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EDITORIAL Em defesa das seções do Banco Central Sérgio Belsito Presidente Nacional do Sinal E sta edição, mostramos o duro embate da Campanha Salarial 2012, as decisões da categoria, a luta pela aprovação da PEC 555/2006, que tenta reconquistar direitos de servidores e aposen- tados eliminados pela reforma da Previdência de 2003, agora questionada, como a Tributária, pelo julgamento da Ação Penal 470, conhecida como “mensalão”. No rumo do 25º aniversário do Sinal, a ser comemorado em 2013, fazemos, simbolicamente, a ponte Sul-Norte. Dialogamos com gerentes da seção Porto Alegre do Banco Central do Brasil, que opinaram sobre a fundamental presença do BC no desenvolvimento econômico e social do país, conforme deter- minação do artigo 192 da Constituição, ainda não regulamentado. Não por acaso, decidimos pela realização da XXV Assembleia Deliberativa Nacional (AND), instância máxima do Sinal, em Belém, que abriga a representação regional do BC mais ameaçada pela “modernização tecnológica”. Essa modernização favorece a centralização de dados na Capital, provocando a descaracte- rização local, ou mesmo o desmonte, da ainda incipiente presença do Bacen nas unidades da Federação. Neste país de contrastes, pergunta-se: como poderemos obter crescimento econômico em meio à brutal desigualdade social entre as regiões do Brasil, observada em todos os segmentos, como nos mais de 5 milhões de jovens entre 18 e 15 anos desempregados, em especial no Norte e Nordeste? Diferentemente dos “meninos” espanhóis, há mais de um ano em movimento na busca de emprego a uma mão de obra qualificada que atravessa a crise europeia, nossos jovens não adquirem trabalho por não terem acesso nem mesmo encanto à educação e qualificação profissional. Como estará a nação daqui a poucos anos? Como os aposentados serão substituídos em funções de excelência? Como estarão velhos e jovens brasileiros, que hoje já não têm muito a contar com o Estado em defesa de seus direitos de cidadão? Será que um dia nossos idosos viverão como vivem os hóspedes do Residencial Menino Deus, de Porto Alegre? Registra-se que, no final de setembro, a Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou que, em 10 anos, o mundo terá 1 bilhão de idosos. Daí a importância, em nosso entendimento, da participação social, da luta por uma causa, do nosso envolvimento, enquanto indivíduo, para o fortalecimento da nossa soberania, abençoada em 8,5 milhões de quilômetros quadrados, e pela melhoria da qualidade de vida de todos nós! EDITORIAL Em defesa das seções do Banco Central é é érg g g g io o io io io B Belsi ito to o Pr res es s s s sid de en e e te te e e e e N N N N Nac c c ional do d d do d d S S S S Sinal l sta edão, mostramos o duro embate da Campa a a a nh nh h nh nh n a a a a a a Sa Sa Sa a Sa S S la la ri i i i al al al al al al 2 2 2 2 2 01 01 1 1 2 2, 2 2, 2 2 a a as s de de eci c sões da categori a, a luta pela aprovação da P P P P P PEC C 5 5 5 5 555 5 5 5 5 /2 /200 0 6, q que ue t t t t t t t t en enta ta r r r r r ec ec ec c c ec econ on on on on o on on o qu quis s is s ta ta ta ta ta r r r r d di re reit os s d d d d d e e e e serv rv vid id id id id idor or es es e es e aposen - tados eliminados pela re f form m m ma a da da da da da a d P revi nc ncia ia a ia a d d de 20 2 20 003 03 03 0 , ag or o o ora a a qu qu qu qu es es e e ti ti on on on on onad ad d a, a, a a a a c om om o o o o o o a a a a a a Tributária, pelo julgamento d da A A A Açã çã ç o o Pe e ena na na nal l 47 7 470, c on onhe he he e e eci ci ci ci c c da da da da da c c c com om om om om o o o “m m m men en en en e ensa sa a a a ão” o” o” o” o” o” . . . . . . . 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Dialogamos s co com m gerent tes e d a se se e e s çã çã çã çã çã çã ão o o o Po Po Po Po P o Po P Port rt rt rt rt rt r t rto o o o o o o o o o Al Al Al Al Al Al Al Ale eg eg eg eg egre re re e d d d d do o Ba Ba Ba Ba Ba Ba Ba anc nc nc n n n n n o o o o o Ce Ce Ce Ce Ce e e C nt nt nt ntra ra ra ra ra a al l l d do d d o d d Bra ra ra a a ra a asi si si si si si si sil, l, l, l, l, q qu ue ue e ue e o o o o o o pi pina na na na nara ra a ra r m so so so o o obr b b e a a a a f fundamenta al l pr pr p es e e e en en ença ça d do o BC BC BC B n n n no o o o de de de de e se s s s nvolvi v vi vi vi vi ime me me me ent nt nt nt to o o o o ec ec ec ec econôm ô ô ô ic c c c c o o o o o e e e e e e e e so s s s cial l l l d d d d do o pa a a a aís ís ís ís ís ís, , , co co o nf nf nf f f f fo or or or orme e e e e d d et e e er er - mi m mi mi m m mina na na na n n aç ção o do do do a a rt r rtig g ig go o o o o 1 19 1 1 1 2 2 da da a da d da a C C C Con onst s s itui ui ui uiçã çã ã ã ã ã ã ão, o, o, o, o, o o, o, a a a a a a a a ain in in inda da da da d d n n n n ão ão ão ão ão ã r r r r e eg e e ul ulam m m en en en en n ta ta ta ta ta ta tado do do d . o o o o o o po po po po o po o p r r r r r r ac ac ac c c aca as as a as as a o, o, o o d d d dec ec c ec cid id id id i im im im mos os s s p p el el el ela a a a a re re re re al al a a iz iz iz iz iz z z za ão ão ão ão ão ão ão o d d d d d d d da a a a a XX XX XX XX X XX XXV As s s s sse se se se se se se e mb mb mb mb mb mb m m m le le le l le leia ia ia a ia ia D D D D Del el el el el el e ib ib b ib b b b ber er er er er r er rat at at at tiv iv iv iv i i a a a a Na Na Na Na Na N Naci cion on n nal al al a a a ( ( ( ( AN AN AN AN AN AN AN AN AND D) D) D) D) D) D D , , , , in in in in in in n inst stân â ânci c a m m xi x xi x ma a a d o o o Si S na na na l, l, l, , e e em Be Be Be Be B ém, m, m, q q q q que e a a a a br br b b ig ig ig ig g iga a a a a a a a a a a re r pr pr pr pr r es es s sen e e e ta açã ção o re re egi g gi on o o al a al al d d d do o BC C C C m m m m ai a a a s am mea e ea e çad da da pel e el e e a a a a a a a “m “m “m “m “m “m “m od od od od od od oder er er er er r r erni ni ni ni ni n ni n za za za za z z ç çã çã çã çã ç o o te e e e ecnológ g ica” a” a” . . Es Es Es Es E sa sa m m m m mod od od od d der er er e er erni ni ni ni ni za za za za z ç ç ç çã ç o o o o o fa fa fa fa favo vo vo vo vo vo ore re re re re r re ce ce ce e e a a a a c c c c c c en en en en n n ntr tr tr tr tr t t al al al a iz iz z za a a ã ã ã ão ã d d e e d d ados os n na a Ca Capi pi ta ta al, l, l, l, l, l p p p p p pro ro r r vo voca ca ca a cand nd nd nd d n o o o o o a a a a a a de de de de d sc sc sc sc car ar ar ar ar a arac ac ac ac acte te te te - ri ri ri ri z za za z çã ção o lo lo ca cal, , , ou me me me esm m m mo o o o o o o de e e e es sm sm sm smon on o on o o te t t , da da da da da da a a a a ain in in in in i da da da da da i i i i nc nc nc nc nc nc c nc n ip ip ip ip ip p p p pie ie ie ie e ie ie ie ient nt nt nt n nt n nt e e e e pr pr pr es es es es esen en en en en en en en nç ça ça ça ç ç a d do Ba B ce ce c ce ce ce cen n n n n n n n na na na na na a as s s s s s s s un un un un u id id id id d d d d idad ad ad ad ad ad ad ades es es es e es e e es d d d d d d d d da a a a a F Fe Fe F F F F de de ra raçã çã çã çã çã ão. o. o. o. 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Di Dife fe fe fe re re re re r rent t n em e emen en en n n en n te te te e te te te d d d d d dos os s os s me me me me me me m me m ni ni ni ni i n no no no no no s” s” s” s” s” s e e e e e esp sp sp sp sp s an an an an n anh h is s s is s s s s s, , , , , , m m m m m m m m mai ai ai ai ai i ai ai a s s s s s s s s de de de de de e de de de u u u u u u m m m m m an n n n n n o o o o o o em em em em em em e e m m m m mov ov ov ovim im im im m m me en en en en en e to to to n n n n na a a a a a bu bu bu bu u b sc sc sc sc sc sca a a a de de de de de de d de e e e e e e e e mp mpre re e e ego go go g go go a a a a a a um um um um m um um m u a a a a a a a a ã ã ão o o o o o o d de de de de de de de d o o o o o o o br br br br br br br br a a a a a a a a a qu qual alif f f f f f f fic ic i ic ad a ad ad d d d d da a q qu qu q que e e e e e e e at at at at at at a at a r ra ra ra ra rave ve ve ve ve v v ss ss ss ss ss ss ss ss a a a a a a a a a a a cr cr cr cr cr cr r c r cris i is is is is is ise e e e e e e e eu eu eu eu eu u e e ro ro o o ro rope pe pe pe pe pe e eia ia ia ia ia ia ia a ia, , , , , no no no o n ss ss ss ss ssos os os os os os o o j j j j j jov ov ov ov ov ov v ven en en en en en en en e s s s s s s s s o o o o o ad ad ad d ad adqu qu qu q ir ir ir ir ir rem em em em e e t t t t t ra ra r a a ba ba ba ba ba ba b alh lh lh lh lh ho o o o o o o o po p po p po po p p p r r r o o o o o te te te te te te te tere re re re re re re re rem m m m m m m m ac a ac ac ac ac ac ac a es es es es es e s so so so so so so s n n n n n n n nem em em em em em e e m m m m m mes es s es es es es esmo mo mo mo mo o mo m o e e e e e e nc nc nc nc nc nc nc nc an an an an an a an anto to to o o to o t to à à à à à e e e edu du du du u du u du duca ca c c c çã çã çã çã çã ã ç o o o o o o o e e e e e e qu qu qu qu ual al al al a if if f fic ic ic ic ic ic ç ção ão ão ã ão ão ão o ã p p p p p p p p pro ro ro o ro ro o ro rofi fi fi fi fi fiss ss ss ss ss ss ss ss s io io io o io na a na al. l. l. l. l l. 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Em defesa das seções do Banco Central E - SINAL · AND também defenderá a melhoria contínua da Qua-lidade de Vida no Trabalho (QVT), incluindo o aperfei-çoamento do Programa

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Page 1: Em defesa das seções do Banco Central E - SINAL · AND também defenderá a melhoria contínua da Qua-lidade de Vida no Trabalho (QVT), incluindo o aperfei-çoamento do Programa

EDITORIAL

Em defesa das seções do Banco Central

Sérgio BelsitoPresidente Nacional do Sinal

Esta edição, mostramos o duro embate da Campanha Salarial 2012, as decisões da categoria, a

luta pela aprovação da PEC 555/2006, que tenta reconquistar direitos de servidores e aposen-

tados eliminados pela reforma da Previdência de 2003, agora questionada, como a Tributária,

pelo julgamento da Ação Penal 470, conhecida como “mensalão”.

No rumo do 25º aniversário do Sinal, a ser comemorado em 2013, fazemos, simbolicamente, a ponte

Sul-Norte. Dialogamos com gerentes da seção Porto Alegre do Banco Central do Brasil, que opinaram

sobre a fundamental presença do BC no desenvolvimento econômico e social do país, conforme deter-

minação do artigo 192 da Constituição, ainda não regulamentado.

Não por acaso, decidimos pela realização da XXV Assembleia Deliberativa Nacional (AND), instância

máxima do Sinal, em Belém, que abriga a representação regional do BC mais ameaçada pela “modernização

tecnológica”. Essa modernização favorece a centralização de dados na Capital, provocando a descaracte-

rização local, ou mesmo o desmonte, da ainda incipiente presença do Bacen nas unidades da Federação.

Neste país de contrastes, pergunta-se: como poderemos obter crescimento econômico em meio

à brutal desigualdade social entre as regiões do Brasil, observada em todos os segmentos, como nos

mais de 5 milhões de jovens entre 18 e 15 anos desempregados, em especial no Norte e Nordeste?

Diferentemente dos “meninos” espanhóis, há mais de um ano em movimento na busca de emprego

a uma mão de obra qualificada que atravessa a crise europeia, nossos jovens não adquirem trabalho

por não terem acesso nem mesmo encanto à educação e qualificação profissional.

Como estará a nação daqui a poucos anos? Como os aposentados serão substituídos em funções

de excelência? Como estarão velhos e jovens brasileiros, que hoje já não têm muito a contar com o

Estado em defesa de seus direitos de cidadão? Será que um dia nossos idosos viverão como vivem

os hóspedes do Residencial Menino Deus, de Porto Alegre? Registra-se que, no final de setembro, a

Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou que, em 10 anos, o mundo terá 1 bilhão de idosos.

