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18ª Edição | Setembro 2015
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JESUTAS BRASIL
Em EDIO 18ANO 2SETEMBRO 2015INFORMATIVO DOSJESUTAS DO BRASIL
PAPA VISITAR PASES AFRICANOS
pg. 10
JESUTAS PARTICIPAM DA CONFERNCIA DA PAZ
pg. 19
PROJETO PAMSJ E UNICAPINICIAM DILOGO
pg. 21
SER MISSIONRIOIR S FRONTEIRAS E SER LIVRE PARA SERVIR SO
CARACTERSTICAS DOS COMPANHEIROS DE JESUS, OS JESUTAS
especial pg. 12
4 5Em Em
SUMRIO EDIO 18 | ANO 2 | SETEMBRO 2015
EDITORIAL F, Razo e Universalidade na
misso Jesuta
CALENDRIO LITRGICO
ENTREVISTA PEREGRINOS EM MISSO Pe. Jos Luis Fuentes, SJ
O MINISTRIO DE UNIDADENA IGREJA SANTA S Papa visitar pases africanos Acolhimento aos refugiados Mais rapidez nos processos de
nulidade matrimonial
ESPECIAL Enviado s fronteiras
PROMOO DA JUSTIA E
MUNDO CRIA GERAL 36 Congregao Geral Solidariedade em favor da paz Concurso de curtas sobre justia social Nomeaes
AMRICA LATINA CPAL escuta da palavra PAMSJ e UNICAP iniciam dilogo Seminrio da Rede de Enfrentamento ao
Trfico de Pessoas
Aula Viva em So Paulo de Olivena
GOVERNO Companhia de Jesus promove 3 Assembleia
das Mantenedoras
Plano Apostlico estudado por comunica-dores de BH e Santa Luzia
SERVIO DA F Bblia, a Palavra de Deus
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4 5Em Em
EmJESUTAS BRASIL
ECOLOGIA Centro Santa F celebra 18 anos Nova direo nacional da Fundao F e Alegria
DILOGO CULTURAL E RELIGIOSO Livro ilustrado sobre a Companhia de Jesus Obra sobre a histria dos jesutas no RJ lanada
EDUCAO Plano Educativo Comum entra em nova fase Em evento, alunos debatem questes internacionais Equipe da FEI ganha destaque em Frum Mundial Colgio Antnio Vieira escolhe embaixador da Campa-
nha Inacianos pelo Haiti
JUVENTUDE E VOCAES Jovens participam de Trilha Inaciana no Cear
NA PAZ DO SENHOR
JUBILEUS E AGENDA
24
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29
3031
INFORMATIVO DOSJESUTAS DO BRASIL
EXPEDIENTE
EM COMPANHIA uma publicao mensal dos
Jesutas do Brasil, produzida pelo Ncleo de Co-
municao Integrada (NCI)
CONTATO [email protected]
www.jesuitasbrasil.com
DIRETOR EDITORIALIr. Eudson Ramos
EDITORA E JORNALISTA RESPONSVELSilvia Lenzi (MTB: 16.021)
REDAOJuliana Dias
DIAGRAMAO E EDIO DE IMAGENSHanderson Silva
COLABORADORES DA 18 EDIODayse Lacerda, Pe. Jaldemir Vitrio, Pe. Jonas Ca-
prini, Luza Costa, Marcia Savino, Matheus Kies-
ling, Pedro Risaffi, Pe. Valrio Sartor, Vincius
Moraes, Thas Santana e Ana Ziccardi (reviso).
Um agradecimento especial a todos que colabo-
raram com a matria especial dessa edio.
FOTOSBanco de imagens / Divulgao
TRADUO DAS NOTCIAS DA CRIAPe. Jos Luis Fuentes Rodriguez
6 7Em Em
O intento de Incio de Loyola e dos seus companheiros estudantes de Paris, em missionar em Jerusalm, ou para ir aonde o Papa os enviasse, j carac-terizava a Companhia de Jesus no seu momento fundante, 15 de agosto de 1534, como um fenmeno de dimenso global, que perpassa fronteiras nacionais
e continentais. A Bulla Regimini militantis Ecclesiae, 1540, que aprova a Frmula do
Instituto da nova Ordem, na qual a obedincia ao Papa, misso e seleo de novos
integrantes adquirem um relevo, mostra o modo de conceber uma ordem religiosa
para os primeiros jesutas: o esprito ad extra, missionrio e ao servio da Igreja.
Eles estavam, ao mesmo, tempo vinculados entre si, pelo voto de obedincia a um
deles, a Roma, pelo voto de obedincia ao Papa, e disponvel disperso universal.
Em 1539, D. Joo III (1521-1557), o Piedoso e Colonizador, escreve a D. Pedro de Mas-
carenhas, embaixador de Portugal na Santa S, solicitando que se esforce junto ao
Papa Paulo III para que a Companhia de Jesus seja designada pelo Romano Pontfice
para as misses do ensino mdio e universitrio em Portugal e no alm-mar.
O convite de D. Joo III e patrono da Igreja Companhia de Jesus alicerava-se
no intuito de modificar no seu reino as condies precrias que o catolicismo na
Europa herdara do sculo XV, devido decadncia moral, desgaste institucional,
crise de vocaes e da formao sacerdotal, a pouca atuao dos bispos nas dioceses
confiadas a eles, a tnue evangelizao interna na Europa e, em particular, na carn-
cia de atuao de missionrios seculares e regulares, em Portugal.
O crescimento de colgios e residncias dos missionrios em Portugal e alm-
-mar deu-se de forma rpida, graas ao patrocnio do gro-mestre da Ordem de Cris-
to, o rei, e seus sucessores.
No sculo XVIII, a Provncia Portuguesa contava com 861 membros, a maioria a
trabalhando nos colgios. No Brasil, de acordo com Serafim Leite (1948), encontrava-se
o maior nmero de jesutas da Assistncia Portuguesa. Eram 631 religiosos no total.
Os jesutas atuavam em 17 Colgios em So Paulo, Rio de Janeiro, Baa, Par, Reci-
fe, Olinda, Porto Seguro, Cear, Maranho, Santos, Esprito Santo, Paranagu, Paraba,
Vigia; dois seminrios em Belm e Maranho; 37 residncias e misses.
Esses nmeros so para elucidar o volume da ao missionria jesutica no Brasil,
o crescimento da Ordem entre sua aprovao e o sculo XVIII, o carter universal da
Companhia de Jesus, a racionalidade expressa pela Ratio Studiorum, a administrao e o
trabalho sistemtico e programado nos aldeamentos. Portanto, a F dos inacianos com
base no Evangelho, na tradio apostlica, na sustentao teolgica tridentina no pos-
terga a racionalidade expansionista e civilizadora por meio de aes missionrias que
contemplavam espiritualidade, pedagogia, tcnica arquitetnica, arte, dilogo com
outras linguagens e ritos religiosos, administrao temporal e relaes de diplo-
macia com poder poltico na Europa, sia e com o Estado Pontifcio. A f em Deus
e em um sistema universal de educao, inspirado nos mtodos dos Exerccios
Espirituais, no se opunha razo e harmonizava-se com as ideias modernas em
andamento durante os primeiros sculos de Misso da Companhia de Jesus.
Boa leitura!
EDITORIAL
F, RAZO E UNIVERSALIDADE NA MISSO JESUTA
Roberto Barros Dias, SJDoutorando em Educao pela Universidade Federal do Cear (UFC) e Professor do Curso de Histria da Universidade Catlica de Pernambuco (UNICAP)
A BULLA REGIMINI MILITANTIS ECCLESIAE [...] MOSTRA O MODO DE CONCEBER UMA ORDEM RELIGIOSA PARA OS PRIMEIROS JESUTAS: O ESPRITO AD EXTRA, MISSIONRIO E AO SERVIODA IGREJA
6 7Em Em
CALENDRIO LITRGICO
Bem-aventurado Tiago Bonnaud, presbtero e companheiros
Bem-aventurados Jos Imbert e Joo Nicolau Cordier, presbteros
Bem-aventurado Toms Sitjar, presbtero e companheiros mrtires
So Pedro Claver, presbtero
Beato Francisco Grate, religioso So Roberto Bellarmino
calendrio litrgicoPrprio da Companhia de Jesus SETEMBRO
DIA 2
DIA 9
DIA 10 DIA 17
8 9Em Em
ENTREVISTA PEREGRINOS EM MISSO
servio exigido pelo arquivo: foram reunidos no Rio de Janeiro,
na nova Provncia dos Jesutas do Brasil BRA, os arquivos das
quatro Provncias existentes anteriormente (por um tempo, trs
Provncias e mais a Regio Amaznica). Isso est exigindo um
trabalho de fuso, padronizao e reorganizao do novo arqui-
vo. S de pessoas, passou-se de um nmero em torno de 200,
em cada Provncia anterior, para outro superior a 500.
Qual a importncia do arquivista na gesto das in-
formaes?
O arquivista no produz informaes; organiza as exis-
tentes de modo a facilitar a procura de quem tem direito e ne-
cessidade de acess-las ou para o prprio arquivista fornec-
-las. No raro, informaes so solicitadas para ontem; da a
necessidade de t-las disponveis. Creio ser, tambm, respon-
sabilidade do arquivista correr atrs dos dados que esto fal-
tando ou que esto desatualizados, o que acontece com frequ-
ncia. A Companhia de Jesus, na sua experincia centenria
e na sabedoria de seu fundador, estabelece momentos deci-
O senhor exerce duas funes distintas,
a de secretrio e a de arquivista. Quais as
responsabilidades de cada uma delas?
Na realidade, atualmente, atuo basica-
mente na funo de arquivista. A funo de
secretrio espordica: de vez em quando,
me pedem para fazer ou revisar uma carta ou
documento, fazer ou revisar uma traduo do
espanhol (raramente, do ingls). O Secretrio
oficial do Provincial e da Provncia o Scio,
neste momento o Ir. Eudson Ramos, que, ali-
s, realiza seu ofcio muito bem. Ele pode so-
licitar, ocasionalmente, meu servio pontual.
Em sua opinio, essas funes, em
algum momento, se completam?
