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MODA CULTURA NOIVAS EDIÇÃO 05 JULHO 2015 RITMO EM CURITIBA

EM Curitiba 05

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O quinta edição da EM Curitiba traz o ritmo que a moda, a cultura e os casamentos da cidade têm. Confira tudo aqui, no seu portal de estilo.

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MODACULTURANOIVAS

EDIÇÃO 05JULHO 2015

ritmo

Em CURITIBA

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EDITORIAL

... Tic Toc ...Você acorda em um dia qualquer. Confere o whats app. Email.

Facebook. Instagram. Afinal, madrugada não é desculpa para

parar, nem por um minuto. Levanta. Coloca o sachê de café na

sua máquina. Sai em seu carro em direção as veias entupidas de

uma cidade. Trânsito. Instagram. Trabalha na mais alta tecnologia.

Whats App. Come. A hora que dá. Um lanche qualquer. Tem que

comprar um presente. Vai ao shopping. Volta para casa. Pede

uma pizza. Facebook. Este foi seu dia, que acabou sem sequer te

dar tempo para pensar em como ele havia começado.

Rotina e ritmo intenso estão a cada dia mais próximos de se

tornarem sinônimos. Ser “improdutivo” é inadmissível, e o conceito

de deste adjetivo significa hoje: não ser multi tarefas. Mas, onde

vamos parar assim? Apenas caminhamos mas rápido em direção

ao final. Entre emails e engarrafamentos somos engolidos pelas

redes sociais numa tentativa desesperada de nos relacionarmos,

mas sem perder tempo. Por favor, não me ligue, manda um whats.

O ritmo perdeu um pouco do seu tom. E, hoje, aquilo que

se conduz pelo tempo natural é transformado em produto

diferenciado. Esta é nossa busca nesta edição. Te levar a conhecer

um outro lado. Procuramos olhar estes processos e nos conectar

com tantas outras propostas que existem dentro da nossa rotina.

Buscar um equilíbrio é cada vez mais difícil se pensarmos

na sedução das coisas fáceis e rápidas, em contraposição aos

discursos apaixonados daqueles que retomam algo que talvez

já não nos sirva mais da forma como era feita antigamente.

Compreender e escolher um meio termo é fundamental para nos

posicionarmos como donos de nossas próprias histórias. Talvez

assim, possamos dar a verdadeira importância para todas as

facilidades que rodeiam nossa existência, sem contudo, sermos

engolidos pela dinâmica que constroem.

Não somos uma máquina e não precisamos escolher um

partido nesta dicotomia inexistente. Nem tanto ao fast nem tanto

ao slow, quem faz o ritmo da sua vida é você. Já parou para

pensar nisso? Ou ainda não deu tempo?

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EXPEDIENTE

Mayara Rocha

(Fórum Model Management)

fotografada por

Emerson Corrêa

Beleza: Kelli Giordano

Diretora de Redação: CARMELA SCARPI ([email protected])

Diretora Executiva: HARRIETE SCARPI

Projeto Gráfico e Diagramação: LIzI SUE

Redação: ALÉXIA SARAIVA; BEATRIz MATTEI: CARMELA SCARPI; HELLEN

ALBUQUERQUE; MONIQUE BENOSKI; RENATA ORTEGA.

Colaboradores: CRISTINA MACIEL, EMERSON CORRÊA, HELOÍSA STROBEL

JORGE (REPTILIA), JANAINA CLAUDINO, KELLI GIORDANO, FÓRUM MODEL

MANAGEMENT (MEI WELLER).

Revisão: CARMELA SCARPI

A revista digital EM Curitiba é uma publicação produzida pela equipe do grupo Even More. Todos os direitos são reservados. É proibida a reprodução de qualquer tipo de conteúdo sem a autorização prévia e por escrito. Todas as informações técnicas, bem como anúncios e opiniões expressados, são de responsabilidade dos autores que estes assinam.

Serviço de atendimento ao consumidor: [email protected]

Anúncio e Publicidade: [email protected]

#05

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SUMÁRIO

MODA10Velocímetro da Moda

18Histórias Feitas à Mão

22AVESSO

48Beleza Contínua

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CULTURA NOIVAS46Alimentação, uma Primoridade?

58Doce Infância

62Um a Um

80Mercado Sob Medida

86Não se Renda

108Feito de Detalhes

68Perfil: Iria Braga

116ENTREVISTACristina Maciel

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MODA

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MODA

CURITIBA10

O consumidor chega na frente quando

equilibra os métodos de produção

e define os limites de velocidade do

próprio guarda-roupa

dA ModAVelocímetro

Carmela Scarpi

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dA ModAEnquanto você lê esta revista o mundo da moda ao seu redor

produzirá peças, desenhará novas coleções e caminha para colocar

à venda a próxima roupa com a qual, talvez, você não consiga mais

viver sem. Isto é fato. A diferença está na quantidade em que todas

as ações descritas acima serão executadas. Porque os métodos

mudam, os caminhos se coincidem e se afastam, mas o objeto final

é um: estamos falando de moda.

E se ontem esta moda era ter acesso às mais imperiais cadeias

de fast fashion, vide as não menos imperiais filas na recente H&M

brasileira; hoje o hype tem se desvirtuado para aquela roupa

produzida à mão com materiais sustentáveis e cheias de conceito.

Sem nos adentrarmos aqui a julgamentos de valor, a questão é que

vem se estabelecendo uma dicotomia entre os títulos “fast” e “slow”,

cunhados em função (e em oposição) do crescimento mundial de

marcas como a zara, nos anos 2000.

O que acontece é que nem tudo cabe dentro deste dois termos.

Mesmo aqueles que o fazem, possuem questões internas híbridas

que garantem um resultado eficaz dentro dos próprios ideais de

produção. Mas, o maniqueísmo para o qual sempre tendemos, nos

fazem acreditar, a cada dia mais, em matérias e mais matérias que

condenam e absolvem os métodos de produção sem, contudo, tentar

entendê-los. E, principalmente, perceberem que eles condizem com

um desejo que vem, antes, de nós: consumidores.

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MODA

CURITIBA12

Para a especialista em marketing

voltado à moda, Patrícia Gaspar,

o fast fashion não surgiu por

consequências econômicas apenas,

mas principalmente como um reflexo

da vida e do momento do próprio

consumidor. Para ela, o ato de adquirir

virou uma afirmação externa de nosso

pertencimento e existência, por reflexo

das incertezas e ansiedades inerentes

à sociedade atual.

Produtos se tornam, então,

indispensáveis pelo que eles

representam, e não mais pelo que

podem proporcionar como objeto. “O

fast fashion é um modelo de negócio

que responde perfeitamente às

necessidades de informação rápida

somada à falta de tempo da grande

maioria do mercado consumidor”,

afirma Patrícia. E, por meio desta

condição, o modelo de produção se

define, para ela, em três premissas:

informação de moda rápida, alta

velocidade na produção e preços

acessíveis.

Seguindo esta lógica, para oferecer

a rapidez a preços inferiores, a

empresa partirá inevitavelmente para a

diminuição de custos de produção. O

que acarreta na terceirização de mão

de obra. A nível global, essa estratégia

enseja a busca por países que oferecem

este serviço a preços ínfimos e com

pouco ou nenhum controle sobre as

condições de trabalho. O resultado?

Já conhecemos. Notícias e escândalos

sobre utilização de trabalho escravo,

que sustenta o sonho de roupas com

preço “amigo”.

Mas, a lógica funciona em proporções

menores também e, muito embora

continue com a premissa da

terceirização, não necessariamente

se vincule a condições precárias

de trabalho ou valores abaixo do

mercado. Por força da demanda por

novas coleções, gerada pelos próprios

consumidores, muitas empresas

precisam adaptar este modelo para

criar uma competitividade no mercado

e até mesmo a ilusão do fast fashion.

É o caso da confecção curitibana,

Vivan. Mesmo sem encurtar o

período de produção, a marca utiliza

a antecipação de confecção para

conseguir oferecer a cada semana, de

5 a 6 modelos novos. Liane Liberato,

que está à frente da empresa, comenta

que por optar pelo método de revenda

é preciso despertar o interesse

constante. “Lançamentos semanais

são o chamariz da venda”, comenta.

Caso opta-se por estabelecer coleções

inteiras e semestrais, não conseguiria

o fluxo de saída atual.

Hoje, a Vivan produz cerca de 36

modelos por mês, que saem a cada

semana, em pequenos lançamentos.

Rápido, mas nem tanto

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De cada modelo são confeccionadas

em média 150 peças, com variações,

a depender da demanda. O que fecha

uma conta com 5.400 itens mensais.

Pode não parecer muito se comparado

à produção de 200 mil peças diárias da

Riachuelo, em 2014. Mas, a premissa

é a mesma: entregar novidades em

tempos menores com preços mais

acessíveis.

Contudo, para a Vivan, a organização

de produção é totalmente diferente. As

coleções são planejadas por semestre

(primavera/verão e outono/inverno) e

então desmembradas mensalmente. O

estudo de tendência dos lançamentos

é feito pela equipe de estilismo nos 6

meses anteriores à fase de confecção.

E esta, por sua vez, demanda 4 meses

para chegar às lojas. Alinhar a produção

desta máquina que conta com 30

funcionários fixos, mais a terceirização

de 12 facções*, é o maior desafio.

Muito embora o tempo de resposta às

necessidades de mercado seja maior

do que as empresas de fast fashion

tradicionais, as adaptações podem

ser feitas quando há necessidade.

“Existe um estudo constante de

tendência, mas às vezes a gente erra.

Ano passado fizemos calças do estilo

flare e não vendeu nada. Tivemos que

adaptar e fazer skinny”. Possuir essa

dinâmica à mão, portanto, é uma forma

de viabilizar mudanças mais rápidas.

Com este fluxo em andamento,

Liane pretende expandir o negócio

pela possibilidade de se aumentar a

quantidade de produção, na mesma

engrenagem em que são feitas as

peças atuais. A dificuldade reside no

fato dela trabalhar com revendedoras,

o que a impossibilita abrir o consumo

na internet ou trabalhar diretamente

com o cliente final. “Temos uma loja

física, onde sentimos o cliente, mas o

foco é a revenda. Apesar disso, existe

um projeto de expansão para Ponta

Grossa, Irati, e outras regiões com o

formato de lojas para atacado como

as que temos hoje em Curitiba”, revela

Liane.

Com duas lojas de atacado e uma

de rua, a Vivan continua refém da

demanda contínua por novidades,

mas com uma produção adaptada do

modelo fast fashion que comporte

suas necessidades e possibilidades.

Liane ainda diz que, muito embora

o processo aparente velocidade,

ele é extremamente cuidadoso com

questões de qualidade e durabilidade.

