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GEORGE FAGNER DA SILVA
EFICIÊNCIA DE DIFERENTES PRODUTOS FUNGICIDAS NO CONTROLE DA ANTRACNOSE EM MANGA
MOSSORÓ-RN 2007
2
GEORGE FAGNER DA SILVA
EFICIÊNCIA DE DIFERENTES PRODUTOS FUNGICIDAS NO CONTROLE DA ANTRACNOSE EM MANGA
Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido-UFERSA, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Agronomia: Fitotecnia.
Orientador: D.Sc. RUI SALES JÚNIOR
MOSSORÓ-RN 2007
3
Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA
S586e Silva, George Fagner da. Eficiência de diferentes produtos fungicidas no controle da
antracnose em manga / George Fagner da Silva. - Mossoró: 2007.
49f.
Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Área de Concentração: Proteção de plantas. Orientador: Prof. Dr. Rui Sales Junior. 1.Manga. 2.Controle químico. 3. Colletrotichum
gloeosporioides. I.Título. CDD: 634.44
Bibliotecária: Keina Cristina Santos Sousa CRB/4 1254
4
GEORGE FAGNER DA SILVA
EFICIÊNCIA DE DIFERENTES PRODUTOS FUNGICIDAS NO CONTROLE DA ANTRACNOSE EM MANGA
Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido-UFERSA, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Agronomia: Fitotecnia.
APROVADA EM:
BANCA EXAMINADOURA
Prof. D.Sc. Rui Sales Júnior Presidente
Prof. D.Sc. Glauber Henrique de Sousa Nunes Primeiro Membro
D.Sc. Gustavo Rubens de Castro Torres Segundo Membro
5
Aos meus pais João Felipe da Silva e Francisca Luzinete da Silva. Ofereço
Dedico este trabalho a Deus, por sempre ter me dado saúde para a realização desta pesquisa; aos meus pais, João Felipe da Silva e Francisca Luzinete da Silva, pelo carinho, confiança e incentivo que sempre me deram aos meus irmãos e sobrinhos.
Dedico
6
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me salvado, que em sua benignidade e sabedoria, me deu paciência,
força e perseverança para vencer todos os obstáculos impostos no transcorrer desta
caminhada.
A UFERSA, pela oportunidade de concluir o curso.
A CAPES, pela concessão da bolsa durante todo o período do curso.
Ao professor Rui Sales Júnior, pela orientação.
Ao professor Glauber Henrique de Sousa Nunes pela ajuda nas análises estatísticas.
A banca examinadora pelas correções.
Aos colegas de curso em especial a Romeu de Carvalho Andrade Neto pela amizade
no transcorrer desta caminhada.
Aos meus familiares pela compreensão, em especial à minha mãe.
Aos meus amigos.
A todos que direta e indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.
7
RESUMO
SILVA, G. F. Eficiência de diferentes produtos fungicidas no controle da antracnose em manga. 2007. 49p. Dissertação (Mestrado em Agronomia: Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semi-árido.
A antracnose da mangueira (Mangifera indica), causada pelo fungo Colletotrichum
gloeosporioides, é um dos fatores limitantes à produção de frutos sadios e comercializáveis.
Conhecendo-se o problema e consciente das perdas resultantes do ataque do fungo na cultura,
avaliou-se a eficiência de diferentes fungicidas no manejo da antracnose da manga, em dois
ensaios. Cada ensaio constou de dez tratamentos, com quatro repetições. Sendo que as
unidades experimentais foram constituídas por três plantas de manga da cv. Tommy Atkins.
Os produtos utilizados foram Azoxystrobin + difenoconazole SC 200 + 125 (200; 300; 400 e
600 mL.ha-1p.c.) Azoxystrobin GrDa 500 (120 mL.ha-1p.c.); Chlorothalonil SC 720 (1.500 e
2.000 mL.ha-1p.c.); Difenoconazole CE 250 (300 e 500 mL.ha-1p.c.), e uma testemunha
absoluta. Foi realizado um total de quatro aplicações com intervalos de 15 dias, sendo estas
iniciadas no momento da floração plena da panícula. Aos 40 dias após a última pulverização
foram coletados 25 frutos por parcela. Os mesmos foram acondicionados em caixas de
papelão e armazenados a temperatura ambiente durante 15 dias, quando foi realizada a
avaliação de incidência de antracnose. No primeiro ensaio os tratamentos que apresentaram
azoxystrobin na sua composição não diferem entre si, já no segundo ensaio não houve diferença
significativa entre os tratamentos com aplicação de fungicidas, tendo estes diferido da
testemunha. A análise de regressão apontou Azoxystrobin + difenoconazole na dosagem 600
mL.ha-1p.c. como o mais eficiente no controle da antracnose nos dois ensaios.
Palavras-chave adicionais: Mangifera indica controle químico, Colletotrichum
gloeosporioides, pós-colheita, frutos.
8
ABSTRACT
SILVA, G. F. Efficiency of different fungicides to control anthracnosis in mangos. 2007. 49p.
Dissertation (M.Sc. in Agronomy: Plant Science). Universidade Federal Rural do Semi-
árido.
Anthracnosis is a serious disease that limits the production of healthy and marketable mangos
(Mangifera indica). Due to the serious nature of this disease, a study was undertaken to test
the efficacy of azoxystrobin as compared to different fungicides commonly utilized for the
control of this disease, in two experiments. Each experiment consisted of ten treatments with
four replicates. The plots were consisted of three plants of cv. Tommy Atkins. The products
tested were azoxystrobin + difenoconazole WG (200; 300; 400 e 600 mL ha-1p.c.);
azoxystrobin (120 mL ha-1p.c.); chlorothalonil WP (1500 e 2000 mL ha-1p.c.); difenoconazole
(300 e 500 mL ha-1p.c.), and an unsprayed control. A total of four applications were
performed at 15 days intervals, the first one performed at panicle plain flux. 40 days after the
last application were collected 25 fruits for plot. The same ones were conditioned in
cardboard boxes and stored at ambient temperature during 15 days, when the evaluated of
anthracnosis incidence was accomplished. In the first experiment, the with azoxystrobin in its
composition didn’t differ between then. In the second experiment, the treatments with
fungicides were similars, althought these had differed from the unsprayed control. The
analysis of regression pointed azoxystrobin + difenoconazole 600 mL ha-1p.c. as the most
efficient in the control of anthracnosis in both experiments.
Additionals Key-words: Mangifera indica, chemical control, Colletotrichum gloeosporiodes,
post harvest, fruits.
9
LISTAS DE FIGURAS
FIGURA 01 Estimativa da porcentagem de frutos de manga atacados por Colletotrichum
gloeosporioides
FIGURA 02 Estimativa da porcentagem de frutos de manga atacados por Colletotrichum
gloeosporioides.
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LISTA DE TABELAS
TABELA 1: Médias dos tratamentos mediante o teste de Dunnett a 5% de probabilidade e
eficiência dos tratamentos por Abbott (1925).
TABELA 2: Tabela de contrastes dos tratamentos no experimento. Mossoro-RN, 2006.
TABELA 3: Médias dos tratamentos mediante o teste de Dunnett a 5% de probabilidade e
eficiência dos tratamentos por Abbott (1925).
TABELA 4: Tabela de contrastes dos tratamentos no experimento. Mossoro-RN, 2006.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 13
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 15
2.1 Cultura da mangueira................................................................................................
2.1.1 Origem .................................................................................................................
2.1.2 Taxonomia ...........................................................................................................
2.1.3 Dispersão .............................................................................................................
2.1.4 Importância econômica .........................................................................................
2.2 Antracnose da mangueira ........................................................................................
2.2.1 Importância ...........................................................................................................
2.2.2 Etiologia ................................................................................................................
2.2.3 Dispersão ..............................................................................................................
2.2.4 Epidemiologia........................................................................................................
2.2.5 Sintomatologia ......................................................................................................
2.2.6 Controle ................................................................................................................
2.3 Agrotóxicos ..............................................................................................................
2.3.1 Origem ..................................................................................................................
2.3.2 Definição ...............................................................................................................
