Empoeirados

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  • 7/24/2019 Empoeirados

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    Maurice MaeterlinckPrmio Nobel de literatura de 1911

    A INTRUSAPERSONAGENSA AV! "#$ ce%aO PAI!TIO! &UAS'I()AS!A IRM* &E +ARI&A&E!A EMPREGA&A!A a,-o ocorre em tem.o/ moderno!0NI+O ATOuarto muito /ombrio em um ca/telo anti%o! Porta 2 direita3 .orta 2 e/4uerda e .e4uena .orta e/condida em umcanto! No 5undo3 6itrai/3 4ue domina no 6erde3 e uma .orta de 6idro 4ue /e abre .ara um terra,o! Grande 7amencoa//i/tir a um canto! (8m.ada!

    AS TRS 'I()AS! : Vem c;3 meu a6; .ouca lu? a4ui!O PAI. -Vamos ao terrao ou devemos permanecer nesta sala?

    1.O TIO. - No seria mais para fcarmos aqui? st!muito seco l! "ora# quente e empoeirado!$I%&A 'AI( V%&A. -No entanto# )! estrelas.

    *. TIO. + Ora,... strelas# no provam coisas nen)uma.O AV=! : # mel>or 4ue @4uemo/ a4ui! N-o /ei o 4ue .ode acontecer!O PAI! :; n-o tm .reocu.a,Be/! N-o >; .eri%o3 C /e%uro!!!O AV=! DN-o ac>o!!!O PAI! : Por 4ue 6oc di? i//oO AV=! :Eu ou6i /ua 6o?!

    O PAI. -Os mdicos diem que podemos fcar tranquilos!!

    /. TIO. -0em sae que sua so2ra 2osta de se assustar semmotivo.O AV=! :N-o 6eFo como 6oc/!

    3.O TIO +Por isso mesmo voc4 deve confar naquelesque veem. &o5e tarde ela estava com 6timo aspecto.A2ora est! a dormir# e no devemos estra2ar aprimeira noite sosse2ada# que o destino nos

    consente.... Parece-me que temos o direito dedescansar# e at mesmo de rir um pouco# sem receio#esta noite.O PAI! : # 6erdade3 C a .rimeira 6e? 4ue me /ento na min>a ca/a3 inclu/i6e a min>aa./ e//a entre%a terrH6el .arto!

    7.TIO. - 8uando a doena entra numa casa# parece que umestran)o se misturou a na "am9lia.O PAI! : Ma/ tambCm3 alCm da 5amHlia3 n-o /e .ode contar com nin%uCm!

    :.O TIO. -Tem rao.O AV=! :Por 4ue n-o .ude 6er >oFe min>a .obre @l>a;.O TIO. +0em sae que o mdico proiiu.O AV=! :Eu n-o /ei o 4ue .en/ar!!!

    < O TIO. +No vale apena assustar-se...O AV=! : "A.ontando .ara a .orta 2 e/4uerda$ n-o .ode no/ ou6irO PAI! :N-o 6amo/ 5alar muito alto a .orta C muito %ro//a e3 alCm di//o3 a irm- de caridade e/t; com elae no/ a6i/ar; /e @?ermo/ muito ruHdo!O AV=! : "Job/er6andoK a .orta 2 direita!$ A crian,a n-o .ode no/ ou6irO PAI! :N-o3 n-oO AV=! :E/t; dormindo

    O PAI! :Eu ac>o 4ue /im!O AV=! :Podia 6er!!!

    =. TIO. -O pequeno inquieta-me mais do que a mul)er.>esde que nasceu quase no "e ainda um movimento# no2ritou# no c)orou.... Parece-me uma criana de cera.

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    O AV=! : Ac>o 4ue 6ai /er /urdo3 mudo e tal6e?!!! I/to 4ue tra?em o/ ca/amento/ con/an%uHneo/!!!"Silncio re.ro6ador!$O PAI! :ua/e ten>o rancor .elo mal 4ue cau/ou a /ua m-e.or i//o!LLLLLLLLLLLLLLLLLLL

    1. O TIO. Pore pequeno# que culpa tem ele? @ precisosermos 5ustos. st! a2ora soin)o?O PAI! :Sim3 o mCdico n-o 4uer e/tar no 4uarto com /ua m-e!

