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Curso de Massagem Terapêutica e de Recuperação Efeitos da Massagem Terapêutica em Seropositivos de HIV e pacientes de SIDA 26 de Janeiro de 2007 Formador: Marcos Morgado Formanda: Mónica Isabel Fonseca Sequeira Lima Aluna nº P-6394 Turma n.º 31

Efeitos da Massagem Terapêutica Em Seropositivos de HIV/SIDA

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Trabalho elaborado no âmbito do curso de Massagem Terapêutica no CEFAD. 26 de Janeiro de 2007

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Curso de Massagem Terapêutica e de Recuperação

Efeitos da Massagem Terapêutica em

Seropositivos de HIV e pacientes de SIDA

26 de Janeiro de 2007

Formador: Marcos Morgado

Formanda: Mónica Isabel Fonseca Sequeira Lima

Aluna nº P-6394

Turma n.º 31

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Efeitos da Massagem Terapêutica em Seropositivos de HIV/SIDA

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Índice

Introdução .......................................................................................................... 4

Noções de Imunologia ........................................................................................ 5

Sistema Imunológico ...................................................................................... 5

Complexo Major de Histocompatibilidade ....................................................... 5

Sistema linfático .............................................................................................. 6

Hematopoiese e Células do Sistema Imunitário .......................................... 6

Anticorpos ................................................................................................... 9

Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) ............................................. 11

Epidemiologia ............................................................................................... 11

Virologia ........................................................................................................ 12

História natural da infecção pelo HIV ............................................................ 13

Infecção primária ....................................................................................... 13

Seroconversão .......................................................................................... 14

Infecção crónica assintomática ................................................................. 14

Infecção sintomática ................................................................................. 14

SIDA .......................................................................................................... 15

Infecção avançada .................................................................................... 15

Diagnóstico ................................................................................................... 16

Achados Imunológicos e outros parâmetros alterados ................................. 16

Efeitos terapêuticos da massagem em seropositivos de HIV ........................... 18

Estudos ......................................................................................................... 18

Massagem ................................................................................................. 18

Outras terapias alternativas ...................................................................... 20

Terapias para seropositivos de HIV/SIDA ........................................................ 21

Massagem terapêutica ................................................................................. 21

Massagem sueca ...................................................................................... 21

Técnicas principais da massagem sueca .................................................. 22

Terapia por Pontos Gatilho ou Mioterapia ................................................. 23

Terapia Neuromuscular ............................................................................. 24

Massagem dos tecidos profundos ............................................................. 24

Crioterapia .................................................................................................... 25

Massagem com gelo ................................................................................. 26

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Electroacupunctura .......................................................................................... 26

Conclusão ........................................................................................................ 28

Bibliografia........................................................................................................ 29

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Efeitos da Massagem Terapêutica em Seropositivos de HIV/SIDA

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INTRODUÇÃO

Com dezenas de milhões de seropositivos em todo o mundo, a infecção

por HIV e a SIDA são importantes problemas de Saúde Pública. Com este

trabalho pretende-se introduzir noções básicas de imunologia, sobre a doença

e o vírus que a provoca, e explorar os efeitos da massagem terapêutica em

Seropositivos de HIV e doentes de SIDA com neuropatia, através da consulta e

breve descrição dos resultados dos estudos existentes nesta área,

direccionados para este tema.

A relevância deste trabalho centra-se na utilidade terapêutica dos

estudos envolvidos em casos de impossibilidade no acesso à terapia

antiretroviral em países mais pobres, menos desenvolvidos do ponto de vista

industrial e com menores recursos económicos, como a República Dominicana

e certamente muitos países no continente Africano, entre outros.

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NOÇÕES DE IMUNOLOGIA

Sistema Imunológico

A Imunidade, ou Sistema Imunológico, consiste nos mecanismos

utilizados pelo corpo como protecção contra agentes estranhos ao organismo,

podendo ser classificada como Imunidade Inata ou Adquirida.

A Imunidade Inata é conferida por elementos que nascem com o

indivíduo e que estão sempre presentes e disponíveis como primeira linha de

defesa contra invasores: a pele, membranas mucosas, reflexos, pH (acidez

gástrica), febre, fagócitos (granulócitos, macrófagos), entre outros.

A Imunidade Adquirida ou Específica é mais especializada, sendo mais

específica para um determinado invasor, através da acção direccionada dos

linfócitos ou células T (Resposta Imune Celular ou Medidada por Células) e a

produção de anticorpos específicos (Resposta Imune Humoral).

O sistema imunitário é composto por células, como os glóbulos brancos,

e substâncias solúveis, como os anticorpos, as proteínas do sistema do

complemento e as citoquinas (ou citocinas). Algumas substâncias solúveis

actuam como mensageiros para atrair e activar outras células. As citoquinas ou

interleucinas são proteínas essenciais na comunicação intercelular. Podem ser

segregadas por linfócitos (linfoquinas) ou macrófagos (monoquinas), entre

outros tipos de tecidos. Ao actuarem como mediadores solúveis, controlam a

diferenciação e maturação celular, inflamação e resposta imune local e

sistémica, reparação tecidular, hematopoiese, apoptose, etc.

Complexo Major de Histocompatibilidade

O complexo major de histocompatibilidade (MHC, Major

Histocompatibility Complex) é a base do sistema imunitário e ajuda a identificar

o que é próprio e o que é estranho.

A tarefa de exibir os antigénios ligados às células, para o

reconhecimento pelos Linfócitos T, é executada por proteínas especializadas,

que são codificadas por genes (fragmentos de DNA) no MHC. Foi descoberto

como uma ampla família de genes altamente polimórficos que codificam para

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proteínas expressadas à superfície das células, e que apresentam fragmentos

de moléculas de microrganismos invasores ou células disfuncionais (p. ex.

células tumorais) às células T, com a capacidade de eliminar ou coordenar a

destruição do microrganismo, célula infectada ou disfuncional.

