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Prof. : Elda Thainara Av. Higienópolis, 769 Sobre Loja Centro Londrina PR. CEP: 86.020-080 Fones: 43. 3354 2334 / 3039 2234 site: www.seja-ead.com.br Pag. 1 Socialismo Seus principais pontos de análise são os seguintes: 1- Estruturado dentro de uma formação histórica e social determinada, o capitalismo tinha origem estabelecida e morte histórica prevista; 2- A morte do capitalismo se daria quando sua base (trabalho operário), através de um processo revolucionário, alcançasse poder econômico e político e instaurasse uma “ditadura do proletariado”, com a socialização dos meios de produção; 3- O sistema capitalista assenta-se na exploração do trabalho, sendo a concentração monopolista do capital proporcional à depauperização do trabalho; 4- Em sua fase de maturidade, o capitalismo apresentaria uma tendência à concentração do capital, com a consequente e progressiva eliminação da concorrência, gerando monopólios. MODO DE PRODUÇÃO SOCIALISTA “Na Europa do século XIX surgiu uma teoria que propôs uma nova forma de conhecimento da realidade e de ação efetiva da classe trabalhadora. Seu principal articulador foi Karl Marx (1818-1883) que, em colaboração com Friedrich Engels (1820-1895), lançou as bases do socialismo científico, através das obras: Manifesto Comunista (1848), Contribuição à Crítica da Economia Política (1859) e o Capital (1867). Fazendo uma análise social da realidade em que viviam, Marx e Engels perceberam que ela era dinâmica e contraditória. Enquanto o avanço técnico permitia o domínio crescente sobre a natureza, gerando o progresso e o enriquecimento de alguns homens, a classe operária era cada vez mais explorada, empobrecida e afastada dos bens materiais de que necessitava para viver. Portanto, era fundamental estudar os fatores materiais (econômicos e técnicos) e a forma como os bens eram produzidos, para poder compreender a sociedade e explicar a sua evolução. Pelo trabalho, o homem transforma a natureza, produzindo bens para atender as suas necessidades. Nesse processo de produção de bens, as pessoas estabelecem relações entre si. As relações estabelecidas entre os proprietários dos meios de produção (terra, matérias- primas, máquinas e instrumentos de trabalho) e os trabalhadores são chamadas relações sociais de produção. De acordo com o pensamento de Marx e Engels, portanto, é preciso analisar o conjunto das forças produtivas ( terra, matérias-primas, máquinas, mão-de-obra, técnicas de produção e instrumentos de trabalho), para entender as relações que os homens estabelecem entre si durante o processo de produção de bens. Para Marx a base econômica da sociedade (a infraestrutura) determina a superestrutura, que corresponde à organização jurídico-política (Estado, Direito etc.) e à ideologia (formas de consciência social como filosofia, a religião, a moral, as ideias científicas e artísticas) . A este conjunto formado por infraestrutura e superestrutura, através do qual se pode conhecer como as forças produtivas se organizam em determinadas relações de produção, num dado momento histórico, Marx chama de modo de produção”. (Pazzinato, Alceu Luiz & Senise, Maria Helena. História Moderna e Contemporânea) O modo de produção socialista é aquele em que os meios de produção pertencem a sociedade e são administrados pelo Estado. Portanto, a estatização dos meios de produção constitui uma das mais importantes características do socialismo. Podemos também caracterizar o modo de produção socialista da seguinte maneira:

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Socialismo

Seus principais pontos de análise são os seguintes:

1- Estruturado dentro de uma formação histórica e social determinada, o capitalismo

tinha origem estabelecida e morte histórica prevista; 2- A morte do capitalismo se daria quando sua base (trabalho operário), através de um

processo revolucionário, alcançasse poder econômico e político e instaurasse uma “ditadura do proletariado”, com a socialização dos meios de produção;

3- O sistema capitalista assenta-se na exploração do trabalho, sendo a concentração

monopolista do capital proporcional à depauperização do trabalho; 4- Em sua fase de maturidade, o capitalismo apresentaria uma tendência à concentração

do capital, com a consequente e progressiva eliminação da concorrência, gerando monopólios.

