52
Ano XIV • Nº 158 • Outubro 2012 • R$ 15,00 ENTREVISTA Marcos Scaldelai, diretor de marketing da Bombril, fala de retomada, expansão e o papel da embalagem LOGíSTICA Capuz esticável para transportar cargas, stretch hood pode ganhar mais usuários no mercado brasileiro Proteína mais nobre Ações de marketing e melhores padrões de acondicionamento prometem engordar os ganhos no mercado de carne vermelha

EmbalagemMarca 158

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Revista EmbalagemMarca Nº 158, Outubro de 2012. Reportagem de capa: Carnes

Citation preview

Page 1: EmbalagemMarca 158

An

o X

IV •

158

• O

utu

bro

20

12 •

R$

15

,00

entrevista Marcos Scaldelai, diretor de marketing da Bombril, fala de retomada, expansão e o papel da embalagem

logísticaCapuz esticável para transportar cargas, stretch hood pode ganhar mais usuários no mercado brasileiro

Proteína mais nobreAções de marketing e melhores padrões de acondicionamento prometem engordar os

ganhos no mercado de carne vermelha

Page 2: EmbalagemMarca 158
Page 3: EmbalagemMarca 158

Outubro 2012 | 3

editorialUMa conversa coM o leitor

não convém esperarmos sentados

“Ao falarmos em

saídas, nos referimos

ao amplo manancial

de soluções de

embalagem criativas e

bem sucedidas que

muitas indústrias criam

e adotam em seu dia a

dia, ao lado de outros

bem aplicados

recursos de produção”

o ano qUe se aproxima do fim tem tudo para encerrar-se com a classificação de “morno”, com uma taxa de crescimento da economia que, pelas previsões do próprio governo, deixará a desejar e não fará jus à imagem do Brasil como “bola da vez”. Fala-se num “pibinho”, ou seja um PIB de 1 vírgula qualquer coisa positivos em relação ao exercício anterior. As expectativas (e as promessas) são de que nos próximos anos teremos índices de crescimento de fazer inveja ao resto do mundo. Não é aconselhável esperarmos sentados.

Confiantes em anúncios oficiais de que muitas coisas que atrapalham a vida das empresas e da população em geral, como cargas de impostos massacrantes, custos de serviços básicos himalaicos, precariedade (quando não ausência) de infraestrutura essencial e mão de obra sem qualificação, haverá quem fique na expectativa de que o governo continuará tocando a “mágica do consumo”. Essa prestidigitação, como já está se vendo na elevação da inadimplência geral, tem limites. A história mostra que não há mola propulsora da economia que não esteja baseada no trabalho produtivo, não no incentivo ao consumo baseado em crédito fácil, talvez juros baixos. Ao fim e ao cabo contas têm de ser pagas. Mas não é este um espaço para tratados.

Cabe antes reiterar que há saídas em meio ao emaranhado de empecilhos com o qual o empresário brasileiro con-vive e sobrevive. Cabe também ressaltar que não somos nós pretensiosos a ponto de querer ensinar. Ao falarmos em saí-das, nos referimos ao amplo manancial de soluções de embalagem criativas e bem-sucedidas que muitas indústrias criam e adotam em seu dia a dia, ao

lado de outros bem aplicados recursos de produção. É nosso papel mostrar, como fazemos sistematicamente nas páginas de EmbalagemMarca, essas saídas, frequentemente replicadas – sem o devido crédito, como é costu-meiro em nosso País – em artigos e palestras de gurus de feira livre.

É também reconfortante observar, como tivemos oportunidade de fazer recentemente ao receber centenas de fichas de inscrição de candidatos à sexta edição do Prêmio Grandes Cases de Embalagem, que o setor está em franco e criativo movimento. Na verdade, os cases inscritos, em sua maioria, refletem o dinamismo e a criatividade da cadeia de valor da embalagem no Brasil. Pena é que nem sempre os responsáveis pelas inscrições tenham dedicado à descrição dos cases o cuidado e o carinho que seu próprio trabalho – ou o de colegas e par-ceiros seus – mereciam.

Os cases que, na opinião dos jura-dos, forem indicados para receber tro-féus na cerimônia de premiação, dia 13 de novembro próximo, em São Paulo, terão automaticamente ampla divulga-ção na edição de dezembro da revista. Além disso, os organizadores estão pro-gramando novidades que serão conhe-cidas na ocasião e que consolidarão ainda mais o conceito de premiação diferenciada e de total credibilidade. Mas, considerando que seria um des-perdício não dar destaque a outros bons cases eventualmente não laureados, está decidido que terão em próximas edições a cobertura de excelência que caracteri-za EmbalagemMarca. Mais inovações virão. Até novembro.

WILSON PALHARES

Page 4: EmbalagemMarca 158

sumárioEdição 158 • Outubro 2012

Diretor de redação: Wilson Palhares | [email protected] • editor executivo: Guilherme Kamio | [email protected] • redação: Flávio Palhares | [email protected] • comercial: Juliana Lenz | [email protected] • Karin Trojan | [email protected] • Wagner Ferreira | [email protected] • Diretor de arte: Carlos Gustavo Curado | [email protected] • administração: Eunice Fruet | [email protected] • Marcos Palhares | [email protected] • eventos: Marcella Freitas | [email protected] • circulação e assinaturas (assinatura anual R$ 150): Kelly Cardoso | [email protected]

Publicação mensal daBloco Comunicação Ltda.Rua Arcílio Martins, 5304718-040 • São Paulo, SP(11) 5181-6533www.embalagemmarca.com.br

Não é permitida a reprodução, no todo ou em parte, do conteúdo desta revista sem autorização. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.

Ahlstrom....................................................... 7Baumgarten ....................................2ª capaBox Print..................................................... 15Brasilata ............................................3ª capaCatuaí Print ................................................23Comprint .....................................................5Congraf ......................................................19

Crown ........................................................ 49Da Matta 3D ............................................. 29Designful ................................................... 49Giro News ................................................. 45Gráfica Ipê ................................................. 31Grandes Cases ............................... 26 e 27Grif ................................................................11

HotGraf ..................................................... 49Husky ................................................4ª capaIbema .......................................................... 13Indexflex .....................................................35Markem-Imaje ..........................................37Metiq ...........................................................33MLC .............................................................47

Moltec ....................................................... 49Novelprint ................................................. 43Papirus ........................................................41PE Latina ....................................................25Piloto .............................................................9Prakolar ...................................................... 17Simbios-Pack ........................................... 49

Empresas que anunciam nesta edição

3 editorial Mesmo ante a promessa de anos melhores, depois do “pibinho” de 2012, é salutar arregaçar as mangas e apostar em inovação. Consumo aquecido não dependerá somente de ações do governo

6 logística Stretch hood, capuz esticável para agrupar cargas em processos de transporte, busca ampliar base usuária no mercado brasileiro. Quais os benefícios?

10 Painel RR Etiquetas oferece programa de recuperação de suportes autoadesivos • Cristiana Arcangeli tem mais planos para tampas “inteligentes” • Trivisan promete dobrar produção de latas de aço para produtos químicos • Fundador da TerraCycle fala do mercado brasileiro de reciclagem • Rexam introduz no Brasil lata de alumínio para 710 mililitros de bebidas • Brasil terá fábrica de matéria-prima para PET de cana-de-açúcar

24 rotulagem Novo material termoencolhível promete aprimorar a decoração de carnes (frescas ou processadas) e queijos

28 artigo Labelexpo Americas, feira de rótulos e sistemas de decoração ocorrida em setembro nos Estados Unidos, apontou o recrudescimento de tendências reveladas nos últimos anos

30 queijos Em ação brandida como inédita no País, empresa adota embalagem metalizada, de alta barreira, para comercializar linha de queijo minas frescal

31 cafés Mousse em caixa de papel cartão é nova opção para preparo de café

32 entrevista Marcos Scaldelai, diretor de marketing da Bombril, explica como a embalagem ajudou a empresa a pôr a casa em ordem e a diversificar suas atividades, incluindo a entrada no mercado de cosméticos

38 Prêmio Jurados já atribuíram notas para as inscrições do Prêmio Grandes Cases de Embalagem. Saiba quem são os profissionais que compõem o júri neste ano

42 internacional Com jeitão de doce, lava-roupa em cápsula se alastra no mercado americano, modificando a paisagem da categoria e ganhando o noticiário por um motivo amargo

44 Display Bril Cosméticos desenvolve marca para o público feminino jovem • Um pote com o dobro do volume para o queijo cremoso Philadelphia • Aurora lança espumante rosé • Sabonetes líquidos Lifebuoy e Lux ganham stand-up pouches para recarga • Ambev renova a identidade visual da cerveja Skol • Em latas e flexíveis, design de 1920 é resgatado para comemorar centenário da Lacta

50 almanaque Surgia, há cinquenta anos, o blister • Com mulher seminua no rótulo, pasta milagrosa já prometeu seios dos sonhos às brasileiras • Uma longa batalha travada entre Coca-Cola e Pepsi • O acrônimo “Sadia”

6 32

20

38 42

49 50

reportagem de capa: carnesPecuária de corte vive boas perspectivas e um desafio: investir em marketing e em melhores padrões de apresentação para a carne vermelha – adorada no Brasil, mas historicamente gerida como commodity

Por Guilherme Kamio

ILu

Str

ãO

DE

CA

PA

: C

Hr

ISt

IAN

DA

MA

ttA

Page 5: EmbalagemMarca 158
Page 6: EmbalagemMarca 158

6 | Outubro 2012

LOGíStICA

o potencial do capuz elásticoSistema de unitização de embalagens com filme especial, stretch hood começa a abrir campo na América Latina

consagraDo mundialmente como solução simples, de fácil aplica-ção, expressivamente segura e de custo atraente no processo de paletização, o stretch film, ou filme encolhível, já tem um concorrente com bom espaço ocupado na Europa e que começa a dar passos firmes na América Latina. É o stretch hood, ou capuz retrátil, ou ainda tubo elástico, um filme de polietileno (PE) extrudado aplicável na unitização de embalagens de trans-porte, que traz significativa diferença em relação ao stretch tradicional, tam-bém chamado automático: enquanto a paletização (manual ou automática)

é feita no método predominante com o envolvimento lateral da carga com um filme depois encolhido por calor, o stretch hood é aplicado verticalmente sobre a pilha de embalagens que está no palete – sem necessidade de retração por efeito térmico.

A aplicação, automática, se dá por meio da ação de quatro pinças situ-adas na altura das quinas da pilha, que estendem o tubo para a base (ver ilustração). Trata de um “polietileno elástico”, fornecido no Brasil por dois fabricantes, Dow Brasil e Braskem, a partir de uma resina dotada de atri-butos voltados especificamente para o

efeito retrátil. A propósito, Guilherme Dias, gerente de marketing da Dow Brasil para América Latina no segmen-to de unitização e embalagens indus-triais, ressalta que “o stretch hood não é pura e simplesmente um filme de polietileno, mas um filme técnico, o que implica a escolha criteriosa de for-necedores para que não haja decepção com o desempenho final do produto”.