”Apesar dos lançamentos constantes,

nosso cliente, muitas vezes, compra

uma peça para durar uma estação

inteira e, se não entregarmos esse

produto para ele, ele vai reclamar”, diz.

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MODA

CURITIBA14

Devagar, mas nem tanto

Preocupações com qualidade e

durabilidade são também alguns dos

fatores que deram (re)surgimento à

proposta contrária ao ritmo acelerado

de produção das grandes empresas;

e que hoje leva o nome de slow

fashion. Não que a prática seja grande

novidade, na realidade foi de onde

tudo começou. O novo neste meio

tempo são os grupos de pessoas

que resolveram questionar a contínua

aceleração das nossas atividades

diárias, dentre elas, a produção e o

consumo da moda em si. E a contra

proposta é o resgate a métodos mais

artesanais e de durabilidade (estética

e funcional).

“O slow fashion nasce na contra

mão desse modelo [fast]. Seus

diferenciais se estabelecem sobre

uma concepção de design que busca

o desenvolvimento de produtos

melhores, mais duráveis e de apelo

atemporal. Cresce a quantidade de

pessoas que se conscientizam em

relação aos excessos do consumo e

ao mesmo tempo desejamos um ritmo

de vida menos acelerado e o resgate

daquilo que realmente importa”,

defende Patrícia.

Produtoras de artigos mais específicos

e exclusivos, as marcas que possuem

conteúdo artesanal - e outras questões

que excedam ao mero confeccionar

vestimentas - encaram um momento de

oportunidade, mas também o desafio

de se posicionarem no mercado. Com

preços evidentemente mais elevados,

umas das grandes dificuldades é fazer

o consumidor compreender o valor

embutido nas peças.”O consumidor

brasileiro, em particular, só compreende

o preço elevado como indicativo de

prestígio ou status. É difícil justificar o

preço elevado do slow fashion quando

o designer ou a marca não possuem

o apelo óbvio do status. Reeducar o

consumidor é algo que leva tempo”,

analisa Patrícia.

Claro que este mesmo empecilho

acarreta dificuldades para marcas

como a Vivan, que fogem um pouco

da cadeia padrão do fast fashion.

Contudo, para empresas como a

também curitibana Reptilia, este preço

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é ainda mais complicado de justificar.

Com desenvolvimento de peças em

tecidos mais caros e utilizando diversos

métodos manuais, o valor final se eleva

mesmo diante de algumas providência

para manter a concorrência. “Você

pode diminuir o preço dos produtos

se não embutir tantas despesas extras

no custo da peça. De qualquer forma,

como estilista de uma marca pequena,

concordo que é uma competição

difícil, às vezes esmagadora”, comenta

Heloísa Strobel Jorge, criadora da

marca.

De qualquer forma, para ela, existe

uma percepção mais adequeda em

relação a outras marcas e uma boa

consciência de parte dos clientes.

“O consumidor de produtos como o

meu entendem a diferenciação de

preços, de processos e de materiais”.

Com três anos no mercado, a Reptilia,

assim como a já citada Vivan, procura

não se definir totalmente dentro de

um método de produção. “Hoje em

dia fala-se muito de slow fashion,

que pode se traduzir de diferentes

maneiras. Sob alguns ângulos sou

sim uma estilista que trabalha no slow

fashion: minhas coleções são anuais,

as peças são atemporais, os materiais

são sustentáveis e têm um ciclo de

reciclagem, além do uso de materiais

mais duráveis que prometem uma

peça para muitos anos. Mas existem

outros ângulos do que eu não consigo

seguir à risca. Por isso prefiro não me

limitar ao conceito”, justifica.

Mesmo com os fatores artesanais e

a redução da mão de obra envolvida,

muito pela questão da hiper

especialização das técnicas, marcas

como a Reptilia também sofrem

alguma pressão mercadológica.

Com coleções inicialmente anuais,

ela sentiu necessidade de aumentar

para coleções por semestre por

conta dos eventos internacionais dos

quais participava. Hoje, com uma loja

showroom recém inaugurada, Heloísa

diz que a necessidade de atualização

de peças é ainda maior, o que de fato,

estimula a produção criativa.

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MODA

CURITIBA16

Consumir é também avaliar

Para avaliar imparcialmente as

necessidades e perspectivas, vemos

que, sim, ambos os métodos estão

atrelados ao seu público. E este

público não é dividido. Somos todos

nós, que queremos consumir um

produto da última temporada, mas ao

mesmo tempo precisamos de algo que

sobrevenha a todas elas, em estética

e durabilidade. Queremos novidades,

mas acreditamos que os clássicos são

essenciais.

O fast fashion pisa no freio com um

consumidor menos alienado ante as

políticas de barateamento de produção,

mas que ao mesmo tempo anseia a

oportunidade que os preços menores

oferecem ao poder de consumo de

novas tendências. O slow fashion chega

para rebater a efemeridade de roupas

produzidas num ritmo maior, trazendo

junto uma experiência e características

sustentáveis fundamentais, mas luta

constantemente para justificar o valor

do seu produto, sem conseguir atingir

um mercado de forma democrática.

Dentre as dificuldades e facilidades de

cada método - isso sem nem entrarmos

na questão da produção convencional

- o interessante é termos informação

suficiente para saber porquê e quando

optar por cada uma delas. Público alvo,

demanda, tamanho e abrangência

também são fatores que não entram

em nosso panorama, mas influenciam

muito no processo utilizado.

Militar contra posturas abusivas, que

podem surgir de ambos os lados, é

importante, tanto como é entender as

dinâmicas das produções e saber se

posicionar diante de diferentes marcas.

A convergência de procedimentos hoje

se mostra um caminho muito fértil, e

corrobora com a recente manifestação

da trendhunter Li Edelkoort, um dos

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nomes mais influentes da moda no

mundo. Recentemente, ela avaliou

em seu manifesto anti-fashion a

condenação do futuro da moda como

a conhecemos hoje, em seu modelo

despreocupado e compulsivo, que

sucumbe diante de um consumidor

mais consciente.

Afinal, a autonomia do consumidor

é o que possibilita que cada um

dos procedimentos se aperfeiçoe e

coexistam. “ No armário e na carteira

há espaço para as duas coisas, porque

a resposta é o equilíbrio”, conclui

Heloísa. E, convenhamos o futuro está

aí para trazer possibilidades a todos

os profissionais da moda e fazer, das

ruas, lugares mais bem vestidos, num

sentido amplo.

*o termo facções é utilizado para definir um

grupo organizado de costureiras que prestam

serviços terceirizados.

Tempo Relativo:

Comparando: a Vivan, marca mais popular

que produz 5.400 peças mensais, demanda

4 meses para que estas cheguem às lojas.

A Reptilia, que é da mesma cidade, possui

o mesmo tempo de confecção. Contudo,

ele significa um período otimista de uma

produção bem reduzida. “Depende da

coleção, das facilidades em se trabalhar com

tal material ou tal técnica”, comenta Heloísa.

Gigante:

Hoje, a empresa Guararapes, que comanda

a marca Riachuelo, é o maior grupo de varejo

têxtil do país. Como estratégia empresarial,

eles comandam as vendas e a parte industrial

em conjunto, o que facilita as respostas

às mudanças do mercado. Além de ser

detentora de sua própria transportadora e

também da financeira, a Guararapes possui

um parque fabril no Rio Grande do Norte,

com área de 150.000m². A média de tempo

para produção e chegada às lojas hoje é de

10 dias.

Definições:

Os termos fast e slow fashion não possuem

definições pacificadas, contudo, um modelo

de produção fast fashion tem como premissa

antecipar ao máximo a viabilidade de

informações de moda nas lojas. Tempo de

resposta é uma característica importante.

Em contrapartida, o slow fashion busca

um resgate à produção sustentável e mais

artesanal. Para isso, aposta em modelos

atemporais e de alta durabilidade.

Curiosidades

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MODA

CURITIBA18

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Do corte à última prova o ofício

de alfaiate prevalece

por Hellen Albuquerque

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MODA

CURITIBA20

Apressei o passo pela Rua XV desviando dos guarda-chuvas que vinham na contramão. A garoa era insistente. Entrei na Galeria já mirando o botão do elevador. Num prédio de 20

andares por onde passam cinco mil pessoas diariamente é de se esperar que demore a vinda do transporte.

O Edifício Tijucas fica no coracão de Curitiba, durante a década de 1970 era conhecido como reduto dos alfaiates. Alfaiate é aquele que cria roupas masculinas de forma artesanal e sob

medida. Hoje, 17 deles ainda ocupam salas.

Uma arte aprendida cedo e passada por

gerações, como me conta timidamente Carlos

Figueiredo, o primeiro a abrir as portas de seu

ateliê para mim. “Eu aprendi aos 15 anos com

meu pai, ele e os irmãos eram alfaiates em

Minas Gerais. Quando ele foi servir o exército

aprendeu mais sobre a profissão dentro do

Quartel onde fazia os uniformes. Ele é alfaiate

até hoje no interior do Paraná”.

Em Curitiba desde 1986, presenciou o

desenvolvimento da indústria fast fashion, em

que tudo é para ontem e as coleções mudam

a cada semana, processo de ritmo contrário

ao das suas criações.

“Hoje as confecções

são industrializadas, no

tempo do meu pai era

tudo à mão, artesanal

mesmo. A diferença

é que eu faço a roupa

exatamente como o

cliente gosta”.

Nove andares abaixo, na sala 213, Ferdinando

Nardeli guarda as histórias de quem

praticamente inaugurou o Tijucas. Natural de

Rio do Cedro (SC) veio para Curitiba nos anos

1950, sendo um dos primeiros alfaiates a se

estabelecer no edifício. “Andei pela cidade e vi

o Tijucas, ele tinha sido inaugurado faz pouco

tempo, mas eu tive um pressentimento que aqui

seria o centro da cidade. Então aluguei uma

sala e em janeiro de 1960 comecei a trabalhar”,

conta com o sotaque forte de neto de italianos.

Nardeli, que já foi síndico do Tijucas e participa

há décadas do Sindicato Patronal dos Alfaiates,

Carlos Figueiredo - alfaiate

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Pedro e seu oficial Davi tentavam dar conta de

todas as encomendas. “Sexta feira é corrido”,

suspira.

Há 40 anos em Curitiba,

Pedro Salves de Medeiros

teve sua primeira sala no

Tijucas em 1992. Da sua

sacada no 9º andar assistiu

desde os protestos pelo

impeachment de Collor

às transições da largura

de lapela usadas pelos

senhores da Boca Maldita.

“Hoje os homens querem terno slim, bem justo

ao corpo. Não existe uma maneira só de usar

o terno, depende muito do que está na moda”,

conta mostrando diferentes costumes em seus

manequins da sala de prova.

