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Moda praia na neve Livros, sites e novas distribuidoras estão levando moda brasileira para Moscou. P.3 Retrospectiva 2013 Entre meteoritos, espiões, misses e tochas olímpicas, os acontecimentos que marcaram a Rússia no ano que termina. P.4 QUARTA-FEIRA, 18 DE DEZEMBRO DE 2013 O melhor da gazetarussa.com.br Publicado e distribuído com The New York Times (EUA), The Washington Post (EUA), The Daily Telegraph (Reino Unido), Le Figaro (França), La Repubblica (Itália), El País (Espanha), Folha de S.Paulo (Brasil), The Economic Times (Índia), La Nacion (Argentina), Süddeutsche Zeitung (Alemanha), The Yomiuri Shimbun (Japão) e outros grandes diários internacionais PRODUZIDO POR RUSSIA BEYOND THE HEADLINES www.rbth.ru Jogos de Inverno Infraestrutura limitada e clima quente da cidade contribuíram para orçamento de US$ 46 bi Com orça- mento inicial estimado em US$ 12 bi- lhões, jogos estão quase quatro vezes mais caros. O clima subtro- pical colabo- rou com gas- tos e cidade está estocan- do neve para realização de competições Sôtchi-2014 bate recorde de gastos em Olimpíadas Economia Reformas internas colaboraram para desempenho Entre os Brics, Rússia ficou atrás apenas da África do Sul no último no ranking do Banco Mundial que mede facilidade para fazer negócios. A Rússia saltou 20 posições no ranking do Banco Mun- dial de facilidade para fazer negócios, atingindo o 92° lugar entre os 185 países analisados. O progresso se deu após reformas e aumen- to de acesso à rede elétrica, de acordo com novo relatório do organismo internacional. O resultado traz esperan- País sobe em ranking de facilidade de fazer negócios Melhoria no acesso à rede elétrica e di- minuição das quedas de energia aju- daram na qualificação ARTIOM ZAGORODNOV GAZETA RUSSA NOTAS É esperada para meados de janeiro a che- gada de Antonio José Vallim Guerreiro, novo embaixador brasileiro em Moscou. Minis- tro de Primeira Classe desde 2001, chefiou sua primeira missão no exterior em 2006, quando assumiu o cargo de Embaixador do Brasil junto à AIEA. Desde a saída de Carlos Antonio da Rocha Paranhos, em junho, para assumir em Bra- sília a Subsecretaria Geral de Política Um, a Embaixada do Brasil em Moscou ficou a cargo do encarregado de negócios Fernan- do Barreto. Maria Azálina Moscou receberá novo embaixador brasileiro No último dia 9 de dezembro, o presiden- te russo Vladímir Pútin assinou um de- creto para fusão da agência de notícias RIA-Nôvosti com a rádio Voz da Rússia em um novo grupo de mídia intitulado ‘Rússia Hoje’, cujo objetivo é promover o país no exterior. Sua colaboração com a TV estatal Rússia Today, instalada no mesmo prédio da RIA-Nôvosti, porém, ainda não é confirmada. “As mudanças estruturais nas empre- sas de mídia controladas pelo governo visam reduzir os seus gastos e aumentar a eficiência”, afirma Serguêi Ivanov, chefe do gabinete da presidência da Rússia. Para a direção do grupo foi nomeado Dmítri Kisseliov, âncora de TV conheci- do por seus pontos de vista conservado- res e comentários polêmicos. Marina Darmaros No dia 4, a capital russa começou a vender o primeiro smartphone de fabricação e con- cepção russa. Entre seus diferenciais, o Yo- taPhone possui, além do display de LCD, uma segunda tela feita com tecnologia e-ink, a mesma utilizada em e-books. Além de tor- nar a leitura mais confortável, a segunda tela pode prolongar a bateria do aparelho para uso contínuo por até 50 horas. O gad- get já conquistou o prêmio de “Melhor Pro- duto” da International Consumer Eletro- nics Show, em Las Vegas. Não há previsão de chegada do aparelho ao Brasil. Gazeta Russa Decreto funde estatais em grupo de mídia Yota lança primeiro smartphone russo Se o Brasil está se debaten- do com problemas de infra- estrutura para receber even- tos internacionais, tente imaginar as próximas Olim- píadas de Inverno, que serão realizadas em uma região Jogos de Sôtchi serão os mais caros da história, superando os US$ 44 bi de Pequim-2014. Custo de Londres-2012 ficou abaixo do estimado, em US$ 13,2 bilhões. JEFF VAUGHAN ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA subtropical. Palmeiras enfei- tam a Vila Olímpica de Sôtchi, enquanto 450 mil me- tros cúbicos de neve são man- tidos em um depósito, para o caso de o sol derreter a ca- mada de neve que cobre as pistas onde acontecerão as provas, a partir de 7 de fevereiro. A cidade litorânea de Sôtchi, no sul da Rússia, quase não tinha instalações esportivas quando o presiden- te russo Vladímir Pútin con- quistou a delegação do Comi- tê Olímpico Internacional, em 2007, e venceu a concorrência para sediar os Jogos Olímpi- cos de Inverno. Sua localização, em uma área relativamente pouco de- senvolvida do país e onde o clima é semelhante ao do Rio Grande do Sul, explica, em parte, por que os jogos de Sôtchi-2014 estão se tornan- do os mais caros da história. Pútin calculou gastar US$ 12 bilhões nos preparativos de Sôtchi-2014, mas o orçamen- to já alcançou os US$ 46 bi- lhões, financiados sobretudo pelo governo e empresas es- tatais. O valor supera os US$ 44 bilhões gastos nas instala- ções de Pequim-2008, e faz com que os US$ 14 bilhões dos jogos de Londres pareçam uma quantia pequena. Sôtchi-2014 enfrentou sé- rios desafios de engenharia, que foram superados a um custo considerável. A área onde foi instalada a Vila Olím- pica de Sôtchi, por exemplo, costumava ser um pântano. Além disso, estradas e ferro- vias para locais remotos tive- ram de ser construídas antes mesmo do início das obras das instalações esportivas. Uma nova ferrovia proporciona co- nexão em 30 minutos entre as duas zonas da competição, o Cluster Costeiro e o Cluster de Montanha. As arenas do Cluster Cos- teiro estão a uma curta dis- tância uma da outra, e os atle- tas vão ficar a apenas cinco minutos de distância da Vila CONTINUA NA PÁGINA 3 ças de que o país alcance o 20° lugar até 2018, como o presidente Vladímir Pútin almeja, por meio de uma série de medidas destinadas a reduzir a burocracia nacional. Entre os Brics, a Rússia ficou atrás apenas da Áfri- ca do Sul, em 41° lugar. Em seguida vieram a China, em 96° lugar, o Brasil, que subiu duas posições, em 116°, e a Índia, que caiu três, em 134°. “Melhorar o clima de in- vestimentos é uma priorida- de política para as autoridades russas, e os em- preendedores locais estão vendo os resultados”, diz respeito a boas práticas glo- bais desde 2009. Eletricidade e fronteiras De acordo com os dados do Banco Mundial, a Rússia ob- teve progressos significativos na melhoria do acesso à rede elétrica, saltando 71 posições no quesito “obtenção de al- varás de construção”, em que o país ocupa o 178º lugar. O país também subiu na cate- goria “comércio internacio- nal”, na qual agora ocupa a 157ª posição. CONTINUA NA PÁGINA 3 Augusto Lopez-Claros, di- retor de análise e indicado- res globais do Grupo Banco Mundial, na declaração que acompanha o estudo. “As empresas que preci- sam obter acesso à rede elé- trica em Moscou agora en- frentam menos atrasos, procedimentos mais ágeis e taxas mais baixas, graças às melhorias regulamenta- res e processuais nessa área por todo o país.” A Rússia também está entre os 10 países que obti- veram mais avanço em pes- quisas neste ano, e figura entre as 10 economias que mais progrediram no que diz O presidente da Rede Fe- deral de Sistemas de Ener- gia Unificados, Oleg Budar- guin, ressalta que, em termos de confiabilidade no setor elé- trico, a qual é medida pelo número de interrupções no serviço, a Rússia já supera muitos países desenvolvidos. As quedas de energia na Rús- sia duram, em média, 0,9 hora, contra 1,7 hora na Eu- ropa e 3,3 horas em outras partes do mundo. KEITH BEDFORD/INSIDER IMAGES REUTERS ITAR-TASS MIKHAIL MORDASOV © RIA NOVOSTI Até 2014! Leia as notícias mais fresquinhas no site www.gazetarussa.com.br

