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PAULO RENATO BIF DA SILVA EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO NA DOENÇA DE PARKINSON Tubarão 2008

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PAULO RENATO BIF DA SILVA

EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO NA DOENÇA DE PARKINSON

Tubarão

2008

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PAULO RENATO BIF DA SILVA

EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO NA DOENÇA DE PARKINSON

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção de grau de Bacharel em Fisioterapia

Professor Orientador: Msc. Jucélia Jeremias Fortunato

Tubarão

2008

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à ciência e seus

pesquisadores, incessantes na busca de novas

descobertas para melhorar o mundo.

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AGRADECIMENTOS

A meus pais, que abdicaram de muitos de seus sonhos em prol dos meus;

por dar-me a oportunidade de chegar aonde cheguei; pelo amor, apoio e dedicação

incondicionais; pela educação que me deram.

Ao professor Aderbal Aguiar, que mesmo afastado, continuou a me orientar

ao longo do trabalho.

À professora Jucélia Jeremias, que aceitou orientar esse trabalho na metade

de seu desenvolvimento.

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RESUMO

A Doença de Parkinson é uma afecção neurológica que afeta os neurônios

dopaminérgicos dos gânglios da base do cérebro. A síndrome caracteriza-se por afetar a

população idosa e por deixar seqüelas como bradicinesia, déficits cognitivos,

instabilidade de tronco e alterações da marcha. O exercício físico em intensidades

adequadas vem se tornando um método importante de prevenção e tratamento da DP.

Em vários estudos são descritos os efeitos neuroprotetores e aumento da

neuroplasticidade com a intervenção do exercício. O seguinte trabalho teve como

objetivo principal avaliar os efeitos do exercício voluntário em ratos submetidos a um

modelo de parkinsonismo por MPTP. O estudo contou com 4 grupos de 4 animais,

sendo que um grupo recebeu salina e não treinou, outro grupo recebeu salina e treinou,

outro grupo recebeu MPTP e não treinou, e o último grupo recebeu MPTP e treinou. Os

testes utilizados avaliaram memória e atividade motora. Os dados foram analisados

através do método estatístico ANOVA two-way com p<0,05. A análise dos dados

mostrou que o grupo que recebeu MPTP e não praticou exercício obteve um resultado

significativamente inferior ao grupo que recebeu MPTP e treinou no teste da memória.

No teste de atividade motora, não houve diferença significativa entre os grupos. Em

conclusão, o exercício conseguiu prevenir danos cognitivos aos animais submetidos ao

parkinsonismo. Novos estudos poderiam ser desenvolvidos com objetivo de avaliar o

exercício como prevenção a danos da atividade motora causados pela Doença de

Parkinson.

Palavras-Chave: Doença de Parkinson; exercício físico; memória.

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ABSTRACT

The Parkinson's disease is a neurological disorder that affects the dopaminergic neurons

of the basal ganglia of the brain. The syndrome is characterized by affecting the elderly

population and to cease sequels as bradykinesia, cognitive injurys, instability of trunk

and changes in gait. The exercise at adequate intensities comes becoming an important

method of prevention and treatment of PD. In several studies are described the

neuroprotective effects and increased neuroplasticity with the intervention of exercise.

The following work aimed to evaluate the effects of voluntary exercise in rats subjected

to a model of parkinsonism by MPTP. The research involved 4 groups of 4 animals,

with one group received saline and not trained, another group received saline and

trained, another group received MPTP, not trained, and the last group received MPTP

and trained. The tests evaluated memory and motor activity. The data were analyzed

using the statistical method ANOVA two-way with p<0.05. Data analysis showed that

the group that received MPTP and don’t engage in exercise obtained a result

significantly lower than the group that received MPTP and trained on test of the

memory. The testing of motor activity there was no significant difference between

groups. In conclusion, the exercise warned cognitive damages to the animals underwent

to parkinsonism. Further studies could be developed to evaluate the exercise to prevent

damage to the motor activity caused by Parkinson's disease.

Keywords: Parkinson’s disease; physical exercise; memory.

