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Ano XIV • Nº 152 • Abril 2012 • R$ 15,00 ESPECIAL: VIDRO Novas tecnologias e aumento da variedade aquecem vendas de recipientes feitos do material AEROSSóIS Vendas seguem bombando. Mas produção local de latas spray de alumínio continua na promessa ENTREVISTA O diretor de P&D da Kraft Foods Brasil, Luís Leanza, fala dos métodos e critérios da empresa para inovar em alimentos Ferramenta subestimada Os parques de embalagem nunca tiveram máquinas tão modernas. Mas nem tudo anda às mil maravilhas quando o assunto é manutenção. Como melhorar?

EmbalagemMarca 152

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Revista EmbalagemMarca Nº 152, abril de 2012. Reportagem de capa: Assistência técnica

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entrevistaO diretor de P&D da Kraft Foods Brasil, Luís Leanza, fala dos métodos e critérios da empresa para inovar em alimentos

Ferramentasubestimada

Os parques de embalagem nunca tiveram máquinas tão modernas. Mas nem tudo

anda às mil maravilhas quando o assunto é manutenção. Como melhorar?

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Abril 2012 | 3

editorialUMa conversa coM o leitor

erros de percurso, não, falta de integração

“Inovador é o produto,

equipamento, processo

ou serviço que, ao

quebrar paradigmas,

propicia benefícios

concretos para os

consumidores e

usuários e, logo,

lucros para a empresa.

Se não, é só novidade”

QUase tão repetida quanto a própria palavra-ônibus “ino-vação”, virou moda a afirmação de que esse termo é mais empregado do que “sexo”, nos mais diversos contextos imagináveis. Fala-se em “inovação” no mesmo ritmo de use-e-abuse com que antigamente se pespegava a palavra “novidade” em produtos, costumes, serviços variados. Hoje, a mera mudan-ça do grafismo de um rótulo chega a ser apresentada como “inovação”, da mesma forma que a mudança da cor da latinha de Rapé do Mono Sapeca de 1900, de verde para azul, era alardeada como “novidade” pelos redactores de reclames.

Aqueles, pelo menos, parece que tinham consciência do que queriam vender, isto é, artigos que a rigor não traziam em si mudanças estruturais, conceituais. Como ensinam os mais elementares tratados sobre o assunto, inovador é o produto, equipamento, processo ou serviço que, ao quebrar paradigmas, propicia benefícios con-cretos para os consumidores e usuários e, consequentemente, lucros para a empresa dona da marca. Se não for isso, é simplesmente novidade, como antanho foi a seu tempo a latinha azul de rapé.

Esse assunto é aqui abordado por causa da aproximação de um evento específico (o “Fórum Inovação – Como viabilizar a produção de embalagens criativas”), programado para ocorrer em 27 de junho próximo, em São Paulo, no âmbito do Ciclo de Conhecimen-to. Essa iniciativa, que deverá contar com a participação de palestrantes de renome internacional como Fred Gelli, criador do logotipo da Olimpíada do

Rio de 2016, tem um objetivo central: apontar caminhos efetivos para que profissionais de criação e de marketing, fornecedores e prestadores de serviço para a cadeia de valor da embalagem consolidem fórmulas destinadas a criar produtos que façam diferença real para os consumidores. Em outras palavras, caminhos para inovar.

Durante os trabalhos de prepara-ção do programa, a equipe responsável constatou – ou melhor, confirmou mais uma vez – o fato de que muitos pro-jetos com potencial inovador se reve-lam desastrosos ao chegar às linhas de produção. Na maioria das vezes, nada há de errado com esses projetos, real-mente promissores. Eles, e com eles as empresas que nelesv investem, costu-mam ser vitimados pelo que comoda-mente se atribui a “erros de percurso”. Esse é um eufemismo que, no fundo, disfarça a falta de integração entre os elos de um sistema, mais costumeira do que se imagina.

Ante aquela (repetida) constatação, o Fórum em questão está sendo forma-tado de maneira a ser, ele próprio, um espaço para a integração dos agentes econômicos envolvidos em projetos de embalagem. Pretende-se, nesse espaço, discutir formas de promover a intera-tividade e disseminar conhecimento ao longo da cadeia produtiva. É mais uma ação com que o Ciclo de Conhe-cimento acredita estar colaborando para reduzir males como o retrabalho e o desperdício de tempo e dinheiro no desenvolvimento de projetos. Afinal, inovação é também competitividade.

Até maio.

WIlson palhares

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sumárioEdição 152 • Abril 2012

18 Reportagem de capa

ManUtençãoCrescem as queixas de indústrias em relação aos help desks dos fabricantes de máquinas de embalagem. Mas o que elas podem fazer para diminuir a dependência das assistências técnicas?

por GUIlherMe KaMIo

diretor de redação: Wilson Palhares | [email protected] • editor executivo: Guilherme Kamio | [email protected] • redação: Flávio Palhares | [email protected] • Marcelo Marcondes | [email protected] • comercial: Juliana Lenz | [email protected] • Karin Trojan | [email protected] • Wagner Ferreira | [email protected] • diretor de arte: Carlos Gustavo Curado | [email protected] • assistente de arte: Wilson Roberto Jr. | [email protected] • administração: Eunice Fruet | [email protected] • Marcos Palhares | [email protected] • eventos: Marcella Freitas | [email protected] • estagiária de eventos: Nathaly Cabral | [email protected] • circulação e assinaturas (assinatura anual R$99): Kelly Cardoso | [email protected]

Publicação mensal daBloco Comunicação Ltda.Rua Arcílio Martins, 5304718-040 • São Paulo, SP(11) 5181-6533www.embalagemmarca.com.br

Braskem .........................2ª capaAdecol ......................................37Baumgarten .......................4 e 5Center Fix ................................27Ciclo de Conhecimento ......35Congraf ......................................9Dixie Toga ................................ 13Dow Brasil ...............................23

Grandes Cases ............. 30 e 31Ibema ........................................53Indexflex ...................................33Moltec ......................................55Optima .....................................21PH Fit ....................................... 39Piloto .........................................51Prakolar ..........................3ª capa

Roland ...................................... 15Santa Maria ................................ 7SIG Combibloc .......................25Simbios-Pack ..........................55Tradbor .....................................23Verallia ............................4ª capaVidroporto ...............................27Wheaton ..................................41

Empresas que anunciam nesta edição

40

24 28

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38

© ilustração de capa: Daniel das Neves | [email protected]

3 editorial Inovação não pode ficar apenas nas palavras. Precisa trazer benefícios aos end users e aos consumidores

8 painel Sidel racionaliza empilhamento de garrafas de PET • DuPont inaugura centro de inovação no Brasil • Tetra Pak amplia portfólio de atributos “verdes” em suas embalagens • Danone pode usar bioplástico em garrafas de água

14 eM Foco Consumidor avalia a importância das embalagens na decisão de compra de ovos de Páscoa

16 lácteos Melitta entra no mercado de bebidas lácteas utilizando embalagem cartonada com formato inédito no Brasil

17 cervejas Heineken amplia volume de garrafa de 600 mililitros para 650 mililitros

24 cafés Marca premium costarriquenha tem embalagem com barreira ativa e componentes brasileiros

26 vinhos Embalagens de alumínio aparecem em marcas no exterior. No Brasil, mercado é praticamente inexplorado

28 entretenimento Empresas que vendem vouchers de serviços para presente apostam em embalagens sofisticadas

32 entrevista Luís Leanza, diretor de pesquisa, desenvolvimento e qualidade da Kraft Foods Brasil, explica como a empresa desenvolve inovações em embalagens de alimentos

38 aerossóis Um ano após anúncios de investimentos, indús-tria brasileira de aerossóis de alumínio ainda não se fortaleceu

48 prêmio Grandes Cases de embalaGem anuncia novidades

50 internacional Stand-up pouches chegam a dois clássicos em alimentos americanos: as sopas Campbell e o ketchup Heinz

52 display Ypê renova embalagens de lava-louças • Empresa do interior de São Paulo lança garrafão de água de 20 litros com alça • Caixas da Calçados Bibi podem ser pintadas

58 almanaque Como a Nestlé globalizou o mascote do achocolatado Nesquik • Papel cartão ajudou a vender copos de vidro • Bag-in-box: de ácidos a vinhos • Família do fundador da Lego nas embalagens • A chegada do desodorante stick ao Brasil

especial vidro

40 Diversidade de formatos e acabamentos são os trunfos de fabricantes de frascos para perfumes, cosméticos e medicamentos

44 Verallia inaugura na França laboratório de criatividade de embalagens

45 Owens-Illinois amplia relacionamento com clientes e consumidores

46 Indústria de frascos para cosméticos vive bom momento

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8 | Abril 2012

painelMoviMentação no MUndo das eMBalaGens e das Marcas edição: GUilherMe KaMio

[email protected]

pet

empilhamento aprimoradonoMe Forte eM eQUipaMentos de envase, a Sidel anunciou uma novidade engenhosa para aprimorar a distribuição de bebidas em garrafas de PET. É o Stack & Pack, conceito que procura racionalizar o empilhamento dessas embalagens por meio da acomodação dos gargalos no interior das bases de unidades posicionadas logo acima. Desse modo, o espaço ocupado na armazenagem é reduzido e não há necessidade do uso de folhas intermediárias de papelão ondulado entre as camadas de produtos.

O encaixe é possível graças à moldagem de uma concavidade acen-tuada na base das garrafas, fruto de uma tecnologia patenteada sob o nome stroke base. Segundo a Sidel, o atributo pode ser aplicado em garrafas com capacidade volumétrica entre 250 mililitros e 1 litro e de variados formatos. A fabricante não especificou toda a gama de produ-tos compatíveis com a solução, limitando-se a informar que sucos, leites e especialidades lácteas estão entre seus alvos.

No caso do empilhamento de garrafas de 500 mililitros dotadas de paredes retas, o Stack & Pack garantiria a formação de dez camadas de embalagens, em vez de seis, em um palete do padrão europeu – ou seja, um ganho de 40% (2 160 unidades contra 1 296). A Sidel ressalta que, além de dispensar os interlayers de papelão e otimizar a estocagem e o transporte, o sistema de

encaixe pode gerar uma redução de pressão de até 10 bar no processo de sopro, resultando em economia com energia. No varejo, melhoraria a exposição em gôndola e diminuiria a frequência de reposições.

Eric Schaffner, gerente internacional de contas da Sidel, declarou que a empresa estaria prestes a realizar testes em fábricas de clientes. De acor-do com o executivo, se alguma empresa adotar a ideia, os primeiros usos do Stack & Pack poderão chegar ao mercado já em 2013.

Nova solução acena a ganhos logísticos ao permitir sobrepor garrafas por meio de encaixes

entre gargalos e bases

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painelMoviMentação no MUndo das eMBalaGens e das Marcas

5,2%Será a taxa média anual de crescimento do consumo mundial de embalagens de PET de 2012 a 2017, segundo projeção da consultoria inglesa Smithers Pira. Influenciado especialmente pelas economias emergentes, o total consumido deverá atingir 19,2 milhões de toneladas daqui a cinco anos.

núMeros

401 300 toneladasFoi o volume de embalagens feitas de alumínio (latas, bisnagas e filmes) produzido mundialmente em 2011. O número representa queda de 1% em relação ao desempenho de 2010 – resultado, segundo a Associação da Indústria de Alumínio (GDA), da tendência do aliviamento de peso das embalagens.

10,7 bilhõesFoi o total de bisnagas – de alumínio (41%), laminadas (30%) ou plásticas (29%) – produzidas por fabricantes europeus em 2011. De acordo com a Associação Europeia de Fabricantes de Bisnagas (Etma), o resultado representa um crescimento de 1,7% em relação ao ano anterior.

Danone cogita utilizar PEF nas garrafas de sua águas, como a Bonafont

BioplÁsticos

o peF ganha mais uma aliadaDepois do acordo firmado com a Coca-Cola (ver EmbalagemMarca nº 150, fevereiro de 2012), a Avantium anunciou a assinatura de um segundo contrato de apoio para o desenvolvimento de embalagens de polietileno furanoato (PEF) – bioplástico divulgado como alternativa de fonte renovável ao PET. A nova parceira da empresa holandesa de pesquisas é a Danone, que vislumbra o uso do material na produção de garrafas de águas minerais.

O PEF é obtido a partir de carboidratos de origem vegetal polimerizados por meio de uma tecnologia de catálise química chamada YXY (pronuncia-se “íquizi”), patenteada pela Avan-tium. A ideia é que o novo bioplástico não con-corra com a produção de alimentos, utilizando resíduos da agricultura e da indústria de celu-lose como matérias-primas. Uma planta-piloto de PEF foi inaugurada há aproximadamente cinco meses em Geleen, na Holanda, e estudos vêm sendo conduzidos para se atingir compa-tibilidade do bioplástico com os processos de moldagem e reciclagem de PET. A previsão é de que embalagens feitas do material cheguem ao mercado num prazo de três a cinco anos.

MÁQUinas

investimento do achéNo dia 12 de março último o laboratório Aché iniciou a operação do mais novo reforço para o setor de fármacos sólidos de sua fábrica de Guarulhos (SP): uma BEC 300, máquina da alemã Uhlmann capaz de processar 18 000 unidades por hora. Totalmente automatizado, o modelo incorpora emblistadora, encartuchadora, balança, casepack e etiquetadora. Segundo Maria Cristina Salay, coordenadora do setor de Embalagem de Sólidos da Aché, o investimento no novo equipamento se deve ao aumento da produção. “Estamos tendo um grande número de lançamentos desde o começo do ano”, relata a profissional.

BEC 300: aquisição para guarnecer aumento de produção do laboratório

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Abril 2012 | 11

cartonadas assÉpticas

portfólio “verde” ampliadoA Tetra Pak anunciou o lançamento de novos atributos “verdes” para sua famí-lia de embalagens cartonadas assépticas. Entre os lançamentos está um sistema que visa facilitar a reciclagem da Tetra Evero Aseptic, garrafa cartonada lançada pela empresa no início de 2011 com foco no envase de leites (ver Embala-gemMarca nº 142, junho de 2011). Agora o consumidor pode remover facilmente o topo (gargalo) de polietile-no da garrafa, separando-o do corpo cartonado, para destinar cada um dos dois componentes para o processo de reciclagem adequado. Segun-do a Tetra Pak, o novo mecanismo de separação não prejudica o desempenho da

embalagem e não implica custo extra aos clientes.

