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ELOI DESZIUTA CONTROLE DE ESTOQUE NO FLUXO DE PROCESSO DA MONTAGEM DO CKD

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ELOI DESZIUTA

CONTROLE DE ESTOQUE NO FLUXO DE PROCESSO DA MONTAGEM DO CKD

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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS

CENTRO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

ELOI DESZIUTA

CONTROLE DE ESTOQUE NO FLUXO DE PROCESSO

DA MONTAGEM DO CKD

CASO EM UM SETOR DE COMPLETELY KNOCKED DOWN (CKD)

PARA EXPORTAÇÃO

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para a conclusão do curso de Administração de Empresas pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS.

Orientador: Profº. Dr. Carlos Alberto Diehl

São Leopoldo

2004

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha família que sempre esteve ao meu lado, em

todos os momentos e que sempre me deram apoio para que eu pudesse atingir

meus objetivos.

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RESUMO

O trabalho apresenta como tema central o controle de estoques, através de

um ponto de vista voltado para a Logística de Suprimentos. E, tem como objetivo

analisar a sistemática que está sendo usado para controlar o estoque de

componentes de uma área de Completly Knocked Down CKD (completamente

desmontado), de uma empresa do ramo metalúrgico localizada no vale do rio dos

Sinos. O método utilizado no desenvolvimento deste trabalho constitui-se em um

estudo de caso qualitativo de caráter descritivo. O trabalho foi concluído e o objetivo

principal atingido.

PALAVRAS-CHAVE: Clientes, Informações, Flexibilidade, Redução de

Custos, Competitividade.

PERÍODO: 2004/1.

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Lista de Ilustrações

Figura 01 MPS...........................................................................................................27

Figura 02 A Árvore do Produto..................................................................................28

Figura 03 Lista de Componentes...............................................................................31

Figura 04 Árvore do Produto.....................................................................................33

Figura 05 Lista de Componentes...............................................................................33

Figura 06 Estrutura Funcional do CKD I....................................................................52

Figura 07 Fluxograma de Processos do CKD...........................................................54

Figura 08.Lista de Separação de Componentes.......................................................55

Figura 09 Etiqueta com Código de Barras.................................................................55

Figura 10 Fluxograma de Processos do CKD II........................................................58

Figura 11 Planilha Quantitativa..................................................................................60

Figura 12 Resumo de Problemas / Propostas..........................................................61

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Sumário

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................07

1.1 Tema....................................................................................................................07

1.1.1 Delimitação do Tema........................................................................................08

1.2 Problema De Pesquisa........................................................................................10

1.2.1 A Atual Necessidade de Manter Estoque.........................................................09

1.3 Objetivos..............................................................................................................10

1.3.1 Objetivo Geral...................................................................................................10

1.3.1.1 Objetivos Específicos....................................................................................10

1.4 Justificativa..........................................................................................................11

1.4.1 Quanto a Importância.......................................................................................11

1.4.1.1 Quanto a Oportunidade.................................................................................11

1.4.1.1.1 Quanto a Viabilidade..................................................................................12

2 CONTROLE DE ESTOQUE NO FLUXO DE PROCESSO DA MONTAGEM DO

CKD...........................................................................................................................14

2.1 Uma Cadeia de Suprimentos...............................................................................14

2.2 O Transporte de Materiais...................................................................................16

2.3 A Formação dos Estoques..................................................................................16

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2.3.1 A Administração dos Estoques.........................................................................17

2.3.2 Razões para a Estocagem...............................................................................18

2.3.3 Custo de Manutenção de Estoques..................................................................21

2.4 Recebimento de Materiais...................................................................................20

2.4.1 Armazenagem e Movimentação dos Materiais no Almoxarifado......................22

2.4.1.1 Esquema de Localização dos Itens...............................................................23

2.5 A Administração de Materiais e o Programa de Produção..................................24

2.6 Programa Mestre de Produção (MPS)................................................................25

2.6.1 O Planejamento das Necessidades de Materiais (MRP)..................................27

2.6.2 Lista de Materiais..............................................................................................30

2.6.3 Lista Multinível..................................................................................................32

2.7 Retirada de Material do Almoxarifado.................................................................35

2.7.1 Embalamento de Componentes.......................................................................35

2.8 O inventário Físico...............................................................................................36

2.8.1 Responsabilidade pelo Controle dos Estoques................................................37

2.9 Os Desafios para os Administradores de Estoques............................................37

2.9.1 O Gerenciamento do Inventário nas Organizações..........................................38

2.9.1.1 Perfil de um Almoxarife.................................................................................39

3 MÉTODO................................................................................................................41

3.1 Delineamento da Pesquisa..................................................................................41

3.2 Definição da Unidade-caso..................................................................................43

3.3Técnica de Coleta de Dados................................................................................45

3.4Técnica de Análise de Dados...............................................................................48

3.5 limitação do Método.............................................................................................48

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS.............................................................................50

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4.1 Apresentação do Local da Análise......................................................................50

4.2 Trabalho de Pesquisa..........................................................................................51

4.3 Produção Confirmada .........................................................................................52

4.4 Separação Física dos Componentes...................................................................52

4.4.1 Embalamento dos Componentes Separados...................................................53

4.5 Auditoria da Qualidade........................................................................................54

4.6 Baixa dos Componentes pelo PCP.....................................................................55

4.7 Lançamento das Notas Fiscais no Recebimento Contábil..................................56

4.8 Conferência Física no Recebimento Físico.........................................................56

4.8.1 Lançamento Contábil pelo Recebimento Físico...............................................57

4.9 Resumo de Dados do Setor................................................................................58

4.10 Proposta de Melhoria para o controle de estoque do CKD...............................50

5 CONCLUSÃO.........................................................................................................59

BIBLIOGRAFIA.........................................................................................................60

FLUXOGRAMA DO PROCESSO.............................................................................71

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1 INTRODUÇÃO

1.1. Tema

Este trabalho de pesquisa visou levantar dados sobre a administração de

materiais em organizações. Isto hoje é um assunto muito discutido na maioria das

empresas que buscam melhorar seu sistema de abastecimento. Melhorando sua

eficiência no controle dos estoques, visando reduzir custos e agilizar sua

capacidade de atendimento a seus clientes.

Este tema levantado é um desafio para os administradores de materiais que

buscam um aprimoramento contínuo no processo empresarial. Visando um comum

acordo entre fornecedores, prestadores de serviços e clientes, assim como a

possibilidade de ganhos profissionais para seus colaborados.

A área de materiais tem grande influência na capacidade competitiva de

uma organização. Ela pode dar a grande alavancagem para o crescimento e

resposta às necessidades e exigências de um mercado globalizado. Com isso a

ênfase em informações sobre os estoques existentes em um almoxarifado facilita a

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programação futura para a empresa que produz. Assim como, para toda a cadeia de

suprimentos e serviços.

1.1.1 Delimitação do Tema

Este trabalho analisou os aspectos que envolvem a logística usada para

controlar o estoque físico de componentes de uma empresa do ramo metalúrgico do

Vale do Rio dos Sinos.

O trabalho foi realizado no setor de Completly Knocked Down CKD

(completamente desmontado). Foi pesquisado o processo que envolve o movimento

físico e contábil do estoque do setor. O restante do estoque da empresa que

pertence a linha de montagem não foi objeto de pesquisa.

1.2 Definição do Problema

1.2.1 A Atual Necessidade de Manter Estoque

Em um sistema de produção ajustado para atender entregas diversificadas,

com quantidades e prazos que se modificam constantemente, cada organização

busca novas maneiras de melhorar seus processos. Como o mercado globalizado é

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mais competitivo, os clientes se tornam mais exigentes, com o prazo e pontualidade

nas entregas. E não estão dispostos a pagar mais por isso.

As empresas devem buscar formas de obter informações mais precisas

sobre os estoques de componentes ou de produtos acabados. Para alguns autores,

estoque significa uma ineficiência na cadeia produtiva. Para outros, os estoque

existe porque não se tem, uma programação eficiente sobre a demanda futura.

Como atualmente, para algumas empresas produzir sem componentes

estocados é inevitável, as empresas devem buscar formas de não tornar os

estoques existentes uma situação sem controle. Se eles existem, devem ser um

aliado do planejamento de compras e produção. Servindo como margem para

possíveis falhas ou flutuações na cadeia de suprimentos. E devem ser controlados

com maior eficiência possível.

Portanto o problema, é comum e inerente nas organizações tradicionais que

trabalham com processos de produção e ainda necessitam manter estoques de

segurança.

Como é possível melhorar as informações sobre o estoque físico de

componentes existente na área do CKD ?

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

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Avaliar o controle de estoque na área do CKD e verificar a possibilidade de

melhorias.

1.3.1.1 Objetivos Específicos

Montar um fluxograma identificando a trajetória dos componentes no setor.

Analisar o fluxo de componentes do setor.

Propor melhorias no controle de entradas e saídas de componentes do

processo.

1.4 Justificativa

1.4.1 Quanto a Importância

Este trabalho pode alavancar o processo de melhoria no controle e

abastecimento de componentes usados na montagem para exportação CKD. Com

essas mudanças haverá possibilidades de melhoria no planejamento de

componentes com melhoria na qualidade do produto. O objetivo da empresa é

cumprir o programa de produção com a melhor qualidade possível.

Com informações mais precisas, pode ser feito um melhor planejamento de

compras. A área de vendas da empresa pode obter informações mais precisas

sobre a entrega dos produtos exportados. O cliente receberá o produto na data

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prevista. Toda a cadeia de suprimentos trabalhará com programação antecipada. O

custo com serviços será menor, visto que as informações sobre carregamentos

serão passadas com antecedência. A produção poderá ser distribuída em todos os

dias úteis do mês. Com isso o gasto com horas extras poderá ser reduzido, ganha a

empresa e ganha o funcionário que terá mais tempo livre para lazer.

1.4.1.1 Quanto a Oportunidade

O trabalho realizado foi uma oportunidade de experiência e aprendizado para

o pesquisador e alavancagem para o setor da empresa. Poderá servir como

exemplo para mudanças em toda área de materiais da organização.

