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1 Tecnologia de embalagens Prof. DSc. Patricia Castelo Branco do Vale Conceito de embalagem É todo acondicionante que exerça funções de proteção do alimento “in natura”, da matéria-prima alimentar ou do produto alimentício, temporária ou permanentemente, no decorrer de suas fases de obtenção, elaboração e armazenamento. Funções das embalagens Proteger o conteúdo do produto, sem por ela ser atacado. Resguardar o produto contra os ataques ambientais. Favorecer ou assegurar os resultados dos meios de conservação. Evitar contatos inconvenientes do produto. Funções das embalagens Melhorar a apresentação do produto. Possibilitar melhor observação do produto. Favorecer o acesso ao produto. Facilitar o transporte do produto. Educar o consumidor do produto.

Embalagens de Alimentos

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    Tecnologia de

    embalagens

    Prof. DSc. Patricia Castelo Branco do Vale

    Conceito de embalagem

    todo acondicionante que exera funes

    de proteo do alimento in natura, da

    matria-prima alimentar ou do produto

    alimentcio, temporria ou

    permanentemente, no decorrer de suas

    fases de obteno, elaborao e

    armazenamento.

    Funes das embalagens

    Proteger o contedo do produto, sem por ela ser

    atacado.

    Resguardar o produto contra os ataques

    ambientais.

    Favorecer ou assegurar os resultados dos meios

    de conservao.

    Evitar contatos inconvenientes do produto.

    Funes das embalagens

    Melhorar a apresentao do produto.

    Possibilitar melhor observao do produto.

    Favorecer o acesso ao produto.

    Facilitar o transporte do produto.

    Educar o consumidor do produto.

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    Origem das matrias-primas das

    embalagens

    Animal Bexiga, cera animal, estmago, pele de porco,

    tripa.

    Vegetal Bambu, borracha, cera vegetal, cip, fibras

    prensadas, folhas verdes, madeira, papel e

    derivados, palha.

    Mineral Barro cozido, metais, folha de flanders, folha

    de alumnio, loua, materiais de revestimento,

    mrmore, parafina, plsticos, vidro.

    Sinttica Plsticos.

    Embalagens rgidas

    Caracterizam-se por sua dureza, qualidade que assegura

    aos produtos ampla proteo contra impactos ou

    choques.

    Materiais empregados

    metal ao

    Material bsico alumnio

    vidro

    madeira

    liso

    papelo ondulado

    Material bsico

    plsticos rgidos

    cermica

    revestimento de estanho

    Material acessrio revestimentos leo-resinosos e sintticos outros revestimentos

    tintas, leos e colas

    Embalagens rgidas

    fabricadas com folhas de ao e de alumnio, em diferentes formas e tamanhos.

    A folha de alumnio de pouco uso entre ns, apesar do magnfico alcance de suas possibilidades.

    A folha de flandres concentra absoluta preferncia de emprego, perfazendo quase toda a totalidade dos alimentos enlatados.

    Embalagens de metal

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    Embalagens de folha de flandres

    folha de ao de baixo teor de carbono, revestida em uma ou ambas as faces por uma camada de estanho.

    O estanhamento: impedir o contato direto do interior da lata com o produto --- evitar corroso, e tambm o isolamento da sua face externa com a atmosfera.

    Os revestimentos leo-resinosos e sintticos complementam a ao protetora do estanho, e em certos casos, substitui-no totalmente.

    Embalagens de folha de flandres

    Principais qualidades das latas

    Impermeabilidade

    Resistncia

    Fechamento a vcuo favorecido

    Fcil soldagem

    Manejo fcil, quando vazias ou cheias

    Custo baixo

    Fcil produo em massa

    Transporte mais favorvel

    Espao menor para armazenagem

    Constituio das latas

    A lata comumente utilizada tem um segmento principal o corpo e duas partes externas o fundo e a tampa.

    O corpo da lata a sua parte maior, cujas extremidades so unidas por agrafagem lateral.

    O fundo da lata recravado antes de sua sada da fbrica.

    A tampa recravada pelo enlatador aps o enchimento da lata.

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    Morfologia das latas

    Podem ser rgidas ou flexveis; o grau de rigidez depende da espessura de sua folha, da qualidade de sua liga e do feitio e tamanho da embalagem.

    Ao contrrio do que acontece no Brasil, em centros americanos e europeus, diversos produtos alimentcios so envasados em recipientes de alumnio.

