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Embarcando nas palavras Compilação de textos submetidos ao concurso de escrita criativa “Embarcando nas palavras”, promovido pela Biblioteca Escolar e realizado no âmbito da Semana da Leitura 2013, no Agrupamento Vertical de Ourique Agrupamento Vertical de Ourique 2013

Embarcando nas palavras

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Compilação de textos submetidos ao concurso de escrita criativa "Embarcando nas palavras" promovido pela Biblioteca Escolar no âmbito da Semana da Leitura, no Agrupamento Vertical de Ourique, em 2013.

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Embarcando nas palavras

Compilação de textos submetidos ao concurso de escrita criativa “Embarcando nas

palavras”, promovido pela Biblioteca Escolar e realizado no âmbito da Semana da Leitura

2013, no Agrupamento Vertical de Ourique

Agrupamento Vertical de Ourique

2013

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Ficha Técnica

Título: Embarcando nas palavras

Autores: Vários

Coordenação: Cristina Romba

Ilustração da capa: Beatriz Clara

Data de publicação: abril de 2013

Edição: Biblioteca Escolar de Ourique

Escola E.B. 2,3/S de Ourique

Estrada de Garvão

7670-253 Ourique

Contactos: [email protected]

Telefone: 286 510 900

Fax: 286 510 901

Os autores e respetivos pseudónimos

Nome Ano/turma Pseudónimo

Afonso Nobre 2º G Oreo Amélia Marçalo 3º H Peixe Dourado Ana Barrada 3º H Flora Ana Rita Guerreiro 9º B Vislumbre André Apolónia 3º - 4º I Antunes António Faustino 3º H Barnabé Carolina Gonçalves 3º H Revestina Carolina Guerreiro 3º H Lápis divertido Carolina Sousa 3º - 4º I Peter Pan Catarina Silvestre 2º G Lena Dennis Nascimento 3º - 4º I Angry Bird Gonçalo Rego 2º G Ronaldo Henrique Dias 8º B Lágrimas Henrique Soares 3º - 4º I Televisão Inês Rato 3º H Sininho Joana José 2º G Borboleta Joana Rego 2º G Shakira Joana Vairinhos 3º H Caranguejo dançarino João Cordeiro 2º G Urso João Cristina 3º - 4º I Joaquim Manuel João Lobo 3º H Franciscano João Nobre 3º - 4º I Chico Areia João Rego 2º G Messi Lúcia Guerreiro 9º A Sílvia Pereira Mafalda Eugénio 3º H Borboleta azul Marcos da Costa 10º B Inventor de Histórias Maria Ourives 9º B Alguém Matilde Canhestro 3º - 4º I Tidão Canhestro Miguel Guerreiro 2º G Fogo Nelson Ferreira 2º G Lobisomem Pedro Alves 2º G Lobo Rafael Marques 2º G Trovão Renato Brito 2º G Leão Rita Vitória 3º - 4º I OVNI Rodrigo Lucas 3º - 4º I Pizza Pepperoni Samuel Grilo 3º - 4º I Lola Guerreiro Simão Gonçalo 3º - 4º I Robim dos Bosques Sofia Caraça 3º - 4º I Migalha Tomás Casaca 3º H Conchilélio

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Índice Preâmbulo .............................................................................................................................. 4

1º Prémio 1º ciclo ....................................................................................................................... 5

A vida no mar ......................................................................................................................... 6

2º Prémio 1º ciclo ....................................................................................................................... 9

O Mar é… ............................................................................................................................. 10

3º Prémio 1º ciclo ..................................................................................................................... 11

O mar quer ser azul .............................................................................................................. 12

1º Prémio 3º ciclo ..................................................................................................................... 13

Mar meu... ............................................................................................................................ 14

1º Prémio Secundário ............................................................................................................... 16

Mar de Sangue ..................................................................................................................... 17

Trabalhos não premiados ......................................................................................................... 19

1º Ciclo ..................................................................................................................................... 20

A amizade ............................................................................................................................. 21

A baleia salva a família ......................................................................................................... 22

A brincadeira no mar............................................................................................................. 23

A Cidade de Atlântida ........................................................................................................... 24

A harpa mágica ..................................................................................................................... 26

A sereia do mar .................................................................................................................... 27

A tragédia ............................................................................................................................. 28

Azul, azulinho ....................................................................................................................... 29

Brincadeiras no mar azul ...................................................................................................... 30

O golfinho e os amigos ......................................................................................................... 31

O golfinho ............................................................................................................................. 32

O herói dos mares, o peixe-espada ...................................................................................... 33

O mar ................................................................................................................................... 35

O mar azul ............................................................................................................................ 36

O mar contou-me um segredo .............................................................................................. 37

O mar é azul como o céu ...................................................................................................... 38

O mar é azul ......................................................................................................................... 39

O mar está descontrolado! .................................................................................................... 40

O Mar Francisco ................................................................................................................... 41

O Mar ................................................................................................................................... 42

O mar ................................................................................................................................... 44

O meu amiguinho ................................................................................................................. 45

O meu sonho sobre o mar .................................................................................................... 47

O Peixe-Pastor e os seus Amigos......................................................................................... 48

O pôr-do-sol junto do mar ..................................................................................................... 49

Os peixes e a filha do tubarão .............................................................................................. 50

Tempestade no Mar .............................................................................................................. 51

Um cruzeiro em Cabo Verde ................................................................................................. 52

3

Uma aventura no fundo do Mar ............................................................................................ 54

Uma história no mar.............................................................................................................. 57

Uma história passada no mar ............................................................................................... 58

3º Ciclo ..................................................................................................................................... 60

O Grito .................................................................................................................................. 61

O Mar que chora, brota e grita! ............................................................................................. 63

Diário .................................................................................................................................... 64

Trabalhos do Pré-escolar ......................................................................................................... 66

JI de Santana da Serra............................................................................................................. 67

O golfinho que gostava de melancia ..................................................................................... 68

JI de Garvão ............................................................................................................................. 77

A tartaruga Verdinha, a Salta-pocinhas................................................................................. 78

JI de Ourique ............................................................................................................................ 84

Os meninos no mar .............................................................................................................. 85

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Preâmbulo

O exercício da escrita é tão importante como o da leitura para desenvolver

aptidões e competências no domínio da língua materna, de organização das ideias e

pensamentos, de sistematização e fluência do discurso, entre muitas outras. Mas é

igualmente importante para desenvolver o gosto por outras leituras, nomeadamente a

leitura lúdica, a leitura por prazer.

Atendendo a estas, chamemos-lhes vantagens, e aproveitando um dos motes

lançados pelo Plano Nacional de Leitura para celebrar a Semana da Leitura este ano

letivo dedicada ao MAR, optámos pelo mote “embarcando nas palavras”, por

considerarmos que qualquer tentativa de passar a texto escrito qualquer possibilidade

de “estória” por nós imaginada será sempre uma aventura e pareceu-nos que

embarcando nas palavras seria um nome apropriado para designar essa aventura, para

além de se relacionar com o tema proposto, mar.

Assim, lançámos o desafio aos alunos do Agrupamento Vertical de Ourique, do

1º ciclo ao secundário, e o resultado foi a entrega de trinta e nove textos, uns em prosa,

outros em verso, uns ilustrados outros não, tendo o júri selecionado os mais inéditos e

criativos que, obviamente foram os premiados e merecem o devido destaque nesta

compilação.

O pré-escolar não participou no concurso, pois este destinava-se apenas aos

alunos do 1º, 2º e 3º ciclos do ensino básico e do ensino secundário. No entanto,

realizaram alguns trabalhos tendo como tema de fundo o mar e que estiveram em

exposição durante a Semana da Leitura, como tal figuram também nesta compilação.

São três histórias coletivas, de três turmas diferentes e ilustradas pelas crianças.

Optámos por manter o pseudónimo nos textos, tal como era pedido no

regulamento, por isso na ficha técnica encontra-se uma lista de correspondências entre

o nome e o pseudónimo.

A Coordenadora

Cristina Romba

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1º Prémio 1º ciclo

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A vida no mar

A vida no mar é sempre a mesma. Os peixes andam atarefados de um lado para

o outro, as baleias e os tubarões preocupam-se com o rei da Atlântica, e os golfinhos

em entreter os humanos…

Mas houve um dia em que isso tudo mudou.

Tudo começou assim, mesmo assim.

Era um dia peculiar, as ondas estavam agitadas e o mar trazia toxinas que se

infiltravam nas algas. Era a tempestade do mar, que só acontece uma vez por ano.

Quando a tempestade passou, os peixes e mamíferos ficaram com fome e foram comer

as algas. Mas assim que as comeram desmaiaram num sono de cem anos. O rei da

Atlântica estava desgraçado da vida.

Já não havia o reboliço dos peixes, nem dos tubarões e nem das baleias. Os

humanos jogavam todo o tipo de petróleos e não havia golfinhos para distraí-los até no

fundo do mar.

Então o rei da Atlântica decidiu tomar uma atitude. Vender o seu cetro por dez

mil euros.

Depois foi ter com a bruxa Maria Adelinda, adotada pelas piranhas desde muito

nova, deu-lhe os dez mil euros e disse:

- Dou-lhe este dinheiro para livrar estes peixes do sono de cem anos.

- Não aceito dinheiro, tem de pagar em pérolas – respondeu a bruxa.

- Isso é impossível, – zangou-se o rei – isso é a fortuna do reino e do estado!

- Se quer que os peixes e os mamíferos fiquem assim durante cem anos…

- Está bem, vou buscar as pérolas a casa, bruxa! – Disse o rei.

- Vá rápido, antes que eu me arrependa! Ah, e traga caranguejos fritos.

- E quando os peixes acordarem o que é que eu lhes digo? – Perguntou o rei

preocupado.

- Diz-lhes que veio um ladrão! – Respondeu logo a bruxa.

Quando ele chegou a casa foi ao frigorífico, pegou nos caranguejos fritos e

vendeu o cetro real a um comerciante que lhe deu as dez mil pérolas. Mas, nesse

preciso momento caiu um disco voador. O rei da Atlântica escapou de boa, mas o

comerciante ficou esmagado.

Então o rei da Atlântica foi ter com outro comerciante. Mas esse foi esmagado

por um meteorito.

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Assim o rei da Atlântica descobriu que só ele podia governar o reino do mar e

telefonou à bruxa.

