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Ano XIII • Nº 148 • Dezembro 2011 • R$ 10,00 ENTREVISTA Marcio Gonzalez, diretor de marketing da JBS, fala dos planos para enobrecer as apresentações de carnes no Brasil BEBIDAS Garrafa de PET ultraleve e capaz de ser compactada, para facilitar o descarte, é novidade de marca de água mineral PERFUMES Com a ajuda de embalagens que brilham no escuro, fragrância masculina se transforma em sucesso de vendas Suas compras não são decididas pelas embalagens. Mas elas podem fazer diferença numa outra hora da verdade Eletrônicos Venda Pós-venda

EmbalagemMarca 148

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Revista EmbalagemMarca Nº 148 dezembro de 2011. Reportagem de capa: Embalagens para eletrônicos

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entrevistaMarcio Gonzalez, diretor de marketing da JBS, fala dos planos para enobrecer as apresentações de carnes no Brasil

bebidasGarrafa de PET ultraleve e capaz de ser compactada, para facilitar o descarte, é novidade de marca de água mineral

perfumesCom a ajuda de embalagens que brilham no escuro, fragrância masculina se transforma em sucesso de vendas

Suas compras não são decididas pelas embalagens. Mas elas podem fazer diferença numa outra hora da verdade

Eletrônicos

Venda Pós-venda

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Dezembro 2011 | 3

editorialuma COnversa COm O LeitOr

para enfrentar a crise que vem de fora

“O Brasil sem dúvida está

vacinado contra muitos

vírus que colocam alguns

países em convalescença.

Nem por isso se deve

acreditar que o País esteja

imune a todos eles. Cautela

e caldo de galinha não fazem

mal a ninguém, e investir

para fortalecer a economia

ainda é o melhor preventivo”

medidas preventivas recente-mente adotadas pelo Banco Central e a sugestão da presidente Dilma Rousseff para que os brasileiros não deixem de consumir, assim estimulando a produ-ção, servem como mais um sinal – se já não houvesse tantos outros – de que o Brasil não deixará de ser afetado pela crise cujo trote no exterior vem ganhando ritmo de galope. O lado bom é que, embora o País não seja uma ilha, como a própria presidente lembrou, tem em seu saudável mercado con-sumidor interno uma boa ferramenta para enfrentar a tempestade. Um gran-de complicador é que esse mercado passará a ser ainda mais cobiçado e disputado do que já é por fornecedo-res estrangeiros, com produtos, embora nem sempre melhores, em geral mais baratos.

Não se quer aqui “ensinar o Padre Nosso ao vigário”, dando aos que nos lêem conselhos sobre como condu-zir seus negócios. Sabemos que cada um em sua especialidade certamente saberá como cuidar da própria casa sem necessidade de palpites. Todavia, a época é propícia para que ao menos se transmitam votos para o ano que se ini-ciará logo mais. E os que fazemos, além dos tradicionais augúrios de saúde, alegria e paz, vão no sentido de que a potencial ameaça representada por produtos importados seja vista pelos produtores locais como uma oportuni-dade no presente e principalmente para amanhã (ver artigo na página 32).

As embalagens têm muito a ver com esse quadro, como está exemplificado na reportagem de capa desta edição, sobre produtos eletrônicos, de auto-ria de Guilherme Kamio. A mensagem

central da matéria, em resumo, é que, mesmo não sendo impulsionadoras de vendas, embalagens podem contribuir para experiências de consumo surpre-endentes, agradáveis, fascinantes, que valorizam marcas. O segredo para con-seguir tal resultado é simples, embora não seja fácil. Consiste em compromis-so com a qualidade que perpasse todo o produto, de maneira que, na elaboração de seus mínimos componentes, não haja espaço para desmazelo ou acomo-dação. Fazer isso com custos que não sejam impeditivos é um entre muitos outros desafios.

Enfrentar desafios, entretanto, tal-vez seja uma das principais expertises do empresário brasileiro, adquirida no trato com as frequentes crises financei-ras, econômicas e políticas que marca-ram o não tão distante passado do País. A crise que ora escurece o horizonte, vinda do exterior, baterá num Brasil sem dúvida vacinado contra muitos dos vírus que colocam alguns países em convalescença. Nem por isso se deve acreditar que o Brasil esteja imune a todos eles nem que a tal expertise baste para enfrentá-la. Como se diz popular-mente, cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. De nossa parte, acreditamos que o melhor preventivo para ameaças como a atual é investir para fortalecer a economia.

Vamos em frente, e muito obrigado pelo apoio que continuamos a receber de nossos amigos, clientes e leitores.

Feliz Ano Novo a todos.

WIlson palhares

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sumárioEdição 148 • Dezembro 2011

3 editorial A importância do compromisso com a qualidade das embalagens no contexto da crise externa

7 espaço aberto Críticas, sugestões e elogios dos leitores

8 perfumaria Acabamentos especiais em frasco e cartucho, que os fazem brilhar no escuro, contribuem para o rápido sucesso de fragrância masculina

10 painel Cia. Metalúrgica Prada comemora 75 anos e promete inovações em latas de aço • Empresas britânicas criam rótulo animado em filme de BOPP • Coca-Cola Femsa investe 55 milhões de reais em linha de PET de altíssima velocidade • Com planta ampliada, Agfa Graphics promete mais opções para clientes locais • Maurício Groke assume cargo diretivo na Cromus

18 em foco A reportagem foi a campo para detectar o que os consumidores pensam sobre as garrafas de refrigerante parcialmente feitas de PET reciclado

20 dentifrício Tendo redução de custos e sustentabilidade como atributos, holografia sem laminação começa a ser empregada em cartuchos de cremes dentais

22 Limpeza doméstica Em plano de expansão, marca regional renova o visual e passa a utilizar alto grau de material reciclado em suas embalagens

32 artigo Olhos fechados ao avanço dos importados contribuem para a marcha batida rumo à desindustrialização e podem ocasionar estragos irreparáveis para o parque industrial de embalagens

por WIlson palhares

24 Reportagem de capa

eLetrôniCOsA embalagem dificilmente impulsiona compras de eletrônicos. Mesmo assim, não deixa de representar uma oportunidade para os fabricantes fortalecerem suas marcas, convencendo e surpreendendo os consumidores

por guIlherme kamIo

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diretor de redação: Wilson Palhares | [email protected] • editor executivo: Guilherme Kamio | [email protected] • redação: Flávio Palhares | [email protected] • Marcelo Marcondes | [email protected] • Comercial: Juliana Lenz | [email protected] • Karin Trojan | [email protected] • Wagner Ferreira | [email protected] • diretor de arte: Carlos Gustavo Curado | [email protected] • assistente de arte: Wilson Roberto Jr. | [email protected] • administração: Eunice Fruet | [email protected] • Marcos Palhares | [email protected] • eventos: Marcella Freitas | [email protected] • Manoel Dias | [email protected] • Circulação e assinaturas (assinatura anual R$99): Kelly Cardoso | [email protected]

Publicação mensal daBloco Comunicação Ltda.Rua Arcílio Martins, 5304718-040 • São Paulo, SP(11) 5181-6533www.embalagemmarca.com.br

Não é permitida a reprodução, no todo ou em parte, do conteúdo desta revista sem autorização. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.

sumárioEdição 148 • Dezembro 2011

34 entrevista Líder mundial em carne bovina, brasileira JBS quer valorizar seus produtos e marcas. O diretor de marketing, Marcio Gonzalez, fala sobre a importância que as embalagens terão na nova estratégia de mercado da empresa

40 Águas Crystal ganha garrafa de PET ultraleve, que permite compactação para facilitar o encaminhamento para a reciclagem

42 internacional Linha para pesca de última geração busca inovar também em apresentação. Seu blister traz um inédito sistema de abertura e resselagem

44 internacional Fabricante americana de materiais de limpeza investe no desenvolvimento de embalagens produzidas a partir de plásticos que poluem o oceano

46 artigo Integração é fundamental para fazer deslanchar projetos de embalagem que saem do lugar comum. Fornecedores precisam saber disso

por anDreW eYles

48 alimentos Surge o primeiro leite de coco brasileiro acondicionado em garrafa com tampa plástica de rosca. Novidade é da Ducoco

50 display Microcervejaria adota meia-garrafa com volume incomum e decoração serigráfica • Tubo e cartucho metalizados destacam novo creme dental da Colgate • Predilecta Alimentos entra no mercado de suco em caixinha • Energético à base de cranberry chega ao mercado em latinha sleek • Maguary promove estreia de marca própria de água de coco • Flow packs dos preservativos Blowtex passam por reestilização • Wow! Nutrition lança chá preto e mate gelado em lata e copo plástico • A nova identidade da Cerveja Kaiser

58 almanaque Latinha de cerveja faz passeio espacial • Uncle Ben, do famoso arroz, não era Ben • Houve um achocolatado que virava ioiô • A evolução dos fechamentos de uísque

abeaço ..................................................................................25arol .........................................................................................35Baumgarten ................................................................30 e 31Boxprint .................................................................................43Brasilata ................................................................................. 21Braskem ......................................................................4ª capacarton Druck .............................................................2ª capaccL Label ............................................................................... 5ciclo de conhecimento ...................................................57

congraf .................................................................................23crespo ...................................................................................29csI ..........................................................................................47Giro News .............................................................................53Grif ..........................................................................................33Indexflex ................................................ 9, 11, 13, 15, 17 e 19Innovia Films .......................................................................... 7Markem-Imaje ..................................................................... 51Metapack Máquinas .......................................................... 49

MLc ........................................................................................27Moltec ...................................................................................55MWV rigesa .........................................................................37Novelprint ............................................................................. 41papirus .........................................................................3ª capaprêmio embalagemMarca................................................45simbios-pack .......................................................................55technopack .........................................................................55Wheaton ...............................................................................39

Empresas que anunciam nesta edição

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espaço abertoOpiniões, CrítiCas e sugestões de nOssOs LeitOres

Fale conosco

Entre em contato com a nossa equipe pelo site www.embalagemmarca.com.br Acompanhe-nos também nas redes:

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NorDeste eMBaLaDo

Li ontem mesmo, no meu voo de volta a Recife, Favor transmitir a toda sua equipe, em especial ao editor Guilherme Kamio, os parabéns pela excelente qualidade da repor-tagem especial sobre o Nordeste em Emba-lagemMarca. Para nós, da Herbert Perman Design, foi uma grande alegria ter colaborado com a nossa opinião e com o nosso trabalho para o sucesso dessa edição. Contem sempre conosco!

Fred PermanDiretor Comercial

Herbert Perman DesignJaboatão dos Guararapes, PE

aerossoL De aLuMíNIo

Lemos na revista EmbalagemMarca nº 147 (novembro de 2011), na reportagem “ Metáli-cas – Propulsão extra” (pág. 10), a informação

de que “um aerossol de alumínio costuma ter lead-time de seis meses”. Venho por este meio solicitar a retificação dessa informação, já que o lead-time de tubo de alumínio é de trinta dias.

Gisele C. ScaramelVendas

Impacta S/A Indústria e ComércioCajamar, SP

Nota da Redação: A informação citada consta de declaração de pessoa entrevistada.

INDústrIa GráFIca

Recebi EmbalagemMarca de novembro. Agradeço a exposição da indústria gráfica bra-sileira, através de minha entrevista.

Fabio Arruda Mortara Presidente – Abigraf

Associação Brasileira da Indústria Gráfica São Paulo, SP

CorreçãoNa nota “C-Pack com fôlego amplia-

do”, publicada na seção Painel de Em-

balagEmmarca nº 146 (outubro de 2011),

foi divulgado que a empresa passará a

fornecer bisnagas com diâmetros de

22 e de 60 centímetros – e não 22 e 60

milímetros, como é o correto.

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perFuMarIa

disparada brilhanteuso de frasco e cartucho com detalhes fosforescentes ajuda a transformar perfume masculino em vedete instantânea

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oa ideia fOi lançar um perfume para homens com idade entre 25 e trinta anos e praticantes de alguma atividade física. O esporte escolhido pela L’acqua Di Fiori foi a corrida. “Per-cebemos entre nossos consumidores um número muito grande de profis-sionais que, ao sair do trabalho, ves-tem tênis e shorts e vão correr”, afirma Célia Anrelink, gerente de produtos da empresa de cosméticos. Esse público inspirou a criação da Night Runner, fragrância cuja embalagem, por meio de efeitos especiais, explora elementos do universo dos corredores noturnos, fazendo uma associação figurativa com a atividade.

