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EDIO ESPECIAL

AS MAIORES EMPRESAS NO FINANCEIRAS DE PORTUGAL

A lista das empresas que comandam o pas por vendas e mais 6 indicadores As melhores e as piores I 24 sectores em anlise I As lderes de cada distrito

500Os desafios da internacionalizaoA abertura da economia portuguesa ao mundo, como as empresas do o salto para o estrangeiro e o que o Estado deve fazer para as ajudar

Dados fornecidos por

ESTA REVISTA FAZ PARTE INTEGRANTE DO PBLICO 4618 E NO PODE SER VENDIDA SEPARADAMENTE

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PBLICO 500 MAIORES EMPRESAS NO FINANCEIRASEDITORIAL Carlos Rosado de Carvalhopgina 1

INDSTRIA AUTOMVEL Lurdes Ferreirapgina 38

TEMA DE CAPA OS DESAFIOS DA INTERNACIONALIZAOO PAPEL DO ESTADO NA INTERNACIONALIZAO Joo Ramos Silvapgina 5

INDSTRIA DE CELULOSE, PAPEL E ARTES GRFICAS Anabela Campospgina 38

INDSTRIA DA MADEIRA, CORTIA E MVEIS Carlos Rosado de Carvalhopgina 40

COMO AS EMPRESAS PORTUGUESAS DO O SALTO Cristina Caldeirapgina 10

INDSTRIA DA ALIMENTAO, BEBIDAS E TABACO Rita Sizapgina 40

PORTUGAL INTERNACIONAL Rui Nunespgina 16

INDSTRIA DE MATERIAL ELCTRICO E ELECTRNICO Clara Teixeirapgina 42

500 MAIORES GRANDES NMEROSQUANTO VALEM AS 500 Carlos Rosado de Carvalhopgina 22

INDSTRIA DE MINERAIS NO METLICOS Anabela Campospgina 42

INDSTRIA FARMACUTICA

ANLISES SECTORIAISCOMRCIO Carlos Romeropgina 28

Ana Rita Guerrapgina 44

INDSTRIA METALRGICA E METALOMECNICA Ana Rita Guerrapgina 44

COMRCIO, ALIMENTAO, BEBIDAS E TABACO Carlos Romeropgina 28

INDSTRIA QUMICA Ana Rita Guerrapgina 46

COMRCIO AUTOMVEL Lurdes Ferreirapgina 30

INDSTRIA TXTIL, DO VESTURIO E DO COURO Rita Sizapgina 46

COMRCIO FARMACUTICO Ana Rita Guerrapgina 30

MEDIA Clara Teixeirap g i n a 47

COMRCIO DE MATERIAL ELCTRICO E ELECTRNICO Clara Teixeirapgina 32

SERVIOS Anabela Campospgina 48

COMRCIO DE PRODUTOS PETROLFEROS Lurdes Ferreirapgina 32

SERVIOS DE TRANSPORTES Anabela Campospgina 48

COMUNICAES Clara Teixeirapgina 34

AGRICULTURA E INDSTRIA EXTRACTIVApgina 49

CONSTRUO E OBRAS PBLICAS Rita Sizapgina 36

LISTAAS 500 POR VENDAS EM 2001pgina 49

ELECTRICIDADE, GS E GUA Lurdes Ferreirapgina 36

NDICEAS 500 DE A a Zp g i n a 70

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O papel do Estado na internacionalizaoAs empresas atrevem-se a pisar um terreno (os mercados estrangeiros) que, partida, no conhecem to bem, porque pensam que dispem de vantagens sobres os seus concorrentes externos. cabe aos Governos implementar polticas que visem reforar as vantagens que as suas empresas dispem.JOAQUIM RAMOS SILVA, Professor do ISEG/UTL

as levam a pisar um terreno que, partida, no conhecem to bem. Este processo , por seu turno, determinado pela especializao internacional do pas de origem. Para comear, tornase evidente que os governos podem implementar polticas que visem reforar as vantagens que as suas empresas dispem.SELECCIONAR REAS DE ESPECIALIZAO...

Desde

o incio dos anos 80, em muitos pases, foram lanados programas de privatizaes mais ou menos vastos e profundos e diminuram as regulamentaes pblicas rgidas que antes bloqueavam os mais variados sectores de actividade econmica. Ao mesmo tempo, foram postos de p organismos de superviso da concorrncia que tm actuado, pelo menos num certo nmero de casos, com razovel eccia. No plano externo, numa base unilateral, multilateral ou de integrao econmica (por grupos de pases como na Unio Europeia), tm sido eliminadas barreiras ao comrcio bem como removidos obstculos ao movimento de capitais. At a circulao internacional de trabalhadores, embora encontre numerosos entraves, aumentou claramente. certo que estamos bem longe de um mundo de livre circulao, e que muitas discriminaes permanecem, mas, neste domnio, a paisagem da economia mundial tem mudado em aspectos signicativos. Neste contexto, far

Tendo em conta a sua importncia central, vale a pena caracterizar um pouco melhor esta forma de contribuio do Estado. Note-se que, at meados do sc. XX, a especializao internacional era vista como estvel e s no longo prazo podia eventualmente conhecer mudanas. Posteriormente, este modo de pensar foi posto em causa pela evidncia emprica. Assim, por exemplo, ao longo dos ltimos cinquenta anos, o Japo e as novas economias industrializadas asiticas j conheceram vrios ciclos de especializao, que se tornou, portanto, dinmica e exvel. Em particular, a aco dos governos tem marcado este processo, ao evoluir-se das vantagens comparativas (naturais ou dadas), para as vantagens competitivas (em grande parte, construdas pelas instituies). Vejamos um exemplo esclarecedor. Nos anos 60, a Irlanda optou por uma especializao baseada em indstrias capitalintensivas. Um amplo conjunto de medidas foi implementado com vista a concretizar esta orientao. Uma das traves mestras desta estratgia foi a generalizao do ensino tcnico ao nvel do terceiro ciclo do secundrio, na sequncia da qual foram criados toda uma srie de Regional Technical Colleges por toda a Irlanda, cujo sucesso residiu nos estreitos laos que estabeleceram entre os mundos acadmico e industrial. Mais tarde, a nova orientao foi criticada por economistas de renome, na medida em que, a Irlanda se estaria a afastar da especializao determinada pela sua dotao de factores, em particular a abundncia do factor trabalho, pois era tradicionalmente um pas de forte emigrao que conhecia elevadas taxas de desemprego. A este propsito, Bela Balassa chegou mesmo a referir-se aos erros irlandeses. Pode-se talvez considerar que a estratgia irlandesa tardou em dar frutos, mas quando o fez, a partir

Nos anos 60, a Irlanda optou por uma especializao baseada em indstrias capitalintensivas. Uma das traves mestras desta estratgia foi a generalizao do ensino tcnico ao nvel do terceiro ciclo do secundrio, cujo sucesso residiu nos estreitos laos que estabeleceram entre os mundos acadmico e industrial.sentido considerar que o Estado tem ainda um papel a desempenhar na internacionalizao das empresas? Para vrios autores a resposta , sem margem para dvidas, armativa, ou melhor, embora em bases novas e diferentes, faz, at, mais sentido. No passado, as actividades internacionais das empresas resumiam-se, no essencial, exportao e s operaes mais directamente relacionadas com ela (eg, despacho). Mas, nas ltimas dcadas, elas tm-se progressivamente alargado em cadeia: abertura de sucursais de vendas, criao de canais de distribuio, produo no estrangeiro, por vezes de maneira articulada em diversos pases, etc. Em termos simplicados, como nos ensina a teoria econmica, as empresas lanam-se nestas actividades porque usufruem de vantagens (em relao aos seus concorrentes externos), que, proporcionando-lhes mais lucros,

CDIGO DE CONDUTA DOS PODERES PBLICOSDenir e implementar estratgias sustentveis de especializao e de competitividade. I Articular as polticas internas (educao e formao de recursos humanos, investigao e desenvolvimento, infra-estruturas, etc.) com o processo de internacionalizao das empresas. I Diplomacia econmica activa que coloque o Estado ao lado das empresas e lhes fornea informao e apoio valiosos. I Participao dos organismos pblicos ao lado de outros (privados, semi-pblicos, da sociedade civil) na constituio de redes de suporte internacionalizao das empresas. I Os subsdios produo, eventualmente a conceder, devem ser sempre temporrios, e aplicar-se apenas a novos produtos e sectores em que as empresas j tenham revelado hipteses de sucesso e no a priori. I Encargos scais das empresas.I

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do nal dos anos 80, com o desenvolvimento das novas tecnologias de informao e comunicao, para o qual estava bem apetrechada (a indstria farmacutica era alis outra rea importante de especializao), foi de uma forma brilhante. Sem dvida, a via irlandesa no a nica. A Itlia, por exemplo, optou por manter uma especializao em indstrias trabalho-intensivas, conseguindo igualmente melhorias notveis no seu desempenho. Neste caso, contou sobretudo uma administrao local eciente, que na base de vastas e sosticadas redes sociais, acelerou o dinamismo econmico e a competitividade (eg, no quadro dos distritos industriais). Qualquer que seja a opo no domnio da especializao, ela tem que ser clara e implementada de uma forma responsvel, a m de adquirir credibilidade e sustentabilidade. Os Estados, devido ao carcter geral dos seus ns, so mais vocacionados para tarefas deste tipo do que as empresas privadas, que tm objectivos e meios de aco comparativamente limitados, mesmo tomadas em conjunto. Outra forma de interveno do Estado, relevante em pases ainda em incio de internacionalizao ( o caso de Portugal), diz respeito ao facto de esta se realizar no contexto de um processo de aprendizagem. Assim, desde que certas condies mnimas se veriquem, quanto mais cedo as empresas se lanarem na internacionalizao e desenvolverem actividades nos mercados externos, mais cedo podem progredir, nomeadamente consolidando e expandindo as suas vantagens. No entanto, muitos governos actuam erradamente, incentivando e protegendo apenas polticas de concentrao no mercado interno, esquecendo que as actividades internacionais podem trazer maiores retornos para as suas empresas, e portanto, para as suas economias. Alis, a criao de externalidades internacionais positivas considerada, hoje em dia, um dos mais preciosos capitais para o conjunto das empresas de um determinado pas.... DESENVOLVER POLTICAS RELEVANTES...

SUBSDIOS: A TRADIO J NO O QUE ERATRADICIONALMENTE, AS FORMAS DE INTERVENO pblica privilegiadas a este nvel eram as subvenes exportaes e outras similares. No deixam de ser verdade que muitos governos ainda as praticam apoiando assim directamente as suas empresas. No entanto, quer por razes institucionais (no GATT/ OMC, este tipo de medidas condenado, podendo dar origem a represlias), quer pelas distores que provoca nas relaes econmicas internacionais, esta forma de interveno tem vindo a perder algum terreno, em nome de uma maior transparncia do mercado. certo que a teoria econmica pode recomendar o apoio do Estado s empresas a m de se tornarem competitivas escala internacional, mas sob a forma de subsdios produo e em condies muito restritivas. Eles devem ser sempre temporrios, dirigir-se a novos produtos e sectores com reais hipteses de sucesso e nunca ser concedidos a priori. Acresce que os pases pequenos (em termos econmicos) sofrem de uma grande desigualdade a este nvel: uma grande economia, onde o Estado tem sempre um vasto oramento sua disposio, e o pode manipular, est mais equipada para tomar a dianteira de processos deste tipo, sobretudo em mercados onde existem elevadas barreiras entrada (veja-se o exemplo da aeronutica). Para o caso daqueles pases, embora no se deva em absoluto excluir os subsdios produo, devem ser escolhidos, de preferncia, outros instrumentos mais ecazes de apoio internacionalizao das empresas. No quadro junto, resumimos os principais vectores da contribuio do Estado para a internacionalizao das empresas. Evidentemente no se trata aqui de exaurir o tema. I

Uma vez de nida, a estratgia de especializao funciona como base do processo. O Estado pode agora avanar com polticas relevantes para a internacionalizao das empresas de uma maneira consequente, entre outras, ao nvel da educao e formao de recursos humanos (to importantes como vimos no caso irlands), investigao e desenvolvimento, e infra-estruturas. No passado, muitas destas polticas eram consideradas estritamente internas, isto , com poucos reexos na competitividade internacional das empresas (a administrao pblica era talvez o caso mais agrante), mas este ponto de vista tem vindo a alterar-se, mesmo em economias relativamente fechadas. Numa perspectiva de competio global, os ganhos obtidos nestes sectores (por exemplo, atravs de uma administrao pblica eciente), fazem por vezes a diferena

fundamental para as empresas. Assim, torna-se indispensvel uma articulao entre estas polticas pblicas e as necessidades das empresas que se internacionalizam.... E APOSTAR NA DIPLOMACIA ECONMICA