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Moda praia na neveLivros, sites e novas distribuidoras estão levando moda brasileira para Moscou.

P.3

Retrospectiva 2013Entre meteoritos, espiões, misses e tochas olímpicas, os acontecimentos que marcaram a Rússia no ano que termina.

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QUARTA-FEIRA, 18 DE DEZEMBRO DE 2013

O melhor da gazetarussa.com.br

Publicado e distribuído com The New York Times (EUA), The Washington Post (EUA), The Daily Telegraph (Reino Unido), Le Figaro (França), La Repubblica (Itália), El País (Espanha), Folha de S.Paulo (Brasil), The Economic Times (Índia), La Nacion (Argentina), Süddeutsche Zeitung (Alemanha), The Yomiuri Shimbun (Japão) e outros grandes diários internacionais

PRODUZIDO PORRUSSIA BEYONDTHE HEADLINESwww.rbth.ru

Jogos de Inverno Infraestrutura limitada e clima quente da cidade contribuíram para orçamento de US$ 46 bi

Com orça-mento inicial estimado em US$ 12 bi-lhões, jogos estão quase quatro vezes mais caros. O clima subtro-pical colabo-rou com gas-tos e cidade está estocan-do neve para realização de competições

Sôtchi-2014 bate recorde de gastos em Olimpíadas

Economia Reformas internas colaboraram para desempenho

Entre os Brics, Rússia ficou atrás apenas da África do Sul no último no ranking do Banco Mundial que mede facilidade para fazer negócios.

A Rússia saltou 20 posições no ranking do Banco Mun-dial de facilidade para fazer negócios, atingindo o 92° lugar entre os 185 países analisados. O progresso se deu após reformas e aumen-to de acesso à rede elétrica, d e a c o r d o c o m n o v o relatório do organismo internacional.

O resultado traz esperan-

País sobe em ranking de facilidade de fazer negócios

Melhoria no acesso à rede elétrica e di-minuição das quedas de energia aju-daram na qualificação

ARTIOM ZAGORODNOVGAZETA RUSSA

NOTAS

É esperada para meados de janeiro a che-gada de Antonio José Vallim Guerreiro, novo embaixador brasileiro em Moscou. Minis-tro de Primeira Classe desde 2001, chefi ou sua primeira missão no exterior em 2006, quando assumiu o cargo de Embaixador do Brasil junto à AIEA.

