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19ª Edição | Outubro 2015
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JESUTAS BRASIL
Em edio 19ANO 2OutubrO 2015InformatIvo dosJesutas do BrasIl
SNOdO reNereligiOSOS em rOmA
pg. 11
refugiAdOS SO AcOlhidOS pelA eurOpA
pg. 18
eNcONtrOlAtiNO-AmericANO dA flAcSi
pg. 22
CAMiNHANdo CoM CRiSTo Em 2015, jovEns do mundo intEiro cElEbram o cEntEnrio
do movimEnto Eucarstico jovEm
especial pg. 12
Encontro de jovens durante as celebraes do Centenrio do MEJ, em Roma (Itlia)
4 5Em Em
SuMRio edio 19 | ANO 2 | OutubrO 2015
edItorIal Um caminho do corao!
CalendrIo lItrgICo
entrevIsta PeregrInos em mIsso Pe. Pedro Pereira da Silva, SJ
o mInIstrIo de unIdadena IgreJa santa s Cuba e EUA: uma viagem especial Snodo dos Bispos sobre a Famlia
esPeCIal Olhar e Corao em Jesus
mundo CrIa geral Acolhimento aos refugiados Novo editor das publicaes de Histria da
Companhia de Jesus
Nomeaes
amrICa latIna CPal Chamados misso comum Encontro Latino-americano da FLACSI Encontro dos Bispos Amaznicos da Colmbia Visita apostlica do Bispo peruano na trpi-
ce fronteira
servIo da f Imagem de Nossa Senhora entronizada no
Santurio de Anchieta
Ncleo de Espiritualidade Inaciana promove retiro
6
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O MEJ um movimento internacional de
formao crist para adolescentes e jovens
4 5Em Em
EmJESUTAS BRASIL
Juventude e voCaes Jovens participam de retiro espiritual
Promoo da JustIa e eCologIa Alunos do Medianeira realizam trabalho voluntrio
eduCao FEI uma das vencedoras da SAE BRASIL de Frmula ETE FMC promove projeto esportivo em Minas Gerais Colgio dos Jesutas promove Feira de Cincias
CuIdado do amaznIa Um jeito amaznico de fazer Educao Popular
na Paz do senhor
agenda
24
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30
31
InformatIvo dosJesutas do BrasIl
expedieNte
EM COMPANHIA uma publicao mensal dos
Jesutas do Brasil, produzida pelo Ncleo de Co-
municao Integrada (NCI)
CoNTATo [email protected]
www.jesuitasbrasil.com
diReToR ediToRiAlIr. Eudson Ramos
ediToRA e joRNAliSTA ReSpoNSvelSilvia Lenzi (MTB: 16.021)
RedAoJuliana Dias
diAgRAMAo e edio de iMAgeNSHanderson Silva
ColAboRAdoReS dA 19 edioAndria Pedroso, Esc. Antnio Anderson Ra-
blo Costa, Dhyovaine Nascimento, Pe. Jonas
Elias Caprini, Luza Costa, Pe. Plutarco de Sou-
za Almeida, Pe. Valrio Sartor, Vincius Moraes,
Vincius Soares Pinto e Ana Ziccardi (reviso).
Um agradecimento especial a todos que colabo-
raram com a matria especial dessa edio.
FoToSBanco de imagens / Divulgao
TRAduo dAS NoTCiAS dA CRiAPe. Jos Luis Fuentes Rodriguez
6 7Em Em
Para Santo Incio de Loyola, a finalidade do ser humano louvar, reveren-ciar, servir e amar a Deus, nosso Senhor e, assim, salvar a prpria vida, ou seja, viver a vida como resposta ao que Deus deseja de cada um. Juntamente com essa finalidade original, toda a espiritualidade inaciana quer ajudar a pessoa
a colocar os afetos no lugar para buscar e encontrar a Deus em todas as coisas.
Tudo isso significa viver uma experincia profunda que faa com que a pessoa
seja livre diante de tudo e de todos.
O Apostolado da Orao (AO) nasceu do desejo de alguns jovens seminaris-
tas jesutas de estar de corpo e alma na misso. Na impossibilidade disso, foram
orientados a oferecer diariamente a prpria vida, a examinar o corao quanto
vontade de Deus e, mais tarde, a unir suas preces s intenes do Papa para cada
ms. H 170 anos nascia, portanto, no interior da Igreja, uma proposta nova de
unir-se ao Corao de Jesus, devoo que estava tambm sendo aprovada e ga-
nhando fora na Igreja. Aps alguns anos, o AO deixa de ser uma proposta voltada
aos jovens e passa a contar com mais adultos e idosos em seus grupos.
Ento, como brao jovem do AO, nasce o Movimento Eucarstico Jovem (MEJ),
que busca oferecer a crianas, adolescentes e jovens uma modalidade nova de
pertena Igreja. A base espiritual a mesma. No incio, nasce como Cruzada
Eucarstica e, em 1963, o Papa Joo XXIII muda o nome do movimento. Aos jovens,
oferecida uma proposta de crescimento humano e espiritual que lhes ajude a
viver seu projeto de vida.
So propostas para auxiliar as pessoas a encontrar o Senhor e a servi-lo nas
realidades deste mundo: tanto o AO como o MEJ so movimentos espirituais mis-
sionrios. Trata-se de sermos interiormente disponveis misso de Cristo numa
rede mundial de orao a servio dos desafios da humanidade e da misso da Igre-
ja. Cada vez mais vai-se descobrindo que no basta somente rezar, preciso tam-
bm mudar o corao e colocar a vida a servio.
O AO-MEJ um itinerrio espiritual que a Igreja prope aos cristos para aju-
d-los a serem amigos e apstolos de Jesus Ressuscitado na vida diria, desper-
tando neles a capacidade missionria. Assim, somos conduzidos em um caminho
do corao para uma aliana de amor pessoal com Cristo, simbolizada no seu Co-
rao, fonte de todo o bem.
Dessa forma, quem muda o seu mundo muda o mundo todo. A espirituali-
dade inaciana que alicera a vida dos membros do AO e do MEJ permite pessoa
a identificao com Cristo em sua vida e misso, ao ponto de, nas coisas mais
simples do dia a dia, experimentar-se o que So Paulo viveu em sua experincia:
j no sou eu que vivo, mas Cristo que vive em mim (Gal.2,20).
Boa leitura!
ediToRiAl
uM CAMiNHo do CoRAo!
pe. eliomar Ribeiro de Souza, SJDiretor Nacional do Apostolado da Orao e do Movimento Eucarstico Jovem do Brasil
Quem muda o seu mundo muda o mundo o todo
6 7Em Em
CAleNdRio liTRgiCo
So Francisco de Borja, presbtero
Santos Joo de Brbeuf
Isaac Jogues, presbteros
e companheiros mrtires
Beato Joo Beyzym, presbtero
Beato Diogo Lus de San Vtores,
presbtero, e So Pedro Calungsod,
mrtires
Beato Domingos Collins, mrtir
calendrio litrgicoPrprio da Companhia de Jesus ouTubRo
DIA 3DIA 12
DIA 19
DIA 30
DIA 31
DIA 21
Santo Afonso Rodrguez
8 9Em Em
eNTReviSTA peregriNOS em miSSO
diSCeRNiMeNTo pARA A MiSSo
pe. pedro pereira da Silva , Sj
O Pe. Pedro Pereira da Silva assumiu a
direo nacional da Fundao F e Alegria
do Brasil em agosto passado. Desde ento,
vem trabalhando com muita dedicao e
enfrentado grandes desafios. Em entrevista
especial ao informativo Em Companhia, o
jesuta conta sobre as responsabilidades e
alegrias da nova misso.
logo de imediato, pois conto com uma equipe muito qualifi-
cada tambm. Alm disso, percebi a alegria de muitos com-
panheiros jesutas que tm se preocupado com a misso de
F e Alegria e que tm o desejo de colaborar. Isso me d muita
alegria, muita paz em meu corao.
O senhor assumiu sua nova misso em
agosto. Como est sendo esse trabalho?
Est sendo desafiador, porm com mui-
ta confiana! Desafiador porque chego F
e Alegria em um contexto de reestruturao
da fundao. Isso significa que momento
de pacincia, serenidade, firmeza e convic-
o diante de vozes e rudos contrrios
nossa misso. E confiana porque, em tem-
po de mudana, crise, somos obrigados a
sair do comodismo, da mesmice e isso aju-
da-nos a enxergar novos cenrios de maior
liberdade e criatividade. Ademais, percebe-
mos com maior clareza as fragilidades e as
possibilidades.
