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www.empreendedor.com.br Ano 12 • Nº 141 ISSN 1414-0152 PROPRIEDADE INTELECTUAL IDÉIAS PROTEGIDAS DÃO LUCRO PERFIL JOSUÉ GOMES DA SILVA, DA COTEMINAS ENTREVISTA EDUARDO GIANNETTI DA FONSECA Julho 2006 • R$ 9,90 Terapias ocupacionais, atividades físicas, alimentação natural e técnicas de relaxamento podem gerar negócios de US$ 1 trilhão até 2010

Empreendedor 141

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Edição n. 141 da revista Empreendedor, de julho de 2006

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www.empreendedor.com.brAno 12 • Nº 141

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N 1

414-

0152

PROPRIEDADE INTELECTUAL

IDÉIAS PROTEGIDAS DÃO LUCRO

PERFIL

JOSUÉ GOMES DA SILVA, DA COTEMINAS

ENTREVISTA

EDUARDO GIANNETTI DA FONSECA

Julho 2006 • R$ 9,90

Terapias ocupacionais,atividades físicas,alimentação naturale técnicas derelaxamento podemgerar negócios deUS$ 1 trilhão até 2010

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Nesta Edição

Redação

Editor-Executivo: Nei Duclós[[email protected]]Repórteres: Alexsandro Vanin, Carol Herling,Fábio Mayer, Sara Caprario e Wendel MartinsEdição de Arte: Gustavo Cabral VazFotografia: Arquivo Empreendedor,Casa da Photo, Index Open e Thomas MayFoto da Capa: Index OpenProdução e Arquivo: Carol HerlingRevisão: Carla Kempinski

Sedes

São PauloDiretor de Marketing e Comercialização: José LamônicaGerente Comercial: Fernando Sant’Anna BorbaExecutivos de Contas: Alessandra G. Alexandree Vanderleia Eloy de OliveiraRua Sabará, 566 - 9º andar - conjunto 92 - Higienópolis01239-010 - São Paulo - SPFone: (11) 3214-5938[[email protected]]

FlorianópolisExecutivo de Contas: Waldyr de Souza Junior[[email protected]]Executivo de Atendimento: Cleiton Correa Weiss[[email protected]]Av. Osmar Cunha, 183 - Ed. Ceisa Center - bloco C -9º andar - 88015-900 - Centro - Florianópolis - SCFone: (48) 3224-4441

Escritórios Regionais

Rio de JaneiroTriunvirato Desenvolvimento Empresarial Ltda.Milla de Souza [[email protected]]Rua São José, 40 - sala 31 - 3º andar - Centro20010-020 - Rio de Janeiro - RJFone: (21) 3231-9017BrasíliaJCZ Comunicação Ltda.Ulysses C. B. Cava [[email protected]]SETVS - quadra 701 - Centro Empresarialbloco C - conjunto 33070140-907 - Brasília - DFFone: (61) 3322-3391ParanáMerconet Representação de Veículos de Comunicação Ltda.Ricardo Takiguti [[email protected]]Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 - conjunto 01Boa Vista - 82560-460 - Curitiba - PRFone: (41) 3257-9053Rio Grande do SulAlberto Gomes Camargo [[email protected]]Rua Arnaldo Balvê, 210 - Jardim Itu91380-010 - Porto Alegre - RSFone: (51) 3340-9116PernambucoHM Consultoria em Varejo Ltda.Hamilton Marcondes [[email protected]]Rua Ribeiro de Brito, 1111 - conjunto 605 - Boa Viagem51021-310 - Recife - PEFone: (81) 3327-3384Minas GeraisSBF RepresentaçõesSérgio Bernardes de Faria [[email protected]]Av. Getúlio Vargas, 1300 - 17º andar - conjunto 170430112-021 - Belo Horizonte - MGFone: (31) 2125-2900

Assinaturas

Serviço de Atendimento ao AssinanteDiretora: Luzia Correa WeissFone: 0800-48-0004[[email protected]]

Produção Gráfica

Impressão e Acabamento: Gráfica PallottiDistribuição: Distribuidora Magazine Express dePublicações Ltda.

Empreendedor.com

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Diretor-EditorAcari Amorim [[email protected]]

ANER

Diretor de Marketing e ComercializaçãoJosé Lamônica [[email protected]]

A revista Empreendedor éuma publicação da Editora

Empreendedor

PG. 16

A proteção das idéiasA proteção de marcas e patentes aumenta a eficiên-cia econômica e incentiva as empresas a investiremem qualidade e prestígio, permite ganhos de escala,contribui para melhorar a qualidade e segurança dosprodutos e induz a inovação. O tema propriedade intelectual ainda é umdesafio no Brasil, onde o gasto em pesquisa e desenvolvimento respondepor 1% da receita líquida anual. As micro e pequenas empresas, que sãoa maioria, não têm acesso a instrumentos de fomento para investir, masexistem vários exemplos de iniciativas bem-sucedidas.

PG. 24

Crédito: 45 anos de BRDEO BRDE, autarquia interestadual voltada ao fomento da região Sul, foicriado em 1961. Quatro anos depois, a instituição recebeu a credencialnúmero um para operar repasses do Fundo de Financiamento paraAquisição de Máquinas e Equipamentos Industriais (Finame), tornan-do-se o primeiro agente financeiro credenciado pelo BNDES para ope-rar no país. Como instrumento governamental para a promoção do de-senvolvimento da região Sul, o BRDE financiou, em 45 anos de ativida-de, um montante acumulado de US$ 16,1 bilhões, induzindo investi-mentos totais de US$ 37 bilhões, distribuídos entre mais de 41 milprojetos. Eles resultaram na geração e manutenção estimada de 1,3milhão de postos de trabalho e em um adicional de arrecadação, paraos Estados controladores, da ordem de US$ 4,7 bilhões.

PG. 32

A indústria do bem-estarHoje o bem-estar é considerado produto de primeiranecessidade. Inclui consumir alimentos nutritivosricos em vitaminas, freqüentar academias, usufruirde serviços especializados como spas e centros debeleza e comprar e fazer tudo o que puder, com a

meta de conseguir e manter a forma e a saúdedesejadas. É no mesmo ritmo, desenfreado efrenético, que esse mercado vai movimentar US$1 trilhão até 2010 em todo mundo. Não estádistante se for tomando como referência a cifraque atingiu mundialmente, em 2005, cerca deUS$ 200 bilhões. No Brasil, esse valor ultrapassaR$ 2,06 bilhões por ano.

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PEN

IND

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Julho 2006 – Empreendedor – 5

Entrevista: Eduardo Giannetti da Fonseca

Os juros e o futuroPlanejar o futuro e conseguir rom-per os limites impostos por um am-biente desfavorável aos negócios de-pende de atitudes firmes e esclareci-das da política e da macroeconomia,segundo Eduardo Giannetti da Fon-seca. Ele é Ph.D. em Economia pelaUniversidade de Cambridge e profes-sor de Economia das Faculdades IBMEC de São Paulo.

Perfil: Josué Christiano Gomes da Silva

O líder da giganteJosué Christiano Gomes da Silva, de45 anos, superintendente geral daCoteminas e co-presidente da Sprin-gs Global, é o filho do fundador quelevou a Coteminas à internacionali-zação e à liderança mundial na áreade cama, mesa e banho. A SpringsGlobal é a maior companhia têxtildesse segmento, detentora de aproximadamente 7,5%deste mercado em todo o mundo, o que correspondea uma receita de cerca de US$ 2,5 bilhões. Trata-se deum conjunto de 36 fábricas que empregam 25 mil pes-soas em cinco países e com sede no Brasil.

Julho/2006

LEIA TAMBÉMCartas ..................................................... 7

Empreendedores ..................................... 8

Não Durma no Ponto ............................ 14

Pequenas Notáveis ............................... 44

Empreendedor na Internet .................. 82

GUIA DO EMPREENDEDOR ....67Produtos e Serviços ............................68Lei ..........................................................70Leitura...................................................72Análise Econômica...............................76Indicadores ...........................................77Agenda ..................................................78

Caderno de TI

PG. 40

PG. 10

Pólos de mercadoDois grandes mercados se destacam e despontamcomo promissores para os próximos cinco a dez anos.Um deles voltado para a pequena, mas cada vez maisabastada, parcela da população formada pelas clas-

ses A e B, e outro dedicado a con-sumidores pertencentes à cada vezmais numerosa classe de baixa ren-da (C, D e E). No primeiro, a recei-ta está concentrada em poucas ope-rações, enquanto no segundo, os

ganhos estão diluídos em muitas transações. Am-bos estão em expansão e despertam o interesse dasmais variadas áreas comerciais, mas cada um temsuas particularidades para se explorar.

PG. 36

A EFICÁCIA DO USO ........................................ 47

Limpar o terreno e facilitar a vida de quem

utiliza a tecnologia é o caminho mais rápido

para alcançar resultados

ARQUIVOS VELOZES ........................................ 50

Como ganhar tempo e eficiência usando a

tecnologia para gerenciar pastas virtuais

ANÚNCIOS EM TODA PARTE ........................... 52

Painéis eletrônicos ganham força entre

as novas plataformas de publicidade

CONSERTO A DISTÂNCIA ................................ 53

Telediagnóstico reduz tempo de solução de

problemas mais complicados

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de Empreendedorpara Empreendedor

AssinaturasPara assinar a revista Empreendedor ou solicitar

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Jovem Empreendedor, Revista do Varejo,

Cartaz, Guia Empreendedor Rural e Guia de

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Paraná: Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 -

conjunto 01 - Boa Vista - 82560-460 - Curitiba - PR

Pernambuco: Rua Ribeiro Brito, 1111 - conjunto

605 - Boa Viagem - 51021-310 - Recife - PE

Minas Gerais: Av. Getúlio Vargas, 1300 -

17º andar - conjunto 1704 - 30112-021 -

Belo Horizonte - MG

Os artigos deverão conter nome completo,

assinatura, telefone e RG do autor e estarão

sujeitos, de acordo com o espaço, aos ajustes

que os editores julgarem necessários.

Editorial

star de bem com a vida está lon-ge de ser uma opção pela renún-

cia. No momento em que as pessoasdeixam de consumir determinadosprodutos em função da saúde do cor-po e da satisfação de viver, acabamgerando demanda em outras áreas.Deixar de lado oexcesso de caloriassignifica buscar ali-mentos naturais quenem sempre estãodisponíveis e quan-do são encontrados,podem custar acimada média. Relaxarem uma banheira deh i d r o m a s s a g e mpode ser uma im-possibilidade se apessoa não encon-trar o produto certo, adequado àssuas necessidades.

Isso tudo faz com que as oportu-nidades se acumulem nos negócios,já que o bem-estar incentivado pelamídia e a medicina é uma fonte per-manente de empreendedorismo. Nemsempre o estímulo ao consumo temuma resposta à altura dos investi-mentos nessa área. Por isso as pes-soas que enxergam as oportunidadescostumam criar produtos e serviçosque atendam a crescente procura, fa-

E zendo com que esse movimento, comotantos outros no Brasil, surja de bai-xo para cima. É a partir de peque-nos investimentos, de riscos corridospor pessoas que enxergaram o po-tencial desse consumo, que aconte-ce esse mercado de grande diversi-

dade, sofisticado emalguns aspectos e po-pular em outros.

A indústr ia dobem-estar é apenas umdos muitos nichos aserem explorados noBrasil, terra de opor-tunidades que aindaoferece um ambientepouco favorável aosnegócios. Na entrevis-ta, o autor best-sellere eminente economis-

ta Eduardo Giannetti da Fonseca,explica a falta que faz na culturabrasileira a educação financeira, jáque existe um grande desperdíciopor parte das pessoas que compramsem atentar para a ameaça dos ju-ros. Na reportagem sobre Proprie-dade Intelectual, fazemos um balan-ço da situação das idéias que pre-cisam de proteção para que possamflorescer e permitir que o país des-lanche na era do conhecimento.

Nei Duclós

CedocO Centro de Documentação (Cedoc) da Editora Empreendedor disponibiliza aosinteressados fotos e ilustrações que compõem o nosso banco de dados. Para maisinformações, favor entrar em contato pelo telefone (48) 3224-4441 ou pelo e-mail [email protected].

Cartas para a redaçãoCorrespondências por e-mail devem ser enviadas [email protected]. Solicitamos aos leitores que utilizam cor-reio eletrônico colocarem em suas mensagens se autorizam ou não a publi-cação de seus respectivos e-mails. Também pedimos que sejam acrescenta-dos o nome da cidade e o do Estado de onde estão escrevendo.

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Julho 2006 – Empreendedor – 7

Cartas

ConsultaOlá! Sou estudante do curso de Pedagogia do Centro Universitário

Unilasalle, Canoas (RS). Estou construindo um trabalho de conclusãode curso sobre o tema “A pedagoga empresarial face à engenharia dobem-estar”. Li na revista Empreendedor, Ano 11 – Nº130, agosto de2005, a reportagem Inovação, Gestão e Valor aos Negócios, onde abor-dava a temática sobre a engenharia do bem-estar. Peço o favor, se forpossível, de me remeterem o nome do autor da reportagem, pois nãoconsta. E peço indicação de outras bibliografias sobre o assunto (en-genharia do bem-estar). Grata pela atenção!

Lauren B. de Azevedo [email protected]

Resposta do repórter Fabio Mayer: A reportagem sobre a enge-nharia do bem-estar é um complemento da matéria: “Trabalho seguroevita prejuízo”, escrita pelo repórter Fábio Mayer ([email protected]) e publicada nessa mesma edição – agosto de 2005, nú-mero 130. Referências sobre o tema podem ser encontradas no livro“Projeto do Trabalho Humano: Melhorando as Condições de Traba-lho”, da pesquisadora Ingeborg Sell – (47) 323-5570 – e nos sites daAgência Brasil de Segurança (ABS) (www.abs.org.br) e do Institutode Psicologia Aplicada (InPA) (www.inpaonline.com.br).

FranquiasA matéria especial sobre Franquias na

Empreendedor 140 é um estímulo paraquem ainda está pensando em abrir umnegócio próprio. Realmente o sistema defranchising é o mais seguro para quemdecide deixar de lado a dúvida e entrarpara valer no mundo empresarial.

Tadeu Sinval CorrêaRio de Janeiro – RJ

EntrevistaPara o repórter Alexsandro Vanin:

Confirmo recebimento dos exemplares da Empreendedor 139. Agrade-ço e o parabenizo pelo texto bem elaborado.

José Miguel Chaddad

Beleza negraReportagem reveladora sobre a beleza negra na Empreendedor 140:

com ela, descubro que nenhum preconceito pode ser vitorioso diante dadeterminação de ter um negócio próprio, que tenha originalidade e aten-da realmente uma necessidade de mercado.

Teresa Matiussi LexterPorto Alegre – RS

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Empreendedores

8 – Empreendedor – Julho 2006

David Ostrowiack

Celular gaúchoPioneira na fabricação de te-

lefones celulares GSM fora doeixo Manaus–São Paulo, aVenko lançou uma linha de apa-relhos em parceria com a Tei-kon, especializada na manufatu-ra de produtos eletrônicos. Aprodução, que será comerci-alizada a partir do Rio Grandedo Sul, será de 1 milhão de uni-dades até junho de 2007. “Aotodo, investimos junto com aTeikon US$ 3,5 milhões, e va-mos concentrar nossa atuaçãonas regiões Norte e Nordeste,que já corresponde a 15% dasvendas das operadoras locais”,diz David Ostrowiack, gestor daVenko. Também faz parte de ex-pansão da empresa o estabele-cimento de parcerias tecnológi-cas com empresas globalizadas,como a norte-americana AnalogDevices, para melhorar a quali-dade dos aparelhos. “Nossosaparelhos estão mais resistentese leves que os da versão anteri-or e possuem recursos comoamplo display, toques polifôni-cos, alerta vibratório e superjo-gos”, diz Ostrowiack.www.venkobrasil.com.br

Sérgio Amoroso

Educação ambiental

Rodrigo Abreu

Reforço na CiscoA Cisco Systems anunciou a con-

tratação de Rodrigo Abreu para co-mandar a recém-criada Diretoria deDesenvolvimento de Novos Negóci-os para a América Latina. Conhecidono mercado pelo trabalho desenvol-vido junto às empresas Promom Tec-nologia e Nortel Networks do Brasil(da qual foi presidente), Abreu atuounas áreas de engenharia de sistemas,vendas, marketing, desenvolvimentode negócios e planejamento estraté-

gico nos últimos 15 anos. Na Cisco,será responsável pela criação e im-plementação de novos modelos denegócios e alianças em toda a região.A meta da empresa, que é líder mun-dial em soluções para internet, é de-senvolver em um curto prazo estra-tégias de crescimento nos países la-tino-americanos e reforçar o traba-lho em equipe das diferentes áreasoperacionais na região.www.cisco.com/br

atividades lúdicas, linguagem teatrale música, a Estação Ecoviver trans-mitirá à comunidade assuntos rela-cionados ao meio ambiente, busca econscientização de líderes comuni-tários”, afirma o empresário SérgioAmoroso. O projeto também prevêa mobilização de estudantes para aquestão da poluição ambiental ao lon-go de rodovias e o incentivo da reci-clagem e da utilização do lixo paraatividades artísticas.www.grupoorsa.com.br

O Grupo Orsa, por meio de seubraço social – a Fundação Orsa –coloca em prática o Projeto EstaçãoEcoviver. O objetivo é incentivar aeducação ambiental e a preservaçãodos recursos naturais. O projetoatenderá crianças e jovens das es-colas públicas de oito municípios doParaná e de São Paulo, localizadosao longo das estradas administradaspelo grupo EcoRodovias. Cerca de60 mil crianças participarão do pro-grama até dezembro. “Por meio de

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Julho 2006 – Empreendedor – 9

Luciano Desimone Edison Ronchi

Griffe na webQuando formataram o website

da griffe de sapatos Melissa, em2000, os empresários Luciano De-simon e Edison Ronchi, da Grafia,já tinham planos para viabilizar umaloja virtual da marca, até então umrecurso encarado como novidade.“O mercado de e-commerce, há cin-co anos, ainda engatinhava, mas re-solvemos investir porque a Melissaé uma empresa muito conhecida”,diz Edison. A idéia deu certo e hoje aGrafia também é responsável pelaslojas virtuais das marcas Coza, Tro-pical Brasil, Imaginarium e Sul Nati-vo. “Nosso diferencial está na es-tratégia de comunicação e marketingcom planejamento específico paracada caso, onde identificamos o pú-blico-alvo e, a partir daí, desenvol-vemos um plano de ação, que passapelo conteúdo direcionado, planeja-mento logístico e e-commerce” dizLuciano. www.grafia.com.br

Leo Feijó

Agitador cultural

Juliano Hartz

Jóias para os pésCom 15 anos de experiência no

mercado de design, o gaúcho JulianoHartz aos poucos se firma como umdos principais criadores de calçadosfemininos de luxo do Brasil. Todosos modelos desenvolvidos por Julia-no, que já trabalhou nas griffes Uffi-zi, Bibi, Mia e Ralph Lauren, são fei-tos sob medida para cada cliente. Odestaque da coleção 2006 é a linhaExclusive Shoe, que traz detalhes deaplicações de jóias verdadeiras, comobrincos, colares, pingentes, pulseiras,cristais Swarovski, peles e metais.“No momento da criação, penso emcomponentes, bases e estruturas mi-nimalistas que tragam em sua essên-cia todos os sentidos de bem-estar econforto, presentes desde a constru-ção até os acabamentos”, diz. O esti-lista desenha peças exclusivas e deacordo com a vontade da cliente, queopina sobre cada detalhe. A paixão porsapatos, segundo Juliano, vem desde

a infância, quando participava do dia-a-dia dos pais, que trabalhavam na in-dústria calçadista gaúcha.www.julianohartz.com.br

Aos 31 anos, o carioca Leo Feijóconsidera-se um empreendedor com-pulsivo. Jornalista e fotógrafo por for-mação, Leo começou a investir na car-reira de empresário aos 22 anos, quan-do resolveu transformar a casa dosavós em um espaço para artes plásti-cas. O sucesso foi imediato e logo olocal se transformou em um pointpara as festas dos amigos, o que obri-gou Leo a se profissionalizar no se-tor. Até 2001, conseguiu conciliar avida de repórter com as funções deprodutor cultural. “Tenho saudades davida de repórter, mas de certa formacontinuo com esse trabalho, semprerecebendo informações e identifican-do tendências”, diz. Em abril, Leo fi-nalizou o CD da Festa Loud!, umevento que realiza há mais de cincoanos. Agora se prepara para inaugu-

rar o espaço cultural Cine Lapa (quecontará com cineclube, bar, galeriade artes e espaço para festas e sho-ws) e colocar no ar o Portal Casa daMatriz, que reunirá informações de

todas as festas produzidas, blogs deDJ’s, links para empresas parceiras,dicas de baladas e músicas paradownload na internet.www.matrizonline.com.br

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10 – Empreendedor – Julho 2006

A miopia coletivaFalta visão de futuro e um ambiente pró-negócio ao Brasil, que precisa urgentede educação financeira, diz o especialista em economia comportamental

Entrevista Eduardo Giannetti da Fonseca

por Alexsandro Vanin

Os juros existem desde que o ho-mem nasceu. Os juros monetários,que incidem sobre o crédito, são ape-nas um pequeno aspecto de uma am-pla realidade: “a vida é permeada detrocas temporais, que fazemos porcomparação de valores, e os juros sãoo termo de troca entre presente e fu-turo”, diz Eduardo Giannetti da Fon-seca, economista e autor do livro “Ovalor do amanhã – Ensaio sobre a na-tureza dos juros” (Companhia das Le-tras). O conceito se aplica a pessoase instituições, inclusive empresas e oEstado. As escolhas temporais ocor-rem conforme a paciência e a impul-sividade de cada um, influenciadastambém pela cultura e fase da vida.

“O Brasil sofre de uma miopiatemporal coletiva”, diz Giannetti. Háuma nítida falta de visão de futuro,do cidadão aos governos, até mesmode empresas, que não se preocupamcom planejamento. O brasileiro dámuito valor ao presente, esquecendo-se do amanhã. Não há poupança, eos mais pobres, justamente aquelesque menos podem esbanjar, compramum bem de consumo e acabam pa-gando por dois, metade só de juros,sem ao menos se dar conta do des-perdício. Sinal da falta de educaçãofinanceira da população, um dever doEstado. Os governos, aliás, deixamde investir em educação e em outrasmedidas que fomentam a geração deemprego e renda, como o empreen-dedorismo, e dão preferência a pro-gramas assistencialistas, que poucoou nada fazem para tirar as pessoas

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Julho 2006 – Empreendedor – 11

Enquanto não temoso dinheiro comque contamos,fazemos planosde investimentoe consumo, mas

quando o recebemosgastamos

rapidamente

de situações precárias.Eduardo Giannetti da Fonseca é

graduado em Economia e CiênciasSociais pela Universidade de São Pau-lo (USP) e PhD em economia porCambridge, na Inglaterra, onde lecio-nou de 1984 a 1987. Nos três anosseguintes deu aulas na FEA/USP eatualmente é professor do Ibmec SãoPaulo, sendo que em 2004 foi eleitoeconomista do ano pela Ordem dosEconomistas de São Paulo. É autordos best-sellers “Auto-engano” e “Fe-licidade”, entre outros livros, sempredentro da linha da economia compor-tamental, ramo empírico dessa ciên-cia teoricamente complicada.

Empreendedor – O que são os ju-ros?

Eduardo Giannetti da Fonseca– A vida é permeada de trocas tem-porais, que fazemos por comparaçãode valores. E os juros são o termo detroca entre presente e futuro. É o vi-ver agora e pagar depois, ou pouparagora e viver depois. Você pode abrirmão de algo agora, para ter um bene-fício maior depois. Essa é a posiçãocredora, e nesse caso, os juros são oprêmio pela espera. Ou você se com-promete a fazer um sacrifício no fu-turo para ter um benefício agora. Estaé a posição devedora, e nesse caso,os juros são o preço da impaciência.Os juros monetários são um caso par-ticular, na verdade, são um aspectodessa realidade mais ampla que é arelação intertemporal e seus termosde troca, e são aplicados nos casosde empréstimos de dinheiro.

Empreendedor – Como se formamas preferências temporais?

EGF – Uma grande área de pes-quisa hoje é entender melhor comose formam as preferências temporais.Por que algumas pessoas conseguemesperar para ter benefícios mais àfrente e outras, ao contrário, são ex-tremamente impacientes e muitas ve-

zes metem os pés pelas mãos, assu-mindo compromissos que não terãocondições de honrar no futuro? Aspreferências temporais, além de terinfluência cultural, são reflexos da pa-ciência e impulsividade de cada indi-víduo e variam a cada etapa da vida,conforme a percepção diferenciada detempo. Na juventude há a explosãoda impulsividade, enquanto na matu-ridade há um equilíbrio de forças,devido a uma visão mais clara dos li-

planos de investimento e consumo,mas quando o recebemos gastamosrapidamente. Somos ótimos poupado-res do dinheiro que ainda não ganha-mos. Nos Estados Unidos, uma pes-quisa apontou que 76% das pessoaspreferem descontos automáticos nafolha de pagamento ou conta bancáriapara montar uma poupança, pois deoutra forma gastariam esse dinheiro.

Um estudo chamado GratificaçãoPostergada, realizado com crianças de4 a 12 anos, levanta uma possibilida-de: quem tem mais paciência temmais sucesso na vida. Um adulto en-tra com uma criança em uma sala emostra que de um lado há um choco-late, e do outro duas unidades domesmo chocolate. Ele faz então a se-guinte proposta: vou deixar você aqui,e você pode me chamar a qualquerhora, tocando essa sineta, e eu lhedarei o chocolate. Mas se vocêagüentar até eu retornar, ganhará doischocolates. Nenhuma criança de 4anos aguardou o retorno, e 60% dascrianças com 12 anos resistiram os20 minutos do teste. Os menores ti-veram um acompanhamento posterior,e foi verificado que, aqueles queagüentaram mais tempo, tiveram me-lhores desempenhos na escola e notrabalho e se envolveram menos emproblemas sociais e drogas.

Empreendedor – As pessoas po-dem ser divididas em perfis, con-forme seu comportamento e cos-tumes de poupança e compras?

EGF – Existem quatro tipos depoupadores: os planejadores, 26%da população que consegue manterpoupança; os batalhadores, 21% dapopulação que está sempre recome-çando a poupança, sabe de sua im-portância, mas não consegue man-tê-la; os negadores, 20% da popu-lação que não se preocupa em pou-par; e os impulsivos, 33% da popu-lação que sente euforia por comprare vive endividada.

mites temporais e da questão de terdependentes. O grande paradoxo, noentanto, é que a juventude é a épocadas grandes decisões temporais delongo prazo, como a escolha da pro-fissão. E a maturidade é a época dese fazer poupança.

O cérebro humano vive numacompetição de forças. O sistema lím-bico luta pelos prazeres imediatos etoma decisões emocionais e o córtexpró-frontal busca estabilidade e tomadecisões racionais. Na economia ocor-re o mesmo. Enquanto não temos odinheiro com que contamos, fazemos

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12 – Empreendedor – Julho 2006

Entrevista Eduardo Giannetti da Fonseca

O varejo e os bancosbrasileiros deitam erolam em cima da

população de baixarenda, porque ela é

imediatista

Empreendedor – Qual é o perigoem privilegiar o presente, o vi-ver o hoje sem se importar como amanhã?

Estamos em constante formação.É preciso entender que em algunsmomentos da vida alguns sacrifíciosa curto prazo se justificam para ob-ter benefícios no futuro. Aceitar umaqueda de padrão de vida temporária,ao largar uma atividade que lhe dêrenda para estudar, ou utilizar recur-sos para abrir uma empresa, faz todosentido se o resultado é um salto pro-fissional. É importante lembrar quenão estamos mais lidando com um ci-clo médio de vida de 50, 60 anos.Estamos falando em 70, 80 anos, embreve 90 anos, o que requer uma dosede cuidado muito maior do que an-tes, quando a vida era mais curta.

A dose de cuidado com o amanhãprecisa ser maior devido ao aumentoda expectativa de vida. E tem o as-pecto financeiro disso. Em 2020 se-rão mais de 1 bilhão de pessoas commais de 60 anos no mundo, contin-gente maior do que toda a populaçãomundial em 1820. Os valores da cul-tura deixarão de ser da juventude,como tem sido até hoje, e serão valo-res de uma população muito maismadura. Essa supervalorização dacondição jovem que vivemos está comos dias contados. E isso traz muitasimplicações para a educação e para aformação da sociedade. É preciso de-senvolver algum talento, alguma com-petência, algo que lhe dê prazer, sen-tido para vida, senão a velhice podeser um grande fardo.

Empreendedor – Como o brasilei-ro se comporta em relação as suasescolhas temporais?

EGF – O Brasil sofre de uma mio-pia temporal coletiva. Privilegia-se oaqui e agora e não se valoriza o ama-nhã. Por isso pagamos um preço ex-tremamente elevado no futuro, por an-tecipar recursos. E isso ocorre emtodos os níveis, do indivíduo ao Es-

tado. O descaso secular com a edu-cação é um exemplo disso, assimcomo a destruição irrefletida de nos-sos recursos ambientais, o desmata-mento, a poluição. A Previdência ne-cessita de reformas drásticas, poissomos um país ainda jovem e comgastos previdenciários de um paísidoso. O déficit supera o custo deeducar 37 milhões de crianças.

Outro aspecto causa espanto emeconomistas de todo o mundo: aque-les que menos podem esbanjar hoje,aqui no Brasil, compram uma gela-deira e pagam duas, uma delas de ju-

ros, e a grande maioria nem se dáconta dessa extravagância. O varejoe os bancos brasileiros deitam e ro-lam em cima da população de baixarenda, porque ela é imediatista, nãotem paciência. Mas ela não sabe fa-zer contas porque não teve educa-ção financeira, só vê se a parcelamensal cabe ou não no salário. Issoé intolerável. A primeira coisa a sefazer é de ordem legal: não pode terpreço à vista igual a preço a prazo,não existe isso em lugar algum domundo, como existe então no Bra-sil, onde os juros são o que são? Osvendedores não apresentam clara-mente a diferença do que é pagar àvista ou pagar em 12 ou 24 vezes.Tecnicamente isso não pode serigual, eles estão embutindo os jurosno preço a vista e estão mais inte-ressados em vender o crédito do queo produto. Uma medida legal seriatremendamente pedagógica. O míni-mo que o consumidor deveria exigiré o direito de saber quanto é o preçoà vista e a diferença em comprar àvista poupando antes e comprar aprazo se endividando. O cadastro debons pagadores ajudaria muito tam-bém, para que ele não precisassepagar o custo do inadimplente.