Medeiros já atendeu diversos clientes em

transição, daqueles que nunca tinham entrado

em uma alfaiataria e hoje não trocam suas

roupas sob medida por nada. “Nosso serviço é

feito para o corpo da pessoa. A gente mede,

depois corta, prova... A roupa sai certa. Quando

se compra em uma loja não é algo para você,

é feito em grande escala, então você precisa

ir arrumar. E roupa quando começa a mexer já

não é a mesma”.

já tendo sido por vezes presidente, é uma das

referências da cidade quando se trata de roupas

masculinas. “A profissão

de alfaiate é pessoal. A

confecção tomou conta

durante uma época, mas

uma roupa pronta é feita

dentro do molde e o

corpo não é um molde”.

Ele ainda explica que até

a entrega são feitas ao

menos três provas para

garantir que o terno se

ajuste adequadamente.

A qualidade dos tecidos e cuidado com a

costura conferem, também, maior durabilidade.

“Uma roupa de alfaiate é mais cara que uma

roupa em uma loja. Mas as roupas que nós

fazemos duram décadas”, completa.

Em constante busca de atualizações, ele viaja

com a esposa, Donzila Marcelo, sempre que

pode e fica atento às tendências. “Eu gosto

de ver a moda internacional, quando viajo fico

olhando o que as pessoas usam nas ruas”.

Voltei ao elevador, subi mais alguns andares

até a sala 902. Fui entrando sem bater, como

pedia o aviso em uma placa do lado de fora.

Duas máquinas de costura rugiam aceleradas,

“Hoje as confeccões são industrializadas, no tempo do meu pai era tudo a mão, artesanal mesmo. A diferenca é que eu faco a roupa exatamente como o cliente gosta”

Ferdinando Nardeli - alfaiate Davi - oficial

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MODA

CURITIBA22

Sobre a profissão acabar, nenhum dos alfaiates

concorda. Em uma era de pasteurização

de estilos, um costume único é marca de

identidade. “Assim como a profissão passa de

pai para filho, o costume de comprar roupas

com alfaiate também.

Quando a gente vê que

uma peça ficou bonita dá

uma satisfação... Tem que

tudo ser feito com amor”,

finaliza Pedro.

Os aprendizesComo durante a Idade

Média quando tudo

era manufaturado, para

aprender as técnicas

da alfaiataria era preciso encontrar um

Mestre Artesão. Aquele que além de deter o

conhecimento, também possui as ferramentas

para fazer surgir o terno. Carlos, Pedro e

Ferdinando viveram esse processo muito

jovens.

“Quando eu tinha 15 anos meu pai reuniu meus

14 irmãos e pediu para todo mundo ir aprender

uma profissão. Podíamos aprender ferreiro,

barbeiro, alfaiate... Falei com o Fausto Bertódio,

alfaiate famoso na nossa cidade”, relembra

Ferdinando. O tempo de aprendizado durava

de dois a três anos, período que se ficava nos

ateliês sem receber salário algum.

Ao dominar todas as etapas de construção

do costume, se cresce na hierarquia que

segue a mesma nomenclatura medieval. Como

conta Pedro. “Depois dos

três anos e meio que levei

para aprender, comecei a

trabalhar como oficial, como

fiquei por oito anos. Para

então me estabelecer como

alfaiate sozinho”.

O oficial é contratado

com base salarial e ganha

por peça produzida. Nesta

etapa ainda existem aqueles

que se especializam em

uma única peça, como os calceiros (calças) ou

camiseiros (camisas).

“Quando meu pai trabalhava, ele tinha seis

oficiais, por exemplo, três calceiros e três

fazendo o terno. Ele tirava as medidas, cortava,

fazia a prova, depois da prova monta o paletó”,

explica Carlos.

Em Curitiba, já houve curso técnico ministrado

na UTFPR (Universidade Tecnológica Federal

do Paraná), atualmente cancelado. Várias

tentativas iniciadas pelo Sindicato não

tiveram continuidade e a cidade segue sem

especializações na área.

“Assim como a profissão passa de pai para filho, o costume de comprar roupas com alfaiate também. Quando a gente vê que uma peca ficou bonita dá uma satisfacão...

Pedro Medeiros - alfaiate

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Além de profissão, a Alfaiataria influenciou a moda de forma que se tornou característica de roupas industrializadas. As pecas de alfaiataria, mesmo sendo prêt-à-porter, apresentam o corte típico de roupas masculinas feitas artesanalmente, com cortes retos e uso de tecidos clássicos.

FUNÇÕES

Mestre-Alfaiate - também pode ser o dono do ateliê, domina

todos os processos de produção.

Contra-Mestre - auxilia o Mestre-alfaiate e se dedica a tirar

medidas, fazer moldes, cortar tecidos e provar as peças do

vestuário.•

Ajudante de Contra-Mestre - corta os tecidos, usando

moldes, ou sob orientação do Contra-Mestre;

Oficial-Alfaiate - costura as peças do vestuário;

Oficial de Paletó - é o oficial que confecciona o paletó

completo ou peças a rigor como: Diner-jaque, fraque e casaca;

Meio-Oficial - é o aprendiz de oficial, que auxilia costurando

pences, fazendo bolsos, enquartando frentes, ilhargas e

mangas;

Ajudante - é o aprendiz que faz o ponto mole, chuleia,

acolchoa entretelas, lapelas e baixo de gola;

Coleteiro - confecciona todos os tipos de coletes;

Calceiro - confecciona todos os tipos de calça, inclusive o

culote;

Acabador - faz ombros, golas e prega mangas;

Buteiro - faz reparos em geral;

Passador - encarregado de passar todas as peças do

vestuário;

Aprendiz de Alfaiate - é o que se inicia na profissão.

Fonte: Brasil Profissões (adaptada)

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Modelo: Mayara Rocha

(Fórum Model Management)

Beleza: Kelli Giordano

Fotografia: Emerson Corrêa

Styling:Carmela Scarpi

Assistência: Lizi Sue

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AVESSO

POR DENTRO

ÉQUE

SE

DES-

CO-

BREM_

HISTÓRIASAS

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Anéis: Maria dolores design Brinco: Maria dolores designPulseiras: AustralCamisa: JACUCasaco: JACUVestido: JACUSapato: Apuê

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Anéis: Maria dolores designBrinco: Maria dolores designVestido: NovoLouvreCasaco: NovoLouvreSapato: Apuê

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Brinco: Maria dolores designPulseira: Maria dolores designBata: ReptiliaCalça: Arad Tailored JeansSapato: NovoLouvre

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Anel: Maria dolores designColar: Maria dolores designBolsas: Pine Ax Vestido: NovoLouvreSapato: Tutu Ateliê de Sapatilha

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Anel: Maria dolores designColar: Maria dolores designBolsas: Pine Ax LeathergoodsVestido: NovoLouvreSapato: Tutu Ateliê de Sapatilha

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Anel: Maria dolores designColar: Maria dolores designBrinco: Maria dolores designVestido: Arad Tailored Jeans Saia: JACUSapato: Tutu Ateliê de Sapatilha

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Brinco: AustralPulseira: Austral

Casaco: NovoLouvreEcharpe: Reptilia

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Anel: Maria dolores design

Brinco: Maria dolores design

Bolsa: PineAxVestido: Arad

Tailored Jeans Sapato: Tutu Ateliê

de Sapatilha

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CURITIBA48

BELEZA CONTíNUAConheça alguns hábitos que farão a diferença no resultado final para a pele e o cabelo tão desejados

por

Monique

Benoski

A preocupação estética é algo que independe

de idade, sexo, altura ou estrutura corporal.

Porém, nem sempre é fácil conquistar o

objetivo; como a tão sonhada pele de neném

ou o cabelo solto e macio. E os resultados

mais concretos neste direcionamento, às

vezes, não são encontrados de forma rápida.

Alguns tratamentos exigem mais tempo e mais

disciplina para trazerem o efeito desejado.

Juliana Merheb Jordão, médica dermatologista

formada pela Sociedade Brasileira de

Dermatologia, afirma que o cuidado para a pele

que exige mais atenção é o já bem comentado

uso do filtro solar. Ela explica que esta é, na

verdade, a maior prevenção em longo prazo

para o envelhecimento e as doenças - como o

câncer de pele. E, se não existir a disciplina, não

existirá o efeito esperado. “Nenhum protetor

solar dura mais que duas horas na pele.

Muitas pessoas aplicam somente pela manhã

e esquecem que ambientes fechados, com luz

branca ou exposição às telas de computadores,

também causam manchas. Para esses lugares,

o filtro solar deve ser utilizado da mesma forma”,

relata.

Além disso, Juliana acredita ser importante a

rotina de limpeza da pele ao acordar e antes de

dormir. O uso de sabonetes já é suficiente para

essa higienização, mas ressalta que devem ser

específicos para cada tipo de pele. “Para uma

pele seca, o sabonete deve ser hidratante;

para uma pele oleosa, o sabonete deve ter

componentes que controlem a oleosidade;

para uma pele sensível, o sabonete deve ser

hipoalérgico”, exemplifica. Ela ressalta, ainda,

que os tônicos são necessários apenas para

aquelas pessoas que utilizam maquiagens mais

pesadas, ou para aquelas com a pele mais

oleosa.

De acordo com a dermatologista, o tipo de

pele que tende a envelhecer primeiro é a pele

seca. As pessoas que possuem pele oleosa

envelhecem muito mais tarde. Por isso, a dica

de Juliana é que todos utilizem cremes para

manter a pele hidratada e, por consequência,

prevenir o envelhecimento precoce. “O ideal é

que sejam utilizados cremes pela manhã, para

evitar o ressecamento que ocorre durante o

dia, e também antes de dormir, principalmente

se for depois do banho, porque a higienização

resseca a pele. Eu gosto muito de usar a vitamina

C, porque além de ser um ótimo antirrugas, ela

também potencializa o filtro solar”, conta.

Todo o cuidado dedicado à pele na infância, na

adolescência ou na fase adulta inicial, refletirá

na fase adulta ou idosa. A dermatologista ainda

alerta: se o uso de cremes e filtros solares não

é feito desde cedo, as consequências virão no

futuro. “Hoje temos muita informação sobre os

problemas que a falta de cuidados com a pele

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pode nos trazer, então não existem desculpas

para não se cuidar. Antigamente, os preços

dos cremes e filtros solares eram bem mais

altos, mas hoje, eles têm um valor muito mais

acessível ao público em geral, o que facilita

bastante a prevenção”, afirma.

