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Eficiência Energética na Indústria Plano Setorial de Melhoria da Eficiência Energética em PME

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Eficiência Energética na Indústria

Plano Setorial de Melhoria da Eficiência Energética em PME

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EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

Ficha Técnica

Entidade Promotora

AEP – Associação Empresarial de Portugal

Equipa

Ana Fonseca (Processadvice)

Paula Pires (Processadvice)

Hélder Durão (IDIT)

Título

Benchmarking de Energia

Projeto

Efinerg 2 – Eficiência Energética na Indústria

Cofinanciamento

Junho de 2015

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EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

ÍNDICE

1- INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 5

2- BENCHMARKING DO CONSUMO DE ENERGIA NA INDÚSTRIA

TRANSFORMADORA ............................................................................................................... 7

3 - POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ....................................................... 14

3.1 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA DINAMARCA ............... 14

3.2 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO REINO UNIDO ........... 15

3.3 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA ESPANHA ..................... 17

3.4 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA ÁUSTRIA ...................... 18

3.5 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA FINLÂNDIA .................. 19

3.6 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA IRLANDA ...................... 20

3.7 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO JAPÃO ........................... 21

3.8 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NOS ESTADOS UNIDOS

DA AMÉRICA ......................................................................................................................... 24

3.9 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA ALEMANHA ................. 26

3.10 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA FRANÇA ..................... 27

3.11 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO CANADÁ .................... 29

3.12 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA ÍNDIA ........................... 31

3.13 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA CHINA ......................... 31

3.14 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA RÚSSIA ....................... 32

3.15 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO BRASIL ....................... 33

3.16 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA COREIA DO SUL .... 34

3.17 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA INDONÉSIA .............. 36

3.18 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO MÉXICO ..................... 37

3.19 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA ARÁBIA SAUDITA . 37

3.20 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA ITÁLIA ......................... 38

3.21 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA ÁFRICA DO SUL .... 39

3.22 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA AUSTRÁLIA .............. 40

3.23 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA TURQUIA ................... 41

3.24 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA ARGENTINA ............. 42

3.25 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM PORTUGAL .............. 43

3.25.1 ESTRATÉGIA NACIONAL PARA A ENERGIA 2020 .................................. 43

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EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

3.25.2 PLANO NACIONAL DE AÇÃO PARA AS ENERGIAS RENOVÁVEIS

(PNAER) ................................................................................................................................... 47

3.25.3 PLANO NACIONAL DE AÇÃO PARA A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

(PNAEE) .................................................................................................................................... 50

3.26 COMPARAÇÃO DAS POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA .... 51

4 - BENCHMARKING SECTORIAL INTERNACIONAL .......................................... 56

SETOR DA FABRICAÇÃO DE ARTIGOS DE BORRACHA E MATÉRIAS

PLÁSTICAS ............................................................................................................................. 56

SETOR DA IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO DE SUPORTES GRAVADOS .... 60

SETOR DA FABRICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS........................... 63

SETOR INDÚSTRIA DO COURO E DOS PRODUTOS DO COURO ................. 67

SETOR FABRICAÇÃO DE PASTA, DE PAPEL, CARTÃO E SEUS ARTIGOS ............. 75

SETOR INDÚSTRIA QUÍMICA ......................................................................................... 82

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 102

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1- INTRODUÇÃO

A nível mundial, em 2007, a atividade da indústria transformadora esteve associada a um

consumo de energia final de 127 exajoules (EJ), que equivale a cerca de um terço do

consumo de energia total da economia global (UNIDO, 2010).

Os países em desenvolvimento e as economias em transição representam 60% do

consumo total de energia na indústria. Apesar de já se terem registado melhorias

significativas no que diz respeito a eficiência energética, o consumo de energia na

indústria continua a aumentar, devido aos aumentos significativos no volume de bens

produzidos. Prevê-se que os níveis de produção continuem a aumentar substancialmente

nas próximas décadas, particularmente nos países em desenvolvimento. Como resultado,

taxas de eficiência energética reduzidas não serão suficientes para estabilizar ou diminuir

a procura de energia dos diversos sectores industriais em termos absolutos. Assim, será

certamente necessário implementar medidas significativas e ambiciosas de modo a

assegurar poupanças de energia relevantes.

O aumento contínuo na procura e gasto consumo de energia levou ao reconhecimento e

à preocupação com o impacto negativo no ambiente associado a este aumento,

nomeadamente devido à emissão de gases responsáveis pelo efeito de estufa. Existem

ainda outras repercussões negativas que podem ser evitadas ou minimizadas através de

melhorias na eficiência energética. Considerando que o sector industrial como um todo é

responsável por uma grande parte do consumo de energia, é inevitável que as atividades

industriais sejam responsáveis por uma quantidade abundante relevante das emissões

daqueles gases. As poupanças de energia por sector industrial surgem pois como uma

das alternativas mais atrativas e viáveis para ir ao encontro de exigências de redução de

energia e de emissões de gases de estufa em geral. Aliás, tem-se assistido recentemente

em vários países (desenvolvidos e em desenvolvimento) a um crescente interesse na

análise e diagnóstico dos diferentes usos da energia sob as mais diversas formas, com o

objetivo de definir e quantificar indicadores de eficiência energética e diminuir

consequentemente as emissões de dióxido de carbono equivalentes. Não admira pois

que surjam constantemente estudos e levantamentos de situação que apresentam este

tópico como o seu ponto central, analisando-se quer o sector industrial global, quer

sectores industriais específicos.

De facto, a projeção a longo prazo do uso de energia e das emissões de dióxido de

carbono constitui um argumento chave necessário para definir os custos e as

6

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

repercussões industriais e sociais das políticas de atenuação da mudança de clima. Por

surpreendente que possa parecer, espera-se com elevado grau de certeza que a

implementação de algumas medidas de poupança energética de custo reduzido ou até de

custo desprezável em diversos sectores industriais proporcione uma diminuição

significativa (10% a 30%) nas emissões de gases com efeito de estufa (para além,

obviamente, de reduzir despesas com energia).

Sabe-se que o consumo industrial de energia é influenciado por vários fatores, porém as

tecnologias usadas para um dado processo podem afetar particularmente a eficiência

energética que pode ser atingida. Como já foi explicado, uma das principais soluções

ambientais para o aquecimento global é melhorar a eficiência energética, sendo esta uma

resposta rápida e eficaz a nível de custos contra a ameaça do aquecimento global.

A análise do consumo de energia revela-se pois importante para estabelecer tendências

e direções futuras em qualquer país. Como consequência, bastantes investigadores

dedicam os seus esforços ao estudo, em diferentes países e para distintos sectores

industriais, da interação entre processos de fabrico, consumo de energia, e crescimento

económico e sustentável. Se viável, dever-se-á recorrer a ferramentas analíticas (por

exemplo, baseadas em propriedades e fundamentos termodinâmicos) que permitam

concretizar uma gestão mais eficiente da energia consumida, entrando em consideração

com características e informações subjacentes aos equilíbrios energéticos entre

equipamentos e processos, com o objetivo de determinar o desempenho (do ponto de

vista de utilização apropriada da energia) e detetar ineficiências associadas aos sistemas

em estudo.

Neste cenário, importa pois assegurar uma familiarização com alguns conceitos,

princípios e variáveis da Termodinâmica e da Engenharia em geral, os quais podem ser

vantajosamente utilizados na realização de auditorias energéticas e na quantificação de

indicadores e parâmetros imprescindíveis a uma correta descrição da situação que está a

ser estudada.

Como primeiro passo, espera-se que a adoção das Tecnologias de Melhores Práticas (ou

TMP) permita, a curto prazo, reduções significativas na utilização de energia. Num estudo

efetuado recentemente, avaliou-se o potencial da poupança de energia que se poderia

concretizar pela implementação em grande escala das TMP em sectores industriais. Para

cada sector analisou-se a melhoria potencial a nível global, distinguindo-se entre os

países industrializados, os países em desenvolvimento e as economias em transição.

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EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

2- BENCHMARKING DO CONSUMO DE

ENERGIA NA INDÚSTRIA TRANSFORMADORA

Atualmente a eficiência energética industrial e o potencial para melhorias nesta eficiência

são essencialmente analisados por aplicação de indicadores energéticos e por

benchmarking energético (Fleiter, et al., 2012). O benchmarking energético é útil para

perceber os padrões de utilização de energia, identificar ineficiências no uso de energia,

estimar o potencial para conservação e poupança de energia e, não menos importante,

conceber políticas que melhorem a economia da energia. O benchmarking de energia

para as indústrias pode ser definido como o processo de medição do desempenho

(performance) energético de uma instalação fabril ou até de um sector industrial face a

uma métrica que representa o desempenho padrão (ou otimizado) de uma instalação

fabril ou sector industrial de referência (Ke, et al., 2013).

O benchmarking pode igualmente ser concebido para comparar o desempenho

energético de um conjunto de instalações fabris ou para comparar o desempenho de uma

fábrica consigo mesma em diferentes períodos de tempo ou sob condições operatórias

diferentes. A comparação de uma fábrica (ou de um sector industrial) consigo mesma em

diferentes períodos e/ou condições operatórias é por vezes necessária, em particular nas

seguintes situações (Ke, et al., 2013):

- A informação relevante para estabelecer o benchmark não existe, não está disponível

ou não é suficiente (por exemplo, devido a concorrência intensa ou processos

patenteados), mas a fábrica (ou sector industrial) está de posse de elementos fiáveis

sobre a sua atividade e pretende avaliar o seu próprio desempenho

- Averiguar a melhoria de eficiência energética numa fábrica ou num sector industrial

Contudo, se existir mais informação disponível, é preferível efetuar o benchmarking

usando como referência os líderes do sector industrial, para perceber melhor as

diferenças existentes, quantificá-las e averiguar as causas dessas diferenças.

De uma maneira genérica, o benchmarking é muitas vezes encarado como “a procura

pelas melhores práticas industriais que conduzirão a um desempenho superior”. Neste

contexto, o benchmarking de energia pode ser entendido como a procura das melhores

práticas industriais no uso de energia que conduzem a um desempenho energético

superior (Ke, et al., 2013). Assim, é recomendável estabelecer objetivos e melhorar a

eficiência energética com base nas melhores práticas, de modo a fazer progredir a

própria economia de energia global em termos de conservação de energia e redução de

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EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

emissões. O benchmarking energético a nível industrial assume pois importância

primordial, quer como metodologia analítica eficaz, quer como ferramenta de gestão, e

pode contribuir marcadamente para o aumento da eficiência energética e para a redução

das emissões de dióxido de carbono, protegendo-se assim o ambiente e mitigando as

alterações climáticas (para além de poder gerar benefícios económicos importantes).

Num estudo bastante aprofundado da UNIDO1, os benchmarks internacionais, baseados

no uso de energia associados às TMPs, foram estimados para um total de 26 processos

industriais, produtos e sectores industriais (UNIDO, 2010). Estes processos incluem

sectores com consumos intensivos de energia, como os do ferro e do aço, os sectores

químicos e petroquímicos, e ainda diversas indústrias de produção de energia e sectores

de pequena escala (como fundições e fornos de cal). A energia utilizada por estes

processos representa aproximadamente 60% do consumo final da indústria.

Para vários sectores, por exemplo para craqueamentos a vapor e fundições de alumínio,

os benchmarks internacionais são estimados a partir de curvas de benchmarking que

estão baseadas em informação da empresa. Para os sectores cujos questionários de

benchmarking não existem, o relatório da UNIDO compara os indicadores de energia em

diferentes regiões para fornecer uma estimativa para um benchmark internacional. Estes

indicadores são uma estimativa baseada em dados dos sectores (por exemplo,

estatísticas da produção e estatísticas de energia internacional), e em comparações a

nível de países, baseando-se em Índices de Eficiência Energética (IEE) ou numa média

dos níveis atuais de Consumo Específico de Energia (CEE).

A análise realizada mostrou a possibilidade de se poupar 31 EJ por ano se todos os

processos contemplados fossem utilizados em operações ao nível do “benchmarking”

internacional. Excluindo o uso de matéria-prima, isto é equivalente a uma melhoria

potencial, a nível mundial, de 26%, com uma melhoria de 15% a 20% para os países em

desenvolvimentos e as economias em transição. O potencial de poupança varia, como

seria de esperar, de sector para sector. A percentagem desta melhoria é menor do que a

média global para processos e sectores com grande intensidade energética, sendo que

muitos dos processos associados à produção de energia evidenciam potencial para

melhorias mais relevantes.

1 United Nations Industrial Development Organization

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EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

As Tecnologias de Melhores Práticas (TMP) e as Melhores Tecnologias Disponíveis

(MTD)

As TMP e as MTD proporcionam potenciais de poupança a curto e a médio prazo. A

utilização futura de energia na indústria transformadora mundial está projetada para 2030

com base em cenários de eficiência energética. Neste contexto, prevê-se que o uso final

de energia aumente de 106 EJ em 2007 para 172 EJ em 2030, num cenário em que não

há melhorias na eficiência. O aumento para 2030 pode ser bastante menor (para 136 EJ)

num cenário onde existe uma taxa de melhoria na eficiência energética de 1% por ano.

Melhor ainda, se assumirmos que todos os processos industriais se encontram em fase

de adoção plena das TMP em 2030, a utilização final de energia seria ligeiramente mais

baixa do que 128 EJ. Mesmo assim, conseguir-se-ia poupar adicionalmente com a

adoção das MTD, visto que estas são cerca de 5% a 15% mais eficientes que as TMP.

Com a implementação de MTD, o uso da energia a nível industrial ficar-se-ia pelos 114

EJ em 2030. As tecnologias mais recentes, que, para efeitos práticos, ainda não foram

desenvolvidas, podem potencialmente dar origem a ainda maiores taxas de melhoria e,

nestas circunstâncias, promover um impacto significativo nos níveis de energia e na

redução de emissões de dióxido de carbono (CO2).

Diferenças regionais na consecução de níveis de eficiência energética

O trabalho subjacente ao estudo atrás referido procurou reunir informação e dados

relevantes que permitissem melhorar a compreensão das principais causas de diferenças

de níveis de eficiência energética entre diferentes regiões do mundo. A hipótese de que

os preços baixos de energia originam um IEE mais alto e vice-versa foi testada, tendo-se

chegado à conclusão de que este pressuposto é válido apenas para alguns sectores (por

exemplo, influencia parcialmente o sector de craqueamento a vapor). Um IEE mais alto é

um resultado de diversos fatores, e não apenas dos preços de energia. Por exemplo, o

elevado custo de capital das novas tecnologias pode levar algumas empresas a não

investirem em tecnologias mais recentes e mais eficientes, nomeadamente em situações

onde a instabilidade económica aumente as taxas de juros.

Requisitos associados ao “benchmarking” do consumo de energia industrial

Diversos estudos e trabalhos de investigação mostram que o benchmarking representa

uma mais-valia para avaliar, com fundamento, o potencial de melhoria e, não menos

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EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

importante, para proporcionar informação valiosa sobre a utilização de energia nos

diversos sectores industriais. No entanto, convém salientar que os dados obtidos e

processados em muitas pesquisas podem estar associados a um número considerável de

incertezas, necessitando eventualmente de refinamento.

As recomendações a seguir apresentadas são fundamentais para maximizar o potencial

dos benchmarks, e dos indicadores de energia em geral, como ferramentas

indispensáveis à avaliação do desempenho no que concerne a utilização de energia na

indústria:

A cobertura regional dos questionários de benchmarking está frequentemente

incompleta. É necessário recolher informação dos sectores para os quais não

existem dados disponíveis ou, quando existem, são insuficientes e fragmentados,

o que sucede particularmente nos países em desenvolvimento e nas economias

em transição.

Os questionários de benchmarking precisam de ser melhorados, de modo a

conseguirem abranger mais processos nos sectores com elevada intensidade

energética. Por outro lado, necessitam de assegurar uma melhor cobertura dos

processos mais importantes nas indústrias da produção de energia e nos

aglomerados de menor escala, a maioria dos quais são compostos por pequenas

e médias empresas. O entendimento do perfil de utilização de energia nestas

indústrias de menor escala é essencial, visto que existe nestas um potencial

considerável de melhorias em termos percentuais.

A calibração das curvas de benchmarking é importante para suportar o

refinamento da informação obtida a partir de benchmarks internacionais. Para

uma comparação objetiva entre países, é obviamente necessário ter em

consideração certas condições específicas regionais, como por exemplo a

heterogeneidade na distribuição de matéria-prima e na qualidade das mesmas.

De facto, muitas fábricas que estão a operar atualmente não têm controlo sobre

estas condições, o que pode prejudicar a capacidade de atingir o nível de

eficiência definido pelos benchmarks internacionais.

É preciso observar mais detalhadamente os sectores industriais que ainda não

foram analisados ou onde a análise foi limitada a pouca informação sobre o CEE

– Consumo Específico de Energia. Estes sectores incluem o da alimentação e

bebidas, maquinaria, equipamento de transporte, processamento de metais,

construção, e couro, sendo muitas destas atividades responsáveis por consumos

apreciáveis de energia. Convém assinalar que a maioria destes sectores assume

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EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

um papel preponderante no tecido económico de inúmeros países em

desenvolvimento.

Os indicadores estatísticos internacionais relativos à produção e consumo de

energia, que acabam por constituir a base para o cálculo dos IEE, estão sujeitos a

incertezas, que importa minimizar. Para tal, aconselha-se uma colaboração mais

estreita entre os peritos de energia das empresas e entidades responsáveis pela

recolha e processamento deste tipo de dados, de modo a assegurar a qualidade e

representatividade desses mesmos indicadores.

Realça-se ainda a conveniência de envidar esforços, sobretudo para os países

em desenvolvimento, que possibilitem uma disseminação de informação eficaz e

mais abrangente junto dos diferentes sectores industriais e das suas associações,

enfatizando a importância da eficiência no uso de energia e o encorajamento para

a adoção de medidas que permitiam uma gestão e monitorização eficientes da

utilização de energia.

Resultados mais importantes

A estrutura do uso de energia industrial é representada pela produção de um

número relativamente pequeno de bens com intensidade energética. Os sectores

dos produtos químicos e petroquímicos e os sectores do ferro e do aço são

responsáveis por, aproximadamente, metade da energia industrial consumida

mundialmente. Outros sectores que constituem uma percentagem significativa

desta utilização são os dos metais não-ferrosos, minerais não metálicos e o sector

do papel e da celulose.

O CEE difere significativamente entre países e sectores como resultado de

diferenças em disponibilidade de recursos, preços de energia, tamanho das

fábricas, a idade do capital social, fatores locais, custos do capital, custos de

oportunidade e medidas governamentais e consciência destes fatores referidos.

O benchmarking da utilização de energia dos sectores da indústria pode fornecer

informações valiosas sobre os potenciais de eficiência energética. Baseado em

dados das TMP, há estimativas para melhorias globais e também para países e

regiões onde esta informação está disponível. Os IEEs podem suplementar os

questionários de benchmarking e também podem ser usados para apoiar a

12

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

estimativa das potenciais melhorias para os sectores onde a informação sobre

benchmarks não está disponível.

De acordo com dados de benchmarking, o potencial de poupança de energia atual

na indústria transformadora e refinarias de petróleo estima-se ser 31 EJ. Isto é

equivalente a uma melhoria de eficiência energética de aproximadamente 26% da

procura de energia industrial final atual, globalmente. Cerca de um quarto do

potencial de energia poupada (8 EJ a 9 EJ por ano) está localizada nos países

industrializados; três-quartos desta poupança (24 EJ a 25 EJ) encontra-se em

países em desenvolvimento e economias em transição.

Aproximadamente dois terços do potencial total de poupanças está associado aos

sectores industriais com alta intensidade energética, embora o potencial e

eficiência energética seja mais baixo em termos de percentagem nestes sectores

do que em sectores não-intensivos e nas entidades produtoras de energia.

Assumindo que o potencial de poupanças de energia iria resultar numa redução

de 3% a 4% nos custos totais de produção, a nível mundial, o custo deste

potencial está estimado em cerca de 23 mil milhões de dólares americanos por

ano (excluindo o custo dos investimentos requeridos para atualizar os níveis de

tecnologia atuais para TMP). Os países industrializados têm a possibilidade de

poupar à volta de 65 mil milhões de dólares americanos em custos de energia. Os

países em desenvolvimento e economias em transição têm oportunidade de

poupar cerca de 165 mil milhões de dólares americanos, que se traduz em mais

de 70% do potencial de poupanças de custos globais. Estas poupanças são

equivalentes a 2% do valor da indústria global.

Na Tabela 1 encontra-se alguma informação sobre o uso médio de energia em

vários sectores industriais a nível global.

Relativamente ao sector dos curtumes e do calçado, a informação disponível,

mesmo a nível internacional, é escassa, podendo contudo estimar-se que os

custos de energia não representarão mais do que 10% na estrutura de custos das

empresas destes sectores (DSIR - India, 2012).

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética 13

Tabela 1

Perspetiva geral das gamas de uso médio de energia e informação sobre benchmarks de energia (Saygin, et al., 2011)

Gama do uso médio de energia

Informação de benchmark de energia

Setores, produtos e processos

(entre parênteses: ano a que a

informação se refere)

Unidades Nível Global Fábrica mais Eficiente

(ou MTD)

Benchmark

Internacional

(ou TMP)

Fábrica menos

Eficiente

Químico e petroquímico

HVC – Produtos químicos de Alto

Valor (2005)

Amoníaco (2007)

Metanol (2006)

Celulose e papel (2007)

GJ/t HVC

GJ/t NH3

GJ/t MeOH

IEE

(aquecimento e eletricidade)

16,9

41

35,1

1,25

10,6

23,5

28,8

1

12,5

23,5

30

-

33,6

58

58

-

Fonte: Benchmarking the energy use of energy-intensive industries in industrialized and developing countries, D. Saygin, E. Worrel, M.K. Patel, D.J.

Gielen.

