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www.empreendedor.com.br ISSN 1414-0152 ANO 17 N o 203 SETEMBRO 2011 R$ 9,90 ESPECIAL SEGUROS: PROTEJA-SE DOS RISCOS FRANQUIAS: A IMPORTÂNCIA DO PONTO CERTO ENTREVISTA: PERFIL COMPORTAMENTAL É DETERMINANTE PARA O DESEMPENHO DE UMA FUNÇÃO A imaginação e o capital intelectual geram produtos e serviços próprios, além de trazer inovação e diferenciais para os artigos da economia tradicional Movido a criatividade Kleber Vieira e Daniel Martins, da Fisiogames

Empreendedor 203

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Edição n. 203 da revista Empreendedor, de setembro de 2011

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www.empreendedor.com.br

ISSN

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ANO 17 No 203 SetembrO 2011 r$ 9,90

eSpecIAl SegurOS: prOtejA-Se dOS rIScOS FrANquIAS: A ImpOrtâNcIA dO pONtO certO

eNtrevIStA: perFIl cOmpOrtAmeNtAl é determINANte pArA O deSempeNhO de umA FuNçãO

A imaginação e o capital intelectual geram produtos e serviços próprios, além de trazer inovação e diferenciais para os artigos da economia tradicional

Movido acriatividade

Kleber vieira e daniel martins, da Fisiogames

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N E S TA E D I Ç Ã O

EMPREENDEDORESNÃO DURMA NO PONTO

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L E I A TA M B É M

12 | ENTrEvISTAvictor martinez

O CEO da Thomas Brasil expli-ca como o perfil comportamental de uma pessoa é determinante para o bom ou mau desempenho de uma função profissional e como isso reflete na produtividade de uma empresa.

28 | ESTrATÉgIArisque o risco

Todo negócio tem um risco. O que nem todo mundo sabe é que ele pode ser calculado, e que o em-presário pode se precaver por meio de seguros. Matéria mostra o que o pequeno e médio empresário preci-sa fazer para se proteger.

EcONOMIA crIATIvAA economia criativa é considerada uma das principais tendências de mercado hoje. estima-se que movimente uS$ 3 trilhões por ano, e que até 2020 a cifra dobre. O brasil, no entanto, não figura nem mesmo no ranking da ONu que lista os 20 países mais ativos na área de produtos e serviços desenvolvidos a partir do uso da criatividade, da imaginação e do capital intelectual. confira o que o brasil está fazendo para recuperar o tempo e terreno perdidos e, de quebra, transformar setores tradicionais, ao gerar inovação e diferencial para seus artigos.

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32 | INOvAÇÃONovo estímulo

Inovar é uma exigência dos consumido-res e uma imposição do mercado, considera a CNI. Vamos conhecer as estratégias da enti-dade e do governo para estimular as empre-sas a desenvolver projetos inovadores, entre elas a Embrapii, que atenderá principalmen-te as pequenas e médias empresas.

38 | rESpONSABILIDADENegócios includentes

Programa do BID dispõe recursos e co-operação técnica a empresas que oferecem produtos e serviços para melhorar as condi-ções de vida das pessoas mais necessitadas. A proposta é financiar projetos inovadores e replicá-los nos 26 países atendidos pela ins-tituição financeira.

42 | pErfILgustavo caetano

A história do jovem empreendedor que, aos 30 anos, prepara-se para inau-gurar uma filial em Miami e comemora o crescimento da empresa, especiali-zada em soluções e plataformas de ví-deo digital, a uma média de 200% ao ano desde 2008.

46 | frANquIAponto certo

Escolher um ponto adequado é funda-mental para o sucesso de um empreendi-mento. Mas a tarefa não é nada fácil, pois os fatores que influenciam na decisão são muitos. Confira as dicas de especialistas e franqueadores e não deixe de fazer o che-ck list antes de fechar o negócio.

PRODUTOS E SERVIÇOSlEITURA

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ANÁlISE ECONÔMICAAGENDA

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A revista empreendedor é uma publicação da editora empreendedor diretor-editor: Acari Amorim [[email protected]]diretor de comercialização e marketing: Geraldo Nilson de Azevedo [[email protected]]redação editor-executivo: Alexsandro Vanin [[email protected]] – repórteres: Beatrice Gonçal-ves, Cléia Schmitz e Mônica Pupo – edição de Arte: Gustavo Cabral Vaz – projeto gráfico: Oscar Rivas – Fotografia: Arquivo Empreendedor, Casa da Photo, Lio Simas e PhotosToGo – Foto da capa: Divulgação – re-visão: lu CoelhoSedesSão paulo diretor: Fernando Sant’Anna Borba – execu-tivo de contas: Gerson Cândido dos Santos e Osmar Escada Jr – rua Sabará, 566 – 9º andar – conjunto 92 – higienópolis – 01239-010 – São paulo – Sp – Fones: (11) 3214-1020/2649-1064/2649-1065 [[email protected]]Florianópolis executiva de Atendimento: Joana Amorim [[email protected]] – rua padre lourenço rodrigues de Andrade, 496 – Santo Antônio de lisboa – 88050-400 – Florianópolis – Sc – Fone: (48) 3371-8666central de comunicação – rua Anita garibaldi, nº 79 – sala 601 – centro – Florianópolis – Sc – Fone (48) 3216-0600 [[email protected]]escritórios regionaisrio de janeiro triunvirato empresarial – Milla de Souza [[email protected]] – rua São josé, 40 – 4º andar – centro – 20010-020 – rio de janeiro – rj – Fones: (21) 2611-7996/9607-7910brasília Ulysses Comunicação Ltda. [[email protected]] – Fones: (61) 3367-0180/9975-6660 – condo-mínio ville de montagne, q.01 – cS 81 – lago Sul – 71680-357 – brasília – distrito Federalparaná merconeti representação de veículos de comunicação ltda – Ricardo Takiguti [[email protected]] – rua dep. Atílio Almeida barbosa, 76 – conjunto 3 – boa vista – 82560-460 – curitiba – pr – Fone: (41) 3079-4666 rio grande do Sul Nenê Zimmermann [nene@@star-teronline.com.br.com.br] e Renato Zimmermann [rena-to@@starteronline.com.br.com.br] – Floresta – 90440-051 – porto Alegre – rS – Fone: (51) 3327-3700pernambuco hm consultoria em varejo ltda – Hamilton Marcondes [[email protected]] – rua ribeiro de brito, 1111 – conjunto 605 – boa viagem – 51021-310 – recife – pe – Fone: (81) 3327-3384 minas gerais SbF representações – Sérgio Bernardes de Faria [[email protected]] – Av. getúlio var-gas, 1300 – 17º andar – conjunto 1704 – 30112-021 – belo horizonte – mg – Fones: (31) 2125-2900/2125-2927Assinaturas Serviço de Atendimento ao Assinante – [[email protected]] – O valor da assinatura anual (12 edições mensais) é de r$ 118,80. Aproveite a promoção especial e receba um desconto de 10%, pagando somente r$ 106,92 à vista. estamos à sua disposição de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. produção gráfica Impressão e Acabamento: Coan Gráfica Editora CTP – distribuição: Distribuidora Magazine Ex-press de Publicações Ltda – São Pauloempreendedor.com http://www.empreendedor.com.br editora: Carla Kempinski – repórter: Raquel Rezende

O brasileiro costuma ser con-siderado um povo criativo. Apesar disso, mesmo com a imensa diversidade cultural que estimula a criatividade, o

Brasil ainda está distante de produzir modelo eficiente para desenvolver um mercado para economia criativa. Es-tamos desperdiçando muito dinheiro e muito desenvolvimento ao não dar o devido apoio à economia criativa. Estima-se que o setor movimente em todo o mundo US$ 3 trilhões por ano, e que este valor dobre até 2020. O Bra-sil, no entanto, não chega a figurar no ranking da ONU que lista os 20 países mais ativos na área de produtos e ser-viços desenvolvidos a partir do uso da criatividade, da imaginação e do capi-tal intelectual. Qual o problema? A re-pórter Beatrice Gonçalves foi a campo e traz algumas respostas na matéria de capa da edição deste mês.

Hoje é a criatividade que gera ne-gócios e inovação. No entanto, se não conseguirmos implementar o que é pensado, não geramos inovação, não geramos diferenciais para os artigos da economia tradicional. Temos que engajar mais as instituições, empresas e pessoas para melhorar, de maneira significativa, o nível de educação, além de explorar os processos de criação. Em outra reportagem desta edição, a jornalista Cléia Schmitz apresenta uma iniciativa conjunta da CNI e do gover-no federal para estimular o desenvol-vimento de projetos inovadores nas pequenas e médias empresas, além de mostrar o que a inovação e a criativi-dade representam para empresas que procuram competitividade.

Na economia criativa, os recursos não se esgotam, mas se renovam e mul-tiplicam com o uso. E é possível gerar renda para milhões de pessoas, a um custo bem menor do que em outros setores. Por isso, na matéria de capa deste mês, procuramos descobrir em que pé está o plano estratégico para a economia criativa no Brasil, em elaboração pela Secretaria de Economia Criativa do governo federal, e o que instituições privadas estão fazendo para estimular o segmento, além de apresentar casos de empreendedores na área.

Alexsandro vanin

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E M p r E E N D E D O r E S

maurício grando e guilherme grando, da villaggio grando

TErrA ABENÇOADAMaurício Grando era madeireiro quan-

do recebeu a indicação de um amigo fran-cês, fabricante de armanhaque, de que suas terras em Água Doce, município do interior de Santa Catarina, poderiam pro-duzir uvas para a fabricação de vinhos de qualidade. Entre 1998 e 2001, ele pesqui-sou mais de 100 variedades de uvas para chegar àquela que melhor se adaptaria às características da região. Assim nascia a vi-nícola Villaggio Grando, especializada em vinhos finos de altitude. Hoje, seis anos depois da primeira safra comercial, a marca produz 160 mil garrafas por ano, divididas em 11 produtos, incluindo espumantes, brancos, tintos, rosés e colheita tardia.

“Nossa meta é ampliar a produção para 300 mil garrafas em dois anos”, destaca Gui-lherme Grando, filho do fundador e atual diretor comercial da vinícola. Guilherme tinha apenas 16 anos e cursava o terceiro ano do ensino médio na Austrália quando, em 2001, recebeu do pai a notícia de que os testes com as uvas tinham dado certo. En-tusiasmado com as boas novas, aproveitou para conhecer as vinícolas de Barrosa Valley, região australiana famosa pela produção de vinhos. De volta ao Brasil, começou a cursar faculdade de Direito em Curitiba, mas sem-pre “com a cabeça na área de comercializa-ção de vinhos”. Aos 18 anos já viajava para participar de feiras internacionais do setor.

Formado em Direito, há dois anos e meio voltou à região da vinícola para assu-mir a parte comercial do negócio. “Voltei no momento em que os vinhos de guarda estavam prontos para a comercialização”, conta Guilherme. Hoje, a marca é vendida em todo o Brasil e já começou seu projeto para exportação. A última novidade é o uso do QR Code nos rótulos dos vinhos e espu-mantes da VG. O código eletrônico permite que o consumidor fotografe e escaneie o selo com seu smartphone e receba na hora a ficha técnica do produto, além de notas atribuídas pelos usuários do sistema. Para Guilherme, o uso do QR Code mostra que a marca confia na qualidade de seus vinhos.

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guilherme Oliveira, da busca Festa

SErvIÇO DE uTILIDADE púBLIcA Guilherme Oliveira procurava uma ideia criativa de negócio quando percebeu

uma oportunidade bem diante de seus olhos. Ao preparar a festa de aniversário de um ano do filho, a irmã do empresário sofria para encontrar prestadores de serviços. Pensando em como facilitar a vida de quem precisa organizar um evento, Guilherme desenvolveu a Busca Festa, um portal que reúne todo tipo de empresa que trabalha para o segmento de festas, desde a confeiteira de bolo até o instrutor de dança para animar os convidados. Há cinco anos no ar, o site tem cerca de 2,5 mil empresas cadastradas e já intermediou 20 mil eventos. Segundo Guilherme, o retorno financeiro ultrapassou suas expectativas.

“Vi a possibilidade de um negócio onde antes existia uma lacuna, tanto de informação como de prestadores de serviços. O objetivo do portal é facilitar a vida de quem quer realizar uma festa ou um evento, podendo encontrar os forne-cedores de uma forma fácil e prática. Afinal, a internet se tornou uma ferramenta de utilidade pública”, afirma Guilherme. Ele lembra que o número de brasileiros com acesso à web tem crescido de forma significa-tiva. Já são mais de 45 milhões de pessoas acessan-do diariamente a internet no País.

Para facilitar a busca, o site dividiu os anuncian-tes em segmentos de casamentos, festas infantis, formaturas, debutantes e festas corporativas. Com abrangência nacional, as empresas estão cadastradas por região, estado, cidade e bairro, de forma que o usuário possa selecionar os fornecedores mais pró-ximos de sua casa ou evento. “Diferente dos meios tradicionais como tevê, rádio, jornais e revistas, anun-ciar na internet é a forma mais econômica, dinâmica e interativa, para divulgar os produtos e serviços da sua empresa. Na internet, a concorrência é mais democrática, porque a peque-na empresa pode transmitir tanto profissionalismo e credibilidade quanto uma de maior porte”, destaca o empresário. www.buscafesta.com.br

“Somos a primeira vinícola brasileira a adotar o código, o que é muito importante nesse momento em que estamos formando a marca”, destaca Guilherme. A VG também aposta na parceria com especialistas para aumentar a credibilidade e a visibilidade de seus produtos. Em abril deste ano a marca lançou o Além Mar, um vinho elaborado pelo enólogo português Antônio Saramago e avalizado pelo sommelier José Santanita, considerado um dos melhores sommeliers de Portugal. “Estamos tendo um retor-no muito bom com esse produto, o que mostra que estamos sendo bem-sucedidos em nossas estratégias”, afirma Guilherme. www.villaggiogrando.com.br

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E M p r E E N D E D O r E S

Natanael Santos de Souza, da First.group

OLhO vIvO NAS OpOrTuNIDADESDesde muito jovem, o contador Natana-

el Santos de Souza alimentava o sonho de abrir seu próprio negócio. Mas certamen-te nem ele esperava que de uma empresa criada para vender toalhas de vinil chegaria a um negócio que hoje inclui a importação e comercialização de aeronaves de luxo, o First.Group. A trajetória empreendedora de Natanael começou em 1987, quando ele e a esposa Mara Martini de Souza de-cidiram se mudar do Rio de Janeiro para Florianópolis. Dois anos depois, Natanael comprou o escritório em que trabalhava, a Procecon. Foi ali que um cliente chinês lhe propôs a venda de toalhas de vinil (PVC), uma novidade na época. Natanael aplicou todas as suas economias na compra de 29 mil toalhas e fundou a Crismar.

Para pagar os impostos e o custo do

contêiner, colocou em leasing os carros da família. Deu certo. As vendas foram um sucesso e a empresa começou a ven-der também tapetes, cortinas de banhei-ro e jogos americanos de PVC. Já em 1997 a Crismar iniciou a venda de aquecedores de água a gás e, dois anos depois, de con-dicionadores de ar vindos de Taiwan, da marca Komeco. “Os produtos foram um sucesso aqui no Brasil, tivemos muitas vendas e a empresa cresceu bastante”, conta Natanael. Em 2000, ele constituiu a First S/A, começando as atividades de importação. Em 2005 criou a Premium Distribuidora e, no ano seguinte, fundou a Midea do Brasil, que hoje já não integra o grupo criado em 2009 para englobar to-das as marcas, o First.Group.

No primeiro semestre de 2011, o gru-

po passou a atuar também no segmento de aviação executiva, um mercado para lá de promissor no Brasil. Dados da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag) mostram que, em 2010, o segmento movimentou no País US$ 400 milhões, 21% a mais que em 2009. O First.Group é o representante exclusivo no Brasil do helicóptero SW-4, da marca AgustaWestland, sendo respon-sável por todos os trâmites envolvendo a compra da aeronave. O helicóptero foi lançado em agosto, na Labace, maior feira no segmento na América Latina. “Com a procura maior que a demanda, faltam em-presas capacitadas para gerenciar todo o processo de aquisição dessas aeronaves”, comenta Natanael. A meta do empresário é comercializar 12 aeronaves até o final de 2012. www.firstgroup.com.br

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quem conta a história é o grande escri-tor russo Fiódor dostoievski, em seu livro recordações da casa dos mortos. O autor descreve a vida de prisioneiros na Sibéria. Seus algozes não se contentavam apenas em mantê-los privados de liberdade. que-riam enlouquecê-los. A partir da sádica intenção, alguém teve uma ideia terrível: construir duas piscinas. uma ficaria cheia d’água, outra, vazia. O trabalho dos prisio-neiros seria transferir o conteúdo de uma para outra. com baldes de água. continua-mente. Sem tréguas. dia após dia. Não que fosse uma tarefa árdua, executada a duras penas. mas se estendia por semanas, me-ses, anos... sem que nenhum dos detentos soubesse o porquê. de fato, algo enlouque-cedor. Não por causa do cansaço, da trans-piração, da repetição, do caráter forçado do trabalho. O que enlouquecia os prisioneiros era a falta de significado no trabalho.

Está bem! Vamos deixar de lado o exemplo trágico e cair na real: você tem ideia de quantas pessoas executam seu tra-balho sem saber o porquê, a razão, para que serve, para quem serve? Repetem todos os dias aquela enfadonha rotina, o mesmo conjunto de tarefas e afazeres sem um sentido claro nem um destinatá-rio. É um trabalho destituído de alma. In-sipiente e insosso. Sem saber. Sem sabor. Um tipo de loucura, portanto.

quando o significado se expressaEm sã consciência, todo mundo de-

seja um trabalho com significado. Mas o que torna um trabalho significativo? O significado está nos olhos de quem vê ou na natureza do trabalho?

Há quem acredite que alguns trabalhos são mesmo destituídos de significado. Por sua própria natureza. Veja os exemplos do que traz significado para o trabalho e co-mece a tirar suas próprias conclusões.

Algumas pessoas enxergam signi-ficado no trabalho quando este faz uso dos seus conhecimentos. Especialistas em determinados assuntos gostam de ser procurados para resolver problemas

que exigem sua expertise. Para esses, o significado do trabalho tem a ver não só com a utilidade do que sabem, mas por-que quanto maior foi o desafio a enfren-tar, mais expandirão seu saber. Assim, o significado que os move é o aprendizado contínuo e cada vez mais aprofundado.