Toda essa informação, aliada à tecnologia,

permitiram também que os cabelos adentrassem

ao mundo dos cuidados estéticos em longo

prazo. Hoje, segundo o cabeleireiro e diretor

artístico Viktor I, as novas técnicas permitem

que as pessoas encontrem efeitos fantásticos

em alguns tratamentos. O Realinhamento dos

Fios, por exemplo, é indicado para cabelos

muito rebeldes e com muito volume. Viktor

explica que esse procedimento tem três

etapas, que podem ser realizadas no mesmo

dia ou em dias alternados. “Primeiro, é feita

uma nutrição profunda, com um produto que

junta as camadas de queratina dos fios, depois

de uma pausa vem o processo de secagem.

Depois, ainda, é feita a prancha, que regulará

a intensidade da redução do volume. Dura em

torno de duas horas e meia”, conta.

Outro tratamento é a Plástica Capilar. “Esse

tem quatro etapas, a limpeza do couro

cabeludo e higienização dos fios, nessa fase é

utilizado um pré-shampoo que abre a cutícula

do cabelo, depois vem a reposição dos lipídios,

que traz brilho e maciez aos fios, então é

feita uma selagem com prancha, para que os

ingredientes fiquem na medula do cabelo, a

parte mais profunda do fio e para finalizar vem

a secagem. “Tanto o Realinhamento dos Fios

quanto a Plástica Capilar, apesar de serem

realizados em algumas horas e durarem de 60

a 90 dias, exigem tempo e disciplina, porque o

cabelo só ficará com o resultado esperado se

for lavado com um shampoo específico indicado

pelo cabeleireiro e sempre secado para que os

componentes termo ativos que foram aplicados

funcionem”, ressalta.

Existem alguns procedimentos para a pele

que são feitos clinicamente e também devem

ser refeitos com regularidade para que o

resultado não desapareça. Juliana Jordão

exemplifica falando da aplicação da toxina

botulínica, o botox, que de quatro a seis meses

deve ser refeita para manter o efeito alcançado

e prevenir a aparição de rugas profundas no

futuro. “O preenchimento, que tem cerca de um

ano e meio de duração, deve ser refeito para

manter as linhas de expressão menos visíveis.

O produto, depois de algum tempo, é

absorvido e o que sobra é o colágeno que

ele produziu, esse colágeno vai sumindo pelo

envelhecimento natural e, por isso, sugiro

reaplicações”, explica.

“Hoje temos muita informação sobre os problemas que a falta de cuidados com a pele pode nos trazer, então não existem desculpas para não se cuidar. Antigamente, os preços dos cremes e filtros solares eram bem mais altos, mas hoje, eles têm um valor muito mais acessível ao público em geral, o que facilita bastante a prevenção.” Juliana Jordão

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CURITIBA50

PELE

por

JULIANA

JoRdÃo

Juliana acredita que a cultura do uso diário dos cremes está

bem difundida e que seus pacientes já chegam com uma

regularidade boa para fazer trocas dos produtos. O que a

dermatologista ainda sente falta é a disciplina com o uso do

filtro solar. “Às vezes pode ser por preguiça, pelo uso diário de

maquiagem, às vezes pela falsa impressão de que não precisa

utilizar em ambientes fechados”.

1 - Pele Oleosa: Capital Soleil Toque Seco 30 - Vichy - R$ 60,00

2- Pele Seca: Anthelios Ae Gel Creme Velouter - La Roche-Posay - R$ 70,00

3- Pele Sensível: Photoage Mineral Color - dermage - R$ 70,00

Filtro Solar 1

2

3

4 - Pele Oleosa: Lha Cleansing Gel - Skin Ceuticals - R$ 50,00

5- Pele Mists: Purete Thermale - Vichy - R$ 60,00

6- Pele Sensível: Fisiogel Sabonete - Stiefel - R$ 40,00

Sabonete4

5

6

7- Pele Oleosa: Serum 10 - Skin Ceuticals - R$ 50,00

8- Pele Seca: C-Superieur 16% - Roc - R$ 130,00

ANTIRRUGAS COM VITAMINA C: 7

8imagens reprodução*valores aproximados

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CABELo

por

VIKToR I

Para Viktor I, os cuidados com os cabelos funcionam, inclusive, como

tratamentos para pessoas que possuem autoestima baixa. “Antigamente,

só existiam tratamentos com maior durabilidade no segmento SKIN

CARE (cuidados com a pele) e hoje já foram trazidos para o HAIR CARE

(cuidados com o cabelo). A busca maior, com certeza é por tratamentos

de longa duração, as mulheres têm muita coisa para fazer atualmente.

Elas não têm tempo para ficar no salão. Agora basta lavar, secar e ficar

feliz com seu cabelo”.

Procedimento de Salão

1 - Inoar Argan oil- Inoar - R$ 110,00

2- Inoar Aplle Jelly Teen Line-Inoar- R$ 150,00

Plástica Capilar1

2 Procedimento de Salão

3 - Máscara Kérastase Nutri-Thermique - R$ 180,00

4- Kérastase Nutritive Concentré Óleo-Fusion - R$ 50,00

5- Kérastase Fusio dose Concentré Vita-Ciment - R$ 60,00

6- Kérastase Fusio dose Booster Polyphénols - R$ 25,00

7- Kérastase Masquargil - Valor não Informado

Realinhamento dos Fios

Procedimento para casa

8 - Shampoo: Kérastase Nutritive Bain Satin 2 - R$ 100,00

9- Condicionador: Kérastase Nutritive Lait Vital - R$ 130,00

Manutenção

34

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7

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CULTURA

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CURITIBA54

ALImEnTAçãO,UMA PRIORIDADE?

Conciliar uma rotina acelerada e alimentação saudável pode ser difícil, mas não impossível

por Aléxia Saraiva

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Quem nunca deixou de preparar uma refeição

com cuidado para ceder à praticidade de um

prato pronto congelado? Viver em uma época

em que o tempo é tão precioso muitas vezes

faz prioridades básicas mudarem de posição na

hierarquia. É o caso da alimentação.

Segundo dados do Ministério da Saúde, 54%

dos adultos curitibanos estão acima do peso e

19% são obesos. Além disso, 20% da população

local tem colesterol alto, e apenas 37% pratica a

quantidade de exercícios físicos recomendada

pela Organização Mundial da Saúde (OMS),

que são 150 minutos semanais. O desafio de

encontrar tempo para coincidir uma rotina

corrida com um cardápio saudável – realidade

de muitos – é enfrentado por Ana Marques,

empresária e revisora de textos.

Ana começou a rever sua alimentação quando

sua mãe foi diagnosticada com diabetes

em 1984, e passou a procurar opções mais

saudáveis para ajudar na dieta, chegando a

cortar o consumo de carne, mesmo que dez

anos depois. Mas, foi quando virou fiscal das

Feiras Verdes – tradicionais feiras de orgânicos

de Curitiba - que se encontrou propriamente

com a alimentação orgânica, a qual compõe

grande parte do seu cardápio diário. “Digamos

que eu seja uma curiosa no que diz respeito à

alimentação”, ela conta.

Os orgânicos são alimentos plantados sem

agrotóxicos e dependem o mínimo possível de

insumos e de tecnologias não renováveis, além

de uma série de outros requisitos. No entanto,

seu preço acaba por tornar essa possibilidade

menos viável. É o que explica Vinicius Gouveia,

chef do restaurante Vila Roti, que já passou

mais de dez anos trabalhando nos Estados

Unidos e na Espanha com culinária vegetariana

e vegana. “O custo da comida no Brasil não te

permite usar 100% de produtos orgânicos ou

não industrializados”. Mesmo assim, Vinicius

procura preparar, ele mesmo, itens como

massas e molhos.

Para se diferenciar dos cerca de 90 restaurantes

concorrentes ao redor do seu, Vinicius trabalha

com o conceito de gastronomia criativa. “O

segredo da criatividade é você pegar que tem

e fazer ficar bom, pegar um ingrediente que

ninguém dá nada e fazer dele algo mais gostoso.

Todos os dias eu crio um prato diferente. Já fiz

cerca de 20 mil”, explica. Segundo Vinicius, é

o cardápio diferenciado – e saudável – que

fideliza os clientes ao restaurante.

Segundo dados do Ministério da Saúde, 54% dos adultos curitibanos estão acima do peso e 19% são obesos. Além disso, 20% da população local tem colesterol alto, e apenas 37% pratica a quantidade de exercícios físicos recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que são 150 minutos semanais.

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CULTURA

CURITIBA56

Quando fugir da dieta faz bem

Depois de trocar a profissão de designer

pela de chef, Carolina Garofani criou a

Caramelodrama, uma confeitaria que propõe

alternativas mais saudáveis, incluindo as

sobremesas, no cardápio com menos culpa.

Para isso, o segredo é simples: ingredientes de

qualidade. “A confeitaria implica em um cuidado

com a matéria-prima, que é a parte principal do

produto final. Você pode ter resultados ruins

com uma matéria-prima boa, mas você nunca

vai ter um resultado bom com uma matéria-

prima ruim”, define.

Seguindo esse conceito, Carolina procura

usar produtos orgânicos e locais, e prepara ela

mesma todos os ingredientes que pode: o pão

e a massa de biscoito são feitos na confeitaria,

além de uma horta mantida nos fundos da casa

que garante os temperos da casa. O chocolate

belga Barry Callebaut também é a opção para

manter a qualidade dos produtos finais num

nível maior.

Todo esse cuidado é visível. A primeira página

do cardápio já diz: “a diferença entre o remédio

e o veneno é a dose”. E é por isso que a logo da

Caramelodrama é uma colher. “Quando você

fala de doce, o balde já está chutado. A gente

brinca: amarre sua dieta no portão e deixe ela lá

fora. Eu acho que se você vai se dar ao luxo de

comer um doce, você pode muito bem comer o

melhor que você pode encontrar”, conta.

A conscientização e suas consequências

Segundo a chef, há um cuidado crescente da

população em saber o que se está comendo.

“Estou vendo uma preocupação bem maior

das pessoas em entender o que elas estão

colocando dentro delas e dentro dos filhos. É

só você olhar o tanto de loja orgânica que tem

por aí”.

Um produto orgânico é mais do que um

alimento sem agrotóxicos ou aditivos químicos.

Ele é resultado do conceito de trabalhar em

harmonia com a natureza, obedecendo normais

rígidas de certificação que garantem o trabalho

adequado do solo e dos recursos naturais,

como água, plantas e animais.

Em Curitiba, esses alimentos podem ser

encontrados nas Feiras Orgânicas promovidas

pela prefeitura, além de ter uma área especial

no Mercado Municipal. É de lá que vêm os

alimentos comprados por Ana, por exemplo.

“Por eu ser vegetariana, os orgânicos estão

presentes na minha dieta de manhã, de tarde

e de noite. Minha dieta não é 100% orgânica

porque o seu organismo fica muito indefeso

contra qualquer agroquímico, qualquer coisa

que você come fora de casa faz você cair

doente”. Mesmo mantendo no cardápio

aproximadamente 20% de alimentos não

orgânicos, Ana consegue contar nos dedos o

que compra de industrializado.