Empreendedor – Que conselho osenhor daria ao brasileiro?

EGF – Temos que chegar a umavisão mais equilibrada entre o hoje eo amanhã, todo exagero tem custosaltos. O Japão, por exemplo, sofre dehipermetropia temporal. Os idosos re-ceberam certa vez bônus de consu-mo, para aquecer a economia, masguardaram os papéis como medida desegurança econômica. Não há comomudar rapidamente a formação depreferências intertemporais coletivas,mas medidas de curto prazo fazemdiferença ao longo do tempo. Educa-ção fundamental de qualidade, porexemplo, seria muito positivo para queas pessoas planejassem melhor suapassagem pela vida.

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Linha Direta

Eduardo Giannetti da Fonseca(11) 4504-2400

Empreendedor – O senhor é umcrítico feroz de programas assis-tenciais, como o Bolsa Família, porque isso não incentiva uma mu-dança de vida, não traz oportuni-dades de crescimento. O empre-endedorismo, pelo contrário, mos-tra-se uma excelente forma de ge-ração de emprego e renda, mas afalta de uma política favorável aomesmo é clara. O que é precisomudar na economia e em outrasesferas para estimular o empre-endedorismo?

EGF – O Brasil é um país comforte vocação empreendedora. Nóstemos um povo com bom espíritoempreendedor, isso é demonstradoem várias pesquisas. O que nos fal-ta é um ambiente de negócios quepermita que essa vocação floresça edesabroche. O sistema tributário émuito complicado. O mercado detrabalho é proibitivamente caro parao pequeno empreendedor contratar,o que acaba empurrando nosso em-preendedorismo para a informalida-de e condena as empresas a serempequenas, porque elas não têm cré-dito, não podem aparecer e não po-dem aumentar a produtividade. Pre-cisamos melhorar urgentemente noBrasil o arcabouço de regras do jogoda economia, começando com umacorajosa reforma trabalhista, simpli-ficando muito a legislação, reduzin-do encargos e o risco contratual, econcretizando uma reforma tributá-ria para tornar o sistema muito maislimpo e transparente.

Empreendedor – A política de con-trole da inflação, por meio de me-tas anuais estabelecidas em acor-do com o FMI, baseada na varia-ção da taxa básica de juros, é cadavez mais questionada por econo-mistas. O senhor acredita que épreciso mudar essa tática parapermitir o crescimento da econo-mia ou discorda dessa corrente?

EGF – Eu defendo o sistema de

O que nos falta é umambiente de negócios

que permitaque a vocação

empreendedorafloresça e desabroche

to prazo são bons, são positivos: ameta da inflação será cumprida, adívida pública não está crescendo,as contas externas estão superavitá-rias; e a parte vazia é que estamoscrescendo muito abaixo do que se-ria necessário e do que os países maisdinâmicos. Isso é profundamentedesconfortador, países como Índia,China, Coréia do Sul e o Chile apre-sentam crescimento consistente de7% a 8% ao ano. A média de cresci-mento no Governo Lula está dentrodos padrões verificados ao longo doPlano Real. E não há risco em voltara crescer como desejamos, se foremfeitas mudanças de ambiente insti-tucional e de finanças públicas.

Empreendedor – Medidas para aobtenção do superávit primário fa-zem parte da política econômicaadotada nos últimos governos. Atéque ponto isso é salutar para a eco-nomia do país, tendo em vista aescassez de recursos para investi-mentos em infra-estrutura?

EGF – É preciso aumentar aindamais as metas de superávit para re-duzir mais rapidamente a dívida. Oproblema foi que fizemos um ajustefiscal muito ruim, com aumento dearrecadação e aumento dos gastospúblicos. O ajuste fiscal de 99 paracá implicou numa enorme deteriora-ção da carga tributária, e é isso quesufoca o empreendedor brasileiro.

Um fato preocupante no Brasil éque está desaparecendo a classe mé-dia das empresas. Ou elas são muitograndes, conseguem se manter naeconomia formal, ou são muito pe-quenas e acabam descambando paraa informalidade. Eu costumo dizerque se a Microsoft tivesse surgido noBrasil ela ainda não teria conseguidosair da garagem de onde nasceu.

metas, acho que é o melhor para oBrasil. E nós vamos cumprir a metade inflação este ano. Os juros sãomuito altos no país não por causada inflação, mas porque o Brasilpoupa pouco, tem um setor públicomuito desequilibrado, uma dívidapública muito elevada e a maneirade reduzir os juros de forma con-sistente não é tolerando mais infla-ção, é melhorando as finanças pú-blicas. A economia brasileira hoje éum copo metade cheio e metadevazio. A metade cheia é que os indi-cadores macroeconômicos de cur-

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Não Durma no Ponto

14 – Empreendedor – Julho 2006

A foca assassinaA era industrial foi marcada pela in-

cansável busca da produtividade. Diver-sos eram os mecanismos utilizados paraconquistar este feito, dentre eles, ummodelo de liderança autoritário e, portan-to, coercitivo. Mecanismos de pressão econtrole funcionavam favoravelmente,ainda que gerassem grandes insatisfaçõesno trabalho. Mas o problema era contor-nado pela substituição de mão-de-obrapor outras levas, que aguardavam ansio-samente oportunidades no grande con-tingente de desempregados.

Foi assim. E se você acredita queainda é assim, não leve a mal, mas vocêparou no tempo. Vive no passado. Essahistória tem cem anos e, enquanto elase perpetua em muitas empresas, ou-tras começam a compreender os no-vos ventos da mudança. E percebemque as melhores oportunidades não es-tão nas condições internas de trabalhovoltadas prioritariamente a fazer maiscom menos. E que as melhores chan-ces de lucros também não estão nomonitoramento rígido das contas dereceitas e despesas. E que o modelo degestão centralizador e autoritário deixaescorrer entre os dedos as melhoresalternativas de negócios.

Descobrem, então, a existência deum novo insumo para geração de re-sultados: as idéias. Elas são capazes decriar novos mercados, novos produ-tos e serviços, novas abordagens e pro-cessos. São decorrentes de um exer-cício fundamental, o da criatividade.Esse exercício parte de premissas muitodiferentes daquelas utilizadas para ob-ter a produtividade. As diferenças sãotão contrastantes que os cientistas or-ganizacionais resolveram marcar essaruptura como uma mudança de era.Não mais a industrial, especializada naprodutividade, mas a era do conheci-mento, direcionada à criatividade.

Mas, onde está a criatividade? Vocêacha que tem criatividade? Você acreditaque sua equipe seja criativa? Não sei quaissão as suas respostas, mas se acompa-

o modelo de gestãocentralizador e

autoritário deixaescorrer entre os

dedos as melhoresalternativas de

negócios

nharem a tendência que observo nos lí-deres organizacionais, posso afirmar quemenos de 1/3 afirma ter criatividade eque o índice despenca quando avalia opotencial de suas equipes.

Tal resultado é compreensível. Afinal,os mecanismos geradores de produtivi-dade funcionam no sentido contrário aoda criatividade. É claro que muitos líde-res já despertaram para esse equívoco eresolveram alterar seus modelos de ges-tão, criando ambientes mais abertos e

participativos. O máximo que consegui-ram, no entanto, foi tornar o processodecisório mais lento e soluções que orbi-tam ao redor da mesmice. Por que?

A Tática da FocaAlguém já viu o espetáculo que as

focas amestradas, que vivem em aquá-rios para divertir visitantes, oferecemquando são alimentadas? Cada peixe de-positado na boca de uma foca famintafará com que ela faça praticamente qual-quer coisa para manter o fornecimento.

Os alimentadores dos animais, emverdade treinadores, são extremamenteeficazes na utilização de estímulos paraobter os comportamentos desejados –

nesse caso, dos peixes. Espetáculos des-sa natureza parecem comprovar o po-der das recompensas como uma excep-cional técnica motivacional. “Se funci-ona tão bem com as focas”, muita gen-te costuma deduzir, “também deve fun-cionar com filhos e funcionários”.

A “tática da foca” parte de um prin-cípio simplório: recompense o compor-tamento desejado e a probabilidade deque ele se repita também aumentará.

A questão é que tão logo os alimen-tadores desaparecem, também findamos comportamentos divertidos tão de-sejados. Se estão famintas e ninguémas alimenta, as focas não têm interesseem bater suas nadadeiras ou em ace-nar para a platéia. Os estímulos real-mente funcionam, nesse sentido, massomente quando e enquanto houver re-compensas. E, pior: as atitudes serãosempre as mesmas, cópias sem fim deum mesmo ponto de origem - a certe-za de que uma gracinha oferecida cor-responderá a uma coisa nutritiva ousaborosa. Compensadora, portanto.

Na empresa, funciona mais ou me-nos assim: os líderes esperam que oscomportamentos desejados continuem,mesmo quando não jogam mais peixes.Os líderes gostariam que todos continu-assem a aprender, a produzir, a cumprirmetas, a ser criativos e inovadores, masnada disso acontece sem estímulos, quan-do essa foi a prática inicial e é a espera-da. Ou seja, a disposição ao novo só existena presença do velho e surrado recurso.

Peixes tóxicosOs tempos mudaram, mas a tática

continua a mesma. Aí está o x da ques-tão: os peixes que garantiam saltos pro-dutivos são incapazes de proporcionarsaltos criativos. Apenas para ser drásti-co: os peixes que antes alimentavam, ago-ra assassinam! Veja, por seus respecti-vos nomes (sem subterfúgios ou más-caras), como são capazes deste feito.

1) AmeaçasA ameaça não pretende punir, mas

sim estimular as pessoas a fazer algo

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por Roberto Adami TranjanEducador da Cempre – Conhecimento & Educação Empresarial

(11) 3873-1953 – www.cempre.net – [email protected]

Idéias gostam davida ao ar livre.

Por isso, oautoritarismo,mesmo aquele

dissimulado, agecontra a expressão

para evitar punições. Apresenta-se naforma de vigilância ou controle e estáno ambiente de trabalho, em formasmuito sutis. Veja por exemplo a figurado supervisor, muito valorizada na eraindustrial. O supervisor é aquele queronda as pessoas, fazendo-as sentir queestão sendo constantemente observa-das enquanto trabalham.

Em outras empresas, o supervisoré substituído pelo mezanino. Tambémherança da era industrial, muitos leiau-tes de empresas projetam o mezanino,um ambiente na forma de um aquário,com o intuito de abrigar os líderes, eproporcionar a eles condições físicasde vigilância constante.

Em outras empresas, supervisores emezaninos foram substituídos por câme-ras, espalhadas por todas as dependênci-as, respaldadas no discurso pouco con-vincente de zelo e segurança patrimonial.Quaisquer que sejam as razões, sob ob-servação constante as pessoas evitamassumir responsabilidades e o impulsocriativo se retrai. Só fazem o que acredi-tam que delas se espere, segundo mode-los que constroem a partir da observa-ção do que ocorre ao seu redor.

2) JulgamentosIdéias detestam o banco dos réus.

Por isso, elas não se dão bem com ojulgamento. Quando este entra por umaporta, a idéia sai pela outra.

Idéias são sensíveis e afloram ape-nas em ambientes de compreensão eaceitação. Nesse sentido, e por maisque se evite, a tradicional avaliação dedesempenho remete a um julgamento,que conduz em direção diametralmen-te oposta à da criatividade. Fazer comque as pessoas se preocupem com ojulgamento alheio de seu trabalho im-pede que se atenham às suas realiza-ções, com espírito livre para encontrarmelhores e mais interessantes formasde agir. Justamente as que estejam forados manuais implícitos.

3) RecompensasUso excessivo de prêmios, como

medalhas, botons, canetas e bônus,para estimular comportamentos consi-derados “adequados” (e, por isso mes-mo, com determinado formato), nãofunciona para as idéias. Isso porque aspessoas acabam por dividir suas aten-ções entre o ato de criação e a recom-pensa. O processo de criatividade exi-ge atenção absoluta. Em geral, as idéi-as são muito generosas e nem um pou-co mercenárias. Não se vendem por umpreço qualquer, mas se oferecem porvontade própria.

As recompensas podem ser mone-tárias e psicológicas. Ambas são pei-

xes tóxicos. O elogio é um exemplo derecompensa psicológica e, dependen-do das intenções, o tiro pode sair pelaculatra. Muitos elogios são feitos nointuito de exercer controle sobre o ou-tro. Quando isso é percebido, as idéiasse esvaem. Até mesmo porque as pes-soas começam a fazer um “inventário”do que é elogiado e tendem, também, arepetir caminhos. Como ocorre no pro-cesso de adestramento das focas.

4) CompetiçãoSugere a escassez, pois oferece um

único primeiro lugar no pódio para a cria-tura que vence as demais. Muitas vezes,inclusive, provoca uma disputa desespe-

rada, a ponto de tor-nar-se predatória.Destrói qualquer es-pírito de equipe.

Na competição, todos os envolvidosse preocupam em vencer, o que afastaa atenção da atividade em si. Pressionaras pessoas a vencer, o que parece virtão naturalmente em situações competi-tivas, é capaz de provocar um efeito ne-gativo, mesmo para os vencedores. Piorainda, para os perdedores, com certeza.

Idéias não gostam da escassez, sóproliferam na abundância. Este é o me-lhor adubo, a terra naturalmente gene-rosa e fértil.

5) Pressão e controle excessivoUma ênfase demasiada na pressão,

no controle e na obediência parece fa-zer errar a pontaria. Vários estudos jáconfirmaram que o desempenho dequalquer atividade que requeira pro-fundidade, concentração, intuição oucriatividade pode ser prejudicadoquando a estratégia motivacional ébaseada em controles.

Portanto, forçar a barra, colocandoas pessoas à prova, em desafios que es-tão muito além de suas aptidões, tam-bém é uma forma de afugentar as idéias.

Idéias gostam da vida ao ar livre.Por isso, o autoritarismo, mesmo aqueledissimulado, age contra a expressão.Dizer às pessoas o que devem fazer ecomo devem fazer é tolher por com-pleto o exercício criativo. Esse micro-gerenciamento não permite a manifes-tação de qualquer ímpeto de iniciativae responsabilidade.

O papel do líderSe você pensa que tem muito a fa-

zer para instalar a criatividade na suaempresa, saiba que não. As mentes cri-ativas já estão por lá, ávidas para seapresentar, caso o ambiente esteja aber-to para essa prática. E aí está seu pa-pel: desaprender a “tática da foca” edar cabo dos peixes tóxicos. Sem eles,surgirá uma nova vida, fertilíssima deidéias. Divirta-se!

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Mercado

16 – Empreendedor – Julho 2006

Lucros emboa formaEmpreender na área do bem-estar é apostar num mercadocrescente e ter chances de gerar negócios saudáveis

por Fábio Mayer

O que importa é ter saúde e quali-dade de vida. Pode até parecer modis-mo regado a um certo exagero, que emalguns casos beira à obsessão, mas éassim que a indústria do bem-estar vemse firmando como produto de primeiranecessidade. Fazer bem a si mesmopara viver melhor. Para isso, vale con-sumir alimentos nutritivos ricos em vi-taminas, freqüentar academias, usufruirde serviços especializados, como spase centros de beleza, e comprar e fazertudo o que puder com a meta de con-seguir e manter a forma e a saúde de-sejadas. É no mesmo ritmo, desenfre-ado e frenético, que esse mercado vaimovimentar US$ 1 trilhão até 2010 emtodo o mundo. Não está distante, sefor tomar como referência a cifra queatingiu mundialmente em 2005: cercade US$ 200 bilhões.

Não basta comercializar ou oferecerserviços que visem uma vida mais sau-

dável, é preciso planejar, criar alternati-vas e ao mesmo tempo estar atento àstendências. Isso pode ser feito ouvindoo consumidor, principalmente suas re-clamações, algumas até muito comuns.Muitas pessoas, que fazem exercíciosfísicos, se queixam de problemas gera-dos pela falta de acompanhamento deprofissionais da educação física e áreamédica. O treinador pessoal (personaltrainer) é profissão em voga e há expli-cação. O mercado segue uma tendênciade segmentação, abrindo espaço paraesses profissionais prestarem serviços,por exemplo, nas empresas e em resi-dências. A estratégia está dando certotambém dentro das academias, que pas-saram a oferecer atendimento persona-lizado aos alunos. O Brasil é hoje umdos maiores mercados de academias daAmérica Latina, com cerca 7 mil emtodo o país, freqüentadas, em média, por2 milhões de pessoas. Em 2005, as aca-demias movimentaram R$ 1,6 bilhão.

O objetivo também é descansar, res-

pirar e meditar em busca de equilíbrio.Aliar sossego e entretenimento – bem-estar – para proporcionar satisfação.Mas como diminuir a ansiedade, o stresse revigorar as energias perdidas no atri-bulado dia-a-dia, se quem oferece oserviço não transparece qualidade devida, pois vive em ritmo alucinado?Existem muitos empreendedores quesão extremamente ocupados, pressio-nados e estressados, o inverso do re-sultado do serviço que oferecem. Comisso, estão fadados ao fracasso, pois omercado já não aceita, ou dá menosespaço, a esse tipo de perfil. Melhorara qualidade de vida também de quematua no ramo é um dos quesitos quePatrícia Castellar Pirozzi, proprietáriada academia Triathon, localizada emSão Paulo e há 21 anos no mercado,adota em sua gestão. “É até exigênciada academia que todos cuidem da saú-de e tenham tempo para treinar, por-que como vão conseguir vender o pro-duto se não o conhecem ou não fazem

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uso? Qualquer atitude do profissionalpode significar em resultados negati-vos para o cliente e para a empresa”,diz a empreendedora.

Em sua avaliação, cuidando-se, oprofissional aumenta a performance,fica mais tranqüilo, age mais pela ra-zão e tende a tomar decisões mais equi-libradas. Valores que ela considera im-portantes no atendimento e relaciona-mento com o cliente. Oferecer servi-ços de qualidade sempre foi estratégi-co, mas a questão era como se desta-car da concorrência, que também temesse foco como referência nos servi-ços que presta. Com essa preocupação,a tática foi adicionar outro componen-te: o desenvolvimento de projetos fei-tos pelos próprios funcionários. “Mi-nha preocupação hoje é pensar emcomo vai ser a empresa no futuro. Aconclusão é sempre criar novidades eempreender de maneira diferente, en-volvendo toda a equipe”, diz Patrícia.

Moldada de maneira que todos par-ticipem, a gestão que implantou na aca-demia permite maior integração e mo-tivação de todos os funcionários. Sãofeitas reuniões anuais com responsá-veis pelos departamentos, onde cadaum apresenta projetos que podemacrescentar na manutenção ou reestru-turação da qualidade dos serviços pres-tados pela empresa. A idéia de adotaressa forma de gerenciamento veio du-rante a análise dos relatórios que fazi-am. “Percebi que existia uma certa con-fusão do que era de fato um planeja-mento e que muitos itens se repetiamde um ano para outro”.

O projeto, na opinião dela, é um em-preendimento temporário, que tem

como objetivo criar resultados ou ser-viços exclusivos. “Fiz a equipe enten-der que cada um deles é empreendedordo seu departamento, que funcionacomo uma unidade de negócio dentroda empresa”, diz Patrícia. “É necessá-rio o trabalho de todos, com metas es-pecíficas e resultados definidos, paraque a mudança de participação no mer-cado possa realmente ocorrer e a em-presa se destacar da concorrência”. Ainiciativa segue o caminho do mercadodo bem-estar, que tende a se segmen-tar. A expectativa de crescimento daTriathon para 2006 é de 20%, mesmataxa dos últimos anos.

Outra tendência são os centros debem-estar, que reúnem serviços comoginástica, ioga, alongamento, relaxa-mento e massagens. Na verdade, apli-cação “revigorada”, mas não menosimportante, de conceitos mais antigosjá utilizados pelos spas e centros deestética e beleza. Também em moda éo método pilates, sistema de exercíci-os de ginástica e condicionamento fí-sico elaborado, em 1920, por JosephPilates, fisioterapeuta e atleta alemão.

A percepção de Enrico Ferrari, queexiste demanda nessa área do mercadodo bem-estar, veio com a acirrada con-corrência no ramo em que atuava, o deequipamentos odontológicos e hospi-talares. Esse nicho já era preenchidopor marcas muito fortes, há mais tem-po no mercado, sendo difícil levar aempresa adiante. Mudar o foco do ne-gócio foi praticamente inevitável. O queaconteceu oito meses após a fundaçãoda catarinense Metalife, aberta em ju-nho de 2004, passando a fabricar equi-pamentos para pilates.

Mais valorTerapias ocupacionais:O artesanato, conforme dados doMinistério do Desenvolvimento daIndústria e do Comércio Exterior(Mdic) movimenta R$ 28 bilhõesanuais no país e abrange 8,5 milhõesde trabalhadores.

Atividades físicas:Em 2005, as academias movimen-taram R$ 1,6 bilhão no Brasil. Sãocerca de 7 mil, freqüentadas, emmédia, por 2 milhões de pessoas.

Alimentação natural:De acordo com o Instituto Biodinâ-mico (IBD), os alimentos orgânicosgeram US$ 26,5 bilhões no mundo.De carona, os suplementos nutricio-nais giram cerca de US$ 1 bilhãoanual. No Brasil, esse valor chega aR$ 300 milhões.

Técnicas de relaxamento:Nicho que ultrapassa os R$ 3 bi-lhões por ano no país. São 30 mi-lhões de clientes potenciais, consi-derando as proporções em relaçãoao povo brasileiro dos dadosda Organização Mundial daSaúde (OMS), que mostramque 20% da populaçãomundial procuram cen-tros de estética, spas etratamentos comomassoterapia.

Total:Em 2005, o mercadogerou cerca de US$200 bilhões em todoo mundo. A perspec-tiva é atingir US$ 1trilhão até 2010.

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Mercado

18 – Empreendedor – Julho 2006

A estratégia da paulistana PrettyJet para ser referência no mercado éousar e criar novidades, desenvolven-do os próprios modelos. A empresa,100% brasileira e sediada em São Ber-nardo do Campo, é especializada nafabricação de banheiras de hidromas-sagens e ofurôs, atuando na área há28 anos. A intenção é sempre propor-cionar satisfação ao usuário, ofere-cendo produtos que possam transfor-mar o banho em uma espécie de ritu-al. Muitos modelos são equipadoscom acessórios tecnológicos que per-mitem, por exemplo, espalhar bolhasde ar (blower) e a prática da cromo-terapia, uso das cores para proporcio-nar saúde e bem-estar.

A tática adotada vem trazendo re-sultados. Alguns produtos como a ba-nheira Smart Hydro, são reconheci-dos no mercado internacional e ga-nharam diversos prêmios na Alema-nha e no Japão. “As banheiras bran-cas são as campeãs de vendas e con-tinuarão a ser por muito tempo, masnão podemos nos prender apenas emfórmulas já estabelecidas, apostamosna criação de novas tendências”, diz

Gustavo Granado, diretor de marke-ting da Pretty Jet.

Mas nessa área de atividade nemtudo gera na satisfação de um banhode ofurô com pétalas de rosas. “O pontonegativo é a informalidade que algumasempresas trabalham no Brasil, prejudi-cando a imagem do setor”, diz Grana-do. “Estamos começando a trabalharpara formar uma Associação dos Fa-bricantes de Hidromassagem no Bra-sil, o que será muito bom para o mer-cado (visto que nivelará os fabrican-tes) e para os consumidores”. A esti-mativa da empresa para 2006 é cres-cer 12% ao lançar produtos que ofere-cem relaxamento, diminuição do stresse qualidade do sono.

Terapia do mel

Os alimentos naturais também ga-nham destaque no mercado do bem-estar, já que a nutrição é uma das prin-cipais formas de se obter boa forma emanter a saúde. É nisso que apostaCélio Silva, proprietário da Apis Nati-va, catarinense da cidade de Araranguáe detentora da marca Prodapys. Ele

O jovem empreendedor que herdoudo pai, consultor empresarial, o gostopor empreender foi atrás de algo queestivesse despontando, um nicho novo,mas também com boas perspectivas.Decidiu apostar no pilates. Os primei-ros equipamentos foram fabricados jáaos seis meses de atividade da empre-sa, no início de 2005. Foi para atenderum atleta que estava em reabilitação,após uma intervenção cirúrgica. Empouco tempo a procura aumentou.“Percebi que podia deixar de ser ape-nas mais um no mercado no qual tra-balhava para se tornar referência, compossibilidades maiores de retorno e vi-sibilidade”, diz.

Mesmo com a mudança, a linhade produção não sofreu modificaçõessignificativas. Como já tinha a maio-ria dos maquinários, Ferrari precisouapenas complementar com mais al-guns equipamentos que permitiamtrabalhar com madeira. O que estavaalém da capacidade de fabricação daempresa foi suprido por fornecedo-res, que por meio de parcerias pas-saram a desenvolver produtos espe-cíficos e personalizados.

Neste segundo ano de atividades noramo do bem-estar, Ferrari tem a opor-tunidade de expandir a participação daMetalife no mercado internacional. Aempresa abriu um escritório de repre-sentação na Itália, que atende e operaem toda Europa. Em breve, vai enviara primeira remessa para lá e já está emnegociação para exportar também paraa França. No Brasil, a empresa atuana região Sul e São Paulo, fabricandoseis tipos de equipamentos e acessó-rios utilizados no método. A meta doempreendedor é crescer 30% até o fi-nal de 2006 e a expectativa nos próxi-mos três anos é triplicar a produção eatingir todos os Estados brasileiros. “Éum mercado que está engatinhando etem grande capacidade, seja pelas aca-demias que ainda não entraram comforça nesse mercado, seja pelo cons-tante aprimoramento da técnica pila-tes e o desenvolvimento de novos equi-pamentos”, diz Ferrari.

Banho de resultadosCriar soluções para hidromassagem ounutrição faz parte da luta pelo consumidor

Granado: “Banheiras brancas são as campeãs de vendas, masnão podemos nos prender apenas em fórmulas já estabelecidas”

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produz mel orgânico e compostos comoutros ingredientes como gengibre,própolis, pólen, guaco e agrião. A em-presa comercializa, ao todo, 40 produ-tos naturais como geléia real, cera deabelha e apitoxina (veneno de abelha).O empreendedor está no ramo da api-cultura desde 1979, e tem seu trabalhoreconhecido no país com a conquistade vários prêmios como o TalentosEmpreendedores e Empresário Padrãona categoria indústria.

A Apis Nativa também conseguiu seposicionar no mercado externo. Em2002, época em que o Brasil vivenciouseu melhor momento na exportação domel, a empresa aproveitou para comer-cializar para outros países, principal-mente da Europa. Mas a constante que-da da cotação do dólar, nos anos se-guintes, prejudicou o desempenho das

vendas externas. “Tivemos muitas di-ficuldades em 2005, pois foi um anomuito difícil para as exportações, prin-cipalmente do mel, e por último tive-mos quebra de safra no Sul do país”,diz Tarciano Santos da Silva, gerentede exportação.

Em 2006, vai ser difícil reverter oquadro negativo gerado pelo câmbionas exportações, mas a empresa nãodesistiu de investir para ampliar a par-ticipação lá fora. Ela está acostuma-da a freqüentar feiras como a da Bio-fach, evento de produtos orgânicose naturais realizados em todo mun-do, um deles em Nuremberge, na Ale-manha, país responsável por 60% dasvendas externas da Apis Nativa. “Te-mos sempre grande contato com astendências, mas o objetivo principalé encontrar novos clientes para a li-nha de mel orgânico e também man-ter contato com os clientes tradicio-nais”, diz Silva. Na última feira, o pro-duto da empresa que deu melhor re-torno foi o mel orgânico a granel,vendido em tambores de 290 kg.

De carona no mercado do bem-es-tar, a área de suplementos nutricionaisgira cerca de US$ 1 bilhão anual emtodo mundo. No Brasil, esse valor che-ga a R$ 300 milhões. De olho no con-sumidor, a Galena Química e Farma-cêutica firmou parceria com a ameri-cana Embria Health Sciences para lan-çar no Brasil o EpiCor, suplemento ali-mentar à base de leveduras, com fun-ção de fortalecer o sistema imunológi-

co. “Com a crescente busca da popu-lação por maior bem-estar e tambémdevido ao aumento da expectativa devida, passa a ser disseminada e con-solidada uma cultura de prevenção.Nesse novo tipo de comportamento,existe uma atenção maior com alimen-tação correta, mais atividades físicase também a suplementação daquilo quenão se consegue obter naturalmente”,diz Silvia Andrade, gerente de mar-keting da empresa.

A Galena visualizou uma oportuni-dade de atender a demanda no país e aEmbria de expandir mercado. Em re-lação às estratégias gerenciais, paratrazer o produto ao Brasil, a gerentede marketing da empresa destaca quefoi decisivo o nível científico relacio-nado à pesquisa e desenvolvimento doEpiCor e seu caráter inovador. O pro-duto surgiu em 2004, quando analis-tas de uma seguradora americana no-taram que operários de uma empresa,que produz ingredientes à base de le-veduras, tinham taxas baixas de afas-tamento do trabalho, devido a proble-mas de saúde. Depois de uma avalia-ção clínica, constatou-se que os tra-balhadores que ficavam em contatodireto com as leveduras tinham maiordefesa imunológica. “O Brasil teria aoportunidade de ter, em primeira mão,um suplemento alimentar inédito nomundo apoiado em uma larga experi-ência de pesquisadores internacionais.Isso garantiria segurança e eficácia aosconsumidores”, diz Silvia.

