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Publicação Bimestral da AMIRP Associação Mineira dos Reformadores de Pneus Ano I – Nº 2 – Janeiro/Fevereiro 2008 Empresas e funcionários: relação de satisfação e lucro para todos Serviços – A serviço do profissional do transporte – Pág 20 Entrevista – Osias Galvantine, diretor de Compras Fiat – Pág 18 Ecoatividade – Recicle seu pneu inservível – Pág 8

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Publicação Bimestral da AMIRPAssociação Mineira dos Reformadores de Pneus Ano I – Nº 2 – Janeiro/Fevereiro 2008

Empresas efuncionários:relação desatisfaçãoe lucro paratodos

Serviços – A serviço do profi ssionaldo transporte – Pág 20

Entrevista – Osias Galvantine, diretor de Compras Fiat – Pág 18

Ecoatividade – Recicle seu pneuinservível – Pág 8

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Reformar pneus preserva a natureza. Esse é o negócio da Vipal.

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O CAMELBACK DA VIPAL. TÃO FORTE QUANTO O SEU NEGÓCIO.O Camelback Vipa l possu i a fo rmulação da bor racha

adequada para cada t ipo de ap l icação , indispensável

para a reforma de pneus de grande porte. Equipamentos

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d e s e m p e n h o s u p e r i o r q u a n d o s e u s p n e u s

s ã o r e f o r m a d o s p o r e s t a q u a l i d a d e .

Vipal. Sempre à frente em reforma de pneus.

ZERO

11

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EDITORIAL

“Esquecendo o caminho já percorrido, me esfor-ço para alcançar o que está mais adiante”. Essa

afirmativa de São Paulo é um convite ao progresso e vem ao encontro dos nossos propósitos.

A AMIRP, em sua missão de fortalecer o segmento de reforma, tem promovido uma série de ações em prol de seus associados. E uma destas ações foi o lança-mento da revista Pneus & Cia. Foi uma iniciativa feliz e as manifestações de apoio dos leitores, tanto em Minas quanto nos demais Estados em que o periódico está circulando, confirmaram isso.

Entretanto, recordemos a atitude paulina e avance-mos. Alcançada uma meta, busca-se outra.

A competência do nosso setor está equiparada a dos países mais exigentes nesta área, e somos, atualmente, o segundo maior mercado em refor-ma de pneus, atrás, apenas, dos Estados Unidos. Contudo, falta-nos, isto sim, valorizar o segmento pela sua importância para o meio ambiente e a economia, para o Brasil e o planeta. Essa é nossa nova meta.

Para atingí-la, porém, há de se combinar talento, es-forço e, sobretudo, cooperação. Este tem sido o nos-so trabalho, ao buscar novas idéias e práticas para as nossas empresas. E a Pneus & Cia. é parte importante nesse processo.

Nesta edição, você ficará a par de informações ricas e úteis ao dia-a-dia dos negócios. Quer saber como a mudança cultural pode melhorar os resultados da empresa? Trouxemos um exemplo. Que tal diminuir o gasto de sua frota com pneus? Você saberá como e por meio de quem faz isso muito bem, há anos. Veja também a matéria sobre o Sest/Senat e a sua contribuição para o setor de transporte. Enfim, leia e releia tudo e quantas vezes desejar.

Mantenha-se inteirado por mais uma vez com a Pneus & Cia.: Informações interessantes para quem quer crescer e ganhar dinheiro.

Faça bom proveito!

Paulo César BitarãesPresidente da AMIRP

AVANÇAR É PRECISO

3| Pneus &

Cia.

Paulo César Bitarães

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6AMIRP em ação

A associação representa Minasem diferentes frentes

10Estratégia

Vale a pena mexer em timeque está ganhando?

12Valores e valores

Conheça a si mesmo e sediferencie no mercado

18Conexão

Entrevista com Osias Galvantine:o papel dos fornecedores Fiat

22Pneus e frotaCuidado com pneu é o segredo

24Fazendo a diferença

Salão do Encontro:incentivo a dignidade

26Viver bemNo stress!

8

ECOATIVIDADEReciclagem de pneu

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LIDERANÇASatisfação e produtividade

20

SERVIÇOSTrabalhando para o profissional do transporte

EXPEDIENTE

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Pneu

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Cia

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7CenárioNão caia na rotina

Diretoria AMIRPPresidentePaulo César Pereira Bitarães Vice-presidenteRogério de MatosDiretor de ComunicaçãoMarcelo Hildeu de Souza LaraDiretor FinanceiroFernando Antônio MagalhãesDiretor TécnicoMiguel Pires MatosConselheiro FiscalJúlio Vicente da Cruz Neto

Staff ExecutivoGerente ExecutivoEduardo de Oliveira Martins Gerente de MarketingJosé Geraldo de Souza

Revista Pneus & Cia.Diretor ResponsávelJosé Geraldo de SouzaEditoresJosé Geraldo de Souza e Luciana LaborneRevisão FinalDébora Santana

Jornalista ResponsávelLuciana Laborne – Reg.: MTb. 12657/MGArte e EditoraçãoIn Foco Brasil (31) 3226-8463www.infocobrasil.comImpressãoGráfica e Editora Del Rey (31) 3369-9400www.grdelrey.com.brFotosArquivo AMIRPTiragem3.000 exemplares

Pneus & Cia. Ano I – Nº 2 – Janeiro/Fevereiro 2008 – Órgão Informativo da AMIRP

AMIRP Av. João César de Oliveira. 452 Sl 15 • Eldorado • CEP 32310-000 • Contagem • MGTel: (31) 3356-3342 • [email protected] • www.amirp.com.br

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27 de março de 2008de 8 às 18hSESC-LACES

Contagem/Betim - MG

• Cenário do mercado interno e externo;• Certificação e ações políticas voltadas

para o segmento de passeio, carga e motos;

• Impacto do pneu chinês no setor;• Concorrência predatória e custos;• Cassação de liminares para importação

de carcaças;• Reforma de pneus: a importância socioeconômica para o país e o meio

ambiente;• Mudança cultural e resultados.

Informações e inscrições:www.amirp.com.brou pelo (31) 3356-3342

APOIO

REALIZAÇÃOIn

Foco B

rasil

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AMIRP EM AÇÃO

Alerta aos Reformadores:

Fiquem atentos para as adequações às portarias 252/06 – Regulamento de Avaliação da Conformidade (RAC) – e 227/06 – Regulamento Técnico da Qualidade (RTQ) –, referente ao segmento de pneus reformados para automó-veis, camionetas, caminhonetes e seus rebocados. Mais informações no site www.amirp.com.br

A AMIRP marcou presença na apresentação da proposta de revi-são da RTQ (Regulamento Técni-co de Qualidade) de caminhão e ônibus, que ocorreu no dia 18 de dezembro, na reunião do Inmetro, na sede da ABNT, Rio de Janeiro. Reunindo todos os organismos do setor e executivos de fábricas de pneus novos, participaram também da reunião representantes da ABR, Anip, Aresp, Alapa, Abip e Claec.

