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1 AVALIAÇÃO DA IMPORTÂNCIA DA GUIA DE CONTROLE AMBIENTAL ELETRÔNICA – GCA-E: VALORAÇÃO DAS POTENCIALIDADES DE USO NO PROCESSO REGULATÓRIO, MINAS GERAIS, BRASIL EVALUATION OF THE IMPORTANCE OF ENVIRONMENTAL CONTROL ELECTRONIC GUIDE - GCA-E: VALUATION OF POTENTIAL FOR USE IN THE REGULATORY PROCESS, MINAS GERAIS, BRAZIL Carina Barbosa da SILVA¹ Cláudia RECH² ¹Faculdade de Minas, Faminas-BH, Acadêmica do Curso de Administração Email: [email protected] ²Faculdade de Minas, Faminas-BH, Orientadora de Trabalho de Curso, Programa de Graduação e Pós-Graduação Email: [email protected] Resumo A abordagem de Gestão Ambiental requer instrumentos de políticas públicas pautadas nas atividades de uso dos recursos naturais. Nesse processo, a investigação tem o propósito de avaliar a importância da Guia de Controle Ambiental – GCA-E emitida por pessoas físicas e jurídicas, através de atividades ligadas à comercialização e consumo dos produtos e subprodutos da flora nativa e plantada no estado de Minas Gerais. O estudo estruturou- se em uma pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa e quantitativa. O levantamento de dados foi realizado através da técnica de questionário, utilizando a amostragem probabilística, com a participação dos quatorze gerentes dos escritórios regionais do Setor de Cadastro e Registro-SERCAR. Os resultados apontaram o reconhecimento da GCA-E como um instrumento de comando e controle significativo de regulação direta através do Sistema de Gestão Ambiental. Conclui-se que o Estado de Minas Gerais possui um diferencial em políticas públicas ambientais, destancando a GCA-E como subsídio a tomadas de decisão aos gestores referente ao uso ilegal dos produtos e subprodutos florestais. Palavras-chave: Sistema de gestão ambiental. Guia de controle ambiental. Controle ambiental. Políticas públicas ambientais. Abstract The approach of Environmental Management requires public policy tools based on the activities which use natural resources. In this process, this research intends to evaluate the importance of the Environmental Control Electronic Guide (GCA-E in Portuguese acronym) which is issued by individuals and corporations, through activities related to the marketing and consumption of products and byproducts of native and planted flora in the state of Minas Gerais. The research was structured in a descriptive study in qualitative and quantitative approaches. The data collection was performed by questionnaires filled by fourteen managers from regional offices of the Department of Cadastre and Registration (SERCAR in Portuguese acronym) using probability sampling. The results reinforce GCA-E as an instrument of command and a significant direct control regulation through the Environmental Management System. In conclusion, the state Minas Gerais has an edge on environmental public policies, highlighting GCA-E as a basis for decision making to managers related to the illegal use of forest products and byproduct. Key Words: Environmental Management System. Environmental Control Guide. Environmental Control. Environmental Public Policies.

ELETRÔNICA – GCA-E: VALORAÇÃO DAS ......grandiosidade das demandas ligadas a questões ambientais. Cada análise exige uma visão holística dos fatos ocorridos. Neste campo,

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AVALIAÇÃO DA IMPORTÂNCIA DA GUIA DE CONTROLE AMBIENTAL ELETRÔNICA – GCA-E: VALORAÇÃO DAS POTENCIALIDADES DE USO NO

PROCESSO REGULATÓRIO, MINAS GERAIS, BRASIL

EVALUATION OF THE IMPORTANCE OF ENVIRONMENTAL CONTROL

ELECTRONIC GUIDE - GCA-E: VALUATION OF POTENTIAL FOR USE IN THE

REGULATORY PROCESS, MINAS GERAIS, BRAZIL

Carina Barbosa da SILVA¹

Cláudia RECH²

¹Faculdade de Minas, Faminas-BH, Acadêmica do Curso de Administração

Email: [email protected]

²Faculdade de Minas, Faminas-BH, Orientadora de Trabalho de Curso, Programa de

Graduação e Pós-Graduação

Email: [email protected]

Resumo A abordagem de Gestão Ambiental requer instrumentos de políticas públicas pautadas nas atividades de uso dos recursos naturais. Nesse processo, a investigação tem o propósito de avaliar a importância da Guia de Controle Ambiental – GCA-E emitida por pessoas físicas e jurídicas, através de atividades ligadas à comercialização e consumo dos produtos e subprodutos da flora nativa e plantada no estado de Minas Gerais. O estudo estruturou-se em uma pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa e quantitativa. O levantamento de dados foi realizado através da técnica de questionário, utilizando a amostragem probabilística, com a participação dos quatorze gerentes dos escritórios regionais do Setor de Cadastro e Registro-SERCAR. Os resultados apontaram o reconhecimento da GCA-E como um instrumento de comando e controle significativo de regulação direta através do Sistema de Gestão Ambiental. Conclui-se que o Estado de Minas Gerais possui um diferencial em políticas públicas ambientais, destancando a GCA-E como subsídio a tomadas de decisão aos gestores referente ao uso ilegal dos produtos e subprodutos florestais. Palavras-chave: Sistema de gestão ambiental. Guia de controle ambiental. Controle ambiental. Políticas

públicas ambientais.

