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 TRABALHISTA 5.1 - EMPREGADO DOMÉSTICO - PARTE 1 - CONSIDERAÇÕES TRABALHISTAS 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS Os direitos trabalhistas e previdenciários dos empregados domésticos não são os mesmos garantidos aos empregados regidos pela CLT. Esses trabalhadores são regidos pela Lei nº 5.859/1972, regulamentada pelo Decreto nº 71.885/1973. Frise-se, ainda, que a Constituição Federal, no parágrafo único do artigo 7º, estende a esses trabalhadores alguns dos direitos assegurados aos empregados em geral. Por questões de didática, dividimos nosso estudo em dois módulos: o primeiro trata dos direitos trabalhistas dos empregados domésticos e o segundo, que será publicado na próxima edição do Informativo Trabalhista, trata dos direitos previdenciários, fundiários e IRRF desses trabalhadores. 2 - DEFINIÇÃO LEGAL 2.1 - EMPREGADO DOMÉSTICO Aquele que presta serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas (art. 1º da Lei nº 5.859/72). 2.1.1 - PRESTAÇÃO DE SERVIÇO POR CÔNJUGE OU COMPANHEIRO De acordo com a Orientação Normativa nº 2/1994, subitens 5.2 e 5.2.2 (publicada no Informativo 23/1994, pág. 01), não é considerado empregado doméstico aquele que exerce tal atividade para o próprio cônjuge ou companheiro, ainda que tenha sido registrado como tal na CTPS e esteja com suas contribuições previdenciárias em dia. 2.2 - EMPREGADOR DOMÉSTICO Conforme definido no Decreto nº 71.885/1973, art. 3º, II, "empregador doméstico é aquela pessoa ou família que admite empregado doméstico a seu serviço." 3 - ATIVIDADES ABRANGIDAS Com base na definição legal, a princí pio, poderíamo s afirma r que qualquer trabalhador que presta serviç os no âmbito famili ar deve ser considerado como domést ico. Assim, estão abrangi das nesta categ oria as ativi dades de motori sta particular, aviador particul ar, caseiro de sítio de recrei o, vigia residenci al,  jardineiro de residência, cozinheira de residência, governanta, babá, enfermeiro particular etc. 3.1 - ENFERMEIRO(ª) DOMÉSTICO Para que esse profissional seja considerado como empregado doméstico, sua prestação de serviço deve se dar de forma contínua, no âmbito da residência da pessoa que está sob seus cuidados (ou do responsável por ela). Além disso, o profissional (enfermeiro) não pode desenvolver qualquer outra atividade, senão os cuidados do doente, sob pena de ser caracterizada a finalidade lucrativa da atividade e, consequentemente, ser descaracterizado o vínculo doméstico. 3.2 - CASEIRO Esta espécie de empregado doméstico é muito comum em chácaras e sítios de recreio. Corriqueiramente é confundido com o empregado rural. No entanto, para se estabelecer a diferença entre ambos basta que seja analisado se a função exercida pelo empregado resulta em lucros para o empregador. Se a atividade exercida não gerar lucros para o empregador (o caseiro executa diversos serviços de conservação do ambiente: limpa a casa, o quintal, poda as árvores, planta frutas e flores ...) o mesmo será considerado como caseiro doméstico; Por outro lado, se a atividade desenvolvida gerar lucros para o empregador (o empregado faz queijos para serem vendidos na feira, tira leite para ser vendido para o laticínio da cidade ...) o mesmo será considerado como empregado rural. No Informativo Trabalhista nº 12/201 1, pág. 4 e seguintes, publicamos a matéri a entitu lada: "Case iro de chácara ou sítio - Consid erações trabalhi stas e Previdenciárias" , onde o consulente poderá obter maiores informações sobre esse assunto. 3.3 - MOTORISTA Para ser consi derado como empregado doméstic o, o motorista deve prestar seus serviços somente para os membros da família que o contratou e, ainda assim, desenvolvendo funções relativas a família tais como levar o patrão para a empresa, as crianças para a escola ou para o curso de línguas estrangeiras etc. Se o motorista passa a realizar atividades que beneficiam o empregador em relação à sua atividade empresarial (p. ex.: levar o empregador à clientes em benefício da empresa, levar encomendas para clientes do empregador etc) estará descaracterizado a atividade doméstica, devendo esta relação trabalhista ser regida pela CLT. 4 - DIARISTAS x EMPREGADO DOMÉSTICO Até pouco tempo atrás era possível afirmar que os diari stas, que prestam serviços de forma descontínua, como é o caso da passadeira, da lavadeira, da arrumadeira, não eram considerados empregados domésticos. Ocorre que, ultimamente, temos observado um grande número de litígios na Justiça do Trabalho de trabalhadoras diaristas (faxineiras) requerendo vínculo de emprego com a alegação de que exerciam atividade como empregada doméstica e não como diaristas. O principal argumento utilizado por essas trabalhadoras é que a atividade desenvolvida por elas, ainda que por duas ou três vezes na semana, é considerado como contínuo e não eventual. Essa continuidade caracteriza habitualidade semanal e não que o trabalho é feito ocasionalmente.

EMPREGADO DOMÉSTICO - 1ª PARTE - CONSIDERAÇÕES TRABALHISTAS

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TRABALHISTA5.1 - EMPREGADO DOMÉSTICO - PARTE 1 - CONSIDERAÇÕES TRABALHISTAS

1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS

Os direitos trabalhistas e previdenciários dos empregados domésticos não são os mesmos garantidos aos empregados regidos pela CLT.

Esses trabalhadores são regidos pela Lei nº 5.859/1972, regulamentada pelo Decreto nº 71.885/1973. Frise-se, ainda, que a Constituição Federal, noparágrafo único do artigo 7º, estende a esses trabalhadores alguns dos direitos assegurados aos empregados em geral.

Por questões de didática, dividimos nosso estudo em dois módulos: o primeiro trata dos direitos trabalhistas dos empregados domésticos e o segundo, queserá publicado na próxima edição do Informativo Trabalhista, trata dos direitos previdenciários, fundiários e IRRF desses trabalhadores.

2 - DEFINIÇÃO LEGAL

2.1 - EMPREGADO DOMÉSTICO

Aquele que presta serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas (art. 1º da Lei nº 5.859/72).

