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Ano XIV • Nº 157 • Setembro 2012 • R$ 15,00 FECHAMENTOS Poderão as tampas de rosca, mais práticas e acessíveis do que as rolhas, ajudar a vender vinhos nacionais? METáLICAS Lata de aço expandida confere visual único e promete facilitar o manuseio de aerossol desengripante ENTREVISTA As embalagens do McDonald’s segundo sua gerente regional de desenvolvimento, Ana Beatriz Borghi Bom para todos Tamanhos variados de produtos fazem a alegria de diferentes consumidores e ajudam a ampliar vendas no atacado, no varejo e no atacarejo

EmbalagemMarca 157

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Revista EmbalagemMarca Nº 157 setembro de 2012. Reportagem de capa: Tamanhos

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fechamentosPoderão as tampas de rosca, mais práticas e acessíveis do que as rolhas, ajudar a vender vinhos nacionais?

metálicasLata de aço expandida confere visual único e promete facilitar o manuseio de aerossol desengripante

entrevista As embalagens do McDonald’s segundo sua gerente regional de desenvolvimento, Ana Beatriz Borghi

Bom para todosTamanhos variados de produtos fazem a alegria de diferentes consumidores e ajudam a ampliar

vendas no atacado, no varejo e no atacarejo

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Setembro 2012 | 3

editorialUma conversa com o leitor

o lado bom (e o mau) da web

“O universo virtual

nos oferece muito de

bom. Mas, no lado

mau, entra com forte

peso, contrabandeada

como notícia, a

publicidade feita à

moda de gato

por lebre, sem falar

no aluvião de porcarias

que nos massacra”

a recente notícia de que a rede francesa de perfumarias Sepho-ra, quando da instalação de sua primei-ra loja no Brasil, em São Paulo, teria pago a três blogueiras brasileiras para postarem notícias favoráveis (“coinci-dentemente” idênticas) a um produto que comercializa levou-me a retomar um livro sobre blogs e assemelhados que havia lido um ano atrás. É O Culto do Amador – Como blogs, MySpace, YouTube e a pirataria digital estão des-truindo nossa economia, cultura e valo-res, do americano Andrew Keen, um empreendedor do Vale do Silício.

Antes de iniciar uma cruzada con-tra as inconsequências da web, o autor foi um entusiasta de tudo de bom que o universo virtual oferece, o que indis-cutivelmente é muito. Só que se deu conta da existência de um lado mau na coisa, contra o qual é preciso cada vez mais nos precavermos. Nele, entra com forte peso, contrabandeada como notícia, a publicidade disfarçada, feita à moda de gato por lebre, sem falar no aluvião de porcarias que cada vez mais nos massacra. A respeito, a colunista Michiko Kakutani observou, no New York Times: “Qualquer um, por mais mal-informado que seja, pode publicar um blog, postar um vídeo no YouTube ou alterar um verbete na Wikipédia. Esse anonimato da web põe em dúvida a confiabilidade da informação. E a distinção entre especialista e amador torna-se cada vez mais ambígua…”

Tudo isso não quer dizer que só se deva confiar na palavra impressa. Nós próprios, como não poderia deixar de ser, utilizamos as extraordinárias ferramentas da mídia digital, e agora mesmo estamos disponibilizando em

caráter experimental o conteúdo de EmbalagemMarca na plataforma Android e para iPad. O projeto consiste em ampliar e aprofundar nesses meios o conteúdo da revista, não apenas reproduzir sua íntegra. O que se fará é continuar apurando informações com acuidade e trabalhando-as de maneira a que se transformem em conhecimen-to transmitido aos leitores.

Foi trabalhando assim que constru-ímos a credibilidade que entre outros atributos diferencia a revista e que que-remos venha a referendar nossa atua-ção na web. A receita é simples: com-promisso com a ética. Desnecessário lembrar que está liminarmente vetada a pirataria, a reprodução de informações e de ideias sem citação das fontes, aliás, modalidade de apropriação indébita de que EmbalagemMarca e sua equipe têm sido freqüentes vítimas.

Esperamos contribuir para mudar o quadro do que se oferece a respei-to da cadeia de valor de embalagem na web, como contribuímos no campo editorial com a revista, no de eventos de transformação enfeixados no Ciclo de Conhecimento e no de premia-ções, com o Prêmio Grandes Cases de Embalagem.

Até outubro.

WILSON PALHARES

PS – Os preparativos para a cerimônia de entrega dos troféus do Prêmio, dia 13 de novembro, caminham em ordem e dentro do cronograma. Vai ser difí-cil fazer uma festa melhor do que as anteriores, mas sempre tentamos – e conseguimos.

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sumárioEdição 157 • Setembro 2012

Diretor de redação: Wilson Palhares | [email protected] • editor executivo: Guilherme Kamio | [email protected] • redação: Flávio Palhares | [email protected] • comercial: Juliana Lenz | [email protected] • Karin Trojan | [email protected] • Wagner Ferreira | [email protected] • Diretor de arte: Carlos Gustavo Curado | [email protected] • administração: Eunice Fruet | [email protected] • Marcos Palhares | [email protected] • eventos: Marcella Freitas | [email protected] • circulação e assinaturas (assinatura anual R$99): Kelly Cardoso | [email protected]

Publicação mensal daBloco Comunicação Ltda.Rua Arcílio Martins, 5304718-040 • São Paulo, SP(11) 5181-6533www.embalagemmarca.com.br

Não é permitida a reprodução, no todo ou em parte, do conteúdo desta revista sem autorização. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.

Aptar .......................................................................................... 7Catuaí Print ............................................................................47Cerviflan ....................................................................... 2ª capaCongraf .................................................................................. 13Correios ................................................................................... 5Crown do Brasil ...................................................................49Da Matta 3D .......................................................................... 31Designful ................................................................................49Dow Brasil ............................................................................. 15Fórum FSI .............................................................................. 41

Giro News ..............................................................................45Gráfica Ipê .............................................................................23Grandes Cases ............................................................26 e 27HotGraf ..................................................................................49Indexflex .................................................................................33Innova ......................................................................................11MLC .........................................................................................25Moltec ....................................................................................49Optima ................................................................................... 19PakTech ..................................................................................43

Papirus .......................................................................... 4ª capaPH Fit ......................................................................................29Piloto ....................................................................................... 37PMMI ......................................................................................... 9Prakolar ........................................................................ 3ª capaSarapuí .....................................................................................17Simbios-Pack ........................................................................49Vidro Porto ............................................................................ 31

Empresas que anunciam nesta edição

6 marketing Ação da Coca-Cola Zero que leva nomes para embalagens aproxima marca de consumidores e se torna sucesso em redes sociais

8 Painel Pote funciona também como jarra • Verallia lança campanha de coleta de embalagens de vidro em restaurantes • Pande entra para o Stetik Group a assume demandas da Sart Dreamaker • Abmapro publica manual de marcas próprias

16 rastreabilidade Enquanto a Anvisa não regulamenta uso em embalagens para o consumidor final, laboratórios começam a usar códigos Datamatrix em parceria com hospitais

18 Químicos Würth adota lata de aço expandida para acondicionar desengripante de parafusos

28 entrevista Parceria com fornecedores de embalagens é de- finida como elemento crítico para o negócio, diz Ana Beatriz Bor-ghi, gerente de embalagem do McDonald’s para a América Latina

32 vinhos Cresce o uso de tampas de rosca no Brasil. Grandes vinícolas nacionais adotam esse sistema de fechamento em pelo menos uma de suas marcas

36 sucos Consumo de suco de uva integral cresce no país e incentiva desenvolvimento de embalagens individuais

40 Destilados Rótulo do Conhaque Dreher é modernizado. Embalagem da marca, de 102 anos, passou por poucas mudanças na história

42 internacional Embalagens bag-in-box para vinhos têm formato de bolsas. Objetivo é atrair público feminino

44 Display Manteiga é acondicionada em lata de aço com tampa abre-fácil • 51 Ice em latinha sleek • Embalagens da cerveja Lokal têm novas cores • Melitta revisa design gráfico dos cartuchos de cafés • Jequiti lança perfume inspirado em uísques

50 almanaque Os 130 anos do nascimento de Bastos Tigre, criador de diversos jingles e reclames • Personagens de Hanna Barbera estrelavam tampas de margarina • Primeiro sabão em pedra com marca no mundo inaugurou presença da Unilever no Brasil • Cerveja Supimpa era supimpa?

6 28

32 40

42 50

20 reportagem de capa: tamanhosFoi-se o tempo dos produtos definitivos, oferecidos num único padrão de volume. A moda agora é diversificar embalagens, para satisfazer diferentes consumidores

Por Guilherme Kamio

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6 | Setembro 2012

MArkeTING

Quanto mais próximo, melhorAção da Coca-Cola, que coloca nomes em latas e rótulos, vira febre nas redes sociais e amplia contato da marca com consumidores

se havia DúviDas, não há mais: embalagens com o nome do con-sumidor ajudam a vender. Essa foi a conclusão a que a Coca-Cola chegou depois de lançar no ano passado uma campanha pioneira na Austrália e que já foi adaptada para o Brasil. Lá, a multina-cional de refrigerantes viu suas vendas crescerem 7% depois que levou os 150 nomes mais comuns no país para as latas e rótulos das garrafas, substituindo o tradicional logotipo da marca.

Agora, a Coca-Cola Brasil usa a mesma estratégia para a Coca-Cola Zero. “Inspiramo-nos na idéia da Austrália, mas a Ogilvy Mather Brasil fez um tra-balho riquíssimo de localização da cam-panha para o público brasileiro”, afirma a diretora de marketing da empresa, Luciana Feres. Na campanha “Descubra a Sua Coca-Cola Zero”, a marca lan-çou uma edição limitada de embalagens customizadas com os 150 nomes mais comuns entre jovens adultos no Brasil, em todas as embalagens de PET de 600 mililitros e de 2 litros e nas latas de

350 mililitros de Coca Zero. “Queremos provocar uma nova onda de experimen-tação da marca, atraindo um público fiel que se identifica com a proposta de Coca-Cola Zero. O objetivo é ampliar os canais de contato com este consumidor, proporcionando experiências únicas, que o façam incluir Coca-Cola Zero na

lista de ‘quanto mais melhor’ nas suas vidas”, diz Luciana.

Além das embalagens, a ação inclui filme para TV, aplicativos e conteúdos nas mídias sociais, especialmente no Facebook. Quem não estiver entre os 150 nomes pode participar de uma votação na fan page da marca, que escolherá os próximos cinquenta nomes a serem estampados na embalagem de 600 mili-litros da Coca-Cola Zero. Na votação, os consumidores tentarão emplacar seu nome com a ajuda de amigos.

Ainda nas redes sociais, um aplica-tivo permite que o consumidor perso-nalize sua lata de Coca-Cola Zero com palavras que representem “quanto mais melhor” em suas vidas, em uma brin-cadeira virtual interativa, que pode ser compartilhada pela rede. “Os resultados foram imediatos”, diz a executiva da Coca-Cola. “Tivemos mais de 350 000 latinhas virtuais criadas e compartilha-das, com uma projeção de 6 milhões de pessoas impactadas pela ação através das redes sociais em apenas 25 dias”.