“...a diferença entre o remédio e o veneno é a dose”

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Nunca é tarde para começar

Tanto Ana quanto Carolina têm suas dicas

para começar a deixar a alimentação mais

saudável. Beber água, colorir o prato e olhar

o rótulo dos alimentos são os três primeiros

passos básicos, segundo Ana. Já a dica da chef

é fazer um processo gradual. “Eu caminhei para

isso. Eu disse ‘não quero mais comer produto

industrializado, não quero mais tomar suco de

caixinha, não quero mais tomar refrigerante’.

Você vai se ajustando, vai construindo, e

conforme você vai entendendo onde conseguir

os alimentos e como você vai fazer o processo,

isso se torna natural, não é uma dificuldade”,

ela conta.

Conciliar a vida saudável com suas outras

responsabilidades é a maior prioridade da

vida de Ana. “Eu vou ficar velha, e pra eu

chegar lá bem, eu tenho que ter o meu corpo

bem. Eu só tenho isso se eu me alimentar

“... Você vai se ajustando, vai construindo, e conforme você vai entendendo onde conseguir os alimentos e como você vai fazer o processo, isso se torna natural...”

bem. É uma filosofia de vida com um objetivo

específico: envelhecer bem, física, mental e

espiritualmente”. Um movimento crescente

e uma preocupação atual, saber o que você

coloca dentro de você mesmo é um passo em

uma busca por qualidade de vida que exige

certa disciplina, mas que conquista cada dia

mais adeptos.

Serviço:

Vila Roti - Rua Mateus Leme, 757 - São Francisco

-seg a sáb - 11:30 às 14:30.

Caramelodrama - Alameda Presidente Taunay,

434 - Batel - seg e ter - 10h às 19h - qua a sex -

10h às 20h30 - sáb - 10h às 19h.

Mercado Municipal de Curitiba - Av. Sete de

Setembro, 1865 - Centro - seg - 07h às 14h - ter

a sab - 07h às 18h - dom - 07h – 13h.

Detalhe horta da

Caramelodrama

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CULTURA

CURITIBA58

Foto Aléxia Saraiva

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DOCE infânciaPassear entre casas bonitas em um dia ensolarado

é um ótimo contexto para deixar a vida mais doce.

Uma placa com logo de colher indica a confeitaria

Caramelodrama, um ambiente amplo e bonito que

lembra uma casa de vó. A expectativa de comer

por lá é grande, já que a chef Carolina Garofani

garante doces com os melhores ingredientes que se

pode encontrar. Em meio a sofás, cadeiras e mesas

variados, estantes com bules de chá e uma luminária

com páginas de livros – tudo arranjado da forma

mais aconchegante possível -, se lê no cardápio que

mesmo que não precisemos de açúcar para viver,

ele tem um papel fundamental nos sorrisos do nosso

dia-a-dia. Como não sorrir com isso?

Desviar os olhos para a vitrine de doces é uma

tentação; uma insatisfação positiva. É como ser

uma criança numa loja de brinquedos antes do

Natal, podendo escolher seu presente. Uma batalha

interna para eleger aquilo que pode ser a opção

mais gostosa possível, sem nunca saber se você

está mesmo certo. É como estar em uma livraria sem

saber como escolher um livro, porque cada um será

uma experiência diferente.

Escolho o primeiro prato: paninostromboli. Um

sanduíche de pão bolinho, feito no dia, com salmão

- o mais fresco possível. Provar um prato com uma

qualidade tão alta faz as memórias ficarem em

câmera lenta: o gosto do cream cheese, o toque

de mel, o pão crocante por fora e macio por dentro.

Um suco de laranja que parece que acabou de sair

do pé acompanha o prato, o que torna o gosto da

infância mais palatável. Você sente que a qualidade

da combinação é algo diferente, fora do comum.

por Aléxia Saraiva

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CULTURA

CURITIBA60

Às 11h da manhã de uma quinta-feira, não é de

se esperar que o lugar esteja cheio. Os únicos

clientes além de mim são uma mãe e suas filhas,

duas meninas pequenas que são a definição da

palavra adorável. Elas correm de abelhas que

costumam ficar nos fundos da casa, e entre o

suco e o sanduíche cabem várias risadas.

A escolha do doce é muito delicada: devo

trocar o chocolate (?) por doce de leite (?) ou

por caramelo(?) qual o outro ingrediente (?)

laranja ou avelãs(?) em forma de mousse ou de

brownie (?) de torta ou de bolo? A decisão tem

um nome novo: gianduia. Palavra que sintetiza

o encontro da pasta formada por 70% de

chocolate misturados à 30% de pasta de avelã,

ou seja, uma mistura clássica. É uma torta alta,

um pedaço grande, e o cardápio indica que se

trata de um mousse.

Esse não é só um pedido que agrada

ao paladar. A visão te impede de dar a primeira

colherada por longos segundos de observação.

Como um doce pode ser tão lindo? Será que o

gosto é tão bom quanto isso é bonito? Mais uma

vez a sensação de impotência: eu sou digna de

comer a tal gianduia?

A curiosidade se torna impassível, e

a sensação é maravilhosa. É leve. É como

sentir um veludo. Desmancha na boca. Até a

casquinha de chocolate e as duas avelãs que

enfeitam por cima têm um sabor sensacional.

E, por fim, a satisfação é tão plena que a

promessa de voltar é indubitável.

A Caramelodrama fica na Alameda Presidente

Taunay, 434, no Batel.

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CURITIBA62

UMa a

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a U Ma

Processos de impressão e encadernação manual produzem livros artesanais e experiência única aos leitores

RenataOrtega

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CULTURA

CURITIBA64

Uma a uma, as minúsculas letras batidas no

teclado vão compondo as palavras, até o limite

de uma linha completa. A máquina de linotipos

transfere, então, a imagem dos caracteres para

uma barra de chumbo – fundida a 270° C –,

cabendo ao tipógrafo organizá-las em páginas.

Com as matrizes textuais prontas, resta aplicar

tinta mecanicamente sobre cada uma delas e

decalcá-las no papel escolhido para o miolo.

Enquanto isso, as gravuras que adornarão a

capa começam a ser esculpidas na madeira

– pelo ilustrador. Ao mesmo tempo, o

encadernador inicia o processo que inclui

recortar, colar e encapar papel espesso com

tecido. Quando as matrizes de xilogravura ficam

prontas, um rolo embebido espalha tinta nos

detalhes elevados do entalhe; até que tecido

e tinta se encontram sob a prensa, revelando a

bela figura de capa.

Para terminar – miolo impresso e capa pronta

–, falta ainda dar ao livro sua forma final. As

páginas de papel branco são vincadas, divididas

em cadernos, costuradas e coladas pelas mãos

ágeis do encadernador. A folha de guarda

– serigrafada, cada uma, em uma máquina

controlada manualmente – faz, então, a junção

entre o miolo e seu invólucro. Está pronto mais

um exemplar artesanal, após quase um ano do

início do trabalho!

Embora a descrição pareça referir-se ao

processo “antiquado” de produção de livros das

primeiras décadas do século XX, ela narra uma

empreitada bastante atual: a confecção de livros

totalmente artesanais que vem sendo colocada

em prática, nos últimos anos, pela Editora Arte

& Letra – em parceria com o encadernador

Daniel Barbosa (Caderno Listrado) e a gráfica

Linotipadora Expressa (São Paulo).

Em 2014, a casa editorial curitibana lançou

três títulos nesse formato: “A mão na pena”,

de Dalton Trevisan, “Uma questão moral”, de

Cristovão Tezza, e “A busca”, conto de Luiz

Ruffato (veja resenha abaixo) – que receberam

o nome de coleção “Livros artesanais”. Cada

obra possui tiragem limitada e numerada de

250 exemplares. Além de textos inéditos e

escritos especialmente para o estilo artesanal,

contam ainda com xilogravuras de André Ducci

e Frederico Tizzot.

Estes textos nacionais e contemporâneos,

contudo, foram a segunda leva do projeto

iniciado em 2013, com o objetivo exclusivo

de publicar volumes impressos em tipografia

e com encadernação manual. Naquele ano,

haviam sido lançados os clássicos “Um coração

singelo”, de Gustave Flaubert, “Assassinatos na

Rua Morgue”, de Edgar Allan Poe, e “Luzes”,

conto de Anton Tchekhov – 200 unidades de

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cada, já esgotadas, com gravuras de Frederico

Tizzot, Santidio Pereira e Mariana Leme.

Para o editor da Arte & Letra Frederico Tizzot,

em síntese, a coleção reflete o ideal da casa

editorial curitibana, fundada em 2004: o de

publicar não apenas bons livros, mas livros bem

feitos. Ao resgatar um processo de produção

que já se perdeu no tempo, a editora pretende

que a obra literária torne-se uma obra de arte

em si – e não se limite a um mero suporte para

o texto, entre os tantos existentes hoje.

O processo totalmente artesanal garante

ainda que cada exemplar seja único, com

pequeníssimas variações. Além disso, a textura

do tecido de algodão que cobre a capa, o relevo

das impressões ou mesmo o cheiro da tinta e

dos demais materiais utilizados propiciam ao

leitor uma experiência única, que ultrapassa

a visual, estimulando outros sentidos (tátil e

olfativo, sobretudo) e criando novas formas de

se relacionar com o livro.

...a editora pretende que a obra literária torne-se uma obra de arte em si.

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CULTURA

CURITIBA66

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A busca de Ruffato

O Uruguai é um país fascinante; de belas paisagens,

um povo afável e histórias incríveis. Não é de

surpreender que o escritor mineiro Luiz Ruffato tenha

escolhido a pequena cidade de Dolores – com seus

pouco mais de 15 mil habitantes, vivendo às margens

do Rio San Salvador, no granero del Uruguay – como

cenário de “A busca” (Arte & Letra, 2014).

A novela, em suas 65 páginas, relata o drama de El

Gordo, um trabalhador uruguaio, pai de família, em

busca do rastro do próprio pai, que sumiu durante

a ditadura daquele país. O narrador, contudo, é um

engenheiro brasileiro – Dório Finetto; um viajante

(a trabalho) e observador perspicaz, capaz de se

misturar à vida local por onde passa e colecionar

pequenas-grandes histórias.

Por meio de uma narrativa sensível, o verdadeiro

dilema de El Gordo vai, então, se revelando. O

abandono do pai, a morte precoce da mãe, o

trabalho, o casamento e os filhos, um acidente, uma

viagem, a negação... e, finalmente, o encontro com

um desconhecido – que pode culminar na aceitação

de toda uma vida.