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

14

3 - POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

3.1 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA

DINAMARCA

As principais medidas do PNAEE Dinamarquês, aplicadas à indústria foram: i) o aumento

gradual dos impostos relativos às emissões de gases derivados da queima de

combustíveis fósseis; ii) a concessão de benefícios fiscais a indústrias que implementem

medidas de eficiência energética; iii) o incentivo quer à concorrência comercial quer à

investigação tecnológica no setor privado do mercado energético; iv) o financiamento de

Projetos públicos de investigação e o apoio a parcerias tecnológicas com o setor privado;

v) a atribuição de créditos/empréstimos a PME para implementação de Projetos de

eficiência energética; e vi) o aumento da divulgação, junto da população, das tecnologias

de gestão ambiental e dos benefícios associados à sua utilização.

O aumento gradual dos impostos sobre o consumo de energia e as emissões de CO2 tem

como objetivo incentivar as indústrias a assinar acordos voluntários com o Estado,

garantindo o cumprimento de um plano de redução do consumo de energia. As indústrias

que assinam estes acordos comprometem-se a efetuar um estudo pormenorizado do seu

consumo energético, que visa identificar pontos críticos passíveis de melhorias, e, num

prazo acordado, a implementar as medidas técnicas necessárias para atingir o aumento

de eficiência energética estipulado. Todo este processo está sujeito a auditorias estatais.

Os acordos voluntários assentam na implementação do conceito de Gestão de Energia

(Energy Management) que assegura a melhoria contínua e constante da eficiência

energética de uma empresa.

Tipicamente, uma indústria reduz o seu consumo de energia entre 10 a 15 % nos

primeiros anos de implementação destes acordos voluntários. Alguns exemplos mostram

poupanças superiores a 15 % e retornos de investimento (paybacks) inferiores a 4 anos.

As medidas técnicas a aplicar envolvem a manutenção e monitorização de

equipamentos, a alteração de procedimentos, a formação dos funcionários e a conceção

eficiente, sob o ponto de vista energético, de equipamentos e instalações.

15

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

3.2 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO REINO

UNIDO

No Reino Unido, as políticas incidem principalmente sobre a redução das emissões de

gases com efeito de estufa. No entanto, estas políticas estão intimamente ligadas à

eficiência energética, uma vez que aumentos na eficiência energética produzem

reduções nas emissões. Algumas das medidas do Plano de Ação Nacional de Eficiência

Energética (PNAEE) do Reino Unido aplicadas à indústria englobam: i) o Climate Change

Levy; ii) os Climate Change Agreements; iii) o Carbon Trust e o iv) United Kingdom

Emissions Trading Scheme.

O Climate Change Levy (CCL) é um imposto sobre a utilização de energia que impõe

taxas fiscais mais elevadas às indústrias mais gastadoras de energias não renováveis. O

dinheiro resultante destas taxas serve para investir em tecnologias e equipamentos com

maior eficiência energética e, consequentemente, menos emissões de carbono.

Com os Climate Change Agreements (acordos voluntários, CCA), o governo tenta aliciar

as empresas a aceitar um acordo de redução de emissões de carbono, em troca de um

vantajoso desconto fiscal de 80 % sobre o Climate Change Levy.

O Carbon Trust é uma organização que visa informar e auxiliar as indústrias que

pretendam reduzir as suas emissões de gases poluentes. As suas atividades baseiam-se

em cinco grandes áreas: Perceção, Solução, Inovação, Iniciativa e Investimento.

O United Kingdom Emissions Trading Scheme (UK-ETS) é um esquema que tem como

objetivo reduzir as emissões de gases poluentes, para que com isso se cumpra o

Protocolo de Quioto e adiram ao rentável mercado de carbono.

O Plano de Ação Nacional de Eficiência Energética 2008-2016 define um objetivo de

poupança de energia de 136,5 TWh em 2016 para edifícios, transporte e de pequenas

indústrias, excluindo os setores sob a Emissions Trading Scheme (ETS), o que

corresponde a 9% do consumo de energia de referência dos consumidores finais.

O Compromisso de Eficiência Energética (CEE) consiste num sistema de obrigações de

poupança de energia e exige que os fornecedores de energia encorajem os seus clientes

no mercado interno a reduzir o seu consumo de energia. O esquema CEE resultou numa

economia anual de energia de cerca de 6 TWh/ano de eletricidade e cerca de 8 TWh/ano

para os combustíveis fósseis durante o período de 2002-2008 (ou cerca de 5% e 2% o

16

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

consumo energético doméstico em 2008, respetivamente). Desde abril de 2008, a

obrigação imposta de poupança de energia sobre a energia dos fornecedores é expressa

em termos de poupança de CO2 e é chamada Carbon Emissions Reduction Target

(CERT). O conjunto CERT para o período de três anos até o final de abril de 2011 era de

185 Mt CO2 (poupança ao longo da vida).

Relativamente à política de energias renováveis, em 2009 o governo lançou o Plano de

Transição de Carbono Baixo que tem como objetivo até 2020 produzir 30% da

eletricidade a partir de energias renováveis e 40% a partir de fontes de energia com

baixas emissões. Além disso, para atingir o objetivo de 2020, a energia eólica deve

responder com cerca de 66% e de biomassa para cerca de 22% da produção de

eletricidade a partir de energias renováveis.

De acordo com a Diretiva Europeia relativa à promoção da energia renovável, a meta

nacional é aumentar a quota de energias renováveis para 15% do consumo final de

energia do país até 2020.

Desde março de 2003, o desenvolvimento de energias renováveis tem sido assegurada

por Renewable Obligation Certificates (ROCs). Um ROC é emitido por cada MWh de

produção renovável elegíveis produzida.

Desde a sua introdução, os fornecedores de eletricidade foram obrigados a adquirir

proporções crescentes da sua eletricidade a partir de fontes renováveis certificadas. Os

ROC´s foram inicialmente prorrogados até 2027 no Livro Branco sobre Energia de 2007,

tendo sido prolongado para 2037 em abril de 2010. Em fevereiro de 2010, em linha com a

Lei de Energia 2008, o governo anunciou novos incentivos para a produção de

eletricidade a partir de renováveis em instalações até 5 MW. A eletricidade produzida a

partir de low-carbon tecnologia instalada desde julho de 2008 receberão subsídios,

mesmo quando a eletricidade é para uso próprio do produtor.

A eficiência energética nas indústrias consumidoras intensivas de energia é impulsionada

pela UK-ETS introduzido em 2010. O Carbon Reduction Commitment (CRC) Energy

Efficiency Scheme tem como objetivo melhorar a energia eficiência e reduzir as emissões

de CO2 nos grandes consumidores de energia, incluindo organizações públicas e

privadas. O esquema envolve a definição de valores máximos de emissões para cada

entidade qualificada e aquisição de permissões de emissão de CO2. A primeira venda de

licenças terá tido início em 2012.

17

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

3.3 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA

ESPANHA

A Estratégia de Poupança e Eficiência Energética em Espanha aprovada a 28 de

Novembro de 2003 propõe para cada um dos principais sectores envolvidos uma série de

medidas que devem ser implementadas durante o período de 2004-2012.

No âmbito desta estratégia, as medidas aplicáveis ao Setor Industrial espanhol são as

seguintes:

Realização de Auditorias Energéticas;

Projetos Empresariais de Eficiência Energética (Acordos Voluntários);

Programas de Ajudas Públicas.

As Auditorias Energéticas nos diferentes setores industriais possibilitam o estudo

detalhado e exaustivo dos processos produtivos e mais concretamente identificar os

principais equipamentos consumidores de energia. Permitem ainda determinar com

alguma precisão os investimentos necessários para a execução das medidas detetadas

assim como a rentabilidade e viabilidade das mesmas.

Os principais objetivos destas Auditorias Energéticas são:

Determinar o potencial de poupança de energia nas empresas do sector industrial;

Facilitar a tomada de decisão dos empresários no âmbito do investimento em

Poupança e Eficiência Energética;

Determinar o benchmarking dos processos produtivos auditados.

Os Acordos Voluntários têm como objetivo, fomentar a adoção de medidas de poupança

de energia e comprometer as Associações Empresariais e as Indústrias a alcançar o

potencial de poupança de energia estabelecido por Setor. No entanto, este compromisso

na consecução dos objetivos energéticos não deve comprometer a competitividade das

empresas.

Os Acordos Voluntários devem considerar os seguintes pontos essenciais:

O potencial de poupança detetado e a viabilidade da sua execução;

A vinculação explícita das empresas do subsector ou ramo de atividade

considerado;

18

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

As linhas de financiamento para incentivarem a poupança energética;

A possibilidade das empresas vinculadas formalmente terem tratamento

preferencial.

O objetivo do Programa de Ajudas Públicas é facilitar a viabilidade económica dos

investimentos na poupança e eficiência energética, com a finalidade de alcançar o

potencial de poupança de energia identificado. Pretende-se assim promover a

substituição de equipamentos e de instalações ineficientes, privilegiando a utilização de

tecnologias de alta eficiência energética que minimizem as emissões de CO2.

3.4 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA ÁUSTRIA

A melhoria da eficiência energética é uma das principais estratégias na concretização dos

objetivos políticos de energia da Áustria. O Programa de Ação Energia foi elaborado em

2003 contendo políticas com relevância direta ou indireta na eficiência energética, tais

como:

Medidas ERAL com relevância para a eficiência energética (por exemplo,

harmonização das abordagens da política energética dos diversos intervenientes.

o governo federal e os estados).

Medidas relativas ao espaço e ao aquecimento de água (por exemplo, isolamento,

consumo de energia, cálculo dos custos de acordo com o consumo real).

Consumo de energia no processo produtivo (por exemplo, melhoria da informação

sobre os fluxos de energia nas empresas).

Mobilidade

Iluminação e processamento de dados.

A utilização da biomassa.

O uso do carvão (por exemplo, apoio de tecnologias de combustão moderna).

O uso de gás natural (por exemplo, tecnologias ecologicamente eficientes).

Uma série de medidas está disponível para o governo austríaco na área da eficiência

energética, incluindo medidas reguladoras (como padrões mínimos de eficiência ou de

regras de tributação de energia); investigação, desenvolvimento tecnológico e promoção

19

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

de penetração no mercado; divulgação de informações aos consumidores de energia, e

subsídios para a implementação de medidas de poupança de energia.

Uma caraterística da estrutura de muitos programas que cobrem a eficiência energética é

que melhorar a eficiência energética é apenas um dos vários objetivos prosseguidos.

Esses programas, portanto, consideram a melhoria da eficiência energética como uma

componente dentro de um conjunto de objetivos políticos.

3.5 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA

FINLÂNDIA

As Políticas de eficiência energética da Finlândia são basicamente orientadas por duas

declarações, nomeadamente o Plano de Ação para a Eficiência Energética, que foi

emitido em 2000 e atualizado em 2002, e a Estratégia Nacional de Energia e Clima, que

foi lançada em 2001 e atualizada em 2005. Em geral, a política de eficiência energética

na Finlândia baseia-se em quatro orientações: i) legislação, regulamentos e orientações;

ii) os mecanismos financeiros, tais como impostos e subsídios; iii) acordos de eficiência

energia com a indústria, e iv) Educação e comunicação. No âmbito da Estratégia

Nacional de Energia e Clima, o objetivo de poupança energética de 5% até 2015 -

diminuir o consumo de energia em 5% com novas medidas de políticas adicionais (em

comparação com o esperado em 2015, sem estas medidas adicionais). No longo prazo, o

objetivo é estabilizar e depois reduzir, o consumo de energia primária total na Finlândia.

A maioria das políticas de eficiência energética da Finlândia provém de diversas Diretivas

da UE relativas à eficiência energética e conservação, em particular as Diretivas relativas

à rotulagem de equipamentos, em edifícios, nos serviços de energia, na produção

combinada de calor e energia (CHP) e no ecodesign.

No total, 14 diretivas ou regulamentos específicos sobre as políticas finlandesas de

eficiência energética. São necessárias medidas adicionais para além das já promulgadas

pela UE e outros métodos inovadores, subsídios para a introdução de novas tecnologias

e regulamentações. A Finlândia baseia-se em ações de voluntariado, desenvolvimento de

tecnologia e a utilização de energias renováveis e outras.

Acordo voluntários são realizados entre o Ministério do Trabalho e Economia e a

associação que representa a indústria em particular ou setor. Empresas e comunidades

20

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

também se juntaram no acordo assinado pela indústria. Sob os termos dos acordos, as

associações comprometem-se a promover a conservação de energia e participação.

Empresas e comunidades comprometem-se a realizar auditorias de energia ou análises,

a elaborar um plano de conservação de energia e comprometem-se a implementar

medidas eficazes nos custos de conservação. O governo fornece subsídios para

auditorias energéticas (40% do custo) e análises, e, sob certas condições, a poupança

em investimentos de energia.

As Empresas de Serviços Energéticos (ESCO) são empresas especializadas em

eficiência energética, incluindo a auditoria, estabelecendo planos de eficiência,

implementando os planos de financiamento e os esforços em nome do cliente. Estima-se

que 15-25% dos investimentos em eficiência energética realizados pela indústria sob os

acordos voluntários foram executados através de ESCO.

3.6 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA IRLANDA

A Política de eficiência energética da Irlanda é baseada no Livro Verde da UE sobre a

eficiência energética. O principal veículo para a implementação da política é o Plano de

Desenvolvimento Nacional.

O Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2000-2006 continha uma prioridade

sustentável de energia composta de duas medidas de energia, uma das quais incluía

eficiência energética. Um investimento total de 117 milhões de euros para eficiência

energética e programas de energia alternativa nos termos do presente PDN. O principal

órgão de execução da política de eficiência energética na Irlanda, opera uma série de

programas abordando todos os setores da economia como descrito abaixo.

Os programas, que visam especificamente o setor industrial, incluem o programa Rede

de Energia de grandes Indústria (LIEN) e o programa de Acordos de Energia da Indústria.

O resultado é uma iniciativa voluntária da rede que compreende 80 dos maiores

consumidores de energia industrial na Irlanda que estão empenhados em reduzir o uso

de energia individualmente e reconhecer o benefício de colaborar com organizações

semelhantes. Os principais elementos do programa LIEN, são relatórios sobre os

progressos do desempenho energético e da definição de metas realistas, a partilha de

informações e experiência para alcançar as melhores práticas e melhorar a

competitividade, reduzindo custos de energia.

21

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

O Programa de Ação de Gestão de Energia (Energia MAP), surge para as empresas que

não têm recursos para a realização da auditoria. O núcleo do programa é o MAP Energia,

site, que disponibiliza orientações de boas práticas em gestão de energia e as mais

recentes tecnologias. Ao contrário dos Acordos de Energia, Energia MAP é projetado

para ajudar as empresas menos sofisticadas e comprometidas na adoção de programas

de gestão de energia sustentáveis nas suas organizações. Os principais utilizadores do

MAP Energia são as pequenas e médias empresas (PME), mas o site é um portal de

referência para as boas práticas de eficiência energética, para as PME e grandes

consumidores de energia.

3.7 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO JAPÃO

Os pilares da política de eficiência energética do Japão incluem a Lei de Base sobre a

política energética de 2002, o Plano Básico de Energia e a Nova Estratégia Nacional de

Energia.

A Lei Base de Política Energética, formulada em Junho de 2002, define a orientação para

a política de energia do Japão no futuro. Esta lei reconhece especificamente a garantia

de fornecimento estável, adequação ambiental e utilização de mecanismos de mercado

como orientações políticas fundamentais. Também exige que o governo formule um

plano básico sobre a oferta e aquisição de energia.

O Plano Básico de Energia esclarece as orientações das políticas relativas ao futuro

fornecimento de energia e aquisição, conforme exigido na Lei Base de Política

Energética.

Em março de 2007, o Plano Básico de Energia foi revisto com base na Nova Estratégia

Nacional para a Energia.

A nova estratégia energética nacional é uma estratégia para a segurança energética que

foi formulada em maio de 2006 para refletir as mudanças recentes no mercado doméstico

e situação energética internacional. Melhorar a eficiência energética é um elemento-

chave desta estratégia. Pontos-chave da estratégia visam:

Melhorar a eficiência do consumo de energia, pelo menos em 30% até 2030.

22

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

Reduzir a dependência do Japão em relação ao petróleo na oferta total de energia

primária para 40% ou menos em 2030.

Reduzir a dependência do petróleo no setor dos transportes para cerca de 80%

até 2030.

Aumentar a proporção de energia nuclear na produção total de energia do Japão

em 30-40% ou mais em 2030 e posteriormente.

Expandir ainda mais a relação de exploração e desenvolvimento dos recursos

petrolíferos por empresas japonesas, para cerca de 40% até 2030.

O Japão usa uma combinação de medidas reguladoras, ações voluntárias por parte da

indústria e uma combinação de subsídios, isenções fiscais e empréstimos para

investimento para incentivar a melhoria da eficiência energética na indústria. A política de

economia de energia no setor industrial do Japão foi desenvolvida com uma forte

cooperação entre os setores públicos e privado.

Especificamente, fábricas e outros locais de trabalho com alto consumo de energia

(consumo de combustível anual igual ou superior a 3 000 kl de óleo equivalente) são

obrigados a nomear gestores de energia, preparar e apresentar a médio e longo prazo

planos de energia e relatórios periódicos sobre consumo de energia. Da mesma forma,

fábricas e outros locais de trabalho com o consumo de energia médio (maior ou igual a 1

500 kl de óleo equivalente) são obrigados a apresentar relatórios periódicos sobre

consumo de energia e nomear uma pessoa qualificada para a gestão de energia.

Outra evolução interessante no Japão desde a revisão anterior é um maior enfoque na

melhoria da eficiência energética em pequenas e médias empresas (PME). O governo

criou vários esquemas fiscais para apoiar as PME na redução das suas emissões de

CO2. Estes programas englobam subsídios para a introdução de equipamentos

energeticamente eficientes.

A política de eficiência energética é regida pela Lei da Conservação de Energia (Rational

Use of Energy Act), publicada em 1979, que obriga os fabricantes e importadores a

aumentar a eficiência energética dos seus produtos.

Em 2006 o governo definiu a Nova Estratégia Nacional para a Energia de modo a

promover medidas para a conservação de energia. A estratégia também apresentou o

Energy Conservation Frontrunner Plan. A meta estabelecida no plano consiste na

melhoria da eficiência energética em pelo menos 30% até 2030.

23

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

No âmbito do Programa Top-Runner, criado em 1999 e reforçado em 2006, foram criadas

normas de eficiência energética para diversos aparelhos elétricos e veículos. Atualmente,

estão abrangidos cerca de 23 produtos. O primeiro conjunto de metas, fixadas para o

primeiro período, foi alcançado.

Relativamente às energias renováveis, até 2010 não havia uma política de produção de

eletricidade a partir de energias renováveis com quotas. Agora, o desenvolvimento de

energias renováveis energia é conduzido pelas metas estabelecidas no Basic Act on

Global Warming Countermeasures Contramedidas, ou seja, 10% de energias renováveis

no consumo de energia primária em 2020. De acordo com o Renewable Portfolio

Standard (RPS), introduzido em 2003, o governo fixou quotas obrigatórias para os

produtores de eletricidade para produção de 3% de energia a partir de fontes renováveis

até 2010.

No final de 2009, o Japão tinha uma capacidade fotovoltaica instalada de 2.627 MW e

ficou em terceiro lugar no mundo, depois da Alemanha e Espanha.

Desde meados da década de 1970, vários incentivos financeiros e fiscais foram postos

em prática para incentivar a conservação de energia e eficiência na indústria. Para além

disso, foi introduzido um regime de incentivos fiscais (Tax Scheme for Promoting

Investment in the Reform of the Energy Demand-Supply Structure) para as empresas

investirem na conservação específica de energia e equipamentos eficientes,

beneficiando de uma taxa de depreciação especial de 30% do custo de aquisição. Para

as pequenas empresas, à taxa de depreciação especial é associada uma dedução fiscal

de 7% do custo da aquisição. As grandes empresas industriais são obrigados a nomear

um gestor de energia responsável por implementar um plano de gestão de energia na

empresa.

Na revisão da Lei de Conservação de Energia (2008), foram, pela primeira vez,

realizadas abordagens setoriais como por exemplo medidas regulamentares para o setor

doméstico. Estão a ser definidos indicadores de benchmarking para alguns subsetores,

inicialmente paras as industrias consumidoras intensivas de energia. Os indicadores são

estabelecidos para as empresas de referência com base no seu nível de eficiência

energética e comparados com outras empresas do mesmo subsetor, e são definidas

metas a médio e longo prazo a serem atingidas entre 2015 e 2020.

24

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

Estão disponíveis empréstimos a juros baixos para a instalação de sistemas de

cogeração com mais de 50 kW de potência e com mais de 60% de eficiência no consumo

de energia primária.

Os acordos voluntários abrangem mais de 1.100 empresas industriais, com metas

diferentes para os vários subsetores.

3.8 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NOS

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

O compromisso assumido pelos Estados Unidos para aumentar a eficiência energética foi

enfatizado na Política Nacional de Energia (NEP) publicada em Maio de 2001. O

documento descreve, uma série de medidas pelas quais o governo federal pode

influenciar e promover a eficiência energética, incluindo a difusão de informação,

incentivos a investigação e desenvolvimento em produtos eficientes, bem como

programas como o programa Energy Star. O objetivo do NEP é melhorar o consumo de

energia dos Estados Unidos em 20% entre 2002 e 2012. O desenvolvimento legal mais

importante desde a última revisão foi o de Energia Policy Act de 2005. Esta foi a primeira

legislação de energia promulgada em mais de uma década e tem um forte foco na

melhoria da eficiência energética e aumento do uso de energia renovável.

No setor industrial existe o programa Energy Star que visa a melhoria do sistema de

gestão de energia. Este programa inclui o desenvolvimento de indicadores de

desempenho energético que permitem que as indústrias possam avaliar a eficiência da

produção.

