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Ano XIV • Nº 159 • Novembro 2012 • R$ 15,00 PLáSTICOS Em ação da Danone, frasco de PET avança com força no mer- cado nacional de iogurtes para beber ENTREVISTA Fabio Cecília fala de ideias e objetivos da Mãe Terra no campo do acondicionamento de alimentos orgânicos Freio ao plágio Patentes e registros de marca podem reprimir as costumeiras imitações de embalagens. Conheça seus direitos (e seus deveres) EM para tablets. Baixe gratuitamente para iPad emb.bz/ipad e Android emb.bz/android

EmbalagemMarca 159

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Revista EmbalagemMarca Nº 159, Novembro de 2012. Reportagem de capa: Plágio

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plásticosEm ação da Danone, frasco de PET avança com força no mer-cado nacional de iogurtes para beber

entrevista Fabio Cecília fala de ideias e objetivos da Mãe Terra no campo do acondicionamento de alimentos orgânicos

Freio ao plágioPatentes e registros de marca podem reprimir as costumeiras imitações de embalagens. Conheça seus direitos (e seus deveres)

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Novembro 2012 | 3

editorialUMa conversa coM o leitor

na hora de planejar

“A Bloco de Comunicação está

reativando, sob o selo do Ciclo

de Conhecimento, sua Divisão

de Livros e Fascículos. Caberão

nessa seara não só publicações

de autoria de especialistas

em campos específicos do

packaging, mas também manuais

de orientação produzidos sob

demanda de fornecedores”

neste período do ano, em que as empresas costumam voltar-se para o planejamento de seu futuro de médio e longo prazos, temos algumas informações que, acreditamos, possam ser de seu interesse. Basicamente, elas têm a ver com um conjunto de inicia-tivas de comunicação voltadas para o objetivo de transformar informação em conhecimento na área de embalagem.

Temos desde já a comemorar o fato de que, ao longo do exercício que está se encerrando, tais ações não só se con-solidaram como se fortaleceram. Espe-cificamente, no período, esse esforço se materializou na alta qualidade editorial de EmbalagemMarca, nos eventos de transformação realizados sob a égide do Ciclo de Conhecimento e na con-sagração do Prêmio Grandes Cases de Embalagem como um dos mais importantes instrumentos de estímulo e fortalecimento da cadeia de valor de embalagem no Brasil.

Mas é de ações futuras que que-remos tratar neste espaço. Com base na experiência adquirida ao levarmos adiante esse feixe de realizações, e com a crescente convivência de nossa equi-pe com os mais diversos agentes do setor, tanto em âmbito nacional quanto internacional, julgamo-nos hoje cre-

denciados a oferecer-lhes uma alta-mente especializada gama de serviços de comunicação na área de embala-gem. Assim, adiantamos que a Bloco de Comunicação está reativando, sob o selo do Ciclo de Conhecimento, sua Divisão de Livros e Fascículos. Cabe-rão nessa seara não só publicações de autoria de especialistas em campos específicos do packaging, mas também manuais de orientação produzidos sob demanda de fornecedores dedicados a determinados ramos de suprimento. Estamos à disposição para conversar sobre projetos e analisar sugestões.

Há, ainda, uma série de outras ati-vidades planejadas e já em andamento para o exercício que em breve se inicia-rá. Como é costume da casa, optamos sempre por fazer antes de prometer. O que entendemos ser fundamental registrar aqui é nossa sempre renovada expectativa de continuarmos contando com o prestígio de nossos leitores e com o indispensável apoio de nossos patrocinadores e anunciantes.

Até dezembro.

WILSON PALHARES

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sumárioEdição 159 • Novembro 2012

diretor de redação: Wilson Palhares | [email protected] • editor executivo: Guilherme Kamio | [email protected] • redação: Flávio Palhares | [email protected] • comercial: Juliana Lenz | [email protected] • Karin Trojan | [email protected] • Wagner Ferreira | [email protected] • diretor de arte: Carlos Gustavo Curado | [email protected] • administração: Eunice Fruet | [email protected] • Marcos Palhares | [email protected] • eventos: Marcella Freitas | [email protected] • circulação e assinaturas (assinatura anual R$ 150): Kelly Cardoso | [email protected]

Publicação mensal daBloco Comunicação Ltda.Rua Arcílio Martins, 5304718-040 • São Paulo, SP(11) 5181-6533www.embalagemmarca.com.br

Não é permitida a reprodução, no todo ou em parte, do conteúdo desta revista sem autorização. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.

Antilhas .............................................2ª capaAoki ..............................................................11Baumgarten ................................................5Bericap ......................................................... 7Bosch Packaging ...........................3ª capaCatuaí Print ............................................... 39Congraf ........................................................9

Crown ........................................................ 49da Matta 3D ...............................................41Designful ................................................... 49Giro News ................................................. 45Gráfica Ipê .................................................47Grandes Cases ............................... 26 e 27Grif .............................................................. 29

Hotgraf ...................................................... 49Ibema .......................................................... 13Indexflex ...........................................4ª capaKrones ........................................................ 31Maxcor .......................................................33Moltec ....................................................... 49Müller Martini ............................................ 17

Piloto ...........................................................23Plast Imagen .............................................35Prakolar ......................................................25SIG Combibloc ......................................... 21Simbios-Pack ........................................... 49

Empresas que anunciam nesta edição

3 editorial Iniciativas que se consolidaram, e outras por vir, para transformar informação em conhecimento no mercado brasileiro de embalagem

6 painel Abipet contesta anúncio do governo paulista que coloca garrafa de PET como vilã de poluição em rio • Mercado brasileiro de papéis para embalagem pode ter escassez de matéria-prima • EmbalagEmmarca recebe prêmio da Abeaço • Latas brasileiras são reconhecidas no exterior

16 iogurtes Danone adota PET em garrafas de Activia líquido e apresenta embalagem com maior volume para a categoria no Brasil

28 Queijos Piracanjuba apresenta embalagens porcionadas com tampa abre-fácil

30 entrevista Fábio Cecília, coordenador de marketing da Mãe Terra, explica a estratégia da empresa de ter produtos naturais, mas sem cara de “natureba”

38 pack trends Estudo aponta megatendências que influirão no acondicionamento de produtos no mercado brasileiro

40 esmaltes Nova empresa brasileira inova com frascos retornáveis

42 internacional Embalagens flexíveis especiais facilitam cuidados de pequenos gramados

43 agroquímicos Frascos mais leves, com menor uso de resina, diminuem custos e impactos ambientais em linha de inseticidas da Bayer CropScience

44 display Petrópolis troca latas tradicionais por modelos sleek nas cervejas Petra e Itaipava • Fleischmann lança misturas para bolos em caixas de cartão • Sorvete Rochinha é oferecido em potes • Lata supereconômica de inseticida tem 630 mililitros • Schincariol redesenha rótulos de refrigerantes

50 almanaque A loira do rótulo da Bohemia • De onde vem o nome da Crush • Lacta: 100 anos de inovação • Dragão presente nos rótulos de água sanitária

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reportagem de capa:

plágioEmpresas podem minimizar imitações de suas embalagens por meio de patentes e registros de marca

Por Vanderlei Campos

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veicUlado eM oUtUBro na grande imprensa de São Paulo, um anúncio intitulado “A abominável garrafa PET” causou indignação da Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet). Integrante da campanha “Criaturas do Tietê”, lançada para combater a poluição do famoso rio que corta a ca-pital paulista, a peça publicitária afirma que a garrafa de PET “é muito poluente, demora anos para se decompor e se deposita no fundo, diminuindo a profundidade do Tietê”.

Para o presidente da Abipet, Auri Marçon, denegrir o pro-duto não soa razoável como forma de educar os cidadãos. “O PET foi o material de embalagem que mais evoluiu em termos de reciclagem no Brasil nos últimos anos”, afirma. “Além disso, nem todo recipiente plástico presente nos cursos de águas é de PET. De acordo com pesquisas, apenas 12% da produção de em-balagens de plástico no País são do material.”

A Abipet encaminhou ofício ao Governo do Estado de São Paulo, um dos signatários da campanha (realizada pelas rádios Eldorado e Estadão-ESPN e com apoio também da Sabesp e da ONG SOS Mata Atlântica), com objetivo de rebater a mensa-gem do anúncio. “As embalagens de PET que aparecem nos rios, principalmente após períodos de chuva, têm impacto muito mais visual do que ambiental”, sustenta o documento. “Trata-se de um produto inerte, que permanece em evidência simples-mente porque boia.”

a réplica da aBipet diz ainda que estudos feitos no Brasil e em outros países mostram que a garrafa PET é uma das embalagens com melhor desempenho no contexto ambiental, pois consome volume reduzido de material em sua fabricação. “Caso outras embalagens substituíssem as de PET, ocorreria um aumento de 200% em viagens para transportar a mesma carga de refrigerantes, água, óleo comestível e outros produtos. Isso geraria um maior impacto das emissões de gases de efeito estu-fa”, argumenta a entidade.

Auri Marçon entende que as chaves para mitigar o descarte inadequado são a melhora da coleta seletiva – apesar do índice elevado em relação a outros países (57%), a reciclagem de PET no País trabalha com ociosidade de 20% a 30% – e uma educa-ção ambiental consistente, capaz de engajar o consumidor em processos de logística reversa da embalagem, conforme previsto na Política Nacional de Resíduos Sólidos, a vigorar a partir de 2014. “Para isso, lançamos o LevPET (www.levpet.com.br), que lista pontos de coleta onde é possível dar a destinação adequada à sua embalagem”, ressalta o presidente da Abipet.

