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Eletricidade básica automotiva

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Eletricidade básicaautomotiva

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Eletromecânica automotiva - EletricidadeEletricidade básica automotiva

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Eletromecânica automotiva - EletricidadeEletricidade básica automotiva

Rio de Janeiro

2001

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Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro

Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira

Presidente

Diretoria Corporativa Operacional

Augusto César Franco de Alencar

Diretor

SENAI - Rio de Janeiro

Paulo Roberto Gaspar Domingues

Diretor Regional do SENAI - RJ

Diretoria de Educação

Regina Maria de Fátima Torres

Diretora

Gerência de Educação Profissional

Luis Roberto Arruda

Gerente

Page 5: Eletricidade básica automotiva

Eletromecânica automotiva - EletricidadeEletricidade básica automotiva

SENAI

Page 6: Eletricidade básica automotiva

© 2001

SENAI - Rio de Janeiro

Diretoria de Educação

Gerência de Educação Profissional

Ficha Técnica

Gerência de Educação Profissional Luis Roberto Arruda

Gerência de Produto Automotivo Darci Pereira Garios

Coordenação Vera Regina Costa Abreu

Elaboração Almir Pires dos SantosJaime José Gomes MoreiraFábio Barreto de Abreu

Revisão gramatical e editorial Izabel Maria de Freitas Sodré

Projeto gráfico Emerson Gonçalves MoreiraHugo Norte

Colaboração (Gerência de Produto Automotivo) Denver Brasil Pessôa RamosSílvio Romero Soares de Souza

SENAI - Rio de JaneiroGEP - Gerência de Educação ProfissionalRua Mariz e Barros, 678 - Tijuca20270-002 - Rio de Janeiro - RJTel: (21) 2587-1121Fax: (21) 2254-2884

http://www.rj.senai.br

Page 7: Eletricidade básica automotiva

VOL IEletricidadeSumário

ApresentaçãoUma palavra inicial

01Eletricidade básica automotiva

IntroduçãoFundamentos da eletricidade 19Definições

Eletricidade 22TiposTipos de corrente elétrica

Grandezas elétricas 24ConceituaçãoCorrente elétricaTensão elétricaResistência elétricaPotência elétricaUnidades e símbolos elétricos

Circuito elétrico 26Tipos de circuito

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VOL IEletricidade

Lei de Ohm 27Fusível

Magnetismo 29ÍmãsPólo magnéticoCampo magnéticoForça magnéticaLinhas de força

Eletromagnetismo 30Motor elétrico/gerador

Bibliografia 31

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9SENAI-RJ

ApresentaçãoA dinâmica social dos tempos de

globalização exige dos profissionaisatualização constante. Mesmo as áreastecnológicas de ponta ficam obsoletas emciclos cada vez mais curtos, trazendodesafios que são renovados a cada dia etendo como conseqüência para a educa-ção a necessidade de encontrar novas erápidas respostas.

Nesse cenário impõe-se a educaçãocontinuada,exigindo que os profissionaisbusquem atualização constante, durantetoda a sua vida – e os docentes e alunosdo SENAI/RJ incluem-se nessas novasdemandas sociais.

É preciso, pois, promover, tanto paradocentes como para alunos da EducaçãoProfissional, as condições que propiciemo desenvolvimento de novas formas deensinar e de aprender, favorecendo otrabalho de equipe, a pesquisa, a inicia-tiva e a criatividade, entre outros,ampliando suas possibilidades de atuarcom autonomia, de forma competente.

Assim, não cabe mais a utilização demateriais didáticos únicos e que nãoapresentam flexibilidade. Este materialconstitui-se numa base de dados a serconsultada pelos docentes e alunos,uma dentre várias fontes que podemser usadas.

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10SENAI-RJ

Portanto, aos dados aqui apresen-tados é preciso somar outros, resul-tantes de pesquisas realizadas pordocentes e alunos, bem como é impor-tante propiciar situações de apren-dizagem estimulantes e desafiadoras.

Reforça essa indicação a constataçãode que também na área de Eletrome-cânica Automotiva ocorrem rápidasmudanças, com evolução constante dosmodelos de automóveis, que é necessárioacompanhar, buscando atualização emfontes diversificadas, principalmente nosManuais de Uso e de Reparações queacompanham os modelos.