FOT

O:

CA

rLO

S C

ur

AD

O

DESign

Ogilvy Action(21) 2141-2501www.ogilvyaction.com

RótuloS

Converplast(11) 2462-1177www.converplast.com.br

PP Print(11) 5181-6405www.ppprint.com.br

Mazda(11) 4441-6500www.mazdaembalagens.com.br

lataS

Crown Embalagens (11) 4529-1000www.crownembalagens.com.br

Latapack-Ball(12) 2127-4700www.latapack.com.br

Metalic(85) 3299-7300www.csn.com.br

Rexam(21) 2104-3300www.rexam.com/brazil

Latas e garrafas de 600 mililitros

e de 2 litros estampam nomes

mais comuns no Brasil

Sucesso na austrália serviu de inspiração para ação da Coca-Cola no Brasil

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8 | Setembro 2012

PainelmovimentaÇÃo no mUnDo Das emBalaGens e Das marcas edição: GUilherme Kamio

[email protected]

Recipiente de vidro com bico no bocal

promete facilitar despejo de alimentos

traDicionalmente reDonDa, a boca de potes de vidro para alimentos por vezes dificulta o despejo preciso do conteúdo, podendo causar desperdícios e respin-gos. Procurando resolver esse problema, a Owens-Illinois criou um modelo de pote inédito, dotado de desenho es-pecial. A terminação da embalagem, assimétrica, apresenta um bico parecido ao de uma jarra para facilitar a dosagem de molhos e outros produtos líquidos ou pastosos.

Batizado de VersaFlow, o recipiente foi desenvolvido pela vidraria após quatro anos de pesquisas, num projeto iniciado a partir de uma ideia da agência de design Trinity Brand. Uma tampa de aço adequada para o bocal foi projetada pela Silgan White Cap, e teria mesmo peso e mesmo tamanho dos fechamentos standard para potes de vidro.

a emBalaGem comeÇoU a ser testada no início do ano por uma pequena mercearia dos Estados Unidos, a Walt Churchill’s Markets. A empresa vem utilizando o VersaFlow na venda de uma receita caseira de molho marinara. “Temos observado resultados animadores na iniciativa-piloto e es-tamos maturando planos para lançar a novidade, em breve, na América do Sul e na Europa”, afirma Stephanie Johnston, diretora global de planejamento comercial estratégico da Owens-Illinois.

“O VersaFlow é o aliado perfeito para marcas, porque agrega valor aos produtos de qualidade, que desejem se di-ferenciar das alternativas que hoje existem no mercado”, de-clara a operação brasileira da vidraria americana. Segundo a empresa, são necessários apenas ajustes mínimos em linhas já existentes para a adoção do novo modelo de pote.

emb.bz/157versaflow

Pote com jeito de jarra

Formato inusitado promete aprimorar

uso pelo consumidor

Walt Churchill’s Market, dos Estados Unidos, começou a testar a

embalagem na venda de um molho

Tampa de aço compatível já foi desenvolvida pela

Silgan White Cap

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10 | Setembro 2012

PainelmovimentaÇÃo no mUnDo Das emBalaGens e Das marcas

celUlÓsicas

Penca de vantagensA Klabin lançou uma nova embalagem de papelão ondulado especialmente desenhada para o acondicionamento de bananas. Segundo a fabricante, a novidade traz benefícios como redu-ção de custo, melhor ventilação das frutas e segurança no transporte de

longas distâncias. Com capacidade para 15 quilos, a embalagem pode re-ceber impressão. O lançamento ocor-reu na segunda edição da Feibanana – II Feira da Bananicultura e Agro-negócio do Vale do Ribeira, ocorrida no final de agosto em Registro (SP).

literatUra

manual sobre marcas própriasA Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização (Abma-pro) lançou o Manual Abmapro 2012. A obra traz a história e di-versas informações atuais sobre o setor, cujos produtos e serviços ga-nham participação cada vez maior no Brasil e em outros mercados mundiais. “O objetivo do Manual

é informar e orientar empresários, consumidores e a comunidade acadêmica sobre as vantagens do fenômeno private label”, afirma a presidente da Abmapro, Neide Montesano. Uma versão eletrônica do volume pode ser baixada no site da entidade.

www.abmapro.org.br

BranDinG

senac ganha nova imagemEscritório de design com impor-tante atuação no desenvolvimen-to de embalagens, a Packaging Brands desenvolveu um novo logotipo para o Serviço Nacio-nal de Aprendizagem Comercial (Senac). O desenho segue uma tendência de evitar o formato

quadrado em logotipos por su-gerir rigidez e baixa mobilidade. A junção de triângulos forma um avião de papel estilizado que, como uma seta, representa dire-ção ao futuro. Todos os regionais da Senac no País adotarão o novo logotipo até março de 2013.

antes . . .

. . . e depois

reciclaGem

recuperação em restaurantesA Verallia iniciou nova campanha para esti-mular bares, restaurantes e hotéis a aderir à destinação correta de embalagens de vidro. Nomeada Menu Sustentável, a iniciativa ofe-rece coleta gratuita de garrafas e potes pós- consumo em estabelecimentos da cidade de São Paulo, destinando os recipientes para a reciclagem. “Evitamos que esses materiais, 100% recicláveis, vão para o lixo, aterros ou para o mercado de falsificação”, explica Wag-ner Sabatini, chefe de desenvolvimento e reci-clagem da Verallia. Segundo o executivo, seis restaurantes já participam do projeto. Outros dezesseis solicitaram adesão. A coleta, rea-lizada pela GMS Entulhos, é feita duas vezes por semana. Depois de recolhidas, as embala-gens são compradas pela Verallia, quebradas e utilizadas na produção de novas garrafas de vidro, esterilizadas e prontas para envase. A campanha tem apoio da Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro (Abividro). Informações: (11) 97584-0009 ou [email protected].

MENU

novidade promete aprimorar e baratear o transporte de bananas

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12 | Setembro 2012

PainelmovimentaÇÃo no mUnDo Das emBalaGens e Das marcas

Óleo da Fuchs: cânula telescópica facilita o uso

fechamentos

reposição mais práticaA alemã Fuchs Petrolub adotou um reci-piente inovador para sua linha Titan de óleos automotivos. O frasco incorpora um fechamento plástico com mecanismo te-lescópico, destinado a facilitar o despejo e a dosagem do produto nos motores de automóveis. Fornecido pela Bericap, mul-

tinacional alemã presente no Brasil, o acessório apresenta

bandas antiviolação na base, dotada de rosca compatível com gargalos de diâmetro 39 milíme-tros, e na sobretampa ligada à cânula telescópica. Uma versão

no diâmetro 38 milímetros, mais difundido entre frascos

de lubrificantes, é pro-metida para breve.

Gente

Do vidro para multipacksEspecializada em embalagens para múltiplas unidades de pro-dutos (multipacks), a ITW Hi--Cone Brasil tem novo gerente--geral. É João Eder, egresso da diretoria de marketing e vendas da fabricante de embalagens de

vidro Owens-Illinois do Brasil. Antes, o executivo ocupou car-gos de gerente de produtos e vendas na Air Liquide e na área de desenvolvimento de produtos e engenharia na Philips Compo-nents do Brasil.

DesiGn

mais duas agências unidasNome forte em design de embalagens, a Pan-de uniu-se ao Stetik Group, holding de comu-nicação que compreende empresas de propa-ganda, vídeo, arquitetura de varejo e design. Como resultado, assume as demandas de design dos escritórios Nono Brands e Sart Dreamaker, que deixam de existir. No final de 2011, a Pande já havia se fundido com a Haus

Design, para ampliar a oferta de serviços es-tratégicos de branding. Segundo Fernando Faria, sócio-proprietário da Pande, o objetivo das uniões é construir uma plataforma para explorar melhor oportunidades deflagradas pela expansão da economia brasileira e de sua maior importância perante o mercado internacional.

cartonaDas assÉPticas

caixinhas com visual de primeiraHub Brasil, Monstro e Sempre Comunicação foram destaques da edição deste ano do Pro-grama Tetra Pak de Qualidade Gráfica. As agências faturaram, respectivamente, as catego-rias Ouro, Criatividade e Revelação do concurso, criado pela Tetra Pak brasileira como forma de aprimorar o desenvolvimento de artes para suas embalagens. Outros cinco escritórios receberam prêmios nas categorias Prata e Bronze (ver lista). Além do troféu, as empresas premiadas ainda receberam o selo “Qualidade Gráfica”, criado para valorizar as agências e profissionais e indicar aos seus clientes a excelência de seus trabalhos.

Prata Agência: AMP Propaganda Produto: Bebida Mista de Soja e Maçã MariSoy (Mariza Águas Minerais)   Prata Agência: TR3S (leia-se: três) Produto: Leite UHT Integral Jussara (Laticínios Jussara)

 

Bronze Agência: Black Ninja Comunicação Produto: Leite UHT Integral Sabe (SABE Alimentos)   Bronze Agência: Narita Design Produto: Molho Pronto Peneirado Pomarola Mais (Cargill)   Bronze Agência: PA Publicidade Produto: Chá Branco de Baixa Caloria Taeq (Grupo Pão de Açúcar)

Prêmio criatividade gráfica Agência: Monstro Produto: Suco de Laranja Gourmet Fast Fruit (Globalbev)

Prêmio revelação Agência: Sempre Comunicação Produto: Leite UHT Integral Damare (Laticínios Rezende)

ouro Agência: Hub Brasil Produto: Leite UHT

Integral Itambé (Itambé)

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14 | Setembro 2012

viDro

Uma garrafa para 228 litros de uísqueO scotch The Famous Grouse entrou para o Guinness Book, o livro dos recordes, como usu-ário da maior garrafa de uísque já produzida no mundo. A marca, pertencente ao Edrington Group, realizou um evento em agosto, na Escó-cia, para preencher uma embalagem de vidro de 228 litros. Até então, a maior garrafa de uísque já produzida havia sido uma de 184 litros, para o bourbon Jack Daniel’s. Fabricado na Repúbli-ca Tcheca, pela vidraria Bomma, o recipiente do The Famous Grouse será levado para um tour mundial, que inclui paradas no Brasil em ou-tubro próximo, em São Paulo e Recife. Depois, ficará em exposição em Perthshire, na Escócia.

emb.bz/157uisque

PainelmovimentaÇÃo no mUnDo Das emBalaGens e Das marcas

números

A Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) divulgou balanço do primeiro semestre de 2012, elaborado pela consultoria Websetorial. Eis alguns resultados da análise:

0,6%Caiu a produção da indústria gráfica nacional

2,6%Foi o decréscimo da produção de jornais

0,4%Foi a redução da produção de livros

2,3%Cresceu o aumento da impressão de embalagens em geral

3,2%Foi a expansão da produção de embalagens impressas de papel ou papelão

FontE: abigRaF/WEbSEtoRial | agoSto 2012

Plásticos

Paraná ganha escola do PlásticoUma parceria entre o Senai e o Sindicato da Indústria de Material Plástico no Estado do Paraná (Simpep) resultou na inauguração, em agosto, de uma Escola do Plástico. Situ-ado em São José dos Pinhais (PR), o empre-endimento oferecerá cursos de qualificação e aprendizagem, visando aplacar a carência de mão de obra especializada enfrentada

pelo setor de transformação de plásticos no território paranaense. “A Escola vai bene-ficiar todas as pessoas que buscam se apri-morar ou que querem ingressar numa nova profissão”, diz a presidente do Simpep, De-nise Dybas Dias. Informações podem ser obtidas pelo fone (41) 3299-6200 ou pelo e-mail [email protected].

