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Em EDIÇÃO 21 ANO 3 JAN-FEV 2016 INFORMATIVO DOS JESUÍTAS DO BRASIL MULHERES PODERÃO PARTICIPAR DO LAVA-PÉS pág. 10 PE. GERAL VISITA CENTRO DO JRS NA ITÁLIA pág. 18 CPAL ARTICULA UNIVERSIDADES pág. 21 PAPA FRANCISCO: UM HOMEM DE DIÁLOGO O PRIMEIRO PONTÍFICE JESUÍTA DA HISTÓRIA NOS MOSTRA QUE É POSSÍVEL CULTIVAR A TOLERÂNCIA E O RESPEITO ENTRE POVOS E NAÇÕES especial pág. 12

Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

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21ª Edição | Jan./Fev. 2016

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  • JESUTAS BRASIL

    Em EDIO 21ANO 3JAN-FEV 2016INFORMATIVO DOSJESUTAS DO BRASIL

    MULHERES PODEROPARTICIPAR DO LAVA-PS

    pg. 10

    PE. GERAL VISITA CENTRO DO JRS NA ITLIA

    pg. 18

    CPAL ARTICULA UNIVERSIDADES

    pg. 21

    PAPA FRANCISCO:UM HOMEM DE DILOGO

    O PRIMEIRO PONTFICE JESUTA DA HISTRIA NOS MOSTRA QUE POSSVEL CULTIVAR A TOLERNCIA E O RESPEITO ENTRE POVOS E NAES

    especial pg. 12

  • 4 5Em Em

    SUMRIO EDIO 21 | ANO 3 | JANEIRO - FEVEREIRO 2016

    EDITORIAL O dilogo como compromisso pessoal

    e comunitrio

    CALENDRIO LITRGICO

    ENTREVISTA PEREGRINOS EM MISSO Comunicao, dimenso fundamental

    na vida

    O MINISTRIO DE UNIDADENA IGREJA SANTA S Rito do Lava-ps: mulheres podero

    participar

    O nome de Deus misericrdia, o novo livro com o Papa

    ESPECIAL Dilogo inter-religioso

    MUNDO CRIA GERAL Padre Geral visita centro do Servio Jesuta aos

    Refugiados na Itlia

    Exerccios Espirituais por meio da dana Nomeaes

    AMRICA LATINA CPAL Chamados Assembleia da Plataforma Apostlica Amaznia CPAL articula universidades na Pan-Amaznia

    EDUCAO Rede Jesuta de Educao participa de evento

    do CIEC

    Alunos do Colgio dos Jesutas realizam doao de cadeiras de rodas

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    O papa Francisco e o patriarca Kirill, da Igreja Russa Ortodoxa, em encontro his-trico no dia 12 de fevereiro, em Cuba

  • 4 5Em Em

    EmJESUTAS BRASIL

    JUVENTUDES E VOCAES Novios professam os primeiros votos Estudantes jesutas participam de curso de Histria

    sobre a Companhia de Jesus

    Mochilao no Esprito Santo 3 Encontro Nacional do MEJ

    NA PAZ DO SENHOR

    JUBILEUS E AGENDA

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    26

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    INFORMATIVO DOSJESUTAS DO BRASIL

    EXPEDIENTE

    EM COMPANHIA uma publicao mensal dos

    Jesutas do Brasil, produzida pelo Ncleo de

    Comunicao Integrada (NCI)

    CONTATO [email protected]

    www.jesuitasbrasil.com

    DIRETOR EDITORIALPe. Anselmo Dias

    EDITORA E JORNALISTA RESPONSVELSilvia Lenzi (MTB: 16.021)

    REDAOJuliana Dias

    DIAGRAMAO E EDIO DE IMAGENSHanderson Silva

    ANNCIOHanderson Silva

    COLABORADORES DA 2I EDIOCarla Galdeano, Pe. Claudio Pires, Everson

    Lima, Gerson Vieira Brando, Pe. Valrio Sartor

    e Ana Ziccardi (reviso). Um agradecimento es-

    pecial a todos que colaboraram com a matria

    especial dessa edio.

    FOTOSBanco de imagens / Divulgao

    TRADUO DAS NOTCIAS DA CRIA E DA CARTA DA CPALPe. Jos Luis Fuentes Rodriguez

  • 6 7Em Em

    Estamos iniciando mais um ano de publicaes de nosso informativo Em Companhia. Tivemos muita conquistas e progressos ao longo de 2015: conso-lidao de nossa marca, expanso de divulgao das notcias, a edio especial de julho... Motivos de alegria e gratido a tantos que nos ajudaram neste percurso.

    Nesta edio, daremos destaque ao dilogo como fonte e sinal de nossa comu-

    nho com as pessoas e com a misso que assumimos. Juntos, jesutas e colabora-

    dores, somos convidados a adentrar cada vez mais nesse exerccio que a grandeza

    do dilogo pode provocar em nossas vidas. Santo Incio de Loyola, tendo vivido

    h 500 anos antes de ns, teve um cuidado especial em apresentar duas facetas do

    dilogo: a espiritual e a comunitria/apostlica. Para ele, a liberdade espiritual se-

    ria a caracterstica essencial para que o jesuta estivesse em condies de exercer

    o dilogo em vista da misso e da vida comum. A profunda e sempre vital impor-

    tncia que Incio dava s correspondncias tambm poderia servir como exemplo

    de como as relaes deveriam ser alimentadas em vista de maior profundidade

    nos relacionamentos entre companheiros, colaboradores e com o prprio Deus.

    Portanto, nossa motivao espiritual deveria ser a fonte para melhor aprofundar-

    mos a vivncia da obedincia religiosa que vivemos.

    Nos dias atuais, a Companhia de Jesus tambm abriu uma nova faceta do dilogo

    para melhor adaptar nossa misso: o inter-religioso. Vivemos em um contexto em

    que a intolerncia de todos os gneros e formas tomou a proporo de no respeitar

    mais a vida em sua plenitude. Todas as vezes em que no h dilogo em uma situao,

    apenas um lado ganha... Essa a pobreza de nossa fragilidade humana: diante de

    pessoas e suas estruturas sociais, religiosas e polticas, no somos capazes de sempre

    manter o olhar misericordioso de nosso Deus que nos alenta. A ausncia do dilogo

    gera outro conflito: o desrespeito pela pessoa e sua histria!

    Na colaborao com outros, em dilogo respeitoso e numa reflexo partilha-

    da, no trabalho lado a lado com aqueles que se sentem igualmente comprometi-

    dos, mas com uma vocao diferente, chegamos a um conhecimento mais pro-

    fundo do nosso prprio caminho e a viv-lo com um zelo renovado e uma nova

    compreenso. (CG 35, d. 6, n. 15). Que o tempo quaresmal que se inicia possa ser

    um tempo de reviso de vida e mudana de mentalidade para melhor e mais agir-

    mos em favor da vida e do Reino de Deus!

    Aproveito tambm este espao para apresentar o padre Anselmo Geraldo do

    Nascimento Dias, jesuta, jornalista, que, a partir deste ms de fevereiro, integrar

    a Equipe de Comunicao da Provncia BRA como seu coordenador, assumindo

    tambm como o novo diretor editorial do informativo Em Companhia. Seja bem-

    -vindo, companheiro! Sabemos que sua presena e experincia muito colaboraro

    com essa misso comunicadora de nossa Provncia!

    Meu abrao fraterno e boa leitura!

    EDITORIAL

    O DILOGO COMO COMPROMISSO PESSOAL E COMUNITRIO

    Ir. Eudson Ramos, SJScio Provincial

    NOS DIAS ATUAIS, A COMPANHIA DE JESUS TAMBM ABRIU UMA NOVA FACETA DO DILOGO PARA MELHOR ADAPTAR NOSSA MISSO: O INTER-RELIGIOSO.

  • 6 7Em Em

    CALENDRIO LITRGICO

    Santssimo nome de Jesus

    So Joo de Brito, presbtero, beatos Rodol-

    fo Acquaviva, presbtero, e companheiros

    mrtires. (Mrtires na ndia)

    Santos | Joo Ogilvie, Estvo Pongrcz, Melchior Grodecz,

    Tiago Sals, presbteros, Guilherme Saultemouche, religio-

    so, e Marcos Krievcanin, Cnego de Esztergom.

    So Cludio det la Colombire, presbtero.