Outro domnio onde o papel do Estado cresceu foi na diplomacia econmica. Tradicionalmente, o seu espao estava bem demarcado, e os objectivos econmicos eram secundrios. Mas, nas ltimas dcadas, a diplomacia econmica

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A estratgia de internacionalizao exige escolhas claras e consequentes do Governo

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levada a cabo por muitos governos, tornou-se um dos principais instrumentos ao dispor das empresas que se internacionalizam (bem como na atraco das empresas estrangeiras). Com efeito, ela pode oferecer-lhes no s um importante apoio institucional como ainda vrios tipos de servios, designadamente de carcter informativo, difceis de obter por outras vias. Alis, como mostrou Carron de la Carrire, autor da obra Diplomatie conomique, muitos destes servios pblicos podem e devem ser cobrados s empresas.

recomendvel. No caso das pequenas e mdias empresas bvio que um quadro deste tipo potencia grandemente a sua internacionalizao. De novo, o Estado, atravs de certos organismos e servios, pode desempenhar uma funo insubstituvel na construo e funcionamento das redes. Alis, as actividades desenvolvidas neste contexto podem ter um custo relativamente baixo e o seu nanciamento ser partilhado pelos diversos agentes que nelas participam, tendo em conta a rentabilidade das respectivas operaes.A PREGUIA PORTUGUESA

Em pases como Portugal, a grande dificuldade em compreender o novo papel do Estado no domnio da internacionalizao, prende-se com a lgica despesista dominante. Para a maioria dos agentes, Estado despesa pblica. Temos que reconhecer que muitos empresrios apenas olham para o Estado como uma fonte de onde podem sacar mais alguns fundos.Os organismos pblicos podem ainda participar activamente na criao de redes de suporte internacionalizao. Na medida em que as actividades externas das empresas tm consequncias cada vez maiores na economia dos pases e regies e abrangem um nmero crescente e diverso de actores, em vez de cada um para seu lado, uma actuao em rede

Uma pequena nota a terminar, como temos salientado em diversas ocasies, em pases como Portugal, a grande diculdade em compreender o novo papel do Estado neste domnio, prende-se com a lgica despesista dominante. Para a maioria dos agentes, Estado despesa pblica. Temos que reconhecer que muitos empresrios apenas olham para o Estado como uma fonte de onde podem sacar mais alguns fundos. Quanto aos polticos, mesmo que digam o contrrio, cam contentes ao distribuir os seus milhes, enquanto revelam uma enorme preguia e falta de iniciativa, em de nir e executar estratgias de internacionalizao dignas desse nome, isto , que ajudem de facto as empresas. que, as referidas estratgias, embora no pressuponham mais despesa pblica (vimos at que alguns novos servios pblicos de apoio devem ser cobrados aos seus benecirios), exigem escolhas claras e consequentes bem como persistncia na sua implementao e, se necessrio, capacidade e as adaptar. I

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Como as empresas portuguesas do o saltoA maioria das firmas nacionais prefere internacionalizar-se para pases culturalmente e geograficamente prximos, atravs de aquisies de unidades sob a forma de joint-venture. Quando a opo o investimento de raiz nota-se um claro desenvolvimento no estabelecimento das filiais comerciais em detrimento de unidades produtivas.Cristina Caldeira*

O ENQUADRAMENTO externo actual, caracterizado pela interdependncia das economias, globalizao dos mercados, desregulamentao e mundializao da concorrncia, abriu novas oportunidades, mas tambm desaos, que impulsionaram as empresas portuguesas a desenvolver esforos para a adopo de estratgias activas de internacionalizao. Existe, na verdade, um crescente reconhecimento da inevitabilidade de concorrer em mercados abertos e sob a presso do tempo. Na ltima dcada, uma parcela signicativa das empresas portuguesas interiorizou j a ideia de que a proteco conferida pelas fronteiras nacionais cada vez mais limitada. Isto no signica, porm, que os espaos nacionais tenham perdido toda a sua relevncia. Por um lado, para muitas empresas os principais concorrentes so outras empresas nacionais, embora os desaos competitivos de empresas europeias no estabelecidas em Portugal assumam tambm importncia. Por outro lado, no obstante as facilidades criadas pelo Mercado nico Europeu, vender fora do pas de origem oferece alguns obstculos. Da que se torne indispensvel reectir em conjunto sobre os processos de internacionalizao das empresas portuguesas. A internacionalizao no pode ser vista como mera extenso das posies nacionais num mundo crescentemente homogeneizado, mas sim como actuaes orientadas por uma lgica estratgica face a uma concorrncia cada vez mais global. Tais actuaes visam ganhar capacidade competitiva, pela explorao de competncias prprias, pela insero em redes de relaes dinO reforo de rede de relaes levou a PT a comprar a brasileira TelespF OTO G R A F I A D . R .

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O B--B DA INTERNACIONALIZAOEXISTEM INMER AS DEFINIES DE internacionalizao, que de um modo geral pe em confronto, por um lado, a perspectiva da economia nacional com a ptica da empresa (micro-macro) e, por outro, operaes inward-outward. Segundo Young S., Hamill J., Wheeler C. e Davie J. (1989), internationalisation is commonly used to describe the developmental process of increasing involvement in international business. Um processo de internacionalizao normalmente encarado como um incio de fase de sucesso e de a rmao das empresas. No entanto, no um processo isento de riscos e condicionantes. Qualquer iniciativa desta natureza, e em particular os projectos de investimentos externos, devem ser analisada tendo em conta toda a sua envolvente poltica, jurdica, econmica, social e cultural (Root, 1994). Segundo o mesmo autor, a complexidade do processo deve-se a factores internos empresa, mas tambm a factores relacionais e externos, que vo actuar ora como estmulo ora como condicionante da internacionalizao. Uma vez iniciado o processo de internacionalizao, verica-se que as empresas vo reforando as suas posies no exterior medida que vo acumulando experincia internacional. Os conhecimentos adquiridos vo assim permitindo aumentar a competitividade da empresa. Esta posio competitiva traduz-se num aspecto positivo que pode ocorrer por trs vias: explorao das competncias centrais; realizao de economias de localizao; aumento das economias de escala e de experincia. I C.C.

DE DOMSTICA A GLOBALA evoluo internacional de uma empresa atravessa quatro fases distintas: DOMSTICA A empresa predominantemente orientada para o mercado domstico e limita-se a exportar pontualmente. INTERNACIONAL A empresa exporta regularmente para um nmero restrito de mercados externos, mas contnua a privilegiar o mercado domstico. MULTINACIONAL A empresa tem uma presena significativa num vasto nmero de pases e procura conciliar os interesses do mercado domstico com os dos mercados externos. MUNDIAL A empresa actua escala global e adequa as suas prticas de gesto s caractersticas de cada zona servida.

(concorrentes, clientes, fornecedores) e a capacidade de adaptao e articulao de diferentes condies locais (especicidades culturais, econmicas, regulamentares e lingusticas dos pases ou regies).A ESTRATGIA LUSITANA.

micas, pelo esbatimento de handicaps existentes e/ou pelo acesso e endogeneizao de novas competncias. Consequentemente, os processos de internacionalizao no so simples nem podem ser separados das estratgias competitivas prosseguidas pelas empresas. Envolvem vertentes diversas, incluindo nomeadamente a atitude competitiva, a congurao geogrca das actividades da empresa, os mecanismos de gesto e de coordenao de actividades, o desenvolvimento interno de competncias dinmicas de gerao, absoro e integrao de conhecimento, o relacionamento com outras empresas

Embora o processo de internacionalizao de cada empresa seja diferente, com frequncia o padro de expanso geogrca tem incio na simples exportao spot em resposta a encomendas colocadas por clientes estrangeiros, passa pela criao de uma rede de agentes e distribuidores nos mercados externos para consolidar as posies comerciais e pode mesmo terminar na construo de grandes empresas transnacionais com operaes integradas em todo o mundo. De acordo com um estudo de campo efectuado junto de 30 empresas portuguesas no mbito de uma tese de mestrado, a maioria das rmas portuguesas seleccionou os pases cultural e geogracamente prximos para se expandirem geogracamente. O trabalho tambm permite concluir que a internacionalizao baseada na deslocalizao da produo, ou de partes do processo produtivo, tem como destino pases em vias de desenvolvimento em virtude das vantagens comparativas ao nvel do custo de mo-de-obra. A internacionalizao da actividade comercial ocorre especialmente para pases da Unio Europeia. Na perspectiva de Porter (1986), as grandes empresas internacionalizam a logstica e a produo, enquanto as pequenas empresas limitam-se a in-

ternacionalizar a actividade logstica e comercial. Quanto forma de concretizao do investimento, vericamos um especial predomnio de aquisies de unidades sob a forma de joint-venture, em detrimento do investimento de raiz. No que se refere internacionalizao das actividades, notamos um

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claro desenvolvimento no estabelecimento das liais comerciais em oposio s produtivas, estas em clara inferioridade. Relativamente aos factores de atractividade e de localizao, o estudo revela que, de uma forma genrica, atractivos oferecidos pelos pases desenvolvidos (UE) s empresas portuguesas baseiamse na possibilidade de desenvolvimento de estratgias de cooperao, enquanto os pases em vias de desenvolvimento tendem a conceder benefcios aos investidores portugueses atravs da facilidade de relaes interpessoais, divulgao de informao, possibilidade de subcontrataes vantajosas, que constituem mais-valias muito valorizadas pelos empresrios e executivos contactados. As consequncias mais imediatas consubstanciam-se numa maior abertura da economia ao exterior, num acrscimo de competitividade que viabiliza a adopo de novas estratgias de internacionalizao.OS CUSTOS E OS BENEFCIOS. DesenharamA Galp foi para Espanha para crescer e ter acesso a recursosF OTO G R A F I A P E D R O C U N H A

se estratgias de aumento de quotas de mercado atravs de aquisies,

PARA ONDE AVANAR E COMOO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAO DE UMA EMPRESA envolve, partida, duas decises crticas: para onde internacionalizar e como internacionalizar. A seleco dos mercados prioritrios motivo de grande ponderao, visto ter de obedecer a critrios de natureza estratgica, com vista a maximizar a competitividade conjunta das actividades no pas de origem e no estrangeiro. Neste sentido, defensvel que o processo de internacionalizao da empresa seja enquadrado com as competncias e vantagens competitivas desenvolvidas no mercado domstico. De acordo com a tipologia apresentada por Franklin Root (1994), entre os casos-limite da exportao e do IDE (investimento directo estrangeiro), observamos um vasto conjunto de alternativas, que incluem contratos de licenciamento, contratos de gesto ou alianas estratgicas. Os estudos de campo demonstram que o problema central das empresas portuguesas em fase de internacionalizao o do estabelecimento de uma estratgia de entrada no mercado-alvo, e que a opo entre os vrios modos de entrada condicionada pela existncia de factores relacionais, internos e externos empresa. Uma vez identicadas as primeiras modalidades de entrada nos mercados externos, a empresa deve procurar restringir o seu leque de opes de internacionalizao em funo da anlise dos seguintes factores: enquadramento legal; acesso ao mercado; experincia; competio; risco; controlo; retorno; natureza dos activos; custo; recursos e produtos. Constata-se assim que o sucesso competitivo no pas de origem condiciona de vrias maneiras a internacionalizao de uma empresa, potenciando diferentes graus de internacionalizao. Enquanto as grandes empresas (com uma dimenso internamente adquirida, algum aprofundamento do negcio internacional, uma mentalidade internacional e conhecimento dos mercados) conseguem ultrapassar etapas da internacionalizao e lanar-se no investimento directo, as PME internacionalizam-se de acordo com as oportunidades detectadas, muitas vezes sem qualquer estratgia denida. Outro elemento de diferenciao prende-se com a preocupao em matria de insero geoeconmica e de estabelecimento de agrupamentos contratuais externos demonstrada pelas empresas de maior dimenso. Hoje admitimos que, em paralelo com um movimento concertado da economia mundial, h uma tomada de conscincia por parte das empresas portuguesas de que para sobreviverem tm de marcar posio. Como consequncia, podemos vericar que no h uma internacionalizao padronizada. Ao nvel microeconmico, com maior incidncia para as grandes empresas, a internacionalizao est a servir como uma arma de competitividade. Para alm de potenciar visibilidade s empresas, permite-lhes a integrao em redes, as quais conferem massa crtica. Paralelamente as PME vo-se impondo. Ao nvel macroeconmico, Portugal desenvolve esforos com vista a uma rpida integrao no competitivo espao europeu. Numa primeira concluso, vericamos entre as empresas portuguesas a existncia de um duplo comportamento, onde uma elite alcana patamares de competitividade escala global, ao mesmo tempo que as restantes do ainda os primeiros passos na internacionalizao, denotando pois um claro atraso em relao s suas congneres europeias. I C.C.

