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NEURÔNIOS JAMAIS HAVERÁ UMA MULHER COMO LIZ ELIZABETH TAYLOR Elizabeth Taylor nunca posou para a PLAYBOY . Pena. Com 1,63 metro e dobrinhas que despertariam o horror nas es- guias atrizes de hoje, não era um “mulherão”. Mas ela tinha algo, um padrão de beleza único cujo segredo, di- ziam seus cameramen, residia na perfeita simetria de seu rosto. E, claro, em seus olhos de um azul-violeta profundo e magnético capaz de seduzir a todos dentro e fora dos es- túdios. Famosa pelo temperamento difícil, chegou a dizer que seus melhores homens “foram cachorros e cavalos”. E o que seria um impropério na boca de qualquer mulher se tra- duzia em um elogio nos lábios de Liz Taylor – que, por sinal, odiava o apelido “Liz” na mesma medida em que amava diamantes e casa- mentos. Foram oito, dois deles (de 1964 a 1974 e de 1975 a 1976) com o ator galês Richard Burton. Eles se envolveram quando ambos ainda eram casados nas filmagens em Roma de Cleópatra (1963). Escandaloso, o affair que reprodu- zia na vida real o envolvimento da rainha egípcia com o general romano fez a alegria dos papparazzi e rendeu a Liz uma condenação do Vaticano por “volubilidade erótica”. Ao longo de sua carreira ela atuou em 62 filmes e ganhou dois Oscar de melhor atriz por Disque Butterfield 8 (1960), fil- me que detestava, e Quem Tem Medo de Virginia Woolf? (1966), talvez sua melhor interpretação junto com De Repente no Úl- timo Verão (1959). A partir do final dos anos 1970 foi gradati- vamente se afastando do cinema. Suas aparições públicas, seus no- vos casamentos e suas declarações em defesa das vítimas da aids ain- da lhe renderam algum brilho até que seu corpo foi sendo vencido pe- la doença. No dia 23 de março Eli- zabeth Taylor não resistiu a uma insuficiência cardíaca congestiva e, aos 79 anos, fechou seus belos olhos para sempre. Nathan Fernandes R.I.P. Taylor, radiante aos 24 anos, nos bastidores de Assim Caminha a Humanidade (1956) “Foi a época mais caótica da minha vida. O escândalo, a condenação do Vaticano, pessoas me ameaçando de morte, outras se apaixonando perdidamente... Foi divertido e foi horrível.” Elizabeth Taylor, sobre as filmagens de Cleópatra em Roma, em abril de 1998 na revista Vanity Fair abeth Taylor , sobre as filmagens de Cleópatr FOTO: FRANK WORTH/COURTESY OF EMAGE INTERNATIONAL/GETTY IMAGES ELIZABETH TAYLOR EM DVD Cleópatra (Fox), Assim Caminha a Humanidade (Warner), Gata em Teto de Zinco Quente (Warner), A Megera Domada (Sony), Adeus às Ilusões (Lume) ELIZABETH TAYLOR EM DVD

Elizabeth Taylor

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Obituário de Elizabeth Taylor

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Page 1: Elizabeth Taylor

NEURÔNIOS

JAMAIS HAVERÁ UMA MULHER COMO LIZELIZABETH TAYLOR

Elizabeth Taylor nunca posou para a PLAYBOY. Pena. Com 1,63 metro e dobrinhas que despertariam o horror nas es-guias atrizes de hoje, não era um “mulherão”. Mas ela tinha algo, um padrão de beleza único cujo segredo, di-ziam seus cameramen, residia na perfeita simetria de seu rosto. E, claro, em seus olhos de um azul-violeta profundo e magnético capaz de seduzir a todos dentro e fora dos es-túdios. Famosa pelo temperamento difícil, chegou a dizer que seus melhores homens “foram cachorros e cavalos”. E o que seria um impropério na boca de qualquer mulher se tra-duzia em um elogio nos lábios de Liz Taylor – que, por sinal, odiava o apelido “Liz” na mesma medida em que amava diamantes e casa-mentos. Foram oito, dois deles (de 1964 a 1974 e de 1975 a 1976) com o ator galês Richard Burton. Eles se envolveram quando ambos ainda eram casados nas filmagens em

Roma de Cleópatra (1963). Escandaloso, o affair que reprodu-zia na vida real o envolvimento da rainha egípcia com o general romano fez a alegria dos papparazzi e rendeu a Liz uma condenação do Vaticano por “volubilidade erótica”. Ao longo de sua carreira ela atuou em 62 filmes e ganhou dois Oscar de melhor atriz por Disque Butterfield 8 (1960), fil-me que detestava, e Quem Tem Medo de Virginia Woolf? (1966), talvez sua melhor interpretação junto com De Repente no Úl-timo Verão (1959). A partir do final dos anos 1970 foi gradati-

vamente se afastando do cinema. Suas aparições públicas, seus no-vos casamentos e suas declarações em defesa das vítimas da aids ain-da lhe renderam algum brilho até que seu corpo foi sendo vencido pe-la doença. No dia 23 de março Eli-zabeth Taylor não resistiu a uma insuficiência cardíaca congestiva e, aos 79 anos, fechou seus belos olhos para sempre. Nathan Fernandes

R . I . P .

Taylor, radiante aos 24 anos, nos bastidores de Assim Caminha a Humanidade (1956)

“Foi a época mais caótica da minha vida. O escândalo, a condenação

do Vaticano, pessoas me ameaçando de morte, outras se

apaixonando perdidamente... Foi divertido e foi horrível.”

Elizabeth Taylor, sobre as filmagens de Cleópatra em Roma, em abril de 1998 na revista Vanity Fair

abeth Taylor, sobre as filmagens de Cleópatr

FOTO: FRANK WORTH/COURTESY OF EMAGE INTERNATIONAL/GETTY IMAGES

ELIZABETH TAYLOR EM DVDCleópatra (Fox), Assim Caminha a Humanidade (Warner), Gata em Teto de Zinco Quente (Warner),

A Megera Domada (Sony), Adeus às Ilusões (Lume)

ELIZABETH TAYLOR EM DVD