36
OS JOVENS QUE DESEJAM TORNAR-SE AMIGOS DO SENHOR NA COMPANHIA DE JESUS RECEBEM SÓLIDA FORMAÇÃO especial pág. 12 Em EDIçãO 17 ANO 2 AGOSTO 2015 INFORMATIVO DOS JESUíTAS DO BRASIL FRANCISCO VISITA à AMéRICA LATINA pág. 10 JESUíTA é PREMIADO NA GRã-BRETANHA pág. 19 PRESIDENTE DA CPAL VISITA PROJETO PAN-AMAZôNICO pág. 21 VIVER AS PALAVRAS DE CRISTO OS JOVENS QUE DESEJAM TORNAR-SE AMIGOS DO SENHOR NA COMPANHIA DE JESUS RECEBEM SÓLIDA FORMAÇÃO

Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

Embed Size (px)

DESCRIPTION

17ª Edição | Agosto 2015

Citation preview

  • Os jOvens que desejam tOrnar-se amigOs dO senhOr na COmpanhia de jesus reCebem slida fOrmaO

    especial pg. 12

    JESUTAS BRASIL

    Em edio 17ANO 2AgOstO 2015InformatIvo dosJesutas do BrasIl

    FrANciscO visitA AmricA LAtiNA

    pg. 10

    JesutA premiAdO NA gr-BretANhA

    pg. 19

    presideNte dA cpAL visitAprOJetO pAN-AmAzNicO

    pg. 21

    ViVeR AS PALAVRAS de CRiSTo

    Os jOvens que desejam tOrnar-se amigOs dO senhOr na COmpanhia de jesus reCebem slida fOrmaO

  • 4 5

    SumRio edio 17 | ANO 2 | AgOstO 2015

    edItorIal Servidores da Misso

    CalendrIo lItrgICo

    entrevIsta PeregrInos em mIsso disposio para ajudar

    o mInIstrIo de unIdadena IgreJa santa s Visita do Papa Amrica Latina

    esPeCIal O seguimento de Jesus

    mundo CrIa geral Ano Jubilar Documentos sobre jesutas so publicados Gr-Bretanha: Prmio a um linguista jesuta Amrica Latina: Caminhada Espiritual pela Paz

    e Unio dos Povos

    amrICa latIna CPal Incio de Loyola e a Colaborao Visitas ao projeto pan-amaznico da Cpal Religiosos de Leticia participam de encontro

    servIo da f Parquia Nossa Senhora de Ftima realiza

    curso de Msica Litrgica

    Monumento em homenagem a So Jos de Anchietano

    Paulo de Tarso tema de palestra no Ri0

    6

    78

    10

    12

    18

    20

    22

    12 anos, esse o tempo mdio de formao dos jesutas

  • 4 5

    Promoo da JustIa e eCologIa CEPAT celebra 25 anos de atividades Encontro do Apostolado Social da Companhia de Jesus

    eduCao Campanha Inacianos pelo Haiti entra na 2 fase Curso de Formao Inaciana rene alunos na Colmbia ETE FMC participa de feira de inovao

    Juventude e voCaes Jovens brasileiros participam do ENJUVI no Mxico

    formao e CuIdado da sade Residncia Ir. Luciano Brando promove eventos

    na Paz do senhor

    JuBIleus e agenda

    23

    24

    28

    29

    3035

    InformatIvo dosJesutas do BrasIl

    expedieNte

    EM COMPANHIA uma publicao mensal dos

    Jesutas do Brasil, produzida pelo Ncleo de Co-

    municao Integrada (NCI)

    ConTATo [email protected]

    www.jesuitasbrasil.com

    diReToR ediToRiALIr. Eudson Ramos

    ediToRA e joRnALiSTA ReSPonSVeLSilvia Lenzi (MTB: 16.021)

    RedAoJuliana Dias

    diAgRAmAo e edio de imAgenSHanderson Silva

    CoLAboRAdoReS dA 17 edioPe. Agnaldo Barbosa Duarte, Ana Claudia Klein,

    Esc. Antnio Costa, Evenice Neta, Pe. Itamar

    Carlos Gremon, Pe. Jair Barbosa Carneiro, Jime-

    na Castro, Jonas Jorge da Silva, Pe. Jos Ivo Foll-

    mann, Juliana Najan, Luiz Antonio, Pedro Risa-

    ffi, Pe. Valrio Sartor, Vanessa Correia, Vanessa

    Garcia e Ana Ziccardi (reviso). Um agradeci-

    mento especial a todos que colaboraram com a

    matria especial dessa edio.

    FoToSBanco de imagens / Divulgao

    TRAduo dAS noTCiAS dA CRiAPe. Jos Luis Fuentes Rodriguez

  • 6 7

    Neste ms em que recordamos as vocaes, somos chamados a refletir sobre como estamos vivendo nosso prprio chamado, que sempre um chama-do para a vida e vida em plenitude. Temos que agradecer pelas diferentes vocaes na Igreja, que se complementam mutuamente. Todas elas tm papel espe-

    cial no plano da Criao. Somos todos criados por amor e para o amor, que deve se

    concretizar no surgimento de um mundo mais fraterno e justo.

    Nas pginas deste informativo, voc ter a oportunidade de conhecer um pouco

    mais sobre a descoberta da vocao para a Companhia de Jesus e sobre a formao,

    atualmente, dos jesutas do Brasil.

    Como acontece com todas as demais ordens e congregaes religiosas, a vocao

    dos jesutas est diretamente vinculada experincia do nosso fundador e de seus

    primeiros companheiros. Incio viveu uma experincia singular de Deus, que mar-

    caria para sempre a sua existncia. Mas como Incio via a sua vocao e a dos outros?

    Por meio dos documentos historiogrficos sobre a Societatis Iesu, vemos que

    Incio, desde o incio, sentiu-se chamado a uma vocao apostlica, isto , a cola-

    borar com a misso de Cristo no servio aos demais. Ele nunca concebeu a sua con-

    verso pessoal como caminho exclusivo de santificao e salvao pessoal. Outros

    haveriam de se beneficiar disso! E isso seria para ele um critrio de seleo voca-

    cional, como narra o Pe. Gonalves da Cmara: Lembro-me que dizia N. P., muitas

    vezes, que no queria na Companhia ningum para salvar somente a si, seno que

    todos haviam de ser tais que, alm disso, ajudassem outros a se salvar. [MHSI,

    Fontes Narrativi, I Mon. 13 Memoriale L. Gonzlez (1555), p. 625].

    Incio esperava encontrar jovens que se identificassem com esse projeto de vida.

    Juan de Polanco, movido a mudar de vida aos 24 anos de idade, quando faz os exerc-

    cios, escreve que esse desejo era presente desde Barcelona: Comeou desde ali a ter

    desejos de juntar algumas pessoas sua companhia(...) E esse mesmo desejo o

    acompanha em Paris: Depois da priso e da sentena (na Espanha) decidiu ir a Paris,

    se bem que a isso era movido tambm para poder dedicar-se mais aos estudos, (...)

    tendo tambm como principal inteno conseguir gente naquela universidade,

    se Deus nosso Senhor fosse servido em mover alguns em cuja companhia ele

    insistisse no servio divino(...) [MHSI, Fontes Narrativi, I Mon. 7 Summ. Hisp.

    Polanci, p. 170.177].

    Alm de Incio, todos os demais componentes daquele primeiro grupo, ainda

    que no tivessem clareza de que estavam fundando uma ordem, acreditavam que

    ali estava um projeto de vida pelo qual valia a pena deixar tudo e abraar. Por isso,

    queriam partilh-lo com outros. Diego Lanez lembra esse desejo comum quando

    escreve: Feitos depois todos sacerdotes, e ditas as primeiras missas, exceto o Pe.

    Mestre Incio, que disse a sua muito depois, reunindo-nos em Vicenza, delibera-

    mos de repartir-nos (ainda esperando a passagem a Jerusalm) por diversas univer-

    sidades da Itlia, para ver se nosso Senhor se dignasse chamar algum estudante

    ao nosso instituto. [MHSI, Fontes Narrativi, I Mon. 6 Epistola P. Laini, p. 120].

    Esse desejo continua presente no corpo apostlico da Companhia de hoje, que

    espera atrair, com seu testemunho de vida e misso, novos servidores da misso de

    Cristo, nesta mnima Companhia!

    Boa leitura!

    ediToRiAL

    SeRVidoReS dA miSSo

    Pe. Adelson Arajo, SJDelegado para a Formao

    vemos que IncIo, desde o IncIo, sentIu-se chamado a uma vocao apostlIca, Isto , a colaborar com a mIsso de crIsto

  • 6 7

    CALendRio LiTRgiCo

    So Pedro Fabro, presbtero

    Santo Alberto Hurtado, presbtero

    calendrio litrgicoPrprio da Companhia de Jesus AgoSTo

    DIA 2

    DIA 18

  • 8 9

    enTReViSTA peregriNOs em missO

    Quais as principais responsabilidades e alegrias des-

    sas funes?

    Destaco algumas das atividades, dentre outras, que realizo

    como Scio:

    Como est sendo o trabalho do se-

    nhor como Scio? E como Admonitor

    do Provincial?

    Apesar de todo o desafio que a mis-

    so de ser Scio de uma provncia nas

    dimenses, particularidades e volume

    de atividades que o Brasil traz consigo,

    sinto-me muito bem adaptado e iden-

    tificado com todo o trabalho realizado.

    uma oportunidade de colaborar com a

    misso da Companhia de Jesus de outra

    forma, pois, embora no esteja ligado di-

    retamente a uma obra da provncia, o tra-

    balho na Cria torna-se o elo de relao

    e comunicao com todas as obras e pes-

    soas. A funo de Admonitor d-se numa

    esfera mais prxima e reservada com a

    pessoa do Provincial, e pela proximidade

    que possumos, tenho tido facilidade em

    manter um dilogo sempre aberto e que

    possa ser sinal de ajuda para a misso que

    o Provincial realiza.

    diSPoSio PARA AjudAR

    ir. eudson Ramos, Sj

    Em entrevista especial para o informativo

    Em Companhia, o Ir. Eudson Ramos

    conta como est sendo se dividir entre

    duas funes, a de Scio e a de Admonitor

    do Provincial. So muitos os desafios,

    sem dvida, mas o jesuta destaca

    principalmente a alegria de poder estar

    disposio para ajudar os companheiros

    naquilo que for possvel.

    Acompanhar e interagir com o Provincial nas suas fun-

    es e atribuies, conforme constam no Estatuto da BRA;

    Participar das reunies dos fruns de Superiores e de

    Gesto Apostlica, bem como da Consulta Cannica;

    Responsabilizar-me por toda a comunicao na Pro-

    vncia e isso envolve a publicao dos informativos Em

    Companhia e Breves BRA, bem como colaborar com a re-

    vista Jesutas Brasil, alm de toda a correspondncia que

    parte da Cria Provincial para jesutas e colaboradores,

    obras, dioceses, Conferncia (CPAL) e Cria Geral;

    Ajudar no trabalho dos arquivos pessoais da Provncia;

    Organizar a agenda do Provincial, com suas viagens e

    seus compromissos.

  • 8 9

    Os sentimentos de consolao desta misso esto sempre rela-

    cionados ao bom andamento das atividades, processos pesso-

    ais e institucionais. gratificante ter a oportunidade de ajudar

    companheiros jesutas e nossas obras quando sou solicitado.

    Seria como um constante estado de disponibilidade para agi-

    lizar e facilitar situaes! Costumo dizer que estou sempre

    disposio para ajudar naquilo que for possvel, pois imagino

    que todos os pedidos que me chegam diariamente esperam por

    uma resposta, por um encaminhamento, e, de minha parte,

    sinto-me feliz em poder dar um pronto retorno s demandas

    enviadas. bom saber que esse tipo de suporte, mesmo que

    discreto, torna-se relevante para quem dele precisa!

