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www.empreendedor.com.br Ano 11 • Nº 132 • Outubro 2005 R$ 8,90 ISSN 1414-0152 A MODA DOS ALIMENTOS SEDUTORES TECNOLOGIAS MUDAM A RECICLAGEM O MARKETING NOS CUPONS DE DESCONTOS

Empreendedor 132

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Edição n. 132 da revista Empreendedor, de outubro de 2005

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Page 1: Empreendedor 132

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Ano 11 • Nº 132 • Outubro 2005 R$ 8,90

ISSN 1414-0152

A MODA DOS

ALIMENTOS SEDUTORES

TECNOLOGIAS MUDAM

A RECICLAGEM

O MARKETING NOS CUPONS

DE DESCONTOS

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4 – Empreendedor – Outubro 2005

A sedução dos alimentosCom clientes mais informados e exi-gentes, a indústria brasileira de ali-mentos tem que se reinventar e seaprimorar diariamente. Não basta sa-tisfazer as necessidades dos consumi-dores, é necessário surpreendê-los comnovos produtos, conceitos diferencia-dos e na forma de apresentação dosalimentos. Na maioria das vezes, aempresa ganha espaço no mercadoquando as iniciativas não empurramo produto para os clientes. Ao contrá-rio, cativam os clientes a ponto de eleso indicarem a outras pessoas.

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Nesta Edição

Redação

Editor-Executivo: Nei Duclós[[email protected]]Repórteres: Alexsandro Vanin, Carol Herling,Fábio Mayer, Sara Caprario e Wendel MartinsEdição de Arte: Gustavo Cabral VazFotografia: Arquivo Empreendedor, Carlos Pereira,Fábio Braga, Fábio Salles e Grupo KeystoneFoto da Capa: Grupo KeystoneProdução e Arquivo: Carol HerlingRevisão: Alexsandro de Souza

Sedes

São Paulo

Diretor de Marketing

e Comercialização: José LamônicaExecutivos de Contas: Cláudio Miranda Rolim eVanderleia Eloy de OliveiraRua Sabará, 566 - 9º andar - conjunto 92 - Higienópolis01239-010 - São Paulo - SPFone: (11) 3214-5938[[email protected]]

Florianópolis

Executivo de Contas: Waldyr de Souza Junior[[email protected]]Executivo de Atendimento: Cleiton Correa Weiss[[email protected]]Av. Osmar Cunha, 183 - Ed. Ceisa Center - bloco C -9º andar - 88015-900 - Centro - Florianópolis - SCFone: (48) 3224-4441

Escritórios Regionais

Rio de Janeiro

Triunvirato Comunicação Ltda.Milla de Souza [[email protected]]Rua da Quitanda, 20 - conjunto 401 - Centro20011-030 - Rio de Janeiro - RJFone: (21) 2252-5788

Brasília

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Paraná

Merconet Representação de Veículos de Comunicação Ltda.Ricardo Takiguti [[email protected]]Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 - conjunto 01

Boa Vista - 82560-460 - Curitiba - PRFone: (41) 3257-9053

Rio Grande do Sul

Alberto Gomes Camargo [[email protected]]Rua Arnaldo Balvê, 210 - Jardim Itu91380-010 - Porto Alegre - RSFone: (51) 3340-9116Pernambuco

HM Consultoria em Varejo Ltda.Hamilton Marcondes [[email protected]]Rua Ribeiro de Brito, 1111 - conjunto 605 - Boa Viagem51021-310 - Recife - PEFone: (81) 3327-3384Minas Gerais

SBF RepresentaçõesSérgio Bernardes de Faria [[email protected]]Av. Getúlio Vargas, 1300 - 17º andar - conjunto 170430112-021 - Belo Horizonte - MGFone: (31) 2125-2900

Assinaturas

Serviço de Atendimento ao Assinante

Diretora: Luzia Correa WeissFone: 0800-48-0004[[email protected]]

Produção Gráfica

Impressão e Acabamento: Prol Editora Gráfica Ltda.Distribuição: Distribuidora Magazine Express dePublicações Ltda.

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Diretor-EditorAcari Amorim [[email protected]]

ANER

Diretor de Marketing e ComercializaçãoJosé Lamônica [[email protected]]

A revista Empreendedor éuma publicação da Editora

Empreendedor

PÁG. 18

Ética de resultadosAs conseqüências da corrupção vão além da perda de produtivi-dade para uma empresa: ela pode azedar o clima de trabalho emuma organização e expô-la aos golpes dos próprios empregados.Para reverter esse quadro, é preciso assumir o jogo limpo da éti-ca: oferecer programas educacionais para os colaboradores, cole-tar opiniões do público interno, recolocar funcionários demiti-dos, criar projetos de responsabilidade social, realizar auditoriapermanente, ficar atento a todas as áreas da empresa, consoli-dar a confiança dos fornecedores e clientes, ter uma atitude ci-dadã com o meio ambiente e promover o comércio justo, entreoutras providências.

PÁG. 32

Caixa de anúnciosImprimir propagandas no verso da nota fiscal desupermercados populariza a idéia,já disseminada nos EstadosUnidos, dos cupons de des-contos. A nova mídia colo-ca o consumidor em conta-to direto com o anuncian-te. Com valores infinita-mente menores em relaçãoà televisão, é possível atingirum público amplo e fiel.

PÁG. 34

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Outubro 2005 – Empreendedor – 5

Formado em engenharia de produ-ção pela Escola Politécnica da USPe com MBA na Universidade de Co-lumbia, Cláudio Vargas assumiu ocargo de diretor de operações doInstituto Empreender Endeavor.Para ele, inovar não significa ne-cessariamente revolucionar. “Pode ser, por exem-plo, atender melhor a um mercado ou a um nichoque não está sendo bem-atendido pelas empresasinstaladas, ter capacidade de enxergar um ganhode escala ou de escopo que não está sendo vistopelos concorrentes, trazendo ganhos de eficiênciaque geram valor tanto para o empreendedor quan-to para o cliente.”

Entrevista: Cláudio Vargas

Oportunidades à vista

Franquia total: Tradição renovadaA pizzaria Babbo Giovanni há 88 anos soma tradiçãoe qualidade ao jeito familiar de tratar os clientes.Mas a natural expansão de sócios na passagem dasegunda para terceira geração dos descendentes dofundador Giovanni Tussato e a dedicação destes emoutras profissões e negócios resultaram numa ne-cessidade de profissionalização.

PÁG. 10

LEIA TAMBÉM

Cartas ................................................. 7

Empreendedores ................................. 8

Não Durma no Ponto ........................ 14

Pequenas Notáveis ........................... 52

Empreendedor na Internet .............. 82

PÁG. 55

Perfil: Fernando Janikian

GUIA DO EMPREENDEDOR 67

Produtos e Serviços ............................... 68

Do Lado da Lei ........................................ 70

Leitura...................................................... 72

Análise Econômica.................................. 76

Indicadores .............................................. 77

Agenda ..................................................... 78

PÁG. 48

Foco no dinamismoA súbita aparição do presidente daFotoptica, em meio a funcionáriosdeslumbrados, vestido a caráter eassumindo a imponência do gestode quem carrega uma prometidamacarronada, surgiu como respos-ta a um desafio: “Eu disse que mevestiria de garçom e serviria umamacarronada para os funcionári-os da loja que atingissem a meta antes dos outros.Cumpri a promessa”. Em vez de ser um mero ex-pediente de marketing interno para disseminar aconcorrência entre colaboradores, a idéia do presi-dente foi focar a imagem da empresa em algo maisimportante, o movimento.

Outubro/2005

PÁG. 42

Tecnologias da reciclagemReciclar é negócio. Graças às inovações que surgemnos processos de reciclagem, toda a cadeia vive umaumento de valor. É um leque de rendimentos queabrange desde as famílias pobres que fazem a coletade dejetos, informalmente ou organizadas em coo-perativas, passando por quem os comercializa e quemos recicla, além de quem pesquisa o tema, até aque-les que reutilizam o material ou vendem os produ-tos derivados. A reciclagem também pode ser em-pregada como um diferencial frente a concorrentese como incremento de projetos sociais.

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6 – Empreendedor – Outubro 2005

de Empreendedorpara Empreendedor

Assinaturas

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sexta-feira, das 8h às 18h30. Se preferir, faça sua

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Correspondência

As cartas para as revistas Empreendedor,

Jovem Empreendedor, Revista do Varejo,

Cartaz, Guia Empreendedor Rural e Guia de

Franquias, publicações da Editora

Empreendedor, podem ser enviadas para

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Brasília: SETVS - quadra 701 - Centro Empresarial

bloco C - conjunto 330 -

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Rio Grande do Sul: Rua Arnaldo Balvê, 210 -

Jardim Itu - 91380-010 - Porto Alegre - RS

Santa Catarina: Av. Osmar Cunha, 183 - Ed.

Ceisa Center - bloco C - conjunto 902 -

88015-900 - Centro - Florianópolis - SC

Paraná: Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 -

conjunto 01 - Boa Vista - 82560-460 - Curitiba - PR

Pernambuco: Rua Ribeiro Brito, 1111 - conjunto

605 - Boa Viagem - 51021-310 - Recife - PE

Minas Gerais: Av. Getúlio Vargas, 1300 -

17º andar - conjunto 1704 - 30112-021 -

Belo Horizonte - MG

Os artigos deverão conter nome completo,

assinatura, telefone e RG do autor e estarão

sujeitos, de acordo com o espaço, aos ajustes

que os editores julgarem necessários.

Editorial

orrupção é uma maneira segura

de perder dinheiro, apesar das

evidências em contrário. Pode enrique-

cer alguns, mas por quanto tempo?

Para as empresas, é sempre prejuízo,

pois mais cedo ou mais tarde acaba se

refletindo na imagem corporativa e

inoculando no público interno os pio-

res hábitos.

O exemplo vem de cima, dos res-

ponsáveis pelos empreendimentos.

Hoje, existe um leque

de opções de novos

negócios a partir do

exercício da ética de

resultados. O bom re-

lacionamento com o

meio ambiente pode

gerar uma série de

idéias para empreen-

der, assim como os ca-

minhos da responsabi-

lidade social, a trans-

parência das contas e

a atenção nas áreas críticas da empre-

sa. Por toda a parte, existem oportuni-

dades para mudar processos e fidelizar

colaboradores e clientes por meio de

um jogo limpo.

Não se trata, portanto, dessa espé-

cie de moralismo que no fundo acaba

gerando mais corrupção. Sabemos que

muitos dos que se colocam como para-

digmas da virtude e vivem dando con-

selhos para os outros muitas vezes es-

condem intenções e práticas que aca-

bam se revelando danosas para toda a

sociedade. O que há de precário no

C humano deve ser compensado pela bus-

ca permanente de aprimoramento, e isso

inclui a ética nos negócios. Sabemos

que são muitas as tentações. Existem

exemplos de sobra de empresas fantas-

mas, notas frias, desvios de dinheiro e

golpes na praça, mas nesse acervo deve

ser incluída também a falta com os

compromissos, a demissão injusta, as

operações que contrariam o interesse

comum, os dribles nos procedimentos

legais, etc.

Há muito o que se

observar quando um

contrato de compra e

venda está sendo ne-

gociado. Tudo depen-

de da cultura da em-

presa, dos indivíduos

envolvidos, do ambi-

ente externo, das ten-

dências da praça.

Tudo isso é levado em

consideração quando

se aborda alguém para essa mútua con-

vivência de necessidades complemen-

tares que é a vida empresarial. Estar a

serviço dos negócios limpos, sem des-

cuidar de nenhum detalhe, pode fazer

a fama de uma marca e a glória de

uma empresa. Nesta edição, destaca-

mos alguns desses exemplos, que ser-

vem como inspiração para toda a ca-

deia produtiva nesta época em que se

fala tanto em ética. Precisamos cada

vez mais de seriedade e justiça para

sobreviver com dignidade.Nei Duclós

CedocO Centro de Documentação (Cedoc) da Editora Empreendedor disponibiliza aos

interessados fotos e ilustrações que compõem o nosso banco de dados. Para mais

informações, favor entrar em contato pelo telefone (48) 224-4441 ou pelo e-mail

[email protected].

Page 7: Empreendedor 132

Outubro 2005 – Empreendedor – 7

Cartas para a redaçãoCorrespondências por e-mail devem ser enviadas para

[email protected]. Solicitamos aos leitores que utilizam cor-

reio eletrônico colocarem em suas mensagens se autorizam ou não a publi-

cação de seus e-mails. Também pedimos que sejam informados o nome da

cidade e do Estado de onde estão escrevendo.

Coluna

Parabenizo a revista Empreendedor pelo conteúdo de qualidade que aconsagra como uma das fontes de informação mais importantes para oempresário brasileiro. Destaco ainda a coluna “Empreendedores”, que es-timula as iniciativas empresariais e conquistas nos diferentes setores.

Solon Dimitrios, diretor da Athenee Mármores e Granitos

São Paulo - SP

Turismo

Sou aluna da Universidade Católica de Salvador (BA) e curso o 7º se-mestre de Administração de Empresas com habilitação em Hotelaria. Fui àbiblioteca da universidade e li a revista de agosto/2005, ano 11, nº 130,com o seguinte tema: “Turismo de Negócios” e adorei! Como tenho algu-mas disciplinas voltadas ao turismo, essa matéria em si me chamou aten-ção. Outra matéria que eu também gostei e tem tudo a ver com uma disci-plina que estou cursando agora foi: “Trabalho seguro evita prejuízo”.

Juliane Araujo de Souza

Salvador - BA

Carros nacionais

Matei a saudade dos carros nacionais cult que estão na matéria Brasilautomotivo (Empreendedor 131). Nosso país poderia apostar mais nosseus talentos e não ficar tão preso ao design das multinacionais.

Carlos Alberto Gaumont

São Paulo - SP

Cartas

Jovens

Achei estimulante a matéria de capada Empreendedor no 131, sobre jo-vens empresários. Minha intenção éseguir essa vocação, pois nenhuma fa-culdade me atrai e quero mesmo é ad-quirir experiência em vários setores dasempresas para mais tarde tocar meupróprio negócio. Por isso foi esclare-cedor encontrar informações valiosasnesta revista. Parabéns.

Alexsandro Gordini

Belo Horizonte – MG

Page 8: Empreendedor 132

Empreendedores

8 – Empreendedor – Outubro 2005

José Vicente Testani

Meta entre plumasJosé Vicente Testani, da Plooma, vai

investir US$ 350 mil nas instalações emsua fábrica, que hoje é líder na Américado Sul na fabricação de travesseiros eedredons com pluma de ganso. A metado empresário é aumentar a capacidadede produção para concentrar as vendasaos hotéis nacionais através de seu Nú-cleo de Hotelaria, que já atende as redesSofitel, Accor e Blue Tree Hotels. Alémdo serviço especializado, a Plooma ofe-rece produtos com tamanhos especiaispara atender as necessidades de cadahotel. A expectativa de faturamento daempresa para 2005 é de R$ 20 milhões.www.plooma.com.br

André Novis

Oficina de marcaPioneira em serviços da marca

Mitsubishi Motors no Brasil, a Bra-bus, do empresário André Novis,inaugurou mais uma concessionáriana capital paulista. A nova loja, con-siderada pela montadora a maior daAmérica Latina, conta com mais de7.000m2 de área construída e tam-bém com diferenciais, como helipon-to, cybercafé, sala de espera climati-zada e o inédito serviço de drive-thru,

onde o cliente é recebido – ainda den-tro do carro – por um consultor téc-nico assim que chega à oficina. An-dré Novis também montou oito equi-pes de mecânica para atender a de-manda de mil veículos por mês na ofi-cina e reforçou o estoque de veícu-los, peças e acessórios, firmando-secomo referência em suprimentos Mit-subishi para as seguradoras em ativi-dade no país. www.brabus.com.br

Daniel Holzhacker

Médico high-techO empresário Daniel Holzhacker,

em parceria com a Rede D’or deHospitais, desenvolveu um softwarepara dinamizar a relação médico–pa-ciente e o atendimento em clínicas ehospitais brasileiros. A novidade, ba-tizada de DX-Imagem Rede D’or, per-mite a associação das avaliações clí-nica e fisiológica de um paciente coma análise de informações dos examescomplementares de imagem em umúnico equipamento. O diferencial doproduto, que segundo Daniel é inédi-to no sistema hospitalar brasileiro, é apossibilidade de o paciente internadoem uma UTI poder visualizar todos osexames no próprio leito em um moni-tor, com alta resolução e qualidade de

imagem. Para o empresá-rio, sua idéia pode con-

tribuir para a econo-mia de tempo atravésda obtenção de resul-

tados e da maior pro-ximidade com o médi-

co na hora do tratamen-to. www.dixtal.com.br

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Outubro 2005 – Empreendedor – 9

Fátima Lomba

Moda personalizadaCom o conceito de consumo inteligen-

te – que direciona o cliente a adquirir rou-pas e acessórios de acordo com o seupróprio estilo, independentemente das ten-dências atuais da moda – a Novamente,da empresária Fátima Lomba, trabalhacom as principais grifes nacionais e tam-bém com peças de sua própria marca. A

loja, que foi a primeira da capital flumi-nense a investir num multiespaço paracafé, leitura, relaxamento e moda, tam-bém oferece o serviço de organização pes-soal de guarda-roupa na casa do cliente einveste no bem-estar dos funcionárioscomo estratégia para motivação profissio-nal e pessoal da equipe. (21) 2221-0477

Dennis Penna

Essências naturaisEm apenas dois anos de atividades, a Essence de la Vie

Cosméticos, do empresário Dennis Penna, conta com boaaceitação no mercado nacional e já exporta seus produtospara Portugal, Suíça, Bélgica, Japão e Estados Unidos. Comcinco linhas diferentes de cosméticos, a empresa desenvol-ve produtos com ingredientes naturais e já contabiliza maisde 6 mil pontos-de-venda. Entre os projetos do empresáriopara os próximos meses estão a ampliação das vendas nacio-nais, a busca de parceiros em novos países e a criação deum novo canal através da venda por catálogos, além do lan-çamento de novos produtos, como a linha específica paracabelos. www.essencedelavie.com.br

O luxoda tilápia

A preocupação com asquestões ambientais, aliadaao crescimento do merca-do de artigos de luxo noBrasil, fez surgir uma de-manda por produtos de altopadrão e ecologicamentecorretos. Atenta a essa ten-dência, a designer SilvanaNasrallah Bedran, da SNB,criou uma linha de bolsasproduzidas com couro detilápia, uma espécie de pei-xe nobre criada em cativei-ro. A novidade é resultadoda parceria entre a SNB, aempresa de pescados Mar& Terra e a Business Rela-tionship Office (BRO). Aempresária está otimistacom o produto – cada bol-sa chega a custar US$ 500no mercado externo – e estávendendo a novidade na Eu-ropa, no Caribe e nos Esta-dos Unidos. Com o lança-mento, a projeção de cres-cimento da empresa, até ofinal de 2005, é de 30%. www.snbacessorios.com.br

Silvana Nasrallah Bedran

Por Carol Herling [email protected]

Page 10: Empreendedor 132

10 – Empreendedor – Outubro 2005

Uma receita

estimulanteA soma de objetividade, inovação e fé nas

próprias forças é a composição ideal para se

obter sucesso no mundo dos negócios

Entrevista Cláudio Vargas

por Fábio Mayer

Cláudio Vargas acredita no planejamen-to, na criatividade e na atitude para au-mentar e ampliar a intensidade do empre-endedorismo. Nesta entrevista, ele se apóiano seu conhecimento adquirido na áreade marketing e de novos negócios, quetrouxe perspectivas estimulantes para suatrajetória profissional. Formado em enge-nharia de produção pela Escola Politécni-ca da USP e com MBA na Universidadede Columbia, o executivo tem a experiên-cia de atuar em empresas como BancoItaú, Procter & Gamble e Net Serviços deComunicação na área de pay-TV e TVdigital. Recentemente, obteve mais umaconquista ao assumir o cargo de diretorde operações do Instituto Empreender En-deavor, entidade sem fins lucrativos quetem por objetivo gerar empregos e rendano Brasil por meio do fomento ao empre-endedorismo de oportunidade e inovação.

Vargas fala sobre sua missão na en-tidade e suas iniciativas como novomembro da equipe. Ele lida com duasfrentes complementares de trabalho: ade serviços de apoio e a da dissemina-ção da cultura empreendedora. “A En-deavor vê a necessidade de contribuircom a criação de exemplos bem-suce-didos, para que sirvam de referênciano Brasil e ajudem a democratizar e aviabilizar a expansão do conhecimentoa um maior número de pessoas”, diz.

Empreendedor – Quais as ferra-

mentas para o desenvolvimento de

novas linhas de negócio?

Cláudio Vargas – Resumindo emtrês palavras eu diria: técnica, arte e in-tuição. A técnica é a parte mais objetivae tangível, que passa por pesquisas demercado, dimensionamentos, análisescompetitivas, formatação de planos denegócio, planejamento econômico-finan-ceiro e criação de vantagens competiti-vas. A arte tem a ver com a capacidadede criar, inovar e fazer diferente. É acapacidade de antecipar, influenciar ealgumas vezes fazer tendências sem quenecessariamente exista um estudo cien-tífico fundamentando esta tendência. Jáa intuição é aquele componente que, ali-ado à atitude, gera a ação. Pode até serque o empreendedor não tenha mais in-tuição que qualquer outra pessoa, mas,pelo menos, ele acredita mais na intui-ção e efetivamente age.

Empreendedor – Como descobrir

um nicho que ainda não está sen-

do atendido?

Vargas – Não sei até que ponto oúnico segredo para empreender está emdescobrir um nicho que ainda não estásendo atendido. A idéia da “ilha inex-plorada”, onde o empreendedor con-segue facilmente trazer produtos e ser-viços inéditos, jamais pensados, me pa-rece às vezes um pouco utópica num

mundo globalizado, competitivo e ondevárias pessoas estão olhando, ao mes-mo tempo, os mesmos mercados. Cla-ro que sempre existem novos nichos,como foi, por exemplo, o caso de todoo mercado gerado pela onda da inter-net. Existem ainda empresas que inves-tem em P&D e, eventualmente, trazemgrandes e inquestionáveis inovações deprodutos. Há também os “empreende-dores-inventores”, que pensam em so-luções e mudam o jeito com que as pes-soas enxergam uma determinada reali-dade. Mas, na prática, inovar não sig-nifica necessariamente revolucionar.Pode ser, por exemplo, atender melhora um mercado ou a um nicho que nãoestá sendo bem-atendido pelas empre-sas instaladas, ter capacidade de enxer-gar um ganho de escala ou de escopoque não está sendo visto pelos concor-rentes, trazendo ganhos de eficiênciaque geram valor tanto para o empreen-dedor quanto para o cliente.

Empreendedor – Onde garimpar

informações para atuar na área es-

colhida?

Vargas – O empreendedor pode re-correr a fontes primárias, como, porexemplo, pesquisas ou até mesmo con-versas com consumidores, fornecedo-res e potenciais competidores. Vale atémesmo analisar mercados compará-veis para entender melhores práticase replicar exemplos bem-sucedidos.Mas, na maioria das vezes, os empre-endedores acabam escolhendo atuarnum mercado em que eles já possuemalgum conhecimento ou experiência,o que é natural: a curva de aprendiza-

Page 11: Empreendedor 132

Outubro 2005 – Empreendedor – 11

do é mais acelerada; e os ris-cos, minimizados.

Empreendedor – Em relação

a novos negócios, realmente

estão surgindo novos nichos

de mercado?

Vargas – Sim, estão surgin-do novos nichos de mercado. Aeconomia é extremamente dinâ-mica. Existem mercados que têmlugar para novas oportunidadesde negócio e que se tornam luga-res perfeitos para a iniciativa em-preendedora. Alguns exemplosatuais são: a gradativa substitui-ção da tecnologia analógica peladigital e o crescimento da inter-net, da telefonia celular e dos ali-mentos orgânicos e funcionais.Todas essas mudanças geramoportunidades e o empreendedoré aquele que consegue aprovei-tá-las e preenchê-las para criar ouaumentar o seu negócio.

A questão do marketing demassa versus o marketing de segmenta-ção está sendo muito discutida. É fatoque a globalização, a abertura de merca-dos, a entrada de novos empreendedo-res e a alavanca social e econômica doBrasil e do mundo nos últimos anos fezcom que se criassem muito mais alterna-tivas de produtos e serviços para atenderdesejos e necessidades específicas de di-ferentes clientes. Isto é, criou-se uma cul-tura maior de segmentação, até mesmopor uma necessidade de estar mais pró-ximo aos clientes, que ganhou espaço,veio para ficar e é fundamental dentro deuma estratégia empresarial. Mas não sig-nifica que o marketing de massa acabou.

Empreendedor – O marketing con-

tribui para a visibilidade de uma

empresa. Que tipo de campanha

recomenda aos micro e pequeno

empreendedores e de que forma os

investimentos podem ser feitos com

maior facilidade?

Vargas – Toda vez que alguém falade campanha de marketing todo mundo

Inovar nãosignifica

necessariamenterevolucionar. Podeser a capacidadede enxergar umganho de escalaque não está

sendo visto pelosconcorrentes

já pensa no comercial de 30 se-gundos que vai passar no horárionobre da TV. O problema é que,no geral, o mundo da propagandatradicional é muito caro e poucoacessível para o pequeno e microempreendedor. É preciso ser cria-tivo. Qualquer empresa ou empre-endedor relaciona-se com clientes,fornecedores, funcionários, ami-gos e parentes que efetivamentepodem ser um canal promocionalda sua empresa. Iniciativas do tipocliente apresenta cliente, por exem-plo, são baratas e podem trazerótimos resultados. A carteira de cli-entes é também um potencial decrescimento para o negócio. O em-preendedor deve sempre analisarse é possível vender mais para omesmo cliente, pois, na maioria dasvezes, isso aumenta a fidelidade docliente com a sua empresa e é maisbarato que conquistar um novoconsumidor. Existem ações pro-mocionais que podem ser feitas a

baixo custo, como o marketing on-line eum site na internet. Outra dica importan-te é aproveitar qualquer possibilidade demídia espontânea, ou seja, conceder en-trevistas à imprensa. Este canal, além demais barato que a publicidade, pode tra-zer mais credibilidade aos produtos e ser-viços. Mas é fundamental ter os objeti-vos da comunicação bem-definidos e osrecursos disponíveis e bem-aplicados. Nofinal das contas, o importante é gastar odinheiro da empresa de forma racional econsciente para que os esforços de ma-rketing ajudem a empresa a crescer demaneira sustentável, e não a quebrar.

Empreendedor – Quais as estraté-

gias que o senhor considera neces-

sárias para fortalecer a atuação da

entidade no país e proporcionar a

troca de experiências e informações

entre empreendedores?

Vargas – Fortalecer o portfolio deempreendedores apoiados e consolidara marca da Endeavor para efetivamentecolocar a missão da instituição (gerar

CASA DA PHOTO

Page 12: Empreendedor 132

12 – Empreendedor – Outubro 2005

Linha Direta

Cláudio Vargas(11) 3147-7900

É preciso reveras legislaçõestributária etrabalhista,que oneram

as atividades eeventualmentepodem motivara informalidade

renda e emprego) na pauta de transfor-mação do país. Também basear cada vezmais a sustentabilidade da instituição edo modelo proposto no próprio cresci-mento dos empreendedores, que, ao re-tornarem todo o apoio recebido por meiode doações e ajuda a novos empreende-dores, retroalimentam o círculo virtuo-so da instituição e viabilizam o cresci-mento da atuação. Sem dúvida, a expe-riência é muito importante para que osconceitos e a prática do empreendedo-rismo de oportunidade e inovação fiquemimpregnados no indivíduo de maneiraefetiva. Mas existe um componente téc-nico importante que pode e deve ser en-sinado e discutido. É uma mistura detécnica e atitude. Vale a pena relembrarque a melhor maneira de educar as pes-soas e a sociedade é efetivamente agin-do. É a história da criança que aprendemuito mais com a ação dos pais que como que lhe é dito. É exatamente por issoque a Endeavor acredita que, para criarum real impacto no país, ela precisaapoiar empreendedores de sucesso e quevão efetivamente influenciar a culturaempreendedora no Brasil.

Empreendedor – Quais as princi-

pais ações que gostaria que marcas-

sem sua atuação como diretor de

operações da Endeavor?

Vargas – Gostaria que minhas açõesfossem marcadas pela continuidade dobom trabalho que vem sendo feito tantopara o crescimento dos negócios, aju-dando a se tornarem mais lucrativos e agerarem empregos, quanto na consoli-dação como referências de admiração emum país que ainda carece de exemplosde empreendedorismo de oportunidade.É importante estruturar um modelo deapoio que equilibre o foco e a capacidadeda Endeavor com as necessidades e opotencial dos empreendedores e tambémcontinuar e eventualmente expandir osprogramas de disseminação do conheci-mento. Por exemplo: os workshops, avideoteca e a biblioteca virtual, de ma-neira a garantir as diretrizes e o foco es-tratégico da instituição. Mais que dificul-

dades, enxergo desafios, como encon-trar e consolidar alternativas para a sus-tentabilidade da Endeavor que, além deconsistentes, não tirem a instituição deseu escopo de atuação.

Empreendedor – Na sua opinião,

como fomentar o empreendedoris-

mo no Brasil?