Daí a importância, em nosso entendimento, da participação social, da luta por uma causa, do

nosso envolvimento, enquanto indivíduo, para o fortalecimento da nossa soberania, abençoada

em 8,5 milhões de quilômetros quadrados, e pela melhoria da qualidade de vida de todos nós!

EDITORIAL

Em defesa das seções do Banco Central

SéSéSéSérgrgrgrgrgioioioioio B BelsisitototoPrPresesesesesesididenenenentetetetetete N N N N N Nacacacacional dodododododo S S S S Sinalal

sta edição, mostramos o duro embate da Campapapapapanhnhnhnhnhnha a a a a a SaSaSaSaSaSaSaSalalalaririririalalalalalal 2 2 2 2 2 201010101012,2,2,2,2,2, a a as s dededecicisões da categoria, a

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pelo julgamento dada A A A Açãçãção o PePePenanananal l 4747470,0, c c cononhehehehehehecicicicicicidadadadada c c c comomomomomomo o “m“m“m“menenenenenensasasasasasasasalãlãlãlãlãlãlãlãlão”o”o”o”o”o”o”o”o”. . . . . . .

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SuSul-Norte. Dialogamos s s cocom m gerentnteses d da seseseseseçãçãçãçãçãçãção o o o PoPoPoPoPoPoPoPoPortrtrtrtrtrtrtrtrto o o o o o o o o o AlAlAlAlAlAlAlAlegegegegegegrererere d d d d do o o BaBaBaBaBaBaBaBancncncncncncncnco o o o o CeCeCeCeCeCeCeCentntntntrararararararal l l dodododododododo Brarararararararasisisisisisisisil,l,l,l,l,l,l, q q q q queueueueueue o o o o o o o opipinananananarararararam

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mimimimimimiminananananananaçãção o o o o dododo a a artrtrtigigigigo o o o o o 19191919192 2 dadadadadadada C C C Cononstststituiuiuiuiçãçãçãçãçãçãçãção,o,o,o,o,o,o,o,o, a a a a a a a a ainininindadadadadada n n n n n nãoãoãoãoãoão r r r r regegegegululamamamamenenenenenenentatatatatatatadodododo.

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mámámámámámáxixixiximamama d do o o SiSiSiSinanananal,l,l,l, e e em BeBeBeBeBelélélém,m,m,m, q q q q queueue a a a a abrbrbrbrigigigigigiga a a a a a a a a a a rereprprprprpresesesesenenenentataçãção o rereregigigionononalalalal d d d do o BCBCBCBC m m m m maiaiaiais amameaeaeaeaçadadada pelelelelela a a a a a a “m“m“m“m“m“m“m“modododododododererererererererninininininininizazazazazazazaçãçãçãçãçãção o

tetetetetecnológógógica”a”a”a”a”. . . EsEsEsEsEssasasa m m m m mododododododerererererernininininizazazazazaçãçãçãçãção o o o o fafafafafavovovovovovovorerererererererecececececece a a a a a a c c c c c c c cenenenenenenentrtrtrtrtrtrtrtrtralalalalizizizizaçaçaçaçaçaçaçaçaçãoãoãoãoão d d de e d d dadosososos n na a CaCapipipipipitatatal,l,l,l,l,l, p p p p p prorororovovocacacacacandndndndndndo o o o o a a a a a a dededededescscscscscarararararararacacacacactetetetete-

ririririzazazazaçãção o lolololocacal,l,l, ou memememesmsmsmsmo o o o o o o dededededesmsmsmsmsmonononononontetete, dadadadadada a a a a a ainininininindadadadadada i i i i incncncncncncncncncipipipipipipipipipieieieieieieieieientntntntntntntnte e e e prprprpresesesesesenenenenenenenenençaçaçaçaçaçaça d d d do BaBacececececececen n n n n n n n nananananananas s s s s s s s unununununidididididididididadadadadadadadadeseseseseseseseseses d d d d d d d d da a a a a a a FeFeFeFeFeFeFededederaraçãçãçãçãçãção.o.o.o.

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EsEsEsEsEsEsEsEstatatatatatadododododododododo e e e e e e e em m m m m m m dedededededefefefefefefesasasasasasa d d d d d d d d de e e e e e e seseseseseseseusususususususus d d d d d d diririririririreieieieieieieieieitotototototos s s s s s dededededede c c c c c cidididididididididadadadadadadadadadãoãoãoãoãoãoão? ? ? ? ? ? ? ? SeSeSeSeSeSeSeSerárárárárárá q q q q q queueueue u u u u um didia a nononononononossssssssssssssosososososososos i i i i i i i i idodododododododososososososos s s s viviviviviviveveveverãrãrãrãrãrão o o o o o cococococococomomomomomomomo v v v v v vivivivivivivemememememememem

osososososos h h h h h h hósósósósósósósóspepepepepepepededededededededes s s s s s d d d d d d do o o o o o o o ReReReReReReReResisisisisisisidededededededencncncncncncnciaiaiaiaiaiaial l l l l l l l MeMeMeMeMeMeMeMeninininininininononononononono D D D D D D D D Deueueueueueueus,s,s,s,s,s,s, d d d de e e e PoPoPoPoPoPortrtrtrtrtrtrto o o o o AlAlAlAlegegegegrererere? ? ? ? ? ? ReReReReReRegigigigigigigigigistststststststrarararararara-s-s-s-s-s-s-s-se e e e e e e e e ququququququque,e,e,e,e,e,e,e,e, n n n n n n no o o o o o o fififififinananananal l l l dededededede s s s s s s s s setetetetetetetemememememememembrbrbrbrbrbrbrbrbro,o,o,o,o,o,o,o, a a a a a a

OrOrOrOrOrOrOrOrgagagagagagaganinininininizazazazazazazazaçãçãçãçãçãçãçãção o o o o o o o o dadadadadadadadas s s s s s s NaNaNaNaNaNaNaçõçõçõçõçõçõçõçõçõeseseseseseseses U U U U U U U Uninininininininidadadadadadadadas s s s s s s (O(O(O(O(O(O(O(ONUNUNUNUNUNUNUNU) ) ) ) ) ) ) anananananananananunununununununciciouou q q q queue, , , , ememememememem 1 1 1 1 1 1 1 10 0 0 0 0 ananosos, , o o o o o o o o o m m m m m m m m mununununununununundodododododododo t t t t t tererererererá á á á á á 1 1 1 1 1 1 1 1 bibibibibibilhlhlhlhãoãoãoãoãoãoãoãoão d d d d d d d d de e e e e e idididososososososososososososos.

DaDaDaDaDaDaDaDaí í í í í í a a a a a a imimimimimimimpopopopopoportrtrtrtrtrtânânânânânânâncicicicicicicia,a,a,a,a,a,a, e e e e e e em m m m m m m m nonononononononosssssssssssssssso o o o o o o o enenenenenenenenentetetetetetetetendndndndndndndndndimimimimimimimimenenenenenenentototototototo, , dadadada p p p p p p p parararararartititititititicicicicicicipapapapapapapapaçãçãçãçãçãçãçãção o o o sosososososocicicicialalal, , , dadadadada l l l l l lututututututa a a popopopopopor r r r r umumumumumumuma a a a a cacacacacacaususususususususa,a,a,a,a,a,a,a, d d d d d d do o o o o o o

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emememememem 8 8 8 8 8 8 8 8 8,5,5,5,5,5,5,5,5,5 m m m m m m m mililililililililhõhõhõhõhõhõhõeseseseseseseseses d d d d d d de e e e e e e ququququququququililililililililômômômômômômômômetetetetetetetetetrororororororos s s s s s s quququququququququadadadadadadadadadrararararararadododododododos,s,s,s,s,s, e e e e p p p pelelela a a a a mememememememelhlhlhlhlhlhlhorororororororiaiaiaiaiaia d d da a a a a a quququququququalalalalalidididididadadadadade e dede v vidididididida a a a a a a de t t tododododososososososos n n nósósósósósósósós!!!!!!!

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EXPEDIENTERevista Sinal Plural

Revista do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal)

Sede Nacional

SCS Quadra 01 - Bloco G sala 401 - TérreoEd. Bacarat – Asa Sul – Cep 70.309-900 Brasília - DF | Telefone: (61) [email protected] | www.sinal.org.br

Diretoria Executiva Nacional

Biênio 2011/2013 Presidência Sérgio da Luz Belsito Diretor de ComunicaçãoGustavo Diefenthaeler

Diretor SecretárioJúlio Cesar Barros Madeira Diretora FinanceiraIvonil Guimarães Dias de Carvalho Diretor JurídicoLuiz Carlos Alves de Freitas Diretor de Assuntos Previdenciários Eduardo Stalin Silva

Diretor de Relações Externas José Ricardo da Costa e Silva

Diretor de Estudos Técnicos Edilson Rodrigues de Sousa

Diretor Extraordinário para Assuntos Intersindicais Iso Sendacz Diretor Extraordinário de Qualidade de Vida José Vieira Leite

Presidentes Regionais Belém: Pedro Paulo Soares Rosa Belo Horizonte: Bruno Colombo Figueiredo Brasília: José Ricardo da Costa e Silva Curitiba: Miguel Hostilio Silveira Vargas Fortaleza: Julia Walesca Porto Alegre: Alexandre Wehby

Recife: Joaquim Pinheiro Bezerra de Menezes

Rio de Janeiro: João Marcus Monteiro

Salvador: Epitácio da Silva Ribeiro São Paulo: Aparecido Francisco de Sales

Equipe da Sinal Plural Editora | Jornalista ResponsávelMyrian Luiz Alves (MTb 26891/95 - SP)

Designer GráficoMichelle Callegario da Silva

SuporteEdemilson Santos TavaresJorge Manoel Custódio Júnior

Ficha Técnica Impressão EDG - Editora Gráfica

Tiragem4000 exemplares

Impresso em Papel ReciclatoCapa - 180gr | Miolo - 90gr

Capa: Ipê amarelo em Brasília, setembro de 2012. Em 1961, o então presidente da República, Jânio Quadros, declarou o Ipê amarelo a Flor Nacional. Hoje, é a flor símbolo do Brasil.

Fotos: William Aguiar (capa, Ipê amarelo), Gustavo Diefenthaeler (Porto Alegre), Denise Viola (Haiti), Vaner Marinho (Porto Franco), Tereza Sobreira (Rio Araguaia), Myrian Luiz Alves (Residen-cial e Nereu Ramos), Arquivos Sinal (XXIV AND) e Fenasbac (Acampamento Farroupilha).

DEBATE/ANDA importância da presença do BC nas capitais 6

SAÚDE/AMBIENTE OGM pode triplicar incidência de câncer 12

COTIDIANOO direito à vida independendte 18

HUMANIDADEHaiti 15

ECONOMIAEstatais gastam apenas 46% do previsto 23

SERVIDORES NO PLANALTOA luta pela PEC 555/2006 25

CAMPANHA SALARIAL Governo Dilma é contra o funcionalismo? 28

ARTIGOO papel do Congresso Nacional na mediação

de negociações do governo com os servidores30

NAS REGIONAISPrédio do BC na Gamboa, área portuária do

Rio, fere isonomia legislativa

33

ASSOCIAÇÃOMensagem pessoal: uma crença! 34

HISTÓRIADo Sul ao Norte, uma vida 36

CULTURACasas culturais em Porto Alegre e Belém 39

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SINAL

Belém sediará XXV AND

A Assembleia Nacional Deliberativa (AND), instân-

cia máxima do Sindicato Nacional dos Funcionários

do Banco Central (Sinal), será realizada em Belém

do Pará entre os dias 15 e 18 de novembro de 2012,

semana da Proclamação da República.

Os temas a serem discutidos são: Alterações Esta-

tutárias, Valorização das Regionais e Política Salarial.

A Comissão Organizadora é coordenada pelo diretor

de Estudos Técnicos, Edilson Rodrigues de Sousa,

com a colaboração do diretor Secretário, Julio Cesar

Barros Madeira, do diretor de Comunicação, Gustavo

Diefenthaeler, e da assessora da Nacional, Sandra de

Sousa Leal. Para ampliar os debates preparatórios,

serão disponibilizados blogs sob responsabilidade

dos Conselhos Regionais de Curitiba (Alterações

Estatutárias), Rio de Janeiro (Valorização das Regio-

nais) e Belo Horizonte (Política Salarial).

Para subsidiar o tema central da AND, nos dias 13

e 14 ocorrerá, também capital paraense, o seminário

Fórum Valorização das Regionais (isso é QVT!).

Valorização das Regionais

A de Belém, na capital do segundo maior estado do

país e o mais rico e populoso da região Norte, é a seção

do BC mais atingida pelo “desmanche das Regionais”.

A assembleia debaterá a ausência de políticas re-

ferentes à relação sede-regionais com o objetivo de

propor medidas e ações contra o sucateamento e a

favor da valorização das representações do BC e a

promoção efetiva do Sistema Financeiro Cidadão,

conforme o artigo 192 da Constituição Federal. A

AND também defenderá a melhoria contínua da Qua-

lidade de Vida no Trabalho (QVT), incluindo o aperfei-

çoamento do Programa de Saúde (PASBC).