Anúncio que responsabiliza a garrafa de PET pela poluição de rio é rebatido por

entidade promotora da embalagem

em defesa da criaturapet

O anúncio: para a Abipet, peça ignora os atributos ambientais da garrafa de PET

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painelMoviMentaÇÃo no MUndo das eMBalaGens e das Marcas edição: GUilherMe KaMio

[email protected]

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painelMoviMentaÇÃo no MUndo das eMBalaGens e das Marcas

Gente

do sul para o centroO brasileiro Nelson Falavina assumiu o posto de diretor- presidente da Tetra Pak para os países da América Central e do Caribe. Com experiências anteriores pela mesma companhia em mercados como Suécia, Estados Unidos, Colômbia, Equa-dor, Venezuela e Leste Europeu, nestes dois últimos como presidente, Falavina atuou nos últimos meses como vice-pre-sidente de vendas da Tetra Pak para o Brasil.

cartonadas assépticas

adesão à minicaixinhaEmbalagem cartonada asséptica de pequenas dimensões, a combiblocXSlim, desenvolvida pela SIG Combibloc, ganhou sua primeira utilização no mundo. A responsável é a Friesland-Campina, da Tailândia. A adoção ocorreu na linha de bebidas lácteas Omega, destinada ao público infantil. A combiblocXSlim está disponível em sete volumes, que variam de 80 a 180 mililitros. Todos podem ser envasados na mesma máquina – a CFA 1224, capaz de processar até 24 000 embalagens por hora. Ralf Mosbacher, líder de gestão de produtos globais da SIG Combibloc, diz que a demanda por caixinhas de pequeno volume é uma tendência mundial. “Com cartonadas pequenas, fabricantes podem adaptar sua oferta e atender uma nova neces-sidade de mercado”, afirma o executivo.

Omega: primeiro produto em XSlim

acessÓrios

Fitas sob demandaA PH Fit, especializada na produção de fi-tas têxteis para embalagens, criou uma fer-ramenta para melhorar o atendimento de clientes do mercado de franquias: o PH Log. Trata-se de um sistema de controle eletrô-nico de pedidos que, segundo a empresa, dinamiza a logística de entrega de fitas, eli-minando a preocupação de franqueadores e franqueados com a manutenção de esto-ques. “Isso reduz custos no processo como um todo”, afirma Antonio Claret, gerente nacional de vendas da PH Fit. A primeira usuária do PH Log foi a rede de chocolates finos Cacau Show. Outros clientes que ade-riram ao sistema foram Victor Hugo, Brasil Cacau, Mahogany, Qoy Chocolate Experien-ce e Body Store.

Sistema de pedidos de fitas já ajuda franquias como Cacau Show

Mercado

nova unidade de negóciosMais conhecida pela atuação no mercado de embalagens decorativas, utilizadas para presentes e artesanato, a Cromus Embalagens anunciou a abertura de uma nova unidade de negócios: embalagens corporativas. A divisão tem como meta desenvolver embalagens para clientes do varejo e abastecer lojas por meio de lo-gística própria. Para o ingresso na nova atividade, a empresa investiu valor não- revelado em máquinas, ferramentas de venda e contratação e treinamento de profissionais. O leque de soluções para o comércio inclui sacolas de montagem automática, sacos de papel, caixas em diferentes formatos, folhas para presentes, etiquetas e fechamentos – os itens são produzidos na fábrica de 20 000 metros quadrados que a Cromus possui em Mauá (SP). A empresa também inaugurou uma página na internet dedicada ao novo negócio (www.cromuscorp.com.br).

Embalagens corporativas: novidade da Cromus

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painelMoviMentaÇÃo no MUndo das eMBalaGens e das Marcas

Gente

nova direçãoLuiz Fernando Magalhães assumiu a diretoria de vendas e marketing Glass Container da fabricante de em-balagens de vidro Owens-Illinois do Brasil. Formado em Administração de Empresas, Magalhães tem mais de vinte anos de experiência no mercado de embalagens, com passagens por empresas como Amcor PET, Tetra Pak, Reynolds e Aracruz Celulose.

codiFicaÇÃo

lançamentos em três frentesNomes importantes do mercado brasileiro de equipamentos para codificação de embalagens, a Markem-Imaje, a Sunnyvale e a Videojet anunciam novidades:

laser de entradaAcessibilidade é o principal atributo brandido pela Videojet em relação à codificadora a laser 3020. Segundo a fabricante, o modelo, de design compacto (pesa apenas 7 quilos), tem custo acessível e fácil operação. “O equipamento foi projetado para gravar códigos simples em embala-gens e produtos mais sensíveis ao custo, mas com marcações indeléveis de alta qualidade”, afirma Markus Vetter, gerente de produtos para sis-temas a laser de CO2 da Videojet. A 3020 imprime, a velocidades baixas e médias, textos, logotipos, dados variáveis, matriz de ID e códi-gos de barras com área de até 126 por 87 milímetros. Pode ser instalada como solução independente, por meio de suporte móvel, ou integrada a linhas, com o uso de suportes de apoio.

para apriMorar a loGísticaO sistema de imprimir e aplicar etiquetas Série 2200 é a novidade da Markem-Imaje para a iden-tificação de paletes. Operando com tecnologia de transferência térmica ou térmica direta, o equi-pamento imprime e aplica etiquetas autoadesivas em um ou dois lados do palete em velocidades de até 120 paletes por hora. A troca das etiquetas e dos ribbons pode ser feita em menos de 40

segundos, e o sistema é capaz de operar 24 horas por dia, sete dias na semana, com baixo consumo energético (inferior a 60 watts no ritmo máximo). É possível gravar dados variáveis para o rastreamento de cada palete ao longo da cadeia logística.

nova parceriaA Sunnyvale aproveitou a Mercopar, feira de automação e serviços industriais realizada no início de outubro em Caxias do Sul (RS), para apresentar as novas soluções de codificação permanente que passa a oferecer ao mercado nacional graças a uma parceria firmada com a fabrican-te francesa E.S Laser. A ideia da Sunnyvale é oferecer as codificadoras a laser para usuários de embalagens de em-balagens flexíveis e para clientes cujos produtos sofrem exposição a ambientes ou situações que normalmente agridem as marcações baseadas em tintas.

celUlÓsicas

pode faltar papel O mercado brasileiro de papéis para emba-lagem pode sofrer escassez de matéria-pri-ma em um futuro próximo. Foi esse o alerta feito por José Gertrudes Soares, diretor co-mercial de papéis kraft da Klabin, durante o ABTCP 2012 – 45º Congresso e Exposição Internacional de Celulose e Papel, ocorrido em São Paulo em outubro último. Segundo o executivo, faltam no País investimentos para a produção de celulose de fibra longa, utili-zada nos papéis para embalagens. “Pratica-mente todos os grandes projetos anunciados no Brasil contemplam a produção de celu-lose de fibra curta branqueada”, apontou. A atual capacidade, nos cálculos de Soares, só será suficiente para atender à demanda nos próximos cinco anos.

Compacto, modelo 3020 é apontado como laser acessível

Série 2200: sistema específico para rotulagem de cargas

Codificadora da E.S Laser: agora

disponível no Brasil

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núMeros

panorama positivoFeito numa parceria entre o instituto European Bioplastics e a Universidade de Hannover, da Alemanha, um novo estudo projeta para daqui a cinco anos um cenário mais favorável do que se imaginou até hoje para o mercado mundial de plásticos “verdes”. Eis algumas das previsões:

6 milhões de toneladasSerá a capacidade de produção global de bioplásticos em 2016. É um volume quase cinco vezes maior que o de 2011, da ordem de 1,2 milhão de toneladas

80%Será a participação, no total, do PET parcialmente vegetal – como aquele já utilizado pela Coca-Cola. O índice equivalerá a 4,6 milhões de toneladas

250 000 toneladasSerá a produção de polietileno de fonte renovável, como aquele desenvolvido pela Braskem a partir do etanol da cana-de-açúcar

550%Será a diferença da produção de PHA (polihidroxialcanoato) em 2016 – 142 000 toneladas – em relação à de 2012. Biodegradável como o PHA, o PLA (ácido polilático), terá daqui a cinco anos produção de 298 000 toneladas, volume 50% maior que o atual

FoNtE: EuroPEAN BioPlASticS | SEtEmBro 2012

eQUipaMentos

só pontocomReferência em sistemas de embalagem para bebidas, a Krones do Brasil tem novo lar na internet. O endereço perdeu o sufixo “br”, fi-cando www.krones.com. A mudança segue um padrão adotado pela matriz alemã para os sites de todas as subsidiárias. Segundo a empresa, a página passa a ter design mais moderno e navegação mais amigável para smartphones e tablets, com destaque para inovações e cases de sucesso. As informações estão disponíveis em quatro idiomas: inglês, espanhol, alemão e chinês. Mas há informa-ções em português, como meios de contato com diferentes departamentos, notícias da empresa no Brasil e o boletim Krones News, publicado há mais de dez anos.

plásticas

Fitilho aposentadoA Mondelez (ex-Kraft Foods) anunciou, através do Twitter, que o sistema de abertura das embalagens dos biscoitos Club Social foi modificado. Desde outubro, as flexíveis que chegam ao mercado não têm mais fitilhos para facilitar a abertura, utiliza-dos desde 2002 (o produto foi lançado no Brasil em 2000). A empresa não informou o motivo da retirada do acessório.

vidro

investimento no nordesteA Verallia divulgou que terá mais uma fábrica de embalagens de vidro no Brasil. Ficará em Estância, município sergipano localizado a 67 quilômetros da capital Aracaju. Segundo Amé-rico Dénes, diretor para a América Latina da divisão de embalagens de vidro da Saint-Go-bain, dona da Verallia, a unidade será capaz de produzir 77 000 toneladas de recipientes por

ano. O investimento de 228 milhões de reais será financiado pelo Banco do Nordeste. O go-verno de Sergipe ofereceu desconto de ICMS e a prefeitura de Estância doou o terreno da fábrica, que deve entrar em operação em 2015, gerando 195 empregos diretos. A Verallia pos-sui hoje três plantas industriais no País: duas em Sâo Paulo e uma no Rio Grande do Sul.

errata

comprint é hitachiNa edição de outubro (nº 158), publicamos erroneamente que a Comprint ainda representa a empresa Videojet. Na verdade, desde agosto de 2006, a Videojet tem operação direta no Brasil. Atualmente, a Comprint representa a japonesa Hitachi, na área de marcação e codificação.