2.3.3 Classificação .........................................................................................................
2.3.4 Toxicidade ............................................................................................................
2.3.5 Uso ........................................................................................................................
2.3.6 Legislação .............................................................................................................
2.4 Controle químico .....................................................................................................
15
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12
3 MATERIAL E MÉTODOS .....................................................................................
3.1 Ensaio I e II ..............................................................................................................
29
29
3.1.1 Local e data da realização do trabalho..................................................................... 29
3.1.2 Cultivar utilizado ................................................................................................... 29
3.1.3 Tamanho das parcelas e espaçamento................................................................... 29
3.1.4 Delineamento experimental .................................................................................. 30
3.1.5 Adubação .............................................................................................................. 31
3.1.6 Avaliação realizada ..............................................................................................
3.1.17 Análise dos dados ...............................................................................................
32
32
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................................
4.1 Ensaio I ....................................................................................................................
4.2 Ensaio II ...................................................................................................................
33
33
36
5 CONCLUSÕES ......................................................................................................... 40
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS...................................................................... 41
13
1. INTRODUÇÃO
A produção de manga no Brasil, cujo crescimento nos últimos anos foi significativo,
desponta como uma boa opção de cultivo, principalmente para as áreas irrigadas. A
possibilidade de maior rendimento por área, em relação aos cultivos tradicionais, e a expansão
dos mercados internos e externos são apontados como as principais razões do crescimento.
Outros fatores, como as condições naturais do país, aliados à possibilidade de produzir manga
durante a maior parte do ano, mediante o uso de técnicas de manejo de irrigação e de indução
floral, abrem perspectivas para a exportação da fruta pelo Brasil.
A cultura da mangueira, no Brasil, apresentou, no passado, um desempenho pouco
animador, alternando períodos de redução de área cultivada e da produção. Mesmo assim, o
consumo acentuado de frutas na última década contribuiu como incentivo para o cultivo,
devido ao número crescente de consumidores, tanto no mercado interno como externo.
Acrescente-se que a disponibilidade de variedades mais produtivas e a ampla aceitação nos
mercado interno e externo concorreram de forma significativa para que agricultores com visão
empresarial elegessem a mangueira como uma cultura técnica e economicamente promissora
para os projetos agrícolas.
A alta qualidade de frutos produzidos livres de pragas, doenças e distúrbios
fisiológicos é um fator preponderante para a conquista de novos mercados. Existem,
entretanto, exigências específicas por parte dos países importadores de frutas frescas, que
devem necessariamente ser atendidas. Em primeiro lugar, são feitas rigorosas restrições à
entrada de frutas portadoras de microrganismos, que podem representar risco para a
agricultura do país importador. Outra restrição importante diz respeito aos agrotóxicos
utilizados na fase de produção das frutas e aos resíduos, os quais são objetos de vigilância
permanente.
Todos os referidos fatores ressaltam a importância da fitossanidade na exportação da
manga e apontam para a necessidade de levar aos produtores informações práticas e objetivas
que permitam a solução de problemas no campo de produção.
14
As doenças de plantas são responsáveis por grandes perdas nas culturas de importância
econômica, dentre as quais se destacam aquelas que ocorrem na pós-colheita em frutíferas.
Estima-se que, anualmente, perde-se, no Brasil, aproximadamente 30% das frutas tropicais
produzidas. Entre os principais microorganismos responsáveis pelas perdas, em pós-colheita,
destacam-se os fungos, com ênfase ao gênero Colletotrichum gloeosporioides Penz.
Considerados importantes fitopatógenos nas regiões tropicais e subtropicais do mundo. Os
referidos fungos são causadores de diversas doenças como antracnose, podridão de
pedúnculo, varicela em manga, abacate e mamão. A antracnose é a principal doença de frutos
em pós-colheita, que são considerados de elevada importância econômica no Nordeste
brasileiro. Os frutos acometidos pela enfermidade apresentam diversos sintomas, tais como:
lesões arredondadas, grandes, necróticas, com o centro dos tecidos deprimidos, onde são
produzidas massas de conídios de coloração alaranjada, podendo ocorrer uma podridão-mole
nos frutos, prejudicando a comercialização.
Tendo em vista a importância de se controlar este fitopatógeno, em função das perdas
resultantes do ataque a frutos, o presente trabalho tem como objetivo avaliar a eficiência de
diferentes produtos fungicidas no manejo visando ao controle da antracnose em mangueira.
15
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Cultura da mangueira
2.1.1 Origem
A manga (Mangifera indica L.) uma das mais importantes frutas tropicais
historicamente é descrita nos mais antigos sânscritos da mitologia Hindu; acredita-se que a
mesma tenha sido cultivada há mais de 4 mil anos atrás (MUKHERJEE, 1953).
De acordo com a classificação de Vavilov (1950) sobre os grandes Centros de Origem
de espécies de plantas cultivadas, a mangueira originou-se no segundo grande Centro que se
divide em dois Sub-Centros: o Indico-Burma-Tailandês e o Filipínico-Celeste/Timor. Estes
dois sub-centros deram origem as duas raças de mangas hoje conhecidas pelos estudiosos da
mangicultura: a raça indiana possui flores com um estame viável, frutos de formato oblongo-
ovalado com sementes monoembriônicas e, em geral, com casca rósea a vermelha e a raça
filipínica ou indochinesa cujas flores têm 5 estames viáveis, frutos de formato longo com
sementes poliembriônicas e casca variando de verde a amarela (MUKHERJEE, 1985).
2.1.2 Taxonomia
Taxonomicamente, a mangueira pertence ao Phylum Angiospermae, Subphylum
Dicotiledones, Divisão Lignosae, Ordem Sapindales e Família Anacardeaceae, gênero
Mangifera no qual são descritos por Mukherjee (1985) a existência de 39 espécies muitas das
quais encontradas no Sudeste da Ásia (Indochina, Tailandia e Malásia) sendo distinguíveis
entre si pelo número de estames viáveis (não estaminoides). Fruteiras da família
Anacardiaceae são de espécies afins da mangueira como o cajueiro (Anacardium occidentale
L.), o pistacio (Pistachio vera L.) e do gênero Spondias tais como a seriguela (S. mombin L.),
o umbu (S. tuberosa L.), a cajá-manga (S. cytherea Senn.) e outras. Dentre as espécies de
Mangifera, a M. indica e M. foetida são as mais dispersas sendo encontradas,
16
respectivamente, em 100% e 67% dos países e/ou regiões que constituem os dois Sub-Centros
descritos.
2.1.3 Dispersão
Popenoe (1939) descreve que o início da dispersão da manga em todo mundo foi feito
pelo viajante chinês Hwen Tsang que visitou o Hindustão por volta de 632 D.C. Os
portugueses foram os primeiros a introduzirem a manga na América, provavelmente no
Brasil, no início do século 18 e os espanhóis introduziram-na no México por volta de 1779. O
maior obstáculo para a dispersão da manga naquela época era a característica de vida curta
das sementes que se constituíam no único meio conhecido de propagação e disseminação.
Mukherjee (1985), relata que a dispersão da manga concentra-se entre os Trópicos de
Câncer e Capricórnio na latitude de 20° Norte e Sul estando distribuída, hoje, em mais de 87
países do mundo, embora sua grande diversidade ocorra na região Hindu- Burma.
2.1.4. Importância econômica
Do conjunto de frutas atualmente comercializadas, a manga é uma das mais
importantes, sendo a segunda fruta tropical mais cultivada no mundo com uma área de 3.875
milhões de hectares e produção de 28.221 milhões de toneladas em 2005 (FAO, 2006), devido
possuir boas características organolépticas e valor nutritivo de grande interesse para
consumidores e indústria (LISADA, 1993; PIMENTEL et al., 2000)
No ano de 2005 o Brasil exportou um total de 72.5 milhões de dólares em manga,
totalizando um montante de 113,7 mil T de frutos (IBRAF, 2006). Atualmente a cultura da
mangueira ocupa, no Brasil, a quarta posição em área plantada com 73.239 ha e uma
produção de 949.610 toneladas, tendo como principais estados produtores a Bahia (30,54%),
São Paulo (25,07%), Pernambuco (11,06%), Minas Gerais (7,78%), Ceará (6,55%), Rio
Grande do Norte (4,34%) da área plantada em 2004 (IBGE, 2006). Entre as principais áreas
produtoras de manga no País destacam-se as regiões do Vale do São Francisco (Petrolina/PE-
Juazeiro/BA), norte de Minas Gerais, Piauí, Sergipe e o Pólo agrícola Mossoró-Assu (RN)
(PIMENTEL et al., 2000).
