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17ª Edição | Agosto 2015
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Os jOvens que desejam tOrnar-se amigOs dO senhOr na COmpanhia de jesus reCebem slida fOrmaO
especial pg. 12
JESUTAS BRASIL
Em edio 17ANO 2AgOstO 2015InformatIvo dosJesutas do BrasIl
FrANciscO visitA AmricA LAtiNA
pg. 10
JesutA premiAdO NA gr-BretANhA
pg. 19
presideNte dA cpAL visitAprOJetO pAN-AmAzNicO
pg. 21
ViVeR AS PALAVRAS de CRiSTo
Os jOvens que desejam tOrnar-se amigOs dO senhOr na COmpanhia de jesus reCebem slida fOrmaO
4 5
SumRio edio 17 | ANO 2 | AgOstO 2015
edItorIal Servidores da Misso
CalendrIo lItrgICo
entrevIsta PeregrInos em mIsso disposio para ajudar
o mInIstrIo de unIdadena IgreJa santa s Visita do Papa Amrica Latina
esPeCIal O seguimento de Jesus
mundo CrIa geral Ano Jubilar Documentos sobre jesutas so publicados Gr-Bretanha: Prmio a um linguista jesuta Amrica Latina: Caminhada Espiritual pela Paz
e Unio dos Povos
amrICa latIna CPal Incio de Loyola e a Colaborao Visitas ao projeto pan-amaznico da Cpal Religiosos de Leticia participam de encontro
servIo da f Parquia Nossa Senhora de Ftima realiza
curso de Msica Litrgica
Monumento em homenagem a So Jos de Anchietano
Paulo de Tarso tema de palestra no Ri0
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12 anos, esse o tempo mdio de formao dos jesutas
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Promoo da JustIa e eCologIa CEPAT celebra 25 anos de atividades Encontro do Apostolado Social da Companhia de Jesus
eduCao Campanha Inacianos pelo Haiti entra na 2 fase Curso de Formao Inaciana rene alunos na Colmbia ETE FMC participa de feira de inovao
Juventude e voCaes Jovens brasileiros participam do ENJUVI no Mxico
formao e CuIdado da sade Residncia Ir. Luciano Brando promove eventos
na Paz do senhor
JuBIleus e agenda
23
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29
3035
InformatIvo dosJesutas do BrasIl
expedieNte
EM COMPANHIA uma publicao mensal dos
Jesutas do Brasil, produzida pelo Ncleo de Co-
municao Integrada (NCI)
ConTATo [email protected]
www.jesuitasbrasil.com
diReToR ediToRiALIr. Eudson Ramos
ediToRA e joRnALiSTA ReSPonSVeLSilvia Lenzi (MTB: 16.021)
RedAoJuliana Dias
diAgRAmAo e edio de imAgenSHanderson Silva
CoLAboRAdoReS dA 17 edioPe. Agnaldo Barbosa Duarte, Ana Claudia Klein,
Esc. Antnio Costa, Evenice Neta, Pe. Itamar
Carlos Gremon, Pe. Jair Barbosa Carneiro, Jime-
na Castro, Jonas Jorge da Silva, Pe. Jos Ivo Foll-
mann, Juliana Najan, Luiz Antonio, Pedro Risa-
ffi, Pe. Valrio Sartor, Vanessa Correia, Vanessa
Garcia e Ana Ziccardi (reviso). Um agradeci-
mento especial a todos que colaboraram com a
matria especial dessa edio.
FoToSBanco de imagens / Divulgao
TRAduo dAS noTCiAS dA CRiAPe. Jos Luis Fuentes Rodriguez
6 7
Neste ms em que recordamos as vocaes, somos chamados a refletir sobre como estamos vivendo nosso prprio chamado, que sempre um chama-do para a vida e vida em plenitude. Temos que agradecer pelas diferentes vocaes na Igreja, que se complementam mutuamente. Todas elas tm papel espe-
cial no plano da Criao. Somos todos criados por amor e para o amor, que deve se
concretizar no surgimento de um mundo mais fraterno e justo.
Nas pginas deste informativo, voc ter a oportunidade de conhecer um pouco
mais sobre a descoberta da vocao para a Companhia de Jesus e sobre a formao,
atualmente, dos jesutas do Brasil.
Como acontece com todas as demais ordens e congregaes religiosas, a vocao
dos jesutas est diretamente vinculada experincia do nosso fundador e de seus
primeiros companheiros. Incio viveu uma experincia singular de Deus, que mar-
caria para sempre a sua existncia. Mas como Incio via a sua vocao e a dos outros?
Por meio dos documentos historiogrficos sobre a Societatis Iesu, vemos que
Incio, desde o incio, sentiu-se chamado a uma vocao apostlica, isto , a cola-
borar com a misso de Cristo no servio aos demais. Ele nunca concebeu a sua con-
verso pessoal como caminho exclusivo de santificao e salvao pessoal. Outros
haveriam de se beneficiar disso! E isso seria para ele um critrio de seleo voca-
cional, como narra o Pe. Gonalves da Cmara: Lembro-me que dizia N. P., muitas
vezes, que no queria na Companhia ningum para salvar somente a si, seno que
todos haviam de ser tais que, alm disso, ajudassem outros a se salvar. [MHSI,
Fontes Narrativi, I Mon. 13 Memoriale L. Gonzlez (1555), p. 625].
Incio esperava encontrar jovens que se identificassem com esse projeto de vida.
Juan de Polanco, movido a mudar de vida aos 24 anos de idade, quando faz os exerc-
cios, escreve que esse desejo era presente desde Barcelona: Comeou desde ali a ter
desejos de juntar algumas pessoas sua companhia(...) E esse mesmo desejo o
acompanha em Paris: Depois da priso e da sentena (na Espanha) decidiu ir a Paris,
se bem que a isso era movido tambm para poder dedicar-se mais aos estudos, (...)
tendo tambm como principal inteno conseguir gente naquela universidade,
se Deus nosso Senhor fosse servido em mover alguns em cuja companhia ele
insistisse no servio divino(...) [MHSI, Fontes Narrativi, I Mon. 7 Summ. Hisp.
Polanci, p. 170.177].
Alm de Incio, todos os demais componentes daquele primeiro grupo, ainda
que no tivessem clareza de que estavam fundando uma ordem, acreditavam que
ali estava um projeto de vida pelo qual valia a pena deixar tudo e abraar. Por isso,
queriam partilh-lo com outros. Diego Lanez lembra esse desejo comum quando
escreve: Feitos depois todos sacerdotes, e ditas as primeiras missas, exceto o Pe.
Mestre Incio, que disse a sua muito depois, reunindo-nos em Vicenza, delibera-
mos de repartir-nos (ainda esperando a passagem a Jerusalm) por diversas univer-
sidades da Itlia, para ver se nosso Senhor se dignasse chamar algum estudante
ao nosso instituto. [MHSI, Fontes Narrativi, I Mon. 6 Epistola P. Laini, p. 120].
Esse desejo continua presente no corpo apostlico da Companhia de hoje, que
espera atrair, com seu testemunho de vida e misso, novos servidores da misso de
Cristo, nesta mnima Companhia!
Boa leitura!
ediToRiAL
SeRVidoReS dA miSSo
Pe. Adelson Arajo, SJDelegado para a Formao
vemos que IncIo, desde o IncIo, sentIu-se chamado a uma vocao apostlIca, Isto , a colaborar com a mIsso de crIsto
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CALendRio LiTRgiCo
So Pedro Fabro, presbtero
Santo Alberto Hurtado, presbtero
calendrio litrgicoPrprio da Companhia de Jesus AgoSTo
DIA 2
DIA 18
8 9
enTReViSTA peregriNOs em missO
Quais as principais responsabilidades e alegrias des-
sas funes?
Destaco algumas das atividades, dentre outras, que realizo
como Scio:
Como est sendo o trabalho do se-
nhor como Scio? E como Admonitor
do Provincial?
Apesar de todo o desafio que a mis-
so de ser Scio de uma provncia nas
dimenses, particularidades e volume
de atividades que o Brasil traz consigo,
sinto-me muito bem adaptado e iden-
tificado com todo o trabalho realizado.
uma oportunidade de colaborar com a
misso da Companhia de Jesus de outra
forma, pois, embora no esteja ligado di-
retamente a uma obra da provncia, o tra-
balho na Cria torna-se o elo de relao
e comunicao com todas as obras e pes-
soas. A funo de Admonitor d-se numa
esfera mais prxima e reservada com a
pessoa do Provincial, e pela proximidade
que possumos, tenho tido facilidade em
manter um dilogo sempre aberto e que
possa ser sinal de ajuda para a misso que
o Provincial realiza.
diSPoSio PARA AjudAR
ir. eudson Ramos, Sj
Em entrevista especial para o informativo
Em Companhia, o Ir. Eudson Ramos
conta como est sendo se dividir entre
duas funes, a de Scio e a de Admonitor
do Provincial. So muitos os desafios,
sem dvida, mas o jesuta destaca
principalmente a alegria de poder estar
disposio para ajudar os companheiros
naquilo que for possvel.
Acompanhar e interagir com o Provincial nas suas fun-
es e atribuies, conforme constam no Estatuto da BRA;
Participar das reunies dos fruns de Superiores e de
Gesto Apostlica, bem como da Consulta Cannica;
Responsabilizar-me por toda a comunicao na Pro-
vncia e isso envolve a publicao dos informativos Em
Companhia e Breves BRA, bem como colaborar com a re-
vista Jesutas Brasil, alm de toda a correspondncia que
parte da Cria Provincial para jesutas e colaboradores,
obras, dioceses, Conferncia (CPAL) e Cria Geral;
Ajudar no trabalho dos arquivos pessoais da Provncia;
Organizar a agenda do Provincial, com suas viagens e
seus compromissos.
8 9
Os sentimentos de consolao desta misso esto sempre rela-
cionados ao bom andamento das atividades, processos pesso-
ais e institucionais. gratificante ter a oportunidade de ajudar
companheiros jesutas e nossas obras quando sou solicitado.
Seria como um constante estado de disponibilidade para agi-
lizar e facilitar situaes! Costumo dizer que estou sempre
disposio para ajudar naquilo que for possvel, pois imagino
que todos os pedidos que me chegam diariamente esperam por
uma resposta, por um encaminhamento, e, de minha parte,
sinto-me feliz em poder dar um pronto retorno s demandas
enviadas. bom saber que esse tipo de suporte, mesmo que
discreto, torna-se relevante para quem dele precisa!
O Scio auxilia o Provincial nas atividades e processos in-
ternos da Provncia BRA. Dessa forma, podemos dizer que
essa uma funo estratgica? Por qu?
Sim. O Scio faz parte do staff de governo da Provncia e sua
funo de ajudar o Provincial a melhor desempenhar a sua
misso. O contato com pessoas e situaes faz com que o Scio
tenha conhecimento de vrias realidades e assim possa cola-
borar nos processos e encaminhamentos propostos pelo Pro-
vincial. No cabe ao Scio a gesto de decises, mas a partir das
informaes e dos conhecimentos, ele pode ajudar o Provincial
e demais membros do staff do governo provincial na constru-
o da conscincia comum do corpo apostlico da Provncia.
Como Admonitor, o senhor zela para que o Provincial
realize sua misso e cuide da sade. Como administrar
esse cuidado em meio a tantos compromissos dele?
