48
1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 00ª VARA 00ª VARA CÍVEL CÍVEL DE NATAL(RN). DE NATAL(RN). Embargos à Execução Embargos à Execução Distribuição por dependência ao Distribuição por dependência ao Proc. nº. Proc. nº. 11111.22.3333.4.05.0001/0 11111.22.3333.4.05.0001/0 ( CPC, art. 736, § único) ( CPC, art. 736, § único) JOAQUIM FRANCISCO JOAQUIM FRANCISCO , casado, representante , casado, representante comercial, residente e domiciliado na comercial, residente e domiciliado na Rua X, nº. 0000 – Rua X, nº. 0000 – Natal(RN) – Natal(RN) – CEP CEP nº 0000-00, possuidor do CPF(MF) nº. 111.222.333-44 nº 0000-00, possuidor do CPF(MF) nº. 111.222.333-44 , vem, , vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, por com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu patrono que ao final subscreve -- intermédio de seu patrono que ao final subscreve -- instrumento procuratório acostado instrumento procuratório acostado - causídico inscrito na Ordem - causídico inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Rio Grande do Norte, dos Advogados do Brasil, Seção do Rio Grande do Norte,

Embargos Execucao Agiotagem

  • Upload
    guiorsi

  • View
    196

  • Download
    47

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Embargos Execucao Agiotagem

Citation preview

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA____VARA CVEL DE FORTALEZA(CE).

EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 00 VARA CVEL DE NATAL(RN).

Embargos Execuo

Distribuio por dependncia ao Proc. n. 11111.22.3333.4.05.0001/0( CPC, art. 736, nico)

JOAQUIM FRANCISCO, casado, representante comercial, residente e domiciliado na Rua X, n. 0000 Natal(RN) CEP n 0000-00, possuidor do CPF(MF) n. 111.222.333-44, vem, com o devido respeito presena de Vossa Excelncia, por intermdio de seu patrono que ao final subscreve -- instrumento procuratrio acostado - causdico inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Seo do Rio Grande do Norte, sob o n. 112233, com seu escritrio profissional consignado no mandato acostado, onde, em atendimento aos ditames contidos no art. 39, inciso I do CPC, para ajuizar, com supedneo nos arts. 736 e segs. c/c art. 745, inc. V. ambos da Legislao Adjetiva Civil, a presente AO INCIDENTAL DE EMBARGOS EXECUO

( COM PLEITO DE EFEITO SUSPENSIVO CPC, art. 739-A, 1 )

contra PRACIANO MARTINS, estabelecida na Rua Delta, n. 000 Natal(RN) CEP 11333-444, em decorrncia das justificativas de ordem ftica e de direito abaixo delineadas.(1) DA TEMPESTIVIDADE DESTA AO(CPC, art. 738)

O Embargante fora citado, por mandado, a pagar o dbito perseguido na ao executiva, no prazo de 3(trs) dias, nos moldes do art. 652, caput, do Cdigo de Ritos.

Referido mandado, registre-se, fora juntado aos autos da ao de execuo na data de 25/01/2014, o que se constata pela cpia ora acostada. (doc. 01)

Dessa maneira, visto que a presente demanda ajuizada em 03/02/2014, temos que tempestivamente apresentada. (CPC, art. 738)

APELAO CVEL.

Embargos execuo. Ttulo executivo extrajudicial. Duplicatas. Certido oficial de justia. F publica. Citao vlida. No respeitado o prazo de 15 (quinze) dias a contar da juntada do mandado de citao aos autos. Embargos intempestivos. Incidncia do art. 793, inciso I, do CPC. Litigncia de m-f. Ausncia de comprovao dos pressupostos. Sentena mantida. Recurso conhecido e negado provimento. (TJPR; ApCiv 1136186-1; So Jos dos Pinhais; Dcima Sexta Cmara Cvel; Rel Des Maria Mercis Gomes Aniceto; DJPR 07/03/2014; Pg. 200)

EMBARGOS EXECUO.

Tempestividade. Prazo para oposio que corresponde a 15 dias, contados da data da juntada aos autos do mandado de citao. Art. 738 do CPC. Intempestividade dos embargos afastada. Sentena anulada. RECURSO PROVIDO. (TJSP; APL 0033710-91.2012.8.26.0001; Ac. 7351209; So Paulo; Dcima Stima Cmara de Direito Privado; Rel. Des. Afonso Brz; Julg. 10/05/2012; DJESP 27/02/2014)

2 REALIDADE DOS FATOS

LITIGNCIA DE M-F

( CPC, art. 17, inc. I e II)

Os acontecimentos evidenciados na pea vestibular foram grosseiramente distorcidos. H uma grave omisso, intencional, a qual comprometeria, se estipulada pelo Embargado, o recebimento de seu pretenso crdito.

Consideramos como grave omisso, porquanto o Cdigo de Processo Civil disciplina que:

Art. 17 Reputa-se litigante de m-f aquele que:

I deduzir pretenso ou defesa contra texto expresso em lei ou fato incontroverso;

II alterar a verdade dos fatos;

No algero quadro ftico estipulado na petio inicial, o Embargado revelou que o cheque, alvo da pretenso deduzida em juzo, era fruto de relao comercial entabulada entre as partes. Todavia, no trouxe maiores detalhes acerca dessa inverdica relao comercial. Ao revs disso, o Embargado andou longe de sequer mencionar os fatos relacionados Ao Monitria, quando assim impe a Legislao Adjetiva Civil. Se dessa forma fizesse, evidente que com maior facilidade seria desmascarada a farsa, recndita nas superficiais linhas inaugurais. Entretanto, com a prova documental que ora acostamos, no haver nenhuma dificuldade na elucidao do propsito injurdico que envolve a querela em espcie.