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LISTA DE ABREVIATURAS

◌C - Graus Celsius

µg - Microgramas

µl - Microlitros

MPTP - 1-metil-4-fenil-1,2,3,6-tetrahidropiridina

ATP - Adenosina trifosfato

AVE - Acidente vascular encefálico

CAMD - Colégio Americano de Medicina Desportiva

DP – Doença de Parkinson

EUA – Estados Unidos da América

hs - Horas

i.c.v. - intracerebroventricular

kg - Quilogramas

LDL – Low Density Lipoproteins

mg - Miligramas

min - minutos

ml - Mililitros

MPDP+ - 1-metil-4-fenil-diidropiridinium

MPP+ - 1-metil-4-fenilpiridinium

MPTP - 1-metil-4-fenil-1,2,3,6-tetrahidropiridina

MOA-B - monoamino oxidase tipo B

SNC - Sistema Nervoso Central

UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Mecanismo de ação do MPTP.. ............................................................................ 11

Figura 2: Reconhecimento em Campo Aberto ..................................................................... 12

Figura 3: Labirinto Aquático de Morris ............................................................................... 13

Figura 4: Relação entre as médias de distância percorrida e tempo de exercício pelo tempo total de coleta. (ANOVA two-way, p<0,05).. ............................................................. 18

Figura 5: Relação entre as velocidades média e máxima pelo tempo. (ANOVA two-way, p<0,05)... ..................................................................................................................... 18

Figura 6: Relação entre tempo de latência e treinos no labirinto aquático. (ANOVA two-way, p<0,05 .................................................................................................................. 19

Figura 7: Média de crossings por grupo .............................................................................. 19

Figura 8: Média de rearings por grupo ................................................................................ 20

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 8

2 DEFINIÇÃO CONCEITUAL ........................................................................................ 10

2.1 DOENÇA DE PARKINSON ......................................................................................... 10

2.2 MPTP ............................................................................................................................ 10

2.3 HABITUAÇÃO EM CAMPO ABERTO ....................................................................... 12

2.4 LABIRINTO AQUÁTICO DE MORRIS ....................................................................... 13

2.5 EXERCÍCIO .................................................................................................................. 13

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA ............................................................................... 15

3.1 AMOSTRA .................................................................................................................... 15

3.2 MÉTODOS .................................................................................................................... 16

3.2.1 Indução de parkinsonismo ........................................................................................ 16

3.2.2 Avaliação da memória ............................................................................................... 16

3.2.3 Avaliação da atividade motora ................................................................................. 17

3.2.4 Pós-teste ..................................................................................................................... 17

3.3 TRATAMENTO DOS DADOS ..................................................................................... 17

4 RESULTADOS ............................................................................................................... 18

5 DISCUSSÃO ................................................................................................................... 21

6 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 24

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 25

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1 INTRODUÇÃO

A Doença de Parkinson (DP) é a síndrome extrapiramidal mais encontrada

na população idosa, representando até 2/3 dos pacientes que visitam os grandes centros

de distúrbio do movimento1, 2.

A incapacidade gerada pela Doença de Parkinson é comparável à causada

pelos acidentes vasculares encefálicos. A prevalência da DP tem sido estimada entre 85

e 187 casos por 100.000 pessoas ou 1% da população com mais de 55 anos. O início do

quadro clínico ocorre geralmente entre os 50 e 70 anos de idade3.

São vários os prejuízos cognitivos e motores causados pela DP. Dentre eles

podemos citar, respectivamente, a perda de memória e a bradicinesia como os mais

comuns e alguns dos mais incapacitantes1.

A partir do alto índice de indivíduos portadores da DP, tornou-se necessário

um modelo animal para estudo mais aprofundado dos tecidos cerebrais afetados. Foi

onde o MPTP, substância que consegue uma neurodegeneração específica de neurônios

dopaminérgicos4, evoluiu os modelos de parkinsonismo, levando a várias descobertas

importantes1.

Dentro da neurociência, mais precisamente em estudos com animais,

contamos com alguns testes que avaliam atividade motora e cognição, podendo ajudar

na elucidação de afecções como a DP. Os testes usados para avaliar memória e

atividade motora nesse estudo foram o Labirinto Aquático de Morris e o teste de

reconhecimento em campo aberto, respectivamente.