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Metálicas

trabalho reconhecidoRealizado no dia 17 de outubro último em São Paulo, o anún-cio dos vencedores do 2º Prêmio Embalagens de Aço reservou uma grata surpresa para EmbalagemMarca. Concorrendo com outros dezenove trabalhos, a reportagem “Bicentená-ria, mas contemporânea”, publicada na edição de maio deste ano (nº 153), foi considerada pela organizadora do concurso, a Associação Brasileira da Embalagem de Aço (Abeaço), a melhor abordagem jornalística feita nos últimos doze meses sobre o mercado nacional de latas de aço. A escolha rendeu a Wilson Palhares, autor do texto e editor da revista, o prêmio Jornalista Destaque de 2012. Confira abaixo as embalagens e empresas fabricantes consagradas nas dez demais categorias do laurel da Abeaço deste ano:

latas para aliMentos – inovaÇÃoManteiga Gran Mestri – Metalgráfica renner

latas para aliMentos – praticidade

Café Duo Grão Nestlé

– Metalúrgica Mococa

latas para tintas –

inovaÇÃoInterlight – Cerviflan

latas proMocionais – Melhor litoGraFia

Conjunto Vintage – Meister

latas proMocionais –

desiGnLuminária Santa

edwiges – Princípia

latas proMocionais – aplicaÇÃo diFerenciadaLata Black & Decker – Princípia

sisteMa de aBertUra –

taMpas diversasTampa Deep –

Silgan White Cap

aerossol – aplicaÇÃo diFerenciada

Desengripante rost-off Würth – Brasilata

sisteMa de aBertUra – praticidade

Lata Plec Plec – Princípia

Marcos Palhares, diretor de EmbalagemMarca, recebe o troféu da Abeaço em nome de Wilson Palhares, autor de reportagem premiada (acima)

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Bebida e Brasil fazem bonitoUm estojo de decoração requintada, criado pela metalgráfica francesa Virojanglor para uma edição limitada do uísque Chivas Regal, foi eleito a lata mais inovadora do mundo na edição de 2012 do

Cans of the Year, concurso organizado há dezes-seis anos pela revista britânica The Canmaker. Ins-crições brasileiras alcançaram boas posições. Con-fira abaixo os projetos e seus respectivos troféus.

conheça todos os vencedores do cans of the Year 2012

emb.bz/159coy

cateGoria: aerossÓisBrasilata (prata)Lata expan-dida do desengripante Rost-Off, da Würth

cateGoria: lata de trÊs peÇas para aliMentosMetalúrgica Mococa (prata) Lata expandida do café solúvel Nescafé Duo Grão

cateGoria: linha GeralLitografia Valença (prata) Lata de 18 litros da textura Suvinil Texturatto Rústico

cateGoria: protÓtiposLitografia Valença (bronze)Lata de 3,6 litros (galão) com acabamento de efeito 3D

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16 | Novembro 2012

IoGurTeS

novo material, novo volumeCom troca de PeAD por PeT, embalagem de Activia fica 20% mais leve. Garrafa de 1,35 quilo passa a ser o maior volume do mercado nacional

a danone traz novidades para o mercado de iogurtes líquidos. A empresa substituiu o material das embalagens de Activia de 900 gramas: saiu o polietileno de alta densidade (PEAD), entrou o PET. A companhia francesa também inovou com uma embalagem de PET com volume inédito no Brasil para a categoria: 1,35 quilo. Até agora, a maior garrafa da Danone era de PEAD de 900 gramas. No mercado nacional, a maior embalagem de iogurtes líquidos era da Vigor, com 1 quilo – também de polietileno. As garrafas de 180 gramas de Activia continuam sendo produzidas em PEAD, e a versão de 150 gramas com polietileno “verde” (à base de cana-de-açúcar).

A tecnologia de sopro das novas embalagens de PET foi introduzida na Danone pela Plastipak. As garrafas passam a ser produzidas dentro da fábrica multinacional francesa em Poços de Caldas (MG). De acordo com o diretor de marketing e vendas da Plas-tipak, Michael Weber, o grande apelo e a principal vantagem da garrafa de PET foi a redução de peso. “As garrafas anteriores de 900 gramas pesavam 35 gra-mas. Agora, pesam 28 gramas, uma redução de 20%”, diz Weber. “E a nova embalagem com capacidade para 1,35 quilo pesa 33 gramas, menos do que a versão anterior de 900 gramas.” A decoração das garrafas continua sendo feita com rótulos termoencolhíveis.

Entre 2010 e 2012, a Danone mundial se com-prometeu a reduzir em 30% as emissões de gases do efeito estufa. A unidade brasileira conseguiu reduzir em 35% nesse período. Com a redução de peso das embalagens de Activia, “consequentemente, há redu-ção das emissões de gás carbônico, uma das preocu-pações da Danone”, afirma o presidente da Danone no Brasil, Mariano Lozano.

A nova linha de produção da Danone deve aumentar em 50% a capacidade de fabricação de iogurtes líquidos da empresa. A fábrica de Poços de Caldas recebeu investimentos de 50 milhões de reais para iniciar a produção das novas embalagens.

Os fabricantes de iogurtes líquidos adotam – desde a introdução desse produto no mercado – as embalagens de polietileno. A primeira empresa a utilizar garrafas de PET foi a Milk Nobre, de Vargem, interior paulista, no ano passado (ver Embalagem-Marca nº 140, abril de 2011).

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Plastipak(19) 3844-2100www.plastipak.com.br

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Com PET, Danone aposta em embalagens mais leves e agora

tem garrafa com maior volume do mercado de iogurtes

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rePorTAGeM De CAPA

Barreiras para as cópiasPatentear e registrar embalagens são medidas fundamentais para que as empresas impeçam imitações – e façam valer seus investimentos em inovação

POR VAnDERLEI CAMPOS

“saBíaMos QUe faríamos sucesso. Era uma

embalagem original, com um design inédito na cate-

goria. Dedicamos a ela mais de um ano em pesquisas e

uma pequena fortuna. Seis meses após o lançamento,

contudo, flagramos uma cópia no Nordeste. Ficamos

revoltados. A diretoria foi avisada, mas fez pouco-

caso. ‘Relaxem. O plágio é de uma marca nanica,

que não nos ameaça’, sentenciou um vice-presidente.

Apareceram novos clones regionais, e o desdém conti-

nuou. A empresa só resolveu se mexer e acionar o jurí-

dico quando uma grande concorrente entrou na onda.

O caso foi levado à Justiça, onde se arrasta há mais de

três anos. Enquanto isso, as imitações continuam no

mercado, impunes.”Fornecido à reportagem sob garantia de anonima-

to, o relato acima, do diretor de marketing de uma

grande indústria nacional de alimentos, retrata algo

lamentavelmente habitual entre empresas brasileiras: o

descuido quanto à proteção legal de invenções. É uma

conduta temerária. No tocante a embalagens, o efeito

mais óbvio da falta de resguardo legal é a perda de ven-

das, devido a imitações que confundem consumidores

(nos Estados Unidos e na Europa, aliás, avolumam-se

denúncias de indústrias contra supostos plágios de

embalagem perpetrados por marcas próprias de super-

mercados, que estariam fazendo consumidores levar

gatos por lebres). O prejuízo, contudo, pode atingir

níveis mais dramáticos.

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Imitações podem pôr a perder constru-ções de imagens de marca únicas, dife-renciadas. Na visão de advogados espe-cializados em propriedade intelectual, esse risco evidencia por que a blindagem de invólucros inovadores, por meio de mecanismos como patentes e registros, deve ser seriamente considerada pelas empresas.

Uma pesquisa na base de dados do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) – autarquia federal responsável pela gestão do sistema brasileiro de concessão e garantia de direitos de propriedade intelectual – mostra que, entre 2000 e 2008 (dados disponíveis mais recentes), foram con-cedidos no País 1 015 registros de marca com a palavra “embalagem” presente no título. Computadas expressões como “recipiente”, “frasco” e “garrafa”, entre outras tipicamente utilizadas para o mesmo fim, o índice aumenta quatro vezes. Para o advogado Saulo Mura-ri Calazans, do escritório especializado em propriedade intelectual Dannemann Siemsen, a estatística mostra que as companhias nacionais vêm despertando para a importância do tema. “Mas mui-tos ainda desconhecem as vantagens do amparo legal”, afirma. “O uso de instru-mentos de proteção se concentra em um número restrito de empresas.”

Deborah Portilho, advogada espe-

como efetuar os registrosExistem duas modalidades de proteção de pro-priedade intelectual aplicáveis a embalagens:

A patente aplica-se a um novo produto, uma nova tecnologia, um novo método ou processo de fabricação que apresentem um considerável avanço tecnológico (privilégio de invenção) ou uma melhoria funcional (modelo de utilidade). Há, ainda, a possibilidade de registro de desenho industrial – que visa proteger a forma plástica do objeto (formas, linhas, cores e outros elementos ornamentais distintivos). A patente é um título temporário: as patentes de invenção vigoram por até vinte anos; as de modelo de utilidade, quinze anos; por fim, os registros de desenho industrial valem por dez anos e podem ser renovados por mais quinze anos (três períodos sucessivos de cinco anos). Após esses períodos, as patentes caem em domínio público.

O registro de marca, por sua vez, visa pro-teger sinais distintivos, visualmente perceptíveis, que identificam produtos – nomes, desenhos,

símbolos e logotipos, entre outros. O registro de marca vale por dez anos e pode ser prorro-gado, indefinidamente, por períodos iguais e sucessivos.

