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EIA do Projecto de Execução do Circuito de Adução à Barragem de Odivelas Resumo Não Técnico

1 - INTRODUÇÃO

Neste documento apresenta-se o Resumo Não Técnico do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do Projecto de Execução do Circuito de Adução à Barragem de Odivelas, nos termos do previsto no Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, alterado pelo Decreto-Lei n.º 197/2005, de 8 de Novembro, e pela Declaração de Rectificação n.º 2/2006, de 2 de Janeiro de 2006.

O presente Projecto, em fase de Projecto de Execução, visa a construção de um Circuito de Adução à Barragem de Odivelas que terá início na tomada de água do canal Alvito–Pisão e desenvolver-se-á até à albufeira de Odivelas, numa extensão de cerca de 11 km, localizando-se na sua totalidade na bacia hidrográfica do rio Sado (Figura 1). Este Projecto encontra-se integrado no Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA), mais especificamente no Subsistema de Rega de Alqueva e no Circuito de Ligação Alvito–Odivelas–Vale de Gaio.

Associado ao Circuito de Adução à Barragem de Odivelas foi estudado, como projecto complemen-tar, o Dispositivo de Segregação de Águas à Albufeira de Odivelas, adiante também designado ape-nas por By-pass, que consiste numa conduta com cerca de 12 km de extensão e um pequeno açude – – Açude do Monte da Azinheira.

A EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, S.A., com sede:

Rua Zeca Afonso, n.º 2

7800-522 Beja

é a proponente deste Projecto, tendo sido a PROCESL, Engenharia Hidráulica e Ambiental Lda, a consultora responsável pela elaboração do EIA.

Quer o Circuito de Adução à Barragem de Odivelas, quer o Dispositivo de Segregação de Águas à Albufeira de Odivelas, localizam-se na sua totalidade na bacia hidrográfica do rio Sado. Os conce-lhos e freguesias abrangidos por este Projecto são os seguintes (Quadro 1).

QUADRO 1 Concelhos e freguesias abrangidas pelo Projecto

CONCELHO FREGUESIA

Alvito Adutor Alvito

Vila Nova da Baronia

Alvito Alvito

Vila Nova da Baronia By-pass

Ferreira do Alentejo Odivelas

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Alb. de Odivelas

Bco dos Assentes da Vargem

Bco dos Assentes da Vargem

Açude do Monte da Azinheira

Chouriço

Monte Ruivo

ALVITO

VILA NOVA DA BARONIA

ODIVELAS FARO DO ALENTEJO

ALFUNDÃO

VILA RUIVA

ALVITO

CUBA

FERREIRA DO ALENTEJO

FERREIRA DO ALENTEJO

9+000 km

8+000 km

7+000 km6+000 km

5+000 km 4+000 km 3+000 km2+000 km

1+000 km

0+000 km

11+219 km11+000 km

10+000 km

9+000 km 8+000 km

7+000 km

6+000 km

5+000 km

4+000 km

3+000 km

2+000 km

1+000 km

0+000 km

12+255 km12+000 km

10+000 km

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1399

19

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1419

19

1419

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Albufeira

Rede hidrográfica principal

Canal Alvito-Pisão (projecto aprovado)

4200

2411

/3630

6/363

06_fi

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t

By-pass à Albufeira de Odivelas(projecto em estudo)

0 2,5 km

Limite de concelhoSede de concelho

Figura 1 - Apresentação do Projecto

Circuito de adução a OdivelasTrecho 1 - SifãoTrecho 2 - Canal em Superfície LivreTrecho 3 - Conduta Gravítica

Estrutura de restituiçãoTomada de água

Restabelecimento de caminhos (RC)Passagem hidráulica (PH)Passagem para fauna (PF)Passagem superior (PS)

Extracto da Carta Militar de Portugal, Esc.: 1/25 000, folha nº 488 (1989) e folha nº 498 (2000), IGeoEOrigem das coordenadas rectangulares: Ponto fictício (unidades em metros)

ALVITO

ODIVELAS

FERREIRA DO ALENTEJOS. MATIAS

VILA NOVA DA BARONIA

ALFUNDÃO

S. BRISSOSPEROGUARDA

FARO DO ALENTEJO

TRIGACHES

VILA RUIVA

VILA RUIVAALCÁCER

DO SAL ALVITO

CUBA

FERREIRA DO ALENTEJO

ALVITO

CUBA

VILA NOVA DA BARONIA

VILA ALVA

ALFUNDÃO

ORIOLA

VIANA DO ALENTEJO

FARO DO ALENTEJO

VILA RUIVA

ALCÁÇOVAS

ODIVELAS

VILA RUIVA

S. BARTOLOMEU DO OUTEIRO

S. MATIAS

VILA DE FRADES

FERREIRA DO ALENTEJO S. MATIASExtracto da Carta Militar de Portugal, Esc.: 1/250 000, folha nº 6 (1999) e folha nº 8 (1999), IGeoE

