Embrapa - Eucalipto - Goiás

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Análise de procedências de eucalipto para região Goiana.

Citation preview

  • ISSN 1980-3958Outubro, 2013 248

    Base gentica de melhoramento de eucaliptose corimbias no norte do Estado de Gois:resultados da cooperao tcnica entrea Embrapa Florestas e a Anglo AmericanNquel Brasil - Codemin

  • Documentos 248

    Embrapa Florestas

    Colombo, PR

    2013

    ISSN 1980-3958

    Outubro, 2013

    Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuriaEmbrapa FlorestasMinistrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Estefano Paludzyszyn FilhoAntonio Elias FardinAlisson Moura SantosCristiane Aparecida Fioravante ReisPaulo Eduardo Telles dos Santos Andr Montagner MachadoGabriel Rafael Coimbra

    Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e a Anglo American Nquel Brasil - Codemin

  • Embrapa 2013

    Embrapa FlorestasEstrada da Ribeira, Km 111, Guaraituba, 83411-000, Colombo, PR - BrasilCaixa Postal: 319Fone/Fax: (41) [email protected]

    Comit Local de PublicaesPresidente: Patrcia Pvoa de MattosSecretria-Executiva: Elisabete Marques Oaida Membros: Alvaro Figueredo dos Santos, Claudia Maria Branco de Freitas Maia, Elenice Fritzsons, Guilherme Schnell e Schuhli, Jorge Ribaski, Luis Claudio Maranho Froufe, Maria Izabel Radomski, Susete do Rocio Chiarello Penteado

    Superviso editorial: Patrcia Pvoa de MattosReviso de texto: Patrcia Pvoa de MattosNormalizao bibliogrfica: Francisca RascheEditorao eletrnica: Rafaele Crisostomo PereiraFotos da capa: Alisson Moura Santos 1a edioVerso digital (2013)

    Todos os direitos reservadosA reproduo no-autorizada desta publicao, no todo ou em parte, constitui violao dos direitos autorais (Lei no 9.610).

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)Embrapa Florestas

    Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e a Anglo American Nquel Brasil - Codemin [recurso eletrnico] / Estefano Paludzyszyn Filho...[et al.]. Dados eletrnicos - Colombo : Embrapa Florestas, 2013. (Documentos / Embrapa Florestas, ISSN 1980-3958 ; 248)

    Sistema requerido: Adobe Acrobat Reader. Modo de acesso: World Wide Web. Ttulo da pgina da web (acesso em 27 dez. 2013).

    1. Eucalipto. 2. Melhoramento gentico vegetal. 3. Seleo gentica . 4. Madeira. I. Paludzyszyn Filho, Estefano. II. Fardin, Antonio Elias. III. Santos, Alisson Moura. IV. Reis, Cristiane Aparecida Fioravante. V. Santos, Paulo Eduardo Telles dos. VI. Machado, Andr Montagner. VII. Rafael, Gabriel Coimbra. VIII. Srie.

    CDD 634.97342(21. ed.)

  • Autores

    Estefano Paludzyszyn FilhoEngenheiro-agrnomo, DoutorPesquisador da Embrapa [email protected]

    Antonio Elias FardinEngenheiro FlorestalGerente de Produo Florestal Anglo American Nquel Brasil Ltda - [email protected]

    Alisson Moura SantosEngenheiro-agrnomo, DoutorPesquisador da Embrapa [email protected]

    Cristiane Aparecida Fioravante ReisEngenheira Florestal, DoutoraPesquisadora da Embrapa [email protected]

  • Paulo Eduardo Telles dos SantosEngenheiro Florestal, DoutorPesquisador da Embrapa [email protected]

    Andr Montagner MachadoEngenheiro FlorestalCoordenador de Produo Florestal Anglo American Nquel Brasil Ltda - [email protected]

    Gabriel Coimbra Rafael Engenheiro FlorestalAnglo American Nquel Brasil Ltda - [email protected]

  • Apresentao

    Em iniciativa pioneira na Regio Centro-Oeste, a Embrapa estabeleceu um contrato de cooperao tcnica com a Empresa Anglo American Brasil Ltda. - Unidade Codemin, situada no norte do Estado de Gois no ano de 2008, com o objetivo de desenvolver eucaliptos e corimbias para usos mltiplos da madeira. Justifica-se a parceria pela unio de esforos no desenvolvimento de clones e/ou cultivares seminais de eucalipto e de corimbias mais produtivos, com maior densidade bsica da madeira, resistncia s principais doenas e tolerncia a estresses hdricos e trmicos.

    Por meio desta cooperao, a Embrapa Florestas visa suprir demandas de incorporao ao processo produtivo de extensas reas marginais das Regies Sudeste, Centro-Oeste e Norte-Nordeste brasileiras, especialmente para fins energticos. Assim, os gentipos iro atender no somente s demandas da empresa, mas tambm de produtores rurais, agricultores familiares e outras empresas vinculadas ao setor florestal.

  • Para estruturar o programa de melhoramento gentico, foi preciso entendimento do processo produtivo, da evoluo das tcnicas silviculturais utilizadas nos plantios comerciais, forma de propagao massal das rvores, identificao e caracterizao de raas locais de eucalipto e caractersticas essenciais que um gentipo deve apresentar para suprir s demandas de processos industriais e de consumidores regionais. Assim, neste documento, so descritas as informaes prospectadas e tambm aes conduzidas pela Codemin e Embrapa Florestas no desenvolvimento de materiais genticos de eucaliptos e corimbias.

    Sergio Gaiad Chefe de Pesquisa e Desenvolvimento

  • Sumrio

    Introduo ..................................................................9Florestas plantadas na Codemin ...................................10Evoluo dos plantios seminais para clonais ...................13Melhoramento gentico dos eucaliptos e corimbias .........15Estabelecimento de cooperao entre Codemin e Embrapa Florestas ...................................................................25Teste de prognies hbridas de Eucalyptus urophylla e E. grandis .....................................................................26Teste de prognies de Eucalyptus pellita .......................29Populao de Eucalyptus cloeziana ..............................31Espcies pertencentes ao gnero Corymbia ....................32Teste de prognies de Eucalyptus crebra .......................35Avaliao de clones em cultivo in vitro ..........................40Qualidade da madeira para uso energtico .....................40Consideraes finais ...................................................42Agradecimentos .........................................................44Referncias ..............................................................44

  • Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e a Anglo American Nquel Brasil - CodeminEstefano Paludzyszyn FilhoAntonio Elias FardinAlisson Moura SantosCristiane Aparecida Fioravante ReisPaulo Eduardo Telles dos Santos Andr Montagner MachadoGabriel Coimbra Rafael

    Introduo

    A Empresa Anglo American Nquel Brasil Ltda. - Codemin - faz parte de um dos maiores grupos de minerao do mundo. A Codemin consiste em uma de suas vrias unidades, instalada no Municpio de Niquelndia, norte do Estado de Gois, desde 1982. A sua principal atividade a obteno de ferro-nquel (FeNi) com uso da madeira de eucalipto como fonte redutora no processo de calcinao para extrao do elemento do material bruto, o qual utilizado posteriormente para formao de ligas metlicas. No decorrer do tempo foi alterado o processo industrial, substituindo-se o carvo vegetal produzido em fornos de alvenaria, por cavacos de madeira diretamente adicionados ao forno siderrgico. Nesse processo, ocorre a queima das

  • 10 Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    substancias volteis geradas pela combusto da madeira, evitando que esses, na forma de gases, sejam lanados na atmosfera o que proporciona a substituio de parte do leo combustvel (2A), tornando o processo de produo de FeNi mais econmico e sustentvel.

    Para atender a demanda de biomassa da empresa, o cultivo de rvores seminais de eucalipto chegou a abranger rea superior a 12.175 ha at incio da primeira dcada de 2000. Recentemente, por meio de silvicultura de elevado grau tecnolgico, houve aumento expressivo da produtividade de madeira dos plantios comerciais. Com isso, para produzir a mesma quantidade de madeira, tem sido utilizada menor rea. O enorme aparato tecnolgico permitiu tambm a ampliao das reas de preservao permanente e de corredores ecolgicos. Deste modo, as reas de conservao da fauna e da flora da Codemin tm extrapolado a porcentagem exigida pela legislao em vigor.

    Com finalidade de selecionar indivduos superiores de eucalipto, com elevadas produtividades e adequadas propriedades tecnolgicas da madeira para fins energticos, a empresa estabeleceu parceria com a Embrapa no ano de 2008. Neste contexto, este documento procura identificar a origem e as caractersticas dos clones de eucaliptos utilizados pela Codemin em seus plantios e descrever as aes estabelecidas em conjunto com a Embrapa Florestas. Ressalta-se que o desenvolvimento de germoplasma por meio da parceria encontra-se em fase inicial. O enfoque principal do melhoramento a seleo de gentipos com elevada produo de madeira, tolerncia a estresse hdrico, densidade bsica da madeira elevada, resistncia s principais doenas e usos mltiplos da madeira.