Quando a bruxa ouviu o telefone ficou preocupada, atendeu e:

- Bruxa, não encontro as pérolas! – Desculpou-se o rei.

- É melhor que as encontres JÁÁÁÁÁÁ…! – Gritou ela.

- Mas sempre que eu tento vender o cetro cai uma coisa do espaço em cima do

comprador! – Exclamou o rei.

- Desenrasca-te reizinho… - disse a bruxa.

O rei da Atlântica já estava com os nervos em franja, mas lembrou-se de que

ainda tinha ostras na sua gruta.

Foi lá, tirou as pérolas às ostras, mas de repente apareceu o ladrão piranha que

perseguia ostras, dando de caras com o rei. Só que o rei lembrou-se de que quem quer

tirar as pérolas é atingido com coisas do espaço. Então, atirou as pérolas ao ladrão,

para as suas barbatanas, e a piranha ladrão ficou esmagada por uma estrela cadente.

O rei da Atlântica agarrou nas pérolas e fugiu dali para fora. Passou por casa

para ir buscar outros caranguejos.

Quando ele chegou ao covil da bruxa deu-lhe as pérolas e os caranguejos.

Assim que a bruxa viu os seus desejos satisfeitos disse:

- Caíste na minha armadilha. Agora que tenho as pérolas vou reinar!

- Como, bruxa traidora?! – Gritou o rei.

- Agora que tenho as pérolas posso fazer uma poção.

- Então para que é que são os caranguejos fritos?

- Deu-me a fome…nunca te deu? - Disse ela.

- Que raio de poção é essa de que estás a falar?

- É a poção que faz com que eu fique com o mundo inteiro na palma da mão.

Assim que o rei da Atlântica ouviu estas palavras fugiu daquele sítio, para o seu

esconderijo “o reino perdido da Atlântica”. Foi para o seu castelo habitual e abriu uma

caixa de piza. Dentro da caixa estava uma fatia de piza, rodou-a e abriu-se um

calabouço. O rei da Atlântica saltou lá para dentro, foi por túneis subterrâneos até ao

“reino perdido”.

O rei da Atlântica viu-se lá dentro, estava tudo coberto de pó, mas ao fundo de

um corredor viu uma luz a brilhar. Foi a correr ver o que era. Era a sua mulher e a filha

que tinham sido alvo de um ataque de meteoritos. Ele soltou-as de uma gaiola de metal

que tinham usado como escudo. Tiraram nutrientes do solo para sobreviverem e foram

os três animadamente a conversar, até que o rei sentiu molhar os pés. Olhou para cima

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e viu uma gigante fonte de água com mais de três mil botões e noventa e nove mil

gigas, muito difícil de aceder.

Porém, o rei conseguiu vencer as dificuldades. Pegaram cada um no seu barril

com água e partiram para casa da bruxa.

Foi muito fácil entrar na sua casa pois ela estava distraidamente a tagarelar ao

telefone. Mas voltaram, os três, a cair numa armadilha da bruxa.

Soltaram-se, foram por trás das costas da bruxa e atiraram-lhe água. A água do

“reino perdido” derreteu-a.

O rei da Atlântica, a mulher e a filha puseram-se a festejar. Mas começaram a

ouvir um estalido, e depois uma voz:

“DESTRUIÇÃO IMINENTE”.

Os três começaram a tirar as coisas da bruxa, até o livro de feitiços, e foram

para casa preparar o tal feitiço.

Começaram a ver os ingredientes: dez olhos de centopeia, vinte asas de

morcego, quarenta ratos moídos em pó, cinquenta dentes de vampiro e trinta e seis

caganitas de fantasma. Agora que o feitiço estava terminado disseram as seguintes

palavras mágicas “ZDABADIM, ZDABADOM…este feitiço está acabado, agora os

peixes vão acordar para a escuridão não reinar”.

Assim que disseram estas palavras, todos os peixes acordaram e foi assim que

tudo acabou.

Sabem o que aconteceu aos feitiços, às poções e ao livro? Foram atirados para

o fundo da Atlântica, destruídos juntamente com o tal “reino perdido”.

Autor: Conchilélio

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2º Prémio 1º ciclo

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O Mar é…

O mar é bonito como o sol a raiar O mar é bonito como uma flor O mar é mais bonito ainda ao pôr-do-sol O mar é bonito, mas às vezes assustador. O mar é giro, O mar é engraçado. O mar é azul. O mar fica no Sul. O mar é salgado. O mar tem ondas A bater no meu coração. O mar é a minha paixão. O mar tem bacalhau, Sardinha e carapau. O mar tem algas, Corais e anémonas. O mar é uma pintura. O mar é uma paisagem. O mar é uma viagem. O mar é uma aventura.

Autor: Messi

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3º Prémio 1º ciclo

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O mar quer ser azul

O mar branco era um sítio encantado cheio de caminhos e recifes, a casa de

muitos peixinhos. Nele viva a dona baleia e o senhor tubarão que andavam sempre às

turras, o peixe-espada que era apaixonado pela estrela-do-mar que sonhava com o

cavalo-marinho, e a senhora sardinha que era muito vaidosa vivia se enfeitando com as

pérolas das conchas que encontrava metendo inveja à tartaruga que queria ser como

ela.

O mar branco era um sítio cheio de mistérios e segredos. O maior segredo de

todos é que ele queria ser azul, mas não sabia como. Ele achava que se chovesse

muito ele viria a ser azul.

Certo dia começou a escurecer o céu e uma tempestade aproximava-se. Cheio

de esperanças, ele pensou - é hoje que eu vou ficar azul. Nisto começa a chover de tal

forma que se formou uma tempestade que criou ondas muito fortes, o que fez com que

os peixinhos que lá viviam se fossem embora deixando o mar vazio.

A tempestade parou e o mar ficou azul mas sozinho sem ninguém. Ele agora era

azul mas triste e pensava como era bom ser o mar branco outra vez com a dona baleia

às turras com o senhor tubarão, com os sonhos da estrela-do-mar e a vaidade da

sardinha.

Agora, ele era azul mas vazio. Só agora ele dava valor àquilo que tinha tido.

Autor: Angry bird

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1º Prémio 3º ciclo

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Mar meu...

A primeira vez que os meus olhos te encontraram, pararam, fixaram-se em ti,

nem pestanejaram, queria ver-te, sem que piscadelas interrompessem aquela visão tão

perfeita. Via em ti o que não conseguia ver em ninguém, eras uma personificação do

Homem ideal. Mesmo sem boca, sorrias. Mesmo sem olhos, eu sei que me vias.

Encontrei em ti um profundo dicionário cheio de palavras únicas, sinceras e perfeitas. A

forma como abraçavas a areia e a acolhias nos teus braços comovia-me, mas era

incapaz de chorar, os meus olhos continuavam intactos e continuava com medo de não

poder ver-te por meros milésimos de segundo. Apetecia-me viver em ti, ser embalado

quando tristezas se apoderavam de mim, ser arrastado em tom de brincadeira quando

a alegria reinava. Pensei como é que uma palavra tão pequena poderia dar nome

àquela grandiosidade que via perante mim. Então toquei-te, senti-te, escorrias pelos

meus dedos, eras frio, mas mesmo assim aquecias-me. Senti um conforto que nenhum

ser humano até então, me havia dado. Eras demasiado perfeito para seres realidade.

Arrisquei deixar de te ver por alguns segundos para esfregar os olhos, tinha medo de

tudo não passar de um sonho. Esfreguei-os com as mãos ainda cheias de ti, nesse

momento não quis destapá-los, uma insegurança contagiava-me. E se abrisse os olhos

e tu não estivesses lá? Num ato de instinto andei para a frente. Senti o teu toque num

dos meus pés descalços, só podias ser tu. O toque era suave, carinhoso e caloroso. Só

poderias mesmo ser tu. A insegurança depressa desapareceu, e as mãos que se

encontravam nos meus olhos percorreram-me o rosto lentamente. Os meus dedos

cruzaram-se e agradeci aquela oferta divina. A perfeição encontrava-se novamente

diante dos meus olhos. O meu rosto voluntariamente sorriu. Sentada agora ao pé de ti

olhava-te minuciosamente. De repente senti-te outra vez, abraças-te me. Senti que me

querias bem perto de ti. Mais uma vez num ato de inconsciência, dei cinco grandes

passos para a frente. Fiquei completamente cercada por ti. Então fechei os olhos, pois

apenas te queria sentir. Não entendia porque tinhas sal, naquele momento transmitias-

me uma enorme doçura. Queria levar-te para casa. Nunca mais me queria separar de

ti. Mesmo sabendo que era impossível, acreditava. De repente comecei a chorar, sem

saber o porquê. Seria de alegria por estar contigo ou de tristeza por saber que teria de

te abandonar? Uma lágrima caiu do cantinho do meu olho em direção aos meus lábios.

A textura daquela lágrima igualava a textura do precioso mar. Inconscientemente,

provei-a. Era salgada tal como o mar. Tentei decifrá-la detalhadamente. Encontrava

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nela muitas parecenças com o que me rodeava. Teria eu uma amostra daquela

perfeição dentro de mim? Só eu poderia responder. Inocentemente, acreditei que sim.

E ainda hoje acredito.

Autor: Alguém

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1º Prémio Secundário

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Mar de Sangue

Tudo se passava no mar. Aquele maravilhoso sítio era como um país das

maravilhas para uns, mas não tanto para outros. Tudo parecia perfeito naquele sítio.

Pingos das ondas a baterem-me na cara, o sol a torrar a minha pele, pequenos

mistérios em cada grão de areia. Aquele era o meu refúgio, o local onde me escondia

de tudo e de todos. Ali esquecia-me de todos os problemas.

Acabei de acordar, fiz o que faço sempre que acordo. Cheguei à cozinha, tudo

normal, mal sabia eu o que estava para vir. Tudo normal até chegar a tarde.

Aquela tarde. Chegou a minha mãe, vinha com um ar triste. Chegou, pousou as

coisas que trazia, incluindo uma carta, o que por sinal achei estranho. Pensei que como

estávamos no século XXI já ninguém mandava cartas. O quão enganado eu estava. A

carta era dirigida a mim.

A minha mãe começou por perguntar como tinha sido o meu dia, tudo com a

maior normalidade possível, até que aconteceu. A minha melhor amiga tinha sido

assassinada.