Ao transitar entre o Brasil e o Uruguai, o passado e o

presente, “A busca” conduz o leitor por um caminho

de verdades, mentiras e decepções. E, assim – de

maneira delicada, milimétrica e, talvez, sem perceber

–, Ruffato compõe mais uma narrativa deste seu

grande projeto de retratar a classe operária.

A experiência de ler uma história tão singela e

comovente se completa no contato com o livro

artesanal – impresso em máquina de linotipo e

encadernado individual e manualmente. Para os

amantes da leitura tradicional, o toque das camadas

de tinta sobre o tecido da capa ou mesmo o relevo

das palavras impressas no papel interno constituem

um estímulo a mais.

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CULTURA

CURITIBA68

“Momentos inéditos do

último ensaio clicados por

Cristopher Gegembauer”.

[PERFIL]IRIA BRAGA

Com shows marcados para o ano de 2015, a cantora de destaque da cena curitibana fala sobre o tempo na construção de sua personalidade artística

por Carmela Scarpi

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Com uma sequência de três shows agendados

para agosto deste ano*, a cantora curitibana

Iria Braga diz sentir-se preparada para viver

aquilo que produziu em 2013, quando gravou

seu primeiro CD. Pode parecer estranho a

você, afinal: três shows, um dia após o outro?

Ou então: gravou em 2013 e faz show agora?

Mas Iria é assim. Com a disciplina de um

relógio, são os segundos que formam as

horas em sua vida. Para entender a trajetória,

é preciso compreender Iria. Para entender

seu CD é preciso entender seu caminho.

Com já 9 shows para chamar de seus -

inclusive o de agosto de 2014, que foi o

primeiro sobre o CD solo - ela volta à época

em que não havia show algum no repertório.

Quando tudo era apenas uma paixão, Iria

não sabe definir o que veio antes, pois há um

intercâmbio forte entre o teatro e a música.

“É difícil falar quando começou uma coisa,

quando começou outra. Porque o desejo de

estar no palco, não só estar no palco - de

fazer arte - começou junto”, relembra.

Mesmo sem definir linhas rígidas sobre este

início da vida artística, uma coisa ela confirma:

as interferências entre as áreas ajudaram-

se mutuamente. “Hoje eu entendo que essa

coisa da interpretação e da dramaticidade

que o palco proporciona como teatro são

ampliadores para a música”, exemplifica.

Com formação em Teatro, no Colégio

Estadual do Paraná, e licenciatura em Música

pela Faculdade de Belas Artes; ela quantifica

sua carreira de maneira que ultrapassa os

números ou diplomas. “Eu acho que não

determina sua carreira o tanto quanto você

fez, mas o quanto de intensidade você teve”,

define a cantora. E isto ela conhece, afinal,

desde o início teve uma trajetória construída

por meio da força de vontade e do esforço

pessoal, que supriram qualquer outro tipo de

incentivo, inexistente.

“Despertei para a arte com um olhar de

fascínio. Eu tinha um amor e então foi por força

desse desejo que comecei. E foi um caminho

do, como se diz? ‘o bloco do eu sozinho’.

Por que eu fui sozinha buscar cada coisa”,

revela. Muito embora tenha recebido amparo

afetivo, o incentivo profissional não era algo

que a estimulasse. Estava por conta do sonho

e do desejo. E, como é de se esperar, o

período de colégio e faculdade foram de uma

efervescência artística muito grande, fosse

pela quantidade de trabalhos e cursos, fosse

pelas novidades do conhecimento adquirido.

Um quarto de hora

“Despertei para a arte com um olhar de fascínio. Eu tinha um amor e então foi por força desse desejo que comecei.

Page 70: EM Curitiba 05

CULTURA

CURITIBA70

Meia horaA carreira de solista foi como a continuação

de um ponteiro que ultrapassa a primeira

hora e, no ano de 1999, Iria Braga se definiu

como cantora. Em 2000, apresentou seu

primeiro show.

Numa experiência pela banda Molungo,

gravou um CD - anterior ao considerado seu

primeiro solo em 2013. Nas engrenagens

deste relógio ela desempenhava o

papel de percussionista, com algumas

participações mais esporádicas de

voz e backing vocal. Mas, o caminho

do Molungo margeava sua trajetória

principal. O acúmulo de funções

profissionais, com carreira de solista,

sua contribuição na banda, o trabalho

de professora, e o início dos estudos

em música erudita culminaram num

problema pelo excesso de esforço e

a decisão de escolher um caminho.

Ganhou a carreira musical solo.

“Eu acho que sair do grupo foi um

rompimento bem doído. Porque

eu amo eles e a gente tinha

uma afetividade bem profunda,

o acolhimento de estar junto”,

conta. Já com os ponteiros

alinhados ela voltou a se

dedicar inteiramente para o

trabalho de voz.

Foto Divulgação - Show

Fita Meus Olhos - 2000

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WWW.EVENMORE.COM.BR 71

A partir daí, Iria começou a sofrer uma

pressão sobre quando gravaria seu próprio

CD. “Eu queria gravar, mas eu não tinha essa

urgência. Claro, as pessoas vêem como um

meio de você mostrar seu trabalho, e claro,

acho que a gente perde muito em ficar

esperando. Mas disco é um retrato, e você já

vai evoluindo depois disso”, comenta.

Contudo, sua hora chegou quando sentiu que

as músicas; hoje gravadas - pela Gramofone

- e disponíveis em CD e online; já estavam

arraigadas à sua trajetória. Afinal, a coletânea

de canções, dos mais variados autores, com

os mais variados arranjos, incluindo uma

composição da própria cantora; refletem todo

o seu tempo de carreira. “ Eu toquei muito

essas músicas. Porque são músicas que

vieram dos meus shows e cada um tem uma

temática. Eu fui me experimentando nesses

lugares e algumas composições foram

ficando, e foi então que eu senti: bom, agora

dá para registrar”, diz.

É o motivo pelo qual, alguns desavisados,

podem - sem perceber - interpretar o registro

de 2013, como um balaio. Mas esta temática

da reunião é proposital. Cada período, cada

hora, cada show está ali e reflete a própria

trajetória da carreira de Iria, que hoje se

define como uma cantora, prioritariamente,

de música brasileira.

Três quartos de hora

A mesma organicidade com que tratou seu

primeiro CD, ela levou para seu primeiro show.

Para Iria, a gravação apressada, assim como

os shows apressados não fazem um sentido

artístico muito grande. “As pessoas nem

ouviram a tua música. Ela tem que andar com

as próprias pernas. Tem que falar por si só.

Muitas pessoas defendem isso e eu também.

Se você grava só por gravar, o que você quer

com isso? “, reflete.

E foi assim que, em agosto de 2014, um ano

após o lançamento do disco, ela fez o primeiro

show sobre ele. Depois de tantas andanças,

de tantas incertas certeza, de todo este

movimento, e do tempo passado; Iria hoje

encara o presente com muita maturidade. É

o tempo que molda uma carreira, uma artista.

De volta à fase atribulada de funções, hoje

ela ocupa uma posição de apresentadora

do programa É-cultura, na TV E-Paraná. Por

força do destino foi parar na televisão, mas

continua com foco total na música e na sua

paixão: o palco dos shows. O discernimento

adquirido é o que cada espectador pode

esperar nos próximos espetáculos de agosto.

Uma honestidade com o tempo das coisas,

com sua própria bagagem, além do talento

aperfeiçoado desta artista daqui.

Hora cheia

* Os shows de agosto serão realizados nos dias

28, 29 e 30 de agosto, no teatro José Maria

Santos, que fica na Rua Treze de Maio, 655 -

São Francisco, Curitiba - PR.

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CULTURA

CURITIBA72

Peito Vazio,O clipe gravado para o CD de 2013 e lançado em 26 de agosto de 2014, traz a melancolia

da música de Cartola para imagens. Por traz da paixão da artista pelo compositor, existe uma

história pessoal revelada com exclusividade para nós: “Eu levei um pé na bunda de um menino

e ele falou assim para mim: Você já ouviu Cartola? ‘Acontece’, do Cartola? E eu falei, não. E aí

eu saí da nossa briga com o olho inchado, parei no primeiro sebo que eu encontrei e perguntei

se eles tinham essa música. O cara me deu um disco com a Gal Costa cantando. Quando eu

ouvi eu queria morrer de vez. Mas daí prestei mais atenção e eu lembro da minha sensação,

quando eu falei: ‘nossa, isso é Cartola?”, relembra.

Daí por diante a paixão só aumentou e Iria começou a buscar toda e qualquer informação

sobre o compositor e, claro, ouvir cada vez mais suas obras. “Mas o que me pegava sempre

era ‘Peito Vazio’. Essa música fala de desmoronamento, de alguém que está alcoólatra, e quem

nunca ficou alcoólatra por amar alguém? E sempre que eu tive problemas de relacionamento

ou emocionais eu colocava um bom Peito Vazio”, revela.

Para chegar à versão hoje registrada, Iria passou por muitos arranjos até chegar à voz e

guitarra do clipe. Que, aliás, foi gravado numa demolição da rua Riachuelo em Curitiba/PR.

Locação escolhida também pela própria Iria. “Quando eu vi o terreno eu sabia que em pouco

tempo ele seria reconstruído. Vi e pensei: é aqui. Porque tem uma parede de vidro, e quando

você está lá dentro, você vê as pessoas passando na rua e, ao mesmo tempo, você está

sozinho - isolado! E quando você está deprimido é assim que você se sente, né? O mundo está

ali correndo à sua frente e você está ali, isolado, sem nem saber o que você está fazendo”, diz.

composição: cartola e Elton Medeiros | Voz: iria Braga | Guitarra: Oliver Pellet | Direção, roteiro e montagem:

alan Raffo | Direção de fotografia e colorista: Rafael Bertelli | Direção de movimento: carmen Jorge | Produção:

iria Braga, carmen Jorge e Viviane Medeiros | apoio cultural: THÁ

clique

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Linha do tempo, shows: “Fita Meus Olhos” (2000), “Oração ao Tempo”, (2002), “De

Cor Laranja Amarelo Ouro” (2004), “Flor de Maracujá” (2007) “Peixe-Estrela” (2008),

“Melanger” (2009), “Le passiflora projet” (2010) e “Iria Braga e Quarteto”(2011) e

“Volátil” (show em parceria com o pianista Davi Sartori - show contínuo).

Foto Divulgação - Show

Le Passiflora - 2010

Page 74: EM Curitiba 05

CULTURA

CURITIBA74

longasBeatriz Mattei

Não apenas no tempo de duração, mas a produção de filmes pode se

estender no tempo e alguns

exemplos não se deixam esquecer

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WWW.EVENMORE.COM.BR 75

Para uma produção cinematográfica

chegar ao público, inúmeros aspectos são

considerados e diversas etapas precisam

ser vencidas: negociação com elenco,

distribuidores e diretores, além de acertar

locações, cenários, adequar tecnologias e

fazer todas as reformas e lapidações de roteiro.