Na verdade, o crdito perseguido tem origem ilcita: a odiosa agiotagem.

O Embargado, ressalte-se, notrio agiota que atua nesta Capital.

Em prol da firmeza desses argumentos, o Embargante de j traz baila outros cheques que deram origem ao vultuoso crdito ora perseguido (vide originais dos cheques acostados). So eles:

1) Cheque n. .x.x.x.x, com data de emisso de .x.x/x.x./x.x.x.x, no valor de R$ 20.000,00(vinte mil reais), sacado contra o Banco .x.x.x.x S/A;

2) Cheque n. .x.x.x, com data de emisso de x.x./x.x./x.x.x.x, no valor de R$ 10.130,00(dez mil cento e trinta reais), sacado contra o Banco .x.x.x.x.x S/A;3) Cheque n. .x.x.x.x, com data de emisso de x.x./x.x./x.x.x.x, no valor de R$ 32.860,64(trinta e dois mil, oitocentos e sessenta reais e sessenta e quatro centavos), sacado contra o Banco .x.x.x.x S/A;4) Cheque n. .x.x.x, com data de emisso de .x.x/.x.x./x.x.x.x, no valor de R$16.204,39(dezesseis mil, duzentos e quatro reais e trinta e nove centavos), sacado contra o Banco .x.x.x.x S/A.

As crtulas acima citadas foram devolvidas ao Embargante, na medida em que pagava-se os juros ilegais e parte do dbito, sendo trocados pelo cheque ora alvo de debate.

Ademais, os cheques ns .x.x.x.x(R$ 20.000,00) e .x.x.x.x(R$ 10.130,00), foram substitudos, respectivamente, pelos cheques de ns .x.x.x.x(R$ 32.860,64) e .x.x.x.(R$ 16.204,39), devidamente atualizados com juros capitalizados de no mnimo 15%(quinze por cento) ao ms.

A propsito de tais consideraes, veja que no verso do cheque n. .x.x.x, consta taxas de juros de 18%(dezoito por cento) a.m.; j no cheque de n. .x.x.x, consta juros de 15%(quinze por cento) a.m., ambas insertas com a caligrafia do Embargado.

De outro lado, impende destacar que os cheques ns .x.x.x.(R$ 32.860,64) e x.x.x.x(R$ 16.204,39), ambos esto nominais ao Embargado.

Os juros, quando do emprstimo, foram capitalizados. E isso afronte lei, deduo essa que tiramos quando da diferena de valores nas trocas dos cheques(art. 4, do Decreto n. 22.626/33 - Lei da Usura).

O Embargante, pois, acossado por injustas ameaas do Embargado, foi forado, quando j sem direito a movimentar talonrios de cheques, a assinar o cheque ora em lia. Esse, como antes dito, fora atualizado com a taxa repugnante de 15%(quinze por cento) a.m. Percebe-se, destarte, que o Embargante foi abruptamente escorchado, sem qualquer piedade.

Desse modo, o caso em anlise merece uma profunda e apropriada investigao probatria, notadamente quanto origem ilcita do suposto crdito em estudo.(3) DO DIREITO3.1. INVERSO DO NUS DA PROVA

INDCIOS DE VEROSSIMILHANA DAS ALEGAES

( MP n. 2.172-32/2001)

Segundo dispe a Medida Provisria n. 2.172-32/2001 que:

Art. 3 - Nas aes que visem declarao de nulidade de estipulaes com amparo no disposto nesta Medida Provisria, incumbir ao credor ou beneficirio do negcio o nus de provar a regularidade jurdica das correspondentes obrigaes, sempre que demonstrada pelo prejudicado, ou pelas circunstncias do caso, a verossimilhana da alegao.

Extrai-se da norma, acima demonstrada, que o Embargado faz jus ao benefcio da inverso do nus da prova, em contraposio aos ditames da Legislao Processual Civil(art. 333, inc. II). Porm, compete-lhe, primeiramente, provar a verossimilhana da alegao.

Existindo, portanto, indcio(s) ou comeo de prova acerca dos fatos alegados, a regra a inverso do nus da prova, conforme os ditames da legislao em espcie.

Segundo as lies de DE PLCIDO E SILVA, indcio vem a ser:

Do latim indicium ( rastro, sinal, vestgio ), na tcnica jurdica, em sentido equivalente a presuno, quer significar o fato ou a srie de fatos, pelos quais se pode chegar ao conhecimento de outros, em que se funda o esclarecimento da verdade ou do que deseja saber. ( In, Vocabulrio Jurdico. Forense, 1991. Pg. 456)

Com apoio na prova documental acostada aos presentes Embargos, h vestgios(notrios) de que, efetivamente, ocorreu a cobrana de juros onzenrios. E isso torna-se mais claro quando o Embargado, de prprio punho, anotou no verso dos cheques os valores cobrados. Ademais, a simples devoluo das crtulas, sem sequer serem apresentadas cmara de compensao, demonstra,tambm, que os cheques ficaram retidos como forma de pressionar o Embargante a pagar os juros extorsivos.

A esse respeito, colacionamos os seguintes julgados:

APELAO CVEL. EMBARGOS EXECUO. NOTA PROMISSRIA.