A produção brasileira de manga se dá efetivamente no momento da entressafra no
Hemisfério Norte, onde os preços no Mercado Internacional têm valores mais elevados devido
17
a pouca oferta de frutos. Neste mercado os principais concorrentes do Brasil são Peru e o
Equador, cuja época de colheita coincide com a do Brasil (PIMENTEL et al., 2000).
É indiscutível a importância que a exportação de frutas tropicais representa para a
economia de alguns estados do Nordeste brasileiro, tornando-se evidente a expansão da
atividade a cada ano. Dado que pode ser constatado por meio de programas governamentais
de incentivo à fruticultura irrigada por parte de alguns governos estaduais (ALMEIDA, 2000)
e de órgãos de Desenvolvimento Regional (BN, SUDENE), assim como pela adesão maciça
de produtores rurais à exploração de frutas e hortaliças que encontram aceitação no mercado
externo.
Diversos organismos podem afetar a mangueira causando problemas fitossanitários,
tais como: insetos, ácaros, fungos e bactérias. Alguns fatores abióticos também podem
acarretar danos à cultura e conseqüentemente prejuízos aos produtores desta frutícola, entre
eles a queima de frutos pelo sol e pelo látex e as deficiências nutricionais (CUNHA et al.,
2000).
Não obstante, um dos principais problemas que incidem em frutos de manga que
chegam à Europa proveniente do Brasil é a ocorrência de doenças, assim como a presença de
frutos em diferentes estádios de maturação, presença de manchas verdes-acinzentadas,
cinzentas e/ou negras no epicarpo (BOTTON, 1992) e o colapso interno do fruto. Segundo
Chitarra (1998) o fator de qualidade mais importante, para a determinação do valor comercial,
é a aparência do fruto.
2.2. Antracnose da mangueira
2.2.1 Importância
A antracnose causada por espécies de Colletotrichum é a principal doença de frutos
em pós-colheita nas regiões tropicais e subtropicais do mundo, como a banana (Musa spp.), o
caju, a manga, o mamão (Carica papaya L.) e o maracujá (Passiflora edulis f. flavicarpa
Deg.) (BENATO, 1999; PERES et al., 2002; SERRA & SILVA, 2004).
Atualmente o agente causal encontra-se disseminado em todas as áreas produtoras de
manga no mundo, havendo variação em severidade e incidência da doença com os níveis de
umidade do ambiente. Há menção de perdas acentuadas causadas pela doença na Índia,
Filipinas, Austrália, África, América do Sul e Caribe. No Brasil, a antracnose encontra-se
18
amplamente disseminada em todas as regiões produtoras de manga (CUNHA et al., 2000)
ocasionando substanciais perdas em pós-colheita, quando mal manejada.
Os fungos do gênero Colletotrichum são importantes fitopatógenos nas regiões
tropicais. Requerendo do produtor, principalmente nos pomares de mangas orientados para o
mercado externo, bom manejo em pré-colheita visando reduzir o inóculo presente na área de
plantio, para minimizar as perdas em pós-colheita. Fato que deve ser levado em consideração
já que no estádio de maturação que os frutos são colhidos no Brasil para a exportação não há
manifestação da doença, somente ao chegar aos mercados consumidores é que se verificam os
danos ocasionados pelo fitopatógeno (CUNHA et al., 2000).
2.2.2 Etiologia
O agente etiológico da antracnose é o fungo Glomerella cingulata (Ston.) Spauld. e
Scherenk., que na forma imperfeita ou anamorfa corresponde à Colletotrichum
gloeosporiodes Penz (CUNHA et al., 2000).
Trata-se de um fungo da ordem Melanconiales, família Melanconiaceae que produz
acérvulos subepidérmicos, dispostos em círculos dos quais são liberados por meio de uma
massa viscosa de coloração rosada. Os conídios são hialinos e gutulados, uninucleados, com
12-19 µm de comprimento por 1,0-6,0 µm de largura, arredondados nas extremidades e
levemente curvos. Peritécios são rostrados, subesféricos e agrupados em um estroma ou bem
separados. O estroma pode ser pouco desenvolvido ou estar ausente. Ascos são subclavados,
medindo 42-60 x 10-12 µm. Ascósporos são hialinos, unicelulares e curvados, medindo 12-24
x 4-6 µm (KIMATI et al, 1997).
De acordo com Muniz et al. (1998), a variabilidade de isolados de C. gloeosporioides
(Penz) Penz & Sacc. sugere a existência de grupos de especialização patogênica. Assim,
numerosos casos têm sido reportados, nos quais espécies e biótipos de Colletotrichum estão
associados a um único hospedeiro (SMITH & BLACK, 1990).
Testes de patogenicidade em inoculações cruzadas em diversos hospedeiros são
usados como forma de caracterização patogênica entre isolados (DENOYES & BAUDRY,
1995; MUNIZ et al., 1998; FURTADO et al., 1999; PERES et al., 2002), visando demonstrar
a especificidade ou a gama de hospedeiros dos isolados ou espécies distintas.
19
2.2.3 Dispersão
O fungo é transportado até o fruto na forma de esporos por meio da água da chuva ou
orvalho, que germinam e são capazes de penetrar na epiderme, ficando em estado latente ou
quiescente até o início do amadurecimento (FILGUEIRAS et al., 2000).
O fungo sobrevive na forma saprofítica de um período ambiental favorável para outro,
em ramos mortos, lesões antigas, frutos e partes afetadas remanescentes no chão, sobre os
quais esporula quando há calor e umidade. (CUNHA et al., 2000).
Os conídios são liberados e disseminados quando os acérvulos se encontram úmidos
podendo ser disseminados por respingos de chuva, vento, insetos, ferramentas, etc. Os
conídios germinam na presença de água; após a germinação, produzem o apressório e iniciam
a penetração no tecido do hospedeiro. As hifas crescem muito rapidamente, tanto de forma
intercelular como intracelular, mas ocorre pouco ou nenhum sintoma nos tecidos. A doença é
mais severa quando os frutos começam a amadurecer (AGRIOS, 1998).
2.2.4 Epidemiologia
A umidade é o principal fator determinante na severidade da doença. Longos períodos
de chuva e de dias encobertos, bem como o orvalho noturno intenso, são condições favoráveis
ao desenvolvimento da doença (CUNHA et al., 2000).
As condições climáticas ideais para o desenvolvimento do patógeno são temperaturas
superiores a 25oC e umidade relativa superior a 90% (TAVARES, 1995).
Temperatura entre 13 e 27ºC, ótimo em 17ºC, e alta umidade proporcionam as
melhores condições para o desenvolvimento da doença (WALKER, 1959; VIEIRA, 1967;
CRISPÍN et al., 1976). Temperaturas superiores a 30ºC e inferiores a 13ºC limitam tanto a
infecção como o desenvolvimento do fungo (RAHE & KUC, 1970; CRISPÍN et al., 1976).
Fitzell et al. (1984) verificaram que períodos úmidos, seguidos por períodos secos
reduzem drasticamente a viabilidade dos esporos, sendo de 12 – 18 horas o período mínimo
de molhamento do fruto para que ocorra a infecção. Como conseqüência, o desenvolvimento
da doença é bastante favorecido por chuvas que ocorrem no fim da tarde, prolongando até a
noite o período de alta umidade (DENHAM & WALLER, 1981).
20
2.2.5 Sintomatologia
A antracnose provoca manchas escuras, marrons ou negras, de contornos bem
definidos, que crescem e coalescem podendo causar o apodrecimento do fruto (FIGUEIRAS
et al., 2000).