Vargas – Existem diversas manei-ras que passam por incorporar o em-preendedorismo ou pelo menos o “es -

pírito” empreendedor. A começar pelaeducação elementar, passando pelas ins-tâncias mais superiores, até trazer parao Brasil ações bem-sucedidas lá fora eque podem ser assimiladas consideran-do as particularidades do nosso país.Mas cada agente de transformação quedeseja efetivamente fomentar o empre-endedorismo deve escolher e determi-nar seu foco de atuação para maximizaros esforços e não dispersar e diluir gran-des programas em pequenas iniciativasisoladas. É exatamente por isso que aEndeavor definiu uma linha de ação cla-ra de atuação e em relação ao perfil dasempresas que apóia. Esse não é o únicojeito, mas dentro da estrutura da insti-tuição e das necessidades do país foi amaneira encontrada para melhor aplicaras competências e o potencial da orga-nização para efetivamente criar um im-pacto relevante. Não tenho dúvida queos próprios empreendedores podem fo-mentar o empreendedorismo no Brasil.Afinal, é a história de sucesso deles, suaintegridade moral e ética e sua capaci-dade de agir como um catalisador soci-al que motivam as novas gerações emostram para todos que empreender épossível e que é uma alternativa viável eextremamente recompensadora. Em ter-mos de políticas públicas, muito pode serfeito, por exemplo, rever a legislação tri-butária e trabalhista, que oneram as ativi-dades e eventualmente podem motivar ainformalidade, desburocratizar o proces-so de abertura e até mesmo de fecha-mento de uma empresa, passando pelasleis de concordata e falência, e implantaruma política fiscal mais voltada para ocrescimento, garantindo estabilidade ecrescimento sustentável. A Endeavor nãotem por missão mudar as regras do jogo,mas apoiar empreendedores a jogar lim-po e de acordo com essas regras, pormais difícil que seja o ambiente regula-tório e macroeconômico.

CASA DA PHOTO

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Outubro 2005 – Empreendedor – 13

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Não Durma no Ponto

14 – Empreendedor – Outubro 2005

A essência do negócioToda empresa deveria ter uma iden-

tidade. Algo que representasse a suaessência e que pudesse ser traduzidoem nome, marcas, logotipos e anún-cios. De fato nomes, marcas, logoti-pos e anúncios declaram, de maneiramais ou menos explícita, uma imagem,que muitas vezes oscila entre os valo-res essenciais e a estratégia comerciale traz implícitas as intenções que exis-tem por trás do negócio.

No campo do comportamento e dapsicologia humana, a noção de identi-dade é um reflexo das características,inclusive qualidades, que tornam umapessoa única. Não é diferente com asempresas, ou pelo menos não deveriaser. Assim como acontece com as pes-soas, uma empresa também precisareunir um conjunto de traços que fa-voreça a sua distinção em um universode congêneres, e assim expressar-secomo única.

Ser única e diferenciada é o desejode toda empresa que pretende se desta-car num mercado altamente concorri-do. É uma forma de chamar a atençãodos clientes e dar-lhes uma opção queos incentive a se fidelizar, simplesmenteporque reconhecem que vale a pena. Enão é apenas para o público externo,incluindo fornecedores e investidores,que uma identidade reconhecida é útil enecessária; é também para o público in-terno, líderes e funcionários. Uma iden-tidade reconhecida é capaz de fomentaro orgulho naqueles que lá trabalham, eisso, por si só, funciona como uma fontede energia e de motivação.

Opacas e sem energia

Pense no contrário. Sem uma ima-gem que seja reconhecida e admirada,resta o combate pela força. Nesse caso,empresas sem identidade e muito pare-cidas entre si lutam com unhas e den-tes para garantir o seu pedaço de mer-cado. Possuem um vácuo organiza-

cional no lugar em que deveria haveruma identidade. A conseqüência é umasobrecarga de trabalho, tanto para oslíderes como para os funcionários, nabusca de resultados, que são obtidosàs custas de muito sangue, suor e lá-grimas, quando não com manhas e ar-timanhas. Afinal, não é nada fácil con-seguir o melhor desempenho de fun-cionários que não se sentem orgulho-sos com aquilo que fazem. Assim como

é muito improvável obter a fidelidadede clientes que não se reconhecem nosprodutos e serviços que adquirem.

A questão é: por que algumas em-presas possuem uma identidade forte econtagiante, admirada por funcionários,clientes, fornecedores e investidores,capazes de reconhecer seu fascínio ecarisma, enquanto outras empresas sãoopacas, sem luz e energia?

Somente mergulhando nos subter-râneos de uma empresa seremos capa-zes de compreender as razões que fa-zem com que uma identidade tenhamais ou menos força diante do merca-do em que atua. Nesses subterrâneos,

encontram-se as verdadeiras intençõesque movimentam o negócio.

Bicho sem pé e sem cabeça

Algumas empresas ficam atreladasàs questões econômicas, tais como ca-pacidade de produção, demanda de mer-cado, procedimentos comerciais e or-ganizacionais, com a intenção de alcan-çar resultados positivos no balanço fi-nanceiro. Até aí, nada de errado. Apa-rentemente. Sim, porque se trata da car-tilha empresarial básica seguida pelagrande maioria. E talvez esteja aí a pri-meira armadilha: se todos seguem amesma cartilha, o resultado final é aconstrução de negócios muito pareci-dos, em que pese o grande esforço fei-to, individualmente, para sobressair-seda massa amorfa, pasteurizada.

É verdade que algumas dessas em-presas alcançam taxas elevadas de pro-dutividade, mas não conseguem impri-mir uma identidade que as tornem úni-cas e apreciadas aos olhos dos clientes.Ao contrário: muitas dessas empresasdeixam de existir porque teimam emvender produtos que as pessoas não que-rem mais ou dos quais não precisam.

Empresas sem semblante, preocu-padas com a própria sobrevivência, nãoconseguem criar, com o reconheci-mento do mercado, uma identidade queas torne reconhecidas. Estão atribula-das com os problemas de fluxo de cai-xa e não sobra tempo para compreen-der os clientes, saber por que compramou deixam de comprar. Míopes, seuslíderes continuam culpando uma su-posta crise que só existe na fatal au-sência de olhos para enxergar com lu-cidez a verdadeira realidade. Com isso,transformam suas empresas em bichossem pé e sem cabeça.

Bicho de sete cabeças

Empresas sem semblante são aque-las que se identificam mais com os seus

Sem umaimagemque seja

reconhecida eadmirada, restao combatepela força

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Outubro 2005 – Empreendedor – 15

produtos ou serviços do que com osclientes e suas necessidades. Mas exis-tem aquelas que são voltadas para o mer-cado e reconhecidas pela sua capaci-dade empreendedora e sua criativida-de. São inovadoras no lançamento deprodutos e serviços e estão sempre sur-preendendo o mercado com novidades.Nada, porém, está relacionado com ademanda, as necessidades e os anseiosdos clientes.

Não conseguem construir a suaidentidade nas múltiplas idéias lança-das. Na ausência dessa identidade ediante de tantas idéias, essas empre-sas mais se parecem com um bichode sete cabeças.

Embora os objetivos sejam diferen-tes, elas se assemelham às empresassem semblante porque ambas estãopreocupadas com a sobrevivência. Oslançamentos não têm o intuito de me-lhorar os resultados do cliente, masos próprios resultados. Por isso, es-tão mais voltadas para as questões co-merciais do que envolvidas no esfor-ço de representar a essência dos seusvalores mais virtuosos.

Empresa com semblante

Voltar-se para o cliente, compro-meter-se com os seus problemas, ali-ar-se aos seus propósitos, essas sãobuscas diferentes da tradicional cor-rida para somente manter a estruturaviva, funcionando. Toda a atenção estáem fazer o melhor para cativá-lo esurpreendê-lo. E isso requer interes-se e atenção, traduzidos em ações cri-ativas realmente eficazes. Está aí apalavra que faz com que uma empre-sa se destaque num universo de se-melhantes: criatividade, mas comidéias inspiradas no cliente e direcio-nadas às suas necessidades; portan-to, com um foco bem-definido.

Contudo, atenção: uma empresa ino-vadora deve ser percebida pelo cliente

por Roberto Adami TranjanEducador da Cempre – Conhecimento & Educação Empresarial

(11) 3873-1953 – www.cempre.net – [email protected]

como tal. Essa criatividade não está nasgrandes engenhosidades e inventividades,não advém dos departamentos de mar-keting ou de pesquisa e desenvolvimen-to, está na maneira peculiar com que ocliente é atendido, na generosidade comque é acolhido, na atenção dada aos de-talhes, na sutileza nos relacionamentos eno esmero com que são elaborados osprodutos e serviços. É o que a faz únicae especial aos olhos dos clientes.

Identidade e carisma

Há algo de muito especial em al-guns tipos de empresa: seus funcio-nários trabalham com entrega total,como se estivessem contribuindo parauma missão divina; suas ações sãorevestidas de magia e encantamento,capazes de contagiar o cliente e tor-ná-lo um aliado do negócio. Sem dú-vida, o que caracteriza esse tipo deempresa são os valores essenciais pre-sentes nos seus produtos e serviços,nas suas estratégias e políticas, na for-ma de se relacionar não apenas comseus clientes, que contribuem, comtoda a razão, para o seu sucesso, mas

Uma empresadeve ser

compreendidacomo um

organismo vivo,dotado de corpo,mente e alma

também com funcionários, fornecedo-res e investidores. É um conjunto vir-tuosíssimo de seres satisfeitos.

Essas empresas conseguiram ex-trapolar a dimensão física do negó-cio, que define o portfolio de produ-tos e serviços, e evoluíram para umadimensão mais filosófica, que defineo tipo de contribuição que queremdeixar para o mundo.

Essas são as empresas mais admi-radas por clientes, funcionários, for-necedores e investidores. Sua identida-de, envolvida pela auréola de valoresvirtuosos, faz com que viva um mun-do de abundância e de oportunidades.

O verdadeiro desafio

da liderança

Talvez esteja aí o principal desafioda liderança: criar uma história unifica-da para a sua empresa, que conte comoas coisas são e como elas podem ser.Trocando em miúdos: definir uma iden-tidade para a empresa.

Quem somos nós? O que repre-sentamos? O que proporcionamos dediferente? Qual é o nosso lugar? Es-sas são as perguntas mais represen-tativas que os líderes de uma empre-sa podem fazer a si mesmos e às suasequipes. Quem não somos nós? Emque não devemos nos meter? Buscarrespostas a essas questões talvez sejao exercício contínuo e o mais legíti-mo da liderança.

Nenhuma vida pode ser vivida inte-gralmente e nenhuma empresa pode setornar plena sem antes descobrir, defi-nir e construir a sua identidade. Umaempresa deve ser compreendida comoum organismo vivo, dotado de corpo,mente e alma. O desafio organizacio-nal assemelha-se ao desafio humano,ou seja, a essência precisa estar pre-sente na experiência. É isso que faz asmelhores pessoas e também as melho-res empresas.

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16 – Empreendedor – Outubro 2005

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Ética

18 – Empreendedor – Outubro 2005

A corrupção não é exclusiva do Brasil ou dos

governos. Dentro das empresas, onde as fraudes

são cada vez mais freqüentes, o importante é o

exemplo do empreendedor, a seleção criteriosa

dos colaboradores e a eficácia das auditorias

por Wendel Martins

O lance certo

Nos Estados Unidos, golpes comomaquiagem de resultados, corrupção,falsidade ideológica, furto de informa-ções, espionagem, chantagem e extor-são, desvios de recursos e pagamentode propinas chegam a US$ 600 bilhõespor ano, o que equivale a US$ 4,5 milpara cada trabalhador americano. “Osnúmeros nos Estados Unidos, na Eu-ropa, no Japão e no Brasil são equiva-lentes. Em média, 6% do PIB”, infor-ma Marcelo Gomes, especialista emconsultoria e perícia contábil com dezanos de experiência no setor. Ele con-traria o senso comum de que, em tem-pos de crise política, a corrupção estámais institucionalizada no órgão públi-co do que na iniciativa privada. “Nãoexiste diferença”, diz. “O fraudador ageindependentemente de onde quer quetrabalhe.” Gomes acredita que está cadavez mais fácil roubar dentro das em-presas. Em todo o mundo, crimes con-tra as corporações constituem hoje a

para virar

o jogo

segunda maior fonte arrecadadora ilí-cita de dinheiro, perdendo apenas parao narcotráfico, segundo estudo elabo-rado pela Deloitte na Europa.

As conseqüências da corrupção vãoalém da perda de produtividade para umaempresa, ela pode azedar o clima de tra-balho em uma organização. Gomes notaque a convivência no trabalho fica piorse a fraude é cometida pelo próprio dono.Empresas que corrompem fiscais parasonegar impostos, que degradam o meioambiente ou que instruem seus funcio-nários a fazerem o que for preciso paraganhar um contrato estão mais expostasa golpes de seus empregados. “Quandoum chefe ou dono pratica algum tipo dedelito, passa a mensagem que todos po-dem fazer o mesmo.” Por isso, um dosmotivos mais comuns para se cometercrimes dentro das organizações é a vin-gança ou insatisfação dos funcionários.

O investigador relata uma históriaem que o empregador dizia que a situa-

o jogo

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Outubro 2005 – Empreendedor – 19

ção estava difícil, que as vendas nãocresciam, que os salários e horas ex-tras precisavam ser revistos e, por isso,possivelmente optaria por demissõespara cortar custos. “Mas, de repente,ele gasta R$ 1 milhão na festa de quin-ze anos da filha caçula. Vai ser muitodifícil que algum funcionário mal-inten-cionado não se sinta apto para condu-zir uma fraude.” Ele também alerta queos crimes são praticados em todos osníveis hierárquicos, individualmente,em pequenos grupos ou em quadrilhascom dez pessoas ou mais. “Não existeraça, sexo, nível de escolaridade ou hie-rarquia que determine a ocorrência defraude. Sabemos, entretanto, que quan-to mais novo e menos graduado for ofuncionário, menores serão as fraudesem valor e maiores em volume de ocor-rências. Se ele for mais velho e gradua-do, roubará valores maiores e em even-tos menores”, diz. E não é só o depar-tamento comercial o alvo dos estelio-

natários: “A fraude ocorre em qualquerárea da empresa. Não há exceção. Hojeem dia não tenho visto situações emque os valores envolvidos sejam me-nores do que US$ 1 milhão”.

Mais de 50% dos casos de corrup-ção são cometidos por empregadosaliciados por gente de fora da empresa. Agrande dúvida é: como uma empresa podecombater a corrupção se até um colabo-rador participa de falcatruas? A respostaestá na fiscalização, no uso correto desistemas de auditoria, na implementaçãode melhorias dos controles internos e sis-temas de informações econômicas ou fi-nanceiras, na verificação regular das ati-vidades externas dos principais executi-vos da companhia e na valorização doauditor interno. Ajudam também investi-mentos maiores em auditoria externa, evi-tando que a empresa ofereça outros ser-viços além dos contratados. Por fim, agireticamente. O importante para o empre-endedor é sempre lembrar que não existe

Instituições privadas que possuemum código de ética respeitado têmmaiores chances de sucesso. Por isso,cada vez mais empresários optam poradotar princípios éticos para serem se-guidos por todos os funcionários, cli-entes, fornecedores e prestadores deserviços. Foi o que fez a Cesar ReisOffice, especializada em tecnologia deimpressão, que acaba de formalizar seupróprio código de condutas éticas. “Oempresário que obtém um rápido ga-nho financeiro tirando vantagens podeaté ter lucro em curto prazo, mas aconfiança que perdeu depois dessa ne-gociação jamais será restaurada emsuas relações profissionais”, afirmaMartinho Reis, presidente da empresa.

O código de ética deixa bem claroaos colaboradores e fornecedores quaissão as regras, normas e procedimentosque a casa aceita. Fora desse escopo, épossível que exista uma transação quevá contra os princípios da companhia,como tráfico de influências, troca de fa-vores ou pagamento de propinas. Atitu-des, isoladas ou não, prejudicam a ima-

O respeito ao códigogem da empresa e transmitem insegu-rança aos parceiros. Reis afirma que ocódigo de ética faz parte da estratégiada companhia de se posicionar comouma empresa segura e manter a reputa-ção no campo da ética. A empresa jádispunha de políticas de qualidade, mas,com a implantação da ISO 9000, estapreocupação foi reforçada entre todosos setores dela.

Para tanto, não basta redigir um códi-go de regras, elas devem estar afinadascom o pensamento da empresa – oexemplo deve sempre vir dos cargoshierárquicos superiores. O segundo pas-so é conseguir transmitir esses ideais aosfuncionários, que são o cão de guardada ética dentro da corporação. “Pro-movemos palestras, editamos uma car-tilha. É preciso desenvolver uma novaperspectiva capaz de habilitar dirigen-tes e funcionários a lidarem com as ques-tões de natureza ética, pois fica claroque a reflexão ética é um processo deaprendizagem permanente, que exigeparticipação integral e intensiva de to-dos que estão na empresa”, diz Reis.

GRUPO KEYSTONE

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Ética

20 – Empreendedor – Outubro 2005

As dez regras para prevenirfraudes nas empresas

1. Para evitar fraude, evite contratar um fraudador – A primeiraregra é a empresa ser criteriosa na seleção de funcionários. É importanteconhecer os problemas financeiros do novo colaborador antes de ele en-trar na empresa, verificar seus antecedentes e seu currículo, obter informa-ções através do Banco Central ou do serviço de proteção ao crédito. Masvale ressaltar: possuir dívida ou antecedentes criminais não são restritivospara contratação.

2. Ética nos negócios – O empresário acredita no mito de que ninguém naempresa sabe que ele sonega, tem caixa dois, compra fiscais da Receita oudo Estado, entre outros “jeitinhos” de administrar. Puro engano, pois essaatitude leva o colaborador a pensar: “Se ele pode e faz, por que eu tambémnão posso?”

3. Faça a contabilidade trabalhar para você – Por menor que seja a em-presa e por mais simples que seja seu controle contábil, é por meio dele que sedetecta a maioria das fraudes em andamento. Saber interpretar e planejar osresultados econômicos e financeiros da empresa é ainda a melhor forma decombater a fraude.

4. Qualidade de vida no ambiente de trabalho – Horas extras em atraso,sujeira, escuridão, entre outros fatores de baixa qualidade de vida, levam ofuncionário a buscar uma “alternativa” de recursos para deixar a sua empresa.

5. A sua imagem é tudo – Pagar salários miseráveis, reclamar da crise edesfilar de carro importado em frente aos seus funcionários não combina.

6. Faça parte do time – Uma vez por mês, faça tarefas que seriam dosseus colaboradores: fique no caixa, manobre carros, embale produtos, var-ra a oficina. Mostre que o negócio é seu e como você quer que as coisassejam feitas. Demonstre humildade e a importância das tarefas mais sim-ples. Conquiste sua equipe!

7. Realize trabalhos voluntários – Mais do que a visão empresarial, as em-presas precisam ter uma preocupação social. Elabore um programa social,colabore com entidades reconhecidas e deixe seus colaboradores saberemdisso. E principalmente: incentive-os a ajudar também as entidades que vocêescolheu. A fraude pode não diminuir, mas os colaboradores sensibilizadostendem a denunciar quem está causando prejuízos e a conseqüente redução nacolaboração às entidades beneficentes.

8. Abra canais de comunicação – Café da manhã, almoço, eventos emdomingos e reuniões não-programadas com os colaboradores podem tra-zer informações sobre o dia-a-dia da empresa e aproximá-lo dos eventuaisproblemas.

9. Treinamento, treinamento, treinamento – Todo colaborador deve serincentivado a se aprimorar. Primeiro, ensine-o a cuidar das contas pessoais;depois, incentive-o a buscar cursos na sua área de atuação. Deixe seus colabo-radores prontos para o mundo e eles não pensarão em revanche.

10. A fraude nunca acaba – Embora tenha cumprido todas as etapas anteri-ores, no máximo você estará minimizando fraudes e prejuízos.É importante saber que o problema existe e que ele nunca deve ser esquecido.

empresa imune à fraude. “Seria o mesmoque dizer que nunca seremos assaltados ouatropelados no trânsito. Um dia acontece enada será capaz de evitar. O que todos osprofissionais de auditoria procuram é mini-mizar os efeitos das fraudes para as empre-sas”, afirma Gomes.

O grande desafio é que o trabalho deperícia é árduo, e Gomes não se senteincomodado em relatar um insucesso. “Jáconduzimos três investigações sobre amesma pessoa e, mesmo com todas assuas contas encerradas e seus ativos blo-queados por causa de uma falência, essapessoa vive uma vida tranqüila e com gas-tos que corresponderiam a rendimentosmensais de R$ 20 mil líquidos. Ele é oresponsável por uma área estratégica deuma grande instituição filantrópica e nãoé remunerado. Existe sempre a suspeitade que ele receba propina de fornecedo-res e prestadores de serviços, mas até hojenada foi descoberto. Outras duas empre-sas também já atuaram e nada acharamcontra ele.” Mesmo assim, Gomes acre-dita que o cenário não é pessimista. “AJustiça nunca esteve tão aparelhada e comtanto acesso internacional. Há dez anos,políticos com dinheiro no exterior esta-vam tranqüilos. E hoje? Quem está?”

Na sua opinião, as empresas estão vi-venciando erros cometidos ao longo dadécada de 80 e 90 e criando ferramentasque possibilitem ajustes após os escânda-los contábeis de 2001. Ele arrisca uma pre-visão: de que as situações de lavagem dedinheiro vão passar a envolver cada vezmais as empresas, porque os controlessobre os bancos já estão institucionaliza-dos há mais de uma década e o movimen-to natural dos corruptos é buscar um seg-mento ainda não-controlado para suas ati-vidades, ou seja, a indústria, o comércio eos serviços. Essa tendência se repete emqualquer lugar do mundo, não apenas noBrasil. “Temos sempre essa idéia de quedevemos ser primeiros em tudo. Por quê?Ora, o brasileiro não é mais ou menos cor-rupto que os estrangeiros. A fraude estáligada à necessidade do fraudador, na opor-tunidade que ele tem para cometer a frau-de e ao raciocinar que seu delito não pode-rá trazer prejuízos a sua pessoa.”

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Outubro 2005 – Empreendedor – 21

Lucro não é tudo, é preciso partici-par. Não basta o discurso, é necessá-rio acreditar que investimentos em pro-gramas de responsabilidade social sãocada vez mais uma tendência. Mas osempreendedores devem ficar atentospara não cair na tentação do marketing.O balanço social – que é a divulgaçãodos investimentos da empresa para ospúblicos internos e externos – devempautar ações concretas, e não comer-ciais de TV. Esse é o lema da GVT,empresa de telefonia que iniciou em2001 um projeto de inclusão digital cha-mado Educando GVT, que pretende aju-dar a popularizar a rede mundial decomputadores entre os brasileiros –apenas 15% da população possui com-putador e menos de 10%têm acesso à internet. “Nãotemos benefício fiscal, nemfaço campanha para falardo projeto. Como somosuma empresa jovem, bus-camos um gesto de simpa-tia, tentar criar um vínculoduradouro com a comuni-dade”, diz Tatiana Weinhe-ber, gerente de comunica-ção corporativa.

A meta do EducandoGVT é criar uma rede detelecentros em instituiçõesde todo o país – principal-mente escolas – e benefi-ciar os alunos e a comuni-dade através do processode aprendizado pela inter-net. A empresa doa uma li-nha telefônica para institui-ções que possuem projetosde educação digital, comlaboratório de informática,mas ainda sem recursossuficientes para manter oscomputadores conectados

à internet. Os alunos e a comunidadeutilizam a linha para acessar a internete a escola é totalmente isenta da conta.“Aprendemos que, se chegamos numacomunidade com uma solução comple-ta, ela não é tão valoriza-da e, às vezes, é subutili-zada. Eles não se sentemenvolvidos com o proje-to”, diz Weinheber. Acompanhia telefônica jáinvestiu aproximadamen-te R$ 100 mil no projeto,

Um gesto de simpatiaBiblioteca no açougue ou telecentros comunitários são

algumas ações que definem o perfil da empresa

que beneficiou cerca de 50 mil pesso-as em 20 cidades do país.

O contrato é firmado diretamenteentre a GVT e a secretaria municipal deEducação da cidade – que é responsá-vel por indicar a escola beneficiada, le-vando em conta a quantidade de alunosatendidos e o programa pedagógico de-senvolvido. As escolas abrem no finalde semana e colocam à disposição paraa comunidade os serviços de internet,para buscar uma informação ou tirar

uma segunda via de um do-cumento. Outra maneira deselecionar as instituições éouvir os colaboradores efornecedores, uma rede deagentes “que estão nocampo, respeitam as rea-lidades locais e têm a per-cepção de onde estão asmaiores demandas”. Umexemplo é o convênio fei-to com a Sociedade CopaLord, uma escola de sam-ba de Florianópolis, emque um executivo da GVTmorava no mesmo prédioque um dirigente da escolade samba.

Os laboratórios de in-formática também são uti-lizados para a capacitaçãode professores e a compa-nhia elaborou uma cartilhaexplicativa contando a his-tória da internet, oferecen-do dicas de pesquisa e en-sinando a tirar o melhorproveito da rede mundialde computadores. A GVTincentiva os funcionários atrabalhar como voluntá-rios, prestando um supor-te técnico para as comu-nidades assistidas. “Preza-mos pelo uso consciente dainternet. Resgatamos a his-tória da rede e desmistifi-camos o uso do computa-dor. Apesar de ser umagrande ferramenta educa-tiva, a web também pode

Tatiana e o projetoEducando GVT:

laços firmes coma comunidade

FOTOS DIVULGAÇÃO

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Ética

22 – Empreendedor – Outubro 2005

No mundo empreendedor, novosquestionamentos vêm surgindo em re-lação aos direitos dos trabalhadores,com tendência para a flexibilização edesregulamentação das leis trabalhistas.A vantagem para o empresário é clara:menor custo de produção e passivo tra-balhista. Mas, num cenário de liberda-de total, como fidelizar e estimular ofuncionário? Que tipo de garantias eleterá sem a CLT? Essa resposta vemsendo esboçada por empresas éticasque estimulam iniciativas para os cola-boradores terem prazer em trabalhar ecom isso colocam em prática uma po-lítica de retenção de talentos.

Uma dessas soluções é a capacita-ção dos funcionários, oportunidade paraos colaboradores que acaba se tornan-do um diferencial competitivo no mer-cado, como faz a construtora cariocaCarmo e Calçada, que investiu R$ 100mil numa parceria com o Sesi e o Si-

Talentos do público internoProgramas educacionais são a melhor maneira

de aproximar a empresa dos funcionários

duscom (Sindicato da Indústria daConstrução Civil) para a alfabetizaçãoe o ensino fundamental de seus cola-boradores. Foram construídas salas deaula dentro do próprio canteiro de obrae mais de 80 operários já participaramdo programa, que conta atualmentecom uma turma de 23 estudantes e mais45 funcionários pré-inscritos à esperado início das aulas. “É uma iniciativaque visa mais a inclusão social do queo aprendizado. Tínhamos funcionáriosque não sabiam ir ao banco e assinarum cheque. Outros tinham que pegaro ônibus pela cor”, diz Luiz Carlos deMatos, diretor administrativo e de re-cursos humanos.

Um dos métodos pedagógicos uti-lizados é o desenvolvimento das aulasa partir de temas como pintura ou po-esia. Isso só é possível porque a em-presa promove atividades extraclasse,uma série de passeios mensais, como

desinformar”, afirma Weinheber. A em-presa pretende ampliar o programa cen-tralizando as ações nas 20 cidades jáescolhidas, ao invés de optar por umarede mais pulverizada. “Não faz tantadiferença. Estamos dando um passo dotamanho de nossa perna, para não tro-peçar”, diz Weinheber.

Se a GVT escolheu uma ação de res-ponsabilidade corporativa alinhada como negócio da empresa, o empresárioLuiz Amorim montou uma biblioteca emseu negócio, o Açougue T-Bone. Donode um faturamento de R$ 300 mil anu-ais, o empreendedor, que é apaixonadopor literatura, hoje tem um acervo de15 mil livros, de uso gratuito, para acomunidade da Asa Norte, em Brasília.“Por curiosidade, muitos visitam a bi-blioteca e se tornam clientes do açou-gue.” A atitude de Amorim tem uma sim-biose com a sua história: alfabetizadoaos 18 anos, leu o primeiro livro aos21, comprou a empresa dos antigosproprietários com um crédito amigávele começou a receber doações paramontar a sua coleção.

E a empresa ainda incentiva gruposde teatro, escritores, músicos e artis-tas locais: investe de 5% a 10% do lu-cro em eventos culturais. Um festivalde cultura realizado duas vezes por anojá entrou para a agenda oficial de Bra-sília. Outra parceria da biblioteca co-munitária T-Bone foi com a Companhiade Saneamento Ambiental do DF (Ca-esb) para a realização do projeto Sedede Cultura, que visa atingir cerca de60 crianças, entre 7 a 14 anos, paratrocar idéias em cursos de teatro e demúsica. Nas aulas, a inclusão socialse dá por meio da arte, da educaçãoambiental e da leitura. Tamanho esfor-ço foi reconhecido pela Sodexho Pass– empresa mundial especializada emgestão de benefícios –, que laureouAmorim com o Prêmio Vida Profissi-onal 2005 na categoria pequenas em-presas. “Só podemos fazer um paísmelhor com educação. Esse é o meusonho e minha meta”, diz Amorim,provando que as pequenas atitudes po-dem fazer toda a diferença. Luiz Carlos: salas de aula no canteiro de obras promovem a inclusão social

DIV

ULG

ÃO

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Outubro 2005 – Empreendedor – 23

percorrer a Bienal do Livro, conhecera obra de Cândido Portinari em mu-seus ou visitar monumentos. Outro in-centivo para aumentar a adesão dosfuncionários é a publicação de um li-vro de poesias escritas pelos própriosoperários. “Ainda não conseguimosdefinir esses custos em retorno de pro-dutividade, mas é visível o aumentode atenção na execução da obra. A qua-lidade é nosso grande diferencial e te-mos que ter uma mão-de-obra com-patível”, diz Matos, explicando que nãoexiste uma obrigatoriedade em parti-cipar das aulas e que estar em sala deaula não é condição para ser contrata-do ou continuar na empresa. “Mas da-mos uma atenção especial aos analfa-betos, sensibilizando-os para que fre-qüentem a escola.”

