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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ JOÃO VITOR DE ANDRADE ELABORAÇÃO DE UM CONTROLE DE ESTOQUE DE MERCADORIAS DOS SUPERMERCADOS GÊMEOS Biguaçu 2010

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

JOÃO VITOR DE ANDRADE

ELABORAÇÃO DE UM CONTROLE DE ESTOQUE DE MERCADORIAS DOS

SUPERMERCADOS GÊMEOS

Biguaçu

2010

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JOÃO VITOR DE ANDRADE

ELABORAÇÃO DE UM CONTROLE DE ESTOQUE DE MERCADORIAS DOS

SUPERMERCADOS GÊMEOS

Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado ao Curso de Administração do Centro de Educação Superior da UNIVALI – Biguaçu, como requisito para obtenção do Título de Bacharel em Administração.

Professor orientador: Rosalbo Ferreira

Biguaçu

2010

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JOÃO VITOR DE ANDRADE

ELABORAÇÃO DE UM CONTROLE DE ESTOQUE DE MERCADORIAS DOS

SUPERMERCADOS GÊMEOS

Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado para obtenção do título de Bacharel em Administração e aprovado pelo Curso de Administração da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Biguaçu.

_____________________________ Prof. Msc. Valério A. Cristofolini

UNIVALI – Campus Biguaçu Coordenador do Curso

Banca Examinadora:

______________________________ Prof. Dr. Rosalbo Ferreira UNIVALI – CE de Biguaçu

Professor Orientador

_______________________________ Prof. Msc. Rogério Raul da Silva

UNIVALI – CE de Biguaçu Membro

______________________________

Prof. Msc. João Carlos D.Carneiro UNIVALI – CE Biguaçu

Membro

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por me oferecer a vida, e por me guiar por

este caminho.

Aos meus pais Jucélio Jacob de Andrade e Miriani Orsi de Andrade, exemplos

de lealdade e integridade, que estiveram sempre presentes na minha vida, e que

foram os grandes responsáveis por esta conquista, me ofereceram carinho e

dedicação, e me ensinando a não desistir dos meus sonhos.

As minhas amigas Adriana, Eliziani, Jacqueline, Monike, Patrícia e aos

demais colegas pela união e cumplicidade de todos os dias de luta, fazendo parte da

minha caminhada durante toda a trajetória do curso.

Aos professores e funcionários da UNIVALI, em especial para o professor

orientador Rosalbo Ferreira, que me forneceu suporte para a realização deste

sonho.

Quero também agradecer a empresa dos Supermercados Gêmeos, que

proporcionou um espaço para que eu pudesse realizar o trabalho.

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“Não confunda derrotas com fracasso nem vitórias com sucesso. Na vida de um campeão sempre haverá algumas

derrotas, assim como na vida de um perdedor sempre haverá vitórias. A diferença é que, enquanto os campeões crescem

nas derrotas, os perdedores se acomodam nas vitórias.”

Roberto Shinyashiki

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RESUMO

ANDRADE, João Vitor de. Elaboração de um controle de estoque de mercadorias dos

Supermercados Gêmeos. 2010. 77 F. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Administração). Universidade do Vale do Itajaí, Biguaçu, 2010.

Neste trabalho, foi elaborado um controle de estoque de mercadorias para a empresa dos Supermercados Gêmeos. A empresa atua no ramo de Gêneros alimentícios, estando localizado na cidade de Biguaçu, Santa Catarina. Para elaborar o controle de estoque de mercadorias dos Supermercados Gêmeos, foi realizada uma análise interna da empresa, levantando seus dados e propondo melhorias para a empresa. Estudou-se as principais ferramentas para controlar o estoque. Após o levantamento foram elaboradas as propostas para melhorar o gerenciamento de controle de estoque. A pesquisa bibliográfica e documental, bem como o estudo de caso, possibilitam identificar como estão sendo avaliados os serviços oferecidos pela empresa e avaliar o grau de satisfação dos clientes da empresa em estudo. Como resultado da pesquisa realizada, ficou constatado que, de maneira geral, o controle de estoque irá ajudar a empresa para a obtenção de melhores resultados com a aplicação de ferramentas de estoque, para a redução de custos oriundos de estoques obsoletos, o aumento da receita com o fornecimento de mercadorias sem que haja a falta de mercadorias e para melhorar o controle da entrada e saída de mercadorias. Por meio dos resultados obtidos, verificou-se que a empresa em estudo, está com sérios problemas das mercadorias faltando em suas lojas, devido a não ter um controle eficaz. Por isso, a empresa sente a necessidade de se trabalhar com controle de estoque, para que tome soluções a ser implantado, para não deixar o cliente sair de nossa loja, insatisfeito com o serviço oferecido.

Palavras-chave: Administração de estoque, gestão de estoque, armazenagem de

materiais, compras.

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ABSTRACT ANDRADE, João Vitor. Preparation of an inventory control of goods Supermarket Twins. 2010. 77 F. Completion of course work (Bachelor of Business

Administration). Universidade do Vale do Itajai, Biguaçu, 2010. In this study, we prepared an inventory control of merchandise for the enterprise Supermarket Twins. The company operates in the field of Foodstuff, being located in the city of Biguaçu, Santa Catarina. To prepare the inventory control of goods Supermarkets Gemini, an analysis was performed within the company, raising its data and proposing improvements to the company. We studied the main tools for controlling stock. After the survey were drawn up proposals to improve management of inventory control. The research literature and documents, as well as case study, possible to identify how they are being assessed offered by the company and assess the degree of customer satisfaction in the company's study. As a result of research conducted, it was found that, overall, the inventory control will help the company to achieve better results with the application of tools to inventory, to reduced costs from obsolete inventory, increased revenue with the supply of goods without the lack of goods and to improve the control of entry and exit of goods. Through the results confirmed that the company under study, is in serious trouble of missing goods in its stores, due to not having an effective control. Therefore, the company feels the need to work with inventory control, to take solutions to be deployed, not to let the customer leave our store dissatisfied with the service offered.

Keywords: Inventory Management, inventory management, materials storage,

shopping.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Exemplo de codificação Alfanumérico ........................................... 24

Figura 2 – Exemplo de codificação numérica ou decimal .............................. 24

Figura 3 – Outro exemplo de sistema de codificação ..................................... 25

Figura 4 – Estrutura do código de barras ........................................................ 26

Figura 5 – Gráfico da Curva ABC ...................................................................... 28

Figura 6 – Cálculo do ponto do Pedido ............................................................ 36

Figura 7 – Gráfico Dente de serra ..................................................................... 36

Figura 8 – Exemplo da consulta de um produto no Almoxarife ..................... 39

Figura 9 – Gráfico da estrutura Centralizada/Descentralizada ....................... 45

Figura 10 – Esquema de funcionamento do EDI ............................................. 46

Figura 11 – Fatores-chave para o sucesso no e-commerce ........................... 48

Figura 12 – Fluxograma básico de compra ...................................................... 50

Figura 12.1 – Fluxograma da compra em emergência .................................... 51

Figura 13 – Premissas do cadastro de fornecedores ..................................... 52

Figura 14 – Processo de avaliação de fornecedores ...................................... 54

Figura 15 - Organograma Supermercado Gêmeos .......................................... 59

Figura 16: Tela de gerenciamento do produto ................................................. 63

Figura 17: Tela de gerenciamento do estoque ................................................ 63

Figura 18: Exemplo de um sistema de Codificação ........................................ 65

Figura 19 – Modelo de estrutura metálica ........................................................ 66

Figura 20 - Tela de cadastro do fornecedor ..................................................... 67

Figura 21 – Gráfico de reposição de estoque .................................................. 69

Figura 22 – Classificação ABC de materiais .................................................... 70

Figura 23 – Gráfico da curva ABC .................................................................... 70

Figura 24 – Gráfico do valor do investimento em estoque ............................. 71

Quadro 1 – Classes da curva ABC .................................................................... 28

Quadro 2 – Classificação da criticidade dos itens .......................................... 29

Quadro 3 – Formas de manuseio e armazenamento ....................................... 41

Quadro 4 – Seções utilizadas pela empresa .................................................... 64

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 12

1.1 OBJETIVOS ................................................................................................. 13

1.1.1 Objetivo geral ..................................................................................................... 13

1.1.2 Objetivos específicos ........................................................................................ 13

1.2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 13

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................... 15

2.1 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS .............................................................. 15

2.2 ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES ............................................................. 16

2.2.1 Conceitos de estoque ........................................................................................ 16

2.2.2 Razões para manter estoques .......................................................................... 19

2.3 CONTROLE DE ESTOQUES ....................................................................... 19

2.3.1 Objetivos e custos de estoque ......................................................................... 19

2.3.1.1 Custo de manutenção ou armazenagem de estoque.................................. 20

2.3.1.2 Custo de compras/aquisição/pedidos ............................................................ 21

2.3.1.3 Custo da falta ..................................................................................................... 21

2.4 CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS ............................................................... 22

2.4.1 Identificação ....................................................................................................... 23

2.4.2 Codificação ......................................................................................................... 23

2.4.3 Catalogação ........................................................................................................ 25

2.4.4 Código de Barras ............................................................................................... 25

2.4.5 Técnicas de Pareto: “Classificação ABC” ....................................................... 26

2.4.6 Classificação quanto à criticidade .................................................................... 29

2.5 MÉTODOS DE PREVISÃO DE DEMANDA .................................................. 29

2.5.1 Séries Temporais: médias móveis simples, ponderadas e exponenciais ..... 31

2.5.1.1 Média móvel simples ........................................................................................ 31

2.5.1.2 Média móvel ponderada ................................................................................... 32

2.5.1.3 Média móvel com ponderação exponencial .................................................. 32

2.5.1.4 Método do consumo do último período .......................................................... 33

2.6 MÉTODOS DE CONTROLE DE ESTOQUES ............................................... 33

2.6.1 Método das “Duas gavetas” .............................................................................. 33

2.6.2 Método da reposição periódica......................................................................... 34

2.6.3 Método do ponto de pedido .............................................................................. 35

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2.7 ARMAZENAGEM ......................................................................................... 36

2.7.1 Recebimento ...................................................................................................... 38

2.7.2 Estocar ............................................................................................................... 38

2.7.3 Distribuição ........................................................................................................ 39

2.7.4 Formas de armazenamento ............................................................................... 40

2.7.5 Arranjo Físico (LEIAUTE) .................................................................................. 41

2.8 ADMINISTRAÇÃO DE COMPRAS ............................................................... 42

2.8.1 Compras centralizadas x Compras descentralizadas ..................................... 43

2.8.2 Novas formas de comprar ................................................................................. 45

2.8.2.1 EDI ....................................................................................................................... 45

2.8.2.2 Internet ................................................................................................................ 46

2.8.2.3 E-commerce ....................................................................................................... 47

2.8.3 Operação do sistema de compras .................................................................... 48

2.8.3.1 Solicitação de compras .................................................................................... 48

2.8.4 Modalidades de compra .................................................................................... 49

2.8.5 Fontes de Fornecimento ................................................................................... 51

2.8.5.1 Cadastro de fornecedores ................................................................................ 51

2.8.5.2 Seleção e avaliação de fornecedores ............................................................ 52

2.8.5.3 Relacionamento com fornecedores ................................................................ 54

2.8.5.4 Negociação ......................................................................................................... 55

3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO ............................................................ 57

4 ANÁLISE DOS DADOS .................................................................................. 58

4.1 DESCRIÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ............................................................... 58

4.2 LEVANTAMENTO DOS DADOS .................................................................. 59

4.2.1 Atual sistema de controle de estoque .............................................................. 59

4.2.2 Controle de níveis de estoque .......................................................................... 60

4.2.3 Atual sistema de compras ................................................................................. 60

4.2.4 Classificação e codificação de materiais ......................................................... 61

4.2.5 Armazenagem dos produtos ............................................................................. 61

4.3 PROPOSTAS E SUGESTÕES ..................................................................... 62

4.3.1 Controle de estoque .......................................................................................... 62

4.3.2 Classificação e codificação de itens ................................................................ 64

4.3.3 Armazenagem dos produtos ............................................................................. 65

4.3.4 Sistema de Compras.......................................................................................... 66

4.3.5 Controle de níveis de estoque .......................................................................... 68

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4.4 CLASSIFICAÇÃO ABC DE MATERIAIS ....................................................... 69

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 72

REFERÊNCIAS .................................................................................................. 73

ANEXO .............................................................................................................. 75

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1 INTRODUÇÃO

Nos dias atuais, com o advento do avanço tecnológico e a concorrência no

mercado acirrada, têm-se a necessidade de ampliar conhecimentos amplos e

profundos sobre as atividades desenvolvidas, evidenciando assim a administração

de materiais, como um fator determinante às empresas. Viana (2000, p.35) diz que

“o objetivo fundamental da Administração de Materiais é determinar quando e

quanto adquirir, para repor o estoque”.

