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Embaixador da Esperança Edição 84. Setembro 2014 www.fazenda.org.br “Existem muitas formas de ajudar Madrinhas e Padrinhos uma Fazenda da Esperança. Há quem doa algumas horas do dia ou da semana, ou do mês, outras que doam dinheiro, mas também quem doa 24 horas do seu dia, por um período de tempo ou por toda sua vida” - Pe César dos Santos

Embaixador da Esperança - Setembro de 2014

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Na Fazenda da Esperança os padrinhos e madrinhas são aqueles que defendem, protegem, testemunham e acompanham de perto os jovens em recuperação.

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Embaixador da EsperançaEdição 84. Setembro 2014

www.fazenda.org.br

“Existem muitas

formas de ajudar

Madrinhas e Padrinhos

uma Fazenda da Esperança.

Há quem doa algumas

horas do dia ou da semana,

ou do mês, outras que doam

dinheiro, mas também quem

doa 24 horas do seu dia, por um período de tempo ou por toda sua vida” - Pe César dos Santos

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Na Fazenda da Esperança os padrinhos e ma-drinhas são aqueles que defendem, protegem, testemunham e acompanham de perto os jo-

vens em recuperação. Possuem o dom de servir e a virtude da obediência.

Essa função colabora integralmente para o funcio-namento da comunidade, trabalha em conjunto com o responsável da Fazenda, moram na mesma casa e tem tudo em comum. Doa sua vida na esperança de salvar os que desejam se libertar da dependência quí-mica. “O padrinho / madrinha é aquele que junto com os outros na mesma vocação é chamado a assumir maiores responsabilidades ligadas em primeiro lugar ao acompanhamento dos jovens acolhidos na Fazenda da Esperança”, disse Nelson Giovanelli Rosendo, um dos fundadores da comunidade terapêutica.

Antes de assumir essa posição, passam pelo pro-cesso de recuperação. Podem ser de todos estados de vida, solteiros, casados, sacerdotes, alguns são ex-re-cuperandos e dão de graça o que receberam de graça, como gesto de gratidão. Outros são voluntários que desejam se dedicar a essa causa e passam pela expe-riência de ano de recuperação junto com os internos, recebem seu diploma e depois tem a possibilidade de

atuar como padrinho ou madrinha. Muitas vezes já exerceram a função de coordenador e acompanhados pelo responsável tem a oportunidade de se dedicar a essa nova missão. “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” (Atos dos Apóstolos 2, 42).

O número de padrinhos e madrinhas depende do tamanho de cada unidade e da quantidade de jovens a serem acompanhados. Numa comunidade pequena o responsável conta em geral com um e/ou no má-ximo dois ajudantes, mas nas fazendas com dezenas de internos em recuperação há a necessidade de mais auxiliares para acompanhar a todas as necessidades do dia a dia. “Os compromissos vistos de acordo com os responsáveis de cada uma das comunidades podem ter tarefas diversificadas. É sempre importante possuir um só coração, alma e espírito para que a vida trinitária seja reflexo da nossa vida na Família da Esperança”, afirma Nelson.

Todos têm um objetivo em comum santificar-se na dedicação aos que buscam vida nova. Quanto maior a comunidade e a quantidade de padrinho e madrinha, crescem também os conflitos mas, consequentemente, a vivência da Palavra de Deus. Eles são espelhos para

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Eles deixam tudo que a sociedade oferece por um amor maior, Jesus, que sofre no irmão e irmã dependente químicos

Dar a vida por amor àqueles que chegam do “mundo” vai além de uma vontade de ser voluntário, é necessário ter uma vocação, uma inspira-ção mais profunda, um chamado divino e a disposição para fazer a vontade de Deus

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os recuperantes e ensinam aos jovens quando resol-vem suas próprias dificuldades. Por isso é importante e ressalta o cofundador, Nelson, que todos os respon-sáveis estejam conscientes de que é da unidade vivida intensamente entre eles, que todos os jovens acolhidos na Fazenda da Esperança e todos aqueles que partici-pam desta missão, conhecerão, acreditarão e seguirão a Deus. “E todos os que creram estavam juntos, e ti-nham tudo em comum” (Atos 2, 43).

O segredo do sucesso das Fazendas está neste estilo de voluntariado, que compartilha tudo com os assisti-dos, faz tudo de modo gratuito e por Deus. “Eles estão conscientes também que tudo aquilo que fazem na Fazenda da Esperança só tem valor se existir entre eles

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a presença de Jesus, fruto de uma premissa fundamental: antes de tudo a mútua e contínua caridade”, orienta Nelson. “E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração” (Atos 2, 46).

Segundo padre César dos Santos, a vida na Fazenda da Esperança emana dos jovens que pedem aju-da para se livrarem das drogas e do álcool. Contudo, não está comple-ta se não houver junto deles outros jovens que, renunciando muitas coisas, se dedicam a viver juntos, sem motivo aparente. Os “volun-tários” são aquela força discreta e concreta no meio dos internos, que os sustenta.