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11SENAI-RJ

Uma palavra inicialMeio ambiente...

Saúde e segurança no trabalho...

O que é que nós temos a ver com isso?

Antes de iniciarmos o estudo deste material, há dois pontos quemerecem destaque: a relação entre o processo produtivo e o meioambiente; e a questão da saúde e segurança no trabalho.

As indústrias e os negócios são a base da economia moderna.Produzem os bens e serviços necessários, e dão acesso a emprego e renda;mas, para atender a essas necessidades, precisam usar recursos ematérias-primas. Os impactos no meio ambiente muito freqüentementedecorrem do tipo de indústria existente no local, do que ela produz e,principalmente, de como produz.

É preciso entender que todas as atividades humanas transformamo ambiente. Estamos sempre retirando materiais da natureza,transformando-os e depois jogando o que “sobra” de volta ao ambientenatural. Ao retirar do meio ambiente os materiais necessários paraproduzir bens, altera-se o equilíbrio dos ecossistemas e arrisca-se aoesgotamento de diversos recursos naturais que não são renováveis ou,quando o são, têm sua renovação prejudicada pela velocidade da extração,superior à capacidade da natureza para se recompor. É necessário fazerplanos de curto e longo prazo, para diminuir os impactos que o processoprodutivo causa na natureza. Além disso, as indústrias precisam sepreocupar com a recomposição da paisagem e ter em mente a saúde dosseus trabalhadores e da população que vive ao redor dessas indústrias.

Com o crescimento da industrialização e a sua concentração emdeterminadas áreas, o problema da poluição aumentou e se intensificou.A questão da poluição do ar e da água é bastante complexa, pois asemissões poluentes se espalham de um ponto fixo para uma grande região,dependendo dos ventos, do curso da água e das demais condiçõesambientais, tornando difícil localizar, com precisão, a origem do problema.No entanto, é importante repetir que, quando as indústrias depositamno solo os resíduos, quando lançam efluentes sem tratamento em rios,lagoas e demais corpos hídricos, causam danos ao meio ambiente.

O uso indiscriminado dos recursos naturais e a contínua acumulaçãode lixo mostram a falha básica de nosso sistema produtivo: ele opera emlinha reta. Extraem-se as matérias-primas através de processos deprodução desperdiçadores e que produzem subprodutos tóxicos. Fabricam-se produtos de utilidade limitada que, finalmente, viram lixo, o qual seacumula nos aterros. Produzir, consumir e dispensar bens desta forma,obviamente, não é sustentável.

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12SENAI-RJ

Enquanto os resíduos naturais (que não podem, propriamente, serchamados de “lixo”) são absorvidos e reaproveitados pela natureza, amaioria dos resíduos deixados pelas indústrias não tem aproveitamentopara qualquer espécie de organismo vivo e, para alguns, pode até serfatal. O meio ambiente pode absorver resíduos, redistribuí-los etransformá-los. Mas, da mesma forma que a Terra possui uma capacidadelimitada de produzir recursos renováveis, sua capacidade de receberresíduos também é restrita, e a de receber resíduos tóxicos praticamentenão existe.

Ganha força, atualmente, a idéia de que as empresas devem terprocedimentos éticos que considerem a preservação do ambiente comouma parte de sua missão. Isto quer dizer que se devem adotar práticasque incluam tal preocupação, introduzindo processos que reduzam o usode matérias-primas e energia, diminuam os resíduos e impeçam apoluição.

Cada indústria tem suas próprias características. Mas já sabemosque a conservação de recursos é importante. Deve haver crescentepreocupação com a qualidade, durabilidade, possibilidade de conserto evida útil dos produtos.

As empresas precisam não só continuar reduzindo a poluição, comotambém buscar novas formas de economizar energia, melhorar osefluentes, reduzir a poluição, o lixo, o uso de matérias-primas. Reciclar econservar energia são atitudes essenciais no mundo contemporâneo.

É difícil ter uma visão única que seja útil para todas as empresas.Cada uma enfrenta desafios diferentes e pode se beneficiar de sua própriavisão de futuro. Ao olhar para o futuro, nós (o público, as empresas, ascidades e as nações) podemos decidir quais alternativas são maisdesejáveis e trabalhar com elas.

