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Enamorados

Enamorados - PerSe · este projeto foi quase para a gaveta, mas com o início de 2015, decidi que tinha passado da hora de fazermos isso dar certo e “Enamorados” começou a tomar

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Enamorados

~ Yume Vy ~

Enamorados1ª Edição

Belo HorizonteBL Projeto Editorial

2015

Organizadora

Copyright © by Yume Vy, Li Youko, Josy Alves, Juliane Ivanow, F M Vagabond e Sion Dias

Todos os direitos reservados.

– É PROIBIDA A REPRODUÇÃO –

Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida, copiada, transcrita ou mesmo transmitida por meios eletrônicos ou gravações, assim como traduzida, sem a permissão, por escrito, da autora. Os infratores serão

punidos pela Lei nº 9.610/98.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos descritos são produtos da imaginação do autor.

Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência.

1ª Impressão/ 2015

Organizadora: Yume VyProjeto Gráfico e diagramação: Yume Vy

Capa: Giselle VieiraFoto Capa: lentolo81|Depositphotos

Foto Contracapa: YOdesigner |FreeImagesPreparação de Texto: Josy AlvesRevisão: Silvana Ferreira de Jesus

[Vy, Yume]

Enamorados/ Yume Vy [org] – Belo Horizonte/2015

Vários Autores. Registro na Biblioteca Nacional: 014031_1/6.

1. Literatura Brasileira – Antologia I. Yume Vy | II. Título2. Contos | 3. Boy’s Love (Yaoi) | 4. Romance

Dedicatória

Apresentação

Dedico esse livro a todas as pessoas quedireta ou indiretamente apoiaram esse projeto tão

especial! Obrigada! <3

Ainda me lembro da primeira vez que conversei com a Li Youko sobre a ideia de fazer esta antologia. A conversa fluiu, a animação foi às alturas e falamos

sem parar enquanto esperávamos o horário do ônibus dela na rodoviária de Belo Horizonte. O mais engraçado eram as pessoas olhando para nós sem entender do que falávamos... Isso já tem um pouco mais de dois anos e muitas coisas aconteceram

desde então. Convidamos algumas autoras, mas ainda assim este projeto foi quase para a gaveta, mas com o início de 2015, decidi que tinha passado da hora de fazermos isso dar certo e “Enamorados” começou a tomar forma.

Foi muito lindo ver esse pequeno sonho acontecer... Os contos sendo escritos, o livro em si se “materializando” aos poucos diante dos meus olhos... A emoção definitivamente tomou conta de mim!

Sempre gostei de yaoi (Boy’s Love) e a cada dia vejo como esse gênero cresce no Brasil. Acredito que ainda veremos muitas publicações BL aqui e, entre elas, de origem nacional e esta antologia está aqui para ajudar nesse começo incrível.

Venha conosco! Leia, emocione-se e divirta-se com cada conto, que nos mostra como o amor é um sentimento único e lindo, capaz de superar qualquer coisa.

Sumário

Dedicatória........................................5Apresentação .....................................5

Primavera.........................................9Vórtex.............................................25Encontros Sob as Estrelas..........65Quando Te Vi..............................75Nosso Momento ...........................97À Primeira Vista.......................111

PRIMAVERA

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PrimaveraJuliane Ivanow

Ryuichi estava apaixonado. Mas ao contrário do que muita gente achava, seu amor era dedicado não a uma pessoa, mas a uma cidade. Ryuichi

estava apaixonado por Kyoto.Desde que ele era criança, vindo de uma pequena

cidade da província de Ehime, seu sonho era se mudar para Kyoto e trabalhar em um dos muitos templos turísticos da cidade, enquanto estudasse toda a história que Kyoto pudesse oferecer.

Sua infância e adolescência foram dedicadas aos estudos e a destacar-se com as melhores notas na escola. E no fim, seu afinco dera resultado: ele conseguira uma bolsa integral no melhor curso de História do Japão, na Universidade de Kyoto, como sempre sonhara.

Fazia dois meses que se mudara para a sua cidade dos sonhos e estava cada vez mais apaixonado. Mas agora Ryuichi precisava de um emprego, pois o dinheiro que juntara e ganhara dos seus pais não ia durar para sempre.

Kyoto era linda, mas cara para se viver.

JULIANE IVANOW

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•••

Ryuichi se jogou na cama e respirou fundo. Ele ouvia o som do seu colega de apartamento mexendo no computador no cômodo ao lado, misturando-se ao som da avenida do lado de fora. Morar fora do campus da Universidade sempre fora o seu desejo e ele estava feliz por conseguir realizá-lo. E Aoki não era mau companheiro; ele estudava na mesma Universidade, no curso de Design, e era calmo, quase zen.

Mas os dois eram estudantes com pouco dinheiro no bolso – Aoki herdara o apartamento da avó por sorte – e Ryuichi estava começando a ficar preocupado.

Pensar em dinheiro fez seu estômago roncar. Ryuichi quase abafou um grito contra o travesseiro. Talvez se ele não gostasse tanto dos takoyakis que eram vendidos na barraquinha perto do prédio da Universidade, conseguisse juntar mais dinheiro.

O garoto se ergueu e pegou o casaco que havia largado no chão. Saindo do quarto, ele foi em direção à porta.

— Aoki, estou indo comprar comida, você quer algo?— Ramen!Ryuichi rolou os olhos enquanto fechava a porta atrás

de si. Aoki poderia sobreviver apenas com ramen, se ele deixasse. Logo alcançou a avenida agitada e sentiu a brisa fresca de primavera lhe bater no rosto. Colocando as mãos no bolso do casaco, ele foi caminhando ligeiro. Seu estômago ainda roncava quando sentiu o aroma mais delicioso da sua vida. Ryuichi parou no meio da calçada e olhou para o lado. Seus olhos avistaram o restaurante cheio através da janela de vidro e o aroma parecia ter se intensificado. Sem hesitar – ou pensar muito no quanto doeria no seu bolso – foi até a porta e adentrou o restaurante. Uma jovem simpática o aguardava junto a um pedestal.