2.1.1 - PRESTAÇÃO DE SERVIÇO POR CÔNJUGE OU COMPANHEIRO

De acordo com a Orientação Normativa nº 2/1994, subitens 5.2 e 5.2.2 (publicada no Informativo 23/1994, pág. 01), não é considerado empregado domésticoaquele que exerce tal atividade para o próprio cônjuge ou companheiro, ainda que tenha sido registrado como tal na CTPS e esteja com suas contribuiçõesprevidenciárias em dia.

2.2 - EMPREGADOR DOMÉSTICO

Conforme definido no Decreto nº 71.885/1973, art. 3º, II, "empregador doméstico é aquela pessoa ou família que admite empregado doméstico a seu serviço." 

3 - ATIVIDADES ABRANGIDAS

Com base na definição legal, a princípio, poderíamos afirmar que qualquer trabalhador que presta serviços no âmbito familiar deve ser considerado comodoméstico. Assim, estão abrangidas nesta categoria as atividades de motorista particular, aviador particular, caseiro de sítio de recreio, vigia residencial,

 jardineiro de residência, cozinheira de residência, governanta, babá, enfermeiro particular etc.

3.1 - ENFERMEIRO(ª) DOMÉSTICO

Para que esse profissional seja considerado como empregado doméstico, sua prestação de serviço deve se dar de forma contínua, no âmbito da residência da

pessoa que está sob seus cuidados (ou do responsável por ela). Além disso, o profissional (enfermeiro) não pode desenvolver qualquer outra atividade, senãoos cuidados do doente, sob pena de ser caracterizada a finalidade lucrativa da atividade e, consequentemente, ser descaracterizado o vínculo doméstico.

3.2 - CASEIRO

Esta espécie de empregado doméstico é muito comum em chácaras e sítios de recreio.

Corriqueiramente é confundido com o empregado rural. No entanto, para se estabelecer a diferença entre ambos basta que seja analisado se a funçãoexercida pelo empregado resulta em lucros para o empregador. Se a atividade exercida não gerar lucros para o empregador (o caseiro executa diversosserviços de conservação do ambiente: limpa a casa, o quintal, poda as árvores, planta frutas e flores ...) o mesmo será considerado como caseiro doméstico;Por outro lado, se a atividade desenvolvida gerar lucros para o empregador (o empregado faz queijos para serem vendidos na feira, tira leite para ser vendidopara o laticínio da cidade ...) o mesmo será considerado como empregado rural.

No Informativo Trabalhista nº 12/2011, pág. 4 e seguintes, publicamos a matéria entitulada: "Caseiro de chácara ou sítio - Considerações trabalhistas ePrevidenciárias" , onde o consulente poderá obter maiores informações sobre esse assunto.

3.3 - MOTORISTA

Para ser considerado como empregado doméstico, o motorista deve prestar seus serviços somente para os membros da família que o contratou e, aindaassim, desenvolvendo funções relativas a família tais como levar o patrão para a empresa, as crianças para a escola ou para o curso de línguas estrangeirasetc. Se o motorista passa a realizar atividades que beneficiam o empregador em relação à sua atividade empresarial (p. ex.: levar o empregador à clientes embenefício da empresa, levar encomendas para clientes do empregador etc) estará descaracterizado a atividade doméstica, devendo esta relação trabalhista ser regida pela CLT.

4 - DIARISTAS x EMPREGADO DOMÉSTICO

Até pouco tempo atrás era possível afirmar que os diaristas, que prestam serviços de forma descontínua, como é o caso da passadeira, da lavadeira, daarrumadeira, não eram considerados empregados domésticos.

Ocorre que, ultimamente, temos observado um grande número de litígios na Justiça do Trabalho de trabalhadoras diaristas (faxineiras) requerendo vínculo deemprego com a alegação de que exerciam atividade como empregada doméstica e não como diaristas.

O principal argumento utilizado por essas trabalhadoras é que a atividade desenvolvida por elas, ainda que por duas ou três vezes na semana, é consideradocomo contínuo e não eventual. Essa continuidade caracteriza habitualidade semanal e não que o trabalho é feito ocasionalmente.

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Assim, é conveniente que se fique atento as decisões dos Tribunais sobre a possibilidade de caracterização do vínculo empregatício doméstico ainda que aprestação de serviço seja apenas em alguns dias da semana, como foi o caso da decisão proferida pelo Tribunal Regional da 2ª Região, abaixo transcrita.

EMENTA: Diarista. Caracterização. A Lei nº 5.859 não dispõe quantas vezes  por semana a trabalhadora deve prestar serviços ao empregador para ser considerada empregada doméstica. Não existe previsão na lei no sentido de

quem trabalha duas vezes por semana não é empregado doméstico. Um médicoque trabalha uma vez por semana no hospital, com horário, é empregado dohospital. O advogado que presta serviços num dia fixo no sindicato e temhorário para trabalhar é empregado. A continuidade do contrato de trabalhorestou demonstrada, diante do fato de que a autora trabalhava duas vezes por semana. O trabalho da reclamante era feito toda semana, duas vezes e não umavez ou outra. Isso caracteriza a habitualidade semanal e não que o trabalho erafeito ocasionalmente. Vínculo de emprego mantido. (TRT 2ª Reg., ac. nº20050706050, 2ª T., 06/10/2005 Rel. Sérgio Pinto Martins)

5 - ATIVIDADE DOMÉSTICA ACUMULADA COM FUNÇÃO COMERCIAL - DESCARACTERIZAÇÃO

É muito comum a ocorrência de casos em que o empregado, além de exercer as atividades domésticas inerentes a seu contrato de trabalho, também colaboracom o empregador em atividades externas alheias ao contrato doméstico.

É o caso, por exemplo, da empregada que além de trabalhar na residência também ajuda a patroa fazendo facção (confecção), ou que prepara a refeição queé fornecida pela patroa para terceiros (marmitas residenciais) ou ainda que atende a clientes na ausência da patroa etc.

A colaboração do empregado na produção de bens de natureza econômica importa em atividade lucrativa, ou seja, o empregador está auferindo lucros com talcolaboração, o que descaracteriza o vínculo doméstico e faz surgir um empregado urbano regido pelas regras celetistas (CLT).

EMENTA: A atividade doméstica cumulada com o serviço de comércioexplorado pelo reclamado fizeram com que seja qualificada como empregadanos termos do art. 3º da CLT, tendo direito às verbas rescisórias reconhecidas nasentença de 1º grau. A relação jurídica de emprego demonstrada pelas provas

carreadas para os autos suplantaram o vínculo de doméstica disciplinado pelaLei nº 5.859, de 11/12/1972." (Ac. TRT 6ª R - RO 2074/88 - DO/PE04/03/1989).