O Programa de Tecnologias Industriais visa reduzir a intensidade energética dos Estados

Unidos através de um programa coordenado de pesquisa, atividades de desenvolvimento

e implementação. O programa colabora com a indústria (por exemplo, indústrias de

energia intensiva, tais como produtos florestais e papel, aço, alumínio, fundição de metais

e produtos químicos) em I&D para melhorar a eficiência energética e produtividade dos

processos industriais. O foco é em nove materiais e processos industriais que

representam a maioria do consumo de energia no setor industrial e apresentar a maior

oportunidade para limitar o consumo de energia. O programa espera ajudar as indústrias

parceiras a reduzir o consumo energético por unidade de produção em 25% dos níveis de

1990.

25

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

Em 2002-2003, o governo implementou um extenso conjunto de medidas visando a

melhoria da eficiência energética dos equipamentos e aparelhos elétricos. No âmbito da

Iniciativa das Alterações Climáticas Globais (2002), os Estados Unidos definiram como

meta uma redução de 18% de intensidade dos gases com efeito de estufa até 2012. O

programa de eficiência energética inclui incentivos fiscais para as energias renováveis,

cogeração e novas tecnologias; acordos voluntários com as empresas locais; programas

de transporte global; e novas normas de eficiência para os aparelhos domésticos. O Ato

da Independência da Energia e Segurança (2005) também definiu como objetivo a

iluminação e eficiência energética na construção e criou um Gabinete de Alto

Desempenho para os Edifícios Verdes. Em 2006, a EPA iniciou o Plano Nacional de Ação

para a Eficiência Energética (NAPEE), um programa público-privado, visando economia

de energia de 200 TWh até 2025.

Os incentivos fiscais são um instrumento privilegiado; os créditos tributários de eficiência

energética ao nível doméstico já existentes, foram reforçadas pelo American Recovery

and Reinvestment Act (2009). O ARRA alocou um total de 2,7 bilhões de dólares para a

Energy Efficienty and Conservation Block Grant (EECBG) programa, que financiará o

desenvolvimento de programas de eficiência energética por parte dos governos locais e

estados. Num número crescente de estados, as metas de redução de energia estão

associadas aos mercados de certificados de aforro de energia ("Energy Efficienty

Portfolio Standards" ou certificados brancos).

A utilização de energias renováveis deve aumentar substancialmente, uma vez que a

meta estabelecida para a produção de energia a partir de energias renováveis foi de 20%

até 2020.

Os EUA promove a eficiência energética na indústria através de programas de I&D,

nomeadamente o Programa de Tecnologias Industriais, que foi lançado em 1999 para

desenvolver tecnologias inovadoras. Além disso, foram criados 26 Centros de Avaliação

Industrial para liderar auditorias de eficiência energética em pequenas e médias

indústrias.

A EPA promove acordos voluntários, como "Climate Savers "(2000). Em 2007, a iniciativa

"Climate Leaders" (2002) foi reforçada através da campanha "Save Energy Now",

estabelecendo uma meta de redução de 25% da intensidade energética até 2020. Como

parte da Política Energética Nacional, o Green Power Partnership

26

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

and the Combined Heat and Power Partnership (2001) promoveu o uso de fontes

renováveis e cogeração no setor industrial.

3.9 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA

ALEMANHA

A política de eficiência energética da Alemanha está subjacente na política climática, que

tem sido enfatizada nos últimos anos. Os partidos do governo estabeleceram as

seguintes metas e medidas para a política nacional de eficiência energética:

Aumentar a eficiência energética da economia nacional com o objetivo da

duplicação da produtividade energética até o ano 2020 em relação a 1990,

exigindo um aumento anual de 3%.

Aumentar o financiamento para o Programa de Reabilitação CO2;

Modernizar o stock existente de estações de energia e expandir o uso da geração

de energia descentralizada ultra-eficiente CHP.

Revisão dos critérios de financiamento da Lei da Cogeração (KWK-G).

Apoiar as iniciativas europeias para melhorar a eficiência energética

Continuar e intensificar a Agência Alemã de Energia (Deutsche Energie- Agentur,

DENA).

A Alemanha está focada na revisão da Diretiva relativa a rotulagem de equipamentos e

aparelhos, desde a eficiência na construção até ao desmantelamento do mesmo.

A Alemanha adotou o Plano de Ação Nacional de Eficiência Energética 2008-2016, que

define um objetivo de poupança de energia de 231 TWh em edifícios, indústrias de

transportes e pequenas, exceto os setores sob o regime da UE Energy Trading Scheme

(ETS), para 2016. Esta meta corresponde a, pelo menos, 9,6% do consumo final de

referência de energia.

O Integrated Energy and Climate Change Program (IECCP), adotado em agosto de 2007,

tem como objetivo reduzir as emissões de CO2 em 40% até 2020 (em comparação com

os níveis de 1990). O plano estabelece um objetivo de melhoria da eficiência energética

de 3%/ano em média até 2020. O ambicioso programa de eficiência energética para

27

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

Construções (padrões de energia existente apertada por 30 por cento em

2009 para os novos edifícios e depois por outros 30 por cento por 2012) deve

desempenhar um papel importante na realização desse objetivo. As normas obrigatórias

sobre eletrodomésticos são uma medida adicional.

A Alemanha adotou um novo pacote de medidas climáticas em 2008 para implementar o

IECCP. O pacote legislativo incidia sobre os setores do transporte e construção. Em

2009, as normas térmicas para novos edifícios foram reforçadas cerca de 30%. Cerca de

500 milhões euros (1 euro = 1,39 dólares) serão gastos na reabilitação de edifícios

existentes ao longo do período 2009-2012.

Em agosto de 2010, o Gabinete Federal aprovou uma ação nacional para planear as

energias renováveis. O plano define a quota de produção de energia elétrica a partir de

energias renováveis em 38,6% até 2020. De acordo com o plano, a parte das energias

renováveis no consumo final de energia alcançaria 19,6% em 2020, ultrapassando assim

a meta dos 18% estabelecida pela diretiva da UE sobre a promoção da utilização de

energia proveniente de fontes renováveis.

Ao nível da indústria, no âmbito do plano de 2007 clima-energia, o sistema de cogeração

deve duplicar até 2020, atingindo 25% da produção total de energia elétrica, graças a

uma duplicação do subsídio atual (750 milhão de euros por ano).

Desde 2002, a lei da cogeração dá direito aos operadores da cogeração um bónus acima

do preço de mercado da eletricidade produzida em cogeração plantas introduzida na

rede. O valor do bónus varia de acordo com o tipo de instalação, a partir de 1,5

cêntimos/kWh para as instalações existentes e 5,1 cêntimos/kWh para instalações novas,

pequenas centrais. O governo federal apoia o financiamento de projetos de cogeração,

concedendo isenções da "eco-taxa" para instalações de cogeração.

3.10 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA FRANÇA

Os programas de eficiência energética e de redução do consumo específico de matérias-

primas são elaborados e propostos pela Agência do Ambiente e Gestão de Energia

(ADEME), criada em 1992,que é um órgão governamental que responde ao Ministério da

Economia, Finanças e da Indústria.

28

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

Em 1996, a França implementou legislação específica para as ações vinculadas à

eficiência energética (Lei nº 96-1236 de 30 de Dezembro de 1996). Em janeiro de 2000

foi implementado um Programa Nacional visando a diminuição das mudanças climáticas

(Programme National de Lutte Contre le Changement Climatique). Este Programa

instituiu medidas técnicas e fiscais envolvendo todos os setores que vinham causando

impactos no curto e no médio prazo e ampliou a atuação da ADEME. Em Dezembro de

2000, foi implementado o Programa Nacional de Ações da Eficiência Energética

(PNAEE). O Programa visa uma maior divulgação e consciencialização das ações de

eficiência energética. A França implementou alguns incentivos fiscais/financeiros para a

melhoria da eficiência energética, como por exemplo:

Redução de impostos - redução no imposto de renda para investimentos em

isolamento térmico, melhorias nas instalações de aparelhos de aquecimento,

instalação de fornos de madeira;

Apoio financeiro de 50% do custo para as indústrias que realizam

diagnósticos/auditorias energéticas. Subsidiam, ainda, estudos de eficiência na

iluminação;

Existência de fundos provenientes da SOFERGIE (grupo de empresas que

financiam investimentos em economia de energia), FOGIME (fundo que garante

investimentos na gestão energética e ambiental) e FIDEME (fundo de

investimento em eficiência energética).

De salientar que os programas de eficiência energética da ADEME são muito

abrangentes e compreendem uma quantidade significativa de ações envolvendo

questões ambientais que vão muito para além de uma simples estratégia para tratar das

questões energéticas associadas ao aquecimento global.

A França adotou um Plano de Ação Nacional de Eficiência Energética 2008-2016

(PNAEE), que define um objetivo de poupança de energia de pelo menos 9% entre 2008

e 2016, ou seja, 139 TWh (12 Mtep) em edifícios, transportes e pequenas indústrias

(excluindo os setores sob ETS).

A Lei de Energia de 2005, pretende reduzir a intensidade de energia final em 2%/ano até

2015 e dá cumprimento às obrigações de poupança de energia para os concessionários

de energia, conhecidos como o esquema de certificação de economia de energia. Este

esquema pretende definir o volume de poupança de energia para as empresas. A meta

29

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

era chegar a 345 TWh (tempo de vida acumulada) entre 2010-2013. A maioria dos

certificados foram obtidos em edifícios residenciais (acima de 85%).

No âmbito da Lei das Finanças de 2005, o governo reforçou a taxa do sistema de crédito,

que pode ir até 50% para apoiar a difusão de materiais de eficiência energética.

De acordo com a diretiva europeia que promove a utilização de energia proveniente de

fontes renováveis, a meta nacional é para aumentar a quota das energias renováveis no

consumo final de 23% em 2020.

A meta europeia foi incluída num programa designado Grenelle de l'Environnement, que

define metas de capacidade instalada para a produção de eletricidade a partir de fontes

de energia renováveis em 2020: 25.000 MW de energia eólica; 5.400 MW de energia

solar fotovoltaica; 2.300 MW de biomassa; e 3.000 MW de hidroelétrica em períodos de

pico.

Ao nível da indústria, o principal fator de melhoria da eficiência energética é a UE-ETS

que estabelece quotas de CO2 nos consumidores intensivos de energia. A realização de

auditorias energéticas na indústria é subsidiada entre 50 a 70%, dependendo do tipo de

auditoria. A produção combinada de calor e produção de energia (sistema de cogeração)

é suportada através de uma tarifa feed-in, dependendo de fatores como a capacidade, o

preço do gás natural ou o número de horas de funcionamento.

3.11 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO

CANADÁ

O órgão responsável pela Eficiência Energética no Canadá é o Office of Energy Efficiency

(OEE), criado em 1998 e coordena os programas de eficiência energética e combustíveis

alternativos, nos setores comercial, residencial, industrial e de transportes.

As iniciativas de eficiência energética são o fator chave para a implementação da

estratégia nacional em relação às mudanças climáticas, visando cumprir as metas

acordadas no Protocolo de Kyoto.

Em 2000, o governo do Canadá, com a participação de representantes de todos os

setores, organizações não-governamentais e sociedade civil, foi elaborado o Plano de

Ação Mudanças Climáticas. Este plano visa ser efetivo na diminuição de gases de efeito

30

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

de estufa e, para tal, pretende ser replaneado de 5 em 5 anos, prevendo medidas e

ações nas seguintes áreas: transportes, energia (petróleo, produção de gás e

eletricidade), indústria, edificações, floresta e agricultura, Projetos internacionais e

investimento em soluções futuras (tecnologia e ciência).

Ao nível da legislação e regulamentação aplicável destacam-se as seguintes:

Energy Efficiency Act – 1992: estabelece padrões mínimos de eficiência

energética para determinados produtos, especificando a responsabilidade dos

vendedores do produto.

Energy Efficiency Regulations - 1994: novos padrões mínimos de eficiência

energética. Não é permitida a utilização de equipamentos ineficientes.

Certificação/Etiquetagem: obrigatoriedade de etiquetas de eficiência energética

para todos os equipamentos eletrónicos.

No que diz respeito aos Programas de eficiência energética geridos pelo OEE,

salientamos os seguintes:

Energuide para equipamentos e Energuide para aquecimento, ventilação e ar

condicionado – AVAC

Energy Efficiency Regulations

Energy Star

Industrial Energy Efficiency Program

Um programa chamado ecoENERGY Efficienty Iniciative envolvia o investimento de mais

de 1 bilhão de dólares canadenses (US $ 960,000,000) entre 2007 e 2011 para promover

o consumo inteligente de energia em habitações, edifícios públicos, transportes e

indústrias. A maior parte era dedicada à reabilitação de edifícios.

Existem programas federais destinados a incentivar o desenvolvimento das energias

renováveis, tais como o programa EPEE para o vento ("Programme d´Encouragement à

la Production d´Energie Eolienne", programa de promoção para a produção eólica). No

entanto, a maior parte dos incentivos dependem das políticas das províncias.

O programa "ecoENERGY for Industry" foi projetado para melhorar a eficiência

energética industrial e diminuir a emissão de gases com efeito estufa. Esperava-se

poupar a energia equivalente à energia consumida por 65.000 a 146.000 famílias.

31

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

O Cross-cutting Measures for Industry Program envolve diferentes medidas

implementadas em 2007, incluindo a expansão do Canadian Industry Program for Energy

Conservation (CIPEC); estudos de avaliação comparativa (benchmarking) das emissões;

melhor acompanhamento e elaboração de relatórios de eficiência energética e tendências

das emissões; iniciativas inovadoras (casos de sucesso) no âmbito consumo de energia

na indústria; e apoio para a realização de auditorias energéticas.

3.12 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA ÍNDIA

Em 2001, o Parlamento aprovou uma lei sobre eficiência energética, conhecida como a

Lei de Conservação de Energia. Esta lei entrou em vigor em março de 2002 e exige que

os grandes consumidores de energia implementem ações específicas e etiquetas de

consumo de energia e introduzidos padrões de desempenho para eletrodomésticos.

OBureau of Energy Efficiency foi criada para aplicar estas disposições.

No âmbito do Plano Nacional de Ação sobre Alteração Climática (NAPCC) adotado em

2008, a Missão Nacional para Maior Eficiência Energética surgiu com vários objetivos

para 2014-2015: uma economia anual de combustível de pelo menos 23 milhões de tep,

uma capacidade acumulada de eletricidade de 19.000 MW e uma redução das emissões

de CO2 de 98 Mt.

No âmbito da Lei de Conservação de Energia, os grandes consumidores de energia de

nove setores têm de implementar auditorias energéticas, nomear gestores certificados de

energia e comunicar os dados sobre consumo de energia.

No âmbito da Missão Nacional para Maior Eficiência Energética, devem ser definidas

metas de melhoria da eficiência energética para a maioria das unidades industriais

consumidoras intensivas em energia do país e deve ser criado um mercado Certificado

de Poupança de energia (ESCerts).

3.13 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA CHINA

A China definiu como principal prioridade na estratégia energética a eficiência energética

e a conservação. Foram implementados vários tipos de medidas para promover a

eficiência energética e conservação, nomeadamente: rótulos de eficiência energética,

normas mínimas de eficiência, incentivos financeiros, preços e compras governamentais.

32

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

Os instrumentos financeiros incluem financiamento direto de projetos de eficiência

energética na indústria e edifícios, empréstimos bonificados e garantias bancárias.

O programa mais significativo da eficiência energética na indústria é chamado Top-1000

Energy-Consuming Enterprises. No âmbito deste programa, as empresas abrangidas são

obrigadas a nomear gestores de energia; medir e reportar o consumo de energia;

elaborar planos de conservação de energia; e atingir as metas de redução de consumo

de energia. Estas 1.000 empresas representam cerca de um terço do total do consumo e

cerca de metade da procura industrial.

Em 2007, a National Development and Reform Commission (NDRC) emitiu ordens para

fechar as pequenas e ineficientes fábricas em vários subsetores industriais. A NDRC

anunciou também um conjunto de medidas para diminuir o consumo de carvão em fornos

e caldeiras para 70 milhões de toneladas, nomeadamente: seleção de carvão de alta

qualidade, renovação de caldeiras e fornos com técnicas avançadas tais como leito

fluidizado circulante, queima de carvão pulverizada e o estabelecimento de um sistema

de gestão e operação.

A China definiu como objetivo até 2020 o consumo de 15% de energia primária produzida

a partir de fontes renováveis, nomeadamente solar, eólica, hidroelétrica e biomassa.

3.14 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA RÚSSIA

A eficiência energética é uma prioridade na estratégia energética da Rússia para o

período até 2030, definido em 2009. A estratégia de energia estabelece uma meta de

56% de redução da intensidade energética para 2030 (em comparação com 2005). Para

alcançar este objetivo, a Rússia planeia criar um ambiente económico favorável, incluindo

a progressiva liberalização dos preços da energia no mercado interno para promover uma

utilização mais racional da energia, bem como o estabelecimento de um mercado de

serviços energéticos. Alguns instrumentos como novas normas, incentivos fiscais e

penalidades, bem como a realização de auditorias energéticas terão de ser adotados. A

Estratégia de Energia também visa aumentar a eficiência energética de edifícios em 50%

entre 2005 e 2030 (10% entre 2005 e 2015). Prevê-se a implementação de novas normas

obrigatórias de construção.

A Lei Federal de Conservação de Energia e Aumento da Energia Eficiência foi aprovada

em novembro de 2009 para criar o enquadramento legal e económico para a promoção

33

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

da eficiência energética. Esta Lei centra-se principalmente sobre a eficiência dos edifícios

e introduz a instalação de contadores obrigatórios, o estabelecimento de uma rede

federal de informação sobre eficiência energética e energia certificados de eficiência

energética ("passaportes de energia").

Ao nível da indústria, a Rússia tem desenvolvido programas de eficiência energética

setorial (especialmente nos setores consumidores intensivos em energia, como aço,

cimento, papel ou alumínio), como o Federal Targeted Program for an Energy Efficient

Economy (2002-2010) que promoveu tecnologias de alta eficiência nesses setores.

A Lei Federal de Conservação da Energia e Aumento da Eficiência Energética (novembro

de 2009) inclui auditorias energéticas e normas estaduais de eficiência energética para

os consumidores industriais. Os grandes consumidores (com um consumo energético

superior a 145 300 € / ano) são submetidos a auditorias energéticas obrigatórias. A lei

também prevê incentivos e benefícios fiscais para a indústria pesada para substituir

equipamentos ineficientes por equipamentos energeticamente eficientes.

A Estratégia de Energia da Rússia para o período até 2030 (2009) visa reduzir a

participação do gás na mistura térmica para 60 - 62% em 2030 (mais de 70% do que em

2008), para o benefício de carvão (de 26% em 2008 para 34 - 36% em 2030), e aumentar

a participação da produção livre de CO2, pelo menos, 38 %em 2030. A produção nuclear

deverá aumentar para 20% do total de produção de energia em 2030, enquanto a

produção de energia a partir de fontes renováveis (incluindo a energia hidroelétrica) deve

representar 18-19%. Excluindo as grandes centrais hidroelétricas (acima de 25 MW), as

energias renováveis devem responder a cerca de 4,5% de produção de eletricidade. A

Estratégia de Energia planeia criar a base institucional para a utilização de energias

renováveis no setor da energia, incluindo um sistema fiscal que incentive centrais de

energia renovável. A Rússia está a considerar a introdução de parcerias público-privadas

para acelerar a difusão de tecnologias avançadas de energia renovável.

3.15 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO BRASIL

Em dezembro de 2008 o presidente do Brasil assinou o National Climate Change Plan

(PNMC). O plano centra-se em grande parte na redução da desflorestação, mas também

contém disposições relativas eficiência energética e energias renováveis. Destina-se a

aumentar eficiência energética em vários setores da economia em linha com as melhores

34

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

práticas, e para manter a alta energia renovável misture em setores de transporte e

energia do Brasil.

No âmbito do PNMC, está previsto um plano de ação que irá contemplar uma redução do

consumo de energia elétrica em cerca de 10% até 2030 (equivalente a uma poupança de

106 TWh), o que evitaria a produção de 30 milhões de toneladas de emissões de CO2. O

plano envolve também a substituição de um milhão de frigoríficos por ano durante 10

anos. Por último, o plano visa melhorar a eficiência energética na indústria, transportes e

edifícios.

Em dezembro de 2009, o Brasil anunciou que iria diminuir as emissões totais de gases

com efeito estufa entre 36,1 - 38,9% até 2020 através da redução da desflorestação e da

utilização da terra, 6,1 - 7,7% através da redução do consumo de energia.

Não existe uma política específica para o setor industrial.

Em 2002, foi lançado um programa de incentivo ao desenvolvimento de energias

renováveis (PROINFA) e para aumentar o share de energias renováveis no consumo

primário de 10% até 2020.

O programa contribuiu para o Brasil se tornar no maior produtor de energia eólica na

América Latina, com uma capacidade de 610 MW no final de 2009. Em 2009, as isenções

fiscais para a indústria de energia eólica foram estendidos até janeiro 2012. Desde 1998,

o regulador de energia brasileiro, a ANEEL, tem imposto obrigações às empresas de

distribuição de energia elétrica para fazer investimentos que reduzam o desperdício

elétrico, incluindo a implementação de medidas de eficiência energética.

3.16 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA COREIA

DO SUL

Em 2008, a Coreia do Sul anunciou Plano Básico Nacional de Energia 2008-2030, que

visa reduzir a intensidade energética em 46% entre 2007 e 2030. A meta total de

poupança de energia para 2030 é de quase 38 Mtep, dos quais 44% do setor da indústria

(17 Mtep), 32% do setor doméstico e dos serviços (12 Mtep), 19% do setor dos

transportes (7 Mtep) e 5% do setor público (1,9 Mtep).