Quais as maiores alegrias e desafios ao
assumir essa nova funo?
uma alegria visvel, que experimentei
Procuramos viver e trabalhar essa sinergia de educao PoPular integral e Promoo social com muito entusiasmo e esPerana
8 9Em Em
Qual o papel do Diretor-Presidente na Fundao F e
Alegria? As principais responsabilidades e os desafios
da funo?
Escutar, refletir e ponderar os ecos da instituio. De-
pois, apontar caminhos e perspectivas para o futuro dela.
Sempre por meio de gesto transparente e relao justa.
Podemos dizer que a funo de Diretor-Presidente
estratgica para a Fundao F e Alegria?
Sim, a funo de Diretor-Presidente estratgica. Como
em toda instituio, o gestor responde juridicamente e mo-
ralmente por ela. Com a Fundao F e Alegria, no dife-
rente. Educao Popular no uma entidade deriva e que
se faz sem planejamento. Pelo contrrio, Educao Popular
sublime e deve ter impregnado em si uma gesto compro-
metida com o direito e o dever.
Como o relacionamento com os jesutas de outros
pases que atuam na mesma funo que o senhor em
F e Alegria?
Todos ns procuramos caminhar juntos com a Fe-
derao Internacional de F e Alegria. Somos um corpo
apostlico e, aqui no Brasil, no se procede diferente.
Procuramos viver e trabalhar essa sinergia de educao
popular integral e promoo social com muito entusias-
mo e esperana.
Antes de assumir sua atual misso, o senhor era ad-
ministrador paroquial da Parquia de Todos os Santos,
em Feira de Santana (BA). Quais as principais diferen-
as e similaridades entre essas funes?
Toda experincia nica. Entretanto, o trabalho paro-
quial me ajudou a exercitar o ABC da liberdade e do discer-
nimento para a misso. O importante no perder o foco e
impregnar em nossa vida um esprito de liberdade diante
dos entraves que existem em nossas aes! Porm, traba-
lhei em duas parquias e sempre estive preocupado com a
dimenso social e educativa, da a similaridade.
10 11Em Em
o MiNiSTRio de uNidAde NA igRejA SANtA S
Cuba e euA: uma viagem especial
Com importante significado his-trico, a 10 Viagem Apostlica Internacional do Papa Francisco ocorreu a Cuba e aos Estados Unidos, en-
tre os dias 19 e 28 de setembro. Os dois pa-
ses se aproximaram depois de quase ses-
senta anos de discrdia. Paralelamente
transformao da situao geopoltica do
mundo, a mediao do lder da Igreja Ca-
tlica foi essencial para o sucesso e a ace-
lerao do processo de pacificao, com
a retomada das relaes diplomticas e a
reabertura das respectivas embaixadas.
CubA
No dia 19, ao desembarcar em Havana
(Cuba), o Pontfice foi recebido pelo presi-
dente cubano, Raul Castro, com boas-vin-
das e agradecimento pelo apoio ao dilo-
go entre os dois pases. O Papa Francisco
tambm discursou e disse que o mundo
precisa de reconciliao, citando, ainda,
a retomada das relaes do pas com os
EUA. Estamos sendo testemunhas de
um acontecimento que nos enche de es-
peranas: o processo de normalizao das
relaes entre dois povos, depois de anos
de distanciamento. um processo. um
smbolo da vitria da cultura do encon-
tro, do dilogo, disse Francisco.
Alm da capital cubana, onde cele-
brou missa campal na praa da Revolu-
o, o Papa visitou tambm as cidades
de Holgun e Santiago de Cuba. Nessa
ltima, convocou todos a cuidarem da
famlia, para impedir a fragmentao
e a massificao que convertem os ho-
mens em indivduos isolados, fceis de
manipular e de governar.
Ao final da viagem a Cuba, o Pontfice
agradeceu ao povo cubano pela hospita-
lidade calorosa. Terminar minha visita
vivendo esse encontro em famlia um
motivo para agradecer a Deus pelo calor
de gente que sabe receber, acolher, fazer
se sentir em casa. Obrigado a todos os
cubanos, finalizou.
eSTAdoS uNidoS
eSCubA
fOtO
: lO
SSer
vAtO
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rO
mA
NO
10 11Em Em
Snodo dos bispos sobre a famlia
eSTAdoS uNidoS
Ao chegar base naval de Andrews,
no estado de Maryland, o Papa Francisco
foi recebido pelo presidente Barack Oba-
ma, acompanhado da primeira-dama,
Michelle, e das duas filhas do casal.
J em Washington, o primeiro com-
promisso oficial do Pontfice foi a visita
a Obama, na Casa Branca, onde conver-
saram sobre a aproximao entre EUA e
Cuba, crise migratria e dos refugiados,
alm das mudanas climticas no mun-
do. Porm, o ponto alto da visita ca-
pital norte-americana foi o discurso de
Francisco no Congresso, primeiro Papa
a ter esse privilgio. Diante de parla-
mentares, pediu o fim da mentalidade
de hostilidade contra os imigrantes e
da pena de morte no mundo.
Em sua passagem por Nova York, o
Papa foi recebido na sede da ONU (Or-
ganizao das Naes Unidas), onde
discursou contra a opresso financeira
sobre o mundo em desenvolvimento.
Na manh de 4 de outubro, do-mingo, em uma celebrao eu-carstica na Baslica de So Pe-dro, o Papa Francisco inaugurou a XIV
Assembleia Geral Ordinria do Snodo
dos Bispos, cujo tema dos debates A vo-
cao e a misso da famlia na Igreja e
no mundo contemporneo.
Depois, participou de cerimnia ecu-
mnica pela paz, no Memorial do 11 de
Setembro. A despedida da cidade acon-
teceu em uma missa para 20 mil pesso-
as no Madison Square Garden.
Na Filadlfia, em discurso improvi-
sado multido, Francisco defendeu a
famlia como a fbrica de esperana,
pedindo para que elas superem as difi-
culdades com pacincia e amor e nunca
terminem o dia sem se reconciliar. Na
cidade, o Papa visitou ainda uma priso.
Assim como em Cuba, a passagem
do Papa pelos Estados Unidos reuniu
milhares de pessoas. Em sua ltima
celebrao no pas, em frente ao Mu-
seu de Arte da Filadlfia, o jornal New
York Times estimou que quase 1 mi-
lho de pessoas esteve presente.
Fontes: Radio Vaticana | G1 |
Folha de S. Paulo | UOL
A assembleia, que aconteceu entre
4 e 25 de outubro, reuniu cerca de 400
cardeais e bispos de todo o mundo 107
europeus, 64 americanos, 54 africanos,
36 asiticos e 9 da Oceania que tiveram
como misso discutir sobre os desafios
da famlia catlica atual diante das mu-
danas da sociedade moderna. A cada
semana, os debates desenvolveram-se
sob um argumento especfico: Escutar
os desafios da famlia; O discernimento
da vocao familiar; e A misso da fa-
mlia de hoje em dia.
Alm dos cardeais e bispos, a XIV
Assembleia Geral Ordinria do Snodo
de Bispos contou tambm com a par-
ticipao de 24 especialistas, 51 audi-
tores, 14 delegados fraternos (os de
outras religies), 18 casais, pais e mes
de famlia.
O material colhido nesses deba-
tes servir para oferecer conselho ao
Papa Francisco, que poder redigir
um documento ps-sinodal ou inspi-
rar-se nas concluses para governar
sua Igreja.
Fontes: Veja | Agncia EFE | G1 | News.VA
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12 13Em Em
eSpeCiAleSpeCiAl
Ana Carolina Santos Cruz e Papa Francisco,
em audincia do MEJ, no Vaticano
12 13Em Em
Em agosto deste ano, uma imagem chamou a ateno do mundo in-teiro: a gargalhada do Papa Fran-cisco ao conversar com uma jovem. A
cena foi clicada por dezenas de fotgrafos
e compartilhada por milhes de pessoas
ao redor do mundo. E o que tanto chamou
a ateno de todos? Com certeza, a alegria
e leveza do Pontfice e da brasileira Ana
Carolina Santos Cruz, 19 anos. Ela foi uma
das escolhidas para fazer uma pergunta a
Francisco, durante audincia com 1500
jovens que celebravam o centenrio do
MEJ (Movimento Eucarstico Jovem), em
Roma (Itlia). Alm da resposta de quem
era melhor Pel ou Maradona, respon-
svel pela espontaneidade de Francisco,
Ana fez uma primeira pergunta ao Pont-
fice: qual foi seu maior desafio em uma
misso?. O Papa logo respondeu: Saber
distinguir a verdadeira paz de Jesus.