Outra iniciativa da empresa para va-lorizar os funcionários é o Tijolino, umcomitê formado por cinco funcionáriosda obra que negociam com o departa-mento de recursos humanos sugestõesde melhoria para a qualidade de vida dosfuncionários. Uma das idéias mais es-peradas é uma creche no município deDuque de Caxias para cerca de quaren-ta crianças, filhos dos empregados, to-dos na faixa dos dois a cinco anos deidade. “O resultado alcançado com esteprojeto é uma maior interação dos fun-cionários com a empresa, tanto que con-seguimos atender cerca de 95% dospedidos”, diz Matos.

Os investimentos vêm fazendo tan-to sucesso que a empresa ainda espe-ra expandir para o ensino médio o tra-balho de educação dos funcionários.Desde a década de 90, mais de 10 miloperários da construção civil passa-ram pelas escolas construídas por em-presários do setor nos canteiros deobras do Estado do Rio de Janeiro. “Namaioria das vezes, essas escolas levamos primeiros conhecimentos de leitu-ra e escrita aos operários emigradosdo interior do país. Sentimos uma de-ficiência e corremos atrás. Estamosapenas cumprindo o nosso dever comoempresário para a formação da cida-dania”, diz Matos.

O movimento do comércio justopropõe ampliar o acesso de peque-nos produtores ao mercado. O con-ceito se baseia na importância de oconsumidor adquirir produtos comer-cializados de manei-ra responsável, quepossibilite remunera-ção justa e condiçõesde trabalho favorá-veis, incluindo o usosustentável dos recur-sos naturais. Essa for-ma de troca comerci-al entre pequenosprodutores do He-misfério Sul e paísesdo Norte teve inícionos anos 60, em inici-ativas isoladas, mas hoje o comérciojusto está muito difundido em paísesda Europa, nos Estados Unidos e noJapão, tendo inclusive associações in-ternacionais com assento na ONU.

Valores do comércio justoCom o tempo, foram conquistadas

definições comuns sobre o comérciojusto, o que facilita a ampliação dacompreensão internacional do concei-to do fair trade: uma relação comerci-

al baseada no diálogo, natransparência, no respei-to, na justiça e no desen-volvimento sustentável.Os valores envolvidosnos negócios do comér-cio internacional tripli-caram nos últimos vinteanos, porém os benefí-cios desse comércio nãoforam divididos igual-mente entre os países. Os48 países menos desen-volvidos do mundo tive-

ram suas exportações diminuídas para0,4% do total mundial nessas duas dé-cadas, enquanto os Estados Unidos e aUnião Européia representam hoje 50%do movimento mundial.

Treze passos para o equilíbrioContratos de longa duração

Apoio para aquisição de conhecimentos e desenvolvimento de habilidades

Ausência de trabalho escravo e infantil

Ambiente de trabalho cooperativo

Igualdade entre homens e mulheres

Estímulo a práticas ambientais sustentáveis

Remuneração justa ao produtor com preço justo para o consumidor

Humanização da cadeia comercial, diminuindo a distância entre produtor econsumidor

Respeito à cultura, à identidade e às condições de vida dos produtores

Apoio aos produtores e trabalhadores marginalizados para que alcancema estabilidade econômica

Despertar da responsabilidade do consumidor no apoio à produçãosustentável e à inclusão social de produtores marginalizados

Contribuição para a diminuição da pobreza nos países do Sul por meio doestabelecimento de relações comerciais que permitam a produtores dessespaíses ter acesso ao mercado do Norte

Busca do equilíbrio de relações entre produtores do Hemisfério Sul eimportadores, lojas, organizações certificadoras e consumidores do Norte

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Ética

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Ser ético no comportamento de ges-tor significa dar a informação relevante,avaliar e fornecer feedback, abrir espa-ço à contribuição criativa e instituciona-lizar canais de comunicação. Estar aber-to às críticas, reclamações e sugestõesnão é mais uma atitude diferencial paraqualquer empresa, e sim uma obrigação.Mais do que um dever, as linhas diretase os serviços de atendimento ao consu-midor são a melhor maneira de fidelizaros consumidores. A Votorantim Cimen-tos leva tão a sério a máxima do “clientetem sempre razão” que superou todosos modelos existentes quando criou umem 2003, o conselho de clientes, a me-lhor maneira que a companhia encon-trou para olhar o mercado do ponto devista do cliente. Ou seja, convidou re-vendedores para se colocarem na ca-deira do diretor-presidente.

São 400 conselheiros, espalhadospor 20 conselhos localizados em mer-cados estratégicos do país. “A escolhafoi feita em conjunto com o mercado,dividimos as cadeiras de assento comformadores de opinião, como associa-ção de revendedores de materiais de

Conselhos úteisVotorantim convida revendedores para

sentar na cadeira do diretor-presidente

construção”, diz Marcelo Lass, diretorcomercial da região Sul. É verdade tam-bém que a primeira composição do con-selho tinha dois terços de convidadoscontra um terço de indicados pela Voto-rantim. Com o tempo, essa composiçãose tornou mais homogênea, até porqueo estatuto exige a troca de 50% dos con-selheiros ao fim do período de um ano.

São esses clientes que discutem todaa estratégia da empresa – desde mar-keting e logística até aten-dimento e formas de cré-dito. Os conselheiros pri-orizam os assuntos maisimportantes a serem dis-cutidos e apresentam su-gestões ou críticas ao de-sempenho da companhia.“Ganhamos velocidade dedecisão por estarmos tãoafinados com a nossa es-tratégia, que é fazer tudopara o cliente”, comentaLass. “Essa idéia faz par-te de um processo quecomeçou no final da dé-cada de 90, que era tentar

capturar a real percepção do cliente dosprodutos e do serviço que colocamosno mercado.”

Lass faz questão de dizer que o es-paço é democrático, ouve desde um pe-queno varejista ao dono de uma megas-tore da construção. Tanto que a Voto-rantim, no início de uma reunião – rea-lizada a cada dois meses – faz um feed-back de todas as sugestões: observa seviraram ações de negócio, os detalhesde como foram implementadas e em queprazos. “Até uma simples frase podepassar por uma análise empresarial deviabilidade. Quando recebemos umasugestão, pedimos a procedência daque-la idéia. Se for de uma empresa, faze-

mos o processo de bench-marking e, se possível,adaptamos a idéia e faze-mos com que ela evolua.”Ele reforça que a experiên-cia diária dos clientes per-mite que a companhia criesoluções para os problemasde todos os seus clientes.

Uma das melhorias deque o conselho de clientesparticipou foi a criação dealternativa de crédito a pe-quenos lojistas – uma rei-vindicação das revendas demenor porte, que assimganham maior competiti-

Ação em cadeiaFornecedor é um parceiro, não um

inimigo. A ética nas relações é uma van-tagem competitiva para as empresas quefazem do respeito aos fornecedores econcorrentes uma marca de sua atua-ção. Adotar padrões éticos significaconstruir relações duradouras e obterbons negócios a longo prazo. A empre-sa que consegue ganhos rápidos tiran-do vantagens dos fornecedores pode atécontabilizar lucros imediatos, mas esta-rá comprometendo sua imagem e anu-lando a possibilidade de construir rela-ções ou parcerias sólidas nos seus ne-gócios, como minimizar os custos, commelhores prazos e maiores benefícios

para ambas as partes. É importante apren-der que o fornecedor joga no mesmo time,e a máxima que pauta esse relacionamen-to é o “ganha-ganha”.

Desde que adotou a SA 8000, umacertificação internacional de responsa-bilidade corporativa, a Votorantim vemquerendo ampliar a sua ação social paraalém dos portões de sua fábrica. A es-tratégia da empresa é estar voltada paratodos os trabalhadores de todas as em-presas envolvidas na cadeia de forneci-mento e serviços, ou seja, estar protegi-da integralmente pela lei. Os esforçosnesse sentido são vastos: a empresa é aprimeira cimenteira das três Américas a

obter o SA 8000 e é a primeira empre-sa do Brasil com o sistema de gestãointegrada, que incorpora cinco certifi-cações internacionais em qualidade,meio ambiente, saúde, segurança ope-racional e responsabilidade social.

A Votorantim está numa cruzada con-tra o trabalho infantil, o trabalho forçadoe a discriminação no ambiente de traba-lho. Cada empresa deve prezar pela li-berdade de associação e negociação cole-tiva e pagar uma remuneração compatívelcom o trabalho. A Votorantim afirma quea SA 8000 é uma norma democrática, suaeficácia será maior à medida que se multi-plicarem os atores envolvidos.

Marcelo Lass:clientes discutema estratégiada empresa

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Aliança com a naturezaA preservação do meio ambiente é uma ação

empresarial, uma atitude cidadã e é um bom negócio

É importante para o empreendedorter uma visão de sustentabilidade, sa-ber que a natureza é uma aliada. A ges-tão ambiental ocupa o seu espaço noplanejamento das empresas em todo omundo, prática que ganha ares de ten-dência no Brasil. Até porque o objetivoé fazer com que o uso de recursos na-turais seja reduzido e, em alguns ca-sos, diminuir gastos. Para provar quea preservação do meio ambiente é umbom negócio, a BSH Continental Ele-trodomésticos implementou um proces-so de boas práticas de gestão ambien-tal para que as ações comerciais e pro-dutivas das empresas não causem pro-blemas ao meio ambiente. “Nossa vi-são de sustentabilidade está integradaàs atividades produtivas, desde o nas-cimento do projeto na prancheta até odesenvolvimento do projeto. Consegui-mos reduzir custos, otimizar proces-sos, diminuir índices de poluição e re-duzir riscos ambientais”, diz Ivana Ri-beiro, gerente de meio ambiente e rela-ções institucionais.

Para tanto, foi instituída uma sériede indicadores para saber quanto de lixo

cada eletrodoméstico vai produzir,quanto tempo as mais variadas maté-rias-primas – alumínio, aço, plástico –vão demorar a se degradar no ambien-te. “Utilizamos papel alumínio em vezde lã de vidro ou rocha, que são menosbiodegradáveis.” Ribeiro também elogiaa adoção de normas técnicas pelo In-metro, além do Procel, um programado Inmetro que premia empresas queproduzem eletrodomésticos que conso-mem menos energia. Um exemplo é alinha de refrigeradores que substituiu oCFC pelo butano, o que permite um sis-tema de circulação de ar frio que resfriamais rapidamente e polui menos, um in-vestimento da ordem de R$ 3 milhões.

A BSH Continental também inves-tiu no Projeto Tietê, uma parceria coma Companhia de Tecnologia de Sanea-mento Ambiental (Cepesb) que visa des-poluir o rio através do tratamento deefluentes, do gerenciamento de resí-duos – que reduziu em 98% a cargainorgânica dos processos industriais –, do controle de emissão atmosférica eda eliminação de matérias-primas tóxi-cas. Ao mesmo tempo, introduziu téc-nicas de reutilização da água – hoje cer-ca de 90% da água da empresa é rea-proveitada. “Fomos bastante pioneiros,começamos uma estratégia de gestãoambiental em 1997 porque fazia partede nossa cultura”, diz Ribeiro.

A BSH Continental também optoupela substituição do óleo BTE por gásnatural, um investimento de aproxima-damente R$ 4 milhões que irá contri-buir para a redução do efeito estufa e aretenção de 99% da emissão de gasesnocivos à atmosfera. Outra iniciativafoi a substituição de equipamentos poroutros mais eficientes que aproveitamtoda a matéria-prima, eliminando a ge-ração de resíduo e o desperdício, comreaproveitamento de 100% do resíduosólido do esmalte, que vira matéria-pri-

vidade no mercado e podem atendermelhor o cliente final. A adoção de umsistema informatizado também reduz otempo de espera e garante pontualida-de e estoque. “Nossos clientes recla-mavam que o atendimento era confusoe um pouco demorado. Agora é possí-vel ligar para fazer um pedido e marcarum horário, otimizando todo o proces-so.” Um programa de computador ofe-rece rapidez e clareza na troca de in-formações com clientes, que remota-mente acompanham seus pedidos, pro-gramam carregamentos e verificam ex-tratos, créditos e cobranças.

Outro projeto, chamado Diga Sima Você, premia os pontos-de-vendacom melhores resultados com materi-ais de merchandising. O marketing éuma área em que havia muitas recla-mações. Agora, quando o cliente com-pra, acumula pontos e troca por cami-setas, entre outros prêmios. Atenta àspráticas de boa gestão corporativa, aVotorantim instituiu a transparência nes-ses acordos através de um portal web,onde o cliente digita o seu CNPJ e umasenha e tem acesso à quantidade de pon-tos acumulados. “São idéias simples,mas de grande valor, que quebrammuitos paradigmas na companhia”, dizLass, afirmando que desde 2003 todasas decisões de valor para a empresapassaram pelo conselho de clientes.

Praça Votorantim: natureza identificada com as ações corporativas

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ma. “É uma ação efetiva antes dos pro-blemas nos atingirem”, afirma Ribeiro.

Todo esse esforço foi recompensa-do com a adoção da ISO 14001, queexigiu de cada funcionário uma mudan-ça de postura quanto à forma de trataras questões ambientais, o que reque-reu um trabalho muito grande de cons-cientização envolvendo não somente osfuncionários próprios, mas também osterceiros. Uma das formas de a empre-sa dar exemplo, através de atitudes sim-ples, é com a coleta seletiva e o geren-ciamento de resíduos. “Incentivamos osnossos funcionários a reciclarem. Mui-tos trazem lâmpadas, pilhas, baterias decelular para a fábrica porque sabem quenão podem jogar em um lixo comum”,diz Ribeiro. A empresa também ganhoudez prêmios nos últimos três anos deinstituições como Fiesp, Câmara deComércio Brasil-México e CNI.

Já o Grupo Hübner – um conglome-rado de empresas que atua nas áreas debriquetagem, carvoaria, siderurgia, fun-dição, usinagem e implementos rodovi-ários – vai investir na primeira fábricade carvão ecológica. Com a aquisiçãoda Siderlinea Siderurgia, o Grupo Hüb-ner passou a ter uma grande necessi-dade do insumo, uma das principaismatérias-primas para a fabricação doferro-gusa. Foi quando se passou a in-

vestir na Bricarbras. “A produção decarvão no Brasil é um trabalho que uti-liza mão-de-obra escrava e infantil e éaltamente poluidora mesmo com gran-des empresas. A Bricarbras é um con-ceito voltado à área de reflorestamen-to, gestão de resíduos e produção decarvão de uma forma ambientalmentecorreta”, diz Nelson Hübner Júnior, di-retor de marketing.

Outra vantagem é que a Bricarbrasvai utilizar como matéria-prima a ser-ragem da madeira, que normalmenteacaba virando um lixo ambiental nasmadeireiras; quando chove, corre paraos rios e causa problemas de assorea-mento. Também não pode ser queima-da, porque é poluente. Na proposta daHübner, a serragem é prensada e virao briquete, que é uma espécie de le-nha, para então ser carbonizada e pro-duzir o carvão. A qualidade do produ-to é tão boa que a empresa acreditanum potencial de exportação. “NaEuropa, eles têm uma consciênciaambiental muito grande e existe umconsumo enorme de briquetes porcausa da calefação.”

Outra preocupação da Hübner foicom a fumaça gerada pela carboniza-ção, pois ela contém elevados níveis dedióxido de carbono, grande poluente eo maior responsável pelo aumento do

efeito estufa. Para solucionar esse pro-blema, foi feita uma parceria com aUniversidade Federal de Viçosa e sedesenvolveu um modelo inovador deforno através do qual o carvão seráproduzido em um tempo bem menordo que o convencional e, o mais im-portante, sem emissão de poluente al-gum. “É um forno que tem um siste-ma de filtro e queimadores específicos,em que toda a fumaça é utilizada na car-bonização novamente, como um ciclo”,diz Hübner Júnior.

O processo também pode utilizarmadeira de reflorestamento ou galhosde madeiras. O forno terá alta produti-vidade: no processo convencional a fa-bricação do carvão demora até dez dias;na Bricarbras vai se dar em até oito ho-ras. A empresa também vai investir notreinamento da mão-de-obra para ga-rantir a otimização do investimento deR$ 12 milhões na nova fábrica de car-vão. A Bricarbras não é o único investi-mento em ações ambientalmente cor-retas, o grupo também investe em co-leta seletiva do lixo e tratamento de re-síduos industriais e instalou a recicla-gem de água em uma de suas unida-des. “A sustentabilidade está inserida naestratégia da empresa. Mas, mais doque uma ação empresarial, é uma atitu-de cidadã”, diz Hübner Júnior.

Nelson e o Grupo Hübner: processos não-convencionais evitam poluição e estimulam reciclagem

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Ações sociaisda VolksComo também se preocupa com ques-tões ambientais que dizem respeito aotratamento de esgoto e a potabilidadeda água, a Volkswagen mantém sob con-trato dois laboratórios na fábrica Anchie-ta. A EP Engenharia cuida do esgotoindustrial, enquanto a Water Lab garan-te a potabilidade da água.

A Fundação Volkswagen tem comofoco de atuação a educação, divididaem dois eixos norteadores: a educaçãoformal – apoiar projetos que contribu-am para o aprimoramento da gestão doensino, formação de professores eaprendizagem de alunos das escolaspúblicas de ensino fundamental do país– e a educação complementar.

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Conseguir recolocar 95% dos de-mitidos foi uma obra socialmente res-ponsável da Kaiser em 2002, seguindouma tendência das empresas, que, des-de o final da década de 70, estão pas-sando por sofisticados processos dereestruturação, fruto natural de fusõese terceirizações. São as demissões eco-nômicas, que se dão não por incapaci-dade do funcionário, mas por um ape-lo muitas vezes sensível para o bolsodo acionista: corte de gastos. Por isso,hoje, o grande desafio das companhiasque iniciam um programa de reestru-turação é se preocupar com o impactosocial e econômico na comunidade. Amaneira de realizar demissões de for-ma socialmente mais adequada é darapoio e reorientação aos profissionaisdemitidos na busca de novas oportuni-dades de trabalho e renda.

Foi esse o dilema que a Kaiser viveuem 2002. Através de uma fusão com acanadense Molson, a Kaiser se viu obri-

Demissões sem sustoRecolocar funcionários que perdem o emprego é

uma tendência que fortalece a imagem e gera renda

gada a encerrar atividades em três fá-bricas e reduzir a produção de uma quar-ta. O resultado foi que a empresa teveque demitir cerca 422 funcionários, in-cluindo o fechamento da unidade de Ri-beirão Preto, uma das fábricas mais an-tigas da empresa, com 75 anos, e tam-bém uma das menos eficientes. “Tínha-mos em Jacareí, há 45 minutos, a fábri-ca mais moderna da empresa, que pro-duzia dez vezes mais”, diz Paulo Mace-do, diretor de assuntos corporativos ecomunicação. A solução foi criar umplano de assistência que desse aos fun-cionários demitidos chances de conse-guir se recolocar no mercado.

“Queremos que nossos funcionáriossejam tratados com absoluto respeito edignidade. A ética também é uma forta-leza da Kaiser”, diz Macedo, referindo-se ao fato de a Kaiser ser formada porex-funcionários da Coca-Cola e ter umahistória em que o quadro corporativo foicomposto de baixo para cima. “Por isso

temos uma cultura de responsabilidadecom o funcionário, crescemos com basenessa crença, muito antes de começa-rem a falar, de virar moda.” Por isso foinatural para a empresa agregar ao Pro-grama de Demissão Voluntária (PDI) umaspecto de responsabilidade social. E oresultado na cervejaria foi melhor queo esperado: cerca de 80% dos ex-cola-boradores conseguiram uma nova fontede renda – um novo emprego, abrir umaempresa ou trabalhar como consultorou autônomo em cerca de três meses.Ao fim de um semestre, este índice jáera de 95%. “Demos aos funcionáriosapoio financeiro, profissional e psico-lógico. Nos preocupamos com um fun-cionário que passa muito tempo emcasa, por exemplo.”

A Volkswagen também adotou umprograma semelhante, disponibilizandouma célula de emprego, ou seja, umaespécie de escritório para os ex-funcio-nários, que é equipado com computador,internet, fax e conta com a participaçãoefetiva de consultores que ajudam desdea escrever um currículo até administrara indenização. “Não é uma simples ques-tão de ministrar cursos ou palestras. É ocomeço de um processo de auto-avalia-ção de suas competências. Por vezes, um

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Ações sociais da Kaiser

ex-funcionário decide quequer trabalhar em outras fun-ções, sair de uma área técni-ca e passar para a gerência”,diz Raimundo Ramos, ge-rente executivo e de desen-volvimento de recursos hu-manos da montadora alemã.O programa – que teve a par-ticipação de cerca de 850funcionários demitidos –conquistou inclusive o apoiodo sindicato, sendo citado como exem-plo e novo paradigma.

“O mais importante é eliminar omedo dos que ficam de serem atingi-dos. É um estímulo, uma motivação, fazcom que acreditem na empresa”, diz Gil-berto Guimarães, diretor da BPI, con-sultoria especializada em recolocação doprofissional no mercado. “O demitidopõe um dinheiro no bolso e encontra umanova ocupação, transformando aquelaindenização em poupança real”, afirma.Ramos concorda e acrescenta que a ex-pectativa do funcionário perante essestipos de programas é sempre positiva.“Ele fica com a impressão de que a em-presa, mesmo com dificuldade, vai lhedar todo o suporte; que na hora da de-missão, os muitos anos de casa não fo-

O Centro de Voluntários Kaiser foicriado para estimular os funcionários atrabalhar como mão-de-obra voluntáriaem instituições filantrópicas.

O projeto Esfera Azul valoriza a quali-dade da água para atender a cidade deGravataí (RS).

O projeto Tibagi Vivo busca conscien-tizar as comunidades ribeirinhas, os pes-cadores e o público em geral para a ne-cessidade de conservar o Rio Tibagi.

O sistema de gestão ambiental Kai-ser está baseado na norma internacio-nal Iso 14.001 e é aplicado nas oito uni-dades da empresa. Foi criada uma ferra-menta para a avaliação do estágio decada unidade, chamada Rating Ambien-

tal, além de serem formados técnicos es-pecializados na área.

A Kaiser foi uma das pioneiras da indús-tria nacional a instalar sistemas de co-ge-ração de energia elétrica e a vaporem suas fábricas. Hoje, com o sistema ins-talado, as unidades de Jacareí (SP) e Paca-tuba (CE) são completamente auto-sufici-entes na geração de energia elétrica, ne-cessária para a operação de seus proces-sos produtivos.

A compostagem do iodo biológico dasestações de tratamento de efluentes, trans-formando-o em adubo orgânico, garante umadestinação adequada para o principal resí-duo sólido gerado pela empresa. Com o tra-tamento dos efluentes é possível utilizar aágua reciclada e diminuir o consumo.

ram um desperdício.”Outra vantagem é que

a empresa se apresenta nomercado como social-mente responsável, embo-ra combinar a estratégiade demissão e marketingnão seja das mais aconse-lháveis. “Não fazemos issopara ganhar imagem. Eunão preciso dizer que soubonzinho para acreditarem

em mim. Isso foi quase uma exigênciados funcionários, e não uma decisão cor-porativa”, diz Macedo. Por fim, a de-missão socialmente responsável minimi-za os problemas judiciais, algo incomumno Brasil – campeão mundial de deman-das judiciais, com 2,5 milhões de novosprocessos por ano. “É muito importan-te para nós que o ex-funcionário não sesinta injustiçado”, diz Ramos.

Para Guimarães, existe uma certa cul-tura indenizatória na legislação trabalhis-ta brasileira, pois, para uma empresa de-mitir, ela é obrigada a pagar multa do fun-do de garantia, entre outros encargos. “NaEuropa, esse conceito de demissão res-ponsável é lei. Se uma empresa demitemais de dez funcionários num períodocurto, de 90 dias, ela precisa montar um

Raimundo: muda ofoco da avaliaçãodas competências

plano social e é obrigada a ser respon-sável socialmente pela recolocação dosprofissionais.” Mesmo com tantos be-nefícios, Ramos acredita que vai demo-rar para esse conceito se tornar na prá-tica um padrão no mercado. “Nossa re-alidade é de pequenas e médias empre-sas que ainda não vislumbraram o re-torno que esse tipo de ação traz. Aindanão temos essa maturidade”, afirma.

De acordo com Guimarães, esse pro-cesso não é caro, custa praticamente ovalor de um salário médio por profissio-nal acompanhado, o suficiente para sercompensado em imagem, motivação dosfuncionários, eliminação de greves e, prin-cipalmente, com ausência de demandasjudiciais. “A relação custo–benefício é lar-gamente compensadora para a empresae, claro, para as pessoas. E para o paístambém, porque não gera novos desem-pregados, pessoas em condições sociaisdelicadas”, explica Guimarães. Mesmoassim, Macedo, da Kaiser, confessa quenão gostaria de estar envolvido em outroprocesso de demissão: “Ninguém gostade demitir alguém, nem precisamos dis-so, já que a empresa está em fase de cres-cimento. Mas se tivesse que fazer isso,iria ampliar os benefícios, dar algo a maispara os funcionários”.

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Um dos preceitos que envolvem atão almejada qualidade total é coletaropiniões do público interno para identi-ficar os fatores que provocam satisfa-ção e insatisfação no trabalho. Mas nãobasta ouvir, é necessário implantarmelhorias nas áreas críticas, seja comprograma motivacional, seja com es-tratégia de benefícios. Para gerenciaras necessidades de seus funcionários,a Perdigão colocou em ação um planoque facilita a compra da casa própriapara sua equipe de profissionais. “So-mos uma empresa preocupada comquestões sociais. Nota-mos uma dificuldade emhabitação e a empresa ti-nha ativos inoperantes,como lotes de terras. Porisso, resolvemos favore-cer os trabalhadores e dis-ponibilizamos um projetocompleto de residência”,diz Dorival Carlos Borga,gerente de recursos hu-manos. Ele acredita que odesafio da companhia écondizente com a realida-de do país, onde o déficit

O programa da casa própriaAtuar em áreas críticas motivando os colaboradores faz

parte de uma bem-sucedida estratégia de benefícios

habitacional é de 7,2 milhões de casas.Foi por isso que a empresa investiu,desde janeiro de 1997, cerca R$ 12,5milhões de reais, já ergueu 605 casas eaté o final do ano planeja investir maisR$ 3 milhões de reais para a constru-ção de 122 moradias.

Um dos motivos para a implementa-ção do Programa Habitacional Perdigão(Prohab) era uma certa aflição dos fun-cionários devido aos altos aluguéis pa-gos, em especial os de baixa renda. Porisso, só podem solicitar financiamentofuncionários que recebem salários de até

R$ 2 mil por mês e já estãohá três anos na empresa.Para reduzir o preço do imó-vel e facilitar o financiamen-to realizado com os recur-sos do FGTS e da CaixaEconômica Federal, a Per-digão gerencia todo o pro-jeto de construção das mo-radias, incluindo o trabalhodos engenheiros e arquite-tos que desenvolveram ma-teriais alternativos para ba-ratear a construção. A em-presa também se incumbe

de construir toda a infra-estrutura sani-tária, elétrica e de pavimentação e re-vende os terrenos aos funcionários porcerca de 70% do valor de mercado, for-necendo até uma consultoria para o co-laborador escolher melhor o imóvel,entre as seis opções disponíveis.

“Nós fugimos do mutirão pela fal-ta de padrão técnico e por ser menosaconchegante. Preferimos contrataruma construtora e deixamos aberta aopção de personalizar a casa, comoaumentar a cozinha, construir mais umquarto, colocar um piso de cerâmicaou escolher a cor das paredes”, expli-ca Carlos Borga, que conseguiu atingira meta inicial: as prestações mensais dosimóveis ficam em torno de R$ 200.“Não queremos ganhar dinheiro comessa atitude, nem somos paternalistas.Apenas acreditamos que esse é um be-nefício que se diferencia, tanto quesomos um parâmetro no mercado.”Esse projeto mantém um alto nível desatisfação, tanto que pesquisas inter-nas demonstram uma aprovação decerca de 99%.

Quando o funcionário não consegueo financiamento por um banco, a em-

Em parceria com o Banco Nacional do DesenvolvimentoEconômico e Social e a Prefeitura de Rio Verde (GO), aPerdigão investiu R$ 3 milhões no Programa Atende paraconstruir nove centros de saúde conjugados a postos poli-ciais em pontos estratégicos da cidade, descentralizando oserviço de atendimento à população. E a empresa tambémconstruiu e entregou ao município um posto avançado docorpo de bombeiros.

Com o objetivo principal de despertar o interesse dos jovenspara a leitura de jornais, a companhia criou o Programa Cida-dão do Futuro, através do qual contribui com a assinatura deum jornal para um aluno, que o recebe em sala de aula.

Outras ações sociais da PerdigãoO Programa 5S nas Escolas pretende introduzir os con-

ceitos de qualidade total no dia-a-dia de estudantes, tanto naescola como em casa. Hoje alcança cerca de 6 mil estudantesdo ensino fundamental de instituições de Santa Catarina e doRio Grande do Sul. Os estudantes são incentivados a atuar napreservação do patrimônio escolar por meio de ações de jar-dinagem, controle dos mobiliários, reciclagem de materiais eformação de grupos teatrais para a disseminação desses con-ceitos para a comunidade.