    O Scio auxilia o Provincial nas atividades e processos in-

    ternos da Provncia BRA. Dessa forma, podemos dizer que

    essa uma funo estratgica? Por qu?

    Sim. O Scio faz parte do staff de governo da Provncia e sua

    funo de ajudar o Provincial a melhor desempenhar a sua

    misso. O contato com pessoas e situaes faz com que o Scio

    tenha conhecimento de vrias realidades e assim possa cola-

    borar nos processos e encaminhamentos propostos pelo Pro-

    vincial. No cabe ao Scio a gesto de decises, mas a partir das

    informaes e dos conhecimentos, ele pode ajudar o Provincial

    e demais membros do staff do governo provincial na constru-

    o da conscincia comum do corpo apostlico da Provncia.

    Como Admonitor, o senhor zela para que o Provincial

    realize sua misso e cuide da sade. Como administrar

    esse cuidado em meio a tantos compromissos dele?

    A funo de Admonitor serve como um fiel de uma balan-

    a, pois trata no apenas de verificar como a misso do Provin-

    cial est sendo realizada, como, tambm, cuidar para que ele a

    realize da melhor forma possvel.

    Surge aqui um desafio para o Scio, pois, em muitos mo-

    mentos, ele no est fisicamente perto do Provincial, e como

    atentar para que o cumprimento dos compromissos, a alimen-

    tao, o repouso, os exerccios fsicos, o lazer tambm estejam

    sendo harmoniosamente observados? Reforo novamente a

    importncia do dilogo, da abertura e da corresponsabilidade

    que busco desempenhar junto ao Provincial.

    Para o senhor, como administrar duas funes distintas?

    Este pode ser um dos desafios desta funo, pois, ao mesmo

    tempo em que o Scio organiza para que o Provincial possa vi-

    sitar pessoas, obras e lugares, realizar reunies, tambm cuida

    para que a sade, a vida espiritual e demais

    aspectos da vida do Provincial possam sem-

    pre estar sendo bem cuidadas e atendidas.

    Desde novembro de 2014, a Compa-

    nhia de Jesus constituda por uma ni-

    ca provncia. Como o senhor avalia essa

    nova configurao?

    Todo o processo de criao da Provncia

    do Brasil foi conduzido na perspectiva de no

    somente unir pessoas, residncias e obras,

    mas, principalmente, qualificar a nossa vida

    e misso em todas as regies do pas. Um

    dos critrios inacianos para o discernimento

    apostlico o bem mais universal. Trata-se de

    ter presente o que mais pode ajudar na reali-

    zao daquela misso em vista de uma quan-

    tidade maior de pessoas, da eficcia da trans-

    misso da mensagem do Evangelho e seus

    valores, dos frutos que podero ser colhidos,

    enfim, como a misso do Cristo, com a qual

    colaboramos, possa ser melhor propagada.

    Esta nova configurao no Brasil quer alargar

    os horizontes, antes regionais, provinciais e

    agora nacionais, alm de ter presente na vida

    de todo jesuta e das misses que assumimos

    que as nossas diferenas podem se tornar

    nossas riquezas e assim fortalecer a misso.

    O senhor tem contato constante com

    jesutas do Brasil todo? Como esse rela-

    cionamento?

    Diariamente, tenho contato com os jesu-

    tas da Provncia por e-mail, telefone, corres-

    pondncias... Acredito que os jesutas veem no

    Scio a certeza de que podem ter suas pergun-

    tas respondidas, dvidas sobre procedimen-

    tos, notcias sobre outros jesutas, informa-

    es sobre comunicaes etc. Situaes como

    esta que fazem com que os jesutas busquem

    contato com a Cria Provincial. bom rece-

    ber tambm sugestes, ponderaes, crticas

    e gestos de gratido da parte dos companhei-

    ros! Sabemos a fora de um muito obrigado

    depois de determinada situao, tanto para

    quem pediu a ajuda como para quem ajudou.

  • 10 11

    o miniSTRio de unidAde nA igRejA sANtA s

    ViSiTA do PAPA AmRiCA LATinA

    O Papa Francisco realizou visita apostlica, pela primeira vez, ao Equador, Bolvia e ao Para-guai pases latino-americanos que refletem a essncia do seu papado, uma igreja pobre para os po-

    bres. Realizada entre os dias 5 e 13 de julho, a viagem

    teve como tema A alegria do anncio do Evangelho.

    Essa foi a segunda visita do Pontfice Amrica do

    Sul a primeira aconteceu em 2013, quando ele partici-

    pou da Jornada Mundial da Juventude no Brasil. Durante

    a nova passagem pela regio, o Papa criticou as desigual-

    dades e afirmou que a Igreja latino-americana tem uma

    grande riqueza: uma igreja jovem e isso que ns de-

    vemos aprender e corrigir, e estes povos jovens do-nos

    fora nisto.

  • 10 11

    Fonte: Rdio Vaticana | News.va | Cano Nova | G1 | Veja.com

    eQuAdoR

    A viagem de Francisco comeou pelo Equador. Com

    mais de 80% da populao catlica, h 30 anos o pas no

    recebia a visita de um Papa, o que gerou grande expectati-

    va dos equatorianos. O reflexo pde ser visto nas ruas, re-

    pletas de fiis. Sinto alegria e gratido ao ver as calorosas

    boas-vindas que me do. uma demonstrao do carter

    acolhedor que to bem define as pessoas desta nobre na-

    o, disse o Pontfice.

    Entre as mensagens deixadas pelo Papa, merece desta-

    que a qual disse que, no evangelho, encontram-se as chaves

    para enfrentar os atuais desafios, valorizando as diferen-

    as, promovendo o dilogo e a participao sem excluses.

    boLViA

    Segundo pas visitado pelo Papa, a Bolvia parou para

    acompanh-lo. populao, Francisco recomendou unidade

    para a nao, para juntos abaterem os muros da diviso e da

    excluso. Como havia dito no Equador, ele voltou a falar sobre

    a cultura do descarte e da excluso social: dois temas muito

    recorrentes nessa viagem Amrica do Sul.

    O Pontfice elogiou a Bolvia pelos importantes passos da-

    dos na incluso de amplos setores na vida econmica, social

    e poltica do Pas, recordando que a Constituio reconhece

    os direitos dos indivduos, das minorias, do meio ambiente e

    de instituies sensveis a tais realidades. Alm disso, adver-

    tiu para os perigos de crescimento que no leva em conside-

    rao o ser humano na sua condio integral.

    PARAguAi

    No ltimo pas da Amrica Latina visitado, o Papa dirigiu-

    -se de improviso s centenas de milhares de jovens que fo-

    ram v-lo ao longo do rio Paraguai. Depois de ouvir um jo-

    vem pedir-lhe para rezar pela liberdade de todos, Francisco

    ressaltou: a liberdade dom de Deus, mas preciso saber

    receb-la, ter um corao livre de tantos vnculos, como a ex-

    plorao, a falta de meios de sobrevivncia, a dependncia de

    drogas, a tristeza. Tudo isso tira-nos a liberdade.

    Aplaudido entusiasmadamente pelos jovens paraguaios,

    o Pontfice props uma orao e pediu que cada um meditas-

    se no silncio do seu corao.

    Foto

    s: h

    ttp:

    //w

    ww

    .pho

    toga

    llery

    .va

  • 12 13

    eSPeCiAL

  • 12 13

    O desejo vocacional no tem muitas explicaes. Alis, vo-cao no se explica, se vive!, afirma o padre Jonas Elias Caprini, Secre-

    trio para Juventude e Vocaes da BRA e

    Coordenador do Programa MAGIS Brasil.

    Descobrir sua vocao e seu lugar no mun-

    do so desafios para todos ns. A busca por

    aquilo que nos preencha internamente in-

    quieta muitas pessoas, principalmente os

    jovens. O vazio algo que falta para que a

    gente se realize como pessoa e como cris-

    to. Essa inquietao ns chamamos de

    busca pela vocao. Deus nos criou para

    amar e servir, e, enquanto no encontrar-

    mos o lugar onde possamos dar nosso ma-

    gis, no estaremos em paz e felizes, res-

    salta padre Jonas.

    No Brasil, com o objetivo de fortalecer

    a importncia da vocao, a Igreja Catlica

    celebra o Ms Vocacional, em agosto. A data

    foi estabelecida na 19 Assembleia Geral da

    CNBB (Conferncia Nacional dos Bispos do

    o SeguimenTo de jeSuS

    Brasil), realizada em 1981. Durante o ms, os fis so con-

    vidados a rezar e a cuidar das vocaes. Para a Igreja, esse

    o momento de pedir novas vocaes e perseverana dos

    vocacionados. um tempo propcio para despertar e ani-

    mar os jovens a responderem ao chamado de Deus para o

    servio Igreja, explica padre Jonas.

    O servio Igreja, como ressalta padre Jonas, envolve

    no somente a vida religiosa, mas o seguimento de Cristo

    de forma mais ampla. Segundo padre Jonas, todos somos

    vocacionados vida e a seguir Jesus. Sem assumir essas

    vocaes bsicas, no teremos vocao especfica con-

    sistente. Somente quando tivermos conscincia de que a

    vida e o seguimento a Cristo so um chamado de Deus,

    poderemos responder com firmeza a uma vocao espec-

    fica, seja na vida religiosa, sacerdotal, familiar e/ou leiga

    consagrada, afirma.

    A Igreja Catlica constituda de muitos dons e minis-

    trios, dessa forma, cada vocao um chamado de Deus.

    Nesse contexto, o discernimento vocacional uma opor-

    tunidade para encontrar a vontade Dele em sua vida. O

    Jovem que faz esse acompanhamento bem feito constri

    um projeto de vida consciente e consistente, e certamente

    ser uma pessoa realizada, feliz na opo de vida que fez,

    esclarece o jesuta.

    a igreja Catlica constituda de muitos dons e mistrios e as pessoas so chamadas a servi-la como leigas ou religiosas

    -

  • 14 15

    eSPeCiAL

    VoCAo ComPAnHiA de jeSuS

    Os apstolos foram chamados por Jesus

    a promover a palavra de Deus. Assim como

    eles, Cristo continua chamando as pessoas

    para segui-lo. Algumas so chamadas a ser-

    vir Igreja como leigos e outras como reli-

    giosos, nas diversas ordens e congregaes.

    A Companhia de Jesus um instrumento

    para se viver as vocaes dentro da Igreja

    Catlica. Para saber se o Senhor chama al-

    gum para a Ordem religiosa, necessrio

    um processo de discernimento, realizado

    durante o acompanhamento vocacional.

    Segundo padre Jonas, atualmente, os

    principais motivos que atraem os jovens

    a buscar o acompanhamento vocacional

    so: o modo de vida dos jesutas e a iden-

    tificao com a misso da Companhia de

    Jesus. O jovem, inquieto vocacionalmen-

    te, v na nossa misso o lugar ao qual ele

    poder dedicar sua vida. O papel da Com-

    panhia de Jesus agradecer a Deus pelos jo-

    vens que a procuram, acolher, acompanhar

    e cuidar, para que faam um bom discerni-

    mento e encontrem seu lugar no mundo

    como cristos desejosos de responder aos

    apelos do Senhor, afirma.

    Para os que se sentirem tocados pela

    misso da Companhia de Jesus, o primei-

    ro passo procurar as obras jesutas que

    trabalham com juventude e vocaes. Es-

    sas obras o encaminharo para um jesu-

    ta, que ser o seu orientador vocacional e

    que ir entrevist-lo, orient-lo espiritual

    e vocacionalmente. Nessa etapa, o voca-

    cionado poder ser convidado a participar

    do GAVI (Grupo de Aprofundamento Vo-

    cacional Inaciano). Nesse grupo, o jovem

    percorrer um caminho que o ajudar a

    conhecer a Companhia de Jesus e a ques-

    tionar suas motivaes a partir da espiri-

    tualidade de Santo Incio, da convivncia

    e da partilha de vida.

