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Câmara dos deputados

EDUARDO DA FONTEDeputado Federal

EM DEFESA DO CONSUMIDOR

Prestação de contas do Deputado Federal Eduardo da Fonte das suas ações para reduzir as altas taxas de energia elétrica cobradas pela Companhia Energética de Pernambuco - CELPE

Centro de Documentação e InformaçãoCoordenação de Publicações

BRASÍLIA – 2009

CÂMARA DOS DEPUTADOS53ª Legislatura – 2ª Sessão Legislativa

SÉRIESEPARATAS DE DISCURSOS, PARECERES E PROJETOS

Nº 173/2008

SUMÁRIO

Pág.

Apresentação .................................................................................. 5

Discursos:

Direção da Aneel declara que haverá apagão em 2008 ............ 9Por um reajuste justo nas tarifas de energia elétrica ................ 12Criação de CPI das Contas de Luz .......................................... 14Auditoria nos processos de reajuste tarifário da Celpe, no período de 2002 a 2007 .............................................................. 15Alta do dólar x Aumento nas contas de luz .............................. 18

Ações:

Projeto de Lei nº 1.033, de 2007 ............................................... 23Proposta de Fiscalização e Controle nº 16, de 2007 ................ 26Requerimento nº 36 de 2007 ..................................................... 29Requerimento RCP nº 11, de 2008........................................... 31Acórdão – Tribunal de Contas da União ................................. 37

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Apresentação

Desde o início do meu mandato, tenho me preocupado em re-presentar os pernambucanos e trazer para a Câmara questões rele-vantes para o estado, lutando sempre para tornar Pernambuco um lugar cada vez melhor. Como membro da Comissão de Defesa do Consumidor e da Comissão de Minas e Energia, o meu esforço tem sido garantir que haja redução nas taxas de energia elétrica cobradas pela Companhia Energética de Pernambuco.

No ano de 2008, conseguimos, por meio de uma auditoria re-querida ao TCU, constatar que existem irregularidades nos aumen-tos concedidos à Celpe, e acreditamos que com a ajuda do Ministério Público, finalmente, os pernambucanos poderão ser ressarcidos. O caminho é longo, mas acredito que os resultados irão garantir o di-reito de todos aqueles que gastam quase todo o ordenado do mês pagando altas contas de energia elétrica.

Esta publicação tem o intuito de prestar contas quanto ao tra-balho realizado em favor da redução das tarifas de energia. Em um breve resumo, procuramos destacar todo o percurso realizado, desde o pedido de auditoria, em 2007, até o resultado do acórdão, em 2008. Além disso, relatamos o pedido de audiência pública e o pedido de instalação da CPI, onde a Aneel deverá dar explicações sobre as falhas encontradas pela auditoria do TCU.

Acredito que este canal será útil para que você, cidadão per-nambucano, entenda seus direitos e nos ajude a continuar bus-cando resultados positivos diante da questão. Antes de me despe-

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dir, aproveito para salientar que as portas de meu gabinete estão sempre abertas.

O sucesso do nosso trabalho depende da participação de todos.

Deputado Eduardo da Fonte – PP/PE

DISCURSOS

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DIRETOR DA ANEEL DECLARA QUE HAVERÁ APAGÃO EM 2008

Discurso proferido pelo Deputado Federal Eduardo da Fonte – PP/PE, na Sessão de 13 de fevereiro de 2008.

Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, primeiramente, quero cumprimentar todos os parla-mentares presentes, desejando um ano legislativo produtivo e cheio de realiza-ções em favor do povo que nos elegeu, em favor do povo brasileiro. É em nome do cidadão pernambucano que venho a esta tribuna, pela primeira vez neste ano legislativo recém-iniciado, mas não pela primeira vez, para ressaltar uma preocu-

pação permanente em relação ao fornecimento de energia elétrica – fundamental não só nos lares brasileiros, mas um insumo primário nas indústrias, no turismo, enfim, na economia. O que venho regis-trar aqui, Senhor. Presidente, é que, enquanto houver desmandos no setor elétrico, não vou calar-me.

Ocorre que a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) pretende elevar a multa por atraso no pagamento das contas de 2% para 5% do valor da fatura. Justifica a proposta pela necessidade de combater o furto, as fraudes e a inadimplência no pagamento da con-ta de energia. Ora, é claro que, mais uma vez, o consumidor será

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onerado. Muitas famílias atrasam as contas, porque têm a necessi-dade de ajustar seu orçamento, não por desonestidade ou porque a inadimplência lhes é agradável. Como membro da Comissão perma-nente dos Direitos do Consumidor, aqui na Câmara, eu afirmo que a iniciativa é ilegal e afronta o Código de Defesa do Consumidor, que limita a multa a 2% do valor da fatura.

Em vez de repassar os prejuízos com as fraudes para o usuário, seria mais justo que as companhias planejassem ações para evitá-las. E seria mais justo, ainda, reduzir o valor dessas multas para 1%, pro-posta esta que defenderei por meio de um projeto de lei, pois basta de aumentos, basta de aumentos abusivos, eu acrescento. A Aneel, aliás, tem me surpreendido com a postura adotada pelo seu Diretor-Geral, Sr. Jerson Kelman, que foi recentemente à imprensa lançar um alerta para que o País economizasse energia, devido a riscos de ra-cionamento. Logo depois, o próprio Presidente Lula desmentiu, mas paira no ar a pergunta: o Sr. Kelman fez o alerta por desconhecer a realidade e então o fez de maneira irresponsável? Ou há, na verdade, um interesse em defender grupos de distribuição de energia elétrica, os quais se aproveitariam para aumentar seus preços?