0 10 km

Escala : 1/250 000

Limite de concelhoSede de concelho

Limite da área de estudo do By-pass à Albufeira de Odivelas

Limite da área de estudo do circuito de adução a Odivelas

Limite de freguesia

0 10 km

Escala : 1/250 000

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2 - OBJECTIVOS E JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO

O Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA), onde se integra o Projecto em estudo (Figura 2), é um empreendimento de âmbito nacional que na sua configuração actual visa um con-junto de objectivos, designadamente:

• O fornecimento dos volumes de água necessários à concretização da rega prevista no Plano de Rega do Alentejo;

• A produção de energia;

• O abastecimento das populações e indústria localizadas no interior da sua área de influên-cia.

O Sistema Global de Rega do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva tem sido alvo de um conjunto de estudos realizados ao longo dos últimos 20 anos. A solução actual para o desenvolvi-mento das infra-estruturas de rega consiste na repartição da área total de rega por três subsistemas principais (FBO, 2001): Subsistema de Alqueva, Subsistema de Pedrógão e Subsistema de Ardila.

Cada subsistema é composto por um conjunto de infra-estruturas de transporte e armazenamento temporário, através dos quais a água armazenada será transportada até aos terrenos beneficiados. No caso específico do Subsistema de Alqueva essa água terá origem na albufeira de Alqueva.

Numa perspectiva mais abrangente, o objectivo final do Projecto do Subsistema de Alqueva é a beneficiação de uma área de rega de cerca de 59 100 ha, dos quais 51 400 ha no Bloco do Baixo Alentejo, bem como o reforço ao abastecimento público de água a vários concelhos.

O Circuito de Ligação Alvito–Odivelas–Vale de Gaio, enquadrado no Subsistema de Alqueva, per-mitirá fornecer água para:

• adução à barragem de Odivelas (rega de 13 640 ha);

• adução ao reservatório dos blocos de Baronia (área beneficiada de 2 095 ha);

• adução ao reservatório de Barras (em linha), da qual seriam regados os blocos de Barras e do Torrão (área beneficiada de 1 030 ha);

• adução à albufeira de Vale do Gaio (volume a transferir anualmente de 35 hm3).

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Figura 2 - Enquadramento do subsistema Alqueva4200

2411

/3630

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Associado ao Circuito de Adução à Barragem de Odivelas temos o Dispositivo de Segregação de Águas à Albufeira de Odivelas. O objectivo deste By-pass, que simultaneamente é uma das medidas de minimização mais importantes deste Projecto, é o de garantir que os caudais que são libertados na ribeira de Odivelas sejam provenientes da bacia do Sado (ribeira de Odivelas) enquanto que a água proveniente de Alqueva é conduzida exclusivamente pelo Adutor até à Albufeira de Odivelas. Desta forma, este dispositivo evitará a mistura de águas e de peixes entre as bacias do Sado e Gua-diana, aspecto este muito importante e significativo para este Projecto, mantendo desta forma as actuais condições ecológicas da ribeira de Odivelas.

3 - DESCRIÇÃO DO PROJECTO

O Circuito de Adução à Barragem de Odivelas, abreviadamente Adutor, representa o troço inicial do Circuito de Ligação Alvito–Odivelas–Vale de Gaio e tem cerca de 11 135 m de extensão, medi-do desde a tomada de água no canal de adução Alvito–Pisão até à restituição na albufeira de Odive-las, cuja finalidade é a adução aos blocos de rega de Baronia, Barras e Torrão e a transferência de caudais para as albufeiras de Odivelas e Vale do Gaio.

É constituído por três trechos distintos, nomeadamente, um primeiro Trecho (1) em sifão invertido com cerca de 2,5 km para atravessamento do vale da ribeira de Odivelas, um segundo Trecho (2) composto por um canal em superfície livre com cerca de 3,4 km até atingir o Trecho 3 composto por uma conduta gravítica com cerca de 5,2 km de extensão até à albufeira de Odivelas (Figura 1).

O Trecho 1, em sifão, corresponde ao atravessamento do vale da ribeira de Odivelas, vencendo um desnível máximo de cerca de 50 m. Desenvolve-se desde a tomada de água no canal de adução Alvito–Pisão até à secção de início do canal trapezoidal, localizada próxima da Estrada Nacional EN258 (Alvito–Vila Ruiva), sendo que o próprio atravessamento da estrada se fará, ainda, em sifão (com recurso a cravamento dos tubos).