Neste momento, mais que se completam,
interferem uma na outra, dado o volume de
GUARDIO DAS INFORMAES
Pe. Jos Luis Fuentes , SJ
Nesta edio, o informativo Em Companhia traz a entrevista especial com o Pe. Jos Luis Fuentes, que desempenha a funo de Arquivista da Provncia dos Jesutas do Brasil BRA desde a sua criao, em novembro de 2014. So muitos os desafios diante da responsabilidade de organizar as informaes da Ordem religiosa. Entre eles, est o volume de documentos manipulados, que aumentou significativamente depois da nova configurao da Companhia de Jesus no pas. Ao jesuta, porm, no faltam bom humor e disposio no cumprimento de mais essa misso.
8 9Em Em
sivos na formao dos seus membros para coletar informa-
es valiosas das pessoas: o ingresso na Ordem; os estudos,
o acesso Teologia e, em especial, ordenao presbiteral;
os ltimos votos; a seleo para misses e funes de maior
responsabilidade (governo das comunidades, das obras mais
complexas, de uma Provncia).
Como administrar tantas informaes, dadas as di-
menses da nova configurao da Companhia de Jesus
no Brasil?
Divertido! Desafiantes! Primeiro, a quantidade: somos
mais de 500 jesutas na nova Provncia e um nmero de obras
que ainda no pude contabilizar. Segundo: reunir em um
arquivo nico os quatro ou cinco existentes anteriormente,
cada um com diferenas substanciais na maneira de organi-
zar e no estado dos materiais, tarefa longa e, por vezes, com-
plexa. Na minha curta experincia com arquivo, pelo menos
no que se refere s pastas PESSOAIS, adotei um esquema de
trs ou quatro captulos que me permitem enquadrar as infor-
maes essenciais de cada pessoa. O esquema lgico, relati-
vamente simples e fcil de compreender e manejar.
Quais os maiores desafios como arquivista?
Alm dos desafios mencionados acima, citarei dois: pri-
meiro, chegar a certo nvel de padronizao sobre o contedo
das informaes (o que guardar? o que solicitar?) e sobre o
material e a forma ( imensa a variedade de formatos, tama-
nhos e tipos de papel utilizados pelas pessoas), o que muito
dificulta a sua guarda. Segundo, o uso da tecnologia: vi-
vel, necessrio, conveniente digitalizar tantos documentos
e guard-los com segurana? Que documentos devero ser
conservados para sempre no papel? Sem dvida, a tecnologia
deve agilizar a busca e facilitar o uso de espaos e dos pr-
prios contedos. Para isso, necessrio um conhecimento
razovel das tecnologias e, depois, a questo da segurana. A
velocidade nos avanos da tecnologia pode criar problemas
srios: documentos so armazenados com uma tecnologia e
ela cai em desuso.
Quais os cuidados que se deve ter ao ar-
quivar a documentao, principalmente
para que seja encontrada com facilidade,
caso necessrio?
Todo cuidado pouco.... No deixar do-
cumentos de algum na pasta de outrem; no
misturar alhos com bugalhos, no deixar de
datar e assinar documentos (como algum
diria, isso s acontece na Patagnia); guardar
cuidadosa e adequadamente os materiais; ter
clareza nos critrios de classificao e locao
dos assuntos; guardar o necessrio (eliminar
cpias inteis - impressora e copiadora su-
prem qualquer necessidade de cpias); iden-
tificar corretamente os materiais...
O trabalho de arquivamento de docu-
mentos dentro da Companhia de Jesus
tem alguma caracterstica peculiar?
No sou um expert no assunto. Acredito
que sim, como qualquer empresa pode ter.
A Companhia, tradicionalmente, prioriza a
comunicao, a correspondncia, especial-
mente entre os membros e seus superiores.
H documentos que devem ser escritos
mo e assinados, por exemplo, os votos, a
renncia aos bens... Acima, mencionei que
a Companhia exige coleta de informaes
sobre a pessoa em determinados momen-
tos de sua formao. Alguns documentos
tm que ser enviados a Roma logo aps
acontecimentos como os votos, a ordena-
o, outros; nomeaes feitas ou aprovadas
pelo Superior Geral...
Considero meu servio uma misso que
a Companhia me confia. Mais ou menos
importante do que outras, no cabe com-
parar. Ela necessria para o governo da
Provncia e exige dedicao, empenho, cui-
dado. Tambm no exclui outras atividades
prprias da Companhia, como os minist-
rios sacerdotais e outros mais especficos
do nosso carisma; tenho, ainda, outras fun-
es pontuais no mbito da mantenedora e
colaboro em outras obras da Provncia.
CONSIDERO MEU SERVIO UMA MISSO QUE A COMPANHIA ME CONFIA
10 11Em Em
O MINISTRIO DE UNIDADE NA IGREJA SANTA S
Papa visitar pases africanos O Papa Francisco visitar o con-tinente africano pela primei-ra vez, entre os dias 25 e 30 de novembro. No roteiro da viagem, esto
Qunia, Uganda e Repblica Centro-
-Africana. A viagem resultado de um
convite feito pelos chefes de Estado e
chefes dos episcopados africanos.
Desde que chegou ao Vaticano,
em maro de 2013, Francisco viajou
algumas vezes para sia, Amrica La-
tina e Europa, mas nunca para frica.
Qunia e Uganda, pases de lngua
inglesa, e Repblica Centro-Africana,
de lngua francesa, tm grandes co-
munidades catlicas e esto imersos
em conflitos.
O Qunia enfrenta os rebeldes
shebab somalis, que, desde 2011, mul-
tiplicam os ataques no pas como re-
preslia deciso do governo de in-
tervir militarmente na Somlia.
Em Uganda, outro pas sob ame-
Fontes: O Globo | G1
aa dos shebab, o Papa pretende re-
cordar e celebrar a canonizao, em
1964, por Paulo VI, dos primeiros
santos africanos, 22 jovens que foram
assassinados em 1878.
A Repblica Centro-Africana tam-
bm enfrenta uma crise poltica e as
eleies presidenciais e legislativas,
previstas para outubro, podem ser
adiadas por causa dos confrontos.
QUNIA
UGANDA
REPBLICA CENTRO-AFRICANA
10 11Em Em
Diante do crescente drama dos refugiados que chegam Euro-pa, nos ltimos tempos, o Papa Francisco convidou, em 6 de setembro,
todas parquias e comunidades religio-
sas na Europa a fazerem um gesto con-
creto de Misericrdia, acolhendo uma
dessas famlias. A solidariedade come-
ar por duas parquias do Vaticano,
assegurou o Pontfice.
Na Itlia, existem mais de 25 mil
parquias e outras 12 mil, na Alema-
nha, destino de muitos dos srios que
fogem da guerra civil e das pessoas
que tentam escapar da pobreza em
outros pases. Apelo s parquias, s
comunidades religiosas, aos monas-
trios e santurios de toda a Europa
que recebam uma famlia de refugia-
dos, disse Francisco, aps seu discur-
so dominical no Vaticano.
Fonte: Rdio Vaticano | G1
Em 8 de setembro, o Vaticano anunciou as principais mudan-as em relao aos processos de nulidade matrimonial. Conforme res-
saltado, o objetivo do Papa Francisco
no favorecer a nulidade dos matri-
mnios, mas dar rapidez a esse proces-
so, evitando que, por causa de atrasos
no julgamento, o corao dos fiis que
aguardam o esclarecimento sobre seu
estado seja longamente oprimido pe-
las trevas da dvida.
As alteraes constam nos dois do-
cumentos Mitis Iudex Dominus Iesus
(Senhor Jesus, manso juiz) e Mitis et mi-
Acolhimento aos refugiados
Mais rapidez nos processos de nulidade matrimonial
sericors Iesus (Jesus, manso e misericor-
dioso). Entre as mudanas, o Pontfice
determinou que o trmite ser gratuito
para todos e mais curto para os casos
mais evidentes.
importante ressaltar que, para
conseguir o decreto de nulidade,
preciso mostrar que o casamento no
foi vlido de acordo com a lei da Igre-
ja, sendo necessrio provar que alguns
pr-requisitos no foram respeitados,
como a livre vontade, a maturidade psi-
colgica e a abertura para ter filhos.
Fontes: Rdio Vaticano | G1
APELO S PARQUIAS, S COMUNIDADES RELIGIOSAS, AOS MONASTRIOS E SANTURIOS DE TODA A EUROPA QUE RECEBAM UMA FAMLIA DE REFUGIADOS
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Papa Francisco
12 13Em Em
O carter missionrio uma das caractersticas mais mar-cantes dos companheiros de Jesus, os jesutas. No sculo XVI,
quando se lanaram alm-mar, esses
homens no sabiam o que iriam en-
contrar, mas tinham o profundo dese-
jo de anunciar o Senhor a povos e cul-
turas que ainda no conheciam sua
face. E o que caracteriza um missio-
nrio? Segundo o dicionrio, missio-
nrio pode ser definido como aquele
que recebe ou assume a incumbncia
de realizar determinada tarefa ou pro-
move sua concretizao.
Na Companhia de Jesus, ser mis-
sionrio ir s fronteiras e, aqui, fa-
lamos no s dos limites geogrficos,
mas de todas as formas de barreiras
que impedem o pleno desenvolvi-
mento humano das pessoas, como as
fronteiras entre ricos e pobres, entre
pases, entre cultos e iletrados, por
exemplo. A partir do momento em
que Incio de Loyola e os primeiros
companheiros compreenderam a im-
portncia de chegar a todas as pesso-
as, quer elas estivessem nas fronteiras
ou no centro da sociedade, eles co-
mearam a ser enviados para o novo
mundo. Segundo a 35 Congregao
Geral, milhares de jesutas seguiram
pregando o Evangelho a muitas cul-
turas e naes, partilhando conheci-
mentos e aprendendo de outros.
Os jesutas so homens dispostos a
estar naqueles lugares onde outros no
podem ou no querem estar. Reconhe-
cida como corpo apostlico na Igreja, a
Companhia de Jesus est ligada Santa
S e ao Papa, que a envia para onde hou-
ver maior necessidade. [...] obedecer ao
Romano Pontfice acerca das misses,
tornou-se nosso princpio e principal
fundamento, ratifica a 34 Congregao
ENVIADO S FRONTEIRAS
Geral da Companhia de Jesus.
Constantemente desafiados a bus-
car o magis, os jesutas so instigados
a no se acomodarem com o j reali-
zado. Para realizar a misso, neces-
srio ter audcia de conhecer novas
fronteiras e desafios. Portanto, o je-
suta precisa ser aberto, pronto para
adaptar-se a novas realidades e livre
para servir a todos.