Outra novidade é a ampliação da gama de tampas plásticas (para caixinhas) moldadas a partir do polietileno “verde” da Braskem, derivado do etanol da cana-de-açúcar. Empregado inicialmente apenas no modelo

de tampa StreamCap 1000 – o mesmo adotado pioneiramente no Brasil

por leites da Nestlé, em julho de 2011 –, o material passa também a ser utilizado nos fechamentos DreamCap 26, LightCap 30 e Helicap 27. Assim como acontece

com a StreamCap, as novas tam-pas “verdes” serão distinguidas das

versões tradicionais, feitas de plástico derivado do petróleo, pelo gravação em rele-vo, em seus topos, do desenho de uma folha.

pesQUisa

espaço para a inovaçãoEm evento realizado no dia 23 de março, a DuPont inaugurou em Paulínia, no inte-rior de São Paulo, seu Centro de Inovação Brasil. Trata-se de um anexo do Centro de Inovação e Tecnologia aberto pela empresa em 2009 e cujo objetivo, nas palavras do presidente da DuPont para a América Lati-na, Eduardo Wanick, “é fomentar a colabo-ração com outras empresas, clientes, uni-versidades e governo em prol da inovação”.

Fruto de investimentos de 11 milhões de dólares, o Centro dispõe de salas para reuniões e videoconferências que, segun-do a empresa, permitirão intercâmbios de ideias com os 9 500 cientistas, químicos e engenheiros que compõem seu quadro téc-nico mundial. O Brasil é o sétimo país do mundo a receber da DuPont um centro de inovação local nos mesmos moldes, depois de Japão, México, Tailândia, Coreia do Sul, Taiwan e Índia.

http://emb.bz/152tetraevero

BisnaGas

ideal para amostrasUma tampa flip-top pequena, no diâme-tro 19 milímetros, é a mais nova solução da C-Pack para o fechamento de bisnagas plásticas. A novidade permite a fabrican-tes de produtos viscosos, especialmente a indústrias de cosméticos, o trabalho com

amostras similares às bisnagas originais de seus produtos, maiores e conjugadas a tampas flip-top. No mercado nacional, a maioria dos tubos de amostras utiliza tampas de rosca (“lisas”), menos práticas por demandar manuseio com duas mãos.

Flip-top de 19mm: mais prática do que as tampas de rosca

Microfuros garantem fácil segregação do topo da Tetra Evero. Helicap é mais uma tampa a poder ser produzida com plástico de cana (no detalhe acima)

Centro de Inovação permitirá interação com cientistas da DuPont

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12 | Abril 2012

painelMoviMentação no MUndo das eMBalaGens e das Marcas

antes . . .

. . . e depois

BrandinG

competências mais visíveisEspecializada em design gráfico, design estrutural e prototipagem de embalagens, a ProDesign atualizou sua identidade. O novo logotipo, desenvolvido pelo diretor de criação Daniel Guarizi, representa uma letra “P” à moda de uma caixa aberta. “O elemento expressa nossas competências com maior apelo visual”, considera Paulo Pereira, diretor executivo da agência. A ProDesign atende indústrias como J&J, Avon, Arno, Reckitt Benckiser, Hypermarcas, Pepsico e Unilever.

prototipaGeM

peças em gesso e com coresA Nova Silk, empresa especializada no segmento de sinalização e comunicação visual, traz para o Brasil as impressoras tridimensionais da americana Z Corpora-tion, empresa que afirma ser pioneira nesse tipo de produto. Os equipamentos per-mitem reproduzir os mais variados obje-tos, incluindo embalagens, para facilitar processos de pesquisa e desenvolvimento. As peças são produzidas em gesso. Segundo Alexandre Soares, gerente de novos negócios da Nova Silk, as impressoras 3D da Z Corporation são as únicas do merca-do a imprimir colo-rido. Cinco modelos são oferecidos pela distribuidora, que afirma que dará trei-namento e suporte técnico aos usuários das impressoras.

Exemplo de frasco de xampu criado por impressora 3D da Z Corporation

Gente

reforço na tronicsA Tronics do Brasil, fabricante de rotuladoras automáticas, anunciou a contratação de Ilze Silva Ramos para sua área de vendas. Com mais de vinte anos de experiência no setor de equipamentos, Ilze tem passagens por empresas da área de rotulagem como Bauch + Campos e P.E. Latina Labelers. De origem australiana, a Tronics conta desde maio de 2011 com fábrica no Brasil – em Taboão de Serra (SP).

rótUlos

encolhível slimA Propack lançou um novo tipo de rótulo termoencolhível no mercado brasileiro. Batizado de SlimSleeve, ele é produzido a partir de um filme de poliéster (PET) ultrafino, “25% menos espesso do que os filmes hoje utilizados no País para o mesmo fim”, declara Rodrigo Dorna, geren-te comercial da empresa. Segundo o executivo, a novidade garante a alocação de 20% mais rótulos por bobina, o que reduz despesas com frete e armazenagem e gera ganhos de produtividade na linha de aplicação, por exigir menos trocas. Ademais, incide em menor volume de resíduos e é reciclável, o que se alinha a políticas de sustentabilidade. Dorna diz que o preço do milheiro do SlimSleeve “é um grande diferencial, batendo inclusive o custo dos sleeves de PVC”. A Propack afirma estar apta a produzir 90 toneladas por mês do novo filme, capacidade que deve ser ampliada nos próximos meses.

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eM focoo QUe vai pela caBeça do consUMidor

assista aos depoimentos na íntegra em emb.bz/152emfoco

ovos de páscoaAo menos quando é estimulado, consumidor atribui importância à embalagem nas decisões de compra de doces pascais

“O fator preponderante é a marca. Conhecemos determinadas marcas e acho que isso é levado em consideração. Mas a embalagem é um atrativo muito forte para o olhar da gente”

horacy nucci Jr.

“Valorizo o preço, principalmente. Mas presto atenção à embalagem, sim, porque acho a apresentação muito importante”

sonia regina Jacob

“Para mim, o mais importante é o sabor do ovo. Quanto à embalagem, procuro ver se está bem fechada e estruturada”

Claudia pellegrino

“Levo em consideração a qualidade, o sabor do chocolate. No entanto, uma embalagem bem feita sempre chama mais a atenção, claro”

renata saad

“A embalagem eu nunca levo muito em consideração... Mas quando é para as crianças acho que é importante, porque elas vão preferir um ovo com uma embalagem colorida e enfeitada do que, digamos, uma toda preta”

ediane de lima

QUal É o QUesito mais levado em conta pelo consu-midor na aquisição de um ovo de Páscoa? Aproveitando o festival de compras do produto que precedeu o dia 8 de abril último, e para desde já tentar oferecer informação aos fabricantes que começam a traçar planos para a próxima edição da efeméride no ano que

vem, EmbalagemMarca fez essa pergunta a consumidores de um supermercado paulistano. Nenhum dos entrevistados apontou a embalagem como fator decisivo. Porém, quando indagados se esse não seria um atributo relevante, todos atribuíram a ele alguma importância. Confira, abaixo, alguns dos depoimentos.

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16 | Abril 2012

LáCTeOS

café na caixinhaMelitta lança produto lácteo à base de café, pronto para beber, em embalagem cartonada asséptica com formato inédito no Brasil

Matriz Escritório de Desenho(11) 5083-2022www.matrizdesenho.com.br

SIG Combibloc(11) 3028-6744www.sig.biz/brasil

a Melitta inaUGUra no Brasil a categoria de produtos lácteos prontos para beber à base de café. Melitta Wake é fruto de um projeto 100% brasileiro, desde o desenvolvi-mento do produto até o design gráfico da embalagem. O produto marca a estreia de um novo formato de emba-lagem cartonada asséptica. A empresa fez uma parceria com a suíço-alemã SIG Combibloc, e é a primeira a utilizar no Brasil a embalagem CombifitSmall de 250 mililitros, com canudinho.

“Pretendemos conquistar os con-sumidores na faixa de 15 a 30 anos, público que até então era pouco atin-gido por nossos produtos”, diz João Michaliszyn, gerente de marketing de bebidas da Melitta. “Com a embala-gem escolhida para o produto, atin-gimos um duplo objetivo, que é nos diferenciar através de um formato mais moderno e orientado ao público jovem-adulto, e ainda dar a quantidade de produto desejado por essa faixa de

consumo, segundo mostraram pesqui-sas”, explica Michaliszyn.

A Matriz Escritório de Desenho participou de todo o projeto de desen-volvimento das embalagens e da comu-nicação visual do Wake. A marca é composta por um logotipo desenhado manualmente, complementado por duas setas que mostram o conceito central do produto: acordar “para cima”, com alto astral, descreve o diretor de projetos da agência, Mario Pallares. Ele destaca que, “tratando-se de uma nova categoria de bebidas lácteas, é impor-tante o uso de uma cor inusitada para sua identidade: um fundo neutro e tons vivos para diferenciar cada variante”,

Wake está disponível em três ver-sões: Toffee (sabor chocolate, caramelo e um toque de café), Chocoberry (sabor chocolate branco, morango e um toque de café) e Mocca (sabor chocolate e um toque de café), e será comerciali-zada inicialmente nos estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.

algo novo no toddynho

A operação brasileira da SIG Combi-bloc ganhou um importante cliente: a Pepsico. A empresa passa a utilizar embalagens cartonadas assépticas da fornecedora suíço-alemã para o achocolatado pronto Toddynho. O produto começou a ser vendido em março último, em caixinhas de 200 mililitros no formato Combi-blocSmall. Para a iniciativa, a Pepsico adquiriu junto à SIG Combibloc uma máquina CFA 712, capaz de produzir 12 000 embalagens por hora. O equipamento foi instalado na fábrica de Palmares (AL). Segundo a consul-toria Canadean, a categoria de leites

com sabor movimentou 460 milhões de litros no Brasil em 2011, volume 12% maior que no ano anterior, e deve continuar crescendo a uma taxa média de 10,5% nos próximos quatro anos. “Noventa por cento de todo o consumo de leites flavoriza-dos são produtos com sabor chocolate, e as embalagens de pequenos volumes respondem por 80% das vendas”, diz Luciana Galvão, gerente de marketing da SIG Combibloc. A planta da Pepsico em Guaru-lhos (SP) continua envasando o

Toddynho em caixinhas da Tetra Pak, também de 200 mililitros.

Produto e design gráfico da embalagem foram desenvolvidos no Brasil.

Embalagem CombifitSmall, de 250 mililitros, tem canudinho (no detalhe)

Toddynho: agora também em

caixinha da SIG

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Abril 2012 | 17

CeRVejAS

Mudança sutilHeineken amplia volume de garrafa descartável de 600 para 650 mililitros

Garrafa de 650 mililitros da Heineken tem detalhes em relevo, como as long-necks; decoração em serigrafia foi

substituída por rótulos autoadesivos

QUeM coMpra garrafas des-cartáveis da cerveja Heineken já notou uma pequena diferença nas embala-gens: o volume aumentou de 600 mili-litros para 650 mililitros. A cerveja é importada da Holanda já engarrafada. Antes, as embalagens eram produzi-das localmente pela Owens-Illinois e a decoração era feita com serigrafia (rótulo ACL – Applied Ceramic Label). Agora a garrafa é adornada com rótu-los autoadesivos, que trazem em ver-melho um aviso sobre o aumento de conteúdo. Detalhes em alto relevo, no mesmo padrão das garrafas long-neck (ver EmbalagemMarca 139, março de 2011), aparecem nas novas garrafas.

O Brasil é (ou era, se a substituição for definitiva) o único país em que a Heineken trabalha com o volume de 600 mililitros. A nova embalagem adota o padrão mundial da cervejaria, de garrafas de 650 mililitros.

A Cervejaria Heineken Brasil não quis comentar a mudança nem infor-mou se pretende nacionalizar a pro-dução. Apenas enviou uma nota para a redação de EmbalagemMarca, via assessoria de imprensa, informan-do que a mudança é momentânea: “Por conta da alta demanda, a marca importou algumas embalagens. Como somente no Brasil a garrafa é de 600 mililitros e nos demais países é de 650 mililitros, houve a alteração no volume. As embalagens vêm com o aviso somen-te para ressaltar ao consumidor essa informação”.

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18 | Abril 2012

RePORTAGeM De CAPA

Uptime em perigoMáquinas de embalagem nunca foram tão robustas, precisas, confiáveis. A manutenção, porém, transformou-se num problema para fabricantes e usuários. Saiba por quê

Por GuiLHErmE KAmio

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Nos últimos aNos, os parques brasileiros de embalagem experimentaram um grande salto tecno-lógico. Com instalações de novas enchedoras, empacota-doras, rotuladoras e máquinas afins, indústrias usuárias ganharam mais produtividade. Graças a melhorias em componentes mecânicos e eletrônicos, os equipamentos têm se mostrado mais robustos, precisos, amigáveis. Mas nem por isso seus donos estão de todo satisfeitos. As res-salvas mais frequentes não são propriamente aos apare-lhos, mas à assistência técnica dos fabricantes, solicitada quando as máquinas apresentam alguma irregularidade – ou quando simplesmente param, já que não há aprimo-ramento capaz de torná-las infalíveis.

O seguinte depoimento, concedido sob garantia de anonimato pelo diretor industrial de uma importante empresa de alimentos, sintetiza uma série de relatos de teor parecido feitos espontaneamente, nos últimos meses, à equipe de EmbalagemMarca:

“Temos enfrentado dificuldades enormes com suporte técnico. O nível caiu bastante. Percebemos técnicos despreparados, até mesmo em grandes pro-vedores de máquinas, marcas de renome. Dia desses, fomos atendidos por um rapaz que parecia o (cantor) Luan Santana. Uma criança! Tornou-se comum o uso de tentativa e erro para encontrar causas de defeitos. Quando constatamos alguma anomalia em nossos equipamentos, torcemos para não ter de trocar peças. É que os fabricantes quase nunca as têm em estoque. Já cogitamos, inclusive, elaborar planos de contingência para evitar paradas de produção.”

(continua)

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20 | Abril 2012

Procurados pela reportagem, por-ta-vozes de respeitadas empresas de equipamentos disseram não ignorar as manifestações de contrariedade e admitiram, unanimemente, que os help desks do setor não funcionam às mil maravilhas. O problema é atri-buído, também em uníssono, a três fatores. Primeiro, a um aquecimento da demanda por auxílio técnico, reflexo do maior aparelhamento das indústrias para atender ao boom do consumo de bens de massa. Segundo, a um aumen-to da exigência dos clientes quanto ao desempenho da assistência. Por últi-mo, e fundamental, a um nó bastante conhecido, mas complicado de desatar: a escassez de mão de obra qualificada.