Nessa busca pela verdadeira paz ci-
tada por Francisco, o MEJ tem papel im-
portante, pois o elo que ajuda o jovem
a encontrar-se com Cristo, por meio da
orao, do Evangelho, da Eucaristia e, so-
bretudo, da misso da Igreja. Hoje, o nos-
so desafio saber qual a verdadeira paz
de Jesus. Nesse sentido, o MEJ nos ajuda
a entender a Igreja e, sem dvida nenhu-
ma, a ser Igreja, afirma Ana Carolina.
O MEJ um movimento internacio-
nal de formao crist para adolescentes
e jovens, cujo intuito principal ajud-
-los a viver ao estilo de Jesus. Em 2015, o
movimento celebra seu centenrio, um
momento especial para os mais de 100
mil mejistas ao redor do mundo. Assim,
vrios eventos foram realizados, inclusi-
ve no Brasil. O pice das celebraes foi
o encontro em Roma. Alm da audincia
com o Papa Francisco, jovens de diversos
pases tiveram a oportunidade de estar
prximos uns dos outros, em uma s-
rie de reunies promovidas pela Equipe
Mundial do MEJ. A experincia em Roma
foi magnfica, nos encontramos com pes-
soas que tm o mesmo amor ao Sagrado
Corao, diz Ana Carolina.
Pe. Eliomar Ribeiro de Souza, dire-
tor nacional do Apostolado da Orao
e do Movimento Eucarstico Jovem do
Brasil, acompanhou a delegao bra-
sileira, formada por 35 jovens e cinco
adultos. Vibramos com a presena, o
testemunho e as palavras do Papa. Ele
sempre nos surpreende e talvez isso
seja o que caracteriza a simplicidade e,
ao mesmo tempo, a profundidade que
o Papa Francisco deixa transparecer.
Para ns do MEJ, foi um momento es-
pecial, ressalta Pe. Eliomar.
A alegria de estar com o Pontfice
reflete o entusiasmo dos jovens com
a misso da Igreja. Pe. Eliomar relem-
bra que no encontro, Francisco foi
respondendo s perguntas feitas pelos
jovens, animando os coraes. Aps
cem anos de atuao, o MEJ mantm
o mesmo esprito juvenil do incio de
sua histria, preservando sua essncia
baseada na espiritualidade inaciana.
olHAR e CoRAo eM jeSuS mEj tem como intuito ensinar os jovens a viver ao estilo de cristo
14 15Em Em
iNCio
O Movimento Eucarstico Jovem
nasceu sob a inspirao do AO (Apos-
tolado da Orao), que tem como obje-
tivo ser, na Igreja, uma rede de coraes
a servio da orao. O principal trabalho
do AO incentivar as pessoas a con-
tribuir na misso de Cristo, por meio
de grupos e nas Parquias onde esto
presentes. O Apostolado da Orao
um grupo muito importante para man-
ter acesa a chama da orao na vida da
Igreja. Foi para isso que nasceu: todos
os dias oferecer a vida, revisar o corao
e rezar com as intenes do Papa, ex-
plica Pe. Eliomar. Segundo ele, o MEJ o
brao jovem do Apostolado da Orao e
quer oferecer aos jovens a mesma expe-
rincia para lev-los a viver bem o seu
projeto de vida.
O Apostolado da Orao conquis-
tou o reconhecimento da Igreja Ca-
tlica em 1849. E, a partir de 1910,
motivados pelos decretos do Papa Pio
X, o AO comeou a incentivar a co-
munho das crianas, convidando-
-as a interceder pela paz no perodo
dos conflitos do incio do sculo XX,
como a 1 Guerra Mundial. Nesse
contexto, o Congresso Eucarstico
Internacional de 1914, realizado em
Lourdes (Frana), animou alguns
grupos de catlicos a organizarem
iniciativas com crianas e jovens. Es-
ses movimentos ficaram conhecidos
como Ligas Eucarsticas e Cruzadas
de Orao Infantil. nesse cenrio da
Cruzada de Bordeaux, criada em 13 de
novembro de 1915, pelo padre jesu-
ta Albert Bessires, SJ, e pelo padre
Genevive Boseli, que tem origem a
Cruzada Eucarstica.
Segundo Pe. Eliomar, o MEJ uma
continuidade recriada da antiga Cruza-
da Eucarstica. Em 1962, So Joo XXIII
mudou o nome da iniciativa, dando um
ApoSTolAdo dA oRAo
No Brasil, o primeiro centro do Apostola-
do da Orao foi fundado em 1867, no Recife
(PE), na Igreja de Santa Cruz pelo padre jesuta
Bento Schembri, fundador e primeiro diretor.
Mas foi o padre Bartolomeu Taddei, fundador
do AO em Itu (SP), em 1871, o grande respon-
svel pela divulgao e implantao do mo-
vimento no Brasil, sendo o primeiro diretor
nacional. A sede atual do AO est localizada
na Editora Loyola, no bairro do Ipiranga, em
So Paulo (SP). No espao, so realizados en-
contros, retiros e reunies.
14 15Em Em
Ana Carolina Santos Cruz
O MEJ MuitO iMpOrtantE para MiM, pOis, atravs dElE, sintO quEEstOu Mais pErtinhO dO sagradO
sentido mais pleno para a misso do
MEJ: oferecer a vida estando atento di-
menso da Palavra de Deus, da Orao,
da Eucaristia e da Misso, explica.
Hoje, o MEJ est presente em,
aproximadamente, 56 pases, nos
cinco continentes. No Brasil, cerca
de 6 mil jovens integram o movi-
mento, baseado na formao de co-
munidades, na conscincia eclesial,
na vivncia da orao, na Eucaristia
no dia a dia, na Palavra de Deus e no
discernimento. No se trata de uma
proposta simplesmente de espiritua-
lidade externa e emocional. O que se
quer que o jovem possa viver com
o corao unido, ou seja, deixar que
Cristo possa ser a razo principal de
sua vida, para estar mais disponvel
para a misso de ajudar a temperar o
mundo, ressalta Pe. Eliomar.
CoMpANHiA de jeSuS e Mej
O Apostolado da Orao e o MEJ
so movimentos fundados por jesu-
tas que tm como base a espirituali-
dade inaciana. Confiados pela Igreja
Companhia de Jesus, o AO e o MEJ
dedicam-se Eucaristia e ao Sagrado
Corao de Jesus. A relao de nos-
sa Ordem religiosa com o MEJ mais
afetiva. Em alguns pases, os jesutas
escolheram trabalhar com os jovens
por meio do Movimento Eucarstico
Jovem, afirma Pe. Eliomar, que assu-
miu a direo nacional do Apostolado
da Orao e do Movimento Eucarsti-
co Jovem no final de 2014.
O jesuta, que trabalhou com jo-
vens antes de ingressar na Compa-
nhia de Jesus e durante sua formao
na Ordem religiosa, estudou mestra-
do em Teologia Pastoral com nfase
em Juventude, em Roma. Segundo
ele, essa formao, aliada ao contato
constante com os jovens, est sen-
do essencial para o trabalho no MEJ.
No mestrado, eu pude compreender
o universo juvenil com suas particu-
laridades e suas riquezas. O jovem
sempre caminho aberto! preciso
ter gosto para estar com eles. Deve-
mos ter coragem de oferecer propos-
tas claras que os ajudem a despertar
o projeto mais profundo a que so
chamados neste mundo confuso,
explica. O trabalho, portanto, requer
braos e corao abertos para acolher,
acompanhar e encaminhar seus pro-
cessos, acrescenta o jesuta.
Despertar no jovem o sentido
pleno da vida, ajudando-o a desco-
brir seu lugar no mundo um de-
safio complexo que o MEJ ajuda a
construir. O MEJ quer oferecer um
caminho de crescimento humano e
espiritual para os jovens. O desafio
principal viver com outros e apren-
der a crescer com outros, mantendo o
olhar fixo em Jesus e o corao unido
a Ele, diz Pe. Eliomar.