    Santos | Paulo Miki e companheiros reli-

    giosos, beatos Carlos Spinola, Se-bastio

    Kimura, presbteros, e companheiros mr-

    tires. (Mrtires no Japo)

    calendrio litrgicoPrprio da Companhia de Jesus

    JANEIROFEVEREIRO

    JANEIRO

    FEVEREIRO

    DIA 3

    DIA 4

    DIA 15

    DIA 6

    DIA 19

  • 8 9Em Em

    ENTREVISTA PEREGRINOS EM MISSO

    COMUNICAO, DIMENSO FUNDAMENTAL NA VIDA

    Pe. Anselmo Geraldo do Nascimento Dias, SJ frente da diretoria do ECOAR (Escritrio de

    Comunicao e Arrecadao de Recursos)

    e do VOJAM (Voluntariado Jesuta na

    Amaznia), em Manaus (AM), desde 2012, Pe.

    Anselmo Geraldo do Nascimento Dias ser

    o coordenador da Equipe de Comunicao

    da Provncia dos Jesutas do Brasil (BRA). Em

    entrevista ao Em Companhia, ele contou sobre

    sua vasta experincia na rea.

    O que o motivou a estudar comunicao?

    Quando eu estava no Juniorado, em Joo Pessoa (PB), par-

    ticipei de vrias atividades que envolviam o trabalho de infor-

    mao e comunicao. Mas foi durante a Filosofia que tive um

    grande empurro para dedicar-me comunicao. Padre Mar-

    celo Aquino, reitor do Filosofado, incentivou para que eu des-

    cobrisse o caminho. Pude dedicar-me, exclusivamente, Pas-

    toral da Comunicao. Um privilgio na poca, pois a maioria

    dos formadores tinham desconfianas, pois no viam como um

    campo pastoral. A partir dessas experincias, percebi que Deus

    estava me chamando para algo novo.

    Onde e quando o senhor formou-se em Comunicao?

    Durante o Magistrio, em Belm (PA), prestei vestibular

    e cursei os quatro anos de Comunicao Social, com n-

    fase em Jornalismo, na Universidade Federal do Par. De-

    pois de ordenado, continuei a estudar, porm as urgncias

    levaram-me a parar os estudos para assumir outras tarefas.

    Somente no perodo de 2005 a 2007, pude concluir o mes-

    O que levou o senhor a seguir a vida

    religiosa? E como conheceu os jesutas?

    Na juventude, havia, por parte da so-

    ciedade e especialmente entre os jovens,

    uma sede por liberdade e por democracia,

    por uma sociedade mais justa e fraterna.

    Vivamos a ditadura militar (anos 1980).

    Eu participava de um grupo de jovens em

    que pude crescer como pessoa e, tambm, na

    f. Estava inquieto, trabalhava e estudava e,

    nos finais de semana, me dedicava Igreja.

    Sentia que podia fazer algo mais e participava

    nas pastorais e nos movimentos sociais.

    Mas foi durante um Encontro Vocacio-

    nal, promovido pela Arquidiocese de Ma-

    naus, que senti um apelo muito forte para

    abandonar tudo e me dedicar ao servio de

    Jesus Cristo. Comecei, ento, a frequentar um

    grupo vocacional. Fui percebendo que a vida

    comunitria, a simplicidade e a vida missio-

    nria me chamavam mais a ateno.

    Procurei conhecer as vrias congrega-

    es que atuavam, naquela poca, em Ma-

    naus. Por fim, entrei em contato com os

    jesutas, que trabalhavam com formao

    das lideranas eclesiais, animavam os gru-

    pos de Crculos Bblicos, acompanhavam a

    Pastoral da Juventude, a Pastoral Operria e

    assumiram uma parquia com um jeito di-

    ferente de evangelizar.

  • 8 9Em Em

    trado em Cincia da Comunicao, na Universidade Sale-

    siana de Roma (Itlia).

    Como o senhor v a importncia da Comunicao

    para a misso da Companhia de Jesus?

    Normalmente, ns vemos a Comunicao como algo fora,

    extra, mais uma... Na verdade, ela uma dimenso fundamen-

    tal na vida de qualquer ser humano e de qualquer instituio.

    A Congregao Geral 34, no Decreto 15, Comunicao: uma

    nova cultura, N 3, diz: Setor ou dimenso? Na Companhia co-

    mumente se consideram as comunicaes como um setor da

    atividade apostlica, um campo para alguns especialistas que,

    com frequncia, se sentiram isolados ou margem do corpo

    apostlico. Agora a Companhia deve reconhecer que a comuni-

    cao no um domnio restrito para uns poucos profissionais

    jesutas, mas uma importante dimenso apostlica de todos os

    nossos apostolados. [...]

    A Comunicao no ajuda, ela o prprio ser do trabalho da

    Companhia. Jesus foi o grande comunicador do Pai. Os Apsto-

    los continuaram a comunicao da Boa Nova levando as Palavras

    e Atos de Jesus a outros povos e naes. Ns, como seus disc-

    pulos missionrios, somos, agora, os que devem comunicar o

    Amor Misericordioso de Deus, como pede o papa Francisco.

    Para tanto, preciso usar, o melhor possvel, todos os

    recursos disponveis para atingir os pblicos para os quais

    ns servimos.

    At 2015, o senhor estava frente da diretoria do ECOAR

    e do VOJAM. Como foi conciliar essas duas misses?

    Em 2012, o padre Adelson Arajo dos Santos me pediu para

    montar o ECOAR. O desafio era comear do zero, com pouco co-

    nhecimento e recursos financeiros, algo organizado e necess-

    rio para que o trabalho na Regio Amaznica no parasse. E, ao

    mesmo tempo, receber os pedidos, selecionar e acompanhar

    os voluntrios que se ofereciam para trabalhar com os jesutas.

    de se ressaltar que somente tivemos xito porque recebe-

    mos o apoio fundamental e necessrio da Cria Geral, por meio

    do padre Jorge Serrano, assistente do Ecnomo para La Captao

    de Recursos.

    O desafio foi mostrar e comprovar que era necessrio ter um

    planejamento, construir projetos, avaliar e fazer uma boa presta-

    o de contas. Conseguimos construir uma base de dados com

    cerca de 100 benfeitores. Para tanto, a comunicao foi impor-

    tantssima. E a no nos limitamos a fazer um puro marketing

    de nossas obras e trabalhos pastorais. Foi necessrio o corpo a

    corpo, com visitas, celebraes, eventos, etc. Nesse sentido, nos

    fazermos presentes na vida dessas pessoas foi fundamental para

    construirmos relaes e criarmos vnculos.

    Outro desafio foi o de comear a sistema-

    tizar uma cultura do voluntariado j estabele-

    cida na Regio.

    Em sua misso na Amaznia, a comu-

    nicao j fazia parte do seu cotidiano.

    Quais os principais aprendizados que o

    senhor tirou dessa experincia?

    Desde que retornei, em 2007, para Ma-

    naus (AM), me dediquei ao trabalho com

    comunicao. Trabalhei nas obras da Com-

    panhia de Jesus, mas sempre tirava um

    tempo para o trabalho com a comunicao

    eclesial. Aprendi muito com a Pastoral da

    Comunicao, pois a comunicao na Igre-

    ja muito complexa e mal compreendida.

    Normalmente, a hierarquia e os leigos en-

    tendem a comunicao como instrumento,

    como um fim em si mesmo.

    Como dimenso, a comunicao nos

    ajuda a criar um clima de companheirismo,

    amizade, colaborao, animao, fraternida-

    de, solidariedade, compromisso e responsa-

    bilidade na vida da Igreja.

    Quais as principais responsabilidades

    que o senhor ter?

    Na carta de destinao, o padre provin-

    cial, Joo Renato Eidt, me pediu para coor-

    denar a Equipe de Comunicao da Provn-

    cia dos Jesutas do Brasil. Nesse trabalho,

    devo estar sempre em dilogo com o scio

    do provincial, Ir. Eudson Ramos, respons-

    vel ltimo pela Comunicao na Provncia.

    Alm de outras iniciativas e necessi-

    dades que podem surgir ao longo da ca-

    minhada, padre Joo Renato foi bem claro

    ao afirmar que um dos objetivos da Co-

    municao dar a conhecer as mltiplas

    presenas apostlicas que realizamos na

    Provncia a todos os jesutas e colabora-

    dores. Isso quer dizer que deveremos re-

    alizar, em grande medida, esforos para

    uma eficaz comunicao externa para dar

    visibilidade ao trabalho da Companhia de

    Jesus no Brasil.