A AMIRP prestigiou a posse da nova diretoria da ABR para o triênio 2008-2010, São Paulo. A presidência da ABR é assumida pelo mineiro Henrique Teixeira Pena.

Convidada pela ABR, a AMIRP participou do planejamento estratégico para 2008 da asso-ciação brasileira. Em reunião, traçaram ações em defesa do segmento dos reformadores de pneus e discutiram questões de meio ambiente, tributárias, ações políticas, federalização da ABR e certificação do setor. O encontro ocorreu no dia 6 de dezembro, na capital paulista.

A AMIRP participou da Fenatran (16º Salão Internacional do Transporte), em São Paulo – evento que reuniu um pú-blico de 44 mil pessoas. No estande da ABR, a associação mineira participou do fórum de debates sobre o mercado com associações regionais de todo o Brasil e da eleição da nova diretoria da ABR.

A AMIRP marcará presença na Re-caufair Pneushow 2008, que ocor-re do dia 5 a 8 de maio. No evento, serão representados os interesses dos associados mineiros e a asso-ciação vai se inteirar de assuntos, como mercado, tecnologia e meio ambiente.

A AMIRP participou de Audiência Pública na Assembléia Legislati-va de Minas Gerais, no dia 19 de dezembro com a Comissão Meio Ambiente e Recursos Naturais. O objetivo da associação é buscar parcerias que defendam e dêem voz ao segmento de pneus no Es-tado de Minas Gerais.

Arquivo ABR

Arquivo ABR

Empresários da região oeste de Minas Gerais discutiram junto à AMIRP, em Di-vinópolis, o contexto atual de mercado de pneus, como Inmetro, decisões do Supremo Tribunal Federal para o seg-mento e recursos para o fortalecimento do setor de reforma.

Arq

uivo

ABR

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Feita assim, à queima roupa, a pergunta ficou sem resposta até que o próprio autor a respondeu: “O

maior perigo para as empresas é a rotina, porque o empresário precisa aprender todos os dias. Quando ele acha que já sabe tudo sobre o ramo, começam seus problemas”.

Embora tenha optado por se man-ter anônimo, esse personagem faz uma séria advertência para quem se acomodou. Afinal, o mercado não perdoa estagnação. Parou, perdeu.

O passado, reconhece-se, tem preciosas lições a ensinar, porém o cenário agora é outro. Nessa épo-ca de super competição em que se

vive é necessário inventar e se reinventar o tempo todo, uma vez que a mera repetição pode ser fatal para os negócios. Aliás, a esse respeito, falava Eins-tein “não há nada mais insano que fazer sempre as mesmas coisas e esperar um resultado diferente”.

Pois bem, atualmente, o ciclo de vida dos produtos é cada vez mais curto, o que requer alterações constan-tes para mantê-lo atraente. Além disso, a competição não se restringe mais ao próprio segmento. Só para

se ter uma idéia: empresas que comercializam pneus de passeio, por exemplo, já não concorrem somente entre si; disputam o consumidor também com setores aparentemente “insuspeitos”, como celular, vestuário e outros. Entre produtos e serviços ocorre o mesmo. Visto assim, é viável aos eletrônicos “brigarem” com o turismo pela preferência de quem vai às compras. Afinal, qual é a melhor escolha? Fazer um passeio ao exterior ou adquirir aquela TV de última geração? Se há dúvida, há possibilidade.

Portanto, compete ao empresário ficar atento às ten-dências e a tudo aquilo que se torna prioritário para o consumidor. Isto se faz pela aprendizagem constante e a inovação; jamais pela rotina – essa inimiga peri-gosa, que prende ao passado, obstrui o presente e compromete o futuro. Superá-la, por tais motivos, é fundamental para quem busca vantagem competitiva e pretende continuar no páreo.

Os tempos realmente mudaram e a concorrência, sem dúvida, aumentou de forma assustadora. Lembre-se, todavia, que, com ela, também vieram mais oportuni-dades para quem quer aprender e aproveitar.

J. Geraldo de SouzaE-mail: [email protected]

QUAL É O MAIOR PERIGO PARA AS EMPRESAS?

Quando eleacha que já sabe

tudo sobre o ramo,começam seus

problemas

CENÁRIO

ROLETADEIRA DE COLUNACOM PRATOS PARA PNEUS

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30 anos

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No século XIX, o norte-americano Charles Goo-dyear inventou o pneu de borracha, que substi-

tuiu as rodas de madeira e ferro usadas em carroças e carruagens desde os primórdios da história. Ele só não podia imaginar que sua invenção revolucionaria o mundo. Revolução nos mais diferentes aspectos. Primeiro foi o deslumbre diante das potencialidades industriais da borracha. Por ser mais resistente, du-rável e absorver melhor o impacto das rodas com o solo, o pneu de borracha tornou o transporte uma opção confortável e segura, além de muito requi-sitada.

Porém, vieram também os contrapontos. A utilização dos pneus de borracha trouxe consigo problemas de impacto ambiental, uma vez que ainda não era pra-ticada de maneira adequada a coleta e a destina-ção final dos pneus inservíveis. Segundo o Cempre – Compromisso Empresarial para Reciclagem – enti-dade mantida por 24 empresas como Ambev, Tetra Pak, Nestlé, Natura e Grupo Pão de Açúcar, das 220 mil toneladas de pneus produzidos por ano no Brasil, 58% é destinado a reciclagem. Nos Estados Unidos é destinado para reciclagem 73% das 940 mil carcaças jogadas fora por ano.

Mesmo ocupando o 2o lugar no ranking mundial de recauchutagem – atividade que proporciona uma economia de cerca de 80% de energia e matéria-prima em relação à produção de pneus novos, de acordo com o Cempre, cada pneu contém a energia de 9,4 litros de petróleo – o Brasil é palco do descaso com o meio ambiente. Quando não é mais possível prolongar a vida útil do pneu com a reforma, muitas carcaças são abandonadas em locais impróprios, o que gera transtorno para a saúde e a qualidade da vida humana. É o descaso com o meio ambiente, que vem acompanhado da falta de consciência ecológi-ca, não só do consumidor final, mas também de mui-tos daqueles que trabalham diretamente com pneus, como borracheiros e transportadores, por exemplo.