Resumindo, tudo acaba por ser fundamental

e determinante para que a criação de uma

obra leve 10 meses ou 10 anos. Verdadeiro

problema numa era de imediatismo e de

grande concorrência.

“Boyhood: Da Infância à Juventude” é um

exemplo que vem quase de imediato a nossas

mentes quando falamos do mais recente

“slow” como produto no mundo dos filmes.

Isso porque o longa demorou 12 anos para

chegar às salas do cinema. O diretor Richard

Linklater queria ser o mais realista possível,

de forma que acompanhou a trajetória, dos

6 aos 18 anos, do ator Ellar Coltrane, levando

toda a equipe a filmar apenas um dia por

semana durante esse período.

Para felicidade de todos, o filme foi um

sucesso e fez “O” alvoroço na última

temporada de prêmios – levou três Globos de

Ouro, um Oscar e outras tantas estatuetas de

festivais para lá de respeitados, bem como se

posicionou confortavelmente no ranking de

arrecadação nas bilheterias americanas.

Boyhood: Da Infância à Juventude

Título original: Boyhood | Lançamento: outubro de 2014 | Duração: 2h45min | Direção: Richard

Linklater | Gênero: Drama | Nacionalidade: EUA | Distribuição: Universal Pictures

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CULTURA

CURITIBA76

Outros bons exemplos desse tipo de produto são as animações e as ficções tecnológicas

que, recheadas de detalhes, são autênticas epopeias de criação e execução. Para citar alguns

exemplos, “Os Simpsons- O filme” teve o roteiro editado e reeditado 160 vezes e levou 10

anos para ser concluído. “A Bela Adormecida”, graças ao perfeccionismo de Walt Disney, foi

uma saga de 8 anos de produção. E o exuberante “Avatar” teve que aguardar pelo menos uma

década e meia para adquirir toda a tecnologia necessária. Felizmente, lembramos de todos

esses filmes.

Ocorre que nem sempre é assim. Dentre as animações, a obra “O Ladrão e o Sapateiro”

precisou de 28 anos para ficar pronta. As filmagens iniciaram em 1964, mas, devido a inúmeros

reveses envolvendo dinheiro e elenco, foram interrompidas diversas vezes, de maneira que

só foi concluído em 1993, sem o diretor e roteirista Richard Williams, arquiteto do projeto; e

sem ibope algum.

Na mesma medida, o longa “O Doador de Memórias” demorou 20 para ser finalizado

e quando o foi, não fez muito barulho. Lançado ano passado, o filme estrelado por Meryl

Streep e Katie Holmes enfrentou problemas com os direitos do romance no qual se baseia. A

Os Simpsons- O filme

Título original: The Simpsons Movie | Lançamento: agosto de 2007 | Duração: 1h30min | Direção:

David Silverman | Gênero: Animação | Nacionalidade: EUA | Distribuição: FOX Filmes

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Warner Bros., detentora desses direitos, não permitiu o desenvolvimento da obra. Apenas em

2007, finalmente, negociou com a The Weinstein Company e Walden Media, que junto com o

produtor Jeff Bridges tiraram o projeto do papel. Contudo, poucos mergulharam nessa história

que aborda os erros e sofrimentos da raça humana. Houve pouca arrecadação e nem de longe

marcou a carreira dos envolvidos.

O Doador de Memórias

Título original: The Giver | Lançamento: setembro de 2014 | Duração: 1h37min | Direção: Phillip

Noyce | Gênero: Ficção científica, Drama | Nacionalidade: EUA | Distribuição: PARIS Filmes

Enfim, o mundo cinematográfico é cheio de exemplos de produções demoradas, que atrasaram

pelos mais diferentes motivos, e um texto não é o suficiente para explorá-los. Agora, uma

coisa é certa, se é para produzir coisa boa: diretores, fiquem à vontade, e tomem o tempo que

quiserem!

Outros:

Avatar | Lançamento: dezembro de 2009 | Duração: 2h42min | Direção: James Cameron |

Gênero: Ficção científica, Aventura | Nacionalidade: EUA | Distribuição: FOX Filmes

O Ladrão e o Sapateiro | Título original: The Thief and The Cobbler | Lançamento: 1993 |

Duração: 96min | Direção: Richard Williams | Gênero: Animação | Distribuição: Miramax Films

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NOIVAS

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MERCADOSOB mEDIDAMonique Benoski

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Profissionais do ramo falam sobre a crise financeira e formas de consumo da

população

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Hoje é comum ouvir sobre a grande

crise financeira pela qual o Brasil

passa. Sugestões de ajustes e muita

incerteza sobre o futuro do país são pautas

para todos os veículos de comunicação.

A notícia chega, inclusive, no mercado das

confecções sob medida e vira tema de

reflexão para aqueles que atuam neste nicho.

Para a estilista Karina Kulig, por exemplo, há

uma desaceleração por parte da clientela no

sentido de que quem antes queria casar o

mais rápido possível, hoje pensa com mais

calma. “Tive clientes que deixaram de casar

esse ano, vão casar ano que vem”, diz. Ela

ainda nota uma diminuição na quantidade de

casamentos o que, para ela, é algo que vem

se transformando em tendência.

Em contrapartida, para Denise Leal, estilista

que também está no ramo “sob medida”,

os casamentos não estão diminuindo,

nunca sairão de moda e para casar não

existe crise, pelo menos na cabeça de

quem está casando. “O mercado de moda

está aquecido. Não importa o tamanho do

casamento, pode ser para 15 convidados ou

para 1500, a noiva sempre vai querer estar

bonita, com um vestido bem feito”, expõe.

Karina Kulig acrescenta que houve um certo

retorno às confecção exclusivas por causa

da alta do dólar, pois antes as mulheres

viajavam bastante para buscar seus vestidos,

mas agora estão revendo se vale a pena.

...há uma desaceleração por parte da clientela no sentido de que quem antes queria casar o mais rápido possível, hoje

pensa com mais calma.

Page 83: EM Curitiba 05

Karina ainda relata que, como estratégia,

não acompanhou os aumentos de valores

que aconteceram em todos os ramos do

mercado de trabalho, pois os clientes

estão com as mesmas dificuldades dos

empreendedores e a crise financeira afeta

todo mundo. “O que eles pagavam, não

podem mais pagar. Então eu tive que dar uma

segurada para conseguir me manter firme

e forte no mercado. Escuto por aí que tem

lugar fazendo locação com valor mais alto do

que eu cobro em um vestido sob medida. As

pessoas que achavam meus vestidos caros,

se compararem com os preços das locações

de hoje em dia, acabarão vendo como vale a

pena fazer comigo”, avalia.

Novos hábitos de consumo da moda

Sobre vivermos em uma época em que a

produção acelerada é hiper valorizada, elas

não acreditam que o processo de confecção

sob medida no ramo de festa seja muito

abalo pelos novos hábitos de consumo.

Para ambas, o mercado fast fahsion é uma

tendência que só vai aumentar, apesar

de diversas pesquisas na área de moda

questionarem a manutenção deste modelo.

Denise acrescenta que esse segmento e o

mercado das noivas correm de forma paralela,

um não prejudica o outro. “Para as roupas do

dia a dia, o fast fashion é uma maravilha, as

lojas estão faturando horrores com isso; mas

Foto: Dorian MendesNoiva: Rafaelle Ruhle

“O que eu acho muito bacana é cativá-la e tê-la para sempre. Nós nos tornamos grandes amigas.” Denise Leal

Page 84: EM Curitiba 05

para as noivas não se aplica, elas querem ser

tratadas com calma”, compara.

“Não vejo as pessoas interessadas em

mostrar uma marca, acho que as pessoas

que curtem moda buscam em qualquer lugar

aquilo que elas entendem como moda”, relata

Karina ao afirmar, como estilista, que hoje o

investimento maior deve ser em acessórios,

bolsas, óculos e não na roupa em si, quando

se trata do prêt-a-à-porter. “Para mim, existe

uma passagem ‘antes do Facebook para

depois do Facebook’, acho que as pessoas

trocaram o status de se vestir com grandes

marcas pelo status de viajar, sair com os

amigos e se divertir. Curtir a vida é um status

que está à frente de gastar 700 reais numa

calça”, exemplifica.

Método

O processo básico de confecção das duas

estilistas é semelhante. Inicialmente existe

uma conversa, uma entrevista com a futura

cliente. Elas precisam entender os desejos,

os gostos, o que ela não gosta, precisam

harmonizar o local onde será a festa com os

tecidos e o modelo do vestido. “Eu acho que

é preciso sentir muito o inside pra fazer um

outside bacana”, relata Denise. “Em seguida

a gente faz uma ficha de medidas e depois

de escolhido o modelo começa o processo

de modelagem da peça”, comenta Karina.

Ambas explicam que o número de provas

do vestido depende de cada pessoa, mas

o mais importante é fazer a cliente se sentir

linda. “O que eu acho muito bacana é cativá-

la e tê-la para sempre. Nós nos tornamos

grandes amigas”, conclui Denise.

Denise Leal: Há cerca de 20 anos trabalhando

com confecção sob medida, Denise Leal

atende suas clientes, com hora marcada, em

seu atelier que fica na Rua Desembargador

Costa Carvalho, 291, Batel.

Karina Kulig: Desde 2006 no mercado

de confecção sob medida em Curitiba, ela

decidiu ter seu próprio espaço depois de

uma temporada no show room da Casa

Moda Fashion Group em São Paulo. O atelier

fica na Rua Hermes Fontes, 37, Batel e o

atendimento é feito com horário marcado.

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Uma opção para noivas românticas que querem fugir

das confecções em renda

Não seREnDA

Fotografia: Janaina Claudino Fotografia

Beleza: Cristina Maciel

Modelo: Barbara Semann

Local: Estúdio Reptilia

Produção e Styling: Carmela Scarpi

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MODA

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FEITO DE DETALHESAléxia Saraiva

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Intimista, pessoal, reduzido: o

mini wedding é uma saída para

noivos que querem celebrar seu

casamento sem deixar de lado a

casa e a viagem de lua de mel

Me

liess F

oto

gra

fia

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CURITIBA110

Os formatos conhecidos como mini weddings têm ganhado espaço entre noivas que querem valorizar o tempo com cada convidado, além de deixar a festa com um toque mais

informal.

Casamento nem sempre é sinônimo de

ostentação, mas é sempre sinônimo de

grandiosidade. As festas costumam refletir a

personalidade dos noivos, seja com uma trilha

sonora diferente, uma decoração criativa ou

fazendo uma cerimônia intimista, apenas para

quem é mais próximo. Os formatos conhecidos

como mini weddings têm ganhado espaço

entre noivas que querem valorizar o tempo com

cada convidado, além de deixar a festa com um

toque mais informal.