A funo de Admonitor serve como um fiel de uma balan-
a, pois trata no apenas de verificar como a misso do Provin-
cial est sendo realizada, como, tambm, cuidar para que ele a
realize da melhor forma possvel.
Surge aqui um desafio para o Scio, pois, em muitos mo-
mentos, ele no est fisicamente perto do Provincial, e como
atentar para que o cumprimento dos compromissos, a alimen-
tao, o repouso, os exerccios fsicos, o lazer tambm estejam
sendo harmoniosamente observados? Reforo novamente a
importncia do dilogo, da abertura e da corresponsabilidade
que busco desempenhar junto ao Provincial.
Para o senhor, como administrar duas funes distintas?
Este pode ser um dos desafios desta funo, pois, ao mesmo
tempo em que o Scio organiza para que o Provincial possa vi-
sitar pessoas, obras e lugares, realizar reunies, tambm cuida
para que a sade, a vida espiritual e demais
aspectos da vida do Provincial possam sem-
pre estar sendo bem cuidadas e atendidas.
Desde novembro de 2014, a Compa-
nhia de Jesus constituda por uma ni-
ca provncia. Como o senhor avalia essa
nova configurao?
Todo o processo de criao da Provncia
do Brasil foi conduzido na perspectiva de no
somente unir pessoas, residncias e obras,
mas, principalmente, qualificar a nossa vida
e misso em todas as regies do pas. Um
dos critrios inacianos para o discernimento
apostlico o bem mais universal. Trata-se de
ter presente o que mais pode ajudar na reali-
zao daquela misso em vista de uma quan-
tidade maior de pessoas, da eficcia da trans-
misso da mensagem do Evangelho e seus
valores, dos frutos que podero ser colhidos,
enfim, como a misso do Cristo, com a qual
colaboramos, possa ser melhor propagada.
Esta nova configurao no Brasil quer alargar
os horizontes, antes regionais, provinciais e
agora nacionais, alm de ter presente na vida
de todo jesuta e das misses que assumimos
que as nossas diferenas podem se tornar
nossas riquezas e assim fortalecer a misso.
O senhor tem contato constante com
jesutas do Brasil todo? Como esse rela-
cionamento?
Diariamente, tenho contato com os jesu-
tas da Provncia por e-mail, telefone, corres-
pondncias... Acredito que os jesutas veem no
Scio a certeza de que podem ter suas pergun-
tas respondidas, dvidas sobre procedimen-
tos, notcias sobre outros jesutas, informa-
es sobre comunicaes etc. Situaes como
esta que fazem com que os jesutas busquem
contato com a Cria Provincial. bom rece-
ber tambm sugestes, ponderaes, crticas
e gestos de gratido da parte dos companhei-
ros! Sabemos a fora de um muito obrigado
depois de determinada situao, tanto para
quem pediu a ajuda como para quem ajudou.
10 11
o miniSTRio de unidAde nA igRejA sANtA s
ViSiTA do PAPA AmRiCA LATinA
O Papa Francisco realizou visita apostlica, pela primeira vez, ao Equador, Bolvia e ao Para-guai pases latino-americanos que refletem a essncia do seu papado, uma igreja pobre para os po-
bres. Realizada entre os dias 5 e 13 de julho, a viagem
teve como tema A alegria do anncio do Evangelho.
Essa foi a segunda visita do Pontfice Amrica do
Sul a primeira aconteceu em 2013, quando ele partici-
pou da Jornada Mundial da Juventude no Brasil. Durante
a nova passagem pela regio, o Papa criticou as desigual-
dades e afirmou que a Igreja latino-americana tem uma
grande riqueza: uma igreja jovem e isso que ns de-
vemos aprender e corrigir, e estes povos jovens do-nos
fora nisto.
10 11
Fonte: Rdio Vaticana | News.va | Cano Nova | G1 | Veja.com
eQuAdoR
A viagem de Francisco comeou pelo Equador. Com
mais de 80% da populao catlica, h 30 anos o pas no
recebia a visita de um Papa, o que gerou grande expectati-
va dos equatorianos. O reflexo pde ser visto nas ruas, re-
pletas de fiis. Sinto alegria e gratido ao ver as calorosas
boas-vindas que me do. uma demonstrao do carter
acolhedor que to bem define as pessoas desta nobre na-
o, disse o Pontfice.
Entre as mensagens deixadas pelo Papa, merece desta-
que a qual disse que, no evangelho, encontram-se as chaves
para enfrentar os atuais desafios, valorizando as diferen-
as, promovendo o dilogo e a participao sem excluses.
boLViA
Segundo pas visitado pelo Papa, a Bolvia parou para
acompanh-lo. populao, Francisco recomendou unidade
para a nao, para juntos abaterem os muros da diviso e da
excluso. Como havia dito no Equador, ele voltou a falar sobre
a cultura do descarte e da excluso social: dois temas muito
recorrentes nessa viagem Amrica do Sul.
O Pontfice elogiou a Bolvia pelos importantes passos da-
dos na incluso de amplos setores na vida econmica, social
e poltica do Pas, recordando que a Constituio reconhece
os direitos dos indivduos, das minorias, do meio ambiente e
de instituies sensveis a tais realidades. Alm disso, adver-
tiu para os perigos de crescimento que no leva em conside-
rao o ser humano na sua condio integral.
PARAguAi
No ltimo pas da Amrica Latina visitado, o Papa dirigiu-
-se de improviso s centenas de milhares de jovens que fo-
ram v-lo ao longo do rio Paraguai. Depois de ouvir um jo-
vem pedir-lhe para rezar pela liberdade de todos, Francisco
ressaltou: a liberdade dom de Deus, mas preciso saber
receb-la, ter um corao livre de tantos vnculos, como a ex-
plorao, a falta de meios de sobrevivncia, a dependncia de
drogas, a tristeza. Tudo isso tira-nos a liberdade.
Aplaudido entusiasmadamente pelos jovens paraguaios,
o Pontfice props uma orao e pediu que cada um meditas-
se no silncio do seu corao.
Foto
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12 13
eSPeCiAL
12 13
O desejo vocacional no tem muitas explicaes. Alis, vo-cao no se explica, se vive!, afirma o padre Jonas Elias Caprini, Secre-
trio para Juventude e Vocaes da BRA e
Coordenador do Programa MAGIS Brasil.
Descobrir sua vocao e seu lugar no mun-
do so desafios para todos ns. A busca por
aquilo que nos preencha internamente in-
quieta muitas pessoas, principalmente os
jovens. O vazio algo que falta para que a
gente se realize como pessoa e como cris-
to. Essa inquietao ns chamamos de
busca pela vocao. Deus nos criou para
amar e servir, e, enquanto no encontrar-
mos o lugar onde possamos dar nosso ma-
gis, no estaremos em paz e felizes, res-
salta padre Jonas.
No Brasil, com o objetivo de fortalecer
a importncia da vocao, a Igreja Catlica
celebra o Ms Vocacional, em agosto. A data
foi estabelecida na 19 Assembleia Geral da
CNBB (Conferncia Nacional dos Bispos do
o SeguimenTo de jeSuS
Brasil), realizada em 1981. Durante o ms, os fis so con-
vidados a rezar e a cuidar das vocaes. Para a Igreja, esse
o momento de pedir novas vocaes e perseverana dos
vocacionados. um tempo propcio para despertar e ani-
mar os jovens a responderem ao chamado de Deus para o
servio Igreja, explica padre Jonas.
O servio Igreja, como ressalta padre Jonas, envolve
no somente a vida religiosa, mas o seguimento de Cristo
de forma mais ampla. Segundo padre Jonas, todos somos
vocacionados vida e a seguir Jesus. Sem assumir essas
vocaes bsicas, no teremos vocao especfica con-
sistente. Somente quando tivermos conscincia de que a
vida e o seguimento a Cristo so um chamado de Deus,
poderemos responder com firmeza a uma vocao espec-
fica, seja na vida religiosa, sacerdotal, familiar e/ou leiga
consagrada, afirma.
A Igreja Catlica constituda de muitos dons e minis-
trios, dessa forma, cada vocao um chamado de Deus.
Nesse contexto, o discernimento vocacional uma opor-
tunidade para encontrar a vontade Dele em sua vida. O
Jovem que faz esse acompanhamento bem feito constri
um projeto de vida consciente e consistente, e certamente
ser uma pessoa realizada, feliz na opo de vida que fez,
esclarece o jesuta.
a igreja Catlica constituda de muitos dons e mistrios e as pessoas so chamadas a servi-la como leigas ou religiosas
-
14 15
eSPeCiAL
VoCAo ComPAnHiA de jeSuS
Os apstolos foram chamados por Jesus
a promover a palavra de Deus. Assim como
eles, Cristo continua chamando as pessoas
para segui-lo. Algumas so chamadas a ser-
vir Igreja como leigos e outras como reli-
giosos, nas diversas ordens e congregaes.
A Companhia de Jesus um instrumento
para se viver as vocaes dentro da Igreja
Catlica. Para saber se o Senhor chama al-
gum para a Ordem religiosa, necessrio
um processo de discernimento, realizado
durante o acompanhamento vocacional.
Segundo padre Jonas, atualmente, os
principais motivos que atraem os jovens
a buscar o acompanhamento vocacional
so: o modo de vida dos jesutas e a iden-
tificao com a misso da Companhia de
Jesus. O jovem, inquieto vocacionalmen-
te, v na nossa misso o lugar ao qual ele
poder dedicar sua vida. O papel da Com-
panhia de Jesus agradecer a Deus pelos jo-
vens que a procuram, acolher, acompanhar
e cuidar, para que faam um bom discerni-
mento e encontrem seu lugar no mundo
como cristos desejosos de responder aos
apelos do Senhor, afirma.
Para os que se sentirem tocados pela
misso da Companhia de Jesus, o primei-
ro passo procurar as obras jesutas que
trabalham com juventude e vocaes. Es-
sas obras o encaminharo para um jesu-
ta, que ser o seu orientador vocacional e
que ir entrevist-lo, orient-lo espiritual
e vocacionalmente. Nessa etapa, o voca-
cionado poder ser convidado a participar
do GAVI (Grupo de Aprofundamento Vo-
cacional Inaciano). Nesse grupo, o jovem
percorrer um caminho que o ajudar a
conhecer a Companhia de Jesus e a ques-
tionar suas motivaes a partir da espiri-
tualidade de Santo Incio, da convivncia
e da partilha de vida.
Durante o processo de acompanhamen-
to, sero propostas algumas experincias,
como retiro inaciano, misses e convivn-
cias. Atravs da participao nas atividades
propostas e pelo acompanhamento vo-
cacional, o jovem vai aprofundando a f e
formando-se na caminhada eclesial, explica
padre Jonas. No h um tempo especfico
para estar no grupo, porm o vocacionado
dever ter participado o tempo suficiente
para sentir clareza quanto ao passo seguinte,
que o Plano de Candidatos. Essa a ltima
etapa do acompanhamento vocacional, esse
o momento em que a vocao Ordem reli-
giosa ser aprofundada e amadurecida.
