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ANO 15 N o 183 JANEIRO 2010 R$ 9,90 AN O 1 5 N o 1 8 3 JA JA JA A A A JA JA JA JA JA JA JA JA JA JA JA JA JA JA N N N N N N N N NE NE NE NE NE NE NE NE NE N NE NE R IR R IR R O O O O O O O O O O O O O O 2010 R$ 9,9 0 www.empreendedor.com.br EMPREENDEDOR RETOMADA DAS OBRAS ANO 15 N o 183 JANEIRO 2010 ISSN 1414-0152 Retomada das obras MARKETING: O RETORNO DE MARCAS PERFIL: RODRIGO MIRANDA E A REDE DE FAST-FOOD VININHA Após a interrupção do crescimento em 2009, o setor de construção civil volta ao ritmo, estimulado por investimentos públicos em habitação e infraestrutura ENTREVISTA: MARCOS GOUVÊA DE SOUZA APRESENTA O NOVO PERFIL DO CONSUMIDOR

Empreendedor 183

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Edição n. 183 da revista Empreendedor, de janeiro de 2010

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ANO 15 No 183 JANEIRO 2010 R$ 9,90 ANO 15 No 183 JAJAJAJAJAAJAJAJAJAJAJAJAJAJAJAJAJAJAJANNNNNNNNNENENENENENENENENENNENEIRIRRIRROOOOOOOOOOOOOO 2010 R$ 9,90

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EMPREENDEDOR

RETOMADA

DASOBRAS

ANO15

N o183

JANEIRO2010

ISSN

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Retomadadas obras

MARKETING: O RETORNO DE MARCAS PERFIL: RODRIGO MIRANDA E A REDE DE FAST-FOOD VININHA

Após a interrupção do crescimento em 2009, o setor de construção civil volta ao ritmo, estimulado por investimentos públicos em habitação e infraestrutura

ENTREVISTA: MARCOS GOUVÊA DE SOUZA APRESENTA O NOVO PERFIL DO CONSUMIDOR

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L E I A T A M B É M

EMPREENDEDORESNÃO DURMA NO PONTOPRODUTOS E SERVIÇOSLEITURA DINÂMICA AGENDAANÁLISE ECONÔMICA

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16 | ENTREVISTA

Marcos Gouvêa de SouzaO sócio da GS&MD e coautor do livro

Neoconsumidor digital, multicanal & global fala sobre o novo perfi l de consu-midor e as implicâncias disso no varejo tradicional e virtual.

28 | MARKETING

O caminho de voltaAlgumas marcas não perdem o lugar

na memória dos consumidores mesmo anos fora do mercado. E com uma boa estratégia elas podem voltar ao mercado e ter sucesso novamente. Veja o exem-plo de alguns ícones das últimas déca-das do século 20.

32 | PANORAMA

Empreendendo saúdeO mercado da saúde vem crescendo

ano a ano no Brasil. Entre 2005 e 2007, a taxa de crescimento foi maior do que a da média da economia – 4,3% contra 3,7%. E, segundo os especialistas, ainda existem di-versas oportunidades disponíveis.

36 | PERFIL

Rodrigo MirandaA partir de uma boa sacada de negócio

e ótimas estratégias de marketing, o admi-nistrador Rodrigo Miranda transformou a pequena empresa de fast-food Vininha em uma marca de sucesso.

50 | FRANQUIA

Aprovadas no exteriorO potencial do mercado brasileiro atrai

novas redes de franquia estrangeiras e es-timula a expansão daquelas já instaladas. Conheça um pouco da história e estratégia de negócios estreantes como a canadense Tutti Frutti e a australiana ActionCoach, além da conhecida francesa 5àSec.

N E S T A E D I Ç Ã O

O FUTUR O EM CONSTRUÇÃO20

O breve ciclo de crescimento da construção civil, iniciado em 2006 após 20 anos de estagnação, foi interrompido em 2009 por causa da crise financeira mundial. Mas investimentos públicos e privados em infraestrutura e habitação estimulam a retomada do ritmo já em 2010. É uma resposta à redução de impostos e da taxa de juros, aos programas habitacionais e de Aceleração do Crescimento (PAC) e às boas perspectivas de crescimento da economia do País, além dos preparativos para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

PERSPECTIVA | Feliz ano novoA convite da Empreendedor, alguns diri-

gentes de importantes entidades empresariais fi zeram uma análise de seu setor e da econo-mia brasileira em 2009 e apresentaram as pers-pectivas para 2010. Confi ra os artigos de:

45 Francilene Procópio Garcia, vice-presidente da Anprotec46 Luiz Antonio Pinazza, diretor da Abag48 Lucas Izoton, da CNI56 Ricardo Bomeny, presidente da ABF

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E D I T O R I A L

A Revista Empreendedor é uma publicaçãoda Editora Empreendedor Diretor-Editor: Acari Amorim [[email protected]]

Diretor de Comercialização e Marketing:Geraldo Nilson de Azevedo[[email protected]]

Redação Editor-Executivo: Alexsandro Vanin [[email protected]] – Repórteres: Beatrice Gon-çalves, Cléia Schmitz e Mônica Pupo – Repórter colaborador: Marlon Aseff – Edição de Arte: Gustavo Cabral Vaz – Projeto Gráfico: Oscar Rivas – Fotografia: Arquivo Empreendedor, Casa da Photo, Guilherme Pupo e PhotosToGo – Foto da capa: PhotosToGo – Revisão: Lu Coelho

Sedes

São Paulo Diretor: Fernando Sant’Anna Borba – Executi-vos de Contas: Ana Carolina Canton de Lima e Osmar Escada Jr – Rua Sabará, 566 – 9º andar – conjunto 92 – Higienópolis – 01239-010 – São Paulo – SP – Fone: (11) 3214-1020/2649-1064/2649-1065 [[email protected]]

Florianópolis Executiva de Atendimento: Joana Amorim [[email protected]] – Av. Osmar Cunha, 183 – Ed. Ceisa Center – bloco C – 9º andar – 88015-900 – Centro – Florianópolis – SC – Fone: (48) 2106-8666

Escritórios Regionais

Rio de Janeiro Triunvirato Desenvolvimento Empresarial Ltda – Milla de Souza [[email protected]] – Rua São José, 40 – sala 31 – 3º andar – Centro – 20010-020 – Rio de Janeiro – RJ – Fone: (21) 2611-7996/3231-9017/9607-7910

Brasília Ulysses Comunicação Ltda. [[email protected]] – Fone: (61) 3367-0180/9975-6660 – Condomínio Ville de Montagne, Q.01 – CS 81 – Lago Sul – 70680-357 – Brasília – Distrito Federal

Paraná Merconeti Representação de Veículos de Comunicação Ltda – Ricardo Takiguti [[email protected]] – Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 – conjunto 1 – Boa Vista – 82560-460 – Curitiba – PR – Fone: (41) 3079-4666

Rio Grande do Sul Flávio Duarte [[email protected]] – Rua Silveiro, 1301/104 – Morro Santa Teresa – 90850-000 – Porto Alegre – RS – Fone: (51) 3392-7767

Pernambuco HM Consultoria em Varejo Ltda – Hamilton Marcondes [[email protected]] – Rua Ribeiro de Brito, 1111 – conjunto 605 – Boa Viagem – 51021-310 – Recife – PE – Fone: (81) 3327-3384

Minas Gerais SBF Representações – Sérgio Bernardes de Faria [[email protected]] – Av. Getúlio Var-gas, 1300 – 17º andar – conjunto 1704 – 30112-021 – Belo Horizonte – MG – Fones: (31) 2125-2900/2125-2927

Assinaturas Serviço de Atendimento ao Assinante – [[email protected]] – O valor da assinatura anual (12 edições mensais) é de R$ 118,80. Aproveite a promoção especial e receba um desconto de 10%, pagando somente R$ 106,92 à vista. Estamos à sua disposição de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h30.

Produção Gráfica Impressão e Acabamento: Coan Gráfi ca Editora CTP – Distribuição: Distribuidora Magazine Ex-press de Publicações Ltda – São Paulo

Empreendedor.com http://www.empreendedor.com.brEditora: Carla Kempinski – Repórter: Raquel Rezende

Mais um ano se vai, e outro começa. A esta altura, o pla-nejamento estratégico de sua empresa já deve estar pronto e em início de execução. Se

ainda não foi implantado ou, pior ainda, nem mesmo traçado, mau sinal. Sua em-presa vai navegar ao sabor das marés e dos ventos, e estar sujeita a todas as tempesta-des do mercado. Já está na hora de adotar uma nova postura, coerente com o mundo dos negócios atual.

É preciso estar sempre ligado aos mo-vimentos da economia e do mercado para se antecipar às mudanças. Mesmo um plano estratégico não é imutável, ele precisa ser avaliado e corrigido a todo momento. Pe-quenas alterações de rota são mais fáceis e baratas de se tomar do que grandes cor-reções em períodos de maior dificuldade, assim como investir permanentemente na qualidade da equipe, dos processos e dos produtos – o montante necessário é pul-verizado e não concentrado em um único momento, justamente aqueles de maior di-ficuldade para angariar recursos. Mantenha o radar de oportunidades ligado 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano. E concentre-se em inovar. Surpreenda os consumidores e a concorrência, seja o agente transformador.

Já é hora também de adotar uma pos-tura ética e socialmente responsável com

todos os seus stakeholders. Cabe a cada in-divíduo e organização a tarefa de preservar e recuperar o meio ambiente. Respeitar e estimular o desenvolvimento de comuni-dades ligadas direta ou indiretamente ao seu negócio também são essenciais para a melhoria da qualidade de vida – e dos re-sultados de sua empresa. Comece por seus funcionários. Eles são peças-chave na orga-nização e proporcionam os retornos mais rápidos. E estimule todos os seus parceiros a seguirem o exemplo.

E por falar em qualidade de vida, nesta primeira edição de 2010 abordamos dois te-mas de certa forma polêmicos: saúde e ha-bitação. Os dois são direito de todo cidadão, mas a falta de investimentos do Estado, es-pecialmente no primeiro caso, gera um mer-cado com diversas oportunidades abertas. Já a construção civil, depois de um breve ci-clo de aquecimento, iniciado em 2006 após 20 anos de estagnação e interrompido em 2009 por causa da crise financeira mundial, ganha impulso com a redução de impostos e da taxa de juros e os programas habitacio-nais do governo. Na área de infraestrutura, investimentos públicos e privados e as boas perspectivas de crescimento da economia, além dos preparativos para a Copa do Mun-do de 2014 e as Olimpíadas de 2016, movi-mentam o setor de construção civil.

Alexsandro Vanin

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E M P R E E N D E D O R E SE M P R E E N D E D O R E S

Luciano Fernandes

DECISÃO CERTA

Com vasta experiência no mercado de consultoria de TI, o executivo Luciano Fernandes se uniu aos colegas Fabrício Oli-veira e Júlio Moravia e criou a Inove Consulting. O objetivo é atender ao mercado de Business Intelligence (BI), modalidade de software de apoio à decisão que auxilia os executivos a me-lhor gerirem os seus negócios. A missão dos sócios é fazer com que o empreendimento, de São Paulo, seja reconhecido em cin-co anos como o melhor e mais abrangente no segmento de BI do Mercosul. “A Inove é uma empresa na qual podemos aplicar o que vimos de melhor nas companhias por onde passamos”, afi r-ma Fernandes. O executivo tem 14 anos de experiência no mer-cado de consultoria de TI e atuou em empresas como Keyrus e Relacional. Fabrício Oliveira também acumula experiência de 14 anos, sete como diretor da Microstrategy. Júlio Moravia tem 25 anos de mercado, dos quais 11 como vice-presidente da Re-lacional. Com o relacionamento adquirido pelos três sócios em todos esses anos, a Inove já conquistou quatro clientes, e conduz 15 projetos, o que assegurou uma receita de R$ 3,5 milhões em 2009. Para 2010, a expectativa é chegar a dez clientes, no mínimo, e faturar R$ 6,5 milhões. www.inoveconsulting.com.br

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Sheine e Csele Braga

DE VENTO EM POPA

Os excessivos trâmites burocráticos, comuns às atividades de exportação e importação, motivaram as irmãs Sheine e Csele Braga a abrir no ano 2000 a In-terseas Comércio Exterior. Localizado em Florianópo-lis, o escritório mantém uma carteira de 100 clientes, que utilizam os complexos portuários de Imbituba e Itajaí, em Santa Catarina. Entre um porto e outro, as empreendedoras aguardam o desembaraço de merca-dorias e a entrega de toda a documentação exigida no processo. Tudo para facilitar a vida de pequenos e mé-dios empresários que já atuam ou querem entrar no mercado internacional sem perder o foco no próprio negócio. O diferencial da Interseas está no atendimen-to individualizado, nos projetos especiais e no envol-vimento em todas as etapas do processo logístico e aduaneiro. Prestes a completar dez anos, a empresa tem 16 colaboradores e registrou, no ano passado, crescimento de 30%. Recentemente a Interseas im-portou uma unidade fabril inteira da Europa e anuncia para breve parceria com tradings australianas. “Se o Brasil é o país do futuro, este futuro chegou”, afi rmam as sócias. www.interseas.com.br/(48) 3028-1288

Fábio Sidney Antonio

VENDEDOR DETERMINADO

Ele começou sua vida profi ssional na década de 1990 como offi ce-boy e ven-dedor de purifi cadores de água e de automóveis. Mas desde 2005 o administrador Fábio Sidney Antonio comanda a FDM Network Consulting, empresa com sede em São Paulo e fi lial em Cuiabá, que atua como integradora de infraestrutura de rede para grandes mercados verticais. O mais interessante nessa história é que até bem pouco tempo Sidney não entendia nada de TI. O tino para vendas foi quem defi -niu os rumos do empresário. Em 1995, ele abriu uma concessionária de veículos. Entre os clientes havia um executivo do segmento de tecnologia, que não contou tempo em contratá-lo como vendedor assim que Sidney decidiu fechar a empresa, em 2000. Com a função de vender soluções de cabeamento estruturado, o admi-nistrador só teve uma saída: estudar o segmento de tecnologia. Para se familiarizar com os produtos, costumava ir para o estoque decorar as características dos equi-pamentos. Em pouco tempo já era o diretor comercial da empresa. A experiência o levou a criar a FDM, que em quatro anos de existência já tem 60 funcionários e fatura R$ 9 milhões por ano. www.fdmconsultoria.com.br/(11) 3078-1252

Ronaldo Baumgarten Júnior

AÇÃO INOVADORA

Presidente da Baumgarten Gráfi ca, de Blumenau (SC), o empresário Ronaldo Baumgarten Júnior termi-nou 2009 como uma referência nacional em inovação. Sua empresa foi a segunda colocada na categoria ino-vação e produtividade do Prêmio CNI, concedido pela Confederação Nacional da Indústria. A Baumgarten con-correu com o projeto “Melhoria na Retirada de Rolos da Rebobinadeira”, que teve como objetivo aumentar o tamanho dos rolos de rótulos e atender às expectativas dos clientes. Para isso, a empresa desenvolveu um equi-pamento que facilita o manuseio do material e reduz riscos ergonômicos aos colaboradores. Como resulta-do, reduziu para zero o número de afastamentos por problemas de saúde naquela atividade. “Essa conquista nos estimula a investir ainda mais na inovação e a divul-gar as iniciativas. Fiz questão de chegar cedo à empresa e fazer o troféu circular em todos os setores”, contou o empresário. A Baumgarten Gráfi ca tem 300 colabora-dores e produz rótulos para os mais diferentes setores, além de etiquetas adesivas e termoencolhíveis e pratos para alimentos congelados. www.baumgarten.com.br

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E M P R E E N D E D O R E SE M P R E E N D E D O R E S

Eduardo Nader

GESTÃO DE COMPRAS Há 15 anos, o executivo Eduardo Nader

percebeu uma lacuna no chamado mercado business to business. Assim, criou a empre-sa Mercado Eletrônico – líder em transações comerciais entre empresas pela internet. O objetivo era oferecer serviços estratégicos e operacionais que aumentassem a efi ciência dos processos de compras pelas companhias.

“Queríamos simplifi car o dia a dia do cliente, reduzir custos e tempo das operações co-merciais, além de garantir transparência nas negociações e proporcionar maior controle e foco no core business”, afi rma Nader. Hoje, os serviços e soluções do Mercado Eletrônico são utilizados por uma comunidade de mais de 40 mil fornecedores e compradores. Entre

os clientes, grandes empresas como Nestlé, Philips, Grupo Accor, Braskem, Bunge, Basf, Oi e Grupo Pão de Açúcar. A empresa também expandiu sua atuação para o mercado interna-cional, atuando em países da América do Sul e da Europa e no México. O volume de compras transacionado anualmente pelo Mercado Ele-trônico chega a R$ 40 bilhões. www.me.com.br

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Milton Carmo de Assis

TRABALHO RECONHECIDO

A Assis Advocacia é um dos escritórios mais admirados do Brasil, segundo a edi-ção 2009 do anuário Análise Advocacia 500. A publicação aponta as 500 sociedades de advogados mais importantes dentre os mais de 3 milhões de escritórios no Brasil, conforme dados da Ordem dos advogados do Brasil (OAB). A empresa é dirigida pelos advogados Milton Carmo de Assis, fi scal da Receita Federal aposentado, ex-instrutor da Escola de Administração Fazendária (Esaf ) e pós-graduado em Direito Tributário pela PUC-SP; e por Milton Carmo de Assis Jú-

nior, pós-graduado em Direito Tributário pela PUC-SP e especialista em Processo Tri-butário pelo Centro de Extensão Universi-tário (CEU-SP). Pai e fi lho comandam uma equipe de 17 advogados e consultores que atuam nos escritórios da Assis e em empresas renomadas de médio e grande portes de todo o País. Criada há 11 anos, a Assis Advocacia oferece suporte jurídico com foco no direito tributário, societário, aduaneiro e recentemente começou a atuar na área trabalhista. (11) 3104-6500/www.assisadvocacia.com.br

Christian Jung e Guilherme Matheus Tafner

EMPURRÃO PROVIDENCIALDois anos depois de vencer o Prêmio

Santander de Empreendedorismo, os en-genheiros Christian Jung e Guilherme Ma-theus Tafner já têm bem mais do que um troféu e um diploma para mostrar. O pla-no de negócios apresentado no concurso evoluiu para a empresa propriamente dita, a Eco Solutions – Soluções Ecológicas,

única empresa a transformar cascas de os-tra e marisco em mármore. “O prêmio foi fundamental para evolução dos estudos de mercado, do produto e processos, apri-moramento do plano de negócios, plane-jamento estratégico, criação da empresa e depósito da patente do produto”, afirma Jung. O valor do prêmio é de R$ 50 mil. A

ideia da empresa surgiu ainda na faculdade, quando os sócios cursavam Engenharia de Produção na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis. Hoje a empresa, na capital catarinense, conta com um terceiro sócio, Jean Carlos Argiles Laita-no, também engenheiro de produção. www.ecosolutions.com.br

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E M P R E E N D E D O R E SE M P R E E N D E D O R E S

Eduardo Martins e Beatriz Malfatti

EXPERIÊNCIA PRÓPRIA

Quando decidiu ofi cializar o casamento com uma festa, o casal Beatriz Malfatti e Edu-ardo Martins, de São Paulo, se deparou com uma oportunidade de negócios. Como eles já moravam juntos, decidiram que o melhor seria ganhar presentes em dinheiro, o que ajudaria na realização do próprio casamento e também na viagem de lua de mel. O pro-blema é que os sites de casamento destaca-vam a conta corrente dos noivos para que fossem realizados os depósitos em dinheiro, o que contrariava a ideia do casal de que de-veria ser preservada a magia do ato de pre-sentear. Foi aí que surgiu a ideia de criar uma loja virtual, onde os convidados escolhem e compram os presentes como em qualquer loja de departamentos. A diferença é que os noivos não recebem os presentes físicos e sim o valor referente a ele, em dinheiro.