Tem também os inovadores, aqueles que gostam de inventar. Para eles, o traba-lho tem significado quando usa seu talen-to e sua criatividade. Por isso, sentem-se trazendo algo novo para o mundo. O sig-nificado está nas descobertas e inovações.

Para outros, o trabalho é como um chamado. Não conseguiriam fazer qual-quer outra coisa senão aquela. É como se, ao nascer, fossem destinados àquele ofício ou profissão. Uma espécie de predestina-ção, relacionada a vocação e dom.

Em todos esses exemplos é possível reconhecer uma das dimensões do traba-lho – a potencial. Essa dimensão é aciona-da quando quem realiza o trabalho utiliza suas potencialidades, seja no domínio do conjunto de conhecimentos e habilidades, seja quando coloca em prática seu talento criativo, seja quando vive sua vocação.

Outros enxergam significado quando

ApOSTE NA SANIDADE

A dimensão econômica não pode se sobrepor às outras duas, a causal e a potencial. Sempre que isso acontece, o caldo entorna e o significado do trabalho se reduz

N Ã O D u r M A N O p O N T O

reconhecem que o trabalho serve a algo ou alguém. Gostam de saber que, graças ao que fazem, algo mudará no mundo: uma nação será libertada, um passarinho será devolvido ao seu ninho, uma criança reconhecerá o amor paterno ou materno, um idoso vai se livrar das dores nas pernas, um pai de família conquistará sua empregabilidade, etc.

Nesse exemplo, entra em cena outra dimensão do trabalho – a causal. O que traz significado ao trabalho é que ele serve a um propósito, uma causa.

Penso que quando o filósofo Thomas Carlyle disse “abençoado é aquele que encontrou seu trabalho; que não peça nenhuma outra bênção”, se referia às pes-soas autorrealizadas que conseguiram co-nectar a dimensão potencial com a causal. Bem-aventurados!

Onde está o problema?Ora, diante de tantos exemplos e opor-

tunidades para colocar significado no tra-balho, por que boa parte das pessoas vive como que transferindo água em baldes de uma piscina para outra, todos os dias, numa tristeza que parece não ter fim?

Sim, o trabalho tem outra dimensão importante: a econômica. Essa dimen-são trata da tarefa, do processo e das recompensas extrínsecas obtidas com o trabalho. É claro que essa dimensão é importante, afinal é o que materializa o trabalho em uma obra acabada. Mas é aí que mora o problema. Essa dimensão, a econômica, não pode se sobrepor às ou-tras duas, a causal e a potencial. Sempre que isso acontece, o caldo entorna e o significado do trabalho se reduz.

O problema da dimensão econômi-ca é que ela reforça o que e não o quem. Com isso, quando ela prevalece, as di-mensões humanas (potencial e causal) perdem a força. A perda de força elimi-na todo o significado.

líderes e algozesO saudoso Peter Drucker dizia que

“90% do que nós chamamos de administrar consiste em dificultar as coisas para as pes-soas”. Trocaria a segunda parte da frase para

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“... eliminar o significado do trabalho das pessoas”. Parece que é isso que empresas e líderes mais fazem. É uma pena, pois a au-sência de significado no trabalho repercute direta e negativamente nos resultados.

As recompensas materiais suprem a necessidade física das pessoas; o reco-nhecimento e o afeto suprem a necessi-dade psicológica; mas é o significado que supre a necessidade espiritual. O signifi-cado é que coloca alma no trabalho. Para a sanidade de todos!

peter drucker dizia que “90% do que chamamos de

administrar consiste em dificultar as coisas para as pessoas”. trocaria por “eliminar o significado do

trabalho das pessoas”

por roberto Adami tranjanEducador da Cempre

Conhecimento & Educação Empresarial(11) 3873-1953/www.cempre.net

[email protected]

www.dirigentelojista.com.br

lojistad i r i g e n t e

A REVISTADO VAREJO BRASILEIRO

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quais serviços a thomas oferece no brasil?Victor Martinez – Temos um con-

junto de ferramentas para ajudar os gestores a tomarem as melhores deci-sões tanto na hora de contratar alguém quanto na hora de fazer a avaliação e o treinamento de equipes. Um de nossos serviços consiste em ajudar os gestores a realizarem a descrição comportamen-tal dos cargos que a empresa tem para que, antes que seja feita uma seleção de emprego, a companhia saiba que tipo de perfil de funcionário ela realmente precisa. Nós oferecemos também uma ferramenta de análise de perfil pessoal em que é feita a descrição das funções exigidas para o cargo e também uma des-crição comportamental das pessoas que

A pESSOA cErTA, NO LugAr cErTO

victor martinez

E N T r E v I S TA

por beatrice gonç[email protected]

Na hora de fazer uma seleção para contratar novos funcionários, é comum as empresas se preocuparem em listar as fun-ções que esse profissional deverá exercer e buscar pessoas que mostrem experiência e conhecimento nessa área. mas nem sempre isso é garantia de selecionar os profissionais mais indicados para o cargo. Além de saber se a pessoa terá competência para trabalhar em uma função, é importante que a empresa saiba antes de contratar esse profissional a forma como ele trabalha e se o seu perfil comportamental é adequado para o cargo. pessoas tímidas podem ter muitas dificulda-des em vendas e hiperativos podem não ser os mais indicados para trabalhar em setores como o de controle de qualidade.

para que as organizações não cometam erros ao realizar uma seleção de recruta-mento, a thomas, empresa especializada em sistemas de gestão e de avaliação, desenvolveu uma ferramenta para fazer a descrição comportamental de cargos. por

esse processo, a organização que está à procura de um funcionário traça os desa-fios da função a ser ocupada e preenche um questionário sobre o perfil comportamental que espera daquele futuro funcionário. A empresa pode aplicar esse mesmo questio-nário no candidato à vaga e confrontar os dados para observar se aquele profissional se encaixa no perfil desejado. O sistema vem sendo aplicado em mais de 60 países e no brasil já foi utilizado por companhias de diferentes formatos e perfis como Yamaha, bradesco e casas bahia.

victor martinez, ceO da thomas bra-sil, explica que essa ferramenta, além de aprimorar o sistema de recrutamento, pos-sibilita que o gestor da empresa conheça melhor sua equipe e consiga estabelecer maiores parâmetros de gestão para o ne-gócio. “As empresas que passam a detalhar o perfil que elas procuram costumam levar mais tempo para encontrar o que desejam. mas isso não significa perda de tempo para a empresa. com profissionais escolhidos de acordo com o perfil do cargo, a empresa ga-nha em produtividade.”

Além de saber se um candidato tem as competências necessárias para desempenhar uma função, a empresa precisa avaliar se ele tem perfil comportamental adequado para o cargo

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As empresas que detalham o perfil que procuram costumam levar mais tempo para encontrar a pessoa que desejam. mas isso não significa perda de tempo. A empresa ganha em produtividade

se candidataram à vaga. Cruzamos esses dados e verificamos se aquelas pessoas se encaixam no perfil desejado. Fazemos ainda a avaliação do perfil de equipes, na qual é possível ter uma visão geral do comportamento e do perfil dos funcioná-rios, e a avaliação 360 graus.

como é feita essa descrição comportamental dos cargos?

Victor Martinez – Em processos de recrutamento, primeiro o gestor da empresa nos faz a descrição de quais são os desafios daquela função e preenche um questionário. A partir desses dados nós fazemos um esboço do cargo. Avalia-mos esses dois processos e vemos, por exemplo, se a descrição do cargo reali-

zada pelo gestor está de acordo com o que ele preencheu no questionário. Em um terceiro momento é preciso fazer um bench marking, quando é aplicada a mes-ma avaliação aos funcionários da empresa que têm os melhores desempenhos nes-sa área. Se a companhia já tem pessoas muito bem-sucedidas exercendo aquela função que ela precisa, podemos usar esse empregado como modelo. Ele vai preencher um questionário e nós vamos procurar pessoas que tenham esse mes-mo perfil para preencher a vaga. A partir dessas três ferramentas é possível fazer uma boa descrição do cargo.

qual é a importância de uma empresa ter uma definição clara do perfil profissional

que ela precisa?Victor Martinez – Quando as empre-

sas abrem uma seleção de emprego cos-tumam saber o que cada profissional deve fazer, mas são poucas as que têm a noção exata de como os futuros empregados de-vem fazer isso. O que a pessoa é capaz de fazer eu vejo no currículo dela, mas como ela fará isso o gestor costuma descobrir só durante o dia a dia de trabalho, depois de já ter contratado aquela pessoa. Nos processos seletivos que nós organizamos, durante a entrevista de emprego tentamos projetar para a empresa a forma como essa pessoa vai trabalhar. Com esse processo a empresa ganha em produtividade e objeti-vidade na gestão. Se o gestor não tem uma descrição comportamental do cargo, pode

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E N T r E v I S TA

lINhA dIretA

thomas brasil: www.thomasbrasil.com.br

cometer erros como ao invés de contratar alguém que ele precise, contratar alguém que ele goste.

como vocês fazem para mensurar essas quali-dades e aptidões dos candidatos durante uma entrevista de seleção de emprego?

Victor Martinez – Nós aplicamos um questionário baseado na metodolo-gia Disc em todos os candidatos. Nesse processo, avaliamos as pessoas a par-tir de quatro características básicas de comportamento como dominância, in-fluência, estabilidade e conformidade. No caso das pessoas em que prevalece a questão da dominância, elas são orien-tadas para o resultado; já as pessoas em que predomina a estabilidade, elas valorizam a rotina e as regras. William Martson, professor de Harvard que in-ventou esse método, diz que todas es-sas características estão presentes numa pessoa, mas em diferentes quantidades, e é isso que faz cada um ser diferente do outro. Nesse questionário é possível ver qual desses comportamentos prevalece em cada candidato. Nós orientamos as empresas que o estilo profissional dessa pessoa a ser selecionada tem que ser o mais parecido com a descrição do cargo aplicada pela companhia. Dessa forma, se você precisa de um vendedor é preci-so evitar os tímidos. Não porque ele não vá vender, mas é que ele terá muito mais dificuldade em fazer isso.

é fácil encontrar candidatos que se encaixem no perfil profissional procurado pelas empresas?

Victor Martinez – Não. Quando uma empresa não usa uma metodologia ade-quada para seleção de candidato, pode-se dizer que ela não sabe de fato que tipo de funcionário precisa e por isso pode contratar qualquer um. As empresas que passam a detalhar o perfil que elas pro-curam costumam levar mais tempo para encontrar o que desejam. Mas isso não significa perda de tempo para a empresa. Com profissionais escolhidos de acordo com o perfil do cargo, a empresa ganha em produtividade.

A avaliação de perfil pessoal pode ser apli-

cada quando a pessoa já assumiu um deter-minado cargo?

Victor Martinez – Quando a pessoa já está dentro da organização esses testes também podem ser aplicados e podem orientar o gestor sobre os pontos fortes e os limitantes desse funcionário. Todas as pessoas têm qualidades e defeitos, e atra-vés desses testes a empresa consegue ver se esses aspectos limitantes são vitais ou não para o sucesso delas na profissão. Por exemplo, uma pessoa que trabalha numa área de controle de qualidade: ela preci-sa ser atenciosa e detalhista; já pessoas hiperativas podem não se adaptar bem à função. Essa ferramenta de avaliação au-xilia o gestor a gerir os pontos limitantes de sua equipe.

como é feito esse trabalho para traçar o perfil profissional de quem já trabalha na empresa?

Victor Martinez – Enviamos pela in-ternet um questionário à pessoa que será avaliada. Ela responde esse teste, nós processamos as respostas e emitimos um relatório. O que nós observamos é que muitos profissionais têm medo dessa avaliação. Mas esse é um processo ne-cessário porque é um mecanismo para tornar a gestão da empresa mais justa e objetiva. Além disso, para o empregado é muito importante que ele tenha um

por mais que eu enxergue que você

precisa mudar, se você não quiser isso não vai acontecer. O processo

precisa passar por cinco etapas: entender, querer,

aprender, treinar e receber feedback

feedback do que vem fazendo. É preci-so medir o crescimento profissional dos funcionários porque o que não se mede não pode ser melhorado.

como deve ser dado o feedback para a pessoa que estava sendo avaliada?

Victor Martinez – O feedback deve vir já com uma proposta de plano de ação para que o funcionário ou a equipe traba-lhem para mudar certos aspectos vistos como limitantes. O processo de mudança precisa acontecer de dentro para fora. Por mais que eu enxergue que você precisa mudar, se você não quiser mudar isso não vai acontecer. O processo de mudança precisa passar por cinco etapas: entender, querer, aprender, treinar e receber feed-back. Só quem passa por esses cinco pro-cessos é capaz de mudar.

como funciona a avaliação 360 graus?Victor Martinez – A avaliação 360

graus é indicada para empresas que vão fa-zer um processo de coaching ou de treina-mento de funcionários. Essa é uma ferra-menta que faz uma avaliação completa do empregado. As pessoas que estão em vol-ta desse profissional como colegas de tra-balho, seus subordinados e clientes inter-nos precisam preencher um questionário sobre as competências desse funcionário avaliado. No total são 45 itens avaliados. A Thomas tem um sistema que processa todos esses questionários e faz um com-pêndio disso em um único parecer.

quais são os custos para uma empresa fazer uma avaliação do perfil profissional de seus funcionários?

Victor Martinez – Uma avaliação pessoal feita pela Thomas custa R$ 280, e temos uma política de preços diferen-ciados para companhias que aplicam essa metodologia em vários empregados. Con-forme aumenta o número de pessoas ava-liadas, o preço unitário cai.

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Neurôniosc A pA

mais do que produtos e serviços desenvolvidos a partir do uso da criatividade, da imaginação e do capital intelectual, a economia criativa gera inovação e diferencial para os artigos brasileiros

por beatrice gonç[email protected]

A Inglaterra, os Estados Unidos e a Ale-manha estão entre os países que mais inves-tem em design, moda, arquitetura e publici-dade como forma de agregar valor aos itens que produzem. Ao inserir esses processos na fabricação de seus produtos, eles estão transformando setores tradicionais da eco-nomia e criando novas soluções e modelos de negócio. No caso da indústria têxtil, por exemplo, o foco principal de atuação desses países nos últimos anos não tem sido pro-duzir matéria-prima, e sim desenvolver pro-cessos criativos que transformem as roupas confeccionadas em artigos de moda. Para alcançar esse diferencial de mercado, estes países investem em economia criativa. Um conceito que, segundo John Howkins, autor do livro The creative economy, envolve ativi-dades de criação, produção e distribuição de produtos e serviços que são desenvolvidos a partir do uso da criatividade, da imaginação e do capital intelectual.

Considerada uma das principais tendên-cias de mercado hoje, a economia criativa envolve setores como design, publicações e imprensa, artes visuais, música, patrimônio cultural, artesanato, artes cênicas e audiovi-suais. Um levantamento feito pela Faculdade

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Neurônios em ação

Kleber e daniel, da Fisiogames, que desenvolveram aplicativo que transforma um ipad em tabuleiro para jogos

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de Indústrias Criativas da Universidade Tecnológica de Queensland, na Austrá-lia, mostrou que a economia criativa movimenta cerca de US$ 3 trilhões por ano, o que representa 10% do mercado mundial. E a expectativa é que até 2020 o setor de bens criativos amplie sua partici-pação no cenário mundial e movimente US$ 6 trilhões por ano.

Em meio a um mercado que tende a valorizar a criatividade, o Brasil tem ex-plorado pouco os talentos que possui. Tanto é que nem chega a ser listado entre os 20 países que mais produzem bens e serviços da economia criativa no ranking realizado pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvol-vimento (Unctad). “Nós temos potencial para ser destaque em economia criativa, mas precisamos trabalhar para transfor-mar a nossa criatividade em inovação e em um diferencial de mercado”, avalia a socióloga Cláudia Leitão.

Cláudia assumiu este ano a Secretaria de Economia Criativa do Ministério da Cultura, departamento criado pela minis-tra Ana de Hollanda para promover a eco-nomia criativa no País. A socióloga explica que nesse primeiro momento a secretaria trabalha para fazer um levantamento dos empreendimentos criativos que já existem

no País e que a partir desses dados será traçado um plano nacional de desenvol-vimento para o setor. “Hoje é difícil falar quanto os bens criativos representam para a economia do Brasil. No Nordeste, por exemplo, temos um grande circuito de festas de São João que se caracterizam como empreendimentos criativos, mas não há informações sobre o quanto esses eventos significam para a economia das cidades onde a festa é realizada.”

Em um levantamento preliminar feito pela secretaria, Cláudia diz que já é possí-vel observar que há um grande número de empreendedores criativos no País que ain-da trabalham como informais, e que entre os já formalizados as maiores dificuldades estão em acessar mercados e conseguir linhas de crédito para ampliar ou melho-rar o negócio. Ela explica que ainda este ano a secretaria deve criar observatórios de economia criativa em todos os estados e firmar parcerias com governos estaduais e municipais para criar polos de empre-endimentos criativos no País de acordo com as vocações culturais de cada região. “A presidenta Dilma tem como meta er-radicar a miséria no Brasil, e a economia criativa pode ajudar a promover isso. Esse é um dos setores que mais gera emprego e melhor remunera seus trabalhadores.

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“precisamos trabalhar para transformar nossa criatividade em inovação e em um diferencial de mercado”, diz cláudia leitão

O engenheiro júlio Zucca (à direita) percebeu o déficit de produtores

culturais ao ajudar a esposa a produzir uma das peças em que ela atuava

cláudia leitão: grande número de empreendedores criativos ainda trabalha como informal

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SETORES DA INDÚSTRIA CRIATIVADesignPublicações e imprensaArtes visuaisPatrimônio culturalConhecimento tradicional

(artesanato, festivais e folclore)Artes cênicasAudiovisualServiços criativos (arquitetura e

publicidade)Nova mídia (conteúdo digital,

internet, software, videogame, animação)

Fonte: Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), órgão ligado à ONU

CRIATIVIDADE PELO MUNDO

A China é o país que registra a maior produção de bens e serviços da economia criativa, seguida pelos Estados Unidos e Alemanha.O Brasil está fora da lista dos 20 principais exportadores de bens criativos.Fonte: Relatório de Economia Criativa 2010, produzido pela Unctad

TRABALHO CRIATIVOVagas de trabalho geradas em economia criativa representam:1,87% do total de vagas de trabalho geradas no Brasil2,21% do total de vagas criadas na Região Sudeste2,46% das vagas geradas no Estado de São Paulo3,47% do total de postos de trabalho criados no município de São PauloFonte: Secretaria de Governo da prefeitura de São Paulo

Com os empreendimentos criativos, po-deremos movimentar a economia do País ao mesmo tempo em que valorizamos os mercados regionais e os produtos locais.”