Na Igreja Catlica, o ms de outubro
dedicado s Misses, tempo de inten-
sificar as oraes e os trabalhos. A di-
ESPECIAL
Os jesutas so homens dispostos a estar naqueles lugares onde outros no podem ou no querem estar
12 13Em Em
NA COMPANHIA DE JESUS, SER MISSIONRIO IR S FRONTEIRAS E, AQUI, FALAMOS NO S DOS LIMITES GEOGRFICOS, MAS DE TODAS AS FORMAS DE BARREIRAS, QUE IMPEDEM O PLENO DESENVOLVIMENTO HUMANO
menso missionria a mais profunda
identidade da Igreja. Ela existe para con-
tinuar a misso de Cristo aqui na terra,
afirmou o cardeal Orani Joo Tempesta,
arcebispo do Rio de Janeiro (RJ), em carta
publicada no site da CNBB (Conferncia
Nacional dos Bispos do Brasil).
A inteno do ms missionrio
promover uma conscientizao para
lembrar os fiis cristos da misso de
cada um. Os religiosos, sacerdotes,
membros de novas comunidades so
missionrios e assim denominados,
mas os leigos tambm tm o dever de
evangelizar, explicou o arcebispo.
Durante a 35 Congregao Ge-
ral da Companhia de Jesus, realizada
em 2008, o Papa Bento XVI confiou a
misso de levar o Evangelho para as
fronteiras da f, da cultura e da so-
ciedade civil aos jesutas. Na ocasio,
o pontfice expressou sua confiana
na capacidade da Companhia de Jesus
para realizar essa misso. Atualmente,
no Brasil, os jesutas esto espalhados
por diversas cidades brasileiras, nas
mais diferentes fronteiras, sejam elas
geogrficas, culturais ou sociais.
MISSIONRIOS HOJE
Atualmente, 511 jesutas compem o
corpo apostlico da Companhia de Jesus
no Brasil. Cada um deles com misses nos
mais diferentes lugares do pas. Educao,
Social, Juventudes, Espiritualidade so al-
14 15Em Em
ESPECIAL
gumas das reas de atuao dos jesutas.
O Ir. Ubiratan de Oliveira Costa, dire-
tor do Centro MAGIS Fortaleza, conta que,
para atuar junto aos jovens, preciso de-
sejar ser um novo Cristo, ou seja, preci-
so amar os jovens e acolh-los como eles
so. preciso ser uma presena amiga
entre eles, compartilhando, assim, suas
alegrias, sonhos e tristezas.
As juventudes so uma das opes
preferenciais do Plano Apostlico da
Provncia dos Jesutas do Brasil-BRA
(2015-2020). A Companhia de Jesus, ao
priorizar o trabalho junto aos jovens, as-
sume um compromisso de anim-los a
construir outro mundo, a partir dos va-
lores e princpios de Jesus Cristo, ressal-
ta Ir. Bira, como conhecido.
Segundo ele, quando os jesutas as-
sumem misses que ningum quer as-
sumir, os jovens vislumbram tambm
essa possibilidade de romper barreiras
e ir alm-fronteiras. O testemunho da
Companhia de Jesus ajuda os jovens a se
questionarem: se eles podem, eu tam-
bm posso, assim como fez Santo Incio
ao conhecer a vidas dos santos, acredita.
A falta de oportunidades nos mbitos
educacionais, artsticos e profissionais
provoca abismos socioeconmicos e cul-
turais na vida dos jovens. Para Ir. Bira, esse
contexto, muitas vezes, responsvel
pela excluso e pelo sofrimento. A juven-
511 jesutas compem o corpo apostlico da Companhia de Jesus
no Brasil
tude enfrenta muitos desafios, por isso
preciso estar perto, ser companheiro,
mas, ao mesmo tempo, imprescindvel
que a juventude se empodere e seja pro-
tagonista. Apesar das dificuldades, um
trabalho gratificante, porque os jovens
so dinmicos e muito criativos. So ou-
sados e cheios de energia. Aprendo muito
com eles. Percebo que carregam aquela
fora revolucionria do Cristo amigo, re-
sistente e terna, ousada e generosa. Isso
encantador, confessa.
Assim como o trabalho com juven-
tudes, os missionrios que atuam no
A COMPANHIA DE JESUS, AO PRIORIZAR O TRABALHO JUNTO AOS JOVENS, ASSUME UM COMPROMISSO DE ANIM-LOS A CONSTRUIR OUTRO MUNDO, A PARTIR DOS VALORES E PRINCPIOS DE JESUS CRISTO
Ir. Ubiratan de Oliveira Costa, diretor do Centro MAGIS Fortaleza
14 15Em Em
apostolado espiritual tambm precisam
estar atentos s pessoas. O Pe. Lus Re-
nato Carvalho de Oliveira, assessor do
SIES (Servio Inaciano de Espiritualida-
de) e orientador de Exerccios Espiritu-
ais, em Manaus (AM), ressalta que, para
atuar nesse apostolado, necessrio ter
a capacidade de acolher e de escutar com
respeito as pessoas. Aqui, na Amaznia,
tem sido uma experincia itinerante
muito forte e bonita com a populao.
H uma troca, uma relao de recipro-
cidade muito bonita, um intercmbio
mstico de riqueza espiritual entre a
misso e o ministrio com os Exerccios
Espirituais, afirma Pe. Lus Renato.
O SIES formado por uma equipe de
leigos e religiosos que se colocam a ser-
vio das comunidades na Igreja de Ma-
naus e regio. Temos procurado contri-
buir com a formao das lideranas na
Igreja. Nesse sentido, oferecemos espa-
os de formao em vrias reas: bblica,
humana, litrgica, para catequistas, para
casais e tambm espaos de formao
espiritual, explica o jesuta.
A Equipe Itinerante dedica-se a
apoiar os leigos, as parquias, as comu-
nidades, as pastorais e as lutas sociais do
povo. Os religiosos que atuam na orga-
nizao realizam visitas s famlias das
comunidades, escutam seus anseios e
preocupaes, ou seja, estabelecem di-
logo. A itinerncia um desafio e uma
alegria! um dom e uma graa termos
pessoas liberadas para a misso com
os retiros, pois so muitos os pedidos.
Aqui, h uma sede de Deus muito gran-
de. As pessoas nos reconhecem por nos-
sa proposta mais sria de espiritualida-
de, algo mais profundo, bblico e de mais
compromisso com a vida e a transforma-
o da realidade, diz Pe. Lus Renato.
Segundo o jesuta, o carter missio-
nrio da Companhia de Jesus sempre foi
cultivado, pois essa uma caractersti-
ca de seus membros, obras e da prpria
espiritualidade inaciana. Todos que
bebem desta fonte se inspiram, se ali-
mentam, se fortalecem nesta misso,
sempre crescendo e amadurecendo este
seguimento de Cristo!.
Para o Pe. Jos Maria de Andrade Cou-
to, diretor do Centro Santa F, em So Pau-
lo (SP), os missionrios de hoje so chama-
dos a ser sinal de esperana diante de uma
sociedade regida pela lgica social, segre-
AQUI, NA AMAZNIA, TEM SIDO UMA EXPERINCIA ITINERANTE MUITO FORTE E BONITA, QUE ENRIQUECE E FORTALECE MUITO ESPIRITUALMENTE
Pe. Lus Renato Carvalho de Oliveira, assessor do SIES e orientador dos EE
16 17Em Em
ESPECIAL
gacionista, em que as populaes mais po-
bres so discriminadas e excludas.
Na rea Social, muitas obras jesutas
tm a misso de oferecer uma formao
integral aos adolescentes mais necessi-
tados, para que sejam lderes comunit-
rios em vista da transformao social. O
Centro Santa F um centro de educao
popular que prepara os jovens para a vida.
A nossa ao tem como objetivo a pro-
moo da justia e da igualdade, a defesa
dos direitos humanos, o respeito pela di-
versidade cultural e pelo meio ambiente.
Acreditamos na formao partilhada, no
protagonismo juvenil, num outro mundo
possvel, explica Pe. Jos Maria.
O jesuta tambm atua no bairro Brasi-
lndia, periferia da zona norte paulistana.
Na regio, ele colabora na Parquia local e
atende moradores. Uma das minhas ati-
vidades acompanhar os movimentos e
as organizaes sociais das comunidades.
Participo atravs de redes de colaborao
entre as diversas aes sociais das entida-
des assistenciais. Colaboro tambm nas
lutas populares e nas histrias cotidianas
da populao, procuro contribuir na busca
da superao de seus desafios. Alm disso,
auxilio no curso de Teologia para leigos e
no acompanhamento da juventude, diz.
Para exercer essa misso, essencial
ter respeito e ateno para com as pessoas.
Para mim, a grande alegria de ser missio-
nrio ser um instrumento de esperana
para uma alternativa de mudana na vida
das pessoas, confessa Pe. Jos Maria.
Atuando h 18 anos na rea de Educa-
o, o Pe. Carlos Alberto Jahn, atual dire-
tor do Colgio Medianeira, localizado em
Curitiba (PR), acredita que, no apostolado
educacional, essencial que os missio-
nrios tenham um entendimento amplo
sobre a realidade e as necessidades brasi-
leiras na rea de Ensino. Entendo que a
prtica de educao demanda, por exem-
plo, conhecimentos do status e identi-
dade da educao brasileira e suas preo-
cupaes, conhecimento da identidade
e misso da Companhia de Jesus para a
educao e muita capacidade de trabalho
em equipe, afirma.
Para ele, o desafio que a excelncia
acadmica e humana seja um valor perce-
bido. Em um colgio ou sala da aula, h
muita diversidade. Um dos maiores desa-
fios da educao gerar espaos acolhe-
dores e estimulantes para fazer da escola
um ambiente de aprendizagem. Crianas
e adolescentes so curiosos, imediatistas,
tm expectativas sobre o estar na escola,
sobre o aprender e querem ser acolhidos,
explica Pe. Jahn.
Entre 1996 e 1999, o jesuta lecionou
Literatura Brasileira e Portugus em cur-
sos pr-vestibulares populares. Foi uma
experincia extremamente gratificante.