Desde a saída de Carlos Antonio da Rocha Paranhos, em junho, para assumir em Bra-sília a Subsecretaria Geral de Política Um, a Embaixada do Brasil em Moscou fi cou a cargo do encarregado de negócios Fernan-do Barreto.

Maria Azálina

Moscou receberá novo embaixador brasileiro

No último dia 9 de dezembro, o presiden-te russo Vladímir Pútin assinou um de-creto para fusão da agência de notícias RIA-Nôvosti com a rádio Voz da Rússia em um novo grupo de mídia intitulado ‘Rússia Hoje’, cujo objetivo é promover o país no exterior. Sua colaboração com a TV estatal Rússia Today, instalada no mesmo prédio da RIA-Nôvosti, porém, ainda não é confi rmada.

“As mudanças estruturais nas empre-sas de mídia controladas pelo governo visam reduzir os seus gastos e aumentar a efi ciência”, afi rma Serguêi Ivanov, chefe do gabinete da presidência da Rússia.

Para a direção do grupo foi nomeado Dmítri Kisseliov, âncora de TV conheci-do por seus pontos de vista conservado-res e comentários polêmicos.

Marina Darmaros

No dia 4, a capital russa começou a vender o primeiro smartphone de fabricação e con-cepção russa. Entre seus diferenciais, o Yo-taPhone possui, além do display de LCD, uma segunda tela feita com tecnologia e-ink, a mesma utilizada em e-books. Além de tor-nar a leitura mais confortável, a segunda tela pode prolongar a bateria do aparelho para uso contínuo por até 50 horas. O gad-get já conquistou o prêmio de “Melhor Pro-duto” da International Consumer Eletro-nics Show, em Las Vegas. Não há previsão de chegada do aparelho ao Brasil.

Gazeta Russa

Decreto funde estatais em grupo de mídia

Yota lança primeiro smartphone russo

Se o Brasil está se debaten-do com problemas de infra-estrutura para receber even-tos internacionais, tente imaginar as próximas Olim-píadas de Inverno, que serão realizadas em uma região

Jogos de Sôtchi serão os mais caros da história, superando os US$ 44 bi de Pequim-2014. Custo de Londres-2012 ficou abaixo do estimado, em US$ 13,2 bilhões.

JEFF VAUGHANESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

subtropical. Palmeiras enfei-tam a Vila Olímpica de Sôtchi, enquanto 450 mil me-tros cúbicos de neve são man-tidos em um depósito, para o caso de o sol derreter a ca-mada de neve que cobre as pistas onde acontecerão as provas, a partir de 7 de fevereiro.

A cidade litorânea de Sôtchi, no sul da Rússia, quase não tinha instalações esportivas quando o presiden-te russo Vladímir Pútin con-quistou a delegação do Comi-

tê Olímpico Internacional, em 2007, e venceu a concorrência para sediar os Jogos Olímpi-cos de Inverno.

Sua localização, em uma área relativamente pouco de-senvolvida do país e onde o clima é semelhante ao do Rio Grande do Sul, explica, em parte, por que os jogos de Sôtchi-2014 estão se tornan-do os mais caros da história.

Pútin calculou gastar US$ 12 bilhões nos preparativos de Sôtchi-2014, mas o orçamen-to já alcançou os US$ 46 bi-

lhões, fi nanciados sobretudo pelo governo e empresas es-tatais. O valor supera os US$ 44 bilhões gastos nas instala-ções de Pequim-2008, e faz com que os US$ 14 bilhões dos jogos de Londres pareçam uma quantia pequena.

Sôtchi-2014 enfrentou sé-rios desafi os de engenharia, que foram superados a um custo considerável. A área onde foi instalada a Vila Olím-pica de Sôtchi, por exemplo, costumava ser um pântano. Além disso, estradas e ferro-

vias para locais remotos tive-ram de ser construídas antes mesmo do início das obras das instalações esportivas. Uma nova ferrovia proporciona co-nexão em 30 minutos entre as duas zonas da competição, o Cluster Costeiro e o Cluster de Montanha.

As arenas do Cluster Cos-teiro estão a uma curta dis-tância uma da outra, e os atle-tas vão fi car a apenas cinco minutos de distância da Vila

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ças de que o país alcance o 20° lugar até 2018, como o presidente Vladímir Pútin almeja, por meio de uma série de medidas destinadas a reduzir a burocracia nacional.

Entre os Brics, a Rússia fi cou atrás apenas da Áfri-ca do Sul, em 41° lugar. Em seguida vieram a China, em 96° lugar, o Brasil, que subiu duas posições, em 116°, e a Índia, que caiu três, em 134°.

“Melhorar o clima de in-vestimentos é uma priorida-d e p o l í t i c a p a r a a s autoridades russas, e os em-preendedores locais estão vendo os resultados”, diz

respeito a boas práticas glo-bais desde 2009.