Gestão do negócio

Assim como o Ministério da Cultura, o Sebrae também tem trabalhado para forta-lecer a economia criativa no Brasil. A enti-dade oferece cursos de capacitação e con-sultoria para empreendedores criativos em mais de 20 estados. “Temos observado que muitas empresas do segmento criativo en-frentam problemas com a gestão do negó-cio. Nosso foco de atuação nessa área tem sido oferecer cursos e capacitações para que eles consigam melhorar seus proces-sos e garantir maiores resultados”, observa Débora Mazzei, analista técnica do Sebrae e responsável pelas consultorias prestadas pela entidade em economia criativa.

Ela avalia que há grandes oportuni-dades para empreender em segmentos da indústria criativa no País e considera que com a realização da Copa e das Olim-píadas no Brasil aumentará ainda mais a demanda por produtos e serviços desse setor. “Os turistas que vierem para cá para acompanhar a Copa e as Olimpíadas não vão querer assistir apenas aos jogos. Eles

O VALOR DAS IDEIAS

PARTICIPAÇÃO NA ECONOMIAO setor é responsável por 10%

da economia mundial e movimenta cerca de US$

3 trilhões por ano.A expectativa é que se a economia criativa crescer a uma média de 8% ao ano, o setor

vai movimentar cerca de US$ 6 trilhões em 2020.

Fonte: Estudo sobre economia criativa da faculdade de Indústrias Criativas da Queensland University of

Technology, da Austrália

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virão também para conhecer a cultura local. No período em que esses eventos serão realizados estará acontecendo o São João no Nordeste e o Festival de Parintins no Norte. Precisamos organizar uma série de produtos e serviços para levar esses tu-ristas para conhecerem essas festas.”

A consultora do Sebrae também cha-ma a atenção para a necessidade de for-mação de mão de obra para trabalhar nos segmentos da indústria criativa. “Durante a Copa e as Olimpíadas, milhares de pro-dutoras e canais de televisão do mundo inteiro virão para o Brasil para acompa-nhar os jogos e fazer reportagens sobre o país-sede. Essas empresas precisarão de profissionais brasileiros para trabalhar

rEDE DE cOOpErAÇÃO

muitos empreendedores criativos hoje trabalham de forma isolada e têm dificuldades em acessar certos merca-dos e fazer a distribuição de seus pro-dutos. para tentar reuni-los e fazer com

com eles no setor audiovisual.”A falta de profissionais qualificados

atinge diversos segmentos da indústria criativa. Há no mercado brasileiro, por exemplo, um déficit de produtores cul-turais, pessoas que fazem a organização e a realização de projetos como shows, espetáculos teatrais e exposições. O enge-nheiro Júlio Zucca percebeu isso quando resolveu ajudar a esposa a produzir uma das peças em que ela atuava. “Eu sou ca-sado com uma atriz e, ao acompanhá-la em seus trabalhos, observei que muitos atores eram obrigados a produzir suas próprias peças porque não encontravam alguém para fazer isso. Eles perdiam mui-to tempo com a produção do espetáculo e

que trabalhem de forma conectada, o con-sultor leonardo brant, da brant Associados, resolveu organizar uma rede de negócios criativos. ele montou o programa empre-endedores criativos e, em parceria com o centro de estudos da mídia, entretenimento e cultura (cemec), a Oople, a rodamoinho e o banco Santander, desenvolveu um site para promover a troca de experiências entre empresários do setor.

para sensibilizá-los a compartilhar com a rede, brant criou um reality show colaborativo que selecionará sete empre-endimentos para participar de um curso de formação no qual serão discutidos con-ceitos de estratégia, de comunicação, de sustentabilidade e de plano de negócios para empresas criativas. “As aulas serão gravadas e transmitidas ao vivo pela web para que outros empreendedores possam acompanhar o curso a distância. durante esse processo, vamos discutir e elaborar estratégias para melhorar a gestão de sete empreendimentos criativos. diferen-te da maior parte dos reality shows, esse não é competitivo. com esse processo nós queremos auxiliar os empreendedores

a planejarem melhor as metas de curto, médio e longo prazo”, explica brant.

Os empreendedores que não foram se-lecionados pelo programa e quiserem rea-lizar uma análise de seu negócio, podem fazer uma avaliação financeira gratuita da empresa no portal Santander empreende-dor. é preciso preencher um questionário sobre o empreendimento no site – as respostas serão enviadas a um consultor do banco que fará a análise do negócio e, caso seja preciso, ele indicará cursos de capacitação gratuitos e linhas de crédito para que o empreendedor possa ampliar ou melhorar seu negócio. “Fazemos ava-liações customizadas para cada empre-endimento e isso possibilita a oferta de soluções mais adequadas para diferentes perfis e segmentos de mercado”, afirma césar Fischer, superintendente de peque-nas e médias empresas do Santander.

Outra proposta do banco é auxiliar os pequenos empreendedores criativos a divulgarem seus produtos. Fischer ex-plica que o Santander investiu no portal greenvana, loja virtual de produtos eco-friendly, e que a instituição pretende

brant: “queremos auxiliar empreendedoresa planejar melhor suas metas”

melito: “é a formação continuada que

aumenta a capacidade de criar das pessoas”

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não podiam se dedicar aos ensaios. Foi aí que resolvi investir nessa área.”

Ele deixou a engenharia de lado e há nove anos se dedica aos trabalhos da empresa que montou – a Zucca Produ-ções. Durante esse tempo ele já produ-ziu mais de 30 projetos e está envolvido em outros 15. Entre seus trabalhos estão a produção do CD “O samba carioca”, de Wilson Baptista, um documentário sobre o músico Marcelo Yuka e a refor-ma da sala Cecília Meireles. “O mercado cultural está muito aquecido e há várias oportunidades. Todas as áreas artísticas precisam e procuram muito o trabalho de um produtor cultural.”

A Zucca Produções tem hoje sete fun-

Fischer: soluções mais adequadas para diferentes perfis e segmentos de mercado

disponibilizar espaço no canal para que empreendedores criativos, que trabalhem a partir dos conceitos da sustentabilidade, possam vender seus produtos no portal.

Fisiogames desenvolve aplicativos que promovem a saúde, a qualidade de vida e o bem-estar

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cionários e um faturamento médio de R$ 1 milhão por ano. Além de fazer produ-ção de eventos culturais, o empresário se dedica também a formar novos profissio-nais para o setor. Ele já capacitou mais de 1 mil pessoas para trabalhar nessa área em um curso de produção cultural que oferece na Zucca Produções. “Esse é um mercado que cresce à medida que mais pessoas participam dele.”

Para que mais pessoas empreendam como fez Júlio Zucca em setores da eco-nomia criativa, o economista Adolfo Me-lito avalia que é preciso investir mais em educação de qualidade. “Os países que são referência em economia criativa investem

muito em educação. É a formação conti-nuada que aumenta a capacidade de criar das pessoas, de imaginar algo diferente e de inovar. Se o Brasil quer se tornar uma liderança nesse setor, precisa melhorar o ensino oferecido no País.”

diferencial de mercado

Além do setor cultural, Melito avalia que empresas de outros segmentos e in-clusive as estatais também devem adaptar seus processos ao conceito da economia criativa. Isso porque a capacidade de criar e de inovar tem sido cada vez mais impor-tante para que as empresas consigam se

estabelecer no mercado e se diferenciar de suas concorrentes. “Por muito tempo se adotou no Brasil um modelo econômi-co de substituição das exportações com a proposta de trazer para cá grandes empre-sas para só montar e vender seus produ-tos. Eu considero isso um erro. Ao trazer modelos de fora prontos, se desestimula a criatividade e a capacidade de inovação.”

Melito está à frente do Conselho de Economia Criativa, órgão criado pela Federação do Comércio de Bens, Servi-ços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio) para promover a abertura de novos empreendimentos criativos no Brasil. Entre as propostas da enti-

paula e rodrigo, da martinica digital, veem a incubadora como uma forma de se conectar a uma rede de empreendedores criativos

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INcuBADOrAS ESpEcIALIzADAS

O rio de janeiro é um dos estados que mais se destaca no segmento de econo-mia criativa. Segundo levantamento da Federação das Indústrias (Firjan), o setor movimenta no estado cerca de r$ 54 bi-lhões por ano, o equivalente a 17% do pIb estadual. São mais de 80 mil profissionais do estado trabalhando na cadeia produti-va da economia criativa e a média salarial desses trabalhadores é uma das mais altas do país, chegando a r$ 2.182.

Segundo o estudo, a perspectiva é que os empreendimentos criativos ganhem nos próximos anos ainda mais espaço na economia fluminense. treze por cento dos estudantes do ensino superior no estado cursam faculdades que estão relaciona-das ao núcleo da indústria criativa como moda, design, arquitetura e comunicação, e a tendência é que esses futuros profis-sionais se dediquem a atividades criativas. Além disso, tem crescido o investimento do governo do estado em projetos para ampliar a participação do setor criativo na economia do rio de janeiro.

A Secretaria de cultura criou o pro-grama de desenvolvimento da economia criativa do estado do rio de janeiro com a proposta de oferecer cursos de capacita-

ção e infraestrutura para que mais pessoas empreendam negócios criativos. O órgão lançou no ano passado o edital rio criativo para a seleção de planos de negócios para serem abrigados em duas incubadoras de empreendimentos criativos que estão sen-do desenvolvidas no estado: uma na capital e outra em São joão de meriti, na baixada Fluminense. As incubadoras funcionarão através de uma parceria entre a Secretaria de cultura, o Instituto gênesis da puc-rj, o Sebrae e a Fundação de Amparo à pesquisa do estado do rio de janeiro (Faperj).

podem participar das incubadoras em-presas iniciantes que tenham propostas inovadoras em áreas como audiovisual, artesanato, arquitetura, artes cênicas e de desenvolvimento de software aplicado à economia criativa. Os projetos selecio-nados recebem por 18 meses consultoria e orientação na gestão do negócio, assesso-ria jurídica e podem utilizar uma sala pri-vativa para organizar a sede da empresa.

No primeiro edital lançado, mais de 2 mil pessoas se inscreveram no programa. deste total, 131 planos de negócios foram avaliados e 21 selecionados para integrar a incubadora rio criativo, que será instalada no centro histórico da capital fluminense

até o fim do ano. júlia Zardo, coordenadora do rio criativo, explica que a maior par-te dos projetos aprovados neste primeiro edital é da área de turismo e artes cênicas e que 80% dos empreendedores seleciona-dos têm graduação em áreas como comu-nicação e arquitetura. “em um primeiro momento, vamos atender duas regiões do estado, mas queremos em breve ampliar o programa e desenvolver atividades de incentivo à economia criativa nas oito re-giões do rio de janeiro.”

uma das empresas selecionadas é a martinica digital. A proposta do negócio é desenvolver estratégias em comunicação digital para aproximar e mobilizar pessoas, marcas e causas a partir das áreas de cul-tura, inovação e responsabilidade social. A empresa foi criada em 2009 por dois jor-nalistas – paula martini e rodrigo Nogueira – e já desenvolveu soluções para o centro cultural do banco do brasil, universidade Federal do rio de janeiro e Secretaria de di-reitos humanos do rio de janeiro. “para nós será uma grande oportunidade participar da incubadora. hoje trabalhamos de forma isolada e com a incubadora poderemos nos conectar a uma rede de empreendedores criativos”, considera paula.

dade estão a de criar um índice que possa medir a criatividade e a inovação de empresas de diferentes segmentos econômicos e a de trabalhar para que o Brasil se torne uma referência mundial em competitividade e inovação.

Uma das áreas em que Melito avalia que o Brasil tem um alto potencial é o de de-senvolvimento de softwares para atender segmentos da economia criativa – aplica-tivos que vão desde jogos para diversão e entretenimento até sistemas que possam melhorar a gestão de empresas do setor criativo. “O mercado de games movimenta por ano cerca de R$ 300 milhões no Brasil, mas tem capacidade para chegar a quase R$

3 bilhões. No mundo inteiro esse setor mo-vimenta mais de R$ 30 bilhões.”

Uma das empresas que já investe nesse setor é a Fisiogames. Criada pelos engenheiros de computação Kleber Viei-ra e Daniel Martins em 2009, a empresa se especializou em desenvolver aplicati-vos que promovam a saúde, a qualidade de vida e o bem-estar. Uma das soluções criadas pelos engenheiros foi o Funphy-sio, software que auxilia fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais na reabilitação de pacientes que sofreram algum tipo de do-ença vascular ou que fizeram cirurgia em alguma articulação. O aplicativo roda em computadores e monitora os movimentos

feitos pelo paciente. No término da sessão ele gera um relatório para o profissional com um parecer sobre a performance do paciente durante o exercício.

O software é vendido ao preço de R$ 450 e já é utilizado em diversas clí-nicas do País. “Conversando com fisio-terapeutas percebemos que faltava no mercado um aplicativo que pudesse deixar as sessões de fisioterapia mais divertidas. A interface que criamos atrai muito a atenção das crianças e dos ido-sos”, afirma Vieira. Além do Funphysio, os engenheiros desenvolveram o Chal-lengeBoard, um aplicativo que transfor-ma um iPad em tabuleiro para jogos.

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crIATIvIDADE EM cIfrAS

Há bem pouco tempo, quando uma banda queria se lançar no mercado, era comum ter que bater de porta em porta de grandes gravadoras para tentar con-vencer uma delas a investir no grupo e gravar um CD. Sem muitas oportunida-des, o mercado musical brasileiro fica-va restrito a uma pequena parcela de bandas e era difícil viver de música sem reconhecimento e apoio. Com a popu-larização da internet e das redes sociais, mais pessoas puderam se lançar nesse mercado, gravar suas composições e divulgá-las. O acesso à tecnologia abriu novas oportunidades não só musicais mas de negócios também. O que tem feito com que o trabalho independente ganhe cada vez mais espaço.

Paulo Monte é um desses novos em-preendedores. Ele e mais dois amigos, Ber-nardo Palmeira e Thiago Vedova, resolve-ram investir na cadeia produtiva da música e lançaram a Bolacha Entretenimento em

Internet e redes sociais alavancam os negócios de produtoras independentes

2009. A empresa, que fica localizada no Rio de Janeiro, produz shows, gravação e venda de CDs de bandas de diferentes segmentos musicais. Fazem parte do selo “Bolacha Dis-cos” o grupo de rock Os Outros, os instru-mentistas do Songoro Cosongo e a cantora de samba Elisa Addor. “Nossa primeira ideia foi trabalhar para conseguir produzir o CD da Binário, banda que Bernardo Palmeira fazia parte. Nós começamos a fazer a venda direta do disco nos shows e a partir dessa boa experiência resolvemos montar a em-presa”, afirma Monte.

Para desenvolver seus projetos e aju-dar outros artistas independentes, a Bola-cha Entretenimento criou uma ferramenta de financiamento colaborativo – a Embo-lacha. Por meio de um site baseado no conceito de crowfunding, que em portu-guês significa ‘financiado pela multidão’, a empresa busca sensibilizar diferentes pessoas para que elas contribuam finan-ceiramente para a realização de projetos musicais e artísticos. “O crowfunding tem sido uma ferramenta bastante utilizada nos Estados Unidos. Até mesmo o presidente Obama usou-a para arrecadar fundos para sua campanha. Esse tipo de instrumento abre espaço para uma nova relação entre

o artista e o público. Quem contribui re-cebe recompensas como produtos exclu-sivos da banda. É como se fosse uma nova forma de mecenato.”

No Embolacha, o artista divulga seu projeto, o quanto precisa para realizá-lo e estipula qual é o valor mínimo para a doação. A banda Mombojó, por exem-plo, quer fazer um show em Recife para comemorar os dez anos do grupo e es-pera contar com a ajuda de seus fãs para arrecadar R$ 30 mil para pagar os custos da viagem, da infraestrutura e da divul-gação do evento. Quem contribuir com R$ 20 ganha o ingresso para o show, e quem pagar R$ 35 além do ingresso ga-nha um CD do grupo.

O projeto do Mombojó é o sexto a ser veiculado no Embolacha. Os outros cinco já alcançaram as metas previstas. A banda Letuce conseguiu R$ 19 mil para gravar um CD, em troca enviou o disco para seus fãs e até ofereceu um jantar para eles; a banda Autoramas obteve R$ 14 mil e levou seus fãs para assistir a um show e para conhecer o camarim do grupo. “Todos os projetos que divulgamos estão sendo bem recebidos pelo público. Em uma campa-nha já arrecadamos mais de R$ 30 mil.

circuito Fora do eixo: rede de coletivos que reúne 72 grupos de produtores culturais do país

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O bacana é que esse tipo de ferramenta, além de arrecadar fundos para as bandas, também aproxima os artistas de seus fãs.”

casa nova

A Bolacha Entretenimento funcio-na hoje em um home office na casa dos sócios, mas em breve ganhará uma sede própria. A empresa foi selecionada pelo edital Rio Criativo do Programa de Desen-volvimento da Economia Criativa do Esta-do do Rio de Janeiro e até o fim do ano se juntará a outros 20 empreendimentos que serão instalados na incubadora criada pela Secretaria de Cultura, em parceria com o Instituto Gênesis da PUC-RJ.

A dificuldade em encontrar espaço para que bandas pudessem tocar suas pró-prias composições em Cuiabá também fez a publicitária Lenissa Lenza se mobilizar em prol da música independente. Em 2002, ela e um grupo de cinco amigos resolveram se unir e montar o coletivo Espaço Cubo para produzir festivais de música na capital mato-grossense. “Em Cuiabá o cenário mu-sical era tomado por bandas covers, e eu e mais alguns amigos resolvemos montar o coletivo para tentar mudar isso. Chamamos as bandas independentes para conversar e criamos uma série de projetos e festivais.”

Já no primeiro ano de funcionamento, o coletivo passou a organizar o Festival Ca-

lango e o Grito Rock para reunir as bandas da cidade. Como não tinham muito di-nheiro para investir, resolveram criar um sistema de trocas e uma moeda própria – o cubo card –, em que é possível trocar serviços e produtos entre os agentes da cadeia produtiva cultural sem precisar de dinheiro para isso. “Aos poucos nós fomos instaurando uma economia solidária no grupo e isso tem sido importante para a manutenção do circuito independente. O sistema de viabilizar ações através das tro-cas se tornou uma vantagem para o cená-rio cultural local. Por esse processo, uma empresa que queira apoiar nossos proje-tos não precisa necessariamente investir dinheiro nele: pode trocar por serviços prestados”, explica Lenissa.