Os genes mais conhecidos do MHC são o subconjunto que codifica

proteínas apresentadoras de antigénios à superfície das células, e chamam-se

Human Leukocyte Antigen (HLA): HLA-A, HLA-B, HLA-C, HLA-DPA1, HLA-

DPB1, HLA-DQA1, HLA-DQB1, HLA-DRA, e HLA-DRB1.

O complexo MHC divide-se em três regiões: MHC Classe I, que codifica

proteínas de ligação para os linfócitos CD8 ou células T citotóxicas, entre

outras, e onde se localizam os genes HLA-A, HLA-B e HLA-C; MHC Classe II,

que codifica proteínas de ligação para os linfócitos CD4 ou células T helper,

entre outras, e onde se localizam os genes do HLA-D; e MHC Classe III, que

codifica para componentes do complemento.

Sistema linfático

O sistema linfático é uma rede de gânglios e vasos linfáticos. Os

gânglios linfáticos encontram-se ligados a linfócitos, existentes na linfa que

circula pelos vasos, que atacam e destroem antigénios (uma substância que

pode estimular uma resposta imune). Os gânglios linfáticos costumam agrupar-

se em zonas de ramificação dos vasos linfáticos, como o pescoço, as axilas e

as virilhas.

A linfa contribui para que a água, as proteínas e outras substâncias dos

tecidos corporais regressem à corrente sanguínea. Todas as substâncias

absorvidas pela linfa passam pelo menos por um gânglio linfático. O timo, o

fígado, o baço, o apêndice, a medula óssea, as amígdalas e as placas de

Peyer no intestino delgado) também fazem parte do sistema linfático,

auxiliando o corpo a combater as infecções.

Hematopoiese e Células do Sistema Imunitário

Hematopoiese é o processo pelo qual as células sanguíneas crescem,

se dividem e diferenciam na medula óssea. Produzem-se essencialmente três

classes de células: glóbulos vermelhos (eritrócitos), glóbulos brancos

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(leucócitos) e plaquetas. Todas elas derivam de stem cells hematopoiéticas

existentes na medula óssea, podendo ser distinguidas das restantes células aí

existentes por uma proteína de superfície característica, a CD34, apenas uma

de muitas proteínas nomeadas CD (cluster of differentiation) seguidas de um

número identificativo. Este sistema de nomenclatura CD foi desenvolvido para

identificar proteínas de membrana ou complexos proteicos, podendo ser

aplicado tanto em células hematopoiéticas como não hematopoiéticas.

Os leucócitos são células claras nucleadas e sem hemoglobina.

Protegem o corpo contra microrganismos invasores, removem células mortas e

corpos estranhos do organismo. Têm a capacidade de se moverem,

deslocando-se desde a circulação aos tecidos, sendo atraídos para estes por

quimiotaxia, isto é, por estímulos químicos, devido à presença de materiais

estranhos ou células mortas nestes locais. No local de uma infecção, os

leucócitos acumulam-se, fagocitam bactérias, corpos estranhos e células

mortas após o que morrem, acumulando-se com líquido e fragmentos celulares

para formar pus.

Dividem-se em fagócitos e imunócitos. Os fagócitos compreendem os

monócitos e os granulócitos: neutrófilos, eosinófilos e basófilos. Os linfócitos e

os plasmócitos constituem os imunócitos.

Granulócitos

Neutrófilos: Fagocitam bactérias, complexos antigénio-anticorpo (antigénio e

anticorpo ligados) e outros corpos estranhos. Segregam lizosimas (enzimas

que destroem certas bactérias).

Eosinófilos: São mais comuns em tecidos onde se desenrola uma reacção

alérgica (mas também numa reacção inflamatória), aumentando no sangue em

alergias ou determinadas infecções parasitárias. Aparentemente reduzem a

resposta inflamatória, produzindo enzimas que destroem mediadores

inflamatórios químicos como a histamina. Fagocitam complexos Antigénio-

Anticorpo (Ag-Ac) formados durante a reacção alérgica.

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Basófilos: Participam em reacções alérgicas e inflamatórias. Contêm histamina

que libertam nos tecidos para aumentar a inflamação e heparina para inibir a

coagulação do sangue.

Monócitos: Transformam-se em macrófagos, migram para os tecidos para

fagocitar bactérias, células mortas e outras substâncias que, após

decompostas são apresentadas aos linfócitos que assim ficam activados.

Linfócitos

Reconhecem e distinguem diferentes antigénios, sendo responsáveis

pela Resposta Imunitária Adquirida. Podem viver durante anos ou décadas.

Dividem-se em três categorias principais:

- Linfócitos B: Derivam de uma stem cell da medula óssea e aí amadurecem

até se converterem em plasmócitos, que segregam anticorpos.

- Linfócitos T, CD3+: Formam-se quando as stem cells migram da medula

óssea para o timo, onde se dividem, amadurecem e aprendem a distinguir o

próprio (self) do estranho (non self) no timo. Os linfócitos T maduros

abandonam o timo e entram no sistema linfático, onde funcionam como parte

do sistema imunitário de vigilância.

Células T helper, CD4+: Existem nesta categoria as células T helper 1, que

activam macrófagos e neutrófilos, e as células T helper 2, que atraem por

quimiotaxia linfócitos e basófilos, e estimulam o crescimentos de eosinófilos.

Células T citotóxicas, CD8+, conseguem eliminar células infectadas por

vírus.

- Células NK (natural killer, células assassinas), (CD3-): Matam alguns

microrganismos, células tumorais e virais. Quando se formam já estão

preparadas para eliminar células, não requerendo a maturação que os linfócitos

B e T necessitam, oferecendo uma protecção mais precoce, antes das

respostas das células B e T, produzindo citoquinas que promovem o

desenvolvimento de uma resposta imune específica.

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Figura 1 – Glóbulos brancos.