Gente

farma sob nova direçãoA SGD Brasil, fabricante de em-balagens de vidro para medica-mentos, perfumes e cosméti-cos, tem novo diretor comercial para a área farmacêutica: Pau-lo de Castro Reis. O profissio-nal atua há mais de dez anos na indústria de embalagens,

tendo passagens pelas áreas de marketing e relações insti-tucionais da Védat e da Gerre-sheimer. Castro Reis é também conselheiro e coordenador do Comitê de Comércio Exterior da Associação Brasileira da Em-balagem (Abre).

À esquerda, a garrafa em fase de produção. Acima, instantâneo evento para a entrega do certificado do Guinness Book

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informe publicitário

Tradbor Stand-up PouchesÚnica empresa brasileira 100% especializada em embalagens stand-up pouches e equipamentos automáticos de envase para SUPs pré-formados.

(11) 3739-4909 • [email protected]

Dow BrasilA Dow alia a força da ciência e da tecnologia ao talento do Elemento Humano para inovar com paixão em produtos que são essenciais ao dia a dia das pessoas.

(11) 5184-8722 • [email protected]

Patrocínio

O Brasil já conta com o que há de mais avançado em termos de tecnologia de envase de stand-up pouches (SUP) pré-for-mados. Trata-se dos equipamentos da sul--coreana Leepack, empresa que desde 1946 se dedica exclusivamente a essa tecnologia.

Esse foco a coloca entre os três principais players no mercado global, com mais de 2500 equipamentos instalados em cerca de 35 paises, e a liderança nesse tipo de tecno-logia nos Estados Unidos.

As máquinas trabalham com velocidade entre 30 e 180 envases por minuto, e são distribuídas no Brasil pela Tradbor, empresa especialista em SUP.

Buscar exemplos no exterior pode criar atalhos em desenvolvimentos locais, desde que se vá além da cópia

tecnologia de ponta à mão

acelere seu desenvolvimento

não copie. aprenda.

O Brasil, muitos dizem, não deixa nada a dever em termos de embalagem ao que se produz nos países mais ricos. Isso é uma verdade parcial. Se por um lado dispomos de acesso ao que de mais avançado existe em termos de tecnologia, por outro temos a ten-dência de levar o corte de custos às últimas consequências, o que faz com que nossas gôndolas sejam ocupadas por muitas embalagens com qualidade inferior às encontradas no exterior.

Por isso, olhar para outros merca-dos à procura de soluções de embala-gens é um exercício salutar, por permi-tir que um desenvolvimento não saia “do zero”. Mas para que essa estratégia renda frutos, é preciso ir além da sim-ples cópia. É necessário que se extraia

conhecimento, investigando a tecnolo-gia empregada, os equipamentos e os materiais utilizados na embalagem.

Em suma, há que se aprender com quem faz bem feito, a fim de que se possa encurtar o caminho para colocar embalagens vencedoras no mercado. E isso precisa ser realizado em conjunto com fornecedores que conhecem o mercado e detêm tecnologia de ponta.

No caso dos stand-up pouches, Japão e Europa Ocidental são ótimas fontes para se inspirar, com a tran-quilidade de que há, no Brasil, todo o amparo e toda a tecnologia para – com os parceiros, insumos e equipamentos corretos – produzir embalagens adap-tadas ao mercado nacional, mas com qualidade equivalente.

Supermercado japonês: boa fonte de informações para desenvolvimentos em stand-up pouches

Com presença global em 160 países, a Dow vem cada vez mais trabalhando em sinergia em seus Centros Desenvolvimento de Aplicações de Filmes ao redor do mun-do para levar aos seus clientes o que há de mais inovador em termos de embalagem. Quando o assunto é Stand Up Pouch, a Dow Brasil torna-se referência em pesquisa e desenvolvimento. Aqui foi criado o Stand Up Pouch 100% Polietileno (PE), possibili-tando o crescimento das embalagens SUP.Para atingir os melhores resultados na con-fecção desse tipo de embalagem, a Dow indica dentro de seu amplo portfólio, as marcas AFFINITY™, ELITE™ e DOWLEX™, por promoverem um balanço de propriedades que garantem integrida-de, competitividade e diferenciação.

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16 | Setembro 2012

rASTreABILIDADe

adoção antecipadaenquanto lei não sai do papel, laboratórios começam a utilizar códigos Datamatrix em parceria com hospitais

Deveria virar realidade neste ano a lei que garante a restrea-bilidade de medicamentos. O projeto que originou o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM) foi aprovado em 2009, com prazo para regulamentação determinado para três anos. A norma confere a cada remédio um identificador único, o chamado RG do medicamento. Essa seria a forma de garantir a origem do remédio. Estima-tivas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) indicam que entre 2008 e 2009 – últimos dados disponí-veis – foram apreendidas mais de 300 toneladas de remédios sem registro na agência. Embalagens – cartuchos e frascos – e formatos e cores dos compri-midos são copiados pelos piratas.

A Anvisa determinou que o sistema de restreamento a ser adotado é o Data-matrix, um código bidimensional (2D) capaz de armazenar grande variedade de dados, como caracteres numéricos, alfabéticos, códigos de controle conten-do uma grande quantidade de carac-teres (veja quadro ao lado). O código deverá conter o número de registro da

droga, lote, validade e um identificador único do medicamento. De acordo com a Agência, os detalhes sobre o siste-ma de identificação estão sendo fecha-dos. A indústria farmacêutica aguarda a regulamentação da lei para poder inserir os códigos de rastreamento nas embalagens secundárias, os cartuchos dos remédios, que só podem passar por alterações com autorização da agência.

Até o fechamento desta edição, a Anvisa estava em greve – que já passava de um mês – e não estipulava nenhum prazo para tirar a lei do papel. Enquan-to a Anvisa não publica as normas, algumas indústrias já estão adotando os códigos Datamatrix nas embalagens primárias – frascos e ampolas – de medicamentos utilizados por hospi-tais. É o caso dos laboratórios Eurofar-ma, Isofarma, B. Braun, Baxter e ABL. “Isso garante para os hospitais a ras-treabilidade dos medicamentos desde a origem, reduzindo a possibilidade de erros”, explica Ana Paula Maniero, assessora de soluções da GS1 Brasil – Associação Brasileira de Automação, responsável pelo gerenciamento e pela

Alguns hospitais já utilizam o Datamatrix para rastrear medicamentos

FOT

OS:

DIV

uLG

ãO

o código Datamatrix

O Datamatrix é um código bidimensional (2D) com-posto por pequenos quadrados brancos ou pretos (“células”). Ele permite codificar informações em um espaço muito menor do que as simbologias lineares, como os códigos de barras. No padrão aprovado pelo GS1 Brasil (Associação Brasileira de Automação), um código contendo identificação do produto, lote e validade ocupa área inferior a 1 centímetro quadrado. A possibilidade de aplicação em áreas reduzidas pode ser uma solução para a área da saúde, principalmente para identificação de medicamentos de dose unitária, além de controle e identificação de cartuchos.A simbologia Datamatrix permite inserir mais de 100 tipos de informações padronizadas, como número de série, data de produção, validade, peso e volume.O Datamatrix pode ser gravado a laser, o que é uma vantagem para a área de saúde, já que não utiliza nenhum solvente ou tinta, reduzindo possíveis pro-blemas de contaminação em áreas controladas.

padronização dos códigos Datamatrix no país. Os hospitais que já estão aptos a ler os códigos Datamatrix são Albert Einstein, Oswaldo Cruz, Pro-Matre e Santa Joana, de São Paulo, e Moinho de Vento, de Porto Alegre.

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18 | Setembro 2012

QuíMICOS

Uma lata, dois diâmetrosDesengripante adota embalagem aerossol com formato diferenciado

Dona De extenso leque de soluções em ferramentas, produtos químicos, peças de fixação e equipamentos de proteção individual, a Würth lançou no Brasil mais uma opção do Rost Off – desengripante em aerossol para parafusos, porcas e compo-nentes metálicos em geral. Antes disponí-vel somente em versão de 300 mililitros, o produto passa a ser também oferecido em embalagem de 600 mililitros. Mais que pelo volume maior, a nova apresentação chama atenção pelo formato: é uma lata de aço expandida, ou seja, com formato que foge ao convencional cilíndrico.

A embalagem exibe base no diâmetro 65 milímetros e “emagrece” pouco antes de chegar ao terço final de sua altura, for-mando uma região superior no diâmetro 57 milímetros. A área mais estreita visa facili-tar o manuseio do produto pelos usuários.

a nova emBalaGem da Würth é uma invenção da Brasilata. A fornecedo-ra adquiriu, por valor não revelado, um

equipamento de expansão de latas de aço fabricado pela Máquinas Moreno, de Várzea Paulista (SP). O aparelho, chamado Stretch Machine Flex, efetua formatos especiais a partir de um processo mecânico, realizado por mandris. É capaz de produzir até 150 latas por minuto e permite trocas rápidas de trabalho.

Patenteado pela metalgráfica, o novo formato está disponível em três alturas: 25 centímetros (a adotada pela Würth), 18 cen-tímetros e 16 centímetros – esta com região estreita reduzida (ver imagem). Segundo a Brasilata, o shape incomum garante ima-gem de inovação a custo competitivo. “O modelo do Rost Off não tem preço superior ao do aerossol convencional no diâmetro 65 milímetros, em decorrência do menor consumo de folha de aço no corpo e do menor domo”, exemplifica Antonio Carlos Teixeira Álvares, CEO da Brasilata. Outro atrativo sob a óptica financeira, de acordo com o executivo, seria o uso de sobretampa plástica no padrão 57 milímetros.

em 25 anos, 1 milhão de ideias

Programa de inovação interna criado pela Brasilata, o Projeto Simplificação completou em agosto 25 anos, alcançando a marca de 1 milhão de ideias apresentadas pelos colabora-dores da empresa. A milionésima proposta, para aprimorar a paletização de latas de tintas, foi concebida por seis funcionários da unidade de Rio Verde (GO) – a empresa tem ainda plantas industriais em São Paulo, Estrela (RS) e Recife.Inicialmente fundamentado no recolhimento de sugestões depositadas em urnas nas fábricas da empresa, o Projeto Simplificação é hoje gerido por um sistema on-line. Em 2011, a iniciativa registrou 137 223 ideias de seus “inventores”, como são formalmente considerados os fun-cionários da empresa. O resultado equivaleu, no período, à média de 150 ideias por funcionário.

LATA

Brasilata(11) 3871-8500www.brasilata.com.br EQuiPaMEnto DE EXPanSÃo

Moreno(11) 4606-8500www.maquinasmoreno.com.br

Região superior de menor diâmetro procura facilitar o manuseio da

lata pelo usuário. Brasilata oferece

o desenho em três tamanhos (à dir.)