    Durante o processo de acompanhamen-

    to, sero propostas algumas experincias,

    como retiro inaciano, misses e convivn-

    cias. Atravs da participao nas atividades

    propostas e pelo acompanhamento vo-

    cacional, o jovem vai aprofundando a f e

    formando-se na caminhada eclesial, explica

    padre Jonas. No h um tempo especfico

    para estar no grupo, porm o vocacionado

    dever ter participado o tempo suficiente

    para sentir clareza quanto ao passo seguinte,

    que o Plano de Candidatos. Essa a ltima

    etapa do acompanhamento vocacional, esse

    o momento em que a vocao Ordem reli-

    giosa ser aprofundada e amadurecida.

    Atualmente, universitrios, com idade

    igual ou superior a 25 anos e atuantes no

    mercado de trabalho, so os que mais procu-

    ram a Companhia de Jesus. Hoje, as grandes

    decises da vida no se do no final do en-

    sino mdio, mas na metade do curso supe-

    rior, ressalta padre Jonas. O jesuta acredita

    tambm que as aes, as palavras e as atitu-

    des do Papa Francisco tm inspirado cada

    vez mais o seguimento a Cristo. Francisco

    fala simples e ao corao. Sua mensagem

    carregada de compaixo, acolhimento e es-

    perana. Creio que muitos frutos vo vir para

    a Igreja com o Papa Francisco. Seguir a Cristo

    acolher, perdoar, amar e viver com espe-

    rana e isso Francisco tem insistido em seu

    Pontificado, diz.

    Segundo padre Jonas, atualizar o mto-

    do e a mensagem, fazendo uma aproxima-

    o com o mundo juvenil, indispensvel

    para realizar um servio junto aos jovens.

    importante buscar na promoo voca-

    cional, no acompanhamento e na forma-

    o, a atualizao da mensagem crist e do

    carisma inaciano, sem perder os valores

    do Evangelho e da Companhia de Jesus.

    Alm disso, o fortalecimento do modo de

    vida dos jesutas essencial nesse contexto.

    Penso que a maior promoo vocacional

    nosso modo de vida. Por isso, devemos

    cuidar de nosso modo de proceder, assim

    como nos orientou Incio, afirma o jesuta.

    Acompanhar o jovem em seu caminho

    de crescimento pessoal, de discernimento

    e na elaborao de seu projeto de vida o

    objetivo do servio vocacional. Para padre

    Jonas, quando nos permitimos ser ques-

    tionados e ajudados, quando entramos em

    sintonia com Deus atravs da orao, o Se-

    nhor realiza maravilhas em nossa vida. Os

    jesutas que integram o Corpo Apostlico

    da Companhia de Jesus seguiram Jesus e

    descobriram o amor do Senhor (leia os de-

    poimentos ao longo da matria).

    Durante minha juventude, o Se-nhor me envolveu em um forte e profundo desejo de identifi-cao com Jesus de Nazar e com a

    perspectiva do seu Reino. Esse mo-

    vimento interior me apontou para a

    vocao sacerdotal.

    Esc. Jos Clio dos Santos, 32 anos, 3

    ano de Teologia

    Informaes sobre o acompanhamento

    vocacional podem ser obtidas atravs do

    e-mail [email protected]

  • 14 15

    A FoRmAo jeSuTA

    Uma das caractersticas da Com-

    panhia de Jesus a slida formao

    de seu corpo apostlico. Nesse tempo,

    dividido em vrias etapas, os jesutas

    so preparados para a misso. Segundo

    padre Adelson Arajo dos Santos, De-

    legado para a Formao da BRA, Santo

    Incio de Loyola acreditava que o co-

    nhecimento era importante aliado para

    ajudar as pessoas. Incio viu a neces-

    sidade de estudar mais para poder ser-

    vir mais. A profundidade espiritual e

    intelectual uma caracterstica da for-

    mao dos jesutas. Isso tem a ver com

    a experincia pessoal que ele prprio

    teve ao ser tocado no mais profundo do

    seu ser pelos Exerccios Espirituais.,

    afirma o jesuta.

    A formao jesuta leva, em mdia,

    doze anos e dividida em Noviciado,

    Juniorado, Formao do Irmo Jesuta,

    Filosofia, Magistrio, Teologia e Tercei-

    ra Provao. Em todos esses momentos

    e em cada uma dessas etapas, vo sendo

    formados o corao e a cabea do novo

    jesuta, ou seja, a formao se d de for-

    ma dinmica e sempre em relao com

    outros, com a realidade e com o mun-

    do, explica padre Adelson.

    Durante o processo de formao, os

    jesutas so acompanhados por forma-

    dores, que ajudam na preparao dos

    jovens. Aprendemos, desde o incio,

    que o nosso principal formador Deus,

    vindo em seguida ns mesmos, como

    responsveis por aproveitar da melhor

    maneira possvel os meios que nos so

    oferecidos para bem nos formarmos.

    Por isso, a Companhia de Jesus procura

    colocar homens bem preparados para

    acompanhar seus irmos mais jovens.

    Procuramos destinar os melhores re-

    cursos humanos para o servio da for-

    mao das novas geraes de jesutas,

    ressalta padre Adelson.

    Para ajudar nessa misso, a Com-

    panhia de Jesus conta com as Casas de

    Formao, cuja funo preparar os

    jesutas que integram o Corpo Apos-

    tlico da Ordem religiosa. No Brasil,

    existem quatro delas: Noviciado, Ju-

    niorado, Filosofado e Teologado. Fa-

    vorecer a efetiva integrao dos jovens

    jesutas em formao com a misso

    uma das principais tarefas dos forma-

    dores de cada casa.

    O padre Jair Barbosa Carneiro, Su-

    perior do Noviciado, localizado em

    Feira de Santana (BA), explica que a pri-

    meira etapa do processo formativo de

    um jesuta o Noviciado, cuja misso

    ajudar o novio a fazer uma experi-

    Ao longo de minha adolescn-cia e incio da juventude, pude participar de vrias atividades e movimentos eclesiais que fizeram

    nascer, pouco a pouco, em meu cora-

    o, o desejo de doar minha vida ao

    Cristo e a seu povo.

    Pe. Francys Silvestrini Ado, 36 anos,

    doutorando em Teologia Fundamental

    ncia transformadora de Deus. Esse

    um processo de provao. Aquele que

    acolhido conduzido, por meio dos

    diversos experimentos que compem

    essa etapa, a provar, no sentido de ser

    desafiado, a mostrar que apto ao nos-

    so modo de vida, afirma.

    Durante dois anos, o jovem dedica-

    -se orao pessoal, s leituras e es-

    tudos sobre Santo Incio de Loyola e

    histria da Companhia de Jesus. Para

    padre Adelson, esse um momento ni-

    co e especial no processo formativo dos

    jesutas. Ns fazemos um verdadeiro

    mergulho na experincia de Deus e no

    conhecimento de si mesmo, da espiritu-

    alidade, do carisma inaciano e jesutico,

    por meio dos Exerccios Espirituais de

    trinta dias; do experimento de servio

    aos mais pobres em hospitais; da pere-

    grinao a p pelo interior do Nordeste;

    Entrei para a Companhia de Jesus pelo desejo de ser mis-sionrio e doar mais tempo e servio ao Reino do Senhor.

    Ir. Dhekson Marinho, 26 anos, estu-

    dante de Psicologia

  • 16 17

    eSPeCiAL

    Desde pequeno, alimentei o de-sejo de ser padre e missionrio. A passagem do padre jesuta Luiz Ribot pela minha sala de aula no co-

    lgio foi a gota que faltava para me

    transbordar de alegria no primeiro

    passo rumo realizao de meu so-

    nho de ser missionrio. J faz 12 anos

    que estou em Moambique.

    Pe. Emlio Magro Moreira, 65 anos,

    diretor do Centro Santo Incio (Pro-

    vncia de Zimbbue-Moambique)

    da experincia de insero entre as co-

    munidades mais pobres da Amaznia,

    dentre outras experincias, diz.

    Segundo padre Jair, o jovem que

    deseja tornar-se um jesuta precisa es-

    tar disposto a crescer como pessoa, a

    aprender com os demais e com as di-

    ferenas. Nossa misso universal,

    por isso precisamos de pessoas que

    tenham o desejo de seguir Jesus, pois

    somos companheiros, amigos e cola-

    boradores em sua misso, explica.

    Aps o Noviciado, o jovem inicia

    sua formao acadmica na etapa do

    Juniorado. O padre Walter Honorato,

    Superior do Juniorado e Filosofado, ex-

    plica que esse tempo de estudos con-

    solida as linhas fundamentais inacia-

    nas adquiridas na etapa anterior. Esse

    um perodo de maior autonomia e

    regramento pessoal.

    O jesuta em formao, como irmo

    ou escolstico (candidato ao sacerd-

    cio), passa um ano ou dois aprofun-

    dando seu conhecimento em diversos

    campos das Cincias Humanas, tais

    como literatura, lnguas estrangeiras

    e clssicas, artes, comunicao, dentre

    outros. Aps o Juniorado, os irmos

    em formao continuam seus estudos

    universitrios, em diversos campos

    das cincias, enquanto os escolsticos

    fazem o curso de Filosofia, geralmente

    em um perodo de trs anos.

    Concludo esse tempo, o jovem

    enviado para uma experincia maior

    de misso, a ser feita em determinada

    obra ou frente apostlica. Alguns so

    destinados tambm, nesse tempo, a al-

    gum estudo especial de ps-graduao.

    O marcante dessa etapa, chamada de

    Magistrio, o fato de se viver fora de

    uma casa de formao, j como mem-

    bro de uma comunidade apostlica,

    explica padre Adelson. Em seguida, os

    escolsticos retornam a uma casa de

    formao, o Teologado, onde iniciam

    a faculdade de Teologia, concluda, em

    mdia, em trs anos.

    Os estudos teolgicos preparam

    o jesuta para a ordenao presbite-

    ral. Nessa etapa, a Teologia pretende

    integrar as diversas dimenses ou as-

    pectos formativos que configuram o

    jesuta, como vida no Esprito, ama-

    durecimento humano e vida comuni-

    tria, estudos e apostolado e a integra-

    o no corpo apostlico da Companhia

    de Jesus. O especfico dessa etapa de

    formao, como processo de integra-

    o pessoal no corpo apostlico, o

    estudo integral e contextualizado e a

    apropriao da f da Igreja, como pre-

    parao prxima ao sacerdcio, afir-

    ma padre Edison de Lima, Superior do

    Teologado.

    Depois dos trs anos de estudos de

    Teologia, o jovem jesuta ordenado

    dicono e, aps seis meses de minist-

    rio, ordenado presbtero. Espera-se

    que a formao dos jesutas durante

    a etapa da Teologia, contextualizada

    por amplos horizontes, seja capaz de

    mover os grandes desejos dos jesu-

    tas para o seguimento de Jesus Cristo,

    em sintonia com o servio que a Igreja

    pede Companhia de Jesus, ressalta

    padre Edison.

    A formao para a etapa da Teolo-

    gia faz parte do PAC (Projeto Apost-

    lico Comum) da CPAL (Conferncia de

    Provinciais da Amrica Latina). Para

    cuidar da formao dos jesutas, foram

    criados trs CIFs (Centros Interprovin-

    ciais de Formao) em Teologia: Bogo-

    t (Colmbia), Santiago (Chile) e Belo

    Horizonte (Brasil). Aqui, os jesutas

    estudam na FAJE (Faculdade Jesuta

    de Filosofia e Teologia) e tambm so

    enviados para os outros CIFs, para os

    Estados Unidos ou um algum pas da

    Europa, esclarece padre Edison.

