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ELABORAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO DE CINÉTICA QUÍMICA:
utilizando o computador como ferramenta de apoio no processo de aprendizagem
Autora: Rozimari kempa Batistella1
Orientadora: Silvia Costa Beber 2
Resumo
Esse projeto foi desenvolvido no Colégio Estadual Rocha Pombo – E. F. M. N., no município de Capanema/PR, buscando alternativas pedagógicas e metodológicas para aproximar os conteúdos estudados na escola com o cotidiano do aluno. A utilização de tecnologias que, atualmente, estão presentes nos diferentes setores da sociedade, como é o caso do computador, ganham cada vez mais espaço no dia a dia. No desenvolvimento desse projeto o professor propôs aos alunos a produção de material audiovisual abordando o conteúdo de Cinética Química. Para isso, os estudantes, em grupos, realizaram pesquisas na Internet sobre o conteúdo, trocaram informações e conhecimento em sala de aula, em reuniões e encontros que aconteceram em contraturno. Em sala de aula o professor trabalhou o conteúdo por meio de atividades que contemplaram explicações, problematizações, discussões, resoluções de exercícios, tarefas colaborativas e participativas. Também em contraturno, os alunos elaboraram os materiais didáticos estabelecidos entre professor e equipes, entre estes: paródias, práticas experimentais, encenações, jogos didáticos, representações de divulgação por meio da mídia. Toda atividade desenvolvida pelos estudantes foi filmada e reproduzida em material audiovisual. Posteriormente, todos tiveram a oportunidade de verificar a produção didática de cada grupo em exibição dos materiais na TV pendrive. Esse projeto teve como objetivo utilizar o computador como recurso didático nas aulas de química, envolvendo os alunos como agentes na construção do conhecimento de uma aprendizagem significativa referente à Cinética Química. O projeto possibilitou aos seus participantes a vivência de experiências educacionais participativas e reflexivas, adequadas ao aprimoramento das ações do professor enquanto condutor e mediador do processo de ensino e que foram significativas para os estudantes em sua aprendizagem. Segundo os estudantes o projeto possibilitou o desenvolvimento de atividades interativas, participativas, inclusivas e interessantes, motivando-os para o estudo da Química.
Palavras chave: Tecnologias; atividades lúdicas; ensino de Química.
1 Especialização em Ciências Morfofisiológicas (UNIOESTE), Graduação em Química Licenciatura (FACEPAL/PR), Professora do Colégio Estadual Rocha Pombo – E. F. M. N. 2 Mestre em Educação (UPF/RS), Graduação em Química Licenciatura (UNICRUZ/RS), Professora Assistente da Universidade Estadual do Oeste do Paraná/UNIOESTE - Curso de Química Licenciatura – Campus Toledo.
Abstract:
This project was developed in Colegio Estadual Rocha Pombo – E.F.M.N. (Rocha Pombo High School - Elementary, Middle, Normal Teaching), in Capanema/Pr., searching for teaching alternatives and methodologies to approximate the studied contents in school with the student's daily life. The use of technology, that is currently available in different areas of the society, such as the computer, that are gaining more and more space in daily life. In this project developing, the teacher suggested to students the elaboration of audiovisual material dealing the content of Chemical Kinetics. For this, the students in groups carried out a researching on the internet about the content, exchanged information and knowledge in the classroom, in meetings that happened in a turn against. In the classroom the teacher has worked the content through activities which contemplate explanations, problematizations, arguments, exercises resolutions, collaborative tasks and participative. Also in a turn against, the students elaborated the teaching materials established between teacher and staff, among these: spoofs, experimental practices, performances, educational games, advertise representation through the media. Every activity performed by students was filmed and reproduced in audiovisual material. After that, all had the opportunity to assess the didactic production of each group in exhibition in the TV pendrive. This project aimed to use the computer as a teaching resource in chemistry classes, involving students as knowledge construction agents of a significant learning
on the kinetics Chemistry. The project allowed its participants the living of educational participative and reflexive experiences, suitable to the improvement actions of the teacher as a conductor and mediator of the teaching process and significant for students in their learning. According to the students the project made possible the development of interactive, participative, inclusive and interesting activities, motivating them to the Chemistry studies.
Key Words: Technology; Ludic Activities; Chemistry Teaching.
INTRODUÇÃO
Esse artigo apresenta o desenvolvimento de um trabalho realizado durante o
Programa de Formação Continuada da Secretaria do Estado da Educação do
Paraná (SEED), conhecido como Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE),
no período de agosto de 2010 a agosto de 2012. Esse programa envolve os
professores das Escolas Públicas Estaduais de Educação Básica do Paraná,
juntamente com as instituições de Ensino Superior, numa proposta de integração
entre esse dois níveis de ensino. Por meio do PDE os professores têm a
oportunidade de repensar suas práticas pedagógicas e ao mesmo tempo tornam-se
produtores de conhecimento.
Nesse processo de formação continuada, o professor fica afastado da sala
de aula, no período de um ano, e participa das atividades propostas pelo programa
(PDE), tais como: seminários, simpósios, encontros específicos por área de atuação,
grupos de estudos, encontros na universidade para estudo de temas sobre a área e
orientação de trabalho, entre outros. Cada professor que participa do programa é
orientado por um professor da Universidade do Estado do Paraná.
