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Jesuítas, Esporte e Educação Papa Francisco: “Para fazer a paz é preciso coragem” pág. 7 INFORMATIVO DOS JESUÍTAS DO BRASIL Em EDIÇÃO 5 | ANO 1 | JUNHO 2014 | JESUITASBRASIL.COM JESUÍTAS BRASIL ESPECIAL 10 As práticas esportivas na busca da excelência humana SIES Manaus inicia Ciclo de Formação Bíblica pág. 21 Sinergia entre obras é foco de encontro em SP pág. 24 Alunos do Catarinense conquistam bolsas na Alemanha pág. 27 Unicap faz parceria com Universidade Gregoriana de Roma pág. 31 40ª Consulta do Provincialado do Brasil reúne jesuítas no RS pág. 36

Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

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5ª Edição | Junho 2014

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Jesuítas, Esporte e Educação

Papa Francisco:“Para fazer a paz épreciso coragem”

pág. 7

I N F O R M AT I V O D O S J E S U Í TA S D O B R A S I L

Emedição 5 | ANO 1 | juNhO 2014 | jesuitAsbrAsil.cOm

JESUÍTAS BRASIL

EspEcial • 10

As práticas esportivas nabusca da excelência humana

SIES Manaus inicia Ciclo de Formação Bíblica pág. 21

Sinergia entre obras é foco de encontro em SP pág. 24

Alunos do Catarinense conquistam bolsas na Alemanha pág. 27

Unicap faz parceria com Universidade Gregoriana de Roma pág. 31

40ª Consulta do Provincialado do Brasil reúne jesuítas no RS pág. 36

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Continuaremos colaborando com outras pessoas para que a justiça do Reino prevaleça sempre. Mas também não queremos e não podemos nos fechar em um pessimis-mo que ignora a permanente ação salvífica de Deus no co-ração da humanidade frágil e pecadora.

Relembrando a forte experiência de fé e de uni-versalidade vivida no ano passado, por ocasião da JMJ, celebremos o anseio de co-munhão que está no ar; cele-bremos a grande capacida-de de acolhida demostrada por nosso povo; celebremos a alegria que só nasce do verdadeiro encontro com o diferente. Nesta Copa, que a humanidade vença!

Boa leitura!

Em busca da solidariedade universal

Por uma bela coinci-dência de calendários, os cristãos do Brasil podemos experimentar, nestes dias, a convergência de dois movi-mentos bastante distintos: um, vivido pelos encontros litúrgicos de nossas comu-nidades de fé, e outro, pelo encontro de diversas comu-nidades nacionais.

De um lado, em nossas celebrações eclesiais, apro-fundamos a espiritualidade do mistério de comunhão que nos convida à unidade, seja por meio da tão bela e significativa solenidade de Pentecostes, seja por meio da profunda solenidade da Santíssima Trindade, cele-brada há poucos dias. De outro lado, nas celebrações cotidianas de nossa vida, ex-perimentamos o movimento

dos afetos por meio da gran-de festa da Copa do Mundo, desta vez, em nossas terras.

Esses dois tipos de cele-bração, apesar de suas im-portantes diferenças, apon-tam para anseios comuns de nossa humanidade. Ambas, de caráter fortemente co-munitário, colocam em rele-

vo tanto nossas singularida-des quanto nossa vocação à universalidade e, assim, bus-cam caminhos para promo-ver a comunhão do gênero humano. Essa comunhão é, em última instância, um dom que sempre nos surpreende e nos alegra, quando o expe-rimentamos em nossa vida.

editorial

CElEBREMoS A AlEGRIA qUE Só nASCE do vERdAdEIRo EnContRo CoM o dIFEREntE. nEStA CoPA, qUE A hUMAnIdAdE vEnçA!

Como acontece sempre que ousamos abraçar um grande Sonho, ambas as experiências nos revelam, também, nossa fragilidade. Traímos, com uma descon-certante frequência, nossos ideais de comunhão, devido a atitudes variadas, em ní-veis distintos: fechamento

ao diferente, preconceito, amor próprio desordenado, desconfiança, violência, in-justiça, corrupção...

Como companheiros de Jesus, não queremos e não podemos fechar nossos olhos diante da incoerência entre o dom que nos é reservado e o modo como o acolhemos.

Pe. Miguel de oliveira Martins Filho, sjProvincial do Brasil Nordeste

Pe. vicente Palotti Zorzo, sjProvincial do BrasilMeridional

Pe. Carlos Palácio, sjProvincial do Brasil

Pe. Adelson Araújo dos Santos, sjSuperior da Região Brasil Amazônia

Pe. Mieczyslaw Smyda, sjProvincial do BrasilCentro-Leste

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CALENDÁRIO LITÚRGICO – JUNHO | JULHOPróprio da Companhia de Jesus21 de junho

São Luís Gonzaga

02 de julho

São Bernardino Realino

São João Francisco Régis

São Francisco deJerônimo

Bem-aventuradoJulião Maunoir

Bem-aventuradoAntonio Baldinucci

09 de julho

São Leão Mangin, presbítero

São Maria Zhu ecompanheiros mártires

expediente

EM COMPANHIA é uma publicação mensal dos Jesuítas do Brasil, pro-duzida pelo Núcleo de Comunicação Integrada (NCI)

CONTATO [email protected]

Colaboradores da 5ª EdiçãoColaboradores: Pe. Bruno Schizzerotto (BAM), Pe. Carlos James dos Santos (BRC), Pe. Creômenes Tenório Maciel (BNE) e Pe. Matias Martinho Lenz (BRM). Pe. Antonio Baronio, Belisa Lemes da Veiga, Fabrício Fernando Bomfim, Francilma Grana, Pe. José Miguel Clemente, Pe. Pedro Vicente Ferreira e Ana Ziccardi (revisão).

FotosBanco de imagens / Divulgação

Tradução das notícias da Cúria GeralPe. José Luis Fuentes Rodriguez

Pe. Francys Silvestrini Adão, SJDiretor editorial

Pe. Geraldo Lacerdine, SJDiretor do NCI

Silvia Lenzi (MTB: 16.021)Editora e jornalista responsável

Juliana DiasRedação

Victor PisaniDiagramação e edição de imagens

São LuíS GoNZAGA, PADRoEiRo DAS JuvENTuDES

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O portal da Companhia de Jesus do Brasil

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entrevista PEREGRINOS EM MISSÃO

A presença de São José de An-chieta na vida do Pe. João Augusto Anchieta Amazonas Mac Dowell não se revela apenas em seu nome. o je-suíta nasceu em 9 de junho, mesmo dia em que a igreja celebra o Após-tolo do Brasil, canonizado pelo papa Francisco, em abril último. Aos 80 anos, recém-completados, Pe. Mac Dowell fala dessas coincidências e, principalmente, do seu trabalho na Companhia de Jesus ao longo de 64 anos de dedicação à missão.

O senhor nasceu em 9 de junho, dia de são José de anchieta. além disso, o se-nhor tem anchieta no nome. seus pais eram devotos do santo?

A recente canonização do Padre An-chieta chama a atenção para o “An-chieta” de meu nome. De fato, nasci em 9 de junho de 1934, data da morte do Apóstolo do Brasil, que, naquele ano, quarto centenário do seu nasci-mento, tinha sido declarada feriado nacional. Fui batizado poucos dias depois na antiga Capela de Lourdes, da Residência da Companhia de Jesus, em Belém (PA), pelo jesuíta Pe. Foul-quié. Ele propôs que eu me chamasse José de Anchieta. Mas meus pais já ti-

nham escolhido para o sexto filho um nome da família e replicaram “João é o seu nome!”. Porém, aceitaram de bom grado o compromisso de batizar-me como João Augusto Anchieta.

O senhor entrou na companhia de Je-sus em 1950, com 16 anos. como acon-teceu esse processo de discernimento para ingressar na Ordem religiosa?

Cresci em uma família de viva tradi-ção religiosa. Já em Recife, mamãe frequentava movimentos de igre-ja daquele tempo, Mães Cristãs e Noelistas. Em diversas ocasiões, ia à Missa quase diariamente e, mui-tas vezes, me levava consigo. Fiz a primeira comunhão com seis anos. Por essa época, mamãe, adoentada, leu-me trechos de uma vida de São Francisco de Assis. Declarei, então, que queria ser frade franciscano. Daí por diante, sempre quis ser padre. Fiz o primário, o Admissão e os pri-meiros anos de Ginásio em colégios com excelente formação religiosa, baseada na “História Sagrada”.Aos doze anos, meus pais sentiram-se no dever de encaminhar-me para um Seminário. o contato com os padres do Colégio Nóbrega e a própria tradi-ção da família levaram-me a preferir ser jesuíta. Por isso, fui para o Rio de Janeiro, ingressando no Aloisianum, uma instituição imaginada pelo Pe. Murilo Moutinho, para a formação de vocacionados à Companhia, que

estudavam no Colégio Santo inácio. os três anos que lá passei como ado-lescente, de 1947 a 1949, foram muito importantes para o amadurecimento de minha vocação. A confirmação da decisão de tor-nar-me padre e jesuíta não foi mo-tivada propriamente pela reflexão sobre aspectos específicos desta forma de vida. Seguramente, essa reflexão ocorreu, porém o determi-nante foi a certeza de ser chamado por Deus, resultante da experiência espiritual proporcionada por aque-les anos de formação, que desperta-va o fervor juvenil de consagrar-me a Cristo, sob a proteção de Nossa Senhora, trilhando o caminho da santidade. Ao longo dos anos, até hoje, pela bondade de Deus, não obstante todas as minhas faltas de correspondência às suas graças, ja-mais duvidei desta vocação.

O jesuíta passa por várias etapas de formação. como foi esse processo para o senhor?

o tempo de Noviciado, em itaici (SP), foi iluminado pela figura bondosa e competente do Mestre, Pe. Arman-do Cardoso. No entanto, durante o período de formação na Companhia, apesar da boa vontade, nem sempre tive a lucidez espiritual para priori-zar efetivamente o mais central no Evangelho e nos Exercícios de Santo inácio, ou seja, o sair de si mesmo,

a alegria de ser chamado por Deus

PE. MAC DoWELL CELEBRou 80 ANoS EM 9 DE JuNHo, MESMo DiA DE São JoSÉ DE ANCHiETA, SANTo QuE SE FAZ PRESENTE TAMBÉM EM SEu NoME

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do próprio gosto e interesse, para crescer na comunhão com o Senhor Jesus, no amor e serviço dos irmãos. Assimilei, em primeiro lugar, uma atitude predominantemente ascé-tica, concentrando-me na busca de meu aperfeiçoamento, sem tomar iniciativas para repartir os dons de Deus, inclusive no cultivo de ami-zades. É verdade que, pela graça de Deus, procuro ser respeitoso para com todos e disponível para ajudá--los sem exceção. Nos primeiros anos de sacerdócio, no Filosofado das Faculdades Anchieta, em São Paulo, a convivência com Pe. Mendes (Dom Luciano Mendes de Almeida) estimulou essa dedicação pastoral, sobretudo, aos mais pobres e ne-cessitados, que me acompanhou nas fases ulteriores de minha vida sa-cerdotal, no Rio de Janeiro (favela de Acari), em Roma (mensa de Termini, enfermaria da Delegação), em Belo Horizonte (paróquia da periferia). Dom Luciano, aliás, foi a pessoa que mais influenciou, por seu exemplo, minha maneira de conceber o senti-do da vida, não só nesse ponto, mas também entre outros, quanto ao pri-mado da vida no Espírito, como fun-damento de qualquer serviço fecun-do do povo de Deus.Depois de completar o curso Clás-sico, iniciei os estudos de Filoso-fia na Escola Apostólica de Nova Friburgo (RJ). o ensino, vazado nos moldes escolásticos, fornecia, mesmo assim, alguns elementos básicos para a estruturação do pen-samento. o Magistério, que se se-guiu também na Escola Apostólica, como Prefeito dos alunos internos

entrevista PEREGRINOS EM MISSÃO

do Clássico, candidatos à Compa-nhia, foi uma experiência preciosa, como teste e como aprendizado de um viver exigente, voltado inteira-mente para os outros, próprio da Companhia. Senti-me muito bem, como, aliás, basicamente, em todas as outras etapas da vida de jesuíta.

A Teologia, eu cursei em Sankt Geor-gen, Frankfurt (Alemanha), oportuni-dade dada pela Companhia de adqui-rir um fundamento teológico sólido e tomar um banho de cultura acadê-mica europeia. Tendo mostrado in-teresse pelos estudos e capacidade de compreensão, depois da Terceira Provação, em Paray-le-Monial, fui destinado ao doutorado em Filosofia na universidade Gregoriana, como preparação para o ensino e formação dos estudantes jesuítas. Pela graça de Deus, consegui levar a bom termo o trabalho nos quatro anos previstos (entre meados de 1964 e 1968). voltando ao Brasil, iniciei imediata-mente a colaboração nas Faculdades Anchieta, filosofado jesuíta para todo o Brasil, na periferia de São Paulo. Foram quase sete anos, 1968-1974, nos quais, além das aulas e de sua preparação, esti-

ve mais envolvido com a orientação dos estudantes e com tarefas organizativas. De fato, concebia, então, minha missão mais como formador do que como pes-quisador no campo da Filosofia.