A prática regular do exercício físico vem mostrando muitos resultados

positivos no Sistema Nervoso Central (SNC) ao longo do tempo. Várias patologias,

como Parkinson4,5,6,7,8,9,10,11 e Alzheimer12 têm relacionado em seu tratamento a

atividade física regular.

Atualmente, muitos estudos vêm apresentando o exercício como prevenção e

tratamento da Doença de Parkinson, e a maioria desses trabalhos trazem resultados

positivos, tanto em humanos quanto em animais13,14.

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Levando em conta a alta prevalência1 da enfermidade, torna-se necessário

um estudo detalhando os comprometimentos motores e cognitivos e também os

benefícios que uma atividade simples e de fácil aplicação, como o exercício, pode trazer

para os pacientes com DP.

A partir dos dados levantados anteriormente, formulamos o seguinte objetivo

principal: Avaliar os efeitos preventivos do exercício nos prejuízos cognitivos e motores

de ratos induzidos ao parkinsonismo por MPTP. E os seguintes objetivos específicos:

Verificar se existe diferença entre animais que praticaram exercício e receberam salina e

animais que também receberam salina, mas que não praticaram exercício. Avaliar se o

exercício, mesmo voluntário, seria capaz de induzir uma neuroproteção.

Este trabalho foi dividido em 6 capítulos. O capítulo 1 fez uma introdução

ao tema e descreveu os objetivos. O capítulo 2 definiu conceitualmente os assuntos

abordados ao longo da pesquisa. O capítulo 3 se refere ao delineamento da pesquisa, tal

como a amostra, materiais e métodos e análise estatística. O capítulo 4 descreve os

resultados obtidos ao final do estudo. O capítulo 5 refere-se á discussão dos resultados.

O capítulo 6 trata da conclusão.

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2 DEFINIÇÃO CONCEITUAL

2.1 DOENÇA DE PARKINSON

A Doença de Parkinson (DP) resulta primeiramente da morte dos neurônios

dopaminérgicos da substância negra15,16. Atualmente, os medicamentos oferecem efeitos

contra os sintomas, mas nenhum consegue estacionar ou reverter a degeneração

nervosa. O maior obstáculo para o desenvolvimento de terapias neuroprotetoras é o

conhecimento limitado dos principais mecanismos moleculares que provocam a perda

celular. A descoberta dos genes da DP levou à hipótese de que a má-formação de

proteínas é um fato chave para a patogênese da DP16.

Até pouco tempo, as causas da DP eram atribuídas a disfunção mitocondrial

e estresse oxidativo, mas pode também ser gerada pelo acúmulo de proteínas mal-

formadas16,13. Os modelos baseados em neurotoxinas, particularmente o 1-metil-4-fenil-

1,2,3,6-tetrahidropiridina (MPTP), têm sido importantes para elucidar o mecanismo de

morte dos neurônios dopaminérgicos. Todos os estudos envolvendo indução de DP têm

uma grande importância para esclarecer incógnitas da doença, como um tratamento para

diminuir os sintomas e a vulnerabilidade seletiva dos neurônios da substância negra na

degeneração nervosa5,9,16.

2.2 MPTP

A principal característica da Doença de Parkinson é a morte progressiva dos

neurônios da substância negra, uma vez identificados como neurônios dopaminérgicos

nigroestriatais15,16. Com objetivo de compreender melhor os mecanismos fisiológicos e

fisiopatológicos da doença, o modelo animal torna-se muito útil para compreender as

alterações motoras e comportamentais causadas pela morte neuronal. A identificação de

uma toxina neural específica, o 1-metil-4-fenil-1,2,3,6-tetrahidropiridina (MPTP), que

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induz o parkinsonismo em humanos e em primatas, levou ao desenvolvimento de um

modelo animal muito importante para esta doença. A administração sistêmica de

MPTP em primatas demonstrou o surgimento de bradicinesia, rigidez, tremor, e

anormalidades posturais. Outros modelos também foram desenvolvidos, como a

aplicação de MPTP em ratos4.

Em 1982, um grupo de sete estudantes da Califórnia (EUA) fazia uso de

drogas constantemente (derivados sintéticos da heroína), e após certo tempo, alguns

desses estudantes desenvolveram um quadro de parkinsonismo1. Após sua morte, o

estudo dos tecidos cerebrais revelou a degeneração de neurônios dopaminérgicos. E o

estudo do narcótico utilizado mostrou a presença de MPTP1,9.