A estudante Ana Carolina, respon-
svel pelo sorriso espontneo do Papa
em Roma, participa do MEJ h oito
anos. Ela conheceu o movimento na
O MEJ est presente em,
aproximadamente
pases, nos cinco
continentes
56
16 17Em Em
eSpeCiAl
[...] O quE sE quEr quE O JOvEM pOssa vivEr cOM O cOraO unidO, Ou sEJa, dEixar quE cristO pOssa sEr a razO principal dE sua vida para Estar Mais dispOnvEl para a MissO dE aJudar a tEMpErar O MundO
Parquia So Geraldo das Perdizes, em
So Paulo. Desde ento, participa ativa-
mente das atividades. Atualmente, ela
atua na Coordenao Arquidiocesana
do MEJ (SP). O MEJ muito importan-
te para mim, pois, atravs dele, sinto
que estou mais pertinho do Sagrado,
conta. A partir da orao, misso, evan-
gelho e eucaristia, que so os pilares
do Movimento Eucarstico Jovem, eu
tenho uma vida diria com Cristo, pois
oferecemos, todos os dias, uma orao
com as intenes do Santo Padre. Des-
sa forma, eu percebo que estou unida
com outras pessoas ao redor do mundo
e com Jesus Cristo, conclui.
Para saber mais sobre o MEJ, leia a
matria especial sobre os grupos e
movimentos leigos que vivenciam
a espiritualidade inaciana, publica-
da na 9 edio do informativo Em
Companhia (Outubro/2014):
http://bit.ly/1rvRwuH
eNCoNTRo NACioNAl
Em julho de 2016, ser realizado o
Encontro Nacional do MEJ, que reuni-
r jovens de todo o Brasil, em Belo Ho-
rizonte (MG). Esses encontros visam
encontrar os jovens, olhar a experin-
cia vivida e traar caminhos novos,
afirma Pe. Eliomar Ribeiro de Souza,
diretor nacional do Apostolado da
Orao e do Movimento Eucarstico
Jovem do Brasil.
pe. eliomar Ribeiro de Souza
16 17Em Em
18 19Em Em
A CoMpANHiA de jeSuS No MuNdo criA gerAl
AColHiMeNTo AoS ReFugiAdoS
Em setembro, o Papa Francisco pediu que toda parquia e co-munidade religiosa na Europa receba, ao menos, uma famlia imi-
Jesus, por meio de suas provncias e
do Servio Jesuta aos Refugiados (JRS,
sigla em ingls), est respondendo ao
chamado do Pontfice.
grante. Um gesto importante de solida-
riedade em um momento em que o n-
mero de refugiados que chegam Europa
atinge nvel recorde. A Companhia de
fOtO
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w.j
rS
pO
rt
ug
Al.
pt
Conhea algumas iniciativas:
iTliAO Provincial da Itlia, Pe. Gian-
franco Matarazzo, convidou os jesu-
tas do pas a considerarem seriamen-
te a possibilidade de acolher famlias
de refugiados nas comunidades
jesutas ou em seus locais. A Provn-
cia convidou as comunidades a tra-
balharem com as autoridades civis
locais, para dar resposta atual crise
de refugiados. O Pe. Matarazzo afirma
que, assim como outras Provncias,
a Provncia da Itlia dar mais ajuda
ao projeto do Servio de Refugiados
do Centro Astalli, ao mesmo tempo
em que explorar outros meios para
abrir um centro de acolhida para
pessoas procura de asilo. Na Itlia,
o JRS ajuda cerca de 30 mil refugiados
ao ano, servindo comida quente diaria-
mente, oferecendo assistncia mdica e
legal, proporcionando material escolar a
crianas, organizando cursos de lngua,
dentre outras aes.
uSTRiA Em visita ustria, o diretor regional
do JRS no Oriente Mdio, Michael Zam-
mit, SJ, viu centenas de refugiados che-
garem ao pas. Ele conta que: Estava l,
ao meio-dia, quando chegou da fronteira
um trem carregado de refugiados. Havia
muita gente do povo comum para dar as
boas-vindas aos recm-chegados. Vi uma
famlia austraca com duas jovenzinhas
repartindo chocolates. Outro jovem, com
seu pai, que vinha com uma bandeja de
cafs. Os jesutas daqui esto fazendo
um trabalho maravilhoso. Todas as
comunidades acolhem, pelo menos,
uma famlia. Uma noite, s 23h, o di-
retor da Casa, cardeal Koenig, recebeu
uma chamada telefnica da Critas,
para saber quantos refugiados pode-
ria acolher. Respondeu: uns cem, nas
diversas salas grandes do prdio.
poRTugAlEm Portugal, o JRS oferece cur-
sos de formao em ofcios diversos
aos migrantes reassentados, am-
pliando as possibilidades de encon-
trar trabalho. No pas, o JRS faz parte
de um movimento que se ocupa de
dar resposta a questes legais e de
dar apoio a outras iniciativas para
que os grupos locais possam ofere-
cer ajuda aos refugiados.
18 19Em Em
O presidente da Conferncia de
Provinciais Europeus, Pe. John Dar-
dis, enviou uma carta convidando
os jesutas europeus a responde-
rem ao chamado do Santo Padre,
que pede ao frente crise dos
refugiados. Na mensagem, o jesu-
ta sugere que sejam dados passos
concretos, nimo aos Superiores
Maiores para que considerem a
melhor maneira de promover uma
poltica humana, solidria e aber-
ReSpoSTA dA CoNFeRNCiA de pRoviNCiAiS euRopeuS CRiSe doS MigRANTeS
ta nos pases de suas Provncias ou
Regies. Os Superiores podem con-
vidar os jesutas em formao para
que se tornem voluntrios em alber-
gues de refugiados como parte de seu
apostolado semanal. Podero nossos
colgios preparar seminrios de sen-
sibilizao para professores, pais e
alunos e, em alguns casos, abrir as
portas para albergar refugiados? Al-
gumas de nossas universidades tm
centros de direitos humanos e migra-
es e especialistas em doutrina
social da Igreja. Temos que utilizar
essa experincia agora em nossa
anlise da situao. Seria possvel
trabalhar conjuntamente, talvez
sob a coordenao do JRS, para re-
fletir e planejas aes? Poderiam
as nossas parquias organizar um
Domingo da Solidariedade, onde
um refugiado ou um representante
de um de nossos escritrios do JRS
na Europa falasse nas Missas?.
A Dra. Camila Russell a nova integrante da direo das publicaes de Histria da Companhia de Jesus e do Arquivo
Romano da Companhia (ARSI), que
inclui a revista Archivum Historicum,
O Papa Francisco nomeou:
O Irmo Guy Consolmagno (MAR) para diretor do Observatrio Va-ticano. Nascido em 1952, Guy
Nova editora das publicaes de histria da companhia de jesus
NoMeAeS
Societatis Iesu, dentre outras publi-
caes. Camila, que sucedeu o Pe.
Norman Tanner, SJ, australiana e
autora de vrios artigos sobre hist-
ria de Companhia de Jesus. Ela resi-
de em Roma (Itlia), onde leciona na
PUG (Pontifcia Universidade Grego-
riana) e na Universidade Roma Tre.
No momento, Dra. Camila completa
um estudo biogrfico coletivo sobre
jesutas italianos do primeiro sculo
da Ordem religiosa.
ingressou na Companhia em 1989. um
cientista planetrio que, como astrnomo
do Observatrio Vaticano, tem estudado
meteoritos e asteroides, desde 1993. O Ir.
Consolmagno substitui o padre jesuta Jos
Funes (ARU), que foi diretor desde 2006.
20 21Em Em
A CoMpANHiA de jeSuS NA AMRiCA lATiNA cpAl
Neste ms, inicia-se a 36 Congregao Geral da Com-panhia de Jesus. Convocada para eleger um novo Superior Geral,
aps a renncia do Pe. Adolfo Nicols,
ela tambm ocasio para refletir so-
bre a situao da Companhia e legislar
sobre nossa vida e misso.
Nesta oportunidade, estamos es-
treando nova frmula da Congregao
Geral que introduz importantes mu-
danas. Na composio da Congrega-
o, encontramos as primeiras. Pela
primeira vez, participar um Irmo
de cada Conferncia. O processo de
reconfigurao das provncias, que
temos vivido nos ltimos anos, tam-
bm se ver refletido na participao.