“Se no Brasil está difícil arrumar pedreiros e domésticas, imagine espe-cialistas em máquinas – ainda mais em máquinas como as de embalagem, repletas de particularidades”, comenta Franz Beissel, diretor local de projetos e serviços da KHS, especializada em apa-rato para linhas de envase de bebidas. De acordo com o executivo, a questão do suporte técnico para os fabricantes de equipamentos é ingrata porque a tecnologia fica mais e mais intrincada. “E a vida no campo não é fácil”, acres-centa Beissel. “É preciso viajar muito, o que pode atrapalhar a vida particular. Muitas pessoas acabam desistindo do trabalho após alguns anos, sobretudo quando casam.”

o proBleMa é que os desliga-mentos prematuros representam um investimento perdido. “Entre a contra-tação e a entrada efetiva em atividade, nossos profissionais demandam de seis meses a dois anos de treinamento”, afirma Jakob Wolf, diretor industrial da Krones do Brasil, nome de peso em sopradoras, envasadoras, rotuladoras e outros instrumentos para linhas de bebidas. O dirigente situa que mesmo para a empresa, “ciosa em assistência” (identificada pela marca Lifecycle Ser-vices, composta por 135 funcionários locais e abrigada, em São Paulo, em um dos seis centros técnicos mundiais da companhia), as circunstâncias são desafiadoras. “Temos disputado funcio-nários com a concorrência e até mesmo

com a clientela, que, ao aumentar seus parques fabris, busca especialistas nos fabricantes”, descreve Wolf.

Gerente técnico da Markem-Imaje, importante produtora de equipamentos para marcação e codificação de embala-gens, Hamilton Coragem Filho reco-nhece que não existe saída para estan-car a rotatividade e segurar os quadros técnicos a não ser oferecer boas políti-cas de remuneração e de satisfação no trabalho. Seguindo uma tendência da prestação de serviços assistenciais, a Markem-Imaje instituiu em meados de 2011 o atendimento aos sábados, e não somente nos dias úteis da semana. “Na verdade, já realizávamos muitos servi-ços aos sábados, domingos e feriados. O que fizemos foi oficializar essa práti-ca, criando jornadas semanais de terça a sábado para diminuir horas extras e a carga de trabalho dos técnicos”, explica Coragem Filho.

Outra militante do mercado de codificadoras, a Videojet, também ade-riu à atividade técnica sabatina. Dire-tor geral da empresa no Brasil, André Santos conta que vem conseguindo mitigar altos índices de turnover (subs-tituições) na equipe técnica ao oferecer “um excelente pacote de benefícios” aos funcionários. “Isso garante uma atuali-zação constante e intenso conhecimen-to tecnológico do pessoal”, ele assinala. Santos informa ainda que, ante o déficit da oferta de profissionais capacitados, a Videojet tem investido na formação de pratas da casa, através de um programa de estágio. Franz Beissel encaixa que a KHS aposta em tática similar, cooptan-do estudantes do Senai como técnicos juniores.

Tradicional fornecedora de enva-sadoras e embaladoras, a Optima também acredita nesse modelo. “Atu-almente temos quinze estagiários no Brasil e 84 na Alemanha, que serão direcionados em breve para áreas espe-cíficas”, repassa o diretor de vendas para a América Latina, Ivair Santos. O executivo tem em sua própria tra-jetória uma aliada para motivar seus especialistas em máquinas: galgou da assistência técnica da empresa, na qual ingressou há quinze anos, para o alto posto que hoje ocupa.

“Se no Brasil está difícil arrumar pedreiros e domésticas, imagine

especialistas em máquinas”Franz Beissel, KHS

“Temos disputado funcionários com a concorrência e até mesmo com clientes que aumentam seus parques”

Jakob Wolf, Krones do Brasil

“Oficializamos o atendimento aos sábados e criamos

jornadas diferenciadas para diminuir a carga de trabalho”

Hamilton Coragem Filho, Markem-Imaje

“Temos atualmente quinze estagiários no Brasil e 84 na Alemanha, que serão

direcionados à área técnica”Ivair Santos, Optima

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22 | Abril 2012

mão de obra não-autorizada. Os efeitos mais amargos dessa prática seriam os desgastes mais velozes de mecanismos e paradas de máquinas. “Uma indústria pequena de bebidas hoje produz 10 000 unidades por hora. Imagine o prejuí-zo de uma linha parada por algumas horas”, aventa Marco Antonio Dias de Oliveira, diretor comercial da fabrican-te de rotuladoras P.E. Latina Labelers.

O executivo da P.E. Latina lembra que a rotatividade da mão de obra acontece também com os times de ope-radores de máquinas dos end-users. “Quando o profissional que recebe treinamento dos fornecedores deixa a empresa, geralmente é substituído por outro sem conhecimento suficiente”, aponta Dias de Oliveira. “Mesmo quan-do não provoca o cúmulo de uma para-da de máquina por erro humano, essa reposição malfeita afeta o rendimento das linhas”, adverte Beissel, da KHS. “Vemos linhas rodando muito aquém do que poderiam.”

Como se percebe, o conselho para as indústrias usuárias conservarem melhor suas máquinas não tem como única razão reduzir a dependência de intervenções técnicas dos fabricantes. Linhas revisadas, tinindo, produzem mais e melhor, representando um dife-rencial competitivo para os fabricantes de bens de consumo. De sua parte, os fabricantes de equipamentos afiançam que não ficarão de braços cruzados. Jakob Wolf, por exemplo, revela que a Krones acaba de abrir vinte novas vagas em seu help desk. “Se alguém souber de bons técnicos disponíveis, pode nos indicar”, avisa o executivo.

Não obstante os esforços para ajus-tar os departamentos técnicos, os fabri-cantes de máquinas aproveitam para ressaltar que a clientela também pode contribuir para melhorar o panorama dos serviços assistenciais. Sucede que todas as fontes consultadas conside-ram insuficiente a preocupação dos end-users em geral com manutenção preventiva de seus bens de capital. “Somente 20% dos clientes adqui-rem um programa de manutenção no momento da aquisição da máquina”, calcula Beissel, da KHS. Michael Tesch-ner, diretor geral da filial brasileira da alemã Multivac, grife em equipamentos para acondicionar frios, queijos, embu-tidos e outros alimentos, ressalva que existem clientes cuidadosos, que cum-prem planos de revisões. Mas são exce-ções. “A filosofia da maioria é produzir e produzir até a máquina quebrar”, relata Teschner.

Uma das clientes de comportamen-to exemplar no quesito manutenção, classifica o diretor da Multivac, é a BR Foods. “Inspeções das máquinas são feitas regularmente, sempre com supervisão de nossos técnicos”, diz Tes-chner. Outro exemplo de política pru-dente é do Aché. O laboratório, que acaba de investir na aquisição de uma nova emblistadora Uhlmann (ver “Pai-nel” desta edição) mantém uma política severa de gestão das máquinas de emba-lagem. “Programamos nossas manuten-ções preventivas dentro do nosso plano de produção mensal, como se fossem um produto a ser processado”, afirma Márcio Reis de Freitas, gerente de Divi-são de Produção da empresa.

a cUltUra de produzir non-stop e a todo custo não é, entretanto, a única barreira para a execução de manuten-ção periódica. Conforme expõem os representantes das empresas de máqui-nas, é comum os clientes alegarem falta de verba para o hábito. “Gastam-se for-tunas na aquisição dos equipamentos e depois se tenta economizar centavos na operação”, observa Jakob Wolf. De acordo com o executivo da Krones, o ímpeto de poupar é a razão da crescen-te procura dos clientes pelo chamado mercado pirata, de peças alternativas e

“Ante o déficit de profissionais capacitados, investimos em

um programa de estágio, para formar pratas da casa”

André Santos, Videojet

“Somente 20% dos clientes adquirem um programa de

manutenção no momento de aquisição da máquina”

Michael Teschner, Multivac

“Quando um profissional treinado deixa o cliente,

geralmente é substituído por outro sem conhecimento”

Marco Antonio de Oliveira, P.E. Latina Labelerssaiba mais sobre

os serviços de assistência dos fabricantes de

máquinas.

emb.bz/152assistencia

Page 23: EmbalagemMarca 152

informe publicitário

o objetivo deste espaço é trazer in-formações sobre o stand-up pouch (SUP), embalagem flexível que fica em pé, facili-tando a vida de quem pretende adotá-lo em sua linha de produtos. Mensalmente, a partir da próxima edição, o Stand-up Pouch Report mostrará novidades de ponta, do Brasil e do exterior, sobre esse sistema de embalagens, ajudando a di-fundir boas práticas de fabricação e indi-cando maneiras criativas de sua utilização pelos fabricantes de bens de consumo.

o SuP é uma solução vantajosa para uma infinidade de produtos líqui-dos, pastosos ou sólidos. Não à toa, vem avançando em diversos países, inclusive no Brasil. Suas características são forte-mente associadas a dois termos cada vez mais em voga no mercado de consumo: inovação e sustentabilidade. A diversidade de formatos, a vasta gama de possibili-dades gráficas, o apelo de conveniência, o reduzido consumo de material e o pouco espaço ocupado no transporte tornam o SUP altamente atraente em qualquer comparação com outros sistemas de embalagem.

Afora os ganhos logísticos e as vanta-gens econômicas frente às embalagens rígidas, o SUP é uma proposta inovadora, capaz de agregar muito valor. Diversos exemplos, dos mais diferentes mercados, confirmam sua capacidade de quebrar paradigmas e trazer grande retorno aos brand owners.

O Brasil é repleto de oportunidades para o SUP. Contudo, o avanço depende do desatamento de alguns nós. O prin-cipal deles talvez seja a atuação pouco integrada da cadeia. É importante que todos os elos envolvidos num projeto tenham consciência de que há pontos críticos no processo produtivo. Não basta imprimir o filme, colocá-lo numa máqui-na de formação de pouches, encher a embalagem e distribuí-la.

Se os participantes não trabalharem de forma colaborativa, o resultado pode ser desastroso em diversos aspectos,

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que vão do visual até a performance da embalagem. isso traz prejuízos imediatos para a marca, e pode matar uma ideia promissora. Por isso, duas empresas que atuam na cadeia produtiva de stand-up pouches, sem vínculos comerciais entre si, resolveram se unir em prol do fortaleci-mento do stand-up pouch no País.

A Dow Brasil, fabricante de resinas, e a Tradbor, especialista na formação

IDEIAS

DESENVOLVIMENTO

ESPECIFICAÇÃO

FABRICAÇÃO ECONTROLE DE QUALIDADE

ENVASE

DISTRIBUIÇÃO

PONTO DE VENDA

CONSUMIDORSTAND-UP POUCH

MATÉRIA PRIMA FABRICANTE DA EMBALAGEM FABRICANTE DO EQUIPAMENTO BRAND OWNER VAREJO

+++ +

parceria para fortalecer o Stand-up pouch no BraSil

Com diversidade de formatos, conveniência e apelo sustentável, SUP é alternativa inovadora em

inúmeros mercados

Bom desempenho das embalagens depende de diversos elos na cadeia produtiva, como ilustrado no esquema abaixo

de pouches e na oferta de equipamen-tos para esse fim, querem trazer para o mercado brasileiro informações capazes de disseminar uma nova consciência para o desenvolvimento de projetos vencedores com SUP: a de que a troca de informações entre todos dinamiza os lançamentos de produtos e aumenta suas chances de sucesso.

Acompanhe nossas próximas edições. Caso tenha dúvidas ou queira mais informações sobre o stand-up pouch, contate-nos.

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24 | Abril 2012

CAFéS

oxiGênio, lUz e umidade são os principais inimigos do café. Os três provocam a oxidação que abrevia o shelf life e prejudica o frescor, o aroma e o sabor dos grãos processados. Para debelá-los na venda de seu gênero tor-rado e moído, a costarriquenha Boca-monte adotou uma solução em embala-gem que apresenta elevada barreira – e que, de quebra, contribui para conferir imagem de nobreza ao produto.

A estratégia consiste em acondi-cionar porções de 14 gramas do pó de café – o suficiente para o preparo de duas xícaras – em pequenos frascos cilíndricos de vidro. Antes do fecha-mento com um selo de indução e uma tampa de rosca feita de alumínio, ocor-re a inserção de um pequeno sachê de material “sequestrador” que, segundo a Bocamonte, é capaz de subtrair 99,99% do oxigênio do interior dos recipientes. O sachê é dobrado para ser introduzido nas embalagens; em seguida, retorna por “memória” ao formato original, que não passa pela boca do recipiente – não caindo, portanto, quando o café é despejado pelo consumidor. De acordo com a empresa, a especiaria química contida no sachê é inerte e seu uso em alimentos é aprovado pela Comunidade Europeia e pelo FDA americano.

“Uma vez fechada, nossa embala-gem ativa elimina rapidamente o oxi-gênio do interior dos tubos de vidro a um nível de 0,01%, em contraste com os níveis médios de oxigenação de 17% das almofadas flexíveis, 10% das fle-xíveis com válvula aromática e 5% das flexíveis a vácuo”, afirma o costarrique-nho André Clark, sócio-proprietário da Bocamonte. “Contanto que o recipiente

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fique fechado, a atmosfera anaeróbia protege a qualidade do café durante um ano.”

a venda do caFÉ é feita em conjuntos de dezesseis frascos, acomo-dados num estojo de papel cartão todo impresso em preto, com detalhes em hot stamping. Essa embalagem secun-dária, contudo, não oblitera o impacto da embalagem primária, diferenciada para a categoria? Clark entende que sim, mas argumenta que, além de cola-borar para a percepção premium do produto, o estojo, opaco, evita a expo-sição do café à luz. O dirigente da torrefadora acrescenta que, em alguns pontos de venda, um estojo é sempre exposto aberto ao público, para que os consumidores vejam os frascos.

Detalhe curioso é que o desenvol-vimento da embalagem contou com a participação de empresas brasileiras. O design do estojo e da identidade da Bocamonte é assinado pelo estúdio

Audaz, de Americana (SP). Clark conta que conheceu o trabalho da empresa por ser casado com uma brasileira e residir em Campinas (SP) a maior parte do ano. As tampas de alumínio acopla-das aos frascos (chineses) são também produzidas no Brasil, pela Thalls. O empresário diz que seu café não é ven-dido no País porque ainda não achou parceiros para viabilizar o negócio. Por ora, o produto é comercializado na Costa Rica e em alguns coffee shops e mercearias dos Estados Unidos, do Canadá e da Europa.