Não consegui reagir no momento. Corri para o meu quarto, com a carta na mão,

peguei num casaco e corri para a porta de saída. Lá fui eu para ao pé do mar, o sítio

onde me podia tranquilizar, se fosse possivel naquele momento. Já sabia que dentro de

alguns dias revistas e boatos haveriam de aparecer sobre a morte da Jéss. Sentei-me

na areia, mas já era de noite quando abri a carta. Tinha medo do que lá estava, do que

ela podia conter, das palavras escritas, das emoções que poderia transmitir ou até

mesmo de algum cheiro particular. Sempre tive medo das especulações da Jéss.

Depois de ler a carta ainda com mais medo fiquei. A Jéss supunha que havia alguém

atrás de si já há alguns dias, mas que não queria falar disso a ninguém. Ela via vultos

da janela do seu quarto a rondar a sua casa. Como é que era possível ela ter estas

suspeitas e não dizer nada a ninguém? Não era nada dela. Jéss também escrevera

que tinha medo que alguma coisa lhe acontecesse ou viesse acontecer a alguém

próximo dela. Quanto mais lia a carta mais sentia um nervosismo miudinho e era como

se não fosse ela a escrever aquela carta. Como é que ela podia ter tanta certeza de

que lhe ia acontecer alguma coisa? A maré tinha enchido, já tocava com os pés na

margem da água. O mar à noite parecia ainda mais maravilhoso e especial do que já

era.

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Voltei para casa. Já ninguém estava de pé, fui direito ao quarto, guardei a carta,

escondi-a. Sonhei com tanta coisa, mas na maioria dos sonhos Jéss encontrava-se lá.

Ela era perseguida, capturada, aprisionada, esfaqueada, baleada, e por fim via-a

morta. Parecia sentir o cheiro a sangue. Parecia senti-lo. O seu rosto era quase

irreconhecível. Não queria ver mais aquilo.

Quando acordei parecia nunca ter dormido, sentia-me todo dorido. Era domingo,

ninguém estava em casa, apenas eu e os meus pensamentos. Parei, pensei. Revivi

cada momento que tive com ela até ao dia da sua morte. Era estranho alguém ter sido

assassinado. E porquê logo ela? Algo não batia certo.

Havia alguma coisa no tapete. Um papel. Um papel que obviamente tinha sido

metido debaixo da porta. No bilhete dizia ‘’Já viste a carta da tua amiga hoje?’’. Fui a

correr buscar a carta, não a encontrava, mas ela tinha de estar por ali. Teria entrado

alguém durante a noite pela porta e tirado a carta? Era impossivel. Ou talvez não. Revi

o bilhete, na parte de trás estava escrito ‘’mar’’, corri até lá. Só pensava se a palavra

‘’mar’’ tentava ser algo que me chamasse para ir ao ‘’Mar dos sonhos Infinitos’’.

E fui. Assim que cheguei não queria acreditar no que vi. Comecei a derramar

lágrimas a fio, aproximei-me. Havia partes de um corpo ensanguentado e cheio de

areia. A cara estava desformada, parecia ter sido queimada. Era nojento ver aquilo

tudo. Sentei-me ao lado do monte da carne putrefacta, só o mar me podia acalmar,

mas a pergunta insistia na minha cabeça: Aquele seria o corpo da Jéss?

Autor: Inventor de Histórias

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Trabalhos não premiados

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1º Ciclo

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A amizade

Num dia de sol, a Sereia Filipa estava no fundo do mar a brincar com o seu

melhor amigo, o Golfinho Saltitão, que tinha este nome porque saltava muito.

A Sereia Filipa e o Golfinho Saltitão estavam a brincar à macaca. Entretanto,

chegou o polvo e disse: - Olá, amigos, estão bons?

A Filipa respondeu: - Nós estamos bem.

Os três amigos continuaram a jogar, mas depois chegou a Raia Mandona. A

Raia era muito má! O Golfinho viu a Raia e disse baixinho: - Olhem, é a Raia Mandona!

Mas a Raia ouviu e começou a fingir que era boa e disse: - Olá! Eu ouvi-te, Golfinho.

Estavas a dizer que eu sou má, mas não! Eu agora sou boa.

Os três amigos acreditaram e deixaram-na brincar. Depois a Raia Mandona foi

falar com o Golfinho Saltitão e disse-lhe: - A Sereia Filipa bateu-me. Podes ajudar-me?

O Saltitão foi zangar-se com a Filipa. A Filipa respondeu: - Eu não bati na Raia!

Os dois amigos zangados foram para um canto do parque. Depois a Raia disse

ao Polvo: - O Saltitão empurrou-me. Podes ajudar-me?

O Polvo, triste, foi zangar-se com o Golfinho Saltitão e disse-lhe: - Saltitão, porque é

que empurraste a Mandona?

O pobre Golfinho disse-lhe: -Eu não a empurrei! Depois o Polvo ficou zangado e

o Saltitão ainda mais. A Raia tinha conseguido pôr todos de mau humor.

Os três amigos separaram-se e não se falaram durante três meses.

Um dia encontraram-se e a Filipa, triste, disse: - Golfinho, o Polvo quer fazer as pazes!

Os dois aceitaram o pedido e ficaram todos amigos.

Autor: Shakira

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A baleia salva a família

Era uma vez uma família que tinha combinado que quando a menina tivesse

boas notas iriam ver os golfinhos a saltar.

Certo dia, ela teve boas notas e foram de barco ver os golfinhos a saltar no mar.

Entretanto, uma baleia foi bater no barco e o barco partiu-se ao meio. A família estava

no centro, a baleia apanhou-os, mas a menina era muito atrevida e conseguiu ir em

cima do repuxo da baleia. A baleia passou perto de umas rochas e ela saltou para as

rochas.

Depois, pediu ajuda aos bombeiros que foram tirá-la das rochas e também à

família que estava no mar agarrada ao que restava do barco.

Os bombeiros tiraram-nos para dentro do barco salva-vidas, levaram-nos para

terra e foram todos felizes para sempre.

Autor: Fogo

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A brincadeira no mar

Num dia de verão, o mar estava bonito. Nesse dia, a raia Catarina foi descansar.

Chegou lá o tubarão e disse:

- Olá, bom dia. Estás boa?

- Sim, estou boa. Queres ir jogar futebol aquático?

- Sim. – Respondeu o tubarão.

E foram jogar.

Entretanto, viram um golfinho debaixo de uma rede, a chorar. O tubarão com os

seus dentes rasgou a rede e o golfinho saiu, limpou as lágrimas e perguntou:

- Posso jogar também?

- Claro que sim. – Respondeu a raia.

E ficaram amigos para sempre. De vez em quando, faziam mais brincadeiras

como jogar às escondidas e fazer jogos aquáticos.

Autor: Trovão

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A Cidade de Atlântida

- Hoje está um belo dia para ir nadar, pai!

- Nós temos de escolher um sítio calmo e que tenha muito espaço, Catarina –

respondeu o pai.

- E se formos nadar no mar? – Disse logo a Catarina.

O pai concordou e foram de carro para o lugar mais próximo da vila onde

chegava o mar.

Eles levaram tudo o que era preciso: protetor solar, toalhas, comida, chapéu-de-

sol…

A Catarina pôs as braçadeiras e começou a nadar de um lado para o outro. De tanto

nadar e de abanar os braços ficou logo cansada e foi para a toalha apanhar sol.

Depois o pai e a Catarina alugaram um submarino para ver os peixes no fundo

do mar.

Eles viram um peixe balão, um peixe-sapo e peixes dourados.

Quando eles iam a subir, a Catarina viu uma coisa a brilhar ao longe, foram ver o

que era e viram uma tabuleta a dizer “Benvindo à Atlântida”.

No fundo do mar estava a Atlântida com fontes de chocolate, conchas a fazer de

rotundas, casas de madeira, portas de búzios, telhados de areia e tiraram muitas

fotografias.

Depois apareceu o monstro do mar, um dragão metade peixe, metade tubarão.

Ele parecia assustador, era o guardião de Atlântida e disse logo:

- Não podem entrar nesta cidade.

O monstro não queria fazer mal à Catarina e ao pai.

Ele pensou numa forma de manter a Catarina longe de Atlântida, para nada lhe

acontecer.

Pensou em assustá-la com sombras medonhas feitas com as mãos. Como era a

primeira vez que ele fazia aquilo acabou por fazer um coelhinho em vez de uma cobra

que a pudesse assustar.

A Catarina gostou muito do coelho.

- Agora não quer ir embora! – Pensou o monstro.

O pai olhou para o relógio e viu que já era hora de ir embora. A Catarina ficou

um pouco triste por ter de dizer adeus ao seu amigo novo. O monstro também não

gostou nada de dizer adeus aos amigos. Quando a Catarina foi para a areia arrumar as

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coisas para ir embora, o monstro disse para a Catarina nunca mais voltar à Atlântida

porque este era um lugar sagrado.

De repente, apareceram vários barcos e homens armados a tentar matar o

monstro mas Catarina, muito corajosa, agarrou o monstro. Os homens não podiam

disparar pois podiam acertar na Catarina e não queriam fazer isso.

O monstro conseguiu fugir graças à Catarina.

Ele ficou muito agradecido, até fez uma festa de agradecimento. O pai e a

Catarina divertiram-se muito na festa. Quando os convidados começaram a sair da

festa, o pai disse à Catarina que era hora de ir embora mas quando ela viu a fonte de

chocolate não conseguiu resistir. A Catarina não queria ir embora, ela queria explorar

aquela doce fonte.

Quando a Catarina foi embora prometeu que um dia ia voltar ao mar e à cidade

de Atlântida e o pai da Catarina prometeu trazê-la de novo.

Autor: Lápis divertido

26

A harpa mágica

Um pequeno rapaz era tão pobre que precisava de comida e dinheiro para sustentar a

sua família. Um dia uma pobre velhota bateu à porta e deu-lhe uma notícia: - Estás à

procura de dinheiro e comida? - Perguntou a velha.

- Sim, estou. - Respondeu o rapaz.

- Então eu vou ajudar-te. - Disse ela. - Há muitos, muitos anos, num oceano cá

perto, marinheiros e piratas deixaram cair um tesouro muito, muito especial e esse

tesouro era uma harpa mágica. - Disse a velha.