Abstract The approach of Environmental Management requires public policy tools based on the activities which use natural resources. In this process, this research intends to evaluate the importance of the Environmental Control Electronic Guide (GCA-E in Portuguese acronym) which is issued by individuals and corporations, through activities related to the marketing and consumption of products and byproducts of native and planted flora in the state of Minas Gerais. The research was structured in a descriptive study in qualitative and quantitative approaches. The data collection was performed by questionnaires filled by fourteen managers from regional offices of the Department of Cadastre and Registration (SERCAR in Portuguese acronym) using probability sampling. The results reinforce GCA-E as an instrument of command and a significant direct control regulation through the Environmental Management System. In conclusion, the state Minas Gerais has an edge on environmental public policies, highlighting GCA-E as a basis for decision making to managers related to the illegal use of forest products and byproduct. Key Words: Environmental Management System. Environmental Control Guide. Environmental Control. Environmental Public Policies.

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1 Introdução

A preocupação com o meio ambiente deixou de ser construída paralelamente com a

evolução da humanidade e o poder econômico predominou sobre as questões ambientais. A

chegada da vida moderna fez com que o homem tivesse mais poder para manipular e

impactar o ecossistema que o cerca, assim o desmatamento das florestas nativas se tornou

inevitável. Com a chegada da Revolução Industrial no Brasil muitas indústrias e fábricas

foram sendo criadas ou trazidas de outras nações para o país. Diante do exposto foi preciso

a interferência do governo com elaboração de políticas públicas que pudessem equilibrar o

desenvolvimento econômico, com a diminuição dos impactos ambientais.

O Estado através da competência estabelecida na Carta Magna de 1988, cap. VI,

art.225 § 3º dispõe que “as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente

sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, sanções penais e administrativas” [...]

(BRASIL, 2006, p.158), referindo-se que para a proteção do meio ambiente, o estado

utiliza-se do poder administrativo para o exercício da preservação e combate de atividades

que trazem prejuízos ao meio ambiente. Assim, esse poder tem a finalidade de limitar o

exercício de direitos individuais quando estes ultrapassam sua esfera e trazem prejuízos ao

interesse coletivo.

Nesse parâmetro, uma das ferramentas utilizadas no Estado de Minas Gerais e

objeto desse estudo é a Guia de Controle Ambiental Eletrônica (GCA - E), documento de

controle do transporte, armazenamento e consumo que especifica a origem para a

comercialização dos produtos e subprodutos florestais, melhorando o controle e trazendo os

dados necessários para a ação de fiscalização dentro do Estado de Minas Gerais, como

diretrizes da Resolução SEMAD nº 1660/12 - Secretaria de Meio Ambiente e

desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, que revogou a Portaria 17/2009, mas

manteve seu corpo textual atualizando somente alguns dizeres. (BRASIL, 2012).

As políticas públicas ambientais de comando e controle segundo Barbieri (2011)

mostram a importância dos instrumentos de proibição e restrição sobre a produção,

comercialização e uso de produtos e processos ambientais, visando minimizar a utilização

de recursos ambientais sem autorização e procedência considerados ilegais.

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Através da nova estruturação orgânica o estado de Minas Gerais procura-se trazer

uma abordagem sistêmica em busca de análises mais próximas da realidade hoje vivida

pelos gestores ambientais. Que a cada dia, se deparam frente a novos desafios, devido a

grandiosidade das demandas ligadas a questões ambientais. Cada análise exige uma visão

holística dos fatos ocorridos. Neste campo, justifica-se um olhar não do todo, mas das

peculiaridades que cada região do estado mineiro possui e como a legislação vem abranger

as características no âmbito do meio ambiente.

Assim, a investigação tem o propósito de avaliar a importância do controle

ambiental através da GCA - E emitida por pessoas físicas e jurídicas através de atividades

ligadas à comercialização e consumo dos produtos e subprodutos da flora nativa e plantada

no estado mineiro, relatando pontos positivos e negativos do documento com a finalidade

de subsidiar aos gestores do Setor Regional de Cadastro e Registro (SERCAR) quanto à

valoração das potencialidades do uso do documento no processo regulatório.