MODO DE PRODUÇÃO SOCIALISTA

“Na Europa do século XIX surgiu uma teoria que propôs uma nova forma de

conhecimento da realidade e de ação efetiva da classe trabalhadora. Seu principal articulador foi Karl Marx (1818-1883) que, em colaboração com Friedrich Engels (1820-1895), lançou as bases do socialismo científico, através das obras: Manifesto Comunista (1848), Contribuição à Crítica da Economia Política (1859) e o Capital (1867). Fazendo uma análise social da realidade em que viviam, Marx e Engels perceberam que ela era dinâmica e contraditória. Enquanto o avanço técnico permitia o domínio crescente sobre a natureza, gerando o progresso e o enriquecimento de alguns homens, a classe operária era cada vez mais explorada, empobrecida e afastada dos bens materiais de que necessitava para viver. Portanto, era fundamental estudar os fatores materiais (econômicos e técnicos) e a forma como os bens eram produzidos, para poder compreender a sociedade e explicar a sua evolução. Pelo trabalho, o homem transforma a natureza, produzindo bens para atender as suas necessidades. Nesse processo de produção de bens, as pessoas estabelecem relações entre si. As relações estabelecidas entre os proprietários dos meios de produção (terra, matérias-primas, máquinas e instrumentos de trabalho) e os trabalhadores são chamadas relações sociais de produção. De acordo com o pensamento de Marx e Engels, portanto, é preciso analisar o conjunto das forças produtivas ( terra, matérias-primas, máquinas, mão-de-obra, técnicas de produção e instrumentos de trabalho), para entender as relações que os homens estabelecem entre si durante o processo de produção de bens. Para Marx a base econômica da sociedade (a infraestrutura) determina a superestrutura, que corresponde à organização jurídico-política (Estado, Direito etc.) e à ideologia (formas de consciência social como filosofia, a religião, a moral, as ideias científicas e artísticas) . A este conjunto formado por infraestrutura e superestrutura, através do qual se pode conhecer como as forças produtivas se organizam em determinadas relações de produção, num dado momento histórico, Marx chama de modo de produção”. (Pazzinato, Alceu Luiz & Senise, Maria Helena. História Moderna e Contemporânea)

O modo de produção socialista é aquele em que os meios de produção pertencem a

sociedade e são administrados pelo Estado. Portanto, a estatização dos meios de produção constitui uma das mais importantes características do socialismo. Podemos também caracterizar o modo de produção socialista da seguinte maneira:

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a) Economia planificada isto é a base do funcionamento da economia são os Planos Quinquenais ou Setenais ( 5 em 5 ou 7 em 7 anos).

b) Ênfase a indústria de base. c) A sociedade é mais importante que o indivíduo. d) Burocracia e) Ênfase a articulação dos transportes especialmente os ferroviários e hidroviários. A aplicação do modo de produção socialista ocorreu pela primeira vez na Rússia após a

Revolução de 1917, baseado nos princípios do marxismo (Socialismo científico, elaborado por Friederich Engels e Karl Marx). A Revolução que derrubou a monarquia Czarista foi liderada por Vladimir Ilitch Ulianov (Lênin), Lev Davidovitch (Trótski) e por Josef Stálin.

O governo estabelecido iniciou uma série de reformas que visavam mudanças radicais no país, os principais pontos da reforma foram:

Reforma agrária – Fim da propriedade privada da terra.

Extinção dos títulos de nobreza.

Estatização das indústrias, bancos e estabelecimentos comerciais.

Criação do Exército Vermelho cujo objetivo era garantir a Revolução.

Constituição Provisória de 1918. A oposição às reformas levou o país a uma guerra civil que só termina em 1921. Em dezembro de 1922, a Rússia uniu-se a Transcaucásia, Ucrânia, Rússia Branca, Uzbequistão, Turcomenistão e Tadjiquistão, constituindo-se assim a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

Imagem 1: União da Repúblicas Socialistas Soviéticas.

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MUDANÇAS NO MUNDO SOCIALISTA

A partir do final da década de 70 sensíveis mudanças foram iniciadas no chamado

bloco socialista e evidentemente não se pode falar em uma única causa e sim em uma pluralidade de fatores que terminaram por desencadear alterações significativas. Atualmente apenas quatro países são reconhecidos como socialistas no mundo, são eles China, Cuba, Vietnã e Coréia do Norte cabe aqui a ressalva de que cada um a seu modo tem promovido mudanças no projeto socialista nos últimos anos em especial a China.