A formação de mão-de-obra qualificada é a meta do Progra-ma de Formação de Jovens e Adultos, que possibilita a todosos funcionários da Perdigão concluírem o 1° grau. “Antes as em-

Dorival: déficit é de7,2 milhões de casas

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Outubro 2005 – Empreendedor – 31Outubro 2005 – Empreendedor – 31

presa fornece um crédito da Cooperati-va de Economia e Crédito Mútuo Perdi-gão (Crediperdigão) através da manu-tenção de um fundo específico para fi-nanciamento de moradias. Um critériopara atender a grande demanda por no-vas casas é a quantidade de filhos: quantomaior for a família, mais possibilidadeso empregado tem de ser contemplado.

A importância desses projetos ex-trapola os limites da empresa e benefi-cia toda a comunidade. Somente emVideira, uma das quatro cidades em quea empresa se dedica ao programa, cer-

ca de 31% da população dependem di-retamente da empresa e calcula-se quemais de 60% da população estejam vin-culadas indiretamente à Perdigão. “Umacompanhia tem que estar junto com acomunidade. Este é um reconhecimentoaos nossos funcionários e, ao mesmotempo, uma forma de deixarmos clarasua importância para a empresa.”

Para Borga, benefícios e promoçõescomo o Prohab – que possibilitam oacesso à casa própria para pessoas quededicaram boa parte de suas vidas àempresa – abrem um novo horizonte

de oportunidades de crescimento den-tro da empresa. As conseqüências sãosempre positivas: baixa rotatividade,maior comprometimento e aumento derendimento e produtividade. “Nós aju-damos a realizar um sonho. Sinto-meabençoado por testemunhar a festa nodia da entrega da chave”, finaliza Bor-ga. Ele sabe que o sucesso das novasempresas que investem em ética estárelacionado principalmente ao sucessodos seus colaboradores e que as em-presas que não investirem neste fator,certamente, enfrentarão dificuldades.

Imóveis construídos por crédito da Perdigão com recursos de um fundo específico para esse tipo de financiamento

presas queriam apenas mão-de-obra, não importando o conhe-cimento. Hoje, elas querem cérebros e necessitam de um patri-mônio intelectual”, diz Carlos Borga. A empresa financia o ensi-no gratuitamente, pagando o material escolar e construindo co-légios, patrimônio que acaba se revertendo para a comunidade.Desde a implantação do programa, mais de 5 mil alunos já con-cluíram o ensino fundamental e a empresa já implementou umperíodo para o 2° grau.

Facilitar a retirada e a regularização de documentos, forne-cer informações úteis sobre os diversos serviços públicos,proporcionar atendimentos odontológicos e médicos – espe-cialistas em fonoaudiologia, oftalmologia, cardiologia, pedia-

tria e otorrinolaringologia – e oferecer lazer às crianças:esses são alguns dos princípios da Ação Perdigão Social,desenvolvida nos municípios onde a empresa mantém uni-dades. Ao todo foram feitos mais de 36 mil atendimentos.No evento, a empresa também realiza campanhas preven-tivas e de orientação sobre trânsito, acidentes domésticos,tabagismo e outras dependências químicas.

Um evento itinerante, que acontece de dois em dois anos emobiliza delegações de todas as unidades da empresa, as Olim-píadas Perdigão prezam por promover a integração, a con-fraternização e o fortalecimento de laços de amizade e com-panheirismo por meio do esporte.

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Inovação

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A mídiados cupons

por Wendel MartinsComo fazer um bom negócio: imprimir propagandas

no verso da nota fiscal de supermercados

O empresário paranaense Clovis Bo-guszewski, franqueador máster da Ti-cket-Achats, investiu cerca de R$ 1 mi-lhão em um conceito simples, mas quepode colocar o consumidor em conta-to direto com o anunciante: imprimirpropagandas no verso da nota fiscal desupermercados. “Nosso diferencial éque nesta mídia a medição de audiên-cia é menos subjetiva que na televi-são, por exemplo. Você conseguemensurar o número de pessoas quevão entrar em contato com o seuanúncio, e isso chega próximo de umanúncio de televisão, dependendo dohorário, com valores infinitamentemenores”, diz Boguszewski.

A idéia é popularizar pelo país umaespécie de mania nos Estados Unidos ena Europa: o cupom de desconto, “queé uma coisa que não vingou no Brasilporque nessas várias tentativas nuncafoi feito um trabalho contínuo”, afirmaBoguszewski. Ele espera que o públicobrasileiro adote o cupom com a mes-ma paixão com que exerce a pechin-cha. O empresário explica que nos Es-tados Unidos é comum recortar o cu-pom do jornal e ir numa loja para tro-car um desconto. “Mas a nossa idéia émais direta, o cliente recebe na mão, jáque todo supermercado dá nota fiscal”,diz, lembrando que no Brasil o númerode pessoas que compram jornal é mui-to menor do que nos Estados Unidos.Na carteira de clientes figuram empre-

sas como Carrefour, McDonald’s, BetoCarrero, Café Damasco, Drogamed,Havan, Losango e Pollo Shopping.

Outro comprometimento da Ti-cket-Achats é que, se um determina-do anunciante fecha um negócio, aempresa garante exclusividade e nãopublica outro anúncio de um concor-rente. “Se eu procuro uma concessi-onária de automóvel e ela se interessae participa, durante o período queanunciar não vai ter outra concessio-nária.” Os contratos são renovados acada dois meses, quando são troca-das as bobinas dos supermercadoscom novos anúncios. “Se o nosso cli-ente mudar o anúncio, fazer outra pro-moção, ele não pagará mais por isso.O valor estipulado para que ele parti-cipe é sempre o mesmo”, diz Bogus-zewski. O desenvolvimento e a cria-ção do anúncio são serviços incluídos,embora a empresa também aceite tra-balhos feitos por agências de publici-dade. Além do retorno em propagan-da, o anunciante também tem a opçãode, na hora de trocar o cupom oudar um desconto, usar ferra-mentas de cadastro e man-ter mala direta sem ter quedesembolsar por isso.

O empreendedor vaimontar a estrutura Ticket-Achats no Brasil em for-ma de franquias. Espera tercerca de 50 unidades até o fi-

nal de 2007, com forte presença emtodas as capitais do país. A grande van-tagem do sistema de franquias é a ge-rência autônoma, o que compõe um im-portante diferencial de mercado: a cus-tomização do anúncio. “O anuncianteque se interessa pela três lojas do Car-refour, por exemplo, pode ter um anún-cio diferente para cada loja, procuran-do atrair um cliente diferente para cadaespaço. Essa é uma vantagem que ou-tra mídia também não oferece. Se vocêfizer um anúncio em outros veículos,você vai ter que fazer aquela mídia eatingir a cidade, o Estado ou o país comaquela informação.” Outra vantagem éque o anunciante pode ter uma avalia-ção ou o controle de uma promoção atra-vés da contagem dos cupons. “Tudo issocria no conceito Ticket-Achats uma for-ma de mídia bastante interativa, em queo cliente também participa. É uma no-vidade que vem para ficar.”

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Linha Direta

Ticket-Achatswww.ticketachats.com.br

O franqueado da Ticket-Achats nãoé um mero vendedor, é um consultor.Deve conhecer quem vai anunciar esaber o potencial do cliente para fazeruma oferta. “É preciso mostrar para ocliente que em alguns supermercadoso anúncio vai aparecer cerca de 100mil vezes. Se ele fizer uma promoçãointeressante e 1% atender o chamado,ele vai ter mil pessoas interessadas eterá que atender essa demanda”, afir-ma Boguszewski. Se o franqueado nãotiver esse cuidado, serão muitos oscasos de anunciantes pedindo para re-tirar o anúncio, porque não suportamo retorno. “Uma maneira de adminis-trar melhor, e que estamos recomen-dando, é definir dias específicos para apromoção; por exemplo, chope de graçasempre às terças e quintas.”

Boguszewski insiste em buscar umfranqueado com um perfil que não vácomprometer o desenvolvimento darede. A taxa de franquia pode variar deR$ 10 mil a R$ 54 mil e o franqueadocuida de um determinado grupo de lo-jas. Se a cidade é menor, o potencial aser explorado também é menor e os va-lores têm que se adaptar a essa realida-de. “Ele não pode ser só o investidorou alguém que disponha do valor paraadquirir a franquia, tem que ter a expe-riência com vendas de anúncio ou co-nhecer certos detalhes de impressão,procurar ser acessível, trocar idéias. Ocrescimento da franquia se dá de for-ma lenta e cuidadosa, é um trabalho deformiguinha.” O empresário também

acredita que, como é um negócio novo,isso vai exigir um empenho maior dosprimeiros franqueados para mostrar opotencial que o Ticket-Achats temcomo veículo de mídia. “Porque mui-tos anunciantes, quando são procura-dos, ficam naquela dúvida. Mas, nomomento que eles vêem a possibilida-de de novos negócios, muitos se con-vencem.”

Além de uma idéia inovadora, a his-tória de Boguszewski e da Ticket-Achats no Brasil demonstra que é ne-cessário para o empreendedor sensi-bilidade para estar no lugar certo e nahora certa. O grupo Solicom, dono damarca mundial, procurava um repre-sentante no Brasil para expandir ope-rações. O gigante francês que atua nasáreas de consultoria em comunicaçãoe de edição de jornais e revistas crioua divisão do cupom de compras em2.000 e logo conquistou grandes redeslojistas, como Carrefour, Leclerc eMcDonald’s. Boguszewski diz que ocontato com os franceses surgiu atra-vés de um amigo que já era franqueadomáster em Portugal. “Nós fomos can-didatos e, após um processo de sele-ção, fomos escolhidos. Ficamos como mercado brasileiro só para a gente.Ao mesmo tempo em que é uma ale-gria, é uma responsabilidade.”

O produto Ticket-Achats é o únicomeio de comunicação que permite aosseus anunciantes tirar partido do gran-de fluxo de clientes das redes de lojasatravés dos cupons de caixa emitidosem cada transação. A iniciativa contacom projeto de marketing, com mer-chandising e treinamento para valori-zar o ticket e incentivar o consumidora utilizar os cupons veiculados. Parao lançamento, a companhia escolheuas empresas que têm maior percep-ção de qualidade para o consumidorde Curitiba nas variadas áreas de mer-cado. O Carrefour, por exemplo, par-ceiro da Solicom na França, foi eleitopara iniciar a campanha de lançamen-to devido às comemorações dos 30anos do supermercado francês nopaís. A expectativa é que circulemcerca de 100 mil pessoas ao mês emcada unidade do Carrefour na capi-tal paranaense.

Mas são os pequenos e micro em-presários que podem explorar onovo filão de mídia regionalizada.Entre as diversas promoções oferta-das aos clientes da rede de super-mercados, está a do Lady & LordCabeleireiros e Estética, que apostanos cupons de desconto como umaforma de atrair um público maiorpara seus serviços: quem apresentao cupom ganha 30% de desconto nalimpeza de pele. O restaurante Ipon,também em Curitiba, especializadona culinária japonesa, é outro dos 40primeiros clientes anunciantes queoferece desconto em determinadospratos ou isenção da taxa de entre-ga. A empresa acredita que os clien-tes vão guardar os cupons e usá-losquando for conveniente, criando re-tenção de imagem e aumentando asexpectativas de vendas. “Todo mun-do vai a um supermercado para com-prar algo para comer ou para a casa.Além de proporcionar retorno parao anunciante, é útil para a rede vare-jista. Bom para os dois lados”, dizClovis Boguszewski, que acreditaque os comerciantes filiados à Ti-cket-Achats podem ter um importan-te diferencial competitivo.

Clovis investiu cerca de R$ 1 milhão num conceito simples, mas eficiente

Anúncio passano caixa

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A reinvenção

dos alimentos

por Fábio Mayer

Apostando em novos produtos ou fortalecendo a tradição,

empresas cativam os clientes por meio de uma estratégia

que inclua aroma, textura, sabor, criatividade e marketing

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Marco Alfredo,terceira geração daDi Cunto: embalagenscom edição limitada ereceita exclusiva

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Com clientes mais informados eexigentes, a indústria brasileira de ali-mentos tem que se reinventar e seaprimorar diariamente. Não basta sa-tisfazer as necessidades dos consu-midores, é necessário surpreendê-loscom novos produtos, conceitos dife-renciados e na forma de apresenta-ção dos alimentos. As cores, porexemplo, são muito utilizadas paraatrair a atenção. E não só a visão, maso estímulo dos outros sentidos tam-bém contribui para influenciar a de-cisão de compra. O aroma despertao desejo de provar, a textura tornaagradável o ato de mastigar e o sabor

sacia e ao mesmo tempo incita a von-tade de comer mais.

Na conquista também vale apos-tar em um relacionamento transparen-te, atender de forma criativa, forne-cer orientações e investir em marke-ting e divulgação. Como parte da es-tratégia, o empreendedor deve acres-centar esses elementos à política cor-porativa e ao modelo de gestão parater sinais positivos de consolidação ecrescimento. Na maioria das vezes,a empresa ganha espaço no mercadoquando as iniciativas não empurramo produto para os clientes; ao con-trário, cativam os clientes a ponto deeles o indicarem a outras pessoas.

Nessa batalha por fascinar e ga-nhar a preferência dos consumido-res, é necessário saber previamenteo que eles gostam. A maioria dos em-preendedores tem interesse de co-nhecer o mercado em que atuam ecorre atrás para acompanhar as ten-dências. Para se inteirar e superar asexpectativas, as pesquisas de mer-cado são uma boa solução. “A res-posta básica é em vendas, mas inde-pendentemente disso a indústria podecontratar empresas de pesquisa paraouvir a opinião do consumidor so-bre o produto. Normalmente, fazemisso antes do lançamento, mas ao lon-go da vida útil também é importan-te”, diz Denis Ribeiro, diretor eco-nômico da Associação Brasileira dasIndústrias da Alimentação (Abia).

Ouvir e proporcionar o que os cli-entes querem é um exemplo de inicia-tiva realizada pela Unilever. Pedidosregistrados via contatos pelo Serviçode Atendimento ao Consumidor daempresa e também por meio de pes-quisas levaram a marca AdeS, da Di-visão de Alimentos da Unilever, a lan-çar um novo sabor da bebida à basede proteína de soja. A estratégia foiadotada depois de detectar que osconsumidores tinham o hábito de mis-turar achocolatado em pó à bebida.Depois de colocar o produto no mer-cado, um novo estudo foi feito parasaber a opinião sobre ele. O resulta-

do teve 89% de aprovação.As gôndolas dos supermercados

comprovam que a indústria de alimen-tos no Brasil tem padrão internacio-nal. Na condição técnica, no aprimo-ramento e na variedade dos produtosque são oferecidos ao consumidor, aindústria brasileira não deixa nada adesejar a de outros países. Ano pas-sado esse nicho movimentou cerca deR$ 180 bilhões, o que corresponde a10% do PIB, e exportou US$ 17 bi-lhões. “Isso prova que temos forçapara competir no mercado mundial.Tem muitas empresas brasileiras quesão fornecedoras internacionais e temtambém as multinacionais que atuam

em diversos mercados”, diz Ribeiro.A gama de alimentos oferecida no

mercado também mostra a acirradaconcorrência desse nicho no país, natentativa de ampliar o número de cli-entes. Por serem bens de consumonão-duráveis, precisam ser compra-dos diariamente ou uma vez por se-mana, e isso demanda que os em-preendedores aprimorem ou criemnovidades a toda hora. As grandesindústrias lançam em média 50 pro-dutos novos ao ano. As micro, pe-

Novos sabores: o importanteé se tornar referência e serdivulgado de forma natural

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De um momento difícil pelo quala empresa passava, Afonso Jorge Sch-molz de Mattos encontrou o ponto departida para reinventar o próprio ne-gócio. A família vem atuando na ca-feicultura há quase um século, mas,com a acirrada competição do mer-cado na última década, estava perden-do espaço na área. A solução para con-quistar um número maior de clientesfoi unir aroma e sabor com informa-ções que valorizassem ainda mais oproduto. Junto com a mãe e dois ir-mãos, em 2001, fundou a BraúnaCoffee, uma das primeiras torrefa-ções a trabalhar unicamente com caféespecial (ou gourmet) no Brasil. “Oque a gente vê no futuro do nossonegócio são clientes cada vez maisespecializados, que valorizam o má-ximo possível o processo de qualida-de. Chamamos isso de teoria do pull(do inglês, puxar), e não do push, queempurra produtos para o cliente”, diz.

Cliente fiel ao saborCafé que atrai o consumidor é a saída

encontrada para enfrentar a concorrência

Depois de identificada a demanda,a rastreabilidade foi uma das formasencontradas para contar aos clientesas características do café. “É uma pro-posta completamente nova no merca-do, que leva em consideração o climalocal onde é produzido os grãos e opróprio comportamento dos empresá-rios com responsabilidade ambiental”,diz. Conforme o empreendedor, o res-peito e a proteção ao meio ambientehoje são quesitos básicos para a fideli-zação dos consumidores. Com essameta, ele implantou um Programa deGestão Socioambiental na empresa ecom freqüência realiza cursos e trei-namentos para os funcionários, inclu-indo a administração, adequarem-se eadotarem esse novo modelo de gestão.

A preocupação em atender bem oconsumidor final fez com que Mattosdesenvolvesse vários serviços, comoos cursos, um deles voltado aos do-nos de cafeterias, para que conheçam

quenas e médias empresas têmque acompanhar o avanço dasmaiores, procurando também ino-var, principalmente nos detalhes,como, por exemplo, na persona-lização dos produtos.

Para inovar, o empreendedortem que destinar recursos cons-tantes – a curto, médio e longoprazo – para a pesquisa e desen-volvimento, normalmente a áreaque recebe a maior parte das ver-bas. Também não é só querer lan-çar uma novidade no mercado:“Primeiro exige investimento altoe segundo exige planejamento,mas a indústria vive disso. É ne-cessário colocar a idéia no papel,saber o que se quer do produto etestá-lo. Eventualmente, até reali-zar uma degustação, oferecendo-o a alguns consumidores para sa-ber se eles aprovam ou não”, ex-plica Ribeiro.

Depois de escolhida a emba-lagem, mais adequada à identida-de da empresa e que esteja emconformidade com o conteúdo,o alimento vai para o processa-mento industrial. A próxima eta-pa é conseguir autorização do Mi-nistério da Saúde e de órgãos res-ponsáveis pela liberação. “Issotudo toma tempo. Leva-se nomínimo um ano desde a concep-ção até o lançamento de um pro-duto”, diz Ribeiro. O empreende-dor não deve esquecer de reser-var recursos para o marketing ea divulgação, normalmente ressal-tando os diferenciais e as inova-ções do produto.

A orientação sobre a melhorforma de preparar e consumir oalimento, incluindo informaçõesnutricionais e outros dados quevalorizem o produto, ajudam aesclarecer dúvidas e tem um gran-de peso na conquista e fidelizaçãodo cliente. A Unilever é umas daspioneiras no país em realizar açõescomo essa. Para Carla Dias Araú- Mattos: “Vamos do plantio do grão na fazenda até a xícara dos consumidores”

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e entendam as características do pro-duto, e outro aos atendentes. “Se o fun-cionário não for treinado, pode preju-dicar todo o trabalho na hora de colo-car o café na xícara.”

Outra ação foi fazer uma auditoriaexterna para assegurar que os produtostinham de fato todos esses atributos. Deacordo com ele, também há o objetivode oferecer maior proteção para o cli-ente. “Contratamos uma empresa inde-pendente, da Suíça, para fazer verifica-ções por meio de uma série de procedi-mentos e normas. Quem compra sabeque é de origem controlada e que a fa-mília trabalha há quase um século nacafeicultura, primando pelas ações so-ciais e pelo cuidado com o meio ambi-ente.” Com isso, Mattos recebeu, em2004, o certificado de origem e quali-dade do produto da Brazil SpecialtyCoffee Association (BSCA), entidadebrasileira de âmbito internacional.

Hoje, o Braúna Coffee direcionaparte de sua produção para os EstadosUnidos, com embarques previstos de1.800 sacas de grão verde a cada ano.O empreendedor planeja agora pros-pectar novos mercados no exterior eentrar no nicho de cafeterias. Ele pre-

tende inaugurar a primeira até o finaldeste ano. “Apostamos na verticali-zação máxima do produto. Vamos doplantio do grão na fazenda até a xí-cara dos consumidores”, diz.

Mattos começou a trabalhar nonegócio da família com 15 anos,quando o pai teve de deixar o coman-do da empresa por problemas de saú-de. “De certa forma, isso acabou pre-cipitando melhorias na gestão e abusca de novos mercados, o que cos-tuma ser sempre mais difícil em em-presas familiares.”

Situada na Região das Matas deMinas Gerais, que era tida como pro-dutora de café de baixa qualidade, eleajudou a reverter essa situação. Nosúltimos cinco anos, o segmento dacafeicultura na região recebeu váriosprêmios pela melhoria na qualidadedo produto, entre eles o Cup of Ex-cellence. “Trabalhar no que a gentegosta facilita muito as coisas. Hojesomos reconhecidos pela comunida-de como referência aqui na região eisso é muito gratificante.” Para ele,não basta querer dar um upgrade naempresa sem estar disposto a correratrás dos objetivos.

Afonso Jorge Schmolz de Mattos,33 anos, formado emZootecnia, com MBA em Gestão Estratégica.Braúna Coffee, fundada em 2001 (torrefação), com sedeem Araponga e Ervália (MG), atua no ramo decafeicultura. Teve faturamento de R$ 1,25 milhão em2004, tem 40 funcionários diretos e 200 indiretos naépoca da colheita.

jo, gerente de culinários da em-presa, os clientes querem conhe-cer acerca dos produtos que con-somem, principalmente em rela-ção à saúde. “Prestar o serviço dainformação só tem a contribuircom o entendimento que eles têmde nossos produtos, diminuindoeventuais dúvidas e dando maiortranqüilidade para sua decisão decompra”, diz.

Nesse sentido, uma das inicia-tivas da empresa foi a de desmis-tificar o processo de produção econservação dos alimentos. Asembalagens de atomatados, porexemplo, foram reformuladas,agora contêm frases e informa-ções com o objetivo de atingir ameta estabelecida. “O principalponto a ser esclarecido pela em-presa é a questão da naturalidadede nossos produtos. Tanto a nos-sa linha de sopas quanto a de ato-matados sofrem com o preconcei-to de que são utilizados conser-vadores em seu processo de pre-paro, fato que não corresponde àrealidade”, diz Daniella Brilha, ge-rente de atomatados da Unilever.A reação do público foi positiva,na avaliação dela, pois ele passoua enxergar os produtos como ali-ados na busca por uma alimenta-ção saudável.

Outra ação que traz resultadosé criar e cultivar a tradição e o cos-tume na produção de alimentos.É o que faz Marco Alfredo DiCunto Júnior, terceira geração dafamília a trabalhar na Di Cunto,uma das mais antigas fabricantesde panetones artesanais ainda ematividade no país. A confeitariacompletou 70 anos este ano e temo produto como carro-chefe. “Te-mos embalagens diferenciadascom edição limitada e estudamosa possibilidade de produzir algunsnovos sabores para os panetones”,conta Di Cunto Júnior. A exclusi-vidade, com receita própria, pode

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Soja saudávelLonge da transgenia, um produto que atende as

exigências de consumidores ávidos por qualidade

últimos cinco anos, entendemos quehá um grande número de consumido-res querendo uma soja não-transgêni-ca e passamos a ter uma estruturamontada para atendê-los.”

A idéia de fornecer produtos feitoscom soja não-transgênica surgiu de-vido à legislação brasileira. Há uma leique obriga os fabricantes a identificaros alimentos que são à base de trans-gênicos, mas não os que são feitossem. A empresa optou pela estratégiade informar isso nas embalagens dosprodutos. Para isso, foi implantado umsistema de rastreabilidade, que identi-fica e certifica a origem e a naturezados grãos. “Isso é uma exclusividadeem relação ao tratamento dado ao con-sumidor final, que o respeita e dá opor-tunidade dele saber o que tem em cadaproduto”, diz.

O lançamento de produtos inovado-res faz parte da estratégia da empresapara surpreender os clientes. Produzir

Alguns produtos, como a soja, es-tão sendo bem-recebidos por um cres-cente número de consumidores, ávidospor uma melhor qualidade de vida. AOrganização Mundial de Saúde (OMS)considera a proteína de soja de alto valorbiológico, pois contém todos os com-ponentes essenciais (aminoácidos) ne-cessários para o funcionamento e ma-nutenção do organismo humano. Ohábito de consumir alimentos saudáveisjá é desejado por grandes proporçõesdo público, o que contribui para queesse mercado tenha resultados mais po-sitivos a cada ano.

De olho nessa demanda, a Cara-muru Alimentos desenvolveu diversasiniciativas com o objetivo de atenderas necessidades dos clientes e con-quistá-los. Na avaliação de César Bor-ges de Souza, vice-presidente da em-presa, as ações não se resumem emoferecer alimentos que ajudem a pro-porcionar bem-estar às pessoas. “Nos

ser encontrada o ano inteiro.Desde a fundação da empresa, em

1935, a regra é sempre ouvir o clien-te e aceitar sugestões. O fato de aju-dar no atendimento atrás do balcãopossibilita ver a reação dele no mo-mento em que consome o produto esaber se este está agradando ou não.Segundo Di Cunto Júnior, isso fezcom que a empresa conseguisse setornar referência no mercado, sendodivulgada de forma natural. “O maisimportante é o boca a boca, que tam-bém chamamos de marketing viral. Éum sistema que, quando o cliente éconquistado, faz com que ele promo-va o nome de sua empresa. Isso émuito valioso, quem não gosta de quesua empresa seja bem-falada?”

A trajetória para se tornar conhe-cida, com esse grau de reconheci-mento por parte dos consumidores,não foi fácil. O fundador Donato DiCunto veio para o Brasil com 17anos, mas o destino, na verdade, eraa cidade de Montevidéu, no Uruguai.Quando embarcou em Nápoles, naItália, foi orientado a desembarcar noterceiro porto depois da travessiapelo Oceano Atlântico. Devido a umsurto de doença a bordo, o navio teveque fazer uma parada forçada, queconfundiu Di Cunto e o fez saltar emSantos (SP). Mesmo sem compre-ender o idioma, ele tentou se adap-tar da melhor maneira possível.Logo, conseguiu um emprego de aju-dante de carpinteiro.

Mais tarde, em 1985, junto com oirmão José, que acabava de chegarao Brasil, fundou uma das primeiraspadarias de São Paulo (SP). Cincoanos depois, ele retornou ao país deorigem. Somente em 1935, os filhosreabriram a empresa no mesmo en-dereço em que ela começou a funcio-nar, na Rua Borges de Figueiredo, naMooca. Hoje, a empresa conta com180 funcionários, fabrica mais de milprodutos diferentes, possui três lojaspróprias na capital paulista e atendeoutras cidades por meio de distribui-dores e revendedores. César Borges: identificação e certificação da origem e da natureza dos grãos

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Ao retornar à sua terra natal, Pe-trópolis (RJ), depois de anos morandonos Estados Unidos, onde tinha umaloja de roupas, Jorge Eduardo Antu-nes da Silva trouxe na ba-gagem a semente de umnegócio inovador. A percep-ção de uma nova tendênciamundial de comportamento– a busca de qualidade devida, beleza e saúde – fezcom que decidisse abrir aMundo Verde, franquia deprodutos naturais e dietéti-cos, em 1987. Desde a cri-ação da empresa, ele acom-panha o crescimento domercado e da demanda deconsumidores, que estãomais atentos aos benefíciosde uma alimentação saudável e equili-brada. “As pessoas estão cada vez maisconscientes de que não basta apenasalimentar-se bem, é preciso tambémter um comportamento voltado para obem-estar e para o consumo consci-ente, que a meu ver será o maior atri-buto competitivo deste século”, diz.

O sócio-proprietário também inves-te com freqüência na busca de novosnichos. “Estamos priorizando os pro-

Nutrição conscienteMundo Verde acredita que não basta ao consumidor

alimentar-se bem, é preciso mudar de comportamento

dutos orgânicos a partir deste ano, o queé o grande futuro no mercado de alimen-tos no mundo todo.” Seguindo o mesmoconceito mercadológico de qualidade de

vida, criou um novo proje-to, ainda em fase-piloto, naárea de sucos e lanches na-turais, integrais e dietéticos:a Mundo Verde Sucos. Nocardápio, sucos simples emistos de frutas diversas, ti-gela de açaí e lanches comprodutos como hambúrguere salsicha feitos de soja.

Silva procura atenderas necessidades dos clien-tes com produtos e açõesque enfatizem a reeduca-ção alimentar e a preven-ção de doenças. Os con-

sumidores contam com o apoio de umaequipe de nutricionistas e têm à dispo-sição outras iniciativas que evidenciamo tema, como informativos e receitas.Para manter um padrão de qualidade eatendimento, o departamento de super-visão da Mundo Verde adota uma roti-na de visitas freqüentes às unidadesfranquedas e realiza treinamento con-tínuo de franqueados e funcionários.

A Mundo Verde é o que se chama de

óleos com sabor, por exemplo, de man-jericão, limão e alho foi uma das opor-tunidades identificadas. “As pessoas daárea de vendas trazem informações decampo, o marketing tenta traduzir osdados coletados e temos uma área denovos negócios com competência paradesenvolver os produtos que foramanteriormente levantados e sugeridoscomo oportunidades.”

A Caramuru Alimentos, atualmen-te, é uma das maiores empresas de pro-cessamento de grãos com capital nacio-nal. Com 41 anos de atividade, o grupotem capacidade de processamento de1,2 milhão de toneladas de soja e 677mil toneladas de milho por ano. A com-panhia refina 230 mil toneladas anuaisde óleos de milho, soja, girassol e ca-nola e a sua capacidade de armazena-mento soma 1,8 milhão de toneladasde grãos. Em 2004, o faturamento daempresa chegou a R$ 1,8 bilhão.