Ora, Sr. Presidente, o que acabará ocorrendo será os consumido-res pagando a conta por uma provável falta de planejamento e, ainda, ouvindo que a culpa é de São Pedro, que não fez chover o suficiente. A Aneel precisa e tem a obrigação de esclarecer a população sobre o ocorrido, pois a impressão que fica é que há por trás dessas declara-ções a intenção de elevar as tarifas de energia. E aí, quem perde, mais uma vez, é o consumidor, o cidadão brasileiro.

Caso mais recente, ocorrido em Minas Gerais, demonstra a gravidade do problema. Semana passada, a Coteminas – empresa do Vice-Presidente Alencar que tem quatro mil funcionários somente na cidade de Montes Claros – reduziu drasticamente sua produção devido, justamente, ao preço altíssimo da energia elétrica. No perío-do de um ano, o custo da energia industrial subiu 20 vezes. Isso obri-gou a empresa a alterar o funcionamento de suas máquinas, deixan-do de operar aos domingos e interrompendo temporariamente uma das unidades naquela região, dispensando cerca de 800 funcionários. Quantas mais vão reduzir sua produção ou até fechar para que se

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perceba a gravidade da questão energética no Brasil? Espero que não seja necessário, brasileiros perderem o emprego para que haja sensi-bilização quanto à questão. Não vou silenciar. Continuarei lutando, pois o povo brasileiro não é mero figurante nessa história toda e não podemos tolerar um disse me disse em um assunto tão sério.

Obrigado, Senhor Presidente.Sala das Sessões, 13 de fevereiro de 2008. – Eduardo da Fonte,

Deputado Federal – PP/PE.

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POR UM REAJUSTE JUSTO NAS TARIFAS DE ENERGIA ELÉTRICA

Discurso proferido pelo Deputado Federal Eduardo da Fonte – PP/PE, na Sessão de 27-3-2008.

Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, tenho pauta-do minha atuação parlamentar pela defesa da economia e dos consumi-dores do meu estado. Por isso estou

empenhado na luta para desfazer uma injustiça cometida pela Aneel e pela Celpe contra a sociedade pernambucana. Trata-se do aumento abusivo da tarifa de energia elétrica, que já foi reajustada em 24,43% e está programada para subir novamente mais 8,11% no mês de abril. Examinando os argumentos da Aneel para autorizar o aumento, per-cebe-se que o reajuste é ilegal, pois foi feito sem critério técnico e contrariou o princípio da modicidade das tarifas. Além disso, foi bem superior ao das demais distribuidoras que atuam na região Nordeste.Quando se examina os dados referentes à inflação dos últimos sete anos, constata-se que a Celpe aumentou o preço da energia elétrica, no mesmo período, o dobro da correção do IGPM e o triplo da cor-reção do IPCA.

Até agora, o único beneficiado com o preço da energia elétri-ca em Pernambuco é a empresa Neoenergia, controladora da Celpe, que viu o lucro líquido da concessionária subir em mais de 120%, no período de 2003 a 2006. Senhor Presidente, Senhoras e Senhores

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Deputados, essa injustiça não pode continuar. Estou lutando com todas as armas que a democracia disponibiliza para reverter essa situ-ação. Encaminhei ao Presidente Lula e à Ministra Dilma Roussef ofí-cios nos quais denuncio o abuso cometido contra os consumidores pernambucanos, e solicito a intervenção da Presidência da República para que o reajuste seja revisto.

Paralelamente a isso encaminhei uma Indicação ao Ministro das Minas e Energia, Senador Edison Lobão, propondo uma solução para o problema de Pernambuco; propus a criação de um Grupo de Tra-balho na Comissão de Minas e Energia para acompanhar a evolução das tarifas de energia elétrica; e estou preparando um requerimen-to de constituição de uma CPI para investigar a formação do preço da energia elétrica; a atuação da Aneel na autorização dos reajustes e reposicionamentos tarifários a título de reequilíbrio econômico-financeiro; e esclarecer o motivo pelo qual a tarifa média de energia elétrica no Brasil maior do que em nações do G7.

Em Pernambuco a Aneel tem negligenciado sua obrigação legal de garantir tarifas justas. O princípio da modicidade exige preços ra-zoáveis, que respeitem a capacidade econômica da nossa população. Não existe modicidade de tarifas quando se aumenta arbitrariamente os lucros das concessionárias pela elevação abusiva das tarifas. A modi-cidade das tarifas representa a possibilidade de acesso e efetiva utiliza-ção do serviço público de forma universal. Tarifas elevadas dificultam o adimplemento dos consumidores residenciais de baixa renda e impede o acesso de um maior número de consumidores a esse serviço.

Segundo estudo da Fiesp, a tarifa elétrica no Brasil é hoje uma das maiores do mundo. Isso é um absurdo. Não se pode aceitar que o consumidor brasileiro pague energia elétrica mais cara do que os consumidores de países ricos como a Inglaterra, o Japão, a Alemanha, os Estados Unidos, a França e o Canadá. Não sei que caminho os outros escolherão. Quanto a mim, escolhi o lado da luta por tarifas de energia elétrica justas, que não inviabilizem os consumidores e não contribuam para a perda de competitividade, a diminuição da atividade econômica e o aumento do desemprego.