Tabela 1 – Classificação CD de marcadores de superfície.

Marcador Tipo célula/Linhagem Funções/Propriedades

CD3 Linfócitos T Marcador de linhagem das células T;

transdução de sinal de receptores de

células-T.

CD4 Linfócitos T, monócitos,

macrófagos

Co-receptor para MHC classe II;

marcador para células T helper.

CD8 Linfócitos T Co-receptor para MHC classe I;

marcador para células T citotóxicas.

CD16 Células NK,

macrófagos, neutrófilos

Marcador de linhagem das células NK,

receptor de baixa afinidade para IgG.

CD56 Células NK Marcador de linhagem das células NK.

Anticorpos

Se estimulados por um antigénio, os linfócitos B convertem-se em

plasmócitos para segregar anticorpos ou imunoglobulinas (Ig). Uma molécula

de anticorpo divide-se em regiões variáveis e constantes. A região variável

determina a que antigénio se unirá o anticorpo. A região constante determina a

classe de anticorpo (Ig G, M, D, E ou A).

IgM: produzida aquando da primeira exposição a um antigénio.

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IgG: o tipo de anticorpo mais frequente, só se produz depois de várias

exposições a um antigénio.

IgA: desempenha um papel importante na defesa do corpo numa

invasão de microrganismos através de uma membrana mucosa. Encontra-se

no sangue e em algumas secreções como as do tubo gastrointestinal e do

nariz, dos olhos, dos pulmões e do leite materno.

IgE: produz reacções alérgicas agudas (imediatas).

Figura 2 – Estrutura de um anticorpo.

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SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA (SIDA)

Epidemiologia

Em 1981 foram descritos casos invulgares de pneumonia por

Pneumocystis carinii em homens homossexuais em São Francisco, nos

Estados Unidos da América. A isto seguiu-se o reconhecimento de uma forma

agressiva de sarcomas de Kaposi numa população semelhante em Nova

Iorque. A identificação do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) como o

agente causador da SIDA em 1983/1984 foi rapidamente seguida pela

caracterização do vírus e das células alvo que infecta e pela elucidação das

consequências da infecção. Em 1985, kits de diagnóstico foram desenvolvidos

para a detecção de anticorpos do HIV. Em 1987, a zidovudina (AZT), o primeiro

agente antiretroviral foi aprovado pela Food and Drugs Administration nos

Estados Unidos para tratamento da infecção.

O HIV é um vírus que ataca o sistema imunitário, dificultando a sua

tarefa de protecção do corpo contra infecções e doenças. O estado último e

mais severo desta infecção é a SIDA, a Síndrome da Imunodeficiência

Adquirida. O vírus é transferido através do sangue e fluidos corporais. O

sangue, sémen, secreções vaginais, leite materno e saliva (embora em porções

diminutas, no último caso) de um indivíduo infectado possuem o vírus ou

células infectadas com o mesmo. Logo, o HIV pode ser transmitido por

relações sexuais desprotegidas, partilha de agulhas, transfusão de sangue ou

produtos sanguíneos que não tenham sido desleucocitados, verticalmente

(entre mãe e feto), durante um parto natural e amamentação.

Embora inicialmente se tenha restringido a homossexuais sexualmente

activos em grandes cidades dos Estados Unidos, a infecção e a doença não

têm preferência quanto ao sexo, pelo que neste momento, em todo o mundo, a

transmissão entre heterossexuais é a mais comum. Até ao ano 2000, os

homossexuais e utilizadores de drogas endovenosas constituíam os grupos

mais infectados nos Estados Unidos. Contudo, o maior aumento da taxa de

incidência de SIDA encontrava-se então em mulheres heterossexuais e

minorias, Americanos de origem Africana e Hispânicos. A transmissão do vírus

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via transfusão de sangue foi virtualmente eliminada através de testes aos

dadores e produtos sanguíneos. A eficiência da transmissão vertical pode ser

grandemente diminuída se a mãe aderir a uma terapia antiretroviral, não

amamentar o bebé e recorrer a um parto por cesariana. Apesar de tudo, esta

epidemia encontra-se espalhada em todo o mundo.

Em 1996 estimou-se que 22,6 milhões de pessoas estavam infectadas

em todo o mundo, das quais 21,8 milhões eram adultas e 380.000 crianças. A

Organização Mundial da Saúde estimou que no período entre 1981 e 1996

mais de 8,4 milhões de adultos e crianças desenvolveram a doença. Estimou-

se também que no mesmo período 6,4 milhões de mortes foram causadas pelo

vírus HIV.

Virologia

O HIV é um retrovírus com invólucro da família dos lentivírus.

Encontram-se descritas duas estirpes de HIV, o HIV-1, prevalente na África

Central, Estados Unidos, Europa e Austrália, e o HIV-2, mais comum na África

Ocidental e nalgumas partes da Europa. O HIV-1 é a estirpe mais virulenta. O

HIV-2 tem um período de latência maior que o HIV-1 desde o momento da

infecção até ao desenvolvimento de sintomas e uma taxa mais baixa de

transmissão vertical.

O HIV é caracterizado por um alto grau de variabilidade genética que

resulta da rápida acumulação de mutações e de recombinações. O HIV-1 pode

ser dividido em três grupos: grupo O, grupo M e grupo N. A maioria das

sequências analisadas pertence ao grupo M. O grupo M é composto por nove

subtipos filogeneticamente distintos, os subtipos A, B, C, D, F, G, H, J e K.

Figura 3 – HIV.

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O core viral contém duas cadeias simples idênticas de RNA genómico

(ácido ribonucleico) e três enzimas: integrase, protease e transcriptase reversa

(RT). O invólucro, que é derivado da membrana celular da célula hospedeira,

possui glicoproteínas virais, como gp120 e gp41, que são críticos para a

infecção.