- E porque é que se chama harpa mágica? - Perguntou o rapaz admirado.

- É mágica porque quem a encontrar fica rico, quer já o seja ou não.

- Tenho mesmo de encontrar essa harpa. - Respondeu ele, ansioso.

Passado dois anos o rapaz estava cada vez mais velho, já tinha doze anos e foi

nesse preciso dia que partiu à aventura.

- Estou tão cansado, preciso de água. - Disse ele muito cansado e cheio de

sede.

Até que andou e andou cheio de sede e encontrou o oceano Atlântico. Então

disse:

- Acho que foi este lugar de que a velhinha me falou, mas lá vou eu.

E mergulhou nas águas profundas do oceano para encontrar a harpa, quanto

mais mergulhava mais perto estava o som da harpa.

Depois lembrou-se: - ei, mas quem é que está a tocar a harpa?

Nadou mais depressa até que viu uma pequena sereia, olhou para ela e ficou

apaixonado.

- Que sereia linda, vou perguntar-lhe se ela me empresta a harpa só por um

bocado para eu pedir o meu desejo!

- Desculpe, será que podia emprestar-me a harpa, por favor, para eu pedir o

meu desejo?

- Só com uma condição. Dizeres-me qual é o teu desejo.

O menino ficou assustado mas lá disse:

- O meu desejo é ser rico porque eu sou muito pobre e nem tenho que comer.

- Está bem, pede lá o teu desejo!

Ele pediu e quando pediu puf… o que é que aconteceu?

Encontrava-se num belo hotel com muita comida como nunca tinha visto.

Autor: Peter Pan

27

A sereia do mar

Era uma vez, uma sereia do mar. Chamava-se Lúcia e era linda, tinha cabelos loiros e

a sua cauda era cor-de-rosa brilhante.

Um dia, apareceu um rapaz chamado João que foi apanhar conchas. Lúcia estava

atrás de uma rocha. Ao vê-lo, aproximou-se e ele viu-a. Ela perguntou-lhe:

- O que estás a fazer?

- Estou a apanhar conchas para a minha coleção. Quem és tu?

- Eu sou a Lúcia. E tu?

- Eu sou o João. Tu és linda!

- Obrigada, João. Queres vir comigo ao mar?

- Não posso, sou humano e não consigo respirar dentro de água.

- Então bebe isto – disse a sereia – pois assim poderás nadar e respirar debaixo

de água.

E assim foi. Ele bebeu e foi nadar. Viu um peixe-espada e avisou Lúcia.

Nadaram rapidamente para fugir dali e conseguiram escapar. Então João disse a Lúcia:

- Amo-te. Queres casar comigo?

- Sim, quero casar contigo.

E viveram felizes para sempre.

Autor: Lena

28

A tragédia

Há muitos, muitos anos aconteceu no mar uma tragédia que foi assim.

Andava uma família a passear no mar. Essa família era uma família de

passarinhos que eram tão porquinhos que mandavam pastilhas para o mar, latas de

sumo e outro lixo.

Chegou um dia que o mar desapareceu, porque estava tão cheio de lixo que os

peixes acabaram por desaparecer e as plantas aquáticas morreram. Do mar só ficou

uma poça de água toda suja.

O menino pôs-se a olhar para o céu à procura da mãe do mar. Encontrou a mãe

que era apenas uma nuvem que ao fim de uns minutos começou a deitar umas pingas.

Depois começou a chover ainda com mais fora e por muito tempo. Os animais

começaram a vir para o mar outra vez e foi tão giro vê-los crescer.

O mar ainda estava mais bonito do que antes.

Autor: Borboleta

29

Azul, azulinho

O Mar é azul

Azul, azulinho,

Dentro dele vivem milhões de peixes

E cada um é amiguinho.

Na sua vasta imensidão

O mar é grandioso

De um azul tão bonito

Ele é mesmo maravilhoso.

Peixes grandes e pequenos

E também de todas as cores

Do mar fazem a sua casa

E lá vivem os seus amores.

As praias são formadas pelas suas ondas

Que quando arrebentam ao pé da areia,

Parecem cheias de espuma, grandes bombas.

As crianças quando vão à praia,

Usam as suas ondas para se divertir

Fazendo bombas, saltos para a água e surf,

Mas quando fica maré alta têm da água sair.

Os adultos vão para a parte mais funda,

Lá mais para a frente,

Mas têm de ter muito cuidado

Por causa da corrente.

Autor: Televisão

30

Brincadeiras no mar azul

Era uma vez, dois peixes, o peixe-balão e o peixe-palhaço, que viviam numa

gruta no mar azul.

Depois de, um dia, tomarem banho, viram uma raia gigante e o peixe-balão

disse: - Ai, que susto, raia! E a raia respondeu: - Estou cheia de fome. – Depois viu um

peixe que estava morto e comeu-o. Foram para a gruta, o almoço já estava pronto.

Depois do almoço saíram da gruta e encontraram um peixe-palhaço que estava junto a

uma anémona e ficaram todos amigos.

Brincaram à apanhada, ao gelo e tiveram de ir até à gruta. Depois fizeram uma

corrida até às anémonas e viram que o mar era muito azul. Nadaram imenso até que

ouviram um barco e nadaram para trás de uma rocha para se esconderem. O barco

quase apanhara o peixe-palhaço. A sorte dele foi ter-se escondido a tempo. O

barqueiro que ia quase a apanhar o seu amigo, o peixe-balão, não conseguiu porque o

peixe lançou água para o barqueiro e ele desviou o barco. Com medo, foram esconder-

se na gruta e só mais tarde foram brincar, quando já não viam o barco.

Mas um tubarão que estava por ali muito atento ouviu e disse para fugirem e os

dois amigos fugiram novamente para a gruta.

Esconderam-se no quarto, mas o tubarão não conseguiu entrar na gruta para se

esconder. Era muito grande.

Depois brincaram todos num sítio seguro, mas avistaram uma enguia elétrica e

fugiram para outro lado. Brincaram lá com algas e encontraram um polvo que estava

sozinho, sem ninguém.

Apareceu o tubarão, ouviu a conversa e quis também brincar com eles até ao fim

do dia.

Autor: Oreo

31

O golfinho e os amigos

Era uma vez, um golfinho muito bonito.

Ele era amigo de todos os peixes, menos das baleias. O seu melhor amigo era o

peixe-balão, estavam sempre a brincar. Mas houve um dia em que ele ficou doente e

chorava.

Passado um ano, ele já estava melhor, conheceu um novo amigo que era o

peixe-espada e ficaram os três muito amigos.

Um belo dia, o golfinho disse:

- Vamos jogar à bola no mar? – Os amigos concordaram e lá foram eles.

Passados cinco minutos, apareceu um tubarão e uma raia e juntaram-se a eles.

No outro dia, estava um sol muito bom e os amigos foram encontrar-se para

conversar numa gruta numa rocha enorme. Lá combinaram todas as brincadeiras que

iriam fazer.

Autor: Leão

32

O golfinho

Há algum tempo, estava um lindo dia de sol, mar calmo, maré baixa, perto de

Faro.

Um golfinho nadava por vários sítios. Viu corais, florestas de algas verdes e

vermelhas.

Enquanto o golfinho nadava, foi apanhado por pescadores. O seu amigo

caranguejo viu-o e queria salvá-lo, mas tinha medo dos pescadores.

O golfinho gritava: - Soltem-me! Enquanto os pescadores diziam para si todos

contentes: - Finalmente, apanhámos qualquer coisa!

O caranguejo ganhou coragem, pois queria ajudar o seu amigo. Trepou para

dentro do barco dos pescadores e escondeu-se atrás de uma mesa.

Quando os pescadores foram à casa de banho, o caranguejo aproveitou para

cortar as redes com as suas pinças e salvou o golfinho.

Quando os pescadores voltaram deram por falta do golfinho e ficaram muito

irritados.

No mar, o caranguejo organizou uma grande festa e foram lá muitos peixes e

mamíferos aquáticos.

Autor: Ronaldo

33

O herói dos mares, o peixe-espada

Era uma vez, há muito tempo numa tarde de chuva no mar verde, a dona peixe-

espada teve um filho. Quando este cresceu tornou-se o melhor amigo do filho do rei

dos mares. O rei mandou-o ir à procura da princesa peixe-espada para casar com ele.

E ele foi.

A meio do caminho encontrou um polvo a lutar os três tubarões gémeos. O polvo

derrotou os tubarões e logo o foi ajudar. O peixe-espada perguntou ao polvo: - Como é

que te chamas?

- Eu chamo-me polvo João. E tu?

- Eu chamo-me peixe-espada. Queres ir comigo atrás do terrível Tubarão Rico, à

terra da Tubaranada?

- Sim, quero. – Respondeu o polvo. – E lá foram os dois.

No caminho, o peixe-espada e o polvo João encontraram o caranguejo Rafael

que se juntou a eles a caminho do reino malvado dos tubarões-ricos.

Chegaram ao castelo do terrível Tubarão-Rico, onde encontraram a princesa

peixe-espada na prisão. Dirigiram-se para lá e foram perseguidos por guardas tubarões

mal atravessaram os portões do castelo. O peixe-espada e os seus amigos eram

demasiado rápidos e foi fácil para eles escaparem aos guardas do terrível Tubarão-

Rico.

Quando os nossos heróis já iam muito longe, pararam para lanchar e quando

acabaram de lanchar, continuaram o seu caminho.

Para os guardas não os apanharem nadaram dias e dias até chegarem a uma

cidade chamada Guba. Ficaram lá um ano até os guardas os encontrarem. Lutaram

com os guardas para proteger a princesa peixe-espada e o peixe-espada e os seus

amigos conseguiram derrotá-los.

Porém, o Turabão-Rico não desistiu e passado mais um ano mandou mais

guardas e passou-se a mesma coisa que no ano anterior.

34

Então os nossos heróis voltaram ao castelo do terrível Tubarão-Rico, lutaram

com os restantes guardas, venceram-nos, entraram novamente na prisão do castelo,

libertaram todos os peixes que lá estavam prisioneiros e ainda salvaram os anéis que a

princesa Peixe-Espada lá tinha deixado quando esteve prisioneira.

O peixe-espada ainda teve de lutar com o próprio Tubarão-Rico, mas venceu-o e

salvou a princesa.