Em 2005, o Espaço Cubo se juntou a outros coletivos do Brasil e foi montado o Circuito Fora do Eixo. O movimento é hoje uma rede de coletivos que reúne 72 grupos de produtores culturais do País. Eles se dedicam à promoção de festivais, produção e execução de projetos de co-municação livre, gravação e distribuição de CDs e organização de oficinas culturais. “Em 2011, mais de 130 cidades brasileiras, argentinas, bolivianas e chilenas vão rea-lizar o Grito Rock. Com o festival, nós já conseguimos levantar mais de R$ 800 mil e cerca de 1 milhão de cubo cards, que é nosso dinheiro próprio.”

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cuLTurAS vALOrIzADAS

Uma das premissas da economia criati-va é valorizar as culturas locais. Aquelas co-midas, festas, roupas e bens que caracteri-zam uma determinada região. Patrimônios que, segundo a Unesco, devem ser levados em consideração para promover o melhor desenvolvimento social, econômico e cul-tural das cidades, e uma forma de se fazer isso é através do turismo cultural. A entida-de lançou em 2004 o projeto Rede de Cida-des Criativas com a proposta de sensibilizar o poder público e o privado de diferentes cidades ao longo do mundo sobre a impor-tância da valorização das culturas locais.

A ideia é estimular a criação de ativida-des culturais e roteiros que permitam que o turista que visita a cidade ou mesmo o próprio morador consiga vivenciar a cul-tura local. O órgão avalia que as cidades criativas podem ser divididas em sete ca-tegorias de acordo com as características do lugar, podendo ser consideradas re-ferência em áreas como arte, literatura, design e música. Melbourne, na Austrália, por exemplo, é identificada pela Unesco como cidade da literatura, e Berlim, na Alemanha, como cidade do design.

comidas, festas, roupas e bens que caracterizam uma determinada região são patrimônios para a promoção do desenvolvimento social

Ana Carla Fonseca, consultora da Ga-rimpando Soluções e uma das autoras do livro Cidades criativas – perspectivas, considera que no Brasil ainda são poucos os municípios que trabalham a criatividade como um setor estratégico. “São Paulo tem um grande potencial nessa área, mas não consegue desenvolver isso direito porque faltam conexões na cidade que permitem aos moradores de regiões distantes partici-par ativamente de eventos que acontecem na cidade como, por exemplo, a Virada Cul-tural. A cidade inteira tem que ser criativa e não só ter bolsões de criatividade.”

Para desenvolver o turismo cultural no ambiente urbano, ela avalia que cada cida-de precisa entender qual é a sua singula-ridade e a partir dessa característica criar um modelo próprio de turismo criativo. “Eu considero Paraty, no Rio de Janeiro, uma das cidades que melhor consegue fa-zer isso. A Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) movimenta a cidade, traz tu-ristas e é possível observar que os eventos que ela promove estimulam uma sociabi-lidade que integra bastante o patrimônio histórico ao patrimônio imaterial, que são

as festas e procissões típicas da região.”Porto Alegre é outro município que

tem discutido a implementação de ativi-dades culturais que fazem com que ela seja considerada pela Unesco uma cidade criativa. O Santander Cultural e a prefei-tura da cidade já organizaram um seminá-rio internacional para discutir a proposta e para construir uma agenda de políticas públicas e privadas que permitem pro-mover isso nos próximos anos. Fernando Martins, vice-presidente de Marca, Marke-ting, Comunicação e Interatividade do Santander, explica que uma das formas de se fazer isso é incentivando boas ideias, promovendo as culturas locais e poten-cializando a troca de conhecimento entre as pessoas e as instituições. “O Santander tem um centro cultural em Porto Alegre e nessa unidade buscamos valorizar o de-senvolvimento do setor cultural da cidade promovendo programas e projetos artísti-cos. Esse centro cultural já tem dez anos e durante esse período mais de 3 milhões de pessoas já frequentaram o local.”

Nesse processo de transformação das cidades em um espaço criativo, pequenas

No bibliotáxi, projeto do

Instituto mobilidade verde,

livros ficam à disposição dos

passageiros

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mudanças no dia a dia já fazem grande di-ferença. Lincoln Paiva, diretor do Instituto Mobilidade Verde, organiza uma série de projetos em São Paulo para estimular a lei-tura. Ele criou a Bicicloteca, uma bicicleta que é também biblioteca para levar livros às praças da cidade e para doar livros para moradores de rua, e o Bibliotáxi, um táxi-biblioteca, para que os passageiros de táxi possam ler enquanto se deslocam de um lugar para outro. “No Bibliotáxi nós dispo-nibilizamos alguns livros e o passageiro fica à vontade para lê-los e inclusive para levá-los para casa. A única coisa que pedi-mos é que eles doem o livro para alguém após terminarem a leitura”, explica Paiva.

O projeto do Bibliotáxi começou em agosto deste ano, através de uma parceria entre o Instituto Mobilidade Verde, a Catra-ca Livre e o Vilamundo, e por enquanto está sendo testado em apenas um táxi da cida-de. O motorista Antônio Miranda é o pri-meiro a transformar seu carro em uma bi-blioteca, mas a proposta do Instituto é que a iniciativa seja replicada em toda a cidade. “No começo os passageiros estranham um pouco a caixa de livros no banco de trás do carro. Muitos deles me avisam dizendo que alguém esqueceu, e é aí que eu explico o projeto. Por dia, ao menos cinco passagei-ros saem do carro com um livro nas mãos. Até eu estou lendo mais. Enquanto não estou numa corrida, aproveito para ler os livros que há no carro. Na caixa do Biblio-táxi tem de tudo, do livro A casa das sete mulheres até obras de Gilberto Freyre.”

lINhA dIretA

embolacha: www.embolacha.com.brempreendedores criativos: www.empreendedorescriativos.com.brFecomercio São paulo: www.fecomercio.com.brFora do eixo: www.foradoeixo.org.brgarimpo de Soluções: www.garimpodesolucoes.com.brIncubadoras rio criativo: www.riocriativo.rj.gov.brSantander empreendedor: www. santanderempreendedor.com.brSebrae: www.sebrae.com.brSecretaria de economia criativa: www.cultura.gov.br

Ana Fonseca, da garimpando Soluções: ainda são poucosos municípios que trabalham a criatividade como setor estratégico

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E S T R AT É G I A

controladosRiscos

Ninguém está livre de imprevistos, mas é possível se proteger e evitar prejuízos contratando um seguro

por Mônica [email protected]

Diz o ditado popular que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Mas e se o lugar em que ele cair for justamente em cima da sua empresa? Pode até parecer brincadeira, mas o fato é que ninguém está livre de prejuízos em decorrência de tempestades, incêndios, alagamentos, vendavais e desastres em geral. Isso sem falar nos assaltos, ameaça unânime a em-preendedores de todos os segmentos e cantos do Brasil. Para se proteger, a única solução é investir em seguros. Cada vez mais evoluído, atualmente o mercado de seguros empresariais oferece não só co-bertura patrimonial, mas também prote-ção contra greves e perda de lucros.

Segundo Denis Teixeira, diretor da sucursal sul da MDS Consultores de Se-guros de Riscos, os sinistros mais comuns no âmbito empresarial são resultantes de danos elétricos, incêndios, alagamentos e assaltos. “Não importa o tamanho, ne-nhuma empresa hoje em dia pode se dar ao luxo de funcionar sem a contratação de seguro, nem mesmo aquelas que in-vestem pesado em medidas protecionais, pois sempre existe a possibilidade de acontecer um imprevisto”, alerta o espe-cialista. Bancar riscos, portanto, está fora de cogitação. “Isso pode ameaçar a sobre-vivência de um negócio. Um bom progra-ma de seguros permite à empresa crescer com tranquilidade, correr menos riscos, o que é bom também para os funcionários, clientes e fornecedores”, completa Breno

Kor, diretor da Kor Corretora. O pacote de seguros mínimo de uma

pequena empresa deve ser composto por algumas coberturas recomendadas para todo tipo de negócio, independen-te da área de atuação e perfil da clien-tela. É o caso da proteção contra in-cêndio, raio e explosão, que para um valor máximo indenizável de R$ 500 mil, custa em média R$ 433,50 por ano. (veja a simulação completa na tabela da página ao lado). “Há uma grande oferta de seguros para empresas com valor de risco até R$ 10 milhões, então os empresários têm à disposição pacotes muito vantajosos do ponto de vista financeiro”, afirma Teixeira.

Entre as coberturas disponíveis é possível incluir proteção para vidros, anúncios e luminosos, equipamentos eletrônicos e responsabilidade civil de-corrente das operações, entre outras. Os colaboradores também devem ser assegurados. “É recomendado que os funcionários devem estar amparados por um programa de benefícios como plano de saúde e seguros de vida ou acidentes”, ressalta Kor.

No caso de uma loja, o seguro de res-ponsabilidade civil pode ser acionado se

algum cliente escorrega e cai, deixando o estabelecimento no alvo de uma eventu-al ação por danos morais, por exemplo. O seguro, nesse caso, arca com o paga-mento das indenizações na Justiça caso a empresa seja condenada. “Cada tipo de negócio recebe das seguradoras uma aná-lise de riscos específi ca que vai impactar no preço fi nal dos seguros contratados, mas de maneira geral os valores cobra-dos compensam o investimento”, explica o especialista Carlos Barros de Moura, da Barros De Moura & Associados.

Destinado a auxiliar a empresa num momento de paralisação súbita que resul-te em perda de lucro, o seguro fi nanceiro – ou de lucro cessante – é indicado para todos os tipos de negócio. “Caso a empre-sa sofra alguma espécie de bloqueio ou impedimento de acesso que interrompa suas operações por um período, o dono do negócio poderá ser indenizado pelo seguro de lucros cessantes até o valor má-

Seguros empresariais oferecem proteção contra greves e perda de lucros

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MERCADO EM CRESCIMENTO

Capitalização ................... 15,9%Previdência Aberta ..............8,8%Seguros Empresariais ........... 12%Seguros Pessoais .............. 24,1% Seguros Gerais ................. 13,6% Fonte: FenSeg (janeiro a maio de 2011)

SIMULAÇÃO PARA PEQUENAS

Confira as coberturas indicadas para uma pequena empresa com o custo equivalente para determinados limites de indenização. A simulação considera um estabelecimento comercial localizado no centro da cidade de São Paulo e equivale a contrato de um ano de vigência. Os dados são da Barros De Moura & Associados.

COBERTURA VALOR INDENIZÁVEL (R$) PREÇO (R$)Incêndio, raio e explosão ...............................500 mil ...................433,50Danos elétricos e curto-circuito ....................... 15 mil .................... 95,04Vendaval/granizo/impacto de veículos ................ 15 mil .................... 43,20Vidros/anúncios luminosos ............................... 10 mil .................. 202,50Roubo/furto qualificado ................................. 100 mil ................ 3.888,00Equipamentos eletrônicos ................................ 10 mil .................... 32,40Responsabilidade civil .................................. 100 mil ................... 315,00Perda/pagamento de aluguel ........................... 150 mil ................... 130,05Lucros cessantes decorrentes da básica ..........250 mil ................... 320,75Total ......................................................................................5.460,44

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barros de moura & Associados: www.barrosdemoura.com.brcrdiementz: www.crdiementz.com.brFederação Nacional de Seguros gerais: www.fenaseg.org.br Kor corretora: www.kor.com.brmdS consultores de Seguros de riscos: www.mdsbr.com.br

ximo contratado”, diz Moura.Para que não restem dúvidas sobre o

tipo de seguro mais adequado à sua em-presa, é fundamental contar com o auxílio de um corretor qualificado. “Cada tipo de negócio tem uma necessidade específica, então é importante a escolha de um pro-fissional com experiência, conhecimento do mercado de seguros, suas garantias e que saiba interpretar as cláusulas”, reco-menda Kor. “Mais do que conhecer o que está coberto pelo seguro é necessário sa-ber aquilo que não estará coberto na hora de contratar um seguro”, alerta.

Especializada no comércio de eletro-eletrônicos, brinquedos, móveis e utili-dades domésticas, a CRDiementz é muito cautelosa quando o assunto é a política de seguros adotada pela empresa. Com 63 lojas espalhadas pelo Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a rede investe na proteção de todas as unidades, além dos dois depósitos e da frota de veículos. A cobertura abrange danos ocasionados por incêndio, vendaval, dano elétrico e assaltos, além do seguro de responsabi-lidade civil. “Levando em conta o tipo de produto que vendemos, não podemos correr o risco de ficar um só dia sem a cobertura do seguro”, diz Schirle Mentz Hattge, gerente financeira da rede, ao ex-plicar que as cotações para a renovação das apólices são feitas pelo menos dois

meses antes do vencimento. No mercado desde 2000, a empresa

tem no histórico algumas ocorrências de assaltos, sobretudo nas lojas localizadas em cidades grandes, como Porto Ale-gre. Outro sinistro acionado pela rede ocorreu há aproximadamente três anos, quando um vendaval destelhou parte da unidade localizada em Rio Grande (RS). “Felizmente são casos isolados. O mais comum mesmo são pequenos furtos”, informa Schirle. Vale lembrar que os cha-mados furtos simples – muito comuns no varejo – geralmente não são cobertos pelos seguros.

Seja devido ao aumento da violência urbana e dos desastres naturais, seja pela maior conscientização dos empreende-dores a respeito da importância de se precaver, o fato é que o segmento de se-guros empresariais não para de crescer. De janeiro a maio de 2011, o crescimento foi de 12% sobre o mesmo período do

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ano passado, acumulando prêmios na ordem de R$ 554,6 milhões, segundo dados da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg).

Os números refletem o bom desem-penho do mercado de seguros como um todo, que em 2010 apresentou 14,2% de acréscimo, incluindo todas as modali-dades de saúde suplementar. “O cresci-mento do setor está intimamente ligado ao bom desempenho da economia. Por isso, a expectativa é de que o mercado continue crescendo nos próximos anos, com o avanço da renda e a evolução da economia brasileira”, avalia Eduardo Mar-celino, presidente da Comissão de Riscos Patrimoniais da FenSeg.

“cada negócio tem uma necessidade específica,então é importante a escolha de um profissional”, diz Kor

teixeira, da mdS: “Não importa o tamanho, nenhuma empresa hoje em dia pode se dar ao luxo de funcionar sem a contratação de seguro”

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CNI e governo se unem para estimular as indústrias brasileiras a inovar por meio de empresa nos moldes do instituto alemão Fraunhofer

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A indústria brasileira deve ganhar até o final deste ano um novo instru-mento de estímulo à inovação tecnoló-gica. Em agosto, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Aloizio Mercadante, anunciou a criação da Em-presa Brasileira para Pesquisa e Inova-ção Industrial (Embrapii), seguindo o modelo da Empresa Brasileira de Pes-quisa Agropecuária (Embrapa). “O ob-jetivo é atender a demanda do chão da fábrica. A perna fraca do sistema hoje é inovação, só lidera quem inova”, discur-sou o ministro durante o 4º Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria, promovido pela Confederação Brasilei-ra da Indústria (CNI).

Na ocasião, Mercadante e o presi-dente da CNI, Robson Braga de Andrade, assinaram um memorando de intenções para a instalação da nova empresa. Um grupo de trabalho foi formado para cui-dar da formatação de um projeto piloto. A Embrapii vai credenciar instituições de pesquisa e tecnologia, que ajudarão as empresas a desenvolver projetos ino-vadores. A meta é que a rede alcance 30

centros de pesquisa até 2014, funcio-nando nos moldes do instituto alemão Fraunhofer, que mantém parceria com cerca de 60 instituições. “Não há outro caminho para a indústria senão inovar”, disse o presidente da CNI.

Para o presidente da Associação Na-cional de Entidades Promotoras de Em-preendimentos Inovadores (Anprotec), Guilherme Ary Plonski, as primeiras informações sugerem que, diferente da Embrapa e da Fraunhofer, a Embrapii manteria a individualidade institucional de seus componentes. “Trata-se então de mais uma rede pluri-institucional estimulada pelo MCTI para aumentar a efetividade das ações de extensão tec-nológica industrial, como já fazem fo-calizadamente a rede Progex (Programa de Apoio Tecnológico à Exportação), o SBRT (Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas) e o Sibratec (Sistema Brasi-

leiro de Tecnologia)”, avalia Plonski. Ele afirma que a Anprotec está à disposição para “articular a rede nacional de habi-tats de inovação com a nova iniciativa”.

cenário

Dados divulgados pelo MCTI mos-tram que os empresários brasileiros ainda investem pouco em inovação. O percentual é de 0,57% do Produto In-terno Bruto (PIB), contra 1,86% nos Es-tados Unidos, 2,46% na Coreia e 2,68% no Japão. E o índice brasileiro ainda inclui os gastos da Petrobras e de ou-tras estatais. Esse diagnóstico não é por falta de consciência. Em pesquisa feita recentemente pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) com 63 gestores de empresas de diferentes portes, 97% dos entrevistados responderam que a inovação é fundamental para a sustenta-bilidade do negócio, tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental.

A boa notícia vem da última edição do ranking The Global Innovation Index (GII 2011), formado por 125 países. O Brasil ocupa a 47ª colocação, mas avan-çou 21 posições em relação ao ano pas-sado. Os dez países mais inovadores são

“Não há outro caminho para a indústria senão inovar”, disse o presidente da cNI

O ministro da ciência, tecnologia e Inovação

(mctI), Aloizio mercadante, e o presidente da cNI,

robson braga de Andrade, assinam acordo para criação da embrapii

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E não parou por aí. A mais recente conquista de Vanessa Vilela aconteceu no mês passado. A Kapeh foi uma das oito empresas vencedoras do Prêmio Nacional de Inovação, promovido pela CNI e pelo Movimento Brasil Compe-titivo (MBC). Foram analisados 427 projetos de 254 empresas em quatro categorias: gestão da inovação, com-petitividade, design e desenvolvimento sustentável. A Kapeh ganhou o prêmio na categoria competitividade, modali-dade micro e pequena empresa, por seu projeto de cosméticos elaborados com a flor do café. Vanessa, que vem de uma família de cafeicultores, diz que a inova-ção está no DNA da empresa. Formada em farmácia, a empresária começou a empresa com a proposta de agregar va-

Suíça, Suécia, Cingapura, Hong Kong, Finlândia, Dinamarca, Estados Unidos, Canadá, Holanda e Reino Unido. Na América Latina, a liderança é do Chile, seguido pela Costa Rica. O Brasil ocu-pa a terceira posição. O ranking é ela-borado pela Confederação da Indústria da Índia em parceria com o instituto Insead e com a World Intellectual Pro-perty Organization ( Wipo), agência das Nações Unidas.