  • 11Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e a Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    Florestas plantadas na Codemin

    O cultivo de florestas teve incio na dcada de 1980, com vistas a suprir demandas energticas do processo industrial. Em virtude do grande xito apresentado em cenrio nacional, como considervel produtividade de madeira em relao a outras espcies florestais, rpido crescimento, ciclos de curta durao e madeira com caractersticas aceitveis para uso energtico, o gnero Eucalyptus foi o escolhido para compor os reflorestamentos. Assim, espcies como E. grandis, E. urophylla, E. camaldulensis, E. pellita e hbridos interespecficos como E. urophylla x E. grandis, tm sido introduzidos e amplamente plantados nas reas comerciais da empresa. No incio, para produo das mudas, foram adquiridas sementes da ento Acesita S.A. (MG) e do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF) de procedncias compatveis com as condies ambientais locais.

    O carvo vegetal, oriundo de eucalipto, foi utilizado pela empresa entre 1982 e 2002, como agente redutor do processo final do minrio. Entretanto, aps vinte anos, foi substitudo pelo cavaco de madeira, em iniciativa inovadora e muito bem sucedida em virtude da economia gerada no processo industrial e de ganhos socioambientais. No processo atual, ao atingir a idade de nove anos, a madeira cortada, seca sob condies naturais e cavaqueada. Os cavacos consistem em pedaos de madeira com cerca de 6 mm de espessura por 20 a 60 mm de comprimento. Salienta-se que o uso do cavaco no processo industrial significa uso de biomassa como combustvel, uma fonte de energia renovvel e mais sustentvel quando comparada a outros combustveis fsseis, como carvo mineral e/ou petrleo.

    Vale ressaltar que a Codemin auto-suficiente em madeira reflorestada, ou seja, todo cavaco consumido oriundo de plantaes prprias. Em 2011, o consumo de cavacos de

  • 12 Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    madeira na usina foi estimado em 83.716 ton. Atualmente, a rea total com florestas plantadas abrange 10.820 ha, com reflorestamentos em cinco hortos, denominados de Aranha, Cristo Redentor, Rosariana, Rio Vermelho e Santa Luzia, todos eles localizados no Municpio de Niquelndia. Em viveiro prprio, so produzidas cerca de 700.000 mudas clonais de eucaliptos anuais, para suprimento de demandas anuais de plantio que variam de 600 a 800 ha.

    As reas com plantios florestais da Codemin esto inseridas nos intervalos de latitude de 140424 a 143359 sul e longitude de 482540 a 484910 oeste, em altitude de 540 m, sob clima tropical, com estao seca no inverno (Aw), segundo classificao de Kppen. A estimativa da precipitao pluviomtrica mdia anual em Niquelndia consiste em 1.756 mm, com evapotranspirao de 1.361 mm, o que confere um baixo ndice de aridez (0,81) (ALVARES; STAPE, 2012). Na base de melhoramento gentico localizado no Horto Florestal Aranha, a precipitao mdia anual, observada no perodo 1989 - 2011 de 1.484 mm (Figura 1). Na mesma Figura, observa-se a reduo dos ndices pluviomtricos mensais, podendo chegar zero na estao seca de trs a cinco meses de durao.

    Figura 1. Distribuio mensal dos ndices pluviomtricos mdios observados no perodo 1989-2011 no Horto Aranha, Municpio de Niquelndia, GO.

  • 13Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e a Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    No decorrer dos anos, caractersticas de crescimento como altura, dimetro altura do peito e, consequentemente, volume de madeira, alm de resistncia doenas, foram tratadas como prioritrias. Entretanto, nos ltimos anos, tem-se tambm dado nfase s propriedades tecnolgicas da madeira, como densidade bsica, teor de carbono fixo, teor de lignina, teor de extrativos e poder calorfico. Isso porque essas caractersticas afetam diretamente o processo industrial. Especial ateno deve ser dedicada tambm seleo para estresses hdricos e trmicos, caractersticas marcantes da regio.

    Em 1993, com objetivo de elevar a produtividade de madeira, foram vislumbradas as primeiras aes voltadas para seleo de rvores com maior volume de madeira nos plantios comerciais. A clonagem foi outra importante ferramenta adotada no processo de resgate de rvores plus e desta forma, ser em primeiro lugar abordada. As aes de melhoramento gentico sero enfocadas na sequncia, como forma de facilitar o entendimento.

    Evoluo dos plantios seminais para clonais

    Inicialmente, os plantios comerciais da Codemin foram provenientes de mudas seminais de eucalipto (Figura 2). Entretanto, fatores como heterogeneidade dos plantios, incidncia de doenas de relativa severidade e advento das tcnicas de propagao vegetativa proporcionaram, de forma gradual e lgica, a transio dos plantios seminais para clonais.

    Assim, em 1997, foram iniciados os plantios clonais (Figura 3). A multiplicao clonal caracteriza-se pela manuteno plena das caractersticas da planta me, de modo a obter plantios mais uniformes, produtivos, com matria-prima homognea e de modo geral, controle mais efetivo de doenas (ALFENAS et al., 2004). Desta forma, por meio de seleo massal ou fenotpica, rvores seminais superiores foram identificadas nos plantios comerciais.

  • 14 Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    Figura 3. Plantio clonal de eucaliptos no Horto Aranha.

    Figura 2. Plantio comercial com mudas formadas por sementes, evidenciando elevada mortalidade.

    Foto

    : Es

    tefa

    no P

    alud

    zysz

    yn F

    ilho

    Foto

    : Es

    tefa

    no P

    alud

    zysz

    yn F

    ilho

  • 15Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e a Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    Em seguida, as rvores selecionadas eram abatidas e a partir de brotaes de cepas (touas), estacas eram transplantadas e estabelecidas em jardim clonal. Essa tcnica, conhecida como estaquia tradicional ou macroestaquia, trouxe grandes avanos para a eucaliptocultura brasileira de modo geral. Em detrimento dos expressivos avanos iniciais, essa tcnica apresenta alguns obstculos com o baixo percentual de enraizamento de alguns clones recalcitrantes rizognese, ocorrncia de grandes variaes na capacidade de enraizamento entre espcies de eucaliptos e materiais hbridos, alm de perda gradual do potencial de enraizamento com o envelhecimento ontogentico das matrizes (ALFENAS et al., 2004).

    No decorrer dos anos, houve evoluo nas tcnicas de propagao vegetativa, com aumento da eficincia do processo. A partir de 2004, houve a substituio da macroestaquia pela miniestaquia na Codemin. Com isso, a maioria dos inconvenientes detectados na estaquia tradicional foi superada. A tcnica de miniestaquia possui uma srie de vantagens, como menores custos com implantao e manuteno do minijardim clonal, em relao ao jardim clonal de campo; maior facilidade de colheita e menores custos com transporte e processamento das brotaes; minijardim em canteiros suspensos com possibilidade de uso de cobertura fixa ou retrtil, que amenizam problemas fitossanitrios; maior controle da irrigao e nutrio das cepas, de modo a obter miniestacas com maior predisposio rizognese; alto grau de juvenilidade das estacas, com maior ndice de enraizamento e sistema radicular mais bem formado; menores variaes sazonais nos ndices de enraizamento e maior velocidade de enraizamento, o que otimiza as estruturas do viveiro e diminui o tempo de exposio das miniestacas condies favorveis de incidncia de fungos apodrecedores (ALFENAS et al., 2004).

  • 16 Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    Melhoramento gentico dos eucaliptos e corimbias

    Entende-se por melhoramento gentico de plantas a cincia, arte e gerenciamento de recursos do aperfeioamento das plantas em benefcio da sociedade (BERNARDO, 2002). Atualmente, h evidncias de que 50% dos ganhos em produtividade em culturas anuais e perenes possam ser creditados ao melhoramento gentico (RAMALHO et al., 2012). Especificamente para eucalipto, estimam-se ganhos genticos de ordem de 1% ao ano (RESENDE et al., 2011).

    A seleo massal de rvores, prximas idade de corte e com comportamento diferenciado para crescimento e forma nos plantios comerciais seminais, foi a principal estratgia de melhoramento adotada por vrias empresas florestais brasileiras, inclusive na Codemin. O enorme volume disponvel de rvores nos plantios comerciais seminais e, consequentemente, de variabilidade gentica; ausncia ou baixo custo envolvido na seleo de rvores plus e facilidades da propagao vegetativa alavancaram a produo de clones de eucalipto. Tudo isso em uma poca em que a maioria das empresas tinha investimentos restritos em pesquisas (FERREIRA; SANTOS, 1997).

    Aps a seleo de rvores superiores e do corte, normalmente, avaliada a capacidade de brotao e enraizamento das estacas obtidas dos candidatos a clones. Aps passagem por esse crivo, a superioridade gentica dos clones avaliada em testes clonais comparativos em um ou vrios ambientes da empresa. Neste contexto, observa-se que uma srie de testes clonais foi implantada pela Codemin desde 1995, conforme descrito na Tabela 1.