Atualmente, universitrios, com idade
igual ou superior a 25 anos e atuantes no
mercado de trabalho, so os que mais procu-
ram a Companhia de Jesus. Hoje, as grandes
decises da vida no se do no final do en-
sino mdio, mas na metade do curso supe-
rior, ressalta padre Jonas. O jesuta acredita
tambm que as aes, as palavras e as atitu-
des do Papa Francisco tm inspirado cada
vez mais o seguimento a Cristo. Francisco
fala simples e ao corao. Sua mensagem
carregada de compaixo, acolhimento e es-
perana. Creio que muitos frutos vo vir para
a Igreja com o Papa Francisco. Seguir a Cristo
acolher, perdoar, amar e viver com espe-
rana e isso Francisco tem insistido em seu
Pontificado, diz.
Segundo padre Jonas, atualizar o mto-
do e a mensagem, fazendo uma aproxima-
o com o mundo juvenil, indispensvel
para realizar um servio junto aos jovens.
importante buscar na promoo voca-
cional, no acompanhamento e na forma-
o, a atualizao da mensagem crist e do
carisma inaciano, sem perder os valores
do Evangelho e da Companhia de Jesus.
Alm disso, o fortalecimento do modo de
vida dos jesutas essencial nesse contexto.
Penso que a maior promoo vocacional
nosso modo de vida. Por isso, devemos
cuidar de nosso modo de proceder, assim
como nos orientou Incio, afirma o jesuta.
Acompanhar o jovem em seu caminho
de crescimento pessoal, de discernimento
e na elaborao de seu projeto de vida o
objetivo do servio vocacional. Para padre
Jonas, quando nos permitimos ser ques-
tionados e ajudados, quando entramos em
sintonia com Deus atravs da orao, o Se-
nhor realiza maravilhas em nossa vida. Os
jesutas que integram o Corpo Apostlico
da Companhia de Jesus seguiram Jesus e
descobriram o amor do Senhor (leia os de-
poimentos ao longo da matria).
Durante minha juventude, o Se-nhor me envolveu em um forte e profundo desejo de identifi-cao com Jesus de Nazar e com a
perspectiva do seu Reino. Esse mo-
vimento interior me apontou para a
vocao sacerdotal.
Esc. Jos Clio dos Santos, 32 anos, 3
ano de Teologia
Informaes sobre o acompanhamento
vocacional podem ser obtidas atravs do
e-mail [email protected]
14 15
A FoRmAo jeSuTA
Uma das caractersticas da Com-
panhia de Jesus a slida formao
de seu corpo apostlico. Nesse tempo,
dividido em vrias etapas, os jesutas
so preparados para a misso. Segundo
padre Adelson Arajo dos Santos, De-
legado para a Formao da BRA, Santo
Incio de Loyola acreditava que o co-
nhecimento era importante aliado para
ajudar as pessoas. Incio viu a neces-
sidade de estudar mais para poder ser-
vir mais. A profundidade espiritual e
intelectual uma caracterstica da for-
mao dos jesutas. Isso tem a ver com
a experincia pessoal que ele prprio
teve ao ser tocado no mais profundo do
seu ser pelos Exerccios Espirituais.,
afirma o jesuta.
A formao jesuta leva, em mdia,
doze anos e dividida em Noviciado,
Juniorado, Formao do Irmo Jesuta,
Filosofia, Magistrio, Teologia e Tercei-
ra Provao. Em todos esses momentos
e em cada uma dessas etapas, vo sendo
formados o corao e a cabea do novo
jesuta, ou seja, a formao se d de for-
ma dinmica e sempre em relao com
outros, com a realidade e com o mun-
do, explica padre Adelson.
Durante o processo de formao, os
jesutas so acompanhados por forma-
dores, que ajudam na preparao dos
jovens. Aprendemos, desde o incio,
que o nosso principal formador Deus,
vindo em seguida ns mesmos, como
responsveis por aproveitar da melhor
maneira possvel os meios que nos so
oferecidos para bem nos formarmos.
Por isso, a Companhia de Jesus procura
colocar homens bem preparados para
acompanhar seus irmos mais jovens.
Procuramos destinar os melhores re-
cursos humanos para o servio da for-
mao das novas geraes de jesutas,
ressalta padre Adelson.
Para ajudar nessa misso, a Com-
panhia de Jesus conta com as Casas de
Formao, cuja funo preparar os
jesutas que integram o Corpo Apos-
tlico da Ordem religiosa. No Brasil,
existem quatro delas: Noviciado, Ju-
niorado, Filosofado e Teologado. Fa-
vorecer a efetiva integrao dos jovens
jesutas em formao com a misso
uma das principais tarefas dos forma-
dores de cada casa.
O padre Jair Barbosa Carneiro, Su-
perior do Noviciado, localizado em
Feira de Santana (BA), explica que a pri-
meira etapa do processo formativo de
um jesuta o Noviciado, cuja misso
ajudar o novio a fazer uma experi-
Ao longo de minha adolescn-cia e incio da juventude, pude participar de vrias atividades e movimentos eclesiais que fizeram
nascer, pouco a pouco, em meu cora-
o, o desejo de doar minha vida ao
Cristo e a seu povo.
Pe. Francys Silvestrini Ado, 36 anos,
doutorando em Teologia Fundamental
ncia transformadora de Deus. Esse
um processo de provao. Aquele que
acolhido conduzido, por meio dos
diversos experimentos que compem
essa etapa, a provar, no sentido de ser
desafiado, a mostrar que apto ao nos-
so modo de vida, afirma.
Durante dois anos, o jovem dedica-
-se orao pessoal, s leituras e es-
tudos sobre Santo Incio de Loyola e
histria da Companhia de Jesus. Para
padre Adelson, esse um momento ni-
co e especial no processo formativo dos
jesutas. Ns fazemos um verdadeiro
mergulho na experincia de Deus e no
conhecimento de si mesmo, da espiritu-
alidade, do carisma inaciano e jesutico,
por meio dos Exerccios Espirituais de
trinta dias; do experimento de servio
aos mais pobres em hospitais; da pere-
grinao a p pelo interior do Nordeste;
Entrei para a Companhia de Jesus pelo desejo de ser mis-sionrio e doar mais tempo e servio ao Reino do Senhor.
Ir. Dhekson Marinho, 26 anos, estu-
dante de Psicologia
16 17
eSPeCiAL
Desde pequeno, alimentei o de-sejo de ser padre e missionrio. A passagem do padre jesuta Luiz Ribot pela minha sala de aula no co-
lgio foi a gota que faltava para me
transbordar de alegria no primeiro
passo rumo realizao de meu so-
nho de ser missionrio. J faz 12 anos
que estou em Moambique.
Pe. Emlio Magro Moreira, 65 anos,
diretor do Centro Santo Incio (Pro-
vncia de Zimbbue-Moambique)
da experincia de insero entre as co-
munidades mais pobres da Amaznia,
dentre outras experincias, diz.
Segundo padre Jair, o jovem que
deseja tornar-se um jesuta precisa es-
tar disposto a crescer como pessoa, a
aprender com os demais e com as di-
ferenas. Nossa misso universal,
por isso precisamos de pessoas que
tenham o desejo de seguir Jesus, pois
somos companheiros, amigos e cola-
boradores em sua misso, explica.
Aps o Noviciado, o jovem inicia
sua formao acadmica na etapa do
Juniorado. O padre Walter Honorato,
Superior do Juniorado e Filosofado, ex-
plica que esse tempo de estudos con-
solida as linhas fundamentais inacia-
nas adquiridas na etapa anterior. Esse
um perodo de maior autonomia e
regramento pessoal.
O jesuta em formao, como irmo
ou escolstico (candidato ao sacerd-
cio), passa um ano ou dois aprofun-
dando seu conhecimento em diversos
campos das Cincias Humanas, tais
como literatura, lnguas estrangeiras
e clssicas, artes, comunicao, dentre
outros. Aps o Juniorado, os irmos
em formao continuam seus estudos
universitrios, em diversos campos
das cincias, enquanto os escolsticos
fazem o curso de Filosofia, geralmente
em um perodo de trs anos.
Concludo esse tempo, o jovem
enviado para uma experincia maior
de misso, a ser feita em determinada
obra ou frente apostlica. Alguns so
destinados tambm, nesse tempo, a al-
gum estudo especial de ps-graduao.
O marcante dessa etapa, chamada de
Magistrio, o fato de se viver fora de
uma casa de formao, j como mem-
bro de uma comunidade apostlica,
explica padre Adelson. Em seguida, os
escolsticos retornam a uma casa de
formao, o Teologado, onde iniciam
a faculdade de Teologia, concluda, em
mdia, em trs anos.
Os estudos teolgicos preparam
o jesuta para a ordenao presbite-
ral. Nessa etapa, a Teologia pretende
integrar as diversas dimenses ou as-
pectos formativos que configuram o
jesuta, como vida no Esprito, ama-
durecimento humano e vida comuni-
tria, estudos e apostolado e a integra-
o no corpo apostlico da Companhia
de Jesus. O especfico dessa etapa de
formao, como processo de integra-
o pessoal no corpo apostlico, o
estudo integral e contextualizado e a
apropriao da f da Igreja, como pre-
parao prxima ao sacerdcio, afir-
ma padre Edison de Lima, Superior do
Teologado.
Depois dos trs anos de estudos de
Teologia, o jovem jesuta ordenado
dicono e, aps seis meses de minist-
rio, ordenado presbtero. Espera-se
que a formao dos jesutas durante
a etapa da Teologia, contextualizada
por amplos horizontes, seja capaz de
mover os grandes desejos dos jesu-
tas para o seguimento de Jesus Cristo,
em sintonia com o servio que a Igreja
pede Companhia de Jesus, ressalta
padre Edison.
A formao para a etapa da Teolo-
gia faz parte do PAC (Projeto Apost-
lico Comum) da CPAL (Conferncia de
Provinciais da Amrica Latina). Para
cuidar da formao dos jesutas, foram
criados trs CIFs (Centros Interprovin-
ciais de Formao) em Teologia: Bogo-
t (Colmbia), Santiago (Chile) e Belo
Horizonte (Brasil). Aqui, os jesutas
estudam na FAJE (Faculdade Jesuta
de Filosofia e Teologia) e tambm so
enviados para os outros CIFs, para os
Estados Unidos ou um algum pas da
Europa, esclarece padre Edison.
Aps alguns anos exercendo o
apostolado como padre ou irmo, e
antes de ser acolhido definitivamen-
te no corpo apostlico da Companhia
de Jesus, o jesuta deve realizar a lti-
ma etapa, conhecida como a Terceira
Provao. Nesse momento, o jesuta
convidado novamente a mergulhar na
profundidade da experincia dos Exer-
ccios Espirituais de trinta dias e no
estudo da espiritualidade e do carisma
da Ordem religiosa. Ao lado disso, ele
volta a fazer alguns experimentos de
A formAo jesutA levA, em mdiA, doze Anos e divididA em noviciAdo, juniorAdo, formAo do irmo jesutA, filosofiA, mAgistrio, teologiA e terceirA provAo
16 17
ConSTRuindo em CoLAboRAo:i FRum doS jeSuTAS em FoRmAo
Entre os dias 20 e 22 de julho, a
Companhia de Jesus no Brasil realizou
o I Frum dos Jesutas em Formao,
em Belo Horizonte (MG). O encontro
reuniu cerca de setenta jesutas que
esto nas mais diversas etapas de for-
mao, a partir dos primeiros votos.