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FACTORES NA BASE DA INTERNACIONALIZAO DAS EMPRESAS PORTUGUESASEMPRESAS PENETRAO OU CONSOLIDAO EM MERCADOSI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

ACESSO A RECURSOS PRODUTIVOS

MANUTENO OU REFORO DE REDES DE RELAESI

RESPOSTA A MOVIMENTO DE CONCORRENTES

ACESSO A COMPETNCIAS

BES BBCAR CGD CIMPOR CIN CORTICEIRA AMORIM DELTA EFACEC EDP ENGIL FAIART FAPOR GROWELA GRUPO AUTOSIL GRUPO BCP-ATLNTICO GRUPO IMPRIO GRUPO PESTANA GRUPO SOMAGUE GRUPO VISTA ALEGRE HOVIONE JM MACONDE OCIDENTAL SEGUROS PETROGAL PT RENOVA SONAE INDSTRIA SOPORCEL TMG LDA. TLS, SA

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Fonte: inqurito realizado no mbito da tese de mestrado da autora do artigo

Sobretudo as empresas de raiz familiar apresentam grandes entraves mudana, por no abdicarem da centralizao, dificultando a passagem de uma hierarquia vertical para uma hierarquia horizontal consentnea com uma estratgia de internacionalizaoderam-se concentraes no core business das empresas, procuraram-se manter na vanguarda da tecnologia, e na liderana no mercado nacional,

ganhando deste modo a dimenso necessria internacionalizao. Numa primeira fase, as empresas desejavam obter uma base nacional coesa; seguiase a abertura de delegaes e contratos de fornecimento de empresas, entre outros; para posteriormente terem lugar as joint-ventures com parceiros locais. O impacto desta dinmica nas empresas portuguesas notrio na preocupao crescente ao nvel da modernizao e promoo do produto, seguido da criao de redes prprias de distribuio e aumento da capacidade produtiva.

genericamente aceite que o crescimento do investimento directo das empresas portuguesas no estrangeiro um facto positivo. No entanto, esta opo de internacionalizar contm em si alguns custos, na medida em que vai obviamente alterar a estrutura organizacional existente e a cultura tradicionalmente padronizada. Sobretudo as empresas de raiz familiar apresentam grandes entraves mudana, por no abdicarem da centralizao, dicultando a passagem de uma hierarquia vertical para uma hierarquia horizontal consentnea com uma estratgia de internacionalizao. Os benefcios so igualmente visveis em virtude de a internacionalizao potenciar negcios da empresa/grupo em zonas geogrcas diversicadas, que em complemento do mercado interno oferecem vantagens competitivas e reforam a competitividade nos mercados internacionais. Esta nova realidade vai permitir detectar oportunidades de negcio, e sobretudo vai melhorar a imagem das empresas portuguesas junto das empresas europeias e/ou mundiais. Em concluso, a globalizao da actividade econmica, a mobilidade crescente dos factores determinantes do crescimento e um nmero crescente de pases a atingir a fase de desenvolvimento favorecem o processo de internacionalizao. Nestes mercados, os investimentos tendem a ser feitos mediante acordos de cooperao inter-empresas (nacionais ou estrangeiras), como forma de cruzamento de experincias e partilha de know-how especco e competncias, com natural impacto no controlo de custos e na obteno de maiores economias de escala. Os mercados desenvolvidos da Europa e EUA sero sempre, em paralelo, um alvo importante. I* a autora professora do Instituto de Artes Design e Marketing (IADE), mestre em Economia Internacional pelo Instituto Superior de Economia e Gesto, doutoranda em Cincia Poltica na Universidade Catlica Portuguesa

PARA SABER MAISBARTLETT, C.A. e Ghoshal Sumatra (1989), Managing Across Borders: The Transnational Solution, Harvard Business School Press, Boston. DUNNING, J-H. (1995), Reappraising the Eclectic Paradigm in an Age of Alliance Capitalism, Journal of International Business Studies, Third Quarter, pp. 461-91. DUNNING, J-H. (1997), Alliance Capitalism and Global Business, Routledge, Londres. LUOSTARINEN, Reijo e Welch, Lawrence (1990), International Business Operations, Hensinki School of Economics. MUCCHIELLI, J-L. (1997), Multinational Firms and International, Ed. by Peter J.Buckley. MUNDELL R.A. (1957), International Trade and Factor Mobility, American Economic Review. PORTER, M. (1986), Competition in Global Industries, Harvard Business School Press. PORTER, M. (1988), LAvantage Concurrentiel, Inter Editions, Paris. PORTER, M. (1993), A Vantagem Competitiva das Naes, ED. Campus. ROOT, F. (1994), Entry Strategies for International Markets, Lexington Books, Nova Iorque. TAGGART, J. & MICHAEL C. (1993), The Essence of International Business, Prentice Hall International (UK) Ltd YOUNG, Stephen, Hamill, James, Wheeler, Colin e Davies, J. Richard (1989), International Market Entry and Development, Hemel Hempstead, Harvester Wheatssheaf/Prentice Hall.

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Portugal internacionalVamos s compras a Espanha, vendemos a esta e Alemanha, origem, juntamente com o Reino Unido, de metade dos turistas, investimos no Brasil e recebemos investimento directo de Espanha, Alemanha e Reino Unido.T Rui Nunes

H VRIOS CRITRIOS para aferir o grau de internacionalizao de uma economia. Os habituais so os do comrcio e investimento internacional. Quer um quer outro revelam situaes desconfortveis. Esto a levar a Pas a interrogar-se sobre a causa e persistncia de problemas estruturais e angstias existenciais, aps dezenas de anos de fundos comunitrios e 500 de imprio. Factores extraordinrios isto , sem ocorrncia garantida ou prevista , como o ouro do Brasil, as colnias, as remessas dos emigrantes ou os dinheiros da Europa, tm amenizado as preocupaes. recorrente a constatao de uma baixa produtividade que compromete a competitividade da produo e impede a melhoria sustentada do nvel de vida dos autctones.COMRCIO INTERNACIONAL Os saldos das trocas por sector revelam um per l de economia colonial, que troca recursos naturais (sobretudo oresta) e produtos de mo de-obra barata (como vesturio e calado) por tecnologia. O mundo exterior Unio Europeia (UE) s interessa a Portugal enquanto fornecedor de combustveis. A importncia do turismo assente no sol e praia refora esta perspectiva, que se consolidou com a adeso ento Comunidade Econmica

As sadas e as entradas tm como principal destino e origem a Unio Europeia

F OTO G R A F I A PAU L O P I M E N TA

A QUEM VENDEMOS Destinos das exportaes portuguesas, 1995-2002 (Julho)PASES ESPANHA ALEMANHA FRANA REINO UNIDO EUA ITLIA BLGICA-LUX. PASES BAIXOS ANGOLA SUCIA 1995 15.0 21.5 14.1 11.1 4.5 3.4 3.1 5.3 1.5 2.2 1996 14.6 21.1 14.4 10.8 4.4 3.7 4.1 4.9 1.6 2.1 1997 14.6 19.8 14.1 12.2 4.7 3.9 4.4 5.0 1.9 2.1 1998 15.9 20.3 14.2 12.0 4.8 4.1 4.8 4.8 1.7 1.9 1999 18.1 19.8 13.9 12.0 5.0 4.2 4.8 4.4 1.2 1.8 2000 19.3 18.0 12.7 10.9 5.8 4.0 5.9 4.2 1.4 1.7 2001 2002/JUL 19.0 19.1 12.6 10.3 5.6 4.6 5.4 4.2 1.8 1.5 19.9 18.4 13.2 10.5 5.6 4.8 4.6 3.6 1.9 1.5

E A QUEM COMPRAMOS Origens das importaes portuguesas, 1995-2002 (Julho)PASES ESPANHA ALEMANHA FRANA ITLIA REINO UNIDO PASES BAIXOS BLGICA-LUX EUA BRASIL JAPO 1995 21.2 14.8 11.8 8.4 6.6 4.5 3.3 3.3 1.5 2.2 1996 22.7 15.5 11.2 8.4 6.7 4.5 3.3 3.1 1.3 2.2 1997 23.6 14.9 10.8 8.1 7.3 4.7 3.2 3.2 1.7 2.4 1998 24.4 15.2 11.3 7.9 6.8 4.9 3.4 2.7 1.4 2.7 1999 25.3 14.7 11.4 7.7 6.8 4.8 3.2 2.8 1.0 2.7 2000 25.9 13.7 10.6 7.1 6.0 4.6 3.2 3.0 1.1 2.5 2001 2002/JUL 27.4 13.8 10.2 6.8 5.0 4.8 3.2 3.6 1.3 1.8 27.7 15.0 10.5 6.6 5.2 4.4 3.3 2.3 1.7 1.7

Valores em percentagem; pases ordenados pelas posies em Julho de 2002. Fonte: INE.

Valores em percentagem; pases ordenados pelas posies em Julho de 2002. Fonte: INE.

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O S D E S A F I O S DA I N T E R N AC I O N A L I Z A O 1 1 N OV E M B R O 2 0 0 2

EXPORTAES BOLEIA DA AUTOEUROPAA instalao da Autoeuropa permitiu que Portugal fosse uma das 20 economias (a vigsima, para ser exacto) ganhadoras no perodo 1985-2000 em termos de quota de mercado nas exportaes mundiais. De acordo com a edio de 2002 do relatrio sobre o investimento mundial, da autoria da Conferncia das Naes Unidas para o Comrcio e Desenvolvimento (Cnuced), Portugal aumentou em 0,1 pontos percentuais a sua quota de mercado neste perodo. O documento identica 40 produtos que representaram 40 por cento das exportaes mundiais em 2000. Entre 1985 e 2000 as exportaes destes produtos aumentaram a uma mdia anual de 12 por cento, acima dos 8,2 por cento da mdia geral. Os produtos mais dinmicos foram os industriais, em especial os no baseados nos recursos naturais, com destaque para os sectores de electrnica, automvel e vesturio, que representam 19 daqueles 40 produtos. Os items electrnicos representaram 13 por cento das exportaes mundiais em 2000 e explicam 75 por cento do crescimento das exportaes entre 1985 e 2000. Muitos destes produtos de alta tecnologia correspondem s tecnologias de informao e comunicao. Os produtos de tecnologia intermdia, como o automvel, representaram nove por cento das exportaes, mas o seu ritmo de crescimento foi lento. Por m, os produtos de baixa tecnologia, que tm no vesturio o principal elemento (o qual proporciona o maior saldo positivo no comrcio externo portugus), valeram menos de dois por cento do comrcio mundial. Um dos traos mais incisivos detectados pela Cnuced foi o de as exportaes crescerem no perodo tanto mais quanto mais elevado o nvel tecnolgico dos produtos; outro foi o aumento do comrcio internacional de componentes, o que signica ganho de importncia do comrcio intra-rma, e corresponde a uma produo cada vez mais gerida escala internacional. I

Europeia, dado o reforo dos sectores tradicionais, por fora da abertura de mercados e da aco governativa, mais interessada em melhorar do que em alterar a estrutura produtiva. Este per l melhorou em 1995, com a Autoeuropa, que deu mais peso s exportaes tecnolgicas. Mas a indstria automvel madura, em movimento para Leste e China e no resolve o problema da ausncia portuguesa nos sectores com forte dinmica de procura. a esta luz que deve ser lido o dce comercial portugus explicado em mais de 40 por cento pelo saldo com Espanha , e concludo que o almejado modelo de crescimento assente mais nas exportaes que no consumo interno exige outra estrutura produtiva e novos actores ou a reciclagem dos actuais. Aqui chegados o drama. Os economistas so unnimes em apontar o enviezamento da actividade dos grupos econmicos portugueses no sentido dos bens no transaccionveis, como banca, imobilirio e distribuio, protegidos da concorrncia internacional. H quem radique a explicao no m da desvalorizao do escudo em 1991, que obrigou a indstria a conter os preos, inconveniente poupado aos no transaccionveis. Ausente dos sectores com forte potencial de crescimento, a economia portuguesa tem crescido baseada no mercado interno, para o que tem importado factores (fundos da UE; imigrantes do Leste e mobilizao da mo-de-obra feminina) e economizado a sua regenerao interna. este modelo de crescimento cujo m anunciado com regularidade. Resta saber como e com quem melhorar e alterar a es-

trutura das exportaes, cujos ganhos de quota em 2001 so explicados pelo Banco de Portugal com o sacrifcio das margens, dada a contraco dos mercados e a subida dos custos unitrios de trabalho.INVESTIMENTO DIRECTO ESTRANGEIRO