Na Amrica Latina, em vez de 17 pro-
vncias e 3 regies que tnhamos na
35 CG, agora teremos 12 provncias e
nenhuma regio. Seremos 33 eleitores
da Amrica Latina, aproximadamente
a stima parte do total: 5 do Brasil, 3
do Mxico e Colmbia, 2 de Centro
Amrica, Antilhas, Venezuela, Equa-
dor, Peru, Bolvia, Chile e Argentina-
-Uruguai; um do Paraguai; e, alm dos
assistentes, o Presidente da Confern-
cia, o irmo eleito e o delegado do Pe.
Geral para as Casas Internacionais de
Roma. O Secretrio para Educao B-
sica da Companhia tambm assistir,
como convidado do Pe. Geral.
Outra novidade que a Congrega-
CHAMAdoS MiSSo CoMuM
pe. jorge Cela, SjPresidente da CPAL
o no comea com a reunio do plenrio de eleitores em
Roma em outubro de 2016, mas com as reunies de eleito-
res por Conferncias, nos meses de outubro e novembro
de 2015. A da Amrica Latina ser de 2 a 5 de novembro em
Santiago, no Chile. O Coetus Previus (composto por 14 je-
sutas: de cada Conferncia, o Presidente e outro eleitor de-
signado pelo Pe. Geral, mais um coordenador o Pe. Dou-
glas Marcouller, assistente do Canad e Estados Unidos, e
o Pe. Geral), portanto, deixar de funcionar quando se ini-
ciarem essas reunies de eleitores por Conferncias. Ser
substitudo pelo Comit Coordenador, composto por seis
jesutas - um de cada Conferncia -, eleitos nas reunies
de eleitores.
Esse Comit ser o responsvel pela organizao e con-
duo da Congregao. O responsvel pela logstica ser o
Pe. Arturo Sosa, e o coordenador da comunicao ser o Pe.
Patrick Mulemi.
Esse primeiro momento da Congregao, em cada Con-
ferncia, alm de eleger o membro correspondente do Co-
mit Coordenador, escolher um eleitor para a Comisso
De Statu Societatis. Na reunio, se tratar do Estado da
Companhia a partir da perspectiva de nossa assistncia.
Com esses dados, o eleitor escolhido para essa Comisso
trabalhar durante o ano com os das outras Conferncias
para preparar o informe que estar pronto ao comear a
Congregao. Isso permitir ser feito com mais tempo e
evitar que, na Congregao, haja perda de tempo por sua
espera. Esse informe, com as mudanas vividas no mundo,
na Igreja e na Companhia, muito importante como base
para a reflexo e tomada de decises da Congregao.
nessa oPortunidade, estamos estreando nova frmula da congregao geral Que introduz imPortantes mudanas
20 21Em Em
Tambm na reunio de Santiago,
comearemos a ver os temas a serem
tratados na Congregao. Para isso, o
Coetus Previus, com a ajuda da Cria
Geral, estudou os postulados e temas
propostos por todas as Congregaes
Provinciais e os chamados que senti-
mos que o Senhor nos faz no tempo
presente, e relatou a Relatio Previa.
Nela, depois de coletar os chamados,
prope-se dois grandes temas para
trabalhar na Congregao Geral.
H um tema sobre o Governo da
Companhia. As mudanas introduzi-
das pelas transformaes tecnolgi-
cas, pelos novos ares que se respiram
na Igreja com o Papa Francisco, foram
levando a Companhia a acrescen-
tar instncias e mecanismos para o
governo do corpo apostlico que te-
nham em conta as novas tecnologias,
o chamado globalizao, a conscin-
cia ecolgica, as novas sensibilidades
sociais e polticas, o surgimento das
redes como novas formas de intera-
o social, a reforma eclesial em mar-
cha. Mas se foram acrescentando sem
uma reflexo integradora que pense o
governo organicamente a partir dos
novos paradigmas. Parece necessria
essa reflexo para discernir e tomar
medidas que nos ajudem a melhorar
nossa resposta como corpo apostlico
misso de hoje. E, dessa forma, in-
tegrar assistentes regionais, Secreta-
riados e Conferncias; o governo glo-
bal e local; o novo sujeito apostlico
integrado pelo corpo da Companhia e
outros colaboradores leigos e religio-
sos, na misso; as redes e a obedincia
religiosa na Companhia; as mudanas
na vida econmica e a pobreza dos je-
sutas; e muitos outros elementos.
O outro grande tema que surge das
Congregaes Provinciais o chama-
do renovao espiritual, comunit-
ria e da misso. Vrios temas relacio-
nados com nossa misso aparecem
nos postulados como necessitados de
novas decises, a ecologia e suas im-
plicaes em nossa vida pessoal, co-
munitria e apostlica; as migraes e
sua necessidade de uma coordenao
em nvel global; os fundamentalismos
em relao ao chamado a promover a
paz e a reconciliao; os povos origi-
nrios e outras populaes vtimas
de novas violncias e discriminaes.
Mas no parecem necessrios grandes
documentos sobre esses temas, sobre
os quais temos material abundante e
recente. Precisamos de decises que
nos ajudem a avanar em nossa res-
posta a esses chamados.
Os eleitores devero eleger, tam-
bm entre eles, um membro para cada
uma dessas duas comisses que tra-
balharo, durante o ano, preparando
os decretos que considerem necess-
rios. Finalmente, na reunio de elei-
tores, comear a preparao para a
eleio do novo Superior Geral, ela-
borando o perfil do Superior de que
necessitamos.
Comea assim um ano de Con-
gregao Geral no qual no s os
eleitores estaro envolvidos. Toda
a Companhia, e os companheiros e
companheiras em misso, espera-se
que participem ativamente, man-
tendo esses temas em sua orao, e
participando do processo de discer-
nimento desde suas comunidades,
nessa busca comum da vontade de
Deus sobre a Companhia no tempo
presente. Seu sentir chegar Con-
gregao atravs dos eleitores de sua
Provncia, mas tambm pode chegar
atravs de postulados. Eles devem
dizer expressamente por que envia-
-se diretamente e no atravs da Con-
gregao Provincial. As orientaes
para redigir postulados aparecem na
Nova Frmula da Congregao Geral,
nmero 113.
Convidamos a todos os jesutas e
demais colaboradores na misso a de-
dicar este ano reflexo e ao discerni-
mento pessoal e comunitrio que nos
prepare para buscar, discernir e eleger
o que mais convm a nossa misso
comum nesta Congregao Geral que
estamos comeando.
convidamos a todos os jesutas e demais colaboradores na misso a dedicar este ano reflexo e ao discernimento Pessoal e comunitrio
22 23Em Em
A CoMpANHiA de jeSuS NA AMRiCA lATiNA cpAl
encontro latino-americano da flAcSi
O Pe. Alfredo Ferro, coordena-dor do Projeto Pan-amaz-nico da CPAL (Conferncia dos Provinciais Jesutas da Amrica
Latina), participou como convidado
do V Encontro dos Reitores da FLAC-
SI (Federao Latino-americana de
O Secretariado Nacional da Pastoral Social (Caritas da Colmbia) organizou um encontro com os bispos colombia-
nos presentes no territrio da Ama-
znia, nos dias 26 e 27 de setembro.
Para a ocasio, foram convidados o
Pe. Alfredo Ferro SJ, coordenador do
Projeto PAMSJ, e Mauricio Lopez, se-
cretrio executivo da REPAM (Rede
Eclesial Pan-Amaznica), com o in-
tuito de dialogar sobre a realidade da
Amaznia colombiana, os desafios
enfrentados pela Igreja e sobre a pro-
posta da REPAM. O evento foi uma
oportunidade de partilhar tambm
com os bispos as perspectivas do Pro-
jeto PAMSJ.
O bispo do Vicariato de San Jos de Amazonas (Peru), D. Javier Travieso Martin, realizou sua vi-sita pastoral nas comunidades de Santa
Rosa e Islndia, na fronteira peruana. O
encontro dos bispos Amaznicos da Colmbia
visita apostlica do bispo peruano na trplice fronteira
Colgios da Companhia de Jesus),
realizado em Bogot (Colmbia),
entre os dias 7 e 12 de setembro. Na
ocasio, o jesuta apresentou o Pro-
jeto Pan-Amaznico da CPAL-PAMSJ
e uma proposta aos estudantes dos
colgios com o objetivo de sensibi-
religioso hospedou-se na comunidade SJ
Samuel Fritz e aproveitou para conhecer
de perto o Projeto PAMSJ. Ele aproveitou
ainda para visitar o bispo do Vicariato de
Leticia, D. Jos de Jesus Quintero Diaz.