A vantagem de performance, que resulta na compressão tridimensio-nal da carga (tanto no sentido lateral quanto no vertical), propicia mais fir-meza ao volume. Vale dizer que a carga fica com cinco faces protegidas (con-

Em comparação com a aplicação de filme

com uso de calor para o encolhimento (abaixo), o stretch hood é elástico e

dispensa retração térmica

ILu

Str

ãO

: C

Hr

ISt

IAN

DA

MA

ttA

• F

ON

tE

: D

Ow

MA

rk

Et

ING

Page 7: EmbalagemMarca 158
Page 8: EmbalagemMarca 158

8 | Outubro 2012

Braskem(11) 3576-9900www.braskem.com.br

Dow Brasil(11) 5188-9400www.dow.com

Plastigaur do Brasil(11) 4199-5200www.plastigaur.com.br

tra quatro no sistema tradicional), o que representa um benefício adicional: proteção contra umidade em arma-zenamentos ao ar livre. Outra vanta-gem destacada por Guilherme Dias é a proteção contra furtos, na medida em que o stretch hood, além de ser alta-mente resistente a rasgos, é inteiriço, de modo que possíveis violações de carga são claramente evidenciadas. Já o stretch convencional, na argumen-tação do executivo da Dow, poderia ser substituído com relativa facilidade na hipótese de violação. Ademais, “é um filme de alta transparência”.

Mas é sobretUDo pela alta velo-cidade de paletização que o stretch hood se destaca, segundo fornecedores de resinas e de filmes prontos. “Em muitos casos, no processo são substituídas três a quatro máquinas convencionais de stretch”, afirma Alfonso Grijalvo Millois, diretor gerente da Plastigaur do Brasil, fabricante de stretch hood, entre outros filmes termocontráteis. Guilherme Dias, da Dow, apresenta números. A veloci-dade média de unitização com stretch hood seria de 180 paletes por hora, con-tra quantidades certamente menores obtidas pelo processo tradicional.

Outro ponto favorável a um espera-do crescimento na adoção dessa alter-nativa, no entendimento dos entrevis-tados, é que, dada a necessidade cada

vez mais acentuada de racionalização de custos nas empresas, os usuários de embalagens de unitização estariam comparando crescentemente não ape-nas preços de compra de equipamentos e de filmes, mas os efeitos de cada siste-ma no transporte de cargas. Em outras palavras, sintetiza o executivo da Dow, trata-se de analisar custos sob a logís-tica da unitização, “onde a eficácia de transporte da carga em sua integridade deve ser preponderante”.

O que dificultaria então a disse-minação do sistema stretch hood, no Brasil e no restante da América Lati-na? Segundo Dias, um dos motivos é que a maioria das empresas que traba-lham com unitização de embalagens de transporte teria de investir na substitui-ção de máquinas de stretch convencio-nal, já largamente adotadas. Grijalvo, por sua vez, observa que mesmo com o potencial aumento da velocidade e da qualidade de unitização, isso signi-ficaria novos investimentos. Assim, o ritmo de adoção fica principalmente na dependência da instalação de novos parques industriais. Cabe lembrar que equipamentos para stretch hood são importados, preponderantemente de países europeus.

No entanto, garantem Grijalvo, da Plastigaur, e Dias, da Dow Brasil, nota- se crescente interesse pelo sistema (já razoavelmente adotado em indústrias

do segmento de linha branca), por parte de fornecedores para a indústria de construção civil (sacos de cimento), de bebidas e águas, de fertilizantes e da próprias petroquímicas, para uni-tizar sacos contendo pellets de dife-rentes tipos de resina. “Na Europa, durante bom tempo houve resistência à adoção do stretch hood”, lembra o executivo da Plastigaur. “Mas existem sempre algumas empresas inovadoras, que têm ousadia de ser pioneiras– e as demais acabam indo atrás delas. Foi o que aconteceu em países europeus e em breve deverá acontecer aqui, prin-cipalmente na área de bebidas.”

Processo de aplicação do stretch hood

1 – As quatro pinças recolhem o filme que está na parte

superior da máquina

2 – O filme é selado na medida correta

para formar o capuz

3 – O filme é estirado em até

90% para que seja aplicado ao palete

4 – As pinças começam a descer, estirando também no sentido vertical

5 – O capuz é vestido até a parte inferior

do palete, garantindo estanqueidade

FON

tE

: P

LASt

IGr

Au

DO

Br

ASI

L

Com pressão exercida tanto

no sentido horizontal quanto no vertical, carga

fica mais firme

MaiOr cOMprEssãO

MENOr cOMprEssãO

Page 9: EmbalagemMarca 158
Page 10: EmbalagemMarca 158

10 | Outubro 2012

iMPortante produtora de etiquetas autoadesivas para identificação e codificação de produtos, a RR Etiquetas desenvolveu um plano de logística reversa para dar destino adequado aos resíduos gerados pelo uso de suas soluções por redes de varejo. O sistema, batizado de Etiqueta Zero, consiste em pedir aos clientes supermercadistas que reservem e devolvam os liners (suportes de papel ou filme plástico em que as etiquetas são afixadas antes da aplica-ção). O material é recolhido pelos caminhões que entregam novos pedidos e retornam à RR, de onde são encaminhados para reciclagem e posterior transformação em outros produtos.

Um projeto-piloto foi iniciado em novem-bro de 2011 com a oitava maior rede de super-mercados do País, a Angeloni, atuante em

Santa Catarina e no Paraná. Até o fim de agosto, algo próximo a 10 toneladas de liners teria deixado de ir para aterros sanitários, gerando matéria-prima para produtos como papéis higiênicos e guardanapos. Um fator determinante para o sucesso da iniciativa foi o engajamento dos funcionários da empresa varejista. “Surgiram até disputas entre lojas, para ver qual delas acumularia mais liners para reciclagem”, comenta Patricia Lombardi, gerente de marketing da RR Etiquetas.

Além da mobilização dos colaboradores

da cliente, outros desafios superados para a implantação da ação, segundo Patricia, foram encontrar uma empresa capaz de reciclar os liners (a identidade dessa parceira é mantida em sigilo) e tornar o processo de logística reversa economicamente viável, o que ocorreu graças a uma parceria com a transportadora Narcisul. Segundo a gerente de marketing da RR Etiquetas, o Etiqueta Zero atende aos requisitos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, cuja implantação no País está prevista para janeiro de 2014.

PainelMoviMentaÇÃo no MUnDo Das eMbalagens e Das Marcas edição: gUilherMe KaMio

[email protected]

RR Etiquetas lança projeto para recuperar suportes de autoadesivos utilizados no varejo

liners que voltam

ILu

Str

ãO

: A

LAN

CA

MP

OS

Os rótulos e etiquetas são entregues ao supermercado

Na aplicação nos produtos, os liners são guardados em caixas

reciclados, os liners viram papel higiênico e outros produtos

O material descartado é recolhido nas entregas de novas etiquetas

como funciona o programa etiqueta Zero

FechaMentos

Page 11: EmbalagemMarca 158
Page 12: EmbalagemMarca 158

12 | Outubro 2012

PainelMoviMentaÇÃo no MUnDo Das eMbalagens e Das Marcas

MetÁlicas

capacidade dobradaA Trivisan, fabricante de embalagens de aço loca-lizada em São José dos Pinhais (PR), está prestes a concluir um importante processo de aprimora-mento de suas operações. Por meio de um aporte de cerca de 9 milhões de reais, a empresa adquiriu equipamentos alemães e espanhóis que lhe permi-tirão, em 2013, produzir 900 toneladas de latas – o dobro de sua capacidade produtiva atual. A em-presa investiu também na contratação da consul-toria Corporate Consulting para modernizar sua gestão. Segundo o diretor geral da Trivisan, Ri-cardo Montenegro, as iniciativas têm por objetivo atrair grandes clientes das áreas de tintas, vernizes e outros itens químicos.

FechaMentos

Planos para acessórios especiaisEm setembro, o americano Mikel Anderson desembarcou em São Paulo para uma série de reuniões com a empresária Cristiana Arcangeli, ícone do mercado brasileiro de beleza.Ander-son é o fundador da Blast Cap Technologies, companhia especializada em tampas “inteli-gentes”, dotadas de compartimentos que se-gregam ingredientes críticos e promovem sua mistura a produtos somente no momento do consumo, para melhor conservá-los. Por meio de uma transformadora chilena licenciada, um entre os mais de mil modelos desses acessórios criados pela Blast Cap foi recentemente ado-tado pela Beauty’in, empresa de Cristiana, na linha de bebidas funcionais Beauty Drink (ver EmbalagemMarca nº 150, fevereiro de 2012). Quando o bico de vazão da tampa é pressiona-do pelo consumidor, vitaminas, minerais e ex-

tratos de frutas orgânicas em pó, armazenados em uma câmara, são liberados no interior da garrafa, repleto de água, preparando a bebida. “Isso preserva o valor dos nutrientes, prejudi-cado em processos como o envase a quente, e descomplica a atividade industrial”, afirma An-derson. Segundo ele, variações da ideia podem ser aplicadas em medicamentos e cosméticos, entre outros produtos. A Beauty’in planeja ado-tar tampas ativas em novos itens de seu portfó-lio, como uma bebida à base de chia.

gente

nova gestora para papéis

Cristiana Arcangeli e Mikel Anderson: Beauty’in ampliará uso de tampa “inteligente” criada pelo americano

Lucimary Henrique assumiu a gerência executiva de estratégia e marketing da Uni-dade de Negócio Papel da Suzano Papel e Celulose. A executiva será responsável pela gestão de todos os produtos da linha de papel da Suzano. Formada em Relações Internacio-nais e Administração de Empresas pela PUC--SP e com MBA em Marketing Executivo pela Universidade de São Paulo (USP), Lucimary possui mais de dez anos de experiência em cargos gerenciais, incluindo passagens pela Deloitte e pela Sun Microsystems.

Datas

Festa com músicaA Arjowiggins comemorou com colaboradores e convidados seus 35 anos de atuação no Brasil com uma apresentação do pianista e maestro João carlos Martins e da Orquestra camerata Bachiana. O evento ocorreu na noite de 15 de setembro em salto, interior de são paulo, onde está a fábrica da empresa no País – única fonte de papel-moeda na América Latina e produtora de soluções de segurança para embalagens. Quatrocentas e cinquenta pessoas participaram da festa.