Magistrado a quo que julga improcedentes os pedidos da inicial. Inconformismo do devedor. Cerceamento de defesa. Ttulo de crdito que, por ser autnomo e no causal, no admite, como regra, a discusso da causa debendi. Possibilidade de debate do negcio subjacente quando presentes indcios da sua ilicitude. Alegao de agiotagem. Existncia de incio de prova material carreada nos autos. Interessado que exibe no feito uma relao de ttulos descontados perante o adverso, no qual h indicao de taxa de juros de 4% ao ms. Conduta repudiada pela legislao e que se mostra de difcil comprovao com base apenas em documentos. Viabilidade de demonstrao da prtica ilcita atravs de testemunhas. Limitaes previstas nos arts. 400 e seguintes do cdigo de processo civil que no se caracterizam como bice produo da prova testemunhal para situaes em que se pretende demonstrar eventual ocorrncia de agiotagem. Precedente do Superior Tribunal de Justia. Exegese do art. 3 da medida provisria n. 2.172-32/2001 que, inclusive, possibilita a inverso do nus da prova, cabendo ao credor a prova da origem lcita do crdito. Julgamento antecipado que, in casu, caracteriza cerceamento de defesa. Sentena cassada. Recurso provido. (TJSC; AC 2009.015598-6; Lages; Terceira Cmara de Direito Comercial; Rel Des Rosane Portella Wolff; Julg. 13/03/2014; DJSC 20/03/2014; Pg. 325)RECURSO INOMINADO. EMBARGOS DO DEVEDOR. NOTA PROMISSRIA.

Indcios de prtica da agiotagem por parte do exequente. Inverso do nus da prova, nos termos do art. 3 da medida provisria n 1965-11/2000. Sentena desconstituda, com o retorno dos autos ao primeiro grau para propiciar ao recorrido desincumbir-se do nus probatrio ora imposto. Precedente. Recurso provido em parte. Unnime. (TJRS; RecCv 50852-81.2013.8.21.9000; Candelria; Terceira Turma Recursal Cvel; Rel. Des. Pedro Luiz Pozza; Julg. 13/03/2014; DJERS 18/03/2014)

AO MONITRIA.

Cheques. Existncia de fortes indcios da prtica de agiotagem. Verossimilhana das alegaes da r-embargante, alicerada em farta prova documental, nesse sentido. Aplicao da Medida Provisria n. 2.172-32/01, que dispe que as estipulaes usurrias em emprstimos de dinheiro a juros so nulas de pleno direito, admissvel a inverso do nus da prova da regularidade do ato jurdico. Determinao de realizao de percia contbil, s expensas do autor-embargado. Excluso da cobrana, desde logo, dos cheques emitidos nominalmente a terceiros estranhos ao feito e no transmitidos por regular endosso ao autor. Sentena anulada. Recurso provido. (TJSP; APL 0192102-31.2009.8.26.0100; Ac. 7409646; So Paulo; Dcima Nona Cmara de Direito Privado; Rel. Des. Joo Camillo de Almeida Prado Costa; Julg. 10/03/2014; DJESP 25/03/2014)

APELAO CVEL. EMBARGOS EXECUO FUNDADA EM CHEQUES. ALEGADA PRTICA DE AGIOTAGEM.

Expressivo nmero de cheques de elevados valores emitidos por sociedade empresria em favor de pessoa fsica. Situao no habitual, que sugere negociao desvinculada de atividade comercial. Circunstncia particular que autoriza a discusso da causa debendi e a inverso do nus da prova. Aplicao do artigo 3 da medida provisria n. 2.172-32/2001. Sentena desconstituda. Reclamo provido. (TJSC; AC 2013.058513-7; Lages; Terceira Cmara de Direito Comercial; Rel. Des. Ronaldo Moritz Martins da Silva; Julg. 13/03/2014; DJSC 20/03/2014; Pg. 320)

3.2. NECESSIDADE DE DILAO PROBATRIA

Caso Vossa Excelncia no entenda que existam indcios de prova da prtica de usura, com a necessria inverso do nus da prova(MP n. 2.172-32/2001), o que diz apenas por argumentar, de j o Embargante evidencia a necessidade de produo de provas.

costume daqueles que primam pela usura no destacarem suas articulaes em juzo, maiormente quanto origem do crdito.

A propsito, v-se logo da exordial que o Embargado trouxera a vaga alegao de que aos ttulos cambirios devemos aplicar as regras de abstratividade, pois inerente ao Direito Cambial, impossibilitando a investigao da causa debendi.

consabido que a agiotagem uma prtica nefasta que acompanha as transaes negociais do homem h muito tempo. Tal odiosa atitude costuma desenvolver-se na calada da noite, em contatos e visitas sem a presena de testemunhas. Ningum se denomina sociedade como agiota, maiormente quando esse seu nico meio de subsistncia. Ademais, quanto maior a desgraa financeira que acometa o devedor, com maior vigor o mesmo age sobre a vtima. Quem se socorre de agiota est no fundo do poo, no detm crdito ou at mesmo credibilidade no mercado, no sabendo mais a quem recorrer.

Assim, poucas so as chances de produzir provas contra essa sinistra atitude. Da a lei, em bom tempo, propiciar a inverso do nus da prova.

Por esse ngulo, o julgador deve ficar atendo a essa situao de desvantagem do devedor que esteja em juzo. Restringir a produo de provas, seria o mesmo que conden-lo ao pagamento do dbito discutido em juzo.

Assim, o julgador, ao decidir antecipadamente a lide(CPC, art. 330, inc. I), deve antes atentar aos princpios constitucionais do contraditrio e da ampla defesa, a fim de no subtrair das partes o direito de provar o fato constitutivo de seu direito ou as causas extintivas, modificativas ou impeditivas. Na hiptese em estudo, o eventual julgamento precoce ensejaria na extirpao do direito do Embargante de discutir a relao material, inclusive de produzir provas dos fatos que ora alega nesta defesa.

Com esse enfoque:

MONITRIA CHEQUES PRESCRITOS AGIOTAGEM.

