Emancipação de Seropédica

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Memria, Histria Oral e Simbologia: O Projeto de Emancipao e a Construo da Identidade Citadina de Seropdica.

Autor: Natally Chris da Rocha Menini*1

* Aluna de graduao do curso de Histria da UFRRJ e bolsista do Programa de Educao Tutorial.

1

As fontes orais, uma metodologia da Histria, cruzadas com outras fontes permitem o entendimento da percepo que os entrevistados possuem de si como participantes da Histria. O trabalho com os entrevistados militantes que na dcada de 1990 atuaram no processo da emancipao de Seropdica, antigo distrito de Itagua, apresenta tal objetivo. Atravs disso possvel compreender conceitos essenciais de formao da memria, da constituio de uma identidade citadina, de uma cosmologia histrica e sociolgica que interage com os indivduos e a sociedade, bem como o processo poltico histrico da emancipao. As entrevistas que somadas leitura do livro A histria de emancipao de Seropdica, escrito pelo vereador Jorge da Rocha Soares aps a emancipao, mais um jornal da poca foram fontes essenciais para a pesquisa.

Palavras Chaves: Memria, Emancipao, Identidade.

Oral sources, a methodology of history, add with other sources, allow the understanding of the perception that interviewees have of themselves as participants in history. The research with the militant interviewees in the 1990s process of emancipation of Seropdica, a former district of Itagua, presents such a goal. We aim to understand the essential concepts of memory formation, the creation of a city identity, the historical and sociological cosmology that interacts individuals and society, as well the political history of the emancipation process. The interviews, which added to the reading of the book "The history of emancipation of Seropdica," written by Alderman Jorge Soares da Rocha after emancipation, more of a newspaper at the time were essential sources for research.

Keys-Word: memory, emancipation and identity

Memria, Histria Oral e Simbologia: O Projeto de Emancipao e a Construo da Identidade Citadina de Seropdica.

O sonho vira realidade. Seropdica municpio. 2 Esse o ttulo da edio histrica do Jornal Folha Fluminense de Novembro de 1995, lanado um ms depois da aprovao pela Alerj do projeto de emancipao de Seropdica. A edio tratava especialmente da conquista de emancipao do antigo 2 distrito de Itagua, Seropdica. A nova cidade, situada na Baixada Fluminense, vizinha dos Municpios de Paracambi, Japeri, Queimados, Nova Iguau, Rio de Janeiro e Itagua. Segundo o referido jornal, do centro de Seropdica at o Centro do Rio de Janeiro distncia de cerca de 70 Km. A populao na poca era de 70.000 habitantes vivendo em 274 Km, divididos em 23 bairros. Alm disso, Seropdica situa-se na Bacia do Rio Guandu de grande riqueza mineral. Cedia importantes empresas como a Embrapa e a Pesagro, uma estrada de ferro e o campus central da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. O projeto de emancipao do antigo distrito teve duas tentativas. A primeira em 1990 em que plebiscito no foi aprovado. E a segunda tentativa por volta de 1994 a 1995, que ser analisada nesse trabalho. A Histria Oral, uma metodologia da Histria, que permite compreender a percepo que os indivduos possuem de si como atuantes na Histria, possibilitar o exame da tentativa vitoriosa do segundo plebiscito. Nesse sentido, sero utilizadas como fontes duas entrevistas3

2

O sonho vira realidade. Seropdica municpio. In: Folha Fluminense, novembro de

1995, Ano I. N 1. Seropdica, RJ. P.1. Essas entrevistas foram feitas em julho de 2009, com a finalidade de concluso de um trabalho para a Disciplina de Histria Oral no curso de Histria da UFRRJ. O nome dos entrevistados ser preservado.3

com militantes no processo de emancipao, em conjunto com o livro A Histria da Emancipao de Seropdica do vereador Jorge Soares e o jornal Folha Fluminense. A parti da anlise desse material sero expostos conceitos de identidade, de indivduo, construo de memria que dialogam com a Histria. UM MOTIVO