Eletricidade e fronteirasDe acordo com os dados do Banco Mundial, a Rússia ob-teve progressos signifi cativos na melhoria do acesso à rede elétrica, saltando 71 posições no quesito “obtenção de al-varás de construção”, em que o país ocupa o 178º lugar. O país também subiu na cate-goria “comércio internacio-nal”, na qual agora ocupa a 157ª posição. CONTINUA NA PÁGINA 3

Augusto Lopez-Claros, di-retor de análise e indicado-res globais do Grupo Banco Mundial, na declaração que acompanha o estudo.

“As empresas que preci-sam obter acesso à rede elé-trica em Moscou agora en-frentam menos atrasos, procedimentos mais ágeis e taxas mais baixas, graças às melhorias regulamenta-res e processuais nessa área por todo o país.”

A Rússia também está entre os 10 países que obti-veram mais avanço em pes-quisas neste ano, e figura entre as 10 economias que mais progrediram no que diz

O presidente da Rede Fe-deral de Sistemas de Ener-gia Unifi cados, Oleg Budar-guin, ressalta que, em termos de confi abilidade no setor elé-trico, a qual é medida pelo número de interrupções no serviço, a Rússia já supera muitos países desenvolvidos. As quedas de energia na Rús-sia duram, em média, 0,9 hora, contra 1,7 hora na Eu-ropa e 3,3 horas em outras partes do mundo.

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LIBERDADE E LIBERALISMO

Aleksandr Baunov

Cientista político

NÃO SÃO SINÔNIMOS

A PREFERÊNCIA PELA ORDEM

SERÁ QUE A EUROPA PRECISA DA UCRÂNIA SEM A RÚSSIA?

No início dos anos 1990, a Rússia passou a agradar à comunidade liberal: in-tegrada no sistema políti-

co, fi nanceiro e bancário mundial, deixou de constituir a força que se opunha à civilização.

Sem dúvida, adquirimos liber-dades fundamentais liberais: qual-quer pessoa (com meios para tal) vai e vem livremente pelo país e fora dele, centenas de meios de co-municação independentes surgi-ram, há acesso a todo tipo de lite-ratura e música, existe um cinema independente, e um teatro ainda mais. Além disso, surgiram hospi-tais privados, tal como universida-de, escolas etc. A concorrência no ramo dos serviços é visível.

É difícil que alguém ouse afi r-mar que a Rússia liberal se distin-ga radicalmente de outros países que também escolheram essa via de desenvolvimento, como Hungria, Lituânia, Letônia, Moldova, Romê-nia, Polônia, Turquia, Ucrânia e República Tcheca.

Entretanto, os liberais russos preferem se voltar para países como a Suíça, ainda que não seja muito claro o que nos aproximaria para podermos alcançar os mesmos êxi-tos que o país centro-europeu.

Temos um alto nível de corrup-ção. No mundo todo, porém, há mui-tos países tipicamente liberais com níveis assustadores de corrupção.Temos também presos políticos, in-clusive conhecidos meus – e que de-fendem ideias antiliberais. Mas em outros países liberais manifestan-tes oposicionistas são levados ao Parlamento ou à prisão?

Temos problemas na imprensa, e alguns jornalistas são obrigados a deixar a profi ssão. Ora, no mundo liberal também há temas que são

Ser liberal na Rússia atual é algo triste. Numa autocra-cia, o principal interesse do povo é sobreviver. Ele con-

sidera inconveniente molestar um poder que, imagina, o alimenta.

Ora, quando digo que o libera-lismo é a ideia de que o homem pode mudar para melhor, quando digo que a aspiração à liberdade é inata a ele, olham-me com descon-fiança ou ódio na Rússia. Como quem diz: “Já vivemos essa liber-dade de Gorbatchov! Foi quando o país foi destruído e roubado!”

“Liberdade”, para a maioria dos russos, significa criminalidade, fragmentação. Enquanto “ordem” é sinônimo de submissão ao poder e limitação da liberdade individu-al em prol da grandeza do Estado, do poder absoluto do tsar, hoje cha-mado de “presidente”. Como notou o historiador Richard Pipes, entre a liberdade e a ordem, na Rússia sempre se acaba escolhendo a última.

Os russos odeiam os liberais sem conhecer essa corrente de pensa-mento. Poucos são os meus discí-pulos da Universidade Estatal de Moscou (Lomonossov), onde lecio-no radiojornalismo, que conhecem Pipes. Tampouco ouviram falar de Noam Chomsky, que descreveu, há meio século, alguns modelos de Es-tado, incluindo o liberal, em “O Es-tado do Futuro”.

O nível de conhecimento de meus discípulos é inferior ao de quando eu fui estudante. Assim, no seio da sociedade soviética, que ansiava pelo conhecimento, surgiu a ideia liberal, exigindo o fi m da censura e a abertura ao empreendimento privado, o que viria a destruir a URSS.

Muitos se agarram ao conserva-

Quando, na Rússia, algo se desfaz, des-morona, as razões estão na ponta da

língua: é um “país de bobos”, é Pútin, é o regime. Mas quan-do algo vai mal na terra pro-metida de milagres, bondade e ordem, o que havemos de dizer? A União Europeia, por si só, não impede os telhados de cair. No entanto, sabe-se lá por quê, parece impróprio dizer disso.

Também não é de bom tom falar sobre as relações entre Ucrânia, Rússia e UE. A Ucrânia está descontente com o fato de seu governo legiti-mamente eleito impedir que o país se aproxime da Euro-pa. A Europa está indignada porque o Kremlin cria obs-táculo para que a Ucrânia se junte à UE.