6 - EMPREGADO DOMÉSTICO MENOR DE 18 ANOS - PROIBIÇÃO

O Decreto nº 6.481/2008, que regulamenta os arts. 3º, alínea "d" e 4º da Convenção nº 182 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que trata daproibição das piores formas de trabalho infantil, publicou uma relação de 93 atividades onde é proibido o trabalho infantil.

Dentre essas atividades está a de empregado doméstico. Portanto, é proibida a contratação de empregados domésticos com idade inferior a 18 anos.

Veja abaixo a descrição dos motivos de tal proibição mencionada no Decreto.

Item Descrição dosTrabalhos

Prováveis RiscosOcupacionais

Prováveis Repercussões à Saúde

76. Domésticos Esforços físicos intensos;isola-mento; abuso físico,

  psicológico e sexual;longas jornadas detrabalho; trabalhonoturno; calor; exposiçãoao fogo, posiçõesantiergonômicas e

movimentos repetitivos;traciona-mento da coluna

Afecções músculo-esqueléticas(bursites, tendinites, dorsalgias,sinovites, tenossinovites);contusões; fraturas; ferimentos;queimaduras; ansiedade; alteraçõesna vida familiar; transtornos dociclo vigília-sono; DORT/LER;deformidades da coluna vertebral

(lombalgias, lombociatalgias,escolioses, cifoses, lordoses);

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vertebral; sobrecargamuscular e queda denível

síndrome do esgotamento profissional e neurose profissional;traumatismos; tonturas e fobias

7 - ADMISSÃO

7.1 - REGISTRO

Para se admitir um empregado doméstico, basta que o empregador proceda o registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) do mesmo.

Facultativamente, o empregador poderá redigir um contrato onde constem todas as condições de trabalho, além do valor do salário a ser percebido.

Observe que, no caso de empregado doméstico, não se faz necessário o registro em livro ou fichas, abertura de livro de inspeção do trabalho, envio deCAGED, RAIS, enfim, aqueles procedimentos normais referentes ao empregado urbano.

7.2 - DOCUMENTAÇÃO EXIGIDA

Para concretizar a admissão, o empregador poderá exigir a apresentação dos seguintes documentos:

a) Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS);

b) Atestado de boa conduta emitida por autoridade policial ou pessoa idônea;

"A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou na terça-feira (05/04) o substitutivo do Senado ao Projeto de Lei 1652/03, que elimina aexigência da apresentação de atestado de boa conduta do empregadodoméstico. A proposta, que altera a Lei 5.859/72, ainda será votada em

 plenário.

O atestado de boa conduta pode ser retirado junto à polícia civil, ou àssecretarias de Segurança dos estados, inclusive pela internet, e tem diversos

nomes, como atestado de antecedentes e certidão negativa cível e criminal.Alguns advogados recomendam que uma carta de referência fornecida por ex-

 patrões substitua o documento." (Fonte: Agência Câmara)

c) Atestado de saúde, subscrito por autoridade médica responsável ou a critério do empregador;

d) Comprovação do endereço do local de sua residência; e

e) Carta de apresentação e referência.

Ressalte-se que somente a exigência constante letra "a" é item obrigatório; as outras, de "b" a "e", ficam a critério do empregador.

7.3 - AGÊNCIAS CONTRATANTES - RESPONSABILIDADE CIVIL

As agências especializadas na contratação de empregados domésticos para terceiros são civilmente responsáveis por quaisquer atos ilícitos que os mesmosvenham a cometer no desempenho de suas funções.

O contratante da mão-de-obra poderá, inclusive, exigir da agência Termo de Responsabilidade no qual esta se declare obrigada a reparar qualquer danopraticado pelo empregado contratado durante o período de 01 ano (Lei nº 7.195/1984).

8 - ANOTAÇÕES NA CTPS

De acordo com o art. 5º do Decreto nº 71.885/1973, o empregador deve promover as seguintes anotações na CTPS de seu empregado:

I - data de admissão;

II - salário mensal ajustado;

III - início e término das férias;

IV - data da dispensa;

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Transcrevemos abaixo modelo da folha de contrato de trabalho constante da CTPS do empregado e que deve ser preenchida pelo empregador.

8.1 - CBO DE EMPREGADOS DOMÉSTICOS

A Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) tem por finalidade a identificação das ocupações no mercado de trabalho, para fins classificatórios junto aosregistros administrativos e domiciliares.

A relação das atividades abrangidas no CBO pode ser obtida no site do Ministério do Trabalho (www.mte.gov.br - menu: acesso rápido - Consulta CBO).

Extraímos desse site a relação de CBO utilizado em atividades domésticas, quais sejam:

 5121-05 Empregado doméstico nos serviços gerais

 

Descrição sumária

 Preparam refeições e prestam assistência às pessoas, cuidam de peças do vestuáriocomo roupas e sapatos e colaboram na administração da casa, conforme orientaçõesrecebidas. Fazem arrumação ou faxina e podem cuidar de plantas do ambienteinterno e de animais domésticos. 

5162-05 Babá

 

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Descrição sumária Baby-sitter, Pajém (baby-sitter em início de carreira).

 

5162-10 Cuidador de idosos

 

Descrição sumária Acompanhante de idosos, Cuidador de pessoas idosas e dependentes, Cuidador deidosos domiciliar, Cuidador de idosos institucional, Gero-sitter.

 

7823-05 Motorista Particular ou Chofer

 

Descrição sumária Dirigem e manobram veículos e transportam pessoas, cargas ou valores. Realizamverificações e manutenções básicas do veículo e utilizam equipamentos edispositivos especiais tais como sinalização sonora e luminosa, software denavegação e outros. Efetuam pagamentos e recebimentos e, no desempenho das

atividades, utilizam-se de capacidades comunicativas. Trabalham seguindo normasde segurança, higiene, qualidade e proteção ao meio ambiente. 

5132-10 Cozinheiro do serviço doméstico

 

Descrição sumária

 Organizam e supervisionam serviços de cozinha em hotéis, restaurantes, hospitais,residências e outros locais de refeições, planejando cardápios e elaborando o pré-

 preparo, o preparo e a finalização de alimentos, observando métodos de cocção e padrões de qualidade dos alimentos. 

5151-10 Atendente de enfermagem no serviço doméstico

 

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Descrição sumária Visitam domicílios periodicamente; assistem pacientes, dispensando-lhes cuidadossimples de saúde, sob orientação e supervisão de profissioais da saúde; orientam acomunidade para promoção da saúde; rastreiam focos de doenças específicas;

realizam partos; promovem educação sanitária e ambiental; participam decampanhas preventivas; incentivam atividades comunitárias; promovemcomunicação entre unidade de saúde, autoridades e comunidade; participam dereuniões profissionais. Executam tarefas administrativas. 