Dentro dessa proposta, o cartucho de papel cartão do produto ganhou impressão à base de verniz fosfores-cente em certas áreas, sobre desenhos que procuram aludir a faixas de uma pista de corrida. O insumo especial tem propriedade de absorver luminosidade e emiti-la em momentos de escuridão.

três meses após o lançamento, ocorrido em agosto, o frasco de vidro do perfume passou também a incorporar o efeito de brilho no escuro. “Plane-jávamos isso desde o início”, comenta Célia, “mas demoramos um pouco para encontrar um fornecedor que aplicasse corretamente uma pintura em silk scre-en com esse atributo.”

Segundo a gerente de produtos da L’acqua di Fiori, a embalagem especial contribuiu para tornar o lançamento um grande sucesso. “Em poucos meses, a fragrância desbancou o até então campeão de vendas entre nossos per-fumes masculinos, o Rhytmus”, relata Célia. Depois de tomar essa liderança, o Night Runner abriu distância. Hoje, suas vendas são 70% maiores do que as do antigo primeiro colocado.

VáLVuLa E TaMPa

aptar(11) 4196-7500www.aptar.com

PintuRa Do fRasco

Decoridea(11) 5562-0000www.decoridea.com.br

tinta sERigRáfica

Dubuit Paint(12) 3644-1550www.dubuitpaint.com.br

CarTuChO

Kingraf(41) 3072-6262www.kingraf.com.br

VERniz Do caRtucho

uVPack(11) 3838-1855www.uvpack.com.br

fRasco

Wheaton(11) 4355-1800www.wheatonbrasil.com.br

Embalagens primária e secundária apresentam faixas...

...que brilham no escuro, graças ao uso de verniz e tinta especiais

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painelmOvimentaÇÃO nO mundO das embaLagens e das marCas edição: guiLherme KamiO

[email protected]

O mês de dezembrO marca o aniversário de 75 anos de uma das mais tradi-cionais produtoras brasileiras de embalagens de aço: a Companhia Metalúrgica Prada. Con-trolada desde 2006 pelo Grupo CSN, a empresa nasceu da operação de latas de uma refinaria de óleo de cozinha, fundada em 1936 no bairro do Belém, em São Paulo, pela família Prada – ori-ginária de Limeira (SP), onde fez fama graças a uma fábrica de chapéus.

Depois de alguns anos vendendo exceden-tes da produção de recipientes da refinaria, os Prada perceberam que o que até então era apêndice poderia ser vocação. Priorizado, o negócio de embalagens progrediu. Em 1963, as atividades foram transferidas para a região de Santo Amaro, na capital paulista, onde até hoje funciona a sede da empresa. Sucederam-se investimentos em capacidade e em tecnologia. Em 1968, por exemplo, a Prada tornou-se pio-neira no fornecimento de aerossóis no País.

Os apOrtes em qualificação continuam na ordem do dia para a Prada – algo compreen-sível frente ao avanço de soluções concorrentes, especialmente as de plástico, nos principais

mercados para a empresa: os de alimentos e de produtos químicos. Para 2012 a companhia promete instalar uma nova linha de aerossóis, buscando atrair clientes do setor de cuidados pessoais, e investir em melhorias tecnológicas e de capacidade nas famílias de baldes e galões, embalagens cuja demanda segue aquecida devi-do às vendas crescentes de tintas imobiliárias e materiais de construção civil.

Recentemente, a empresa lançou uma lata capaz de suportar aquecimento em forno de micro-ondas – adotada em primeira mão pela cera depilatória Depilsan, da Helcla Cosmé-ticos (ver EmbalagemMarca nº 133, setembro de 2010) – e uma lata de 1 litro para bebidas (ver nº 143, julho de 2011). “Já temos diversos interessados nesta solução, cuja produção deverá começar já no ano que vem”, diz Fernando de Mello, gerente-geral de ven-das da Prada. O executivo revela ainda que, desencadeados por tendências de mercado, outros quarenta projetos de inovação estão em andamento, dez deles sendo geridos como prio-ridade. “Teremos muitas novidadeas a oferecer”, assegura Mello.

Prada completa 75 anos prometendo tirar do chapéu

mais inovações em latas de aço

a prada em números

1 bilhão de latasé a capacidade anual de produção

da companhia metalúrgica

3 fábricastem a empresa: uma São Paulo, uma em

Pelotas (RS) e uma em Uberlândia (MG)

70 modelos compõem o portfólio de latas da empresa

1 000 funcionários colaboram diretamente com a companhia

FoNte: praDa | NoVeMBro 2011

metÁLiCas | datas

aniversário com olho no futuro

Latas para alimentos e químicos: vocação da empresa

Registro da fábrica de chapéus, que originou a companhia, e uma inovação: a lata para micro-ondas

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painelmOvimentaÇÃO nO mundO das embaLagens e das marCas

rÓtuLOs

atração eletrônica

Como resultado de uma parceria com a PragmatIC Printing, empresa especiali-zada na impressão de circuitos lógicos, a fabricante britânica de filmes plásti-cos Innovia Films anunciou a criação de rótulos animados de filme de polipro-pileno biorientado (BOPP), capazes de se iluminar graças à presença de LEDs (diodos emissores de luz) alimentados por minibaterias posicionadas no verso dos rótulos. Aplicados em garrafas de vidro, protótipos desses adereços foram apre-sentados na Packaging Innovations 2011, feira realizada em outubro em Londres.

Nos exemplares exibidos, luzes nos rótulos começavam a piscar assim que as garrafas eram manuseadas. De acordo com Scott White, diretor geral da Prag-matIC Printing, é possível criar diver-sos tipos de efeitos para fazer rótulos e filmes para embalagens interagir com o consumidor. “O próximo passo, já viável, é transpor o conceito para altas esca-las industriais”, afirma o executivo. As empresas não se pronunciaram sobre o custo da tecnologia.

pet

alto nível em dois níveisFranqueada da Coca-Cola Brasil, a Coca-Cola Femsa iniciou em sua fábrica de Jundiaí (SP) a ope-ração daquela que é apontada como uma das linhas de envase em PET mais velozes do mundo. O sistema, destinado a refrigerantes, é capaz de processar até 72 000 garrafas de 600 mililitros por hora, podendo também rodar com recipientes de 250 mililitros e 400 mililitros. Fabricada pela Krones e avaliada em 55 milhões de reais, a linha funciona sob o conceito de bloco, integrando sopradora com 36 cavidades, enchedora, paletizadora, empacotadora e rotuladora.

Uma novidade é a montagem da linha numa estrutura de dois andares, com empacotadora e rotuladora situadas num pavimento superior – layout que, segundo a Krones, é inédito no País para projetos de grande porte. “Com essa nova linha, a 15ª de nossa fábrica, nossa produção aumentará 12%, atingindo um volume de mais de 40 milhões de caixas por ano”, informa Eduar-do Lacerda, diretor de assuntos corporativos da Coca-Cola Femsa.

o diretor Lacerda e a nova linha da coca-cola femsa: velocidade em layout inédito, com dois andares

Filme de BOPP com circuito impresso é opção promissora industriais

Referência em embalagens do tipo bag-in- box, em que bolsas plásticas são acomo-dadas em armações de papelão ondulado, a Embaquim acaba de realizar um pacote de investimentos. Para aprimorar o con-trole de qualidade, a empresa adquiriu um equipamento de inspeção visual da Pantec para garantir a caracterização dimensional precisa dos bocais e tampas de plástico rígido acoplados às bolsas. Outra aquisi-ção foi um molde com oito cavidades, que

possibilitará aumentar em 140% a produti-vidade da injeção de bocais de 1 polegada. Além dos ativos de produção, a Embaquim investiu em um novo centro de distribui-ção. O entreposto, inaugurado em novem-bro, tem 1 700 metros quadrados e fica próximo à fábrica da empresa, no bairro paulistano do Ipiranga. Com ele, a compa-nhia poderá aumentar o número de itens em estoque, agilizando o atendimento aos clientes.

aportes em bag-in-boxFo

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prÉ-impressÃO

Chapas nacionalizadas

Após quinze meses de obras e um investimento de 20 milhões de dólares, a Agfa Graphics concluiu a ampliação de sua fábrica em Suzano, na Grande São Paulo. A planta ganhou 20% em área. A multinacional belga anunciou que agora está preparada para produzir no Brasil chapas digitais simultaneamente aos lançamentos na Europa, atendendo a toda América Latina. A capacidade produtiva da fábrica cresceu dez vezes e o número de itens em carteira passou de um para cinco. A empresa, que fatura 250 milhões de dólares por ano na América Latina, espera crescer 10% em 2012 graças à ampliação do portfólio.

Segundo o presidente da Agfa Graphics Brasil e América Latina, Fabrizio Valentini, a pro-dução local abaterá custos com importação e frete, mas o principal ganho será a agilidade nas entregas. “Quando importamos ficamos sujeitos a variáveis externas que não podemos controlar e temos de manter um estoque muito grande”, afirmou o executivo durante a apresentação da fábrica ao mercado, no final de novembro.

númerOs

painelmOvimentaÇÃO nO mundO das embaLagens e das marCas

5 bilhõesÉ a projeção da Tetra Pak para o número de embalagens cartonadas assépticas produzidas no Brasil até o fim de 2011 com base em papel cartão certificado pelo FSC (Conselho de Manejo Florestal). De junho de 2008, quando começou a utilizar o material, suprido pela Klabin, até agosto deste ano, a Tetra Pak havia produzido 4,3 bilhões de unidades certificadas.

20 milhõesFoi o número aproximado de leituras de códigos bidimensionais, aplicados em embalagens ou anúncios impressos, efetuadas por consumidores do mundo inteiro por meio de dispositivos móveis (celulares, tablets) entre janeiro e setembro deste ano. O índice, calculado pela Scanbuy, é 440% maior do que o volume de leituras verificado em todo o ano de 2010.

5,2%Será a taxa média anual de crescimento do mercado mundial de embalagens plásticas rígidas nos próximos cinco anos. Segundo estimativa da consultoria Pira International, a evolução fará com que o volume global de vendas desses recipientes atinja 55,5 milhões de toneladas em 2016.

internet

nos tons da américa do sulComo reflexo de uma estratégia de amplia-ção de negócios na América do Sul, a Gerre-sheimer lançou versões de seu site em espa-nhol e português (www.gerresheimer.com/brasil), com informações sobre produtos e os meios apropriados de contato. Segundo a multinacional alemã, especializada em embalagens plásticas para o setor farmacêu-tico, as novas páginas são consequência da aquisição da brasileira Védat, fornecedora da mesma área, ocorrida em março de 2011.

gente

presidente na área

A Cromus Embalagens anunciou um reforço de peso para sua diretoria de novos negócios. Quem assume a cadeira é Maurício Groke, presidente da Asso-ciação Brasileira de Embalagem (Abre). Conselheiro da entidade há oito anos, Groke chega à nova função depois de ter se desligado, no início do ano, da direção comercial da Antilhas, onde tra-balhou por 22 anos.

Vista aérea da fábrica expandida da agfa, em suzano

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eventOs

no top 3 americano

De acordo com ranking publicado pela revista Trade Show Executive, a Pack Expo International foi a terceira maior feira de negócios realizada nos Estados Unidos em 2010. O critério utilizado foi área paga de exposição. Com pouco mais de 321 500 metros quadrados, a feira de tecnologias de embalagem – ocorrida em Chicago entre o fim de outubro e o início de novembro do ano passado – ficou atrás somente da 2010 Consumer Electronics Show (CES) e da International Manufacturing Technology Show 2010 (IMTS).

investimentOs

aposta reforçada em lácteos

Em solenidade ocorrida no dia 18 de novem-bro último, a Nestlé inaugurou sua 31ª fábri-ca no Brasil. Fruto de investimentos de 163 milhões de reais, a unidade ocupa uma área de 20 000 metros quadrados em Três Rios, no Rio de Janeiro, e criará mais de mil empregos. Seu foco será a produção de leites longa vida (das marcas Ninho e Molico) e bebidas à base de soja (Sollys), envasados em embalagens cartonadas assépticas da Tetra Pak. Os produtos irão abastecer não só o Rio, mas também os estados de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo. Em 2012, começarão a ser produzidas na planta as bebidas lácteas da linha Nestlé Fast, acon-dicionadas por meio da tecnologia de PET asséptico. Quando funcionar a pleno vapor, a fábrica terá capacidade para produzir 124 000 toneladas anuais de bebidas.

