valores iniciais para os

finais das variáveis analisadas (DBO, DQO, pH e ST), indicando o êxito no processo de

fermentação. Porém, para a biofermentação não foram encontradas diferenças (P>0,05) entre os

tratamentos na redução das variáveis analisadas dos efluentes.

Sabendo-se que pequenas concentrações de antibióticos, de uso animal, são

comumente encontradas em amostras de lodo ou efluente provenientes de estações de tratamento de

esgoto, e conhecendo a ação destes contra as bactérias presentes no trato intestinal, esperava-se que

os efluentes tratados com estes tivessem um processo de fermentação menos eficiente em relação

aos tratamentos com simbiótico e controle, interferindo no produto final da biodigestão, o que

acarretaria sérios prejuízos tanto para o meio ambiente, quanto para o sistema de produção suinícola

(GIGER et al., 2003; WATKINSON; MURBY; COSTANZO, 2007; REGITANO; LEAL, 2010)

Por se tratar de biodigestores experimentais, o volume reduzido de dejetos

coletados para a análise pode ter favorecido para resultados poucos precisos. Talvez, em um estudo

prático em larga escala poderiam ser apresentados resultados diferentes, onde os resíduos de

antimicrobianos pudessem interferir negativamente no funcionamento dos biodigestores.

Todavia, os antibióticos utilizados não interferiram na fermentação e tampouco os

simbióticos favoreceram o processo fermentativo. Levando-se em conta que o método utilizado

para a biodigestão neste estudo era experimental, combinado com os escassos trabalhos encontrados

nesta área, demonstram ser necessários mais estudos para que haja uma melhor compreensão desses

resultados e possíveis interferências no sistema de produção.

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52

Conclusões

Conclui-se que não houve vantagem na utilização dos aditivos testados, uma vez

que não promoveram melhora significativa no desempenho e nas características de carcaça dos

animais.

Quanto à morfologia intestinal, o simbiótico testado apresentou-se como uma

possível alternativa ao uso dos antimicrobianos, porém, com relação à qualidade fermentativa dos

biodigestores, o uso dos aditivos testados não apontam interferência em sua biofermentação,

entretanto, mais estudos se fazem necessários para a obtenção de resultados mais expressivos.

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53

Tabela 1. Composição percentual, valores nutricionais e energético das rações experimentais

Ingredientes (%) Dietas

CRESC.I CRESC. II TERM. I TERM. II

Farelo de Milho 8%

68,91 72,37 77,70 83,51

Farelo de soja 46% 27,61 24,82 20,32 14,81

Óleo de soja 0,70 0,40 - -

Sal Fino 0,40 0,38 0,37 0,34

Calcário Calcítico 0,71 0,68 0,68 0,57

Fosfato bicálcico 0,70 0,41 0,28 0,30

DL-Metionina 0,12 0,10 0,04 0,01

L-Lisina Pó 0,33 0,33 0,24 0,15

L-Treonina 0,12 0,11 0,07 0,01

Suínos Crescimento¹

Suínos Terminação²

0,40

-

0,40

-

-

0,30

-

0,30

Total 100% 100% 100% 100%

Proteína Bruta (%)

Extrato Etéreo (%)

19,02

3,52

18,00

3,30

16,20

3,02

13,99

3,15

Fibra Bruta (%) 2,52 2,45 2,32 2,16

Matéria Mineral (%) 4,32 3,90 3,53 3,16

Cálcio (%) 0,63 0,55 0,50 0,45

Fósforo Total (%) 0,45 0,39 0,35 0,34

Fósforo Disponível (%)

En. Metab. Suínos (kcal/kg)

0,34

3299

0,28

3300

0,25

3293

0,25

3304

Lisina Total (%) 1,23 1,16 0,97 0,75

Metionina Total (%)

Met + Cist Total (%)

0,40

0,73

0,37

0,68

0,30

0,59

0,24

0,50

Treonina Total (%) 0,82 0,77 0,67 0,52

Isoleucina Total (%) 0,75 0,70 0,62 0,52

Valina Total (%)

Triptofano Total (%)

Sódio (%)

Lis Dig Suínos (%)

Met Dig Suínos (%)

M+C Dig Suínos (%)

TRE Dig Suínos (%)

Isol Dig Suínos (%)

Val Dig Suínos (%)

Tri Dig Suínos (%)

Arg Dig Suínos (%)

0,86

0,22

0,18

1,10

0,37

0,66

0,72

0,67

0,75

0,19

1,13

0,81

0,20

0,17

1,04

0,34

0,62

0,67

0,63

0,71

0,18

1,05

0,73

0,18

0,17

0,86

0,27

0,53

0,58

0,55

0,64

0,15

0,93

0,63

0,14

0,15

0,66

0,21

0,45

0,44

0,47

0,55

0,13

0,77 ¹Composição do premix para suínos em terminação por kg de produto: Ácido fólico (min) 200.1mg, ácido nicotínico

(min) 8000 mg, Ácido pantotenico (min) 4000mg, Biotina (min) 30mg, Cobre (min) 27,77g, Colina (min) 27,77g,