9 - DIREITOS TRABALHISTAS

A nossa Constituição Federal quis diferenciar os direitos assegurados à categoria dos empregados domésticos em relação aos demais trabalhadores.

Para tanto, dedicou o parágrafo único do artigo 7º para delimitar tais direitos:

Constituição Federal

Art. 7º ...

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos osdireitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI eXXIV, bem como sua integração à previdência social.

Constituição Federal

Art. 7º....

IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender asuas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação,educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, comreajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada suavinculação para qualquer fim;

VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordocoletivo;

VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor daaposentadoria;

XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais doque o salário normal;

XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duraçãode cento e vinte dias;

XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

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XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trintadias, nos termos da lei;

XXIV - aposentadoria;

Vale ressaltar que, além da Constituição Federal de 1988, a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) também diferencia esta categoria dos demaisempregados uma vez que determina em seu art. 7º, parágrafo único, alínea "a" que as normas contidas na mesma não se aplicam aos empregadosdomésticos.

Consolidação das Leis do Trabalho

Art. 7º.......

Parágrafo único. Os preceitos constantes da presente consolidação, salvoquando for, em cada caso, expressamente determinado em contrário, não seaplicam:

a) aos empregados domésticos, assim considerados, de um modo geral, os que prestam serviços de natureza não econômica à pessoa ou à família, no âmbitoresidencial destas; Serviços domésticos (limpeza conservação...)

O art. 2º do Decreto nº 71.885/1973, que regulamenta a lei do empregado doméstico, estabelece que apenas o capítulo referente a férias da CLT se aplica aosempregados domésticos.

Decreto nº 71.885/1973

Art. 2º Excetuando o Capítulo referente a férias, não se aplicam aos empregadosdomésticos as demais disposições da Consolidação das Leis do Trabalho. (...)

9.1 - SALÁRIO

A Constituição Federal garantiu aos empregados domésticos um salário nunca inferior ao salário mínimo. Assim, a política salarial adotada para essesprofissionais é a mesma dos empregados urbanos sendo, inclusive, vedado a redução salarial.

Existe corrente doutrinária que entende que ainda que a jornada de trabalho da empregada doméstica seja infe-rior a 8 hs diárias o salário não poderá ser inferior ao salário mínimo já que para esses trabalhadores não foi estipulada jornada de trabalho.

Frise-se, porém que esse entendimento é controverso, havendo, inclusive jurisprudência em contrário.

RECURSO DE REVISTA. EMPREGADA DOMÉSTICA. JORNADAREDUZIDA. SALÁRIO MÍNIMO. DIFERENÇAS. Na esteira do acórdão

regional, também tem-se por indevidas diferenças salariais pela consideração dosalário mínimo, se - como no caso dos presentes autos - a empregada trabalhavaapenas três vezes na semana. Recurso de revista conhecido e desprovido.(TRIBUNAL: TST DECISÃO: 12/11/2003 PROC: RR NUM: 668379 ANO:2000 REGIÃO: 04 RECURSO DE REVISTA TURMA: 05 RELATOR: JUIZCONVOCADO JOÃO CARLOS RIBEIRO DE SOUZA).

DOMÉSTICO. JORNADA REDUZIDA. SALÁRIO PROPORCIONAL. Alegislação estabelece o salário por hora, dia ou mês, fixando o valor mínimodevido, inexistindo qualquer previsão legal no sentido de que a jornada reduzida

 para pagamento na proporção deva ser pactuada por escrito, ainda mais em se

tratando de empregado doméstico, onde as regras são limitadas e não exigequalquer tipo de formalismo. (TRIBUNAL: 3ª Região DECISÃO: 08/09/1999

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TIPO: RO NUM: 1348 ANO: 1999 NÚMERO ÚNICO TURMA: TerceiraTurma RELATOR: Juiz José Eustáquio de Vasconcelos Rocha).

"Empregado doméstico. Jornada reduzida. Salário proporcional. Possibilidade.

Se a jornada mensal exercida pelo empregado doméstico é extremamenteinferior à jornada legal mensal (220 horas), não pode ele, neste momento, pretender a percepção do salário mínimo integral. Destarte, é óbvio que osalário do doméstico deve guardar equivalência às horas trabalhadas, nãohavendo infringência do art. 7º, IV, da Constituição Federal, que prevê o

 pagamento do salário mínimo mensal para a jornada de 220 (duzentos e vinte)horas. Aliás, sempre foi admitido o salário fixado por unidade de tempo." (TRT15ª R - RO 00678.2004.067.15.00.2 - 6ª T - Rel. Juiz Flávio Nunes Campos -DSPJ 02/09/2005)

9.1.1 - PROVA DE QUITAÇÃO DOS SALÁRIOS

O pagamento de verbas salariais deve ser comprovado documentalmente.

Devido ao grau de intimidade que acaba se formando entre o empregado doméstico e o empregador doméstico, é muito comum que seja feito o pagamento dosalário sem a apresentação de recibo de pagamento de quitação dessa verba.

Essa prática pode gerar problemas futuros para o empregador doméstico uma vez que havendo uma reclamatória trabalhista será necessária a apresentaçãodos recibos de pagamento como prova de quitação não só dos salários mensais como também do 13º salário e das férias.

Assim, para a segurança do empregador doméstico, é conveniente que todo pagamento seja feito contra recibo, o qual deve especificar todas as parcelaspagas ao empregado doméstico (salários, férias, 13º salário, aviso prévio etc), além de conter a quitação do empregado de próprio punho.

9.1.2 - EMPREGADO ANALFABETO

Caso o empregado seja analfabeto, o mesmo deve apor sua digital no recibo. Não sendo possível tal aposição, o pagamento deve ser efetuado na presençade uma pessoa que assinará o recibo, a seu rogo, diante de duas testemunhas.

9.1.3 - DESCONTOS NO SALÁRIO - VEDAÇÃO

O art. 2º-A da Lei nº 5.858/1972, com redação da Lei nº 11.324/2006, proíbe o empregador doméstico de efetuar descontos no salário do empregado por fornecimento de alimentação, vestuário, higiene ou moradia.

