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8/18/2019 Elites Políticas Limoeirenses Estratégias e Discursos Para Novos Espaços de Atuação e Poder (1934 – 1972) http://slidepdf.com/reader/full/elites-politicas-limoeirenses-estrategias-e-discursos-para-novos-espacos 1/14 Elites Políticas Limoeirenses: Ações e Discursos rumo a uma consolidação. (1930- 1945) Cintya Chaves *  Resumo: Este trabalho tem como proposta discutir as ações e os discursos que legitimaram e deram ordem e significado a um processo político desempenhado por uma família Limoeirense, no caso, a família Chaves, em prol de consolidar os espaços que já tinham conquistado e que  possibilitavam oportunidades singulares em relação aos outros sujeitos. O mesmo ainda vislumbra estratégias que esta família articulou em prol de ampliar estes espaços, com o objetivo de cada vez mais serem detentores do poder político não só municipal, mas também estadual. Para isto, foram utilizados como fontes cartas pastorais, bem como outros documentos de caráter eclesiásticos, livros memorialísticos, entrevistas e acervos orais.  Palavras- Chave: Elite, Cultura Política, meios de poder. Prelúdio As presentes linhas, e as que hão de vir, ensaiam estudar o protagonismo das elites políticas de Limoeiro do Norte, traduzido através da atuação de uma família, que tem por sobrenome, Chaves, no período de 1930 a 1945. 1  Este caráter ensaístico “revela-se” pelo fato de esta pesquisa estar em sua fase inicial. Não obstante a maior  parte das fontes já estarem catalogadas e, minimamente, inventariadas, nem todas foram contempladas pelo o processo de análise. Além disto, as problematizações bem como as reflexões acerca do objeto, se encontram em etapa de maturação. Mesmo sabendo de todas as ressalvas que a historiografia possui ao termo elite, e das implicações do fazer historiográfico, as lacunas, as seleções dos fatos, o dito e o não dito, a escrita acerca do objeto, este trabalho, almeja contribuir para a historiografia cearense a respeito do estudo das elites locais e da proficiência deste conceito, como chave de leitura para o historiador.   Nesse sentido, é importante esclarecer a compreensão deste estudo no que diz respeito ao termo elite: *  Mestranda em História e Culturas pela Universidade Estadual do Ceará, integrando a linha de pesquisa, Memória, Oralidade e Cultura Escrita. Bolsista CAPES. Este artigo é fruto de pesquisas prévias no  processo de elaboração da dissertação intitulada, Elites Políticas Limoeirenses: estratégias e discursos para novos espaços de atuação e poder (1934 – 1972), sob a orientação do Prof. Dr. William James Mello. 1  No tocante a seleção espacial para este trabalho, o município de Limoeiro se situa na região do Baixo Jaguaribe, estado do Ceará. Quanto ao recorte temporal, de 1930 a 1945 se justifica essencialmente devido ao caráter inicial da pesquisa.

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Elites Políticas Limoeirenses: Ações e Discursos rumo a umaconsolidação. (1930- 1945) 

Cintya Chaves* 

Resumo: Este trabalho tem como proposta discutir as ações e os discursos que legitimaram ederam ordem e significado a um processo político desempenhado por uma família Limoeirense,no caso, a família Chaves, em prol de consolidar os espaços que já tinham conquistado e que possibilitavam oportunidades singulares em relação aos outros sujeitos. O mesmo aindavislumbra estratégias que esta família articulou em prol de ampliar estes espaços, com oobjetivo de cada vez mais serem detentores do poder político não só municipal, mas tambémestadual. Para isto, foram utilizados como fontes cartas pastorais, bem como outros documentosde caráter eclesiásticos, livros memorialísticos, entrevistas e acervos orais. 

Palavras- Chave: Elite, Cultura Política, meios de poder.