Sílvia Andrade:aumento da expectativade vida consolida umacultura de prevenção

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Mercado

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Não bastou a paixão por uma des-coberta para que Regina de Castro Fer-reira conseguisse se manter no ramode velas artesanais. Ela foi pioneira nafabricação de velas repelentes à basede andiroba, árvore originária da Ama-zônia, e desenvolveu modelos estéticospara eventos, bares e restaurantes. Maso vínculo com o trabalho era tão inten-so, que ocupava quase todas as horaslivres de Regina. Foram mais de onzeanos sem férias. Tamanho empenho alevou a uma estafa, o que a obrigou ase afastar e tempo depois encerrar asatividades da empresa.

Formada em jornalismo, Regina fa-zia uma reportagem na FundaçãoOswaldo Cruz (Fiocruz), em 1997, so-bre repelentes feitos com andiroba quan-do decidiu montar a Natuscience. “Fuicomo repórter e saí como empreende-dora.” Na época, o óleo retirado da se-mente de andiroba já tinha mercado, al-gumas multinacionais e empresas o uti-lizavam para a fabricação de cosméti-cos, mas o bagaço que sobrava em de-corrência da extração era descartado.“Tive senso e visão da grande oportuni-dade, é claro que existiam projetos ma-ravilhosos de sustentabilidade das co-munidades da Amazônia, mas fiquei tãoapaixonada, envolvida e empolgada comesse, que larguei meu trabalho e pegueium avião para lá.”

Ela queria conhecer melhor o pro-cesso de retirada da matéria-prima,principalmente, se estava dentro dosconceitos de um manejo com respon-sabilidade ecológica e social e uma re-lação justa e adequada. Também queriasaber se as possibilidades de trabalharcom a andiroba tinham boa perspecti-va. “Foram três Estados que visitei,Amapá, Pará e Acre, e pesquisei as co-munidades e tribos que estavam come-çando a se envolver nesse projeto”, diz.

A andiroba é uma árvore nativa da

to com a parafina para a comercializa-ção do produto em forma de vela. Du-rante o processo de fabricação, o ba-gaço das sementes de andiroba é acres-centado e depois retirado por meio deuma tecnologia patenteada e distribuí-da pela Fiocruz, que permite atingir80% do ponto de eficácia.

A partir disso, a equipe da Natusci-ence aperfeiçoou a técnica, chegando a100%. Regina também criou um proje-to chamado de Resíduo Zero, que reci-cla todo o material utilizado na fabrica-ção. Quando o bagaço é colocado e re-tirado da parafina, fica um resíduo in-dustrial de grande quantidade – 35% a40%. “Do resíduo da vela passamos afazer a tocha de andiroba para ser usa-da na área externa com bom nível derepelência e iluminação, e do detrito datocha criamos o toquinho, um acende-dor natural de lareira”, diz.

No início, as ações de Regina naempresa foram norteadas pela paixão,sem nenhum planejamento. Ela abriu aempresa sem capital inicial, capital degiro e conhecimento das regras que re-gulam essa área. “As dificuldades fo-ram enormes, porque nunca tinha sidoempreendedora, e acho que me meti emuma aventura que deu certo por um tem-po, mas também deu muita dor de ca-beça.” A Natuscience foi uma das cincoempresas (foi escolhida uma empresade cada continente) que recebeu o prê-mio da Cúpula Mundial sobre Desen-volvimento Sustentável (Rio+10), reali-zada pelas Nações Unidas em Joanes-burgo, na África do Sul, em 2002, de-vido a responsabilidade ecológica e so-cial, perspectiva financeira positiva eprodutos com qualidade que atendam anecessidade do mercado.

Descanso rentável

O objetivo é aplicar técnicas de ar-tesanato para relaxar. Mas o hobby podese tornar lucrativo e aumentar a renda.Dotan Mayo, um dos sócios fundado-res, percebeu a demanda e investiu nopróprio negócio, criando em 1999 aAfrican Artesanato. No início das ati-

Pioneiros contra o stressDescobrir a verdadeira demanda é uma tarefapara quem abre caminho com esforço e intuição

região Amazônica, que nasce em peque-nas altitudes ou em áreas de várzea, pró-ximas a rios e igarapés. Na tradição lo-cal, as mulheres são responsáveis pelacoleta das sementes usadas para produ-zir o repelente. Elas as deixam cair na-turalmente e as mergulham na água atéamolecerem. Depois as colocam em “ti-pitis”, cestos cilíndricos feitos artesa-nalmente, por exemplo, de bambu, paraserem em seguida prensadas com o ob-jetivo de retirar primeiro o óleo, que cha-mam de gordura, manteiga ou banha deandiroba. A polpa seca e desidratada éachatada manualmente formando umabola, que será queimada embaixo daspalafitas, produzindo uma fumaça comefeito repelente.

Foi a partir desta observação queos técnicos do Instituto de PesquisasCientíficas e Tecnológicas do Estadodo Amapá (Iepa), em parceria com aFiocruz, procuraram desenvolver umaforma mais segura e industrial para uti-lizar o princípio ativo (repelente). Comoele se desprende quando é queimado, asolução encontrada foi misturá-lo jun-

Andiroba:processoindustrial utilizao princípio ativo(repelente)

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cada vez mais adeptos têm no artesa-nato um hobby ou uma fonte de ren-da no país. “Há cinco anos, se a pes-soa quisesse fazer uma pintura, porexemplo, tinha que comprar os ma-teriais como tinta em lojas de cons-trução e em grandes quantidades”.

Atualmente os fornecedores aindasão responsáveis pelas principais difi-culdades enfrentadas pela empresa. Re-alidade que complica até na hora de fa-zer a homologação deles para o atendi-mento das franquias. “Falta um poucomais de profissionalização, pois muitosainda fazem a matéria-prima no fundode casa como uma caixinha para deco-rar o sabonete, e também aprimoramen-to, por exemplo, investimento em catá-logos, tabela de preço e sites”, diz Mayo.

Com faturamento anual acima de R$5 milhões, a perspectiva neste ano écrescer 40% no número de lojas e fran-quias. A meta é abrir 100 pontos-de-venda em oito anos. “O artesanato con-segue pegar todos os públicos, tem umcampo muito grande”, diz o sócio daAfrican Artesanato. O artesanato, con-forme dados do Ministério do Desen-volvimento da Indústria e do Comér-cio Exterior (Mdic) abrange 8,5 mi-lhões de trabalhadores em todo o país.

vidades, a empresa vendia velas arte-sanais para a decoração de ambientes,eventos, vitrines e residências. Mas nãodemorou para ajustar o foco do negó-cio. Conforme Mayo, muitos clientesapareciam na empresa para ter infor-mações de como produzir as velas e deonde podiam conseguir fôrmas e ma-teriais. “Percebemos a oportunidadeporque sentimos que as pessoas queri-am fazer as velas e não comprá-lasprontas”, diz. “Decidimos colocar umpouco de matéria-prima para vender edeu certo”.

Hoje, oferece mais de dez cursosque ensinam técnicas artesanais para aconfecção de velas, sabonetes, mosai-cos, perfumaria, pinturas em madeirae essências. Também fornece matéria-prima para quem pretende continuar fa-bricando o que aprendeu durante o cur-so. “A partir daí abrimos uma loja atrásda outra e também incrementamos aslinhas de produtos”, diz Mayo. Ao todosão mais de 7 mil itens oferecidos em12 lojas próprias e 4 franquias.

A opção pela franquia foi para solu-cionar problemas de administração eatendimento, gerados pela grande ex-pansão da empresa, em curto espaçode tempo. Depois de abrir 14 lojas pró-

prias, o empreendedor teve que recu-ar, pois ficou muito difícil manter ocontrole da empresa e a gestão dossuprimentos. “O franqueado consegueabsorver muito melhor esses problemase resolvê-los de maneira mais fácil erápida. Também pode cativar e atenderbem o cliente, procurando novos mei-os de ministrar os cursos”.

Os investimentos em marketingcontribuíram para ampliar o volumedas vendas. Para estimular a procurapelo artesanato por parte dos consu-midores, foram planejadas promoçõesmensais, seguindo o mesmo padrão emtodas as lojas da rede, que ofereciamvantagens para quem participasse doscursos ou adquirisse produtos. Entre2004 e 2005, foram aplicados cerca deR$ 100 mil para reformular a identida-de visual da marca e padronizar a co-municação visual das lojas.

A empresa é uma das maiores noBrasil que utiliza a estratégia do “façavocê mesmo”. Esse conceito, assimcomo o mercado, na análise do sócioda African Artesanato, são recentesaqui no Brasil. Apesar disso, se de-senvolveram rapidamente e já acom-panham o mesmo ritmo do cresci-mento da atividade no mundo. Hoje

Regina: “Percebemos a oportunidade porque sentimos que as pessoas queriam fazer as velas e não comprá-las”

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Mercado

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“O stress é o grande inimigo cau-sador de doenças e está envolvidocom a alimentação, vida social eprofissional do ser humano moder-no”, diz Delma Santos, diretora pre-sidente do Instituto Brasileiro de Te-rapias Ayurveda (Ibrata) e terapeu-ta. Para ela, a prevenção com práti-cas que auxiliem no combate aostress é a melhor maneira das pes-soas adoecerem menos ou teremmaior capacidade de reabilitação.Foi com esse pensamento que elainiciou o aprendizado da Ayurveda,adotando o nome de Ma Prem Ila,como é conhecida.

A Ayurveda está sendo mais di-fundida no Brasil, mas ainda é umaterapia muito cara, acessível apenasa uma parcela da sociedade. A pes-soa que se propõe a trabalhar com aAyurveda também tem que se capa-citar continuamente para estar aptaa atuar como terapeuta. O Ibrata ofe-

Em busca do equilíbrioAyurveda, massoterapia e hipnoanalgesia:técnicas de reabilitação conquistam novos adeptos

rece cursos no Rio de Janeiro e SãoPaulo que duram, no mínimo, doisanos. “O aprendizado é contínuo,pois acima de tudo é uma filosofiaindiana de vida. Há onze anos vouanualmente à Índia para aprimorarminha formação, diretamente naraiz”, diz Prem Ila.

A atividade teve origem há 5 milanos na Índia e tem como objetivo aprevenção de doenças. “A intenção éentender quais são as tendências quea pessoa tem de adoecer por meiodo conhecimento do biotipo ineren-te a cada um”, diz. Há uma série deaplicações de condutas alimentares,de meditação, massagens e terapiascorporais, por exemplo, a Shirodha-ra (do sânscrito, que significa “flu-xo continuo na cabeça”). Essa téc-nica é utilizada para o tratamento dasíndrome do pânico, cansaço, de-pressão, insônia e irritabilidade e érealizada ao pingar continuamente

sobre a testa líquidos (em geral ole-osos) em temperatura morna.

A procura pela massoterapia tam-bém segue no ritmo do crescimentodo mercado do bem-estar. KiyoshiNagaoka, trabalha na área há maisde 30 anos, oferecendo serviçospara o tratamento de enxaqueca, ti-reóide e tensão muscular. ConformeNagaoka, as técnicas de massagemajudam na prevenção de doenças,principalmente as que atacam maisdurante o inverno como hipertensão,diabetes e cardíacas, pois há um gas-to de energia maior para se aquecer.

Outra técnica em moda, que pro-porciona bem-estar, é a hipnoanalge-sia. Ela utiliza a hipnose com sedaçãonos tratamentos odontológicos. Deacordo com João Rosa, presidente daAssociação Brasileira de Analgesia(Abasco) e diretor-clínico da Alpha-Odonto, a técnica permite potencia-lizar o anestésico, ajuda no controledas náuseas e os movimentos da lín-gua e da salivação. “A hipnoanalgesiaé mais confortável e foi criada espe-cialmente para o bem-estar do paci-ente”, diz. No Brasil, a hipnose nosconsultórios dentários foi regulamen-tada em agosto de 1966.

Delma Santos:ayurveda na lutapara prevenirdoenças

Nagaoka: massoterapia X enxaqueca Hipoanalgesia nos tratamentos odontológicos

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Inovação

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por Wendel Martins

O tema propriedade intelectualé tratado como coisa séria em to-dos os países do mundo, menosno Brasil. Empreendedores quedesejam registrar uma marca ou apatente de um invento tem queenfrentar a morosidade da buro-cracia – enquanto nos EstadosUnidos esse processo leva cercade um ano, aqui pode demoraruma década. Uma parte do pro-blema é que ainda não existe entreos empresários a cultura de inves-tir em pesquisa e desenvolvimen-to. No Brasil, este gasto respondepor 1% da receita líquida anual,enquanto lá fora atinge a marca dos3%. Só as multinacionais instala-das aqui pedem 60% mais paten-tes no Brasil do que empresas epesquisadores brasileiros. As mi-cro e pequenas empresas, que sãoa maioria, não têm acesso a ins-trumentos de fomento para inves-tir em P&D e as exceções sãograndes corporações que têm umaestratégia global de produção e ex-ploração de tecnologia própria.

A contribuição da universida-de é essencial, mas o conceito deinovação só existe quando algumaempresa coloca um produto ounovo processo no mercado. NoBrasil, o dilema de transformar asidéias nascidas em laboratórios eminovação passa também por umamodernização da cultura universi-tária, que por muitas vezes consi-dera um pecado atrair investimen-tos da iniciativa privada. A parce-ria é a melhor solução em médioprazo, até porque cerca de 85%dos doutores atuam na academia.Em países como Coréia do Sul eEstados Unidos, esse quadro é in-verso: só 15% realizam pesquisasnas universidades.

Parte do problema está no su-cateamento do Instituto Nacionalde Propriedade Intelectual (INPI)a partir da década de 70. O pró-

Investir em propriedade intelectualainda é desafio no Brasil

Segredosgeramnegócios

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Segredosgeramnegócios

Inovação

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prio presidente do INPI, RobertoJaguaribe, afirma que no mundoglobalizado a política industrialdeve ser baseada em diretrizes tec-nológicas e de inovação. O órgãovem sendo reestruturado, com acontratação de 450 novos exami-nadores e com investimento emtecnologia, como o sistema eletrô-nico de registro de marcas, quepromete agilidade e redução decusto. A meta é reduzir de 600 milpara 100 mil o estoque de pedidosde marcas e reduzir o prazo deanálise dos atuais 60 meses para12 meses. É consenso no merca-do que essas mudanças são moti-vos de aplausos, mas a impressãoé que o movimento ainda é tími-do, seja na velocidade de anda-mento dos pedidos ou na qualida-de de atendimento da instituição.

A proteção de marcas e paten-tes aumenta a eficiência econômi-ca e induz barreiras para a entra-da de concorrentes. Também pro-vém incentivo para as firmas in-vestirem em qualidade e reputação,permite ganhos de escala, contri-bui para melhorar a qualidade esegurança dos produtos e induz ainovação. Historicamente, o Bra-sil sempre teve bons quadros paragerar ciência e tecnologia, frutomais da iniciativa privada do quede políticas de Estado. O país tam-bém está acostumado a assistirpela janela grandes momentos demudanças tecnológicas. O rádio,a fotografia, a máquina de escre-ver e o avião são exemplos de tec-nologias que levam a assinaturabrasileira, mas se tornaram suces-so de vendas e empreendedoris-mo no exterior. Outro caso recen-te é do inventor brasileiro da Bina– sistema que permite identificaro número de telefone de quem estáligando. Ele luta para receber osroyalties de sua invenção de su-cesso. Resta saber de que lado opaís vai ficar: daqueles que lucramou dos que reclamam.

Um dos exemplos de empresaque investe em propriedade intelec-tual é a Alellyx Applied Genomics.Apesar do nome em inglês, é umacompanhia de capital nacional quese dedica à pesquisa e desenvolvi-mento de biotecnologia aplicada. AAlellyx demonstra que ciência e ne-gócios podem ter um bom diálogo:está instalada num prédio com áreade 2,3 mil m2, próximo ao campusda Universidade Estadual de Campi-nas (Unicamp) e recebeu um aportede R$ 30 milhões da Votorantim No-vos Negócios para implantar labo-ratórios e custear projetos. Ela mo-dela seu plano de negócio para pres-tar assistência técnica à agroindús-tria, especialmente nas culturas dacana-de-açúcar, laranja e eucalipto.Para tanto, conta com uma equipede aproximadamente 50 profissio-nais, sendo 40 pesquisadores, quebuscam soluções para problemasque comprometem a produção de la-ranja – como a praga do amarelinhoe o cancro cítrico – e investigamformas de aumentar a produtivida-de dos setores açucareiro e papel ecelulose, melhorando a qualidade da

Corrida de obstáculosDificuldades e soluções dos empreendedores quedependem das invenções para existir no mercado

cana-de-açúcar e do eucalipto.A descoberta do inseto responsá-

vel pela transmissão do vírus da Mor-te Súbita, que aflige os laranjais bra-sileiros, colocou a empresa na corri-da para o desenvolvimento de testespara o diagnóstico do vírus. Aindapouco se sabe sobre como evitar aMorte Súbita, mas a experiênciamostra o perigo: nos anos 40 o vírusda Tristeza dizimou os pomares bra-sileiros e no cenário atual, cerca de145 milhões de pés de laranja e umareceita anual de US$ 5 bilhões estari-am em risco. Paulo Arruda, sócio-diretor da Alellyx, diz que a idéia nãoé vender o diagnóstico, nem a cura,mas uma variedade resistente à do-ença. “Queremos levar a biotecnolo-gia nacional a um nível mundial, maseste é um trabalho de longo prazo e agente precisa de cérebros para se des-tacar globalmente”.

A criação de empresas como aAlellyx resulta da convergência detrês eixos: uma agroindústria nacio-nal competitiva, disponibilidade decapital de risco e a competência dospesquisadores brasileiros, formadaao longo de 20 anos de investimen-

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Arruda: levar a biotecnologianacional a um nível mundial

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Inovação

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to nas universidades e, particularmen-te, durante o Programa Genoma. A ge-nômica básica no Brasil começou em1997, financiada pela Fundação deAmparo à Pesquisa do Estado de SãoPaulo (Fapesp) e convertê-la em tec-nologia é a missão da Alellyx. “A na-tureza das pesquisas nos dois ambi-entes é semelhante: aqui é mais rápidae precisa”, compara Arruda, que ain-da dedica parte de seu tempo às aulase pesquisas no Centro de Biologia Mo-lecular e Engenharia Genética da Uni-camp. “Na universidade, trabalha-secom a visão acadêmica da pesquisa,que tem como foco a formação de re-cursos humanos. Aqui, o foco está nainvestigação, e os pesquisadores de-dicam-se o tempo todo a isso”, diz.

Nem sempre a escola tradicionalatende às necessidades e conveniên-cias de quem deseja aprender. Apai-xonado por engenharia e mecânica, ofuncionário público aposentado Rober-to de Sá Gonçalves, de 63 anos, nãocursou faculdade, mas na garagem decasa, na Praia de Sepetiba, no Rio deJaneiro, buscou as mais variadas so-luções para economizar combustívelno carro sem ter que usar gasolina adi-tivada. Em 1972 encontrou um jeitode poupar até 30% do consumo de umveículo e o batizou de Q.Métér-Mix.

Existem vários tipos de inventorese Sá Gonçalves se encaixa no perfildo autodidata, que supera a falta deconhecimentos técnicos com a ajudade terceiros. Tanto que já foi apelida-do por amigos de “professor Pardal”,numa alusão ao personagem de WaltDisney. Ele sintetiza o inventor brasi-leiro como o que está mais para o aper-

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Inovação

Sá Gonçalves e o Q.Métér-Mix:queima uniforme do combustível

feiçoador de processos do que o cien-tista que trabalha em sofisticados la-boratórios em empresas ou universi-dades. Tanto que a maioria dos inven-tos apresentados ao Instituto Nacio-nal de Propriedade Intelectual (INPI)é de baixo conteúdo tecnológico.

A grande invenção de Sá Gonçal-ves, de tão simples, parece aquelesanúncios dos comerciais de TV queprometem o mundo, dão um descon-to e não cobram frete. Mas ele juraque o Q.Métér-Mix funciona. Trata-se de um estabilizador eletrônico detensão, que promove a queima docombustível de maneira mais unifor-me. A idéia não é diminuir o fluxo decombustível e sim aproveitá-lo total-mente. “O produto é colocado na ig-nição, estabiliza a centelha e faz a quei-ma total da gasolina”, diz Sá Gonçal-ves. Basta substituir o cabo originalque liga a bobina e o distribuidor e em10 minutos está pronto. Ele afirma que

qualquer pessoa, mesmo sem conhe-cimento sobre motores, pode fazer asubstituição. Não necessita de ferra-mentas e pode ser instalado em qual-quer tipo de automóvel, moto ou bar-co, de qualquer marca.

O dispositivo custa em torno de R$140, tem garantia de dois anos e tam-bém reduz em torno de 25% a emis-são de poluentes. Possibilita uma par-tida mais rápida, não deixa “bater opino”, (quando a combustão ocorre emmomento errado) e evita a carboniza-ção (ao dar a partida com o motor friouma grande parte do combustível con-tamina o óleo e a queima gera uma fu-ligem). O aparelho também aumenta avida útil do motor e conserva as velaslimpas, que em condições normais du-ram 15 mil km, número que comQ.Métér-Mix quadruplica.

Sá Gonçalves já ganhou o prêmiode invento do ano nos Estados Uni-dos. A Renault comprovou a eficiên-cia do dispositivo e já demonstrou in-teresse em produzí-lo em escala mun-dial. Embora o inventor pretenda vi-ver de royalties, ainda não tem o re-gistro de propriedade intelectual noBrasil. Ele abriu o processo no INPI,em 1975, mas até 2003 a patente nãohavia sido concedida. Por cautela, re-gistrou a propriedade intelectual em107 países. Para incentivar outros em-preendedores a buscarem soluções cri-

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ativas, fundou a Academia Brasileirade Inventores, sediada no Rio de Ja-neiro e que conta com mais de milmembros. Ele mesmo inventou umpula-pula, um capacete com retrovi-sor e um papel higiênico cultural. Masfoi o Q.Métér-Mix que se tornou o seucarro-chefe. Hoje o empreendedorconta com distribuidores no Sul e Su-deste do país. Mesmo tendo desistidoda patente no Brasil, ele arrisca um pal-pite para fazer negócios. “Trabalha-mos sob encomenda e vamos crescen-do aos poucos”.

Demora

A demora do INPI para registraruma propriedade intelectual é apenasum dos obstáculos que os empresáriosbrasileiros têm que enfrentar para in-vestir em tecnologia e inovação. Oempreendedor Luiz Augusto Mazon,sócio-diretor da Soletrol, maior fabri-cante de aquecedores solares do conti-nente americano, afirma que as peque-nas e médias empresas não recebemincentivos para contratar profissionaiscom níveis de doutorado e mestrado.“Não temos profissionais com conhe-cimentos específicos para esse tipo deatividade. Fazemos uma pesquisa vol-tada ao mercado, não temos recursospara a pesquisa básica”, o que Mazontambém considera importante.

Ele resolveu driblar esse desafio porconta própria e em 1998, a compa-nhia inaugurou o primeiro e único cen-tro de treinamento em aquecimentosolar do mundo. O objetivo é qualifi-car profissionais e esclarecer tanto es-tudantes quanto o público em geralacerca dessa tecnologia. O investi-mento foi focado em laboratórios parademonstração de sistemas de aqueci-mento solar de água. Mazon conta quedivulgar a tecnologia junto aos profis-sionais do setor é estratégia da em-presa desde a fundação, em 1981. Hojeele é lider do mercado brasileiro, com50% de share.

A empresa expandiu esse conceitopara criar em 2004 a Universidade doSol, que também investe em publica-ções específicas e na organização deeventos. “Quebrar os limintes do pró-prio conhecimento sempre é possível.Basta apenas uma idéia”. A instituiçãooferece cursos para instaladoreshidráulicos, técnicos em aquecimentosolar, engenheiros, arquitetos, revende-dores. A instituição também é a portade entrada para formar parcerias comoutras fundações, com o Governo, em-presas e instituições acadêmicas. “A uni-versidade não nos procura e não existeessa interface para projetos conjuntos”.

Apesar de reclamar da falta de co-municação da universidade com o mer-cado, Mazon também comenta que os

pequenos e médios empreendedores dopaís não têm a cultura de investir empesquisa e desenvolvimento. “A maio-ria das empresas não tem recursos so-brando e os empresários não gostamde correr risco para manter a pesqui-sa”, diz o empreendedor que investecerca de 2,5% do faturamento em Pes-quisa e Desenvolvimento (P&D). Osresultados são evidentes e a Soletrolcresceu cerca de 20% no ano passa-do, apostando num segmento com de-manda reprimida. “Acreditamos queinovação é estratégia, mas o Governoestá distante do chão do mercado e nãopromove ações de inclusão dos em-presários de pequeno e médio portes”.Mazon começou a jornada no empre-endedorismo aos 19 anos e diz estardisposto a apostar em jovens que quei-ram investir em inovação. “Se um diativer recursos, vou olhar com atençãoos jovens e espero ajudar muita gentecheia de vontade”.

Dados do IBGE mostram que em2003, apenas 9,9% das empresas in-dustriais brasileiras podiam ser clas-sificadas como de alta intensidade tec-nológica, ou seja, investiam entre0,96% e 2,72% da sua receita líquidaem inovação. Os setores de alta tec-nologia detêm os maiores valores emreceita e investimento por empresa,salário médio e produtividade do tra-balho. “Nosso sucesso adveio do fatodos produtos não serem um bicho-papão para instalar. Não precisa que-brar a parede, por exemplo”, diz Ma-zon. A Soletrol tem cerca de 30 pro-cessos de propriedade intelectual emcurso, 12 deles deferidos. Alguns,como a leitura digital da temperaturada água, têm patente mundial em regi-ões estratégicas, como nos EstadosUnidos, Europa e Ásia.

O dispositivo, ao invés de tiraruma média do nível térmico, medeponto a ponto e serve como referên-cia para um sistema de monitoramentototalmente informatizado. “Temos apreocupação de ter todas as patentes

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THOMAS MAY

Alellyx: foco na investigação, comdedicação total dos pesquisadores

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Mercado

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na nossa mão. Mesmo assim os con-correntes nos copiam”, diz Mazon.Ele reclama da morosidade da Justi-ça e relata que mais de uma vez ten-tou, sem sucesso, processar concor-rentes. “Eles usam de subterfúgios ete processam. Não existem mecanis-mos ágeis, mesmo que você tenhadireito. O nosso departamento jurídi-co fica anos brigando com isso. Emum dos casos a empresa faliu e o con-corrente sumiu. Como vou conseguiruma indenização?”.

Além da questão ética e individualde copiar a idéia de um concorrente,o país padece da falta de varas espe-cializadas em propriedade intelectu-al. Cláudio Barbosa, diretor da Asso-ciação Brasileira de Propriedade In-telecual (ABPI), afirma que a legisla-ção atual, de 1996, já prevê foros pri-vilegiados. “Um dos juízes tem na suamesa 300 ações contra o INSS e do-mina o assunto. Agora, para se inte-

rar das peculiaridades de uma ques-tão de patentes, ele vai perder muitotempo”, diz Barbosa, que cita exem-plos de câmaras especializadas no Riode Janeiro. Ele afirma que falta aopaís debater sobre o tema. “Investi-mos em inovação de maneira intuiti-va e não programada, mas dificilmen-te protegemos a propriedade intelec-tual. Não é só um problema do Go-verno é também a falta de formação.Poucas escolas de administração têmdisciplinas específicas sobre o assun-to”, afirma.

Dependendo do segmento indus-trial, algumas empresas podem pre-ferir não registrar uma patente e simmanter a tecnologia em segredo in-dustrial, assim como faz a Coca-Colacom a famosa fórmula do refrigeran-te. Mas no mercado, existe a práticapolêmica da engenharia reversa, quepermite a um concorrente entendercomo um produto funciona e o que

faz exatamente todas as suas propri-edades em qualquer circunstância. Aengenharia reversa pode ser aplicadapara softwares, peças mecânicas,componentes eletrônicos e é usadaquando se quer trocar ou modificaruma peça por outra com as mesmascaracterísticas, mas não existem to-das as informações sobre essa peça.“Se a tecnologia é descoberta via en-genharia reversa, não existem moti-vos para não registrar a propriedadeintelectual. Só em áreas sensíveiscomo a química fina e a farmacêuti-ca isso é possível”, diz Barbosa.

Fernando Braune, gerente do de-partamento de patentes da Daniel Ad-vogados, afirma que para um empre-endedor obter uma patente é necessá-rio seguir alguns requisitos. O primei-ro e mais importante é o da novidade,ou seja, o trabalho não pode ser divul-gado em seminários, congressos, es-tudos acadêmicos, feira de negócios

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Inovação

Histórico da pesquisa e tecnologiaSÉCULO XVI

Os índios criaram otipiti, um cesto cilíndri-co usado para espremera polpa da mandioca-brava e torná-la comes-tível. Ao prensá-la, eles eliminavam olíquido venenoso, que contém ácido hi-drociânico. O tipiti era tão eficaz parao processamento da mandioca que nãohavia uma casa de farinha no séculoXIX sem ele. As pequenas indústriasde farinha da Amazônia usam até hojeessa tecnologia.

SÉCULO XVIIIEnquanto no Brasil

vigorava a escravidão,o pioneirismo britâni-co, na era da RevoluçãoIndustrial, era exempli-ficado na figura de James Watt, cons-trutor de instrumentos musicais queinventou a máquina a vapor em 9 deagosto de 1768.

SÉCULO XIXA institucionalização

do ensino superior nopaís ocorreu após a vin-da da família real portu-guesa para o Brasil em1808. O príncipe regente D. João VI(1767-1826) criou escolas de nível su-perior brasileiras, entre elas, a Acade-mia Real Militar, em 4 de dezembro de1810. Atualmente a instituição é chama-da de Escola de Engenharia da Universi-dade Federal do Rio de Janeiro.

Em 1899, Vital Brazil funda o Institu-to Butantã, em São Paulo, pioneiro naspesquisas em medicina experimental. Aidéia era conter as doenças que assola-vam as grandes cidades. Entre os estu-dos mais destacados, está a vacina con-tra a febre amarela e seus esforços paraevitar que a peste bubônica, que chega-va com os navios, se alastrasse.