Ora, essa indignação é o re-conhecimento cabal de que a Rússia tem mais força do que a UE. Então, por que escolher a companhia do mais fraco?

Zakhar Prilépin

ARTICULISTA

Dmítri Gúbin

ANALISTA POLÍTICO

tabus e jornalistas aprisionados por tocar neles.

Os Estados Unidos, que se dizem um país mágico, não deixam de ser o centro do liberalismo mundial, independente de quem esteja no poder: os carinhosos democratas ou os severos republicanos, os adep-tos da Bíblia ou os das armas.

O presidente russo, por sua vez, está rodeado por uma equipe libe-ral que pode participar livremente de protestos pelo país afora defen-dendo esses valores.

A todos nós, liberais ou antilibe-rais, o que falta são tribunais ho-nestos e rampas para defi cientes, um sistema eleitoral que funcione e uma polícia normal, proteção so-cial e assistência médica razoáveis.Mas quem disse que esses são si-nais de liberalismo?

Os liberais estão convencidos de algumas coisas bem curiosas. Tudo o que existe de bom no mundo (li-berdade, chicletes, vinho, eleições, boa literatura, sorvetes, fl ores) é de origem liberal, enquanto tudo o que existe de mal (guerra, prisão, emi-gração, cinema de propaganda) é de origem antiliberal.

Não lhes passa pela cabeça que a guerra, a falta de rampas, a per-seguição étnica e o cinema de pro-paganda são coisas bem enraiza-das em países liberais. Ou que a China tenha uma invejável indús-tria automobilística e em Cuba haja paradas gays e fi lmes sem censura. Quanto aos êxitos soviéticos, nem os citaremos para evitar criar problemas.

Liberdade não é sinônimo de li-beralismo, assim como um elevado nível de vida, ou independência estatal.

Zakhar Prilépin é articulista.

dorismo, mesmo quando esse se ba-seia em mitos. Por exemplo, defen-dem a “tradição familiar histórica” sem se importar com a história so-cial da família.

O fato de se agarrarem a costu-mes fictícios seria curioso, como qualquer extravagância, se não fos-sem os tentadores ideológicos. Esses sabem moldar o medo dos confu-sos em tábuas da salvação – o que na Rússia signifi ca a aniquilação do inimigo. O inimigo é aquele de origem alheia, fé alheia, sentimen-tos alheios, ou aquele que constrói a vida de forma diferente: resumin-do, um “liberal”. É ele a causa de todos nossos males.

Um dos tentadores sinceros da Rússia de hoje é o escritor Zakhar Prilépin. Ele levou muita porrada (foi membro do partido dos nacio-nalistas bolcheviques, proibido, co-nheceu a prisão e sofreu as arbi-trariedades policiais), e agora se pôs a cantar hosanas aos que se dei-xam levar com a maioria. Os con-tos e novelas de Prilépin elevam a herói um arruaceiro russo contem-porâneo nosso.

Até os intelectuais se regozijam, por vezes, com a graça natural dos jovens animais, despidos de instru-ção, de cultura, de refl exão. Mas é bom separar o prazer estético sus-citado por um camponês suado de enxada na mão da tentação de fazer dele o centro do mundo, estigma-tizando como inimigos os que não sejam como ele, os que são diferen-tes. Coisa parecida aconteceu no Camboja no tempo de Pol Pot.

Essa é a razão fi nal de eu ser um liberal, mesmo não tirando provei-to algum de minhas convicções.

Dmítri Gúbin é analista político e colunista do jornal Kommersant.

A verdade é que a famí-lia europeia não se sente in-completa sem a Ucrânia. Tampouco sem outros paí-ses. Há apenas dez anos os gregos se revoltaram por Bruxelas ter publicado um livro sobre a história da Eu-ropa, que teria origem no Im-pério de Carlos Magno. Então, minha alma estava

com os gregos, embora a consciência estivesse com Bruxelas.

A Europa também não sente qualquer vazio sem ou-tros vizinhos bem mais pró-ximos, como Romênia, Bul-gária, Sérvia, Macedônia, Albânia, assim como Letô-nia e Lituânia. E, para falar francamente, sem antigos Estados capitalistas desde

há muito, como a Grécia e o Chipre.

“Para que precisamos deles? A Romênia e a Bulgá-ria devem se sentir felizes por ter tomado o bonde andan-do”, disse-me em Bucareste, em 2007, um então embaixa-dor da União Europeia, muito f a l a nt e p or e s t a r d e partida.

Na página 23 do estudo “Eurobarômetro”, há uma ta-bela segundo a qual a maio-ria dos cidadãos, tanto de an-tigos como de novos membros da UE, considerava concluí-do o processo de ampliação do bloco. Os dados foram co-lhidos logo após o início dos protestos na Ucrânia contra a não adesão do país à UE.

Na verdade, a família eu-

ropeia pouco se importa com a Ucrânia. O que lhe impor-ta é a Rússia. Fingindo pen-sar na Ucrânia, tem em mente a Rússia.

Se houvesse um golfo entre o Cáucaso e fronteira da Ucrânia, a Europa tomaria suas decisões com base no re-lacionamento com essa.

No entanto, as decisões que a UE toma quanto a Ucrâ-nia, Geórgia, Moldova e Bie-lorrúsia se assentam em suas relações com a Rússia. Mais importante que essas relações é o fato de a Rússia ocupar o espaço do desejável oceano.