Figura 1: Mecanismo de ação do MPTP. Fonte: Meneses e Teive (2003)

O MPTP, por ser altamente lipofílico, após a sua administração sistêmica

cruza facilmente a barreira hematoencefálica, ganhando rapidamente acesso ao SNC. O

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MPTP, que é um composto pré-tóxico, é convertido pela monoamino oxidase tipo B

(MAO-B), dentro das células gliais e dos neurônios serotoninérgicos, para

diidropiridinium (MPDP+), o qual é posteriormente metabolizado para o metabólito

ativo 1-metil-4-fenilpiridinium (MPP+). Como o MPP+ é uma molécula polar, não pode

entrar livremente no espaço intracelular, porém através do sistema de recaptação da

dopamina, é transportado para células dopaminérgicas, onde é acumulado. O MPP+ é

então captado pela mitocôndria, onde inibe o complexo I da cadeia respiratória

mitocondrial, bloqueando a fosforilação oxidativa e a produção de ATP20, levando

assim ao processo de morte celular1.

2.3 HABITUAÇÃO EM CAMPO ABERTO

O teste de campo aberto objetiva avaliar a atividade motora do animal. Para

a realização do teste, é usada uma caixa retangular de cor branca, com três paredes de

madeira e uma de vidro para observação. O assoalho é dividido em 12 quadrados de

mesmo tamanho na disposição de 3x4. O animal é posicionado no meio da caixa e é

contabilizado o número de linhas dos quadrados que ele cruza (crossing), o número de

vezes que fica sobre as patas traseiras (rearing) e o número de vezes que ele limpa o

rosto com as patas dianteiras (grooming), isso durante cinco minutos. De acordo com a

comparação entre grupos, um baixo número de crossings e rearings confirma uma baixa

resposta á atividade motora.

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Figura 2: Reconhecimento em Campo Aberto. Fonte: Jankovic (2007).

2.4 LABIRINTO AQUÁTICO DE MORRIS

Desenvolvido em 1981, o labirinto aquático de Morris é utilizado para

avaliação da memória de longo prazo, que é um dos prejuízos causados pela DP. O teste

é realizado em um recipiente apropriado preenchido com água turva e á temperatura de

23˚ ±2, onde o rato não consiga tocar o fundo da piscina nem com a cauda. Instala-se

uma plataforma no canto do recipiente que fique á 1 cm de profundidade. São realizados

treinos, cronometrando o tempo que o animal leva para chegar à plataforma. Após um

período de aproximadamente 48 horas, é realizado o teste, que consiste em gravar o

tempo que o rato leva para nadar de um canto da piscina até o local da plataforma,

sendo avaliada a memória de longo prazo23.

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Figura 3: Labirinto Aquático de Morris. Fonte: Maurice (1996).

2.5 EXERCÍCIO

Os benefícios á saúde em geral devido ao exercício físico praticado

regularmente e de forma moderada são descritos em vários estudos. Entre esses

benefícios podemos citar a melhora do condicionamento cardiorrespiratório, melhora do

bem-estar geral e prevenção e tratamento de várias doenças, como, doença coronariana,

AVE’s, diabetes mellitus, osteoporose, artrose, artrites, obesidade, hipertensão, etc14,17.

A atividade física regular, um componente essencial do estilo de vida

saudável, recentemente tem mostrado adaptações no SNC, principalmente no

hipocampo, estrutura relacionada com a memória18.

O exercício moderado, atuando diretamente no SNC, pode apresentar

atividade preventiva e terapêutica em danos traumáticos cerebrais, como Doença de

Parkinson e Doença de Alzheimer14.

O Colégio Americano de Medicina Desportiva (CAMD) classifica o

exercício físico como uma boa prevenção e tratamento para a osteoporose, que é a perda

mineral óssea. O CAMD ainda afirma que o exercício com sustentação do peso é

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essencial para o desenvolvimento normal e a manutenção de um esqueleto sadio. As

atividades que priorizam o aumento da força muscular também podem ser eficazes,

particularmente para os ossos que não participam da sustentação do peso.