Na abordagem das políticas públicas ambientais, a regulação direta de comando e

controle estabelece padrão de proibição e restrição sobre a produção, comercialização e uso

de produtos e processos ambientais, visando minimizar a utilização de recursos ambientais

sem autorização e procedência considerados ilegais. (BARBIERI, 2011). Destaca-se, então,

como problematização: qual a importância da Guia de Controle Ambiental Eletrônica –

GCA - E como ferramenta de controle do transporte de produtos e subprodutos florestais.

Os procedimentos metodológicos contemplaram no estudo uma pesquisa

bibliográfica, descritiva, com abordagem qualitativa e quantitativa. Marconi e Lakatos

(2009, p.189) relatam que a pesquisa descritiva possui como principal finalidade o

“delineamento ou análise das características de fatos ou fenômenos”, contendo a

investigação procedimentos sistematizados e exploratórios para análises dos dados. Como

técnica para aplicação do método foi utilizado o questionário.

O diferencial do estudo voltado para a avaliação da GCA - E se caracteriza em

acarretar uma reflexão acerca do controle ambiental e da funcionalidade desta ferramenta.

A mesma foi criada para facilitar o acesso para todas as pessoas físicas e jurídicas que

possuem suas atividades empresariais e/ou comerciais ligadas ao consumo ou utilização dos

produtos florestais, havendo assim a necessidade de utilização da mesma. É importante

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salientar que o artigo pretende trazer subsídios os gestores que lidam com estas

ferramentas, visando o aprimoramento de suas tarefas diárias.

2 Políticas Públicas Ambientais e Controle Ambiental

Os procedimentos criados ao longo do tempo possuem o intuito de formalizar,

controlar e nivelar todas as ações ligadas ao uso dos recursos naturais denominadas

Políticas Públicas Ambientais, assim legaliza toda a cadeia de produção e consumo.

As questões ambientais como abordagem preventiva iniciou-se a partir da década de

1970 com surgimento em vários países de políticas governamentais, caracterizando a gestão

ambiental pública como a ação do poder público, através de diretrizes e instrumentos em

benefício sustentável ao meio ambiente. (BARBIERI, 2011).

A reflexão acerca do desenvolvimento sustentável se ampliou com a criação de

legislações ambientais em todos os países do mundo, objetivando a conservação e a

preservação dos recursos naturais.

As legislações são criadas para determinar e para disciplinar condutas com o objetivo de proteger alguém ou alguma coisa ou ainda, para resguardar os interesses de determinado indivíduo ou grupo de indivíduos, em se tratando de requisitos legais ambientais, estes têm como meta final a proteção e preservação do meio ambiente como um todo (ASSUMPÇÃO, 2011, p. 90).

A criação da legislação e atualizações é de extrema importância para execução do

processo de planejamento de gestão ambiental, que é contínuo e progressivo,

principalmente no contexto da competitividade de mercado no mundo globalizado. A

sociedade contemporânea necessita de instrumentos que alcancem efeitos salutares à

qualidade de vida.

O planejamento é empregado em larga escala no vasto mundo das empresas e organizações. Por outro lado, fala-se de Política do Meio Ambiente ou, ainda, de políticas ambientais. Nenhuma das expressões deve ser confundida com a Política Nacional do Meio Ambiente, editada com a Lei 6.938/81, que estabelece as grandes diretrizes (princípios, objetivos, instrumentos) para implementação efetiva de uma política nacional que transcenda a administração meramente local ou setorial do meio ambiente. (MILARÉ, 2009, p. 298).

Pelo fato de cada Estado possuir uma especificidade em suas características

naturais, as Políticas Ambientais vêm propor critérios quanto aos instrumentos a serem

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utilizados, além de estabelecer prioridades para ações em pesquisar e difundir tecnologias à

gestão ambiental.

De acordo com Barbieri (2011, p 72), pode - se descrever alguns instrumentos que

são utilizados para questões ambientais como instrumentos de comando e controle que

“manifestam-se por meio de proibições, restrições e obrigações impostas aos indivíduos e

organizações autorizadas por normas legais”. Esse instrumento visa restringir e controlar a

comercialização de produtos de origem ambiental sem controle, pois todas as empresas

devem possuir padrões de emissão, qualidade e desempenho através de licenciamento

prévio feito por estudos de impactos ambientais.

A Constituição de 1988 em seu capítulo VI reconhece que o conceito de

desenvolvimento sustentável visa as melhorias socioeconômicas aos cuidados com a

natureza, isso mostrou como é relevante o assunto, além de uma visão mais integrada de

que a sociedade precisava entender que ela também é responsável pelo cuidado,

conservação e preservação com o meio ambiente e seus recursos, pelo fato de ser algo que é

de bem comum e utilizado por todos. (BRASIL, 2006). Pois somente com a preservação do

meio ambiente e seus recursos haverá condições de sobrevivência na terra, pelo fato da

humanidade depender do meio ambiente para garantir sua sobrevivência, assim o uso

indevido dos recursos naturais possuem impacto direto ao ser humano.