    Aps alguns anos exercendo o

    apostolado como padre ou irmo, e

    antes de ser acolhido definitivamen-

    te no corpo apostlico da Companhia

    de Jesus, o jesuta deve realizar a lti-

    ma etapa, conhecida como a Terceira

    Provao. Nesse momento, o jesuta

    convidado novamente a mergulhar na

    profundidade da experincia dos Exer-

    ccios Espirituais de trinta dias e no

    estudo da espiritualidade e do carisma

    da Ordem religiosa. Ao lado disso, ele

    volta a fazer alguns experimentos de

    A formAo jesutA levA, em mdiA, doze Anos e divididA em noviciAdo, juniorAdo, formAo do irmo jesutA, filosofiA, mAgistrio, teologiA e terceirA provAo

  • 16 17

    ConSTRuindo em CoLAboRAo:i FRum doS jeSuTAS em FoRmAo

    Entre os dias 20 e 22 de julho, a

    Companhia de Jesus no Brasil realizou

    o I Frum dos Jesutas em Formao,

    em Belo Horizonte (MG). O encontro

    reuniu cerca de setenta jesutas que

    esto nas mais diversas etapas de for-

    mao, a partir dos primeiros votos.

    Alm dos jesutas em formao, es-

    tiveram presentes tambm um bom

    grupo de jesutas j formados, que

    foram convidados a contribuir com a

    temtica do encontro. Apesar dos de-

    safios que surgiram durante as refle-

    xes do encontro, o clima era de ale-

    gria. Os depoimentos e as partilhas

    falavam muito mais de novo nimo,

    de esperana e da alegria por estarmos

    juntos, dando os primeiros passos na

    construo do novo projeto de for-

    mao dos jesutas do Brasil, afirma

    padre Adelson Arajo dos Santos, De-

    legado para a Formao da BRA.

    Fui apresentado Companhia de Jesus por jesutas que faziam misso de frias no meu bairro. Fiquei encantado porque eram jo-

    vens religiosos que seriam padres,

    mas tinham algo diferente, amavam

    a ns, os pobres, tinham profundida-

    de de vida e uma sincera alegria.

    Pe. Franklin Alves Pereira, 38 anos,

    mestrando em Teologia Bblica

    contato profundo com a realidade dos

    que vivem nas fronteiras da excluso

    social, como os presidirios, portado-

    res de HIV, os sem-terra, os doentes, os

    refugiados, etc., conta padre Adelson.

    A formao muito importante

    para a realizao da misso da Compa-

    nhia de Jesus no Brasil. Com a criao

    da BRA (Provncia dos Jesutas do Bra-

    sil), em novembro de 2014, os desafios

    aumentaram, por isso o fortalecimen-

    to da integrao das dimenses da vo-

    cao jesuta, desde o discernimento

    vocacional at a terceira provao, so

    essenciais. Ns podemos superar as

    dificuldades decorrentes da prpria

    complexidade de uma provncia terri-

    torialmente to extensa, com culturas

    to diversas e presenas apostlicas da

    Companhia to diferenciadas. Jesutas

    formados e em formao teremos que

    aprender a nos olharmos como um s

    corpo apostlico, tendo a liberdade su-

    ficiente para rompermos com nossas

    fronteiras e vises regionalistas e pro-

    vincianas, conclui padre Adelson.

    i Frum dos jesutas em Formao reuniu 70 pessoas em belo Horizonte (mg)

  • 18 19

    A ComPAnHiA de jeSuS no mundo criA gerAL

    AnojubiLAR A data de 31 de julho, dia de Santo Incio de Loyola, mar-cou o incio do Ano Jubilar do Caminho Inaciano, que se prolongar

    at a mesma data de 2016. Os atos de

    abertura foram realizados no Santu-

    rio de Loyola e na Cova de Santo In-

    cio, em Manresa (Espanha), locais do

    incio e do final da peregrinao.

    O Ano Jubilar comea no momento

    em que a gruta da Cova de Santo In-

    cio inaugura o trmino de suas obras

    de remodelao, que foram executadas

    com o objetivo de lhe devolver a auste-

    ridade original, recuperando a atmos-

    fera de rocha e pedra, e respeitando os

    elementos que a tradio histrica e

    artstica foi aportando gruta.

    noS PASSoS de inCio

    O Caminho Inaciano uma pro-

    posta de peregrinao que rememora

    o itinerrio que Incio de Loyola per-

    correu de sua casa natal, em Loyola,

    700 km itinerrio que incio de Loyola percorreu de sua casa natal, em Loyola, at manresa, em 1522

    documentos sobre jesutas so publicados

    Afonso Salmern (1515-1585) era o mais jovem dos nove companhei-ros conquistados por Incio para fundar a Companhia de Jesus. Foi tambm,

    depois de Nicols Bobadilla, o mais longevo

    deles, morreu com quase 70 anos. Alm dis-

    so, o jesuta conviveu com os cinco primei-

    ros Superiores Gerais da Ordem religiosa.

    O jesuta Diego Lanez (1512-1565)

    assumiu a funo de Superior Geral da

    Companhia de Jesus, entre os anos de

    1558 e 1565, aps a morte de Incio de

    Loyola, fundador da Ordem religiosa.

    Espanhol, de origem judaica, Diego foi

    um dos primeiros companheiros que

    formaram a Companhia de Jesus.

    Agora, para as pessoas que quiserem

    conhecer a histria desses jesutas, h

    dois documentos recm-publicados: a

    biografia de Afonso Salmern, no n 54

    da coleo MANRESA, e o livro Diego La-

    nez (1512-1565) and his Generalate.

    A biografia de Afonso Salmern

    conta com 156 cartas, quase todas repro-

    duzidas integralmente, 213 pargrafos

    do Crnicon de Polanco, todos aqueles

    at Manresa, em 1522, com o objeti-

    vo de chegar Terra Santa. Essa rota

    de 700 km impulsiona peregrinos de

    nosso tempo que queiram viver uma

    experincia de crescimento pessoal.

    Saiba mais sobre o Caminho Inaciano

    na edio especial (julho/2015) do in-

    formativo Em Companhia.

    onde aparece a sua figura, e 350 citaes

    de outros documentos publicados pela

    Monumenta Historica Societatis Iesu,

    que fortalecem o valor da obra.

    O livro Diego Lanez (1512-1565) and

    his Generalate foi editado pelo jesuta su-

    o Paul Oberholzer, que reuniu 31 ensaios

    sobre Lanez. A obra, com 1074 pginas, foi

    publicada pelo Instituto Histrico da Com-

    panhia de Jesus, localizado em Roma (It-

    lia). Entre os temas tratados, encontram-se

    as artes, a educao, o Conclio de Trento,

    as cartas e a dimenso judaica de Lanez.

  • 18 19

    gr-Bretanha:prmio a um linguista jesuta

    Caminhada espiritual pela Paz e unio dos Povos

    Nomeao

    O padre Vijay D Souza, jesuta indiano residente em Oxford (Inglaterra), foi premiado com o financiamento de sua ps-gra-

    duao pelo Hans Rausing Endan-

    gered Languages Foundation (Fun-

    dao Hans Rausing para as lnguas

    Membros da Rede Indgena da Companhia de Jesus na Am-rica Latina participaram da Ca-minhada Espiritual pela Paz e a Unio dos

    em risco de extino). O prmio aju-

    dar o jesuta a realizar trs anos de

    pesquisa e documentao da lngua

    Hrusso Aka, de Arunachal Pradesh,

    no nordeste da ndia.

    O padre Vijay membro da Regio

    de Kohima da Companhia de Jesus,

    ral. O padre Kot substituir o padre

    Sverin Leitner (ASR), que desempe-

    nhou esses cargos at a sua trgica

    morte durante uma escalada no dia 7

    de junho deste ano. O padre Kot assu-

    mir seu novo cargo dia 1 de outubro

    de 2015. Atualmente, professor de

    O Padre Geral nomeou:Padre Tomasz Kot (PMA), assistente regional da Europa Central e Oriental e Conselheiro Ge-

    Povos, indo de El Salvador at o Mxico,

    para denunciar o dano ao meio-ambiente

    na regio, assim como a discriminao

    que sofrem em seus pases. Concluram a

    Caminhada com uma declarao na qual

    convocavam os governos implicado e as

    organizaes civis e religiosas a defende-

    rem os direitos dos indgenas.

    uma rea conhecida pela sua diversi-

    dade lingustica e cultural: estima-se

    que acolha mais de 200 lnguas e cul-

    turas indgenas diferentes. Os jesutas

    de Kohima trabalham, principalmen-

    te, em reas extremamente remotas e

    entre alguns dos povos mais abando-

    nados do pas, dirigindo escolas e pa-

    rquias, um centro de investigao e

    outro de assistncia legal.

    O Hrusso Aka uma lngua de

    Arunachal Pradesh, em risco de ex-

    tino, um remoto estado indiano

    situado nas colinas das escarpas do

    Himalaia, explica padre Vijay. Atu-

    almente, apenas 3000 pessoas falam

    esse idioma, e mais e mais jovens da

    tribo Hrusso Aka esto passando para

    o Hindi. Se essa tendncia continuar,

    em duas geraes o Hrusso Aka ter

    se extinguido.

    Pe. Vijay ( esquerda) com um ancio e sua famlia em Arunachal Pradesh, ndia

    Sagrada Escritura na faculdade teol-

    gica da Companhia de Jesus, o Bobo-

    lanum, de Varsvia. Anteriormente,

    tinha sido Secretrio dessa mesma fa-

    culdade, diretor da casa editorial Rhe-

    tos e editor da publicao Przeglad

    Powszechny.

  • 20 21

    A ComPAnHiA de jeSuS nA AmRiCA LATinA cpAL

    Sempre relacionamos Incio de Loyola com a Companhia de Jesus. Contudo, Incio viveu dois teros de sua vida como leigo. Ainda era um leigo

    quando iniciou a experincia dos Exerc-

    cios Espirituais com seus companheiros e

    no pensava ainda no sacerdcio nem em

    nenhuma ordem religiosa.

    Comeamos o ms de julho com o Cur-

    so de Formadores para a Colaborao na

    Misso e, agora, o terminamos com a festa

    de Incio de Loyola, por isso o ms parece

    unir esses dois temas.

    Essa imagem de Incio apstolo lei-

    go, sem ter em seu horizonte a perspec-

    tiva de uma ordem religiosa, forman-

    do outros colaboradores leigos para a

    misso de Cristo, pouco familiar para

    ns. E no somente porque ainda no

    tinha chegado a ser sacerdote e religio-

    so. J mesmo como Geral da Companhia,

    Incio envia os jesutas para formar pes-

    soas idneas para serem apstolos e,

    geralmente, aquelas que, sendo ajuda-

    das, podero logo ajudar a outros para a

    glria de Deus. Por isso, nos diz o padre

    Rambla, tem a convico de que o lei-

    go chega a lugares e alcana resultados

    no acessveis ao sacerdote ou aos reli-

    giosos. De aqui o interesse de atender es-

    pecialmente aos leigos que manifestam

    capacidades e disposies para serem

    verdadeiros multiplicadores da ativida-

    de apostlica eclesial.

    Sem dvida alguma, assim foi na Com-

    panhia antes da supresso. Pensemos como

    teria sido possvel o trabalho das redues

    com um sacerdote e um irmo jesuta so-

    mente em cada reduo, se no houvesse

    tido um exrcito de colaboradores na misso

    educativa, organizadora, evangelizadora.

    inCio de LoyoLA e A CoLAboRAo

    Pe. jorge Cela, SjPresidente da CPAL

    Isso nos torna conscientes de que existe uma s histria

    de salvao, a histria da humanidade, na qual Deus nos sal-

    va. No so duas histrias, seno, somente uma, que se cons-

    tri com a colaborao de todo o povo que avana na Histria,

    buscando sua salvao. Essa conscincia ajudou aos padres

    reunidos no Conclio Vaticano II a propor uma ao no es-

    clesiocntrica e, portanto, no clerical. A recuperar o valor do

    sacerdcio batismal que nos torna a todos e todas colaborado-

    res nessa ao salvfica na Histria.

    Por isso, o padre Kolvenbach convida-nos a que quan-

    do rezemos juntos pelas vocaes Companhia, rezemos

    especialmente para que Deus prepare e chame a este ser-

    vio a jovens que formem parte da Igreja dos leigos e no

    somente da Companhia de Jesus.