CHINA

A Revolução Chinesa ocorrida em 1949, que foi responsável por importantes mudanças estruturais no país, hoje é pouco visível, pois desde 1978 o país vem promovendo uma lenta abertura econômica com a clara introdução de mecanismos capitalistas. Em 1978 a ascensão de Deng Xiaoping ao poder, deu início a uma nova era na China, o principal elemento foi atrair o capital estrangeiro mediante uma série de políticas, entre elas a de determinar um zoneamento econômico onde mediante legislação específica as relações capitalistas de produção possam ocorrer com algumas reservas. Atualmente o crescimento econômico chinês é visto como um modelo a ser seguido inclusive por países subdesenvolvidos, de maneira geral os economistas consideram o receituário econômico chinês irretocável. Algumas considerações se fazem necessárias ao fato: 1-A China permanece como um Estado autoritário. 2- Não tem organização sindical com autonomia 3- Uma sociedade marcada por desigualdades está sendo construída. 4- O país está investindo em poderio militar. 5- A produção tecnológica do país ainda é pouco expressiva. 6- Existem várias Chinas e o processo de crescimento acelerado é restrito as ZEE's.

CUBA

A ilha de Cuba tornou-se socialista em 1959, após a Revolução que derrubou o ditador Fulgêncio Batista, com a queda de Batista, o poder passou a ser exercido por Fidel Castro até 2006. A partir de julho de 2006 o irmão de Fidel, Raul Castro assumiu o poder e deu início a uma lenta abertura econômica. Cuba tem sido um exemplo de país socialista que desenvolveu uma maior resistência a mudança. Do ponto de vista das conquistas o país tem uma importante estrutura de saúde e educação, no primeiro caso a estrutura do setor é a de prevenção e o segundo a importância para a educação através dos investimentos especialmente no ensino fundamental. Atualmente uma abertura econômica está ocorrendo no país dessa vez para a entrada de produtos especialmente eletroeletrônicos e o governo de Obama já acenou com algumas mudanças nas relações. A primeira abertura ocorreu ainda na década de 90, quando o capital da União Européia começou a participar da atividade turística do país tornando-se “sócio” do governo na construção de hotéis luxuosos, especialmente na península de Varadero. O turismo é uma das mais importantes atividades econômicas do país.

CORÉIA DO NORTE

Localizada na península da Coréia, a divisão ainda é resíduo do passado Bipolar. O país vivencia uma situação complicada, pois o atual governo insiste em uma política fechada. A economia da Coréia do Norte mantém-se claramente agrária, o país tem uma relação comercial com o mundo muito reduzida e todos os anos campanhas humanitárias são desenvolvidas pela ONU, para o envio de alimentos para o país. A Coréia do Norte tem

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recebido críticas e está sendo alvo da pressão internacional em face de sua política de desenvolvimento de armas nucleares.

VIETNÃ

A República do Vietnã tornou-se um país conhecido no mundo via uma guerra, talvez a mais lembrada das guerras depois das mundiais.

A separação do Vietnã da França ocorre em meio a bipolaridade e havia uma crescente simpatia no país pelos seguidores do comunismo, o resultado desse fato foi a intervenção americana e uma guerra que durou aproximadamente uma década. Atualmente o país vem promovendo uma pequena abertura econômica e utilizando também o turismo como fonte de divisas. A baia de Halong é o principal ponto turístico do país e candidata a uma das maravilhas naturais do mundo.

GUERRA FRIA, MUNDO BIPOLAR

Em suma, a Guerra Fria foi um período marcado pela disputa ideológica entre EUA e URSS pela hegemonia internacional, em que de fato, nenhum tiro foi diretamente disparado entre os dois lados do “conflito”, o que justifica o nome Guerra Fria. O que se pode dizer é que essa disputa foi marcada pelos conflitos indiretos entre as duas potências rivais em busca de maior poderio político, econômico e militar. Antecedentes

De 1914 a 1945 o mundo passou por duas grandes Guerras, que culminaram em intensa destruição dos países envolvidos, principalmente na Europa, palco dos principais acontecimentos. Desta forma, países como França, Alemanha, Inglaterra, Áustria, Itália e outros países europeus se encontravam completamente destruídos, tanto fisicamente, quanto economicamente e politicamente.