“O pneu é um problema ambiental e de saúde pú-blica no mundo inteiro”, afirma Marcelo Guadalupe Rezende, gerente geral da Racri – indústria de Minas

UM FINAL FELIZ

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Pneu

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Cia

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ECOATIVIDADE

Saiba como o consumidor final que compra o pneu ou mesmotransportadoras e borracharias podem dar destino ao material inservível,para que esse deixe de ser um problema ambiental e de saúde pública.

por Luciana Laborne

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Da esquerda para direita:Frederico Muniz, MarceloRezende e Christiano Assaf

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Gerais credenciada para dar destinação final ade-quada aos pneus sem condições de uso.

No Brasil existem diversos ecopontos espalhados e empresas que são credenciadas para dar a destina-ção correta ao material danificado. O gerente de produção da Racri, Frederico Muniz, aponta a im-portância dessa informação não só para o meio am-biente, como para o desenvolvimento do mercado que utiliza a borracha como matéria-prima. “A Racri consegue destinar sete toneladas por hora de carca-ças de pneus para serem utilizadas na composição de massa asfáltica, fabricação de tapetes, produção de solados, sofás, indústria têxtil, entre outros”. Ou seja, o que antes era considerado lixo, agora é transformado, dentro dos padrões ecológicos, em material para a produção. “Em nenhuma parte do processo é utilizado produto químico que pos-sa gerar algum tipo de poluente. Retiramos 100% dos materiais que compõe o pneu: aço, borracha e nylon”, diz Muniz .

Asfalto de Borracha

Dentre tantas alternativas para a reciclagem do pneu – destinação para indústria de peças auto-motivas, fábrica de calçados e bolsas, indústria de grama sintética, tatames para prática de esportes, complementos para sofás e cadeiras – uma vem ga-nhando, em especial, a atenção do segmento que utiliza a borracha como matéria-prima: a indústria de massa asfáltica.

Em visitas aos Estados Unidos, Frederico Muniz constatou que a borracha, além de ser utilizada no treinamento físico dos jogadores de futebol do mun-do inteiro, é também aplicada, tanto na composição do asfalto, como no calçamento público. “Aliada à qualidade técnica e comercial, os americanos enxer-gam a questão da segurança em se dirigir em uma rua ou estrada com asfalto de borracha outro ponto primordial”. E os benefícios são rapidamente descri-tos pelo gerente de produção: “Devido a aderência da borracha com borracha ser maior, diminui con-sideravelmente a frenagem do carro, sendo esse o primeiro ponto. O segundo aspecto é a diminuição no consumo do pneu. E, por último, é a aquapla-nagem, que nesse tipo de asfalto praticamente não existe”. Muniz afirma ser esse último, o ponto que mais despertou sua atenção e, por isso, alerta que,

para não acontecer a aquaplanagem, é necessário o asfalto ter uma engenharia de construção bem feita. “Pela impermeabilidade dessa composição as-fáltica, observando-se a construção correta da via, a chuva, ao cair, bate na pista e corre direto para os pontos de escoamento. É só planejar”, garante o gerente de produção.

E, em relação ao custo desse asfalto, que se difere do convencional, Marcelo Guadalupe, logo certifi-ca: “Se o custo do asfalto de borracha for 20% su-perior ao outro, sua durabilidade é 100% maior. É, certamente, um investimento compensador”.

Nota Fiscal

A partir de abril deste ano, quando começarem a desti-nar o produto final, no caso, o pó da borracha, para a fa-bricação da massa asfáltica, solas, tapetes, entre outros, a Racri emitirá certificados de venda da matéria-prima. “Basta o consumidor nos procurar com o compro-vante de endereço e CPF, que registraremos em nosso sistema a entrada da merca-doria, seja por unidade ou por peso, para, assim, emitirmos a ele a nota fiscal”, explica Frederico Mu-niz, que atualmente emite certificados em parceria com cimenteiras licenciadas, que utilizam carcaças de pneus inservíveis como geradores auxiliares de energia.

Vale ressaltar que quem emite a nota fiscal é a em-presa responsável pela destinação final do produto, aquela que transforma o pneu em matéria-prima ou em combustível. “A partir do momento que se emi-te nota, assumimos a responsabilidade pela destina-ção do material. E mesmo a partir de abril, quando teremos nosso certificado exclusivo, continuaremos em parceria com as cimenteiras devido ao grande número de pneus a serem reciclados“, esclarece o gerente de produção.

E então? Agora você já sabe como ajudar o meio ambiente. Afinal, essa é uma responsabilidade de todos.

Bandas para recauchutagem

que fazem a diferença.

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do material

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“Não existe nenhuma razão para alguém ter um computa-dor em casa” (Ken Olsen, pre-sidente da Digital Equipment Corporation, que vendia so-mente computadores de gran-de porte, 1977).

“Acredito que o mercado mundial não comporta mais do que cinco computadores” (Thomas J. Wat-son, presidente da IBM, 1943).

“Quem no mundo gostaria de ouvir atores falando?” (Harry Warner, da Warner Brothers Pictures, 1927).

”O automóvel é só uma novidade. O cavalo está aqui para ficar” (De um banqueiro americano a Henry Ford, desencorajando-o a investir na companhia Ford Motor, em 1900).

Essas frases são alguns exemplos, entre as inúmeras afirmações já ocorridas, que se escuta a toda hora. São frutos do que se pode chamar de “paralisia de paradigmas”.

Expressões com o mesmo sentido são muito comuns hoje em dia e algumas ocorrem com muita freqüência quando surgem as propostas de mudanças. Veja você mesmo se não as tem proferido constantemente:

- Sempre fizemos assim e sempre deu certo, por quê mudar?

- Da forma que fazemos é melhor.- Está tudo tão bem, para que mudar? - Temos receio do que possa acontecer. É melhor não

arriscar.- Isto não vai dar certo. - Não se mexe em time que está ganhando.

Além da “Paralisia de Paradigma”, outros fatores le-vam à resistência a mudanças:

- Comodismo.- Medo do novo, do desconhecido.- Receio de perder o poder.- Desconhecimento do conteúdo das vantagens e/ou

desvantagens das mudanças que surgem.- Desconhecimento das mudanças que ocorrem no

ambiente interno e externo.

Todos os fatores apresentados e suas manifestações são pontos limitadores do novo, da criatividade, da iniciativa e, até mesmo, da sobrevivência pessoal e da empresa, pois sem evolução, diminui-se a competiti-vidade dos profissionais e das organizações.