Sala das Sessões, 27 de março de 2008. – Eduardo da Fonte, Deputado Federal – PP/PE.

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CRIAÇÃO DE CPI DAS CONTAS DE LUZ

Pronunciamento feito pelo Deputado Federal Eduardo da Fonte – PP/PE, na Sessão de 27 de maio de 2008.

Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, comunico à Casa do povo brasileiro que acabei de protocolar na Mesa Diretora um pedido de CPI da Conta de Luz.

Há no pedido mais de 350 assinaturas para podermos investigar por que a conta de luz do povo brasileiro ficou tão cara nos últimos anos e por que a Aneel tem concedido absurdos aumentos para a fa-mília brasileira, que deixa muitas vezes de educar melhor os nossos filhos e de alimentar melhor as nossas famílias. Tenho certeza de que a CPI da Conta de Luz irá contribuir, e muito, para que a família brasileira não seja tão prejudicada.

Muito obrigado. – Eduardo da Fonte, Deputado Federal – PP/PE.

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AUDITORIA NOS PROCESSOS DE REAJUSTE TARIFÁRIO DA CELPE, NO

PERÍODO DE 2002 A 2007

Discurso proferido pelo Deputado Federal Eduardo da Fonte (PP/PE), na Sessão de 13 de novembro de 2008.

Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, por meio do Requerimento nº 36/2007, solicitei à Comissão de Defesa do Consumidor o encaminhamento, ao Tribunal de Contas da União – TCU, de pedido para a realização de auditoria nos processos de reajuste tarifário da Celpe, no período de 2002 a 2007. Ao realizar a auditoria, o TCU identificou várias ilegalidades na metodologia em-pregada pela Aneel para definir os reajustes e as reposições da tarifa

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de energia elétrica. Além disso, foi constatado que a incompatibili-dade da metodologia adotada pela Aneel nos reajustes é responsável pelo aumento abusivo das tarifas de energia elétrica.

Assim, aquele tribunal de contas concluiu que a política tarifária da Aneel dissocia os reajustes tarifários dos custos que se prestariam a estimular e fomentar a melhora no serviço de fornecimento de ener-gia elétrica, tornando praticamente inócuo o regime que a lei estabe-leceu para o setor. É importante mencionar, ainda, que os índices de reajuste autorizados pela Aneel para a Celpe remuneram ilegalmente a concessionária, em detrimento do interesse público, gerando pre-juízos de pelo menos 1 bilhão de reais por ano aos consumidores pernambucanos, sendo que os benefícios decorrentes da redução das tarifas podem alcançar valores entre R$1 bilhão e R$1,8 bilhões anualmente.

Há uma enorme diferença, Senhor Presidente, Sras e Srs. De-putados, entre a receita auferida pela Celpe e a evolução da inflação acumulada. Este descompasso resultou em desequilíbrio do contra-to, em favor da Celpe, onerando indevidamente os consumidores pernambucanos. Outro aspecto que merece nossa atenção são os ganhos de escala, decorrentes do aumento da demanda. Eles não são repassados para o consumidor, o que acaba provocando o de-sequilíbrio econômico-financeiro do contrato. Além disso, não há benefícios que possam se traduzir em modicidade tarifária. Como resultado, ganha o concessionário com o acréscimo decorrente da variação da demanda e perde o consumidor que não compartilha de tal ganho.

Em razão de todas essas ilegalidades, o Tribunal de Contas da União determinou que a Aneel ajuste a metodologia de reajuste ta-rifário presente no contrato da Celpe e das demais empresas con-cessionárias brasileiras, e avalie o impacto no equilíbrio econômico-financeiro do contrato da Celpe, desde o início da concessão até a presente data. O TCU confirmou as denúncias que venho fazendo em relação aos abusos cometidos pela Celpe e pela Aneel e demons-trou porque a tarifa de energia elétrica no Brasil é uma das mais caras do mundo.

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Hoje, Senhor Presidente, Sras e Srs. Deputados, conseguimos outra vitória. Aprovamos, na Comissão de Defesa do Consumidor, um requerimento de audiência pública, convidando o Diretor-Geral da Aneel, Sr. Jerson Kelman, um representante do Tribunal de Con-tas da União e outro do Ministério Público Federal, para debaterem os impactos e acompanharem as providências já adotadas pela Aneel em razão da publicação do acórdão. Devemos fazer com que a Aneel cumpra, imediatamente, a determinação do Tribunal de Contas da União. Com isso, acredito que iremos contribuir para todas as famí-lias brasileiras que, todos os meses, pagam altíssimas contas de luz e deixam de investir na educação dos seus filhos. Começamos por Pernambuco, mas tenho certeza que os demais estados irão, também, receber tal benefício.

Por todo o exposto, Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, mais do que nunca é imprescindível a instalação da CPI da Conta de Luz para que esta Casa possa identificar as metodologias que contradizem as disposições legais. A Câmara dos Deputados precisa assumir seu papel fiscalizador e obrigar a Aneel e as concessionárias de energia elétrica a cumprirem a lei.

Obrigado, Senhor Presidente. – Eduardo da Fonte, Deputado Federal – PP/PE.

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ALTA DO DÓLAR X AUMENTO NAS CONTAS DE LUZ

Pronunciamento feito pelo Deputado Federal Eduardo da Fonte – PP/PE, na Sessão de 11 de dezembro de 2008.

Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, ontem, dia 10 de dezembro, o Diretor-Geral da Aneel, Sr. Jerson Kelman, este-ve na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado para a sua prestação de contas final. Durante a sabatina, o diretor informou aos senadores que as tarifas de energia elétrica vão subir. Segundo ele, o momento favorável em que vive o consumidor, com a revisão dos custos das empresas e o dólar baixo vai mudar.

As razões para tal aumento, Senhor Presidente, Sras e Srs. Deputados, é a alta do dólar, como fator conjuntural, e da estrutura de impostos e

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restrições ambientais, como fatores estruturais. O mais impressionante é que o presidente da Aneel sabe que o valor cobrado pelo serviço de ener-gia elétrica no Brasil é exorbitante. O Sr. Kelman declarou estar ciente de que o Brasil “não está bem na foto”, se comparado com a maior parte dos países da Europa quanto às tarifas de energia elétrica, mas mesmo assim, garante que haverá o aumento.

Realmente o Brasil não vai bem. A tarifa de energia elétrica re-sidencial em nosso País é a sétima mais cara do mundo, perdendo apenas para países desenvolvidos, como Dinamarca, Itália, Irlanda e Reino Unido. Já a tarifa industrial é a terceira mais cara do mundo, Senhor Presidente. Só perde para Itália e Irlanda. Isso é um absurdo! Como que em um país onde os cidadãos sequer ganham o suficiente para o sustento, o serviço de energia elétrica beira valores de primeiro mundo?

Ora, nós sabemos que mesmo em relação a países emergentes, o Brasil não apresenta vantagens no serviço de energia, estando longe de prestar um serviço eficiente. Diante dessas declarações, eu gosta-ria de saber os motivos para a cobrança abusiva nas tarifas quando o valor da moeda estrangeira ainda estava baixo. Se o preço da energia vai aumentar, com a alta do dólar, quais as justificativas para os preços exorbitantes cobrados anteriormente?

Que lógica é essa? As tarifas de energia elétrica vão seguir a co-tação do dólar ou é apenas mais uma desculpa para as concessionárias continuarem a onerar o bolso dos consumidores e aumentarem os seus lucros? Em outubro de 2002, o dólar chegou a R$3,85. Sendo assim, por que o valor das tarifas de energia não aumentou? E se em julho de 2008, a moeda chegou a R$1,60, por que não houve redução? Não faz o menor sentido, um verdadeiro absurdo, Senhor Presidente!

No início do ano passado, o mesmo diretor da Aneel, Sr. Jerson Kelman, foi à imprensa dizer que o País deveria economizar energia porque havia riscos de apagão. Foi preciso o Presidente Lula e a Mi-nistra Dilma Roussef irem a público desmentir a informação. Ago-ra, um ano depois, o discurso é outro. Temos a alta do dólar como desculpa para as distribuidoras cometerem seus abusos. Fica claro, Senhor Presidente, que o diretor da Aneel não apenas dá decla-

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rações irresponsáveis, como defende os interesses dos grupos de distribuição de energia. Portanto, podemos acreditar que a Aneel, no comando do Sr. Jerson Kelman, trabalha a serviço de empresas e não a serviço da população.

Peço a atenção desta Casa. As famílias brasileiras não podem mais arcar com valores tão altos, reservando mais de 20% de sua renda para pagar uma conta de luz. Volto a lembrar, Sr. Presidente, que apresen-tamos pedido de instalação da CPI das Contas de Luz e acredito que dessa forma poderemos fazer justiça aos consumidores brasileiros.

Era o que tinha a dizer.Obrigado Senhor Presidente. – Eduardo da Fonte, Deputado

Federal – PP/PE.

AÇÕES

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PROJETO DE LEI No 1.033, DE 2007 (Do Sr. Eduardo da Fonte)

Assegura a ampla defesa e o contraditório, em processo administrativo, ao consumidor de serviços de energia elétrica.

O Congresso Nacional decreta:Art. 1º Esta lei disciplina o exercício do direito à ampla defesa e

ao contraditório, pelo consumidor, nos processos administrativos de contestação de faturamento de serviços de energia elétrica, por irre-gularidade na leitura do medidor de consumo.

Art. 2º Nos processos administrativos a que se refere o caput, serão observados os seguintes procedimentos:

I – as faturas emitidas pelas concessionárias deverão ser entre-gues ao consumidor com antecedência mínima de 10 (dez) dias da data de vencimento prevista e informada ao consumidor, previamen-te, por meio de contrato ou aditivo contratual;

II – as faturas deverão informar, com clareza, a quantidade de consumo medida relativa ao período corrente de apuração, indicadas as datas de início de contagem e a data da realização da leitura, e a cada um dos 11 (onze) períodos ou faturas imediatamente anteriores, assim como a média de consumo diária, para cada período;

III – as faturas deverão, também, informar os meios para acesso do consumidor à ouvidoria ou setor de reclamações da concessioná-ria (telefone de acesso gratuito, fax, endereço para correspondência postada com registro, endereço eletrônico ou endereço comercial

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para contato pessoal), onde ele poderá exercer seu direito de contes-tar a medição apresentada ou o valor faturado, assim como o prazo para fazê-lo, querendo, até o 3º (terceiro) dia útil antes do vencimento da conta;

IV – recebida a contestação, a concessionária providenciará a re-tirada da cobrança bancária direta (débito em conta) ou comunicará, ao consumidor, o protocolo do pedido, a suspensão da multa e dos juros por atraso de pagamento, até a conclusão do processo adminis-trativo de apuração da reclamação, e os procedimentos e prazos para realização da competente perícia;

V – realizada a perícia, a concessionária comunicará ao consumi-dor, pelos meios convencionados na protocolização da reclamação, quanto aos resultados apurados, assinalando-lhe o prazo de 10 (dez) dias para apresentação de contra-razões, facultada a prorrogação, por igual período, a pedido, quando o consumidor pretender apresentar relatório de perícia por ele contratada;

VI – analisadas as contra-razões, a concessionária procederá à retificação ou manutenção dos valores faturados e assinalará prazo para pagamento da nova fatura, nunca inferior a 10 (dez) dias do vencimento.