Blend especialCafé premium costarriquenho recebe apresentação com barreira ativa e componentes brasileiros

Estojo de acabamento refinado armazena dezesseis frascos e

protege o café da luz

Junto a um sachê que “sequestra”

oxigênio, produto é acondicionado

em pequenos frascos de vidro com capacidade para 14 gramas

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VInHOS

a lata tem vez?Vinhos em embalagens de alumínio começam a se notabilizar no exterior. no Brasil, mercado ainda é praticamente inexplorado

consUMidores de vinho – para não falar dos produtores – são normalmente vistos como conservado-res, resistentes a mudanças e descon-fiados de novidades. Inovações nesse ramo raramente são bem-vindas de imediato. Basta ver os exemplos da rolha sintética, da tampa de rosca, das cartonadas assépticas e do bag-in-box, que enfrentaram – e ainda enfrentam – resistência. O mesmo parece acontecer com a lata de alumínio.

Fora do Brasil, paulatinamente, a lata começa a conquistar algum espa-ço, embora ainda de forma tímida. Algumas vinícolas do Novo Mundo começam a ousar um pouco mais em embalagens. A pioneira no uso de latas foi a australiana Baroke Wines, que diz ter dispendido mais de uma década em pesquisas e desenvolvimento até chegar à embalagem ideal, uma lata de alumínio sleek de 250 mililitros. Aliás, esse é o formato utilizado pela maioria das vinícolas que experimentaram a embalagem metálica, como a espanho-la Cavas Hill, a francesa Neowines e a sulafricana Cancan.

Nos Estados Unidos, a vinícola californiana Francis Ford Coppola – de propriedade do famoso cineasta –, conhecida por seus rótulos “moderni-nhos”, foi a primeira do país a utilizar as embalagens metálicas. O produto escolhido foi o espumante branco Sofia Blanc de Blancs, que ganhou o apelido de “mini”, por ser acondicionado na latinha sleek de 269 mililitros. Outra vinícola americana, a Infinite Monkey, de Denver, levou em meados de 2011 seu vinho moscatel espumante para esse tipo de embalagem. O público--alvo, segundo afirmou o proprietário

da vinícola, Ben Parsons, ao jornal The New York Times em reportagem publicada no final do ano passado, é a geração Y (jovens de 20 a 40 anos de idade). No caso da Infinite Monkey, o produto acompanha a estratégia de comunicação da empresa, que utiliza linguagem despojada. Em países do Cone Sul, como Argentina, Chile e Uruguai, alguns produtores também começam a apostar nas latas.

no Brasil, ainda são poucos os produtos disponíveis em embalagens metálicas. Poucos não, apenas um: o frisante Glamm, em lata sleek de 250 mililitros (ver EmbalagemMarca 113, janeiro de 2009). Há também varia-ções, como o chope de vinho Grape Cool, da vinícola Góes, em latas de 350 mililitros. Mas, apesar do volume ainda pequeno, os fabricantes de latas acreditam no potencial desse mercado no País. “Trabalhamos com a Vinícola

Sofia: espumante enlatado da

vinícola de Francis Ford Coppola

Baroke Wines, da Austrália, afirma ser pioneira na oferta de vinhos em lata

Page 27: EmbalagemMarca 152

Góes, e estamos prospectando outros clientes, pois acreditamos que esse é um negócio promissor”, afirma Jorge Maurício Bannitz, diretor comercial da Latapack-Ball. Para a Rexam, que fornece as embalagens do Glamm, há espaço para as latas crescerem. Tanto que a empresa mantém em seu site na internet uma área exclusiva para produtores de vinhos (www.rexam.com/winecans). “Vamos focar bastan-te nesse mercado em 2012. Quere-mos aumentar a participação da lata visando a um público jovem de 18 a 35 anos”, relata Renato Estevão, diretor Comercial da Rexam para a América do Sul. O executivo lembra que não há particularidade técnica alguma que diferencie a lata para vinhos das de cer-veja, por exemplo. “A Rexam utiliza o mesmo processo de fabricação de latas para vinhos que já utiliza na Europa há vários anos”, explica. “Usamos um revestimento de verniz interno para separar o líquido do alumínio, que é determinado por categoria de bebidas.” Estevão acredita que a lata pode ter sua chance no mercado de espumantes, onde as garrafas de vidro “baby” vêm crescendo. “Trata-se de uma excelente oportunidade pela própria natureza da lata, que se encaixa perfeitamente neste mercado, além de o fabricante ter a oportunidade de trabalhar sua marca em 360 graus.”

Em latinha da Rexam, espumante Glamm

é sui generis no mercado nacional

Infinite monkey: design despojado, voltado ao público jovem

Latapack-Ball (12) 2127-4700www.latapack.com.br

Rexam(21) 2104-3300www.rexam.com/brazil

Page 28: EmbalagemMarca 152

28 | Abril 2012

enTReTenIMenTO

Materialização de sonhosembalagens para presente ajudam a vender aventura, gastronomia, viagens e outros prazeres

se experiências, sonhos, desejos são difíceis de transmitir, como fazer para oferecê-los a alguém, na forma de presentes? A francesa Smartbox, no Brasil desde 2009 e em mais dezenove países há mais ou menos tempo, encon-trou a fórmula e vem fazendo sucesso com ela, graças, justamente, ao uso de embalagens. A empresa vende desde 2003, quando foi fundada, na cidade de Lyon, “cinco universos de ativida-de” (aventura, bem-estar, gastronomia, hotelaria e entretenimento) em estojos de papel cartão de alta gramatura e esmerado acabamento gráfico.

Obviamente, não são aquelas mer-cadorias abstratas que vêm acondicio-nadas nos recipientes. Nas caixas, o que os presenteados recebem são livre-

tos com descrições e ilustrações das possibilidades de desfrute numa ou noutra categoria. Quem oferece o pre-sente paga antecipadamente, cabendo ao receptor escolher um atrativo que lhe agrade. Na página do livreto vem impresso um cupom (voucher) que vale como comprovante de quitação do “happy hour”, da “diversão a dois”, do “jantar romântico”, do vôo de para-pente, de uma sessão num spa ou esta-da numa pousada à beira-mar, entre incontáveis outras opções.

A originalidade da idéia está na substituição dos tradicionais cupons e malas diretas, como método de oferta, por embalagens. É a “materialização de sonhos”, descrevem atendentes de livrarias e papelarias em que as Smart-

box e seus vários sucedâneos de outras marcas são expostos em displays. Aliás, graças ao sucesso da empreitada do grupo francês, as caixas começa-ram, a partir de abril, a ser vendi-das também em hipermercados. “A caixa, que é nossa embalagem, está não só no nome do produto (“box”, de Smartbox, em inglês), mas no cen-tro de nossa estratégia”, explica Cícero Velloso, gerente da Smartbox no Brasil. Segundo ele, o formato dos estojos, semelhante aos que acondicionam lenços e DVD’s, procura remeter à ideia de uma caixa de presente, por determinação da controladora Smart & Co.

Percebendo o sucesso da iniciativa, outras empresas ao redor do mundo

A francesa Smartbox usa embalagens de papel cartão para acondicionar “experiências” separadas em cinco

categorias diferentesCAIxAS

Box Print(11) 5505-2370www.boxprint.ind.br

RóTULOS

Brasilform(11) 4616-2761www.brasilform.com.br

A portuguesa A vida é Bela tem

estojos exclusivos de polipropileno decorados com

rótulos autoadesivos

Page 29: EmbalagemMarca 152

Abril 2012 | 29

Em o melhor da vida, livretos-catálogos são

acomodados em caixas de PET dotadas de

tampa giratória

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RóTULOS

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decidiram seguir os passos dos france-ses. O produto é basicamente o mesmo: um livreto com uma série de cupons de “experiências”, em geral bem pareci-das, sendo que cada caixa dá direito à participação em um único evento. O que varia são as embalagens. No Brasil, além da Smartbox, há três empresas garimpando esse filão: a portuguesa A Vida é Bela; e as nacionais Viva! Expe-riências e O Melhor da Vida.

a lUsitana A Vida é Bela acondi-ciona seus produtos em estojos de poli-propileno coloridos, decorados com rótulos autoadesivos. “As caixas foram projetadas pela Logoplaste, em Portu-gal, e seu molde exclusivo é de nossa propriedade”, informa Cristina Pereira dos Reis, diretora geral da empresa no Brasil. A empresa não revela quem for-nece as embalagens no País.

Já a brasileira O Melhor da Vida dispõe seus livretos promocionais em caixas retangulares, de PET pós-con-sumo reciclado (PCR). Um diferencial é um orifício na parte superior direita, que funciona como eixo para abertura da tampa em movimento de rotação e permite a exposição em gancheiras nos pontos de venda. Uma pequena depressão no canto inferior direito da caixa serve como apoio para o dedo polegar, que, deslizando em sentido horário, abre a embalagem.

Das concorrentes nacionais da Smartbox, uma empresa que apostou numa embalagem em formato dife-

rente foi a Viva! Experiências. A empresa acondiciona os livretos de promoções em caixas pira-midais, de papel cartão triplex de 300 g/m2. Adequadamente encaixadas, elas se transfor-mam em cubos que otimizam o transporte. “Além dessa função logística, queríamos quebrar o paradigma das embala-gens tradicionais, por isso investimos for-temente para oferecer ao público algo diferente e,

ao mesmo tempo, curio-so”, conta André Susskind, sócio-

proprietário da Viva! Experiências.

viva! Experiências aposta em caixas

em formato piramidal para

atrair a atenção do consumidor no

ponto de venda

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32 | Abril 2012

novidades com critérioluís leanza, diretor de pesquisa, desenvolvimento e qualidade da Kraft Foods Brasil, descreve os métodos utilizados pela companhia para gerar inovações em embalagens de alimentos

Como está estruturado o departa-mento de pesquisa e desenvolvimen-to da Kraft Foods Brasil e quais suas funções?Todas as áreas técnicas da empresa estão agrupadas num setor que, em inglês, atende pela sigla RDQ, ou seja, Resear-ch, Development and Quality (“Pesqui-sa, Desenvolvimento e Qualidade”). Ele engloba desenvolvimento de produtos, desenvolvimento de embalagens, área regulatória, área de qualidade corporati-va e todas as funções de suporte técnico a essas atividades, como o departamento sensorial e o departamento de estatís-tica. Contamos com aproximadamente cem profissionais.

E qual é a composição específica da equipe de desenvolvimento de emba-lagens?Em embalagem temos uma profissional responsável por gerenciar os desenvolvi-mentos de todas as categorias de produ-to, que é a Renata Barini (que antes de 2010, quando ingressou na Kraft Foods,

depois de passar doze anos vendendo lácteos frescos de porta em porta nas cercanias de Chicago, nos Estados Unidos, James Lewis Kraft criou em 1915 um método inédito de pasteu-rizar queijos. Após muita tentativa e erro, descobriu que a lata de aço era, entre as embalagens então disponíveis, a melhor para distribuir a novidade. Foi a primeira inovação da Kraft Foods. Passados quase cem anos desde o epi-sódio do queijo enlatado, os critérios para definir a apresentação dos produtos da empresa tornaram-se, obviamente, muito mais rigorosos. No Brasil, eles são determinados por um departamen-to de pesquisa, desenvolvimento e qua-lidade composto por cem profissionais e liderado por Luís Leanza, quadro da companhia desde 1993. Nesta entre-vista, o profissional fala dos processos de inovação aplicados localmente por aquela que é hoje a segunda maior indústria de alimentos do mundo, atrás somente da Nestlé.

enTReVISTA

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34 | Abril 2012

atuava como gerente de desenvolvimen-to de embalagens de O Boticário). Abai-xo dela existe uma estrutura organizada por categorias de produto: biscoitos; chocolates; gomas e balas; e bebidas. Toda essa estrutura fica sediada num mesmo local, em Curitiba, sob cuidados da Renata. São vinte profissionais traba-lhando exclusivamente na criação e no aperfeiçoamento de nossas embalagens.

Quantos projetos passam anual-mente pelo departamento de P&D? E qual a participação dos projetos de embalagem nessa carga de tra-balho?Não tenho esse tracking. Existe um misto grande entre inovação – isto é, produ-tos totalmente novos – e renovação de produtos – em que podemos incluir as extensões de linha. Há renovações que afetam todo o portfólio. Se as levarmos em conta, podemos ter mais de cem SKUs trabalhados por ano. Obviamente, se houver um predomínio de produtos inteiramente novos, essa quantidade cai para algo em torno de trinta a quarenta projetos. Mas a maioria dos projetos, mais de 90% deles, eu diria, tem partici-pação da área de embalagens. Todo novo produto está obviamente associado a uma nova embalagem, ou a uma altera-ção para viabilizar algo novo. Não tenho a medição para projetos específicos, que sejam prioritariamente de embalagem.

Em linhas básicas, como funciona o processo de inovação de embalagem na Kraft Foods?O processo de inovação de embalagem segue o mesmo fluxo de todos os pro-cessos de inovação da companhia e não difere muito daquilo que mais se vê no

mercado em termos de gerenciamento de projetos. Temos um processo de gates e aprovações intermediárias. Quando surge uma proposta, ela é apresenta-da para um comitê multifuncional que aprova ou não a alocação de recursos para o desenvolvimento da ideia. Se houver essa aprovação inicial, o proje-to recebe todo um gerenciamento para acompanhar sua execução em termos de prazos, recursos financeiros e mobi-lização de pessoal. Tudo isso é feito pelo departamento técnico. Dentro da lógica de gates, os projetos recebem validações intermediárias até a aprovação final.

Existe interação do departamento local de P&D da Kraft com quadros de outros países?Muita. A Kraft possui ao menos um cen-tro técnico de referência para cada uma das categorias em que atua. Esses cen-tros de referência estão localizados nos Estados Unidos e na Europa. Trocamos muitas informações e experiências com os profissionais desses centros No caso de projetos de âmbito global, a interação é bastante intensa.

Em que nível e de que forma as embalagens da Kraft Foods brasilei-ra devem seguir características defi-nidas pela matriz?Nunca é algo totalmente mandatório. Sempre há espaço para customização se

O tempo que leva para uma inovação vista em outro mercado estar disponível aqui diminuiu – seja em

equipamentos, em materiais, em filmes, enfim, em tudo. Mas ainda há um gap

bilhões de dólaresalcançou a receita mundial da empresa em 2011

bilhões de dólaresfoi a parcela do faturamento proveniente da América Latina

paísestêm produtos da empresa à venda

marcasvalem 1 bilhão de dólares ou mais

fábricasTem a empresa no Brasil: três em Curitiba, uma em Bauru (SP) e uma em Piracicaba (SP). uma unidade em Vitória de Santo Antão (Pe) está em construção

49

11160

5

5

números da Kraft

houver um bom argumento. As discus-sões são mais evidentes quando se trata de marcas globais. Existe a discussão sobre a conveniência de alinhamentos. Por questões de disponibilidade de for-necedores, de equipamentos, de neces-sidade de ajustar preços de produtos, ou por características do mercado local, ou mesmo de posição de produto no ponto de venda, existe flexibilidade para adaptar e customizar localmente. Já para marcas locais a liberdade é bem maior. A decisão cabe unicamente ao país.