O trecho em sifão terá uma extensão de 2 530 m e transportará um caudal de 6,25 m3/s numa tuba-gem com 2 500 mm de diâmetro. Estima-se que o volume dos movimentos de terras neste primeiro trecho atinja cerca de 78 000 m3 de escavação e 61 000 m3 de aterro / enchimento da vala de implantação da tubagem.

O Trecho 2, canal em superfície livre, corresponde à continuação do circuito até ao início da con-duta gravítica (e da futura derivação para o reservatório da Baronia), zona nas imediações da linha de caminho-de-ferro Barreiro–Beja (km 122). Terá uma extensão de 3 390 m e, tal como o Tre-cho 1, transportará um caudal máximo de 6,25 m3/s, sendo constituído por:

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• dois troços de canal trapezoidal totalizando 3 290 m, com 2,00 m de largura de rasto e altura total da secção de 1,65 m;

• um troço em canal coberto para atravessamento sob a Estrada Nacional EN257 (Alvito–Iti-nerário Complementar IC23), numa extensão total de cerca de 100 m, constituído por um vão de secção rectangular, com 3,55 m de largura e 2,00 m de altura.

Estima-se que neste segundo trecho o volume dos movimentos de terras seja aproximadamente 47 000 m3 de escavação e 28 000 m3 de aterro.

Por fim, tem-se o Trecho 3, que termina na restituição na albufeira de Odivelas. Este trecho consiste numa conduta gravítica, que seguirá, preferencialmente, caminhos ou estradas existentes. Terá uma extensão de 5 206 m e será constituído por:

• um troço inicial em conduta, com 2 000 mm de diâmetro, com 1 264 m de comprimento;

• um troço final, correspondente à derivação para a albufeira de Odivelas, numa conduta com 1 600 mm de diâmetro e 3 942 m de comprimento.

Neste trecho, estima-se que o volume dos movimentos de terras neste primeiro trecho atinja cerca de 86 471 m3 de escavação e 64 516 m3 de aterro / enchimento da vala de implantação da tubagem.

No tocante a outras infra-estruturas associadas ao Circuito de Adução, poder-se-ão referir as seguin-tes:

• passagens hidráulicas sob o canal;

• passagens superiores, para trânsito de pessoas, veículos e animais;

• passagem superior para fauna;

• rampas de salvamento e acesso ao canal;

• escadas metálicas de salvamento e acesso ao canal;

• vedações.

Em relação ao Dispositivo de Segregação de Águas à Albufeira de Odivelas, adiante também desig-nado apenas por By-pass, consiste num conjunto de infra-estruturas, como sendo, uma conduta que será construída em PVC e terá 11 741 metros de extensão, sendo alimentada graviticamente a partir do reservatório de regulação. Esta terá três diâmetros a aplicar sucessivamente: 710 mm (em 8 377 m), 630 mm (em 2 845 m) e 500 mm (em 519 m). No seu final, restituirá os caudais a uma linha de água afluente à ribeira de Odivelas, a jusante da albufeira de Odivelas, através de uma bacia de dissipação por impacto (caixa de betão com deflector).

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Este dispositivo envolve também a construção de um açude - Açude do Monte da Azinheira. O açu-de será do tipo gravidade, em betão armado, dimensionado para permitir a passagem em segurança do caudal de cheia de 416 m3/s.

A altura do açude na sua zona central rebaixada é de 1,25 metros. Prevê-se que a cheia de projecto provoque uma subida do plano de água 1,90 metros acima da crista do açude (2,05 m na parte cen-tral), apresentando um pequeno grau de submergência, sendo o seu comprimento de 18,6 metros.

Como outras infra-estruturas associada ao By-pass, poder-se-á referir a estação que elevatória ficará colocada no interior da câmara de bombeamento e um reservatório de regulação, situado num ponto elevado. O volume total do reservatório é de cerca de 46 m3 (5 × 3,5 m, por 2,6 metros de altura).

A construção deste Projecto, incluindo as respectivas obras acessórias, implica a ocupação quer temporária, quer definitiva, de terrenos a ser utilizados pela EDIA. Serão expropriadas as zonas de implantação das obras e as áreas ocupadas pelas terraplenagens, bem como, uma faixa adjacente com 3 m de largura.

Nas zonas de conduta, em que se efectuarão escavações provisórias, apenas será expropriada a área correspondente à projecção horizontal das estruturas, acrescida da faixa de 3 m de largura.