Segundo, ainda, o § 1º do art. 2º-A da referida norma, poderão ser descontadas as despesas com moradia somente quando essa se referir a local diverso daresidência em que ocorrer a prestação de serviço, e desde que essa possibilidade tenha sido expressamente acordada entre as partes.

Não obstante a vedação prevista em lei, esses benefícios fornecidos ao empregado doméstico não têm natureza salarial nem se incorporam à remuneraçãopara quaisquer efeitos.

Lei nº 5859/1972

Art. 2º-A - É vedado ao empregador doméstico efetuar descontos no salário doempregado por fornecimento de alimentação, vestuário, higiene ou moradia.(Redação da LEI Nº 11.324 19/07/2006)

§ 1º - Poderão ser descontadas as despesas com moradia de que trata o caputdeste artigo quando essa se referir a local diverso da residência em que ocorrer a

 prestação de serviço, e desde que essa possibilidade tenha sido expressamenteacordada entre as partes.

9.2 - GRATIFICAÇÃO NATALINA - DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO

A Constituição Federal garantiu ao empregado doméstico o direito à gratificação natalina.

Essa gratificação corresponde a 1/12 do salário integral a cada mês ou fração igual ou superior a 15 dias de trabalho (Lei nº 4.090/62).

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Da mesma forma que para o empregado urbano, entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, o empregador deve pagar, de uma só vez, metade dosalário recebido pelo empregado no mês anterior, a título de 1ª parcela.

A 2ª parcela deve ser paga até o dia 20 de cada ano, sendo que seu valor corresponderá à diferença entre a remuneração devida no mês de dezembro e aimportância paga a título de 1ª parcela, observado o tempo de serviço do empregado no respectivo ano.

Ressalte-se que o pagamento, tanto da 1ª parcela quanto da 2ª parcela deve ser feito contra recibo, não havendo modelo oficial.

9.3 - FÉRIAS

As férias do empregado doméstico era objeto de entendimentos divergentes gerados pela própria legislação.

Isso porque o art. 3º da Lei nº 5.859/1972 estabelecia que as férias do doméstico era de 20 dias e o regulamento dessa lei (Decreto nº 71.885/1973, art. 2º)estabelece que o único capítulo da CLT que se aplica aos domésticos seria o de férias, cujo período é de 30 dias.

A Lei nº 11.324/2006, de 19/07/2006, sanou o problema quando alterou o art. 3º da Lei nº 5.859/1972.

A partir da vigência da nova norma o empregado doméstico faz jus a férias de 30 dias após cada período de 12 meses de serviço a uma mesma pessoa oufamília, calculadas com base no salário normal acrescido do terço constitucional.

Vale lembrar que se aplica ao empregado doméstico a tabela de redução de férias, prevista no art. 130 da CLT, em decorrência de faltas ao serviço.

9.3.1 - ANOTAÇÃO DAS FÉRIAS NA CTPS

Antes de o empregado usufruir as férias, o empregador deve solicitar sua CTPS para proceder à anotação dos seguintes dados: período aquisitivo das férias,período concessivo e assinatura do empregador.

9.4 - JORNADA DE TRABALHO

Dentre os direitos garantidos constitucionalmente aos empregados domésticos não está a limitação de jornada prevista no art. 7º, inciso XIII (8 h diárias e 44hsemanais). A lei do empregado doméstico (Lei nº 5.859/1972) também não o fez.

Dessa forma, como a lei é omissa, a jornada de trabalho do empregado doméstico deverá ser acordada entre as partes.

9.4.1 - HORAS EXTRAS

Como não existe limitação de jornada de trabalho, a princípio, o empregado doméstico não faz jus a horas extras.

Esse, inclusive, o posicionamento do Tribunal Superior do Trabalho.

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. EMPREGADO DOMÉSTICO.HORAS EXTRAS. 1 - O art. 7º da Constituição Federal, em seu parágrafoúnico, não oferece aos trabalhadores domésticos o resguardo dos incisos XIII eXVI, assim não lhes assegurando o direito à jornada limitada e às horas extras.Tais títulos também não encontram previsão na legislação ordinária (Lei nº5.859/72). 2 - A despeito das condições atípicas em que se dá o seu ofício, coma natural dificuldade de controle e de atendimento aos direitos normalmenteassegurados aos trabalhadores urbanos, não há dúvidas de que a legislação étímida em relação aos empregados domésticos, renegando-lhes determinadasgarantias necessárias à preservação de sua dignidade profissional (CF, art. 1º,III). 3. Esta certeza, no entanto, não autoriza, no plano judicial, a superação dasfronteiras estabelecidas pelas normas vigentes, de forma a se compelir o

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empregador ao adimplemento de obrigação que o ordenamento jurídico não lheimpõe. É impossível o deferimento de horas extras ao empregado doméstico.Agravo de instrumento conhecido e desprovido. (PROC: AIRR - 810/2001-002-17-00 PUBLICAÇÃO: DJ - 23/06/2006).

Ocorre que, se a jornada de trabalho do empregado doméstico tiver sido previamente acordada, existe entendimento de que as horas extras seriam devidasem virtude dessa definição da jornada.

EMENTA: "Doméstico. Horas extras. Limite de jornada expressamentecontratado. Deferimento. O art. 7º, § único, da Carta Magna elenca os direitossociais dos trabalhadores urbanos e rurais extensivos aos empregadosdomésticos, não estando dentre eles a limitação da jornada semanal de trabalho.Contudo, podendo as partes avençar tudo aquilo que não é vedado em lei(Código civil/1916, art. 82; Código Civil/2002, art. 104, II) e tendo em vista aobrigação de observar-se que o avençado pelas partes deve ser cumprido - pactasun servanda -, não há como negar-se ao autor a pretensão de recebimento dehoras extras porque estabelecido, em contrato celebrado livremente entre ele e oreclamado, o horário de trabalho que deveria ser cumprido. Confissão.Interpretação restrita. Não correspondendo a confissão judicial real, via deregra, à íntegra do interrogatório, os termos da declaração da parte confitentedevem ser tomados sem alargamento de sentido ou alcance. Recurso conhecidoe parcialmente provido." (TRT 10ª R - ROPS 00793.2004.016.10.00.0 - 3ª T -Rel. Juiz Antônio Umberto de Souza Júnior - DJU 14/01/2005)

Existe, ainda, entendimento de que caso a empregada tenha extrapolada a jornada de trabalho acordada não será devido o adicional de horas extras, noentanto, essas horas excedentes devem ser pagas de forma simples.