Latas da Trivisan: oferta crescerá no

ano que vem

Page 13: EmbalagemMarca 158
Page 14: EmbalagemMarca 158

14 | Outubro 2012

PainelMoviMentaÇÃo no MUnDo Das eMbalagens e Das Marcas

aos 30 anos, o húngaro radicado nos Estados Unidos Tom Szaky é um dos homens de negócios mais famosos do mundo na área de reciclagem. Ele é fundador e principal voz da TerraCycle, companhia que coleta resíduos sólidos não-recicláveis ou difíceis de reciclar, especialmente embalagens, e os transforma em novos produtos – entre eles sacolas, brinquedos, artigos de jardinagem, material escolar. Os resí-duos provêm de grupos de consumidores volun-tários, recompensados com dinheiro que deve ser revertido a instituições de caridade. O me-canismo é sustentado por parcerias (“brigadas”) com indústrias de bens de consumo. Em agos-to, Szaky esteve em São Paulo visitando a filial brasileira da TerraCycle – que, em três anos, tor-nou-se a segunda maior do grupo, atrás apenas da matriz americana, aberta em 2001 (há, ainda, operações em outros treze países). Ele concedeu a seguinte entrevista a EmbalagemMarca: Como o senhor avalia a resposta do mercado brasileiro para os negócios da TerraCycle?Medimos nosso sucesso em unidades de resídu-os coletados. Nessa contagem, o Brasil é nosso segundo posto de maior sucesso, atrás somente dos Estados Unidos. Desde seu lançamento em 2009, as Brigadas TerraCycle no Brasil já evita-ram que mais de 14,5 milhões de peças de lixo acabassem em aterros sanitários. Através da recolha e do envio de embalagens de bebidas em pó, pacotes de salgadinhos, embalagens de produtos para cabelos, escovas de dentes, tubos de pasta de dentes e muito mais, estes membros da Brigada arrecadaram quase 200 000 dólares para as escolas e instituições de caridade com a ajuda de patrocinadores como Tang, Pepsico, Garnier e Colgate. A empresa tem metas específicas para o Brasil em termos de unidades de resíduos coletados, participantes da coleta e dinheiro arrecadado?Sim. Desde que o programa começou, em 2009, dobramos a quantidade de resíduos recolhidos a cada ano. Nosso objetivo é manter esse ritmo de crescimento, continuar a lançar novos progra-mas de Brigada e manter mais fluxos de resíduos fora dos aterros. Pelo que o senhor vê em outros países, quais se-riam os principais desafios para o Brasil quando falamos em gestão de resíduos?O maior desafio no Brasil é combater o mesmo

reciclageM | entrevista

“o maior desaf io é a apatia”

problema que a TerraCycle enfrenta em todos os países em que opera: apatia. Levar as pessoas a entender por que é importante desviar resíduos de aterros sanitários e motivá-los para realmen-te fazê-lo são grandes obstáculos. Oferecemos dinheiro para caridade para ajudar os partici-pantes das Brigadas a superá-los. Em um mun-do perfeito, as pessoas estariam motivadas a fa-zer essas coisas sem um incentivo em dinheiro. O Brasil está na iminência da adoção de uma po-lítica nacional de gestão de resíduos. Qual sua opinião sobre essa iniciativa?A equipe do Brasil e eu já estamos pensando em como atender às demandas da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Nossos planos têm sido guiados por ela. Dou um exemplo. Gostaríamos de começar a trabalhar com cooperativas por-que elas estão incluídas e defendidas por esse dispositivo. O fato de as cooperativas serem es-pecialistas em reciclagem é uma vantagem e nos tornaria mais competitivos. Juntos, poderíamos oferecer soluções inteligentes e adequadas para diferentes resíduos. Qual a lição mais importante que o senhor aprendeu com a TerraCycle?Desde que comecei a TerraCycle como uma em-presa de fertilizante orgânico, em 2001, o mode-lo de negócios mudou várias vezes. Tive de ser flexível o suficiente para permitir que a empresa crescesse sem comprometer minha visão, mi-nha ideia. Ao seguir aquilo em que acreditava, não importa como, fui capaz de navegar a em-presa através de todas as voltas e reviravoltas que encontramos ao longo do caminho.

Algumas das embalagens encaminhadas à TerraCycle no Brasil

e exemplos de produtos em que elas são transformadas (abaixo)

Page 15: EmbalagemMarca 158
Page 16: EmbalagemMarca 158

16 | Outubro 2012

PainelMoviMentaÇÃo no MUnDo Das eMbalagens e Das Marcas

núMeros

clube dos trezeSegundo um estudo da consultoria bri-tânica PCI Films, o consumo mundial de embalagens flexíveis nos próximos anos terá impulso importante no cres-cimento de treze mercados emergentes: África do Sul, Arábia Saudita, Brasil, Emirados Árabes Unidos, Índia, Indo-nésia, México, Nigéria, Polônia, Rússia, Tailândia, Turquia e Vietnã. Veja alguns dados do estudo:

14bilhões de dólaresÉ o atual valor total dos treze mercados em ascensão para as embalagens plásticas flexíveis

70%Foi o crescimento de consumo de flexíveis registrado pelo bloco nos últimos cinco anos

20%É a representatividade desse grupo na atual demanda mundial de embalagens flexíveis

FONtE: pci FilMs cONsultiNg | agOstO 2012

gente

novidade em marketingA Markem-Imaje, fabricante de equipamentos de marcação e codificação de embalagens, efetivou Antonio Buccino Ne-to como gerente de marke-ting para o Brasil. Administra-dor de empresas, com MBA em

Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), o executivo gerenciou por dois anos as áreas de preços e inteligência de mercado da mesma empresa. Antes, ocu-pou diversos postos na HP.

MetÁlicas

acima dos latõesO Brasil é o primeiro país da América do Sul a pro-duzir latas de alumínio de 710 mililitros para bebidas. Desenvolvidas pela Rexam e fabricadas em Pouso Alegre (MG), as “latas gigantes” serão utilizadas pela cachaça Pitú e pelos energéticos Flying Horse e Extra Power, da Globalbev, e Vulcano e 220V, da New Age. As duas últimas contam ainda com a aplicação da tec-nologia High Definition, que permite impressão em qualidade fotográfica. Segundo a Rexam, o novo ta-manho atende a uma tendência de mercado de com-partilhamento de bebidas entre consumidores.

Energéticos estão entre os primeiros usuários da embalagem de 710 mililitros

bioPlÁsticos

brasil terá polo de bio-MegNuma iniciativa antecipada por EmbalagemMar-ca (ver nº 151, março de 2012), a Coca-Cola Brasil e a indiana JBF Industries assinaram no dia 27 de setembro último o protocolo de intenções para a construção, no Brasil, da maior fábrica do mundo de Bio-MEG – versão “verde” do monoetilenogli-col (MEG), substância tradicionalmente obtida do petróleo e utilizada na produção de resina PET. Orçada em 1 bilhão de reais, custo que será assumi-do pela JBF, a unidade ficará em Araraquara (SP) e será capaz de produzir até 440 000 toneladas por ano do material, a partir do etanol da cana-de-açú-car. A inauguração está prevista para 2015. Hoje, somente uma fábrica na Índia produz Bio-MEG, utilizado na produção das garrafas PlantBottle da Coca-Cola. A companhia de bebidas comprome-teu-se a adquirir toda a produção dos três primei-ros anos da operação. A ideia é destinar cerca de 20% da produção ao mercado local de embalagens. O restante será exportado.

PlantBottle: insumo para a embalagem será produzido no país a partir de 2015

Page 17: EmbalagemMarca 158
Page 18: EmbalagemMarca 158

18 | Outubro 2012

PainelMoviMentaÇÃo no MUnDo Das eMbalagens e Das Marcas

gente

nova direção comercialA Bericap do Brasil, parte do grupo multinacional ale-mão, com posição de destaque no mercado brasileiro de tampas plásticas em vários segmentos, anuncia a contra-tação de Fabio Pinto como seu novo diretor comercial. O executivo tem longo histórico na indústria de embala-gens, tendo atuado na divisão de tampas da Crown e na Globalpack. Antes da chegada à Bericap, esteve à frente das áreas de marketing e vendas da Albéa (antiga Alcan Beauty Packaging).

viDro

impulso para a inovaçãoA vidraria Owens-Illinois anunciou que irá construir um novo centro de pesquisa e desenvolvimento em sua sede nos Estados Unidos, localizada na cidade de Perrysburg, em Ohio. Segundo a companhia, a unidade terá uma linha de produção em baixa escala e condições para a prototipagem de inova-ções a exemplo do pote VersaFlow, com bo-cal em formato de jarra (ver edição anterior), e da garrafa Vortex, cujo gargalo, graças a uma técnica de relevo interno, apresenta desenho espiralado, assegurando melhor vazão do conteúdo. Orçado em 35 milhões de dólares, o novo centro de P&D terá apro-ximadamente 6 000 metros quadrados e criará 45 empregos diretos. Sua inauguração deverá ocorrer no final de 2013.

Centro de P&D facilitará

inovações como a

garrafa Vortex, adotada nos

Eua pela MillerCoors

ProMoÇões

embalagens rastreáveisSeis consumidores do Reino Unido faturaram, em setembro, um cheque de 10 000 libras es-terlinas (aproximadamente 33 000 reais) da Nestlé. O prêmio foi distribuído a quem com-prasse, por sorte, tabletes de chocolate com um rastreador GPS oculto nas flow packs em

que são acondicionados. Idealizada pela JWT, a promoção prometia a localização dos ganha-dores em até 24 horas após a abertura das em-balagens – condição para que os dispositivos eletrônicos fossem ativados automaticamente.

emb.bz/158gps

Datas

cinquenta anos da crespoNo início de setembro, a Crespo Rótulos e Embala-gens completou 50 anos de atividades. Instalada em São José do Rio Preto (SP), a empresa é especializada na produção de adereços variados para garrafas de bebidas e embalagens celulósicas. Em 2011, tornou-se a primeira indústria gráfica de sua região a receber o selo FSC (Forest Stewardship Council), concedido a empresas que utilizam recursos florestais manejados de forma social e ambientalmente correta.

cenas do comercial da Nestlé sobre as embalagens com gps

Page 19: EmbalagemMarca 158
Page 20: EmbalagemMarca 158

20 | Outubro 2012

rEPOrtAGEM DE CAPA

boi com valorDemanda crescente por carne vermelha de qualidade realça aos frigoríficos a oportunidade de investir em marketing e aprimorar embalagens

POR GUiLhERME KAMiO

coMPleta UM ano, neste mês de outubro, um projeto ousado da JBS. A empresa goiana, líder mundial em processamento de proteína animal, tirou do bolso mais de 100 milhões de reais para divulgar, nos últimos doze meses, sua linha Friboi de carne bovina in natura. Sem precedente nas quase seis décadas do frigorífico, a campanha incluiu mudanças nos pro-dutos. Os cortes foram diversificados e suas embalagens a vácuo ganharam rótulos chamativos, com a marca em destaque. Vários supermercados tive-

ram suas seções de carnes tomadas pelo azul, cor predominante do visual adotado pela Friboi.

A iniciativa pegou muitos consu-midores de surpresa, e não sem moti-vo. Afinal, desdobra-se em um merca-do historicamente avesso a marketing e em que um volume expressivo das vendas ainda é feito a granel, nos açougues, com pouca influência de marcas e sem propostas modernas de acondicionamento. “Queremos emba-lagens que popularizem nosso nome e que um dia possam até simbolizar a

categoria”, declarou o diretor executivo de produtos industrializados da JBS, Alexandre Almeida, no 15º Congresso Brasileiro de Embalagem, realizado em agosto último, em São Paulo, pela Associação Brasileira de Embalagem (Abre). Em pesquisas feitas no País no ano passado, conta Almeida, mais de 80% dos entrevistados disseram desconhecer marcas de carne.