Infelizmente, tanto os indivíduos quanto as instituições só mudarãoas suas práticas quando acreditarem que seu novo comportamento lhestrará benefícios — sejam estes financeiros, para sua reputação ou parasua segurança.

A mudança nos hábitos não é uma coisa que possa ser imposta.Deve ser uma escolha de pessoas bem-informadas a favor de bens eserviços sustentáveis. A tarefa é criar condições que melhorem acapacidade de as pessoas escolherem, usarem e disporem de bens eserviços de forma sustentável.

Além dos impactos causados na natureza, diversos são os malefíciosà saúde humana provocados pela poluição do ar, dos rios e mares, assimcomo são inerentes aos processos produtivos alguns riscos à saúde esegurança do trabalhador. Atualmente, acidente do trabalho é uma

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13SENAI-RJ

questão que preocupa os empregadores, empregados e governantes, e asconseqüências acabam afetando a todos.

De um lado, é necessário que os trabalhadores adotem umcomportamento seguro no trabalho, usando os equipamentos de proteçãoindividual e coletiva, de outro, cabe aos empregadores prover a empresacom esses equipamentos, orientar quanto ao seu uso, fiscalizar ascondições da cadeia produtiva e a adequação dos equipamentos deproteção.

A redução do número de acidentes só será possível à medida quecada um – trabalhador, patrão e governo – assuma, em todas as situações,atitudes preventivas, capazes de resguardar a segurança de todos.

Deve-se considerar, também, que cada indústria possui um sistemaprodutivo próprio, e, portanto, é necessário analisá-lo em suaespecificidade, para determinar seu impacto sobre o meio ambiente,sobre a saúde e os riscos que o sistema oferece à segurança dostrabalhadores, propondo alternativas que possam levar à melhoria decondições de vida para todos.

Da conscientização, partimos para a ação: cresce, cada vez mais, onúmero de países, empresas e indivíduos que, já estando conscientizadosacerca dessas questões, vêm desenvolvendo ações que contribuem paraproteger o meio ambiente e cuidar da nossa saúde. Mas, isso ainda não ésuficiente... faz-se preciso ampliar tais ações, e a educação é um valiosorecurso que pode e deve ser usado em tal direção. Assim, iniciamos estematerial conversando com você sobre o meio ambiente, saúde esegurança no trabalho, lembrando que, no seu exercício profissionaldiário, você deve agir de forma harmoniosa com o ambiente, zelandotambém pela segurança e saúde de todos no trabalho.

Tente responder à pergunta que inicia este texto: meio ambiente, asaúde e a segurança no trabalho – o que é que eu tenho a ver com isso?Depois, é partir para a ação. Cada um de nós é responsável. Vamos fazera nossa parte?

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Eletricidadebásica

automotiva

01

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17SENAI-RJ

Introdução

A natureza da força elétrica é muitodifícil de ser visualizada, mas é

facilmente observável quanto aos seusefeitos. A eletricidade produz resultadosperfeitamente previsíveis.

Ao longo dos anos, vários cientistasdescobriram que a eletricidade parece secomportar de maneira constante e previ-sível em dadas situações, ou quandosujeita a determinadas condições.Observaram e descreveram as caracte-rísticas da corrente elétrica, sob a formade regras. Estas regras recebem comu-mente o nome de leis. Pelo aprendizadodas regras ou leis aplicáveis ao com-portamento da eletricidade, você teráaprendido eletricidade.

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19SENAI-RJ

elétron

núcleo(prótons enêutrons)

H HO

H2O – molécula de água

DefiniçõesPara compreender melhor a ele-

tricidade, vejamos as seguintes defi-nições:

MatériaÉ toda substância sólida, líquida ou

gasosa que ocupa lugar no espaço.

MoléculaÉ a menor partícula, na qual deve-

mos dividir uma matéria, sem que estaperca suas propriedades básicas.

ÁtomoSão partículas infinitamente pe-

quenas que constituem a molécula.

É no átomo que se dá o movimentoeletrônico.