  • 10 11Em Em

    O MINISTRIO DE UNIDADE NA IGREJA SANTA S

    RITO DO LAVA-PS: MULHERES PODERO PARTICIPAR

    O papa Francisco fez uma mu-dana nas rubricas do Missal Romano relativas ao rito do La-va-ps, que acontece na Missa de Santa

    Ceia, na Quinta-feira Santa. A partir de

    agora, as mulheres podero ser esco-

    lhidas para participar desse momento,

    antes reservado aos homens.

    A deciso foi comunicada, em 21

    de janeiro, em uma carta enviada pelo

    papa ao prefeito da Congregao para o

    Culto Divino e a Disciplina dos Sacra-

    mentos, cardeal Robert Sarah. Expres-

    sar plenamente o significado do gesto

    realizado por Jesus no Cenculo, o seu

    doar-se completamente, para a salva-

    o do mundo, a sua caridade sem limi-

    tes, disse Francisco ao explicar sua de-

    ciso de modificar a rubrica do Missal

    Romano. O pontfice recomendou ain-

    da que seja dada aos escolhidos uma

    adequada explicao do significado do

    prprio rito.

    LAVA-PS, O GESTO DE JESUS

    O Lava-ps um rito litrgico que

    repete o gesto de Jesus ao lavar os ps

    dos discpulos, demonstrando seu amor

    FOTO

    : AN

    SA

    Em 2015, o papa realizou o tradicional rito do Lava-ps no Crcere de Rebibbia, em Roma

    importante lembrar que o papa

    Francisco j realizou o rito de Lava-

    -ps com a participao de algumas

    mulheres, na Quinta-feira Santa do

    ano passado, quando celebrou a mis-

    sa da Ceia do Senhor no Crcere de

    Rebibbia, em Roma (Itlia).

    por cada um e mostrando a todos que a

    humildade e o servio so o centro de

    sua mensagem: Eu vim para servir.

    Fontes: sites Rdio Vaticano e Cano Nova

  • 10 11Em Em

    O NOME DE DEUS MISERICRDIA, O NOVO LIVRO COM O PAPA

    O nome de Deus misericrdia o ttulo do livro-entrevista do Papa Francisco ao vaticanista Andrea Tornielli, do jornal italiano La Stampa.

    Editada pela Piemme e lanada em 12 de

    janeiro, em 86 pases, a obra tem nove ca-

    ptulos e 40 perguntas, alm de capa auto-

    grafada pelo pontfice. A primeira cpia do

    volume, em italiano, foi entregue a Fran-

    cisco, no dia 11, na Casa Santa Marta.

    Na entrevista para o livro, concedida

    em julho de 2015, Bergoglio confidencia a

    Andrea Tornelli: O papa um homem que

    tem necessidade da misericrdia de Deus.

    Durante o encontro com o jornalista, o

    pontfice reitera ainda a sua relao espe-

    cial com os prisioneiros. Cada vez que pas-

    so pela porta de uma priso para uma cele-

    brao ou para uma visita, sempre me vem

    este pensamento: por que eles e no eu?,

    comenta Francisco, completando: a queda

    deles poderia ter sido a minha, no me sinto

    melhor de quem tenho diante de mim.

    Como Pedro, tambm seus Suces-

    sores so pecadores.

    Isto pode escandalizar, admite o

    papa, mas encontro consolo em Pedro:

    renegou Jesus e no obstante isto foi

    escolhido. Francisco recorda que ficou

    muito tocado ao ler alguns textos de Pau-

    lo VI e Joo Paulo I. Albino Luciani defi-

    nia a si mesmo como o p no sentido

    das prprias limitaes, das prprias

    incapacidades que so supridas pela mi-

    sericrdia de Deus. So Pedro traiu Jesus.

    E se os Evangelhos nos descrevem o seu

    pecado, a sua negao e, se no obstan-

    te tudo isto, Jesus lhe disse: Apascenta

    as minhas ovelhas, no acredito que se

    deva maravilhar se tambm os seus Su-

    cessores descrevem a si mesmos como

    pecadores, explica Bergoglio.

    Em outra passagem do volume, o pon-

    tfice afirma que pode ler a sua vida atra-

    vs do captulo 16 de Livro do Profeta Eze-

    quiel, no qual o Profeta fala da vergonha.

    A vergonha graa que nos faz

    sentir a misericrdia de Deus.

    A vergonha, sublinha o papa, uma

    graa. Quando algum experimenta a

    misericrdia de Deus, sente uma grande

    vergonha de si mesmo, do prprio peca-

    do. E ressalta: a vergonha uma das gra-

    as que Santo Incio pede na confisso

    dos pecados diante do Cristo crucifica-

    do. Como revela o papa, o texto de Eze-

    quiel ensina a envergonhar-se, mas, com

    toda a tua histria de misria e de pecado,

    Deus permanece fiel e te levanta.

    Francisco recorda o padre Carlos

    Duarte Ibarra, o confessor que encon-

    trou na sua parquia em 21 de setembro

    de 1953, dia em que a Igreja celebra So

    Mateus: Me senti acolhido pela mise-

    ricrdia de Deus confessando-me com

    ele. Uma experincia to forte que,

    anos mais tarde, a vocao de So Ma-

    teus, descrita nas homilias de So Beda,

    o Venervel, acabaria tornando-se seu

    lema episcopal: miserando atque elegen-

    do (latim), que significa olhou-o com

    misericrdia e escolheu-o.

    Igreja existe para permitir o en-

    contro com a misericrdia de Deus.

    No livro, Francisco aprofunda a mis-

    so da Igreja no mundo. Antes de tudo,

    evidencia que a Igreja condena o pecado

    porque deve dizer a verdade. Ao mesmo

    tempo, porm, abraa o pecador que se

    reconhece como tal, aproxima-se dele,

    fala a ele da misericrdia infinita de Deus.

    O papa salienta ainda que Jesus perdoou

    at mesmo aqueles que o crucificaram e o

    desprezaram. E adverte que a Igreja no

    est no mundo para condenar, mas para

    permitir o encontro com aquele amor vis-

    ceral que a misericrdia de Deus.

    Pecadores sim, mas no aceitar o

    estado de corrupo.

    Ao longo do livro, o papa Francisco

    faz novamente distino entre pecado e

    corrupo. Ele observa que essa ltima

    o pecado que, ao invs de ser reconhe-

    cido como tal e de tornar-nos humildes,

    elevado sistema, torna-se um hbito

    mental, um modo de vida. O pecador

    arrependido, que depois cai e recai no

    pecado devido sua fraqueza, encontra

    novamente perdo caso reconhea-se

    necessitado de misericrdia. O corrupto,

    pelo contrrio, aquele que peca e no

    se arrepende, aquele que peca e finge ser

    cristo e, com a sua vida dupla, provoca

    escndalo, diz o pontfice.

    Fontes: sites Rdio Vaticano e Cano Nova

  • 12 13Em Em

    ESPECIAL

    DILOGO E COMPREENSO

    Em janeiro de 2016, o dilogo inter-religioso foi o tema do primeiro pedido de orao do papa Francisco s pessoas de boa

    vontade e ao Apostolado da Orao. A

    mensagem foi divulgada no primeiro

    vdeo dedicado a compartilhar as in-

    tenes mensais de orao de Fran-

    cisco sobre os desafios da humanida-

    de. Nele, representantes de diversas

    religies falam sobre suas crenas e,

    ao final da mensagem, o papa afirma:

    Muitos pensam de modo diferente,

    sentem de modo diferente, procuram

    Deus ou encontram Deus de muitos

    modos. Nesta multido, nesta varie-

    dade de religies, s h uma certeza

    que temos para todos: somos todos

    filhos de Deus.

    A mensagem de Francisco nos faz

    refletir sobre a importncia do dilogo

    no mundo contemporneo, marcado

    por tanta intolerncia religiosa, pol-

    tica e cultural. O sculo XXI apresen-

    ta-nos um cenrio de muitos desafios,

    pois estamos rodeados de divises e

    conflitos. A consequente diversifica-

    o do saber acabou por gerar uma so-

    ciedade pluralista, isto , uma socie-

    dade dividida em setores que gozam

    de racionalidade e normatividade

    prprias de difcil acesso para os que

    no vivem em seu interior, explica

    padre Mrio de Frana Miranda, pro-

    fessor do Departamento de Teologia

    da PUC-Rio (Pontifcia Universidade

    Catlica do Rio de Janeiro).