Dada a curiosa condição de pro-duto venerado pelo brasileiro, porém gerido como commodity, valorizar a carne vermelha no País é um desafio

ILuStrAçãO: CHrIStIAN DA MAttA

Page 21: EmbalagemMarca 158

Outubro 2012 | 21

e tanto. Mas é também uma grande chance comercial. “O mercado interno vem crescendo em volume e em exi-gência por qualidade”, afirma Miguel da Rocha Cavalcanti, especialista em mercado e marketing de carne e coor-denador do portal BeefPoint, dedicado à pecuária de corte. “No passado, a melhor carne era a exportada. Hoje, por uma série de fatores, a melhor demanda está aqui mesmo, no Brasil. A renda cresceu e a carne bovina é a preferência do brasileiro, o centro do prato. O aumento da classe média gera mais consumo e requisição de carnes especiais. Precisamos aproveitar essa oportunidade.”

a MentaliDaDe de agregar valor à atividade se restringe, por ora, aos principais frigoríficos. A Marfrig, por exemplo, assinala como um objetivo o aumento da distribuição de cortes de carne fresca em embalagens, em detrimento do trabalho com carne sem marca. Isso tem sido feito, segundo a empresa de forma bem-sucedida, especialmente por meio das marcas Seara e Bassi. Diz Alex Toledo, diretor de comunicação e marketing institu-cional da Marfrig: “Os varejistas perce-bem uma série de vantagens e valores dos cortes de carnes especiais emba-lados, como padronização, melhores margens e maior giro. Já os consumi-dores finais percebem os benefícios da

anos. Os clientes locais atendidos já seriam cerca de 100. Conforme o exe-cutivo, a vantagem desses invólucros, também conhecidos como vacuum shrink bags, é a conservação. Carnes ganham vida útil média de sessenta dias, no mercado nacional, e de 120 dias nos envios para outros países (isso devido à manutenção em tem-peratura menor; a refrigeração é um complemento à eliminação de oxigê-nio para coibir a deterioração da carne pela atividade de micro-organismos).

O uso mais amplo de sacos a vácuo também reflete, de acordo com Ricar-do Almeida, uma maior aceitação pelo público. “Quando essa embalagem foi introduzida no País, cerca de vinte anos atrás, muitos estranhavam a cor escura da carne, que é um efeito natu-ral da retirada de oxigênio”, lembra o

profissional da Dixie Toga. “Hoje, mais pessoas entendem que isso não representa nem causa pre-juízo, e que o alimento retorna à coloração normal minutos após a

abertura da embalagem.”Não obstante a maior fami-

liaridade do consumidor com esse pormenor, não dá para negar que a coloração vermelho-cereja é um fator de atração no ponto de venda, contri-buindo decisivamente para o appetite appeal da carne de boi. Por isso, a

praticidade, da qualidade atestada e da garantia de origem. As tecnologias de embalagem avançam e estamos aten-tos ao cenário.”

Desse quadro mais favorável para a distribuição de frações devidamente acondicionadas vêm se beneficiando, sobretudo, os sacos a vácuo encolhí-veis. Ricardo Almeida, gerente de ven-das da Dixie Toga para o mercado de proteínas, aponta que as vendas desse conceito de embalagem – “antes mais utilizado nas exportações” – evoluíram significativamente no País nos últimos

Marfrig tem ampliado a distribuição de carne embalada

em linhas como a seara

JBs reformulou embalagens e até criou serviço de

gestão de gôndolas

Page 22: EmbalagemMarca 158

22 | Outubro 2012

Dixie Toga planeja oferecer no mer-cado nacional o FreshCase. Trata-se de uma embalagem a vácuo que, gra-ças a um aditivo especial aplicado ao filme, promete evitar o escurecimento da carne acondicionada. Desenvolvido nos Estados Unidos pela Curwood, subsidiária da Bemis, dona da Dixie Toga, o invólucro passa atualmente por análise pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A auto-rização para uso no País deve sair nos próximos meses. “É uma embalagem já empregada com sucesso no mercado americano e no Chile”, situa Almeida.

Para a Dixie Toga, o FreshCase pode também ser uma opção para pequenas porções de carnes, geral-mente oferecidas nos supermercados em bandejas envolvidas por filme plástico. “A substituição asseguraria shelf life de até trinta dias, contra os dois ou três dias da bandeja”, afirma Almeida. Outras possibilidades para frações de cortes, ele esclarece, seriam embalagens com atmosfera modifica-da (MAP), em que gases são inseridos no interior de embalagens de alta bar-reira para atenuar a perecibilidade da carne, e envoltórios a vácuo do tipo skin – que se amoldam de maneira justíssima ao formato do conteúdo e que garantem ótima visualização, por serem feitos de filme de alta trans-parência. “A atmosfera modificada é bastante popular na Europa e o skin gera uma apresentação irresistível. No

entanto, são soluções mais caras do que o vácuo convencional”, pondera Ricardo Almeida.

Se por um lado acenam a benefícios importantes, essas soluções avançadas para a distribuição de carnes implicam a necessidade de aparelhamento. E, segundo diversas fontes consultadas pela reportagem, o nível de automação das linhas de produção dos frigoríficos ainda é acanhado. “Isso ocorre prin-cipalmente nas plantas onde o layout e o fluxograma cresceram de forma desordenada”, constata Marcelo Gil Neves, gerente comercial da Multivac, referência em equipamentos para pro-cessamento e embalagem de produtos cárneos, utilizados no mercado domés-tico de carne vermelha por nomes como Brasil Foods (Sadia/Perdigão), Marfrig e JBS. “Ademais”, acrescenta Neves, “desmontar um boi em vinte ou trinta partes de corte de tamanhos e

pesos diferentes dificulta os processos de packaging. Mas, se corretamente estudada, a implantação tem grande viabilidade econômica.”

o baixo cUsto da força de traba-lho para cortar, desossar e limpar partes do boi e para embalá-las favoreceu a difusão de seladoras a vácuo manuais (as peças são previamente acomodadas em sacos pré-formados). Mas o pro-gresso econômico tem alterado o pano-rama, aumentando o apelo das máqui-nas automáticas. “A mão de obra está cada vez mais cara e escassa”, constata Rafael Franciscatto, supervisor nacio-nal de vendas de equipamentos para embalagem da Sunnyvale. A empresa distribui no Brasil seladoras a vácuo da italiana Saccardo, com destaque para a AS 38. “Esse modelo substitui até cinco máquinas manuais. O número neces-sário de operadores cairia de dez para

FreshCase: solução, em

análise pela Anvisa, promete vantagens

do vácuo sem escurecer a carne

sacos de alta barreira ampliam a vida útil da carne, limitada a até três dias nas bandejas

envolvidas por filme convencional

© A

ND

rE

y B

ur

kO

v |

Dr

EA

MSt

IME

.CO

M

Page 23: EmbalagemMarca 158

três. Além disso, a qualidade de sela-gem aumenta, evitando retrabalhos”, argumenta Franciscatto.

A Multivac entende existir espaço, ainda, para acondicionar carne bovina fresca em embalagens a vácuo termo-formadas, com fundo e tampa, confec-cionadas em equipamentos form-fill- seal – que formam, acomodam e selam produtos numa operação contínua, alimentada por bobinas de material plástico rígido ou flexível. “As termo-formadoras permitem uma automação bem maior do que a atual tecnologia de sacos a vácuo. Diminuem o manuseio, agilizam a produção, garantem repe-tibilidade das embalagens e permitem criar novos formatos e funcionalidades, como dispositivos de fácil abertura”, diz Marcelo Gil Neves. Uma grande companhia brasileira de carnes estaria, inclusive, prestes a adotar essa solução. Sistemas parecidos são também ofere-cidos no País pela Cryovac (Sealed Air). A empresa alegou indisponibilidade para participar da reportagem.

Para os frigoríficos que abastecem supermercados, em particular, soluções desse gênero podem ajudar a cativar o consumidor, que viria aumentando a procura por açougues de bairro em nome da conveniência de fazer com-pras mais perto de casa. (Detalhe: para-

Exemplos de embalagens termoformadas, processadas em máquina da Multivac: tecno- logia, ainda rara no Brasil, possibilita atingir grandes velocidades em linhas de produção

lelamente aos aportes em packaging e publicidade, a JBS criou um serviço de gestão de gôndolas para parceiros do trade, de modo a alavancar vendas). Para a pecuária de corte, em geral, pen-sar mais em embalagem e em outros recursos de marketing poderá garantir maior rentabilidade ante a perspectiva de um cenário de maior demanda e menor oferta.

Segundo previsão da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o consumo mun-dial de carne bovina crescerá 14,5% de 2010 a 2019, um incremento de 9,3 milhões de toneladas. Ao Brasil caberá sustentar boa parte desse acréscimo, uma vez que países rivais no negócio do boi gordo, como Paraguai, Argentina, Estados Unidos e Austrália, enfrentam dificuldades para aumentar a oferta ou embaraços sanitários. “Com o aumen-to de produtividade, temos mais uma oportunidade para aumentar a qualida-de”, avalia Miguel da Rocha Cavalcanti, do BeefPoint.

BeefPoint(19) 2532-4620www.beefpoint.com.br

Cryovac(11) 3833-2830www.cryovac.com.br

Dixie Toga(11) 2928-9200www.dixietoga.com.br

Multivac(19) 3251-8818www.multivac.com

saccardo+39 (0445) 380-021www.saccardo.com

sunnyvale(11) 3048-0147www.sunnyvale.com.br

Page 24: EmbalagemMarca 158

24 | Outubro 2012

rOtuLAGEM

na medida justa e claraSistema de rotulagem abre novas possibilidades para embalagens termoencolhíveis

UM rótUlo termoencolhível, para aplicação em embalagens plásticas também termoencolhíveis, hoje ampla-mente usadas no acondicionamento de carnes (frescas e processadas) e queijos, deverá em breve começar a ser pro-duzido no Brasil, com a promessa do fabricante de causar impacto altamente positivo nos pontos de venda. Trata-se, resumidamente, de um rótulo que não deforma a imagem no processo de enco-lhimento a quente, adaptando-se com perfeição à forma do produto acondi-cionado em filme, segundo explica Dan Galovic, gerente de mercados segmen-tados da americana Avery Dennison,

detentora da patente dessa tecnologia, denominada Shrink PS (das iniciais em inglês para press sensitive, ou rótulo autoadesivo).

O executivo, que esteve recente-mente no Brasil para demonstrar as possibilidades de uso do sistema a con-vertedores e a potenciais usuários finais, afirma que, “além de causar impacto visual de qualidade muito superior à da impressão direta, atualmente usada de forma hegemônica para carnes e quei-jos, o Shrink PS oferece vantagens logís-ticas e de custos”. A Avery Dennison está empenhada em difundir o produto na Europa, nos Estados Unidos e na Amé-

como funciona o shrink Ps

aplica-se o shrink ps às embalagens plásticas

termoencolhíveis manualmente ou com uso de uma rotuladora

Coloca-se o conteúdo dentro da embalagem

sela-se a embalagem no interior de uma

câmara a vácuo

remove-se todo o ar do interior da embalagem; o excesso de

plástico permanece Imerge-se a embalagem em água quente para termoencolhê-la em

torno do conteúdo

O shrink ps encolhe juntamente com a embalagem

e se adapta a ela, resultando em uma solução de decoração bem definida e livre de rugas

1

4 5 6

2 3

shrink ps: rótulos encolhem junto com a embalagem, sem deformações

Page 25: EmbalagemMarca 158

Avery Dennison(19) 3876-7600www.averydenisson.com

Tronics(11) 3744-2669www.tronicsbrasil.ind.br

rica Latina. Adotado primeiramente na Austrália, o sistema “está pronto para ser fabricado no Brasil, para distribuição em países vizinhos”, informa Ronaldo C. O. Mello, vice-presidente e gerente geral da empresa para a América do Sul. A tec-nologia já teria sido adotada e em curto prazo deverá ser colocada no mercado por indústrias nacionais das áreas de produtos cárneos e laticínios que a tes-taram, mas Mello diz não poder revelar quais são, por imposições contratuais.

entre os Fatores que teriam sido vistos favoravelmente por con-vertedores e end users destaca-se, pri-meiro, a possibilidade de redução da necessidade de se manter em estoque número frequentemente elevado de embalagens plásticas termoencolhíveis pré-impressas. “Geralmente, a produção de certos itens, como um tender ou uma copa, tem tiragens reduzidas, de 10 000 ou 15 000 unidades, enquanto o fornecimento de sacos pré-impressos se dá em lotes sempre grandes, medidos em centenas ou milhares de quilos”, argumenta Ronaldo Mello. “Se há uma mudança de código, como o SIF (Serviço de Inspeção Federal) ou o número de telefone, perde-se um lote muito grande de embalagens. Com sacos em branco e rótulos autoadesivos, isso não acontece.”