Neste contexto, se criou uma secretaria voltada para as questões ambientais, em

Minas Gerais, denominada SEMAD – Secretaria de Estado de Meio Ambiente e

Desenvolvimento Sustentável que planeja, executa, controla e avalia as ações relativas a

proteção e à defesa do meio ambiente e articulação das políticas de gestão estratégica dos

recursos ambientais para o desenvolvimento sustentável. (BRASIL, 2011).

É através da Lei Delegada nº 180/2011, que o Estado de Minas Gerais dá

continuidade as questões ambientais, abordando em seu parágrafo único do art. 18 “sobre a

organização da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável que

exerce função de coordenação do Sistema Estadual de Meio Ambiente – SISEMA”.

(BRASIL, 2011, p.1).

Com intuito de criar uma nova padronização hierárquica mais participativa e ativa,

delegou-se à Secretaria de Estado e Desenvolvimento Sustentável atribuições de cuidar do

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meio ambiente e seus recursos dentro do Estado de Minas Gerais, visto que o estado possui

uma extensão territorial de grande relevância, além de possuir diversos recursos naturais

utilizados nas grandes empresas dentro e fora do país.

É através do decreto nº 45.824/2011 que regulamenta sua estrutura orgânica através

das competências e finalidades em níveis estratégicos de trabalhos, articulados com a

Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – SEPLAG. (BRASIL, 2011). Vem atribuir

a secretaria de meio ambiente as competências de controle, coordenação, gerenciamento,

fiscalização do que se refere a gestão dos recursos ambientais, criando novas parcerias

estratégicas com outras secretarias.

O decreto citado acima provê em seu at. 49 que:

a Superintendência de Controle e Emergência Ambiental tem por finalidade planejar e atuar de forma integrada e articulada com a sociedade civil, bem como instituições públicas e privadas intervenientes em diversos assuntos, como também no que diz respeito à prevenção e controle ambiental. (BRASIL, 2011).

Nota-se que o objetivo é controlar através de guias ambientais o transporte de

produtos e subprodutos florestais originados da fauna aquática e da flora no Estado de

Minas Gerais; controlar o cadastro e registro de pessoas físicas e jurídicas, de direito

público ou privado, ligadas à exploração, comercialização, transporte e consumo dos

produtos advindos da fauna e flora. Como também das atividades de fabricação e

comercialização de equipamentos, aparelhos e apetrechos de pesca, motosserras e similares

conforme disposto na Resolução SEMAD nº 1661/12 que dispõe sobre o cadastro e o

registro obrigatório de pessoas físicas e jurídicas. (BRASIL, 2012).

Após o cadastro destas empresas que comercializam os produtos e subprodutos

florestais, as mesmas poderão comercializá-los acompanhados juntamente da Guia de

Controle Ambiental Eletrônica – GCA - E. De acordo com a Resolução SEMAD nº

1660/12 entende-se por produto florestal em seu art. 5,

ítem I aquele se encontra no seu estado bruto ou in natura, na forma de madeiras em toras, toretes, postes não imunizados, escoramentos, palanques roliços, dormentes nas fases de extração/fornecimento, estacas e moirões, achas e lascas, pranchões desdobrados com motosserra, bloco ou filé, tora em formato poligonal, lenha, palmito, cavaco de lenha. Em seu art.5 item II descreve como subproduto florestal aquele que passou por processo de beneficiamento na forma relacionada como madeira serrada sob qualquer forma, lâmina torneada e faqueada incluindo pisos tacos e decking, resíduos da indústria madeireira (apara / costaneira / cavaco e demais restos de beneficiamentos e de industrialização de madeira – quando destinados a fabricação de carvão ou para uso como energia), dormentes e

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postes (fase de saída da indústria), carvão de resíduo da indústria madeireira, carvão vegetal e óleos essenciais. (BRASIL, 2012).

Resolução nº 1660/12 citada acima que institui a Guia de Controle Ambiental

Eletrônica resolve em seu art. 1º: a GCA - E conterá as informações sobre a procedência

desses produtos e subprodutos e será gerado pelo sistema de informação disponibilizado

pelo órgão ambiental competente. (MINAS GERAIS, 2012, p.1).

A guia tem por objetivo controlar e acobertar o transporte dos produtos dentro do

estado de Minas Gerais, para que não haja contrabando de produtos e subprodutos sem

procedência de origem. Utiliza-se da ferramenta da internet para facilitar o uso ao

contribuinte e controle do órgão responsável. Segundo o art. 2º da Resolução SEMAD nº

1660/12, a GCA - E será identificada pelo código de controle gerado automaticamente pelo

sistema. (BRASIL, 2012, p.1).