Algumas embalagens inovadoras lançadas nos últimos anos pela Kraft: bebida em pó Clight em stick packs, cartucho com mecanismo de gaveta do Halls xS, pote acinturado do fermento royal e caixa de

bombons Diamante Negro em formato de diamante

Page 35: EmbalagemMarca 152

Como viabilizar a produção de embalagens criativas

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Designers, profissionais de P&D, fornecedores de

embalagens e demais prestadores de serviços dessa

cadeia produtiva estão empenhados em criar conceitos

que façam a diferença para os consumidores. Muitas

ideias, porém, são incríveis na fase de projetos, mas

tornam-se um pesadelo nas linhas de produção. Tudo

pela falta de integração da cadeia.

O Fórum “INOVAÇÃO - Como viabilizar a produção de

embalagens criativas” será um espaço para reunir

os agentes econômicos envolvidos em projetos de

embalagem para discutir formas de disseminar

conhecimento ao longo da cadeia produtiva. Tudo

para reduzir a necessidade de retrabalho e o

consequente desperdício de recursos e de tempo no

desenvolvimento de projetos.

inovação

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O senhor vê o mercado local de embalagens suficientemente apare-lhado para atender às necessidades de P&D da empresa?Acho que está melhorando. Se compa-rarmos com alguns anos atrás, o tempo que leva para uma inovação vista em outro mercado estar disponível aqui diminuiu – seja em equipamentos, em materiais, em filmes, enfim, em tudo. Temos de ser cada vez mais ágeis, por-que o consumidor brasileiro tem facili-dade crescente de contato com produtos do exterior e está demandando mais. Logicamente, os parceiros também vêm buscando ter mais agilidade. Mas ainda há um gap, um tempo de resposta maior. Existem características de embalagem que a gente já vê nos Estados Unidos, na Europa, mas aqui às vezes ainda não é tão fácil ter. O custo é mais alto, por falta de escala. Até mesmo em termos de filmes plásticos especiais. O mesmo ocorre com equipamentos. Não estamos no mesmo nível lá de fora. Não temos os mesmos recursos, os mesmos mate-riais. Contudo, existe um sentimento dos parceiros de que é preciso abreviar a resposta. Isso é nítido.

Se o consumidor entende o benefício trazido por inovações em embalagem, não há conflito com o histórico da marca e com todo o relacionamento

emocional que ele tem com o produto

Houve alguma tecnologia recente-mente procurada sem sucesso no mercado nacional?(Faz uma pausa.) Responder a essa pergunta poderia significar a revelação de algo estratégico, então prefiro não comentar. Mas posso dizer que houve, sim, casos recentes de soluções não encontradas no nosso mercado.

Lá fora, a Kraft Foods tem manifes-tado simpatia ao conceito de open innovation, ou inovação aberta – processo de inovação baseado na abertura de departamentos de P&D a ideias externas, seja de inventores autônomos, universidades ou outras empresas. Essa ferramenta é utiliza-da pela operação brasileira?Estamos trabalhando com o conceito de inovação aberta por meio de muitas sondagens de parceria, inclusive com universidades, nos últimos três anos. Antes, não tínhamos estrutura para fazer. Estamos ampliando esse tipo de programa na América Latina, saindo um pouco do modelo tradicional de emparceiramento exclusivo com forne-cedores, olhando para outros potenciais parceiros. Temos uma lista de temas de interesse, aos quais não gostaria de dar publicidade, mas que podemos com-partilhar com universidades, potenciais parceiros e empresas de Technolo-gy Scouting (companhias dedicadas a detectar tecnologias emergentes e poten-

cialmente proveitosas para terceiros). Temos trabalhado com algumas

firmas desse gênero.

Já houve resultados do uso do open innovation em embala-gens?

Houve, sim. Um exemplo que posso compartilhar é o da nova embalagem do Sonho de Valsa, totalmente selada (ver EmbalagemMarca nº 141, maio de 2011). O projeto fiou-se em co-development.

Há uma patente da Kraft, mas diversos fornecedores foram envolvidos para que atingíssemos o resultado final. Esse pro-jeto não segue o modelo mais conhecido de open innovation, isto é, de alguém acessar um portal da internet, submeter uma ideia e esperar assistência total da companhia usuária interessada para sua viabilização. Mas, para nós, se enquadra no conceito, no sentido de ter exigido um trabalho em parceria com fornece-dores de equipamentos e de material de embalagem para a obtenção de um objetivo. A propósito, essa foi uma ino-vação totalmente desenvolvida aqui, em âmbito nacional.

Que outros instrumentos são utili-zados como fontes de insight para o desenvolvimento de embalagens? A empresa considera importantes as pesquisas com consumidores?Obviamente, não nos baseamos somen-te nelas, mas consideramos fundamen-tais as pesquisas com consumidores. Utilizamos as mais diferentes metodo-logias, com o intuito de saber o que o público está exigindo e como podemos traduzir essas demandas em inovações de embalagem. Nosso serviço de aten-dimento ao consumidor também captu-ra muitos subsídios que influenciam o desenvolvimento de embalagens. Além disso, temos muitas, mas muitas, con-versas com fornecedores. Cabe regis-trar que a maioria deles também tem departamentos de inovação bastante atuantes. Sempre nos trazem propostas. E estamos sempre abertos a recebê-las.

Conversas com varejistas são igual-mente utilizadas como fontes de subsídios? Totalmente. Isso acontece cada vez mais. Inclusive, nosso time técnico vem aumentando a frequência de visitas aos clientes do varejo, para entender suas demandas, buscar feedback.

Embalagem selada de Sonho de valsa seria um exemplo de inovação aberta

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Uma inovação em embalagem da empresa, ganhadora de um troféu no Prêmio Grandes Cases de Emba-lagem 2008, foi a adoção de flow- packs resseláveis para os tabletes dos chocolates Lacta. Recentemente foi noticiado que a Kraft planeja utilizar essa mesma solução nos cho-colates Cadbury, no Reino Unido. Seria um caso de ideia brasileira bem-sucedida sendo levada a outros mercados?Não exatamente. Na verdade, essa solu-ção foi adotada inicialmente pela Kraft Foods na Europa, na linha de chocolates Milka. Ingressamos com ela no Brasil logo em seguida.

Já houve episódios de inovações desenvolvidas localmente e levadas para operações da Kraft em outros países?Em produtos, sim. Em embalagens, não.

Notamos que, diferentemente do que acontece com outros fabricantes de alimentos, as embalagens da Kraft Foods não trazem identificações de seus fabricantes. É uma determina-ção da empresa?Não é uma determinação da empresa. Não existe uma diretriz nesse sentido.

A Kraft Foods detém quarenta mar-cas com mais de um século no mer-cado. Os produtos da Lacta, traba-lhada pela operação brasileira, são quase centenários. Como conciliar tradição com inovação?Não vejo nisso um conflito. No que

diz respeito à embalagem, claro que existe um risco, mas penso que temos sido bem-sucedidos. Posso dar uma série de exemplos de inovações que não prejudicaram histórias nem atributos importantes dos produtos. Renovamos a embalagem do pó Royal. Renovamos as embalagens dos tabletes de chocola-te Lacta, saindo da antiga embalagem tradicionalíssima de alumínio e papel para uma embalagem mais moderna, um flow-pack com sistema abre-fecha que foi muito bem aceito. Trocamos a embalagem do Bis e a receptividade foi ótima. Vimos isso agora, talvez de forma mais forte, com Sonho de Valsa, que é um produto que tem uma história muito forte com o brasileiro e a gente inovou. Se o consumidor entende o benefício trazido pela inovação, não há conflito com o histórico da marca e com todo o relacionamento emocional que ele tem com o produto.

Que tópicos terão maior impacto na agenda de inovação da Kraft para os próximos anos? Quais serão os prin-cipais desafios a superar?Seria óbvio e redundante dizer que esta-mos em busca contínua de inovações em prol de produtividade, redução de custos, eficiência operacional, sustenta-bilidade. Nenhuma empresa, hoje, pode ficar para trás nesses temas. E a Kraft, como empresa de grande notoriedade e liderança no mercado, tem de estar à frente em relação a eles. Estamos mais avançados em alguns, não tão avança-dos em outros. Sempre há muito traba-lho a fazer.

Flow pack resselável: iniciativa trazida de filiais europeias para os

tabletes dos chocolates Lacta

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AeROSSóIS

ainda no

pUBlicada hÁ um ano em EmbalagemMarca nº 140, uma repor-tagem de fôlego descrevia a intensa movimentação em curso na cadeia de valor local dos aerossóis. Companhias estrangeiras ligadas ao envase e à pro-dução de recipientes trombeteavam planos para ingressar no mercado bra-sileiro. Investimentos eram também anunciados por empresas nacionais.

Todas essas iniciativas prenun-ciavam um aquecimento, no Brasil, das vendas de produtos oferecidos em embalagens nebulizadoras à base de

propelentes – sobretudo de cosméti-cos, acondicionados em grande escala em latas (tubos) de alumínio, emba-lagens de produção interna limitada, reprimida pelas importações de outros países, especialmente da Argentina. A expectativa era de uma mudança desse panorama, com ganhos para a ativida-de industrial doméstica.

O que se constata, doze meses depois, é que o consumo cresceu – segundo dados da Associação Brasi-leira de Aerossóis e Saneantes Domis-sanitários (Abas), as vendas de aeros-

sóis no Brasil evoluíram 12% em 2011, alcançando 802 milhões de unidades. Contudo, a participação de latas de alumínio importadas no mercado, repassa a entidade de classe, conti-nuou alta, praticamente inalte-rada em relação a 2010. Pudera: as iniciativas prometidas por fornecedoras à ocasião daque-la reportagem de um ano atrás acabaram não se con-cretizando como o previsto. Confira, a seguir, em que pé estão esses projetos..

Fortalecimento da indústria local de aerossóis de alumínio custa a sair do papel

Por mArCELo mArCoNDESr GuiLHErmE KAmio

exalBrandindo a liderança mundial na produção de emba-lagens extrudadas de alumínio, tendo como espe-cialidades não só tubos para aerossóis, mas também garrafas de alumínio para bebidas, a empresa ame-ricana dizia ter a intenção de inaugurar uma fábrica no Brasil, mais precisamente em Jundiaí (SP), antes do final de 2011. Isso não aconteceu. Silvio Partiti, gerente geral da empresa no País, não diz o porquê do atraso do projeto. Mas afirma que “agora a fábrica no País é prioridade e tem seu start-up previsto para o primeiro trimestre de 2014”. Segundo o executivo, a unidade terá capacidade para produzir 150 milhões de unidades/ano de tubos de alumínio para aerossóis, e procurará ter como clientes tanto multinacionais já atendidas quanto empresas de atuação local.

tUBexEra esperado que a produtora alemã de tubos de alumí-nio para aerossóis iniciasse atividades no Brasil no início deste ano em Itupeva (SP), numa fábrica adjacente à da francesa Fareva – empresa da mesma holding e que é especializada na produção e no envase de cosméticos. Fruto de um investimento de 10 milhões de dólares, a uni-dade da Fareva foi inaugurada em janeiro último e já opera em três turnos – porém sem linhas de aerossóis. Seu diretor geral, Wilfried Toth, explica que falta a instalação de equipamentos para a Tu-bex começar a produzir. “Isso deve acontecer até junho”, prevê o executivo.

cpaJoint venture entre duas empresas fortes na área de contract manufactu-ring de produtos para higiene pessoal, a ColepCCL e a brasileira Provider, a CPA prometia inaugurar ainda no primeiro semestre de 2011 uma fábrica em Itatiba (SP), com capaci-dade para o envase de 150 milhões de embalagens aerossol por ano. O prédio foi erguido e os equipamentos chegaram. A produção, porém, não começou. Diretor geral da empresa, Fabio Alberto Zalaquett afirma que ocorreram problemas com a constru-tora. Segundo ele, agora falta apenas a emissão da Autorização de Funciona-mento da Empresa (AFE) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a empresa poder abrir as portas oficialmente. “A expectativa é de que a publicação do documen-to seja feita nas próximas semanas”, afirma Zalaquett.

A capa de Em 140: foguete ainda não vingou

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tUBocapProdutora nacional de latas de alumínio para aerossóis, a Tu-bocap anunciava há um ano um aporte de 3 milhões de reais em equipamentos e ventilava planos de construir uma nova planta industrial no interior paulista. Contudo, a produção e os proje-tos foram abortados em fevereiro último. Após uma paralisação geral de seus trabalhadores, que alegavam pagamentos atrasa-dos, a Tubocap fechou as portas, após mais de sessenta anos de atividades. O telefone e o site da empresa na internet foram desativados e a reportagem não encontrou responsáveis para comentar a situação. Alguns clientes da empresa, como Baruel e Hypermarcas, foram absorvidos pela Impacta

iMpactaEm atividade no mercado nacional de em-balagens de alumínio há 63 anos, a Impacta investira, no início de 2010, 11,5 milhões de dólares em equipamentos para ampliar sua produção de latas para aerossóis – ação rela-tada na reportagem de EmbalagemMarca nº 140. Sérgio Teixeira Rolão, diretor de vendas da empresa, conta que um novo aporte de 7 milhões de dólares foi feito em 2011, para

duplicar a produção de discos de alumínio, matéria-prima para a confecção dos reci-pientes, até meados de 2013. O balanço do ano passado, entretanto, ficou aquém do esperado. Rolão diz que as vendas caíram e atribui o mau desempenho à continuidade da importação maciça de produtos já acabados – especialmente desodorantes fabricados na Argentina

envases del plataFato novo é a chegada da argentina Envases Del Plata ao Brasil. A empresa, que ao lado da Exal responde pelas maiores produções de tubos de alumínio para aerossóis no mercado vizinho, estaria preparando o início de uma operação em Manaus, para abastecer a Ceras Johnson (SC Johnson) com minitubos de alumínio para

o envase de odorizadores de ambientes. Uma fonte do departamento de desenvolvimento de embalagens da fornecedora argentina, que preferiu manter o anonimato, confirmou a ini-ciativa. Outras empresas atendidas pela Envases Del Plata em seu mercado natal são Unilever, Avon e Colgate-Palmolive.