  • 17Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e a Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    Proj

    eto

    Tal

    ho

    Ger

    mop

    lasm

    aIm

    plan

    ta

    oSr

    ie e

    /ou

    cdi

    go d

    e cl

    ones

    Nm

    ero

    de c

    lone

    s av

    alia

    dos

    Ava

    lia

    o (a

    nos)

    Clo

    nes

    sele

    cion

    ados

    IMA

    1

    (Mo2

    )(m

    3 ha

    -1 a

    no)

    IMA

    (M

    m3)

    (m3 h

    a-1 a

    no)

    III C

    4Eu

    caly

    ptus

    sp

    p.12/1

    995

    01 a

    150

    109

    14,4

    0

    AA

    C4: 01,

    10, 13, 30,

    33, 40, 77,

    86, 103,

    104,

    141 e

    143

    33,4

    950,1

    3

    XII

    A20

    E.

    cam

    aldu

    lens

    is12/1

    996

    402 a

    563

    45

    11,7

    5A

    AC

    549

    16,5

    837,7

    9

    XIII

    A22

    E. u

    roph

    ylla

    11/1

    998

    567 a

    764

    58

    11,5

    0

    AA

    C:

    585,5

    94,

    597, 645,

    692,7

    04 e

    616

    49,3

    262,9

    7

    XIV

    A2

    E. u

    roph

    ylla

    01/2

    003

    1016 a

    1054

    37

    --

    --

    XII

    D32

    E. u

    roph

    ylla

    12/2

    005

    Ger

    dau

    e Pl

    anta

    r16

    3,3

    6

    P2486,

    AEC

    224,

    GG

    702,

    GG

    2335,

    GG

    50,

    GG

    672,

    P3016,

    P3281 e

    G

    G157

    47,9

    575,0

    0

    Tab

    ela

    1. Tes

    tes

    com

    ml

    tiplo

    s ge

    rmop

    lasm

    as d

    e eu

    calip

    to r

    ealiz

    ados

    na

    Cod

    emin

    , no

    per

    odo

    1995 a

    2012.

    1C

    omo

    cada

    tes

    te c

    lona

    l foi

    con

    duzi

    do e

    m u

    m

    nico

    loca

    l, as

    md

    ias

    de IM

    A e

    sto

    inflac

    iona

    das

    pela

    inte

    ra

    o ge

    ntipo

    s x

    ambi

    ente

    s. E

    ntre

    tant

    o, a

    su

    perio

    ridad

    e ge

    ntic

    a de

    vr

    ios

    clon

    es f

    oi c

    ompr

    ovad

    a em

    pla

    ntio

    s pi

    loto

    s em

    vr

    ios

    ambi

    ente

    s da

    em

    pres

    a; 2

    Mo:

    Md

    ia d

    a po

    pula

    o

    orig

    inal

    ;

    3M

    m:

    Md

    ia d

    a po

    pula

    o

    mel

    hora

    da;

    4C

    lone

    s da

    Cod

    emin

    (A

    AC

    ).

  • 18 Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    Tab

    ela

    1.C

    ontin

    ua

    o.

    1C

    omo

    cada

    tes

    te c

    lona

    l foi

    con

    duzi

    do e

    m u

    m

    nico

    loca

    l, as

    md

    ias

    de IM

    A e

    sto

    inflac

    iona

    das

    pela

    inte

    ra

    o ge

    ntipo

    s x

    ambi

    ente

    s. E

    ntre

    tant

    o, a

    sup

    erio

    rida

    de

    gen

    tica

    de v

    rio

    s cl

    ones

    foi

    com

    prov

    ada

    em p

    lant

    ios

    pilo

    tos

    em v

    rio

    s am

    bien

    tes

    da e

    mpr

    esa;

    2M

    o: M

    dia

    da

    popu

    la

    o or

    igin

    al;

    3M

    m: M

    dia

    da

    popu

    la

    o m

    elho

    rada

    ; 4C

    lone

    s da

    Cod

    emin

    (A

    AC

    ) .

    VIC

    7Eu

    caly

    ptus

    sp

    p.12/2

    006

    Clo

    nes

    de v

    ria

    s em

    pres

    as23

    3,4

    0

    P3487,

    P3476, A

    EC

    144, C

    02,

    3497, 1752

    e A

    SH

    02

    26,5

    030,0

    4

    XV

    B12

    E. u

    roph

    ylla

    12/2

    004

    AEC

    144;

    AEC

    224;

    AEC

    042;

    P3387;

    569; 680;

    48;

    819;

    838 e

    805

    10

    5,3

    0A

    EC: 144 e

    224

    25,3

    432,8

    5

    XII

    C18

    E. u

    roph

    ylla

    12/2

    005

    10; 19;

    36;

    62 e

    280

    5-

    --

    -

    XIII

    3Eu

    caly

    ptus

    sp

    p.12/2

    008

    Ger

    dau,

    Pl

    anta

    r,

    Cod

    emin

    , V

    otor

    antim

    M

    etai

    s,

    Cop

    ener

    , Lw

    arce

    l, C

    enib

    ra

    37

    --

    --

    XIV

    3E.

    uro

    phyl

    la01/2

    012

    1060 a

    1140

    42

    --

    --

    Proj

    eto

    Tal

    ho

    Ger

    mop

    lasm

    aIm

    plan

    ta

    oSr

    ie e

    /ou

    cdi

    go d

    e cl

    ones

    Nm

    ero

    de c

    lone

    s av

    alia

    dos

    Ava

    lia

    o (a

    nos)

    Clo

    nes

    sele

    cion

    ados

    IMA

    1

    (Mo2

    )(m

    3 ha

    -1 a

    no)

    IMA

    (M

    m3)

    (m3 h

    a-1 a

    no)

  • 19Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e a Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    A partir dos dados apresentados, observa-se que a Anglo Codemin tem importante patrimnio gentico de eucalipto adaptado s condies ambientais do Cerrado. No foram encontrados relatos de redes experimentais dessa amplitude em outras regies de Gois, alm de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins.

    Em geral, os clones selecionados nos testes de primeira fase de comprovao de desempenho se caracterizam por ter considervel incremento mdio anual (IMA) de madeira, ausncia de seca de ponteiros, ausncia de brotao lateral, boa desrama natural, fuste retilneo e tolerncia ao dficit hdrico e s principais pragas. Por meio dos experimentos conduzidos na dcada de 90, pode-se evidenciar que houve enormes ganhos com a seleo dos melhores indivduos (Tabela 2).

    Nota-se que em vrios experimentos foram tambm testados clones de impacto produtivo da regio Sudeste, principalmente de Minas Gerais e So Paulo. As introdues foram consolidadas por meio de permutas de materiais entre as empresas envolvidas. Clones como C-02 (Copener), P-2486, P-3016, P-3281, P-3334, P-3335, P-3336, P-3476, P-3487, GG-50, GG-157, GG-702, GG-672 e GG-2335 (Gerdau) apresentaram bom desempenho nas reas comerciais da empresa. Eventuais problemas com seca de ponteiros, brotaes laterais, desrama e cupins foram detectados, mas nada que impactasse de forma severa os plantios.

    Na Tabela 2 so apresentadas as caracterizaes dos clones selecionados para reas de plantios comerciais da Codemin, quanto genealogia e procedncia. Conforme j destacado, a maior parte dos clones tem como genitores indivduos de E. urophylla. Essa espcie destaca-se pela ampla capacidade de adaptao, crescimento e resistncia ao dficit hdrico e ao cancro, alm de boa capacidade de brotao de cepas e

  • 20 Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    enraizamento (FONSECA et al., 2010). Obviamente, esses aspectos tambm contriburam para o sucesso alcanado na seleo de rvores nos plantios comerciais.

    Tabela 2. Caracterizao de alguns clones selecionados na Codemin.

    Clone Espcies Procedncia DB1(g cm-3)/ idade

    AAC 33 E. camaldulensis x Eucalyptus sp. Anhembi, SP 0,800/10 anos

    AAC 86 E. urophylla x Eucalyptus sp. Anhembi, SP 0,520/7 anos

    AAC 206 E. urophylla Itamarandiba, MG 0,592/8 anos

    AAC 346 E. urophylla Itamarandiba, MG 0,774/6 anos

    AAC645 E. urophylla Itamarandiba, MG 0,520/6 anos

    AAC 6822 E. urophylla Itamarandiba, MG 0,494/6 anos

    AAC 7042 E. urophylla Itamarandiba, MG 0,539/6 anos

    AAC 706 E. urophylla Itamarandiba, MG 0,489/6 anos

    AAC 7132 E. urophylla Itamarandiba, MG 0,489/6 anos

    1Densidade bsica da madeira; 2Baixa porcentagem de enraizamento em viveiro da Codemin.

    As estimativas de densidade bsica dos clones selecionados so tambm apresentadas na Tabela 2. A densidade bsica o principal indicador da qualidade da madeira para produo de cavacos para uso energtico. Alguns clones elite utilizados para produo de carvo tm apresentado estimativas de densidade bsica entre 0,520 g cm-3 a 0,590 g cm-3 (FONSECA et al., 2010). Observa-se que clones da Codemin apresentam valores bastante similares a esses, tambm em idade similares.