Abre-se espaço para as pessoas envolvidas adquirir experiências

profissional. É um passo para implantar um processo de melhoria contínua nos

fluxos de materiais do setor, com objetivo futuro de reduzir ao mínimo o estoque

existente. Com a continuidade do trabalho o setor poderá ficar mais preparado para

enfrentar futuras mudanças da economia e ameaças da concorrência globalizada.

1.4.1.1.1 Quanto à Viabilidade

A produção do Completly Knocked Down CKD (completamente

desmontado), atualmente enfrenta problemas relacionados ao abastecimento de

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componentes que são embalados para exportação. Parte destes problemas está

relacionado a inacuracidade dos estoques. A superintendência da empresa no

último pronunciamento geral para a companhia, realizado no dia 17/10/2003,

comentou sobre a dificuldade que a empresa tem para controlar seu inventário.

Em entrevista do pesquisador com o gerente da área do CKD, realizada no

dia 24/10/03, o pesquisador apresentou a forma como será conduzido o trabalho de

pesquisa: o primeiro passo foi fazer uma pesquisa bibliográfica, o segundo passo foi

fazer a pesquisa de campo, coletar dados, informações sobre o funcionamento do

setor na prática. E o terceiro paço foi comparar os dados coletados com a teoria

descrita. O gerente da área, colocou o setor a disposição para fornecer informações

necessárias. Mas segundo ele, o nome da empresa não poderá poderia ser

divulgado apenas o nome do setor.

O projeto desenvolvido não é complexo. Sua implantação não foi muito

demorada. Por se tratar de um problema gerencial do estoque de um setor da

empresa. O pesquisador concluiu a pesquisa de campo em 60 dias. Após ter

concluído o resumo bibliográficos.

O investimento que a empresa fará para a implantação do projeto, restringe-

se a um apoio logístico e a oportunidade da supervisão direta do setor ao

pesquisador.

O pesquisador é um prestador de serviços que trabalha tempo integral no

setor onde será realizado a pesquisa. Portanto, teve a vantagem de vivenciar o

processo e disponíbilidade para coletar informações sobre a prática do setor. Mas a

teoria, a metodologia e o conhecimento, são os fatores que mais pesam na

qualidade da pesquisa.

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2 CONTROLE DE ESTOQUE NO FLUXO DE PROCESSO DA

MONTAGEM DO CKD

2.1 Uma Cadeia de Suprimentos

Uma cadeia de suprimentos inclui todas as atividades necessárias para

fornecer um produto ou serviço a um consumidor final. (ARNOLD 1999, p. 23) Há

três fases no fluxo de materiais. Matérias-primas fluem para uma empresa

fabricante com base em um sistema de suprimentos físicos, são processadas pela

produção e, finalmente, produtos acabados são distribuídos para os clientes finais

por meio de um sistema de distribuição física.

A cadeia de suprimentos consiste em diversas empresas ligadas por uma

relação de oferta e demanda. O cliente de um fornecedor compra um produto

adiciona valor a ele e fornece-o ainda a outro cliente. De modo semelhante, um

cliente pode ter vários fornecedores e, por sua vez servir a vários consumidores.

Enquanto houver relacionamentos entre fornecedores e clientes, eles serão todos

membros da mesma cadeia de suprimentos e precisam dar ênfase no controle de

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seu inventário. Uma falha pode atingir toda a cadeia de suprimentos e comprometer

todo o processo.

2.2.O Transporte de Materiais

A importância de uma boa administração de materiais pode ser mais bem

apreciada quando os bens necessários estão no lugar certo e no momento certo.

Para isto o administrador deve estar atento à todo o complexo que forma o

abastecimento. Principalmente a área de transportes que grande parte do custo com

logística é gasto nela.

Ainda em algumas grandes organizações pode-se ver uma linha de

produção, com centenas de funcionários, parada por falta de algum componente

barato, ao qual não foi dada uma devida atenção. Como ele faz parte do processo

todo, acarretou perdas enormes, visto que não conseguiu atender a demanda no

prazo estipulado. “O objetivo da administração de materiais deve ser prover o

material certo, no local da operação certa, no instante correto e em condição

utilizável ao custo mínimo” (BALLOU, 1995, p.61).

Quando se fala em custo mínimo isto não quer dizer que deva ser usado

somente o transporte mais barato, mas sim aquele que vai disponibilizar o produto

no horário necessário, por exemplo: um transporte de São Paulo para Porto Alegre

de uma carga com valor de cem mil reais, pode custar em torno de dois mil reais ou

dois por cento sobre o valor da carga. Se houver uma pressão para baixar um

pouco o preço e o negociador ganhar duzentos reais o percentual de desconto

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sobre o valor da carga será de apenas 0,02%, quase insignificante. Se não existe a

necessidade do material chegar urgente, pode ser usado qualquer transporte. Mas

quando existe prioridade, um frete aéreo, que custa até vinte vezes mais, deve ser

usado, porque um linha de montagem não pode ficar parada. Além disso o

transporte aéreo pode evitar maior movimentação dentro da fábrica. Com isso se

ganha tempo e o material pode ser programado e comprado somente quando

necessário. Por esta razão alguns operadores logísticos usam freqüentemente frete

aéreo para abastecer linhas de montagem de seus clientes. Mas como evitar o uso

de transporte aéreo que é muito caro? A empresa deve se programar e ter a

informação mais precisa possível sobre seu inventário. Daí a programação será feita

com maior antecedência e poderá ser usado quase sempre o transporte que tiver o

menor custo.

O transporte ferroviário é um meio barato e seguro de transportar, mas por

causa da demora ao atendimento ao cliente no Brasil ainda não se desenvolveu

este tipo de transporte. Exemplo: o transporte ferroviário chega a custar cinqüenta

por cento a menos que o rodoviário, mas leva em média quarenta e oito horas

transportar uma carga para Rio Grande enquanto que uma carreta faz este percurso

em apenas seis horas. Ou seja, não é qualquer produto que pode ser transportado

pelo trem.

2.3 A responsabilidade pela Administração de Materiais

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A responsabilidade com a administração de materiais deve ser de toda

organização. Ou seja, todos os setores devem estar envolvidos com todo o

processo e controle dos materiais. É muito importante uma boa qualidade de

informações principalmente nas áreas de engenharia e produção. Segundo Ballou

(1995, p.46), a administração integrada pode melhorar a coordenação das

atividades e diminuir os custos administrativos.

O objetivo da administração de materiais nas empresas deverá ser sempre

de otimizar os investimentos em estoques, aumentando o uso eficiente dos meios

de planejamento e controle minimizando as necessidades de capital para os

estoques de matéria-prima, produto acabado e material em processo, não podem

ser vistos como independentes. Seja qual for a decisão tomado sobre qualquer um

desses setores, atingirá a organização como um todo. Segundo Dias (1998, p.18),

esta regra é esquecida nas organizações com estruturas tradicionais.

2.3 Formação de Estoques

Como a formação de estoques é um ponto crucial, sempre se pergunta: As

empresas necessitam da estocagem e do manuseio de materiais como parte de seu

sistema logístico? Para Ballou (2001, p.200), se a demanda para produtos de uma

empresa fosse conhecida com certeza e os produtos pudessem ser fornecidos

imediatamente para satisfazê-la, teoricamente a estocagem não seria necessária,

uma vez que nenhum estoque seria mantido. Para Bowersox (2001 P.328) a

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formação de estoques só se justifica com produtos sazonais, como móveis para

jardins e brinquedos, cereais que são produzidos em uma época do ano e vendidos

o ano inteiro. Ambas as situações exigem formação de estoques para dar apoio aos

esforços de comercialização.

Como os estoques passaram a ser relevantes dentro das organizações, visto

que os valores que se paga para mante-los é muito alto e mesmo com grandes

quantidades estocadas, corre-se o risco de parar uma produção por faltas de

componentes. Na maioria das vezes o excesso torna-se mais difícil de controlar,.

principalmente nas grandes organizações. Algumas, tem um estoque de material em

transito, matéria-prima estocada no almoxarifado, componentes de reposição e

produto acabado, que valem duas vezes mais que o faturamento da empresa em

um mês de vendas.

Mas como este problema não está ligado somente a organização e sim a

toda cadeia de suprimentos, assim como a empresa que necessita do material para

fabricar e vender mais rápido, o fornecedor também trabalha com o objetivo de

fabricar e vender mais rápido. Sua função é colocar o máximo de produtos no

cliente. Toda cadeia é um processo de transferir o máximo de produtos para o

próximo, pelo método de seduzir e até oferecer descontos pela compra de um lote

grande, toda cadeia está ligada a esta cultura, vendas empurradas, quando o

correto seria: vendas puxadas, desde a matéria-prima até o cliente final.

2.3.1 Administração de Estoques

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O objetivo fundamental da Administração de Estoques é determinar quando

e quanto adquirir de material para suprir uma demanda, sem deixar uma produção

parar, ou um cliente aguardando a entrega do produto. Mas ao mesmo tempo um

administrador de estoques deve ter cuidado para não acumular sobras no

almoxarifado. Por isso deve estar preparado para dominar as duas situações em

empresas de pequeno, médio ou grande porte. Para isso acontecer em primeiro

passo é necessário que as informações sobre o inventário físico sejam mais

corretas possíveis.

O setor investe em tecnologia, mão-de-obra, equipamentos. Atualmente o

mercado está oferecendo empresas especializadas em logística, com capacidade

para trabalham em operações de transporte, armazenamento, manuseio, controle

de estoques, abastecimento de linha de montagem e entrega nos clientes finais.

2.3.2 Razões para a Estocagem

Produtos estocados são uma forma de prevenção para possíveis demandas

que oscilam. Para Ballou (2001 p.202) As empresa usam o espaço de estocagem

atualmente por quatro razões básicas: (1) reduzir custos de transportes e de

produção, (2) coordenar oferta e demanda, (3) auxiliar no processo de produção, (4)

para ajudar no processo de marketing.