Durante o primeiro ano, o professor elaborou um projeto e produziu um
material didático. No segundo ano, ocorreu a implementação do projeto na escola
onde o professor atua. Nesse segundo ano, o trabalho é concluído e apresentado
por meio de um artigo, no qual é possível verificar os resultados do desenvolvimento
do projeto.
O trabalho desenvolvido teve como objetivo principal a busca do
conhecimento, de forma diferenciada e atrativa, buscando o interesse, a motivação,
explorando a criatividade dos alunos para a construção do conhecimento da
Química, que é uma das preocupações constantes. Quando se tem uma disciplina
que, muitas vezes, trata de alguns conteúdos que são abstratos, cheios de fórmulas
e nomes científicos, e que, por sua vez, já está rotulada com uma disciplina difícil,
dificulta ainda mais a aprendizagem.
Procurando solucionar a falta de interesse e a desmotivação para com o
ensino de Química foi proposta aos estudantes a realização de atividades, nas quais
eles foram incentivados a produzir o conhecimento por meio de paródias, jogos,
encenações teatrais, comercial informativo e aulas práticas.
Para o desenvolvimento dessas atividades, foi proposto e utilizado o
computador como uma ferramenta tecnológica e de apoio, sob os cuidados da
professora, que orientava as pesquisas e a elaboração do material didático, pois
segundo Valente (1993) o estudante pode agir sobre o computador construindo seu
conhecimento. Esse agir sobre o computador seria desenvolver as suas atividades e
elaborar as tarefas solicitadas pela professora.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O desenvolvimento dos saberes está associado às primeiras necessidades
humanas e, o conhecimento químico, está ligado diretamente às transformações das
civilizações. Nesse mundo repleto de mudanças e tecnologias a educação se
transformou num requisito fundamental e indispensável, pois ela tem o desafio de
formar pessoas criativas e com responsabilidades.
Neste processo histórico, a humanidade passou a produzir conhecimentos
com os mais diferentes objetivos. A consequência dessa produção está marcada
pelo desenvolvimento de bens de consumo e de bens tecnológicos e sua utilização
nos mais variados setores da sociedade.
A Química, como Ciência, sofreu e vem sofrendo grandes mudanças no
decorrer dos tempos, não ficando restrita na sala de aula, mas mostrando,
principalmente aos estudantes, que essa Ciência é organizada e tem grande
utilidade para humanidade, devido aos conceitos pré-definidos, que passam a ser
transmitidos as novas gerações.
Frente a esse contexto, é necessário que os professores desenvolvam
atividades diferenciadas para a disciplina de Química, enfatizando o conhecimento
científico, que atenda às necessidades dos alunos, buscando diversificar a
metodologia de ensino, de forma que traga motivação e interesse, utilizando-se de
recursos e instrumentos variados, evitando a memorização de conceitos, fórmulas e
regras.
Essa estratégia tem por objetivo dar sentido aos conceitos químicos, de
modo que se torne importante e leve o aluno a refletir sobre as situações que estão
ocorrendo no momento, integrando os conceitos científicos com a produção de
materiais didáticos.
Buscar alternativas metodológicas diferentes pode ser uma maneira de
aproximar o conteúdo estudado na sala de aula com o dia a dia dos alunos, pois é
encontrada falta de interesse, de motivação e outras dificuldades em relação à
disciplina, que podem ser atribuídas pela maneira com que os conteúdos vêm sendo
abordados, num processo desvinculado da sua realidade.
Atividades utilizando música, jogos, teatro, práticas experimentais,
audiovisual, entre outras, são algumas ferramentas utilizadas no ensino de Química.
1. A utilização da música como ferramenta didática
A utilização da música no ensino da Química é uma importante alternativa
para aproximar o conteúdo científico do dia a dia dos alunos. Essa metodologia é
uma maneira de tornar a aula mais interessante, estreitando o relacionamento entre
alunos e professor e, por consequência, o rendimento dos alunos, protagonistas
dessa atividade.
O processo de elaboração de paródia faz com que o conhecimento científico
seja abordado de forma significativa na vida do aluno, pois, de acordo com Ferreira,
(2002) “a música pode nos auxiliar no ensino de uma determinada disciplina, na
medida em que, ela abre possibilidades para um segundo caminho que não é o
verbal”. (p.13)
A utilização de letra de música é um dos caminhos que vai estreitando os
laços entre o conteúdo abordado, o professor e o aluno, pois vai partir da bagagem
de conhecimentos já adquiridos no decorrer das aulas, criando significados,
despertando o interesse e a criatividade dos alunos. A produção de paródia vai
integrando a cultura geral, podendo transcender a simples memorização de fórmulas
e regras.
2. Produção de jogos como ferramenta didática
A produção de jogos é uma ferramenta didática utilizada também como
alternativa viável auxiliando no processo da aprendizagem, favorecendo a aquisição
de conhecimento, a motivação e o raciocínio.
A elaboração de jogos tem por objetivos proporcionar a aprendizagem de
conteúdos químicos de maneira lúdica e assim, melhorar o desempenho dos alunos
e, nesse sentido, preencher as lacunas deixadas pelo processo de transmissão e
recepção de conteúdos. Segundo MIRANDA (2001), vários objetivos pode ser
atingidos a partir da utilização dos jogos didáticos como os relacionados à cognição
(desenvolvimento da inteligência e da personalidade, fundamentais para a
construção de conhecimentos); à afeição (desenvolvimento da sensibilidade e da
estima e atuação no sentido de estreitar laços de amizade e efetividade); à
socialização (simulação de vida em grupo); à motivação (envolvimento da ação, do
desfio e mobilização da curiosidade) e à criatividade.