A valorização da logística empresarial, através de planejamento, organização

e o controle efetivo de atividades, exercem influência sobre a rentabilidade dos

investimentos das empresas, por sua vez, absorvem capital que poderia ser

investido de outras formas. Por isso, agrupam-se atividades relacionadas com o

fluxo de mercadorias, informações e serviços, cujas atividades primárias são os

transportes, manutenção de estoque e o processamento de pedidos. Dias (1996,

p.23) afirma que “sem estoque é impossível uma empresa trabalhar, pois ele

funciona como amortecedor entre os vários estágios da produção até a venda final

do produto”.

A elaboração de um sistema de um controle de estoque refere-se à empresa

dos Supermercados Gêmeos, uma empresa comercial (vende mercadorias

diretamente para o consumidor), que atua no segmento de gêneros alimentícios, no

setor varejista e está localizada na região da Grande Florianópolis – SC. É

conhecido municipalmente, pois é um supermercado de pequeno porte, que atende

principalmente à localidade vizinha.

Devido a sérios contratempos enfrentados pela empresa, um dos problemas

recorrentes é a falta de mercadoria nas lojas, compras em excesso, em virtude de

pedidos mal feitos, armazenagens de produtos inadequadas, rupturas, produtos

sucateados que não giram. Isso pela falta de um sistema de controle de estoque na

empresa em estudo.

Desse modo, este trabalho tem como objetivo responder a seguinte pergunta:

Como elaborar o sistema de controle de estoque de mercadorias dos

Supermercados Gêmeos?

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1.1 OBJETIVOS

Nesta seção, apresentam os objetivos que servirão de base para a

construção deste trabalho.

1.1.1 Objetivo geral

Elaborar um sistema de controle de estoque para as empresas dos

Supermercados Gêmeos, na região da grande Florianópolis – SC, no período de

março a novembro de 2010.

1.1.2 Objetivos específicos

Descrever o funcionamento do atual sistema de controle de estoque na

empresa e verificar o atual método de reposição de estoque e definir

níveis adequados que atendam as necessidades da empresa;

Propor implantação de um sistema de classificação de materiais e

implementar a utilização do método ABC de estocagem como

ferramenta para o gerenciamento dos níveis de estoque;

Definir a forma de otimizar o armazenamento dos produtos;

Sugerir melhorias ao atual sistema de compras utilizado pela empresa;

Sugerir ferramentas para controle de estoque na empresa e propor

sistema informatizado de gestão de estoques.

1.2 JUSTIFICATIVA

No mundo atual, as empresas, sejam de qualquer porte – pequena, média ou

grande, precisam controlar freqüentemente seus estoques, já que os estoques são

uma boa parte do capital investido na empresa.

Farias (2007, p.14) menciona que “os estoques quando bem controlados, de

forma a não faltar e também de não exceder nas quantidades desejadas, geram

para as empresas, menos desperdícios, mais agilidade, e melhores resultados”.

A importância do tema abordado para a empresa em estudo visa um melhor

gerenciamento do controle de estoque de forma eficaz e econômica, buscando

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reduzir erros, pedidos de compra mal elaborada, falta de produtos nas lojas, fraudes,

redução de perdas, sobretudo, manter um estoque mínimo para a segurança. Ter

uma boa gestão do seu estoque contribuirá para atender com excelência o seu

cliente, funcionário, seus profissionais, a fim de alcançar com eficiência e

credibilidade a empresa no mercado em que ela está inserida.

Para o acadêmico, o estudo realizado é viável, pois permite desenvolver e

aplicar, de forma teórica e prática, assuntos estudados durante a graduação,

demonstrando suas habilidades enquanto acadêmico e profissional em busca de

qualificações. Quanto ao tempo, o estudo foi desenvolvido durante um ano, na

empresa em estudo, que tem interesse na elaboração deste trabalho.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

No capítulo da fundamentação teórica, apresentam-se os principais conceitos,

por meio da verificação do ponto de vista convergente e divergente dos diversos

autores citados, referentes à gestão do controle de estoques.

Os assuntos a serem trabalhados na teoria são: Administração de Materiais,

Estoques, Classificação de Materiais, Classificação ABC de materiais,

Armazenagem e Compras.

2.1 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

Nenhuma organização do mundo de hoje, funciona sem ter uma boa gestão

de administração de materiais. (GARCIA; MELHADO; KRITZ, 1997).

Para as autoras, a administração de materiais visa garantir que o investimento

em estoque proporciona rentabilidade segura, em termos de lucro e que atenda as

metas da organização (GARCIA; MELHADO; KRITZ, 1997).

Gonçalves (2004, p. 02) menciona que “a administração de materiais tem o

objetivo de conciliar os interesses entre as necessidades de suprimentos e a

otimização dos recursos financeiros e operacionais das empresas”.

Conforme Messias (1987, p.21) e Dias (1996, p.12), “a administração de

materiais é por assim dizer, um ramo especializado na Ciência da Administração,

pois que trata especificamente de um conjunto de normas relacionadas com a

gerência de artigos essenciais á produção de determinado bem ou serviço”.

A finalidade da administração de materiais é assegurar o contínuo

abastecimento dos materiais necessários e capazes de atender aos serviços

prestados pela empresa (MESSIAS, 1987).

Gonçalves (2004, p.02) aponta que a finalidade de se administrar os

materiais, é definida assim:

Se os investimentos em estoque forem bem otimizados e bem administrados tanto em termos de negociação e estratégias de aquisição quanto de dimensionamento dos estoques e projeto de sistemas de distribuição, eles poderão ser significativamente reduzidos e otimizados com elevados ganhos para as empresas.

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De acordo com Messias (1987, p.21), o abastecimento de materiais, porém,

deverá processar-se em conformidade com três requisitos básicos:

Qualidade produtiva;

Data de entrega;

Menor custo de aquisição.

Para se ter um bom gerenciamento de seu controle de estoque, é necessário

ter breve conhecimento na área, conhecer suas funções, atuar como profissional,

lidar com a administração de estoques, sendo este o fator regulador dos fluxos dos

negócios nas organizações, sejam estas pequenas, médias ou grandes.

2.2 ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES

Estuda que o papel dos estoques nas empresas é tão antigo quanto o estudo

da ciência da Administração (Martins e Alt, 2000).

Durante os últimos anos, os empresários bem-sucedidos têm mostrado um

crescente interesse por métodos aperfeiçoados de Administração dos estoques e

que a administração dos estoques exige que todas as atividades envolvidas com o

controle de estoque, sejam integradas e controladas num sistema de quantidades e

valores, não se preocupando somente com o fluxo diário, mas com a relação lógica

entre cada integrante deste fluxo.

Segundo Chiavenato (1991, p.66) explica que para que o sistema de

produção “não sofra interrupções ou paralisações desnecessárias, torna-se

imprescindível haver alguma folga na quantidade de materiais que fluem ao longo do

processo. A essa folga de materiais damos o nome de estoque de materiais”.

2.2.1 Conceitos de estoque

Para um melhor entendimento da utilidade dos estoques, serão apresentadas

algumas afirmações de autores.

Segundo Francischini e Gurgel (2002, p.81), “define-se estoque como

quaisquer quantidade de bens físicos que sejam conservados, de forma improdutiva,

por algum intervalo de tempo”.

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Bertaglia (2009) menciona que o estoque incorre em custos, onera o capital,

ocupa espaço e necessita de gerenciamento tanto na entrada como na saída e

podem tornar-se obsoletos.

Na mesma lógica, Corrêa e Gianesi (1993, p.121) mencionam que para se ter

um bom funcionamento do seu estoque, é necessário que:

[...] não se deve esquecer que estoques representam custos financeiros e a manutenção de altos níveis de estoques pode acarretar aumento de custo de produção que, por sua vez, podem prejudicar a empresa com relação à concorrência, se o preço é um critério competitivo importante.

Conforme Stevenson (2000) e Slack et al. (1997), o estoque é acumulação de

bens de empresa. No entanto, esses bens fazem parte do processo produtivo ou da

atividade em que a empresa está inserida.

Chiavenato (1991, p.67) expressa que “os estoques representam um meio de

investimento de recursos e podem alcançar uma respeitável parcela dos ativos totais

da empresa”.

As principais funções do estoque, para Chiavenato (1991, p.67), são:

Garantir o abastecimento de materiais á empresa, neutralizando os efeitos

de:

- demora ou atraso no fornecimento de materiais;

- sazonalidade no suprimento;

- riscos de dificuldade no fornecimento.

Proporcionar economias de escala:

- através da compra ou produção em lotes econômicos;

- pela flexibilidade do processo produtivo;

- pela rapidez e eficiência no atendimento às necessidades.

Na compreensão de Arnold (1999, p.269), os estoques podem ser

classificados de acordo com as funções que desempenham. Como segue:

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Estoque de antecipação: são criados com demanda futura. São feitos

para auxiliar no nivelamento da produção e na redução de custos de

mudanças das taxas de produção.

Estoque de flutuação ou de segurança: é feito para cobrir flutuações

aleatórias e imprevisíveis do suprimento da demanda. No caso de a

demanda ser maior do que esperado haverá um esvaziamento do

estoque. O estoque de segurança possui a utilidade de proteger a

empresa dessa possibilidade.

Estoque de tamanho do lote: são os itens comprados ou fabricados em

quantidades maiores que o necessário. Tem a finalidade de tirar

vantagem dos descontos sobre a quantidade e reduzir o preço do

transporte.

Estoque de transporte: eles existem em decorrência do tempo

necessário para transportar as mercadorias de um lugar para outro.

Como produtos que saem da fábrica para chegar até o centro de

distribuição ou cliente.

Dias (1996) e Moreira (1998), na mesma perspectiva, afirmam que os

principais tipos de estoques encontrados nas empresas são:

Estoque de matéria-prima; Estoque de peças e outros itens comprados de terceiros; Estoque de peças e outros itens fabricados internamente; Estoque de produtos acabados; Estoque de material em processo (produtos semi-acabados ou montagens parciais).

Slack et al. (1997), em contrapartida, com os diversos autores acima citados,

explicam que existem quatro tipos de estoques:

Estoque isolador ou de segurança: seu propósito é compensar as incertezas inerentes a fornecimento e demanda, trabalha com o nível mínimo de estoque, para não sobrar e não faltar à mercadoria; Estoque de ciclo: ocorre porque um ou mais estágios na operação não podem fornecer todos os itens que produzem simultaneamente; Estoque de antecipação: usado para compensar diferenças de ritmo de fornecimento e demanda. Pode ser usado também, quando as flutuações de demanda são significativas, mas relativamente previsíveis;

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Estoques no canal (de distribuição): o material não pode ser transportado instantaneamente entre o ponto de fornecimento e o ponto de demanda.

2.2.2 Razões para manter estoques

Segundo Ballou (1993), os estoques servem para uma série de finalidades,

sendo assim, eles melhoram o nível de serviço, incentivam economias na produção,

permitem economias de escala nas compras e no transporte, age como proteção

contra aumentos de preços, protege a empresa de incertezas na demanda e no

tempo de ressuprimento, serve como segurança contra contingências.

Em outra perspectiva, Farmer (1998, p.142) aponta outras razões de se

manter os estoques, a saber:

A conveniência de ter itens disponíveis na hora em que for solicitado pelos clientes; A redução de custos que é resultada da compra ou produção de quantidades ótimas; A aquisição de grandes lotes de produtos adquirindo descontos; Proteção contra os defeitos de erros de previsão e registros imprecisos; Erros de planejamento, tendo um mínimo de sobra necessário no estoque; Provisão para as flutuações de vendas ou produção.

O controle do estoque é um elemento importante em quase todos os

processos de desenvolvimento, planejamento e administração da empresa.

2.3 CONTROLE DE ESTOQUES

O termo controle de estoques, dentro da Logística, é em função da

necessidade de estipular os diversos níveis de materiais e produtos que a

organização deve manter, dentro de parâmetros econômicos (POZO, 2002).

Para Ballou (1995, p.204), explica que o controle de estoques é parte vital do

composto logístico, pois estes podem absorver de 25% a 40% dos custos totais,

representando uma porção substancial do capital da empresa.

2.3.1 Objetivos e custos de estoque

Ballou (1995) relata que os objetivos do controle de estoques é balancear os

custos de manutenção de estoques, custos de aquisição e de falta de estoques.