Enzima 16,67 u/g, Etoxiquin 26,67g, Ferro (min) 300g, Iodo (min) 300mg, Manganês (min) 18g, Selenio (min) 90mg,

Vitamina A (min) 20000000UI, Vitamina B1 (min) 400mg, Vitamina B12 (min) 5000mg, Vitamina B2 (min) 1000mg,

Vitamina B6 (min) 600mg, Vitamina D3(min) 400000 UI, Vitamina E(min) 10000UI, Vitamina K3 (min), 500mg,

Zinco(min) 42g. ²Composição do premix para suíno em crescimento: Ácido fólico (min) 187,6mg, Ácido nicotínico

(min) 7500 mg, Ácido pantotenico (min) 3750mg, Biotina (min) 28,12mg, Cobre (min) 40,5g, Colina (min) 29,94g,

Enzima 12,5 u/g, Etoxiquin 20g, Ferro (min) 25g, Iodo (min) 250mg, Manganês (min) 15g, Selenio (min) 75mg,

Vitamina A (min) 1875000UI, Vitamina B1 (min) 375mg, Vitamina B12 (min) 4687,5mg, Vitamina B2 (min) 937,5mg,

Vitamina B6 (min) 562,5mg, Vitamina D3(min) 37500 UI, Vitamina E(min) 9375UI, Vitamina K3 (min) 468,7mg,

Zinco(min) 35g.

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Tabela 2. Médias e desvio-padrão observados do ganho de peso diário (GPD), consumo diário de ração (CDR), conversão alimentar (CA) e

média de peso final (MPF) para os tratamentos estudados durante as diferentes fases experimentais.

Tratamentos

Crescimento I Crescimento I + II Crescimento I + II +

Terminação I Período Total

GPD

(kg)

CDR

(kg)

CA

MPF

(kg)

GPD

(kg)

CDR

(kg) CA

MPF

(kg)

GPD

(kg)

CDR

(kg) CA

MPF

(kg)

GPD

(kg)

CDR

(kg) CA

MPF

(kg)

Controle 1,05 2,15 ab 2,05 54,62 1,07 2,56 2,40 71,93 1,00 3,05 2,71 83,01 1,02 2,89 2,85 99,59

Simbiótico 1,03 2,16 ab 2,10 54,32 1,09 2,62 2,40 72,59 1,03 3,10 2,69 84,16 1,03 2,94 2,87 100,35

Colistina 0,97 2,10 b 2,25 53,56 1,06 2,52 2,37 71,89 1,01 2,97 2,63 83,35 1,05 2,81 2,69 99,68

Tilosina 1,09 2,27 a 2,07 55,39 1,11 2,66 2,40 73,38 1,05 3,12 2,67 85,28 1,04 2,94 2,85 101,57

Média

Geral 1,03 2,17 2,11 54,47 1,08 2,59 2,39 72,45 1,02 3,06 2,67 83,95 1,03 2,90 2,81 100,07

P valor* 0,27 0,058* 0,392 0,253 0,589 0,211 0,917 0,528 0,385 0,207 0,603 0,332 0,815 0,264 0,266 0,639

CV% 14,0 8,77 13,81 5,12 8,51 7,69 6,79 4,53 10,07 10,22 12 4,42 17,75 7,77 11,56 2,62

*Para letras diferentes, valores significativamente diferentes no teste de Tukey, com P≤ 0,05.

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Tabela 3. Médias e desvio-padrão observados para o peso de carcaça quente (PCQ), peso de carcaça resfriada (PCR), quantidade de carne na

carcaça (QCC), perdas da carcaça no resfriamento (PCRES), rendimento de carcaça no resfriamento (RCRES), quantidade de carne no

resfriamento (QCRES), comprimento de carcaça (CC), espessura de toucinho (ET), profundidade de músculo (PM), área de olho de lombo

(AOL), rendimento de carne (RC), de acordo com as dietas experimentais.

Tratamentos

Parâmetros

PCQ PCR QCC PCRES RCRES QCRES CC

(cm)

ET PM

(mm)

AOL RC

(kg) (kg) (kg) (%) (%) (%) (mm) (cm²) (%)

Controle 75,41 73,64 43,18 2,34 53,32 44,41 78,66 12,83 60,99 41,69 58,66

Simbiótico 76,36 74,47 44,08 2,48 54,19 45,44 78,94 11,66 60,44 41,75 59,28

Colistina 75,66 73,76 43,37 2,5 53,35 44,61 77,72 12,73 61,37 41,22 58,76

Tilosina 77,41 75,45 44,21 2,53 53,48 45,49 78,42 12,72 60,54 39,70 58,68

P valor 0,459 0,576 0,605 0,071 0,614 0,48 0,232 0,666 0,958 0,346 0,822

Gênero

Macho castrado 76,76 75,82ª 43,91 2,50 52,68b 45,98 78,71 13,92b 60,36 40,17b 57,96b

Fêmea 74,66 72,84b 43,50 2,42 54,48a 44,89 78,16 11,04ª 61,31 42,02a 59,72a

P valor 0,124 0,005 0,529 0,187 0,000 0,753 0,207 0,000 0,488 0,044 0,001

Média Final 76,21 74,33 43,71 2,47 53,58 44,99 78,43 12,48 60,84 41,09 58,84

CV% 6,35 6,33 6,64 12,93 4,38 6,04 2,6 29,66 10,13 10,00 4,12

*Para letras diferentes, valores significativamente diferentes no teste de Tukey, com P≤ 0,05.