Os alunos eram trabalhadores jovens
que, ao final do dia, vinham cheios de
expectativa preparar-se para ingressar
no Ensino Superior. Mesmo com o can-
sao, a falta de estrutura das salas de aula
e dos precrios materiais didticos, essa
experincia me legou aprendizados im-
pressionantes, conta.
Pe. Jahn tambm trabalhou no Ensi-
no Superior. Sua experincia foi na Uni-
sinos (Universidade do Vale do Rio dos
Sinos), que tem cinco campus no Rio
Grande do Sul. O jesuta chegou a coor-
denar a rdio e a televiso da instituio.
Trabalhei com pessoas criativas, gene-
rosas e qualificadas. Conheci estudantes
inquietos com as injustias do Brasil e
da Amrica Latina e que sonhavam com
uma sociedade mais humana. Vivi mui-
tas experincias de incluso social via
processos ensino-aprendizagem na edu-
cao superior, relembra.
Aps 14 anos atuando na Unisinos,
entre 2000 e 2014, Pe. Jahn foi destinado
para outra misso: o Colgio Medianeira.
Desde dezembro do ano passado, o jesu-
ta est frente da instituio, que, atual-
mente, conta com cerca de 3 mil alunos,
distribudos na Educao Infantil e no
Ensino Fundamental e Mdio. Estar na
direo de um Colgio envolve ateno a
diferentes frentes. Porm, o foco dos pro-
cessos de gesto deve estar a servio da
educao, a servio da aprendizagem dos
alunos. Esse trabalho envolve: receber e
escutar pessoas, fazer a gesto da iden-
tidade e da misso jesutica, relaciona-
mento institucional com as organizaes
internas, ou seja, fazer a cura personalis,
cuidar de toda a pessoa, da instituio.
DESAFIOS CONTEMPORNEOS
Todo jesuta est disponvel para se-
guir Jesus. Nesse sentido, a atuao dos
companheiros de Cristo se d em diver-
ACREDITAMOS NA FORMAO PARTILHADA, NO PROTAGONISMO JUVENIL, NUM OUTRO MUNDO POSSVEL
Pe. Jos Maria de Andrade
Couto
16 17Em Em
sas fronteiras. Por isso, assim como no
sculo XVI, os missionrios continuam
lanando-se a novos desafios. A comple-
xidade do mundo contemporneo, ao
mesmo tempo em que desafia o exerccio
da misso, estimula o desejo de servir aos
homens e s mulheres. Ser missionrio,
portanto, faz parte da identidade jesuta.
A experincia de fraternidade e parti-
lha que os jesutas vivenciam pode cola-
borar para o vislumbre de outros modelos
de relaes pessoais, sociais e polticas.
Alm disso, a luta e o engajamento mis-
sionrio dos jesutas junto aos empobre-
cidos sinal de profecia e de anncio, no
qual se indica, concretamente, o caminho
para as mudanas necessrias: amor ao
prximo e servio para a promoo da paz
e da justia, afirma Ir. Ubiratan de Oliveira
Costa, diretor do Centro MAGIS Fortaleza.
No contexto da juventude brasileira,
Ir. Bira acredita que as principais frontei-
ras hoje so a intolerncia ao diferente e
o individualismo. Cada vez mais cresce
a necessidade de encontrar Deus isola-
damente, longe do prximo, atravs de
uma relao vertical com a f. Para mim,
a no acolhida de uma espiritualidade
libertadora uma fronteira porque, sem
ela, a juventude se isola e no consegue
vislumbrar a construo coletiva de outro
mundo possvel, diz o jesuta.
Para o Pe. Lus Renato Carvalho de
Oliveira, assessor do SIES e orientador
de Exerccios Espirituais (EE), a huma-
nidade est vivendo um tempo de mui-
tas buscas de sentido para a vida. Segun-
do ele, h uma carncia muito grande
de propostas mais srias nesse campo
da espiritualidade. Nesse sentido, os EE
contribuem para o fortalecimento da f.
As pessoas conhecem a espiritualidade
inaciana. A minha experincia muito
forte, pois tenho estado disponvel para
atender a muitos pedidos em vrias
partes do Brasil, no s na regio norte.
So tantos os pedidos, que no consigo
atender todos e vivo indicando outros
jesutas para orientar os retiros. Temos
a uma grande misso, que est muito
presente em nosso plano apostlico: a
redescoberta e o aprofundamento da
experincia transformadora da f por
meio da partilha da espiritualidade ina-
ciana, acredita Pe. Lus Renato.
As fronteiras na regio amaznica
perpassam diferentes cenrios: ecolgi-
cos, de comunidades indgenas e ribeiri-
nhas, de cuidado com a casa comum, da
cultura e da cincia nos ambientes uni-
versitrios. Nesse contexto, a dimenso
missionria faz parte de nossa misso, de
nossa vida como jesutas, compreende-
mos a misso num horizonte imenso de
possibilidades, explica o jesuta.
Reler, constantemente, a tradio e
os seus apelos de mudana importante
para o trabalho missionrio da Compa-
nhia de Jesus. Diante de tantos cenrios
novos, precisamos redescobrir a univer-
salidade da misso atravs de redes de co-
laborao entre as diversas frentes apos-
tlicas, afirma Pe. Jos Maria de Andrade
Couto, diretor do Centro Santa F.
Na Educao, articular os conheci-
mentos das cincias, os aspectos tcni-
cos, humanos, sociais, espirituais e afe-
tivos so fronteiras latentes, segundo Pe.
Carlos Alberto Jahn, diretor do Colgio
Medianeira. A proposta educativa para
os colgios jesutas visa formao in-
tegral. O intuito ajudar para um mundo
mais justo, solidrio e inclusivo, de mais
vida e preocupado com o futuro da Terra.
Noto que a tradio educativa jesutica
vem sendo revitalizada, luz da misso
da Companhia de Jesus.
Estar disposto a assumir novas mis-
ses, a ajudar o prximo e a servir as
pessoas so sentimentos importantes
nos dias atuais. O Papa Francisco, em
suas recentes viagens internacionais,
tem nos mostrado que o esprito mis-
sionrio continua mais forte do que
nunca na Igreja Catlica. Suas palavras,
em cada discurso, em cada pas visita-
do, no tm fronteiras, pois alcanam
o corao de todos que as escutam.
Francisco chega ao corao das pessoas,
porque ele se abre ao encontro do ou-
tro, assim como os primeiros jesutas
fizeram ao se dispersarem pelo mundo.
Somos missionrios quando samos
de ns e abrimo-nos ao encontro do ou-
tro e, junto a ele, construmos algo novo
e transformador, conclui Ir. Bira.
UM DOS MAIORES DESAFIOS DA EDUCAO GERAR ESPAOS ACOLHEDORES E ESTIMULANTES PARA FAZER DA ESCOLA UM AMBIENTE DE APRENDIZAGEM
Pe. Carlos Alberto Jahn
18 19Em Em
A COMPANHIA DE JESUS NO MUNDO CRIA GERAL
36 Congregao Geral
Com a primeira reunio do Coetus Praevius (Comis-so Preparatria) em Roma (Itlia), de 31 de agosto at 12 de
setembro de 2015, iniciaram-se
plenamente os preparativos para
a Congregao Geral (CG 36). A co-
misso est constituda por dois
representantes de cada uma das
seis Conferncias: da frica e Ma-
dagascar, Amrica Latina, Canad
e Estados Unidos, Europa, sia Sul
e sia Pacfico. Tanto o Pe. Geral,
Adolfo Nicols, como o Pe. Dou-
glass Marcouiller, da Cria Geral de
Roma, integram o Coetus Praevius.
Alm do Padre Geral, Adolfo Nicols, estiveram presentes reunio os padres: Douglas Marcouiller (UCS, Consejero General), Moderador del CP Paul Br (AOC, Profesor en el Instituto de Teologa de la Compaa en Abidjan); Jorge Cela (ANT, Presidente de CPAL); John Dardis (HIB, Presidente de CEP); Stefan Dartmann (GER, Rector del Colegio Germanico e Ungarico de Roma); David Fernndez (MEX, Rector de la Universidad Iberoamericana de Mxico); Thomas Greene (UCS, Rector de la casa de estudio Bellarmino de St. Louis); Timothy Kesicki (CDT, Presidente de JCU); Michael Lewis (SAF, Presidente de JESAM); Antonio Moreno (PHI, Provincial); George Pattery (CCU, Presidente de JCSA); Francis Xavier Perinayagam (MDU, Director de la Escuela de Ingeniera Loyola de Chennai) e Mark Raper (ASL, Presidente de JCAP).
18 19Em Em
NOMEAES
Solidariedade em favor da paz
Concurso de curtas sobre justia social
A colaborao no Apostolado Social est crescendo rapida-mente entre as Provncias de Jesutas da Coreia e do Japo. As duas
Provncias celebraram um encontro
que coincidiu com a Conferncia de
Paz de Gangjeong, de 7 a 9 de setem-
bro de 2015, realizada no novo Centro
pela Paz, St. Francis, da Diocese de
Jeju (Coreia do Sul).
Localizada na ilha Jeju, Gangjeong
foi designada para a Conferncia pelo
movimento da paz opondo-se cons-
truo de uma base naval coreana na
regio. A ilha vulcnica e os tneis de
lava de Jeju foram declarados patri-
mnio da humanidade pela UNESCO
(Organizao das Naes Unidas para
America Media e Ignatian Soli-darity Network lanaram novo concurso de curtas sobre jus-tia social, chamado Voces desde los
Mrgenes 15 (Vozes desde as Margens
15), dirigido a estudantes universit-
O PAPA FRANCISCO NOMEOU:
O Pe. David E. Nazar (CDA) como reitor do Instituto Pontifcio Oriental. Nas-cido em 1952, ele ingressou na Com-
panhia de Jesus em 1973 e foi orde-
nado presbtero em 1983. Trabalhou
pastoralmente com a populao ind-
gena de Ontrio no Canad. Tambm
foi educador no Regis College em
Toronto (Canad), bem como Provin-
cial da Companhia do Canad ingls
(1996-2002). Posteriormente, foi Su-
perior dos jesutas na Ucrnia.
O Pe. Paolo Bizzeti (ITA) como
bispo e vigrio apostlico de Anatlia
a Educao, a Cincia e a Cultura).