O gp120 tem uma elevada afinidade para os marcadores de superfície

CD4, ou seja, células que expressam estes marcadores, como as células T

helper, e macrófagos/monócitos e células dendríticas que também expressam

um menor nível de CD4, tornando-se alvos potenciais para este vírus.

História natural da infecção pelo HIV

Infecção primária

O HIV liga-se a receptores e co-receptores presentes nas membranas

das células-alvo. A CD4, presente em linfócitos T auxiliares, macrófagos,

células de Langerhans e células dendríticas, funciona como um receptor. O

CCR5 e o CXCR4, receptores de quimiocinas presentes nessas células,

actuam como co-receptores para o HIV, favorecendo a ligação entre o vírus e a

membrana celular. O CXCR4 é um co-receptor para as estirpes com tropismo

para linfócitos T CD4+, enquanto o CCR5 actua como co-receptor para estirpes

com tropismo para macrófagos, sendo que a ausência de expressão ou

alteração destes receptores dificulta a ligação do HIV à célula-alvo.

Após a entrada e a fusão com as células-alvo os vírus migram em 2 dias

por canais linfáticos, iniciando a replicação viral. Os vírus são libertados no

sangue periférico 5 dias depois, disseminando-se pelo organismo. A infecção

primária ou aguda é caracterizada por manifestações clínicas relacionadas à

replicação viral ou activação do sistema imune pela entrada do HIV no

organismo, 2 a 4 semanas após a contaminação, nomeadamente por febre,

linfadenopatia, cefaleias, mialgia, atralgia, anorexia, náusea, vómitos, diarreia e

exantema maculopapular eritematoso, cessando em 30 dias. A infecção

primária sintomática mais severa e duração superior a 14 dias relaciona-se

com uma progressão rápida da doença. Os exames laboratoriais demonstram

uma diminuição temporária na contagem de células T CD4+, e elevados níveis

de carga viral.

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Seroconversão

Só ocorre cerca de 3 meses após a infecção, pelo que antes disso os

testes serológicos de detecção de anticorpos anti-HIV não conseguem

diagnosticar o paciente infectado devido à pequena quantidade de anticorpos

produzida. Este “período de janela” pode durar até 6 meses contudo existem

registos de casos em que este período se prolongou até 3 anos após a

infecção inicial.

Infecção crónica assintomática

Pode durar meses ou anos, sendo que o paciente se apresenta

clinicamente assintomático e não apresenta achados ao exame físico, excepto

no caso de linfadenopatia persistente generalizada (LPG), definida como um

aumento dos gânglios linfáticos. A replicação viral é muito activa, ocorrendo a

destruição diária de 109 linfócitos CD4+: a sua morte é quase contrabalançada

pela sua substituição. O tempo de semi-vida do HIV no plasma é de cerca de 6

horas sendo que aproximadamente 30% da carga viral evidencia um declínio

nessa população, atingindo 780céls/mm3 seis meses após a seroconversão e

670 céls/mm3 é renovada diariamente enquanto que a renovação de linfócitos

CD4 só atinge 6 a 7% do seu total no mesmo período. O paciente que antes da

seroconversão possuía uma contagem média de CD4 de 1000 céls/mm3, após

um ano verá a sua taxa de linfócitos CD4 decair em média de 30 a 90

céls/mm3 por ano.

Infecção sintomática

A produção de anticorpos deixa de ser suficiente, permitindo que a o

acentuar da replicação viral e a infecção e destruição de cada vez mais células

CD4. Nesta fase, com a contagem de linfócitos T CD4+ numa faixa de 499 a

200 céls/mm3, algumas doenças oportunistas como a candidíase bucal e a

leucoplasia pilosa, e sintomas como febre e diarreia (com duração superior a

um mês) começam a aparecer.

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SIDA

Apresentando contagem de linfócitos T CD4+ abaixo de 200 céls/mm3

,

ou doenças listadas na categoria C do sistema de classificação da infecção

pelo HIV do Centers for Disease Control & Prevention (CDC) de 1992, o

paciente atinge o estado de SIDA. O período compreendido entre a infecção

pelo HIV e o diagnóstico de SIDA é, em média, de 10 anos, sendo que o

paciente apresenta um diagnóstico clínico definidor de SIDA 12 a 18 meses

após uma contagem de linfócitos T CD4+ inferior a 200 céls/mm3

, caso não

receba tratamento anti-retroviral.

Tabela 2 – Infecções oportunistas mais comuns em pacientes de SIDA.

Pneumonia por Pneumocystis carinii

Toxoplasmose

Infecção disseminada por Mycobacterium tuberculosis

Infecção por Herpes Simplex Vírus

Infecção disseminada por citomegalovírus

Meningite por Cryptococcus neoformans (fungo)

Figura 4 – Diagrama esquemático do decurso da infecção viral.

Infecção avançada

Nesta fase os pacientes possuem uma contagem de CD4+ inferior a 50

céls/mm3. Estes pacientes têm uma expectativa de vida limitada. Na

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Efeitos da Massagem Terapêutica em Seropositivos de HIV/SIDA

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deficiência generalizada da resposta imune todos os sistemas do corpo cedem.

A depleção do sistema imune circulante reflecte-se na imunidade celular e,

consequentemente, no aparecimento de infecções oportunistas.

Diagnóstico

O protocolo habitual para a detecção do HIV-1 consiste na execução de

um ensaio imunoenzimático (ELISA) a que, caso o resultado seja positivo, se

segue um Western Blot confirmatório, sendo ambas sensíveis, fiáveis e uma

relação custo-eficácia aceitável. Pode ainda ser detectado por detecção directa

do vírus no sangue em cultura ou pela detecção do antigénio viral p24, contudo

ambos têm uma sensibilidade apenas moderada, e a cultura é tecnicamente

difícil e consome demasiado tempo, chegando a requerer um mês para a

identificação do vírus.