O certo é que junto a esses precedentes, emergia neste cenário duas grandes potências mundiais, as quais haviam sofrido minimamente com ataques em seu território e que detinham grande poder econômico, eram elas EUA (capitalista) e URSS (socialista), que foram cada vez mais ganhando espaço a nível mundial, tanto no aspecto econômico, político ou militar.

O mundo pós segunda Guerra

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os EUA já apresentavam grande crescimento econômico, já se tornara a maior potência industrial e agrícola, e consequentemente o maior expoente do mundo capitalista na época.

Neste contexto, os EUA buscavam novos mercados consumidores para seus produtos, e para tanto necessitava fortalecer o comércio e consequentemente o capitalismo a nível mundial. Desta forma, uma das maneiras encontradas para tanto foi através da “reconstrução” dos países europeus afetados pela guerra e que ainda não haviam adotado o socialismo enquanto modo de produção.

Neste intuito, então, foi realizada em 1944 a conferência de Bretton Woods, situada no leste dos Estados Unidos. Nesta reunião os governos dos países capitalistas defendiam uma nova ordem econômica que buscava a retomada do desenvolvimento capitalista e uma maior integração econômica a nível mundial.

Várias decisões foram tomadas nesta conferência, inicialmente previa-se a criação de organismos financeiros cuja finalidade era conceder empréstimos a países com dificuldades de

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se manter na balança da economia mundial. Neste sentido, foram criados o Banco Mundial, inicialmente criado para captar fundos para a “reconstrução” dos países europeus devastados pela guerra. Posteriormente tornou-se um organismo que fornecia fundos necessários para a criação de infraestruturas necessárias nos países subdesenvolvidos, tais como estradas, portos, ferrovias, entre outros.

O FMI (Fundo Monetário Internacional), foi criado para estimular o comércio internacional e promover a ajuda econômica referente a países membros que estivessem passando por dificuldades financeiras, a partir da criação do FMI, o dólar passou a ser a moeda de referência para as transações comerciais a nível mundial, o que fez com que a moeda alcançasse altos índices de valorização.

A partir desta conferência, ainda foi criado o Gatt, com o intuito de regulamentar o comércio mundial, tal organização, em 1995 passou a se chamar OMC (Organização Mundial do Comércio). O certo é que aas três instituições criadas atual de maneira conjunta, por exemplo, o Banco Mundial só designa recursos aos países que estiverem e acordo com as regras impostas pelo FMI, ou a nível comercial, impostas pela OMC.

Neste contexto, o Estados Unidos surgia como a grande potência do mundo capitalista, liderando esses principais acontecimentos, enquanto ganhava um rival de peso, a potencial socialista, URSS, o que de fato dividiu o mundo em dois polos, o capitalista e o socialista. Plano Marshall x Plano Molotov

Em virtude da grande destruição ocasionada pela segunda guerra aos países europeus, os EUA criaram o que chamamos de Plano Marshall, que tinha por objetivo conceder empréstimos aos países a fim de proporcionar sua reconstrução. Esta foi então a estratégia adotada pelos norte-americanos, a fim de evitar que as nações europeias, já muito fragilizadas, sofressem intervenções dos soviéticos, além de ser uma ação para conter possíveis movimentos e revoluções socialistas internas. Desta forma, os EUA consolidaram a sua base de influência no Oeste Europeu, em oposição ao Leste Europeu, que era formado pelos territórios de domínio e influência da URSS.

Entre os principais beneficiados pelo Plano Marshall, podemos destacar a França, Itália, Alemanha Ocidental, Reino Unido, Japão e outros.

Em consequência à criação do Plano Marshall, os soviéticos criaram o chamado Plano Molotov, que tinha os mesmos objetivos da sua versão Norte-Americana, porém utilizado para a reconstrução dos países que adotavam o socialismo, aos que simpatizavam ou eram influenciados pelo bloco socialista. Desta forma, entre os beneficiados podemos citar a maioria dos países do Leste Europeu, como Polônia, Alemanha Oriental, Bulgária, além de países de outros continentes, como Cuba por exemplo.