Os 16 jesutas, vindos do Japo,
participaram da Conferncia de Paz
e do encontro do Apostolado Social,
que reuniu a maioria dos jesutas da
Provncia da Coreia que trabalham
nesse campo. Tambm estiveram
presentes os provinciais do Japo e
da Coreia.
(Turquia). Nasceu em 1947, ingressou
na Companhia de Jesus em 1966 e foi
ordenado presbtero em 1975. Desde
2007, o Pe. Bizzeti foi diretor do Cen-
tro para a formao do laicato em P-
dua. Fundou uma associao italiana
chamada Amigos do Mdio Oriente.
Ser sagrado bispo dia 1 de novem-
bro na Baslica de Santa Justina, em
Pdua (Itlia).
O PE. GERAL, ADOLFO NICOLS,NOMEOU:
O Pe. Tomasz Michal Ortmann
(PMA) como Superior maior da Pro-
vncia da Polnia do Norte e Mazovia
(PMA). Nasceu em 1969, ingressou na
Companhia de Jesus em 1988 e foi or-
denado presbtero em 29 de junho de
2000. Dar incio sua tarefa de Pro-
vincial em 17 de setembro de 2015.
O Pe. Gian Giacomo Rotelli (ITA)
como secretrio pessoal do Pe. Geral.
Nascido em 1939, ingressou na Com-
panhia de Jesus em 1965 e foi ordena-
do presbtero em 1972. At h pouco
era Scio do Provincial da Itlia.
rios. Os filmes premiados sero estre-
ados em um novo festival cinemato-
grfico, que acontecer por ocasio do
Debate pela justia na famlia inacia-
na, em novembro. Os curtas devero
abordar temas como pobreza, imigra-
o, diversidade tnica e de gnero,
direitos humanos, meio ambiente e
ecologia. Sero pontuados de acordo
com os seguintes critrios: a perten-
a da temtica, o mrito artstico e de
produo e a criatividade.
20 21Em Em
A COMPANHIA DE JESUS NA AMRICA LATINA CPAL
A espiritualidade de Incio de Loyola tem, como experincia fundante, a vivncia trinitria. E, assim, reflete-se na contemplao da
Encarnao nos Exerccios Espirituais.
a experincia de um Deus comunidade,
cuja dinmica dar-se na comunicao
nascida do amor. a experincia de Deus
que culmina nos Exerccios com a Con-
templao para Alcanar Amor. Um Deus
que sempre cria, dando o ser e dando-se
a si mesmo criatura. O Deus que se faz
Palavra de carne. Portanto, a orao fun-
damentalmente escuta. Como diria Karl
Rahner, nossa condio sermos ouvin-
tes da Palavra. Logo, a espiritualidade que
nasce dos Exerccios implica estar aten-
tos voz de Deus, escuta de Sua Palavra,
que se comunica conosco em nossa vida
exterior (a histria) e interior. a atitude
de discernimento pessoal e comunit-
rio. Por isso a importncia que Incio d
ao exame como momento de escuta da
passagem de Deus por nossa vida. Uma
comunicao que comea pela escuta
da Palavra de Deus antes de pronunciar
a nossa. Dessa forma, aconselhvel que
aquele que d os Exerccios no fale de-
masiado, para no criar rudo na voz do
Senhor, que se comunica.
Da a importncia que Incio dava
comunicao para a vida do corpo
da Companhia. A nfase que In-
cio pe na conta de conscincia, na
escuta dos consultores, no dilogo
espiritual, na busca comunitria da
vontade de Deus, que tem sua expe-
rincia fundante na deliberao dos
Primeiros Padres e que desemboca
ESCUTA DA PALAVRA
Pe. Jorge Cela, SJPresidente da CPAL
na fundao da Companhia de Jesus.
Isso explica a importncia da comu-
nicao: pessoal, comunitria ou por
carta nos comeos da Companhia.
As novas tecnologias puseram em
nossas mos instrumentos que nos
ajudam comunicao, que nos abrem
novas possibilidades, inusitadas nos
tempos de Incio. No apenas expan-
dem a velocidade e quantidade da in-
formao e facilitam a participao,
seno transformam as capacidades de
escuta e de comunicao.
A velocidade e alcance da comuni-
cao virtual permite-nos melhorar a
quantidade de informao e a rapidez
para obt-la, fazendo possvel tomar
decises muito mais complexas, mas
tentando-nos de superficialidade e pro-
visoriedade que podem produzir a su-
perabundncia de insumos pouco pro-
cessados. As novas oportunidades de
contemplao e aplicao de sentidos,
com tecnologias cada vez mais senso-
riais, tm que afinar o discernimento
pelos perigos que a comunicao vir-
tual abre ao ocultamento, mentira e
falta de compromisso.
Este mundo pluriconcentrado,
atravs de mltiplas redes, pode le-
var-nos lgica do zapping, da falta
de concentrao, disperso, a nos
distrair de nosso princpio e funda-
mento. Mas, se os fios que nos conec-
tam esto carregados de uma identi-
dade plena de sentido partilhado que
nos facilite uma linguagem comum
LOGO, A ESPIRITUALIDADE QUE NASCE DOS EXERCCIOS IMPLICA ESTAR ATENTOS VOZ DE DEUS, ESCUTA DE SUA PALAVRA, QUE SE COMUNICA CONOSCO EM NOSSA VIDA EXTERIOR (A HISTRIA) E INTERIOR
de transparncia e diafaneidade e de
uma misso comum que nos com-
promete e nos une em um projeto de
vida comum, a comunicao conver-
te-se em um estilo de ser e de fazer
fundamental para nossa vocao. Ela
arma o corpo apostlico, ampliado a
todos os colaboradores da misso de
Cristo, e faz-se necessria para a vida
espiritual e apostlica.
Por isso, o governo da Companhia,
a vida espiritual de quantos partilha-
mos a maneira inaciana de viver o
Evangelho, a vida comunitria - cons-
titutiva de nossa misso - e a projeo
apostlica requerem ser repensadas a
partir das novas possibilidades e esti-
los que as tecnologias da comunicao
nos abrem.
Na reunio do Setor Comunicao,
realizada em Santo Domingo, propu-
semo-nos a pensar em como melhorar
a comunicao interna: as formas de
acompanhamento, de discernimento
pessoal e comunitrio de nossa identi-
dade e misso em um mundo em mu-
tao, intercultural e inter-religioso; a
necessidade do dilogo - comunicao
de via dupla, especializada na escuta
- que nos permita aprender a escutar
a Deus juntos, para poder falar dEle
com a mesma linguagem pentecostal,
com a qual possamos entender-nos
sem perder a riqueza da diversidade
e mostrar-nos como um corpo para a
misso comum ao servio da f e da
promoo da justia.
20 21Em Em
PAMSJ E UNICAP INICIAM DILOGO
AULA VIVA EM S. PAULO DE OLIVENA
SEMINRIO DA REDE DE ENFRENTAMENTO AO TRFICO DE PESSOAS
Com a inteno de avanar no campo da sensibilizao e da investigao sobre a Amaznia, os padres Alfre-do Ferro, coordenador do Projeto Pan-amaznico da CPAL (Conferncia dos Provinciais Jesutas da Amrica Lati-
na), e Pedro Rubens, reitor da UNICAP (Universidade Catlica
de Pernambuco), iniciaram um dilogo com foco na impor-
tncia estratgica do territrio amaznico para o planeta, para
o continente e, em particular, para o Brasil, uma das priorida-
des da Provncia BRA.
O Pe. Valrio Sartor, colaborador do Projeto Pan-amaz-nico da CPAL, participou do Seminrio de Formao e Capacitao para o Enfrentamento ao Trfico de Pessoas na Trplice Fronteira: Colmbia, Peru e Brasil. Reali-
zado em Tabatinga, em 1 de agosto, o encontro contou com
a assessoria da Ir. Roselei Bertoldo e da Ir. Eurides Oliveira,
da equipe da Rede Um Grito pela Vida. Tambm participou o
Bispo da Diocese do Alto Solimes, dom Adolfo Zon Pereira,
Entre os dias 22 e 27 de agosto, realizou-se mais uma Aula Viva, promovida pela FUCAI (Fundacin Caminos de Identidad). Desta vez, a iniciativa envolveu as comuni-dades indgenas Cokamas, Ticunas e Cambebas, localizadas no
municpio de So Paulo de Olivena (AM). Participaram tambm
as comunidades indgenas de Vendaval, Benjamin Constant,
Alto do Rio Itacui (Indgenas Canamari), da Colmbia e do Peru.
O Pe. Valrio Sartor, do Projeto Pan-amaznico da CPAL, fi-
cou responsvel pela organizao do evento, que contou com
cerca de 90 participantes.
Fonte: Pan-Amaznia SJ Carta Mensal n 18 Agosto 2015.Acesse o link (http://bit.ly/1FaljGV) do Portal Jesutas Brasil e
faa o download da edio completa da Pan-Amaznia SJ Carta Mensal
que, na abertura do encontro, enfatizou a necessidade de or-
ganizao a fim de fazer frente rede dos criminosos, muito
ordenada e alastrada por todos os lugares.
O Seminrio teve como objetivo fortalecer a Rede de En-
frentamento ao Trfico de Pessoas nas fronteiras, por meio da
formao, capacitao e sensibilizao de seus integrantes e de
outras entidades, visando ao mais integrada. Participaram
cerca de 70 pessoas das diferentes comunidades fronteirias.
22 23Em Em
COMPANHIA DE JESUS GOVERNO
Companhia de Jesus promove3 Assembleia das Mantenedoras
O encontro, em ritmo e cli-ma de sinergia, foi funda-mental para a construo administrativa da BRA e para maior
convergncia de foras na misso da
Companhia de Jesus, afirmou padre
Geraldo Kolling, Administrador Pro-
vincial, sobre a 3 Assembleia das
O Frum de Gesto Apostlica tem incentivado as obras a dissemi-narem, entre seus colaboradores, o Plano Apostlico da Provncia dos Jesu-
tas do Brasil. Foi com esse objetivo que os
Plano Apostlico estudado por comunicadores de BH e Santa Luzia
comunicadores de instituies localiza-
das em Belo Horizonte e Santa Luzia, em
Minas Gerais, reuniram-se, em meados de
agosto, para estudar no s o Plano Apos-
tlico, mas tambm o Estatuto da Compa-
nhia de Jesus no pas.
