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8/18/2019 EN2415_maio2010 - Energia Nuclear
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Universidade Federal do ABC
Energia Nuclear:
Origem, tecnologia
e matriz energética
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Energia nuclear• É uma fonte de alta densidade energética. É uma
fonte de energia controvertida devido suas váriasaplicações:
– Energética
–
Medicina – Bélica
• Opiniões pró e contra a energia nuclear são muitasvezes emitidas em bases emocionais:
– São motivadas por questões políticas, de segurançainternacional, segurança, acidentes, filosóficas, etc.
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• Átomo – parte indivisível da matéria e constituinte de todos os
materiais (Demócrito – 420 a.C.)
• 4 elementos formadores da matéria (Aristóteles – 340 a.C.)
– Fogo, água, ar e terra
• Átomo – proposta por Dalton (século 19)
– Cada elemento consiste de um tipo de átomo.
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Matéria
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Física do início do século XX
• Estrutura do átomo
– Descoberta da radiação mostrou que átomos eram formados por partículas
– Raio X, elétrons, radiações γ, α, β
• Modelo do Thomson
– uma esfera de carga + com elétrons incrustados uniformemente distribuídos
• Modelo de Rutherford
– Modelo nuclear –
núcleo positivo massivo e elétrons orbitando ao redor
– Núcleo 20.000 vezes menor que o átomo e contendo 99,9 % de sua massa
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Figura 1. Fissão Nuclear do U-235
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Energia potencial nuclear
A interação nuclear mantémo núcleo coeso vencendo
a interação repulsivaelétrica entre os prótons.
Alcance da força nuclear éde 1x10-15 m
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Reação nuclear de fissão
• O neutron é capturado pelo núcleo de 235U e forma um núcleoinstável 236U que decai via fissão em tempos menores que 10-9 s
+ 2,4 neutrons
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Reação nuclear de fissão
• O neutron deve ter energia baixa (estar em equilíbrio térmico com o meio) nosreatores PWR
• O isótopo 235U tem grande probabilidade de reação de fissão com neutronstérmicos; o isótopo 238U tem baixa probabilidade de reação com os neutrons
térmicos.
• Na natureza, cerca de 99,3 % é de isótopos 238 e 0,7 % de isótopos 235.
• A energia liberada por 1 mol de átomos de U é de 3,14x107 Kcal/g-mol ou31.400.000 Kcal/gmol
• O resultado acima leva em conta que apenas o 235U fissiona.
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Isótopos físseis e férteis
• Elementos físseis - que fissionam com neutrons térmicos
– Natural
• Urânio-235
– Artificiais
• Urânio-233
• Plutônio-239
• Plutônio-241
• Elementos férteis
– U-238 –
reage com neutron e transmuta-se em Pu-239 e Pu-241 – Th-233 – reage com neutron e transmuta-se em U-233
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Controlando-se o número de nêutrons produzidos e a quantidade de U-235,
pode-se controlar a taxa de fissão ao longo do tempo. Essa reação em cadeia, denominada
controlada, é o processo utilizado em um reator nuclear. Já em uma bomba atômica, as
fissões ocorrem todas em um intervalo de tempo muito curto, gerando uma enorme
quantidade de energia e provocando a explosão.
O que torna o urânio conveniente para uso como combustível é a grande
quantidade de energia liberada por esse elemento ao se fissionar. O aproveitamento e
controle dessa energia liberada é feito dentro de reatores nucleares, que nas usinas
nucleares, fazem o mesmo papel que a caldeira desempenha nas usinas térmicas comuns
Somente o U-235 na natureza tem a propriedade de se fissionar e, portanto,
sustentar uma reação em cadeia.
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Extração e preparação:
- Extraído como UO3
-Troca iônica e extração por solvente ouaminas terciárias em um solvente dequerosene orgânico
- O solvente é extraído por evaporação e tem-se o yellow cake (bolo amarelo), U3O8
-,Após esse processo, o yellow cake éconvertido em UF
6e enriquecido.
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Gráfico1. . Reservas de urânio de 1973 a 2007
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Os recursos têm vários tipos de classificação, de acordo com a forma de
cálculo e sua incerteza. Os Recursos Razoavelmente Assegurados são os depósitos com
tamanho e teor conhecidos, e nesse tipo o Brasil ocupa a 9ª posição no cenário mundial.
Recursos Adicionais Estimados (Categoria I) são aqueles calculados baseando-
se em extensões de depósitos já explorados ou com continuidade geológica definida,
com grau de incerteza maior que os Razoavelmente Assegurados. Nestes, o país ocupa a
8ª posição.
Já os Recursos Adicionais Estimados (Categoria II) são recursos com evidências
indiretas de existência ou baseados em tendências geológicas, com menos certeza que
os de Categoria I. O Brasil ocupa a 6ª posição nesse tipo de recurso
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Reatores:
- Reatores GCR (Gás-Colled Reactor)
- Reatores AGR (Reatores Avançados Refrigerados a Gás)
- Reatores PWR (Pressurized Water Reactor)
Esse é o tipo de reator utilizado no Brasil, em Angra I e II.
- Reatores BWR (Reatores de Água Fervente)
- Reatores a água pesada (óxido de deutério)
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Ciclo envolvendo o reator PWR
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1 –
pastilhas combustível2 – varetas combustível3 – vaso de pressão do reator4 – blindagens5 – contenção6 – edifício do reator
Figura 5. Representação dasbarreiras de segurança
Além disso, a Eletronuclear conta
com um Plano de Emergência
para proteger a população em
caso de acidentes.