    Assim, ao pensar na formao para a misso da Com-

    panhia, no podemos pensar somente na formao de

    jesutas, seno em toda a variedade de colaboradores na

    misso de Cristo, segundo a espiritualidade e carisma de

    Incio de Loyola. Essa perspectiva deve entrar em nosso

    planejamento e oramentos.

    E, quando pensamos e rezamos pelo corpo da Com-

    panhia, deveramos ampliar nossa viso e situ-lo nesse

    corpo mais amplo de colaboradores na misso, segundo a

    espiritualidade inaciana, que se constitui como um novo

    sujeito apostlico, que no se confunde com o corpo da

    Companhia, mas que indispensvel para conceber e re-

    alizar nossa misso.

    [...] pensar na formao para a mIsso da companhIa, no podemos pensar somente na formao de jesutas, seno em toda a varIedade de colaboradores na mIsso de crIsto [...]

  • 20 21

    visitAs AO prOJetO pAN-AmAzNicO dA cpAL

    ReLigioSoS deLeTiCiA PARTiCiPAm de enConTRo

    Nos meses de junho e julho, o Projeto Pan-amaznico da CPAL (Conferncia dos Provinciais Jesutas da Amrica Latina) recebeu visitas especiais. Entre os dias 23 e 25 de junho, o padre Jorge Cela, presidente da CPAL, fez uma visita

    cannica comunidade do Projeto, em Leticia (Colmbia).

    O jesuta participou de reunies com os integrantes do Pro-

    jeto Pan-amaznico e os membros da Faculdade de Cincias

    Polticas e Relaes Internacionais, da Universidade Javeriana

    de Bogot. Durante sua visita, padre Jorge Cela fez a leitura da

    carta do padre Adolfo Nicols, Superior Geral da Companhia de

    Jesus, que instituiu a criao da comunidade jesuta Samuel

    A cidade de Leticia, sede da comunidade jesuta e do Pan-amaznico da CPAL, conta com a pre-sena de quatro Congregaes religiosas: as Lau-ritas, as Vicentinas, os Capuchinhos e os Jesutas. Em

    julho, os religiosos iniciaram um processo de reunies,

    encontros e celebraes mensais. O objetivo socializar,

    refletir e fortalecer a unidade como vida religiosa ao ser-

    vio da Igreja local do Vicariato de Leticia. Tambm se

    pretende ampliar esses momentos aos demais religiosos

    da trplice fronteira.

    Fonte: Pan-Amaznia SJ Carta Mensal n 16 (Junho) e 17

    (Julho) 2015

    Acesse o link (http://bit.ly/1FDU44v) do Portal Jesutas Brasil

    e faa o download de todas as edies da Pan-Amaznia SJ

    Carta Mensal

    miSSo nA FRonTeiRA

    O padre Valrio Sartor foi conhecer

    a misso dos jesutas na fronteira

    entre o Brasil e a Guiana. O padre

    Rui Krbes e o escolstico Tiago

    Zeni, que esto em Bonfim (RR), e

    os padres Horie Setsuro e Urbano

    Muller, que vivem na comunida-

    de indgena de Moscou, tambm

    participaram da visita.

    Fritz, em Leticia. O nome da comunidade uma homenagem

    ao padre missionrio que atuou na regio.

    Entre os dias 13 e 18 de julho, o Projeto Pan-amaznico rece-

    beu a visita do assistente da Amrica Latina Setentrional, padre

    Gabriel Rodriguez. O jesuta foi conhecer de perto o trabalho

    realizado pela iniciativa na regio.

  • 22 23

    ComPAnHiA de jeSuS serviO dA F

    Parquia nossa Senhora de Ftima realiza curso de msica Litrgica

    paulo de tarso tema de palestra no rio

    monumento em homenagem a so Jos de Anchieta

    O Centro Loyola de F e Cultura/PUC-Rio promoveu a palestra Paulo de Tarso: Educao e Cultura de um l-der, no dia 19 de agosto. O encontro teve como foco a formao educacional e o momento cultural vivido por So

    Paulo. Foram esses elementos que o transformaram no Ho-

    Em 9 de junho, dia de So Jos de Anchieta, o Colgio Anchieta de Nova Friburgo (RJ) inaugurou um monu-mento em louvor ao santo jesuta. A escultura, com cinco metros de altura e dois centmetros de espessura, foi

    esculpida em placa de metal e pesa cerca de 200 kg.

    O reitor da instituio, padre Luiz Antonio de Ara-

    jo Monnerat, foi o idealizador do projeto, confeccionado

    pelo artista plstico Felga de Moraes. Professores, funcio-

    nrios e alunos participaram da cerimnia. O coral infan-

    til encerrou o evento cantando uma msica em homena-

    gem a So Jos de Anchieta.

    No dia 15 de junho, a escultura foi apresentada cidade. A

    cerimnia contou com a presena de autoridades religiosas,

    militares e civis. Na ocasio, o diretor do Colgio Anchieta,

    Carlos Eduardo Cortez, anunciou que o monumento ser in-

    tegrado ao programa de visitas guiadas instituio.

    A Parquia Nossa Senhora de Ftima, em Pelotas (RS), realizou a segunda etapa do Curso de Msica Litr-gica, com o tema As Partes Fixas da Missa, nos dias 11 e 12 de julho. A anfitri da ocasio, Comunidade Santa Rita

    de Cssia, recebeu os participantes do encontro. O objetivo

    do evento, ministrado pelo Ir. Fernando Benedito Vieira, SJ,

    contribuir com a formao litrgica musical de agentes de

    pastoral de parquias confiadas Companhia de Jesus.

    O curso, baseado nas orientaes fornecidas pela CNBB

    (Conferncia Nacional dos Bispos do Brasil), oferece crit-

    rios para que os participantes compreendam cada vez mais

    seu papel na assembleia litrgica e reflitam sobre os princ-

    pios teolgicos, musicais e estticos que justificam a msi-

    ca litrgica. O curso tem sido um aporte significativo para a

    formao litrgica de nossas parquias, afirma o escolstico

    jesuta Antnio Anderson Rablo Costa.

    mem-Igreja, criador e cultivador de assembleias de f, nas

    quais os alicerces eram a participao cotidiana e interativa.

    Durante o encontro, foram feitas analogias com os dias de

    hoje em relao a projees fsicas (igreja espao) e digitais

    (igreja virtual no ciberespao).

    O evento foi ministrado por Betho Ieesus, escritor, em-

    presrio, arquiteto, produtor musical e militante do terceiro

    setor. Admirador da trajetria de Paulo de Tarso, Betho tra-

    balhou durante cinco anos em uma pesquisa para elaborar a

    biografia do santo.

    Aulas contribuem com a formao litrgica musical

  • 22 23

    ComPAnHiA de jeSuS prOmOO dA JustiA e ecOLOgiA

    cepAt celebra 25 anos de atividades O Centro Jesuta de Cidadania e Ao Social (CJCIAS), popularmente conhecido como CEPAT, completou 25 anos de histria em 2015. Fundado em 23 de junho de 1990, em Curitiba (PR), a origem da instituio est ligada

    Pastoral Operria (PO) do estado e ao grupo da Pastoral Popular

    da Companhia de Jesus, no sul do Brasil. Entre os trabalhos

    desenvolvidos ao longo dos anos, destaca-se a capacitao ofe-

    recida aos trabalhadores para a luta sindical, a formao tico-

    -poltica, a espiritualidade e a administrao da Casa do Tra-

    balhador, prdio histrico para os grupos populares, palco de

    muitos encontros de movimentos sociais e eclesiais, explica

    Jonas Jorge da Silva, coordenador geral do CJCIAS/CEPAT.

    O CJCIAS/CEPAT tornou-se conhecido em todo o Paran, entre

    os anos de 1996 e 2005, pelo servio que prestou por meio da Es-

    cola de Formao F e Poltica. A partir de 2008, o CEPAT foi reco-

    nhecido como Centro Jesuta de Cidadania e Ao Social (CJCIAS),

    reconfigurando-se para responder ao esforo do Apostolado So-

    cial da Companhia de Jesus frente aos desafios contemporneos.

    Nosso trabalho investir nas pessoas, na organizao

    popular e na prpria capacidade humana de viver em comu-

    nidade, abrir-se para o outro, para a diversidade cultural e o

    encontro do Apostolado Social da Companhia de jesus

    aprendizado coletivo, afirma Jonas. Como Centro Jesuta de

    Cidadania e Ao Social, tambm no abrimos mo de oferecer

    atividades na linha da espiritualidade, buscando, na mstica e

    no sentido mais profundo da vida humana, a fora necessria

    para enfrentar os desafios do mundo, ressalta o coordenador.

    O CJCIAS/CEPAT trabalha a dimenso poltica na vida huma-

    na e sua importncia para uma relao justa, democrtica e igua-

    litria entre as pessoas. Atualmente, a instituio promove seu

    Programa de Formao Poltico-Cidad, um conjunto de projetos

    sociais que oferecem assessoramento para a formao e capaci-

    tao de lideranas, da comunidade e de movimentos sociais.

    Segundo Jonas, as propostas so voltadas para todas as pessoas,

    sem restries, entendemos que o programa abrange uma srie

    de temticas que so cruciais para uma cidadania plena.

    Em 25 anos de atuao, o CJCIAS/CEPAT contribuiu para a

    formao de uma sociedade mais justa e igualitria. A institui-

    o procura assumir a misso da Companhia de Jesus, quando

    incentiva todo o seu corpo apostlico a trabalhar em prol do

    servio da f e da promoo da justia, conclui Jonas.

    Entre os dias 15 e 18 de junho, a CPAL (Conferncia dos Pro-vinciais Jesutas da Amrica Latina) promoveu dois even-tos simultneos, em Guayaquil (Equador) o Encontro dos Delegados Provinciais do Apostolado Social e o Encontro de

    Diretores de Centros Sociais Jesutas da Amrica Latina e Caribe.

    Cerca de 60 pessoas participaram dos encontros, que refletiram

    sobre o Apostolado Social da Companhia de Jesus. Os dois eventos

    se desenvolveram simultaneamente e tiveram, em grande parte, uma

    pauta comum, com alguns momentos especficos, explica padre

    Jos Ivo Follmann, secretrio para a Justia Social e Ecologia da BRA.

    A espiritualidade da ao social, a necessidade de encontrar

    caminhos de incidncia pblica e poltica na sociedade e a juven-

    tude foram os temas comuns desenvolvidos nos encontros. H

    urgncia de deixar que os jovens, suas realidades, capacidades e

    propostas, atravessem as portas e as janelas de nossos trabalhos

    apostlicos como verdadeiros colaboradores e no s como obje-

    tos de nossa misso, afirmou o jesuta.

    Do Brasil, participaram os coordenadores de centros e obras

    sociais: padre Idinei Zen, do Centro de Cidadania e Ao Social

    CCIAS/Unisinos (RS); Marilene Maia, do Instituto Humanitas

    Unisinos (RS); Catarina Lopes, do Centro de Estudos e Ao Social

    CEAS (BA); Jonas Jorge da Silva, do Centro Jesuta de Cidadania

    e Ao Social CJCIAS/CEPAT (PR); padre Jos Miguel Clemente,

    do Servio de Ao, Reflexo e Educao Social SARES (AM); e o

    padre Jos Maria de Andrade Couto, do Centro Santa F (SP).

    diretores de centros sociais e delegados provinciais participaram de eventos promovidos pela CPAL

    Saiba mais sobre a instituio no site www.ihu.unisinos.br/cepat

  • 24 25

    ComPAnHiA de jeSuS educAO

    CAmPAnHA inACiAnoS PeLo HAiTi enTRA nA 2 FASePara ensinar, preciso ter muito amor, muita pacincia. O pro-fessor um exemplo para as

    crianas, afirma Duverne Rossete, pro-

    fessora e diretora da Escola Comunitria

    Saint-Michel, que integra a rede de esco-

    las da Fundao F e Alegria, no Haiti. O

    depoimento de Duverne est disponvel

    em um dos vdeos que apresentam a im-

    portncia da educao e da Campanha

    Inacianos pelo Haiti para o pas. Em 2015,

    a iniciativa entrou em sua segunda fase,

    que perdurar at o final de 2016.