Alm dos jesutas em formao, es-
tiveram presentes tambm um bom
grupo de jesutas j formados, que
foram convidados a contribuir com a
temtica do encontro. Apesar dos de-
safios que surgiram durante as refle-
xes do encontro, o clima era de ale-
gria. Os depoimentos e as partilhas
falavam muito mais de novo nimo,
de esperana e da alegria por estarmos
juntos, dando os primeiros passos na
construo do novo projeto de for-
mao dos jesutas do Brasil, afirma
padre Adelson Arajo dos Santos, De-
legado para a Formao da BRA.
Fui apresentado Companhia de Jesus por jesutas que faziam misso de frias no meu bairro. Fiquei encantado porque eram jo-
vens religiosos que seriam padres,
mas tinham algo diferente, amavam
a ns, os pobres, tinham profundida-
de de vida e uma sincera alegria.
Pe. Franklin Alves Pereira, 38 anos,
mestrando em Teologia Bblica
contato profundo com a realidade dos
que vivem nas fronteiras da excluso
social, como os presidirios, portado-
res de HIV, os sem-terra, os doentes, os
refugiados, etc., conta padre Adelson.
A formao muito importante
para a realizao da misso da Compa-
nhia de Jesus no Brasil. Com a criao
da BRA (Provncia dos Jesutas do Bra-
sil), em novembro de 2014, os desafios
aumentaram, por isso o fortalecimen-
to da integrao das dimenses da vo-
cao jesuta, desde o discernimento
vocacional at a terceira provao, so
essenciais. Ns podemos superar as
dificuldades decorrentes da prpria
complexidade de uma provncia terri-
torialmente to extensa, com culturas
to diversas e presenas apostlicas da
Companhia to diferenciadas. Jesutas
formados e em formao teremos que
aprender a nos olharmos como um s
corpo apostlico, tendo a liberdade su-
ficiente para rompermos com nossas
fronteiras e vises regionalistas e pro-
vincianas, conclui padre Adelson.
i Frum dos jesutas em Formao reuniu 70 pessoas em belo Horizonte (mg)
18 19
A ComPAnHiA de jeSuS no mundo criA gerAL
AnojubiLAR A data de 31 de julho, dia de Santo Incio de Loyola, mar-cou o incio do Ano Jubilar do Caminho Inaciano, que se prolongar
at a mesma data de 2016. Os atos de
abertura foram realizados no Santu-
rio de Loyola e na Cova de Santo In-
cio, em Manresa (Espanha), locais do
incio e do final da peregrinao.
O Ano Jubilar comea no momento
em que a gruta da Cova de Santo In-
cio inaugura o trmino de suas obras
de remodelao, que foram executadas
com o objetivo de lhe devolver a auste-
ridade original, recuperando a atmos-
fera de rocha e pedra, e respeitando os
elementos que a tradio histrica e
artstica foi aportando gruta.
noS PASSoS de inCio
O Caminho Inaciano uma pro-
posta de peregrinao que rememora
o itinerrio que Incio de Loyola per-
correu de sua casa natal, em Loyola,
700 km itinerrio que incio de Loyola percorreu de sua casa natal, em Loyola, at manresa, em 1522
documentos sobre jesutas so publicados
Afonso Salmern (1515-1585) era o mais jovem dos nove companhei-ros conquistados por Incio para fundar a Companhia de Jesus. Foi tambm,
depois de Nicols Bobadilla, o mais longevo
deles, morreu com quase 70 anos. Alm dis-
so, o jesuta conviveu com os cinco primei-
ros Superiores Gerais da Ordem religiosa.
O jesuta Diego Lanez (1512-1565)
assumiu a funo de Superior Geral da
Companhia de Jesus, entre os anos de
1558 e 1565, aps a morte de Incio de
Loyola, fundador da Ordem religiosa.
Espanhol, de origem judaica, Diego foi
um dos primeiros companheiros que
formaram a Companhia de Jesus.
Agora, para as pessoas que quiserem
conhecer a histria desses jesutas, h
dois documentos recm-publicados: a
biografia de Afonso Salmern, no n 54
da coleo MANRESA, e o livro Diego La-
nez (1512-1565) and his Generalate.
A biografia de Afonso Salmern
conta com 156 cartas, quase todas repro-
duzidas integralmente, 213 pargrafos
do Crnicon de Polanco, todos aqueles
at Manresa, em 1522, com o objeti-
vo de chegar Terra Santa. Essa rota
de 700 km impulsiona peregrinos de
nosso tempo que queiram viver uma
experincia de crescimento pessoal.
Saiba mais sobre o Caminho Inaciano
na edio especial (julho/2015) do in-
formativo Em Companhia.
onde aparece a sua figura, e 350 citaes
de outros documentos publicados pela
Monumenta Historica Societatis Iesu,
que fortalecem o valor da obra.
O livro Diego Lanez (1512-1565) and
his Generalate foi editado pelo jesuta su-
o Paul Oberholzer, que reuniu 31 ensaios
sobre Lanez. A obra, com 1074 pginas, foi
publicada pelo Instituto Histrico da Com-
panhia de Jesus, localizado em Roma (It-
lia). Entre os temas tratados, encontram-se
as artes, a educao, o Conclio de Trento,
as cartas e a dimenso judaica de Lanez.
18 19
gr-Bretanha:prmio a um linguista jesuta
Caminhada espiritual pela Paz e unio dos Povos
Nomeao
O padre Vijay D Souza, jesuta indiano residente em Oxford (Inglaterra), foi premiado com o financiamento de sua ps-gra-
duao pelo Hans Rausing Endan-
gered Languages Foundation (Fun-
dao Hans Rausing para as lnguas
Membros da Rede Indgena da Companhia de Jesus na Am-rica Latina participaram da Ca-minhada Espiritual pela Paz e a Unio dos
em risco de extino). O prmio aju-
dar o jesuta a realizar trs anos de
pesquisa e documentao da lngua
Hrusso Aka, de Arunachal Pradesh,
no nordeste da ndia.
O padre Vijay membro da Regio
de Kohima da Companhia de Jesus,
ral. O padre Kot substituir o padre
Sverin Leitner (ASR), que desempe-
nhou esses cargos at a sua trgica
morte durante uma escalada no dia 7
de junho deste ano. O padre Kot assu-
mir seu novo cargo dia 1 de outubro
de 2015. Atualmente, professor de
O Padre Geral nomeou:Padre Tomasz Kot (PMA), assistente regional da Europa Central e Oriental e Conselheiro Ge-
Povos, indo de El Salvador at o Mxico,
para denunciar o dano ao meio-ambiente
na regio, assim como a discriminao
que sofrem em seus pases. Concluram a
Caminhada com uma declarao na qual
convocavam os governos implicado e as
organizaes civis e religiosas a defende-
rem os direitos dos indgenas.
uma rea conhecida pela sua diversi-
dade lingustica e cultural: estima-se
que acolha mais de 200 lnguas e cul-
turas indgenas diferentes. Os jesutas
de Kohima trabalham, principalmen-
te, em reas extremamente remotas e
entre alguns dos povos mais abando-
nados do pas, dirigindo escolas e pa-
rquias, um centro de investigao e
outro de assistncia legal.
O Hrusso Aka uma lngua de
Arunachal Pradesh, em risco de ex-
tino, um remoto estado indiano
situado nas colinas das escarpas do
Himalaia, explica padre Vijay. Atu-
almente, apenas 3000 pessoas falam
esse idioma, e mais e mais jovens da
tribo Hrusso Aka esto passando para
o Hindi. Se essa tendncia continuar,
em duas geraes o Hrusso Aka ter
se extinguido.
Pe. Vijay ( esquerda) com um ancio e sua famlia em Arunachal Pradesh, ndia
Sagrada Escritura na faculdade teol-
gica da Companhia de Jesus, o Bobo-
lanum, de Varsvia. Anteriormente,
tinha sido Secretrio dessa mesma fa-
culdade, diretor da casa editorial Rhe-
tos e editor da publicao Przeglad
Powszechny.
20 21
A ComPAnHiA de jeSuS nA AmRiCA LATinA cpAL
Sempre relacionamos Incio de Loyola com a Companhia de Jesus. Contudo, Incio viveu dois teros de sua vida como leigo. Ainda era um leigo
quando iniciou a experincia dos Exerc-
cios Espirituais com seus companheiros e
no pensava ainda no sacerdcio nem em
nenhuma ordem religiosa.
Comeamos o ms de julho com o Cur-
so de Formadores para a Colaborao na
Misso e, agora, o terminamos com a festa
de Incio de Loyola, por isso o ms parece
unir esses dois temas.
Essa imagem de Incio apstolo lei-
go, sem ter em seu horizonte a perspec-
tiva de uma ordem religiosa, forman-
do outros colaboradores leigos para a
misso de Cristo, pouco familiar para
ns. E no somente porque ainda no
tinha chegado a ser sacerdote e religio-
so. J mesmo como Geral da Companhia,
Incio envia os jesutas para formar pes-
soas idneas para serem apstolos e,
geralmente, aquelas que, sendo ajuda-
das, podero logo ajudar a outros para a
glria de Deus. Por isso, nos diz o padre
Rambla, tem a convico de que o lei-
go chega a lugares e alcana resultados
no acessveis ao sacerdote ou aos reli-
giosos. De aqui o interesse de atender es-
pecialmente aos leigos que manifestam
capacidades e disposies para serem
verdadeiros multiplicadores da ativida-
de apostlica eclesial.
Sem dvida alguma, assim foi na Com-
panhia antes da supresso. Pensemos como
teria sido possvel o trabalho das redues
com um sacerdote e um irmo jesuta so-
mente em cada reduo, se no houvesse
tido um exrcito de colaboradores na misso
educativa, organizadora, evangelizadora.
inCio de LoyoLA e A CoLAboRAo
Pe. jorge Cela, SjPresidente da CPAL
Isso nos torna conscientes de que existe uma s histria
de salvao, a histria da humanidade, na qual Deus nos sal-
va. No so duas histrias, seno, somente uma, que se cons-
tri com a colaborao de todo o povo que avana na Histria,
buscando sua salvao. Essa conscincia ajudou aos padres
reunidos no Conclio Vaticano II a propor uma ao no es-
clesiocntrica e, portanto, no clerical. A recuperar o valor do
sacerdcio batismal que nos torna a todos e todas colaborado-
res nessa ao salvfica na Histria.
Por isso, o padre Kolvenbach convida-nos a que quan-
do rezemos juntos pelas vocaes Companhia, rezemos
especialmente para que Deus prepare e chame a este ser-
vio a jovens que formem parte da Igreja dos leigos e no
somente da Companhia de Jesus.
Assim, ao pensar na formao para a misso da Com-
panhia, no podemos pensar somente na formao de
jesutas, seno em toda a variedade de colaboradores na
misso de Cristo, segundo a espiritualidade e carisma de
Incio de Loyola. Essa perspectiva deve entrar em nosso
planejamento e oramentos.
E, quando pensamos e rezamos pelo corpo da Com-
panhia, deveramos ampliar nossa viso e situ-lo nesse
corpo mais amplo de colaboradores na misso, segundo a
espiritualidade inaciana, que se constitui como um novo
sujeito apostlico, que no se confunde com o corpo da
Companhia, mas que indispensvel para conceber e re-
alizar nossa misso.