É sempre bom salientar que a criação destes planos tinha o intuito de ampliar o espaço de influência pelo mundo, tanto do lado capitalista, quanto socialista. OTAN x Pacto de Varsóvia

Em meio a um cenário cada vez mais crítico, através da partilha do mundo em dois polos de poder, em que as relações diplomáticas entre os países envolvidos eram cada vez mais conflituosas a organização em instituições e pactos militares se tornou imprescindível por ambas as partes.

É neste contexto que nasce a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), representando o lado capitalista, enquanto que do lado socialista é criado o Pacto de Varsóvia. Tais organismos foram criados com o mesmo intuito, intervir em caso de um ataque direto a qualquer um dos membros alinhados a estes. Foram atuantes e determinantes em alguns

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conflitos, como a Guerra das Coreias e a Guerra do Vietnã, ambas na década de 1950. A OTAN existe até os dias atuais, e é uma das organizações mais poderosas da atualidade.

“A cortina de Ferro”

Com todas essas medias, intervenções cada vez maiores por parte dos dois polos de poder, o mundo tomou uma configuração territorial baseada nesta bipolaridade, essa divisão ficava mais nítida no continente europeu, tal divisão ficou conhecida como a “cortina de ferro”. A nível mundial, esta divisão se dava, de um lado os países de 1° mundo (capitalistas), de outro os países de 2° mundo (bloco socialista) e de outro os países de 3° mundo, ou também conhecidos como os “não alinhados”, é deste período que vem a expressão “países de terceiro mundo”, pois geralmente se tratava de países em situação de subdesenvolvimento.

Imagem 1: os três mundos. Fonte: http://geofundamental.blogspot.com.br/2010/05/regionalizacao-do-mundo-pela-origem.html

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Imagem 2: A cortina de ferro. Em vermelho os países do bloco socialista e em azul os países do bloco capitalista. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cortina_de_Ferro

A disputa, cada vez mais acirrada, entre capitalistas e socialistas tornava o mundo cada

vez mais dividido, um dos maiores símbolos desta divisão do mundo em dois polos de poder foi a divisão da Alemanha em duas, de um lado a Alemanha Oriental, socialista sob o comando dos soviéticos, e de outro a Alemanha Ocidental, capitalista sob o comando de EUA, França e Inglaterra.

Esta divisão se deu logo que se findou a segunda Guerra Mundial em 1945, na conferência de Potsdam, onde os “vencedores” Aliados dividiram a Alemanha, maior “perdedora”, entre si. A capital Berlim foi igualmente dividida, e tal divisão era ainda mais nítida com a criação de um muro que dividia a cidade em Berlim Capitalista e Berlim Socialista. Este muro se tornou um dos maiores símbolos do período da Guerra Fria.

Imagem 3: divisão das duas Alemanhas. Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/geografia/guerra-fria.htm

A corrida Armamentista/Espacial e as consequências da Guerra Fria

A disputa entre EUA e URSS não sedava apenas no campo político e econômico, mas se

deu também no campo militar espacial, as quais disputavam entre si a hegemonia mundial nestes seguimentos. A disputa entre os dois países era a tentativa de mostrar quem era capaz de produzir armamento bélico com as tecnologias mais modernas no período. De certa maneira, essa corrida armamentista colaborava para que de fato não houvesse um conflito armado entre as duas potências, pois, ambos sabiam que se caso houvesse, o poder de destruição tomaria proporções devastadoras a nível mundial, por isso este momento ficou conhecido como a “paz armada”, e é daí a expressão Guerra Fria, sem conflitos diretos.

Nesta corrida armamentista, a nível militar, os EUA saíram na frente, ainda durante a segunda guerra os norte-americanos detinham de longe um exército bem articulado e os melhores armamentos, inclusive a criação das armas nucleares, como as bombas utilizadas em Hiroshima e Nagasaki.

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Por sua vez, a URSS lançou o plano nuclear posteriormente aos americanos, no ano de 1959. Já no campo espacial, os soviéticos saíram a frente, colocando em órbita, em 1957, o primeiro satélite espacial construído pelo homem, que ficou conhecido como Sputnik. No mesmo ano, a URSS ainda lançou o Sputnik 2, que ganhou notoriedade pois, se tornou a primeira viagem tripulada para o espaço, nela se encontrava a cachorra Laika. Dois anos depois, os socialistas conseguiram a façanha de fotografar pela primeira vez a superfície da Lua.