Nesse sentido, a elaboração de jogos é mais uma ferramenta de apoio no
processo da aprendizagem, pois, além de desenvolver habilidades importantes
estimula o interesse do aluno, em níveis diferentes de experiência social, pessoal,
promove a aprendizagem na resolução de problemas e na aproximação dos alunos
com o conhecimento cientifico.
3. Experimentos no ensino da Cinética Química
A experimentação no ensino da Química é uma metodologia indispensável
no processo de aprendizagem não somente no estudo da Cinética Química, mas
nos diversos conteúdos abordados nessa ciência, contribuindo para uma melhor
qualidade de ensino.
Assim, como todos os saberes, o conhecimento científico não é algo pronto
e acabado, mas em constante transformação. O processo de construção e
transformação do conhecimento ocorre em função das necessidades humanas.
De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica (DCEs), na
abordagem dos conceitos químicos, a experimentação favorece o entendimento,
para que o aluno construa suas próprias explicações das situações observadas por
meio da prática experimental.
Desse modo, a química deve trazer respostas importantes para situações
que ocorrem no cotidiano, pois os experimentos aproximam os conceitos teóricos
daqueles pesquisados e analisados com a prática científica.
Segundo Moreira, “a experimentação também pode contribuir para aquisição
de conhecimentos e para o desenvolvimento mental dos alunos” (p.80), pois o
objetivo das atividades práticas é fornecer subsídios para que os alunos relacionem
o conteúdo abordado na sala de aula, com o seu dia a dia e, dessa forma, diminuir
as dificuldades de aprendizagem para enfrentar os desafios da sociedade deste
século.
4. A produção de encenação teatral como material de apoio
Representar um texto por encenação pode ser uma atividade prazerosa e
trazer motivação e interesse para as aulas de Química, que é rotulada como apática
e repleta de regras e fórmulas que precisam ser decoradas e ainda, desvinculadas
do cotidiano, que só tem importância no momento de prestar um vestibular.
Estudar Química através do teatro é uma forma lúdica de fazer o aluno
refletir sobre os conhecimentos adquiridos, de aproximar o professor, e também, de
integrar o grupo, e de cada aluno participar como protagonista e/ou como diretor de
teatro.
Essa metodologia, voltada para a construção do conhecimento não fica
restrita à transmissão de conteúdos, mas vai desenvolver nos alunos certas
habilidades, contemplado o conteúdo abordado de maneira lúdica.
A utilização do teatro é uma forma de cativar os alunos, permitindo ampliar o
senso critico e o exercício da cidadania.
A produção de roteiros para a encenação teatral tem por objetivo transmitir
de forma simples a agradável o conteúdo contemplado na sala de aula, pois,
segundo Maldaner (2003), o conhecimento científico deve ajudar e servir as pessoas
a terem condições de vida melhor. Ou seja, deve ter a preocupação de trazer
sentido para a compreensão do conteúdo abordado e assim, formar cidadãos
conscientes dos processos sociais políticos e econômicos.
5. Material audiovisual – comercial envolvendo o conteúdo como
ferramenta de apoio.
Elaborar um audiovisual sobre conteúdos a serem trabalhados é uma
estratégia que pode minimizar os problemas de aprendizagem, pois possibilita o
raciocínio, a responsabilidade de trabalhar em grupo e, por consequência, ativa o
pensamento e estimula a criatividade.
Essa ferramenta didática pode ser realizada a fim de minimizar os problemas
de aprendizagem, pois esta estratégia permite maior integração com os colegas,
professora e, principalmente, com o conteúdo, sendo um meio propagador de
conceitos.
A produção de um comercial tem dimensão lúdica e moderna. Segundo
Araújo (2007), a melhoria de ensino justifica a necessidade de se utilizar diferentes
estratégias, pois esta metodologia é uma mediadora que oferece a possibilidade
para a elaboração do conhecimento, respeitando as diversidades que se encontra
na sala de aula, oportunizando, além do ensino, a socialização e o desenvolvimento
social.
Dessa forma, a construção do conhecimento deve ter a preocupação em
trazer sentido para a compreensão do conteúdo, permitindo que os alunos o
relacionem com as suas vidas, para assim formar jovens cidadãos conscientes dos
processos sociais, políticos e econômicos.
As atividades propostas foram desenvolvidas pelos alunos e tiveram a
inserção do computador como uma ferramenta de apoio na prática pedagógica, de
forma atrativa e criativa, permitindo superar as dificuldades de aprendizagem. Para
GIORDAN:
[...] o computador é instrumento mediador das atividades. Estamos certos de que as tecnologias são instrumentos que exercem funções mediadoras importantes nas atividades humanas, pois são atributos exclusivos da nossa forma de nos relacionarmos com o mundo (GIORDAN, 2008, p.104).
O computador é uma fonte de motivação para os alunos do Ensino Médio.