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rePOrTAGeM De CAPA

menores,

maiores –e na meDiDa certaConcorrência acirrada, mudanças de hábitos e transformações do varejo impulsionam ofertas de produtos em variadas dimensões. Para o consumidor, o quadro é benéfico. Para as empresas, é um grande desafioPOR GUILHERME KAMIO

Pote com 900 gramas e sachê com 120 gramas ampliam opções do tira-manchas Vanish,

lançado em pote de 450 gramas. Há também versão de 2,5 quilos, não mostrada aqui

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Setembro 2012 | 21

Por QUase Uma década, desde sua estreia no Brasil, em 2001, o Vanish foi vendido somente em potes de 450 gramas. Hoje, não mais. Nos últimos meses, o tira-manchas ganhou opções de 120 gramas, 900 gramas e até de 2,5 quilos. A primeira é dedicada a pessoas que moram sozinhas ou com dinheiro curto. A segunda visa a lares médios, que costumam utilizar o produto com frequência. A terceira, por seu turno, é especialmente posicionada para donas de casa de famílias numerosas e para lavanderias, que valorizam rendimento e benefícios de custo. Gerente nacional de trade marketing da Reckitt Benckiser, dona da marca, Eduardo Bogado explica a ampliação de oferta. “Temos diversos tipos de shoppers, com demandas dis-tintas. Precisamos estar aptos a atender cada um deles.”

De dois anos para cá, diversos pro-dutos da Reckitt Benckiser receberam tratamento similar. O multiuso Veja, tradicionalmente oferecido em frasco de 500 mililitros, passou a ser vendido também em frasco de 750 mililitros. Outro campeão de vendas da empresa, o Veja Limpeza Pesada, encontrado por muito tempo apenas em frasco de meio litro, foi aquinhoado com versões de 1 litro e de 4 litros. A Reckitt não está

sozinha nessa estratégia de diversifi-cação. O movimento se fortalece entre companhias do mesmo mercado e nas mais variadas categorias de bens não- duráveis. Comercializados durante muito tempo em um ou no máximo dois padrões de volume, alimentos, bebidas, itens de higiene pessoal, cosméticos e outros produtos têm chegado às gôn-dolas em novos calibres, maiores ou menores.

Essa lógica de vender sob medida, de modo a garantir a diferentes perfis de consumidores mercadorias em volumes adequados, não além e nem aquém de suas necessidades, tem levado a uma proliferação de tamanhos diferentes de embalagens como jamais se viu no vare-jo de autosserviço brasileiro. A mono-tonia ficou para trás. Produtos esticam e encolhem de tamanho, sem preju-ízo do formato original, para agradar ao maior número possível de clientes. “Notamos uma tendência de atendi-mento universal”, observa o economista Ricardo Pastore, coordenador do Núcleo de Estudos do Varejo da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). “É algo já visto há muito tempo em outros países e que se intensifica no Brasil graças a mudanças de hábitos do con-sumidor, à exasperação da concorrência

Veja, por muito disponível somente em frascos de meio litro, recebeu

versão de 750 mililitros

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entre indústrias e a transformações na distribuição.”

Produtos maiores, que apelam ao “leve mais por menos”, não são propria-mente uma novidade. A tática ganhou enorme prestígio durante os tempos de hiperinflação, quando brasileiros faziam compras do mês e abarrotavam despensas para evitar a desvalorização do poder aquisitivo. Não é segredo que, com o controle da inflação, assegurado pelo Plano Real, essa prática tem per-dido força para as compras pequenas e mais frequentes. Hipermercados, habi-tats naturais das embalagens tamanho- família, são crescentemente preteridos por lojas de vizinhança, que exigem menores deslocamentos. Em declara-ção recente dada à revista Consumidor Moderno, o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda, admitiu existir pouco espaço para aquele modelo de loja no Brasil de hoje. “O consumidor dá prefe-rência ao comércio menor e mais perto de casa”, afirmou.

aPesar Dessa mUDanÇa na forma de comprar, o lançamento de embalagens com doses abundantes segue em alta. Pondera Iorley Lisboa, gerente de pesquisa e desenvolvimento de embalagens do Walmart: “Não obs-tante o declínio, o formato hipermerca-do ainda é apreciado por muitos consu-

higiene em doses mínimas

Em entrevista concedida recente-mente ao jornal Financial Times, Jan Zijderveld, responsável pelos negócios da Unilever na Europa, afirmou que a empresa pretende lançar produtos em em-balagens menores para enfrentar a recessão no Velho Continente. “Se um consumidor na Es-panha só gasta 17 euros quando vai às compras, não posso continuar a vender-lhe detergente que custa metade do seu orçamento”, decla-rou o executivo. Uma estratégia que deverá ser difundida na Europa, segundo

Zijderveld, é a venda de xampus e outros produtos de higiene pessoal e de limpeza em doses individuais, acondicionadas em sachês. É o que a

Unilever já faz há pelo menos uma década em países asiáticos, numa estratégia seguida por outras empresas. Re-centemente, a L’Oréal introduziu na Índia xampus Garnier em sachês de 5 mililitros. Os produtos são vendi-dos por 1,50 rúpia – o equivalente a módicos 5 centavos de real.

na Índia, xampu em sachê custa o mesmo que R$ 0,05

midores, principalmente no Nordeste. Desse modo, continuará sendo uma oportunidade para produtos grandes. Além disso, o tamanho-família faz sen-tido para o cash & carry”. Este modelo, conhecido também como “atacarejo” – e que poderia ser resumido como um atacado que também vende no varejo, tendo preço baixo como alicerce –, caiu no gosto do brasileiro. Segundo dados da Abras, 60% das vendas desse forma-to são voltados para o provimento de domicílios.

Com a marca própria Compre Bem, o Walmart tem criado produtos avanta-jados, como detergentes para louças em frascos de 1 litro – o dobro do volume normalmente oferecido no varejo. São produtos escoados pelo Maxxi Atacado, bandeira de atacarejo da rede, e tam-bém pelos hipermercados Hiper Bom-preço, no Nordeste, e cada vez mais nos supermercados do grupo. “Esse conceito

Walmart e Bombril apostam em detergente de 1 litro, o dobro do volume típico oferecido no varejo

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tem feito muito sucesso”, garante Iorley. No caso específico do lava-louças de 1 litro, a estratégia é compartilhada por uma marca notória: Limpol, da Bom-bril. “Distribuidores têm solicitado esse tipo de embalagem para diversas catego-rias”, comenta Marcos Scaldelai, diretor comercial, de marketing e de P&D da empresa.

De três anos para cá, a Bombril introduziu no mercado uma série de variantes maiores para seus produtos. Os desinfetantes Lysoform e Kalipto, o amaciante Mon Bijou e o sabonete líqui-do Dash, por exemplo, ganharam frascos de 5 litros. O lava-roupas líquido Tanto recebeu versão em frasco de 2 litros. O alvejante Vantage pode ser encontrado em recipiente de 1,5 litro. São emba-lagens projetadas para o cash & carry e para distribuidores que atendem o mercado profissional (estabelecimentos comerciais), não para o varejo da dona de casa. “Mas, para quem tem família grande, existe um claro benefício de custo”, assinala Scaldelai. O executivo acrescenta que há um movimento dos varejistas para a colocação desses produ-tos nos hipermercados.

No sentido oposto, de diminuição

das porções oferecidas e de adoção de embalagens menores, drivers impor-tantes são o atendimento do crescente público single (pessoas que moram sozi-nhas), possibilitar o consumo em trân-sito (on-the-go), facilitar o transporte de produtos em viagens. Mas um fator que concorre significativamente para sua ascensão é o interesse em alavan-car negócios junto aos consumidores de baixa renda. A teoria poderia ser resumi-da assim: produtos menores, dependen-tes de desembolso menor, fazem sen-tido para pessoas que em grande parte recebem por dia ou empreitada. Seriam, portanto, itens capazes de aumentar o alcance de marcas fortes nas disputas com os produtos populares, sem apelo de marca.

Uma das que apostam nessa estra-tégia é a Nestlé. Numa manifestação de um programa chamado Produtos de Posicionamento Popular (PPP), a empresa tem criado apresentações enxu-tas para vender produtos para a classe C. Para ficar num só exemplo, a caixa de bombons Especialidades, classicamente oferecida com 400 gramas, passou a ser vendida com metade da quantidade nas Regiões Norte e Nordeste. Opções desse

no nordeste, nestlé oferece mix de

bombons em caixa com metade do

volume usual

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gênero começam a ser levadas a outras praças brasileiras, de olho não só na baixa renda, mas também na crescen-te legião de consumidores endividados. Por meio de sua assessoria de imprensa, a multinacional suíça informa que essas iniciativas serão até mesmo adotadas globalmente. “O objetivo é combater o cenário de desaceleração da econo-mia mundial”, declarou a Nestlé. Outras multinacionais começam a tomar deci-sões semelhantes (ver quadro).

Perfiladas à Reckitt Benckiser, abor-dada no início da reportagem, mais e mais fabricantes de bens de alto giro procuram, ao mesmo tempo, subir e bai-xar volumes de produtos ante o cenário de disputas renhidas e de maior exigên-cia do consumidor. No Nordeste, o Wal-mart vende arroz de marca própria em pacote de meio quilo, metade do menor tamanho oferecido no restante do País. A Nestlé é adepta de pacotões econômi-cos para produtos como o achocolatado Nescau, o leite em pó Molico e o cereal Mucilon. A Bombril, por sua vez, oferece uma versão de dose única (80 mililitros) do amaciante Mon Bijou, fortemente associado a frascos de 2 litros.

Para os consUmiDores, a onda de diversificação é teoricamente benéfica. Para as fabricantes dos pro-dutos, porém, ela é obviamente mais onerosa, demandando mais trabalho em processos de compras, logística, marke-ting e, claro, acondicionamento. Do lado da indústria do packaging, favorece

as indústrias a crescente flexibilização das máquinas, que possibilitam o tra-balho com mais de um tamanho de embalagem.

É o caso dos equipamentos para o trabalho com embalagens cartonadas assépticas. Eles estão progressivamen-te mais aptos a envasar caixinhas de diferentes dimensões e volumes. Gra-ças a essa versatilidade, a Unilever, por exemplo, pôde comercializar as bebidas à base de soja AdeS em caixinhas de 200 mililitros, 1 litro e, desde 2010, 1,5 litro. A tecnologia é da Tetra Pak. “Os produtos são vendidos em todos os mercados e hipermercados, sem distin-ção de localidade”, informa Livia Marcka, coordenadora da marca AdeS na Unilever. “O objetivo é proporcionar diferentes opções ao consumidor.”

No tocante ao uso de embala-gens plásticas rígidas, entretanto, con-vém ter indicativos sólidos de demanda e pesquisas em geral para embasar os lançamentos. Ocorre que é alto o custo de moldes para a confecção de novos recipientes. “Dependendo da catego-ria, o investimento pode não se pagar”, observa Marcos Scaldelai, da Bombril. É também provável que as embalagens fiquem relativamente mais caras. Do balcão da Logoplaste, grande produto-ra de frascos, o diretor de P&D Paulo Correia explica por quê. “A produção de embalagens fora dos padrões standard normalmente obriga o transformador a adquirir equipamentos específicos.

tem de caber na gôndola

Oferecer produtos em embalagens menores ou maiores também impõe desafios quanto à exposição nos pontos de venda. Compreensivelmente, o varejo de autosserviço é pensado e formatado de acordo com dimensões de produ-tos mais ou menos padronizadas, há décadas em vigor. Isso pode ocasionar, por exemplo, embalagens tamanho-família espremidas entre gôndolas, exibidas de maneira precária – o que não é raro encontrar nos supermercados. Além de negociações com o trade, para ajustes de altura das prateleiras, a criatividade pode ajudar a contornar esse tipo de problema. Para ficar numa só amostra, a Kellogg achou uma solução versátil. Os cartuchos de papel cartão de seus cereais matinais family size têm duas faces, com dois tipos de arranjo gráfico. Quando não há vão livre para os produ-tos serem exibidos na vertical (modo clássico), é possível dispô-los na horizontal. Não há prejuízo de imagem.