[...] pensar na formao para a mIsso da companhIa, no podemos pensar somente na formao de jesutas, seno em toda a varIedade de colaboradores na mIsso de crIsto [...]
20 21
visitAs AO prOJetO pAN-AmAzNicO dA cpAL
ReLigioSoS deLeTiCiA PARTiCiPAm de enConTRo
Nos meses de junho e julho, o Projeto Pan-amaznico da CPAL (Conferncia dos Provinciais Jesutas da Amrica Latina) recebeu visitas especiais. Entre os dias 23 e 25 de junho, o padre Jorge Cela, presidente da CPAL, fez uma visita
cannica comunidade do Projeto, em Leticia (Colmbia).
O jesuta participou de reunies com os integrantes do Pro-
jeto Pan-amaznico e os membros da Faculdade de Cincias
Polticas e Relaes Internacionais, da Universidade Javeriana
de Bogot. Durante sua visita, padre Jorge Cela fez a leitura da
carta do padre Adolfo Nicols, Superior Geral da Companhia de
Jesus, que instituiu a criao da comunidade jesuta Samuel
A cidade de Leticia, sede da comunidade jesuta e do Pan-amaznico da CPAL, conta com a pre-sena de quatro Congregaes religiosas: as Lau-ritas, as Vicentinas, os Capuchinhos e os Jesutas. Em
julho, os religiosos iniciaram um processo de reunies,
encontros e celebraes mensais. O objetivo socializar,
refletir e fortalecer a unidade como vida religiosa ao ser-
vio da Igreja local do Vicariato de Leticia. Tambm se
pretende ampliar esses momentos aos demais religiosos
da trplice fronteira.
Fonte: Pan-Amaznia SJ Carta Mensal n 16 (Junho) e 17
(Julho) 2015
Acesse o link (http://bit.ly/1FDU44v) do Portal Jesutas Brasil
e faa o download de todas as edies da Pan-Amaznia SJ
Carta Mensal
miSSo nA FRonTeiRA
O padre Valrio Sartor foi conhecer
a misso dos jesutas na fronteira
entre o Brasil e a Guiana. O padre
Rui Krbes e o escolstico Tiago
Zeni, que esto em Bonfim (RR), e
os padres Horie Setsuro e Urbano
Muller, que vivem na comunida-
de indgena de Moscou, tambm
participaram da visita.
Fritz, em Leticia. O nome da comunidade uma homenagem
ao padre missionrio que atuou na regio.
Entre os dias 13 e 18 de julho, o Projeto Pan-amaznico rece-
beu a visita do assistente da Amrica Latina Setentrional, padre
Gabriel Rodriguez. O jesuta foi conhecer de perto o trabalho
realizado pela iniciativa na regio.
22 23
ComPAnHiA de jeSuS serviO dA F
Parquia nossa Senhora de Ftima realiza curso de msica Litrgica
paulo de tarso tema de palestra no rio
monumento em homenagem a so Jos de Anchieta
O Centro Loyola de F e Cultura/PUC-Rio promoveu a palestra Paulo de Tarso: Educao e Cultura de um l-der, no dia 19 de agosto. O encontro teve como foco a formao educacional e o momento cultural vivido por So
Paulo. Foram esses elementos que o transformaram no Ho-
Em 9 de junho, dia de So Jos de Anchieta, o Colgio Anchieta de Nova Friburgo (RJ) inaugurou um monu-mento em louvor ao santo jesuta. A escultura, com cinco metros de altura e dois centmetros de espessura, foi
esculpida em placa de metal e pesa cerca de 200 kg.
O reitor da instituio, padre Luiz Antonio de Ara-
jo Monnerat, foi o idealizador do projeto, confeccionado
pelo artista plstico Felga de Moraes. Professores, funcio-
nrios e alunos participaram da cerimnia. O coral infan-
til encerrou o evento cantando uma msica em homena-
gem a So Jos de Anchieta.
No dia 15 de junho, a escultura foi apresentada cidade. A
cerimnia contou com a presena de autoridades religiosas,
militares e civis. Na ocasio, o diretor do Colgio Anchieta,
Carlos Eduardo Cortez, anunciou que o monumento ser in-
tegrado ao programa de visitas guiadas instituio.
A Parquia Nossa Senhora de Ftima, em Pelotas (RS), realizou a segunda etapa do Curso de Msica Litr-gica, com o tema As Partes Fixas da Missa, nos dias 11 e 12 de julho. A anfitri da ocasio, Comunidade Santa Rita
de Cssia, recebeu os participantes do encontro. O objetivo
do evento, ministrado pelo Ir. Fernando Benedito Vieira, SJ,
contribuir com a formao litrgica musical de agentes de
pastoral de parquias confiadas Companhia de Jesus.
O curso, baseado nas orientaes fornecidas pela CNBB
(Conferncia Nacional dos Bispos do Brasil), oferece crit-
rios para que os participantes compreendam cada vez mais
seu papel na assembleia litrgica e reflitam sobre os princ-
pios teolgicos, musicais e estticos que justificam a msi-
ca litrgica. O curso tem sido um aporte significativo para a
formao litrgica de nossas parquias, afirma o escolstico
jesuta Antnio Anderson Rablo Costa.
mem-Igreja, criador e cultivador de assembleias de f, nas
quais os alicerces eram a participao cotidiana e interativa.
Durante o encontro, foram feitas analogias com os dias de
hoje em relao a projees fsicas (igreja espao) e digitais
(igreja virtual no ciberespao).
O evento foi ministrado por Betho Ieesus, escritor, em-
presrio, arquiteto, produtor musical e militante do terceiro
setor. Admirador da trajetria de Paulo de Tarso, Betho tra-
balhou durante cinco anos em uma pesquisa para elaborar a
biografia do santo.
Aulas contribuem com a formao litrgica musical
22 23
ComPAnHiA de jeSuS prOmOO dA JustiA e ecOLOgiA
cepAt celebra 25 anos de atividades O Centro Jesuta de Cidadania e Ao Social (CJCIAS), popularmente conhecido como CEPAT, completou 25 anos de histria em 2015. Fundado em 23 de junho de 1990, em Curitiba (PR), a origem da instituio est ligada
Pastoral Operria (PO) do estado e ao grupo da Pastoral Popular
da Companhia de Jesus, no sul do Brasil. Entre os trabalhos
desenvolvidos ao longo dos anos, destaca-se a capacitao ofe-
recida aos trabalhadores para a luta sindical, a formao tico-
-poltica, a espiritualidade e a administrao da Casa do Tra-
balhador, prdio histrico para os grupos populares, palco de
muitos encontros de movimentos sociais e eclesiais, explica
Jonas Jorge da Silva, coordenador geral do CJCIAS/CEPAT.
O CJCIAS/CEPAT tornou-se conhecido em todo o Paran, entre
os anos de 1996 e 2005, pelo servio que prestou por meio da Es-
cola de Formao F e Poltica. A partir de 2008, o CEPAT foi reco-
nhecido como Centro Jesuta de Cidadania e Ao Social (CJCIAS),
reconfigurando-se para responder ao esforo do Apostolado So-
cial da Companhia de Jesus frente aos desafios contemporneos.
Nosso trabalho investir nas pessoas, na organizao
popular e na prpria capacidade humana de viver em comu-
nidade, abrir-se para o outro, para a diversidade cultural e o
encontro do Apostolado Social da Companhia de jesus
aprendizado coletivo, afirma Jonas. Como Centro Jesuta de
Cidadania e Ao Social, tambm no abrimos mo de oferecer
atividades na linha da espiritualidade, buscando, na mstica e
no sentido mais profundo da vida humana, a fora necessria
para enfrentar os desafios do mundo, ressalta o coordenador.
O CJCIAS/CEPAT trabalha a dimenso poltica na vida huma-
na e sua importncia para uma relao justa, democrtica e igua-
litria entre as pessoas. Atualmente, a instituio promove seu
Programa de Formao Poltico-Cidad, um conjunto de projetos
sociais que oferecem assessoramento para a formao e capaci-
tao de lideranas, da comunidade e de movimentos sociais.
Segundo Jonas, as propostas so voltadas para todas as pessoas,
sem restries, entendemos que o programa abrange uma srie
de temticas que so cruciais para uma cidadania plena.
Em 25 anos de atuao, o CJCIAS/CEPAT contribuiu para a
formao de uma sociedade mais justa e igualitria. A institui-
o procura assumir a misso da Companhia de Jesus, quando
incentiva todo o seu corpo apostlico a trabalhar em prol do
servio da f e da promoo da justia, conclui Jonas.
Entre os dias 15 e 18 de junho, a CPAL (Conferncia dos Pro-vinciais Jesutas da Amrica Latina) promoveu dois even-tos simultneos, em Guayaquil (Equador) o Encontro dos Delegados Provinciais do Apostolado Social e o Encontro de
Diretores de Centros Sociais Jesutas da Amrica Latina e Caribe.
Cerca de 60 pessoas participaram dos encontros, que refletiram
sobre o Apostolado Social da Companhia de Jesus. Os dois eventos
se desenvolveram simultaneamente e tiveram, em grande parte, uma
pauta comum, com alguns momentos especficos, explica padre
Jos Ivo Follmann, secretrio para a Justia Social e Ecologia da BRA.
A espiritualidade da ao social, a necessidade de encontrar
caminhos de incidncia pblica e poltica na sociedade e a juven-
tude foram os temas comuns desenvolvidos nos encontros. H
urgncia de deixar que os jovens, suas realidades, capacidades e
propostas, atravessem as portas e as janelas de nossos trabalhos
apostlicos como verdadeiros colaboradores e no s como obje-
tos de nossa misso, afirmou o jesuta.
Do Brasil, participaram os coordenadores de centros e obras
sociais: padre Idinei Zen, do Centro de Cidadania e Ao Social
CCIAS/Unisinos (RS); Marilene Maia, do Instituto Humanitas
Unisinos (RS); Catarina Lopes, do Centro de Estudos e Ao Social
CEAS (BA); Jonas Jorge da Silva, do Centro Jesuta de Cidadania
e Ao Social CJCIAS/CEPAT (PR); padre Jos Miguel Clemente,
do Servio de Ao, Reflexo e Educao Social SARES (AM); e o
padre Jos Maria de Andrade Couto, do Centro Santa F (SP).
diretores de centros sociais e delegados provinciais participaram de eventos promovidos pela CPAL
Saiba mais sobre a instituio no site www.ihu.unisinos.br/cepat
24 25
ComPAnHiA de jeSuS educAO
CAmPAnHA inACiAnoS PeLo HAiTi enTRA nA 2 FASePara ensinar, preciso ter muito amor, muita pacincia. O pro-fessor um exemplo para as
crianas, afirma Duverne Rossete, pro-
fessora e diretora da Escola Comunitria
Saint-Michel, que integra a rede de esco-
las da Fundao F e Alegria, no Haiti. O
depoimento de Duverne est disponvel
em um dos vdeos que apresentam a im-
portncia da educao e da Campanha
Inacianos pelo Haiti para o pas. Em 2015,
a iniciativa entrou em sua segunda fase,
que perdurar at o final de 2016.