Com a pesquisa na Internet, o estudante pode enriquecer o seu conhecimento por
meio de leituras de textos, de imagens e de sons, que garantem uma maneira mais
atrativa e interessante de estudos, e assim, procura mostrar aos alunos a
aplicabilidade da Química no seu dia a dia, buscando no computador, alternativas
metodológicas variadas, como fonte de motivação, interesse e criatividade, para que
eles possam, não apenas compreender os conceitos científicos da Química, mas
também, utilizá-los de maneira adequada e inteligente no seu cotidiano.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS/ DESENVOLVIMENTO
A apropriação e a compreensão do conhecimento científico devem
acontecer partindo do dia a dia, e o professor deve investigar por meio de
questionamentos, ou mesmo por um questionário diagnóstico, para saber qual é a
realidade dos alunos e quais são suas expectativas com relação ao conteúdo
abordado.
Mas, esse processo deve ser devidamente planejado, organizado e
direcionado numa relação lógica em que o aprendizado dos conceitos químicos se
realize, para então poder organizar os conceitos científicos da Química.
1. Público alvo
A implementação do projeto foi desenvolvida em uma turma de 2º ano do
Ensino Médio, no período vespertino, no Colégio Estadual Rocha Pombo – EFMN,
no município de Capanema, Estado do Paraná, pertencente ao Núcleo Regional de
Francisco Beltrão, onde o trabalho foi aplicado no 2º semestre de 2011, entre os
meses de outubro e dezembro.
2. Diagnóstico populacional
Para identificar o perfil da turma foi realizado um diagnóstico populacional.
Um questionário foi aplicado na sala de aula, de maneira individual, sem
identificação dos alunos. O objetivo principal do questionário foi levantar dados, para
verificar se os alunos conseguem perceber a presença da Química em seu
cotidiano. Também teve o propósito de buscar informações relacionadas ao uso das
tecnologias e verificar quais são os conceitos químicos adquiridos e quais deverão
ser (re)elaborados.
Com esse levantamento de dados foi possível conhecer um pouco mais do
dia a dia dos alunos com relação ao uso do computador em suas atividades e em
seu convívio social e a relação que conseguem estabelecer do conteúdo da Química
com a sua vida.
3. Aula utilizando slides com a temática “A Presença da Cinética
Química no Nosso Cotidiano e a sua Importância”
Diante dos resultados obtidos pelo questionário diagnóstico, foi utilizada em
sala de aula a TV pendriv, com uma aula utilizando slides preparados pelo editor do
PowerPoint, que tinha por objetivo principal fornecer subsídios para que os alunos
pudessem perceber a importância de estudar a Cinética Química e como ela está
presente na vida diária, e assim, trazer mais significados, provocando o interesse, a
motivação e a curiosidade em relação ao conteúdo abordado.
Dessa maneira, foi possível despertar nos alunos o interesse pela busca do
conhecimento científico, pois segundo (MALDANER, 2003, p. 153), o conhecimento
científico deve servir para ajudar as pessoas a ter melhores condições de vida.
Nesse sentido, o conhecimento científico deve ser construído trazendo
mais significados para a vida do aluno, de maneira que venha a contribuir com a
sociedade para compreensão do mundo em constantes transformações.
4. Laboratório de Informática: pesquisa na Internet
Dando sequência a essa proposta de estudos, os alunos foram
encaminhados ao laboratório de informática, para fazer uma pesquisa de conceitos
que abordam o conteúdo específico da Cinética Química, sempre com o auxilio da
professora, instigando-os a buscar soluções para os problemas propostos, por meio
de motivação e de envolvimento comprometido com a aprendizagem.
O uso do computador pelos alunos, permite-lhes apropriarem-se dos
conhecimentos científicos da Química por meio de visualizações de imagens e sons,
pois, segundo (EICHLER e DEL PINO, 2000, p.836), “as simulações oferecem um
ambiente interativo para o aluno manipular variáveis e observar resultados
imediatos”, portanto, o uso das tecnologias é uma das alternativas que contribuiu
com a aprendizagem, por ser mediador das atividades de maneira agradável,
associada ao progresso dos alunos, proporcionando-lhes a possibilidade de
relacionar os conteúdos da Cinética Química com a prática social.
Após a conclusão da pesquisa, já em sala de aula, os alunos foram
oportunizados a expressar suas ideias, tirar suas dúvidas com relação ao conteúdo,
expondo o resultado da sua pesquisa. Em grupo, foram propostas algumas questões
a ser resolvidas, referentes ao conteúdo pesquisado, para a verificação da
aprendizagem, como:
1) Você acha interessante estudar o conteúdo de Cinética Química?
2) Você consegue perceber qual a importância de estudar a Cinética? E
como ela faz a diferença em nossas vidas?
3) A velocidade em que ocorrem as reações depende do número de colisões
e do número de número de moléculas que reage? Explique:
4) Considere duas situações: a combustão de uma pilha de jornal
compactado e a combustão de uma pilha de jornal em tiras (as pilhas de jornal têm a
mesma quantidade de papel). A rapidez da combustão do jornal será:
a) Maior na pilha de jornal compactado, pois a superfície de contato com o ar
e maior.
b) Maior na pilha de jornal compactado, pois facilita a combustão.
c) Igual, uma vez que a quantidade de papéis é a mesma.
d) Maior na pilha de jornal em tiras, que por ser menos compactada
permitem maior retenção do calor.
e) Maior na pilha de jornal em tiras, pois o contato com o ar é maior.
5) Você acha que é possível alterar a velocidade das reações químicas?
Justifique.