Prelúdio

As presentes linhas, e as que hão de vir, ensaiam estudar o protagonismo das

elites políticas de Limoeiro do Norte, traduzido através da atuação de uma família, que

tem por sobrenome, Chaves, no período de 1930 a 1945.1  Este caráter ensaístico

“revela-se” pelo fato de esta pesquisa estar em sua fase inicial. Não obstante a maior

 parte das fontes já estarem catalogadas e, minimamente, inventariadas, nem todas foram

contempladas pelo o processo de análise. Além disto, as problematizações bem como as

reflexões acerca do objeto, se encontram em etapa de maturação.

Mesmo sabendo de todas as ressalvas que a historiografia possui ao termo elite,

e das implicações do fazer historiográfico, as lacunas, as seleções dos fatos, o dito e o

não dito, a escrita acerca do objeto, este trabalho, almeja contribuir para a historiografia

cearense a respeito do estudo das elites locais e da proficiência deste conceito, como

chave de leitura para o historiador. 

 Nesse sentido, é importante esclarecer a compreensão deste estudo no que diz

respeito ao termo elite:

* Mestranda em História e Culturas pela Universidade Estadual do Ceará, integrando a linha de pesquisa,

Memória, Oralidade e Cultura Escrita. Bolsista CAPES. Este artigo é fruto de pesquisas prévias no processo de elaboração da dissertação intitulada, Elites Políticas Limoeirenses: estratégias e discursospara novos espaços de atuação e poder (1934 – 1972), sob a orientação do Prof. Dr. William JamesMello. 1

 No tocante a seleção espacial para este trabalho, o município de Limoeiro se situa na região do BaixoJaguaribe, estado do Ceará. Quanto ao recorte temporal, de 1930 a 1945 se justifica essencialmentedevido ao caráter inicial da pesquisa.

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[...] O termo elite corresponde a “minoria que dispõe, em uma sociedadedeterminada, em um dado momento, de privilégios decorrentes de qualidadesnaturais valorizadas socialmente (por exemplo, a raça, o sangue etc.) ou dequalidades adquiridas (cultura, méritos, aptidões, etc.)”. O termo pode

designar tanto o conjunto, o meio onde se origina a elite (por exemplo, aelite operária, a elite da nação), quanto aos indivíduos que a compõem, ouainda a área na qual se manifesta sua preeminência plural, a palavra“elites” qualifica todos aqueles que compõem o grupo minoritário que ocupaa parte superior da hierarquia social e que se arrogam, em virtude de suaorigem, de seus méritos, de sua cultura ou de sua riqueza, o direito de dirigire negociar as hierarquia social e que se arrogam, em virtude de sua origem,de seus méritos, de sua cultura ou de sua riqueza, o direito de dirigir enegociar as questões de interesse da coletividade [...]  (BUSINO, APUDHEINZ, 2006)

Sobre o estudo das elites2, compreende-se ainda que os indivíduos não são elites, mas

estão como elites, portanto, a condição básica das análises da elite apresenta-se nadimensão de que esta possui um caráter eminentemente posicional, tanto de poder

quanto de status.

Para tanto, a ampliação de poderes, dentre as muitas possibilidades, proporciona

ao indivíduo ou aos indivíduos, novos contatos na esfera, no caso política, tendo como

estratégia a constituição de um grupo cada vez mais coeso, pelo menos é o que se é

demonstrado socialmente, diante da ação política e ideológica. Vale ressaltar que esta

ideia de transmitir, de se apresentar socialmente como um grupo coeso, tem como

 propósito fundamental, o de demonstrar para a sociedade, em especial no caso das elites

 políticas, para a população votante, como o grupo mais equilibrado, como a melhor

opção de governo para a comunidade.

 No caso, dos Chaves, eles usaram e ainda usam através da produção de livros de

memória, a ideia de família unida, da hereditariedade, ou seja, que vem do sangue, “o

dom” que os membros desta família possuem para administrar politicamente os cargos

 públicos. Assim, a elite é um grupo; apesar de estar composta de indivíduos, ela se

comporta como grupo. (BORGES, 2011).