35

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

A estratégia de eficiência energética da Coreia do Sul inclui a elaboração de códigos para

os novos edifícios de uma determinada dimensão e um sistema de certificação; as

empresas que consumam mais de 2 ktep/ano podem participar em Parcerias de

Poupança de Energia ou celebrar acordos voluntários. As empresas que invistam em

instalações de poupança de energia têm direito a reduções fiscais (até 20% dos custos

de investimento para um ano). As empresas de serviços energéticos (ESCOs)

encontram-se em funcionamento desde 1992.

O Plano Básico Nacional de Energia 2008-2030 define uma meta de redução do

consumo de energia de cerca de 17 milhões de tep na indústria até 2030

(aproximadamente 13% de redução).

KEMCO promove acordos voluntários com grupos industriais por cada 5 anos; as

empresas que realizam acordos voluntários ou investem em tecnologias de poupança de

energia têm direito a suporte técnico e financeiro e créditos fiscais, cobrindo até 20% do

custo do investimento. Desde 2007, os grandes consumidores de energia (mais de 2 mil

tep/ano) têm de realizar auditorias energéticas obrigatórias em cada 5 anos; no caso das

pequenas e médias empresas (com menos de 5 mil tep/ano) o custo da auditoria pode

ser subsidiado até 90%. No âmbito do Integrated Energy Supply Act (1999), as indústrias

que investem em instalações de cogeração para o seu próprio fornecimento de calor têm

direito a reduções de impostos.

O Energy Saving Partnership Program (ESP) visa partilhar novas tecnologias de

economia de energia dentro dos vários ramos industriais; as fábricas que consomem

mais de 20 ktoe podem participar no ESP (mais de 10 ktoe na indústria automóvel,

alimentar, elétrica e eletrónica). Até à data, 195 empresas estiveram envolvidas neste

programa, que tornou possível para poupar 285 ktoe de combustível e 393 GWh de

eletricidade entre 2000 e 2007.

De acordo com seu Plano Nacional de Energia 2008-2030, a Coreia do Sul pretende

produzir 11% da energia que consome a partir de energias renováveis até 2030; foram

fixados objetivos intermédios em 4,3% em 2015 e 6,1% em 2020.

O governo fornece subsídios para acelerar o desenvolvimento das energias renováveis,

e, mais especificamente, para atingir o seu objetivo de "um milhão de casas verdes"

equipados com PV, solar térmica ou instalações eólicas. Os subsídios são concedidos às

regiões para a realização de projetos de energia renovável. Foram criados empréstimos a

36

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

juros baixos para cobrir até 90% do custo de instalação de energias renováveis (até 50%

para as grandes empresas) e até 20% do investimento pode ser isento de impostos. As

Empresas de Serviços de Energias Renováveis (RESCOs) foram criadas em 2005 para

contribuir ao desenvolvimento da indústria doméstica renovável. Em 2002, a Coreia do

Sul também introduziu tarifas feed-in para PV, energia eólica, energia hidroelétrica,

biomassa, resíduos e biogás, energia das marés e células de combustível. As tarifas de

incentivo para PV será transformado em um Renewable Portfolio Standard (RPS) a partir

de 2012. Em 2005, nove empresas de energia assinaram um acordo com o governo,

conhecido como o Renewable Portfolio Agreement, para investir em energias renováveis.

3.17 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA

INDONÉSIA

A meta do Plano Mestre Nacional de Conservação de Energia (2005), designado RIKEN,

é alcançar o potencial de economia de energia da Indonésia através de medidas de

eficiência energética e conservação (EE & C), e assim evitar o desperdício de energia na

Indonésia.

RIKEN identificou os seguintes potenciais de economia de energia setorial: 15-30% na

indústria, 25% no comércio e edifícios para a eletricidade, e 10-30% no setor doméstico.

A Política Energética Nacional (2006) afirma que o objetivo da Indonésia é conseguir uma

elasticidade de energia de menos do que 1 em 2025 (a elasticidade de energia é a taxa

de variação da energia primária total oferta em relação a taxa de variação do PIB).

O Fundo de Tecnologia Limpa (CTF) tem como objetivo acelerar o país a promover

iniciativas de eficiência energética e energias renováveis e para ajudar a alcançar o

objetivo de aumentar o acesso à eletricidade a partir de 65% da população até 90% em

2020.

Ao nível da indústria, o objetivo da Indonésia, no âmbito do Plano Mestre Nacional de

Conservação de Energia, consiste na redução da intensidade energética em cerca de

1%/ano, em média, até 2025. Os incentivos fiscais (deduções fiscais e empréstimos em

condições favoráveis), juntamente com outros instrumentos, como programas de

formação e de educação, bem como auditorias energéticas são

utilizados para implementar este plano.

37

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

3.18 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO MÉXICO

Em novembro de 2009, o governo adotou um programa para a economia de energia

(PRONASE) para o período de 2009-2012, estimando-se o potencial de economia de

energia em 2% em 2012 e 18% em 2030.

O programa identifica sete prioridades: veículos de transporte rodoviário, iluminação,

eletrodomésticos, cogeração, motores elétricos, normas de eficiência energética para

edifícios novos e de distribuição de água.

O Electric Power Savings Trust Fund (FIDE) lançou o Programa de Financiamento de

Economia de Energia Elétrica (PFAEE). O Programa financia a substituição de

equipamentos de ar condicionado e frigoríficos velhos por equipamentos modernos e

mais eficientes, e fornece também o suporte financeiro para o isolamento térmico de

casas. O custo de iluminação mais eficiente é também financiado através de um crédito

pago nas contas de luz, o que é recuperou grande parte devido a custos de eletricidade

reduzidos.

O rótulo FIDE é um rótulo voluntário que identifica a eficiência energética dos produtos no

mercado mexicano, certificando que o produto tem cumprido as normas especificadas.

Em 2012, a FIDE visava cobrir 7.700 produtos em 85 empresas.

O Programa Nacional para el Aprovechamiento Sustentable da la Energia 2009-2012

promove o desenvolvimento da cogeração e previa uma economia de energia de 2,1

TWh até 2012. O programa também previa a implementação de normas para motores

elétricos e subsídios para substituir motores elétricos ineficientes. O potencial de redução

de consumo de energia de motores elétricos era estimado em 3,5 TWh até 2012.

3.19 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA ARÁBIA

SAUDITA

Na Arábia Saudita não há nenhuma administração central responsável pela eficiência

energética. O país está a ponderar a criação de um "Centro de Eficiência Energética da

Arábia", responsável pelo desenvolvimento de tecnologias energéticas eficientes e

políticas de conservação.

38

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

Em 2008, o Programa Nacional de Eficiência Energética definiu oito objetivos, incluindo

os serviços de auditoria energética e apoio à indústria, o uso eficiente de petróleo e gás,

as etiquetas de eficiência energética, as normas para eletrodomésticos, os códigos de

construção, gestão técnica e formação.

Ao nível da indústria, o Programa Nacional de Eficiência Energética inclui a realização de

auditorias energéticas no setor industrial conduzidas por Energy Service Companies

(ESCOs).

3.20 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA ITÁLIA

A Itália adotou um Plano Nacional de Ação de Eficiência Energética 2008-2016 (PNAEE),

que define um objetivo de redução do consumo de energia de pelo menos 9,6% entre

2008 e 2016, ou seja, 126,3 TWh (10,9 Mtep) em edifícios, transportes e pequenas

indústrias.

O Decreto-Lei de julho de 2004 impôs obrigações de poupança de energia aos

distribuidores de energia, cujas economias têm de ser atingidas nos consumidores finais.

As obrigações são expressas em energia primária e foram fixadas metas anuais até 2012

(por exemplo, 4,3 milhões de tep em 2010 e 6 milhões de tep para 2012).

Cada distribuidor de energia tem uma quota de economia de energia proporcional à sua

quota de mercado. Esta economia de energia permite aos distribuidores obterem

certificados emitidos pelo Gestore Mercato Elettrico (GME), que podem ser negociados

por meio de contratos bilaterais ou num dedicated marketplace. Os distribuidores podem

comprar certificados se as poupanças conseguidas através de seus projetos se

encontrarem abaixo do seu objetivo anual. Há sanções por não cumprir o volume

necessário de certificados. Durante o período 2005-2008, foram poupados 3,7 Mtep de

energia, em comparação com a meta de 3,3 Mtep; 77% dos projetos de economia de

energia foram destinados à redução do consumo de eletricidade, 19% em gás natural e

os restantes 4% em combustíveis. O custo médio dos certificados durante o período de

2007-2010 foi de 75 €/tep.

Ao nível da indústria, o programa CIP6 garantiu o desenvolvimento de instalações de

cogeração em toda a Itália desde a década de 1990. O regime de apoio prevê o

pagamento de preços mais elevados para a produção de energia a partir de fontes

"assimilated" (correspondente a cogeração ou centrais de valorização energética de

39

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

resíduos). As instalações de cogeração e biomassa de alta eficiência também são

suportadas através do regime de certificados verdes.

O Decreto Legislativo n.º 20/2007 promoveu a utilização cada vez maior de cogeração de

elevada eficiência na indústria e criou incentivos para apoiar a difusão desta tecnologia.

Os incentivos foram direcionados para motores e inversores de alta eficiência,

compressão mecânica de vapor e, mais amplamente, para a cogeração de alta eficiência.

Desde 2002, os produtores e importadores de energia elétrica (> 100 GWh) foram

obrigados a fornecer uma certa proporção de potência a partir de fontes renováveis,

incluindo a energia eólica, solar, geotérmica e biomassa. O cumprimento é monitorizado

pelo operador do mercado de energia GSE (Gestore dei Servizi Elettrici) e é

recompensado com certificados verdes. A proporção de energias renováveis está a

aumentar gradualmente, de 5,3% em 2010 para 7,55% em 2013. A promoção das

energias renováveis e cogeração (CHP) é apoiado pelo pagamento de prémios no âmbito

de um programa introduzido em 1992, conhecido como CIP6. Em 2009, a produção CIP6

ascendeu a 36 TWh (13% da produção total), 20% a partir de energias renováveis e 80%

a partir de fontes "assimilated" (correspondente a cogeração ou centrais de valorização

energética de resíduos).

De acordo com a Diretiva Europeia relativa à promoção da utilização de energia

proveniente de fontes renováveis, a meta nacional é aumentar a quota das energias

renováveis no consumo final de energia para 17% até 2020.

3.21 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA ÁFRICA

DO SUL

Na sequência da aprovação da Estratégia de Eficiência Energética de África do Sul pelo

Conselho de Ministros em 2005, foi acordada uma lista de compromissos entre a

indústria e o governo. O Ministro de Energia e Minerais, juntamente com os CEO de 24

maiores consumidores de energia e sete associações industriais, assinou o Acordo

Eficiência Energética, comprometendo-se a trabalhar voluntariamente individualmente e

coletivamente no sentido da concretização do objetivo de poupança de energia definido

pelo governo. A estratégia envolve uma meta de redução do consumo de energia em

15% para a indústria até 2015 e uma meta de redução de intensidade total de energia de

12% para o país como um todo até a mesma data.

40

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

Relativamente a energias renováveis, em 2013, o governo publicou no Livro Branco

sobre Energias Renováveis, que define a meta de 10 TWh para produção de energia

renovável até 2013.

3.22 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA

AUSTRÁLIA

O Conselho Ministerial Australiano sobre Energia aprovou o Quadro Nacional de

Eficiência Energética (NFEE) em 2004 e aprovou a aplicação de um conjunto de

"pacotes" de eficiência energética pacotes. A Fase 1, que chegou ao fim em junho de

2008, incluiu nove pacotes de políticas. A Fase 2 iniciou em julho de 2008, com cinco

novas medidas de eficiência energética: a expansão e o reforço do programa Minimum

Energy Performance Standards para aparelhos elétricos e aparelhos a gás; o

desenvolvimento de uma estratégia de alta eficiência para sistemas de aquecimento,

ventilação e ar condicionado (AVAC); a eliminação progressiva das lâmpadas

incandescentes no setor doméstico; proporcionar liderança ao governo para estimular a

eficiência energética nos edifícios através de locações verdes e o desenvolvimento de

medidas para melhorar a eficiência energética dos sistemas de aquecimento de água. A

Estratégia Nacional para a Eficiência Energética (NSEE), lançada em 2009, incorpora e

constrói sobre as medidas no NFEE. É uma resposta coordenada, uma estratégia global

de melhorias de eficiência energética definida para 10 anos para o setor doméstico e

empresas.

Em julho de 2009, o governo de New South Wales implementado uma obrigação de

poupança de energia para os lojistas de energia elétrica e outros partes que comprar ou

vender energia elétrica (sistema de poupança de energia, ESS). As necessidades totais

de poupança de energia são fixados para cada ano do regime, como uma determinada

percentagem das vendas de energia elétrica. A meta para o primeiro ano foi de 0,4 por

cento do total vendas de energia elétrica, e irá aumentar gradualmente para 4 por cento

em 2014.

O Programa de Eficiência Energética foi criado em 2010, no âmbito da Australian Carbon

Trust para promover a aceitação de tecnologias e práticas de eficiência energética no

setor empresarial. O Programa fornece soluções financeiras inovadoras e conselhos de

41

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

especialistas para ajudar as empresas a alcançar melhorias de eficiência energética e

redução de emissões de carbono.

No âmbito do programa Energy Efficiency Opportunities (EEO), que entrou em vigor em

2006, todas as grandes empresas que consomem energia mais de 139 GWh /ano (12

milhões de tep/ano) são obrigadas a realizar uma auditoria energética a cada cinco anos

e comunicar publicamente os resultados e as oportunidades de poupança de energia.

O EEO abrange cerca de 240 empresas de todos os setores, que representam mais de

60% do consumo total de energia.

O programa Minimum Energy Performance Standards (MEPS) tem como objetivo

aumentar a eficiência energética dos produtos utilizados nos setores da indústria

transformadora (motores elétricos trifásicos, etc.).

Ao nível das energias renováveis, em setembro de 2009, a Austrália estabeleceu uma

meta de 20% para a produção de eletricidade a partir de energias renováveis até 2020. A

Mandatory Renewable Energy Target (MRET) foi lançado em 2001, especificando as

quotas de energia renováveis para os produtores de eletricidade e incluindo a

possibilidade de negociar certificados renováveis.

3.23 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA

TURQUIA

A Lei de Eficiência Energética, aprovada em 2007, estabelece as regras para a gestão de

energia na indústria e em grandes edifícios, apoio a projetos, a empresas de consultoria

em eficiência energética, acordos voluntários, etc.

O Plano de Estratégia de Energia define uma meta de 20% de redução de energia

primária até 2023 relativamente a 2008.

A Direcção-Geral dos Recursos de Energia Elétrica, prevê investimento para apoio a

projetos de eficiência energética com um período de retorno máximo de cinco anos. O

apoio ao investimento abrange 20% do custo do projeto até um máximo de 500.000 liras

turcas (~289.250€). De modo a apoiar as pequenas e médias empresas (PME), a

administração para o apoio e desenvolvimento das PME subsidia até 70% dos custos de

42

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

formação em eficiência energética, serviços de estudo e de consultoria adquiridos pelas

PME.

Em 2009, o regulamento relativo ao aumento da eficiência energética na utilização dos

recursos energéticos e energia, que estabelecem as disposições da Lei de Eficiência

Energética de 2007, foi aprovado para apoiar Projetos de eficiência energética e acordos

voluntários na indústria.

A agência de eficiência energética turca (EIE) pode subsidiar até 20% dos custos do

projeto de investimento em eficiência energética de estabelecimentos industriais. Além

disso, se se comprometerem a reduzir a sua intensidade energética em 10%, em média,

durante um período de três anos, no âmbito de um acordo voluntário, o EIE subsidia 20%

os seus custos de energia durante o primeiro ano.

No âmbito da Lei de Eficiência Energética, os estabelecimentos industriais que tenham

um consumo de energia superior a 1.000 tep são obrigados a comunicar o seu consumo

de energia ao EIE e ter um gestor de energia para monitorizar a eficiência energética.

Além disso, as grandes empresas que apresentem um consumo superior a 50.000 tep

devem estabelecer unidades de gestão da energia.

Relativamente a energias renováveis, a Turquia pretende produzir 30% da sua

eletricidade a partir de energias renováveis em 2023.

No âmbito do Plano de Estratégia Energética 2010-2014, a Turquia prevê ter 10 GW de

capacidade instalada de energia eólica em 2015 e chegar a 20 GW em 2023.

3.24 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA

ARGENTINA

Em dezembro de 2007, o governo lançou o Programa Nacional de Uso Racional e

Eficiente de Energia (PRONUREE) que define objetivos a curto e longo prazo para

melhorar a eficiência energética na indústria, nos transportes, no agregado familiar (meta

de 10% de economia de energia para 2016) e do setor de serviços (12% de economia de

energia para 2016), bem como em edifícios públicos (meta de 10% de poupança de

energia para 2016).

43

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

O PRONUREE suporta programas educacionais sobre a eficiência energética,

regulamentos para expandir as atividades de cogeração, a rotulagem energética de

aparelhos, regulamentos de eficiência energética e o apoio ao desenvolvimento de

projetos de eficiência energética.

Ao nível da indústria, o PRONUREE tem como objetivo atingir 5,4% de poupança de

energia no setor até 2016. Contudo, ainda não há conhecimento de medidas específicas

implementadas.

Ao nível das energias renováveis, a lei de 2006 definiu como objetivo aumentar a quota

de energias renováveis para 4% da produção de eletricidade até 2013 e 8% cento em

2016. Além disso, o objetivo do Plano Nacional de Energias Renováveis (GENREN) é a

instalação de 1.000 MW de capacidade de energias renováveis, incluindo 500 MW de

energia eólica.

3.25 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM

PORTUGAL

3.25.1 ESTRATÉGIA NACIONAL PARA A ENERGIA 2020

A Estratégia Nacional de Energia (“ENE”) foi lançada em Abril de 2010, e os principais

objetivos deste plano para o ano de 2020 são os seguintes:

Dependência: reduzir dependência energética do país face ao exterior para 74%

(foi de 83% em 2008) e reduzir em 25% o saldo importador energético com a

energia produzida a partir de fontes endógenas;

Renováveis: 60% da eletricidade produzida e 31% do consumo de energia final

tenham origem em fontes renováveis; criar mais 100.000 postos de trabalho a

acrescer aos 35.000 já existentes (45.000 diretos e 90 000 indiretos) no sector

das energias renováveis; o impacto no PIB passará de 0,8 % para 1,7 % até 2020;

Eficiência: redução de 20% do consumo de energia final, nos termos da política

Comunitária para a energia e desenvolver um cluster industrial associado à

promoção da eficiência energética assegurando a criação de 21 000 postos de

44

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

trabalho anuais, gerando um investimento previsível de 13.000 milhões de euros

até 2020 e proporcionando exportações equivalentes a 400 milhões de euros;

Ambiente: cumprimento das metas de redução de emissões assumidas por

Portugal no quadro Europeu.

A ENE 2020 visa implementar uma séria de medidas e estratégias através da utilização

de cinco grandes vetores: competitividade, crescimento e independência energética e

financeira; aposta nas energias renováveis; promoção da eficiência energética; garantir

segurança no abastecimento energético; sustentabilidade económica e ambiental.

Competitividade, crescimento e independência energética e financeira

Os investimentos totais previstos ao abrigo da ENE para o setor da energia deverão

superar os 31.000 milhões de Euros, com o objetivo de desenvolver este setor, obter um

maior equilíbrio da balança comercial através do aumento das exportações de bens de

equipamento e de redução das importações de combustíveis fósseis. Por outro lado, os

setores associados à energia (moldes e ferramentas, materiais avançados, sistemas

elétricos, sistemas eletrónicos, sistemas de informação) têm uma intensidade tecnológica

elevada.

A redução da dependência energética e financeira tem por base o aumento da produção

renovável e a melhoria na eficiência energética. O setor dos transportes é responsável

por cerca de um terço do consumo final de energia e por isso existe a intenção de

introdução de veículos elétricos e o objetivo deste tipo de veículos substituir cerca de

10% dos combustíveis atualmente consumidos nos transportes rodoviários.

A liberalização dos mercados de energia na Europa teve como intenção a criação de um

mercado interno de energia, a redução dos custos de energia e o aumento de

competitividade económica. Foi neste contexto que em Julho de 2007 entrou em vigor o

Mercado Ibérico de Eletricidade (MIBEL) e em Janeiro de 2008 foi aprovado o Model for

Organisation and Operating Principles do Mercado Ibérico de Gás Natural (MIBGAS).

Deste modo, estão planeados investimentos até ao ano de 2014 com vista a aumentar a

interligação entre Portugal e Espanha e reforçar as interligações entre a Península Ibérica

e França, de forma a garantir a integração do mercado Ibérico nas redes elétricas

Europeias.

45

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

Por outro lado, a reorganização do mercado do gás com vista à implementação do

MIBGAS, conduzirá a um reforço das interligações e da capacidade de armazenamento

de Gás Natural. O terminal de Sines e a sua ligação ao armazenamento do Carriço

deverão formar um hub estratégico em Portugal.

Aposta nas renováveis

A dinamização do cluster das energias renováveis foi assumida pelo governo português

como um vetor estratégico nacional consubstanciado na Estratégia Nacional para a

Energia 2020 “O programa de Governo do XVIII Governo Constitucional estabelece que

um dos objetivos para Portugal deve «liderar a revolução energética» através de diversas

metas, entre quais «assegurar a posição de Portugal entre os cinco líderes europeus ao

nível dos objetivos em matéria de energias renováveis em 2020 e afirmar Portugal na

liderança global na fileira industrial das energias renováveis, de forte capacidade

exportadora.”

A intenção é promover uma fileira industrial, diversificar a diversificação de fontes e

tecnologias por forma a reduzir a dependência externa e aumentar a segurança de

abastecimento.

No seguimento do objetivo estabelecido de consumo de 31% da energia final através de

energias renováveis, tem sido efetuados investimentos significativos nesta área,

nomeadamente na energia eólica, que colocaram Portugal como uma referência. Por

outro lado, a aposta nas energias renováveis é considerada vital para a redução da

dependência energética externa.