O conceito de máquina de escreverfoi inventado pelo padre paraibano Fran-cisco João de Azevedo. Ele recebeu, em1861, a medalha de ouro na primeiraExposição Nacional de Inventos. O for-

mato era o de uma pianola e possuía 16teclas que, quando digitadas, erguiamuma haste correspondente à letra. Opapel, com largura de apenas três de-dos, era pressionado em uma chapametálica fixa e recebia a carimbada daponta da haste.

A máquina de escrever do padre Aze-vedo veio depois do projeto inglês deHenry Mill, patenteado em 1714, mas nun-ca foi construído. A primeira máquina pro-duzida em série foi a Malling Hansen, in-ventada e desenvolvida pelo pastor JohanRasmus Malling Hansen, da Dinamarca, em1870. Se a Malling Hansen foi a primeiraproduzida em série, o protótipo do inglêsChristopher Latham Sholes foi o primei-ro a ser fabricado em escala, em 1874,pela empresa Remington. Sholes tambémfoi responsável pelo teclado Qwerty.

SÉCULO XXO padre gaúcho Ro-

berto Landell de Mou-ra foi pioneiro na trans-missão da voz. Ele utili-zou equipamentos de rá-

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ou na imprensa. A primeira lição queos inventores devem aprender é de queé preciso garantir os direitos de pro-priedade industrial antes de anunciarao mundo uma boa nova.

Outra diretriz do INPI é a ativida-de inventiva, ou seja, os resultadosda pesquisa não podem ser óbviospara um técnico especializado no as-sunto. “Por exemplo, a mudança deum material, como o metal por plás-tico, porque enferruja menos”. Porfim, a possibilidade de produção in-dustrial, ou seja, a invenção deve teraplicação em larga escala. A patenteassegura a reserva de mercado ao in-ventor por um período de até 20 anos.Isso em países como Brasil e Esta-dos Unidos e em mercados como aUnião Européia. “O empresário sabeque tem a exclusividade de um pro-duto novo e que os direitos não vãoser infringidos”, diz Braune.

Ele afirma que o primeiro passo para

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dio de sua construção, patenteados noBrasil em 1901, e posteriormente nos Es-tados Unidos em 1904. Landell transmi-tiu a voz humana utilizando seu transmis-sor de ondas e um microfone eletrome-cânico. Ele também foi o precursor dafibra ótica, mas foi o italiano GuglielmoMarconi que levou a fama da invenção.

O francês radicado no Brasil, AntoineHercule Romuald Florence, descobriuum processo de gravação através da luze o batizou de photografie, em 1832.Louis Daguerre teve a mesma idéia ehoje é considerado o pioneiro da foto-grafia. Alguns pesquisadores considerama técnica brasileira mais eficiente do quea inventada por Daguerre.

O caso mais emblemático é o de Al-berto Santos Dumont, o primeiro a de-colar a bordo de um avião, impulsiona-do por um motor aeronáutico. Em 23de outubro de 1906, voou cerca de 60metros, a uma altura de 2 a 3 metros,com seu 14 Bis, no Campo de Bagatelle,em Paris. Dumont queria que os aviõestivessem preço de automóvel e não fi-cou contente com os projetos de aviões

maiores e mais caros. Chegou a vender40 Demoiselles, o sucessor do 14 Bis,considerado menor, mais veloz e versá-til. Não se opunha que outros copiassemo projeto e o comercializassem. Tantoque os irmãos Wright são tidos como osinventores do avião, devido a uma deco-lagem em 17 de dezembro de 1903.

ANOS 80A indústria da compu-

tação nos anos 80 demo-rou uma década paradecolar no Brasil em fun-ção da Lei da Informáti-ca. Ela protegia o mer-cado e privou uma geração de ter acessoaos computadores baratos e potentes. Aopriorizar o hardware ao invés do software,o país perdeu o compasso da indústriamundial de computação, pois foram osprogramas de computador que se torna-ram a força principal por trás da inova-ção. O faturamento anual da indústria desoftware no mundo evoluiu de US$ 1 bi-lhão em 1970 para US$ 10 bilhões em1980 e US$ 110 bilhões em 1990. Atual-

mente a indústria de serviços de Tecnolo-gia da Informática (TI) fatura US$ 1,2 tri-lhão por ano. Os Estados Unidos detém75% do mercado de software do mundo.

A Bina é um termo técnico relaciona-do à Central de Atendimento Telefôni-co. O aparelho recebe a chamada tele-fônica e identifica o número do telefonede quem está ligando. Nélio José Nico-lai ainda luta na justiça brasileira paraser reconhecido como o inventor do dis-positivo e para ganhar dinheiro comroyalties no Brasil e no exterior.

ANOS 90Nesta década os inves-

timentos em pesquisas nasáreas de ciência e tecno-logia interferem direta-mente na riqueza das na-ções. A Coréia, por exem-plo, investiu pesado no setor, principal-mente a partir da década de 90. Desdeentão o seu Produto Interno Bruto (PIB)multiplicou 5,5 vezes. Já o Brasil, que nãoaplicou os recursos necessários em P&D,teve um crescimento de 1,5 do PIB.

Mazon, da Soletrol: “Não há mecanismos ágeis, mesmo que você tenha direito”

registrar uma patente é fazer uma bus-ca nos bancos de dados de patentes,em especial os da União Européia e Es-tados Unidos. “É bom saber se vocêestá infringindo o direito dos outrospara tomar uma decisão ou traçar a es-tratégia”. Também é preciso tomar cui-dado com pessoas, empresas e associa-ções que oferecem assessoria ao inven-tor e cobram taxas indevidas ou abusi-vas. Checar se existem processos con-tra tais assessores nos órgãos de defe-

sa do consumidor e na Justiça podeevitar futuras dores de cabeça. “Se oempreendedor tiver conhecimento, nãoé necessário contratar um escritório es-pecializado, mas um pedido de prote-ção mal-feito pode entregar o ouro aobandido”, diz Braune ao explicar que oINPI publica todos os pedidos de pa-tentes na internet. Também é precisocumprir todas as exigências técnicasdo órgão para conseguir uma patente epagar taxas anuais.

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Inovação

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Alto retornoPesquisador reconhece a difícil relação entre universidade eempresa, mas destaca que resultados compensam riscos

Roberto de Alencar Lotufo, nascidoem Avaré (SP), é pesquisador de processa-mento de imagens e desde março de 2004é diretor executivo da Agência de Inovaçãoda Universidade Estadual de Campinas(Unicamp). A idéia do Inova é fortalecer asparcerias da Unicamp com empresas, ór-gãos de Governo e demais organizaçõesda sociedade. Por isso, não trata direta-mente de orçamento para pesquisa e simde gerenciar as negociações e convêniosde projetos de pesquisa com o setor em-presarial. “Quando licenciamos uma tec-nologia, a Unicamp recebe royalties, onde33% são dos inventores, 33% da faculda-de ou instituto a que pertence o inventor e33% da reitoria”, diz. Além de licenciartecnologias – foram 10 contratos em 2004e 12 em 2005 – a Unicamp faz tambémpesquisa sob encomenda, baseada na de-manda das empresas. Ele explica que a ins-tituição recebe pedidos de unidades de pe-queno e médio portes. “Estes contratos delicenciamento são de longa duração e nãoexiste nenhuma universidade da AméricaLatina que faz isto e neste volume”.

Lotufo acredita que a parceria universi-dade–empresas é difícil em qualquer lu-gar do mundo e no Brasil não é exceção.Um dos principais problemas de investirem inovação tecnológica é o risco. Ele ex-plica que a pesquisa tem uma margem derisco e o erro faz parte, seja a pesquisabásica ou aplicada. Os cientistas estãoacostumados com essa variável, mas osempresários, de uma maneira geral, têmuma visão mais imediatista. No entanto,ele não acredita que essa diferença deabordagem gere conflitos. Lotufo comen-ta que a universidade pode se dar ao luxode realizar uma pesquisa com alto grau derisco, pois o objetivo principal é o da for-mação de recursos humanos, seja numatese de doutorado ou dissertação de mes-trado. “A empresa tem que correr menosriscos, mas a grande vantagem da inova-ção tecnológica é o altíssimo retorno”.

Na entrevista a seguir, ele comenta o fatoda Unicamp liderar o ranking de pedidos depatentes feitos ao Instituto Nacional de Pro-priedade Intelectual (INPI). A Petrobras per-

deu a liderança do ranking este ano, depoisde três décadas como a maior depositantede patentes. A universidade fez 191 pedidosentre 1999 e 2003. A Petrobras fez 171 nomesmo período. Não por acaso os dois pri-meiros lugares da lista são ocupados pelaUnicamp e Petrobras. As duas mantêm umarelação de cooperação desde 1987, quan-do foi criado o Centro de Estudos do Petró-leo (Cepetro) e de onde saíram mais de 250mestres e doutores, hoje na companhia.

Empreendedor – Quais as vantagensde se proteger uma propriedade in-telectual?

Lotufo – Temos pouquíssima experiên-cia neste assunto no Brasil, mas a grandevantagem para a empresa é a de preservaro seu conhecimento e poder negociá-lo senecessário. Veja um exemplo. O Brasil in-vestiu mais de um ano intensamente em di-versos projetos da TV digital, mobilizandouma centena de pesquisadores e institui-ções. Se não forem depositadas patentes arespeito dos trabalhos realizados, corre-mos o sério risco de perder a maior partedo investimento feito nestes projetos.

Empreendedor – O processo de regis-tro de patentes demora em média seisanos no Brasil. O Sr. já pensou em, aoinvés de registrar uma patente, man-ter a tecnologia sob sigilo industrial?

Lotufo – Apesar da demora da conces-são da patente, uma vez concedida, ela éválida a partir da data de depósito. O sigi-lo industrial não ajuda no desenvolvimen-to tecnológico. A grande vantagem da pa-tente é justamente estimular a divulgaçãodo invento, mediante uma proteção de ex-ploração comercial, permitindo que a ciên-cia e a tecnologia avancem.

Empreendedor – Quantas patentes aAgência de Inovação da Unicamp re-gistrou no Brasil e no exterior nos úl-timos cinco anos?

Lotufo – Foram 284 patentes no INPI e10 no exterior, desde 2001. A instituiçãomantém um departamento específico paratratar do assunto, o setor de Propriedade

Intelectual, que fica sob a alçada da Inova.

Empreendedor – A Petrobras perdeua posição para a Unicamp no númerode patentes registradas no INPI. Al-guns economistas afirmam que um dosmotivos foi a definição de linhas de pes-quisa com base nas necessidades dainiciativa privada. O Sr. concorda comesta análise?

Lotufo – Esta análise não é simples dese fazer. As razões pela qual a universida-de deposita patentes é diferente das ra-zões de uma empresa. Na minha opinião,acho que a Petrobras deveria depositarum número muito maior de patentes, masesta análise é superficial e pode ser que aPetrobras tenha razões que desconhece-mos para patentear pouco. A Unicamp temuma política de propriedade industrial jáhá algum tempo, tanto que a primeira pa-tente foi depositada em 1989. Desde oinício, a Unicamp nasceu com uma forteligação com os problemas da sociedade.

Empreendedor – Qual a importânciada Inova para esses resultados?

Lotufo – Nós da Inova comemoramosmais o fato de liderarmos na América La-tina na questão de comercialização depatentes. De nada adianta termos um enor-me estoque de patentes na universidadese elas não são usadas. A Inova tem sidoum modelo exemplar de transferência detecnologia e nos orgulhamos muito disto.

Empreendedor – O INPI está sendoreestruturado com a contratação de450 novos examinadores e investimen-to em tecnologia. O Sr. já sentiu essasmudanças na prática, seja na velocida-

Lotufo: temos pouca experiência

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de de andamento dos pedidos, sejana qualidade de atendimento que ainstituição presta à Agência de Ino-vação da Unicamp?

Lotufo – Temos um ótimo relaciona-mento com o INPI e a dificuldade em queo ele se encontra não tem sido um entra-ve para o nosso sucesso nas comerciali-zações. Entretanto, sou muito favorávelque o INPI melhore o seu funcionamento.

Empreendedor – O Sr. Roberto Jagua-ribe, presidente do INPI, afirma quehoje a política industrial é fundamen-talmente uma política tecnológica. Tam-bém comentou que a “Propriedade In-dustrial não é um ramo do direito, masuma atividade cujo objetivo recíprocoé permitir o desenvolvimento tecnoló-gico e industrial do país”. O Sr. con-corda com essa afirmação?

Lotufo – Temos que usar a proprie-dade industrial como política de desen-volvimento tecnológico. A PI deve sercada vez mais assunto de engenheiro emenos de advogado. É normal que oadvogado apareça mais na mídia, poisele se destaca na hora do litígio, enquan-to que os engenheiros usam a PI no seudesenvolvimento com menor destaque.

Empreendedor – No Brasil, cerca de85% dos doutores atuam na acade-mia, enquanto em países como Co-réia do Sul e Estados Unidos reali-zam pesquisas dentro de empresas.É essencial para o país inverter essaeqüação? E quais medidas, tanto doGoverno quanto das empresas, po-dem acelerar esse processo?

Lotufo – Esta é a grande perguntaque é difícil de responder. Todos temosum papel nesta contribuição. O da uni-versidade é formar bons profissionais,com experiência em inovação tecnoló-gica, de modo que disseminem este es-pírito quando forem contratados pelasempresas. A Unicamp estimula os dou-tores formados a ingressarem na Incu-badora de Empresas de Base Tecnoló-gica (Incamp), criada em 2001. Tam-bém temos um programa de incubaçãode projetos que procura estimular osalunos a discutir e analisar idéias e comoelas poderiam virar temas de projetosde inovação tecnológica em empresas.Este programa envolve as Empresas Ju-niores da Unicamp.

Clube internacionalO Brasil ainda não aderiu ao protocolo deMadri, que permite registrar marcas dequalquer parte do mundo em um só local

O Protocolo de Madri permite re-gistrar marcas de qualquer parte domundo em um só local, o que bara-teia os custos, diminui prazos e com-plexidades para obtenção dos regis-tros. O Brasil não aderiu ao Proto-colo, decisão já tomada por gover-nos de 78 países. “Apesar da inde-cisão do Governo brasileiro, a ade-são do Brasil deve ser buscada omais rápido possível. A proteção dapropriedade intelectual, em particu-lar, e do direito de propriedade é fun-damental para o fortalecimento dasinstituições que asseguram o proces-so de desenvolvimento sustentáveldo país”, afirma Luiz Nelson PortoAraújo, diretor da Trevisan Consult.

Ele elaborou um estudo queaponta vantagens a favor da ade-são: maior eficiência econômica;simplificação do processo de regis-tro; possibilidade de indução a umapolítica nacional para inovação e re-gistro de marcas; maior conheci-mento de marcas brasileiras no ex-terior; e possibilidade de fortaleci-mento da governança e da infra-es-trutura do Instituto Nacional dePropriedade Industrial (INPI). Masexistem aqueles que criticam o Pro-tocolo com o argumento de queempresas que buscam registro empoucos países podem incorrer emcustos desnecessários.

Roberto Poletto, dono da Practi-ca Global Media, especializada naduplicação de mídia como CDs eDVDs, agradece o fato do país nãoter assinado o tratado. Ele defendeo argumento de que é necessáriomelhorar a organização do INPI paraentrar nesse pacto internacional. Suaempresa produz cerca de 120 milCDs e 20 mil DVDs para clientescomo Telefonica, Banco Real, San-

tander Banespa e Unibanco. É umadas companhias brasileiras com omaior número de pedidos de reconhe-cimento de marcas no país. Ela en-trou com cerca de 518 pedidos, des-ses, 122 envolvem a expressão “ondemand”. O slogan é a origem de umprocesso contra a multinacional IBM,que também adota o termo como es-tratégia global. “Incomoda ouvir quea Practica copiou a IBM”, diz Polet-to. Ele pediu registro em 2001 e a IBMsó passou a usar o slogan em 2003.Chegou a conversar com advogadosda IBM, mas como ainda não tem opedido deferido no INPI, preferiu nãovender a marca. “Para aderir ao Pro-tocolo de Madrid teríamos que sermais ágeis”, explica Poletto.

Poletto, da Practica: é necessáriomelhorar a organização do INPI

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Finanças

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Banco completa 45 anos de investimento naeconomia da região Sul, dando destaque paraempreendimentos de micro e pequeno portes

por Alexsandro Vanin

Uma pesquisa histórica das prin-cipais empresas do Sul do país mos-traria um ponto comum entre elas nosúltimos 45 anos: o fomento do BancoRegional de Desenvolvimento do Ex-tremo Sul (BRDE). “Nenhuma indús-tria de médio e grande portes cres-ceu na região sem o apoio do BRDE,incentivamos o desenvolvimento dosmais diversos setores”, afirma Geo-vah José de Freitas Amarante, vice-presidente e diretor administrativo dainstituição. O foco principal do Ban-co está nos micro e pequenos em-preendimentos, tanto na área urbanaquanto rural (agricultura familiar). Acarteira de financiamentos abrange33,8 mil clientes e é composta por37,9 mil operações ativas de créditode médio e de longo prazo, com sal-do devedor médio de R$ 74,3 mil, oque evidencia a vocação da institui-ção para o atendimento às micros,pequenas e médias empresas e aosmini e pequenos produtores rurais.

Nos últimos três anos (2003/2005)foram contratados R$ 2,14 bilhõesem operações de crédito, volume su-perior a R$ 420 milhões para micro epequenos, uma média anual superiora R$ 140 milhões. No ano passado,os contratos somaram R$ 33,1 mi-

A forçado BRDE

lhões em financiamentos para 4.430mini e pequenos produtores rurais(média de R$ 7,47 mil por produtor)e R$ 138,9 milhões para 1.429 microe pequenas empresas (média de R$97,2 mil por empresa), totalizando R$172 milhões para o segmento. “A fun-ção do BRDE é estimular a formaçãode ativos fixos produtivos na regiãoSul, repercutindo na geração de em-prego e renda, que são as bases dodesenvolvimento sócioeconômico.Neste sentido, as micro e pequenas as-sumem um papel relevante, especial-

mente pela sua característica de gran-de geradora de empregos e oportuni-dades com investimentos relativamentebaixos, além da desconcentração daatividade produtiva”, diz Fernandes.

O BRDE possui apenas três agên-cias, uma em cada capital da região,mas seus investimentos chegam a80% dos municípios. A capilaridadeé atingida graças a convênios com co-operativas de crédito rural, prefeitu-ras e associações comerciais e indus-triais. No entanto, uma das metas dainstituição é pulverizar ainda mais ofinanciamento a pequenos e médiosempreendimentos urbanos. Principal-mente entre aqueles que compõemarranjos produtivos locais (APL), se-gundo Amarante, via cooperativas decrédito, projeto ainda em estudo. “Aexpansão de operações de crédito naárea urbana, através de cooperativas,é uma experiência relativamente novasobre a qual ainda não temos um his-tórico com conclusões definitivas,mas entendemos ser uma alternativaimportante a ser utilizada”, diz o su-perintendente de Operações.

Fernandes sugere que a época ide-al para uma micro e pequena empre-sa procurar o BRDE é, geralmente,após dois anos de atividades, quandojá possui uma melhor visão do mer-cado e dos investimentos necessári-

Geovah Amarante: alto conceitoentre todos os setores da economia

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Julho 2006 – Empreendedor – 33

os para seu crescimento. A institui-ção financia investimentos fixos. Ocapital de giro só é financiado emcaráter complementar. A documenta-ção necessária é solicitada geralmen-te para tomada de créditos oficiais,sendo que o empecilho mais comumé a falta de informações sistematiza-das sobre o desempenho da firma. Nosite do Banco (www.brde.com.br)encontra-se detalhada toda a informa-ção necessária.

O BRDE atende empreendimentosda agricultura, indústria, comércio,serviços e infra-estrutura. No entan-to, cada Estado tem sua particulari-dade. No Paraná, há um número mai-or de operações ligadas ao agronegó-cio, via cooperativas; no Rio Grandedo Sul o panorama é semelhante, maso setor industrial é mais expressivo;e em Santa Catarina a carteira é maisdiversificada, com predominância dasindústrias, mas as operações via co-operativas ligadas à cultura da maçãe reflorestamento são relevantes. Vemganhando importância também os in-vestimentos em infra-estrutura, prin-cipalmente financiamento para cons-trução de pequenas centrais hidrelé-tricas (PCH) e melhoria de portos. “OBRDE, que com apenas três agênciaspossui o 24º maior patrimônio líqui-do entre bancos no Brasil, é uma ins-

tituição que goza de alto conceito en-tre todos os setores da economia daregião Sul”, diz Amarante.

Atuação recente

No ano que antecedeu seus 45 anosde fundação, o BRDE quebrou um re-corde. Ultrapassou, pela primeira vezem sua história, a marca de R$ 1 bi-lhão em aprovações de crédito, emcontratações que superaram mais de40% a meta estabelecida para o exer-cício. As operações contratadas pela

instituição viabilizaram investimentostotais da ordem de R$ 1,8 bilhão naregião Sul. Os impactos socioeconô-micos em empregos gerados ou man-tidos chegam a 52,2 mil postos eacréscimo de receita de ICMS na or-dem de R$ 200,9 milhões por ano.

Com as liberações e recebimentosocorridos, o saldo de financiamentosencerrou o exercício no valor de R$ 2,7bilhões, dos quais 40,8% aplicados naagropecuária (incluindo as cooperativasde produtores rurais), 30% na indústria,12,1% em infra-estrutura e 17,1% em

O que o Banco financia– Construção e reforma de prédios e instalações;– Aquisição de máquinas e equipamentos novos nacionais;– Aquisição de máquinas e equipamentos usados nacionais, quando associado a

investimento fixo;– Capital de giro associado, ou seja, capital de giro necessário ao

financiamento do aumento de produção e vendas decorrente doinvestimento realizado;

– Programas ou projetos em Gestão para a Qualidade;– Capacitação tecnológica e desenvolvimento de produtos e processos;– Controle ou gestão ambiental e tratamento de resíduos;– Conservação de energia;– Conversão de plantas industriais para o uso do gás natural como fonte

energética;– Conversão ao gás metano veicular, nas modalidades: oficinas de conversão de

veículos; instalações para gás em postos de combustíveis; conversão de frotasde veículos de transporte de passageiros;

– Outros empreendimentos associados à utilização do gás natural como fonteenergética;

– Treinamento de pessoal e qualificação profissional;– Aquisição e desenvolvimento de software (sob condições);– Equipamentos turísticos.

Exigências mínimas– Situação fiscal e previdenciária em dia;– Cadastro satisfatório;– Bom retrospecto;– Projeto viável e enquadrável nas políticas operacionais e de risco de crédito

do BRDE;– Comprovação da disponibilidade dos recursos próprios necessários à

realização do empreendimento;– Entrega das informações e documentação básica para enquadramento e para a

posterior análise do financiamento. A disponibilidade de informações sobre aempresa e o empreendimento e a presteza no fornecimento da documentaçãosolicitada são fatores determinantes para a velocidade com que tramitaa solicitação de financiamento.

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Finanças

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comércio e serviços. A carteira de fi-nanciamentos abrange 33.779 clientese é composta por 37.867 operaçõesativas de crédito de médio e de longoprazos, com saldo devedor médio deR$ 74,3 mil, o que evidencia a voca-ção da instituição para o atendimentoàs micros, pequenas e médias empre-sas e aos mini e pequenos produtoresrurais. Importante salientar que, ape-sar de contar com agências apenas nascapitais da região Sul, o Banco possuiclientes em 942 municípios, atingin-do, portanto, 79,3% do total de muni-cípios da região.

Em 2005, o BRDE alcançou o pri-meiro lugar no ranking nacional en-tre as instituições que operam a linhaBNDES/Automático, predominante-mente voltada ao apoio às pequenas emédias empresas, tanto em termos dedesembolsos quanto em número deoperações. No mesmo ano, a institui-ção posicionou-se em nono lugar, pelocritério de desembolsos totais, entreos 84 agentes credenciados que ope-raram com recursos do Sistema BN-DES. Se considerada apenas a regiãoSul, ocupa a terceira colocação em

repasse de recursos do sistema, e asegunda posição pelo critério de ope-rações aprovadas.

Entre os motivos apontados comofundamentais ao bom desempenho,a diretoria cita a implantação do Sis-tema Consulta de Informações de Cli-entes e Operações (CICLO), quecompila os históricos de relaciona-mento entre o BRDE e seus clientesem um único aplicativo. Outros mo-tivos são: o aperfeiçoamento dos con-troles internos; o desenvolvimento eimplantação de um novo sistema depesquisa cadastral (que reúne, de for-ma automatizada, as informações dis-poníveis nas várias bases de dadosinternos com as informações da Cen-tral de Risco do Banco Central e deentidades de proteção ao créditocomo Serasa e SCI); a moderniza-ção dos sistemas de processamentode dados e de comunicação do Ban-co; e a celebração de convênio como Fondo Financiero para el Desar-rollo de la Cuenca Del Plata (Fon-plata), instituição multilateral de fo-mento integrada pelo Brasil, Bolívia,Paraguai, Uruguai e Argentina.

Financiamentos ultrapassam US$ 16 biComo instrumento governamental

para a promoção do desenvolvimentoda região, o BRDE financiou, em 45 anosde atividade, um montante acumuladode US$ 16,1 bilhões. Somados aos ou-tros recursos aplicados nos projetoscontemplados, temos um investimentototal de US$ 37 bilhões, distribuídosentre mais de 41 mil projetos, que re-sultaram na geração e manutenção es-timadas em 1,3 milhão de postos detrabalho e em um adicional de arreca-dação, para os Estados controladores,da ordem de US$ 4,7 bilhões.

Com o trabalho do BRDE, a regiãofoi mudando, diversificou sua economia,gerou novas atividades produtivas e de-senvolveu parques industriais de porteinternacional. A tradicional estruturaprodutiva, de base agropecuária, ganhounovos contornos, com o crescimento da

indústria e do setor terciário. Também sãomarcos da instituição o apoio a importan-tes segmentos da economia, como o PóloPetroquímico no Rio Grande do Sul, a Itai-pu Binacional, no Paraná, e o pólo metal-mecânico de Santa Catarina.

O BRDE possui agências em PortoAlegre (onde também está localizada asede), Florianópolis e Curitiba, sendoque cada uma delas é responsável pelacondução dos negócios no respectivoEstado. Conta ainda com escritório derepresentação externa no Rio de Janeiroe espaços de divulgação nos municípiosgaúchos de Passo Fundo, Pelotas, Laje-ado e Caxias do Sul. A estrutura atual éformada por 559 funcionários, 271 de-les da área técnica, responsáveis pelaadministração ativa de 39.139 opera-ções de crédito de 33.779 clientes, nomontante de R$ 2,7 bilhões.

Sedes do BRDE em Curitiba,Florianópolis e Porto Alegre

Linha do tempo

JUNHO DE 1961Os governadores de Santa Catarina, Cel-so Ramos, do Paraná, Ney Braga, e doRio Grande do Sul, Leonel Brizola, cri-am o BRDE com a missão de promovere liderar ações de fomento ao desenvol-vimento econômico e social. Além deapoiar as iniciativas governamentais eempresariais, através do planejamentoe do apoio técnico, institucional e credi-tício de médio e longo prazos.

1965O BRDE torna-se o primeiro agente fi-nanceiro credenciado pelo BNDES paraoperar no país.

2004O BRDE alcança o primeiro lugar noranking nacional entre as instituições queoperam a linha BNDES/Automático, tan-to em termos de desembolsos quantoem número de operações.

2005Montante de operações de créditoaprovadas supera a marca histórica deR$ 1 bilhão.

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Mercado

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Pólos de consumoAs diferentes estratégiaspara consumidores emposições opostas napirâmide social

por Alexsandro Vanin

Dois grandes mercados se des-tacam e despontam como promis-sores para os próximos cinco a dezanos. Um deles voltado para a pe-quena, mas cada vez mais abastadaparcela da população formada pelasclasses A e B, e outro dedicado aconsumidores pertencentes à cadavez mais numerosa classe de baixarenda (C, D e E). No primeiro, a

receita está concentrada em poucasoperações, enquanto no segundo, osganhos estão diluídos em muitastransações. Ambos estão em expan-são e despertam o interesse dasmais variadas áreas comerciais, mascada um tem suas particularidadespara se explorar.

“O consumidor de baixa rendacompra algo para fazer parte de umcírculo social, ele procura inclusão.É justamente o contrário do consu-midor classe A, que procura exclusi-vidade”, diz Renato Meirelles, publi-citário com cinco anos de experiên-cia no mercado e atual sócio-diretordo Data Popular. Marta Tartari, dire-tora das lojas Gamine, que explora oconceito de luxo em Porto Alegre,

afirma que suas clientes procuramcortes diferenciados e exclusividade,além de durabilidade. “A qualidadeprecisa ser indiscutível, desde maté-rias-primas, mão-de-obra, processosde fabricação e distribuição até o pós-venda”, diz Carlos Ferreirinha, de SãoPaulo, consultor especializado emmercados de alta renda.

Os menos abastados procuram omelhor custo-benefício. SegundoMeirelles, a publicidade voltada paraesse nicho precisa ser didática, poisele compra algo por suas funcionali-dades, não pelo status e exclusivida-de, destaques na publicidade dirigidaao consumidor de alta renda. “É a ló-gica da repetição. Ele tem a necessi-dade de entender os benefícios do

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Consumo

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desde a primeira metade dos anos90, com executivos visitando as re-giões mais pobres do país e atémesmo morando com pessoas des-ses lugares para conhe-cer o dia-a-dia delas.

A proximidade entrecomprador e vendedortambém conta. É umhábito brasileiro mistu-rar negócios com rela-ções pessoais. Muitaspessoas chegam a gas-tar um pouco mais comalguém que conhecem aeconomizar comprandoem uma loja, principal-mente as da base da pi-râmide, onde há umaforte relação de confi-ança e reciprocidade.Esse é um dos motivos que faz davenda direta um sucesso neste meio,e levou a Brasil Telecom a adotar o

produto e não pode errar”. Já a to-mada de decisão nos integrantes dasclasses A e B é emocional. “É preci-so encantá-los, emocioná-los, sedu-zí-los; a mensagem deve ultrapassara necessidade e o produto ou serviçosurpreender pelos detalhes, ir além daqualidade. Eles são impulsivos e emo-tivos”, diz Ferreirinha.