Criada pela FLACSI (Federao Latino-
-americana de Colgios da Companhia de
Jesus), em 2011, a Campanha Inacianos
pelo Haiti promove um intenso trabalho
com as escolas haitianas. Essa iniciativa
permitiu que 14 escolas tivessem condi-
es mnimas de infraestrutura para po-
der funcionar. Aps analisar a situao do
pas, ficou decidido que a melhor forma
de ajudar a populao era atravs da edu-
cao, afirma Jimena Castro, coordena-
dora da Campanha Inacianos pelo Haiti.
No dia 12 de janeiro de 2010, um ter-
remoto de grande magnitude atingiu o
pas. Cerca de 300 mil pessoas morreram
e milhares ficaram desabrigadas. Aps
cinco anos, os haitianos ainda esto re-
construindo o pas. Nesse contexto, a
Companhia de Jesus, por meio da Fun-
dao F e Alegria, tem papel importante
junto s famlias. Hoje, F e Alegria Haiti
e suas escolas beneficiam mais de 3.500
crianas, explica Jimena.
Os colgios da Rede Jesuta de Educa-
o participam da iniciativa ativamente.
Atualmente, a Campanha Inacianos pelo
Haiti promovida por 69 colgios, que in-
tegram a FLACSI, e mais as escolas da JSN
(Jesuit Schools Network), que rene as
instituies jesutas dos Estados Unidos
e do Canad. No Brasil, todos os colgios
- apoiam a campanha. Todos tm inte-grado Inacianos pelo Haiti no calendrio escolar, por exemplo, em gincanas e ba-zares, que servem como espao de mobi-
lizao para a iniciativa, conta a coorde-
nadora. Segundo Jimena, os estudantes e
as famlias tambm atuam como organi-
zadores das atividades. Eles se envolvem
em vrias aes e convidam a comunida-
de educativa a se comprometer, afirma.
Desde o incio, a Campanha Inacianos
pelo Haiti j conquistou muitos colabora-
dores. A iniciativa est presente tambm
no corao das pessoas, que no enviam
s dinheiro, mas tambm mensagens de
apoio, ressalta a coordenadora. A mobili-
zao dos colgios da Rede Jesuta de Edu-
cao em prol do Haiti muita significati-
va para a populao. Hoje, eles sabem que,
no continente, pertencem a uma rede ina-
ciana que est atenta a eles. Isso d cora-
gem e fora para que continuem transfor-
mando sua prpria realidade. Eles sabem
que no esto sozinhos, conclui Jimena.
3.500
hoje, F e Alegria haiti e suas escolas beneficiam mais de
crianas
24 25
VAmoS PARTiCiPAR!
Um dia, eu ouvi um questiona-
mento interessante: por que neste
mundo globalizado, onde a economia
se globaliza, a tecnologia se globaliza,
no globalizamos a solidariedade tam-
bm?, questiona Jimena Castro. com
esse pensamento que a Campanha Ina-
cianos pelo Haiti vem sendo trabalhada
nos meios de comunicao. Utiliza-
mos vrios veculos para comunicar e
difundir tudo o que acontece na cam-
panha, explica. Hoje, graas aos siste-
mas de informao, podemos conhecer
realidades que esto geograficamente
longe de ns, como o caso do Haiti.
Poder ajudar essas pessoas uma opor-
tunidade para agradecer o que se tem e
fazer justia dentro das possibilidades
de cada um. A solidariedade nos leva a
refletir sobre a nossa prpria realidade
e condies, diz Jimena.
Alm dos colgios, qualquer pes-
soa pode ajudar na Campanha Inacia-
nos pelo Haiti. Atravs do site oficial,
possvel realizar doaes individuais.
Jimena conta que instituies e pes-
soas de diversos pases aderiram ini-
ciativa. H organizaes leigas, como
Amrica Solidria ONG internacional
que d apoio atravs de um mode-
lo de cooperao de profissionais no
Haiti, e o Hogar de Cristo do Chile, que
assessorou o projeto no fortalecimen-
to institucional de F e Alegria Haiti.
Qualquer pessoa pode ajuda, todos so
bem-vindos!, finaliza.
poder ajudar essas pessoas uma oportunIdade para agradecer o que se tem e fazer justIa dentro das possIbIlIdades de cada um. jimena Castro, coordenadora da Campanha Inacianos pelo Haiti
Meios de contato da iniciativa:
www.ignacianosporhaiti.org
www.facebook.com/ignacia-
nosporhaiti.org
YouTube (Ignacianos por Hait)
Twitter @ignacianoxhaiti
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ComPAnHiA de jeSuS educAO
Os alunos dos colgios Antnio Vieira (BA), Dioce-sano (PI) e Santo Incio (RJ) participaram do curso de Formao Inaciana Taller Internacional Arupe IV, na Colmbia, entre os dias 23 de maio e 7 de junho. Ao
longo de 15 dias, os estudantes compartilharam experi-
ncias de autoconhecimento baseados na espiritualidade
inaciana. O encontro, que reuniu colgios jesutas de mais
de 30 pases, entre eles Brasil, Bolvia, Chile, Colmbia e
Paraguai, proporcionou um aprendizado de f aos jovens.
Os alunos Vanessa Fres, Beatriz Carneiro, Lucas Ro-
drigues e Raul Nascimento, do Colgio Antnio Vieira, fo-
ram acompanhados pela pastoralista do Sorpa (Servio de
Orientao Religiosa e Pastoral), Gilmara Ferreira. Ela ex-
plicou que o curso consiste na formao de lideranas ina-
cianas, voltado para alunos de colgios jesutas que esto
nos dois ltimos anos da formao. O Taller tem a moda-
lidade oficina, com atividades de vivncia que proporcio-
nam ampla reflexo, fundamentada na espiritualidade e na
pedagogia inaciana, destacou.
Para Lucas Rodrigues, o Taller proporcionou uma mistu-
ra de sentimentos. Ns aprendemos lies que vamos levar
para as nossas vidas. O curso fez com que tivssemos a opor-
tunidade de refletir como pessoas e sobre a nossa espirituali-
dade, revelou. Para Raul Nascimento, a insero nas comuni-
dades foi o que mais marcou a experincia. Mudou muito a
minha vida. Foi algo nico, pois fomos inseridos em um con-
texto totalmente novo, passando por situaes que testaram a
nossa f e a nossa resistncia, acrescenta.
Os alunos do Colgio Diocesano - Joo Pedro Dias, M-
rio Emanuel Pires e Nadilah Gabriele Vilela - foram acom-
panhados pelo padre Marcelo Costa, diretor de Pastoral.
Para os jovens, a participao no curso ajudou-os a reco-
nhecer-se como sujeitos comprometidos com uma socie-
dade mais fraterna e justa.
O Colgio Santo Incio marca presena h quatro anos
na iniciativa, durante esse tempo mais de 20 alunos e ex-
-alunos j fizeram o curso. A cada ano, o desejo por parti-
cipar desta iniciativa cresce e, com isso, consequentemen-
te, o nmero de candidatos. E voc poderia se perguntar:
o que faz esta experincia ser to exitosa?. Eu diria que
a oportunidade de aprender fazendo. De fato, esta experi-
ncia um taller, uma oficina. L, os jovens so con-
duzidos por um caminho seguro de autoconhecimento e
descoberta de Deus que proporciona amadurecimento e
abertura de corao, afirma Juliana Lima, coordenadora de
Formao Crist da instituio.
curso de Formao inaciana rene alunos na colmbia
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A ETE FMC (Escola Tcnica de Eletrnica Francisco Moreira da Costa) foi a nica escola de nvel tcnico a participar da Mostra Algar Inovao, evento que apresenta solues que visam economia, sustentabilida-
de, ao desenvolvimento de novos produtos e otimizao
de processos.
A 14 edio da mostra, realizado entre os dias 24 e 25 de
junho, em Uberlndia (MG), reuniu cerca de 70 projetos nas
reas de Tecnologia da Informao e Comunicao, Agrone-
eTe FmC participa de feira de inovao
Em 2015, os alunos Joo Marcelo Salvador, Mariana
Almeida, Sabrina Oliveira, Thoms Souza, Vinicius Va-
liante, Daniela Arreguy e Andre Garca participaram do
curso. Eles foram acompanhados pelo agente da Forma-
CoLgioS PARTiCiPAm de CongReSSo dA AneC
Os colgios da Rede Jesuta de Educao participaram do
III Congresso Nacional de Educao Catlica, promovido pela
ANEC (Associao Nacional da Educao Catlica do Brasil),
realizado entre os dias 15 e 18 de julho, em Curitiba (PR). O
congresso reuniu, aproximadamente, mil e quinhentas pes-
soas, em um conjunto de palestras e atividades que tiveram
como foco a troca de experincias entre seus associados.
Em 2015, o tema do encontro foi Mstica, conhecimento e
competncias Desafios e oportunidades para a educao ca-
tlica nas culturas contemporneas. Segundo o Delegado de
gcio, Servios e Turismo, com pblico estimado em 4 mil
pessoas. Com o passar do tempo, as empresas vo se estru-
turando e comeam a ficar muito rgidas. Essa uma forma
de quebrar isso; no de romper com o que passou, mas de
criar o futuro, afirma Jos Mauro Floriano da Silva, assessor
corporativo de Inovao da Algar.
A inovao que aproxima a ETE FMC da empresa. Des-
de 2013, uma delegao do Grupo Algar visita a instituio
durante a ProjETE (Feira de Projetos Futuristas). Vrios dos
projetos desenvolvidos pelos alunos daqui esto frente do
nosso tempo e nos ajudam a ver que muitas coisas so pos-
sveis. Se ns conseguirmos levar esses projetos para a so-
ciedade, ser uma grande realizao, confessa Joo Henri-
que de Souza Pereira, ex-aluno da ETE FMC e atual consultor
executivo de Inovao e Desenvolvimento do Grupo Algar.
Alm do pioneirismo em inovao, Joo Henrique destaca
a formao integral proporcionada pela instituio: A forma-
o que eu tive na ETE me marcou em dois aspectos tanto
na formao tcnica, quanto na formao humana. Hoje, eu
ouo o Luiz Alexandre Garcia (CEO do Grupo Algar) dizer que,
para um executivo conquistar uma promoo, essencial que
ele prepare a base da sua equipe. Isso me faz lembrar o profes-
sor Navantino, que nos dizia preparem-se e preparem os ou-
tros; transmitam o conhecimento. Uma vez feito isso, vocs
tero o caminho aberto para novos desafios.
Educao da BRA (Provncia dos Jesutas do Brasil), padre M-
rio Sndermann, eventos como este so relevantes e trazem
importantes benefcios, pois, alm dos estudos, problemati-
zaes, debates e construes coletivas, h tambm muito es-
pao para socializar boas prticas, abrir horizontes e desenhar
estratgias ousadas para uma educao de excelncia.
Para Ana Claudia Klein, coordenadora de Comunicao
e Marketing da ASAV (Associao Antnio Vieira), eventos
como esse so importantes para o fortalecimento do traba-
lho da Rede Jesuta de Educao. Durante o encontro, per-
cebemos concretamente o potencial que temos para com-
partilhar, afirma.
o Crist, Paulo Simas, e por Juliana, que acrescenta: Du-
rante oito dias, os jovens vivem intensamente a realidade
das comunidades empobrecidas da Colmbia. Aps a expe-
rincia, os alunos voltam ainda mais inacianos.