Bombril acaba de lançar amaciante em dose

única, de 80 mililitros

Pacotões podem ficar espremidos em gôndolas (à esq.). Abaixo, solução encontrada pela Kellogg

Versatilidade de equipamentos para

cartonadas assépticas garante oferta variada

da linha adeS

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Mesmo quando não há necessidade de aquisição de maquinário, o mesmo equipamento industrial produz tipica-mente menos embalagens, ou seja, o investimento na máquina pelo milheiro produzido é maior.”

Não obstante os engessamentos para a viabilização de embalagens de volumetria diferenciada venham sendo superados em todas as áreas, diversas empresas têm recorrido a embalagens plásticas flexíveis, de desenvolvimento menos complexo e em regra menos cus-toso, para a criação de novas opções de produtos – principalmente de conteúdo pequeno. “Nesses casos, porém, existe o desafio de baixa familiaridade do públi-co com o tipo da embalagem”, encaixa Iorley Lisboa, do Walmart.

Outro aspecto que não deve passar em brancas nuvens é o fato de que fra-cionar produtos e utilizar embalagens menores significa aumento de consumo de matéria-prima – o que pode ainda ser apontado, mesmo que em caráter discu-tível, como algo contrário à preocupação com sustentabilidade. “Normalmente uma embalagem de PET para 1,5 litro de água pesa 28 gramas, o que resulta numa relação de 18,6 gramas por litro. Já uma

embalagem de PET para 5 litros de água pesa aproximadamente 72,5 gramas, o que dá uma relação de 14,5 gramas por litro”, ilustra Paulo Correia. “As empre-sas não podem se esquecer de que, ao adotar embalagens maiores, terão de arcar com mais materiais.”

É um contexto mais complicado? Com certeza. Mas a dificuldade tende a ser recompensada com proventos. Muitos consideram a proliferação de variados tamanhos de produtos um ingrediente importante no crescimen-to robusto das vendas no Brasil nos últimos anos. Em 2011, o faturamen-to do varejo de autosserviço totalizou 224,3 bilhões de reais – uma evolução de expressivos 11,3% em relação ao ano anterior. Os profissionais ouvidos pela reportagem não têm dúvida em afirmar que diversificar apresentações é uma arma de grande potencial. Mas deve ser administrada criteriosamente, seja para aumentos ou diminuições de produtos. A moral da história é que o arsenal das empresas pode comportar de estilingues a canhões, desde que tenham preci-são. Atirar a esmo para todos os lados, porém, pode revelar-se um verdadeiro tiro no pé.

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eNTreVISTA

“É parte da experiência” Para a líder mundial em alimentação rápida, o packaging é vital para o sucesso. ana Beatriz BorGhi, gerente regional de desenvolvimento de embalagens do mcDonald’s, fala dessa importância e das metas que a empresa tem para o Brasil

o ano De 2012 representa dois aniversários para a número 1 mun-dial em serviço rápido de alimentação, o McDonald’s. Faz setenta e cinco anos que os irmãos Dick e Mac McDonald abriram, na Califórnia, uma venda de cachorro-quente embrionária da atual companhia. E completam-se quarenta e cinco anos de uma grande virada para a rede, marcada pelo início da interna-cionalização, a princípio pelo Canadá, e pelo lançamento do Big Mac, sanduíche que se tornaria a maior estrela de seu cardápio. No Brasil, onde atua desde 1979, o McDonald’s é um sucesso. Seus mais de 600 restaurantes atendem um total de 1,5 milhão de pessoas por dia. A operação é uma voraz consumidora de embalagens. Mas estas não são tra-tadas meramente como insumos, e sim como elementos críticos para o negó-cio. “São ícones, parte da experiência de consumo”, sintetiza a brasileira Ana Beatriz Borghi, gerente de desenvolvi-mento de embalagens da Arcos Dou-rados – empresa sediada na Argentina que detém os direitos de exploração da marca McDonald’s na América Latina. Com passagens pelos departamentos de packaging da Cadbury Adams, da Boehringer Ingelheim e da Nestlé, a exe-cutiva compartilha nesta entrevista as práticas de acondicionamento da maior expoente do negócio de fast food.

Supõe-se que as vendas do McDo- nald’s se fundamentem sobretudo na qualidade dos produtos, no atendi-mento aos clientes e em investimen-tos em divulgação e marketing. Qual a importância das embalagens no desempenho da rede?A embalagem McDonald’s faz parte da experiência do consumidor. Ela contri-bui para uma boa percepção e mantém a qualidade do produto servido, além de ser um ícone da marca e referência no mer-cado de restaurantes de serviço rápido.

Quais são as atribuições do departa-mento de embalagens do McDonald’s no Brasil? Como ele está estruturado? A Arcos Dourados possui estrutura pró-pria de desenvolvimento de embalagens e relacionamento com fornecedores. Ela é composta por um gerente regio-

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Sempre foi possível desenvolver as soluções no Brasil. Às vezes podemos nos deparar com poucas alternativas

de fornecimento. Mas hoje não há dificuldade

nal que conta com o apoio de Supply Chain de Embalagens em cada país. Existem padrões mundiais de utilização de embalagens que devem ser manti-dos, sobretudo para produtos “core”. No entanto, temos liberdade de implantar inovações e melhorias de acordo com a disponibilidade e necessidade de cada mercado. E há padrões estabelecidos de identidade de marca, tanto estruturais quanto gráficos. Os padrões gráficos são rígidos, mas podem sofrer alterações mínimas quando necessárias por ques-tões de idioma ou legislação específica. Em termos estruturais pode existir uma variação por questão de disponibilidade de matéria-prima, tecnologia ou práti-cas específicas de cada mercado.

É possível dar um ou mais exemplos de peculiaridades das embalagens brasileiras em termos gráficos?As embalagens do Brasil, por exemplo, têm particularidades gráficas como a impressão da tabela nutricional e do selo

FSC (Forest Stewardship Council, entida-de que atesta boas práticas socioambien-tais no manejo de recursos florestais).

Existem carências do mercado local que impeçam a rede de seguir os mesmos procedimentos de packa-ging adotados em outros países? Sempre foi possível desenvolver as soluções no Brasil. Às vezes podemos nos deparar com poucas alternativas de fornecimento para um determina-do tipo de produto, como foi o caso de copos de papel até pouco tempo atrás. A demanda por esse tipo de embalagem cresceu e consequentemen-te houve um aumento na oferta e na diversificação das fontes de abasteci-mento. Hoje, não há mais dificuldade.

Como ocorre normalmente o desen-volvimento de uma embalagem na operação brasileira do McDonald’s? Geralmente é a empresa quem con-voca os fornecedores ou estes têm liberdade para abordá-la e oferecer soluções?Existe um calendário de marketing ali-nhado em toda a região. Com base nas necessidades, são desenvolvidas alterna-tivas de embalagem locais ou regionais para o abastecimento de todos os países da América Latina. Os fornecedores do Sistema McDonald’s têm liberdade e trabalham em parceria para oferecer opções de embalagem seja para melho-rar desempenho, seja para reduzir o uso de materiais, seja para inovação. Como disse anteriormente, existe autonomia

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Temos objetivos agressivos para os próximos anos em termos de redução de uso de matérias-primas e aumento

do uso de materiais renováveis e recicláveis

para adotarmos novas embalagens para produtos que não sejam “core”.

O McDonald’s é frequentemente apontado como um dos maiores usuários de embalagens no mundo. A senhora tem ideia dos volumes de materiais de embalagem consumi-dos pela operação brasileira?Posso dizer que utilizamos no Brasil mais de 250 milhões de embalagens de papel cartão por ano, o que equivale a 6 000 toneladas. Também servimos mais de 150 milhões de copos de poli-papel por ano, o que representa algo em torno de 1 500 toneladas.

Dado o uso intenso de embalagens em sua atividade, o McDonald’s vem se esforçando nos últimos anos para adotar soluções ambiental-mente mais corretas. Que inicia-tivas tomadas no Brasil a senhora destacaria?Dentre as várias iniciativas que foram adotadas buscando soluções ambien-talmente corretas podemos destacar alguns exemplos. Trocamos o envoltó-rio plástico dos guardanapos por envol-tório de papel, eliminando o uso de 250 toneladas de filme de polipropileno biorientado (BOPP) por ano. Houve redução da gramatura das embalagens de sanduíches e batatas, reduzindo o uso de papel cartão em 600 toneladas por ano. Houve ainda a implantação da Coleta Seletiva McDonald’s, ainda como projeto-piloto.

Como funciona esse programa de des-carte seletivo? Quando ele começou? Os primeiros testes começaram em 2007. Hoje, noventa restaurantes na área metropolitana de São Paulo partici-pam desse projeto. O funcionamento é bastante simples. Foram desenvolvidas novas lixeiras que contêm três compar-timentos: um para líquidos, um para resíduos orgânicos e outro para reciclá-veis. Duas logísticas de coleta estão em funcionamento. Os resíduos orgânicos são levados para aterros sanitários apro-vados pelos órgãos responsáveis. Por sua vez, os materiais recicláveis são direcio-nados para duas cooperativas de recicla-gem situadas na Grande São Paulo.

Sabe-se que o McDonald’s implan-tou uma cartilha, chamada Global Packaging Scorecard, para orientar o desenvolvimento de soluções em embalagem mais “verdes” por seus fornecedores. Como funciona essa ferramenta?Por razões estratégicas, prefiro não comentar a questão.

Segundo dados que circulam na internet, quase 80% das embalagens utilizadas pelo McDonald’s seriam atual-mente obtidos de maté-rias-primas renováveis, e aproximadamente 30% delas seriam de materiais reciclados. Existe a inten-ção de aprimorar esses índices?Sim. Neste momento, porém, eu não posso detalhar as metas. Mas posso dizer que temos objetivos agressivos para os próximos anos em termos de redução de uso de matérias-primas e aumento do uso de materiais renováveis e reciclados.

Presumimos que as embalagens de food service, utilizadas nas cozinhas dos restaurantes, sejam também cruciais para a empresa. Houve, nesse sentido, introduções recentes de soluções inovadoras? A operação de nossos restaurantes é crucial. Os times de desenvolvimento de embalagens e de desenvolvimento de novos produtos estão constantemente procurando inovações e melhorias que tornem a operação ainda mais eficaz. Como inovações dessa natureza são consideradas diferenciais competitivos estratégicos, não posso dar muitos deta-lhes. Mas uma iniciativa que gostaria de ressaltar é o uso de guardanapos envelo-pados. É um bom exemplo de iniciativa brasileira. Essa ação eliminou muitos

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“Conchas” de sanduíches: entre as 250 milhões de embalagens

de papel cartão utilizadas anualmente pela marca no País

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gargalos operacionais nos restaurantes, trouxe para o cliente uma evolução em termos sanitários, além de ter reduzi-do o consumo de forma importante. A recente substituição do envelope de BOPP por um de papel foi um aperfei-çoamento. Resultou em economia signi-ficativa e numa prática mais sustentável.