Incontroverso que os ttulos tiveram origem em emprstimo de dinheiro realizado entre particulares Verossimilhana da alegao do devedor, no tocante a cobrana de juros onzenrios, que autoriza a inverso do nus da prova. Medida Provisria n 1.820/99, reeditada pela Medida Provisria n 2.172-32/2001, ainda em vigor por fora do art. 2 da Emenda Constitucional n 32 Credor que no fez prova da regularidade do seu crdito Fato que somente autorizaria a parcial procedncia da ao, se possvel a apurao de eventual crdito remanescente, aps o expurgo dos juros indevidamente cobrados e dos valores pagos, inocorrente no caso dos autos Embargos a monitria procedentes. Monitria improcedente Invertidos os nus da sucumbncia, com alterao do critrio de fixao da verba honorria. Apelo provido". (TJSP; APL 0002741-44.2005.8.26.0323; Ac. 6346395; Lorena; Vigsima Quarta Cmara de Direito Privado; Rel. Des. Salles Vieira; Julg. 08/11/2012; DJESP 13/03/2014)

APELAO CVEL. DIREITO PRIVADO NO ESPECIFICADO. AO MONITRIA FUNDADA EM CHEQUE SEM FORA EXECUTIVA. PRESCRIO AFASTADA.

O prazo para ajuizamento da ao monitria em face do emitente de cheque sem fora executiva quinquenal, nos termos da Smula n 503 do STJ. Alegao de agiotagem. Verossimilhana das alegaes da embargante, amparada pela prova documental e testemunhal colhida. Necessidade de inverso do nus da prova. Situao em que a parte embargante, alegando ser vtima de usura, o que foi corroborado pela prova documental e testemunhal, postula a inverso do nus da prova, para que a autora comprove a legalidade do negcio e a legitimidade do titulo cobrado. Pedido no analisado na origem e que agora vai deferido. Precedentes da cmara. Cabvel a inverso do nus probatrio, nas demandas em que so questionadas as estipulaes usurrias, quando verossmeis as alegaes trazidas pela parte que as questiona, com fulcro no artigo 3 da medida provisria n. 2.172-30 de 2001. Apelo provido em parte para afastar a prescrio. Sentena desconstituda, de ofcio, prejudicada a anlise das demais questes recursais. (TJRS; AC 99821-50.2012.8.21.7000; Erechim; Dcima Segunda Cmara Cvel; Rel Des Ana Lcia Carvalho Pinto Vieira Rebout; Julg. 27/02/2014; DJERS 06/03/2014)

3.3. DA NULIDADE DO ATO JURDICO

OBJETO ILCITO

CC, art. 104, inc. II

A conveno das partes, qual seja o emprstimo mediante juros alm do patamar legal, sinaliza nulidade(absoluta) do pacto.

Dec. Lei n 22.626, de 7 de abril de 1933

Art. 1 - vedado, e ser punido nos termos desta lei, estipular em quaisquer contratos taxas de juros superiores ao dobro da taxa legal.

[ . . . ]

Art. 11 - O contrato celebrado com infrao desta Lei nulo, ficando assegurado ao devedor a repetio do que houve pago a mais.

( destacamos )

Essa , inclusive, a diretriz do art. 104 do Cdigo Civil, o qual preceitua que a validade do ato jurdico requer objeto lcito e que no tenha por objetivo fraudar lei imperativa.(CC, art. 166, II e VI).

Nulidade contratual a sano imposta pela norma jurdica em estudo, determinando a privao de seus efeitos jurdicos, inclusive quanto aos juros cobrados, partindo-se do princpio que a nulidade da obrigao principal implicar a da acessria.(acessorium sequitur suum principale).

APELAO CVEL. EXECUO. ENTREGA DE COISA CERTA. EXCEO DE PR-EXECUTIVIDADE. DILAO PROBATRIA. IMPOSSIBILIDADE. TTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL. REQUISITOS DE VALIDADE. AUSNCIA DE NULIDADE. RECURSO PROVIDO.

1) a exceo de pr-executividade via procedimental excepcional, somente admissvel nos casos em que se pretende submeter ao conhecimento do julgador, nos prprios autos da execuo, independentemente de penhora ou embargos, matrias de ordem pblica, suscetveis de serem apreciadas de ofcio, e que no demandem dilao probatria.

2) tendo-se em vista que o contrato particular assinado pelas partes e por duas testemunhas ttulo executivo extrajudicial, nos temos do art. 585, II, do CPC, e no havendo nenhuma nulidade do negcio jurdico celebrado entre as partes, deve-se reconhecer a validade de tal documento. A sentena apenas se apresenta extra petita (fora do pedido), quando decide causa diversa da que foi posta em juzo ou condena em objeto diferente do que foi demandado, sendo desarrazoado falar em nulidade da sentena quando se verifica que o julgador considerou tanto o pedido, quanto a causa de pedir, com plena observncia dos dispositivos processuais vigentes. V. V. Apelao - Execuo - Contrato de compra e venda de caf - Requisitos formais - Preenchimento - Agiotagem - Prova testemunhal - Atividade ilcita - Vcio na emisso do ttulo - Nulidade absoluta antecendete constituio do crdito - Julgamento extra petita (fora do pedido) - Inocorrncia - Extina do feito sem resoluo de mrito. nula a execuo de ttulo extrajudicial amparada em relao proveniente de ato ilcito. O art. 333, I, do cdigo de processo civil, estabelece que compete ao autor a inequvoca demonstrao dos fatos constitutivos de seus direitos. (TJMG - APCV 0077686-39.2003.8.13.0515; Piumhi; Dcima Primeira Cmara Cvel; Rel. Des. Marcelo Rodrigues; Julg. 18/01/2012; DJEMG 24/01/2012)

Ademais, a taxa de juros legais permitida no Cdigo Civil de 1% a.m.(CC, art. 406).