2

 Sobre a teoria das elites atribui-se aos italianos Vilfredo Pareto (1848-1923); Gaetano Mosca (1858-1941), principalmente, mas também ao alemão Robert Michels (1876- 1936), o “mérito” de suaformulação. 

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“Rastros Impressos”: Conhecendo os Personagens 

Um irmão de Sindulfo e do Pe. Climério, Leonel Chaves, que morreu em1919, tornou-se deputado, dando cobertura estadual, em Fortaleza, ao

domínio dos Chaves, em Limoeiro. [...] Além da dominação cartorial, osChaves  controlavam, muitas vezes, através dos vigários da paróquia, o poder eclesiástico. [...] (LIMA, 1997: 322- 323) 

Judite Chaves, José Gondim Chaves e Franklin Chaves são irmãos e filhos de

Sindulfo Freire Chaves e de Dulcinéia Gondim Chaves. O pai destes foi agropecuarista,

gerente dos bondes de burros, em Fortaleza e prefeito de Limoeiro nos anos de

1933/1934. A mãe foi professora. Judite Gondim Chaves casou-se em 1924 com

Custódio Saraiva Menezes, que de 1935 a 1936 exerceu o seu primeiro mandato como

 prefeito eleito de Limoeiro, e o seu segundo mandato durante oito anos de governo,1937 a 1945, como interventor. Assim, Judite passaria a se chamar Judite Chaves

Saraiva. Esta foi indicada pelo padre Manoel Caminha Freire de Andrade, conseguindo

a liderança da Liga Eleitoral Católica: “Durante várias décadas, dona Judite comandou

com sabedoria e equilíbrio, o seu grupo político, elegendo vários prefeitos e dezenas de

vereadores”. (NUNES, 2006: 32 - 40).

Ao observarmos o jogo político, nota-se que a prefeitura de Limoeiro, durante a

maior parte do período varguista, esteve sob o mando da família Chaves, do sogro parao genro, e com outros membros da família e aliados muito próximos compondo a

 bancada de vereadores. Destarte, percebemos uma elite atuando na arena política de

Limoeiro. Mas será que se tratava de um grupo qualquer? Qual o lugar social que a

família Chaves já ocupava? Quais estratégias esse grupo traçou? Conforme Lauro de

Oliveira Lima:

[...] Com a instalação da vila (1873), intensifica-se a liderança dos Chaves,

(São João), com a nomeação de Serafim Tolentino Freire Chaves, tabelião e, posteriormente, comandante da Guarda Nacional. [...] Permaneceu comolíder até 1914, quando faleceu. [...] O controle do poder, na comunidade,oscilava sempre entre os detentores da burocracia (sobretudo os cartórios) eos mercadores enriquecidos. [...] (LIMA, 1997: 318.) 

Para Oliveira Lima, Serafim Tolentino Chaves foi o patriarca dos Chaves, referindo-se

ao fato deste ter sido o primeiro tabelião de Limoeiro. O tabelionato se constituiu

relevante para que sua família se estabelecesse politicamente, por ser um importante

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componente de integração da matriz de poder 3  da época para se instituir como uma

elite,  como o próprio Oliveira evidencia. É necessário entender que o cartório

 possibilitava ações políticas que fortaleciam o controle centralizador da família Chaves:

[...] O cartório jamais perdeu seu valor instrumental na manipulação dosalistamentos (aquisição do título de eleitor), de modo que, através dele, osChaves, mesmo fora do poder, no Estado, continuavam a fraudar as eleiçõesem Limoeiro, de fato que estourou, finalmente, na gestão de dona Judith,quando um juiz mandou proceder a uma devassa. [...] (LIMA, 1997: 338) 

Apesar da oscilação por alguns períodos do domínio exercido pelos Chaves à frente da

administração municipal, constata-se que os mesmos, por décadas, por meio de Sindulfo

Freire Chaves, filho de Tolentino Chaves, e os netos, José e, em especial, Judite e

Franklin Chaves, filhos de Sindulfo, ocuparam no panorama limoeirense um controle,

como já mencionado, não somente se estabelecendo, mas se consolidando, haja vista

deterem o poder desde a emancipação do município.