6) Esquematize em seu caderno colisões efetivas do gás Hidrogênio (H2)
com o gás Cloro (Cl2)
Ao concluir essa atividade de pesquisa, exposição de conteúdo e debate e,
após estudar os conceitos da Cinética Química, o conteúdo contemplado e
trabalhado nessa implementação de atividades lúdicas, foi preparado pela
professora e proposto aos alunos, para que se reunissem em grupos, de acordo com
sua afinidade e criatividade, para a elaboração do material didático.
ATIVIDADES PROPOSTAS
Continuando as atividades de estudos, foi oportunizado aos alunos
relacionar a construção do conteúdo científico com a sua realidade, como
construtores de seus próprios conhecimentos, desenvolvendo a criatividade e
aproximando os conceitos estudados da Cinética Química com o seu cotidiano. Os
alunos organizaram-se em cinco grupos para desenvolver as seguintes atividades:
� Atividade A → prática no laboratório de ciências;
� Atividade B → produção de um ou mais jogos;
� Atividade C → produção de uma paródia;
� Atividade D → encenações teatrais;
� Atividade E → comercial informativo envolvendo o conteúdo abordado.
Atividade A → prática no laboratório de ciências
Após estudar o conteúdo contemplado da Cinética Química, os alunos do
grupo A, foram ao laboratório de informática pesquisar algumas atividades
experimentais. Também foi levada em consideração que a execução dessa atividade
deveria ser feita no laboratório de ciências, em contraturno, com a orientação e o
auxilio da professora, nas quais ela fez a gravação usando uma câmera fotográfica
da escola.
Selecionou-se então, algumas atividades experimentais que não exigiriam
muitos reagentes de difícil acesso aos alunos e à escola, sendo que os
experimentos executados pelos alunos foram os seguintes:
� Efeito da Temperatura e Superfície de Contato.
Os reagentes usados nesse experimento foram: comprimidos efervescentes
e água em temperatura ambiente, gelada e quente. O comprimido efervescente
também foi utilizado triturado em pó bem fininho, e inteiro.
� Influência de um catalisador.
Nesse experimento utilizou-se água oxigenada 30 volumes (H2O2 30
volumes), encontrada na farmácia, e detergente. Exigiram ainda, alguns reagentes
disponíveis no laboratório de ciências da escola, que foi o Iodeto de Potássio (KI).
� Influência da concentração dos reagentes.
Para entender como a concentração dos reagentes influenciam na
velocidade das reações, foi utilizado nesse experimento, palha de aço e Ácido
Clorídrico (HCl), concentrado e depois, bem diluído, também disponível no
laboratório de ciências da escola.
Ao término dos experimentos, foi proposto aos alunos participantes dessa
atividade, que resolvessem algumas questões relacionadas às práticas
desenvolvidas.
���� Atividade B → produção de um ou mais jogos
Buscando desenvolver uma metodologia diferente e atrativa, na qual os
alunos possam ser agentes de transformação do conhecimento, por meio de ações
concretas e significativas, não só do conhecimento empírico, mas, principalmente,
dos conhecimentos adquiridos na escola, na execução dessa atividade, os alunos
realizaram uma pesquisa no laboratório de informática, para observar alguns jogos
educativos, a fim de criar seu próprio jogo.
���� Atividade C → produção de uma paródia
Nessa atividade os alunos produziram paródias sobre o conteúdo de
Cinética Química.
As letras das paródias foram criadas pelos alunos, sendo eles os
compositores, cantores e também músicos, pois fizeram uso de um violão para a
apresentação, no período de contraturno. Após terem ensaiado a paródia, os alunos
fizeram a apresentação e a professora fez a gravação. Depois os alunos passaram a
filmagem para um pendrive e usando o computador salvaram em AVI.
As letras elaboradas pelos alunos são essas:
���� Paródia 01- Domador de feras (Léo e Ed Reis)
Estou estudando a velocidade das colisões
Que podem resultar em reações
Eu sei que você vai ficar pirado e interessado
E vai querer estudar mais
Está achando que no futuro vai ser bom
E eu até te dou razão
E quando sentir no dia a dia
A diferença você vai gostar
Não adianta fazer tudo rapidinho
Porque a Cinética exige muita atenção
Para quando estudar a temperatura,
A concentração dos reagentes e a pressão
Em Química eu sou fera
Sem entender e sem estudar a reação já era.
���� Paródia 02 – Santa Maria do Brasil (Lindomar Castilho)
A concentração do reagente, maior será
Se a velocidade da reação
Um choque gerar
Para que aconteça a reação
Entre as substâncias
É usada a Cinética Química
E não a Quântica
A temperatura quando aumenta
Em um sistema,
Ocorre um aumento
Na velocidade da reação
Aumentando o calor,
Aumenta a energia
E isso é uma demonstração,
Da Cinética Química.
���� Atividade D → encenações teatrais
Nessa proposta, a professora possibilita o desenvolvimento científico da
aprendizagem de maneira lúdica, pois encenações teatrais podem ser encaradas
como um meio propagador de conceitos científicos, possibilitando o
desenvolvimento pessoal, criatividade e a aprendizagem.
Esse grupo de alunos, após ter pesquisado, estudado e debatido o assunto
da Cinética Química, foram autores e atores dessa metodologia, pois escreveram
um texto, trazendo informações referentes ao conteúdo abordado, e foram os
protagonistas do teatro, apresentando uma escolinha, onde o professor fazia
algumas perguntas e os alunos iram respondendo de acordo como eram chamados.