De acordo com o ministro Aloizio Mercadante, a proposta da Embrapii é levar projetos inovadores principalmen-te para as médias e pequenas empresas. Referência em inovação desde que foi criada, em 2007, a Kapeh Cosméticos, de Três Pontas (MG), é uma prova de como a inovação pode dar impulso a um peque-

“A perna fraca dosistema hoje é inovação, só lidera quem inova”, diz mercadante

no negócio. Antes mesmo de completar cinco anos de vida, a marca já vende seus produtos para todo o Brasil e exporta para a Europa. “Nossa proposta de cos-méticos feitos exclusivamente à base de café é inédita no mundo”, orgulha-se Va-nessa Vilela, fundadora da marca. No ano passado, a empresária entrou na lista das dez mulheres mais empreendedoras do mundo, elaborada pela Organização das Nações Unidas (ONU).

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maurício, da Origem jogos e Objetos: dar um novo uso para algo já existente também é inovar

vanessa, da Kapeh: “Nossa proposta de cosméticos feitos exclusivamente à base de café é inédita no mundo”

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lor ao café do sul de Minas, importante região produtora do grão.

“Estou num mercado extremamen-te competitivo, dominado por grandes marcas. Seu eu não tivesse uma proposta inédita, dificilmente permaneceria nele. Portanto, inovação para a Kapeh é uma questão de sobrevivência”, explica Va-nessa. A empresária lembra ainda que o segmento de cosméticos é movido por novidades e, por isso, a Kapeh tem a proposta de inovar sempre em seus lan-çamentos. Hoje, a empresa tem um mix com mais de 50 itens. A última novida-de é uma linha juvenil. A empresa tam-bém usa apenas café certificado em suas formulações para garantir que o grão é procedente de uma produção sustentá-vel, tanto em relação ao meio ambiente

quanto ao ser humano. Vanessa não abre os números mas afirma que a meta para 2011 é um crescimento de 100%.

razão de existir

A Iso-Blok Construção e Tecnologia, do Rio Grande do Norte, também deve sua existência ao seu projeto inovador. A empresa nasceu com o desenvolvi-mento de um compósito ecológico à base de resíduos industriais de polí-meros para ser usado na construção de lajes, isolamentos térmicos e acústicos ou no preenchimento de juntas. Além de mais sustentável, por usar um resí-duo que seria despejado em aterros sa-nitários, a solução é mais leve do que os tradicionais blocos de cerâmica e mais

econômica do que o isopor, feito à base de petróleo. A Iso-Blok foi a vencedo-ra do Prêmio Nacional de Inovação na categoria desenvolvimento sustentável, modalidade micro e pequena empresa.

A empresa também desenvolve painéis pré-moldados a partir do com-pósito. As placas são vendidas prontas para a pintura, permitindo a constru-ção de uma casa em apenas um dia. A Iso-Blok já fechou um contrato para a construção de 1,5 mil casas e está ne-gociando com outra construtora para a montagem de outras 1,5 mil unida-des. “O processo de construção está sendo cada vez mais racionalizado e o único jeito disso acontecer é trabalhar com pré-moldado, que reduz muito o desperdício”, afirma o engenheiro civil

guilherme Fábio, da Iso-blok: país precisa

de inovação para resolver questões

urgentes como falta de mão de obra

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Anprotec: www.anprotec.org.brconfederação Nacional da Indústria:www.cni.org.brdesign Inverso: (47) 3028-7767Inovação: www.mct.gov.brIso-blok: (84) 3222-4488Kapeh: (35) 3265-1453ministério da ciência, tecnologia e Inovação: www.mct.gov.brmovimento brasil competitivo:www.mbc.org.brOrigem jogos e Objetos: (31) 3296-3276

Guilherme Fábio de Melo, fundador e diretor técnico e de inovação da Iso-Blok. Para ele, o País precisa de ino-vação para resolver questões urgentes como a falta de mão de obra.

A Origem Jogos e Objetos, de Belo Horizonte, é uma prova de que a inova-ção pode se dar de diferentes formas, até mesmo dando um novo uso para algo já existente. Há 20 anos no merca-do, até 2006 a empresa atuava exclusiva-mente na área de brindes corporativos. A concorrência com produtos importa-dos fez seus sócios partirem para a bus-ca de outros públicos. Foi assim que de-cidiram aproveitar o potencial dos jogos de tabuleiro para as áreas de educação e assistência social. Dentro dessa pro-posta surgiu a Oficina do Pensar e Agir, cujo objetivo é capacitar professores e educadores para utilizar jogos de tabu-

leiro em atividades extracurriculares e também na sala de aula.

O projeto já é vencedor. Com ele, a Origem conquistou o Prêmio Nacio-nal de Inovação na categoria Design, modalidade micro e pequena empresa. Para Maurício Araújo de Lima, diretor de desenvolvimento de produtos, a conquista mostrou que inovação não precisa necessariamente estar ligada à tecnologia. “Nós trabalhamos com jogos que têm mais de 6 mil anos e ninguém os associa à inovação. Nós estamos transformando a forma como eles são usados, desenvolvendo seu potencial cognitivo”, afirma o empresá-rio. Segundo ele, a meta é alcançar 300 escolas em Belo Horizonte e São Paulo até 2012. Hoje, o segmento educacio-nal ainda responde por apenas 5% do faturamento da Origem, mas a estimati-va é que chegue a 20% até 2016.

Um grande aliado para quem precisa e quer inovar é o design. “É a maneira mais barata de trazer inovação para den-tro da indústria”, afirma Marcos Sebben, diretor da Design Inverso, de Joinville (SC). O escritório já conquistou o iF Design Award, o Oscar do design mun-

proposta da embrapii é levar projetos inovadorespara médias e pequenas empresas do país

dial. Entre seus projetos, destaca-se a primeira lavadora do Brasil para cadei-rantes, fabricada pela Wanke. “O design enxerga o que está acontecendo fora da empresa e cria novas demandas de pro-dutos”, explica Sebben. Na avaliação do executivo, as empresas já perceberam que o design é uma boa ferramenta para se diferenciar no mercado e trazer mais valor e lucro ao negócio. “Além disso, ele traz inovação com mais rapidez e custos menores”, observa Sebben.

Sebben, da design Inverso: “design traz inovação com mais rapidez e custos menores”

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poder de

bId dispõe recursos e cooperação técnica a empresas que ofereçam produtos e serviços para melhorar as condições de vida das pessoas mais necessitadas

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mentar os investimentos em produtos e serviços para os consumidores das classes C, D e E, que formam a base da pirâmide social. “Hoje os mais pobres pagam mui-to caro por serviços de saúde, educação e moradia. Faltam soluções em serviços e produtos para atender melhor esse pú-blico. Esse é um mercado que representa cerca de US$ 500 bilhões por ano na Amé-rica Latina e no Caribe e que ainda é muito mal explorado.”

Piereck avalia que as empresas têm um papel importante em todo o processo de inclusão social das pessoas mais empo-brecidas e cita que as corporações podem fazer isso, ao produzir com maior qualida-de a preços mais baixos e ao adaptar seus produtos, serviços e canais de distribuição para mercados de baixa renda. “A classe C já mostrou para o mercado brasileiro sua força e já é possível perceber que as em-presas estão mais atentas para atender esses consumidores, mas ainda são pou-cos os empresários que estão mobilizados para desenvolver soluções para as classes D e E. Nossa proposta é fazer com que as empresas repensem seu modelo de negó-cio e que estejam mais atentas ao poder transformador que elas têm.”

projetos inovadores

Para conseguir um financiamento atra-vés do “Oportunidades para a Maioria”, as empresas devem apresentar projetos e modelos de negócios inovadores em áreas como de infraestrutura, educação e tecno-logia que tenham como foco melhorar as condições de vida das pessoas mais em-pobrecidas. A linha de crédito pode variar de US$ 5 milhões a US$ 10 milhões e o empresário pode pagar o valor financiado em até 15 anos. Além disso, estão sendo firmados acordos de cooperação técnica entre o BID e as empresas para que sejam viabilizados cursos de capacitação profis-sional. “Todos os projetos são avaliados rigorosamente. Só liberamos o dinheiro quando temos toda a garantia da viabilida-de econômica da proposta e se o recurso vai de fato beneficiar as comunidades mais necessitadas”, afirma o consultor.

Uma das empresas que já teve seu projeto aprovado pelo BID e que rece-berá US$ 10 milhões é a Tenda Atacado,

por beatrice gonç[email protected]

A maior parte dos latino-americanos e caribenhos vive em condições precárias, ganhando menos de US$ 300 por mês, o equivalente a R$ 500. A estimativa é que pelo menos 360 milhões de pessoas – o equivalente a 70% do total de habitantes da região – não têm acesso ou têm acesso limitado a serviços financeiros, de saúde e de educação e a itens básicos como sane-amento e energia. Um estudo feito pelo Banco Interamericano de Desenvolvimen-to (BID), instituição financeira que apoia ações para reduzir a pobreza e a desigual-dade na América Latina e no Caribe, mos-trou que faltam ações dos governos para reduzir as desigualdades sociais na região e produtos e serviços do setor privado que ajudem a melhorar as condições de vida das classes mais empobrecidas.

Para incentivar as empresas e os go-vernos a promoverem a inclusão social, o BID lançou em 2007 o programa “Oportu-nidades para a Maioria”. A iniciativa, que já vem sendo utilizada em países como Colômbia e Paraguai, começa a ser aplica-da este ano no Brasil através de uma nova linha de financiamento e de cooperação técnica oferecida pelo Banco para em-presas privadas, governos e comunidades locais que ofereçam produtos e serviços para melhorar as condições de vida das pessoas mais necessitadas. A proposta é financiar projetos inovadores e reaplicá-los nos 26 países atendidos pelo BID.

O Banco já investiu até o momento mais de US$ 160 milhões no financiamen-to de 24 modelos de negócios voltados para as áreas de saúde, moradia e educa-ção. Neste ano, o BID anunciou que vai dobrar o volume de recursos aplicados no programa, fazendo com que o valor inves-tido pelo órgão em 2011 e 2012 chegue a US$ 100 milhões. Com o aumento no valor dos recursos e a ampliação do nú-mero de países atendidos pelo programa, a meta da entidade é beneficiar mais de 2 milhões de pessoas até 2015.

Guilherme Piereck, consultor do “Oportunidades para a Maioria” no Brasil, explica que um dos grandes focos do BID nessa iniciativa é sensibilizar o setor pri-vado e mostrá-lo como é importante au-

NúMErOS

70% da população da América latina e do caribe, o equivalente a 360 milhões de pessoas, vive com menos de uS$ 300 por mês;

uS$ 500 bilhões é o tamanho do mercado de bens e serviços básicos voltado para as classes c, d e e na América latina e caribe, que ainda é pouco explorado pelas empresas. Fonte: programa Oportunidades para a maioria

tenda Atacado vai oferecer crédito e financiamento aos mais de 250 mil empreendedores clientes da rede, muitos deles sem conta bancária

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distribuidora de produtos alimentícios para pasteleiros, pipoqueiros, lancho-netes, bares e restaurantes. O dinheiro será investido pela empresa para ofe-recer crédito e financiamento aos mais de 250 mil empreendedores que são clientes da rede. Eles poderão aderir ao cartão da Tenda Atacado e conseguir empréstimos a partir de R$ 350 para investir em maquinário e em utensílios para o negócio. “Muitos de nossos clien-tes não têm conta em banco e, por isso, não têm acesso a serviços financeiros como empréstimos e parcelamento de contas. Queremos dar a eles essa opor-tunidade e fazer com que eles consigam melhorar seu negócio e vender mais”,

explica Marco Gorini, diretor da Vox-Cred, empresa de crédito da Tenda.

O Banco Gerador, instituição finan-ceira que atua em todos os estados do Nordeste, também está participando do “Oportunidades para a Maioria” e receberá US$ 5 milhões. O recurso será utilizado para oferecer crédito e emprés-timos para cerca de 10 mil pequenos supermercadistas nordestinos. “Nossa proposta é oferecer até R$ 20 mil a mi-croempresários, para que possam melho-rar a infraestrutura de seu negócio. Para que, por exemplo, um dono de mercado consiga comprar mais freezers e com isso possa armazenar mais e melhor seus pro-dutos”, conta Paulo Dalla Nora, diretor-executivo do Banco Gerador.

Assim como empresas e governos, organizações do terceiro setor também podem solicitar financiamento do BID para projetos que busquem melhorar as condições de vida das classes sociais mais carentes. Apesar da linha de crédito estar disponível, ainda são poucas as institui-ções que solicitam o recurso. O advoga-do Arcênio da Silva, que presta assessoria para entidades do terceiro setor, diz que ainda há um completo desconhecimento por parte das ONGs, associações e fun-dações sobre a existência desses recur-sos e a possibilidade de utilizá-los. “Há crédito para que o terceiro setor possa ampliar suas atividades, porém são pou-cas as entidades que sabem disso e que conseguem atender todas as exigências necessárias para conseguir um financia-mento. Por muito tempo, o terceiro setor se manteve através do voluntariado, mas eu acredito que é o momento dessas en-tidades começarem a contratar profissio-

nais preparados para entender tanto dos aspectos sociais quanto das formas de financiamento e sustento de projetos.”

Nicole Hoedemaker, diretora da As-sociação Paulista de Fundações (APF), entidade que reúne 64 fundações do Brasil, também considera que o tercei-ro setor ainda utiliza pouco as linhas de crédito disponíveis. “As entidades ainda estão muito dependentes dos órgãos públicos, como prefeituras e secreta-rias, e isso faz com que os projetos fi-quem muito vulneráveis. É preciso que o terceiro setor comece a pensar em outras formas de financiamento como as disponíveis pelo BID, pelo Banco Mundial e pelo BNDES.”

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Associação paulista de Fundações: www.apf.org.brbanco gerador: www.bancogerador.com.brprograma Oportunidades para a maioria: www.iadb.orgtenda Atacado: www.tendaatacado.com.br

crédito pode variar de uS$ 5 milhões a uS$ 10 milhões e o empresário pode pagar o valorem até 15 anos

Nicole, da ApF: “O terceiro setor ainda está muito dependente dos órgãos públicos, o que deixa os projetos vulneráveis”

banco gerador: crédito de até r$ 20 mil para cerca de 10 mil pequenos supermercadistas nordestinos

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Idade: 30Formação: marketing pela eSpm/rj, em 2003Número de funcionários: 60cidade-sede: belo horizonte

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sambaA visão aguçada das oportunidades e a coragem de gustavo para se antecipar às tendências mantiveram sua empresa em constante crescimento

por mônica [email protected]

Flexibilidade é palavra de ordem na vida de Gustavo Caetano, fundador e CEO da Samba Tech, especializada em soluções e plataformas de vídeo digital. Com sede em Belo Horizonte, a empresa começou como startup em 2004 e foi pioneira na distribuição de jogos para celular no Brasil. Temendo o “esmagamento” da companhia – que atuava como intermediária entre as operadoras de celular e uma fabricante inglesa de jogos –, ele não teve dúvidas: mudou completamente o foco da operação e passou a investir em uma exclusiva plata-forma de vídeos on-line. Aos 30 anos, hoje o empresário prepara-se para inaugurar uma filial em Miami e comemora o crescimento da empresa, que no ano passado registrou expressivos 200% de crescimento.

A mais nova conquista do empresário é a aquisição da Videolog, principal comuni-dade brasileira de vídeos. O negócio é es-tratégico para alavancar a atuação da Sam-ba Tech com o usuário final, além de dar maior força comercial, implementar novos formatos interativos e monitoramento de hábitos de consumo de vídeo para a Rede Samba de Publicidade em Vídeos Online. O portal Videolog.tv também passará a uti-lizar a tecnologia da startup para ampliar sua atuação no mercado de vídeos on-line. Juntas, as empresas formam a maior plata-forma independente de vídeos da América Latina. “Já temos forte atuação no setor corporativo e reconhecemos na Videolog uma grande complementaridade de negó-

cios no sentido de ampliar nossa oferta de produtos e serviços para o consumidor fi-nal. A equipe é muito competente e temos a certeza de que vai contribuir muito para nosso crescimento. Os executivos da Vide-olog assumirão cargos estratégicos dentro da Samba”, acrescenta Gustavo.

O desejo de abrir um negócio surgiu nos primeiros anos de faculdade, quando Gustavo atingiu a posição de presidente da empresa júnior da ESPM/Rio, focada em consultoria de marketing. “A experiên-cia de vivenciar a gestão de uma empresa júnior foi fundamental para determinar meu desejo de empreender”, afirma. Não tardou para que o plano fosse colocado em prática. Quando inaugurou a empre-sa, ele ainda cursava o último semestre da faculdade de Publicidade e Propaganda e conciliava os estudos com o trabalho no setor de marketing da Unimed.

Embora desejasse empreender, Gus-tavo ainda não sabia no que investir até o dia em que adquiriu um celular com visor colorido, em 2004. “Sempre gostei muito de joguinhos eletrônicos, então quando comprei um aparelho com esse recurso fui atrás de jogos para comprar e percebi que havia poucas opções disponibilizadas pelas operadoras brasileiras, o que representava um excelente nicho a ser desbravado”, re-lembra. Decidido a se estabelecer no até então incipiente mercado nacional, ele foi para a Europa em busca de parceiros e voltou com contrato firmado para dis-tribuir jogos de uma companhia britânica. “O potencial era tanto que eles não só me convidaram para representá-los no Brasil,

mas em toda a América do Sul.”Para dar início à operação, no entan-

to, era preciso ter dinheiro em caixa. Com apenas 23 anos, pouca experiência profis-sional e nenhuma garantia, Gustavo fugia um pouco do padrão exigido por bancos e financiadoras. “Quando voltei ao Brasil, me vi no dilema de ter a oportunidade na mão, mas dinheiro nenhum no bolso para começar o negócio”, recorda. Foi através de contatos feitos pelo pai – executivo de uma multinacional – que ele chegou a Almir Gentil, investidor de Florianópolis com em-preendimentos na área de comunicação e tecnologia. “Almir foi o primeiro a acreditar na ideia e nos forneceu aporte de US$ 100 mil, utilizados para cobrir a estruturação e os custos iniciais da empresa”, conta.