Infelizmente, existem empresas alheias às mudanças que ocorrem no meio ambiente, na tecnologia, na cultura e na gestão. Estão condenadas a desaparecer, cedo ou tarde, como muitas outras que até bem pou-co tempo foram grandes e símbolos de sucesso, mas acabaram “fechando as portas”. Na maioria delas o motivo foi a sua dificulda-de de adaptação às novas realidades, ao novo am-biente empresarial. Com elas ocorreu o mesmo que aconteceu com espécies animais da pré-história, que não se adaptaram às mudanças, desapareceram e hoje são fósseis. Faltou também a elas a simplici-dade de entender que “su-cesso, presente ou passado não garante sucesso futu-ro”, pois é preciso evoluir. É necessário ficar em cons-tante evolução, em sintonia com as mudanças.

No entanto, o receio de ser visto como resistente às mudanças não deve levar a assumir qualquer nova idéia sem um estudo adequado, pois elas devem ser frutos da análise de “coração aberto”, com a pron-tidão necessária para incorporá-las e a clareza de visão para rejeitá-las total ou parcialmente. Sobretu-do, é preciso vê-las sempre com bons olhos, porque a maioria delas pode gerar progresso e a evolução é condição para a sobrevivência do profissional e da empresa.

Flávio Martins é administrador de empresa e consultor.E-mail: [email protected]

RESISTÊNCIA A MUDANÇAS

O receio de ser visto como resistente às

mudanças não deve levar a assumir qual-quer nova idéia sem

um estudo adequado, pois elas devem ser frutos da análise de

‘coração aberto’

ESTRATÉGIA

Flávio Martins

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Imortalizada por Sócrates, a proposta “conhece-te a ti mesmo” é um dos maiores desafios feitos à

humanidade. É, também, um dos mais ignorados.

O assunto pode parecer deslocado do contexto ló-gico e objetivo dos homens de negócios, mas não é. Pelo contrário, o autoconhecimento pode contribuir, e muito, para a solução de questões conflituosas que permeiam as organizações.

A globalização, com a redução das barreiras co-merciais e o surgimento de novas tecnologias, em áreas como a internet e a telefonia móvel, criaram um ambiente caótico, instável e tão competitivo que surpreende até os mais experientes empresários. Na realidade, é uma guerra comercial, cuja busca por mais lucros beira a irracionalidade e, em diversos ca-sos, tem ido além da resistência física e psicológica de muita gente. Essa cobrança, em seu aspecto ime-diatista e frio, gera um clima estressante e enfermiço, com danos incalculáveis para todos.

O custo disso para a saúde e a qualidade de vida no trabalho é enorme. Pior ainda: afeta a convivência, a produtividade e o balanço da empresa, o que diminui sua competitividade.

E que o autoconhecimento tem a ver com isso? Tem tudo, porque ele possibilita conhecer os diferentes níveis do caráter, educar suas potencialidades e, as-

sim, atender com qualidade às exigências da atuali-dade. Conhecer a si mesmo, hoje, é um recurso que faz toda diferença.

Ao cultuar o físico e priorizar o intelectual, em detri-mento das emoções e do espiritual, fragmenta-se o indivíduo, com prejuízo para a sua totalidade. Trata-se de uma distorção cultural arraigada. Eis o problema! Esse desenvolvimento desequilibrado do ser humano coloca-o em desvantagem quando ele é confrontado por situações para as quais não se preparou interior-mente. É o caso do profissional muito intelectualizado, porém analfabeto emocionalmente; que já viajou por muitos países, e nunca ousou um passo para dentro de si; que já conquistou o dinheiro, mas não a paz. A relação é longa e aqui não há espaço para tanto.

No atual panorama, observa-se que a dura realidade pela qual passam os gestores se agrava a cada dia, com a sobrecarga de trabalho, de metas e cobranças excessivas, em circunstâncias que o intelecto já não consegue responder ao grande volume de solicita-ções que lhe são dirigidas. E com isso, o corpo sofre por não aliviar tanta tensão. São jornadas extenuan-tes, com desfecho nem sempre agradáveis. É o preço por se ultrapassar os próprios limites. Portanto, uma pausa se faz necessária para que o executivo reflita sobre o objetivo que o move e buscar aquilo que lhe falta. É hora para introspecção, para se dar uma chance.

AUTOCONHECIMENTO

VALORES & VALORES

por J. Geraldo de Souza

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Aprendi aviver em paz

em minhaprópria

companhia

A busca pelo autoconhecimento leva o indivíduo ao ignorado mundo interior, abrindo-lhe oportunidades novas por meio do contato direto com suas fontes intuitivas e emocionais. É o caminho para a integrida-de, a plenitude e o sucesso verdadeiro, porque vem acompanhado da lucidez e da serenidade que lhe são necessárias ao momento, apesar das condições ad-versas que o constringe no mundo exterior.

A partir deste ponto, o empresário pode dar um salto em qualidade e números. À medida que se reposicio-na perante si mesmo, seu foco muda. Agora, não lhe compraz atender aos apelos do ego, com seus anseios vaidosos pelas poses e posses, mas, sim, o atendi-mento aos interesses coletivos. Esses, uma expressão do self, como querem uns; do espírito, como desejam outros. O certo é a mudança benéfica que realmente ocorre na pessoa, que é o que de fato importa.

Pode até parecer conversa de psicólogo ou coisa de místicos, no entanto, há testemunhos a respeito que vale citar. Anwart Sadat é um deles: “Nada é mais importante que conhecer a si mesmo. Depois que consegui saber o que queria e me livrar do que não queria, reconciliei-me comigo mesmo e aprendi a vi-ver em paz em minha própria companhia”. Para os dias atuais, é uma senhora conquista.

Sócrates sabia muito bem o que estava falando e a sua proposta continua de pé. Algumas empresas, aceitando este desafio filosófico, adequaram-no à sua cultura e à sua equipe. E colhem bons frutos com isso.

À indispensável valorização do capital intelectual, di-rigem toda atenção à saúde, por meio de cuidados com alimentação, atividades físicas, meditação e mais o que for preciso. De igual modo, cuidam atentamente dos senti-mentos do grupo, o que harmoniza as emoções e faz com que o afeto se apresente espontâneo, gratuito e generosamente.

Em lugares assim, as amizades se fortalecem, as relações são de con-fiança e a cooperação é uma atitude comum a todos. Esses são apenas alguns dos valores que emergem naturalmente e se consolidam com a vivência do autoconhecimento e da educação inte-rior. Desenvolver pessoas é, sobretudo, um investi-mento gratificante e com retorno garantido, pois me-lhora o clima na organização e, consequentemente, seus resultados. Ressalta-se ainda outra vantagem, ao possibilitar que se transforme o estresse da competi-ção na satisfação em fazer negócios.