As questões elaboradas pelos alunos foram de cunho cotidiano.
E como os demais grupos, visando o uso das tecnologias, após os ensaios,
no momento em que o grupo determinou que estivesse de acordo com suas
expectativas, a apresentação teatral também foi filmada, para, posteriormente, ser
apresentado aos demais colegas da classe.
Algumas questões do teatro que chamaram atenção foram:
���� Analisando os fatores que influenciam na velocidade das reações: onde o
feijão cozinha mais rápido, numa panela de pressão ou numa panela normal? Por
quê?
���� Qual o fator que influencia na ferrugem da palha de aço?
���� O que você faria para diminuir a velocidade desse tipo de reação, ou
seja, para conservar por mais tempo uma palha de aço sem que ela enferruje?
���� O que poderia ser feito para fazer com que a palha de aço enferruje
rapidamente?
���� Qual a importância de saber como controlar a velocidade das reações
químicas?
���� Comente o que você entendeu sobre os inibidores?
���� O que é superfície de contato? Exemplifique.
Esses foram alguns questionamentos propostos pelos alunos, nos quais
enfocaram a palha de aço, na grande maioria das questões. As respostas dadas
pelos alunos participantes foram coerentes com as perguntas.
���� Atividade E → comercial informativo envolvendo o conteúdo
abordado
Esse grupo não fez propriamente um comercial, fizeram um programa bem
humorado com um grande número de informações relacionadas à Cinética Química,
que tinha uma mesa composta por um apresentador e alguns ‘’especialistas’’, que
foram os entrevistados, respondendo as perguntas do entrevistador.
Primeiramente, o apresentador do programa cumprimenta os entrevistados e
os apresenta aos expectadores, esclarecendo que o tema proposto nesse programa
está relacionado diretamente com a Cinética Química e no modo como ela está
presente no cotidiano, solucionando algumas dúvidas.
O programa seguiu num ritmo descontraído e os entrevistados tinham
nomes fictícios bem engraçados e respondiam perguntas assim:
� � � � Você poderia explicar aos expectadores por que a pipoca estoura?
� � � � Por que a água oxigenada vem em frascos escuros? Não poderia ser em
frasco transparente? Isso facilitaria em saber quanto líquido ainda tem no frasco?
���� Explique um pouco por que é importante saber qual a importância dessa
tal de Cinética Química?
���� Agora que já sabemos da importância da Cinética Química, você que é
especialista nesse assunto, poderia me falar um pouco onde é encontrada a Cinética
Química?
���� Explique por que a Cinética Química está relacionada aos fogos de
artifício?
���� Fale um pouco sobre a velocidade das reações químicas e que
influência ela traz para o nosso dia a dia?
As questões foram elaboradas pelos alunos desse grupo, bem como as suas
respostas. Assim que determinaram estar com o trabalho concluído, a professora fez
a gravação do programa em contraturno e, posteriormente, os alunos foram ao
laboratório de informática para passar o vídeo em AVI, salvar no pendrive, para ser
apresentado aos demais colegas da turma, juntamente com os outros vídeos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A produção de material didático diversificado não é uma tarefa fácil, pois
requer tempo, disposição e muita dedicação, tanto da parte do professor como da
parte dos alunos. Além disso, toda inovação ou mudança metodológica de ensino
causam medo e resistência, porque o novo é difícil de ser aceito, principalmente, no
que diz respeito à avaliação.
Essa proposta foi bem aceita pela grande parte dos alunos que procuraram
desenvolver as atividades com dedicação, tendo como consequência, a evolução do
aprendizado. Durante a produção desse material foi possível verificar que os alunos
sabem utilizar o computador para fazer pesquisas, mas encontraram dificuldades em
salvar os vídeos em AVI, para posteriormente usar na TV pendrive na sala de aula.
Terminada todas as etapas, foi entregue a cada grupo de alunos um
questionário a ser respondido, tendo o seguinte resultado:
1) O que vocês acharam dessa nova maneira de estudar o conteúdo de
Química?
R. As opiniões foram: “Achamos uma maneira que faz com que adquiramos
conhecimento, sem que a aula se torne chata, um método interativo, uma forma
legal, descontraída e interessante. Enfim, achamos ótimo.”
Analisando as respostas dos alunos, e o grande envolvimento na execução
das atividades propostas, ficou evidente que os alunos gostam que o professor
utilize metodologias variadas e diferentes no decorrer das aulas, tornando-as mais
dinâmicas e descontraídas.
Uma dificuldade encontrada na implementação do projeto diz respeito às
atividades desenvolvidas em contraturno, pois, a maioria dos estudantes não tem
disponibilidade de tempo para realizar trabalhos escolares fora do seu horário de
aula, principalmente, por serem oriundos da zona rural do município.
2) Em sua opinião, o uso do computador na escola, pode ser considerado
um mediador para a construção do conhecimento científico?Justifique.
R.Todos os grupos responderam que sim, com as seguintes justificativas;
“Porque usando o computador para a pesquisa, podemos buscar mais
informação sobre o conteúdo abordado”.
“Desta forma, parece que o conteúdo ficou mais fácil de ser entendido”.