2.3.3 Custos de Manutenção de Estoques

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Para manter estoques a empresa precisa pagar seguro, manter um quadro

funcional maior para controla-lo. Ter um nível elevado torna mais difícil de manter

uma boa acuracidade. Às vezes há paradas de linha ou pedido de venda cancelado

por falta de materiais, que são pela inacuracidade do inventário, que por ser elevado

dificulta muito o controle. Se para algum componente as informações não são

exatas, o planejamento não consegue colocar o pedido com antecedência.

Quando o material requirements plan MRP (planejamento e controle de

materiais) é atualizado a quantidade física do componente diverge da contábil. O

pedido não é gerado. Somente no momento que este componente for utilizado é

percebido a diferença. O prejuízo as vezes é grande com horas de produção parada

deixando de produzir. Em um gargalo de produção pode significar um pedido não

entregue no prazo e como a concorrência é muito acirrada pode significar uma

oportunidade do concorrente entrar neste mercado e as conseqüências finais sabe-

se o que deve acontecer.

Quando se encomenda quantidades maiores, eleva-se o estoque médio,

juntamente com o custo de mantê-lo. Manter um estoque custa juros sobre o capital

investido mais as despesas da própria manutenção física – o aluguel ou

amortização dos armazéns e os salários dos funcionários envolvidos. Portanto, para

reduzir o custo de sua manutenção, deve-se encomendar aos fornecedores

entregas menores e mais freqüentes” (VIANA, 1988, p.49).

A estocagem e o manuseio do produto que ocorrem nos pontos nodais da

rede da cadeia de suprimentos, são referenciada como o transporte a zero milhas

por hora. O correto seria manusear produtos do fornecedor até a próxima etapa sem

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paradas para armazenagem. Está atividade eleva o custo da logística Conforme

Ballou (2001 p. 199) estima-se que estas atividades podem absorver vinte e seis por

cento dos custos de logísticas de uma empresa e assim merecem uma

consideração cuidadosa.

2.4 Recebimento de Materiais

As atividades do recebimento abrangem desde a recepção do material na

entrado pelo fornecedor até a entrada nos estoques, sofrendo critérios de

conferência quantitativa e qualitativa.

O recebimento de material é módulo de um sistema integrado com as áreas

da contabilidade, compras e transporte e caracterizado como a interface entre o

atendimento do pedido pelo fornecedor e os estoques físico e contábil. Para Viana

(2000, p.276) o recebimento compreende quatro fases: entrada de materiais,

conferência quantitativa, conferência qualitativa e regularização da documentação.

A atividade de recebimento intermedia as tarefas de compra e pagamento ao

fornecedor, sendo de suma responsabilidade a conferência dos materiais

destinados à empresa. Neste contexto, o controle dos estoques dependem muito de

um recebimento eficiente. Um recebimento acurado deve conferir cem por cento do

produto que é recebido. Quando for volumes fechados, a conferência poderá ser

feita por volumes. Para volumes pequenos é recomendado o uso de uma balança

eletrônica. Para Viana (2000 p. 276) O conferente aponta a quantidade recebida,

desconhecendo a quantidade faturada pelo fornecedor, conhecido como o princípio

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da “contagem cega”. A confrontação do recebido fisicamente versus lançado é

efetuada a posteriori, por meio do regularizador que analisa a quantidade que o

recebimento contábil lançou versus quantidade física que o almoxarife localizou. Se

houver diferença, o problema deverá ser passado para o comprador responsável

pelo material que deverá comunicar o fornecedor para realizar o acerto.

O mesmo procedimento deve ser adotado para produtos recebidos com a

unidade de medida em peso. Como as balanças apresentam um certo grau de

imprecisão, deve-se considerar determinada tolerância para tais desvios, podendo

em certos casos, admitir-se até um por cento de peso menor ou maior. (VIANA,

2000 p. 293)

Os procedimentos anteriores elevam o custo da operação e, grande parte

deles poderá ser evitado se os fornecedores forem qualificados e comprometidos

com o processo.

2.4.1 Armazenamento e Movimentação dos Materiais no Almoxarifado

O armazenamento dos materiais dentro de um almoxarifado é um fator de

muita importância em uma organização. E implica o uso diversificado de

equipamentos, de acordo com a necessidade de cada almoxarifado. Pessoas

precisam ser treinadas para executar o trabalho. Como existem componentes com

um valor bastante elevado deve ser dada bastante atenção para a qualidade do

serviço.

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A questão é escolher qual a forma melhor de armazenar os materiais de

acordo com a disponibilidade de recursos da organização. Algumas organizações

utilizam os paletes de madeira em cima de prateleiras. A movimentação dentro do

almoxarifado pode ser feita por empilhadeiras, paleteiras, ou algum veículo que

estiver ao alcance da organização. Sempre pode ser adaptado alguma forma que o

custo seja menor de acordo com a disponibilidade de recursos de cada instituição.

Mas o método como está armazenado e organizado o produto influencia bastante

no controle do estoque.

A localização do almoxarifado deve ser mais próximo do setor que vai utilizar

o produto. Pode reduzir o tempo de movimentação com redução de custos nas

operações.

2.4.1.1 Esquema de Localização dos Itens

Um esquema de localização, tem por finalidade estabelecer meios para

facilitar a identificação imediata do endereço onde está estocado o material no

almoxarifado. Assim, não deve haver dúvida de identificação de localização para

diversas rotinas de trabalho, seja para separar ou guardar, quando da apresentação

de uma requisição, da entrada em estoque, seja por compra ou devolução, ou ainda

quando for realizado um inventário.

Os endereços de um almoxarifado podem ser comparados ao esquema de

vias públicas em qualquer cidade. Logo, a localização implica a utilização de uma

codificação, normalmente alfa-numérica, representativa do local de armazenagem.

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25

A definição do sistema de localização está intimamente ligada ao arranjo

físico dos materiais armazenados no almoxarifado. Os componentes devem ser

agrupados por família; facilita a localização nas prateleiras. Ex: fixação, eletrônicos,

perecíveis, inflamáveis etc...

Definido o esquema de localização, os endereços devem ficar registrados

em formulários, fichas de localização ou no próprio sistema de informações. Quando

o almoxarife for estocar o produto deve constar o endereço disponível para

acomodar o produto. Para Dias (1996 p. 187), o supervisor do almoxarifado deve

ser o responsável pela manutenção do sistema de localização.

2.5 A Administração de Materiais e o Programa de Produção

Hoje a programação da produção é baseada na programação de vendas.

Analisa o pedido colocado pelo cliente, verifica os prazos de entrega e quantidade

solicitada. Compara com a capacidade de produção da fábrica, ajustada com a

capacidade de atendimento dos fornecedores. Se o pedido do cliente está dento da

capacidade da fábrica. O planejamento e controle de produção (PCP) lança as

ordens de produção no sistema de informática da empresa.

Para Arnold (1999 p. 29) há cinco insumos básicos para o planejamento e

controle de produção, a descrição do produto(descreve os componentes utilizados e

submontagem), as especificações do processo, o tempo necessário para realizar as

operações, equipamentos disponíveis e quantidade necessárias.

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A grande maioria das linhas de montagens automáticas usam a estratégia

de produção assemble-to-order (ordem para montagem). O produto é fabricado com

componentes padronizados que o fabricante tem parte no estoque ou compra de

acordo com sua necessidade. A montagem é feita de acordo com a encomenda do

cliente. o Lead time (tempo de entrega após pedido colocado), de entrega é

reduzido porque o tempo do projeto não é necessário. O projeto está pronto é só o

fabricante montar os componentes.

2.6 Programa Mestre de Produção (MPS)

O planejamento e controle de produção (PCP) prepara a produção. O

próximo passo é preparar master production scheduling (MPS programa mestre de

produção), que é uma ferramenta de planejamento que forma a base para a

comunicação entre a área de vendas e a produção. O MPS é um elo vital no

sistema, pois forma o elo entre o planejamento da produção e o que a produção

realmente fará. Forma a base para o cálculo da capacidade e dos recursos

necessários, orienta o material requirements plan (MRP planejamento das

necessidades de material), com uma programação de itens a ser formulada. O MPS

e as listas de materiais determinam que componentes são necessários desde a

produção até a compra. Mantém válidas as prioridades, pois é um plano de

prioridades para a produção.

Enquanto o plano de produção lida com famílias de produtos, o MPS

trabalha com itens finais. Divide o plano de produção em solicitações de itens

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individuais finais, em cada família, por data e quantidade. O objetivo do MPS é

equilibrar a demanda (prioridades) determinada pelo mercado com a disponibilidade

de materiais, de mão-de-obra e de equipamentos (capacidade) de produção. Os

itens finais produzidos pela empresa são montados de partes de componentes e

subcomponentes. As peças deves estar disponíveis nas quantidades certas e no

tempo certo para dar suporte ao MPS. Se estiver faltando algum componente, o

produto não poderá ser montado e enviado com pontualidade O sistema de material

requirements plan (MRP planejamento das necessidades de materiais) planeja a

programação para estes componentes com base nas necessidades do MPS. Assim

o MPS orienta o MRP.

Conforme Arnold (1999 p.66), o MPS é um plano para a produção. Reflete

as necessidades do mercado e a capacidade produtiva, formando um plano de

prioridades para ser seguido pela produção. Conforme figura (01).

Fornecedor

PCP

MRP

MPS Cliente

Produção

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28

Figura 01

2.6.1 O Panejamento das Necessidades de Material (MRP)

O material requirements plan (MRP planejamento das necessidades de

materiais) é o sistema utilizado para evitar as peças ausentes. Segundo Arnold

(1999 p.92), o MRP estabelece um agendamento (plano de prioridades) que mostra

os componentes exigidos em cada nível de montagem e, com base nos lead times

(tempo de entrega após o pedido colocado), calcula quando estes componentes

serão necessários.

O MRP opera em dois tipos de demanda: a independente e a dependente. A

demanda independente não é relacionada à demanda de qualquer outro produto.

Por exemplo se uma empresa monta bicicletas, a demanda por bicicletas é

independente. Os itens do MPS são itens de demanda independentes.

A demanda pelas rodas, pedais, quadro, pneus, banco, câmbio, corrente e

guidom dependem da demanda por bicicleta e por isso são itens de demanda

dependentes.