4 - CARACTERIZAÇÃO DOS ASPECTOS AMBIENTAIS MAIS RELEVANTES DO PROJECTO

Em termos geológicos a região é constituída maioritariamente por formações geológicas rochosas do maciço antigo que à superfície se apresentam alteradas e cobertas na zona mais a sul por depósi-tos sedimentares de idade mais recente. As falhas e fracturas resultantes da actividade tectónica têm potencial apenas para abalos moderados não havendo registo de ocorrências sísmicas significativas na área de inserção do Projecto.

Grande parte do Projecto desenvolve-se em formações de baixa produtividade aquífera não incluí-dos em qualquer sistema com significado em termos de recursos hídricos subterrâneos, havendo apenas um pequeno troço que abrange o sector aquífero Cuba–São Cristóvão, no entanto, os pontos de água inventariados apresentam baixos caudais de exploração.

No que respeita à qualidade da água, apesar de existirem próximo algumas fontes de poluição urbanas, pecuárias e de lagares, a qualidade da água na albufeira de Odivelas é razoável, procurando garantir-se condições para poder ser usada para rega e banho. A ribeira de Odivelas mantém tam-bém uma boa qualidade da água, sendo importante para criação de peixes.

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Em termos de recursos hídricos salienta-se o facto deste Projecto estar totalmente contido na bacia hidrográfica do rio do Sado, pese o facto da água que circulará no Adutor ser uma “mistura” de águas entre as bacias do Sado e Guadiana. Este Projecto vai cruzar algumas linhas de água, devendo notar-se que atravessa fundamentalmente pequenas ribeiras / barrancos e seus afluentes, com excep-ção do cruzamento da ribeira de Odivelas. Esta última linha de água, com maior expressão local-mente, apresenta água todo ano, contrariamente ao que se verifica nas restantes linhas de água interceptadas, as quais se apresentam secas durante o Verão.

O uso e ocupação do solo, para grande parte da área em estudo, reflecte um uso único do solo, nomeadamente, por culturas de sequeiro, ao qual correspondem as parcelas agrícolas constituídas, maioritariamente, por culturas cerealíferas de trigo e aveia, prados e pastagens. Esta ocupação sin-gular do solo coexiste com utilizações múltiplas do mesmo, ou seja, parcelas onde se identificou montado sobro e azinho e culturas de sequeiro ou, montado de sobro e azinho, com olival e com subcoberto de matos.

Este Projecto está inserido em plena paisagem alentejana, num espaço de carácter fortemente rural, onde ainda predominam os tradicionais sistemas agro–silvo–pastoris de montado de sobro e azinho ou olival, sobre rotações de cereais e pastagens.

Esta paisagem apresenta um relevo moderadamente ondulado, com a distinção de algumas cumea-das com cotas que chegam a atingir 200 m, apresentando, no entanto, encostas de declives modera-dos. Toda esta região apresenta um aspecto relativamente homogéneo, consequência, também, da ausência de sebes ou muros de compartimentação.

No que respeita à ecologia a área a afectar apresenta uma vegetação moldada pela intervenção humana, em resultado de práticas agrícolas e silvícolas. Apesar desta intervenção, é de registar a presença de habitats de importância comunitária, um deles, denominado Charcos temporários Mediterrânicos, que ocorre na zona do By-pass, é considerado prioritário. Outras formações com interesse de referir são os montados de azinho e sobro, que ocorrem, em boa parte da área de implantação do adutor e do By-pass, e as galerias ripícolas denominadas por Freixiais que caracteri-zam as margens da ribeira de Odivelas, na zona de implantação do açude.

Do ponto de vista florístico a zona alberga uma diversidade apreciável de espécies. De entre as espécies incluídas na Directiva Habitats e que estão atribuídas à região apenas duas, Myosotis lusi-tanica e Salix salvifolia subsp. Australis, apresentam maior probabilidade de ocorrência.

A fauna da área de estudo, embora bastante diversificada, inclui algumas espécies com estatuto de conservação desfavorável, nomeadamente algumas espécies de morcegos, e incluindo ainda três espécies de aves, nomeadamente, o sisão, a abetarda e a águia de Bonelli, cuja conservação é priori-

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tária no contexto comunitário. A dimensão das populações destas espécies a afectar será sempre reduzida, dada a dimensão da área a afectar e a natureza linear do Projecto.