ConstituiçãoO átomo se constitui de• prótons (cargas elétricas positivas)• nêutrons (cargas nulas)• elétrons (cargas elétricas negativas)

Os elétrons giram ao redor donúcleo. (prótons e nêutrons). (fig. 1)

RegiõesO átomo é configurado por duas

regiões:

· Região central ou núcleo

· Região periférica ou orbital (ele-trosfera), onde as órbitas são produzidaspelo giro dos elétrons em alta velo-cidade. (fig. 2)

Fundamentos da eletricidade

Os átomos podem ter uma ouvárias órbitas, dependendo do seunúmero de elétrons, sendo que cadaórbita contém um número específico deelétrons. (fig. 3)

fig. 1Átomo

órbita

núcleo

elétron

orbital

nêutron

próton

fig. 2

QP

ON

ML

K 28

1832

182

letras deidentificação

das órbitas nº máximode elétronspor órbita

32

fig. 3

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20SENAI-RJ

ÍonsTodos os elétrons podem ser remo-

vidos de seus átomos bastando, para isso,alterar, através da aplicação de uma forçaexterna, o equilíbrio entre as forçascentrífuga e centrípeta que os mantémem suas órbitas.

A remoção dos elétrons de suasórbitas provoca o desequilíbrio elétricodo átomo. Como os elétrons possuemcargas negativas, o átomo se tornaráeletricamente positivo.

Os elétrons livres são elétrons dasórbitas externas dos átomos, prin-cipalmente os da última órbita. Esseselétrons são removidos com relativafacilidade.

A teoria eletrônica estuda o átomosó no aspecto da sua eletrosfera (regiãoperiférica ou orbital), nunca alterando oseu núcleo.

A parte da Física que estuda aalteração do núcleo do átomo é a físicanuclear.

Os átomos no estado natural sãosempre eletricamente neutros, isto é, onúmero de cargas positivas é igual aonúmero de cargas negativas (nº deprótons = nº de elétrons). Quando essesnúmeros são diferentes, aparecem osíons, átomos eletricamente desequi-librados, pois perderam ou receberamelétrons através de uma força externa.

Os íons são classificados em posi-tivos e negativos.

CátionsSão átomos que perderam elétrons

(íons positivos).

ÂnionsSão átomos que receberam elé-

trons (íons negativos).

Número atômicoCada elemento pode ser iden-

tificado por seu número atômico, que éo número de prótons existentes nonúcleo deste elemento. Por exemplo, onúmero atômico do hidrogênio é 1, dooxigênio é 8, do urânio é 92 e do cobre é29, o que significa dizer que tais elemen-tos possuem 1, 8, 92 e 29 prótons,respectivamente.

Cada elemento possui o seu nú-mero atômico. No espaço, existem maisde 100 elementos diferentes com seusrespectivos números atômicos. (fig. 4)

fig. 4

próton

elétron

hidrogênio urânio átomo de cobre

As características elétricas de umelemento, em grande parte, são deter-minadas pelo número de elétrons de suacamada mais externa.

Elementos que contêm menos de4 elétrons na última camada são geral-mente classificados como bons condu-tores de eletricidade, com graus vari-áveis de condutibilidade entre si. (fig. 5)Os elementos que contêm mais de 4elétrons na última camada são mauscondutores de eletricidade, e são cha-mados de isolantes ou dielétricos. Os quecontém 4 elétrons na última camada sãoclassificados como semicondutores.(fig. 5)fig. 5

átomo de alumíno átomo de prata

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21SENAI-RJ

SemicondutoresSão materiais que, dependendo da

utilização, são ou não condutores.

CondutoresSão os componentes responsáveis

pelo transporte da corrente elétrica.Normalmente são fios de metal, cobreou alumínio.

Todos os metais, geralmente, sãobons condutores de eletricidade. Istodecorre da facilidade de os elétrons seliberarem. No entanto, alguns metaisconduzem a eletricidade melhor queoutros, característica esta da resistênciade cada tipo de material.

ResistênciaOs condutores oferecem alguma

dificuldade ou resistência elétrica aofluxo da corrente. Esta resistênciaresulta de dois fatores:

1. cada átomo resiste à remoção deelétrons devido à atração exercida noselétrons pelos prótons do núcleo;

2. as infinitas colisões que ocorrementre os elétrons, à medida que semovem através do condutor, repre-sentam resistência elétrica e conse-qüentemente provocam elevação datemperatura.

Os fatores que influem na resis-tência da passagem dos elétrons nocondutor estão ligados à temperatura,diâmetro ou seção, natureza (material)e comprimento do condutor.

Obs.: Resistência elétrica comounidade elétrica será tratada adiante.