Assim, tendo em vista o dispositivo do art. 1 do Decreto-Lei n 22.626/33 (Lei de usura) que permite a pratica do dobro da taxa legal, pode-se concluir, sem embargo, que a cobrana de juros por entes que no integram o sistema financeiro nacional, ser o de 2% a.m.. Qualquer percentual acima disto configura ato ilcito, que foi o acontecido.

3.4. DA ANULABILIDADE DO ATO JURDICO

COAO

CC, art. 171, in. II

Provar-se-, de outro tocante, que o Embargante foi coagido a assinar a crtula em debate.

Como curial de todos que lidam com esse ramo, h sempre nessas relaes uma animosidade e vindita reinante, quando o infeliz devedor no lograr xito em pagar seu dbito, ou mesmo os juros, na data aprazada. E o caso do Embargante no poderia fugir da regra.

O Embargante assinou o cheque em estudo, debaixo de ameaas de agresses fsica e morte, situao essa que ser provada a instruo probatria.

A esse respeito estipula o Cdigo Civil que anulvel o ato jurdico:

Art. 171 Alm dos casos expressamente declarado na lei, anulvel o negcio jurdico:

...

II - por vcio resultante de erro, dolo, coao, estado de perigo, leso ou fraude contra credores.

A coao, que consiste na eliminao da vontade do declarante mediante ameaa de mal injusto e grave, acarreta a anulabilidade do negcio jurdico. Com esse prisma, ensina Pablo Stolze Gagliano, em Curso de direito civil, 5. ed., So Paulo: Saraiva, 2004, vol. I, p. 365:

"Entende-se como coao capaz de viciar o consentimento toda violncia psicolgica apta a influenciar a vtima a realizar o negcio jurdico que sua vontade interna no deseja efetuar.

A respeito do tema assim se manifesta o Prof. FRANCISCO AMARARAL: a coao a ameaa com que se constrange algum prtica de um ato jurdico. sinnimo de violncia, tanto que o Cdigo Civil usa indistintamente os dois termos (...). A coao no , em si, um vcio da vontade, mas sim o temor que ela inspira, tornando defeituosa a manifestao de querer do agente. Configurando-se todos os seus requisitos legais, causa de anulabilidade do negcio jurdico.

Por mais essa razo, a ao no merece prosperar, vez que ajoujada em ttulo originrio de coao.

(4) NECESSIDADE DE CONCESSO DE

EFEITO SUSPENSIVO

REQUISITOS DO ART. 739-A, 1 PREENCHIDOS

O art. 739-A do CPC, com redao introduzida pela Lei n 11.382/06, confere ao juiz a faculdade de imputar o efeito suspensivo aos Embargos Execuo, quando constatadas as condies dispostas em seu pargrafo primeiro.

Art. 739-A. Os embargos do executado no tero efeito suspensivo.

1 O juiz poder, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando, sendo relevantes seus fundamentos, o prosseguimento da execuo manifestamente possa causar ao executado grave dano de difcil ou incerta reparao, e desde que a execuo j esteja garantida por penhora, depsito ou cauo suficientes".

Nessa esteira de raciocnio, leciona Humberto Theodoro Jnior que:

"Em carter excepcional, o juiz autorizado a conferir efeito suspensivo aos embargos do executado. No se trata, porm, de um poder discricionrio. Para deferimento de semelhante eficcia, devero ser conjugados os seguintes requisitos, todos de presena necessria e cumulativa:

a) os fundamentos dos embargos devero ser relevantes, ou seja, a defesa oposta execuo deve se apoiar em fatos verossmeis e em tese de direito plausvel; em outros termos, a possibilidade de xito dos embargos deve insinuar-se como razovel; algo equiparvel ao fumus boni iuris exigvel para as medidas cautelares;

b) o prosseguimento da execuo dever representar, manifestamente, risco de dano grave para o executado, de difcil ou incerta reparao; o que corresponde, em linhas gerais, ao risco de dano justificado da tutela cautelar em geral (periculum in mora). A lei, portanto, dispensa ao executado, no caso de concesso de efeito suspensivo aos embargos execuo, uma tutela cautelar incidental, pois no h necessidade de uma ao cautelar, e tudo se resolve de plano, no prprio bojo dos autos da ao de oposio manejada pelo devedor;

c) deve, ainda, estar seguro o juzo antes de ser a eficcia suspensiva deferida; os embargos podem ser manejados sem o pr-requisito da penhora ou outra forma de cauo; no se conseguir, porm, paralisar a marcha da execuo se o juzo no restar seguro adequadamente.

Mesmo que os embargos sejam relevantes e que, no final, o ato executivo seja perigoso para o executado, no haver efeito suspensivo para sustar o andamento da execuo, se o devedor no oferecer garantia ao juzo. Alis, razovel que assim seja, visto que, se ainda no houver penhora ou outra forma de agresso concreta ao patrimnio do executado, no sofre ele dano atual, nem risco de dano grave e iminente. Logo, no h perigo a ser acautelado, por enquanto. Ser depois da penhora e do risco de alienao judicial do bem penhorado que se poder divisar o perigo de dano necessrio para justificar a suspenso da execuo". (In, A Reforma da Execuo do Ttulo Extrajudicial, Editora Forense: Rio de Janeiro, 2007, p. 194-195).

( os destaques so nossos )

Na mesma linha de entendimento so as lies de Araken de Assis:

a suspenso decorre do recebimento dos embargos, e a requerimento do embargante, exigindo o preenchimento simultneo de trs requisitos: a) a relevncia dos fundamentos alegados nos embargos; b) o receio manifesto que o prosseguimento da execuo gere grave dano de difcil reparao ao executado; c) a execuo se encontre garantida por penhora, depsito ou cauo suficientes.(In, Manual de Execuo. 11 Ed. So Paulo: RT, 2007. Pgs. 1148/1149).