  • 21Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e a Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    ClassificaoIdade (anos)

    Clones1 Espcie

    Efeito genotpico

    IMA (m3 ha-1 ano-1)

    Mdia genotpica

    IMA (m3 ha-1 ano-1)

    1 12 AAC 549 E. camaldulensis 34,50 56,55

    2 10 AAC 645 E. urophylla 33,50 55,56

    3 10 AAC 594 E. urophylla 29,11 51,17

    4 10 AAC 616 E. urophylla 27,70 49,76

    5 13 AAC 30 Eucalyptus sp. 27,31 49,37

    6 10 AAC 704 E. urophylla 24,37 46,43

    7 13 AAC 143 Eucalyptus sp. 23,34 45,40

    8 12 AAC 543 E. camaldulensis 23,30 45,36

    9 13 AAC 13 Eucalyptus sp. 22,54 44,60

    13 2,75 AEC 1442 E. urophylla 17,19 39,24

    26 2,75 AEC 2243 E. urophylla 13,75 35,81

    27 13 AAC 33 E. camaldulensis x Eucalyptus sp. 13,55 35,61

    30 13 AAC 86 E. camaldulensis x Eucalyptus sp. 12,50 34,56

    36 2,75 GG 100 E. urophylla 11,28 33,34

    37 13 AAC 140 Eucalyptus sp. 11,26 33,32

    1Clones experimentais e testemunhas; 2 AEC 144: (P 3334); 3AEC 224: (P 3335).

    Na Tabela 3 so apresentados os 15 melhores clones, com base em valores genotpicos de IMA, oriundos da avaliao de 240 clones, em diferentes testes clonais e idades. Observa-se que vrios clones selecionados tiveram desempenhos superiores a clones comerciais, de domnio pblico, de excelente desempenho em regies de Cerrado, como AEC 144 e AEC 224.

    Tabela 3. Classificao dos clones e testemunhas, por incremento mdio anual de madeira (IMA), pela anlise conjunta de 240 clones em seis experimentos, em diferentes idades de avaliao.

  • 22 Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    Aps a corroborao da superioridade gentica de vrios clones, os mesmos tm sido amplamente plantados pela empresa em suas reas comerciais (Tabela 4) alm de cultivados por outras empresas nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins.

    No decorrer dos anos, a melhoria nas tcnicas silviculturais, aliada seleo de rvores superiores e clonagem possibilitaram que o incremento mdio anual de madeira (IMA) da Codemin passasse de 25 m3 ha-1 ano-1 para cerca de 35 m3 ha-1 ano-1. Assim, houve expressivo ganho em produtividade energtica por hectare. Atualmente, o IMA no Estado de Gois estimado em 35 m3 ha-1 ano-1. Em contexto nacional, o IMA de madeira de 40,7 m3 ha-1 ano-1 (ANURIO..., 2013). Portanto, observa-se que alguns avanos ainda podem e devem ser alcanados.

    Tabela 4. Germoplasma clonal de eucaliptos avaliado, selecionado e utilizado nos cultivos comerciais da Codemin no perodo 1998 a 2011.

    EspcieNmero de clones

    avaliados em teste clonal

    Clones selecionados ou aptos para

    cultivo

    Clones utilizados nos plantios comerciais

    Hbridos 109 12 AAC 33; AAC 86 e AAC 117

    E. camaldulensis 45 1 AAC 549

    E. urophylla 104 14AAC 33; AAC 86; AAC 117 e AAC

    645

    Os clones utilizados nos plantios comerciais tm como procedncia sementes do IPEF e da ento Acesita S.A os quais renem, notadamente da ltima, as melhores selees dentro das procedncias de E. urophylla plantadas em territrio brasileiro, sob elevado dficit hdrico. Por se tratar de clones/raas locais de excelente desempenho em volume de madeira, boa densidade bsica e com tolerncia seca, os seus usos em recombinaes

  • 23Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e a Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    e cruzamentos com clones-elite de outras espcies potenciais no podem ser desprezados.

    Outro aspecto a ser considerado que os plantios comerciais seminais tm sido cortados e, aos poucos, esto sendo substitudos por clones. Algumas reas com materiais de elevada tolerncia ao estresse hdrico ainda devem ser amostradas e h possibilidades de seleo de rvores de elevado desempenho. Entretanto, a tentativa de reamostragem de plantios seminais para seleo de rvores superiores no deve promover ganhos adicionais, conforme relatado por Gonalves et al. (2001). Alm do que a clonagem uma tcnica fim de linha. Isto quer dizer que proporciona o mximo de ganho em uma nica gerao, no sendo possvel ganhos adicionais.

    Neste contexto, alm da seleo clonal, importante que seja conduzido programa de melhoramento baseado em seleo recorrente. Essa se caracteriza por qualquer processo cclico de melhoramento que envolve a obteno das prognies, avaliao e recombinao dos melhores indivduos. Em consequncia, esperado aumento na frequncia de alelos favorveis que se manifestam por meio da melhoria da expresso fenotpica do carter sob seleo (RAMALHO et al., 2012). Com isso, haver no somente aumento na mdia do carter de interesse, mas tambm manuteno da variabilidade gentica para progressos futuros da seleo (HALLAUER, 1986). Desse modo, sero geradas, continuamente, novas combinaes genotpicas e, consequentemente, obtidos ganhos genticos adicionais.

    Como j mencionado, a empresa conta com vrios clones elite. Alm do mais, o uso de outras espcies seria tambm interessante no somente para incremento em produtividade de madeira, mas tambm na complementariedade de caractersticas de qualidade de madeira, resistncia doenas, tolerncia a dficit hdrico, dentre outras. Neste caso, uma estratgia

  • 24 Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    interessante de melhoramento seria a seleo recorrente intrapopulacional em populaes sintticas (SRIPS). Na Codemin, pretende-se conduzir duas SRIPS, sendo uma para espcies afins e com caractersticas complementares pertencentes ao gnero Eucalyptus e outra para Corymbia. Ressalta-se que no possvel o cruzamento entre espcies de diferentes gnero. Essa estratgia visa formao de novas populaes ou raas (dentro de cada gnero) e melhoramento do valor gentico aditivo mdio via SRI e, de forma indireta, do valor genotpico. Assim, as populaes (dentro de cada gnero) seriam originrias de cruzamentos controlados em pomar indoor entre os melhores clones atualmente disponveis (RESENDE; BARBOSA, 2005).

    Alm do mais, a SRIPS uma estratgia aberta, isso quer dizer que novos clones da empresa e materiais interessantes tambm de outras empresas podem ser adicionados ao processo de forma contnua. Deste modo, a SRIPS proporciona maior variabilidade gentica e heterozigose na populao. A maior variabilidade culmina com possibilidade de obteno e seleo de indivduos segregantes transgressivos (superiores aos genitores) em termos de valor gentico aditivo. A maior heterozigose possibilita aumentar o efeito de dominncia ou contribuio dos locos em heterozigose e, consequentemente, contribui tambm para aumentar o valor genotpico dos indivduos (RESENDE; BARBOSA, 2005).

    Vale ressaltar que existem vrios fatores que interferem no processo seletivo e o conhecimento dos mesmos essencial, como forma de obter mximo de sucesso com a seleo. Ao se comparar o melhoramento de espcies anuais com perenes, observam-se que algumas diferenas no podem ser desprezadas. As principais peculiaridades das espcies perenes so ciclo longo, sobreposio de geraes, maior rea experimental requerida, custos mais elevados para implantao e manuteno experimental, exposio constante das rvores pragas, fogo e

  • 25Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e a Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    adversidades climticas. Nessa anlise, os dados so obtidos em grandes quantidades e os resultados da pesquisa gerados em mdio e em longo prazo (DIAS; RESENDE, 2001).

    O uso das tcnicas de propagao vegetativa como clonagem e enxertia, da induo de florescimento por paclobutrazol e da polinizao controlada por meio da protoginia artificialmente induzida (PAI), aplicada em pomares indoor, tm contribudo de forma substancial para reduo do tempo gasto nos programas de melhoramento gentico do eucalipto e, consequentemente, para a maximizao dos ganhos (ASSIS et al., 2005; ASSIS; MAFIA, 2007).

    Alm disso, o rigor e a preciso na conduo dos experimentos genticos devem ser sempre almejados, principalmente porque qualquer deslize pode colocar em risco todo o trabalho (RESENDE, 2002). Assim, a avaliao gentica deve ser criteriosa e bem estruturada, de forma que favorea obteno de parmetros genticos confiveis. Neste caso, o uso de procedimento timo de seleo, que maximiza a acurcia seletiva e tambm adequado para dados desbalanceados, como a mxima verossimilhana restrita e melhor predio linear no viesada (Restricted Maximum Likelihood/Best Linear Unbiased Prediction REML/BLUP) devem ser considerados (RESENDE, 2007a; RESENDE, 2007b).