O encontro a primeira iniciativa do
Grupo de Trabalho que, desde o ms de
maio, vem empenhando-se de forma in-
tegrada em aes que possam, por meio
da troca de experincias e transferncia
de conhecimento, fortalecer e dar maior
visibilidade misso da Companhia de
Jesus em mbito local.
O estudo foi orientado pelo padre
Edison de Lima, superior do Teologado,
e reuniu, alm dos responsveis diretos
pela Comunicao, outros colaboradores
de diversas reas das unidades jesutas
nas duas cidades.
De acordo com a gerente de Comuni-
cao do Colgio Loyola, Dayse Lacerda,
a disseminao e o entendimento dessas
informaes ajudam o comunicador a re-
alizar melhor o seu trabalho, alinhando
seu projeto de vida pessoal e profissional
misso da Companhia de Jesus.
Participam do GT representantes do
Centro Loyola, Centro Zanmi, Colgio
Loyola, Creche Caiaras, FAJE (Faculdade
Jesuta de Filosofia e Teologia), Funda-
o F e Alegria e Parquias Santssima
Trindade e So Francisco Xavier.
Mantenedoras, realizada entre os
dias 20 e 21 de agosto, no Rio de Ja-
neiro (RJ).
Participaram do encontro o Pro-
vincial do Brasil, padre Joo Renato
Eidt, os sete Superiores de Plataforma,
os membros das diretorias das mante-
nedoras, os colaboradores dos Centros
Administrativos de Salvador (BA), So
Paulo (SP) e Porto Alegre (RS), e demais
lideranas. Essa foi a 3 Assembleia
das Mantenedoras realizada, mas a
primeira desde a criao da Provncia
do Brasil-BRA. A 4 est prevista para
os dias 25 e 26 de agosto de 2016, em
Itaici (Indaiatuba/SP).
Iniciativa busca fortalecer a misso da Companhia de Jesus localmente
22 23Em Em
COMPANHIA DE JESUS SERVIO DA F
Bblia, a Palavra de Deus
Em setembro, a Igreja Catlica no Brasil comemora o Ms da Bblia, iniciativa que nasceu entre biblis-tas da Arquidiocese de Belo Horizonte
(MG) e tomou propores nacionais. Se-
gundo o padre Jaldemir Vitrio, professor
de Teologia Bblica na Faculdade Jesuta
de Filosofia e Teologia (FAJE), localizada
na capital mineira, a celebrao um
tempo oportuno para a leitura dos textos
sagrados em comunidade, procurando-se
relacionar f e vida e perguntar-se o que
a Palavra de Deus, ou seja, Deus mesmo,
nos pede nesse momento complicado da
humanidade.
O jesuta ressalta ainda que a B-
blia, sendo Palavra de Deus, deve ser
entendida como sabedoria de vida
ensinada por Deus humanidade,
por meio de Israel, como caminho de
salvao. Infelizmente, princpios
importantssimos da sabedoria bbli-
ca tm sido transgredidos de manei-
ra cruel. Destaco o respeito pela vida
do ser humano, criado imagem e
semelhana de Deus. Ao se esquecer
dessa sabedoria fundamental para
as relaes interpessoais, a vida
banalizada e os homicdios e outras
formas de eliminao da vida huma-
na se multiplicam incontrolados,
acrescenta padre Jaldemir Vitrio. A
civilizao est sendo desconstru-
da por se caminhar na contramo de
Deus. Assim, se a tica bblica fosse
mais valorizada, sem dvida, nossa
humanidade seria muito distinta.
diante desse contexto atual que
o Apostolado Intelectual cristo, seja
qual for sua rea de atuao, assume
relevncia ainda maior quando tem a
Palavra de Deus como pano de fundo.
No Apostolado Teolgico, a Palavra de
Deus est na raiz da reflexo. Porm,
qualquer forma de Apostolado Intelec-
tual cristo dever estar permeado e
ser guiado pelo ethos subjacente Pa-
lavra de Deus. Isso lhe d transcendn-
cia e possibilita ter alguma relevncia
para a sociedade e a Igreja, comenta o
jesuta. Se o pano de fundo do pensa-
mento for o humanismo, j ser louv-
vel. Porm, se se der um passo a mais,
iluminando-o com a Palavra de Deus,
sem dvida, a cincia ganhar em qua-
lidade e relevncia.
A CIVILIZAO EST SENDO DESCONSTRUDA POR SE CAMINHAR NA CONTRAMO DE DEUS. ASSIM, SE A TICA BBLICA FOSSE MAIS VALORIZADA, SEM DVIDA, NOSSA HUMANIDADE SERIA MUITO DISTINTAPe. Jaldemir Vitrio
24 25Em Em
COMPANHIA DE JESUS PROMOO DA JUSTIA E ECOLOGIA
Centro Santa F celebra 18 anos
No ms de julho, o Centro Santa F festejou junto a colaborado-res, padres jesutas, ex-educan-dos, parceiros e amigos, seus 18 anos de
atuao na regio de Perus e Anhangue-
ra, bairros da periferia de So Paulo.
Durante jantar comemorativo, em
Nova direo nacionalda Fundao F e Alegria
O padre Pedro Pereira da Silva assu-miu a direo nacional da Fun-dao F e Alegria do Brasil. A cerimnia de posse foi realizada no dia 13
de agosto, na Sede Nacional da instituio,
em So Paulo, e contou com a presena
do Provincial do Brasil, padre Joo Renato
Eidt, e do padre lvaro Negromonte, que
esteve frente da instituio desde 2012.
Sobre a importncia do trabalho
de F e Alegria Brasil, padre Pedro res-
saltou que a instituio faz o que mui-
tas escolas formais pblicas no con-
seguem fazer. A fundao promove
acompanhamento personalizado, pre-
ocupa-se com a formao para o exer-
ccio da cidadania, prepara para a vida.
F e Alegria, por meio de sua ao edu-
cativa, que une a Pedagogia Inaciana
Educao Popular, levanta os pequenos
e inflama em seus coraes um ardor
maior pela vida, afirmou.
Padre lvaro tambm elogia o traba-
lho realizado por F e Alegria, que, hoje,
se faz presente em 14 estados brasilei-
ros. Em F e Alegria, ns acreditamos
em processos democrticos e foi uma
grande alegria viver essa busca por uma
31 de julho, Maria Madalena Alves, co-
ordenadora do projeto social, relem-
brou os principais momentos desses
longos anos de trajetria.
At 2011, o Centro Santa F tinha
como foco a preparao de jovens para
a vida universitria. Foi a partir de 2012
que o trabalho ganhou nova roupagem.
Atualmente, so atendidas, em progra-
mas socioeducativos, aproximadamente
470 pessoas, entre adolescentes, suas fa-
mlias e comunidade. Nesta nova fase,
alm de realizar aes voltadas juventu-
de, nos preocupamos em desenvolver ati-
vidades junto a educadores e instituies
da regio, explica a coordenadora.
Somente em 2014, passaram pelo
Centro Santa F profissionais de 17 equi-
pamentos socioassistenciais diferentes,
que participaram do Encontro de Prticas
Socioculturais com Crianas e Adoles-
centes organizado em parceria com o
Ncleo Corao Materno.
A festa contou ainda com uma missa
em homenagem ao Dia de Santo Incio
de Loyola, fundador da Companhia de Je-
sus. Um dos momentos mais marcantes
da noite, foi a celebrao, realizada pelos
padres Carlos Fritzen, ex-diretor da Obra
Centro Pastoral Santa F, e Jos Maria
Couto, atual diretor da instituio.
Na ocasio, padre Carlos ressaltou a
importncia de festejar os 18 anos de his-
tria do Centro Santa F na mesma data
em que Santo Incio celebrado. Nes-
ta noite, damos graas por tudo que foi
construdo at aqui. Se hoje comemora-
mos essas tantas conquistas, somente
porque, no passado, Incio de Loyola ini-
ciou sua peregrinao.
De 1997 at 2015, mais de 15 mil ado-
lescentes e jovens passaram pelo projeto
social e, a partir dessa experincia, trans-
formaram suas trajetrias. Hoje foi
aquele momento de perceber o quanto
nosso trabalho fez diferena na vida de
cada um. timo reencontrar nossos ex-
-educandos formados, construindo suas
carreiras e constituindo suas prprias
famlias, compartilha Maria Madalena.
gesto democrtica, por espaos demo-
crticos e participativos, comentou.
Finalizando, padre lvaro desejou
a padre Pedro muita alegria. Que real-
mente possa alimentar esse povo, cui-
dar dessas pessoas e, ao mesmo tem-
po, fazer com que os companheiros
jesutas e leigos, que trabalham em
nossas diversas obras, possam olhar
F e Alegria como uma obra da Com-
panhia de Jesus no Brasil que, vincu-
lada a outras unidades de F e Alegria
no mundo, formam uma Federao,
finalizou o ex-diretor.
24 25Em Em
COMPANHIA DE JESUS DILOGO CULTURAL E RELIGIOSO
Obra sobre a histria dos jesutas no RJ lanada
O Pateo do Collegio, em parceria com a Edies Loyola, lanou o livro Jesutas: uma pequena his-tria ilustrada, no dia 27 de setembro. A
obra narra, atravs de aquarelas de Luiz
Boschi Grecco e do texto do padre jesu-
ta Gerardo Cabada Castro, a histria da
Companhia de Jesus, desde a converso
de Santo Incio de Loyola at a eleio
No dia 21 de agosto, o livro Os Je-sutas e o Rio de Janeiro, do au-tor Cesar Augusto Tovar da Sil-va, foi lanado no Colgio Anchieta, em
Nova Friburgo (RJ). A obra, resultado de
uma parceria entre a Editora PUC-Rio e
o Colgio Santo Incio, visita a memria
do interior do estado ao estudar as fa-
Livro ilustrado sobre a Companhia de Jesus
zendas que abasteciam o Colgio dos Je-
sutas, instalado no Monte Castelo, nos
primrdios da cidade do Rio de Janeiro.
A imagem ilustrativa da capa do
livro uma cena do Brasil Colnia, a
mesma retratada no pano de boca do
Teatro do Colgio Anchieta - relquia
do incio do sculo passado. A pintura
reproduz o encontro de Jos de Anchie-
ta com Mem de S e seu filho, Estcio
de S, no Rio. O autor do livro, Cesar
Augusto Tovar da Silva, pesquisador e
professor de Histria, do Colgio Santo
Incio, foi contratado pela Companhia
de Jesus para desenvolver o trabalho
como parte das comemoraes dos 450
anos da cidade do Rio de Janeiro.