Atualmente a produção de energia renovável em Portugal é feita na sua maioria através

da combinação da energia hídrica e eólica. No entanto, existe a intenção de diversificar

para outras energias renováveis. Neste contexto, foi aprovado o Plano Nacional para as

Energias Renováveis (PNAER).

Promoção da eficiência energética

Existe uma preocupação em tornar o consumo energético mais eficiente, nomeadamente

no que diz respeito aos produtos derivados do petróleo. Um dos grandes objetivos da

ENE para 2020 é a redução de 20% do consumo de energia final em 2020, e para isso

46

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

existem medidas fiscais, promoção de Projetos com vista a aumentar a eficiência

energética, nomeadamente nos setores dos transportes, serviços e na gestão energética

de edifícios.

O objetivo de promover a eficiência energética é o de reduzir em 20% o consumo de

energia final até 2020 através de medidas fiscais e da inovação tecnológica,

nomeadamente os veículos elétricos e as redes inteligentes, a otimização dos sistemas

de iluminação pública e da gestão energética dos edifícios públicos, residenciais e de

serviços. Neste contexto foi aprovado o Plano Nacional de Ação para a Eficiência

Energética (PNAEE).

Garantia da segurança de abastecimento

A estratégia para garantir a segurança no abastecimento de energia passa pela

diversificação das fontes e origens energéticas. A aposta nas energias renováveis foi

uma das formas escolhidas para alcançar esta diversificação e por outro lado para reduzir

a dependência externa. Por outro lado, está previsto o desenvolvimento das

infraestruturas para o transporte e distribuição de energia, no âmbito do MIBEL e do

MIBGAS.

A concretização deste programa prevê a criação de um centro de investigação

tecnológica em Badajoz - Centro Ibérico para as Energias Renováveis e a Eficiência

Energética (CIEREE) - e apoia-se ainda nas parcerias estabelecidas com o

Massachusetts Institute of Technology (MIT). Prevê-se a implementação de um Fundo de

apoio à inovação e já está aprovado o apoio a Projetos para desenvolvimento de novas

tecnologias no âmbito das redes inteligentes, energia das ondas e outras tecnologias na

área das energias. Prevê-se um investimento global de 31 milhões de euros nos

próximos 10 anos.

Por outro lado espera-se por efeito de arrastamento o crescimento de outros sectores

associados à energia (moldes e ferramentas, materiais avançados, sistemas elétricos,

sistemas eletrónicos e de sistemas de informação).

Prevê ainda que os investimentos tenham em conta a integração territorial, pela

implementação de centrais de produção de energia elétrica em zonas mais deprimidas e

espera-se que esta estratégia contribua para a criação de empregos a nível local.

47

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

Sustentabilidade económica e ambiental

O desenvolvimento das energias renováveis deverão contribuir para um contexto

energético diferente, com uma contribuição relevante para a redução da dependência

energética externa e para um maior equilíbrio económico, para além da geração de

emprego. Para este objetivo deverá ainda contribuir a introdução de uma maior

concorrência no sector e o desenvolvimento das infraestruturas energéticas previstas.

Não menos relevante é a redução das emissões dos gases de estufa.

3.25.2 PLANO NACIONAL DE AÇÃO PARA AS ENERGIAS

RENOVÁVEIS (PNAER)

Tal como o PNE, o PNAER resulta da transposição de uma Diretiva comunitária

(2009/28/CE do Parlamento Europeu e do Conselho), que estabelece que os Estados-

Membros devem aprovar e apresentar à Comissão Europeia um Plano Nacional de Ação

para as Energias Renováveis (PNAER) até 30 de Junho de 2010, fixando mesmo os

objetivos nacionais que cada Estado-Membro deve no domínio da energia proveniente de

fontes renováveis a consumir nos transportes, produção de eletricidade e aquecimento e

arrefecimento até 2020. O PNAER apresenta um conjunto de medidas que visam o

cumprimento dos compromissos assumidos no âmbito da UE, assumindo que a base de

desenvolvimento da produção nacional renovável assentará sobretudo no aumento

articulado da capacidade instalada hídrica e eólica, sem descurar outras fontes. Assim,

será também promovido o desenvolvimento nas tecnologias baseadas no aproveitamento

da energia solar, quer nas aplicações de grande escala quer na aposta nos sistemas de

mini e microprodução e sistemas para aquecimento de água sanitárias. Fazem ainda

parte da estratégia do Governo a médio prazo a biomassa, o biogás, os biocombustíveis,

a geotermia e a energia das ondas. Um conjunto de medidas muito específicas estão já

desenhadas e algumas regulamentadas com vista à aplicação deste plano.

Energia hídrica

O Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidrelétrico (PNBEPH), criado em

2007, visa desenvolver o potencial hídrico nacional e viabilizar o crescimento da energia

eólica. A capacidade instalada de energia hídrica deverá crescer dos 4.900 MW para

8.600 MW até 2020 e por outro lado permitir o aumento da eficiência na produção de

48

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

eletricidade através da energia eólica. Existe ainda o objetivo de atingir os 250 MW

através da mini hídrica.

Energia Eólica

A energia eólica tem sido uma das fortes apostas no passado recente, tendo a

capacidade instalada passado de 537 MW no ano de 2004, para cerca de 3.500 MW em

2009. Até ao ano de 2011 previa-se a instalação de mais 2.000 MW e até ao ano de

2020, poderão ainda ser instalados outros 3.000 MW adicionais de potência eólica.

Energia solar

Após os grandes desenvolvimentos nas energias hídricas e eólica, a solar é a tecnologia

com maior potencial de desenvolvimento nos próximos anos. O objetivo passa por atingir

1.500 MW de capacidade instalada em 2020, quer através de Projetos com a tecnologia

solar termoelétrico, quer através do desenvolvimento do fotovoltaico de concentração.

Existe ainda um plano de desenvolvimento da micro e mini geração em Projetos com

potências até 150 MW ou 250 MW, dependendo da tecnologia.

Biomassa

Irá ser implementada a capacidade já atribuída de 250 MW. Existe a intenção de

promover a produção de biomassa florestal de forma integrada com a promoção da

certificação florestal, promoção de culturas energéticas e biomassa residual proveniente

da atividade agrícola e agroindustrial. Deverá ser ainda criado o Centro de Biomassa,

para o desenvolvimento de investigação e desenvolvimento nesta área.

Biocombustíveis

As Diretivas europeias deverão ser seguidas, tendo em conta a obtenção das metas

colocadas para a utilização de energias renováveis no sector dos transportes. Um dos

objetivos comunitários estabelecidos consiste na utilização de 10% de biocombustíveis

no combustível para veículos.

Geotermia

O governo Português tem como objetivo de alcançar a capacidade instalada de 250 MW

até 2020. Portugal é considerado como sendo uma região com elevado potencial neste

campo, existindo atualmente uma aposta em Projetos desta natureza nos Açores,

enquanto estão a ser desenvolvidos outros projeto-piloto no território nacional de

investigação científica.

49

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

Energia das ondas

O elevado potencial do nosso país, aliado ao movimento para o desenvolvimento do

cluster do mar tem fomentado o desenvolvimento desta tecnologia. Estão previstos

diversos contratos de concessão da zona-piloto para a preparação das infraestruturas

para a instalação de Projetos de demonstração. A meta é atingir a capacidade instalada

de 250 MW até 2020.

Hidrogénio

O desenvolvimento das tecnologias de pilhas de combustível a hidrogénio poderá alterar

o paradigma energético atual, devido ao potencial de sinergias entre a produção de

energia através de fontes renováveis e a eficiência energética. O hidrogénio poderá

funcionar no futuro como tecnologia para viabilizar a utilização de energias renováveis em

larga escala e para permitir soluções inovadoras no sector dos transportes. Está prevista

a participação em iniciativas do SETPlan (Strategic Energy Techonology Plan) que está a

ser promovido pela União Europeia.

Para o desenvolvimento e promoção destas últimas prevê-se a criação de medidas

próprias. Importa referir a criação de uma zona piloto em S. Pedro de Moel,

concessionada à REN, para a instalação de Projetos de demonstração no domínio da

energia dos oceanos, em especial das ondas (DL n.º 5/2008) para testar as tecnologias

de aproveitamento deste tipo de energia, que visa contribuir para a promoção de um

cluster industrial ligado às atividades do mar.

Neste quadro, o PNAER, estabelece como principais objetivos para o horizonte temporal

de 2020:

Ter origem em fontes renováveis 31% do consumo final bruto de energia, 60% da

eletricidade produzida e 10% do consumo de energia no sector dos transportes

rodoviários;

Reduzir a dependência energética do exterior para cerca de 74%, a partir de uma

crescente utilização de recursos energéticos endógenos;

Reduzir em 25% o saldo importador energético (cerca de 2.000 milhões €) com a

energia produzida a partir de fontes endógenas, possibilitando uma redução de

importações estimada em 60 milhões de barris de petróleo;

Consolidar o cluster industrial associado à energia eólica e criar novos clusters

associados às novas tecnologias do sector das energias renováveis assegurando

50

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

um VAB de 3800 milhões de euros e criando 100 mil novos postos de trabalho a

acrescer aos 35 mil afetos à produção de energia elétrica com Fontes de Energia

Renováveis (FER);

Promover o desenvolvimento sustentável também pela redução de emissões de

gases com efeito de estufa, através de uma maior utilização das FER e da

eficiência energética;

Criar, até 2012, um fundo de equilíbrio tarifário que contribua para minimizar as

variações das tarifas de eletricidade, beneficiando os consumidores e criando um

quadro de sustentabilidade económica que suporte o crescimento a longo prazo

da utilização das energias renováveis.

Promover o investimento no domínio das energias renováveis através da

implementação de instrumentos de financiamento com base no QREN, para o

apoio à energia solar térmica, visando também o incremento das exportações

nesses domínios;

Aprovar medidas de promoção da produção de biomassa florestal, para

assegurar as necessidades de consumo já instaladas e a instalar; da promoção

da certificação da gestão florestal sustentável; da avaliação e promoção das

culturas energéticas, bem como da biomassa resultante das atividades agrícolas e

agroindustriais.

Implementar o Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico,

os novos empreendimentos hídricos em curso com o objetivo de facilitar o

crescimento da energia eólica;

Criar condições para a introdução e massificação da utilização do veículo elétrico

a nível nacional, procurando colocar Portugal como um país de referência ao nível

do teste.

3.25.3 PLANO NACIONAL DE AÇÃO PARA A EFICIÊNCIA

ENERGÉTICA (PNAEE)

O PNAEE foi criado tendo em vista que Portugal cumpra os objetivos estabelecidos pela

União Europeia relativos à eficiência na utilização de energia. A meta estabelecida é

redução do consumo final de energia em 10% até 2015.

51

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

Uma das medidas tomadas foi a implementação do programa MOBI. E para a promoção

de veículos elétricos e criação de uma rede nacional de carregamento. Para além da

melhoria na utilização de energia, este projeto procura ter outros impactos positivos,

como seja, na produção de baterias, componentes e infra estruturas energéticas.

Outro vetor do plano é o desenvolvimento do setor das Energy Saving Companies

(ESCO´s), com o objetivo de criação de um mercado de serviços de energia.

Para suportar financeiramente a aplicação do PNAEE, será implementado o Fundo de

Eficiência.

3.26 COMPARAÇÃO DAS POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA

ENERGÉTICA

Na tabela seguinte é realizada uma comparação entre os diferentes

instrumentos/políticas adotados por cada país.

52

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

País L

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Pu

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e

Austrália x E x x P x x x x

Japão x x x x X x x x

República

da Coreia x x X P x x

Nova

Zelândia X x x

Áustria x X x x x x

Bélgica x x x X X x

República

Checa x X x x E

Dinamarca x x x x X x x

Finlândia x E X x x x

França x E x x x X x x x x

Alemanha x x x x x X x x x x

Grécia x X x x

53

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

Hungria x X x x

Irlanda x X x X x X X x

Itália x x x x x x x x

Luxemburgo x x x x x x

Holanda x x x x x x x

Polónia x x x

Portugal x x x x x x x

República

Eslovaca x x x x E x

Espanha x x x x x

Suécia x x x x x x

Reino Unido X X x x x x x x x

Turquia x x x x x

Noruega x x x x E E

Suíça x x x x x E

Canadá x x x P x x x x

Estados

Unidos x x x P x x x

Rússia x x

China x x x x X x

54

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

Brasil x X x x

Índia x x X x x x

México x x X x

África do

Sul x x x X x x

Fonte: Kanako Tanaka, 2011. Legenda: x - políticas em implementação; E - políticas terminadas e P - políticas planeadas.

Tabela - Políticas de Eficiência Energética na Indústria por País (em Novembro de 2010)

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

55

Como considerações gerais sobre as políticas de Eficiência Energética nos países

analisados, salientamos as seguintes:

Nos países estudados existem instituições específicas para a eficiência energética

(agências de energia), com o objetivo da redução do consumo final de energia e da

redução das emissões dos gases de efeito de estufa.

O estabelecimento de agências de energia e a relação destas com a implementação

de medidas e o aumento da eficiência energética também vai depender do grau de

prioridade que cada governo define para o tema.

Muitos países possuem, ainda, agências locais, como é o caso dos países da União

Europeia. A descentralização permite uma maior proximidade com as

especificidades locais e direcionar as ações de eficiência energética necessárias.

Embora com caraterísticas próprias, os países estudados têm uma série de ações

coincidentes que fazem com que a eficiência energética seja instituída com

objetividade nestes países, com resultados positivos. Tais ações são,

principalmente, informação, consultoria, incentivos económicos e financeiros,

marketing, educação, regulamentação, padrões de eficiência energética,

etiquetagem de produtos e diagnósticos energéticos.

Os padrões mínimos de desempenho energético para os equipamentos – Minimum

Energy Performance Standards – impõem um índice mínimo de eficiência que os

equipamentos devem ter ou indicam qual o consumo máximo.

Os incentivos económicos, especialmente os fiscais e financeiros, visam estimular

investimentos em produtos e processos energeticamente eficientes. De uma forma

geral, o subsidio concedido é uma parte do investimento necessário, ou proporcional

à economia do consumo de energia.

56

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

4 - BENCHMARKING SECTORIAL

INTERNACIONAL

SETOR DA FABRICAÇÃO DE ARTIGOS DE BORRACHA E MATÉRIAS

PLÁSTICAS

De acordo com o autor do estudo “Energy Efficiency: European Plastics and Rubber

Machines Well Placed”, promovido pela EUROMAP, existe uma relação estreita entre a

eficiência energética e a produtividade.

O estudo analisa as principais tecnologias de transformação de plásticos e borracha,

designadamente de injeção, extrusão, extrusão-sopro e termoformagem, que representam

cerca de 90% do total do volume processado. A eficiência da produção praticamente

duplicou em 20 anos, enquanto o consumo de energia específico das máquinas baixou

30%. As melhorias realizadas nos sistemas hidráulicos aumentaram a eficiência e

reduziram os consumos de energia das máquinas de injeção em cerca de 40%. A

capacidade das extrusoras também duplicou no mesmo período, mas o consumo de

energia baixou cerca de 20%. O mesmo se verifica nas máquinas de produção de

compostos.

A utilização crescente de servo-acionamentos em processos cíclicos como injeção, sopro e

moldação por vácuo veio reduzir a metade os consumos de energia. As fábricas com uma

fonte potência central e com sistemas de transmissão de potência e de controlo de perdas

estão a ser substituídas. A tecnologia dos servo-acionamentos há muito que conquistou

áreas de alto desempenho como é o caso das aplicações médicas e de embalagem. Os

sistemas servos proporcionam atualmente soluções simples para a recuperação de energia.

Na injeção, por exemplo, durante os movimentos rápidos das unidades de fecho, os

acionamentos são usados como geradores para produzir energia durante a atuação dos

freios. O mesmo princípio é também usado com as unidades de fecho rápidos das

máquinas de sopro e das máquinas de termoformagem.

A utilização de componentes economizadores de energia e de elevado dinamismo vai

permitir continuar a melhorar a eficiência energética nos próximos dez anos. A substituição

da tecnologia convencional pelos acionamentos totalmente elétricos e pelos sistemas servo-

hidráulicos poderá mesmo permitir melhorias adicionais da eficiência energética, em alguns

casos até aos 50%.

57

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

A parte mais importante da melhoria das máquinas reside nos desenvolvimentos em

engenharia de processos: a evolução da tecnologia de sem-fins trouxe um aumento

significativo das capacidades das unidades de plastificação, a par de uma melhoria da

qualidade da massa. Isto permitiu construir extrusoras e máquinas de injeção mais

pequenas sem comprometer o desempenho. Os sistemas de aquecimento radiante

evidenciam elevado potencial nas máquinas de termoformagem. Também existe um

elevado potencial na combinação de vários processos: é o caso do aproveitamento do calor

residual de uma etapa para a etapa seguinte, eliminando a necessidade de reaquecimento.

As maiores economias podem também ser conseguidas através do apuramento dos

processos na indústria transformadora. A monitorização dos fluxos de energia nas

máquinas, instalações e nas fábricas é compensadora, na medida em que torna mais

transparentes as necessidades de energia e permite reduzir os custos operacionais. Ao

mesmo tempo, a indústria contribui para atingir as metas de redução do consumo de

energia em 20% até ao ano 2020 (Artigo publicado na revista REVIPLAST em 5 de

dezembro de 2011).

Num estudo publicado pelo MidAmerican Energy Company, em 2013, é referido que o

maior potencial de redução do consumo de energia e custos na indústria dos plásticos e

borracha reside na aplicação de medidas de eficiência energética nos equipamentos de ar

comprimido e processos de produção de calor, bem como na iluminação e sistemas AVAC.

De seguida e de acordo com este estudo, apresenta-se um conjunto de melhores práticas

de eficiência energética na fabricação de artigos plásticos e de borracha.

Iluminação As lâmpadas fluorescentes de alta potência são uma alternativa

efetiva às lâmpadas de descarga de alta intensidade uma vez que

utilizam menos 50% energia, proporcionam uma melhor reprodução

de cores e maior difusão da luz, proporcionando o local de trabalho

mais seguro, mais confortável e eficiente em termos de consumo de

energia.

Variadores

Eletrónicos de

Velocidade

(VEV´s)

Os motores elétricos dos equipamentos estão muitas vezes

sobredimensionados para as reais necessidades e não são

controlados de forma eficiente. A utilização de VEV´s permite a

redução de picos de potência durante o arranque e paragem do

motor, aumento da duração do motor e aumento do fator de

58

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

potência, correspondendo a uma diminuição da parcela de energia

reativa na fatura energética.

A aplicação de VEV´s permite uma redução do consumo de energia

entre 20 a 50%.

Sistemas de Ar

Comprimido

Podem ser conseguidas reduções de energia na ordem dos 40%

através da melhoria da instalação e da redução de fugas dos

sistemas de ar comprimido. A melhoria da instalação pode incluir a

instalação de um compressor novo ou a otimização do equipamento

existente e a redução da pressão do sistema.

Processos de

Produção de Frio

A otimização de processos de produção de frio pode reduzir o custo

anual de energia em 10 a 25% e pode incluir a redução da

temperatura da água de condensação e melhoria do rendimento

através da utilização de VEV´s. Os chillers convencionais poderão

ser substituídos por torres de refrigeração, dependendo da

temperatura necessária do processo e da aplicação.

Processos de

Produção de

Calor

O isolamento térmico da extrusora pode proporcionar cerca de 60%

de poupança de energia. Esta é uma das medidas mais simples e

com poupanças significativas. Além disso, a utilização de gás

natural nos processos de produção de calor normalmente traduz-se

num grande potencial técnico e económico para a poupança de

energia.

Fonte: MidAmerican Energy Company, 2013.

Ainda de acordo com este estudo, apresenta-se de seguida um conjunto de tecnologias

emergentes de eficiência energética para a fabricação de artigos plásticos e de borracha.

Máquinas de

Injeção Elétrica

As máquinas de moldagem de injeção elétrica podem reduzir o

consumo de energia em cerca de 50 a 80% quando comparadas

com as máquinas de moldagem de injeção hidráulica.

As máquinas de injeção elétrica apresentam vantagens adicionais

de controlo, nomeadamente a melhoria da precisão e de ciclos de

produção, permitindo maior rapidez e eficiência na produção, com

menor taxa de rejeição.

59

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

Recuperação do

ar comprimido

O processo de moldagem por sopro utiliza ar comprimido a uma

pressão muito elevada (normalmente mais de 500 psi). Após a

moldagem estar concluída, o ar dentro da garrafa é libertado para a

atmosfera.

As máquinas de moldagem de injeção existentes podem ser

adaptadas para recuperar este ar e utilizá-lo no sistema de ar

comprimido a baixa pressão (100 psi). Esta medida reduz

grandemente a carga no sistema de ar comprimido a baixa pressão

e pode resultar em economias significativas de energia.

"Radiant Barrel

Heater Band"

Aquecedores de

banda radiante

O processo de produção de calor é o maior consumidor de energia

na maioria das instalações. O mais recente projeto do aquecedor

de banda radiante é uma solução promissora. Estes aquecedores

são fáceis de instalar, requerem menos manutenção e eficientes do

ponto de vista do consumo de energia. O design inovador acelera

os tempos de aquecimento e pode tornar os sistemas de

aquecimento mais eficazes e eficientes. As empresas que

incorporaram esta tecnologia nas máquinas de extrusão

(extrusoras) devem ter atingido uma redução de 33% do consumo

de energia.

Fonte: MidAmerican Energy Company, 2013.

60

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

SETOR DA IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO DE SUPORTES GRAVADOS

De acordo com um estudo publicado pelo Austalian Industry Group, em 2012, relativo à

redução do consumo de energia nas pequenas e médias empresas do setor da impressão,

concluíram que a maior parte da energia, sobretudo eletricidade, era consumida na

iluminação, prensas de impressão, tecnologia de informação e outros equipamentos,

sistemas de ar condicionado, sistemas de tratamento de emissões gasosas e água quente.