Por esse ângulo, fica mais fácil compreender o segredo de alguns empresários e suas empresas de sucesso.

Conhecer a si mesmo, essa é uma boa proposta para se analisar.

J. Geraldo de SouzaE-mail: [email protected]

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FUNCIONÁRIO SATISFEITO É SINÔNIMO DE PRODUTIVIDADE

LIDERANÇA

por Luciana Laborne

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Nem tudo que é obrigação é sinônimo de insatisfa-ção. Empresas que desenvolvem um ambiente in-terno humanizado provam, em resultados, que não há nada mais motivador e gratificante do que tra-balhar em um lugar agradável. Segundo o professor e consultor na área de comportamento há 43 anos, Milton de Oliveira, se as empresas criam um clima interno estimulante, aproveitam de maneira eficaz o potencial de aprendizagem emocional de seus membros. Assim, fica mais fácil garantir as metas do final do mês, nem que para isso seja necessário passar horas extras no trabalho. Já, se o ambiente é tenso e pouco estimulante, os resultados são de pouca produtividade. Investir no empregado não é caridade, mas sim a solução para a melhora contí-nua, tantos dos resultados, quanto da qualidade do trabalho e de vida.

“A razão vem de um consenso do grupo”. A afirma-ção feita pelo professor justifica a importância do di-álogo como “ação chave” na implementação de uma nova cultura empresarial. “Quando se comunica, a relação de poder é aberta. Transparência, confiança e envolvimento são fundamentais para que ocorra a negociação, a discussão e o diálogo de maneira sau-dável”, complementa.

A demanda por sistemas gerenciais que diminuem a tensão do funcionário é cada vez maior, já que o contexto é de uma sociedade violenta, estressada e cheia de conflitos. E diante disso, o conselho de quem acompanha, há anos, o desenvolvimento em-presarial: “Tem que diminuir a tensão interna e se comunicar melhor. Você não pode perder o estresse da responsabilidade, porque você tem que produzir, mas o estresse da competição, você deve perder”, alerta Milton. No processo de estabelecer relações de poder que não se estruturam apenas na lei e no medo, mas no respeito à legitimação dos valores de referência dos grupos, é necessário que as empresas substituam posturas individualistas por práticas do trabalho em equipe. O professor acrescenta ainda que é preciso delegar ao invés de centralizar, esti-

mular a cooperação e o desenvolvimento de laços afetivos e desestimular a competição e os compor-tamentos agressivos.

Há 17 anos atuando no segmento de reforma, a FM Pneus adotou, recentemente, a cultura de valoriza-ção de pessoas, o que a favoreceu para conquistar, nos anos de 2005 e 2006, o título de uma entre as 150 Melhores Empresas para se Trabalhar no Brasil, segundo o Guia Melhores Empresas para Trabalhar, da Editora Abril. Para o diretor da empresa, Eduardo Maldaner, que no início tinha apenas doze colabo-radores e hoje tem um quadro de 245, o diferen-cial está na estruturação da equipe, que é conduzida como uma família. Maldaner viu na satisfação do seu cliente interno a melhoria de resultados para o seu cliente externo: “As pessoas são nossos maiores bens e todos possuem um tratamento igualitário, inde-pendente do cargo na empresa”.

Nada melhor que levantar pela manhã, com bom humor e disposição, e ir trabalhar. Fazer o que gosta, ter uma política de comunicação aberta com as

lideranças, pouca disputa interna e um salário compensador são alguns bons mo-tivos que contribuem para isso. Mas o notório é quando empresas implementam culturas que valorizam a qualidade de vida do funcionário e, assim, conquistam uma eficiente aliada contra a insatisfação. A matemática é simples: se o funcio-nário ganha, a empresa também ganha.

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Cia.Prof. Milton de Oliveira

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Fica evidentenos balanços

a melhorada empresa

“Após a implantação do sistema de qualidade e do programa de gestão de pessoas, fica evidente nos balanços a melhora da empresa”. A afirmação feita pelo diretor é exemplificada no comprometimento do colaborador, na diminuição de acidentes e atesta-dos, em aspectos relacionados à qualidade do serviço de reforma e na melhoria do relacionamento entre

os colegas. Segundo o depar-tamento de recursos humanos da Fm Pneus, que avalia semes-tralmente os colaboradores por meio de uma pesquisa de clima organizacional, aumentou a oferta de pessoas para traba-lhar na empresa, a rotatividade de colaboradores baixou e os funcionários se comprometem em novos desafios. Com cultu-ra implantada para toda equipe,

Maldaner afirma orgulhoso que “foi uma revolução positiva, de cultura!”.

Família

Se o assunto é qualidade de vida, um dos pontos cru-ciais é a família. Esposas e filhos devem, além de en-tender o funcionamento da empresa, ser integrados ao contexto empresarial. Criando um laço de con-fiança empresa-funcionário-família a compreensão na ausência é maior e as cobranças dentro de casa diminuem.

Melhorando a qualidade de vida dos colaboradores e seus familiares, com a adoção de programas e proje-tos voltados para o desenvolvimento dos mesmos, o professor Milton acredita que, além de mais produti-vidade, a organização, em geral, se fortalece: “Fun-cionários motivados e felizes produzem muito mais e com mais qualidade. O colaborador tem que crescer junto com a empresa”.

Na FM Pneus há seis anos e contemplado no ano de 2006 como o funcionário talento destaque, Antônio Fiorentin diz que, com a criação de dife-rentes programas (como sala de aula na empresa, biblioteca, aula de computação e a construção da sede dos funcionários, onde se pode levar a fa-mília para momentos de lazer), é pouco provável que o colaborador não se sinta mais valorizado e motivado.

Não importa o tamanho da empresa ou o tipo de negócio, criar uma cultura que valoriza o funcio-nário é uma necessidade que precisa ser atendida quando se quer reter talentos e melhorar resulta-dos. E não é demais lembrar as palavras do profes-sor Milton: “Ambientes agradáveis são verdadeiras fontes de motivação”.

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Equipe FM Pneus Arq

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Osias da Silva Galvantine, atual diretor de Com-pras para a Fiat na América Latina, justifica o

desempenho favorável da empresa no mercado em 2007. Um exemplo é a venda de acessórios genuí-nos que no último ano cresceu 31%. Para o diretor, os fornecedores desenvolvem papel fundamental por terem foco na sustentabilidade e colaborarem para o desenvolvimento econômico e social do país.