    Criada pela FLACSI (Federao Latino-

    -americana de Colgios da Companhia de

    Jesus), em 2011, a Campanha Inacianos

    pelo Haiti promove um intenso trabalho

    com as escolas haitianas. Essa iniciativa

    permitiu que 14 escolas tivessem condi-

    es mnimas de infraestrutura para po-

    der funcionar. Aps analisar a situao do

    pas, ficou decidido que a melhor forma

    de ajudar a populao era atravs da edu-

    cao, afirma Jimena Castro, coordena-

    dora da Campanha Inacianos pelo Haiti.

    No dia 12 de janeiro de 2010, um ter-

    remoto de grande magnitude atingiu o

    pas. Cerca de 300 mil pessoas morreram

    e milhares ficaram desabrigadas. Aps

    cinco anos, os haitianos ainda esto re-

    construindo o pas. Nesse contexto, a

    Companhia de Jesus, por meio da Fun-

    dao F e Alegria, tem papel importante

    junto s famlias. Hoje, F e Alegria Haiti

    e suas escolas beneficiam mais de 3.500

    crianas, explica Jimena.

    Os colgios da Rede Jesuta de Educa-

    o participam da iniciativa ativamente.

    Atualmente, a Campanha Inacianos pelo

    Haiti promovida por 69 colgios, que in-

    tegram a FLACSI, e mais as escolas da JSN

    (Jesuit Schools Network), que rene as

    instituies jesutas dos Estados Unidos

    e do Canad. No Brasil, todos os colgios

    - apoiam a campanha. Todos tm inte-grado Inacianos pelo Haiti no calendrio escolar, por exemplo, em gincanas e ba-zares, que servem como espao de mobi-

    lizao para a iniciativa, conta a coorde-

    nadora. Segundo Jimena, os estudantes e

    as famlias tambm atuam como organi-

    zadores das atividades. Eles se envolvem

    em vrias aes e convidam a comunida-

    de educativa a se comprometer, afirma.

    Desde o incio, a Campanha Inacianos

    pelo Haiti j conquistou muitos colabora-

    dores. A iniciativa est presente tambm

    no corao das pessoas, que no enviam

    s dinheiro, mas tambm mensagens de

    apoio, ressalta a coordenadora. A mobili-

    zao dos colgios da Rede Jesuta de Edu-

    cao em prol do Haiti muita significati-

    va para a populao. Hoje, eles sabem que,

    no continente, pertencem a uma rede ina-

    ciana que est atenta a eles. Isso d cora-

    gem e fora para que continuem transfor-

    mando sua prpria realidade. Eles sabem

    que no esto sozinhos, conclui Jimena.

    3.500

    hoje, F e Alegria haiti e suas escolas beneficiam mais de

    crianas

  • 24 25

    VAmoS PARTiCiPAR!

    Um dia, eu ouvi um questiona-

    mento interessante: por que neste

    mundo globalizado, onde a economia

    se globaliza, a tecnologia se globaliza,

    no globalizamos a solidariedade tam-

    bm?, questiona Jimena Castro. com

    esse pensamento que a Campanha Ina-

    cianos pelo Haiti vem sendo trabalhada

    nos meios de comunicao. Utiliza-

    mos vrios veculos para comunicar e

    difundir tudo o que acontece na cam-

    panha, explica. Hoje, graas aos siste-

    mas de informao, podemos conhecer

    realidades que esto geograficamente

    longe de ns, como o caso do Haiti.

    Poder ajudar essas pessoas uma opor-

    tunidade para agradecer o que se tem e

    fazer justia dentro das possibilidades

    de cada um. A solidariedade nos leva a

    refletir sobre a nossa prpria realidade

    e condies, diz Jimena.

    Alm dos colgios, qualquer pes-

    soa pode ajudar na Campanha Inacia-

    nos pelo Haiti. Atravs do site oficial,

    possvel realizar doaes individuais.

    Jimena conta que instituies e pes-

    soas de diversos pases aderiram ini-

    ciativa. H organizaes leigas, como

    Amrica Solidria ONG internacional

    que d apoio atravs de um mode-

    lo de cooperao de profissionais no

    Haiti, e o Hogar de Cristo do Chile, que

    assessorou o projeto no fortalecimen-

    to institucional de F e Alegria Haiti.

    Qualquer pessoa pode ajuda, todos so

    bem-vindos!, finaliza.

    poder ajudar essas pessoas uma oportunIdade para agradecer o que se tem e fazer justIa dentro das possIbIlIdades de cada um. jimena Castro, coordenadora da Campanha Inacianos pelo Haiti

    Meios de contato da iniciativa:

    www.ignacianosporhaiti.org

    www.facebook.com/ignacia-

    nosporhaiti.org

    YouTube (Ignacianos por Hait)

    Twitter @ignacianoxhaiti

  • 26 27

    ComPAnHiA de jeSuS educAO

    Os alunos dos colgios Antnio Vieira (BA), Dioce-sano (PI) e Santo Incio (RJ) participaram do curso de Formao Inaciana Taller Internacional Arupe IV, na Colmbia, entre os dias 23 de maio e 7 de junho. Ao

    longo de 15 dias, os estudantes compartilharam experi-

    ncias de autoconhecimento baseados na espiritualidade

    inaciana. O encontro, que reuniu colgios jesutas de mais

    de 30 pases, entre eles Brasil, Bolvia, Chile, Colmbia e

    Paraguai, proporcionou um aprendizado de f aos jovens.

    Os alunos Vanessa Fres, Beatriz Carneiro, Lucas Ro-

    drigues e Raul Nascimento, do Colgio Antnio Vieira, fo-

    ram acompanhados pela pastoralista do Sorpa (Servio de

    Orientao Religiosa e Pastoral), Gilmara Ferreira. Ela ex-

    plicou que o curso consiste na formao de lideranas ina-

    cianas, voltado para alunos de colgios jesutas que esto

    nos dois ltimos anos da formao. O Taller tem a moda-

    lidade oficina, com atividades de vivncia que proporcio-

    nam ampla reflexo, fundamentada na espiritualidade e na

    pedagogia inaciana, destacou.

    Para Lucas Rodrigues, o Taller proporcionou uma mistu-

    ra de sentimentos. Ns aprendemos lies que vamos levar

    para as nossas vidas. O curso fez com que tivssemos a opor-

    tunidade de refletir como pessoas e sobre a nossa espirituali-

    dade, revelou. Para Raul Nascimento, a insero nas comuni-

    dades foi o que mais marcou a experincia. Mudou muito a

    minha vida. Foi algo nico, pois fomos inseridos em um con-

    texto totalmente novo, passando por situaes que testaram a

    nossa f e a nossa resistncia, acrescenta.

    Os alunos do Colgio Diocesano - Joo Pedro Dias, M-

    rio Emanuel Pires e Nadilah Gabriele Vilela - foram acom-

    panhados pelo padre Marcelo Costa, diretor de Pastoral.

    Para os jovens, a participao no curso ajudou-os a reco-

    nhecer-se como sujeitos comprometidos com uma socie-

    dade mais fraterna e justa.

    O Colgio Santo Incio marca presena h quatro anos

    na iniciativa, durante esse tempo mais de 20 alunos e ex-

    -alunos j fizeram o curso. A cada ano, o desejo por parti-

    cipar desta iniciativa cresce e, com isso, consequentemen-

    te, o nmero de candidatos. E voc poderia se perguntar:

    o que faz esta experincia ser to exitosa?. Eu diria que

    a oportunidade de aprender fazendo. De fato, esta experi-

    ncia um taller, uma oficina. L, os jovens so con-

    duzidos por um caminho seguro de autoconhecimento e

    descoberta de Deus que proporciona amadurecimento e

    abertura de corao, afirma Juliana Lima, coordenadora de

    Formao Crist da instituio.

    curso de Formao inaciana rene alunos na colmbia

  • 26 27

    A ETE FMC (Escola Tcnica de Eletrnica Francisco Moreira da Costa) foi a nica escola de nvel tcnico a participar da Mostra Algar Inovao, evento que apresenta solues que visam economia, sustentabilida-

    de, ao desenvolvimento de novos produtos e otimizao

    de processos.

    A 14 edio da mostra, realizado entre os dias 24 e 25 de

    junho, em Uberlndia (MG), reuniu cerca de 70 projetos nas

    reas de Tecnologia da Informao e Comunicao, Agrone-

    eTe FmC participa de feira de inovao

    Em 2015, os alunos Joo Marcelo Salvador, Mariana

    Almeida, Sabrina Oliveira, Thoms Souza, Vinicius Va-

    liante, Daniela Arreguy e Andre Garca participaram do

    curso. Eles foram acompanhados pelo agente da Forma-

    CoLgioS PARTiCiPAm de CongReSSo dA AneC

    Os colgios da Rede Jesuta de Educao participaram do

    III Congresso Nacional de Educao Catlica, promovido pela

    ANEC (Associao Nacional da Educao Catlica do Brasil),

    realizado entre os dias 15 e 18 de julho, em Curitiba (PR). O

    congresso reuniu, aproximadamente, mil e quinhentas pes-

    soas, em um conjunto de palestras e atividades que tiveram

    como foco a troca de experincias entre seus associados.

    Em 2015, o tema do encontro foi Mstica, conhecimento e

    competncias Desafios e oportunidades para a educao ca-

    tlica nas culturas contemporneas. Segundo o Delegado de

    gcio, Servios e Turismo, com pblico estimado em 4 mil

    pessoas. Com o passar do tempo, as empresas vo se estru-

    turando e comeam a ficar muito rgidas. Essa uma forma

    de quebrar isso; no de romper com o que passou, mas de

    criar o futuro, afirma Jos Mauro Floriano da Silva, assessor

    corporativo de Inovao da Algar.

    A inovao que aproxima a ETE FMC da empresa. Des-

    de 2013, uma delegao do Grupo Algar visita a instituio

    durante a ProjETE (Feira de Projetos Futuristas). Vrios dos

    projetos desenvolvidos pelos alunos daqui esto frente do

    nosso tempo e nos ajudam a ver que muitas coisas so pos-

    sveis. Se ns conseguirmos levar esses projetos para a so-

    ciedade, ser uma grande realizao, confessa Joo Henri-

    que de Souza Pereira, ex-aluno da ETE FMC e atual consultor

    executivo de Inovao e Desenvolvimento do Grupo Algar.

    Alm do pioneirismo em inovao, Joo Henrique destaca

    a formao integral proporcionada pela instituio: A forma-

    o que eu tive na ETE me marcou em dois aspectos tanto

    na formao tcnica, quanto na formao humana. Hoje, eu

    ouo o Luiz Alexandre Garcia (CEO do Grupo Algar) dizer que,

    para um executivo conquistar uma promoo, essencial que

    ele prepare a base da sua equipe. Isso me faz lembrar o profes-

    sor Navantino, que nos dizia preparem-se e preparem os ou-

    tros; transmitam o conhecimento. Uma vez feito isso, vocs

    tero o caminho aberto para novos desafios.

    Educao da BRA (Provncia dos Jesutas do Brasil), padre M-

    rio Sndermann, eventos como este so relevantes e trazem

    importantes benefcios, pois, alm dos estudos, problemati-

    zaes, debates e construes coletivas, h tambm muito es-

    pao para socializar boas prticas, abrir horizontes e desenhar

    estratgias ousadas para uma educao de excelncia.

    Para Ana Claudia Klein, coordenadora de Comunicao

    e Marketing da ASAV (Associao Antnio Vieira), eventos

    como esse so importantes para o fortalecimento do traba-

    lho da Rede Jesuta de Educao. Durante o encontro, per-

    cebemos concretamente o potencial que temos para com-

    partilhar, afirma.

    o Crist, Paulo Simas, e por Juliana, que acrescenta: Du-

    rante oito dias, os jovens vivem intensamente a realidade

    das comunidades empobrecidas da Colmbia. Aps a expe-

    rincia, os alunos voltam ainda mais inacianos.