Exemplo: Empregada contratada para trabalhar no período de 8:00 às 16:00 hs. Em determinado dia do mês a empregadora necessita que ela fique até as 19horas. Nesse caso, como não existe acordo para pagamento de adicional de horas extras, a empregadora deverá pagar apenas o valor referente às 3 horasque se excederam da jornada normal.

EMENTA: "Trabalho doméstico. Extraordinários. 1 - Em tese, a Constituiçãonão estendeu aos domésticos a remuneração dos extraordinários com 50%, maslhes assegurou o direito ao salário mínimo, correspondente ao dia normal deserviço, sendo devidas as horas excedentes embora pelo valor da hora normal(Constituição, art. 7º, XVI e IV, com o parágrafo único; CLT, art. 76; Lei nº8.542/92, art. 6º). 2 - Em concreto, são indevidas tais horas normaissuplementares, por falta de prova quanto à sua efetiva prestação (Consolidação,art. 818)." (Ac da 3ª T do TRT da 1ª R - mv, RO 5.341/92 - Rel. Juiz AzulinoJoaquim de Andrade Filho - j 25/06/1996 - DJ RJ II 07/04/1997, p. 105).

9.4.2 - ADICIONAL NOTURNO

Da mesma forma que a hora extra, tanto a Lei nº 5.859/72 quanto o parágrafo único do art. 7º da CF/88 não fizeram previsão de pagamento de adicionalnoturno para o empregado doméstico.

Assim, caso o empregado trabalhe em horário noturno não será devido a ele o adicional previsto na CLT, mesmo porque a legislação do doméstico é clara nosentido de não aplicar os dispositivos da CLT aos mesmos (salvo o capítulo referente a férias, como já mencionado).

9.4.3 - REPOUSO SEMANAL REMUNERADO

Todo empregado urbano, rural ou doméstico tem direito a um descanso semanal de 24 horas consecutivas, preferencialmente aos domingos, além dosferiados civis e religiosos, de acordo com a tradição local.

O repouso remunerado de 24 horas consecutivas, determinado na Constituição Federal de 1988 (art. 7º, XV) é um direito irrenunciável do empregado, vez quese trata de uma norma de ordem pública com a finalidade de proteger a saúde física, mental e social do mesmo. Assim, qualquer tipo de transação feita nosentido de prejudicar o empregado será considerada nula de pleno direito.

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Normalmente o empregador doméstico escolhe o domingo para conceder esse repouso ao empregado doméstico. Entretanto, o empregador poderá optar por outro dia sem que isso lhe traga maiores consequências, já que o repouso deve ser concedido segundo as suas conveniências e não a do empregadodoméstico.

9.4.3.2 - DESCANSO EM FERIADOS - DIREITO EXTENSIVO AOS DOMÉSTICOS

A Lei nº 11.324/2006 revogou a alínea "a" do art. 5º da Lei nº 605/1949, que estabelecia que a lei do repouso semanal remunerado não se aplicada aosempregados domésticos.

Assim, a partir de 20 de julho de 2006, data da publicação da Lei nº 11.324/2006, o caso o empregado doméstico trabalhe no feriado civil ou religioso oempregador deve pagar esse dia em dobro ou conceder uma folga compensatória em outro dia da semana, conforme determina o art. 9º da Lei n.º 605/1949.

9.5 - CONTRATO DE TRABALHO

Não existe obrigatoriedade de formalização da contratação do empregado doméstico por meio de contrato de trabalho. A exigência legal restringe-se aassinatura da carteira de trabalho.

Contudo, se as partes desejarem registrar os termos da contratação por um instrumento escrito, não existe nenhuma restrição legal.

Ao contrário, é até interessante que se elabore um contrato de trabalho onde as partes podem descrever todas as regras da relação empregatícia, tais como: aduração e o horário da jornada de trabalho do empregado, a definição da folga semanal (repouso semanal remunerado), a data de pagamento dos salários, asobrigações do empregador e do empregado, enfim, todos os detalhes de uma relação de trabalho doméstico.

9.5.1 - CONTRATO DE EXPERIÊNCIA

Existe divergência sobre a aplicabilidade do contrato de experiência para os empregados domésticos. Isso porque a Lei nº 5.859/1972 não prevê a aplicaçãodesse tipo de contrato para os empregados domésticos e não existem outras normas que o regulamentam.

Até mesmo a jurisprudência não é pacífica vez que existem aquelas que reconhecem a legalidade do contrato de experiência para os domésticos e outras quenão a reconhecem.

APLICABILIDADE: "Empregado doméstico. Contrato de experiência.Possibilidade. Nos termos do art. 443, § 2º, da CLT, o contrato de experiênciaconstitui espécie de contrato a prazo determinado e objetiva a avaliação dodesempenho profissional do empregado, assim como o seu ajustamento àscondições de trabalho, sobretudo quanto à capacidade de se relacionar com

outras pessoas e cumprir ordens recebidas. Deste modo, pode ser aplicado aqualquer categoria profissional, incluindo-se o empregado doméstico, eis que pela própria natureza de suas atividades, exige que as relações de trabalho entreempregado e empregador se desenvolvam em absoluto clima de confiança. 2 -Contrato de experiência. Forma de prova. Tratando-se o contrato de experiênciade condição especial, este deve ser anotado na CTPS (CLT, art. 29) e servirá de

 prova em juízo." (Ac un da 1ª T do TRT da 10ª R - RO 0388/96 - DJU 304/10/1996, p. 17.477/8 - ementa oficial).

INAPLICABILIDADE: "Empregada doméstica. Contrato de experiência.Inaplicabilidade das disposições contidas na consolidação das Leis do Trabalho,

razão por que o contrato de trabalho é tido como a prazo indeterminado." (Ac da2ª T do TRT da 4ª R - mv - RO 96022750-4 - Rel. Designada Juíza DulceOlenca B. Padilha - j 17/02/1998 - DJ RS 16/03/1998, p. 37).

9.6 - LICENÇA-PATERNIDADE

A licença paternidade prevista na CF/1988, art. 10, § 1º do ADCT se aplica aos empregados domésticos. Assim, essa categoria faz jus a licença de 5 dias talqual o empregado urbano e rural.

9.7 - VALE TRANSPORTE

Vale-transporte é o benefício concedido ao empregado para custear as despesas havidas no deslocamento diário residência-trabalho e vice-versa. (Lei nº7.418/1985)

O Decreto nº 95.247/1987 descreve o empregado doméstico como sendo beneficiário desse direito.