    11.O TIO. +'as# tem al2um ela?O PAI! : N-o3 5oi de/can/ar um momento3 C bem merecido3 de.oi/ de al%un/ dia/!Ur/ula3 6; 6er /e ele dorme bem!

    'I()A MAIS VE()A! :Sim3 .ai! "A/ TRS 'I()AS le6antam:/e de m-o/ dada/ 6m .ara a/ala da direita!$O PAI! :Voc /abe a 4ue >ora/ 6ai c>e%ar no//a irm-

    1*.O TIO. +Pela nove )oras# creio.O PAI! :S-o F; mai/ de no6e >ora/! Eu %o/taria 4ue c>e%a//e >oFe 2 noite3 min>a e/.o/a VIESSE !

    1/ O TIO. -Vem com certea. @ a primeira ve que ela vemaqui?O PAI! :Nunca entrou ne/ta ca/a!

    13 O TIO. + @ di"9cil sair do convento.O PAI! :Vir; /o?in>a

    17.O TIO. + (upon)o que uma "reira a acompan)ar!. Nopodem sair soin)as.O PAI! :Ela C a /u.eriora!

    1: O TIO. + A re2ra i2ual para todas.O AV=! :; n-o tem .reocu.a,-o

    1;.O TIO. + porque )aviam de ter medo? No vamos "alarmais nisso. ! no )! nada a temer.O AV=! :Sua irm- C mai/ 6el>a 4ue 6oc

    1a/!$O PAI! :Voc e/t; dormindo'I()A MAIS VE()A! :Sim3 .ai3 .ro5undamente!

    *.O TIO. + O que vamos "aer enquanto esperamos?O AV=! :En4uanto e/.eramo/ o 4ue

    *1.O TIO. + 8ue c)e2ue nossa irmO PAI! :N-o 6em nin%uCm3 0r/ula'I()A MAIS VE()A! :"Na Fanela!$ N-o3 .ai

    O PAI! : E na A6enida V a A6enidaA 'I()A! :Sim3 .ai >; lua e 6eFo a A6enida .ara a 7ore/ta de ci.re/te!O AV=! : E 6oc n-o 6 al%uCmA 'I()A! :Nin%uCm3 a6

    **. TIO. +Bomo est! o tempo?A 'I()A! :Muito bonito 6oc ou6e o/ .;//aro/

    */ O TIO. + ouo# ouo.A 'I()A! :Sobe um .ouco de 6ento da A6enidaO AV=! :Um .ouco de 6ento da A6enidaA 'I()A! :Sim ;r6ore/ tremem um .ouco le6emente!!!

    *3.O TIO. -@ estran)o que a min)a irm ainda no ten)ac)e2ado.O AV=! :; n-o ou,o o/ .ardai/!A 'I()A! :Eu acredito 4ue al%uCm ten>a entrado no Fardim a6

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    A 'I()A! :&e6e >a6er al%uCm no Fardim o/ rouini/ calaram lo%o!O AV=! :No entanto3 eu ou,o .a//o/!A 'I()A! :Se%uro de al%uCm .a//ar .erto da la%oa3 .or4ue ci/ne/ tm medo!OUTRA 'I()A! :Todo/ o/ .eie/ na la%oa a5undaram!O PAI! :Voc n-o 6 nin%uCmA 'I()A! :Nin%uCm3 .ai!O PAI! :No entanto3 de6e 6er a lua na la%oa!A 'I()A! :Sim o/ .ato/ tm medo!