    Estabelecimento de cooperao entre Codemin e Embrapa Florestas

    Numa estratgica viso de longo prazo, foi celebrado um contrato de cooperao tcnica entre as duas empresas em 2008. Este contrato prev execuo de trabalhos de pesquisa em melhoramento gentico por parte da Embrapa Florestas com suporte operacional da Anglo American.

  • 26 Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    O principal objetivo disponibilizar materiais genticos que propiciem incremento da produo florestal e melhoria da qualidade da madeira para mltiplos usos para as Regies Sudeste, Centro-Oeste e Norte-Nordeste brasileiras. Assim, no somente demandas da Codemin sero supridas, mas tambm de produtores rurais, de agricultores familiares e de outras empresas ligadas ao setor florestal. Com isso, vrias aes tm sido executadas, como introdues de populaes base de vrias espcies de interesse para formao de raas locais e realizao de cruzamentos, as quais sero descritas a seguir em ordem cronolgica.

    Teste de prognies hbridas de Eucalyptus urophylla e E. grandis

    Atualmente, estima-se que 80% dos plantios clonais brasileiros esto centrados na combinao de E. urophylla x E. grandis. As principais vantagens dessa combinao so rpido crescimento, adequadas propriedades tecnolgicas da madeira, alm de resistncia doenas e facilidade de enraizamento (FONSECA et al., 2010; PALUDZYSZYN FILHO; SANTOS, 2011).

    Em decorrncia da importncia desses hbridos, um teste de prognies foi implantado em dois ambientes da Codemin, Hortos Aranha e Rio Vermelho, em dezembro de 2009. Cada experimento composto por 105 prognies hbridas de polinizao aberta de E. urophylla e E. grandis. Maiores detalhes das reas experimentais podem ser observados na Tabela 5.

  • 27Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e a Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    Por questes operacionais, a parcela formada por 30 plantas em linha, em espaamento de 3 m x 2 m. As mudas so provenientes de sementes colhidas em 72 matrizes de E. grandis e 34 de E. urophylla, em pomar de segunda gerao de melhoramento da Embrapa Florestas, implantado em Goinia, GO. A origem desse material remonta a sementes coletadas em rvores elites em diversos locais de Minas Gerais e So Paulo.

    Em setembro de 2011, foi conduzida a avaliao dos experimentos por meio de seleo massal. As caractersticas avaliadas foram circunferncia altura do peito, forma do fuste e tolerncia doenas e cupins.

    As rvores, de maneira geral, no apresentaram bom desempenho em Rio Vermelho, em virtude de secas de ponteiros decorrentes de perodos de dficit hdrico e/ou deficincias nutricionais. No entanto, ainda assim, foram selecionadas 21 rvores matrizes para a reproduo clonal. No Horto Aranha,

    CaractersticasAmbientes

    Horto Aranha Rio Vermelho

    Latitude 142014S 142949S

    Longitude 484424O 484909O

    Altitude (m) 550 660 550 660

    Topografia Plana Plana

    Tipo de solo Latossolo Vermelho Amarelo Latossolo Amarelo

    Precipitao mdia anual (mm) 475 475

    Temperatura mxima (oC) 30,5 30,5

    Temperatura mnima (oC) 20,2 20,2

    Temperatura mdia (oC) 25,3 25,3

    Tabela 5. Caracterizao edafoclimtica dos ambientes de implantao dos testes de prognies de E. grandis e E. urophylla.

  • 28 Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    o qual obteve melhor desempenho, foram selecionados 82 candidatos a clones. Na Figura 4 pode-se observar um clone em desenvolvimento que foi utilizado como padro

    Por questes operacionais, essas rvores sero abatidas no segundo semestre de 2013. Em seguida, sero colhidos rebrotes para minijardim clonal, produo de mudas clonais e conduo de teste clonal para avaliao do desempenho dos gentipos selecionados.

    Figura 4. Clone experimental brs07-01 da Embrapa em teste clonal no Horto Aranha.

    Foto

    : Es

    tefa

    no P

    alud

    zysz

    yn F

    ilho

  • 29Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e a Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    Teste de prognies de Eucalyptus pellita

    A espcie E. pellita tem despertado interesse em virtude de possuir caractersticas atrativas, como adaptabilidade a vrios ambientes, rpido crescimento, boa forma do fuste, capacidade de rebrota e variabilidade para resistncia a doenas como ferrugem, causada pelo fungo Puccinia psiddi; murcha do eucalipto, causada por Ceratocystis fimbriata e mancha foliar, causada por Cylindrocladium pteridis. H tambm relatos de que seja moderadamente resistente ao fungo Cryphonectria cubensis, causador do cancro (CAB INTERNATIONAL, 2000; GUIMARES et al., 2010). Entretanto, deve ser mencionado que possui crescimento inferior a outros materiais tradicionalmente cultivados no Brasil como E. saligna, E. grandis e E. urophylla x E. grandis.

    Por estas razes, no Brasil, o seu uso tem sido estimulado em combinaes hbridas interespecficas. Alguns cruzamentos tm gerado clones com alto potencial de crescimento e com densidade da madeira em patamares bastante acima daqueles atingidos por clones de algumas empresas produtoras de carvo vegetal (ASSIS, 2012). Alm do mais, hbridos como E. pellita x E. grandis, E. pellita x E. saligna, E. pellita x E. tereticornis so estratgicos ao se considerar ambientes com deficincia hdrica (BOTREL et al., 2007, BOTREL et al., 2010, PALUDZYSZYN FILHO; SANTOS, 2011).

    Atualmente, existem aes da Embrapa Florestas no sentido de estruturar populaes-base de melhoramento de E. pellita adaptadas s condies tropicais do Centro-Oeste brasileiro. Desta forma, foram importadas sementes de Mareeba, Queesland, Austrlia. Essas foram colhidas em rvores matrizes em pomar clonal de segunda gerao de melhoramento, formado a partir de procedncias de Papua Nova Guin. Assim, experimentos compostos por 24 prognies de polinizao aberta

  • 30 Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    foram instalados em Niquelndia e Rio Verde, Gois e tambm em Ponta Por, Mato Grosso do Sul, neste caso em rea da Embrapa Agropecuria Oeste.

    Em Niquelndia, os experimentos foram implantados nos Hortos Aranha e Rio Vermelho, no ano de 2009. Utilizou-se delineamento experimental de blocos casualizados, com quarenta repeties, parcelas de uma planta e espaamento de 3 m x 3 m. Maiores detalhes das condies ambientais experimentais podem ser observados na Tabela 5.

    Em meados do ano de 2012, ou seja, aos 2,5 anos de idade, foram coletados em campo dados de dimetro altura do peito, em centmetros. No processo seletivo para caracterstica de crescimento foi utilizada seleo truncada. Assim, foram selecionados todos os indivduos com dimetro altura do peito igual ou superior a 8,6 cm. Esse critrio de seleo foi estabelecido com base na mdia de desempenho de testes clonais multiespcies de indivduos elite, implantados em adjacncia aos testes de prognies. Dentre os selecionados, foram excludos candidatos a clones que apresentaram, pelo menos, uma das seguintes caractersticas: fuste tortuoso, inclinado, ovalado, cnico, bifurcado, com gr retorcida, galho grosso e/ou incidncia de pragas.

    No Horto Aranha foram selecionados 33 candidatos a clones, sendo que as prognies 02, 04, 23 e 24 apresentaram melhor desempenho com seleo de, pelo menos, trs indivduos superiores em cada. Para este ambiente, o ganho estimado com a seleo dos melhores indivduos foi de 6,47%. Em Rio Vermelho foram selecionados 39, com ganho estimado em 3,78%, sendo as prognies 05, 08, 15, 17 e 24 de maior destaque.

  • 31Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e a Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    O Plano de Trabalho prev que, em 2013, as melhores rvores sejam aneladas e/ou abatidas, sendo ento colhidos rebrotes para minijardim clonal. Em seguida haver produo de mudas clonais em quantidade suficiente para a conduo de testes clonais, cujo objetivo avaliar de forma comparativa o desempenho dos gentipos pr-selecionados nos testes. Sero tambm coletadas sementes nas rvores elite selecionadas como forma de preparar porta-enxertos para uso futuro no programa de melhoramento gentico. No momento do abate sero tambm coletadas partes areas para enxertia nos porta-enxertos e uso em pomar de cruzamento indoor.

    As sementes coletadas em rvores selecionadas, oriundas de polinizao aberta, podero tambm ser usadas na seleo recorrente intrapopulacional de E. pellita.

    Populao de Eucalyptus cloeziana

    A espcie E. cloeziana apresenta uma srie de atributos que a torna especial, no somente para uso energtico da madeira, como tambm para construo civil pesada, serraria, dormentes, postes e moures (GOLFARI et al., 1978; BOLAND et al., 2006). Normalmente, a forma do fuste excepcional, com toras de alto aproveitamento no processamento mecnico (PALUDZYSZYN FILHO et al., 2006). Com relao qualidade da madeira, o alburno tem a peculiaridade de no ser suscetvel ao ataque de brocas. O cerne caracteriza-se por apresentar cor amarelo-amarronzada, com elevada densidade bsica (0,855 a 1,140 g cm-3), extremante durvel e resistente a cupins (BOLAND et al., 2006). A madeira adulta (cerne perifrico) de E. cloeziana classificada como altamente durvel ao ataque exclusivo de fungos e tambm ao ataque de fungos e cupins, simultaneamente (COMMONWEALTH SCIENTIFIC AND INDUSTRIAL RESEARCH ORGANISATION, 1997).