Autor: Lobisomem

35

O mar

O mar é lindo

Em que o peixe é bem-vindo

O mar está sempre a brilhar

É lindo como o luar.

O mar da praia

Não é bom para a raia

O oceano é cheio de mar

Os peixes gostam lá de nadar.

Gosto tanto do mar

Que podia lá mergulhar

Há tanto mar no Pacífico

Está lá mais frio do que um frigorífico.

O mar é capaz de brilhar

Mais do que o luar

O mar tem muitos peixes

E alguns são muito fixes.

Se fosse um peixe seria um golfinho

Porque os tratam com muito carinho

Uma sardinha não

Para não ser comido por um tubarão.

Autor: Antunes

36

O mar azul

O mar é belo,

À luz do luar

Quando a lua brilha

O brilho vê-se no mar.

O mar é de água salgada

E de cor azul

De onde se tira a pescada

Para o barco do Raúl.

Quando no mar chove

Há gotinhas a cair

Toda a água se move

Até parece que se está a rir.

No mar há muitos peixes

Eles são de todas as cores

Mas enganar não te deixes

Pois eles são de muitos sabores.

Quando os homens vão surfar

E os golfinhos nadam com destreza

Nas ondas do mar

Vê-se uma grande beleza.

Autor: Lola Guerreiro

37

O mar contou-me um segredo

O mar contou-me um segredo. Falou-me de um peixinho dourado, muito reguila

e traquina que levava a vida na brincadeira.

A mãe peixe tinha uma vida muito agitada, estava sempre alerta, tentando

proteger o seu filhote dos perigos que o espreitavam. Uma rede aqui, um anzol acolá, a

curiosidade daquele peixinho podia traí-lo e levá-lo a magoar-se, enquanto tentava

descobrir coisas novas.

A mãe com muita paciência tentava ensinar-lhe como devia defender-se,

colocava-o no colo e apertava-o num abraço, entre as suas grandes guelras, enquanto

o papá peixe olhava e sonhava embalado pelo ondular das marés.

Mas este peixinho não parava, era irrequieto demais para estar quieto.

Procurava companheiros para as brincadeiras e entre os búzios, as estrelas-do-mar, as

alforrecas, havia sempre algum parceiro para jogar às escondidas por entre os corais.

Um certo dia, desconhecendo o perigo que corria e embalado pela sua

traquinice, decidiu pregar uma partida a um tubarão, fazendo com que o rei dos mares

ficasse preso numa rede de um barco que navegava por aquelas águas.

Depois de muito lutar, o tubarão conseguiu libertar-se e resolveu perseguir o

peixinho para o castigar, mas a aflição foi tal quando o peixe-dourado viu o perigo a

persegui-lo, que ao tentar fugir acabou ele preso na rede dos pescadores.

No entanto, o seu tamanho não impedia que os peixes grandes olhassem para ele com

admiração, pela sua vida alegre e natural curiosidade. O grande tubarão achou que o

peixinho dourado já tinha apanhado a sua lição e resolveu ajudá-lo a livra-se das redes

que o prendiam.

O pequeno peixe pediu desculpa ao tubarão, percebendo que não devia fazer

aos outros aquilo que não gostava que lhe fizessem a ele.

O Mar ficou feliz, porque os seus habitantes se entenderam e aprenderam, que

apesar das diferenças, vale a pena serem amigos.

Autor: Chico Areia

38

O mar é azul como o céu

O mar é azul como o céu

E tão grande como um véu

Das casas do mar

Saímos e vamos nadar

Nos barcos a nadar

Pescar e saltar

O mar a andar

Nunca mais vai parar

À beira do mar

Brincar e saltar

Saltamos e pulamos

Nadamos e surfamos

Com os nossos pais brincamos

Rimos que nos fartamos

As mães a descansar

Os pais connosco a brincar

Na praia a brincar

À beira do mar

Fazemos grandes brincadeiras

Com as ondas na areia

Quando vamos para casa

Temos água que farta

Os nossos pais dizem: - Já para a banheira!

Mas nós queremos ficar na brincadeira

Quando nos vamos deitar

Temos saudades do mar.

Autor: Robim dos Bosques

39

O mar é azul

O mar é azul clarinho

Mais azul não há

Ele é muito fino

Limpinho ele é

Suave e calminho

Todos os barcos o querem navegar

Lá ao fundo o sol nasce

Dando o reflexo nele

Lindo, lindo

Que ele é

No verão todos

Queremos nadar nele

Às vezes ele engana-nos

Vem ondas grandes e levam-nos

ele é uma coisa maravilhosa

Ele é a vida de algumas pessoas

Há pessoas que nele deixam as coisas más

Outras preferem ficar lá um dia inteiro

Na areia fininha as crianças brincam

com os peixinhos manhosos que são

Autor: Tidão Canhestro

40

O mar está descontrolado!

Era uma manhã alegre, mas rapidamente as nuvens escuras taparam o céu

azul.

Uns minutos depois o mar ficou descontrolado.

Havia ondas de três metros, as pessoas corriam aterrorizadas e as ondas

ficavam cada vez maiores.

Splash, faziam as ondas a bater nas rochas.

Dois dias passaram e nada mudou.

Até que o tempo acalmou e pararam de vir ondas grandes.

As pessoas puderam, finalmente, voltar a apreciar toda a beleza do mar naquele

início de primavera.

Autor: Pizza de Pepperoni

41

O Mar Francisco

Num belo dia de sol, o mar deixou de ser azul. Ficou cor-de-rosa.

Ao fim de pouco tempo apareceu uma menina chamada Diana que perguntou ao

Mar Francisco o que lhe tinha acontecido e o mar respondeu-lhe com muito prazer: -

Eu tenho um amigo chamado peixinho Barnabé e ele perguntou-me se eu queria mudar

de cor e eu respondi-lhe que sim. O Barnabé mudou a minha cor, mas não só, também

mudou a cor da espuma das ondas. Antes a espuma das ondas era branca e agora é

amarela, tal como as algas do fundo do mar, que eram verdes, neste momento são cor

de laranja.

A mãe da Diana chamou-a para ela ir lanchar e a Diana foi comer pão com

queijo e beber água. Assim que a Diana acabou de lanchar olhou para o relógio e

reparou que eram seis e meia da tarde. Então perguntou aos pais se podia ir falar com

o peixinho Barnabé e os seus pais perguntaram-lhe quem era o peixinho Barnabé.

- É o peixinho palhaço que mudou a cor ao Mar Francisco – respondeu a Diana.

- Ah, está bem, podes ir falar com o peixinho Tobias – disse o pai.

- Não pai, eu vou falar com o peixinho Barnabé e não com o peixinho Tobias –

explicou a Diana.

- Sim, está bem.

E lá foi a Diana ter com o peixinho Barnabé. Com muita curiosidade perguntou

ao Barnabé: - Onde é que trabalhas?

-Trabalho na farmácia dos peixinhos palhaços.

- Parece-me muito bem.

- Porque é que me perguntaste isso?

- Porque eu tinha muita curiosidade em saber o que fazias.

- Mas eu não vim aqui para te perguntar coisas sobre a tua vida pessoal.

- Então vieste aqui fazer o quê?

- Vim para saber porque é que mudaste a cor ao Mar Francisco?

- Porque eu tenho poderes mágicos que nunca tinha revelado a ninguém.

Então eu perguntei ao Mar Francisco com muito respeito, se ele queria mudar

novamente de cor e ele respondeu-me que sim e também me pediu para mudar a cor

das ondas e das algas.

Ele escolheu as suas cores preferidas e eu fiz novamente a mudança.

E ficou lindo…

Autor: Sininho

42

O Mar

O mar

É tão azul que todos querem nadar.

Com ondas ou sem ondas

Até nadam muitas rondas.

É tão azulinho

Que parecem os olhos do meu vizinho.

Tem corais e peixes coloridos

Que só querem ser bem-vindos.

Tem imensas gotas

Que parecem estar rotas.

Algumas vezes há tempestades

Que só fazem maldades.

É tão bonito o pôr-do-sol

Tão, tão lento que parece um caracol.

São tantas alforrecas

Que parecem os livros das bibliotecas.

O mar é tão romântico

Que parece as águas do Atlântico.

A tua beleza me ilumina

E todo o teu mundo me fascina.

Num barco navego

Enquanto canto com o Diego.

Devagar, devagarinho

Já as ondas vão chegando ao Minho.

43

Mar!

Qual era o nome que temias

Era festejar ao luar

Eram só enguias.

Há aquários a imitar

E também peixes a nadar.

No mar há tubarões

Que se passam por ladrões.

Mar!

Só podias ser tu, claro

Os homens só andavam a nadar

E tu na zona de Faro.

Há peixes com a memória pequena

E outros pensam que estão numa arena.

Há mares em todo o mundo

Mas todos têm fundo.

Autor: Joaquim Manuel

44

O mar

O mar é azul! Aparece além das encostas e à frente das praias… Vivem lá

peixes, estrelas-do-mar, algas…

Os mergulhadores saltam do barco para o mar e vão descobrir coisas

maravilhosas, como recifes de coral, algas de várias espécies, tubarões diferentes,

baleias maiores do que o normal…

E os cientistas também fazem alguma coisa no mar?

Claro que fazem, descobrem navios como o “TITANIC”, que se afundou ao bater

num iceberg e onde agora descobrem coisas valiosas que vendem! Que desgraça!

No “National Geographic” mostraram um senhor já velhinho que ainda tem o

apito do seu avô, que construiu o ”TITANIC” e participou na viagem e que morreu.

Sabe-se que ele quis ficar no navio porque sentiu que a culpa fora dele e dos

construtores e que também quiseram ficar para não ocupar lugares nos barcos salva-

vidas. Tal como os músicos que não pararam de tocar, para os passageiros se

acalmarem.

Parando de falar de coisas tristes, falemos de coisas alegres.

Um dia, ia eu a passear num barco, surge uma sereia que me convida para ir à

discoteca do mar. Mas primeiro arranja um pozinho mágico para se conseguir respirar

e falar dentro de água. Ao chegar ao fundo do mar a música é adorável, dá vontade de

dançar e nunca mais parar. A música é tão gira que parece que deita um pozinho

cintilante.

Se isto fosse verdade não pararíamos de dançar!