    Embalagens de alumnio

    Dispositivos easy-open

    Tira removvel, presa lata, de fcil remoo para sua

    abertura.

    Vantagens

    atxica.

    Protege contra o calor.

    Permite processos de deformao plstica.

    leve.

    resistente corroso.

    impermevel aos gases e umidade.

    Tem baixa densidade.

    Apresenta aprecivel condutibilidade trmica.

    No provoca enegrecimento no interior das latas.

    No confere cheiro ou sabor metlico.

    Possibilita fcil transporte.

    de maior disponibilidade como matria-prima.

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    Desvantagens

    atacada por alimentos cidos, ou de grande teor salino.

    Por sua moleza em relao folha de flandres, de mais difcil agrafagem.

    Durante a esterilizao, em autoclave,necessita de dispositivos de contrapresso, por no tolerar altas presses.

    Embalagens de vidro

    A indstria vidreira abastece o mercado com extensa

    linha de recipientes ligados a alimentos.

    So utilizadas para produtos lquidos e slidos.

    So, de todas as embalagens, as mais sofisticadas, em

    seus vrios e magnficos feitios.

    Vantagens

    Alto valor mercadolgico de

    visualizao.

    Atxico.

    Inerte maioria das

    substncias.

    Resistente s temperaturas de

    esterilizao at 100oC.

    Perfeita impermeabilidade.

    Prescinde de revestimentos.

    No transmite odor e sabor.

    De fcil abertura e possibilidade

    de fechar o recipiente depois de

    aberto.

    Facilmente colorvel.

    Forma que atende

    funcionalmente ao uso.

    Reutilizao domesticamente.

    Desvantagens

    Fragilidade.

    Peso relativamente grande.

    Preo mais elevado.

    Menor condutibilidade trmica.

    Pouco resistente s temperaturas de esterilizao de

    mais de 100oC.

    Dificuldades no fechamento hermtico.

    Dificuldade de manipulao.

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    Partes constituintes dos recipientes

    Pote de vidro

    Garrafa

    Fechamento de recipientes Tampas Abre-fcil Rojek

    O Sistema Rojek Abre-fcil uma tecnologia no

    mercado desde 1989.

    A abertura das embalagens dispensa a utilizao de

    quaisquer utenslios.

    Possuem bordas totalmente lisas, tornando-os de

    utilidade domstica. Aps o uso, pode-se guardar o

    produto remanescente, pois as embalagens so

    retampveis.

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    Tampas Abre-fcil Rojek Formas de recipientes

    Embalagens de papelo

    Empregos

    Para o envasamento de produtos secos;

    Como embalagem auxiliar, protegendo unidades j embaladas;

    Como embalagem de transporte.

    So usados trs tipos: Papelo liso

    Cartolina

    Papelo ondulado ou corrugado

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    Caixas de papelo liso Alimentos embalados em cartolina

    Designao do papelo ondulado Tipos de caixas de papelo ondulado

    Caixa Normal Caixa Corte e Vinco

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    Caixas para alimentos Tipos de embalagens e calos de polpa

    moldada

    Embalagens de madeira

    So largamente utilizadas em forma de engradados, de

    caixas e caixotes, usados para o transporte de hortculas

    e de frutas.

    Vantagens

    So resistentes;

    Podem ser empregadas vrias vezes;

    Tem custo razovel.

    Desvantagens

    Possuem cantos vivos, que podem danificar os

    produtos;

    Podem ser atacadas por insetos (brocas);

    Podem ser acometidas por microrganismos,

    principalmente fungos.

    Embalagens de madeira

  • 10

    Tipos de caixas

    Caixas pregadas

    So rgidas e bastante resistentes sendo reutilizveis.

    Os componentes tm uma espessura superior a 6 mm e o

    espaamento entre eles permite uma boa ventilao.

    So frequentemente usadas como caixa de colheita e

    simultaneamente de transporte.

    Caixas agrafadas ou coladas

    So caixas normalmente mais leves e menos resistentes.

    Os componentes tem espessura de 3 a 4 mm.

    No so reutilizveis.

    Engradados

    Tipos de caixas

    Tipos de caixas Embalagens rgidas de plstico

    So usadas principalmente como substitutas das caixas de madeira.

    Transportam e guardam temporariamente garrafas, leite, alimentos de fcil desagregao e unidades de outros produtos j embalados.

    So feitas de polietileno de alta densidade.