  • 32 Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    Neste cenrio, foi instalada uma populao dessa espcie no Horto Aranha em 2009. As mudas seminais foram formadas a partir de sementes coletadas em matrizes de testes experimentais de primeira gerao em So Paulo e Minas Gerais.

    Essa unidade de melhoramento tem por objetivo a seleo massal de rvores superiores, coleta de propgulos vegetativos para futura comprovao de desempenho em testes clonais e coleta de sementes, para avaliao em testes de prognies e avano de geraes de melhoramento via seleo recorrente intrapopulacional (PALUDZYSZYN FILHO; SANTOS, 2011).

    Espcies pertencentes ao gnero Corymbia

    Atualmente, h consenso por parte de pesquisadores de instituies brasileiras de pesquisa pblicas e privadas sobre o enorme potencial a ser explorado com combinaes hbridas entre espcies do gnero Corymbia. Isso porque apresentam madeiras apropriadas para diversos segmentos, incluindo o energtico. As espcies do gnero Corymbia apresentam estimativas de densidade bsica da madeira de elevada magnitude quando comparadas a muitas espcies do gnero Eucalyptus atualmente em uso. Alm do mais, cruzamentos entre C. torelliana e espcies como C. citriodora e C. maculata tm apresentado forte heterose ou vigor hbrido e as chances de clonagem em nveis operacionais melhoram consideravelmente, em virtude da participao de C. torelliana no cruzamento. Essa caracterstica, normalmente, repassada aos seus hbridos interespecficos (LEE et al., 2005; LEE, 2007; ASSIS, 2012).

    Neste contexto, esforos tm sido direcionados pela Anglo e Embrapa na identificao de hbridos interespecficos espontneos entre C. torelliana e C. citriodora e de rvores de bom desempenho em populaes puras existentes para uso em futuras polinizaes controladas em pomar de cruzamento indoor.

  • 33Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e a Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    Assim, no ano de 2012, foram selecionadas vinte rvores matrizes de C. citriodora, com bom incremento em volume de madeira, forma do fuste e ausncia de pragas em plantio linear estabelecido ao redor do campo de futebol no Horto Aranha. Em virtude da proximidade entre populaes de C. citriodora e C. torelliana, sementes foram colhidas com finalidade de identificar possveis hbridos de C. citriodora x C. torelliana. A confeco de porta-enxertos de sementes colhidas e a coleta da parte area de rvores selecionadas de C. citriodora para enxertia e uso em pomar indoor tm sido realizadas.

    A populao de C. torelliana foi implantada no Horto Aranha (Projeto XIIA Talho 26), em dezembro de 1996, em espaamento de 3 m x 2 m, totalizando 7,11 ha. As sementes so oriundas da Empresa Celulose Nipo-Brasileira (Cenibra), localizada em Belo Oriente, Minas Gerais.

    Na avaliao de 2012, ou seja, aos 16 anos de idade, observou-se que a populao apresentava considervel variabilidade fenotpica. No entanto, os indivduos estavam sob forte competio, devido ao espaamento em linha ser de apenas um metro entre plantas. A maioria das rvores estavam bifurcadas no pice e com elevada incidncia de tortuosidades. Notou-se tambm presena de salincias/protuberncias no fuste em alguns indivduos. Essas consistem em cicatrizes de galhos grossos e ocorre porque C. torelliana tem florao terminal (apical), que paralisa seu crescimento no processo de florescimento e frutificao. Como isso leva perda da dominncia apical, o engrossamento excessivo de galhos comum em algumas plantas. Este hbito no apresentado pela maior parte dos hbridos interespecficos de C. torelliana 1.

    Aps abate das rvores inferiores, restaram doze rvores matrizes de C. torelliana em campo para formao do pomar de produo de sementes. Com finalidade de identificar possveis

    1 Comunicao pessoal do pesquisador Teotnio Francisco Assis (Assistech Ltda.), em Janeiro de 2013.

  • 34 Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    hbridos de C. torelliana x C. citriodora, sementes tambm foram colhidas nas rvores abatidas de C. torelliana.

    Ainda em 2013, sementes melhoradas sero colhidas nas rvores matrizes selecionadas. A partir dessas sementes, sero tambm confeccionados porta-enxertos para uso em pomar de cruzamento indoor. Por meio de resgate de ramos da copa, sero confeccionados enxertos das rvores superiores.

    A partir das sementes de segunda gerao de melhoramento, uma populao de C. torelliana ser tambm implantada. O objetivo identificao de indivduos superiores para usos futuros em cruzamentos interespecficos.

    Em dezembro de 2009, foram tambm instaladas duas populaes base de melhoramento de C. maculata de germoplasma da Embrapa nos Hortos Aranha e Rio Vermelho. Maiores detalhes das condies ambientais experimentais podem ser observados na Tabela 5. As sementes utilizadas nestes experimentos so procedentes de coleta efetuada em banco de conservao de C. maculata em Piraju, So Paulo. Cada populao ocupa rea de um hectare, em espaamento de 3 m x 2 m.

    O objetivo dessas populaes a seleo massal das melhores matrizes para coleta de sementes e clonagem. As sementes melhoradas podero ser utilizadas no processo de seleo recorrente e os clones sero avaliados em testes clonais para confirmao da superioridade gentica. Vislumbra-se tambm coleta de partes reas das rvores selecionadas para enxertia e uso em pomar indoor a ser instalado na Codemin.

  • 35Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e a Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    Teste de prognies de Eucalyptus crebra

    A espcie E. crebra tem sido pouco explorada no Brasil. Entretanto, trata-se de espcie potencial para locais com risco de deficincia hdrica e com altas temperaturas. Essas caractersticas a tornam atrativa para uso na prospeco de genes de tolerncia ao dficit hdrico e, consequentemente, possveis usos em rvores geneticamente modificadas. Cruzamentos controlados tambm podero ser testados como forma de transferir alelos de tolerncia a dficit hdrico para rvores-elite de outras espcies.

    No que concerne produo de madeira para uso energtico, E. crebra tambm uma espcie interessante em virtude da elevada densidade bsica (pode chegar a 0,91 g cm-3) e considervel poder calorfico (OLIVEIRA et al., 2010).

    Apesar da inexistncia de aes de melhoramento para a espcie e, consequentemente, de rvores de bom desempenho, a avaliao do comportamento de E. crebra na regio de Niquelndia uma alternativa interessante. A seguir so apresentados mapas de localizao de Niquelndia em contexto nacional e estadual e tambm do Zoneamento Bioclimtico de Reflorestamentos no Brasil de Golfari (1978) e corroborado por Alvares e Stape (2012).

    Observa-se que a localidade de Niquelndia, muito provavelmente, est inserida na Regio Bioclimtica 22, que abrange o norte do Maranho, Gois e oeste da Bahia (Figura 5). Essa Regio se caracteriza por possuir altitudes que variam entre 0 m e 900 m, com fitofisionomias de Cerrado, mata de babau e floresta semicaduciflia de baixa altitude; clima tropical e submido a mido; temperaturas mdias anuais em intervalo de 25 C a 27 C; ausncia de geadas; precipitao mdia anual entre 1.200 m e 1.500 mm, regime de precipitao peridico

  • 36 Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    e deficincia hdrica que oscila de moderada a forte. Para essa regio so recomendadas espcies como E. tereticornis - Procedncia: Cooktown; E. camaldulensis - Procedncia: Petford (Queensland); E. pellita - Procedncia: Coen (Queensland); E. brassiana, E. nesophylla e E. crebra (GOLFARI,1978).

    Figura 5. Localizao do Municpio de Niquelndia no Brasil e no Estado de Gois.

    Crdito: Daniel Chaves Webber Embrapa Pesca e Aquicultura.

  • 37Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e a Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    Em fevereiro de 2013, no Horto Aranha (Projeto XVIII-A) (Tabela 5), foi implantado um teste com 31 prognies de polinizao aberta de E. crebra. Para tanto, foi utilizado o delineamento de blocos casualizados, com 30 repeties e parcelas de uma planta, em espaamento de 3 m x 2 m. Foram utilizados como testemunhas cinco clones comerciais: AAC 30, AAC 33, AAC 86, AAC 117 e AAC 645. A partir de sementes importadas pela Embrapa Semirido e fornecidas pela Embrapa Florestas, as mudas foram produzidas no viveiro do Horto Aranha. O objetivo consiste em formao de populao base de melhoramento tolerante ao estresse hdrico, situao bastante comum na regio, seleo de indivduos para clonagem e testes de comprovao de superioridade em ambientes contrastantes.