Algum disse que a salvao das grandes empresas portuguesas estava no investimento directo no estrangeiro, para compensar a liberalizao do mercado nacional, mas que a salvao da economia portuguesa dependia da entrada de investimento directo estrangeiro (IDE) estruturante, no motivado apenas pelos baixos salrios, que difundisse junto das pequenas e mdias empresas saber organizacional e tecnolgico e permitisse o acesso a mercados e capital, no que seria uma remake do modelo irlands. Mas se se faz depender das empresas multinacionais (EMN) a melhoria e diversicao do tecido produtivo dada a preferncia dos capites da indstria portuguesa pela tranquilidade dos no transaccionveis , coloca-se a questo de saber que motivos existem para uma EMN vir para Portugal. Na edio de 2002 do relatrio sobre o investimento mundial, a Conferncia das Naes Unidas para o Comrcio e Desenvolvimento constata que o que conta so os factores que tornam localizaes particulares vantajosas para actividades particulares. Ou seja: qual a oferta de Portugal com boa cotao no mercado do investimento directo internacional, alm da integrao na UE e mo-de-obra barata? A banalizao desta oferta, com a abertura de fronteiras e o desen-

NO TOP 15 DA GLOBALIZAOPortugal um dos pases mais globalizados, de acordo com o segundo Globalization Index elaborado pela consultora A. T. Kearney em parceria com a revista Foreign Policy. O ltimo ndice [de 2002] coloca o Pas na 15. posio, logo a seguir a EUA, Frana e Alemanha, frente de Repblica Checa, Espanha, Israel, Nova Zelndia e Malsia, que fecha a lista. Liderado pela Irlanda, secundada por Sua e Singapura, o ranking exclui quatro membros da Unio Europeia, a saber, Itlia, Blgica, Luxemburgo e Grcia. Os autores dizem que um dos objectivos da iniciativa quanticar uma das palavras mais abusadas do novo sculo globalizao. Para isto escolheram quatro variveis, que determinaram incluses e ordenaes conforme os graus de internacionalizao quanticados: integrao econmica, contactos pessoais, empenhamento poltico e tecnologia. Na primeira consideraram uxos de comrcio e investimento, directo e de carteira, bem como receitas e pagamentos relativas a expatriados e activos possudos no estrangeiro. Nos contactos pessoais basearam-se no turismo e viagens, trfego telefnico e deslocaes transfronteirias. Para os compromissos polticos elegeram o nmero de organizaes e de misses da ONU em que os pases participam, bem como o nmero de embaixadas que acolhe. No ltimo critrio centraram atenes no mundo da internet, como utilizadores e servidores. Em nenhum dos critrios Portugal est nos dez primeiros. Os melhores desempenhos portugueses so os relativos aos contactos pessoais, fruto do turismo e dos (e)imigrantes, e integrao econmica; o pior o respeitante aos compromissos internacionais do Estado. A Irlanda ganha graas ao critrio da integrao econmica, com o qual s por si caria em quarto lugar, que reforado com outra liderana nos contactos pessoais. O contributo da tecnologia e empenho poltico irrisrio. Enquanto os EUA lideram na tecnologia, a Frana faz o mesmo no empenho poltico. O novo ranking esperado para Janeiro. I

A aposta no Brasil fez disparar o investimento no estrangeiro

FOTOG R AFIA G R EGG N EWTO N / R E UTE RS

volvimento das tecnologias de informao e comunicao, aumenta a importncia do que faz a diferena na cadeia de valor. Ora, a reduo dos obstculos produo e mobilidade internacional vai de par com o reforo da clusterizao da inteligncia nos extremos daquela cadeia (inovao e marketing) em que Portugal prima pela ausncia. Se dois teros do comrcio mundial envolvem EMN, h um tero que mesmo intra-rma, o que ilustra a importncia destes agentes do comrcio e produo internacional e o -vontade com que gerem os pases como pontos da sua cadeia de actividade, sejam zonas de produo segmentada e/ou montagem; plataformas logsticas; mercados de venda; ou base nacional, onde est a concepo da operao e a recolha dos proveitos. Isto recomenda ver o mundo de acordo com trs mapas: o da inovao, o da produo e o do consumo. O que tem mais espaos em branco o da inovao. o mais importante. composto por universidades, laboratrios empresariais, parques de cincia e tecnologia. Um estudo do Departamento de Prospectiva

e Planeamento [A UE face ao(s) seu(s) Futuro(s)], coordenado por Flix Ribeiro, mostra o predomnio das empresas norte-americanas nos sectores de forte potencial de crescimento: software, hardware, audiovisual/entretenimento, telecomunicaes (servios, redes e equipamentos), microelectrnica, sade (farmcia e biotecnologia) e aeronutica/ espao/electrnica de Defesa. A aparente e recente descoberta em Portugal da inovao como parte da soluo no deve fazer esquecer que os sistemas de inovao nascem em ambientes sociais, empresariais e institucionais concretos, nem o anedotrio nacional sobre Portugal ser um pas de inventores, mas no de inovadores. E h a questo sobre se se deve atrair IDE em geral ou privilegiar nichos. Questo difcil em conjuntura de reuxo, resultante do esvaziar da bolha da nova economia, agravado pelo pessimismo ambiente, mas necessria quando se sabe que o stock de IDE em Portugal atingiu 30 por cento do produto interno bruto (PIB) em 2001. O que tambm tem crescido de forma assinalvel o investimento directo portugus no estrangeiro (IDPE), cujo sto-

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O S D E S A F I O S DA I N T E R N AC I O N A L I Z A O 1 1 N OV E M B R O 2 0 0 2

ck j ascendia a 22,8 por cento do PIB no nal de 2001, ano em que se investiu 8,8 mil milhes de euros (dos quais 3,3 em Espanha e um no Brasil), aps os 8,3 mil milhes de euros (dos quais 2,7 no Brasil e 2,3 em Espanha) de 2000. O IDPE recentssimo. Portugal torna-se exportador lquido de capital pela primeira vez em 1995, com um saldo de 100 milhes de contos (500 milhes de euros). Augusto Mateus, ento ministro da Economia, apresenta em 1997 a Nova Poltica para a Internacionalizao, para atalhar a internacionalizao truncada e limitada da economia portuguesa, caracterizada entre outras pela escassez do IDPE. Internacionalizar s signicava exportar e atrair IDE. Aps a investida da Cimpor na Galiza (1992), o fenmeno amplica-se com a abertura nas ditas economias emergentes, em particular Brasil, mas tambm mediterrnicas, que motivaram privatizaes. Acossadas na base domstica, pelo mesmo movimento, as empresas portuguesas de maior envergadura, at ento fortes de um

mercado interno reservado, investiram no exterior para defender/aumentar a criao de valor. A teoria do IDE explica que as empresas tm uma lgica de proximidade nos seus investimentos externos. A importante a econmica, de nvel de desenvolvimento (a maior parte dos uxos de IDE feita entre EUA, UE e Japo); a geogrca a menos importante. A proximidade psquica vale mais do que a fsica, escrevia Vtor Corado Simes em 1985. As empresas portuguesas seguiram um padro diferente, ao investirem, associadas a empresas de Espanha em muitos casos, na proximidade geogrca (Espanha, que tambm verica a proximidade econmica, e Magrebe), lingustica (Brasil) e histrica (Palop), o que pode ser um sinal da sua diculdade de penetrar em mercados exigentes. Mas a questo que est em cima da mesa saber se a crescente integrao da economia de Portugal na UE se reduzir sua iberizao. I

MAGREBE, UMA ENTRADA COM PEZINHOS DE LO Magrebe um dos principais destinos do investimento directo portugus (IDP). O stock de IDP deve situar-se entre 750 milhes e mil milhes de euros. Em 1999 a Tunsia deveria estar entre os cinco principais pases em termos de stock de IDP. Infra-estruturas, telecomunicaes, logstica e banca so alguns sectores onde esto os investidores portugueses. Aps a descoberta da Espanha que tem na aquisio da Corporacin Noroeste pela Cimpor o feito emblemtico , e a aventura do Brasil, suscitada pelas privatizaes, o Magrebe, at por fora das relaes crescentes com a Unio Europeia, revela-se um dos principais sedutores do capital portugus. O principal IDP das cimenteiras (Cimpor em Marrocos e Tunsia; Semapa na Tunsia) e da PT, que adquiriu, via consrcio Medi Telecom, uma licena de operador mvel em Marrocos. Aquelas j investiram mais de 500 milhes de euros, entre aquisies e racionalizaes, e o valor da aquisio desta, justicado com a fase alta do sector das telecomunicaes, fez com que o ano em que ocorreu (1999) fosse o do maior IDP em Marrocos, com 300 milhes de euros. Mais tarde (2001), a PT escusou-se a concorrer a outra licena mvel na Tunsia, por o Governo de Tunis no ter detectado o arrefecimento do entusiasmo nas telecomunicaes e manter um preo que a PT entendeu elevado. Por sua vez, a EDP, aps uma breve incurso em Marrocos (desde 1999), graas persistncia e s ligaes de Dias Loureiro, que agiu enquanto vice-presidente da Pliade, uma holding de Jos Roquette, acaba de anunciar a sua sada deste mercado, alegadamente para se concentrar no Brasil. Da Arglia vm motivos de reexo. Porque no se aproveita a importao de gs natural para contrapartidas? O investimento da Efacec, associada a uma lial da Sonatrach, mostra que o que conta o risco-projecto, mais do que o risco-pas [Mrio Soares no admitiu que dera uma palavra a Hassan II sobre o interesse portugus em investir em Marrocos?]. I

O COMRCIO POR PRODUTOS Saldo do comrcio externo portugus por grupos de produtos, 2002 (Julho)GRUPO VESTURIO CALADO MADEIRA, CORTIA MINERAIS, MINRIOS PASTAS CELULSICAS, PAPEL MATRIAS TXTEIS OUTROS PRODUTOS ALIMENTARES PELES, COUROS PTICA E PRECISO PLSTICOS, BORRACHAS VECULOS, OUTRO MATERIAL DE TRANSPORTE METAIS COMUNS AGRCOLAS QUMICOS MQUINAS, APARELHOS COMBUSTVEIS MINERAIS TOTALValores em milhes de euros. Fonte: INE

EXPORTAES 1,645 976 798 659 786 1,154 504 599 64 159 595 2,875 834 485 639 3,062 310 16,145

IMPORTAES 571 223 371 423 698 1,223 705 861 332 561 1,121 3,505 1,818 2,056 2,221 4,804 2,390 23,885

SALDO 1074.04 753.204 427.408 236.428 88.033 -68.897 -201.347 -262.812 -268.4 -402.28 -526.139 -630.009 -984.07 -1571.338 -1581.84 -1742.085 -2079.807 -7739.911

SALDO COM UE 950 719 296 134 9 (40) (186) (266) (191) (313) (514) (439) (733) (949) (1,457) (1,669) (718) (5,367)

A RECOLHA E TRATAMENTO DOS DADOS LISTA PBLICO 500 ranking das maiores empresas portuguesas no nanceiras da responsabilidade da Servitrade-Servios para Gesto de Empresas, Lda. Os valores apresentados em PBLICO 500 foram extrados dos relatrios e contas no consolidados das empresas referentes ao exerccio de 2001 ou recolhidos pela Servitrade atravs de contacto directo com as empresas. A Servitrade e o PBLICO agradecem a todas as empresas a colaborao prestada. A lista PBLICO 500 no inclui sociedades gestoras de participaes sociais nem empresas do sector nanceiro (bancos, seguradoras, e parabancrias, como sociedades de leasing, factoring, SFAC, etc). As empresas listadas em PBLICO 500 foram ordenadas por vendas. No nal da listagem apresentado um ndice alfabtico das empresas includas.

500Indicadores utilizados CAPITAL SOCIAL Capital social registado pela empresa no final de 2001. CAPITAL PRPRIO Total dos capitais prprios (capital social, reservas, resultado de exerccio e resultados transitados) no final do exerccio de 2001. RENTABILIDADE DOS CAPITAIS PRPRIOS Resultado lquido a dividir pelo capital prprio, em percentagem. RESULTADOS LQUIDOS Lucro ou prejuzo no exerccio de 2001. NMERO DE TRABALHADORES Nmero mdio de trabalhadores no exerccio de 2001. VENDAS Total das vendas de mercadorias e da prestao de servios no exerccio de 2001. VARIAO DAS VENDAS Aumento/diminuio das vendas face ao exerccio de 2000. UNIDADE MONETRIA todos os valores esto expressos em milhares de euros.ERRATA Devido a um problema tcnico as casas dos milhares dos nmeros apresentados nos quadros aparecem separadas por , (vrgulas) em vez de . (pontos). Com as casas dcimais acontece o inverso. Nos quadros das anlises sectoriais, onde se l capital prprio deve ler-se rentabilidade do capital prprio em %.