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20

Um dos principais desafios da logística é conseguir gerenciar a relação entre

custos e o nível de serviço. Como o preço é um qualificador e o nível de serviço um

diferenciador perante o mercado, os esforços assumem um papel importante nos

custos da empresa.

De acordo com Ballou (1995, p.213), estes custos têm comportamentos

conflitantes, visto que:

[...] quanto maiores às quantidades estocadas, maiores serão os custos de manutenção. Será necessária menor quantidade de pedidos, com lotes maiores, para manter os níveis de inventário [...] O objetivo é encontrar um plano de suprimento que minimize o custo total.

2.3.1.1 Custo de manutenção ou armazenagem de estoque

As empresas, entretanto devem estar conscientes dos custos para manter

estoques, pois a manutenção de estoques é considerada de suma importância para

garantir competitividade.

Para Ballou (1995, p.211), “estão associados a todos os custos necessários

para manter certa quantidade de mercadorias por um período de tempo”.

Conforme Dias (1993), todo e qualquer armazenamento de material gera

determinados custos, tais como:

Juros;

Depreciação;

Aluguel;

Equipamentos de movimentação;

Deterioração;

Obsolescência;

Seguros;

Salários;

Conservação.

Segundo o autor, todos os custos para manter o estoque podem ser agrupados

em diversas modalidades, a saber:

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Custos de capital (juros, depreciação);

Custos com pessoal (salários, encargos sociais);

Custos com edificação (aluguel, impostos, luz, conservação);

Custos de manutenção (deterioração, obsolescência, equipamento).

2.3.1.2 Custo de compras/aquisição/pedidos

Segundo Ballou (1995, p.212), “estão associados ao processo de aquisição

das quantidades requeridas para reposição de estoque. Em contrapartida, uma

ordem de compra incorre numa série de custos que originam no custo do

processamento do pedido, como o transporte, custo da preparação, custo do

manuseio e por fim o preço da mercadoria.

Para Bertaglia (2009, p.346), “os custos de aquisição estão relacionados aos

“custos de pedir e obter” o material e se dividem em custos fixos e variáveis”.

2.3.1.3 Custo da falta

Os custos associados à falta de estoque estão intimamente associados ao

nível de serviço atingido, sendo sua quantificação financeira. Apesar de sua grande

importância, raramente são utilizados para Ballou (1995, p.212) explana que os

custos de falta da mercadoria “são aqueles que ocorrem caso haja demanda por

itens em falta no estoque. Este custo pode ser estimado como lucro perdido na

venda agregada de qualquer perda de lucro futuro [...]”.

Existem certos componentes de custo que não podem ser calculados com

grande precisão, mas que ocorrem quando um pedido atrasa ou não pode ser

entregue pelo fornecedor.

Segundo Dias (1993) podem-se determinar os custos de falta de estoque ou

custo de ruptura das seguintes maneiras:

Por meio de lucros cessantes, devido á incapacidade de fornecer perdas de

lucros, com cancelamento de pedidos;

Por meio de custos adicionais, causados por fornecimentos em substituição

com material de terceiros;

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Por meio de custos, causados pelo não-cumprimento dos prazos contratuais

como multas, prejuízos, bloqueio de reajuste;

Por meio de quebra de imagem da empresa, e em conseqüência beneficiando

o concorrente.

Garcia (2001) expõe que a gestão de estoque abrange uma grande gama de

atividades dentro de uma empresa, normalmente existem custos, que não são os de

manutenção de estoque ou associados diretamente á falta de produto, que são

impactados pelo processo de gestão. A definição de quais custos devem ser

considerados é função das características operacionais de cada empresa, devendo

ser identificados seus principais impactos na gestão de estoque.

Sendo assim, de acordo com Ballou (1995), as dificuldades em estimar os

custos de falta, leva as empresas a optarem por estratégias de atendimento

diretamente pelo estoque disponível.

A seguir, os materiais no estoque têm que ser classificados, segundo a

classificação de materiais, pois é um instrumento importante para o administrador

para a tomada de decisão.

2.4 CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS

Uma das mais importantes atividades na administração de materiais, é a

classificação, especificação e a codificação de todos os materiais pertencentes à

empresa, possibilitando um controle otimizado do mesmo.

De acordo com Pozo (2002), classificar os produtos dentro de suas

peculiaridades e funções tem como finalidade facilitar o processo e posteriormente

codificá-los, dar um conjunto de caracteres, que o identifique quanto ao seu tipo,

uso, finalidade, data de aquisição, propriedades e seqüência de aquisição.

Para Viana (2000), a classificação é a aglutinação de materiais por

características semelhantes. Para se obter um bom gerenciamento do estoque, é

preciso classificá-los de forma ordenada dentro da empresa. Entretanto, o sistema

de classificação pode servir também, dependendo da situação, de processo de

seleção para identificar e decidir prioridades.

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23

2.4.1 Identificação

Ballou (1993, p.181), trata que os “produtos movimentados pelos sistemas

são geralmente identificados pelo nome da marca, nome e localização do fabricante

e quantidade ou peso do produto embalado”. Sustenta também, que a tecnologia

dos computadores pode vir para revolucionar a identificação de pacotes e acelerar o

manuseio.

Já Viana (2000, p.74) destaca que é “uma descrição das características de

um material, com a finalidade de identificá-lo e distingui-lo de seus similares”.

2.4.2 Codificação

Viana (2000) trata que sempre as empresas se preocupam em identificar com

facilidade a grande quantidade e variedade de seus materiais, a solução que

encontraram foi à representação por meio de um conjunto de símbolos

alfanuméricos ou numéricos, que traduzisse as características dos materiais, de

maneira radical, sistemática e clara, para se converter em linguagem universal dos

materiais, com isso nasce à codificação.

A codificação para Chiavenato (1991, p.130), “é a apresentação de cada item,

através de um código contendo as informações necessárias e suficientes”.

Na mesma perspectiva, Dias (1993) trata que a codificação de um material é

o fato de representar todas as informações necessárias, suficientes e desejadas por

meio de números e/ou letras.

Os sistemas de codificação mais comumente usados, por Dias (1997, p.190)

são:

Sistema Alfabético: O material é codificado por uma letra, sendo

utilizado um conjunto de letras suficientes para preencher toda a

identificação do material. O sistema alfabético não está sendo usado

muito, tendo em vista que limita a quantidade de itens além de ser

difícil a sua memorização.

Sistema Alfanumérico: o material é codificado através de uma

combinação de letras e números e permite um número de itens em

estoque superior ao sistema alfabético. Normalmente é dividido em

grupos e classes, assim:

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Figura 1 – Exemplo de codificação Alfanumérico

Fonte: Dias (1997, p.180)

Sistema Numérico ou Decimal: é o mais utilizado pelas empresas,

pela sua simplicidade e com possibilidades de itens em estoques e

informações incomensuráveis. Por exemplo:

03 – material de escritório

01 – matéria – prima

02 – óleos, combustíveis e lubrificantes 01 – bloco pautado

03 – material de escritório 02 - envelopes

04 – produtos acabados 03 - lápis

05 - material de limpeza 04 – papel carta

Figura 2 – Exemplo de codificação numérica ou decimal

Fonte: Dias (1997, p.181)

Da mesma forma Dias (1993, p.190) escreve “que todos os materiais estão

classificados sob títulos gerais, de acordo com suas características. É uma

classificação ampla, pois cada um dos títulos da classificação geral é submetido a

uma nova divisão que individualiza os materiais”. Todavia, esta codificação ainda

não é suficiente, por faltar definição de vários tipos de materiais desses subitens,

então é empregada mais uma codificação definidora.

AJ – 2785

Código do indicador

Classe

Grupo

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Figura 3 – Outro exemplo de sistema de codificação

Fonte: Dias (1997, p.182)

Logo, para referir-se a envelopes timbrados usa-se a seguinte codificação: 03

– 02 – 01.

2.4.3 Catalogação

De acordo com Viana (2000, p.42) a catalogação de um produto tem como

objetivo principal:

Cadastrar os produtos necessários à manutenção e ao desenvolvimento da empresa, o que implica no reconhecimento de sua classificação, estabelecimento de codificação e determinação da especificação, tendo como objetivo a emissão de catálogo para utilização dos envolvidos nos procedimentos de administração de materiais.

Conforme Gonçalves (2004, p.260), a catalogação de um produto envolve três

operações básicas: “a inclusão de um item de material no cadastro de materiais;

eventuais alterações quando algum item de material tem algumas de suas

características alteradas; e a exclusão, quando um item de material não faz mais

parte dos materiais utilizados na empresa”.

2.4.4 Código de Barras

O código de barras para identificação de produtos é constituído por uma série

de linhas e de espaços de larguras diferentes. Existem dois padrões reconhecidos

atualmente: o sistema UPC (Universal Product Code), adotado nos Estados Unidos

e Canadá, e o sistema EAN (European Article Numbering). No Brasil, o sistema EAN

Brasil é responsável pela implantação e administração do Código Nacional de

Produtos (Código de Barras EAN) em todo o território e representa o Brasil junto ao

03 – 02 – envelopes

01 - envelopes timbrados

02 – envelopes pardos 15 x 8 cm

03 – envelopes brancos 35 x 15 cm

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sistema EAN internacional. Na mesma linha de raciocínio Martins e Alt (2000)

mencionam que o código de barras pode ser usado para aprimorar qualquer

processo que envolva controle de mercadorias e, por suas próprias características, o

sistema é ideal para operações com grande número de itens, tornando-se a

ferramenta adequada e racional de gerenciamento de estoques.

As principais vantagens de a empresa adotar o código de barras, para Martins

e Alt (2000), são:

A rapidez (estatísticas mundiais garantem que há ganho de tempo de até 30% no processamento; economia; aplicação no armazenamento, em compras e em vendas; financeiras; dispensa de etiquetação e reetiquetação de cada produto com o preço; exeqüibilidade de operações de descontos sobre determinados itens ou promoções.

Para Gonçalves (2004) na mesma linha de raciocínio, menciona que o código

de barras veio revolucionar e simplificar as operações. Entre as vantagens de sua

utilização, podemos citar:

Fácil utilização; Grande capacidade de captura dos dados via reconhecimento ótico das barras; Baixo custo operacional; Implantação relativamente simples; Uso de equipamentos compactos na leitura dos dados.

Figura 4 – Estrutura do código de barras Fonte: Gonçalves (2004, p.264)

2.4.5 Técnicas de Pareto: “Classificação ABC”

Conforme muitos autores afirmam, a curva ABC foi baseada nos estudos de

Vilfredo Pareto (1848 – 1923), economista, sociólogo e engenheiro italiano que

estudou a distribuição de renda e riquezas da população local. Pareto notou que

grande porcentagem da renda concentrava-se com uma pequena parcela da

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população, em uma proporção aproximadamente 80% e 20%, restando assim uma

pequena parcela de renda para a maior parte da população. Mais tarde este

princípio foi disseminado por outras atividades e passou a ser uma ferramenta de

muita utilidade para os administradores (POZO, 2002).

Dias (1993) ressalta que a curva ABC é uma ferramenta importante para o

administrador, pois permite identificar aqueles itens que necessitam ter maiores

atenções, quanto à sua administração. Obtêm-se a curva ABC por meio da ordem

dos itens dependendo da sua importância.

Segundo Gonçalves (2004, p.135), “o principal objetivo da análise ABC é

identificar os itens de maior valor de demanda e sobre eles exercer uma gestão mais

refinada, em relação ao seu valor de investimento e seu controle pode permitir

redução de custos dos estoques”.

Messias (1993, p.103), na mesma perspectiva que Gonçalves, afirma que o

objetivo de se fazer a classificação ABC de materiais é que “é um método que

consiste em separar em três grupos ABC, classificando-os de acordo com os seus

valores, e dando importância ao controle de materiais de maior valor monetário”.

Completando Messias, de acordo com Arnold (1999), a classificação ABC é

utilizada para classificar itens de acordo com a sua importância, ter um controle

melhor a um custo razoável, baseando-se na observação de um pequeno número de

itens com custos mais altos.

Ao ver de Martins e Alt (2000, p.162) a análise da curva ABC de materiais,

“consiste na verificação, em certo espaço de tempo, do consumo, em valor

monetário ou quantidade dos itens em estoque, para que possa ser classificados em

ordem decrescente de importância”. Aos itens mais importantes de todos, segundo a

ótica do valor e da quantidade, dá-se a denominação itens classe A, aos

intermediários, itens classe B, e aos menos importantes, itens classe C.