Qualquer pessoa pode efetuar registros de patentes e marcas. Primeiro, é preciso realizar uma pesquisa para ver se já não há registros conflitantes. Feito isto, é preciso pagar uma taxa para os processos. Os custos partem de 95 reais (patentes) e 140 reais (marcas) no caso de pequenas empresas, pessoas físicas e coopera-tivas. No entanto, os processos exigem algum conhecimento técnico, tempo e atenção. Por isso, muitos recomendam a contratação dos serviços de agentes de propriedade industrial, profissionais (em grande parte advogados) reco-nhecidos pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

Mais informações podem ser obtidas com escritórios especializados e no site do INPI (www.inpi.gov.br).

Quais os limites entre plágio condenável e inspiração?

Para muitos profissionais que vivem de desenvolver

embalagens, é inevitável empresas seguirem exemplos

de sucesso, referências de mercado e os líderes da

categoria quando concebem novos produtos. Hoje em

dia, com a maior velocidade com que as informações

circulam, existem até correntes de estratégia corpora-

tiva que apontam a cópia como estratégia, um modelo

de negócio aceitável. “Não digo que concordo com

isso, mas é impossível ser autossuficiente em termos

de criatividade”, diz Lincoln Seragini, diretor da Seragini

Design e tido como um dos maiores papas do País em

desenho de embalagens.

Para Seragini, é normal empresas sempre buscarem

referências e pegar o vácuo de produtos e marcas de

sucesso. “Isso sempre existiu, e hoje recebe o elegan-

te nome de benchmarking”, ele nota. “É uma coisa

diferente daquilo que é absolutamente condenável, e

que vem crescendo muito, que é a pirataria, a cópia

na íntegra, literal”, explica Seragini. “Nem sempre a

inspiração é ilegal ou desleal. Ninguém consegue fazer

embalagem de amido de milho que não use o amarelo

e os grafismos de Maizena. não dá para deixar de usar

personagens em caixa de cereal matinal”, exemplifica.

Na opinião do especialista, um caminho legítimo é

aquilo que define como imitação criativa. Descreve

Seragini: “Utilizei essa abordagem, por exemplo, nas

embalagens dos amaciantes Ypê (da Química Ampa-

ro). A alça, presente nos frascos de todas as marcas da

categoria, ganhou um contorno diferente, de modo a

aludir a uma mulher grávida. Isso levou

o produto a ser líder de mercado”.

O que se constata é que, no campo

do packaging, muitas empresas não

a linha tênue entre plágio e inspiração

Frasco de Ypê: alça diferenciada procura ir

além da mera cópia e agregar valor

cializada em marcas e proprietária da D.Portilho Consultoria e Treinamento em Propriedade Intelectual, avalia que o principal motivo da baixa mobilização é a falta de informação. “Muitas empresas desconhecem conceitos básicos de pro-priedade intelectual, como a diferença entre marca e patente, e não sabem por que nem como proteger suas invenções”, conta. “Isso facilita as cópias de embala-gens e produtos em geral no País.”

Em linhas básicas, patente protege as invenções – um novo produto, uma

nova tecnologia, um novo método ou processo de fabricação. Por sua vez, a marca protege sinais distintivos, como nome, desenho, símbolo, logotipo ou qualquer característica que seja usada para identificar e distinguir um produto ou serviço de seus concorrentes. Den-tro do universo das patentes, a Lei da Propriedade Industrial brasileira prevê uma modalidade de proteção que con-templa o design: o registro de desenho industrial. “Tal mecanismo contempla a forma plástica ornamental de um obje-

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22 | Novembro 2012

to industrial, como uma embalagem, desde que ela apresente um visual dife-renciado para o mercado que se propõe”, explica Maria Moura Malburg, advogada do Dannemann Siemsen. “De forma bastante sintética, podemos dizer que o desenho industrial dedica-se à apa-rência externa dos produtos de forma técnica; a marca, por sua vez, dedica--se a proteger os ativos intangíveis das empresas de modo mais abrangente.”

identidade visual dos produtos. “É um conceito ainda não disciplinado expres-samente em lei”, esclarece o advogado Paulo Parente Marques Mendes, sócio do escritório Di Blasi, Parente & Asso-ciados. “Embora não seja imperioso que o trade dress esteja registrado como marca para ser protegido, o registro marcário certamente coíbe imitações e facilita a proteção.”

Os peritos consultados aconselham as empresas a serem rigorosas quanto à blindagem de invenções. A falta de proa-tividade, advertem, acaba dificultando a reação quando se percebem perdas efe-tivas ao negócio. Não se recomenda, por exemplo, subestimar cópias de concor-rentes regionais ou pequenos, relaxando com a proteção de embalagens inovado-ras quando surgem os primeiros sinais de concorrência predatória – como ilus-tra, aliás, o depoimento inserido no início desta reportagem. Ocorre que nem sempre adianta protestar quando cópias se multiplicam: a Justiça pode

entender que aquele visual se tornou identidade da categoria – inviável, por-tanto, de ser reclamado como exclusivo. “Não podem reivindicar proteção contra imitações ou cópias produtos ou servi-ços que originalmente possuíam uma identidade distintiva, que, por descuido ou desinformação, deixou de ser exclu-siva e passou a representar um padrão”, ressalta Deborah Portilho.

Afora a questão da falta de conheci-mento, a morosidade dos processos de registro, às vezes incompatível com o ritmo da competição no mercado, desa-nima muitos empresários a proteger adequadamente suas criações. A buro-cracia, aliás, é um desestímulo muito maior do que o custo do processo, que normalmente não é pesado. A requisi-ção de uma patente exige uma série de exames de mérito e avaliações técni-cas, e o tempo mínimo para concessão de um pedido de patente de invenção ou modelo de utilidade (uma melhoria funcional com menor grau de inven-tividade) é de 21 meses. “O registro de desenhos industriais é mais célere, sain-do em cerca de um ano”, repassa Maria Moura Malburg. “Mesmo assim, esse prazo desanima designers e empresas pequenas e médias.” No caso de marcas, a obtenção do registro costuma levar de 18 a 24 meses.

O pedido de registro de desenho industrial, na fase inicial do processo, custa 235 reais para empresas, com exce-ção das micro e pequenas, que, assim

aceitam o que reza uma antiga máxima: que o plágio é

a forma mais sincera de enaltecimento – e que, portan-

to, os imitados deveriam em certo sentido se resignar.

Cerca de seis anos atrás, a EMS foi alvo de uma saraiva-

da de ações de grandes laboratórios farmacêuticos por

aplicar, em medicamentos genéricos, traços distintivos

de versões de marca. Pouco depois, a empresa abortou

a estratégia, passando a apostar numa identidade visual

própria, calcada na cor azul, para sua linha de medica-

mentos genéricos – iniciativa saudada pela originalida-

de e que teve ampla repercussão no mercado.

Casos assim dão a sensação de que, não só pelos

prováveis conflitos jurídicos, mas por questões mais es-

tratégicas, simplesmente copiar embalagens alheias não

é uma saída inteligente. “Isso dificilmente cria marca

forte. E, em longo prazo, pode gerar repulsa do consu-

midor”, avalia Lincoln Seragini. O especialista pondera

que embalagens emblemáticas correm maior risco de

plágio – mas, ao mesmo tempo, são aquelas que mais

reprimem e constrangem os copiadores. “Vejam-se os

casos de Coca-Cola, Perrier, Yakult e Toblerone. São

imagens tão únicas, tão consagradas, que é preciso

muita ousadia para copiá-las”.

O formato, desde que

distintivo e isento de função

técnica, pode ser protegido

como marca figurativa. Já a

tipologia e os rótulos podem

ser registrados como

marcas mistas

Deborah Portilho, advogada da D.Portilho

o QUe MUitas empresas não sabem, segundo Deborah Portilho, é que embalagens, desde que visivelmente originais para suas finalidades, podem ser registradas como marca – no caso, marcas tridimensionais ou figurativas. “O formato, desde que distintivo e isen-to de função técnica, pode ser protegido como marca figurativa. Já a tipologia e os rótulos podem ser registrados como marcas mistas”, explica a advogada.

A rigor, não é preciso que emba-lagens sejam formalmente registradas como marca para barrar imitações. Se a identidade visual for realmente distin-tiva, ela pode contar com a proteção do Instituto da Repressão à Concorrência Desleal. Detalhe: não é necessário que efetivamente ocorra confusão entre pro-dutos. Riscos de confusão já justificam a atribuição de conduta inadequada. Ações desse gênero costumam apon-tar prejuízo àquilo que, no jargão do Direito, convencionou-se definir como conjunto-imagem ou trade dress – a

Yakult, Toblerone, Coca-Cola e Perrier: exemplos de embalagens tão icônicas que escancaram as

imitações

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24 | Novembro 2012

como pessoas físicas e órgãos públicos, pagam 95 reais. Paulo Parente Marques Mendes pondera que o custo total pode ser aumentado conforme a complexi-dade dos exames técnicos porventura requeridos.

advoGado atUante no Dan-nemann Siemsen, Rafael Dias de Lima diz que é difícil obter números, mas que os litígios judiciais envolvendo embala-gens têm aumentado no País. Quando ocorre um litígio, o juiz pode requisitar uma perícia ou decidir por conta pró-pria, caso o plágio seja evidente. “Para a indústria prejudicada, é muito impor-tante a qualidade da prova”, ressalta o profissional. “Em algumas situações, apresentamos um parecer de análise semiótica (estudo de interpretação de elementos da comunicação), até para tentar uma liminar, para suspensão das vendas do produto ou da embalagem denunciada até a conclusão do processo. Melhor ainda é se apresentamos uma pesquisa de opinião, de um instituto independente e com credibilidade. Isso permite chegar ao juiz com o argumento de que a suposta cópia já está con-fundindo os consumidores e causando prejuízo”, detalha.