O senhor está há 64 anos na companhia de Jesus, tendo sido membro do conse-lho Geral e assessor do superior Geral. como o senhor descreveria sua missão junto à Ordem religiosa e à igreja?

o trabalho no campo educativo e filosófico, sempre acompanhado, aliás, de atividades pastorais dire-tas, sobretudo entre gente simples, ocupa a metade dos anos de minha vida apostólica. Com efeito, a partir de 1975, recebi sucessivos encargos de governo no âmbito da Compa-nhia. Ao enviar-me à PuC do Rio, o Provincial da época justificou a sua decisão com esta sábia observação: ‘Desde que entrou na Companhia, você viveu e trabalhou entre jesuí-tas; agora, já com 40 anos, é preciso fazer uma experiência de contato intenso com o mundo’. De fato, os anos na universidade não só me ajudaram a combater a timidez diante de estranhos, como me in-troduziram em diferentes campos

“o tRABAlho no CAMPo EdUCAtIvo E FIloSóFICo, SEMPRE ACoMPAnhAdo,

AlIáS, dE AtIvIdAdES PAStoRAIS dIREtAS,

SoBREtUdo EntRE GEntE SIMPlES, oCUPA A

MEtAdE doS AnoS dEMInhA vIdA APoStólICA”

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de atuação, desde as finanças à po-lítica universitária, ensinando-me a situar-me em ambientes exigentes e a enfrentar situações mais ou menos conflitivas. Fechado, porém, esse parênteses, voltei a prestar o meu serviço, desde 1982 a 1997, e, basicamente, até hoje, no âmbito interno da Companhia. Seja na Pro-víncia, seja em Roma, o contato mais íntimo com os irmãos e a responsabi-lidade compartilhada em relação à sua vida e missão foram fonte de ricas ex-periências, de lições, cuja prática con-tinua a desafiar-me. Compreendi que é preciso começar sempre mostrando interesse e elogiando pessoas e obras.

Aprendi a importância de ser com-preensivo, delicado, e atento para não ferir, mesmo sem querer. Procurei tor-nar-me bem acessível, tanto pela dis-ponibilidade, como pela simplicidade, despida de qualquer pretensão, e pela prontidão para escutar de bom grado críticas e sugestões. os projetos e ini-ciativas foram, muitas vezes, gestados em reunião de Comissões. Sua execu-ção não teria sido possível sem a con-tribuição imprescindível do Sócio, Pe. Klein, e de outros companheiros. Em Roma, a colaboração com o Superior Geral, Pe. Kolvenbach, bem como as vi-sitas às Províncias da América Latina, durante sete a oito anos, ampliaram a minha visão da Companhia e do serviço que ela presta, de tantos modos, à igre-ja e ao mundo.

para o senhor, o que é ser jesuíta?

Ao completar 80 anos de idade, de-pois de 64 anos como jesuíta e 51 de sacerdócio, não posso senão agra-

Nascido em Belém, capital do Pará, Pe. Mac Dowell concluiu o ensino médio no Colégio Santo Inácio, na cidade do Rio de Janei-ro. Cursou Filosofia no Colégio Anchieta de Nova Friburgo (RJ), mestrado em Teologia em Frank-furt (Alemanha) e doutorado em Filosofia na Pontifícia Universida-de Gregoriana de Roma (Itália).

Ao voltar ao Brasil, trabalhou na Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Medianeira, em São Pau-lo, e na PUC-Rio, onde tornou-se reitor aos 42 anos de idade, o mais jovem na história da universida-de. Foi também reitor da Faculda-de Jesuíta de Filosofia e Teologia

(FAJE), em Belo Horizonte (MG), onde, atualmente, é professor ti-tular e diretor do Departamento de Filosofia.

Atuou também como pes-quisador do Centro João XXIII de Investigação e Ação Social, CIAS/IBRADES. Entre 1990 e 98, foi membro do Conselho Geral e assessor do Superior Geral para a América Latina da Cúria Geral da Companhia de Jesus no Vatica-no. Foi ainda fundador da Acade-mia Brasileira de Educação e da Sociedade Brasileira de Filósofos Católicos, além de presidente do Conselho Deliberativo do Institu-to Cultural Brasil-Japão.

decer a Deus pelo bem que, por meu intermédio, Ele distribuiu entre tan-tos irmãos e irmãs. Escolhido por sua bondade, não só para servidor da missão de seu Filho Jesus Cristo, mas também para seu amigo, sus-tentou sempre, apesar de minhas inúmeras resistências, meu com-promisso de segui-lo no caminho da cruz, animado pela esperança da ressurreição. Por isso, estou con-

tente, muito contente, com a vida que Deus me deu e que coloco con-fiante em suas mãos. os limites evi-dentes, de todo tipo, não são senão mais uma prova de sua misericórdia. Com efeito, ser jesuíta é saber que, embora pecador, se é chamado a ser companheiro de Jesus, como o foi Santo inácio (CG 32 d.2. n.1), para manifestar a todos a grandeza do amor do Pai.

(...) SER jESUítA é SABER qUE, EMBoRA PECAdoR, SE é ChAMAdo A SER CoMPAnhEIRo dE jESUS, CoMo o FoI SAnto InáCIo (CG 32 d.2. n.1), PARA MAnIFEStAR A todoS A GRAndEZA do AMoR do PAI

entrevista PEREGRINOS EM MISSÃO

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Papa Francisco:“Para fazer a paz é preciso coragem”

Na tarde de 8 de junho, os Jardins do vaticano fo-ram cenário de um momen-to histórico: o encontro de oração pela paz, que reu-niu o papa Francisco e os presidentes de israel, Shi-mon Peres, e da Palestina, Mahmoud Abbas.

“Com grande alegria, vos saúdo e desejo ofere-cer, a vós e às ilustres De-legações que vos acompa-nham, a mesma recepção calorosa que me reservas-tes na minha peregrina-ção, há pouco concluída, à

IGREJA SANTA SÉ

o ministério de unidade na

ENCoNTRo DE oRAÇão PELA PAZ: PAPA E oS PRESiDENTES DE iSRAEL, SHiMoN PERES, E DA PALESTiNA, MAHMouD ABBAS, No vATiCANo

Terra Santa”, disse o papa Francisco, em agradeci-mento aos presidentes israelense e palestino por terem aceitado o convite de rezar juntos, no vati-cano, para pedir a Deus o dom da paz. “Espero que este encontro seja o iní-cio de um caminho novo à procura do que une para superar aquilo que divide”, destacou o pontífice. o papa agradeceu ainda ao Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolo-meu i, por acolher com ele

esses hóspedes ilustres. “Este nosso encontro de imploração da paz para a Terra Santa, o Médio oriente e o mundo inteiro é acompanhado pela oração de muitíssimas pessoas, pertencentes a diferentes culturas, pátrias, línguas e religiões: pessoas que re-zaram por este encontro e agora estão unidas conos-co na mesma invocação. É um encontro que respon-de ao ardente desejo de quantos anelam pela paz e sonham um mundo onde os homens e as mulheres possam viver como irmãos e não como adversários ou como inimigos”.

“Para fazer a paz é preciso coragem, muito mais do que para fazer a guerra. É preciso coragem

para dizer sim ao encon-tro e não à briga; sim ao diálogo e não à violên-cia; sim às negociações e não às hostilidades; sim ao respeito dos pactos e não às provocações; sim à sinceridade e não à du-plicidade. Para tudo isto, é preciso coragem, grande força de ânimo”, disse ain-da o Santo Padre.

Eis um trecho da oração pela paz feita pelo papa Francisco: “Senhor Deus de Paz, escutai a nossa sú-plica! Tentamos, tantas ve-zes e durante tantos anos, resolver os nossos confli-tos com as nossas forças e também com as nossas armas; tantos momentos de hostilidade e escuridão; tanto sangue derramado; tantas vidas despedaça-

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o ministério de unidade na igreja SANTA SÉ

das; tantas esperanças s e p u l t a d a s . To r n a i - n o s disponíveis para ouvir o grito dos nossos cidadãos que nos pedem para trans-formar as nossas armas em instrumentos de paz, os nossos medos em con-fiança e as nossas tensões em perdão”.

o presidente da Pa-lestina, Mahmoud Abbas, proferiu as seguintes pala-vras: “Reconciliação e paz, Ó Senhor, são as nossas metas. Deus, em seu Livro Sagrado, disse aos fiéis: ‘Fazei a paz entre vós!’ Nós estamos aqui, Senhor, orientados em direção à paz. Tornai firmes os nos-sos passos e coroa com o sucesso os nossos esfor-ços e nossas iniciativas. vós sois o promotor da vir-tude e aquele que previne

o vício, o mal e a agressão”.o presidente de israel,

Shimon Peres, disse: “o nosso Livro dos Livros nos impõe o caminho da paz, nos pede que trabalhemos por sua realização. Diz o Livro dos Provérbios: Suas vias são vias de graça e todas as suas sendas são paz. Assim devem ser as nossas vias. vias de graça e de paz. Nós todos somos iguais diante do Senhor. Nós todos fazemos par-te da família humana. Por isso, sem paz, nós não so-mos completos e devemos ainda realizar a missão da humanidade. A paz não vem facilmente. Nós de-vemos trabalhar com to-das as nossas forças para alcançá-la. Para alcançá-la rapidamente. Dois povos – os israelenses e os pa-

lestinos – ainda desejam ardentemente a paz. As lágrimas das mães sobre seus filhos ainda estão marcadas em nossos cora-ções. Nós devemos pôr fim aos gritos, à violência, ao

conflito. Nós todos neces-sitamos de paz. Paz entre iguais”.

Fonte: site da Rádio Vaticano |

Fotos: News.va e L’Osservatore

Romano

DA ESQuERDA PARA A DiREiTA: MAHMouD ABBAS, PAPA FRANCiSCo,SHiMoN PERES E BARToLoMEu i

Entre os dias 24 e 26 de maio, o papa Francis-co realizou sua primeira viagem como pontífice à Terra Santa. A visita teve como objetivo celebrar o 50º aniversário do aper-to de mãos entre o papa Paulo VI e Atenágoras, patriarca de Constantino-pla. Esse encontro histó-rico foi importante passo

para aproximar o Vatica-no das igrejas ortodoxas.

o roteiro do papa Francisco à Terra Santa in-cluiu ainda visitas à região do Domo da Rocha e da mesquita de al-Aqsa, ao Muro das Lamentações, ao rio Jordão e ao local da Última Ceia de Jesus.

Fonte: L’Osservatore Romano

FranciscO na TErra sanTa

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o ministério de unidade na igreja SANTA SÉ

No dia 9 de junho, dia de São José de Anchieta, o Colégio Pio Brasileiro, em Roma, inaugurou a estátua do Apóstolo do Brasil. um marco importante para a instituição, que celebra 80 anos em 2014. o padre João Roque Rohr conta-nos como foi o processo de elaboração da escultura até o momento de sua apresentação:

Logo que chegou a notí-cia de que o papa Francisco haveria de canonizar, pelo rito equipolente, o Beato José de Anchieta, no dia 3 de abril, justamente no dia da comemoração da inaugura-ção do Pontifício Colégio Pio Brasileiro em Roma, dando início ao 80º aniversário da Casa de Formação semina-rística e sacerdotal, dirigida pela Companhia de Jesus, ocorreu, à Equipe de Direção e à Comissão dos Festejos, a ideia de mandar esculpir uma estátua de madeira a ser inaugurada no Dia Nacional de Anchieta, em 9 de junho.

A imagem escolhida deveria expressar a ativi-dade missionária de An-

chieta no Brasil. A ideia era apresentar a fisionomia serena e juvenil de um je-suíta de 19 anos. Após essa decisão, saímos à procura de um escultor. Encontra-mos Carl Moroder, filho de uma tradicional família de artistas – escultores em madeira na Região de Bressanone (Brixen), no Ti-rol, ao norte da itália. Fei-tos os primeiros contatos e transmitidas as suges-tões de como queríamos a obra de arte, aguardamos pacientemente as provas que chegavam em minia-tura, até aprovarmos a configuração final e o aca-bamento, previsto para o dia 25 de maio.

A visita do papa Francis-co estava prevista e agen-dada para o dia 9 de junho, mas, infelizmente, o pontí-fice foi acometido por uma indisposição e não conseguiu comparecer à inauguração. o papa telefonou ao reitor do Colégio Pio Brasileiro pedin-do desculpas e explicando, penalizado, a sua situação. Ele pediu que dom Damasce-

ESTáTUA DE SãO JOSé DE ANCHIETA é INAUGURADA NO COLéGIO PIO BRASILEIRO

no presidisse a Santa Missa e os demais eventos previs-tos para a ocasião. o reitor agradeceu a gentileza do te-lefonema e disse que infor-maria a comunidade reunida, solicitando-lhe preces pelo pronto restabelecimento da saúde de Sua Santidade. Fu-turamente, repetirá o convi-te para uma visita ao Colégio.

A concelebração da Santa Missa em memória de São José de Anchieta transcorreu solene e devo-tamente, abrilhantada com belos cantos selecionados e ensaiados, sendo conce-lebrantes junto ao altar, ao lado de dom Raymundo Da-masceno de Assis, o cardeal dom João Braz de Aviz, o ar-cebispo Dom ilson de Jesus Montanari, o padre Marcos Recolóns – representante do Pe. Geral –, o padre An-tonio Reges Brasil, o padre Leonisio Leal e o padre ivan de oliveira, cerimoniário . os demais espaços da Capela foram ocupados pelos sa-cerdotes-estudantes do Pio e pelos funcionários e seus respectivos familiares.

Antes dos ritos conclu-sivos, os concelebrantes circundaram a estátua. Dom Damasceno a consagrou e benzeu com oração própria e água benta, enquanto to-dos cantavam a plenos pul-mões o hino à Anchieta, com-posto pelo padre Eliomar Ribeiro de Souza. Por fim, dom Damasceno comunicou que a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Bra-sil) proclamou São José de Anchieta co-patrono do co-légio Pio Brasileiro, oficiali-zando a decisão em Decreto assinado pela Presidência da entidade. A partir desta data, a estátua do novo san-to da Companhia de Jesus e de toda igreja Católica pode ser visitada e venerada por todos que vão ao Pontifício Colégio Pio Brasileiro.

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especial

EsPORTE E A bUsCA DAEXCELêNCIA HUMANA

o Brasil é conhecido como o país do futebol. A identificação dos bra-sileiros com o esporte é genuíno e transcendem as quatro linhas do campo. Entre os meses de junho e ju-lho, o país sedia um dos mais impor-tantes eventos esportivos: a Copa do Mundo 2014. os sentimentos com re-lação à competição são diversos, pois envolvem questões da administração pública. Mas, independentemente disso, um elemento se sobressai: o futebol é o esporte mais popular da nação e o que mais impulsiona a es-perança de milhares de crianças e adolescentes.