Os convidados adoraram a ideia e pedi-ram para o casal fazer um site parecido para os casamentos deles também. Assim surgiu o portal Loja dos Noivos, que oferece o ser-viço de lista de presentes simbólicos, com seus valores convertidos em dinheiro. O casal de noivos tem a opção de enviar por e-mail um cartão de agradecimento perso-nalizado a cada convidado, juntamente com os mapas do local da cerimônia e da festa. Além disso, o site disponibiliza o serviço de RSVP On-Line. Com isso, toda vez que os noivos acessarem sua lista, terão a relação de convidados com presença confi rmada para a festa. Mas não é só: a Loja dos Noivos oferece também o serviço de Álbum Online, no qual os noivos compartilham suas fotos com famílias, amigos e convidados. www.lojadosnoivos.com.br

Rita Almeida

SINTONIA CRIATIVA

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A publicitária Rita Almeida tinha mais de 20 anos de experiência pelas maiores agên-cias do País quando decidiu fundar sua pró-pria empresa. A CO.R Inovação nasceu no fi nal de 2007, numa parceria com a Talent, com o objetivo de criar propostas inovadoras para que seus clientes possam transformar o mercado e a sua relação com seus targets. O sucesso foi imediato. Em menos de dois anos, a agência, de São Paulo, já conquistou clientes como Oi, NET, Semp Toshiba, Nokia, Nextel, Nestlé, MasterCard, Diageo, Sadia, Ipiranga, além de trabalhar com as mais in-fl uentes agências de propaganda do merca-do. No ano passado, Rita recebeu o prêmio APP de Profi ssional de Planejamento do Ano. Antes disso, a publicitária já tinha feito his-tória em agências como Talent, Loducca e AlmapBBDO. Ela participou de campanhas como “Brastemp. Não tem comparação”, “Os japoneses criativos da Semp Toshiba” e de lançamentos de marcas como Pepsi Twist, Gatorade e do Fox, da Volkswagen. Na CO.R, Rita lidera uma equipe de profi ssionais multi-disciplinares, cuja paixão e curiosidade pelo novo são uma ponte de atualização constan-te de seus clientes. www.corinovacao.com.br

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nem com os clientes, pois eram poucas as op-ções de ofertas. A ferramenta só se transfor-mou em algo essencial nos anos 1980, quando o mundo dos negócios começou a se tornar complexo. A partir daí, o planejamento estra-tégico disseminou-se, passando a ser adotado em quase todas as organizações.

Quando se trata de planejamento estra-tégico, o que vem à cabeça dos gestores é a famosa matriz “ameaças/oportunidades” e “pontos fortes/pontos fracos”. É a partir dessa análise que as empresas defi nem suas metas e compromissos para os próximos anos. E qua-se todas resvalam para a mesma armadilha: a de se concentrar na célula da matriz, que combina as ameaças com os pontos fracos. Daí resultam os planos de ação que tentam preservar a empresa das ameaças e combater os pontos fracos. É o jogo na retranca, em que

a empresa tenta corrigir o que tem de pior em vez de se superar no que tem de melhor. O fi nal da história é bem conhecido: tudo termi-na num plano de metas com cifras a alcançar nas receitas e contidas nas despesas. A essa duvidosa peça orçamentária é que se resume o que é chamado, equivocadamente, de pla-nejamento estratégico.

É bom que se saiba que quando Ansoff concebeu o planejamento estratégico, a ciência da administração sofria ainda forte infl uência

N Ã O D U R M A N O P O N T O

É preciso preparar o futuro porque é lá que pas-saremos o restante da nossa vida. Quem não pre-para o futuro que precisa acaba por obter só o futuro que merece. Alguém fez essas reflexões e elas costumam ser lembradas de vez em quando. Agora, talvez até mais do que em outro período do ano, vale pensar mais um pouco a respeito.

Quando o assunto é preparar o futuro, a ferramenta gerencial lembrada de imediato é o “planejamento estratégico”. É dela que boa parte dos gestores faz uso, tanto no iní-cio quanto no fi m de seus calendários fi scais, legais ou de negócios.

O jogo na retranca Quem defi niu e desenvolveu o planeja-

mento estratégico foi o russo Igor Ansoff, nos idos de 1965. O criador é pouco lembra-

do, mas sua criação transformou-se em pala-vra de ordem para as empresas, um mantra praticamente obrigatório no começo e ao término de cada ano.

Ansoff fez muito sucesso na época, prin-cipalmente nas universidades, entre os aca-dêmicos. No meio empresarial, levou cerca de duas décadas para que o planejamento estratégico fosse instituído como ferramenta imprescindível. É que ainda não havia muita preocupação com a incipiente concorrência

A MELHOR RECEITA PARA UM FUTURO PROMISSOR

(e ainda sofre) dos preceitos do seu criador Frederick Taylor. Ambos, Taylor e Ansoff, eram engenheiros e suas contribuições foram ofere-cidas a partir dessa raiz profi ssional. Taylor está para a administração da produção assim como Ansoff está para a administração estratégica. Na essência, encontram-se os mesmos fundamen-tos: a busca do controle, da precisão e da regu-laridade. Ansoff e Taylor são adeptos do deter-minismo, muito em voga nos períodos em que viveram. Nada mais contrário ao futuro que se avizinhava, hoje o presente, em que nada está fi xado, determinado, regularizado.

Trem ou táxi Houve um tempo em que os negócios se

pareciam com trens: estações fi xas, horários rígidos, procedimentos regulares. O passageiro deveria se submeter às condições estabelecidas. E não havia alternativa. Se quisesse se locomo-ver, que fosse de trem. Daí surgiu a fase do táxi. Outro conceito. O chofer de praça, como era chamado, tomava uma única decisão no início do seu trabalho: se sairia à direita ou à esquerda da garagem. A partir daí, o dia era uma aventura imprevisível. O poder do motorista de plane-jar o dia fi ndava quando recolhia o primeiro passageiro. Naquele instante, o planejamento passava a ser conjunto. O passageiro defi nia o destino e, muitas vezes, a rota. E ainda podia ingerir nas condições do veículo: velocidade, janelas abertas ou fechadas, inclinação e distan-ciamento dos bancos, sons ou silêncio.

Trem e táxi são boas metáforas para repre-sentar as mudanças no mercado. Os ensina-mentos de Ansoff e Taylor foram fundamentais nos tempos que o cenário estava mais para trens, mas deixam a desejar quando tudo se assemelha ao táxi. Planos rígidos e detalhados que buscam a regularidade podem ser um tre-mendo estorvo; planos criativos e parciais que buscam o desconhecido podem ser a solução.

O remédio conhecido como “planejamen-to estratégico” deve ser ingerido com come-dimento. Para alguns, ele já está com o prazo vencido. A tentativa de colocar o trem nos tri-lhos pode ser insensata. Na verdade, a melhor indicação para o presente é descarrilar!

Memória do futuro Sim, é preciso preparar o futuro. É pre-

ciso ter um senso de direção ou propósito

Quase todas resvalam para a mesma armadilha: a de se concentrar na célula da matriz, que combina as

ameaças com os pontos fracos. É o jogo na retranca

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para não ser esmagado pelos acontecimentos. Agindo como no tempo dos trens, o máximo que conseguiremos é reproduzir ou melhorar o passado. Otimizar é melhorar o passado. É prorrogar o que existe. Inovar é transformar o futuro. É imaginar o que poderia existir.

O que poderia existir não é um exercício de busca de regularidade. É um exercício de imaginação. Planejar o futuro é um processo que tem menos a ver com aspectos racionais e intelectuais do que com criativos e emo-cionais. Resvalar muito rapidamente para os números é conter a imaginação, a centelha criativa. Afi nal, que se saiba ninguém sonha números. Sonhamos imagens. Imagens são mais signifi cativas do que palavras e números, porque ultrapassam o intelecto e invocam fortes sentimentos. Todo bom futuro começa com um grande sentimento. Assim, deve ser um exercício de preparação para o futuro: um sonho coletivo, que desperte e mantenha um sentimento positivo e entusiasmado em todos aqueles que sonham.

Inovação, portanto, é a capacidade de mu-dar a realidade. Mas para que isso aconteça é preciso, antes, alterar a percepção da própria realidade. A isso se dá o nome de criatividade.

O processo criativo depende de inspiração. Há que eleger uma musa inspiradora para desper-tar a criatividade que conduzirá à inovação. Essa musa inspiradora é o cliente. É ele o epicentro de todo o trabalho de planejamento estratégi-co criativo voltado mais para táxi do que para trem. Não se trata mais de competir pela fatia de mercado, de superar os concorrentes nos seus diferenciais competitivos, de erguer barreiras contra novos entrantes. O desafi o número um do novo planejamento estratégico é competir

pela atenção do cliente. Para a empresa, não é mais ser a melhor entre as melhores, mas sim uma empresa única – só ela é capaz de fazer o que faz e da maneira como faz.

Se o cliente não estiver presente no planeja-mento estratégico para o próximo ano, descar-

te o que foi feito. Jogue direto no lixo! Refaça tudo, envolvendo o cliente. Ele precisa opinar sobre o desenvolvimento de novos produtos e dar ideias sobre os novos serviços. Garanta que esse envolvimento seja efetivo e permanente.

A principal responsabilidade de um lí-der é ajustar a percepção de todos os seus colaboradores e parceiros com relação ao cliente e às necessidades dele. O cliente é a única memória confiável para um futuro realmente promissor!

por Roberto Adami TranjanEducador da Cempre

Conhecimento & Educação Empresarial(11) 3873-1953/www.cempre.net

[email protected]

Planos rígidos e detalhados que buscam a regularidade podem ser um tremendo estorvo; planos criativos e

parciais que buscam o desconhecido podem ser a solução

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Especialista fala sobre as múltiplas possibilidades de acesso e escolha que o

varejo precisa oferecer ao consumidor global

Marcos Gouvêa de Souza

NOVOSCONSUMIDORES

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por Cléia [email protected]

Marcos Gouvêa de Souza é um dos maiores conhecedores de varejo. Não é de hoje que ele antecipa mudanças no comportamento do consu-midor e, consequentemente, no mercado varejista. No livro recém-lançado pela GS&MD – Gouvêa de Souza, Neoconsumidor digital, multicanal & global, o especialista e seus convidados Alberto Serren-tino, Daniela Siaulys, João Rios, John Strand, Luiz Goes, Pedro Guasti e Renato Müller falam sobre as múltiplas possibilidades de acesso e escolha ofe-recidas ao consumidor global. São escolhas que transformam o mercado de uma maneira estrutural e irreversível ao colocar a preferência pessoal aci-ma de qualquer outra contingência.

“O que assistimos no momento é o início de um ciclo de experimentação e aprendizagem para o consumidor e um ciclo de vida de um novo canal de vendas e relacionamento para produ-tos, serviços e marcas, com um potencial trans-formador muito maior que aquele gerado pela internet”, afirma Gouvêa de Souza, referindo-se ao poder do celular integrado a outros canais. Segundo o consultor, no cenário global 52% dos neoconsumidores já consultam a internet antes de ir às lojas, e no Brasil esse número chega a 73%. “O que apuramos e foi ponto de partida de nosso estudo é que o neoconsumidor está pre-sente em todos os mercados em cidades distin-tas e tem crescente participação.”

Na entrevista a seguir, Gouvêa de Souza deta-lha quem é esse neoconsumidor e como o varejo deve se preparar para recebê-lo.

A tendência é de que o índice de infidelidade do consumidor, particularmente do neoconsumidor, seja

cada vez maior. Ele é ‘infidelizável’ por natureza própria porque tem tantas opções que é estimulado

a buscar alternativas, testar e comparar

desconhecidos. Há ainda o fato de que num clique podemos comparar as característi-cas e o preço dos produtos. Isso tudo nos torna consumidores mais poderosos, mais atualizados e bem informados, enfim, mais maduros. E o fato de compararmos preços leva para as lojas e para a própria internet um consumidor que vai comprar de quem oferecer mais por menos. Isso cria no mer-cado uma pressão sob a rentabilidade dos negócios e das empresas.

E o que mudou ou está mudando no varejo por conta desse novo comportamento?

Gouvêa de Souza – A primeira grande mudança é no papel estratégico do varejo, que cresce enormemente em importância no mundo todo. Historicamente, essa re-lação com as marcas ocorria entre os fa-bricantes e o consumidor. Agora, o varejo passa a ocupar um espaço relevante, em parte também porque cresce a participação das marcas próprias. Sempre ouço falar no Brasil que 6% das vendas do setor de super-mercados vêm de marcas próprias. Esse ín-dice é muito baixo comparado com a média mundial e também com outros segmentos. Para se ter uma ideia, os quatro líderes do mercado brasileiro de confecções – Renner, Riachuelo, C&A e Marisa – trabalham 100% com marcas próprias. É um fato espantoso um fabricante não ter espaço, exceto como facção. E essa tendência de marca própria avança para os segmentos de material de construção, farmácias, eletrodomésticos,

O que é o neoconsumidor? Quais as principais características desse novo consumidor?

Marcos Gouvêa de Souza – O neo-consumidor é a evolução de todos nós por-que somos consumidores multicanais des-de criancinha. Comprávamos em loja, em feira, em catálogo e também comprávamos do vendedor que ia à nossa casa. A diferen-ça é que, com o tempo, os canais digitais se tornaram relevantes, com destaque para a internet, o celular e – daqui a pouco – a TV interativa. E nós, que já éramos consumido-res multicanais, nos tornamos multicanais digitais. E com isso passamos a ser também consumidores globais, no sentido em que comparamos nossa realidade com a realida-de internacional. Comparamos os preços e as características de produtos e serviços que são oferecidos aqui com o que é oferecido lá fora. Assim, mudamos de patamar como consumidores e essa mudança traz consigo uma série de transformações no mercado e nas relações que temos com as marcas e as lojas de varejo.

Que transformações são essas?

Gouvêa de Souza – Em primeiro lu-gar, destaco a facilidade de encontrar reco-mendações, resenhas e análises de quem já comprou e usou os produtos. Isso faz com que haja um equilíbrio maior entre a aten-ção que dedicamos às informações oficiais dos produtos e aquelas que levantamos por nós mesmos no contato direto com nossos pares, amigos, conhecidos e até mesmo

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que o índice de infi delidade do consumidor, particularmente do neoconsumidor, seja cada vez maior. Ele é “infi delizável” por natu-reza própria porque tem tantas opções que é estimulado a buscar alternativas, testar e comparar. Quanto mais ele testa e compara, melhor será o resultado da sua compra, le-vando o consumidor para outra direção.

Como monitorar o comportamento do neocon-sumidor de forma a acompanhar as transfor-mações impostas por tecnologias digitais como celular e internet?

Gouvêa de Souza – Muitas tecnolo-gias estão sendo desenvolvidas, mas esse monitoramento já é possível no comércio eletrônico assim como no ambiente do ce-lular e no ambiente da TV a cabo. Esse apa-rato tecnológico disponível tem amplitude e profundidade que não havia antigamen-te, permitindo que as empresas atuem de maneira mais precisa e focada. Minha visão é de que a aprendizagem sobre esse neo-consumidor deve ser coletiva. Os processos de transformação são tão intensos que não é dado a ninguém o direito de subestimar o poder da integração em benefício de um crescimento mais rápido e consistente.

produtos eletrônicos, etc. O que acontece é que, na relação com o neoconsumidor, o varejo está se tornando cada vez mais um avalista. Um exemplo típico no Brasil é a Casas Bahia, onde por conta do crédito o consumidor passa a ter uma relação mais forte com a loja do que com as marcas que ela vende. Para ele, ir a um local onde já há crédito aberto e, por isso, o processo de compra será mais simples, é muito mais im-portante do que comprar o produto A, B ou C. No caso do Pão de Açúcar, a proposta da marca própria Taeq, ligada a estilo de vida e saúde, cria uma legião de fãs que não se ba-seia mais apenas em preço como acontecia com as marcas próprias no passado.

O varejo brasileiro está preparado para atender o neoconsumidor?

Gouvêa de Souza – Primeiro é preciso perguntar qual é o grau do consumidor brasi-leiro na escala de neoconsumidores. O grau é altíssimo, primeiro porque temos muitos consumidores jovens. Entre os grandes mer-cados mundiais, só a Índia tem um consumi-dor mais jovem do que o Brasil. Ele tem na faixa de 28 anos e sua disposição para conhe-cer, experimentar e inovar é muito grande. Além disso, nosso comportamento latino e o fato de termos passado por períodos de excessiva turbulência na economia acabaram criando consumidores que se adaptam facil-mente às mudanças e estão sempre buscan-

E N T R E V I S T A

LINHA DIRETA

Marcos Gouvêa de Souza: (11) 3405-6666

A aprendizagem sobre esse neoconsumidor deve ser coletiva. Os processos de transformação são tão

intensos que não é dado a ninguém o direitode subestimar o poder da integração em benefício

de um crescimento mais rápido e consistente

do o novo. Por isso, ocupamos uma posição de destaque na escala do neoconsumidor e isso torna óbvia a necessidade de quem serve esses consumidores estar na fronteira da ex-celência. Isso já está acontecendo. No Brasil, temos 46 milhões de linhas de telefone fi xo e 165 milhões de aparelhos celulares. O con-sumidor via celular está começando a criar uma relação com o aparelho que o permite ler numa loja os códigos de barras dos con-correntes. Mas o varejo e a própria indústria têm respondido muito positivamente à ne-cessidade de ter que oferecer mais por me-nos. O nível se aproxima muito do que se faz de mais avançado no mercado mundial. Po-demos dizer que o varejo brasileiro cresceu muito em qualifi cação nos últimos dez anos, período em que a economia se estabilizou, permitindo que as empresas se planejassem e construíssem o seu futuro. O varejo brasi-leiro de hoje não tem nada a ver com o de 20 anos atrás. Aliás, somos benchmark mundial em muitos segmentos como supermercado, material de construção e moda. Em algumas áreas, como farmácia, a legislação ainda inibe as ações, mas onde há liberdade competitiva temos práticas equivalentes às dos Estados Unidos e de países da Europa.

Quais são as mudanças necessárias para con-quistar a fidelidade desse neoconsumidor? É mais difícil fidelizar?

Gouvêa de Souza – A tendência é de

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Setor de construção civil retoma o ritmo de crescimento, estimulado pelos investimentos públicos e grandes eventos esportivos que o Brasil será sede

Fim do compasso

por Beatrice Gonç[email protected]

Depois de 20 anos de estagnação, o setor da construção civil registrou recorde de fatu-ramento entre os anos de 2006 e 2008. Mas foi surpreendido pela crise em 2009. Com menos crédito e capital de giro no mercado, os consumidores adiaram as reformas e as construtoras reduziram o número de lan-çamentos de imóveis. Através de incentivos do governo federal que fizeram aumentar as vendas de materiais de construção e de imóveis no segundo semestre, o setor con-seguiu fechar o ano registrando 1% de cres-cimento em comparação com 2008. As me-didas de redução de impostos e de taxa de juros fizeram aumentar as perspectivas para 2010. Pelos cálculos do Sindicato da Cons-trução Civil de São Paulo (Sinduscon-SP), o setor deve voltar a crescer cerca de 9% e movimentar o equivalente a R$ 625 bilhões em obras. Os setores mais promissores são o de habitação, em que os investimentos públicos e privados devem passar de R$ 200 bilhões, e o energético, com a construção das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, nos estados de Amazonas e Rondônia.

A retomada do crescimento da constru-

ção civil começou a partir do segundo se-mestre, quando o governo federal expandiu o crédito para pessoas físicas, aumentou as linhas de fi nanciamento e reduziu encargos como o Imposto sobre Produtos Industria-lizados (IPI) dos materiais de construção. Com a isenção do imposto até junho de 2010 o governo deixa de arrecadar mais de R$ 600 milhões, mas permite que produtos como cimento, tintas e lavatórios fi quem até 5% mais baratos. A expectativa da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) é que com a isen-ção do IPI as vendas do setor aumentem em 10%. “Hoje, com a redução da taxa de juros e de impostos, o consumidor consegue pagar suas contas em um prazo maior e em parce-las que se encaixam mais em seu bolso”, afi r-ma Hiroshi Shimuta, diretor da Anamaco.

O setor deve se manter aquecido ainda com as obras de infraestrutura previstas para o Programa de Aceleração do Cres-cimento (PAC) que entra em sua segunda fase com investimentos em ferrovias e hi-drovias, com o PAC da Copa do Mundo e com o programa “Minha Casa, Minha Vida”. A expectativa do governo é que neste ano sejam aprovados mais de 700 mil projetos de moradia popular pela Caixa Econômica

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Federal. Somente para o “Minha Casa, Mi-nha Vida” são mais de R$ 34 bilhões investi-dos por meio de subsídios.

Para atender a demanda prevista, a construção civil vai precisar contratar mais. Uma pesquisa realizada pela empresa de re-cursos humanos Manpower, com 71 mil em-presas em 35 países, prevê que a constru-ção civil seja o setor econômico que mais vai gerar empregos no primeiro semestre no Brasil. O estudo mostrou também que os empresários brasileiros estão entre os mais otimistas. A expectativa líquida do em-prego na construção civil saltou de 7% em 2009 para 46% para o primeiro trimestre. “A construção civil deu um pulo de crescimen-to e, com isso, ela influencia diretamente os setores de serviços e de finanças”, expli-ca Pedro Guimarães, diretor da Manpower. A pesquisa revelou ainda que o Brasil é o segundo país em perspectivas de emprego, atrás apenas da Índia.