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    Tipo de caixas de plstico rgido

    Elaboradas por combinao de plsticos e outros materiais que conferem certo grau de rigidez e capacidade de proteo mecnica para a defesa do produto.

    Benefcios: substituio de vasilhames de vidro e desnecessidade de gastos com tratamentos de frio para a conservao do leite e de outros produtos perecveis.

    As mais utilizadas so as garrafas plsticas e laminados.

    Embalagens semi-rgidas

    Garrafas e recipientes

    Vantagens

    So de peso reduzido;

    Tm caracterstica one-way;

    Quebram mais dificilmente do que as de vidro;

    Resistem mais corroso do que os recipientes de lata;

    So de fcil enchimento;

    Oferecem melhores condies de transporte;

    Desvantagens

    Tm pequena resistncia temperaturas altas;

    No podem ser recicladas para uso e novas

    embalagens para alimentos.

    Garrafas e recipientes

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    Matrias-primas

    Cloreto de polivinilo (PVC)

    Polipropileno (PP)

    Polietileno (PE)

    Poliestireno (PS)

    Polietileno tereftalato (PET)

    Produtos envasados em garrafas plsticas

    Laminados mistos

    Destinada aos envasamento assptico de leite (longa

    vida, desnatado, adicionado de sabores e fermentado),

    leos comestveis, sucos de frutas, gua mineral, leite de

    soja, etc.

    Tipos

    Pure Pack

    Tetra Brik

    Embalagem tetra brik

    Formada pela superposio de cinco pelculas:

    Polietileno

    Papel carto

    Polietileno

    Alumnio

    Polietileno

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    Cada material tem uma funo especfica:

    Papel: garante estrutura da embalagem;

    Polietileno: protege contra umidade externa, oferece aderncia entre as camadas e impedem o contato do alimento com o alumnio;

    Alumnio: evita a entrada de ar e luz, perda de aroma e contaminaes.

    Caractersticas Tipos

    Produtos envasados Embalagens flexveis

    Instituio de novas formas geomtricas dos acondicionantes;

    Substituio de materiais tradicionais e mais caros;

    Reduo de dispendios de armazenamento;

    Excluso dos envases de retorno.

    Elaboradas com plstico, celulose, alumnio e papel.

    Embalagens flexveis

  • 14

    Embalagens de plsticos

    O seu emprego comeou em 1909;

    O nmero de plsticos tem aumentado devido ao

    crescimento da indstria petroqumica.

    O aproveitamento e a evoluo do plstico provocou

    verdadeira revoluo, pelo seu estilo funcional e

    modificador de hbitos.

    Principais propriedades

    Propriedades fundamentais

    Permeabilidade ao vapor de gua

    Permeabilidade aos gases

    Termossoldabilidade

    Faixa de temperatura de trabalho

    Outras propriedades

    Condies

    De boa aparncia

    De presena no mercado

    De variabilidade na quantidade

    De maquinalidade

    De custo

    Qualidades

    De claridade

    De atoxicidade

    De compatibilidade com o produto

    De rigidez

    De resistncia

    De capacidade

    De no exalar odor

    De no transmitir sabor

    Principais plsticos flexveis

    Acetato de celulose

    Acrilonitrila

    lcool polivinlico

    Cloropolivinila (PVC)

    Cloropolivinilideno (PVDC)

    Nylon

    Policarbonatos

    Polister

    Poliestireno

    Polietileno

    Polipropileno

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    Tipos

    Sacos plsticos

    Tipos

    Caixas e bandejas

    Copos

    Tipos

    Sacolas e bolsas

    Tipos

  • 16

    So constitudas por duas ou mais pelculas amoldadas

    entre si atravs de adesivos.

    Podem ser somente de plsticos ou mistas, de

    diferentes matrias.

    As combinaes podem ser de polietileno, PVC,

    poliestireno, polister, celulose regenerada, acetato de

    celulose, papel e alumnio.

    Embalagens de laminados Laminados exclusivos de plstico

    Com duas pelculas

    polister metalizado/poliolefina especial

    polister/polietileno

    celofane/polietileno

    nylon/polietileno

    polister/polietileno

    polietileno/polipropileno

    Com trs pelculas

    copolmero de propileno/propileno/propileno

    orientado

    polipropileno/PVDC/ etil vinil acetato

    nylon/propileno revestido com PVDC/polietileno

    nylon/surlin/polietileno

    Laminados exclusivos de plstico Embalagens autoclavveis

    Laminados plsticos

    Nylon + polietileno (Milprint Incorporate)

    Polister + alumnio + polietileno (Reynolds Metal

    Co.)