E por que o futebol desperta tan-to a atenção dos jovens? os motivos dessa grande paixão são vários, mas, certamente, os que mais se sobres-saem são os valores que ele estimula, como companheirismo, solidariedade e perseverança. Para a Companhia de

Jesus, o esporte é mais do que uma atividade física, ele é uma força mo-bilizadora. o padre Adroaldo Palaoro, diretor do Centro de Espiritualidade inaciana, destaca que “o futebol rom-pe as distâncias, supera os conflitos e alivia as tensões entre as pessoas, povos e nações. Ele é uma instância educativa, pois reforça os laços entre as pessoas, revigora comunidades e alarga os horizontes de quem dele participa”.

Nos colégios da Companhia de Je-sus, o esporte sempre foi trabalhado dentro do processo educativo. No livro Pontapé Inicial para o futebol no Bra-sil, lançado em maio, no Colégio São Luís, o autor Paulo Goulart conta que a modalidade esportiva foi trazida ao país por um padre jesuíta (veja boxe na página seguinte). “A atividade física está associada à formação de cidadãos completos, auxiliando os alunos a se

“A PRátICA ESPoRtIvA MElhoRA o CondICIonAMEnto FíSICo, ContRIBUI CoM o RACIoCínIo E A ConCEntRAção. ISSo IMPACtA dIREtAMEntE nA qUAlIdAdE dE vIdA do AlUno E no REndIMEnto ACAdêMICo. AléM dISSo, o EStUdAntE qUE PRAtICA ESPoRtE AdqUIRE, CoM o tEMPo, MAIS dISCIPlInA E RESPEIto Ao PRóxIMo.”

Profª. drª. Rivana Basso Fabbri Marino, vice-reitora de Extensão e Atividades Comunitárias da FEI

prepararem para os desafios pessoais, sociais, profissionais e espirituais da vida adulta”, diz Goulart, que também é arquiteto e Mestre em Ciências da Co-municação pela ECA-uSP.

Formação de alunos do Colégio são luís, em 1897, tendo ao Centro, sob os pés de um aluno, uma bola para jogar Futebol

Foto

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11I n f o r m at I v o d o s j e s u í ta s d o b r a s I l

especial

Para a Companhia de Jesus, a prática esportiva, não só do fute-bol, mas de qualquer modalidade, é parte integrante do ensino, pois tra-balha com elementos que auxiliam no desenvolvimento intelectual. “A educação da pessoa como um todo implica o desenvolvimento físico em harmonia com outros aspectos do processo educativo. Por essa ra-zão, a educação da Companhia inclui um programa bem desenvolvido de

pOnTapé inicial DOs JEsuíTas

O padre José Maria Monteiro nasceu em 1839, na Itália, e, aos 16 anos, ingressou na Compa-nhia de Jesus. O jesuíta foi um dos responsáveis por trazer os primeiros embriões das bolas de futebol ao Brasil. Tornou-se reitor do Colégio São Luís, em Itu (SP), no ano de 1877. Em sua gestão na instituição, promo-veu importantes e significativas mudanças, com especial aten-ção à prática de atividades físi-cas. Empreendeu diversas via-gens à Europa a fim de realizar uma atualização pedagógica, por meio da inserção de novas atividades, entre elas a prática de modalidades esportivas.

esportes e educação física. Além de fortalecer o corpo, os programas de esportes ajudam os jovens, de ambos os sexos, a aceitarem gra-ciosamente tanto o sucesso quanto o fracasso. Além disso, os faz cons-cientes da necessidade de cooperar com os demais, utilizando as melho-res qualidades pessoais para con-tribuir para o bem maior de todo o grupo”, afirma padre Adroaldo.

“o esporte como meio para a busca da excelência humana”, essa já era a crença dos jesuítas do sécu-lo XiX. Esses homens tinham como intuito sempre aprimorar o traba-lho da Companhia de Jesus com a educação. Por isso, viajavam para a Europa à procura de novos métodos que pudessem integrar o desenvol-vimento educacional com o pessoal. “os colégios jesuítas europeus já aplicavam, no que se refere às prá-ticas esportivas, diversas soluções já consolidadas, estimuladas por educadores e com a orientação das modalidades descritas no livro Les jeux de Collége, que propunha uma uniformidade na prática de jogos e esportes”, explica Paulo Goulart.

E foi na realização dessas via-gens que o padre José Maria Mante-ro, reitor do Colégio São Luís, e seus companheiros jesuítas trouxeram na bagagem diversos objetos para as práticas esportivas, entre elas a

bola inglesa, que, depois, seria co-nhecida, simplesmente, como bola de futebol.

o ESPoRtE nA CoMPAnhIA dE jESUS: PASSAdo E PRESEntE

A versão mais conhecida do iní-cio do futebol no país é a de que o brasileiro, com ascendência inglesa, Charles Miller trouxe a modalidade esportiva para o Brasil. Em 1894, após desembarcar no porto de San-tos, vindo de uma viagem de estu-dos à inglaterra, o jovem apresenta o football aos paulistanos. Mas só em 1895 aconteceria a primeira par-tida de futebol. o jogo foi entre os funcionários da São Paulo Railway Company, time de Miller, e da Gas Company of São Paulo.

Entretanto, uma história muito importante e não tão conhecida, é a de que os jesuítas, 15 anos antes de Charles Miller, já tinham desembar-cado em terras brasileiras com bo-las de futebol após algumas viagens pelo continente europeu. “Retornan-do da Europa, o padre José Mantero traz em sua bagagem algumas pre-ciosidades: duas bolas de futebol e o livro Les Jeux de Collége. A partir daí, em 1880, as práticas esporti-vas, cujas modalidades ampliaram--se bastante, e com destaque para

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o futebol − inicialmente sob a forma de ‘bate-bolão’, em que os alunos se entretinham chutando a bola em di-reção à parede da escola, ganham novo impulso e adesão integral dos alunos”, detalha Paulo Goulart, autor do livro Pontapé inicial para o fute-bol no Brasil.

Com foco no início do futebol no país, a obra de Goulart faz um resgate histórico da inserção de modalidades esportivas por meio dos jesuítas no Colégio São Luís, localizado em itu (SP). o livro apresenta registros que relatam o início do futebol antes da chega-da de Charles Miller. “Quando che-garam aos colégios europeus, os jesuítas encontraram um ambien-te bastante receptivo às práticas esportivas. Eles trouxeram novas e variadas modalidades de espor-te e, em especial, bolas de futebol para o entretenimento dos alunos. A partir daí, houve uma contínua e ininterrupta utilização da bola de futebol no Colégio São Luís, com a evolução da prática desde as suas formas embrionárias, como o bate--bolão até o futebol praticado atu-almente”, afirma Goulart.

Charles Miller foi o responsável por agregar ao esporte regras mais específicas, além de contribuir sig-nificativamente com a divulgação do futebol. Já a Companhia de Jesus

conseguiu aliar a prática esportiva à educação dos alunos. o esporte foi trazido dentro de um contexto de desenvolvimento humano e es-piritual. “Do que pude apreender durante o período de realização da pesquisa, a educação jesuíta incorpora as atividades físicas no ambiente escolar como elemento integrante do processo pedagó-gico. De modo mais específico, o futebol faz parte (assim como os outros esportes) da educação jesu-íta”, ressalta o autor.

Assim como no século XiX, a Companhia de Jesus continua a in-centivar a prática de modalidades esportivas. o esporte pode trans-formar a vida das pessoas. Esse é um dos objetivos do Programa

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programa esporte integral já atendeu mais de 8 mil jovens em 26 anos de atuação

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especial

Esporte integral, iniciativa do Cen-tro de Cidadania e Ação Social da unisinos, que conta com a parceria institucional do Banco do Brasil, da Associação Atlética do Banco do Brasil, através do Programa inte-gração AABB Comunidade.

Em 26 anos de atuação, o progra-ma já atendeu mais de 8 mil crianças e adolescentes do vale dos Sinos, região metropolitana de Porto Ale-gre (RS). o intuito é estimular o de-senvolvimento integral de jovens e a qualificação acadêmica de estudan-tes, por meio do esporte e da dança. Participam da iniciativa crianças e adolescentes, entre 7 e 18 anos, ma-triculados na rede pública de ensino. “A participação nas atividades ga-rante aos educandos aprendizagens e vivências diferenciadas, buscando sempre utilizar todo o potencial do esporte”, afirma Augusto Dotto, co-ordenador executivo do Programa Esporte integral e coordenador peda-gógico do Programa integração AABB Comunidade - São Leopoldo (RS).

os alunos da unisinos também participam da ação. Desde 1988, ano da criação do programa, mais de 500 alunos já passaram pela ex-periência. “os estudantes partici-pam como estagiários, no formato de estágio remunerado, e, também, como espaço de estágio curricular obrigatório. Dentro da organização do Programa, os planejamentos e tomadas de decisões ocorrem com a participação de todos. Esse mo-delo favorece a formação de edu-cadores comprometidos e vincu-lados ao desenvolvimento social. São muitos os casos de estagiários que, ao deixarem o Programa Es-porte integral, assumiram cargos de liderança e hoje fazem a dife-rença dentro do meio esportivo e educacional”, acrescenta Augusto.

o esporte pode ser um impor-tante aliado no incentivo à educa-ção, mas, para isso, é necessário que ele seja trabalhado de acordo com os objetivos do espaço onde se desenvolve, respeitando os in-teresses do público envolvido. “É

EspOrTE E lazEr

Os colégios da Rede Jesuíta de Educa-ção têm por tradição incentivar os alu-nos na participação de atividades es-portivas. Em 2013, o Colégio Diocesano realizou a Olimpíada Mirim, um dos eventos realizados nas comemorações da Semana da Criança, em outubro. Os alunos do 2º ao 5º ano do ensino fundamental participaram de diver-sas modalidades. Na ocasião, Roseme-re Imperes, coordenadora de ensino da instituição, comemorou a realização do evento: “o que vimos nesses dias de Olimpíada foi o intercâmbio social e cultural da comunidade do Diocesano. Alunos, pais e professores estimulan-do a prática desportiva como instru-mento indispensável à formação da personalidade dessas crianças”.

O trabalho em equipe é um dos benefícios que o professor José Car-los Araújo, do Colégio Antônio Viei-ra, ressaltou durante a participação dos alunos na 14ª edição do Festival Esportivo das Escolas Particulares de Salvador (FEEPS), que teve início no dia 26 de abril. “A iniciativa ajuda na Integração entre escolas e, com isso, proporciona uma ampla comunica-ção entre os participantes, o que aju-da no trabalho em equipe”, afirmou.

O FEEPS será disputado em dife-rentes locais até o encerramento, no dia 9 de novembro. O Colégio Antô-nio Vieira compõe o circuito dos jo-gos e sediará algumas competições de modalidades coletivas. O maior objetivo do torneio é promover mo-mentos de confraternização e lazer entre os participantes.

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necessário fugir do discurso de que o esporte educa. Ele educa se bem realizado. Quem vai fazer dele uma ferramenta de educação, ou de ex-clusão, é o educador”, conclui.

dIMEnSão ESPIRItUAl

A prática de esportes exige de nós, seres humanos, um equilíbrio espiritual, uma paz interior. Algu-mas modalidades esportivas po-dem ser realizadas sozinhas, como o atletismo. Já outras, necessitam de uma integração entre as pesso-as. São os esportes coletivos, como o futebol. Para a prática saudável desses exercícios, é necessário um equilíbrio entre corpo e mente. Segundo o padre Luís González--Quevedo, conhecido como Pe. Que-vedinho, “a espiritualidade é uma di-mensão que está presente em todas as áreas da vida humana. A prática esportiva faz parte da vida humana, logo tem uma dimensão espiritual.

É muito conhecida a máxima latina mens sana in corpore sano (mente sã em corpo são)”.

o esporte nos transmite valo-res como persistência, trabalho em equipe e superação. Além disso, une as pessoas e proporciona mo-mentos de felicidade. Para o padre Adroaldo Palaoro, “toda modalidade de esporte é um ‘sim’ à vida, porque possibilita mergulhar na profun-didade da existência humana, as-sumindo o que há de prazeroso, de positivo e de belo, para expressá-lo com alegria”.

A Companhia de Jesus incentiva a prática esportiva aliada à dimensão espiritual e ao desenvolvimento inte-lectual das pessoas. Nesse contexto de práticas esportivas, o cuidado com os valores humanos é essencial. Em 2013, casos de violência no futebol brasileiro apresentaram o lado ne-gativo do esporte. o fanatismo cego e a intolerância esvaziam o sentido da prática esportiva. “Penso que a in-

“todA ModAlIdAdE dE ESPoRtE é UM ‘SIM’ à vIdA, PoRqUE PoSSIBIlItA MERGUlhAR nA PRoFUndIdAdE dA ExIStênCIA hUMAnA, ASSUMIndo o qUE há dE PRAZERoSo, dE

PoSItIvo E dE BElo, PARA ExPRESSá-lo CoM AlEGRIA.”

Padre Adroaldo Palaoro

fluência do esporte é positiva, quan-do o exercício físico é equilibrado e acompanhado de maneira adequada. Por outra parte, temos que lamentar a excessiva mercantilização do fute-bol profissional e o clima de paixão, que pode gerar atos de violência, ma-nifestações de narcisismo, racismo e falta de respeito aos adversários”, ressalta padre Quevedinho.

Mas, felizmente, o lado posi-tivo do esporte se sobressai. Nas próximas semanas, o Brasil estará envolvido na realização da Copa do Mundo. Que a persistência, o com-panheirismo e o espírito de equipe façam parte de todo o evento. Para o padre Quevedinho, o esporte pode servir como alimento do espírito e o técnico da seleção brasileira sabe disso. “Felipão, que é um homem religioso, sabe que os craques bra-sileiros, além de uma ótima prepa-ração física, precisam também de uma boa disposição psíquica e até da proteção de Deus”, finaliza.