A seguir, mostra-se como é definido o gráfico da classificação da curva ABC

de Materiais:

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Figura 5 – Gráfico da Curva ABC Fonte: Chiavenato (1991, p.80)

A curva ABC oferece dados de extrema importância para o gerenciamento

dos estoques, pois a partir do momento em que se conhecem os itens de maior e

menor fluxo pode-se programar os níveis de estoques de alta rotatividade e liquidez.

Dias (1996), menciona que a classificação da curva ABC pode ser dividida

em três classes, a saber:

Classe A: Grupo de itens mais importantes que devem ser tratados com uma

atenção bem especial pela administração;

Classe B: Grupo de itens em situação intermediária entre as classes A e C;

Classe C: Grupo de itens menos importantes que justificam pouca atenção

por parte da administração.

Quadro 1 – Classes da curva ABC

Fonte: Adaptado de Dias (1996, p.77)

Dias (1996) expressa que a curva ABC tem sido bastante utilizada para a

administração de estoques, para a definição de políticas de vendas, para o

planejamento da distribuição, para a programação da produção e uma série de

problemas usuais de empresas, quer sejam estas de características industriais,

comerciais ou de prestação de serviços.

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2.4.6 Classificação quanto à criticidade

Na visão de Gasnier (2002, p.41), “da mesma forma que a classificação ABC,

também se pode segmentar os itens em estoque baseado no critério do impacto

resultante da falta, agregando mais informações para as rotinas de planejamento,

reposição e gerenciamento”.

Em mesma linha de pensamento Martins e Alt (2000, p. 165) ressaltam que a

criticidade dos itens em estoque é uma avaliação dos itens quanto ao impacto que a

sua falta causará na operação e na imagem da empresa perante os clientes, na

substituição do item por outro e na velocidade de obsolescência.

Este processo envolverá um grande julgamento técnico, a seguir:

Urgente São itens que precisam ser reabastecidos tão cedo quanto possível, pois

seus dados encontram-se zerados ou inferiores ao estoque de segurança.

Emergência São itens que se encontram com o saldo zerado, nulo ou insuficiente, e que

estão sendo requeridos naquela ocasião para processos críticos. Como por

exemplo: uma intervenção cirúrgica em um hospital.

Quadro 2 – Classificação da criticidade dos itens Fonte: Adaptado de Gasnier (2002, p.42)

Depois de classificados os itens no estoque, temos que saber a previsão de

quanto tem e quanto irá faltar os itens no estoque, para que não faltem as

mercadorias.

2.5 MÉTODOS DE PREVISÃO DE DEMANDA

A previsão de consumo ou da demanda é destinada a fornecer subsídios

adequados para um bom planejamento dos produtos. Estas previsões estabelecem

estimativas futuras dos produtos acabados comercializados pela empresa. Define,

portanto, quais e quantos desses produtos serão comprados pelos clientes (DIAS.

1993).

O conceito da previsão de demanda, para Moreira (1998, p.170) é definido

assim:

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A previsão da demanda é, pois, um processo racional de busca de informações acerca do valor das vendas futuras de um item ou de um conjunto de itens. Tanto quanto possível a previsão deve fornecer também informações sobre a qualidade e a localização (lugar onde serão necessários) dos produtos no futuro.

Conforme Dias (1993, p.32) “Todo o início de estudo dos estoques, está

pautado na previsão do consumo do material”.

Segundo Dias (1993, p.32) as previsões dos estoques possuem algumas

características básicas, que são:

É o ponto de partida de todo planejamento de estoques;

Da eficácia dos métodos empregados;

Qualidade das hipóteses que se utilizou no raciocínio.

Para Arnold (1999, p.234) as previsões da demanda têm essas características

ou princípios fundamentais, a saber:

As previsões geralmente estão erradas, os erros são inevitáveis e devem ser esperados; Cada previsão deve incluir uma estimativa de erro: cada previsão deve incluir uma estimativa de erro, frequentemente expressa em uma porcentagem (para mais e para menos) da previsão ou como uma média entre valores máximos e mínimos; As previsões são mais precisas para famílias ou grupos: o comportamento de itens individuais em um grupo é aleatório mesmo quando o grupo tem características muito estáveis; As previsões são mais precisas para períodos de tempo mais próximos: o futuro próximo impõe menos incertezas que o futuro distante.

Para Gonçalves (2004, p.13) “de uma maneira geral a literatura tem

classificado os modelos de previsão em duas grandes categorias: quantitativa e

qualitativa”.

Dias (1993) expressa que estes métodos “permitem decidir quais serão as

dimensões e a distribuição no tempo no tempo da demanda dos produtos

acabados”.

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2.5.1 Séries Temporais: médias móveis simples, ponderadas e exponenciais

2.5.1.1 Média móvel simples

Na visão de Dias (1993, p.37), “A previsão gerada por este modelo é

geralmente menor que os valores ocorridos se a tendência de consumo for

crescente. Inversamente, será maior se o padrão de consumo for decrescente”.

Segundo Moreira (1998, p.192) a média móvel simples, tem como

características, a saber:

A média móvel simples pode ser um método eficiente quando a demanda é estacionária, ou seja, quando ela varia em torno de um valor médio. Para demandas crescentes ou decrescentes ao longo do tempo, a tendência é que a previsão fornecida por MMS esteja sempre em “atraso” em relação aos valores reais. Assim, se a demanda é crescente, as previsões darão valores cada vez menores em relação aos valores reais. Além disso, o método não é muito eficiente para captar as variações sazonais.

Segundo Arnold (1999, p.241) “uma desvantagem da utilização de médias

móveis, é a necessidade de reter várias séries históricas para cada item a ser

previsto.

Conforme Dias (1993) aponta algumas desvantagens desse método, a saber:

As médias móveis podem gerar movimentos cíclicos, ou de outra natureza não existente nos dados originais;

As médias móveis são afetadas pelos valores extremos;

As observações mais antigas têm o mesmo nome peso que as atuais, isto é, 1/n;

Exige a manutenção de um número muito grande de dados.

Na perspectiva contrária, Dias (1993) aponta algumas das vantagens desse

método de previsão, a saber:

Simplicidade e facilidade de implantação;

Admite processamento manual.

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2.5.1.2 Média móvel ponderada

Chiavenato (1991, p.73) menciona que “os valores dos períodos mais

recentes recebem um peso maior do que os valores dos períodos mais antigos”.

De forma mais abrangente, Pozo (2002, p.50), aponta que “a previsão do

próximo período, é obtida por meio da ponderação dada a cada período, sendo que

o período mais próximo recebe peso maior e, vamos reduzindo os pesos para os

períodos mais distantes”.

Para Dias (1993, p.38) “este método é uma variação do modelo anterior em

que os valores dos períodos mais próximos recebem peso maior que os valores

correspondentes aos períodos mais atuais”.

2.5.1.3 Média móvel com ponderação exponencial

Para Dias (1993, p.40) “este modelo procura prever o consumo apenas com a

sua tendência geral, eliminando a reação exagerada a valores aleatórios. Ele Atribui

parte da diferença entre o consumo atual e o previsto a uma mudança de tendência

e o restante a causas aleatórias”.

Pozo (2002, p.53), afirma que o conceito da média ponderada exponencial é

assim esclarecido:

Nesse método, a previsão do próximo período é obtida mediante a ponderação dada ao último período. Este procura eliminar variações exageradas que ocorrem em períodos anteriores. É um modelo simples de usar e necessita de poucos dados acumulados e é auto-adaptável podendo ser corrigido de acordo com o volume de vendas.

Além de valorizar os dados mais recentes, apresenta um menor uso de

informações passadas. Segundo Dias (1993, p.39) “apenas três fatores são

necessários para gerar a previsão do próximo período”, assim:

A previsão do último período;

O consumo ocorrido no último;

Uma constante que determina o valor ou ponderação dada aos valores mais

recentes.

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2.5.1.4 Método do consumo do último período

Dias (1993, p.36) menciona que “este modelo mais simples e sem base

matemática consiste em utilizar como previsão para o período seguinte o valor

ocorrido no período anterior”

Chiavenato (1991, p.72) em outras palavras, explica que “baseia-se em

prever o consumo do próximo período tendo por base o consumo ou demanda do

período anterior. Muitas vezes adiciona-se uma certa quantidade, quando o

consumo é relativamente crescente de um período para outro”.

Desse modo, Pozo (2002, p.49) salienta que é o método simples e sem

fundamento matemático e consiste em simplesmente utilizar como previsão para o

próximo período o valor real do período anterior.

A maioria das grandes empresas não está mais enfatizando o “quanto” e sim

o “quando” estocar produtos, para isso é preciso ter um bom método para verificar

se vai faltar ou vai sobrar estoque.

2.6 MÉTODOS DE CONTROLE DE ESTOQUES

2.6.1 Método das “Duas gavetas”

Chiavenato (1991) expressa que é um dos métodos mais simples de se

controlar estoques, sendo importante aos itens de classe C, ou seja, itens no

estoque de pequeno valor. É muito utilizado no comércio varejista de pequeno porte,

pelos revendedores de autopeças e as empresas que tem numerosos itens de baixo

valor.

Dias (1993, p.127), propõe a seguinte afirmação sobre o método das duas

gavetas, como segue:

O estoque que inicia o processo é armazenado nessas duas caixas ou gavetas. A caixa A tem uma quantidade de material suficiente para atender ao consumo durante o tempo de reposição, mais o estoque de segurança. A caixa B possui um estoque equivalente ao consumo previsto no período, quando ocorre o termino dessa caixa, é neste momento que se faz o pedido de compra, passando a ser utilizado o estoque da caixa A.

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Na mesma lógica, conforme Arnold (1999, p.334), explica que o método de

duas gavetas é assim definido, como:

Uma quantidade de um item igual á quantidade do ponto de pedido é reservada (frequentemente em uma caixa ou gaveta separada) e não toca nela até que o estoque principal esteja esgotado. Quando esse segundo estoque precisa ser utilizado, o controle de produção ou departamento de compras é notificado e um pedido de reposição é emitido.

Na compreensão de Chiavenato (1991, p.81), “o método de duas gavetas

também é chamado de estoque mínimo quando a separação entre as duas partes

do estoque não é feita fisicamente, mas apenas com o registro na ficha de estoque

do ponto de separação entre uma gaveta e outra”.

Para Chiavenato (1991, p.82), “a principal vantagem do método de duas

gavetas reside na simplificação dos procedimentos burocráticos de reposição de

material. A complicação surge quando um item é estocado em diferentes locais ou

seções”.

2.6.2 Método da reposição periódica

O método da reposição periódica é também chamado de sistema das

renovações ou revisões periódicas, consiste em fazer pedidos para reposição dos

estoques em intervalos de tempo estabelecidos para cada item, onde cada item

possui o seu período de renovação adequado para minimizar o custo de estocagem.

O material é reposto periodicamente em ciclos de tempos iguais, chamados de

período de revisão. A quantidade pedida será a necessidade da demanda do

próximo período. O método baseia-se em um estoque mínimo ou de segurança e ele

deve ser dimensionado de forma que previna consumo acima do normal e atrasos

da entrega nas épocas de reposição. (CHIAVENATO, 1991; DIAS, 1995).

Para Dias (1993, p.118), “a dificuldade desse método é a determinação do

período entre revisões”. Assim, diversos aspectos devem ser analisados, como:

Uma periodicidade pequena entre as revisões acarreta um estoque médio alto

e como conseqüência um aumento no custo de estocagem;

Uma periodicidade alta entre as revisões acarreta baixo estoque médio e

como conseqüência um aumento no custo do pedido e risco de ruptura;

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35

Segundo Dias (1993) a revisão periódica diz que, para minimizar com esses

riscos, devem ser calculadas revisões para cada material estocado ou classe de

materiais, de acordo com os objetivos operacionais e financeiros da empresa, a

determinação desse calendário de revisões é de importância fundamental, para:

Definir o volume de materiais a comprar;

Listar os itens de uso comum para serem processados simultaneamente;

Executar uma compra única;

Efetuar compras e entregas programadas, optando pela determinação das

periodicidades mais convenientes das necessidades.

2.6.3 Método do ponto de pedido

Se, para a reposição do estoque, tivéssemos conhecimento do consumo

exato do material num período predeterminado, a dificuldade em determinar um

ponto de pedido não existiria. É o mais popular método utilizado nas fábricas, pois

ele aciona o pedido de compra quando um estoque de determinado item chega ao

nível previamente determinado.

Pozo (2002, p.59) nesse sentido, ressalta que quando um determinado item

de estoque atinge seu ponto de pedido, deveremos fazer o ressuprimento de seu

estoque, colocando-se um pedido de compra.