Política salarial

A discussão e a consolidação de diretrizes deste

tópico incluem a criação e definição de regras e

critérios para a constituição de capitalização de

fundo de greve.

A Assembleia Nacional Deliberativa determina os rumos e estratégias do Sinal para os próximos dois anos. Posteriormente à sua realização, de acordo com o Estatuto do Sinal, as decisões da AND serão submetidas a uma Assembleia Geral Nacional (AGN), em pauta nacional, expressando as reivindicações da categoria.

A AND

ParticipantesTodos os participantes – filiados e dirigentes de-legados, eleitos até 1º de outubro – têm peso e oportunidades iguais de manifestação. A AND é uma oportunidade de construção coletiva de pro-pósitos comuns. É a possibilidade de passar do papel de espectador para o papel preponderante de ator, interferindo nessa construção e acompa-nhndo a elaboração dos resultados.

Plenária da XXIV AND

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A importância da presença do BC nas capitais

É significativa a decisão do Sinal de reali-

zar a Assembleia Nacional Deliberativa,

sua instância máxima, em Belém do

Pará, a única capital situada ao Norte

do país que conta com uma represen-

tação do Banco Central.

O estado concentra o maior depósito ferrífero do

mundo na Serra do Carajás, com 18 milhões de tone-

ladas do minério e grande concentração de manga-

nês, zinco, níquel, cobre, ouro, prata, bauxita, cromo,

estanho, tungstênio e urânio.

O aquífero Alter do Chão, sob os estados do

Pará, Amazonas e Amapá, é o maior do planeta

em volume d’água, enquanto o Guarani é o maior

em extensão, situado ao centro-sul do país, Ar-

gentina, Paraguai e Uruguai.

No entanto, toda essa riqueza, aliada à beleza de

seus rios e florestas, apenas passa pelos olhos de

seus cidadãos. Na mesma proporção, o estado con-

centra grande desigualdade social e redes educacio-

nais e de saúde ainda precárias, sem contar o grave

problema da falta de saneamento, comum em quase

todo o país.

Se o artigo 192 da Constituição fosse regulamen-

tado, o Banco Central poderia ser fomentador do

desenvolvimento econômico não apenas de Belém,

mas de toda a área Norte do Brasil, de baixa demo-

grafia e com grandes distâncias entre os municípios,

foco, atualmente, de correntes migratórias que ocor-

rem, como sempre, de forma predatória, sem infra-

estrutura e cuidados básicos de saúde e educação.

O artigo estabelece que o Sistema Financeiro Nacio-

nal deve ser estruturado de modo a promover o de-

senvolvimento equilibrado do país, em atendimento

aos interesses da sociedade.

Como tudo no Pará é o maior de... a lógica seria

não apenas manter como ampliar as represen-

Gasômetro, Porto Alegre

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tações federais com o objetivo de defender os inte-

resses dos cidadãos paraenses e brasileiros de um

modo geral. Do contrário, prevalece o oportunismo

dos que apenas exploram as riquezas sem nada dei-

xar em contrapartida. Embora o país tenha adotado a

política de royalties, há muito ainda a ser discutido e

fiscalizado. Em Marabá, por exemplo, o quarto muni-

cípio em número de moradores, mas o mais dinâmico

do estado por conta da exploração mineral, o esgoto

corre a céu aberto, embora manténha a sede da maior

brigada militar da América Latina, com jurisdição entre

Imperatriz (MA) e o segundo maior município do mun-

do, Altamira (PA). Diz-se que a área é de “fronteira

econômica”.

Durante a exploração do garimpo de ouro de Serra

Pelada, por exemplo, próxima à Serra do Carajás, no

início dos anos 80, o governo federal foi obrigado a

instalar, e de maneira precária, algumas de suas ins-

tituições para garantir o mínimo de condições socio-

econômicas. O Banco Central, por exemplo, recebia

a repassagem do ouro da então Docegeo – Rio Doce

Geologia e Mineração, uma subsidiária da atual Vale.

Uma lembrança desse período, a maior pepita de

ouro, com 62,1 quilos, encontrada em meio ao for-

migueiro humano que ali se instalou, pode ser vista

no Museu de Valores do Banco Central, em Brasília.

Essa situação levou a Sinal Plural a conversar in-

formalmente com gerentes da seção de Porto Ale-

gre, que opinaram sobre a necessidade de o Banco

Central avaliar sua atual estrutura. “Ele tem papel

inescusável. Poderia adotar medidas para estimular a

criação de mercados. Em todas as grandes cidades,

ou pelo menos nas capitais, o BC deveria estar em

contato com o cidadão, mantendo viva sua estrutura,

que pode ser adaptada aos respectivos mercados”,

afirmou um deles.

A alta concentração da sede em Brasília, distante dos

mercados, apesar de as decisões serem tomadas com

subsídios das seções estaduais, é uma das críticas

apresentadas. Segundo outra avaliação, as represen-

tações regionais deveriam ser estimuladoras e fiscali-

zadoras, “enquanto os departamentos centrais têm de

estar na sede para não adotarem visão parcial”.

O BC, por causa das crises internacionais, vem se

destacando no cenário nacional e no do exterior. O

trabalho de seus servidores na manutenção da esta-

bilidade e sua competência de fiscalização do setor

financeiro é reconhecido por economistas e pela mí-

dia especializada no setor.

Entretanto, como mostrou a campanha salarial

2012, o corpo funcional do banco, como o de ou-

tras carreiras estratégicas para o funcionamento

do Estado, não é visto com o mesmo respeito por

alguns veículos de mídia nacionais, talvez em con-

sequência da forma desrespeitosa com que é tra-

tado pelo atual governo.

DEBATE/AND

Mercado Ver-o-peso, Belém

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Não é bem assim, presidente Tombini...

Queremos um modelo de BCB que,

a exemplo de diversos outros destacados

bancos centrais mundo afora, apresente

extensa e intensa presença em todo o

território nacional, respeitando e incorporando,

em sua ação, a imensa diversidade de

vocações econômico-financeiras, identidades culturais

e realidades sociais do Brasil.

A entrevista do presidente do Banco Central do Brasil (BCB), Alexandre Tombini, publicada na edição número 36 da revista Por Sinal, aborda en passant o tema do esva-ziamento das representações regionais do BCB, estabe-lecendo, portanto, de algum modo, relação com os três eixos de trabalho propostos pelo GT Revitalização das Re-gionais do Grupo QVT Sinal-RJ, a saber: (1) EVIDÊNCIAS DO PROCESSO DE DESMONTE DAS REGIONAIS, (2) MAPEAMENTO DO MODELO ATUAL DE REGIONALI-ZAÇÃO, e (3) IDENTIFICAÇÃO DE POSSIBILIDADES DE REVITALIZAÇÃO DAS REGIONAIS.

Assim sendo, agradecemos ao Presidente Tombini a

oportunidade de, a partir de algumas de suas afirmações, podermos assumir a responsabilidade de prestar alguns esclarecimentos à maior autoridade de nossa instituição.

1 - Não é bem assim, Presidente Tombini...

Não é, a nosso ver, correta, a afirmação “... não estamos adotando qualquer política de centralização de atividades em Brasília”, diante das inúmeras decisões neste sentido adotadas pela Administração Central do BCB nos últimos anos. Se não se trata de uma política deliberada, é impres-cindível a criação de um espaço voltado para o debate, com transparência, do tema, pois um assunto dessa rele-vância não deve ser deixado à mercê das marés.

Exemplos de “centralização de atividades” não faltam, mas não convém aqui elencá-los, pois correríamos o ris-co de reduzir a discussão aos critérios administrativos (ou a falta deles) que conduziram a tais decisões. Ademais, correríamos o risco ainda maior de sermos tão somente ociosos, uma vez que qualquer consulta, formal ou infor-mal, que se faça hoje aos servidores do Banco irá indicar a quase absoluta percepção dos servidores do Banco a respeito da existência, sim, de processo, em curso ace-lerado, de centralização de atividades (de servidores, de funções comissionadas, de exercício concreto de poder, enfim) em Brasília.

Ao invés disso, melhor convém aproveitarmos o espaço para trazer uma dimensão que julgamos mais substanti-va sobre o assunto, que pode ser resumida na seguinte pergunta: que tipo de presença o Banco Central do Brasil quer ter no território nacional? Ressaltamos o verbo “que-rer”, aqui utilizado como expressão de uma vontade polí-tica a ser estabelecida a partir de um debate aberto, que contemple a participação ativa do maior conjunto possível (em quantidade e qualidade) de sujeitos sociais, pautado pela busca de caminhos que melhor atendam aos anseios da sociedade brasileira naquilo que se refere aos serviços prestados pela instituição.

A pergunta proposta comporta uma série de outras, so-bre as quais a instituição precisa refletir com urgência. É a partir desta reflexão que o futuro das representações regionais, e da instituição como um todo, deverá ser tra-çado. Não podemos deixar que a questão seja reduzida à dimensão meramente administrativa (ainda que esta seja também importante no sentido de se obter os melhores resultados possíveis com os recursos disponíveis).

Portanto, quanto à questão da “centralização das ativi-dades”, ressaltamos a necessidade de se reposicionar o tema, situando-o em uma perspectiva que lance luz sobre a dimensão política que lhe é inerente: a forma da presen-ça do Banco Central do Brasil no território nacional.

2 - Não é bem assim, Presidente Tombini... Se é verdade que “... não há qualquer diretriz ou de-

terminação para que as regionais sejam esvaziadas”, é indispensável que os responsáveis pela Administração Central do BCB definam diretrizes ou determinações quanto ao assunto, pois a instituição está tomando um rumo à sua revelia.

O que se vê, na prática, é a aplicação de uma política de deixar as regionais morrer à mingua, como quando não se tem mais nenhuma esperança em relação à possibilidade de cura e se abandona o doente à sua própria sorte.

* Textos do diretor de QVT do Sinal, José Vieira Leite, e do servidor aposentado do BC e ex-chefe do Depes, Mardonio

Walter Sarmento P. Silva, em contribuição à discussão do tema Valorização das Regionais

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DEBATE/AND

O desmonte das regionais tem sido, a nosso ver, um lema da Administração Central do Banco, desde a rees-truturação administrativa ocorrida em 1999.

Os resultados concretos da adoção desse lema têm sido, entre outros:

1) Crescente des-qualificação do trabalho realizado nas regionais (em decorrência, principalmente, da crescente transferência, para Brasília, do poder decisório, para dizer o mínimo, sobre os mais diversos – até mesmo comezi-nhos – atos administrativos), em radical des-consideração do preceito Pensar globalmente, agir localmente (uma quase unanimidade contemporânea no que diz respeito às mais adequadas formas de gestão do trabalho adotadas por organizações que se pretendam de vanguarda), escla-recido, obrigatoriamente, que tal preceito, muito ao con-trário dos que vêm nele o elogio da ideia “Sede concebe, Regional executa” (entendimento esse amplamente domi-nante, na atualidade, em nossa instituição), diz respeito, essencialmente, à proposição “Todos concebemos, to-dos executamos, global-localmente”, independentemente de inserção funcional na Sede ou em Regionais.

2) Em decorrência direta do item 1, acima, crescente des-qualificação do servidor lotado em regional, que, ao ter crescentemente apequenada a relevância de seu tra-balho, tem também crescentemente apequenado, para a Comunidade BCB como um todo e, muito para além disso, para si próprio, o reconhecimento em relação a seu papel social-individual na organização. Expressiva demonstração de tal desqualificação é a frase, proferida por colega en-carregado de “recepcionar” aprovados em recente con-curso, no momento mesmo de seus primeiros contatos com o BCB: “Se você quiser fazer carreira no Banco, es-teja em Brasília”.

3) Em decorrência direta dos itens 1 e 2, acima, cres-cente desmotivação do servidor lotado em regional, que, pressionado pela desqualificação de seu trabalho e de si mesmo, pela intensificação de seu trabalho (derivada da reposição crescentemente insuficiente de pessoal), pela falta de perspectiva de ascensão funcional (deriva-da da transferência crescente de funções comissionadas para Brasília) – tudo isso ocorrendo em uma ambiência de expressiva perda salarial esubmissão a uma cadeia de comando autoritária, não dialogal, insensível às legíti-mas demandas profissionais-pessoais de seus comanda-dos, muitas das vezes produz servidores des-motivados, alheios à mística do orgulho de trabalhar no BCB, apenas no aguardo do fim do expediente, do término de sua vida funcional. Em uma tal circunstância, inevitável se torna constatar a cada vez mais alarmantemente baixa Qualida-de de Vida no Trabalho dos servidores de regionais.

3 - Não é bem assim, Presidente Tombini ...

Se existe qualquer orientação no sentido de se “... bus-

car maior integração das ações da sede e regionais, de forma a melhor otimizar os recursos disponíveis”, alguém precisa informar a Comunidade BCB sobre ela. É bem ver-dade que há Unidades cujos servidores parecem estar preocupados com o tema, tentando obter os melhores resultados possíveis diante de um quadro lamentável de desmobilização de recursos nas regionais. Mas essa, por certo, não é a regra.

Para que se torne possível a superação de tal quadro de desmobilização de recursos, é fundamental que o Banco adote práticas que não só permitam mas também incentivem a mais ativa participação dos servidores das regionais em todas as esferas das atividades de trabalho, inclusive as de formulação.