As diferenças são, na maior par-te, culturais. O consumidor de bai-xa renda tem um repertório diferen-te, mais regionalizado e menos glo-balizado. E, por vezes, sutis, comoo gosto por cores. De acordo comMeirelles, a preferência entre os in-tegrantes das classes de menor po-der aquisitivo são as cores primári-as. A Unilever, por exemplo, utili-zou em 1996 esses tons na embala-gem do sabão em pó Ala, destinadoa consumidoras das classes D e Edo Nordeste e Norte do Brasil. Amultinacional estuda esse mercado

modelo, há três anos. Agentes auto-rizados trabalham por nichos (naque-les em que as outras estratégias nãotêm resultados satisfatórios), princi-

palmente da área resi-dencial de baixa renda emicro e pequenas em-presas , c l ien tes queprec isam de a tendi -mento d i fe renc iado .“Temos um conjuntode serviços muito efi-c iente , um por t fó l ioconvergente que utili-zamos em vendas foca-das, modulando a ofer-ta de acordo com o bol-so do cliente”, diz LuizAntônio da Costa Sil-va, diretor da operado-ra em Santa Catarina.

Na hora de fidelizar, o essencial –em qualquer caso – é ter uma boa re-lação com o cliente e cumprir o que

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Ferreirinha: mensagemdeve ultrapassara necessidade

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Inovação

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A AON Affinity do Brasil atua nomercado de baixa renda desde1999, registrando um crescimentomédio de 35% ao ano. A segurado-ra conseguiu transformar pessoasde menor poder aquisitivo em cli-entes ao oferecer seus produtos emcontas de serviços essenciais, comoenergia elétrica e telefonia fixa. Para

Canal de oferta edesenho de produtoadequado colocam osseguros na lista deconsumidores debaixa renda

Proteçãoà família

se promete. Isso garante a manuten-ção de consumidores e, inclusive, aconquista de novos, principalmenteno público de baixa renda. SegundoMeirelles, quando eles têm uma re-clamação, a fazem em toda a sua redede relacionamento, diferente do con-sumidor das classes altas, que pro-curam dar retorno às empresas. Oboca a boca, no entanto, também éuma importante ferramenta de divul-gação entre os clientes do Jurerê In-ternacional, empreendimento de altopadrão da Habitasul em Florianópolis(SC). Segundo Ricardo Cotrim, dire-tor de marketing, os turistas e mora-dores da cidade conhecem o condo-mínio e o divulgam nos meios ondefreqüentam. “Os turistas são muitoimportantes para a renovação de nos-so quadro de investidores”. A fideli-dade de um consumidor de alta rendatambém se dá pela forma contínua esurpreendente de se comunicar. Eli-zeu Simon Pereira, diretor da Sava-rauto, concessionária Mercedes-Benz

em Porto Alegre, diz que os clientes,em geral, já participam de círculoscomuns de relacionamento. Além decoquetéis e jantares na própria em-presa, a Savarauto procura estar pre-sente em eventos freqüentados peloseu público-alvo, como torneios degolfe, hipismo e tênis.

Consumo

O mercado de produtos e servi-ços voltado para as classes altas mo-vimenta US$ 2,3 bilhões no Brasil evem registrando um crescimentomédio anual de 30% nos últimos cin-co anos, de acordo com Ferreirinha.“Vejo ainda 10 anos de crescimentoforte, a exploração é recente”. Na

2006, a meta é expandir 40%, ampli-ando as parcerias com redes de va-rejo. “É preciso ter um canal de ofer-ta e desenho de produto adequado àsexpectativas e possibilidades do con-sumidor”, diz César Medeiros, supe-rintendente de marketing.

O foco na comunicação dos bene-fícios completa a estratégia da empre-

sa. E, neste caso, o maior benefício éa proteção à família, conforme apon-tado por 80% dos entrevistados emuma pesquisa encomendada ao DataPopular. Por um acréscimo de apenasR$ 3,99 à conta mensal de energia elé-trica, por exemplo, o segurado recebecobertura financeira contra desempre-go, invalidez, danos à residência cau-

Medeiros: ofertaadequada às expectativas

Pereira, daSavarauto:fidelidade dosconsumidores dealta renda

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sados por problemas elétricos e umaassistência domiciliar 24 horas deserviços. Para reter os clientes, sãoofertados novos produtos ou a rea-dequação e melhoria da cobertura.

No ano passado, a AON Affinityiniciou sua expansão pela AméricaLatina, com a abertura de unidadesno México e na Argentina, onde pre-tende replicar o modelo de atuaçãoutilizado no Brasil. A base é com-posta por pesquisas que definem operfil do consumidor e fornece ele-mentos para estabelecer o tipo deproduto, benefícios, proteção, pre-ço e comunicação de novos progra-mas de seguro. Assim, o cliente sesente atendido de forma personali-zada e individual, como se estivessefrente a um produto único, emboradesenhado para atender milhares deconsumidores. No Brasil, a carteirada empresa é de 4,5 milhões de se-gurados ativos.

O grupo gaúcho Habitasul, hámais de 20 anos, prepara a infra-es-trutura de Jurerê Internacional. Tra-ta-se de um condomínio de alto luxo,em uma área de 500 hectares nonorte da Ilha de Santa Catarina. Oconceito explorado no local é a qua-lidade de vida, e para isso, um mas-ter plan delineia a evolução do em-preendimento e a oferta comercial.“Não fazer isso seria o mesmo quedar um tiro no pé, pois é isso quenos garante rentabilidade; não ven-demos imóveis, vendemos qualida-de de vida”, diz Ricardo Cotrim, di-retor de marketing.

A área hoje é uma das mais valo-rizadas do país, comparável às re-giões nobres de São Paulo. O preçodo metro quadrado varia de R$ 850(terrenos do Morai Ville, empreen-dimento focado em ecologia, pas-seios, ciclovias, fontes naturais deágua, sem fios aparentes e totalmen-te arborizado) a R$ 10 mil (área útildo edifício Il Campanário, hotel-re-sidência em construção). SegundoCotrim, a valorização é contínua enos últimos anos houve grandeavanço de vendas. “Não temos doque reclamar, o verão 2005/2006 foio melhor de nossa história em ter-mos de comercialização.”

Tanto moradores quanto inves-tidores vêem como principal atrati-

A estratégia vencedorada Habitasul emJurerê Internacional

Valorização contínuavo do empreendimento a qualidadede vida, principalmente no que se re-fere à sofisticação, natureza exube-rante, disponibilidade de serviços,tranqüilidade e segurança. “Isso sig-nifica deixar o carro na frente dacasa, todas sem muro, levar os fi-lhos à escola a pé e ir ao shoppingtambém caminhando, num condo-mínio à beira mar e a 15 minutos docentro”, diz Cotrim. Os clientes sedividem em três tipos: morador dacidade ou região, turista e investi-dor, em geral pessoas de Florianó-polis, São Paulo, Curitiba e até mes-mo europeus e americanos. O inves-tidor compra já no lançamento e ven-de depois de pronto, procurandovalorização e rentabilidade.

A rentabilidade é garantida prin-cipalmente pela oferta controlada delotes e imóveis. Enquanto o planodiretor de Florianópolis permiteuma densidade de 143 habitantespor hectare, em Jurerê Internacio-nal convivem atualmente 91 habi-tantes por hectare. A média final,no entanto, será de 45 por hectare,pois os 60% da área total ainda nãocomercializada terão uma ocupaçãode 26 habitantes por hectare. Ou-tra estratégia da empresa é a pre-sença permanente em seus empre-endimentos. Os serviços de água eesgoto – o único local do Brasilcom redes a vácuo – são prestadospela própria Habitasul, que tambémé proprietária das áreas comerciais(open shopping, supermercados,restaurantes e escolas).

Il Campanário, hotel-residência em construção: qualidade de vida

outra ponta estão 85% da população,que detém 47% da renda disponívelno país. “O futuro está na base dapirâmide, todo planejamento estraté-gico deve incluir esse mercado numhorizonte de cinco anos”, diz Mei-relles. Defina o alvo e escolha as ar-mas corretas para essa guerra.

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Perfil Josué Christiano Gomes da SilvaR

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Herdeirono comandoFilho do fundador leva Coteminas à internacionalizaçãoe à liderança mundial na área de cama, mesa e banho

por Alexsandro Vanin

A Springs Global é a maior com-panhia têxtil de cama, mesa e banhodo mundo, detentora de aproximada-mente 7,5% deste mercado em todoo planeta, o que corresponde a umareceita de cerca de US$ 2,5 bilhões.Trata-se de um conjunto de 36 fábri-cas que empregam 25 mil pessoas emcinco países. Com sede no Brasil,possui 11 das unidades e 16 mil fun-cionários, resultado da fusão da bra-sileira Coteminas (Companhia de Te-cidos Norte de Minas) e da america-na Springs Industries, uma união demarcas fortes como Springmaid, Wa-msutta, Regal, Artex e Santista. Umdos principais responsáveis por essaoperação é Josué Christiano Gomesda Silva, de 45 anos, superintendentegeral da Coteminas e co-presidente daSprings Global.

Filho do fundador da Coteminas,José Alencar, ele assumiu o comandoem 1996, mesma época em que seupai se afastou dos negócios para sededicar à carreira política após erguerum empreendimento sólido com umaadministração caracterizada pelaconstrução de ativos, foco em com-modities, constante modernização tec-nológica e ampliação da produção pelaestratégia de comercialização de fiose tecidos de qualidade pelo menor pre-ço. A abertura do mercado brasileiro,no ano seguinte, pôs fim a esta fase.

Josué aprendeu contabilidade com opai aos 8 anos de idade e aos 15 ini-ciou sua trajetória pela companhia, daqual se afastou somente para cursarMBA na Universidade Vanderbilt, nosEstados Unidos. Retornou em 1989com a medalha de ouro por seu de-sempenho – assim como nos cursosde Engenharia e Administração que fezsimultaneamente no Brasil . Ele tinhapela frente o duro desafio dereposicionar a Coteminas, agora emum mercado global.

Uma das primeiras medidas doexecutivo foi a abertura do capital daCoteminas, ainda em 1997, para an-gariar recursos – a um custo muitomenor do que o do crédito tomado

em instituições financeiras – sufici-entes para o estabelecimento de no-vas estratégias. Entre elas, os estu-dos de mercados externos que deramorigem às primeiras exportações paraa América Latina e a aquisição de umafábrica na Argentina. Segundo Josué,é natural que o processo de interna-cionalização comece por essa região,devido às semelhanças culturais, lin-güísticas, de mercado e de sistemaspolítico-econômicos. Como medidasde fortalecimento, mudou o foco paraprodutos de consumo e passou a ad-quirir marcas famosas, utilizando-sede grandes clientes para a distribui-ção. “Esta foi uma fase de intensoaprendizado”, diz.

No ano de 2000, Josué deu umade suas cartadas mais audaciosas. Ci-ente do final do Acordo Multifibras(barreiras alfandegárias), marcadopara 2004, e da falta de competitivi-dade produtiva americana neste fu-turo cenário, ele firmou um acordocom a centenária Springs Industries.Esta ficava com a exclusividade domercado dos Estados Unidos, mas secomprometia a ter como único for-necedor a Coteminas. Assim Josuémudava o foco para exportações di-recionadas a grandes mercados deconsumo, diversificava produtos emercados e transferia a distribuiçãopara grandes varejistas e lojas de de-partamento. A partir do ano seguinte,quando a aliança entrou em operação,

JOSUÉ CHRISTIANOGOMES DA SILVA

Idade: 42 anos

Local de nascimento: Ubá (MG)

Formação: Engenharia e Direito

Empresa: Coteminas

Ramo de atuação: Têxtil

Ano de fundação da empresa: 1967

Cidade-sede: São Paulo

Faturamento: R$ 1,7 bilhão

Número de funcionários:16 mil (no Brasil)

Linha direta: (11) 2145-4426

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Perfil Josué Christiano Gomes da Silva

as exportações para aquele país pas-saram a crescer exponencialmente,chegando a um valor próximo a US$250 milhões no ano passado. No en-tanto, a Coteminas já fornecia 65%de todas as toalhas vendidas pelaSprings naquele mercado e a tendên-cia era de crescimento do forneci-mento, o que representaria um gran-de risco para as duas corporações.

A proposta de fusão partiu daSprings, mas foi de Josué a atitudede ligar para Crandall Close Bowles,presidente da Springs (e co-presidenteda nova companhia), e chamar paraeles e os demais acionistas a respon-sabilidade da discussão. Em três me-ses chegaram a um acordo: a joint-venture englobaria a área de cama,mesa e banho das duas empresas, quecontrolariam cada uma metade docapital. A americana ainda precisouinteirar a operação com US$ 200 mi-lhões, visto ter uma rentabilidade me-

nor do que a brasileira. Na opinião deJosué, foi um casamento perfeito: aunião da eficiência e baixo custo deprodução da Coteminas com a forçade marketing, design e relacionamen-to com redes globais de varejo daSprings. De acordo com ele, dentrode um prazo de até dois anos, a uniãogerará sinergias de até US$ 100 mi-lhões anuais.

Nova fase

Em janeiro deste ano entrava emoperação a Springs Global, cujo mai-or concorrente tem apenas 40% deseu tamanho, marcando o foco deuma nova fase para a Coteminas, ainternacionalização. A joint-venturetem forças suficientes para enfrentara expansão da indústria chinesa nasAméricas e competir na própria Ásia,onde está prevista a construção deduas fábricas. Na Europa, também

considerada um mercado prioritário,a Coteminas tem uma aliança – se-melhante a que mantinha nos Esta-dos Unidos – com a portuguesa Coe-lima, e Josué não descarta a possibi-lidade deste acordo ter o mesmo des-tino daquele com a Springs. “Preci-samos atender clientes que se inter-nacionalizam cada vez mais, como oCarrefour e o Wal-Mart, que avan-çam rapidamente no mercado asiáti-co. Isso não quer dizer que deixamosde investir no Brasil”, afirma Josué.

Parte da estratégia da Springs Glo-bal é redistribuir sua produção, con-centrando-a no Brasil, Argentina e Mé-xico, países com mão-de-obra maisbarata do que os anglo-americanos.Especula-se que duas novas mil va-gas devem ser abertas nas unidadesbrasileiras. “Buscamos a internaciona-lização para firmar a liderança regio-nal e ganhar força na competição glo-bal, aproveitando nossas vantagens

Coteminas faz parte de uma holding com 36 fábricas, que empregam 25 mil pessoas em cinco países

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competitivas e gerando receita emmoeda forte, além de fugir do baixocrescimento da economia e do altocusto do capital no país. Mas o ideal éaliar um bom mercado doméstico auma forte atuação no exterior”.

Josué, assim como o pai – emboravice-presidente da República –, é umsevero crítico da política econômicaadotada pelos últimos Governos. Des-de o ano passado ele preside o Institu-to de Estudos para o Desenvolvimen-to Industrial (Iedi), principal centro deideologias empresariais do país, e tam-bém a Associação Brasileira da Indús-tria Têxtil e de Confecção (Abit). Paraele, a indústria e serviços brasileirostêm plenas condições de competir nocenário internacional, faltam apenas ascondições internas ideais. “Não preci-samos ter medo de mercados livres.O Brasil deixou de lado acordos bila-terais importantes ao privilegiar o Mer-cosul, que apresenta sinais claros dedegradação, e a Rodada de Doha, quedificilmente terá sucesso”.

A grande reclamação é a taxa dejuros e a volatilidade do câmbio, o quetem desacelerado o crescimento daeconomia, muito abaixo do resto domundo, após ter apresentado os me-lhores resultados nas sete primeirasdécadas do século passado. Outra éa falta de investimentos e a má apli-cação dos recursos existentes em edu-cação. “Podemos crescer a grandestaxas, o Brasil é melhor que a China,Rússia ou Índia, somos tão trabalha-dores e dedicados quanto eles, massomos mais criativos e temos melho-res estruturas”, conclui.

1931

1963

2005

1967

1996

2006

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1969

1975

1990

Nasce o fundador da Coteminas, José Alencar, em Muriaé (MG).

Nasce Josué Christiano Gomes da Silva, em Ubá (MG).

A Coteminas é criada por José Alencar, em Montes Claros (MG).

É aprovado pela Sudene o projeto que dá bases ao crescimentoda empresa.

Início das atividades de fiação e tecelagem, tendo comoestratégia a comercialização de fios e tecidos de qualidadepor menor preço.

Início da integração vertical

Josué assume a superintendência geral da Companhia.

A abertura do mercado brasileiro marca o fim da primeira faseda empresa, caracterizada pela construção de ativos,foco em commodities e constante modernizaçãotecnológica e ampliação da produção.

Abertura do capital da Coteminas e início dos estudos demercados externos, dando origem, nos anos seguintes, àsprimeiras exportações.

A aliança com a americana Springs é firmada.

A operacionalização do acordo marca o fim da segunda fase,caracterizada pelo foco em produtos de consumo, agregação devalor via aquisição de marcas, distribuição via grandes clientes ediferenciação via produtos e mercados.

A mudança de foco para exportações direcionadas a grandesmercados de consumo, como EUA e EU, dá origem a terceirafase, caracterizada também pela diversificação de produtos emercados e distribuição via grandes varejistas e lojas dedepartamento.

Josué assume a presidência do IEDI, principal centro de ideologiasempresariais do país e combatente vigoroso da políticaeconômica adotada pelos últimos Governos Federais.

É anunciada a fusão da Coteminas e da Springs, marcando o inícioda quarta fase, que tem como foco a internacionalização.

Entra em operação a Springs Global, a maior empresa do setortêxtil de cama, mesa e banho do mundo, com sede no Brasil.

Projeto de expansão na Ásia e na Europa para atender clientesque também se internacionalizam rapidamente.

1997

2001

2000

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Pequenas NotáveisEditado por Alexandre Gonçalves

APOIO

Oportunidade para pequenospor Kátia Negreiros Site Empreendedor

A necessidade de crescer, de seaprimorar, de competir com grandesfabricantes, é um problema para amaior parte das micro e pequenasempresas no Brasil. Para conquistaro sucesso é preciso buscar caminhosalternativos, como a união em arran-jos produtivos, locais ou núcleos se-toriais. O Empreender é um exemplode programa que tem aumentado asobrevivência das pequenas empre-sas através da participação em Asso-ciações Comerciais e união em nú-cleos setoriais.

Segundo informações do Sebrae,

61% dos novos negócios não sobre-vivem ao primeiro ano de vida, prin-cipalmente porque não se preparamcom análises do mercado, da concor-rência ou um plano de negócios. Aolongo de 12 anos de implantação doEmpreender, dados mostram que asobrevivência das empresas ligadas anúcleos setoriais é de 90%, contra20% das empresas isoladas.

O projeto começou nas regiõesNorte e Nordeste de Santa Catari-na, em 1991, com parceria entreFacisc (Federação das AssociaçõesEmpresariais de Santa Catarina) eSebrae. Com o sucesso, a iniciati-va foi expandida para todo Estadoem 1997 e, em 2000, com o apoio

Para aumentar a interação entreempresas de pequeno e grande por-tes, o Sebrae e a Finep (Financiadorade Estudos e Projetos) lançaram no úl-timo dia 20 uma chamada pública novalor de R$ 5 milhões. O objetivo édar apoio financeiro a projetos de ino-vação tecnológica em micro e peque-nas empresas com potencial para for-necer ou comprar de médias e gran-des empresas, conceito conhecidocomo encadeamento empresarial.

Os projetos contemplados devemser executados por Instituições Cien-tíficas e Tecnológicas (ICT), públi-cas ou privadas. Além disso, as em-presas envolvidas nos projetos pre-cisam estar inseridas nos chamadosAPLs (Arranjos Produtivos Locais)ou integrarem setores estabelecidos

da CACB (Confederação das As-sociações Comerciais e Empresa-riais do Brasil), foi estendido aoutros sete Estados.

Atualmente o projeto alcança 530cidades, em 2,7 mil núcleos setoriaise mais de 34 mil empresas em todoBrasil. “Já chegamos a ter mais de800 cidades no projeto, mas muitasnão tiveram potencial de desenvolvi-mento e sobrevivência depois quenós retiramos nossa ajuda de custoinicial. Agora estamos investindo maisem qualificação, em desenvolvimen-to de ações de apoio e preparo paraobter resultados”, explica o Coorde-nador Nacional do Empreender, Car-los Alberto Rezende.

EDITAL

Parceria disponibiliza R$ 5 milhões para incentivarinteração entre pequenas e grandes empresas

como prioritários pela Política Indus-trial Tecnológica e de Comércio Ex-terior (PITCE) do Governo Federal.

Dos R$ 5 milhões, 50% serão apli-cados pelo Sebrae e 50% pela Finep. Dototal de recursos disponíveis, no míni-mo 30% deverão ser aplicados em pro-

jetos cuja Instituição Executora estejalocalizada nas regiões Norte, Nordesteou Centro-Oeste. As propostas devemconter solicitação de apoio financeiro deno mínimo R$ 200 mil e no máximo R$500 mil. “Há potencial de interação en-tre micro e pequenas e médias e gran-des empresas em diversos arranjos pro-dutivos e setores inseridos na políticaindustrial. Setores como os de petróleoe gás e metalmecânico são alguns quepodem ser contemplados pelo edital”,assinala Paulo Alvim (foto), gerente daUnidade de Acesso à Inovação e Tecno-logia do Sebrae.

O edital e todas as informaçõespara a participação estão disponíveisno site da Finep (www.finep.gov.br).As propostas devem ser encaminha-das até o próximo dia 15 de agosto.

Leia a reportagem completa no site Empreendedor: www.empreendedor.com.br/empreender

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O espaço da micro e pequena empresa

APRIMORAMENTO

Convênio ABF-Sebrae beneficiafranqueados e franqueadores

Realizado durante a edição 2006da ABF Expo Franchising, o FórumSetorial de Franquia trouxe umagrande notícia para quem deseja in-gressar no mundo dos negócios atra-vés do sistema de franquias. Trata-se do anúncio e assinatura do con-vênio do Programa Nacional de De-senvolvimento de Franquias paraMicro e Pequenas Empresas, firma-do entre a ABF (Associação Brasi-leira de Franchising) e o Sebrae novalor de R$ 573 mil. Desse total, oSebrae participa com R$ 398 mil e osegmento, R$ 175 mil. “Esta parce-ria supera a anterior firmada com osegmento, que se tratava de uma par-ceria para patrocínio e eventos. Nes-te caso, nós entramos de cabeça jun-to com o setor para construir umalcance de maiores resultados, sen-do parceiros desde o princípio”, dizCésar Rech (foto), diretor de Admi-nistração e Finanças do Sebrae.

“Mais do que palavras, são comgestos como estes que nós afirma-

mos a nossa crença na importânciadeste segmento, gerador de empre-gos, de boas práticas de trabalho egarantia de qualidade em grande me-dida”, avalia Rech. Para ele, o con-vênio ajudará a qualificar ainda maiso trabalho dos franqueados. Issoatravés dos instrumentos de gestãodo Sistema Sebrae, colocados à dis-posição dos franqueadores nas áre-as de marketing e vendas, finançase custos, planejamento estratégico,acesso ao mercado, acesso à tecno-logia e ao crédito.

Além do representante do Sebrae,o Fórum Setorial de Franquia con-tou também com a participação dopresidente da ABF, Artur Grynbaum,do presidente da Alshop, NabilSayoun, da diretora do Ministério doDesenvolvimento, Indústria e Co-mércio Exterior, Aneli Dacas Franz-mann, do superintendente da CaixaEconômica Federal, Tarcísio LuizDalve, e do secretário-executivo doMDIC, Ivan Ramalho.

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EM SEM BUROCRACIA

Entidades discutemsimplificação naabertura de empresa

Em reunião realizada no último dia21, em Brasília, técnicos do Sebrae,do Departamento Nacional de Regis-tro do Comércio (DNRC) e da Confe-deração Nacional dos Municípios(CNM) intensificaram as discussõesem torno de alternativas para simplifi-car e desonerar o processo de abertu-ra, manutenção e fechamento de em-presas. “Todos estão fazendo açõessemelhantes com o mesmo objetivo.Com debates e definições de iniciati-vas conjuntas evita-se duplicação detrabalho, uns podem complementarações de outros e os resultados serãomais eficazes”, explica Helena Rego,consultora de Desburocratização doSebrae. Segundo Helena, o Sebrae jápossui um sistema de mapeamento dasobrigações legais das empresas, aindarestrito aos Estados de Pernambuco eMinas Gerais, mas que já está em es-tágio de aprimoramento para se tor-nar mais ágil e prático a fim de serimplementando em todo país.

Da mesma forma, o DNRC traba-lha um novo portal com reforço noapoio ao registro de empresa, que estáem fase de implantação. Ele prevêtambém pesquisa sobre nome empre-sarial e elaboração de documentos ne-cessários à abertura dos empreendi-mentos. Já James Matos, assessor daCNM, adianta que a instituição se en-carregará de conscientizar as prefei-turas sobre a importância de facilitare desonerar a vida das empresas. “Ébenefício não só para as empresas,mas para a municipalidade como umtodo, contribuindo, por exemplo, paraa geração de emprego e renda, para aformalização dos empreendimentos eaumento da arrecadação, facilitandoos investimentos das prefeituras emoutras áreas”, diz.

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Nº 8

Caderno de

Limpar o terreno e facilitar a vida de quem utiliza atecnologia é o caminho mais rápido para alcançar resultados

A eficácia do usoA facilidade de uso é o principal

critério para a permanência, esco-lha e recomendação de sites entreusuários. Na internet, as chances dointernauta se tornar cliente aumen-tam quanto maior for a usabilidade.Ou seja, facilidade e rapidez comque as necessidades são supridas.Sites que não oferecem, de formaacessível, as informações que o usu-ário procura perdem em eficácia, efi-ciência e satisfação. Associadas àusabilidade estão propriedades quevalorizam e prendem a atenção,como, por exemplo, forma de nave-gação, composição visual (design),conteúdo, textos, imagens e aplica-

ções que permitem maior interativi-dade. Tudo isso ajuda a somar qua-lidade na árdua luta contra a con-corrência, em um ambiente no qualpode-se ganhar ou perder o clienteem apenas um clique.

A usabilidade também é condi-ção básica e decisiva para melho-rar a produtividade dos funcionári-os que utilizam redes internas decomputadores como ferramenta detrabalho. Mas na maioria das em-presas ocorre justamente o contrá-rio. Por questões de segurança, oacesso à intranet é restrito. É muitocomum o usuário precisar de maisde uma senha para entrar em deter-

minadas áreas. Ou ainda ter que di-gitá-las mais de uma vez. Mesmo de-pois de já ter entrado com sua iden-tificação (login), o sistema solicitaque ele preencha novamente os da-dos, prejudicando o seu desempe-nho. “Além da irritação, essa exigên-cia traz prejuízo para a empresa, por-que o funcionário está perdendo umtempo que poderia ser utilizado deforma produtiva”, diz Mercedes San-chez, especialista em usabilidade.

Para alcançar o objetivo propos-to em ambientes empresariais, adica é incluir, desde os primeirosesboços, avaliações em todas asfases do projeto. O usuário deve

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48 – Empreendedor – Julho 2006

TIser o foco de todo o processo. Con-forme a especialista, sites com vi-sual caprichado e mil atributos tec-nológicos despertam o interesse dointernauta, mas vai por água abai-xo se ele não souber como usá-losou levar muito tempo para realizaratividades básicas. “Não adiantapensar só na tecnologia, nas coresou no conteúdo que vai ser inseri-do em um site ou intranet. É neces-sário pensar também em quem vaiusar tudo isso”, diz Mercedes.

Cada ambiente virtual deve seravaliado com base nos objetivos aque se propõe e com o negócio querepresenta. De uma forma geral, boalegibilidade, conteúdo no formatoque a web exige, bons resultadospara a busca, navegação clara e di-reta, formulários simples de preen-cher facilitam o uso. “Para saber seum site é fácil de usar e se atendeàs necessidades, só tem um jeito:testá-lo com usuários reais”. Aocontrário, os que restringem o con-teúdo ou criam cadastros, mesmogratuitos, para que ousuário tenha acesso,são exemplos de faltade usabi l idade. “Setem uma coisa que ousuár io de internetodeia é perder tempo.Se para acessar, tiverque se cadastrar, eledesiste na hora, atéporque sempre há ou-tro site que não pedecadastro. Num cliqueele dá adeus e vai parao concorrente”, d izMercedes.

Na opinião da especialista, oGoogle é o exemplo mais claro deboa usabilidade. “Tudo facilita a vidado usuário: a caixa de busca é o ele-mento principal da página inicial,não há elementos que distraiam ouperturbem o usuário, o tamanho daletra e o contraste com o fundo fa-cilitam a leitura, os links são clara-mente identificados e o principal: abusca funciona”.

Tanto a funcionalidade quanto adisposição do conteúdo tambémsão importantes nesse processo. Ousuário é bombardeado por uma in-finidade de informações e muitas ve-zes não consegue selecionar as querealmente necessita. É o exemplodos mega portais. Eles oferecem nacapa uma variedade gigantesca delinks e possibilidades de cliques quepodem tumultuar a cabeça do inter-nauta. A personalização do conteú-do, de acordo com as necessida-des do usuário, pode ser o cami-nho para oferecer serviço nos mol-des propostos pela usabilidade. “Os

portais vieram com aproposta de filtrar a in-formação para o usuário.Eles não vão acabar,mas a tendência, hoje, éque f iquem cada vezmais segmentados”, dizFrederick van Amstel,professor do Curso deTecnologia em Web De-sign do Grupo Educacio-nal Opet e autor do blogUsabilidoido, que tratado tema.

A história da usabili-dade começou quando

Resultados da facilidade no uso– Aumento das vendas no site (e-commerce);

– Aumento das vendas fora do site (produtos bem promovidos);

– Aumento da satisfação do usuário;

– Aumento do número de visitantes;

– Diminuição dos gastos com suporte/call center;

– Melhora a imagem da empresa.