Nesse sentido, podemos citar a seguinte nota jurisprudencial:

EXECUO. EMBARGOS DE DEVEDOR. ATRIBUIO DE EFEITO SUSPENSIVO AO PROCESSO PRINCIPAL (EXECUO). REDAO DO ARTIGO 739-A, DA LEI N 11.382 / 06. NECESSIDADE DE COMPROVAO DOS REQUISITOS CONSTANTES NO 1. DO REFERIDO ARTIGO.

Com as alteraes trazidas pela Lei Federal 11.382 / 06 introduzindo o Artigo 739-A ao Cdigo de Processo Civil, tem-se que interpostos Embargos Execuo, estes, mediante requerimento da parte, somente suspendem a execuo mediante relevante a fundamentao. Presentes os requisitos elencados, deve ser concedido o de efeito suspensivo aos embargos. (TJMG - AGIN 1.0518.11.024621-3/002; Rel. Des. Pereira da Silva; Julg. 25/02/2014; DJEMG 14/03/2014)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. EMBARGOS EXECUO. PRETENSO DE CONCESSO DE EFEITO SUSPENSIVO. REQUISITOS DO ARTIGO 739-A, CAPUT E PARGRAFO 1, DO CDIGO DE PROCESSO CIVIL.

O artigo 739-a, caput e pargrafo 1, do cdigo de processo civil explicita ser excepcional a concesso de efeito suspensivo aos embargos execuo (caput), a qual somente se dar se se verificar, concomitantemente (pargrafo 1): (a) o requerimento da parte embargante para a concesso do efeito suspensivo; (b) que os fundamentos sejam relevantes (sobre os quais se possa ter um juzo provisrio e sumrio de verossimilhana); (c) que o prosseguimento da ao de execuo possa causar, parte executada, dano grave e de difcil, ou incerta, reparao; e (d) que a execuo esteja garantida por penhora, depsito ou cauo suficientes. No caso em comento, uma vez preenchidos os sobreditos requisitos, mostra-se cabvel a concesso de efeito suspensivo aos embargos execuo, reeditada e pleiteada em sede recursal. Recurso provido. (TJRS - AI 43253-43.2014.8.21.7000; Santa Maria; Dcima Sexta Cmara Cvel; Rel Des Catarina Rita Krieger Martins; Julg. 10/03/2014; DJERS 13/03/2014)

No caso em espcie, sobejamente esto preenchidos os requisitos para concesso de efeito suspensivo presente ao de embargos do devedor.

O Embargante demonstrou fortes fundamentos que o pretenso crdito tem origem ilcita (agiotagem/usura).

De outro bordo, o juzo encontra-se garantido pela penhora do imvel comercial objeto da Matrcula n. 0000, do Cartrio de Registro de Imveis da 00 Zona, o que se comprova pelo auto de penhora ora acostado, lavrado na ao executiva em comento(doc. 03)

Outrossim, encontra-se desenhada a hiptese de risco de grave leso ao Embargante, vez que o imvel penhorado empregado pelo mesmo para fins de desempenho de sua profisso, e, no prosseguimento da execuo, haver a concreta hiptese de desapossamento judicial do referido bem. Comprova-se o alegado pela cpia da inscrio de autnomo do mesmo, onde consta o endereo do imvel como sendo o de sua utilizao para fins de exerccio de sua profisso(doc. 04)

Diante disso, ou seja, o preenchimento dos requisitos para concesso de efeito suspensivo presente ao incidental, a mesma dever ser concedida at o deslinde de mrito da mesma.

(5) O DEBATE NO NICO DE EXCESSO DE EXECUO

IMPOSSIBILIDADE DE EXTINO DO PROCESSO

(CPC, art. 739-A, 5 C/C art 745, inc. V,)

De outra banda, o debate levado a efeito na presente ao incidental, no se limita a evidenciar exclusivamente excesso de execuo, hiptese que levaria a extino do efeito, luz do que dispe o art. 739-A, 5, do Cdigo de Ritos.

Mesmo que isso fosse verdade, ainda assim deveria ser oportunizado ao Embargante prazo para emendar a inicial, em atendimento diretriz fixada pelo art. 284 da Legislao Adjetiva Civil.

APELAO CVEL. PREVIDNCIA PBLICA. EMBARGOS EXECUO CONTRA A FAZENDA PBLICA. INPCIA DA INICIAL. REGRA DO ARTIGO 739-A, 5, DO CPC. MOMENTO DE APLICAO DA NORMA. OPORTUNIDADE DE EMENDA DA INICIAL. ART. 284 DO CPC. APLICAO SUBSIDIRIA. NULIDADE DA SENTENA.