    *:.O TIO. +Ten)o a certea de que "oi a nossa irm queassustou os animais. >eve ter entrado pela porta pequena.O PAI! Dn-o entendo .or4ue o/ c-e/ n-o e/t-o latindo!A 'I()A! :VeFa o c-o na .arte in5erior da ca/a! O/ .ato/ 6-o ao /entido da outra mar%em

    *;.O TIO. +@ a nossa irm que os assustam. Vou c)ama-laC c)ama para "oraD @ tu# min)a irm? @ tu? No )! nin2uml! "ora.A 'I()A! :Eu ten>o certe?a 4ue al%uCm c>e%ou .elo 4uintal

    *

    'I()A MAIS VE()A! :N-o con/e%uimo/ 5ec>;:la com.letamente!/1.O TIO. +(er! por causa da poeira? Vamos todos aomesmo tempo. $ora, >eve )aver qualquer coisa entre osatentes.O PAI! :+ar.inteiro aman>- o corri%e!O AV=! :Aman>- 6em o car.inteiroA 'I()A! :Sim3 a6ar na ca6erna!O AV=! :Vai 5a?er barul>o em ca/a!!!A 'I()A! :&eie:me di?er:l>e 4ue ele 6ai trabal>ar com cuidado! "Ou6ir3 de re.ente3 o ruHdo de uma 5oice 4ue acirrou5ora!$

    O AV=! : "E/tremecendo!$ O>

    /*.O TIO. +O que isto?A 'I()A! Eu n-o /ei3 ac>o 4ue C o Fardineiro! Eu n-o 6eFo i//o3 e/t; na /ombra da ca/a!O PAI! &e6e /er o Fardineiro 4ue 6eio cei5ar!

    //.TIO. +>urante a noite?O PAI! : N-o C domin%o de man>- Sim3 eu ten>o notado 4ue a %rama e/ta6a coberta ao redor da ca/a!O AV=! :Parece:me 4ue a 5oice 5a? muito ruHdo!A 'I()A! :E/t; tomando .rimo 2 ca/a!O AV=! DVoc o 63 0r/ulaA 'I()A! :A6a @l>a!

    /3.O TIO. + 'al se ouve...O AV=! :Eu o ou,o como /e e/ti6e//e em ca/a!

    /7.O TIO. +No )! peri2o# a doente no pode ouvir.O PAI! :Parece:me 4ue a l8m.ada n-o 4ueima bem e//a noite!

    /:. TIO. + Talve precise de aeite.O PAI! Eu 6i ela derramou e/ta man>-! ueima mal de/de 4ue 5ec>ei a Fanela!

    /;.O TIO. +@ o vidro que est! empoeirado.O PAI! :A%ora 4ueima mel>or!

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    A 'I()A! :A6< caiu no /ono! 'a? tr/ noite/ n-o dorme!O PAI! :Te6e tanta .reocu.a,-o!!!

    /eus sae o que ser! de n6s quando l!c)e2armos.O PAI! :Po//ui a.roimadamente oitenta!

    3.O TIO. + nto no admira que !s vees nos pareaestran)o.O PAI! :# como todo/ o/ ce%o/!

    31.O TIO. + Pensam demais!O PAI! :Tem muito tem.o a .erder!

    3*.O TIO. +>eve ser )orr9vel.O PAI! :&i?em 4ue /e acaba .or /e >abituar!

    3/.O TIO. +No compreendo como isso poss9vel.O PAI! :# 6erdade 4ue /-o di%no/ de .ena!

    33.O TIO- No saer onde se est!# no saer onde se vemnem para onde se vai# no distin2uir o dia da noite# nem overo do inverno... as trevas sempre ! nossa volta... A),,u pre"eria no viver... @ asolutamente incur!vel?O PAI! :Parece /er /im!

    37.O TIO. +'as ela no est! completamente ce2a?O PAI! :&i/tin%ue a/ lu?e/ muito 5orte/!

    3:.TIO.- Todo cuidado pouco com os nossos pores ol)os.O PAI! : Ela/ muita/ 6e?e/ d-o ideia/ e/tran>a/!

    3;O TIO. +(im# )! ocasiEes em que no divertido estar a

    ouvi-la.O PAI! DEle di? tudo o 4ue .en/a!

    3< O TIO. + 'as# antes no era assim?O PAI! : N-o! / 6e?e/ era ra?o;6el como n/! Eu n-o di//e nada de etraordin;rio!Verdade C 4ue 0r/ula d;:l>e a/a/! A/ re/.o/ta/ .ara toda/ a/ /ua/ .er%unta/!