No ano seguinte, em 1962, os Norte-americanos enfim conseguiram responder à altura, realizando o primeiro voo espacial ao redor da Terra, até que em 1969 os EUA conseguiram sua maior proeza, enviando o primeiro homem à Lua, através da nave Apollo 11. Crise e queda do bloco socialista

De 1945 aos anos 1970 o mundo assistiu a um crescimento econômico prospero, tanto no lado capitalista, quanto por parte dos socialistas. Porém no fim da década de 1970, os países de ambos os sistemas começaram a apresentar sintomas de crise.

No bloco capitalista, a crise teve origem com os déficits comerciais nos EUA, que levaram o país a desvalorizar sua moeda frente a outras moedas forte, a fim de aumentar a competitividade dos produtos norte-americanos no mercado externo e diminuir a competitividade dos produtos que geralmente eram importados pelos americanos, tal medida protecionista levou a uma recessão e consequente crise no bloco capitalista, que se agravou no ano de 1973 com o aumento do preço do petróleo.

Além do fator econômico dos déficits, tanto EUA, quanto URSS gastaram, durante a corrida armamentista, quantias imensas de dinheiro na construção de armamentos, foguetes, naves, satélites, entre outros, que de fato agravaram ainda mais essa crise.

No mundo socialista, este fato, somado ao esgotamento do próprio sistema, baseado no planejamento estatal planificado, o modelo industrial baseado na indústria de base, de armas e aeroespacial, as crescentes revoltas internas, levaram ao esfacelamento da União Soviética, e consequentemente ao fim do bloco Socialista, nos anos 1990.

Esta mudança, porém, não ocorreu do dia para a noite, é a partir de 1985, durante o governo de Mikhail Gorbatchev que houve uma grande alteração na estrutura política e econômica da URSS, que foi a introdução da chamada Perestroika, medida que propunha uma série de medidas que tinham por objetivo o aprimoramento do sistema de produção e a reforma da propriedade particular. Devido à resistência do partido Comunista frente a essas medidas e a necessidade do apoio popular, foi implantada então a glasnost, um conjunto de mudanças políticas que permitiam a liberdade de expressão e de informação, as quais não existiam no regime socialista, nem mesmo na ditadura czarista.

Esse conjunto de mudanças, os acordos selados entre EUA e URSS, levaram ao fim da Guerra Fria no fim dos anos 1980, com a independência de vários países que pertenciam ao conjunto URSS, de maneira que o maior marco que simbolizou o fim, de fato, da bipolaridade, foi a queda do Muro de Berlim em novembro de 1989, e a então unificação alemã.

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Imagem 4: Queda do muro de Berlim, novembro de 1989. Fonte:

https://angelinawittmann.blogspot.com.br/2014/11/queda-do-muro-ha-25-anos-historia.html

A queda do Bloco Socialista e o fim da Guerra Fria trouxe uma nova configuração ao espaço geográfico europeu, a principal delas, a unificação alemã, posteriormente a independência das 15 repúblicas socialistas. O desmembramento da Tchecoslováquia deu origem a dois novos países, a República Tcheca e a Eslováquia. Ainda nos anos 1990, a Iugoslávia foi totalmente esfacelada, dando origem através de inúmeros conflitos separatistas, a novos países, com culturas e nacionalidades totalmente distintas, como a Sérvia, Montenegro, Croácia, Eslovênia, Bósnia, Macedônia.

O certo é que o fim da Guerra Fria, proporcionou um rearranjo territorial em todo o Leste Europeu, rearranjo tal que até os dias atuais ainda vem sofrendo alterações, e que em um período próximo pode se mostrar de maneira distinta das quais se tem hoje.

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Imagem 5: Configuração territorial europeia atual. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Europa

Referencias: https://pt.wikipedia.org/wiki/Europa http://brasilescola.uol.com.br/geografia/guerra-fria.htm http://www.estudopratico.com.br/guerra-fria-resumo-das-consequencias-e-suas-

caracteristicas/