Segundo Dias (1993, p.59) o ponto do pedido pode ser calculado pela

seguinte fórmula, como segue:

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PP= (C X TR) + E.Mn

Onde:

PP = Ponto do Pedido

C = Custo Médio Mensal

TR = Tempo de Reposição

E. Mn = Estoque Mínimo ou de

Segurança

Figura 6 – Cálculo do ponto do Pedido

Fonte: Dias (1993, p. 59)

Com essa ferramenta, poderemos saber o momento ideal para efetuar o

ponto do pedido. É de fundamental importância para a organização, pois irá gerir da

forma correta seu estoque, através do sistema de reposição que possibilitaram as

quantidades a serem pedidas de acordo com os objetivos determinados.

Depois de realizado o cálculo do ponto do pedido, faz-se necessária a

construção do gráfico chamado de dente de serra, onde o gráfico é simbolizado por

dentes que parecem um dente de serra.

Figura 7 – Gráfico Dente de serra Fonte: Dias (1996, p.56)

Após realizado o controle dos estoque, é necessário armazená-lo no

almoxarifado, onde será colocado da maneira mais eficiente e eficaz, os estoques

dos produtos.

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2.7 ARMAZENAGEM

A armazenagem envolve detalhes importantes para a manutenção e

organização do estoque. Pode-se através dela, garantir a qualidade do produto se

for armazenado de maneira correta, facilitando o manuseio se for escolhido um

layout adequado e proporcionar a satisfação das necessidades dos clientes.

O armazenamento de um produto, segundo a ótica da logística compreende a

guarda, localização, segurança e preservação dos materiais adquiridos, produzidos

e movimentados pela empresa, a fim de satisfazer suas necessidades operacionais,

sejam estas de consumo, revenda ou transformação. (SILVA, 1981, p.30).

Para Viana (2000), na mesma perspectiva que Silva, para armazenar um

produto no almoxarifado, tem três funções: de receber, de armazenar e distribuir as

mercadorias, no espaço físico adequado.

No compreender de Fernandes (1984, p.127), para que se possa armazenar o

material, de forma correta, é necessário que:

[...] deve ser feita, segundo determinado preceito e regras básicas, cuja aplicação deve considerar, não somente os aspectos internos e as peculiaridades de cada almoxarifado, mas também, a natureza e o tipo dos materiais cujas características de tamanho, peso, forma, dimensão e uso exigem, na maior parte das vezes, soluções individuais de estocagem.

Para Viana (2000), “o objetivo primordial do armazenamento é utilizar o

espaço nas três dimensões, da maneira mais eficiente e eficaz. As instalações do

armazém devem proporcionar a movimentação rápida e fácil de suprimentos desde

o recebimento até a expedição”.

Viana (2000, p.308-309), trata de alguns cuidados essenciais que devem ser

observados, tais como:

Determinação do local, em recinto coberto ou não; definição adequada do layout; definição de uma política de preservação, com embalagens plenamente convenientes aos materiais; ordem, arrumação e limpeza, de forma constante; segurança patrimonial, contra furtos, incêndio etc.

Para achar um local apropriado para armazenar os materiais, é necessário

que ao otimizar a armazenagem, obtêm-se:

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Máxima utilização do espaço (ocupação do espaço); efetiva utilização dos recursos disponíveis (mão-de-obra e equipamentos); pronto acesso a todos os itens (seletividade); máxima proteção aos itens estocados; boa organização; satisfação das necessidades dos

clientes.

Martins e Alt (2000) entendem que muitas organizações não dispõem de um

espaço físico adequado para comportar estoques elevados, deixando assim, seus

administradores preocupados com os seus estoques por não estarem movimentando

o dinheiro investido, terão que se preocupar de como e onde estocar os materiais

dentro ou fora da organização.

De acordo com Ballou (1995), os custos da armazenagem e do manuseio de

materiais são justificáveis, pois eles podem suprir os custos de transporte e de

produção, ou seja, uma empresa pode reduzir seus custos produzidos, pois seus

estoques armazenados absorvem flutuações dos níveis de produção devido a

incertezas do processo de manufatura ou a variações de oferta e demanda.

2.7.1 Recebimento

De acordo com Viana (2000), a tarefa do recebimento tem em vista garantir o

rápido desembaraço dos materiais obtidos pela empresa, cuidar para que as

entradas reflitam a quantidade estabelecida, no período certo, ao preço contratado e

na quantidade especificada nos pedidos.

Assim, Viana (2000), menciona que o almoxarifado tem como objetivo, como

sendo:

[...] o qual deve possuir condições para assegurar que o material adequado, na quantidade devida, estará no local certo, quando necessário, por meio da armazenagem de materiais, de acordo com normas adequadas, objetivando resguardar, além da preservação da qualidade, as exatas quantidades.

Dias (1996) afirma que para um sistema de almoxarifado ser correto, ele deve

evitar choques e batidas que possam prejudicar a aceitação dos produtos, reduzir

perdas durante o manuseio do material além de conseguir otimizar o processo de

movimentação interna

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2.7.2 Estocar

Martins e Alt (2000, p.161) sustentam que a localização dos estoques “é uma

forma de endereçamento dos itens estocados para que eles possam ser facilmente

localizados. Com a automatização dos almoxarifados, a definição de um critério de

endereçamento é imprescindível”.

Endereço: AA.B.C.D. E

Onde: AA – Código do almoxarifado ou área de estocagem

B – Número da rua

C – Número da prateleira ou estante

D – Posição vertical

E – Posição horizontal dentro da posição vertical.

Figura 8 – Exemplo da consulta de um produto no Almoxarife Fonte: Martins e Alt (2000, p. 161)

Para Ballou (1995, p.162), existem diversas opções de espaço físico para as

organizações. “Essas opções são as seguintes: possuir o depósito, alugar espaço

físico, alugar o depósito e estocar em trânsito”.

Ballou (1995, p.172) também sustenta que “o manuseio interno dos materiais

significa transportar pequenas quantidades de bens por distâncias menores, quando

comparadas com as distâncias na movimentação de longo curso executada pelas

companhias transportadoras”.

2.7.3 Distribuição

Para Pozo (2002, p.177), o canal de distribuição é a estrada pelo qual os

produtos passam, desde o pedido até o cliente final, sendo principalmente os

centros distribuidores, atacadistas e varejistas. Corresponde, portanto, a uma ou

mais empresas que participam do fluxo do produto em toda sua cadeia.

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Viana (2000, p.363) expressa que “a distribuição é a atividade por meio da

qual a empresa efetua as entregas de seus produtos, estando, por conseqüência,

intimamente ligada a movimentação e a transportes”.

Conforme Alvarenga e Novaes (1994, p.72), na distribuição, os pontos de

origem da mercadoria são constituídos pelas fábricas e pelos depósitos, próprios ou

de terceiros (atacadistas).

Ballou (1995) também sustenta que, na distribuição podemos ter outros

pontos de origem da mercadoria, assim temos:

[...] usuários finais, que são aqueles que usam o produto tanto para satisfazer suas necessidades como aqueles que criam novos produtos, que é o caso dos consumidores industriais. E os intermediários que não consomem o produto, mas que o oferecem para revenda, em geral para outros intermediários ou consumidores finais (distribuidores, varejistas e usuários finais).

2.7.4 Formas de armazenamento

Conforme Martins e Alt (2000), ao armazenar um produto no armazém, devem

permitir que os estoques estejam nos lugares certos e protegidos de forma

adequada para que, proporcione um acesso rápido e adequado aos materiais

quando forem solicitados.

Viana (2000) menciona que para a seleção de acessórios para

armazenamento, é primordial o entendimento das formas pelas quais os materiais

podem ser manuseados e armazenados.

Formas Exemplos

Acondicionados

Barris

Bobinas

Caixas de papelão

Sacos

Tambores

Cargas Unitizadas sem suporte

Autopaletizadas

Filmes Termorretráteis

Unidades integradas

Contêineres

Abertos

Fechados

Sobre rodas

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Contentores

Metálicos

Plásticos

Outros materiais

Granel

Líquido

Sólido

Pastoso

Peças isoladas

Componentes

Sobressalentes

Outros

Suportes para cargas unitizadas

Caçamba

Contentores

Paletes

Quadro 3 – Formas de manuseio e armazenamento Fonte: Adaptado de Viana (2000, p.344)

2.7.5 Arranjo Físico (LEIAUTE)

Viana (2000, p.309) afirma que “layout pode ser compreendido por meio das

palavras desenho, plano, esquema, ou seja, é o modo pelo qual ao se inserirem

figuras e gravuras surge uma planta, podendo-se, por conseguinte, afirmar que o

layout é uma maquete no papel”.

Para Viana (2000, p.310), “o arranjo físico ou layout é a disposição física dos

equipamentos, pessoas e materiais, da maneira mais adequada ao processo

produtivo”. Isto é, layout significa a colocação concebível dos diversos elementos

combinados para proporcionar a produção de produtos e serviços.

Na mesma linha de pensamento Chiavenato (1991) aborda que arranjo físico

significa colocar, dispor, ocupar, localizar e assentar. É o gráfico que representa a

disposição espacial, a área ocupada e a localização de pessoas, materiais e

máquinas.

Tem muitos fatores a serem levados em consideração ao realizar o layout em

uma instalação. Davis, Aquilano e Chase (2001, p.263) mencionam que “as decisões

feitas a essa altura tem conseqüências em longo prazo, não apenas em termos da

capacidade da firma em atender seus mercados”. Entretanto, é muito importante que

a administração dedique tempo suficiente na identificação adequada e na avaliação

de soluções alternativas para fazer o layout da instalação de uma empresa.

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Segundo Messias (1989, p.50), na implantação de um layout no armazém é

importante ter em mente uma programação, assim temos que ter:

A disponibilidade dos meios e sistemas adequados para facilitar a carga e descarga dos materiais (empilhadeiras, guindastes, carregadores, etc.); Portas suficientemente largas; Limite de altura que facilite a carga e descarga; Distância e trânsito dos materiais em veículos.

Viana (2000, p.309) afirma que para se ter um projeto perfeito, há de se ter

um bom planejamento, tem que existir o layout, a saber:

A realização de uma operação eficiente e efetiva de armazenagem depende muito da existência de um bom layout, que determina tipicamente, o grau de acesso ao material os modelos de fluxo do material, os locais de áreas obstruídas, a eficiência da mão-de-obra e a segurança do pessoal e do armazém.

Para que o processo de armazenar os materiais funcione, precisamos ter uma

boa gestão de compras, não se limitando ao ato de comprar e monitorar.

2.8 ADMINISTRAÇÃO DE COMPRAS

Na visão de Viana (2000), a atividade de compras tem por finalidade suprir as

necessidades da empresa mediante a aquisição de materiais e/ou serviços,

emanadas das solicitações dos usuários, objetivando identificar no mercado as

melhores condições comerciais e técnicas.

Já na percepção de Bertaglia (2009) é o conceito utilizado que tem como

finalidade a obtenção de materiais, componentes, acessórios ou serviços. É o

processo de aquisição que também inclui a seleção de fornecedores, os contratos

de negociação e as decisões que envolvem compras locais e centrais.

Dias (1996) explica que a necessidade de se comprar cada vez melhor é

enfatizada por todos os empresários juntamente com as necessidades de estocar

em níveis adequados e de racionalizar o processo produtivo. Comprar bem é um dos

meios que a empresa deve usar para reduzir custos.

Conforme Pozo (2002, p.141) as metas fundamentais, para se chegar aos

objetivos de compras, é de extrema importância, para:

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Permitir continuidade de suprimentos para o perfeito fluxo de produção; coordenar os fluxos com o mínimo de investimentos em estoques e adequado cumprimento dos programas; comprar materiais e produtos aos mais baixos custos, dentro das especificações predeterminadas em qualidade, prazos e preços; evitar desperdícios e obsolescência de materiais por meio de avaliação e percepção do mercado; permitir a empresa uma posição competitiva, mediante negociações justas e credibilidade; manter parceria com os fornecedores para crescer junto com a empresa.

De acordo com Martins e Alt (2000, p.67) “os objetivos de compras, devem

estar alinhados aos objetivos estratégicos da empresa como um todo, visando o

melhor atendimento ao cliente interno e externo”.

Desse modo, Baily e Farmer (1979, p.14) afirmam que os objetivos de

compras podem ser assim descritos, como uma ferramenta, para:

Suprir a organização com um fluxo firme de materiais e serviços que atendam as necessidades; garantir a continuidade do suprimento pela manutenção de relacionamentos efetivos com as fontes em existência e através da criação de outras fontes, como alternativas para o atendimento de outras necessidades emergentes ou planejadas; comprar eficiente e prudentemente, obtendo por quaisquer meios éticos o melhor valor por unidade monetária despendida; administrar o estoque, de molde a dar o melhor serviço possível aos usuários, ao mais baixo custo; manter bons relacionamentos cooperativos com os demais departamentos, provendo informação e conselhos necessários á consecução de operação efetiva da organização como um todo; criar uma assessoria, diretrizes, procedimentos e organização, tendo em vista a realização dos objetivos citados.