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MUNDO CÚRIA GERAL

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Visita do superior Geral a Portugal

DIRETOR DO SERVIçO JESUíTA AOS REFUGIADOS NO AFEGANISTãO é SEqUESTRADO

Jesuítas destinados ao apostolado intelectual

o Superior Geral da Companhia de Jesus, pa-dre Adolfo Nicolás, visi-tou a Província de Portu-gal entre os dias 1º e 4 de junho. o jesuíta partici-pou das conferências Co-laboração na Missão, na

No dia 24 de maio, o Su-perior Geral enviou uma carta circular a toda a Companhia de Jesus sobre os jesuítas desti-nados ao apostolado intelectu-al; em sua carta, ele diz: “a longa tradição de compromisso com o apostolado intelectual que tem a Companhia de Jesus forma parte da nossa identi-dade religiosa. Sabemos que os primeiros companheiros se

capital Lisboa; Liderança, em Coimbra; e Educação, no Colégio das Caldinhas. Pe. Adolfo também par-ticipou de um encontro com os professores da Faculdade de Filosofia, em Braga, e da abertura

conheceram em Paris, quando estudavam para se graduarem Mestres de Artes (...). Esta car-ta quer se tornar um convite para renovar o apostolado in-telectual, em particular quando se trata de fazer pesquisa”.

o Pe. Adolfo concluiu a car-ta dizendo: “graças ao grande trabalho das gerações que nos precederam, dispomos agora de muitos instrumentos que

No dia 3 de maio, o Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) confirmou o sequestro do padre Alexis Prem Kumar, 47 anos, diretor do JRS no Afe-ganistão. o jesuíta foi seques-trado no dia 2 de maio, por um grupo de pessoas não identifi-cadas, no oeste do país.

“Estamos profundamente

consternados pelo sequestro do padre Alexis. Permanece-mos em contato com todas as autoridades pertinentes para fazermos o possível para ga-rantir o seu retorno seguro e rápido. Enquanto isso, nossas orações acompanham Alexis, sua família e amigos neste momento difícil”, disse o di-

retor internacional do JRS, padre Peter Balleis.

o padre Alexis Prem Ku-mar é indiano e, no momen-to do sequestro, tinha ido acompanhar alguns profes-sores de uma escola apoia-da pelo JRS para refugiados vindos da aldeia Sohadat, a 25 km da cidade de Herat.

do simpósio A restau-ração da Companhia de Jesus em Portugal e no Oriente , organizado pela Fundação oriente.

Pe. Adolfo Nicolás presidiu eucaristias para grupos de universitários

e jovens que frequentam centros pastorais e para jesuítas da região. o Su-perior Geral participou, ainda, da Consulta da Pro-víncia e encontrou-se com irmãos jesuítas e leigos colaboradores.

podem nos ajudar a entrar, de forma renovada, em um apos-tolado intelectual de verdadeiro serviço à missão da igreja no mundo atual. No presente con-texto, quando o número de jesuí-tas decresce em algumas partes do mundo e cresce em outras, é preciso prosseguir com a nossa dedicação a este campo, bus-cando adaptar nossos esforços às realidades do momento”.

Os temas tratados na carta são: 1) Um apostolado a ser-viço da missão da Igreja2) Diversos modos de viver o apostolado in-telectual3) A necessária atitude espiritual do apostola-do intelectual 4) Reforçar a “missão de investigar”

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a companHia de jesus no mundo CÚRIA GERAL

Em entrevista especial ao infor-mativo Em Companhia, Pe. Carlos Palácio, provincial do Brasil, comen-tou o anúncio feito pelo Superior Geral, Pe. Adolfo Nicolás, em 20 de maio, sobre a decisão de convocar a 36ª Congregação Geral da Com-panhia de Jesus, que acontecerá nos últimos meses de 2016. veja a seguir:

por que o padre Geral convocou a 36ª congregação Geral da compa-nhia de Jesus?

Na referida carta de 20 de maio, o Pe. Adolfo Nicolás anunciou apenas a decisão de convocar, no fim des-te ano, a 36ª Congregação Geral da Companhia de Jesus, que será reali-zada nos últimos meses de 2016.Essa notícia foi uma surpresa relati-va. os jesuítas que participaram da CG 35ª – e, por meio deles, os outros jesuítas – sabiam muito bem que, por ocasião de sua eleição, o Pe. Nicolás tinha manifestado a intenção de não prolongar seu governo além dos 80 anos, como foi o caso de seu ante-cessor, Pe. Peter-Hans Kolvenbach. As razões do Pe. Nicolás são com-preensíveis. Com o passar dos anos (ele já cumpriu 78 anos; e terá 80, em 2016), ele sente que a vitalidade se reduz e as energias diminuem. Mes-

mo tendo plenas condições de con-tinuar governando, o dinamismo não é o mesmo. E o Pe. Adolfo Nicolás é muito sensível – sempre foi – a esse aspecto: a Companhia de Jesus ne-cessita de dinamismo.A convocação da CG 36ª está rela-cionada, portanto, com esse desejo de apresentar a renúncia ao cargo. Para isso, o Pe. Nicolás foi dando, com todo cuidado, os passos neces-sários: a aprovação dos Assisten-tes ad providentiam, uma conversa amigável com o papa Francisco, que lhe manifestou seu pleno acordo, a consulta a todos os Provinciais e o parecer do Conselho Geral. Se a renúncia for aceita, a Congregação procederá à eleição do sucessor do Padre Geral.

como funcionará a cG 36ª? Quais os objetivos e os jesuítas que par-ticiparão dela?

A Congregação Geral é o órgão su-premo de governo da Companhia de Jesus e não tem periodicidade estabelecida. Santo inácio mesmo era reticente à multiplicação de tais reuniões. o seu maior desejo era que os jesuítas não fossem distraídos da missão. Por isso, a CG só é convoca-da por duas razões fundamentais: a)

quando é mister tratar de assuntos graves ou de muita importância; e/ou b) quando se faz necessário es-colher um novo Superior Geral. Esse será, provavelmente, o caso da CG 36ª, se for aceito o pedido de re-núncia. E também o seu principal ob-jetivo. outros assuntos serão trata-dos em função das sugestões vindas das Províncias durante a preparação (as chamadas Congregações Provin-ciais) e das escolhas feitas pela CG, que é soberana. De qualquer maneira, a preparação da CG 36ª – como toda CG – tem seu funcionamento rigorosamente esta-belecido, no que se chama, na nossa linguagem, a Formula Congregatio-nis Generalis: a começar por quem a convoca, os jesuítas que dela irão participar (os ‘eleitores’), os assun-tos a serem tratados, as comissões de trabalho etc.os participantes são definidos igualmente com extremo cuidado e representam um número significa-tivo de jesuítas do mundo inteiro: alguns participam por razão do car-go que ocupam (o governo geral; os provinciais etc.); outros são eleitos pelas respectivas Províncias; os Presidentes das Conferências de Provinciais; e aqueles que, por moti-vos diversos, podem ser convocados pelo Pe. Geral.

Quais as diferenças entre as úl-timas cGs para a que acontecerá em 2016?

Seria exercício de pura imagina-ção dissertar sobre a temática e as características que poderá ter a CG 36ª ou a sua especificidade em relação às CGs precedentes. Por enquanto, a única certeza, ao que tudo indica, é que haverá eleição de um novo Geral. Mas, nesse longo tempo de preparação (mais de um ano e meio), irão surgindo traços do que poderão ser as características dessa CG.

pe. palácio comenta anúncio da 36ª cG

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a companHia de jesus no mundo CÚRIA GERAL

De fato, cada CG tem a sua espe-cificidade, que depende das cir-cunstâncias da sua convocação e do contexto histórico-eclesial. Só a posteriori é possível estabelecer conexões e fazer comparações. Por exemplo, em relação às CGs pre-cedentes, a CG 31ª foi um começo novo. o ingente esforço feito pela Companhia reunida em CG para adaptar seu estilo de vida e missão ao espírito do Concílio vaticano ii significou um antes e um depois na vida da Companhia. Já a CG 33ª, re-alizada no momento da doença que deixou prostrado o Pe. Pedro Arru-pe, limitou-se, na prática, à eleição do Pe. Peter-Hans Kolvenbach. A CG 32ª e a CG 34ª – em momentos histó-ricos e culturais diferentes – deixa-ram marcas profundas: a primeira, pela íntima vinculação que introdu-ziu entre serviço da fé e promoção da justiça, sobretudo; e a segunda, por ter retomado essa questão no contexto do diálogo com as culturas e do diálogo inter-religioso. A CG 35ª reafirmou as opções das CGs anteriores, destacando-se, princi-palmente, pelo conhecido Decreto 2 (um fogo que acende outros fogos), que é uma narrativa extremamente inspiradora e atual de nosso caris-ma e missão.

Quais foram as principais ca-racterísticas do governo do pe. adolfo nicolás e as expectativas em relação ao novo Geral?

É cedo ainda para avaliar o gover-no do Pe. Adolfo Nicolás. Ainda tem pela frente dois anos, nos quais muitas coisas podem acontecer. Por ter vivido grande parte da sua vida como jesuíta no Japão e co-nhecer muito de perto a realidade da Ásia em geral, o governo do Pe. Adolfo Nicolás teve um importante papel de transição, de ponte, entre uma Companhia de Jesus com for-te predomínio do hemisfério norte ainda (Europa e Estados unidos), para uma Companhia cujo peso de-mográfico repousa cada vez mais

na Ásia, na África e, em parte, na América Latina. Ter aberto os olhos e a atenção da Companhia para esses continentes é um dos grandes méritos deste governo. isso, a meu ver, está rela-cionado com outras duas caracte-rísticas da gestão do Pe. Nicolás: a insistência nas novas fronteiras da missão e o apelo insistente à reno-vação das estruturas de governo, sobretudo a histórica e tradicional divisão em Províncias, em função de novos enfoques da missão. É muito provável que o novo Geral tenha que dar continuidade a esse caminho recém-aberto. Ao pensar na surpresa que foi a eleição do papa Francisco, quem sabe poderá a Companhia ser surpreendida não com a eleição de um Geral latino--americano, mas asiático ou, tal-vez, africano.

Quais repercussões no Brasil?

Como disse antes, a surpresa entre os jesuítas do Brasil, não foi tanto o anúncio da renúncia, quanto a convo-cação imediata da CG 36ª. Passada a surpresa, cabe a nós, logo que for convocada a CG, começar a preparar a Congregação Provincial que tem pela frente duas grandes tarefas: eleger os que representarão a nova Província na CG e sugerir eventuais temas a serem tratados. De resto, o anúncio da futura CG não exigiu alterações no proces-so que vive a Companhia de Jesus no Brasil. Foi necessário apenas um pequeno ajuste de calendário. A data de criação oficial da nova Província foi antecipada em dois meses por questões jurídicas: a ereção canônica da BRA e a pos-se do novo Provincial têm que ser realizadas antes de ser convocada oficialmente a CG, porque, a partir desse momento, nenhum Provincial pode ser mudado. É uma forma de proteger o direito dos Provinciais em exercício, que, por força do car-go, são automaticamente membros de uma CG.

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AMÉRICA LATINA CPAL

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um anexo, mas sim constitu-tiva de nossa ação apostólica.

A novidade que o Projeto Apostólico Comum – PAC – agrega é a incidência. É uma ação que não busca apenas a transformação direta, se-não que pretende criar ondas, influenciar para que outros atuem. Em uma sociedade cada vez mais complexa e plural, mais institucionalizada e relacionada em redes múltiplas e globais, mais conflitiva e contraditória, não basta com a ação direta pessoal, que continua sendo o núcleo de nossa missão. É ne-cessário incidir também nas re-des e estruturas, pensar nossa ação para que provoque ondas, para que dispare movimentos que, desde as redes e estrutu-ras, entrem em diálogo com a complexidade de nosso mundo plural, que teça consensos des-de nossas disparidades.

Já não se trata de impor critérios morais ou dogmáticos desde os centros de poder. É necessário entrar em diálogo com um mundo intercultural e inter-religioso para criar ondas de humanidade abertas à trans-cendência. Nossas prioridades nos falam dessa atitude: a in-clusão, a abertura aos jovens, o diálogo entre fé e culturas, a solidariedade latino-americana.

Por isso, em nosso Proje-to Apostólico Comum, a ação estende-se até a incidência.

Esta é a terceira nota da metodologia do PAC: sua orientação à ação transforma-dora e à incidência mais que nas palavras e declarações.

Mais em obras

Lima, Peru.

Santo inácio dizia que o amor está mais nas obras do que nas palavras. Por isso, Je-sus diz que aquele que o ama, faz sua vontade.

Na segunda semana dos Exercícios Espirituais, pedimos para conhecer, para mais amar e seguir mais de perto, que é uma maneira de fazer. Fazer perto de, fazer com, fazer para. Jesus nos diz que não existe maior amor do que dar a vida pelo ami-go. Fazer que implica entrega do que possuímos, até entregar o que somos: a vida.

Na metodologia do PAC, da proximidade, conhecer de perto, com o entendimento e com o coração, passamos à profundidade, compreender e amar desde o mais profun-do de nossa vida, e daí à ação.

A ação que nasce do amor. Ação transformadora. Muitas vezes, temos compa-rado com a obra do artista, com ênfase na criatividade requerida, que supõe conhe-

cimento, imaginação e cora-ção; ou com a do oleiro, com o peso colocado na utilidade e no serviço, a intencionali-dade de nossa ação.

Ambas as imagens com-plementam-se com uma terceira: a do semeador, cuja ação transformadora produz fruto, mas que não é o pro-duto exclusivo de seu saber, nem de seu querer ou de sua vontade produtiva. Porque não é aquele que planta, nem o que rega, mas sim Deus é quem dá o crescimento. É a espiritualidade da ação que reconhece a ação do Espírito no movimento criador do su-jeito. Reconhecem-nos como co-criadores, em uma ação que envolve toda a nossa pes-soa, incluída na presença de Deus em nossa vida.

isso se torna mais evi-dente na ação educadora ou evangelizadora que se reali-za em relação a uma pessoa, que convida a crescer em liberdade; que não trabalha sobre uma matéria-prima passiva, que se deixa modelar e transformar, mas que entra em diálogo ativo, mutuamen-te transformador, até, como insiste Paulo Freire, tornar o educador educando, que aprende e cresce em sua ação, e ao educando convertido em educador, que não apenas re-cebe, mas também aporta no mesmo ato de aprender.

Por isso, falamos de ser con-templativos na ação. Porque, em nossa ação transformado-ra, contemplamos a esse Deus

jorge Cela, SjPresidente da CPAL

presente como quem trabalha, do qual nos fala a contemplação para alcançar o amor.