A seguir a figura (02), que representa a árvore do produto que mostra a

relação entre itens de demanda independente e dependente. Os números entre

parêntesis indicam as quantidades requeridas de cada componente para fazer a

montagem da bicicleta. Os números em negrito representam o código da peça.

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Figura 02

A bicicleta a ser montada tem uma previsão independente, enquanto que os

componentes da mesma tem uma demanda dependente (calculado). Como a

demanda independente não é relacionada à demanda de nenhum outro montagem

ou produto, a mesma precisa ser prevista. Entretanto, a demanda dependente é

diretamente relacionada à demanda de montagens ou de produtos de níveis mais

altos, e pode ser calculada. O MRP realiza estes cálculos.

Um item pode ter uma demanda dependente e independente, um serviço ou

uma reposição de peças possui ambas as demandas. Exemplo: o fabricante de

bicicletas utiliza roda para montar uma bicicleta. Na montagem da bicicleta as rodas

são itens de demanda dependente. Mas para a reposição de peças (rodas) que o

Bicicleta 21 marchas

Pneu 18

(01) 115

Pedais Cj

(01) 110

Guidom

(01) 125

Rodas 20

(01) 105

Rodas 18

(01) 100

Quadro 20

(01) 135

Banco

(01) 130

Corrente

(01) 145

Câmbio 21

(01) 140

Pneu 20

(01) 120

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mercado necessita são itens que devem ser programados fora da necessidade de

montagem a demanda passa a ser independente.

Segundo Arnold (1999 p. 93), o objetivo principal do MRP é determinar

quais os componentes são necessários para atender o MPS e, com base no lead

time (tempo de entrega após pedido colocado), calcular os períodos em que os

componentes devem estar disponíveis.

Em algumas empresa a demanda e a oferta por componentes se modifica

diariamente por motivos variados. Surgem novos clientes, pedidos são modificados,

fornecedores atrasam entregas. Neste ambiente em que sempre se modifica, um

MRP deve ser capaz de reconhecer prioridades para manter os planos atualizados.

Deve ser capaz também de adicionar, retirar, apressar, postergar ou modificar

encomendas.

Para que o MRP forneça informações precisas sobre as necessidades de

materiais é necessário que o estoque físico seja igual ao estoque contábil

registrado. E a árvore do produto com a lista de materiais estejam cem por cento

acuradas.

2.6.2 Lista de Materiais

Para se fabricar um produto é necessário uma lista de componentes que

está ligada ao produto a ser fabricado. Uma lista de submontagem, produtos

intermediários, peças, matérias-primas que são reunidas para fazer uma montagem

principal, mostrando as quantidades de cada um necessária para se proceder à

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montagem conforme exemplo que mostra lista de componentes para montar a

bicicleta. A seguir figura (03).

Descrição do Produto: Bicicleta 21 Marchas Relação de Peças para Montar uma Bicicleta 21 Marchas Código da Peça Descrição da Peça Quantidade

Requerida 100 Rodas 18 1

105 Rodas 20 1

125 Guidom 1

110 Pedais Cj. 1

115 Pneu 18 1

120 Pneu 20 1

140 Câmbio 21 1

145 Corrente 1

130 Banco 1

135 Quadro 1

Figura 03

Portanto, a árvore do produto mostrada na figura 02, e a lista de materiais

mostrada na figura 03, são chamadas de estrutura de nível único. Uma montagem é

considerada um produto e os itens que a compõem são chamados de componentes.

As empresas em geral utilizam mais de um produto e os mesmos

componentes são utilizados em diversos deles. Utilizando o exemplo da bicicleta, se

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for montado uma bicicleta de 18 marchas, o quadro e o guidom utilizados poderão

ser os mesmos utilizados para montar a bicicleta de 21 marchas.

2.6.3 Lista Multinível

Contas multiníveis são formadas por agrupamentos lógicos de peças em

submontagens com base no modo como o produto é montado. Por exemplo, é

preciso de pedais, quadros, guidons, rodas, correntes e bancos para montar

bicicletas. Cada um destes elementos formam um agrupamento lógico de

componentes e peças e, assim sendo, possuem uma conta de materiais própria. A

seguir figuras (04 e 05), a árvore do produto e lista de materiais de um componente

de uma roda da bicicleta. Os números entre parêntesis representam a quantidade

de peças necessárias para montar a roda e o número em negrito representa o

código do componente. A seguir:

Roda 20 105

Cone (01) 65

Rolamento(01) 60

Raios Cj(36) 55

Aro (01) 50

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33

Figura 04

Descrição do produto: Roda 20 Código do Produto: 105 / Relação de Peças Código da Peça Descrição da Peça Quantidade

Requerida 50 Aro 20 1

55 Raio Cj. 36

60 Rolamento 12 1

65 Cone 1

Figura 05

Portanto, é de responsabilidade da engenharia do produto decidir como o

produto deve ser fabricado: as operações a serem desempenhadas, sua seqüência

e seus agrupamentos.

A função do material requeriments plan MRP (planejamento das

necessidades de materiais), é reconhecer a árvore do produto e a lista de materiais

para a montagem da bicicleta, assim como para a montagem dos componentes.

Cabe ao planejador decidir quais são itens comprados ou fabricados internamente.

Quando fabricados deve haver uma árvore do produto e uma lista de materiais para

itens fabricados. Deve ser aberto uma ordem de produção para itens fabricados,

para o MRP programar a matéria-prima que pode ser identificada como item

comprado.

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Segundo Arnold (1999 p.105), cada componente mostrado na lista de

material é planejado pelo sistema de MRP. Por conveniência, pressupõe-se que

cada componente ou matéria-prima realmente se destine a um estoque físico e seja

contabilizado. Entretanto, é mais importante perceber que o planejamento e o

controle tomam lugar para cada componente da lista.

Mas um ponto importante para o controle físico de um inventário se manter

correto, é a arvore do produto e a da lista de materiais estarem cem por cento

acuradas. Delas dependem as informações para a saída de componentes do

processo quando o PCP lançar as ordens de produção do produto acabado,

informações para a compra de componentes certos, nas quantidades certas,

evitando faltas de um e sobra de outro.

2.7 Retirada de Material do Almoxarifado

Saídas de material do estoque sem requisição devem acontecer para

cumprir o programa de produção onde o planejamento e controle de produção

(PCP) via árvore do produto e lista de materiais se encarrega de realizar a baixa

contábil. Mas as saída de material fora do programa de produção dever acontecer

somente com acompanhamento de requisição de materiais (RM). Segundo Viana

(2000, p. 357) a requisição de materiais está para o gerenciamento do controle de

estoques assim como o cheque está para o gerenciamento e controle bancário.

Para o perfeito gerenciamento de um estoque físico é imprescindível o

exercício do controle e registros de entrada e saídas de materiais e todas as

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operações para possibilitar informações precisas a respeito do saldo existente em

estoque.

2.7.1 Embalamento de Componentes

As operações executadas no embalamento de componentes em uma

expedição devem ser acompanhadas e informadas sempre que ocorrer alguma

diferença. Para reduzir efetivamente a taxa de divergência, o processamento deve

ser informado sempre que uma inacuracidade for detectada, de forma que medidas

sejam tomadas para corrigir o método ou a condição do processamento, impedindo

assim a repetição das ocorrências. Para Shingo, (1996 p. 48) A inspeção que deve

realizar está função é chamada de inspeção informativa, porque realimenta o

processamento com informação. Acompanha o fluxo obtendo as devidas

informações sobre a inacuracidade no momento que ela ocorre. Um sistema de auto

inspeção que elimine os problemas é ainda mais eficiente. Para Shingo, (1996 p.

54) Pode ser desenvolvido com o uso de dispositivos que automaticamente detecta

defeitos ou erros. Tais sistemas dão a cada trabalhador um retorno imediato,

atingindo a inspeção 100% e impedem a ocorrência de defeitos. Conforme Shingo

(1996 p. 54), é fundamental a criação de um dispositivo para conferir uma operação,

porque mesmo os melhores trabalhadores cometem erros inadvertidamente.

Em suma, quanto mais rápido for detectado uma divergência na separação,

mais rápido será tratado o problema evitando um possível retrabalho ou

reclamações de clientes.

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36

2.8 Inventário Físico

O inventário físico é uma contagem periódica dos materiais existentes para

efeito de comparação com os estoques existentes registrados e contabilizados em

controle da empresa, a fim de comprovar sua existência e exatidão. Os sistemas de

controle de estoques estão sujeitos a falhas, não havendo garantia de que as

quantidades registradas correspondem efetivamente às existentes na prateleira. A

exatidão é essencial para que o sistema de controle funcione com eficiência

requerida, possibilitando a empresa baixar seu nível de inventário e cumprir o

programa de produção evitando surpresas no decorrer do processo.

As empresa adotam sistemas de contagem cíclica que varia de acordo com

a importância de cada item. O princípio da curva ABC baseia-se na observação de

que um número de itens freqüentemente domina os resultados atingidos em

qualquer situação. Para Arnold (1999, p. 284) cerca de vinte por cento dos itens

correspondem a aproximadamente oitenta por cento da utilização em valores

monetários. E representam os itens da curva “A”. Os outros oitenta por cento

representam a curva “B e C”. com quinze por cento e cinco por cento

respectivamente. Portanto a maior atenção deve ser dada aos itens da curva “A”

seguido pelos itens da curva “B”. Segundo Arnold (1999, p.286) os itens da curva

“C” são importantes somente se houver a falta de um deles. Portanto, pode ser

mantido sempre um estoque disponível de segurança, visto que o seu valor é

considerado baixo em relação aos itens da curva “A e B”.

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Sempre haverá uma forma melhor de fazer as coisas. Correto é fazer o

controle nas entradas e saídas. O inventário cíclico deve ser realizado e

contabilizado, mas não deve feito somente com o propósito de acertar os estoques.

O objetivo principal da contagem cíclica deve ser para medir o índice de

acuracidade física e financeira. As diferenças encontradas devem ser analisadas

com objetivo de identificar o motivo que causou a diferença. Ou seja, deve se atacar

as causa não o problema.