A expectativa é que sejam contratados mais de 180 mil trabalhadores entre en-genheiros, mestres-de-obras e pedreiros. Mas Guimarães alerta que as construtoras podem ter dificuldade em selecionar esses profissionais porque há pouca mão de obra qualificada no mercado. “Talvez a gente te-nha subestimado a nossa capacidade de de-manda para algumas profissões, como a de pedreiro”, afirma. Para Shimuta, diretor da Anamaco, o Brasil só não vai crescer mais por falta de mão de obra qualificada. “Anti-gamente, se você precisava de um mestre-

de-obras, você anunciava e apareciam 50; hoje você anuncia e vêm apenas seis. O mestre-de-obras que tem experiência ganha hoje em média R$ 15 mil.”

Falta mão de obra

Pelas estimativas da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), também podem fal-tar profi ssionais técnicos para coordenar as obras. Segundo a entidade, são formados por ano no Brasil cerca de 30 mil engenheiros e, desse total, apenas 3 mil se formam em enge-nharia civil. O que não é sufi ciente para aten-der a demanda. “A nossa meta é aumentar em 50% o número de profi ssionais”, afi rma Muri-lo Pinheiro, presidente da FNE e do Sindicato dos Engenheiros de São Paulo. Ele explica que os 20 anos de estagnação econômica fi zeram com que a profi ssão fosse menos valorizada e com isso houvesse menos procura pelos cursos de engenharia. Para Pinheiro, o País só continuará a crescer e se tornará uma das cinco maiores economias se conseguir for-mar mais profi ssionais para o setor. “Estamos fazendo um trabalho de valorização da enge-nharia no ensino médio para que mais pesso-as se interessem pela profi ssão.”

Além dos problemas com a mão de obra, há setores da economia que acreditam que podem faltar materiais de construção para as obras. Ricardo Adachi, vice-presidente da Associação dos Comerciantes de Material de Construção de São Paulo, explica que o Brasil depende de outros países para crescer por-

Murilo Pinheiro, da FNE: meta é aumentar em 50% o

número de engenheiros civis

Obra com paredes duplas fica em média 10% abaixo do valor da construção convencional

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que não produz determinados materiais. “Já há falta de lâmpadas fluorescentes e o Bra-sil depende da China nesse setor, porque o país é o maior produtor e exportador mun-dial do produto.” Mas Shimuta, da Anama-co, não vê um grande problema na falta de lâmpadas. Ele diz que o País já tem a capaci-dade de produzi-las aqui e que as indústrias nacionais estão preparadas para o aumento da procura. “O problema é quando há falta de ferro, aço e petróleo.”

As indústrias brasileiras estão se preparan-do para oferecer cada vez mais soluções rápi-das e baratas para o mercado. A Sudeste trou-xe para o País a tecnologia das paredes duplas, em que é possível construir e montar galpões ou mesmo uma casa de 38 metros quadrados em apenas cinco horas. A parede é feita em fôrma metálica, não precisa de acabamento e já sai de fábrica com instalação elétrica e hidráulica, pronta para receber as ripas e as telhas. “Nós fi zemos um levantamento e perce-bemos que a obra com as paredes duplas fi ca em média 10% abaixo do valor da construção convencional”, afi rma Fábio Casagrande, dire-tor da Sudeste. Ele explica que no pré-fabricado a geração de resíduos é menor e que o cliente não joga fora nenhum dos materiais utilizados. “Esse tipo de técnica serve tanto para obras pú-blicas, edifícios e residências quanto para obras rápidas como as que serão feitas para a Copa e para as Olimpíadas.”

A Merc Distribuidora se especializou em oferecer kits hidráulicos elétricos prontos para as obras – sistema que reduz pela metade

o tempo de instalação. Os kits são montados de acordo com a necessidade da obra e to-dos os materiais utilizados vêm identifi cados e na quantidade certa a ser utilizada. “Cons-tatamos junto a nossos clientes uma redução do tempo de instalação em cerca de 40% a 50%. Os kits industrializados evitam ainda furtos, desperdícios e erros, o que resulta em economia na obra”, explica Eduardo de Setti Alves, diretor da Merc.

A empresa oferece ainda o serviço de rea-dequação e reforma de imóveis para torná-los mais econômicos e sustentáveis. Os consul-tores da Merc Sustentabilidade propõem pe-quenas alterações no empreendimento para reduzir o consumo de água. Alves conta que trocar uma válvula sanitária já faz uma gran-de diferença porque hoje elas consomem em média seis litros de água por descarga, mas as que foram produzidas até 2002 não consu-miam menos de 12 litros. “O custo para fazer essa obra de troca de válvulas se paga em três

meses de conta de água. Para se ter uma ideia, se um condomínio residencial gasta R$ 13 mil em um mês, com a nossa vistoria técnica e com a troca de algumas peças o condomínio pode passar a gastar R$ 8 mil.”

O uso de ferramentas da tecnologia da informação também pode melhorar a qualida-de dos projetos da construção civil, diminuir erros e reduzir os custos. A empresa Softplan/Poligraph oferece ao mercado o software Sienge, um programa que padroniza proces-sos, estabelece rotinas, evita retrabalhos e reduz os custos nas construções. Isso porque permite que engenheiros, corretores e a parte administrativa da empresa trabalhem de for-ma integrada. O programa funciona por meio de cinco módulos integrados divididos pelos assuntos gerencial, comercial, fi nanceiro, su-primentos e de engenharia. “Nós oferecemos o produto de acordo com as características da empresa que pode ser tanto uma incorpora-dora quanto uma empresa que presta serviços para o setor”, explica Carlos Augusto de Ma-tos, diretor da Softplan/Poligraph.

Com o Sienge, o engenheiro pode pla-nejar o andamento da obra e saber quanto ela vai custar antes de começá-la. O progra-ma permite também que os profi ssionais te-nham acesso às compras que foram orçadas, ao número de trabalhadores envolvidos na obra e ainda ter informações sobre o pro-cesso de vendas das unidades construídas. “Com o software de gestão integrada, a em-presa consegue tocar muito mais obras com a mesma estrutura que tinha.”

Expectativa de emprego por setor Comparação setorial no Brasil

Fonte: Manpower

Pesquisa com 71 mil empresas em 35 países prevê que a construção civil será o setor econômico que mais vai gerar empregos no primeiro semestre no Brasil

Comércio Transportes Serviços Administração Construção Manufatura Finanças Agricultura, Pública Civil Pesca e Mineração

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3 1 % 30%

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1º trimestre de 2010 4º trimestre de 2009

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Em 2009, um dos setores que manteve o crescimento da construção civil no País foi o de moradias populares. O programa “Minha Casa, Minha Vida”, do governo federal, lança-do em abril, movimentou o mercado através de subsídios de mais de R$ 34 bilhões. Até o fi m do ano foram comercializados através do programa mais de 185 mil imóveis para bra-sileiros que ganham até 10 salários mínimos. O governo pretende por meio do “Minha Casa, Minha Vida” subsidiar a construção de 1 milhão de moradias e, com isso, diminuir o défi cit habitacional brasileiro.

Pelas estimativas do Ministério das Cida-des, mais de 6 milhões de brasileiros vivem em domicílios improvisados, em habitações precárias, em coabitação familiar ou ganham menos de três salários e comprometem mais de 30% da renda familiar com o aluguel. Com o “Minha Casa, Minha Vida” essa parcela da população pode adquirir a casa própria, ter subsídio integral do fi nanciamento e pagar parcelas mensais de no mínimo R$ 50. A meta do governo é fi nanciar cerca de 800 mil moradias para os brasileiros que ganham até

seis salários, e mais 200 mil para a faixa de seis a dez salários.

Para Hélio Bairros, presidente do Sindus-con da Grande Florianópolis, o “Minha Casa, Minha Vida” mostra aos empresários do se-tor outra direção para os negócios. Mesmo com a forte demanda, Bairros explica que há poucas opções de imóveis para as classes mais pobres. “Os imóveis que custam na faixa de R$ 80 mil vendem muito bem. A principal difi culdade do mercado é oferecer empreen-dimentos para a população que ganha de um a três salários”, afi rma.

Segundo Carolina Palermo, professora de arquitetura da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, e autora do livro Sustentabilidade social do habitar, para diminuir o défi cit habitacional brasileiro não basta apenas construir, é preciso que as moradias oferecidas às classes mais pobres ofereçam infraestrutura mínima necessária. A pesquisadora explica que desde a década de 1940 a política habitacional brasileira está estruturada no uso de materiais baratos e em projetos arquitetônicos padrão que aca-

bam por produzir construções de má quali-dade. “Em geral, as soluções que têm sido aplicadas em habitações populares trazem problemas estruturais no projeto que não permitem que o morador faça a ampliação dessa casa. É comum verifi car também que em menos de um ano as paredes do imóvel começam a rachar.”

Carolina conta que já acompanhou os problemas enfrentados pelos moradores de um conjunto habitacional em Florianópolis em que um senhor tentou reformar a casa e sem querer acabou destruindo-a. “O mora-dor resolveu fazer uma ampliação, cortou a parede e com isso cortou a viga de amarra-ção e o edifício veio abaixo.”

Para a pesquisadora, o discurso da casa própria transfere ao morador a ideia de que ele é realmente dono daquele imóvel, mas na verdade não é isso o que ocorre – porque não é dado a ele o direito de fazer modifi ca-ções na casa e nem de realizar qualquer ati-vidade comercial no imóvel enquanto estiver pagando o fi nanciamento. “Em Florianópo-lis, mais de 80% dos lares das regiões mais

O mercado de casas populares sustentou o setor de construção civil em 2009, mas também é grande a procura por imóveis de alto padrão para investimento

Moradia para todos os bolsos

Em 2009 foram comercializados mais de 185 mil imóveis para brasileiros que

ganham até 10 salários mínimos

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pobres são chefi ados por mulheres e elas poderiam transformar uma habilidade em trabalho e renda, mas não podem fazer isso em suas próprias casas.”

Alto padrão

Diferente dos consumidores de baixa e média renda, a classe alta está em busca de imóveis para investimento. Gastam mais de R$ 500 mil para adquirir a segunda ou tercei-ra moradia e buscam empreendimentos que aliem projetos arquitetônicos inovadores, conforto e infraestrutura. Santa Catarina é um dos estados referência nesse segmento. Florianópolis e Balneário Camboriú são cida-des conhecidas desses investidores. A novi-dade no setor de alto padrão no estado são os empreendimentos em cidades próximas à capital, tanto no litoral, como Governador Celso Ramos, quanto na serra, como Santo Amaro da Imperatriz e Rancho Queimado.

O grupo Plural Brasil formado por inves-tidores brasileiros e espanhóis e a incorpora-dora Atlântica Resort & Golf estão investindo na construção do empreendimento Quinta dos Ganchos, em Governador Celso Ramos. O empreendimento ocupará uma área de 1,2 mil hectares e terá condomínio residencial, hotéis de luxo, um hotel apenas para eventos corporativos, campos de golfe, hípica, marinas e uma área comercial de 70 mil metros qua-drados. “Celso Ramos é considerada a última

joia da Coroa de Santa Catarina. Um local que conseguiu preservar suas áreas, explica Enrico Soffi atti, diretor da incorporadora Atlântica & Golf. O investidor explica que o público-alvo do empreendimento é formado por consumi-dores da classe A de Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul.

O projeto já tem licença ambiental da Fundação Chico Mendes e os investidores aguardam a licença ambiental de instalação para dar início à construção. Soffi atti explica que já estão previstas obras para recuperar a mata ciliar dos três rios que passam pela propriedade, investimentos de mais de R$ 30 milhões para construção de um sistema de tratamento de esgoto e de uma central de energia elétrica para todo o município. “Va-mos gerar 15 mil empregos diretos e outros 15 mil indiretos para operação do Quinta dos Ganchos”, afi rma Soffi atti.

Outro empreendimento que aguarda licença ambiental de instalação no municí-pio é a Vilas do Sissial. A obra começou em 2005, mas ficou parada por dois anos. Em 2007, o Ministério Público Federal de Santa Catarina exigiu na Justiça que o município fizesse o levantamento de todas as constru-ções em áreas de preservação permanen-te na localidade de Canto dos Ganchos e na Fazenda da Armação, e requereu que a União cancelasse todas as inscrições de áreas caracterizadas como de preservação permanente. “Em 2008 apresentamos um projeto revisado atendendo ao parecer da Fundação do Meio Ambiente de Santa Ca-tarina (Fatma) e conseguimos aprová-lo em setembro”, explica Luiz Cadenas, responsá-vel pelo empreendimento Vilas do Sissial.

Para atender às exigências ambientais foi preciso modifi car a área de ocupação do empreendimento. “Antes estava previsto utilizar 28% da área, com essas modifi cações reduzimos a área de ocupação e apresenta-mos uma concepção nova. Vamos trabalhar em 20% do terreno para desenvolver o pro-duto fi nal”, afi rma. O projeto da obra prevê ainda a criação de uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) e investimentos de mais de R$ 20 milhões em infraestrutura para construir um sistema elétrico e de tele-comunicações subterrâneo e um sistema de tratamento de esgoto. O complexo turístico Vilas do Sissial fi cará numa área de 140 hec-

Termas do Tabuleiro: preço dos imóveis varia de R$ 650 mil a R$ 950 mil

Pelas estimativas do governo, mais de 6 milhões de brasileiros vivem em habitações precárias ou comprometem mais de 30% da renda familiar com o aluguel

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tares e terá hotel, condomínio residencial e centro de convenções.

A 70 quilômetros de Governador Celso Ramos, já na Serra do Tabuleiro, na cidade de Santo Amaro da Imperatriz, está sendo construído outro grande empreendimento. É o Termas do Tabuleiro Resort e Residence, um investimento árabe na região. O empre-endimento está localizado em uma área da serra conhecida por suas águas termais. No projeto da obra está prevista a construção de um hotel cinco estrelas, casas e toda a in-fraestrutura de piscinas com águas termais. O valor dos imóveis para venda varia de R$ 650 mil a R$ 950 mil. “Para nós, 2009 não foi um ano ruim. Nós vendemos mais de 60% dos imóveis nesta primeira etapa”, afi rma Bassam Hanna, responsável pelo empreen-dimento Termas do Tabuleiro.

Construção certificada

Planejar a construção é um dos fatores essenciais para tornar a obra mais sustentá-vel. Para Manuel Martins, diretor da fundação Vanzolini e um dos responsáveis pela certifi ca-ção ambiental Aqua no Brasil, as construtoras costumam investir pouco tempo para pensar no programa e no projeto da obra. “Se você não gasta mais tempo pensando no programa, você já começa a perder porque deixa de fazer as melhores escolhas para a obra”, diz. Martins faz parte da equipe técnica de consultores da Vanzolini que avaliam construções e certifi -cam empreendimentos sustentáveis através do processo Aqua, um sistema inspirado no modelo francês HQE (Haute Qualité Environ-nementale), que avalia 14 itens nas obras de

acordo com conceitos de ecoconstrução, eco-gestão, conforto e saúde.

Para receber a certifi cação é preciso fazer a gestão ambiental do empreendimento em todas as etapas da construção. A fundação Vanzolini emite três certifi cados por obra – uma após analisar o programa da construção, outra no projeto e o terceiro quando a obra termina. “São analisadas as questões relativas ao meio ambiente e seu entorno, a inserção harmônica na vizinhança onde será imple-mentado o empreendimento, pré-requisitos para a escolha integrada dos materiais de sis-tema construtivos, desempenho ambiental e facilidade de conservação”, afi rma Martins.

Ele explica que em cada item analisado o empreendimento pode ser avaliado pelos auditores como bom, nível superior e ex-celente. No caso da gestão de resíduos do canteiro de obras, se ele conseguir reduzir o material gerado em 5%, recebe o nível bom, 10% o nível superior e 15% o nível excelen-te. A loja da Leroy Merlin, em Niterói (RJ), é uma das obras que recebeu certifi cação Aqua no Brasil. O empreendimento foi projetado

para reduzir em 50% o consumo de água e em 17% o de energia. “Eles colocaram um painel na entrada da loja para mostrar aos clientes o quanto a unidade está economi-zando naquele momento.”

A Inovatech Engenharia é a primeira empresa no Brasil a prestar consultoria para as empresas sobre o processo Aqua. “Nosso trabalho é de orientação de projetos e obras para que se consiga atingir os objetivos da alta qualidade ambiental de uma maneira efi ciente”, diz Luiz Henrique Ferreira, di-retor da Inovatech Engenharia. Ele explica que muitas vezes o empreendedor acha que construção sustentável é aquela que tem uma pilha de materiais ecologicamente cor-retos, mas não é só isso. “Uma construção sustentável precisa levar em consideração o contexto em que ela está inserida, a relação com o entorno, com os meios de transporte e até mesmo a infi ltração de água.”

O trabalho da Inovatech é ajudar o em-preendedor a tomar e ponderar as decisões na obra e se preparar para as auditorias para a certifi cação. “Às vezes vale a pena comprar energia da rede que você vai ter um teor de emissão de carbono menor do que se você tiver um sistema de cogeração a gás. Isso depende de uma análise detalhada.” Ferreira explica que hoje um dos grandes desafi os de construir um empreendimento sustentável é que o empreendedor tem que executar obras de alta qualidade ambiental com custo seme-lhante a uma construção convencional. Para o engenheiro, essa economia só é possível se for feita em escala. “Quanto mais se utilizar soluções sustentáveis nas obras, menor será o custo dessas soluções”, conclui.

Casa Aqua: protótipo com todas as exigências da certificação

Leroy Merlin em Niterói: projetado para reduzir em 50% o consumo de água e

em 17% o de energia

“Quanto mais se utilizar soluções sustentáveis nas obras, menor vai ser o custo dessas soluções”, diz Luiz Henrique Ferreira

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te da GR Properties. O empresário acredita que a demanda por condomínios industriais deve aumentar se o governo de São Paulo decidir ampliar a restrição à circulação de caminhões dentro da cidade. “Estar fora do anel viário será questão de sobrevivência.”

A incorporadora INI2 Implantações Imo-biliárias está investindo em outro conceito de galpões modulares: o Flex Building. Por esse sistema as empresas podem expandir sua área em até 50% sem precisar mudar de espaço. Os módulos permitem que a empresa aumente a área do mezanino e com isso varie sua me-tragem de 3,3 mil a 5 mil metros quadrados. “É um empreendimento que consegue aliar o conforto de um escritório a um custo de pro-dução de área industrial”, afi rma Carlos Corsini, sócio-diretor da INI2. Todas as unidades já fo-ram vendidas para investidores e a expectativa de Corsini é que até fevereiro todas estejam locadas. A proposta do empresário é construir mais dois fl ex buildings em 2010 em São Paulo e depois investir na construção desses empre-endimentos em outras regiões do País.

LINHA DIRETA

Anamaco: www.anamaco.com.brGR Properties: www.grproperties.com.brINI2: www.ini2.com.brInovatech: www.inovatech.com.brManpower: www.manpower.com.brMerc Distribuidora: www.merc.com.brQuinta dos Ganchos: www.quintadosganchos.com.brSoftplan/Poligraph: www.sienge.com.brSudeste: www.sudeste.ind.br

Uma tendência de mercado em constru-ção industrial são condomínios empresariais modulares localizados às margens de rodovias. Com mais de 1 mil metros quadrados esses empreendimentos têm galpões, espaço para armazenagem e para o escritório. Isso permi-te que as empresas tenham em um mesmo espaço o setor administrativo, de produção, armazenagem e de logística. Com fácil acesso e próximo a grandes centros como São Paulo e Campinas, esses imóveis são também mais econômicos. Como estão organizados por meio de condomínios, eles possibilitam que várias empresas compartilhem os gastos com segurança e limpeza do imóvel.

A Herzog Imóveis Industriais e Comerciais, empresa que aluga e vende unidades em con-domínios, registrou crescimento na demanda por esse tipo de imóvel mesmo durante a crise. “O que aconteceu em 2009 é que os valores dos aluguéis deram uma reduzida. Em 2008, o alu-guel estava em torno de R$ 25 o metro quadra-do; em 2009, a média foi de R$ 17 no interior de São Paulo e de R$ 20 na capital”, afi rma Simone Santos, diretora corporativa da Herzog.