Art. 3º É proibida a cumulação do faturamento regular do consumo de energia elétrica com o procedimento especial previsto no artigo anterior.

Art. 4º Esta lei entra em vigor no prazo de 90 (noventa) dias de sua publicação.

Sala das Sessões, 10 de maio de 2007. – Deputado Eduardo da Fonte – PP/PE.

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Entenda:

O Projeto de Lei nº 1.033/97 visa permitir ao usuário a oportuni-dade de defesa quando houver suspeita de irregularidade na leitura do medidor de consumo. A partir de sua aprovação, o fornecedor deverá comprovar, por meio de perícia, o quantitativo consumido e o valor cobrado. Após a perícia, a concessionária deverá comu-nicar ao consumidor os resultados apurados.

Caso o usuário queira contestar o resultado da perícia, terá o prazo de dez dias para pedir a contestação. O prazo poderá ser prorro-gado, por igual período, quando o consumidor quiser apresentar relatório de perícia contratada por ele. Em caso de erro, a con-cessionária deverá fazer a retificação e emitir nova fatura, com o prazo mínimo de dez dias, para pagamento.

Fica vedada a cumulação da nova fatura gerada após perícia com o faturamento regular do consumo.

Quando o consumidor contestar a conta, a concessionária de-verá suspender a cobrança e as multas e juros por atraso até a con-clusão do processo administrativo de apuração da reclamação.

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PROPOSTA DE FISCALIZAÇÃO E CONTROLE Nº 16, de 2007

(Do Sr. Eduardo da Fonte)

Comissão de Defesa do Consumidor

Propõe que a Comissão de Defesa do Consumidor promova a fiscalização e controle dos atos da Agência Nacional de Energia Elétrica que estabeleceram revisão e reajuste de tarifas de energia elétrica da Companhia Energética de Pernambuco, desde 2005.

Senhor Presidente,Com base no art. 100, § 1º, combinado com os arts. 60, inciso II,

e 61 do Regimento Interno, proponho a V. Exª que, ouvido o Plenário

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desta comissão, se digne adotar as medidas necessárias para promover fiscalização e controle dos atos da Agência Nacional de Energia Elétri-ca que estabeleceram revisão e reajustes das tarifas de energia elétrica da Companhia Energética de Pernambuco – CELPE, desde 2005.

Justificação

Por ocasião da primeira revisão tarifária periódica da Celpe, le-vada a cabo em 2005, a Aneel aprovou reposicionamento tarifário de 32,54%, sendo autorizado reajuste de 24,43% em abril de 2005 e adiada a cobrança de 8,11% para os períodos tarifários compreendi-dos entre 2006 e 2009. Nessa ocasião, a principal pressão de custos foi o valor da energia comprada. Isso porque 34,5% do montante de energia considerado na revisão tarifária foi adquirido da usina termo-elétrica Termopernambuco, cujo controlador é o mesmo da Celpe, por preço substancialmente maior que o preço da energia adquirida nos leilões públicos.

Ocorre que a decisão de reconhecer esse contrato de compra de energia espúrio colide frontalmente com o disposto no contrato de concessão de serviço público de distribuição de energia elétrica, celebrado em 30 de março de 2000, entre a União, por intermédio da Aneel, e a Celpe. Com efeito, a subcláusula décima quarta da cláusu-la sétima obriga a concessionária a “obter a energia elétrica requerida pelos seus consumidores ao menor custo efetivo, dentre as alternativas disponíveis”.

Por conta do exposto anteriormente, os reajustes das tarifas de Celpe desde 2005 foram bem superiores aos das demais distribuido-ras que atuam na região Nordeste. Em conseqüência, as dificuldades dos consumidores pagarem suas contas de energia aumentaram con-sideravelmente, a atividade econômica no estado viu-se prejudicada e os investimentos em atividades intensivas em energia elétrica viram-se fortemente desencorajados.

É bom lembrar, ainda, que a grande maioria dos consumidores atendidos pela Celpe são cativos, não podendo ser atendidos por ou-tra distribuidora. Além disso, não há, no mais das vezes, condição de substituir a eletricidade por outro energético.

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Como se vê, a presente proposta de fiscalização e controle ali-cerça-se na competência do Congresso Nacional de fiscalizar e con-trolar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, atos do Poder Executivo, bem como na obrigação de a concessionária prestar servi-ço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conceito que com-preende, entre outros requisitos, a modicidade tarifária.

Sala da Comissão, 24 de maio de 2007. – Eduardo da Fonte, Deputado Federal – PP/PE.

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REQUERIMENTO Nº 36, De 2007 (Do Sr. Eduardo da Fonte)

Comissão de Defesa do Consumidor

Solicita que a comissão determi-ne ao Tribunal da Contas da União – TCU a realização de auditoria nos pro-cessos de reajuste tarifário da CELPE – Companhia Energética de Pernambuco, no período compreendido entre 2002 e 2007.