O Shrink PS pode ser aplicado por meio de rotuladoras de pequeno porte, sendo que a Tronics desenvolveu um sis-tema específico, denominado Piggyback. De acordo com material informativo do fabricante, o equipamento “é fácil de usar e permite setup rápido, rotulagem bobina a bobina ou o desprendimento de um só saco para simplificar a aplica-ção da etiqueta e o enchimento”.

Aplicação do shrink ps depende de rotuladora específica

Page 26: EmbalagemMarca 158
Page 27: EmbalagemMarca 158
Page 28: EmbalagemMarca 158

28 | Outubro 2012

ANáLISE

estive recenteMente na Labe-lexpo Americas (de 11 a 13 de setembro, em Chi-cago), feira dedicada à tecnologia de impressão e conversão de rótulos. Foi minha quinta visita a esse evento bienal, intercalada com outras qua-tro à sua edição europeia, que ocorre em Bruxe-las. Fico à vontade, portanto, para dizer que a achei sem ímpeto e com poucas novidades.

Os pavilhões apenas requentaram o que já havia sido mostrado em outras ocasiões. É bem verdade que alguns lançamentos foram anun-ciados. “Aprimoramentos” seria o termo mais correto. O que se viu, de fato, foi a consolidação de tendências apresentadas em edições anterio-res de EmbalagemMarca, resumidas a seguir.

A impressão digital, em pleno crescimento da base instalada, já é realidade na viabilização de pequenos lotes de rótulos. Mas um mundo enorme promete se abrir quando os brand owners acordarem para outras possibilidades que o mundo digital (e somente ele) oferece. Embalagens personalizadas, ações de relacio-namento e lotes específicos por região, canal ou idioma são apenas alguns bons exemplos.

Nesse mercado, a HP Indigo, sistema off-set digital, é a plataforma dominante. Outras tecnologias, como a impressão com toner (da Xeikon) e a com jato de tinta (EFI e Durst são os nomes em evidência) parecem estar dispostas a incomodar essa supremacia, mas apenas os desenvolvimentos apresentados nos próximos dois ou três anos poderão dizer se terão êxito.

Um grande apoio para a difusão desses equi-pamentos está vindo de produtos “acessórios”. Novas opções em soluções para acabamento (meio-corte e aplicação de hot stamping, cold foil e vernizes, por exemplo), dão aos converte-dores mais segurança para optar pela via digital.

Entre os fornecedores de bases autoade-sivas, como Avery Dennison, Ritrama e UPM Raflatac, a rota a se destacar é a do desenvolvi-mento de substratos (frontal e liner) cada vez mais finos. Trata-se de uma resposta às deman-das das grandes empresas usuárias de embala-gem, para quem bobinas com maior quantidade de rótulos significam menos paradas em linha, menos estoques, menos resíduos e mais dinhei-ro no bolso.

oUtra tenDência que segue firme é a reorganização do mercado de conversão. Ainda em processo de consolidação, com fusões e aquisições em pleno curso, os players desse setor começam a experimentar novas possibi-lidades. Fornecedores de rótulos estão grada-tivamente se capacitando a suprir diferentes tipos de decoração e, mais recentemente, até embalagens flexíveis e cartuchos de papel car-tão. É o que se costuma chamar de gráfica “one--stop shop” – uma empresa onde brand owners podem encontrar os mais diferentes produtos impressos de que necessitam em suas linhas.

Com isso, fabricantes de equipamentos que operam com bobinas mais estreitas, destinados à impressão de rótulos, passaram a desenvolver máquinas mais largas, capazes de atender servi-ços hoje problemáticos para os convertedores de embalagens, especialmente aqueles com peque-nos volumes.

Nomes tradicionais, como Nilpeter, Gallus e Mark Andy, e outras empresas sólidas, como Müller Martini e a própria HP Indigo, disponi-bilizam impressoras capazes de trabalhar com substratos que vão de filmes superfinos a car-tões encorpados, com larguras adequadas para atender a indústria de embalagens.

Em meio a essa morosidade da indústria de rótulos, contudo, chama a atenção o desloca-mento geográfico do potencial de crescimento do setor. Nos países, essa atividade industrial atingiu a maturidade, e os convertedores penam com baixos índices de crescimento e margens cada vez mais espremidas. Capitalizados, porém, eles estão saindo às compras e marcando posição entre os “emergentes”, onde se encontram as oportunidades – hoje, 80% do crescimento da indústria de autoadesivos vêm justamente de países como China, Índia e Brasil, de acordo com o especialista Mike Fairley, executivo da Tarsus, empresa inglesa que organiza a Labelexpo.

Para um país como o nosso, acostumado a voos de galinha, desaquecimentos na economia sempre fazem ligar o sinal de alerta. Mas o con-texto global agora é outro, e o Brasil encontra-se em situação privilegiada. Com a devida cautela, talvez valha a pena tentar achar o lado bom das coisas, mesmo em momentos difíceis, e investir. É hora de os convertedores brasileiros de rótulos (e fabricantes de embalagem em geral) profissionalizarem suas gestões em busca de eficiência e ganhos de produtividade. Caso contrário, corremos o risco de, mais uma vez, perder o trem da história.

Um painel com representantes de con-vertedores de diferentes países, realizado no ciclo de eventos paralelo à feira, ilustra como a maneira de encarar os fatos pode nos fazer ver um copo meio cheio ou meio vazio. Após Fernando Gabel, diretor executivo da brasileira Baumgarten, expor desapontamento com nosso PIB anêmico, Iban Cid, executivo da gráfica espanhola Gemark, reagiu com bom humor: “Um por cento já estaria ótimo para nós”, disse, arrancando risadas da plateia.

Morosidade do setor de rótulos, refletida na Labelexpo,

não deve ser vista com pessimismo

POR MARCOS PALhARES

Meio cheio ou meio vazio?

Page 29: EmbalagemMarca 158

rOtuLAGEM

nova diretoria da abieaEm agosto foi escolhida a diretoria da Associação Brasi-leira das Indústrias de Etiquetas Adesivas (Abiea) para os próximos dois anos. Francisco Sanches Nogueira Neto, da Adesão Etiquetas, será o novo presidente, e Sérgio Botteselli Valério, da Visionflex Soluções Gráficas, o 1º vice--presidente.A eleição ocorreu durante o 13º Encontro Nacional de Convertedores de Etiquetas Adesivas, que reuniu conver-tedores e fornecedores da indústria no Hotel Vila Galé, em Angra dos Reis. Veja a composição da nova diretoria da Abiea: emb.bz/158posse

aos quarenta e cincoImportante produtora de rótulos autoadesivos, a Prakolar completou 45 anos no final de agosto último. A empresa, instalada numa área de 5 000 metros quadrados no bairro do Belenzinho, em São Paulo, oferece diversas tecnologias de impressão, como flexografia, serigrafia, offset e digital em até dez cores, com possibilidade de impressão em adesivo, laminação em linha, hot stamping e cold stamping. Para celebrar a data, foi lançado um selo alusivo ao aniver-sário, criado pela agência Tottem.

Mirando o mercado latinoA Braga, empresa brasileira de laminação de autoadesivos, montou um estande na Labelexpo Americas (ver análise ao lado) de olho, principalmente, na visitação de conver-tedores vindos de diferentes países da América Latina. A ação faz parte da estratégia da empresa de expandir suas exportações.

segunda gallus na catuaí

Embarcou no dia 10 de outubro, rumo à convertedora pa-ranaense de rótulos Catuaí Print, de Nova Fátima, a segun-da impressora flexográfica modelo ECS 340, produzida na Alemanha pela Gallus, empresa suíça. A primeira máquina foi instalada em julho.

comprint com trintaNas últimas três décadas, parte da história de algumas das principais marcas globais das indústrias gráfica e de marcação e codificação de embalagens se mistura com a da Comprint.A empresa paulista, que hoje representa nomes fortes como HP Indigo, ABG Graphics, Atlantic Zeiser e Videojet, completou 30 anos em agosto, sob comando de seu fun-dador Christian Vorländer.

Page 30: EmbalagemMarca 158

30 | Outubro 2012

QuEIjOS

Fuga da mesmicePara destacar queijos tipo minas, cooperativa gaúcha adota embalagens diferenciadas

FUgir Dos tradicionais saqui-nhos transparentes e chamar mais aten-ção do consumidor. Esse foi o objetivo da Cooperativa Santa Clara, de Carlos Barbosa (MG), ao adotar embalagens flexíveis extrudadas para dois de seus queijos tipo minas – brancas para frescal e ricota, e metalizada para o queijo San-bios. A cooperativa manifesta, através de sua assessoria de comunicação, o enten-dimento de que “a embalagem branca passa claramente a ideia de produto puro, de qualidade”.

No caso do Sanbios, a assessora Regina Silveira afirma que a opção pelo filme metalizado visou destacar o fato de tratar-se de um queijo “diferencia-do e nobre em relação aos demais do segmento”. Segundo ela, é o primeiro queijo do Brasil produzido com micro-organismos probióticos, que ajudariam a regular a flora intestinal.

As embalagens do queijo frescal e da ricota são extrudadas em até sete cama-das de polietileno (PE) e copolímero de poliamida (PA), que propicia a barreira

a gases. A embalagem do Sanbios é de filme de polietileno extrudado em até cinco camadas, laminado em filme de poliéster biorientado (BOPET) metali-zado, desenvolvido para contato direto com alimentos. A barreira a gases é garantida pela deposição de alumínio no BOPET. Segundo a Santa Clara, as blendas de materiais das duas emba-lagens proporcionam ótima selagem e resistência mecânica. O fechamento dos invólucros é feito por solda ultrassom. A impressão é flexográfica.

EMBalagENs

Parnaplast(41) 2141-3500www.parnaplast.com.br

DEsigN

sperotto Design(51) 3395-4422www.sperottodesign.com.br

Queijo com probióticos chama a atenção

nas gôndolas por ter embalagem metalizada

cooperativa santa Clara adotou o branco como

padrão para os queijos minas

frescal e ricotas

Page 31: EmbalagemMarca 158

CAFéS

nova forma de preparoMousse de café vira bebida

a vaMbel Café Artesanal, de Jun-diaí, apresenta um novo jeito de fazer café. Trata-se do mousse para preparo instantâneo de café, produto que alia a praticidade do café solúvel à cremosida-de do café expresso. O resultado é um café encorpado e fácil de fazer, que pode ser bebido puro ou misturado ao leite. Segundo a empresa, o café em mousse é voltado para o mercado gourmet.

O produto é acondicionado em uma caixa de papel cartão com capacidade para 300 mililitros. O sistema antiva-zamento foi desenvolvido e é fabrica-do pela Fotoimpress, que patenteou a embalagem, uma caixa de cartão imper-meável, com sistema de dobras antiva-zamento e trava lateral de fechamento, com tampa de abas duplas integrada. A caixa pode ser levada ao freezer.