O sintoma típico da doença é caracterizado por lesões arredondadas, grandes,
necróticas, com o centro dos tecidos deprimidos, onde são produzidas massas de conídios de
coloração alaranjada (BAILEY et al., 1992), podendo ocorrer podridão-mole nos frutos,
prejudicando a comercialização (LIMA FILHO et al., 2003).
A antracnose pode causar desfolhamento, queda de flores e frutos, com a conseqüente
diminuição da produtividade da planta. Na fase de maturação e pós-colheita, a qualidade do
fruto pode sofrer total depreciação, em virtude do aparecimento de manchas e podridões na
sua superfície. Além de reduzir a produtividade e desqualificar os frutos, a antracnose provoca
ferimentos ou lesões tanto nos ramos como nos frutos, que são a corte de infecção para a
infecção de fungos oportunistas e coleobrocas, que podem provocar rapidamente a morte da
planta ou da parte que foi afetada (CUNHA et al., 2000).
Nas folhas novas, a doença causa numerosas e pequenas manchas salientes; em
condições favoráveis evoluem rapidamente, coalescem, causando deformações da folha que
fica retorcida, necrosada e crestada. Na raque da inflorescência e suas ramificações aparecem
pequenas manchas de coloração marrom-escura destruindo grande número de flores, causando
a queda dos frutos antes da maturação fisiológica. Nos ramos novos, observam-se manchas
necróticas escuras. Os frutos são susceptíveis em qualquer estádio de desenvolvimento; se a
infecção ocorrer no início da formação dos frutinhos resultará em sua queda. Nos frutos em
fase de desenvolvimento, a infecção pode ocorrer através das lenticelas (KIMATI et al, 1997).
2.2.6 Controle
O controle deve ser feito por meio de uma associação de métodos culturais entre os
quais se pode destacar plantio em maior espaçamento favorecendo à ventilação e insolação
das plantas, podas de limpeza reduzindo as fontes de inóculo e instalação dos pomares em
regiões mais secas (KIMATI et al, 1997).
Com relação ao comportamento varietal, sabe-se que o cv. Tommy Atkins apresenta
moderado nível de resistência e que os cvs. Haden e Bourbon são extremamente suscetíveis
(KIMATI et al, 1997).
21
O emprego da resistência genética, para reduzir perdas, tem merecido destaque no
manejo de doenças (TALAMINI et al., 2004),
A resistência das plantas pode ser ativada por indutores bióticos e abióticos
(OOSTENDORP et al., 2001), existindo entre os abióticos os indutores físicos e químicos
(WILSON et al., 1994; STICHER et al., 1997). Os mais usados, pela disponibilidade no
comércio, são os químicos sintéticos (STICHER et al., 1997; OOSTENDORP et al., 2001).
A refrigeração é outro método alternativo para o controle de podridões em pós-
colheita, uma vez que baixas temperaturas retardam os processos fisiológicos, associados ao
amadurecimento (DURIGAN, 1994; LABAVITCH, 1998) e o crescimento de fungos,
permitindo estender o período de comercialização e garantir a qualidade dos frutos (JONES &
SLABAUGH, 1994).
Os benefícios da refrigeração foram comprovados em cultivares de banana tipo
exportação, como nanica e nanicão (JANKOVIC, 1988; HEWAGE et al., 1994; HOCHAUS,
1994), sendo recomendado 12 ºC a 15 ºC para a conservação de frutos de banana durante duas
a quatro semanas (JOHNSON & SANGCHOTE, 1994; KADER, 1994).
A termoterapia inicialmente utilizada em tratamentos quarentenários (COUEY, 1989),
é um método alternativo de controle de doenças em pós-colheita de vários frutos
(SHIFFMANN-NADEL & COHEN, 1966; JESUS et al., 1994; JACOBI & GILES, 1997),
capaz de erradicar ou enfraquecer o patógeno (GOLAN & PHILLIPS, 1991), reduzir
desordens fisiológicas na armazenagem (JACOBI & GILES, 1997) e manter os frutos livres
de pesticidas (LIU et al., 1997).
A eliminação do patógeno pode ser obtida com temperatura e tempo próximos a
produzir efeitos deletérios no fruto (ARMSTRONG, 1982). Por isso, a sensibilidade térmica
do fruto e do patógeno deve ser diferente para aumentar o sucesso do tratamento (BARKAI-
GOLAN & PHILLIPS, 1991).
A imersão de frutos em água aquecida de 50 a 55 ºC, por 10 min, tem sido considerado
método padrão para controle em pós-colheita de várias doenças fúngicas (GOLAN &
PHILLIPS, 1991; LIU et al., 1997). Curtos tempos de exposição em temperaturas mais
elevadas mostram-se mais efetivos em alterar a temperatura superficial dos frutos; assim,
podem erradicar o patógeno presente no interior da casca dos frutos (GOLAN & PHILLIPS,
1991).
A combinação de métodos de controle pode mostrar efeito aditivo ao aumentar a
eficiência de controle das podridões e prolongar a vida em pós-colheita dos frutos, como no
caso da termoterapia, onde o controle é geralmente parcial, necessitando da suplementação de
22
fungicidas durante ou após o tratamento para atingir nível de controle satisfatório (JACOBI et
al., 1994). Fungicidas como benomyl, thiabendazole e imazalil são freqüentemente
adicionados à água quente para melhorar a eficiência de controle de doenças em pós-colheita
(SPALDING & REEDER, 1972).
Muitos são os fungicidas recomendados em aplicações preventivas para o controle
químico da enfermidade, entre os quais são citados os cúpricos, à base de mancozeb e triazóis,
tiofanato metílico a 0,05%, tebuconazole a 0,25% e benomil a 0,03% (CUNHA et al., 2000).
De maneira geral, os tratamentos são iniciados logo após o intumescimento das gemas
florais em pomares com histórico de ataque intenso ou, nos demais casos, antes da abertura
das flores, quando as panículas florais tiverem poucos centímetros de comprimento. As
pulverizações devem prosseguir até que os frutinhos estejam formados. Em anos poucos
favoráveis à doença, os tratamentos são em geral suspensos após a formação dos frutinhos
(KIMATI et al, 1997).
2.3. Agrotóxicos
2.3.1. Origem
A maioria dos compostos químicos usados como pesticidas foi desenvolvida na
década de 1930, contudo o primeiro químico a sintetizar um pesticida foi Ottmar Zeidler em
1872. O pesticida organoclorado DDT foi desenvolvido em 1939 e foi muito usado em
programas de saúde pública. Todavia, a degradabilidade e o modo de dispersão deste
agrotóxico tornaram-se grandes problemas para o ambiente e a saúde, levando-o a ser
proibido comercialmente nos Estados Unidos em 1972 (ETO, 1977) e, nove anos depois, no
Brasil.
No Brasil, a década de 1970 foi a maior na expansão da produção e do uso dos
agrotóxicos, devido aos incentivos para a produção agrícola e a política de exportação. Desde
então, com a expansão da área agrícola no planeta, dirigido pelo aumento considerável na
população mundial, a pesquisa de novos agrotóxicos tem crescido consideravelmente (LARA
& BATISTA, 1992). Por exemplo, foram introduzidas novas famílias de produtos tais como
carbamatos e piretróides.
23
2.3.2. Definição
De acordo com a lei 7.802 de 11 de julho de 1989 os agrotóxicos e afins podem ser
definidos como: “os produtos e os agentes dos processos físicos, químicos ou biológicos,
destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos
agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas nativas ou implantadas, e de outros
ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja
alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos
considerados nocivos” (BRASIL, 1998).
2.3.3. Classificação
Os agrotóxicos podem ser classificados quanto a sua origem e são divididos em
inorgânicos e orgânicos. Os inorgânicos (chumbo, arsênio, mercúrio) foram utilizados por
muito tempo, mas foram substituídos pelos compostos orgânicos por serem biodegradáveis.
Os orgânicos são os principais e se subdividem em: de origem animal (óleos animais), de
origem petrolífera (óleos minerais), de origem vegetal (óleos vegetais, nicotina, piretrinas),
organo-sintéticos (clorados, fosforados, piretróides, carbamatos, etc.). Sendo organo-sintéticos
os mais usados (ETO, 1977).