Senhor Presidente,Com base nos artigos 70 e 71 da Constituição Federal e nos ter-

mos regimentais do artigo 24, X, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, solicito a Vossa Excelência que esta comissão deter-mine a realização, com auxílio do Tribunal de Contas da União, de auditoria nos processos de reajuste tarifário da CELPE – Companhia Energética de Pernambuco, no período compreendido entre 2002 a 2007.

Justificação

A realização desta auditoria se faz necessária e urgente, uma vez que a tarifa de energia elétrica cobrada pela Celpe, é, sem dúvida, hoje, uma das mais altas do País e tem produzido lucros constantes e crescentes para a companhia, em detrimento de toda uma população.

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As tarifas de energia elétrica praticadas pela Celpe, no período de 2002 a 2007, trouxeram uma lucratividade bem acima dos padrões esperados para uma empresa que presta serviços essenciais para a po-pulação pernambucana. Pois os reajustes praticados no período, pela companhia, estão muito além da inflação do período.

Pelo exposto acima, solicitamos esta auditoria para que possa-mos verificar a legalidade na aplicação dos reajustes, e para que pos-samos fazer um acompanhamento dos próximos, evitando, dessa forma, um enriquecimento absurdo das concessionárias de serviços públicos, em detrimento do povo pernambucano1.

Sala da Comissão, 4 de julho de 2007. – Eduardo da Fonte, Deputado Federal – PP/PE.

1 Texto adaptado para a separata. Leia o conteúdo na íntegra acessando o site www.camara.gov.br

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REQUERIMENTO RCP Nº 11, De 2008 (Do Sr. Eduardo da Fonte, Sr. Ciro Nogueira,

Sr. Simão Sessim, Sr. Hermes Parcianello, Sr. Júlio Delgado, Sr. Léo Alcântara, Sr. Marcelo Teixeira,

Sr. Sandes Júnior, Sr. Sérgio Petecão, Sr. Fábio Faria, Sr. Waldir Maranhão, Sr. Eliene Lima e outros)

Requer a criação de Comissão Par-lamentar de Inquérito destinada a inves-tigar a formação dos valores das tarifas de energia elétrica no Brasil, a atuação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) na autorização dos reajustes e reposicionamentos tarifários, a título de

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reequilíbrio econômico-financeiro, e es-clarecer os motivos pelos quais a tarifa média de energia elétrica no Brasil ser maior do que em nações do chamado G7, grupo dos sete países mais desen-volvidos do mundo.

Senhor Presidente,Requeremos a Vossa Excelência, nos termos do § 3º do art. 58,

da Constituição Federal, e na forma dos arts. 35, 36 e 37 do Regimen-to Interno da Câmara dos Deputados, a instituição de Comissão Par-lamentar de Inquérito destinada a investigar, no prazo de 120 (cento e vinte) dias, a formação dos valores das tarifas de energia elétrica no Brasil, a atuação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) na autorização dos reajustes e reposicionamentos tarifários, a título de reequilíbrio econômico-financeiro, e esclarecer os motivos pelos quais a tarifa média de energia elétrica no Brasil ser maior do que em nações do chamado G7, grupo dos sete países mais desenvolvidos do mundo.

Justificação

No passado recente, o preço da energia elétrica foi citado como uma vantagem competitiva do Brasil. Todavia, essa situação modifi-cou-se radicalmente. O valor da energia elétrica tem pesado cada vez mais nas planilhas de custos das empresas e no bolso da população, sobretudo devido à ampliação do seu uso pelas camadas menos favo-recidas e à sua crescente essencialidade na vida moderna.

Nos últimos dez anos, as tarifas de energia elétrica quadru-plicaram. O megawatt-hora, unidade de venda de energia, custava R$60,00, em média, em 1995. Em 2006, era vendido por R$230,00 e a previsão para os próximos dez anos é desanimadora. Até 2017, os custos de geração de energia elétrica devem dobrar. Segundo estudos da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia Elé-trica (ABRACE), a energia elétrica acumula alta de 180% nos últimos quatro anos. O repasse dessa alta é inevitável. Conforme declaração

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aos jornais do Sr. Cledorvino Bellini, presidente da subsidiária bra-sileira da Fiat, a energia elétrica representa até 7% do preço de um carro.

Para a Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica (APINE) o custo da energia no curto prazo é a principal preocupação. Conforme a entidade, o preço do megawatt-hora no Siste-ma Sudeste, que concentra a maior carga e as maiores indústrias do País, chegou a R$569,50, poucos centavos abaixo do teto de R$ 569,57, fixado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Em dezembro de 2006, o preço era de R$58,76. Em dezembro de 2007, o valor subiu para R$204,93, chegando a atingir R$475,00. O megawatt-hora no Brasil é mais caro do que em muitos países desenvolvidos e as tarifas de energia elétrica têm subido muito acima da inflação. O quadro abaixo, elaborado pela Fiesp, demonstra isso com clareza:

Tarifas de energia elétrica em vários países

Tarifa Industrial US$/ MWh Tarifa Residencial US$/MWh

Itália 236 Dinamarca 328

Irlanda 150 Itália 253

Brasil c/ impostos 140 Irlanda 226

Reino Unido 132 Reino Unido 220

Hungria 128 Alemanha 212

Eslováquia 128 Portugal 204

Áustria 126 Áustria 202

Portugal 123 Brasil c/ impostos 199

Japão 120 Japão 188

Tchecoslováquia 108 Hungria 173

Brasil s/ impostos 104 Eslováquia 173

México 102 Espanha 165

Turquia 100 França 151

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Espanha 91 Brasil s/ impostos 148