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eSPeCIAL VIDRO

Imagem e embalagens mais levesInvestindo em tecnologias e processos, e beneficiado pela melhora da renda dos brasileiros, setor vidreiro festeja boa receptividade a seus produtos

não veM ao caso se com ou sem razão, a indústria vidreira no Brasil tradicionalmente foi vista por parte do mercado como “pesada” e “lenta”, no sentido de pouco primar pela inova-ção, por avanços tecnológicos e pelo atendimento ágil da indústria usuária. Isso é passado, orgulha-se agora o setor. “A cada quatro minutos é publicado no mundo um estudo científico sobre vidro”, brande Lucien Belmonte, dire-tor executivo da Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro (Abividro). “Os efeitos do que vem sendo realizado já são sentidos no Brasil”, ele afirma. “Novas tecnologias estão resultando em recipientes dife-renciados nos formatos e cada vez mais leves e mais resistentes a impactos.” E, na opinião de dirigentes de vidrarias, a falsa ideia de que o vidro é um “material ultrapassado” vem sendo rapidamente substituída, em duas frentes.

Entre os consumidores prevaleceria hoje a imagem do vidro como material premium, moderno e altamente com-patível com a cada vez mais presente questão ambiental. No campo dos end users, que se beneficiam de uma alegada preferência crescente de consumo, con-taria também a forte movimentação das vidrarias em investimentos nos últimos anos, referida de forma recorrente pelo setor, mas sem revelação de valores.

Seja como for, os números de mer-cado mais recentes à disposição, con-solidados pela Fundação Getúlio Var-gas com base em dados do IBGE, por encomenda da Associação Brasileira de Embalagem (Abre), mostram vigoroso crescimento da produção de embala-gens de vidro no primeiro trimestre de 2012, em comparação com o mesmo período de 2011: o avanço, de 11,69%, foi

o mais expressivo entre os de todos os materiais de embalagens de produtos. Foi menor apenas que os 15,83% regis-trados pelo segmento madeira, mais adequadamente situado na rubrica das embalagens de transporte (ver tabela). O estudo da FGV não indica o desem-penho da embalagem por categorias, mas é possível apontar que os forne-cedores para cosméticos, perfumaria e

Produção de embalagens, por tipo de material(% em relação a igual período do ano anterior)

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FGV

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12

MATERIAL PESO TOTAL 1º SEMESTRE 2010 1º SEMESTRE 2011

MADEIRA 1,80 24,63 15,83

PAPEL, PAPEL CARTÃO E PAPELÃO 33,20 11,42 1,45

PLÁSTICO 29,70 14,10 0,46

VIDRO 8,70 14,18 11,69

METAL 26,60 23,89 4,38

Por WiLSoN PALHArES

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medicamentos festejam coisa de dois dígitos (ver página 44).

O momento positivo que o setor vidreiro comemora, com a ampliação de mercados tradicionais, a abertura de novos campos e a reconquista de ter-renos perdidos para outros materiais, resulta, além de ações concretas da indústria, da melhora do poder de com-pra da população ocorrida nos últimos anos, entendem os vidreiros. Falam quase em uníssono.

“Tem crescido entre os consumi-dores a consciência de que o vidro é totalmente inerte, não interferin-do no sabor e em outras propriedades dos produtos acondicionados, e isso redunda em aumento da preferência”, considera Alexandre Mendes de Oli-veira, gerente comercial de embalagens da Verallia. “Cresce também a consci-ência pró-reciclagem, o que beneficia o material, especialmente no que se refere à sustentabilidade, pois ao ser descartado depois do uso o vidro pode ser totalmente reaproveitado como matéria-prima, infinitamente”, registra o executivo.

“o vidro estÁ voltando a ficar na moda”, afirma Elisson Dias, diretor de marketing da Owens-Illinois para a América Latina. “Como vem aconte-cendo no mundo inteiro”, exemplifi-ca, “em nosso País são lançados cada vez mais produtos em embalagens de vidro com proposta diferenciada.” No caso específico da O-I, além do qua-dro econômico favorável, o impulso é insuflado pela adoção de uma meto-dologia própria de vendas e relaciona-mento com os clientes, denominada glass smart. Adotado há cerca de quatro anos como alternativa ao modelo tran-sacional (ver página 43), esse sistema ajudou a entender melhor o comporta-mento do consumidor e como explorar o crescimento da renda no Brasil, conta o diretor de marketing da O-I. Com base nele, a vidraria pode desenvolver projetos com a ampliação da presen-ça do vidro no segmento de vegetais, “contribuindo para reforçar o posicio-namento de marcas que oferecem ao público produtos mais saudáveis e de melhor qualidade”. A fatia do vidro no

mercado de legumes e frutas oferecidos ao consumidor nesse tipo de emba-lagem, antes pouco expressiva, é hoje superior a 20%, repassa Dias. Outro bom resultado da aplicação dessa pos-tura que ele cita é o sucesso das gar-rafas de cerveja one-way shot (de 250 mililitros), lançadas pela Sol e rapi-damente adotadas por outras marcas. Essa medida de embalagem constitui atualmente um expressivo segmento de distribuição no Brasil, onde surgiu, e já tem expressiva presença no Peru e na Colômbia. Na outra ponta, o exemplo é o da garrafa retornável com capacidade de conteúdo de 1 litro, para partilhar, lançada pela AmBev com rótulo da Skol em 2009. “Através das embala-gens de vidro”, ressalta Elisson Dias, “as cervejarias conseguiram desenvolver um portfólio completo de solução para todo tamanho de bolso, que vai desde o formato mais acessível de 250 milili-tros, das individuais retornáveis de 300 mililitros e da garrafa de 1 litro, até os produtos premium em long neck”.

Efetivamente, diferentes estimati-vas apontam que algo próximo a 70% dos 12,6 bilhões de litros que os bra-sileiros deitaram garganta abaixo em 2010 (último dado consolidado do Sin-dicerv – Sindicato Nacional da Indús-tria da Cerveja), estavam acondicio-nados em vasilhame de vidro. Desse volume, cerca de 60% foram esvaziados de garrafas retornáveis de 600 mili-litros, majoritariamente em bares e casas semelhantes, mas também nas residências dos consumidores. Os 10% remanescentes caberiam às long necks one-way, de 355 mililitros, às de 200 mililitros (shot), à econômica de 1 litro e às retornáveis individuais de 300 mili-litros, como as exclusivas da AmBev para a Antarctica e a Skol, e as standard das demais marcas. Na visão do execu-tivo, essa consistência do vai e vem do vasilhame indicaria uma adesão cres-cente a outro atributo quase que exclu-sivo do vidro, que é a retornabilidade. Daí, na interpretação do diretor de marketing da vidraria, no ano passado a Ambev, a Pepsi e a Coca-Cola terem dedicado esforços muito grandes na direção de garrafas de vidro retornáveis para seus refrigerantes.

“O vidro vem tirando e vai tirar ainda mais proveito da preocupação geral com a sustentabilidade”, enten-de Luiz Pontes, superintendente de embalagens de vidro da Nadir Figuei-redo, outro player importante no for-necimento de copos, potes e frascos para alimentos (requeijão, compotas e doces, azeite e molho de pimenta, entre

Retornáveis individuais de 300 mililitros,

exclusivas da AmBev

Garrafa retornável de 1 litro e

one-way shot: lançamentos

bem-sucedidos

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outros). Dentro do espírito de interação com os clientes que parece ter-se ins-talado em tempos recentes nas vidra-rias, o departamento de embalagem da empresa, segundo Pontes, “trabalha lado a lado com eles”. O resultado, ao que diz, é principalmente a inovação, com adição de valor às embalagens pela diferenciação propiciada pelo design, tanto em formatos quanto em deco-ração. Ações desse tipo são visíveis no varejo, como nos exclusivos potes de doce de leite da marca Castellani e da geleia Ritter, e nos copos de requeijão Danubio decorados com motivos cria-dos pelo estilista Alexandre Herchcovi-tch. Na perspectiva comercial da Nadir Figueiredo, o registro positivo de ações desse tipo é um alegado crescimento de 30% nas vendas de embalagem entre 2010 e 2012 – “resultado da “associação inevitável que o consumidor faz do vidro com alimentos naturais”.

A rigor, “não há como dissociar a noção de produto puro e de qualidade da embalagem de vidro”, ecoa Alexan-dre Mendes de Oliveira, da Verallia. “Essa ligação é o motivo por que se vê no varejo uma verdadeira profusão de vegetais e sucos de frutas, o de uva à frente, além de muitos outros produ-tos, acondicionados em vidro.” Isso, em sua interpretação, se reflete na ação da indústria usuária e, em última análise, na diversificação dos formatos das embalagens, abrindo espaço para a adição da imagem de nobreza para produtos como as cachaças premium, no momento alvo principal da Seletive Line da Verallia. (ver página 42).

adviria dessa tendência, tam-bém, o fato de marcas premium, que promoveram a migração de produtos para embalagens feitas de outros mate-riais, estarem retornando ao vidro. Os casos mais notáveis são os dos requei-jões Aviação e Danúbio, que haviam partido para copos plásticos. Nessa linha, Oliveira adianta que a Verallia tem em andamento um projeto de maionese premium, cuja marca não está autorizado a revelar mas que em breve estará no mercado. Outro exem-plo é o do leite comercializado em gar-rafas de vidro, movimento de regresso

Nadir Figueiredo (11) 2967-8800www.nadir.com.br

Owens-Illinois(11) 2542-8000www.oidobrasil.com.br

verallia(11) 2246-7214 / 7236www.verallia.com.br

vidroporto(19) 3589-3199www.vidroporto.com.br

inaugurado com êxito pela marca Vita-latte, na cidade fluminense de Nova Iguaçu (ver EmbalagemMarca nº 136, de dezembro de 2010) e logo adotadas por cinco outros laticínios. “Todos são muito bem sucedidos, e só não vendem mais porque os produtores não conse-guem atender a demanda.” São fatores que, segundo ele, ajudam a explicar o salto de 7% nas vendas anotado na Verallia de 2011 para 2012.

A Vidroporto, de Porto Ferreira (SP), também comemora bons núme-ros. “No período de maio de 2005 a abril de 2012, a empresa cresceu 296%, ou seja, em média 42% ao ano, tendo lançado mais de 25 novos itens de embalagens, principalmente para os segmentos de cervejas, bebidas alcoóli-cas, vinhos e cachaças”, relata o diretor de mercado da vidraria, Gian Piero Bortone. “Temos bons motivos para apostar no futuro” ele diz: “Continua-mos fazendo investimentos e projeta-mos atingir um bom crescimento até o inicio de 2014, ganhar produção com novos equipamentos e atualização tec-

nológica e reduzir progressivamente o peso das embalagens.”

Todas essas são, em síntese, ações que reduzem também o peso da imagem “pesada” do setor em seu conjunto.

Obs.: A Vidraria Anchieta, consultada por e-mail para esta reportagem, não se manifestou.

Potes exclusivos do doce de leite Castellani e das geléias Ritter e copos do requeijão Danubio com decorações assinadas por

Alexandre Herchcovitch: exemplos de design que agrega valor

vitalatte: regresso do vidro a um mercado importante

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eSPeCIAL VIDRO

cachaça no focoVidraria francesa vê no crescimento da bebida brasileira

oportunidade para sua linha de garrafas premium

Por FLávio PALHArES, DE PoNT SAiNTE mAxENCE, FrANçA (*)

a verallia, GiGante mundial de embalagens de vidro, está empenhada em ganhar para sua linha de garrafas sofisticadas, a Selective Line, uma fatia do tentador mer-cado de cachaça, bebida da qual é produzido anualmente 1,5 bilhão de litros no Brasil. Não é propriamente o volume que atrai a vidraria francesa, pois a maioria esmagadora das 5 000 diferentes marcas colocadas anualmente no mercado, por 30 000 produtores, é comerciali-zada com baixo preço final.

O que a Verallia quer envasar nos recipien-tes da Selective Line é a aguardente premium, cujos adeptos crescem em número no País e no exterior e supostamente não se recusariam a pagar acima de 30 reais por uma garrafa de bebida de qualidade. “A linha foi concebida para produtos de alto valor agregado, como vinhos, bebidas destiladas e águas minerais, com preço de venda acima de 25 dólares”, expli-cou Axel Guilloteau, vice-presidente de marcas da Verallia, durante a inauguração, dia 27 de março último, do Creativ’Lab, laboratório de inovação e criatividade de embalagens, insta-lado na sede da Saga Décor. Esta empresa de decorações, controlada pela vidraria, situa-se no vilarejo de Pont Sainte Maxence, próximo a Paris, e centraliza os trabalhos dos doze escritó-rios de design da Verallia no mundo.

“BeBidas coMo a vodca e a tequila já estão consolidadas mundialmente e têm embalagens top”, diz o executivo. “É justamente aí que entra o nosso interesse pela cachaça. O mercado brasileiro está bombando e o potencial de exportação é enorme, mas as embalagens ainda deixam a desejar.” Guilloteau explica que a Selective Line, recentemente reformulada, é baseada agora em três eixos: garrafas em catálo-go, garrafas sob medida e produtos resultantes do trabalho do Creativ’Lab. Ele cita a entrada das multinacionais Diageo, com a marca Nega Fulô, e Campari, com Sagatiba, no mercado de cacha-

ças para justificar as inúmeras possibilidades de crescimento das vendas da bebida brasileira.

As 23 garrafas disponíveis em catálogo podem ser personalizadas com decorações exclusivas em ampla variedade de cores secun-dárias, incluindo vidro ultra preto. O serviço de embalagens sob medida é dedicado a acelerar o desenvolvimento de produtos em parceria com os clientes das vidrarias durante todo o processo de design. Já o Creativ’Lab “é um centro de ino-vação que reúne especialistas na fabricação de vidro e técnicas de decoração para criar garrafas e novos projetos de decoração de embalagens”, explica o CEO da Verallia, Jérôme Fressard. Ali é disponibilizado um espaço para trabalho cola-borativo em tempo real que otimiza o tempo de criação de projetos.

A Verallia rebate queixas de pequenos pro-dutores de que baixas tiragens inviabilizam o uso de embalagens premium: “Não há tiragem mínima”, afirma Guilloteau. “Podemos entregar um palete de garrafas. Se quiserem um contêi-ner com paletes de modelos diversos, também entregamos.” As garrafas que vêm ao Brasil são produzidas na França, mas se o mercado cres-cer para elas a Verallia adianta que poderão ser fabricadas aqui. “É preciso que haja demanda suficiente para produzir os moldes”, relata o vice-presidente da empresa.