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DECRETO Nº 95.247/1987

"Art. 1° - São beneficiários do Vale-Transporte, nos termos da Lei n° 7.418, de16 de dezembro de 1985, alterada pela Lei n° 7.619, de 30 de setembro de 1987,os trabalhadores em geral e os servidores públicos federais, tais como:

(...) II - os empregados domésticos, assim definidos na Lei n° 5.859, de 11 dedezembro de 1972; (...)"

A partir do momento em que o empregado assina a declaração de opção pelo vale-transporte, ele autoriza o empregador a descontar em seu salário mensal ovalor correspondente a 6% (seis por cento) de seu salário-base. Entretanto, todos os meses, o empregador deve solicitar a assinatura do empregado quandoda entrega do vale transporte, num recibo relativo ao benefício.

O empregador participa com a parcela que exceder a 6% (seis por cento) do salário básico do empregado.

10 - CONVENÇÃO Nº 189 E RECOMENDAÇÃO Nº 201 DA OIT

Em junho de 2011 aconteceu em Genebra a 100ª Conferência Internacional do Trabalho (CIT). Na ocasião, foi finalizada a discussão sobre o tema trabalhodecente para as(os) trabalhadoras(es) domésticas(os), onde foi definido a adoção de um instrumento internacional de proteção ao trabalho doméstico na formade uma convenção, intitulada Convenção sobre o Trabalho Decente para as Trabalhadoras e os Trabalhadores Domésticos, 2011 (nº 189), acompanhada de

uma Recomendação com o mesmo título (nº 201).

Transcrevemos abaixo um resumo desses documentos.

CONVENÇÃO Nº 189 DA OIT

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1 e 2

Definições e cobertura: Trabalho doméstico: aquele realizado em ou  para domicílio (s); trabalhador: (sexo feminino ou masculino) quemrealiza o trabalho doméstico no âmbito de uma relação de trabalho,estando excluídos aqueles/as que o fazem de maneira ocasional e semque seja um meio de subsistência. A convenção se aplica a todos/astrabalhadores(s) domésticos(s). Há possibilidade de exclusão decategorias, desde que justificadas (outra proteção equivalente ouquestões substantivas).

3 e 4

Direitos humanos e direitos fundamentais do trabalho: Implementaçãode medidas efetivas para garantir estes direitos.

Trabalho Infantil Doméstico: Estabelecimento de idade mínima, emconsonância com convenções associadas ao tema (nº 138 e 182), eadoção de medidas com relação a trabalhadores(s) com menos de 18anos.

5Proteção contra abusos, assédio e violência: adoção de medidas nestestemas.

6Condições de emprego equitativas e trabalho decente: adoção demedidas efetivas nestes

7Informação sobre termos e condições, quando possível em contratos detrabalho.

8Proteção às/aos trabalhadoras/es domésticas/os migrantes: oferta deemprego por escrito/contrato de trabalho com condições estabelecidasno artigo 7, ainda no país de origem.

9 Liberdade para decidir moradia, se acompanha ou não membros do

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domicílio em suas férias e quanto a manter em posse seus documentos.

10

Jornada de trabalho: medidas para assegurar jornada, compensação dehoras extras e períodos de descanso diários, semanais (24 horasconsecutivas) e férias. Tempo em que trabalhadores(s) estão à

disposição conta como horas de trabalho.11 Estabelecimento de remuneração mínima.

12

Remunerações e proteção social: pagamentos em dinheiro, em intervalosregulares e pelo menos uma vez ao mês. Possibilidade de pagamento in

natura, desde que estabelecidas condições para que não sejadesfavorável.

13 e 14Medidas de saúde e segurança no trabalho; proteção social e proteção àmaternidade.

15Agências de emprego privadas: condições de funcionamento; proteção

contra abusos de agências de emprego mediante obrigações jurídicas.16 Acesso a instâncias de resolução de conflitos.

17Inspeção do Trabalho: adoção de medidas e possibilidade de acesso aodomicílio, com respeito à privacidade.

18As disposições da Convenção deverão ser colocadas em prática por meio da legislação nacional, de acordos coletivos e de outras medidasadicionais com relação aos/às trabalhadores(s) domésticos(s).

19 a 27 Procedimentos para adoção, ratificação e implementação da convenção.

 

RECOMENDAÇÃO Nº 201 DA OIT

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2

Liberdade de associação e direito à negociação coletiva: revisão dalegislação nacional no sentido de tornar efetivos estes direitos. Direitodos/as trabalhadores(s) domésticos(s) e dos empregadores/as terem suas

 próprias organizações.

3Exames médicos: princípio da confidencialidade; impedimento deexames de HIV e gravidez e não-discriminação em função de exames.

4 Medidas com relação aos exames médicos: informação sobre saúde pública.

5

Identificação e proibição de trabalho doméstico insalubre para crianças, proteção para trabalhadores(s) domésticos(s) jovens: para estes últimos,limitação da jornada; proibição de trabalho noturno; restrição quanto atarefas penosas e vigilância das condições de trabalho.

6Informações sobre termos e condições de emprego; estabelecimento deinformações em contratos.

7

Proteção contra abuso, assédio e violência: estabelecimento de

mecanismos de queixa; programas de reinserção e readaptação detrabalhadores(s) vítimas. 7

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RECOMENDAÇÃO Nº 201 DA OIT

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8 - 13

Jornada de trabalho: registro exato das horas trabalhadas, das horasextras e dos períodos de disponibilidade imediata para o trabalho de fácil

acesso para os/das trabalhadores(s); regulamentação do tempo em que otrabalhador/a está disponível para o trabalho; estabelecimento demedidas específicas para trabalho noturno; estabelecimento de pausasdurante jornada diária; estabelecimento de descanso semanal de 24horas, em comum acordo; compensação por trabalho em dia dedescanso; acompanhamento dos membros do domicílio nos períodos deférias não deve ser considerado como férias do/a trabalhador(a).

14 - 15

Proteção quanto à remunerações e pagamento in natura: limitação de pagamento in natura; critérios objetivos para cálculo do valor;considerar somente questão de alimentação e alojamento; proibição deincluir artigos relacionados ao desempenho do trabalho; informações

 precisas quanto aos valores do pagamento.

17 Condições adequadas de acomodação e alimentação.

18Prazo para busca de outro emprego e tempo livre durante o trabalho emcasos de término do emprego por iniciativa do empregador(a) paratrabalhadores(s) que moram nas residências.

19Saúde e segurança: Medidas e dados sobre saúde e segurança notrabalho; estabelecimento de sistema de inspeção.