A renda, obtida com a noite de aut-
grafos, foi revertida para a Casa dos Po-
bres So Vicente de Paula, instituio que
acolhe idosos e deficientes carentes de
Nova Friburgo e regio Serrana do Rio.
Obra foi lanada no Pateo do Collegio
do Papa Francisco.
A Companhia de Jesus teve, desde seu
incio, preocupao especial com a edu-
cao e a formao das crianas, porque
a partir delas que podemos construir um
mundo mais justo e mais humano.
Pensando nesse pblico, o Pateo do
Collegio, por ocasio das comemora-
es do Bicentenrio da Restaurao da
Companhia de Jesus (2014), idealizou
uma publicao que trouxesse, em lin-
guagem leve e acessvel, a histria da
Companhia de Jesus.
O lanamento foi realizado no Pateo
do Collegio, em So Paulo, e a data no foi
escolhida por acaso. No dia 27, a Compa-
nhia de Jesus celebrou seu 475 anivers-
rio de fundao.
26 27Em Em
COMPANHIA DE JESUS EDUCAO
Plano Educativo Comum entra em nova fase
Nos dias 27 e 28 de agosto, acon-teceu uma reunio entre os GTs (Grupos de Trabalho) 1 e 2 do PEC (Plano Educativo Comum),
no Rio de Janeiro (RJ). No encontro,
iniciou-se o processo de redao do do-
cumento e, no final de outubro, o GT 2
apresentar uma verso que passar por
processos de melhoria.
O Delegado para a Educao Bsi-
ca, padre Mrio Sndermann, afirma
que o PEC uma oportunidade para a
Companhia de Jesus no Brasil. Ser um
documento que inspirar e direcionar
o Apostolado Educacional e o processo
de construo, que j vem envolven-
do diversos profissionais, de todas as
unidades educativas da Rede Jesuta de
Educao no pas, afirma.
A professora e diretora geral do Col-
Na foto (esq. p/ dir.), Pe. Mrio Sndermann, Alexandra Gazzinelli (Col. Loyola), Paulo Henrique Cavalcanti (Col. Loyola), Snia Magalhes (Col. So Lus), Margareth Santos (Col. Diocesano), Juliano Oliveira (Col. Loyola), Joo Ramiro (Col. Antnio Vieira), Sergio Silveira (Col. Antnio Vieira), Louisa Schrter (Col. Catarinense) e Pe. Carlos Jahn (Col. Medianeira). Sentados: Ana Loureiro (Col. Santo Incio-RJ) e Pe. Srgio Mariucci (Col. dos Jesutas)
gio So Lus, Snia Magalhes, conduziu
os dois dias de trabalho. Trabalhamos
imersos nos resultados dos seminrios
realizados no primeiro semestre e nas re-
flexes realizadas no SIPEI 2014 (Semin-
rio de Pedagogia e Espiritualidade Inacia-
nas) e, finalmente, no modelo norteador
do SGQE (Sistema de Gesto de Qualidade
Educativa) da FLACSI (Federao Latino-
-americana de Colgios da Companhia de
Jesus), disse Snia.
A previso que a redao do PEC
seja concluda ao longo do primeiro
semestre de 2016, com a participao
de professores de vrias unidades da
Rede Jesuta de Educao. O primeiro
passo dessa nova etapa a sistemati-
zao de um texto mrtir sobre o qual
haver leituras crticas e aportes. O
documento final nortear os proces-
sos pedaggicos, administrativos e de
pastoral dos colgios jesutas do Brasil
nos prximos anos.
Segundo padre Mrio, percep-
tvel a oportunidade de crescimento
humano e profissional que esta nova
forma de compreender e nos organi-
zar na educao bsica vem trazendo.
Foi consolador perceber educadores de
todo o Brasil, de Porto Alegre (RS) a Te-
resina (PI), unidos, problematizando
os desafios da Educao Bsica no pas
e analisando possibilidades de sadas
criativas e atuais, no intuito de ofere-
cer aos nossos alunos uma educao
de excelncia, nos moldes da Compa-
nhia de Jesus, conclui padre Mrio.
V ENCONTRO DE DIRETORES DA FLACSI
Representantes de colgios da Rede
Jesuta de Educao do Brasil partici-
param do V Encontro de Diretores de
Colgios da FLACSI (Federao Latino-
-americana de Colgios da Companhia
de Jesus), em Bogot, na Colmbia, en-
tre os dias 8 e 11 de setembro. O objetivo
do evento, realizado no Colegio Mayor
de San Bartolom, um dos mais tradi-
cionais e importantes da capital colom-
biana, fundado em 1604, foi refletir so-
bre as experincias que vo ao encontro
das Competncias Diretivas Inacianas
no Servio do Apostolado Educacional.
Os participantes do encontro busca-
ram, atravs da congregao de ideias,
construir uma agenda de trabalho volta-
da para novos enfoques, que respondam
a desafios nos campos institucionais
e de aprendizagem. O diretor geral do
Colgio Medianeira, padre Carlos Jahn,
destaca que a ideia de rede de colgios
na Amrica Latina vem ganhando for-
ma. Conceitos como Aprendizagem
Integral, Educao Integral ou liderana
inaciana, se apresentam como nortes
para as atualizaes de projetos poltico-
-pedaggicos e dos planejamentos estra-
tgicos dos colgios jesutas. Vejo nes-
ta dinmica um momento de grandes
oportunidades, afirmou padre Jahn.
26 27Em Em
Duzentos alunos do Ensino M-dio diurno e noturno do Col-gio dos Jesutas participaram do encontro NUJe (Naes Unidas dos
Jesutas), projeto de simulao da ONU
(Organizao das Naes Unidas), entre
os dias 13 e 15 de agosto. O evento pro-
move, entre os estudantes, o debate so-
bre questes internacionais. O objetivo
principal da NUJe buscar o consenso
sobre questes internacionais e compre-
ender como esses temas afetam a vida de
cada um, percebendo que o trabalho da
ONU est bem mais prximo de nosso
cotidiano do que imaginamos, aponta
Henrique Lovisi Ennes, aluno da 3 srie
do Ensino Mdio diurno.
Nesta edio, 57 delegados, repre-
sentando pases e organizaes no-
-governamentais dos cinco continen-
tes, participaram de trs espaos de
debate: o Conselho de Segurana, que
tratou do Estado Islmico e do Extre-
mismo no Oriente; o Conselho de Di-
reitos Humanos, que tratou dos Obje-
tivos do Milnio; e a Assembleia Geral,
Em evento, alunos debatem questes internacionais
COLGIO ANCHIETA REALIZA A PRIMEI-RA ONU COLEGIAL
O Colgio Anchieta de Nova Fri-
burgo (RJ) realizou a primeira edi-
o do SiNUCA (Simulao das Na-
es Unidas), entre os dias 20 e 21 de
agosto. No evento, os alunos atuaram
como diplomatas e posicionaram-se
sobre temas de destaque no cenrio
internacional.
Em 2015, os temas escolhidos
para os debates foram: o Tribunal
de Nuremberg, o Narcotrfico na
Amrica Latina, a Guerra na Sria e
a Questo do Ebola. A atividade pos-
sibilita aos participantes maior en-
tendimento do funcionamento das
Naes Unidas e a compreenso do
dilogo como ferramenta imprescin-
dvel para a busca da paz. Em geral,
so assuntos que geram bastante di-
vergncia entre as naes, trazendo
tona graves problemas humanitrios.
Esse encontro contribui para o de-
senvolvimento de uma experincia
nica para os alunos, explica Daniel
Campos, professor e coordenador do
Colgio Anchieta.
Alm de diplomatas, alguns alu-
nos tambm assumem a funo de
jornalistas e produzem matrias so-
bre os debates realizados. Ao todo,
cerca de 120 alunos so envolvidos.
O evento resultado de uma prepa-
rao que teve incio em setembro
de 2014 e foi acompanhada de um
estudo realizado pelos alunos acerca
dos cenrios polticos, econmicos e
sociais dos pases. No ano passado,
alunos do Anchieta participaram da
dcima edio da ONU Colegial no
Colgio Santo Incio, no Rio de Ja-
neiro (RJ).
que tratou da Corrida ao rtico.
Alm da delegao, estudantes de-
senvolveram trabalhos no Comit de
Comunicao - responsvel pela co-
bertura jornalstica das atividades; no
Comit de Cultura - responsvel por
ampliar o conhecimento dos partici-
pantes em relao cultura de outros
pases; e no Staff - responsvel por
toda a logstica do projeto.
Um dos diferenciais do projeto o
fato de as atividades serem planejadas
e organizadas diretamente pelos es-
tudantes, que contam com o apoio da
direo e dos educadores da escola para
os encaminhamentos necessrios. A
organizao da NUJe envolve muitos
aspectos e o compromisso com a ati-
vidade ajuda a nos informarmos sobre
atualidades e a criarmos senso crtico,
aumentando nossa responsabilidade
e nosso entendimento sobre culturas
diferentes e leis internacionais, por
exemplo, destaca Ana de Castro Con-
tinentino, aluna da 3 srie do Ensino
Mdio diurno.
28 29Em Em
COMPANHIA DE JESUS EDUCAO
Colgio Antnio Vieira escolhe embaixador da Campanha Inacianos pelo Haiti
Equipe da FEI ganha destaque em Frum Mundial
A equipe do Centro Universitrio da FEI foi um dos destaques da 4 edio do Frum PACE (Parceiros pelo Avano da Educao
da Engenharia de forma Colaborativa),
programa mundial liderado pela GM
(General Motors), realizado pela pri-
meira vez no Brasil, entre os dias 26 e 30
de julho. O evento reuniu 235 estudan-
tes de 50 instituies e de 12 pases.