    Francisco, por meio de sua sim-

    plicidade e carisma, consegue tocar o

    corao de pessoas de diferentes pa-

    ses, culturas e religies. Os discursos,

    os gestos e as mensagens ressaltam as

    habilidades de dilogo do pontfice.

    O jeito dialogante de Francisco uma

    atitude pastoral. O seu temperamen-

    to latino-americano e a sua formao

    inaciana so fatores que favorecem

    este seu desejo de escutar a todos. Um

    bom exemplo foi a sua atitude duran-

    te o Snodo dos Bispos: exortou todos

    a falar com liberdade e ele s falou no

    comeo e no fim do Snodo, conta

    padre Lus Gonzlez-Quevedo, conhe-

    cido como Quevedinho, colaborador

    da Equipe Casa de Retiros Vila Kostka,

    em Indaiatuba (SP).

    Atualmente, o dilogo um tema

    muito discutido em teoria, mas pouco

    aplicado em nosso cotidiano. Francis-

    co consegue aproximar a teoria da pr-

    tica, por meio de aes concretas. Em

    outras palavras, ele dialoga pela atitu-

    de e no s pelas palavras. Em suas via-

    gens internacionais, o pontfice costu-

    ma encontrar lderes de outras crenas

    religiosas, mostrando que o dilogo in-

    ter-religioso possvel. Desde o papa

    Joo XXIII e do Conclio Vaticano II,

    todos os papas tm conscincia da im-

    portncia do dilogo ecumnico e in-

    ter-religioso, mas Francisco destaca-se

    nesse sentido. J como arcebispo de

    Buenos Aires, ele tinha sincera amiza-

    de com pastores protestantes, rabinos

    judeus e sheiks muulmanos, destaca

    padre Quevedinho.

    Padre Mrio de Frana afirma que

    12 Em

    PAPA FRANCISCO NOS ENSINA A IMPORTNCIA DA ESCUTA AO OUTRO

    Assista ao vdeo no link

    www.ovideodopapa.org

  • 12 13Em Em

    A MENSAGEM DE FRANCISCO NOS FAZ REFLETIR SOBRE A IMPORTNCIA DO DILOGO NO MUNDO CONTEMPORNEO

    13Em

  • 14 15Em Em

    Francisco entendeu bem o esprito do

    Vaticano II, enriquecido na Amrica

    Latina pelas Assembleias Episcopais

    do CELAM (Conselho Episcopal Lati-

    no-Americano). O papa Joo XXIII,

    bom conhecedor da histria da Igreja,

    percebendo que a Igreja Catlica e a

    sociedade estavam de costas uma para

    o outra, convocou o Conclio Vaticano

    II, que se caracterizou pelo dilogo e

    pela atualizao. Ao acolher o que de

    bom havia na sociedade moderna,

    como suas conquistas de liberdade e

    de participao, de respeito a outras

    culturas e religies, de anseios por

    justia e paz, a Igreja se capacitou para

    melhor realizar sua misso evangeli-

    zadora, explica o jesuta.

    Nos discursos de Francisco, per-

    cebe-se sua abertura aos outros e seu

    desejo de aproximao com todos. O

    pontfice defende que o cristo no

    deve ficar fechado em si mesmo, pelo

    contrrio, ele precisa estar aberto

    para evangelizar e dialogar com as

    pessoas. A Igreja Catlica est en-

    frentando, hoje, dois desafios con-

    trapostos: por um lado, a necessidade

    de compreender e encarar a crescente

    secularizao da cultura ocidental;

    por outro lado, a Igreja enfrenta, den-

    tro e fora, o fenmeno do fundamen-

    talismo religioso. Nesse contexto,

    as palavras e os gestos de Francisco,

    aberto ao dilogo com todos, no po-

    deriam ser mais oportunos, acredita

    padre Quevedinho.

    O papa Francisco consegue escutar

    o outro e fazer-se ouvir. Essa atitude

    vai ao encontro dos pensamentos do

    filsofo Martin Buber (1878-1945), que

    defendia que o dilogo era o nico ca-

    minho para a paz. Seu livro Eu e Tu

    (1923), considerado um dos maiores

    livros do sculo XX pela revista ame-

    ricana Time, definiu o dilogo como

    um encontro face a face, que nasce da

    experincia humana. Esse encontro

    com cada ser humano, que faz parte

    da caracterstica inaciana, a base

    para a construo de pontes de com-

    preenso, e o papa vem conseguindo

    importantes conquistas nesse campo.

    O DILOGO NA COMPANHIADE JESUS

    O dilogo uma das caractersticas do

    carisma inaciano. Por isso, a Companhia

    de Jesus conhecida por relacionar-se

    com o mundo moderno, as culturas e as

    religies. Segundo padre Quevedinho, os

    primeiros jesutas, no sculo XVI, tiveram

    que dialogar em diferentes realidades.

    So Pedro Fabro considerado um pre-

    cursor do dilogo ecumnico. So Jos de

    Anchieta aprendeu a lngua tupi-guarani

    e, com ela, evangelizou os ndios do Bra-

    sil. J Matteo Ricci e Roberto de Nobili

    adaptaram a mensagem crist s catego-

    rias culturais da China e da ndia, respec-

    tivamente. Na primeira metade do sculo

    XX, Teilhard de Chardin notabilizou-se

    por unir a teoria cientfica da evoluo

    com o pensamento filosfico e teolgico

    do Cristianismo, afirma o jesuta.

    O dilogo perpassa todo o carisma

    inaciano do servio da f e da promoo

    da justia. Dessa forma, todas as obras

    apostlicas e os ministrios jesutas de-

    vem cultiv-lo. Nosso carisma muito

    amplo, no se limita a uma s rea, como

    a Educao. Cada obra da Companhia de

    Jesus e cada jesuta deve construir pontes

    no seu campo apostlico especfico, mas

    sempre visando ao maior servio divino

    e o bem comum. Santo Incio dizia que:

    o bem tanto mais divino quanto mais

    universal (Constituies 622-623) , expli-

    ca padre Quevedinho.

    Padre Mrio de Frana destaca

    tambm o papel dos jesutas no for-

    14 Em

    POR MEIO DO DILOGO, PODEMOS EXERCER UMA PASTORAL INCLUSIVA Padre Mrio de Frana Miranda

  • 14 15Em Em 15Em

    talecimento do dilogo. Segundo ele,

    quanto maior e mais profundo o ho-

    rizonte compreensivo de um jesuta,

    mais facilmente ele poder reconhe-

    cer o que de verdade encontra-se em

    realidades diferentes e o que de cris-

    to esconde-se nas pessoas. Por meio

    do dilogo,podemos exercer uma pas-

    toral inclusiva que, salvaguardando a

    verdade crist, fruto da revelao de

    Deus, e no sacrificando sua identi-

    dade jesutica, dom do prprio Deus,

    poder dialogar com outras tradies

    religiosas e com outras interpretaes

    no religiosas presentes em nosso

    mundo, sejam elas de cunho filosfi-

    co ou cientfico, diz o jesuta.

    A Companhia de Jesus caracteriza-

    -se pela sua mobilidade, tanto fsica

    como intelectual e espiritual. Padre

    Quevedinho ressalta que a vocao

    jesuta para percorrer o mundo afora,

    a servio da Igreja, sob o Romano Pon-

    tfice. A extenso geogrfica e a dispo-

    nibilidade espiritual exigem que culti-

    vemos e pratiquemos uma cultura do

    dilogo. A 35 CG (Congregao Geral)

    reiterou o compromisso dos jesutas

    de construir pontes de compreenso e

    de dilogo. Durante a Congregao

    Geral, o ento papa Bento XVI nos en-

    corajou a continuar desempenhando

    a misso prpria da Companhia de

    Jesus. Da vem a frase pontes de com-

    preenso e de dilogo. Hoje, o papa

    Francisco diz que devemos construir

    pontes, no lugar de muros. Essa ideia

    bem prpria de nossa Ordem religio-

    sa, acrescenta o jesuta.

    O papa conhecido por telefonar e

    enviar cartas para os fiis. Essa atitude

    demonstra que o pontfice est aberto

    a ouvir cada pessoa, cada palavra. A

    escuta atenta uma das caractersti-

    cas inacianas. Santo Incio de Loyola

    reuniu a firmeza na f da comunidade

    crist, prpria da Idade Mdia, com

    a descoberta da individualidade e o

    respeito liberdade de conscincia,

    caractersticos do Humanismo moder-

    no. Francisco no um homem que se

    Decreto 1, n.6

    rgo supremo da Companhia

    de Jesus, a Congregao Geral

    convocada para discutir assuntos

    de importncia especial para a Or-

    dem religiosa ou para eleger um

    novo Superior Geral. A 35 CG foi

    realizada entre os meses de janeiro

    a maro de 2008.