O art. 3º da Resolução descreve como ela deve ser emitida:

a GCA-Eletrônica será emitida com base nas informações constantes dos documentos declaratórios ou regularizatórios lançadas no sistema de informações do órgão ambiental competente e impressa pelo empreendedor ou seu representante legal. (BRASIL, 2012, p.1).

Ao analisar o documento do governo de minas pode-se verificar que existem itens

obrigatórios para preenchimento, pois são estes que serão conferidos com os dados contidos

na nota fiscal de origem destes produtos, eles deverão ser os mesmo. A figura 1 ilustra o

modelo da Guia GCA - E.

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Figura 1 – Guia de Controle Ambiental (GCA - E)

Fonte: Siam (2012)

Todos esses parâmetros que são seguidos pela Secretaria de Meio Ambiente do

Estado de Minas Gerais trazem um maior controle para questões ambientais dentro do

estado, juntamente com corpo técnico que os seguem para que assim possam chegar ao

objetivo almejado, que se trata da prevenção e combate ao uso inadequado dos recursos

naturais.

De forma geral, o controle ambiental é eloquente ao conjunto de atividades que são

praticadas nas organizações contemporâneas e “um dos momentos principais da evolução

ambiental nas empresas é alcançado quando a gestão percebe que a sustentabilidade pode

integrar o planejamento estratégico da empresa.” (PEARSON EDUCATION DO BRASIL,

2011, p. 120).

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Neste âmbito, os instrumentos de ação que o poder público direciona as questões

socioambientais são explícitos e de acordo com Assumpção (2011, p. 120), “a política

ambiental objetiva definir e estabelecer os comprometimentos ambientais de uma

organização e oferecer a base sobre a qual a mesma desenvolve seus objetivos e metas

ambientais e a forma de acordo como é gerenciado o programa de gestão ambiental”. É

considerado o ponto de início para implementação de um sistema de gestão ambiental –

SGA que é utilizado para desenvolver e implementar sua política ambiental e para

gerenciar seus aspectos ambientais como complementa Assumpção (2011).

As normas ISO 14000 segundo Seiffert (2011, p. 10) dizem que:

além do estabelecimento de uma forma de ação comum para o gerenciamento ambiental, as normas ISO 14000 são uma resposta às exigências legais e do mercado. Tais exigências guardam relação direta com as possibilidades e atuação que se abrem ás organizações.

Os procedimentos relacionados que a organização deverá implementar servem para

identificar os requisitos legais dentro dos aspectos ambientais que são materiais, produtos

ou formas de energia (térmica, nuclear, elétrica e etc.) envolvidos e relacionados com e

suas interações, disposições e envolvimentos relacionados com processos, produtos, ou

atividades que resultam em impactos ao meio ambiente.

No caso dos produtos de origem florestal que são comercializados dentro e fora do

estado de Minas Gerais todos estes requisitos legais são baseados na Resolução SEMAD

nº1660/12 através do Sistema Integrado de Informação Ambiental – SIAM em seu módulo

CAF (Controle de atividades florestais) que de acordo com portal da Secretaria de Estado

de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD, o SIAM foi criado com a

finalidade de controlar, mas traz em seu escopo outros ícones para que o usuário consiga

utilizá-lo de forma adequada, para que no final este sistema cumpra o seu papel de

controlar.

Há ferramentas de serviços on-line como Cadastro Ambiental e TFA, consulta GCA

- E empreendedor / pessoa autorizada; item de ajuda aos usuários com tire suas dúvidas. Os

ícones de legislação ambiental das casas que compõe o SISEMA, o módulo CAF é o local

onde são inseridos os dados para criação da guia de controle ambiental. Após o transporte

do produto é obrigatório se fazer a prestação de contas (confirmar o recebimento) de cada

item contido na GCA - E dentro do SIAM/CAF. (SIAM, 2012).

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3 Análise da aplicabilidade da GCA - E: um cenário situacional

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos dados

oficiais do Censo 2010, Minas Gerais possui uma grande extensão territorial de

586.520,368 km², população de 19.597.330, 853 municípios e 10% da população nacional

(IBGE, 2010) dados disponibilizados também no portal do governo do Estado. Através

destes dados percebeu-se a grande importância de se controlar e monitorar os impactos

ambientais no uso de seus produtos e subprodutos florestais, por se tratar de bens que

podem desequilibrar o ecossistema do estado caso não sejam manejados de forma correta.