Quesitospara mensuração– Eficácia: – Eficácia: – Eficácia: – Eficácia: – Eficácia: O usuário conse-

gue encontrar o que neces-sita? É capaz de se cadastrar,de fazer uma compra, umdownload ou outra atividadetípica do site?

– Eficiência: – Eficiência: – Eficiência: – Eficiência: – Eficiência: Quanto tempoele levou para encontrar o queprecisava, quantos cliquesprecisou dar, quanto tempolevou para aprender a usar oesquema de navegação?

– Satisfação: – Satisfação: – Satisfação: – Satisfação: – Satisfação: O visual permitiuque o usuário navegasse semproblemas, ele ficou satisfeito,voltaria a navegar no site, o quepoderia melhorar ou o quemais poderia ser oferecido?

Frederick: portaismais segmentados

!

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Julho 2006 – Empreendedor – 49

usabilidade

Junho 2006 – Empreendedor – 49

Resultados da falta da usabilidade– Se é difícil, complicado, as pessoas simplesmente não acessam;– Quando obrigadas a usar um sistema complicado, as pessoas

desperdiçam tempo;– Mesmo obrigadas a usar o sistema, as pessoas farão de tudo para

interagir com ele o menos possível;– Requer mais horas de suporte;– Requer mais horas de trabalho para mudanças e ajustes.

o ser humano passoua utilizar ferramentas,como pedras usadaspara macerar o al i-mento. Depois apri-morou o formato dapedra, pontiaguda deum lado e redondade outro, para quefosse mais eficiente enão machucasse amão. A pedra foi maisuma vez lapidada e aponta deu lugar à for-ma totalmente arre-dondada, surgindo, assim, a roda.Mas o conceito só nasceu após aSegunda Guerra Mundial, com mai-or preocupação, pesquisa e investi-mentos na área da ergonomia – ci-

ência que visa melhorar aatividade produtiva e aadaptação do trabalhoao homem. Atualmente, émuito utilizada para men-surar as facilidades deuso em ambientes virtu-ais. “A facilidade permiteaprendizagem mais rápi-da, oferece segurançapara não cometer erros,o usuário fica mais segu-ro do que está fazendo eaumenta sua performan-ce e eficiência na utiliza-

ção de um determinado artefato ousistema”, diz Amstel.

A usabilidade é relativa a cadapessoa (depende da cultura, idade,dificuldades físicas ou mesmo psi-cológicas), sendo mais fácil o en-tendimento e uso para uma do quepara outra. Somente com pesquisade mercado para conhecer e defi-nir o público-alvo e não deixar oempreendedor correr o risco de sebasear apenas em estereótipos. Ostestes feitos diretamente com usu-ários reais são os únicos capazesde entender como eles pensam,agem e classificam as informaçõesfornecidas no site.

Existem técnicas que ajudam aavaliar a usabilidade, levando-seem conta a fase em que o projetoestá. Se estiver no início, por exem-plo, os testes podem ser feitos comprotótipos de papel ou páginas daweb. “A vantagem é que você testao site a um custo baixíssimo e evi-ta que os problemas só apareçamlá na frente, quando é mais difícil,demorado e caro corrigir os pro-

Dicas– Conhecer muito bem o

público-alvo, não se basearem estereótipos para tomardecisões;

– Focar no público-alvodesde a fase doplanejamento;

– Testar o site com usuáriosdo seu público-alvo;

– Observar como elesnavegam, onde clicam, porque, as dificuldades queenfrentam, o que funciona enão funciona para eles;

– Estar preparado para lidarcom exceções, no caso doproduto ser lançado paraum determinado público,mas ser melhor recebido eutilizado por outro diferente;

– Analisar o site comespecialistas.

blemas”, diz Mercedes.Observar o usuário, durante a

avaliação, também pode contribuirpara ajustar possíveis problemas re-lacionados à facilidade de uso. Nes-se método, o internauta é chamadopara utilizar o produto, com a mis-são de realizar determinadas tare-fas. Isso é feito com câmeras de ví-deo para filmar as reações e comsoftwares que rastreiam os pontosdo site nos quais o usuário passou,clicou e permaneceu mais tempo.“Se um site não for fácil de usar, nãoserá usado (ou não o quanto segostaria) e o investimento estará se-riamente comprometido, porquenão haverá o retorno esperado”, dizMercedes. (Fábio Mayer)

Mercedes: testesevitam transtornos

?

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TI

Arquivos velozes

Quando o empreendedor preci-sa encontrar documentos nos tra-dicionais arquivos, comuns em mui-tas empresas, no mínimo tem querealizar uma série de ações. Levan-ta da cadeira, caminha até a gave-ta, encontra a pasta e os documen-tos desejados, faz o caminho inver-so, os utiliza, depois retorna, de-volve a papelada no seu devido lu-gar e, por fim, volta à sua mesa.Alguns acreditam que isso é atésaudável porque ajuda a se movi-mentar e, nessa peregrinação,aproveitam para avaliar o trabalhodos funcionários, orientar e resol-ver problemas. Mas no quesito agi-lidade, perde-se muito, porque asimples ida ao arquivo pode pos-tergar outros compromissos e ati-vidades, muitas vezes mais urgen-

Como ganhar tempo e eficiência comtecnologia para gerenciar pastas virtuais

tes. Com o tempo, a rotina se trans-forma em cruzada, mesmo em am-bientes corporativos organizados.Para solucionar a perda de tempoe atender a demanda por mais agi-lidade, surgiu o Gerenciamento Ele-trônico de Documentos (GED) ouDocument Imaging.

O objetivo é gerir imagens digi-tais feitas a partir de papéis ou mi-crofilmes, por meio de escaneriza-ção ou digitalização. Isso facilita oacesso e a visualização do docu-mento e permite ao empreendedorarmazenar, localizar e recuperar ar-quivos com maior rapidez. Na prá-tica, a aplicação dessa tecnologiacontribui para melhorar a velocida-de e a eficácia das decisões em-presariais, aumentar o controle donegócio e diminuir custos com có-

pias ou impressão de documentos,armazenagem, mão-de-obra quali-ficada na procura ou arquivo de do-cumentos, extravio ou destruição,trânsito entre setores da empresaou localidades e envio (correio/fax)de documentos.

A GED também pode dar apoioa outras tecnologias como o ERPe CRM. Além disso, ajuda no clip-ping (arquivo de recortes) de repor-tagens ou anúncios da empresa emjornais e revistas, bibliotecas digi-tais, catálogos de peças, listas depreços e até na conversão de acer-vos históricos de documentos. “Atecnologia ajuda a aumentar a re-ceita, diminuir o custo dos proces-sos administrativo e operacional,melhorar a eficiência dos proces-sos críticos, criar um diferencialcompetitivo, melhorar o atendimen-to ao cliente e preservar o ‘capitalintelectual’”, diz João Albeto Lisot,Diretor da ArqDigital – Tecnologiaem Arquivos.

Empresas de quaisquer áreas eportes podem utilizar e se benefici-ar do GED. O valor do investimen-to depende dos equipamentos eprogramas que serão utilizados eda aplicação da ferramenta. Masantes é necessário responder algu-mas questões como: a instalaçãorequer maior ou menor espaço?Isso será determinado pela quanti-dade e o tipo de documentos queserão armazenados. Em que reso-lução e formato a imagem deve serdigitalizada? Geralmente no forma-to JPG e a resolução varia confor-me a qualidade final do documen-to: quanto melhor, maior vai ser otamanho do arquivo.

Outra dúvida muito comum é sea empresa precisa de um terminalcom um banco de dados para aces-sar os documentos. O empreende-dor pode optar por manter um equi-pamento e alimentar a base de da-dos com documentos digitalizados.Nesse caso, as consultas são feitaspor rede interna (intranet) ou pelainternet, se na empresa for usado umprovedor, restringindo ou não oEdison: “Estão surgindo novas necessidades e modalidades de controle”

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gestão

acesso aos credenciados. “Cadacompanhia tem um projeto especí-fico e estão surgindo novas neces-sidades e modalidades de contro-le”, diz Edison Pedro Bom, diretorcomercial da Star System.

A decisão também pode serpela contratação de uma empresaque presta serviço na área. A do-cumentação é submetida a umaclassificação por tipo de documen-to. É feita também uma preparaçãodo que será digitalizado, pois ospapéis não podem ter grampos eresíduos de cola, para não dificul-tar o processo. “É feita uma avalia-ção para saber que tipos de con-troles o empreendedor pretendepara sua organização e, num segun-do passo, é realizado um levanta-mento dos equipamentos que eledispõe e os investimentos neces-sários”. Depois de digitalizados, oempreendedor já pode utilizar osarquivos. (Fabio Mayer)

Facilidades– Redução com cópias, uma vez que os documentosestão disponibilizados em rede.

– Aproveitamento de espaço físico.

– Aumento de produtividade devido ao gerenciamentoautomatizado do processo.

– Evita-se extravio e falsificação de documentos.

– Aproveitamento da base de informáticajá instalada na empresa.

– Inúmeras possibilidades de indexação e localizaçãode documentos.

– Agilidade no atendimento ao cliente comrespostas precisas e instantâneas.

– Integração com outros sistemas e tecnologias.

– Recuperação da empresa após catástrofes oudesastres (incêndios, enchentes, etc), uma vez que pode-

se manter cópia de toda a documentação fora da empresa.

Aplicabilidades– Acesso a manuais operacionais e técnicos, a contratos de

clientes e fornecedores, a relatórios contábeis e financeirose a processos, decisões, contratos, petições.

– Apoio ao gerenciamento do conhecimento, ERP, CRM, comércioeletrônico e outras tecnologias.

– Arquivos de recortes de jornais e revistas (clipping).

– Automação de cartórios.

– Bibliotecas digitais.

– Catálogos de peças e listas de preços.

– Controle completo de compras, do pedido à entrega do produto.

– Conversão de acervos históricos.

– Documentos em geral.

– Gerenciamento de correspondência, fax, e-mail e outros veículos.

– Gerenciamento de ordens de serviço.

– Processos de importação e exportação.

– Prontuários das áreas de recursos humanos, incluindorecrutamento e seleção.

– Resultados de exames laboratoriais.

Gerenciamento Eletrônicode Documentos (GED)

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TI

Anúncios em toda parte

Não há limites – a não ser legais– para a exposição de conteúdo pu-blicitário. A vedete do momento é ainternet, especialmente os anúnciosGoogle, mas os media tradicionaisperdem cada vez mais espaço paraas mais variadas plataformas, deverso de cupons fiscais a peças grá-ficas em banheiros de locais públi-cos. Na vanguarda, despontam ospainéis eletrônicos, inclusive sensí-veis ao toque (touchscreen), e osdispositivos móveis de comunica-ção, principalmente celulares, queno Brasil já contam com mais de 88milhões de linhas ativas. Os apare-lhos de última geração proporcio-nam uma infinidade de recursos tec-

Painéis eletrônicos ganham força entreas novas plataformas de publicidade

marketing

nológicos, muito além de mensa-gens de texto (SMS), como fotos,vídeos, jogos e animações.

A publicidade em celulares só nãoé mais explorada porque ainda exis-tem poucos estudos sobre a recepti-vidade dos usuários e os custos ain-da são altos. “Ninguém quer arriscar,não se sabe qual será a reação emuito menos qual será o retorno”, dizCristiano Miano, presidente da Digi-pronto. A empresa, de São Paulo,tem sete anos de experiência em de-senvolvimento de sistemas para inter-net e para clientes como Ambev, Por-to Seguro, Schering do Brasil, Gene-ral Mills e Saint Gobain Glass.

Uma saída para não ser invasivo é

montar um portal com serviços viacelular e permissão para o envio depropagandas atreladas ao mesmo.Uma empresa de insumos agrícolas,por exemplo, pode oferecer a previ-são do tempo e na mesma mensa-gem inserir conteúdo publicitário deseus produtos. Diversas instituiçõese empresas já oferecem conteúdopara aparelhos que se comportamcomo centros portáteis de mídia,como demonstrado nas feiras inter-nacionais: Cebit 2006 e CTIA Wireless2006. O Vaticano envia aos usuárioscadastrados o Pensamento do Dia, ea editora britânica Universalis ofereceserviço eclesiástico 24 horas. No Ja-pão, torna-se comum o download detrailers de filmes em celulares.

No aeroporto internacional O’Ha-re, em Chicago, nos Estados Unidos,foi instalado recentemente pela Ac-centure, empresa global de consul-toria de gestão, serviços de tecnolo-gia e outsourcing, um monitor touch-

Monitor interativo sensível ao toque exibe notícias, previsões do tempo e informações sobre esporte

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inovação

Conserto a distância

Ficar com o automóvel parado,por não achar solução para os pro-blemas apresentados, não chega aser uma preocupação para os pro-prietários de veículos Audi. A mon-tadora alemã criou um programa detelediagnóstico. Ele permite aostécnicos da sede da unidade brasi-leira, em São Paulo, acompanha-rem, on-line e a distância, o reparodos sistemas eletrônicos de coman-do dos carros nas oficinas de qual-quer uma das 28 revendedoras damarca no Brasil.

Quando um automóvel Audi é le-vado para reparo, é feito inicialmen-te um check-up eletrônico para ava-liação dos componentes. O diag-nóstico é coletado por um equipa-mento chamado VAS 5051, capaz deanalisar até 70 unidades eletrônicasde comando e suas centenas desensores de maneira rápida e preci-sa ao ser conectado ao veículo e àinternet. O serviço de telediagnósti-co entra em ação quando os mecâ-

Telediagnóstico reduz tempo de soluçãode problemas mais complicados

nicos da concessionária encontramalgum tipo de problema eletrônicomais complicado e crítico no veícu-lo. Nessa hora é acionado o siste-ma de comunicação, que conectaon-line o computador da concessi-onária à central de auxílio técnicoda Audi. Assim, os especialistas aju-dam remotamente os mecânicos asolucionarem o defeito.

Segundo Norberto Kroeger, res-ponsável pela área de suporte téc-nico da Audi Brasil, a empresa ga-nhou produtividade e rapidez na re-solução de problemas com o novosistema. Nos dois primeiros mesesde uso, 30 veículos foram reparadoscom o auxílio do telediagnóstico.Todos os modelos Audi, mesmo osmais antigos, podem ser checadospor esse equipamento, que recebeatualizações a cada um ou doismeses da fábrica da Audi AG, naAlemanha, para incorporar as novi-dades acrescentadas aos novosmodelos. (AV)

screen interativo. Ele exibe as últimasnotícias, previsões do tempo e infor-mações sobre esporte por meio dotoque das pessoas na tela. O apare-lho, que mede 2 metros de altura e 3de largura, atende mais de um usuá-rio simultaneamente e permite a ge-ração de gráficos, imagens e outrosdados de forma interativa, caracterís-ticas não presentes nos painéis ele-trônicos disponíveis no mercado.

O projeto faz parte da AccentureInteractive Network, metodologia quecombina novos softwares e tecnolo-gia de ponta. Segundo Teresa Pog-genpohl, diretora-executiva da áreaGlobal Advertising e Brand Manage-ment da Accenture, essa configura-ção exposta no aeroporto de Chica-go representa uma prévia do futuropróximo da propaganda em aeropor-tos e espaços públicos devido a suaversatilidade. Outro monitor será ins-talado no aeroporto internacionalJFK, em Nova York.

O barateamento da tecnologiatouchscreen tem facilitado a instala-ção de equipamentos sensíveis emvários estabelecimentos, principal-mente bares, restaurantes e casasnoturnas. Eles são utilizados pelosgarçons, por meio de máquinas por-táteis, e nas ilhas (caixas e terminais).O uso desses sistemas, além de pro-porcionar agilidade no atendimento,devido ao seu manuseio fácil, temcomo vantagem a facilidade no trei-namento das equipes.

Há diferentes tecnologias no mer-cado, sendo quase todas compatíveiscom monitores LCD e CRT. Basta ins-talar o software adequado e conectaro equipamento às portas seriais docomputador para que o teclado e omouse sejam substituídos pelo toqueno monitor. Um dos aplicativos com-patíveis é o SnackControl. Ele é ca-paz de garantir a administração deestabelecimentos de qualquer porte,de uma pequena lanchonete a umparque temático com 200 pontos-de-venda, como verificado pelos clientesdo produto da Elo TouchSystems, lí-der mundial em tecnologia touch. (Ale-xsandro Vanin) Audi: especialistas ajudam remotamente os mecânicos a solucionarem defeitos

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TI produtos

Convergência na Intelbrás

Incentivo à informáticaA Confederação Nacional do Co-

mércio (CNC) criou recentemente a Câ-mara Brasileira de Informática (CBI),que surge com a proposta de tornar-se o grande mobilizador do setor emconjunto com instituições representa-tivas do cenário nacional. A entidadetratará exclusivamente de informaçõese serviços que não existiam no meiosindical de TI, como questões tributá-rias, padronização de acordos coleti-vos de trabalho e criação e coorde-nação das ações de sindicatos esta-

duais, com reuniões periódicas paraações padronizadas. Para presidir onovo órgão consultivo foi nomeado ovice-presidente da Fecomércio-RS epresidente do Sindicato das Empre-sas de Informática do Rio Grande doSul (Seprorgs), Renato Turk Faria, queficará no cargo até 2009. “O surgimen-to desta câmara é um reconhecimen-to da CNC ao setor da informáticacomo área significativa no segmentodo comércio de bens e de serviços”,diz Faria. www.cnc.com.br

A linha de centrais ImPacta,com modelos para empresas depequeno, médio e grande porte,integra a nova geração de solu-ções em telefonia da Intelbras. Osequipamentos permitem interfacesde comunicação via protocolo IPe Ethernet, com programação viaPC, Palm Top ou USB, o que ostornam flexíveis para atender osmais variados segmentos do mer-cado corporativo. A economia, se-gundo a Intelbrás, estána possibilidade de in-tegrar dois ambientesde trabalho distintoscomo um ramal inter-no, o que reduz cus-tos em empresas que

desejam, por exemplo, melhorar odesempenho nas comunicaçõesentre matriz e filial. Disponível nosmodelos 220, 140, 68 e 16, a linhaImPacta também oferece facilida-des de comunicação com aplica-tivos extras e é indicada para clíni-cas médicas, escritórios e indús-trias. www.intelbras.com.br

Segurança sem fioA Internet Security Systems (ISS),

especialista em segurança de redessem fios para bancos e órgãos go-vernamentais, alerta sobre os perigose ações preventivas necessárias paraa implementação e uso das redes wi-reless. A recomendação para empre-sários e usuários domésticos das co-nexões sem fio é redobrar os cuida-dos com a segurança das informa-ções. “Até 2009, mais de 200 milhõespessoas em todo o mundo usará al-gum tipo de aplicativo móvel, e aquantidade de pontos de acesso ul-

trapassará a casa dos 200 mil”, dizMarcelo Bezerra, diretor Técnico daISS para a América Latina. Os méto-dos de proteção das redes wireless,segundo o especialista, são similaresaos das redes convencionais, comuma pequena diferença consiste naimplementação das soluções. “É im-portante fazer um plano abrangentede segurança, com protocolos espe-cíficos, medidas de gerenciamentoremoto da rede e regras rígidas deacesso à internet, entre outras medi-das”, diz Bezerra. www.iss.net

Webcams para SkypeA Creative Technology, fabrican-

te de acessórios para entretenimen-to digital, recebeu certificação doSkype em sua linha de webcamspara a utilização do aplicativoSkype Vídeo. A chancela possibili-ta aos usuários de webcams da Cre-ative realizarem vídeos de conferên-cias gratuitas na Internet. “Este acor-do com a Creative faz parte da es-tratégia do Skype de aprimorar con-tinuamente a experiência do con-sumidor. Assim, seus usuários naAmérica Latina podem se comuni-car facilmente com familiares e ami-gos pela Internet, utilizando voz evídeo”, disse Carlos Pires, gerentede desenvolvimento de mercado daCreative para América Latina. Pre-ços e modelos podem ser consul-tados no site. www.us.creative.com

Uso do PC no BrasilCom o objetivo de mapear os

principais mercados e direcionarfuturos investimentos no Brasil, aIntel realizou uma pesquisa paraidentificar os hábitos de consumode tecnologia do brasileiro. As con-clusões do estudo serão usadaspela Intel para avaliar o potencialde compra de um novo PC por usu-ários e não-usuários de computa-dores. Como resposta única, aspessoas entrevistadas considera-ram a “educação” como o princi-pal motivo para adquirir um com-putador pela primeira vez, assimcomo “navegar na internet” e “me-lhorar a comunicação”. A pesqui-sa foi qualitativa com oito gruposde cada segmento (classes A, B eC), e também quantitativa, commais de 4 mil entrevistas realizadasentrevistas nas cidades do Rio deJaneiro, São Paulo, Belo Horizon-te, Uberlândia, Santo André, SãoBernardo do Campo, São José dosCampos, Curitiba, Porto Alegre,Brasília, Teresina, Fortaleza, Natal,Recife, Maceió, Salvador, Conta-gem, Nova Iguaçu, São Gonçalo,Campinas, Guarulhos e Osasco.www.intel.com.br

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Grande parte das franquias brasi-leiras nasceram na região Sudeste e aexpansão mais forte ocorreu justamenteao redor desta área, alcançando aospoucos o Sul, Centro-Oeste, Norte eNordeste. Hoje existe uma saturação dealgumas marcas, e de alguns setores,no eixo Rio-São Paulo-Minas Gerais, oque faz com que as redes busquemnovos mercados consumidores a todoinstante. E nos últimos anos as regiõesNorte e Nordeste têm sido o foco demuitos investimentos, não só pelas ca-racterísticas turísticas, mas pela pró-pria potencialidade revelada pelo enri-quecimento progressivo da população.O Estado de Pernambuco, por exem-plo, teve um crescimento do PIB (Pro-duto Interno Bruto) em 2005, maior doque a média do Brasil

O consultor Hamilton Marcondes,da HM Consultoria, sediada em Recife(PE), afirma que esse movimento cres-cente está aliado também a uma extra-ordinária receptividade dos consumi-dores locais às marcas de fora. “Al-guns estados estão tendo um cresci-mento econômico muito forte, comgrandes investimentos de grandes em-presas, inclusive do exterior”. A regiãoNordeste teve também uma revitaliza-

Franquia Total Suplemento Especial da Revista Empreendedor – Ano V – Nº 56

Num movimento natural de busca de novos mercados, o crescimento dofranchising está focado nas regiões Norte e Nordeste do Brasil

Mudança no mapa

ção dos aeroportos de quase todas ascapitais e há um incremento do turis-mo que força uma demanda muito for-te por produtos de outros centros. “Ar-risco até em dizer que nos próximoscinco anos, o grande foco do cresci-mento do franchising no Brasil estánestas regiões”, diz Hamilton.

O aumento do número de shoppingcenters, principalmente nas capitais, éoutro fator que revela o potencial paraa entrada do franchising nas regiões.“Se visualizarmos o índice de ocupa-ção dos shoppings com marcas que sãodo franchising, vamosperceber que em SãoPaulo este índice regulaacima dos 60 %, che-gando até 100 % de mar-cas franqueadas, como éo caso do Iguatemi. NoNordeste este índice caipara abaixo de 30 % emmédia”, diz LeonardoLamartine, diretor regio-nal da ABF para Norte eNordeste e diretor doGrupo Bonaparte.

“Se analisarmos osrankings de algumas re-des de franquia vamos

atestar que algumas das melhores lojasde faturamento estão instaladas no Nor-deste”, diz o consultor Hamilton Mar-condes. Nas regiões Norte e Nordeste épossível atingir todos os segmentos deconsumidores. “O caminho não é fácilpois existe uma diferença cultural entreas regiões, mas a principal dificuldade éa renda per capita. O Nordeste, apesarde apresentar um crescimento acima damédia nacional, ainda tem uma baixa ren-da per capita, ou seja, poder de consu-mo ainda inferior ao do Sudeste”, afir-ma o diretor regional da ABF.

É essencial ficar aten-to ao fato de que são mer-cados muito diferentes doSul e Sudeste, com carac-terísticas diferentes entresi. O consultor Marcondesdestaca que o mercado daBahia não é igual ao mer-cado de Pernambuco e aodo Ceará, principalmenteno segmento de alimenta-ção. “Por isso, é necessá-rio um trabalho de pros-pecção e de pesquisa bas-tante sério antes de entrarnestas regiões, até porquejá existem redes locais

Marcondes: melhorfaturamento está naslojas do Nordeste

CASA DA PHOTO

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Franquia Total

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bem estruturadas competindo comigualdade de condições com as redesde fora”, diz.

E são justamente estas redes queestão realizando o movimento contrá-rio, ou seja, expandindo suas marcaspara outras regiões do país, levando aexperiência de atuação no mercadonordestino e adaptando-se às deman-das de estados bem diferentes. “As fran-queadoras do Nordeste têm investidobastante nesta adaptação. Eu diria semmedo de errar que a maioria das redesnascidas no Nordeste estão prontas paraingressar no mercado Sudeste”, dizLeonardo Lamartine.

O próprio Grupo Bonaparte, rede derestaurantes, é um exemplo. A maioriadas unidades foram, naturalmente, sen-do abertas em Pernambuco, Estadoonde a marca iniciou as atividades, eseguindo pelos outros estados do Nor-deste e chegou até o Amazonas. Mas arede também está presente em São Pau-lo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, de-vendo ampliar ainda mais o número derestaurantes em outras regiões.

O cardápio da rede tem como baseave, carne, peixe e até 15 opções deacompanhamento, com inúmeras possi-bilidades de combinação entre si. Aliandoisso a uma cozinha que pode ser vista

pelo consumidor, o Bonaparte inovou oconceito geralmente atribuído a refeiçõesrápidas, que fixava a idéia de uma alimen-tação pobre em sabor e nutrientes.

Também no ramo de alimentação,a rede Camarão & Cia começou suahistória no Nordeste, através do Gru-po Secom (Aqüicultura Indústria e Co-mércio), do Piauí, e teve sua primeiraloja inaugurada no Shopping Recife,em Pernambuco. Hoje, presente emseis estados – Pernambuco, Rio de Ja-neiro, São Paulo, Sergipe, Bahia e San-ta Catarina – o Camarão&Cia ofereceaos clientes um produto sobre o qualtem o controle absoluto, desde a re-produção em laboratórios até as me-sas dos restaurantes. A empresa estácom um ousado plano de expansão epretende chegar a todo o país. A es-tratégia está baseada num bem estru-turado projeto com apoio total ao fran-queado. O investimento para abrir umaloja de 40 m2 varia entre R$160 aR$180 mil fora o ponto comercial.

Outras marcas fazem o mesmo tra-jeto, saindo das regiões Norte e Nor-deste em direção aos centros de Rio-São Paulo ou Sul do país. A rede Movi-mento, de moda praia e ginástica, aPharmapele, rede de farmácias de ma-nipulação, a Contours Express – aca-

demia só para mulheres e a Sueldo’s,rede de acessórios em couro, são ou-tros exemplos. E ainda há outras inici-ando no franchising. A HM Consulto-ria, só em dezembro, entregou dez pro-cessos de formatação de franquia.

Marcas de sucesso

No caminho inverso, as redes quechegam lá se adaptam às necessidadese acabam até trazendo para todas asunidades as novidades encontradas noNordeste. É o caso da rede de fast foodBob’s, que trocou um dos sucos ofe-recidos no cardápio do Norte e Nor-deste pelo de acerola. Logo foram fei-tos testes no restante do Brasil e a acei-tação foi tão positiva que a acerola subs-tituiu o maracujá em todos os 458 pon-tos de venda da rede. O diretor de mar-keting e expansão do Bob’s, FlávioMaia, contou a história para exemplifi-car como o fato de ter que se adaptardentro das diversidades brasileiras po-dem trazer bons resultados para todosos que fazem parte da rede.

O Bob’s tem 5% das suas unidadesno Norte e 13% no Nordeste, sendo queestes números vem crescendo sistema-ticamente ano a ano. No início do anofoi assinado contrato para a abertura deum restaurante no Acre, colocando oBob’s como única rede de fast food emtodas as capitais brasileiras. “O cresci-mento da rede tem sido em todas as re-giões do país, mas estamos sentindo queo potencial de consumo dos turistas doNorte e Nordeste tem crescido e isso éinteressante”, diz Flávio Maia.

A empresa registrou em janeiro umcrescimento de 44% nas vendas, emrelação ao mesmo período de 2005. Eno ano passado teve um crescimento donúmero de lojas em 20%. A meta é che-gar ao fim de 2006 com 560 pontos devenda em todo o Brasil. O Bob’s esperacrescimento de 54% no Norte com aber-tura de 15 novas lojas. Atualmente a re-gião tem 27 lojas. O Nordeste deve re-gistrar aumento de 32% com aberturade mais 21 lojas. Atualmente a regiãopossui 66 pontos de venda.

Bob’s trocou um dos sucos no cardápio do Norte e Nordeste pelo de acerola

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Julho 2006 – Empreendedor – 59

A rede de locação de veículosMaster desenvolveu um método queindica a viabilidade ou não de abertu-ra de unidades em diversas cidadesbrasileiras. “Este estudo leva em contao potencial turístico, o índice de usode carro-reserva das seguradoras, odesenvolvimento de indústrias, dosetor comercial e de serviços da re-gião, a densidade demográfica e o po-der aquisitivo da população de cadauma das cidades do país para apon-tar onde devem ser abertas as novasunidades”, diz Renato Fraga, gerentede franchising da marca. Foi atravésdessa pesquisa e da identificação deum grupo de empresários que tinhaminteresse em investir no Nordeste quea Master entrou naquela região.

O Nordeste tem atraído um nú-mero cada vez maior de turistas bra-

Detalhes que importamExemplos de quemconseguiu entrar nomercado nordestino

sileiros e estrangeiros. Algumas in-dústrias se instalaram na região e, si-multaneamente, trouxeram a pers-pectiva para alugar a corporações.“Desde o ano passado nossos fran-queados na região tem se superadoem quantidade de locações, gerandoum crescimento da frota de veícu-los”, diz Fraga.

As maiores dificuldades ocorreramnas locações para clientes locais quedesconfiavam de uma marca nova, doSudeste, na região. Outra dificuldadenatural foi o período de divulgação ini-cial, identificando mídias adequadaspara atingir o público alvo.