Segundo o historiador João Rameres Régis, nesses primeiros anos da década de

1930, os Chaves estavam retomando a posição de mando, abalado com o evento da

Revolução. Nesse sentido, juntamente com esta restabilização, a família ajustou e ao

mesmo tempo ratificou uma cultura política:

[...] Na década de trinta, mudou-se para a casa onde morou cinquenta ecinco anos, [...] Nela Judite e Custódio comemoraram as Bodas de Prata, as

 Bodas de Ouro; [...] Muitos outros eventos pôde-se registrar, tais como: festas religiosas, natais, [...], recepções e comemorações políticas. (FEIJÓ,2006: 28)

Escrito por Lirete Saraiva, filha de Dona Judite, em homenagem ao centenário de sua

mãe, esse trecho se torna revelador no que diz respeito ao dia-a-dia do ambiente mais

“íntimo” constituído por esses agentes. Ou seja, nota-se que a casa de Judite se

configurava como um espaço aglutinador da elite, em que os eventos da margem

 política como festejos, recepções realizavam-se em sua casa. Assim, nesta passagem

3  É necessário compreendermos que o conceito de Elite é variável, o que entendemos ser elite nacontemporaneidade não se relaciona da mesma forma com o que foi entendido no passado. O termomatriz de poder está relacionado ao termo, meios de poder, que possuem uma proporção dinâmica, ouseja, os meios de poder utilizados por uma elite no Império, na maioria das vezes não são os mesmosutilizado pela Elite, da ou na República. No caso, da família Chaves o comando do cartório se tornoumeio que “transcendental” aos anos, sendo, portanto um meio de poder para se estabelecer e se consolidarnas diversas esferas sociais, em especial na área da política, em meio as supostas “rupturas”, na

 perspectiva do macro, como por exemplo, a Revolução de 1930.

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 pode-se conjecturar que a casa foi instrumentalizada e instituída como um lugar da

 prática política dos Chaves, onde o público e o privado, em uma relação de

entrelaçamento, mutuamente serviam para nutrição da força de ambas as dimensões.

Outra filha de Judite, Lenira Saraiva, declara:

[...] Em nossa casa, os mais humildes se sentiam amados e respeitados porela e, os mais abastados, inclusive as lideranças políticas sentiam-se àvontade no meio de tamanha disponibilidade de dona Judite. Confesso que,quando era adolescente, me cansava e até reclamava de ter que sersimpática para toda aquela gente. Nossa casa assemelhava-se a um lugar

 público, onde tudo era de todos. [...] ( CASTRO, 2006: 31-32) 

Em sua narrativa permeada por afetividade devido aos laços de parentesco, Lenira

Saraiva, “representa” a casa como um recinto em que a população se sentia à vontade para se achegar com os seus anseios. Ainda faz conhecer como tão bem Judite

articulava esse espaço concebendo-o como ponto de intersecção para os diferentes

grupos sociais. É de suma importância se perceber a força simbólica desse gesto, tanto

de congregar os mais humildes, como os da mais alta renda em seu lar, convivendo com

os diferentes grupos necessários para a manutenção e fortalecimento do poder da sua

família política.

Usando a imaginação histórica tem-se a impressão de que nessa época todas as

ações, assim como as idealizações políticas, perpassavam a atmosfera da casa do

 prefeito.4  Deve-se refletir ainda que tal ação era uma estratégia política que visava

estabelecer laços de confiança tanto com os “dominantes” como com os “dominados”,

 pois a elite instituiu certos códigos para que assim pudesse estabelecer o seu domínio,

em especial sobre a população. (HALEVY, 1982:11). 