  • 28 29

    ComPAnHiA de jeSuS JuveNtudes e vOcAes

    A cada dois anos, a Rede Inaciana de Juventude do Mxico promove o ENJUVI (Encontro Nacional Juve-nil Inaciano), com a participao de jovens

    que partilham a espiritualidade inaciana.

    Neste ano, as lideranas do encontro, ins-

    piradas no MAGIS 2013, realizado no Brasil,

    decidiram dar um passo a mais e expandi-

    ram o encontro para a rede latino-ameri-

    cana. Acompanhados pelo padre Agnaldo

    Barbosa Duarte, oito jovens, que atuam em

    obras da Companhia de Jesus no Brasil,

    compareceram ao evento, que aconteceu

    entre os dias 25 de junho e 7 de julho.

    Em 2015, inspirado pela segunda se-

    mana dos Exerccios Espirituais de Santo

    Incio, o tema do ENJUVI foi Encarnao.

    O encontro foi um chamado a rezar, olhar

    e atuar na realidade. Assim, houve uma

    etapa preparatria, em que cada grupo de

    jovens do Mxico realizou o seu pr-EN-

    JUVI, com dinmicas prprias e acompa-

    nhadas por jesutas. A etapa de insero

    aconteceu em vrias cidades e localida-

    des do Mxico, como Chalco, Oaxaca,

    Quertaro, Veracruz e Cidade de Mexico.

    O encontro final aconteceu na Uni-

    versidade Iberoamericana de Puebla,

    entre os dias 5 e 7 de julho, e reuniu cer-

    ca de 500 pessoas. Participar do ENJU-

    VI foi uma experincia de compartilhar

    sonhos e esperanas com tantos outros

    companheiros de caminhada. Signifi-

    cou, ainda, fortalecer nossa identidade

    latino-americana, onde foi possvel per-

    ceber dificuldades e desafios comuns e,

    sobretudo, identificar e animar diferen-

    tes aes transformadoras desenvolvidas

    pela Companhia de Jesus e pelos jovens

    colaboradores na Amrica Latina, afirma

    padre Agnaldo.

    Segundo o jesuta, o ENJUVI lanou

    muitas reflexes e inquietaes no tra-

    balho com as juventudes do Brasil. O

    encontro nos chamou ateno para a ne-

    cessidade de animarmos com mais afin-

    Jovens brasileiros participam do eNJuvi no mxico

    co a Rede Inaciana de Juventude no pas,

    promovendo uma articulao mais ampla

    e eficaz entre as diferentes obras e grupos

    que desenvolvem atividades para e com as

    juventudes. Alm disso, o encontro reno-

    vou tanto nossas esperanas quanto nos-

    sos anseios em relao nossa atuao no

    Brasil, onde vislumbramos o voluntariado

    jovem como um dos caminhos para con-

    cretizar a encarnao necessria trans-

    formao de nossa realidade, ressalta

    padre Agnaldo.

    Foi um momento lindo de celebrao da juventude organizada e articula-da. Percebi o quanto o trabalho dos jesutas grande e coeso. Lidiane de Aleluia Cristo, colaboradora da Casa Magis de Manaus (AM)Com o corao radiante, fomos desafiados e encorajados pelo sim amoro-so e confiante de nossa me Maria. Rosangela Andrade, colaboradora da Casa Magis Cascavel (PR)Ns, os latino-americanos convidados, nos sentimos extremamente aco-lhidos. Camila Medina, Colaboradora da Casa Magis Rio de Janeiro (RJ)O ENJUVI foi como uma bala de canho que me fez despertar e iniciar um entendimento sobre como melhor servir. Assis Filho, colaborador do Centro Magis Fortaleza (CE)Percebi que jovem s precisa ser jovem e ter condies de s-lo, plenamen-te. Joo Leal, colaborador da Casa Magis Teresina (PI)Cada olhar, abrao e partilha, a singularidade de cada jovem que conheci foi mui-to significativo. Evenice Neta, colaboradora do Centro Magis Fortaleza (CE)

    dePoimenToS

  • 28 29

    ComPAnHiA de jeSuS FOrmAO e cuidAdO dA sAde

    Residncia ir. Luciano brando promove eventos

    Em julho, a Residncia Ir. Lu-ciano Brando promoveu dois eventos. No dia 8 de julho, o coral infantil da Escola Municipal L-

    dia Anglica, de Belo Horizonte (MG),

    composto por 95 crianas e regido pelo

    maestro Paulo Aguiar, apresentou-se

    para os jesutas.

    Aps a apresentao, as crianas e

    os professores que as acompanhavam

    receberam medalhinhas de santos.

    Antes de sarem, todos foram abeno-

    adas carinhosamente pelos irmos e

    padres jesutas.

    No dia 11 de julho, com o objetivo de

    dar incio ao ms inaciano e homenage-

    ar Santo Incio de Loyola, a Residncia

    Ir. Luciano Brando promoveu, em con-

    junto com funcionrios da FAJE (Facul-

    dade Jesuta de Filosofia e Teologia), a

    festa julina. Antes do evento, os jesutas

    que desejaram foram maquiados com

    bigodes e barbas pintadas com lpis,

    alm disso, vestiram roupas tpicas.

    Segundo Larissa Rubia, secretria

    da Residncia, que ajudou na decora-

    o, a festa foi uma experincia nica.

    A festa foi bem animada. Apesar da

    idade e da enfermidade, alguns jesu-

    tas danaram quadrilha junto com os

    convidados presentes. Eles puderam

    se deliciar com as comidas tpicas. Era

    visvel no rosto de cada um a felicida-

    de. Essas confraternizaes que ocor-

    rem entre os convidados e os jesutas

    servem para compartilhar os momen-

    tos de alegria, disse Larissa.

  • 30 31

    nA PAz do SenHoRpe. peter vON WerdeN, sJPor Ir. eudson ramos

    Pe. Peter Von Werden nasceu em 19 de outubro de 1928, na cida-de de Hochneukirch, Diocese de Aachen. Pouco se sabe sobre sua vida

    familiar e de estudos primrios. Aos

    16 anos, em 1944, foi convocado, junto

    com todos os demais colegas de sala de

    aula, para a Defesa Antiarea Luftwa-

    ffenhelfer. Em maio de 1945, na queda

    da cidade de Berlim, Alemanha, foi fei-

    to prisioneiro pelo Exrcito Sovitico,

    sendo posto em liberdade depois de

    quatro meses e meio de cativeiro.

    Em 1949, chegou a ser seminarista

    na Diocese de Aachen, mas decidiu in-

    gressar na Companhia de Jesus, inician-

    do o Noviciado em 20 de abril de 1950,

    na cidade de Eringerfeld. Professou os

    primeiros votos em 22 de abril de 1952,

    na mesma cidade alem. Aps os estu-

    dos de Filosofia e Teologia, feitos em

    Munique e Frankfurt, tambm na Ale-

    manha, foi ordenado presbtero em 30

    de julho de 1960, em Frankfurt. Fez a

    Terceira Provao em Munique, entre

    os anos de 1961 e 1962.

    Em 1964, mudou-se para o Brasil e

    foi destinado para realizar atividades

    pastorais no Colgio Anchieta, na ci-

    dade de Nova Friburgo (RJ), ao mesmo

    tempo em que estudava Lngua Por-

    tuguesa. Estamos no ano de 1967 e Pe.

    Pedro foi destinado como Diretor do

    Centro de Encontros Culturais e como

    professor de Lngua Alem no Stio So

    Jos, So Paulo e Campos de Jordo (SP).

    Exerceu essa misso at o ano de 1972.

    Nesse nterim, professou os ltimos

    Votos na cidade de So Paulo, em 8 de

    dezembro de 1970.

    Entre os anos de 1973 e 1977, esteve

    encarregado de cuidar dos assuntos jur-

    dicos da Faculdade Anchieta em So Pau-

    lo. Depois de colaborar em parquias na

    periferia das cidades Nova Friburgo e So

    Paulo e em alguns momentos no interior

    dos estados da Bahia (nas parquias de

    Barra do Mendes e Brotas de Macabas na

    Diocese de Barra) e Piau (Ncleo Colonial

    do Gurguia), finalmente aceitou o convi-

    te para participar de um grupo de jesutas

    que atendia a vrios grupos e povos ind-

    genas no estado de Mato Grosso.

    Sua primeira atividade nessa regio

    do Brasil foi em Diamantino (MT), nos

    anos de 1978 a 1980, como responsvel

    por projetos do Setor Indgena da Prela-

    zia. Em seguida, assumiu na Igreja Nossa

    Senhora do Rosrio, em Cuiab (MT), o

    mesmo compromisso com os projetos do

    Setor Indgena, mas, dessa vez, por pouco

    mais de um ano. Devido a seu engajamen-

    to com essa misso em Cuiab, tornou-se

    membro da Misso Anchieta, dedicando-

    -se em funes administrativas. Nesse

    perodo, tambm comeou a dedicar-se a

    traduzir livros, artigos e ensaios para sites

    sobre o Judasmo e as relaes judaico-

    -crists. Por causa desse gesto de enviar

    inmeros textos por e-mail para os jesu-

    tas e colaboradores, passou a ser conhe-

    cido como o padre do judasmo. Quem

    nunca recebeu um de seus e-mails?

    Pe. Pedro exerceu esse apostolado

    em Cuiab, entre os anos de 1982 e 2010.

    Por necessitar de tratamento de sade,

    foi transferido para a Casa de Sade em

    So Leopoldo (RS), em outubro de 2010.

    Mais recentemente e, sobretudo, nos

    ltimos dias, sua sade vinha piorando

    visivelmente, por isso recebeu o sacra-

    mento da uno.

    No conseguia mais comer ou beber,

    delirando em muitos momentos. J res-

    pirava com a ajuda de aparelhos, quando

    faleceu, no dia 16 de junho de 2015, por

    insuficincia respiratria. Tinha 86 anos

    de idade e 65 de Companhia de Jesus.

    dedIcou-se a traduzIr lIvros, artIgos e ensaIos para sItes sobre o judasmo e as relaes judaIco-crIsts. por causa desse gesto [...], passou a ser conhecIdo como o padre do judasmo.

  • 30 31

    nA PAz do SenHoRpe. ArNO mALdANer Por Ir. eudson ramos

    Pe. Arno Maldaner nasceu em Pi-nhal Alto, municpio de Nova Pe-trpolis (RS), no dia 1 de janeiro de 1926. Fez estudos secundrios no Se-

    minrio So Jos, em Gravata (RS) e in-

    gressou na Companhia de Jesus, em Pare-

    ci Novo (RS), aos 28 de fevereiro de 1945.

    No final do noviciado, emitiu os primei-

    ros votos no dia 2 de maro de 1947. Aps

    o noviciado, dedicou dois anos ao curso

    de Letras Clssicas, Humanidades e Ret-

    rica, no Colgio So Jos, em Pareci Novo.

    Continuando sua formao, aps o

    Juniorado, estudou Filosofia no Colgio

    Cristo Rei, em So Leopoldo (RS), de 1949

    a 1951. Cursou o Magistrio no Colgio

    Anchieta de Porto Alegre (RS), de 1952 a

    1954. Enquanto lecionava lnguas portu-

    guesa e latina aos ginasianos do Colgio,

    alm de outros compromissos, tambm

    fez curso de Didtica na Universidade Fe-

    deral. Voltando ao Colgio Cristo Rei, de

    So Leopoldo, estudou Teologia, de 1955

    a 1958. Foi ordenado sacerdote em 12 de

    dezembro de 1957.