Os alunos dos cursos de Engenharia
Civil, Mecnicae de Produo, traba-
lharam em parceria com estudantes da
ITESM (Universidade Iberoamericana,
de Toluca/Mxico, da Universidade de
Porto Rico e do College for Creative Stu-
dies (EUA). Junto, eles desenvolveram
a construo do projeto REVO, veculo
para o transporte de at trs pessoas
mais bagageiro. O REVO foi vice-cam-
O Colgio Antnio Vieira tem buscado caminhos para en-volver cada vez mais toda a comunidade educativa na Campanha
Inacianos pelo Haiti. Alm das mo-
bilizaes de arrecadao realizadas
ao longo do ano, uma iniciativa ino-
vadora foi a escolha de um embaixa-
dor, que contou com a participao
dos integrantes do Grmio Estudan-
til. Eles selecionaram o tesoureiro e
aluno da 2 srie do Ensino Mdio,
Lucas Gil, para ser o agente de mo-
bilizao para as aes que visam
peo na categoria Engenharia, terceiro
colocado na categoria Manufatura e
premiado com o exclusivo PLM Sof-
tware, oferecido pela empresa Siemens
como reconhecimento ao melhor dese-
nho utilizando o software NX.
melhoria da educao das crianas e
jovens haitianos.
Tornar um dos nossos alunos
embaixador vai fazer com que as nos-
sas mobilizaes sejam intensifica-
das e que possamos fazer muito pelo
Haiti, destacou o coordenador do
Servio de Orientao Religiosa e Pas-
toral (Sorpa), prof. Joo Ramiro.
Lucas Gil destacou a necessidade
de colocar a campanha dentro das
iniciativas do Grmio. Vamos trazer
diversas aes relacionadas ao Haiti,
a fim de motivar as doaes, afir-
mou. Ele complementou: Ter sido
eleito embaixador foi muito impor-
tante para mim, pois uma experin-
cia que supera as barreiras do colgio,
da Bahia e do Brasil. Ns reclamamos
muito da realidade que enfrentamos
aqui no nosso pas, mas temos que
ter a noo de que tudo no Haiti
muito mais difcil. Poder passar essa
conscincia para todas as pessoas que
formam a comunidade educativa do
Vieira (pais, alunos e funcionrios)
uma misso muito importante, que
trar timos resultados.
Projeto dos estudantes da instituio ganhou trs prmios na 4 edio do Frum PACE
28 29Em Em
COMPANHIA DE JESUS JUVENTUDE E VOCAES
Jovens participam de Trilha Inaciana no Cear
Entre os dias 7 e 9 de agosto, o Cen-tro Magis Fortaleza (Casa Inacia-na da Juventude/CIJ) realizou a Trilha Inaciana para Jovens, no Mostei-
ro dos Jesutas, em Baturit (CE). A ex-
perincia, que compe a programao
anual da CIJ, visa promover a iniciao
dos jovens em seu processo de discerni-
mento vocacional, despertando-os para
a vivncia cotidiana e encarnada da es-
piritualidade inaciana.
Para Ana Gabriela Barbosa, de Teresi-
na (PI), a trilha promoveu uma experin-
cia de autoconhecimento. Eu pude me
sentir conectada com o outro e com a na-
tureza e, assim, experimentar o ver Deus
em todas as coisas e em todas as coisas
ver Deus, foi uma experincia de reco-
nhecimento de que sou como um gro
de areia em um deserto, mas que fao
parte de algo maior, afirmou a jovem.
A vida de Santo Incio de Loyola, seu
processo de converso e os Exerccios
Espirituais compuseram o foco da for-
mao. O encontro contou com momen-
tos orantes e formativos, trilha ecolgica
e dinmicas de integrao entre os jo-
vens das cidades de Fortaleza, Baturit,
Russas, Vazantes, no Cear, e do munic-
pio de Teresina, no Piau.
A VIDA DE SANTO INCIO DE LOYOLA, SEU PROCESSO DE CONVERSO E OS EXERCCIOS ESPIRITUAIS COMPUSERAM O FOCO DA FORMAO.
30 31Em Em
NA PAZ DO SENHORIR. BENNO KLEINPor Ir. Eudson Ramos
Nasceu na localidade de Picada So Paulo, municpio de So Le-opoldo (RS), no dia 3 de outubro de 1933. Ingressou na Companhia de Jesus
em Pareci Novo (RS), em 24 de fevereiro
de 1954. No final do binio, emitiu os pri-
meiros votos em 4 de maro de 1956.
Sua primeira destinao foi a Porto
Alegre, para trabalhar na Cria Provincial
como cozinheiro e por l ficou dois anos
(1956 e 1957). No ano seguinte, voltou a
Pareci Novo para ser o encarregado dos
trabalhos de encadernao dos livros. De
1959 a 1962, esteve no Colgio Cristo Rei,
em So Leopoldo, trabalhando como en-
cadernador e encarregado da colchoaria.
A Terceira Provao foi feita no ano
de 1963 em Pareci Novo. Professou os l-
timos Votos em 15 de agosto de 1964, no
Colgio Cristo Rei, na cidade de So Leo-
poldo. At o ano de 1971, Ir. Benno esteve
trabalhando na encadernao de livros
no Colgio Cristo Rei. J nos anos de 1972
e 1973, encontramo-lo no Seminrio Trs
Mrtires em Sede Capela na cidade de
Itapiranga (SC), atuando como prefeito
(espcie de tutor) e professor dos semi-
naristas. Pelo fato de desempenhar com
perfeio e esmero a funo de encader-
nador de livros, voltou ao Colgio Cristo
Rei em So Leopoldo nos anos de 1974 a
1978. Nesse mesmo perodo de tempo,
ele fez o curso de Cincias Sociais na
Unisinos. Novamente, foi solicitado ao
Ir. Benno que se tornasse prefeito dos se-
minaristas, desta vez no Seminrio Nossa
Senhora de Ftima, em Nova Trento (SC).
Isso aconteceu no ano de 1979.
Entre os anos de 1980 e 1981, atuou no
Noviciado Paulo Apstolo, em Cascavel
(PR), como ministro e ecnomo, alm de
ajudar na liturgia da Parquia Santo Incio e
nas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs).
Quase no final do ano de 1981, Ir.
Benno voltou, mais uma vez, ao Colgio
Cristo Rei, agora com o nome de Centro
de Espiritualidade Cristo Rei (CECREI),
em So Leopoldo, para ser o encaderna-
dor de livros e ajudar na Parquia So Jos
no Fio. Nessa mesma casa, tambm foi o
encarregado dos servios da cozinha.
Em 1986 e 1987, foi destinado para a
Igreja So Jos, em Porto Alegre, no intui-
to de ser o comprador da casa e encarre-
gado de servios gerais. Entre os anos de
1988 e 1990, ele foi subministro da casa,
encadernador de livros, secretrio e au-
xiliar na administrao do Colgio Santo
Incio em Salvador do Sul. Em seguida,
foi destinado para a Parquia So Pedro,
em So Pedro da Serra (RS), onde traba-
lhou em atividades tanto na casa quanto
na parquia. Esse perodo compreendeu
os anos de 1991 a 1995. Fez o curso de
formao permanente para jesutas da
Amrica Latina (CURFOPAL) em So Le-
opoldo, no ano de 1991.
Entre os anos de 1996 e 2004, Ir. Ben-
no atuou como ministro e secretrio na
casa em Salvador do Sul (RS), alm de
desenvolver atividades pastorais na Pa-
rquia Trs Mrtires das Misses naque-
la mesma cidade. Por um perodo mais
curto, Ir. Benno foi destinado para Porto
Alegre, onde voltou a trabalhar na Cria
Provincial e l realizou vrias atividades,
dentre as quais foi ministro, sacristo e
encarregado dos hspedes.
Em 2005, foi transferido para a Pa-
rquia So Pedro Cansio, em Itapiranga
(SC), onde trabalhou por dois anos. Em
2007, foi destinado ao Instituto So Jos
(Casa de Sade) em So Leopoldo para
prestar servios aos irmos idosos e en-
fermos. Desde ento, sempre desempe-
nhou a funo de sacristo na capela.
Um de seus superiores escreveu cer-
ta vez: Ir. Benno fez um bom curso de
encadernao e recuperao de livros.
um timo encadernador de livros e prin-
cipalmente um bom jesuta. Na verda-
de, ele recebeu trs diplomas no campo
da encadernao (encadernao, dou-
rao e restaurao) e ainda transmitiu
seu ofcio de encadernador a jovens que
estavam em discernimento vocacional
para a Companhia.
Uma das caractersticas principais do
Ir. Benno foi a disponibilidade apostli-
ca. A prova dissoso as vrias mudanas
de misses que lhe foram solicitadas e
ele sempre disse SIM, merecendo desta-
que o seu gosto pelo trabalho pastoral,
especialmente, em lugares mais empo-
brecidos. Estava sempre aberto para fazer
o que fosse para a maior glria de Deus.
Foi exemplo de vida de orao e trabalho.
Um homem bom, alegre, fiel. Gostava de
alegrar o ambiente comunitrio com al-
gumas msicas quando tocava piano.
Ir. Benno faleceu no dia 13 de setem-
bro. Tinha 81 anos de idade e 61 de Com-
panhia de Jesus.
UMA DAS CARACTERSTICAS PRINCIPAIS DO IR. BENNO FOI A DISPONIBILIDADE APOSTLICA.A PROVA DISSO SOAS VRIAS MUDANAS DE MISSES QUE LHE FORAM SOLICITADAS E ELE SEMPRE DISSE SIM
30 31Em Em
JUBILEUS
AGENDA
60 ANOS DE COMPANHIA Em 6 de outubro
Pe. Ilrio Govoni
50 ANOS DE COMPANHIA Em 2 de outubro
Pe. Bernard-Andr Lestienne
Orientador | Pe. Alfredo Sampaio, SJLocal | CARPA (Casa de Retiros Pe. Anchieta) Rio de Janeiro (RJ)Site | www.casaderetiros.org.br
OUTUBRO
Casa Inaciana da Juventude(Centro Magis Fortaleza)Local | Russas (CE)Site | www.casainacianadajuventude.com
Local | Anchietanum So Paulo (SP) Site | www.anchietanum.com.br
Orientador | Pe. Raniri de Arajo Gonalves, SJLocal | Casa de Retiros Itaici /Vila Kostka Indaiatuba (SP) Site | www.itaici.org.br
9 A 12 17
21 A 23
MISSO JOVEM ESCOLA DE LITURGIA PARA JOVENS
A FORMAO ESPIRITUAL - MDULO 1
16 A 18
RETIRO PARA INICIANTES