Este proceder de Judite Chaves tornava consistentes os atos sociais e políticos,

atribuindo, portanto, sentidos e significados aos processos políticos, isto é, essa relação

 próxima em especial com o povo tornava bem mais fácil a concretização de seus

interesses e do seu cônjuge Custódio Saraiva, como do seu grupo em si. Assim, a

conduta desta “família política”, tinha como consequência o êxito dos seus candidatos

 preferidos:

[...] Os votos que ela conquistava eram mais dela do que do própriocandidato. Tratavam-se de votos de amizade, conquistados carinhosamenteao longo do tempo, entre ela e o eleitor. Um pedido de dona Judite aos seus

4 Pode-se hipoteticamente até pensar que talvez essa casa fosse usada mesmo quando a prefeitura nãoestava nas mãos dos Chaves.

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amigos e compadres era mais do que uma ordem. Mamãe, no meu modo dever, foi a pessoas mais querida e conhecida na região jaguaribana, na épocaem que viveu. Também pudera, em nossa residência, costumava recebertodos com muito carinho e atenção, oferecendo um cafezinho, uma merenda,um sorriso, um assento, um almoço, uma palavra amiga, um conselho, umadica, enfim, tudo aquilo que a pessoa desejasse. É preciso notar que, estas

boas ações, ela as realizava em todas as épocas, independentemente do período de eleição. [...] (CASTRO, 2006: 31) 

É interessante compreender que um dos aspectos “sutis” das estratégias utilizadas pela

elite consistia na troca de vantagens por votos. Esses benefícios não correspondiam

somente aos bens materiais como dar empregos ou até mesmo moradias, mas também

em aspectos imateriais como tratamento privilegiado pelas autoridades seja bem “antes”

da eleição,  como no próprio período, intuindo que os eleitores se sentiriam   “na 

obrigação moral (ou achariam que era de seu interesse) votar nos doadores – ou até detrabalhar em favor do partido doador.” (HALEVY, 1982: 20- 21)

A este respeito, vale enfatizar os vínculos que se estabeleciam. Eles integram

uma cultura política e ou uma moldura cultural no qual os diferentes atores sociais se

movimentavam e estavam inseridos. Esses vínculos, provavelmente, eram mais

 permanentes, duradouros, e extrapolavam o período eleitoral que é mais fugaz, embora

essas estratégias visassem sempre à vitória nos pleitos.

A fidelidade dos indivíduos também se compunha importante para as disputas

sociais, seja com os adversários nos mais diversos temas, desde a possibilidade de

adquirir um lugar num órgão público para um correligionário, ou até mesmo o controle

das organizações sociais que se criavam no município. O fato é que, nessa relação de

um pedido de Judite aos seus amigos e compadres ser mais que uma ordem,

 perpassaram noções e sentidos que foram inteligíveis aos que atuavam nesse processo.

A esse respeito Karina Kuschnir e Leandro Piquet Carneiro afirmam:

[...] No nosso entender, a noção de cultura política refere-se ao conjunto deatitudes, crenças e sentimentos que dão ordem e significado a um processo

 político, pondo em evidência as regras e pressupostos nos quais se baseia ocomportamento de seus atores [...] (KUSCHNIR &CARNEIRO, 1999: 1-33).

Existiu uma relação bem demarcada entre os agentes envolvidos na tessitura

 política deste período, em Limoeiro. Essa obediência dos amigos à Dona Judite é bem

típica da política mandonista, que para José Murilo de Carvalho:

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[...] Refere-se à existência local de estruturas oligárquicas e personalizadasde poder. O mandão, o potentado, o chefe, ou mesmo o coronel comoindivíduo, é aquele que, em função do controle de algum recurso estratégico,em geral a posse da terra, exerce sobre a população um domínio pessoal earbitrário que a impede de ter livre acesso ao mercado e à sociedade

 política. O mandonismo não é um sistema, é uma característica da política

tradicional. [...] (CARVALHO, 1997) 

Esses amigos eram “privilegiados”, como afilhados, obtendo a proteção de Dona Judite.