CeLuLÓsiCas

board “verde”Para analisar matérias estratégicas para seu posicionamento perante a questão ambiental, a Suzano Papel e Celulose anunciou a criação de um Conselho de Sustentabilidade. O board é composto por conselheiros independentes – entre eles os cientistas Carlos Cerri, Décio Zylberstajn e Luis Carlos Beduschi; o diretor do Instituto Ethos, Paulo Ita-carambi; a diretora de sustentabilidade do Banco Santander, Maria Luiza Pinto; e Roberto Smeraldi, jornalista e diretor da ONG Amigos da Terra. O Conselho será presidido por Lineu Siqueira, con-sultor executivo sênior da Suzano.

prêmiO

reconhecimento do setor de águas

Durante o 20º Congresso Brasileiro da Indústria de Águas Minerais, realizado em setembro, no Rio de Janeiro, a Bericap foi nomeada a mais inovadora fornecedora do setor. O prêmio, segundo a organizadora do encontro, a Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais (Abinam), é fruto de inovações introduzidas no mercado brasileiro pela multinacional alemã, como as tampas de perfil reduzido (para o padrão de gargalo PCO 1881), novas tampas para garrafões com alça incorporada e do fechamento “esportivo” Thumb’Up – utilizado no País em garrafas de águas minerais da Lindoya e da Bioleve (na foto).

vidrO

valorização em ação mundialEm evento realizado em novembro em São Paulo, a Owens-Illinois (O-I), maior produ-tora mundial de embalagens de vidro, apre-sentou oficialmente sua campanha “Vidro é Vida” (“Glass is Life”) ao mercado brasileiro. Presente em doze países do mundo, a inicia-tiva é estrelada por clientes e formadores de opinião, tendo por objetivo ressaltar as qua-lidades das embalagens feitas do material. Uma das estrelas da campanha, a ambien-talista e documentarista Céline Cousteau, neta do famoso oceanógrafo francês Jacques Cousteau (1910-1997), participou do encon-tro. A profissional falou sobre seus diversos projetos em favor da conservação ambiental e das razões para ter se vinculado à ação da O-I. “O vidro é inerte e não prejudica a vida marinha”, argumentou Céline.

Pack Expo: terceira maior feira dos Eua em 2010

Cèline Cousteau: apoio ao vidro

Linha de produção do leite uhT Molico na nova fábrica da nestlé

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em focoO Que vai peLa CabeÇa dO COnsumidOr

assista aos depoimentos na íntegra em emb.bz/148emfoco

“Excelente ideia, porque o universo precisa de mais controle”

ruth Fedoruk

depOis de muita expeCtativa gerada desde o início de 2008, quando o governo brasileiro liberou a venda de alimentos em embalagens de PET reciclado, Ambev e Coca-Cola adotaram garrafas parcialmente feitas do material para a venda de refrigerantes (ver EmbalagemMarca nº 146, outubro de 2011). A reportagem foi a campo para saber a reação dos consumidores à novidade.

garrafas bottle-to-bottletestamos o grau de receptividade às embalagens feitas de pet reciclado para bebidas

“É importante (esse tipo de iniciativa), porque tem sustentabilidade e eficiência de custos, que pode vir para o consumidor também”

José eduardo

“Acho bom. Precisamos no nosso País de mais reciclagem”

Felipe rebouças

“Acho que é uma ótima preocupação. Deixei de consumir (refrigerantes) porque acho que o impacto que esse tipo de embalagem causa no ambiente é criminoso”

paula mineoka rodrigues

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“Ah, eu acho ótimo! A natureza agradece”

aldryn passos

“Eu acho genial a ideia de as garrafas serem totalmente recicladas*. Para o meio ambiente, isso é tudo de bom”

regina lichy lopes

“Eu acho a ideia ótima, porque faz bem pro planeta”

gisely da luz

* Na VerDaDe, a GarraFa é parcIaLMeNte FeIta De pet recIcLaDo.

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DeNtIFrícIos

efeito com mais efeitosaplicação de holografia sem laminação reduz custo e facilita a reciclagem de cartucho de creme dental

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a apLiCaÇÃO de holografia em cartuchos de papel cartão é tradicional-mente feita por meio da laminação do material celulósico com um filme plás-tico que incorpora o efeito. Apesar de conferir o visual desejado, essa solução, estruturada em duas camadas, dificulta a reciclagem.

Pensando em resolver esse emba-raço, a Dixie Toga investiu numa tec-nologia que permite a gravação direta de acabamentos holográficos no papel cartão, dispensando o uso do substrato plástico. O primeiro cliente a utilizar a tecnologia é a Colgate-Palmolive, com os cartuchos dos cremes dentais Colgate Total 12. Segundo a transformadora, o processo, baseado numa máquina de marca não revelada (e de custo também mantido em sigilo), é exclusivo no mer-cado brasileiro.

espeCiaLista de mercado da Dixie Toga, Luisa Duque argumenta que o cancelamento da etapa de laminação traz outros ganhos além da simplifica-ção da reciclagem. “A produtividade é

CarTuChO

Dixie toga(11) 2928-9200www.dixietoga.com.br

Colgate é o primeiro cliente da Dixie toga a ter cartucho com holografia

que dispensa filme plástico

Lançamento tem atributo similar

Novo creme dental da Colgate-Palmolive com ação branqueadora (ver seção Display), o Luminous White chega ao mercado também acondicionado em cartucho de papel cartão com acabamento sofis-ticado, dotado de efeito holográfico. O atributo é re-sultado da aplicação daquilo que a Nilpel, produtora da embalagem, define como sistema de transferência de metalização indireta. Assim

como o sistema de holo-grafia direta da Dixie Toga, empregado nos cartuchos dos cremes dentais Colgate Total 12, o recurso da Nilpel não se baseia em laminação. “A tecnologia foi adquirida a pedido da própria Colgate- Palmolive”, situa Renato Juarez, gerente comercial da Nilpel. “A cliente queria cartuchos holográficos mais facilmente recicláveis, sem o revestimento de película plástica.”

CarTuChO

Nilpel(11) 2191-2300www.nilpel.com.br

maior, e os custos são menores”, afirma a profissional.

Diferentemente de muitas alternati-vas de cunho sustentável, que costumam provocar limitações em termos visuais, a nova tecnologia não prejudicou atri-butos vendedores das embalagens de Colgate Total 12. “Entregamos ao cliente

um cartucho holográfico de alto brilho e excelente definição”, ressalta Luisa. Para a Colgate-Palmolive, o mais importan-te foi o aprimoramento obtido sem o efeito colateral típico dos upgrades em decoração de embalagens: o aumento do preço dos produtos, devido a um forçoso repasse de custos.

Luminous White:

acabamento cintilante

sem película

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22 | Dezembro 2011

LIMpeza DoMéstIca

do interior para forapara ganhar novas praças, marca regional adota frascos com alto grau de polietileno reciclado e atualiza o visual

bem-suCedida no Vale do Paraíba, região situada a meio cami-nho entre São Paulo e Rio de Janeiro, a Higiex, fabricante de materiais de limpeza de São José dos Campos (SP), decidiu ampliar seu raio de atuação. Para poder fazer frente aos grandes players em novas praças, como a Gran-de São Paulo, a empresa decidiu atu-alizar as embalagens de sua principal linha, a Tay. Os frascos dos campeões de venda da marca – alvejantes com e sem cloro, água sanitária e cloro desin-fetante – sofreram revisões estruturais que lhes garantiram expressivos alívios de peso e um importante apelo de sustentabilidade: agora são 75% com-postos por polietileno reciclado pós- consumo, índice elevado e incomum para os recipientes da categoria.

A resina reciclada provém de duas fontes: a Campo Limpo Reciclagem e a Dinoplast, que processam predo-minantemente embalagens vazias de defensivos agrícolas. Ao contrário do

que costuma ocorrer com materiais reciclados, o custo do polietileno repro-cessado, segundo Silvia Delgado, sócia- proprietária da empresa, “fica abaixo do produzido com resina virgem”.

ganhOs finanCeirOs foram também obtidos com a redução do peso dos recipientes. Os frascos de 1 litro tiveram massa reduzida de 38 gramas para 33 gramas. Os de 2 litros passaram de 70 gramas para 62 gra-mas. Mais drástico foi o enxugamento dos frascos de 5 litros: de 183 gramas, o peso baixou para 145 gramas, um decréscimo de 23%. “Os aliviamentos empreendidos não afetam a qualidade das embalagens e as mantêm dentro da legislação de produtos clorados, que determina pesos mínimos para os invó-lucros”, comenta Paulo Pereira, geren-te de desenvolvimento da agência que coordenou o projeto, a ProDesign.

Além do redesign estrutural, as embalagens ganharam nova identida-

de, com aplicação de um novo logotipo da marca Tay, um código de cores defi-nido e elementos visuais mais moder-nos. Os rótulos dos frascos de 1 litro, antes confeccionados em papel, foram modificados e passaram a ser feitos de filme de polipropileno biorientado (BOPP), material resistente à umi-dade.

Para implantar as mudanças, a Higiex desembolsou aproximadamen-te 900 000 reais em aprimoramen-tos de seu parque interno de sopro, impressão e envase. Não obstante o aporte, Silvia Delgado acredita que será possível repassar aos preços dos produtos a economia de escala propor-cionada pelo redesign. A expectativa é de que a competitividade da linha Tay aumente ainda mais com um esperado reforço das vendas. “A nova identidade facilita a identificação dos produtos e amplia sua visibilidade no ponto de venda”, acredita a sócia-proprietária da indústria.

PEt REcicLaDo

Campo Limpo reciclagem(12) 2125-2400www.campolimpoplasticos.com.br

PEt REcicLaDo

Dinoplast(11) 3878-2175www.dinoplast.com.br

taMPas

hokkaido Plastics(12) 4009-1061www.hokkaidoplastics.com.br

DEsign E EngEnhaRia

ProDesign(12) 3942-6675www.prodesign.art.br

RótuLos

silflex(11) [email protected]

Frascos dos produtos Tay

agora apresentam novos rótulos, novo logotipo,

estão mais leves e incorporam 75% de

resina reciclada

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reportaGeM De capa

Em vez de venda, pós-vendaMesmo sem influenciar as decisões de compra, embalagem não deixa de representar uma oportunidade para an gariar a simpatia do consumidor - e fortalecer marcas - no merc ado de eletrônicos

Por Guilherme Kamio

24 | Dezembro 2011

steve JObs era obcecado por embalagem. Dedica-va-se com afinco ao packaging, não sossegando enquanto não encontrasse maneiras arrebatadoras de apresentar seus produtos. Na opinião do jornalista americano Lean-der Kahney, autor de A cabeça de Steve Jobs (Agir Editora, 2008), essa era uma manifestação evidente e emblemática do talento e do perfeccionismo do executivo, morto no início de outubro. “Para Jobs, o ato de tirar o produto de sua caixa é uma parte importante da experiência do usu-ário”, assinala Kahney no prefácio do livro. “Como tudo o mais que ele faz, isso é pensado com muito cuidado.”

Para o lançamento do primeiro Macintosh, em 1984, o midiático dirigente da Apple decidiu acondicionar o então desconhecido dispositivo de comando que acom-panhava o computador – o mouse – num compartimento exclusivo e saliente. O objetivo era obrigar o usuário a desembrulhar o artefato e a manuseá-lo antes de qual-quer outra coisa, promovendo sua familiarização com a novidade. Dali em diante, tornou-se habitual a adoção de invólucros didáticos, criativos e instigantes pela grife da maçã. A caixa do iMac foi toda projetada de modo a deixar claro como conectar a máquina à internet. As pri-

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Em vez de venda, pós-vendaMesmo sem influenciar as decisões de compra, embalagem não deixa de representar uma oportunidade para an gariar a simpatia do consumidor - e fortalecer marcas - no merc ado de eletrônicos

Por Guilherme Kamio

Embalagem da quarta geração do iPod: exemplo da preocupação da apple em oferecer embalagens

criativas, capazes de surpreender o

consumidor

Fotos: carLos curaDo

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26 | Dezembro 2011

meiras gerações do iPod eram entre-gues ao consumidor em embalagens repletas de dobras, encaixes e combi-nações, cujas aberturas demandavam rituais lúdicos (um exemplo é mostra-do na abertura da reportagem). Já as caixas do iPhone e do iPad recebem a aplicação de um verniz que retarda propositalmente a retirada das tam-pas, para gerar sensações de suspense e descoberta.