As comunidades piscícolas da bacia hidrográfica do Sado apresentam uma frequência grande de espécies exóticas, sendo estas particularmente abundantes nas albufeiras, nomeadamente na de Odi-velas. No entanto, a ribeira de Odivelas, entre a barragem do Alvito e a albufeira de Odivelas parece apresentar comunidades de peixes com algum valor de conservação, resultado da presença de espé-cies com estatuto de protecção.

O ordenamento do território, na área onde se desenvolve este Projecto, encontra-se aprovado e

publicado nos Planos Directores Municipais (PDM) de Alvito e Ferreira do Alentejo.

Estes planos, que estabelecem o zonamento, uso e ocupação do solo, dividem o território concelhio em classes de espaços, com diferentes características. Na área interessada pelo Projecto, as classes de ordenamento identificadas foram:

a) Espaço Florestal (PDM de Alvito);

b) Espaços Agrícolas (PDM de Alvito);

c) Espaço Canal (PDM de Alvito);

d) Classes de Espaços Agrícolas (PDM de Ferreira do Alentejo);

e) Espaços Naturais e Culturais (PDM de Ferreira do Alentejo).

Em relação às servidões e restrições de utilidade pública identificadas na área de estudo desta-cam-se o Domínio Hídrico, a legislação que protege os sobreiros e azinheiras, a Reserva Ecológica Nacional (REN), a Reserva Agrícola Nacional (RAN) e as servidões referentes ao cruzamento com as vias de comunicação rodoviárias e ferroviárias.

De referir que não foram identificadas quaisquer condicionantes legais impeditivas da concretização do Projecto.

Em termos de sócio–economia, a região do Alentejo é caracterizada por uma densidade populacio-nal média de cerca de 20 hab/km2, ou seja, menos de 1/5 da densidade populacional do Continente.

Nas três freguesias em estudo salienta-se o aumento populacional de cerca de 4,4% na freguesia de Vila Nova da Baronia e de 1,4% na freguesia de Alvito, de acordo com a tendência que se observa no mesmo concelho. Contrariamente, e de forma expressiva, verifica-se o decréscimo populacional de 17,3% na freguesia de Odivelas que também segue a tendência do concelho de Ferreira do Alen-tejo.

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O Sector Terciário assume-se como o principal empregador da população residente nos concelhos analisados, sendo responsável por mais de metade do emprego (59,6% e 52,6%) em Alvito e Ferrei-ra do Alentejo, respectivamente. Todavia, e em termos das freguesias abrangidas pelo Projecto, este cenário é um tanto ao quanto diferente, sendo que as freguesias do concelho de Alvito seguem cla-ramente a tendência do seu concelho, enquanto que a freguesia de Odivelas, com apenas 27,2% da sua população activa afecta ao sector terciário.

Relativamente à taxa de desemprego, no período 1991-2001, verificou-se globalmente um decrés-cimo na Região do Baixo Alentejo e Alentejo, que não foi acompanhado pelo concelho de Alvito, onde esta situação se agravou na última década (0,8%). Nas freguesias da área de estudo salienta-se o aumento do desemprego de 3,6% na freguesia de Vila Nova da Baronia e a redução significativa do desemprego na freguesia de Odivelas, que foi de 17,3%.

No que diz respeito ao património, foram efectuadas pesquisas bibliográficas complementadas com trabalhos de campo que permitiram identificar um número significativo de novas ocorrências de patrimoniais, cerca de 30 no total. Foram identificadas algumas situações em que o Projecto coinci-de ou se aproxima de construções modernas, de interesse etnológico (nomeadamente nas ocorrên-cias 9, 15, 17, 22 e 27), ou de sítios arqueológicos (ocorrências 16, 21, 25 e 26). Desta forma, podem ocorrer impactes negativos em consequência da construção do Projecto, embora não justifi-quem ajustamentos no traçado da infra-estrutura, desde que, implementadas as medidas de minimi-zação adequadas.

5 - AVALIAÇÃO DO IMPACTE AMBIENTAL DO PROJECTO

5.1 - NOTA INTRODUTÓRIA

Importa começar por referir que o Estudo de Impacte Ambiental realizado se iniciou com o desen-volvimento do Projecto Base, tendo sido efectuada uma avaliação preliminar dos principais impac-tes, com o objectivo de, numa primeira fase, evitar sempre que possível situações passíveis de gerar impactes ambientais numa segunda fase, reflectindo no Projecto de Execução, as medidas de mini-mização mais eficazes por forma a atenuar os impactes previstos. Como exemplo, poder-se-á citar a definição da tipologia de vedações a instalar e do número e localização de passagens para animais, bem como, o Dispositivo de Segregação de Águas – By-pass – à Albufeira de Odivelas.