FOtO

: C

Ar

LOS

Cu

rA

DO

DEsigN

CL3 Comunicação, Promoção e Eventos(11) 4139-3636www.cl3eventos.com.br

EMBalagENs

Fotoimpress(11) 4137-2943www.fotoimpress.com.br

Novo mousse para preparo de café é

acondicionado em caixas de papel cartão com

sistema antivazamento

Page 32: EmbalagemMarca 158

32 | Outubro 2012

ENtrEvIStA

Da limpeza à beleza Marcos scalDelai, diretor de marketing da bombril, descreve como a empresa utilizou as embalagens para voltar a crescer na área de higiene do lar – e como irá utilizá-las em seu ingresso no mercado de cuidados pessoais

DoZe PeDiDos de falência, mais de 500 títulos protestados, fábri-cas paradas. Era essa a situação dra-mática vivida pela Bombril em 2003. Motivo: trapalhadas do italiano Sergio Cragnotti, que adquirira o controle do negócio na década de 90. Após três anos de administração judicial, a ope-ração foi reavida em 2006 por Ronaldo Sampaio Ferreira, filho do fundador da Bombril, Roberto Sampaio Ferreira. Os investimentos foram retomados. Em cinco anos, o mix da empresa pulou de 120 para cerca de 500 produtos. Bons resultados fizeram a dívida recuar de 800 milhões para 300 milhões de reais. Para o diretor de marketing da Bombril, Marcos Scaldelai, a volta por cima se deve bastante à força da marca, mas também às embalagens. “Elas nos ajudaram a promover lançamentos e a transmitir qualidade”, afirma. O exe-cutivo fala, a seguir, de ideias para a apresentação de produtos de limpeza doméstica e para um novo campo de atuação: o mercado de beleza, em que a companhia ingressou recentemente com a criação da Bril Cosméticos.

A Bombril sempre se destacou entre as empresas brasileiras pelo inves-timento em marca, especialmente por meio da propaganda. Seria pos-sível atribuir às embalagens algu-ma importância na construção do prestígio da empresa?Com certeza. A Bombril, por caracterís-tica, procurou e procura sempre deixar transparecer a altíssima qualidade de seus produtos por meio das embala-gens. As apresentações dos produtos visam transmitir ao consumidor predi-cados críveis. Para nós, a embalagem é uma ferramenta efetiva de marketing. Até porque, pela quantidade de lança-mentos que temos feito, seria impossí-vel investir em campanhas de televisão e tudo mais para todos os produtos. Para que eles tenham sucesso, temos reforçado atividades no ponto de venda e explorado a força da própria embala-gem com o nome Bombril.

Como normalmente ocorre a cria-ção das embalagens da empresa?A área de pesquisa e desenvolvimen-

Page 33: EmbalagemMarca 158

to tem uma equipe que só trabalha com embalagem. São seis profissionais especializados. Em termos de criação, fazemos um esforço enorme para que nossas apresentações se distingam, tenham algum caráter inovador. Dou um exemplo. Ingressamos recente-mente, com a marca Força Azul, na categoria de desentupidores e produtos desincrustantes, dominada pela Diabo Verde. As embalagens procuram reno-var a categoria em cor predominante, em força de comunicação, em formato. Ultimamente temos lidado bastante

Produtos da Bombril: em cinco anos, portfólio quase quadruplicou

Força Azul: nova ideia visual para desincrustantes

com esse desafio de chamar atenção em categorias já estabelecidas, porque ampliamos bastante nosso raio de atu-ação no mercado de limpeza.

Nos últimos cinco anos o sortimen-to de artigos de limpeza da Bombril evoluiu de 120 para quase 500 itens. Haverá ampliação de leque ainda maior, com novas versões próprias para produtos tradicionais?Cabe aqui uma contextualização. Nos últimos cinco anos a Bombril passou por dois momentos. No primeiro,

Page 34: EmbalagemMarca 158

34 | Outubro 2012

A produção interna de embalagens nos proporciona um

grande diferencial de preço. É uma vantagem competitiva importante

para produtos commodities

encerrado no ano passado, a ideia era expandir a marca no setor de limpe-za, levando-a a categorias já existen-tes. O processo de inovação era “me, too”, ou seja, de acordo com o que o mercado já tinha. Hoje, evoluímos. O foco voltou-se a produtos inéditos no mercado interno. Exemplo: lançaremos em breve, com a marca Mon Bijou, um higienizador para máquina de lavar roupas. É um produto muito usado em outros países, mas que não existe no Brasil. Sob essa mesma filosofia, cria-mos itens como limpador de tela LCD, limpador de micro-ondas que elimina odores de alimentos. Temos feito diver-sos esforços para detectar potencial para novidades como essas. Criamos uma universidade, a Casa Bombril, onde promovemos cursos de formação de domésticas. Nesse espaço, desco-brimos muitas oportunidades para a limpeza do lar.

A Bombril sempre priorizou a fabri-cação própria das embalagens de seus principais produtos. Por quê?Porque esse modelo proporciona aos nossos produtos um grande diferencial de preço. É uma vantagem competitiva que nós temos, especialmente impor-tante para os produtos commodities de nosso portfólio, como detergente líquido para louça. A propósito, inves-timos pouco tempo atrás numa máqui-na moderníssima (da Krones), de alta capacidade, para envasar detergente para louças em frasco de PET, e não em frasco de polietileno, que foi por muito tempo o padrão do mercado. Não é uma inovação sem precedentes, porque con-correntes já a haviam feito. Mas, para nós, é uma grande mudança. Que exemplos o senhor fornece-ria de inovações em embalagem desenvolvidas nos últimos anos pela Bombril no negócio de limpeza doméstica?Temos muitos exemplos... Acho que um projeto marcante e de destaque é o do Tanto Líquido. Trouxemos uma proposta bem diferenciada para lava--roupas líquidos. Enquanto o mercado trabalha com um padrão bem mais tra-dicional de embalagem, nosso produto

tem uma pega muito mais fácil, tem um visual muito mais moderno, mais femi-nino. As diferenças ficam muito claras quando você compara Tanto Líquido com os demais do mercado.

A Bombril tem reforçado a comuni-cação de atributos “verdes” de seus produtos e de que é uma empre-sa engajada em reduzir o impacto ambiental de suas atividades. Isso tem sensibilizado o consumidor brasileiro, influenciado as decisões de compra?Sinceramente, não dá para dizer que existe grande demanda por sustentabi-lidade, até porque nosso consumidor de classe média não tem muito claro o que é um produto sustentável. Por outro lado, Ecobril – lançada por nós como a primeira linha sustentável completa no Brasil para a limpeza do lar, composta por 24 itens de apelo premium – é alvo de ótima receptividade. Ela já está no País inteiro. Quem começa a usá-la não para mais. Pessoas ligam para o nosso SAC a elogiando. Resumindo, notamos que as classes mais altas já se sensibi-lizam. Isso tende a crescer na base da pirâmide. Por isso, decidimos fazer da sustentabilidade um compromisso, no sentido de tentar melhorar a qualidade de vida dos nossos consumidores não só pela entrega de praticidade, mas também de meios de ajudá-los a se rela-cionar melhor com o ambiente.

Que efeitos esse compromisso provocou nas apresentações dos produtos?Uma consequência importante foi o uso de refis na linha Ecobril. Investi-mos bastante para poder disponibilizar essas embalagens de recarga, que não somente exigem menos matéria-prima para sua produção como proporcionam economia ao comprador. Passamos também a oferecer soluções concentra-das. Isso gera reduções expressivas do consumo de materiais de embalagem.

Ao que tudo indica, produtos ambientalmente mais amigáveis serão destaques da Bril Cosméticos, recém-criada pela Bombril após a compra da Ecologie Cosméticos. Que planos a empresa tem para

Ecobril: uso de refis apoia o

compromisso ecológico da linha

Tanto: embalagem diferenciada no

mercado de lava-roupas líquido

Page 35: EmbalagemMarca 158
Page 36: EmbalagemMarca 158

36 | Outubro 2012

esse negócio?Faz três meses que a Bril Cosméticos existe de fato, com um centro de dis-tribuição próprio e 100% do controle da Bombril (em 2011, por cerca de 15 milhões de reais, a empresa adquiriu 75% da Ecologie Cosméticos; neste ano, arrematou o restante). Faremos dois trabalhos em cosméticos. Um com a linha Ecologie, que é o conceito susten-tável, de entregar formulações basea-das em ingredientes naturais e produ-tos que agridem menos o ambiente. Investiremos para colocar produtos o mais sustentáveis possíveis nas gôndo-las de perfumarias e farmácias, onde Ecologie já era vendida, e a partir de agora também nas dos supermercados. Queremos ser reconhecidos como a Natura do varejo. Em outra frente, tere-mos produtos com alta carga tecnoló-gica, fundamentados em desempenho. O mote não será sustentabilidade, mas performance.

Que novidades ou inovações a Bril Cosméticos trará em termos de acondicionamento de produtos? Dentro do objetivo de entregar o máxi-mo possível de sustentabilidade em Ecologie, investimos cerca de 5 milhões de reais na reformulação da submarca Raízes de cuidados com cabelos. Os 24 itens dessa linha levam ingredientes

naturais e agora têm embalagens feitas de plástico reciclado. Isso fortalece o conceito ecológico dos produtos. Have-rá outras adaptações e investimentos em embalagem em prol da sustentabi-lidade e da modernização. A Ecologie Cosméticos tinha algo em torno de 130 produtos. Graças aos desenvolvimentos recentes, a Bril Cosméticos já tem cerca de duzentos produtos. A intenção é aumentar ainda mais o portfólio.

Foi noticiado que a Bril Cosméticos terá uma linha de cuidados pessoais específica para mulheres com mais de quarenta anos de idade...É para o ano que vem. As embalagens já estão até desenhadas. Elas tentarão traduzir essa mulher mais madura, ofe-recer praticidade... É o que posso, por enquanto, antecipar. Estamos empe-nhados em atender segmentos. Quase ninguém fala com públicos distintos.

A maioria das empresas não faz nicho e acreditamos nessa oportunidade para o grande varejo. Sob essa disposição, estamos lançando a linha Joy. Seus produtos, com fórmulas avançadas, são direcionados para um nicho que nin-guém trabalha hoje no Brasil: a mulher jovem de 15 a 22 anos. Não é teen, não é uma menina. É uma jovem mulher. Trata-se de uma daquelas famílias de produtos que, como disse, será funda-mentada em performance. As embala-gens têm formato bem feminino, mui-tas cores, visual descontraído. Procura falar a linguagem dessa mulher mais jovem (ver Display desta edição).

Quais serão os maiores desafios para a empresa nos próximos anos?Em household, o grande desafio da Bombril será continuar trabalhando o rejuvenescimento junto a essa nova mulher da classe média brasileira. Ela tem de perceber a Bombril como a marca do primeiro passo dela a um mercado de maior valor agregado. Temos de nos adaptar à rotina dessa mulher e falar a linguagem dela. Saí-mos na frente. Fomos a primeira marca a conseguir entender a mentalidade dessa nova mulher e temos como desa-fio perpetuar isso nos próximos anos. Para cosméticos, o desafio é enorme. O mercado é extremamente concorri-do. Não vamos competir com as gran-des empresas tradicionais. Precisamos fazer com que os consumidores enten-dam como a Bombril quer se colocar no mercado, numa proposta de produtos premium, diferenciados, de mass pres-tige, mas com preços acessíveis. Não é fácil, porque as indústrias de cos-méticos investem absurdamente para cativar o público. Buscaremos fazer nossa parte.