    3= O TIO. +'el)or seria para ela que no respondesse.O a6e%ou

    7 TIO. +! muito tardeF a2ora no creio que ven)a. $oipouco 2entil da sua parte.O PAI! : I//o come,a a me .reocu.ar! "Ou6e:/e um barul>o3 como /e al%uCm entra//e na ca/a!$

    71.TIO. +la ai est!, No ouviram?O PAI! : Sim3 al%uCm 6eio .elo 5undo/!

    7* TIO. +>eve ser a nossa irm. Bon)eo-l)es os passos.

    O a6ando lentamente!O PAI! : Ela 6eio muito lentamente!

    7/ TIO. +(ae que )! uma doente em casa.O a6

    73O TIO. +! no pode tarda. %! "ora# al2um )! de dierque estamos aqui.

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    O PAI! D'ico 5eli? 4ue ten>a 6indo

    77#O TIO. +u tin)a certea de que ela no "altaria estanoite.O AV=! D&emora a entrar!!!!

    7:O TIO. +(6 pode ser seno ela.O PAI! :N-o e/.eramo/ outra 6i/ita!O AV=! :Eu n-o ou6i 4ual4uer ruHdo l; embaio!O PAI! : +>amo a em.re%ada3 /aberemo/ o 4ue e/.erar! "O c>amador do/ tra6e//o/! Stri.$O AV=! :; ou,o barul>o na e/cada!O PAI! :# a em.re%ada 4ue /obe!

    O AV=! :Parece:me 4ue 5a? n-o 6em /o?in>a!O PAI! :Sobe lentamente!!!O AV=! :Eu ou,o o/ .a//o/ de /ua irm-!O PAI! :Eu ou,o al%uCm alCm da em.re%ada!O AV=! :# /ua irm- C /ua irm- "+>amada .orta .e4uena!$O PAI! : Eu me/mo abrirei! "EntreabreLaL.ortaL.e4uena LaL +RIA&AL @ca 5ora3 LenLlaLrendiFa!$ Onde e/t;A EMPREGA&A &OM#STI+A! :A4ui /en>or!O AV=! :# /ua irm- no .ort-oLLLLLLLLLLLL

    7; O TIO. +Apenas ve5o a GrsulaO PAI! : N-o C mai/ do 4ue a em.re%ada! "ALlaL +RIA&A!$ uem entrou em ca/aA EMPREGA&A &OM#STI+A! :Em ca/aO PAI! :Sim! N-o c>e%ou nin%uCm a%oraA EMPREGA&A &OM#STI+A! :Nin%uCm3 Sr!

    O AV=! :uem /u/.ira a//im

    7< O TIO. +@ a Grsula que estar o"e2ante.O AV=! DEla e/t; c>orando

    7= O TIO. + porque )avia ela de c)orar?O PAI! : "ALlaL +RIA&A!$ Nin%uCm entrou a%oraA EMPREGA&A &OM#STI+A! :N-o3 Sen>or!O PAI! :Ma/ /e ou6imo/ a .ortaA EMPREGA&A &OM#STI+A! D'ui eu 4ue 5ec>ei a .ortaO PAI! :Ela 5oi abertaA EMPREGA&A &OM#STI+A! :Sim3 Sen>orO PAI! :Por4ue ele e/ta6a aberto a e/ta/ >ora/A EMPREGA&A &OM#STI+A! : Eu n-o /ei Sen>or! Eu tin>a 5ec>ado!

    O PAI! :Ma/ de.oi/3 4uem abriuA EMPREGA&A &OM#STI+A! : Eu n-o /ei3 Sen>or! )a6er; al%uCm 4ue /aiu de.oi/!O PAI! : Ten>a cuidado! Ma/ 6oc n-o em.urre a .orta! Qem3 6oc /abe 4ue 5a? barul>oA EMPREGA&A &OM#STI+A! : Ma/3 Sen>or3 n-o to4uei na .ortaO PAI! : Sim 6oc em.urra3 como /e 4ui/e//e entrar na /alaA EMPREGA&A &OM#STI+A! : Ma/3 Sen>or3 /e eu /ou tr/ .a//o/ da .ortaO PAI! :Voc 5ala um .ouco mai/ baio!O AV=! D Voc a.a%ou a lu?'I()A MAIS VE()A! DN-o3 a6a irm- e mCdico!