    Polister + alumnio + polietileno de alta densidade

    (Continental Can Company)

    Polipropileno (American Can Co.)

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    Embalagens de proteo contra o frio

    Poliestireno

    Filme de

    poliolefina

    Papel-carto

    Produtos envasados em laminados

    plsticos

    Embalagens encolhveis

    Utilizadas em alimentos como carne, embutidos, frutas, queijos e hortalias.

    Quando aquecidas se tornam encolhidas e rgidas. Para o processo de encolhimento, os produtos so inseridos em tneis constitudos por fornos de ar quente.

    Os materiais empregados so pelculas plsticas como o PVC, polister, poliestireno, polietileno, PVDC e outros.

    Grande vantagem a de se amoldada ao produto, impedindo a proliferao de mofos e o aparecimento de queimaduras na carne.

    Embalagens encolhveis

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    Embalagens one-way

    Utilizadas uma s vez, fizeram baixar os gastos

    operacionais para o fabricante e para o

    distribuidor.

    Para o consumidor possibilitou o uso de

    embalagens mais prticas.

    So elaboradas com materiais tradicionais:

    plsticos, vidros e latas.

    Embalagens one-way

    Laminados mistos

    Com duas pelculas

    papel/alumnio

    papel/polietileno

    papel/celulose regenerada

    papel/acetato de celulose

    polietileno/alumnio

    alumnio/papel

    celofane/polietileno

    Com trs pelculas

    polietileno/alumnio/celulose regenerada

    papel/polietileno/papel

    papel/alumnio/polietileno

    Laminados mistos

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    Produtos envasados em laminados mistos Embalagens de folhas de alumnio

    So utilizadas diretamente como invlucro de determinados alimentos e como parte de laminados.

    Possuem alguns inconvenientes: alto custo, difcil termossoldagem, facilidade de ser rasgada e conter furos ou poros de variados dimetros.

    Com a aplicao de revestimento, os poros so por ele cobertos.

    Produtos embalados com folha de alumnio Embalagens de papel

    Papel o nome genrico dado a um folha formada, seca e acabada em mquina de papel, partindo-se de uma suspenso de fibras vegetais, constituda essencialmente de celulose polimerizada, fibras estas que formam desagregadas, refinadas e depuradas e tiveram ou no adio de outros ingredientes para dar ao produto final, caractersticas de utilizao.

  • 20

    Matrias-primas

    Celulose

    Fibras de aparas de papel

    Fibras de rami

    Fibras de cnhamo

    Fibras de linho

    Fibras de trapos de pano

    Fibras de juta

    Polpa de madeira

    Esparto

    Palha

    Produtos embalados em papel

    Embalagens mini-pores

    So embalagens acondicionando quantidades

    mnimas de produtos alimentcios.

    Atendem a duas faixas de consumidores: a dos

    hotis, restaurantes, cantinas, colgios, empresas de

    viagem, de hospitais, etc., e a das pequenas famlias

    ou pessoas que moram s.

    Envasam inmeros produtos, de natureza lquida,

    cremosa ou pastosa.

    Embalagens mini-pores

  • 21

    Embalagens tipo famlia

    Destinada a grupos maiores e a coletividades.

    Embalagens cortesia

    Aps o esvaziamento de seu contedo, so de

    utilidade domstica.

    Tecnologia de embalagens

    A criao da industria de embalagens s foi possvel

    graas implantao de uma tecnologia prpria,

    expandida intensamente nos ltimos tempos.

    Para a fabricao das embalagens so necessrias

    matrias-primas bsicas, maquinaria adequada para o

    desenvolvimento dos processos, materiais

    complementares especficos e acessrios indispensveis.

    Setores principais das indstrias de

    embalagens

    Atividades para a obteno de matrias-primas

    Vidro, plsticos, papel, alumnio, etc.

    Atividades para a fabricao de elementos qumicos auxiliares

    Revestimentos, vernizes, aditivos, etc.

    Atividades para a elaborao de elementos de identificao comercial

    Rtulos, etiquetas, estampados, etc.

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    Atividades para construo de mquinas

    Compressoras, acopladoras, extrusoras,

    estampadoras, dosadoras, termossoldadoras,

    enchedoras, etiquetadoras.

    Atividades para a fabricao de acessrios

    Tampas, fitas adesivas, materiais de alcochoamento,

    etc.

    Setores principais das indstrias de

    embalagens