Ecologie raízes: reformulada, linha

é agora vendida em embalagens de plástico reciclado

investiremos para colocar cosméticos o mais sustentáveis possíveis nas gôndolas de perfumarias,

farmácias e supermercados. Queremos ser reconhecidos como a Natura do varejo

Page 37: EmbalagemMarca 158
Page 38: EmbalagemMarca 158

38 | Outubro 2012

PrêMIO

a premiação que faz diferençaCom critérios rígidos de julgamento, Grandes Cases de embalaGem se destaca como um evento singular e concorrido no setor

aPós estUDo das descrições dos cases concorrentes, da criterio-sa análise física das embalagens cor-respondentes e da troca de opiniões entre si, os sete componentes do júri da sexta edição do Prêmio Gran-des Cases de Embalagem atribuíram, dia 11 de setembro último, as notas que, depois de tabuladas, resultarão na lista dos ganhadores. O resulta-do será apresentado na cerimônia de entrega dos troféus, a realizar-se dia 13 de novembro próximo no Centro Uni-versitário Senac Santo Amaro, em São Paulo, numa comemoração que já se tornou data imperdível do setor. Além de homenagear as empresas donas das marcas e as fornecedoras e prestadoras de serviço citadas nas fichas de inscri-ção, a iniciativa dá projeção e valoriza os profissionais envolvidos nos cases concorrentes – daí o eixo da campanha de divulgação este ano ter se focaliza-do em dois motes: “Fazer diferente faz diferença” e “É importante para sua empresa. É importante para você.”

o núMero recorDe de inscri-ções em relação aos anos anteriores, bem como a qualidade de expressivo número de cases inscritos, que vem aumentando a cada edição, acentua a exigência de cuidados por parte dos jurados no julga-mento. É por isso que este ano a comis-são julgadora foi ampliada de cinco para sete membros (veja-os no quadro). É um número que ameniza a carga de traba-lho, mas não tão alto que possa levar à dispersão na análise. Fundamental é que o julgamento se ativesse ao rigor do estudo de cada case e à imparciali-dade do voto. Neste pressuposto básico, que orienta o regulamento do Prêmio Grandes Cases de Embalagem desde sua instituição, em 2007, prevalecem dois princípios essenciais:

• são vetados patrocínios de empresas que possam ser concorrentes a tro-féus (transformadores e convertedores de embalagens, rótulos, sistemas de fechamento e outros complementos, além de agências de design e usuários finais); • igualmente não podem participar do júri profissionais ligados a empre-sas que possam ser candidatas a tro-féus, como usuárias, fornecedoras e prestadoras de serviços na área de embalagem, isto é, agências de design, de propaganda, de pré-impressão e assemelhadas.

O mesmo rigor quanto à clareza de procedimentos, que resulta na credibi-lidade inatacável do Prêmio, está pre-sente no fato de que ele é regido por critérios lógicos. O objetivo é incen-tivar e valorizar a busca da excelência nas embalagens brasileiras, premian-do aquelas que se destacam pela oti-mização do conjunto de suas virtudes ou, isoladamente, de uma ou mais delas que tenham peso decisivo para

a obtenção de resultados positivos nos diversos aspectos que compõem um sistema de acondicionamento.

Em função disso, a premiação não está dividida em categorias, dadas as limitações implícitas nesse processo de julgamento. Em Grandes Cases de Embalagem os jurados avaliam as embalagens levando em consideração todos os seus componentes, valorizan-do aqueles que contribuem em maior medida para o sucesso do produto ao qual se destinam. Ou seja, as embala-gens são analisadas de forma integral, em função dos benefícios que trazem à indústria usuária, ao consumidor final e, consequentemente, aos parceiros envolvidos no case. Assim, são levados em conta o cenário que estimulou o desenvolvimento da nova embala-gem, o design, a solução adotada e os ganhos gerados (financeiros, ambien-tais, técnicos, logísticos, de produtivi-dade, de reciclabilidade etc).

No entendimento dos organizadores do Prêmio, ao se aterem a tais crité-

FOt

OS:

AN

Dr

é G

OD

Oy

Jurados avaliaram inscrições e

amostras no dia 11 de setembro

Page 39: EmbalagemMarca 158
Page 40: EmbalagemMarca 158

40 | Outubro 2012

Um júri de alta qualificação e credibilidadejurados do Prêmio Grandes Cases de embalaGem têm relação com o setor, mas sem vínculos com concorrentes, como impõem o regulamento e a ética

rios para o preenchimento das fichas de inscrição, as empresas concorrentes induzem seus funcionários a dedicar-se à troca de informações e de opiniões sobre cada case, num processo didático

e de ampliação de conhecimentos. Tal processo terá seu momento maior na cerimônia de entrega dos troféus, cujos adornos – o coquetel que a antecede e o jantar que se segue a ela – constituem um

marcante momento de confraternização e relacionamento na cadeia de valor da embalagem. O ciclo se completará com a ampla cobertura da iniciativa, na revista EmbalagemMarca de dezembro.

aDélia borges Jornalista desde 1972, curadora especializada em design e professora de história do Design. Foi diretora do Museu da Casa Brasileira, em São Paulo, de 2003 a 2007, e curadora-geral da Bienal Brasileira de Design Curitiba, em 2010. É autora, entre outros, dos livros Design + Artesanato: O caminho brasileiro, Sergio Rodrigues e Designer não é Personal Trainer. Trabalhou

em veículos como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, TV Globo e TV Cultura. Graduada em Jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP).

anna carolina Maccarone Gerente executiva da Associação Brasileira de Empresas de Design (Abedesign), responsável pela gestão do projeto Brasil Design. Com mais de doze anos de experiência nas áreas de promoção nacional e internacional, comunicação, planejamento, eventos e design, já atuou, entre outras entidades, na Câmara de Comércio Brasil-Alemanha. Formada em Publicidade e Propaganda, com ênfase em Marketing pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, e pós-graduada em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo.

aUresneDe Pires stePhan (ProFessor eDDy) Professor atuante na área de design nas seguintes instituições de ensino superior em São Paulo: Faculdade Armando Álvares Penteado (FAAP), Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Faculdade Santa Marcelina (FASM) e istituto Europeo di Design (iED). É membro do Museu da Casa Brasileira e consultor e curador de inúmeros prêmios de design no Brasil. Bacharel em Design pela FAAP, mestre pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e especialista pela Universidade São Paulo (USP).

Myrna nasciMento Professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), onde leciona nos cursos de Arquitetura e Design. É também professora do Centro Universitário SENAC São Paulo, nos cursos de Design industrial e Arquitetura, e nos de Pós-graduação em Arquitetura Comercial e Design de interiores, sendo que coordena este último. Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo, com mestrado em Comunicação Social pela Faculdade Casper Líbero, e mestrado e doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo.

antonio carlos ascar Consultor e sócio diretor da Ascar & Associados, consultoria atuante na área supermercadista. Consultor de Varejo da Associação Brasileira de Supermercados

(Abras) e articulista da revista SuperHiper, é um estudioso das tendências do varejo de autosserviço, tema principal de suas palestras. Graduado e pós-graduado em Administração de Empresas pela

Fundação Getúlio Vargas (FGV – SP), com especialização em Empreendedorismo na Babson College de Boston, Estados Unidos. Foi diretor executivo do Grupo Pão de Açúcar durante 31 anos.

lUiZ FernanDo De oliveira Pereira Sócio diretor da Greenfield Consultoria e Promoção de Eventos, empresa idealizadora do Programa Embala, que promove entre outros

eventos especializados a Expo Embala, única feira totalmente focada na cadeia de valor da embalagem no Brasil. Atua desde 1986 no segmento de feiras de negócios, tendo participado da criação de vários eventos regionais desse gênero, dentre os quais a Embala Nordeste. É formado

em Administração de Empresas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Patrícia aMaral Assessora de Soluções de Negócios na GS1 Brasil, com experiência na coordenação de projetos setoriais na área de automação da cadeia de suprimentos.

Especialista em Supply Chain, em que atua há mais de sete anos. Graduada em Engenharia de Produção Mecânica pela Escola de Engenharia Mauá - instituto Mauá de Tecnologia; com

MBA em Marketing de Serviços na FiA-USP, especializada em Balanced Scorecard pela FGV, em Marketing pela ESPM e Design Thinking pela Design Echos.

FOt

OS:

AN

Dr

é G

OD

Oy

Page 41: EmbalagemMarca 158
Page 42: EmbalagemMarca 158

42 | Outubro 2012

INtErNACIONAL

Pods em vogaLava-roupas em cápsulas viram febre no mercado americano, com implicações em apresentação da categoria e de saúde pública

o stanD-UP PoUch está em alta na seção de lavanderia dos supermercados americanos. Procter & Gamble, Henkel, Sun Products e Church & Dwight, entre outras indústrias, ado-taram essa embalagem flexível, conhe-cida por ficar em pé, na instauração de uma moda: a venda de pods para lavar roupas. São pequenas cápsulas reple-tas de soluções líquidas que prometem limpar, amaciar e perfumar tecidos com grande eficiência e apelo de praticidade, dispensando as dosagens de produtos. Feitas de filmes especiais, elas se dissol-vem quando em contato com água, libe-rando detergentes e outras especiarias químicas no turbilhão. Uma única uni-

dade seria o suficiente para uma lava-gem completa em máquinas de lavar.

O conceito de lava-roupas líquido encapsulado em filme hidrossolúvel não é exatamente uma novidade. Existe na Europa desde a década de 90 e já foi testado anteriormente no merca-do americano. A diferença, segundo as fabricantes, é que agora os produtos têm fórmulas melhores e mais concentradas – ou seja, com menos água (isso permi-tiu a adoção de filmes que se dissolvem mais rapidamente, inclusive em água fria; os antecessores exigiam água quen-te). A aposta nesses novos lava-roupas em cápsula é alta. Lançado em fevereiro último, o Tide Pods teria demandado da

Procter & Gamble oito anos, 450 esboços de produto, 6 000 testes com consumi-dores e mais de 100 milhões de dólares em seu desenvolvimento.

alarDeaDo coMo a maior ino-vação da marca em quase três décadas, o Tide Pods se destaca em termos de apresentação. O produto é vendido não só em stand-up pouch. Este, na realida-de, tem apelo de embalagem de recarga para um pote de formato circular, que lembra um aquário, moldado em PET com 25% de resina reciclada. Combina-dos, a embalagem rígida e o refil reduzi-riam o consumo de plástico pela meta-de numa comparação de rendimento

Tide Pods: pote e bolsa plástica personificam uma grande aposta da P&G

emb.bz/158tide

Page 43: EmbalagemMarca 158

equivalente ao de lava-roupas líquidos convencionais, vendidos em frascos com tampa dosadora. Tal característica de minimizar resíduos garantiu ao produto um dos troféus da mais recente edição do DuPont Packaging Awards, prêmio internacional de embalagem promovido ano a ano pela DuPont.