Assim, Heinritz e Farrell (1983, p.96) sustentam que a função compras, é

assim definida:

As compras são uma ocupação competitiva e estimulante, com amplas responsabilidades nas áreas da qualidade do serviço de fornecimento e na magnitude dos gastos. Exigem não apenas conhecimento e eficiência no desempenho rotineiro da função, mas desenvoltura, habilidade em negociar e bom julgamento na tomada de decisões, imaginação e iniciativa na contínua busca de materiais de maior valor.

2.8.1 Compras centralizadas x Compras descentralizadas

A atividade de compras pode ser centralizada ou descentralizada. Segundo

Chiavenato (1991) aborda que a organização centralizada é aquela em que todas as

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atividades de compras são concentradas num único órgão de compras. As

vantagens desse sistema são: obtenção de maiores vantagens e descontos dos

fornecedores face às compras em quantidades mais elevadas; qualidade uniforme

dos materiais adquiridos; maior especialização dos compradores; padronização dos

procedimentos de compra.

Contrapondo Chiavenato (1991), para Dias (1996) a centralização das

compras reúne certas vantagens, conforme podemos verificar: a oportunidade de

negociar maiores quantidades de materiais; a homogeneidade da qualidade dos

materiais adquiridos e o controle de materiais e estoques.

Entretanto, Dias (1991, p.102) trata que “o sistema centralizado é pouco

flexível e nem sempre atende as necessidades locais, quando o processo de

produção é disperso geograficamente”. Porém, essas desvantagens podem ser

amainadas com a criação de um órgão central de compras para coordenar os órgãos

periféricos, quando a empresa tem unidades dispersas.

Na visão de Bertaglia (2009) as empresas que trabalham com compras

centralizadas, podem obter melhores preços e serviços em função do maior volume

praticado com os fornecedores, recebendo uma maior atenção especial. Os valores

de transporte também podem ser reduzidos em função do volume de compra.

Segundo Chiavenato (1991) aborda que “a organização descentralizada é

aquela em que cada unidade dispersa da empresa tem o seu próprio órgão de

compras para satisfazer as suas necessidades especificas e locais”. Assim, as

vantagens desse sistema são: maior conhecimento dos fornecedores locais; melhor

atendimento das necessidades específicas do processo produtivo de cada unidade

da empresa; agilidade nas compras.

Desse modo, Dias (1996) aponta que as razões para se estabelecer a

descentralização das compras podem ser assim resumidas: a distância geográfica; o

tempo necessário para a aquisição de materiais e a facilidade de dialogo.

Bertaglia (2009) trata que as empresas ao optarem trabalhar com compras

descentralizadas, por sua vez, podem oferecer uma velocidade maior de

atendimento se praticadas localmente, influenciando ainda o custo de transporte.

Assim, algumas organizações optam por utilizar os dois conceitos, comprando

itens mais estratégicos e de maior volume de forma centralizada, enquanto compram

os de menor quantidade localmente (BERTAGLIA, 2009, p.30).

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Em qualquer uma das alternativas acima, o órgão de compras pode assumir a

seguinte estrutura:

Figura 9 – Gráfico da estrutura Centralizada/Descentralizada Fonte: Baily e Farmer (1979, p.17

2.8.2 Novas formas de comprar

Com o fenômeno da globalização vem crescendo nos últimos anos, tem

trazido grande impacto na forma como as compras são efetuadas, seja por meio da

evolução dos meios de comunicação, da aplicação de computadores e a

transmissão eletrônica de dados.

2.8.2.1 EDI

Uma das formas de comprar produtos que mais cresce atualmente é o EDI

(Electronic Data Interchange), que segundo Martins e Alt (2000), é conceituado,

como sendo:

Tecnologia para transmissão de dados eletronicamente. Por meio da

utilização de um computador, acoplado a um modem e a uma linha

telefônica e com um software específico para comunicação e

tradução dos documentos eletrônicos, o computador do cliente é

ligado diretamente ao computador do fornecedor,

independentemente dos hardwares e softwares em utilização. As

ordens ou pedidos de compra, como também outros documentos

padronizados.

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Figura 10 – Esquema de funcionamento do EDI Fonte: Martins e Alt (2000, p.71)

De acordo com Martins e Alt (2000), essa forma de comunicação e de

transação, pode ligar a empresa a seus clientes, fornecedores, banco,

transportadora ou seguradora, já existe há bastante tempo e traz várias vantagens,

como:

Rapidez, segurança e precisão do fluxo de informações; redução significativa de custos; facilidade da colocação de pedidos, principalmente nos casos de contratos de fornecimento com entregas mediante liberação do cliente, como acontece nas transações entre montadoras e autopeças no Brasil e resto do mundo; sedimenta o conceito de parcerias entre cliente e fornecedor.

2.8.2.2 Internet

Martins e Alt (2000) explicam que cada vez mais, torna-se difundido entre nós

a utilização do e-mail como um veículo de transação comercial ou o e-commerce.

Basta estar ligado a um provedor e teremos toda a World Wide Web ao nosso

alcance.

A internet como veículo de comércio ganha a cada dia mais e mais adeptos,

pois apresenta segundo Martins e Alt (2000), uma série de vantagens em relação ao

EDI, que entre as quais:

Investimento inicial em tecnologia é bem mais baixo; atinge praticamente a todos na cadeia de suprimentos; pode ser operada praticamente em tempo real; permite tanto a transação máquina-máquina como também homem-máquina (o EDI só permite a

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transação máquina-máquina); maior flexibilidade nos tipos de transações.

2.8.2.3 E-commerce

O e-commerce nada mais é do que a compra e venda online de produtos, ele

engloba o processo online de desenvolvimento, marketing, venda, entrega,

atendimento e pagamento de produtos e serviços negociados com clientes do

mercado global interconectados, com o apoio de uma rede mundial de parceiros de

negócios (O’BRIEN, 2004).

Segundo O’Brien (2004, p.242) afirma que “as empresas envolvidas no e-

commerce seja como compradoras seja como vendedoras dispõem de tecnologias

baseadas na Internet e de aplicações e serviços de e-commerce para realizar o

marketing, a exposição e a manutenção dos produtos”.

De acordo com O’Brien (2004, p.244) menciona que atualmente temos a

adoção de muitas empresas que participam ou patrocinam três categorias básicas

de aplicação de e-commerce, sendo descritas assim:

E-commerce de empresa – a - consumidor (B2C), nesta forma de e-commerce as empresas precisam desenvolver praças de mercado eletrônico atraentes para seduzir seus consumidores e vender produtos e serviços a eles; E-commerce de empresa – a – empresa (B2B), esta categoria de e-commerce envolve mercados eletrônicos e ligações diretas de mercado entre as empresas; E-commerce de consumidor – a - consumidor (C2C).

Os fatores de sucesso no e-commerce para O’Brien (2004), são vitais para

que as empresas encontrem formas de melhorar a satisfação do cliente, sua

fidelidade e relacionamento, desse modo a chave para o sucesso do varejo

eletrônico é otimizar diversos fatores – chave, como:

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Figura 11 – Fatores-chave para o sucesso no e-commerce Fonte: O’Brien (2004, p. 258)

2.8.3 Operação do sistema de compras

Para Dias (1996, p.268-269) um sistema adequado de compras tem variações

em função da estrutura da empresa e em função da sua política adotada. Na área de

compras tudo deve ser devidamente aperfeiçoado, documentado e ir acompanhando

a evolução dos negócios.

2.8.3.1 Solicitação de compras

Uns dos métodos mais utilizados hoje, pelas empresas como meio de

documentação, é a solicitação de compras, que para Dias (1996, p.269), é:

Um documento que dá a autorização para o comprador executar uma compra. Seja para materiais produtivos ou improdutivos, ela é associada para um programa de produção, para um projeto que está sendo ou ainda para abastecimento geral da empresa. É o documento que deve informar o que se deve comprar, a quantidade, o prazo de entrega, local da entrega e, em alguns casos especiais, os prováveis fornecedores.

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Martins e Alt (2000, p.64) mencionam que hoje a função compras é vista

como parte do processo de logística das empresas, ou seja, como parte integrante

da cadeia de suprimentos (supply chain) e por isso, muitas empresas passaram a

usar a denominação gerenciamento da cadeia de suprimentos, um conceito voltado

para o processo, em vez do tradicional compras, voltado para as transações entre si,

e não para o todo.

2.8.4 Modalidades de compra

Segundo Viana (2000, p.179), as modalidades de compra podem ter dois

trâmites: normal ou em caráter de emergência.

Compra normal: procedimento adotado quando o prazo for compatível para obter as melhores condições comerciais e técnicas na aquisição de materiais, por meio de todas as etapas demonstradas no fluxo básico da compra, objeto da Figura 12. É a mais vantajosa, pois permite ao comprador o estabelecimento de condições ideais para a empresa; Compra em emergência: acontece quando a empresa falha na elaboração do planejamento ou no atendimento de necessidade oriunda de problemas operacionais, conforme demonstrado no fluxo de compra de emergência, objeto da figura 12.1. Comparando-se esse fluxo com o da compra normal, demonstrado pelo fluxo básico da compra, objeto da figura 12, observa-se a perda de várias etapas fundamentais, o que torna a compra em emergência desvantajosa, porque os preços obtidos são elevados em relação aos da compra normal.

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Figura 12 – Fluxograma básico de compra Fonte: Viana (2000, p.178)

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Figura 12.1 – Fluxograma da compra em emergência Fonte: Viana (2000, p.180)

2.8.5 Fontes de Fornecimento

2.8.5.1 Cadastro de fornecedores

No cadastro de fornecedores têm-se as atribuições de qualificar e avaliar o

desempenho de fornecedores de materiais e serviços, sendo que acompanha a

evolução do mercado, subsidia as informações e tarefas do comprador e, efetua a

manutenção dos dados cadastrais (VIANA, 2000, p.189).

Segundo Gonçalves (2004) trata que o ato de comprar bens ou serviços para

uma empresa é uma tarefa complexa que envolve desde o conhecimento sobre o

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objeto de compra até uma extensa busca de fontes de suprimento que garantam o

fornecimento do produto na hora certa e na quantidade desejada.

Para se cadastrar um fornecedor, é importante saber as premissas do

cadastro de fornecedores, que podem ser assim analisadas:

Figura 13 – Premissas do cadastro de fornecedores Fonte: Viana (2000, p.190)

Analisando a figura 13, constata-se que as premissas estão fundamentadas

no tripé qualidade – preço – prazo, que ao ver de Viana (2000, p.191) determina os

pontos importantes de atuação no setor, é:

Ter registrado fornecedores cujos produtos ou serviços possam ser de interesse efetivo ou potencial da empresa; Garantir um plantel de fornecedores com padrão acima do mínimo necessário; Despertar o interesse do fornecedor em manter-se atualizado perante as metas da empresa; Antecipar-se ás necessidades de aquisição da empresa.

2.8.5.2 Seleção e avaliação de fornecedores

Dias (1996, p. 300) afirma “selecionar fornecedores é reunir um grupo, do

maior tamanho possível, que preencha todos os requisitos básicos e suficientes

dentro das normas e padrões pré-estabelecidos como adequados”.

Segundo Gonçalves (2004, p.215) em perspectiva similar a Dias (1996, p30)

trata que “na seleção de fornecedores, é importante avaliar a sua atuação e

desempenho em relação a um contrato de fornecimento formado”.

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Já Gonçalves (2004) aborda que nesta seleção de fornecedores, uma série

de requisitos deverá ser atendida, entre eles: a responsabilidade, a estabilidade, a

habilidade de negociação e de comércio, ter experiência no fornecimento do bem ou

serviço procurado e a atuação no mercado.

A principal meta para selecionar fornecedores, é assim descrita por Heinritz e

Farrell (1983, p.215-216), respectivamente:

É encontrar aquele fornecedor que seja capaz de produzir o item nas quantidades e dentro dos padrões de qualidade requerido, e de quem se possa depender como uma fonte continuada de fornecimento sob quaisquer condições, que honrarão as suas promessas de entrega e outras obrigações de prestação de serviço, e que tenham preços competitivos

Já Dias (1996, p.300) em perspectiva similar trata que o objetivo a ser

seguido é encontrar fornecedores “que possuam condições de fornecer os materiais

necessários dentro das quantidades, dos padrões de qualidade requeridos, no

tempo determinado, com menores preços e/ou competitivos e nas melhores

condições de pagamento”.