Mediante a necessidade de gerenciar o manejo dos produtos e subprodutos florestais

criou-se decreto 44.807 de 12 maio de 2008, que dispõe em seu art. 4º sobre estrutura

orgânica do estado, onde foram divididos os escritórios regionais em 13 cidades

Diamantina, Januária, Patos de Minas, Sete Lagoas, Divinópolis, Ubá, Teófilo Otoni, Unaí,

Montes Claros, Governador Valadares, Varginha, Uberlândia, Barbacena que possui um

núcleo de apoio em Belo Horizonte, assim se perfaz 14 pontos de atendimento ao

contribuinte no estado. Subordinando-os administrativamente a competência de um gerente

para cada. A definição da sede dos escritórios ficou a cargo do Conselho de Administração

que possuiu a competência de estabelecer as normas gerais, conforme Decreto citado

acima. (BRASIL, 2008)

Para traçar o cenário situacional da aplicabilidade da GCA - E, o levantamento de

dados foi realizado através da técnica de questionário, utilizando a amostragem

probabilística. O critério utilizado no estudo foi integrar a participação de todos os quatorze

gerentes dos escritórios regionais ligados ao Setor Regional de Cadastro e Registro

(SERCAR), e responsáveis pelo controle do uso da GCA - E.

Nessa pesquisa, a participação de todos os gerentes foi unânime. Os questionários

foram encaminhados por meio eletrônico e o retorno com as respostas foi de 100%. Para as

análises dos resultados foi utilizada como parâmetro a GCA-E.

Quanto ao perfil dos gerentes participantes, os resultados apontaram que 42,9 % são

do sexo masculino e 57,1% são sexo feminino. Com relação a faixa etária 28,6% estão

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entre 26 a 30 anos, 35,7% entre 31 a 40 anos, 21,4% entre 41 a 50 anos, 14,3% entre 51 a

60 anos. No quesito escolaridade 35,7% possuem ensino médio completo, 57,1% ensino

superior completo/incompleto e 7,1% pós - graduação/mestrado/doutorado.

Para averiguar o nível de conhecimento das atividades exercidas pelos gestores,

procurou-se investigar o tempo de atuação no SISEMA (Sistema Estadual de Meio

Ambiente). Os resultados revelaram que 28,6% atuam a menos de 5 anos, 14,3% de 5 a 10

anos, 42,9% mais de 10 menos de 20 e 7,1 atuam a mais de 20 anos.

Quanto ao vínculo empregatício com a secretaria, 50% apresentam cargo

comissionado e os outros 50% não, 21,4 são efetivos e 28,6% são terceirizados contratados

pela empresa MGS – Minas Gerais Administração e Serviços S.A que presta serviços

exclusivamente ao Estado. Pode-se verificar ainda que mais da metade dos servidores, que

atuam no SERCAR possuem escolaridade de nível superior e possuem vínculo com estado

em regime de contrato. Assim verifica-se que hoje o número de servidores efetivos não

supre a necessidade das vagas que o estado possui.

Observa-se que existe uma grande fatia de funcionários que atua no Estado dentro

da Secretaria de Meio Ambiente há mais de 10 anos, mesmo não ocupando cargos de

carreira, e estão ocupando cargos de contrato administrativo comissionado sem vínculo

empregatício e estabilidade profissional. Os dados acima expostos demonstram que esta

parcela de funcionários aderiu a causa das questões ambientais, mostrando-se realizados

profissionalmente em poder contribuir com a preservação do meio ambiente.

Solicitou-se que os respondentes atribuíssem uma nota relacionada a importância de

dois itens, a GCA - E dentro do processo de comando e controle dos produtos e

subprodutos florestais e também avaliassem a integração das informações entre a Secretaria

da Fazenda e Secretaria de Meio Ambiente, em uma escala de 1 a 5, onde 1 significa –

Nada importante, 2 - Pouco importante, 3 – Indiferente, 4 – Importante e 5 - Muito

importante. Para importância da GCA - E apurou-se uma nota média de 4,6 e para

integração informações com Secretaria Estadual da Fazenda uma nota média de 4,6. O

gráfico 1 ilustra texto.

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Gráfico 1 – Avaliação de importância da GCA - E e a integração das informações com a Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais.

Fonte: Silva e Rech (2012)

Quando questionados em relação a criação de ferramentas no caso da GCA – E a

média da nota dada mostra que a mesma possui grande relevância, e que a integração dos

dados com a SEF está diretamente relacionada com o sucesso da implantação destas

políticas ambientais, visto que, gera a possibilidade de controlar possíveis tentativas de

fraudes como a utilização da Nota Fiscal para mais de um transporte descumprindo assim

as normas do uso dos recursos ambientais.

O gráfico 2 aborda a relação entre o conhecimento dos funcionários do SISEMA em

relação as ferramentas utilizadas no gerenciamento dos recursos naturais em Minas Gerais.

Estabeleceu-se que atribuíssem notas de 1 a 5 em uma escala onde 1 corresponde a muito

baixo, 02 a baixo, 03 a nem alto nem baixo, 04 alto e 05 muito alto.

Para criação da resolução apurou-se nota média 2,9; finalidade guia 3,6; criação Lei

Delegada 3,2; da Superintendência de Controle Emergência Ambiental 3,4; das políticas

públicas 2,9 e do processo de comercialização e consumo 3,1.