Em princípio, tanto primor pode soar a exagero – ou até mesmo a tolice. Afinal, faz sentido investir tempo e dinheiro para planejar um componen-te que, diferentemente do que aconte-ce nas vendas de bens não-duráveis, exerce pouca ou nenhuma influência nas decisões de compra de eletroele-trônicos?

Na opinião do designer Fabio Mestriner, coordenador do Núcleo

de Estudos da Embalagem da Esco-la Superior de Propaganda e Marke-ting (ESPM), faz – e esse cuidado com o acondicionamento de gadgets e demais artigos tecnológicos deve ser visto como um legado valioso de Steve Jobs. “Ele foi talvez o primeiro em sua área a perceber que a embalagem pode ser uma ferramenta de relaciona-mento, algo capaz de contribuir para engajar consumidores com marcas e produtos”, diz.

hOJe, embaLagens de eletroe-letrônicos que extrapolam o propósito de proteção para também cativar o consumidor no pós-venda – oportu-nidade que os teóricos de marketing definem como “segunda hora da ver-dade” (a primeira seria a da atração no ponto de venda) – já não são mais prerrogativa da Apple. Um número

funcionalidade, reciclagem e reutilização

Embalagens charmosas podem não só be-neficiar fabricantes de eletroeletrônicos, mas também os distribuidores. Essa é a aposta da Fnac. Prestes a lançar no País uma ampla linha de acessórios de áudio, vídeo, informá-tica e energia com sua própria marca, a rede de varejo decidiu conciliar as apresentações dos produtos com seu lema, criado na Fran-ça em 1954: “Um posicionamento exclusivo de marcas, baseado na exaltação do prazer da descoberta de culturas e tecnologias”.

Contratada para tocar o projeto, a Bordoni Design criou um único modelo de

blister do tipo concha (clamshell) capaz de acondicionar todos os 48 modelos de cabos, conectores e aparelhos que integram a linha. A única parte variável é um postiço que, no interior da embalagem, acomoda cada produto. “Graças a essa concepção, que permite alta escala de produção, o projeto foi viabilizado”, comenta o designer Ricardo Bordoni.

O blister, produzido pela taiwanesa Gre-enStep, é formado por duas metades simétri-cas que se unem por meio de uma dobradiça na parte inferior. Na parte superior, uma alça

confere apelo “grab and go” e serve também para o posicionamento em gancheiras. Dife-rentemente das conchas tradicionais, seladas ao longo das extremidades, a embalagem da Fnac apresenta um dispositivo macho/fêmea para abertura e resselagem, incorporado na alça. A função de lacre é desempenhada pelo rótulo termoencolhível que recobre o blister.

Exigido pela Fnac, o atributo da sus-tentabilidade é atendido pelo fato de as embalagens serem feitas de PET reciclado. Cada blister resulta da recuperação de doze garrafas do material. E uma funcionalidade

Caixas do iPhone e do iPad recebem

aplicações de verniz para retardar a

abertura, criando expectativa e

suspense

Foto: carLos curaDo

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especial é oferecida ao consumidor: a reuti-lização. Após a abertura, a embalagem pode ser utilizada como um porta CDs ou DVDs.

Segundo Ricardo Bordoni, a nova emba-lagem garante dois diferenciais, um tangível e outro intangível. “O primeiro é uma em-balagem mais bonita que a da concorrência e que ainda permite um reuso inteligente”, diz o designer. “O segundo diferencial é o fato de a solução ser amigável ao ambiente. Isso não é visível, mas é importante, uma vez que sustentabilidade é um dos assuntos mais comentados dos últimos tempos.”

crescente de empresas vem se conven-cendo de que apresentações capricha-das podem ser úteis.

Tome-se como exemplo o mercado de telefones celulares. Urdido pelo avanço de aparelhos cada vez mais multifuncionais e charmosos – os tão falados smartphones – suas embala-gens estão mais e mais sofisticadas. “Já são praticamente caixas de joias”, avalia Sidney Anversa Victor, diretor da gráfica Congraf.

De acordo com o empresário, a aplicação de acabamentos especiais, como metalizações e vernizes de efei-to, além do uso de construções dife-renciadas, com nichos para acomo-dação de cada componente dos apa-relhos, já se tornou mesmo algo fatal. “Muitas vezes a compra é a realização de um sonho de consumo”, justifica Victor. “Nesse contexto, uma embala-

adotado em 48 produtos, novo blister da fnac têm alça e sistema de fácil abertura. após a compra, pode

ser reutilizado como porta DVDs

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28 | Dezembro 2011

gem requintada é capaz de prolongar a percepção de qualidade, especial-mente quando possibilita uma espécie de degustação do produto adquirido, revelando pouco a pouco cada detalhe do equipamento.”

Principal cliente da Congraf na área de telefonia celular, a Sony Erics-son ratifica o discurso do fornecedor. “Acreditamos que a embalagem é parte vital para a experiência total dos con-sumidores com seus produtos”, afirma a diretora de marketing da empre-sa nipo-sueca, Ana Peretti. “Estamos constantemente testando conceitos e qualidades das nossas embalagens e temos um time de engenheiros e designers gráficos especializados nessa área. Clientes e consumidores têm uma grande expectativa com nos-sos produtos e é importante que suas apresentações não os decepcionem.”

dOna de uma longa ficha de serviços prestados a indústrias de eletroeletrônicos, atendendo atu-almente nomes como Philips, Sony, LG, AOC e NKS, a Nova Página vem também tendo de responder à tendên-cia de embalagens mais “vendedoras”. Gerente comercial da gráfica, Célia Santos cita como exemplo as caixas das placas-mãe produzidas em Manaus pela Digitron. Para atrair aficionados

por jogos de computador e “micreiros”, como são chamados os adeptos do faça você mesmo na área de informática, as peças são acondicionadas em caixas com design apurado, que demandam impressão de alta qualidade.

O viés de sofisticação das embala-gens do setor fez a Nova Página inves-tir – segundo a empresa, em caráter pioneiro no País – em tecnologias para a produção de papelão micro-ondula-do de onda F, caracterizado pela baixa espessura (0,75 milímetro). “Caixas

feitas desse material têm acabamen-to mais sofisticado, sem prejuízo da característica primordial de proteção do produto”, argumenta Célia. “A ini-ciativa contribuiu para mudar o perfil dos recipientes de micro-ondulado, elevando-os ao padrão de embalagens primárias.”

Também com base no uso do micro-ondulado de onda F, a Printbill Embalagens tem conseguido aprimorar a produção de invólucros para apare-lhos eletroeletrônicos. Superintenden-

sony Ericsson prioriza caixas

caprichadas para não decepcionar usuários de seus

celulares

Para tablet da Multilaser, Printbill desenvolveu

caixa com filme fosco e verniz localizado. Para

notebook da Megaware, caixa com alça plástica

Foto: carLos curaDo

Page 29: EmbalagemMarca 148

Bordoni Design(19) 3327-9887www.bordonidesign.com.br

Congraf (11) 3103-0300www.congraf.com.br

greenstep+886 (9) 8860-6782www.green-step.net

Jofer Embalagens(18) 3643-4000www.jofer.com.br

Nova Página(11) 3531-7000www.novapagina.com.br

Printbill Embalagens(18) 3649-9000www.printbill.com.br

te geral da empresa, Rogério Junqueira destaca como exemplos de refinamento as caixas desenvolvidas para tablets da Multilaser – produzidas com acaba-mento em filme de BOPP fosco e verniz UV localizado – e para os notebooks da Megaware – dotadas de impressão em alta definição e de alça plástica, para facilitar o transporte.

Tendo atualmente A cabeça de Steve Jobs em sua cabeceira, Junqueira antecipa que a empresa estuda a apli-cação de etiquetas RFID (baseadas em sistemas de identificação por radio-freqüência) em embalagens voltadas a eletrônicos e produtos de informá-tica. “Acreditamos que esse tipo de tecnologia de segurança pode agregar muito valor ao produto, à cadeia de distribuição, aos lojistas e ao próprio consumidor”, afirma o profissional.

respOnsÁveL pelo departamen-to de desenvolvimento e criação da Jofer, outra convertedora com negó-cios junto ao setor de eletrônicos, Sil-via Laluce ressalta serem variadas as

apresentação de placa-mãe da Digitron: esmero

para atrair “micreiros”

possibilidades de desenvolvimento de embalagens para eletrônicos e outros bens duráveis. “A impressão em off-set já garante alta qualidade a soluções em micro-ondulado acoplado a papel car-tão. Mas podemos trabalhar também com laminação em BOPP fosco, relevo, hot stamping, verniz UV localizado e gofragem”, diz a executiva.

Segundo Silvia, o interesse por esses meios de enobrecimento tem eclodido não só em fabricantes de gadgets (a Motorola é atendida pela empresa), mas também em indústrias de eletrodomésticos (a Lorenzetti e a Karcher, por exemplo, estão entre os clientes da Jofer). De acordo com a profissional, a expectativa é de que a demanda por embalagens de ponta evolua não só em produtos mais gla-mourosos, “mas no setor de aparelhos eletrônicos em geral”.

Perdoado o trocadilho, a previsão, enfim, é de que o que hoje ainda são jobs possam ser em breve um padrão de exigência do mercado. Resta aguar-dar o upgrade.

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32 | Dezembro 2011

artIGo

Competitividade para competirNão se pode eliminar a china (e companhia) do mapa dos negócios brasileiros, mas é preciso saber pelo menos a dimensão do estrago que seus produtos causam

POR WILSON PALHARES

JÁ hOuve quem classificasse como ver-são tardia e ingênua do mote “delenda est Car-tago” (Cartago deve ser destruída) nossa insis-tência na necessidade de reação aos crescentes estragos causados à economia brasileira pelas importações de produtos industrializados chi-neses – principalmente, mas não só –, a preços arrasadores e nem sempre internalizados por vias diretas e claras. Cabe então, preliminar-mente, deixarmos claro que, por não rezarmos pela cartilha de Catão, o Antigo (ou o Censor), pregador sistemático da destruição da grande rival comercial da velha Roma, não sonhamos com a eliminação da China do mapa dos negó-cios brasileiros. Temos também consciência de que nossa voz tem alcance infinitamente menor do que tinha a do tribuno romano. Mas não deixa de haver quem a ouça, ainda que, como o alguém citado no início deste artigo, seja para nos criticar. Isso posto, vamos ao que nos propúnhamos.

Não cabe neste espaço a análise porme-norizada da célere marcha da China para tornar-se um Império do Meio comercial (sem prejuízo de ser uma potência econômica e militar), tendo por vassalos países fornecedo-res que garantam o suprimento de matérias-primas para sua indústria e alimentos para sua população. Mas é prudente anotar que, nessa estratégia, o Brasil tem papel fundamental, dada sua tão decantada abundância de terras férteis, sol, água doce e tantos bens naturais que chineses e muitos outros não têm e de que necessitam. Mas a chineses e companhia isso tudo parece interessar somente na medida em que contribua para que permaneçamos assim e eles possam continuar oferecendo manufatu-rados a preços internacionais muito menores que os brasileiros, inclusive aqui. Importar bens industriais, só se for para clonar e depois concorrer globalmente com os originais. Que-rem daqui o minério de ferro, a soja em grão, a celulose, que transformam em itens com valor

agregado e mandam de volta para nós. Alivia um pouco ver notícias recentes

indicando preocupação do governo brasileiro, assustado com a crise mundial que se arma no horizonte, dizer que vai se mexer com vistas à reversão da marcha batida do País rumo à desindustrialização. Já era mais que hora. Essa é também uma preocupação de muitos empre-sários nacionais, principalmente daqueles que já sentiram ou vêm sentindo na pele o flagelo da concorrência imbatível em preços enquanto arcam com o peso da desvalorização cambial e do famigerado custo Brasil. Outros há, porém, que ainda não se dão conta de até onde a coisa chegou. Aí parece situar-se boa parte dos agen-tes da cadeia de valor da embalagem.