Fonte: Pan-Amaznia SJ Carta Mensal n 19 Setembro 2015
Acesse o link ((http://bit.ly/1OyDzx3) do Portal Jesutas Brasil e faa o download da edio completa da Pan-Amaznia SJ Carta Mensal
liz-los sobre a realidade amaznica
por meio de atividades pedaggicas,
campanhas e possveis experincias
de contato com esse territrio e com
seus habitantes. A proposta foi muito
bem recebida e esperamos avanar a
sua implementao.
22 23Em Em
CoMpANHiA de jeSuS ServiO dA f
Ncleo de espiritualidade inaciana promove retiro
imagem de Nossa Senhora entronizada no Santurio de Anchieta
A imagem de Nossa Senhora da Con-ceio Aparecida foi entronizada no Santurio Nacional de Anchie-ta, em celebrao realizada no dia 18 de ou-
tubro, domingo. A imagem da padroeira do
Brasil, doada pelo Santurio Nacional de
Aparecida, est em lugar de destaque, em
um dos altares laterais do templo.
Em preparao chegada da santa, foi
realizado um trduo entre os dias 15 e 17.
Alm disso, houve uma procisso das ve-
las em homenagem chegada da imagem
da Santa. O padre redentorista Carlos Ar-
tur, ex-reitor do Santurio de Aparecida,
acompanhou a multido.
Prtica comum entre os devotos do
Sagrado Corao de Jesus, a entronizao
de uma imagem, cone ou quadro de san-
to significa dar destaque ou lugar de hon-
O Ncleo de Espiritualidade Ina-ciana de Pelotas (RS) promoveu seu terceiro retiro entre os dias 11 e 13 de setembro, na Casa das Irms Fran-
ciscanas. O padre Matias Martinho Lenz
orientou a experincia, que contou com a
presena de sete integrantes do Ncleo. O
tema de orao foi Educao e Espirituali-
dade Ecolgicas, os participantes refleti-
ram sobre o VI captulo da Encclica Lau-
dato Si Louvado seja, do Papa Francisco.
Ao final do retiro, o grupo partilhou
as moes interiores, os mais citados
foram: o rompimento com o ritmo acele-
rado da vida e o consumismo, e a impor-
tncia de mudar pequenos hbitos no dia
a dia. Nos sentimos tocados a buscar vi-
ra a uma figura importante da f. Em rela-
o a Maria, segundo a doutrina catlica,
a me do Salvador no est acima de seu
filho, mas disposio dele para cooperar
com o projeto redentor de Deus.
O gesto simblico de colocar a ima-
gem de Nossa Senhora Aparecida em
um dos altares do Santurio remete
devoo do povo brasileiro e do prprio
Jos de Anchieta, que amava a Virgem
com todo o corao, a ponto de escrever
o maior poema mariano que existe em
homenagem a Maria, explica o reitor do
Santurio Nacional de Anchieta, padre
jesuta Csar Augusto dos Santos.
Para a Igreja Catlica, o dogma da Ima-
culada Conceio de Maria garante que
Maria esteve livre de todo pecado desde o
seio de sua me, Santa Ana, como explica
o especialista em Teologia Dogmtica e p-
roco da Parquia Sagrado Corao de Jesus,
em Cariacica (ES), padre Ermindo Rapozo
de Assis: Esse dogma revela que Maria foi
escolhida desde a sua concepo para ser a
me do Salvador, ou seja, foi redimida ante-
cipadamente para receber o Verbo Encarna-
do. Mas preciso estabelecer uma diferena
importante do culto a Jesus Cristo, nico
Salvador, e da venerao a Nossa Senhora,
cuja contribuio interceder e apontar
para o verdadeiro Centro, seu Filho.
Em maio de 2015, em Ftima, Portu-
gal, a imagem de Nossa Senhora Aparecida
tambm foi entronizada na comemorao
ao Centenrio das Bnos, j que, em
2017, celebram-se 100 anos da apario da
Virgem em solo portugus e 300 anos do
encontro da imagem no rio Paraba do Sul.
ver o que o Papa interpela: que possvel
necessitar de pouco e viver muito, sobre-
tudo, quando se capaz de dar espao a
outros prazeres, encontrando satisfao
nos encontros fraternos, no servio, na
frutificao dos prprios carismas, na
msica, na arte, no contato com a na-
tureza e na orao, afirmou Llia Sallis,
participante do encontro.
Segundo Llia, o grupo do Ncleo de
Espiritualidade Inaciana, que existe des-
de 2003, vem amadurecendo e crescendo
no amor e no servio a Deus. Durantes
esse tempo, passaram por aqui vrios
jesutas, que nos acompanharam e for-
maram. O que tem sido uma graa e uma
beno para ns e para a Diocese de Pe-
lotas, onde atuamos colocando nosso ca-
risma a servio da Igreja, ressalta.
24 25Em Em
CoMpANHiA de jeSuS juveNtudeS e vOcAeS
jovens participam de retiro espiritual
Entre os dias 4 e 7 de setem-bro, jovens participaram dos Exerccios Espirituais de San-to Incio de Loyola para Jovens, nas
cidades de Salvador (BA) e do Rio de
Janeiro (RJ). Os EE para a juventude
proporcionam uma experincia de
orao profunda nos mtodos ina-
cianos numa linguagem prpria,
explica padre Jonas Caprini, Secre-
trio para Juventude e Vocaes da
BRA e coordenador do Programa
MAGIS Brasil.
exerccios espirituais proporcionam experincia de orao profunda atravs dos mtodos inacianos
24 25Em Em
CoMpANHiA de jeSuS prOmOO dA juStiA e ecOlOgiA
Alunos do medianeira realizam trabalho voluntrio
Os alunos do 9 ano do Ensi-no Fundamental do Colgio Medianeira (Curitiba/PR) vi-sitaram o Lar dos Idosos Recanto do
Tarum, em setembro. A iniciativa faz
parte do trabalho voluntrio desen-
volvido pelo Colgio.
O Lar dos Idosos Recanto do Ta-
rum destina-se ao abrigo de idosos
abandonados ou que no tm famlia,
e tambm para aqueles que esto em
situao de carncia, principalmente
afetiva. O objetivo do trabalho volun-
trio cultivar e desenvolver princ-
pios e valores humanitrios, como a
promoo da fraternidade e da solida-
riedade na convivncia com os idosos.
Os alunos do projeto tiveram a
oportunidade de vivenciar um pou-
co da realidade dos 120 idosos que
vivem no Recanto do Tarum. Os
jovens perceberam a importncia e
a necessidade do carinho e do afeto
para a vida de cada um dos atendidos,
o que representa um valor formativo
muito forte e intenso para todos.
estudantes do 9 ano do ensino Fundamental visitaram o lar dos idosos Recanto do Tarum
26 27Em Em
CoMpANHiA de jeSuS educAO
Fei uma das vencedoras da SAe bRASil de Frmula
O Centro Universitrio da FEI e a Escola de Engenharia de So Carlos-USP (Universi-dade de So Paulo), venceram a 12
Competio SAE BRASIL-Petrobras de
Frmula SAE, nas categorias Eltri-
co e Combusto, respectivamente. O
evento, realizado entre os dias 1 e 4
de outubro, em Piracicaba (SP), reuniu
42 equipes de diversas instituies de
ensino do pas.
A FEI destacou-se na categoria
Eltrico e assumiu, pela primeira
vez, a liderana. A equipe Frmu-
la FEI Eltrico festejou o resultado.
Conseguimos! H trs anos, a gente
vinha acumulando a segunda coloca-
o. Essa liderana foi resultado de
muito esforo, afirmou Guilherme
Lus Paulo, membro da equipe. Ago-
ra, os estudantes da FEI representa-
ro o Brasil na Formula SAE Lincoln,
que ser realizada em junho de 2016,
em Nebraska (EUA).