Conquanto aplicvel a regra do artigo 739-a, 5, do CPC aos embargos execuo contra a Fazenda Pblica, impende oportunizar ao embargante a emenda da inicial, a fim de que possa demonstrar o alegado excesso de execuo. Aplicao subsidiria ao processo de execuo do art. 284 do CPC, inscrito no livro do processo de conhecimento. "Momento de aplicao do artigo 739-a, 5., do cpc: Referido dispositivo prev a hiptese de rejeio liminar dos embargos, razo pela qual, se o rgo jurisdicional deixa de aplic-lo quando da propositura dos embargos execuo, no poder faz-lo aps todo o seu trmite j na sentena ou em segundo grau de jurisdio. Tal procedimento atenta contra a necessidade de previsibilidade do procedimento, violando os deveres de colaborao e lealdade processual, bem como a segurana jurdica e seus corolrios, na medida em que as partes no poderiam ser surpreendidas com a adoo de procedimento que, inicialmente, deixou de ser aplicado e sobre o qual no tiveram a oportunidade sequer de se manifestar. " ("ut" ementa do acrdo da apelao cvel n 70036249621). Apelao provida para desconstituir a sentena de rejeio liminar dos embargos. (TJRS - AC 54744-52.2011.8.21.7000; Osrio; Terceira Cmara Especial Cvel; Rel. Des. Miguel ngelo da Silva; Julg. 27/03/2012; DJERS 16/04/2012)

Na verdade, os Embargos foram manejados com temas que no se restringem ao excesso de execuo, razo qual que referida ao no pode ser extinta com fundamento na ausncia de informao do valor correto do dbito com a inicial. (CPC, art. 739-A, 5)

EMBARGOS EXECUO. EXCESSO DE EXECUO. MEMRIA DE CLCULO. IMPRESCINDIBILIDADE. ARTIGO 739-A, 5, CPC.

Sendo o excesso de execuo o nico fundamento dos embargos, e no existindo o valor ou a memria de clculo, resta ausente o requisito essencial para a sua admissibilidade. Ante ao descumprimento dos pressupostos de admissibilidade para oposio de embargos de execuo, torna-se imperiosa a sua rejeio liminar, nos termos do art. 739-a, 5, do CPC. (TJMT - APL 62210/2011; Tangar da Serra; Quinta Cmara Cvel; Rel. Des. Carlos Alberto Alves da Rocha; Julg. 07/12/2011; DJMT 12/01/2012; Pg. 38)

APELAO CVEL. EMBARGOS EXECUO. REJEIO LIMINAR DESCABIDA, NO CASO. SENTENA DESCONSTITUDA.

Considerando que os embargos possuem outros pedidos que no apenas o de reconhecimento de excesso de execuo no h como rejeit-los liminarmente com base no 5 do art. 739-a do CPC, podendo o juzo, no caso, apenas no conhecer desse fundamento frente ausncia de indicao do valor correto que seria devido. Apelao provida. (TJRS - AC 413391-64.2011.8.21.7000; Palmares do Sul; Dcima Nona Cmara Cvel; Rel. Des. Eugnio Facchini Neto; Julg. 31/01/2012; DJERS 15/02/2012)

Uma das teses defendidas nestes Embargos, no plano de fundo, diz respeito ilegalidade na cobrana de juros onzenrios(usura) e sua consequente nulidade. Assim, a orientao reservada pelo art. 739-A, 5, do Estatuto Buzaid no se aplica ao caso em vertente, visto que a rejeio liminar dos embargos, aludida na disciplina da regra supra-aludida, somente ocorrer quando a parte alegar unicamente excesso na execuo, por conter erro nos clculos ou por discordar com a memria do dbito apresentada com a inicial da execuo. No caso em lia, urge asseverar, em nenhum momento foi o argumento lanado contra o memorial(clculos) da execuo, inserto com a inicial executiva, mas, na realidade, contra os mecanismos ilegais usados para resultar a conta, que por conseqncia resultou no excesso da cobrana. Tal conduta, portanto, conforta-se aos ditames prescritos no art. 745, inc. V, da Legislao Adjetiva Civil, e no do art. 739-A, em seu 5, como quer a Embargada.

CDIGO DE PROCESSO CIVIL

Art. 745 - Nos embargos, poder o executado alegar:

( . . . )

V - qualquer matria que lhe seria lcito deduzir como defesa em processo de conhecimento.

(7) PLEITO DE TUTELA ANTECIPADA MEDIDA CAUTELAR INCIDENTAL. LIMINAR DEFERIDA. EXCLUSO DO NOME DOS RGOS DE PROTEO AO CRDITO. EMBARGOS EXECUO. GARANTIA DO MONTANTE TOTAL DEVIDO. DESNECESSIDADE DA CONSTRIO. PRESENTES OS REQUISITOS. DECISO MANTIDA. AGRAVO DESPROVIDO.

Questo que no se submete aos requisitos consolidados pela jurisprudncia do STJ, por no se tratar de tutela antecipada em sede de ao revisional, mas de ao cautelar incidente em embargos execuo. Montante da dvida suficientemente garantido em penhora realizada em ao de execuo de ttulo extrajudicial. Torna-se desnecessria a inscrio ou manuteno do nome no cadastro de inadimplentes se o adimplemento da dvida restou suficientemente garantido por penhora em ao de execuo. Sendo constatada a presena destes requisitos, a manuteno da deciso que determinou a vedao ou excluso do nome do cadastro de inadimplentes medida que se impe. (TJMT - AI 120696/2011; Primavera do Leste; Quinta Cmara Cvel; Rel. Des. Carlos Alberto Alves da Rocha; Julg. 14/03/2012; DJMT 02/04/2012; Pg. 46)

Ficou destacado claramente nesta pea processual, em tpico prprio, que o Embargado cobrou juros onzenrios indevidamente. A prova documental acostada com a inaugural tambm refora essa tese.

Nesse ponto, deve ser excludo o nome do Embargante dos rgos de restries, independentemente do depsito de qualquer valor, pois no se encontra em mora contratual, maiormente porquanto a ao j se encontra garantida por penhora.

O Cdigo de Processo Civil autoriza o Juiz conceder a antecipao de tutela existindo prova inequvoca e dano irreparvel ou de difcil reparao:

Art. 273 - O juiz poder, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequvoca, se convena da verossimilhana da alegao e:

I - haja fundado receio de dano irreparvel ou de difcil reparao; ou

II - ...