    Em 1959, foi destinado ao Colgio

    da Sagrada Famlia, em Crdoba, Argen-

    tina, para fazer a Terceira Provao. Ao

    retornar, Pe. Arno desempenhou vrias

    atividades na Faculdade de Filosofia,

    Cincias e Letras de So Leopoldo: pro-

    fessor de Literatura Brasileira e Didti-

    ca, diretor do Departamento de Lnguas

    e Diretor da Faculdade de Filosofia.

    Em 1963 e 1964, estudou Pedagogia

    e Didtica na Universidade de Frankfurt

    am Main, na Alemanha. Retornando ao

    Brasil, continuou trabalhando na Facul-

    dade de Filosofia, Cincias e Letras de

    So Leopoldo, como professor de Didti-

    ca e com outros encargos. Nesse perodo,

    professou os ltimos Votos, no dia 2 de

    fevereiro de 1966.

    Em fevereiro de 1969, Pe. Arno recebeu

    nova misso: professor, Vice-Superior da

    comunidade e Vice-Diretor da Universida-

    de Catlica de Pernambuco, em Recife (PE).

    Aps alguns anos de atividades na Uni-

    versidade, em fevereiro de 1973, foi nomea-

    do Reitor do Colgio Nbrega, tambm em

    Recife. Ao retornar do Nordeste, em agosto

    de 1978, passou alguns meses na parquia

    em Frederico Westphalen (RS), onde assu-

    miu temporariamente o cargo de cura da

    catedral, junto ao seu irmo D. Bruno Mal-

    daner, bispo diocesano. Enquanto se em-

    penhava nos servios paroquiais, tambm

    atendeu pedidos de parquias vizinhas

    para dar retiros, trduos, palestras e ofere-

    cer o contato com o povo simples.

    Em incio de 1979, Pe. Arno foi nome-

    ado proco da Parquia Nossa Senhora

    da Conceio, em So Leopoldo. A seguir,

    de fevereiro de 1986 a fevereiro de 1987,

    foi o capelo do Santurio do Sagrado Co-

    rao de Jesus, tambm em So Leopol-

    do. Seu trabalho no santurio foi muito

    elogiado pelos leigos, pois conseguiu

    bom entrosamento entre os respons-

    veis, qualidade de servio e participao

    cada vez melhor nas celebraes.

    Em novembro de 1986, foi nomea-

    do Vice-Postulador da Causa de Cano-

    nizao dos Mrtires das Misses. Em

    fevereiro de 1987, Pe. Arno foi destinado

    como Reitor do Colgio Santo Incio,

    em Salvador do Sul (RS). De 1991 a 1996,

    encontramos Pe. Arno em Florianpolis

    (SC), onde exerceu o cargo de Vice-Dire-

    tor do Colgio Catarinense, alm de atuar

    na pastoral do Colgio e no Sindicato dos

    Estabelecimentos de Ensino.

    De maro de 1997 a maio de 2000, Pe.

    Arno dedicou-se ao atendimento dos ido-

    sos e enfermos como Superior e Diretor

    da Casa de Sade em So Leopoldo. Entre

    os anos de 2000 a 2003, foi destinado ao

    Santurio do Sagrado Corao de Jesus,

    tambm em So Leopoldo, como auxiliar

    do capelo e Vice-Postulador da Causa de

    Beatificao do Pe. Joo Batista Reus.

    Ao final, j com suas foras em decl-

    nio e necessitando dos devidos cuidados

    com a sade, foi transferido para o Institu-

    to So Jos, em 2003. Nos ltimos anos de

    vida, j no tinha mais os movimentos dos

    membros e estava paralisado sobre seu lei-

    to. Faleceu no dia 22 de junho de 2015, em

    decorrncia de uma pneumonia.

    Pe. Arno sempre demonstrou ser de-

    dicado, disponvel, piedoso e slido em

    sua vida espiritual, alm de possuir car-

    ter reflexivo, apesar de sua jovialidade e

    alegria. Tinha 89 anos de idade e 70 anos

    de Companhia de Jesus.

    pe. arno sempre demonstrou ser dedIcado, dIsponvel, pIedoso e slIdo em sua vIda espIrItual, alm de possuIr carter reflexIvo, apesar de sua jovIalIdade e alegrIa.

  • 32 33

    nA PAz do SenHoRir. BLsiO BALduNO ALLesPor Ir. eudson ramos

    Ir. Blsio Balduno Alles nasceu em Bom Princpio (RS), no dia 2 de feve-reiro de 1927. Ingressou na Companhia de Jesus, em Pareci Novo (RS), no dia 19 de

    maro de 1946. Emitiu os primeiros votos

    do binio, dia 21 de maro de 1948. Aps o

    Noviciado, continuou em Pareci Novo tra-

    balhando na cozinha e na ferraria.

    Em dezembro de 1948, Ir. Alles,

    como era conhecido, foi destinado para

    o Seminrio So Pedro Cansio, em Sede

    Capela, Itapiranga (SC), onde perma-

    neceu at 2007. Foram quase 60 anos

    de vida e misso no oeste catarinense.

    Em 1955, esteve alguns meses no Col-

    gio Cristo Rei, em So Leopoldo (RS),

    ajudando nos trabalhos da ferraria, mas

    retornou logo para Sede Capela.

    O Seminrio So Pedro Cansio co-

    meou a funcionar em 1949, coincidindo

    com a chegada do Ir. Alles. Trabalho no

    faltava naquele local em que tudo tinha

    que ser feito para iniciar uma casa de for-

    mao para os seminaristas e o Irmo Alles

    estava disposto para toda obra. Desempe-

    nhava funes na cozinha, enfermaria,

    ferraria, horta, criava gado leiteiro ou de

    corte, porcos, construa estbulos ou chi-

    queiros, fazia linguia e assava churrasco.

    Ainda realizava atividades como apicultor,

    eletricista, motorista (tratorista), admi-

    nistrador da propriedade, perfurador de

    poos de gua, alm de orientar os alunos

    nos trabalhos da roa. Em vrias ocasies

    tambm teve que substituir o prefeito dos

    seminaristas em suas ausncias. Enfim, o

    Irmo Alles era pau para toda obra: sem-

    pre esteve presente e colaborando nos di-

    versos setores da agropecuria, sobretudo.

    Nunca lhe faltaram a alegria e o esprito

    de humor, fruto, sem dvida, da sua vida

    interior. Era uma presena alegre na vida

    comunitria.

    Em 2007, o Ir. Alles deixou definitiva-

    mente Sede Capela quando foi transferido

    para a Casa de Sade, em So Leopoldo,

    para receber melhores cuidados com sua

    sade, j um tanto comprometida. Mas,

    prestativo como sempre, tambm na Casa

    de Sade procurou ajudar onde podia, so-

    bretudo nos servios da cozinha.

    Participou fielmente da vida co-

    munitria, da eucaristia e da misso

    da Companhia de Jesus. Seu amor aos

    outros fruto dessa comunho. Nos

    momentos de enfermidade e achaques

    da velhice, renovou sua entrega total a

    Deus e rezou pela Igreja e pela Compa-

    nhia. Sempre mais debilitado devido

    angina, recebeu os Santos leos com

    muita paz e serenidade.

    Os ltimos dias de vida lhe foram

    de grande sofrimento e angstia. Sen-

    tia muita dor no peito, mas estava con-

    formado com a vontade de Deus. Sim,

    foi uma vida cheia de f e amor. Todos

    reconhecem no Ir. Alles um jesuta au-

    tntico, bondoso, fiel e amigo. Sua ale-

    gria, simplicidade e dedicao foram

    contagiosas. Faleceu no dia 9 de julho

    de 2015, com 88 anos de idade e 69 de

    Companhia de Jesus.

    sIm, foI uma vIda cheIa de f e amor. todos reconhecem no Irmo alles um jesuta autntIco, bondoso, fIel e amIgo.

  • 32 33

    nA PAz do SenHoRir. AdOLFO NuNes de OLiveirAPor Ir. eudson ramos

    Ir. Adolfo Nunes de Oliveira nasceu em 6 de agosto de 1929, na cidade de So Sebastio do Ca, no Rio Grande do Sul. Ingressou no Novicia-

    do da Companhia de Jesus em Pareci

    Novo (RS), em 26 de outubro de 1954,

    e professou os votos do binio em 28

    de outubro de 1956.

    Ir. Adolfo possua habilidades para

    duas funes que exerceu em pratica-

    mente toda a sua vida de jesuta: al-

    faiate e apicultor. J no Noviciado, em

    Pareci Novo, comeou a desempenhar

    o ofcio de alfaiate e assim tambm

    o fez nas destinaes seguintes, pas-

    sando pelo Colgio Cristo Rei, em So

    Leopoldo (RS), de 1956 a 1960, e pelo

    Seminrio So Jos, em Santa Maria

    (RS), de 1960 a 1965. Fez a Terceira Pro-

    vao no ano de 1965, em Pareci Novo

    (RS), e professou os ltimos Votos, em

    So Leopoldo (RS), no dia 15 de agosto

    de 1966. No mesmo ano de 1966, vol-

    tou a exercer a funo de alfaiate no

    Colgio Cristo Rei por mais dois anos.

    A partir de 1968, Ir. Adolfo desen-

    volve um problema de circulao e os

    mdicos recomendam que ele viva em

    lugar de clima quente e de altitude em

    relao ao nvel do mar. Dessa forma,

    vemos que o Ir. Adolfo torna-se forte

    candidato a viver em diferentes luga-

    res do pas no intuito de cuidar de sua

    sade e realizar as misses que lhe fo-

    rem confiadas.

    Em meados de 1968, parte para o

    Noviciado em Itaici (SP). Ali realiza

    vrios ofcios, como portaria, cozinha

    e onde comea o trabalho na apicul-

    tura. Passados dois anos, transferido

    para Campinas (SP), onde, alm das

    atividades que continua exercendo,

    retoma os estudos. Entre os anos de

    1972 e 1980, esteve em Tapejara (PR) e

    Santa Maria (RS) auxiliando os pro-

    cos dos respectivos lugares em diver-

    sas atividades pastorais.

    Em 1980, foi destinado para a Re-

    sidncia Conceio em So Leopoldo

    (RS), onde realizou trabalhos na ma-

    nuteno e cuidado da casa. Nova-

    mente por motivos de sade, necessita

    ir a um lugar de clima mais quente e

    enviado para a Escola Santo Afonso

    Rodriguez em Teresina (PI), onde de-

    senvolve alguns trabalhos e inicia com

    a apicultura naquela regio. Nos anos

    seguintes, dedica-se exclusivamente

    funo de apicultor nas cidades de

    Itaba e Diamantino, ambas no estado

    do Mato Grosso.

    No ano de 2000, esteve na Casa de

    Retiros So Jos em Mar Grande (BA),

    onde ajudou em vrias atividades na

    casa. Em seguida, voltou a exercer seus

    trabalhos de apicultor em cidades por

    onde j tinha estado antes: Teresina e

    Itaba. Esse perodo compreendeu os

    anos de 2001 a 2004.

    Foi encontrada uma poesia escri-

    ta no ano de 2001 cuja autoria, aps

    confirmada pelo Pe. Francisco Fonse-

    ca, atribuda ao Ir. Adolfo. Chama-

    -se A caminho da eternidade e um

    dos seus versos diz:

    Viver esta vida para a outra vida,

    lema que poucos tm; mas ela sempre

    mais bela, vivida em prol do alm. Viver

    alegre e contente, no custa nada a nin-

    gum, s faz o mundo mais belo, viven-

    do em prol do alm. Quem vive a f com

    alegria, o seu testemunho d. No dia de

    sua partida, Deus vai lhe recompensar.

    Com a diminuio das foras e a

    necessidade de cuidar mais da sade,

    Ir. Adolfo foi transferido para a Casa de

    Sade em So Leopoldo (RS), em 2005.

    Na casa, pde dar a contribuio que a

    sade, as foras e a idade ainda lhe per-

    mitiam. Assim, l permaneceu at o

    seu falecimento, no dia 16 de julho de

    2015. Nos ltimos dias de vida, a sa-

    de vinha decaindo rapidamente por

    problemas respiratrios e cardacos,