Para alegria dos franceses, as perspectivas de exportação de cachaças acondicionadas em embalagens premium acabam de ser reforça-das, com o acordo pelo qual os Estados Unidos reconhecem a bebida como produto típico e exclusivo do Brasil em vias de ser consagra-do. Acaba, assim, a obrigatoriedade do uso da expressão “Brazilian Rum”, que dificultava ações de marketing da cachaça, colocada no mesmo cesto dos runs cubano e jamaicano, também derivados de cana-de-açúcar, mas produzidos de forma totalmente diferente.

(*) O jornalista viajou a convite da Verallia

Alguns exemplares da Selective Line. Linha é inicialmente composta por 23 modelos, mas

exemplares exclusivos podem ser criados

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eSPeCIAL VIDRO

resultados positivos duradourosMetodologia criada pela Owens-Illinois é aclamada como “poderoso fator de mudanças nos resultados comerciais”

classiFicada por seU diretor de marketing, Elisson Dias, como “grande esforço da Owens-Illinois nos últimos anos em seu relacionamen-to com os clientes e os consumidores”, a metodologia glass smart, desenvol-vida pela própria vidraria, registrada como marca (com letras minúsculas) e implantada na operação brasileira a par-tir de 2010, é vista internamente como um poderoso fator de mudança nos resultados comerciais.

“Há algum tempo a empresa notou que o modelo transacional não é susten-tável a longo prazo e que não era aquele com que queria trabalhar”, conta o exe-cutivo, cotejando o sistema negocial em que prevalecem dados restritos à transa-ção em andamento com a filosofia mais abrangente e aprofundada de busca de soluções capazes de oferecer resultados positivos mais duradouros, que estaria no cerne do glass smart. “Trata-se de uma maneira de colocar o cliente e o consumidor como centros de gravidade do negócio.” Esse enfoque foi uma das raízes da metodologia.

Um segundo ponto que pesou na decisão de mudança foi a percepção de que “as empresas clientes começaram a encontrar gargalos na produção para trás”. Ocasionalmente, ocorria de que-rerem introduzir alguma inovação no mercado, mas encontrarem limitações técnicas no desenvolvimento dos pro-dutos para atender alguma necessidade do consumidor. Na busca de eliminar

esse e outros problemas que pudessem prejudicar o fluxo de fornecimento, toda a estrutura da O-I em termos de pesso-as e de conhecimento, segundo Dias, foi mobilizada para melhor entender o comportamento e as expectativas do consumidor e as necessidades dos clien-tes da vidraria frente ao quadro consta-tado, de modo a contribuir efetivamen-te para o desenvolvimento das marcas. A metodologia foi fundamental, por exemplo, para identificar possibilidades e formas de obter proveito comercial da melhora da renda no Brasil.

“Com a adoção do glass smart, a O-I tem cases concretos de bons resultados a apresentar”, afirma o diretor de marke-ting. O primeiro é o de vegetais acondi-cionados em vidro, segmento em que o material saltou de posição inexpressiva para mais de 20% de participação. “As embalagens de vidro vêm contribuindo para construir marcas nesse segmento, ao reforçar como produtos premium, saudáveis e de qualidade superior, o posicionamento das frutas e dos legumes

nelas acondicionados”, ele ilustra. “Isso acrescentou valor para toda a cadeia”, destaca. “Especificamente no Brasil, onde é acentuada a preferência por ali-mentos frescos, a consumidora vê muito mais valor em vegetais acondicionados em vidro do que em lata.” Esse bom desempenho não se limitaria ao Brasil, abrangendo a América Latina de modo geral, onde a empresa tem forte presen-ça, com fábricas na Colômbia, no Peru, no Equador e na Argentina. O diretor de marketing da Owens-Illinois fecha o quadro ilustrativo dos bons efeitos do glass smart citando o avanço do mer-cado de bebidas em geral e, nele, o de cervejas, com destaque para o segmento premium, em que estreou a Budweiser e cresceram de forma visível marcas como Stella Artois e Heineken. (WP)

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vegetais em conserva e cervejas premium ilustram bons efeitos do glass smart

vidraria registrou a marca

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eSPeCIAL VIDRO

como os melhores do mundoCom fortes investimentos em qualidade, tecnologia e atendimento, indústria de frascos vai de vento em popa

se depender de variedade, bom acabamento, decoração de alto nível e qualidade indiscutível, as indús-trias usuárias de frascos para perfume, cosméticos e medicamentos não têm do que se queixar em relação a seus forne-cedores, ao que estes próprios afirmam. Na verdade, são entusiasmadas e anima-doras as descrições que fazem da atual situação e do desempenho das duas principais fornecedoras daqueles tipos de embalagem, a SGD Brasil, subsidiá-ria do grupo francês SGD, e a nacional Wheaton Brasil, André Liberali e Renato Massara, respectivamente diretor geral e diretor comercial das duas empresas. Em comum essas vidrarias registram, no percurso de anos recentes, fortes investimentos em equipamentos, pro-cessos e intensificação do atendimento aos clientes.

Resultado dessa filosofia, os núme-ros de crescimento estimulam comemo-rações. “Em 2011, até o mês de outubro, vínhamos registrando 25% no aumento das vendas”, conta Massara. “Devido a tropeços de um grande cliente que baseia a comercialização de seus produ-tos no sistema porta a porta, fechamos o ano em 15%.” De sua parte, o diretor da SGD não abre números, mas registra que a previsão de crescimento da empre-sa para este ano é de dois dígitos.

Ambos os executivos coincidem em um ponto na interpretação desses moti-vos: além dos fortes investimentos em tecnologia, suas empresas só ganham de produtos importados (muito do México

e muito mais da Índia, com destaque para frascos de esmalte e de penicilina) graças à qualidade e ao atendimento, já que em preços o câmbio desfavore-ce brutalmente o produto brasileiro. Com diferentes palavras, eles colocam o dilema da falta de isonomia no tra-tamento recebido de clientes: de um lado, elevada exigência de qualidade do produto brasileiro, com intransigência total quanto à especificação do pro-duto, critérios sócio-ambientais, audi-torias constantes e rígidas; de outro, a ausência dessa postura em relação aos importados. “Sofremos três auditorias por mês. Quem audita nosso concorren-te externo?”, pergunta-se Massara. “Não há jeito. A solução é nos diferenciarmos, e é o que fazemos, trazendo tecnologia de ponta”, diz Liberali.

A seguir é feita uma síntese das razões, por eles apresentadas, que leva-ram as duas vidrarias a se situarem hoje

como provedoras no segmento de fras-caria de produtos de nível no mínimo compatível – quando não superior – com o que há de melhor no mundo em qualidade de acabamento e variedade.

Wheaton – Para suportar a retração que em anos recentes começou a se instalar na área vidreira dedicada a fras-caria, a Wheaton investiu pesadamente em automatização de equipamentos, recorda Renato Massara. Tendo por acaso nas mãos frascos de deocolonia Floratta, de O Boticário, ele conta que as aplicações mais significativas foram fei-tas na área de decoração, que “no negó-cio do vidro destinado a artigos de bele-za é produto final”. No caso da Wheaton, segundo informa, 68% da produção são destinados à indústria de cosméticos (e perfumes), “que não vive sem decoração e exige inovação constante”.

Nessa seara a empresa investiu 20

As aplicações de capital mais expressivas da

Wheaton foram feitas em decoração, onde é produzida a linha

Floratta, de O Boticário

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milhões de reais, aí incluída a aquisição da área de decoração da Plastclean, em meados do ano passado, e de máquinas automáticas de aplicação de silk screen e hot stamping no estado da arte, segundo Massara. “Hoje, se qualquer cliente de grande porte, situado entre os princi-pais da Wheaton, quiser duplicar suas encomendas, suportamos sem grandes traumas”, ele garante. Foram importa-das também sofisticadas leitoras de alta velocidade para escolha principalmente de frascos de esmalte.

Com a aquisição do setor de decora-ção da Plastclean, a produção foi dobra-da, e com a automatização do processo de hot stamping, que era semiautomá-tico, incrementado ainda mais. Nesse setor, acabaram de ser postas em funcio-namento duas máquinas alemãs, “com tecnologia de ponta que nenhuma outra vidraria no mundo possui”. Graças a isso, a capacidade produtiva, que era de 10 000 unidades/máquina por dia, quintuplicou.

Mas o principal diferencial, no qual o executivo afirma que a empresa investe cada vez mais, está no atendimento. “Trabalhamos junto com o cliente, pois em nosso campo é preciso oferecer a eles novidades em formatos e em decoração o tempo todo.” Para levar esse procedi-mento adiante, a Wheaton atua em três frentes: 1) comercial e de marketing, onde a equipe opera junto ao cliente; 2) desenvolvimento de produto, em que outra equipe opera em sintonia com a primeira; 3) assistência técnica, com profissionais especializados formados no Centro de Treinamento Técnico da empresa e cujo número foi dobrado recentemente, sem que se informe de quanto para quanto. Em suma, como sentencia o diretor da Wheaton, “é preciso trabalhar para o cliente ganhar dinheiro, pois aí se ganha também”.

sGd Brasil – No início deste ano, a SGD Brasil tomou uma iniciativa de investimento que de certa forma repre-sentou ousadia no terreno da produção de frascos de vidro, durante duas déca-das um tanto letárgico no País. Segundo seu diretor geral, André Liberali, isso ocorreu quando a empresa reativou em São Paulo o forno 3 da Saint-Gobain,

antes dedicado à produção de garrafas de cerveja, por ocasião da passagem desta para o controle da SGD francesa.

“A última vez que se ouvira falar em novo forno de vidraria no País foi há cerca de vinte anos”, ele recorda. De acordo com o executivo, a reativa-ção equivaleu à instalação de um novo equipamento, pois foi feita com nova concepção e novas tecnologias nas áreas de fusão, fabricação, controle e emba-lagem. “Pode-se arriscar afirmar que não existe hoje instalação tão moder-na em toda a América Latina.” Com isso, a capacidade produtiva da empresa dobrou, de 1,3 milhão para 2,6 milhões de unidades/dia. “Investimos pesado em tecnologia”, diz Liberali, sem abrir números. Embora o executivo não revele cifras, notícias veiculadas recentemente na imprensa especializada em negócios davam conta de que a SGD estaria inves-tindo 70 milhões de reais.

É uma estratégia de antecipação à intensa movimentação dos clientes, que crescem em cifras de dois dígitos. “Além de capacidade produtiva para atender a demanda”, explica Liberali, “é vital ter tecnologia à altura da elevada exigência da indústria usuária, tanto a de perfu-maria e a de cosméticos quanto a de produtos farmacêuticos.” Nesta seara, a SGD importou da Alemanha, da França e da Suécia, descritos pelo executivo como “países top na produção de vidro”, máquinas de inspeção e controle de últi-ma geração. Foram feitos investimentos também em decoração (as mesmas notí-cias referidas acima citam 8 milhões de reais nessa atividade).

SGD Brasil(11) 3883-4300www.sgdbrasil.com

Wheaton Brasil(11) 4355-1800www.wheatonbrasil.com.br

Em consequência desse conjunto de providências, o número de funcionários, que no início das atividades da SGD Brasil, em 2007, era de 170, é hoje de 650. Só em decoração são 200. “Não temos a pretensão de ser autossuficientes em decoração, mas o que oferecemos é resultado da mesma tecnologia de ponta e sustentável de que se dispõe nos países mais avançados nesse campo”, destaca Liberali. Uma das “provas” citadas dessa capacidade é a linha nativeSPA, de O Boticário.

Ele diz que “os motores das inicia-tivas da SGD são a vontade do cliente e a capacidade de resposta da empresa às suas expectativas”, razão também de empenho cada vez maior no atendi-mento. A linha Chronos, da Natura, é um exemplo: para atender as exigências desse cliente, a SGD trouxe da França o processo de fabricação de frascos Pren-sado Puro 120, uma tecnologia que não deixa nos recipientes a mínima marca de riga (“costura”). Enfim, como considera André Liberali, “quem não se movimen-ta patina”. (WP)

Linha nativeSpA, de o Boticário: uma “prova” de

qualidade da SGD

Tecnologia Prensado Puro

120 permite obter recipientes sem

“costura”, como os da linha Chronos,

da Natura

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PRêMIO

consolidação baseada em mudançasSempre inovador, Grandes Cases de embalaGem anuncia novidades para 2012

contrariando a máxima de que em time que está ganhando não se mexe, o Prêmio EmbalagemMar-ca passa por mudanças em sua sexta edição. A primeira delas ocorre na própria marca: o nome da iniciativa é agora Grandes Cases de Embalagem, uma forma de reforçar seu caráter institucional e remeter de imediato ao conceito básico da premiação, que é o reconhecimento aos projetos efe-tivamente propiciadores de resulta-dos à cadeia de valor da embalagem. Outra: a revista EmbalagemMarca passa a ser a mídia oficial do Prêmio, e continuará a dar grande destaque aos vencedores.

Novidades poderão ser vistas tam-bém no troféu, criado em 2010 pelo designer Karim Rashid. Naquele ano, a inovadora peça foi realizada em sopro convencional (processo de produção usual na fabricação de embalagens), utilizando polipropileno (PP) ultra-clarificado e masterbatches com alta transparência. No ano seguinte, a mesma peça foi soprada, novamen-te em PP, mas dessa vez utilizando masterbatches com efeitos especiais (f luorescente e fosforescente). Para 2012, nova modificação – já em fase de desenvolvimento – será feita. A apresentação da nova versão do troféu, como de costume, ocorrerá durante a premiação, no dia 13 de novembro, numa cerimônia e numa festa que já se consagraram como imperdíveis para o

aprofundamento de conhecimentos e a ampliação de contatos profissionais na área de embalagem.

Para transmitir esse novo posi-cionamento e estreitar o vínculo do Prêmio com os agentes da cadeia de embalagens, os organizadores passa-ram a contar com a consultoria da agência Designful, especializada em projetos de gestão de marca e desen-volvimento de embalagens, que foi contratada para criar uma série de ações de comunicação para o Grandes Cases de Embalagem. Entre elas, des-taca-se a nova campanha de anúncios, que será veiculada nas revistas Emba-lagemMarca e GiroNews (publicação especializada em varejo), em suas ver-sões impressas e eletrônicas.