O mesmo estudo apresenta um conjunto de soluções de eficiência energética com a

estimativa de custos, percentagem de redução do consumo de energia e tempo de retorno

conforme se pode analisar na tabela seguinte.

Os custos apresentados incluem estimativas de custos iniciais, como capital, trabalho e

instalação, mas não incluem as despesas correntes, a menos que estes sejam

fundamentais para a opção por si só (por exemplo, regimes de manutenção melhorados).

A aplicação e os benefícios de cada opção depende da natureza e tamanho da empresa.

Devem também ser verificados os requisitos legais de ambiente e segurança em vigor no

local da instalação da empresa.

Solução Custo

(€)

Poupança

de

Energia

(%)

Período

de

Retorno

Alt

era

ção

ao

nív

el d

o P

roc

es

so

Revisão da necessidade de funcionamento dos

sistemas de tratamento das emissões gasosas

(por exemplo, precipitadores eletrostáticos),

podendo funcionar em sistema intermitente

durante a impressão.

Nulo ** Imediato

Revisão das condições de temperatura dos

sistemas de água quente (por exemplo, uma

redução de 5 ºC pode reduzir entre 3 - 5% os

custos de energia). Para a maior parte dos

processos, a temperatura de 60ºC é suficiente.

Nulo * Imediato

61

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

Redução da pressão do sistema de ar comprimido

em 10% para minimizar perdas. Nulo * Imediato

Desligar o sistema de ar comprimido e sistema de

iluminação quando não estão a ser utilizados.

Colocar códigos nos interruptores de modo a que

os colaboradores saibam quais os interruptores

que devem desligar e quais os que têm de deixar

ligados.

Nulo * Imediato

Gestão e redução do tempo de funcionamento da

impressão em períodos não produtivos. Manter

registos dos períodos de funcionamento.

Nulo * Imediato

Limitar a utilização do sistema de extração de

vapor associada à operação de impressão.

Reduzir a necessidade de utilização do sistema de

extração através da redução da quantidade de

solvente utilizado (melhorando a qualidade do

ambiente de trabalho e reduzindo as emissões de

gases com efeitos de estufa).

€ - €€ * 1- 2 Anos

Utilização de gás nos sistemas de secagem. €€ *

2 - 3

Anos

Instalação de sensores de movimento em locais

onde não é necessária iluminação permanente.

€€ -

€€€ **

2 - 3

Anos

Maximizar a utilização de iluminação natural (por

exemplo, a instalação de janelas e claraboias).

Proceder à limpeza das claraboias e luminárias de

modo a otimizar a eficiência.

€€ -

€€€ * - **

3 - 5

Anos

Me

lho

ria

s a

o n

ível d

os

Eq

uip

am

en

tos/I

nsta

laçõ

es

Instalação de relógios nos motores e

equipamentos de secagem. € *

1 - 2

Anos

Instalação de VEV´s (variadores eletrónicos de

velocidade) nos motores dos ventiladores de

exaustão de modo a facilitar o controlo

operacional (potencial de poupança de energia

entre 20 a 40%).

€ * 2 Anos

Instalação de lâmpadas economizadoras de €€ * 1 - 3

62

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

energia. Anos

Melhoria do isolamento de edifícios e de caldeiras

de água quente e fechar e ventilar equipamentos

de produção de calor. Instalação de vidros duplos.

€€€ ** 3 - 5

Anos

Legenda:

* < 5% poupança de energia ** 5 - 10% poupança de

energia *** >10% poupança de energia

€ > 1 000€ €€ 1 000 - 10 000€ €€€ 10 000 - 50 000€

Fonte: Australian Industry Group, 2012.

Tabela - Estimativa de custos, redução do consumo de energia e tempo de retorno para

algumas soluções de eficiência energética no setor da impressão.

63

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

SETOR DA FABRICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS

O setor da Fabricação de Equipamentos Elétricos engloba a fabricação de motores,

geradores e transformadores elétricos e fabricação de material de distribuição e de controlo

para instalações elétricas, a fabricação de acumuladores e pilhas, a fabricação de fios e

cabos isolados e seus acessórios, a fabricação de lâmpadas elétricas e de outro tipo de

iluminação, a fabricação de aparelhos para uso doméstico e de outro equipamento elétrico.

Atendendo à diversidade de atividades incluídas neste setor e à dificuldade na obtenção de

informação sobre este setor, considerou-se relevante realizar uma abordagem abrangente

que pudesse ser aplicável a todas as pequenas e médias empresas (PME´s).

Um estudo publicado pelo Austalian Industry Group, em 2012, relativo à redução do

consumo de energia nas PME´s, refere alguns aspetos a ter em consideração aquando da

implementação de um sistema de melhorias do consumo de energia, destacando-se:

A proposta de alterações nas máquinas, sistemas de iluminação ou outras ações

devem ser discutidas com gestores, representantes de segurança no local de

trabalho, seguradoras e fornecedores de modo a garantir que tais alterações não

vão interferir de forma negativa nas condições de produtividade, trabalho, segurança

ou outros requisitos legais em vigor.

A formação dos colaboradores e o envolvimento da gestão de topo são os fatores-

chave para o sucesso das medidas de poupança de energia.

A monitorização contínua do consumo de energia é fundamental de modo a

identificar problemas atempadamente e medir (e recompensar!) melhorias. As

principais medidas de desempenho (por exemplo, kWh/ € vendas) podem ser

usadas para medir o custo dos consumos energéticos e de poupança conseguida

através de toda a empresa ou para trabalhos individuais ou processos.

A fase mais fácil de economizar energia é geralmente aquando da construção ou da

reabilitação das instalações e na aquisição de novos equipamentos.

O mesmo estudo apresenta um conjunto de soluções de eficiência energética com a

estimativa de custos, percentagem de redução do consumo de energia e tempo de retorno

conforme se pode analisar na tabela seguinte.

64

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

Os custos apresentados incluem estimativas de custos iniciais, como capital, trabalho e

instalação, mas não incluem as despesas correntes, a menos que estes sejam

fundamentais para

a opção por si só (por exemplo, regimes de manutenção melhorados).

A aplicação e os benefícios de cada opção depende da natureza e tamanho da empresa.

Devem também ser verificados os requisitos legais de ambiente e segurança em vigor no

local da instalação da empresa.

Solução Custo

(€)

Poupança

de

Energia

(%)

Período

de

Retorno

Alt

era

ção

ao

nív

el d

o P

roc

es

so

Nomear um responsável para promover a poupança de

energia.

O papel do responsável é um desafio e deve ser

reconhecido e recompensado.

Nulo NA NA

Monitorização do consumo de energia (incluindo medição

de equipamentos ou processos) de modo a identificar

consumos significativos de energia e definir prioridades de

eficiência energética.

€ NA NA

Revisão dos procedimentos de ligar e desligar máquinas.

Instalação de relógios em máquinas e equipamentos

(incluindo equipamentos de ar comprimido, equipamentos

de ar condicionado, iluminação e produção de água

quente) quando não existe necessidade do seu

funcionamento em contínuo.

Nulo -

€€ * - ** 0 - 3 Anos

Configurar o computador para o modo de "dormir" (Energy

Star) quando não está a ser utilizado.

Substituição dos monitores de tubos de raios catódicos

para monitores LCD.

€ * 1 Ano

Maximizar a utilização de ventilação natural, em vez da

utilização intensiva

do ar condicionado.

€€€ * - ** 0 - 4 Anos

65

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

Ma

nu

ten

çã

o

Realizar manutenção aos equipamentos de ar

comprimido, equipamentos de ar condicionado, incluindo a

limpeza regular de filtros, para maximizar a eficiência da

energia.

€€€ * 2 - 4 Anos

Identificação e correção de fugas ao nível da instalação do

sistema de ar comprimido e ajustar a pressão às reais

necessidades de funcionamento.

€ * 2 - 4 Anos

Me

lho

ria

s a

o n

ível d

os

Eq

uip

am

en

tos/I

nsta

laçõ

es

Maximizar a iluminação natural (por exemplo, a instalação

de janelas e claraboias). Até mesmo a colocação de

espelhos pode aumentar os níveis de luz numa sala.

€€€ * - ** 3 - 5 Anos

Instalar iluminação seccionada de modo a controlar a

utilização da iluminação apenas necessária e colocar

interruptores de luz rotulados próximos das áreas de

trabalho para facilitar o acesso.

€€€ * 3 Anos

Instalação de sensores de movimento em locais onde não

é necessária iluminação permanente (por exemplo, wc´s)

e sensores de luz natural de modo a evitar deixar

iluminação acesa durante a noite ou quando não é

necessária.

Instalação de interruptores nas casas de banho para

controlo do sistema de ventilação.

€€€ * 3 Anos

Instalação de unidades de redução de tensão, se a

empresa utilizar iluminação fluorescente com mais de 5

anos.

Substituição de lâmpadas T12 por lâmpadas T8s ou T5s.

€€€ * 3 Anos

Isolamento de telhado, paredes e pisos.

Isolamento de equipamentos como refrigeradores,

caldeiras e respetivas tubagens.

Utilização de tintas isolantes.

€€ * 2 - 4 Anos

Colocação de estores exteriores (por exemplo) nos

edifícios para controlar a temperatura.

Instalação de vidros duplos para reduzir o ganho de calor

€€ * 3 - 6 Anos

66

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

no verão e a perda de calor no inverno.

Investigar a cogeração de energia elétrica a partir dos

resíduos produzidos ou tornando a caldeira mais eficiente. €€€€

*** (up to

80%)

10 -15

Anos

Instalação de painéis solares fotovoltaicos para produção

de energia renovável. €€€€ ***

5 -10

Anos

Legenda:

* < 5% poupança de energia

** 5 - 10% Poupança de energia

*** >10% poupança de

energia

€ > 1 000€ €€ 1 000 - 10 000€ €€€ 10 000 - 50 000€

€€€€ + 50

000€

Fonte: Australian Industry Group, 2012.

Tabela - Estimativa de custos, redução do consumo de energia e tempo de retorno para

algumas soluções de eficiência energética para PME´s.

67

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

SETOR INDÚSTRIA DO COURO E DOS PRODUTOS DO COURO

Consumo de Energia na Indústria de Curtumes

Em 2011, a eletricidade era utilizada para obter quase 50% do consumo global de energia

nas indústrias de curtumes da União Europeia. A energia térmica (associada à combustão

de gás natural e combustíveis fósseis) representava cerca de 40%, e outras fontes de

energia (incluindo fontes de energia renováveis) cerca de 10%. Nas indústrias de curtumes,

a energia elétrica é sobretudo empregue para a operação de maquinaria e reservatórios,

para produção de ar comprimido e para iluminação. A energia térmica é requerida nas fases

de secagem de couro, para aquecimento de água até às temperaturas apropriadas dos

processos químicos envolvidos, e ainda para controlo da temperatura no ambiente de

trabalho. Os fatores mais significativos que afetam o consumo de energia nas empresas do

sector industrial de curtumes são os seguintes: tipo de matérias-primas introduzidas no

processo (por exemplo, peles já curtidas ou peles salgadas não curtidas) e a intensidade

energética das diferentes fases processuais envolvidas. A compilação dos dados fornecidos

pelas associações setoriais de vários países da União Europeia conduziu, para o período

2010-2011, a um consumo específico de energia médio de cerca de 2,0 tep por 1000 m2

(cerca de 32 kWh/m2) de couro produzido. Contudo, devido à adoção de medidas de

redução de consumo energético (por exemplo, instalação de máquinas com maior eficiência

energética e modificação de processos com o objetivo de minimizar o uso de energia),

verificou-se uma redução de 2,1 para 1,9 tep/1000 m2 entre 2010 e 2011.

No âmbito do projeto IND-ECO (Industry Alliance for reducing energy consumption and CO2

emissions), iniciado em 2012, do Program Intelligent Energy Europe, financiado pela

Comissão Europeia, verificaram-se em 2013 os seguintes consumos específicos de energia

(valores médios, após eliminação de alguns valores extremos) em empresas de curtumes,

obtidos a partir de informações fornecidas por 76 empresas deste setor sediadas em Itália,

Espanha, Reino Unido, Bulgária e Roménia.

Como se pode verificar, os CEE obtidos neste projeto são bastante inferiores aos referidos

no estudo anterior, o que pode significar que, de 2011 para 2013, as empresas do sector do

couro procuraram reduzir significativamente os consumos de energia.

68

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

Tipo de matéria-prima Ciclo produtivo CEE (kWh/m2)

Peles de gado bovino

Peles em bruto

Couro acabado

16,5

Peles de gado bovino

Peles em bruto

Couro “wet-blue” 2

1,8 a 3,2

Peles de gado bovino

Couro “wet-blue”

Couro acabado

6,0 a 9,2

Peles de gado bovino

Couro “crust” 3

Couro acabado

4,1

Peles de gado bovino

Peles em bruto

Couro acabado com

curtimenta vegetal

7,0

Peles de vitelo (“calfs”)

Peles em bruto

Couro acabado

8,2

Peles de vitelo (“calfs”)

Couro “wet-blue”

Couro acabado

6,4

Peles de gado ovino

Peles em bruto

Couro acabado com pêlo

14,7 a 16,8

Tabela - Consumos Específicos de Energia (CEE) usados como “benchmarks” para a

indústria de curtumes (Ano: 2013) – Fonte: Projeto Ind-Eco

2 Couro “wet-blue”: couro após curtimenta com crómio, sem processamento adicional, ainda húmido

3 Couro “crust”: couro após curtimenta, tingido e seco, mas não submetido ao acabamento

69

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

Consumo de Energia na Indústria do Calçado

O projeto Ind-Eco atrás referido envolveu um diagnóstico bastante aprofundado dos

consumos específicos de energia em empresas de calçado de diversos países da União

Europeia (Bulgária, Itália, Portugal, Roménia, Espanha, Reino Unido).

Os resultados obtidos permitiram, entre outros indicadores, calcular Consumos Específicos

de Energia (em kWh/par de sapatos) para o processo produtivo global (incluindo corte e

costura) cujos valores se encontram na Tabela seguinte.

País CEE médio

(kWh/par)

CEE mínimo

(kWh/par)

CEE máximo

(kWh/par)

Nº empresas

avaliadas

Bulgária 1,2 a 3,6 0,4 4,6 30

Itália - 0,7 7,1 3

Portugal 1,1 a 2,9 0,8 4,7 21

Roménia 0,5 a 3,9 0,4 6,3 25

Espanha 0,8 a 2,0 0,5 4,7 27

Reino Unido - 8,9 9,3 2

Tabela - Consumos Específicos de Energia (CEE) usados como “benchmarks” para a

indústria de calçado (Ano: 2013) – Fonte: Projeto Ind-Eco

Como se pode verificar, com exceção do Reino Unido, os consumos específicos de energia

nas empresas de calçado dos diversos países situa-se entre um valor mínimo de 0,4-0,8

kWh/par e um valor máximo de 4,6-7,1 kWh/par. No âmbito do projeto Ind-Eco, decidiu-se

adotar um CEE médio de 1,0-1,2 kWh/par.

Melhoria da Eficiência Energética

As empresas dos setores dos curtumes e do calçado podem adotar diversas práticas

devidamente testadas e comprovadas para obter ganhos significativos a nível de eficiência

energética.

No âmbito do projeto Ind-Eco, foram também identificados investimentos de valor

relativamente reduzido que podem acarretar ganhos significativos de energia nas indústrias

de curtumes e de calçado, a seguir descritos com algum pormenor.

70

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

1. Substituição de lâmpadas fluorescentes (incluindo compactas) e de halogéneo por LEDs

Os LEDs (Light Emitting Diodes) usam, no máximo, 20% da energia elétrica consumida

pelas lâmpadas de halogéneo com tungsténio, são muito compactos e funcionam quase

como fontes pontuais de luz, sendo pois ideais para aplicações em que é importante dispor

de luz direcionada.

Num estudo de caso, verificou-se que seria possível substituir, numa instalação fabril, 52

lâmpadas fluorescentes internas de 430 W cada, 142 lâmpadas fluorescentes compactas

(internas e externas) de 70 W cada, e 11 lâmpadas de halogénio (9 internas – 400 W e 2

externas – 1000 W), por 3 LEDs de 30 W, 28 LEDs de 50 W, 27 LEDs de 100 W e 6 LEDs

de 200 W, com um investimento inicial de cerca de 30000 € (incluindo instalação). Nestas

circunstâncias, o consumo de energia elétrica anual diminuiria de cerca de 215000 kWh

para cerca de 26000 kWh, o que permitiria poupar cerca de 190000 kWh, traduzindo-se

numa redução de custos da ordem dos 30000€ (assumindo 0,16 €/kWh), o que constitui um

período de retorno do investimento muito interessante.

2. Utilização de economizador no gerador de vapor (apenas para indústria de curtumes)

Um economizador é um aparelho de transferência de calor por convecção forçada, que

permite aquecer previamente a água de alimentação à caldeira tirando partido da

condensação dos gases de exaustão da caldeira.

O quadro seguinte resume a avaliação económica e energética associada à utilização deste

sistema.

Capacidade

da caldeira

(MW,

máximo)

O2 no

gás de

exaustão

(%)

Temperatura

do gás de

exaustão,

sem

economizador

(ºC)

Temperatura

do gás de

exaustão,

com

economizador

(ºC)

Nº de

horas de

operação

(h/ano)

Poupança

de

energia

(kWh/ano)

Redução

de

custos

(€/ano)

4 2,8 210 130 1500 217200 8700

6 2,6 230 130 2500 673000 26900

8 2,4 250 130 1500 640000 25600

10 2,2 270 130 500 310000 12400

Fonte: Projeto Ind-Eco

71

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

3. Pré-aquecimento do ar de combustão (apenas para indústria de curtumes)

Esta prática pode funcionar como alternativa ao aquecimento prévio da água de

alimentação, sendo contudo importante assinalar que muitas caldeiras a gás e a óleo não

foram concebidas para temperaturas elevadas de pré-aquecimento do ar enviado para o

queimador. Os queimadores mais modernos podem suportar temperaturas bastante mais

elevadas no ar pré-aquecido, sendo este pré-aquecimento assegurado num permutador de

calor em que o gás de exaustão proveniente da queima do combustível, a uma temperatura

elevada (superior a 200ºC) é utilizado para aumentar a temperatura da corrente de ar

enviada para o queimador da caldeira. Em geral, por cada 20ºC de aumento na temperatura

do ar de combustão obtém-se um aumento de 1% na eficiência térmica.

4. Deteção de fugas na rede de ar comprimido

A existência de fugas nos sistemas de ar comprimido pode representar um desperdício

muito significativo de energia. Em muitas empresas, a taxa de fugas pode alcançar

facilmente 20% do total de ar comprimido produzido. A realização de verificações periódicas

(em que se usam frequentemente detetores ultrassónicos) pode ter repercussões muito

positivas na redução de custos energéticos, como se pode comprovar na Tabela seguinte.

Diâmetro do orifício

de fuga (mm)

Caudal de fuga de

ar, a uma pressão

de 8 bar (L/min)

Perdas de energia

(kWh/ano)

Custos com

energia (€/ano)

1(normalmente não

se consegue sentir ou

ouvir)

75 5300 790

1,5 (normalmente

pode-se sentir nas

não é audível)

150 11400 1700

2 260 17500 2600

3 600 38500 5800

4 (pode-se sentir e

ouvir)

1100 77100 11600

5 1700 116000 17300

Fonte: Projeto Ind-Eco

72

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

5. Recuperação de calor originado nos compressores

Durante o processo de compressão de ar, ocorre transformação da energia elétrica em

calor, o qual pode ser vantajosamente aproveitado, até 70-80% da energia elétrica

consumida, noutras aplicações. As duas opções mais comuns para recuperar o calor

gerado são as seguintes: (i) usar diretamente o ar aquecido proveniente do compressor

para aquecimento de salas ou secções produtivas (no Verão, esta corrente de ar quente

pode servir como ar de combustão alimentado ao queimador da caldeira); (ii) aproveitar o

calor armazenado no óleo do compressor para aquecer, num permutador de calor, água

destinada a ser empregue noutros locais (é possível deste modo obter água a uma

temperatura de 70ºC).

A Tabela seguinte permite avaliar o potencial de redução de custos associados à

recuperação de calor de compressores, assumindo-se um período de funcionamento de

1000 h/ano e um preço de 0,5 €/m3 PTN de gás naturall.

Potência do motor do

compressor (kW)

Potência descarregada

(kW)

Redução de custos (€/ano)

22 18 1100

30 24 1500

45 38 2400

65 55 3500

90 74 4700

160 135 8400

Fonte: Projeto Ind-Eco

6. Recurso a motores de elevada eficiência

Embora o preço de um motor de alta eficiência seja habitualmente superior ao do motor que

se pretende substituir, este diferencial é compensado pela redução de consumo energético

durante a vida útil do novo motor (embora os períodos de retorno do investimento sejam

muitas vezes superiores a 2 anos).

A Tabela seguinte evidencia a redução de consumos associada à substituição de um motor

de eficiência “normal” (classe IE1 de acordo com a Norma IEC 60034-2-1) por um motor

“premium” (classe IE3 de acordo com a mesma Norma). Assumiu-se um preço médio da

energia elétrica de 0,16€/kWh, um regime de funcionamento de 3000 h/ano e um fator de

potência de 0,8.

73

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

Potência

Nominal

(kW)

Velocidade

Nominal

(rpm)

Eficiência

IE3 (IEC

60034-2-

1)

Preço

do

motor

classe

IE3 (€)

Eficiência

IE1 (IEC

60034-2-

1)

Redução

de

consumo

(kWh/ano)

Redução

de custos

de

energia

(€/ano)

Período de

retorno de

investimento

(anos)

1,5 2860 84 180 76,5 430 69 2,6

5,5 2920 89 400 83,7 970 155 2,6

22 2940 93 1300 89,0 2370 379 3,4

90 2970 95 4500 92,9 5140 822 5,5

160 2975 96 7600 93,5 9020 1440 5,3

Fonte: Projeto Ind-Eco

7. Estudos de Casos

Uma pesquisa bibliográfica aprofundada, recorrendo a motores de busca e à consulta de

bases de dados de revistas científicas revelou uma escassez significativa de informações

sobre a aplicação de medidas de eficiência energética e o recurso a indicadores de

“benchmarking” em indústrias de curtumes e de calçado.