Nascido em Araguari, cidade localizada no triângulo mineiro, ele decidiu firmar as bases do negócio em Belo Horizonte. Mais do que as raízes, o que pesou na decisão da cidade-sede foi o custo-benefício. “Que-ria abrir numa capital, mas com menores custos e encargos do que no eixo Rio-São Paulo”, explica o empreendedor, que cogi-tou se estabelecer também nas cidades de Florianópolis e Campinas (SP).

Chamada Samba Mobile, a empresa funcionava em uma sala de 20 metros qua-drados e contava com apenas três funcio-nários. Focada exclusivamente na distribui-ção de jogos de celular para as operadoras, a companhia viu a demanda crescer a tal ponto que, em 2006, foram inaugurados escritórios na Argentina e Chile. “Teve um determinado momento em que estávamos vendendo para praticamente todas as ope-

flexibilidade que deu

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radoras de telefonia móvel da América La-tina”, rememora Gustavo.

Olhar atento

Foi a capacidade de prever tendências e se adaptar aos novos rumos do mercado que garantiu ao empresário o sucesso na reestruturação do conceito e dos produ-tos oferecidos pela companhia. “Baseamo-nos numa regra militar que diz: ‘se houver disparidade entre o terreno e o mapa, fi-que com o terreno’. Da mesma forma na gestão de uma empresa: se houver diver-gência entre o plano de negócios e a reali-dade, atenha-se à realidade”, reflete.

Com base nessa premissa e atento às mudanças no mercado, Gustavo deci-diu que era hora de mudar radicalmente o rumo do negócio, ou estaria fadado ao “esmagamento” da empresa devido à sua função de intermediária. “Por um lado sofríamos a pressão das operadoras de celular, querendo participação maior sobre as vendas, pois sabiam que depen-díamos delas para vender. E, por outro, o fabricante também forçava para aumentar a margem de lucro, o que nos fez concluir que estaríamos fadados ao fracasso se nos acomodássemos na função de meros re-vendedores, e já poderíamos ser facilmen-te substituídos”, pondera.

Para o empreendedor, o maior desa-fio foi encontrar um modelo de negócio

sustentável a longo prazo. Após pesquisar as tendências e necessidades em comuni-cação digital, Gustavo chegou à conclusão de que o futuro estava nos vídeos on-line – isso anos antes do YouTube cair nas gra-ças do brasileiro e atingir o topo da lista dos sites mais acessados do País. De olho nesse mercado, a partir de 2007 a empre-sa começou a desenvolver sua própria plataforma de vídeos on-line e mudou de nome, passando a se chamar Samba Tech.

Ao contrário do que fazem empresas similares como a Videolog, o objetivo da Samba Tech nunca foi concorrer direta-mente com o YouTube, mas sim oferecer soluções completas em comunicação cor-porativa, transmissão de eventos ao vivo e TV na internet. Um dos diferenciais da companhia é a abordagem baseada no mo-delo de Plataforma-como-Serviço (PaaS), que funciona de forma totalmente on-line e sob demanda. “Criamos uma plataforma de vídeos on-line similar à do YouTube, mas que pode ser vendida para empresas que desejam ter total controle e responsabilida-de sobre seus próprios conteúdos”, detalha

Gustavo. Chamada Webcast, a plataforma caiu rapidamente no gosto dos principais grupos de mídia e grandes empresas do País, como Grupo Abril, O Boticário, TV Bandeirantes e Uol, entre outros.

Uma das ações mais recentes lançadas pela empresa foi em parceria com o site de compras coletivas Peixe Urbano. O proje-to prevê a criação de vídeos publicitários, criados para a internet, porém integrados com as campanhas publicitárias do Peixe Urbano na mídia nacional. A iniciativa marcou a estreia da Rede de Publicidade em Vídeos Online da Samba Tech e inclui a veiculação do conteúdo no portal do SBT (Sistema Brasileiro de Televisão), ou-tro cliente da startup. “Trata-se de um mo-delo de negócios muito inovador porque, além de criar um novo canal de publicida-de e interação com os internautas, ainda permite que os portais possam controlar e monetizar seus conteúdos.”

Em dezembro do ano passado, a em-presa também chamou a atenção do mer-cado ao firmar parceria com o Google, inte-grando a Rede de Display do site de busca à plataforma de Webcast. Com isso, as em-presas que usam os serviços da Samba Tech podem colocar anúncios em seus vídeos, utilizando a interface de controle para ges-tão dos anúncios do site de buscas. As pe-ças de publicidade são exibidas nos vídeos, de acordo com a tecnologia do Google de análise de relevância de conteúdo.

“Se houver divergênciaentre o plano de negócios e a realidade, atenha-se à realidade”

p E r f I L

de 2008 para cá, o número de funcionários saltou de cinco para 60, e até dezembro deve chegar a 115

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Samba tech: www.sambatech.com

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2006

2007

2008

No último semestre da faculdade, gustavo funda a Samba mobile. com sede em belo horizonte e apenas três funcionários, a empresa é voltada exclusivamente à distribuição de jogos eletrônicos para celular.

em pouco tempo, a startup domina o mercado de jogos de celular na América do Sul, inaugurando bases na Argentina e chile.

temendo o “esmagamento” da função intermediária exercida pela empresa, gustavo resolve mudar radicalmente o rumo do negócio e decide investir no nicho de vídeos on-line.

chamada Samba tech, a empresa lança uma plataforma de vídeos on-line que permite total controle sobre a gestão do conteúdo. O foco da operação passa a ser exclusivamente soluções em tv na web, comunicação corporativa e transmissão de eventos ao vivo.

gustavo caetanoSamba tech

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A inovação dos produtos e serviços da Samba Tech tem chamado a atenção no cenário internacional, tanto que a empre-sa foi a única do Brasil selecionada para participar do Chinict, considerado a maior conferência de inovação tecnológica e em-preendedorismo da China, que ocorreu em maio deste ano em Pequim. O evento contou com a participação de companhias de renome internacional, como Google, BlackBerry, Bloomberg, Youku, Wall Stre-et Journal e Intel. “Sabemos que isso é decorrência do reconhecimento de nosso pioneirismo no mercado de vídeos on-line, o que reforça ainda mais nossa estra-tégia de expansão internacional”, assinala Gustavo, ao comentar sobre a abertura da filial em Miami, prevista para novembro.

Para atingir a atual posição de liderança no mercado de vídeos on-line na América Latina, a Samba Tech foi investida pelo FIR Capital, fundo brasileiro de venture capital subsidiado pelo norte-americano DFJ. Mais do que recursos financeiros para alavancar o negócio, a entidade fornece apoio geren-cial e estratégico. A startup conta ainda com uma parceria global com o MIT (Massachu-setts Institute of Tech nology). O acordo prevê que, uma vez ao ano, estudantes de MBA sejam encaminhados para estágios na empresa brasileira. “Muita gente inte-ressante já passou por aqui, incluindo co-laboradores da Apple, Facebook e Paypal”, conta o empresário.

chrIStIANe bIrchAl

O resultado dos investimentos e ações pode ser medido em números. De 2008 para cá, a receita da empresa aumentou aproximadamente 200% ao ano. O núme-ro de funcionários saltou de cinco para 60. O crescimento acelerado exigiu também adaptações na infraestrutura. Até dezem-bro, a Samba Tech deve mudar sua sede para o parque tecnológico BHTech. Com a mudança, Gustavo espera que o número de colaboradores quase dobre, chegando a 115. “Mais espaço e novas contratações são essenciais, pois temos crescido muito em número de clientes, passando de 15 em 2010 para os 65 de hoje”, comemora.

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Decisão

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A localização de uma loja é essencial para que suas operações sejam bem-sucedidas, mas a escolha do ponto exige a avaliação atenta de diversos fatorespor cléia Schmitz | [email protected]

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Não existe franquia que resista a um ponto comercial ruim. Por isso, definir a localização da loja é tão importante quanto a escolha da marca (caso você seja o com-prador da franquia) ou quanto a seleção do franqueado (caso você seja o franque-ador). E na maioria das vezes esta tarefa não é nada fácil. Principalmente porque os fatores que determinam a escolha do pon-to são muitos, começando pela definição do público-alvo e passando por questões como visibilidade da marca, acesso ao es-tabelecimento, custo-benefício do aluguel, condições físicas do imóvel, segurança e até mesmo disponibilidade do ponto co-mercial. Em alguns shopping centers do País conseguir um espaço por um valor condizente ao negócio pode levar alguns anos de intensa negociação.

Dispor de muita paciência pode fazer toda a diferença nessa hora. “Já fiquei três anos e meio negociando para colocar uma loja dentro de um shopping em São Pau-lo”, conta Luis Henrique Stockler, sócio da consultoria ba}Stockler, especializada em gestão de franquias. O executivo lembra que, nesse processo, dois candidatos a franqueados da marca que ele represen-tava desistiram de esperar pelo negócio. Mas a ansiedade em conseguir o espaço é

ShOppINg Ou ruA?

A pergunta sempre aparece quando o assunto é ponto comercial, ainda mais quando se trata de uma franquia. para luis henrique Stockler, sócio da consultoria ba}Stockler, não há como negar o magnetismo que os shopping centers vêm exercendo nos consumidores nos últimos tempos. “O custo de operação é maior, sem dúvida, mas eles geram mais fluxo e trazem ao mesmo tempo o consumidor voluntário e o involuntário. já na rua, com algumas exceções como a Oscar Freire, o tempo de maturação do negócio é maior, e quem tem obrigação de gerar o fluxo é você. é preciso fazer a conta para ver o que compensa mais financeiramente e economicamente”, resume Stockler.

uma grande inimiga. Stockler ressalta que não dá para abrir mão de um valor condi-zente com o negócio sob pena dos custos com o imóvel inviabilizarem a permanên-cia da loja no local. Seis meses depois da segunda desistência, ele conseguiu o pon-to pela taxa de ocupação proposta por seu cliente. “Vale a pena esperar para fazer um bom negócio.”

Algumas franquias chegaram ao está-gio de receber convites para se instalar em shoppings e têm mais poder de nego-ciação. Mas elas também precisam avaliar se o ponto em questão vem de encontro aos seus objetivos. Mesmo que esse ponto seja um quiosque, espaços que, obviamen-te, costumam ter taxas de ocupação mais acessíveis. Aliás, esse formato de loja é uma opção para testar a localização e, de-pendendo dos resultados, partir para um espaço maior ou mesmo trocar o quios-que de lugar. O que não quer dizer que o cuidado na escolha possa ser menor. “Já aconteceu de trocarmos um quiosque de andar dentro de um shopping. O formato possibilita isso”, conta Rosana Macedo, di-retora de negócios da Fundição Filomena, rede de lojas carioca, especializada em bi-juterias e acessórios femininos.

Criada em 2008, a rede está presente

equipe da bendita Fruta observa o fluxo de pessoas por duas ou três semanas para avaliar o potencial do espaço

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em seis estados brasileiros com 28 unida-des, das quais 24 são quiosques. “Muitos franqueados já estão transformando seus quiosques em lojas. Essa é uma estratégia da marca”, conta Rosana. Mas, segundo a franqueadora, o fator determinante para a aprovação do ponto é o fluxo de pessoas das classes B e C, público-alvo da Fundi-ção Filomena. “Não deixamos ninguém instalar uma loja em ponto de pouco fluxo porque vendemos bijuteria, um produto de compra por impulso”, explica Rosana, que complementa: “Um ponto bom não tem preço porque ele se paga. Não adian-ta instalar uma loja num imóvel com alu-guel barato se o local não atrai clientes e o franqueado não vende”. A expectativa da rede é encerrar 2011 com um faturamento de R$ 2 milhões.

A garantia de fluxo constante de clientes potenciais da marca também é o principal pressuposto para aprovação de um ponto para instalação da franquia Bendita Fruta Frozen Yogurt. A rede, cria-da no Rio de Janeiro em 2009, tem 16 unidades em quatro estados brasileiros

e pertence ao Grupo Parmê, que tem 70 restaurantes com a marca Parmê. “Eu costumo dizer que a vontade e a disposi-ção financeira do franqueado não são tão importantes quanto o ponto comercial, que nós chamamos de ponto de hon-ra”, afirma Luiz Antonio Jaeger, gerente de operações do Grupo Parmê/Bendita Fruta. Segundo o executivo, seja em sho-pping ou rua, a presença do público tem que ser constante, todos os dias da sema-na e independente de sazonalidade.

decisão conjunta

Há um consenso de que franqueados

e franqueadores devem ser parceiros na hora de definir o ponto. Mas para o con-sultor Luis Henrique Stockler, a decisão final cabe ao franqueador. “Afinal, ele é o especialista porque foi ele quem criou o conceito do negócio e definiu o pro-cesso de escolha do ponto ao formatar sua franquia”, explica Stockler. Porém, é bom estar atento àqueles que querem crescer a qualquer preço e acabam tendo

chEck LIST

Antes de escolher o ponto para a sua loja, faça um check list dos fatores que determinam o sucesso de uma operação:

● localização, zoneamento● visibilidade a distância● Acesso, estacionamento● Segurança do local● Fachada, aparência● vizinhança e concorrência● largura da calçada● Frente da loja● área total, útil e necessária● estado do prédio para reforma● longevidade do negócio● tempo de contrato● volume de vendas em potencial● despesas de implantação● custo operacional● dias de venda● horário de funcionamento● tíquete médio● logística de suprimento● legalização/alvará

Fonte: www.bastockler.com.br

luis Stockler: “vale a pena esperar para fazer

um bom negócio”

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ba}Stockler: (11) 3031-7854Fundição Filomena:www.fundicaofilomena.com.br bendita Fruta:www.benditafruta.com.br

critérios duvidosos na expansão da rede. “Vender franquia é fácil, mas escolher o ponto e implantar de forma eficiente é mais difícil”, afirma o consultor. Ele expli-ca que um bom franqueador já aprendeu com erros e acertos em processos an-teriores de instalação da marca e conta, inclusive, com modelos matemáticos e estatísticos que reduzem bastante o grau de risco das escolhas.

No entanto, o franqueado precisa ser envolvido no processo de definição do ponto comercial. “Ele não pode ficar com nenhuma dúvida sobre o potencial do ponto. Por isso é tão importante que o franqueador seja profissional. Se ele fizer o processo de forma amadora, vai deixar o franqueado inseguro e a relação já começa azeda”, observa Stockler. Para Rosana Ma-cedo, da Fundição Filomena, essa sintonia com o comprador da franquia é muito im-portante para que a marca alcance os re-sultados desejados. “Nós ouvimos demais o franqueado porque é ele quem conhece a cidade dele e sabe qual é o melhor shop-ping da região. Além disso, é essencial que

ele esteja seguro do retorno que o ponto vai trazer”, afirma a franqueadora.

“Nós não indicamos o ponto, nós so-mente o validamos”, diz Jaeger, do Gru-po Parmê. O executivo explica que uma equipe da franquia observa o fluxo de pessoas por duas ou três semanas para avaliar o potencial do espaço. A exceção fica por conta dos shoppings onde o gru-po já tem bom relacionamento com a su-perintendência. “Nesse caso, indicamos os franqueados para que eles negociem”, explica o executivo. Ele admite que nessa hora os contatos ajudam muito. A marca Bendita Fruta foi convidada para ocupar um espaço no Rock in Rio, que acontece de 23 de setembro a 2 de outubro. “É uma oportunidade muito importante de expor mundialmente a marca.” O Grupo Parmê também está atento às oportunidades tra-zidas pelas Olimpíadas de 2016 mas, se-gundo Jaeger, a prioridade é por espaços que sobrevivam independente dos jogos.

Outros fatores importantes na es-colha do ponto comercial, e que muitas vezes são completamente ignorados por

franqueadores, são os custos tributários e logísticos. Eles variam conforme a região e a distância da sede ou fábrica da fran-quia e podem impactar nos preços dos produtos. Stockler cita o exemplo dos sapatos fabricados no Rio Grande do Sul, que saem de lá por R$ 100 e chegam a São Paulo custando R$ 106 e ao Nordeste ao preço de R$ 117. “Com a guerra tributá-ria entre os estados, o franqueado pode pagar uma taxa de importação dentro do Brasil se não houver cooperação entre os parceiros da rede”, afirma Stockler. “Essas questões precisam ser levadas em conta, senão o franqueado quebra na segunda e o franqueador na terça.”

rosana, da Fundição Filomena: “Nós ouvimos demais o franqueado porque é ele quem conhece a cidade dele”

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Reparos na lojaHá 17 anos no mercado, a Nexar lança seu sistema

de franquias com o objetivo de expandir a marca em todo o território nacional. Com mais de 2,5 mil itens, o mix de produtos inclui artigos de informática, GPS, jogos, áudio, vídeo e eletroeletrônicos. Além de ofere-cer as principais marcas, a rede também conta com uma linha de produtos de fabricação própria, entre compu-tadores, pen drives e CDs.

Outra aposta é o serviço de reparo feito diretamente na loja. Segundo Airton Joaquim, sócio-diretor da Nexar, processos de reparo que incluem uma logística burocráti-ca são a principal fonte de insatisfação dos consumidores. “O cliente pode abrir ou não mão da garantia original do produto, mas o que tem acontecido com frequência é ele optar por reparos na própria loja”, explica o executivo.

Com três lojas próprias na capital paulista, a empre-sa registrou faturamento de R$ 15 milhões em 2010. A expectativa é encerrar o ano com seis lojas. O investidor que optar pela franquia deve dispor de capital inicial de R$ 260 mil para a montagem de uma unidade de 60 me-tros quadrados. O prazo de retorno é estimado em 36 a 48 meses. www.nexarvirtual.com.br

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Reparos na loja

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Seguros em altaO mercado de seguros, capitalização e previdência

privada cresceu 18% entre os meses de janeiro e maio de 2011, segundo informações da Susep (Superintendência de Seguros Privados). O setor faturou, no período, mais de R$ 50 bilhões, sem contar valores ligados aos seguros e planos de saúde, que são regidos pela ANS (Agência Nacional de Saúde Complementar).

De olho nesse mercado, a Seguralta Franchising está em busca de investidores em todo o Brasil. A marca oferece duas opções de franquia: a microfranquia home based, com inves-timento de R$ 12,5 mil, e a franquia standard, em formato loja, com valores a partir de R$ 80 mil. Além de seguros varia-dos, as lojas oferecem ainda consórcios de automóveis e imó-veis, fi nanciamento de veículos e empréstimo consignado.