1 - Na deciso que antecipar a tutela, o juiz indicar, de modo claro e preciso, as razes do seu convencimento.

2 - No se conceder a antecipao da tutela quando houver perigo de irreversibilidade do provimento antecipado.

3 A efetivao da tutela antecipada observar, no que couber e conforme sua natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, 4 e 5, e 461-A.

H nos autos prova inequvoca da ilicitude cometida pela Embargada, fartamente comprovada por documentos imersos nesta pendenga, maiormente no tocante aos cheques.

De outro contexto, h fundado receio de dano irreparvel, porquanto o Embargante encontra-se com seu nome inserto nos rgos de restries(sem encontrar-se legalmente em mora, frise-se), o que lhe vem trazendo sequelas de irreparveis, sobretudo no campo profissional(quando est impedido de obter novos trabalhos, visto que, em regra, as empresas consultam antes os rgos de restries antes de admitir o empregado); no campo financeiro(porquanto est impedido de obter novo(s) emprstimo(s) e sequer obter um talonrio de cheque, por uma questo de procedimento interno do banco que tem conta corrente) e na seara emocional(jamais ter de volta a paz e a tranquilidade que antes a tinha, quando no havia registrado seu nome negativado nos rgos de restries)(docs. 12/13).

Diante disso, o Embargante vem pleitear, sem a oitiva prvia da parte contrria, tutela antecipada no sentido de:

a) determinar a expedio de ofcios aos rgos de restries, bem como ao Cartrio de Protesto X, instando-os a exclurem, no prazo de cinco(5) dias, o nome do Embargante de seus bancos de dados, sob pena de pagamento da multa abaixo mencionada;

(8) P E D I D O S E R E Q U E R I M E N T O S

Por tudo que foi exposto, pede e requer o Embargante que:

a) Conceder, inicialmente, efeito suspensivo a presente Ao Incidental de Embargos Execuo;

b)determinar a intimao do Embargado, por seu patrono regularmente constitudo nos autos da Execuo, para, no prazo de 15(quinze dias), querendo, vir impugnar a presente Ao Incidental(CPC, art. 740);

c) julgar procedente os pedidos formulados na presente Ao Incidental de Embargos Execuo, nos termos do quanto pleiteado, condenando-a ao pagamento do nus de sucumbncia, definindo mais que:

(1) seja declarado nulo o ttulo executivo atrelado ao de execuo, porquanto fruto de objeto ilcito e coao, afastando, assim, toda e qualquer cobrana referente ao mesmo;

(2) como pedido sucessivo(CPC, art. 289), pede o afastamento dos juros superiores ao teto legal, reduzindo-os do valor principal, compensando-se com todos os pagamentos antes efetuados;

(3) que o Embargado seja condenado, por definitivo, a no inserir o nome do Embargante junto aos rgos de restries e Cartrio de Protesto, sob pena de pagamento da multa evidenciada em sede de pedido de tutela antecipada;

(d) requer seja invertido o nus da prova, tendo em vista tratar-se de fatos que destacam a figura da agiotagem. Sucessivamente, protesta provar o alegado por toda espcie de prova admitida (CF, art. 5, inciso LV), nomeadamente pelo depoimento do Embargado, oitiva de testemunhas, juntada posterior de documentos como contraprova e percia grafodocumentoscpica, tudo de logo requerido.

Concede-se causa o valor de R$ .x.x.x ( .x.x.x.x.x.), que o mesmo concedido ao de execuo.

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EMBARGOS A EXECUO, OU EMBARGOS DO DEVEDOR. VALOR DA CAUSA. IMPUGNAO AO VALOR DA CAUSA. INSURGNCIA EM FACE DA TOTALIDADE DO DBITO. VALOR DA CAUSA DA AO DE EXECUO NA QUAL OPOSTA OS EMBARGOS DE DEVEDOR. ALTERAO DO VALOR DA CAUSA. DANO FAZENDA PBLICA. ALTERAO DO RITO DO PROCESSO. 1. Nos embargos execuo, ou embargos do devedor, existinto impugnao da totalidade do dbito, o valor da causa deve ser cor respondente ao valor da prpria execuo. 2. O valor da causa pode ser motivadamente alterado, de ofcio, pelo magistrado acaso no obedea ao critrio legal respectivo ou encontrar-se em evidente discrepncia com o verdadeiro valor econmico da demanda, ocasionando possveis danos Fazenda Pblica ou a definio de procedimento inadequado do feito. (TJES; AI 30119000468; Primeira Cmara Cvel; Rel. Des. Annibal de Rezende Lima; Julg. 14/02/2012; DJES 15/03/2012; Pg. 78)

Respeitosamente, pede deferimento.

Natal (RN), 00 de .x.x.x.x de 0000.

P.p Beltrano de tal

Advogado OAB(RN) 112233

A presente Ao Incidental instruda com cpia integral do processo de execuo n. 111.222.333.444, onde declara-se como sendo autnticos e conferidos com os originais todos os documentos ora colacionados, sob as penas da lei.

CDIGO DE PROCESSO CIVIL

Art. 365. Fazem a mesma prova que os originais:

[ . . . }

IV - as cpias reprogrficas de peas do prprio processo judicial declaradas autnticas pelo prprio advogado sob sua responsabilidade pessoal, se no lhes for impugnada a autenticidade.

Art. 736. O executado, independentemente de penhora, depsito ou cauo, poder opor-se execuo por meio de embargos.

Pargrafo nico. Os embargos execuo sero distribudos por dependncia, autuados em apartado, e instrudos com cpias (art. 544, 1, in fine) das peas processuais relevantes.

Data Supra

Beltrano de tal

Advogado OAB(RN) 112233

PAGE