E isso porque é pacificamente aceito, entre especialistas contemporâneos em gestão do trabalho, o entendimento de que é mais que relevante a existência, nas organiza-ções, de espaço para a mais ampla aplicação da criativida-de – elemento constituinte essencial de todo e qualquer ser humano – ao processo de trabalho.

Certamente há hoje nas regionais inúmeros servidores qualificados para o desempenho de tarefas atualmente centralizadas em Brasília, o que gera a supressão, para esses servidores, da isonomia em trabalho relativamente aos servidores da sede.

Pois, como já o disse o poeta, “A gente não quer só co-mida, a gente quer comida, diversão e arte”.

Não basta que os salários pagos, na sede e nas regio-nais, sejam iguais.

Muito para além disso, é indispensável que todas as de-mais dimensões existentes no mundo do trabalho tam-bém o sejam.

Só assim será possível falar de busca de maior integra-ção das ações da sede e das regionais, de forma a melhor otimizar os recursos disponíveis.

4 - Retomando, então, com vistas à conclusão deste artigo, a principal questão aqui colocada – Que tipo de presença o Banco Central do Brasil quer ter no território nacional? –, lembramos que o Sinal já dispõe de um con-junto importante de reflexões acumuladas acerca do as-sunto (contidas na proposta Artigo 192 da Constituição Federal – SFN Cidadão), que poderiam ser utilizadas no contexto de um amplo e denso debate, intra e extra-mu-ros do Banco, com vistas à obtenção da mais adequada resposta à pergunta em foco.

Queremos um modelo de Banco com dificuldades para o melhor cumprimento de seu relevante papel social, su-jeito a “Riscos de RH”, podendo, em última análise, até mesmo vir a se tornar refém de instituições a quem cabe

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normalizar, fiscalizar, orientar? Ou queremos um modelo de BCB que conte com ajustado quadro de servidores, adequadamente ressuprido, em permanente processo de desenvolvimento profissional-social-pessoal, justamente remunerado, dispondo de elevada Qualidade de Vida no Trabalho, com atuação na totalidade de nosso país?

Queremos um modelo de Banco que apenas torne dis-ponível a alternativa de um 0800 para seu contato com o público? Ou queremos um modelo de BCB que ofereça atendimento presencial, pessoal, personalizado às cida-dãs e cidadãos que procuram nossa instituição em busca de informações, protocolando reclamações, ansiando por justiça em suas muito desiguais relações com o Sistema Financeiro Nacional?

Queremos um modelo de Banco que, tal qual propunha um ex-presidente do BCB, após ser efetuada a minimali-zação de sua missão institucional, poderia vir a ser “toca-

do por oitocentos servidores”? Ou queremos um modelo de BCB que, a exemplo de diversos outros destacados bancos centrais mundo afora, apresente extensa e inten-sa presença em todo o território nacional, respeitando e incorporando, em sua ação, a imensa diversidade de vo-cações econômico-financeiras, identidades culturais e re-alidades sociais do Brasil?

Presidente Tombini:

Que tipo de presença o Sr. julga que o Banco Central do Brasil deve ter no território nacional?

* Pelo GT Revitalização das Regionais

do Grupo QVT-Sinal-RJ

Rio de Janeiro, agosto de 2012

A descontinuação das Delegacias do BCB/reflexões

Na gestão da diretora Tereza Grossi, foi realizada uma reorganização administrativa da qual ficou como um dos resultados mais marcantes a descontinuação das Delega-cias Regionais do Banco.

No momento em que nos propomos a resgatar algo da nossa memória sobre o processo, partícipes que fomos, então, na condição de chefe adjunto ou chefe do Depes, julgamos oportuno recobrar um pouco também da lógica de que faziam parte referidas Delegacias.

Assim sendo, lembramos que as Delegacias eram os ins-trumentos de decisão descentralizada do banco, dentro do modelo de organização administrativa conhecido como Mo-delo Funcional. Esse modelo foi adotado na era Berardinelli, diretor que organizou, na década de 1970, o BCB e deu-lhe identidade, encerrando a etapa de criação em que o banco não passava de justaposição de segmentos de outras orga-nizações, destacando-se dentre elas o Banco do Brasil e a Sumoc, que transferiram ao nascente BCB mais atribuições e contingentes de pessoas. Junto com os componentes administrativos que eram remanejados vinham traços cultu-rais e modelos e fórmulas organizacionais e administrativas.

Tudo isso precisava ser amalgamado num modelo pró-

prio, o que o Berardinelli fez, contando com um Depar-tamento de Organização Administrativa - DEORG tecni-camente estruturado e que infelizmente para o banco foi depois também descontinuado. Foi esquartejado e distri-buído entre Depes (a parte de organização e análise admi-nistrativa) e Deinf (a parte de métodos, da dupla histórica O&M, e Demap, (a parte de Leiaute). Só faltou, à época, salgar o terreno, para garantir que a racionalidade adminis-trativa tecnicamente inspirada não desse frutos ou crias.

O modelo funcional previa Unidades centrais formula-doras de políticas e planejadoras de estratégias, esta-belecendo também normas administrativas que garan-tissem coerência a uma execução descentralizada para junto dos fatos por meio das Delegacias Regionais. Es-sas Delegacias foram depois chamadas Departamentos Regionais. Talvez essa redenominação como Departa-mentos em lugar de Delegacias já denunciasse a incom-preensão da cultura quanto ao modelo. A representação descentralizada do banco pelos então Delegados inco-modava aos Chefes dos Departamentos Centrais, que queriam ter poder total sobre o que entendiam deveriam ser meras projeções regionais de suas Unidades. Aos

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DEBATE/ANDDelegados restaria o papel de síndicos de condomínios, com papel executivo apenas sobre as questões adminis-trativas de suporte, apoio e logística. E a guerra por su-premacia num conflito de autoridade que era percebido pelos executivos, mas que, na realidade, não existia, pois a Autoridade Administrativa era dos executores descen-tralizados (delegacias) e a Autoridade Técnica era dos Formuladores Centrais (Departamentos Centrais). Não funcionou. Cada um se sentia invadido e esvaziado pelo outro. Outro problema é que os agentes de mercado pro-curavam atenuar o grande poder que o Órgão tinha, con-tribuindo para a confusão de papéis, ora despachando com uns ora com outros, e sempre reclamando muito. No melhor estilo família, em que o filho aprende o que pedir à mãe e o que pedir ao pai, buscando minimizar a autoridade de ambos e escapar do poder que os dois teriam se agissem em sintonia e complementação.

Por que tudo isso ocorreu? Arrisco dizer que foi por não ter sido bem sedimentada a lógica de separação da for-mulação e execução. Para que essa separação funcione, é preciso que os papéis, distintos, porém complementares, dos componentes de execução e de formulação sejam muito bem compreendidos e aceitos. Para tanto é tam-bém fundamental que existam dinâmicas integradoras dos dois agentes e dos dois papéis, sem as quais a formu-lação perde realismo de viabilidade pelo distanciamento dos fatos e a execução perde a visão holística do todo e a profundidade técnica. Hoje em dia se usa a fórmula de comitês que reúnem os planejadores /formuladores e os executores descentralizados para se integrarem. Isso à época ou não existia ou não era bem usado.

Tudo isso exige um corpo de gestores vocacionado e preparado para o exercício dos misteres da gestão. E nos-sa cultura administrativa o mais comum é improvisarmos gerentes a partir dos melhores técnicos, não conseguindo dispor dos primeiros e perdendo os segundos. Restam gerentes centralizadores e estrategicamente míopes, que, sobrecarregados, não conduzem suas equipes ao de-senvolvimento e realização do seu potencial. São tecnica-mente preparados, mas gerencialmente fracos ou mesmo desinteressados em gestão.

Na esteira disso tudo é que ocorreu o fim do modelo funcional e o loteamento das Delegacias (então já Depar-tamentos Regionais). Naquela ocasião ainda tentamos sugerir a subordinação administrativa dos Delegados aos chefes de Departamentos Centrais, por assunto e compo-nente regional especializado, o que não foi aceito porque era também muito inovador para a época e os expunha a múltiplas subordinações. Seriam todos Chefes Adjuntos Regionais. Achavam que tinham peso específico e político para sobreviver à ideia de centralização. Não tiveram.

Vencidas então as tentativas de preservar os Departa-mentos Regionais, tentou-se dar aos Gerentes Admi-

nistrativos, que iriam suceder os Delegados/Chefes de Departamentos Regionais, um papel de facilitadores de convivência entre as áreas que estavam passando a ser apenas divisões regionais de cada Departamento Central detentor das competências que lhes cabiam. Eles teriam agora apenas o comando dos componentes de infraestru-tura de cada praça. Isso não tinha a força necessária para arbitrar conflitos e racionalizar a utilização de recursos, principalmente num modelo em que cada representação regional técnica se reportava, agora tecnicamente e tam-bém administrativamente a um Chefe de Departamento Central diferente. Perdeu-se economicidade e agilidade nas decisões. Ganhou-se algo com o fim do conflito de au-toridade entre Chefes e Delegados, mas ficaram inviabili-zados os ganhos que o modelo funcional propiciaria com a execução descentralizada e o planejamento centralizado.

Se me perguntarem em qual modelo acredito mais, diria que o Funcional. Sua aplicação no Banco Central não se es-gotou, ele foi descontinuado. Se for possível retomá-lo à luz da experiência vivida, com mais integração organizacional, mais visão sistêmica, menos resistência entre áreas técni-cas. Com gestores preparados tecnicamente para gerir e para atuar com menos personalismo e mais visão sistêmica, com instâncias e dinâmicas integradoras (comitês), com o suporte de um componente organizacional que cuida da ra-cionalidade administrativa (o Depog) que à época das Dele-gacias era o Deorg, tem grandes chances de dar certo. Outra coisa que se tem que rever é a quantidade e localização dos componentes de execução (descentralizados). Seriam ape-nas as praças onde já existimos? Todas elas?

O país mudou muito, e a tecnologia de informação e comunicação permite fórmulas que não funcionariam na época das Delegacias para atendimento centralizado ao público. A gestão do meio circulante já foi grandemente terceirizada. As sedes das instituições financeiras estão em São Paulo, em sua quase totalidade, e em Brasília, apenas os bancos públicos. Aliás, isso já era um dos gran-des argumentos da Diretora Tereza em defesa do modelo que propunha. O relacionamento com a comunidade já é em grande parte virtual e tende a ser mais ainda. É a minha modesta contribuição para o resgate da memória. Outros atores da época poderão corrigir o ampliar estas minhas reflexões.

Que não se faça nada sem a prevalência do espírito pú-blico. De servir o melhor e mais economicamente aos nossos concidadãos, ao nosso país. Funcionários públicos devem sempre priorizar o bem público e ter espírito de doação. Nunca pôr-se em primeiro lugar.

*Mardonio Walter Sarmento P. SilvaBrasília, maio de 2012

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Pesquisa mostra que OGMpode triplicar incidência de câncer

Governo incentiva produção de orgânicos

Até tu, Mike Roberts?

A Universidade de Caen, na França, divulgou em setembro pesquisa confirmando que ratos alimenta-

dos com organismos geneticamente modificados (OGM), os transgênicos, morrem antes e sofrem de

câncer com mais frequência do que os alimentados naturalmente. Segundo o coordenador do estudo,

professor Giller-Eric Seralini, o resultado é alarmante. “A mortalidade entre as fêmeas chega a ser duas

ou três vezes maior e há duas ou três vezes mais tumores em ratos dos dois sexos tratados com OGM”.

O estudo, segundo informou a AFP, foi financiado pela Fundação Ceres, bancado em parte por 50 em-

presas, algumas do setor de alimentação que não produzem OGM, e pela Fundação Charles Leopold

Meyer pelo Progresso da Humanidade.

Em agosto, a presidente Dilma Rousseff assinou o decreto 7.794, instituindo a

Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica.

O objetivo é integrar, articular e adequar políticas, programas e ações indutoras

da transição agroecológica e da produção orgânica e de base agroecológica,

contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida da po-

pulação, por meio do uso equilibrado dos recursos naturais e da oferta e consu-

mo de alimentos saudáveis.

Depois de trinta anos no comando global do McDonald’s, o ex-presidente da empresa acaba de

criar uma rede de restaurantes de alimentação saudável, a Lyfe (Love Your Food Everyday). Os

produtos são orgânicos, com pouco sódio e baixa caloria. A imprensa mundial já faz comparações

entre a Lyfe e a famosa rede de fast-food, mostrando a evolução dos negócios de Roberts.

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SAÚDE I AMBIENTE

Gaúchos contra os transgênicos

Foi a partir do final da década de 1990 que as

sementes de soja transgênica chegaram ao

Brasil clandestinamente, via Argentina. Como

o plantio ilegal da soja no Rio Grande do Sul

avançava cada vez mais, em 1999 agricultores

da região de Tupanciretã foram para as ruas.

Carros de fiscais do Ministério da Agricultura

e da polícia foram bloqueados. Produtores

adotavam a tecnologia alegando que a soja

transgênica tinha menor custo de produção e

manejo mais fácil.

Somente com a Medida Provisória 223, em

2004, o plantio do grão geneticamente modifi-

cado foi autorizado para a safra 2004/2005. Em

2005, com a legalização da soja GM, a Mon-

santo passou a cobrar royalties dos produtores.