Nesse sentido, a Eucaris-tia é símbolo e sacramento de nossa atividade transfor-madora do mundo. o pão e o vinho que, em nossas mãos, por nossa palavra e nossa ação, tornam-se Deus pre-sente e abrem-nos à ação transformadora de Deus. Por isso, toda nossa ação torna--se eucarística, enquanto faz Deus presente, que transfor-ma e redime a realidade.

Nossa vocação é missio-nária, é apostólica. Estamos chamados a colocar-nos sob a bandeira de Cristo, a envolver-mo-nos em sua missão, que dá sentido à nossa vida toda. vivemos orientados à ação, em serviço da fé e promoção da justiça em um mundo in-tercultural e inter-religioso. Nossa oração, nosso estudo, nossa vida comunitária devem ser missão. Não apenas orien-tados para a missão, senão missão em si mesmos, de al-guma maneira sacramentais, que começam a realizar o que anunciam e buscam.

Sendo assim, nossa ação tem de ser em colaboração. Porque nossa missão é cons-truir comunidade, a comuni-dade do Reino. E a ação mes-ma tem que ser construtora de comunidade, em colabora-ção. Tem de criar relações de fraternidade, não de subor-dinação, na atividade da vida humana, que é partilhada e criativa. A colaboração não é

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BRASIL AMAZÔNIA

a companhia de jesus no

COMUNIDADE SãO PEDRO PARTICIPA DE CHURRASCO BENEFICENTE

No dia 25 de maio, o projeto Centro Cultural e Biblioteca Padre Gabriel Mala-grida promoveu um churrasco beneficen-te, na comunidade São Pedro, no bairro da Liberdade, em Marabá (PA). o objetivo da ação era ajudar na viagem e estadia de três jovens atletas, que participaram do

aTlETas sE DEsTacaM EM caMpEOnaTO

O Campeonato sul-americano de Karatê reuniu atletas representantes de 18 estados brasileiros e de 5 países latino-americanos: Argentina, Peru, Uruguai, Chile e Venezuela. O Centro Cultural e Biblioteca Padre Gabriel Malagrida enviou três adolescentes, do município de Marabá (PA), para participarem da competição.

Durante o campeonato, os atletas Wanderson Matos da Silva, 14 anos, e Wesley da Silva Costa, 15 anos, não ganharam medalhas, mas alcança-ram uma boa classificação. O gran-de destaque foi a jovem Mansuelen Araújo Gomes, 17 anos. A atleta ga-nhou o 3° lugar em Kata (luta ima-ginária) e 2 ° Lugar em Kumite (luta

por pontos) e classificou-se para o Campeonato Mundial de Karatê, que acontecerá em outubro, na Polônia.

O grupo foi recebido com muita festa pela comunidade da paróquia Sagrada Família. Esse foi o primeiro campeonato de grande porte de que o professor de Karatê, Marcos Felipe, participa. “Para nós, participar des-

se campeonato, foi uma grande con-quista e um grande incentivo para que os atletas se dediquem mais às artes marciais”, afirmou Marcos. Ele atuou durante todo o evento como árbitro e, por sua boa atuação, rece-beu medalhas e a possibilidade de fazer um curso de aperfeiçoamento para árbitros.

campeonato sul-americano de Karatê, re-alizado em São Paulo, entre os dias 31 de maio e 1º de junho.

Durante o evento, os jovens que partici-pam do projeto realizaram apresentações de balé, karatê e violão. o Centro Cultural e Biblioteca Comunitária Padre Gabriel Ma-

lagrida, iniciativa da Companhia de Jesus com o apoio da Paróquia Sagrada Família, tem como objetivo incentivar o desenvolvi-mento esportivo, educacional e social dos alunos. o projeto atende mais 200 jovens das comunidades: Nossa Senhora Apareci-da, São Pedro e Nossa Senhora da Paz.

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a companHia de jesus no Brasil AMAZÔNIA

JOVENS PARTICIPAM DA TRILHA INACIANA DA JUVENTUDE EM MARABá

JORNADA DE ESPIRITUALIDADE INACIANA REúNE JOVENS

Entre os dias 24 e 25 de maio, a Pa-róquia Sagrada Família, em Marabá (PA), promoveu a Trilha inaciana da Ju-ventude, que reuniu cerca de 70 jovens. os participantes percorreram cerca de 17km entre a Comunidade Nossa Se-nhora da Conceição, no Burguinho, até a Comunidade Nossa Senhora Aparecida, Km 16 da Transamazônica. o momento foi de encontro com o outro, conforme o relato do padre José Miguel Clemente:

o primeiro dia da Trilha inaciana con-sistiu em dar-se conta de refletir o cami-nho que é Jesus. Como são direcionados

os nossos sentidos, o ver, o escutar, o cheirar, o gostar e o tocar. o banho na fonte nos faz dizer: “oh! cristalina fon-te, se em teus semblantes prateados fizeras de repente os olhos desejados, que eu tenho em minhas entranhas de-senhados” (Cântico Espiritual S. João da Cruz), onde mergulhar e deixar as ameaças e medos, para surgir com uma humanidade nova, renovando o nosso batismo. os sentidos são o meio para nos encontrar com a realidade hoje, da natureza da Amazônia e da nossa vida como jovens que queremos contemplar

a Jesus em nosso meio, “Depois da ora-ção preparatória e dos três preâmbulos, é útil aplicar os cinco sentidos da imagi-nação” (EE 121).

No segundo dia da Trilha inacia-na, refletimos sobre a vida de Jesus, quando nos lembramos de seu amor pelos ‘outros’, os pobres, os aleija-dos, os humildes, celebrando a viDA. os sinais da natureza em nós abrem ao assombro da evidência de sermos criaturas de Deus junto com a nature-za. Passando aos poucos de um exercí-cio corporal a um exercício espiritual: “assim como passear e caminhar são exercícios corporais, da mesma forma se dá o nome de Exercícios Espirituais a todo e qualquer modo de preparar e dispor a alma para tirar de si todas as afeições desordenadas e procurar a vontade de Deus“ (EE 1).

Esse sinal natural nos leva a uma paz singular de ter feito as pazes com a natureza e seu criador, assim como com o universo. o convite a entrar na ‘trilha interior’ no seu espaço, no seu ‘colo’, res-peitamos a interioridade da pessoa e as-sim da mesma natureza em nós, ficando de joelhos em sinal de reverenciar, louvar e servir a Deus: “o homem é criado para louvar, reverenciar e servir a Deus Nosso Senhor“ (EE 23). Esse ficar de joelhos é sinal da urgência de diminuir o desequi-líbrio socioambiental, que revela que a vida no mundo está ameaçada.

A Rede inaciana de Juventude, do polo Luiz Gonzaga, da Região Brasil Amazônia, realizou a Jornada de Espiri-tualidade para Jovens, no dia 31 de Maio. A edição 2014 da experiência trouxe como tema O Sentir Magis e, como lema, “Não é o muito saber que satisfaz e sacia a alma, mas o sentir e saborear as coisas internamente” (EE 2).

o evento reuniu, aproximada-mente, 30 jovens de diversas partes

da cidade de Manaus (AM), no Cen-tro Loyola de Pastoral. o objetivo da Jornada de Espiritualidade foi o de propor aos jovens uma contribuição em sua formação, através das artes visuais e da música, na vivência da espiritualidade segundo Santo iná-cio de Loyola.

A Jornada de Espiritualidade inaciana é um momento do sentir o magis para e com as juventudes.

É um encontro de partilha, um espa-ço de reflexão e discussão de temas próprios para o ser humano, mas com um enfoque na juventude.

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calEnDáriO BaM

Agenda doSuperior Regional

18 a 21 de junho | Orientará, como assistente de formação, o Tríduo de preparação para a re-novação de votos dos estudantes do Juniorado e Filosofado – Belo Horizonte (MG)

22 a 30 de junho | Trabalho na cúria regional – Manaus (AM)

3 a 7 de julho | Visita canônica a Marabá – Marabá (PA)

6 de julho | Posse do Pe. João Pedro Cornado como novo pároco em Marabá – Marabá (PA)

8 a 28 de julho | Trabalho na Cúria Regional – Manaus (AM)

sIEs Manaus iniciaCiclo de Formação bíblica

o SiES de Manaus (Serviço inacia-no de Espiritualidade) iniciou o Ciclo de Formação Bíblica, no dia 8 de maio, no Centro Loyola de Pastoral. Em 2014, o estudo é orientado pelo padre Ronaldo Colavecchio e obedece ao ciclo litúrgico do ano A da igreja. o tema desta edição é Evangelho Segundo Mateus: A igreja mi-sericordiosa volta às suas raízes.

o curso acontece todas às quintas--feiras à noite e reúne, aproximada-mente, 50 pessoas, entre ministros da palavra, lideranças leigas católicas, religiosos e religiosas, que têm o de-sejo de se aprofundar nas práticas e ensinamentos de Jesus. o momento é de estudo para conhecimento da Pala-vra de Deus e de aplicação no contex-to da ‘liturgia cristã’.

o padre Ronaldo Colavecchio ex-plica os passos do curso: “nós vamos

Aconteceu, em 3 de junho, o Primeiro Encontro Partilhar Magis, com o tema ‘Jovens Politikós: exigência para uma práxis cidadã’. o evento reuniu em torno de 10 estudantes universitários na Casa Magis, em Manaus (AM).

o Projeto Partilhar Magis é uma parceria entre o Núcleo do Serviço de Pastoral universitária da universidade Federal do Amazonas (SPu-uFAM) e a Rede inaciana de Juventude (RiJ), cujo objetivo é pensar e discutir a juventude em seus diversos modos de ser, anseios, questionamento e desafios, consciente de sua ação transformadora. A iniciativa conta com a coordenação do estudante de Filosofia da uFAM, Marcos Almeida.

Realizado em forma de roda de conversa, o evento tratou sobre

prosseguir pelo Evangelho do ano, que é de São Mateus. Durante oito encon-tros, vamos analisar sua mensagem e estrutura. Queremos descobrir e con-templar a maneira que esse Evangelho é, um exemplo de uma igreja miseri-cordiosa, voltada a suas raízes, que são a pessoa de Jesus e a sua atuação com os doze apóstolos”.

Para Eisenhower Campos, colabo-rador do SiES, “o curso de Formação Bíblica oferecido pelo SiES parte da interpretação do livro A contempla-ção sobre o itinerário de Jesus Cristo, O Filho de Deus, no Evangelho de São Mateus, de autoria do padre Ronaldo Colavecchio. Para nós, participantes, o curso é uma possibilidade de verificar o grau de humanização – intimidade, humildade – e o amor de Deus para com seus filhos”.

como a política é inerente aos seres humanos e como a juventude deve assumi-la sendo parte construtiva de sua formação. Participaram como palestrantes o professor Deodato F. da Costa (uFAM) e o vereador da Câ-mara Municipal de Manaus, Waldemir José da Silva (PT).

REDE INACIANA DE JUVENTUDE E PASTORAL UNIVERSITáRIA REALIZAM “PARTILHAR MAGIS”

o projeto, a partir dessa metodolo-gia, pretende criar um diálogo entre a teoria e a prática, convidando sempre dois debatedores, um do meio acadêmi-co e outro conhecido pela sua atuação pública. E, dessa forma, proporcionar ao jovem uma reflexão sobre diversos temas que serão abordados a cada mês.

a companHia de jesus no Brasil AMAZÔNIA

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BRASIL CENTRO-LESTE

a companhia de jesus no

Pe. Nilo Ribeiro defende tese de doutorado em Filosofia

MUSEU DA PUC-GOIáS HOMENAGEIA JESUíTAS

inaugurado em 14 de maio, o Museu PuC-Goiás, na Praça universitária de Goiânia (Go), conta a histó-ria da instituição, fundada em 1959, que se tornou a primeira universidade do Brasil Central.

A inauguração da uni-versidade Católica de Goi-ás foi uma iniciativa cora-josa do primeiro arcebispo de Goiânia, dom Fernando Gomes dos Santos, que, para realizá-la, chamou os jesuítas, considerados “es-

pecialistas na direção de universidades”. No Museu PuC-Goiás, aparecem com destaque os retratos dos quatro primeiros reitores da universidade: os jesu-ítas Paulo de Tarso Naca (1959-1962), Pe. ormindo

BENÇão Do ARCEBiSPo DE GoiâNiA E GRANDE CHANCELER DA PuC GoiÁS, DoM WASHiNGToN CRuZ

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Em 7 de abril, o Pe. Nilo Ribeiro defendeu sua tese de doutorado em Filosofia, no auditório na Faculdade de Filosofia da universidade Católica Portuguesa, campus Bra-ga (Portugal), com o títu-lo ‘A Sabedoria da carne

no itinerário de Lévinas. Diálogo com Merleau--Ponty e Michel Henry’. Tratou-se de pensar uma filosofia do corpo a par-tir da obra do filósofo franco-lituano Emmanuel Lévinas, em diálogo com a ontologia do corpo de

viveiros de Castro (1963-1967), Pe. Cristóbal Alvarez Garcia (1968-1973) e Pe. José Carlos de Lima vaz (1973-1979).

Na solenidade de inau-guração do Museu PuC--Goiás, o atual reitor, prof. Wolmir Therezio Amado, expressou a gratidão aos jesuítas, pioneiros da ins-tituição. o projeto arqui-tetônico, de ambientação e de comunicação visual do local foi desenvolvido pelos arquitetos Daniela Hummel Mungai e Neto Farhat. o novo espaço contou com a benção do arcebispo de Goiânia e grande chanceler da PuC Goiás, dom Washington Cruz. Na solenidade, o superior da comunidade jesuíta de Goiânia, Pe. Nilson Marostica, foi re-presentado pelo Pe. Luiz González-Quevedo.

Merleau-Ponty e com a ontologia da vida de Mi-chel Henry.

Pe. Nilo fez a defe-sa da tese diante de uma banca de nove examinado-res, sendo aprovado com “Summa cum Laude” por unanimidade.