2.9 Os Desafios para o Administrador de Estoques

Descobrir novos métodos de administrar estoques, sem que a produção

sofra um colapso e não gere maiores custos para a empresa, parece ser o grande

desafio dos novos administradores. Com recursos financeiros cada vez mais

escassos e considerando que na escala de importâncias das organizações vendas e

produção sempre foram mais importantes que a área de materiais, é difícil explicar

para a cúpula da empresa uma parada de linha de montagem ou cancelamento de

um pedido de venda por falta de um componente. Também para a área de vendas é

um fato muito negativo explicar para o cliente que o produto não poderá ser

entregue porque a produção não conseguiu cumprir suas metas, ou o produto não

existia na expedição da empresa. Portanto para Dias (1998, p.19), uma

administração de materiais deve empregar a capacidade de comunicação ao nível

administrativo e operacional.

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2.9.1 O Gerenciamento do Inventário nas Organizações

O administrador de inventário de uma empresa deve desenvolver métodos

para controlar os estoques que sejam mais simplificados e com menor custo

possível. Não há uma regra clara sobre como se gerencia estoques. Sempre deve-

se buscar formas de obter melhor controle com o menor custo possível. Cada

organização deverá buscar seu próprio método de administrar, desenvolver um

modelo de controle de materiais com sistema que possui. Para Iman (1997, p.57), o

gerenciamento de inventário, deve ser em comum acordo com todos os outros

gerenciamentos da organização.

Do ponto de vista contábil, o estoque é um ativo e representa um dinheiro

preso que raramente poderá ser utilizado para outros propósitos. O estoque tem seu

custo de armazenagem e os custos de capital. A área financeira deseja o menor

estoque possível, a área de produção deseja o material necessário para cumprir a

produção. Segundo Arnold, (1999 p. 281), idealmente um fabricante não deve

manter estoque algum, mas em algumas empresas isto é impraticável, já que o

estoque é necessário para dar suporte a produção.

Alternativas para mudar a área de materiais sempre surgem, é preciso que a

cúpula da organização esteja envolvida para dar alavancagem ao processo. Isto só

acontece quando é percebido o grande valor que está parado nas prateleiras e

poderia ser investido em novos projetos ou usado para aplicações financeiras.

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2.9.1.1 Perfil de um Almoxarife

As atividades de materiais exigem muito mais do que um simples manuseio

de materiais. Requer funcionários habilitados. O exame, a identificação o registro e

o armazenamento são processos para os quais é necessário o envolvimento de

funcionários adequados.

Para os almoxarifados a comparação pode ser feita a estabelecimentos

bancários onde os materiais ficam em custódia, resguardados e a salvo. É

necessário que seja dispensada toda a atenção na seleção do pessoal auxiliar para

ali trabalhar, a equipe selecionada deve possuir alto grau de honestidade, o que faz

com que os requisitos principais de um bom funcionário sejam lealdade, confiança,

disciplina e alto nível de concentração no seu trabalho.

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3 MÉTODO

O trabalho foi realizado através de um estudo de caso, pela sua capacidade

de lidar com uma complexa variedade de evidências – documentos, artefatos,

entrevistas e observações. O estudo de caso difere do método histórico, pois refere-

se ao presente e não ao passado. Segundo Yin (2001 p. 32) um estudo de caso é

um método empírico que investiga um fenômeno, especialmente quando não está

claramente definido.

O estudo de caso é usado com estratégia de pesquisa abrangente. Pode ser

usado tanto para pesquisa quantitativa quanto qualitativa. Com a lógica de

planejamento incorporando abordagens específicas, à coleta de dados e à análise

de dados. Para Yin (2001 p. 33), o estudo de caso não é nem uma tática para a

coleta de dados nem meramente uma característica do planejamento em si, mas

uma estratégia de pesquisa abrangente.

Segundo Roesch (1999, apud YIN 2001), estudo de caso é uma estratégia

de pesquisa que refere-se ao presente e não ao passado. Portanto, é mais

apropriado classificar o estudo de caso como uma abordagem qualitativa e

quantitativa, porque com freqüência os estudos de caso iniciam com um esquema

conceitual fraco.

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Este tipo de método possibilita ao pesquisador o estímulo de novas

descobertas em virtude da flexibilidade do planejamento. É freqüente o pesquisador

dispor de um plano inicial e, ao longo da pesquisa, ter o seu interesse despertado

por outros aspectos que não havia previsto ou que não estavam em seus planos de

pesquisa. O estudo deste aspecto pode tornar-se mais relevante do que se podia

imaginar.

3.1 Delineamento da Pesquisa

Na pesquisa realizada, a estratégia inicial foi investigar o processo. O

pesquisador procurou conhecer o processo, levantar questões e hipóteses para o

estudo de caso. Buscar informações para ser bem sucedido na condução do estudo

de caso. Destas informações, segundo Yin (2001 p. 81), as mais comumentes

encontradas são: informações, para fazer perguntas e interpretar o resultado.

Segundo Yin (2001 p. 116) o pesquisador deve participar do trabalho junto a

área no dia-a-dia. Deverá assumir uma variedade de funções dentro do estudo de

caso. Deverá ter domínio das questões durante a fase de coleta de dados. As

investigações foram conduzidas através de entrevistas em profundidade.

Segundo Godoy (1995), a pesquisa qualitativa não procura enumerar ou medir

os eventos estudados, nem emprega instrumental estatístico na análise dos dados.

Parte de questões ou focos de interesses amplos, que vão se definindo à medida que

o estudo se desenvolve. Além disso, o autor salienta que este tipo de pesquisa

envolve a obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos

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interativos pelo contato direto do pesquisador com a situação estudada. Procurando-

se compreender os fenômenos segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos

participantes da situação em estudo.

O método de estudo de caso foi utilizado e teve seu embasamento teórico na

realização de pesquisas bibliográficas sobre o assunto abordado.

O objetivo inicial do pesquisador foi ganhar confiança das pessoas

envolvidas com o processo. Deixá-las livres para falar o que pensam em relação a

situação atual que se encontra o processo. O pesquisador procurou identificar as

causas que geram problemas no processo. Coletou informações de pessoas

relacionadas a funções que tem influência na movimentação física e contábil no

estoque do setor.

3.2 Definição da Unidade-caso

O trabalho de estudo de caso foi realizado no completly knocked down (CKD-

completamente desmontado). De onde são embaladas as máquinas para

exportação. A área foi criada há um ano, atualmente exporta em média um mil e

quinhentas caixas com máquinas desmontadas a cada mês. Possui um estoque

avaliado em três milhões e quinhentos mil reais.

Seu efetivo atual é de sessenta e dois funcionários, a estrutura

organizacional está definida com: um diretor industrial, um diretor de exportação,

dois gerentes, um de área operacional e outro de assuntos externos, um supervisor

de PCP que trata de assuntos ligados à investimentos e contratos de serviços, um

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analista de exportação responsável pela exportação e logística, dois supervisores,

um responsável pela operação e o outro pelo estoque e layout (como está dividido

fisicamente o setor), dois líderes que controlam a produção, quatro técnicos da área

de planejamento e controle de produção (PCP), dois planejadores de compras que

analisam os pedidos de compras no material requeriments plan (MRP-planejamento

das necessidades de materiais), três técnicos do controle de qualidade, quarenta e

duas pessoas que trabalham diretamente na operação. O setor ainda conta com

áreas de apoio como o recebimento contábil e físico que atualmente é junto à

empresa.

Funções que tem influência direta no processo que envolve movimentações

físicas e contábeis de componente do CKD foram entrevistadas.

01 - Pessoas que fazem o acerto da estrutura do produto.

02 - Pessoas que colocam os pedidos no MRP.

03 - Técnicos do PCP que executam lançamentos no sistema de informática.

04 - Os operadores que fazem o encaixotamento dos componentes.

05 - A pessoa responsável pela área do sistema de informática do setor.

06 - O digitador que faz o lançamento contábil no recebimento contábil.

07 - O planejador de compras que lança o pedido de compras no sistema de

informática.

08 - As pessoas que fazem o recebimento físico.

Para Yin (2001 p.112) devem ser conduzidas as entrevistas de forma

espontânea. Essa natureza das entrevistas permite que você tanto indague

respondentes chaves de uma maneira informal, quanto peça a opinião deles sobre

determinados eventos.

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3.3 Técnica de Coleta de Dados

Foram coletados dados primários e secundários do setor de CKD da empresa,

baseados em acompanhamentos, consultas, documentos e entrevistas não

estruturadas, direcionadas para as pessoas responsáveis e envolvidas internamente

no processo logístico do setor.

A coleta de dados foi feita em planilhas qualitativas e quantitativas, em

arquivos que indicam a atual situação que encontra-se o processo que envolve o

setor de materiais do CKD. Mas a principal fonte de informações foi de pessoas

ligadas ao setor, através de entrevistas em profundidade e mapeamento do

processo.

As entrevistas foram conduzidas de maneira informal. O pesquisador se

aproximava do entrevistado com maior naturalidade possível, se mostrando curioso

sobre o trabalho que é executado naquele posto. Mas o roteiro de perguntas estava

definido: Ex: Como são feitos os registros? Como é feito o acompanhamento da

operação? Como a operação é realizada neste posto de trabalho? Qual o

procedimento adotado em caso de divergência nas quantidades? Como é feito a

separação de componentes para o embalamento? Como é feito o embalamento?

Como é identificado a separação de componentes para cada KD? Este método foi

utilizado para que as pessoas tivessem liberdade para expor a forma com que o

processo é conduzido em cada etapa que acontece a movimentação física e

contábil dos componentes. Na maioria dos casos o pesquisador procurou não expor

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o propósito da conversa. Procurou ouvir as pessoas envolvidas simplesmente

mostrando ser curioso e ingênuo, para que as mesmas expusessem suas formas de

trabalho sem receio de que estava sendo feito uma pesquisa. Cada operador é

responsável pela função que exerce, se o pesquisador comunicar a ele que está

sendo realizado uma pesquisa, pode haver um constrangimento por parte do

entrevistado. Para Yin (2001 p.113), nestes casos as entrevistas espontâneas

assumem o caráter de uma conversa informal, mas o pesquisador provavelmente

estará seguindo um certo conjunto de perguntas que se originam do protocolo de

estudo de caso.