  • 16 17Em Em

    dirige s massas, Francisco dirige-se a

    cada pessoa em particular. No um

    orador distante, ele quer compreender

    e fazer-se prximo de cada ouvinte,

    afirma Quevedinho.

    A abertura para escutar o outro um

    exerccio que deve ser praticado cons-

    tantemente por todos ns. Padre Que-

    vedinho explica a importncia da escuta

    no artigo Saber escutar, para saber esco-

    lher: orao e discernimento, publicado

    na 100 edio da Revista de Espiritua-

    lidade Inaciana. No texto, o jesuta res-

    salta a importncia de compreender as

    pessoas, escutar mais do que ouvir.

    Ouve-se com os ouvidos; escuta-se com

    a mente, com o corao, com todo o nos-

    so ser, finaliza.

    A IMPORTNCIA DO DILOGO

    A necessidade de dilogo um

    tema muito abordado em nossa so-

    ciedade, mas, muitas vezes, esque-

    cido dentro de nossa mente e enxer-

    gado como aspecto distante de nossa

    realidade. Pedimos paz e dilogo para

    o Oriente Mdio, para o conflito Isra-

    el e Palestina, Rssia e Ucrnia, mas

    e no nosso dia a dia? Ser que conse-

    guimos promover a cultura do dilo-

    go? Em nossa casa, na famlia, com os

    amigos e colegas de trabalho, estamos

    abertos a realmente escutar o outro?

    O dilogo no est distante de ns,

    um aspecto que precisamos cultivar

    e que deve estar presente em nossas

    atitudes. O papa Francisco tem con-

    seguido romper algumas barreiras

    ao mostrar para o mundo que a Igreja

    16 Em

    quer estar com as pessoas. O pontfi-

    ce prope a todos - naes, religies e

    culturas - um verdadeiro dilogo.

    O padre Mrio de Frana afirma

    que saber escutar o outro significa en-

    trar um pouco em seu mundo, sonhos,

    sentimentos, sofrimentos, limitaes

    e condicionamentos, ou seja, aceit-

    -lo como . importante, neste mo-

    mento, ressaltar que essa foi sempre

    a atitude de Jesus Cristo, que soube

    acolher cada pessoa, respeitando sua

    histria concreta e incentivando-a a

    avanar, sem juzos e condenaes

    prvias. O papa demonstra isso ao

    oferecer a todos, sem desqualifica-

    es prvias, a mensagem crist de es-

    perana, de otimismo, de sentido, de

    paz, de justia, que ajuda a construir

    uma sociedade mais humana e frater-

    na, conta o jesuta.

    Um dos maiores problemas da

    falta de dilogo o crescimento do

    totalitarismo, da intolerncia com o

    outro. Pessoas que se isolam do mun-

    do criam suas prprias interpretaes

    da realidade e perdem a oportunidade

    de compartilhar, de conhecer o outro.

    Ns temos uma dificuldade enorme

    de lidar com a diferena. E uma faci-

    lidade enorme de excluir, estabele-

    cer preconceito, estabelecer muros e

    guetos, diz Leandro Karnal, doutor

    em Histria Social pela USP (Univer-

    sidade de So Paulo) e professor da

    Unicamp (Universidade Estadual de

    Campinas), em entrevista Revista

    Cultura (Ed. 101/Dez. 2015).

    Para ter dilogo, preciso compre-

    ender o outro e estar aberto para novas

    opinies e pensamentos. O dilogo

    autntico exige que o dialogante saia

    de seu pequeno mundo, liberte-se de

    OUVE-SE COM OS OUVIDOS; ESCUTA-SE COM A MENTE, COM O CORAO, COM TODO O NOSSO SER

    Padre Lus Gonzlez-Quevedo, conhecido como Quevedinho

  • 16 17Em Em 17Em

    seu olhar prisioneiro de si prprio,

    acolha o diferente como vlida fon-

    te de sentidos e de valores. S assim

    conseguir abrir seu corao ao outro

    que o interpela, sem julg-lo previa-

    mente. uma verdadeira ascese, uma

    renncia profundamente crist, uma

    modalidade de amor ao prximo, res-

    salta padre Mrio de Frana.

    Atualmente, os problemas fun-

    damentais da humanidade no so

    apenas locais, mas globais, atingindo

    todo o planeta. Hoje, com a internet e

    os meios de comunicao, sabemos

    de fatos que aconteceram do outro

    lado do mundo. Temos a iluso de que

    estamos informados, mas nosso co-

    nhecimento superficial. Padre M-

    rio de Frana acredita que nenhum de

    ns tem uma viso completa e ltima

    da realidade por ela ser inalcanvel e

    em contnua transformao. Sobre-

    vivemos com interpretaes fragmen-

    trias, sob o bombardeio contnuo de

    novos dados que nos despejam infor-

    maes superficiais e fragmentrias.

    Cada um colher, ento, dessa oferta

    imensa de discursos e de sentidos, o

    que lhe parecer mais condizente com

    seus desafios pessoais e com suas n-

    sias de felicidade, afirma.

    Nesse contexto, o dilogo apre-

    senta-se como forma de unidade para

    o desenvolvimento da sociedade. O

    historiador Leandro Karnal diz que os

    indivduos fechados em suas convic-

    es so uma minoria e que existe uma

    grande massa que no violenta nas

    suas convices e esta, sim, pode ser

    trabalhada pelo dilogo. Essas pessoas

    podem ser trabalhadas pelo debate, po-

    dem ser trabalhadas por estmulos ao

    contraditrio para poder conviver com

    a diferena de uma tolerncia ativa. O

    que significa que eu rejeito a intolern-

    cia, mas rejeito tambm a tolerncia

    passiva, aquela que diz: no tenho nada

    contra X e Y, desde que no sentem ao

    meu lado. Isso tolerncia passiva. A

    tolerncia ativa, que o meu desejo e

    que minha utopia, o dia em que eu

    entender que a diferena no me enfra-

    quece, mas me fortalece. E eu no ser o

    padro do mundo, alm de ser uma ale-

    gria para o mundo e uma felicidade, faz

    com que eu possa ver as questes sob

    pontos de vista distintos, acredita.

    A interao por meio do discurso e

    da palavra acontece porque desperta-

    -se o pensamento, o estudo, a reflexo,

    criando-se assim significados. Por isso,

    quando o papa Francisco discursa e le-

    vanta questes pertinentes para todas

    as naes e culturas, ele est dialogan-

    do. As mudanas de atitude acontecem

    quando h espao para a troca de co-

    nhecimento e opinies. Dialogar um

    processo de troca e construo de signi-

    ficados, um ato que altera pensamentos

    e comportamentos, por menor que eles

    sejam. E Francisco j conseguiu cons-

    truir esse caminho. A sintonia deste

    papa com cada ser humano o leva a se

    empenhar com mais ousadia pela justi-

    a, pela paz, pelos refugiados da guerra,

    pelos pobres e pelos marginalizados,

    por todos ns, conclui padre Mrio

    de Frana.

  • 18 19Em Em

    PADRE GERAL VISITA CENTRO DO SERVIO JESUTA AOS REFUGIADOS NA ITLIA

    Em celebrao ao Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, comemorado em 17 de janei-ro, o superior geral da Companhia de

    Jesus, padre Adolfo Nicols, visitou o

    Centro Astalli, do Servio Jesuta aos

    Refugiados (JRS-Itlia), no dia 14 de

    janeiro. O padre geral foi acompanha-

    do pelos padres Ken Gavin, vice-diretor

    do JRS internacional, e Joaquin Barrero,

    superior da comunidade da Cria Geral.

    O padre Camillo Ripamonti, dire-

    tor do JRS-Itlia, acompanhou os je-

    sutas na visita ao projeto do JRS no

    Centro Astalli. Padre Adolfo Nicols

    conheceu a assistncia sanitria, a co-

    zinha e o departamento de assistncia

    legal. Ao final da visita, o superior ge-

    ral partilhou um ch com refugiados e

    imigrantes. Na Igreja do Ges, o padre

    geral encontrou-se com mais de 500

    pessoas, entre migrantes, diretores e

    colaboradores do Centro Astalli, alm

    de jornalistas.