O Dispositivo de Segregação de Águas – By-pass – à Albufeira de Odivelas reveste-se de particular relevância a dois níveis:

1) ao nível da ictiofauna e da potencial “mistura” entre duas comunidades nativas das Bacias do Sado e Guadiana, o que conduziria, a médio ou longo prazo, à extinção das espécies

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endémicas da bacia do Sado, uma vez que o isolamento genético é fundamental para a sua preservação. Desta forma, foi de primordial importância para a concretização, não só deste Projecto, mas de todo o EFMA, que a questão da segregação das águas destas duas bacias hidrográficas fosse efectuada de forma a que se assegurasse, desde logo, que a ictiofauna autóctone da bacia do Sado fosse preservada;

2) ao nível da qualidade da água, onde a concretização deste By-pass possibilitará a total segregação das águas das bacias do Sado e do Guadiana, isto é, a água proveniente da albu-feira do Alqueva não transitará para os meios hídricos naturais da bacia do Sado, ficando contida ao circuito hidráulico do Subsistema de Rega. Desta forma não haverá lugar à “mistura” de águas e consequente alteração das propriedades físico–químicas do meio receptor – Bacia do Sado.

Como já referido, este Projecto integra-se no Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA), que constitui um empreendimento de importância e âmbito nacional.

Assim, a concretização do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva permitirá concretizar os objectivos estratégicos que estão na base da sua definição, ou seja, a constituição de uma reserva de água, a garantia de abastecimento regular de água às populações, indústria e agricultura, a alteração progressiva do modelo de especialização da agricultura no Sul do País, dinamização do mercado de emprego e combate ao despovoamento na Região do Alentejo.

De facto, a construção das infra-estruturas do Projecto, ao permitir a concretização de uma das peças fundamentais deste Sistema, terá naturalmente reflexos sócio–económicos muito importantes, que se traduzem no desenvolvimento de uma vasta região do Baixo Alentejo, promovendo a agri-cultura e as actividades conexas como a indústria e o comércio e serviços.

Toda esta dinâmica gerada pelo Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva, só possível, com a concretização também do Circuito de Adução à Barragem de Odivelas, é o impacte mais significa-tivo, de sinal positivo, de todo o Projecto, sendo também, a justificação do mesmo.

5.2 - AVALIAÇÃO AMBIENTAL DOS POTENCIAIS IMPACTES GERADOS PELO PROJECTO

Dos impactes negativos identificados com a concretização deste Projecto (Adutor e By-pass), os mais importantes centram-se, sobretudo, na fase de construção e decorrem das operações de desma-tação e desflorestação e das movimentações de terras, de veículos e máquinas, reflectindo-se ao nível da geologia e geomorfologia, fauna e vegetação, solos, recursos hídricos e sócio-economia, sendo minimizáveis a níveis aceitáveis com a implementação de medidas cautelares e de minimiza-ção a adoptar na fase de obra.

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Os impactes mais significativos ao nível da geologia e geomorfologia estão relacionados com a destruição do substrato geológico e alterações geomorfológicas, essencialmente resultantes da movimentação de grande volume de terras quer de aterro quer de escavação, esta última com a eventual utilização de explosivos.

Em termos de recursos hídricos e qualidade da água, para além dos impactes associados às inter-venções que serão realizadas sobre algumas linhas de água (atravessamento), com especial incidên-cia na Ribeira de Odivelas, que se classificam como temporários e pouco significativos, ou mesmo sem significado na maioria dos casos se a obra se realizar no período seco, não se identificam quaisquer impactes importantes na fase de construção.

Na fase de exploração a concretização do By-pass para além de promover a separação das águas entre as bacias do Sado e do Guadiana, aspecto positivo significativo ao nível da qualidade da água, promoverá a manutenção de um caudal ecológico a jusante da Albufeira de Odivelas, aspecto este muito relevante em termos de recursos hídricos.

Em relação à ecologia, e no que respeita à fauna terrestre, foram identificados impactes negativos ao nível da fragmentação de habitats, efeito de barreira e de armadilha. Apesar de se considerarem impactes negativos, não se poderão considerar como significativos pelo facto de cerca de 2/3 deste circuito de adução, e toda a conduta de by-pass, se desenvolverem no subsolo (quer em sifão, quer em conduta gravítica).

Outro impacte negativo, em termos de ecologia, nomeadamente, da flora, é a afectação de monta-dos de sobro e azinho. Esta afectação, certa, dada a forte ocorrência destes elementos nesta região, classifica-se como significativa uma vez que estes elementos constituem habitats de valor ecológico reconhecido, para além do estatuto legal de conservação que detêm.