Segundo Yin (2001 p. 83) pouquíssimos estudos de casos terminarão

exatamente como foram planejados. O pesquisador procurou desenvolver a

pesquisa da forma que melhor se adequou à situação. Ex: no decorrer do trabalho o

pesquisador conversava sobre diversos assuntos com a equipe, no decorrer da

conversa, mostrava-se curioso e perguntava sobre a função exercida naquele posto

de trabalho.

3.4 Técnica de Analise de Dados

Os dados foram coletados em cada etapa das operações, sendo eles

resumidos, onde há influência direta em entradas e saídas de componentes no

processo. A forma como a operação é executada naquela etapa foi comparada com

teorias. As diferenças foram sinalizadas como evidências de possíveis falhas no

controle do fluxo.

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46

3.5 Limitações do Método

O método de estudo de caso às vezes é criticado por sua falta de rigor na

pesquisa, podendo apresentar resultados influenciados por visões tendenciosas do

pesquisador.

O estudo de caso aqui proposto, apresentou limitações que decorrem da

pesquisa empregado. Partindo-se do pressuposto de que nenhum estratégia de

pesquisa é completa e perfeita.

O tempo para a pesquisa foi limitado e alguma informações importantes

podem não ter sido coletadas. Uma análise mais alongada poderia trazer a tona

outras causas que influenciam no processo de controle do estoque do CKD, se o

pesquisador trabalhasse diretamente processo, talvez cumprindo a função do

operador naquele posto de trabalho por um determinado período, tivesse maior

acesso à informações.

Segundo Yin (2001), uma outra preocupação em relação ao estudo de caso

é a falta de objetividade inerente, assim como a pouca utilidade para a

generalização dos resultados de investigação. Entretanto, neste caso permitiu

estudar o assunto em certa profundidade, buscando dessa maneira identificar o

maior número de hipóteses que possam, em outra ocasião, ser testadas e

confirmadas. Mesmo com todas as limitações, acredita-se que o método de estudo

de caso permitiu a obtenção dos objetivos estabelecidos neste trabalho.

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47

Cabe ainda salientar que, as conclusões desse estudo não podem ser

estendidas para outras empresas, pois todos os casos se referem única e

exclusivamente ao setor de Completly Knocked Down (CKD completamente

desmontado) da montadora.

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48

4 ANÁLISE DO PROCESSO

4.1 Apresentação do Local da Análise

Situada no vale do Rio dos Sinos com um efetivo de um mil e duzentos

funcionários, a empresa onde o trabalho de pesquisa foi desenvolvido, há quarenta

anos é líder nacional no seu segmento e pertence ao ramo metal-mecânico. A

empresa produz em média duas mil e duzentas máquinas a cada mês. Parte do seu

produto é exportado para a América Latina, América do Norte, Europa e Ásia. No

último ano a empresa investiu em um setor para exportar produtos desmontados.

Trata-se do setor de CKD uma área com oito mil metros quadrados totalmente

reformulado para receber, estocar, separar, empacotar e encaixotar componentes

para expedir para México, Europa e Ásia.

O setor de CKD exporta em média cento e setenta ciclos (pedidos) a cada

mês, vinte e cinco tipos de máquinas, que representa doze por cento do total da

produção da unidade no Vale do Rio dos Sinos.

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49

O setor conta com um efetivo exclusivo de sessenta e duas pessoas

trabalhando diretamente no processo, mais dois diretores e dois gerentes de outra

áreas conforme estrutura funcional a seguir:

Figura 06

Direção de Manufatura

Direção de Exportação

Gerencia Qualidade

Gerencia Operacional

CKD

Gerencia Planejamento

Compras

Supervisão PCP CKD

Vendas (Duas

Pessoas)

PCP (Cinco

Pessoas)

Operações (30 Pessoas)

Supervisão Comercial

Supervisão Operações

CKD

Supervisão de Estoque

CKD

Qualidade (Três

Pessoas)

Estoque CKD (12

Pessoas)

Compras (Duas

Pessoas)

Terceiros (Três

Pessoas)

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A operação do CKD trabalha em turno integral e a seqüência se desenvolve

conforme fluxograma de processos na figura a seguir:

Figura 07

Início Licenciados no

exterior confirmar pedidos de KDs

PCP CKD abrir ordens de produção

Suprimentos confirmar

pedidos e enviar aos fornecedores

Equipe CKD separar e

embalar os componentes

Fornecedor produzir embalar

e expedir componentes

Recebimento contábil CKD

lançar nota fiscal

Recebimento físico CKD

receber componentes

Controle de qualidade auditar

as caixas

PCP CKD fazer lançamento da

produção

Exportação emitir nota

fiscal

Expedição CKD expedir a produção

Fim

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51

4.2 Trabalho de Pesquisa

Como o setor de CKD necessita manter um estoque de componentes para

garantir a seqüência da produção. Seus fornecedores não estão capacitados para

garantir uma abastecimento contínuo. E o resultado da acuracidade física no último

inventário realizado em dezembro de 2003, foi de apenas quinze por cento.

Buscando conhecimento pessoal e uma possível melhoria para o setor. O

pesquisador fez uma trabalho de pesquisa com objetivo de analisar as entradas e

saídas de componentes do setor. Os dados foram coletas através de entrevistas

qualitativas em cada ponto onde acontece as movimentações físicas e contábil dos

componentes.

4.3 Produção Confirmada

Os licenciados(responsáveis pelo negociação com clientes no exterior),

confirmam pedidos e informam para área de vendas do CKD. O PCP recebe a

autorização para abrir as ordens de produção no sistema de informática

J.D.Edwards (JDE). É imprimido uma lista informado ao setor do CKD as quantidade

que deverão ser produzida pela área, no decorrer do mês. A produção é desdobrada

semanalmente. O PCP define a produção da primeira semana. O setor do CKD se

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52

prepara para iniciar o processo de separação física dos componentes disponíveis no

estoque físico.

4.3 Separação Física dos Componentes

O setor do CKD imprime lista e etiquetas para a separação do material. A

lista é um cópia da ordem de produção e da estrutura do produto, conforme figura

(08) a seguir:

Figura 08

Lista de Separação de Componentes do CKD

C.K.D. / Caixa. KD5300401MX01

Número do Ciclo. 0024

Ref. Caixa. EE123185H91

Data impressão. 29/03/04 Para que data. 08/04/04 Número ordem. 946632

N. Ref. Código Descrição Endereço Total na caixa Total separado Assinatura

01

02

03

04

05

06

07

08

020380S1

020388T1

020529P1

022524S1

022532N1

022842P1

026648N1

027518N1

Flange

Filtro

Adapt.

Rod

Pedal

Spacad

Rod

Flywhe

T1PA

L4A146

L5A146

L6A146

L4A147

L4B146

L4B148

L1a

8

8

16

8

8

8

16

8

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53

Fonte CKD

Figura 09

Fonte CKD

Na lista consta: o código do KD(produto à ser montado), do componente, o

ciclo, a descrição, a quantidade física necessária, o endereço no almoxarifado,

conforme figura 08. Na etiqueta consta: o código do componente, a descrição, o

endereço do almoxarifado, o número da caixa onde será acomodado, o número do

pedido e quantidade por pacote. Componentes semelhantes aos da linha de

montagem são armazenados no almoxarifado da linha de montagem e representam

vinte e três por cento dos itens separados pela equipe do CKD.

A equipe do CKD inicia o processo de separação dos componentes

manualmente. Para os componentes menores são utilizadas balanças eletrônicas

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para pesagem. Cada componente deve ser separado e empacotado dentro das

quantidades que consta na etiqueta e lista de separação de cada KD. A etiqueta

deve ser colada no pacote. Ao concluir a separação fisicamente, a lista de faltas é

comunicada ao setor de suprimentos.

A separação de componentes quando feita manualmente não é confiável.

Quando pessoas realizam uma operação de contagem durante um período inteiro,

há riscos de divergências. O processo não contém rastreabilidade. Componente A

pode ser separado e embalado no lugar do componente B. Assim como as

quantidades podem ser separadas e embaladas diferente da lista. A equipe do CKD

com doze almoxarifes separa em média oito ciclos a cada dia, quatrocentos e

sessenta e oito códigos e cinqüenta e quatro mil componentes, onde quarenta e dois

por cento dos componentes são fixações. A acuracidade da separação depende

exclusivamente do almoxarife que executa as tarefas, não há um mecanismo que

garante a eficiência do trabalho.

4.4 Embalamento dos Componentes Separados

Após a separação e empacotamento dos componentes inicia-se o processo

de embalamento por caixa, conforme definição da lista de separação. Com uma lista

identificando os componentes que devem ser encaixotados, uma equipe de seis

almoxarifes acomoda os pacotes em cada caixa. A cada dia são completadas em

média setenta e duas caixas. Novamente não há um sistema que garanta que as

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quantidades e códigos estão sendo encaixotados corretamente conforme a estrutura

do produto determina. O processo não tém rastreabilidade. A acuracidade do

trabalho depende exclusivamente do almoxarife que executa as tarefas.

4.5 Auditorias da Qualidade

O controle de qualidade faz as auditorias nos ciclos, cerca setenta por cento

das caixas são abertas e cem por cento dos códigos conferidos. Mas as quantidades

em cada pacote não. A escolha das caixas para auditoria é aleatória e novamente

não há controle do fluxo. Atualmente, a média de divergências encontradas, é de um

código errado a cada caixa auditada, dois por cento de erros. A média de

reclamações dos clientes nos últimos três meses foi de vinte, ou seja, em sento e

setenta ciclos, um mil e quinhentas e trinta caixas que foram expedidas o cliente

detectou vinte divergências de quantidades ou códigos trocados. Este número pode

ser maior, pois existem componentes que são muito parecidos, principalmente

fixações, que podem ser confundidos.