Sua colega de escritório, Maria Moura Malburg, observa que a elaboração do registro, seja de patente, marca ou desenho industrial, não deve ser sim-plesmente um processo buro-crático e jurídico. A advogada defende que se aproveite a oportunidade para que os diversos especialistas, dos designers aos profissionais de vendas, definam o que é o diferencial e o que o cliente identifica e valoriza. Esse trabalho permitiria a antecipação a problemas, como um concorrente fazer uma pequena alte-ração para descaracterizar uma cópia que confunda o consumi-dor. “Um registro com especificações pobres ou redação inadequada faz com que a empresa seja prejudicada por ela mesma”, adverte Maria. Fernando Muniz Simas, diretor da DIL Brands, tradicio-

nal agência de design de embalagens, diz que esse é um erro comum. “Muitas empresas registram planos técnicos e não conceitos. Isso permite que qualquer milímetro mudado já seja considerado legalmente um outro desenho.”

No caso de patentes relacionadas a embalagens, nem sempre o depósito da patente significa vedação total a cópias. Por exemplo, se uma indústria cria uma embalagem ou processo que consuma menos matéria- prima ou energia, e explo-

re o apelo de marketing de “sustenta-bilidade” e “meio ambiente”, seria um contrassenso reclamar de imitações de empresários “igualmente preocupados em salvar o planeta”. Ainda assim, é justo

que os consumidores, principalmente os engajados na causa ambiental, saibam quem investiu na ideia.

No caso de marcas, fica mais evi-dente qualquer intenção de enganar o mercado por aproximação fonética ou do logotipo. No campo do desenho industrial de embalagens, Maria Moura Malburg avalia que a Lei da Proprieda-de Industrial tem mecanismos eficien-tes de proteção. No entanto, falta um planejamento para o controle. “Depois que têm um primeiro grande problema, as indústrias buscam a prevenção. De nossa parte, os advogados, cabe nos aproximar mais dos clientes, inclusive das áreas de design e marketing, para que todos entendam as características e a importância da propriedade intelectu-al”, reconhece Maria.

D.Portilho(21) 2542-1591www.dportilho.com.br Dannemann Siemsen(21) 2237 8700www.dannemann.com.br Di Blasi, Parente & Associados (21) 3981-0080www.diblasi.com.br

Dil Brands(11) 4191-9711www.dilbrands.com Seragini Design(11) 3021-6131www.seragini.com.br

acusações recentes de plágio de embalagem

natura x JequitiA Natura acusou a Jequiti de copiar, na linha de cosméticos Comix, sua linha

Humor. Segundo a assessoria da Jequiti, as empresas se acertaram – a embalagem de

Comix foi retirada do mercado e o caso foi arquivado.

Matte leão x Mate attivaA Coca-Cola acusou o Grupo Attiva de

copiar o visual do Matte Leão na embala-gem do chá pronto Mate Attiva. “O assunto foi resolvido juridicamente através de um acordo com a empresa. Mudamos as em-balagens e há um ano o Mate Attiva já está sendo distribuído com a nova roupagem”,

declarou o presidente do Grupo Attiva, Bruno Marini.

vanish x vantageA Reckitt Benckiser entendeu que a

Bombril copiou elementos visuais do tira--manchas Vanish para lançar o Vantage, e entrou com ação. O Tribunal de Justiça

de São Paulo desconsiderou a alegação da Reckitt, que recorreu. O caso seguiu para instâncias superiores e segue à espera de

novos capítulos.

red Bull x red horseAlegando plágio de embalagem, a Red Bull entrou com ação para impedir a venda do energético Red Horse, produzido pela 101

do Brasil Indústria, de Santa Catarina. A Justiça concordou com a Red Bull, mas a

101 do Brasil recorreu e obteve liminar para continuar vendendo o produto. O caso

segue sem desfecho.

veja mais em: emb.bz/159plagio

Um registro com especificações

pobres ou redação inadequada faz com

que a empresa seja prejudicada por ela mesma

Maria Moura Malburg, advogada da Dannemann Siemsen

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QueIjoS

pequenas e práticasQueijos fatiados ganham embalagens de 200 gramas com tampa abre-fácil

a piracanJUBa, marca do Laticínio Bela Vista, traz para o Brasil uma tendência mundial em embalagens de queijo: porções padronizadas de 200 gramas com sistema de fácil abertura.

Os invólucros termoformados dos queijos mussarela, prato e minas padrão agora têm uma espécie de tampa sela-da na própria embalagem. Basta puxar, sem o menor esforço, para que a embalagem seja aberta. “É uma questão de praticidade e de custo-benefício tanto para o comércio quanto para o consu-midor”, afirma Cláudio Costa, gerente da unidade de refrige-rados da Piracanjuba.

Tradicionalmente, esses tipos de queijos são comercia-lizados em porções maiores, de 500 ou 600 gramas, que são fracionadas, pesadas e preci-ficadas no varejo. Também é comum encontrar peças maiores, de 3 quilos ou mais, para serem fracionadas ou fatiadas em super-mercados, padarias e rotisserias, e que também servem para o canal de food service, como pizzarias. “O queijo não precisará ser pesado na fren-te do consumidor, já que vem com o seu

peso padrão no código de barras. É mais simples e ágil”, completa.

“Em porções de 200 gramas, o pro-duto fica sempre fresquinho. Além disso, o supermercadista não precisa fracionar os queijos maiores para comercializá-los em embalagens menores”, argumenta Costa. O executivo ressalta que, para o consumidor, as pequenas porções são

mais adequadas, pois evitam o desper-dício. “O abre-fácil também torna o pro-duto mais higiênico”, destaca o gerente da Piracanjuba.

Aproveitando o lançamento da nova embalagem, a empresa redesenhou toda a linha de queijos e manteigas, que agora seguem o padrão visual dos outros pro-dutos lácteos da Piracanjuba.

EmBAlAGENS

Dixie Toga(11) 2928-9200www.dixietoga.com.br

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Seragini Farné Guardado(11) 2101-4300www.seraginifarne.com.br

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Tampa selada na própria embalagem facilita processo de abertura, dispensando utensílios como tesouras e facas

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eNTreVISTA

natural, mas não “natureba”Alimentos nada insossos, em embalagens com os pés no chão, são a receita do sucesso de empresa paulista do mercado de orgânicos. FáBio cecília, coordenador de marketing da Mãe terra, fala dos desafios dessa estratégia

eM contraste com o galope dos maus hábitos alimentares, cresce também no País a procura por melhor nutrição. Daí o sucesso da Mãe Terra. Ano após ano, desde 2007, o faturamen-to dessa fabricante paulista de alimen-tos orgânicos, fundada em 1979, evolui na casa dos 30%. Seus produtos, antes restritos ao varejo especializado, já são encontrados em mais de 30 000 pontos de venda no Brasil, a maioria super-mercados. A expansão foi impulsionada pela compra do negócio por Alexandre Borges, criador do site Flores Online, e Marília Rocca, ex-diretora do instituto Endeavor de fomento ao empreendedo-rismo. Clientes da marca, eles decidiram arrematá-la para tentar difundir no mer-cado nacional o conceito de alimentos naturais, porém não “naturebas” – ou seja, benéficos à saúde, mas com sabor e outros apelos dos produtos conven-cionais. “Inclusive embalagens, também dedicadas a comunicar nossa crença”, afirma Fábio Cecília, coordenador de marketing da Mãe Terra. Tal papel, entre outros atribuídos pela empresa aos seus invólucros, é abordado pelo profissional nesta entrevista.

A Mãe Terra procura evitar que seus alimentos sejam classificados como “natureba” – isto é, saudáveis, porém insossos. Essa preocupação se reflete de alguma forma nas embalagens dos produtos?Completamente. Cabe, aqui, uma reca-pitulação. A Mãe Terra é uma empresa tradicional, tem mais de trinta anos. E nasceu numa época diferente, para atender um público muito específico – que chamamos, sem carga pejorativa, de “natureba”. São aquelas pessoas que con-somem o produto natural independen-temente do sabor. Consomem porque faz bem. Mas a empresa foi crescendo, adotou uma estratégia mais ampla de mercado, com vistas a novas categorias e novos consumidores. E o público mains-tream não está disposto a comer produto que não gosta só porque é saudável. Existe um limite, que é baixo. O produto natural tem de ser gostoso. E as emba-lagens devem comunicar isso. Antes, a marca tinha uma identidade pesa-da, predominantemente verde-escura.

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Ela identificava muito bem um produto natural, saudável, mas não trazia esse atributo de sabor. Por isso, a marca foi reformulada para comunicar essa nova estratégia. Os produtos acompanharam a mudança. Muitos foram relançados, outros descontinuados. A embalagem, por fim, tornou-se o grande cartão de visita para o nosso público consumidor.

Seria esse o motivo de a empresa adotar embalagens com padrões grá-ficos coloridos, dinâmicos, enquanto outras marcas de produtos naturais priorizam embalagens de apelo rús-tico, baseadas em papéis pardos e visuais muito sóbrios?O brasileiro valoriza alegria, cor. A cul-tura é essa. Um erro cometido pelas empresas, em marketing e ainda mais em embalagem, é copiar ipsis litteris algumas estéticas internacionais. E lá fora o mercado é diferente. Na Europa e nos Estados Unidos, onde o mercado de naturais é muito mais desenvolvido do que no Brasil, o gosto é diferente. As embalagens podem ser muito mais mini-malistas, ter outro conceito. O brasileiro gosta mais de cor, de alegria. Procuramos transmitir isso. Não adianta ter uma embalagem super sóbria, diferenciada, pois ela não vai chamar a atenção nesse mercado. Se for um chocolate fino, que atenda a um nicho, tudo bem.