Ela explica que por causa das oscilações do mercado muitos empreendedores dei-xaram de investir na construção de novos condomínios no primeiro semestre de 2009. Só quando a economia voltou a dar sinais de

Expansão da economia fomenta o segmento de infraestrutura de armazenagem e logística próximo a grandes centros

Galpões industriais

crescimento é que as construtoras retomaram os investimentos nesse setor. “Nós teremos difi culdades de encontrar unidades novas em condomínios para nossos clientes no início de 2010 porque a tendência é que a procura por esse tipo de imóvel aumente e, por ou-tro lado, haverá poucos empreendimentos a oferecer”, afi rma Simone. Dos condomínios empresariais previstos para serem entregues em 2010 em São Paulo, mais de 60% devem fi car prontos só no segundo semestre. Com a entrada desses empreendimentos no merca-do, a Herzog espera que aumente em 17% a oferta desse tipo de imóvel para aluguel.

A incorporadora GR Properties deve entre-gar em maio de 2010 o condomínio industrial GR Jundiaí, no interior de São Paulo, com capa-cidade para receber 21 empresas. O empreen-dimento começou a ser construído em outubro e é o primeiro a ter certifi cação United States Green Building Council de baixo impacto am-biental, desde a construção até a operação do condomínio. A obra do GR Jundiaí tem contro-le de fumaça, gestão de resíduos, utilização de madeira certifi cada, iluminação natural e redu-ção de ilhas de calor e de consumo de água em 20%. “Além de associar o nome da empresa a uma obra com certifi cado ambiental, as compa-nhias que se instalarem aqui terão seus custos reduzidos”, explica Guilherme Rossi, presiden-

Corsini, da INI2: galpão modular permite expandir área em até 50%

GR Jundiaí: primeiro condomínio industrial

a ter certificação Green Building

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M A R K E T I N G

afetivaAs estratégias para retornar ao mercado e o exemplo de ícones de antigas gerações que estão voltando agora

por Mônica [email protected]

Enquanto a maioria das marcas se desdo-bra para não cair no esquecimento, algumas (poucas) contam com lugar garantido na memória do consumidor, a ponto de serem lembradas mesmo após anos fora do merca-

do. E é apostando no potencial dessas lem-branças que Pakalolo e Ocean Pacific – dois ícones do varejo nacional nos anos 1980 e 1990 – estão de volta à cena. Com estraté-gias distintas, ambas planejaram o retorno de forma minuciosa, com o objetivo de evi-tar os erros do passado e adaptar o concei-to da marca às tendências atuais em moda,

comportamento e comunicação. Afinal, além de atender às expectativas do público saudosista, elas têm pela frente a missão de conquistar novos clientes e enfrentar uma concorrência muito mais acirrada.

Segundo Guilherme Belluzzo, sócio-dire-tor da TopBrands, empresa especializada em gestão de marcas e branding, só faz sentido voltar ao mercado as marcas que ainda man-têm algum vínculo com o público. “O único motivo que realmente inviabiliza o retorno é naqueles casos em que a marca precisou sumir por conta de algum escândalo ou de

Memória

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cos, Sidão se acostumou a ouvir declarações apaixonadas sobre a marca. “Não há quem me encontre e não pergunte quando, afi nal, a Op vai voltar! A marca tem um recall fan-tástico. É unânime, acima de 26 anos todo mundo lembra da Op”, comenta Sidão.

Outro motivo que justifi ca o retorno da Op, segundo o empresário, é o conceito da marca, que continua mais atual do que nun-ca. “Hoje em dia está em voga o que a Op sempre foi: uma marca ligada ao conceito de natureza, sustentabilidade e esporte. Por isso nosso slogan é ‘Tudo se transforma, a essên-cia permanece’. Só estamos voltando porque a essência continua pertinente.” Fundada em 1979, a grife chegou a ter 15 lojas próprias, 15 franquias e presença em 1,2 mil pontos de venda. Entre os produtos mais lembrados estão as carteiras de náilon com fecho de vel-cro e a calça Bali de popeline de algodão – que devem voltar devidamente repaginadas na próxima coleção.

Como forma de garantir que os novos produtos da Op tenham a cara do consumi-dor atual sem perder a aura dos velhos tem-pos, Sidão conta com profi ssionais de 20 a 40 anos na área de marketing e criação. “Faço questão de ter as duas gerações juntas, unin-do experiência, conhecimento da história da marca e atualidade”, diz.

Para evitar os erros do passado, quando a empresa era totalmente verticalizada, o em-presário investe nas parcerias. Dessa forma, ele pretende se concentrar naquilo que real-mente sabe fazer: marketing, criação de pro-dutos e comunicação. “No passado, éramos

totalmente verticalizados, chegamos a ter malharia e a cuidar da distribuição”, relem-bra Sidão. “Não precisamos fazer tudo, mas sim ter os parceiros certos, que façam me-lhor aquilo que não é nossa especialidade.”

E foi justamente após a parceria com a Meltex Joy, uma das principais distribuidoras de confecção do Brasil, que o projeto de re-posicionamento da Op teve início em 2008. Até então, a marca era apenas licenciada para algumas categorias de produtos – como pa-pelaria e malharia – vendidos em lojas mais populares e distante do seu público-alvo. Na nova fase, a distribuição será focada em mul-timarcas e os planos incluem a inauguração de uma loja-conceito em São Paulo até mea-dos de 2010. Um intenso projeto de marke-ting já está em ação, visando colocar a Op em evidência. Além de ações e assessoria de imprensa e mídia on-line, a marca também patrocina o multiatleta Luís Roberto Formi-ga, especialista em esportes de ação. A mé-dio e longo prazos, a ideia é voltar a expandir através do franchising.

Segmentação

O principal risco ao retomar a operação de uma marca, segundo Guilherme Belluzzo, é adaptar a imagem do passado aos dias de hoje, o que inclui a segmentação de acordo com o público-alvo. “No passado era fácil segmentar, pois as pessoas eram mais pare-cidas em termos de comportamento. Hoje, porém, há diversas tribos e já existem marcas voltadas para nichos muito específi cos”, ava-

um grande fi asco”, aponta Belluzzo. Na opi-nião do consultor, tanto a volta da Pakalolo como a da Op tem tudo para dar certo. “São marcas que tinham uma personalidade mui-to marcante, ícones de uma geração, e que estabeleceram uma relação de afeto muito forte com os consumidores”, diz Belluzzo.

Que o diga o empresário, surfi sta e jor-nalista Sidney Tenucci, o Sidão, fundador da Ocean Pacifi c, pioneira no segmento de surfwear no Brasil. Há dez anos, desde que resolveu encerrar as atividades da empresa por conta de motivos pessoais e econômi-

Mesbla: fechada na década de 1990, retorna em 2010 com site de e-commerce voltado ao público feminino

Pakalolo: mudança de foco do público infanto-juvenil

para jovens e adultos

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cado é a Mesbla, fechada na década de 1990 por conta de uma série de problemas opera-cionais. Considerada a número um em vendas no varejo durante os anos 1980, a rede ga-nhou fama pelas amplas lojas que vendiam de ferramentas a alimentos, passando por itens de vestuário, cama, mesa e banho. Através do licenciamento da marca – que pertence ao empresário Ricardo Mansur – a volta da Mes-bla deve ocorrer em 2010. Desde novembro do ano passado está em fase de testes um site de e-commerce voltado ao público femi-nino, com o slogan “Mesbla: a loja da mulher pontocom”. Segundo Guilherme Belluzzo, a iniciativa do retorno via internet tem gran-des chances de ser bem-sucedida, desde que a empresa saiba se posicionar perante uma concorrência on-line já estabelecida. “Não adianta querer competir com sites como Submarino e Americanas”, diz o consultor. “A Mesbla deve apostar na credibilidade que tinha no passado e buscar um mix de produ-tos diferenciado”, completa Belluzzo.

lia. Para redescobrir seu espaço no mercado, a dica do consultor é começar por uma ampla pesquisa que identifi que a “imagem residual” da marca, a situação da concorrência e possí-veis brechas no mercado. “O segundo passo é posicionar a marca de forma estratégica, o que inclui atualização da identidade visual, plano de marketing e a implementação atra-vés de canais diferenciados, pensados sob medida para o target”, completa Belluzzo.

Todas estas ações também foram seguidas à risca pela Pakalolo, outro ícone do varejo dos anos 1980 que voltou à cena em dezem-bro do ano passado com a inauguração de três lojas. O retorno da marca já era estudado des-de 2005, quando a Marisol adquiriu a marca e a reintroduziu no mercado através do canal multimarcas. “Nós precisávamos entender um pouco o que era a marca, quem eram os con-sumidores e, por isso, trabalhamos por quatro anos em multimarcas para conhecer a acei-tação do produto”, explica Roberto Keiber, diretor-executivo da Marisol.

Mas foi somente após um estudo mais minucioso, realizado a partir de 2008, que a empresa decidiu retornar com a marca através de lojas próprias e franquias. “Fica-mos surpresos com o recall da Pakalolo, que registrou índice de rejeição zero”, afi rma Keiber, referindo-se à pesquisa que mediu o grau de aceitação da marca. “É preciso des-pender um capital gigantesco para promover o lançamento de uma marca do zero. No caso da Pakalolo, temos a grande vantagem de já entrar no mercado contando com a simpatia do consumidor”, completa.

Se no passado o mix de produtos da Paka-lolo era voltado ao público infanto-juvenil, na nova fase o foco está nos jovens e adultos, homens e mulheres, de 15 a 30 anos e conec-

LINHA DIRETA

Mesbla: www.mesbla.com.brOp: www.opbrasil.com.brPakalolo: www.pakalolo.com.brTopBrands: (11) 3044-2263

tados ao mundo virtual. A decisão de excluir os artigos infantis foi tomada após a análise da gestão anterior, quando se comprovou que a participação desses itens nos resultados era muito pequena. Além disso, a Marisol já detém outras duas marcas exclusivas para os pequenos: a Lilica Ripilica e a Tigor T. Tigre.

Após a defi nição do público-alvo, teve início o desenvolvimento da nova coleção da Pakalolo. Carro-chefe da marca nos anos 1980, o moletom volta com uma roupagem contem-porânea. Ao invés das cores berrantes e fl uores-centes que eram sucesso no passado, as peças agora chegam em tons como nude, cinza, ver-de, vermelho e preto. Outros itens que consa-graram a marca – como as agendas – também devem ser relançados em breve atendendo aos pedidos do público saudosista.

O projeto de expansão da grife começou com a inauguração de três lojas próprias em dezembro de 2009, sendo duas em São Paulo e uma em Florianópolis. Em 2010, a meta da empresa é iniciar a operação de franquias e fechar o ano com 20 lojas em todo o País. “O que podemos perceber desde a inauguração é que, com o nosso mix, estamos conseguindo atender tanto o público um pouco saudosista quanto os mais jovens”, afi rma Roberto Keiber, que também já se acostumou com as declara-ções apaixonadas dos clientes do passado.

Outra marca que ensaia o retorno ao mer-

Sidão, da Op, pioneira em surfwear no Brasil: “Só estamos voltando porque a essência continua pertinente”

Principal risco ao retomar a operação de uma marca é adaptar a imagem do passado aos dias de hoje, o que inclui a segmentação de acordo com o público-alvo

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saudáveisMercado de saúde cresce ano a ano, acima da média da economia brasileira, e ainda oferece oportunidades em diversas áreas

Negócios

por Cléia [email protected]

Direito constitucional de todos os bra-sileiros, a saúde vem se tornando um negó-cio cada vez mais atrativo no Brasil. Fatores como o aumento da expectativa de vida da população e a parceria entre setor público e setor privado para a universalização do

atendimento têm aberto muitas portas para empreendedores e investidores do segmen-to. Pesquisa divulgada em dezembro passado pelo IBGE mostra que em 2007, ano-base do estudo, o segmento movimentou R$ 137,9 bilhões. De 2005 a 2007, a taxa de crescimen-to foi maior do que a da média da economia – 4,3% contra 3,7%. Outro indicador é o au-mento do número de benefi ciários de planos

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de saúde, que passou de 31,4 milhões, em dezembro de 2003, para 41,4 milhões, em junho de 2009, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

“O Estado tem a responsabilidade de oferecer assistência à saúde à totalidade da população e o sistema privado atua com a proposta de desonerar o sistema público”, avalia Newton Quadros, administrador com 22 anos de atuação em gestão em saúde. Para ele, a participação da iniciativa privada se faz necessária principalmente devido aos avanços tecnológicos que exigem grandes investimen-tos no setor. Quadros destaca ainda os baixos investimentos do País em saúde, comparados a outros países da América Latina. Enquanto o Brasil gasta 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todas as riquezas que produz) na área, o Chile gasta 7%. Essa defasagem in-dica o potencial de crescimento das atividades relacionadas à saúde no País.

O desempenho da indústria de equipa-

mentos na área de saúde também mostra o crescimento do mercado. “Há 10 anos o setor apresenta uma curva de crescimento em diversos aspectos: faturamento, número de empresas, empregos gerados, além da expansão das exportações”, afi rma Franco Pallamolla, presidente da Associação Brasi-leira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo). Em 1999, a cadeia in-tegrava 326 indústrias que, juntas, faturavam R$ 1,9 bilhão e empregavam 27,7 mil pesso-as. Hoje ela conta com 463 indústrias, que fa-turam R$ 7,2 bilhões ao ano e geram mais de 31 mil empregos diretos e 72 mil postos de trabalho indiretos. Atualmente, os produtos brasileiros escoam para mais de 180 países pulverizados nos cinco continentes.

Em dezembro, a expectativa da Abimo era encerrar 2009 com um faturamento mé-dio de R$ 8 bilhões e aumentar este núme-ro em 10% em 2010. Pallamolla explica que

as previsões para este ano baseiam-se em negócios já alinhavados, na manutenção da demanda interna e também nos lançamen-tos previstos para o período. “Acreditamos que este ritmo de crescimento tende a se manter ou até mesmo aumentar em 2010. O País tem vocação para uma das áreas que mais revoluciona a indústria da saúde: a biotecnologia; conta com talentosos cien-tistas e detém 20% da biodiversidade mun-dial. Nosso desafio é transformar tudo isso em soluções eficientes para os profissionais da saúde e em respostas aos problemas dos pacientes”, afirma o presidente da Abimo.

O potencial do mercado de saúde tem levado muitos profissionais, como médi-cos e dentistas, a apostarem em negócios na área. Colegas de pós-graduação, os of-talmologistas Gustavo Lima, Andresson Fi-gueiredo e Fernando Ramalho decidiram no Canadá, enquanto faziam doutorado, abrir uma clínica especializada no Brasil.

Newton Quadros: baixos investimentos públicos abrem espaço para iniciativa privada

R$ 137,9 bilhões movimentados em 20074,3% de crescimento entre 2005 e 2007

Fonte: IBGE

41,4 milhões de beneficiários de planos

de saúde em 2009Fonte: ANS

463 indústrias de artigos e equipamentos médicos,

odontológicos, hospitalares e de laboratóriosR$ 7,2 bilhões de faturamento anual

Fonte: Abimo

31% de aumento do número de beneficiários

entre 2003 e 2009Fonte: ANS

Saúde em númerosno Brasil

3,4% do PIB é a soma dos

recursos destinados à saúde pública

31 mil empregos diretos nas indústrias

72 mil postos de trabalho indireto

Fonte: Abimo

180 países de 5 continentes compram produtos brasileiros

Fonte: Abimo

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Tanto que recusaram o convite para traba-lhar em território canadense. “Fizemos uma pesquisa de mercado e constatamos que ha-via uma carência muito grande de serviços de oftalmologia na região de Itajaí, próximo a Florianópolis”, conta Lima, paranaense que costumava passar férias na região. Não foi preciso muito tempo para mostrar que eles estavam certos. As três primeiras clíni-cas Oftalmos foram inauguradas em 2003 (Itajaí), 2004 (Blumenau) e 2005 (segunda unidade em Itajaí). A quarta, na cidade de Navegantes, é de 2008.

Gustavo Lima admite que nem ele espe-rava um crescimento tão rápido da rede. E a expansão do negócio não fi cou por aí. Em novembro de 2009, junto com um quarto só-cio, Paulo Ferreira, eles inauguraram em Bal-neário Camboriú a Oftalmos Centro de Exce-lência, especializada em todo tipo de cirurgia ocular. A clínica conta com equipamentos de alta tecnologia, inexistentes na região, como o OCT, que permite diagnosticar precocemen-te algumas doenças como o glaucoma. Outro aparelho ajuda a calcular com precisão o grau das lentes intraoculares que são implantadas

através de cirurgia. “A população está envelhe-cendo e as cirurgias oculares são um mercado em expansão. A previsão é de que até 2020 o número de cirurgias de catarata cresça 25%”, destaca o oftalmologista.

Oportunidades

De acordo com Newton Quadros, ainda há muitas brechas no mercado de saúde. O especialista é um dos sócios e diretor-executivo do Hospital Baía Sul (HBS), em-preendimento que será inaugurado neste primeiro semestre em Florianópolis. O HBS faz parte do Baía Sul Medical Center (BSMC), complexo de saúde que abriga mais de 100 clínicas e consultórios, a Clínica Imagem, o Laboratório Santa Luzia e o Baía Sul Hospital Dia, especializado em cirurgias de baixa e média complexidades. Quando o novo hospital estiver concluído, o com-plexo vai agrupar serviço de pronto atendi-mento, 85 leitos de internação, 15 de UTI e nove salas de cirurgia, três delas exclusivas para realização de procedimentos de alta complexidade. “O empreendimento tem

Fabiana Tichauer, da Doctor Clean: crescimento de 50% nos últimos seis anos

DIVULGAÇÃO/ARNALDO PEREIRA

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doenças como a hepatite C e o HIV. “Muitos ainda usavam sabonete em barra e toalha de pano”, lembra Fabiana. Com a disseminação da cultura do álcool em gel entre os profi s-sionais de saúde, há oito anos a Doctor Cle-an estendeu a comercialização, até então restrita a consultórios e hospitais, para as farmácias. A solicitação partiu dos próprios médicos, enfermeiros e dentistas que se acostumaram a usar os produtos da marca no trabalho. Dessa forma, a Doctor Clean tem registrado um crescimento de 50% nos últimos seis anos. “O mercado ainda é mui-to grande, sabemos que temos uma longa estrada a percorrer”, afirma Fabiana.

LINHA DIRETA

Abimo: (11) 3285-0155Baía Sul Medical Center: www.baiasulmedicalcenter.com.br Doctor Clean: (11) 3716-1060 Oftalmos Centro de Excelência: (47) 3047-9090 São Leopoldo Mandic: (19) 3211-3700

apoio de muitos empresários e médicos de renome na região que também perceberam a grande carência de Florianópolis nessa área”, afirma Quadros. Os investimentos no Hospital Baía Sul somam R$ 26 milhões.

Com tantas oportunidades, tem aumen-tado a procura por cursos que ensinam a administrar negócios em saúde. Quem ga-rante é o professor Dolor Barbosa Xidieh, diretor da área de gestão da faculdade de odontologia São Leopoldo Mandic, de São Paulo. A instituição já oferece um MBA em Gestão de Negócios na área de saúde e deve anunciar, em breve, um curso a distância de Administração em Saúde, com nível de gra-duação. “O fator primordial que tem impul-sionado a procura por esses cursos é a falta de formação dos profissionais de saúde na área de administração”, afirma Xidieh. O oftalmologista Gustavo Lima conta que de-pois de abrir a Oftalmos sentiu necessidade de buscar capacitação para administrar o negócio. “A gente sai da universidade anal-fabeto em empreendedorismo”, ressalta o médico, hoje com MBA em Gestão Empre-sarial pela Fundação Getulio Vargas.

As peculiaridades do mercado de saúde pedem mesmo um preparo administrativo. A pandemia da gripe A em 2010, por exem-plo, foi um desafio para muitas empresas desse segmento. A Doctor Clean, fabricante de produtos de tratamento e antissepsia das mãos, foi surpreendida com o aumento da demanda de álcool em gel. A empresa teve que buscar parcerias com outras fábricas para conseguir triplicar a produção. O cres-cimento das vendas – em média 50% ao ano – saltou para 300% em três meses. “Com medo de que o produto viesse a faltar, as pessoas faziam estoque, o que levou a uma demanda fora do comum de forma muito repentina. Foi muito desafiador”, afirma Fabiana Tichauer, proprietária da marca. Ela lembra que demandas sazonais pedem parcerias, já que é inviável fazer grandes investimentos em produção para atender o mercado por poucos meses.