Vivian Madalozzo é casada com Tiago desde

janeiro de 2013, quando festejaram a união

no Empório Rosmarino, em Curitiba. Donos da

escola de música Alecrim Dourado, eles se

conheciam desde a época da faculdade, mas

só depois de se tornarem sócios é que ficaram

juntos. “Faz doze anos que somos amigos, então

quando o namoro começou já foi meio caminho

andado”. Foi um ano de noivado, já sabendo

que não seria possível fazer tanto casamento

como lua de mel e reforma do apartamento.

Como a viagem de 20 dias para Paris e a casa

em que poderiam receber os parentes foram

priorizadas, a solução foi reduzir a festa: foram

somente quinze convidados.

“As nossas famílias são muito grandes. A gente

fez uma lista prévia de quantos convidados teria

no casamento, e chegamos a 225 pessoas.

Fazer uma festa de casamento pra eles ia ser

uma noite e aquilo ia ficar sempre na memória.

Ter um espaço pra que eles pudessem vir

sempre que quisessem era mais permanente”,

ela explica. “Eu nunca me imaginei entrando

na igreja. O que eu queria era algo muito

emocionante e muito significativo”.

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Mas afinal, o que é um mini wedding?

Acerimonial Juliana Schneider explica que,

no mini wedding, as pessoas colocam

um pouco mais da sua história no próprio

casamento, preocupando-se em levar detalhes

simbólicos da sua vida, e não simplesmente em

fazer uma festa que agrade quem está presente.

“É um casamento menor, que busca apresentar

para os convidados um pouco mais da história

dos noivos. O mini wedding está muito mais

no conceito da festa do que no número de

pessoas: quando você tem uma festa menor,

é muito mais íntimo. Você vai ter convidados

muito mais próximos”, ela explica.

Foi o caso de Layla Pontello, que casou com

Guilherme em 2012. Primos distantes e amigos

desde sempre, eles estão juntos há quase seis

anos e têm como filosofia de vida conhecer e

aproveitar o que é diferente. “Sempre preferimos

viajar e conhecer outras culturas, conversando

com as pessoas de cada lugar, prestando

atenção em tudo. A coisa mais importante pra

nós são as histórias das pessoas. A vida é feita

de histórias e eu nunca gostaria de que não

fosse assim”, ela conta. Seu casamento não

passou de 50 pessoas, restringindo-se à família

e aos amigos mais próximos.

Juliana também explica que geralmente

a cerimônia religiosa dos mini weddings já

acontece no local da festa, justamente pelos

noivos buscarem um lugar que já remeta à sua

história ou gostos pessoais. “Os mini weddings

fogem um pouco do tradicional por não ter toda

aquela pompa que sempre tem na igreja, mas

a dinâmica do cerimonial em si é a mesma.

A gente tem os protocolos básicos a serem

seguidos, e os acontecimentos não fogem de

um grande casamento”, conta. Além disso,

os serviços a serem contratados também são

os mesmos, diferindo apenas na quantidade.

Segundo ela, um mini wedding geralmente não

passa de 80 pessoas.

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Me

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oto

gra

fia

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“... A coisa mais importante pra nós são as histórias das pessoas. A vida é feita de histórias e eu nunca

gostaria de que não fosse assim”Layla Pontello

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NOIVAS

CURITIBA114

O intimismo e a personalização

Tanto no casamento de Vivian como no

de Layla, muitos elementos da festa

foram construídos para que tivesse o toque

dos noivos. Layla conta que seu planejamento

aconteceu em apenas um mês, com a ajuda da

mãe. “Sempre fui fã de improvisar e deixar as

coisas mais leves, sem muita formalidade. Uma

parte legal foi ir com minha mãe garimpando

coisas divertidas como bolinhas de sabão em

garrafinhas de espumante. Coisas simples que

dão um efeito legal e que vão da cabeça de

cada um. Sempre que podemos, optamos por

tudo menor, dando valor pra quem faz o que

ama”.

Já Vivian teve um momento especial para as

avós: uma acendeu as velas e a outra amarrou

as mãos dos noivos com uma fita branca. “Fazer

um casamento não é uma só uma escolha

financeira, é uma escolha de memória. Não tem

nada que eu faria diferente. Eu queria reviver”,

ela conta, emocionada. Outras surpresas

marcaram o intimismo: os raviólis em formato

de coração e o toque final da florista estavam

além do contratado por ela.

Juliana conta que esse formato, importado dos

Estados Unidos, dá margem ao envolvimento

dos convidados e que vem ganhando muitos

adeptos no Brasil. “Foi uma somatória de vários

fatores: de um conceito que foi trazido pra

cá, de uma situação financeira do Brasil que

começava a se agravar e de um novo perfil de

noivos, que não são do tipo que estão saindo

da casa dos pais pra casar”. Segundo ela, esses

noivos já têm uma independência financeira e

acabam priorizando outras escolhas, como no

caso de Vivian.

Além disso, Juliana explica que o hábito de

convidar conhecidos por conveniência ou

por questões profissionais está diminuindo

com a percepção da possibilidade de outros

investimentos, já que são os noivos que pagam

pela festa e não mais seus pais. “Todo o perfil

mudou. Claro que os grandes casamentos não

vão deixar de existir, mas os mini weddings

estão ganhando força e a gente vai ver esse

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tipo de evento acontecer cada vez mais”.

Com um casamento tão cheio de detalhes, o

que sobra pra depois são as fortes lembranças.

Isso se nota pela satisfação das noivas, que não

mudariam nada na festa que tiveram. “Faltou

eu dar mais beijos no meu marido, mas tenho a

vida pela frente!”, brinca Layla. Já Vivian resume

o seu na frase de Mario Quintana que finalizou

seus votos e que até hoje mantém na cabeceira:

“que seja doce”.

Não tem nada que eu faria diferente. Eu queria

reviver”Vivian Madalozzo

Fotos Meliess Fotografia

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ENtrEViStA

VÁ COM CA LmA

Em um dia tão especial como o do casamento, é preciso ter cuidado com o stress logo nas primeiras

horas de produção

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Iko Fotografia

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ENTREVISTA

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Even More: Por que você acredita que o dia da noiva com muitas pessoas juntas tenha se popularizado tanto?Cristina Maciel: Eu penso que tudo que vem de fora do Brasil é copiado por aqui. A influência americana trouxe essa tendência e, realmente, quando vemos em foto parece tudo lindo. Contudo, um ambiente com muitas mulheres durante todo o dia, pode se tornar muito tumultuado. Devido à importância do momento, a noiva se torna muito sensível e essa energia em excesso por estressá-la.

EM: No seu ramo de trabalho, quais as maiores dificuldades em relação ao espaço e quantidade de pessoas para a produção do casamento?CM: Nestes 11 anos de profissão tenho trabalhado sempre no improviso. Em quartos de hotel

com espaço reduzido, sem uma cadeira adequada para a cliente e para o meu trabalho também (ergonomia). Falta de luz adequada, as tomadas às vezes são antigas e não suportam um secador potente. Já tive situações em que o ar condicionado não funcionava, somado à presença de dois ou mais fotógrafos, cinegrafistas, cerimonial, mãe da noiva, irmã, amigas, avos. Isso realmente não tem nada a ver com o atendimento exclusivo que ofereço. Parecia mais um salão de beleza lotado, cheio de barulho e stress. Toda hora tendo que controlar o tempo para que todas fiquem prontas para se deslocar à cerimônia e, principalmente, estarem felizes com a produção; pois somente a noiva fez uma prévia e escolheu penteado e maquiagem, as acompanhantes escolhem tudo na hora e quando têm várias pessoas não sobra tempo para desmontar tudo e refazer. A meu ver, quem sai perdendo é a noiva, que paga por um serviço de exclusividade e não usufrui, pois tem que dividir o profissional com mais pessoas.

EM: Como surgiu a ideia de criar um estúdio especializado, e oferecer atendimento no dia do casamento?CM: Resolvi montar o Studio com atendimento exclusivo para minhas noivas com uma estrutura feita sob medida para um atendimento VIP. A ideia surgiu pelo fato de trabalhar tantos anos com o improviso, que comentei, nos hotéis. O ambiente foi projetado para dar tranquilidade e bem estar, a luz é controlada conforme a incidência da claridade natural do dia, ou ainda utilizar pontos estratégicos de LED para ter o melhor resultado na escolha das cores da maquiagem. O atendimento no dia é cheio de mimos, boa música, lanche especial, espumante no gelo,

Iko Fotografia

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roupão personalizado, um lindo jardim no terraço para fotos. Continuo fazendo casamentos fora de Curitiba como antes, mas, quando o casamento é na cidade, o atendimento será priorizado no meu Studio.

EM: E quais as principais vantagens em atender apenas a noiva e, talvez, a mãe da noiva no dia do casamento - tanto para profissionais como para o cliente?CM: Quando recebo somente a noiva no dia, ou com uma acompanhante, consigo dar a elas um atendimento realmente a altura do que elas merecem em um momento especial como este. Começamos logo na primeira hora da tarde, tenho tempo de fazer uma preparação especial na pele da noiva, ela relaxa enquanto fica com uma máscara. Enquanto isso, posso preparar o cabelo da acompanhante e quando o fotógrafo chega já estou com a maquiagem

da noiva quase finalizada para que ele registre os detalhes finais com calma. Fazemos um making of caprichado com muitos detalhes, em seguida visto a noiva e entrego ela pronta para o fotógrafo poder fazer o seu trabalho. Enquanto ela fotografa posso terminar a produção da acompanhante, e elas saem juntas para a cerimônia sem atrasos. Tudo flui e este dia fica marcado só com boas lembranças. As amigas até passam por lá pra dar um oi e fazerem um brinde, mas a ideia é que seja uma visita rápida para que a noiva possa ter o seu momento de relax e estar pronta para uma noite de muita festa.

EM: O ritmo do trabalho muda? Como? CM: O ritmo de trabalho muda sim, posso fazer tudo com muita qualidade.

EM: Você acredita que essa seleção e busca de exclusividade seja um movimento crescente, ou as pessoas ainda estão arraigadas na ideia das produções maiores, com madrinhas e convidados? CM: Sim, eu acho que muitas pessoas buscam isso, por isso investi nesse projeto. Tenho recebido muitas clientes com esse perfil, que buscam o atendimento exclusivo, que gostam de se sentirem únicas e bem atendidas, com produtos de qualidade. Invisto muito na aquisição de maquiagens de alta tecnologia, maquiagens que realmente fazem a diferença no resultado da produção, seja ela para noiva, formanda, editorial, ensaio fotográfico ou televisão.

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