Existe também uma forte associação entre alimentos naturais e embala-gens com características sustentá-veis – reutilizáveis, recicladas, com menor consumo de materiais. A Mãe Terra, contudo, utiliza invólucros bastante parecidos aos dos alimen-tos convencionais, inclusive muitos feitos de plástico. Isso não frustra o consumidor típico dos produtos ofe-recidos pela empresa?É um assunto delicado. A resposta é relativamente simples, mas a questão é complexa. Sim, as embalagens mui-tas vezes frustram os consumidores, principalmente os mais radicais, mais exigentes em termos de alimentação e cuidado com meio ambiente. O (macar-rão instantâneo) Caseirito, por exemplo, que tem uma embalagem mista, com um berço interno de plástico, é motivo

de críticas. Mas o berço está lá para proteger um produto que é frágil, que não pode chegar quebrado... Tentamos explicar isso. Há o outro lado da moeda. Nossos custos com matéria-prima são muito altos. Sucede que trabalhamos com insumos naturais de qualidade. E embalagem é um custo muito relevan-te, vocês da revista sabem disso. Mui-tas vezes ficamos sem uma opção mais “verde” porque a conta não fecha. Ao

Macarrão instantâneo Caseirito: conteúdo é protegido por berço de plástico rígido que é alvo de críticas

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mesmo tempo em que muitas pessoas querem uma embalagem mais “verde”, não pagam mais caro por ela. Sabemos, por pesquisas e empiricamente, que existe uma elasticidade muito pequena do consumidor. Para o comprador de naturais, essa elasticidade é até maior. Mas para o público amplo, que quere-mos atingir, cai muito. Ele está disposto a pagar no máximo, estourando, 30% a mais do que num produto convencional. Isso não quer dizer que estejamos de braços cruzados. Temos estudado bas-tante para melhorar o caráter ecológico de nossos produtos.

O que tem sido feito?Lançamos um projeto, chamado Pensan-do Bem, que visa calcular sete impactos ambientais de nossos produtos ao longo das cadeias de produção e distribuição. Essa ferramenta, descrita em nosso site (www.maeterra.com.br/pensandobem), tem nos ajudado a identificar pontos em que precisamos melhorar, reduzir o pas-sivo ambiental. No tocante à embalagem, temos estudado alternativas, conversado com fornecedores. Chamou-nos a aten-ção, por exemplo, o polietileno “verde”, obtido da cana-de-açúcar. O problema é que o polietileno tem características que atendem algumas de nossas neces-sidades, outras não. E tem a questão da cultura da cana, com grande uso de água, pesticida, herbicida etc. Soubemos, tam-bém, dos aditivos que fragmentam plás-ticos convencionais, mas para nós não soou como algo satisfatório. Existe muita controvérsia nesse campo dos bioplásti-

enfim, uma série de desdobramentos. Mas o uso de ingredientes naturais é uma diretriz da qual não abrimos mão. Não usar aditivos químicos é uma questão de valor, uma crença que é explicada numa carta de princípios estampada em nossas embalagens. Isso cria desafios enormes, uma luta diária. Hoje mesmo conferi que o quilo de um aroma artificial de baunilha custa 19 reais. No nosso aroma natural de baunilha, que é extraído da fava, que tem todo um desenvolvimento difícil, pagamos 80 reais pelo quilo. Já paga-mos 200 reais... E há um agravante: o aroma natural tem força menor do que o artificial. Resumo: além de pagar mais caro, temos de usar mais.

É necessário o uso de embalagens mais sofisticadas?A embalagem obviamente tem um papel crucial de conservação, porque ofere-ce uma barreira ao ambiente externo. Temos, sim, de utilizar embalagens pro-tetoras, parrudas, embora não fiquemos tão diferentes dos padrões de merca-do em termos de estrutura e barreira. Poderíamos ter embalagens com barreira menor e, consequentemente, shelf life menor. Mas não cogitamos colocar con-servante no produto para compensar a embalagem ou para aumentar shelf life. Se não me engano, um salgadinho convencional não tem menos do que um ano de shelf life. Os nossos salgadinhos têm cinco meses.

Sobre a meta de popularizar alimen-tos naturais, a Mãe Terra tem pro-curado aumentar a penetração no grande varejo, extrapolando a oferta em lojas especializadas. Os super-mercados têm oferecido os produtos da empresa de forma adequada?Na nossa visão, não. Nos supermerca-dos, produtos naturais ainda tendem a ficar segregados numa área específica. São classificados como uma categoria à parte, um nicho. Isso está mudando, mas em ritmo vagaroso, muito aquém do que gostaríamos. Nosso objetivo é conquistar espaço no meio dos conven-cionais. Em outros países existe a opção de escolher o natural e o convencional na mesma prateleira. No Brasil, a coisa

cos. Por ora, temos como diretriz evitar o uso de materiais ruins de reciclar. O filme laminado com PET é um exemplo. Dizem que é uma estrutura difícil de reprocessar, que tem menor valor de mercado para a indústria da reciclagem. Por isso, evitamos o uso de flexíveis com PET. A verdade é que ainda não temos um manual fechado, uma grande carti-lha. Mas estamos aprofundando estudos para um projeto de médio a longo prazo. É um desafio grande. Reconhecemos que a embalagem é um dos nossos pontos a melhorar. Mas nosso olhar é críti-co. Não fazemos marketing “verde” sem fundamento. Sem querer criticar outras indústrias, não fazemos greenwashing. Queremos ser convincentes.

Os alimentos da Mãe Terra têm ingredientes orgânicos e são isentos de aditivos e conservantes artificiais. Que desafios isso implica à distribui-ção dos produtos?Nossos produtos têm shelf life menor. Isso gera um impacto na empresa como um todo. A logística é mais complicada, ocorrem mais trocas nos clientes... Há,

Poderíamos ter embalagens com barreira menor e,

consequentemente, shelf life menor. Mas não cogitamos

colocar conservante no produto para compensar

Salgadinhos integrais:

conservação é um desafio

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ainda está restrita a açúcar normal ou orgânico, a arroz... O mercado brasi-leiro de produtos com apelo saudável está muito focado no light – que tem tradição, que já está misturado aos convencionais, mas que nem sempre é mais saudável, porque pode estar cheio de aditivos químicos. Temos suado para quebrar o paradigma e vender nossos mais de cem produtos do jeito que sonhamos. Nosso salgadinho orgânico, por exemplo, é uma batalha que ainda não conseguimos vencer. Queríamos tê-lo ao lado dos demais salgadinhos, mas tivemos que voltar ao espaço de naturais, até porque a indústria é muito agressiva. Você coloca seu produto lá, eles arrancam... (risos) A briga na ponta é de pancadaria mesmo, de guerrilha. E os compradores dos varejistas ainda têm um olhar muito focado para renta-bilidade, só para número. Estão pouco ligados em conceito, em tendência.

A Mãe Terra não costuma – pelo menos ainda – investir em gran-des campanhas publicitárias para divulgar seus produtos. Nesse senti-do, a empresa atribui à embalagem a função de mídia, de ferramenta de marketing?Totalmente. Isso faz muito sentido para nós do ponto de vista estratégico, de marketing. E ainda faz mais sentido pelo fato de sermos uma empresa que

não pode investir pesado em comunica-ção publicitária, em comercial na Rede Globo. Na realidade, praticamente não investimos em publicidade. Por isso, o ponto de venda é a hora de conquis-tar o consumidor. E temos sido bem- sucedidos. Temos feedback de consu-midores pelo nosso SAC, recebemos cartas e mensagens no Facebook. “Não conhecia a marca, mas comprei porque a embalagem me atraiu”. “Nossa, que cuidado vocês têm com embalagem!” Ficamos satisfeitos, porque nossas embalagens são cheias de detalhes, de elementos inusitados, de mensagens diferentes, de brincadeiras e elementos lúdicos para as crianças. Temos uma proposta de estabelecer uma comuni-cação visceral, quase que de amizade com o público, de tirar aquela barreira entre empresa e consumidor.

Como normalmente ocorrem os desenvolvimentos de embalagens pela empresa? Existe um departa-mento interno de criação ou esse processo é geralmente delegado a agências de design?Nos últimos anos passamos por fases

distintas. Trabalhamos com algumas agências, algumas delas maiores, outras menores. Atualmente, fazemos tudo in-house, com alguns profissio-nais próprios. A Mãe Terra sempre foi um cliente, entre aspas, chato, muito exigente, que tem um olhar crítico em relação à embalagem. Mesmo quando tínhamos agência, profissionais, brie-fing, todo aquele protocolo, sempre colocamos muito a nossa mão na arte. Sempre quisemos fazer as coisas com a nossa verdade. Acreditamos nas coisas sendo feitas de dentro para fora: nosso dia a dia, nossas crenças, sendo o ponto de contato com o consumidor. E tem um limite do que você consegue passar para uma agência. Você não consegue, em reuniões, passar essa verdade do dia a dia. Acabamos influenciando muito, dando muito pitaco, direcionando muito as artes. Agora, com a miniagên-cia in-house, isso fica mais fácil. Temos mais controle sobre os processos. E não ficamos com a pecha de perfeccionis-tas, de superexigentes, de detalhistas – de chatos, enfim.

veja mais: emb.bz/159entrevista

Grande varejo reluta em exibir produtos da Mãe Terra como a empresa quer: junto aos convencionais, e não segregados

Temos uma proposta de estabelecer uma comunicação visceral, quase que de amizade com o público, de

remover aquela barreira entre empresa e consumidor

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PACK TreNDS 2020

o que o consumidor querestudo mostra tendências da indústria de embalagem até o fim da década

as principais macrotendên-cias da indústria da embalagem foram apresentadas no final de outubro no Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), em Campinas (SP). Denomina-do Brasil Pack Trends 2020, o estudo foi realizado pelo ITAL, em parceria com o Programa Embala, e coordenado por uma equipe de pesquisadores do Centro de Tecnologia de Embalagens (CETEA).

O Brasil Pack Trends 2020 foi ela-

borado a partir de elementos de influ-ência de mercado no país e do mundo, levando em consideração fatores demográficos, econômicos, políticos, culturais e educacionais, renda e con-sumo da população, além do apelo pela busca de produtos mais sustentáveis.

Da relação desses fatores, os pes-quisadores chegaram a cinco macro-tendências na área de embalagens, detectadas a partir do levantamento

de relatórios de pesquisas, artigos, con-sultas a empresas e outras fontes de informação. “No estudo, as macroten-dências são desdobradas, apresentando esforços de pesquisa, desenvolvimento e inovação que as empresas do setor poderão aplicar na produção das emba-lagens”, diz Claire Sarantópoulos, coor-denadora do estudo.