Entrevistador: O senhor faz idia de como surgiu o pensamento de se emancipar?Entrevistado 1: Se eu fao idia, o distrito era grande, segundo distrito, ento comeou...e j vinha de outros estados se emancipando como em Minas e outros mais, ai comeou aquela idia de, ai fizeram a 1 reunio sobre isso aqui na nossa praa era uma outra comisso foi formada (...) Entrevistador: como se articulou esse movimento de emancipao? Como comeou? Entrevistado 2: Comeou com os antigos aqui, (..) o pessoal daqui foi reivindicar uma coisa l e o prefeito falou o seguinte: eu vou mandar todo o lixo pra Seropdica por que o lugar de lixo l em Seropdica. Foi quando criou esse, essa rivalidade. Rivalidade boa, no foi? A j comearam a falar de emancipao. Eu achava at que era brincadeira, a fui convidado pra primeira reunio de emancipao. Naquela ocasio foram criadas algumas comisses. Eu participei, eu fui da comisso da divulgao(...) E a comeou a se falar em emancipao, em uma reunio a ata inicial. Mas o movimento deu uma esfriada. Mas naquela poca (...) a gente j tinha associao de moradores. A foi quando entrou um grupo interessado em assumir a associao de moradores e atravs da associao de moradores se implantarem um movimento da emancipao. Isso o que foi feito. Tudo comeou h dez anos atrs. Seropdica encontrava-se em um verdadeiro estado de abandono. No podamos nos acomodar e esperar a boa vontade do poder executivo para sanar as debilidades existentes em nossas localidades. Foi nessa altura dos acontecimentos que criamos o movimento de emancipao.4 Por motivos diversos o povo de Seropdica j demonstrara sua determinao de emancipar o segundo distrito, com, por exemplo, o esquecimento das autoridades, que h muito tempo deixara de dar a ateno devida. E ali, pela primeira vez, o pensamento e a vontade de emancipao veio aflorar no ntimo dos Seropedicenses. 5

4 5

Idem nota 2. P. 2.

SOARES, Jorge da Rocha. Histria da Emancipao de Seropdica. Editora: 3D, RJ 2008. P. 10.

O projeto de emancipao de Seropdica teve seu incio por volta de 1984 a 1985. Quando perguntado propositalmente aos entrevistados qual seria o motivo para o incio da idia de emancipao, foram percebveis algumas disparidades. Na comparao com as outras fontes as disparidades acentuaram-se ainda mais. A primeira entrevista assinala que o pensamento de emancipao de Seropdica, surgiu a parti dos exemplos que os outros estados vizinhos ao Rio de Janeiro estavam sofrendo com seus municpios. Todavia, a segunda entrevista abaliza um motivo mais preciso de ordem moral, uma palavra de ofensa a Seropdica. Alm disso, o movimento iniciou-se com o que o segundo entrevistado chama de antigos do segundo distrito. A citao do ex-presidente da comisso de emancipao, extrada do jornal Folha Fluminense ps-emancipao, apresenta que o movimento de emancipao foi criado devido ao estado de abandono que Seropdica encontrava-se mediante o descaso do poder executivo. A meno acima tem compatibilidade com a aluso feita no livro do vereador Jorge Soares, que destaca que um dos pressupostos ideia de emancipao, foi o esquecimento das autoridades frente ao segundo distrito. Contudo, o vereador destaca em primeiro plano que houve outros motivos de ordens diversas que afloram no povo, outro elemento diferencial, determinao de emancipar-se. A segunda entrevista destaca uma reivindicao dos antigos para com a prefeitura, o que mostra que se algo foi reivindicado porque h insuficincia de alguma coisa. Alessandro Portelli no episdio do Massacre de Civitella assinala o conceito de memria dividida, uma srie de memrias que disputam entre si, a verso do que aconteceu no massacre, alm da presena de um mito de origem que d um motivo ao massacre nazista. Pode-se compreender a conjuntura do ensejo para o incio do processo de emancipao atravs do conceito de memria dividida, pois diferentes verses so apresentadas nas entrevistas e as outras fontes tambm apresentam divergncias. Entretanto, tambm h semelhanas porque todas as fontes destacam um movimento a favor da emancipao. A

segunda entrevista traz uma peculiaridade visto que apresenta o estopim, um mito de origem, que no se sabe se verdade para a formao do movimento de separao.