A maioria dos agrotóxicos são ésteres neutros ou amidas derivados do ácido fosfórico,
seu anidrido ou o análogo cm enxofre. Portanto, eles podem ser classificados nos tipos
fundamentais: fosfato, fosforoditioato, fosforotiolato, fosforoamido pirofosfato. Outras
combinações também são possíveis (ETO, 1977).
A atividade depende dos diversos radicais ligados ao átomo de fósforo e, às vezes,
pequenas modificações nestes radicais podem afetar grandemente a toxicidade do composto.
A substituição de radicais metil em R1 e R2 por radicias etil aumenta a toxicidade do
composto. Por exemplo, o paration etil é mais tóxico que o paration metil, assim como o
clortion e malation. Quase todos os inseticidas organofosforados apresentam grupos metil, etil
ou isopropil. Homólogos mais superiores perdem rapidamente a atividade (BATISTA, 1974).
Os fungicidas são substâncias químicas ou biológicas que atacam os fungos sem atacar
as culturas. Protegem as plantas contra a evasão de patógenos ou são usados para erradicar
infecções já estabelecidas. O início da aplicação de fungicidas em grande escala para o
controle de doenças se deu com a descoberta da calda bordalesa (mistura de sulfato de cobre e
24
cal hidratada) em 1882. Por mais de 50 anos foi um dos fungicidas mais utilizados
(AZEVEDO, 2001).
De acordo com a Food and Agricultural Organization (FAO) os agrotóxicos são
insumos importantes para a produção de alimentos. Além de darem manutenção ao potencial
produtivo das culturas, contribuem também para a manutenção da germinação e vigor das
sementes, e no prolongamento da vida útil pós-colheita (AZEVEDO, 2001).
2.3.4. Toxicidade
O poder tóxico de defensivo é determinado estabelecendo-se a dose mínima necessária
para matar o inseto. Esta dose, por sua vez, é variável de acordo com os produtos reações
fisiológicas de cada organismo, etc (GALLO et al., 1988; NAKANO et al, 1992).
Segundo Baptista (1999) e Baptista et al (1992), os defensivos, como substâncias
químicas que são, podem ter ação fisiológica sobre os organismos vivos, e a importância de
seu uso deve ser equilibrada pela informação dos efeitos que os mesmos podem causar em
pessoas que manipulam os produtos nas fábricas e nos campos, nos consumidores de
alimentos, nos animais domésticos e silvestres, além dos organismos aquáticos e no meio
ambiente.
Do ponto de vista toxicológico, eles podem ser mais ou menos tóxicos ao homem,
existindo para cada um o estudo da avaliação tóxica correspondente, feita tanto no país como
internacionalmente, esta feita pela FAO/OMS (BAPTISTA, 1999).
A avaliação da toxicidade pode ser feita pela dose letal (dose letal 50 ou DL 50 ), que
geralmente é estudada em ratos albinos e outros animais de laboratório (BAPTISTA et al,
1992) das quais uma das mais importantes é a aguda oral (quando a exposição se dá através de
uma dose única e pela boca), havendo, ainda , a dérmica (quando a exposição ocorre pela
pele) ou a inalatória (pelas vias respiratórias). E a DL 50 é definida como a dose que
previsivelmente causará uma resposta de 50% em uma população, na qual se procurará
determinar o efeito letal, e sua unidade é em mg.kg-1 (BAPTISTA, 1999).
Os agrotóxicos, mesmo bem aplicados, podem deixar resíduos tóxicos nos alimentos.
Para todos os princípios ativos de defensivos, de uso autorizado no Brasil, existem as
tolerâncias legais ou os limites máximos de resíduos permitidos para cada cultura e para cada
defensivo autorizado para ela (BAPTISTA et al, 1992).
Para Martinez (1984), o Limite Máximo de Resíduo (LMR), ou tolerância,
corresponde à quantidade máxima de resíduo de defensivo tolerado no alimento, como
decorrência de sua aplicação adequada, numa fase específica desde a produção até o consumo.
25
É expressa em partes (peso) do defensivo e/ou seus derivados por um milhão de partes (em
peso) do alimento (ppm) ou mg.kg-1.
Outro conceito toxicológico importante é o de intervalo de segurança, ou período de
carência, que é o intervalo de tempo - expresso em dias – entre a última aplicação do
defensivo e a colheita ou a comercialização do vegetal, abate ou ordenha do animal, a fim de
que os resíduos estejam de acordo com os limites máximos permitidos (BRASIL, 1998).
Se usados de acordo com as recomendações técnicas, os problemas potenciais
decorrentes dos resíduos de agrotóxicos, nos alimentos, são inesperados ou minimizados
(FRANCO, 2000).
2.3.5. Uso
O uso de produtos fitossanitários se intensificou em 1975, com a criação do PNDA
(Plano Nacional de Defensivos Agrícolas) que financiou a compra de agrotóxicos pelos
agricultores e levou a indústria a investir cerca de duzentos e cinqüenta milhões de dólares em
43 projetos de síntese de produtos técnicos e em unidades de formulações para cerca de 150
produtos (AZEVEDO, 2001; CONCEIÇÃO, 2002).
Nas duas últimas décadas, as mudanças que acompanharam a modernização da
agricultura destacam-se na irrigação, na mecanização, na aplicação de fertilizantes e no uso de
agrotóxicos destinados a combater pragas, doenças e ervas daninhas. A nocividade destes
últimos é muito grande, pois estimativas de que 20 a 30% da produção agrícola brasileira é
consumida por pragas (ALVES, 1986). A falta de técnicas alternativas que sejam seguras para
a produtividade da maioria das culturas, e a necessidade de expansão da produção agrícola,
permitem concluir que haverá uma dependência do uso de agrotóxicos por longo tempo.
Os defensivos agrícolas são introduzidos no meio obedecendo a critérios técnicos e
têm por objetivo impedir a ação direta ou indireta de formas devida animal ou vegetal
prejudiciais à agricultura (insetos, ácaros, fungos, plantas daninhas, etc) (BAPTISTA, 1999).
Com o objetivo de aumentar a produtividade, a partir da década de 1960 várias
tecnologias foram associadas ao processo de modernização da agricultura, entre elas os
agrotóxicos (CAMPANHOLA et al., 1997).
A utilização do controle químico de pragas é um componente da cultura tecnológica
da humanidade atual. O uso de agrotóxicos tem trazido benefícios reais, tais como: aumento
na produção de alimentos e fibras, proteção dos produtos armazenados e proteção das vidas de
milhões de pessoas através da prevenção de certas doenças (FREEDMAN, 1989).
26
No que se refere às atividades agrícolas, sabe-se dos investimentos e trabalhos
necessários ao processo de produção. A necessidade cada vez maior de alimentos induz a uma
preocupação constante no sentido de garantir o abastescimento a população. Para isso, os
controles das pragas que comprometem as plantas precisam ser feitos com o uso de
substâncias que possam assegurar essa produção (NAKANO, 1985).
Para que um produto químico possa ser adequadamente empregado, devem ser
plenamente conhecidas as vantagens e desvantagens. Normalmente são relacionadas as
seguintes vantagens do uso de defensivos: têm efeito rápido e geralmente são eficientes; são
ágeis e fáceis de aplicar; são econômicos; de aplicação; e não necessitam de planejamento
com antecedência para aplicá-los. Porém se usá-los de maneira incorreta, trazem desvantagens
consideráveis, como: intoxicações em homens, animais domésticos e fauna silvestre;
ocasionam presença de resíduos tóxicos nos alimentos; podem reduzir à população
organismos benéficos; ocasionar ressurgência, resistência; e, contaminação do meio ambiente
(BAPTISTA, 1999).
O uso generalizado e intensivo dessas substâncias tem gerado diversos problemas
relacionados à saúde pública e ao desequilíbrio ambiental, incluindo: intoxicações de
agricultores, contaminações de alimentos, de água e de solos, resistência de espécies
combatidas às substâncias empregadas e danos em espécies não visadas (CAMPANHOLA et
al., 1997; GARCIA, 2001).