No mercado de franquias desde 2009, a empresa acumula mais de quatro décadas de experiência no mercado de se-guradoras. Com 160 franquias em operação, a marca agora foca sua ação na captação de máster franqueados. “Eles serão desenvolvedores de áreas que já conhecem e atuam, de ma-neira a levar nossa marca a regiões em que precisamos de parceiros para atuar, tanto na expansão como na gestão local da Seguralta”, explica Reinaldo Zanon, franqueador.

www.franquiaseguralta.com.br

Japonês responsávelCom 25 lojas espalhadas pelo Brasil, a franquia de culi-

nária japonesa Click Sushi promove entre seus franqueados a implantação de ações visando à reciclagem dos resíduos e à sustentabilidade. Cada unidade foi chamada a desenvol-ver soluções para o melhor aproveitamento dos materiais

utilizados e descarte correto do lixo não reciclado.A unidade de Campo Grande, por exemplo, obteve

destaque no quesito reaproveitamento de materiais. A equipe da loja produziu uma série de artigos

artesanais que foram feitos a partir dos hashis e garrafas pet utilizados pelos clientes, que

se transformam em objetos de decoração como vasos de flores e esteiras de mesa.

Por enquanto, a produção artesanal é feita em pequena escala e supre apenas a necessidade do restaurante. Mas a loja planeja produzir as peças para serem dis-

ponibilizadas aos clientes. “Essas ações são importantes, já que os materiais iriam para

o lixo, fazendo aumentar a poluição e os proble-mas de uma cidade”, afirma o franqueado Ary Eduar-

do. Além disso, o restaurante também separa materiais como garrafas de vidro, latas de refrigerante e caixas de papelão, que são encaminhados para indústrias locais.

www.clicksushi.com.br

Recém-chegada Recém-chegada ao Brasil, a norte-americana Jan-Pro –

considerada uma das principais redes de limpeza comercial do mundo – pretende expandir sua atuação através do fran-chising. A operação comercial da empresa no País começou oficialmente durante a 20ª ABF Expo Franchising, em São Paulo. “Durante os quatro dias de feira, mais de 300 pesso-as visitaram nosso estande e 108 empreendedores entraram em contato, logo após o evento, interessados em abrir uma franquia Jan-Pro”, sinaliza o diretor comercial da Jan-Pro no Brasil, José Cabral. Desse total, 25% referem-se a candidatos da cidade de São Paulo, 15% do interior do estado e os 60% restantes de diversas regiões do País, como Rio de Janeiro, Brasília, Salvador e Curitiba.

Dessa forma, a empresa pretende atingir, até agosto de 2012, a marca de 100 franquias em operação. Com receita mé-dia de R$ 30 mil por franquia, o objetivo é alcançar o faturamen-to anual de R$ 36 milhões somente no primeiro ano de atuação no Brasil. De acordo com Cabral, o potencial brasileiro deve chegar a 2 mil franquias em cinco anos e, para atingir esta meta, a multinacional aposta em tecnologia e traz para o Brasil um exclusivo sistema de desinfecção de ambientes, que permite eliminar 99% das bactérias, o enviroshield. www.jan-pro.com

Japonês responsávelCom 25 lojas espalhadas pelo Brasil, a franquia de culi-

nária japonesa Click Sushi promove entre seus franqueados a implantação de ações visando à reciclagem dos resíduos e à sustentabilidade. Cada unidade foi chamada a desenvol-ver soluções para o melhor aproveitamento dos materiais

utilizados e descarte correto do lixo não reciclado.A unidade de Campo Grande, por exemplo, obteve

destaque no quesito reaproveitamento de materiais. A equipe da loja produziu uma série de artigos

artesanais que foram feitos a partir dos hashis e garrafas pet utilizados pelos clientes, que

se transformam em objetos de decoração

ponibilizadas aos clientes. “Essas ações são importantes, já que os materiais iriam para

o lixo, fazendo aumentar a poluição e os proble-mas de uma cidade”, afirma o franqueado Ary Eduar-

do. Além disso, o restaurante também separa materiais como garrafas de vidro, latas de refrigerante e caixas de papelão, que são encaminhados para indústrias locais.

www.clicksushi.com.br

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Retorno das melhoriasHá 11 anos no mercado, a empresa de fast-food Big X Picanha comemo-

ra a expansão da rede, que alcançou crescimento de 100% em número de unidades do ano passado até agora. No momento com 23 lojas em fun-cionamento, a expectativa é, em 2012, chegar a 60 lojas em operação e faturamento de R$ 60 milhões.

Preservar o conceito da marca foi o principal foco da expansão. Isso foi possível através da estruturação administrativa focada na formatação do negócio, que assegurou a qualidade dos produtos e padronização dos procedimentos. Para assegurar a efi ciência de todas as unidades, a rede investiu ainda na intensifi cação do treinamento, qualifi cação e fi delização dos colaboradores.

A marca investiu ainda em melhorias no conceito e layout das lojas, que passaram por um estudo de iluminação e ambientação vi-sando o maior conforto da clientela. O cardápio também foi amplia-do e, além dos lanches tradicionais, foram incluídos pratos quentes, grelhados, salada e petiscos. O investimento inicial para adquirir uma franquia é a partir de R$ 250 mil, com prazo de retorno que varia de 24 a 36 meses. www.bigxpicanha.com.br

Sul dinâmicoEspecializada em milk-shakes, a Mr.

Mix foca a expansão da rede na Região Sul, com a meta de inaugurar 40 lojas

no Paraná e 28 lojas em Santa Catarina. “O mercado do Sul é dinâmico e com

muitas oportunidades para explorarmos o potencial dos estados”, diz Clederson

Cabral, sócio-fundador da Mr Mix.A primeira loja na região será inau-

gurada em Maringá (PR). Atualmente, a rede conta com 24 unidades em ope-

ração nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, além de outras 38 em fase de implantação. Até 2012, a

expectativa é chegar a 100 franquias.

Foco em shoppingsEspecializada em moda infantil, a Tip Top dá se-

quência ao plano de expansão focando exclusivamen-te em lojas de shoppings. Até o fi m do ano, a rede planeja totalizar 60 lojas em funcionamento em todo o País, com a meta de chegar a 100 unidades até 2013. Um dos diferenciais do ponto de venda é oferecer um fraldário que pode ser utilizado até por pessoas que não são clientes da loja. O investimento inicial para a abertura de uma franquia é de R$ 369 mil, incluindo ta-xas e capital de giro. Com faturamento médio mensal estimado em R$ 80 mil, o retorno é esperado em 36 meses. www.tiptop.com.br

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PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto MercAdológico, MP- MAteriAl ProMocionAl, PP- ProPAgAndA e PublicidAde, Po- Projeto de oPerAção, oM- orientAção sobre Métodos de trAbAlho, tr- treinAMento, PF- Projeto FinAnceiro, Fi- FinAnciAMento, ei- escolhA de equiPAMentos e instAlAções, Pn- Projeto orgAnizAcionAl dA novA unidAde, sP- solução de Ponto

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Empreenderinforme do sistema brasileiro de apoio às micro e pequenas empresas

setembro/2011 – WWW.sebrae.com.br - 0800 570 0800

sebrae lança cursos on-line gratuitos para varejistasPrevisão é que 13,2 mil empreendedores participem do projeto destinado à melhoria da gestão de micro e pequenas empresas

Sebrae lançou em setembro o Varejo Fácil, pacote edu-cativo de capacitação a dis-tância voltado para atender às necessidades do comércio

varejista de pequeno porte. Ao todo, serão disponibilizados seis cursos on-line – pelo site www.sebrae.com.br – com conheci-mento direcionado para a gestão dos ne-gócios. Cada módulo terá cinco turmas, cada uma com duração de 30 dias e serão oferecidas 200 vagas por turma. As inscri-ções são gratuitas e a previsão é de que até o final deste ano 13,2 mil empreendedores individuais, sócios de micro e pequenas empresas e futuros empresários partici-pem dessa formação.

De acordo com o diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, o obje-tivo da instituição ao criar o projeto Varejo Fácil é disponibilizar conhecimento sufi-cientemente útil para gerar um diferencial competitivo às microempresas e empreen-dedores, além de aperfeiçoar a gestão e, consequentemente, ampliar o faturamento e a renda. “Os pequenos negócios do varejo são fortes agentes distribuidores de pro-dutos no comércio de vizinhança. Como o mercado é globalizado e o consumidor cada vez mais exigente e bem informado, o desafio é atender bem para que o clien-te retorne à loja outras vezes, construindo assim uma relação fidelizada com a loja”, enfatiza Carlos Alberto.

Projeto Varejo Fácil transfere conhecimento útil para gerar um diferencial

competitivo e aperfeiçoar a gestão

Bernardo Rebello

Empreender

Com mercado globalizado e consumidores cada vez mais exigentes, o desafio é atender bem para que eles retornem à loja

ATENDIMENTO AOCLIENTE, TÉCNICA DE VENDAS, GESTÃO DE PESSOAS, VISUAL DE LOJA, CONTROLESFINANCEIROS,FORMAÇÃO DE PREÇOS E VENDAS SÃO AS LINHAS TEMÁTICAS DE CADA MÓDULO

Atendimento ao Cliente, Técnica de Vendas, Gestão de Pessoas, Visual de Loja, Controles Financeiros e Formação de Preços e Vendas são as linhas temá-ticas de cada módulo. Elas foram defi-nidas pelo Sebrae a partir da percepção das demandas mais recorrentes entre os varejistas. Uma iniciativa anterior que envolvia um modelo presencial de aulas, em parceria com a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), permitiu que o Sebrae pudesse coletar junto ao público-alvo as carências práti-

cas e técnicas e promovesse a elaboração do novo material.

Alguns cursos já ofertados pelo Se-brae foram remodelados e adequados ao comércio varejista. O Sebrae em Santa Catarina implementou o projeto piloto em 2010, devido à forte presença do va-rejo naquele estado. Na ocasião, foram oferecidos cinco módulos – on-line e pre-sencial. O Varejo Fácil aplicado naquele estado contou com a inscrição de mais de 23 mil pessoas, das quais 16% de Santa Catarina e os demais participantes dos

outros estados e do Distrito Federal.Em caráter experimental, o Sebrae

abriu vagas no início de agosto para uma turma de cada um dos seis módulos, em nível nacional. Após a conclusão do módulo, o participante é avaliado e re-cebe uma certificação. O setor comércio tem grande predominância de pequenos negócios. No Brasil, atuam cerca de 3,1 milhões de empresas de pequeno porte. Desses, 39% representam empreendedo-res individuais, um dos principais focos do Varejo Fácil. E

Empreender – Informe do Sebrae. Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Roberto Simões. Diretor-Presidente: Luiz Barretto. Diretor-Técnico: Carlos Alberto dos Santos. Diretor de Administração e Finanças: José Claudio dos Santos. Gerente de Marketing e Comunicação: Cândida Bittencourt. Edição: Ana Canêdo, Antônio Viegas. Endereço: SGAS 605, Conjunto A, Asa Sul, Brasília-DF, CEP: 70.200-645 Fone: (61) 3348-7100 – Para falar com o Sebrae: 0800 570 0800Na internet: sebrae.com.br // twitter.com/sebrae // facebook.com/sebrae // youtube.com/tvsebrae

ServiçoTextos: www.agenciasebrae.com.br

Mais informações: www.sebrae.com.br

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P R O D U T O S E S E R V I Ç O SP R O D U T O S E S E R V I Ç O S

Dobradeira hidráulica

A Meggaforming traz para o Brasil a dobra-deira hidráulica Synchro da linha PDS fabrica-da pela JIN. A máquina já vem confi gurada se-gundo os padrões de segurança PPRPS e tem entre seus diferenciais de série itens como controlador CNC gráfi co Cybelec DNC 880, mesa bombeada tipo Wila e acionamento do avental através de cilindros independentes. A dobradeira tem força total de 50 toneladas com 2 mil milímetros de comprimento máxi-mo de dobra e 1,7 mil milímetros de distância máxima entre laterais. A máquina opera com motor 4Kv, 195 litros de óleo e pesa 4,3 tone-ladas. www.meggaforming.com.br

Travel MoneyO Star Cash é um cartão pré-

pago que pode ser recarregado com até 11 moedas como dólar, euro, franco suíço, libra e iene. O cartão tem a bandeira Visa Travel Money e pode ser utilizado em mais de 30 milhões de estabelecimentos comerciais no mundo todo. Nas operações de pagamento o usuário não paga qualquer tipo de taxa – somente em casos de saque é feita a cobrança de tarifa. O portador do cartão pode executar operações como compra, consulta de saldo e fazer transferências através de uma plataforma on-line. O Star Cash é comercializado pelo banco Cruzeiro do Sul. www.starcash.com.br

A Meggaforming traz para o Brasil a dobra-deira hidráulica Synchro da linha PDS fabrica-da pela JIN. A máquina já vem confi gurada se-gundo os padrões de segurança PPRPS e tem entre seus diferenciais de série itens como controlador CNC gráfi co Cybelec DNC 880, mesa bombeada tipo Wila e acionamento do avental através de cilindros independentes. A dobradeira tem força total de 50 toneladas com 2 mil milímetros de comprimento máxi-mo de dobra e 1,7 mil milímetros de distância máxima entre laterais. A máquina opera com motor 4Kv, 195 litros de óleo e pesa 4,3 tone-

Avaliação de créditoA Boa Vista Serviços lança o Avalie Crédito, aplicativo

para iPhone e iPad que faz a avaliação de crédito on-line. A solução foi desenvolvida para que micro, pequenas e médias empresas possam realizar de forma mais rápida e precisa a avaliação cadastral de crédito de seus clientes. Pelo sistema, o empresário consegue ter acesso a informações sobre registros de débito no Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), títulos protestados, cheques devolvidos e ações cíveis. Com o aplicativo, o empresário pode visualizar esses dados através do site Boa Vista Serviços ou da plataforma móvel. www.boavistaservicos.com.br

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Novo portalO novo portal do Sebrae

Mais, programa de capacitação e consultoria em gestão empresarial, traz informações e dicas de cursos para gestores de pequenas empresas avançadas que tenham mais de dois anos de atuação no mercado e mais de nove funcionários. O site traz informações institucionais sobre o programa e detalha cada uma das oito soluções oferecidas na área de gestão empresarial. Além de informações sobre os cursos, o internauta pode experimentá-los, visualizando parte do conteúdo didático para conferir se a capacitação atende ou não às suas necessidades. A página na internet conta ainda com outros conteúdos de interesse das pequenas empresas como notícias, eventos realizados nos estados sobre o programa Sebrae Mais e agenda de novos cursos. O portal oferece interação com as redes sociais, como Facebook, Twitter e álbum de fotos no Flickr. www.sebraemais.com.br

Chave na mãoA BQ é uma empresa gerenciado-

ra de escritórios que aluga salas mo-biliadas, com internet banda larga, telefone digital e suporte tecnológico para companhias que precisam de espaço e serviços para hospedar de-partamentos ou mesmo para realizar eventos, treinamentos e cursos. A in-fraestrutura disponibilizada pela BQ fi ca em uma área de 1,5 mil metros quadrados localizada no Centro do Rio de Janeiro. Nessa área há espaço para escritórios e salas para eventos corporativos para atender diferentes segmentos e perfi s de empresas. To-dos os ambientes contam com equi-pamentos multimídia e há um espaço para coffee break. www.bq.com.br

Gestão nas nuvensA Totvs lança o aplicativo Série 1

Online para empresas de manufatura, de serviços e para escritórios de advo-cacia. O sistema, que utiliza o conceito de computação em nuvem, auxilia as empresas a organizarem sua gestão com o uso de ferramentas de ERP (en-treprise resource planning). Com o aplicativo, os dados da empresa fi cam armazenados nos servidores da Totvs e, dessa forma, o empresário não precisa fazer investimentos em infraestrutura

de TI. Além disso, com o aplicativo o gestor pode ter acesso a todas as in-formações do negócio via internet. No módulo de Manufatura estão disponí-veis ferramentas como a de controle dos processos administrativos, ope-racionais e do fl uxo de caixa, emissão de NF eletrônica e formação de preço de venda com base em custos diretos, indiretos e impostos.

O destaque do módulo de Serviços fi ca por conta da integração das princi-pais áreas da empresa, com controle na alocação de recursos e agilidade no processo de fechamento e fatura-mento. Para escritórios de advocacia, o módulo Jurídico oferece gestão dos processos via web, controle de prazos e tarefas e envio de relatórios aos clientes. Para utilizar o sistema é preciso pagar uma taxa mensal de R$

69 para o aplicativo Jurídico e de R$ 99 para os módulos de Serviços e de Manufatura. www.totvs.com

Gestão nas nuvensA Totvs lança o aplicativo Série 1

Online para empresas de manufatura, de serviços e para escritórios de advo-cacia. O sistema, que utiliza o conceito de computação em nuvem, auxilia as empresas a organizarem sua gestão com o uso de ferramentas de ERP (en-treprise resource planning). Com o aplicativo, os dados da empresa fi cam armazenados nos servidores da Totvs e, dessa forma, o empresário não precisa fazer investimentos em infraestrutura

de TI. Além disso, com o aplicativo o gestor pode ter acesso a todas as in-formações do negócio via internet. No módulo de Manufatura estão disponí-veis ferramentas como a de controle dos processos administrativos, ope-racionais e do fl uxo de caixa, emissão de NF eletrônica e formação de preço de venda com base em custos diretos, indiretos e impostos.