No entanto, a vocação turísticado Nordeste forçou a Master a en-xergar e procurar parcerias no seg-mento de turismo que direcionassemnegócios para os franqueados da re-gião. As franquias de outras regiõesdirecionam seus negócios para cli-entes corporativos, principalmenteatravés do aluguel de frota. “Lá, ti-vemos que priorizar o aluguel diá-

Linha Direta

Bob’s(21) 2536-7500Bonaparte(81) 2126-1111Camarão & Cia(81) 3465-6668Contour Express(11) 3868-3141HM Consultoria(81) 3327-9430Master Rental(11) 3352-8906Movimento(81) 3338-1840Pharmapele(81) 3305-5080

rio, voltado ao turismo de lazer e anegócios e realizar o trabalho cor-porativo, com aluguel de frotas aomesmo tempo, para garantir a ren-tabilidade constante do negócio, semter que ficar preso aos ganhos sazo-nais”, afirma o gerente.

Master: parcerias no segmento deturismo que direcionam negóciospara os franqueados da região

FOT

OS

CA

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HO

TO

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Franquia Total

60 – Empreendedor – Julho 2006

Saúde é o que interessa

Ginástica em meia hora

Tradição vira franquia

Mercado ampliadoA Antídoto Cosméticos teve um

aumento de R$ 10 milhões em seufaturamento total no ano passado,resultado de um ano excelente parao setor, que cresceu 68,92% nosúltimos dez anos. Depois da déca-da de 90, marcada pela vaidadecomo fonte geradora do conceitode se vestir, a partir do ano 2000,um novo conceito, que associavaa beleza física com a busca de umavida saudável, impulsionou o cres-cimento e a liderança do setor desaúde e beleza. “Além de oferecerum investimento a partir de R$33,2 mil para a abertura de um qui-osque, é uma franquia cuja lucrati-vidade do franqueado gira em tor-no de 150%. Isso sem falar dagrande aceitação e atratividade dosprodutos em todo o Brasil, já quetodas as linhas possuem cosméti-cos naturais à base da Aromatera-pia. A novidade combina essênciasde flores e frutas, com preços quecabem em qualquer bolso”, com-pleta Marcelo Sarpe, diretor de ne-gócios e expansão. (11) 4330-1908

O que era moda já virou rotina nosEstados Unidos e no Brasil está cadavez mais caindo no gosto das mulhe-res. São as academias de ginástica queoferecem circuitos de exercícios demeia hora em equipamentos especí-ficos e só para elas. Uma das redesamericanas é a Contour Express, quechegou em 2004 no Brasil pelas mãosdo empresário cearense Cassiano Xi-menes e este ano mais do que dobrouo número de unidades: alcançou 30contratadas. “Nossa meta é comer-

cializar 60 unidades em 2006 e che-gar a 100 em 2007”, diz Ximenes. Oinvestimento para abertura de umaunidade é de R$ 150 mil com previ-são de retorno de 24 meses.(11) 3868-3141

Não só as apostilas, como todoo sistema de ensino do Colégio An-glo-Americano está sendo anuncia-do como franquia. De acordo comRodrigo Suassuna, vice-presidentedo Grupo Educacional Anglo-Ame-ricano, o objetivo é expandir o mo-delo de educação para todo país.Para implantar a estratégia, o An-glo-Americano investiu cerca de R$250 mil. A expectativa é ter oitoescolas franqueadas em 2007 e al-cançar, até 2015, um total de 60

franquias. Além dos empreendimen-tos inteiramente novos (investimen-to de R$ 600 mil a R$ 3 milhões),também podem se tornar franquea-dos outros colégios, a chamada“franquia de conversão” (com in-vestimento a partir de R$ 100 mil).“A franquia educacional do Anglo-Americano é, sem dúvida, uma op-ção promissora de negócios, que irámuito além da utilização de materialdidático”, afirma Suassuna.www.angloamericano.edu.br

IND

EXO

PEN

Mistura de prestação de servi-ços e venda de um produto inova-dor, a rede Migun do Brasil tem 23unidades. A meta é abrir mais 18este ano. O foco são as regiõesSul e Sudeste. A franquia Migunestá presente em 34 países e ofe-rece sessões de massagem em umaparelho desenvolvi-do na Coréia doSul. Trata-se deuma cama espe-cial de mas-sagem térmicaque utiliza os prin-cípios da Quiropra-

xia (alinhamento e alongamento da co-luna vertebral), do Shiatsu (massa-gem com a pressão dos dedos paraestimular pontos meridianos do cor-po) e a Moxabustão (estímulo dospontos vitais do corpo por meio docalor). Para abrir uma unidade, o in-vestimento varia entre R$ 75 mil e

R$ 120 mil, e depende do númerode aparelhos adquiridos, que podeser de 6 a 10. Cada loja tem de doisa três funcionários e o aparelhotambém pode ser vendido. “Nãocobramos royalties e nem taxa depropaganda e o empreendedor quegosta de trabalhar com público

consegue faturar deR$ 6 a 10 mil ape-nas com sessõesde massagem”,diz Hong Chun,diretor da redeno Brasil.(11) 3313-7410

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Julho 2006 – Empreendedor – 61

A rentabilidade de uma unidade daMicrocamp, rede de ensino de idio-mas e informática, é o que mais tematraído investidores. Cada escola ofe-rece em torno de 30% do faturamentobruto. O diretor de franquia, João Ab-bade, afirma que o alto índice de fran-queados que reinvestem na marcapode comprovar isso. “Temos par-ceiros com até cinco franquias”.Hoje são 120 unidades franqueadase 44 próprias instaladas no Brasil eem Portugal. “Nas escolas própriaspodemos testar novos produtos, de-

Jubileu de prataAo completar 25 anos de história no ramo da ali-

mentação, a rede de fast food Giraffa’s apresenta al-gumas novidades, como incremento no cardápio eexpansão mais forte no Nordeste e no Rio Grande doSul. Segundo o diretor de expansão, Cláudio Miccie-li, a empresa sentiu a força da marca ao promoverum festival de rock em Brasília (DF), em plena Es-planada dos Ministérios. Estima-se que 150 mil pes-soas tenham participado do evento que durou 12horas. Na pesquisa de satisfação realizada entre osfranqueados, os itens que alcançam quase a nota má-xima são os que dizem respeito ao momento da aqui-sição da franquia, a imagem da franqueadora e oscanais de comunicação. A rede Giraffa’s tem 190unidades em dez Estados brasileiros e o faturamentode 2005 alcançou os R$ 180 milhões, 33% acima doano anterior, sendo que a expectativa é chegar a R$240 milhões até o final deste ano. (61) 2103-1800

senvolver tecnologias, implantar no-vos métodos e investir na qualidadeantes de repassar aos franqueados”,afirma Abbade. Com a busca cons-tante de aperfeiçoamento, a rede temcursos para vários públicos, como oMicrocamp Júnior para crianças dequatro a dez anos, o Dot Net Teenspara jovens, o Hardware sobre mon-tagem e manutenção de computado-res, além do Web Design Developerpara quem quiser desenvolver e ad-ministrar sites, entre outros.(19) 2116-2500

Locação em altaA Associação Brasileira

das Locadoras de Automóveis(Abla) prevê que o setor te-nha no mês de julho movi-mento em média 40% supe-rior em relação aos meses debaixa estação. Os turistas delazer representam 27% dototal das locações no país. Arede Master Rental aposta noNordeste como a região pre-ferida dos turistas. Além dasnove lojas já existentes no lo-cal, a rede investiu mais deR$ 400 mil na abertura dequatro novas. “A expectativaé superar 80% na taxa de uti-lização durante o mês de fé-rias, um crescimento de 20%em relação ao mesmo perío-do do ano passado”, diz Jor-ge Iazigi, diretor de alugueldiário da rede. O perfil dequem procura esse tipo deserviço varia, mas é, majori-tariamente, formado por ca-sais com filhos.(11) 3352-8906

Mais de uma

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Franquia ABFABF

62 – Empreendedor – Julho 2006

A ABF Franchising Expo se despededo ITM Expo, onde foi realizada pormais de 10 dez anos, com resultadospositivos para as redes que participaramda feira. A partir do próximo ano passaa acontecer no Expo Center Norte.

A 15ª edição proporcionou bons re-sultados tanto para os expositores quan-to para os visitantes. No caso da Góoc,primeira empresa brasileira a fabricarcalçados com solado de borracha reci-clada de pneus, o evento serviu paraconsolidar bons contatos. A rede rece-beu em seu estande mais de três mil vi-sitantes interessados em conhecer oconceito da marca e seus diferenciais.Segundo Danilo Andreolli, responsávelpelo departamento de Franquias da em-presa, as parcerias firmadas foram umgrande passo tanto para representantesdo mercado interno como de outros paí-ses. A expectativa da Góoc é inaugurarseis espaços até o final de 2006.

A feira foi muito positiva tambémpara a rede Mundo Verde, lojas de pro-dutos naturais, que teve uma média de25 contatos focados em obter uma

Bons negócios na despedida do ITM Expofranquia da marca. A empresa esperafechar negócio com pelo menos 50%desses interessados. “Nós fomos pro-curados por profissionais realmente in-teressados em fazer negócios e váriosdeles de Estados como Amazonas, Paráe Mato Grosso do Sul, além do interiorde São Paulo”, explica Jorge Antunes,sócio-diretor da empresa.

A Spoleto, rede de culinária rápidaitaliana do Brasil, registrou a entrada de600 pessoas no seu estande durante todaa feira. Do total de contatos, 35% sãoparceiros potenciais.

Outro destaque foi a rede de gre-lhados Bon Grillê, que recebeu cercade 400 pessoas nos quatro dias de even-to e percebeu o interesse de 25% dosvisitantes em fechar negócio.

A Akakia, empresa de cosméticos deSanta Catarina, completou um ano deexistência nesta edição da ABF Franchi-sing Expo. Para a empresa, a participa-ção pelo segundo ano consecutivo trouxeexcelentes resultados. “Ano passado lan-çamos a Akakia e conseguimos abrir 70pontos-de-venda. Este ano devemos

atingir a meta de 150 lojas em operaçãoaté o natal”, ressalta Guilherme Jacob,diretor da empresa. O estande recebeumais de 700 visitantes, número maiordo que o esperado pela empresa.

A expectativa da rede de ensino deinglês Fisk é de que 10% das prospec-ções de negócios dêem certo. Já a Eu-rodata recebeu cerca de 150 pessoaspor dia no estande e tem 5% de expec-tativa em expandir seus negócios.

Com o tema Crescendo no Bra-sil, Conquistando o Mundo, a As-sociação Brasileira de Franchising(ABF) realizará, entre os dias 4 e 8de outubro, a 6ª Convenção ABF doFranchising, no hotel Sofitel Costado Sauípe, na Bahia.

Considerado o maior encontro defranqueadores da América Latina, oevento tem por objetivo promovero desenvolvimento do franchisingbrasileiro, classificado como umdos maiores mercados mundiais.

Durante os quatro dias de conven-

Costa do Sauípe recebe a 6ª Convenção ABF do FranchisingEvento discutirá os principaistemas que envolvem osistema no Brasil

ção, os participantes terão a oportuni-dade de debater os principais temas deinteresse do setor, além de trocar in-formações sobre práticas em gestão,marketing e operação, entre outros.

Pela primeira vez, o evento con-tará com a presença de membros doWorld Franchising Council (WFC) ede representantes internacionais, oque demonstra o amadurecimento eevolução do sistema no país.

O encontro terá como um dos

principais destaques a participaçãodo especialista internacional em es-tratégias de consumo Shaun Smith,que apresentará a palestra Constru-ção de Marcas.

Também estão programados pa-inéis com a consultora de carreirasMariá Giuliese, da Lens & Minare-lli, empresa especializada em outpla-cement e aconselhamento de carrei-ras, e da professora Regiane RelvaRomano, especialista em tecnologiapara varejo.

A Convenção contará tambémcom um espaço destinado aos for-necedores especializados em produ-tos, serviços e soluções para as re-des de franquia.

ABF Franchising Expo 200716ª ABF Franchising ExpoData: 27 a 30 de junho de 2007Local: Expo Center Norte – São Paulo

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Julho 2006 – Empreendedor – 63

FRANQUIAS EM EXPANSÃO

PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treina-mento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto

WorktekNegócio: Educação & Treinamento

Telefone: (19) [email protected]

www.worktek.com.br

A Worktek Formação Profis-sional faz parte do ProAcade-mix, maior grupo educacionaldo Brasil detentor das marcasWizard, Alps e Proativo. Trata-se de uma nova modalidade defranquias com o objetivo depreparar o jovem para o pri-meiro emprego ou adultos quebuscam uma recolocação no mercado de trabalho.

São mais de 30 cursos, entre eles, Office XP, Web Designer,Digitação, Curso Técnico Administrativo (C.T.A.), Montagem eManutenção de Computadores, Secretariado, Operador de Te-lemarketing, Turismo e Hotelaria, Recepcionista e Telefonista,

Marketing e Atendimento aoCliente.

Entre os diferenciais daWorktek está a qualidade domaterial e do método de en-sino, além do comprometi-mento com a recolocação quevai além das salas de aula atra-vés do POP, Programa deOrientação Profissional.

Conquiste sua independência financeira!

Nº de unidades próprias e franqueadas:70Áreas de interesse:: BrasilApoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF,FI, EI, PN, AJ, FB, FL, CP, FMTaxas de Franquia: entre R$10 mile R$ 25 milInstalação da empresa: a partir deR$ 30 milCapital de giro: R$ 15 milPrazo de retorno: 36 meses

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FRANQUIAS EM EXPANSÃO

PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treina-mento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto

AlpsNegócio: Educação & Treinamento

Telefone: (19) [email protected]

www.alpschool.com.br

Oportunidade de sucessoRede em ampla expansão

Lançada em maio de 2001, a Alps fazparte do grupo ProAcademix, tambémdetentor das marcas Wizard eWorktek. Atualmente, ela é a rede defranquias de idiomas que mais cresceno Brasil, com 101 unidades espalha-das por todo o país.

O sistema Alps de ensino conta com metodologia desenvolvi-da nos Estados Unidos que utiliza avançadas técnicas de neurolin-güística, em que o aluno é estimulado a desenvolver as quatrohabilidades fundamentais para se comunicar na língua inglesa:conversação, compreensão auditiva, leitura e escrita. Assim, oaprendizado é feito de forma natural, rápida e permanente.

A Alps conta com know-how administrativo e comercial,através de um siste-ma exclusivo de en-sino, e dá assessoriana seleção do pontocomercial, na adequa-ção do imóvel e naimplantação e opera-ção da escola.

Nº de unidades próp. e franq.: 101Áreas de interesse: América Latina, EstadosUnidos, Japão, EuropaApoio: PA, PP, PO, OM, TR, FI, PNTaxas: R$ 10 mil (franquia) e R$ 12,00 porkit (publicidade)Instalação da empresa: R$ 20 mil a R$ 40 milCapital de giro: R$ 5 milPrazo de retorno: 12 a 18 mesesContato: Ivan Cardoso

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A Wizard Idiomas é amaior rede de franquias nosegmento de ensino de idiomas* do país.

Atualmente, são 1.221 unidades no Brasil e no exterior quegeram mais de 15 mil empregos e atendem cerca de meio mi-lhão de alunos por ano.

A Wizard dispõe de moderno currículo, material altamentedidático com proposta pedagógica para atender alunos da educa-ção infantil, ensino fundamental, médio, superior e terceira ida-de. Além de inglês, ensina espanhol, italiano, alemão, francês e

português para estran-geiros. A Wizard étambém pioneira noensino de inglês emBraille.

* Fonte: AssociaçãoBrasileira de Franchi-sing e Instituto Fran-chising.

WizardNegócio: Educação & Treinamento

Telefone: (19) [email protected]

www.wizard.com.br

Sucessoeducacional eempresarial

Nº de unidades: 1.221 franqueadasÁreas de interesse: América Latina, EUA eEuropaApoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, FI, EI,PN, AJ, FB, FL, CP, FMTaxas de Franquia: entre R$10 mil e R$ 32 milInstalação da empresa: a partir de R$ 50 milCapital de giro: R$ 15 milPrazo de retorno: 24 a 36 meses

ZetsNegócio: telefonia celular e aparelhos eletrônicos

Tel: (011) 3871-8550/Fax: (011) [email protected]

www.zets.com.br

Tenha uma loja em sua mãoA Ezconet S.A. detentora da

marca Zets é uma empresa de tec-nologia e distribuição de telefoniacelular e aparelhos eletrônicos que,através de um sistema revolucioná-rio denominado “BBC” (business tobusiness to consummer) agrega novosserviços e valores a cadeia de distri-buição. Realiza a integração entre ocomércio tradicional e o comércio virtual, fornecendo soluções com-pletas de e-commerce e logística para seus parceiros.

Franquia Zets: Foi criada com a finalidade de disponibilizarpara pessoas empreendedoras a oportunidade de ter um negóciopróprio com pequeno investimento, sem custos de estoque, semriscos de crédito, sem custos e preocupação com logística. ComoFunciona: O Franqueado tem a sua disposição uma loja virtualZets/Seu Nome, para divulgação na internet, vendas direta, cata-logo, montar uma equipe de vendas, eventos, grêmio. QuaisProdutos são comercializados: Celulares e acessórios para

celulares, calculadoras, telefo-nes fixos, centrais telefônicas,acessórios para informática, ba-terias para filmadoras, bateriaspara note-book e câmeras digi-tais, pilhas, lanternas, filmespara maquina fotográfica, car-tuchos para impressoras, etc.A franquia estuda a inclusão denovos produtos.

Nº de unidades próp. e franq.: 20Áreas de interesse: BrasilApoio: PP, TR, OM, FI, MPTaxa de Franquia: R$ 5 milInstalação da empresa: R$1.500,00Capital de giro: R$ 5 milPrazo de retorno: 6 a 12 mesesContato: Shlomo Revi

PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treina-mento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto

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66 – Empreendedor – Julho 2006

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Julho 2006 – Empreendedor – 67

Guia do EmpreendedorEmpreendedores conectadosEm cinco anos, Sebrae capacitou cerca de360 mil empresários em cursos on-line

A expansão da internet aumenta asoportunidades de carreira e negócios.Atento a essa demanda, o Serviço Brasi-leiro de Apoio às Micro e Pequenas Em-presas (Sebrae) desenvolveu um projetode educação a distância que capacitou357.559 empreendedores em cinco anos.O Sebrae mantém cinco cursos: Inician-do um Pequeno Grande Negócio,Aprender a Empreender, Análisee Planejamento Financeiro, ComoVender Mais e Melhor e D’Olhona Qualidade. A média de evasãoainda é alta, cerca de 71% dos alu-nos não terminam o curso. MasMárcia Maria de Matos, técnicada Unidade de Atendimento Indi-vidual do Sebrae, considera o ín-dice uma vitória, já que a rotinade trabalho e estudo é muito pu-xada para alguns empreendedo-res. “Mesmo não sendo uma ins-tituição voltada para a educação, estamosno topo do ensino a distância, juntamen-te com grandes escolas de todo o país.Por isso mesmo, o Sebrae já recebeu umprêmio da Associação Brasileira de Edu-cação a Distância – ABED, que certificaa qualidade e dá a dimensão dos nossoscursos”, diz.

Ela conta que o curso preferido é Ini-ciando um Pequeno Grande Negócio(IPGN), que desde 2001 já capacitou cer-ca de 140 mil pessoas. O IPGN orienta oempreendedor a organizar suas idéias eindica passo a passo como elaborar umPlano de Negócios. Nas aulas, pode-se dis-cutir temas como o perfil do empreende-dor, idéias, oportunidades e definição donegócio, análise de mercado, concepçãodos produtos e serviços e análise finan-ceira. Outra vantagem é a rápida duração,cerca de 60 dias.

A professora de ginástica Daniela Ita-borahy dos Santos, dona da AcademiaSport Life, em Belo Horizonte (MG), con-tou com o auxílio do Sebrae para lidarcom números de balancetes, faturas,contas, fluxo de caixa. “Para quem sólidava com o bem-estar físico das pes-soas, começar a trabalhar com contabili-dade, administração de empresa e geren-ciamento de funcionários foi uma tarefamuito difícil”, diz Daniela. Ela participoude quatro cursos do Sebrae via internet e

hoje faz pós-graduação,também na base do en-sino a distância. No Se-brae, aprendeu as prin-cipais ferramentas demercado para aumentarsuas vendas, a partir deum modelo de gestão,planejamento e de açãocomercial da empresa.Além disso, resolveu in-vestir em publicidadepara atrair mais clientespara a academia de gi-

nástica. “Tiramos recursos do própriobolso para fazer uma pequena reformanas instalações da academia, realizar pu-blicidade no jornal do bairro e compraruns aparelhos de musculação, já que osnossos estavam ultrapassados”, diz.

Mauro Lemos de Carvalho, tutor docurso on-line “Como Vender Mais e Me-lhor” diz que as aulas pela internet sãouma tendência no mundo inteiro e umaforma do profissional se especializar eestar mais bem preparado para o merca-do. “Os cursos oferecidos pelo Sebraevia internet permitem que os tutores te-nham mais liberdade de ação junto aosalunos, tornando esse contato bem maispersonalizado. Isso ajuda muito, inclusi-ve para evitar a evasão nos cursos”, afir-ma. O Sebrae conta, em todo o país, com116 tutores que fazem a inter-relação entreo aluno e o conhecimento.

Márcia Matos:“Estamos no topo doensino a distância,juntamente com grandesescolas de todo país”

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Guia do Empreendedor

68 – Empreendedor – Julho 2006

Puxadores com designA Fixtil, que trabalha com produtos de fixação, complementa sua

linha de acessórios para móveis e lança novos puxadores em ABS,alumínio e madeira, com acabamentos que destacam cores comodourado, cromado e cromado fosco. Além de aumentar a resis-tência dos produtos, a Fixtil investiu no design das peças comoforma de ampliar as possibilidades de composição para o consumi-dor. “Um simples puxador pode alterar completamente o visual deum móvel e, conseqüentemente, todo o projeto de decoração, por issodesenvolvemos puxadores para atender a dois segmentos: móveis novos ereposição”, diz Adriana Lopez, gerente da Fixtil. www.fixtil.com.br

Fora dasala de aula

A CC&G Gestão de Pessoase a Sociesc lançaram uma pós-graduação inédita no Brasil, quecombina aulas vivenciais e te-óricas. Baseada no modelo dasprincipais escolas de negóciosdos Estados Unidos e da Euro-pa, a pós: Liderança e Inova-ção – Alta Performance paraExecutivos alinhará o conteú-do ministrado em sala de aulacom práticas na Lagoa da Con-ceição, em Florianópolis (SC),onde os executivos aprenderãoa velejar. Segundo os criadoresdo curso, o formato facilita aabsorção de conteúdos – os exe-cutivos aplicarão conceitos tí-picos do iatismo com o mundodos negócios – e estimula oaprendizado, a troca de experi-ências e o networking. Os mó-dulos teóricos serão adminis-trados por professores – mes-tres e doutores – com forma-ção em gestão de negócios e re-conhecidos nacional e interna-cionalmente. A pós terá dura-ção de 18 meses e as aulas ini-ciam no dia 23 de junho.www.sociesc.com.br

Automação personalizadaDirecionado para bares e restau-

rantes, o Microterminal TC3000 daElgin é formado por hardware e sof-tware e capazesde administrarregistros de pedi-dos, controles deentrega e gerarrelatórios de ven-das e de comis-sionamentos. Oe q u i p a m e n t opossui teclado de43 teclas, display em cristal líquido epode operar sozinho ou integrado aoutras soluções de automação comer-cial, como leitores de códigos de bar-

ras, balanças e impressoras remotas.Além de permitir que o atendente secomunique com a cozinha através de

um pedido impresso aoinvés de fazê-lo ver-balmente, o Micro-terminal TC 3000pode armazenar emsua memória maisde 2 mil produtoscom 15 caracterespara descrição,

mais de 5 mil cadas-tros de clientes delivery e operar até15 terminais em rede, com até 100metros de distância.www.elgin.com.br

O Sebrae e a Confederação Nacio-nal do Transporte (CNT), por meiodo Instituto de Desenvolvimento deTransportes (IDT), vão oferecer setecursos para empresas de transporterodoviário de cargas e de transporterodoviário de passageiros a partir des-te mês. O objetivo é capacitar as mi-cro e pequenas empresas do setorpara aprimorar a gestão empresarialde seus negócios. “Nosso foco é de-senvolver a capacidade empreendedo-

Capacitação em transportera de profissionais e empresários paraprofissionalizar ainda mais o setor”,diz Marilei Menezes, coordenadora doprograma no IDT. A expectativa, se-gundo o Sebrae, é de que cerca de10 mil empreendedores do segmentosejam beneficiados pelo programa. Oscursos são gratuitos e as inscriçõespoderão ser feitas diretamente nasunidades operacionais do Sest/Senatem todo país.www.sebrae.com.br

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Produtos & Serviços

Julho 2006 – Empreendedor – 69

A CipherTrust, líder mundial emsoluções de controle de conteúdo eAnti-spam, quer aumentar em 200%seu faturamento no Brasil. Ela fe-chou parceria com a MUDE paradistribuir seus produtos em todo opaís. Segundo a CipherTrust, a ini-ciativa vai permitir o atendimentoàs demandas de parceiros no mer-cado nacional, aumentar as opor-tunidades dos canais e oferecer umavariedade de programas de treina-mento, suporte técnico e serviçosde logística. Entre as novidades queas revendas poderão oferecer aosseus clientes estão o IronMail (que

Segurançano elevador

Indispensável para quem vive outrabalha em edifícios, o elevadorpode deixar de ser prático e pro-vocar acidentes se não recebermanutenção regular ou se os res-ponsáveis não conhecerem osequipamentos de segurança. Paraexplicar a importância do kit pre-ventivo – que é obrigatório por leie reúne acessórios como escadas,botoeiras braille, sinalizadores eguarda-copos – a Atlas Schindlerpassou a distribuir um material ex-plicativo direcionado aos síndicos,zeladores e condôminos de prédi-os que possuem os modelos maisantigos da marca. O material in-formativo pode ser solicitado pelotelefone 0800-0551918.

Treinamentoitinerante

O HDI Brasil está com inscriçõesabertas para treinamentos em helpdesk e suporte ao cliente nas cidadesde São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília,Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizontee Salvador. Com esta iniciativa, serãohabilitados mais de 300 profissionaisem 18 turmas. Os cursos, que desen-volvem treinamento para todos os ní-veis de profissionais, são baseados naspráticas atuais do mercado e abordamdesde técnicas de atendimento ao te-lefone até o estudo de processos-cha-ve que asseguram o sucesso no de-sempenho do centro de suporte. Se-gundo Luiz Couto, diretor geral doHDI Brasil, “as vantagens de as orga-nizações de suporte contarem comprofissionais treinados e certificadosaumenta a credibilidade junto aos cli-entes e também é um diferencial es-tratégico sobre os concorrentes, poismostra a expertise e a maturidade daempresa na prestação de serviços dequalidade”. Para conhecer os treina-mentos e o calendário de aulas, aces-se o site www.hdibrasil.com.br.

protege os sistemas de mensagensde mais usuários de e-mails corpo-rativos), o IronMail Edge (que re-aliza a proteção no perímetro darede e é utilizado para grandes vo-lumes de tráfego), o IronIM (dis-positivo de proteção para troca demensagens via e-mail e sistemas demensagens instantâneas) e o RA-DAR (aplicado para o monitoramen-to de uso indevido de marcas nofluxo de mensagens na internet). Assoluções da CipherTrust são volta-das para empresas e segmentos ver-ticais como finanças, governo e in-dústria. www.mude.com.br

E-mail protegido

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IND

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Do Lado da LeiGuia do Empreendedor

70 – Empreendedor – Julho 2006

Marcos Sant’Anna BitelliAdvogado

(11) 3871- 0269

DIV

ULG

ÃO

A Lei 9.790, de 23 de março de1999, dispõe sobre a qualificação depessoas jurídicas de direito privado,sem fins lucrativos, conhecidas comoOrganizações da Sociedade Civil deInteresse Público ou OSCIP. Socie-dades civis, associações ou funda-ções privadas podem requerer o re-conhecimento junto ao Ministério daJustiça. Esta forma de trabalhar tra-duz-se na possibilidade de empreen-der no terceiro setor.

A lembrança é oportuna quando sevê que este nicho vem sendo poucoexplorado por aqueles que têm voca-ção empreendedora e, ao mesmo tem-po, atua com um viés social. Isto por-que a legislação ampliou as áreas deatuação onde tais entidades privadaspodem empreender. Assim, a qualifi-cação é concedida às pessoas jurídi-cas de direito privado, sem fins lucra-tivos, cujos objetivos sociais têm, pelomenos, uma das seguintes finalidades:I – Promoção da assistência social; II– Promoção da cultura, defesa e con-servação do patrimônio histórico e ar-tístico; III – Promoção gratuita da edu-cação, observando a forma comple-mentar de participação das organiza-ções de que trata esta Lei; IV – Pro-moção gratuita da saúde, observandoa forma complementar de participa-ção das organizações de que trata estaLei; V – Promoção da segurança ali-mentar e nutricional; VI – Defesa, pre-servação e conservação do meio am-

Caminhos para oempreendedor socialA partir da qualificação, a entidadeprivada pode receber recursos públicos,através de contrato de parcerias

biente e promoção do desenvolvimentosustentável; VII – Promoção do vo-luntariado; VII – Promoção do desen-volvimento econômico e social e com-bate à pobreza; experimentação, nãolucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativosde produção, comércio, emprego ecrédito; VIII – Promoção de direitosestabelecidos, construção de novosdireitos e assessoria jurídica gratuitade interesse suplementar; IX – Pro-moção da ética, da paz, da cidadania,dos direitos humanos, da democraciae de outros valores universais; X – Es-tudos e pesquisas, desenvolvimento detecnologias alternativas, produção edivulgação de informações e conheci-mentos técnicos e científicos que di-gam respeito às atividades menciona-das neste artigo.