Autor: Flora

45

O meu amiguinho

Eu vi o mar bem lá no fundo!

Estava em minha casa a ler e perguntei aos meus pais se podia ir ao mar e eles

responderam que sim. Eu fui nadar e encontrei o meu amigo peixinho. Ele estava muito

feliz a nadar! Eu já era amiga dele há muitos anos e nunca nos separámos. A nossa

amizade começou num dia de sol, no Brasil.

Eu estava a nadar, quando senti cócegas… Eu pensava que era um monstro ou

outra coisa, mas quando percebi, era um peixinho laranja chamado Pedro. Eu fiquei

espantada, nunca tinha visto um peixinho tão lindo e com um nome tão bonito! Já

pensava em ficar com ele…

Então o senhor dos gelados apareceu e eu comprei um com o resto do dinheiro

que tinha. Comi o gelado todo e como a parte de baixo não era de bolacha, mas sim

um copo de plástico, eu aproveitei-o para fazer um aquário ao meu amiguinho. Mas

antes de pôr lá o meu amiguinho eu fui buscar água ao mar e pu-lo lá dentro. Ele não

quis e saltou para o mar. Eu fui atrás dele com os meus braços a bater com muita

força, como o meu professor de natação. Qual não é o meu espanto! O meu amiguinho

peixinho levou-me até a uma cidade no fundo do mar.

Eu estava espantada, pois nunca tinha visto uma cidade no fundo do mar. Ele

levou-me até uma loja que tinha as roupas para as sereias. Eu aproveitei as promoções

e comprei uma roupa muito gira. O que eu não sabia era que o peixe me ia levar ao rei

dos mares. Depois de comprar a roupa eu perguntei ao peixinho onde íamos e ele

disse que íamos ver o rei dos mares. Eu fiquei muito curiosa pois queria mesmo

conhecer o rei dos mares. Também achei uma coisa muito estranha e perguntei ao

peixinho:

- Ó peixinho, porque é que quando chegámos a esta cidade, não me levaste

logo ao rei dos mares?

- Porque o rei dos mares fica muito irritado, quando um humano se aproxima

dele. -Respondeu o peixinho.

Quando ouvi a palavra irritado lembrei-me logo quando a minha professora se

zangava com os meninos que só falavam. Isso não importava, eu tinha de saber o que

se passava com o rei.

Finalmente, o peixinho levou-me até ao rei. O rei perguntou-me se o podia

ajudar, porque os humanos andam a poluir o ambiente, quando as pessoas vão para a

praia mandam o lixo todo para o mar.

46

Eu prometi ao rei que ia fazer tudo para conseguir que as pessoas parassem de

deitar o lixo para a água. Mas antes de ir embora o rei deu-me um saco com pérolas,

para quando eu fosse à praia pegasse numa alga, enrolasse nela uma pérola e iria

sempre lembrar-me deles.

O peixinho levou-me à terra e eu fiquei a falar com ele o resto do dia…

E é assim que a minha amizade e a do peixinho nunca vai acabar…

Autor: Caranguejo dançarino

47

O meu sonho sobre o mar

Num belo dia de sol fui eu à praia apanhar sol, apetecia-me tomar um banho e lá

fui. Lá, nadei um pouco, fui mais longe e mergulhei um bocado. Vi ao longe uma

pequena cidade, quando me apercebi que respirava debaixo de água.

Aproximei-me e vi bastantes pessoas a nadar, casas, crianças e ao longe vi um

castelo. Disseram-me que era onde o rei do mar e a sua filha princesa do mar viviam,

disseram ainda os seus nomes, «Princesa Marina e Rei Marinho».

Então o Rei Marinho quis conhecer-me, eu fui ao castelo e apresentei-me.

O rei disse-me: - Eu sou o Rei Marinho e a minha filha é Marina, a princesa.

E eu disse a seguir: - Eu chamo-me Bela.

Ele respondeu: - Já ouvi esse nome.

O Rei Marinho disse que me mostrava o mar inteiro e explicou-me que o mar, no

verão e na primavera, mudava de cor. O rei não sabia era para qual cor, pois eram

sempre cores diferentes. Às vezes até se misturavam várias cores. No inverno e no

outono ficava sempre azul. A cidade chamava-se «Cidade Marinha». Então fiquei um

pouco na cidade pois podia respirar debaixo de água.

Passado algum tempo saí da água e voltei para casa.

No outro dia voltei à praia, lembrei-me da cidade Marinha e fui até lá. Estavam

todos muito tristes. Eu encontrei o rei Marinho e perguntei a razão de tanta tristeza. O

rei disse que tinham mandado petróleo para o mar. Então a princesa disse que me

mostrava a cidade toda poluída e lá fomos as duas a nadar.

Eu fiquei de boca aberta, o mar estava todo poluído, os habitantes não tinham

para onde ir e eu tive pena deles. Então fui ver o que é que estava a fazer tanta

poluição. O mar quase não tinha cor e então eu fui impedir que o poluíssem mais.

Expliquei que lá dentro há peixes, golfinhos e ainda muitas outras espécies marinhas.

Os homens pararam e então eu fui limpar o mar.

Ficaram todos contentes e ajudaram-me na limpeza. Eu fiquei muito feliz e

festejámos com um banquete. A festa durou dois dias e deram-lhe um nome: «Festa do

Mar». Todos os anos se festeja essa data e ficaram com uma cidade limpa, bonita,

colorida…para sempre.

O mar ficou límpido e bonito e todos os anos mudava de cor…

Acordei e vi que era só um sonho.

Autor: Borboleta Azul

48

O Peixe-Pastor e os seus Amigos

Eram uma vez, dois pescadores que estavam a pescar.

De repente viram uma sombra na água que mais parecia uma sereia. Mas era

um peixe-pastor. É que muitas vezes os pescadores confundem o peixe-pastor com

uma sereia, porque o peixe-pastor é dourado, tem um rabo comprido e brilhante e a

sua cabeça até se confunde com algas, parece mesmo uma sereia.

O peixe-pastor tinha um grande amigo, o tubarão branco que é muito grande, a

sua cor é cinzenta e branca e tem uns dentes enormes e afiados.

O tubarão branco e o peixe-pastor estavam à espera que os pescadores se

fossem embora para poderem ir brincar. Assim que os pescadores abalaram, o peixe-

pastor foi chamar o peixe palhaço que também era seu amigo.

Então os três queriam organizar uma grande festa e foram entregar os convites.

Convidaram o polvo, o peixe-balão, a lula vaidosa, os chocos, as anémonas e até as

alforrecas cheias de eletricidade.

Foi então que um dos pescadores disse ao outro que lhe parecia estar a ouvir

um barulho estranho, mais parecia uma grande algazarra. Então resolveram mudar de

rumo para irem ver o que se passava. No entanto o tubarão ao aperceber-se dos

pescadores gritou para o peixe-pastor desligar o rádio e para os convidados se

esconderem atrás das rochas.

Os pescadores olharam para a água e só viram o peixe-pastor a nadar

tranquilamente, nesse momento o tubarão branco foi às escondidas à volta do barco

para assustá-los. Levantou-se da água sobre o barco abrindo a sua enorme boca com

aqueles dentões tão afiados que os pescadores apanharam um susto tão grande que

nunca mais quiseram voltar àquele lugar.

Então o peixe-pastor disse aos seus convidados que agora já podiam estar

tranquilos, que não haveria mais pescadores que pudessem acabar com aquela grande

festa.

Foi assim que todos se divertiram com muita alegria ao som de uma alegre e divertida

música sem nunca mais se preocuparem com aqueles malvados pescadores.

Autor: O Franciscano

49

O pôr-do-sol junto do mar

É tão lindo, mas tão lindo ir para a praia e ver o pôr-do-sol a desaparecer.

E também é tão bonito ver o mar de várias cores, nem muito escuras, nem muito

clarinhas, é lindo!

Ver o pôr-do-sol é tão bonito e ao mesmo tempo relaxante…

Junto do mar, podemos comer um belo gelado, dar um passeio, ler um livro…

Pode-se ver peixes de cores brilhantes e com barbatanas pequenas ou grandes,

mas todos diferentes…

Quando pomos a cabeça junto da água vemos coisas maravilhosas: baleias,

cavalos-marinhos, tubarões, algas…

É tão bonito ver o sol desaparecer e refletir os seus raios na água. Até podemos

dormir numa praia maravilhosa e linda…

Eu era capaz de morar no fundo do mar, junto dos peixinhos e dos cavalos-

marinhos…

Eu queria falar com o mar e então perguntei-lhe: - Ó mar, tu não falas porquê?

- Mas eu falo – respondeu-me o mar

Eu assustei-me mas depois disse: - Olá mar, queres fazer uma festa comigo, ao

pôr-do-sol?

E ele respondeu: - Sim, pode ser minha menina.

- Então vamos convidar todos os peixinhos e outros seres do mar – sugeri eu.

Todos compareceram e foi uma bela festa onde dançaram com as suas saias

havaianas ao som da música: “O Havai é tão romântico e brilhante.”

Esta festa ficou na memória de todos…

Autor: Peixe Dourado

50

Os peixes e a filha do tubarão

Era uma vez, dois peixes que andavam sempre juntos. Eles gostavam de brincar

nas algas e noutras plantas marinhas.

Um dia, eles foram à casa do tio Tubarão. Ele era amigo, mas a filha dele não

era. Eles queriam brincar com ela, mas ela não queria. – Eu não quero brincar

convosco! – Era verdade, mas os amigos insistiam e insistiam e ela continuava a não

querer brincar com eles.

Os dois foram brincar. Enquanto eles brincavam à apanhada na areia, ela

brincava dentro da sua casa, que era numa rocha. Ela fartou-se de brincar sozinha e foi

ter com eles. Quando eles se foram embora, ela quis ir com eles e pediu ao pai: - Pai,

posso ir com eles?

O pai não a deixou ir. Ela insistiu. O pai pensou melhor e acabou por deixá-la ir.

A partir desse dia, a filha do Tio Tubarão passou a brincar com os seus amigos fora de

casa.

Autor: Lobo

51

Tempestade no Mar

Há muitos anos, André um pobre marinheiro perdera-se no mar.

Sua mulher, Catarina, uma pobre cidadã com uma vida difícil, ficara com três

filhos para sustentar. Esta ainda tinha esperanças de voltar a ver o seu marido, os

filhos tão pobres cada vez com mais fome e também com esperança de voltar a ver o

pai.