    NECESSIDADE DE AO COMUM

    O Servio Jesuta aos Refugia-

    dos (JRS) manifesta a sua preocu-

    pao perante as recentes notcias

    de que a Sucia reimplantou os

    controles de identificao na fron-

    teira com a Dinamarca. O pas tem

    longa tradio na proteo aos re-

    fugiados e na defesa dos direitos

    humanos. Em 2015, a Sucia rece-

    beu o maior nmero de refugiados

    per capita dentro da Unio Euro-

    peia, cerca de 160 mil pedidos de

    asilo foram solicitados.

    A sociedade civil e as ONGs, bem

    como o JRS-Sucia, tm trabalhado

    para acolher os recm-chegados.

    Embora muitos pases na Europa

    estejam recebendo milhares de re-

    fugiados, uma deciso unilateral de

    controle fronteirio s conseguir

    acentuar os problemas de emigra-

    o e asilo e estagnar o desenvol-

    vimento e a promoo de solues

    internacionais.

    COMPANHIA DE JESUS CRIA GERAL

    Saiba mais em centroastalli.it FO

    TO: H

    TTP

    ://EN

    .JR

    S.N

    ET

    18 Em

  • 18 19Em Em

    Ao longo do tempo, os Exerccios

    Espirituais de Santo Incio de Loyola

    tm sido adaptados e atualizados. Ago-

    ra, o padre Robert VerEecke deu aos EE

    novo significado por meio da dana. No

    espetculo maior glria de Deus, o je-

    suta interpreta Incio em uma combi-

    nao de teatro e dana.

    Criado originalmente pelo padre

    VerEecke em 1990, por motivo dos 450

    anos da fundao da Companhia de

    Jesus e do quinto centenrio do nas-

    cimento de Santo Incio, o trabalho

    entrelaa msica, dana e escritura no

    dilogo com o texto dos Exerccios Es-

    pirituais. Em 25 anos, o espetculo j

    foi apresentado em teatros e igrejas re-

    lacionados com parquias, colgios e

    universidades da Companhia de Jesus

    nos Estados Unidos, Canad e Jamaica.

    Assista apresentao no

    link bit.ly/1SILpXg

    19Em

    OS EXERCCIOS ESPIRITUAISPOR MEIO DA DANA

    O Pe. Geral nomeou:

    O padre Herminio Rico (POR), novo vice-assistente eclesi-stico da CVX (Comunidade

    NOMEAES

    de Vida Crist). O jesuta nasceu em

    1961, ingressou na Companhia de Je-

    sus em 1981 e foi ordenado em 1994.

    Ele substitui o padre Luke Rodregues

    (BOM), que exerceu a funo durante

    seis anos.

  • 20 21Em Em

    A COMPANHIA DE JESUS NA AMRICA LATINA CPAL

    Iniciamos o ano de 2016 sob a perspectiva da 36 Congregao Geral. Ela foi convocada para eleger um novo Superior Geral. E

    apresenta-se como ocasio prop-

    cia muitos postulados assim o in-

    dicam para repensar as estruturas

    de governo da Companhia de Jesus. O

    contexto da nossa misso de servio

    da f e promoo da justia em um

    mundo intercultural e inter-religioso

    exige revisar as estruturas de gover-

    no para a misso. E esse um dos te-

    mas escolhidos para serem tratados

    na Congregao.

    Outro tema origina-se do chama-

    do que ns, jesutas, sentimos para

    uma renovao espiritual e comu-

    nitria para a misso. Essa consci-

    ncia de sermos chamados, embora

    pecadores necessitados de converso

    constante, torna-se maior perante os

    desafios da misso.

    Sentimo-nos chamados, convi-

    dados, convocados pelo Senhor para

    segui-lo na misso de anunciar e ini-

    ciar o Reino. Chamados a partilhar

    a misso de Jesus, a colaborar com

    Ele. Esse chamado no individual.

    Fomos chamados pessoalmente, mas

    chamados junto com outros, para

    formar comunidades para a misso.

    Ser jesuta ser parte de um corpo

    maior, a Igreja. A imagem do corpo,

    CHAMADOS

    Pe. Jorge Cela, SJPresidente da CPAL

    usada por So Paulo na sua carta aos Corntios, ajuda-nos

    a descobrir a riqueza que isso traz. Lembra-nos que esse

    corpo a Igreja o Cristo ressuscitado. No encontro

    com os outros, encontramo-nos com Ele. Ajuda-nos a des-

    cobrir com humildade que no somos o centro, que so-

    mos, apenas, parte de algo maior,que no homogneo,

    mas tem toda a riqueza e complexidade da diversidade de

    um corpo. Ajuda-nos, tambm, a aceitar essa diversidade

    como dom.

    Quando nos descobrimos no Corpo de Cristo que a

    Igreja, encontramo-nos como colaboradores na misso de

    Cristo:pecadores, porm chamados, no individualmen-

    te, mas como corpo, para formarmos o corpo para a mis-

    so, comunidades que so misso.

    Diante dos desafios de um mundo em rpida mudan-

    a, nossa misso chama-nos converso contnua, a uma

    atitude de abertura na comunidade. Como Igreja, passa-

    mos, nos ltimos tempos, pela vergonha de termos que

    reconhecer publicamente nosso pecado. Um novo chama-

    do humildade e converso, no desde as glrias que

    proclamamos, mas desde a fraqueza. Essa deve-nos tornar

    mais abertos misericrdia e ao perdo.

    A 36 Congregao Geral um bom motivo para que,

    neste ano, nossas comunidades coloquem-se em discer-

    nimento do apelo de Deus a cada um de ns e como comu-

    nidade, como corpo para a misso. Dever ser um ano de

    peregrinao para o encontro com o Cristo ressuscitado,

    que nos convida a assumir a sua misso. Um ano de reno-

    vao pessoal e comunitria para a misso.

    SENTIMO-NOS CHAMADOS, CONVIDADOS, CONVOCADOS PELO SENHOR PARA SEGUI-LO NA MISSO DE ANUNCIAR E INICIAR O REINO

  • 20 21Em Em

    Entre os dias 16 e 18 de dezem-bro, foi realizada a Assem-bleia da Plataforma Apostlica Amaznia. O encontro contou com a

    participao de 46 jesutas, dentre os

    quais o provincial, padre Joo Rena-

    to Eidt, e parte do staff de governo da

    Provncia dos Jesutas do Brasil (BRA).

    A dinmica usada na Assembleia foi

    o mtodo VER, JULGAR e AGIR, quando se

    contextualizou a realidade atual em que se

    encontra a presena jesutica na regio da

    Amaznia. luz da misso da Companhia

    de Jesus, foi possvel vislumbrar aes

    que possam responder prioridade da

    Ordem religiosa, que a Amaznia. Tam-

    bm foi possvel perceber o contexto e o

    momento em que se encontram o Projeto

    Na busca de maior articulao en-

    tre o Projeto Pan-amaznico da CPAL

    (Conferncia dos Provinciais Jesutas

    da Amrica Latina) e as universidade

    da Companhia de Jesus, oito professo-

    res da Universidade Javeriana de Bo-

    got (Colmbia) de diversos cursos, da

    vice-reitoria acadmica e do setor de

    responsabilidade social da instituio

    foram recebidos em Letcia.

    O encontro contou tambm com

    a participao de outros professores

    e pesquisadores que atuam na regio

    de fronteira. Alm dos momentos de

    dilogo, os visitantes percorreram o

    rio Amazonas, o que proporcionou o

    conhecimento da realidade do terri-

    trio da regio colombiana. A visita

    CPAL ARTICULA UNIVERSIDADES NA PAN-AMAZNIA

    ASSEMBLEIA DA PLATAFORMA APOSTLICA AMAZNIA

    significa mais um passo importante

    na busca de formas concretas de cola-

    borao na qualificao da regio, seja

    no campo do ensino, da investigao

    ou da pesquisa.

    Fonte: Pan-Amaznia SJ Carta Mensal n 22 Dezembro 2015

    Pan-amaznico da CPAL (Conferncia dos

    Provinciais Jesutas da Amrica Latina) e a

    Rede Eclesial Pan-amaznica (REPAM), e

    como esses atores articulam-se para forta-

    lecer a misso com os povos indgena e o

    cuidado com o meio ambiente.

    Acesse o link (bit.ly/1SjqOIv) do Portal Jesutas Brasil e faa o

    download das edies completas

    da Pan-Amaznia SJ Carta Mensal.