“Pois foram apresentadas várias formas de estudar o conhecimento
científico”.
“Foi uma maneira de proporcionar maior interesse na aprendizagem”.
“Porque traz a oportunidade de uma pesquisa rápida e eficiente”.
“Por ser uma maneira proporcionada com métodos diferentes de estudo”.
A utilização do computador pelos alunos foi de suma importância, não só
para fazer a pesquisa do assunto abordado, mas também foi uma metodologia
utilizada, que trouxe a motivação e o interesse dos alunos pela busca do
conhecimento.
Também ficou bem evidente que os alunos sabem utilizar o computador,
principalmente, para a comunicação em Facebook e no MSN, mas, encontraram
grandes dificuldades para operacionalizar os programas de edição e salvar em AVI.
3) No momento em que você e seu grupo faziam a pesquisa na Internet, a
aula tornou-se mais interessante?Justifique.
Todos os grupos responderam que sim. E as justificativas foram:
“Aumentou a nossa motivação, em sala de aula”.
“Pois, desta maneira saímos da chata rotina da sala de aula”.
“Se tornou mais fácil aprender desse jeito”.
“Porque o conhecimento foi amplo e houve também explicações sobre o
conteúdo estudado”.
“Saímos da rotina com maior diversidade de informações”.
“Além de ter acesso a muitas imagens, também tivemos explicações sobre o
conteúdo”.
A utilização da Internet na escola faz com que a professora fique sempre
alerta para atender aos alunos no momento em que for solicitada, mas, requer
também uma atenção redobrada para verificar se os alunos estão realmente fazendo
a pesquisa solicitada, ou se estão “navegando” por outros sites.
Essa ferramenta contribuiu para o processo de pesquisa e aprendizagem,
manifestando nos alunos a criatividade, auxiliando na compreensão dos conteúdos,
criando oportunidades e despertando a curiosidade, facilitando assim, a construção
do conhecimento, mas sempre com a orientação da professora, que procura
complementar o conteúdo pesquisado com explicações no momento em que era
solicitada.
No período da implementação do projeto em sala de aula, percebeu-se uma
manifestação satisfatória pela grande maioria dos alunos, como o interesse pela
disciplina, no momento da resolução das atividades e também no debate.
5) A produção de jogos, encenações, paródia, comercial informativo e
prática no laboratório de ciências ajudou no processo de ensino aprendizagem?
Todos os alunos responderam que sim, e dois grupos justificaram: Um disse:
“realizamos a atividade proposta com empenho e dedicação”. O outro grupo disse:
“a aula despertou nosso interesse para com a disciplina de Química”.
A produção desses materiais para o estudo de Cinética Química corroborou
com o processo de aprendizagem dos estudantes, pois as várias metodologias
utilizadas nas aulas de Química permitiram uma (re)elaboração na proposta de
estudo de outros conteúdos que serão abordados.
O uso dessas metodologias faz com que o professor repense sua postura de
inovar, permitindo-lhe um maior envolvimento e comprometimento e maior interesse
por parte dos alunos.
O desenvolvimento da paródia, que foi uma das atividades solicitadas pela
professora, teve um número bem maior de alunos que queriam elaborar, então, junto
com os alunos e em comum acordo, tomou-se a decisão de realizá-la em dois
grupos, para cada um deles compor uma paródia.
O grupo que havia se comprometido em produzir um jogo didático, não
executou a sua tarefa e, questionados sobre o não cumprimento dos seus deveres,
a resposta foi bem clara, já tinham nota o suficiente para a aprovação.
Dessa forma, conclui-se que, para alguns alunos, mesmo usando de
metodologias diferentes o que realmente importa é a nota no final do bimestre e não
a aprendizagem em si, infelizmente.
6) Vocês acham que aprendem mais fácil com trabalhos individuais ou em
equipes? Justifique sua resposta.
Todos os grupos responderam que é bem melhor trabalhar em equipe. Com
as seguintes justificativas:
“Várias pessoas pensando na mesma coisa, assim uma vai completando o
pensamento da outra”.
“Trabalhando em grupo, é possível gerar respostas mais complexas e
seguras”.
“É possível um ajudar o outro, nas dificuldades encontradas”.
“Ocorre uma maior interação com os componentes do grupo e assim todos
podem expressar sua opinião, até os mais tímidos. Por ser um grupo menor ficamos
mais seguros”.
“Porque é possível compartilhar as ideias antes de colocar no papel”.
“Podemos trocar experiências e enriquecer o nosso conhecimento”.
Analisando as respostas, foi possível verificar que os estudantes gostam
muito de trabalhar um grupo e que os resultados são positivos, mas, também se faz
necessário a avaliação individual, uma vez que ao prestar um vestibular ou fazer
qualquer concurso, ou até mesmo um teste para trabalho, eles vão responder
individualmente as questões fornecidas.
7) Deem sugestões de como vocês gostariam que fossem abordados os
próximos conteúdos de Química.
As sugestões foram: trabalhos em equipes, usar o computador, apresentar
trabalhos por meio de vídeos e cartazes, aulas práticas no laboratório de ciências, e,
estudar outros conteúdos, da mesma maneira que foi com a Cinética Química.
8) Opinião dos alunos sobre as atividades desenvolvidas, perante
questionário respondido por cada grupo.
A última questão proposta aos estudantes era de múltipla escolha, sendo
que as respostas obtidas podem ser verificadas abaixo no gráfico.