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a companHia de jesus no Brasil CENTRO-LESTE

Durante os dias 3 e 4 de junho, Diretores Gerais e Administrativos das obras da Província do Brasil Cen-tro-Leste (BRC) estiveram reunidos no Centro San-ta Fé, em São Paulo (SP). Com a temática Construin-do Juntos a Governança que Fortaleça a Missão da Companhia de Jesus no Brasil, o encontro teve por objetivo criar sinergia entre jesuítas e leigos de obras e mantenedoras e, consequentemente, facili-tar a realização da missão no contexto da criação de uma única Província Jesuí-ta no Brasil.

“Este encontro, de for-ma germinal, antecipa uma realidade vindoura: a de sermos uma NovA Provín-cia Jesuíta do Brasil. Tal realidade exige também a reorganização das es-truturas institucionais da Companhia de Jesus”, afir-mou o Pe. Carlos Fritzen, administrador da BRC. Ele acrescentou ainda que “o sentido destas mudanças da organização remete, ao mesmo tempo, ao desafio de trabalharmos juntos em

Rede para fortalecer-nos a serviço da Missão de Jesus Cristo”. Portanto, este en-contro de diretores e admi-nistradores de obras é par-te de um processo gerador de uma nova cultura orga-nizacional para responder-mos juntos, com mais vigor apostólico, à Missão em novos contextos.

Dessa forma, Pe. Car-los Fritzen e Pe. João Geraldo Kolling, adminis-trador da BRM (Província Brasil Meridional), estive-ram à frente da apresen-tação de quatro assuntos importantes: Processos de articulação em vista da nova Província; Panorama das mantenedoras ANE-AS, AJEAS e Companhia de Jesus; Proposta de reor-ganização dos processos administrativos BRC em vista aos projetos; e Go-vernança, Plataforma, Data Center e Sistemas integra-lizados de Gestão. Foram abordados ainda os temas Sinergia Brasil e Patrimônio, que já estão em andamento, além do Mapeamento dos Processos, que antecede a implantação do e-Social.

MAIOR SINERGIA ENTREOBRAS é FOCO DE ENCONTRO EM SP

“Esse encontro possi-bilitou aos participantes dialogar e expressar suas esperanças e ansiedades. o que, num contexto de reconfiguração de Provín-cias e Mantenedoras, é altamente desejado e ne-cessário para uma serena transição e sólida constru-ção do novo”, ressaltou Pe. João Geraldo Kolling.

Além da troca de conhe-cimento e da sinergia pro-movidos durante o evento, foram criados ainda os comitês Diretivo (com li-deranças jesuítas) e Exe-

cutivo (com lideranças ad-ministrativas das obras). Posteriormente, haverá a organização também de um Comitê Técnico. São medidas que fazem parte de um amplo projeto para a melhor integração na ges-tão das obras da Província BRC, sempre no horizonte da criação da única Provín-cia Jesuíta no Brasil, a par-tir do final de 2014. “Com o esforço de cada um(a), con-fiantes na graça de Deus, este encontro continuará produzindo muitos frutos”, finalizou Pe. Carlos Fritzen.

DA ESQ. P/ DiR.: PE. CARLoS FRiTZEN E PE. João GERALDo KoLLiNG

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a companHia de jesus no Brasil CENTRO-LESTE

INTERATIVIDADE MARCA ASEXTA EDIçãO DO FEI PORTAS ABERTAS

PORTAS ABERTAS EM SãO PAULO

Em 17 de maio, o Centro universitário da FEi, campus de São Bernardo do Campo (SP), recebeu mais de 2,6 mil visitantes, entre estudantes e professores de escolas públi-cas e privadas do Grande ABC, região metropolitana e inte-rior de São Paulo, para o FEi Portas Abertas. o evento tem como objetivo proporcionar a esse público a oportunidade de vivenciar um pouco de tudo que envolve o universo aca-dêmico da instituição, como projetos, experiências cientí-ficas, pesquisas. Foram mais de 70 atividades interativas, envolvendo os cursos de Ad-ministração, Ciência da Com-putação e Engenharias.

Muitas novidades foram apresentadas nessa sexta edi-ção do evento. Destaque para

Este ano, o FEi Portas Abertas foi realizado tam-bém no campus da instituição em São Paulo. No dia 24 de maio, mais de 340 visitantes tiveram a oportunidade de conhecer a infraestrutura do campus e participar de ati-vidades relacionadas à área

a Ciência da Computação que, entre as diversas atividades do curso, mostrou a funcionalida-de de um hacking de rede sem fio e e-mail phishing, internet das Coisas, movimentos cor-porais no Kinect, interação hu-mano-robô e futebol de robôs. Na Administração, exposição de planos de negócios, pales-tras sobre coaching e planeja-mento de carreira contempla-ram a grade de atividades, que ainda contou com plantões de dúvidas sobre a área.

Na Engenharia, foram re-alizadas demonstrações de softwares, robôs industriais de produção, reconhecimento automático de fala e experi-mentos de controle automá-tico. Foram mostrados ainda produção de peças, fundição, laminador de metais, micros-

de Administração, como um game interativo de gestão – o Desafio CEo –, atividades dinâmicas e plantões de dúvi-das sobre a atuação de um ad-ministrador, entre outras. Si-multaneamente ao evento, foi realizada a 15ª Feira de Empre-endedorismo, que apresentou

copia óptica e eletrônica, comportamento de materiais, entre outras atividades que envolveram os visitantes e contribuíram para que muitos estudantes, principalmente os que estão em fase de es-colha de carreira, esclareces-sem as muitas dúvidas que ocorrem nessa época. “É um evento totalmente diferente

de tudo que já vi, pois, aqui, você conhece a prática da-quilo que nós estamos acos-tumados a ver somente em papel. É uma oportunidade excelente para quem deseja definir o que cursar como fa-culdade”, destacou o estudan-te do terceiro ano do ensino médio do colégio São Luis, Fernando Araújo Sanchetta.

oito projetos de negócios ino-vadores, desenvolvidos por alunos de Administração do campus São Paulo.

o estudante do terceiro ano do Centro Educacional SoBEM, José Paulino Contrin Jr., ressalta que é muito im-portante a faculdade abrir o campus para que o estudante conheça os cursos e infraes-trutura, além de esclarecer as dúvidas sobre a carreira em Administração. “Achei muito interessante o conteúdo das palestras, principalmente a que abordou a inserção do jovem no mercado de traba-lho. Hoje, o que mais se vê são

jovens perdidos e sem saber o que cursar como faculda-de. Evento como o FEi Portas Abertas contribui muito para sanar essa indecisão”.

“No universo atual do ensino brasileiro, existe uma distância muito grande entre a escola e a universi-dade. Quando, na verdade, as duas instituições preci-sariam estar aliadas, pois os estudantes de ensino mé-dio precisam conhecer mais como é a vida em um am-biente universitário para que eles cheguem preparados à graduação. Essa iniciativa da FEi é fantástica”, destacou o professor de História, Lori-val Jean Jácomo, do Colégio Brida, em São Paulo (SP).

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na paz do senhorPe. Francisco R. Romanelli

Nascido em Jaú (SP), em 16 de feverei-ro de 1935, filho de Humberto Romanelli e Dizulina Morciani, Francisco R. Romanelli ingressou no Noviciado da Companhia de Jesus, em itaici (SP), em 1955, e teve como Mestre de Noviços o Pe. Armando Cardo-so. Depois dos primeiros votos, iniciou seu curso de Filosofia em Nova Friburgo (RJ) e o concluiu na Faculdade N. Senhora Me-dianeira, em São Paulo (SP). Dedicou três anos ao Magistério, no Colégio Anchieta de Nova Friburgo, e mais um período no Colégio S. Luís, na capital paulista. De 1965 a 1968, fez seus estudos de Teologia em Heverlee e Louvaina, na Bélgica.

Foi ordenado presbítero em Hever-lee, em 29 de julho de 1967. Fez especia-lização no instituto Superior de Pastoral e Catequese, em Paris (França), durante dois anos. Após retornar ao Brasil, foi des-tinado para integrar a equipe da Casa de Retiros vila Kostka, em itaici (SP), junto com outros cinco jesuítas, para realizar sua missão na área da Espiritualidade ina-ciana e dos Exercícios Espirituais. ocupou o cargo de diretor da instituição por dois anos, permanecendo no local até 1979.

Durante esse tempo, fez a Terceira Provação no Brasil (Rio de Janeiro e Ba-turité) em dois períodos, com Pe. Luciano Mendes de Almeida e Pe. Quirino Weber (1975-77). Sua profissão dos últimos votos foi feita no Rio de Janeiro, em 11 de agosto de 1977, diante do então Geral da Compa-nhia, Pe. Pedro Arrupe.

Por um tempo, esteve no Centro de Espiritualidade inaciana, em Quebec (Ca-

nadá), para seguir o curso de preparação de orientadores de Exercícios Espirituais, e fazer estudos orientados pelo Pe. Gilles Cusson, grande especialista nessa área.

Em 1980, assumiu como Reitor do Ju-niorado interprovincial Pe. G. Malagrida, em João Pessoa (PB). De volta à Província BRC, em 1986, foi nomeado Sócio do Pro-vincial e, de 1988 a 1993, assumiu como Provincial. Durante seu governo, em julho de 1989, criou o Centro de Espiritualidade inaciana – CEi, que passou a funcionar em itaici, sob a coordenação do Pe. José A. Netto de oliveira, e que inovou nas formas de orientar os Exercícios para religiosos, presbíteros e leigos, além de produzir im-portantes subsídios e artigos, em várias publicações, na área da espiritualidade. Da efervescência do CEi, criou-se a Revis-ta itaici de Espiritualidade inaciana.

Pe. Romanelli retornou à vila Kostka em 1994, após o término de seu mandato de Provincial. Em 1996, assumiu a dire-ção da Casa de Retiros e do CEi-itaici e tornou-se também Assistente Nacional da CvX. Em 2007, viu-se obrigado a trans-ferir-se para a Casa de Saúde ir. Luciano Brandão, em Belo Horizonte (MG), para cuidar de sua saúde. Retornou de lá para a residência do Colégio São Luís, para dedi-car-se à orientação espiritual dos jesuítas e orientar os Exercícios Espirituais.

Em 2010, com o estado de saúde debili-tado novamente, precisou voltar à Casa de Saúde, em Belo Horizonte, onde permane-ceu até sua páscoa para a Casa do Pai, em 24 de maio de 2014. Que repouse na paz do Cristo Ressuscitado, por todo bem que fez, sobretudo na área dos Exercícios!

calEnDáriO Brc 4 a 29 de julho | Viagem do provincial à Polônia

a companHia de jesus no Brasil CENTRO-LESTE

Pe. Carlos james

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27I n f o r m at I v o d o s j e s u í ta s d o b r a s I l

A aluna Letícia Schröter Brognoli, da 2ª série do Ensino Médio do Colégio Catarinense, foi selecionada pelo con-curso Blickwechsel, promovido pela Youth for Understanding (YFU) e pelo Pasch/ Instituto Goethe, e conquis-tou uma bolsa de estudos integral na Alemanha. A entrega do prêmio reuniu diretores, coordenadores, familiares, funcionários e alunos do Colégio, no dia 17 de maio.

Durante um ano, Letícia terá a oportunidade de aprofundar seus es-tudos no idioma alemão. o Colégio Catarinense é conveniado ao instituto Goethe e oferece o curso de alemão aos alunos. Essa é a terceira vez que alunos da instituição são premiados. Para a diretora do Youth for Under-tanding Brasil, Claudia Martins, é uma honra ter alunos do Colégio fazendo intercâmbio com o instituto.

Letícia Brognoli falou das expec-tativas com relação à experiência de intercâmbio. “Tenho um pouco de re-ceio em não falar a língua corretamen-te, mas espero adquirir maturidade e responsabilidade nessa experiência pessoal. Ter o conhecimento de uma segunda língua pode trazer várias oportunidades”, ressalta.

A professora Lourdes Sufredini des-taca a dedicação da aluna nos estudos. “É muito gratificante saber que temos uma aluna tão eficiente e dedicada à língua ale-mã. Normalmente, os alunos que chegam querendo estudar a língua a acham muito difícil, mas procuro passar-lhes que o ale-mão é uma língua diferente de fato, e toda língua, que não é a nossa, requer dedica-ção e estudo. E isso eles conseguem com o tempo, fazendo as atividades em sala e os deveres de casa”, explica a professora.

A premiação do segundo lugar também ficou com o Colégio Catari-nense. o aluno João Antônio Schimidt, da 2ª série do Ensino Médio, conquis-tou uma bolsa de cinquenta por cento e também terá a oportunidade de ir à Alemanha estudar.

“Para o Colégio Catarinense, é um orgulho ter esse resultado em uma premiação que teve vários can-didatos, não só em nível de Brasil, mas internacionalmente também. É um orgulho conquistarmos, pela terceira vez, um lugar de destaque nessa seleção. Essa conquista vem ao encontro daquilo que o Colégio propõe: uma formação com excelên-cia, com qualidade e, cada vez, com

o comprometimento e a inserção dos alunos e da família”, celebra o professor Afonso Luiz Silva, dire-tor-geral da instituição.

os alunos, letíCia sChröter brognoli e joão antônio sChimidt, da 2ª série do ensino MÉDio, vão ESTuDAR NA ALEMANHA

BRASIL MERIDIONAL

a companhia de jesus no

ALUNOS DO CATARINENSE CONqUISTAMBOLSA DE ESTUDOS NA ALEMANHA

O Goethe-Institut é o Insti-tuto Cultural da Alemanha, que atua em diversos países. Uma de suas iniciativas é o projeto PASCH (Escolas: uma parceria para o fu-turo), que engloba cerca de 1.500 escolas nas quais a língua alemã tem grande relevância. O PASCH deseja despertar o entusiasmo dos alunos à cultura alemã, bem como para o estilo de vida do país.

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REPRESENTANTES DA ONU E DOGOVERNO FEDERAL VISITAM A ASAV

Entre os dias 19 e 21 de maio, representantes do Acnur (Alto Comissariado das Nações unidas para os Refugiados) e do Conare (Comitê Nacional de Refu-giados) visitaram à ASAv (Associação Antônio viei-ra), em Porto Alegre (RS), para uma missão político institucional e de monito-ramento do programa de Reassentamento Solidário de Refugiados.