I LU S T R AO A N D R CA R R I L H O

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Abrandamento, qual abrandamento?Enquanto a economia crescia apenas 6,6 por cento em 2001, as vendas das 500 maiores empresas no financeiras do PBLICO davam um salto de dez por cento.Carlos Rosado de Carvalho

SE O ANO DE 2001 foi de abrandamento, como atestam os relatrios sobre a economia portuguesa, isso no se nota no conjunto das 500 maiores empresas no nanceiras do pas por vendas. No ano passado, a riqueza gerada no pais aumentou, em termos nominais, apenas 6,6 por cento face a 2000, para 122,9 mil milhes de euros, pouco mais de metade do ritmo de crescimento da lista PBLICO 500. De acordo com clculos efectuados pelo PBLICO a partir dos dados fornecidos pela Servitrade, parceira desde a primeira hora neste projecto, no mesmo ano as vendas das PBLICO 500 deram um pulo de 10,2 por cento, para 84,9 mil milhes de euros. Como so uma mdia e consideram apenas as empresas da lista que tm indicadores para 2001 e 2002, estes 10,2 por cento escondem realidades muito distintas, em termos empresariais, sectoriais e, at, regionais. Distintas so tambm as empresas que integram a lista das 500 de 2000 e 2001, pelo que no so directamente comparveis. A lista de 2001 integra mais de cem empresas que no estavam nas 500 de 2000. Nas entradas, destaque para a RCI Gest, que comercializa automveis ligeiros e pesados que entrou para o 26 lugar. A sada mais marcante tambm de uma empresa do sector automvel, a PSA Gesto, que ocupava a 21. posio. Das empresas que integram a lista nos dois anos, a que mais subiu foi a Novis, que galgou 313 posies, da 474. para 161.. Pelo contrrio, a Glaxo Wellcome Farmacutica deu um trambolho de 163 lugares, ao passar de 236. para 399.. Os quase 85 milhes de euros que entraram nos cofres das maiores empresas de Portugal no exerccio terminado a 31 de Dezembro de 2001 correspondem a cerca de 70 por cento, 69,1 por cento para ser mais preciso, do produto interno bruto do pas nesse ano. O que no quer dizer que essas empresas contriburam com essa percentagem para a riqueza nacional. Para avaliar o contributo das 500 para o PIB, necessrio subtrair s vendas

os consumos intermdios, para os quais no temos informao disponvel. Em todo o caso, o contributo das 500 para o PIB ser seguramente superior ao seu peso no emprego. Durante o ano passado, o nmero mdio de trabalhadores com cha nas 500 superou os 330 mil, cerca de 6,5 por cento da populao empregada. Para dar emprego a tanta gente, os accionistas das 500 tinham investidos 28,3 mil milhes de euros em capitais prprios. Mas valeu a pena: o conjunto das empresas que fazem parte da lista deste ano registou lucros de cerca de 2,9 mil milhes de euros. Feitas as contas, por cada cem escudos de capital prprio, os accionistas ganharam 10,1 escudos e uma rentabilidade de dez por cento de fazer inveja aos titulares de depsitos a prazo, que mal ganham para a inao, e ainda mais aos investidores em bolsa, que no ano passado suportaram perdas volta dos 25 por cento. Como se referiu anteriormente, os nmeros mdios das 500 escondem realidades empresariais, sectoriais e at distritais muito distintas.QUEM ENTROU...N.O. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 EMPRESA RCI GEST S.A. PT PRIME S.A. TEJO ENERGIA S.A. CENTRAL DE CERVEJAS S.A. FUJITSU SIEMENS COMPUTER S.A. DIAGEO PORTUGAL LDA TOP TOURS LDA CIBAL S.A. SCAL S.A. IBEROL S.A. CLASS. 2001 26 66 67 72 83 125 157 159 167 168

Comeando pelas empresas, veja-se o caso dos resultados lquidos, ranking encabeado pela EDP Distribuio, com mais de 450 milhes de euros, e fechado pela CP, com prejuzos de quase 270 milhes . No crescimento das vendas, a pior a BP Lubs, com uma quebra superior a 67 por cento, e a melhor a Scal, com um salto que excedeu os mil por cento. Em termos sectoriais, tambm h nmeros para todos os gostos. Enquanto noO B.I. DE PBLICO 5002001 VENDAS 84,948,164.8 CRESC. DAS VENDAS 10,2% LUCROS 2,884,659.5 CRESC. DOS LUCROS 33,6% CAPITAL SOCIAL 15,509,292.9 CAPITAL PRPRIO 288,330,088.2 RENT. CAPITAL PRPRIO 10,1% N. TRABALHADORES 332,792 VAR. DOS TRABALHADORES -2,0% 2000 80,850,284.0 14,5% 2,255,400.0 N.D. 17,277,800.0 25,599,537.0 8,8% 328,073 N.D.

Nota: Os dados nos so directamente comparveis devido entrada e sada de empresas da lista; Taxas de variao e rentabilidades calculadas apenas com base nas empresas com registos nos dois anos

... E QUEM SAU DA LISTAN.O. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 EMPRESA PSA GESTO S.A. OPEL PORTUGAL S.A. RENAULT GEST S.A. UNIARME C.R.L. CENTRALCER S.A. TELEPAC S.A MITSUBISHI TRUCKS EUROPE S.A. AGROSS C.R.L. J. PINTO LEITO S.A. NOKIA PORTUGAL S.A. CLASS. 2000 21 25 32 46 69 73 92 98 101 104

Nota: As entradas/sadas podem ter acontecido simplesmente porque as empresas no forneceram dados para um dos anos

MAIORES SUBIDAS...N.O. 1 2 34

...E MAIORES DESCIDAS NO RANKINGN. LUGARES GANHOS 313 256 206202

EMPRESA

N.O. 1 2 34

EMPRESA GLAXO WELLCOME LDA LUSOPONTE S.A. RTC LDASOMAFEL S.A.

N. LUGARES PERDIDOS 163 142 133114

56

78

910

NOVIS TELECOM S.A. ASTRA PORTUGUESA LDA TEODORO GOMES ALHO & FILHOS LDA SONAE - IMOBILIRIA GESTO S.A. SOTCNICA - SOC. ELECTROTCNICA S.A. INSTITUTO LUSO-FRMACO LDA JAIME RIBEIRO & FILHOS S.A. DAIMLERCHYSLER RAIL SYSTEMS S.A. CONST.SAN JOS S.A. - REP. EM PORTUGAL EPUL

186178

56

RTOR S.A.RADIOTELEVISO PORTUGUESA S.A.

114102

152150

78

CORTICEIRA AMORIM - INDSTRIA S.A.HONDA AUTOMVELS.A.

9883

145144

910

ENTREPOSTO LISBOA LDAAUTOMERCANTIL LDA

7474

22

O S D E S A F I O S DA I N T E R N AC I O N A L I Z A O 1 1 N OV E M B R O 2 0 0 2

sector de electricidade, gs e gua as vendas dispararam 40 por cento, nos media recuaram 11 por cento, muito por culpa da quebra da publicidade. A imprensa, rdio e televiso so os primeiros a pagar a factura do abrandamento: quando toca a encolher gastos, a publicidade uma das primeiras da la. A quebra da publicidade acabou por penalizar a rentabilidade dos media, que so mesmo o sector menos rentvel das 500, com prejuzos de 118 milhes de euros para capitais prprios de 51 milhes de euros, o que equivale a uma rentabilidade de menos 231 por cento! As empresas maisMELHORES...MAIS RENTVEIS N.O. 12

penalizadas pelo abrandamento foram a RTP, com perdas de 109 milhes, e a SIC, com prejuzos de 27 milhes. Em termos regionais, as 500 conrmam mais uma vez a macrocefalia do pas. O distrito de Lisboa mete 278 empresas na lista, responsveis por mais de 70 por cento do total das vendas das 500. Como seria de esperar, o distrito mais prximo, mas a grande distncia, o do Porto, com apenas 83 empresas e pouco mais de 14 por cento da facturao. Beja mete apenas duas empresas, enquanto Bragana e Vila Real no esto presentes na lista. I... E PIORESMENOS RENTVEIS

MAIORES...CAPITAIS PRPRIOS N.O. EMPRESAValores em milhares de euros

CAPITAL PRPRIO -497,069.4-173,880.2

1 CAMINHOS DE FERRO PORTUGUESES E.P. 2 RADIOTELEVISO PORTUGUESA S.A. 3 CARRIS S.A. 4 STCP S.A. 5 TURBOGS S.A. 6 VASP LDA 7 GESPOST LDA 8 RECHEIO S.A. 9 ABAR S.A. 10 RTC LDA EMPREGADOS N.O. EMPRESA

-115,234.9 -43,031.0 -15,862.0-941.9

-615.0-425.9

-19.0-14.0

CAPITAL PRPRIO 17,33012,000

EMPRESAERICSSON LDA

RENT. CAP. PRRIO % 41,688.036,717.0

N.O. 12

EMPRESA ROCHE LDAEMEF S.A.

RENT. CAP. PRRIO % -340.9-255.5

1 CTT S.A.2 EDP DISTRIBUIO S.A

SAP PORTUGAL SOC. UNIPESSOAL LDA PORTELA & C S.A.LUSOCERAM S.A.

3 MODELO CONTINENTE - HIPERMERCADOS S.A.4 PT COMUNICAES S.A.

11,77411,027

34

3,575.9346.3

34

ALCATEL PORTUGAL S.A.CONTACTO S.A.

-173.9-115.6

5 TAP S.A.6 SECURITAS S.A.

8,0007,300

56

GMAC LDACPPE S.A.

222.7125.1

56

SIC S.A.IBERUSA S.A

-90.8-89.8

7 YAZAKI SALTANO DE PORTUGAL LDA8 CAMINHOS DE FERRO PORTUGUESES E.P.

6,4216,294

78

FORD LUSITANA S.A.ACCENTURE S.A.

118.6100.0

78

C.A.M. S.A.YAZAKI SALTANO DE PORTUGAL LDA

-81.8-81.7

9 PINGO DOCE S.A.10 LEAR S.A.

6,0575,300

910

DAI S.A.SONAE - IMOBILIRIA GESTO S.A.

100.090.5

910

PORTUGLIA S.A.EFACEC S.A.

-76.5-72.1

MAIS DINMICAS N.O. 12

MENOS DINMICAS VAR. VENDAS % 1212.3217.9

... E MENORESVAR. VENDAS % -67.6-40.6

EMPRESA SCAL S.A.FUJITSU SIEMENS COMPUTER S.A.

N.O. 12

EMPRESA BP LUBS LDA

CAPITAIS PRPRIOS N.O. EMPRESA

Valores em milhares de euros

CAPITAL PRPRIO 6,096,758.01,559,169.0

GLAXO WELLCOME FARMACUTICA LDA

1 EDP DISTRIBUIO S.A2 PT COMUNICAES S.A.

34

SCA - HYGIENE PRODUCTS LDANOVIS TELECOM S.A.

186.0166.6

34

MITSUBISHI MOTORS DE PORTUGAL S.A.RTC LDA

-37.2-36.7

3 PETROGAL S.A.4 PORTUCEL S.A.

1,043,235.0994,226.0

56

ASTRA PORTUGUESA LDAIRMOS VILA NOVA LDA

121.5113.2

56

LUSOPONTE S.A.RADIOTELEVISO PORTUGUESA S.A.

-35.0-32.4

5 BRISA S.A.6 REN S.A.

806,421.6745,994.6

78

SONAE - IMOBILIRIA GESTO S.A.EDP DISTRIBUIO - ENERGIA S.A

102.586.2

78

FIAT AUTO PORTUGUESA S.A.CORTICEIRA AMORIM - INDSTRIA S.A.

-32.0-31.1

7 SOPORCEL S.A.8 METROPOLITANO DE LISBOA E.P.

694,249.1562,731.0

910

INSTITUTO LUSO-FRMACO LDADAIMLERCHYSLER RAIL SYSTEMS S.A.

85.382.2

910

BOREALIS POLMEROS S.A.ENTREPOSTO - VECULOS E MQUINAS S.A.