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22SENAI-RJ

Os átomos são eletricamente neu-tros, considerando-se que as cargas deprótons (+) e elétrons (-) são iguais emmódulos.

Um fio de cobre, por exemplo,contém uma infinidade de átomos.Colocando-se uma carga positiva e outranegativa em cada extremidade docondutor, o elétron de um átomo pró-ximo da extremidade positiva do fio seráatraído pela carga positiva, aban-donan-do seu átomo, que ficará positivamentecarregado, porque liberou um elétron, eexercerá uma força de atração no elétrondo átomo vizinho. Este dará seu elétrone, simultaneamente, colherá um elétrondo outro vizinho. (fig. 6)

TiposEletricidade estática

É a eletricidade que envolve cargaselétricas paradas. É gerada por atrito,pela perda de elétrons durante o fric-cionamento.

Eletricidade dinâmicaÉ o fluxo de elétrons através de um

condutor. Para que este fenômenoocorra, é necessário, no mínimo, umafonte de energia, um consumidor e oscondutores fechando o circuito. (fig. 7)

Eletricidade

O efeito de deslocamento de elé-trons continuará, enquanto foremmantidas as cargas positivas e negativasnas extremidades deste fio. Portanto,pode-se dizer que a eletricidade é o fluxode elétrons de átomo a átomo numcondutor. É, pois, através do desequílibrodo átomo, que, forçosamente, se dará omovimento de elétrons. Este movi-mento é chamado de eletricidade.

Tipos de correnteelétricaCorrente alternada

É a corrente em que o fluxo deelétrons alterna periodicamente seusentido. É utilizada normalmente em

fig. 6

fio de cobre

fluxo de elétrons

carga positiva carga negativa

fig. 7

condutoresfonte deenergia

consumidor

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23SENAI-RJ

sistemas residenciais e industriais.(fig. 8)fig. 8

I = Corrente em Ampère (A)T+ Unidade de tempo em segundos (S)

I (A)

O

amplitude

T (S)

período

Corrente contínuaÉ a corrente em que o fluxo de

elétrons mantém sentido constante aolongo do tempo. É utilizada normal-mente nos sistemas elétricos veiculares.(fig. 9)fig. 9

I (A)

T (s)

Page 21: Eletricidade básica automotiva

24SENAI-RJ

ConceituaçãoGrandeza é tudo aquilo que pode

ser medido.

Grandezas elétricas são as queenvolvem efeitos elétricos, ou ainda, quecontribuem ou interferem nessesefeitos. As mais importantes para esseestudo são:

Corrente elétricaToda vez que houver um dese-

quilíbrio elétrico num material, haverádeslocamento de elétrons. A esse fluxode elétrons dar-se-á o nome de correnteelétrica, cuja unidade de medida é ocoulomb (C).

1 coulomb é igual a 6,25 x 1018

elétrons, ou seja, 6250000000000000000(seis quintilhões e duzentos e cinqüentaquatrilhões) de elétrons.

Quando circularem 6,25 x 1018

elétrons por um condutor, dir-se-á queestá circulando uma corrente elétrica de1 coulomb.

O coulomb não é, porém, umaunidade muito usada na área auto-mobilística, pois, com ele, não se faz amedição da intensidade em relação aotempo. Para se poder medir e comparara corrente elétrica, houve a necessidadede se medir a intensidade de correnteem relação ao tempo.

Criou-se, em conseqüência, umaoutra unidade, o ampère, que é repre-sentado pela letra (A) e equivale a 1coulomb por segundo.

1A=1 coulomb/seg ou,1A = 1C/s

A corrente elétrica é, portanto, ofluxo de elétrons por segundo através docondutor.

Tensão elétricaÉ a diferença de potencial entre

dois pontos em um circuito. Para que oselétrons se desloquem através de umcondutor, é necessária uma força oupressão que impulsione esses elétrons.Essa força é chamada de tensão.