Estudos em animais têm demonstrado que o exercício protege os neurônios

de vários danos cerebrais, ativa as células neuronais e promove a neurogênese19,13,7.

A atividade física intensa provoca danos ao SNC através do estresse

oxidativo. O exercício aumenta a liberação de espécies reativas de oxigênio. Entretanto,

o próprio exercício promove a síntese e a liberação de enzimas e substratos

antioxidantes que ajudam a neutralizar os radicais livres14.

Os efeitos benéficos da atividade física são inúmeros11, contudo alguns

desses efeitos devem ser mais aprofundados e estudados para que seus resultados sejam

ainda melhores.

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA

A presente pesquisa se classifica quanto ao nível como explicativa, pois

além de serem realizadas as experiências e procedimentos com a amostra, a discussão

buscará argumentos para esclarecimento dos resultados. A abordagem é quantitativa por

se tratar de pesquisa com animais. O procedimento utilizado na coleta de dados é de

caráter experimental fatorial, pois há vários grupos e diferentes níveis de experimento,

com dois tratamentos em questão.

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16

Em pesquisa experimental sempre existe um tratamento em teste (no caso o

exercício, um tratamento preventivo), esse tratamento é aplicado a uma amostra

experimental, e em cada unidade da amostra mede-se uma variável. Todos esses fatores

caracterizam uma pesquisa do tipo experimental21.

O trabalho foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade

do Sul de Santa Catarina, CEP/UNISUL, e aprovado sob o protocolo 08.172.4.08.V.

3.1 AMOSTRA

O estudo foi realizado no Laboratório de Farmacologia da Universidade

Federal de Santa Catarina (UFSC) e contou com 16 ratos machos, raça Wistar, linhagem

C57BL6 com 5 a 7 meses de vida provenientes do biotério da (UFSC). Os animais

foram dispostos em 4 grupos de 4 ratos cada um, ocupando uma gaiola por grupo.

Todas as gaiolas dispunham de água e comida ad libitum e foram mantidos à

temperatura de 23˚C± 2 num ciclo claro-escuro de 12 horas.

Cada grupo recebeu um nome que corresponde aos procedimentos aplicados

aos animais daquela gaiola. Os animais do grupo 1 (salina) recebeu apenas salina pela

técnica de injeção intracerebroventricular22 (i.c.v.); os ratos do grupo 2 (salina

exercício) receberam salina i.c.v. e praticaram exercício na roda de correr fixada na

parede da gaiola; os animais do grupo 3 (MPTP) receberam apenas MPTP i.c.v.; e os

animais do grupo 4 (MPTP exercício) receberam MPTP i.c.v. e praticaram exercício na

roda de correr.

3.2 MÉTODOS

Os animais dos grupos 2 e 4 ficaram com as rodas de correr em suas gaiolas

durante 4 semanas, podendo praticar exercício voluntário a qualquer momento. Nessas

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gaiolas, as rodas possuíam um conta-giros para controle da velocidade atingida e

distância percorrida pelos ratos.

3.2.1 Indução de Parkinsonismo

Para o tratamento com MPTP, os ratos foram submetidos a quatro injeções

de 100ug de MPTP diluídos em 4ul de solução salina com intervalo de 2 horas a cada

injeção através do método i.c.v. Para o tratamento com salina, as injeções foram

realizadas com os mesmo parâmetros, mas sem nenhuma substância diluída. As

administrações foram feitas 7 dias antes dos testes comportamentais, para os efeitos do

parkinsonismo se manifestarem; e 1 dia após o término dos treinos nas gaiolas. Após as

injeções, as rodas de correr foram retiradas das gaiolas.

3.2.2 Avaliação da Memória

Para avaliação da memória foi utilizado o labirinto aquático de Morris. O

teste foi realizado em uma piscina circular de 80cm de diâmetro com 30cm de

profundidade, e uma plataforma de 5cm de largura com 1cm de profundidade foi

afixada no canto superior da piscina. Durante o teste, cada animal foi solto no canto

oposto à plataforma e foi cronometrado o tempo que cada um levou para chegar até a

plataforma. Esse procedimento foi realizado uma vez por dia durante quatro dias com

todos os ratos.

