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Professor Eduardo Sidney Eletrostática
1. Eletrização e Indução
Elétrica de um Corpo
Eletrizar um corpo é dotá-lo
de eletricidade. O que isso
significa e a explicação desse
processo depende da
compreensão da estrutura
elementar da matéria.
A matéria é constituída de
átomos. O átomo é composto de
muitas partículas, entre as quais
estão as que mais interessam ao
estudo da eletricidade: os
prótons (carga +), os nêutrons
(não tem carga) e os elétrons
(carga -).
Vale lembrar que cargas
elétricas de sinais opostos se
atraem; cargas elétricas de
mesmo sinal se repelem
(Principio da Atração e
Repulsão).
Os átomos são, em geral,
eletricamente neutros, porque a
matéria não em conjuntos não
apresenta forças elétricas.
Portanto os átomos devem
conter quantidade igual de
eletricidade positiva e negativa,
ou, em outras palavras, igual
número de prótons e elétrons
Carga elétrica elementar:
Cada próton possui uma
unidade de carga positiva; cada
elétron, uma unidade de carga
negativa. Essas cargas, iguais
em valor absolutos, são
conhecidas como cargas
elementares (e), sendo até o
presente a menor carga na
natureza. Sua intensidade é:
191,6 10e C
em que C (Coulomb) representa,
no SI, a unidade de carga
elétrica, tendo recebido essa
denominação em homenagem a
Charles Augustin Coulomb.
Como a menor carga possível é
a do elétron, conclui-se que a
carga (𝐪) de qualquer corpo
eletrizado é um múltiplo inteiro
(𝐧) da carga elementar.
q n e
Conservação da Carga
elétrica:
Outra característica
extremamente importante é que
a carga elétrica é sempre
conservada. Isto significa que
em qualquer interação ou
reação, os valores iniciais e
finais da carga elétrica total
devem ser os mesmos. Assim, a
carga elétrica total nem é criada
nem é destruída.
2. Eletrização
A idéia da eletrização é muito
simples. Se a matéria é
constituída de átomos e estes
são eletricamente neutros, todo
corpo é eletricamente neutro.
Assim, no nível da estrutura
elementar da matéria, eletrizar
um corpo é fazer com que o
numero de elétrons de seus
átomos seja diferente do
numero de prótons. Dois
processos básicos permitem
provocar esse desequilíbrio: a
eletrização por contato e a
eletrização por indução.
Eletrização por Contato:
Quando dois corpos de
materiais diferentes e
eletricamente são postos em
contato muito próximo
(fortemente pressionados um
contra o outro), suas camadas
eletrônicas superficiais ficam
também muito próximas. Por
isso os elétrons de um podem
migrar para o outro.
O corpo que adquire elétrons
torna-se eletricamente negativo;
o que perde se torna
eletricamente positivo. A forma
mais eficiente de estabelecer ou
provocar esse contato é esfregar
um corpo no outro; e esse
processo é chamado de
eletrização por atrito. Sua
característica é os dois corpos
inicialmente neutros ficam com
cargas elétricas opostas.
O atrito não é a causa direta
da eletrização ou da passagem
de elétrons de um corpo para
outro; ele apenas estabelece o
contato que viabiliza essa
passagem.
OBS.:
Nem todo par de corpos
atritados se eletriza. É preciso
que eles tenham diferentes
tendências para ceder e reter
elétrons.
Não é possível eletrizar
corpos condutores segurando-os
com a mão.
Se um dos corpos em contato
estiver eletricamente carregado,
o atrito não é necessário: para
que haja passagem de elétrons
desse corpo para outro
Professor Eduardo Sidney eletricamente neutro basta que
se estabeleça o contato entre
eles. Se o primeiro estiver
carregado negativamente, parte
de seus elétrons em excesso
tende a ser repelida para o
segundo; se estiver carregado
positivamente, ele tende a atrair
elétrons do outro.
Esse processo de eletrização
é chamado de eletrização por
contato: parte da carga elétrica
do corpo eletrizado passa para o
corpo neutro e os dois adquirem
cargas elétricas de mesmo tipo.
Eletrização por Indução:
No processo de indução não
há contato direto entre os
corpos. Basta aproximar um
corpo carregado, o indutor, do
corpo neutro a ser carregado, o
induzido, que deve ser ligado
temporariamente à Terra ou a
um corpo maior que lhe forneça
elétrons ou que dele os receba,
fluxo provocadopela presença do
indutor. Caso contrário, o
induzido apenas se mantém
eletricamente polarizado
enquanto o indutor estiver
presente.
3. Lei de Coulomb
Considere a interação elétrica
entre duas partículas carregadas
em repouso para um observador
em um sistema de referência
inercial, ou quando muito,
movendo-se com velocidade
muito pequena; os resultados de
tal interação constituem o que
se chama de eletrostática. A
interação eletrostática para duas
partículas carregadas é dada
pela lei de Coulomb, assim
denominada em honra ao
engenheiro francês Charles A. de
Coulomb, que foi o primeiro a
formulá-la.