4.6 Baixa dos Componentes pelos PCP

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Após a conclusão do KD, o PCP é informado e realiza a baixa das ordens de

produção no sistema de informática JDE. É lançado o estoque do produto acabado

no estoque da expedição. Os componentes do almoxarifado CKD são baixados.

Atualmente a estrutura do produto, segundo o engenheiro responsável, é confiável

dentro dos componentes que influenciam na qualidade das máquinas montadas,

existem erros mas são irrelevantes, como na embalagem que às vezes é usada

trocada e representa dois por cento dos itens na estrutura do produto. Um

levantamento geral da estrutura do produto levaria no mínimo dois meses, segundo

o engenheiro responsável pelo controle do processo. Envolveria a engenharia do

produto e o PCP. Mas segundo a equipe do PCP e da exportação , hoje a estrutura

do produto não gera problemas na montagem no produto no cliente. Portanto, o

principal problema até este ponto do processo continua sendo o sistema de

separação e embalamento dos componentes que não há um controle do fluxo.

Quando pessoas realizam tarefas diversificadas e manuais as chances de erros

aumentam.

4.7 Lançamento das Notas Fiscais no Recebimento Contábil

Os componentes chegam no recebimento físico (RF) a nota fiscal (NF) é

encaminhada para o recebimento contábil (RC). O digitador identifica o fornecedor

pelo código, número do pedido. E realiza o lançamento contábil. O lançamento gera

automaticamente a notificação de recebimento (NR) que consta o nome do

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fornecedor, o código do componentes, a descrição, mas não consta a quantidade. A

possibilidade de gerar erro é nula, porque para lançar a NF é necessária existir um

pedido aberto pela área de suprimentos para aquele fornecedor. Se os componentes

que constam na NF forem diferentes do pedido será necessário a área de

suprimentos ajustar os pedidos. O NR é gerado conforme os componentes

informados da NF. O NR será conferido pelo RC. Portanto, a possibilidade de

ocorrer erro de lançamento seria o fornecedor enviar um componente que não

estava no pedido, mas o RF vai detectar a divergência no instante que for fazer a

conferência cega. (ver p.23).

4.8 Conferência no Recebimento Físico

No RF, quando forem caixas lacradas, a conferência é feita por volumes.

Mas se algum volume estiver aberto é feito uma contagem em cem por cento dos

componentes. Mas se o embalamento dos componentes é manual poderá ocorrer

falhas e causará divergência no estoque do CKD e do fornecedor. Portanto, para

avaliar o índice de acuracidade dos componentes que chegam no RF pode ser feito

uma contagem aleatória nas embalagens fechadas. A cada dez caixas recebidas

três deverão ser conferidas cem por cento, em um determinado período,

principalmente nos itens de fixação. Está medida poderá trazer uma amostragem

para uma possível providência futura, se necessário.

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58

4.8.1 Lançamento Contábil pelo Recebimento Físico

O almoxarife faz uma contagem, anota no NR, faz o lançamento contábil no

sistema JDE. O sistema de informática compara o lançamento contábil do

almoxarifado, com o lançamento contábil do RC. Se as quantidades fecharem o NR

é arquivado. Se houver divergência, outro almoxarife terá que fazer uma nova

contagem. Se as quantidades divergentes forem confirmadas é comunicado ao setor

de suprimentos para acertar com o fornecedor as diferenças. O pedido fica aberto

até que seja feito um ajuste de quantidades contábeis. Se a quantidade recebido for

maior que a quantidade constante na NF o setor de suprimentos acerta com o

fornecedor e faz o ajuste no pedido. Mas se a quantidade recebida for menor que a

constante na NF, o fornecedor envia as quantidades faltantes para completar a NF

ou pedido. Este processo precisa ser cumprido, caso contrário pode ocorrer

divergência entre o RC e RF. O RF é a parte do processo que faz a rastreabilidade

do RC e suprimentos pois pode comparar o lançamento contábil com as quantidades

físicas recebidas.

O processo foi analisado, iniciando na etapa que confirma a produção pelo

PCP, até à do acerto físico e contábil do RF. Anterior e após estas etapas não há

influência direta na acuracidade física dos componentes. Porque são processo de

abertura de pedidos, ajustes de pedidos confirmação de produção, confirmação de

vendas. As causas da inacuracidade do estoque podem ocorrer com a estrutura do

produto errada, separação física dos componentes, recebimento físico, ajustes não

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realizados pelo setor de suprimentos, ou a retirada de componentes do setor para o

uso em outros departamentos sem um devido registro. É um princípio básico para

um controle de estoque, registrar todos os componentes que entram e saem do

setor.

4.9 Análise Crítica do Processo

a) Abertura das ordens de produção pelo PCP: não há influência direta na

acuracidade dos componentes do almoxarifado CKD. O PCP tem a função de

determinar, quantidades, datas, KDs e ciclos que deverão ser produzidas, assim

como distribuí-las semanalmente de acordo com as informações que a área de

vendas passa. O controle do processo é feito junto com as áreas de vendas,

suprimentos e operação do CKD.

b) Separação física dos componentes CKD: há influência direta na acuracidade

do estoque CKD. O sistema atual usado para executar a operação de separação

de componentes não possui controle do fluxo. Com as listas de separação o

almoxarife se desloca até o endereço no almoxarifado. Faz a separação do

componente, se for componentes pequenos é feito a pesagem, embala, cola a

etiqueta com código de barras. Não há um mecanismo que garanta que o

endereço a que ele se dirigiu é o correto. Não há um mecanismo que indique que

o componente que ele escolheu é o correto. Componente A pode ser embalado

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no lugar do componente B. A responsabilidade pela eficiência do trabalho está

nas mãos do almoxarife.

c) Encaixotamento dos componentes separados: há influência direta no estoque

dos componentes CKD. Com a mesma lista de separação o almoxarife acomoda

os componentes em uma caixa que a lista e a etiqueta indicam. Novamente não

há um dispositivo que garanta a eficiência da operação. O sistema atual usado

para selecionar os componentes e acomoda-los nas caixas, deixa a

responsabilidade exclusiva do trabalho nas mãos dos almoxarifes. Não há

rastreabilidade no processo. Pode haver troca de componente A pelo

componente B, ou componentes da caixa A podem ser colocados na caixa B, ou

serem esquecidos e não serem embalados, ou embalados em quantidades

maiores.

d) Auditoria da qualidade: há influência direta no estoque de componentes CKD. A

função dos auditores é detectar as possíveis falhas nos processos anteriores.

Mas novamente o sistema utilizado para conferência dos componentes nas

caixas não tém rastreabilidade. O auditor abre as caixas que foram escolhidas

para auditoria e confere os códigos. A acuracidade do trabalho neste posto

depende exclusivamente do auditor. Não há um mecanismo que garanta a

eficiência do trabalho. Não há um controle do fluxo. Divergência podem passar

dispercebidas.

e) Baixa dos componentes pelo PCP: há influência direta no estoque de

componentes CKD. De acordo com a produção e liberação dos KDs concluídos

pela auditoria, o PCP faz o lançamento da produção que gera um estoque de

KDs na expedição. Erros de lançamentos podem ocorrer, mas o lançamento da

produção é executado em relação a ordem de produção que foi aberta pelo

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próprio PCP, de acordo com as vendas do mês. Erros de lançamentos são

detectados porque, no processo montado o controle do fluxo é feito pelo PCP,

área de controle do estoque e setor de vendas.

f) Recebimento contábil: há influência direta no estoque contábil. Mas o

lançamento é executado de acordo com a NF do fornecedor, que emite-a de

acordo com o pedido que a área de suprimentos do CKD enviou. Lançamento

errado pode ocorrer mas somente se for quantidades menores que as descritas

na NF. O sistema de informática não permite lançamentos de quantidades

maiores que o pedido aberto. Se acontecer o recebimento físico vai detectar no

momento que realizar a conferência. Nesta etapa do processo montado, há

controle do fluxo. Durante o período que o pesquisador acompanhou o processo

não houve evidência de causas de inacuracidade.

g) Recebimento físico: há influência direta no estoque físico e contábil do CKD. O

conferente recebe os componentes com o NR, faz a separação por códigos,

realiza a contagem e anota no NR. Se forem peças avulsas a contagem é feita

em cem por cento, se for peças em volumes fechados a contagem é feita por

volumes. O conferente do RF faz o lançamento no sistema de informática que

compara com o lançamento do RC. Se acusar diferença é feito a recontagem por

outro conferente. Se persistir o erro é comunicado ao setor de suprimentos para

contatar o fornecedor. O pedido deve ser encerrado, caso contrário aparecerá no

relatório semanal da área de suprimentos. No processo montado há

rastreabilidade pelas áreas, RC, RF e suprimentos. A possibilidade de gerar

inacuracidade de estoque existe, se as três áreas não seguirem o fluxo. O erro

também pode ocorre na contagem executada por volumes fechados, porque

quem confere e determina que as quantidades que estão em cada caixa é a

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expedição do fornecedor. Se não há um dispositivo que garanta a eficiência do

trabalho no fornecedor, o erro pode iniciar nele mesmo. No período que o

pesquisador coletou os dados não houve evidência de causas da inacuracidade.

h) Setor de suprimentos: há influência no estoque físico e contábil do CKD.

Aberturas, acertos de pedidos e contato com fornecedores são executadas pelo

setor de suprimentos. O processo montado é rastreado juntamente com o RC e

RF, as três áreas estão ajustadas no controle do fluxo. Durante o período que o

pesquisador coletou os dados não houve evidência de causas de inacuracidade.