Qual o pré-requisito da Fiat que assegura o bom relacionamento empresa/fornecedor?

Como princípios básicos de relacionamento com os fornecedores, destacamos a ética, a transparência e pró-atividade na condução dos negócios.

Além dos critérios técnico e comercial, qual outro é decisivo na escolha de um fornecedor?

Selecionamos nossos fornecedores com base em suas capacidades de oferta, além de qualidade, inovação, custos e serviços. O estabelecimento e a manutenção de relações estáveis, transparentes e de colaboração, também são pontos importantes.

Hoje, como você define o papel dos fornecedores dentro do atual momento da Fiat?

Em 2007, com o crescimento do mercado, os forne-cedores cresceram junto com a Fiat. Foram contrata-dos, aproximadamente, dez mil profissionais em toda a cadeia produtiva, o que define o papel essencial que nossos parceiros exercem e mostra a agilidade nas respostas que o mercado exige.

Quais são os valores comuns e “inegociáveis” entre a Fiat e seus fornecedores?

Assim como a Fiat, nossos for-necedores agora devem ter foco na sustentabilidade e con-tribuir para o desenvolvimento econômico e social, por meio da criação de valor a curto, mé-dio e longo prazos, sem exaurir os recursos para o futuro.

Qual a estratégia utilizada pela Fiat para a valori-zação dos seus fornecedores?

Visamos parcerias de longo prazo, de modo a garantir equilíbrio e sustentabilidade para as duas empresas.

A Fiat assumiu a liderança no setor automobilísti-co brasileiro. Qual o nível de importância da parti-cipação dos fornecedores para este fato?

Foi de fundamental importância. Alargamos ainda mais as parcerias com os fornecedores e desenvolve-mos processos focados em produtividade dos recur-sos, além de inovações tecnológicas. Visando dissemi-nar melhorias para toda a cadeia, criamos, inclusive, a Universidade Fornecedores em parceria com institui-ções acadêmicas e núcleos de excelência.

Como criar sinergia e alcançar a excelência em re-sultados com fornecedores de culturas diferentes?

Criamos o que existe de melhor e que mais se en-caixa nas nossas necessidades, no que diz respeito às diversas culturas hoje presentes em nosso par-que. Tal diversidade nos garante uma grande agi-lidade, flexibilidade e simplicidade na tomada de decisões, garantindo a excelência não somente no resultado, mas em tudo.

FORNECEDORES FIAT

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UniversidadeFornecedores

Osias Galvantinediretor de Comprasda Fiat

por J. Geraldo Souza

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SERVIÇOS

A FAVOR DO

PROFISSIONALDO TRANSPORTE

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Criados em setembro de 1993, o Serviço Social do Transporte – Sest – e o Serviço Nacional de

Aprendizagem do Transporte – Senat – possibilitam o desenvolvimento dos profissionais da área em todo o país. Por meio de benefícios, como a garantia do lazer, assistência médica e odontológica e a difusão cultural, os serviços promovem tanto a formação/qualificação como a melhoria da qualidade de vida do trabalhador.

Em Minas Gerais, a primeira unidade foi inaugura-da em agosto de 1995, no centro da capital minei-ra. Mas foi em julho de 1997 que foi criada a atual unidade padrão, com ampla infra-estrutura, para melhor atender o trabalhador do segmento de trans-porte. “Piscinas, campo de futebol, auditório, salas e laboratórios para aulas práticas e consultório odon-

tológico são alguns dos serviços disponíveis para que o trabalhador da categoria tenha um dia-a-dia mais agradável”, descreve José Vicente, diretor da unida-de Sest/Senat de Belo Horizonte. Ele justifica a ne-cessidade do espaço: “É uma classe que necessita de um respaldo, afinal, ficam fora de casa vários dias na prestação de diferentes serviços para a sociedade”.

Segundo o diretor, na unidade, são atendidas mais de cinco mil pessoas por mês. Na parte de treinamento, são onze instrutores contratados, que qualificam, por mês, cerca de 600 trabalhadores em transporte, in-cluindo também acompanhante de transporte esco-lar e o cobrador de ônibus.

Exigidos por empresas no momento da contratação, os cursos do Sest/Senat não só auxiliam o trabalha-dor a se inserirem no mercado, como possibilitam a reciclagem do profissional a cada cinco anos. E, se a parte de treinamento é voltada para o próprio profis-sional, os serviços de saúde, lazer, esporte e cultura são destinados, também, à família deste. Para fre-qüentar as diferentes áreas dos serviços, é necessário que o profissional apresente a carteira de trabalho, o último contra cheque e compro-ve, por meio de documentação, quem é a família (esposa, filhos) ou dependente legal. “Não é preciso pagar uma mensalida-de para ter direito. Aqui provou que é trabalhador do transpor-te, o atendimento é gratuito”, afirma José Vicente.

Há contribuição compulsória das empresas de transporte, pela guia de recolhimento da previdência e o pagamento trimestral feito por aque-les que são autônomos, como taxista, caminhoneiro, suplementar e escolar. Apesar de não possuírem a carteira assinada, eles possuem a de permissão da BHTRANS e, assim, comprovam que também são profissionais do segmento do transporte – são algu-mas das formas utilizadas para manter as entidades.

Mesmo disponibilizando diferentes opções para a qualificação e o bem estar do profissional, o dire-tor acredita que, além de mais divulgação, falta ain-da interesse das empresas em facilitar e incentivar o funcionário a estudar e a usufruir dos benefícios. “Apoiar um campeonato de futebol ou mostrar a im-portância do trabalhador passar o domingo no clube com a família reflete diretamente, no desempenho do profissional”. Enfatiza: “O empregado satisfeito, bem treinado e descansado trabalha muito melhor”.

por Luciana Laborne

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É trabalhadordo transporte,o atendimento

é gratuito

José Vicente – diretor do Sest/Senat de Belo Horizonte

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PNEU EMDESTAQUE

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PNEUS E FROTAS

AVito se destaca, nacionalmente, no setor de trans-porte. Além de transportar cargas e insumos, em

viagens intermunicipais e interestaduais, a Vito é a primeira no país a oferecer serviços em mineração. “Mais de 40 anos no mercado, seriedade na presta-ção de serviços, equipamentos de qualidade e logísti-ca aplicada a todos os setores da empresa diferenciam o trabalho Vito”, justifica Sebastião Assis Sobrinho, que atua na empresa há 32 anos e atualmente geren-cia o departamento de Compras e Materiais.