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ComPAnHiA de jeSuS JuveNtudes e vOcAes
A cada dois anos, a Rede Inaciana de Juventude do Mxico promove o ENJUVI (Encontro Nacional Juve-nil Inaciano), com a participao de jovens
que partilham a espiritualidade inaciana.
Neste ano, as lideranas do encontro, ins-
piradas no MAGIS 2013, realizado no Brasil,
decidiram dar um passo a mais e expandi-
ram o encontro para a rede latino-ameri-
cana. Acompanhados pelo padre Agnaldo
Barbosa Duarte, oito jovens, que atuam em
obras da Companhia de Jesus no Brasil,
compareceram ao evento, que aconteceu
entre os dias 25 de junho e 7 de julho.
Em 2015, inspirado pela segunda se-
mana dos Exerccios Espirituais de Santo
Incio, o tema do ENJUVI foi Encarnao.
O encontro foi um chamado a rezar, olhar
e atuar na realidade. Assim, houve uma
etapa preparatria, em que cada grupo de
jovens do Mxico realizou o seu pr-EN-
JUVI, com dinmicas prprias e acompa-
nhadas por jesutas. A etapa de insero
aconteceu em vrias cidades e localida-
des do Mxico, como Chalco, Oaxaca,
Quertaro, Veracruz e Cidade de Mexico.
O encontro final aconteceu na Uni-
versidade Iberoamericana de Puebla,
entre os dias 5 e 7 de julho, e reuniu cer-
ca de 500 pessoas. Participar do ENJU-
VI foi uma experincia de compartilhar
sonhos e esperanas com tantos outros
companheiros de caminhada. Signifi-
cou, ainda, fortalecer nossa identidade
latino-americana, onde foi possvel per-
ceber dificuldades e desafios comuns e,
sobretudo, identificar e animar diferen-
tes aes transformadoras desenvolvidas
pela Companhia de Jesus e pelos jovens
colaboradores na Amrica Latina, afirma
padre Agnaldo.
Segundo o jesuta, o ENJUVI lanou
muitas reflexes e inquietaes no tra-
balho com as juventudes do Brasil. O
encontro nos chamou ateno para a ne-
cessidade de animarmos com mais afin-
Jovens brasileiros participam do eNJuvi no mxico
co a Rede Inaciana de Juventude no pas,
promovendo uma articulao mais ampla
e eficaz entre as diferentes obras e grupos
que desenvolvem atividades para e com as
juventudes. Alm disso, o encontro reno-
vou tanto nossas esperanas quanto nos-
sos anseios em relao nossa atuao no
Brasil, onde vislumbramos o voluntariado
jovem como um dos caminhos para con-
cretizar a encarnao necessria trans-
formao de nossa realidade, ressalta
padre Agnaldo.
Foi um momento lindo de celebrao da juventude organizada e articula-da. Percebi o quanto o trabalho dos jesutas grande e coeso. Lidiane de Aleluia Cristo, colaboradora da Casa Magis de Manaus (AM)Com o corao radiante, fomos desafiados e encorajados pelo sim amoro-so e confiante de nossa me Maria. Rosangela Andrade, colaboradora da Casa Magis Cascavel (PR)Ns, os latino-americanos convidados, nos sentimos extremamente aco-lhidos. Camila Medina, Colaboradora da Casa Magis Rio de Janeiro (RJ)O ENJUVI foi como uma bala de canho que me fez despertar e iniciar um entendimento sobre como melhor servir. Assis Filho, colaborador do Centro Magis Fortaleza (CE)Percebi que jovem s precisa ser jovem e ter condies de s-lo, plenamen-te. Joo Leal, colaborador da Casa Magis Teresina (PI)Cada olhar, abrao e partilha, a singularidade de cada jovem que conheci foi mui-to significativo. Evenice Neta, colaboradora do Centro Magis Fortaleza (CE)
dePoimenToS
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ComPAnHiA de jeSuS FOrmAO e cuidAdO dA sAde
Residncia ir. Luciano brando promove eventos
Em julho, a Residncia Ir. Lu-ciano Brando promoveu dois eventos. No dia 8 de julho, o coral infantil da Escola Municipal L-
dia Anglica, de Belo Horizonte (MG),
composto por 95 crianas e regido pelo
maestro Paulo Aguiar, apresentou-se
para os jesutas.
Aps a apresentao, as crianas e
os professores que as acompanhavam
receberam medalhinhas de santos.
Antes de sarem, todos foram abeno-
adas carinhosamente pelos irmos e
padres jesutas.
No dia 11 de julho, com o objetivo de
dar incio ao ms inaciano e homenage-
ar Santo Incio de Loyola, a Residncia
Ir. Luciano Brando promoveu, em con-
junto com funcionrios da FAJE (Facul-
dade Jesuta de Filosofia e Teologia), a
festa julina. Antes do evento, os jesutas
que desejaram foram maquiados com
bigodes e barbas pintadas com lpis,
alm disso, vestiram roupas tpicas.
Segundo Larissa Rubia, secretria
da Residncia, que ajudou na decora-
o, a festa foi uma experincia nica.
A festa foi bem animada. Apesar da
idade e da enfermidade, alguns jesu-
tas danaram quadrilha junto com os
convidados presentes. Eles puderam
se deliciar com as comidas tpicas. Era
visvel no rosto de cada um a felicida-
de. Essas confraternizaes que ocor-
rem entre os convidados e os jesutas
servem para compartilhar os momen-
tos de alegria, disse Larissa.
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nA PAz do SenHoRpe. peter vON WerdeN, sJPor Ir. eudson ramos
Pe. Peter Von Werden nasceu em 19 de outubro de 1928, na cida-de de Hochneukirch, Diocese de Aachen. Pouco se sabe sobre sua vida
familiar e de estudos primrios. Aos
16 anos, em 1944, foi convocado, junto
com todos os demais colegas de sala de
aula, para a Defesa Antiarea Luftwa-
ffenhelfer. Em maio de 1945, na queda
da cidade de Berlim, Alemanha, foi fei-
to prisioneiro pelo Exrcito Sovitico,
sendo posto em liberdade depois de
quatro meses e meio de cativeiro.
Em 1949, chegou a ser seminarista
na Diocese de Aachen, mas decidiu in-
gressar na Companhia de Jesus, inician-
do o Noviciado em 20 de abril de 1950,
na cidade de Eringerfeld. Professou os
primeiros votos em 22 de abril de 1952,
na mesma cidade alem. Aps os estu-
dos de Filosofia e Teologia, feitos em
Munique e Frankfurt, tambm na Ale-
manha, foi ordenado presbtero em 30
de julho de 1960, em Frankfurt. Fez a
Terceira Provao em Munique, entre
os anos de 1961 e 1962.
Em 1964, mudou-se para o Brasil e
foi destinado para realizar atividades
pastorais no Colgio Anchieta, na ci-
dade de Nova Friburgo (RJ), ao mesmo
tempo em que estudava Lngua Por-
tuguesa. Estamos no ano de 1967 e Pe.
Pedro foi destinado como Diretor do
Centro de Encontros Culturais e como
professor de Lngua Alem no Stio So
Jos, So Paulo e Campos de Jordo (SP).
Exerceu essa misso at o ano de 1972.
Nesse nterim, professou os ltimos
Votos na cidade de So Paulo, em 8 de
dezembro de 1970.
Entre os anos de 1973 e 1977, esteve
encarregado de cuidar dos assuntos jur-
dicos da Faculdade Anchieta em So Pau-
lo. Depois de colaborar em parquias na
periferia das cidades Nova Friburgo e So
Paulo e em alguns momentos no interior
dos estados da Bahia (nas parquias de
Barra do Mendes e Brotas de Macabas na
Diocese de Barra) e Piau (Ncleo Colonial
do Gurguia), finalmente aceitou o convi-
te para participar de um grupo de jesutas
que atendia a vrios grupos e povos ind-
genas no estado de Mato Grosso.
Sua primeira atividade nessa regio
do Brasil foi em Diamantino (MT), nos
anos de 1978 a 1980, como responsvel
por projetos do Setor Indgena da Prela-
zia. Em seguida, assumiu na Igreja Nossa
Senhora do Rosrio, em Cuiab (MT), o
mesmo compromisso com os projetos do
Setor Indgena, mas, dessa vez, por pouco
mais de um ano. Devido a seu engajamen-
to com essa misso em Cuiab, tornou-se
membro da Misso Anchieta, dedicando-
-se em funes administrativas. Nesse
perodo, tambm comeou a dedicar-se a
traduzir livros, artigos e ensaios para sites
sobre o Judasmo e as relaes judaico-
-crists. Por causa desse gesto de enviar
inmeros textos por e-mail para os jesu-
tas e colaboradores, passou a ser conhe-
cido como o padre do judasmo. Quem
nunca recebeu um de seus e-mails?
Pe. Pedro exerceu esse apostolado
em Cuiab, entre os anos de 1982 e 2010.
Por necessitar de tratamento de sade,
foi transferido para a Casa de Sade em
So Leopoldo (RS), em outubro de 2010.
Mais recentemente e, sobretudo, nos
ltimos dias, sua sade vinha piorando
visivelmente, por isso recebeu o sacra-
mento da uno.
No conseguia mais comer ou beber,
delirando em muitos momentos. J res-
pirava com a ajuda de aparelhos, quando
faleceu, no dia 16 de junho de 2015, por
insuficincia respiratria. Tinha 86 anos
de idade e 65 de Companhia de Jesus.
dedIcou-se a traduzIr lIvros, artIgos e ensaIos para sItes sobre o judasmo e as relaes judaIco-crIsts. por causa desse gesto [...], passou a ser conhecIdo como o padre do judasmo.
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nA PAz do SenHoRpe. ArNO mALdANer Por Ir. eudson ramos
Pe. Arno Maldaner nasceu em Pi-nhal Alto, municpio de Nova Pe-trpolis (RS), no dia 1 de janeiro de 1926. Fez estudos secundrios no Se-
minrio So Jos, em Gravata (RS) e in-
gressou na Companhia de Jesus, em Pare-
ci Novo (RS), aos 28 de fevereiro de 1945.
No final do noviciado, emitiu os primei-
ros votos no dia 2 de maro de 1947. Aps
o noviciado, dedicou dois anos ao curso
de Letras Clssicas, Humanidades e Ret-
rica, no Colgio So Jos, em Pareci Novo.
Continuando sua formao, aps o
Juniorado, estudou Filosofia no Colgio
Cristo Rei, em So Leopoldo (RS), de 1949
a 1951. Cursou o Magistrio no Colgio
Anchieta de Porto Alegre (RS), de 1952 a
1954. Enquanto lecionava lnguas portu-
guesa e latina aos ginasianos do Colgio,
alm de outros compromissos, tambm
fez curso de Didtica na Universidade Fe-
deral. Voltando ao Colgio Cristo Rei, de
So Leopoldo, estudou Teologia, de 1955
a 1958. Foi ordenado sacerdote em 12 de
dezembro de 1957.
Em 1959, foi destinado ao Colgio
da Sagrada Famlia, em Crdoba, Argen-
tina, para fazer a Terceira Provao. Ao
retornar, Pe. Arno desempenhou vrias
atividades na Faculdade de Filosofia,
Cincias e Letras de So Leopoldo: pro-
fessor de Literatura Brasileira e Didti-
ca, diretor do Departamento de Lnguas
e Diretor da Faculdade de Filosofia.