De acordo com Gonçalves (2004, p.216) é importante para a empresa ter

alianças entre fornecedores, pois estes são as fontes de suprimento da empresa,

assim:

O mercado fornecedor depende solidariamente dos seus compradores, tanto no que se refere ao fornecimento de bens e serviços quanto à manutenção de boas relações comerciais. Essa relação deverá resultar na implantação de um processo de um sistema de parceria, cujo objetivo é buscar um excelente relacionamento entre as partes maximizando os interesses comuns.

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54

Figura 14 – Processo de avaliação de fornecedores Fonte: Gonçalves (2004, p.217)

2.8.5.3 Relacionamento com fornecedores

A verdadeira revolução da qualidade, introduzida na esfera global nos últimos

anos, trouxe consigo novas formas de abordagem no relacionamento com o

fornecedor, no tocante às compras ou suprimento de mercadorias e/ou serviços

(MARTINS E ALT, 2000).

Dias (1996, p. 306) explicita que todos os fornecedores, independente de seu

porte, “devem ser considerados a fonte mais próxima de economias, pois é bem

mais fácil criar condições para obter custos inferiores no abastecimento do que

inventar substituições de materiais ou eliminar componentes”.

Para Gonçalves (2004, p. 233) em todo relacionamento ou no momento da

venda com o fornecedor se discute, as principais negociações, como:

Preço, prazos de entrega, condições de pagamento, condições de reajuste dos preços ofertados, garantias contratuais e suas extensões, critérios de inspeção e garantias de qualidade e outras condições comerciais, como: custo do transporte, custo das embalagens ou a introdução de embalagens especiais e acréscimos ou reduções de quantidades.

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2.8.5.4 Negociação

“Dá – se o nome de negociação aos contratos entre o órgão de compras e o

fornecedor para reduzir as diferenças e divergências e chegar a um meio termo:

cada parte cede um pouco para que ambas saiam ganhando”. (CHIAVENATO, 1991,

p. 109).

Viana (2000, p. 224) ressalta que não se formaliza um contrato de vendas

sem negociação, “a qual visa obter o maior proveito possível, com vistas a

vantagens técnicas e, principalmente, financeiras, dos entendimentos entre

comprador e vendedor, durante o processo de aquisição de bens e serviços”.

Gonçalves (2004) aborda que a negociação é o elemento – chave para um

bom resultado, nesse processo, normalmente interativo, cada pessoa envolvida

quer, como objetivo final, atingir uma determinada meta.

Dias (1996) retrata que um processo de negociação obedece a seis etapas

que precisam ser cumpridas para que o resultado final seja positivo, entre elas

podemos destacar: Preparação; Abertura; Exploração; Apresentação; Clarificação;

Ação final.

“Sendo a negociação um processo que envolve um relacionamento

interpessoal, o aprendizado relativo ao comportamento humano é extremamente

importante, especialmente no que se refere ao desenvolvimento das habilidades de

interação” (GONÇALVES, 2004, p.202).

A negociação reúne três condições fundamentais, conforme Viana (2000,

p.227), destaca-se:

Existência de, pelo menos, dois participantes na discussão; Existência de um ou mais pontos de conflito; Composição característica por meio de: Apresentação de demandas; proposição de uma das partes; avaliação pela outra parte; concessões ou outra proposição

Assim, depois de ter definido o fornecedor para Chiavenato (1991), o órgão

de compras passa a negociar com ele a aquisição do material solicitado, dentro das

condições mais adequadas de preço e de pagamento e que o atendimento das

especificações exigidas do material e o estabelecimento de prazos de entrega

devem ser assegurados numa negociação.

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Martins e Alt (2000) afirmam que da desconfiança e antagonismo decorresse

a uma relação de confiança recíproca, estabelecendo-se meios mais rápidos e

eficazes de troca de dados e informações sobre prazos, quantidades, a serem

fornecidas, formas de pagamentos e preços.

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3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

O trabalho se caracterizou com tipologia de avaliação formativa, pois se

pretende analisar a situação atual e propor melhorias no processo, a qual Roesch

(1999) descreve como sendo um tipo de estudo que tem como propósito melhorar ou

aperfeiçoar sistemas ou processos.

Este trabalho tem como objetivo avaliar o sistema de controle de estoque dos

Supermercados Areias Ltda, em Biguaçu, durante o período de março a novembro

de 2010. A pesquisa é importante para a tomada de decisão do gestor de compras,

buscando desta maneira avaliar os erros e trazer melhorias ao sistema como um

todo.

Em relação aos meios de investigação, foi utilizada a pesquisa bibliográfica e

documental. Além dessas técnicas de coleta de dados, será utilizada a observação

participante, que segundo Hair Jr. et al. (2005, p.152), “são coletados com o registro

sistemático da observação de pessoas, eventos ou objetos”. Outra forma de se

coletar os dados será por meio da entrevista, que segundo Hair Jr. et al. (2005,

p.162), “ocorre quando o pesquisador fala diretamente com o respondente, fazendo

perguntas e registrando as respostas”. E outra maneira de coletar dados pode ser o

estudo de caso, que conforme Gil (2002, p.53), esse estudo “focaliza uma

comunidade, que não é necessariamente geográfica, já que pode ser uma

comunidade de trabalho, de estudo, de lazer ou voltada para qualquer outra

atividade humana”.

Para um melhor esclarecimento dos fatos, há necessidade de aplicar técnicas

de controle de estoques e a curva ABC, pois são estratégias de análises eficazes,

passíveis de serem seguidas, aplicadas e adaptadas às diversas situações que se

encontrará no desenvolvimento deste estudo.

Dessa forma, os dados serão identificados, descritos e confrontados com as

informações levantadas na fundamentação teórica. Foram organizados e analisados

de forma a permitir extrair respostas às questões de pesquisa e assim alcançar os

objetivos propostos, elaborando um sistema de controle de estoque das

mercadorias.

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4 RESULTADOS DO ESTUDO

No capítulo resultados do estudo, nos permite apresentar os principais

assuntos abordados neste trabalho, realizando um levantamento dos dados na

empresa em estudo.

4.1 DESCRIÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

Os Supermercados Gêmeos iniciaram suas atividades em 1984,

concretizando um ideal dos seus proprietários, irmãos gêmeos, por este motivo

denominou-se Supermercados Gêmeos. A iniciativa de serem proprietários de um

empreendimento no setor supermercadista surge de suas longas experiências como

vendedores autônomos. A primeira loja foi instalada na ocasião, em uma sala

alugada de 180m2, possuía apenas um “check-out” atendido pelos proprietários e

uns poucos colaboradores. Ano a ano foram crescendo as instalações, as

expectativas e os sonhos de seus proprietários. Em muitos momentos se depararam

com dificuldades e refletiam muito sobre as decisões importantes que afetariam toda

a empresa.

O negócio da empresa, na perspectiva de seus proprietários, é satisfazer as

necessidades de seus clientes, dentro do princípio que rege o sistema de varejo. A

visão é ser uma empresa em constante evolução, destacada na qualidade do

atendimento e na satisfação dos clientes. A missão da empresa consiste em

disponibilizar bens e serviços à comunidade, de forma qualificada, satisfazendo suas

necessidades e contribuindo para o desenvolvimento da região. Os valores que a

empresa prega são: Deus, ética, entusiasmo, competência, profissionalismo e o

trabalho em equipe.

Atualmente a empresa é composta por três lojas, sendo a matriz em Biguaçu

e as filiais em Areias (São José) e Bela Vista (São José). A organização possui,

atualmente, mais de 100 colaboradores, que atuam em várias funções da área

comercial, financeira, recursos humanos. E nas seções de açougue, mercearia,

bazar, hortifrutigranjeiros, padaria, frios, congelados e perfumaria.

Os Supermercados Gêmeos são uma empresa comercial (vende mercadorias

diretamente para o consumidor) do ramo de alimentos, no setor varejista. Suas lojas

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se posicionam como lojas de bairro, e o público atendido pelas suas lojas é bastante

diversificado, variando de acordo com as condições dos moradores da localidade.

Hoje, a estrutura organizacional da empresa é composta por: Presidência,

gerentes de setores (administrativo, compras, financeiro, recursos humanos).

Figura 15 - Organograma Supermercado Gêmeos Fonte: Dados primários (2010)

Após a Fundamentação Teórica, analisarei os dados, apresentando as

principais resultados do estudo, confrontando com as propostas e sugestão de

melhorias na empresa.

4.2 APRESENTAÇÃO DOS DADOS

Após o levantamento dos dados, é hora de apresentar os dados, como são

realizadas estas ferramentas atualmente na organização em estudo.

4.2.1 Atual sistema de controle de estoque

Atualmente, não há um sistema de controle de estoque de mercadorias. A

falta de controle prejudica seriamente o bom andamento das atividades e não

oferece conveniente segurança para o diretor do departamento de Compras, já que

esse não sabe quantitativamente o que tem na loja e o que se deve adquirir em

maior escala. Além das experiências e das incertezas dos chefes de loja em relação

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ao seu serviço, precisamos estar frequentemente controlando o estoque das

mercadorias.

Com o avanço tecnológico, novos sistemas de informação vêm surgindo, com

muito mais precisão e com ferramentas mais fáceis de manusear, facilitando o

trabalho de controlar eficaz o estoque.

4.2.2 Controle de níveis de estoque

A empresa não apresenta ferramenta para controle de estoque, é efetuado o

pedido de compra, conforme a necessidade, quando se nota que um produto está

quase ou já está em falta no estoque, não existe um critério para se efetuar a

reposição de estoque, é feito manualmente baseando-se nos relatórios de venda

que reflete em quantos dias ou semanas vendeu o produto.

O prazo de entrega das mercadorias no supermercado pode variar conforme

o fornecedor, alguns entregam no mesmo dia, outros entregam em uma semana e

outros podem demorar mais, pois dependem de como está o seu estoque, naquele

determinado momento.

4.2.3 Atual sistema de compras

Atualmente, as compras são feitas através de uma requisição de compra da

mercadoria, onde é realizada através de uma planilha de visita das compras, onde

busca-se as mercadorias para ser compradas semanalmente, bimestralmente,

quinzenalmente e mensalmente. Quando é observada a necessidade de compra em

determinado período, a solicitação da compra é feita pelo funcionário responsável

pelo setor que assina a solicitação e é encaminhado ao departamento de compras.

Ao chegar à solicitação no departamento de compras, o que for da cotação,

digitasse o pedido das mercadorias que as lojas pedem, depois disso, é entregue

para o fornecedor que irá cotar preços, logo após, digitamos os preços cotados no

sistema, para que possa comprar as mercadorias, depois de feito isso, o sistema

automaticamente gera o pedido de compra com preços dos fornecedores mais

acessíveis aos consumidores. E o que for de compra normal é digitado o pedido de

compra e entregue ao fornecedor para arrumar preços e as quantidades, se estiver

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correto, é tirado uma cópia do pedido e entregue ao vendedor daquela respectiva

mercadoria a ser comercializada.

Assim, os vendedores buscam a melhor maneira de se relacionar com o

responsável pelas compras, oferecendo bonificações, preços mais baixos e, além

disso, estabelecendo uma relação de parceria eficaz e duradoura.

Outro ponto que deixa a desejar, é que depois de entregue a cópia do pedido

ao fornecedor, este demora para despachar a mercadoria para o destino, assim,

quando chega a mercadoria o encarregado recebe a mercadoria e já encaminha

para a loja, com isso, o departamento de compras não sabe se a mercadoria veio ou

não, pois não tem um controle eficaz.

4.2.4 Classificação e codificação de materiais

As mercadorias na organização não possuem códigos adequados para cada

produto cadastrado no sistema, pois é gerado um código aleatório, o que dificulta na

localização e identificação dos produtos. Os produtos são separados por fornecedor

ou seções, onde os produtos são misturados de acordo com sua descrição.

A classificação tem como objetivo a identificação dos produtos de maneira

correta, assim acaba confundindo, devido à falta de uma política de gerenciamento

da informação repassada aos clientes.

4.2.5 Armazenagem dos produtos

Os produtos estocados nos Supermercados Gêmeos, não apresentam um

sistema de armazenamento, onde se observa a falta de um Leiaute bem elaborado,

pois os materiais ficam espalhados em cima de pallets, sem local para o bom

armazenamento dos produtos, provocando problemas com relação ao manuseio e a

sua localização dos itens estocados.