3.2.3 Avaliação da Atividade Motora

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Para avaliação da atividade motora foi realizado o teste de reconhecimento

em campo aberto. O teste foi realizado em uma caixa retangular com três paredes de

madeira e uma de vidro para observação. O assoalho da caixa foi dividido em 12

quadrados de 15cm de lado, na disposição de 3x4. Cada animal foi solto no centro da

caixa e foi contabilizada a distância que cada um percorreu no tempo de 5 minutos.

3.2.4 Pós-teste

Após os experimentos, os animais foram anestesiados e sacrificados por

deslocamento cervical.

3.3 TRATAMENTO DOS DADOS

Os resultados foram descritos em média ± erro padrão médio (EPM).

As análises estatísticas entre os grupos foram realizadas por meio de análise

de variância (ANOVA two-way) com post-hoc Tukey e p<0,05. O programa utilizado

para realizar a análise estatística e a confecção dos gráficos foi o STATISTIC 7.0

(StatSoft Inc., Tulsa, EUA).

4 RESULTADOS

Os resultados obtidos estão descritos nas figuras abaixo.

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Figura 4: Relação entre as médias de distância percorrida e tempo de exercício pelo tempo total de coleta. (ANOVA two-way, p<0,05).

Figura 5: Relação entre as velocidades média e máxima pelo tempo. (ANOVA two-way, p<0,05).

A Figura 4 mostra a relação das médias de distância percorrida pelos

animais, descrita em metros, e o tempo total de exercício, descrito em minutos, pelo

tempo total de coleta dos resultados dos conta-giros, descrito em dias.

A figura 5 mostra a relação entre as velocidades média e máxima, descritas

em metros por minuto (m/min), pelo tempo total de coleta dos resultados dos conta-

giros, descrito em dias.

Os valores apresentados nas figuras 4 e 5 foram coletados nos conta-giros

instalados nas gaiolas dos animais que praticaram exercício.

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Figura 6: Relação entre tempo de latência e treinos no labirinto aquático. (ANOVA two-way, p<0,05).

A figura 6 mostra a relação entre o tempo de latência, descrito em segundos,

e os treinos realizados no labirinto aquático, sendo que cada grupo está representado por

um marcador.

Figura 7: Média de crossings por grupo.

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Figura 8: Média de rearings por grupo.

As figuras 7 e 8 mostram as médias de crossings e rearings,

respectivamente, obtidos no teste de campo aberto por cada grupo de animais.

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5 DISCUSSÃO

A Doença de Parkinson caracteriza-se por apresentar um quadro clínico com

bradicinesia, rigidez articular, tremores involuntários, instabilidade postural, sialorréia,

déficit cognitivo, marcha em festinação. O diagnóstico é realizado clinicamente, sendo

que para confirmação, o indivíduo precisa apresentar bradicinesia e mais outros dois

sinais característicos1,2,3.

Os sinais de déficit cognitivo geralmente envolvem perda de memória de

curto ou longo prazo2,23, depressão, estado confusional agudo, falta de atenção e

concentração. Desse modo, a DP pode levar à demência em alguns casos, assim como

Doença de Alzheimer e doença de corpos de Lewy1.

As estruturas cerebrais afetadas pela DP incluem os núcleos da base e suas

conexões, onde se localizam o núcleo subtalâmico, os núcleos ventrais anterior e lateral

do tálamo e a substância negra. Essas regiões são responsáveis, principalmente, pela

resposta motora e planejamento de ações, tanto motoras quanto mentais, além de fazer

parte do processamento da memória1.

A DP leva a uma perda progressiva de células da substância negra, essa

degeneração resulta numa diminuição da produção de dopamina, ocasionando uma

disfunção da via nigroestriatal e, conseqüentemente, perda da dopamina estriatal.

Atualmente acredita-se que essa perda dopaminérgica em regiões específicas, como as

relacionadas com o sistema límbico e principalmente hipocampo, é que leva à

sintomatologia mnemônica24,11,23.

O hipocampo é uma estrutura muito importante em relação ao aprendizado e

armazenamento de informações de longo e curto prazo. Apesar de não fazer parte dos

núcleos da base do cérebro, a DP pode afetá-lo através da degeneração dopaminérgica,

já que o hipocampo também é estimulado por esse neurotransmissor24,25.