No que respeita à comunidade piscícola, o principal impacte negativo decorre da passagem que o adutor poderia promover de espécies de peixes da bacia do Guadiana para a bacia do Sado através da transferência de água entre as duas bacias. Todavia, tendo em conta as medidas de mitigação implementadas na transferência de água do Guadiana (da albufeira do Loureiro) para o Sado (albu-feira do Alvito), a possibilidade desta passagem se concretizar será muito reduzida, tornando o seu efeito pouco significativo. Por outro lado, o projecto do By-pass à albufeira de Odivelas, em con-junto com o by-pass à albufeira do Alvito, permitirão segregar o escoamento fluvial da bacia do Sado da água armazenada nas albufeiras (e que conterá uma proporção importante de água do Gua-diana), o que terá também um efeito positivo na redução dos impactes potenciais deste Projecto.

Em termos de Habitats, para além da afectação dos montados (habitat 6130) uma afectação, ainda que muito pouco provável, de alguns charcos mediterrânicos temporários (habitat 9130) afigurava-se como um dos cenários mais críticos deste Projecto, quer ao nível do Circuito de Adução quer do

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By-pass. No entanto, e uma vez que estas situações foram identificadas ao nível do Estudo Prévio, foi possível desenvolver alternativas de traçado (Projecto) de forma a não afectar estes habitas clas-sificados. Este constitui um dos aspectos positivos mais relevantes deste Projecto.

No que diz respeito à população e actividades económicas, existe um conjunto de impactes consi-derados positivos e outros negativos, sendo que, o seu balanço se afigura amplamente positivo

Neste sentido há que realçar os impactes positivos significativos relacionados com a maior disponi-bilidade de água para apoiar o desenvolvimento sócio-económico da região e consequente satisfa-ção das expectativas da população e dos agentes económicos interessados, que abrange um leque muito vasto de actividades, directa e indirectamente, relacionadas com a agricultura.

Para além do emprego gerado pela dinamização das actividades agrícolas, destacam-se a dinamiza-ção e a criação de indústrias de transformação dos produtos agrícolas, de produção de materiais, equipamentos e maquinaria, de produção de produtos químicos, entre outros, e também as activida-des relacionadas com a comercialização dos produtos agrícolas e dos equipamentos e produtos de apoio à agricultura. A prestação de serviços também é uma das actividades que se espera venha a registar um incremento significativo tanto mais que assumem um papel importante na modernização dos procedimentos, e assim na melhoria da competitividade das empresas.

As afectações negativas, identificadas nesta fase do Projecto, e de cariz sócio-económico, relacio-nam-se sobretudo com a perda de posse da terra e/ou fragmentação da propriedade. Apesar de se considerarem como impactes negativos com significado, a política de indemnizações levada a cabo pela EDIA em Projectos idênticos, perspectiva uma minimização eficaz e atempada destes impac-tes.

Analisadas que foram as relações de proximidade entre as diferentes componentes do Projecto e as ocorrências patrimoniais identificadas na área de estudo, não se identificaram situações críticas que justifiquem preocupações neste domínio. Salienta-se contudo, que esta matéria será alvo de acom-panhamento arqueológico na fase de obra, de forma a poder resolver, caso ocorra, qualquer situação mais delicada do ponto de vista arqueológico.

Em termos de ocupação do solo, apenas foi identificada uma situação que merece destaque, nomea-damente, no troço do Adutor que se desenvolve em canal, entre o km 4+700 e km 5+100, o atraves-samento de um regadio onde é utilizado um pivot de rega. A construção deste troço em canal invia-bilizará a utilização o Pivot, o que se considera uma afectação com algum significado ao nível do uso do solo.

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As intervenções ao nível do Adutor irão reflectir de imediato um impacte negativo ao nível da pai-sagem uma vez que compreendem a criação de uma intrusão e de uma barreira visual, apenas no troço em que o mesmo se desenvolve em canal neste relevo aplanado.

A importância deste impacte está relacionada com a forma como este elemento linear, com cerca de 3 400 m pode ser visualizado a partir de outros pontos e a qualidade visual e paisagística das subu-nidades que ocupará. Neste sentido, e no que diz respeito a potenciais receptores sensíveis destaca-se a afectação da Vila de Alvito onde se concentra a maior quantidade de observadores.

Quanto ao restante traçado do Circuito de Adução e do By-pass, pelo facto de se encontrarem enter-rados, não potenciará qualquer afectação ao nível da paisagem.