O Frmula Eltrico SAE um desa-
fio lanado aos estudantes de Engenha-
CoNSelHo de ReiToReS dAS uNiveRSidAdeS bRASileiRAS
O reitor do Centro Universitrio da
FEI, Prof. Dr. Fbio do Prado, foi empos-
sado como vice-presidente do CRUB
(Conselho de Reitores das Universida-
des Brasileiras), em solenidade reali-
zada em Braslia (DF), no dia 16 de se-
tembro. O CRUB, que tem como misso
promover o intercmbio e a cooperao
entre as universidades brasileiras, a
nica entidade que representa reitores
e reitoras do Brasil.
ria que j competem h alguns anos
na categoria combusto e tm como
principal objetivo propiciar a difuso
e o intercmbio de tcnicas e conheci-
mentos de Engenharia Automotiva en-
tre estudantes e futuros profissionais
da engenharia da mobilidade, focando
na nova gerao de veculos eltricos,
atravs de aplicaes prticas e da
competio entre equipes.
Com o resultado, a instituio jesuta representar o pas em competio internacional
primeiro da direita para esquerda, prof. dr. Fbio do prado
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26 27Em Em
Feira de Cincias no Colgio dos jesutas
A ETE FMC (Escola Tcnica de Eletrnica Francisco Moreira da Costa), em parceria com a empresa Metagal, quarta maior fabri-
cante de espelhos retrovisores auto-
motivos do mundo, e com o Governo
de Minas Gerais, lanou o Projeto Co-
nexo Esportiva, que visa incentivar a
prtica do esporte entre alunos de es-
colas pblicas e privadas de Santa Rita
do Sapuca (MG).
Cerca de 500 estudantes sero be-
neficiados pela iniciativa, cujas ati-
vidades comeam em maro de 2016.
Alunos entre 7 e 14 anos podero par-
ticipar de aulas nas seguintes moda-
lidades: atletismo, basquete, futebol,
futebol americano, futebol de salo,
handebol e vlei.
As aulas sero na ETE FMC e no Ina-
O Colgio dos Jesutas promoveu sua 1 Feira de Cincias, no dia 26 de setembro. No evento, os alunos do 6 ao 9 ano do Ensino Fun-
damental apresentaram os resultados
dos experimentos desenvolvidos.
A atividade, proposta pela rea de
Cincias e Biologia, teve como obje-
tivo proporcionar aos alunos oportu-
nidades de reflexo e uma ao mais
realista sobre a interao cincia-co-
tidiano. O intuito era incentivar os
estudantes a perceberem que as ati-
vidades experimentais desenvolvem
habilidades de raciocnio e aprendi-
zado do contedo.
Os temas propostos para a Feira
ete fmc promove projeto esportivo em minas gerais
tel (Instituto Nacional de Telecomuni-
caes), que tambm apoia o projeto.
O Inatel disponibilizar sua infraestru-
tura esportiva aos participantes.
O Conexo Esportiva integra o
programa Minas Olmpica Incenti-
vo ao Esporte, promovido pelo Go-
verno Estadual, para que a prtica
esportiva aumente no estado. Esse
mecanismo uma forma de no s
impulsionar o esporte, mas tambm
mostrar para as empresas o quanto
benfico vincularem sua marca s
aes esportivas, afirma o secretrio
de esportes de Minas Gerais, Carlos
Henrique Alves da Silva.
Por meio do Conexo Esportiva,
empregamos os nossos esforos na
promoo humana que norteia todos
os passos da Instituio. Nosso obje-
tivo atuar na transformao social,
por meio do ensino de qualidade e da
transmisso de valores como tica,
compaixo e cidadania, diz o diretor
Geral da ETE FMC, professor Alexan-
dre Barbosa.
Segundo o professor da ETE,
Eduardo Ribeiro, responsvel pelo
projeto, a escola tem uma excelente
infraestrutura, que proporciona es-
pao para a prtica das mais diversas
modalidades esportivas. Com rea de
131 mil m, sendo 31 mil m de rea
construda e instalaes para uso da
comunidade educativa, a ETE tem
dois campos com medidas oficiais,
piscina semiolmpica, quatro qua-
dras poliesportivas para a prtica de
jogos, como futsal, vlei, basquete,
dentre outros.
de Cincias correspondem ao conte-
do trabalhado em cada srie: 6 ano
- Ar, gua, Solo e Espao Celeste; 7
ano - Seres Vivos; 8 ano - Corpo Hu-
mano; e 9 ano - Fsica e Qumica.
Apresentada a ideia da Feira, os
alunos organizaram-se em grupos e,
em momentos especficos na escola,
sob a orientao dos professores de
Cincias da instituio, desenvolve-
ram, entre os meses de agosto e se-
tembro, os trabalhos contendo uma
poro experimental, na qual de-
monstraram alguma parte da cincia
e explicaram o fenmeno, e um car-
taz com as informaes e os objetivos
do experimento.
Durante as apresentaes dos alu-
nos na Feira de Cincias, uma comis-
so, formada por professores de diver-
sas reas do conhecimento, avaliou os
trabalhos considerando critrios como
originalidade, criatividade, domnio do
contedo e postura dos estudantes.
Na opinio do coordenador da
rea de Cincias e Biologia do Col-
gio dos Jesutas, professor Luiz Fran-
cisco Alves Fazza, o envolvimento
dos estudantes foi decisivo para que
a atividade atingisse os objetivos
propostos. O empenho dos alunos e
a felicidade em explicar o que desen-
volveram contagiaram muito, desta-
cou o educador.
28 29Em Em
CoMpANHiA de jeSuS cuidAdO dA AmAZNiA
No Brasil, a Educao Popular transforma a vida de milha-res de pessoas, atravs dela possvel criar um dilogo constante
com a sociedade. Mas voc sabe o que
Educao Popular? Podemos defini-la
como o trabalho realizado em conjun-
to com a comunidade local, seu prin-
cipal objetivo ajudar na formao de
sujeitos que tenham conscincia de
seu papel como cidados.
Nas periferias da cidade de Belm
(PA), a Educao Popular mostra-se
presente atravs do CAC (Centro Alter-
nativo de Cultura), entidade fundada
pelo jesuta belga Freddy Servais, em
1991. Segundo o padre Plutarco de
Souza Almeida, a inspirao do padre
Freddy surgiu depois que uma pesqui-
sa constatou os altos ndices de repe-
tncia escolar das crianas.
O foco principal do CAC sempre
foi a educao popular de crianas e
pr-adolescentes da periferia. Aliada
a isso, surgiu a necessidade de se tra-
balhar tambm com a cultura em todas
as suas manifestaes, uma vez que o
Par um estado rico em expresses
folclricas e artsticas em geral, afir-
ma padre Plutarco.
Atualmente, 600 crianas e ado-
lescentes recebem, alm do reforo
escolar de portugus, matemtica e
leitura, material didtico e merenda
de qualidade. Os jovens tambm par-
ticipam de atividades artsticas. Os
voluntrios e a parceria com as lide-
ranas comunitrias so fundamen-
tais para o sucesso do trabalho desen-
volvido. O CAC realiza a sua misso a
partir da solidariedade e do compro-
misso dos agentes da prpria comuni-
dade, explica o jesuta.
Hoje, cerca de 90 monitores oferecem
servios voluntrios nas comunidades.
Alm disso, aproximadamente, 30 pesso-
as, tambm voluntrias, atuam na capta-
o de recursos e no apoio aos projetos. O
CAC desenvolve suas aes atravs de trs
projetos principais:
Educao e Cidadania Arte e Cultura Popular Gerao de Renda
As crianas e os pr-adolescentes
frequentam pelo menos dois turnos
de reforo escolar por semana. O tea-
O CAC atende
crianas e adolescentes.
600
uM jeiTo AMAzNiCo de fAZer educAO pOpulAr
28 29Em Em
CoMpANHiA de jeSuS cuidAdO dA AmAZNiA
A partir da segunda metade do scu-
lo XX, o conceito de Educao Popular
desenvolveu-se na Amrica Latina, por
meio de movimentos e projetos desen-
volvidos nas regies perifricas dos pa-
ses latino-americanos.
Conhea mais sobre o CAC
www.cacbelem.com
centroalternativodecultura
tro educativo, as danas folclricas e as
brincadeiras tradicionais so atividades
que acontecem diversas vezes ao longo
do ano. Por sua vez, as monitoras vo-
luntrias e as lideranas comunitrias
participam de pequenos cursos e ofi-
cinas profissionalizantes para que pos-
sam gerar alguma renda tambm para
as suas famlias. Seguindo o mesmo
esprito que norteia as suas aes, es-
ses cursos e oficinas so realizados em
parceria com outras instituies, como
a Critas Regional e as universidades,
esclarece padre Plutarco.