O desequilíbrio ecológico ocasionado acarreta problemas à própria agricultura,
agravando o surgimento e proliferação de pragas e doenças e, conseqüentemente, aumentando
a necessidade de usar agrotóxicos, conforme já alertava Paschoal (1979), no final da década
de 1970, quando observou que, entre 1958 e 1976, quatrocentas novas espécies de pragas
foram referidas no Brasil.
Os agrotóxicos , quando usados corretamente, podem evitar que 40 % das safras de
diferentes culturas sejam perdidas (RICHARDSON, 1998), porém, o mau uso deles pode
gerar sérios riscos para o meio ambiente e para a saúde dos seres vivos em geral. O crescente
aumento da população mundial leva à necessidade de aumentar cada vez mais a quantidade de
alimentos produzidos; para isso o uso de produtos fitossanitários é inevitável.
É necessário controlar os resíduos que permanecem das aplicações nas mais diversas
culturas. Os resíduos remanescentes nas culturas dependem de muitos fatores de variada
importância como grau de adsorção nas camadas superficiais, degradação química ou
metabolismo, desaparecimento aparente devido à diluição pelo crescimento da planta e
volatilidade do depósito (LEMES et al., 1993).
27
2.3.6. Legislação
A legislação sobre resíduos de agrotóxicos, no Brasil, é de responsabilidade e
competência do Ministério da Saúde, através da ANVISA - Agência Nacional de Vigilância
Sanitária, sendo o controle oficial desses resíduos (ou limites máximos de resíduos – LMRs) e
períodos de carência estabelecidos caso a caso (TREVIZAN, 1998).
A Legislação garante que o registro para o novo produto agrotóxico será concedido se
a sua ação tóxica sobre o ser humano e o meio ambiente for comprovadamente igual ou
menor do que daqueles já registrados para o mesmo fim. O Brasil proibiu o registro de
agrotóxicos que revelem características teratogênicas, carcinogênicas ou mutagênicas
(BRASIL, 1998).
Através da Lei 7.802 de 11 de julho e da portaria n º 03 de 16 de janeiro de 1992 têm-
se as diretrizes para a utilização de agrotóxicos no Brasil. Os Ministérios da Agricultura
Pecuária e Abastecimento, Saúde e do Meio Ambiente, cada um na sua área de atuação ficam
como os responsáveis pela autorização ou não da utilização dos agrotóxicos no Brasil.
Compete aos Estados e ao Distrito Federal legislar bem como fiscalizar sobre o uso, a
produção, o consumo, o comércio e o armazenamento dos agrotóxicos, seus componentes e
afins (BRASIL, 1998).
Os Limites Máximos de Resíduos de Agrotóxicos, bem como a padronização
internacional aplicada aos alimentos negociados no mercado mundial, são determinados pela
Comissão Codex Alimentarius (CODEX). Um excesso de resíduos, segundo os padrões do
CODEX, indica dois aspectos: primeiro que os agrotóxicos foram aplicados de maneira
inadequada na produção, processamento ou armazenagem do produto, e em segundo lugar,
que existe um risco em potencial à saúde do consumidor (BULL & HATHADAY, 1986).
A Ingestão Diária Aceitável, expressa em mg.kg-1 de massa corpórea, estabelecida por
longa avaliação toxicológica em animais experimentais, é definida como sendo a quantidade
de uma substância química que pode ser ingerida diariamente pelo homem durante toda a
vida, sem risco apreciável a sua saúde, à luz dos conhecimentos disponíveis na época da
avaliação (WHO, 1987).
28
2.4. Controle químico
As pulverizações com fungicidas registrados para a cultura e alvo biológico devem
obedecer a um calendário de aplicações baseado no período fenológico da planta, devendo
estas iniciar antes do florescimento e prosseguir até a frutificação, em intervalos de 15 a 20
dias, conforme as condições climáticas e a incidência da doença.
O convívio com o patógeno é obtido quando são realizadas as medidas de podas de
limpeza após a colheita, direcionando esta principalmente para eliminação de todas as
panículas da frutificação anterior e ponteiros necrosados; proteção imediata das áreas de corte
e eliminação de todo o material podado caído no chão do pomar, incluindo os frutos
apodrecidos, já que estes servem de fonte de inóculo primário (LIMA & TAVARES, 1999).
No caso de tratamento pós-colheita está indicado o banho hidrotérmico à temperatura
de 55 °C durante cinco minutos associados ao tratamento químico. Não obstante, a eficiência
só é completa se estiver associado a pulverizações preventivas na pré-colheita.
MAPA (2007) descreve 27 produtos indicados como forma de controlar a antracnose em
manga entre os quais se pode citar: Azoxistrobin, Tiofanato Metílico, Tebuconazol, Mancozeb,
Imazalil, Difenoconazol, Tiabendazol.
29
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 ENSAIO I e II
3.1.1. Local e data da realização do trabalho
Os experimentos foram realizados no município de Ipanguaçu – RN, na rodovia
estadual RN 118, Km 20, situado na zona rural, o qual se encontra sob as seguintes
coordenadas geográficas: Longitude 36.87° e Latitude 5.42° numa altitude de 46 m, sendo
conduzido na Fazenda FINOBRASA AGRO-INDUSTRIAL S/A.
3.1.2. Cultivar utilizado:
A cultivar utilizada foi a Tommy Atkins, originada na Flórida, EUA, possui fruto de
tamanho médio para grande, 460 g, com casca espessa e formato oval. Apresenta coloração do
fruto atraente (laranja-amarela coberta com vermelho e púrpura intensa). A polpa é firme,
suculenta, e teor de fibra médio. Resistente à antracnose e a danos mecânicos e com maior
período de conservação. Precoce, amadurece bem se colhido imaturo. Apresenta problemas
do colapso interno do fruto, malformação floral e teor inferior em sabor e de brix (16 º brix),
quando comparado com as variedades Palmer e Haden. É uma das variedades de manga mais
cultivadas mundialmente para exportação. Apresenta facilidade para indução floral em época
quente, alta produtividade e boa vida de prateleira. Essa variedade representa 90% das
exportações de manga no Brasil
3.1.3. Tamanho das parcelas e espaçamento:
Os experimentos foram realizados em uma área de 1,5 hectares sendo constituído de um
espaçamento de 8,0 metros entre linhas e de 5,0 entre plantas, obtendo assim uma densidade
30
populacional de 250 plantas por hectare com plantas de aproximadamente 08 e 10 anos de idade,
respectivamente.
3.1.4. Delineamento experimental
O ensaio I teve início no dia 31 de maio de 2006 e o ensaio II iniciou no dia 28 de junho,
coincidindo com o início da floração a 1ª aplicação dos tratamentos, sendo realizadas um total de
quatro (4) aplicações com intervalos quinzenais entre elas e a última delas, a aproximadamente
40 dias antes da colheita. A colheita dos frutos foi realizada no dia 19 de setembro de 2006 para
o ensaio I e no dia 19 de outubro para o ensaio II, e a leitura dos dados aos 15 dias após a
colheita, sendo os frutos acondicionados em caixas tipo + exportação sem receber tratamento
pós-colheita; as caixas foram armazenadas durante 15 dias em condição ambiental à temperatura
média diária de 31°C e umidade relativa do ar maior que 60 %, posteriormente os mesmos foram
avaliados.
O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, sendo o mesmo
constituído de 10 tratamentos com 4 repetições de 12 plantas, totalizando, assim, 48 plantas por
tratamento. As aplicações tiveram início no período da floração, com um volume de aplicação de
1100 litros por hectare. Para cada repetição foram colhidos 25 frutos, totalizando 1000 frutos
para todo o ensaio. Abaixo se apresentam os tratamentos utilizados na área experimental.