Estabelecendo um paralelo entreuma bateria e uma caixa d’água, veri-ficamos que a caixa d’água fornece águasob pressão, enquanto que a bateriaestabelece a diferença de potencial entredois pontos de um circuito, empurrandoos elétrons através dos condutores. (fig.10)

Grandezas elétricas

Resistência elétricaÉ definida pela oposição oferecida

por uma substância ou material àpassagem de corrente elétrica. Assimcomo um redutor hidráulico reduz ofluxo de água em uma tubulação, aresistência elétrica também limita acorrente elétrica. (fig. 11)

diferençade potencialgravitacional

diferençade potencialelétrico

fig. 10

Page 22: Eletricidade básica automotiva

25SENAI-RJ

Potência elétricaÉ a medida do trabalho elétrico

realizado num determinado tempo.Como é uma grandeza, a potênciaelétrica pode ser medida. Sua unidadepadrão que é o Watt. (W).

Unidades e símboloselétricos

Observe o quadro a seguir.

fig. 11

resistência

água

M

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26SENAI-RJ

rádio

interruptorfechado

Dá-se esse nome ao caminho que acorrente elétrica faz para executar umtrabalho. Para obtermos um circuitocompleto, devemos ter, no mínimo,uma fonte de energia (bateria), umconsumidor (lâmpada) e o condutor(fio).

Tipos de circuitoCircuito em série — neste circuito,

a corrente elétrica tem apenas umcaminho, passando por todos os com-ponentes. Se um deles for interrom-pido, não haverá passagem de correntee o circuito não funcionará. (fig. 12)

Circuito elétrico

fig. 12Circuito em série

Circuito paralelo — neste circuitoa corrente elétrica tem mais de umcaminho a seguir. Se um componente forinterrompido (queimar), o circuitocontinuará funcionando. (fig.13)

fig. 13Circuito paralelo

Circuito misto - é o circuito for-mado pela combinação de dois ou maiscircuitos, em série e paralelo. (fig.14)

rádio

interruptor

bateria

lâmpada

fig. 14Circuito misto

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27SENAI-RJ

Req = 3? ????? ?? ??? ?????Req = 13?

É a relação matemática das gran-dezas elétricas, expressa por umafórmula. As grandezas elétricas serelacionam entre si de maneira bas-tante simples. Esta relação é chamadade Lei de Ohm, em homenagem aoprimeiro físico que a estudou. Várias desuas aplicações são executadas por nósdiariamente, como se vê abaixo:

A tensão, no circuito em série, é asoma das quedas de tensão em cadacomponente do circuito e é igual àtensão da fonte (bateria). (fig.16)

Lei de Ohm

A corrente, no circuito paralelo, éigual à soma das correntes em cada ramodo circuito. Várias vias de passagem pos-sibilitam a passagem de mais corrente.(fig. 17)

A corrente (amperagem), numcircuito em série, é a mesma em qual-quer ponto do circuito, independente dovalor de cada resistência.

fig. 18

6 ? Req1= 6?

Req2 = =6 + 6 12

6 X 6 36

Req2= 3?

Req = =6 + 3 96 X 3 18

Req = 2?

6? Req2= 3?

Req = 2?

Então o circuito resumido para cálculo, torna-se:

Se então conhecermos os valoresde no mínimo duas grandezas, chega-remos ao resultado da terceira. Ou seja:

A resistência equivalente (Req), outotal num circuito em série, é igual àsoma de todas as resistências. (fig.15)

P=V . I

I =P ÷ V

V =P ÷I

P

V I

V=I . R

I =V ÷ R

R=V ÷ I

V

I R

V=tensãoR=resistênciaI=corrente

P=potência elétricaV=tensãoI=corrente

fig. 15

fig. 16

4V + 5V +3V = 12V

Porém a tensão, no circuito emparalelo, é a mesma da fonte (bateria).(fig.18)

fig. 17

It = 2A + 5A + 2 A

It = 9A

It = ?

6 ?

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28SENAI-RJ

fig. 19

FusívelComponente cuja finalidade é

proteger o sistema elétrico contracurtos–circuitos ou sobrecargas. Funde--se quando a corrente circulante atingeum limite acima do tolerável, inter-rompendo o circuito.

Ao se dimensionar um fusível,deve-se conhecer a corrente que circula-rá pelo circuito, e escolher, então, umcom capacidade 25 a 50% maior que acorrente do circuito.

Resumo da Lei de Ohm

As relações entre potência, tensão,corrente e resistência estão no dia-grama abaixo. Observando-se que as duasprincipais são :

V = R x I e

P = V x I,

chegaremos com facilidade a qualquerde suas derivações. (fig.19)

Page 26: Eletricidade básica automotiva

29SENAI-RJ

Magnetismo – é a propriedade quecertas substâncias possuem de atrairmateriais ferrosos. Estas substâncias sãochamadas de ímãs.