 Nessa peça, cada um possuía o seu papel bem definido, pois a lógica da gratidão com

relação aos favores recebidos e a proteção, elementos de uma relação duradoura e de

vínculos instituídos na tradição política, que os mesmos se beneficiavam, era o fato de

ceder o seu voto para os candidatos apoiados por dona Judite, intitulada por Lauro de

Oliveira Lima como “mulher de cabelo na venta”:

[...] É preciso destacar um personagem que atuou na vida política de Limoeiro, de forma contundente: dona Judith Chaves, mulher de “cabelo naventa”, esposa de Custódio Saraiva. Era chamada de “Coronel de Saia”.[...] Dona Judith era o cacique que se misturava com seus cabras como

 Maria Moura do romance de Rachel de Queiroz. Querida por seuscorreligionários, odiada pelos adversários, pairava acima da maledicênciamunicipal. (LIMA, 1997: 333 – 334) 

Dona Judite foi descrita, como quem exercia o poder político, usando dessas

relações de dependências, desses mecanismos de aquisição e de reprodução do poder político, características de uma política tradicional, que burlou os anos.

É importante destacar que a centralidade do poder da família Chaves recaia

 principalmente na ação de Judite e de Franklin Chaves, tanto ao assumirem postos

importantes, como na elaboração de estratégias políticas para a permanência do seu

grupo no poder. Vale salientar, que quando se fala de grupo pode-se pensar também a

família na dimensão política, do parentesco que se estabelece para além da

consanguinidade. Há códigos que são partilhados pelo grupo, daí deve ser consideradatambém a dimensão simbólica do poder.

Assim, a partir da década de 1930, os Chaves terão duas figuras que se

destacarão em detrimento dos outros membros da família. São estes, Judite Chaves,

abordada nesta pesquisa e Franklin Chaves, seu irmão, que nesta oportunidade não foi

 praticamente citado, mas outros “capítulos” serão editados e reeditados a respeito dos

rastros impressos pela família Chaves.

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Década de 1930: articulações quanto aos “novos” espaços de atuação

e poder

 A LEC [...] liderada por Dona Judite [...], no caso de Limoeiro do Norte,tornou-se tão forte no Ceará que chegou a eleger um governador, no caso, o

 Dr. Menezes Pimentel. A partir daquela fase política cearense, dona Judite revelou-se a liderança política mais forte da cidade de Limoeirodo Norte, conseguindo eleger vários prefeitos municipais, dentre eles, oseu irmão José Gondim Chaves. [...] as eleições de dois de Dezembro de1945, [...] nesta ocasião que Franklin Chaves, irmão de Dona Judite,começou a sua brilhante participação na política do Ceará, elegendo-sedeputado estadual por sete legislaturas seguidas. (NUNES, 2006: 32 - 40) 

Antonio Pergentino Nunes, autor deste trecho, é escritor memorialista de

Limoeiro do Norte e foi, “pode-se dizer que ainda é,” integrante político do grupo

Chaves. Este fragmento de sua autoria fornece indícios quanto aos meios de poder

utilizados pela família Chaves pós década de 1930. A fonte “sugere” que a partir da

Liga Eleitoral Católica - LEC5  as práticas políticas da família Chaves foram

intensificadas em Limoeiro, e que a liderança exercida por um de seus membros, neste

citado partido, possibilitou oportunidades de acessos a outros cargos tidos social e

 politicamente como mais importantes.

A ascensão da família Chaves a cargos que conferem ao indivíduo a ideia de

 prestígio, (MILLS, 1968), caracterizada por assumir postos de liderança, bem como

cargos de caráter institucional, sócio culturalmente considerados como valorosos e

respeitáveis, como por exemplo, em instituições educacionais e de saúde, no caso dos

Chaves6, foi uma das estratégias e ou táticas, dependendo do lugar de referência no qual

visualizamos esta família. Segundo Michel de Certeau a “estratégia” seria articulada

 pelos produtores, um sujeito de querer e poder, e se apoia no lugar, “[...] as estratégias

escondem sob cálculos objetivos a sua relação com o poder que os sustenta, guardado pelo lugar próprio ou pela instituição [...]” (CERTEAU, 1994: 46 - 47).