    :1.O TIO. +A que )ora vir! o mdico?O PAI! : Voc n-o .ode 6ir ante/ da meia:noite! "'ec>a a .orta$! "Ou6ir dar on?e$!O AV=! D; entrouO PAI! :uemO AV=! DA em.re%ada!O PAI! :N-o de/ceu no6amente!O AV=! :Eu .en/ei 4ue e/ta6a /entada 2 me/a!

    :*.O TIO. +A Grsula ?

    O AV=! :Sim!:/.O TIO. +ra o que "altava...,O AV=! :Nin%uCm entrou na /alaO PAI! :N-o3 n-o3 n-o entrou nin%uCm!O AV=! : E /ua irm- n-o e/t; a4ui

    :3.O TIO. + At a2ora ainda no veio.O AV=! :uerem me en%anar

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    :7.O TIO. +A en2an!-la?O AV=! :0r/ula3 me di%a a 6erdade3 .elo amor de &eu/'I()A MAIS VE()A! : Vo6a @l>a e/t; .ior !!!

    ::.TIO. +st! a son)ar?O a6

    :;.TIO. + Nesse caso# v4 mel)or do que n6s.O AV=! :0r/ula3 me di%a a 6erdade'I()A MAIS VE()A! :Ma/3 a6; al%uCm!!! Eu ac>o 4ue n-o 6ai 6i6er muito tem.o!

    ;/.O TIO. +Porque rao )av9amos de en2an!-la? Bom qualinteno?O PAI! :&e6e terminar di?endo a 6erdade!

    ;3.TIO .->e que serve en2anarmo-nos uns aos outros?O PAI! :N-o .oderia /e%uir erro muito tem.o!O AV=! :"Trin%toli5t it!$ Go/taria de .a//ar .or e//a/ tre6a/O PAI! :Onde 6oc 4uer irO AV=! :E//e lado!!!O PAI! :N-o /er altere a//im!!!in4uieta

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    ;7.O TIO. +Voc4 )o5e estar to estran)a,O AV=! DVoc/ 4ue me .arecem e/tran>o/O PAI! :O 4ue 6oc e/t; .rocurandoO AV=! :Eu n-o /ei o 4ue eu ten>o'I()A MAIS VE()A! :A6a/AS TRS 'I()AS! :Sim3 a6a/ @l>a/'I()A MAIS VE()A! Dua/e n-o trememo/ a6o 4ue de6em e/tar .;lida/!'I()A MAIS VE()A! :# tarde3 a6;:.O TIO. +$icamos n6s espera do mdico.AV=!: Eu %o/taria de 6er a min>a .obre @l>aO PAI! : Ma/ /e 6oc /abe 4ue C im.o//H6el N-o de6emo/ de/nece//ariamente de/.ertar

    ;; TIO. +Aman) ver!O a6um barul>o no 4uarto!

    ;a @l>a !!! Pe%uei /ua/ a/ m-o/ 2 noite e n-o a 6ia !!! Eu n-o /ei o 4ue C!!! Eu n-o /ei como !!! E eu /ei 4ue o /eu ro/to !!! Ele de6e ter mudado ne/ta/ /emana/ !!! Senti:me o/ o//o/ de /euro/to em min>a/ m-o/ !!! Ei/te a.ena/ uma e/curid-o entre ela e eu e todo/ 6oc/ Eu n-o .o//o 6i6er a//im I//on-o C 6ida !!! E/t; tudo l;3 com o/ ol>o/ aberto/3 ol>ando .ara meu/ .obre/ ol>o/ morto/3 e nem um de 6oc/ tem

    com.ai-o !!! Eu n-o /ei o 4ue eu ten>o !!! Nunca di%a 4ue de6eria /er dito !!!e tudo C a//u/tador 4uando 6oc .en/a/obre i//o !!! Ma/ .or 4ue n-o 5alar