O destaque do módulo de Serviços fi ca por conta da integração das princi-pais áreas da empresa, com controle na alocação de recursos e agilidade no processo de fechamento e fatura-mento. Para escritórios de advocacia, o módulo Jurídico oferece gestão dos processos via web, controle de prazos e tarefas e envio de relatórios aos clientes. Para utilizar o sistema é preciso pagar uma taxa mensal de R$

69 para o aplicativo Jurídico e de R$ 99 para os módulos de Serviços e de Manufatura. www.totvs.com

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Alicate precisoO Fluke 381 é um alicate amperímetro sem fi o que permite que

um técnico consiga fazer o reparo de equipamentos industriais, elétri-cos e eletrônicos de forma mais rápida. É possível deixar o instrumento verifi cando um determinado ponto e fazer a leitura das medições rea-lizadas pelo alicate de um outro ponto de até 9 metros de distância. A sonda fl exível de corrente iFlex fornecida com o Fluke 381 permite que o usuário possa medir condutores grandes, infl exíveis ou de difícil acesso. O design do produto também é inovador. O alicate foi o vencedor do prêmio “Dealer Design” na categoria ferramentas. www.fluke.com

Monitoramento fi scalA Asis Projetos lança dois novos serviços para

que as empresas possam melhorar o monitoramen-to de riscos e oportunidades fi scais. O aplicativo Monitoramento Fiscal é comercializado como aces-sório opcional ao Asis Auditor Digital, uma ferra-menta que audita e valida 100% dos dados contidos nos arquivos do Sped a uma velocidade compará-vel à de operações com cartões de crédito. Com o serviço, os arquivos digitais enviados ao fi sco são analisados mensalmente por uma equipe de espe-cialistas, que também fazem um acompanhamento local ou remoto para sanar dúvidas a respeito dos relatórios técnicos e executivos que são gerados. Já o aplicativo Simulação de Fiscalização funciona a partir de um mapeamento tributário e contábil prévio da empresa, a partir do qual são extraídas informações que, posteriormente, são confron-tadas com dados dos arquivos digitais EFD ICMS/IPI, ECD, EFD PIS/Cofi ns e das declarações DIPJ, Dacon e GIA. www.asisprojetos.com.br

cos e eletrônicos de forma mais rápida. É possível deixar o instrumento verifi cando um determinado ponto e fazer a leitura das medições rea-lizadas pelo alicate de um outro ponto de até 9 metros de distância. A sonda fl exível de corrente iFlex fornecida com o Fluke 381 permite que o usuário possa medir condutores grandes, infl exíveis ou de difícil acesso. O design do produto também é inovador. O alicate foi o vencedor do prêmio

Comunicação facilitadaO PushFone é um serviço de telefonia baseado na tec-

nologia Push to Talk, oferecido pela Transit Telecom. São disponibilizados serviços de chamada gratuitos e planos pré e pós-pagos para empresas. Na versão gratuita, o usu-ário do serviço pode gerenciar seus próprios grupos de amigos, fazer ligações PPT via rede 3G ou wi-fi e visualizar o registro de chamadas. Na versão corporativa, além do pa-cote básico, os executivos podem gerenciar as chamadas, criar grupos de usuários e personalizar layouts. O plano empresarial pode ser adquirido a partir de R$ 19,90 por mês. www.transitbrasil.com.br

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Broxas especiaisAs broxas retangulares da Castor são in-

dicadas para aplicação de cal e impermeabili-zantes. O produto é feito de madeira, cerdas bicolores e cabos de plástico resistente com formato anatômico, que se ajustam às mãos do usuário, melhorando seu desempenho durante a execução dos trabalhos. As bro-xas estão disponíveis em três tamanhos: pe-quena (5x15cm), média (6x16cm) e grande (8x18cm), e podem ser adquiridas nos princi-pais atacadistas e lojas de tintas e de material de construção do País. www.castor.com.br

Tudo sobre estágios

O portal Estagiários.com divulga na web vagas de estágio em todo o território nacional disponibilizadas por empresas públicas e privadas, profissionais liberais, institui-ções de ensino, consultorias de RH e agentes de integração. O site tem hoje mais de 17 mil empresas contratantes e quase 60 mil alunos cadastrados em busca de uma vaga de estágio. Pelo sistema, a empresa que está à procura de um estagiário divulga o perfil desejado na página e a vaga é divulgada entre os estudantes cadastra-dos no site. No Estagiários.com as empresas podem ainda se informar sobre os documentos e procedimentos legais para contratação de estagiários. www.estagiarios.com

pequenas telesA Art IT desenvolveu um software

de gestão para pequenas operadoras de telecomunicações. Criado com base no software Boss Solution, oferecido pela Art IT para operadoras de grande porte, a oferta disponibiliza as mesmas práticas de gestão, mas em módulos reestruturados e com um pacote de serviços compatível com a demanda das pequenas e médias empresas. A solução conta com recursos para a gestão completa de uma operado-ra de telecomunicações, incluindo desde a administração financeira, de produtos e atendimento a clientes, até módulos de suporte à operação da rede. Entre as ferramentas disponíveis estão a de CRM (Customer Relationship Management), faturamento, governança e field services. www.artit.com.br

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Não importa qual o segmento de atuação, todas as empresas buscam hoje atingir a mesma meta: atender melhor as pessoas que compram seus produtos e serviços. Não importa se elas são chamadas de clientes, consu-midores, pacientes ou, no caso da Walt Disney World, convidados. Ou você as satisfaz ou corre o risco de perdê-las para a concorrência.

Pela primeira vez, o elemento mais importante da metodologia que está por trás da magia Disney será revelado – o atendimento de qualidade. Afinal, as tendências para o mercado de tra-balho podem ir e vir, mas as empresas

precisam se concentrar em encontrar novas maneiras de capitalizar a inteli-gência, a paixão e a energia criativa de sua força de traballho, pois são justa-mente os colaboradores a peça-chave de um bom atendimento.

A obra detalha as iniciativas por trás de toda a magia e mostra quais são os diferenciais da Disney, por meio dos métodos criativos e das práticas ino-vadoras que se tornaram referência para todas as companhias que buscam a satisfação de seus clientes. Conheça também os fundamentos sempre atuais de Walt Disney para o sucesso e para nunca deixar de crescer e acreditar.

Encantamento de clientes

O jeito Disney de encantar os clientesdisney Institute – editora Saraiva – r$ 29

As empresas precisam encontrar novas maneiras de capitalizar a inteligência, a paixão e a energia criativa de sua força de trabalho, peça-chave do bom relacionamento

OS 10 mANdAmeNtOS dO mIcKeY1. conheça o seu público: antes de criar um cenário, saiba quem o usará;2. entre na pele dos seus convidados: nunca se esqueça do fator humano e coloque-se no lugar do cliente;3. Organize o fluxo de pessoas e ideias: pense no cenário como uma história e conte-a de forma sequencial e organizada. Incorpore a mesma ordem ao design no movimento dos clientes;4. crie um “wienie”: a palavra “wienie” representa o que Walt disney chamava de ímã visual. representa um marco visual utilizado para orientar e atrair clientes;5. use linguagem visual: além de palavras, use cores e formas para comunicar-se por meio do cenário;6. evite excessos, crie surpresas: não bombardeie o cliente com informações. deixe que ele escolha a informação que quiser, quando quiser;7. conte uma história por vez: crie um cenário para cada grande ideia;8. evite contradições, mantenha a identidade: cada detalhe deve sustentar e estender a missão e identidade organizacional;9. cada grama de atenção proporciona uma tonelada de prazer: crie cenários interativos para exercitar todos os sentidos dos clientes;10. continue assim: nunca se entregue à complacência e sempre mantenha o seu cenário.

como se tornar um comunicador fora de sérietimothy j. Koegel – editora Sextante – r$ 19,90

Em um mercado cada vez mais compe-titivo, é fundamental que os profissionais de todas as áreas saibam expor suas ideias de forma clara em qualquer situação. Na obra, o autor mostra que qualquer pessoa pode se tornar um grande orador, desde que haja disposição

para treinar e se desenvolver. O autor defende essa tese devido às apresentações diárias que fazemos, seja falando com clientes ou chefes, numa entrevista de emprego ou até mesmo numa conversa com amigos. Conheça exercícios e dicas práticas para quem deseja se comunicar em um nível acima do padrão, diante de qualquer público ou tipo de evento.

Empresas feitas para servirdan j. Sanders – editora Sextante – r$ 24,90

Qual é o segredo do sucesso duradou-ro no mundo dos negócios do século 21? Segundo o autor, a resposta é: valorização das pessoas. Na obra, Sanders mostra que, para uma empresa ser bem-sucedida a longo prazo, deve estar atenta à maneira com que se relaciona com seus funcionários

e clientes. A obra afirma que é preciso superar a visão que se baseia somente em números e lucros imediatos e criar uma cultura focada nas pessoas e voltada a atender às suas necessidades. “Quando a equipe se identifica com o que faz e com a missão da empresa, ela se empenha ao máximo em suas atividades”, diz o autor.

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A N Á L I S E E c O N Ô M I c A

A expressão “doença holandesa” diz respeito à relação entre o declínio do setor industrial em detrimento do ex-cesso de concentração da economia no setor primário. Esse termo foi utilizado na década de 1970 para descrever o processo de declínio do setor industrial na Holanda após a descoberta de gran-de fonte de gás natural. Com o grande volume exportação dessa commodity, a entrada maciça de divisas, decorrente de suas receitas de exportação, causou um processo de desindustrialização. Ocorreu uma forte valorização da mo-eda local devido à entrada excessiva de moeda estrangeira, o que impactou di-

por bruno SartorLeme Investimentos

retamente o setor industrial, afetando sua competitividade externa, estimu-lando as importações, e dando início a um processo de desindustrialização.

No Brasil, o crescimento acentuado das exportações de commodities agrí-colas, bem como o do petróleo e mais recentemente do etanol se tornaram os propulsores do desenvolvimento do País dadas as constantes altas nos pre-ços, principalmente pelo escoamento da produção para o mercado chinês. Com a descoberta recente do pré-sal, o Brasil pode se tornar um dos maio-res exploradores mundiais do produto, o que agravaria ainda mais a situação. Esse modelo de desenvolvimento, pau-tado na exportação de commodities e na consequente valorização do real, já começa a causar efeitos nocivos sobre a indústria brasileira através da perda de competitividade tanto no mercado externo como no interno. Prova disso foi o recorde histórico do volume de compras dos brasileiros no exterior, por conta da disparidade dos preços do mercado interno em relação ao mercado internacional.

Faz-se necessária a utilização mais adequada das receitas provenientes da exportação de commodities, com o

Faz-se necessária a utilização adequada das receitas provenientes da

exportação de commodities, para fortalecer o setor

industrial e promover seu desenvolvimento

tecnológico

intuito de fortalecer o setor industrial e promover seu desenvolvimento tec-nológico. Desta maneira, o Brasil será capaz de produzir internamente itens de valor agregado que efetivamente fazem o PIB crescer, tornando a eco-nomia menos dependente da simples oscilação de preços dos produtos pri-mários exportados.

Essas receitas deveriam ser utiliza-das para melhorias em capital humano, pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, fontes de energia alternativas, enfim, atividades geradoras de riquezas. Se continuar ocorrendo o financiamento das despesas correntes do País e manu-tenção da máquina pública através des-ses recursos, gerará riqueza em curto prazo e problemas no longo prazo.

Doença holandesa no Brasilmodelo de desenvolvimento, pautado na exportação de commodities, já causa efeitos nocivos sobre a indústria brasileira através da perda de competitividade

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errAtA por uma falha de edição, o artigo publicado na página 64 da edição 202 (agosto/2011), seção Análise econômica, foi creditado a outro profissional da leme Investimentos. O nome correto do autor é álvaro Frasson.

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carteira Teórica Ibovespa

All Amer Lat ON 1,104 AçãoAmbev PN 0,979 AçãoB2W Varejo ON 0,701 AçãoBMF Bovespa ON 3,902 AçãoBradesco PN 3,130 AçãoBradespar PN 0,993 AçãoBrasil Telec PN 0,390 AçãoBrasil ON 2,726 AçãoBraskem PNA 0,596 AçãoBRF Foods ON 1,341 AçãoBrookfield ON 0,622 AçãoCCR Rodovias ON 0,802 AçãoCemig PN 1,134 AçãoCesp PNB 0,685 AçãoCielo ON 1,539 AçãoCopel PNB 0,598 AçãoCosan ON 0,784 AçãoCPFL Energia ON 0,441 AçãoCyrela Realty ON 1,866 AçãoDuratex ON 0,589 AçãoEcodiesel ON 1,311 AçãoEletrobras ON 0,890 AçãoEletrobras PNB 0,743 AçãoEletropaulo PNB 0,530 AçãoEmbraer ON 0,755 AçãoFibria ON 1,498 AçãoGafisa ON 1,648 AçãoGerdau Met PN 0,660 AçãoGerdau PN 2,574 AçãoGol PN 1,211 AçãoIbovespa 100,000 AçãoItausa PN 2,315 AçãoItauUnibanco PN 4,015 AçãoJBS ON 0,934 AçãoKlabin S/A PN 0,404 AçãoLight S/A ON 0,541 AçãoLlx Log ON 0,914 AçãoLojas Americ PN 1,207 AçãoLojas Renner ON 1,098 AçãoMarfrig ON 0,546 AçãoMMX Miner ON 1,440 AçãoMRV ON 1,233 AçãoNatura ON 0,845 AçãoOGX Petróleo ON 3,773 AçãoP.Açúcar-CBD PNA 0,808 AçãoPDG Realt ON 2,745 AçãoPetrobras ON 2,206 AçãoPetrobras PN 8,517 AçãoRedecard ON 1,283 AçãoRossi Resid ON 1,163 AçãoSabesp ON 0,352 AçãoSantander BR UNT N2 1,097 AçãoSid Nacional ON 2,359 AçãoSouza Cruz ON 0,443 AçãoTam S/A PN 1,041 AçãoTelemar N L PNA 0,225 AçãoTelemar ON 0,268 AçãoTelemar PN 0,923 AçãoTelesp PN 0,155 AçãoTim Part S/A ON 0,125 AçãoTim Part S/A ON 0,170 9Tim Part S/A PN 0,840 AçãoTran Paulist PN 0,229 AçãoUltrapar PN 0,486 AçãoUsiminas ON 0,592 AçãoUsiminas PNA 2,462 AçãoVale ON 2,925 AçãoVale PNA 11,956 AçãoVivo PN 0,793 Ação

Inflação (%)

Índice Agosto Ano

Igp-m 0,44 3,53Igp-dI 0,61 4,35IpcA 0,19 4,38Ipc - Fipe 0,01 3,77

Juros/Aplicação (%)

Agosto Ano

cdI 1,07 7,68Selic 1,07 7,69poupança 0,63 4,88Ouro bm&F -0,51 -3,61

Indicadores Imobiliários (%)

Agosto Ano

Juros/crédito (%)

1º/Agosto 31/Agosto

desconto 1,98 2,02Factoring 3,92 3,93hot money 3,48 3,51giro pré (taxa mês) 2,18 2,22

câmbio

Mercados futuros

cotação

dólar comercial ptax r$ 1,6032 euro uS$ 1,4283 Iene (uS$ 1,00) $ 76,7900

dólar r$ 1,630 r$ 1,628juros dI 11,89% 11,77%

contratos mais líquidos 31/08Ibovespa Futuro 55.240

Nome classe participação tipo deAção bovespa Ativo

Até 1º/08

em 31/08

cub Sp 0,06 5,62tr 0,13 0,79

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De 8 a 10/11/2011fimai – feira Internacional de Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidadeexpo center Norte – São paulo – Spwww.fimai.com.br

Apresenta ao mercado novas ten-dências em produtos e serviços para o setor socioambiental industrial, assim como inovações tecnológicas e práticas ambientais bem-sucedidas no tratamen-to de água e efluentes, reciclagem e de redução das emissões atmosféricas. É considerada uma das maiores do setor na América Latina e reúne representan-tes do setor industrial e de instituições científicas do Brasil e do exterior.

De 16 a 19/11/2011construir – feira Internacional da construçãoriocentro – rio de janeiro – rjwww.feirariocentro.com.br

A feira reúne todos os segmentos da indústria da construção civil. Mais de 300 marcas expõem as principais novidades em produtos e serviços para o setor. Durante o evento é realizado o Fórum Construir com palestras e workshops sobre tendências em cons-trução civil. São esperados mais de 60 mil visitantes.

De 4 a 6/10/2011Tubotech – feira Internacional de Tubos, válvulas, conexões e componentescentro de exposições Imigrantes – Spwww.feirasnacipa.com.br

Empresas do Brasil e do exterior apre-sentam as principais novidades em tubos, medidores de vazão, ferramentas e borra-chas industriais. Durante o evento são re-alizadas também a Expo Válvulas e a Expo Bombas. A visitação é gratuita.

De 5 a 8/10/2011Intercon – feira e congresso da construção civilexpoville – joinville – Scwww.messebrasil.com.br

Reúne fabricantes de produtos e ser-viços para a construção civil. Entre os ex-positores estão empresas fabricantes de esquadrias, louças, materiais elétricos e hi-dráulicos. Durante a feira é realizado o Con-gresso de Inovação Tecnológica (Cintec).

De 6 a 8/10/2011Expo Bebidas e Serviçosexpo center Norte – São paulo – Spwww.expobebidas.com.br

A 17ª edição reúne fabricantes e dis-tribuidores de bebidas, fornecedores de insumos e de equipamentos e prestadores de serviço. São esperados mais de 10 mil visitantes entre atacadistas, donos de bares e supermercadistas. O evento é uma pro-moção da Associação dos Distribuidores de Bebidas do Estado de São Paulo (Adibe).

De 24 a 28/10/2011fenatran – Salão Internacional do TransporteAnhembi – São paulo – Spwww.fenatran.com.br

É considerado um dos maiores eventos do setor de produtos e serviços destinados aos transportadores de cargas e operadores logísticos. São esperados mais de 50 mil vi-sitantes. A feira é exclusiva para industriais, compradores e técnicos do setor.

De 22 a 24/11/2011Expo Airportexpo center Norte – São paulo – Spwww.expo-airport.com.br

Evento internacional focado em infraes-trutura para aeroportos e companhias aére-as, com novidades em produtos e serviços para o gerenciamento de cargas, bagagens e de passageiros. Neste ano, é realizado junto com o TranspoQip América Latina.

De 29/11 a 1º/12/2011ExpoSystems – congresso e Exposição Internacional de Soluções Integradas para feiras e Eventos transamérica expo center – Spwww.exposystems.com.br

Apresenta soluções para quem expõe, organiza e promove eventos. Exclusiva para agências e profissionais do setor.

De 6 a 7/12/2011footecon – fórum Internacional de futebolcopacabana palace – rio de janeiro – rjwww.footecon.com.br

Um dos principais eventos esportivos do País, reúne dirigentes de clubes de futebol, mídia especializada e empresas investidoras em esporte. É realizado desde 2004 e tem coordenação de Carlos Alberto Parreira.

A g E N D A

TrEM pArA O fuTurO

De 8 a 10/11/2011Negócios nos Trilhosexpo center Norte – São paulo – Sp – www.revistaferroviaria.com.br

A feira Negócios nos Trilhos reúne fabricantes de peças e materiais ferroviá-rios do Brasil e do exterior, operadores de ferrovias, metrôs e trens metropoli-tanos. Paralelo à feira é realizado seminário técnico científico sobre o setor. São esperados mais de 10 mil visitantes.

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