-29.9-28.2

9 TMN S.A.10 TAP S.A.

541,226.0541,226.0

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AS 500 POR SECTOR AGRICULTURA

MAIORES...Vendas Var. % Resultados Var. % Lquidos 808,235.6 42.4 174,375.9 341.9 55,852.8 N.C. 656,807.2 68.9 89,405.9 -23.6 92,481.6 -17.9 32,458.8 -37.9 257,559.5 37.4 334,380.2 9.8 58,096.7 -35.3 58,562.7 27.9 91,487.7 44.7 -400,867.0 -11.5 42,825.6 17.2 64,718.9 -57.2 202,987.4 -24.9 302,833.5 34.5 33,543.2 2.3 28,173.7 -0.2 41,896.1 51.5 -117,983.9 12.2 -8,537.1 N.C. -15,208.0 N.C. 572.4 -7.6 2,884,659.5 Capital Prprio 7,868,629.8 1,700,491.0 382,420.3 3,651,256.5 799,456.6 1,741,137.0 580,925.5 1,765,436.2 1,684,176.2 645,671.9 312,490.4 300,963.1 619,937.3 242,261.2 1,176,715.0 2,455,575.0 1,135,349.7 454,551.1 561,370.5 201,801.7 50,992.4 318,208.0 162,818.9 20,452.8 Rent. Cap. N. Trab. Prrio % 10.3 10.3 14.7 18.1 11.4 5.4 6.8 16.1 19.9 9.4 19.4 30.8 -64.7 17.8 5.5 8.3 26.7 7.4 5.1 20.8 -231.4 -2.7 -9.3 2.8 10.1 17,749 6,160 36,855 33,054 8,672 32,809 24,829 16,813 43,749 11,831 3,485 4,233 25,880 3,817 6,360 6,756 7,132 11,368 17,625 2,586 6,027 3,638 870 494 332,792 CAPITAIS PRPRIOS N.O. SECTOR 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 CAPITAL PRPRIO ELECTRICIDADE, GUA E GS 7,868,629.80 COMUNICAES 3,651,256.50 IND. CELULOSE, PAPEL E ARTES GRFICAS 2,455,575.00 IND. DA ALIMENTAO BEBIDAS E TABACO 1,765,436.20 CONSTRUO E OBRAS PBLICAS 1,741,137.00 COMRCIO PRODUTOS PETROLFEROS 1,700,491.00 SERVIOS 1,684,176.20 INDSTRIA QUMICA 1,176,715.00 NDSTRIA DE MINERAIS NO METLICOS 1,135,349.70 COMRCIO AUTOMVEL 799,456.60

Virar de pgina12 17 35 11 46 52 16 43 42 19 21 20 13 27 19 12 16 22 21 11 11 11 1 2 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 ELECTRICIDADE, GUA E GS COMRCIO PRODUTOS PETROLFEROS COMRCIO ALIMENTAO, BEBIDAS E TABACO COMUNICAES COMRCIO AUTOMVEL CONSTRUO E OBRAS PBLICAS INDSTRIA AUTOMVEL INDSTRIA DA ALIMENTAO BEBIDAS E TABACO SERVIOS INDSTRIA DE MATERIAL ELCTRICO E ELECTRNICO COMRCIO FARMACUTICO COMRCIO MATERIAL ELCTRICO E ELECTRNICO SERVIOS DE TRANSPORTES COMRCIO INDSTRIA QUMICA INDSTRIA CELULOSE, PAPEL E ARTES GRFICAS INDSTRIA DE MINERAIS NO METLICOS INDSTRIA METALRGICA E METALOMECNICA INDSTRIA TXTIL, DO VESTURIO E DO COURO INDSTRIA FARMAUTICA MEDIA INDSTRIA DA MADEIRA, CORTIA E MVEIS INDSTRIA EXTRACTIVA AGRICULTURA E PECURIA PBLICO 500 10,592,963.0 40.0 9,979,309.4 -0.1 8,981,258.9 6.7 6,756,985.6 20.8 6,462,597.3 -1.7 5,844,639.2 18.7 5,349,915.7 6.9 4,985,878.8 7.1 3,540,521.4 13.1 2,763,797.7 11.6 2,683,263.2 13.4 2,316,827.1 10.2 2,182,231.4 8.3 1,984,601.3 15.5 1,916,084.3 -1.6 1,814,067.8 -0.6 1,769,216.3 4.5 1,400,446.9 3.8 1,185,111.2 5.1 941,944.2 11.1 679,698.0 -11.0 625,664.9 -1.6 101,180.8 -7.3 89,960.5 6.9 10.2

N. Class. Sector Emp. 2001

Valores em milhares de euros

EMPREGADOS N.O. SECTOR 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 N. TRAB. SERVIOS 43749 COMRCIO ALIMENTAO, BEBIDAS E TABACO 36855 COMUNICAES 33054 CONSTRUO E OBRAS PBLICAS 32809 SERVIOS DE TRANSPORTES 25880 INDSTRIA AUTOMVEL 24829 ELECTRICIDADE, GUA E GS 17749 INDSTRIA TXTIL, DO VESTURIO E DO COURO 17625 INDSTRIA DA ALIMENTAO BEBIDAS E TABACO 16813 IND. DE MATERIAL ELCTRICO E ELECTRNICO 11831

500

84,948,164.8

33.6 28,833,088.2

Valores em milhares de euros

MELHORES...SECTORES MAIS RENTVEIS N.O. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 SECTOR RENT. CAP. PRRIO % 30.8 26.7 20.8 19.9 19.4 18.1 17.8 16.1 14.7 11.4 COMRCIO MATERIAL ELCTRICO E ELECTRNICO INDSTRIA DE MINERAIS NO METLICOS INDSTRIA FARMAUTICA SERVIOS COMRCIO FARMACUTICO COMUNICAES COMRCIO INDSTRIA DA ALIMENTAO BEBIDAS E TABACO COMRCIO ALIMENTAO, BEBIDAS E TABACO COMRCIO AUTOMVEL

... E PIORESSECTORES MENOS RENTVEIS N.O. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 SECTOR RENT. CAP. PRRIO % MEDIA -231.4 SERVIOS DE TRANSPORTES -64.7 INDSTRIA EXTRACTIVA -9.3 INDSTRIA DA MADEIRA, CORTIA E MVEIS -2.7 AGRICULTURA E PECURIA 2.8 INDSTRIA TXTIL, DO VESTURIO E DO COURO 5.1 CONSTRUO E OBRAS PBLICAS 5.4 INDSTRIA QUMICA 5.5 INDSTRIA AUTOMVEL 6.8 INDSTRIA METALRGICA E METALOMECNICA 7.4

...E MENORESCAPITAIS PRPRIOS N.O. SECTOR 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 CAPITAL PRPRIO 20,452.80 50,992.40 162,818.90 201,801.70 242,261.20 300,963.10 312,490.40 318,208.00 382,420.30 454,551.10 AGRICULTURA E PECURIA MEDIA INDSTRIA EXTRACTIVA INDSTRIA FARMAUTICA COMRCIO COM. MATERIAL ELCTRICO E ELECTRNICO COMRCIO FARMACUTICO IND. DA MADEIRA, CORTIA E MVEIS COM. ALIMENTAO, BEBIDAS E TABACO IND. METALRGICA E METALOMECNICA

Valores em milhares de euros

SECTORES MAIS DINMICOS N.O. 12

SECTORES MENOS DINMICOS VAR. VENDAS % 40.020.8

EMPREGADOS VAR. VENDAS % -11.0-7.3

SECTOR ELECTRICIDADE, GUA E GSCOMUNICAES

N.O. 12

SECTOR MEDIAINDSTRIA EXTRACTIVA

N.O. SECTOR 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

N. TRAB. 494 870 2586 3485 3638 3817 4233 6027 6160 6360

34

CONSTRUO E OBRAS PBLICASCOMRCIO

18.715.5

34

COMRCIO AUTOMVELINDSTRIA DA MADEIRA, CORTIA E MVEIS

-1.7-1.6

56

COMRCIO FARMACUTICOSERVIOS INDSTRIA FARMAUTICA SERVIOS DE TRANSPORTES

13.413.1 11.1 8.3

56

INDSTRIA QUMICAINDSTRIA CELULOSE, PAPEL E ARTES GRFICAS

-1.6-0.6

78

INDSTRIA DE MATERIAL ELCTRICO E ELECTRNICO 11.6 COMRCIO MATERIAL ELCTRICO E ELECTRNICO 10.2

78

COMRCIO PRODUTOS PETROLFEROSINDSTRIA METALRGICA E METALOMECNICA

-0.13.8

910

910

INDSTRIA DE MINERAIS NO METLICOSINDSTRIA TXTIL, DO VESTURIO E DO COURO

4.55.1

AGRICULTURA E PECURIA INDSTRIA EXTRACTIVA INDSTRIA FARMAUTICA COMRCIO FARMACUTICO INDSTRIA DA MADEIRA, CORTIA E MVEIS COMRCIO COMRCIO MATERIAL ELCTRICO E ELECTRNICO MEDIA COMRCIO PRODUTOS PETROLFEROS INDSTRIA QUMICA

Valores em milhares de euros

24

O S D E S A F I O S DA I N T E R N AC I O N A L I Z A O 1 1 N OV E M B R O 2 0 0 2

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AS 500 POR DISTRITON. empresas Distrito nas 500 278 83 23 29 29 10 7 7 7 4 5 5 3 4 2 2 2 LISBOA PORTO SETBAL BRAGA AVEIRO COIMBRA VISEU LEIRIA SANTAREM VIANA DO CASTELO PONTA DELGADA FUNCHAL PORTALEGRE FARO BEJA CASTELO BRANCO ANGRA DO HEROISMO PBLICO 500Valores em milhares de euros

Vendas 59,995,305.60 12,153,781.20 4,414,178.60 2,303,417.10 1,871,233.00 853,958.70 737,939.50 521,495.40 425,662.60 291,601.50 287,062.20 285,725.60 268,921.50 211,899.00 150,045.80 88,614.00 87,323.60 84,948,164.80

Resultados lquidos 2,564,378.10 98,841.50 -53,391.60 67,012.20 73,368.80 46,385.30 18,899.90 26,507.80 47,721.90 9,021.40 -23,118.50 6,851.20 10,529.90 1,397.50 -14,796.60 4,563.20 487.4 2,884,659.50

Capital social 12,124,575.80 1,370,292.30 653,178.30 279,129.60 198,677.70 218,586.50 31,797.00 121,910.60 65,035.00 149,671.60 82,220.50 55,432.70 14,253.60 11,796.10 83,230.00 39,500.50 10,005.00 15,509,292.90

Capital prprio 22,382,606.50 2,305,731.10 666,053.10 668,577.80 856,821.50 555,470.90 123,786.90 273,952.40 169,660.50 189,876.00 76,664.50 178,466.30 57,248.50 33,905.90 178,985.80 97,579.30 17,701.30 28,833,088.20

Empregados 206,574 59,080 15,404 16,040 12,299 3,356 3,405 2,758 2,539 2,390 2,593 2,426 1,035 625 1,100 811 357 332,792.00

AS MAIORES POR VENDASAVEIRO N.O. 5001 92 BRAGA EMPRESA VULCANO S.A. VENDAS 170,041.3 PORTO EMPRESA BLAUPUNKT AUTO-RDIO LDA VENDAS 366,693.0

N.O.1

500 40

N.O.1

500 6

EMPRESA

VENDAS 1,853,594.0

2 34

100 127150

BERTRAND FAURE S.A. DOW PORTUGAL S.A.SIMOLDES LDA

158,360.8 123,012.0106,860.0

2 34

57 99106

CONTINENTAL MABOR S.A. SOQUIFA S.A.GRUNDIG - SIS. DE ELECTRNICA LDA

280,491.7 160,426.1150,685.3

56

184190

SOLVERDE S.A.ECCOLET (PORTUGAL) LDA

91,292.388,242.2

56

162181

RIOPELE S.A.COELIMA S.A.

103,098.292,727.1

78

221295

FERPINTA S.A.VICAIMA S.A.

79,360.660,667.1

78

212237

LAMEIRINHO S.A.GRUNDIG - LOGSTICA LDA

81,588.973,134.2

910

298305

PROLEITE C.R.L. 60,321.7 MANUEL MARQUES DOS SANTOS CAVACO S.A. 58,736.9

910

249278

EMPREITEIROS CASAIS S.A.CARCLASSE S.A.

70,491.664,222.5

2 3 4 5 6 7 8 910

7 20 22 35 38 45 55 5864

MODELO CONTINENTE - HIPERMERCADOS S.A. MODIS S.A. OPTIMUS S.A. LACTOGAL S.A. ALLIANCE UNICHEM FARMACUTICA S.A. SALVADOR CAETANO - IMVT S.A. SOARES DA COSTA S.A. UNICER S.A. BAVIERA S.A.OCP PORTUGAL S.A.