“Nelson foi o primeiro voluntário e, pela sua inspiração, outros fo-ram sendo atraídos. Graças a esse primeiro núcleo de jovens idealis-tas, corajosos e desejosos de viver o evangelho, é que a Fazenda da Esperança tornou-se o que é hoje. Para que essa Obra subsistisse, era imprescindível a presença de um grupo de pessoas livres e que não só queriam tirar os jovens do vício, como também manter entre si uma presença especial de Jesus. Era a semente futura da vida consagrada para esse trabalho”, afirma padre César dos Santos, no livro Já acon-teceu e se espalhou.

PadrinhoMadrinha

Conselho

Coordenador

Responsável

Regional

Presidência

Minha cidade era a última antes do muro

que dividia a Alemanha capilista da comunista. Quando criança andava com o passaporte pen-

durado no pescoço.Na juventude tive uma formação

luterana. Toda a minha família faz parte dessa religião. Em casa tinham

muitos conflitos, principalmente, porque meu pai traía a minha mãe.

Eu vim para a Fazenda da Esperança como voluntária, não tinha problemas com as drogas, mas passava por um momento de crise e estava

perdendo a minha fé. Uma amiga ex-recuperanda me fez o convite para fazer uma experiência

nessa comunidade.Na Fazenda a religião católica me ajudou a su-

perar vários problemas, com a oração do terço e o exemplo de Maria perdoei meu irmão que abusou

de mim e entendi minha mãe que o protegeu. Hoje eu e meu irmão cuidamos um das necessida-

des do outro mesmo a distância.Fiz um ano de recuperação, porque isso faz parte

do processo de aprendizagem para o voluntariado. Em 2006, entrei na comunidade da Alemanha e em janeiro de 2007 pedi para a minha responsá-vel, Angelucia Moura, ajudar-me vir para o Brasil.

Queria conhecer a experiência da Fazenda na origem e nesse país passei pelo nordeste durante alguns anos, fiz a formação na Escola de Comu-nhão em Guaratinguetá/SP, conhecendo mais a fundo a Obra e senti o desejo de continuar essa

minha experiência de voluntária.Hoje, sou madrinha da casa de triagem da Fa-

zenda da Esperança feminina de Guaratinguetá. Como tinha muita dificuldade com autoridade e enfrentei a minha responsável no início, hoje

entendo as jovens quando tem atritos comigo. Há alguns anos, tive a oportunidade de ajudar uma

interna com suas dificuldades com a responsável, perdi várias noites de sono com longas trocas de

experiência sobre esses problemas que eu também superei. Sou muito feliz porque hoje essa jovem

está bem, como muitas outras, por quem dei minha vida.

Aconteceu comigo

Katharina Dötschel, 30 anos, Alemanha Oriental.

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Tufão atinge Fazenda nas Filipinas

A-notável

OBRA SOCIAL NOSSA SENHORA DA GLÓRIA - FAZENDA DA ESPERANÇADepartamento Retorno à Vida - Caixa Postal 529 - CEP 12511-970 Guaratinguetá-SP Tel.: (12) 3128 8900 E-mail: [email protected]

www.fazenda.org.br

O Rammasun, que em tailandês quer dizer “Deus do Trono”, entrou pelo Oceano Pacífi-co com ventos de 250 quilômetros e devastou pequenos vilarejos pesqueiros no leste das Fi-lipinas. Depois perdeu um pouco de força e cruzou a ilha principal do arquipélago.

A cada ano, 20 tempestades, em média, afe-tam as Filipinas, um arquipélago do sudeste asiático que é o ponto de entrada das tem-pestades que se formam nas águas quentes do Pacífico. Em novembro de 2013, o supertufão Haiyan devastou as ilhas filipinas de Samar e Leyte e matou 7.300 pessoas, em um dos maiores desastres naturais da história do país.

O primeiro tufão da temporada de chuvas nas Filipinas obrigou a fuga de milhares de pessoas em todo o país e paralisou a capital, Manila.

O voluntário filipino Danny Adriatico des-creve as consequências do tufão Rammasun na comunidade em que ele é responsável.

“Naga foi duramente atingida pelo tufão mês de julho. Muitas coisas foram destruídas em nossa Fazenda. Nossos campos de milho e arroz, três armazéns, dois aviários foram total-mente devastados. Os padrinhos me disseram que a bomba de água e o gerador também fo-ram quebrados. Ficamos dias sem eletricidade na região.

O meu grande consolo é que os padrinhos e os meninos em recuperação estão bem e fazem experiências maravilhosas durante esse calvá-rio. Acolheram em uma de nossas casas os vi-zinhos que procuravam abrigo.” conta Danny.