A interação eletrostática entre
duas partículas carregadas é
proporcional às suas cargas e ao
inverso do quadrado da distância
entre elas, e tem a direção da
reta que une as duas cargas.
2e
qqF K
r
podemos dizer que:
2 7 9 9
0
110 8,9874 10 9 10
4eK c
quando a distância é medida em
metros e a força em Newton.
eK Constante eletrostática
0 Permissividade de vácuo
c Velocidade da luz no vácuo
4. Campo Elétrico (𝑬 )
Qualquer região onde uma
carga elétrica experimenta uma
força é chamada campo elétrico.
A força sobre uma partícula
colocada num campo elétrico é
proporcional à carga da
partícula.
A intensidade do campo elétrico
num ponto é igual à força por
unidade de carga nesse ponto, e
representamos por E . Então:
𝑬 =𝑭
𝑞= 𝐾
𝑞
𝑑2 ou 𝑭 = 𝑞𝑬
A intensidade 𝑬 do campo
elétrico é expressa em NC
.
Se 𝒒 for positivo, a força 𝑭
sobre a carga tem o mesmo
sentido que o campo 𝑬 , mas se 𝑞
for negativo, a força 𝑭 tem
sentido oposto a 𝑬 .
OBS.:
Denominações utilizadas
Carga Fonte(Q): carga que dá
origem ao campo considerado.
Carga de Prova (q): Carga sobre
a qual o campo considerado está
agindo.
Linhas de Força
Michael Faraday não utilizava
o vetor campo elétrico para
resolver problemas sobre carga
elétrica. Ele raciocinava em
termos de linhas de força, o que
acabou se constituindo numa
representação geométrica do
campo elétrico.
As linhas de força nascem
em cargas positivas e
morrem em cargas negativas.
Professor Eduardo Sidney
Para traçar as linhas de força,
devemos considerar que o vetor
campo elétrico 𝑬 é sempre
tangente a um determinado
ponto da linha de força.
Campo Elétrico uniforme: Um
campo elétrico é uniforme
quando o vetor campo elétrico
apresenta o mesmo modulo, a
mesma direção e o mesmo
sentido em qualquer ponto do
campo.
Campo Elétrico criado por um
condutor esférico
Consideremos uma esfera de
raio r, carregada positivamente
com carga Q.
a) Campo interno: internamente
o campo é nulo
++
++
+
+
+
+
+++
++ A
Br
EA=E
B=0
b) Campo infinitamente próximo
à esfera.
-
--
--
-
-
-
---
- -- -
--
P
r E=K Qr 2
c) Campo na superfície da
esfera: a intensidade do campo
tem seu valor reduzido à metade
-
--
--
-
-
-
---
- -- -
--
P
r E=K Q2r2
d) Campo externo à esfera
-
--
--
-
-
-
---
- -- -
--
P
rE=K Q
d2
d
5. Trabalho (𝜏)
Q q
-F F
d
A B
dB
A
Considere uma carga Q que cria
um campo e uma carga q que pela
ação da força do campo se
movimenta de um ponto A para
um ponto B. Calculemos o
trabalho realizado pela força para
um deslocamento de q de A até
um ponto B. Imaginemos sempre
a carga q suficientemente
pequena para não alterar o campo
de Q.
2
2
2
( )
( )
1 1
A
AB AB
AB B A
A
B A B AAB
A A B A B
AB
A B
AB
A B
QqF K
d
F d
QqK d d
d
d d d dKQq KQq
d d d d d
KQqd d
Q Qq K K
d d
AB A B
AB
q V V
qU
6. Energia Potencial Elétrica
( PE )
É a energia que determinado
objeto ou partícula eletrizado
adquire quando colocado na
presença de um campo elétrico.
Ele pode ser calculado pelas
seguintes expressões:
EP
QqE K
d
7. Potencial Elétrico
Uma partícula carregada em
um campo elétrico tem energia
potencial devido à sua interação
com o campo. O potencial
elétrico em um ponto é definido
como energia potencial por
unidade de carga colocada no
ponto. Designando o potencial
elétrico por 𝑉 e a energia
potencial de uma carga 𝑞 por 𝐸𝑝,
temos:
pEV
q
OU pE qV
Se 0 0
Se 0 0
Q V
Q V
Unidade: J
C= 𝑣𝑜𝑙𝑡 (𝑉)
8. Diferença de Potencial
(ddp) ou Tensão (U)
A diferença de potencial entre
dois pontos é dada por:
A BU V V
9.Relação entre campo
elétrico uniforme e d.d.p
U E d
OBS.:
As cargas elétricas só se
movimentam se existir uma
diferença de potencial;
As cargas positivas se
movimentam do potencial maior
para o menor;
As cargas negativas se
movimentam do potencial menor
para o menor.