Gráfico 2 – Nível de conhecimento dos funcionários do SISEMA

Fonte: Silva e Rech (2012)

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A Pesquisa revelou que os respondentes percebem um nível de conhecimento dos

funcionários em relação a Portaria 17/09 hoje revogada pela Resolução 1660/12 em um

nível de conhecimento muito baixo. Já quando questionados para a finalidade da GCA - E

grande parte concorda que muitos sabem do objetivo para o qual a guia foi criada, uma vez

que a nota dada ficou acima da média. Em relação à criação da Lei Delegada 180 de 2011,

e para a criação da Superintendência de Controle e Emergência Ambiental o conhecimento

dos colaboradores se manteve mediano em relação a percepção dos respondentes. Já para as

Políticas Públicas como instrumento de controle ambiental e para o processo de controle da

comercialização e consumo dos produtos e subprodutos florestais os resultados mostraram

que o nível de conhecimento está abaixo da média.

Nota-se que os funcionários em geral necessitam ser capacitados para nivelar o

conhecimento de todos, já que muitos desconhecem para que servem algumas das

ferramentas (Portaria/Resolução, Políticas Públicas e Processo de Controle), e para qual

objetivo foram criadas e sua operacionalização.

Outros pontos foram apontados sobre o controle ambiental, questionou-se aos

respondentes sobre: sua percepção quanto a importância da GCA - E no controle dos

produtos e subprodutos florestais; se a inexistência desta ferramenta acarretaria em algum

prejuízo ou consequência para o meio ambiente; se eles acreditavam que algum ítem

existente no documento poderia ser considerado frágil ou não funcional; quanto a existência

de algum ítem que poderia ser incorporado a GCA - E para melhorar sua funcionalidade;

sobre a importância da integração das informações quanto ao cancelamento das notas

fiscais do produto descritas nas GCA - E para que sejam compartilhadas entre a Secretaria

de Estado de Fazenda de Minas Gerais e o Sistema da Secretaria de Estado Meio Ambiente;

a respeito do sistema informatizado implantado ano de 2008; perguntou-se se o mesmo

trouxe mais comodidade e praticidade ao usuário, por fim foi questionado quanto a

mudança no quesito do processo de informatização, se ele trouxe alguma desvantagem para

o processo de comando e controle da SEMAD.

Assim abriu-se aos respondentes a oportunidade definir sua percepção quanto a

definição do controle ambiental e a maioria definiu o controle ambiental como o

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monitoramento, a fiscalização e a gestão de atividades que acarretem em danos ao meio

ambiente. O gráfico 3 relata as avaliações.

Gráfico 3 – Avaliações diversas da GCA - E e seus procedimentos.

Fonte: Silva e Rech (2012)

Questionou-se aos respondentes sua opinião quanto a desvantagem da mudança no

processo de comando e Controle Ambiental da SEMAD, foi unânime o posicionamento dos

respondentes que acreditam não haver desvantagem para este processo. Em relação a

informatização implementada em 2008, 92,9% acreditam que a informatização trouxe mais

comodidade e praticidade, pois a partir deste período o contribuinte conquistou autonomia

para emitir a GCA - E independente do local e horário que se necessite do documento.

Foi apontado, ainda, aos respondentes sua opinião quanto a possibilidade de integrar

as informações em relação a Nota Fiscal do produto que se encontram no site da Fazenda

para os casos de cancelamento, recolhimento e dilatação da validade, integrando assim as

informações da situação da nota fiscal com a secretaria de meio ambiente – SEMAD,

através do sistema SIAM – Sistema Integrado de Informação Ambiental. Obteve-se

resultado de 100% afirmando que sim, esta possível integração é de suma importância.

Constatou-se opiniões divididas em relação a existência de algum item que poderia

ser incorporado a guia de controle ambiental para melhorar sua funcionalidade 50%

acreditam que sim e outros 50 % acreditam que não exista. Cerca de 71% das respostas

foram positivas quanto a crença da fragilidade ou não funcionalidade de itens que

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compõem a guia. Levantou-se sob a hipótese da inexistência da GCA - E se o controle dos

produtos e subprodutos florestais seria possível. Cerca de 85% mostrou a impossibilidade

da realização deste controle. Questionou-se se a falta do controle descrito acima acarretaria

algum prejuízo ou consequência ao meio ambiente. Uma fatia considerável 92,9%

acreditam no prejuízo.

De forma geral, os resultados da pesquisa mostraram que a informatização da GCA

- E não trouxe maiores danos ao usuário, pois pelo contrário possibilitou mais comodidade

e praticidade, percebeu-se ainda que a integração com sistema da Secretaria de Estado de

Fazenda de Minas Gerais com da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento

Sustentável é de grande valia.