O mais interessante é que a partirda qualificação, a entidade privadapode receber recursos públicos, atra-vés de contrato de parcerias que viera celebrar com agentes públicos, sema necessidade de licitação. De outrolado, também são elegíveis a receberrecursos privados, em particular, ob-jeto de renúncia fiscal. A inovaçãomais interessante para quem empre-ende é que, ao contrário do que ocor-re com entidades de utilidade pública,não é vedada a remuneração dos diri-gentes ou gestores, ainda que isto im-plique na perda de isenção do Impos-to de Renda da pessoa jurídica, fato

que ainda depende da boa vontade doGoverno Federal em dotar as OSCIPsdeste benefício.

A Lei aplicada ao terceiro setorque precede a 9.790/99 é bastantecomplexa, porque foi criada numaépoca em que o perfil dos empreen-dedores sociais era diferente do atu-al. Portanto, a Lei das OSCIP é umaconquista que precisa ser utilizada.Em relação aos incentivos fiscais,segundo legislação tributária em vi-gor, as entidades sem fins lucrativostêm isenção do Imposto de Renda, in-dependentemente de qualquer quali-ficação, desde que não remuneremseus dirigentes (Lei 9.532/97).

Em relação aos incentivos fiscaispara doações, a Receita Federal reco-nhece o direito das OSCIPs de rece-berem doações dedutíveis do Impos-to de Renda das pessoas jurídicas. Deacordo com a Medida Provisória nº2113-32 de 21, de junho de 2001, ar-tigos 59 e 60, a Lei nº 9.249/95 passaa abranger também as entidades qua-lificadas como OSCIP. Ela permite adedução no imposto das pessoas jurí-dicas até o limite de 2% sobre o lucrooperacional das doações efetuadas aentidades civis. O mecanismo está ai,basta utilizá-lo.

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Guia do Empreendedor

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Uma ilusão revisitadaAutores criam um método para ganhar dinheiro como próprio livro. Mas o leitor acha que está apenasaprendendo lições práticas de marketing em geral

por Nei Duclós

Os dois consultores americanos AlRies e Jack Trout merecem: eles apli-cam à perfeição o método do seu clás-sico, Marketing de Guerra. O livro, agorarevisitado depois de vinte anos da edi-ção original, vem vestido para matar.Qual é o truque para dar novo alento àsvendas do livro que mexeu tanto com aimaginação do mercado? Trabalhar apercepção do leitor e convencê-lo de queestá diante de um líder no seu segmento– o da consultoria sobre estratégia demarketing. Para alcançar esse objetivo,eles utilizam vários expedientes.

Na base, estão os ensinamentos deClausewitz, o militar prussiano que noséculo 19 refletiu sobre tudo o que pre-senciou nos campos napoleônicos debatalha e se tornou referência obriga-tória com seu On War (Da Guerra, noBrasil, edição da Martins Fontes). Alógica militar aplicada ao mundo dosnegócios é a coluna mestra. E na su-perfície estão os comentários que pre-tensamente atualizam os insights.

Os autores não reconhecem queeste é um livro datado, que usa comoprincipal tema as grandes empresasdos Estados Unidos. A obra mantéma falta de atenção aos japoneses,emergentes nos anos 80, e ignora to-talmente a China e sua força avassa-ladora nos últimos anos. Além disso,despreza completamente o mercadofinanceiro, tratado como obstáculo aomundo mágico da produção e do con-sumo (uma visão, portanto, conser-

vadora, típica do americanismo fordia-no e heróico).

Mas Ries e Trout confiam na imor-talidade da sua descoberta, a teoria queaplica as verdades aprendidas nos cam-pos de batalha à sobrevivência e con-quistas das marcas famosas. Como sefossem a IBM, que celebram na maiorparte do livro, eles pretensamente ocu-pam (na cabeça do leitor e não de fato)um lugar de destaque, hegemônico.São, segundo a própria percepção, lí-deres em seu segmento.

O que fazem para provar isso? Ensi-nam como líderes devem se comportar,ou seja, praticando a defensiva. Um dosseus mais preciosos ensinamentos(como demonstra o entusiasmo comque sempre voltam a esse detalhe) é queo líder precisa atacar a si mesmo antesque os outros o façam. É o que apli-cam, como a Gillette, que criou váriosprodutos para evitar que os concorren-tes fizessem o mesmo, os autores lan-çam um livro pretensamente atualizado,um novo produto que substitui a atuali-

zação que outros poderiam fazer.Um dos expedientes mais sedutores

do livro é o desplante dos autores. Elesnão evitam ser cruéis o tempo todo, jus-tificando essa atitude como se ela per-tencesse ao limbo e não ao inferno. Essaperversidade que esquece os clientes paraatacar os concorrentes diante das novi-dades da última década, como responsa-bilidade social e produção ambientalmentecorreta, não faz parte do livro. Podemosadivinhar que, a seguir à risca os ensina-mentos da obra, isso é pura perda de tem-po. O importante é ter reservas “fres-cas”, ou seja, na guerra, gente para gas-tar e nos negócios, recursos de todos ostipos – pessoas inclusive.

A embalagem da teoria é pura mistifi-cação eficiente. O texto está cheio demeias verdades, ou seja, trata de exem-plos ciscados aqui e ali que acabamconfirmando a teoria. O que destoado mapa traçado é punido sem dó.Para usar suas expressões favoritas,Tries e Trout amarram os inimigosno chão e não fazem prisioneiros.Quem se negou a seguir seus conse-lhos pagou com a ruína. O livro estácheio de exemplos como esse. A todahora, eles dão um conselho e comonão foram seguidos, paga-se caro.

Marketing de GuerraAl Ries/Jack TroutM. Books224 páginas – R$ 69,00

Jack Trout e Al Ries: tese brilhanteque estimula mais de uma leitura

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Leitura

Julho 2006 – Empreendedor – 73

Mas quem são seus inimigos, seusadversários? Os consultores e gene-rais de marketing. Minando a confi-ança das empresas em seus concor-rentes, os autores consolidam suasposições como conferencistas e acon-selhadores profissionais.

Seguindo o exemplo que eles dãosobre o McDonald, que escolhe um pro-duto para anunciar (o hambúrguer),outro para vender (as fritas) e outro paraganhar dinheiro (o refrigerante), pode-mos dizer que os autores fazem o mes-mo. Anunciam a estratégia de marke-ting, vendem consultoria, mas lucrammesmo é com seus livros, principalmen-te este, que foi lido pelos profissionaisde marketing e adotado como um talis-mã. Serve para vencer discussões, con-vencer clientes, mas não se aplica à prá-tica, com sucesso, o tempo todo, comoTries e Trout dão a entender.

É irresistível seguir o rumo de fra-ses pinçadas como a do general Patton,da Segunda Guerra, que ganhou com-petente biografia no cinema, interpreta-do por Goerge C. Scott. As tiradas dePatton/Scott servem perfeitamente paraabrilhantar os cases de marketing, comoseu já conhecido “não queremos quevocê morra pela pátria, mas faça o ini-migo morrer pela pátria dele”. Soa inte-ligente, tem uma dose cavalar de eficá-cia verbal e se ainda não for conhecidaem uma roda, pode mover montanhas.

Mas sabemos que o mundo real é muitomais complicado do que uma teoria for-matada como um manequim sólido ecomo um enunciado científico, que nãoadmite contestações. Os autores tomamo cuidado de não deixar margens muitorígidas ao que ensinam, para que tudo nofinal caiba no que pregam. Por isso, sobrapara todo mundo, inclusive para o Gene-ral Patton (nem precisavam dele para ocu-par a Europa, segundo o livro).

Dar uma no cravo e outra na ferra-

dura, com frases vestidas para um des-file militar, tem o mesmo efeito dos mís-seis falsos da velha URSS: impressio-navam a opinião pública, mas eram ocos.Isso não significa que o livro não tenhavalor. O que não tem valor é a preten-são de ser infalível, é a falsa atualizaçãoe é o estrago que podem provocar nosincautos, os espectadores que se con-vencem que os autores falam para eles,que os incluem no rol dos eleitos, oschamados vencedores.

O valor do livro é a sua performan-ce de linguagem. Não chega a ser umprimor, mas é adequado ao que preten-

de: enganar todo mundo sobre um mar-keting ofensivo, infalível, flexível, con-quistador, brilhante, autocrítico e devanguarda. O livro é saboroso e acaba-mos acreditando que a Coca-Cola nãodeveria ter se enganado tanto com a li-nha light, que a IBM é indestrutível, quea guerra do marketing está mesmo limi-tada à defensiva para os líderes, à ofen-siva para quem ocupa o segundo lugar,o flanqueamento para quem vem depoise à guerrilha para quem está por último.

Pretensamente, este livro é dirigidopara quem não tem outra opção senãoa guerrilha – pois foi escrito para serbest-seller. Mas aí está a esperteza dosautores: eles se dirigem à camada dosególatras, os que se sentem o próprioLee Iacocca, o próprio general Patton,o próprio Clausewits. Você sai da leitu-ra vestido de soldadinho de chumbo erosna para quem você acha que sãoseus concorrentes. Mas passado algumtempo, diante do pesadelo real, vocêacaba voltando ao desafio de matar umleão por dia, de sobreviver num mun-do movediço, que exige muito mais li-vros do que fórmulas mágicas incon-sistentes, apesar de brilhantes.

A idéia do relançamento é fazer dolivro um case eterno – enquanto existireconomia americana, enquanto existirgrandes empresas engolindo as meno-res, enquanto existir empreendedoresque sonham com o sucesso. É um li-vro ao portador e só deve ser levado asério por ser extremamente perigoso.Um momento de calafrio é quando otexto elogia Eisenhower em ação naSegunda Guerra, que tinha na sua mesauma caixa de entrada e outra de saída.A guerra é uma metáfora doentia quan-do transplantada para a vida diária depessoas pacíficas e honestas. Mas pa-rece que Ries e Trout se sentem bem.Pudera, estão ricos. Eles vendem mi-lhões de exemplares.

DESTAQUESA concorrência está ficando brutal.O nome do jogo passou a ser“tomar o negócio de alguém”.Pg. 37

É difícil se tornar o oposto do líderquando você tem um nome (BFGoodrich) que é quase o mesmo damarca lider (Goodyear).Pg. 64

Para testar sua estratégia demarketing, pergunte-se: Que palavraqueremos possuir nas mentes? AFederal Express decidiu possuir apalavra Overnight e, no processo, aempresa se tornou um sucessofenomenal.Pg. 73

“Ataque a si mesmo” é a estratégiade um líder de mercado, e foiexatamente o quem a IBM fez comsua linha de PC.Pg. 167

Insistimos com Ken Olsen,presidente da DEC, para ser oprimeiro a lançar um computadorde 16 bits. Combata a IBM aossocos, foi nosso conselho. MasOlsen achava que seria melhordeixar para mais tarde.Pg. 160

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Nova solução da Serasa vai auxiliar

organizações a conceder mais crédito

aos estabelecimentos de pequeno porte

Informação e Crédito

Expansão de negócios com micro

A

1

Serasa lançou a campanhaMicro e Pequenas Empre-sas: plataforma para no-vos negócios. O objetivo

é alavancar e expandir negócios amicro e pequenas empresas (MPEs),que representam a grande maioria deorganizações do país e são as maio-res empregadoras. No dia do even-to, realizado em 28 de junho, na sededa Serasa, em São Paulo, foi apre-sentada a Solução Serasa para Mi-

cro e Pequenas Empresas, a maisavançada ferramenta de análise de ris-co de crédito do país que vai auxili-ar as grandes organizações a conce-der mais crédito ao segmento e ala-vancar os negócios.

A campanha da Serasa visa ampli-ar a interação das MPEs no ambienteeconômico, em condições de merca-do que favoreçam a prosperidade deseus negócios. A Serasa vem desen-volvendo, ao longo da última década,

Elcio Anibal de Lucca, presidente da Serasa: “Acesso à informação é requisito de competitividade”

a maior base de dados das micro epequenas empresas do país, buscan-do criar o histórico de seu relaciona-mento financeiro, que é condição bá-sica e determinante para o acesso aocrédito, com taxas de juros menores.

“Hoje, as micro e pequenas empre-sas deixaram de ser um universo à par-te e sofrem, direta ou indiretamente, acompetição e as oscilações do merca-do financeiramente globalizado. Assim,essas empresas devem estar prepara-das com critérios e referências inter-nacionalmente praticados para garan-tir sua perpetuação. Com a nova solu-ção, a instituição pretende contribuirpara transformar a base da economiabrasileira, micro e pequenas empresas,

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e pequenas empresasem plataforma para novos negócios,o que certamente se traduz em bene-fícios para o Brasil e para todos osbrasileiros, que são, por vocação, umdos povos mais empreendedores domundo”, diz o presidente da Serasa,Elcio Anibal de Lucca.

“A Serasa disponibiliza às MPEsmetodologia adequada para que elastambém concedam crédito com mai-or segurança, em sintonia com asnovas demandas do mercado. Ouseja, o que antes era exclusividadedas grandes empresas, agora tambémé cotidiano das micro e pequenas.Acesso à informação é requisito decompetitividade, que é a palavra deordem para o sucesso de qualquerempresa, principalmente das microe pequenas no Brasil, cuja sobrevi-vência é atributo de vencedor”, afir-mou o presidente da Serasa.

No lançamento, a Serasa contoucom palestras de especialistas e lí-deres do setor: Luciano Coutinho,Sócio-Diretor da LCA Consultores,que apresentou a palestra: “Análiseprospectiva da importância das mi-cro e pequenas empresas para o de-senvolvimento do Brasil”; Luiz Car-los Barboza, Diretor Técnico do Se-brae, “Panorama das micro e peque-nas empresas no Brasil: potencial decrescimento e Profissionalização daGestão”; e Laércio Oliveira Pinto, Di-retor Produtos PJ da Serasa, “A So-lução Serasa para Negócios com Mi-cro e Pequenas Empresas”.

O consultor Luciano Coutinhoapontou o importante papel que asMPEs têm na economia brasileira.“Elas eram cerca de 15,3 milhões em2003, sendo 5,1 milhões formais e

Serasa, segurançae excelência em gestão

10,2 milhões informais. Davam ocu-pação a nada menos do que 30 mi-lhões de pessoas (entre empregado-res e empregados), montante quecorrespondia a aproximadamente71% do total de ocupados no Brasil.Além disso, respondiam por quase27% do total das receitas das em-presas que atuam em território na-cional”, afirmou.

O consultor ressaltou, no entan-to, a elevada taxa de mortalidade dasMPEs, reflexo das várias dificulda-des enfrentadas pelos micro e peque-no empreendedores no país, dentreas quais se destacam a elevada cargatributária (que joga boa parte dasMPEs para o setor informal), as bar-

reiras ao crédito (em parte decorren-te da própria informalidade) e a evo-lução desfavorável da conjuntura eco-nômica nos últimos anos (baixo cres-cimento médio do PIB e muita volati-lidade macroeconômica). “A perspec-tiva de um desempenho macroeconô-mico mais favorável nos próximosanos deve ser vista como uma con-dição apenas necessária, mas não su-ficiente, para melhorar a situação dasMPEs. Políticas de apoio (redução dacarga de impostos e da burocracia,incentivos à constituição de ArranjosProdutivos Locais, dentre outros)também precisam ser implementadase intensificadas, visando fortalecer asMPEs brasileiras”, afirmou Coutinho.

Criada em 1968, a Serasa é a

maior empresa do Brasil e uma das

maiores do mundo no segmento de

pesquisas, informações e análises

econômico-financeiras para apoiar

decisões de crédito e negócios.

Constantemente orientada para so-

luções inovadoras em informações

para negócios, a Serasa contribui,

há mais de uma década, para a

transformação da cultura de crédito

no Brasil, com a incorporação con-

tínua dos mais avançados recursos

de inteligência e tecnologia. Hoje,

apóia cerca de 3,5 milhões de negó-

cios por dia, para mais de 400 mil

clientes diretos ou indiretos.

A Serasa foi a vencedora do Prê-

mio Nacional da Qualidade 2005,

em sua 14ª edição, conferido pela

Fundação Nacional da Qualidade

(FNQ), e tornou-se a primeira e

única empresa brasileira a ter con-

quistado, pela terceira vez, esse que

é o maior prêmio à excelência em

gestão no Brasil. Ela também é a

única no mundo com três reconhe-

cimentos dessa categoria a seu mo-

delo de gestão. Com essa conquis-

ta, a instituição reafirma sua con-

dição, há mais de uma década, de

Empresa Classe Mundial.

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Guia do Empreendedor

76 – Empreendedor – Julho 2006

O círculo viciosoafeta a economia

Tantos anos de insatisfação emrelação aos políticos não são uma“conquista” apenas dos brasileiros.Escândalos já foram noticiados emtodos os países, do Japão aos Esta-dos Unidos, passando evidentementepelos menos desenvolvidos.

O Brasil, no entanto, tem comobase um nível de educação abaixo damédia, e que serve como terreno adu-bado para o plantio de ervas daninhas.Aquela frase já surrada de que “cadapovo tem o Governo que merece”,dentro dessa ótica, é cruel. As pes-soas votam com a intenção de acer-tar, em que pese interesses pessoaisno processo do toma lá dá cá. Só quea decisão do voto é muitas vezescega, o eleitor não tem conhecimen-tos básicos, claridade mental para dis-cernir o certo do errado. Mensalão?Quantos milhares de nordestinos,dentre outros brasileiros, têm cons-ciência do que significou essa pala-vra para o país?

E aí chegamos a uma conclusão:a de que a democracia tem a sua im-portância, mas que ela é realmentecabível em países com melhor ní-vel cultural e educacional. De outramaneira, a turma serve de massa demanobra. A dissimulação campeia,a hipocrisia se mostra em tonalida-des jamais imaginadas e a corrup-ção é a conseqüência mais nefasta

Mudar o modelo que gera atrasono Brasil poderá entrar em choquecom quem lucra com a atual situação

desse quadro escuro.Da prática de corrupção surge

também uma derivada: a revolta porparte de muitos agentes econômicos,empresários, e mesmo de parte dapopulação em relação às suas obriga-ções para com o Estado. O que sefaz em Brasília repercute na boa oumá intenção de muitos de nós em re-lação as nossas atitudes pessoais eprofissionais, até porque o caixa doisfoi admitido pelo próprio presidenteda república como algo normal, quefaz parte da política brasileira. O de-sarranjo vem de cima, e aí a sujeirasó aumenta, não tem jeito.

Outro potencializador dessa ten-dência de comportamento, para osque estão abaixo do cetro presiden-cial, é o custo elevadíssimo dos im-postos em nosso país. Como umadas distorções podemos citar o fatoda tributação sobre o faturamentodas empresas, independente da mes-ma ter obtido lucro ou prejuízo.Esse é um dos maiores desestímu-los ao empresariado em nosso país,além, é claro, das alíquotas e super-posição de tributos.

A crise moral, baseada na falta deeducação da população que acabadando poder a pessoas de má índolemoral e técnica, acaba, portanto, ten-do reflexos diretos na economia.

É certo que todos nós pagamos

uma parte dessa conta, diariamente.A medida que o país for melhor vis-to, tendo como base uma condutamais próxima da ilibada (porque a dis-tância da perfeição ainda é muitogrande), teremos consideráveis me-lhoras nos custos de captação, naavaliação do risco Brasil pelos orga-nismos internacionais, no nível deinvestimento e na confiança dosempresários. O resultado principalserá o fortalecimento de toda a eco-nomia, em bases sólidas.

A educação, tanto moral quantotécnica, são as bases para um paíssadio e com economia forte. Restaresponder se a mudança do modelonão entra em choque direto com osinteresses da maioria dos políticos.Quem “lucra” hoje pode adotar, mes-mo que no subconsciente, a estraté-gia de que time que está ganhandonão se mexe. E o círculo viciosocontinua: por não ter educação a po-pulação vota mal, e por termos polí-ticos desonestos não temos umamudança efetiva na educação. É aroda viva da estagnação, fazendo aeconomia patinar em relação ao mun-do que nos cerca.

Ivan WagnerAnalista da Leme Investimentos

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Análise Econômica

Julho 2006 – Empreendedor – 77

N O M E T I P O PARTICIPAÇÃO VARIAÇÃO % ANOA Ç Ã O A Ç Ã O I B OV E S PA (ATÉ 23/05/2006)

Acesita PN 0,53 31,73Ambev PN 1,26 6,85Aracruz PNB 1,01 22,79Arcelor BR ON 1,65 29,28Bco Itau Hold Finan PN 2,96 8,78Bradesco PN 4,26 9,70Bradespar PN 1,32 27,95Brasil T Par ON 0,57 17,85Brasil T Par PN 0,77 -17,09Brasil Telecom PN 1,73 -11,40Brasil ON 1,01 27,31Braskem PNA 3,08 -21,10CCR Rodovias ON 0,86 -8,08Celesc PNB 0,75 6,77Cemig ON 0,19 5,28Cemig PN 2,13 1,54Cesp PN 0,40 40,47Comgas PNA 0,37 3,77Contax 0,03 -6,58Contax ON 0,036 5,98Contax ON 0,037 -9,16Contax PN 0,20 -32,15Copel PNB 1,27 13,47Eletrobras ON 1,12 22,60Eletrobras PNB 2,21 8,47Eletropaulo Metropo PN 0,47 -10,00Embraer ON 0,38 3,33Embraer PN 0,76 -17,25Embratel Part PN 2,60 -4,43Gerdau Met PN 1,13 15,28Gerdau PN 3,06 19,63Ibovespa 100,00 7,94Ipiranga Pet PN 0,58 14,98Itausa PN 1,69 19,97Klabin PN 0,58 23,74Light ON 0,62 -10,75Net PN 2,29 2,86Perdigao ON 0,82 -11,94Petrobras ON 2,27 21,18Petrobras PN 11,46 17,43Sabesp ON 0,82 30,26Sadia SA PN 1,23 -11,73Sid Nacional ON 3,67 41,63Souza Cruz ON 0,51 16,09Telemar Norte Leste PNA 0,92 -23,61Telemar-Tele NL Par ON 1,05 17,40Telemar-Tele NL Par PN 6,25 -20,90Telemig Celul Part PN 0,55 -1,18Telesp PN 0,45 -6,69Tim Participacoes ON 0,40 25,19Tim Participacoes PN 0,89 1,23Transmissao Paulist PN 0,47 -15,86Unibanco UnN1 1,64 4,73Usiminas PNA 5,25 33,03Vale Rio Doce ON 2,43 9,41Vale Rio Doce PNA 12,32 1,57Vivo Part PN 1,75 -32,11Votorantim C P PN 1,01 7,83

Juros/Aplicação (%)

Junho AnoCDI 0,73 7,30Selic 0,73 7,30Poupança 0,69 3,33CDB pré 30 * 0,43 6,46Ouro BM&F -16,33 7,51(até 12/06)

Indicadores imobiliários (%)

Maio AnoCUB SP * 2,77 3,13TR 0,19 0,98

Juros/Crédito

Junho Junho20/junho 19/junho

Desconto 2,20 2,25Factoring 4,40 4,39Hot Money 3,35 3,35Giro Pré * 2,80 2,85

Câmbio

CotaçãoDólar Comercial Ptax R$ 2,2506Euro US$ 1,2568Iene US$ 0,0087

Mercados futuros(em 20/6/2006)

Julho Agosto Setembro

Dólar R$ 2,255 R$ 2,273 R$ 2,294Juros DI 15,18% 15,09% 14,98%

Inflação (%)

Índice Maio AnoIGP-M (abril) 0,38 0,65IGP-DI 0,38 0,61IPCA 0,10 1,75IPC – Fipe -0,22 0,40

Carteira teórica Ibovespa

AgostoIbovespaFuturo 34.200

(em 20/6/2006)

(em 20/6/2006)

(em % mês)

* taxa mês

* Abril

(até 20/06)

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Guia do Empreendedor Agenda

78 – Empreendedor – Julho 2006

Para mais informações sobre feiras e outros eventos comerciais, acessea seção Agenda do site Empreendedor (www.empreendedor.com.br)

Em destaque

24/7 a 28/7/2006

ENEAD Floripa 2006Centro de ConvençõesFlorianópolis/SCTelefone: (48) 3334-6649www.enead.org.br

O 32º Encontro Nacionaldos Estudantes deAdministração vai reunir emFlorianópolis mais de 3 miluniversitários de diversasinstituições do Brasil. Como tema Administração:Profissão, Ciência e Arte, o evento vai promover o intercâmbio entre osestudantes, empresários, pesquisadores, administradores públicos eprofessores através de palestras, workshops e mini-cursos. Entre os nomesconfirmados para o evento estão a empresária Luiza Helena Trajano, o vice-presidente de Marketing da GOL Linhas Aéreas Tarsício Gargioni, o vice-presidente da Softway Topázio Silveira Neto, o fundador da Embraer OziresSilva, o presidente da Conaje Doreni Caramori Júnior e Robert Wong,considerado um dos maiores headhunter no mundo.

13/7 a 16/7/2006

FEICCAD 2006Maxi Shopping JundiaíJundiaí/SPTelefone: (19) 3532-1532www.adelsoneventos.com.br

15/7 a 16/7/2006

ESTÉTICA & MODAMANAUS 2006Studio 5 Centro deConvenções de ManausManaus/AMTelefone: (92) 216-3517www.portalamazonia.globo.com/feiras

17/7 a 19/7/2006

EXPONORCentro de Convenções da BahiaSalvador/BATelefone: (21) 2537-4338www.fagga.com.br

4/7 a 7/7/2006

FRANCAL 2006Pavilhão de Exposições do AnhembiSão Paulo/SPTelefone: (11) 4689-3100www.francal.com.br

4/7 a 7/7/2006

BLUSOFT BRASIL 2006Pavilhão de Exposições da PROEBBlumenau/SCTelefone: (47) 3326-4267www.latinevent.com.br

4/7 a 13/7/2006

ARTE POPULAR 2006Centro de Convenções dePernambucoOlinda/PETelefone: (81) 3217-7300www.pe.gov.br/fenneart

17 a 20/7/2006

FISPAL FOOD SERVICE 2006Pavilhão de Exposições do AnhembiSão Paulo/SPTelefone: (11) 3759-7090www.fispal.com

18/7 a 20/7/2006

GEOBRASIL SUMMIT 2006Centro de Exposições ImigrantesSão Paulo/SPTelefone: (11) 4191-4324www.alcantara.com.br

25/7 a 27/7/2006

BRICOLAGE 200625 a 27 de Julho de 2006Transamérica Expo CenterSão Paulo/SPTelefone: (11) 5687-8522www.bricolage.com.br

5/7 a 7/7/2006

MINASPÃO 2006ExpominasBelo Horizonte/MGTelefone: (31) 3241-2096www.cepromocoes.com.br

12/7 a 15/7/2006

SALÃO DE REPARAÇÃO 2006Expo Center NorteSão Paulo/SPTelefone: (11) 6221-2702www.remanrecon.com.br

13/7 a 15/7/2006

EXPODEGUSTARE 2006Pestana Bahia HotelSalvador/BATelefone: (71) 453-8000www.pestanaangra.com.br

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Resultado de enqueteconfirma interessepor franchising

Espaço para opiniãoSe você escreve artigos,crônicas e comentáriosrelacionados aos temastratados no site, envie [email protected] os textos serão avaliadose os que estiverem dentro dalinha editorial, publicados.Coloque na área “Assunto”a palavra “opinião”.

As novidades do site direto no seu e-mailAcesse o site Empreendedor (www.empreendedor.com.br) e na página

inicial, clique em “Cadastra-se”, na área “Login”, na coluna à esquerda. Emseguida, preencha o cadastro e assinale a opção: “Quero receber a newslettere-Empreendedor”.

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Nova parceria

Os internautas que acessam o site Empreende-dor agora têm à disposição um serviço específicopara ofertas de vagas e currículos profissionais. Oserviço é fruto de uma parceria entre o site e a Ca-tho, uma das maiores consultorias especializadasem colocação no mercado e recursos humanos.

Com a prestação desse novo serviço, o siteEmpreendedor e a Catho esperam ajudar tantoquem busca profissionais capacitados quanto quemprocura formas de ampliar seu leque de ofertas epossibilidades de emprego.

Batizado de Empreendedor Empregos, o servi-ço pode ser acessado ao clicar o logotipo coloca-do no alto da coluna direita do site.

Bate-papo transferidoPor causa da Copa do Mundo, o site Empre-

endedor optou por transferir a conversa via MSNMessenger entre leitores e integrantes de produ-ção das publicações da Editora Empreendedor(Empreendedor e Revista do Varejo), marcadapara o último dia 20.

O bate-papo acontecerá no dia 20 de julho, às15h. Para participar, o leitor deve ter o MSN ins-talado e uma conta para usar o programa. Depoisé só adicionar o e-mail [email protected] à sua lista de contatos.

Esclarecimento

Formato RSSAcesse o site Empreendedor (www.empreendedor.com.br) e saiba comoreceber as manchetes, um resumo e o link de cada novo conteúdo publicado.

Criada área para ofertade vagas e currículos

Site Empreendedor no OrkutO site Empreendedor possui uma comunidade no site de

relacionamento Orkut aberta à participação de leitores inte-ressados em interagir com a equipe e com outros internau-tas. Acesse o Orkut (www.orkut.com) e na área Comuni-dade digite “site empreendedor”. Entre na página e depoisclique em “participar” para começar a trocar idéias e expe-riências, além de dar sugestões de pautas para o site e parapublicações da Editora Empreendedor.

www.empreendedor.com.brO conteúdo que faz toda a diferença

Terminou, no último dia 30, a enquete especial do siteEmpreendedor que quis saber o grau deinteresse e de envolvimento dos internau-tas com o sistema de franchising. A con-tagem final, com um total de 265 votos,apontou o seguinte resultado:

Acredita no sistema defranquias como alternativa 56,2%para empreenderComo empreendedor,pensa no formato de franquia 30,9%para expandir seu negócioJá é franqueado 12,8%

E por falar em franchising, no site Empreendedor vocêtem mais informações de como adquirir a edição 2006 doGuia Oficial de Franquias. Basta clicar na capa do guia, nacoluna à direita, na página inicial do site.

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