Devido a razões diversas, a Europa acha perigoso que os acontecimentos evoluam por si, o que poderia condu-zir à desintegração da Rús-sia, uma tendência que lhe é inerente. Não é isso que queremos.

No triângulo Europa, Rús-sia e vizinhos desta não pode haver um momento em que a Rússia se aproxime mais da Europa do que a Ucrânia ou qualquer outro de seus vizinhos.

Independentemente do re-

gime, do poder ou ideologia reinantes em Moscou, qual-quer um de seus vizinhos será mais familiar à Europa que a própria Rússia. Claro que estamos diante de um novo mercado e coisas do gênero, mas a razão principal do na-moro da Europa com a Ucrâ-nia está na rejeição a Moscou.

Portanto, é falso que a Eu-ropa esteja salvando a Ucrâ-nia do autoritarismo russo. A opção da Europa por qual-quer outro vizinho que não seja a Rússia independe de quem esteja no Kremlin e de seu comportamento. Em ne-nhum caso a Europa deslo-cará sua fronteira para o Oce-ano Pacífi co ou para os Urais. A fronteira passará ao longo do rio Dniepre, pouco mais à esquerda ou à direita.

Para a família europeia, qualquer vizinho da Rússia será preferível, pelo simples fato de não ser a própria Rús-sia. Seja qual for o regime po-lítico instalado por Moscou, nada mudará.

Quando fala na Ucrânia, a Europa pensa na Rússia. Ela quer que a primeira se sepa-re da Rússia por conta pró-pria. Isso porque os líderes europeus sabem perfeitamen-te que o divórcio sairá muito caro, e por isso querem que a Ucrânia, movida pelo en-tusiasmo e pelo sonho, arque sozinha com os custos do processo.

Aquela Europa que anda no pensamento dos ucrania-nos – uma família de gente igual, bem-educada e rica – não passa de um sonho. Uma Europa assim não existe.

Ela também abriga ricos e pobres, e países que são mais iguais que outros. Não serão algumas assinaturas em papel timbrado de estrelas que irão mudar a classe so-cial, a qualidade e número de habitantes, o produto inter-no bruto ou a correlação entre dívida e reservas.

Numa análise fria, diga-mos que Lukashenko se sente m a i s i g u a l a o K r emlin que os gregos a Merkel: nunca passaria pela cabeça dos gregos colocar na prisão o diretor de um consórcio alemão.

Mais que isso, nenhum país do Leste Europeu se tornou ocidental por ter entrado para a União Europeia.

Aleksandr Baunov é cientista político.

União Europeia optará por qualquer país vizinho desde que não seja a Rússia

Bloco não passa de sonho dos ucranianos, e nele há países mais iguais que outros.

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Olímpica. A outra Vila Olím-pica, no Cluster de Monta-nha, que irá sediar as com-petições de esqui, snowboard e bobsleigh, fi ca a 15 minu-tos das demais instalações para as competições.

Enquanto o maior país do mundo se gaba de receber as Olimpíadas mais caras do mundo, outro número dá um tom nostálgico à ocasião: Sôtchi-2014 será a 22ª Olim-píada de Inverno, assim como os Jogos Olímpicos de 1980, em Moscou, foram a 22ª Olim-píada de Verão.

Desta vez, porém, a chama olímpica retorna a um país diferente, que vê Sôtchi-2014 como uma oportunidade de apresentar ao mundo a nova cara da Rússia.

Corrupção na raizOs problemas crônicos do país com a corrupção levaram a especular sobre o valor dos recursos voltados à constru-ção que teriam sido desvia-dos para contas bancárias no exterior.

Também há controvérsia sobre o que fazer com as 11 instalações da competição de-pois que os jogos chegarem ao fi m. A maior arena, o Es-tádio Olímpico Fisht, não será palco de eventos esportivos durante os jogos – será utili-zado somente por ocasião das cerimônias de abertura, en-cerramento e apresentações de medalhas.

Após as Olimpíadas, o es-tádio de US$ 600,5 milhões, cujo nome homenageia o monte homônimo, que pode ser visto através da cobertu-ra transparente da arena,

Olimpíadas de Inverno custam US$ 46 bilhõesCONTINUAÇÃO DA PÁGINA 1

será o local de treinamento e partidas para a seleção na-cional de futebol. Ele tam-bém receberá alguns jogos da Copa do Mundo de 2018.

Um projeto para redistri-buir o que restar das Olim-píadas é desmontar três are-nas de Sôtchi após os Jogos e realocá-las em outras cida-des. Mas o plano é incerto, já que as autoridades não en-tram em acordo sobre o des-tino das instalações.

É provável que permane-çam em Sôtchi e se tornem parte de uma academia de es-portes de inverno para crian-ças. Independentemente da decisão sobre o futuro das instalações, as Olimpíadas estão proporcionando a Sôtchi uma rara oportunida-de de melhorar sua infraes-trutura e renovar as instala-ções turísticas da época soviética.

Sôtchi tem uma longa his-tória como destino tanto de férias de verão como de in-verno. Ao longo dos últimos anos, porém, a cidade perdeu terreno para praias e resorts de esqui do Mediterrâneo. Agora, os Jogos Olímpicos re-presentam uma nova opor-tunidade para Sôtchi atrair turistas e criar uma nova marca para si.