O McDonald’s Brasil enfrenta algu-ma dificuldade de abastecimento nesse campo das embalagens para food service?Nossos parceiros fornecedores de emba-lagens têm nos atendido a contento nestes 33 anos em que estamos no Brasil. Estão sempre investindo em capacidade de produção e novas tecnologias. Não temos do que reclamar.

Guardanapos em envelopes de papel,

e não de plástico: inovação que teria atributos “verdes”

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FeCHAMeNTOS

aposta na aspiralPara agregar valor a vinhos de mesa e pela praticidade, cresce o número de vinícolas brasileiras que utilizam tampas de rosca

POR ANDRÉ CARPINELLI (*)

alÉm De Diferentes tipos de uvas, regiões e terroirs, o universo de apreciação de vinhos é feito de tradições e cerimônias, como a leitura do rótulo, a abertura da rolha e todos os procedimentos de degustação seguidos à risca por muitos amantes da bebida. Em anos mais recentes, no entanto, inovações tecnológicas vêm provocando mudanças nesse ritual – e polêmica entre os entendidos no assunto. Uma das mais acaloradas discussões em nível global tem por eixo a popularização de alternativas às rolhas de cortiça. Com a recente opção de algumas vinícolas brasileiras pelas tampas de rosca para certas linhas de vinho, o assunto vem ganhando contornos tam-bém no mercado nacional.

Hoje, praticamente todas as gran-des vinícolas nacionais possuem pelo menos uma linha de vinhos com tam-pas de rosca, ou screw caps, como são também conhecidas. As razões seriam simples. Conforme o argumento de fornecedores, além de conferir frescor e jovialidade à embalagem, as tampas de rosca são altamente eficientes contra a perda de gás, problema fre-qüente nos frisantes que utilizam rolhas convencionais.

O sistema existe desde 1961, mas só foi adotado comer-cialmente em 1972, e apenas a partir de meados da década passada se tornou tendência em mercados de grande consumo de vinhos, como o australiano, o neozelandês e o britânico. No Brasil, o emprego em vinhos comercializados em larga escala só se viabilizou, de fato, em 2009, quando as vidrarias locais passaram a oferecer garrafas com arremate para tal fechamento. O conceito se adaptou à perfeição aos frisantes de baixa carbonatação. A primeira experiência se deu em 2007, com a família Almadén Sunny Days. À época, a Pernod Ricard, então dona da marca, declarou que, com screw caps, o produto suportaria maior pressão, ficando mais frisante. Além disso, teria maior durabilidade e melhor paladar, pois o gás seria preservado por mais tempo. A mudança não afugentou o consumidor. Um ano após a inovação, a vinícola anunciava a venda de 650 000 garrafas do produto, número considerável para os padrões nacionais.

Em 2009, a vinícola Miolo adquiriu Almadén. A marca e os rótulos de todos os vinhos com a chancela foram remodelados, e os varietais ganharam também vedação com tampa de rosca. “Atualmente, apenas o Tannat Vinhas Velhas e os espumantes usam rolha de cortiça”, situa o enólogo da Miolo Wine Group, Gilberto Simonaggio. Quase um ano depois, outra grande viní-cola brasileira, a Salton, colocou no mercado o Lunae. Tam-bém frisante, o vinho foi lançado já incorporando as tampas de rosca. Para ambos os fabricantes, além de altamente eficientes contra a perda de gás, problema típico dos frisantes que utili-

Frisantes, como o Sunny Days e o

Lunae, foram os primeiros vinhos

com screw cap no mercado nacional

Almadén: marca da Miolo foi precursora no uso de tampas de rosca para vinhos varietais nacionais produzidos em alta escala

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zam rolhas comuns, o fechamento ajuda a conferir frescor e jovialidade à embalagem – atributos que se confundem com as próprias características da bebida. De 2010 em diante, vinícolas como Aurora e Famiglia Zanlorenzi renderam-se ao formato, primeiramente com rótulos das linhas Marcus James e Lunar Varietal, respectivamente. Também da Aurora, a marca Saint Germain, de grande penetração no varejo, é oferecida desde 2011 somente em garrafas fechadas a rosca. Mais recentemente, ambas as vinícolas as adotaram para suas linhas mais popula-res, os chamados “vinhos de mesa”.

o novo sistema De aBertUra é geralmente acompanhado por mudanças mais profundas nas embalagens dos produtos. Além da tampa screw cap, os vinhos da linha Campo Largo, da Famiglia Zanlorenzi, por exemplo, são agora comercializados em garrafa tipo bordeaux, o que confere apre-sentação superior no ponto de venda e à mesa. “O vinho de mesa vinha sofrendo ataques de produtos similares de menor valor agregado, e uma das formas encontradas pelas vinícolas para não perder mercado foi reposicioná-lo, aprimorando as embalagens”, opina o gerente comercial da fabricante de tam-pas Guala Closures do Brasil, Silvio Marcellini.

A empresa, de origem italiana, é uma das fabricantes de screw caps em operação no mercado brasileiro, e é responsável pelo fornecimento das tampas utilizadas pela Salton. Embora possua planta no Brasil, as screw caps são produzidas pelas subsidiárias do México e da Argentina, e importadas pela representação brasileira. A Guala comercializa basicamente dois formatos de tampas de rosca no Brasil, as de 30 milímetros x 60 milímetros e as de 30 milímetros x 24 milímetros, com duas opções de vedantes, para vinhos “tranquilos” (sem car-bonatação) e variantes com até três volumes de gás carbônico. Operação semelhante é feita pela Fachin Import & Export, empresa gaúcha representante no Brasil da também italiana Astro Group, que produz tampas para a Miolo. Outra fabri-cante de tampas de rosca também muito presente nos vinhos brasileiros é a chilena Inesa.

Mas não é só no campo das embalagens e dos fechamentos que se têm registrado aperfeiçamentos. Eles ocorrem também na qualidade do vinho nacional, segundo o gerente comer-cial da Guala. De fato, nas palavras do presidente do Grupo Vinícola Famiglia Zanlorenzi, Giorgeo Zanlorenzi, a opção pelas tampas de rosca reflete a preocupação da vinícola em conservar o produto com suas características no momento do envase e depois. “A tampa de rosca não é necessariamente mais barata que a rolha”, explica. “Ela requer um investimento alto em equipamentos, que trará benefícios no futuro. Como nossa linha é a maior da América Latina, o custo para implantar essa tecnologia é grande. No entanto, acreditamos que a relação custo-benefício é bem melhor. A qualidade do produto é pre-servada muito mais facilmente.”

Tampa de rosca visa aprimorar visual dos

vinhos de mesa Campo Largo, da Zanlorenzi

Linhas populares da Aurora recentemente

rumaram em peso para as screw caps

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Setembro 2012 | 35

Nesse aspecto, a Aurora afirma ter encontrado o equilíbrio. De acordo com a gerente de marketing do grupo, Lourdes Conci da Silva, a definição do mix de produtos utilizando a solução, somada à variedade das rolhas que eram utilizadas até então, resultou em custos parecidos aos praticados anterior-mente à implantação da nova tecnologia. Além das famílias Marcus James e Saint Germain, a Aurora passou este ano a ofe-recer uma das versões do tradicional vinho Sangue de Boi e de toda a linha Country Wine com fechamento de rosca. “Entre rolhas médias e a tampa screw cap, os custos são parecidos”, compara a executiva.

Já no caso De vinhos finos, o uso de tampas de rosca tem se dado em caráter experimental. “Geralmente, elas são utilizadas em vinhos de preço mais acessível e menos estruturados, que não precisam de envelhecimento na gar-rafa”, explica o enólogo da Miolo, Gilberto Simonaggio. De acordo com o especialista, o potencial de crescimento dessa modalidade de fechamento é grande no Brasil. “A tendência de aumento é forte, pois nosso uso fica abaixo da média mundial. Ademais, o consumidor moderno está aceitando melhor esse tipo de vedação”, afirma. Simonaggio lembra, entretanto, que a rolha de cortiça conta com maior aceitação junto aos apreciadores da bebida. “A rolha ainda tem um glamour que a rosca não oferece”, diz. “Não é uma questão de

Volpi, da Salton: incursão da rosca

em vinho com perfil mais requintado

qualidade e, sim, das características da bebida. Vinhos com rosca são mais despretensiosos, mais jovens, leves e fáceis de beber em geral.”

De qualquer forma, as screw caps já plantaram cunhas na seara dos vinhos premium. Uma das primeiras iniciativas de vinícolas nacionais nesse sentido é da Salton, que acaba de lançar dois rótulos da linha Volpi com a tecnologia, para as variedades Pinot Noir e Chardonnay. Em ambos os casos, o novo tipo de fechamento implicou em mudanças na garrafa e no rótulo, com boas expectativas na empresa. Tanto é que a Salton planeja reposicionar os demais produtos da linha Volpi até o início de 2013. acondicionados em garrafas com fechamento de rosca.

Por trás da movimentação em torno de sistemas de fecha-mento para vinhos, uma discussão que se sobrepõe à questão da eficácia ou do requinte de rolhas de cortiça, rolhas sintéticas e tampas de rosca é se estas, mais do que se beneficiarem do aumento do consumo da bebida, seriam capazes de estimulá- lo. Considerando que os brasileiros bebem menos de 2 litros de vinho por ano (enquanto os vizinhos argentinos consomem quase quinze vezes mais), a screw cap poderá, se ajudar a estimular o consumo, assumir, mais do que a função de uma simples rosca, o papel de espiral de vendas em ascensão.

(*) Colaborou Paula Mascarenhas

Facchin (54) 3464-7084www.facchin.com.br Guala Closures(11) 4166-2400www.gualaclosures.com inesa+56 (2) 719-0115www.inesa.cl

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36 | Setembro 2012

SuCOS

no campo dos bons vinhosConsumo de suco de uva integral cresce no País e estimula o desenvolvimento de embalagens personalizadas e individuais para diferentes perfis de consumidor

a PreocUPaÇÃo do brasi-leiro com a saúde e o bem-estar, soma-da à disseminação de pesquisas sobre os benefícios do suco de uva, resulta-ram num crescimento exponencial do consumo da bebida nos últimos anos no Brasil. Segundo a União Brasileira de Viticultura (Uvibra), em 2011 foram comercializados 75,8 milhões de litros de suco de uva apenas por produtores do Rio Grande do Sul. O número represen-ta um crescimento de 126% sobre 2006, e de 20% sobre 2010, quando foram ven-didos 62,9 milhões de litros.

É um alívio para as vinícolas, já que o suco vem funcionando como alternativa às praticamente estagnadas vendas de vinho, de cuja matéria-prima básica, a uva, se originam tanto um quanto outro produto. Com o consumo em alta, cresce a tendência de segmentação do mercado, sobretudo do produto integral (sem adição de água, açúcar ou outras substâncias, como conservantes), cujos benefícios à saúde seriam cientifica-mente comprovados. Tal evolução tem se mostrado uma oportunidade para a indústria de embalagens em geral e para as vidrarias em particular.