No que diz respeito à indústria do calçado, algumas empresas da Indonésia que trabalham

para o grupo Adidas desenvolveram Projetos destinados ao aumento da eficiência

energética, no âmbito da iniciativa GIZ PAKLIM (em 2013).

Duas empresas concentraram-se na Gestão da Energia, quer recorrendo a campanhas de

sensibilização com cartazes, etiquetas, reuniões e memorandos, quer recorrendo a

formação apropriada e a um aumento e melhoria dos sistemas de monitorização e medição

dos consumos de energia. No primeiro caso, o potencial de redução de consumo energético

é de 5% e no segundo é de 16%, ambos ao fim de um ano, como resultado de pequenos

investimentos.

Nas empresas de calçado que utilizam máquinas de costura, revelou-se fundamental

proceder a uma seleção eficaz e bem fundamentada da tecnologia subjacente a estas

máquinas, que podem ser responsáveis por consumos apreciáveis de energia elétrica. O

recurso a motores servo para substituição dos tradicionais motores de indução, sem alterar

os outros componentes do processo produtivo, permite poupar até 50% de energia e até

melhorar a qualidade do produto final. Os motores de indução podem ser gradualmente

substituídos (por exemplo, durante um período de dois ou três anos) pelos motores servo,

recorrendo-se à equipa de manutenção já existentes, de modo a não sobrecarregar

financeiramente as empresas.

74

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

Em geral, as fábricas de calçado utilizam bastante energia elétrica para iluminação, sendo

habitual encontrar lâmpadas fluorescentes nas áreas de produção. Uma das empresas

envolvidas na iniciativa GIZ PAKLIM arrancou com um programa piloto de substituição das

lâmpadas fluorescentes por lâmpadas tipo LED, e o novo sistema de iluminação permite

uma redução de 50% no consumo de eletricidade, sem que a qualidade da iluminação seja

afetada.

75

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

SETOR FABRICAÇÃO DE PASTA, DE PAPEL, CARTÃO E SEUS ARTIGOS

De acordo com a Base de Dados de Tecnologia para a Eficiência Industrial do IIP - Instituto

para a Produtividade Industrial, uma organização independente, sem fins lucrativos, com

parceiros nos EUA, Europa, China e Índia (IIP - Institute for Industrial Productivity, 2015), o

sector da fabricação de pasta, papel e cartão constitui um utilizador significativo de energia,

sendo o quarto maior consumidor de energia a nível mundial. Em 2006, este sector utilizou

6,7 EJ (EJ – exajoules; 1 EJ = 1x1018 J) de energia, o que representa cerca de 6% do

consumo global para fins industriais. Apesar do consumo relevante de energia, o setor

apresenta uma baixa intensidade na vertente de emissões de CO2, visto que utiliza

biomassa como combustível (em 2006, as emissões de CO2 alcançaram 184 milhões de

toneladas, o que corresponde a apenas 3% das emissões globais naquele ano). A IEA

considerou que o potencial para poupança de energia neste setor, resultante de melhorias

na eficiência dos processos, dos sistemas e no âmbito de ciclo de vida, se situa entre 2,1 a

2,4 EJ/ano (IEA - International Energy Agency, 2007).

Os processos empregues na produção de pasta de papel (normalmente classificados como

processos químicos e processos mecânicos) e do papel propriamente dito (papel seco

obtido nas máquinas de papel) são os principais consumidores de energia neste tipo de

indústrias (cerca de 50% da energia total é usada em cada uma destas fases). A nível

mundial, as principais instalações são fábricas de pasta de papel ou fábricas integradas

(produção de pasta de papel e do próprio papel). Em geral, segundo o IIP, as instalações

integradas apresentam maiores taxas de eficiência energética.

A produção de pasta pelo método denominado Kraft é o processo químico mais utilizado

para produção de pasta de papel, permitindo obter fibras de alta qualidade, essenciais para

conseguir papéis de categorias superiores. Este processo Kraft requer grandes quantidades

de energia sob forma térmica, visto que o rendimento na produção de fibras é reduzido,

mas uma boa parte desta energia (se não toda) pode ser obtida a partir de subprodutos do

próprio processo (nomeadamente a partir do chamado “licor negro”). De modo análogo, a

produção de pasta de papel pelo processo do Sulfito, usada em papéis para aplicações

especiais, exige quantidades significativas de energia, que podem ser parcialmente geradas

na própria fábrica a partir de subprodutos do processo.

A produção de pasta de papel por meios mecânicos origina fibras mais fracas, mas como o

rendimento deste processo é elevado, o consumo específico de energia final é mais baixo

do que nos processos químicos. Contudo, como a eletricidade é a principal fonte de

energia, esta tecnologia está associada a um consumo significativo de energia primária

(bem como a emissões relevantes de CO2).

76

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

A pasta de papel pode também ser obtida a partir de fibras recuperadas, situação esta em

que o consumo de energia é significativamente menor do que quando se produz pasta por

processos químicos. De acordo com estimativas da IEA (IEA - International Energy Agency,

2009), os valores MTD para fibras recuperadas situam-se entre 0,7 e 3 GJ/tonelada,

enquanto para o processo Kraft podem alcançar 14 GJ/tonelada. Na União Europeia, a

produção de 1 tonelada de papel requer cerca de 11,5 GJ de energia (JRC - Joint Research

Centre, 2013). Assim sendo, o recurso a papel recuperado surge como uma opção

interessante e promissora para redução de consumo de energia e das emissões de CO2

(estima-se que o potencial de redução associado a esta modificação possa atingir 35%).

Todavia, a disponibilidade de papel recuperado pode condicionar a adoção desta alternativa

e motivar alterações noutras fases do ciclo de vida associado à produção do papel.

A quantidade de energia utilizada pelas máquinas de produção de papel depende

habitualmente da qualidade da pasta de papel e do grau de qualidade pretendido para o

papel seco, e pode oscilar significativamente de empresa para empresa e de região para

região. Como foi atrás referido, as fábricas integradas conseguem eficiências energéticas

superiores devido ao facto de eliminarem a secagem intermédia da pasta e ainda por

recorrerem a processos mais otimizados.

A aplicação de procedimentos de cogeração (produção combinada de energia elétrica e de

energia térmica) pode aumentar sensivelmente a eficiência energética de uma empresa

produtora de pasta de papel e de papel. O potencial de redução de consumo de energia

neste sector industrial, resultante do recurso à cogeração, deverá situar-se no intervalo 0,3

a 0,6 EJ/ano, segundo estimativas da IEA (IEA - International Energy Agency, 2009), e da

Comissão Europeia. Por outro lado, espera-se que uma empresa que introduza a

cogeração consiga diminuir em 10-15% o consumo de energia primária (JRC - Joint

Research Centre, 2013).

A IEA (IEA - International Energy Agency, 2008), afirma que, para o sector da pasta de

papel e do papel, algumas técnicas inovadoras (gasificação do licor negro, secagem

avançada de papel, captura e armazenamento de carbono) e o aumento da reciclagem de

papel desempenharão nos próximos anos um papel preponderante na redução dos

consumos de energia e das emissões de gases com efeito de estufa.

Consumos de Energia nas Indústrias de Pasta de Papel e de Papel

Uma fábrica típica integrada produz diferentes tipos de pasta e/ou de papel, utilizando

diferentes espécies de madeira e diferentes misturas de materiais fibrosos em bruto.

Embora se possa conhecer o consumo específico de energia associados a diferentes tipos

77

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

de produtos, o consumo total anual oscila geralmente em função da distribuição da

produção (para além de existirem nos tipos de produção e nos subprocessos envolvidos).

Nestas circunstâncias (existência de diversos fatores afetando os consumos de energia) o

estabelecimento de indicadores de “benchmarking” e a comparação entre empresas

constitui um desafio. Por outro lado, há ainda que considerar as repercussões das

diferentes medidas de aumento da eficiência energética na qualidade do produto (por

exemplo, opacidade, resistência à tração).

Não obstante, é viável proceder a comparações credíveis naquelas situações em que as

empresas alvo do “benchmarking” trabalham com certos tipos de pasta de papel e/ou de

papel, usando o mesmo tipo de produção e com subprocessos comparáveis (Comissão

Europeia, 2010). As tabelas seguintes proporcionam valores associados às melhores

práticas para diferentes tipos de empresas.

Consumos específicos de energia associados à adoção de melhores práticas a nível

mundial – Indústrias produtoras de Pasta de Papel

Matéria – Prima Produto Processo

Uso de combustível

para produção de

calor (GJ/ADt)

Consumo de

eletricidade

(kWh/ADt)

Eletricidade

Produzida

(kWh/ADt)

Total

(GJ/ADt)

Final Primária* Final Primária

* Final Primária

*

Madeira Pasta

Kraft 11,2 640 1939 -655 -1985 11,1 11

Sulfito 16 700 2121

18,5 23,6

Termo-

Mecânico 2190 6636

6,6 22,6

Papel Pasta

recuperada 0,3 330 1000

1,5 3,9

ADt = tonelada seca com ar (o peso do produto é corrigido para refletor o peso que teria se

a pasta fosse composta por 10% água e 90% fibra, ou seja, admite-se que o produto tem

90% de sólidos e 10% de humidade e corrige-se em conformidade).

*A energia primária pressupõe perdas de 67% na geração, transmissão e distribuição de

eletricidade

78

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

Consumos específicos de energia associados à adoção de melhores práticas a nível

mundial – Indústrias produtoras de Pasta de Papel

Matéria-

Prima Produto Processo

Uso de

combustível

para produção

de vapor

(GJ/ADt)

Consumo de

eletricidade

(kWh/ADt)

Total

(GJ/ADt)

Final Primária* Final Primária

*

Pasta

Papel fino não revestido Máquina de

papel 6,7 640 1939 9,0 13,7

Papel fino revestido Máquina de

papel 7,5 810 2455 10,4 16,3

Papel para Impressão Máquina de

papel 5,1 570 1727 7,2 11,3

Cartão Máquina de

papel 6,7 800 2424 9,6 15,4

Kraftliner Máquina de

papel 5,9 535 1621 7,8 11,7

Papel tecido Máquina de

papel 6,9 1000 3030 10,5 17,8

ADt = tonelada seca com ar

*A energia primária pressupõe assume perdas de 67% na geração, transmissão e

distribuição de eletricidade

79

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

Consumos específicos de energia associados à adoção de melhores práticas a nível

mundial – Indústrias Integradas de Pasta e Papel

Matéria-

Prima Produto Process

Uso de

combustível

para produção

de vapor

(GJ/ADt)

Consumo de

Eletricidade

(kWh/ADt)

Total

(GJ/ADt)

Final Primária* Final Primária* Final Primária*

Madeira

Papel fino

branqueado não

revestido

Kraft 14 14 1200 3636 18.3 27.1

Kraftliner (não

branqueado) e

papel para sacos

Kraft 14 14 1000 3030 17.6 24.9

Papel fino

branqueado

revestido

Sulfito 17 14 1500 3030 22.4 24.9

Papel fino

branqueado não

revestido

Sulfito 18 17 1200 4545 22.3 33.4

Papel de imprensa TMP -1.3 18 2200 3636 6.6 31.1

Papel para revistas TMP -0.3 -1.3 2100 6667 7.3 22.7

Cartão 50% TMP 3.5 -0.3 2300 6364 11.8 22.6

Cartão (sem

destintagem) 8 3.5 900 6970 11.2 28.6

Papel de imprensa

(com destintagem) 4 8 1000 2727 7.6 17.8

Papel tecido (com

destintagem) 7 4 1200 3030 11.3 14.9

ADt = tonelada sêca com ar

*A energia primária pressupõe assume perdas de 67% na geração, transmissão e

distribuição de eletricidade

80

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

Melhoria da Eficiência Energética

A Tabela seguinte apresenta uma compilação de oportunidades de intervenção nas fábricas

de pasta de papel, de papel e de cartão com o objetivo de aumentar a eficiência energética

nos processos específicos identificados (Kramer, et al., 2009). Para além destas

oportunidades, convém não esquecer alternativas transversais a outros sectores, como a

utilização de motores mais eficientes ou a otimização da geração e distribuição de vapor

(CEPI, 2014). Por outro lado, existe uma dinâmica interessante neste sector no

desenvolvimento de novas tecnologias, tais como as associadas à gasificação do “licor

negro” e à secagem do papel. Finalmente, convém assinalar que a reciclagem de papel

constitui uma alternativa importante para reduzir o uso de energia (não é necessário

produzir pasta de papel a partir de madeira) e poupar no uso de recursos naturais (GEA

Team, 2012).

Preparação da matéria-prima

Substituir o transporte pneumático da estilha

por correias transportadoras (as quais

permitem reduzir o consumo de 18 kWh/ton

para 1 kWh/ton).

Manipulação e crivagem automática da

estilha

Ao descascar a madeira por via húmida,

usar calor secundário em vez de vapor para

aquecer a água

Usar crivos com barras em vez de crivos

com outras configurações (por exemplo, em

disco).

Produção da pasta por via química

Produção da pasta

Uso de aditivos específicos na produção de

pasta para aumentar o rendimento

Recuperação de calor dos efluentes da

secção de branqueamento

Sistema de controlo do digestor em tempo

real

Otimização do controlo do fator de diluição

na lavagem da pasta, de modo a reduzir

consumo de energia nos evaporadores

Branqueamento

Pré-aquecer o dióxido de cloro (ClO2) num

permutador de calor recorrendo à energia

térmica de correntes processuais

Melhoria da lavagem da pasta “crua”,

usando por exemplo prensas de lavagem

em vez dos tambores convencionais

(poupança até 12 kWh/ton).

Recuperação de produtos químicos

Aumento da concentração de sólidos no

“licor negro”

Utilização de tubos em materiais compósitos

nas caldeiras de recuperação, de modo a

81

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

permitir a admissão de “licor negro” com

teores em sólidos mais elevados (aumento

da eficiência térmica).

Preparação da pasta por via mecânica

Aumento da incorporação de pasta reciclada Otimização do funcionamento do refinador

Uso de rotores mais eficientes, com motores

de velocidade variável, concebidos para

pastas e suspensões (a redução de energia

pode chegar aos 30%).

Fracionamento das fibras recicladas para

facilitar o processo de remoção de tintas e

pigmentos

Uso de recipientes em forma de tambor para

produção de pasta a partir de papel e cartão

recuperados. Estes tambores, funcionando

em contínuo, requerem menos energia,

usam menos água e reduzem a redução do

tamanho das fibras.

Destroçamento da madeira pressurizado,

para manter temperatura da água acima dos

95ºC, o que promove o amaciamento da

lenhina, melhora a separação de fibras e

diminui o consumo específico de energia em

20 a 30%.

Fabrico do Papel

Recuperação de calor residual Emprego de processo de secagem

Condebelt.

Redução das necessidades de ar (por

exemplo, encapsulando a máquina, de modo

a reduzir o volume de ar a aquecer e a

potência dos ventiladores do sistema de

exaustão)

Utilização de rolos de prensagem do tipo

“nip”, com maior área disponível para

secagem.

Tabela - Alguns exemplos de oportunidades para melhoria da eficiência energética na

indústria da pasta de papel e do papel (Kramer, et al., 2009)

82

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

SETOR INDÚSTRIA QUÍMICA

Consumos de Energia na Indústria Química

De modo sumário, podemos descrever a atividade da indústria química como envolvendo a

transformação de energia e matérias-primas em produtos químicos solicitados por outros

setores industriais e pelos consumidores finais.

A nível mundial, a indústria química é o maior utilizador industrial de energia, com um

consumo de 36,2 exajoules (EJ) em 2008, o que corresponde a 30% do consumo

energético industrial e a 10% do uso global de energia na economia global (Saygin, et al.,

2012).

Em 2012, o consumo de energia elétrica e de combustível pelas empresas deste sector, na

União Europeia (incluindo empresas farmacêuticas), alcançou 55,6 milhões de tep (cerca de

2,4 EJ). Este valor traduz uma diminuição de cerca de 16% face ao consumo contabilizado

em 1990 (CEFIC, 2014). As principais fontes de energia para este sector industrial, na EU e

em 2012, foram as seguintes: gás natural – 34%; eletricidade – 29%; petróleo – 17%; outras

fontes – 20%.

Note-se que uma parte significativa da energia usada pela indústria química fica

“armazenada” nos produtos fabricados e pode ser reaproveitada.

Existem vários estudos que analisaram o histórico de uso de energia na indústria química,

bem como o potencial para aumento da eficiência energética neste sector (Patel, et al.,

2009). Contudo, existem ainda bastantes lacunas no que se refere a informação detalhada

sobre o consumo de energia em subsectores da indústria química e relativamente a

diversos produtos. Em geral, os dados disponíveis referem-se aos produtos mais

importantes: compostos orgânicos como etileno, propileno, compostos aromáticos e seus

derivados; polímeros como poliestireno e polietileno tereftlato (PET); e compostos

inorgânicos como amoníaco e cloro (Neelis, et al., 2004). Assim sendo, quase todas as

análises sobre eficiência energética na indústria química abarcam uma pequena fração de

todos os produtos e processos, fração esta que se assume muitas vezes como

representativa de todo o setor. Ao quantificar o potencial para melhoria de eficiência

energética, admite-se habitualmente que todos os processos na indústria química usam as

Melhores Tecnologias Disponíveis (MTD) a curto prazo, ou então que se atingem os

requisitos energéticos mínimos teóricos (Saygin, et al., 2012). Não admira pois que os

dados sobre consumo de energia recolhidos para fins estatísticos estejam tipicamente

83

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

associados a uma incerteza significativa, como é o caso dos CEE - Consumos Específicos

de Energia (Neelis, et al., 2007) (Patel, et al., 2009) (Saygin, et al., 2011).

Face ao que ficou atrás referido, é essencial assegurar, para a indústria química, uma

análise mais rigorosa e fiável do consumo de energia e das melhorias alcançadas a nível de

eficiência energética, nomeadamente pelos seguintes dois motivos (Saygin, et al., 2012):

- Avaliar a eficácia das políticas energéticas atuais

- Estabelecer objetivos a curto e a longo prazo para a redução do consumo de energia

nesta indústria e para a redução da emissão de gases com efeito de estufa

No âmbito geográfico da União Europeia, e no sector da fabricação de produtos químicos, a

Alemanha constitui um estudo de caso interessante, nomeadamente para definição de

alguns indicadores de benchmarking, visto que as fábricas e empresas químicas daquele

país são responsáveis por 28% e 5%, respetivamente, dos proveitos da indústria química

na UE e no mundo (CEFIC, 2014) e, a nível de consumo de energia, por 22% e 4%,

respetivamente, do consumo total de energia da indústria química na EU e no mundo

(Saygin, et al., 2012).

Redução do Consumo de Energia na Indústria Química

Na UE, o setor da indústria química usava em 2012, para produzir uma unidade de produtos

químicos, metade da energia necessária em 1990 para o mesmo efeito. Esta redução na

intensidade energética permitiu aumentar a produção em 59% ao mesmo tempo que o

consumo de energia diminuía 16% (CEFIC, 2014).

Os ganhos de energia foram obtidos à custa da instalação de unidades de cogeração, de

uma mudança para produtos de maior valor acrescentado e com menos intensidade

energética, e ainda por melhorias tecnológicas nos processos. Não obstante estes

aperfeiçoamentos, o custo da energia no setor da indústria química continua a afetar

marcadamente a competitividade das empresas deste sector. Por exemplo, na UE, o custo

de produção de etileno, um dos produtos químicos mais importantes a nível mundial (é

usado como matéria prima na indústria dos plásticos, dos detergentes e dos revestimentos,

por exemplo), é cerca do triplo do custo nos EUA ou no Médio Oriente, diferença esta

resultante essencialmente do custo energético (CEFIC, 2014).

Na China, atualmente o maior consumidor de energia do mundo, a indústria usa 70% da

energia consumida naquele país. A indústria química chinesa, com proveitos equivalentes à

soma dos obtidos pela UE e pelos EUA, tem adotado medidas de redução da intensidade

84

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

energética dos produtos e, entre 2005 e 2010, reduziu entre 7 e 10% a intensidade

energética associada à produção de etileno e de amoníaco.

Produto

químico 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Etileno 28,9 28,3 28,0 27,6 26,7 25,8

Amoníaco 42,6 43,4 41,8 41,8 40,8 39,8

Tabela - Evolução do consumo específico de energia (GJ/ton) na indústria química chinesa

entre 2005 e 2010 (Ke, et al., 2012)

Casos de Sucesso de Eficiência Energética na Indústria Química

A indústria química nos EUA é responsável por 6% do consumo energético naquele país.

Cerca de metade desta energia está contida nas matérias-primas associadas a

hidrocarbonetos (provenientes principalmente do petróleo e do gás natural). A outra metade

é usada para transformar as matérias-primas em produtos químicos úteis através de

processos e operações de reação e de purificação (Neelis, et al., 2007).

Devido à magnitude do seu consumo energético, a indústria química nos EUA tem adotado

medidas para reduzir o seu consumo de combustíveis e de energia elétrica nas últimas

décadas. Assim, entre 1974 e 2009, o consumo de energia por unidade de produto foi

reduzido em 50%. As oportunidades para poupar energia extravasam o consumo interno na

indústria química. Uma vez que mais de 96% dos bens manufaturados nos EUA envolvem

fenómenos químicos, a indústria química pode melhorar o uso de energia pelos

consumidores através de uma cuidadosa conceção do ciclo de vida do produto (Patt, et al.,

2009).