Com 3.150 pneus rodoviários e 500 pneus trabalhan-do para a mineração em caminhões e máquinas, na Vito, o setor de pneus é prioridade para que se obte-nha resultados satisfatórios nas operações. E para que esse investimento seja eficaz, o ponto de partida é o funcionário. “Investir no treinamento do motorista, com cursos contínuos de conscientização, possibilita que o nosso funcionário entenda a importância do seu trabalho para um retorno final positivo”, revela Sebastião Sobrinho.

Em decorrência desse tratamento destinado ao fun-cionário e o cuidado com setor de transporte, a em-presa apresenta baixo percentual de reposição de pneus. Dos 3.150 pneus rodoviários, a empresa tem uma reposição de 2,2% – o equivalente a cerca de 75 pneus por mês.

Se o funcionário consciente e satisfeito já reflete na credibilidade dos clientes Vito, imagina possibilitar que esse mesmo cliente participe da rotina de trabalho da empresa? Segundo Sebastião Sobrinho, ter integra-do na estrutura interna da Vito escritório de clientes, favorece não só a sinergia entre as partes, como for-talece as parcerias. “Nosso cliente é recompensado pelo custo beneficio final”, e pontua: “Atendimento, qualidade, confiabilidade fazem o quesito preço valer a pena”. Parcerias “de peso”, como Kolynos do Brasil, Magnesita S.A, Belgo Mineira e Companhia Vale do Rio Doce, por exemplo, comprovam a declaração de Sebastião.

Reforma

“O nosso foco é transportar e, para isso, é necessá-rio o pneu rodar bem”, afirma Sebastião Sobrinho. E explica que, na Vito, o serviço de reforma de pneus é terceirizado e executado por reformadoras credencia-

por Luciana Laborne

José Caetano de Carvalho eSebastião Assis Sobrinho

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Eles reformam,mas o controle

é nosso

das. Com uma borracharia dentro da empresa é feito o monitoramento do trabalho prestado pelos forne-cedores. “Eles reformam, mas o controle é nosso”, garante.

No quesito reforma, a empresa recapa cerca de uma vez e meia o pneu rodoviário, enquanto o setor de mineração faz cerca de duas reformas por pneu. Con-sultor de pneus há 32 anos, José Caetano de Carva-lho, explica que, mesmo o pneu rodoviário possuindo uma média de recapagem menor que os pneus para mineração, o rendimento do rodoviário é, considera-velmente, maior. “Com uma reforma e meia, o pneu chega a ultrapassar 240 mil quilômetros rodados, o que corresponde a vida útil do pneu rodoviário. Po-rém, a vida do pneu novo, para mineração, é de 35 mil quilômetros rodados e 23 mil com ele reforma-do”, expõe o consultor, que atribui essa diferença às condições de trabalho e à topografia de Minas. “De-pende das estradas, dos tipos de cargas, do motoris-ta”, esclarece José Caetano.

Já que o intuito é aumentar a vida do pneu e reduzir o custo final, a empresa desenvolveu um programa que arquiva o histórico comple-to dos pneus. Integrado à manutenção do transporte, o programa oferece, por meio de relatórios, infor-mações que apontam as falhas e as vantagens do trabalho desenvolvido pelo reformador. “Um desenho x que não deu bom resul-tado e vem sendo questio-nado pelo motorista vai ser detectado e repassado para o reformador, que apresen-tará um novo desenho”, explica José Caetano, que diz ser esse elo de confian-ça o responsável por facilitar o atendimento, diferen-ciado, à toda demanda Vito.

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Na segunda edição da revista Pneus & Cia., a editoria “Fazendo a diferença” é presen-

teada com um exemplo que enche os olhos com a beleza da simplicidade e encoraja a alma dos que acreditam na possibilidade de um mundo melhor.

O ano é o de 1971 e a história é bordada no decorrer de 37 anos pelas mãos da mineira No-emi Macedo Gontijo, que, junto a seu amigo Frei Stanislau, montou, em Betim, um salão para exercitar a cidadania. Iniciativa que tem para Noemi apenas uma explicação: “Diante da desigualdade, a vontade de fazer gente feliz”.

O início foi possível com a doação de um ter-reno. Galpão estruturado e crianças de família de baixa renda são acolhidas por Noemi. Com a ajuda de um artesão, inaugura-se um tear e, posteriormente, o espaço ganha uma marcena-ria. Mas não demora muito e o galpão fica pe-queno para os sonhos da mineira nascida na ci-

dade de Luz. Era preciso mais. Não só crianças, mas adultos e idosos do município de Betim necessitavam também de assistência médica, escola, moradia e condições de trabalho.

Entre o tecer dos fios e o cerrar da madeira a oportunidade de tornar o ambiente não apenas um lugar de solidarie-dade, mas num espaço em que as pessoas pu-dessem aprender um ofício, pudessem fugir do ócio improdutivo e, com a ocupação, ga-rantir a sobrevivência. “Aqui não pedem favor, pedem trabalho e, mais que trabalho, é preciso alimentar-se bem e se sentir satisfeito, com moradia descente”, afir-ma Noemi.

TECENDO CIDADANIA,MOLDANDO DIGNIDADE

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FAZENDO A DIFERENÇA

por Luciana Laborne

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O Salão doEncontro me apoiou na hora em que eu

mais precisei

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Atualmente, além da criação das cozinhas, cre-che, escolas com aplicações multidisciplinares na área pedagógica, setor de agropecuária e área para exposição e venda de produtos, o salão possibilita a formação profissionalizante e artística em oficinas de tecelagem, tapeça-ria, marcenaria, tinturaria, cerâmica, cestaria, florista e confecção de bonecas. Essas ativida-des garantem a inserção de jovens, adultos e idosos no mercado de trabalho. “Todos que entram aqui, tem a carteira de trabalho assi-nada”, explica Noemi, que vê nessa atitude a melhor maneira de formar cidadãos: “Isso não é nada mais que dar a dignidade a que eles têm direito”.

E se o assunto é proporcionar dignidade e de-senvolver potencial, a mineira não pensa duas vezes para afirmar que a beleza é ferramenta indispensável para mudar a vida e, principal-mente, o ser humano. “Qualquer pessoa tem potencial, basta estimular. Mas ofereça a ela a beleza, a qualidade e não qualquer coisa. Mui-ta gente peca por isso. Pensa que para pobre, qualquer coisa serve. Eu não. Dou o melhor e o mais bonito”.

Por meio de parcerias e da venda do trabalho produzido nas oficinas, o Salão do Encontro consegue, hoje, atender a 1.098 pessoas. Com o trabalho, a educação e a cultura, o Salão de-senvolve ações de habilitação e reabilitação de pessoas portadoras de necessidades especiais e com dependência química. “Chegam depen-dentes químicos para trabalhar aqui e voltam ótimos. Depositam no trabalho a ilusão e a dor deles. É gratificante ver meus meninos crescen-do e fazendo acontecer”, se orgulha Noemi.