Como os russos veemO balneário compartilha com Londres pontos de vista se-melhantes. Uma pesquisa re-alizada pelo instituto de pes-quisa Centro Levada em agosto revelou que 65% dos russos veem Sôtchi-2014 como um “desperdício de di-nheiro”. Antes de Lon-dres-2012, 64% dos britâni-cos também disseram à BBC

que os Jogos Olímpicos eram caros demais. Mas, apenas quatro meses após as Olim-píadas, 80% dos britânicos já consideravam as despesas com o evento como “dinhei-ro bem gasto” – uma conquis-ta que a Rússia pode ter di-fi culdade de alcançar, levando em conta os custos astronô-micos de Sôtchi-2014.

Autoridades garantem que turistas em Sôtchi-2014 não terão problemas de comunicação na cidade.

O turista que for a Sôtchi em 2014 assistir às Olimpíadas e não conseguir se comuni-car com os nativos poderá te-lefonar para um centro de in-f o r m a ç õ e s 2 4 h o r a s (+7-800-550-86-42), que ofe-recerá atendimento em russo, inglês, francês, alemão, chi-nês, japonês e coreano.

O serviço também vai dis-por de informações sobre os horários dos transportes pú-blicos e localização de ho-téis, bem como serviços para chamar táxis e contatos de emergência. Detalhes sobre hospitais, farmácias, ban-cos, caixas eletrônicos 24 horas, museus e operadores turísticos serão armazena-dos em um extenso banco de dados.

‘Disque-línguas’ vai auxiliar visitantes

SVETLANA SINEPOSTOLOVITCHESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

“Reduzimos em três vezes o custo de uma ligação elétri-ca, de 9.500 rublos em 2009 para 3.000 rublos [cerca de R$ 200] hoje em dia. Isso levou a um subsequente au-mento do número de ligações elétricas, de 200 mil naquela época para 416 mil em 2012”, diz Budarguin.

O chefe do Departamen-to de Moscou para Política Industrial e Empreendedo-rismo, Aleksêi Komissarov, expressou satisfação pelo progresso alcançado. “Em Moscou, criamos um posto aduaneiro especial para equipamentos de alta tec-nologia, que permite que os aparelhos sejam importados em seis horas em vez de vá-rios meses, como ocorria anteriormente. É muito importante para a cidade atrair empresas de alta tecnologia.”

União EurasiáticaEspecialistas apontam que a União Aduaneira – espaço econômico comum da Rússia com os vizinhos Bielorrússia

Rússia em 2° lugar entre Brics para o Banco MundialCONTINUAÇÃO DA PÁGINA 1

e Cazaquistão, programado para entrar em operação plena em 2015 – poderia levar as empresas a investir em ou-tros países, em vez de focar na primeira, tirando maior proveito dos 170 milhões de habitantes que compõem o mercado consumidor da re-gião toda.

A Bielorrússia fi cou em 63º lugar no estudo do Banco Mundial deste ano, enquan-to o Cazaquistão obteve a 50° posição, evidenciando a ne-cessidade de reformas urgen-tes no sistema russo.

NÚMEROS

92° É a qualifica-ção da Rússia no ranking

sobre facilidade de fazer negó-cios do Banco Mundial.

71  É o número de po-sições que a Rús-sia saltou em um

ano na categoria de ‘obtenção de alvarás de construção’.

Balançando ao som de house enquanto modelos magérri-mas circulavam para lá e para cá, o palacete da Em-baixada do Brasil em Mos-cou foi palco, no dia 4 de de-zembro, do coquetel de lançamento do livro “Textos do Brasil. Moda”.

O evento é parte dos esfor-ços diplomáticos para incre-mentar as trocas comerciais entre os dois países no setor. “As lojas russas receberão, já em 2014, diversos produtos brasileiros. Por enquanto, eles serão vendidas em lojas mul-timarcas. Mas os comprado-res russos já poderão avaliar peças de figuras-chaves da indústria da moda brasilei-ra”, disse à Gazeta Russa o adido para o Comércio e In-vestimento brasileiro Danilo Teófi lo Costa.

Têxtil Novas iniciativas buscam incrementar comércio de moda com a Rússia

Livros, sites e novas distribuidoras querem levar burburinho da moda brasileira para Moscou. Biquínis já conquistaram seu lugar ao sol.

ners do Brasil têm acabamen-tos perfeitos nos jeans e ves-tidos, que se assentam com perfeição na fi gura feminina”, diz.

Uma nova distribuidora de marcas brasileiras, a Dom Açaí, já foi criada para suprir a nova demanda no país. Porém, sua diretora-executi-va, Iana Osmanova, não re-vela quais marcas lançará no no próximo ano.

“Estamos ainda em fase de conversações com as empre-sas. Mas já fechamos uma série de desfi les de designers brasileiros para 2014, assim como seminários ministrados por estilistas brasileiros em escolas russas de moda”, conta.

Caminho (in)certoPara a diretora-geral do Fashion Group Consulting, Anna Lebsak-Kleimans, as lojas de vendas exclusivas de uma única marca brasileira talvez ainda não consigam so-breviver no Rússia.

“Em 99% dos casos, os de-signers brasileiros fazem co-leções de verão [para os pa-drões russos]. Nas lojas de marca exclusiva certamente faltará variedade de opções para as outras estações. Pelo menos até conseguir ganhar fama e ter uma demanda es-tável, as marcas brasileiras terão maior sucesso em lojas multimarcas.”