    Uma avaliao de desempenho inicial foi conduzida em julho de 2013, ou seja, ao final da estao chuvosa. Conforme esperado, foi observada elevada variabilidade de tipos (Figura 6), sendo que os individuos.de E. crebra apresentaram altura igual a 1,43 m (Figura 7). Conforme esperado, o desempenho das testemunhas (clones obtidos localmente) foi bastante superior (3,05 m), Entretanto, conforme j ressaltado, a espcie apresenta elevada aptido para condies restritivas de disponibilidade de gua e servir de base para estudos de prospeco de genes de tolerncia a estresses hdricos.

    A prxima avaliao do experimento est prevista para o final da estao seca. Posteriormente, avaliaes similares devero ser conduzidas duas vezes ao ano.

  • 38 Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    Figura 6. Variabilidade morfolgica em E. crebra.

    Figura 7. Planta tpica de E. crebra aos 4 meses de idade.

    Foto

    : Es

    tefa

    no P

    alud

    zysz

    yn F

    ilho

    Foto

    : Es

    tefa

    no P

    alud

    zysz

    yn F

    ilho

  • 39Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e a Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    Avaliao de clones em cultivo in vitro

    A Embrapa Florestas tem conduzido pesquisas de introduo dos genes DREB1A e DREB2A, via Agrobacterium tumefasciens, em clones pertencentes ao gnero Eucalyptus. O objetivo final consiste em avaliao das respostas de estresses abiticos do eucalipto em campo.

    Para isso, os clones da Codemin: AAC 33 e AAC 86 e tambm de domnio pblico AEC 144 foram introduzidos no cultivo in vitro. O AEC 144 foi utilizado em virtude da recalcitrncia ao cultivo in vitro apresentada pelo gnero Eucalyptus. Assim, em primeira etapa, o projeto prev a insero dos genes de interesse em clones de domnio pblico e que apresentam melhor regenerao in vitro.

    Como resultados iniciais da introduo, a porcentagem de estabelecimento foi de 35% para o clone AAC 86; 15%, para AAC 33 e 27%, para AEC 144 (avaliado como explante com brotaes, 30 dias aps a introduo). Atualmente, o clone AAC 33 est em meio de multiplicao in vitro. Este tem sido mantido em condies in vitro h mais de dois anos2.

    No decorrer dos experimentos, a contaminao por fungos tem se destacado como a principal causa de perdas.

    Qualidade da madeira para uso energtico

    Nos programas de melhoramento gentico do eucalipto, as caractersticas de crescimento, forma, adaptabilidade e resistncia a doenas sempre estiveram em evidncia, devido maior facilidade de seleo e tambm ao interesse das empresas centrarem-se, na maioria dos casos, em incremento de volume de madeira. Vale destacar que o sucesso obtido para esse 2 Comunicao pessoal da pesquisadora da Embrapa Florestas, Juliana Degenhardt Goldbach, em 10.05.2013.

  • 40 Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    carter foi enorme (SILVA; BARRICHELO, 2006; ASSIS; MAFIA, 2007; RESENDE et al., 2011).

    Com demandas por maior eficincia, ganhos de produo e reduo dos custos no processo industrial, tem-se requerido uma maior interao entre os setores de produo florestal e industrial. Essa interao tem se intensificado nos ltimos anos para obteno de uma matria prima com caractersticas adequadas aos diferentes segmentos.

    Para uso energtico da madeira, alm do volume, tem sido enaltecida a relevncia de caractersticas como densidade bsica, teor de lignina, poder calorfico e teor de carbono fixo (FONSECA et al., 2010).

    Ressalta-se que quanto maior a umidade presente na madeira, maior quantidade de calor gasta inutilmente para evaporao de gua. Esse fato resulta em maior consumo de madeira para fornecimento de energia no processo de termorreduo no interior do alto forno, prejudicando o seu rendimento industrial.

    A densidade bsica pode ser definida como a relao entre massa de madeira seca em estufa e o seu volume, obtido acima do ponto de saturao das fibras. Essa resultante das caractersticas anatmicas e da composio qumica da madeira (SHYMOYAMA; BARRICHELLO, 1989). Deste modo, uma caracterstica que afeta os custos de corte e transporte da madeira. Em vista da maior quantidade de energia contida em um volume especfico de madeira, uma floresta produzir maior quantidade de calorias por unidade de rea. Portanto, o custo de cada unidade energtica produzida ser menor, visto que as operaes florestais sero executadas em mesmo volume de madeira com produo maior de energia (ASSIS, 1996).

  • 41Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e a Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    A quantidade de carbono por metro cbico maior em madeiras de densidade mais alta. Este fato tem reflexos importantes no processo de reduo, uma vez que os altos fornos tero maior produtividade com a utilizao madeira de maior densidade. Paralelamente, ocorrer um aumento de produtividade dos altos fornos, uma vez que seu volume interno ser menos comprometido, j que madeira mais densa ocupa menos espao para uma mesma produo de ferro gusa (ASSIS, 1996).

    O poder calorfico definido como a quantidade de energia liberada pela combusto completa de uma unidade de massa. No entanto, o poder calorfico depende do teor de carbono fixo que por sua vez funo da temperatura final de carbonizao. Alm do mais, est associado com o teor de umidade e tambm com teores de extrativos, lignina, celulose e hemicelulose presentes na madeira (PINHEIRO et al., 2008).

    Consideraes finais

    Por meio da parceria, importantes resultados tm sido obtidos. Vrios experimentos foram implantados, dentre os quais tem-se: i) teste de prognies de polinizao aberta de E. pellita em quatro ambientes distintos (Niquelndia - Hortos Aranha e Rio Vermelho; Ponta Por, Mato Grosso do Sul e Rio Verde, Gois); ii) teste de prognies hbridas de Eucalyptus urophylla e Eucalyptus grandis, em Rio Verde; iii) testes de clones da Embrapa, em Ponta Por e Rio Verde; iv) teste de prognies de E. crebra, em Niquelndia e v) populaes de E. cloeziana e C. maculata, em Niquelndia. Alm de concesso de propgulos na forma de mudas para instalao de um teste composto por 61 clones experimentais da Codemin, em Rio Verde.

    Clones potenciais de eucalipto podem ainda ser identificados em plantios comerciais seminais da Codemin. Entretanto, sabido que a reamostragem desses plantios no deve trazer ganhos adicionais. Alm do que, os plantios seminais sero extintos,

  • 42 Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    em mdio prazo. Essas informaes esgotam a possibilidade de que novos clones possam ser identificados nessas reas. Assim, tornou-se relevante que um programa de melhoramento gentico fosse estabelecido.

    O contrato de cooperao tcnica com a Embrapa tem possibilitado a estruturao de uma rede experimental de melhoramento que ir garantir aumento da produtividade, melhoria das propriedades tecnolgicas da madeira, resistncia a doenas e tolerncia ao dficit hdrico, em mdio e longo prazos.

    H clones/raas locais na Codemin que apresentam grande valor em recombinaes e em cruzamentos interespecficos. Portanto, so muito teis no programa de melhoramento.

    Vrias espcies pertencentes aos gneros Eucalyptus e Corymbia, antes no utilizadas pela Codemin, foram introduzidas pela Embrapa e se encontram em fase de testes, como forma de agregar valor aos novos clones a serem obtidos e consequentemente, melhor atendimento das demandas.

    A seleo recorrente intrapopulacional em populaes sintticas, estratgia de melhoramento adotada, ser conduzida entre espcies afins e complementares pertencentes ao gnero Eucalyptus e tambm em Corymbia.

    No programa de melhoramento de eucalipto estabelecido, o uso de ferramentas como propagao vegetativa com uso de clonagem e/ou enxertia, induo de florescimento e da polinizao controlada, por meio da protoginia artificialmente induzida (PAI), em pomar indoor contribuiro, de forma substancial, para a reduo do tempo gasto no programa de melhoramento gentico do eucalipto e consequentemente, para a maximizao dos ganhos.

  • 43Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e a Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    Em mdio e longo prazos, os clones e/ou cultivares de eucaliptos a serem gerados visam atender no somente s demandas da empresa, mas tambm de produtores rurais, de agricultores familiares e de outras empresas ligadas ao setor florestal das Regies Sudeste, Centro-Oeste e Norte-Nordeste brasileiras.

    Agradecimentos

    Os autores agradecem a participao efetiva na consolidao da parceria aos colegas da Embrapa, Ablio Rodrigues Pacheco e Ailton Vtor Pereira, lotados no Escritrio de Negcios de Goinia da Embrapa Produtos e Mercado, e ao Engenheiro Florestal Ademir Forlin, colega aposentado da Anglo American Nquel do Brasil - Codemin- e aos demais funcionrios do Horto Aranha. Destaca-se tambm o empenho na avaliao dos testes experimentais, em 2012, da pesquisadora Marina Moura Morales, da Embrapa Florestas, lotada na Embrapa Agrosilvipastoril em Sinop, MT.

    Referncias

    ALFENAS, A. C.; ZAUZA, E. A. V.; MAFIA, R. G.; ASSIS, T. F. de. Clonagem e doenas do eucalipto. Viosa, MG: UFV, 2004. 442 p.