ÍmãsOs ímãs podem ter a propriedade

magnética por tempo indeterminado(longo período), ou de forma temporária(duração limitada, curto período).

Pólo magnéticoOs ímãs possuem dois pólos mag-

néticos definidos (pólo norte e pólo sul)nas extremidades onde estão concen-tradas as forças de atuação. (fig.20)

Magnetismo

Campo magnéticoUma carga elétrica em movi-

mento cria, no espaço em torno dela, umcampo magnético, que atua sobre outracarga elétrica em movimento, exercendosobre ela uma força magnética. Logo, éa região do espaço onde se manifesta aforça magnética.

Força magnéticaQuando duas cargas elétricas estão

em movimento, aparece entre elas umaforça que é denominada força mag-nética.

Linhas de forçaDefinem o campo magnético cir-

culante entre os pólos de um ímã.

As linhas de força partem sempredo pólo norte para o pólo sul. Pólos iguaisse repelem e pólos diferentes se atraem.(fig.21)

fig. 21

N S

S N

campo magnético

fig. 20

pólosul

pólonorte

S N

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30SENAI-RJ

Eletromagnetismo é um campomagnético obtido através da correnteelétrica. Ou seja, ao percorrer umcondutor, a corrente elétrica gera, emtorno do mesmo, um campo magnético.Se o condutor for enrolado em forma deuma bobina e receber uma correnteelétrica, cria-se um campo magnéticodevido à interação (soma) das linhas deforça.

O condutor transforma-se, então,em um eletroímã. (fig.22)

Motor elétrico/Gerador

Aproveitando a propriedade doseletroímãs de trocar facilmente aspolaridades magnéticas, obteve-se omotor elétrico.

O princípio de funcionamento deum gerador está baseado no fato de umcampo magnético cortar ou ser cortadopor um condutor. Neste, é gerada umacorrente induzida (fig. 24).

Eletromagnetismo

A intensidade desse campo mag-nético poderá ser aumentada se:

1. for aumentado o número deespiras do condutor;

2. for aumentada a corrente elé-trica que circula;

3. for introduzido, no interior dabobina, um núcleo de ferro para concen-trar mais o campo magnético.

Podemos inverter a polaridademagnética, invertendo a direção dacorrente elétrica. (fig.23)

correnteelétrica

campo magnético

fig. 22

fig. 23

N S

fig. 24

S N S N

A intensidade dessa corrente indu-zida é diretamente proporcional:

1. ao número de espiras da bobina;

2. à intensidade do campo mag-nético;

3. à velocidade do movimento docondutor ou do campo magnético.

Page 28: Eletricidade básica automotiva

31SENAI-RJ

Bibliografia1. BOSCH. Conheça os produtos Bosh da parte elétrica e de ignição do seu carro.

Campinas, 1989.

2. FIAT. Sistemas elétricos I. Betim: Treinamento Assistencial/Assistência Técnica, [s.d.].

3. GENERAL MOTORS (BRASIL) . Sistemas elétricos II. Betim: TreinamentoAssistencial/Assistência Técnica, [s.d.].

4. ______. Eletricidade; fase I. São Paulo: Departamento de Pós-venda, [s.d.]. (Treinamento de serviço - veículo).

5. ______. Eletricidade; fase II. São Paulo: Departamento de Pós-venda, [s.d.]. (Treinamento de serviço – veículo).

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7. JORNAL DA TARDE, KLICK EDITORIA (ed.) Conheça seu carro. [São Paulo, s.d.]. Suplemento.

8. PRIZENDT, Benjamin (org.). Eletricidade do motor. São Paulo: Senai-SP/ DRD, 1992. (Mecânico de automóvel, III, 9).

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10.VOLKSWAGEN (Brasil). Conceitos básicos de eletricidade. São Bernardo do Campo, 1986.

11.______. Sistemas elétricos. São Bernardo do Campo, 1989.

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Rua Mariz e Barros, 678Pça da BandeiraCEP 20270-002 Rio de Janeiro RJTelefone: (021) 2587 1121Fax (021) 2254 2884Central de atendimento 0800-231231http://www.senai.org.br

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