Figura 1. Questão 8
Pelo gráfico, pode-se observar que os alunos conseguem entender o
conteúdo por meio da pesquisa e da realização das atividades propostas. A maioria
dos alunos gastou das atividades, entretanto não foi possível manter todos os alunos
envolvidos em todas as atividades do inicio ao fim, pois alguns estudam somente até
atingir a média.
Analisando os resultados obtidos e os questionamentos feitos às equipes,
tendo como referência a proposta inicial do projeto, notou-se que o processo de
aprendizagem do conteúdo abordado foi construído de forma diferente, comparado
com os de anos anteriores, pois os alunos perceberam que a Química faz parte do
seu cotidiano, relacionando o conteúdo cientifico estudado na sala de aula com o
seu dia a dia, dando exemplos e interagindo de maneira inteligente.
Nessa perspectiva, os estudantes foram avaliados durante todas as
atividades. A avaliação foi formativa (pesquisa na Internet, debates, resolução de
exercícios, produção do material didático e prova escrita individual). Essa não é uma
tarefa fácil; avaliar dessa maneira requer que a professora esteja muito envolvida em
todas as atividades para não cometer equívocos.
Quando os estudantes são avaliados por meio de exercícios, trabalhos e
provas, é mais fácil quantificar o processo de aprendizagem, entretanto, é difícil
perceber se houve ou não crescimento dos alunos em relação à elaboração de
novos conceitos, ampliação dos conceitos trazidos por eles e sua contextualização
em situações cotidianas. A avaliação formativa é mais complexa, exige mais do
professor, mas também é mais eficaz.
A prática docente realizada a partir de uma metodologia diferente da habitual
trouxe muitos desafios, como trazer os alunos para a escola no contraturno, ter
maior disposição de tempo e, principalmente, fazer com que eles não perdessem o
foco do estudo durante a execução das atividades.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento do projeto possibilitou aos seus participantes a vivência
de experiências educacionais participativas e reflexivas, adequadas ao
aprimoramento das ações do professor, enquanto condutor e mediador do processo
de ensino, e resultados significativos para os estudantes, que se envolveram na
proposta metodológica de construção de materiais didáticos, utilizando o
computador como uma ferramenta de busca de informações e como instrumento de
aprendizagem e de criação.
A interação entre alunos e professora durante o processo de construção dos
materiais apresentou-se como um fator favorável ao aprendizado dos conteúdos de
Cinética Química. Os estudantes perceberam que os conhecimentos químicos são
importantes para suas vidas e que compõem, juntamente com as demais disciplinas,
a educação científica, fundamental para seu desenvolvimento cognitivo e social.
Segundo os estudantes, o projeto possibilitou o desenvolvimento de
atividades interativas, participativas, inclusivas e interessantes, motivando-os para o
estudo da Química.
Para o professor, o uso do computador como uma ferramenta de apoio no
processo de aprendizagem proporciona aos alunos aliar a aprendizagem às
tecnologias que estão próximas a eles.
A produção de materiais didáticos trouxe para a grande maioria dos alunos o
interesse pela busca do conhecimento e também o prazer em criar, levantar
hipóteses e buscar alternativas que vêm ao encontro da elaboração de seu material.
O trabalho em grupo possibilitou a reflexão sobre a importância da interatividade
para um bom relacionamento entre os alunos e professora, na realização de práticas
educativas colaborativas.
Observou-se também, que muitos alunos não apresentaram interesse nas
atividades propostas. Justifica-se essa atitude pelo fato de que alguns só estudam
para tirar “nota”, pois, quando foi aplicada a produção didática em sala de aula, que
ocorreu no 3º bimestre, um grupo de alunos não concluiu totalmente a sua tarefa,
que finalizava com a confecção de um jogo, alegando que já possuíam nota
suficiente na disciplina para aprovação e que, portanto, não iriam produzir mais
nada.
O uso do computador pode, sim, auxiliar todo o processo de ensino e
aprendizagem, mas o que ainda falta é a conscientização dos alunos pela busca
constante do conhecimento.
Constatou-se que o uso de uma metodologia diferente da habitual, permitiu a
interação ente aluno e professora, e acabou quebrando barreiras, pois tanto a
professora, como os alunos fazem parte de um mesmo processo de criação e
descobertas e, essas ações, quando somadas, levam à melhor compreensão do
conteúdo abordado.
O planejamento de ações educativas, por meio de projeto, como proposta
pedagógica, requer da professora dedicação e um olhar atento sobre sua prática
pedagógica e sobre o comprometimento dos estudantes com a própria
aprendizagem.
Os objetivos estabelecidos devem estar adequados ao que se propõe
desenvolver e bem definidos quanto aos objetivos almejados. Nesse processo, o
professor desenvolve um papel de observador, perante a construção do
conhecimento, atento às necessidades dos estudantes, conduzindo-os na execução
das atividades propostas, de forma a garantir o sucesso da aprendizagem.
A elaboração do projeto, teve como estratégia buscar práticas pedagógicas
que não apenas satisfizessem aos objetivos, mas que envolvam diretamente os
alunos do Colégio Estadual Rocha Pombo na construção de ações, de valores e,
sobretudo, de conhecimentos que resultem na utilização prática e significativa, em
situações vivenciadas pelos alunos em suas atividades corriqueiras.
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