Quadro 1. TRATAMENTOS UTILIZADOS NOS ENSAIOS
Tratamentos Concentração g.i.a./kg ou L
Tipo de formulação
Dose g.i.a./ha
Dose g.mL
P.C./ha 1 Testemunha - - - - 2 Azoxystrobin +
difenoconazole 200+125 SC 40+25 200
3 Azoxystrobin + difenoconazole
200+125 SC 60+37,5 300
4 Azoxystrobin + difenoconazole
200+125 SC 80+50 400
5 Azoxystrobin + difenoconazole
200+125 SC 120+75 600
6 Azoxystrobin 500 GrDa 60 120 7 Chlorothalonil 720 SC 1080 1500 8 Chlorothalonil 720 SC 1440 2000 9 Difenoconazole 250 CE 75 300 10 Difenoconazole 250 CE 125 500
i.a. : Ingrediente ativo; P.C: Produto comercial. S.C: Suspensão concentrada; C.E: Concentrado emulsionável; GrDa: grânulos dispersíveis em água
31
Os produtos foram aplicados mediante a utilização de um equipamento de
pulverização modelo AIRBUS que são pulverizadores, montados ou tracionados, os quais
geram uma corrente de ar para transportar, direcionar e auxiliar no impacto das gotas
produzidas por bicos hidráulicos. Todas as aplicações foram realizadas no período da manhã,
o volume de calda preparado para cada tratamento foi de 1100L, sendo utilizada uma média
de 4,4L de calda por planta. Todas as pulverizações foram realizadas dentro das condições
climáticas ideais UR> 60% e velocidade do vento inferior a 10 Km/h.
No período de 31 de maio de 2006 que correspondeu ao início do ensaio a 19 de setembro
de 2006, a parcela onde foi montado o ensaio recebeu uma precipitação total de 83,6 mm. Já no
período de 31 de junho a 21 de outubro de 2006 a parcela onde foi montada o ensaio II recebeu
uma precipitação de 20,0 mm.
3.1.5. Adubação
O preparo do solo, a colocação das mangueiras , bem como a correção do sistema de
irrigação , foram realizadas de acordo com o sistema de produção local. A irrigação foi feita pelo
método de gotejamento e a aplicação de fertilizantes foi baseada nas análises químicas de
amostras do solo
Nesta área não foi realizada nenhuma calagem já que o solo apresenta um pH elevado,
não sendo necessário o uso de tal prática cultural. Os tratos culturais realizados foram somente
capinas com roçadeira para eliminar as plantas daninhas.
O quadro abaixo apresenta em detalhes as adubações efetuadas na área experimental.
Quadro 2:RESUMO DAS ADUBAÇÕES FONTE
Adubo Quantidade (Kg) N P K Nitrato Potássio 360 43,2 154,8 Map 10.52.00 576,0 57,6 299,5 Sulfato de Potássio 576,0 276,5 19-19-19 25,0 4,8 4,8 4,8 Uréia 240,0 108,0 Sulfato de Zinco 14,5
Total 213,6 304,3 436,0 N: Nitrogênio; F: Fósforo ; K: Potássio.
32
3.1.6. Avaliação realizada
As avaliações foram realizadas 15 dias após a colheita dos frutos, sendo avaliado o
percentual da incidência de frutos com antracnose obtido através do número de frutos afetados
por repetição, sendo esses valores expressos em porcentagem por tratamento e a sua
confirmação mediante o isolamento em meio de cultura Dextrose-Batata Agar (BDA) e
observados em microscópico trilocular Leica CME equipado com objetiva E2 planacromática
de 40x, para confirmar a presença de C. gloeosporioides, no laboratório de Fitopatologia da
Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA.
3.1.7. Análise dos dados
Os dados foram analisados mediante teste Tukey a 5 % de probabilidade e análise dos
contrastes mediante o teste de Scheffé. A fórmula de Abbott (1925), foi utilizada para medir a
eficiência dos tratamentos (onde Eficiência = (T-t)*100/T, sendo T a testemunha e t o
tratamento). Também foi aplicado um modelo de regressão para buscar qual a melhor dose de
Azoxystrobin + difenoconazole para o controle da antracnose na mangueira, sendo esta
associada à fórmula que melhor ajuste apresenta.
33
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 ENSAIO I
A análise dos dados obtidos no experimento indica uma diferença estatística entre os
tratamentos 4, 5, 6 e os tratamentos 1, 2, 3, 7, 8, 9, 10. Os tratamentos 4, 5 e 6 (Azoxystrobin +
Difenoconazole 400 e 600 mL.ha-1, Azoxystrobin 120 g.ha-1) foram superiores a testemunha
absoluta, porém não diferiram entre si.
A eficiência dos tratamentos em relação à testemunha indicou que os tratamentos que
utilizam o Azoxystrobin na sua formulação se mostraram mais eficientes que os demais. Sendo o
Azoxystrobin + Difenoconazole 300 e 600 mL.ha-1 aqueles tratamentos que maior eficiência
apresentaram 56,1 e 59,76%, respectivamente. Os demais produtos não foram eficientes no
controle da referida enfermidade (Tabela 1).
Tabela 1: Médias dos tratamentos mediante o teste de Dunnett a 5% de probabilidade e
eficiência dos tratamentos por Abbott (1925).
Tratamentos Frutos antracnose %
Eficiência Abbott (%)1
1.Testemunha 82 - 2. Azoxystrobin + Difenoconazole 62 24,39 3. Azoxystrobin + Difenoconazole 46 56,10 4. Azoxystrobin + Difenoconazole 42* 48,78 5. Azoxystrobin + Difenoconazole 33* 59,76 6. Azoxystrobin 36* 44,39 7. Chlorothalonil 90 -9,76 8. Chlorothalonil 85 -4,88 9. Difenoconazole 89 0,00 10. Difenoconazole 70 14,63 * Estatisticamente diferente da testemunha mediante o Teste Dunnett a 5% de probabilidade. 1Eficiência = (T-t)*100/T, sendo T a testemunha e t o tratamento)
34
Trabalhos de eficiência de produtos frente a antracnose da mangueira, realizados na
mesma região na qual foi desenvolvido o presente trabalho, corroboram os dados obtidos neste
experimento, onde demonstram que a molécula de Azoxystrobin apresenta uma relação de
controle à referida enfermidade (SALES JUNIOR et al., 2004). Em Petrolina-PE, Moreira et al.
(2002) encontraram que os frutos tratados com Azoxystrobin foram aqueles que apresentaram a
menor incidência de antracnose. Dessa forma, fica clara a eficiência do produto Azoxystrobin +
Difenoconazole no tocante ao controle da antracnose, haja vista um dos componentes deste
produto apresentar eficiência comprovada em relação à referida enfermidade.
O Chlorothalonil não foi eficiente no controle da antracnose, diferentemente do
resultado encontrado por Sales Júnior et al., (2004) em trabalho semelhante. Picinini &
Fernandes (2000), avaliando o efeito desse fungicida sobre o controle do Colletotrichum
lindemuthianum, agente etiológico da antracnose do feijoeiro apresentou-se eficiente no
controle da enfermidade, o mesmo aconteceu com Tavares & Souza (2005) testando o efeito
de diferentes fungicidas no controle da antracnose, no mamão, constatou que o ativo
Chlorotalonil apresentou alta eficiência no controle micelial e conidial do patógeno .
O fungicida Difenoconazole não foi eficiente, no controle da antracnose, e permitiu
uma alta incidência da doença; estes resultados corroboram com Sponholz et al (2004)
estudando o controle da antracnose na cultura da banana ‘prata’.
O Difenoconazole, por sua vez, apresenta uma eficiência em relação ao oídio da
mangueira, não obstante esta enfermidade não se apresentou na região.
A análise de contrastes realizada aos tratamentos detectou uma diferença estatística a 1 %
de probabilidade quando se comparou o produto Azoxystrobin + Difenoconazole com a
testemunha (0,0002), com o produto Chlorothalonil (0,0001) e com o produto Difenoconazole
(0,0001), mostrando que a sua utilização em qualquer uma das doses testada foram superiores
àquelas testadas com os outros produtos. Não obstante, o contraste de médias entre o produto
Azoxystrobin + Difenoconazole e Azoxystrobin (0,2414) não diferiu estatisticamente mediante
o teste de Scheffé, assim como quando se comparou o Chlorothalonil com o Difenoconazole
(Tabela 2).