Biquíni brasileiro já faz sucesso no país do inverno

ALEKSANDRA GURIÁNOVAGAZETA RUSSA

moda brasileira on-line. Por meio dela, os clientes russos terão acesso direto a marcas brasileiras, sem intermediá-rios”, explica.

Para o encarregado de ne-gócios da Embaixada do Bra-sil na Rússia, Fernando Bar-reto, a iniciativa já está rendendo frutos. “Falei com representantes de diversas empresas russas de varejo e todas estão prontas a coope-rar com as marcas brasilei-ras”, afi rma.

Projetos-pilotos Um pequeno número de em-presas brasileiras já ingres-sou no mercado russo em “modo de teste”. “Compramos produtos de diversas marcas para a loja de departamentos Tsum. Mas acho que a grife que fez mais sucesso dentre todas foi a Daslu”, conta a compradora do grupo Mer-cury, Inna Onor. Segundo ela, os principais trunfos do país foram os biquínis, malhas e jeans.

A gerente Anna Orlova compartilha a mesma opinião. “Os brasileiros têm os melho-res maiôs, é seu know-how. Antigamente era possível en-contrar biquínis da Osklen na Rússia. Além disso, os desig-

Pútin conquistou o Comitê Olímpico Internacional e ven-ceu a concorrência em 2007

Biquínis, malhas e jeans brasileiros já fazem sucesso no país

Ele afi rma que, em breve, o projeto invadirá a internet, unindo diversas marcas bra-sileiras em um único site em russo. “Será a plataforma da

Cabines telefônicas espe-ciais com dois aparelhos serão mais uma ferramenta para ajudar os visitantes a se comunicar com os rus-sos. Assim, duas pessoas que falem línguas diferentes po-derão pegar os telefones e ligar para o centro de in-formações de Sôtchi-2014, que traduzirá a conversa.

Esses telefones estarão disponíveis no terminal de ônibus de Sôtchi e nas es-tações ferroviár ias de Sôtchi, Adler e Krásnaia Po-liana, assim como no aero-porto internacional da região.

Os serviços também estarão disponí-veis em delega-cias de polícia e postos de pr i m e i r o s s o c o r r o s para ajudar os visitantes em momentos de difi culdade.

Favoritos no segmento de luxoO volume anual do segmento de luxo da moda na Rússia va-ria de 5 bilhões a 7 bilhões de euros, de acordo com diferentes indicadores. Os russos já são os clientes fa-

voritos de marcas como Chanel, Prada, Gucci e Louis Vuitton. A cada quatro clientes dessas marcas nos Estados Unidos e na Europa, um é russo, chegando à metade em algumas grifes.

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GAZETARUSSA.COM.BR/SOTCHI_2014

GAZETA RUSSAWWW.GAZETARUSSA.COM.BRRetrospectiva

DESASTRE NATURAL ASSUSTADOR

TOCHA OLÍMPICA VAI AO ESPAÇO

CAPITALISMO SELVAGEM NA PRAÇA

POLÊMICA NO ESPORTE

A queda de um meteorito na região de Tcheliábinsk deixou dezenas de feridos no dia 15 de fevereiro. O incidente cau-sou grande pânico, e partes do meteorito danificaram casas e edifícios, ferindo centenas de moradores locais com esti-lhaços de vidro. Imagens obtidas com câmeras em automóveis tomaram as redes sociais.

Enquanto a Rússia se prepara para sediar os Jogos Olímpicos de Inverno em janeiro de 2014, a tocha olímpica viajou pe-lo país inteiro, indo para o Polo Norte a bordo de um navio quebra-gelo nuclear, atravessando a Sibéria e até decolando para o espaço sideral.

Em novembro, surgiu na Praça Vermelha um pavilhão gigante em formato de mala da marca Louis Vuitton, com 30 m de comprimento por 9 m de altura. A instalação causou polêmica e foi retirada.

Em agosto, Moscou recebeu o Campeonato Mundial de Atletismo. A russa Elena Issinbáieva levou ouro no salto com vara e encerrou a carreira com declarações polêmicas a favor de lei “antigay”.

Os acontecimentos que marcaram a Rússia em 2013 Durante este ano, o mundo voltou os olhos à Rússia em diversas ocasiões. Quem não se surpreendeu, por exemplo, com a queda de um

meteorito em Tcheliábinsk, nos Urais? Ou quem não se lembra dos momentos de indecisão que precederam a concessão de asilo pela Rússia ao

ex-agente da NSA Edward Snowden? Confira aqui esses e outros acontecimentos que marcaram a vida do país e do mundo.

MISSES, UNI-VOS!

SETE ACORDOS

SNOWDEN ASILADO

QUERO SER RUSSO

Em novembro, Moscou rece-beu o concurso de Miss Uni-verso. Foi a primeira vez, em 61 anos, que o concurso acon-teceu no país. A vencedora foi uma venezuelana.

O premiê russo Dmítri Med-vedev visitou o Brasil em 19 de fevereiro para se encontrar com a presidente Dilma Rous-seff e assinar nada menos que sete acordos bilaterais.

Em agosto, após passar cin-co semanas em um aeroporto de Moscou, o ex-funcionário da NSA Edward Snowden recebeu asilo temporário no país.

O ator francês Gérard Depar-dieu recebeu cidadania russa depois de deixar a França fu-gindo dos altos impostos do país europeu.

© RIA NOVOSTI

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