Outra empresa que tem investidomuito nesse nicho é a Vitao Alimentos.Criada em 1989, é uma das pioneirasna fabricação de produtos integrais.“Dos últimos cinco anos para cá hou-ve um grande crescimento dessa indús-tria e hoje não existe mais perfil de con-sumidor, todo mundo que experimentapassa a virar consumidor do produtointegral devido aos benefícios da ali-mentação, principalmente no que tan-ge a parte digestiva”, diz Edoardo Tho-mé, diretor comercial da empresa.

A estratégia da Vitao é a de buscarnovos ingredientes para adicionar maissabor aos produtos integrais. Thoméconta que no começo o alimento eraconfundido com comida para cachor-ro, ou seja, não tinha muito gosto. Como tempo, houve um maior interesse dosnutricionistas e culinaristas, surgindouma série de receitas. “À medida quefoi sendo agregada tecnologia ao pro-cesso de produção se conseguiu fazerprodutos industrializados integrais semperder o sabor, como sopa, macarrão,biscoitos, granola e cereais de frutas.”

As estratégias de inovação e desen-volvimento de um novo produto sãonorteadas por três fatores: opinião do

Silva: vantagensda dieta saudávele equilibrada

Loja Mundo Verde: produtos orgânicos são considerados o futuro do mercado

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franquia de terceira geração (transfe-rência do know-how desenvolvido pelofranqueador ao franqueado em tudo oque diz respeito à instalação, operaçãoe gestão do negócio). “Buscamos a ex-celência também na gestão participati-va nos processos de decisão, fazendocom que nossos funcionários e fran-queados definam em conjunto os no-vos rumos e as estratégias nas rela-ções com os fornecedores e clientes.”

A parceria inclui suporte para ma-nutenção da padronização da rede, pes-quisa de mercado e definição do mix deprodutos – hoje em torno de 27 mil itens,entre alimentação natural, produtos paraatletas, ecológicos, cosméticos, dieté-ticos, esotéricos, complementos alimen-tares, CDs e mais de 1,5 mil títulos delivros neste segmento. “O ponto maisforte da empresa é a força de sua mar-ca e os principais objetivos estratégi-cos relacionam-se com o seu valor: que-remos torná-la cada vez mais conheci-da e valiosa através do reforço de nos-sa filosofia e da fidelidade aos ideais quenos fizeram crescer.”

Hoje a rede é composta por 107lojas em 11 Estados, com 1,2 mil fun-cionários que atendem em média 45mil clientes por dia. A meta é abrir 70lojas na região ao longo dos próximoscinco anos. A Mundo Verde iniciarásua expansão internacional no primei-ro semestre de 2006. Silva acreditaque o grande desafio é crescer semperder os valores e os princípios ado-tados e a satisfação em trabalhar como bem-estar. “Contagiar 1.200 funcio-nários e 45.000 clientes que atende-mos diariamente com a nossa ética éum pouco mais difícil do que podeparecer, mas é fundamental para ofuturo do negócio e é assim que pre-tendemos nos manter fortes.”

Jorge Eduardo Antunes da Silva,48 anos, nascido em Petrópolis (RJ),formado em engenharia civil.Mundo Verde, fundada em 1987,com sede em Petrópolis (RJ), atuano comércio de produtos naturais edietéticos. Faturou R$ 48 milhõesem 2004 e tem 1,2 mil funcionários.

consumidor, que sugere novos produ-tos através do site e do telefone; inova-ções tecnológicas, adquiridas através daparticipação em feiras para trazer asprincipais novidades para o mercado; ecriatividade, já que a empresa está sem-pre buscando melhorar as receitas. “Co-meçamos trabalhando com produtos in-tegrais para macrobióticos. Mais tardefoi incorporada toda uma filosofia de ali-mentação chinesa, por isso o nome Vi-tao – ‘vi’ de vida e ‘tao’ de taoísmo,que quer dizer equilíbrio em chinês.”

A Vitao comercializa o que produzpara mais de 20 mil pontos-de-vendapor meio da venda direta ou por distri-buidores, atendendo em todo o Brasil.Aproveitando a expansão da indústriabrasileira para outros mercados, nesteano a empresa realizou as primeirasexportações para Taiwan, e elas se pre-param para embarcar também para aArábia Saudita. “Nossa proposta é pro-ver alimentos para que o consumidor,em algum momento da sua alimenta-ção diária, tenha a opção de consumiro produto integral.”

Não importa o local, os consumi-dores são tão ou mais exigentes que os

brasileiros. O americano, por exemplo,pode escolher entre produtos do mun-do inteiro, sendo apontado por Thomécomo o mais exigente e crítico. Taiwanjá vem de uma filosofia de alimentaçãointegral, e o chinês tem por hábito co-mer alimentos integrais, aceitando me-lhor os produtos. “Acredito que o con-sumidor de uma forma geral está cadavez mais exigente.”

Giro rápidoAs indústrias, em geral, sofrem com juros altos e câmbio valorizado no Brasil.“Isso é um pé no freio no consumo. Não adianta a indústria querer crescer porque oconsumidor está devagar”, diz Denis Ribeiro, diretor econômico da Associação Brasi-leira das Indústrias da Alimentação (Abia). Em 2005, a perspectiva de crescimentodesse mercado é de aproximadamente 4% no volume de produção e de 3,5% nasvendas efetivas. De acordo com Ribeiro, para os próximos anos o aumento dessesnúmeros vai depender de um maior aquecimento da economia.

A Anuga, uma das maiores feiras de alimentos do mundo, será realizadaentre os dias 8 e 12 de outubro na cidade de Colônia, na Alemanha. Para esseevento, que desde 1971 está incluído no calendário oficial de feiras do governobrasileiro, estão confirmadas 125 empresas nacionais de 14 Estados. Na feira es-sas empresas estarão expondo matérias-primas, conservas especiais, doces e pro-dutos para lojas de conveniência, alimentos finos e dietéticos, congelados e produ-tos de sorveteria e bebidas em uma área de 2.560m2. A previsão é receber cercade 6 mil indústrias vindas de mais de 100 países.

O consumidor gasta mais com alimentação, segundo estudo da Federação doComércio de Santa Catarina. A Pesquisa de Situação Econômica do Consumidorrevelou que, em agosto de 2004, 36,8% de uma amostragem de 400 consumidoresda Grande Florianópolis gastavam mais com essas despesas. Um ano após, essenúmero saltou para 51%.

Linha Direta

Afonso Jorge de Mattos(32) 3554-1658

Carla Dias de Araújo(11) 3054-9766

César Borges de Souza(11) 3021-4830

Daniella Brilha(11) 3054-9766

Denis Ribeiro(11) 3030-1353

Edoardo Thomé(41) 3025-6500

Jorge Eduardo da Silva(21) 2226-1347

Marco Alfredo Di Cunto Júnior(11) 6292-7522

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Inovação

42 – Empreendedor – Outubro 2005

Reciclar é sinal de responsabilida-de social e ambiental. Mas reciclartambém é negócio. E, graças às ino-vações que surgem nos processos dereciclagem, toda a cadeia vive um au-mento de valor. É um leque de rendi-mentos que abrange desde as famíliaspobres que fazem a coleta de dejetos,informalmente ou organizadas em co-operativas, passando por quem oscomercializa e quem os recicla, alémde quem pesquisa o tema, até aquelesque reutilizam o material ou vendemos produtos derivados.

As empresas Tetra Pak, Klabin, Al-coa e TSL Ambiental desenvolveram umsistema inédito de reciclagem de emba-lagens longa-vida (papel cartonado). Oprocesso possibilita a separação total dopapelão, do plástico e do alumínio – os

Reciclagem

renovada

modelos anteriores mantinham essesdois elementos unidos – com emissãode poluentes próxima a zero e eficiênciaenergética em torno de 90%. “A grandevantagem é agregar mais valor ao plás-tico e ao alumínio (cerca de 30%), re-passar o ganho para as cooperativas e,com isso, aumentar o volume de reci-clagem”, diz Fernando von Zuben, di-retor de meio ambiente da Tetra Pak.

Os integrantes do grupo têm inte-resses comuns e tarefas específicas.A Klabin recicla a camada de papel dasembalagens na sua planta de Piracica-ba (SP), que nos últimos anos recebeurecursos na ordem de US$ 2,5 milhões.O material com o restante dos compo-nentes é então encaminhado para a fá-brica recicladora – um investimentoconjunto de R$ 12 milhões –, adminis-

por Alexsandro Vanin

Novas tecnologias aperfeiçoam a recuperação de dejetos, agregando

valor a toda a cadeia e reduzindo os impactos ao meio ambiente

Concentração de produtosreciclados em lingotes: menospoluição e mais aproveitamento erendimentos, vantagens apontadaspor Fernando Von Zuben

FOT

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Outubro 2005 – Empreendedor – 43

trada pela TSL Ambiental, que tambémdesenvolveu o método. Nessa unida-de, inaugurada em maio deste ano, éaplicado à mistura de plástico e alumí-nio um jato de plasma a 15 mil grausCelsius (obtido a partir de energia elé-trica). O processo transforma o plásti-co em parafina, vendida para a indús-tria petroquímica, que utiliza a subs-tância na fabricação de velas, cremeshidratantes e amaciantes de roupa e re-cupera totalmente o alumínio, em for-ma de lingotes de alta pureza, repassa-dos à Alcoa para a produção das folhasfinas de alumínio, utilizadas nas emba-lagens longa-vida da Tetra Pak. A inicia-tiva permitirá a reciclagem de 32 miltoneladas de papel cartonado por ano.

Referência mundial

A tecnologia, pesquisada há seteanos, inicialmente pelo Instituto de Pes-quisas Tecnológicas de São Paulo(IPT), já chamou a atenção de pesqui-sadores e empresários estrangeiros. Emdezembro, uma planta de reciclagemnos mesmos moldes será inauguradaem Valência, na Espanha, pela fabrican-te de papel Nesa, um investimento de 6milhões de euros. Outra fábrica reci-cladora está em fase inicial de implan-tação na Alemanha, e empresários daItália, França e Holanda já demonstra-ram interesse pelo sistema, assim comosuecos e chineses, que chegaram a or-ganizar missões para conhecer a plan-ta-piloto ainda no ano passado. “O Brasiltem um histórico exemplar de recicla-gem de alumínio e, conseqüentemente,um grande potencial para tornar-se re-ferência no reaproveitamento de emba-lagens longa-vida”, diz Franklin Feder,presidente da Alcoa América Latina.

Já a Tramppo, empreendimento re-sidente no Centro Incubador de Em-presas Tecnológicas (Cietec), em SãoPaulo (SP), desenvolveu no Brasil umequipamento para recuperar o mercú-rio presente nas lâmpadas fluorescen-tes a um preço (R$ 600 mil) que repre-senta apenas 20% do valor de umamáquina de tecnologia similar, impor-tada da Suécia. O sistema permite tra-

balhar com pequenas quantidades ecom pouquíssima perda, em um pro-cesso a seco, cuja eficiência é de 98%.Outro diferencial é que a Tramppo vaiprestar esse serviço para seus clientes.

Um protótipo será lançado em ou-tubro e até abril do ano que vem o apa-relho será produzido em escala, infor-ma Gilvan Xavier Araújo, diretor daempresa. Foram três anos de pesquisadesde que Araújo, profissional da áreade iluminação industrial e tratamento deafluentes, percebeu a oportunidade denegócio. Segundo ele, o Brasil produz100 mil lâmpadas fluorescentes por anoe recicla 2,2 mil unidades; o que não éreaproveitado é dispensado no meioambiente. O problema reside na coletadesse material. E a solução adotada porGilvan será a logística reversa: ao com-prar lâmpadas fluorescentes, o consu-midor entregará as usadas. Inicialmen-te a Tramppo vai operar na região ondeestá instalada, mas com o tempo ex-pandirá a atuação para todo o país etambém utilizará a tecnologia para re-cuperação do mercúrio presente noamálgama e em baterias, por exemplo.

A logística de fluxo reverso, emcombinação com sistema geográfico deinformações e tecnologia de banco dedados, é a base do Sistema Ciclo, pro-jeto para otimizar o segmento de reci-clagem desenvolvido pela empresa ho-mônima, incubada no Cietec. Segundodados da Pesquisa Nacional de Sanea-mento Básico de 2000 (PNSB/IBGE),apenas 0,05% dos resíduos sólidos pro-duzidos no Brasil – cerca de 125 miltoneladas por dia – é encaminhado paratriagem antes de ser depositado em ater-ros ou, pior, em lixões, como é maiscomum. Uma perda, conforme estima-tiva de especialistas, de R$ 8 bilhõespor ano, agravada pela desorganizaçãoe informalidade do mercado. “Existe anecessidade clara de um serviço de in-formações que englobe todo o fluxoreverso”, diz Sérgio Finger, sócio-pro-prietário da Sistema Ciclo.

O banco de dados envolve toda acadeia: fornecedores (indústrias gera-doras de resíduos, comércio varejista,

etc.), triagem (prefeituras e cooperati-vas de catadores de lixo) e comprado-res (empresas de beneficiamento, in-dústria de processamento de materiaisrecicláveis e aparista). Essa abrangên-cia permite oferecer serviços, comoformação de redes para exploração dareutilização e reciclagem, bolsa de re-síduos georreferenciada, geração ins-tantânea de soluções por demanda (ro-tas, disponibilidade, materiais, preço,quantidade, cálculo de frete, combus-tível e pedágio) e leilão reverso, entreoutros. O sistema – que entra em ope-ração até o final do ano – funciona deforma dinâmica, em que as empresasinseridas alimentam o banco de dadoscom novas informações. “A expectati-va é que é a união de integrantes damesma cadeia e a oferta de informa-ções – com o Sistema Ciclo atuandocomo elemento propulsor e de coesão– proporcionem uma organização mai-or ao setor e um conseqüente aumentoda reciclagem”, diz Finger.

A profissionalização do ramo de re-ciclagem é a estratégia da Khemia, em-presa incubada no Cietec que desen-volveu um equipamento para recupe-rar a prata de efluentes de hospitais,gráficas e laboratórios fotográficos.Segundo o diretor Jonny Almeida, al-gumas empresas – na sua maior partesucateiros – atuam nesse nicho, mascom métodos inadequados e sem cer-

Destinação finaldos resíduossólidos no Brasil

Lixão 71,95%

Aterro sanitário 15%

Aterro controlado 13%

Estação de triagem 0,05%

Dados: PNSB 2000/IBGE

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Inovação

44 – Empreendedor – Outubro 2005

tificação de órgãos oficiais do gover-no, causando danos ao meio ambiente.As leis nacionais são exigentes, masnão são cumpridas com eficiência. “Épossível fazer o bem e ganhar dinheirocom isso”, diz Almeida.

Garimpeiro do esgoto

A prata é eliminada durante o pro-cesso de revelação de filmes de foto-grafia e raio X e dispensada no esgoto.O sistema da Khemia, totalmente auto-matizado, recupera praticamente 100%do elemento, por meio de eletrólise eresina iônica, sem liberação de subs-tâncias nocivas ao meio ambiente. Al-gumas empresas de São Paulo já utili-zam a solução, em caráter experimen-tal, e no ano que vem as primeiras uni-dades serão produzidas em escala co-mercial. O equipamento, em desenvol-vimento há três anos – atualmente emfase de certificação no Instituto Nacio-nal de Metrologia, Normalização e Qua-lidade Industrial (Inmetro) –, será ofe-recido em versões para pequenas, mé-dias e grandes empresas. Em uma se-gunda etapa, a tecnologia será estendi-da para a recuperação de cromo e ou-tros metais.

Existem diversas substâncias pas-síveis de reciclagem ou reaproveitamen-

to, inclusive a pavimentação asfáltica,e o custo é indiscutivelmente menor,sem perda significativa de qualidade edurabilidade. Para asfaltar um quilôme-tro de uma rodovia simples, é necessá-rio o investimento de R$ 1 milhão. Uti-lizando técnicas de reciclagem, essevalor cai pela metade, pois a pista jádeteriorada é reaproveitada como ma-téria-prima – evitando assim sua colo-cação em aterro sanitário – e, no casodo sistema in sito à frio, não há emis-são de gases tóxicos nem a necessida-de de retirar pedras do meio ambiente,segundo Walter Rauen, diretor-presi-dente da Ciber Equipamentos Rodo-viários, braço do Grupo Wirtgen naAmérica Latina. Além disso, como opróprio nome explicita, o processoocorre no local, o que reduz os custoscom transporte, e a reabertura das pis-tas para o tráfego é muito mais rápida.

O sistema foi desenvolvido, na últi-ma década, na Europa, onde é bastanteutilizado na manutenção constante dasrodovias. A técnica também vem sen-do muito adotada na África do Sul e naÁsia. “No Brasil a reciclagem in sito àfrio é pouco conhecida, falta reconhe-cimento do governo, que não inclui ométodo como opção nas licitações”, dizRauen. O processo consiste na fresa-

gem do asfalto, que recebe a adição deuma emulsão conhecida como espumaasfáltica, mistura que é depositada ecompactada sobre a pista. Segundo ele,essa é a tecnologia mais indicada paraprojetos de restauração de rodovias de-gradadas – situação da quase totalida-de da malha rodoviária brasileira.

Tendência

A reciclagem também pode ser em-pregada como um diferencial frente aconcorrentes, como fez a Femepe –Indústria de Pescados de Navegantes(SC) – em seus produtos. Desde se-tembro, o Atum Pescador, nas versõeslight sólido, em pedaços e ralado, vemem latas de alumínio com tampa “abre-fácil”, e no prazo de um ano todos osprodutos da empresa – que detém asmarcas Alcyon e Navegantes – serãocomercializados nessa embalagem.“Este é o primeiro alimento sólido bra-sileiro envasado em uma embalagem to-talmente reciclável. Mais do que um di-ferencial, pretendemos criar uma ten-dência”, diz Cássio Zanin, supervisorde vendas e marketing.

O sistema abre-fácil da nova emba-lagem dispensa o uso de abridor e nãooferece risco de corte, pois a tampatem uma dobra de segurança. Em rela-

Acima, Gilvan Xavier e o aparelho que recupera mercúriodas lâmpadas fluorescentes. Ao lado, Jonny Almeida: “Épossível fazer o bem e ganhar dinheiro com isso”

DIVULGAÇÃO/TRAMAWEB

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Mercado de reciclagemALUMÍNIOQuantidade: 8,2 bilhões de latas recicladas por ano (89% da produçãonacional) – 112 mil toneladasPreço: R$ 3,5 mil por tonelada (75 mil latas)Coleta: sucateiros (50%), supermercados, escolas, empresas e entidadesfilantrópicasPeso no lixo: menos de 1% dos resíduos urbanosDestinação: lingotes de alumínio para fabricação de latasCiclo de reciclagem: 33 diasGasto energético: 5% da energia necessária para produzir a mesmaquantidade de alumínio pelo processo primário

PAPEL ONDULADO (PAPELÃO)Quantidade: 1,95 milhão de toneladas de papel ondulado reciclado porano (77,3% do volume total de papel ondulado consumido no Brasil)Preço: variável por regiãoColeta: sucateirosPeso no lixo: aproximadamente 19%Destinação: fibras de papel para fabricação de caixas de papelãoGasto energético: 50% da energia necessária para produzir a mesmaquantidade de papel ondulado (10 a 50 vezes menos água)

PAPEL DE ESCRITÓRIOQuantidade: 1 milhão de toneladas (33% do papel em circulação no paísem 2003)Coleta: sucateirosPeso no lixo: 11% do lixo urbanoDestinação: matéria-prima para fabricação de papel

EMBALAGEM CARTONADA (LONGA-VIDA)Quantidade: 30 mil toneladas (20% das embalagens longa-vidaconsumidas no Brasil)Coleta: sucateiros e coleta seletivaPeso no lixo: 1,2% do lixo urbanoDestinação: caixas de papelão, lingotes de alumínio, parafina, produçãode móveis e telhas, banquetas, vassouras, etc.Gasto energético: 10% (processo por plasma)

VIDROQuantidade: 390 mil toneladas (45% das embalagens de vidro produzidasno Brasil)Coleta: sucateiros e coleta seletivaPeso no lixo: 3% dos resíduos urbanosDestinação: vidro para embalagem

PETQuantidade: 120 mil toneladas (40% das embalagens pós-consumo)Coleta: sucateiros, coleta seletiva e fábricasPeso no lixo: 10% do lixo urbanoDestinação: pellets para fabricação de cordas e cerdas para vassouras eescovas, produção de filmes e chapas para boxes de banheiro, termo-formadores, formadores a vácuo, placas de trânsito e sinalização,embalagens para produtos não-alimentícios, resinas e, em sua forma maisnobre (multifilamento), para uso na indústria têxtil

Fonte: Cempre

ção às tradicionais latas de aço (folhas-de-flandres), a embalagem de alumínionão oxida (ferrugem), não altera o sa-bor do pescado ao longo do tempo,preserva suas propriedades naturais,pode ser colocada diretamente no for-no e armazenada na geladeira após aber-ta. E é reciclável. Segundo Zanin, a al-teração vai reduzir os custos para aempresa e aumentar o controle do pa-drão de qualidade, levando a um incre-mento de 40% nas vendas de atum li-ght e de 33% no faturamento total, oque significa passar dos R$ 88 milhõesobtidos em 2004 para cerca de R$ 120milhões em 2006.

A embalagem foi desenvolvida emparceria com a Novelis, a maior pro-dutora mundial de alumínio. Foram in-vestidos R$ 2 milhões (divididos en-tre as duas empresas) e três anos depesquisa para se chegar ao produtofinal, a “Alu-lata”, da qual a Femepetem exclusividade de uso por dois anos.Depois desse período, abre-se umanova oportunidade de negócio. Por seruma empresa verticalizada, que con-trola todas as etapas de produção, des-de a construção de embarcações ecaptura do pescado até o transportedo produto, passando pela produçãoda embalagem (inclusive da tampaabre-fácil), a Femepe poderá venderos recipientes recicláveis para o res-tante da indústria alimentícia.

Negócio verde

No Rio de Janeiro, um projeto dereciclagem também se tornou o ne-gócio da empresa que o implemen-tou. Em 2001, a Coco Verde era amaior distribuidora de cocos verdesna capital fluminense. Preocupadacom os resíduos (para cada copo de250ml de água de coco é gerado 1quilo de lixo), que são pesados e ocu-pam muito espaço nos aterros, elapassou a recolhê-los e a reciclá-los.A distribuição e a reciclagem aconte-ceram paralelamente até 2004, quan-do a empresa desistiu da venda de co-cos por causa da concorrência des-leal dos distribuidores informais.

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Inovação

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Linha Direta

Cássio Zanin(47) 342-9091

Felipe Jean Mayer(21) 2473-6887

Fernando von Zuben(19) 3879-8313

Gilvan Xavier Araújo(11) 3039-8382

Jonny Franciso Ros de Almeida(11) 3039-8380

Sergio Finger(11) 3039-8338

Walter Rauen(51) 3364-9201

Zuleica Nunes da Silva Medeiros(48) 333-0857

A fibra de coco resultante do pro-cesso é utilizada como matéria-primapara a produção de vasos, placas, fil-tros, climatizadores para caminhão,material de decoração, placas acústi-cas e térmicas, entre outros itens. “Estaé uma tecnologia nova, sem similaresno mundo, pois não utiliza a adição delátex artificial. É uma quebra de para-digma”, diz Felipe Mayer, gerente deprojetos. Uma das principais vantagensé a possibilidade de substituir o xaximna confecção de vasos. O xaxim é umaplanta que leva de 50 a 100 anos paracrescer um metro – por isso é consi-derada um fóssil vivo – e seu corte e asua exploração, por ser uma espécieameaçada de extinção, são proibidospelo Conselho Nacional do Meio Am-biente (Conama).

Com a saída do mercado de distri-buição de cocos, no entanto, a CocoVerde precisou encontrar outras for-mas de adquirir os resíduos. Desde oano passado ela tem como fornece-dores alguns vendedores de coco ver-de e engarrafadoras de água de coco(uma economia de 80% para estes),e, quando a demanda aumenta, é com-prada fibra de coco seco do Nordes-te, o que possibilita produzir cerca de20 toneladas por dia. “Se as prefeitu-ras implantassem coletas seletivas erepassassem o material, poderíamosgerar muitos empregos”, diz Mayer.

Cidadania em cadeia

A reciclagem gera empregos atémesmo dentro de instituições prisionais,ajudando na recuperação dos detentos.É o caso do projeto Cidadania em Ca-deia, do Instituto da Terra, implementa-do no Presídio Masculino de Florianó-polis (SC). O índice de reincidência nasprisões brasileiras, conforme o Depar-tamento Penitenciário Nacional (Depen),é de 82%, enquanto a taxa de reincidên-cia entre os cerca de 600 presos quepassaram pelo projeto ao longo de seusoito anos de existência não chega a 10%.“É uma tecnologia social, parte de umtrabalho de recuperação social. Ao reci-clar o papel, eles reciclam o papel delesna sociedade”, diz Zuleica Nunes da Sil-va Medeiros, criadora da ONG.

Os participantes do projeto passampor todas as etapas do processo de re-ciclagem e do negócio, como estabele-cimento de preços, atendimento a cli-entes e gestão. “Eles convivem com arotina e os hábitos de uma empresa,aprendendo a como manter um negó-cio e adquirindo assim uma visão em-preendedora”, diz Zuleica. Um grupode 6 a 26 detentos trabalha permanen-temente e, conforme aumento da de-manda, outros internos são seleciona-dos. Cada um recebe um pagamentoequivalente a 75% do salário mínimo(entregue à família) e um kit de higienepessoal, e nos períodos de maior deman-

Zuleica Nunes: colaboradores aprendem a manter um negócio e adquirem uma visão empreendedora

FOTOS CARLOS PEREIRA

da há gratificações por produtividade.Reciclagem é um bom negócio –

para todos. Mas, para serem amplia-dos os resultados positivos, é precisoque a coleta seletiva também seja vistacomo negócio, como uma atividadesustentável que gera emprego e renda,o que passa por organização do poderpúblico e educação da população. “Todomaterial gera impacto ambiental. Masquanto maior a reciclagem, menor o im-pacto e maior o benefício social”, dizFernando von Zuben, diretor de meioambiente da Tetra Pak. Bom para o meioambiente, bom para a sociedade e bompara os empreendedores.

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Perfil Fernando Janikian

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Outubro 2005 – Empreendedor – 49

O valor domovimentoO presidente da Fotoptica mostra como estimular os

funcionários e atrair clientes intensificando ações que

identificam a empresa como fonte permanente de dinamismo

Tem dias que Fernando Janikianacorda com idéias estranhas. Como ade assumir o papel de um simples gar-çom, por exemplo. Não que ele estejaquerendo mudar de vida, o que seriacompreensível para alguém que se des-tacou na área financeira, consideradaexcessivamente técnica e muitas vezesmonótona. A vocação para os núme-ros, aliada à sua experiência em outrasempresas, permitiu que ele ajudasse aacertar o tom da Fotoptica há cincoanos, quando a empresa tinha se des-vinculado dos fundadores e precisavaadequar sua gestão e estrutura internaao nível e crescimento atingidos. Serianatural que ele quisesse sair um poucopara fora do sufoco que é a responsabi-lidade de gerir orçamentos, custos, ba-lanços e pensasse em outras atividades.

Mas o fato é que as idéias extrava-gantes, como vestir gravata borboleta epilotar uma bandeja carregada para fre-gueses sorridentes, estão mais vincula-das ao que aconteceu depois dessa fasebem-sucedida. Foi quando, por ter acer-tado a mão na receita que manteve aFotoptica no alto do pódio no setor ondeatua, virou presidente da empresa. Nes-se momento ele se desvinculou um pou-co das limitações das funções exclusiva-mente financeiras e partiu para um traje-to mais amplo, adotando um comporta-mento mais carregado de significados. É

daí que veio a abertura para fazer algu-mas coisas, como servir a mesa.

Antes que o confundam com umexcêntrico, desses executivos que, paradescarregar o stress, resolvem reuniros amigos em torno de um prato espe-cial, é melhor explicar direito essa his-tória. Sua súbita aparição, em meio afuncionários deslumbrados, vestido acaráter e assumindo a imponência dogesto de quem carrega uma prometidamacarronada, surgiu como resposta aum desafio: “Eu disse que me vestiriade garçom e serviria uma macarronadapara os funcionários da loja que atin-gissem a meta antes dos outros. Cum-pri a promessa”. Em vez de ser um meroexpediente de marketing interno paradisseminar a concorrência entre cola-boradores, a idéia do presidente foifocar a imagem da empresa em algomais importante, o movimento.

O que fazer para manter o dinamis-mo empresarial num país onde a criselimita os recursos disponíveis para ascompras, já que o crescimento não estávinculado à distribuição de renda? Aexcessiva concentração cria dificulda-des para as empresas e o jeito é sair acampo compondo uma série de açõesque deságüem na maior quantidade decompras por meio de uma clientela queainda pode pagar. Vender fica compli-cado, a não ser que você aposte no

valor para compensar a falta de aumen-to em volume. Quem faz ou pode fazersombra à Fotoptica? Redes menores epequenas óticas, que exibem o preparodos seus donos, que atendem direta-mente no balcão e oferecem essa dife-renciação para enfrentar uma compa-nhia que possui 32 lojas próprias e 45franqueadas. Como reage o gigante di-ante dos pequenos?

Primeiro, coloca um consultor emcada loja. Ele exerce o papel de orien-tador, que na loja pequena gera credi-bilidade. É um especialista, que se di-ferencia dos outros funcionários e dásegurança ao cliente num ramo que nãoé apenas moda ou design, mas tambémsaúde pública (os óculos), lazer e tra-balho (as máquinas fotográficas). Qua-lidade e segurança são o binômio queos consumidores enxergam na Fotop-tica, segundo Janikian. E, para ampliara rede, a empresa disfarça-se tambémde pequeno: acaba de implantar um sis-tema de licenciamento para todo tipode negócio, ou seja, uma padaria podeter um canto da Fotoptica.