Achados Imunológicos e outros parâmetros alterados

Cortisol

É uma hormona envolvida na resposta ao stresse, e contribui para o

aumento da pressão arterial e hiperglicémia, além da supressão do sistema

imune. Os seus níveis sanguíneos variam ao longo do dia, sendo mais

elevados de manhã e mais baixos à noite, horas após o início do sono.

Mudanças no padrão de secreção de cortisol foram observadas associadas a

níveis anormais de ACTH (Hormona Adenocorticotrópica – estimula a glândula

adrenal, onde o cortisol é sintetizado), depressão, stresse psicológico ou

fisiológico (hipoglicémia, febre, medo, cirurgia e dor) e temperaturas extremas.

A sua secreção crónica contribui para a perda muscular e hiperglicémia e

supressão de respostas inflamatórias e imunes, logo níveis reduzidos de

cortisol, suspeito de contribuir para a destruição de células do sistema imune,

são considerados como uma melhoria do sistema imune sobretudo para

pacientes com patologias relacionadas com o mesmo.

Beta-2-microglobulina

A beta-2-microglobulina (b2M) é uma pequena molécula presente na

superfície de linfócitos e macrófagos, fazendo parte do HLA. Aumenta na fase

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aguda da infecção por HIV-1 e ainda mais ao longo da progressão da doença.

É um marcador da activação lindocitária.

Neopterina

É uma molécula de baixo peso molecular produzida pelos macrófagos.

Os seus níveis encontram-se elevados em todos os indivíduos infectados por

HIV, comportando-se como a beta-microglobulina, sendo um indicador não

específico desta patologia.

Antigénio p24

É libertado durante a replicação viral e aparece no soro duas a três

semanas após a infecção antes que apareçam os anticorpos. Desaparece após

a primo-infecção e só reaparece no estado de SIDA.

Carga viral

É um marcador mais precoce que a diminuição dos CD4+. Uma carga

viral persistente após a seroconversão de mais de 10.000 cópias de RNA/mL

está associada a um risco significativo de evolução para SIDA. Uma carga viral

superior a 30.000 cópias de RNA/mL impõe a implementação de um

tratamento.

Tabela 3 – Outras alterações imunológicas induzidas pela infecção do HIV.

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Efeitos da Massagem Terapêutica em Seropositivos de HIV/SIDA

Mónica Fonseca Lima 18

EFEITOS TERAPÊUTICOS DA MASSAGEM EM SEROPOSITIVOS DE HIV

Estudos

Michael Ruff, imunologista e professor da Faculdade de Medicina da

Universidade de Georgetown acredita que a massagem reduz o stresse,

aliviando danos causados por hormonas do stresse, o cortisol em particular.

Um estudo demonstrou que 80% da doença é induzida por stresse, por isso se

a massagem terapêutica pode reduzir o stresse, pode igualmente melhorar o

sistema imunitário contra a doença (Toups, 1999)

Como já pudemos constatar, nesta desordem do sistema imunitário

ocorre destruição de células do sistema imune por parte de células virais.

Esperava-se que a massagem terapêutica atenuaria o HIV porque esta diminui

o cortisol em muitas situações (Rich, 2002) e este elimina células NK (Ironson

et al., 1996), que por sua vez eliminam células virais (Whiteside & Herberman,

1989). Seguidamente são apresentados vários estudos cujos dados sugerem

que a massagem terapêutica afecta a função imunitária de forma positiva nesta

patologia, e sobre outras terapêuticas alternativas.

Massagem

Um estudo de Langewitz et al. (1994), tal como outros, demonstra a

importância que as terapias alternativas têm no alívio da dor e contra a

depressão características nestes pacientes. Neste estudo com 100 pacientes

seropositivos para HIV, 56 pacientes utilizavam terapias alternativas e

psicoterapia, para «fortalecer o corpo e a sua resistência» e ainda como um

«suplemento da terapia convencional», esperando atrasar a progressão da

doença e aliviar sintomas. Os utilizadores destas terapias não convencionais

demonstraram ser menos ansiosos e mais depressivos que os não-utilizadores.

No seu estudo de 1996, Ironson et al. descobriram que 29 homens

homossexuais (20 HIV-positivos e 9 HIV-negativos) sofreram diminuições

significativas nos seus níveis de ansiedade (correlacionados de forma

significativa com o aumento do número de células NK), hormonas de stresse,

entre as quais o cortisol, e ainda diminuição do nível de catecolaminas, após

receberem, durante um mês, 45 minutos de massagem diária. Verificaram

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Efeitos da Massagem Terapêutica em Seropositivos de HIV/SIDA

Mónica Fonseca Lima 19

aumentos significativos na contagem de células NK e sua citotoxicidade,

células CD8 solúveis e subconjunto citotóxico de células CD8. Não se

verificaram alterações nos marcadores de progressão da doença (CD4, razão

CD4/CD8, beta-2-microglobulina, neopterina).

Birk et al. efectuou um estudo sobre os efeitos da massagem terapêutica

em si e também em combinação com outras terapias alternativas, tendo-se

sujeitado os participantes durante 3 meses em diferentes dias da semana a:

uma massagem de corpo inteiro de 45 minutos por semana; massagem

semelhante e exercício aeróbico bissemanal; massagem semelhante e gestão

de stresse, uma vez por semana. Todos os indivíduos eram seropositivos, não-

hospitalizados, e com contagens de CD4+ superiores a 200 células/μL.

Concluiu-se que a massagem não influencia os valores de CD4+, CD8+, razão

de CD4/CD8 e NK, mas que quando associada a gestão de stresse leva a uma

alteração favorável da percepção de saúde que os indivíduos têm, levando a

uma menor utilização dos recursos de cuidados de saúde, reduzindo esses

custos.