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Tabela 4. Médias de pH inicial, final e cor da carne de acordo com os tratamentos estudados.

Parâmetros

Tratamentos pH inicial pH final cor L a* b*

Controle 6,01 5,62 53,68 5,99 10,57

Simbiótico 6,05 5,63 53,93 5,24 10,22

Colistina 6,00 5,64 54,47 6,07 10,58

Tilosina 6,17 5,67 54,48 5,46 10,48

P valor 0,34 0,224 0,942 0,119 0,573

Gênero

Macho castrado 6,05 5,65 54,00 5,84 10,51

Fêmea 6,07 5,64 54,30 5,52 10,40

P valor 0,790 0,578 0,565 0,340 0,626

Média Geral 6,06 5,64 54,14 5,69 10,46

CV% 5,47 1,4 4,17 27,06 10,2

Tabela 5. Médias do peso absoluto (kg) e de peso relativo (%) do estômago, intestino delgado,

intestino grosso e baço de suínos abatidos com peso médio de 100,42 ± 4,50 kg.

Tratamentos Estômago Intestino Delgado Intestino Grosso Baço

(kg) (%) (kg) (%) (kg) (%) (kg) (%)

Controle 0,57 0,58 1,63 1,63 1,74 1,74 0,16 0,16

Simbiótico 0,55 0,55 1,59 1,58 1,72 1,71 0,14 0,14

Colistina 0,55 0,56 1,55 1,55 1,68 1,69 0,15 0,15

Tilosina 0,56 0,56 1,55 1,54 1,71 1,70 0,15 0,15

P valor 0,621 0,677 0,943 0,374

Gênero

Macho 0,57 1,69a 1,78a 0,15

Fêmea 0,56 1,48b 1,63b 0,16

0,224 0,000 0,026 0,312

Média Final 0,56 0,56 1,58 1,58 1,71 1,71 0,15 0,15

CV% 11,03 17,01 17,26 10,03 15,69 14,92 17,31 17,06

*Para letras diferentes, valores significamente diferentes no teste de Tukey, com P ≤ 0,05.

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Tabela 6. Medidas de profundidade de criptas (µm), altura de vilosidades (µm) e relação vilosidade: cripta (µm) do duodeno, jejuno e íleo de

suínos com peso médio de 100,42 ± 4,50 kg.

Tratamentos

Duodeno (µm) Jejuno (µm) Íleo (µm)

Cripta Vilosidade

Vilosidade/

Cripta Cripta Vilosidade

Vilosidade/

Cripta Cripta Vilosidade

Vilosidade/

Cripta

Controle 163,73b 285,76ab 1,75a 130,57c 265,26 2,05a 166,39a 265,37 1,60

Simbiótico 163,32b 276,01ab 1,69a 147,94b 266,00 1,80b 160,04ab 249,66 1,56

Colistina 168,55ab 287,44ª 1,71a 146,86b 268,95 1,83b 158,28ab 246,38 1,56

Tilosina 175,64ª 269,03b 1,53b 165,35ª 278,70 1,69b 155,17b 248,58 1,60

P valor 0,001* 0,022* 0,000* 0,000* 0,282 0.000* 0,065* 0,267 0,638

Gênero

Macho castrado 168,10 285,34 1,70 149,78 269,84 1,82 161,75 253,15 1,56

Fêmea 167,52 273,77 1,64 145,58 269,62 1,87 158,20 251,85 1,59

P valor 0,797 0,013 0,679 0,150 0,968 0,574 0,816 0,809 0,784

Média Geral 167,81 279,5 1,7 147,6 269,7 1,8 159,9 252,5 1,6

CV% 6,6 7,8 9,8 12,0 9,0 13,5 8,1 9,5 8,3

*Para letras diferentes, valores significativamente diferentes no teste de Tukey, com P≤ 0,05.

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Tabela 7. Médias observados na redução da demanda bioquímica de oxigênio (DBO), demanda

química de oxigênio (DQO), pH final (pH) e sólidos totais (ST) após processos de biodigestão.

Tratamentos Parâmetros

DBO% DQO% pH ST%

Controle 33,56 41,77 6,09 52,86

Simbiótico 21,39 25,88 5,99 48,57

Colistina 23,01 35,53 6,18 46,43

Tilosina 39,96 38,81 6,14 47,44

Média Geral 29,48 35, 50 6,10 48,82

P valor 0,108 0,376 0,180 0,923

CV% 47,90 41,66 2,32 30,39

Figura 1. Biodigestor Experimental. Autor: David Gavioli

Figura 2. Local de Permanência dos Biodigestores. Autor: David Gavioli

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