As tendências detectadas foram as seguintes:

Conveniência e Simplicidade: o consumidor busca o chamado time- saving. Ele está cada vez mais atento às características que trazem praticidade à sua vida, como facilidade de abertu-ra, possibilidade de refechamento ou consumo em trânsito. A facilidade de abertura, que já está presente em uma série de produtos, passa a levar em conta consumidores com necessidades especiais, como idosos. Foi detectada a preferência por produtos que consigam agregar praticidade ao preparo e no consumo, minimizando uso de utensí-lios, além daqueles porcionados, com possibilidade de uso em micro-ondas.

Estética e Identidade: o novo consu-midor se caracteriza cada vez mais pela maior consciência, nível de exigência e busca de informações que auxiliem na decisão de compra. A demanda tende-rá para produtos premium, associados ao luxo, ou por itens que remetam à sensação de “fazer parte do grupo”, que valorizam a qualidade de vida e o bem- estar. Há espaço para edições limitadas e produtos atestados por celebridades, lançados em ocasiões específicas e que atraem pessoas que buscam algo dife-renciado.

Qualidade e Novas Tecnologias: as inovações estão associadas a emba-lagens ativas e inteligentes, a novos materiais de menor impacto ambiental e à nanotecnologia. São absorvedores de oxigênio, controladores de umida-de, removedores de colesterol, filmes antimicrobianos, antioxidantes, emba-lagens self heating (que esquentam sozinhas) ou self cooling (que gelam sozinhas). Essa tendência passa por componentes eletrônicos menores e mais baratos, que favorecem a inte-ratividade, o entretenimento e per-sonalização, além dos biossensores e nanosensores, que indicam tempo, temperatura, frescor, presença de microorganismos e toxinas. O merca-do de biopolímeros está crescendo e a nanotecnologia garante melhoria de propriedades como a barreira a gases, à umidade, à radiação UV, flexibilidade e resistência térmica. O uso da nano-tecnologia também está relacionado à sustentabilidade, por meio da redução do peso das embalagens.

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Sustentabilidade e Ética: pode ser resumida por “repensar a embalagem associada ao seu ciclo de vida”. Des-tacam-se a otimização do sistema de produto/embalagem (fazer mais com menos), reutilização e reciclagem, gerenciamento de resíduos e logística reversa, e credibilidade e ética. Com todas essas propriedades, a embalagem não pode ser uma fonte de contamina-ção química, física ou microbiológica do alimento.

Segurança e Assuntos Regulatórios: destacam a confiabilidade, legislação e conformidade, que variam entre os países, apesar dos esforços para har-monização por parte de importado-res e exportadores. A tendência é pelo desenvolvimento de sistemas eficien-tes que estimulem a melhoria contí-nua e a transparência dos processos de fabricação da embalagem, que incluem certificações de sistemas de qualidade (ISO, FSSC, PAS) e sistemas de geren-ciamento de segurança de processo. A rastreabilidade de materiais de emba-lagem já é uma exigência de algumas legislações. “Como ela se torna cada vez mais necessária para a segurança e identificação de origem dos produtos, oferece oportunidades significativas para os fabricantes, varejistas e consu-midores”, conclui Claire Sarantópoulos.

o estudo completo pode ser visto no sitewww.brasilpacktrends.com.br

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40 | Novembro 2012

eSMALTeS

vai e voltaMarca nacional inova com embalagens retornáveis

ManicUre há 40 anos, Maria Helena Soares, de 78 anos de idade, acaba de lançar sua própria marca de esmaltes em sociedade com duas empresárias, Ruchelle Crepaldi, 26 anos, e Liliane Lelis, 47. O conceito da marca Maria Helena Misturinhas é de “cores com história”. Todos os produ-tos são desenvolvidos pela manicure--empresária, que prima por cores exclu-sivas. Maria Helena explica que os tons “são inspirados em sentimentos ou itens cotidianos”, como flores, frutas e legu-mes. “Já criei cores berinjela, amora e morango. Na produção, chego ao tom exato usando como exemplo o próprio fruto”, explica. Ruchelle e Liliane cuidam para que embalagem e a composição dos esmaltes tenham máxima qualida-de. “Posso afirmar que apresentamos um produto diferente de tudo que existe no mercado nacional”, afirma Ruchelle.

Com tecnologia recém-chegada ao

Brasil, o pincel, achatado e com cer-das chanfradas, é exclusivo da marca e, segundo as empresárias, espalha melhor o esmalte. A tampa é emborrachada e dentro do frasco há uma pequena esfera de aço inoxidável para manter o conteú-do homogêneo.

Mas a grande novidade em termos de packaging é a proposta de sustenta-bilidade da marca, já que as embalagens são retornáveis. A preocupação com os recipientes usados faz parte do plano de logística reversa da empresa que, além de dar a destinação correta ao conteúdo que fica no final do vidro, também ofe-rece aos seus consumidores uma redu-ção no custo dos produtos. Os clientes que juntarem cinco embalagens vazias podem ir até algum ponto de venda e trocar por um produto novo. Os vidros e tampas passam por um processo de lim-peza de resíduos e são reaproveitados. O pincel é trocado a cada ciclo. Como

as embalagens vão e voltam, os frascos são serigrafados apenas com a marca e o volume, além do selo Tox Free (o que indica que os esmaltes são livres de DBP – dibutil ftalato –, tolueno e formoldeí-do, substituídos por resina natural para dar brilho). A identificação das cores é feitas por uma tag presa à tampa,

A primeira coleção da Maria Hele-na Misturinhas, chamada Origem, possui uma base, um extrabrilho e oito cores: Sucesso, Rosa Flor, Bouquet, Felicidade, Sonho, Lavanda, Camélia e Dom. A ideia é lançar quatro coleções por ano, sendo que a próxima sai em janeiro de 2013.

Por enquanto, os produtos da marca estão disponíveis em salões de beleza de São Paulo. Em breve, a empresa prevê a expansão para outras capitais brasileiras.

A empresa não informa quem são os fornecedores das embalagens.

Esfera de inox garante

homogeneidade do esmalte

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INTerNACIoNAL

apoio à jardinagemflexíveis especiais garantem funcionamento de sistema para cuidar de gramados

casas coM recUos generosos são uma tradição nos Estados Unidos, estimulando entre vizi-nhos a conhecida disputa sobre quem tem o quintal mais verde. Isso talvez explique o alvoroço em torno do Scotts Snap, um sistema de manutenção de pequenos gramados lançado naquele país. A solução consiste num aparelho compacto de adubação alimentado por stand-up pouches de grandes dimensões. Oito itens – entre fertilizantes, herbicidas e inseticidas – são oferecidos nessas bolsas plásticas, cuja capacidade de ficar em pé é ofuscada por outro atributo: uma válvula especial, que assegura conexão das embalagens ao equipamento e o lanço (distribuição) dos produtos nas áreas desejadas.

A válvula consiste numa peça rígida, injetada em polietileno de alta densidade, selada à base das bolsas plásticas. Para utilizar o sistema, o consumidor deve simplesmente acomodar um pouch em um nicho do aparelho, acionar uma trava e pressionar o manete dis-posto junto ao guidão (ver imagens). Isso faz com que Aparelho adubador abastecido diretamente por pouches oferece

conveniência. Embalagens têm alça para facilitar o manuseio

1 2 3

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Novembro 2012 | 43

uma comporta da válvula se abra, iniciando o lança-mento do conteúdo. Soltando-se o gatilho a passagem é fechada e o processo para. Após destravar o conjunto, o usuário pode guardar sobras sem se preocupar em vedar a embalagem.

Segundo a Scotts, o sistema Snap foi concebido para os consumidores urbanos que exigem conveniên-cia e que não têm muita intimidade com jardinagem. A adubadeira é injetada com pigmentos metálicos, que lhe conferem ar de eletrodoméstico. O aparelho pode ser dobrado, ocupando menos espaço na armazena-gem. Os pouches, produzidos no Canadá, trazem no topo orifícios que funcionam como alça, facilitando o manuseio (os produtos da linha pesam entre 3,2 a 5,8 quilos). Apresentam, ainda, design gráfico de cores vibrantes e impressão de alta qualidade.

O maior destaque, porém, é mesmo a peça plásti-ca aplicada na base das bolsas plásticas. “Trata-se de algo inédito em componentes para pouches”, declara a Scotts em ofício dirigido à imprensa. O desenho da comporta da peça varia de acordo com cada produto. “Isso garante um fluxo de liberação correto para as diferentes soluções de manutenção”, explica a empresa. Detalhes sobre o desenvolvimento e a produção dessa válvula especial são mantidos em segredo.

http://emb.bz/159internacional

DESiGN

CBX+1 (212) 404-7970www.cbx.com

PoucHES

Peel Plastic Products+1 (905) 456-3660www.peelplastics.com

1 Válvula de plástico rígido, na base dos pouches, assegura acoplamento ao aparelho lançador.

2 Após acomodar a embalagem no nicho apropriado, o consumidor deve acionar uma trava.

3 Basta, então, pressionar um manete próximo ao guidão do equipamento para iniciar o lançamento do conteúdo

AGroQuíMICoS

alívio no camporedesenho de frascos reduz consumo de resina e emissões de gases nocivos

redUzir o peso de embalagens para diminuir custos opera-cionais e impacto ambiental é uma preocupação que irrompe no setor agroquímico. Gigante dessa área, a Bayer CropScience criou em seu centro de tecnologia de embalagem, na Alemanha, uma linha de frascos de peso alegadamente aliviado para inseticidas, herbicidas e fungicidas. Nomeada SmartLine, a série de recipientes começou a ser adotada no Brasil.