Outro estudo mais recente demonstrou, em seropositivos-HIV, uma

melhoria das contagens de CD4+ de indivíduos sujeitos apenas a acupunctura,

apenas a massagem, e a ambas, quando comparados com o grupo de controlo

(que não recebeu esses cuidados). Os sujeitos tratados classificaram a sua

experiência (subjectiva) como «muito positiva». (Henrickson, 2001)

Num outro estudo foram recrutados adolescentes seropositivos para

receberem massagem terapêutica ou relaxamento muscular progressivo,

bissemanalmente durante 12 semanas. Os adolescentes que receberam

massagens terapêuticas afirmaram sentirem-se menos ansiosos. Verificou-se

ainda um aumento no número de células NK e de CD56+CD3-. Os marcadores

imunológicos de progressão da doença (razão CD4/CD8 e número de CD4)

sofreram um aumento positivo apenas para o grupo referido. (Diego et al.,

2001)

Um dos estudos mais recentes e relevantes foi feito em 2005 por Shor-

Posner et al., aplicado a crianças dominicanas de 2 a 8 anos infectadas com

HIV-1, que foram divididas em dois grupos: o que recebeu massagens e o

grupo de controlo. As crianças do primeiro grupo receberam, bissemanalmente,

uma massagem administrada por uma enfermeira durante 20 minutos, que

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Efeitos da Massagem Terapêutica em Seropositivos de HIV/SIDA

Mónica Fonseca Lima 20

consistiu em deslizamentos com uma compressão moderada e amassamento

dos músculos usando um óleo simples (sem adição de essências), ao longo

das 12 semanas em que decorreu o estudo. O grupo de controlo recebeu

visitas bissemanais da enfermeira, que consistiram em leituras, conversas e

jogos. Verificou-se que as crianças do grupo de controlo sofreram um declínio

na contagem de linfócitos CD4/T helper e linfócitos CD8/T citotóxicos,

concluindo-se que a massagem terapêutica poderá ser uma alternativa viável

na manutenção da imunocompetência em milhares de crianças que não têm

acesso a terapêutica antiretroviral.

Foi igualmente efectuado um estudo de massagem com gelo, mas em

pacientes de SIDA que sofriam de neuropatia, uma forma única de dor crónica

que afecta cerca de 50% dos pacientes de SIDA. Este estudo procurou

examinar os efeitos da massagem com gelo para reduzir a dor neuropática e

melhorar a qualidade do sono destes pacientes. Os três tratamentos

consistiram em massagem com gelo, massagem com toalha seca e presença.

Embora os resultados deste estudo tenham sido negativos, os pacientes

referiram uma diminuição na dor ao longo do tempo relativamente à massagem

com gelo e com a toalha. (Ownby, 2006)

Outras terapias alternativas

Toups (1999) refere ainda outras terapias e modalidades de massagem

favoráveis para seropositivos de HIV e pacientes de SIDA, nomeadamente a

massagem sueca, terapia neuromuscular, massagem a tecidos

profundos, shiatsu, acupunctura e terapia por pontos-gatilho, algumas das

quais serão sucintamente abordadas neste trabalho. Chavez (1995) refere que

a acupunctura é particularmente positiva no caso de neuropatias em

seropositivos de HIV.

Galantino et al. demonstraram, ao utilizar electroacupunctura não-

invasiva de baixa voltagem em pacientes de HIV/SIDA que sofriam de

neuropatia induzida por antiretrovirais, que esta terapia é eficaz na melhoria do

bem-estar e condição física destes pacientes.

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Efeitos da Massagem Terapêutica em Seropositivos de HIV/SIDA

Mónica Fonseca Lima 21

TERAPIAS PARA SEROPOSITIVOS DE HIV/SIDA

Massagem terapêutica

A palavra massagem tem origem na francês «massage» que deriva de

«masser», amassar, pelo que poder-se-á interpretar a massagem como o

processo de amassamento que se executa nos músculos e, dada a variedade

de técnicas existentes e seus resultados, poder-se-á considerar como

massagem todas as operações de roçar, friccionar, amassar, bater ou

pressionar que se efectuam numa zona ou na totalidade do corpo para nele

provocar reacções de efeito terapêutico ou estético. Independentemente da

técnica utilizada a finalidade é sempre beneficiar o cliente.

De acordo com Podder, não há grandes diferenças entre a massagem e

a massagem terapêutica. Ao usar o toque, pressões, fricções e outras técnicas

para provocar bem-estar no indivíduo, estamos a praticar a arte da massagem.

Mas, quando as mesmas técnicas são utilizadas de uma forma científica,

considerando a localização de determinados músculos, pontos de tensão e

outras características anatómicas e fisiológicas, a massagem toma o nome de

terapêutica. A massagem terapêutica consiste na manipulação sistemática de

tecidos moles para os normalizar, procurando que o corpo se cure por si

mesmo, aumentando o seu bem-estar e saúde. Walker acrescenta que o

objectivo da massagem é libertar pontos de tensão. Outros autores, como

Travassos, consideram que a massagem terapêutica, ou massoterapia,

«consiste num conjunto de movimentos (ou manobras) mecânicos executados

com lógica para fins terapêuticos».

Massagem sueca

A massagem sueca evoluiu graças ao trabalho de Pehr Henrik Ling e

Johann Metzger no princípio do século XIX, e é a base de muitas das

massagens do mundo ocidental. De uma forma geral, o seu trabalho aplica-se

à pele e músculos, e procura aumentar a circulação sanguínea e linfática e

aliviar dores por músculos tensos ou sobre esforçados. Óleos de massagem ou

pó de talco são os mais utilizados para reduzir a sensação de fricção.

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Claire refere que os benefícios deste tipo de massagem são, além de

terapêuticos, físicos, mentais e emocionais, promovendo o relaxamento através

da libertação de endorfinas e encefalinas, neurotransmissores (substâncias

químicas produzidas pelos neurónios, por meio das quais enviam informações

a outras células) que reduzem a dor e induzem relaxamento, combatendo o

stresse. Melhora a circulação sanguínea e linfática, que controla a resposta

imune, contribui para a eliminação de desperdícios, como o ácido láctico, de

músculos cansados para aliviar a dor, e combate as adesões no tecido

cicatricial, restaurando mobilidade e flexibilidade.