OS CONTRAS

Os no-emancipacionistas sempre afirmavam que Seropdica no tinha como se manter, que no tinharenda suficiente, e deixavam escapar que a perda de Seropdica seria irreparvel para Itagua por se tratar de um plo educativo, com uma Universidade (Rural), alm da Bacia do Rio Guandu e seus areais (uma grande riqueza natural dada a extrao de areia do solo pelas mineradoras). (SOARES, 2008: 21) Entrevistador: Qual seria o interesse desses contras, de no verem Seropdica emancipada? Entrevistado 1: E achavam que ainda no tinha capacidade para se tornar cidade, acho que era isso que eles pensavam, que a renda era muito pouca, uma poo de outras paradas, que achavam e falavam. Interesse mesmo eles no tinham (...). S eram contra. (...) era mesmo do sistema deles, do partido deles, ser contra, ento fazia-se as reunies, eles iam pra l dar opinio contrria. Entrevistador: e agora vamos falar um pouco sobre os que eram contra a emancipao. Entrevistado 2: Os que eram contra, era por interesse. Por exemplo, o prefeito tava l, mas ele tinha o pessoal dele aqui, o prefeito atual ele que era contra, mas ele morava em Serpedica, ento eles arrumaram adesivos, colocaram nas portas dos carros: quem ama no vota inclusive o prefeito na poca usava aquele adesivo (...) Entrevistador: E a relao deles com Itagua, os do contra com Itagua, saberia dizer alguma coisa? Entrevistado 2: Eles tinham funo. Ento como eles tinham funo na prefeitura o prefeito tinha

poder sobre eles. Eles eram aliados do prefeito de Itagua.

Apesar do primeiro trecho recortado do livro do vereador, a palavra noemancipacionista aparecer como sinnimo dos que no eram a favor da emancipao, ao longo de todo seu livro utiliza a palavra os contras o movimento de separao. Nessa direo, quando foi feito as entrevistas procurou-se empregar a ultima categoria.

Ainda no livro, assinalado que os contras sempre usavam de artimanhas a fim de embarreirar o projeto separatista. Qual seria o interesse dos no-separatistas? O livro explicita que Seropdica valiosa, pois possui um plo educativo universitrio alm de uma bacia de um grande rio. Quando contraposto essa afirmao com as entrevistas percebeu-se divergncias. A primeira entrevista, nesse sentido, abalizou que os contras no tinham interesse em ver Seropdica emancipada, alm de questes partidrias. A segunda entrevista menciona que os contras tinham interesses em funes polticas. Embora o segundo entrevistado se diferencie da resposta do livro, este destaca um slogan muito utilizado na poca contra o movimento emancipacionista: Quem ama no vota tambm presente no livro. Dessa forma, a anlise das divergncias das fontes aponta mais uma vez o elemento de memria dividida entre essas. importante destacar que o livro A Histria da Emancipao de Seropdica uma tentativa de escrever oficialmente os acontecimentos do movimento de emancipao. Uma tentativa de enquadramento de memria , um conceito de Pollack, que diverge em alguns pontos das entrevistas. Numa conversa a parte com os entrevistados estes esclareceram que o livro no bom.