Alemanha 84 Nova Zelândia 147

Suíça 81 Finlândia 140

Finlândia 80 Tchecoslováquia 137

Polônia 78 Polônia 134

Dinamarca 76 Suíça 132

Grécia 70 Noruega 121

Coréia 68 México 120

Nova Zelândia 66 Turquia 113

Austrália 61 Grécia 113

Estados Unidos 61 Coréia 103

China 57 Estados Unidos 100

Noruega 56 Austrália 98

França 53 China 78

Canadá 49 Canadá 67

África do Sul 22 África do Sul 59 Fonte: Roberto D´Araujo. Apresentação para seminário na Fiesp, 2007.

Há necessidade de se investigar os critérios da Aneel para auto-rizar os reajustes e reposicionamentos tarifários. O exemplo do que ocorreu em Pernambuco, com a Companhia Energética de Pernam-buco (CELPE), demonstra a necessidade da investigação. Com efei-to, a Aneel autorizou reposicionamento tarifário da Celpe no mon-tante de 32,54%, escalonados da seguinte forma: 24,43% em abril de 2005 e 8,11% no período compreendido entre 2006 e 2009. Quando se examina os dados referentes aos últimos sete anos, constata-se que o aumento da energia elétrica para o consumidor final é quase o do-bro da correção do IGPM e quase o triplo do IPCA. O quadro abaixo traz a comparação entre a evolução do IGPM, do IPCA e do índice de reajuste da energia elétrica em Pernambuco:

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ANO IGPM (acumulado)

IPCA (acumulado)

Índice de reajuste tarifário acumulado)

2001 10,37% 7,67% 14,85%

2002 38,30% 21,17% 31,48%

2003 50,32% 32,43% 67,39%

2004 68,99% 42,50% 84,83%

2005 71,02% 50,61% 107,93%

2006 77,60% 55,34% 149,15%

2007 91,36% 62,26% 180,16%

O serviço de fornecimento de energia é de natureza pública e é essencial, conforme prevê o art. 175 da Constituição Federal, sendo regulada, portanto, pelas regras de Direito Público, que protege o interesse da sociedade como um todo. Em razão disso, o acesso da população ao serviço deve ser o mais amplo possível, o que torna a questão da modicidade tarifária fundamental. A Lei nº 8.987, de 1995 (Lei de Concessões) já declarara, em seu art. 6º, que “toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato, e define que serviço adequado é o que satisfaz as condições de regu-laridade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas”.

A Aneel tem se omitido de sua atribuição legal de garantir tarifas justas de energia elétrica. O princípio da modicidade exige tarifas ra-zoáveis de forma a respeitar a capacidade econômica dos usuários dos serviços públicos. Não existe modicidade de tarifas quando se aumenta arbitrariamente os lucros, via elevação abusiva das tarifas, inviabilizando o consumo de serviços ou bens. Tarifas elevadas dificultam o adimple-mento por parte dos consumidores residenciais, principalmente os de baixa renda, o que acarreta a descontinuidade do serviço em virtude dos cortes, bem como impede o acesso de um maior número de consumi-dores a esse serviço. A modicidade das tarifas representa a possibilidade de acesso e efetiva utilização do serviço público de forma universal.

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O impacto do aumento da energia elétrica, em especial no setor industrial, pode reduzir a produção e afetar o crescimento do PIB. A Fundação Getúlio Vargas, através da FGV Projetos, elaborou estudo intitulado “Cenários de impactos da elevação do preço da energia elétrica – 2006-2015”. O trabalho chegou à conclusão de que sem a elevação do preço da energia elétrica, ou seja, de acordo com o cená-rio básico, o PIB per capita brasileiro crescerá à taxa de 2,4% ao ano, revertendo o desempenho medíocre dessa variável nos últimos 25 anos, quando o PIB per capita cresceu à taxa de apenas 0,3% ao ano. Esse desempenho é significativamente afetado nos dois cenários de elevação dos preços da energia examinados. No cenário pessimista, a FGV prevê o crescimento do PIB per capita em torno de 1,6% ao ano, ou seja, 50% menor do que o cenário básico. Já no cenário mais oti-mista, o crescimento per capita é de 1,9% ao ano, ou seja, 26% menor do que o cenário básico.

Por esses motivos, solicitamos a instituição desta Comissão Parlamentar de Inquérito.

Sala das Sessões, 27 de maio de 2008.

Total de Assinaturas: Confirmadas 293Câmara dos Deputados

Secretaria-Geral da MesaServiço de Análise de Proposições – SERAP

(Fones: 3216-1110/1111/1112 – Fax: 3216-1105 – e-mail: [email protected])

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Acórdão nº 2.210, de 2008 – Plenário TCU

Número Interno do DocumentoAC-2210-41/08-PGrupo/Classe/ColegiadoGRUPO I / CLASSE II / PlenárioProcesso: 021.975/2007-0NaturezaSolicitação do Congresso NacionalEntidadeEntidade: Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEELInteressadosInteressado: Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos DeputadosSumário

Solicitação de auditoria oriunda da Câmara dos Deputados.Metodologia adotada pela Aneel, para reajustamento de contra-

tos de concessionários de distribuição de energia elétrica. Solicita-ções de natureza idêntica apensadas. Conhecimento. Inconsistências na metodologia examinada. Apropriação indevida de ganhos pelas concessionárias, sem compartilhamento com o consumidor final. Afronta o dispositivo legal que rege a concessão de serviços públicos. Exercício de controle repressivo pelo tribunal. Determinação de me-didas corretivas, extensivas às demais concessionárias de distribui-ção de energia elétrica. Atendimento a questionamentos formulados. Comunicações. Remessa de cópias. Arquivamento. Constituição de Processo de Monitoramento.