20 Adoção de medidas para contribuição à previdência social.

21 e 22Trabalhadores(s) migrantes: sistema de visitas; rede de alojamento deurgência; linha telefônica de assistência; informações quanto àsobrigações dos empregadores, legislação e direitos no caso dostrabalhadores(s) nos países de origem e destino; repatriação.

23Agências de emprego privadas: promoção de boas práticas das agências

 privadas de emprego com relação ao trabalho doméstico.

24Inspeção do trabalho: estabelecimento de condições para a inspeção dotrabalho.

25

Políticas e programas: para o desenvolvimento continuado decompetências e qualificação, incluindo alfabetização; para favorecer oequilíbrio entre trabalho e família; formulação de dados estatísticossobre trabalhadores(s) domésticos(s).

26Cooperação internacional para proteção dos trabalhdores(s)domésticos(s).

11 - RESCISÃO CONTRATUAL

11.1 - AVISO PRÉVIO

Antes da promulgação da Constituição Federal de 1988, os empregados domésticos não tinham direito ao recebimento de aviso prévio. A partir da vigência danova Carta Magna este direito foi assegurado aos domésticos (CF/1988, art. 7º, parágrafo único).

Apesar da previsão constitucional, este direito não se encontra regulamentado na Lei específica dos empregados domésticos motivo pelo qual há necessidadede se utilizar, por analogia, a regra prevista no Capítulo VI da CLT (arts. 487 e seguintes), que tratam do aviso prévio.

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Assim, devem ser observados na CLT questões como: prazo do aviso prévio, contagem do aviso prévio etc.

11.1.1 - PEDIDO DE DISPENSA - CUMPRIMENTO DO AP - CONTROVÉRSIA

Quando o empregado doméstico pede demissão, o mesmo está obrigado ao cumprimento do aviso prévio?

A resposta a esse questionamento não é pacífica uma vez que alguns doutrinadores entendem que o empregado doméstico tem apenas o direito ao avisoprévio e não a obrigação de cumpri-lo. Isso porque, segundo eles, o caput do artigo 7º da Constituição Federal trata apenas dos direitos dos trabalhadores e aobrigação de cumprimento está prevista no § 2º do artigo 487 da CLT, a qual não se aplica aos trabalhadores domésticos. Outros, porém, entendem que atodo direito se contrapõe uma obrigação. Nesse caso, se o empregado doméstico tem o direito ao aviso prévio, automaticamente, será imposta ao mesmo aobrigação de cumprimento no caso de pedido de demissão.

"Empregada doméstica. Dispensa imotivada. Aviso prévio. Ausência decumprimento. Desconto. Possibilidade. A Constituição Federal, comoportunidade e justiça, assegura aviso prévio aos trabalhadores domésticos(art. 7º, XXI e parágrafo único). Ainda que a Lei nº 5.859, de 11/12/1972, nãofaça remissão às normas da CLT, que regulamentam o aviso prévio, dever-se-árecorrer, na necessidade de integração da garantia constitucional, à analogialegis, sob a autorização do art. 8º daquele último Texto e do art. 4º da Lei deIntrodução ao Código Civil Brasileiro. O aviso prévio dos trabalhadores regidos

 pela CLT encontra o mesmo lastro constitucional que aquele endereçado aosempregados domésticos: há um mesmo padrão legal, não havendo razões queaconselhem tratamento diferenciado. Necessário, então, o recurso do CapítuloVI do Título IV da CLT (com atenção para a disciplina compatível com o rol dedireitos estabelecidos pelo referido art. 7º, parágrafo único, da Carta Magna),quando se houver de decidir qualquer questão relativa ao aviso prévio dotrabalhador doméstico. Merecendo conhecer o propósito de sua empregadora,no sentido de dispensar, a empregada doméstica faz jus ao aviso prévio (CLT,art. 487), devendo, no entanto, trabalhar pelo prazo pertinente (trinta dias),salvo se expressamente dispensada de o fazer, em qualquer caso com a

remuneração do período. Deixando de cumprir o aviso prévio, dará ensejo aodesconto do valor correspondente, nas parcelas recebidas ao termo do pacto,como faculta o art. 487, § 2º, da CLT. A Constituição Federal, quando evoca oinstituto, torna aplicável o regramento próprio, não se podendo olvidar quemesmo o contrato de trabalho doméstico é bilateral e contém direitos eobrigações recíprocas para as partes que o celebram. Com a garantia do aviso

 prévio, os trabalhadores domésticos aceitam a contrapartida, qual seja, concedê-lo, quando tencionarem pedir demissão, e cumpri-lo, quando o receberem, semque haja dispensa: direitos e obrigações são faces de uma mesma moeda.Recurso ordinário em procedimento sumaríssimo conhecido e desprovido." (Acda 3ª T do TRT da 10ª R - RO 4.194/02 - Rel. Juiz Alberto Luiz Bresciani de

Fontan Pereira - j. 11/12/2002 - DJU 3 17/01/2003, p. 69)11.2 - DIREITOS RESCISÓRIOS

I - DISPENSA SEM JUSTA CAUSA

Ocorrendo a dispensa sem justa causa o empregado doméstico fará jus às seguintes parcelas: saldo de salários; aviso prévio; 13º salário; férias vencidas eproporcionais acrescidas do terço constitucional. Se houver opção pelo FGTS o empregado terá direito ainda ao saque do FGTS, multa rescisória e seguro-desemprego.

II - PEDIDO DE DISPENSA

Ocorrendo pedido de dispensa as verbas a serem pagas são: saldo de salários; 13º salário; férias vencidas e proporcionais, acrescidas do terço constitucional.

Se o aviso prévio não for cumprido, poderá ser descontado.

11.2.1 - RECIBO DE RESCISÃO CONTRATUAL

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Embora a legislação não estabeleça um modelo específico, é conveniente que o empregado faça a rescisão contratual no modelo utilizado para osempregados urbanos, o TRCT - Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho, e solicite do empregado doméstico sua assinatura, dando quitação dos valorespagos.

11.2.2 - HOMOLOGAÇÃO - DESNECESSIDADE

O ato rescisório do contrato de trabalho de empregado doméstico com mais de 12 meses de serviço não necessita da assistência do sindicato ou daSuperintendência Regional do Trabalho (SRT). Contudo, como em algumas localidades já existem sindicatos dessa classe, as partes (empregado eempregador) podem solicitar a assistência dessa entidade para homologação do termo rescisório. Nesse caso, o sindicato fará apenas uma conferência dosvalores uma vez que o mesmo não possui representação oficial.