Nos EUA, a indústria química tem procurado melhorar a eficiência energética atuando nas

seguintes vertentes:

Aperfeiçoamento dos processos existentes

Comercialização de novos processos

Reciclagem e reaproveitamento de resíduos

Investimento em matérias-primas renováveis

Criação de produtos que proporcionem poupanças de energia

Apresentam-se a seguir alguns exemplos da empresa Dow Chemical Company (a seguir

designada apenas por Dow), a maior empresa química dos EUA (Patt, et al., 2009),

exemplos estes que poderão ser aplicados, caso a caso e em menor escala, a pequenas e

médias empresas.

85

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

Em 2008, a Dow gastou 27000 milhões de dólares em energia, valor que representa cerca

de metade do total de proveitos e que constitui o principal componente dos custos da

empresa. A nível global, a Dow usou energia equivalente a 850000 barris de petróleo por

dia (consumo este superior ao de alguns países, como por exemplo Holanda e Austrália).

Entre 1994 e 2009 a Dow reduziu a intensidade energética em 22%, recorrendo a um

programa estruturado que tinha como objetivo a melhoria nos processos de fabrico

existentes. Esta abordagem permitiu poupanças de cerca de 40 milhões de tep, pelo que

um investimento de 1000 milhões de dólares originou poupanças de 8600 milhões de

dólares num período de 15 anos.

Controlo Avançado e Otimização

Uma outra melhoria com repercussões positivas na indústria química é a recente, e cada

vez mais comum, implementação de sistemas de controlo avançado e de otimização (CAO).

O controlo de processos tradicional envolve a monitorização e a manipulação de sectores

de uma instalação química (por exemplo, estipular a temperatura e pressão de um reator

para controlar o rendimento do produto). Com a implementação do CAO, os engenheiros

criam um modelo preditivo para todo o processo, baseado quer em álgebra matricial quer

em equações obtidas a partir de princípios fundamentais. Este modelo é considerado uma

aplicação em circuito fechado, o que significa que o modelo “lê” valores fornecidos por

sensores existentes na instalação (por exemplo, temperaturas, pressões, caudais,

composições), avalia as condições operatórias, calcula as condições em que a instalação

permite gerar mais lucros (o que obriga a introduzir no modelo preços e restrições sobre a

oferta e a procura dos produtos e matérias primas), e ajusta toda a instalação às novas

condições. Uma vez que uma instalação química pode ser bastante complexa, não é

possível a um operador humano selecionar as melhores condições operatórias. Por

exemplo, o arranque de uma instalação com diversas correntes de recirculação pode

demorar vários dias, até que se atinja um estado estacionário. O COA pode trabalhar nos

limites de estabilidade e reduzir este tempo de arranque para metade. A Dow verificou que

o emprego de aplicações COA aumentou a capacidade produtiva em 3-5% e diminuiu a

intensidade energética em 4-6%.

Aumento do rendimento das matérias-primas

Apesar de existirem várias opções para melhorar a eficiência energética de uma fábrica,

muitas vezes os benefícios mais significativos resultam do aumento do rendimento da

transformação de matérias-primas nos produtos. Uma das áreas em que as empresas do

86

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

setor da indústria química têm vindo a investir é o desenvolvimento de novos catalisadores

que, por vezes sem alterações nas instalações existentes, permitem maximizar a

produtividade de um processo reacional. Por exemplo, no processo de hidroformilação

(reação do propileno com gás de síntese, uma mistura de hidrogénio e monóxido de

carbono, que permite obter aldeídos a partir de alcenos) para produzir isómeros de

butiraldeído, o isómero mais valioso é o n-butiraldeído, que é depois convertido em 2-etil-

hexanol para uso na produção de agentes plasticizantes que conferem mais flexibilidade ao

PVC. A empresa NanYa Plastics, de Taiwan, começou a usar em 2010 um novo

catalisador, em cuja conceção e produção a Dow participou, baseado em ródio modificado

com um ligando de bifosfito, que impede seletivamente o movimento de moléculas em torno

do centro de ródio. Este impedimento aumenta a produção de n-butiraldeído face ao iso-

butiraldeído, porque as moléculas destes dois isómeros apresentam diferentes geometrias.

Deste modo, o novo catalisador permite à NanYa duplicar o rácio de produção entre o n- e o

iso-butiraldeído, devido ao aumento da seletividade de 30:1. Esta melhoria permite reduzir a

quantidade de propileno necessária para produzir 2-etil-hexanol em mais de 6% comparado

com o processo antigo.

Comercialização de novos processos

O óxido de propileno é um dos 50 compostos mais utilizados a nível mundial como produto

químico intermediário, sendo utilizado como matéria-prima para um grande conjunto de

produtos comerciais e industriais, incluindo poliuretanos, propilenoglicóis e éteres glicólicos.

Historicamente, a produção de óxido de propileno exigia ou a produção de volumes

significativos de coprodutos ou a reciclagem de produtos orgânicos intermédios. A Dow

desenvolveu com a BASF um novo processo, baseado na reação química de peróxido de

hidrogénio (um oxidante “limpo”, versátil, e amigo do ambiente) com propileno para produzir

óxido de propileno. Esta reação é beneficiada pelo emprego de um catalisador de titânio-

silicalite (patenteado), e proporciona uma elevada taxa de conversão e uma alta

seletividade para o óxido de propileno. O coproduto é água, o peróxido de hidrogénio é

completamente convertido, e o propileno não convertido é reciclado para a entrada do

reator tubular, que opera a temperatura moderada e baixa pressão, o que permite reduzir

custos energéticos (cerca de 35%), e diminuir a produção de água residual em 80%, o que

reduz custos energéticos e de operação de infraestruturas a jusante.

MATRIZ COMPARATIVA DE MEDIDAS DE EFICIENCIA ENERGÉTICA AO NIVEL INTERNACIONAL

FABRICAÇÃO DE ARTIGOS DE

BORRACHA E MATÉRIAS

PLÁSTICAS

IMPRESSÃO E

REPRODUÇÃO DE

SUPORTES GRAVADOS

FABRICAÇÃO DE

EQUIPAMENTOS

ELÉTRICOS

Fabricação de Pasta, Papel, Cartão e seus

Artigos

Fabricação de Produtos Químicos e de Fibras Sintéticas

ou Artificiais

Indústria do Couro e dos Produtos do

Couro

87

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

Iluminação

As lâmpadas

fluorescentes de alta

potência são uma

alternativa efetiva às

lâmpadas de descarga

de alta intensidade uma

vez que utilizam menos

50% energia,

proporcionam uma

melhor reprodução de

cores e maior difusão da

luz, proporcionando o

local de trabalho mais

seguro, mais confortável

e eficiente em termos de

consumo de energia.

Instalação de

sensores de

movimento em

locais onde não é

necessária

iluminação

permanente.

Maximizar a

utilização de

iluminação natural

(por exemplo, a

instalação de

janelas e

claraboias).

Proceder à

limpeza das

claraboias e

luminárias de

modo a otimizar a

eficiência.

Instalação de

Maximizar a

iluminação natural

(por exemplo, a

instalação de

janelas e

claraboias). Até

mesmo a

colocação de

espelhos pode

aumentar os

níveis de luz

numa sala.

Instalar

iluminação

seccionada de

modo a controlar

a utilização da

iluminação

apenas

necessária e

colocar

Em geral, neste

setor, a

contribuição da

iluminação para o

consumo global

de energia é

desprezável.

Em geral, neste

setor, a

contribuição da

iluminação para o

consumo global

de energia é

desprezável.

Substituição de

lâmpadas

fluorescentes

(incluindo

compactas) e de

halogéneo por

LEDs

Os LEDs (Light

Emitting Diodes)

usam, no

máximo, 20% da

energia elétrica

consumida pelas

lâmpadas de

halogéneo com

tungsténio, são

muito compactos

e funcionam

quase como

fontes pontuais

de luz, sendo

MATRIZ COMPARATIVA DE MEDIDAS DE EFICIENCIA ENERGÉTICA AO NIVEL INTERNACIONAL

FABRICAÇÃO DE ARTIGOS DE

BORRACHA E MATÉRIAS

PLÁSTICAS

IMPRESSÃO E

REPRODUÇÃO DE

SUPORTES GRAVADOS

FABRICAÇÃO DE

EQUIPAMENTOS

ELÉTRICOS

Fabricação de Pasta, Papel, Cartão e seus

Artigos

Fabricação de Produtos Químicos e de Fibras Sintéticas

ou Artificiais

Indústria do Couro e dos Produtos do

Couro

88

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

lâmpadas

economizadoras

de energia.

Desligar o

sistema de

iluminação

quando não está

a ser utilizado.

Colocar códigos

nos interruptores

de modo a que os

colaboradores

saibam quais os

interruptores que

devem desligar e

quais os que têm

de deixar ligados.

interruptores de

luz rotulados

próximos das

áreas de trabalho

para facilitar o

acesso.

Instalação de

sensores de

movimento em

locais onde não é

necessária

iluminação

permanente (por

exemplo, wc´s) e

sensores de luz

natural de modo a

evitar deixar

iluminação acesa

durante a noite ou

quando não é

necessária.

pois ideais para

aplicações em

que é importante

dispor de luz

direcionada.

MATRIZ COMPARATIVA DE MEDIDAS DE EFICIENCIA ENERGÉTICA AO NIVEL INTERNACIONAL

FABRICAÇÃO DE ARTIGOS DE

BORRACHA E MATÉRIAS

PLÁSTICAS

IMPRESSÃO E

REPRODUÇÃO DE

SUPORTES GRAVADOS

FABRICAÇÃO DE

EQUIPAMENTOS

ELÉTRICOS

Fabricação de Pasta, Papel, Cartão e seus

Artigos

Fabricação de Produtos Químicos e de Fibras Sintéticas

ou Artificiais

Indústria do Couro e dos Produtos do

Couro

89

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

Instalação de

interruptores nas

casas de banho

para controlo do

sistema de

ventilação.

Instalação de

unidades de

redução de

tensão, se a

empresa utilizar

iluminação

fluorescente com

mais de 5 anos.

Substituição de

lâmpadas T12 por

lâmpadas T8s ou

T5s.

Variadores

Eletrónicos

de

Os motores elétricos dos

equipamentos estão

muitas vezes

Instalação de

VEV´s (variadores

eletrónicos de

Uso de rotores

mais eficientes,

com motores de

Utilização de

variadores

eletrónicos de

- Recurso a

motores de

elevada

MATRIZ COMPARATIVA DE MEDIDAS DE EFICIENCIA ENERGÉTICA AO NIVEL INTERNACIONAL

FABRICAÇÃO DE ARTIGOS DE

BORRACHA E MATÉRIAS

PLÁSTICAS

IMPRESSÃO E

REPRODUÇÃO DE

SUPORTES GRAVADOS

FABRICAÇÃO DE

EQUIPAMENTOS

ELÉTRICOS

Fabricação de Pasta, Papel, Cartão e seus

Artigos

Fabricação de Produtos Químicos e de Fibras Sintéticas

ou Artificiais

Indústria do Couro e dos Produtos do

Couro

90

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

Velocidade

(VEV´s)

sobredimensionados

para as reais

necessidades e não são

controlados de forma

eficiente. A utilização de

VEV´s permite a

redução de picos de

potência durante o

arranque e paragem do

motor, aumento da

duração do motor e

aumento do fator de

potência,

correspondendo a uma

diminuição da parcela

de energia reativa na

fatura energética.

A aplicação de VEV´s

permite uma redução do

consumo de energia

entre 20 a 50%.

velocidade) nos

motores dos

ventiladores de

exaustão de

modo a facilitar o

controlo

operacional

(potencial de

poupança de

energia entre 20 a

40%).

velocidade

variável,

concebidos para

pastas e

suspensões (a

redução de

energia pode

chegar aos 30%).

velocidades em

bombas.

eficiência

Embora o preço

de um motor de

alta eficiência

seja

habitualmente

superior ao do

motor que se

pretende

substituir, este

diferencial é

compensado

pela redução de

consumo

energético

durante a vida

útil do novo

motor (embora

os períodos de

retorno do

investimento

sejam muitas

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vezes superiores

a 2 anos).

Sistemas de

Ar

Comprimido

Podem ser conseguidas

reduções de energia na

ordem dos 40% através

da melhoria da

instalação e da redução

de fugas dos sistemas

de ar comprimido. A

melhoria da instalação

pode incluir a instalação

de um compressor novo

ou a otimização do

equipamento existente e

a redução da pressão do

sistema.

Recuperação do ar

comprimido

O processo de

moldagem por sopro

utiliza ar comprimido a

Desligar o

sistema de ar

comprimido

quando não está

a ser utilizado.

Realizar

manutenção aos

equipamentos de

ar comprimido

para maximizar a

eficiência da

energia.

Identificação e

correção de fugas

ao nível da

instalação do

sistema de ar

comprimido e

ajustar a pressão

às reais

necessidades de

funcionamento.

Atualizar os

compressores

para funcionarem

mais

eficientemente,

em particular a

pressões mais

baixas.

Substituição de

compressores de

pistão por

compressores de

parafuso.

Redução de

fugas de ar e

diminuição da

temperatura de

entrada nos

compressores.

A existência de

fugas nos

sistemas de ar

comprimido pode

representar um

desperdício muito

significativo de

energia. A taxa

de fugas pode

alcançar

facilmente 20%

do total de ar

comprimido

produzido. A

realização de

verificações

periódicas pode

ter repercussões

muito positivas na

- Recuperação

de calor

originado nos

compressores

Durante o

processo de

compressão de

ar, 70-80% da

energia elétrica é

transformada em

calor que pode

ser aproveitado.

Opções mais

comuns: (i) usar

diretamente o ar

aquecido em

salas ou secções

produtivas (no

Verão, o ar

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uma pressão muito

elevada (normalmente

mais de 500 psi). Após a

moldagem estar

concluída, o ar dentro da

garrafa é libertado para

a atmosfera.

As máquinas de

moldagem de injeção

existentes podem ser

adaptadas para

recuperar este ar e

utilizá-lo no sistema de

ar comprimido a baixa

pressão (100 psi). Esta

medida reduz

grandemente a carga no

sistema de ar

comprimido a baixa

pressão e pode resultar

em economias

redução de

custos.

quente pode

servir como ar de

combustão de

caldeiras); (ii)

aproveitar o calor

do óleo do

compressor para

aquecer água

destinada a ser

empregue

noutros locais.

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significativas de energia.

Processos

de

Produção

de Frio

A otimização de

processos de produção

de frio pode reduzir o

custo anual de energia

em 10 a 25% e pode

incluir a redução da

temperatura da água de

condensação e melhoria

do rendimento através

da utilização de VEV´s.

Os chillers

convencionais poderão

ser substituídos por

torres de refrigeração,

dependendo da

temperatura necessária

do processo e da

aplicação.

Realizar

manutenção aos

equipamentos de

ar condicionado,

incluindo a

limpeza regular de

filtros, para

maximizar a

eficiência da

energia.

Instalação de

compressores de

parafuso

eficientes com

condensadores

evaporativos para

refrigeração.

Processos O isolamento térmico da Recuperação de Instalação de Utilização de

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de

Produção

de Calor

extrusora pode

proporcionar cerca de

60% de poupança de

energia. Esta é uma das

medidas mais simples e

com poupanças

significativas. Além

disso, a utilização de

gás natural nos

processos de produção

de calor normalmente

traduz-se num grande

potencial técnico e

económico para a

poupança de energia.

O processo de produção

de calor é o maior

consumidor de energia

na maioria das

instalações. O mais

recente projeto do

calor dos

efluentes da

secção de

branqueamento.

Utilização de

tubos em

materiais

compósitos nas

caldeiras de

recuperação, de

modo a permitir a

admissão de

“licor negro” com

teores em sólidos

mais elevados

(aumento da

eficiência

térmica).

Redução das

necessidades de

ar (por exemplo,

encapsulando

unidades de

cogeração.

Aproveitamento

de calor de

correntes quentes

para aquecer

correntes frias.

economizador no

gerador de vapor

para aquecer

previamente a

água de

alimentação à

caldeira tirando

partido da

condensação dos

gases de

exaustão da

caldeira e

transferência de

calor por

convecção

forçada.

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EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

aquecedor de banda

radiante é uma solução

promissora. Estes

aquecedores são fáceis

de instalar, requerem

menos manutenção e

eficientes do ponto de

vista do consumo de

energia. O design

inovador acelera os

tempos de aquecimento

e pode tornar os

sistemas de

aquecimento mais

eficazes e eficientes. As

empresas que

incorporaram esta

tecnologia nas máquinas

de extrusão (extrusoras)

devem ter atingido uma

redução de 33% do

máquinas, de

modo a reduzir o

volume de ar a

aquecer e a

potência dos

ventiladores do

sistema de

exaustão).

Otimização do

controlo do fator

de diluição na

lavagem da

pasta, de modo a

reduzir consumo

de energia nos

evaporadores.

Ao descascar a

madeira por via

húmida, usar

calor secundário

em vez de vapor

para aquecer a

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EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

consumo de energia. água.

Processo

As máquinas de

moldagem de injeção

elétrica podem reduzir o

consumo de energia em

cerca de 50 a 80%

quando comparadas

com as máquinas de

moldagem de injeção

hidráulica.

As máquinas de injeção

elétrica apresentam

vantagens adicionais de

controlo, nomeadamente

a melhoria da precisão e

de ciclos de produção,

permitindo maior rapidez

e eficiência na

produção, com menor

taxa de rejeição.

Gestão e redução

do tempo de

funcionamento da

impressão em

períodos não

produtivos.

Manter registos

dos períodos de

funcionamento.

Revisão das

condições de

temperatura dos

sistemas de água

quente (por

exemplo, uma

redução de 5 ºC

pode reduzir entre

3 - 5% os custos

de energia). Para

Monitorização do

consumo de

energia (incluindo

medição de

equipamentos ou

processos) de

modo a identificar

consumos

significativos de

energia e definir

prioridades de

eficiência

energética.

Revisão dos

procedimentos de

ligar e desligar

máquinas.

Instalação de

relógios em

Reciclagem e

reaproveitamento

de resíduos de

papel e de cartão.

Substituir o

transporte

pneumático da

estilha por

correias

transportadoras

(permite reduzir o

consumo de 18

kWh/ton para 1

kWh/ton).

Emprego de

processo de

secagem

Condebelt.

Uso de

Implementação

de sistemas de

controlo

avançado e de

otimização

(CAO).

Com a

implementação

do CAO, aplica-

se um modelo

preditivo para

todo o processo,

baseado quer em

álgebra matricial

quer em

equações obtidas

a partir de

princípios

fundamentais. O

Nas empresas de

calçado que

utilizam

máquinas de

costura, o

recurso a

motores servo

para substituição

dos tradicionais

motores de

indução, sem

alterar os outros

componentes do

processo

produtivo,

permite poupar

até 50% de

energia e até

melhorar a

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a maior parte dos

processos, a

temperatura de

60 ºC é suficiente.

Limitar a

utilização do

sistema de

extração de vapor

associada à

operação de

impressão.

Reduzir a

necessidade de

utilização do

sistema de

extração através

da redução da

quantidade de

solvente utilizado

(melhorando a

qualidade do

máquinas e

equipamentos

(incluindo

equipamentos de

ar comprimido,

equipamentos de

ar condicionado,

iluminação e

produção de água

quente) quando

não existe

necessidade do

seu

funcionamento em

contínuo.

Configurar o

computador para

o modo de

"dormir" (Energy

Star) quando não

está a ser

recipientes em

forma de tambor

para produção de

pasta a partir de

papel e cartão

recuperados,

visto que

requerem menos

energia, usam

menos água e

reduzem a

redução do

tamanho das

fibras.

modelo “lê” e

avalia valores

fornecidos por

sensores (por

exemplo,

pressões,

temperaturas,

caudais), calcula

as condições em

que a instalação

permite gerar

mais lucros e

ajusta toda a

instalação às

novas condições.

Aumento do

rendimento da

transformação de

matérias-primas

nos produtos com

recurso ao

qualidade do

produto final.

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ambiente de

trabalho e

reduzindo as

emissões de

gases com efeitos

de estufa).

Utilização de gás

nos sistemas de

secagem.

Instalação de

relógios nos

motores e

equipamentos de

secagem.

Revisão da

necessidade de

funcionamento

dos sistemas de

tratamento das

emissões

gasosas (por

utilizado.

Substituição dos

monitores de

tubos de raios

catódicos para

monitores LCD.

Maximizar a

utilização de

ventilação natural,

em vez da

utilização

intensiva

do ar

condicionado.

desenvolvimento

de novos

catalisadores que

permitem

maximizar a

produtividade de

um processo

reacional.

Comercialização

de novos

processos (por

exemplo, uso de

oxidantes

“limpos”,

versáteis, e

amigos do

ambiente).

Reciclagem e

reaproveitamento

de resíduos

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exemplo,

precipitadores

eletrostáticos),

podendo

funcionar em

sistema

intermitente

durante a

impressão.

Isolamento

Melhoria do

isolamento de

edifícios e de

caldeiras de água

quente e fechar e

ventilar

equipamentos de

produção de

calor. Instalação

de vidros duplos.

Isolamento de

telhado, paredes

e pisos.

Isolamento de

equipamentos

como

refrigeradores,

caldeiras e

respetivas

tubagens.

Utilização de

Encapsulamento

de máquinas, de

modo a reduzir o

volume de ar a

aquecer e a

potência dos

ventiladores do

sistema de

exaustão.

Isolamento de

tubagens e

acessórios.

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tintas isolantes.

Colocação de

estores exteriores

(por exemplo) nos

edifícios para

controlar a

temperatura.

Instalação de

vidros duplos para

reduzir o ganho

de calor no verão

e a perda de calor

no inverno.

Energias

alternativas

Investigar a

cogeração de

energia elétrica a

partir dos

resíduos

produzidos ou

tornando a

caldeira mais

Utilização de

biomassa como

fonte de energia

renovável para

combustão em

caldeiras.

Utilização de

biocombustíveis.

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101

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eficiente.

Instalação de

painéis solares

fotovoltaicos para

produção de

energia renovável.

102

EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética

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104

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