Em 2009, a partir de ação coletiva de diversos

sindicatos rurais do Rio Grande do Sul contra

a empresa, que exige 2% de pagamento de

royalties na comercialização da soja transgênica,

a 15ª Vara Cível do Rio Grande do Sul determi-

nou a suspensão da cobrança, e a sentença foi

estendida para todo o país. Em outro processo,

o Tribunal Regional Federal da 4ª Região conde-

nou a Monsanto do Brasil a pagar indenização

de R$ 500 mil por danos morais causados aos

consumidores ao veicular, em 2004, propaganda

que relacionava o uso de semente de soja trans-

gênica e de herbicida à base de glifosato como

benéficos à conservação do meio ambiente.

Atualmente o Brasil é o segundo maior produtor

mundial de transgênicos – são mais de 25 mi-

lhões de hectares espalhados pelo país. Segundo

relatório de agosto da Céleres (Your Agribusiness

Intelligence), o Mato Grosso produz 9,6 milhões

de hectares (incluindo soja, milho e algodão), o

Paraná, 6,6 milhões de hectares e o Rio Grande

do Sul, 5,4 milhões de hectares.

Recursos públicos financiaram Monsanto

Curiosamente, em 2000, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou o Fundo de In-

vestimento do Nordeste (Finor) constatou repasse de mais da metade dos R$ 468 milhões de recur-

sos do fundo para a fábrica que a Monsanto construía no Polo Petroquímico de Camaçari, na Bahia.

O elevado aporte de recursos, R$ 285 milhões, no projeto chamou a atenção do então vice-presiden-

te da CPI, o atual senador José Pimentel (PT-CE). “Queremos esclarecer os critérios que levaram

a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) a aprovar esse empreendimento

que terá investimento significativo, mas cria poucos empregos”, reclamava Pimentel, propositor da

comissão.

Sandra Alves - Naturalista

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HAITI

Do primeiro grito mundial pela

libertação negra à reconstrução

do Estado nacional

Caverna em Bassin Zim

Desde 2004, profissionais do Brasil e de outros países participam de tra-

balhos voluntários no Haiti , o mais pobre país do continente. A radialista

Denise Viola conta-nos um pouco sobre as oficinas da Amarc Brasil e TV

Canal Saúde/Fiocruz, realizadas em agosto

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HUMANIDADE

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O Bras i l l i de ra

há o i to anos

a Missão das

Nações Unidas

para a Estabili-

zação no Haiti (Minustah), com

o maior contingente militar e do

Force Commander da missão.

Atualmente chefiada pelo ge-

neral Fernando Rodrigues Gou-

lart, a Minustah conta com cerca

de 10 mil militares da Argentina,

Benin, Bolívia, Brasil, Canadá,

Chade, Chile, Croácia, França,

Jordânia, Nepal, Paraguai, Peru,

Portugal, Turquia e Uruguai.

Vários intercâmbios, por meio

de organizações não governa-

mentais ou missões ministeriais,

são realizados naquele país, o

primeiro do mundo a libertar a

escravidão (1794) e o segundo

das Américas a conquistar sua

independência, em 1804.

Em agosto, foram realizadas

na capital Porto Príncipe oficinas

da TV Canal Saúde/Fiocruz no

âmbito da Cooperação Inter-

nacional Tripartite entre Brasil,

Cuba e Haiti, realizadas em

agosto no país, o mais pobre

das Américas, outrora a mais

próspera das colônias francesas

do “Novo Mundo”.

(Traição, de Léon Laleau,1892-1979. Natural de Porto Príncipe, é um dos mais

importantes escritores do Haiti. Político e diplomata, foi ministro das Relações Exteriores, Educação, Agricultura e do Trabalho. Chefiou

missões diplomáticas em Roma, Paris, Londres, Santiago e Lima. Como embaixador, esteve em missões especiais no Panamá, Cuba, Nações

Unidas e Unesco. Foi um dos signatários do acordo que encerrou a ocupação dos Estados Unidos em seu país, em julho de 1934.)

“Este coração endurecido, cuja batida

não sintoniza minha língua, meus costumes

Sentimentos deixados para trás, a ferida

deste aperto, dívidas de mim, negrumes

da Europa, pudera você ter na lembrança

esse aperto, pudera sentir desespero tal

Como acalmar, com palavras da França,

Este coração que veio do Senegal?”

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Amarc Brasil no Haiti

Projeto coordenado pelo Canal Saúde trata de informações sobre

Aids, cólera e outras doenças

A água do riacho é utilizada para todos os fins, inclusive beber e lavar a roupa, apesar de receber todos os dejetos humanos

Problemas econômicos e climáticos “desaparecem” durante mo-

mentos como os do futebol, em “peladas” semelhantes a dos

meninos e meninas do Brasil

“O caminho para a reconstrução do

Haiti é pela edificação da paz”, diz o

cartaz, abaixo, em creole, idioma falado

por quase toda a população

FOTOS E TEXTOS: DENISE VIOLA | RADIALISTA

Em 18 de agosto de 2004, o Haiti viveu momentos de

alegria, embora perdendo de 6 a 0 contra a seleção bra-

sileira no amistoso proposto pelo então presidente Luiz

Inácio Lula da Silva. Rebeldes tentaram trocar armas por

ingressos para poder ver os astros do futebol brasileiro,

como Ronaldo, na época, jogador do Real Madrid.

A presença do craque deixou os haitianos em festa. Emocio-

nado, o “Fenômeno” registrou: “Para ajudar a interromper

uma guerra, eu estaria à disposição de qualquer governo”.

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De 1º a 14 de agosto, rádios comuni-

tárias associadas à Saks – Sosyete

Animasyon Kominikasyon Sosyal –

estiveram reunidas em Hinche, no

Haiti, para serem capacitadas para a

promoção da saúde a partir do rádio.

O evento foi organizado pela TV Canal Saúde/

Fiocruz, em parceria com o Centro de Relações

Internacionais (CRIS/Fiocruz) e do Instituto de Co-

municação e Informação Científica e Tecnológica em

Saúde (ICICT/Fiocruz).

A TV Canal Saúde/Fiocruz faz parte da Cooperação

Internacional Tripartite entre Brasil, Cuba e Haiti, que en-

tende a comunicação como fundamental para enfrentar

as chamadas doenças negligenciadas, agravadas após

o terremoto de janeiro de 2012. Essas doenças são

assim chamadas por sua incidência e forte impacto

em países pobres ou em desenvolvimento, e, por isso

mesmo, por não despertarem o interesse da indústria

farmacêutica diante da remota possibilidade de lucro.

Assim, como prevenir é o melhor remédio, infor-

mar é o melhor tratamento. Vindos de todas as regiões

do país, radialistas receberam conteúdo sobre cólera,

malária, diarreias,

tuberculose e AIDS,

e experimentaram

diversos formatos

radiofônicos para

abordar a saúde da

população.

Com índ ices

alarmantes de anal-

fabetismo, forneci-

mento de energia

elétrica precário e

situação financeira

ruim, o rádio é o

veículo de comunicação e mobilização mais adequado

para passar noções básicas de higiene e cuidados

para evitar as doenças, assim como para informar as

formas de tratamento e onde buscá-las.

Como representante da Rede de Mulheres da

Associação Mundial de Rádios Comunitárias - Amarc

Brasil, contribuí para o processo de sensibilização

destes homens e mulheres para sua responsabilidade

diária na promoção de uma melhor qualidade de vida

para a população haitiana.

Mesmo com sérios problemas de sustentabilidade

e infraestrutura, radialistas selecionados pela Saks,

entidade ligada à Amarc, não mediram esforços para

enfrentar as dificuldades encontradas para chegar ao

local, para se comunicar, já que o idioma nacional é o

creole, muito menos para se integrar e trabalhar em

equipe, visto que cada um vinha de uma rádio comu-

nitária diferente.

Ao fim, esses e essas profissionais de 20 rádios

produziram spots, debates, enquetes e pequenas dra-

matizações radiofônicas a serem veiculados nas suas

rádios. E ainda levaram para casa o compromisso de

manter a saúde da população na pauta do dia.

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O direito à vida independente

Se “Amar é mudar a alma de casa”, a frase do gaúcho Mario

Quintana ao inverso, mudar a alma de casa é amar, espelha a im-

portância de morar sozinho, principalmente quando estiver valen-

do a nossa independência, mesmo com a vulnerabilidade que ten-

de a nos ocorrer, se, por ventura, ou graça, tivermos longa vida.

Amar a si mesmo pode ser a principal vantagem na escolha de como

queremos morar na velhice. Quando ela realmente acontece, tanto

faz. Há pessoas de 90 anos mais viventes que uma de 50, ou vice-versa.

Casa de Cultura Mario Quintana, antigo Majestic, vizinha ao Banco Central, no centro de Porto Alegre, um dos hotéis em

que o poeta viveu boa parte de seus quase 87 anos

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COTIDIANO

“Tem até cozinha”Teria falado um encantado

Quintana ao conhecer um apart-

-hotel para o qual se mudou aos

80 anos. Ele, que disse certa

vez “eu moro em mim mesmo”,

acostumou-se ainda na infância,

de menino frágil, à solidão. Tal-

vez por isso lhe tenha brotado a

criatividade e a impulsão de viver

sempre, e no vocativo, “um pé

após o outro”.

Afinal, a experiência de uma

situação leva ao desenvolvimen-

to de outras, como a do casal

Frederico e Enedina Kiefer, fun-

dadores de uma casa de saúde

em 1960, e posteriormente do

Hospital Dr. Frederico Kifer, vol-

tado ao atendimento geriátrico.

Entre os pacientes, viúvas de

militares, em especial, ao rece-

berem alta, manifestavam o de-

sejo de se manterem por perto,

“protegidas”. Enedina passou,

então , a oferecer-lhes hospeda-

gem em residências destinadas

a simples locações.

Após outras fases, como a

de uma clínica para idosos e o

Hospital Menino Deus, os Kie-

fer construíram dois prédios de

apartamentos com infraestrutu-

ra de saúde, o Residencial Geri-

átrico Menino Deus. Em 1995,

já acompanhando a longevidade

da população, o local adotou um

padrão superior com avançados

modelos de atendimento.

Esmeralda Kiefer, filha do

casal paranaense e diretora do

aconchegante lugar, com am-

bientes individuais decorados

com objetos e móveis dos pró-

prios locadores, conhece profun-

damente os limites que o tempo

traz a todos e cobra urgência na

qualificação do país para adaptar-

-se a esse contingente, cada vez

maior, da população.

Prevalece o sentido de clínica,

necessária quando as debilida-

des próprias de doenças exigem,

ou asilo, palavra abominada em

tempos do “politicamente corre-

to”. Entretanto, no dia a dia, mi-

lhares de pessoas, obrigadas ou

não, seguem para esses locais.

Recepção e refeitório coletivo do residencial. A maioria dos apartamentos tem

quarto, sala, cozinha e área de serviço

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Quando chega o momento em

que a vulnerabilidade, a rabu-

gice, as manias e outros fato-

res nos alcançam, quando a

nossa liberdade ou do outro nos impede de

estar bem, a família busca fugir da atitude de

nos “lançar ao asilo”.

Para fugir da realidade do “lugar para ido-

sos”, a mídia faz a apologia da velhice sau-

dável, diz Esmeralda Kiefer, diretora do resi-

dencial. Muitas famílias, por amor, ou outras

razões, preferem manter seus velhos em

casa, aos seus cuidados.

Essa escolha, o “ambiente mais seguro”,

como o de viver em companhia de filhos

ou de outros parentes, pode significar

exatamente o oposto, transformando-nos

num estorvo ou nos sentindo incomoda-

dos com a falta de espaço.

Morar completamente sozinho, mesmo

acompanhado à distância pela família, tam-

bém pode trazer riscos, como uma queda,

crises de demência ou outros efeitos da ida-

de avançada.

Sintomas que, por desconhecimento, são

negados com as conhecidas expressões

“papai (ou mamãe) está fazendo bobagem,

está esquecido (a)”. Vulnerabilidade que,

somada à falta de independência, produz

o indesejável desconforto a todos, e muito

mais, é claro, àquele que vive, naquele mo-

mento, as consequências do tempo.

Com 65 apartamentos individuais, o condomínio deixa

ao morador a escolha da decoração de seu ambiente

“com o que couber”: móveis, quadros, bibelôs, tapetes,

cortinas, etc. Um dos locatários está há 20 anos no Re-

sidencial. Em um dos apartamentos, com dois quartos,

vive um casal, que utiliza um deles como escritório

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Convivência e cuidados

Nesta vida há tanta coisa...Tanta coisa... e um só olhar!

Toda a tristeza dos riosÉ não poderem parar...

(Da Brevidade da Vida, Mario Quintana)

Mas paramos, ou estacionamos, quase diariamen-

te, por horas a fio em frente à televisão ou ao compu-

tador. Esse “isolamento”, principalmente no período

noturno, amplia as possibilidades de depressão. Es-

tudo recente mostra que a exposição à luz dos equi-

pamentos à noite provoca alterações cerebrais seme-

lhantes às desencadeadas pelo transtorno.