Alguns conceitos, como os hojefamosos óculos em uma hora, impul-sionam a rede para a frente, permitin-do que ela tenha um crescimento de20% ao ano. Treinamento intensivo dosfuncionários, preparados diante dasnovas exigências; pesquisa reforçada

por Nei Duclós

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50 – Empreendedor – Outubro 2005

Perfil Fernando Janikian

Em 1920, o migrante húngaro De-sidério Farkas fundou a Fotoptica noBrasil, filial da empresa Hafa, de pro-priedade da sua família. Nessa épocaa fotografia começava a se transfor-mar em hobby popular no Brasil, cadavez mais acessível à maioria das pes-soas. Os lambe-lambes – figuras mui-to populares nesse tempo – fotogra-favam famílias e casais de namoradosnas praças, e a primeira loja na RuaSão Bento tinha nafachada o logotipodesenhado por Desi-dério: uma máquinafotográfica, um olhoe um galo, que repre-sentava a sua dispo-sição de criar umaempresa “boa debriga”, disposta aconquistar o país.

No início dos anos20, quando já expu-nha em suas vitrinesas grandes novidades da época, ascâmeras Brownie, da Kodak, e a Lei-ka, de 35mm, a Fotoptica procuroumanter uma posição de vanguarda,lançando tecnologias e até mesmo cri-ando tendências em fotografia e ótica,como o jornal Luz e Sombra, que pro-movia fotógrafos amadores e concur-sos de fotografia.

Em 1941 foi inaugurada a segundaloja, na mesma Rua São Bento. Nessaépoca, as câmaras fotográficas já nãoeram luxo restrito ao público abasta-

do. O design simples associado a mate-riais como a baquelita baratearam osequipamentos, que, a partir de então,multiplicaram-se cada vez mais: em umaúnica década, foram fabricadas 250 milcâmaras Leika M3.

No início da década de 50 a empresalançou o tablóide Novidades Fotoptica,referência para profissionais e amadores.O sucesso foi tão grande que, em poucotempo, o jornal mudou de formato e pas-

sou a se chamar Revista da Fotoptica, aprimeira revista de fotografia do Brasil aatingir o mercado internacional.

Assim como a fotografia, a óptica tam-bém evoluía: o plástico invadiu o mer-cado de armações. Nos anos 70, a Fo-toptica continuava a crescer e inaugu-rou a loja do Shopping Center Iguatemi.Na década de 80, espalhou quiosquesde revelação de filmes por toda a cida-de de São Paulo: em menos de um ano,eles chegaram a 250. Em 1984, os quios-ques foram embora e a tecnologia en-

Uma história de vanguardatrou de vez nas lojas, equipadas commodernos laboratórios para oferecerrevelação rápida de filmes.

Em 1997, toda a rede já estava aptaa aviar receitas de óculos em até umahora e a empresa decidiu investir namodernização e padronização de suasunidades seguindo a linha revolucio-nária de exposição ampla dos produ-tos e auto-atendimento.

Neste mesmo ano, deixou de ser

uma empresa familiar: sob o coman-do do Brazil Private Equity Fund L.P.,transformou-se na maior rede de fo-tografia e óptica do Brasil.

Em 2001, a empresa lançou o pri-meiro minilaboratório digital do Bra-sil e introduziu no mercado os servi-ços de fotografia digital, que agora,em 2004, ganham reforço com a re-formulação deste site, que traz a maismoderna – e exclusiva – tecnologiapara impressão de fotografias digitaispela internet.

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Outubro 2005 – Empreendedor – 51

por meio das teleclínicas; consultoriarigorosa em técnica e estética; fortale-cimento da comunicação visual dentrodas lojas e campanhas de marketing demassa são as ferramentas diversas usa-das pelas estratégias de Janikian.

Migrar idéias de outros setores,como as coleções sazonais – que vie-ram importadas da indústria têxtil –, éuma das maneiras de usar bem a mar-ca. Sugerir a aposentadoria de óculosmuito usados, lembrar aos consumido-res que o mercado está em movimen-to, as tendências mudam e é precisoadequar aparência a novos produtos fazparte desse esforço continuado de lutapelo movimento. Lançar a primeira len-te de contato com marca própria, aVision, no Brasil, é uma inovação quetambém faz diferença.

Com a Vision, a emprersa passou aconcorrer em um mercado que movi-menta anualmente cerca de R$ 150 mi-lhões. Principal revendedora de lentes decontato do Brasil, com 10% do total co-mercializado por ano, a Fotoptica esperaaumentar suas vendas em 20% com anovidade. Para Janikian, esta é uma ex-celente oportunidade para investir emnovos negócios. “Buscamos sempre ino-var e, ao mesmo tempo, oferecer produ-tos de excelente qualidade e preços con-vidativos aos clientes”, diz. Além disso,de acordo com Janikian, com o lança-mento da linha Fotoptica Vision, a em-presa prevê conquistar novos usuáriospara a categoria de lentes de contato.

Dados do IBGE (Instituto Brasilei-ro de Geografia e Estatística) mostram

que, atualmente, cerca de 100 milhõesde brasileiros apresentam alguma for-ma de deficiência visual, como miopiae hipermetropia, que pode ser corrigi-da por meio de cirurgia, óculos de grauou lentes de contato. Deste total, 16%optam pelo uso das lentes. Embora essaparticipação ainda seja pequena, pes-quisas realizadas pela Fotoptica apon-tam que 74% dos usuários exclusivosde óculos declaram-se propensos aouso de lentes de contato. O principalentrave para a compra, no entanto, é oalto custo do produto. Qual a ação paraenfrentar essa barreira? Um valor 10%inferior aos produtos mais em conta queexistem no mercado.

Hoje Janikian se sente contamina-do pelo movimento que ajudou a im-plementar na empresa. Nem sempreele acorda com vontade de virar gar-çom, mas fatalmente começa o diapensando em como manter a petecano ar sem perder o bom humor nem agentileza no trato, marca de sua per-sonalidade, que deveria ser obrigató-ria em toda liderança.

Balanço deuma estratégia

É importante recuperar a trajetóriade Fernando Janikian, já conhecida nomercado graças ao sucesso alcança-do. Ele foi contratado, em maio de2000, para fazer uma reestruturaçãoda área financeira e administrativa,adotar práticas para um maior con-trole no gerenciamento e uma organi-zação conjunta e alinhada, acompa-nhando a sua evolução. Depois de trêsanos como diretor financeiro, ele pas-sou à posição de presidente.

Uma das principais estratégiasadotadas por Janikian para a rees-truturação da empresa foi garantir ocomprometimento de todos os seuscolaboradores. Foi ele quem decidiutransformar a empresa em uma redede franquias, em 2001. Já no início,fornecia estudos de viabilidade aospretendentes a franqueados, fazendouma análise detalhada sobre a regiãode interesse para implantação denovas unidades. Isso incluía a identi-ficação e qualificação do fluxo depessoas, dos pontos comerciais, dosconcorrentes diretos e indiretos e dopotencial do negócio.

Janikian também criou duas ferra-mentas para auxiliar os franqueadosna gestão do negócio e na gestão daqualidade e dos resultados. A primei-ra delas apura dados mensais de trá-fego, aproveitamento das vendas, for-mas de pagamento, dias e horáriosde maior fluxo, faixa etária do públicoe composição de vendas. A segundaprevê a realização de visitas técnicasnas lojas para avaliar a equipe de aten-dimento, laboratório óptico e de fo-tografia, loja, comunicação visual, ex-posição de produtos, gerenciamentofinanceiro e de recursos humanos. Apartir das informações coletadas épossível desenvolver estratégias paramelhorar o desempenho do franque-ado. A pesquisa serve também paranortear os investimentos e saber quetipo de ação promocional deu maiscerto e qual é o gosto e os hábitosdos clientes e consumidores em ge-ral. “Os indicadores de performancenos permitem aferir rapidamentequando e onde é necessário agir.”

Nome: Fernando JanikianIdade: 39 anosLocal de nascimento: São Paulo (SP)Formação: Administração deEmpresasEmpresa: FotopticaRamo de atuação: rede defotografia e ópticaAno de fundação: 1920Cidade-sede: São Paulo (SP)Faturamento: R$ 100 milhões

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Pequenas NotáveisEdição: Alexandre Gonçalves [email protected]

RESULTADO

Pesquisa aponta melhor participação depequenas empresas nas exportações

Tipo exportação: as pequenas indústrias de calçados de São JoãoBatista (SC) são exemplo de como os Arranjos Produtivos Locaiscontribuem para aumentar as chances de entrar no mercado externo

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As micro e pequenas empresas in-dustriais exportaram 22,6% a mais em2004 em comparação com o desempe-nho obtido em 2003. É o que mostra apesquisa As Micro e Pequenas Empre-sas na Exportação Brasileira – Brasil eEstados – 1998/2004, divulgada peloSebrae e pela Fundação Centro de Es-tudos do Comércio Exterior (Funcex).Para o economista-chefe da Funcex,Fernando Ribeiro, o desempenho dasmicro e pequenas empresas nas expor-tações tem tudo para ser ainda maiornos próximos anos. Na avaliação dele,um dos fatores que pode contribuir paraisso é a aprovação da Lei Geral das Mi-cro e Pequenas Empresas (leia na pá-gina ao lado).“O anteprojeto da LeiGeral aponta soluções para um ambi-ente favorável às exportações das mi-cro e pequenas empresas”, analisa.

O diretor-técnico do Sebrae Na-cional, Luiz Carlos Barboza, diz queo apoio aos Arranjos Produtivos Lo-cais (APL) é uma das ações que a en-tidade vem desenvolvendo como for-ma de ampliar a participação das mi-cro e pequenas empresas nos núme-ros das exportações. “A experiênciamostra que, em diversos setores, háum desempenho significativo tantona produção quanto nas vendas in-ternas e externas de um grupo deempresas quando estão reunidas emAPL”, disse Barboza. Como exem-plo dessa estratégia, Barboza cita ocaso dos calçadistas da cidade de SãoJoão Batista, em Santa Catarina. “Lá,cerca de 80% das empresas que ex-portam se utilizam da produção deoutras pequenas para incrementar asua própria produção.”

Principaisresultadosda pesquisa

17.973 empresas de todos os portesexportaram um total deUS$ 96,5 bilhões em 2004.

681 empresas exportaram pelaprimeira vez; desse total, 345 erammicro e pequenas empresas.

O aumento do valor médio anualexportado por empresa passou deUS$ 213,3 mil para US$ 248,1 mil;desse total, empresas de pequenoporte atingiram melhor desempenho,com crescimento de 15,1%.

Cerca de dois terços dasmicroempresas exportadorasrealizaram exportações inferiores aUS$ 50 mil; menos de 20% do totaldas microempresas exportaram entreUS$ 100 mil e US$ 300 mil.

Em relação às pequenas empresas,52,6% do volume total deexportações em 2004 concentraram-se em 12% das empresas, comexportações entre US$ 1 milhão e US$2,5 milhões.

Houve forte concentração deempresas (28%) em uma faixaintermediária de exportação, entreUS$ 100 mil e US$ 500 mil,responsáveis por quase 20% dasexportações desse segmento em 2004.

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Outubro 2005 – Empreendedor – 53

O espaço da micro e pequena empresa

LEI GERAL DAS MPES

Cresce mobilização pelaaprovação do anteprojeto

Até a última semana de setembro,mais de 64 mil pessoas já haviam re-gistrado apoio formal, por meio deabaixo-assinados e pela internet, àaprovação do anteprojeto da Lei Ge-ral das Micro e Pequenas Empresas.A coleta dos apoios está sendo reali-zada pelo Sistema Sebrae em parce-ria com entidades ligadas à classeempresarial e é parte da mobilizaçãonacional comandada pela FrenteEmpresarial, que luta pela aprovaçãoda lei ainda neste ano. Até o final deoutubro, a meta é alcançar a marcade 200 mil assinaturas em todo opaís. E, para que isso possa ocorrer,o Sebrae está disponibilizando no sitewww.sebrae.com.br um sistema deadesão à lei por meio eletrônico.

Nunca é demais lembrar a im-portância da Lei Geral para o desen-volvimento das micro e pequenasempresas. Elaborado pelo Sebrae

Ponto alto: manifestação realizada em Brasília no dia 8 de junho desteano reuniu milhares de empresários de todo o país como prova deforça da mobilização pela Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas

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O XI Congresso Nacional de Jo-vens Lideranças Empresariais, realiza-do de 15 a 17 de se-tembro em Fortale-za, superou as ex-pectativas dos orga-nizadores, entre osquais a Confedera-ção Nacional de Jo-vens Empresários(Conaje), e reuniucerca de 1.500 pes-soas para debaterquestões relaciona-das ao tema centraldo evento, “O Brasilque dá certo”. Fo-ram abordados, atra-vés de palestras epainéis, assuntos dointeresse do jovem empresário em seg-mentos como agroindústria, esporte,turismo, negócios internacionais, po-lítica e marketing.

“O congresso serviu para mostrarà população que existe um Brasil quedá certo e que esse Brasil está muitomais próximo da gente do que imagi-namos. Quebramos recordes de Es-tados presentes e de participantes vin-dos de outros Estados. Acho que issomensura de forma positiva o resulta-do para a Conaje”, comentou o presi-dente da entidade, Doreni CaramoriJúnior (foto).

No ano que vem, o XII Congres-so Nacional de Jovens LiderançasEmpresariais será realizado em agos-to, em Florianópolis, e terá como tema“Um show de competência – talentodos empreendedores”.

JOVENS EMPRESÁRIOS

Participação emcongresso superaexpectativas

com base em reivindicações do seg-mento, o anteprojeto da lei quer as-segurar um ambiente favorável aospequenos negócios com propostascomo a unificação da arrecadação detributos e a criação do Simples Ge-ral, em substituição ao atual Simples,que aumentaria o teto da receita brutaanual das empresas para inclusão nosistema: o teto das microempresaspassaria de R$ 120 mil para R$ 480mil; e o das pequenas empresas, deR$ 1,2 milhão para R$ 3,6 milhões.

Atualmente, o anteprojeto en-contra-se em análise técnica pelogoverno federal. Finalizada essa eta-pa, há possibilidade de que ele sejaencaminhado ao Congresso Nacio-nal ou por meio de projeto de leicomplementar, ou em forma desubstitutivo ao Projeto da Pré-Em-presa, que concede benefícios paraempreendedores informais.

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54 – Empreendedor – Outubro 2005

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Franquia Total Suplemento Especial da Revista Empreendedor – Ano V – Nº 49

já foram abertas quatro unidades fran-queadas, juntando-se às quatro pizza-rias próprias, e outras três franquea-das estão em fase de construção. Porenquanto todas em São Paulo, mas oplanejamento da rede é estar presen-te em todo o país.

“Há alguns anos já havia procurade interessados que sempre questio-navam sobre a possibilidade de umafranquia”, diz Pedro Paulo Couto, di-retor de expansão da Babbo Giovan-ni. As ações para aderir ao franchi-sing foram sendo facilmente implan-tadas, porque os cuidados e critériosde gestão adotados nas unidades que

Pizzaria com 88 anos de história abre as portas

para o futuro através da expansão em rede

Os caminhos para o sucesso sãorepletos de fatores que somados pro-porcionam os bons resultados. Napizzaria Babbo Giovanni essa somavem sendo feita há 88 anos, na capi-tal paulista, onde a tradição, a quali-dade do produto e o jeito familiar detratar os clientes fizeram com que aempresa alcançasse excelentes resul-tados nestas décadas de existência.No entanto, a natural expansão desócios na passagem da segunda para

a terceira geração dos descendentesdo fundador Giovanni Tussato e a de-dicação destes em outras profissõese negócios resultaram numa necessi-dade de profissionalização.

Na implantação da nova políticade crescimento veio a decisão de ex-pansão através do sistema de fran-quia e o lançamento ocorreu justamen-te na feira anual da Associação Brasi-leira de Franchising (ABF), em junhodeste ano. Em menos de três meses

Tradição se rendeTradição se rendeao franchising

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Franquia Total

56 – Empreendedor – Outubro 2005

As quatro unidades próprias estão si-

tuadas na capital paulistana desde 1979.

A história da Babbo Giovanni, porém,

teve início em 1917, quando Giovanni

Tussato, filho de imigrantes italianos,

trouxe ao país a receita do que se torna-

ria uma grande paixão dos brasileiros: a

pizza. Sim, foi Giovanni Tussato o res-

ponsável pela pizza no Brasil.

Os Tussatos, família de imigrantes itali-

anos que se fixaram no interior de São Pau-

lo no início do século 20, enfrentaram enor-

mes dificuldades, porém, com muita de-

terminação e duras jornadas de trabalho,

criaram os filhos, formando uma nova ge-

ração de empreendedores que, pelos seus

anseios e necessidades, partiram para a

conquista de novos espaços. Foi assim

que, saindo das plantações de café de Ri-

beirão Preto, vieram para a capital paulis-

ta e estabeleceram-se no ramo de extra-

ção de areia do Rio Tietê.

Giovanni Tussato, o mais jovem dos Tus-

existiam foram a base do traba-lho de padronização, formataçãoe manualização da rede.

A marca forte e consolidadaabriu caminho no momento quefoi divulgada a abertura de fran-quias. No total, 87 potenciaisfranqueados interessados em in-vestir no negócio de pizza apa-receram somente durante a ExpoABF. “A vantagem que a BabboGiovanni oferece ao cliente é oproduto de alta qualidade”, dizPedro Paulo.

A gestão tornou-se totalmen-te profissional, mas uma das fi-losofias do fundador seguidas atéhoje é o prazer que o cliente devesentir ao estar numa pizzaria Ba-bbo Giovanni. Na apresentação daempresa, no site e nos folhetospromocionais, há um destaque emdizer que não é fast-food, masque é ideal para quem curte co-mer uma entrada, saladas e pi-zzas com calma acompanhadasda bebida preferida.

Metas

As metas de expansão da redesão grandes. Em um prazo de 15anos, a Babbo Giovanni esperaabrir 100 pizzarias em todo opaís. No Nordeste, por exemplo,as principais cidades de interes-se são Salvador, Fortaleza e Na-tal. No Rio de Janeiro, a rede pro-cura um master franqueado quequeira abrir mais de 10 pizzariasem um prazo de 15 anos. EmSão Paulo, além das quatro ca-sas já inauguradas, outras deve-rão ainda ser abertas. Todas aspizzarias estão localizadas empontos nobres da cidade, pois opúblico da Babbo Giovanni é for-mado pelas classes A e B. Até ofinal deste ano, a expectativa éabrir mais 10 unidades.

Em setembro, o diretor deexpansão esteve em Curitiba naFeira Nacional de Franquias 2005

A saga de uma famíliasatos, conheceu Celeste e apaixonou-se

por ela. Diante da necessidade de aumen-

tar seus rendimentos para poder casar-se,

tentou outras alternativas de trabalho.

Após várias tentativas, ingressou no ramo

de panificação e rapidamente aprendeu to-

dos os segredos da especialidade, desen-

volvendo a arte de preparação de pizzas.

Era o ano de 1917 e Giovanni Tussato

tornava-se o primeiro pizzaiolo do Bra-

sil de que se tem notícia. Foi nesse ano

que Valentin e Giovanni Tussato apresen-

taram pela primeira vez a receita que

reunia na Itália famílias inteiras ao redor

da mesa e que viria a ser uma das pai-

xões do paulistano e depois do brasilei-

ro. Ganharam fama e, a partir daí, não

puderam mais interromper a trajetória

de sucesso que haviam iniciado. Incenti-

vado pela esposa Celeste, Giovanni par-

tiu para novas conquistas.

A fama e o sabor de suas “redondas”

correram a cidade e as pessoas vinham de

todos os bairros para experi-

mentá-las. Convidado pela fa-

mília Siniscalchi, Giovanni as-

sumiu a pizzaria Castelões e al-

gum tempo depois a Giroda-

no, mas seu objetivo era ter

sua própria casa. E logo con-

seguiu inaugurar (juntamente

com um sócio) a Uei Pasano.

Os filhos, já crescidos e uni-

dos pela vida e pela vocação,

conseguiram atingir seu desti-

no maior: uma casa exclusiva

da família Tussato. Eram os

anos 50 e nascia a Cantina e

Pizzaria Celeste, localizada no

Jardim Paulista, bairro da eli-

te paulistana da época. Her-

deiros da fama e da determi-

nação dos seus pais, os Tussa-

tos decidiram dar continuida-

de à sua obra e os homenage-

aram criando a Babbo Giovan-

ni, que este ano passou a ser

franqueada para todo o país.

Pedro Paulo Couto:

87 interessados

de primeira hora

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Outubro 2005 – Empreendedor – 57

A PIZZA EM NÚMEROSTaxa de franquia: R$ 30 milInvestimento em equipamentos e mobiliário: R$ 150 milVerba inicial para publicidade: R$ 50 milCapital de giro: R$ 50 milObra civil (reforma do ponto): a partir de R$ 20 milRoyalties: 4% sobre o faturamento brutoTaxa mensal de publicidade: 2% sobre o faturamento brutoFaturamento bruto: média de R$ 100 mil/mêsLucro líquido: 15% do faturamentoTempo de retorno do investimento: 24 a 36 mesesEspaço mínimo para instalação: 250m2

Linha direta: [email protected]

e a expectativa é que os contatos re-alizados resultem em 15 contratos deabertura de unidades nas cidades deCuritiba, Londrina, Maringá, PontaGrossa e Foz do Iguaçu, regiões deinteresse da rede. Pedro Paulo Coutodiz que o objetivo é espalhar a ban-deira por todo o Brasil. “O negócio épromissor porque brasileiro adora piz-

za, e pizza boa e reconhecida como ada Babbo Giovanni é algo muito difí-cil de se encontrar, especialmente forade São Paulo.”

O investimento total para abertu-ra de unidade Babbo Giovanni giraem torno de R$ 300 mil, com fatu-ramento estimado em R$ 100 mil aomês e lucro líquido de 15% sobre o

faturamento (veja quadro). As cida-des apropriadas para receber umapizzaria da rede são aquelas commais de 250 mil habitantes e o tem-po estimado para retorno do investi-mento é de 24 a 36 meses. As unida-des da rede hoje têm à escolha dosclientes mais de 60 sabores, entreoutros itens no cardápio.

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Franquia Total

58 – Empreendedor – Outubro 2005

A rede Fisk, franqueadora de es-colas de idiomas, está hoje com 920escolas da marca Fisk e PBF no Bra-sil. A história da rede é o inverso dapizzaria Babbo Giovanni, já que o iní-cio de tudo foi com licenciamento dométodo criado pelo fundador RichardH. Fisk, que veio para o Brasil em1950 apenas para fazer uma visita,mas se encantou pelo país.

Neste primeiro semestre de 2005foram abertas 28 novas escolas Fiskno Brasil. Também surgiram outrasquatro escolas na Argentina e na An-gola e duas nos Estados Unidos, to-talizando 10 unidades no mercado in-ternacional. De acordo com BrunoCaravati, vice-presidente da Funda-ção Richard H. Fisk, instituição man-tenedora das marcas Fisk e PBF, “oprocesso de expansão continua no se-gundo semestre, tanto para o Brasilcomo para o exterior”.

Esta velocidade em abrir novasunidades ocorre depois de uma mu-dança estratégica importante na rede,que foi a decisão de não abrir maisunidades próprias e explorar o mer-cado da cidade de São Paulo parafranqueados. Somente nos últimosdois anos foram inauguradas 20 uni-dades na capital paulista.

“Resolvemos focar nossas açõesnos franqueados, na rede”, conta Ca-ravati. Os planos de expansão pre-vêem mais 22 novas unidades até ofinal do ano. Nos Estados Unidos aárea de concentração é Massachu-setts: a capital, Boston, concentramilhares de moradores brasileiros, oque faz aumentar a demanda peloscursos de inglês.

Apesar das metas, o vice-presi-dente da Fundação diz que em pri-meiro lugar estão os critérios rigoro-

Uma história de encantamentosA Fisk começou em formato de franquia para depois se

consolidar como maior rede de escolas de idiomas do país

sos de escolha de um novo franquea-do. O perfil do empreendedor é estu-dado com cautela, assim como sãoexigidos alguns requisitos, como terboas noções de administração. O do-mínio total da língua inglesa não éobrigatório, mas aí outra pessoa comessa característica deve assumir afunção de coordenador pedagógico.

No ano passado a Fundação Ri-chard H. Fisk foi escolhida comofranqueadora do ano em nível nacio-nal. A instituição teve faturamento deR$ 43 milhões, com previsão de en-cerrar este ano com crescimento de16%, atingindo a marca de R$ 50milhões. (11) 5573-7000

O fundador Richard Fisk e a rede com920 escolas, que alia expansão com

escolha rigorosa dos franqueados

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Outubro 2005 – Empreendedor – 59

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Franquia Total

60 – Empreendedor – Outubro 2005

Sucesso mútuo Na relação com os donos das fran-

quias, a rede Fran’s Café tem cuidadosespeciais. São mais de 90 lojas, em SãoPaulo (capital e interior), Rio de Janei-ro, Brasília e Curitiba, todas elas comrelacionamento direto com os gestoresda empresa. Consultores visitam fre-qüentemente cada unidade e oferecemsuporte a todos os movimentos dosfranqueados. Um time de 15 pessoasqualificadas na área de franchising,nove delas diretamente ligadas às lojas,cuida para que tudo funcione.

No station, versão mais simplifica-

A Água de Cheiro aposta no aromado morango com champagne para se-duzir as mulheres com dois inova-dores e atraentes produtos da li-nha Doce Pecado: um body splashe uma loção hidratante. O bodysplash é uma deo-colônia quepode ser usada a qualquer horado dia e aplicada no corpo todo.Sua fragrância floral frutada com-bina notas de frutas vermelhas,como o morango e a framboesa,em equilíbrio com o corpo floralde gerânio, lírio do vale, rosa, jas-mim, peony e muguet. As notas

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da da franquia, que já conta com maisde 15 unidades na capital paulista, a im-portância desse processo é ainda maisvisível. “Procuramos fazer com que ofranqueado seja multiplicador, para quepossa levar adiante seu negócio comsegurança”, explica Tavares, consultorda rede para as chamadas stations. Orelacionamento da empresa com suasafiliadas é alimentado pela comissão defranqueados, que participa das decisõesde cada etapa da empresa, especialmen-te com relação a novos produtos.(11) 5056-0043/www.franscafe.com.br

Estimulação infantilUm centro de estimulação infantil

para bebês e crianças de até 5 anos:este é o conceito da rede Gymboree,que nasceu nos Estados Unidos há30 anos, está no Brasil há 4 e querchegar a todas as capitais e cidadesmais importantes do país. “Até o fi-nal de agosto, estaremos abrindo aterceira unidade em São Paulo, noShopping SP Market”, diz o master-franqueado do Brasil Felipe Morei-ra, que também possui unidades nosbairros Morumbi e Moema.

O funcionamento do centro deestimulação infantil inclui aulas de-senvolvidas especificamente paracrianças menores de 5 anos, sem-pre com estímulos focados no de-senvolvimento potencial de cada cri-ança. As aulas incluem música, ar-tes, fitness, yoga e muita diversão.Uma unidade da Gymboree requerum espaço de, no mínimo, 200m².O investimento necessário numa uni-dade é de R$ 250 mil, em média,podendo ser mais alto devido à re-forma do imóvel. A marca cobra 6%de royalties e 2% de taxa de publici-dade cobrados sobre faturamentobruto. “O retorno previsto do inves-timento é de 36 meses”, avisa o mas-ter-franqueado. 0800 77 22 787

Perfumes sensuais

Bebida mais leveA rede Bob’s, atualmente com 405

pontos-de-venda distribuídos em 23Estados brasileiros, e a Coca-Cola fi-zeram parceria para oferecer aos cli-entes a bebida Nestea. As praças do Riode Janeiro e de São Paulo já podem sa-borear sanduíches ou saladas acompa-nhados de Nestea nos sabores limão oupêssego. Nos demais Estados, o pro-duto começa a ser vendido a partir destemês. O contrato assinado entre as duasempresas garante exclusividade de Nes-tea para categoria de chás gelados. Con-sumido em 32 países, Nestea é a mar-ca que mais cresce na categoria de chás

gelados prontos para beber no país. Foilançado no Brasil em 2002. O produtoserá apresentado na embalagem de co-pos de 300ml, 500ml e 700ml. Os sa-bores exclusivos tangerina e maracujá,além das versões light, poderão serencontrados em latas em todo o país.“Essa parceria contribuirá ainda maispara fortalecer o cardápio do Bob’s. Apartir de agora estaremos oferecendoaos nossos clientes um produto de al-tíssima qualidade e que combina comtodos os nossos produtos”, diz o dire-tor de marketing, expansão e franquiasdo Bob’s, Flavio Maia. (21) 2536-7500

DIVULGAÇÃO

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Outubro 2005 – Empreendedor – 61

Por Sara Caprario [email protected]

Surf em novas praias

Posto avançadoQuem procura um negócio

franqueado de baixo investimen-to, mas seguro, deve conhecer oMatriz Serviços, correspondentebancário do HSBC, que oferecetoda assessoria para quem desejase filiar à marca e abrir uma novaagência. Segundo o gerente de mar-keting do Matriz, Darrell Marinho,o investimento inicial para abriruma franquia é de R$ 17 mil. Nes-sa estimativa de custos, estão in-cluídas a taxa de franquia, sinali-zação, móveis, hardware, softwa-re, reforma estrutural e ponto co-mercial. “O retorno vem em 18 a24 meses e o faturamento mensalmédio é de R$ 1,5 mil a R$ 2 mil,depois de um ano de negócio”,explica Marinho. Esse valor podeaumentar de acordo com o perfildo franqueado e com seu grau deenvolvimento no negócio.