Técnicas principais da massagem sueca

Effleurage e deslizamentos

«A effleurage é um deslizamento, profundo ou superficial que, na

direcção do coração, melhora a circulação da linfa e sangue, assim como a

nutrição e funcionamento dos músculos.» (West, 1990)

Figura 5 – Effleurage.

Petrissage

Também designada por amassamento, é a técnica em que o terapeuta

age sobre a pele, tecidos subcutâneos e músculos. É fundamental um pré-

relaxamento muscular, inicia-se este tipo de manipulação com uma pressão de

média intensidade que vai aumentando até atingir a camada tecidular mais

profunda.

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Efeitos da Massagem Terapêutica em Seropositivos de HIV/SIDA

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Tapottement

O Tapottement é uma técnica de massagem constituída por movimentos

de percussão sucessivos, curtos, rápidos e ritmados. A variação da sua

frequência pode ter um efeito tonificante.

O efeito mecânico desta técnica quando aplicada na região torácica promove a

libertação do muco que se encontra nas vias respiratórias e consequente

expulsão do mesmo.

Vibrações

O terapeuta pressiona as suas mãos nas costas ou membros do

paciente, com os cotovelos bloqueados, e aplica pequenas oscilações,

produzindo um efeito vibratório que atravessa os tecidos a serem tratados.

Aumenta a circulação e aumenta o poder de contracção dos músculos.

Terapia por Pontos Gatilho ou Mioterapia

Em 1980, Bonnie Prudden introduziu esta terapia que se concentra em

pequenas áreas de tensão. O objectivo da mioterapia é eliminar estes pontos

gatilho que são pontos extremamente irritáveis no músculo e que contribuem

para a dor. São como pequenas pedras ou áreas de grande dureza no tecido,

das quais o indivíduo nem sempre se apercebe. Estes pontos gatilho são

colocados nos nossos corpos durante as nossas vidas em virtualmente

qualquer área do nosso corpo por tensões, acidentes, doenças e certas

posturas. Prudden afirma que até mesmo o trauma do nascimento pode colocar

pontos gatilho no sistema muscular do corpo. Estes pontos permanecem

dormentes até que as condições físicas e/ou emocionais correctas os activem,

causando espasmos musculares nos músculos afectados.

Os pontos gatilho podem ser localizados por técnicas de pesquisa, em

que os dedos e o polegar exploram uma extensa área, procurando estes

pontos pequenos pontos tensos, aplicando uma pressão estável ao mesmo, ou

ainda injecções de CO2. Este método é bastante eficaz a libertar ou aliviar

tanto estes pontos como as áreas circundantes da tensão. Por vezes estes

pontos são sensíveis ao toque, pelo que será necessário moderar a pressão

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Efeitos da Massagem Terapêutica em Seropositivos de HIV/SIDA

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aplicada, sendo possível que apenas uma sessão não seja suficiente para

relaxar um ponto gatilho.

É por vezes incorporada noutros tipos de massagem terapêutica como a

terapia neuromuscular ou mesmo a massagem sueca.

Terapia Neuromuscular

A Terapia Neuromuscular é uma técnica abrangente de manipulação

muscular profunda, baseada nas leis neurológicas que explicam como o

sistema nervoso central age para manter a homeostase, o equilíbrio do corpo.

Da mesma forma, essas mesmas leis mostram como o sistema nervoso central

inicia a resposta de dor. A Lei de Arndt estabelece como a dor se origina no

corpo: "diferentes níveis de estímulo nervoso afectam a actividade fisiológica".

Na homeostase, a transmissão de estímulos nervosos é muito lenta. Lesões,

traumas, distorções posturais ou stress aceleram a transmissão nervosa,

inibindo o equilíbrio e tornando o corpo vulnerável à dor e disfunção. Sabe-se

também que a vida moderna transformou a nossa necessidade de movimento,

forçando o corpo a adaptar-se a um novo estilo de vida. Os músculos não

utilizados encurtam-se por falta de movimento e, quando solicitados a realizar

qualquer movimento considerado fora do padrão normal, a musculatura

responde, com stresse, dor e desconforto. Através da dor promovem-se

posturas adaptadas e inadequadas, contribuindo para a expressão de

disfunção.

Esta terapia vai permitir a reversão deste ciclo de stresse-tensão-dor:

- Interrompe os impulsos enviados à coluna vertebral

- Reduz a intensidade da actividade nervosa dentro dos tecidos musculares

- Força mecanicamente a saída de toxinas acumuladas nos pontos de

recepção nervosa.

- A musculatura relaxa, a circulação aumenta e o corpo retorna a integridade e

ao equilíbrio neuromuscular normal.

Massagem dos tecidos profundos

Esta técnica é definida por Riggs (2002) como «a compreensão das

camadas do corpo, e da capacidade de trabalhar com o tecido nestas camadas

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Mónica Fonseca Lima 25

para relaxar, alongar e libertar padrões estruturais da forma mais eficiente e

eficaz do ponto de vista energético possível». Considera-se não existir

nenhuma linha de separação concreta entre a massagem “normal” e a

massagem de tecidos profundos, podendo caracterizar-se tecnicamente pela a

profundidade da pressão, velocidades das manobras efectuadas, ou pelo uso

do cotovelo e nós dos dedos, variando consoante o terapeuta, enquadramento

e cliente, focando-se principalmente na alteração da estrutura e de restrições

musculares, originando um maior grau de relaxamento e alívio de dor. Em

suma, usa movimentos lentos, pressão directa e fricção.