Nas gôndolas dos supermercados, a tradicional garrafa de 1,5 litro já não é mais soberana. Nos últimos anos, os maiores produtores do País passaram a apostar na comercialização do produto em porções cada vez menores, buscan-do sempre o canal mais adequado para as diferentes situações de consumo. De 200, 295, 300, 500 mililitros ou 1 litro, surgem no varejo recipientes adequados a diferentes necessidades do consumi-

dor, seja para o lanche das crianças ou para evitar desperdícios em casa.

A Vinícola Aurora, uma das maiores fabricantes de sucos de uva e vinhos do País, é uma das que apostam firmemente no crescimento do mercado e na varie-dade de apresentações. “Nossa expecta-tiva para 2012 é de vender 13 milhões de litros de suco, com crescimento de 20% sobre o ano passado”, conta a gerente de marketing da Aurora, Lourdes Conci da Silva. A vinícola possui duas linhas de sucos: os da marca Aurora, que podem ser encontrados nas variedades tinto (em recipientes de 300 mililitros, 500 mililitros, 1 litro e 1,5 litro) e branco (em 500 mililitros e em 1,5 litro), e a marca premium Casa de Bento, comercializada apenas na variedade tinto (embalagens de vidro de 1 litro e de 295 mililitros).

Na mesma linha e também situado entre os grandes produtores de suco de uva integral do País, a vinícola Famiglia Zanlorenzi, do Rio Grande do Sul, tem estratégias específicas para cada um dos públicos do produto. O presidente do grupo, Giorgio Zanlorenzi, detalha o perfil dos consumidores identificados pela empresa: “Um dos nossos maiores objetivos é possuir produtos para qual-quer comportamento de consumo”, ele conta. “O recipiente de 300 mililitros é indicado para o consumo individual. Já o de 500 mililitros pode ser consumido sozinho ou a dois. O de 1 litro cabe certi-nho na porta da geladeira para o consu-mo em família, e o de 1,5 litro é adequa-do para servir em eventos sociais”.

Recentemente a Zanlorenzi refor-mulou as embalagens de sucos de uva da

Aurora utiliza garrafas menores na linha com seu nome e também na marca premium Casa de Bento

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38 | Setembro 2012

marca Campo Largo, em parceria com a Owens-Illinois (O-I). De acordo com a vidraria, o projeto foi inspirado em uma silhueta feminina, com contornos que facilitam o manuseio. A garrafa, para enchimento hot fill e fechamento twist--off, apresenta elementos como cachos de uva em alto relevo no ombro, e o slo-gan “Uva e Nada Mais” em baixo relevo, para ressaltar a pureza do produto. Com o mesmo objetivo, o rótulo traz impres-so o selo de aprovação da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

na oPiniÃo Do presidente do grupo, as mudanças resultaram em efei-tos positivos para a percepção do consu-midor. Além de ajudar no reposiciona-mento da marca Campo Largo, a garrafa, 4% mais leve que a usada anteriormen-te, teria trazido outros benefícios para a empresa. Segundo Giorgio Zanlorenzi, o investimento “teve grande peso para um aumento de 69,6% no volume de vendas, além de contribuir para o forta-lecimento da marca no segmento, para a

linha de garrafas premium, com três tamanhos diferentes (300 mililitros, 500 mililitros e 1 litro).

A crescente opção por garrafas per-sonalizadas parece ser uma tendência consolidada entre as vinícolas que apos-tam em nichos específicos do mercado de sucos de uva integrais. Para atender ao público mais exigente, a vinícola Casa Valduga, de Bento Gonçalves (RS), lan-çou há aproximadamente um ano uma linha de produtos varietais, das uvas Cabernet Sauvignon (rosé) e Moscato (branco), sob a bandeira Casa Madeira, produtora de produtos gourmet tam-bém controlada pela família Valduga. Com apresentação que se assemelha às de vinhos de casta, os produtos contam com garrafas de vidro de 510 mililitros em estilo slim, com tampas screw cap e rótulos que remetem aos usados para identificar marcas de proa. “Futura-mente, os bons sucos serão safrados com o ano de produção das uvas, assim como os melhores vinhos”, acredita João Valduga, enólogo responsável pela ela-boração dos produtos.

owens-illinois(11) 2542-8000www.oidobrasil.com.br

Verallia(51) 2118-0209www.verallia.com.br

abertura de novos canais de venda e para a conquista de novos clientes”.

Embora informe que o merca-do de garrafas com maior capacidade de conteúdo continue majoritário, a Verallia reconhece que a diversificação na demanda é um dos fatores chave quando o assunto é suco de uva integral. Não por acaso, a marca lançou, ainda em 2009, uma linha com quatro tama-nhos diferentes de garrafas standard para atender às vinícolas do Rio Grande do Sul, estado onde estão localizadas as maiores vinícolas do Brasil. “O próprio mercado de sucos fez com que a Verallia desenvolvesse garrafas adequadas a esse segmento”, diz Orlando Luis Cardoso, gerente de marketing e desenvolvimen-to de novos produtos da empresa. “A Verallia já possuía uma linha completa de garrafas para o segmento de sucos integrais”, ele lembra. “Com a evolução desse mercado, tem diversificado a sua linha de produtos buscando atender a todas as categorias.”

Dentre as características da linha standard, Cardoso destaca a preocupa-ção com a ergonomia (corpo em alto relevo, permitindo melhor manuseio e evitando que a peça fique escorregadia), o fechamento (tampa de rosca, que, possibilitando o refechamento, garante a qualidade do produto mesmo depois de aberto) e grandes áreas de rotulagem, para facilitar a comunicação com o con-sumidor. A Verallia possui, ainda, uma

Valduga procura aproximar o visual dos sucos Casa de Madeira

daqueles de vinhos de casta

Com garrafas de volumes diferentes,

Campo Largo acredita cobrir

ocasiões de consumo e clientes distintos

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40 | Setembro 2012

DeSTILADOS

centenário busca sintoniaAos 102 anos, Dreher tem o rótulo modernizado para se aproximar de consumidores

com PoUcas mudanças visuais em sua mais que centenária existência – a mais recente feita cerca de vinte anos atrás –, o conhaque Dreher, um dos produtos mais conhecidos da Campari do Brasil, chega ao mercado com rótulo renovado, para estimular a sintonia com a imagem do próprio público, que também teria mudado. “O novo visual traz para a marca a evolução pela qual o seu consumidor vem passando nos últimos anos”, afirma o designer holandês Francis Claessens, da agência britânica Claessens, responsável pelo redesenho do adereço e especializada em embalagens de bebidas.

O novo rótulo passou por pequenas alterações, destacando a autenticidade da marca por meio do nome Dreher junto ao símbolo do cavaleiro em sua montaria. Claessens conta terem sido necessários mais de seis meses de trabalho, desde a con-cepção até o projeto final do novo rótulo. “Primeiro buscamos entender a relação que o consumidor tem com a marca e nota-mos uma ligação emocional muito intensa”, diz o designer. “Em se tratando de um ícone com 102 anos, tão reconhecido como Dreher, o trabalho se concentrou em minúcias.” De fato, possivelmente o consumidor não notará mudanças gritantes no rótulo, a não ser que compare o novo e o anterior. A garrafa não sofreu modificações.

a nova revisÃo de Dreher segue uma disposição histó-rica de evitar mudanças drásticas. Na década de 80, o formato do rótulo e o da gargantilha foram alterados. O papel couchê foi substituído por papel laminado e teve acrescentada uma cor na impressão, juntando o branco ao dourado e ao preto. Já no início dos anos 90, o papel laminado tornou-se brilhante, e o rótulo assumiu a configuração atual.

Além de novos rótulos, Dreher inaugura uma nova fase de sua comunicação. A agência DPZ criou o personagem “Manda Dreher”, uma referência à evolução do consumidor, e suas “Doses de Sabedoria” – dicas, conselhos e constatações diver-tidas. “Foi a maneira que encontramos para mostrar que nosso protagonista, assim como nosso consumidor, evoluiu e agora tem outra maneira de lidar com seus momentos ‘que dureza’”, explica Julka Villa, diretora de marketing da Campari do Brasil. O tradicional slogan “Deu duro, tome um Dreher. Desce macio e reanima” foi mantido.

DESign

Claessens+44 (20) 7935-0770www.claessensglobal.com

GARRAFA

owens-illinois do brasil(11) 2542-8084www.oidobrasil.com.br

RótuloS

Gráfica 43(47) 3221-1200www.43sagrafica.com.br

RótuloS Gráfica Gesa (54) 3332-1301www.graficagesa.com.br

reformulação para chegar aos jovens

Oferecido no Brasil desde os anos 80 em versão naciona-lizada, engarrafada no País, o uísque escocês Passport teve sua embalagem reformulada pela primeira vez. O trabalho foi realizado pela agência americana Hornall Anderson. A nova garrafa é mais alta e mais leve do que a anterior, e o dourado dos brasões impres-sos no rótulo foi substituído pelo prateado. A embalagem continua verde e agora traz, numa lateral, o nome do uísque

gravado em alto relevo. O Brasil é o primeiro país a adotar a garrafa, que ganhará o mercado global. “Passport tem procura-do estabelecer relações mais próximas com jovens por meio da arte e da música urbana. Reformular a garrafa foi mais uma maneira de continuar construindo este vínculo”, con-ta Patrícia Cardoso, gerente de grupo de bebidas standard da Pernod Ricard, dona da marca. A empresa não informou quem fornece os rótulos.

Com alterações suaves, novo

rótulo da bebida visa afinar sintonia com percepção do

público

Passport: agora com garrafa mais esguia e

nome em relevo

DESign

Hornall anderson+ 1 206 467-5800www.hornallanderson.com

GARRAFA

owens-illinois do brasil(11) 2542-8084www.oidobrasil.com.br

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42 | Setembro 2012

INTerNACIONAL

opções fashionImitando bolsas, novas embalagens do tipo bag-in-box para vinhos procuram atrair público feminino

constitUíDo por uma bolsa plástica acomodada numa caixa, em geral de papelão ondulado, o bag-in-box (BIB) tem apelos inte-ressantes para quem compra vinhos. Oferece grandes volumes da bebida a preços mais em conta, preserva o conteúdo por até um mês após a abertura e é fácil de usar, graças à presença de uma válvula (“torneirinha”). Há, contudo, quem ainda desconfie ou mesmo abomine esse conceito, classificando-o como brega, de mau gosto. Para aplacar essa percepção, um núme-ro crescente de vinícolas vem acondicionando boas castas em BIBs e caprichando no design da embalagem. Nesse contexto, novidade de apelo

Volére: caixas com formato alusivo a bolsas

de grifes milanesas acomodam três variedades de

vinhos italianos

fashion é o uso de caixas que imitam bolsas femininas.

É o caso dos vinhos Volére, elaborados pela Cantina di Soave na região Delle Venezie, no nordeste da Itália. Lançados em maio último, eles ganharam destaque na internet devido ao bag-in-box com formato alusivo às famosas (e caras) bolsas do tipo “chichi” confeccionadas por grifes de Milão. Com capacidade para 1,5 litro, a embalagem acondiciona três variedades de vinhos, cada uma delas associada a uma cor: Pinot Grigio (creme), Merlot/Pinot Noir (vermelho) e Rosé (rosa). A válvula fica oculta numa lateral da caixa. Amarrada à embalagem,

Page 43: EmbalagemMarca 157

BoxMarche+39 (071) 797-891www.boxmarche.it

Scholle(19) 3826-8800www.scholle.com

Sofia blombergwww.sofiablomberg.com

Empresa sueca, criadora da linha Vernissage, diz ter

sido pioneira na ideia

uma cordinha simula uma alça de bolsa, facili-tando o transporte da bebida.