A pesquisa é do Centro Médico da Universida-

de de Ohio, nos Estados Unidos, publicada em

agosto pelo Molecular Psychiatry, da Nature. Nos

últimos 50 anos, o crescimento das taxas de de-

pressão é coincidente ao aumento do tempo em

que as pessoas ficam em frente às telas. Nas mu-

lheres, o índice é dobrado.

Mudar esses hábitos pode fazer a diferença. A

convivência social, ouvir e contar histórias, ler bons

livros, comentá-los, visitar uma exposição, cami-

nhar são ações fundamentais para a manutenção

da qualidade de vida.

A proposta do Menino Deus é promover essa so-

ciabilidade com atendimento dirigido às necessidades

individuais dos hóspedes - ou inquilinos -, que man-

têm seus próprios acompanhamentos médicos, parti-

culares ou de planos de saúde. O condomínio oferece

“moradia protegida”, com acompanhamento da enfer-

magem, cardápios individuais, serviços de hotelaria,

atividades sociais e segurança, com respeito às indivi-

dualidades e à vida particular dos moradores.

População de São Paulo tem 8% de idososA Folha de S.Paulo publicou em setembro uma

série de reportagens sobre dificuldades, como

a mobilidade, e serviços oferecidos à população

mais velha da capital paulista, que alcança 8%,

segundo o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística (IBGE), quase o dobro

do índice de 1991.

Atualmente, São Paulo dispõe de vários locais

de moradia e cursos para atendimento aos mais

velhos. Em 2020, o percentual de pessoas com

mais de 65 anos chegará a 11,48% da população.

Segundo o censo, em 2010 havia 11.253.503

moradores na cidade, a sexta mais populosa do

mundo.

Cursos de atendimento à terceira idade

A exemplo da

Un i ve rs id ade

Aberta da Ter-

ceira Idade da

Uerj (Universi-

dade Estadual

do Rio de Janeiro), São Paulo tem vários cur-

sos para capacitação de atendimento a idosos,

como os do Hospital do Servidor e o OLHE.

No Ceará, a Universidade de Fortaleza (Uni-

for) realizará de outubro deste ano a junho

de 2014 o curso de Especialização em Ge-

rontologia, contemplando reflexão, crítica e

ética no desempenho de uma práxis voltada

à qualidade de vida.

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Os “nem-nem”

O Instituto de Estudos Sociais e Políticos

(Iesp) da Universidade do Estado do

Rio de Janeiro (Uerj) apresentou dados

alarmantes sobre a situação da nossa

juventude: um quinto dos brasileiros de 18 a 25 anos

nem estuda nem trabalha e não procura emprego.

São 5,3 milhões de pessoas – 1,8 milhão de rapazes

e 3,5 de moças – que nada produzem. A pesquisa,

coordenada pelo professor Adalberto Cardoso, mos-

tra que a “escola não consegue atrair o jovem, pro-

vocando elevada evasão escolar. Em consequência,

ingressar no mercado de trabalho vai ficando mais e

mais difícil”, alerta.

Ao incluir jovens que procuram trabalho em vão,

o quadro fica ainda mais preocupante, chegando a

7,2 milhões: uma a cada quatro pessoas nessa faixa

etária está parada. Além disso, o professor Fernan-

do de Holanda Filho, da Fundação Getúlio Vargas

(FGV) lembra o gargalo na taxa de matrícula do

ensino médio: 50% dos jovens que trabalham não

têm esse nível escolar.

A terminologia “nem-nem”, diz editorial de O Glo-

bo de 18 de setembro, repercutindo a reportagem

publicada no domingo, 16, é inspirada no “ni-ni” utili-

zado na Espanha para designar a juventude colocada

à margem, em meio à crise econômica europeia.

No Brasil, entretanto, os dados mos-

tram que os jovens brasileiros

estão fora do mercado por

conta da qualidade da ins-

trução, já que nos últimos

dois anos, período apu-

rado no levantamento,

a economia nacional

cresceu 7,5%, e essa

parcela jovem da popu-

lação não foi absorvida. Prova disso seria a distribui-

ção dessa população inativo pelas regiões do país:

Norte 25,2%

Nordeste 25,1%

Sudeste 16,8%

Centro-Oeste 16,7%

Sul 13,1%

Unidades da Federação

Maranhão 29,2%

Alagoas 28%

Ceará 26,3%

Rio de Janeiro 19,6% (média nacional)

Paraná 14,5%

Brasília 13,8%

Rio Grande do Sul 13,3%

Santa Catarina 10,7%

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23

ECONOMIA

Estatais gastam apenas 46% do previsto para o ano

Ritmo lento também afeta a área da saúde

Com orçamento de R$ 107 bilhões

para 2012, as empresas controla-

das pela União executaram apenas

R$ 49,3 bilhões, segundo levanta-

mento do portal IG no Siga Brasil,

mecanismo de consulta de contas

públicas do Senado.

Os dados contradizem a promessa

do governo de que as estatais se-

riam as “locomotivas” para puxar o

crescimento econômico.

Além de atingir áreas como

as de energia e transpor-

tes, a da saúde mostra

uma contradição gritante

e perigosa. Dos 263,8 mi-

lhões em caixa, a Empresa

Brasileira de Hemoderiva-

dos e Biotecnologia (He-

mobras) utilizou somente

R$ 32,4 milhões, sendo R$

32,17 milhões direcionados

para a construção de uma

fábrica em Pernambuco,

com orçamento de R$ 98,6

milhões até o final de 2012.

Todo o empreendimento, estimado para ser concluído em 2014, está orça-

do em R$ 540 milhões, incluindo construção e equipamentos. Para erguer

todos os prédios, serão gerados aproximadamente 1 mil postos de trabalho.

Quando estiver operando, a fábrica comportará 360 empregados, atuando

da produção ao serviço administrativo.

Atualmente, o país importa R$ 800 milhões em hemoderivados, medica-

mentos geralmente dirigidos a pessoas com hemofilia, imunodeficiência

genética ou adquirida, cirrose, câncer, Aids e queimados, em tratamento

pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O Brasil manda para a França, anual-

mente, 150 mil litros de plasma, que retornam ao país como medicamentos.

A unidade da Hemobrás em Goiana será a maior da América Latina no setor.

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ELEIÇÕES 2012

Mui amigoEm relação aos primeiros oito meses do ano passado, a redução é de R$ 18,4%, segundo informações

do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MIDC), que atribui a queda ao prote-

cionismo adotado pelo governo de Cristina Kirchner contra produtos brasileiros.

Para o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, o saldo

da balança comercial do país poderá cair para R$ 12 bilhões. Em 2011, o saldo foi de R$ 29 bilhões.

“O Brasil está numa camisa de força. Além do problema

da crise, nós não temos acordo com países fora do

Mercosul, o que torna nossos produtos caros e

nada competitivos no mercado externo.

Estamos em desvantagem”, afirmou ao Brasil Econô-

mico, lembrando que los hermanos, que buscam maior

proximidade com a China para venda de commodities,

são o nosso terceiro maior parceiro comercial.

O Brasil deixou de vender US$ 3 bilhões em mercadorias para a Argentina em 2012

o Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, o saldo

ara R$ 12 bilhões. Em 2011, o saldo foi de R$ 29 bilhões.

do problema

s fora do

ros e

asil Econô-

am maior

mmodities,

ial.

Cidade gaúcha escolhe prefeito por consensoDesde sua primeira eleição após sua emancipação,

ocorrida há 16 anos, o município de Mato Queimado,

no noroeste gaúcho, indica seu candidato à prefeitu-

ra por consenso de quatro partidos que, coligados,

também elegem vereadores. Os não eleitos têm a

consolação ao assumir uma vez por ano as cadeiras

dos colegas em férias.

Em 2008, Mato

Queimado ga-

nhou um prê-

mio estadual

pela boa ges-

tão na área da saúde. Com os R$ 160 mil recebi-

dos, construiu um posto de atendimento. Como

a cidade já possuía um, teve quem defendesse a

devolução do valor. Na nova unidade, as consultas

são com hora marcada.

Como é difícil agradar a todos, pesquisa com os pa-

cientes registrou a sugestão para melhorar o serviço:

fornecimento de pastel, nega maluca e Internet.

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 2,2%

dos 5.566 municípios do país terão apenas um

candidato. Na eleição anterior, 180 escolheram

prefeitos sem disputa.

24

consolação ao assumir uma vez por ano

dos colegas em férias.

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2525

Servidores no Planalto

A luta pela PEC 555/2006 continua

Em maio deste ano, o Sinal,

representado pelo diretor regional

de São Paulo, Paulo Lino, um dos

coordenadores da Frente São

Paulo pela PEC-555, que congrega

mais de uma centena de entidades

sindicais, participou de audiência

pública na Comissão de Seguri-

dade Social e Família, convocada

pelo Deputado Federal Amauri Tei-

xeira (PT-BA), quando até mesmo

o representante do Ministério da

Previdência reconheceu a justeza

de nossos pleitos.

Em agosto, o Movimento dos

Servidores Públicos Aposen-

tados e Pensionistas (Mosap),

com o apoio da Frente São Paulo,

reuniu centenas de servidores

no auditório Nereu Ramos, na

São muitas as demandas em

que o Sinal está envolvido na de-

fesa de seus filiados, mas uma,

especificamente, interessa de for-

ma direta aos atuais aposentados e

pensionistas, que é a luta para que

a Proposta de Emenda Constitucio-

nal (PEC) 555/2006 seja votada no

plenário da Câmara Federal.

A PEC visa extinguir, gradativa-

mente, a cobrança da contribuição

previdenciária dos servidores públi-

cos, uma verdadeira violação de um

direito do trabalhador, que já contri-

buiu para o sistema previdenciário

durante toda a sua vida laboral para

receber sua aposentadoria e segue

sendo taxado, depois de aposenta-

do, de forma injusta já que nenhum

outro benefício lhe será concedido.

Câmara Federal, para insistir

junto aos parlamentares a neces-

sidade da votação da PEC-555

ainda nessa legislatura.

Diante do apoio explícito de

diversos parlamentares, po -

demos acreditar que estamos

cada vez mais perto de conse-

guir a tão sonhada votação, que

desde o já longínquo ano de

2006 vem sendo tentada.

O Sinal continua atuante e acom-

panhando de perto toda essa luta, e

espera por mais um sucesso como

foi a da votação da PEC-270/08,

que reestabeleceu a integralidade

e a paridade das aposentadorias e

pensões dos servidores públicos

aposentados por invalidez.

Aposentados cantam o Hino Nacional na abertura de evento no Auditório Nereu Ramos da Câmara. O autor da PEC, ex-deputado Carlos Mota (PSB-MG), foi um dos convidados especiais

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CAMPANHA SALARIAL

Governo Dilma é contra o funcionalismo?

Após seis meses de uma combativa

campanha salarial, os servidores fe-

derais das carreiras típicas de Esta-

do colheram seu principal resulta-

do, a unidade. Formou-se a União

das Carreiras de Estado, congregando 22 catego-

rias, entre elas, as do Banco Central, Receita e

Polícia federais e Advocacia Geral da União.

Embora as negociações deste ano tenham iniciado

em fevereiro, somente nas duas últimas semanas de

agosto, às vésperas do fechamento da folha orçamen-

tária, o governo Dilma Rousseff apresentou a proposta

de 15%, divididos em três parcelas anuais de 5%. Em

Assembleia Geral Nacional, os servidores do BC, Susep,

CVM, Receita Federal e algumas outras carreiras recu-

saram a oferta por considerá- la insuficiente e, acima de

tudo, pela forma desrespeitosa e até injuriosa com que a

Presidente da República tratou essa negociação, tendo,

inclusive, se referido a nós como os de “sangue azul”.

As perdas salariais dos servidores do BC

estão acumuladas em 23,85% desde o úl-

timo reajuste, em 2008. Além da luta pela

retromada das negociações, outras pendên-

cias ainda têm de ser discutidas com o go-

verno, por meio da Secretaria de Relações

do Trabalho do Ministério do Planejamento.

Para isso, o Sinal cobra a interlocução da di-

retoria do BC e, em especial, do presidente,

ministro Alexandre Tombini, servidor de car-

reira do banco, junto ao Planalto.

O resultado negativo foi o choque de co-

nhecermos a verdadeira face do governo

Dilma: intransigente e autoritária. Quem acompa-

nhou os momentos mais duros da campanha sabe

que vários recursos foram utilizados pelo Executivo

para tentar desmoralizar e desunir o funcionalismo

federal que apenas defende seu direito constitucio-

nal à revisão salarial. Entre várias atitudes para pro-

vocar cizânia entre os servidores e a sociedade, o

governo, utilizando-se da lei da transparência, insti-

gou setores da imprensa a expor salários, sem crité-

rios de divulgação, colocando em risco a segurança

de colegas e suas famílias.

Até salários, residências e contas de presidentes

de entidades sindicais foram divulgados. Em meio à

campanha e desnorteado pelas greves de algumas

categorias, como a de servidores de universidades

federais, que chegaram a mais de três meses de

paralisação, o governo publicou em julho o decreto

7.777, chamado “fura-greve”. Com o objetivo de

substituir grevistas federais por colegas dos esta-

dos e municípios, a ideia foi amplamente rechaçada.