Segundo Ricardo Comparsi, coordenador de desenvolvimento de emba-lagem da Bayer CropScience no Brasil, os novos frascos demandam até 20% menos resina plástica (polietileno de alta densidade) do que aqueles tradi-cionalmente utilizados pela empresa. A implantação seguirá etapas. “Numa primeira fase priorizaremos as embalagens de cinco litros, que representam o maior volume de vendas”, conta Comparsi. “As demais embalagens – de 250 mililitros, 500 mililitros e 1 litro – deverão estar no mercado até 2013.”

Calcula-se que a troca de embalagem gerará uma diminuição da emissão de gás carbônico em 800 toneladas já neste ano, somadas as amortizações na produção e no transporte dos frascos. “O volume equivale ao gás gerado por um carro grande percorrendo 3,2 milhões de quilômetros, ou seja, 80 voltas ao redor do mundo pela linha do Equador”, compara Comparsi. A expectati-va é que até 2013 deixem de ser emitidas 1 330 toneladas de CO2 na atmosfera, uma redução de 14% em relação às embalagens utilizadas anteriormente.

Além do menor consumo de matéria-prima, a Bayer CropScience des-taca outros atributos das embalagens SmartLine, como design em cascata, translucidez, marcação de nível e tampa com sistema de corte de selo. “Os invólucros proporcionam mais segurança durante o manuseio e facilitam a visualização, a abertura e a limpeza após o uso (tríplice lavagem)”, diz Ricardo Comparsi. De acordo com o executivo, o projeto não exigiu apare-lhamento, apenas ajustes em máquinas de envase já existentes na fábrica de Belford Roxo (RJ). A empresa evita divulgar o valor do investimento no projeto e os nomes dos fornecedores envolvidos.

Mais leves, embalagensda Bayer gerarão menos co2

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44 | Novembro 2012

displayo QUe há de novo nos pontos de venda edição: Flavio palhares

[email protected]

cerveJas

AgorA é sleekO Grupo Petrópolis substituiu as embalagens de duas cervejas do seu portfólio. A Itaipava Premium e a Petra passam a ser comercializadas em latas sleek de 350 mililitros, com selo protetor de alumínio na tampa. As novas embalagens ficam no lugar das latas tradicionais, também de 350 mililitros, mas são mais altas e mais finas. O modelo adotado é

o mesmo utilizado pela cerveja Itaipava Light. De acordo com comunicado da empresa, “a mudança é importante pela diferenciação de produto na gôndola e também pela exclusividade da utilização no segmento premium”. As duas cervejas em latas sleek são comerciliazadas individualmente e em shrinks com doze unidades.

LATAS

Latapack-Ball(12) 2127-4700www.latapack.com.br

DESiGN

Design Luce(11) 5096-1506www.designluce.com.br

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displayo QUe há de novo nos pontos de venda

Bolos

MisturAs nobres 2

Usuária de flexíveis em misturas clássicas para bolos, a Fleischmann adotou caixas de papel cartão para lançar suas misturas para bolos especiais. O verso das embalagens contém ilustrações sobre o modo de preparo.

Matinais

torrAdA coM grãos 3

Rica em fibras, MultiGrãos é a mais nova opção de torrada da Bauducco. O sabor chega ao mercado em envelope de filme laminado com alumínio, contendo 160 gramas. O design segue o visual característico da marca.

doces

FestA coloridA 4

Cores fortes marcam as novas embalagens das sobremesas lácteas Áurea Festa, da Áurea Alimentos. Os produtos são comercializados em potes plásticos exclu-sivos, decorados com rótulos de filme plástico termoencolhível.

inseticidas

tAMAnho MAx 1

A Reckitt Benckiser lança um inseticida aerossol em embalagem brandida como supere-conômica. O SBP Max é apresentado em lata de aço de 630 mililitros. O conteúdo equivale ao de duas latas tradicionais de inseticida.

sorvetes

rochinhA eM potes 5

A Rochinha passa a oferecer sorvetes premium em potes de polipropileno com rótu-los in-mold, aplicados às embalagens durante a etapa de moldagem. Os novos produtos têm dois tamanhos: 150 ou 500 mililitros.

DESiGN

B+G (11) 5090-1460 www.bmaisg.com.br

2

4

POTE

Copobras(48) 3657-3000www.copobras.com.br

rótulo

Baumgarten (47) 3321-6666www.baumgarten.com.br

LATAS

Cerviflan(11) 2432-5629 www.cerviflan.com.br

TAMPAS

revpack11 4070-7755www.revpack.com.br

1

DESiGN

Design Absoluto(11) 3089-5500www.designabsoluto.com.br

ENvEloPE

Felinto(83) 3315-1515www.felinto.com.br

3

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5

DESiGN

Nanci vasconcellos(11) 99756-3459nancivasconcellos.carbonmade.com

POTE

Pavão(11) 2967-3337www.pavao.ind.br

snacKs

Aqui e nos euA 6

A King of Palms lança simultaneamente no Brasil e nos Estados Unidos sua castanha do pará fatiada e salgada. O produto é vendido em stand-up pouch (bolsa que fica em pé) de 50 gramas dotado de janela frontal transparente.

6

DESiGN

Pande(11) 3849-9099www.pande.com.br

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displayo QUe há de novo nos pontos de venda

vinhos

revisão nAcionAl 2

Os vinhos franceses Cave de Ladac tiveram os rótulos atualizados. A marca foi criada pela importadora Max Bran-ds para uso no mercado brasileiro. Garrafas e rótulos são produzidos na França.

sUcos

AgorA eM lAtinhAs 1

A Juxx, fabricante de bebidas funcionais, leva seus sucos de cran-berry e de cranberry com morango para latas de 248 mililitros, com formato slim. As latinhas substituem as embalagens cartona-das assépticas de 200 mililitros. Os sucos de cranberry com ameixa e com romã continuam nas caixinhas.

constrUÇÃo

AberturA Ao Aço 3

Dominado por baldes plásticos, o mercado de impermeabilizantes abre espaço para a lata de aço. A iniciativa é da Mactra. Segundo a empresa, a embalagem tem visual inédito na categoria, priorizando cores vibrantes e rique-za de informações.

1

DESiGN

Share Brand Entertainment(11) 2307-7899www.sharebe.com.br

LATA

Latapack-Ball(12) 2127-4700www.latapack.com.br

DESiGN

Zauberas e Associados(11) 3877-1132www.zauberas.com.br

2

DESiGN

Design Absoluto(11) 3089-5500www.designabsoluto.com.br BALDE DE AçO

Prada(11) 5682-1000www.csn.com.br

3

sUcos

vitAMinA eM copo 4

Copos plásticos trans-parentes de 290 milili-tros foram escolhidos para a apresentação de Agittus + C, nova linha de bebidas do grupo Attiva. São três varieda-des de sucos de frutas ricos em vitamina C.

COPO

rioplastic(19) 3682-8200www.rioplastic.com.br DESiGN

Tok Final(24) 3343-7070www.tokfinal.com.br

4

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Agosto 2012 | 49

antes . . .

. . . e depois

reFriGerantes

novo visuAlA linha de refrigerantes Schin, da Schincariol, teve o layout das embala-gens renovado. O logotipo ganha maior visibilidade e a tabela com os valores diários de referência (à direita do rótulo) também teve o layout modificado. Foram modernizados os rótulos das garrafas de PET de 2 litros e as latas de toda a linha. O design é da equipe da Schincariol.

LATA

rexam(21) 2104-3300www.rexam.com/brazil rótulo

rhotoplás(11) 4199-2555www.rhotoplas.com.br

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Almanaque

50 | Novembro 2012

Baú digitalVeja como

figurinhas

salvaram uma

marca de sabonetes

emb.bz/159bau

A loira do rótuloA cervejaria Bohemia foi fundada em 1853, em Petrópolis (RJ),

como Imperial Fábrica de Cerveja Nacional, pelo imigrante alemão Henrique Kremer, mas só passou a ter esse nome em 1859. No final do século 19, Carolina Kremer, casada com o

neto de Henrique Kremer, passou a comandar a fábrica, dando grande impulso à produção e crescimento da empresa. A

Bohemia é apontada por historiadores como a primeira fábrica e, consequentemente, a primeira marca de cerveja do Brasil. Em homenagem a Carolina, o rótulo da Bohemia estampa seu

desenho – uma loira com roupas típicas da Baviera. Hoje, a Bohemia faz parte do portfólio da Ambev.

Dragão sempre presenteEm 1948, em Recife, o empresário pernambucano Godofredo de Abreu e Lima Primo criou a Interlândia, indústria de produtos de limpeza. A empresa passou a produzir a Dragão, primeira água sanitária industrializada das regiões Norte e Nordeste. O Dragão que dá nome à marca está presente em todas as versões do rótulo.

1948

1975

1958

1985

1966

2004

O nome da CrushO refrigerante de laranja Crush – hoje fora do merca-do brasileiro – foi inventado nos Estados Unidos em 1906 e não tem esse nome por acaso. A palavra “crush” na língua inglesa  significa

espremer, uma alusão ao ato de tirar o sumo da laranja. A propaganda ao lado, foi publicada na década de 1950

em revistas brasileiras.

100 anos de inovaçõesA Lacta, que completou 100 anos no dia 21 de janeiro deste ano, foi fundada em São Paulo como Socièté Anonyme de Chocolats Suisses pelo cônsul suíço Achilles Izella. No início, os chocolates eram trazidos da Suíça. Em 1917, já como Lacta, passou a pro-duzir no Brasil (foi a primeira fábrica de chocolates do País a ter escala industrial). Naquela época começaram a ser divulgados os primeiros anún-

cios da marca, produzidos por pinto-res como o italiano radicado em São Paulo Umberto Della Latta. A Lacta também foi a primeira marca a ter um anúncio luminoso na cidade de São Paulo, como mostra o cartão postal de 1926. Hoje, marca da Mondelez (Kraft Foods), a Lacta já pertenceu a gran-des grupos, como Zanotta, Lorenzi e Cia, Diários Associados, Adhemar de Barros e Philip Morris.

anúncio criado pelo italiano umberto della latta em 1917 (esq) e primeiro luminoso da cidade de são paulo, na rua quinze de novembro

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