A presença do Açude, na fase de exploração, vem introduzir um componente estranho na paisagem. Apesar de um pouco desajustada a existência de uma albufeira num cenário caracterizado pela ari-dez, trata-se sempre de um elemento que vem incrementar a diversidade textural e cromática. Neste sentido, considera-se que a presença deste açude gera impactes visuais positivos ao nível local.

Neste enquadramento, embora se justifiquem algumas preocupações ambientais, estas serão fran-camente minimizadas pela adopção das medidas de minimização identificadas e propostas no EIA e pela definição de um Plano de Obra que acompanhe toda a fase de construção.

Nos restantes descritores analisados, foram identificados diversos impactes negativos e positivos associados às diversas fases do Projecto, sem que no entanto, a sua significância mereça qualquer especial ênfase.

6 - MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO DOS IMPACTES AMBIENTAIS DO PROJECTO

Os principais impactes ambientais suscitados pela construção e exploração deste Projecto, identifi-cados no ponto anterior são, em regra, passíveis de serem minimizados e/ou, em determinadas situações, evitados. Neste sentido e como medidas mais importantes destacam-se:

• A concretização do Dispositivo de Segregação de Águas à Albufeira de Odivelas;

• Elaboração um Plano de Obra que inclua a gestão de resíduos e outras componentes ambientais relevantes;

• Elaboração e divulgação de um “regulamento” sobre os usos e ocupação do solo na área afecta às infra-estruturas que ficarem enterradas, reduzindo assim, o risco de acidente;

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• Informar o público em geral dos objectivos da intervenção e do período da sua duração, através de acções de informação/divulgação do Projecto junto das juntas de freguesia inse-ridas na área de intervenção;

• Deverão ser efectuadas sondagens e prospecções arqueológicas nos locais definidos no EIA;

• A obra em todas as fases que envolvam revolvimento de solos deverá ter acompanhamento arqueológico permanente;

• Recuperação dos caminhos afectados pela passagem da maquinaria e veículos e de áreas afectas às construções provisórias;

• Os caminhos de acesso para circulação de equipamento e viaturas afectas à obra devem cor-responder, sempre que possível, aos já existentes e marcados os percursos autorizados, proibindo-se a circulação fora desta áreas;

• As áreas a desmatar deverão ser claramente identificadas (utilizando marcas visíveis, por exemplo com fita colorida), com especial ênfase onde existam sobreiros, a azinheiras e vegetação ribeirinha;

• Proceder à sinalização e balizagem num raio de 25 m dos charcos mediterrânicos temporá-rios identificados na área de influência do Projecto;

• Proceder atempadamente ao revestimento dos taludes, com utilização preferencial de solos decapados, beneficiando a flora local;

• Adopção de um sistema de aspersão de água sobre as vias de circulação não pavimentadas durante a época seca do ano;

• O transporte de materiais como excedentes de escavações, terras de empréstimo, areias e britas deverá ser efectuado em veículos cobertos;

• Recuperação paisagística das áreas afectadas dando particular atenção ao uso de espécies locais;

• Nas passagens hidráulicas (PH) considera-se que é de extrema importância garantir a sua manutenção de modo a que não fiquem obstruídas com vegetação ou lamas o que iria redu-zir a sua dimensão, dificultando a drenagem e a passagem dos animais;

• Concretização dos Planos de Monitorização propostos no EIA, nomeadamente, Águas Sub-terrâneas, Águas Superficiais, Ruído, Flora e Vegetação, Fauna e Ictiofauna.

7 - SÍNTESE CONCLUSIVA

Este Projecto encontra-se integrado no Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA), que constitui um empreendimento de âmbito e importância nacional amplamente reconhecida. Assim, sua a concretização permitirá alcançar os objectivos estratégicos que estão na base da sua

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definição, ou seja, a constituição de uma reserva de água, a garantia de abastecimento regular de água às populações, indústria e agricultura, a alteração progressiva do modelo de especialização da agricultura no sul do País, dinamização do mercado de emprego e combate ao despovoamento na Região do Alentejo.

De facto, a construção das infra-estruturas do Projecto, ao permitir a concretização de mais uma das peças fundamentais deste Sistema, terá naturalmente reflexos sócio–económicos muito importantes, que se traduzem no desenvolvimento de uma vasta região do Baixo Alentejo, promovendo a agri-cultura e as actividades associadas como a indústria e o comércio e serviços.

Neste enquadramento, embora se justifiquem algumas preocupações ambientais, estas serão fran-camente minoradas pela adopção das medidas de minimização propostas, não tendo o Estudo de Impacte Ambiental identificado razões objectivas para a não concretização deste Projecto.