  • 22 23Em Em

    COMPANHIA DE JESUS EDUCAO

    REDE JESUTA DE EDUCAOPARTICIPA DE EVENTO DO CIEC

    A Confederao Interamericana de Educao Catlica (CIEC) realizou em So Paulo, de 13 a 15 de janeiro de 2016, o 24 Congresso

    Interamericano de Educao Catlica.

    O evento teve por objetivo repensar

    e relanar o papel da Escola Catlica

    para o sculo XXI na Amrica, luz

    das anlises das propostas educativas

    eclesiais, em dilogo com os desafios e

    com as realidades de nosso continen-

    te. Presente ao encontro, o ministro da

    Educao, Alosio Mercadante, agrade-

    ceu o apoio da Igreja Catlica Educa-

    o desde os primrdios da histria do

    Brasil. Segundo ele, a escola catlica

    tem um papel fundamental nesse mo-

    mento de construo da Base Nacional

    Curricular Comum, nos diversos f-

    runs de participao e reflexo.

    O delegado para a Educao Bsica

    da Provncia do Brasil da Companhia de

    Jesus, padre Mrio Sndermann, afir-

    ma que esse tipo de evento fortalece o

    Apostolado Educativo da Igreja Catlica

    como um todo. O encontro com pro-

    fissionais da Educao de outras con-

    gregaes e centros educativos permite

    mergulhar em diferentes espaos e for-

    mas de aprendizagem, alm de visuali-

    zar sadas criativas para os desafios que

    permeiam a Educao hoje e propiciar

    a troca de experincias, ressalta padre

    Mrio. O congresso aproximou educa-

    dores de toda Amrica Latina, provoca-

    -nos a fazer parcerias a fim de garantir a

    formao integral e inclusiva a que nos

    propomos.

    A Rede Jesuta de Educao foi re-

    presentada pelo Colgio Anchieta, de

    Porto Alegre (RS), que participou da

    mesa-redonda Famlia-Escola. O dire-

    O CONGRESSO APROXIMOU EDUCADORES DE TODA AMRICA LATINA, PROVOCA-NOS A FAZER PARCERIAS A FIM DE GARANTIR A FORMAO INTEGRAL E INCLUSIVA A QUE NOS PROPOMOS

    Padre Mrio Sndermann, delegado para a Educao Bsica da Provncia do Brasil

    O ministro da Educao, Alosio Mercadante, agradeceu o apoio da Igreja Catlica Educao

  • 22 23Em Em

    tor acadmico do Colgio, professor

    Drio Schneider, falou sobre os projetos

    do Anchieta que sistematizam a parti-

    cipao dos pais, como a Jornada Pais

    & Filhos: encontros e desencontros;

    o Projeto Apadrinhamento e o Nosso

    Jeito de Aprender, todos dentro de um

    programa maior, o Valorizao da Vida.

    Em 2015, os alunos do 5 ano do Ensino Fundamental do Col-gio dos Jesutas, motivados pelo professor de Ensino Religioso, Gerry

    Adriano da Silva, contriburam com a

    campanha Cofrinho Solidrio. O valor

    Segundo Schneider, a ideia era

    apresentar, na prtica, o que a insti-

    tuio de ensino catlica cultiva em

    suas aes e mostrar de que forma o

    tema Escola e Famlia desenvolvido

    no sentido de buscar espaos de escu-

    ta e partilha, de inovao e conexo

    em um trabalho de parceria. O con-

    gresso foi uma grande oportunida-

    de de mostrar a identidade da Rede

    Jesuta de Educao, as experincias

    pedaggicas significativas e, tambm,

    em ampliar os horizontes com novas

    aes na perspectiva de projetos co-

    muns para toda Rede, afirma o dire-

    tor do Colgio Anchieta.

    ALUNOS DO COLGIO DOS JESUTAS REALIZAM DOAO DE CADEIRAS DE RODAS

    arrecado pelos estudantes possibilitou

    a compra de cadeiras de rodas que, no

    dia 4 de dezembro, foram entregues no

    Abrigo Santa Helena, em Juiz de Fora

    (MG), por oito alunos.

    O Abrigo Santa Helena, instituio

    civil e filantrpica fundada h 98 anos,

    abriga pessoas idosas carentes. Na vi-

    sita, os alunos foram acompanhados

    pelo professor de Ensino Religioso da

    srie e pela professora Leila Maria Bal-

    bino Paiva.

  • 24 25Em Em

    COMPANHIA DE JESUS JUVENTUDES E VOCAES

    No dia 30 de janeiro, os novi-os da Companhia de Jesus, Clevisson Rabelo, Edmo Flores, Francisco Jnior, Jobson Ra-

    mos, Lucas Maurcio e Paulo Henri-

    que professaram os votos de pobreza,

    castidade e obedincia perptuos. A

    cerimnia foi realizada na Comuni-

    dade Santo Incio, em Feira de Santa-

    na (BA), e reuniu familiares, amigos

    e jesutas, entre eles o padre Joo Re-

    nato Eidt, provincial do Brasil

    Entre os dias 4 e 8 de janeiro, o Pateo do Collegio recebeu um grupo de 18 estudantes jesutas da Amrica Latina, para o curso sobre a

    Histria da Companhia de Jesus.

    Durante essa semana, as historia-

    doras do Pateo do Collegio apresen-

    taram um panorama da Ordem reli-

    giosa ao longo dos quase 500 anos de

    histria. Alm disso, os estudantes

    puderam conhecer um pouco mais

    sobre a atuao dos jesutas no Pateo

    do Collegio e sua presena na cidade

    de So Paulo.

    Considerando a importncia da

    preservao e difuso da memria his-

    trica da Companhia de Jesus, o Pateo

    do Collegio coloca-se disposio de

    todos os interessados no curso.

    NOVIOS PROFESSAM OS PRIMEIROS VOTOS

    Lucas Mauricio, Edmo Flores, Paulo Henrique Laurencio, Francis Junior, Clevisson Rabelo e Jobson Ramos

    ESTUDANTES JESUTAS PARTICIPAM DE CURSO DE HISTRIA SOBRE A COMPANHIA DE JESUS

    Saiba mais E-mails: [email protected] | [email protected] | Telefone: (11) 3105-6899

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  • 24 25Em Em

    O MEJ (Movimento Eucarstico Jovem) promover seu 3 En-contro Nacional, entre os dias 15 e 17 de julho. O evento ser realizado

    na FAJE (Faculdade Jesuta de Filosofia e

    Teologia), em Belo Horizonte (MG). Com

    o tema Jovens para um mundo novo, a

    O Espao Magis Capixaba promo-veu a 2 edio da peregrinao Mochilao, entre os dias 21 e 24 de janeiro. Os cerca de 40 jovens que

    participaram da experincia percorreram

    35 km entre a comunidade de Alto Pongal

    at o Santurio Nacional de So Jos de

    Anchieta, na cidade de Anchieta (ES).

    A experincia foi dividida em trs

    etapas, duas de 10km e uma de 15km.

    Durante os trs dias, os jovens participa-

    ram de missas e viglias nas comunida-

    des Dois Irmos, Simpatia, Emboacica e

    So Mateus. Entramos na dinmica do

    discernimento, buscando a liberdade

    que nasce do corao. Nas viglias, os

    peregrinos reconheceram o cansao, os

    medos e as necessidade de confiar na

    infinita misericrdia de Deus, afirma o

    jovem Gerson Brando, que colabora no

    Espao Magis Capixaba.

    Na etapa final da experincia, os

    jovens caminharam rumo ao Santurio

    Nacional So Jos de Anchieta. Nesse

    ltimo trecho, recebemos a visita de

    uma jovem cadeirante e de sua irm,

    que muito nos alegraram. Superando

    todas as dificuldades e desafios, as duas

    seguiram conosco, enchendo-nos de

    alegria e fervor, diz Gerson.

    Para Simone Aparecida Monti Sil-

    va, a experincia ficar guardada para

    sempre em sua memria. O Mochila-

    MOCHILAO NO ESPRITO SANTO

    3 ENCONTRO NACIONAL DO MEJestimativa que cerca de 300 pessoas

    ligadas ao MEJ, em diversas regies do

    pas, participem.

    O encontro contar ainda com a pre-

    sena dos padres jesutas Eliomar Ribei-

    ro, diretor Nacional do Apostolado da

    Orao-Movimento Eucarstico Jovem

    (AO-MEJ) no Brasil, e Frdric Fornos,

    diretor Mundial do AO-MEJ. Alm dos

    momentos de partilha e confraterniza-

    o entre os jovens, a pauta do evento

    trar os seguintes assuntos: os desafios

    da evangelizao da juventude, novas

    metas e objetivos do Movimento.

    o foi muito alm do que eu esperava.