Engenheiros químicos, Fabiana e o ma-rido Walter criaram a Doctor Clean há 17 anos. Na época havia uma preocupação muito grande nos consultórios médicos e odontológicos em controlar o contágio de

Franco Pallamolla, da Abimo: País tem vocação para a biotecnologia – talentosos

cientistas e 20% da biodiversidade mundial

Gustavo Lima, Andresson Figueiredo, Fernando Ramalho e Paulo Ferreira, da

Oftalmos: crescimento acima do esperado

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Idade: 33 anosLocal de nascimento: Porto AlegreFormação: Administração de Empresas e pós-graduação em Marketing pela PUC-RSEmpresa: VininhaCidade-sede: CuritibaNúmero de unidades: 2 (além da central de tele-entrega)Funcionários: 32

Rodrigo Miranda

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Boa

por Mônica [email protected]

Inquieto, o gaúcho Rodrigo Miranda se defi ne como aquele tipo de pessoa que está sempre pro-curando alguma coisa diferente para fazer. A voca-ção empreendedora surgiu ainda na infância, quan-do uma de suas maiores diversões era “brincar de vender” as fi gurinhas que improvisava com papel contact, além das frutas que sobravam no pomar da casa dos avós. Anos mais tarde, já formado em Administração de Empresas, teve a chance de ocu-par cargos estratégicos em companhias como Claro, GVT, Grupo RBS e Springer. Mas, apesar das oportu-nidades promissoras, ele preferiu abdicar da estabili-dade para apostar em um negócio próprio, partindo do zero. Fundador da rede de fast-food Vininha, de Curitiba, hoje Rodrigo Miranda comemora o sucesso da empresa, uma das vencedoras da edição 2009 do MPE Brasil – Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas, oferecido pelo Sebrae.

Aos 33 anos, Miranda trocou Porto Alegre por Curitiba em 2000, quando deixou um cargo no depar-tamento de marketing da Claro para participar da im-plantação da GVT, cuja sede fi ca na capital paranaense. A experiência no mercado de telefonia, justamente no momento em que o setor estava sendo privatizado, foi uma das mais importantes na trajetória do jovem em-presário. “Estar em meio a tantos profi ssionais gabari-tados, sendo que eu tinha 19, 20 anos, me deu uma vi-sibilidade fantástica. Foi um trem sem parâmetros que eu peguei”, refl ete Miranda. Outros fatos marcantes de sua carreira incluem a participação no programa de trainees do Grupo RBS, onde trabalhou por um ano, além da passagem pelos departamentos de controle de estoques e recursos humanos da Springer.

Depois de dois anos em Curitiba, Miranda deci-diu deixar a GVT para, fi nalmente, dar vazão ao es-pírito empreendedor. Antes de optar pelo ramo de alimentação, ele também considerou a hipótese de investir no segmento têxtil ou abrir um estaciona-mento. “Escolhi a opção mais desafi adora, onde eu teria chance de colocar minhas ideias em prática”, conta. Inspirado por uma de suas experiências do passado – quando, aos 18 anos, frequentava o Cen-tro de Preparação de Ofi ciais da Reserva e vendia salgadinhos que fazia com massa de pastel e salsicha –, decidiu criar o Vininha em 2002.

Vina, para os curitibanos, quer dizer salsicha. O nome Vininha, portanto, faz menção ao carro-chefe da casa, um minicachorro-quente assado, envolto em uma massa exclusiva inventada por Miranda. “Minha ideia era lançar um negócio que pudesse ser prático e diferente daquilo que tinha no mercado”, diz. O cardápio ainda lista miniaturas de hambúrguer, esfi r-ra e croissant, além de saladas e doces como briga-deiro, beijinho e nega maluca. De fabricação própria, todos os produtos do Vininha são assados na hora – não há frituras – e vêm em embalagens térmicas customizadas, o que garante praticidade na hora de consumir. Mas não foi só por causa do sabor caseiro e da originalidade das guloseimas que o Vininha con-quistou o prêmio. Outros atributos que levaram a empresa a vencer o MPE Brasil foram a preocupação com a satisfação dos clientes, a gestão de pessoas, a comunicação e a responsabilidade social.

Com duas lojas em Curitiba, além da central de tele-entrega (que concentra 60% do faturamento da rede), o Vininha hoje é uma empresa estabelecida na cidade e conta com público cativo. Com 32 funcio-nários, produz em média 200 mil salgados por mês. Muito diferente do início do negócio, quando Miranda

impressãoÓtima sacada de negócio e bom aproveitamento das ações de marketing transformaram a pequena rede de fast-food Vininha em sucesso na capital paranaense

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possuía apenas a tele-entrega e três colabora-dores – um entregador, um telefonista e uma pessoa para a produção. Da cozinha ao aten-dimento, passando pelas compras e a entrega, tudo dependia do empresário. “O problema é quando algum funcionário faltava, o que acon-teceu diversas vezes”, conta. “Teve um dia em que faltou a atendente e o motoqueiro, então eu atendia o telefone e ainda corria para fazer a entrega, sem me preocupar porque o telefo-ne não ia tocar de novo dentro de uma hora”, relembra o empresário, mencionando as difi -culdades iniciais, na época em que o telefone tocava apenas três ou quatro vezes por dia.

Como não havia verba para bancar uma sede própria, nos primeiros quatro anos o Vi-ninha sobreviveu apenas com o serviço de te-le-entrega. “Eu não tinha recursos para inves-tir num ponto bacana, e como eu não queria que os clientes percebessem como a empresa era pequena, decidi concentrar somente no delivery”, conta Miranda. Apenas em 2006 foi aberta a primeira loja, localizada no Batel,

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bairro nobre de Curitiba. A operação serviu como a alavanca de crescimento do Vininha que, em 2008, inaugurou a segunda unidade, desta vez no Shopping Estação.

Identidade visual

Para tornar a empresa conhecida, desde o princípio Miranda investiu na comunicação. “Apesar de ser uma empresa pequena, o Vini-nha sempre foi grande na forma de se comu-nicar”, afi rma o empresário. Acreditando na máxima que diz “a primeira impressão é a que fi ca”, o empresário apostou na identidade visu-al e providenciou embalagens bem trabalhadas e chamativas para “dar uma noção de empresa grande”. Com o objetivo de dar um respaldo ainda maior à empresa, mandou estampar nas caixas as logomarcas de parceiros como Coca-Cola e Sadia. Como a empresa está crescendo, os planos para 2010 incluem a contratação de um profi ssional de comunicação, já que o vo-lume de campanhas – até então desenvolvidas

por free lancers – deve aumentar. O atendimento personalizado também cha-

mou a atenção dos primeiros clientes – e aju-dou a reforçar o marketing boca a boca. Através do identifi cador de chamadas, o atendente re-gistra os dados do freguês e, assim que ele liga novamente, é atendido pelo nome. “Tentamos criar um diferencial na forma de atender e en-tregar os produtos. São coisas simples, mas que passam uma ideia de organização e fazem com que o cliente sinta que o serviço é diferencia-do”, explica Miranda.

Para o empresário, o desenvolvimento do negócio deve repercutir nas relações da em-presa com a comunidade. Por isso, a cada seis meses o Vininha promove uma ação social. Uma das iniciativas implantadas por Miranda é a doação de agasalhos no período de outono e inverno. Quando o cliente faz o pedido, o atendente é instruído a sugerir a doação, que será coletada pelo motoboy no momento da entrega do lanche. Em novembro de 2009, foi a vez da campanha “Doe sangue, ganhe Vininha”,

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internet), elas também têm a função de buscar informações sobre o mercado de fast-food e cui-dar da comunicação eletrônica, incluindo e-mail, site, Orkut e twitter do Vininha.

Em 2010, a ideia é abrir outras duas lojas e, em dois anos, Miranda pretende chegar a dez unidades. Apesar de receber e-mails diá-rios de pessoas de todo o País interessadas em abrir uma franquia do Vininha, o empresário – pelo menos por enquanto – não pretende expandir através do franchising. “Acredito que nesse primeiro momento nosso modelo de crescimento talvez seja um pouco diferente, com unidades próprias e talvez com funcio-nários tornando-se sócios das lojas”, revela o empresário, que faz questão de apoiar o em-preendedorismo entre os colaboradores.

LINHA DIRETA

Rodrigo Miranda: (41) 3022-2324www.vininha.com.br

presenteando os doadores com cinco unidades do minicachorro-quente. “Isso ajuda a mostrar que temos uma preocupação que extrapola as fronteiras da nossa atividade comercial.”

Trabalhar no segmento de alimentação foi um desafi o para Miranda, até então acostuma-do à rotina das grandes corporações. “O mer-cado de alimentação é fácil de entrar, mas difícil de se sustentar”, refl ete o empresário, que por vezes pensou em desistir da empreitada. Uma das maiores difi culdades enfrentadas por ele na implantação do Vininha diz respeito à área de recursos humanos. Nos primeiros anos, o turn over girava em torno de 300% ao ano, o que difi cultava a padronização dos produtos e serviços – algo essencial no ramo gastronômi-co. “A maior difi culdade é encontrar pessoas que acreditem no seu propósito. Mas, com o tempo, aprendi que é muito mais fácil as pes-soas acreditarem nos seus próprios sonhos e buscarem um trampolim através do seu negó-cio”, avalia o empresário. Com a consolidação da marca e o crescimento da empresa, o turn

over foi se reduzindo gradualmente. “Agora as pessoas querem fazer parte desse novo mo-mento do Vininha, pois enxergam possibili-dades de crescimento”, afi rma o empresário, que tem como uma de suas metas valorizar o trabalho da equipe. As coordenadoras da loja do shopping, por exemplo, começaram como telefonistas e, recentemente, um motoqueiro também foi promovido a coordenador.

Como forma de garantir a qualidade dos pro-dutos, a cada três meses é realizada uma pesqui-sa de satisfação com os clientes. São as próprias atendentes da tele-entrega que, nos momentos de menor movimento, ligam para aproxima-damente 150 fregueses que consumiram pro-dutos do Vininha na última semana. Conforme os resultados, Miranda providencia melhorias, mudanças e planeja novas ações. As telefonistas também se revezam em outras tarefas estratégi-cas – e que têm sido cruciais para o crescimento da empresa: inteligência competitiva e bench-marking. Além de analisar o que os concorren-tes têm feito (através do acompanhamento pela

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Nasce Rodrigo Miranda, em Porto AlegreDos sete aos 12 anos, uma das brincadeiras favoritas do empresário é vender figurinhas feitas com papel contact e as frutasque sobravam no pomar dos avósAos 18 anos Miranda frequenta o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva. Para garantir uma renda extra, passa a produzir e vender salgadinhos de massa de pastel e salsicha Graduação em Administração de Empresas pela PUC/RSParticipa do programa de trainees do Grupo RBSIngressa na Claro como analista junior de marketing Após receber uma proposta para trabalhar na implantação da GVT, Rodrigo Miranda muda-se para CuritibaDecidido a abrir seu próprio negócio, Miranda dá início à operação do Vininha, que por quatro anos funcionou apenas com o serviço de tele-entregaInauguração da primeira loja do Vininha, no Bairro BatelInauguração da segunda unidade, desta vez no Shopping EstaçãoO Vininha conquista o prêmio MPE Brasil na categoria Comércio

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Rodrigo MirandaVininha

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Boletim "Ponto de Vista dos Pequenos Negócios", produzido pelo Sebrae Nacional, constata que 63% dos empresários são contrários à PEC 231/95

A redução da jornada de traba-lho de 44 para 40 horas semanais, prevista na Proposta de Emenda Constitucional 231/95, em discus-são no Congresso, não deve alterar a situação do emprego nas micro e pequenas empresas. É o que mos-tra a sondagem Ponto de Vista dos Pequenos Negócios, divulgada re-

Empreender Informe do Sebrae Janeiro

centemente pelo Sebrae Nacional. Segundo o estudo, a maioria dos empresários entrevistados (51%) pretende manter o quadro atual de trabalhadores mesmo que a PEC seja aprovada. Além da redução das horas trabalhadas, a proposta prevê a ampliação do adicional de hora ex-tra de 50% para 75%.

Apesar de ser contra redução da jornada, maioria dos empresários não deve demitir

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Foram entrevistados, entre se-tembro e outubro de 2009, em to-dos os estados e no Distrito Federal, 3.010 empresários atendidos pela instituição. Apesar da expectativa de manutenção dos empregos, qua-se dois terços dos empreendedores – 63% – são desfavoráveis à redu-ção da jornada, 47% desaprovam a manutenção dos salários e 61% são contrários ao aumento adicional da hora extra. Entre os entrevista-dos, 32% avaliam a proposta como péssima e 20% como ruim. A son-dagem diagnosticou ainda que 44% dos empresários temem perda de faturamento nos negócios.

“Os números fazem um alerta porque podem indicar uma tendên-cia de aumento da informalidade. Se há expectativa de manutenção do emprego e redução de fatura-mento, é possível que o empresário compense eventuais perdas partin-do para o mercado informal. Isso é preocupante, porque estamos falando de um segmento que, só em outubro de 2009, foi responsá-vel por 75% dos novos empregos formais criados em todo o Brasil”, ressalta Paulo Okamotto, presiden-te do Sebrae.

O levantamento do Sebrae tam-bém constatou que 43% dos em-presários pretendem manter a situ-ação atual do pagamento de horas extras, 27% vão diminuir e 5% vão aumentar a despesa caso a PEC seja aprovada. Não sabem ou não opina-ram 25% dos entrevistados.

“Esse é o primeiro estudo feito com micro e pequenas empresas sobre a proposta de redução da carga horária de trabalho. Além dos números já apresentados, a sonda-

gem revelou que 42% dos empre-sários não conheciam o assunto até a entrevista”, informa Raissa Rossi-ter, gerente de Gestão Estratégica do Sebrae Nacional.

Propensão maior a contratar do que a demitir

O boletim Ponto de Vista dos Pequenos Negócios apurou ainda a expectativa dos empresários para o fi m de 2009: 37% pretendiam contratar funcionários no último tri-mestre do ano e apenas 9% pen-savam em demitir. Quase metade das empresas pesquisadas (47,5%) tem até quatro funcionários. Quan-do são contabilizadas as carteiras assinadas, o número aumenta para

Janeiro Informe do Sebrae Empreender

emprego

52,6%. No entanto, 12% dos em-presários afi rmaram ter funcioná-rios sem carteira assinada.

Ponto de Vista

A maioria dos empresários entre-vistados – 82% – é dos setores de comércio e de serviços, seguidos pela indústria (13%) e agronegócios (5%). Trinta e um por cento atuam no mercado há, no máximo, quatro anos. Distribuição por faturamento: microempresas – até R$ 240 mil/ano (56%); pequenas empresas – acima de R$ 240 mil até R$ 2,4 milhões/ano (20%); acima de R$ 2,4 milhões/ano (3%); não informou (21%).

Agência Sebrae de Notícias: www.agenciasebrae.com.br

Redução da jornada pode levar ao aumento da informalidade

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Backup virtual

A ACI Worldwide, líder mundial no fornecimento em soluções e softwares de pagamentos eletrônicos fi nanceiros, introduziu no Brasil a solução ACI Money Transfer System, sistema global de processamento e gestão de riscos de pagamentos que agiliza a conver-gência de pagamentos por transferência de altos ou baixos valores entre países. Já consolidado no merca-do americano, este produto movimenta mais de US$ 10 trilhões diariamente, representando 67% do tráfego total do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos. A ferramenta se comunica com a maioria dos sistemas de instituições fi nanceiras internacio-nais, agências e moedas, fornecendo capacidade de processamento contínuo, 24 horas por dia, e maxi-mizando as taxas de processamento sem intervenção humana (Straight Through Processing – STP).

A ACI Worldwide é líder mundial no forneci-

mento de soluções de software e serviços para gerenciamento, segurança e operação de meios eletrônicos de pagamentos para os maiores ban-cos, varejistas e processadoras de cartões em todo o mundo. A empresa possibilita os processamentos de pagamentos, internet banking, prevenção e de-tecção de fraudes e serviços back offi ce. As solu-ções da ACI Worldwide fornecem agilidade, confi a-bilidade, gerenciamento e extensão para cerca de 750 consumidores em 90 países. “O sistema fi nan-ceiro brasileiro é um dos mais maduros de todo o mundo. Por isso, acredito que as instituições fi nan-ceiras do nosso país já estão preparadas para utili-zar uma solução extremamente profi ssional para a convergência de pagamentos por transferência de altos valores para outros países”, avalia Hugo Costa, diretor da ACI Worldwide.

A empresa brasileira Nevoa Networks acaba de desenvolver o Nevoa Disk Backup (NDB), plataforma que permite a racionali-zação de backups em disco utilizando a tec-nologia de armazenamento virtual de dados. Pesquisa realizada pelo Gartner Group reve-lou que 70% dos processos de restauração de backups falham. Segundo Fábio Gomes Ferreira, diretor de tecnologia da Nevoa Networks, essa é uma informação bastante preocupante. “Estamos cada vez mais depen-dentes da informação desde a produção até a área de tomada de decisões nas empresas. Não ter um sistema de backup efi ciente im-pacta diretamente na política de continuida-de dos negócios”, explica.

Para utilizá-lo, basta adicionar mais dis-cos rígidos aos servidores já existentes ou acrescentar novos servidores de qualquer marca. Ferreira diz que, dependendo do nível de serviço esperado, até o hardware legado pode fazer parte do sistema ou mes-mo os desktops têm a possibilidade de com-partilhar recursos. “Você pode consolidar seu espaço em um ou vários volumes, pode montar volumes conforme sua necessidade aplicando políticas de acesso e tolerância a falhas por volume. Também pode alterar

Transferências internacionais

o tamanho dos volumes a qualquer tempo sem a necessidade de formatação”, explica. Com a ferramenta também é possível priori-zar a gravação em um volume e a replicação dos dados em outros, locais ou remotos. Ferreira comenta que os novos servidores ou discos rígidos podem ser adicionados em poucos minutos e seus recursos dispo-nibilizados imediatamente para uso.

A tecnologia utilizada no desenvolvimen-to do Nevoa Disk Backup já é aplicada em grandes centros de computação avançada nos Estados Unidos e na Europa. É essa metodo-logia que permite, por exemplo, a administra-ção dos dados do consórcio REDDNet, um sistema de 700 terabytes distribuídos entre 11 instituições e acessados por pesquisadores em diversos pontos do globo terrestre.

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Alta complexidadeA Art IT, provedora de soluções em

software e serviços de Network, acaba de estruturar uma célula especializada no de-senvolvimento de projetos de Tecnologia da Informação com base em Arquitetura Orientada a Serviços (Service-Oriented Ar-chitecture – SOA). De acordo com Renato Alexandre Silva, presidente da Art IT, com a nova estrutura a empresa se credencia ainda mais a desenvolver grandes projetos de alta complexidade em SOA. “A arquitetura da informação orientada a serviços é uma ten-dência muito forte entre as empresas de te-lecomunicações, mas ainda é muito recen-te. Por esse motivo, são poucas as empresas que têm autonomia para desenvolver gran-des projetos nessa área. Com o investimento que estamos fazendo, a Art IT se consolida como uma delas”, explica.

Ele acredita ainda que a demanda por projetos em SOA deve crescer muito nos pró-

ximos anos, principalmente no segmento de telecomunicações. “A chegada da portabilida-de numérica, e também de novas tecnologias que devem estimular ainda mais o desenvol-vimento do setor, acabaram tornando o uso de SOA indispensável. Já detectamos esse au-mento de demanda entre nossos clientes, por isso as expectativas para o desenvolvimento da nova área são as melhores possíveis”, afi r-ma. Denominada internamente de “Fábrica SOA”, a nova célula da Art IT está apta a de-senvolver projetos completos, desde a análise até seu desenvolvimento e implantação. Ela conta com todos os profi ssionais necessários para a implantação desse tipo de arquitetura em uma empresa de grande porte, como ar-quitetos, projetistas, especialistas em proces-sos de negócios e em legados. Conta também com uma fábrica de testes, que tem a função de garantir que todos os processos funcio-nem perfeitamente antes da implantação.

Despesas com táxi A Wappa, empresa pioneira e líder no

mercado de pagamentos e gerenciamento de despesas, desenvolveu uma nova pla-taforma de software para o Wappa Táxi, solução para gestão de despesas corpo-rativas com táxi. A nova versão possibilita ainda mais controle e economia para seus

clientes, pois contempla uma nova interface com ferramentas de geração de relatórios mais detalhados, além de gráficos que facili-tam a visualização da utili-zação de despesas, seja por funcionário, por período ou por centro de custo, entre outras diversas possibilida-des. A plataforma foi criada em uma nova linguagem de programação e disponibiliza mais opções para os relató-rios analíticos das despesas,

fl exibilidade nos limites dos colaboradores, acesso a ampla rede credenciada, gráfi cos, alertas, entre outras ferramentas funcionais. Independente do porte da empresa, os ser-viços da Wappa possibilitam o gerenciamen-to em tempo real, 24 horas por dia e mais de 100 relatórios gerados.