4.9 Resumo de dados do Setor

Efetivo do CKD 62 Funcionários

Percentual do faturamento da empresa pelo CKD 12%

Faturamento anual do CKD 290 Milhões Reais

Média de máquinas embaladas a cada mês 420 Máquinas

Tipos de máquinas embaladas a cada mês

Quantidade de ciclos embalados a cada mês

25 Tipos

170 Ciclos

Valor do estoque de componentes do CKD 3,2 Milhões

Total de itens no estoque do almoxarifado CKD 1.200 Itens

Acuracidade física 15%

Média de códigos separados a cada dia pelo CKD 468 Códigos

Média de itens separados a cada dia 54.000 Itens

Média de caixas encerradas a cada dia 72 Caixas

Percentual de itens semelhantes ao da linha de 23% dos Itens

Número de reclamações dos clientes em 1530 caixas 20 Reclamações

Percentual erros detectados pelo controle qualidade

Percentual de erros na estrutura do produto

2% Erros

Percentual de componentes fixações do CKD 42% componentes

Dados Quantitativos do Setor onde a Pesquisa foi Desenvolvida

2% Erros

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63

Figura 11

4.10 Proposta de Melhoria para o Controle do estoque do CKD

Baseado na análise do pesquisador, foi possível constatar que o principal

problema enfrentado pelo setor do CKD para controlar o estoque físico de seus

componentes é a separação e o embalamento dos mesmos. O processo usado

atualmente não contém dispositivos que garantam a eficiência do trabalho,

principalmente nas saídas do processo.

Para melhorar a acuracidade de estoque de um almoxarifado é

necessário um controle eficiente nas entradas e saídas físicas e contábeis do

processo. Como o almoxarifado CKD a operação principal da área é a separação e

embalamento de componentes, a operação deve ser conduzida de forma que possa

ser rastreada, ou com controle do fluxo. Deve ser montado um dispositivo corretivo

que paralise o processo até que a condição causadora do erro tenha sido corrigida.

Serve para auxiliar o trabalhador a executar a tarefa com acuracidade, a eficiência

da operação não deve depender somente de sua concentração. Para Shingo (1996

p. 54), inspeção na fonte previne a ocorrência de erros, controlando as condições

que influenciam a qualidade na sua origem.

4,11 Separação de componentes no almoxarifado CKD

Atualmente os componentes são separados, conferidos e empacotados, é

colado uma etiqueta com o código de barras que serve somente para identificar o

componente no pacote.

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Segundo o analista de sistemas do setor, o uso de coletoras para a leitura

do código de barras pode ser colocado em prática para a rastreabilidade do

processo. Como as ordens de produção são abertas para a produção de KDs, a

coletora capta informações da estrutura do produto através da ordem de produção.

O almoxarife identifica na coletora o KD a ser separado. Os componentes aparecem

em seqüência na tela da coletora, com o endereço de cada componente. O

almoxarife se desloca até o endereço, confirma o componente com a leitura do

endereço. O componente é separado. Para componentes pequenos a contagem é

feita através de pesagem em balanças eletrônicas. Os componentes são separados,

empacotados e a etiqueta com o código de barras é colada no pacote. A leitura do

componente é feita. Se a leitura for feita em um componente que não pertence para

aquele KD, a coletora emite um sinal. Se a leitura for feita duas vezes no mesmo

componentes, a coletora sinaliza. Se todos os componentes do KD não forem lidos,

a ordem de produção continuará aberta. Ao concluir a separação do KD, aquela

ordem de produção estará fechada. O uso de coletora colocado em prática serve

como dispositivo e não permite que a separação incorreta de componentes

continue.

Com a leitura do KD concluída a próxima etapa de identificação dos

componentes para serem colocadas na caixa pode ser eliminada. Almoxarife que

fez a separação e a leitura pode acomodar os componentes diretamente na caixa e

enviar diretamente para a auditoria da qualidade.

4.12 Auditoria da qualidade

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65

Com a criação de um dispositivo para controlar a acuracidade no fluxo do

processo de separação dos componentes, a auditoria de qualidade deverá mudar a

sua atividade atual. Seu trabalho de conferência de quantidades poderá ser

eliminado. Não há motivos para repetir a operação. Talvez a equipe possa executar

funções, como revisar a estrutura do produto, ou auditar quantidades no

recebimento físico.

4.13 Recebimento Físico

Como não houve evidências de divergências no recebimento físico, mas a

conferencia é feita por volumes, quando os mesmos chegarem fechados do

fornecedor é recomendado que se faça uma contagem aleatória nos volumes

fechados. Para Shingo (1996 p.50), técnica é bem-vinda porque tem custo menor e

despende menor tempo. O acompanhamento deverá ser feito durante um

determinado período a ser definido pela supervisão direta do setor. Com os dados

coletados será possível tomar as devidas providências.

4.14 Resumo de Problemas e Propostas

A análise mostra etapas do processo onde o controle está sujeito à falhas.

Mas também mostra alguns pontos onde há controle do fluxo. Na figura (12) a

seguir, está destacado as etapas do processo que há rastreabilidade, etapas que

necessitam de mudança e etapas que precisam ser acompanhadas por um

determinado período.

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66

Atividades Problemas Proposta Não há necessidades

de melhorar o processo, o fluxo é

controlado junto com vendas, suprimentos e

operação do CKD

Separação dos componentes pelo CKD

Não há rastreabilidade no processo

Implantar coletoras com código de barras

Encaixotamento dos componentes separados

Não há rastreabilidade no processo

Com o uso de coletoras no processo de separação dos componentes está operação poderá ser eliminada

Auditoria da qualidade Não há rastreabilidade no processo

Com o uso de coletoras no processo de separação dos componentes está operação poderá ser eliminada

Baixa dos componentes pelo PCP

Não há evidência de problemas relacionados

Não há necessidades de melhorar o

processo, o fluxo já é controlado pelo PCP,

vendas e área de controle de estoque

Recebimento contábil Não há evidência de problemas relacionados

Não há necessidades de melhorar o

processo, o fluxo é controlado junto com

RF e suprimentos

Recebimento físico Não há evidência de problemas relacionados

Não há necessidades de melhorar o

processo, o fluxo é controlado junto com

RC e suprimentos, um acompanhamento nos volumes que chegam

fechados seria recomendado

Setor de suprimentos Não há evidência de problemas relacionados

Não há necessidades de melhorar o

processo, o fluxo é controlado junto com PCP, área de controle de estoque e vendas

Não há necessidades de melhorar o

processo, o fluxo é controlado junto com

RC, RF

Abertura de ordens de produção pelo PCP

Não há evidência de problemas relacionados

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Figura 12

4.15 Considerações Finais

A análise do processo mostrou que os principais problemas estão

relacionados ao sistema montado para controlar as saídas de componentes do

processo. A figura (12) destaca o resultado da análise, assim como alternativas

propostas para possíveis melhorias no controle do fluxo.

Como recomendação para futuras pesquisas na área de estoque do setor.

Talvez se o pesquisador substituisse o operador na função por um determinado

período, haveria possibilidade de obter melhores informações sobre o processo.

Outra pesquisa interessante poderia ser sobre a possibilidade de negociação

com os fornecedores para entregar os componentes já embalados, a função do

CKD seria receber os componentes, encaixotar e expedir. Com isso grande parte do

processo seria terceirizado, o estoque poderia se reduzido e a empresa direcionaria

suas atividades para a qualidade de seu produto.

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5 CONCLUSÕES

Com mercados globalizados e clientes cada vez mais exigentes com a

qualidade dos produtos fornecidos, as empresa precisam buscar métodos para

melhorar seu atendimento. A qualidade do produto também está relacionada ao

produto certo no local certo e na quantidade certa. E informações acuradas sobre o

estoque em um almoxarifado podem melhorar a qualidade na entrega com melhoria

no processo e redução de custos.

O trabalho realizado foi uma oportunidade para o pesquisador na busca de

conhecimento. A experiência poderá ser usada para outros trabalhos que poderão

surgir na sua carreira profissional. Para o setor do CKD a análise do processo

mostrou que há possibilidade de ocorrer diversas falhas em algumas etapas,

comprometendo a qualidade do seu produto, comprometendo as informações sobre

estoque físico e financeiro do setor.

O objetivo principal da pesquisa foi atingido, a análise do processo

identificou as formas usadas para controlar o estoque de componentes da área do

CKD. Foram identificados os pontos do processo que precisam ser mudados,

também os pontos do processo que tem controle do fluxo.

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Apesar da gerencia do setor não permitir que seja divulgado o nome da

empresa no trabalho de pesquisa. As informações necessárias para a conclusão da

pesquisa foram de fácil acesso. A equipe do CKD contribui, assim como as equipes

de outros setores. Com as informações, foi possível descrever e analisar o fluxo de

componentes, evidenciar pontos críticos, propor melhorias para as entradas e

saídas de componentes do processo, no setor de CKD.

Para melhorar a acuracidade de um estoque é preciso identificar as causas.

O inventário geral ou cíclico serve para fazer o acerto do estoque físico e financeiro

e mostrar a acuracidade das movimentações físicas e contábeis. Mas o objetivo

principal sempre deverá ser a identificação das causa que geram as divergências.

O setor de CKD onde o trabalho de pesquisa foi desenvolvido deverá

modificar seu método usado para controlar saídas de componentes do almoxarifado.

Se o objetivo for melhorar a acuracidade dos produtos embalados. No seu caso

parte da qualidade do produto está relacionada diretamente na acuracidade de

saída dos componentes que implica diretamente na montagem do produto no

cliente.

Na análise das saídas de componentes do almoxarifado CKD, foi possível

identificar causas da inacuracidade do estoque dos componentes. O sistema

montado atualmente para controlar a separação de componentes está sujeito a

possíveis falhas, prova disto é a acuracidade do estoque físico do último inventário

que não passou de quinze por cento, mais o registro de vinte reclamações de

clientes nos últimos três meses. Os dados coletados mostram que é preciso

implantar um sistema na operação que dê rastreabilidade para o processo. Não é

possível deixar a responsabilidade somente na habilidade dos operadores.

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Na análise de entradas de componentes no almoxarifado foi possível

constatar um sistema com melhor controle do processo. A rastreabilidade sempre

está ligada junto com mais duas áreas. E se o fluxo for seguido corretamente a

ocorrência de erros é quase nula. Mas como em parte do processo quando os

volumes chegam fechados, o recebimento físico de componentes é feito por

volumes. Recomenda-se fazer um acompanhamento por um determinado período, a

escolha para contagem pode ser aleatória e os volumes escolhidos devem ser

abertos e conferidos cem por cento.

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