    Nesses dias de peregrinao, encon-

    trei respostas que h muito tempo

    procurava. Deus se fez presente em

    todas as coisas, principalmente nas

    mais simples, em cada passo, em cada

    parada, em cada desafio, encontrava

    sempre as pessoas certas e as palavras

    certas. E, no silncio de cada momen-

    to de orao, Deus me falava: Pacin-

    cia, tudo tem seu tempo, e eu estou

    contigo! . Todas as minhas inseguran-

    as e angstias tiveram um fim. Hoje,

    eu vejo as dificuldades que tenho de

    outra forma. Agradeo muito a Deus

    por ter participado dessa experincia,

    no foi um privilgio, foi uma oportu-

    nidade para mim, ressalta a jovem.

  • 26 27Em Em

    NA PAZ DO SENHORIR. JOS LYBINO SCHTZPor Pe. Incio Spohr

    Ir. Jos Lybino Schtz, conhecido como irmo Schtz, nas-

    ceu no distrito de Jlio de Castilhos, em Alto Feliz (na poca, per-

    tencia ao municpio de So Sebastio do Ca, Rio Grande do Sul),

    no dia 25 de dezembro de 1922. Filho de Miguel Schtz e Josefina

    Freiberger, fez o curso primrio na Escola Paroquial de Alto Feliz.

    Na dcada de 1940, prestou o servio militar, conhecido

    como tiro-de-guerra. Lybino foi empregado no Colgio Santo

    Incio, na Estao So Salvador. No dia 31 de janeiro de 1941,

    chegou a Pareci Novo (RS) para ser irmo jesuta. Meio ano

    depois, ingressou na Companhia de Jesus, tambm em Pareci

    Novo, no dia 1 de agosto de 1941, tendo como Mestre de No-

    vios o Pe. Lo Kohler.

    Ao trmino do Noviciado, emitiu os primeiros votos, em 15

    de agosto de 1943. Dez anos mais tarde, em 15 de agosto de 1953,

    na festa da Assuno de Nossa Senhora, foi incorporado defini-

    tivamente Companhia de Jesus por meio dos ltimos votos.

    Naquele perodo de nossa histria, os Irmos Coadjutores no

    faziam a Terceira Provao; somente os padres.

    Alguns meses aps o Noviciado, em 11 de fevereiro de 1944,

    Ir. Schtz foi destinado ao Colgio Cristo Rei, em So Leopoldo

    (RS), onde exerceu os encargos de porteiro e alfaiate por diversos

    anos. O Cristo Rei tinha iniciado suas atividades dois anos antes

    de sua chegada e a casa estava cheia de gente. Assim, servios

    no faltavam para atender a tantos hspedes: alfaiataria, roupa-

    ria, lavao da roupa; batinas, alfaias das capelas etc.

    De abril de 1957 a agosto de 1960, encontramos o Ir. Schtz

    no Colgio Catarinense, em Florianpolis (SC), tambm como

    porteiro e alfaiate. Na dcada de 1960, fez o curso de Madureza,

    conhecido Artigo 99, em Canoas (RS). Muitos dos nossos irmos

    jesutas aproveitaram essa ocasio para aperfeioar seus conhe-

    cimentos, uma vez que, em pocas anteriores, eles no podiam

    estudar depois de ingressar na Companhia de Jesus.

    Dia 29 de agosto de 1960, o Ir. Schtz voltou novamente ao

    Colgio Cristo Rei para continuar seu trabalho de alfaiate e rou-

    peiro, funes que assumiu fiel e generosamente por dezenas de

    anos. Alm disso, dedicou-se ao cuidado dos jesutas enfermos e

    idosos. Em muitas ocasies, esteve ao lado deles como anjo da

    guarda para atend-los em suas necessidades. Nos momentos

    de vida comunitria, foi um fiel preparador do cafezinho para os

    companheiros aps as refeies.

    Em janeiro de 2014, j com as foras debilitadas, foi transfe-

    rido, definitivamente, para o Instituto So Jos, em So Leopol-

    do. Mesmo estando na Casa de Sade, no deixou de se ocupar

    com o ofcio que sempre exerceu: a costura de roupas. Em abril

    de 2015, sofreu uma queda no quarto, o que lhe afetou muito os

    movimentos e, a partir da, necessitou de cadeira de rodas.

    Em sntese, a vida do Ir. Lybino Schtz foi a de um ex-

    celente companheiro, sempre fiel nos encargos de porteiro,

    roupeiro, alfaiate, enfermeiro, cuidador dos hspedes e, prin-

    cipalmente, cuidador de seus irmos enfermos, enquanto as

    foras lhe permitiam. o irmo jesuta que residiu mais tem-

    po na mesma casa: 69 anos no Cristo Rei. Alm dos trabalhos,

    foi sempre uma presena discreta na comunidade, homem

    simples, disposto, caridoso. Um benemrito da Provncia e

    homem de Deus. Quantos momentos de orao silenciosa

    diante do sacrrio, de vida eucarstica e devoo mariana!

    O Ir. Lybino amou a Companhia de Jesus como me, sendo

    exemplo para muitos jovens jesutas e para outras pessoas.

    Sem dvida, uma testemunha de jesuta. Deus o acolha na

    paz eterna!

    ALM DOS TRABALHOS, FOI SEMPRE UMA PRESENA DISCRETA NA COMUNIDADE, HOMEM SIMPLES, DISPOSTO, CARIDOSO. UM BENEMRITO DA PROVNCIA E HOMEM DE DEUS.

  • 26 27Em Em

    AGENDA |JUBILEUS

    CECREI (Centro de Espiritualidade Cristo Rei)Local | So Leopoldo (RS)Orientador | Pe. Miguel Schroeder, SJSite | www.cecrei.org.br

    SIES Salvador (Servio Inaciano de Espiritualidade)Tema | Trduo PascalHorrio | 8h s 12hLocal | Salvador (BA)Coordenao | Equipe do SIES

    Casa de Retiros Itaici /Vila Kostka Local | Indaiatuba (SP) Orientador | Pe. Raniri de Arajo Gonalves, SJSite | www.itaici.org.br

    MARO

    Mdulo ISIES Salvador (Servio Inaciano de Espiritualidade)Local | Salvador (BA)Orientador | Pe. Jos Antnio Netto, SJContato | [email protected]

    4 A 6CURSO DE CAPACITAO PARA ACOMPANHANTES E ORIENTADORES DE EXERCCIOS ESPIRITUAIS (EE-CAP)

    8 A 16

    13

    18 A 20

    RETIRO DE ACOMPANHAMENTO DIRIO (8 DIAS)

    MANH DE ORAO PREPARAO PARA A PSCOA

    JESUS NOS REVELA A MISERICRDIA DO PAI

    75 ANOS DE COMPANHIAEm 1 de fevereiro

    Pe. Jos de Souza Mendes

    70 ANOS DE COMPANHIAEm 1 de fevereiro

    Pe. Mrio Hisatugo

    Pe. Ary de Freitas

    Em 28 de fevereiro

    Pe. Egdio Francisco Schmitz

    Pe. Leopoldo Adami

    60 ANOS DE COMPANHIAEm 7 de janeiro

    Pe. Casimiro Abdn Irala Arguello

    Em 28 de fevereiro

    Pe. Albano Krbes

    Pe. Hugo Ignacio Bersh

    Pe. Kuno Paulo Rhoden

    Pe. Lus Incio Stadelmann

    Pe. Miron Alexius Stoffels

    50 ANOS DE COMPANHIA Em 1 de fevereiro

    Pe. Geraldo M. Labarrre Nascimento

    Pe. Jos Ivo Follmann

    Em 2 de fevereiro

    Pe. Spencer Custdio Filho

    25 ANOS DE COMPANHIA Em 1 de fevereiro

    Ir. Jorge Luiz de Paula

    Ir. Paulo Srgio Costalonga

    Em 6 de fevereiro

    Ir. Carlos Alberto Ribeiro Diniz

    Pe. Itamar Carlos Gremon

    Pe. Jos Abel de Sousa

    Em 12 de fevereiro

    Ir. Vendelino Kroetz

    25 ANOS DE SACERDCIOEm 19 de janeiro

    Pe. Clvis C. Carmo Cabral