Em 1963 e 1964, estudou Pedagogia
e Didtica na Universidade de Frankfurt
am Main, na Alemanha. Retornando ao
Brasil, continuou trabalhando na Facul-
dade de Filosofia, Cincias e Letras de
So Leopoldo, como professor de Didti-
ca e com outros encargos. Nesse perodo,
professou os ltimos Votos, no dia 2 de
fevereiro de 1966.
Em fevereiro de 1969, Pe. Arno recebeu
nova misso: professor, Vice-Superior da
comunidade e Vice-Diretor da Universida-
de Catlica de Pernambuco, em Recife (PE).
Aps alguns anos de atividades na Uni-
versidade, em fevereiro de 1973, foi nomea-
do Reitor do Colgio Nbrega, tambm em
Recife. Ao retornar do Nordeste, em agosto
de 1978, passou alguns meses na parquia
em Frederico Westphalen (RS), onde assu-
miu temporariamente o cargo de cura da
catedral, junto ao seu irmo D. Bruno Mal-
daner, bispo diocesano. Enquanto se em-
penhava nos servios paroquiais, tambm
atendeu pedidos de parquias vizinhas
para dar retiros, trduos, palestras e ofere-
cer o contato com o povo simples.
Em incio de 1979, Pe. Arno foi nome-
ado proco da Parquia Nossa Senhora
da Conceio, em So Leopoldo. A seguir,
de fevereiro de 1986 a fevereiro de 1987,
foi o capelo do Santurio do Sagrado Co-
rao de Jesus, tambm em So Leopol-
do. Seu trabalho no santurio foi muito
elogiado pelos leigos, pois conseguiu
bom entrosamento entre os respons-
veis, qualidade de servio e participao
cada vez melhor nas celebraes.
Em novembro de 1986, foi nomea-
do Vice-Postulador da Causa de Cano-
nizao dos Mrtires das Misses. Em
fevereiro de 1987, Pe. Arno foi destinado
como Reitor do Colgio Santo Incio,
em Salvador do Sul (RS). De 1991 a 1996,
encontramos Pe. Arno em Florianpolis
(SC), onde exerceu o cargo de Vice-Dire-
tor do Colgio Catarinense, alm de atuar
na pastoral do Colgio e no Sindicato dos
Estabelecimentos de Ensino.
De maro de 1997 a maio de 2000, Pe.
Arno dedicou-se ao atendimento dos ido-
sos e enfermos como Superior e Diretor
da Casa de Sade em So Leopoldo. Entre
os anos de 2000 a 2003, foi destinado ao
Santurio do Sagrado Corao de Jesus,
tambm em So Leopoldo, como auxiliar
do capelo e Vice-Postulador da Causa de
Beatificao do Pe. Joo Batista Reus.
Ao final, j com suas foras em decl-
nio e necessitando dos devidos cuidados
com a sade, foi transferido para o Institu-
to So Jos, em 2003. Nos ltimos anos de
vida, j no tinha mais os movimentos dos
membros e estava paralisado sobre seu lei-
to. Faleceu no dia 22 de junho de 2015, em
decorrncia de uma pneumonia.
Pe. Arno sempre demonstrou ser de-
dicado, disponvel, piedoso e slido em
sua vida espiritual, alm de possuir car-
ter reflexivo, apesar de sua jovialidade e
alegria. Tinha 89 anos de idade e 70 anos
de Companhia de Jesus.
pe. arno sempre demonstrou ser dedIcado, dIsponvel, pIedoso e slIdo em sua vIda espIrItual, alm de possuIr carter reflexIvo, apesar de sua jovIalIdade e alegrIa.
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nA PAz do SenHoRir. BLsiO BALduNO ALLesPor Ir. eudson ramos
Ir. Blsio Balduno Alles nasceu em Bom Princpio (RS), no dia 2 de feve-reiro de 1927. Ingressou na Companhia de Jesus, em Pareci Novo (RS), no dia 19 de
maro de 1946. Emitiu os primeiros votos
do binio, dia 21 de maro de 1948. Aps o
Noviciado, continuou em Pareci Novo tra-
balhando na cozinha e na ferraria.
Em dezembro de 1948, Ir. Alles,
como era conhecido, foi destinado para
o Seminrio So Pedro Cansio, em Sede
Capela, Itapiranga (SC), onde perma-
neceu at 2007. Foram quase 60 anos
de vida e misso no oeste catarinense.
Em 1955, esteve alguns meses no Col-
gio Cristo Rei, em So Leopoldo (RS),
ajudando nos trabalhos da ferraria, mas
retornou logo para Sede Capela.
O Seminrio So Pedro Cansio co-
meou a funcionar em 1949, coincidindo
com a chegada do Ir. Alles. Trabalho no
faltava naquele local em que tudo tinha
que ser feito para iniciar uma casa de for-
mao para os seminaristas e o Irmo Alles
estava disposto para toda obra. Desempe-
nhava funes na cozinha, enfermaria,
ferraria, horta, criava gado leiteiro ou de
corte, porcos, construa estbulos ou chi-
queiros, fazia linguia e assava churrasco.
Ainda realizava atividades como apicultor,
eletricista, motorista (tratorista), admi-
nistrador da propriedade, perfurador de
poos de gua, alm de orientar os alunos
nos trabalhos da roa. Em vrias ocasies
tambm teve que substituir o prefeito dos
seminaristas em suas ausncias. Enfim, o
Irmo Alles era pau para toda obra: sem-
pre esteve presente e colaborando nos di-
versos setores da agropecuria, sobretudo.
Nunca lhe faltaram a alegria e o esprito
de humor, fruto, sem dvida, da sua vida
interior. Era uma presena alegre na vida
comunitria.
Em 2007, o Ir. Alles deixou definitiva-
mente Sede Capela quando foi transferido
para a Casa de Sade, em So Leopoldo,
para receber melhores cuidados com sua
sade, j um tanto comprometida. Mas,
prestativo como sempre, tambm na Casa
de Sade procurou ajudar onde podia, so-
bretudo nos servios da cozinha.
Participou fielmente da vida co-
munitria, da eucaristia e da misso
da Companhia de Jesus. Seu amor aos
outros fruto dessa comunho. Nos
momentos de enfermidade e achaques
da velhice, renovou sua entrega total a
Deus e rezou pela Igreja e pela Compa-
nhia. Sempre mais debilitado devido
angina, recebeu os Santos leos com
muita paz e serenidade.
Os ltimos dias de vida lhe foram
de grande sofrimento e angstia. Sen-
tia muita dor no peito, mas estava con-
formado com a vontade de Deus. Sim,
foi uma vida cheia de f e amor. Todos
reconhecem no Ir. Alles um jesuta au-
tntico, bondoso, fiel e amigo. Sua ale-
gria, simplicidade e dedicao foram
contagiosas. Faleceu no dia 9 de julho
de 2015, com 88 anos de idade e 69 de
Companhia de Jesus.
sIm, foI uma vIda cheIa de f e amor. todos reconhecem no Irmo alles um jesuta autntIco, bondoso, fIel e amIgo.
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nA PAz do SenHoRir. AdOLFO NuNes de OLiveirAPor Ir. eudson ramos
Ir. Adolfo Nunes de Oliveira nasceu em 6 de agosto de 1929, na cidade de So Sebastio do Ca, no Rio Grande do Sul. Ingressou no Novicia-
do da Companhia de Jesus em Pareci
Novo (RS), em 26 de outubro de 1954,
e professou os votos do binio em 28
de outubro de 1956.
Ir. Adolfo possua habilidades para
duas funes que exerceu em pratica-
mente toda a sua vida de jesuta: al-
faiate e apicultor. J no Noviciado, em
Pareci Novo, comeou a desempenhar
o ofcio de alfaiate e assim tambm
o fez nas destinaes seguintes, pas-
sando pelo Colgio Cristo Rei, em So
Leopoldo (RS), de 1956 a 1960, e pelo
Seminrio So Jos, em Santa Maria
(RS), de 1960 a 1965. Fez a Terceira Pro-
vao no ano de 1965, em Pareci Novo
(RS), e professou os ltimos Votos, em
So Leopoldo (RS), no dia 15 de agosto
de 1966. No mesmo ano de 1966, vol-
tou a exercer a funo de alfaiate no
Colgio Cristo Rei por mais dois anos.
A partir de 1968, Ir. Adolfo desen-
volve um problema de circulao e os
mdicos recomendam que ele viva em
lugar de clima quente e de altitude em
relao ao nvel do mar. Dessa forma,
vemos que o Ir. Adolfo torna-se forte
candidato a viver em diferentes luga-
res do pas no intuito de cuidar de sua
sade e realizar as misses que lhe fo-
rem confiadas.
Em meados de 1968, parte para o
Noviciado em Itaici (SP). Ali realiza
vrios ofcios, como portaria, cozinha
e onde comea o trabalho na apicul-
tura. Passados dois anos, transferido
para Campinas (SP), onde, alm das
atividades que continua exercendo,
retoma os estudos. Entre os anos de
1972 e 1980, esteve em Tapejara (PR) e
Santa Maria (RS) auxiliando os pro-
cos dos respectivos lugares em diver-
sas atividades pastorais.
Em 1980, foi destinado para a Re-
sidncia Conceio em So Leopoldo
(RS), onde realizou trabalhos na ma-
nuteno e cuidado da casa. Nova-
mente por motivos de sade, necessita
ir a um lugar de clima mais quente e
enviado para a Escola Santo Afonso
Rodriguez em Teresina (PI), onde de-
senvolve alguns trabalhos e inicia com
a apicultura naquela regio. Nos anos
seguintes, dedica-se exclusivamente
funo de apicultor nas cidades de
Itaba e Diamantino, ambas no estado
do Mato Grosso.
No ano de 2000, esteve na Casa de
Retiros So Jos em Mar Grande (BA),
onde ajudou em vrias atividades na
casa. Em seguida, voltou a exercer seus
trabalhos de apicultor em cidades por
onde j tinha estado antes: Teresina e
Itaba. Esse perodo compreendeu os
anos de 2001 a 2004.
Foi encontrada uma poesia escri-
ta no ano de 2001 cuja autoria, aps
confirmada pelo Pe. Francisco Fonse-
ca, atribuda ao Ir. Adolfo. Chama-
-se A caminho da eternidade e um
dos seus versos diz:
Viver esta vida para a outra vida,
lema que poucos tm; mas ela sempre
mais bela, vivida em prol do alm. Viver
alegre e contente, no custa nada a nin-
gum, s faz o mundo mais belo, viven-
do em prol do alm. Quem vive a f com
alegria, o seu testemunho d. No dia de
sua partida, Deus vai lhe recompensar.
Com a diminuio das foras e a
necessidade de cuidar mais da sade,
Ir. Adolfo foi transferido para a Casa de
Sade em So Leopoldo (RS), em 2005.
Na casa, pde dar a contribuio que a
sade, as foras e a idade ainda lhe per-
mitiam. Assim, l permaneceu at o
seu falecimento, no dia 16 de julho de
2015. Nos ltimos dias de vida, a sa-
de vinha decaindo rapidamente por
problemas respiratrios e cardacos,