UM LDEREntrevistador: E as pessoas que lutaram pela emancipao, como ficou? Entrevistado 1: Ento, eu nunca quis nada de cargo de prefeitura, de nada disso, sempre tive na cabea que o presidente da comisso, achava que ele, viria prefeito, isso na minha opinio. (...) Eu achava que ele merecia o cargo de prefeito, ele no poltico no tem carisma, ai perde todas (...). Entrevistador: Fala um pouquinho das pessoasque apoiaram a emancipao? Entrevistado 2: O presidente. O que o preseidente fez, eu disse na poca e at hoje continuo dizendo: Seropdica s se emancipou por causa do presidente. A bravura, a coragem que o cara tinha (...) mas no tem habilidade com a poltica. Foi vereador, mas ele no teve habilidade pra ser prefeito. A ele foi, caiu na antipatia. Apareceu outro mais simptico e elegeram o mais simptico. O Sr Presidente passou a descer para o Rio de Janeiro quase que diariamente, dando assistncia Jurdica e buscando recursos, ficando totalmente por conta da emancipao, zelando pelo patrimnio como um

mordomo, de maneira tal que criou um verdadeiro exrcito de homens e mulheres decididos a emancipar o segundo Distrito de Seropdica. (SOARES, 2008: 14).

As entrevistas e o livro enfatizam o desempenho do presidente da comisso da emancipao durante todo processo. Tanto os entrevistados quanto o livro apontam que o mesmo teve uma atuao crucial para o resultado final da emancipao. O livro salienta ainda, que durante todo o processo o ento presidente trabalhou com afinco nas reunies, orientando a populao, e no acompanhamento do processo na ALERJ, devido a sua formao em direito. Nesse nterim, foi o principal agente no que diz respeito s questes burocrticas e na orientao para com o povo. As entrevistas, entretanto, destacam um ponto a mais. Na concepo dos entrevistados, o ex-presidente deveria ser o primeiro prefeito de Seropdica. Porm por falta de carisma ou pouca habilidade com a poltica no foi eleito. Em Memria, identidade e projeto, Gilberto Velho vai introduzir, dialogando com George Simmel, a complexidade do individuo-sujeito das sociedades individualistas e a noo de projeto. De acordo com, Simmel o indviduo consiste naquele que se destaca da massa, do que mais primitivo, dialogando e interagindo com a mesma. A noo de projeto est nas mos desse indivduo. Assim o individuo tem o poder de modificao da histria e no de manipulao com aponta o marxismo, na medida em que foi a massa que deu ao individuo a posio de destaque de superioridade. Nesse nterim, o presidente da comisso de emancipao aparece nas fontes, mais especificadamente nas entrevistas, como um indivduo que poderia ter sido o prefeito de Seropdica j que foi o principal idealizador do projeto de separao. O livro escrito aps a emancipao tambm enfatiza a atuao do presidente. Quando se pergunta em Seropdica quem foi o pai da emancipao as pessoas apontam o ex-presidente da comisso. Este ltimo, porm, no conseguiu dialogar e interagir com a populao nas eleies para prefeito ou vereador.

difcil compreender como um homem que orientou as pessoas nas reunies e lutou pelo movimento de emancipao, no conseguiu ter carisma para ser eleito, talvez ele no tenha sido escolhido pela populao para ser um indivduo um lder de fato.