Vendidos exclusivamente em bol-sas plásticas, os concorrentes do Tide também chamam a atenção pelas emba-lagens. Os stand-up pouches do Purex UltraPacks, da Henkel, e do All Mighty Pacs, da Sun Products, por exemplo, incorporam fecho plástico (“zíper”), regiões transparentes, que permitem a visualização do conteúdo, e design grá-

fico moderno. Mas nem tudo são flo-res. Segundo o noticiário, crianças têm confundido pods com balas e confeitos e os ingerido. Mais de 1 500 casos de intoxicação teriam sido registrados em solo americano até meados de setembro – felizmente, sem casos de morte. Ante os acidentes, a P&G declarou que apli-cará no Tide soluções childproof, para coibir a abertura das embalagens pela criançada. Nas outras marcas, ganha-ram realce alertas para armazenar as cápsulas longe do alcance dos pequenos. Depois de todos os esforços para gerar os novos lava-roupas, os fabricantes enca-ram mais um desafio: deixar claro que sabão não é doce.

assista a uma reportagem (em inglês) sobre intoxicação por pods: emb.bz/158noticia

purex ultrapacks, da Henkel, e all Mighty pacs, da sun, têm pouches

resseláveis predominantemente azuis e com áreas transparentes para visualização das cápsulas

Page 44: EmbalagemMarca 158

44 | Outubro 2012

Displayo qUe hÁ De novo nos Pontos De venDa edição: Flavio Palhares

[email protected]

higiene Pessoal

Para as jovens, irreverênciaJoy! é a novidade da Bril Cosméticos, divisão da Bombril para o mercado de cuidados pessoais. Composta por 42 itens, entre produtos para cuidados para o cabelo e para o corpo, a linha é dedicada a mulheres jovens, com idades entre 15 e 22 anos – proposta divulgada como inédita no País (ver a Entrevista desta edição). Segundo a empresa, as embalagens da nova marca

primam por formatos curvilíneos, alusivos ao corpo feminino, e design gráfico irreverente, calcado em padrões de estampas com cores vibrantes. No caso dos produtos para o cabelo – xampu, condicionador, creme de tratamento e creme para pentear – sobressaem, na decoração serigráfica dos potes e frascos, círculos coloridos que lembram bolhas.

DEsigN 1 2 3 4

Oficina Design up(11) 5051-8844www.oficinadesignup.com.br FrascOs 1 2 , taMpas 1 2 E DEcOraçãO 1 2 3 4

AB Plast(47) 3451-9103www.abplast.com.br FrascO 3 E pOtE 4

Aptar(11) 4196-7500www.aptar.com TAMPA 3uniwap(11) 4163-3773www.uniwapp.com.br

12

4

3

Page 45: EmbalagemMarca 158
Page 46: EmbalagemMarca 158

46 | Outubro 2012

Displayo qUe hÁ De novo nos Pontos De venDa

PÃes

identificação mais fácil 2

A linha de pães 100% Integral, da Seven Boys, teve embalagens atu-alizadas. O objetivo é facilitar a identificação nas gôndolas. O visual ficou mais limpo e agora dá mais destaque à ins-crição “100% integral”.

esPUMantes

mais um toP de linha 3

A Vinícola Aurora amplia sua linha de espumantes top com o Brut Rosé, elaborado com as uvas Pinot Noir e Riesling Itálico. A novidade surge em garrafa de vidro de 750 mililitros decorada com rótulo de papel.

antes …sUcos

nova estamPaA Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos (ebba) relança a linha de sucos prontos para beber Maguary Néctar. As caixinhas apresentam cores mais fortes e bandeirolas sob o logotipo e os nomes das frutas.

DEsigN

a10 Design(11) 3845-3503www.a10.com.br

EMBalagENs

Tetra Pak(11) 5501-3200www.tetrapak.com.br

… e depois

EMBalagENs

Inplasul(46) 3220-8000www.inplasul.com.br

DEsigN

Design Vogt(51) 3331-7812www.vogt.com.br

2

1

rótulO

gráfica reúna(54) 3441-9200www.reuna.com.br

garraFa

Owens-illinois(11) 2542-8084www.oidobrasil.com.br

DEsigN rótulO

Plano Design(54) 3451-4160

cápsula

royo e cia(54) 3226-2022

3

Matinais

PhiladelPhia em dobro 1

Sem prejuízo da emba-lagem clássica, com 150 gramas, o cream cheese Philadelphia, da Kraft Foods, passa a ser vendido também em pote de 300 gramas. A estreia foi no mercado de São Paulo.

pOtE

Berry Plastics(15) 3414-5300www.berryplastics.com

DEsigN

Kong rex(11) 3032-1260www.kongrex.com.br

Page 47: EmbalagemMarca 158

Preservativos

aniversário retrô 4

Para comemorar 21 anos da marca Prudence, a DKT do Brasil desenvol-veu embalagens vintage para a linha Cores & Sabores. A arte das cai-xinhas de papel cartão remete a embalagens antigas de camisinhas.

sabonetes

Proteção da flora 5

Protege é a nova linha de sabonetes antibac-terianos da Flora. As embalagens dos sabone-tes em barra e dos sabo-netes líquidos da linha têm design despojado, que remete a produtos da área clínica.

DEsigN

Brander Branding Expression(11) 3067-5990www.brander.com.br

cartucHOs

Embalagens santa inês(11) 3904-0444santaines.com.urlpreview.net

4

rótulOs

Indexflex(11) 3618-7100www.indexflex.com.br

ENvElOpEs

Dixie Toga(11) 2928-9200www.dixietoga.com.br

válvulas

Master Pumps(11) 4072-5353www.masterpumps.com.br DEsigN

Oz Design(11) 3024-2670www.ozdesign.com.br

FrascOs E taMpas

Plásticos Cária (11) 3674-0020www.caria.com.br

5

Page 48: EmbalagemMarca 158

48 | Outubro 2012

Displayo qUe hÁ De novo nos Pontos De venDa

sUcos

sabores inusitados 1

A Arbor Brasil lança a linha de chá verde NamasTea – nome que brinca com “namastê”, saudação típica do sul da Ásia. Os produ-tos são vendidos em embalagens cartonadas assépticas de 250 milili-tros e de 1 litro.

chicles

com mais ergonomia 3

A Perfetti Van Melle adotou um novo pote com tampa flip-top para Pure Ice e Pure Fruit, novos sabores de Men-tos Goma de Mascar. Ondulações facilitam o manuseio. A decoração é feita com rótulo ter-moencolhível.

cosMéticos

barbie nas unhas 4

A Biotropic Cosmética lança a primeira coleção de esmaltes inspirada na personagem Barbie. A coleção conta com 20 cores, incluindo base seda, cores cremosas e brilhos e a linha extra brilhos com fragrância, que possui secagem rápida e brilho intenso e deixam as unhas per-fumadas. O produto é vendido em blister com uma unidade.

cervejas

de rouPa nova 5

A cerveja Skol ganhou nova identidade visual. O branco do fundo foi substituído pelo ama-relo nas embalagens. A seta, que simboliza o slogan “Desce redon-do” ganhou destaque e o logotipo teve a tipolo-gia modernizada.

EMBalagENs

Tetra Pak(11) 5501-3200www.tetrapak.com.br

1

sabonetes

lux e lifebuoy em refil 2

Stand-up pouches, as bolsas plásticas que ficam em pé, foram adotados pela Unile-ver em refis para os sabonetes líquidos Lux e Lifebuoy. As embalagens de recarga reforçam as iniciativas

sustentáveis da com-panhia, pois têm 70% a menos de plástico do que os frascos em que os produtos são primor-dialmente oferecidos. A empresa não informou de quem é o design das novas embalagens.

staND-up pOucHEs

Inapel(11) 2462-8800www.inapel.com.br

2

4

FrascO E taMpa

Plast & Pack(41) 3668-3169www.plastpack.com.br DEsigN

selection+39 (02) 380771www.selection.it rótulO

sleever international(11) 2303-2337www.sleever.com

3

DEsigN

vY2 studio Design(11) 5081-7813www.vy2.com.br

DEsigN

Narita Design(11) 4052-3700www.naritadesign.com.br

5

Page 49: EmbalagemMarca 158

Agosto 2012 | 49

chocolates

viagem no temPo 6

A Kraft Foods Brasil resgatou uma embalagem de 1920 para comemorar os 100 anos da marca Lacta. As barras de cho-colate ao leite de 170 gramas são acondicionadas em uma lata que segue o mesmo visu-al retrô, adornada por uma

cinta de papel cartão. A lata é vendida com três barras: uma com a embalagem de 1920, uma com a atual e uma tercei-ra que convida o consumidor a acessar a página da empresa no Facebook e dizer como serão os próximos 100 anos.

DEsigN

B+G(11) 5090-1460www.bmaisg.com.br

LATA

Metalgráfica itaquá(11) 4648-2699

FlOw pacKs

Dixie Toga(11) 2928-2000www.dixietoga.com.br

CINTA

EGM(11) 5693-5693www.egmgrafica.com.br

6

Page 50: EmbalagemMarca 158

Almanaque

50 | Outubro 2012

Baú digitalNos rótulos de cachaça, a mãe de todos os crustáceos

emb.bz/158bau

Você sabia?O nome Sadia não foi criado para transmitir a ideia de alimentos saudáveis. Na realidade, a Sociedade Anônima Indústria e Comércio Concórdia adotou essa alcunha, na década de 1940, a partir das iniciais SA de “Sociedade Anônima” e das três últimas letras da palavra “Concórdia”. Simples assim.

O jubileu dO blisterEmbora existam registros mais antigos de ideias parecidas, consta que a primeira embalagem do tipo blister surgiu em 1962. A Hassia, fabricante alemã de equipamentos de embalagem, teria desenvolvido o con-ceito – chapas de plástico termoformado dotadas de cavidades (ou bolhas, blisters, em inglês) vedadas por um filme – a pedido da conterrânea Schering. A ideia era ofere-cer uma apresentação prática para o Anovlar, uma das primeiras pílulas anticoncepcionais do mundo. Até então, comprimidos eram vendidos em frascos de vidro ou em strips (“sanduíches”) de filme de alumínio.

Antes do silicone…Em 1917, começaram a circular em jornais anúncios de um unguento que prometia peitos dos sonhos às brasileiras. A Pasta Russa, criada pelo “célebre médico e cientista russo” Doutor G. Ricabal, asseguraria seios “desenvolvidos, fortificados e aformoseados” após dois anos de uso. O produto podia ser encontrado nas melhores “pharmacias” do País ou entregue pelo correio. O rótulo, azul, trazia a ilustração de uma mulher topless. No final da década de 1940, jornais e revistas ainda traziam reclames da pasta prodigiosa. O que terá sido dela – e do tal Doutor Ricabal?

Veja mais imagens em emb.bz/158seios

A guerra das garrafas

Ficou conhecida como guerra das garrafas uma das mais longas batalhas judiciais entre a Coca-Cola e a Pepsi no Brasil. A pen-

denga durou 38 anos. Tudo começou em 1972, quando a polícia apreendeu garrafas retornáveis de vidro da Coca em uma fábri-

ca da Pepsi no Rio Grande do Sul. O fato se repetiu dois anos depois. A Pepsi foi acusada de quebrar parte dos recipientes e denunciada ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Acabou sendo condenada e multada, mas recorreu da sentença. A história só teve final em 2010. A Justiça Federal

gaúcha considerou que não havia provas contra a Pepsi, inocen-tou-a definitivamente e mandou a União a devolver à empresa o

valor da multa que ela havia pago quase quarenta anos antes.

Page 51: EmbalagemMarca 158
Page 52: EmbalagemMarca 158