Não se pode culpá-los por não enxergarem, pois, até onde sabemos, não existem dados

que informem como o universo da embala-gem vem sendo afetado pelas importações. Da mesma forma que no próprio dimensio-namento do setor, máquinas para a produção de embalagens e seus complementos (tampas, rótulos), bem como equipamentos para linhas de envase, ao ser importados não são contados nas estatísticas como integrantes da cadeia de valor da embalagem. Da mesma forma, produ-tos prontos para consumo, de lápis e gulosei-mas a equipamentos eletrônicos, entram no Brasil já acondicionados, mas suas embalagens não são computadas como tal.

QuaL a impOrtânCia de ter-se a dimensão do possível estrago que as impor-tações de itens como os citados podem estar causando aos diferentes segmentos integran-tes da corrente de embalagem? A nosso ver, no mínimo pode servir para abrir os olhos de quem não percebe que as caixinhas de papel cartão com lápis de cera ou chiclete vindas da China tiram do mercado não só os lápis de cera e a goma de mascar fabricados aqui, mas tam-bém suas embalagens. Afinal, a maioria dos objetos vem acondicionada nos mais diversos tipos de recipientes e de materiais.

Tal panorama, que deverá se acirrar e cer-tamente estará presente nas considerações das empresas nesta hora de planejamento de seu futuro, pode ser um estímulo para investir o mais pesadamente possível em inovação, em processos e em embalagens que atendam com excelência às necessidades do consumidor bra-sileiro. Na expectativa de que o governo venha a cumprir sua parte, racionalizando a carga tributária, os encargos trabalhistas e a buro-cracia, se as empresas fizerem a sua o Brasil ganhará em competitividade para concorrer internamente e internacionalmente.

Marco Pórcio catão, o censor (234 a.c-149 a.c)

Wilson Palhares é diretor presidente da Bloco de Comunicação e Publisher de EmbalagemMarca

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34 | Novembro 2011

eNtreVIsta

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desde O fim de outubro, teles-pectadores têm sido pegos de surpresa por um anúncio da Friboi. Afinal, a marca, embora quase sessentona, jamais tivera grande exposição na mídia. O comercial na tevê é só o início de um projeto audacioso. Dono da Friboi – e do maior naco do mercado mundial de frigoríficos, graças a uma série de aquisições feitas no Brasil e no exterior nos últimos anos –, o grupo JBS quer aumentar a rentabilidade de marcas e produtos em carne bovina. Segundo o diretor de marketing da divisão de carnes da empresa, Marcio Gonzalez, a meta é estabelecer grifes no segmento in natura e avançar em processados – ou seja, pôr molho no filé. Na seguinte entrevista, o executivo dá detalhes dos planos, nos quais a embalagem terá, em sua avaliação, papel decisivo. “Será nosso principal recurso para agregar valor, inovar e dialogar com o consumi-dor”, ele esclarece.

Por que o Grupo JBS decidiu investir numa campanha de marketing, uma ação inédita em sua história?Pela posição que a empresa alcançou, após as aquisições dos últimos anos, e pelo contexto do mercado brasileiro. Hoje, o consumo de carnes no Brasil é de aproximadamente 40 quilos per capita ao ano. O brasileiro compra carne bovi-na de duas a cinco vezes por semana. Esse hábito é forte, faz parte da vida das famílias. E é importante para o varejo, porque representa de 10% a 20% do fatu-ramento das lojas. Apesar disso tudo, de toda essa relevância, a categoria ainda não tem dono. Açúcar é União. Arroz é Tio João. E carne? Não tem marca. Daí o insight de investir para sair de uma rela-ção meramente funcional e criar uma relação emocional com marcas de carne. Entendemos ser esse o caminho natural para valorizar nossos produtos. Foram feitas pesquisas para chegar à constatação dessa carência de apelo de marca no mercado de carnes?Sim. No primeiro semestre, encomen-damos diversos estudos para entender melhor o mercado. Para se ter ideia, em pesquisas não-estimuladas 83% dos entrevistados afirmaram não conhecer

por mais molho no filéEmpresa brasileira que é líder mundial em carne bovina põe em marcha uma campanha para valorizar marcas e produtos. marCiO gOnzaLez, diretor de marketing da Jbs, explica o papel – decisivo – que a embalagem terá nesse projeto

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ou não lembrar de uma marca de carne. Não tinham referência. Mas em pesqui-sa estimulada, com menção ao nome Friboi, houve 85% de awareness. Por que, então, o consumidor não respon-deu antes, por lembrança espontânea, que nos conhecia? Não o fez por não ter muito contato com nossa marca – apesar de, curiosamente, consumir nossos pro-dutos com grande frequência. Qual o valor dos investimentos em publicidade?Por sermos uma empresa de capital aberto, não divulgamos essa informa-ção. Mas é possível encontrar facilmente valores de referência através das agên-cias e no noticiário do mercado publi-citário (especula-se que o aporte seja de 120 milhões de reais).

Pelo que saiu na grande mídia, a campanha integra um projeto mais amplo, de reformulação do mode-lo de negócios. Que mudanças essa

iniciativa trará para a gestão das marcas da companhia?A campanha é o marco inicial de um projeto estratégico desenhado para os próximos cinco anos. Ele é fundamenta-do em cinco pilares. O primeiro deles é justamente sobre gestão de marcas. Das mais de cinquenta marcas hoje registra-das, a empresa concentrará o business de carnes em apenas duas, Swift e Friboi. Por que Friboi? Por ser um nome histó-rico para a companhia, além de nossa marca de maior awareness, de maior geração de negócios, positivada mensal-mente em mais de 120 000 clientes. Seu

perfil será de acessibilidade, de blinda-gem comercial, de primeiro preço. Já a Swift será a marca que vai chancelar inovação, diferenciação e status. Esse posicionamento será reforçado por assi-naturas como Swift Orgânica, linha sem par no mercado, Swift Maturatta, única família de carnes maturadas específicas para churrasco, e Swift Angus, derivada de uma raça especial.

Quais os outros quatro pilares do projeto?O segundo pilar é o investimento em pesquisa. Aplicamos um valor conside-

O brasileiro compra carne bovina de duas a cinco vezes por semana, o que gera de 10% a 20% do faturamento do

varejo. Apesar disso, a categoria não tem dono. Açúcar é União. Arroz é Tio João. E carne? Não tem marca.

Queremos criar esse vínculo emocional

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36 | Dezembro 2011

rável neste primeiro semestre de 2011. Contratamos institutos como Ibope, TNS e Millward Brown para ouvir con-sumidores do Brasil inteiro sobre os hábitos de consumo de carne, a percep-ção da categoria, a estatura de nossas marcas. Tudo isso para chegar a uma nova arquitetura e a um novo posiciona-mento de Friboi e Swift. O terceiro pilar é a quadruplicação da base de clientes ativos. Como já disse, vendemos men-salmente a marca Friboi para 120 000 clientes. Mas, para Swift Maturatta, por exemplo, esse número cai para 15 000. Queremos alavancar a presença de nos-sas linhas mais nobres em cima da base já existente de Friboi. O quarto pilar é a gestão de portfólio. Eliminaremos SKUs que não contribuem como o esperado em termos de volume ou margem, que não têm papel estratégico. E introduzi-remos novos itens, que chamamos de PVA, ou seja, produtos de valor agre-gado. Serão produtos com margem de contribuição de duas a quatro vezes superior à dos produtos atuais e que deverão ter algum diferencial em quali-

dade ou serviço. Quinto e último pilar: fortaleceremos os programas de relacio-namento com o trade, por meio de ações de endomarketing e da participação em feiras de associações supermercadistas.

O senhor pode dar um exemplo con-creto do que serão esses produtos com maior valor agregado?Recentemente, lançamos treze cortes diferenciados dentro da linha Friboi de carnes in natura, que chamamos de porcionados. Em vez de ir até a loja e encontrar uma peça de contrafilé com, digamos, 4 quilos, oferecemos pacotes com pedaços que totalizam 1,1 quilo, 1,2 quilo. Isso traz basicamente três bene-fícios. Para o consumidor, permite um desembolso menor e gera conveniência, pois ele não precisa ficar cortando a carne em casa e congelando frações. O varejista, por sua vez, tem economia com mão de obra e uma gôndola mais organizada, mais agradável ao público. Para nós, o benefício é maior visibilida-de para a marca, além de uma margem diferenciada, devido ao repasse do ser-

Lançamos treze cortes porcionados de carne in natura. Para o consumidor, eles permitem um desembolso menor. O varejista economiza com mão de obra e

organiza melhor a gôndola. Para nós, o benefício é maior visibilidade para a marca, além de margem diferenciada

viço de corte e limpeza da carne. Esse lançamento é um sucesso. Já tivemos mais de 500 toneladas em pedidos. O projeto contempla mais altera-ções nas embalagens dos produtos da empresa?Contempla. As carnes in natura da Fri-boi passam a ter rótulos mais coloridos, destacando a logomarca. Linhas como Swift Angus e Swift Orgânica ganharão embalagens termoformadas, que garan-tem apresentação visual diferenciada no ponto de venda. Haverá algumas alte-rações nas tecnologias de nossas latas, utilizadas para milho, ervilha, feijoa-da, quitute, fiambre, salsicha viena... O objetivo será tornar esses recipientes mais amigáveis aos consumidores, com abertura mais fácil. Isso acontecerá a partir do ano que vem. Adotaremos também embalagens maiores, para atender ao mercado transformador. E temos duas supernovidades no gati-lho, mas infelizmente ainda não posso revelá-las para vocês. Não fiquem cha-teados... (risos) São desenvolvimentos em parceria com uma universidade dos Estados Unidos.

Foi traçada alguma estratégia cen-trada no papel das embalagens enquanto mídia para as marcas que a empresa manterá no mercado? A JBS vê na embalagem uma ferramen-ta de marketing?Sem dúvida. Diria que a embalagem tem papel fundamental na comunicação com os consumidores, especialmente

Cenas do novo comercial da friboi.

Filme apresenta novo visual dos

produtos da marca

Fotos: reproDução

emb.bz/148jbs

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38 | Dezembro 2011

nas lojas. Sete em cada dez decisões de compra são tomadas no ponto de venda. E quem conversa com a consumidora nesse local importante é a embalagem – associada, é claro, a dois outros elemen-tos, que são material de ponto de venda e ações de amostragem, via promotores. Esse tripé, ou esse triunvirato, como queira chamar, é pai, filho e espírito santo do ponto de venda. É fundamen-tal. Faremos uma nova pesquisa, em dezembro, e os resultados comprovarão o poder de uma boa embalagem. Com cores, com um visual marcante, nossas marcas serão mais bem percebidas. Não tenho dúvida. A JBS tem apostado em novos concei-tos de acondicionamento de alimen-tos. Exemplos são os pratos prontos em embalagens flexíveis shelf sta-ble, que dispensam refrigeração, e as conservas de vegetais em stand-up pouch (bolsa plástica que fica em pé). A empresa pretende continuar a desenvolver projetos com esse perfil de inovação?Sim. Esses projetos serão turbinados a partir de abril de 2012, com a consolida-ção de um plano de comunicação para a marca Swift. Da marca Friboi você pode esperar inovação em embalagem, mas não breakthroughs, nada absolutamente novo. Se não me engano, técnicos cha-mam isso de inovação complementar... Qual é uma definição bonita para isso?

Inovação incremental, talvez...Pois é. Para Friboi, teremos inovações, sim, porém incrementais. Já da marca

Swift, podemos esperar iniciativas de impacto, sem precedentes no mercado, como adoções de embalagens que rom-pam com paradigmas do mercado.

Uma divulgação incisiva dessas ini-ciativas em embalagem será consi-derada nos novos aportes da empre-sa em publicidade e propaganda?O comercial que está no ar para a marca Friboi (veiculado na tevê aberta entre os dias 23 de outubro e 15 de dezem-bro) já apresenta o pack shot (imagem) dos produtos com a nova identidade. Em paralelo, a reformulação visual vem sendo divulgada em materiais de PDV. Queremos ajudar o consumidor a lem-brar da publicidade nas lojas, duran-te a compra. E, indiscutivelmente, a comunicação é também determinante para explicar atributos e benefícios dos produtos mais inovadores. Mas o desa-fio não é fácil. Veja-se o prato pronto shelf stable, em embalagem flexível. É uma baita inovação, que traz vantagens plenas ao dispensar a cadeia fria. É só alegria em termos de custos, de qualida-de do alimento, de sustentabilidade, de logística. Mas é difícil mudar a cultura do consumidor. Quando vai buscar um estrogonofe no supermercado, ele vai direto à seção de congelados. Precisa-mos fazê-lo assimilar que existem solu-ções melhores.