5 A Liga Eleitoral Católica, LEC, se estabeleceu como um movimento de grande relevância para o Ceará.

Criada em 16/12/1932, era mais uma das estratégias encontrada pela Igreja de se restabelecer nasociedade a confessional e garantir a não extinção dos princípios cristãos como também abalizar sua

 presença como instituição.6 Judite, juntamente com Franklin, com comerciantes e coronéis da cera de carnaúba, criaram a Sociedade

Pró Rural atualmente conhecida como Escola Normal Rural de Limoeiro, na época do integralismo, 1934.Assume a posteriori a presidência da Maternidade São Raimundo, criada em 1942, devido a chegada da

Diocese na cidade, e na década de 1960 torna-se Diretora Administrativa da Escola Normal Rural (1962/1970).

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 Nesse sentido, no âmbito de Limoeiro, os Chaves são estes sujeitos do querer e

do poder, respaldados pelos cargos institucionais, o lugar; que possibilitou acessos

outros e, experiências, tidas como socialmente importantes, que os demais Limoeirenses

não tiveram oportunidades de desfrutar. No que diz respeito às táticas, Certeau explica

que elas se caracterizam pelo “o não lugar”. Do ponto de vista deste estudo, este

conceito não pode ser aplicado na íntegra, pois apesar de, os Chaves, quando

relacionados com os atores que administraram a política nacional, serem agentes

comuns, produzindo táticas, inventando o cotidiano, o lugar municipal que eles

detinham, ainda foi suporte de apoio. Assim, o termo, tática, não é pensado em sua

 probidade, conforme a perspectiva do autor referido.

A grande questão é que agregado aos cartórios o grupo foi articulando novos

espaços de atuação e poder e isto possibilitou a personificação deste, e de seu

sobrenome em variadas instâncias, no processo de disputa pela memória.

Alguns indicativos, levam a crer que o controle da Liga Eleitoral Católica

 permitiu aos Chaves um maior contato com Menezes Pimentel:

 A Comissão conseguiu,  de pronto, do Interventor Francisco Menezes

 Pimentel  , os outros cem contos de réis em apólices do Estado, mercê do prestígio político de seus integrantes. ( BRANCO, 1997: 178) 

A epígrafe citada refere-se à disputa pela instalação da Diocese no vale do Jaguaribe,

 por volta de 1936. As cidades que integravam esta disputa eram Russas, Aracati e

Limoeiro do Norte, destacada pelos memorialistas e pelo discurso da própria elite que

liderava o comitê, como a cidade menos cotada para tal empreitada. Esta comissão que

o trecho aborda foi integrada por Hercílio da Costa Silva, Gaudêncio Ferreira de Freitas,

Custódio Saraiva Menezes e Odilon Odílio Silva. Nesta corrida em busca da instalação

da Diocese, em 1938, Limoeiro do Norte conseguiu ganhar, e um dos grandes

ressentimentos em especial dos indivíduos russanos envolvidos neste processo é o fato

da Comissão ter conseguido uma parte do dinheiro necessário para instalação devido “a

seu prestígio político”.

Por esta epígrafe percebe-se que a relação com o interventor era de proximidade. 

O fato de Menezes Pimentel, também eleito pela LEC, ter cedido a Limoeiro, não

obstante a disputa pela Diocese incluir outros dois municípios do vale do Jaguaribe,

 pode possibilitar estabelecer a hipótese de que a Liga Eleitoral Católica em Limoeiro se

destacou em detrimento a essas outras localidades.