    ALVARES, C. A.; STAPE, J. L. Zoneamento bioclimtico de reflorestamentos no Brasil. Piracicaba: IPEF, 2012. Disponvel em: Acesso em: 7 dez. 2012.

    ANURIO Estatstico da ABRAF: ano base 2012. Braslia, DF: ABRAF, 2013. 148 p. Disponvel em: < http://www.abraflor.org.br/estatisticas/ABRAF13/ABRAF13_BR.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2013.

  • 44 Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    ASSIS, T. F. Relatrio de visita referente consultoria realizada no programa de parceria entre Embrapa Florestas, Comigo e Anglo American. 2012. 20 p. No publicado.

    ASSIS, T. F.; MAFIA, R. G. Hibridao e clonagem. In: BORM, A. (Ed.). Biotecnologia florestal. Viosa, MG: UFV, 2007. p. 93-121.

    ASSIS, T. F.; WARBURTON, P.; HARWOOD, C. Artificially induced protogyny: an advance in the controlled pollination of Eucalyptus. Australian Forestry, Melbourne, v. 68, n. 1, p. 27-33, 2005.

    ASSIS, T. F. Melhoramento gentico do eucalipto. Informe Agropecurio, Belo Horizonte, v. 189, n. 185, p. 32-51, 1996.

    BERNARDO, R. Breeding for quantitative traits in plants. Woodbury: Stemma Press, 2002.

    BOLAND, D.; BROKER, M. H.; CHIPPENDALE, G. M.; HALL, N.; HYLAND, B. P. M.; JOHNSTON, R. D.; KLEINING, D. A.; MCDONALD, M. W.; TURNER, J. D. Forest trees of Australia. Melbourne: CSIRO, 2006. 736 p.

    BOTREL, M. C. G.; TRUGILHO, P. F.; ROSADO, S. C. S.; SILVA, J. R. M. Melhoramento gentico das propriedades do carvo vegetal de Eucalyptus. Revista rvore, Viosa, MG, v. 31, n. 3, p. 391-398, 2007.

    BOTREL, M. C. G.; TRUGILHO, P. F.; ROSADO, S. C. S.; SILVA, J. R. M. Seleo de clones de Eucalyptus para biomassa florestal e qualidade da madeira. Scientia Forestalis, Piracicaba, SP, v. 38, n. 86, p. 237-245, 2010.

    CAB INTERNATIONAL. Forestry compendium global module. Wallingford, UK, 2000.

  • 45Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e a Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    COMMONWEALTH SCIENTIFIC AND INDUSTRIAL RESEARCH ORGANISATION. Revised CSIRO natural durability classification in ground durability ratings for mature outer heartwood. Clayton, 1997.

    DIAS, L. A. S.; RESENDE, M. D. V. Estratgias e mtodos de seleo. In: DIAS, L. A. S. (Ed.). Melhoramento gentico do cacaueiro. Viosa, MG: FUNAPE, 2001. p. 217-287.

    FERREIRA, M.; SANTOS, P. E. T. Melhoramento gentico florestal dos Eucalyptus no Brasil: breve histrico e perspectivas. In: IUFRO CONFERENCE ON SILVICULTURE AND IMPROVEMENT EUCALYPTS=CONFERNCIA IUFRO SOBRE SILVICULTURA E MELHORAMENTO DE EUCALIPTOS, 1997, Salvador. Proceedings...= Anais... Colombo: EMBRAPA-CNPF, 1997. v. 1. p. 14-34.

    FONSECA, S. M. da; RESENDE, M. D. V. de; ALFENAS, A. C.; GUIMARES, L. M. da S.; ASSIS, T. F. de; GRATTAPAGLIA, D. Manual prtico de melhoramento gentico do eucalipto. Viosa, MG: UFV, 2010. 200 p.

    GOLFARI, L.; CASER, R. L.; MOURA, V. P. Zoneamento ecolgico esquemtico para reflorestamento no Brasil. Belo Horizonte: PRODEPEF, 1978. 66 p. (PRODEPEF. Srie tcnica, 11).

    GONALVES, F. M. A.; REZENDE, G. D. S. P.; BERTOLUCCI, F. L. G.; RAMALHO, M. A. P. Progresso gentico por meio de seleo de clones de eucalipto em plantios comerciais. Revista rvore, Viosa, MG, v. 25, p. 295-301, 2001.

  • 46 Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    GUIMARES, L. M. S.; TITON, M.; LAU, D.; ROSSE, L. N.; OLIVEIRA, L. S. S.; ROSADO, C. C. G.; CHRISTO,G. G. O.; ALFENAS, A. C. Eucalyptus pellita as a source of resistance to rust, ceratocystis wilt and leaf blight. Crop Breeding and Applied Biotechnology, Londrina, v. 10, p. 124-131, 2010.

    HALLAUER, A. R. Compedium of recurrent selection methods and their applications. Critical Review in Plant Science, Boca Raton, v. 3, p. 1-33, 1986.

    LEE, D. J. Achievements in forest tree genetic improvement in Australia and New Zealand. 2: development of Corymbia species and hybrids for plantations in eastern Australia. Australian Forestry Journal, Sydney, v. 70, n. 1, p. 11-16, 2007.

    LEE, D.; NIKLES, G.; POMROY, P.; BRAWNER, J.; WALLACE, H.; STOKOE, R. Corymbia species and hybrids: a solution to queensland hardwood plantations? In: QUEENSLAND. Department of Primary Industries and Fisheries. Corymbia Research Meeting: underpinning development of a profitable hardwood plantation industry in northern Australia by research into Corymbia species and hybrids. Gympie, Queensland, 2005. p. 5-7.

    OLIVEIRA, V. R. de; NASCIMENTO, C. E. de S.; DRUMOND, M. A.; RIBASKI, J. SANTOS, P. E. T. dos. Eucalyptus crebra: espcie com potencial energtico para a regio semirida brasileira. Petrolina: Embrapa Semirido, 2010. 4 p.

    PALUDZYSZYN FILHO, E.; SANTOS, P. E. T. Programa de melhoramento gentico de eucalipto da Embrapa Florestas: resultados e perspectivas. Curitiba: Embrapa Florestas. 2011. 66 p. (Embrapa Florestas. Documentos, 214).

  • 47Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e a Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    PALUDZYSZYN FILHO, E.; SANTOS, P. E. T.; FERREIRA, C. A. Eucaliptos indicados para plantio no Estado do Paran. Curitiba: Embrapa Florestas. 2006. 45 p. (Embrapa Florestas. Documentos, 129).

    PINHEIRO, P. C. C.; SAMPAIO, R. dos S.; REZENDE, M. E. A. A produo de carvo vegetal: teoria e prtica. 2 ed. rev. ampl. Belo Horizonte, 2008. 120 p.

    RAMALHO, M. A. P.; SANTOS, J. B. dos; ABREU, A. de F., B.; NUNES, J. A. R. Aplicaes da gentica quantitativa no melhoramento de plantas. Lavras: UFLA, 2012. 522 p.

    RESENDE, M. D. V.; PIRES, I. E.; SILVA, R. L. Melhoramento do Eucalipto. In: LOPES, M. A.; FAVERO, A. P.; FERREIRA, M. A. J. F.; FALEIRO, F. G. (Ed). Pr-melhoramento de plantas: estado da arte e experincias de sucesso. Braslia, DF: Embrapa Informao tecnolgica; Embrapa Cerrados, 2011. p. 413-440.

    RESENDE, M. D. V. de. Gentica biomtrica e estatstica no melhoramento de plantas perenes. Braslia, DF: Embrapa Informao Tecnolgica; Colombo: Embrapa Florestas, 2002. 975 p.

    RESENDE, M. D. V. de. Matemtica e estatstica na anlise de experimentos e no melhoramento gentico. Colombo: Embrapa Florestas, 2007a. 560 p.

    RESENDE, M. D. V. de. SELEGEN-REML/BLUP: sistema estatstico e seleo gentica computadorizada via modelos lineares mistos. Colombo: Embrapa Florestas, 2007b.

    RESENDE, M. D. V; BARBOSA, M. H. P. Melhoramento gentico de plantas de propagao assexuada. Colombo: Embrapa Florestas, 2005. 130 p.

  • 48 Base gentica de melhoramento de eucaliptos e corimbias no norte do Estado de Gois: resultados da cooperao tcnica entre a Embrapa Florestas e Anglo American Nquel Brasil - Codemin

    SHIMOYAMA, V. R. de S.; BARRICHELO, L. E. G. Densidade bsica da madeira, melhoramento e manejo florestal. Srie Tcnica IPEF, Piracicaba, v. 6, n. 20, p. 1-22, 1989.

    SILVA, P. H. M.; BARRICHELO, L. E. G. Progressos recentes na rea florestal. In: PATERNIANI, E. (Ed). Cincia, Agricultura e Sociedade. Braslia, DF: Embrapa Informao Tecnolgica, 2006. p. 439-456.

    .

  • CG

    PE 1

    0977