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Eletricidade e Energias Renováveis em Portugal VII Conferência Anual da RELOP Cabo Verde 4 de setembro de 2014 Alexandre Silva Santos

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Eletricidade e Energias Renováveis em Portugal

VII Conferência Anual da RELOP

Cabo Verde4 de setembro de 2014Alexandre Silva Santos

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Agenda

1. A evolução recente das energias renováveis no setor elétrico português

2. Os desafios do presente

3. Notas finais

Setembro de 2014ERSE - Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos 2

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Agenda

1. A evolução recente das energias renováveis no setor elétrico português

2. Os desafios do presente

3. Notas finais

Setembro de 2014ERSE - Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos 3

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Várias gerações de legislação de apoio às renováveis

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A evolução recente das energias renováveis no setor elétrico português

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Tarifa garantida• Com ou sem fórmula de indexação

Diferenciação por tecnologia• Prémio às tecnologias menos competitivas

Concursos• Escolha de grandes investidores através de vários critérios

Tarifa garantida por lotes de preço decrescente• Rápida evolução tecnológica e redução de custos

Plano nacional de barragens• Licenciamento de novas hídricas num contexto de agilização do processo

administrativo

Autoconsumo e remuneração de excedentes• Redução dos custos para o sistema elétrico. Liberalização da atividade de

produção.

Cogeração

Eólica e Solar

Eólica

Micro Solar

Hídrica

Renováveis pequena escala

Os vários tipos de incentivo valorizam diferentes objetivos: cumprimento de metas de energia renovável, diversificação de tecnologias, dispersão dos benefícios, contenção do custo, etc.

Vetor privilegiado

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Evolução da potência instalada

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A evolução recente das energias renováveis no setor elétrico português

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Fruto dos incentivos administrativos, a potência instalada em produção descentralizada (sobretudo renovável) passou de 1000 para 6800 MW entre 2000 e 2013. Esta produção está ligada à rede de transporte e à rede de distribuição.

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[GW

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Grande Hídrica Eólica Cog. Renov. Hídrica PRE Biomassa RSU Fotovoltaica Biogás

Evolução da energia de origem renovável

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A produção renovável cresceu rapidamente, sobretudo devido à energia eólica. A componente hídrica tem uma grande volatilidade de ano para ano. Em 2013, a produção de origem renovável correspondeu a 63% do consumo.

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Evolução do custo em preço médio e em sobrecusto total

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As renováveis com custo marginal nulo reduzem o preço do mercado grossista.As tarifas administrativas foram incentivando tecnologias menos competitivas como a solar fotovoltaica, aumentando o seu preço médio.O sobrecusto a suportar pelas tarifas cresceu quer em termos unitários quer em volume.

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A subutilização das centrais térmicas (em particular as TGCC)

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PRE Carvão CCGT Fúel/Gasóleo Hídrica Importação Fator carga CCGTs

O consumo tem-se mantido estável enquanto a produção renovável (sobretudo eólica) cresceu rapidamente. Em resultado, as centrais térmicas convencionais têm reduzido a sua participação no mercado, sobretudo as centrais a gás natural.O fator de utilização dessas centrais foi de 4% em 2013.

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Colocação de energia adquirida pelo Comercializador de Último Recurso (CUR) aos produtores em regime especial, através de um mecanismo de leilões de produtos a prazo de maturidade diversa.

Entre outras vantagens, permite a cobertura dos riscos comerciais de preço e de fornecimento pelos comercializadores em regime de mercado e a estabilização das condições de receita do CUR na função de compra e venda de energia eléctrica da produção em regime especial (e consequente estabilização da determinação do sobrecusto da PRE).

Leilões de PRE

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2012: os produtos colocados apresentaram pay-off positivo no valor de 17,80 milhões de euros (diferença entre a receita obtida com a colocação a prazo e a receita que se obteria com a colocação da mesma energia em mercado diário), permitindo reduzir o sobrecusto da PRE.

2013: pay-off positivo no valor de 42,06 milhões de euros.

Resultados dos leilões de PRE

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Rotulagem

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Simulador de rotulagem

(A Lord)

O que é a rotulagem de energia elétrica? Apresentação de informação aos consumidores sobre:

– as origens da energia elétrica que consomem– os impactes ambientais provocados na sua produção

Para que serve? Diferenciação dos comercializadores e dos seus produtos

– Critério de escolha adicional ao preço– Maior concorrência no mercado retalhista (ex. novos produtos)

Responsabilização dos consumidores– Opções de consumo mais informadas (impactes ambientais associados)– Comprometimento dos consumidores quanto às suas escolhas de consumo

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2. Os desafios do presente

3. Notas finais

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A percentagem de renováveis no sistema português chegou a um nível elevado. A sua sustentabilidade económica através de apoios do estado (financiados pelas tarifas reguladas) coloca uma grande pressão nos custos regulados (extra-mercado).