A EMANCIPAO

No dia seguinte, samos em busca do bito de casa em casa. Formamos um grande multiro de pessoas determinadas, umas encontrando outras, que indicavam mais umas, e assim sucessivamente. (SORES, 2008: 53) (...) Novamente no conseguimos coro porque no tinha atingido ai depois ns fomos descobrir que o nmero de eleitores de Itagua no era aquele numero to elevado, porque levaram em considerao os mortos (...) foi quando ns fomos aqui para o cartrio que estava no clube de Serpedica e l passamos vrias noites no carro de som na rua, pedindo certido de bitos. (..) Ai ia pesquisando, pesquisando, esse aqui votou. Foi feita uma relao atravs do cartrio (..) foi encaminhado para a justia para o TRE, ai ficou um tempo no TER(...) Atingimos o qurum, a o TER declarou a vitria de Serpedica no plebiscito. Ai quando foi dia onze, acho que foi dia onze de outubro, onze ou dez de outubro o governador veio aqui assinar o decreto de criao do municpio de Serpedica que dia doze, ai ele botou a data pr dia doze de outubro. Que o dia da padroeira do BrasiL (...) ele assinou o decreto l no palanque, festa, festa... 6 Na reta final do processo de emancipao, duas datas entraram para a histria do povo seropedicense: no dia 5 de outubro, a Assemblia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), numa sesso memorvel, votou e aprovou por unanimidade o Projeto de Lei n 464, criando o Municpio de Seropdica; no dia 11, numa festa que ficar para sempre registrada na memria da populao, o Governador Marcello Alencar esteve no quilmetro 49 da antiga estrada Rio-So Paulo, no Centro do novo Municpio, onde, em solenidade simblica, em plena praa pblica, sancionou a Lei n 2.446, que passou a vigorar a partir do dia 12 de outubro. (Folha Fluminense, p.1).

As fontes acima descrevem um momento essencial para a concretizao do projeto de emancipao de Seropdica, a batalha dos emancipacionistas e tambm da populao em recolher as certides de bitos para concretizao do segundo plebiscito.

6

Entrevista dois, p. 6. Ver nota 2.

O segundo plebiscito parece marcar a construo de uma histria da emancipao, mas a separao no foi fcil. De acordo com as fontes a segunda votao popular, no foi aceita pelo Tribunal Regional Eleitoral, que alegou no haver qurum necessrio. Entretanto, dos habitantes aptos a votar em Itagua e Seropdica 388 j haviam morrido. Ento num esforo coletivo que reuniu a populao de Seropdica, houve a verificao do nmero de bitos existentes. Aps uma verificao minuciosa, o material foi enviado ao TER que finalmente deu f ao documento. Seropdica atingiu o qurum para emancipar-se no dia 5 de outubro de 1995. A lei 2.446, que passaria a vigorar em 12 de outubro de 1995, aprovada na ALERJ criava assim o novo municpio. A populao comemorou na vspera da entrada em vigor da lei. No dia 11 toda a populao se reuniu no Km 49, centro do novo municpio, numa grande festa que contou com a presena do deputado Almir Rangel e do governador Marcello Alencar. Este ltimo, numa solenidade simblica sancionou a lei. A populao ainda teve direito a uma queima de fogos que corou a vitria do povo. No decorrer de todas as fontes expostas no trabalho percebeu-se que o primeiro plesbicito esquecido ou pelo menos se tentou esquecer-se por algum motivo. A hiptese ajuizada, foi que nesse plebiscito a populao no estaria engajada no movimento, e por isso no foi frente. Todavia, isso um assunto para outro trabalho. Mas esse esquecimento foi analisado atravs do conceito de amnsia social de Mrcia Maria, no qual os projetos de esquecimentos de coisas e fatos constituem a preservao da identidade do grupo em questo.

Concluso

Atravs da anlise das fontes comparadas foi possvel compreender conceitos essenciais de formao da memria, da construo de uma identidade citadina, de uma cosmologia histrica e sociolgica sobre a interao entre indivduos e a sociedade e o modo como o ator social se insere e concebe a histria.

Nessa direo, so revelados detalhes regionais essenciais ao entendimento dos processos de formao das cidades brasileiras e de seus patrimnios histricos. Alm do desenvolvimento de conceitos abordados na discusso de Memria e Histria: Memria dividida, enquadramento de Memria, Indivduo-Sociedade, construo de indentidade e amnsia social ou esquecimento de memria, mito de origem. Por final, como Pollack aponta a memria um elemento constituinte do sentimento de identidade, de coerncia, de continuidade temporal, de seleo de acontecimentos e de esquecimento de outros. Alem disso, a memria e a identidade so valores disputados em conflitos sociais.