Uma outra opção para o fran-queado é abrir um posto avança-do dentro de um estabelecimentocomercial já existente, como umapadaria, uma farmácia ou um mer-cadinho. Isso reduz os custos cominfra-estrutura e agrega fluxo erenda ao negócio. O Matriz temhoje 200 agências em Pernambu-co, 13 próprias e as demais no sis-tema de franquias, gerando cercade 600 empregos diretos e indire-tos. A meta é abrir mais 60 agên-cias até o fim do ano, com foco nainteriorização. O Matriz foi criadoem 1999 e já responde por 37% domarket share entre os correspon-dentes bancários. (81) 3463-2400

Lingerie na rede

Norte barra limpaA rede Limpidus, especializada em

serviços de limpeza, abriu mais umescritório regional, em Belém (Pará),que se somará aos de outras capitaisdo Brasil: São Paulo, Rio de Janeiro,Brasília, Belo Horizonte, Recife, For-taleza e Bahia. “A abertura deste es-critório em Belém e do recém-inau-gurado na Bahia são passos impor-tantes em nossa estratégia de fortale-

cimento nas regiões Norte e Nordes-te do país”, afirma Luiz Teixeira, só-cio-diretor da Limpidus. A Limpidusatende hoje mais de 1.500 clientes,entre eles Ambev, AGF, Nokia, An-drade Gutierrez, DHL, McDonalds,Localiza, Hotéis Meliá, Pepsico,Yakult Eternit, Laboratórios Delboni,entre outros. (11) 3845-8894 ouwww.limpidus.com.br

A Sul Nativo, rede de lojas de pro-dutos para surf, vai abrir a segundafranquia em Florianópolis (SC), o quemarca o plano de expansão da rede. Aloja da Lagoa da Conceição, na capitalcatarinense, com 350m2, foi a primeirafranquia aberta em janeiro de 2004.Segundo Ricardo Voltolini, sócio darede, é a maneira mais adequada para a

expansão. “Passamos a planilha de cus-tos para o franqueado e ele assumetudo, desde que mantenha a qualidadede atendimento que prezamos”, diz. ASul Nativo oferece cursos constantesde atualização e padronização do aten-dimento. Além de Santa Catarina, ameta é abrir unidades em outros Esta-dos nos próximos cinco anos. A partirde R$ 80 mil, é possível ter uma fran-quia Sul Nativo, que trabalha com re-nomadas grifes de surfwear do mer-cado. “O mercado de surfwear é mui-to forte no Brasil e esperamos o mo-mento certo para entrarmos nestanova fase, já que temos duas décadasde experiência no ramo”, explica Pe-dro Raymundo, sócio de Voltolini. Atu-almente, a Sul Nativo tem cinco lojas,sendo três em Florianópolis, uma emSão José e, a maior delas (500m2), emGaropaba. (48) 3028-2823

A franquia da loja Puket, de rou-pas íntimas e meias, já conta com noveunidades nas cidades de São Paulo,Florianópolis e Campinas. A Puketiniciou suas atividades em 1988 e,atualmente, é uma das indústrias demeias, lingerie e linha noite mais ex-pressivas do país, detentora de 8%de participação no mercado nacionalde meias. Produz um milhão de paresde meias e 150 mil peças de lingerie

por mês. Os produtos são distribuí-dos em lojas multimarcas e, desdeagosto de 2003, nas lojas franquea-das Puket. O investimento numa uni-dade da Puket varia de R$ 100 mil aR$ 150 mil, incluindo a taxa de fran-quia de R$ 25 mil. O estoque inicial,que pede um montante de R$ 30 mila R$ 50 mil, não está contabilizadoneste valor, assim como o ponto co-mercial. (11) 3838-0857

Page 62: Empreendedor 132

Franquia ABFABF

62 – Empreendedor – Outubro 2005

Marcas brasileiras são destaque noprincipal evento de franquias da Europa

Trata-se de uma iniciativa pioneirada Associação Brasileira de Franchising(ABF ) e do governo do Brasil atravésda Agência de Promoção de Exporta-ções e Investimentos (Apex). O Pavi-lhão Brasil visa apoiar a internacionali-zação das redes de franquia brasilei-ras. Nele, o visitante da feira conhece-rá 12 redes brasileiras que desejam in-gressar ou ampliar seus negócios na Es-panha. No estande da própria ABF, ovisitante poderá, também, obter maisinformações sobre o mercado brasilei-ro de franquias, que hoje ocupa a sextaposição mundial.

A Associação Brasileira de Franchising (ABF) participou da ExpoFranquicias, que foi realizada de 22 a 25 de setembro na cidade deCaracas, na Venezuela. Durante o evento, Ricardo Camargo, dire-tor executivo da entidade, fez uma palestra para empresários locaissobre o sistema de franchising brasileiro.

A participação da ABF na Expo Franquicias faz parte do projetode atuação internacional da entidade, que apóia a exportação deredes de franquia brasileiras. Segundo Ricardo Camargo, a Vene-zuela é um país que funciona como ponto de apoio para atingir aAmérica Central. “Muitas redes venezuelanas operam em Hondu-ras, na Guatemala, no Panamá, na Costa Rica e em El Salvador”, diz.

Cerca de 60 empresas participaram da feira. O mercado defranquias da Venezuela tem 64% de marcas locais, conta com 332redes e aproximadamente 6.755 unidades e gera mais de 66 milempregos diretos. A maioria das empresas está concentrada naárea de serviços, mas existem boas perspectivas para os segmen-tos de vestuário, acessórios e calçados, alimentação, educação,beleza e turismo.

Grillê, China in Box, Vivenda do Ca-marão, Carmen Steffens, ShowCola-te, Golden Services, Wizard, Oceanic,Lilica Ripilica e Movimento.

A maioria das redes brasileiras es-pera conquistar parceiros na Espanhaque operem como máster-franquias, ouseja, que possam garantir a expansãodas marcas por todo o território espa-nhol. Outras, que já atuam na Espanha,desejam conquistar novos parceiros.

Segundo o diretor executivo daABF, Ricardo Camargo, o franchisingbrasileiro é reconhecido mundialmentepor sua criatividade e seu padrão dequalidade. “Várias franquias brasileirasjá operam com sucesso no México, nosEstados Unidos e diversos países daEuropa. Com esse projeto queremos fa-cilitar a ida de outras empresas brasi-leiras ao exterior”, afirma.

ABF participa de feira defranquias na Venezuela

Uma das atrações do Salón Internacional de la

Franquicia (SIF), realizado de 19 a 22 de outubro,

na cidade de Valência, Espanha, será o Pavilhão Brasil

O Salón Intenacional de la Franqui-cia é o quarto destino desse grupo deempresários, que já marcou presença noMéxico, nos Estados Unidos e em Por-tugal. Juntamente com a ABF e a Apexeles investirão cerca de US$ 565 mil emdois anos para ações de divulgação, di-fusão e inserção das marcas brasileirasno mercado externo. Nos planos do gru-po estão outros quatro eventos interna-cionais. A expectativa é fechar 2006 commais de US$ 5,3 milhões exportados.

As franquias que estarão expondosuas marcas no Pavilhão Brasil do SIFsão: Bit Company, Livraria Nobel, Bon

Ricardo Camargo, diretor executivo da ABF,em palestra realizada na Venezuela

Page 63: Empreendedor 132

Outubro 2005 – Empreendedor – 63

FRANQUIAS EM EXPANSÃO

PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treina-mento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto

WorktekNegócio: Educação & Treinamento

Telefone: (19) [email protected]

www.worktek.com.br

A Worktek Formação Profis-

sional faz parte do ProAcade-

mix, maior grupo educacional

do Brasil detentor das marcas

Wizard, Alps e Proativo. Trata-

se de uma nova modalidade de

franquias com o objetivo de

preparar o jovem para o pri-

meiro emprego ou adultos que

buscam uma recolocação no mercado de trabalho.

São mais de 30 cursos, entre eles, Office XP, Web Designer,

Digitação, Curso Técnico Administrativo (C.T.A.), Montagem e

Manutenção de Computadores, Secretariado, Operador de Te-

lemarketing, Turismo e Hotelaria, Recepcionista e Telefonista,

Marketing e Atendimento ao

Cliente.

Entre os diferenciais da

Worktek está a qualidade do

material e do método de en-

sino, além do comprometi-

mento com a recolocação que

vai além das salas de aula atra-

vés do POP, Programa de

Orientação Profissional.

Conquiste sua independência financeira!

Nº de unidades próprias e franqueadas:70Áreas de interesse:: BrasilApoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF,FI, EI, PN, AJ, FB, FL, CP, FMTaxas de Franquia: entre R$10 mile R$ 25 milInstalação da empresa: a partir deR$ 30 milCapital de giro: R$ 15 milPrazo de retorno: 36 meses

ZetsNegócio: telefonia celular e aparelhos eletrônicos

Tel: (011) 3871-8550/Fax: (011) [email protected]

www.zets.com.br

Tenha uma loja em sua mãoA Ezconet S.A. detentora da

marca Zets é uma empresa de tec-nologia e distribuição de telefoniacelular e aparelhos eletrônicos que,através de um sistema revolucioná-rio denominado “BBC” (business tobusiness to consummer) agrega novosserviços e valores a cadeia de distri-buição. Realiza a integração entre ocomércio tradicional e o comércio virtual, fornecendo soluções com-pletas de e-commerce e logística para seus parceiros.

Franquia Zets: Foi criada com a finalidade de disponibilizarpara pessoas empreendedoras a oportunidade de ter um negóciopróprio com pequeno investimento, sem custos de estoque, semriscos de crédito, sem custos e preocupação com logística. ComoFunciona: O Franqueado tem a sua disposição uma loja virtualZets/Seu Nome, para divulgação na internet, vendas direta, cata-logo, montar uma equipe de vendas, eventos, grêmio. QuaisProdutos são comercializados: Celulares e acessórios para

celulares, calculadoras, telefo-nes fixos, centrais telefônicas,acessórios para informática, ba-terias para filmadoras, bateriaspara note-book e câmeras digi-tais, pilhas, lanternas, filmespara maquina fotográfica, car-tuchos para impressoras, etc.A franquia estuda a inclusão denovos produtos.

Nº de unidades próp. e franq.: 20Áreas de interesse: BrasilApoio: PP, TR, OM, FI, MPTaxa de Franquia: R$ 5 milInstalação da empresa: R$ 1.500,00Capital de giro: R$ 5 milPrazo de retorno: 6 a 12 mesesContato: Shlomo Revi

Page 64: Empreendedor 132

FRANQUIAS EM EXPANSÃO

PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treina-mento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto

AlpsNegócio: Educação & Treinamento

Telefone: (19) [email protected]

www.alpschool.com.br

Oportunidade de sucessoRede em ampla expansão

Lançada em maio de 2001, a Alps faz

parte do grupo ProAcademix, também

detentor das marcas Wizard e

Worktek. Atualmente, ela é a rede de

franquias de idiomas que mais cresce

no Brasil, com 101 unidades espalha-

das por todo o país.

O sistema Alps de ensino conta com metodologia desenvolvi-

da nos Estados Unidos que utiliza avançadas técnicas de neurolin-

güística, em que o aluno é estimulado a desenvolver as quatro

habilidades fundamentais para se comunicar na língua inglesa:

conversação, compreensão auditiva, leitura e escrita. Assim, o

aprendizado é feito de forma natural, rápida e permanente.

A Alps conta com know-how administrativo e comercial,

através de um siste-

ma exclusivo de en-

sino, e dá assessoria

na seleção do ponto

comercial, na adequa-

ção do imóvel e na

implantação e opera-

ção da escola.

Nº de unidades próp. e franq.: 101Áreas de interesse: América Latina, EstadosUnidos, Japão, EuropaApoio: PA, PP, PO, OM, TR, FI, PNTaxas: R$ 10 mil (franquia) e R$ 12,00 porkit (publicidade)Instalação da empresa: R$ 20 mil a R$ 40 milCapital de giro: R$ 5 milPrazo de retorno: 12 a 18 mesesContato: Ivan Cardoso

Babbo Giovanni FranchisingNegócio: Pizzaria

Telefone: 11-9985-4438 [email protected]

www.babbogiovanni.com.br

Apetite por bons negócios?Rede de pizzaria no mercado des-

de 1917. Participe de um grupo de88 anos de atuação. Receba nossaexperiência na busca e escolha doponto, treinamento ao franqueado,seleção e treinamento de funcioná-rios, marketing cooperado e cen-tral de compras.

Comer pizza para nós é um ritualde prazer. Todas as nossas unidadesfuncionam à noite, servindo as mais deliciosas pizzas, feitas demaneira artesanal, recheadas com os melhores ingredientes eassadas exclusivamente em forno à lenha. Tudo na frente dos clien-tes, nossa razão de ser. Todos os alimentos são preparados naprópria cozinha do restaurante e o franqueado não depende de umabastecimento central. Os ingredientes são fornecidos por em-

presas de ponta, sempre aprova-das por nossa chefe-nutricionista.

O franqueado BABBO GIO-VANNI tem a missão de dirigirseu próprio estabelecimento,sempre preocupado com o óti-mo atendimento a seus muitosclientes. Também é responsávelpor compras, administração emarketing.

Nº de unidades: 9Área de interesse: todo o BrasilApoio: AJ, EI, FI, MP, OM, PA, PF,PM, PN, PO, PP, TR, SPTaxas: franquia R$ 30mil; royalties4%; propaganda 2%.Investimento total: R$ 300 milCapital de giro: R$ 50 milPrazo de retorno: 36 mesesContato: Pedro Paulo Couto

Page 65: Empreendedor 132

A Wizard Idiomas é a

maior rede de franquias no

segmento de ensino de idiomas* do país.

Atualmente, são 1.221 unidades no Brasil e no exterior que

geram mais de 15 mil empregos e atendem cerca de meio mi-

lhão de alunos por ano.

A Wizard dispõe de moderno currículo, material altamente

didático com proposta pedagógica para atender alunos da educa-

ção infantil, ensino fundamental, médio, superior e terceira ida-

de. Além de inglês, ensina espanhol, italiano, alemão, francês e

português para estran-

geiros. A Wizard é

também pioneira no

ensino de inglês em

Braille.

* Fonte: Associação

Brasileira de Franchi-

sing e Instituto Fran-

chising.

WizardNegócio: Educação & Treinamento

Telefone: (19) [email protected]

www.wizard.com.br

Sucessoeducacional eempresarial

Nº de unidades: 1.221 franqueadasÁreas de interesse: América Latina, EUA eEuropaApoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, FI, EI,PN, AJ, FB, FL, CP, FMTaxas de Franquia: entre R$10 mil e R$ 32 milInstalação da empresa: a partir de R$ 50 milCapital de giro: R$ 15 milPrazo de retorno: 24 a 36 meses

PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treina-mento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto

Page 66: Empreendedor 132

66 – Empreendedor – Outubro 2005

Page 67: Empreendedor 132

Outubro 2005 – Empreendedor – 67

Guia do Empreendedor

Com mais de 75 mil quilômetros demalha rodoviária, o Brasil é um paíscom grande concentração de empre-sas de transporte, que aproveitam a di-versidade de estradas (mesmo quemuitas estejam em precárias condiçõesde uso) para incrementar – ou mesmoembasar – a logística de entrega de seusprodutos. Se por um lado as opções derotas facilitam a vida do empreendedorque usa o modal rodoviário para fazernegócios de norte a sul, há quem fiqueperdido na diversidade na hora de es-colher o caminho certo.

Um dos segredos para ser bem-su-cedido no ramo está no uso das chama-das “rotas econômicas”, que não conso-mem tempo nem combustível em exces-so. Além de manter a pontualidade nasações, descobrir a rota certa pode au-mentar a vida útil da frota de veículos,uma vez que diminui a sobrecarga gera-da pelas longas distâncias. Na internetexistem vários domínios que oferecem

Atalhos econômicosServiço de mapas on-line

gerenciam rotas terrestres,

calculam gastos com

combustível e dinamizam

o atendimento via internet

mapas virtuais e outros serviços de loca-lização instantânea, sendo o Portal Map-Link o site mais visitado do gênero noBrasil, com 18 mil clientes e freqüênciamensal média de 1 milhão de acessos.

“O portal funciona para auxiliar noplanejamento, no aumento de produtivi-dade e na redução de custos para o des-locamento, desde simples viagens atéoperações complexas de transporte e lo-gística”, diz Guilherme Gomide. Cria-dor do produto, o empresário desenvol-veu, de 1996 a 1999, um CD-ROM depáginas amarelas e mapas e, em 2000,passou a divulgar o serviço de localiza-ção em forma de site. Ao acessar o en-dereço www.maplink.com.br, o inter-nauta pode ler gratuitamente notíciasde trânsito (como avisos de engarra-famentos, acidentes, trechos em obrase preços de pedágio) e localizar ende-reços. Para gerar rotas, calcular gas-tos com combustível ou táxi e obterdetalhes dos trechos a serem percorri-dos, é necessário ser assinante do ser-viço, que possui anuidades que variamde R$ 29,90 a R$ 219,00. O diferencialentre os seis planos de assinatura dis-poníveis está na quantidade de mapasque podem ser gerados, sendo os “pla-nos corporativos” os mais completosem possibilidades de consulta.

Além de pessoas físicas e microem-

presários, grandes empresas já incorpo-raram o serviço às rotinas de logística.Com uma frota de 75 caminhões, 16 car-gueiros e 120 aviões de passageiros, aVariglog é um dos exemplos de empresaque descobriu as vantagens do site. Res-ponsável pelo transporte de 25.000 tone-ladas de carga por mês – boa parte daZona Franca de Manaus –, a Variglog usao MapLink praticamente em sua totalida-de. “Meu setor é responsável pelas rotasrodoviárias e tínhamos dificuldade em se-lecionar o menor trecho com a melhorestrada e custos de pedágio reduzidos.Com o MapLink posso fazer 1.500 ma-pas por mês”, afirma Adriana da SilvaGesteira, analista de planejamento logís-tico. Segundo Adriana, as respostas àsconsultas são imediatas e o acesso ao siteé simples e rápido. “Não imagino mais omeu trabalho sem o serviço”, diz.

Uma das modificações que o Map-Link sofreu nestes cinco anos em queestá no ar foi a recente associação com oGoogle Maps, que possibilita ao usuáriodigitar o endereço que busca e, ao mesmotempo, ter acesso à vista aérea do localpesquisado. “A parceria agregou mais va-lor aos usuários gratuitos, e a nossa ex-pectativa é que a audiência aumente 15%nos próximos 3 meses”, afirma Gomide.www.maplink.com.brwww.variglog.com

FOT

OS

DIV

ULG

ÃO

Por Carol Herling [email protected]

Guilherme: localização

no MapLink ajuda no

planejamento

Variglog: trechos selecionados para 25 mil t/mês

Page 68: Empreendedor 132

Guia do Empreendedor

68 – Empreendedor – Outubro 2005

Patrocínio amigávelA Patrolink, empresa pontocom que

atua como uma central de patrocínios,lançou em seu site o serviço de calcula-dora on-line, destinado às empresas queprecisam identificar instantaneamente,com base em diversas leis de incentivo,seu potencial para investimentos em pa-trocínio. A ferramenta foi criada apósa análise de um estudo do Grupo deInstitutos, Fundações e Empresas(Gife), que apontou o desconhecimen-to da legislação como a principal causado baixo índice de patrocínios no país– apenas 5,41% das empresas com di-reito ao benefício conhecem as regras.O serviço é gratuito e voltado para cin-co áreas de interesse – esporte, meioambiente, educação, social e cultura.www.patrolink.com.br

Vale postal eletrônicoOs correios planejam lançar neste mês

o serviço de vale internacional eletrônico,que possibilitará mais agilidade para quemprecisa enviar dinheiro para outros paísesou receber valores vindos do exterior. Astransações entre os correios e as demaisinstituições que pertencem à rede interna-cional de transferências levam, atualmen-te, 26 dias pela via convencional. A pro-posta dos correios com a implantação donovo serviço é reduzir este prazo para atécinco dias úteis. Inicialmente, o vale ele-trônico estará disponível em 4 mil agên-cias em todo o território brasileiro – nú-mero que será ampliado conforme a ne-cessidade do público e a disponibilidadetecnológica. www.correios.com.br

Site da Nelore

Hotel do futuroA Perto, que atua na área de automação bancária e

auto-atendimento, lançou o PertoWebFit Multiservi-ços, um equipamento voltado para hotéis que temcomo proposta facilitar os serviços. O equipamentopermite ao hóspede com reserva feita realizar check-in e check-out na máquina sem a presença de um fun-cionário, acessar todos os gastos durante a estadia efazer o pagamento da conta com cartão de créditoou débito. O hotel também pode programar o Perto-WebFit para câmbio com euros, dólares e reais e sa-ques (desde que essas operações sejam compartilha-das por vários bancos nacionais e internacionais) etambém acrescentar softwares com sites de shows,cinemas, companhias aéreas e bancos para reservasou compras on-line. www.perto.com.br

A Associação Paulista dos Cri-adores de Gado Nelore (APCN)reformulou seu website e trazpara os internautas novos links einformações sobre a raça nelore,uma das mais valorizadas no mer-cado. Além da modificação dolayout, o site divulga assuntos deinteresse dos pecuaristas brasilei-ros, como resultados dos rankingspaulista e nacional em exposições

do setor, agenda de eventos, notí-cias do agribusiness, informaçõessobre criadores e também servi-ços como previsão do tempo e co-tações de mercado atualizadas. Oobjetivo da APCN com esta ação épromover a integração entre oscriadores nacionais e fortalecer aAssociação dos Criadores de Ne-lore do Brasil (ACNB).www.nelorepaulista.com.br

FOTOS DIVULGAÇÃO

Page 69: Empreendedor 132

Outubro 2005 – Empreendedor – 69

Produtos & Serviços

Projetado para o uso em centros de armazenagem comcorredores estreitos e o transporte de cargas para locais al-tos, a empilhadeira retrátil R 17B BR!, da Linde,pode elevar cargas em até 11,525m. Derivada deum similar alemão, a empilhadeira foi completa-mente adaptada às condições dos armazéns brasi-leiros e tem capacidade para 1.700kg.

Entre os diferenciais do produto estão o freioregenerativo, o controlador de elevação e o usode eletricidade para o funcionamento. O equipa-mento pode ser incrementado com opcionais,como altímetro e pré-selecionador de altura di-gitais e indicador de posição da roda de tração.www.lindeempilhadeiras.com.br

Vivo mais velozA operadora de telefonia móvel

Vivo, que conta hoje com 28 milhõesde clientes em todo o Brasil, aumen-tou sua velocidade de conexão à inter-net com o lançamento do serviço VivoZap. A novidade permite ao usuárioacessar a internet em banda larga, dequalquer lugar dentro da área de co-bertura CDMA, sem ter uma rede fixa,precisando apenas de um laptop ouPDA com placa PCMCIA ou de umcelular Vivo compatível com o serviçoe com o cabo de conexão. “Temos

exemplos variados de utilização do VivoZap, como fotógrafos profissionais quetransmitem imagens direto dos está-dios de futebol e também de fa-zendeiros que realizam consul-tas de valor de grãos e cota-ções direto do campo”, diz Cle-nir Wengenowicz, diretora da Re-gional Sul Vivo. Entre as vantagensdo serviço estão os chamados “planosde navegação”, em que o usuário pagaapenas pela quantidade de dados queutilizar. www.vivo.com.br

Por Carol Herling [email protected]

Mobilidade em espaços restritosSPC para omercado imobiliário

As imobiliárias de todo o Brasilpassam a contar com um sistemaon-line de proteção ao crédito, oImobCred, que coloca na internetos dados de compradores e corre-tores de imóveis. Ao acessar o site,a imobiliária poderá verificar pre-viamente se existe alguma restriçãode crédito de qualquer natureza,bastando apenas informar o núme-ro de CPF da pessoa. Conectadoaos principais bancos de dadosnacionais, o ImobCred também aju-da a evitar práticas lesivas ao seg-mento imobiliário, como golpes,fraudes, falsificações e assaltos.www.imobcred.com.br

Climatização reguladaA Newtork lançou, durante a últi-

ma edição da Febrava, dois sistemasflexíveis de climatização destinadosa grandes ambientes – inéditosno mercado nacional – e quereceberam o Selo DestaqueInovação do evento. O NewtorkDownflow, indicado para utili-zação em escritórios e prédiospúblicos por economizar espa-ço vertical, insufla o ar pelopiso e funciona com um siste-ma de difusores que distribu-em o ar nos ambientes de acor-

do com a necessidade captada porsensores. Já o Newtork Upflow, de-senvolvido para hospitais, foi adota-

do pelo Hospital 9 de Julhoe é ideal, segundo o fabri-cante, para ambientes comoUTIs. Com evaporadoresembutidos no teto, o produ-to permite a regulagem datemperatura por controle re-moto, bem como a renova-ção de ar e o resfriamentoou aquecimento do [email protected]

Page 70: Empreendedor 132

Do Lado da LeiGuia do Empreendedor

70 – Empreendedor – Outubro 2005

Marcos Sant’Anna Bitelli

Advogado(11) 3871- 0269

DIV

ULG

ÃO

Diante da desastrosa experiênciahistórica do país com inflação galopan-te e planos econômicos, como fica umaquestão sempre presente nos contra-tos utilizados pelas empresas ou mes-mo por pessoas físicas, a da indexaçãode obrigações pecuniárias que vencemno médio e longo prazo? Elas costu-mam ser ajustadas em prestações peri-ódicas, como aluguéis, empréstimos,aquisição de imóveis, contratos de pres-tação de serviços e tudo mais.

Normalmente se ajusta cláusula decorreção monetária, que nada mais édo que o acertamento do valor absolu-to de um crédito, ao poder aquisitivoda moeda no momento da liquidaçãoda obrigação. Desse modo, diante daexperiência, as questões mais tormen-tosas são o ajustamento da periodici-dade do reajuste e o índice inflacioná-rio a ser escolhido.

Quanto à periodicidade, tem se cum-prido a regra de que as obrigações pe-cuniárias devem ser corrigidas em pe-riodicidade não-inferior a um ano, ain-da que se possa defender a periodici-dade menor se aceita por ambas as par-tes. No mercado imobiliário se admitea antecipação das diferenças da corre-ção monetária junto com o mês com-petência, ou o pagamento do resíduoinflacionário a cada doze meses.

Acontece que há alguns meses cer-tos índices de medição inflacionária sãonegativos, ou seja, menor do que zero.Uns dizem tratar-se de estabilidade eco-nômica, de “blindagem” da economia.

Deflação, o nomepróprio da recessãoOs fundamentos da economia vão bem, mas

a empregabilidade e o sucesso do pequeno

e médio empreendedor vão muito mal

Prefiro dizer, recessão mesmo. Reces-são, contudo, diferente, em que os fun-damentos da economia vão bem, comose diz, e o elementar, que é a emprega-bilidade e o sucesso do pequeno e mé-dio empreendedor, vão muito mal.

Com isso, torna-se importante no-tar que vários contratos não contêmmais cláusulas que vedem a incidên-cia de aplicação de “deflação” sobreo valor das obrigações e, portanto,muitos pagamentos não-acertadospontualmente podem ser honradospela incidência da cláusula de corre-ção monetária em valor menor do queo nominal.

Alguns recomendam tornar aoscontratos a cláusula de vedação de re-dução do valor nominal. Todavia, aquestão é controversa, pois, de outrolado, outros poderão dizer que o con-trato perderia seu equilíbrio ao permi-tir que, em favor do credor, o valornominal seja “majorado” e “reduzido”.No entanto, isso não é apenas o pro-blema. Note-se que, de anos para cá,tem sido praxe utilizar os índices daFundação Getúlio Vargas, que histori-camente retratavam percentuais maiselevados de correção monetária. Issose deve ao fato de que a estrutura decomposição do IGP leva em conta pri-oritariamente os preços no atacado, emseguida os preços ao consumidor euma parte menor com base nos preçosda construção civil.

O mercado de atacado é o que temmais relação com a variação cambi-

al. Como o dólar anda de lado hámuito tempo, atualmente os outrosíndices, como IPCA, do IBGE, têmmais adequadamente retratado a per-da do poder aquisitivo da moeda (ousua variação).

Muitos fornecedores e credoresagora estão na dúvida se migram ounão de índices; nesse braço-de-ferroacaba prevalecendo a “lei do mais for-te”. Portanto, é necessário muito cui-dado ao se pactuar condições de cor-reção monetária.

No que diz respeito à deflação, éinteressante tentar arbitrar se há inci-dência de deflação ou não e a partir deque periodicidade; quanto aos índices,tentar encontrar aquele que melhor seassemelhe ao tipo de negócio do em-preendedor em relação ao seu credorou devedor.

De qualquer maneira, nas presta-ções periódicas, como parcelamento,aluguéis, contratos de prestação deserviços, remuneração de licenças,entre outros exemplos, é importanteque se combine a não-incidência dedeflação em períodos curtos, porqueos índices negativos podem ser anu-lados pelos positivos no médio prazo,mas no curto prazo podem significarperda instantânea da íntegra do valordo principal.

Page 71: Empreendedor 132

Outubro 2005 – Empreendedor – 71

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Guia do Empreendedor

72 – Empreendedor – Outubro 2005

Por ser um nicho de leitores capi-talizados, que dispõem de recursospara investir em leitura proveitosa, aliteratura de negócios se encontra emfranca expansão. A extrema comple-xidade dos negócios, sempre em mu-tação e ao mesmo tempo ancoradosem experiências de sucesso, costuma

produzir um efeito devastador. Hámuito livro descartável, com capas etítulos apelativos, tentando atrair quemnão dispõe de muito tempo para ler eprecisa de respostas rápidas. Só queesse processo já dura mais de umadécada e o público-alvo já está escal-dado. Por isso, é de merecido desta-que a produção de autores como Ro-berto Adami Tranjan, um especialistaque, nas suas intervenções, costumaacertar na mosca.