    ;=TIO. +8ue )avemos n6s de dier# se no acredita em n6s?O a6o medo de trai,-oO PAI! Ma/ 5a? o 5a6or de /er ra?o;6elO AV=! D ); muito tem.o 4ue eu e/condo uma coi/a !!! 'oi uma coi/a ne/ta ca/a !!! Ma/ a%ora come,o a entender !!!Por muito tem.o me en%anaram Voc/ @n%em 4ue eu nunca 6ou /aber al%uma coi/a ); momento/ em 4ue e/toumeno/ ce%o do 4ue 6oc/3 6oc/ n-o /abem !!! Eu n-o ou,o 6oc /u//urrando .or dia/ e dia/3 como /e 6oc e/ti6e//ena ca/a de um en5orcado E/ta noite n-o me atre6o a di?er o 4ue eu /ei !!! Ma/ eu /ei a 6erdade !!! Vou e/.erar 5alar a6erdade3 ma/ eu /ei 4ue >; al%um tem.o 4ue3 a.e/ar de 6oc E a%ora eu /into 4ue todo/ 6oc/ e/t-o mai/ .;lido/ do4ue mortoA/ tr/ @l>a/! : Vo6o certe?a 4ue 6oc tambCm /e en%anam !!! Voc/ 6-o 6er3 @l>a/36oc/ 6-o 6er !!! N-o c>orem ao ou6ir menina/O PAI! Ma/ min>a e/.o/a e/t; realmente em .eri%oO AV=! :N-o >; nen>uma tentati6a de en%anar:me C muito tarde e eu /ei a 6erdade mel>or do 4ue 6oc

    a mul>er!

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    e que )av9amos n6s de "alar? >as coisasestran)as que voc4 tem dito esta noite,O AV=! DA /ala e/t; com.letamente e/cura

    a @l>a3 abre uma .e4uena Fanela tambCm e/tou come,ando a /entir nece//idade de ar!

    =.O TIO. + (ou euF sou eu# no se assuste. (enti

    necessidade de "aer um pouco de movimento. C sil4ncioD'as vou sentar outra ve.O AV=! :Eu %o/taria de e/tar em um outro lu%ar!A 'I()A! :Onde 6oc 4uer ir3 a6e a Fanela3 Ur/ulaA 'I()A! :Sim3 a6

    =/.O TIO-Acendam a lu,,,"A4ui C de re.ente ou6iu um %emido de >orror3 direito3 o 4uarto @l>o e e/te %emido continua com %rada,Be/ de >orroratC o @m da cena!$O PAI! :Ou,a O menino

    =3.O TIO. +@ a primeira ve que ele c)ora,O PAI! :Ven>a 6er

    =7.O TIO. + Acendam a lu,, Acendam a lu,,Acendam a lu,,"Ne/te momento3 ou6iu .a//o/ a.re//ado/ e eecutar o /urdo na /ala de e/4uerda! &e.oi/3 um /ilncio de morte! Ou,ano terror mudo atC a .orta do 4uarto /e abre lentamente e clare?a de @car /e e/.al>a na/ .roimidade/ de o 4uarto3 ea irm- de caridade a.arece na .orta3 2/ 6e/te/ ne%ra/3 e inclina:/e3 5a?endo o /inal da cru?3 .ara anunciar a morte da

    mul>er! Entender e3 a./ um momento de indeci/-o e terror3 /ilencio/amente entrar na /ala mortu;ria3 en4uanto a&QO na .orta3 6ira a/ co/ta/ educadamente .ara .a//ar o/ tr/ @l>a/! O a6o3 /e le6anta e /acode3tateando ao redor da me/a3 no e/curo!$

    O AV=! :Onde 6oc e/t; indo Onde 6oc e/t; indo!!! &eiaram:me em .a?

    &IAS &E ENSAIO NO TEATRO 11113 WX E WY113 Z91WAPRESENTA[AO 1\ &E &E]EMQRO " SAQA&O$