Ao fim de tantos anos no mar, André, o pobre marinheiro, avistou uma pequena

ilha lá ao fundo parecendo ser habitada por Canadianos. Tentou comunicar com eles.

Tentou, mas não percebia a sua língua e continuou a navegar no mar até que de

repente avistou, lá ao fundo, uma grande tempestade que se aproximava.

André muito aflito foi para dentro do seu barco. André pobre marinheiro com

esperança de voltar a casa começou a rezar a todos os santinhos para que o

ajudassem naquele momento tão difícil.

Sobre ele abateu-se uma grande tempestade. Durante horas, o pobre homem

tentou manter o seu barco sobre a água, até que caiu um grande relâmpago e lhe

destruiu o barco. Felizmente, André conseguiu agarrar-se a uma tábua e sobreviveu à

horrível tempestade.

Durante dias e dias ele andou à deriva, já muito fraquinho, cheio de fome e sede,

André nem queria acreditar no que os seus olhos viam, quando lá ao fundo avistou a

sua pequena aldeia.

Nadou com todas as forças que lhe restavam e depressa chegou ao destino. Foi

a correr até sua casa, e abraçou a família, choraram de alegria e saudade durante

várias horas, até o pobre marinheiro ser vencido pelo cansaço.

Autor: OVNI

52

Um cruzeiro em Cabo Verde

- Olá eu sou o Vasconcelos! Esta semana combinei com a Luísa, a Sofia, o

Inácio e o Francisco fazermos um cruzeiro em Cabo Verde. Então hoje vamos partir e

eu vou já começar a fazer a mala, porque a mãe do Inácio vem buscar-me daqui a mais

ou menos uma hora e eu tenho de estar pronto quando ela me vier buscar. - Disse o

Vasconcelos.

Passado uma hora a mãe do Inácio tocou à campainha, o Vasconcelos foi abrir a

porta muito entusiasmado, e disse:

- Olá Sra. Josefina, está boa?

- Sim e tu? - disse a Sra. Josefina.

- Eu estou bom e pronto! - disse o Vasconcelos.

- Então vamos!-disse a Sra. Josefina.

Quando o Vasconcelos chegou ao carro, já estavam lá todos os seus amigos

para partirem para o cruzeiro. Então a Sra. Josefina meteu música de rock meteu uns

phones ligados a um rádio onde estava a ouvir música clássica e abalou. A meio do

caminho o Francisco perguntou:

Sra. Josefina, ainda falta muito?

- Não, já estamos quase a chegar. - Respondeu a Sra. Josefina

Quando chegaram a Cabo Verde despediram-se da Sra. Josefina e enfiaram-se no

navio.

Passado umas horas foram ao salão de jogos, onde uma surpresa os esperava.

Eram os pais da Luísa, os pais da Sofia, os pais do Francisco e o pai do Inácio.

- Pai onde é que está a mãe?-perguntou o Inácio.

- Então a mãe só vem amanhã, porque ela trouxe-vos e a mala dela ainda não

está feita e se ela viesse logo com vocês, tu ou os teus amigos tinham descoberto logo

a surpresa. - Disse o pai do Inácio.

- Pois pai realmente tens razão. - Disse o Inácio.

- Uau pai, uau mãe, estou muito feliz por vocês estarem aqui e tenho uma

notícia! -disse o Vasconcelos.

- Então foi o quê? - vá que eu estou a ficar muito entusiasmada! - disse a mãe

do Vasconcelos.

- Ok, eu vou dizer. TIVE EXELENTE A TUDO! - disse o Vasconcelos.

- Boa filho, quando o cruzeiro acabar vou comprar-te uma bicicleta nova. - disse

o pai do Vasconcelos.

53

O cruzeiro demorou um período de onze dias, e quando o cruzeiro acabou o

Vasconcelos ganhou uma bicicleta nova.

Certo dia o Vasconcelos convidou o Francisco a ir andar de bicicleta com ele e o

Francisco aceitou. A meio do caminho o Francisco perguntou:

- Vasconcelos, acho que não aguento mais.

- Deixa eu também não ia aguentar muito mais.

Quando o Vasconcelos chegou a casa a mãe perguntou-lhe:

- Então, a bicicleta nova é boa?

- Sim. - respondeu o Vasconcelos.

- Então, estás cansado?-perguntou a mão do Vasconcelos.

- Sim e não é pouco, também não estava habituado.

Quando o Vasconcelos e os pais jantaram, o Vasconcelos foi para a cama e

dormiu como uma pedra.

No dia seguinte acordou muito bem-disposto.

Autor: Migalha

54

Uma aventura no fundo do Mar

Era uma vez uma sereia muito bonita chamada Leonor. Ela era uma princesa.

Tinha tudo o que queria menos uma coisa, não podia sair à rua.

Um dia ela ganhou coragem e perguntou ao pai: - Pai, por favor, diz-me porque

é que eu não posso sair à rua? Eu queria tanto ver os peixes, os humanos, o pôr-do-sol

e ter um namorado.

O pai respondeu-lhe muito furioso: - Não Leonor, os humanos mataram os

nossos amigos. O mundo lá fora é muito perigoso!

A Leonor foi a correr para o seu quarto, muito triste. Se ela era uma princesa,

porque razão não podia sair à rua?

Um dia ela perguntava a si própria porque razão não podia sair à rua e teve uma

ideia: fugir de casa era a solução. Então preparou a mala, um saco com comida e fugiu

pela janela das traseiras do castelo. Finalmente estava livre, o mundo era tão bonito!

Porque é que ela não podia sair daquele castelo enorme?

Mas, de repente, uns pescadores apanharam-na. Estava tudo acabado

novamente.

Naquele instante apareceu um menino que salvou a princesa.

- Estás bem, linda menina?

- Obrigado por te preocupares, mas eu sou uma princesa sereia e tu és um

humano!

- Isso não tem importância, podemos ficar juntos na mesma!

- Não! O meu pai diz que os humanos são maus.

- Alguns são, mas eu adoro todos os seres que vivem no mar.

A sereia estava tão feliz que nem sequer se lembrava que o pai lhe ia dar o

jantar às dez horas da noite e já eram nove e meia.

Assim que a menina se apercebeu que já era tão tarde nem sequer teve tempo

de se despedir do menino. Foi logo a nadar a toda a velocidade para o castelo, mas era

tarde demais. Assim que ela chegou ao quarto estava lá o pai que lhe perguntou:

- Leonor, onde estiveste?

- Desculpa pai, eu estive com um rapaz, mas não te chateies, porque ele é muito

bondoso e adora todos os seres do mar, ele até me salvou a vida.

- Não me interessa, eles tornam-se teus amigos e depois fazem-te em

bocadinhos!

55

- Não pai, isso não é verdade, ele não é assim como tu pensas.

A menina estava tão furiosa que foi ter com o menino, mas desta vez ele não

estava lá.

De repente, ele apareceu e a menina disse-lhe: - Não apareças assim,

assustaste-me. Agora tens de vir ao meu reino para que o meu pai veja como tu és

bondoso!

O menino respondeu: - Está bem, mas eu não consigo nadar até ao fundo do

mar.

- Não te preocupes com isso, o meu pai tem um pó mágico que dá para respirar

debaixo de água e eu vou dar-te um bocadinho.

- Está bem, então vamos!

O menino murmurou muito baixinho para a menina não o ouvir:

- Assim que chegarmos ao castelo eu vasculho em todos os cantos para

encontrar alguns tesouros da família dela.

O menino e a princesa apressaram-se a ir para o castelo e ao chegarem lá não

viram o pai. A menina foi ver se ele estava no quarto. Então o menino não hesitou e

fechou a menina à chave. Ela começou a gritar:

- Socooooorro! Socooooorro!

Entretanto o menino foi vasculhar pela casa toda mas não encontrou o que

queria. Então ele lembrou-se que as coisas mais valiosas estavam escondidas em

sítios secretos e começou a procurar para encontrar portas disfarçadas.

A menina desolada, no quarto, pensava no que tinha feito quando por milagre, a

parede do quarto da menina caiu. Era o pai que tinha voltado pois estava cansado de

procurar a filha. Ele perguntou-lhe:

- Filha, porque é que os portões do castelo estão fechados e porque é que tu

estás aqui prisioneira?

- Pai desculpa, eu cometi um grande erro, afinal eu trouxe o menino para cá,

para tu veres como ele era bondoso, mas em vez disso ele prendeu-me no quarto e

anda a tentar encontrar os tesouros da nossa família.

O pai disse:

- Vamos apanhar já esse bandido!

- Mas o menino fechou a porta à chave! – Respondeu a filha.

- Isso não é problema. Eu resolvo já esta situação.

O pai, que tinha muita força, arrombou a porta e conseguiram apanhar o menino.

Passados alguns minutos a filha fez um pedido: - Pai, eu não posso sair do castelo

56

mas, pelo menos manda construir uma janela no meu quarto para eu espreitar o que se

passa à volta do castelo.

- É claro que vou satisfazer o teu pedido.

Assim, a menina nunca mais desobedeceu ao pai e viveram felizes dentro do

seu castelo, no fundo do mar, onde podiam observar coisas muito belas.

Autor: Barnabé

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Uma história no mar

Era uma vez um menino que foi à praia num dia de junho.

Esse menino brincou na praia, encontrou um golfinho e disse:

- Encontrei um golfinho!

Brincou com ele, deitou-se na toalha e adormeceu.

Enquanto sonhava, olhou para o mar e o mar estava mais claro, os peixes

saltavam e viu o golfinho com que tinha brincado antes.

Apareceu uma menina que lhe disse:

- És tu que vais castigar o Doixis, o homem mau!

E o menino disse – O quê? Mesmo agora cheguei, já tenho uma missão?

Então o menino foi procurar o Doixis, mas acabou por encontrar um monstro

marinho. O monstro marinho aleijou o menino, mas depois ficou amigo dele. Juntos,

foram procurar o Doixis e encontram-no.

O monstro marinho deu ao Doixis uma mordidela e o menino aproveitou para o

avisar que nunca mais poderia fazer mal aos peixes nem ao mar, porque senão o mal

cairia sobre ele.

Entretanto, o menino acordou e nada disto nera real.