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Governo vai estudar “lei de greve”

Sinal quer reabertura das negociações

Fonacate faz moção de apoio à União das Carreiras de Estado

O Sinal está trabalhando em três frentes: junto

à direção do Banco Central, ao Congresso Na-

cional e ao Executivo, por meio do Ministério do

Planejamento e Gestão (MPOG). Ao contrário

do que afirmou, em entrevista, a ministra do

Planejamento, Miriam Belchior, não se trata de

“arrependimento” e sim a reafirmação da nossa

luta pelo direito constitucional à manutenção do

valor real dos nossos salários. A vitória será alcan-

çada com nossa unidade de ação, canalizando as

energias em prol de um sentido comum: mostrar

a importância dos servidores que fazem o BC

ser valorizado mundialmente. Exigimos esse

reconhecimento, por parte do governo, com a

reabertura imediata das negociações.

O Fórum Permanente de Carrei-

ras Típicas de Estado (Fonacate),

representante de mais de 180 mil

servidores de carreiras federais,

apresentou em 17 de setembro,

moção de apoio ao movimento

formado pelas carreiras estraté-

gicas de Estado para se opor à

intransigência do governo nas ne-

gociações da campanha salarial.

A íntegra do documento está dis-

ponível no portal do Sinal.

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ho.ho.de de trabalbalbalbalho.ho.

Quase no final da campanha salarial, surpreso

com a unidade inédita do funcionalismo federal,

o governo que não regulamenta a convenção do

artigo 151 da Organização Internacional do Tra-

balho (OIT), há dois anos parada no Palácio do

Planalto, anunciou que pretende discutir uma lei

de greve, junto ao Congresso. Outro argumento

contraditório foi afirmar durante meses que

o reajuste do funcionalismo para a folha 2013

seria zero. A prioridade do governo, anunciava a

presidente Dilma Rousseff, era garantir empre-

gos na iniciativa privada, porque “os servidores

públicos já contam com a estabilidade”. Uma

insensatez desferida num dos momento mais

graves da crise econômica europeia.

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O papel do Congresso Nacional na mediação de negociações do governocom os servidores

Os parlamentares, em geral, e os

da bancada do PT, em particular,

precisam mediar o conflito entre

os servidores das carreiras de

Estado e o governo federal,

notadamente das que não firma-

ram acordo para 2013, propondo a imediata reabertura

das negociações.

Entre outras, estão nessa condição três carreiras que

são fundamentais para o funcionamento do Estado e

também para os projetos estratégicos do governo da

presidente Dilma Rousseff: da arrecadação, representa-

da por auditores e analistas da Receita Federal; do ciclo

financeiro, representada pelos funcionários do Banco

Central, CVM e Susep; e da regulação e fiscalização, re-

presentada pelos servidores das agências reguladoras.

A organização sindical, seja no setor privado,

seja no serviço público, segundo a Organização

Internacional do Trabalho (OIT), pressupõe três

condições: o direito de sindicalização, o direito de

negociação e o direito de greve. No caso dos ser-

vidores públicos brasileiros, apenas o primeiro está

assegurado legalmente. O processo de negociação

no serviço público foi recheado de falhas e conduzido

sem as regras nem os cuidados que temas dessa

importância e complexidade requerem, conforme

recomenda a Convenção 151 da OIT, recentemente

ratificada pelo Brasil.

Houve falhas estruturais – como a ausência de

regulamentação da própria Convenção 151 da OIT,

a falta de uma política salarial, o descumprimento

do preceito constitucional que obriga a revisão ge-

ral anual e a lacuna no direito de greve – e falhas

conjunturais e de condução do processo.

O Congresso Nacional pode e deve ajudar na

superação dessas falhas, seja estruturalmente,

atuando para criar as condições para o pleno exer-

cício da atividade sindical no serviço público, seja

pontualmente mediando o atual conflito.

No primeiro caso, os parlamentares podem tomar

as providências para assegurar a revisão geral e

propor a regulamentação do direito de negociação e

o direito de greve, para evitar que problemas como

os ocorridos este ano se repitam.

No segundo, os parlamentares, em especial os do

PT, devem se mobilizar para restabelecer o diálogo

ANTÔNIO AUGUSTO DE QUEIROZ*

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ARTIGO

com as carreiras que não fecharam acordo. A superação

do impasse é boa para o Estado, governo e servidores.

Os servidores das carreiras que rejeitaram em assem-

bléias a proposta de 15,8% em três parcelas, nos anos de

2013 a 2015, o fizeram menos pela questão financeira e

mais pela forma como o governo conduziu a negociação.

Entre os motivos que forçaram um clima recíproco

de hostilidades, destacam-se três.

O primeiro, o atraso na definição de uma proposta

financeira para as carreiras de Estado. O governo

demorou a definir um percentual e, enquanto não

dispunha do Orçamento, deixava vazar na imprensa

comentários agressivos às carreiras de Estado, cha-

mando esses servidores de “sangue azul”, termo tão

pejorativo quanto o “marajá” da era Collor.

O segundo, a edição de um decreto, que não chegou

a ser colocado em prática, com a transferência de

atribuições de servidores em greve para integrantes

de carreiras assemelhadas de estados e municípios,

numa atitude de enfretamento que seria facilmente

evitada com diálogo ou lançando mão de decisão judi-

cial, que nunca deixou de assegurar o funcionamento

dos serviços essenciais.

O terceiro, a forma de escolha das entidades com

direito a negociação. No serviço público existe plura-

lidade sindical, ou seja, mais de uma entidade pode

representar os servidores de determinada categoria

ou órgão, e o governo é quem escolhe com quem

negocia. Enquanto isso não for disciplinado, provocará

conflitos de representação.

É óbvio que o governo e a população não podem

nem devem ficar reféns de servidores em greve, mas

os servidores também não podem ser desrespeita-

dos em sua dignidade pelos governantes. É preciso

31313131313131313131313131313131313131313131313131313131313131313131313131313131313131313131313131313131313131313131313131313131313131313131313131313131313131313131313131313131313131313131313131313131313131313131

ter equilíbrio, e para isto são necessários processos

e regras capazes de promover um diálogo civilizado.

O Congresso, portanto, tem um papel fundamental a

cumprir. Sem reabertura das negociações, o conflito per-

sistirá até o próximo ano, com desgastes, insatisfações,

greves e até atraso em projetos estratégicos do governo,

considerando a importância das carreiras excluídas do

reajustes salarial. Que prevaleça o bom senso.

*Antônio Augusto de Queiroz é jornalista, analista

político e diretor de Documentação do Departamento

Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Texto

publicado originalmente na Revista eletrônica “Teoria e

Debate”, edição 104, de setembro de 2012, na coluna

“Café no Congresso”.

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NAS REGIONAIS

Prédio do Banco Central na Gamboa, área portuária do Rio, fere isonomia legislativaMatheus Zanon | JORNALISTA

A instalação da nova sede do Banco

Central na área portuária vem geran-

do polêmica. Não é para menos: há

pelo menos três argumentos fortís-

simos para contestá-la. O primeiro,

a transferência dos funcionários da sede do Banco

Central, cujo edifício na Av. Presidente Vargas está

em área de fácil acesso e acabou de ser reformado.

O segundo, a criação de lei específica para aumen-

to de gabarito no terreno do Bacen, que contraria o

princípio da isonomia legislativa e cria uma exceção

legal em área preservada na APAC Sagas. O terceiro,

a identificação de um sítio arqueológico no terreno,

que teria sido, em outros tempos, local de conserto

de vapores, descoberta cercada de mistério e confi-

dencialidade.

Representantes dos servidores públicos do Ban-

co Central são contrários à sua transferência da Av.

Presidente Vargas para a Zona Portuária. Preferem

permanecer no Centro do Rio. Nesse sentido, a ve-

readora Sonia Rabello (PV) enviou ofícios presidente

da República, Dilma Rousseff, a ao ministro da Fa-

zenda, Guido Mantega, assinalando, entre outros, o

entendimento dos servidores públicos do Bacen que

o prédio da Av. Presidente Vargas está mais prepa-

rado para atender ao público; e

explicitando que a mudança de

planos acarretaria despesa adi-

cional de 40 milhões ao Bacen

– o suficiente para construir 600

novas habitações de interesse

social na Zona Portuária. E com

o adicional de incentivar o trans-

porte individual, com a previsão

de 600 vagas para carros.

Quanto à lei de exceção, a parlamentar é clara:

não pode. “Se foi feito um plano para toda a área,

contemplado na Lei 101/2009 – já bastante recen-

te, por que razão alterá-lo com a Lei complementar

123/2012 para beneficiar um único proprietário? En-

tão se outros proprietários quiserem, também, alte-

rações nos parâmetros urbanísticos, terão a mesma

chance?”, argumenta Sonia Rabello.

A Área de Proteção do Ambiente Cultural dos

bairros da Saúde, Gamboa e Santo Cristo foi cria-

da em 1987 para garantir a preservação da am-

biência histórica – incluídos aí tanto os marcos

arquitetônicos quanto as visadas dos conjuntos

históricos - dos bairros da zona portuária. No

âmbito da preservação da história do Rio, seria

no mínimo coerente não apenas respeitar esse

ambiente, como também tratar todo e qualquer

vestígio arqueológico com o respeito que merece.

Afinal, essa área foi pioneira na ocupação do Rio

de Janeiro e a história das pessoas que por ali

passaram constitui a fundação da cidade que te-

mos hoje. Não podemos esquecer, muito menos

agora que a “paisagem cultural” do Rio tornou-se

Patrimônio da Humanidade.

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ASSOCIAÇÃO

Mensagem pessoal: uma crença!

Chama a atenção as pessoas busca-

rem participar de grupos de interes-

se comum e manter um convívio

mais intenso apenas quando têm

mais idade, desenvolvendo rela-

ções mais concretas e permanen-

tes, muitas até de ajuda ao próximo.

Embora o homem seja um ser social por excelên-

cia, os jovens parecem encontrar nas relações vir-

tuais os contatos necessários e suficientes a seu

crescimento. São redes sociais, network, sites, cli-

cks e mais clicks. O ritmo é frenético e as relações

cada vez mais superficiais e sem compromisso. O

“eu” domina absoluto.

Nossos filhos têm tv e computador em seu quar-

to, por vezes mais de uma linha celular e acreditam

que dá para mudar o mundo e fazer uma revolução,

seja ela qual for, apertando algumas teclas. Parece

Mais de 540 mil pessoas visitaram o Acampamento Farroupilha deste ano, realizado entre

7 e 20 de setembro na Estância da Harmonia, que integra o Parque Maurício Siroski Sobri-

nho, no bairro Praia de Belas, em Porto Alegre. O tema de 2012 foi “Nossas Riquezas”. Na

linguagem gauchesca, os piquetes ficam lotados de prendas, crianças e gaudérios (sujei-

tos alegres, festeiras) de todo o estado. A Estância da Harmonia é uma réplica de estância

e se destina à manutenção e prática da cultura tradicionalista gaúcha

Paulo Renato Tavares Stein*

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que estas relações virtuais são e serão eficientes para

um futuro bem vivido, mas é um ledo engano. Futu-

ramente verão que as verdadeiras amizades são forja-

das ao longo de uma caminhada, que se constroem

aos poucos, precisando entender o verdadeiro signifi-

cado de compartilhar e curtir, banalizados na net.

Estar exposto não representa ter visibilidade social ou

importância na comunidade e trabalhar em equipe não é

necessariamente cada um fazer uma parte. Quase nun-

ca na vida real a soma das partes é igual ao todo. Isto se

aplica a nossas relações pessoais e profissionais.

Ao contrario do que parece a força ainda esta no

grupo e não no individuo, importante que cada um

busque sua identidade, mas que não descuide do

todo, das associações, do esforço comum em prol

da coletividade de construir em conjunto, da respon-

sabilidade por alicerçar relações de responsabilidade

e solidariedade humana.

Entidades como as nossas estão ai lutando, par-

ceiras em diversas frentes, acreditando que a filoso-

fia do associativismo faz parte da humanidade e que

juntos tudo podemos. Não deixe que a tecnologia e

os modismos roubem de você o sentimento da fra-

ternidade, da união de esforços e do respeito às dife-

renças, o que podemos chamar de “pertencimento”.

Não espere até seus 50 ou 60 anos para começar

a entender que temos que pertencer por completo,

de carne e osso, atuando e não apenas “tuitando” ou

mandando mensagens da sala para o quarto ou para

seu “mail list” de supostos amigos virtuais.

Com sua participação, vamos construir um

sindicato melhor, Asbacs mais atuantes, uma Fe-

nasbac mais sólida e completa e, assim, o Banco

Central do Brasil ainda melhor.

*Presidente da Diretoria Executiva da Federação

Nacional de Associações dos Servidores do

Banco Central (Fenasbac)

No Sul, a Revolução Farroupilha

Ou Guerra dos Farrapos, foi um conflito regional

de caráter republicano contra o governo imperial.

Ocorreu na província de São Pedro do Rio Grande

do Sul, entre 20 de setembro de 1835 a 1º de mar-

ço de 1845. Estima-se que 3.400 homens foram

mortos na guerra.

Período marcado por guerras e revoltas em vá-

rias regiões do Brasil, a Cabanagem, ocorrida na

então província do Grão-Pará, entre 1835 e 1840,

é uma das páginas mais cruéis de nossa história.

Cerca de 30 a 40% da população de 100 mil habi-

tantes pereceram no conflito.