Percebeu-se que funcionalidade de alguns itens constantes na guia são questionáveis

e que há necessidade de inserir novos dados, pois o corpo da GCA - E contém dados frágeis

como para o caso do item dados do transportador/transporte que deveria solicitar mais

informações e todas serem de preenchimento obrigatório para esta figura, pois abre brecha

para que o destinatário receba o produto e não dê entrada no mesmo, assim o saldo voltará

para quem forneceu o produto. Mesmo precisando de uma reformulação, observou-se que

ela é uma ferramenta imprescindível para o controle dos produtos florestais, e que sua

inexistência acarretaria em grandes fatores negativos ao meio ambiente.

4 Importância da GCA - E como ferramenta de controle do transporte de produtos e

subprodutos florestais

Após levantamento de dados e pesquisa de opinião percebe-se a grande

funcionalidade que a GCA - E possui para Estado de Minas Gerais como uma das

ferramentas de controle do uso indiscriminado e ilegal dos produtos e subprodutos

florestais, como afirma Barbieri (2011) que as ferramentas de comando e controle são

instrumentos de proibição e restrição, visando controlar uso dos produtos e subprodutos

florestais. Sem a utilização da guia que serve de base de informações para o setor da

fiscalização, diversos crimes ambientais poderiam ter ocorrido ao logo dos anos, matas

nativas ainda preservadas já se encontrariam em elevado grau de desmatamento, muitas

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árvores que se encontram na lista de madeiras em extinção não existiriam mais. Com isso o

cenário hoje poderia ser de devastação total.

A secretaria detém este controle uma vez que a mesma autoriza a colheita através de

laudos técnicos e autorizações, transformam esse produto em quantidades conhecidas como

saldo virtual que são inseridos no SIAM e assim podem ser ofertados para os interessados

chamados clientes que aceitam a transação comercial, emitem a Nota Fiscal do produto que

acobertará o transporte juntamente com a GCA - E. Este processo também é controlado

pelo Sercar que acompanha este trâmite via sistema, ao ser constatado que existe algo fora

dos parâmetros legais repassam as informações para setor responsável que realiza a

fiscalização in loco do empreendimento suspeito de fraudar estes dados, dificultando assim

que produtos sem origem de procedência sejam comercializados dentro do estado, coibindo

qualquer tipo de atitude que não condiz com legalmente correto.

A importância da GCA - E se destaca quanto ao aspecto de valor que seus dados

após analisados possuem para objetivar e garantir o controle eficaz de toda a cadeia

produtiva e comercial destes recursos, que hoje fazem com que as grandes Siderúrgicas em

todo país funcionem aquecendo seus fornos de gusa como também outros tipos de produtos

e seus diversos usos que a guia acompanha e regulamenta.

A corroboração da investigação é elencada pelos dados apresentados neste

parâmetro marcadamente estabelecida pelo instrumento de processo regulatório. A

valoração das potencialidades de uso vem mostrar o seu grande valor dentro da realidade

hoje encontrada no país, e mostra que esta deve ser uma preocupação de todos os estados

brasileiros.

5 Conclusão

É indiscutível a importância da GCA - E no controle ambiental e diante do cenário

aqui exposto de várias formas e através de diversos ângulos, constata – se que o Estado de

Minas Gerais possui um grande diferencial em relação aos outros, quando se pensa em

controle ambiental e seus procedimentos.

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O estado mineiro continua ao longo dos anos renovando suas ações, como

alterações das legislações, criação de setores específicos para acompanhamento destes

trabalhos e criação de um novo sistema o SISEMAnet que vem reunir todas as informações

sobre a gestão ambiental em uma única plataforma de combate, para que assim possa

acompanhar as mudanças e avanços ao longo do tempo.

Recomenda – se que ações de treinamento no âmbito jurídico uma vez que todos os

procedimentos de trabalho são baseados nas legislações vigentes, possam orientar aos

funcionários como interpretar essas legislações. Palestras, reuniões de planejamento e

alinhamento estratégicos com todos os funcionários dos regionais envolvidos com maior

frequência, com objetivo de acompanhar os constantes desafios vividos pelos servidores

das regionais e prepará-los para as intempéries que poderão surgir ao longo do tempo no

ambiente de trabalho. Também sugere-se a inclusão de um item de segurança para a GCA -

E denominado QR Code código de barras em formato bidimensional que ao ser scaneado

por celulares modernos com câmera, converte o código em um pedaço de texto, que

identifica a origem do documento, se o mesmo é verdadeiro e foi emitido pelo Sistema

Integrado de Informação Ambiental para valorizar as potencialidades do uso da guia no

processo regulatório de controle ambiental.

Contudo este estudo pode propor ações de melhorias ao corpo de trabalho do

SERCAR e busca subsidiar aos tomadores de decisão da SEMAD ações de melhorias,

atingindo formas de facilitar o atendimento de quem utiliza destes recursos como uma fonte

de trabalho.

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