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Gestão de documentosA Infor, fornecedora líder de software corporativo para o merca-

do de médias empresas, acaba de anunciar uma nova ferramenta de gestão de documentos voltada a empresas de manufatura baseadas na plataforma System i da IBM. Integrada a diversas modalidades de ERP da Infor, a solução foi desenvolvida para gerar otimizações nos processos de controle e de acesso a documentos corporativos, além de trazer funções que facilitam o atendimento a regulamentos inter-nacionais, como a Lei Sarbanes – Oxley.

Na prática, o aplicativo se baseia na automatização dos dados pro-duzidos pelas indústrias manufatureiras, permitindo que as empresas capturem as informações em papel e as substitua por dados eletrôni-cos. “Um controle digital das faturas e notas fi scais afeta diretamente nos lucros da empresa, que passa a ter maior poder de barganha em pagamentos feitos antecipadamente. Sem falar na redução de custos e na preocupação com a sustentabilidade do planeta. Um estudo recente da Aberdeen comprova que uma empresa economiza até US$ 8 por fatura ao adotar uma gestão automatizada de dados, em comparação à prática da impressão em papel”, explica Celso Tomé Rosa, vice-presi-dente da Infor Brasil. Para reforçar sua tese, o executivo lembra ainda uma pesquisa americana da Associação para a Gestão da Imagem e da Informação, segundo a qual 42% das empresas que adotaram sistemas informatizados de documentos dobraram de produtividade, alcançan-do um retorno sobre o investimento entre 12 e 18 meses.

Gerenciamento de gastosO mercado de frete no Brasil é esti-

mado em mais de R$ 50 bilhões. Para ad-ministrar com eficiência e segurança uma operação tão valiosa, as empresas preci-sam de instrumentos cada vez mais inteli-gentes para controlar os seus custos com transporte de carga. Em harmonia com o conceito do recém-lançado Visa Cargo, o Pamcard é uma ferramenta completa por meio da qual as transportadoras geren-ciam os gastos realizados nas operações de transportes (frete, pedágio, combustí-vel, diárias e contingências emergenciais). O sistema gera comprovantes e relatórios detalhados que facilitam a visibilidade e resultam em informações indispensáveis nas auditorias internas. São diferenciais exclusivos do Pamcard que ajudam na administração do fluxo de caixa dos clien-tes, com a identificação dos custos por rota, filial ou período.

Além de superar com folga alguns con-tratempos suscitados pela carta-frete, o

cliente do Pamcard tem total autonomia para o agendamento e a liberação de valores que serão usados pelos caminhoneiros durante cada operação. O sistema é totalmente fl exí-vel e as etapas de inclusão, liberação e efeti-vação das viagens podem ser programadas e aprovadas via web – processo protegido por login e senha. Ou seja, os créditos de valores

e o envio de saldos emergência podem ser feitos de qualquer lugar. De acordo com a sua preferência, a empresa pode criar ainda perfi s de usuários. Isso sem falar da segurança, pois evita eventuais desvios bancários e o uso de dinheiro vivo.

Em parceria com o Bradesco, a Pamca-ry possui o cartão Pamcard Bradesco, que tem a bandeira Visa, com as funcionalida-des de débito pré-pago, crédito, visa vale pedágio, saque e identificação do cadas-tro Telerisco. O cartão é um instrumento de portabilidade do caminhoneiro para a utilização dessas funcionalidades geradas com exclusividade pelo sistema Pamcard. O chip do cartão também é usado para se-parar os valores previstos para frete, pe-dágio, combustível e outras despesas de viagem. Por exemplo, a importância pre-vista para os pedágios não pode ser gasta com outra finalidade. O sistema também é capaz de programar os custos com pe-dágios a partir da identificação da rota.

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de inovação. Torna-se oportuno considerar a agenda de fomento ao momento oportuno de inovar e empreender com competitividade.

Em março de 2009 celebramos mais um avanço, desta vez em apoio aos empreendimen-tos nascentes. Como uma modalidade da con-cessão de subvenção econômica, foi lançado o programa primeira empresa – Prime. A Finep/MCT, em parceria com 17 incubadoras âncoras, viabiliza condições diferenciadas de apoio fi nan-ceiro para gestão de negócio junto ao empreen-dedor nascente inovador. Após intenso processo seletivo, cerca de 1,4 mil empresas foram contra-tadas até o fi nal de 2009, totalizando investimen-tos da ordem de R$ 168 milhões.

Um diferencial do Prime é a participação de operadores descentralizados para acompanhar a aplicação dos recursos investidos nas empre-sas nascentes e agregar os ricos ensinamentos oriundos de resultados do programa. As incu-badoras âncoras, parceiras da Finep/MCT, pos-suem experiência na prospecção e no apoio a empreendimentos inovadores. Essa ação do governo brasileiro representa um passo impor-tante para a continuidade de políticas públicas de fomento em prol de uma nova geração de empreendedores, ora formalizada na estrutura da Finep/MCT com o recém-criado Departa-mento de Apoio a Empresas Nascentes.

nias de universidades e institutos de pesquisa, apresentam uma capacidade diferenciada de apoio aos empreendimentos nascentes, facili-tando o acesso a fontes privilegiadas de fomen-to, assessorias, consultorias e apoio técnico. A experiência brasileira mostra que tais ambien-tes, propícios ao empreendedorismo inovador nascente, dependem fortemente de políticas públicas (industrial e tecnológica) com foco na redução de difi culdades, em especial nas etapas iniciais de implantação do empreendimento.

A disponibilidade e o acesso a instrumen-tos de fomento orientados aos empreendi-mentos inovadores nascentes têm sido um dos maiores desafi os ao sucesso dessa nova geração de empreendedores em nosso país. Percebemos vários avanços na última década, em especial nos instrumentos lançados pela Finep/MCT, com um destaque para a conces-são de subvenção econômica para a inovação nas empresas. Lançado em agosto de 2006, o programa de subvenção econômica, operado de acordo com as normas da Organização Mundial do Comércio, permite a aplicação de recursos públicos não-reembolsáveis dire-tamente em empresas, compartilhando com elas os custos e riscos inerentes às atividades

O empreendedorismo hoje é tido como o principal fator promotor do desenvolvimento econômico de um país. Segundo a pesquisa GEM Brasil 2008, o nosso país apresenta a ter-ceira maior população de indivíduos desempe-nhando alguma atividade empreendedora, atrás apenas da Índia e dos Estados Unidos. É algo promissor e oportuno, ainda mais em tempos de crise. Analisando um pouco mais os dados da pesquisa, verifi camos que há um elevado índice de empreendedores por necessidade. O empreendedor por necessidade, tipicamente, desenvolve as suas atividades com baixos índices de inovação, focando em produtos ou serviços já existentes no mercado. O limitado potencial tec-nológico de tais empreendimentos é explicado, em parte, pela baixa apropriação de tecnologias disponíveis há menos de um ano no mercado.

Em dezembro de 2009 o Brasil celebrou 25 anos de políticas públicas em prol do empreen-dedorismo inovador – nasce uma nova geração de empreendedores. O empreendedor inova-dor, diferentemente do empreendedor por ne-cessidade, apropria-se de conhecimento para lançar produtos novos no mercado. Este tipo de empreendimento povoa os ambientes de parques e incubadoras que, situados nas cerca-

Uma nova geração deempreendedores no Brasil

Em dezembro de 2009 o Brasil celebrou 25 anos de políticas públicas em prol do empreendedorismo inovador, que se apropria

de conhecimento para lançar produtos novos no mercado

por Francilene Procópio GarciaVice-presidente da Anprotec (Associação Nacional das Entidades Promotoras de

Empreendimentos Inovadores)

Disponibilidade e acesso a instrumentos de fomento orientados aos empreendimentos inovadores nascentes têm sido um dos maiores desafios ao sucesso desse público

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Quadro das Nações Unidas Sobre Mudanças de Clima, em Copenhague, na Dinamarca, com propostas de metas para redução das emissões dos gases de efeito estufa e me-canismos de financiamentos das ações de combate ao aquecimento global.

Esperamos que 2010 seja um ano de retomada da atividade econômica, mas sem a perspectiva de acontecer de forma ampla e intensa. Sem variação significativa na área plantada, que demonstra o grau de cautela de seus produtores, o Brasil deve colher uma safra muito boa e até superior ao da temporada 2007/08. As perspectivas são de condições climáticas favoráveis. En-tre os pontos que mais prendem a atenção dos tomadores de decisão, seja do governo ou iniciativa privada, está o ritmo forte de valorização do real ante o dólar, bem aci-ma ao das outras moedas. Isso certamente poderá comprometer o desempenho das nossas exportações.

mentos entre as empresas. Esse processo de consolidação é típico da busca de escala e competitividade entre as corporações.

É importante deixar claro que o agrone-gócio, bem longe de ser o seu causador, de fato, sofreu com as consequências da crise. Do lado externo, com queda no PIB, o con-sumo de importantes economias perdeu for-ça e as importações retraíram. Do lado inter-no, apesar de ocorrer em intensidade menor, também a demanda recuou. Diante desse ce-nário, os preços das commodities agrícolas, inclusive de metais e petróleo, depois dos patamares recordes atingidos no primeiro semestre de 2008, também caíram.

Temos ainda as discussões sobre a legislação fundiária e ambiental. Sem as adequações necessárias com as mudanças ocorridas no agro nos últimos 40 anos, fi-camos com normas desatualizadas e não compatíveis com a realidade. Na questão da sustentabilidade, o Brasil se fez presen-te na Conferência das Partes (COP-15), do

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Com muita justificativa, começamos 2009 cercados de preocupação. Desde a quebra do Lehman Brothers em 14 de se-tembro de 2008, a crise oriunda da bolha imobiliária nos Estados Unidos ganhou magnitude global. Nas principais nações desenvolvidas, depois de alguns anos de crescimento, o PIB passou a ser negativo. Houve um corte brutal na oferta de crédito. Os governos adotaram medidas de expan-são da moeda e de redução da taxa de ju-ros para evitar uma recessão nos negócios. Desde a depressão de 1929 não se assistia a um quadro tão negativo.

Esse movimento acabou chegando ao Brasil, com impactos bem diferentes entre as cadeias produtivas. Algumas sentiram mais e outras menos. O agronegócio nacio-nal ligado à sucroenergia e às carnes, por exemplo, que vinham em plena expansão e estavam bem alavancados financeiramente, sentiram bastante. Isso ajuda a acelerar as operações de fusões, aquisições e investi-

Cautela é a palavra de ordem para o agronegócio

Ritmo forte de valorização do real ante o dólar, bem acima ao das outras moedas, certamente poderá comprometer o desempenho das nossas exportações

por Luiz Antonio PinazzaDiretor da Abag

(Associação Brasileira de Agribusiness)

Esperamos que 2010 seja um ano de retomada da atividade econômica, mas sem a perspectiva de acontecer de forma ampla e intensa

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tributação das MPEs, o que impede o desenvol-vimento e ampliação do mercado nacional. Pre-cisamos reverter esse quadro, e é fundamental que os governos estaduais e municipais se conscientizem deste fato.

6 – A legislação trabalhista no Brasil é uma das mais infl exíveis do mundo e gera um alto encargo para as empresas. É necessário criar-mos mecanismos similares a um “simples tra-balhista” para permitir que segmentos que pos-suam um nível intenso de mão de obra possam ter uma legislação menos rigorosa, permitindo, assim, a geração de empregos.

7 – Os empreendedores brasileiros, apesar de seu alto nível de iniciativa, persistência e de-terminação, muitas vezes não estão preparados adequadamente, com as devidas ferramentas de gestão, para desenvolver seus negócios. Pes-quisas mostram que os empreendedores nacio-nais têm ainda grande difi culdade em planejar suas atividades, monitorá-las e formar uma equipe competente que permita não só sua so-brevivência, como a expansão de sua empresa.

8 – Destaco ainda a necessidade que os governos federal, estaduais e municipais pri-vilegiem e direcionem parte de suas compras públicas para a contratação das MPEs, fortale-cendo esse importante setor. Essa certamente será uma grande contribuição, que poderá ala-vancar milhares de empresas.

Encerro este artigo lembrando que, apesar dos grandes desafi os que temos pela frente, esta-mos muito otimistas com o crescimento do nos-so País para os próximos anos. Acreditamos que temos condições de, nesta segunda década do terceiro milênio, ter crescimento real sustentável que permita incluir as MPEs e ainda gerar mi-lhões de postos de trabalho, melhorando assim a qualidade de vida da população brasileira.

mamente difícil novos investimentos ou mes-mo expansões, já que são raros os negócios que permitem repassar taxas de juros deste nível.

3 – É necessário ampliarmos os investimen-tos em inovação e novas tecnologias. Infeliz-mente, as MPEs não têm tido acesso para parti-cipar de forma adequada dos editais existentes junto aos órgãos públicos, e por isso se veem privadas de estímulos que poderiam melhorar sua competitividade.

4 – A cada ano, o número de MPEs expor-tadoras diminui, já que a burocracia, aliada à crise econômica mundial, e também a superva-lorização do real em relação ao dólar tornam-se grandes impeditivos para que as MPEs brasileiras possam exportar de forma adequada para os di-versos continentes. Resta, assim, direcionar seus esforços para o mercado doméstico, que feliz-mente se mostra em franco desenvolvimento, principalmente nas regiões Norte e Nordeste.

5 – Apesar dos avanços da Lei Geral das MPEs e do Empreendedor Individual, existem ainda muitas dúvidas e uma alta carga tributá-ria, principalmente para as empresas daqueles setores que não foram incluídos na atual legis-lação. Além disso, muitos estados aumentam a

P E R S P E C T I V A S

As micro e pequenas empresas (MPEs) são muito importantes para o nosso País, pois representam cerca de 99% das organizações, gerando mais de 60% dos empregos com car-teira assinada e 20% do PIB. No setor industrial, quase 97% das nossas indústrias também são de micro e pequeno portes, o que signifi ca que se juntarmos as indústrias de transformação, extrativista e construção civil teremos cerca de 500 mil micro e pequenas indústrias.

Quando avaliamos os desafi os e as perspec-tivas deste importante setor para 2010, verifi ca-mos que, apesar dos avanços existentes, temos ainda muito a fazer. A seguir, cito alguns dos nossos principais desafi os:

1 – O nível de crédito no Brasil, apesar de ter crescido signifi cativamente nos últimos anos, ainda é muito pequeno em relação ao nosso PIB e distante dos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Dizem os especialistas que o patamar atual está próximo de 47% do PIB, sendo que os principais países do mundo atingem índices superiores a 80%.

2 – A taxa de juros, na prática, continua um escândalo. Os juros reais pagos pelas MPEs va-riam entre 20% e 50% ao ano, tornando extre-

Desafios das micro e pequenas para 2010

A taxa de juros, na prática, continua um escândalo. Os juros reais pagos pelas MPEs variam entre 20% e 50% ao ano, tornando

extremamente difícil novos investimentos ou mesmo expansões

por Lucas IzotonPresidente do Conselho Temático da Micro

e Pequena Empresa da CNI e presidente do Sistema Findes (Federação

das Indústrias do Espírito Santo)

Segmento representa cerca de 99% das organizações brasileiras, e gera mais de 60% dos empregos com carteira assinada e 20% do PIB

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sotaqueO mercado nacional de franquias deve

voltar a crescer com força em 2010, depois de superados os entraves representados pela crise financeira de 2009, que ainda as-sim não teve força suficiente para abalar o segmento. Parte da performance positiva pode ser creditada à expansão das marcas

Oportunidades com

Redes estrangeiras desembarcam no Brasil e aquelas já estabelecidas investem na expansão de unidades

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estrangeiras que chegam ao País e à conso-lidação de redes internacionais já atuantes no mercado nacional. A mais nova integran-te desse seleto clube é a Tutti Frutti, rede de sorvetes do tipo frozen, feitos à base de iogurte, e que abriu as portas no final de 2009. A franquia canadense, que possui

uma exitosa operação na Ásia e América Central, agora desembarca no Brasil, com o objetivo de repetir o sucesso. Com par-ticipação em 12 países, a marca possui 160 lojas em todo o mundo, e um faturamento de US$ 100 milhões.

Para o Brasil a Tutti Frutti vai trazer seu

por Marlon [email protected]

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conceito de segunda geração, ou seja, uma loja de grande porte, self-service, com muitos produtos e opções de sabores, que é a sua marca registrada. De acordo com a formata-ção da loja, a cargo da Vecchi Ancona, a pri-meira loja da rede no Brasil foi inaugurada no Shopping Morumbi, na capital paulista. O valor inicial da franquia da Tutti Frutti é de R$ 500 mil, e inclui taxa inicial, equipamen-tos e instalações. As praças prioritárias para a expansão da rede no Brasil são inicialmente o eixo Rio-São Paulo, mas a Vecchi Ancona Consulting formatou uma estratégia de ex-pansão que comportará cerca de 40 unida-des, com foco em todo o País. A ideia é abrir cinco lojas no primeiro ano e cerca de 10 unidades por ano na sequência.

Outra franquia que está inovando no mercado nacional é a ActionCoach, uma “loja” que não tem ponto de venda, por ser especializada em vender um curioso pro-duto: a solução de problemas gerenciais de empresas em todo o mundo. A empresa foi fundada pelo australiano Brad Sugars, há 16 anos, que ficou milionário comprando em-

Maioria dos empresários, mesmo tendo grandes ideias, se sente sozinha e não consegue enxergar e superar os problemas comuns do dia a dia

presas falidas e fazendo-as ressuscitar. A ActionCoach é líder mundial em ree-

ducação para empresas e após um período de adaptação deu início ao processo de ex-pansão em todo o País. Com mais de 1,5 mil franqueados em 51 países, a franquia já pos-sui 12 franqueados no Brasil. O foco para a venda de novas franquias agora são cidades com grande potencial empresarial e in-dustrial, especialmente nas regiões de São Paulo, capital e interior, Nordeste e Sul. A meta é atingir 150 unidades em cinco anos. Segundo o IBGE, mais de 3 milhões de em-

presas brasileiras fecharão suas portas an-tes de completar cinco anos de existência. E o motivo é que a maioria dos empresá-rios, mesmo tendo grandes ideias, se sente sozinha e não consegue enxergar e superar os problemas comuns do dia a dia e traçar estratégias eficientes de crescimento.

Com estratégias simples, mas extrema-mente focadas em resultados práticos, os franqueados da ActionCoach tornam-se trei-nadores de empresários, analisando e diag-nosticando tudo o que é preciso ser feito para que as empresas, em apenas 12 meses, passem a ter mais vendas, mais clientes e mais lucros. “Desde que contratamos nosso coach, já mudamos nossa postura com re-lação ao trabalho”, revela Guilherme Cury, empresário de Bauru. “Em apenas quatro meses de coaching, conseguimos otimizar um tempo, cerca de 30% de nosso dia, que antes era destinado a burocracias e RH. Com algumas contratações e reposicionamentos, hoje trabalhamos para a empresa, e não apenas na empresa”, confirma Guilherme, que ainda enfatiza: “O acompanhamento

Tutti Frutti: 160 lojas em 12 países e faturamento

de US$ 100 milhões

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LINHA DIRETA

Tutti Frutti: www.tfyogurt.com 5àSec: www.5asec.com.br ActionCoach:www.actioncoachfranchising.com.br

de um coach é um excelente negócio não apenas para resolver problemas, mas para alavancar empresas estagnadas”.

“O coach é como o treinador de um time de futebol ou um atleta de elite”, ex-plica José Luis López, master franqueado da ActionCoach para o Brasil. “Ele não entra em campo, mas está ali, ao lado, montando estratégias e incentivando o time a atingir suas metas.” O “time ou atleta”, nesse caso, é o empresário. É ele que vai colocar em prática todos os pontos do plano de ação traçado em conjunto com seu coach, que vai verificar, recolocar metas e adequar estraté-gias em reuniões semanais com o cliente. Um conceito já bastante difundido lá fora,

mas que agora deve entrar definitivamen-te na cultura organizacional brasileira. “O Brasil é um celeiro de jovens empresas”, enfatiza José Luis. “Muitas delas poderiam ter sua produtividade aumentada, maior faturamento e menor índice de falência se soubessem exatamente como agir.” Para ser um franqueado é necessário ter um perfil administrativo, que goste de resolver e aju-dar os problemas de outras pessoas. O in-vestimento mínimo é de R$ 132 mil, e como não há a necessidade de ponto comercial, o franqueado poderá ter um faturamento mensal de R$ 25 mil logo no início da ope-ração e uma lucratividade que beira os 80%, o que facilita o retorno do investimento em tempo relativamente curto.