1,628,735.0 617,503.5 602,864.9 414,169.6 379,859.8 330,572.8 281,882.6 280,385.1261,885.2

Valores em milhares de euros

Valores em milhares de euros

Valores em milhares de euros

COIMBRA N.O. 500 12

EMPRESA

VENDAS

LISBOA N.O. 500 12

EMPRESA

VENDAS

SETBAL N.O. 500 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 4 46 53 116 125 128 144 149 163 223

EMPRESA

VENDAS

111113

CASCA S.A.STORA CELBI S.A.

142,907.3139,538.3

12

EDP DISTRIBUIOS.APETROGAL S.A.

5,650,374.05,426,592.0

34

139155

AUTO INDUSTRIAL S.A.AUTO SUECO (COIMBRA) LDA

116,379.7105,988.7

34

35

PT COMUNICAES S.A.REN S.A.

2,344,914.02,209,104.0

56

192256

ALVES BANDEIRA & C LDAFARBEIRA C.R.L.

88,194.169,601.3

56

89

TMN S.ABP PORTUGUESA S.A.

1,394,484.01,363,973.0

78

328380

MAHLE S.A.VIDREIRA DO MONDEGO S.A.

53,979.846,852.2

78

1011

CPPE S.A.TAP S.A.

1,219,278.21,169,954.0

910

394398

FAPRICELA S.SODICENTRO LDA

45,631.944,885.5

910

1213

SHELL PORTUGUESA LDAVODAFONE TELECEL S.A.

1,046,845.0956,648.6

AUTOEUROPA LDA BOREALIS POLMEROS S.A. LEAR S.A. SOPOL S.A. DIAGEO PORTUGAL LDA LUSOSIDER - AOS PLANOS S.A. LISNAVE S.A. MERLONI S.A. LABORATRIOS PFIZER LDA SLEM LDA

2,273,000.0 329,869.6 291,868.5 134,541.6 124,202.8 121,355.7 112,531.9 106,994.7 102,463.4 78,730.1

Valores em milhares de euros

Valores em milhares de euros

Valores em milhares de euros

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COMRCIO

Cereais fazem a despesaDAS 27 EMPRESAS que integram o segmento das 500 maiores que compem o sector do comrcio em geral, o destaque mais bvio vai para uma subida global das vendas superior a 15 por cento, em boa parte explicada pelos acrscimos exponenciais registados em duas das empresas do ranking, ambas ligadas importao e comrcio de cereais a lderAS MAIORES Classificao das empresas por vendas em 2001SECTOR 500 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 61 73 87 209 219 225 240 247 259 273 EMPRESA UNIFAC S.A. OLEOCOM S.A. ZARA PORTUGAL LDA FLORNCIO AUGUSTO CHAGAS S.A. MICHELIN LDA SONAE TAFIBRA S.A. LUSOGRAIN LDA LOJAS FRANCAS DE PORTUGAL S.A. CASA DA SORTE S.A. J. SOARES CORREIA S.A. VENDAS 275,361.60 230,605.00 191,091.40 83,043.90 79,930.00 78,558.70 72,811.10 71,546.00 67,644.10 64,919.00 1,984,601.30 VARIAO % 68.2 14.4 11.9 13.7 6.7 5.9 42.6 5.2 -11 7.5 15.5 RESULT. LQUIDOS 1,491.30 167.7 14,499.70 2,197.40 N.D. 112.5 22.2 1,970.40 496.2 1,501.30 42,825.60 CAP. PRPRIO 14.9 1.8 31.2 14 N.D. 5.5 17.4 45.9 8.7 11.9 17.8 N. EMPREGADOS 15 11 1233 271 70 20 9 261 162 129 3817

do segmento, a Unifac, que saltou do 99 lugar entre as 500 em 2000 para o 59 lugar no ano passado, registou um aumento de vendas prximo dos 70 por cento; tambm a Lusograin - Comrcio Internacional de Cereais viu as suas vendas dispararem 42,6 por cento em 2001 face a 2000. A maior baixa de vendas registou-se na nica empresa ligada comercializao de

TOTAL DAS 27 EMPRESAS DO SECTOR

Valores em milhares de euros; variaes e rentabilidade mdias do sector calculadas com base nas empresas que apresentam registos nos dois anos

apostas mtuas que integra a lista das 500 maiores, a Casa da Sorte, com uma quebra no volume de negcios de 11 por cento, um sinal de que os tipos de jogo ligados Santa Casa da Misericrdia de Lisboa continuam em perda face s cada vez mais populares slot-machines exploradas pelos casinos portugueses. De registar ainda baixas de vendas numa empresa de ferros e aos Estabelecimentos J. B. Fernandes e na empresa de venda por catlogo La Redoute Portugal, indiciando alguma diculdade na armao desta forma de distribuio de produtos no mercado portugus. Passaram a integrar o ranking das 500 maiores, seis empresas: a Goodyear Portuguesa (pneus e cmaras de ar) a Pull & Bear (pronto-a-vestir), a J. Justino das Neves (materiais para a construo) a Abar (adubos e fertilizantes), a Ribeiro, Faria (calado) e a Unimadeiras (comrcio de madeiras). Entre as empresas que divulgaram resultados de explorao em 2001, apenas uma deu prejuzo, embora quase insignicante (- 85 euros). A crnica macrocefalia lusitana e o poder de atraco das duas grandes metrpoles manifesta-se no facto de, entre as 27 empresas, 14 terem sede na capital e cinco no Porto. I CA R L O S R O M E R O

COMRCIO DE ALIMENTAO, BEBIDAS E TABACO

Vtima do aperto de cintoCOM DUAS EMPRESAS no top ten das 500 maiores a Modelo Continente Hipermercados, sexta maior empresa portuguesa em volume de negcios, e a Modis Distribuio Centralizada, stima, ambas do grupo Sonae , as 37 empresas integrantes do comrcio de alimentao, bebidas e tabaco esto sobretudo ligadas chamada distribuio moderna, com relevo para as grandes cadeias de hipermercados, supermercados e cash & carry. So, pelo tipo de produtos que comercializam, um excelente barmetro da sade da economia, da conana das famlias e da evoluo da capacidade de compra das grandes massas consumidoras.

AS MAIORES Classificao das empresas por vendas em 2001SECTOR 500 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 6 7 14 15 17 18 25 47 102 125 EMPRESA VENDAS VARIAO % 2.2 15.3 6.9 1.4 7.6 1.3 4.3 -1.7 21.7 -7.6 6.7 RESULT. LQUIDOS 16,231.70 175.4 N.D. -999 12,665.90 11,046.10 -7,950.10 2,118.00 1,513.80 4,656.40 55,852.80 CAP. PRPRIO 38.6 3.5 N.D. -5 32.6 58.2 N.C. 2.8 10.7 13.8 14.7 N. EMPREGADOS 11774 1606 4550 6057 3320 2000 1090 1800 405 149 36855 MODELO CONTINENTE - HIPERMERCADOS S.A. 1,853,594.00 MODIS - DISTRIBUIO CENTRALIZADA S.A. 1,628,735.00 C PORTUGUESA DE HIPERMERCADOS S.A. 826,723.70 PINGO DOCE - DISTRIBUIO ALIMENTAR S.A. 793,497.30 FEIRA NOVA - HIPERMERCADOS S.A. 703,513.30 MAKRO - CASH & CARRY PORTUGAL S.A. 637,962.80 RECHEIO - CASH & CARRY S.A. 541,991.00 CARREFOUR (PORTUGAL) S.A. 323,555.60 MANUEL NUNES & FERNANDES LDA 156,128.70 DIAGEO PORTUGAL - DISTRIB. DE BEBIDAS LDA 124,202.80 8,981,258.90

TOTAL DAS 35 EMPRESAS DO SECTOR

Valores em milhares de euros; variaes e rentabilidade mdias do sector calculadas com base nas empresas que apresentam registos nos dois anos

Neste contexto, signicativo que o volume de vendas total em 2001 tenha diminudo, mesmo que marginalmente (menos 0,4 por cento), face a 2000. um sinal claro do abrandamento econmico que se tem vivido nos ltimos tempos em Portugal, no espao comum europeu e no mundo. Apesar de tudo, os grandes grupos distribuidores instalados em Portugal tm conseguido suster as quebras nominais de vendas, garantindo acrscimos que, de um modo geral, se situam aqum da inao. No captulo dos resultados de explorao, registem-se os prejuzos de trs empresas do grupo Jernimo Martins o cash & carry Recheio, os supermercados Pingo Doce e a Jernimo Martins Distribuio de Produtos, salvando-se, com lucros em 2001, a rede de hipermercados Feira Nova, igualmente do grupo liderado por Alexandre Soares dos Santos. Passaram a integrar o ranking das 500 maiores uma empresa de origem galega, a Lourinho (conservas de carne), a Diageo Portugal (distribuidora de vinhos), a Lido Sol II (supermercados) a DAGC (distribuidora de produtos alimentares), a Caetano & Montalverne (hipermercados), a Aviludo (comrcio alimentar), a Constantinos e a Carpan (comrcio alimentar). I C . R .

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COMRCIO AUTOMVEL

De marcha atrsSE H SECTOR que reflectiu o abrandamento econmico em 2001, foi o do comrcio automvel. Sensvel quebra da procura interna e, por isso, um clssico barmetro do consumo, o sector tem mantido em 2002 o mesmo comportamento, ou seja, de quebra de vendas, o que se verica j desde 1999. Nos primeiros nove meses do ano em curso, a reduo vericada nas vendas foi de 9,8 por cento para os veculos ligeiros, categoria que inclui ligeiros de passageiros, todo-o-terreno e comerciais ligeiros. Por segmentos, a descida acumulada de maior peso foi a dos comerciais ligeiros, com menos 12,3 por cento. O sector reclama h anos uma reforma da scalidade automvel, com o

AS MAIORES Classificao das empresas por vendas em 2001SECTOR 500 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 16 26 28 33 41 44 58 60 63 80 EMPRESA SIVA S.A. RCI GEST S.A GMAC LDA MERCEDES-BENZ PORTUGAL S.A. PEUGEOT PORTUGAL S.A. FIAT DISTRIBUIDORA DE PORTUGAL LDA BAVIERA S.A. AUTOMVEIS CITROEN S.A. FIAT AUTO PORTUGUESA S.A. AUTO SUECO LDA VENDAS 734,738.80 525,371.40 479,301.30 430,875.50 364,869.00 331,357.40 280,385.10 278,835.70 264,560.40 206,508.40 6,462,597.30 VARIAO % 9.3 17.4 -10.8 11.5 11.3 -11.6 -5.1 4.8 -32 -8.6 -1.7 RESULT. LQUIDOS 29,825.10 12,992.30 1,090.80 10,428.30 6,742.00 -355.3 13,445.10 -2,640.20 -11,512.00 5,386.10 89,405.90 CAP. PRPRIO 53.9 16 222.7 33.3 28.6 -1.9 17 -31.7 -30.7 7.8 11.3 N. EMPREGADOS 210 100 29 145 172 88 536 380 93 822 8672

TOTAL DAS 46 EMPRESAS DO SECTOR

Valores em milhares de euros; variaes e rentabilidade mdias do sector calculadas com base nas empresas que apresentam registos nos dois anos

m do actual imposto Automvel (IA), defendendo que s assim se poder dar um novo flego ao sector, mas o Oramento do Estado para 2003 deixou claro que a sua concretizao no para os anos mais imediatos. A criao de um regime scal mais justo, que elimine a progressividade do imposto em funo da cilindrada, no signica, porm, que os veculos automveis passem a ser menos caros em Portugal, sobretudo por via da incorporao de uma componente ambiental, tal como se prev. Com a de nio de questes como esta ainda longe no horizonte, o clima de arrefecimento de vendas mantm-se, por agora. Foi, assim, j neste quadro que a SIVA manteve, em 2001, a liderana no ramo, tendo-se destacado por contrariar o ambiente geral de reduo dos lucros (entre as empresas com dados disponveis), enquanto a Auto Sueco continuou a ser a maior empregadora de um sector fortemente pulverizado. Com a descida das vendas a contrariar a mdia das 500 maiores, a variao negativa nos lucros ainda mais expressiva: 33,6 por cento de acrscimo para o conjunto das 500 maiores, contra uma quebra de 23,6 por cento no comrcio automvel. I LURDES FERREIRA

COMRCIO FARMACUTICO

Ganhar a cooperarAS EMPRESAS dedicadas comercializao de produtos farmacuticos que fazem parte das 500 maiores do PBLICO, muitas das quais so cooperativas, tiveram em 2001 uma evoluo favorvel, registando aumentos nas vendas, nos resultados lquidos e no nmero de trabalhadores. Apesar de alguns casos em que os resultados pioraram, a tendncia do sector, que representa 3,2 por cento das vendas das 500, para a estabilidade ou incremento da rentabilidade. Prova disso mesmo o facto de a rentabilidade dos capitais prprios do sector ter atingido os 19,4 por cento, ou seja, quase o dobro dos 10,1 por cento registados pela mdia das 500 do PBLICO.