O CAC mantm ncleos em 16 comu-
nidades que contemplam os municpios
de Belm, Ananindeua e Barcarena. Para
atender essas pessoas, h duas equipes
de trabalho: tcnica e apoio. A Equipe
Pedaggica, ou seja, tcnica, composta
por trs pedagogos, com especializao
em Educao Popular e Inclusiva, que
ficam sob a coordenao da Prof. Dra.
Maria Olinda Pimentel. Essa equipe
apoiada por uma assistente social e um
arte-educador. Esses profissionais so
remunerados, com exceo da coorde-
nadora, que voluntria. J a equipe de
captao de recursos trabalha sob o regi-
me de voluntariado e tem como objetivo
conseguir recursos financeiros, facili-
tando a realizao dos projetos.
Para o padre Plutarco, a parceria, o
voluntariado e a solidariedade so o tri-
p que apoia o CAC. A comunidade ofe-
rece o espao fsico e disponibiliza pelo
menos um monitor voluntrio para cada
grupo de 15 crianas. As famlias tambm
colaboram e um grupo de mes se encar-
rega de fazer a merenda. O CAC entra com
a capacitao, a orientao e a superviso
pedaggica, o material escolar, os gneros
alimentcios para o lanche das crianas
e, eventualmente, outros tipos de apoio
material, ressalta o jesuta.
Em 2015, o Centro Alternativo de
Cultura finalizou o seu projeto poltico-
-pedaggico que fundamenta todo o seu
trabalho socioeducativo. Segundo padre
Plutarco, o projeto foi construdo de for-
ma participativa ao longo de dois anos,
tendo como base o crculo de cultura na
mesma linha de reflexo/ao do educa-
dor Paulo Freire, referncia em Educao
Popular na Amrica Latina.
O CAC tem o rosto amaznico e
quer continuar investindo na educa-
o popular e na cultura alternativa
como formas de resgate da dignidade
das crianas empobrecidas e margi-
nalizadas. Apesar das dificuldades
encontradas ao longo desses quase 25
anos de existncia, assistimos, hoje,
um novo alvorecer, um tempo de mui-
ta esperana!, conclui padre Plutarco,
que atuou como coordenador geral do
CAC entre janeiro de 2013 e outubro de
2015. Agora, o Centro Alternativo de
Cultura ser coordenado pelo padre
Carlos Giovanni Salomo.
O cac tEM O rOstO aMaznicO E quEr cOntinuar invEstindO na EducaO pOpular E na cultura altErnativape. plutarco de Souza Almeida
30 31Em Em
NA pAz do SeNHoRpe. eStANiSlAu KOStKA e SilvAPor Pe. Jos luis fuentes
Nasceu em Franca, estado de So Paulo, em 8 de setem-bro de 1929. Na parquia de Nossa Senhora da Conceio, na
cidade natal, foi batizado alguns
dias aps o nascimento e crismado,
dois anos depois. Ainda adolescente,
seguiu para a Escola Apostlica de
Nova Friburgo (RJ), onde fez os es-
tudos de primeiro e de segundo grau
como aluno interno. Muito deve ter
gostado do local, pois Nova Friburgo
seria seu destino, no s de estudos,
como tambm de servio apostlico
ao longo da sua vida e, particular-
mente, nos ltimos anos.
Ali mesmo, ingressou na Com-
panhia aos 19 anos de idade (no ano
de 1948), onde fez o Noviciado, os
Primeiros votos, o Juniorado e a Filo-
sofia, permanecendo at 1956. Nesse
ano, saiu de l pela primeira vez para
o perodo de magistrio no Colgio
So Lus, em So Paulo.
Em 1959, seguiu para So Leopol-
do (RS), onde estudou Teologia e re-
cebeu a ordenao diaconal. Como
presbtero, foi ordenado em So Pau-
lo, em 1961. Dois anos depois, passou
pela ltima etapa da formao da
Companhia, a Terceira Provao, rea-
lizada em Trs Poos, Volta Redonda
(RJ). Para os ltimos Votos, em 1964,
encontramo-lo de volta em Nova Fri-
burgo, onde realizaria seu primeiro
apostolado na Escola Apostlica, sua
velha conhecida. Teve, ainda, o privi-
lgio de complementar os votos sole-
nes em 1977, no Rio de Janeiro, diante
do Superior Geral da Companhia de
Jesus, Pe. Pedro Arrupe.
A partir de 1964, desempenha seus
ofcios de sacerdote e jesuta, a maior
parte deles nos Colgios de Nova Fri-
burgo, So Paulo, Belo Horizonte. Mas
no apenas...
Nos 18 anos do perodo de Nova
Friburgo, serviu, em perodos diver-
sos, como ministro, consultor da
Casa, diretor da Cruzada Eucarstica e
da Congregao Mariana, vigrio pa-
roquial em diversas parquias da re-
gio, vice-reitor do Colgio, professor
de Ensino Religioso, reitor e diretor
acadmico e da Formao Crist.
De 1984 a 1993, trabalhou em Cam-
pinas (SP) sucessivamente como mi-
nistro do Noviciado, scio do Mestre
de Novios, promotor vocacional e
superior da Comunidade. Em Belo
Horizonte (MG), passa um perodo
no ISI (Instituto Santo Incio, atual
FAJE - Faculdade Jesuta de Filosofia
e Teologia) como ministro, prefeito
da sade, consultor da Casa e admi-
nistrador. Nos Colgios Loyola e So
Lus, foi superior das Comunidades.
De volta ao Colgio Anchieta, de Nova
Friburgo, em 2005, orientador espi-
ritual de alunos, encarregado da pas-
toral de professores e funcionrios
e realiza ministrios sacerdotais na
rea da cidade.
Em 2013, enviado Casa de Sa-
de em Belo Horizonte, onde permane-
ce at a partida definitiva para a Casa
do Pai, em 13 de outubro de 2015.
Apreciado como homem de ser-
vio, disponvel e prestativo, toda a
sua vida foi marcada pelo exerccio
da ajuda comunidade, seja como
ministro, como reitor, acompanhante
de estudantes jesutas. Sempre alegre
e otimista, transmitia o sentimento
de estar de bem com a vida reli-
giosa e sacerdotal. Exerceu benfica
influncia nos jovens, em particular
quando trabalhou na Pastoral da Ju-
ventude (PJ) e no TLC (Treinamento
de Liderana Crist), que ele implan-
tou e acompanhou por muito tempo.
Tambm sempre se mostrou aberto e
disponvel para qualquer destinao,
assumindo com alegria o que lhe era
pedido e facilitando os encaminha-
mentos feitos pelos seus superiores.
Sua sade j vinha se debilitando
nos ltimos tempos e, por isso, suas
foras foram diminuindo gradativa-
mente. As causas principais de seu
falecimento foram falncia de ml-
tiplos rgos e miocardiopatia seg-
mentar dilatada. Tinha 86 anos de
idade e 67 de Companhia de Jesus.
aPreciado como homem de servio disPonvel e Prestativo, toda a sua vida foi marcada Pelo exerccio da ajuda comunidade [...]
30 31Em Em
AgeNdA
centro loyola da puc-rioorientador| padre jos maria fernandes, SJlocal | rio de janeiro (rj)Site | www.clfc.puc-rio.br
ccb (centro cultural de braslia)local | braslia (df)Site | www.ccbnet.org.br
novemBro
centro loyola de goinia local | goinia (gO)Site | centroloyola.com.br
casa de retiros vila ftima orientador| pe. Quirino weber, SJlocal | florianpolis (Sc)Site | www.casaderetiros.com.br
casa de retiros itaici/vila Kostka orientador | lia Andriani /Alexandre barbutolocal | indaiatuba (Sp) Site | www.itaici.org.br
Anchietanumlocal | So paulo (Sp)Site | www.anchietanum.com.br
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rezando Com taIz: Jornada do Corao retIro de 8 dIas
InICIao exPerInCIa dos ee
semana da ConsCInCIa negra
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exPerInCIa de orao InaCIana: regras do dIsCernImento
Caf Cultural Com venCIo artur de lIma
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