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Assunto:Solicitação do Congresso NacionalMinistro Relator: Benjamin ZymlerRepresentante do Ministério Público: não atuouUnidade Técnica: SefidAdvogado Constituído nos Autos: não háDados MateriaisApensos: TC – 021.972/2007-8 e TC – 018.422/2007-7

Relatório do Ministro Relator:Origina-se o presente processo de solicitação de auditoria, for-

mulada pela Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados, por intermédio do Of. Pres. nº 245/07, tendo por objeto os processos de reajuste tarifário da CELPE – Companhia Energética de Pernambuco, no período de 2002 a 2007.

2. A solicitação em apreço decorreu do requerimento nº 36/07, de autoria do Deputado Federal Eduardo da Fonte, aprovado em 15-8-2007.

3. Encaminhada a matéria à Sefid, submeteu-se a este relator proposta preliminar de diligência junto à Aneel, com vistas à obten-ção dos elementos técnicos que fundamentaram os índices de reajus-tes tarifários da Celpe, no período enfocado.

4. Autorizada a diligência, foram encaminhados àquela unidade técnica os documentos e planilhas de cálculos pertinentes. Em se-qüência, foi realizada uma reunião técnica entre a equipe da Aneel e a equipe de inspeção, oportunidade na qual foram registrados em ata os entendimentos firmados a respeito da interpretação dada pela agência sobre pontos da metodologia empregada.

5. A par desses elementos, Sefid procedeu à avaliação da legali-dade e legitimidade dos reajustes, enfocando a questão quanto à re-gularidade dos cálculos aplicados no reajuste em relação à metodo-logia em vigor e, também, quanto à aderência dessa metodologia aos princípios legais que regem a concessão dos serviços de distribuição de energia elétrica.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos estes autos de solicitação de audi-

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toria oriunda do Congresso Nacional, o Tribunal Pleno, diante das razões expostas pelo relator, acorda em:

9.1. determinar à Agência Nacional de Energia Elétrica, com fulcro no inciso I, art. 14 da Lei nº 9.427/96 e § 1º, art. 6º da Lei nº 8.987/95, que:

9.1.1. ajuste a metodologia atual de reajuste tarifário presente no contrato de concessão da Celpe, corrigindo as seguintes inconsistên-cias:

9.1.1.1. a Parcela B calculada no reajuste tarifário absorve indevi-damente os ganhos de escala decorrentes do aumento de demanda;

9.1.1.2. os ganhos de escala, decorrentes do aumento da deman-da, não são repassados para o consumidor, provocando o desequilí-brio econômico-financeiro do contrato;

9.1.2. apresente ao TCU, no prazo de 60 (sessenta) dias, um cronograma de implementação dos ajustes metodológicos referidos no subitem 9.1;

9.1.3. avalie o impacto no equilíbrio econômico-financeiro do contrato, da metodologia utilizada nos reajustes da Celpe desde o início da concessão até a presente data;

9.1.4. apresente ao TCU, no prazo de 60 (sessenta) dias, a ava-liação referida no item 9.1.3;

9.1.5. estenda os ajustes metodológicos, que vierem a ser feitos no contrato da Celpe, às demais empresas concessionárias de energia elétrica do País;

9.2. comunicar à Comissão de Defesa do Consumidor da Câ-mara dos Deputados as deliberações que vierem a ser proferidas pelo tribunal, em resposta aos expedientes que originaram este processo e àqueles a ele apensados;

9.3. remeter cópias deste acórdão, bem como do relatório e voto que o fundamentam, à Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados; à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL); à Casa Civil da Presidência da República; ao Ministério de Minas e Energia (MME); à Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado Federal; à Sub-comissão Temporária de Regulamentação dos Marcos Regulatórios do Senado Federal; à Comissão de Minas e Energia da Câmara dos

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Deputados; à 3ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal; à Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda;

9.4. arquivar os presentes autos.

Quorum13.1. Ministros presentes: Walton Alencar Rodrigues (Presiden-

te), Guilherme Palmeira, Ubiratan Aguiar, Benjamin Zymler (Rela-tor) e Raimundo Carreiro.

13.2. Auditores convocados: Marcos Bemquerer Costa e André Luís de Carvalho.

PublicaçãoAta no 41/2008 – PlenárioSessão 8-10-2008Aprovação 9-10-2008DOU 10-10-2008Referências (HTML)

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O gráfico acima representa os reajustes tarifários residenciais do Estado de Pernambuco. Do período de 2003 a 2007, o índice acu-mulado foi de 63,18%. Quando assumiu como deputado federal, Eduardo da Fonte conseguiu diminuir esses índices. Só no primeiro ano de mandato, em 2007, o reajuste para tarifas de energia elétrica residencial foi de 0,79%. Em 2008, o parlamentar participou da audi-ência pública na Aneel, onde a Celpe pedia um reajuste de 15,85%, e garantiu que o reajuste fosse de 2,87%.

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OS Nº 04120/2008