A JBS encontra dificuldades no mer-cado de embalagens – alguma indis-ponibilidade tecnológica ou algum serviço deficiente, por exemplo?Uma coisa que nos incomoda, mas que

a Jbs em datas e números

r$ 55 bilhõesfoi a receita líquida obtida

pela empresa em 2010

140 fábricastem o grupo, somando plantas

nacionais e internacionais

47 000 cabeçasé a capacidade diária de

abate de gado da companhia

120 000 funcionáriostem a empresa, considerando

todas as suas operações

1953. José Batista sobrinho, o zé Mineiro, inaugura um açougue em anápolis (go)

1957. o estabelecimento se muda para a região da futura Brasília

1969. após as primeiras aquisições, a empresa adota o nome friboi

2005. aquisição da swift armour, principal frigorífico da argentina

2006. a friboi deixa de ser empresa limitada e vira sociedade anônima, com JBs como razão social

2007. grupo abre capital e adquire a swift foods (Eua), tornando-se o maior frigorífico do mundo

2009. anunciada a fusão com a concorrente brasileira Bertin

não está ligada ao mercado fornecedor, é a demora na regularização de tecno-logias de embalagem. Alguns processos de aprovação no Brasil, junto a alguns ministérios, ainda são muito lentos. Quem trabalha com vendas ou com notícias, como vocês, costuma ter certa ansiedade. E alguns órgãos competen-tes não compartilham dessa urgência. Os timings são diferentes. Vemos lá fora uma tecnologia muito interessante, trazemos o fabricante aqui, instalamos máquina, testamos, fazemos shelf life, segurança de produto, ficamos felizes. Depois, quando a coisa vai para registro e aprovação, muitas vezes a demora é maior do que o tempo gasto em todo o desenvolvimento. Haja paciência!

FoNte: jBs

Pratos prontos para gôndola

seca: inovação que precisa de

divulgação para deslanchar

Carne porcionada: segundo Gonzalez,

vantagem para marca, varejo e

consumidor

Fot

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40 | Dezembro 2011

áGuas

deformação benéficapara um melhor descarte, nova garrafa de água permite torção após o uso

O aLiviamentO de peso e o uso de matérias-primas de fonte reno-vável têm sido questões de ordem para a Coca-Cola quando o assunto é emba-lagem de PET. Intitulada Eco, a mais nova garrafa de 500 mililitros da versão natural da Crystal, marca de águas da empresa, cumpre aqueles compromis-sos e vai mais longe.

Ocorre que, além de ser 20% mais leve do que o modelo antes utiliza-do para o mesmo volume (12 gramas contra 15,6 gramas) e de incorporar a tecnologia PlantBottle (em que até 30% da resina PET deriva do etanol da cana-de-açúcar), a garrafa tem uma propriedade benéfica ao descarte: ela pode ser facilmente compactada após o consumo, por meio de uma torção que exige mínima força (ver fotos). Com isso, seu volume é reduzido em até 37%, o que facilita o processo de encaminha-mento para a reciclagem.

Apelidado de “crushable” (“esmagá-vel”, em inglês), o atributo de fácil com-pactação é resultado do uso de design estrutural e preformas peculiares. Estas são mais curtas e têm base mais fina

do que as das preformas tradicionais, proporcionando distribuição uniforme da resina no molde, formando paredes ultrafinas. Apesar da baixa espessu-ra, a embalagem apresenta, quando cheia, rigidez comparável à das garrafas comuns de PET. Vazia, apresenta gran-de maleabilidade.

na parte estrutural, um conjun-to diferenciado de vincos, desenvolvi-do pela Coca-Cola inicialmente para a água Ciel, do México (ver quadro), também contribui para tornar a emba-lagem facilmente “amassável” pelo con-sumidor.

Por último, mas não menos impor-tante, também colabora para a leveza da embalagem o uso de gargalo de perfil baixo, com tampa Xtra Lok mini, da CSI Closures, que leva menos poli-propileno em sua composição.

Diretor de Meio Ambien-te e Regulamentação da Coca- Cola Brasil, Ilton Azevedo explica que a garrafa Eco é uma exclusividade para a água sem gás de 500 mililitros. “Com volumes maiores, a garrafa acabaria

perdendo a estabilidade”, comenta o executivo. “E bebidas carbonatadas teriam seu prazo de validade reduzido devido à menor barreira das paredes mais finas da embalagem.”

A nova embalagem de Crystal chega primeiro aos mercados atendidos pela Coca-Cola Femsa Brasil (São Paulo, Mato Grosso do Sul, partes do Rio de Janeiro, de Goiás e de Minas Gerais), a partir de janeiro de 2012. O lançamento oficial aconteceu durante o festival de música SWU, realizado em Paulínia (SP) de 12 a 14 de novembro.

a COCa-COLa Femsa teve de mudar o processo de produção das gar-rafas em sua planta em Mogi das Cruzes (SP). Segundo o diretor de marketing da engarrafadora, Rodrigo Campos, equipamentos novos, como o maqui-nário de sopro das embalagens, foram trazidos da Alemanha, totalizando um investimento de 10 milhões de dólares. A adaptação das linhas de produção das garrafas levou um ano e meio.

Campos acredita que o menor volu-me das garrafas vai estimular a recicla-

Vazia, a nova garrafa, de paredes ultrafinas, pode ser facilmente

compactada. redução de volume facilita a

reciclagem

emb.bz/148crys

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gem. “Hoje, o problema da reciclagem é o espaço. Muitas pessoas precisam car-regar seu lixo reciclável até os pontos de coleta em sacolas enormes. As garrafas menores ajudarão e estimularão o con-sumidor”, afirma o executivo.

A Coca-Cola aproveita o lançamen-to da embalagem com menos matéria- prima em sua composição também para rebater o argumento daqueles que são contrários à água engarrafada. Diz Ilton Azevedo: “Muitas pessoas têm ideia de que água envasada é desne-cessária. Buscamos levar conveniência

ao consumidor. Embalagem descartável pode ter um papel na sociedade de con-sumo moderno, desde que seja tratada com responsabilidade.”

A expectativa da Coca-Cola é que em três anos todas as garrafas de 500 mililitros de água sem gás da marca Crystal já sejam do modelo Eco.

barulho em outros países

Embora seja novidade no Brasil, a garrafa “torcível” da Coca-Cola já faz barulho em outros mercados há algum tempo. Seu primeiro uso se deu no Japão, em 2009, acondicionando a água I-Lohas. Com uma forte estratégia de marketing e comunicação totalmente baseada nas embalagens, em seis meses a marca atingiu a liderança no

mercado nipônico de águas minerais. Inicialmente, a garrafa era toda feita de PET convencional, mas desde o ano passado incorpora a tecnologia PlantBottle, sendo parcialmente feita de etanol de cana. Em 2010, o mesmo modelo de garrafa foi também lançado no México, com a marca Ciel, e no Equador e nos Estados Unidos, com a marca Dasani.

TaMPa

csi closures(11) 4134-2593www.csiclosures.com

PREfoRMas

Engepack(11) 2149-8800www.engepack.com.br

soPRaDoRas

Krones(11) 4075-9500www.krones.com.br

róTuLO

Plasc(48) 2106-9900www.plasc.com.br

Cheia, nova garrafa apresenta resistência similar à das embalagens

convencionais. Vazia, tem grande

maleabilidade

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42 | Dezembro 2011

INterNacIoNaL

nobre escamaconceito high-tech de linha para pesca surge em blister inédito, que abre e fecha

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resuLtadO da união de fibras microscópicas por meio de nanotec-nologia, a Berkley NanoFil é apontada por sua fabricante, a americana Pure Fishing, como introdutora de uma nova geração de linhas para pesca, dotadas de resistência antes só encontrada em filamentos de bitolas maiores. Aclama-do em eventos, revistas e sites de pesca esportiva, o produto surpreende antes mesmo de ser testado na água. Isso porque sua embalagem é um blister também brandido como inédito, por ser dotado de sistema abre-fecha.

Para acessar o conteúdo, basta o consumidor girar a bolha plástica da embalagem em sentido anti-horário. O movimento desprende uma saliência da peça que, colada entre as duas camadas de papel cartão que estruturam a carte-la, atua como trava – tanto para impedir violações quanto para manter o rótulo do carretel da linha sempre orientado na horizontal, assegurando a melhor exposição das informações.

Após o uso, basta encaixar nova-mente o carretel no receptáculo plástico e girá-lo na cartela no sentido contrário. A aba volta a entrar numa abertura da cartela, promovendo o encaixe do blister (ver infográfico). Como é habitual o uso de um único novelo para abastecer mais de um molinete ou carretilha ou para fazer diversas reposições, o armazena-

emb.bz/148pesca

MeadWestvaco+1 (804) 444-1000www.meadwestvaco.com

MWV rigesa(19) 3707-4000www.rigesa.com.br

1. Para abrir a embalagem, o consumidor deve girar

o receptáculo plástico em sentido anti-horário

3. Para guardar o produto, basta acomodar o carretel na peça plástica e girá-la na cartela,

agora em sentido horário

mento na embalagem evita a formação de nós e emaranhados (“cabeleiras”) nos estojos dos pescadores.

O meCanismO abre-fecha é uma evolução do Natralock, conceito desen-volvido pela MeadWestvaco como opção aos blisters do tipo concha (clamshell) – e ao alcance do mercado brasileiro por meio da subsidiária local da empresa americana, a MWV Rigesa.

Diferentemente das conchas, cons-tituídas pela união de duas chapas plás-ticas termoformadas soldadas ao longo das bordas, a Natralock baseia-se na colagem de uma bolha em peça única, de dimensões reduzidas, entre duas camadas de papel cartão (unidas a par-tir de um processo exclusivo de selagem a quente). Além de reduzir o consumo de plástico, esse “sanduíche” facilita a abertura pelo consumidor – atributo aprimorado com o sistema abre-fecha.

Segundo David Lund, vice-presi-dente de marketing da Pure Fishing, o blister reforça o apelo da nova linha para pesca. “O ineditismo da emba-lagem complementa o do conteúdo”, comenta o executivo. “É um feliz caso de inovação total, por dentro e por fora do produto.”

2. o movimento faz descolar uma trava oculta, colada entre as duas

lâminas que formam a cartela

4. a flange (aba) do blister entra novamente pela abertura da peça cartonada

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INterNacIoNaL

mensagem em frascosurge a primeira embalagem derivada de plástico recuperado do oceano

autOridade em produtos com apelo ecológico para higiene pessoal e do lar, a americana Method anunciou em setembro uma embalagem inova-dora feita de polietileno reciclado. Sua novidade é a origem da matéria-prima. A fonte é o mar – mais precisamente, o enorme bolsão flutuante de detritos conhecido como Grande Lixão do Pací-fico, situado entre a costa da Califórnia e o Havaí.

Por meio de uma parceria com a Envision Plastics, uma das principais companhias de reciclagem dos Estados Unidos, a Method conseguiu desenvol-ver um processo de transformação dos mais diferentes plásticos descartados no oceano em polietileno, que, segundo a empresa, teria a mesma qualidade da resina virgem (ver fotos). O material pode ser utilizado na moldagem de reci-pientes em combinação com polietile-no reciclado pelas vias convencionais. Os primeiros resultados apresentados foram frascos para lava-roupas líquido feitos com 25% do “plástico oceânico”.

a methOd pretende iniciar o uso comercial das embalagens que incorporam plástico reciclado do Pací-fico em 2012, mas se esquivou de deta-lhar como o processo funcionará.

Ainda não se sabe, por exemplo, quais produtos terão esses invólucros e como funcionará a coleta dos resídu-os (o material empregado nos frascos exibidos em setembro foi produzido a partir de plásticos que se desgarraram do lixão flutuante e deram em praias californianas). Fundador da Method, Adam Lowry explica que a iniciativa não tem a presunção de resolver o problema do lixo à deriva. “O objetivo é criar consciência de que a real solução para a poluição plástica reside no reuso e na reciclagem daquilo que já existe no planeta”, afirma o executivo.