Outra franquia estrangeira que deve crescer ainda mais no mercado nacional nos próximos anos é a 5àSec, rede líder no segmento de lavanderias que vive um de seus melhores momentos desde o iní-cio das atividades no País, há 15 anos. De origem francesa, com 40 anos de atividades no mundo, sua primeira unidade foi inau-gurada em 1968, na cidade de Marselha. No Brasil desde 1994, com aproximadamente 300 lojas consolidadas, a 5àSec já ocupa o

terceiro lugar no ranking mundial e trouxe ao País uma proposta inédita e pioneira em seu segmento: realizar um verdadeiro trata-mento em cada peça de roupa.

A 5àSec recebeu o Selo de Excelência em Franchising 2009, concedido pela As-sociação Brasileira de Franchising (ABF) às empresas que mais se destacaram no mer-cado. “O resultado é decorrente dos inves-timentos em novas tecnologias, inserção de novos serviços e na constante reciclagem de capacitação profissional”, ressalta Nelcindo Nascimento, presidente da rede 5àSec no Brasil. A rede possui 1.840 lojas distribuídas em 30 países, empregando mais de 7 mil pessoas. Todos os dias são atendidos por volta de 180 mil clientes, com a limpeza de 300 mil peças, gerando cerca de 9 milhões de euros em negócios. O coach é como o treinador

de um time ou um atleta; não entra em campo, mas monta estratégias e incentiva o time a atingir suas metas

López, master franqueado da ActionCoach: “Brasil é um celeiro de jovens empresas”

5àSec: 1.840 lojas em 30 países e

faturamento de 9 milhões de euros

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Tratamentos exclusivos

Relacionamento com o consumidor O Mundo Verde reforça o canal de relacio-

namento com os clientes através da implan-tação do serviço gratuito “Alô Nutricionista”, que ganha nova logomarca, tem novo horário de funcionamento, além de ser acessível por e-mail. A partir de agora, o serviço oferece in-formações gratuitas sobre nutrição pelo 0800 0222528, e ganha reforço especial com novo horário de funcionamento: das 9h às 17h, de segunda a sexta-feira. A ampliação do horário visa atender à grande demanda de clientes por orientações sobre saúde, nutrição e qualidade de vida, bem como esclarecimentos sobre in-dicação e utilização dos produtos comerciali-zados pelas lojas da rede. O Alô Nutricionista também passa a contar com nova logomarca, com objetivo de gerar maior identidade com os usuários, e pode ser acessado também pelo e-mail [email protected]. Atualmente, são atendidas em média 30 pessoas por dia (por telefone e por e-mail) e a meta é chegar a 100 atendimentos diários.

A estratégia é transformar esta ação de mar-keting de relacionamento em uma referência entre as redes de varejo que atuam no mercado de alimentação no Brasil. “Esta é uma ferramen-ta inovadora de relacionamento e que gera in-

formação de qualidade para os consumidores. Nossas nutricionistas têm formação de excelên-cia e estão à disposição dos clientes, para aten-dê-los diretamente pelo telefone. Não temos conhecimento sobre nenhuma rede que ofe-reça serviço semelhante e queremos fortalecer cada vez mais este canal de relacionamento”, explica o diretor de marketing Donato Ramos.

“Nosso principal objetivo com o Alô Nutri-cionista é atender gratuitamente os frequenta-dores das lojas para que saibam quais os produ-tos que melhor vão atender as suas necessidades e também como usá-los, para que possam ter uma alimentação saudável e balanceada. Afi nal, mais do que uma grande diversidade de pro-dutos (cerca de 5 mil itens por loja), o Mundo Verde oferece um conceito completo em vida saudável”, acrescenta. A decisão de expandir o horário tem como principal objetivo atender um maior número de consumidores, devido também ao forte crescimento da rede. Somen-te em 2009, o Mundo Verde abriu 15 lojas – já está presente em 16 estados e no Distrito Fede-ral, com um total de 145 lojas, além de franquia internacional em Portugal. São cerca de 100 mil clientes circulando diariamente nas lojas. www.mundoverde.com.br

Fundada no segundo semestre de 2009, a D’pil está trazendo ao Brasil um novo concei-to de negócios para o mercado de franquias. A empresa atua na área de estética e oferece tratamentos exclusivos de fotodepilação e fo-toterapia, que são referência na Europa. Com baixo custo de investimento e retorno a cur-to prazo, em apenas dois meses de atuação a D’pil já contabiliza três unidades próprias e mais 20 franqueadas. A expectativa é fechar o ano de 2010 com 200 unidades distribuídas por todo o País. “Por possuir uma operação simples e de custo fi xo baixo, a D’pil é um negócio que tem alta rentabilidade e rápido retorno (aproximadamente 10 meses)”, diz Otávio Ouafa, coordenador de operação e marketing da rede. Com o investimento ini-cial, de R$ 75 mil, o franqueado recebe todo o material necessário para iniciar sua operação, incluindo o equipamento de fotodepilação e fototerapias, acessórios, mobiliário padrão e peças publicitárias para a inauguração. Além

de todo assessoramento ao franqueado, a D’pil disponibiliza uma assessoria médica res-ponsável pela capacitação dos franqueados e seus funcionários e para atender todas as dú-vidas e as necessidades.

O consumidor é outro benefi ciado pelo inovador conceito da rede de franquias, pois a D’pil utiliza o moderno método de depilação com luz intensa pulsada (IPL) que, além de mais prático que o sistema de cera, é indolor, o que o diferencia do laser. Com preço único de R$ 55 por área (axilas, virilha, perna, barba, etc.), os clientes contam com resultados efi -cientes, duradouros e já perceptíveis a partir da primeira sessão. Todas as unidades da D’pil oferecem, ainda, os tratamentos de fotorre-juvenescimento e fototerapia de manchas e acnes, que atenuam rugas e linhas de expres-são, tratam lesões de pigmentação, unifi cam, iluminam e melhoram a aparência da pele, deixando-a mais jovem e saudá[email protected]/(11) 2639-6759

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Aluguel de trajes O segmento de aluguel de trajes

tanto masculino como feminino é um dos mais rentáveis do mercado atual. Essa afi rmativa tem uma explicação ló-gica e consciente: um vestido de festa com um diferencial no modelo (tecido nobre, criação exclusiva, caimento per-feito e modelo diferente) é alugado di-versas vezes. Dependendo do custo da peça, já no segundo aluguel o franque-ado da Maison Maria Zeli tem nele um lucro e assim sucessivamente nos vários aluguéis subsequentes. O franqueado pode fi car com as mesmas peças no estoque durante cerca de cinco anos (os modelos clássicos que não saem de moda), só acrescentando as novidades a cada estação. Alugam vestidos mulheres de todas as classes sociais, as que vão muito a festas e não querem repetir o mesmo vestido que têm no seu guarda-roupa, e também as que têm poucas fes-tas e entre suas roupas falta um vestido apropriado para a ocasião. A estilista e consultora de moda Maria Zeli, apro-veitando a abertura do mercado para o franchising, expandiu seus negócios através de franquias. A estilista entrega a franquia já com estoque inicial, forne-ce assistência e treinamento para toda a equipe. Não há necessidade do fran-queado ter experiência e nem entender de moda. O franqueado pode adquirir franquia feminina, masculina ou ambas, se quiser ter uma loja mais completa. www.mariazeli.com.br

Domino’s avança Controlada pelo Grupo Umbria, que

assumiu a operação no Brasil em 2004, a Domino’s Pizza está pronta para voltar a ex-pandir a rede no Estado de São Paulo, um dos mais concorridos mercados de pizza do mundo. Depois de reverter a situação da marca no mercado carioca, onde hoje é líder em delivery e onde duas lojas faturam mais de US$ 1 milhão por ano, a Domino’s vem se benefi ciando da experiência e da estrutu-ra da holding Umbria, que tem dez anos de mercado e controla a rede Spoleto, hoje com mais de 250 unidades, duas fábricas e uma distribuidora, além de todo o apoio da cen-tral de serviços compartilhados. A estratégia para 2010 é abrir novas franquias na Grande São Paulo, litoral e interior, em um raio de até 100 quilômetros da central de produção da cidade paulista. A preferência é por candi-datos que queiram ter mais de uma loja.

O projeto de expansão incluiu um traba-lho de mapeamento sociodemográfico com a delimitação das áreas de entrega de cada loja a ser inaugurada, preservando a região de cada futuro franqueado. Ele foi realiza-do pela ION, mesma empresa que atende Outback, Starbucks e outras grandes redes. Na opinião da diretora de expansão do Gru-po Umbria, Renata Rouchou, a grande van-

tagem para os novos franqueados é ainda poder escolher entre inúmeras regiões com excelente potencial para o negócio. “Como estamos iniciando a expansão em São Pau-lo, todas as áreas mapeadas apresentam um potencial de consumo de mais de 20 mil domicílios das classes A/B, portanto regiões bem valorizadas”, diz. “Nosso estudo separa as áreas exclusivas de delivery sempre com base nas premissas da Domino’s internacio-nal, e com a segurança de que o tempo de preparo e entrega dos produtos não exceda 30 minutos após o pedido.”

A Domino’s é hoje líder em delivery de alimentação no mundo, marcando presença em 65 países e com forte apelo entre os jo-vens. A rede brasileira já ganhou prêmios na Domino’s internacional concorrendo com 60 países em lançamento de produto, melhor treinador internacional, entre outros. O po-tencial do mercado brasileiro é considerado pela matriz norte-americana um dos mais promissores para a consolidação da marca, ao lado da China. A Domino’s Pizza Brasil pertence à holding Umbria, empresa brasi-leira de gestão de food service que atua nos segmentos fabril e de varejo, com foco no cliente e em gestão de pessoas. www.dominos.com.br

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Proposta tentadoraEspecializada em saladas, a Salad Creations

foi criada em 2004 na Flórida e rapidamente se espalhou pelos Estados Unidos, contando hoje com 70 unidades no país. Encorajados com o sucesso internacional da marca e anima-dos com a grande perspectiva de crescimento deste tipo de negócio no Brasil, os amigos Alexandre Botelho, Bruno Bueno, Fernando Bueno e Victor Giansante adquiriram os di-reitos de master franqueados e trouxeram a rede para o País em 2007. A primeira loja foi inaugurada em dezembro do mesmo ano no Shopping Higienópolis, em São Paulo. A partir daí a rede não parou de crescer. Com 11 uni-dades em operação espalhadas por São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais e Distrito Federal, a Salad Creations tem como meta abrir mais 50 unidades nos próximos sete anos em todo o território brasileiro.

Para a expansão no Brasil, a Salad Creations aposta no projeto Salad Crea-tions em Quiosque, lançado na ABF Franchi-

sing Expo 2009. Versátil, o novo formato de negócio será a primeira operação da rede, a maior de saladas do mundo. Com baixo inves-timento, a novidade é uma opção atrativa para novos empreendedores e aqueles que já ope-ram no sistema de franquias e querem diver-

sifi car os negócios. Concebido para implanta-ção em faculdades, supermercados e centros comerciais, entre outros locais, os quiosques Salad Creations apresentam como diferencial o projeto arquitetônico, moderno, alegre e convidativo. Segundo a gerente de expan-são da rede, Cecilia Gonçalves, o importante é que a unidade seja implantada em locais com grande fl uxo de pessoas. “Desta forma o investimento torna-se viável e capacitado a atingir os consumidores e fi gurar como opção saudável para alimentação”, explica. Com metragem variando entre 9 e 16 metros quadrados, o novo formato contará com o mesmo padrão de atendimento e produtos

oferecidos nas lojas convencionais da rede: cardápio composto por 40 opções de in-gredientes frescos para montagem das saladas, 15 tipos de molho, opções de complemento como queijos e carnes e wraps frescos e grelhados, sopas e so-bremesas. www.saladcreations.com.br

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e o mercado de Minas tem um grande atra-tivo e deve crescer ainda mais.

Já o Sul do País já é visto como uma das regiões promissoras para contribuir com o crescimento do setor nos próximos anos. De acordo com o mesmo levantamento, com base nas franquias associadas, o Sul é responsável por 13,1% de redes no Brasil, sendo 44% no Paraná, 31% em Santa Cata-rina e 25% no Rio Grande do Sul. Em fa-turamento, a região representa 9% de todo território brasileiro, sendo 80,1% no Para-ná, 12,1% no Rio Grande do Sul e 7,8% em Santa Catarina. Atenta a esta demanda a ABF nomeou no segundo semestre de 2009 uma diretoria regional no Rio Grande do Sul, comandada pelo empresário Gustavo Schi-fino, sob o apoio da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL). O Rio Gran-de do Sul ocupa 5% das marcas franqueadas no Brasil presentes no estado, totalizando aproximadamente 70 franqueadoras.

O saldo geral é que após o período de maior recessão econômica, de muitas tur-bulências para quase todos os setores, o mercado de franquia se consolidou como uma das opções mais adequadas para quem deseja partir para o empreendedorismo.

um crescimento de 6% no número de uni-dades franqueadas em 2009. Nesse ano mais de 80 empresas aderiram ao sistema de fran-quia no Brasil. Isso representa um total de 76 mil novas unidades franqueadas no período. Nossas pesquisas apontam que esse número será confi rmado. De modo geral, não houve descontinuidade de investimentos.

As redes do interior do Estado de São Paulo, que abrange 645 municípios, fazem parte deste quadro de sucesso. Segundo recente levantamento feito pela ABF, com base nas franquias associadas, o interior en-globa 33% do total de franquias do Estado de São Paulo, com destaque para as regiões de Campinas (20%), São José do Rio Preto (17%), e cidades como Sorocaba, Jundiaí, Indaiatuba, São José dos Campos, entre ou-tras. Atualmente, 31% das redes abertas no País têm origem em municípios do interior.

As expectativas de expansão dos núme-ros de lojas em Minas Gerais em 2009 giram em torno de 8,1%. Para 2010 e 2011, a mé-dia de crescimento para o estado é de 3,9% ao ano. O franchising avança para o interior

A crise financeira, que abalou diversos setores da economia mundial, não foi su-ficiente para intimidar o segmento de fran-quias no País. O cenário mobilizou investi-dores de diversas regiões brasileiras, com destaque para as cidades do interior paulis-ta, Minas Gerais e Sul do País. Isso porque os investidores procuram por segurança e a franquia, por suas características, oferece mais estabilidade.

Prova disso é que o setor de franquia re-gistrou um aumento de 25% de interessados no sistema, principalmente nos segmentos de Acessórios Pessoais e Calçados; Alimenta-ção e Beleza, Saúde e Produtos Naturais.

A expectativa para 2009 é obtermos uma alta de 14,5% no faturamento de franquias nacional, saltando de R$ 55 bilhões para R$ 63 bilhões. O índice superou a previsão que estimamos no início desse ano e para 2010 esperamos uma projeção de 15%.

Diversos setores do franchising tiveram bom desempenho. Quase todas as redes mantiveram seus planos de expansão. A As-sociação Brasileira de Franchising projetou

Setor de franquias deve crescer 14,5% em 2009

Após o período de maior recessão econômica, o mercado de franquia se consolidou como uma das opções mais adequadas para quem deseja

partir para o empreendedorismo

por Ricardo BomenyPresidente da Associação Brasileira

de Franchising (ABF) e CEO da Brazil Fast Food Corp. (BFFC)

No início do ano, no auge da crise, a expectativa era crescer 13%. Com aumento de 25% de novos interessados no sistema, o setor deve faturar R$ 63 bilhões em 2009

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PA- PROJETO ARQUITETÔNICO, PM- PROJETO MERCADOLÓGICO, MP- MATERIAL PROMOCIONAL, PP- PROPAGANDA E PUBLICIDADE, PO- PROJETO DE OPERAÇÃO, OM- ORIENTAÇÃO SOBRE MÉTODOS DE TRABALHO, TR- TREINAMENTO, PF- PROJETO FINANCEIRO, FI- FINANCIAMENTO, EI- ESCOLHA DE EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES, PN- PROJETO ORGANIZACIONAL DA NOVA UNIDADE, SP- SOLUÇÃO DE PONTO

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P R O D U T O S E S E R V I Ç O SSolução completa

Campanhas publicitárias, sinalizações corporativas, ações de marketing e diversas propostas de comunicação visual podem contar com mais qualidade e agilidade em sua produção. Com uma qualidade de 600 DPI e capacidade de imprimir até 50 me-tros quadrados por hora, a Durst Rho 700, máquina austríaca de impressão importada pela Ibiza Laboratório Fotográfico Digital, revolucionou o setor ao oferecer soluções completas. Além da impressão, a Ibiza ofe-rece também o serviço de recorte e mode-lagem das peças, realizado com a Zund G3 Digital Cutter, uma máquina de absoluta precisão para delinear os formatos e aca-bamentos. Gráficas, agências de viagens, joalherias, restaurantes, academias e indús-trias já têm utilizado o serviço de impressão da máquina para peças e funções variadas. “A decoração e a sinalização de vários seg-mentos foram aprimoradas, pois com estes novos equipamentos a Ibiza oferece solu-ções completas, versáteis e ágeis, com alta qualidade e tempo de produção adequado às expectativas dos clientes”, afirma o ge-rente de produtos da Ibiza, Antonio Bernal. www.ibizanet.com.br

Administração de terceirosA Build Up, empresa Accor Services

especializada em soluções para a área de recursos humanos, oferece o serviço de Administração de Terceiros para auxiliar

empresas na gestão de pagamentos de au-tônomos, pessoas jurídicas e cooperativas. Com o serviço, as empresas conseguem ter a gestão centralizada e o histórico financei-

ro dos pagamentos efetuados, controle e gerenciamento de aprovações, além dos da-dos do autônomo nos arquivos digitais do INSS. www.buildup.com.br

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Comunicação direta A Toledo do Brasil, empresa do mercado

de pesagem, acaba de entrar no segmento de mídia indoor ao lançar a MIT – Tabela Digital para o setor de varejo. A ferramenta exibe os preços dos produtos comercializados em te-las de LCD ou plasma posicionadas em vários locais na loja. A nova tabela permite também o destaque de ofertas, promoções, anúncios e formas de pagamentos, além da veiculação de notícias. “A novidade proporciona uma comu-nicação direta com os consumidores no ponto de venda, onde ocorre a maioria das decisões de compra”, observa Marcio Oliveira, coorde-nador de marketing e de soluções da Toledo. A MIT – Tabela Digital funciona integrada com o software gerenciador de balanças MGV 5 da Toledo e aproveita a rede de computadores já existente na loja. www.toledobrasil.com.br

Super-resistente

A Evonik Industries apresenta ao mercado brasileiro a Vestamid HT plus F1001, resina com gran-de resistência a altas temperatu-ras e com propriedades mecâni-cas. O produto é composto por poliftalamida (PPA) e é aplicável em extrusão de monofilamentos. A resina é indicada para aplica-ções em áreas nas quais é preciso substituir o alumínio e o zinco ou quando outros plásticos já não cumprem as exigências necessá-rias. Os elevados índices de re-sistência da Vestamid permitem que o material seja utilizado em meios muito agressivos. www.evonik.com.br

Pequena de qualidadeA Sony lança no Brasil a impressora

UP-DR80 com a tecnologia Dye Sublima-tion. O equipamento é 30% menor do que as impressoras convencionais e imprime imagens em alta resolução. Este modelo pode ser usado em lojas de fotografi a, em

eventos e até mesmo em ambientes médi-cos para impressão de imagens de ultras-sonografi a. As fotos impressas contam com acabamento resistente à luz, calor, água, umidade e marcas de impressões digitais. www.sonystyle.com.br

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Ferramenta específica

A enxada para argamassa da Bellota é um modelo especial com furação específi -ca para facilitar a mistura dos componen-tes da massa em uma construção. Sua estrutura em aço Sae 1060 garante uma combinação de força e leveza, com agi-lidade e alto rendimento do trabalho. A marca oferece ainda tira-linhas, fi o traçador de alta resistência, especial para traçar linhas em qualquer tipo de construção. Com alcance de até 30 metros, possui um gancho para facilitar a fi xação no início da marcação, além de uma manivela para rápido recolhimento da linha. www.bellota.com.br

Segurança preventivaA Graber, empresa líder no setor de segurança, está investindo

em informação preventiva para os clientes através da ferramenta WebTV. Numa parceria com a Sintonia Comunicação, a empresa encaminha mensalmente para os gerentes de segurança dicas e palestras on-line com os melhores especialistas e consultores do mercado, abordando temas como “Segurança em Prédios” e “Di-reção Defensiva”, entre outros. Dessa forma, o departamento de segurança ganhou um canal de comunicação direto com os demais setores dentro das empresas, e passou a ter sua função vista com outros olhos. www.graber.com.br

Rastreador portátilO rastreador portátil GolSat é indicado para acom-

panhar em tempo real cargas, malotes, veículos e embarcações e também para quem não abre mão da segurança pessoal. O aparelho emite alertas por SMS ou e-mail, oferece acesso à movimentação via web ou celular, tem área de controle personalizada e seu al-cance atinge todo o território nacional. O rastreador pesa 170 gramas, é resistente e tem alta durabilidade. www.mundomovel.com.br

Central de incêndioA Delta Fire é uma central de incêndio sem

fi o que trabalha com um sistema digital de comu-nicação wireless. O aparelho é alimentado por uma bateria recarregável e funciona por meio de ondas de rádio. A ferramenta envia relatórios via inter-net sobre incên-dio, pane e sobre o status da bateria. Em caso de falta de energia, o roteador do retransmissor de sinal wireless fun-ciona em stand by por até 24 horas. www.deltafire.com.br

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Atmosfera inovadora

Engenheiro químico por formação, José Alberto Aranha é diretor do Instituto Gênesis da PUC-Rio e membro do conselho consultivo da Endeavor Brasil. Também já foi diretor da Anpro-tec e fundou a Rede de Incubadoras do Rio de Janeiro (Reinc). Há mais de uma década ele estuda os ambientes inovadores e as relações interpessoais. O resultado está em Interfaces: a chave para compreender as pessoas e suas relações em um ambiente de inovação, que discute a gestão de pessoas em ambientes inovadores de forma a estimular a criação de empreendimen-tos, produtos e serviços. Para Aranha, os espaços criativos são diferentes dos ambientes tradicionais, que podem limitar os processos criativos.