Nenhum dos tratamentos utilizados neste experimento apresentou qualquer injúria por
fitotoxidez nas plantas de mangueiras utilizadas. Diferentemente do encontrado por Sponholz et
al (2004) no qual alguns frutos tratados com Propiconazole, Procloraz e Difenoconazole
apresentavam sintomas de toxidez na casca, sendo estes mais intensos nas doses mais
elevadas, o mesmo ocorrendo para Tebuconazole.
35
Tabela 2: Tabela de contrastes dos tratamentos no experimento. Mossoró-RN, 2006.
Contrastes Experimento
Azoxystrobin + Difenoconazole vs Testemunha 0,0002**
Azoxystrobin + Difenoconazole vs Azoxystrobin 0,2414ns
Azoxystrobin + Difenoconazole vs Chlorothalonil 0,0001**
Azoxystrobin + Difenoconazole vs Difenoconazole
Chlorothalonil vs Difenoconazole
0,0001**
0,395 ns
**, * : Significativo a 1 % de probabilidade pelo teste de Scheffé. ns: Não Significativo pelo teste de Scheffé.
A análise de regressão apontou o tratamento 5 (Azoxystrobin + Difenoconazole
600mL.ha-1) como sendo a melhor dose do produto para controlar a antracnose. Não obstante,
deve-se considerar que todas as doses de Azoxystrobin + Difenoconazole foram eficientes.
Y= 19,29 + 8468,57 / X
r^2= 98,87
10
20
30
40
50
60
70
200 300 400 500 600
Dose de Azoxystrobin + difenoconazole (mL/ha)
% A
ntr
acnose
Figura 1. Estimativa da porcentagem de frutos de manga atacados por Colletotrichum
gloeosporioides.
36
4.2. ENSAIO II
A análise dos dados obtidos no experimento não indicou nenhuma diferença significativa
entre os tratamentos mediante o teste de Tukey a 5% de probabilidade (Tabela 3). Não obstante,
observa-se que o percentual de frutos de manga com antracnose foi de 23,0% para a testemunha,
enquanto que para os tratamentos 2, 3, 4 e 5 (Azoxystrobin + Difenoconazole nas dose 200,
300, 400 e 600 ml.ha-1, respectivamente), foram de 5,0; 9,0; 6,0 e 0,0%, respectivamente. O que
indica a eficiência do produto frente a enfermidade (Tabela 3).
Uma explicação para a baixa taxa de infecção deste ensaio pode ser devido a baixa
precipitação pluviométrica, no qual Dood et al. (1991), fala sobre o efeito positivo da alta
umidade relativa sobre a infecção de C. gloeosporioides em frutos de manga. Ao contrário,
Oliveira (2002) não detectou infecção dos frutos para todos os tratamentos aplicados em
ensaio similar ao apresentado, no período seco do ano, corroborando assim sobre a
importância da umidade no desenvolvimento da enfermidade.
O tratamento que melhor controlou esta enfermidade foi o 5, sendo este de 100% de
eficiência segundo fórmula de Abbott (1925). Entre os tratamentos 2, 3, e 4, todos eles
apresentaram eficiência contra a enfermidade superior aos 60,0%. È importante relatar que em
nenhum dos tratamentos realizou-se a aplicação de tratamento de pós-colheita. O que
seguramente haveria reduzido esta incidência no ataque deste fitopatógeno. Os demais produtos
apresentaram uma eficiência que vai desde 13,0 , Difenoconazole (300 mL.ha-1) a 69,6% para o
produto Chlorothalonil (2.000 mL.ha-1) (Tabela 3).
Tabela 3: Médias dos tratamentos mediante o teste de Dunnett a 5% de probabilidade e
eficiência dos tratamentos por Abbott (1925).
Tratamentos Frutos antracnose %
Eficiência Abbott (%)1
1.Testemunha 23,0 - 2. Azoxystrobin + Difenoconazole 5,0 78,3 3. Azoxystrobin + Difenoconazole 9,0 60,9 4. Azoxystrobin + Difenoconazole 6,0 73,9 5. Azoxystrobin + Difenoconazole 0,0* 100,0 6. Azoxystrobin 13,0 43,5 7. Chlorothalonil 8,0 65,2 8. Chlorothalonil 7,0 69,6 9. Difenoconazole 20,0 13,0 10. Difenoconazole 14,0 39,1 * Estatisticamente diferente da testemunha mediante o Teste Dunnett a 5% de probabilidade. 1Eficiência = (T-t)*100/T, sendo T a testemunha e t o tratamento)
37
Sales Júnior et al. (2004) em trabalho semelhante testando diferentes produtos no
controle da antracnose da mangueira encontrou resultados semelhantes na mesma região do
presente trabalho, corroborando, portanto com os dados obtidos neste experimento, o qual
demonstra que a molécula de Azoxystrobin apresenta uma relação de controle à referida
enfermidade.
Moreira et al. (2002) encontraram que os frutos tratados com Azoxystrobin foram
aqueles que apresentaram a menor incidência de antracnose. Dessa forma fica clara a eficiência
do produto Azoxystrobin + Difenoconazole no tocante ao controle da antracnose, haja vista um
dos componentes deste produto apresentar eficiência comprovada em relação à referida
enfermidade. O Difenoconazole, por sua vez, apresenta uma eficiência em relação ao oídio da
mangueira, não obstante esta enfermidade não se apresentou na região.
A análise de contrastes realizada aos tratamentos detectou uma diferença estatística a 5 %
de probabilidade quando se comparou o produto Azoxystrobin + Difenoconazole com a
testemunha (0,0331). Todos os demais contrastes não diferiram estatisticamente do produto
Azoxystrobin + Difenoconazole mediante o teste de Scheffé, como também o Chlorothalonil
com o Difenoconazole(Tabela 4).
Nenhum dos tratamentos utilizados neste experimento apresentou qualquer injúria por
fitotoxidez nas plantas de mangueira utilizada, fato semelhante ao ocorrido no primeiro ensaio.
Tabela 4: Tabela de contrastes dos tratamentos no experimento. Mossoró-RN, 2006. Contrastes Experimento
Azoxystrobin + Difenoconazole vs Testemunha 0,0331*
Azoxystrobin + Difenoconazole vs Azoxystrobin 0,3360ns
Azoxystrobin + Difenoconazole vs Chlorothalonil 0,6970ns
Azoxystrobin + Difenoconazole vs Difenoconazole
Chlorothalonil vs Difenoconazole
0,0652ns
0,881ns
* : Significativo a 5 % de probabilidade pelo teste de Scheffé. ns: Não Significativo pelo teste de Scheffé.
A análise de regressão apontou o tratamento 5 (Azoxystrobin + Difenoconazole
600mL.ha-1) como sendo a melhor dose do produto para controlar a antracnose. Não obstante,
deve-se considerar que todas as doses de Azoxystrobin + Difenoconazole foram eficientes.
38
Y= 7,67 - 3,39x10^- 8 X^3
r^2 = 73,41
0
2
4
6
8
10
200 300 400 500 600
Dose de Azoxystrobin + difenoconazole (mL/ha)
% A
ntr
ac
no
se
Figura 2. Estimativa da porcentagem de frutos de manga atacados por Colletotrichum
gloeosporioides.
A importância de se trabalhar produtos em mistura preconiza todo o manejo de
resistência que deve ser realizado quando se utiliza moléculas muito específicas e ao mesmo
tempo com modo de ação semelhante. Dessa forma a mistura Azoxystrobin + Difenoconazole
vem a contribuir com esta forma de manejo, assim como diminuir os custos de produção, quando
em uma única aplicação podem-se controlar duas enfermidades de importância primária para a
mangueira que é a antracnose e o oídio.
Neste caso é importante observar qual será a dose a se recomendar para o produtor, tendo
em vista que muito embora esta tenha apresentado um maior controle pra a enfermidade, o
incremento no controle pode não ser economicamente viável, nem ambientalmente correto.
39
5. CONCLUSÕES
O Azoxystrobin + Difenoconazole na dosagem (600 mL.ha-1) foi o mais eficiente no
controle da antracnose.
40
6. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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