Reciclar vidas

Aproveitar os mais diversos retalhos para dar origem a bonecas e colchas é estratégia utili-zada na produção do Salão do Encontro. Lugar em que quase tudo se recicla. E não se restringe aos materiais. São aprendizados e valores que são repassados, vidas que são reencontradas.

Aos 17 anos, Cleide Silva Ribeiro, que freqüenta o Salão desde os cinco e trabalha na confecção de brinquedos de pano, diz que descobriu no lugar mais do que educação e trabalho, encontrou for-ça para lutar pela vida. “O Salão do Encontro me apoiou na hora em que eu mais precisei”, afirma a jovem que aos nove anos teve câncer e foi aco-lhida junto a sua família pelo Salão durante o tra-

tamento. “Tiraram minha família do aluguel e até hoje eu moro no condomínio. Agora é o momento de doar todo o carinho que sempre recebi aqui”, conta Cleide, que entre noções de responsabilida-de e sentimentos de solidariedade, presencia, no trabalho realizado pela instituição, a construção de caráter e o desenvolvimento de pessoas.“A minha ligação com o Salão é diferente”, afirma a funcionária da instituição há 26 anos, Lázara Joana Moreira, que acompanhou os três primeiros anos do Salão e hoje, além de trabalhar no setor de exposição e vendas, é responsável em acompanhar os visitantes que chegam ao local. Tarefa feita de ótimo agrado por quem conhece cada canto, acompanha di-ferentes histórias e cresce diariamente com a particularidade das ex-periências presenciadas. “É indescritível ver um surdo trazendo pelas mãos um cego. A gente ganha ‘um tapa’. Nossa Senhora! É algo forte em sentimento. Faz a gente perder a moleza, esquecer uma dorzinha de cabeça e seguir com mais coragem”.

Por trás dos exemplos, está Noemi fazendo a diferença. Ela não deixa de sonhar e segue fa-zendo planos para a instituição: “Quero que o Salão ajude outras entidades. Que pessoas de fora façam estágio, aprendam e passem para os outros”. Idéia baseada na certeza do futu-ro estável do local, “o Salão nunca vai morrer, porque quem ensina é o próprio menino que ali aprendeu. Damos o caminho e a mão, e eles continuam a dar a graça da obra. Uma criança que passou pela creche, hoje é funcionária da instituição”.

E assim segue o ritmo... Projetar, desenhar, cortar madeira. Tecer esperança, correr em busca da sobrevivência e apostar nas pessoas. Tamanho é o encanto, que faz a verdade pa-recer inventada. Veracidade das palavras con-firmada quando Noemi, hoje aos 83 anos pro-nuncia, “Pra minha pessoa? Eu sou plenamente realizada”. Complementa admirada enquanto observa a continuidade de sua iniciativa: “An-dando por aqui, vejo como a obra está arruma-da, com cada coisa no seu lugar. Eu não quero sair daqui não. E quando morrer... Nossa! Vou ter uma saudade desse cantinho”, finaliza em gargalhadas.

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Quem ensinaé o próprio

menino que ali aprendeu

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Apalavra stress se popula-rizou de tal maneira, que

nos levou a esquecer seus sig-nificados originais: cansaço, exaustão, sobrecarga de tra-balho... Tornou-se, inclusive, tema de camisetas que desfi-lam pelas ruas e, dificilmente, se mantém distante das nossas queixas diárias. Contudo, ou-tras interpretações podem ser atribuídas ao apelo do título,

como tentativa de se acalmar ou de tranqüilizar e conter o outro.

No entanto, não se pode afirmar que houve uma ba-nalização do estresse. Ele é real. É fruto de um co-tidiano permeado por dificuldades de toda ordem: financeira, amorosa, de saúde e excesso de trabalho, por exemplo. Assim, em algum momento da sua ocor-rência, ele pode e deve ser analisado, revisto, contido, já que, além de deflagrar descargas emocionais, atua diretamente sobre nosso organismo em face da toxici-dade das substâncias por ele produzidas.

Quem de nós não se sente tantas vezes assolado por dores físicas, mal-estar, sensações de impotência, de irritabilidade, angústia, medo e um alto grau de perda de direção da própria vida? À tudo isso, cos-tumamos dar um único nome: estresse. Mas, não é sempre que paramos para refletir sobre a sua origem. E quase nunca nos perguntamos: como posso evitar esse impacto sobre mim?

Se para os nossos ancestrais o estresse era um meca-nismo de defesa – um mal necessário – contra o peri-go iminente de um mundo selvagem, em que preda-dor e presa procuravam instintivamente garantir sua sobrevivência, como poderíamos definí-lo hoje? Mu-daram presa e predador. O mundo se transformou. E progresso nem sempre se traduz em ordem. Pode, ao contrário, apontar para o caos. Somos regidos por um sistema político-econômico que não poupa nin-guém. Se empresários, permanecemos sob a ameaça de um mercado competitivo ao extremo, uma políti-

ca tributária excessivamente onerosa e concorrência nem sempre leal. Se empregados, desempregados ou trabalhadores informais, sofremos a pressão dos baixos ganhos, indução permanente ao consumo e concessão inesgotável de crédito, que nos leva a um endividamento sempre crescente. Dentre outros, es-ses constituem indutores de toxinas do estresse por nossas veias.

Aliado a esses fatores, é importante considerar que vivemos a era do “eu”. Se em outros tempos agia-se em prol da coletividade, o modus vivendi atual se manifesta pelo individualismo, exibicionismo e salve-se-quem-puder. Essa maneira de transitar pela exis-tência acaba se tornando exaustiva. Individualistas e vaidosas, as pessoas não fazem trocas. Pouco ouvem umas às outras e pouquíssimo se apóiam. A quem nos vinculamos que possa minimizar ou compartilhar nossa fadiga? Criamos uma condição de demasiada hostilidade e passamos a ser, solitariamente, respon-sáveis pela remoção dos obstáculos.

O estresse, então, tornou-se ato contínuo. Em nossas residências, o descanso fica cada vez mais distante. Quando dormimos, temos sonhos agitados e o re-pouso não vem... Ficamos planejando como proce-der no dia que está nascendo. E quando acordados, há uma permanente pressão da realidade. O que fazer? Refletir é a solução para mudar. Para quem quer mudar.

Kátia Matos é psicóloga.E-mail: [email protected]

NO STRESS!VIVER BEM

Kátia Matos

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