Afora o impacto exercido pelo bag-in-box especial, a linha Volére tem também se nota-bilizado em avaliações do noticiário vinícola. Segundo diversos especialistas, os vinhos da marca exibem boa qualidade para a faixa de preço em que são posicionados. Nos Estados Unidos, cada unidade sai por 13 dólares.

emBora a apresentação no estilo bag-in- purse de Volére seja promovida pela Cantina di Soave como algo original, uma empresa sueca afirma se tratar de plágio. Lançada em 2010, a família de vinhos Vernissage é vendida em um bag-in-box bastante parecido ao da marca italiana – e igualmente utilizado para acon-dicionar três opções da bebida (Chardonnay Viognier, Syrah/Cabernet Sauvignon e Rosé). “Já estamos tomando as medidas legais cabí-

veis contra a cópia”, disse a EmbalagemMar-ca Takis Soldatos, proprietário da Nordic Sea Winery, companhia que detém os direitos sobre a linha Vernissage.

Criada pela designer sueca Sofia Blomberg com a premissa de estimular o consumo de vinho entre mulheres, a embalagem da linha Vernissage é baseada em tecnologia de envase da Scholle, multinacional americana especia-lizada em bag-in-box. As caixas, de papelão ondulado revestido com papel cartão, são for-necidas pela italiana BoxMarche. Soldatos não revela números, mas diz que o conceito teve boa recepção no mercado europeu e que “as vendas estão crescendo”. O proprietário ressalta, com orgulho, que sua marca faturou os prêmios de embalagem Pentawards e Pro Carton Awards em 2010. Quanto à Cantina di Soave, silêncio. A empresa não respondeu aos pedidos de infor-mações feitos pela reportagem.

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44 | Setembro 2012

Displayo QUe há De novo nos Pontos De venDa edição: flavio Palhares

[email protected]

manteiGas

Lata abre-fáciLEm versões com e sem sal, as manteigas do laticínio catarinense Gran Mestri chegam ao mercado em latas de aço cônicas. As embalagens são produzidas pelo processo de estampagem profunda, não apresentando solda lateral, o que eliminaria o risco de oxidação. Devido ao estampo profundo, o processo de impressão litográfica é feito com compensação de distorção da imagem. As latas da manteiga incorporam ainda sistema de fácil abertura, que dispensa abridor. Batizado de Security, ele é composto por um anel puxador e por uma membrana flexível, ambos de plástico. A sobretampa metálica garante que a lata possa ser devidamente fechada após a abertura.

lataS

Metalgráfica Renner(51) 3489-9700www.metalgrafica.com.br

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46 | Setembro 2012

Displayo QUe há De novo nos Pontos De venDa

PerfUmes

dose de requinte 1

Inspirada no universo dos uísques, Malte Blend é a mais nova fragrância masculina da Jequiti Cosméticos. O frasco de vidro, francês, é decorado em serigra-fia azul e acomodado numa caixa de papel cartão que imita um estojo de destilado.

lácteos

Do atacaDo ao varejo 2

Antes concentrada em produtos lácteos para indústrias e atacadistas, a Tangará Foods lança seu quinto item para o grande varejo: o Leite Condensado Nutricio-nal. O produto chega às gôndolas em embala-gem cartonada assépti-ca de 395 gramas.

ices

51 também em sleek 3

A Cia. Müller de Bebidas oferece a 51 Ice em latas de alumínio do tipo sleek, mais espiga-das, de 269 mililitros. As embalagens são decora-das com tinta que brilha na luz negra, realçando a marca. O produto continua disponível em garrafas long-neck.

antes . . .

. . . e depois

cafÉs

fiLtragem visuaLApós sete anos, a Melitta revisou o design gráfico dos cartuchos de papel cartão de seus cafés tor-rados e moídos, disponíveis em seis variedades. A imagem ampla de grãos de café e a bandeirola sob a identificação dos produtos foram eliminadas. Adotou-se um novo modelo de xícara, decorado com faixas. O mote “Mmmmm...”, antes destacado na face principal do cartucho, foi movido para uma das laterais.

2

3

CaRtuCHo

Box Print(11) 5505-2370www.boxprint.com.br

FRaSCo

Saverglass+33 (3) 4446-4545 www.saverglass.com

DECoRaçÃo

Premier Pack(11) 4612-0756www.premierpack.com.br

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Obah Design(31) 3309-3099www.obahdesign.com.br

EMbalagEnS

Tetra Pak(11) 5501-3200www.tetrapak.com.br

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a10(11) 2344-1010www.a10.com.br

CaRtuCHoS

Brasilgrafica(11) 4133-7777www.brasilgrafica.com.br

1

DESign

W/Publi(19) 3563-0091www.wpubli.com.br lataS

Latapack-Ball(12) 2127-4700www.latapack.com.br

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BeBiDas

novo aperitivo 5

Cachaça de baixo teor alcoólico (17%) com limão e mel, a 88 Viramel é novidade da Cereser. O produto chega ao merca-do em garrafa de vidro de 700 mililitros, decorado com rótulo autoadesivo e fechado com tampa de rosca feita de alumínio.

DESign RótuloS

Benchmark (11) 3057-1222www.bench.com.br

taMPaS

Guala Closures(11) 4166-2400www.gualaclosures.com

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indemetal gráficos(11) 4013-6644www.indemetalgraficos.com.br

GARRAFA

owens-illinois do brasil(11) 2542-8084www.oidobrasil.com.br

5

hiGiene Pessoal

mais cera no pote 4

A Cera Depilatória para micro-ondas da Depil Bella passa a ter embalagem de 200 gramas, com 50 gramas a mais do que a versão anterior. O pote injeta-do em polipropileno, assim como a tampa, é decorado com rótulo autoadesivo. A empresa não informa quem for-nece os componentes da embalagem.

DESign

Pande(11) 3849-9099www.pande.com.br

4

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48 | Setembro 2012

DESign

Dil brands(11) 4191-9711www.dilbrands.com FloW-PaCkS

induvian (argentina)+54 11 4761-0040www.induvian.com

Displayo QUe há De novo nos Pontos De venDa

cafÉs

latas para comemorar 3

Para celebrar os 20 anos de seu Cappucci-no, a 3 corações lançou uma edição limitada de latas colecionáveis. Com três diferentes artes, as embalagens, de aço, contêm dezes-seis sachês nos sabores Classic, Light, Chocola-te, Baunilha e Canela.

3

1

Doces

ana maria De roLinho 1

Os minirrocamboles cobertos com chocola-te Ana Maria Roll são novidades da Bimbo. Os bolinhos são acondicio-nados em flow-packs de 30 gramas, para consumo individual. São também comercializa-dos em multipacks com seis unidades.

BeBiDas

estojo com brinDe 2

A importadora Brown- Forman lançou um esto-jo promocional para o Rémy Martin. Feito de papel cartão, ele traz uma garrafa do conha-que francês e um copo da marca, oferecido ao consumidor como brinde.

antes . . .

. . . e depois

PanificaDos

apetite estimuLaDoA Bauducco renovou a apresentação de suas torradas. As embalagens tipo envelope, confeccionadas em filme laminado, ganharam tipologia e grafis-mos mais modernos, com maior destaque ao produto. O verso agora traz dicas nutricionais e de consumo. Segundo a empresa, o novo visual tem mais appetite appeal do que o anterior, adotado durante quatro anos.

DESign

Design Absoluto(11) 3089-5500www.designabsoluto.com.br EnVEloPES

Felinto(83) 3315-1515www.felinto.com.br

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Aro(11) 2412-7207www.aro.com.br DESign

Pande(11) 3849-9099www.pande.com.br

DESign

TW Design11 5181.6277www.twdesign.com.br CaRtuCHo

EPR Gráfica11 2894.7371www.eprgraf.com.br

2

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Agosto 2012 | 49

antes . . .

. . . e depois

cerveJas

novas coresO Grupo Petrópolis relança a cerveja Lokal. O design dos rótulos das garrafas de 600 mililitros e das latas de 350 mililitros da marca foi totalmente modificado. A cor amarela foi substituída pela vermelha. A marca, que antes era conhecida apenas pelos consumidores do Rio de Janeiro, passa a ser distribuída nacionalmente.

DESign

Design Luce(11) 5096-1506www.designluce.com.br

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Almanaque

50 | Setembro 2012

Supimpa?Em 23 de agosto de 1928 a Brahma registrou a cer-veja  Supimpa, lançada algumas semanas depois. De

acordo com os marqueteiros da época, a bebida era real-mente supimpa (superior, excelente). Mas ficou pouco

tempo no mercado. Saiu de cena em 1930.

Pioneiros de uma titãSurgido na Inglaterra em 1880, o Sunlight tem três importâncias históricas. Foi o pri-meiro sabão em pedra no mundo a estam-par marca na embalagem; foi o primeiro produto da Irmãos Lever, que se tornaria a hoje colossal Unilever; e foi um dos dois primeiros artigos da empresa a serem vendi-dos no Brasil, em 1929. O outro era o Flocos Lux, para lavar roupas delicadas. No início, ambos eram importados da Inglaterra.

Rabugento, Bionicão, Formiga Atômica, Lula Lelé, Capitão Caverna, Tutubarão. Estes e outros personagens dos desenhos animados da Hanna Barbera estrelaram em 1978 uma promoção de sucesso da Delícia Cremosa, margarina da Sanbra (hoje Bunge). As tam-pas das embalagens plásticas exibiam uma figura estampada. Recortada e encaixada em um suporte, também feito com um pedaço da tampa, ela se trans-formava em um bonequinho. A iniciativa era um estímulo à coleção pela criançada.

Bonequinhos de tampas

figuras podiam ser recortadas e colecionadas

Imag

ens:

Cen

tro

de

mem

órI

a B

un

ge

Poeta, publicitário, bibliotecário...

Baú digitalAnimais que

estampam rótulos

de cerveja

emb.bz/157bau

Sunlight e flocos lux: primeiros produtos

da Lever no brasil

Completam-se, neste ano, 130 anos do nasci-mento e 55 anos da morte do pernambucano Manuel Bastos Tigre – jornalista, bibliotecário, poeta, compositor, humorista e publicitário de mão cheia. Foi ele quem criou, em 1922, o slo-gan “Se é Bayer, é bom”, utilizado até hoje pelo laboratório alemão. É dele, também, um dos reclames mais famosos da história da publicida-de brasileira: “Veja, ilustre passageiro, / O belo

tipo faceiro / Que o senhor tem ao seu lado. / No entanto,  acredite / Quase morreu de bron-quite: / Salvou-o o Rhum Creosotado”. Foi ele ainda quem compôs a letra de um dos primeiros jingles do País, Chopp em Garrafa, musicado por Ary Barroso e cantado por Orlando Silva. A canção fala do produto que a Brahma começou a produzir em 1934, “igualzinho ao do barril’. Veja o jingle no site: emb.bz/157chopp

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