De forma abrangente, a obra apresenta os tipos de indivídu-os que fazem parte da atmosfera inovadora e como funciona o processo de geração do conhecimento e sua transformação em produtos ou serviços. Com foco na área educacional, Aranha ainda descreve o perfil do profissional empreendedor e reforça a importância de estimular o empreendedorismo nas escolas. Além disso, o autor dá dicas para identificar a inovação no am-biente corporativo e também os motivos que impedem que ela se desenvolva.

Interfaces: a chave para compreender as pessoas e suas relações em um ambiente de inovação José Alberto Aranha – Editora Saraiva – R$ 59Ex-diretor da Anprotec discute a gestão

de pessoas em ambientes inovadores de forma a estimular a criação de negócios

“Horizontalidade, objetivo comum, experimentação, confiança, participação, fluxo de informações. Essas são algumas palavras que definem o trabalho em rede e, por conseguinte, serão usadas na gestão de talentos.”

“Nas organizações que apreendem, os líderes são responsáveis pelo aprendizado e pela construção contínua do futuro das pessoas.”

“Quanto mais a instituição estiver aberta a ouvir e quanto mais flexível for para aceitar as evidências de resultados positivos, mais ela estará preparada para valorizar seu capital social e, assim, gerar aprendizagem contínua e inovação.”

“Mesmo um trabalho intenso pode parecer mais renovador e restaurador que esgotante. Os gestores devem ser hábeis na delegação de tarefas para manter as pessoas na estreita zona do fluxo que fica entre as atividades que podem exigir menos do que a capacidade da pessoa (geração de tédio) e de tarefas que vão além de sua capacidade (geração de ansiedade).”

Será mesmo que você nasceu para ser empregado?Maria Giuliese Editora GenteR$ 49,90

Especialista em psicanálise, psicologia organizacional e acon-selhamento de carreira, a autora propõe um questionamento pro-vocativo: será possível comandar o próprio desenvolvimento pro-fissional ou devemos delegá-lo à empresa? Para ajudar o leitor a refletir sobre o assunto, o livro mostra como o mundo corporativo e as relações interpessoais estão caracte-rizadas na atualidade, além de sugerir uma nova proposta de intera-ção entre a atividade profissional e as empresas.

TI Tecnologia da informação –Tempo de inovação Tereza Cristina Melo de Brito Carvalho Editora M.Books – R$ 85

Conheça um estudo de caso de planejamen-to estratégico colabora-tivo executado por uma empresa que presta ser-viços de TI. A obra apre-senta desde a visão corporativa, com iniciativas de comunica-ção e treinamento, até os resultados da iniciativa. Para inovar, o planejamento incorporou conceitos de gestão cooperativa e liderança humanista.

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mesmos princípios. Pesquisas internacionais mostram um incremento de até 25% nas ven-das ao adequarmos a linguagem comercial ao perfi l tipológico dos clientes.

Mais uma vez, cabe ressaltar aqui que a Teoria dos Tipos não pretende rotular ou criar estereótipos em relação às pessoas quanto ao tipo psicológico. Jung afi rma que “a tipologia psicológica não tem a fi nalidade de dividir as pessoas em categorias. A tipolo-gia representa uma ajuda para a compreen-são das variações individuais”.

D I N Â M I C A E M P R E E N D E D O R A

avaliações, tem facilidade no contato social, preocupa-se com a harmonia do ambiente. Decide aproximando-se da situação e sendo empático.

Tipos Sentimento são orientados para o aspecto emocional da experiência. Eles pre-ferem emoções fortes e intensas, ainda que negativas, a experiências apáticas e mornas. A consistência e os princípios abstratos são altamente valorizados pela pessoa deste tipo. Para ela, tomar decisões deve estar de acordo com julgamentos de valores próprios – valores de aceitação ou rejeição, de bem ou de mal, do certo ou do errado, do agradá-vel ou do desagradável –, ao invés de julgar em termos de lógica ou efi ciência, como faz o Pensamento.

Pesquisa com mais de 145 mil profi ssio-nais brasileiros mostrou que mais de três quartos deles são tipos Pensamento. Se analisarmos os tipos em ambientes de mu-dança organizacional, cada um lidará de forma diferente. O Pensamento quer uma base lógica, que a liderança demonstre que é competente e que haja imparcialidade e justiça. O Sentimento quer uma base de va-lores, demonstrações de que a liderança se importa e que haja valorização e apoio para si e para os outros.

O líder que reconhece a diferença dos tipos oferecerá para cada um o que lhe é sig-nifi cativo. Ele necessita saber qual o tipo de informação e em qual formato ela deve ser apresentada. Bem como o tipo de inclusão no processo e maneira de como incluí-los. Essa simples refl exão já permitirá que ele lide me-lhor com os possíveis focos de resistência.

A adequação de uma linguagem tam-bém é fundamental quando estamos diante dos consumidores diante de uma decisão de compra. Vemos as diferenças entre um consumidor racional (T), que se utiliza da lógica, querendo analisar os fatos e critérios técnicos de uma compra. Em contrapartida os relacionais (F), que vão partir das rela-ções que eles possam estabelecer com o vendedor para compra e que podem levar em consideração se a empresa comunga dos

Este é o quarto artigo em que aborda-mos aspectos da psicodinâmica em negócios dentro do enfoque da tipologia junguiana. Explanamos genericamente sobre as escalas e viemos aprofundando-as em cada artigo.

Jung identifi cou quatro funções psicoló-gicas que chamou de fundamentais: pensa-mento, sentimento, sensação e intuição, sen-do que essas duas últimas vimos no artigo anterior. E cada uma dessas funções pode ser experienciada tanto de maneira introvertida quanto extrovertida. Agora analisaremos a polaridade Pensamento-Sentimento, duas das quatro funções psíquicas.

As funções Pensamento e Sentimento são consideradas racionais por terem caráter judicativo – de julgamento – e por serem infl uenciadas pela refl exão, determinando o modo de tomada de decisões. Estas funções são responsáveis pelas conclusões acerca dos assuntos de que trata a consciência. Se nas funções perceptivas (escala Sensação-Intuição) a palavra é apreensão, nas funções de julgamento a palavra é apreciação.

Esta terceira escala Pensamento-Sen-timento refere-se à tomada de decisões. As pessoas que utilizam o Pensamento (T-thinking) fazem uma análise lógica e racional dos fatos: julgam, classifi cam e discriminam uma coisa da outra sem maior interesse pelo seu valor afetivo. Podem ser chamadas de Racionalistas e apresentam-se muitas vezes como frias e distantes.

Naturalmente voltadas para a razão, pro-curam ser imparciais em seus julgamentos sem levar em conta a interferência de valores pessoais. Tendem a lidar melhor com proces-sos lógicos, sistemáticos e formais. As pessoas nas quais predomina a função do pensamento podem ser chamadas de refl exivas. Esses tipos refl exivos são ótimos planejadores. E podem mostrar sua fraqueza ao se agarrarem a seus planos e teorias, ainda que sejam confronta-dos com contraditória evidência.

A que se contrapõe à função Pensamento é a função Sentimento (F-feeling). Quem usa o Sentimento julga o valor intrínseco das coi-sas, tende a valorizar os sentimentos em suas

Polaridade do julgamento

por Luiz Fernando GarciaConsultor especialista em manejo

comportamental e empreendedorismoem negócios. Fone: (48) 3334-5585

www.rendercapacitacao.com.br

As funções Pensamento e Sentimento têm caráter judicativo e determinam o modo de tomada de decisões. Se nas funções perceptivas (escala Sensação-Intuição) a palavra é

apreensão, nas funções de julgamento a palavra é apreciação

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De 13 a 16/04/2010 4ª Feeai – Feira Eletroeletrônica + Automação Industrial Complexo da Expoville Joinville – SC www.eurofeiras.com.br

A feira traz novidades em produtos e serviços do setor pneumático, hidráulico, de infraestrutura e automação industrial e reúne engenheiros, fornecedores e desen-volvedores de softwares. Durante o evento é realizado o quarto seminário de automa-ção, instrumentação e sistemas.

De 13 a 16/04/2010 FIQ 2010 – Feira Internacional da Qualidade em Máquinas, Matérias-Primas e Acessórios para a Indústria Moveleira Expoara Centro de Evento – Arapongas – PR www.fiq.com.br

A FIQ é considerada uma das principais feiras do setor moveleiro do País. O evento reúne mais de 180 fabricantes de máquinas, matérias-primas, acessórios, componentes, empresas de logísticas e de softwares para o setor. Durante o evento é realizada a quarta edição do Projeto de Inovação da Indústria Moveleira e o Congresso Moveleiro. São espe-rados mais de 25 mil visitantes.

De 16 a 17/04/2010 33ª Aviestur – Feira de Turismo da Associação das Agências de Viagens Independentes do Interior do Estado de São Paulo (Aviesp) Campos do Jordão Convention Center Campos do Jordão – SP www.aviesp.org.br

Pela primeira vez, Campos do Jordão é sede da 33ª Feira de Turismo da Associação das Agências de Viagens Independentes do Interior do Estado de São Paulo (Aviesp). O município é a sexta cidade paulista a receber a feira desde que ela foi criada, em 1989. A Aviestur é voltada para agentes de viagens e profi ssionais ligados à área de turismo.

De 8 a 12/03/2010 2ª Semana Internacional de Embalagem, Impressão e Logística Parque de Exposições Anhembi São Paulo – SP www.semanainternacional.com.br

A Semana Internacional de Embalagem, Impressão e Logística é um dos principais eventos do setor na América Latina. A feira foi criada com o objetivo de constituir em um único espaço as principais cadeias produtivas dos setores de embalagem, impressão e logís-tica. A Semana Internacional reúne as feiras Brasilpack, Fiepag, Flexo Latino América, Sa-lão Embala e a Brasil Screen e Digital Show.

De 6 a 9/04/2010 5ª Plastshow Expo Center Norte São Paulo – SP www.arandanet.com.br

Fabricantes e distribuidores de resinas e formulações plásticas apresentam soluções tecnológicas para o setor. São apresentados tra-balhos técnicos, estudos de casos, análises de novas tecnologias e soluções. A PlastShow fi ca aberta das 12h às 20h e a entrada é franca.

De 6 a 10/04/2010 12ª Expolux – Feira Internacional da Indústria da Iluminação Parque de Exposições AnhembiSão Paulo – SP www.expolux.com.br

A Expolux apresenta produtos e novas tecnologias para iluminação residencial, industrial e pública. A feira é considerada a maior do setor da América Latina e reú-ne mais de 600 expositores. São esperados mais de 170 mil visitantes.

De 23 a 26/02/2010 29ª Vitória Stone Fair – Feira Internacional do Mármore e Granito Pavilhão de Carapina – Vitória – ES www.vitoriastonefair.com.br

A Vitória Stone Fair é considerada a maior vitrine do segmento de rochas ornamentais da América Latina. Mais de 450 expositores apresentam novidades em máquinas, equipa-mentos e insumos para mármores, granitos e ardósia. São esperados cerca de 20 mil visitan-tes de mais de 65 países.

De 2 a 5/03/2010 5ª F+M+U – Feira e Congresso de Ferramentaria, Modelaçãoe Usinagem do Brasil Complexo da Expoville – Joinville – SC www.eurofeiras.com.br

A feira reúne mais de 180 expositores, entre fabricantes de máquinas, equipamentos industriais, modelação e usinagem. O evento tem como público-alvo engenheiros, fornece-dores e montadores. São esperados mais de 23 mil visitantes.

De 9 a 12/03/2010 5ª Kitchen e Bath Expo – Feira Internacional de Produtos e Acessórios para Cozinha e Banheiro Transamérica Expo Center São Paulo – SP www.kitchenbathexpo.com.br

A Kitchen e Bath Expo apresenta as últimas tendências em produtos, ideias, soluções e serviços em cozinhas e banhei-ros. O evento reúne designers, arquitetos, decoradores, engenheiros, consultores e lojistas. Durante a feira é realizado o Fó-rum Internacional de Arquitetura e Cons-trução. São esperados mais de 17 mil visi-tantes de mais de 40 países.

Para mais informações sobre feiras e outros eventos comerciais, acesse a seção Agenda do site Empreendedor: www.empreendedor.com.br

A G E N D A

TUDO PARA COZINHA E BANHEIRO

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remuneração de investimentos. Porém, o pequeno investidor só deve considerar usá-las quando detiver bastante conhecimento sobre o tema, e atuar sempre com cautela. É essencial acompanhar bem de perto os movimentos do mercado, já que o preço das opções é determinado, principalmente pelo comportamento das ações (tendência de alta ou baixa) e pelo vencimento (número de dias que faltam para o exercício). Com a popularização do investimento em ações, é saudável que cada vez mais investidores iniciantes negociem também opções, desde que tenham uma noção adequada do risco envolvido nestas operações.

a um preço bom pelo prêmio cobrado pelo mercado de opções. Em outro exemplo, se um investidor possui ações de uma empresa, e gostaria de vendê-las no mês seguinte com 5% de ganho, ele poderá comprar opções de venda que garantam este nível de preço.

Alguns investidores mais agressivos utili-zam opções para especulação. Normalmente, o valor de prêmio de uma opção é pequeno quando comparado ao valor da ação. Com isso, o investidor pode comprar uma quan-tidade muito maior de opções e fi car mais exposto às oscilações do que se gastasse o mesmo valor para comprar ações.

Embora pareça tentador ampliar os ga-nhos utilizando opções, é preciso muito cui-dado. O valor dos prêmios é defi nido mais por expectativas e vencimento do que por

fatos concretos, o que gera muita volatili-dade. Não é incomum encontrar oscilações diárias superiores a 30% no mercado de op-ções. Além disso, as opções ainda possuem liquidez muito reduzida.

Opções são ótimos instrumentos para

A N Á L I S E E C O N Ô M I C A

A popularização do mercado acionário no Brasil provocou o desenvolvimento dos deri-vativos fi nanceiros, em especial das opções de ações. Por defi nição, opções dão ao seu por-tador a possibilidade de comprar ou vender um ativo a um preço estabelecido, em uma determinada data futura. Para ter este direito, ele paga um prêmio, que nada mais é que o valor da opção. Com isso, ele poderá exercer a opção, que signifi ca comprar ou vender a ação desejada pelos termos estabelecidos.

As opções nasceram com o objetivo de dar ao investidor maior previsibilidade sobre o preço dos ativos. Elas se dividem em dois tipos: opções de compra (ou calls) dão ao comprador direito de comprar um determi-nado ativo, e as opções de venda (ou puts) concedem o direito de venda.

Um dos usos mais comuns para as opções é limitar o risco do investidor. Se uma empre-sa teme pela alta do dólar, ela compra opções de compra da moeda, garantindo assim o preço adequado no futuro. A empresa troca a certeza de poder comprar dólares no futuro

Opções para o pequeno investidor

Embora pareça tentador ampliar os ganhos utilizando opções, é preciso muito cuidado. O valor dos prêmios é definido mais por expectativas e vencimento do que por

fatos concretos, o que gera muita volatilidade

Objetivo é limitar o risco e dar maior previsibilidade sobre o preço dos ativos, mediante o pagamento de um prêmio

por Rodrigo Costa LaurindoProfi ssional da Leme Investimentos

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Carteira Teórica Ibovespa

All Amer Lat UNT N2 1,36 0,7 59,5Ambev PN 1,04 1,5 73B2W Varejo ON 0,55 -6,4 99,9BMF Bovespa ON 3,81 3,1 108,9Bradesco PN 3,99 3,5 69,2Bradespar PN 1,17 -0,6 108,4Brasil Telec ON 0,08 3,1 -48Brasil Telec PN 0,64 1,5 26,5Brasil ON 2,08 -0,8 122,5Braskem PNA 0,50 19,3 147,6BRF Foods ON 1,80 3,2 42,3CCR Rodovias ON 0,60 -0,9 67,2Celesc PNB 0,10 8,8 16,7Cemig PN 1,62 4,6 30,9Cesp PNB 0,77 7,3 54,7Comgas PNA 0,08 4,7 10,9Copel PNB 0,72 10,8 65,5Cosan ON 0,50 11,1 103,6CPFL Energia ON 0,48 8,9 25,3Cyrela Realty ON 1,15 -4,5 160,1Duratex ON 0,46 -0,8 309,8Eletrobrás ON 1,04 22,3 44,5Eletrobrás PNB 0,99 20,8 34,2Eletropaulo PNB 0,59 2,7 63,9Embraer ON 0,56 7,3 6,5Fibria ON 2,18 24,9 -Gafi sa ON 0,98 -4,6 166,9Gerdau Met PN 0,98 4,7 73,8Gerdau PN 4,01 7 93,7Gol PN 0,81 4,5 163,8Ibovespa 100,00 2,4 82,7Itausa PN 2,50 6 73,9ItauUnibanco PN 5,70 4,4 70,9JBS ON 0,65 -1 93Klabin S/A PN 0,44 9 67,2Light S/A ON 0,28 4,6 29,6Lojas Americ PN 1,13 4,8 143,9Lojas Renner ON 0,92 -4,1 135,1MMX Miner ON 0,87 -4 328,5Natura ON 0,77 13,4 111,6Net PN 0,78 -1,9 78,5P. Açúcar-CBD PNA 0,64 13,7 105,4Petrobras ON 3,08 -3,9 57,7Petrobras PN 14,94 -2,4 70,3Redecard ON 1,32 -1,7 9,2Rossi Resid ON 0,62 0,7 299,4Sabesp ON 0,33 6,3 29,2Sid Nacional ON 3,01 1,9 119,6Souza Cruz ON 0,47 -1,3 48Tam S/A PN 0,80 29,9 103,7Telemar N L PNA 0,30 -0,5 23,2Telemar ON 0,32 0 31,3Telemar PN 1,04 1,8 39,5Telesp PN 0,17 -1,5 0,2Tim Part S/A ON 0,17 10,7 43,4Tim Part S/A PN 0,88 8 77,2Tran Paulist PN 0,34 0,5 29,8Ultrapar PN 0,50 3,8 66,1Usiminas ON 0,65 -2,1 91,4Usiminas PNA 2,88 -3,6 90,8Vale ON 3,92 1,9 85,1Vale PNA 13,12 1,3 85Vivo PN 0,80 4,2 101

Infl ação (%)

Índice Novembro Ano

IGP-M 0,10 -1,46IGP-DI 0,07 -1,32IPCA 0,41 3,93IPC – Fipe 0,29 3,47

Juros/Aplicação (%)

Novembro Ano

CDI 0,66 9,09Selic 0,66 9,14Poupança 0,50 6,46Ouro BM&F 15,03 6,66

Indicadores Imobiliários (%)

Novembro Ano

Juros/Crédito (%)

16/Dezembro 15/Dezembro

Desconto 1,64 1,64Factoring 3,78 3,79Hot Money 3,18 3,18Giro Pré (taxa mês) 1,85 1,85

Câmbio

Mercados Futuros

Cotação

Dólar Comercial Ptax R$ 1,7518 Euro US$ 1,4551 Iene (US$ 1,00) $ 89,7700

Dólar R$ 1.755,42 R$ 1.765,95 R$ R$ 1.775,11Juros DI 8,64% 8,65% 8,69%

Contratos mais líquidos 30/10Ibovespa Futuro 68.622

Nome Ação Tipo Ação Participação Bovespa Dezembro Variação % Ano

Até 16/12

CUB SP 0,11 3,73TR 0,05 0,71

Janeiro Fevereiro Março

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