Travassos (2003) define esta massagem como «uma técnica que tem

como objectivo detectar e tratar tensões crónicas nos músculos mais profundos

(…) e tem como princípio básico melhorar a circulação do sangue, reduzir a dor

e libertar a tensão para que o corpo recupere a sua integridade e equilíbrio

neuromuscular».

Os tecidos são trabalhados de forma lenta e profunda – quanto maior a

resistência, dor ou tensão muscular, mais lentamente se trabalha. Considera-se

que o stresse existente em músculos tensos e inflexíveis se manifesta na

ligação do tendão ao músculo, que é relaxado ao suavizar a inserção. Não

significa que o restante músculo não seja trabalhado, mas perde-se menos

tempo nesse trabalho.

Crioterapia

A crioterapia é o uso do frio para tratar traumatismos agudos, lesões

subagudas e dor crónica.

Ao aplicar o frio à pele, os vasos cutâneos contraem-se cada vez mais

até uma temperatura de aproximadamente 15ºC, atingindo assim um pico

máximo de vasoconstrição. Esta vasoconstrição provém primariamente do

aumento de sensibilidade dos vasos à estimulação nervosa, porém

provavelmente também provenha de um reflexo que chega à medula e

regressa até os vasos sanguíneos.

Com temperaturas inferiores a 15ºC, os vasos começam a dilatar-se.

Esta vasodilatação depende de um efeito local directo do frio sobre os próprios

vasos, provavelmente paralisia do mecanismo contráctil da parede vascular ou

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Efeitos da Massagem Terapêutica em Seropositivos de HIV/SIDA

Mónica Fonseca Lima 26

um bloqueio dos impulsos nervosos dos mesmos. Com uma temperatura

próxima a 0ºC, os vasos atingem sua máxima vasodilatação (reacção

defensiva local ou termogénica).

Aplica-se através de gelo, água fria ou gelada, massagem com gelo,

aerossóis químicos e banhos de contraste.

Massagem com gelo

É uma técnica utilizada para reduzir edemas, dor local, inflamação e

espasmos musculares, sendo bastante útil nos pacientes de SIDA com

neuropatia. Consiste na aplicação local de frio ao massajar a zona com um

cubo de gelo numa pequena área como um tendão ou músculo, o que pode ser

feito congelando uma espátula em conjunto com um copo de água, como se vê

na figura.

Figura 6 – Massagem com gelo.

ELECTROACUPUNCTURA

A acupunctura baseia-se no facto de que a energia vital circula no corpo

humano através de doze canais, chamados meridianos, seis de polaridade

negativa, os Ying e seis de polaridade positiva, os Yang.

Para se promover uma boa circulação desta energia, recorre-se à

palpação dos pulsares chineses (seis), situados na parte plana (interior) dos

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Efeitos da Massagem Terapêutica em Seropositivos de HIV/SIDA

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pulsos, em três regiões diferentes. A estimulação destes pontos resulta numa

regulação da energia e tem um poder curativo e preventivo.

Existem vários métodos de estimulação: a agulha, mais divulgada no

Oriente; e a massagem ou Shiatsu. O Ocidente desenvolveu uma nova técnica:

a electroacupunctura.

A electroacupunctura consiste na difusão de descargas eléctricas de

baixa potência, durante curtos períodos de tempo, sobre zonas de

acupunctura. É uma forma de TENS (Estimulação Neuroeléctrica Trans-

cutânea), na medida em que tem como objectivo principal o tratamento da dor

por estimulação eléctrica dos pontos nervosos sensitivos dos músculos. A

principal diferença reside na utilização de eléctrodos que penetram no corpo,

as agulhas de acupunctura, tornando esta técnica corporalmente invasiva para

o seu utilizador. O uso das agulhas permite concentrar a estimulação nos

pontos nervosos sensitivos musculares, aumentando ao mesmo tempo a

profundidade de actuação dos estímulos no músculo, uma vez que o eléctrodo

penetra neste. Estes dois efeitos levam a que os impulsos eléctricos aplicados

ao músculo sejam menores que nas unidades de TENS (correntes com

amplitudes que podem variar entre os A e alguns mA), com frequências de

onda que podem ir de 1 a 1000Hz. As frequências mais baixas (normalmente

até aos 20Hz) têm principalmente um efeito tonificante dos músculos, enquanto

que a utilização de frequências mais altas (a partir de cerca de 50Hz) tem como

objectivo principal bloquear a dor, actuando assim como analgésico.

Figura 7 – Aparelho de Acupunctura.

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Efeitos da Massagem Terapêutica em Seropositivos de HIV/SIDA

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CONCLUSÃO

De acordo com os estudos efectuados em seropositivos de HIV e

doentes de SIDA, a massagem terapêutica aumenta, de forma positiva, e de

uma maneira geral, o número de células assassinas NK, células T helper e T

citotóxicas. Reduz a dor neuropática (no caso da massagem com gelo e

electroacupunctura) e os níveis de cortisol, ansiedade e stresse, algo muito

importante nos seropositivos de HIV e pacientes de SIDA, pelo que a

massagem terapêutica é um complemento positivo às terapias antiretrovirais na

manutenção da imunocompetência do indivíduo, não só relativamente aos

níveis de linfócitos CD4+, visto que a preservação das restantes populações é

igualmente importante: níveis mais elevados de linfócitos T citotóxicos

protegem o organismo contra a infecção e também da progressão da doença.

Restaurar e preservar a função imune é um componente chave para

gerir a doença/infecção e o papel da massagem terapêutica e outras terapias

como um auxílio na manutenção da imunocompetência e maior conservação

dos linfócitos CD4, CD8 e CD3 oferecem esperança a todos os afectados por

esta patologia.

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Efeitos da Massagem Terapêutica em Seropositivos de HIV/SIDA

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Efeitos da Massagem Terapêutica em Seropositivos de HIV/SIDA

Mónica Fonseca Lima 33

Zambrini, R (s.d.) DST – Doenças Sexualmente Transmissíveis [Em linha]

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