A visita de Andréz Ra-mirez, representante do Acnur no Brasil, e de vir-gínius Lianza, coordena-dor geral do Conare, teve como objetivo discutir a ampliação do programa e a consolidação da Compa-nhia de Jesus, por meio da mantenedora ASAv, como a agência âncora do pro-grama no Brasil.

Em maio, o padre valé-rio Sartor retornou de sua Terceira Provação, realiza-da em Salamanca, Espa-nha. Após visita aos fami-

Durante a visita, os re-presentantes puderam co-nhecer os refugiados do Afe-ganistão e do Sri Lanka que vivem na zona norte de Porto Alegre. Além disso, conhece-

DA ESQuERDA PARA A DiREiTA: RAFAEL RoDovALHo (ACNuR), KARiN WAPECHoWSKi (ASAv), ANDRÉZ RAMiREZ (ACNuR), PE. GERALDo KoLLiNG, PE. viCENTE PALoTTi ZoRZo, PE. JoSÉ ivo FoLLMANN, viRGíNiuS LiANZA (CoNARE)

ram o CRAS (Centro de Refe-rência da Assistência Social) da região, e a T-Works, em-presa de Ti parceira do Pro-grama de Reassentamento, onde trabalham, atualmen-

te, voluntárias que farão a tradução do Tamil – língua milenar clássica indiana –, o que facilitará a criação de postos de trabalho para ou-tros refugiados.

Notícias doInstituto são José

os jesuítas e colabora-dores do instituto São José – Casa de Saúde celebraram os aniversariantes dos meses de janeiro a abril com uma deli-ciosa confraternização, no dia 24 de abril. Entre as melhorias no atendimento aos idosos, a Casa de Saúde inaugurou uma nova sala equipada para um Consultório interdisciplinar.

Alguns jesuítas do insti-tuto São José recuperam-se de procedimentos cirúrgi-

cos, como o padre João Se-baldo Schuck, 81, que passou por cirurgia no dia 3 de junho. o padre Peter von Werden, 85, recupera-se da cirurgia em razão de fratura do fêmur após uma queda . o padre víctor Götz, 90, passou por uma delicada cirurgia de ca-tarata. o padre Bernardo A. Schuster, 89, ficou internado por 3 dias para procedimen-to cirúrgico no Hospital San-ta Rita, em Porto Alegre (RS).

a companHia de jesus no Brasil MERIDIONAL

RETORNO DA ESPANHA E MISSãO EM MANAUS

liares, o jesuíta viajou para Manaus (AM) onde atuará no Projeto Pan-Amazônico da CPAL, ao lado do padre Alfredo Ferro.

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a companHia de jesus no Brasil MERIDIONAL

calEnDáriO BrM

1º a 4 de julho | Instituto São JoséSão Leopoldo (RS)

2 a 4 de julho | Residência São Francisco XavierPorto Alegre (RS)

9 a 12 de julho | Residência Sagrada FamíliaPorto Alegre (RS)

10 a 29 de julho | Retiro para jesuítasMoçambique

14 a 19 de julho | Residência Instituto São José São Leopoldo (RS)

BRM REALIZA ENCONTRO DE SUPERIORES

Entre os dias 20 e 21 de maio, a Província BRM reali-zou sua última Reunião dos Superiores no formato das atuais províncias. o encontro aconteceu no CECREi (Cen-tro de Espiritualidade Cristo Rei), em São Leopoldo (RS), e reuniu diretores de obras e os ecônomos (administradores).

No primeiro dia, os participantes avaliaram os recentes encontros de Plataformas e debateram estratégias de articulação entre residências e obras apostólicas. Ainda nesta primeira etapa, foi projeta-do um plano de comunica-ção para a nova Província.

Padre sérgio Eduardo Mariucci defende tese na PUC-Rs

o padre Sérgio Eduardo Mariucci, coordenador de pastoral do Colégio Anchieta (RS), defendeu sua tese de doutorado em Educação na PuC-RS, no dia 29 de maio. Com orientação da Dra. Mar-ta Luz Sisson de Castro, o je-suíta apresentou seu traba-lho sobre o tema A formação dos gestores e a qualidade da educação nas Escolas Ca-tólicas da Arquidiocese de Porto Alegre.

Participaram da banca os professores Marcos vi-lela, Berenice Corsetti, pa-dre Marcos Sandrini, sdb, e ir. Afonso Murad, fms, que, após a argumentação, apro-varam a tese com louvor. Representantes da comu-nidade acadêmica da unisi-nos, de São Leopoldo (RS), do corpo de professores do Colégio Anchieta e da Cúria Provincial BRM, estiveram presentes à defesa.

Na ocasião, iniciou-se o planejamento da celebra-ção conclusiva da atual Província e a acolhida da Província do Brasil, que será realizada em 22 de novembro de 2014, durante missa de Ação de Graças, no Colégio Anchieta, em Porto Alegre (RS).

No segundo dia, o padre Geraldo Kolling, administra-dor da BRM e da BRA, infor-mou aos participantes sobre a situação financeira, o anda-mento dos projetos da Pro-víncia do Brasil Meridional e sobre os encaminhamentos da organização administrati-va da nova Província do Brasil.

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BRASIL NORDESTE

a companhia de jesus no

TEOLOGIA DA UNICAP FAZ PARCERIA COM A UNIVERSIDADE GREGORIANA DE ROMA

o curso de Teologia da unicap (universidade Cató-lica de Pernambuco) passa, oficialmente, a ter um reco-nhecimento canônico, gra-ças à afiliação à Pontifícia universidade Gregoriana (PuG), em Roma, segundo documento da Congrega-ção para a Educação Cató-lica (vaticano), assinado no dia 15 de maio de 2014. A Gregoriana é a mais presti-giosa universidade Católi-ca do mundo. Essa afiliação, para além do efeito jurídico canônico, representa um importante reconhecimen-to do curso de Teologia da unicap, o qual já tem título civil, com o conceito 4, em uma escala de 1 a 5, do Mi-nistério da Educação.

A postulação à afiliação do curso de Teologia da uni-cap - instituto Dom Luciano Mendes de Almeida - junto à Gregoriana de Roma foi fei-ta há aproximadamente um ano, com o apoio dos bispos da região e com as visitas do reitor da Gregoriana ao Recife, Pe. François-Xavier Dumortier, jesuíta, e do Pe. Pedro Rubens, reitor da unicap à PuG.

o processo de afiliação implica o reconhecimento por três instâncias: pelo con-selho da universidade Gre-goriana, pela Cúria Geral dos Jesuítas e pela Congregação para Educação Católica, ór-gão máximo da educação ca-

tólica na igreja, no vaticano. “isso significa que o nosso curso de Teologia correspon-de e atende plenamente a todas as exigências da igreja Católica, ao mesmo tempo em que tem seu reconheci-mento civil brasileiro”, disse padre Pedro Rubens.

“No contexto de um mun-do interconectado – res-salta o reitor da unicap – a importância desse reconhe-cimento aumenta nossas possibilidades de parcerias e de intercâmbios, amplian-do os horizontes de forma-ção e do serviço à igreja da região Nordeste. É uma rela-ção de verdadeira afiliação, não somente uma questão jurídica, mas o exercício de relação intensa e afetiva com a Gregoriana de Roma, internacionalizando o nosso curso, encorajando os nos-sos esforços”.

Desde 2010, por iniciativa dos bispos, a unicap firmou uma parceria com as Dioce-ses do Regional Nordeste ii, acolhendo, como estudantes de Filosofia e Teologia, os se-minaristas de seis dioceses pernambucanas e de várias congregações religiosas, po-tenciando esses dois cursos e estreitando a relação da universidade com a igreja lo-cal. A afiliação à Gregoriana, portanto, foi um passo muito significativo e estimulante para a comunidade acadêmi-ca da unicap.

MEDicina na caTólica

No dia 7 de junho, os fu-turos profissionais da área da saúde prestaram vesti-bular para a 1ª turma dos cursos de Medicina e En-fermagem da Unicap. Um momento histórico e muito especial para a instituição, primeira universidade je-suíta do Brasil a oferecer o curso de Medicina no país.

A Universidade firmou parcerias com hospitais de alta complexidade adminis-trados pelo Governo do Es-tado de Pernambuco, além dos hospitais filantrópicos Maria Lucinda e Santa Casa de Misericórdia. Foram es-tabelecidos convênios com a Prefeitura de Olinda para atuar nas policlínicas e nas unidades de saúde da famí-lia da cidade. Há ainda uma parceria com a Prefeitura do Recife. No caso da capital pernambucana, o curso de Medicina da Unicap se utili-

zará de parte da estrutura da Maternidade Barros Lima.

O curso de Medicina da Católica contará com o que há de mais moderno. Entre os laboratórios, destaca--se o Centro de Simulação com bonecos robotizados e softwares que simulam si-tuações fisiológicas e patoló-gicas do ser humano. “Além da tecnologia, ressalto que os alunos já irão colocar o aprendizado em prática des-de o 1º período, atuando nos núcleos de atenção básica”, explicou a coordenadora do curso, Drª Erideise Gurgel.

Erideise também desta-ca o caráter humanista dos futuros médicos formados pela Unicap. “Vamos ensinar o estudante a ver o pacien-te com respeito e não ape-nas como instrumento de aprendizado. A alta tecnolo-gia será aliada aos exames físicos, ao toque. O aluno precisa valorizar a queixa do paciente”, ressaltou.

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padre FlorênCio leCChi nas Comemorações dos seus 50 anos DE CHEGADA A TERESiNA (Pi)

HISTóRIA PRESERVADA: PE. LECCHI ESEU CARINHO PELO DIOCESANO

Atendendo a um convite do padre Antonio Baronio, supe-rior da Residência Padre Miguel Pró, o padre Florêncio Lecchi, 86, digitou no computador os documentos que contam a his-tória da comunidade. As três primeiras páginas do documen-to, escritas em latim, relatam a história do Colégio, denomina-do Diocesano por ter pertenci-do à diocese de 1925 até a che-gada dos jesuítas, em 1959.

As 143 páginas seguintes, digitadas pelo padre Lecchi, re-latam a história da comunidade até o ano de 2003, data até a qual foram encontrados documentos na casa. “Esse trabalhou exigiu muita paciência, pois alguns cadernos tinham sido redigidos

com uma caligrafia miúda e ou-tros com letras que pareciam ter saído da caneta de médicos”, afir-ma padre Antonio Baronio.

Atualmente, após esse trabalho cuidadoso, conhecer a história da comunidade e dos jesuítas, que atuam há mais de 50 anos na região de Teresina (Pi), é muito mais prazeroso. A dedicação do padre Lecchi superou expectativas, além de digitar cada página, o jesuíta completou a obra com fotos do seu antigo arquivo pessoal.

Esse trabalho é o reflexo do amor do padre Lecchi pela história da Companhia de Jesus na região. o sacerdote jesuíta, nascido em Bérgamo (itália) e radicado no Brasil

PE. PEDRO TOMA POSSE NA PARóqUIA DO SAGRADO CORAçãO DE JESUS

Notícias da Residência sãoLuís Gonzaga

o padre Pedro Evangelista de Morais tomou posse como novo administrador provincial da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em olinda (PE), no dia 1º junho. o padre Erinaldo Pedro da Silva, que desempenhava o car-go, irá fazer a Terceira Provação, em Cuba, no segundo semestre.

Criada em 2002, a paró-quia nasceu do desmembra-

mento da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Beberibe, o objetivo era me-lhorar a assistência pastoral e espiritual dos fiéis, devido à extensão e ao aumento do nú-mero de comunidades.

implantada na periferia, entre Recife e olinda, região com topografia de morros e córregos, a Paróquia do Sa-grado Coração de Jesus é con-fiada à Companhia de Jesus. Antes de assumir a sua nova missão, padre Pedro Evan-gelista de Morais estava na Colômbia, onde trabalhou no Teologado interprovincial.

a companHia de jesus no Brasil NORDESTE

desde os anos 50, foi profes-sor de química do Colégio Dio-cesano e mentor espiritual de várias gerações de alunos. Sua influência na formação dos jo-

vens e seu incondicional amor à igreja o tornaram persona-gem mitológico e referência obrigatória na memória da co-munidade do Diocesano.

o ir. Antônio Ribeiro Martins esteve internado com problemas de saúde e agora se recupera. Já o padre Ademir Ferreira de Carvalho prepara-se para uma cirurgia a ser realiza-da em breve. o Pe. Manuel Eduardo Tomás iglesias Ri-vas orientou os Exercícios Espirituais aos jesuítas da comunidade, em Baturité (CE). Segundo o padre Pe. Pedro vicente Ferreira, su-perior da Residência São Luís Gonzaga, a comunida-

de “tem seguido e traba-lhado comunitariamente as cartas e as orientações da BRA e do Pe. Geral. To-dos os dias nós rezamos juntos os salmos da ora-ção Média”.

Nos meses de abril e maio, dois jesuítas da Re-sidência São Luís Gonzaga, em Fortaleza (CE), falece-ram. o ir. Amador Domingos de Souza, no dia 18 de abril, e o ir. Martins Amazonas Lima, no dia 18 de maio. Que Deus os receba na Sua Paz.

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calEnDáriO BnE

Compromissos do Provincial

1º a 4 de julho | Expediente na Cúria BNE – Salvador (BA)

5 a 14 de julho | Visita às comunidades e obras – Teresina (PI)

15 a 24 de julho | Expediente na Cúria BNE – Salvador (BA)

CIJ PARTICIPA DA CELEBRAçãO DE PENTECOSTES

o ir. Martins Amazonas Lima nasceu em Candéia do Meio, na ci-dade de Baturité (CE), no dia 20 de novembro de 1918. o pai era agricul-tor e a mãe, costureira. Estudou até o primário, atual Ensino Fundamen-tal. Em 1939, Domício Lima, irmão de Martins, foi para a Escola Apos-tólica em Baturité, onde iniciou o postulantado – tempo de prepara-ção para entrar no noviciado. Ao vi-sitar o irmão, Martins encantou-se

com a vida dos irmãos Coadjutores e, então, pediu permissão ao pai para também seguir a vida religiosa.