As componentes de custos regulados de política energética podem afetar a competitividade entre os preços de eletricidade de países no mesmo espaço económico. Na União Europeia promove-se um mercado grossista de energia comum (com preços próximos) mas o nível de preços no retalho continua muito diferenciado nos vários países.

A evolução tecnológica tem reduzido muito os custos de investimento em centrais eólicas e fotovoltaicas. A necessidade de incentivos administrativos tende a desaparecer para essas tecnologias.

Esta tendência pode alterar significativamente a matriz energética atual, com maior presença de pequena produção dispersa na rede.

Contenção do custo tarifário das ER

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Os desafios do presente

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Gestão “inteligente“ das redes

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Os desafios do presente

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A produção descentralizada está dispersa pela rede de transporte e distribuição. Atualmente, a produção de eletricidade ao nível residencial é uma realidade.

Esta nova realidade altera a forma de operar e planear a rede de distribuição, aproximando o papel daquele dos distribuidores dos gestores do sistema.

Novos investimentos são necessários para manter os níveis de segurança e qualidade de serviço da rede na presença de nova produção dispersa e de pequena dimensão (e com menores exigências ao nível dos parâmetros técnicos).

O aumento da inteligência da rede (controlo e monitorização do estado da rede, atuação remota, mobilização de recursos dispersos na rede) pode minimizar os custos de investimento necessários.

Os consumidores-produtores passarão a ter um papel na gestão do sistema, se a suas micro-centrais ou as suas cargas forem capazes de oferecer serviços ao sistema (interrupção, armazenamento, controlo de tensão, etc.).

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Integração das ER no mercado grossista

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Os desafios do presente

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A produção renovável dispersa era vista tradicionalmente como um “consumo negativo”, incluída na dimensão estocástica do consumo.

Com o aumento da percentagem de produção renovável dispersa, essa visão tem que se alterar, integrando a produção no funcionamento do mercado grossista de eletricidade nacional, regional e até europeu.

A volatilidade do consumo (devida à produção dispersa) aumenta a necessidade de utilização de serviços de sistema e faz com o mercado grossista defina preços de encontro entre oferta e procura que são inadequados (por deficiente previsão).

O estudo do MIBEL (2012) “Integração da produção em regime especial no mibel e na operação dos respetivos sistemas elétricos - Propostas de harmonização regulatória” identificou áreas de atuação para a integração das ER no mercado: modelo e desenho de mercado; segurança e aspectos comerciais

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Alterações estruturais no sistema elétrico

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Os desafios do presente

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As ER sem capacidade de armazenamento têm custo marginal quase nulo.

A participação no mercado desloca as centrais térmicas convencionais da base do diagrama para a ponta, funcionando poucas horas por ano.

A sustentabilidade económica das centrais térmicas convencionais fica dependente de assegurar o pagamento dos seus custos fixos de formas complementares ao mercado à vista.

Os mercados de serviços de sistema ou os mecanismos de garantia de potência são exemplos dessas fontes adicionais de receita.

O investimento em grande hídrica com bombagem e/ou o incentivo ao consumo nas horas de vazio é necessário para viabilizar a produção noturna de origem renovável

O veículo elétrico é uma oportunidade em termos de aumento do consumo noturno, potencialmente despachável.

A previsibilidade das opções de política energética, p.e. sobre as ER, é essencial para evitar custos ociosos e investimentos inadequados.

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Desafios tecnológicos e comportamentais

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Os desafios do presente

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Produção• Eólica offshore

Projeto Windfloat (2 MW) em operação desde Dez.2011

Meta 2020: 27 MW (PNAER)

• Ondas

Meta 2020: 6 MW (PNAER)

Redes• Smartgrids e contadores inteligentes

Consumo• Veículo elétrico• Gestão da procura• Autoconsumo (produção ao nível local, usando as redes como backup)• Eficiência no consumo

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2. Os desafios do presente

3. Notas finais

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A regulação das energias renováveis do setor elétrico

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Conclusões

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As ER na produção de eletricidade em Portugal foram orientadas pelas opções de políticas públicas e suportadas em regimes remuneratórios incentivadores.

O mix de produção modificou-se substancialmente (63% de renováveis na produção elétrica em 2013), com impactes no mercado grossista de eletricidade.

As tarifas administrativas são independentes dos preços do mercado grossista. O afastamento entre as duas referências resulta no diferencial de custos das ER.

A integração das ER no mercado grossista (perspetiva económica) e no sistema elétrico (perspetiva técnica) coloca novos e grandes desafios ao setor elétrico.

A regulação deve contribuir para esta evolução do paradigma do mercado elétrico.

A produção, as redes e a procura, todos têm um papel a desempenhar no desenvolvimento setor elétrico.

Aos reguladores cabe desenvolver as regras do mercado, os incentivos aos operadores de redes ou os sinais preços das tarifas elétricas que promovem a participação da procura.

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Entidade Reguladora dos Serviços EnergéticosEdifício Restelo

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1400-113 Lisboa

Portugal

www.erse.pt

Tel. +351 21 3033200

Fax +351 21 3033201

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Obrigado pela atenção.