Fot

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Envision Plastics+1 (336) 342-4749 www.envisionplastics.com

44 | Dezembro 2011

recolhidos, plásticos descartados no mar são triturados. Não há triagem por cor

Lava-roupas líquido foi o primeiro produto a ter recipiente de “plástico oceânico”

Num primeiro processamento, as aparas “oceânicas” geram uma massa amorfa

Pela falta da triagem, a massa gera pellets escuros, diferentes da resina virgem (à dir.)

O resultado é um frasco escuro, mas com desempenho parecido ao do original (à dir.)

ETaPa 1: TrITuraÇÃO

EtaPa 2: EXtRusÃo

EtaPa 3: gRanuLaÇÃo

EtaPa 4: soPRo

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Anote na agenda

www.grandescases.com.br twitter.com/GrandesCases

Inscrições De 1° de março a 24 de agosto de 2012 Cerimônia de entrega dos troféus 13 de novembro de 2012

Vem aí sexta edição da mais inovadora premiação do setor de embalagens.

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46 | Dezembro 2011

ARTIGO

sobre união e empurrõesa integração é vital para o sucesso dos projetos de embalagem. Mas nem sempre é fácil convencer disso os fornecedores

POR ANdREW EyLES

nas paLavras do americano Freeman Thomas, célebre designer de automóveis, “um bom design come-ça com honestidade, perguntas duras, colaboração e confiança na intuição”. Isso não se aplica somente ao desenvol-vimento de veículos. A declaração faz todo sentido para o design de embala-gens.

Comecemos pela honestidade, ou pelo que podemos chamar de verda-de da marca. Descascamos camadas e camadas de informação para revelar a essência da marca e examinamos o que ela significa para seus mais diferentes stakeholders. Fazemos, então, pergun-tas incisivas. O briefing está correto? As aspirações do cliente são adequadas? Existe uma maneira melhor de abordar o problema da marca? Quão longe, numa escala de evolução até revolução, pode-mos ou devemos ir?

E quanto à colaboração? Entende-mos que nenhum escritório poderá se definir como integrado se não abraçar a cooperação em seu sentido pleno. Vista a questão sob esse ângulo, fica claro que todas as disciplinas devem harmonizar--se. Designers estruturais devem tra-balhar em sintonia com designers grá-ficos. Planejadores devem envolver-se visceralmente com o desenvolvimento de projetos do começo ao fim, e os espe-cialistas em inovação, ligar-se às equipes de projeto desde o início.

para entregar soluções ideais, é preciso formar times compostos por profissionais de marketing e de desen-volvimento de embalagens do cliente,

da agência e das empresas fornecedoras. Se para nós e para alguns clientes o tra-balho colaborativo é algo natural, para os fornecedores ele pode ser um desafio.

Quando começamos o trabalho com a Isklar, água mineral captada numa deslumbrante geleira norueguesa, entendemos que sua embalagem deve-ria reluzir, literal e figurativamente. A primeira reação dos engarrafadores para o design todo facetado da garrafa foi de rejeição total. “É inviável”, diziam. Não era. Sabíamos disso. Desenhamos a embalagem para que fosse exequí-vel. Mas convencer os fornecedores foi um parto. Fazê-los comprar a ideia e se entusiasmar com a oportunidade de criar algo genuinamente diferente era crucial para que o projeto decolasse.

Um fator decisivo para mudar a visão dos fornecedores foi o apoio persistente do cliente. A Isklar acreditou no projeto e teve paciência para nos deixar trans-formar o conceito em realidade. O que Enquanto a garrafa

facetada da água Isklar (acima) só

deu certo após um processo tortuoso,

cartucho com efeito lenticular do sensodyne Repair

& Protect teve percurso tranquilo

Page 47: EmbalagemMarca 148

Há fornecedores que não conseguem ver além da oferta daquilo que sempre ofereceram. “Isto é o que fazemos. É pegar ou largar.” Mas existem outros que necessitam apenas de um empurrãozi-nho para abraçar a mudança. Se o desig-ner ou o escritório de design dispuserem- se a ajudar os fornecedores a ganhar mais dinheiro, para que percebam o lado positivo da coisa, eles não descan-sarão enquanto não virem os resultados ideais desejados para os projetos. Pode acreditar.

*Lente criada pelo físico francês Augustin--Jean Fresnel (1788-1827) originalmente para o uso em faróis marítimos, e hoje utilizada em diversas aplicações.

fabricante da novidade.Os melhores resultados são obtidos

quando a equipe inteira está disposta a desafiar as convenções e determinada a inovar. É vital envolver os fornecedores de embalagens o mais cedo possível no processo, para que eles possam ter algum grau de responsabilidade pelo conceito. Desse modo, o processo de provocar mudanças se torna mais fácil e mais eficiente, e os resultados são mais efetivos.

Alguém poderá pensar: “Se envolver fornecedores desde o início, terei uma despesa enorme!”. É uma preocupação pertinente. No entanto, erros no alinha-mento de aspectos técnicos, criativos e comerciais podem redundar em falhas de qualidade, atrasos no lançamento ou custos com retrabalho. Emparceirar com fornecedores de confiança – ou desenvolver com eles, de fato, o tipo de relacionamento que menciona-mos – pode gerar um melhor custo- benefício para todo o processo.

Andrew Eyles é CEO da Blue Marlin Brand Design, consultoria britânica com filiais nos Estados Unidos, na Ásia e na Austrália. Seu e-mail: [email protected]

começou como um esforço de persuasão terminou como colaboração, e hoje já é uma parceria de longa data.

É sensacional quando encontramos um cliente talentoso. Recentemente, tivemos o prazer de trabalhar com um profissional apaixonado e obstinado da GlaxoSmithKline, que insistia que a mais nova tecnologia de impressão lenticu-lar do tipo Fresnel* podia e deveria ser aplicada ao cartucho do creme dental Sensodyne Repair & Protect. Essa técnica proporciona um efeito tridimensional tão realista e fantástico que atrai o con-sumidor e o estimula a apanhar o pro-duto nas lojas. Vendo-a, é fácil entender porque lutamos para implantá-la.

Para encurtar a história, o empe-nho do cliente rendeu enormes divi-dendos. O produto se tornou um dos mais bem-sucedidos casos de lança-mento de um dentifrício em todos os tempos. Sua materialização envolveu sintonia fina entre a laminadora, a gráfica, a agência de design e, claro, o

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48 | Dezembro 2011

aLIMeNtos

fácil de abrir e guardarsurge o primeiro leite de coco brasileiro em garrafa com tampa de rosca

a embaLagem clássica de leite de coco, a garrafinha de vidro com tam-pinha recravada de aço (rolha metálica), já não é a única na categoria. Para se diferenciar da concorrência e ganhar maior percepção de valor, a Ducoco Ali-mentos decidiu romper com esse para-digma, lançando uma garrafa fechada com tampa de rosca, feita de polipro-pileno. Segundo a empresa, trata-se de uma iniciativa inédita no segmento.

Conforme explica Mauro Bálsamo, gerente de compras da Ducoco, o obje-tivo da nova embalagem é oferecer um produto mais moderno e conveniente. Neste último quesito, a tampa de rosca ofereceria, na opinião do executivo, algumas vantagens óbvias: dispensa o uso de abridor e é resselável, facilitando a conservação quando o conteúdo não é utilizado de uma só vez pelo consumi-dor. “As embalagens tradicionais com

tampa metálica eram de difícil abertura”, comenta Bálsamo. “Além disso, a tampi-nha podia apresentar oxidação, aspecto capaz de diminuir a vida útil do produto, inviabilizando seu uso parcial.”

O prOJetO exigiu uma recon-figuração fabril na Ducoco. A empresa teve de adquirir um novo equipamento para adequar sua linha de envase ao novo sistema de fechamento. Mas se, por um lado, a iniciativa demandou esse investimento (de valor e fonte não revelados), de outro ela minimizou as perdas da operação. “No processo de recrave da tampa metálica, as garrafas eram submetidas a uma grande pressão vertical, o que ocasionava algumas que-bras de recipientes”, relata Bálsamo. “Já na aplicação da tampa de rosca ocorre apenas uma força rotacional, e por isso as avarias diminuíram.”

O leite de coco não foi o único produto da Ducoco Alimentos a ter apresenta-ção remodelada. A família de cocos ralados também ganhou novas embala-gens. Confeccionadas pela Zaraplast, as flow packs da linha agora levam metaliza-ção interna, o que garante melhor conservação do

conteúdo. É a terceira versão das embalagens do produto, lançadas em 1982 e redesenhadas dez anos depois pela primeira vez. O novo layout traz a foto de uma consumidora utilizan-do o coco, além da imagem de um doce pronto, cuja receita aparece no verso da embalagem.

proteção metalizada

1982

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Nova garrafa possui formato anatômico e contrasta com o padrão da categoria, de

garrafas de pescoço curto e corpo robusto, usadas até há pouco pela Ducoco

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Como não seria possível utilizar a nova tampa na mesma terminação da garrafa anterior, a Ducoco decidiu atualizar a apresentação por completo. A embalagem de vidro bojuda e com pescoço curto, utilizada desde 1982, foi substituída por um modelo com corpo mais estreito e pega anatômica, que visa facilitar o manuseio e o despejo do con-teúdo. De acordo com a Owens-Illinois, fornecedora do recipiente, trata-se de um formato standard, porém não uti-lizado por outros clientes. O rótulo, de papel colado, foi também aprimorado. Ele agora traz receitas impressas no verso, numa área isenta de cola posi-cionada no dorso da embalagem. Para acessá-las, basta o consumidor cortar uma parte lateral do adereço.

TaMPa

Berry Plastics(15) 3414-5300www.kerrgroup.com

róTuLO

Fanapel+598 2915-0917www.fanapel.com.uy

GarraFa

owens-illinois(11) 2542-8084www.oidobrasil.com.br

DEsign gRáfico

Plano Propaganda(19) 3242-2974www.planopropaganda.com.br

fLoW Packs

Zaraplast(11) 3952-3000 www.zaraplast.com.br

1992

2011

Novo rótulo é colado em apenas pequenas áreas, e traz, no verso, receitas e

informações sobre o produto

Formato antigo era caracterizado por corpo mais largo e

tampa metálica, que dificultava a resselagem

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50 | Dezembro 2011

displayO Que hÁ de nOvO nOs pOntOs de venda edição: fLaviO paLhares

[email protected]

A microcervejaria curitibana Way Beer, que só vendia chope em barril, passou a acondicionar sua cerveja nas tradicionais meias-garrafas. Mas ao invés de 300 mililitros, como acontece com outras marcas, a embalagem tem conte-údo de 310 mililitros. A marca aposta em um público jovem e utiliza nas embalagens uma

linguagem contemporânea: o logotipo utiliza mais de uma fonte, abusa de texturas e de cores fortes, uma para cada tipo de cerveja. A grande novidade, entretanto, é que a garrafa não tem rótulo de papel. A decoração é feita em serigrafia. A bebida está à venda em Curiti-ba e em São Paulo.

sERigRafia

Deda Decorações(41) 3399-3397

DEsign

komm Design Estratégico(11) 3443-7761www.komm.com.br

gaRRafas

owens-illinois do Brasil(11) 2542-8084www.oidobrasil.com.br

CerveJas

garrafa serigrafada

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Page 52: EmbalagemMarca 148

52 | Dezembro 2011

displayO Que hÁ de nOvO nOs pOntOs de venda

energÉtiCOs

Pista iluminada 4

A Juxx amplia a oferta de produtos de cranber-ry. Chega ao mercado o novo energético Play, primeiro no Brasil à base da fruta, em latas de alumínio sleek de 269 mililitros. A emba-lagem tem aplicação de tinta UV, que faz a lata brilhar quando exposta à luz negra. A bebida é comercializada em casas noturnas.

COsmÉtiCOs

BarBie Para Presente 3

A linha Barbie Loves Glitter, da Avon, ganhou embalagem agrupadora especial para presente, com-posto por colônia perfu-mada e mini lip gloss. O estojo de papel cartão, com alça na cor preta, tem o formato de uma bolsa, com fechamento personalizado por uma presilha de cabelo em formato de laço.

refresCOs

maguary no coco 2

A Maguary, marca da Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos (ebba), amplia seu mix de produtos prontos para beber e lança a água de coco PuroCoco. A bebida chega ao mer-cado em embalagens cartonadas assépticas de 330 mililitros e de 1 litro.

dentifríCiOs

clarão luminoso 1

O Luminous White é o mais novo creme dental da Colgate-Palmolive com ação branque-adora. O produto é acondicionado em bisnaga laminada de 90 gramas dotada de tampa flip-top, pro-duzida pela própria empresa. A bisnaga destaca acabamento em vermelho metálico, recurso também explo-rado no cartucho que a acomoda, confeccio-nado em papel cartão metalizado.