Autor: Urso

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Uma história passada no mar

Um dia eu descobri que o mar tinha magia e também muitas coisas para

descobrir.

Agora vou contar o que me aconteceu.

Eu estava a nadar no mar e encontrei um peixe que me perguntou: - Tu não és

um peixe, pois não?

Eu respondi que não era um peixe, mas o peixe não quis saber, ele precisava

era de um ser qualquer, então o peixe disse-me: - Eu preciso que tu venhas comigo,

porque o Rei do mar precisa de alguém que o ajude.

- Está bem, eu vou ajudar o Rei do mar mas preciso que lhe digas que eu não

posso sair daqui, por isso tens que dizer para ele vir cá – disse eu

O peixe todo feliz disse logo: - Está bem, eu vou já pedir ao meu amigo camarão

para avisar o Rei do mar.

O camarão lá foi avisar o Rei do mar. O Rei do mar não se importou, ele

precisava era de alguém que o ajudasse. Então lá foi ele. Quando lá chegou, o Rei

pediu-me para o ajudar.

- Claro que o ajudo, mas primeiro tem de me explicar o que se passa – respondi

eu.

O Rei lá esteve a explicar tudo e ele disse uma coisa que nesse momento eu

pensei logo que ele precisava mesmo de ajuda.

Ele disse: ” Se eu não me curar, o mar e a magia desaparecem.”

Então eu esforcei-me, esforcei-me e finalmente consegui curar o Rei. Ele estava

como novo.

- Obrigado! E por me teres curado vou-te mostrar a magia do mar – disse o Rei.

Então o Rei mostrou-me enguias cor-de-rosa, mostrou-me algas amarelas,

caracóis que nadam e são vermelhos, mostrou-me papoilas que estão dentro do mar e

que cantam, também me mostrou caranguejos a dar aulas de português e de

matemática… Ele mostrou-me muitas, muitas coisas bonitas e no fim disse-me: - Toma

esta pérola, é para ti.

Eu perguntei: - Ó Rei, mas esta pérola tem algum poder?

O Rei respondeu-me: - Não tem poder nenhum, é apenas para te lembrares de

mim. Ah, mais uma coisa, quando não estiver cá ninguém, molhas a pérola e eu

apareço logo ao pé de ti.

Eu respondi: - Obrigado, gostei muito!

59

O Rei disse: - Eu também gostei muito, espero que voltes sempre.

E eu disse-lhe: - Adeus, adeus.

Então foram-se todos embora para as suas casas.

Eu nunca esqueci este dia e sempre que eu ia ao mar molhava a pérola e o Rei

do mar acompanhado pelo peixe e pelo camarão apareciam muito contentes.

Autor: Revestina

60

3º Ciclo

61

O Grito

Hoje entrego-me ao papel, deixando por ele as minhas palavras voar. Sinto-me

livre ao escrever. Às vezes não escrevo para ninguém, outras escrevo para toda a

gente. Nunca sei ao certo para quem vão as minhas palavras. Às vezes escrevo para

que alguém me oiça, pois os gritos mais altos são aqueles que só o Mar consegue

ouvir.

Por vezes olho para o espelho e apercebo-me que não tenho ninguém para além

do meu próprio reflexo e, até este, foge por entre os dedos quando ouve os suspiros de

cansaço do grito que se quer de mim libertar. Esse grito, que vem do mais profundo

recanto do meu ser, arranhando-me a garganta, com a ansiedade de ser solto. Há

muito que o contenho, tentando disfarçar a dor que a cada dia, se vai tornando mais

aguda. Mar, só tu me podes salvar desta agonia profunda em que mergulho todos os

dias. Tu que tantas lágrimas minhas lavaste e tantos desgostos meus saraste, saberás

como me trazer de volta à superfície.

Mar, tudo em ti transpira charme, sedução até. Muitas são as vezes em que me

sinto seduzida e tentada a embrenhar-me em ti até que nos fundamos num só...

Inocente, este meu sonho de menina. Mas como? Tu és um dos Quatro Reis e pela tua

muralha, há muito erguida, poucos são aqueles que conseguem penetrar.

Mar, tu és aquele que de todos é mas a ninguém pertence. Tantos te adoram

mas poucos são aqueles que realmente te compreendem. Com esses teus braços

longos, a toda a gente acaricias, a todos abraças, a todos sussurras palavras de

consolo mesmo àqueles que não as pedem. Com as tuas barbas, aclaradas pelo

tempo, transpareces toda a sabedoria que adquiriste ao longo dos tempos.

Ai, como desejo eu que um dia as minhas palavras transpareçam tal sabedoria

também! Nem todos conseguem ler os teus textos, nem todos conseguem perceber o

amor que está embainhado neles. Como me enche o peito esse amor, como se

alegram os meus dias quando leio a tua poesia! Por detrás desse teus olhos azuis

escondem-se as memórias mais tenebrosas alguma vez presenciadas por um Rei:

memórias de amores perdidos, esquecidos, memórias de desespero e de agonia de

alguém que pelas tuas muralhas tentou passar, memórias da guerra, da devastação,

memórias de choros e de ousadia por parte de quem em ti navegou.

És tu que separas o aqui do ali, o cá do lá, o está do não está, o foi do é, o que

podia ter sido do que não foi. E digo-te, por muito elevado que seja o céu, nunca

62

conseguirá chegar, algum dia, tão alto como tu já chegaste. Nunca conseguirá ele

sustentar o meu grito. É demasiado fatigante para aqueles que não o compreendem.

Escrevo este texto para ti, na esperança de que alguém me oiça pois, um dia, alguém

disse que os gritos mais altos são aqueles que só o mar consegue ouvir.

Autor: Vislumbre

63

O Mar que chora, brota e grita!

Mar, mar, mar,

como é bom o teu aroma,

como é bom o teu soar,

muitas maravilhas lá ás-de encontrar.

Mar, mar, mar,

é um mundo sem fim,

que te está a esperar,

mas sempre a chorar.

Mar, mar, mar,

que adora espelhar

o belíssimo luar,

tens que o encontrar.

Mar, mar, mar,

é lindo o teu chorar,

as tuas enormes lágrimas

estão sempre a brotar.

Mar, mar, mar,

com a sua linda harmonia,

a brilhar à luz do dia.

Grita! Corre!

Mar, mar, mar,

és sempre uma alegria,

para brincar todo o dia,

com crianças e família.

Autor: Lágrimas

64

Diário

Ourique, 8 de abril de 1948

Olá querida Luciabela!

Desculpa não te falar há tanto tempo, mas, como sabes sou muito distraída e

esqueço-me facilmente das coisas.

Sabes que gosto de observar o mundo que me rodeia para poder refletir sobre

ele.

No outro dia, fui com os meus amigos Lúcio e Leandro à praia, enquanto eles

foram caminhar, eu fiquei sozinha a olhar o mar. As ondas, as ondas... porquê ondas?

Grandes ou pequenas, lentas ou velozes, estão sempre lá! Será que são apenas

movimentos naturais? Ou será que são «letras de mãos dadas» formando palavras,

frases e textos? Navegarão os barcos em palavras ao invés de água?

Talvez nunca saberemos, ou talvez alguém consiga ouvir e entender essas

palavras.

O que achas, Luciabela? Não sabes, não poderás responder, pois não passas

de um diário lindo e cor-de-rosa com um nome ainda mais giro do que tu própria.

Sabes, às vezes acho que tens sentimentos e quiçá que me oiças, mas outras, caio em

mim percebendo que a única coisa que possas ser para além de um monte de papéis

«fashion» é a minha consciência ou quiçá a minha inteligência.

Mas voltando ao mar, acho que pode ser um bonito romance ou um cruel livro de

terror. Podes achar que estou louca, mas até lhe fiz um poema, que gostava que

lesses.

O mar é salgado,

Calmo e sereno,

Quase sempre muito ondulado,

Mas nada pequeno.

Porque será tão salgado?

O que terá na sua composição?

Suor, xixi, e lágrimas,

De lutas, guerras e paixão?

65

Talvez seja calmo

Para nos acalmar.

Talvez seja azul

Para se embelezar.

É lindo,

Mas às vezes parece zangado:

Batendo com força nas rochas

E no areado.

Apesar de tudo,

É preciso ter cuidado,

Porque quem nele se molha, é sortudo

Se não ficar magoado.

Estou louca? Talvez, não sei. Diz-me tu! Acho que estou a ficar com a mesma

conversa de sempre, portanto é melhor calar-me.

Adeus, Luciabela! Beijos!

Autor: Sílvia Pereira

66

Trabalhos do Pré-escolar

67

JI de Santana da Serra

68

O golfinho que gostava de melancia

Era uma vez um golfinho que vivia no mar, perto de uma praia, no Brasil. Era um

golfinho especial, porque era azulinho diferente dos outros golfinhos que são cinzentos.

(Beatriz)

69

Também não conseguia saltar porque não tinha força na cauda.

(Valéria)

70

Ele não comia quase nada porque não gostava de peixe.

(Rafael)

71

Ele gostava era de comer melancia!

Um dia ele tinha visto um menino índio a comer melancia na praia. O menino

deu-lhe um bocadinho e ele gostou muito. A partir daquele dia ficaram amigos e o

golfinho nunca mais quis saber de peixe.

(Margarida)

72

O menino índio ficou preocupado por o golfinho não conseguir dar saltos como

os outros golfinhos.

Então ele nunca mais deu melancia ao seu amigo golfinho.

(Laura)

73

E ensinou-o a caçar peixe e explicou-lhe que comer peixe iria dar-lhe força na

cauda.

(Pedro)

74

O golfinho começou a provar peixe e até gostou do sabor. Ele comia o peixe

acompanhado de algas.

(Gabriela)

75

Depois do golfinho ter comido muito peixe começou a dar saltos!

(Nádia)

76

Os outros golfinhos quando o viram dar saltos foram ter com ele, muito

contentes.

Lá na praia, no Brasil, o menino índio via aquela linda dança de golfinhos a saltar

no mar.

FIM

(Margarida)

77

JI de Garvão

78

A tartaruga Verdinha, a Salta-pocinhas

79

80

81

82

83

84

JI de Ourique

85

Os meninos no mar

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87

88

89

90

Agrupamento Vertical de Ourique Biblioteca Escolar - Centro de Recursos e Aprendizagem

2013