AS MAIORES Classificao das empresas por vendas em 2001SECTOR 500 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 35 59 64 74 97 99 114 137 152 158 EMPRESA ALLIANCE UNICHEM FARMACUTICA S.A. CODIFAR C.R.L. OCP PORTUGAL S.A. LEVERELIDA LDA UNIO FARMACUTICOS DE PORTUGAL C.R.L. SOQUIFA S.A. COFANOR C.R.L. ROCHE LDA BOTELHO & RODRIGUES LDA COOPROFAR C.R.L. VENDAS 414,169.60 280,027.70 261,885.20 230,176.00 165,576.90 160,426.10 138,863.60 116,904.30 106,160.30 104,590.90 VARIAO % 10.1 17.2 19.2 10.2 11.8 10.8 11.8 -7 12.1 14.2 13.4 RESULT. LQUIDOS 2,403.00 2,214.90 1,636.20 23,330.00 -672.9 1,437.80 1,564.20 -4,753.20 2,579.00 863.9 58,562.70 CAP. PRPRIO 13.8 10.2 8.3 44.2 -5.7 9.1 12.6 -340.9 44.8 19.5 19.4 N. EMPREGADOS 424 210 208 200 186 169 130 212 58 95 3485

TOTAL DAS 21 EMPRESAS DO SECTOR

2,683,263.20

Valores em milhares de euros; variaes e rentabilidade mdias do sector calculadas com base nas empresas que apresentam registos nos dois anos

A subida mais espantosa aconteceu com a SCA - Hygiene Products que quase triplicou as vendas, passaram de 14,9 milhes de euros para 42,8 milhes, o que lhe permitiu entrar directamente para o 426 posto do ranking. A Astra Portuguesa tambm se destacou ao galgar mais de 250 posies no ranking, da 429 em 2000 para a 173 posio em 2001, graas a um acrscimo das vendas em 121,5 por cento. Alm disso, a empresa mais que duplicou o nmero de trabalhadores e alcanou resultados lquidos de 4,8 milhes de euros, mais 180 por cento do que os 1,7 milhes de euros alcanados em 2000. Em curva descendente, esteve a Merck Farma e Qumica que caiu da 473 para a 497 posio, em consequncia de uma quebra de 7,3 por cento nas vendas. Os resultados lquidos ressentiram-se e recuaram 2,2 por cento. No obstante, a empresa conseguiu uma rentabilidade dos capitais prprios, de 13,7 por cento. O mesmo j no pode dizer a Roche, que tambm viu as vendas baixarem em 7,0 por cento, que amargou com prejuzos de 4,7 milhes de euros, contra lucros de 1,4 milhes em 2000. Melhor esteve a Wyeth Lederle Portugal , que sofreu um decrscimo de 1,6 por cento nas vendas. IA N A R I TA G U E R R A

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COMRCIO DE MATERIAL ELCTRICO E ELECTRNICO

A braos com calotesO ATRASO nos pagamentos devidos das administraes central e local s empresas de comrcio de material elctrico e electrnico , para Jos Valverde, dirigente da Agefe, um dos maiores problemas do sector. Mas basta olhar para o ranking dos maiores grupos desta actividade que pesa 2,7 por cento nas vendas das 500 maiores do PBLICO, para perceber que a heterogeneidade dos seusAS MAIORES Classificao das empresas por vendas em 2001SECTOR 500 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 75 76 77 84 86 91 105 108 122 131 EMPRESA WORTEN S.A. PORTO C IBM PORTUGUESA S.A. COMPUTER 2000 PORTUGUESA LDA HEWLETT-PACKARD PORTUGAL S.A. ERICSSON TELECOMUNICAES LDA CPCDI S.A. SONY PORTUGAL LDA SAMSUNG S.A. LISBOA SOLBI LDA LISBOA D.L.I. S.A. LISBOA VENDAS 229,215.80 223,644.30 214,387.90 201,266.30 195,223.50 175,252.70 151,055.00 147,085.10 125,780.40 120,246.40 2,316,827.10 VARIAO % 23.1 18.8 22.8 2.1 -4.3 39.1 -17.3 24.7 32 -2.8 10.2 RESULT. LQUIDOS 13,259.80 20,539.40 N.D. 5,039.40 11,303.70 3,601.40 8,360.00 1,496.20 520.5 625.5 83,187.70 CAP. PRPRIO 64.5 32.8 N.D. 64.7 36,717.00 27.5 48.9 12.9 8.3 10.5 30.8 N. EMPREGADOS 690 532 106 168 320 125 171 40 210 100 4233

problemas proporcional da sua composio, na medida em que rene grandes superfcies comerciais de venda de electrodomsticos, revendedores de computadores e material informtico, fornecedores de telemveis de alta-delidade, entre outros. Por isso, a Agefe associao que representa empresas grossistas e importadoras de material elctrico e electrnico, fotogrco e de

TOTAL DAS 20 EMPRESAS DO SECTOR

Valores em milhares de euros; variaes e rentabilidade mdias do sector calculadas com base nas empresas que apresentam registos nos dois anos

relojoaria prefere denir a actividade em dois segmentos: bens de consumo corrente (electrodomsticos) e bens de equipamento (material elctrico e electrnico). Para alm dos problemas da conjuntura, Jos Valverde refere que no segmento dos bens de equipamento h empresas muito afectadas pelo atraso nos pagamentos do Estado. As empresas de imagem mdica (radiologia) so das mais prejudicadas, mas tambm as que fornecem os e cabos elctricos para obras do prprio Estado chegam a esperar at dois anos para receberem o que lhes devido. Estamos a falar de empresas em que o Estado representa mais de 50 por cento da facturao, acrescenta. No segmento dos bens de consumo, onde em 2001 as empresas continuaram a aumentar a facturao, Jos Valverde admite uma quebra nas vendas no nal do ano em curso, mas se o Natal correr bem pode ser suciente para equilibrar os valores. As empresas que vendem computadores e de telemveis marcam igualmente presena forte no ranking dos grossistas de material elctrico e electrnico, atravs da IBM e da Hewlett Packard, esta ltima em fase de fuso com a Compaq, o que em 2002 dever fazer com que a sua posio no ranking se altere. I C L A R A T E I X E I R A

COMRCIO DE PRODUTOS PETROLFEROS

Ano douradoAS PETROLFERAS bem podem recordar 2001 como um dos seus anos dourados de actividade, em que se vericaram variaes recorde face ao comportamento geral das 500 maiores empresas portuguesas no nanceiras. Foi tambm um ano com menos dvidas do que o que vivem actualmente face prometidaAS MAIORES Classificao das empresas por vendas em 2001SECTOR 500 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 2 9 12 32 49 62 70 95 107 140 EMPRESA PETROGAL S.A. BP PORTUGUESA S.A. SHELL PORTUGUESA LDA CEPSA LDA REPSOL PORTUGAL LDA GALPGESTE LDA ESSO PORTUGUESA S.A. RODOGESTE LDA LISBOA PETRIN S.A. PORTO CARDOL LDA LISBOA VENDAS 5,426,592.00 1,363,973.00 1,046,845.00 431,550.50 307,677.60 266,810.10 237,141.50 167,807.60 149,429.90 116,214.60 9,979,309.40 VARIAO % -3.1 4.3 1 8.7 -0.5 27.1 15.2 29.2 31.1 -22.4 -0.1 RESULT. LQUIDOS 84,040.00 10,232.00 50,739.00 1,176.40 6,694.60 162.1 4,758.70 871.3 2,454.40 295.9 174,375.90 CAP. PRPRIO 8.1 6.5 29.9 2.1 5.7 37.2 8.4 35.9 88.5 85.3 10.3 N. EMPREGADOS 2777 340 319 200 120 1000 128 400 9 180 6160

liberalizao do preo dos combustveis em 2003 e antes da qual esperam ver arrumadas vrias dvidas a denio de um mecanismo de acompanhamento dos preos livres e um novo sistema de liquidao de IVA sem esquecer a entrada em funcionamento da autoridade da concorrncia.

TOTAL DAS 17 EMPRESAS DO SECTOR

Valores em milhares de euros; variaes e rentabilidade mdias do sector calculadas com base nas empresas que apresentam registos nos dois anos

Um dos pontos que mais se destaca o da relao entre as vendas e os resultados lquidos. O dinamismo no vem das vendas, que quebraram 0,1 por cento em 2001 neste ramo do comrcio, mas dos lucros, que quadruplicaram naquele ano. Este foi o ltimo ano de vigncia do acordo, assinado em Julho de 1999, entre o Estado e as petrolferas para o congelamento dos preos de venda ao pblico. A ento chamada poltica de estabilidade de preos, que pretendia minimizar os efeitos, junto dos consumidores, mas em particular dos transportadores, de subidas do preo do crude no mercado internacional, baseou-se na utilizao de um fundo de correco, atravs do qual o Estado pagava s petrolferas, quando o preo praticado por estas era inferior ao que aplicariam se se reectisse os preos internacionais, enquanto as petrolferas pagavam na situao inversa. Quatro das maiores empresas do sector ditaram a tendncia. Duas delas saram de prejuzos para fortes resultados positivos (a BP e a Repsol), a maior empresa deste ramo (a Petrogal, renadora de petrleo) viu os seus lucros multiplicarem-se duas vezes e meia, e a Shell tambm melhorou. I LURDES FERREIRA

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COMUNICAES

O telefone no tocaA PORTUGAL TELECOM (PT) ainda deu um ar da sua graa e comeou o novo ano a fazer um grande negcio, que se traduziu pela criao de uma joint-venture com a Telefnica para o mercado mvel no Brasil, logo em Janeiro de 2001. Mas a euforia nas telecomunicaes tinha morrido em 2000. O melhor exemplo partiu precisamente do grupo PT, que passou os restantes 11 meses do ano em guerra com os pequenos accionistas da PT Multimedia, com a Anacom e ainda com alguns dos seus maiores accionistas de referncia. No terreno, notou-se ao longo de 2001 uma perda de receita na rede xa e sua respectiva transferncia para o negcio mvel.

AS MAIORES Classificao das empresas por vendas em 2001SECTOR 500 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 3 8 13 19 20 54 66 161 276 324 EMPRESA PT COMUNICAES S.A. TMN S.A. VODAFONE TELECEL S.A. CTT - CORREIOS DE PORTUGAL S.A. OPTIMUS S.A. MARCONI S.A. PT PRIME S.A. NOVIS TELECOM S.A. TV CABO TEJO S.A. PORTUGAL TELECOM INOVAO S.A. VENDAS 2,344,914.00 1,394,484.00 956,648.60 636,357.20 617,503.50 288,538.80 255,777.30 103,727.00 64,273.70 54,636.50 6,756,985.60 VARIAO % 11.2 31.2 23.3 13.1 34.7 13.2 20.6 166.6 30.6 38.6 20.8 RESULT. LQUIDOS 276,799.00 271,168.20 104,830.60 2,813.00 -24,434.80 20,428.50 2,577.70 N.D. 2,624.90 N.D. 656,807.20 CAP. PRPRIO 17.8 50.1 22.2 0.6 -7.3 9.8 6.4 N.D. 14.1 N.D. 18.1 N. EMPREGADOS 11027 1132 1100 17330 812 338 750 65 139 300 33054

TOTAL DAS 11 EMPRESAS DO SECTOR

Valores em milhares de euros; variaes e rentabilidade mdias do sector calculadas com base nas empresas que apresentam registos nos dois anos

A quebra no foi suciente para destronar a PT Comunicaes do ranking das maiores empresas do sector, mantendo a mesma posio que em 2000, mas os trs operadores mveis conquistaram terreno e esto cada vez mais perto da empresa lder da tabela. Com oito milhes de utilizadores de telemveis em Portugal, no nal do ano passado, a TMN (do grupo PT), a Vodafone e a Optimus movimentam j, em conjunto, maior volume de receita que a PT Comunicaes. No resto da tabela, observa-se uma predominncia das empresas do grupo PT, havendo lugar apenas para um dos novos operadores: a Novis Telecom. A OniTelecom, apesar de em 2001 ter obtido maior volume de negcios que a Novis (cerca de 157 milhes de euros), foi excluda do ranking porque provavelmente no forneceu os dados necessrios para o efeito. O sector das telecomunicaes assistiu em 2001 a falncias, a despedimentos e hibernao das prometidas tecnolo