CarTuChO

Nilpel(11) 2191-2300www.nilpel.com.br

1

2

DEsign

fly Jabuti(11) 3717-3477

www.flyjabuti.com

caRtonaDas asséPticas

Tetra Pak(11) 5501-3200

www.tetrapak.com.br

3

CarTuChO

antilhas(11) 4152-1100www.antilhas.com.br

4

Latas

rexam(21) 2104-3300

www.rexam.com/brazil

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Page 54: EmbalagemMarca 148

54 | Dezembro 2011

displayO Que hÁ de nOvO nOs pOntOs de venda

1

suCOs

novo Player 2

A Predilecta Alimentos ingressa no mercado de bebidas com nécta-res de frutas. São seis opções de sabores em embalagens cartonadas assépticas de 1 litro: Goiaba, Laranja, Manga, Uva, Pêssego e Caju.

frutas

secas e em Pé 1

As frutas secas da La Violetera chegam às prateleiras com novo visual. As embalagens tipo almofada foram substituídas por stand- up pouches (bolsas que ficam em pé), montadas pela La Violetera.

CafÉs

safra assinada 3

A Sara Lee lança uma edição limitada do Café Pilão Safra Especial 2011. A embalagem a vácuo tem impresso um selo assinado pelo espe-cialista em café da Sara Lee, Antonio Pereira, identificando que o café foi produzido exclusiva-mente com blendas de grãos da safra 2011 sele-cionados das melhores regiões cafeeiras do Brasil – Cerrado Minei-ro, Sul de Minas, Mogia-na e Espírito Santo.

antes . . .

. . . e depois

preservativOs

coresviBrantesA Blowtex revitaliza seu logotipo e reestiliza as embalagens de seus pre-servativos. A nova grafia tem fonte com linhas curvas e traçado clean. As flow-packs ganharam cores vibrantes e acabamento fosco. Imagens e ícones indicativos do tipo do produto ganha-ram destaque para gerar a imediata identificação.

DEsign

sapien Design(11) 3815-7026

www.sapiendesign.com.br

fLoW-Packs

santa Rosa Embalagens(11) 3622-2300

www.santarosaembalagens.com.br

caRtonaDas asséPticas

Tetra Pak(11) 5501-3200

www.tetrapak.com.br

3

DEsign

Benchmark Design total(11) 3057-1222

www.bench.com.br

EMBaLagEns

Embalagens flexíveis Diadema(11) 4066-9000

www.efd.com.br

iMPREssÃo Dos fiLMEs

Lamipack(49) 3561-1600www.lamipack.com.br

iMPREssÃo Dos fiLMEs

Plastimar(41) 3366-2829www.plastimar.ind.br

DEsign

Team Créatif(11) 3491-5580www.team-creatif.com

2

Page 55: EmbalagemMarca 148

frutas

emBalagens com chaves 4

A MJR Frutas adota novas embalagens para uvas e kiwi. As cumbu-cas plásticas transpa-rentes termoformadas permitem melhor visualização, conserva-ção e conveniência do produto sem que estas se danifiquem no trans-porte e no manuseio. Os rótulos têm os per-sonagens do desenho animado Chaves.

antes . . .

. . . e depois

LÁCteOs

mimi agora é languiruA gaúcha Cooperativa Languiru substitui a marca Mimi pela Languiru na linha de produtos lácteos. A mudança atende à estratégia de repo-sicionamento da empresa e tem como objetivo aproveitar o reconhecimento já existente nos segmentos de aves e embutidos, onde a marca Languiru é utilizada. O carro chefe do segmento de lácteos é o leite longa vida em embalagem cartonada asséptica, que teve o design reformu-lado e estendido para os demais itens da linha de derivados de leite.

DEsign

attitude Comunicação e Marketing(51) 3710-2820 www.attitude.com.br

caRtonaDas asséPticas

Tetra Pak(11) 5501-3200www.tetrapak.com.br

RótuLos

Gráfica Boca Boa(11) 4587-6869

www.bocaboa.com.br

EMBaLagEns tERMofoRMaDas

ilip (itália)+39 (0) 51 671-5411

www.ilip.it

soulis (grécia)+30 23 8108-2400

www.soulis.gr

DEsign

speranzini Design(11) 5685-8555

www.speranzini.com.br

4

Page 56: EmbalagemMarca 148

56 | Dezembro 2011

ChÁs

na lata e no coPo 1

A WOW!Nutrition amplia seu portfólio com o lançamento dos chás e energéticos naturais Mr. Green. A nova linha está dispo-nível nos sabores Chá Preto com Pêssego, Mate com Limão e bebi-da mista de Guaraná e Açaí nas versões lata de 330 mililitros e copo de 300 mililitros.

1

Latas

Latapack-Ball(12) 2127-4700www.latapack.com.br

coPos

Thermovac(48) 3465-4000www.thermovac.com.br

DEsign

Tônica de Idéias(11) 3572-0990www.tonica.com.br

prOtetOres sOLares

comPacto e ergonômico 3

A MSD reformulou as embalagens dos protetores solares Coppertone. Os frascos, desenvolvidos inter-namente nos Estados Unidos, são ergonômicos e compactos. De acordo com a empresa, são as emba-lagens com menos uso de plástico na categoria. A decoração é feita com rótulos termoencolhíveis.

CerveJas

nova Kaiser 4

A Heineken anunciou o reposicionamento da cerveja Kaiser. A cerveja teve sua fórmula modi-ficada, ganhou novo logotipo e novos rótu-los. O nome da cerveja, que sempre foi grafado em vermelho, agora aparece prateado e branco, com efeitos de 3D. O brasão, que tem a letra “K” em destaque, traz o ano de lançamen-to da cerveja (1982). A bebida é comercializada em latas de alumínio de 350 e de 473 mililitros, em garrafas de vidro de 250 mililitros, de 600 mililitros e de 1 litro.

EMBaLagEns

globalpack(11) 3908-1253www.globalpack.com.br

RótuLos

sleever international(11) 2303-2337www.sleever.com

DEsign

The Brand union +44 (0) 20 7559-7000www.thebrandunion.com

4

3

COsmÉtiCOs

formato de oBelisco 2

A AK Cosméticos lança dois produtos da linha Elle para cuidado mas-culino: Gel Fixador e Gel Hidrantante. Os produ-tos são acondicionados em frascos multicama-das com formatos que lembram um obelisco, fechados com tampas de polipropileno. A decoração é feita com rótulos autoadesivos de BOPP transparente. Todas as peças são pro-duzidas pela empresa.

2

displayO Que hÁ de nOvO nOs pOntOs de venda

Page 57: EmbalagemMarca 148

Patrocínio Ouro:

PapelEmbalagens

deComo utilizar o poder de atração de estojos, caixas, blisters, carriers e outros

tipos de embalagens de papel cartão para fortalecer as marcas e vender mais

Designers, profissionais de

marketing, desenvolvimento de

embalagens e compras da indústria

usuária e outros integrantes dessa

cadeia de valor.

Público: Na cadeia de valor de embalagem, geralmente se emprega uma expressão limitante para definir as embalagens que acondicionam os recipientes dos produtos de consumo, isto é, as embalagens externas. Ao definir-se como “embalagens primárias” potes, garrafas e frascos, entre outras variedades acondicionadas em caixas e estojos de papel cartão, estes caem automaticamente na categoria das “secundárias”. Mas não é assim que o consumidor enxerga as embalagens de papel cartão.

Para o potencial comprador que está no ponto de venda, a embalagem de papel cartão é, na maioria dos produtos expostos, a primeira coisa que ele vê.A inigualável propriedade do material permite aceitar infinitas possibilidades de formatos, impressão e acabamentos requintados. O visual das embalagens de papel cartão representa a mais eficaz ferramenta para atrair a atenção do consumidor e influir em sua decisão de compra.

O Fórum de Embalagens de Papel Cartão vai mostrar como utilizar esses recursos e também a extrema versatilidade de uso do material, que se adapta a praticamente todo tipo de produto. O papel cartão está presente em embalagens de alimentos (naturais, congelados e para aquecer). Em perfumes. Em brinquedos. Em materiais de limpeza. Em roupas. Ele está em praticamente todas.

NOVA DATA:

Abril de 2012

Local:

Centro Brasileiro Britânico

Rua Ferreira de Araújo, 741

São Paulo, SP

“Chamadas de secundárias, as embalagens de papel cartão são as primeiras a ser vistas”Conteúdo:

Fórum

Mantenha-se atualizado. Acessewww.ciclodeconhecimento.com.br | @CicloEM

VAGAS

LIMITADAS!

QUER TER A SUA MARCA ASSOCIADA A

ESTE EVENTO? ENTRE EM CONTATO:

[email protected]

OU (11) 5181-6533

Cartão

Page 58: EmbalagemMarca 148

Almanaque

58 | Dezembro 2011

Rosto no logo do uncle ben’s é do garçon frank brown

Na verdade, Ben é FrankA figura que aparece nas embalagens do arroz Uncle Ben’s não é, como se faz supor, do “Tio Ben”. Trata-se de Frank Brown, garçom de um restaurante de Chicago. A marca surgiu logo após a Segunda Guerra Mundial, quando a empresa Converted Rice, fornecedora do exército americano, perdeu seu maior cliente. Gordon Harwell, proprie-tário da companhia, resolveu vender seu produto no varejo. Ele conhecia um fazendeiro negro apelidado de Uncle Ben (Tio Ben), famoso em Houston (Texas) pela qualidade do seu arroz, e adotou o nome como marca. Como não havia nenhuma fotografia de Ben, Gordon pediu que o garçom do restau-rante onde sempre almoçava, Frank Brown, se vestisse com uma gravata borboleta e posasse para a foto que ainda aparece nas embalagens do arroz Uncle Ben’s.

Tampa de duplo usoEm meados da década de 1970, o achocolatado Muki, da Kibon (hoje marca da Unilever) criou um brinde inusitado. Na compra de dois vidros do produto, que eram agrupados com um papel colado, o consumidor formava um ioiô. Como? Depois que o achocolatado acabava, bastava juntar as duas tampas, amarrar um pedaço de barbante e o brinquedo estava pronto.

Das rolhas às roscasAté 1913, as garrafas de uísque eram fechadas com rolhas

de cortiça, exigindo um saca-rolhas para abri-las. A rolha

rosqueavel, que podia ser retirada com as mãos, foi inven-

tada pelo escocês William Manera Bergius, sobrinho de

Adam Teacher, dono do uísque Teacher’s, primeira marca a

adotar o novo sistema em suas garrafas (batizadas de gar-

rafas de autoabertura). A tampa metálica de rosca (screw

cap), patenteada em 1889 pelo britânico Dan Rylands,

só começou a ser utilizada em 1926, pelo scotch White

Horse. A inovação fez as vendas da marca dobrarem em

apenas seis meses. Hoje é o sistema de fechamento ado-

tado pela maioria das marcas.

O Almanaque tem um novo endereço na web. Marque nos

seus favoritos: almanaque.blog.br

O site foi reformulado e tem várias novidades. Confira!

Rolha rosqueável estreou em 1913 com teacher’s (à esquerda). a screw cap da white horse (abaixo)

tornou-se a tampa padrão de

uísques

Cerveja espacialEm novembro de 2011, os americanos Danny B. e Rich T. lan-

çaram a primeira lata de cerveja no espaço – e conseguiram

recuperá-la. A experiência fez parte de uma ação promocional da

cerveja Natural (Natty) Light, em que os fãs da bebida são convi-

dados a apresentar ideias “épicas”. Os dois amigos colocaram em

um balão meteorológico uma geladeira de isopor com uma lata

de Natty Light cheia, um GPS e uma câmera de vídeo, que regis-

trou uma lata vazia, presa do lado de fora. O lançamento ocorreu

no dia 17 de novembro, e as latinhas ficaram cerca de duas horas

no ar. A “nave” ultrapassou os 27 000 metros de altitude, che-

gando à estratosfera. O material caiu a cerca de 100 quilômetros

do local do lançamento, e foi encontrado graças ao GPS.

Toda a aventura foi colocada no Youtube e pode ser vista em:

emb.bz/148natty

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