Analisando o gráfico da figura 6, podemos observar o tempo de latência de

cada grupo no teste do Labirinto Aquático de Morris. No primeiro treino, os animais de

todos os grupos levaram praticamente o mesmo tempo para chegar à plataforma, em

torno de 50 segundos. A mesma situação pôde ser observada no segundo treino, onde os

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animais de todos os grupos levaram cerca de 40 segundos para realizar o trajeto na

piscina. Já no terceiro treino, os animais do grupo MPTP levaram significativamente

mais tempo para realizar o teste do que os animais que receberam MPTP e praticaram

exercício, levando à conclusão de que o exercício exerceu uma atividade neuroprotetora

nos animais do grupo MPTP exercício.

Já é sabido que o exercício aeróbico melhora a saúde do SNC aumentando o

fluxo sangüíneo e os níveis de fatores de crescimento no cérebro, o que promove a

função ideal dos neurônios. Muitos dos efeitos positivos do exercício sobre o cérebro

ocorrem no hipocampo, o que confirma a prevenção para disfunções cognitivas26,27.

O exercício físico tem potencial ação antidepressiva e é também um forte

estabilizador humoral, isso se deve à capacidade do corpo responder ao exercício

aumentando a produção de neurônios no hipocampo e sistema de recompensa. Uma

maior quantidade de neurônios no hipocampo antes de ocorrerem situações estressantes

também confere a grande vantagem ao cérebro de responder de forma mais adequada e

saudável em situações de stress crônico. O aumento de células neurais a cada dia pode

até dobrar se acrescentarmos o exercício físico à rotina25.

Vários estudos28,29,30 já demonstraram que a atividade física regular

contribui para a melhora das funções cognitivas. Esses trabalhos relatam uma forte

correlação entre o aumento da capacidade aeróbia e ganho em funções cognitivas.

O exercício contribui para a integridade cerebrovascular, aumenta o

transporte de oxigênio para o cérebro, auxilia a síntese e degradação de

neurotransmissores, bem como a diminuição da pressão arterial, dos níveis de Low

Density Lipoproteins (LDL) e triglicérides, inibe a agregação plaquetária, o aumento da

capacidade funcional e, conseqüentemente, a melhora da qualidade de vida24.

Além desses fatores, podem ocorrer alterações hormonais, como o aumento

da produção e liberação da β-endorfina24, considerada um modulador fisiológico da

memória. Essas alterações poderiam, a longo prazo, alterar a biossíntese, secreção e/ou

metabolismo de sistemas centrais, atuando principalmente em regiões como

hipocampo28,30, amígdalas e septo medial (regiões importantes relacionadas com

processos mnemônicos, como consolidação, armazenamento e evocação de

informações)14,24.

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Nas figuras 7 e 8, podemos observar os resultados do teste de Campo

Aberto, que avaliou atividade motora. No gráfico da figura 7, descrevemos os crossings,

que não foram significativamente maiores no grupo MPTP exercício do que no grupo

MPTP. A mesma situação ocorreu no gráfico da figura 8, onde os rearings também não

foram significativamente maiores no grupo MPTP exercício do que no grupo MPTP.

A DP também se caracteriza por apresentar várias alterações motoras, como

bradicinesia, tremores em repouso, alterações da marcha, entre outras. A bradicinesia, a

perturbação neurológica que mais diferencia o parkinsonismo de outros distúrbios

motores, pode ser traduzida por um alentecimento dos movimentos, especialmente dos

movimentos automáticos associados, conferindo uma pobreza geral da

movimentação1,3.

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6 CONCLUSÃO

O trabalho descreveu as seguintes conclusões:

- Os efeitos neuroprotetores provocados pelo exercício foram confirmados através dos

resultados do teste de memória.

- A atividade motora não foi alterada, tanto pelo parkinsonismo, quanto pelo exercício.

- A atividade física em intensidade moderada foi capaz de prevenir os danos ao SNC

causados pelo MPTP.

- Novos estudos devem ser desenvolvidos avaliando a atividade motora em animais com

danos ao SNC e usando o exercício moderado como forma de prevenção ou tratamento.

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