O mote das peças, centrado no conceito de “fazer a diferença”, sur-giu da constatação, identificada em pesquisa com agentes da cadeia de embalagens, de que o mercado per-cebe Grandes Cases de Embalagem

EmbalagEmmarca sai do nome do Prêmio, que passa a se chamar apenas grandEs casEs dE EmbalagEm

Troféu desenhado pelo designer Karim Rashid, com efeitos especiais em 2010 e 2011. Neste ano, nova surpresa

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como uma iniciativa que contribui positivamente para o trabalho dos profissionais que se empenham pelo fortalecimento do packaging no Brasil.

os protaGonistas da cam-panha são profissionais que fazem da embalagem uma ferramenta estraté-gica, capaz de agregar um importante diferencial para as empresas em que trabalham. Atuam em grandes indús-trias usuárias de embalagem que já ganharam o Prêmio em anos anterio-res e cujos nomes serão revelados a partir do próximo mês, à medida que os anúncios forem sendo publicados. As fotos são do renomado fotógrafo Fábio Correa, dono de extenso currícu-lo internacional no mundo da moda, tendo já trabalhado, entre outras, para as revistas American Vogue, Cosmopo-litan e Vanity Fair.

Nesta edição, quem ilustra a cam-panha é a equipe mais diretamente envolvida com o dia a dia da premia-ção. São as pessoas que cuidam de cada detalhe de Grandes Cases de Embalagem. É um grupo de profissio-nais que conhece o mercado e gosta do que faz, e que por isso faz diferente. Para fazer diferença.

Quer saber mais sobre a campanha?

acesse: emb.bz/152premio

Peças que fazem parte da campanha de divulgação do Prêmio grandEs

casEs dE EmbalagEm

Designful(19) 3201-0861(19) 3201-0862www.designful.com.br Fábio Correa(11) 8352-1881(21) [email protected]

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InTeRnACIOnAL

agora em dois clássicosFortemente identificados com outras embalagens, sopas Campbell e ketchup Heinz começam a utilizar stand-up pouches nos euA

MencioneM-se as sopas Campbell e dificilmente alguém deixará de se lembrar das latas de aço com as quais elas sempre foram fortemente associadas. O mesmo tende a ocorrer com o ketchup Heinz e seu marcante frasco, feito de vidro ou de PET. Mas eis que esses dois produtos clássicos agora podem também ser encontrados nos Estados Unidos em stand-up pouches (SUPs) – bolsas plásticas capazes de ficar em pé graças à base plana, que se abre como sanfona.

Na Campbell, o stand-up pouch personifica a Go! Soup, nova linha de sopas direcionada aos “millennials”, como são chamadas as pessoas entre 18 e 34 anos de idade. Segundo reportagens publicadas pelos jornais The Wall Street Journal e Chicago Tribune, a aposta da Campbell é que a nova rou-pagem caia no gosto de uma grande parcela desses consumi-dores que perceberia a sopa enlatada como algo antiquado. Não à toa, o projeto gráfico dos pouches destaca imagens de jovens e tipografia despojada. Depois da Go! Soup, a empresa lançou uma linha de molhos prontos também em SUPs.

JÁ na heinz, a adoção do stand-up pouch busca solu-cionar outro desafio. A companhia começou a utilizar um modelo da embalagem dotado de bico dosador para uma versão econômica de seu ketchup, em que uma porção de 283 gramas é vendida a 99 centavos de dólar. O objetivo da novidade é disputar vendas com os ketchups de marcas pró-prias de supermercados. “No mercado americano, as decisões de compra estão intensamente focadas em valor”, justifica o diretor geral da Heinz, William R. Johnson.

Embora a empresa evite se pronunciar sobre o motivo da escolha do pouch para o novo SKU, é natural que o custo seja o fiel da balança. Calcula-se que nos Estados Unidos o SUP tenha um valor unitário de 10% a 15% menor do que as opções concorrentes em embalagens rígidas. Por isso, e pela situação da economia americana, que ainda não se recuperou plena-mente da recessão causada pela crise de 2008, não surpreen-de a difusão dessa embalagem naquelas paragens. Segundo a consultoria Mintel, o uso de stand-up pouches cresceu 37% nos Estados Unidos nos últimos cinco anos.

Stand-up pouch busca tornar novas sopas (acima) e novos molhos da Campbell mais atraentes ao público jovem

Heinz: modelo com bico dosador foi

adotado para versão de 99 centavos de dólar

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displayo QUe hÁ de novo nos pontos de venda edição: Flavio palhares

[email protected]

lava-loUças

Debutantes em nova estaturaA Química Amparo renovou as embalagens dos detergentes lava-louças Ypê. O novo frasco ficou ligeiramente mais baixo , mas continua com 500 mililitros. A renovação acontece após quinze anos sem alterações nas embalagens. Os frascos, de PET ou de polietileno da alta densidade (PEAD), são soprados na própria empresa, que não divulga os fornece-dores dos rótulos e das tampas.

DESIGN

DZ Design(19) 3256-4440www.dzdesign.com.br

DESIGN

Estúdio Guto Bordoni Imagens(19) 3342-6772www.gutobordoni.com.br

anterior

nova

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displayo QUe hÁ de novo nos pontos de venda

conFeitos

ChiCle em flow-pack 2

A goma de mascar Mentos tem agora embalagem econô-mica: uma flow pack com quatro unidades. Segundo a Perfetti Van Melle, a novidade visa ampliar a presença da marca no pequeno varejo. O design é da Selection, agência pró-pria da matriz italiana da fabricante de doces.

BeBidas

marCa em Destaque 4

A linha de bebidas à base de soja Mais Vita, da Yoki Alimentos, ganha novas embala-gens. O novo design das caixinhas ressalta a marca Yoki e o logotipo Mais Vita. As informa-ções de que o produto tem zero lactose e zero colesterol foram ressal-tadas. A reformulação vale para os modelos de 1 litro e de 200 mililitros.

FLoW pACKS

Santa Rosa Embalagens(11) 3622-2300www.santarosaembalagens.com.br

DESIGN

Team Créatif(11) 3491-5580

www.team-creatif.com

CAIxINHAS

Tetra pak(11) 5501-3200

www.tetrapak.com.br

4

ÁGUas

FáCil De Carregar 1

Chegou ao mercado o primeiro garrafão de água com alça lateral acoplada, que facilita o manuseio. A emba-lagem, de 20 litros, é uma exclusividade da Attiva, que a utiliza em sua linha Premium. O garrafão e a alça são produzidos pela própria engarrafadora da água, em Bananal (SP).

RóTULOS

Scodro Embalagens Flexíveis(16) 2101-4949www.scodro.ind.br DESIGN

TokFinal(24) 3343-7070www.tokfinal.com.br

2

1

calçados

caixas para brincar 3

Unindo o conceito de sustentabilidade à ideia de customização e de gerar maior interação com o público infantil, a Calçados Bibi oferece às crianças a chance de brincar com as caixas de seus sapatos em vez de as descartar logo após a compra. Em 2010, a Bibi havia lançado a coleção, em que as embalagens se trans-formavam em brinquedos ou enfeites no estilo toy arts (ver EmbalagemMarca nº 126, fevereiro 2010). Agora, as caixas de papelão têm diferentes desenhos para serem pintados.

CAIxAS

Box Print(51) 2111-1311www.boxprint.ind.br

DESIGN

Gas Multiagência(11) 5102-2686www.gas-br.com

3

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RóTULOS

BR Films(37) 3229-3400www.brfilms.com.br

TAmpAS

CSI Closures(11) 4134-2593www.csiclosures.com

TAmpAS

védat(11) 2133-1212www.vedat.com.br

reFrescos

meio litro De CoCo 7

Uma caixinha de 500 mililitros dotada de tampa de rosca é nova versão da água de coco da Ducoco Alimentos. O objetivo é oferecer ao público uma maneira de consumir o produto paulatinamente.

enerGÉticos

brilho na balaDa 5

A Bioleve estreia no segmento de energéti-cos com o BioEnergy, acondicionado em garrafas de PET de 360 mililitros e de 1 litro. Os rótulos termoencolhí-veis de PET receberam partículas de pigmento fosforescente, que brilham no escuro em contato com a luz negra comum em casas notur-nas. As garrafas são sopradas pela própria empresa.

CAIxINHA

Tetra pak(11) 5501-3200

www.tetrapak.com.br7

este espaço estÁ reservado para a sUa eMpresa

anUncie aQUi

(11) 5181-6533

6

QUeiJos

FraCionaDo na origem 6

A Tirolez passa a oferecer seu queijo gorgonzola em porção de 200 gramas. O produto é resultado do fracionamento de peças por meio de equipa-mento semiautomático, dotado de fios de aço que cortam o queijo em triângulos (cunhas). A seguir, essas frações são envolvidas por folhas de alumínio e recebem a aplicação manual de rótulos autoadesivos.

DESIGN

Benchmark Design Total(11) 3057-1222www.bench.com.br

FoLHA DE ALumíNIo

Grati(11)2106-1313www.grati.com.br

RóTULO

Immpe(11) 2897-6589www.immpe.com.br

5

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ÁGUas

Cores suaves 3

A Petrópolis Paulista renova as embalagens de suas águas. Os rótu-los das garrafas de 500 mililitros e de 1,5 litro agora têm cores mais suaves. Outra novidade é o lançamento da gar-rafa Kids, de 250 mili-litros, com tampa que garante segurança para crianças. O design das embalagens foi desen-volvido pela própria engarrafadora.

Utensílios

É para o Fogão 2

A embalagem do acendedor multiuso Bic Handy teve o layout modificado para refor-çar que o principal uso do produto é o acendi-mento de fogões. A car-tela de papel cartão do blister ganhou ícones com maior visibilidade. O redesign procura aproveitar uma oportu-nidade: segundo a Bic, somente 30% dos lares brasileiros têm fogão com acendimento auto-mático.

chocolates

Zero em Destaque 1

Com três opções, a linha Diatt Zero de tabeletes de chocolate sem adição de açúcar é a novidade da Spali. Os produtos são acon-dicionados em flow packs. Na embalagem da versão sem lactose, destacam-se as cores preto e vermelho. Já as flexíveis das versões com amêndoas e com avelãs são predominan-temente brancas e têm acabamento fosco.

antes . . .

. . . e depois

LATAS

Latapack-Ball(12) 2127-4700www.latapack.com.br

GArrAFAS

verallia (11) 2246-7402www.verallia.com.br

cerveJas

nova Fórmula, novo rótuloA cerveja Guitt’s ganha nova fórmula – anunciada como mais leve e suave – e novo rótulo. Este agora destaca as cores vermelho, amarelo e branco. Como na versão anterior, o novo rótulo traz a ima-gem da águia do brasão da família Guitti, fundadora da cervejaria. A ave segura em suas garras ramos de malte e lúpulo, as principais matérias-primas da bebida.

displayo QUe hÁ de novo nos pontos de venda

1

DESIGN

Indesign(11) 3284-0570www.indesignsp.com.br

FLoW pACKS

vibelplast(11) 2711-2829www.vibelplast.com.br

DESIGN

100%Design (11) 3032-5100

www.100porcento.net

2

TAmpA (KIDS)

Aptar (11) 4196-7500

www.aptar.com

róTuLoS AuToADESIvoS (KIDS)

Heat Label(11) 2441-0210

www.heatlabel.com.br

TAmpAS

Rexam(11) 2152-9800

www.rexam.com/brazil

róTuLoS DE Bopp (1,5L E 500mL)

Sol PP(11) 4199-1316

www.solpp.com.br

3

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Almanaque

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portugal Itália frança

QUIZSabe qual a origem dos sachês

de açúcar, sal e palitos?

Veja em

emb.bz/152quiz

Só restou o coelho Criado em 1973 nos Estados Unidos e hoje mundialmente conhe-cido, o coelho Quicky nem sempre foi unanimidade como mascote do achocolatado Nesquik (outrora Quik), da Nestlé. Na França e na Grécia, esse papel já coube a um monstro amarelo, o Groquik. Em Portugal, um canguru, o Kangurik, foi por muito tempo associado à marca. Na Itália, a estrela dos anúncios do produto já foi um pote antropomorfo, o Mr. Nesquik. Todos esses personagens deram lugar ao coelho na década de 1990. Não resistiram à globalização.

Tudo em família

O sistema intercambiável de mon-tagem e encaixe de blocos plásticos da Lego, batizado de Lego System of Play, foi desenvolvido em 1958. As primeiras embalagens do produ-to mostravam três crianças entreti-das montando as pecinhas. Eram os netos do fundador da empresa, Ole Kirk Christiansen: Hanne, Gunhild e Kjeld, que se tornou dono da Lego.

Caíram Como luvaHoje corriqueiras no varejo, as embalagens de agrupamento (“luvas”) para a venda de copos de vidro não têm cinqüenta anos de existência no País. Surgiram em 1976, por iniciativa da Wheaton Brasil, após dois anos de péssimas vendas de sua Linha Brasil de copos. Criados para ocupar a capacidade ociosa de máquinas dedicadas a produzir embalagens de vidro, esbarravam num problema que o único outro grande fabricante de copos de vidro, a Nadir Figueiredo, já enfrentava: o varejo só compra-va pequenas quantidades a granel, em geral expostas para venda em enormes cestos ara-mados. As luvas de papel cartão, impressas em cores, agrupavam seis unidades e, literalmente, multiplicaram as vendas de copos no Brasil.

luva de papel cartão multiplicou venda de copos

Do áciDo para o vinhoAs embalagens tipo bag-in-box (saco na caixa) foram inventadas em 1955 pelo químico William R. Scholle, nos Estados Unidos, para transportar ácido de baterias de carros. Eram bolsas flexí-veis de plástico protegidas por caixas de papelão ondulado. A ideia de utilizar a embalagem para acondicionar vinho surgiu em 1965, quando a vinícola australiana Angove passou a comercia-lizar a bebida em sacos de polietileno de 4,5 litros acondiciona-dos em caixas de papelão. No início, o consumidor precisava cor-tar o canto do saco, servir-se da quantidade desejada de vinho e, em seguida, fechar a embalagem com uma presilha. Hoje, todos os bag-in-box de vinhos utilizam algum tipo de torneira.

primeira embalagem tipo bag-in-box de vinho, da australiana angove

Desodorante como cola Lançado em 1994 pelo laboratório Mennen (Colgate-Palmolive), o Speed Stick foi o primei-ro desodorante mascu-lino em barra do Brasil. O produto prometia ser um ótimo substituto para os desodorantes líquidos e era apresenta-do em uma “embalagem revolucionária”. Para utilizá-lo, bastava tirar a tampa e girar um disco na base da embalagem, mesmo sistema utiliza-do nas colas de bastão.

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