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A conquista da Diocese foi mediada fundamentalmente pelas relações políticas

 já empreendidas pelo grupo, sendo, portanto, utilizada por estes como uma maneira de

mostrar para a sociedade limoeirense a eficácia dos seus líderes, em especial de

Custódio, que integrava a comissão. Assim, no âmbito do discurso foi muito bom para

esta elite; foi uma vitória política, pois em cima disto, dentre outras ações, como já o

controle da prefeitura, eles efetivaram sua estabilização no pós 1930.

Para além do âmbito do discurso a conquista da Diocese foi um grande

empreendimento das elites políticas locais, foi um “ganho”. Pode-se conjecturar que era

um sonho da elite transformar a localidade em uma cidade grande ,  “[...] Limoeiro

daquele tempo era quase nada comparada com Aracati e Russas. [...]” ( BRANCO,

1997: 178). Os componentes que integravam a Comissão sabiam que com a presença da

Diocese despontariam uma série de empreendimentos7  urbanos e de vantagens para

Limoeiro tendo como consequência também, ganhos políticos no que diz respeito tanto

a novos espaços de atuação, como a uma esfera de contatos mais ampla, bem como a

 personificação dos indivíduos que estavam no poder, no caso, eles próprios.

A indicação de Judite Chaves para ser líder da LEC deve-se ao fato da relação

que a família já cultivara com a Igreja Católica, desde o advento Imperial. Segundo o

memorialista Lauro de Oliveira Lima, a família Chaves detinha o poder eclesiástico, e

os padres que em algum momento se “rebelavam” contra o grupo eram normalmente

transferidos de Limoeiro.

Observa-se que a liderança da Liga Eleitoral Católica na década de 1930 foi

fundamental para a família se estabelecer e eleger seus candidatos, como por exemplo,

José Gondim Chaves, prefeito de Limoeiro, Franklin Chaves, vereador, e Custódio

Saraiva. Os dois primeiros irmãos de Judite Chaves, e o último esposo, que inclusive foi

nomeado interventor do município por Menezes Pimentel.

Assim, a Liga Eleitoral Católica foi um dos principais meios de poder utilizado pelo grupo Chaves, na década de 1930, podendo ser percebido como um grande passo

rumo a uma consolidação e ratificação no universo político devido à ampliação de

 poderes, que dentre as muitas possibilidades, proporciona aos indivíduos, novos

contatos nesta esfera.

7 A este respeito à Comissão estava certa, pois umas séries de edificações foram sendo efetuadas, como a

Maternidade em 1942, o Ginásio Diocesano também em 1942, a Comarca em 1946, o Patronato SantoAntônio dos Pobres, o Tiro de Guerra e o Seminário em 1947, Liceu de Artes e Ofícios e a Rádio Vale em1953, entre tantos outros empreitadas arquitetônicas.

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Efetivamente os acessos e oportunidades da família na esfera política foram

expandidos e mesmo com o fechamento da LEC, o poder político se mantém na família.

 Não obstante o término da ditadura, eles retornam como partido, sob as vestes do PSD.

Assim, esta família vai se metamorfoseando até certo ponto, pois conserva em sua

 política um tradicionalismo exacerbado, e consegue atuar por vários anos na política

Limoeirense, chegando a içar cargos políticos até de âmbito estatal.

Considerações Finais

O estudo das Elites é mais uma forma de leitura da dinâmica social. Entretanto,

não dá para ignorar que estes sujeitos da sociedade, que são minoria, usufruem, de

modo geral, de acessos, de prestígio, de dinheiro e poder, (MILLS, 1968:17), que uma

maioria não se beneficia.A História que inerentemente possui em seu bojo a denúncia, a problematização,

a desconstrução de retóricas, busca traduzir e entender os sentidos e os significados que

fomentaram um passado a luz de questões do presente. Nesta relação passado e presente

sabe-se que não há uma linha que determine o fim de um, para que se inicie o outro.

Assim, as diversas questões sociais, por vezes inquietantes neste “presente”, que é

 permeado por implicações decorrentes de um “passado”, foram construídas

historicamente e são remontadas a partir do lugar e da época em que os indivíduosatuam.

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