No Norte, a Cabanagem

Tela de Benedito Melo

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Do Sul ao Norte, uma vida

“Eles têm um santo aqui”, aler-

tou o então major Taumathurgo

Vaz aos militares que instalavam

a primeira base militar criada para

combater a Guerrilha do Araguaia

(1972-1975), na pequena cidade

de Xambioá (TO). Os combates

se dariam no outro lado do Rio

Araguaia, no sudeste do Pará.

O conflito, que resultou na mor-

te de 59 guerrilheiros (apenas

dois estão identificados) e 16 mi-

litares, além da prisão e morte de

moradores, ainda povoa a me-

mória de grande parte da

região conhecida como Bico

do Papagaio, na divisa dos

estados do Maranhão, Pará e

o então norte de Goiás, hoje

Tocantins.

O “santo” era o médico-

-cirurgião João Carlos Haas

Sobrinho, o Juca, ou dr.

Juca, como estão registra-

dos o nome e o codinome

do gaúcho de São Leopoldo

nos relatórios militares. Mé-

dico cirurgião, formou-se na

Universidade Federal do Rio

Grande no mesmo ano em

que presidiu a União dos Es-

tudantes Gaúchos, em 1964.

Três anos depois, João Carlos

fundava o primeiro hospital de

Porto Franco, no sul maranhense,

atendendo uma região isenta da

estrutura de Estado.

Ao deixar a cidade, um ano

e meio depois, 3 mil pessoas,

tendo à frente o bispo de Tocan-

tinopolis (TO), cidade frontal a

Porto Franco, foi chamado por

um poeta do sertão de “super

homem”, devido ao cuidado

com que tratava as pessoas,

em especial os mais humildes.

Já com o apelido Juca, assu-

miu em 1969 o comando médico

militar das futuras Forças Guer-

rilheiras do Araguaia (Foguerra).

Tombou aos 31 anos em 30 de

setembro de 1972, durante um

ataque de fuzileiros navais, junto

aos seus companheiros, o minei-

ro Ciro Flávio Salazar e Oliveira,

estudante do quarto ano de ar-

quitetura no Rio de Janeiro e o

paulistano Manuel José Nurchis.

Seu corpo, e, ao que tudo indica,

os de seus amigos, foram sepul-

tados no Cemitério de Xambioá.

Hoje, seu nome é homenageado

na sala cirúrgica do Hospital Munici-

pal, no Centro Desportivo e no Pon-

to de Cultura de Porto Franco, além

de intitular o hospital de São João

do Paraíso, no sul do Maranhão.

Pará mantém maior contingente militar da América Latina

A 24ª Brigada, sediada em Mara-

bá (PA), foi implantada por conta

da guerrilha. Atualmente consi-

derada área de “fronteira econô-

mica”, a jurisdição compreende

o território entre Imperatriz (MA)

e Altamira (PA), o segundo maior

território municipal do mundo.

“Nem todos os anos que passam se vivem:

uma coisa é contar os anos, outra é vivê-los.”

(Padre Antônio Vieira)

No dia em que completava 27 anos, João Carlos re-

cebe a visita de uma paciente, em Porto Franco (MA)

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HISTÓRIA

A recente greve dos médicos no Nordeste pro-

vocou muita controvérsia, sobretudo porque se

choca contra a tradicional concepção da medicina

como sacerdócio: o doutor seria uma pessoa que

se dedica exclusivamente aos outros, esquecendo

de si próprio, inclusive no que se refere ao salário.

Quando os médicos reivindicam da mesma forma

como o fazem outras profissões, o espanto é geral.

Mas deve-se dizer que médicos não raro partici-

pam, sim, em movimentos sociais, inclusive em

movimentos de caráter francamente revolucioná-

rio. Jean Paul Marat, um dos líderes da Revolução

Francesa, era médico, um dos pioneiros no uso da

eletricidade em medicina. Abandonou suas pes-

quisas para dedicar-se à política, o que, aliás, lhe

custou a vida: foi assassinado pela filha de um ad-

versário que mandara à guilhotina (inventada por

um médico, o dr. Guillotin). (...)

Aqui em Porto Alegre tivemos um exemplo de

médico revolucionário: João Carlos Haas Sobri-

nho. Nascido (1941) em São Leopoldo, João Car-

los foi um aluno brilhante dos colégios São Luiz,

de São Leopoldo, São Jacó, de Novo Hamburgo,

Anchieta, de Porto Alegre. Em 1959 ingressou na

Faculdade de Medicina da UFRGS. Lembro dele

como um colega sério, digno e muito atuante.(...)

Pergunta: o que leva médicos a deixar consultó-

rios, postos de saúde, hospitais para participar

numa luta mais ampla? Os motivos são vários e

complexos, mas podem estar em parte ligados

à própria opção profissional. O médico é alguém

que trata do corpo do paciente. O político e o re-

volucionário querem curar o corpo social.

*Moacyr Scliar, escritor, professor e médico especialista em saúde pública,

falecido em 2011, nasceu em Porto Alegre em 1937. O artigo acima foi publi-

cado no jornal Zero Hora, em 2007.

Médicos nas barricadas

Moacyr Scliar*

Em carta à população, João Carlos cobrava a ausên-

cia do Estado na região. Quarenta e dois anos depois,

pouca coisa mudou.

(...) O grosso dos impostos recolhidos nos municípios fica re-

tido pela administração federal e estadual, o que limita as

verbas disponíveis para a realização das benfeitorias necessá-

rias. Há grande falta de empregos, sendo em geral os salários

muito baixos. Isso leva muitos jovens a deixarem suas famílias

para virem ganhar a vida nas cidades maiores e numerosas

moças pobres caírem na prostituição. Mesmo os poucos que

conseguem concluir os cursos ginasial e colegial, se quiserem

prosseguir seus estudos, precisam abandonar a região porque

lá não existem faculdades.

Assim, a juventude local não tem condições para desenvol-

ver sua capacidade de trabalho e não pode colaborar para

o progresso de sua terra. Vê-se limitada a uma vida sem

futuro e sem qualquer perspectiva.

Em algum lugar das matas do Araguaia, 12 de se-

tembro de 1972.

João Carlos Haas Sobrinho

Manobras militares da Operação Papagaio (setembro-outubro de 1972) em

Caiano, hoje pertecente ao município de São Geraldo (PA). A área era pro-

priedade do economista gaúcho Paulo Mendes Rodrigues, também guerri-

lheiro. Juca manteve uma farmacinha no local

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Flavio Aniceto | PRODUTOR CULTURAL

Dylan

Aos 71 anos, Robert Allen Zimmerman,

comemora 50 anos de uma longeva,

contraditória e sempre reinventada car-

reira com o lançamento do seu 35º dis-

co: “Tempest” que chegou às lojas em... 11 de se-

tembro. A gravadora diz que a data é coincidência...

“Tempest” é, segundo ele, “uma curiosa compila-

ção de tudo e nada da qual se deve esperar que saia

algo”. Na nova obra destacam-se: “Duquesne Whis-

tle”, cujo clipe circula na internet e é inspirado no

universo do cineasta pop Quentin Tarantino, a can-

ção título “Tempest” que narra durante 14 minutos

os últimos momentos do naufrágio do Titanic e “Roll

on John”, na qual Dylan lamenta o assassinato do

amigo John Lennon (a quem apresentou maconha

segundo as Beatles-Dylan-lendas). Críticos musicais

norte-americanos e ingleses elogiaram de maneira

unânime o disco.

Dylan nasceu e morreu diversas vezes nestes 50

anos. Nasceu lendo “On the Road” de Jack Kerou-

ac e toda a literatura do movimento beatnik, ouvindo

o cantor folk e comunista Woody Guthrie, em cujo

violão lia-se “Esta máquina mata fascistas”, foi su-

cesso nos shows-comícios com Joan Baez e Odet-

ta, e para os críticos morreu quando não foi tocar

em Woodstock mesmo estando do lado da cidade e

trocou o gênero de protesto pelo rock. Mas aí o rock

nasceu com a sua “Like a Rolling Stone”, segundo

outros. Com ele nasceu também o videoclipe, quan-

do lançou “Subterranean Homesick Blues”, de 1965,

em que ele fica parado em frente à câmera seguran-

do pôsteres com trechos da letra da música. Morreu

outras vezes, mas sempre influenciando vivos e mor-

tos. E sempre “se lixando” para as convenções, que

o diga Barack Obama solenemente ignorado por ele

quando da entrega de um prêmio nacional este ano.

Ele veio ao nosso país algumas vezes, a mais re-

cente neste ano de 2012, mas da sua passagem an-

terior, em 2008, teve inspiração para pintar uma série

de quadros sobre o Brasil. As obras foram expostas

num museu em Copenhague, na Dinamarca, em

2010, e chamaram a atenção por tratarem de temas

como pobreza e violência - uma das pinturas inclusi-

ve mostra um corpo no chão, em meio a uma poça

de sangue. Mesmo assim, na época o cantor divul-

gou um comunicado dizendo que escolheu o Brasil

como tema porque gostava muito de seu... ambien-

te. Dylan pinta desde os anos 1960.

E Zimmerman, setentão, segue por aí, “como uma

pedra a rolar”, “perguntando ao vento”, pois este

sempre responde em canções de protesto, folk,

rock, baladas, enfim, Dylan é um gênero.

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CULTURA

O Brasil tem Mário Quintana, Porto Alegre tem a casa do poeta

“Se as coisas são inatingíveis... ora!

Não é motivo para não querê-las...

Que tristes os caminhos, se não fora

A presença distante das estrelas!”

(Mario Quintana)

Bem pertinho do prédio do Banco Central do Bra-

sil, na Rua Sete de Setembro 586, em Porto Alegre,

encontra-se um dos endereços mais importantes da

cultura brasileira: o antigo Hotel Majestic, onde o po-

eta, jornalista e tradutor Mário Quintana morou entre

1968 e 1980. É possível que muitos dos seus 20 li-

vros tenham sido escritos em hotéis, pois solteiro

e sem filhos, Quintana sempre morou em sua vida

adulta nestes estabelecimentos.

No mesmo ano em que ele deixou o hotel um banco

comprou o imóvel, que passou, em 1982, para o gover-

no do estado do Rio Grande do Sul, tornando-se patri-

mônio histórico. Em julho do mesmo ano, o edifício rece-

beu a denominação de Casa de Cultura Mario Quintana.

“A poesia não se entrega a quem a define”, dizia o

poeta. É preciso experimentar a literatura e todas as

artes, vivê-las, dialogar com estas e a partir daí criar

outros signos e significantes. A Casa não se destina

somente à literatura, abriga outras artes, como o ci-

nema, a música, as artes visuais, a dança, o teatro, e

a realização de oficinas.

Em Belém, cinema mais antigo do país resiste à modernidade

Fundado em 24 de abril de 1912, desde 2006 o Cine Olympia é um

espaço cultural administrado pela prefeitura. Com entrada gratuita,

exibe filmes do chamado circuito alternativo, como produções para-

enses, brasileiras e das mais diferentes nacionalidades, “que dificil-

mente iam ser exibidas em salas de cinema comerciais”, diz o críti-

co de cinema e programador do Olympia, Marco Antônio Moreira.

Após inúmeras reformas, o edifício ainda mantém alguns deta-

lhes arquitetônicos da sua estrutura original, como os traços de art

déco nas paredes internas e o acesso à sala de exibição, feito por

entradas abaixo da tela. A parte externa do cinema, no entanto, foi toda modificada, especialmente a fachada.

“Escuto muita gente dizer que o cinema não parece ser do início do século 20, que já foi todo modificado. Eu

acho que isso pouco afeta o significado dele. A arquitetura se foi, mas a importância dele não é arquitetônica,

é cultural”, destacou a cineasta Priscilla Brasil, em alusão ao centenário do Olympia.

Flavio Aniceto | PRODUTOR CULTURAL

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CURIOSIDADES

E a culpa era do mordomo

Talento milionário

Informações publicadas no livro Vaticano S/A, do

jornalista Gianluigi Nuzzi, sobre suposta lavagem

de dinheiro do banco do pequeno estado incrus-

tado na Itália, levaram à prisão por dois meses na

Gendarmeria do estado do Vaticano o mordomo

papal Paolo Gabriele.

Como documentos foram furtados do quarto

furtados do quarto do papa Bento XVI, local a que

poucos têm acesso, os investigadores relaciona-

ram uma informação a outra e chegaram facilmen-

te a Paoletto, agora chamado “corvo” (traidor) ou

“pentito” (arrependido).

Apesar de admitir o roubo, e pedir perdão, o mor-

domo, fervoroso católico que já trabalhava para o

papa João Paulo II, terá de provar que não participa

de grupos conspiratórios contra o pontificado.

O britânico Kieron Williamson, de 9 anos, já ganhou

cerca 250 mil libras (790 mil reais) com suas paisagens

em aquarelas, óleos e pastéis. Uma exposição reuniu

100 de suas obras, respeitadas até pela família real.

Kieron começou a pintar aos 5 anos. Ao 7, recebia 150

mil libras (474 mil reais) em sua primeira grande venda.

Ele diz que seu melhor quadro é o que retrata a cidade

de Wells: “Ela mostra um barco de pesca e outros bar-

cos destacados pela luz, mas você não pode ver o ho-

rizonte por causa da névoa”, analisa o pequeno artista.

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