Ao armazenar as mercadorias no almoxarifado, este deveria estar

concentrada sempre no mesmo lugar, mas na maioria das vezes, não é assim que

acontece, pois os produtos da panificação e de açougue ficam em lugar específico e

os alimentos a serem consumidos ficam no almoxarifado para serem despachados

para a loja.

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4.3 PROPOSTAS E SUGESTÕES

Nesta seção, é apresentada a organização as propostas de melhorias e

possíveis sugestões para a empresa, para melhorar cada vez mais as atividades

desenvolvidas.

4.3.1 Controle de estoque

Ao analisar os dados, sente-se a necessidade de se ter um sistema de

informação, onde utilizasse as ferramentas de controle de estoque, e que tornasse

mais preciso a localização e descrição correta das mercadorias cadastradas

repassadas ao consumidor, devido à grande diversidade de itens encontrados

cadastradas no sistema. Sendo assim, não se sabe o que tem e o que não tem nas

lojas.

Atualmente, utilizamos o software desenvolvido pela empresa MaxWork

automações comerciais, que se chama Mercado e o Faturamento, é um programa

quase completo, pois engloba quase todas as áreas da empresa, onde obtemos as

informações que precisamos sobre determinado assunto. Hoje em dia, enfrentamos

problemas em relação a sua interface gráfica, pois é um software antigo.

Para que não haja esse transtorno nas lojas, têm-se a necessidade de se

implementar um processo formalizado de controle de estoques para amenizar e até

excluir as deficiências de mercadorias nas lojas.

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Figura 16: Tela de gerenciamento do produto Fonte: Programador do Sistema

Após o cadastramento das mercadorias, passamos a controlar o estoque,

estabelecendo regras e políticas para o bom andamento do estoque. Sendo assim,

podemos conhecer e saber mais sobre determinado produto a ser ofertado ao

consumidor.

Figura 17: Tela de gerenciamento do estoque Fonte: Programador do Sistema

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Quanto ao controle de estoque, deve ser feito sempre levando em

consideração as necessidades financeiras da empresa e atender bem os clientes,

com produtos e serviços de qualidade.

4.3.2 Classificação e codificação de itens

Para elaborar a classificação e a codificação dos itens, o pesquisador fez o

levantamento de todos os itens necessários ao processo produtivo, e pela falta de

um controle eficiente, verificou-se não estar de acordo o módulo de cadastramento

dos itens no sistema, onde podemos perceber que os produtos iguais são

cadastrados duas ou mais vezes e pior, alguns itens nem estavam cadastrados.

Com isso, se propõe que se faça um levantamento dos itens que não servem mais

para exclusão e cadastre os itens que faltam ser cadastrados.

A partir disto, sugere-se que faça uma reavaliação das seções utilizadas pela

empresa, onde os produtos estão catalogados, a fim de melhorar o cadastro dos

produtos, numerando as seções de 00 a 99 e as sub-seções de 001 a 999.

Separando de acordo com os itens discriminados abaixo:

Código Seção

01 Bazar

51 Seca Salgada

52 Seca Doce

04 Líquida

05 Perfumaria

55 Limpeza

56 Açougue

08 FLV

98 PAS

60 Padaria

90 Ferragens

86 Jardinagem

37 Camping

21 Casa

44 Administrativo

78 Uso interno

Quadro 4 – Seções utilizadas pela empresa Fonte: Dados Primários

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A partir das informações propostas a empresa, o pesquisador sugere que

fizesse o uso da seguinte classificação e a identificação das mercadorias no

almoxarifado.

Abajur Eletrônico Yins

01. 001. 00

Sub-seção

Seção

Figura 18 - Exemplo de um sistema de Codificação

Fonte: Dados Primários

Depois de feita a codificação, serão confeccionadas placas e etiquetas com a

melhor forma de manuseio, com os códigos do respectivo material, onde

disponibilizaremos na frente das prateleiras e nas caixas de madeira para a sua

melhor identificação daquele material.

4.3.3 Armazenagem dos produtos

Ao analisar o Almoxarifado, percebe-se a falta de meios de acondicionamento

para os itens estocados. Onde se procura um leiaute que visa à melhor utilização do

espaço disponível, pois alguns produtos exigem maiores espaços.

Como sugestão, o pesquisador sugere o modelo de acondicionamento dos

produtos, a estrutura metálica com prateleiras, onde seja capaz de identificar os

itens estocados, com mais facilidade e para a obtenção de maiores espaços

disponíveis em seu Almoxarifado. Sendo assim, buscando sempre seguir um leiaute

com os itens semelhantes.

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Figura 19 – Modelo de estrutura metálica Fonte: Dados Primários

O modelo da estrutura metálica apresentado na figura 19 é uma opção

vantajosa pela empresa, pois permite seguir um leiaute mais correto, onde irá ter

maiores espaços, separando as mercadorias por prateleira, e não desperdiçando as

mercadorias no estoque.

4.3.4 Sistema de Compras

Para conhecer o produto a ser comercializado, é indispensável conhecer mais

sobre os fornecedores, no qual irá realizar as compras do material, em contrapartida,

é necessário o cadastro de todos os fornecedores de mercadorias, obtendo todas as

informações necessárias, através do módulo de cadastro de fornecedores. Assim,

com as informações dos fornecedores, ficará mais fácil controlar o estoque.

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Figura 20 - Tela de cadastro do fornecedor

Fonte: Programador do Sistema

Para que o processo das compras se torne mais fácil, é necessário, que se

tomem algumas medidas, a seguir:

O departamento de compras da empresa receberá a solicitação da compra

das mercadorias e passará a analisar o que foi pedido e quais são as

prioridades para aquela determinada compra da mercadoria. Feito isso, o

responsável pelas compras, irá ao módulo do cadastro de fornecedores e

procurar o fornecedor que vende a mercadoria. Depois o responsável, entrará

em contato com o vendedor, seja por e-mail, telefone, para a realização do

pedido de compra do material.

Feito o pedido de compra do material, o fornecedor pode demorar entregar as

mercadorias, em vista de não pagamento da mercadoria a ser entregue e às

vezes a falta do produto, por parte do fornecedor, pode acarretar em prejuízos

para a empresa.

Outro ponto que merece atenção é quando o gerente faz a solicitação das

mercadorias, o responsável lança o pedido antes de entregar para o

fornecedor, e o vendedor nem aparece para pegar o pedido. Se o vendedor

não aparecer na empresa, tem-se a obrigação de ligar para o vendedor e ver

o que está acontecendo. Com isso, atrasa o processo da realização das

compras, e o consumidor terá que escolher outra marca.

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4.3.5 Controle de níveis de estoque

Para ter um controle de estoque eficaz, tem-se a necessidade de se

estabelecer um ponto essencial, que é regularizar níveis e políticas adequadas de

controle de estoque, evitando assim faltas e ou excessos de produtos dentro das

lojas. A empresa trabalha com mercadorias de demanda irregular, ou seja,

mercadorias que não se consome regularmente, sendo que seria interessante o

departamento de compras estabelecer quantidades máximas e mínimas de estoque

para suprir determinada mercadoria.

Atualmente, a empresa não trabalha com essa ferramenta, pois não há um

sistema de controle de estoque das mercadorias.

O sistema atual possui um módulo de saldo, onde possibilita que o diretor,

estabeleça o saldo dos produtos, a gerenciar quantidades máximas e mínimas e a

sugestão para o sistema é que conversasse com o pessoal da MaxWork e que

tivesse de alguma forma, de este avisar ou dar um erro quando chegasse a esse

ponto. Avisando para o diretor, que a mercadoria está faltando no estoque.

A ferramenta será utilizada pelo diretor de compras, que irá calcular os

valores das quantidades máximas e mínimas do estoque e logo após será

cadastrada no sistema, com os respectivos valores.

O exemplo é a da carne moída, seu consumo mensal é de 8000 Kg e o tempo

de reposição do estoque é de 7 dias, seu estoque mínimo é de 1500 Kg. Assim o

ponto de pedido antes que atinja o estoque mínimo é de 3340 Kg, como mostra a

figura, a seguir:

PP = C X Tr + E.Mn

PP = 8000 X 7/30 + 1500

PP = 1840 + 1500

PP = 3.340 Kg

Onde: PP = Ponto de Pedido

C = Consumo Médio Mensal (8000 Kg)

Tr = Tempo de Reposição ( 7 dias)

E.Mn = Estoque Mínimo (1500 Kg)

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No Gráfico abaixo, o Ponto de pedido antes que atinja o estoque mínimo,

ficaria assim, esquematizado:

Figura 21 – Gráfico de reposição de estoque Fonte: Dados Primários

4.4 CLASSIFICAÇÃO ABC DE MATERIAIS

Uma das principais ferramentas de apoio a gestão de estoques nas empresas

é a classificação ABC de materiais, é um método que consiste em separar os

materiais em três grupos, A, B, C, dando maior importância de controle aos materiais

de maior representatividade monetária.

A classificação ABC dos itens da empresa dos Supermercados Gêmeos

corresponde ao período de 05 de março de 2009 a 31 de dezembro de 2009.

A utilização da classificação ABC de materiais beneficiará a gestão de

estoques dos Supermercados Gêmeos, de forma que reduzirá estoques excessivos

e diminuirá a carga de trabalho sobre os profissionais da área de estoques, pois os

itens de classe A serão mais controlados do que os de classe C.

Para desenvolver a classificação ABC de materiais, foram analisados 300

itens num período de nove meses, sendo que 30 (10%) itens pertencem à classe A,

90 (30%) itens pertencem à classe B e 180 (60%) itens pertencem à classe C.

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Figura 22 – Classificação ABC de materiais Fonte: Dados Primários

A partir das informações acima, é necessário a realização da curva ABC do

estoque, mostrada na figura 23, onde os itens da classe A, merecem uma maior

atenção na hora de controlar o estoque, representados por 10% do total de itens, os

itens da classe B representam 30% e por último, os itens da classe C representados

por 60% do total de itens.

Porcentagem

Valor R$ 100

90

80

70

50

40

30

20

10

0

10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 Porcentagem

Itens (Quantidade)

Figura 23 – Gráfico da curva ABC

Fonte: Dados Primários

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Ao analisar a curva ABC do estoque, os itens da classe A representam

43,51% dos investimentos em estoque. Os itens da classe B representam 33,03% e

por último, os itens da classe C representam 23,46% dos investimentos feitos em

estoques dos Supermercados Gêmeos.

Figura 24 – Gráfico do valor do investimento em estoque Fonte: Dados Primários

Conforme a figura 24, o gráfico do valor do investimento mostra a divisão dos

investimentos feitos em reais do estoque, distribuído por classes A,B e C. O

investimento total dos itens representa R$ 3.693.046,87. Em contrapartida, os itens

da classe A representam R$ 1.605.223,84 investidos em estoque. Os itens da classe

B representam R$ 1.219.754,76 e os itens da classe C representam apenas R$

868.068,27.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os objetivos da elaboração do controle de estoque de mercadorias dos

Supermercados Gêmeos foram atingidos, aplicando nesse estudo, as principais

ferramentas estudadas na Administração de estoques. Através do conhecimento em

gestão de estoques, foi possível aplicar as ferramentas de controle de estoque no

sistema atual que a empresa vem trabalhando, para a melhoria do gerenciamento de

seu estoque de mercadorias.

O sistema de informação utilizado pela empresa, passará por atualizações em

seus dados, permitindo a obtenção de melhores resultados com a aplicação de

ferramentas de estoque, com a conseqüente redução de custos oriundos de

estoques obsoletos e o aumento da receita com o fornecimento de mercadorias, sem

correr o risco da falta de mercadorias, mantendo-se os níveis dos estoques de

mercadorias, com isso, melhorando o controle da entrada e de saída das

mercadorias.

Com a classificação ABC de materiais, a empresa dará maior ênfase aos

produtos com maior giro de capital investido, reduzindo as imobilizações em estoque

sem prejudicar a segurança.

O pesquisador ao desenvolver este trabalho teve facilidade na construção

deste trabalho, devido ao fato de ser o filho do dono, onde trabalha há quatro anos,

convivendo com esse tipo de situação em seu dia a dia na empresa dos

Supermercados Gêmeos.

Deste modo, os objetivos almejados foram atingidos, com a proposta da

elaboração de um controle de estoque de mercadorias, de acordo com as políticas

administrativas da empresa.

Recomenda-se para trabalhos futuros a implantação de novas técnicas de

controle de estoque, a realização de um planejamento da produção e um plano de

Marketing para a empresa dos Supermercados Gêmeos.

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REFERÊNCIAS

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ANEXO

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Foto dos Supermercados Gêmeos - Matriz

Foto dos supermercados Gêmeos – Filial Bela Vista

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Foto dos Supermercados Gêmeos – Filial Areias