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Preocupação com segurança:
- Chernobyl (1986, numeros conflitantes: entre4mil e 93 mil mortos em decorrência doacidente)
- Three Mile Island (1979, erro operacional.Nenhuma vítima)
Hoje, com as medidas de segurança que sãotomadas, as chances de acontecer um acidentecomo o de Cernobyl são quase nulas.
O que é feito no Brasil?Areas afetadas pelo acidente de
Chernobyl
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Figura 6. Mapa da zona do plano de emergência
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Energia nuclear – forma de geração controvertida
• É uma das fontes importantes de energia no Brasil e no mundo
• Qual é o papel que pode representar?
– Tema de amplo debate!
• Histórico
– Primeiro reator foi construído e entrou em operação em 1942 – Enrico Fermi
– O objetivo inicial foi a construção de arma nuclear para 2a. Guerra Mundial
• Bomba de Hiroshima – 235U – desenvolveu-se o enriquecimento do U
– Processo físico
• Bomba de Nagasaki –
239Pu –
desenvolveu-se reator para produção de Pu e usina
de reprocessamento
– Processo químico
– Em 1953 foi construído o submarino Nautilus
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Histórico• Entre 1955 e 1957, russos e americanos produziram pela primeira vez eletricidade para fins civis a
partir da energia nuclear
• Na década de 60 havia muito otimismo com a energia nuclear
– Acreditava-se ser uma fonte com pouco impacto ambiental, muito disponível e barata!
– Crescimento exponencial da geração núcleo-elétrica
– EUA, Rússia, Inglaterra, França, Alemanha, Canadá e Japão estabelecem programas para
construção de usinas núcleo-elétricas
• Na década de 70 inicia-se a inquietação da população em relação à segurança dos reatores e sobre
a destinação dos rejeitos radioativos
– Consolida-se as tecnologias LWR (Light Water Reactors) e CANDU:
• PWR – Pressurized Water Reactor, Angra 1 e 2
• BWR – Boiling Water Reactor
• Candu – Reactor moderado a água pesada canadense (Argentina tem 1)
– Acidente de Three Mile Island
– Escalada nos custos de construção
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Histórico• Na década de 80 a energia anda de lado e tem grandes dificuldades de aceitação pública
– Acidente de Chernobyl
– Consolidação da geração nuclear na França, Japão, Espanha, Coréia do Sul
– Estagnação nos EUA, Alemanha, Suécia e outros países
– Dificuldade de competir com fontes mais baratas, como gás natural
• Na década de 90 desenvolve-se novos projetos inovadores para tornar as usinas mais
seguras e mais baratas
– Desenvolvimento de pesquisa para tornar usinas mais seguras
– Novas propostas para tratamento dos rejeitos radioativos
• Na década de 2000, renasce o interesse pela energia nuclear por não contribuir para o
aquecimento global
– Energia limpa (não emite CO2)
– Trata seus rejeitos e não dispersa na atmosfera
– Torna-se novamente competitiva devido a elevação continuada dos custos das fontes
fósseis
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Introdução da Energia Nuclear no Brasil
Divide-se em:
- fase nacionalista (1949-1954),
- fase diplomática (1955-74)
- fase do desenvolvimento dependente (1975 – dias atuais)
Histórico:1934 - Primeiros trabalhos
1951 - Criação do CNPq
1954 - Encomenda de três conjuntos de centrifugação para o enriquecimento de urânio
1955 - programa americano "Átomos para a Paz- Acordo de Cooperação para o Desenvolvimento de Energia Atômica com Fins
Pacíficos;
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Histórico:
1955 - Programa Conjunto para o Reconhecimento e a Pesquisa de Urânio no Brasil.1963 – criação do reator Argonauta
1965 – reator Argonauta entra em operação
1967 – CNEN firmou acordo para criação de Angra I
1972 –
início da construção de Angra I
1975 – Acordo Brasil – República Federal da Alemanha
1976 – Início das obras de Angra II
1985 – Entra em operação Angra I
2000 –
Entra em operação Angra II
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Angra I
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Angra 1:
Iniciada em 1972Começa a operar comercialmente em 1985
Área: 33.646,51 m2Capacidade: 657 megawatts (MW)Custo de produção: R$ 89,00/MWh, sendo R$ 70,00/MWh de O&M, e R$ 19,00/MWh decombustívelPotência de consumo próprio: 30 MWMédia de geração em relação ao potencial máximo: 61,52%
Angra 2:
Iniciada em 1976Entrou em funcionamento em 200Área: 93.802,74 m2Capacidade: 1300 MWCusto de produção: R$ 50,00/MWh, sendo R$ 34,00/MWh de O&M e R$ 16,00/MWh decombustívelPotência de consumo próprio: 75 MWMédia de geração em relação ao potencial máximo:77,19%.
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Angra 2
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Energia Limpa?
Energia Limpa é a fonte de energia que não emite gases do efeito estufa, como
gás carbônico e metano.
Energia Renovável, como o próprio nome diz, é a energia que provém de fontes
renováveis, como a eólica (dos ventos), solar (do sol) e hídrica (da água)
Independente na posição das fontes renováveis no mercado, o que se vê são
alianças entre indústrias nucleares e muitos ambientalistas.
Resta ponderar se, para atingir a baixa dos níveis de emissão de gases acordados
em termos como o protocolo de Kyoto vale a pena o risco da instalação de novas usinas
termonucleares, que pode ocasionar efeitos muito mais significativos para a o ser humano
do que o efeito estufa.
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