Em 1941, foi admitido no novicia-do da Companhia de Jesus e perma-neceu em Baturité até 1946, quando foi transferido para Salvador (BA). No Colégio Antônio vieira, ajuda-va na cozinha e era responsável pelo refeitório dos alunos internos. Tornou-se cozinheiro na Residência Cristo Rei, em Fortaleza (CE), e de-pois seguiu para Belém (PA), tam-bém como cozinheiro da residência. Em 1951, professou os últimos votos em Recife (PE).

ir. Martins cuidou do Sítio do Colégio Nóbrega, em Carpina (PE), até retornar a Baturité, onde ficou por mais de 25 anos na adminis-tração dos sítios. Depois, voltou a Fortaleza, trazido pelo Pe. Luciano Ciman, para ficar responsável pela casa de retiro e sítio Santo Afonso, em Eusébio (CE). Já debilitado, foi transferido para a casa dos idosos, a Residência São Luís Gonzaga, onde esteve até o seu falecimento no dia 18 de maio de 2014, aos 95 anos. ir. Martins era muito devoto da reza do terço e seguia todos os programas das rádios religiosas.

a companHia de jesus no Brasil NORDESTE

na paz do senhor ir. Martins Amazonas LimaPe. Pedro vicente FerreiraA CiJ (Casa inaciana da Juventude) parti-

cipou de uma caminhada em celebração ao dia de Pentecostes, vinda do Espírito Santo, organizada pela Paróquia Cristo Rei, em For-taleza (CE), no dia 7 de junho. A CiJ organizou o momento que refletiu sobre o dom da for-taleza, um dos sete dons do Espírito Santo.

os jovens apresentaram aos partici-pantes o dom fortaleza, que nos permite ser forte diante de situações difíceis. “A fortaleza é dom imprescindível para a construção do Reino de Deus, a exemplo dos mártires, que doaram suas vidas nas lutas por justiça, liberdade e igualdade. o dom une ternura e resistência”, afirma Eve-nice Neta, assessora da CiJ.

A caminhada também teve pontos de parada e reflexão, organizadas a partir dos sete dons do Espírito Santo. o momento en-cerrou-se com a vigília na igreja Cristo Rei. No mesmo dia, a CiJ recebeu uma doação de alimentos perecíveis. Animados pela força do Espírito Santo, um grupo de jovens en-frentou a madrugada da cidade e distribuiu os alimentos doados, em um gesto autênti-co de partilha e serviço. “Numa madrugada fria, inúmeros corações foram aquecidos pelo amor do Pai, pela companhia do Cristo amigo e pelo calor da ação transformadora do Espírito Santo”, concluiu Evenice.

Os sete dOns dO espíritO santO

Sabedoria – Selecionar o que é im-portante em nossa vidaInteligência – Para sentir a presen-ça de DeusConselho – Proximidade com Deus e com o próximoFortaleza – Ser forte diante de situ-ações difíceis Ciência – Conhecimento profundo de DeusPiedade – MisericórdiaTemor de Deus – Valorização da presença do Senhor

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BRASIL PROVINCIALADO

a companhia de jesus no

Ex-aluno da FAJE é nomeado reitordo Colégio Pio brasileiro

No dia 29 de maio, o pa-dre Geraldo dos Reis Maia, pertencente ao clero da Arquidiocese de uberaba (MG), foi nomeado reitor do Colégio Pio Brasileiro, em Roma. Em 2005, padre Ge-raldo concluiu o mestrado na FAJE, com a dissertação intitulada ‘A problemática da salvação na cultura mo-derna: sondagens para uma soteriologia à luz da obra

FaJE rEaliza cOlóQuiOs E palEsTras

A Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE) mobilizou-se, entre os dias 19 e 21 de maio, para realizar o II Colóquio Inter-disciplinar de Teologia e Pas-toral, com o tema: Censo e Evangelização. O evento, aberto ao público, foi or-ganizado juntamente com o Instituto Santo Inácio (ISTA) e com a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). Em cada dia do evento, foi apresentada uma palestra em uma das instituições participantes.

Na primeira noite, no ISTA, a doutora Izabella Faria de Carvalho (CEGI-PAR-PUC-Minas) apresen-tou o Mapa das religiões em Belo Horizonte. Na segun-da noite, na PUC, Marce-lo Camurça Lima (UFJF) proferiu palestra sobre as Mudanças no campo re-ligioso brasileiro a partir do Censo 2010. E, na última noite, na FAJE, a professo-ra Brenda Carranza (PUC--Campinas) versou sobre o tema Evangelizar na ci-dade de muitas crenças. Ex-periências e pistas pastorais.

Nos dias seguintes, 22 e 23 de maio, a FAJE realizou também o VII Colóquio Vaziano, com o tema: Um itinerário para o absoluto. A programa-ção do evento contou com visita ao memorial Pe. Vaz, mantido pela biblioteca da FAJE, pa-lestras, mesa-redonda e Celebração Eucarística. A universidade promo-veu ainda os minicur-sos de extensão: Expe-riência lúdica na educação da fé, com a professora Carla Regina de Miran-da, membro da equipe de catequese leste 2; e Uma história em dois pe-ríodos, com o prof. Pe. António Júlio Triguei-ros, Doutor em História Moderna pela Universi-dade de Lisboa.

Do projeto Sexta Filo-sófica: Entender a Fenome-nologia, foram realizadas duas palestras: em 9 de maio, o tema foi A feno-menologia e a reabilitação da sensibilidade, minis-trada pelo professor Dr. Nilo Ribeiro (FAJE); e, em 23 de maio, Heidegger e a fenomenologia: ruptura ou continuidade?, minis-trada pelo prof. Pe. João Mac Dowell (FAJE).

de Andrés Torres Queiruga’, orientado pelo Prof. Dr. Car-los Palácio, SJ.

o padre Jaldemir vitório, SJ, reitor da FAJE, em nome da comunidade acadêmica da FAJE, parabenizou padre Geraldo. “Desejo-lhe fecundo trabalho à frente do Colégio Pio Brasileiro que, desde a sua inauguração, em 3 de abril de 1934, foi confiado à Compa-nhia de Jesus”, disse em nota.

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40ª CONSULTA DO PROVINCIALADO DO BRASIL REúNE JESUíTAS EM PORTO ALEGRE

ORDENAçõES DIACONAIS EM AGOSTO

Entre os dias 28 e 30 de maio, o padre Carlos Palá-cio, provincial do Brasil, e o padre Francys Silvestrini Adão, sócio do Provincialado do Brasil, reuniram-se com os padres Miguel Martins Filho, provincial da BNE, Mie-czyslaw Smyda, provincial da BRC, Adelson dos Santos, Superior Regional da BAM, e vicente Zorzo, Provincial da BRM, na 40ª consulta da BRA, em Porto Alegre (RS).

o Pe. vicente destacou que “durante a consulta da Província do Brasil, procu-rou-se avaliar o processo de construção da nova Província e encaminhar alguns pontos concretos. Foi um momento consolador e animador, pois

vemos esperança no nosso futuro e precisamos, com atenção, balizar o percurso e marcar a trajetória”.

No dia 27 de maio, o Con-selho da Missão, formado pelos padres Geraldo de Mori, Guillermo Cardona,

João Renato Eidt, Pedro Go-mes e Carlos James, reuniu--se para tratar de temas relativos ao planejamento da missão da Companhia na nova Província.

Para o Pe. Carlos Palácio, “momentos como estes nos

permitem constatar os avan-ços realizados ao longo dos anos de trabalho e saborear os efeitos do novo espírito que reina nas províncias e dá ânimo às pessoas para en-frentarem com esperança um começo novo”.

a companHia de jesus no Brasil PROVINCIALADO

É com alegria que a Companhia de Jesus do Brasil comunica que os jo-vens jesuítas ao lado foram admitidos às ordens:

E l e s s e rã o o r d e n a -d o s d i á c o n o s n o p r i m e i -r o d i a d a A s s e m b l e i a d o s J e s u í t a s d o B ra s i l , e m 1 2 d e a g o s t o d e 2 0 1 4 , à s 1 8 h , e m i t a i c i , n o m u -n i c í p i o d e i n d a i a t u b a ( S ã o Pa u l o ) .

A g ra d e c e m o s a o S e -n h o r p e l a v i d a e vo c a ç ã o d e s s e s n o s s o s c o m p a -n h e i r o s e r o g a m o s p a ra q u e e l e s s e j a m , c a d a ve z m a i s , f i é i s e fe l i ze s s e r v i d o r e s d a m i s s ã o d e J e s u s C r i s t o .

adriano luís Hahn

José cláudio da silvaMeireles

Edilberto donascimento Brandão

silas MoésioMaciel da silva

cyril suresh

Marcos Viníciussacramento de souza

Gustavo Valentimassis de paula

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37I n f o r m at I v o d o s j e s u í ta s d o b r a s I l

a companHia de jesus no Brasil PROVINCIALADO

Experiência de inserção

Conforme o processo de formação do 2º ano do Noviciado da Companhia de Jesus, fizemos a experiên-cia de inserção apostólica, entre os dias 17 de março e 22 de abril, e fomos envia-dos para: Marabá (PA); Bon-fim (RR); Manaus e Tabatin-ga (AM); Salvador (BA).

Na imensidão da Ama-zônia, ora verde, ora sazo-nada, cada um de nós se sentiu contente, consolado, agradecido pela recepção alegre e afetuosa das famí-lias, que vivem na comuni-dade indígena ou ribeirinha, na colônia de pescadores, ou às margens da rodovia Transamazônica.

Essa experiência se deu, no dia a dia, nas partilhas das alegrias e das dificulda-des, dos encantos de Deus e dos sentimentos. Sobreveio um “sentir com”, ou como Santo inácio de Loyola nos orienta no método de con-templação dos Exercícios Espirituais: “ver as pessoas, ouvir o que dizem, olhar o que fazem” [EE. EE. n.194].

Para nos inserirmos nessas realidades, antes de qualquer coisa, aos poucos, nos introduzimos na rotina, apenas acompanhando, sem fazer muito. Contemplando a vida que se desvelava para nós, sentimos que a vida reli-giosa se define, originalmen-te, pela resposta ao chama-do de Deus, a partir da qual planejamos os “afazeres”.

No processo de cria-ção da única Província dos Jesuítas no Brasil, essa ex-periência contribuiu para o

noviços do 2º anoNoviciado Nossa Senhora da Graça

calEnDáriO Bra

28 de junho a 6 de julho | Exercícios Espirituais na BRCIndaiatuba (SP)

3 e 4 de julho | Visita do Pe. Palácio ao Fé e Alegria (Nacional) São Paulo (SP)

21 a 29 de julho | Exercícios Espirituais na BNE – Baturité (CE)

22 a 30 de julho | Exercícios Espirituais na BRM São Leopoldo (RS)

entendimento de que o Bra-sil se faz um país belo pela diversidade de culturas, es-perançoso pelo ardente de-sejo de justiça social, gene-roso pelas mãos calejadas das pessoas que partilha-ram conosco sua merenda, suas dores e seus sorrisos.

vivendo esta experiên-cia, cada um de nós acolheu e testemunhou os sinais da presença atuante da miseri-córdia de Deus Pai, que nos cura e nos converte. Para al-guns, a acolhida benevolente das famílias ou das comuni-dades indígenas. Para outros, a opção radical pela pobreza dos jesuítas a serviço da rea-lidade fastidiosa que revela “o Senhor que nasceu na maior pobreza” [EE. 116].

No decurso da experiên-cia, conhecemos outras cul-

turas, acolhemos as surpre-sas de Deus, aprendemos a pescar ou a dormir na rede! visitamos os enfermos, fomos acolhidos pelos reli-giosos e religiosas, e pelas

famílias. Rezamos com as comunidades. Assim sendo, cada um de nós ainda aper-cebe os frutos dessa inser-ção para a vida como “servi-dores da missão de Cristo”.

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JuLHo

01 | Esc. Arthur Carvalho Moraes – BAM Esc. Jordano Wanderley Hernández – BRM

02 | Esc. Homero Apodaca López – MEX Pe. itamar Carlos Gremon – BRC Pe. Reginaldo Sarto – BRC

03 | Pe. José Maria de Andrade Couto – BRC

04 | Pe. valdivino Teixeira de Carvalho – BRC

05 | Pe. João Batista Storck – BRM

06 | Pe. Carmo Henrique Mocellin – BNE

07 | Pe. Ademir Ferreira Carvalho – BNE Pe. Cláudio Antônio Lorencini – BNE

08 | ir. Sidney Luís Mayer – BRM

09 | Pe. Adelson Araújo dos Santos – BAM Ne. Alexandro Cardoso dos Santos – BRM Pe. Carlos James dos Santos – BRC Pe. José de Moura e Silva – BRC

10 | Pe. Roberto Augusto dos S. Albuquerque BRC/MoZ

11 | Pe. Aloísio José Weber – BRM Pe. Eloy oswaldo Guella – BRM

12 | Esc. Tiago Zeni – BRM

13 | Pe. Agnaldo Pereira de oliveira Jr. – BNE

14| Pe. Bernardo A. Schuster – BRM Esc. Robert Yency Rodríguez Maneiro – vEN

15 | Pe. Benno Leopoldo Petry – BRM

16 | Pe. Aloir Pacini – BRM Esc. Paulo Leandro N. dos Santos – BAM ir. Raimundo Nonato Arcanjo – BNE

17 | Pe. Expedito Miguel Nascimento Filho – BNE Pe. Miron Alexius Stoffels – BRM

18 | Esc. Eddy Francisco Medrado Lacayo – CAM Pe. Francisco ivern Simó – BRC Pe. Guido Edgar Wenzel – BRM

19 | ir. Luciano Simbal Kerpel – BRM

20 | ir. Carlos Alberto Ribeiro Diniz – BRC ir. Celso João Schneider – BRM Pe. Cícero Edvam Magalhães – BNE Esc. Gonzalo Benavides Mesones – PER

juBileu23 de julhoPe. Sebastião Francisco Pescatori – BRC60 anos de sacerdócio

aniversÁrios

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