Aparentemente, Tranjan segue ocurso conhecido, de abordar temas re-

A trilha do equilíbrioRecursos da ficção levam o leitor para o caminho da

descoberta no mundo complicado dos negócios

A idéia básica do livro é: enquantoos empreendedores tomam conta deuma idéia, os zen-empreendedores dei-xam que uma idéia tome conta deles.A partir disso, “Espírito de dragão”apresenta pensamentos inovadores arespeito de liderança, administração,empreendedorismo, marketing e su-cesso. Pretende ser uma revisão so-bre os vícios do mundo dos negócioscom uma proposta de mudança base-ada na sabedoria antiga e em visõesde vanguarda. Para ilustrar o conceitode zen-empreendedorismo, os autoresutilizam o símbolo do dragão a fim demostrar como os zen-empreendedo-res, assim como os dragões, têm opoder de libertar seu verdadeiro po-

correntes e com apelos muito explo-rados, como acenar com caminhospara o sucesso. Mas, em seu texto,existe uma diferença fundamental: nolugar de trilhar a senda da redundân-cia e da tautologia, muito comuns nessaárea, ele procura dar o salto necesáriopara que sua produção seja realmenteimprescindível. Quando lançou “Me-tanóia”, em que aborda a tomada dedecisão que muda radicalmente a vidade um empreendedor, ou “Não durmano ponto”, em que apresenta várioscases de empresas nacionais, Tranjanjá tinha demonstrado sua competên-cia. Neste novo lançamento, ele usaos recursos da ficção, como fez em“Metanóia”, para levar o leitor a umaconfluência de contradições e de láextrair lições práticas e iluminadorasde como sair do impasse.

Por ser um autor sério, Tranjan nãocai na tentação de posar de guru dosnegócios, pois sabe como ninguém oquanto uma pessoa envolvida num em-preendimento conhece do seu mercadoe de suas funções. Ele não faz o leitorperder tempo com obviedades, auxilia-

Pegadas – Descubra por que fazer a travessiatraz abundância nos negócios e na vidaRoberto Adami TranjanEditora Gente – 220 páginas – R$ 34,90

tencial e realizar inúmeras mudançase transformações na vida. Os autoresRon Rubin e Stuart Avery Gold ensi-nam que, ao deixar de lado o objetivoda participação de mercado, provoca-mos o processo orgânico de compar-tilhar pensamentos e, assim, atingimos

Zen contra os vícios

uma consciência coletiva em que a fi-losofia de vida dos zen-empreendedo-res incorpora a filosofia dos negócios.Por possuírem o poder da mudança,eles percebem que são um só comseus sonhos e com sua natureza —sua força criativa e espiritual.

Espírito de dragão(Dragon spirit: how to self-market your dream)

Ron Rubin e Stuart Avery Gold(tradução de Luciana di Tota Boni)

Editora Tecmedd, selo Novo Conceito160 páginas – R$ 29,90

Page 73: Empreendedor 132

Outubro 2005 – Empreendedor – 73

Leitura

Na disputa por uma posição de ge-rente ou executivo em um mundo glo-balizado, diploma e segundo idiomadeixaram de ser vantagens competiti-vas. Este livro ensina aos leitores comose preparar para uma entrevista deemprego e se posicionar diante do en-trevistador para obter o alto cargo al-mejado. O conteúdo traz a opinião deconsultores de executivos a fim de es-tabelecer perfis de líderes que fazemtoda a diferença na hora da seleção.

Sharon Voros entrevistou 150 dosmelhores consultores que forneceramestratégias e táticas específicas utiliza-das para avaliar o perfil de líder em ge-rentes e executivos. Para isso, ela sele-cionou os comentários e conceitos fun-

Glaucia é advogada, mestre emDireito e Economia, pós-graduadaem Direito e Processo do Trabalhoe professora de cursos de gradua-ção e pós-graduação em Direito doTrabalho. A idéia do livro é levar aoconhecimento de advogados, estu-dantes de Direito e leigos as leis e aimportância da inserção de defici-entes físicos no mercado de traba-lho. A análise é feita a partir da com-paração de outros países e das nor-mas da OIT. E a conclusão da auto-ra é que há necessidade de mudan-ças nas normas do Brasil.

Revela Glaucia: “No Brasil, os da-dos mais recentes a que tivemosacesso foram os publicados pela

o na busca de soluções, ao mesmo tem-po que o envolve com um texto insti-gante. Os recursos da ficção são usa-dos para deixar claro seu recado, e nãopara embalar e alienar o leitor. É umademonstração da força do autor em re-lação aos instrumentos que usa, as pa-lavras. Cada frase (curta, a maioria dasvezes, mas jamais repetitiva ou monó-tona) tem a densidade de uma máxima:“No fundo, Hilário aprecia mesmo osbenefícios, mas detesta os sacrifícios”.Ou: “O ingrediente mágico das equipesé a confiança, que se ganha com a ver-dade e a integridade”.

Assim ele vai contando a históriade dois empreendedores, amigos da ju-ventude, que estão diante do desafiode fazer a travessia para descobrir osignificado da vida no trabalho. A vidanão faz graça com ninguém. Não é la-mentando ou desistindo que as solu-ções vão aparecer. É agarrando o tou-ro à unha, mas de que maneira? Qualo segredo? Tranjan traz algumas res-postas, todas embasadas em sólidoaparato conceitual e com o talento dosescritores de verdade.

Conquiste aquela vaga

damentais que melhor demonstravamo que procuram os responsáveis pelaseleção de profissionais para altos car-gos em organizações. Algumas certe-zas: a habilidade da comunicação é omais importante para ocupar um cargode líder; carisma, por despertar o en-tusiasmo e estar diretamente relaciona-do à autoconfiança de um executivo eao interesse em outras pessoas, nãotem mais tanto valor; a adequação à cul-

Como contratar pessoas especiaisOrganização Mundial de Saúde (OMS),em 1999, que indicam a existência de16 milhões de pessoas portadoras dedeficiência (cerca de 10% do total dapopulação), e os dados do Censo 2000,que revelam a existência de 24,5 mi-lhões de portadores de deficiência nopaís (14,5% do total da população).Estima-se que, do total das pessoasportadoras de deficiência, 9 milhõesencontram-se em idade de trabalhar,mas apenas 1 milhão delas trabalhamformal ou informalmente.”

tura da empresa é, também, um aspec-to positivo para este perfil de profissi-onal, pois a capacidade de reconheceras regras básicas de comportamento daorganização e agir de acordo com elasé fundamental para o modo como umexecutivo é percebido e respeitado.

Como conquistar uma ótima posição degerente ou executivo... e dar um salto

importante em sua vida profissionalSharon Voros – M. Books210 páginas – R$ 49,00

A inserção do portador de deficiênciano mercado de trabalho –

A efetividade das leis brasileirasGlaucia Gomes Vergara Lopes

Editora LTr – R$ 30,00

Por Nei Duclós [email protected]

Page 74: Empreendedor 132

1

A Serasa figura entre as

melhores desde 1999 e

em 2005 foi eleita a

7ª melhor empresa

para se trabalhar no

Brasil e a 2ª melhor

para a mulher trabalhar

Informação e Crédito

Excelente para se trabalhar

Serasa é a 7ª na lista dasmelhores empresas para setrabalhar no Brasil, entre488 empresas concorren-

tes, de acordo com classificação doGreat Place to Work Institute para oGuia Exame e a revista Você S/A,conforme premiação realizada em se-tembro pela editora Abril, em São Pau-lo. O Guia Exame e a Você S/A tam-bém deram à Serasa o prêmio de 2ªmelhor empresa para a mulher traba-lhar no Brasil. Desde 1999 a Serasafigura consecutivamente no Guia Exa-me como uma das melhores empre-sas para se trabalhar.

“O reconhecimento é conseqüên-cia de um modelo de gestão em quetodos os que trabalham na Serasa sãoestratégicos. Por isso, a Serasa in-veste na qualidade de vida de seus pro-fissionais, contemplando seu bem-estar profissional, físico, social, ma-terial e espiritual”, afirma o presiden-te Elcio Anibal de Lucca.

“Esse destaque reflete a coerên-cia da Serasa em sua atuação comoempresa cidadã, cujos beneficiáriosmais imediatos são os seus profissio-nais, ao mesmo tempo em que sãotambém agentes dessa atuação, umavez que a Serasa somos todos nós,que trabalhamos na empresa”, come-mora Elcio Anibal de Lucca.

A

Em 2004, a empresa, que temhoje cerca de 2.100 profissionais, dosquais 51% são mulheres, também foiescolhida pelo Great Place to WorkInstitute para inaugurar a inédita listadas 100 Melhores Empresas para Tra-balhar na América Latina. Ainda noano passado, foi eleita, pelo segundoano consecutivo, uma das melhoresempresas para a mulher trabalhar noBrasil, segundo as revistas Exame eVocê S/A, da Editora Abril, ficandoentre as dez primeiras colocadas.

As práticas de qualidade de vidana Serasa, para o bem-estar de todoSer Serasa – forma como são chama-dos os profissionais da empresa –, co-meçam pelo cuidado criterioso como ambiente de trabalho, desde os jar-dins com música ambiente e espa-ços para convivência, meditação,

AD

RIE

L C

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oração e passeios, passando pela er-gonomia, até a Promoção da Saúde,que inclui programas antitabagismo,Vigilantes do Peso e Saúde da Mu-lher, além de outros.

Para promover o crescimento pes-soal e profissional do Ser Serasa, aEscola Serasa oferece cursos de ensi-no médio, graduação em Administra-ção de Empresas – com campus naprópria sede –, MBA, escola de músi-ca, coral, um centro de conhecimen-to, entre outras iniciativas afins.

O incentivo e o apoio para o vo-luntariado, como prática que contribuipara a satisfação e realização pessoaldo Ser Serasa, é outro aspecto bastan-te significativo na cultura organizacio-nal da empresa. Pesquisas internas naSerasa mostram elevado nível de satis-fação dos profissionais, de 93%.

Tales Alvarenga, diretor editorial de Veja e Exame, que fez a entrega

do troféu à Serasa, ao lado do diretor de desenvolvimento humano,

Milton Pereira; da superintendente de dinâmica de mercado, Marina

Rutter; e do presidente, Elcio Anibal de Lucca

Page 75: Empreendedor 132

2

A Serasa, maior empresa do Bra-sil em pesquisas, informações e aná-lises econômico-financeiras paraapoiar decisões de crédito e negó-cios e referência mundial no seg-mento, é reconhecida pelo seumodelo de excelência em gestão.Foi a primeira organização brasilei-ra a conquistar, em 1995, o Prê-mio Nacional da Qualidade. Em2000, tornou-se a primeira empre-sa a receber o PNQ pela segundavez. Também foi a primeira empre-sa a receber o reconhecimento in-ternacional do Prêmio Ibero-Ame-

Gestão premiadaricano da Qualidade, em 2002.

Comprometida com a cidadaniaempresarial, a ação da Serasa funda-menta-se em princípios éticos e so-ciais de valorização do ser humano eno compromisso com a construção deuma sociedade que harmonize as re-alizações econômicas com a preser-vação do meio ambiente. Oferece nascapitais e principais cidades do país oServiço Serasa Gratuito de Orienta-ção ao Cidadão, por meio do qual aspessoas têm acesso a todas as infor-mações necessárias para regularizaçãode pendências financeiras.

GREAT PLACE TO WORK

O Great Place to Work rea-liza, há 25 anos, pesquisas emoutros 24 países nas Américas,Europa e Ásia, o equivalentea um universo de mais de 10milhões de funcionários emtodo o mundo, em mais de5.000 empresas, o que o tor-na uma referência mundial dequalidade no ambiente de tra-balho. O seu objetivo é avali-ar o grau de confiança exis-tente no ambiente de traba-lho e melhorar a qualidade dasrelações entre as pessoas.

O Programa Serasa de Saúde da Mu-lher foi reconhecido com o Prêmio Topde RH ADVB 2005. As mulheres são51% dos mais de 2 mil profissionaisda Serasa e, como a empresa está ins-talada em todo o Brasil, com agênciasem todas as capitais e principais cida-des do país, desenvolve o programaem âmbito nacional.

O objetivo do programa é esti-mular o envolvimento das Ser Se-rasa em programas de educação e

Programa Saúde da Mulher é Topprevenção das doenças femininas demaior prevalência, entre elas desta-camos: câncer de mama e colo uteri-no, osteoporose e tensão pré-mens-trual (TPM).

Por meio do programa, a empresavisa realizar diagnósticos precoces; es-clarecer dúvidas relativas à saúde;prestar tratamento imediato quandoda ocorrência de agravos à saúde; pro-porcionar segurança, rapidez, confor-to e praticidade à Ser Serasa que de-

sejar atendimento ginecológico; e,dessa forma, diminuir os problemasde saúde na área de ginecologia eobstetrícia.

O programa envolve uma equipemultidisciplinar de profissionais,como ginecologista, clínico geral,fonoaudiólogo, fisioterapeuta, acu-punturista, dentistas, enfermeiros,nutricionista e psicólogo. Em 2004,realizou 738 atendimentos, e, atéjunho de 2005, já foram 454.

RO

SAN

A M

OM

I

Na festa da premiação,

da esquerda para a

direita, Elcio Trajano Jr.,

gerente de

planejamento de

pessoas; Elizia

Capanema, analista de

desenvolvimento

humano; os médicos Luis

Fernando Rensi Cunha e

Patrícia de Oliveira, da

Promoção da Saúde;

Milton Pereira, diretor

de desenvolvimento

humano; e Mário Sérgio

Sampaio, gerente de

qualidade de vida

Page 76: Empreendedor 132

Guia do Empreendedor

76 – Empreendedor – Outubro 2005

Roberto Meurer

Consultor da Leme Investimentos e

Professor do Departamento

de Economia da UFSC

Excesso de zelo napolítica monetária

A partir de setembro de 2004 o Ban-co Central elevou os juros, num pro-cesso que, em maio de 2005, levou ameta para a taxa Selic para 19,75% aoano, patamar em que permaneceu porquatro meses. Em setembro de 2005a taxa foi reduzida para 19,5% ao ano.A idéia em se utilizar elevações da taxade juros como política de combate àinflação é reduzir a demanda, o quereduziria a capacidade das empresasde aumentar os seus preços. Essa po-lítica funciona, mas há sérias discus-sões sobre qual é a taxa que equilibrao controle da inflação com os seusefeitos negativos.

A condução da política monetáriapelos bancos centrais não é uma ta-refa trivial, porque as variáveis en-volvidas não são perfeitamente pre-visíveis, além de as relações econô-micas não serem estáticas. A base paraas tomadas de decisão são modeloseconométricos que levam em contaas inter-relações entre as variáveiseconômicas ao longo do tempo.

Um dos grandes problemas envol-vidos é a defasagem entre a adoçãoda medida e a manifestação do seuefeito. Um aumento da taxa de jurostem efeitos sobre as decisões de con-sumo das famílias e de investimentodas empresas, além de afetar a taxade câmbio e as contas do governo.

O exagero tem efeito negativo sobre a dívida

pública, que cresce desnecessariamente, além

de comprometer o crescimento da economiaDIVULGAÇÃO

As decisões de consumo e investi-mento são influenciadas por uma sé-rie de outros eventos, inclusive asexpectativas sobre o comportamentofuturo da economia, não sendo fácildistinguir as origens das variações eo tempo durante o qual as alteraçõesnos juros estão afetando os resulta-dos. Com tal complexidade e a alea-toriedade inerente ao comportamen-to de famílias, empresas, governo eo resto do mundo, necessariamenteos resultados da política econômicanão serão exatos. Por isso, o bomsenso indica que a intensidade dasmedidas de política econômica ado-tadas deverá ser menor do que o in-dicado pelo modelo econométrico,porque, caso o modelo esteja suge-rindo uma medida mais forte do quea de fato é necessária, não há neces-sidade de reverter a medida em ex-cesso sugerida inicialmente. Com issonão se gera instabilidade ao longo dotempo, porque a medida exageradaafetou as decisões e a sua reversãocausará nova alteração de comporta-mento. A conseqüência é que, váriosmeses depois, ainda estarão ocorren-do alterações desnecessárias no de-sempenho da economia. Caso a me-dida sugerida pelo modelo tenha sidocorreta, essa constatação permitirá aadoção de um aprofundamento da po-

lítica nos meses seguintes.O que se tem observado nos últi-

mos meses na economia brasileira éque, apesar de sucessivos sinais deque a inflação estava sob controle eaproximando-se da meta estabeleci-da pelo governo, ocorreu a continui-dade do aperto monetário. Este exa-gero na condução da política mone-tária tem efeito negativo sobre a dívi-da pública, que cresce desnecessaria-mente, além do efeito sobre o bem-estar social, com a menor expansãodo consumo, e de comprometer ocrescimento futuro da economia, pelapostergação de investimentos.

A insistência do Banco Central emmanter os juros reais elevados, apesarda redução da inflação, gera um customuito elevado comparativamente aopequeno benefício na redução adicio-nal da inflação. O preciosismo da buscada meta de inflação, mesmo com basenos modelos, provoca perdas muitosuperiores ao ganho de credibilidadeobtido pelo Banco Central. Otimista-mente, o conservadorismo poderia sermenor na queda da taxa do que o ocor-rido na subida.

Page 77: Empreendedor 132

Outubro 2005 – Empreendedor – 77

Análise Econômica

NOME/TIPO PARTICIPAÇÃO VARIAÇÃO % ANO AÇÃO I B OV E S PA (ATÉ 23/08/2005)

Acesita PN 1,02 -7,01Ambev PN 1,37 34,80Aracruz PNB 0,99 -9,23Bradesco PN 3,18 71,69Bradespar PN 1,03 42,77Brasil ON 1,06 39,80Brasil T Par ON 0,51 34,80Brasil T Par PN 0,95 -0,80Brasil Telecom PN 2,11 -17,35Braskem PNA 2,56 -23,21Caemi PN 3,97 51,44Celesc PNB 1,02 29,49Cemig ON 0,20 27,28Cemig PN 2,55 39,55Cesp PN 0,55 2,70Comgas PNA 0,45 11,32Contax PN 0,23 -Copel PNB 1,44 39,46CRT Celular PNA 0,40 4,14Eletrobrás ON 1,56 2,99Eletrobrás PNB 3,41 5,79Eletropaulo Metropo PN 0,59 43,38Embraer ON 0,46 4,70Embraer PN 1,02 -0,51Embratel Part PN 2,34 11,53Gerdau Met PN 1,19 2,37Gerdau PN 4,23 12,96Ibovespa 100,00 19,46Ipiranga Pet PN 0,62 6,59Itaú Hold Finan PN 2,52 36,65Itausa PN 1,44 39,85Klabin PN 0,50 -9,86Light ON 0,16 -31,52Net PN 1,67 102,94Petrobras ON 2,09 55,34Petrobras PN 8,12 52,58Sabesp ON 0,98 2,77Sadia SA PN 1,10 4,75Sid Nacional ON 4,57 23,08Sid Tubarão PN 1,42 9,33Souza Cruz ON 0,55 -19,75Tele Centro-Oeste Cel PN 0,68 -13,88Tele Leste Celular PN 0,21 -52,16Telemar Norte Leste PNA 1,12 -4,72Telemar-Tele NL Par ON 1,07 21,19Telemar-Tele NL Par PN 8,19 -6,43Telemig Celul Part PN 0,72 9,11Telesp Cel Part PN 1,50 -51,96Telesp Operac PN 0,54 1,01Tim Participações ON 0,30 35,40Tim Participações PN 1,06 8,29Transmissão Paulist PN 0,56 84,16Unibanco UnN1 1,26 42,57Usiminas PNA 6,24 10,20Vale Rio Doce ON 1,95 31,23Vale Rio Doce PNA 7,30 35,26Votorantim C P PN 1,23 -29,92

Juros/Aplicação (%)

Setembro * AnoCDI 1,14 13,68Selic 1,14 13,71Poupança 0,80 6,10CDB Pré 30 1,03 12,31Ouro BM&F 2,72 -9,33

Indicadores imobiliários (%)

Agosto AnoCUB SP -0,15 4,26TR 0,35 1,92

Juros/Crédito

Setembro Setembro

23/setembro 22/setembro

Desconto 2,80 2,80Factoring 4,67 4,68Hot Money 3,40 3,40Giro Pré (*) 3,35 3,50

Câmbio

CotaçãoDólar Comercial Ptax R$ 2,2660Euro US$ 1,2041Iene US$ 112,51

Mercados futuros(em 23/09/2005)

Outubro Novembro Dezembro

Dólar R$ 2,272 R$ 2,298 R$ 2,323

Juros DI 19,46% 19,34% 19,22%

Inflação (%)

Índice Agosto AnoIGP-M -0,65 0,74IGP-DI -0,79 0,33IPCA 0,17 3,59IPC - Fipe -0,20 2,82

Carteira teórica Ibovespa

Outubro Dezembro

IbovespaFuturo 31.469 32.169

(em 23/09/2005)

(em 23/09/2005)

(em % mês)

* até dia 23/09

Page 78: Empreendedor 132

Guia do Empreendedor

78 – Empreendedor – Outubro 2005

Agenda

Para mais informações sobrefeiras e outros eventoscomerciais, acesse a seçãoAgenda do site Empreendedor(www.empreendedor.com.br)

Em destaque

5/10 a 7/10/2005

EXPOCARGO 20056ª Feira de Movimentação,

Armazenagem e Terminais de

Cargas, Transporte e Logística

Parque de Exposições da Fenac

Novo Hamburgo/RS

Telefone: (51) 3225.9169

Site: www.sinalcom.com.br

Em sua sexta edição, a Expocargo

promete atrair mais de 15 mil

exportadores, importadores e outros

operadores de comércio exterior de

diversos locais, como Austrália,

Alemanha, Estados Unidos, União

Européia, Venezuela, China, Chile,

Uruguai, Paraguai e Argentina. O

evento – considerado a maior feira de logística do Sul do país – é reconhecido

como um fórum de integração entre exportadores e importadores, faz parte

do calendário internacional de iniciativas do segmento e tem o apoio do

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

3/10 a 6/10/2005

Uit Américas Telecom 2005Centro de Convenções da Bahia

Salvador/BA

Telefone: (61) 2312.2063

Site: www.anatel.gov.br

3/10 a 6/10/2005

Hobbyart Shop Show 2005Expo Center Norte

São Paulo/SP

Telefone: (11) 5687.8522

Site: www.midiagrupo.com.br

4/10 a 7/10/2005

Brasiltec 2005Pavilhão de Exposições do Anhembi

São Paulo/SP

Telefone: (11) 3291.9111

Site: www.alcantara.com.br

4/10 a 7/10/2005

Instalar Building 2005Centro de Exposições Imigrantes

São Paulo/SP

Telefone: (11) 5585.4355

Site: www.cipanet.com.br

5/10 a 7/10/2005

Minaspão 2005Pavilhão de Exposições Expominas

Belo Horizonte/MG

Telefone: (31) 3282.7559

E-mail: [email protected]

5/10 a 7/10/2005

Feira Internacional deEsquadrias, Ferragense ComponentesCentro de Exposições Imigrantes

São Paulo/SP

Telefone: (11) 5585.4355

Site: www.cipanet.com.br

8/10 a 11/10/2005

54ª Exposição de ProdutosFarmacêuticos eEquipamentos MédicosCentro de Cultura e Convenções de

Goiânia

Goiânia/GO

Telefone: (21) 2240.8927

Site: www.sbcp.org.br

17/10 a 20/10/2005

38º Congresso Internacionalde Celulose e PapelTransamérica Expo Center

São Paulo/SP

Telefone: (11) 3874.2700

Site: www.abtcp.org.br

18/10 a 20/10/2005

7º Salão Internacional deJoalheria e RelojoariaCentro de Convenções Fecomércio

São Paulo/SP

Telefone: (11) 3151.6444

Site: www.exponor.com.br

18/10 a 22/10/2005

Fenatran – SalãoInternacional do TransportePavilhão de Exposições Anhembi

São Paulo/SP

Telefone: (11) 6221.9908

Site: www.fenatran.com.br

8/10 a 16/10/2005

20ª Feira Agropecuária,Industrial e Comercialde ChapecóParque de Exposições Tancredo de

Almeida Neves

Chapecó/SC

Telefone: (49) 328.4669

Site: www.chapeco.sc.gov.br

12/10 a 14/10/2005

9º Congresso Paulistade Técnicos emPrótese DentáriaITM Expo

São Paulo/SP

Telefone: (11) 3287.1933

Site: www.apdesp.org.br

17/10 a 19/10/2005

19ª Feira de Produtose Serviços paraSupermercadosPavilhão de Exposição Expominas

Belo Horizonte/MG

Telefone: (31) 2122.0500

Site: www.amis.org.br

DIVULG

AÇÃO

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Outubro 2005 – Empreendedor – 79

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80 – Empreendedor – Outubro 2005

Page 81: Empreendedor 132

Outubro 2005 – Empreendedor – 81

Page 82: Empreendedor 132

82 – Empreendedor – Outubro 2005

Empreendedor na Internetwww.empreendedor.com.br

A redação do site Empreendedor está com um novo e-mail para contatoatravés do MSN Messenger. Agora, adicione o e-mail

[email protected] à sua lista de contatos.Todo dia 15 de cada mês, a redação do site Empreendedor e,

eventualmente, integrantes das revistas da Editora Empreendedorestarão on-line para conversar com os internautas, sempre a

partir das 15h. Todos estão convidados.

Página Inicial

Novo formato completa um anoEm outubro do ano passado, quan-

do o atual formato do site Empreende-dor entrou no ar, o compromisso daEditora Empreendedor era criar umponto de referência para os empreen-dedores brasileiros. Um ano depois, osnúmeros da audiên-cia do site e o retor-no dado pelos inter-nautas mostram queesse objetivo vemsendo atingindo. Osite já está próximoda marca de 1,3 mi-lhão de page views,com uma médiamensal superior a300 mil visitas únicas. Os númerosrevelam que o foco que o site Empre-endedor tem dado ao conteúdo vai aoencontro dos anseios dos leitores. Eisso ficará ainda mais forte nos próxi-mos meses, quando o site passará poruma mudança em sua página de aber-tura para a inclusão de novas áreas deconteúdo, como a que irá destacar per-

Do internauta

Empresa júniorMeu nome é Juliara, sou aca-

dêmica do 4º semestre do cursode Administração da Universida-de Federal de Santa Maria e ve-nho parabenizá-los pela iniciati-va de colocar em seu site uma re-portagem que trate do movimen-to empresa júnior. Sou integranteda Objetiva Jr., maior empresa doEstado do Rio Grande do Sul emnúmero de membros, e sei que umainiciativa como essa refletirá emnosso trabalho, não só em termosde visibilidade, mas também noaspecto motivacional de nossosmembros.

A existência de uma empresajúnior na formação profissional doacadêmico é de grande valia, poisé um dos únicos momentos na uni-versidade em que podemos real-mente aplicar o que aprendemos emsala de aula. É como se fosse umlaboratório para que os alunos,principalmente os da área das ci-ências sociais e humanas, possamaplicar os conhecimentos na prá-tica. O ideal seria que todas as IESpossibilitassem esse “laboratório”que é a empresa júnior para os aca-dêmicos. Enfim, o MEJ agradecepelo apoio.

JULIARA FONSECA,

diretora da Objetiva Jr. Assessoria

Empresarial – www.objetivajr.com.br

Leia sobre empresas juniores

no site Empreendedor

(www.empreendedor.com.br)

Receba a newsletter e-Empreende-

dor com as novidades do site Em-

preendedor. Você pode se inscre-

ver de duas formas:

1) Acessar o site Empreendedor

(www.empreendedor.com.br) e na

página inicial clicar em “Cadastre-se”,

no alto da coluna à esquerda. Em se-

guida, preencher o cadastro e assina-

lar a opção “Quero receber a newslet-

ter e-Empreendedor”.

2) Enviar um e-mail para

[email protected]

colocando no espaço “Assunto” (ou

“Subject”) a palavra “receber”. Auto-

maticamente, o internauta recebe uma

mensagem com o link de acesso ao

cadastro para confirmar o recebimen-

to da newsletter.

Newsletter

Encontro marcado

No mês de outubro, a enquete do site

Empreendedor quer saber se a respon-

sabilidade social é praticada pelas em-

presas porque (1) é apenas mais uma

ação de marketing que ajuda a melho-

rar e incrementar a imagem que os

consumidores têm dela ou (2) demons-

tra uma preocupação real com ques-

tões sociais que envolvem a comuni-

dade na qual está inserida.

Enquete

fis de grandes empreendedores.Tudo isso vem embalado por um tra-

balho cada vez maior da equipe do siteem manter uma relação direta com osinternautas. Atualmente, a e-Empreende-dor, newsletter distribuída toda segun-

da-feira, tem sido ogrande elo do internau-ta com o site. Tantoque desde o final de se-tembro, a e-Empreen-dedor conta com o pa-trocínio do Terra, pri-meiro anunciante a in-vestir no informativosemanal do site. Outrainciativa que começa a

ser desenvolvida são as edições extrasda newsletter, sempre abordando assun-tos específicos. A primeira e-Empreen-dedor Edição Extra traz notícias sobreo mercado de franquias e já pode serassinada pelos internautas interessadosnesse assunto (envie um e-mail [email protected] soli-citando sua inclusão).

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Outubro 2005 – Empreendedor – 83

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