— Boa noite! Mesa para uma pessoa?

PRIMAVERA

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— Sim.— Tem preferência de local ou pode ser no balcão?— Pode ser no balcão.— Me siga, por favor!Ryuichi acompanhou a moça e sentou-se no banco de

frente para o balcão. A cozinha aberta estava à sua frente, deixando-o ver todos os detalhes, inclusive os cozinheiros correndo para lá e para cá.

— Qual seu pedido, jovem? – Um senhorzinho de avental branco encostou-se do outro lado, um bloco de notas e uma caneta nas mãos.

Ryuichi nem olhou para o cardápio, o cheiro era ainda mais concentrado de onde ele estava.

— Uma porção de gyoza.O senhor sorriu e virou o rosto, soltando um grito que

quase fez Ryuichi cair do banco:— Soushi, gyoza, banco quatro!O estudante procurou com os olhos quem era o tal de

Soushi e ficou boquiaberto. O cozinheiro de costas para ele, que até o momento mexia em duas grelhas fechadas com tampas, virou-se brevemente, lançou-lhe um sorriso e então se voltou para a primeira grelha, abrindo a pesada tampa com habilidade, pegando seis gyozas grelhados, colocando num prato e fechando a tampa. Ele então foi ao seu encontro e o tempo em volta de Ryuichi pareceu desacelerar. O cozinheiro tinha os cabelos compridos presos num rabo de cavalo, o resto escondido no chapéu branco do uniforme. O rosto era de feições tipicamente japonesas, os olhos negros puxados e a boca fina, mas o que lhe chamou atenção foi o piercing de argola no nariz.

— Gyoza. Bom apetite.Ryuichi sentiu-se acordar do seu devaneio a tempo de

ver o sorriso mais largo que o tal Soushi lhe deu quando colocou o prato à sua frente. Antes que o estudante pudesse

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retrucar, o cozinheiro virou as costas e voltou para as grelhas.

Ryuichi passou os próximos 20 minutos – bem mais tempo do que ele usava para comer uma porção de gyoza – saboreando o delicioso prato e vendo o cozinheiro Soushi andar pela cozinha e distribuir porções enquanto interagia com os clientes.

Depois daquele dia, pelo menos uma vez por semana, ele visitava o acolhedor restaurante e sempre pedia a porção de gyoza. Soushi sempre lhe entregava com um sorriso no rosto antes de voltar rapidamente para as duas grelhas. O gyoza parecia ser um dos pratos preferidos da clientela, por isso Ryuichi apenas observava enquanto o cozinheiro corria para todos os lados, servindo as pessoas. Era fascinante.

Um dia Ryuichi criaria coragem de falar mais que um simples Guh para o outro.

•••

Ryuichi não podia acreditar! Ele conseguira um estágio! E no templo Heian, ainda por cima! Um de seus maiores sonhos havia se realizado! E ele teria dinheiro – pouco, na verdade, mas teria!

Conversara com seus professores e conseguira um acordo: demoraria mais tempo para se formar, pois pegaria menos aulas por semestre, mas conseguiria trabalhar à tarde no templo. Primeiramente ajudaria os sacerdotes na organização e nas cerimônias, mas isso lhe daria acesso aos arquivos de Heian. Sua esperança era que, com o passar do tempo, pudesse ajudar nas visitas guiadas.

Depois de deixar sua mochila cheia do material universitário em casa e contar as boas notícias para Aoki, resolveu ir comemorar no seu restaurante favorito. Ryuichi foi andando, quase saltitando em seu caminhar, e quando

PRIMAVERA

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entrou no restaurante já foi sorrindo para a hostess.— Um lugar no balcão, por favor!A moça sorriu de volta e o acompanhou até o banco.

Como ele chegara cedo, o local ainda estava relativamente vazio.

— Boa noite!— Boa noite, Kyoki-san, uma porção de gyoza, por

favor!O senhorzinho sorriu em resposta e em seu jeito

costumeiro gritou para Soushi o pedido.O cozinheiro logo trouxe o prato e sorriu para ele. Mas

seu sorriso parecia surpreso.— Resolveu mudar o dia?Ryuichi parou com o hashi no ar quando estava prestes

a pegar um dos gyozas. Ele sorriu desconcertado e encarou Soushi. Era a primeira vez que o outro lhe dirigia a palavra, além do usual “aqui está o seu pedido”.

— Oi?— Geralmente você não vem no meio da semana.

Deve ser uma ocasião especial.Ryuichi sentiu o rosto corar pela atenção e tentou

ignorou o fato com veemência. Mordeu um gyoza, saboreando a carne de porco do recheio.

— Consegui um estágio dos sonhos.O estudante não esperava que Soushi fosse rir e virar-

se para Kyoki, estendendo a mão.— Acredito que você me deve 10 mil ienes.Ryuichi observou curioso enquanto o senhorzinho

estendia a nota para o cozinheiro com o cenho franzido. Depois de guardar o dinheiro no bolso da calça, Soushi virou-se para ele novamente e debruçou-se sobre o balcão.

— Eu e Kyoki-san tínhamos uma aposta de qual era a sua profissão devido à sua escolha de prato. Eu obviamente ganhei.

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— E qual foi sua aposta? – Perguntou Ryuichi enquanto se deliciava com seu prato.

— Estudante quebrado.O universitário quase engasgou. Soushi começou a rir,

vendo Ryuichi tomar um gole de água para tirar a irritação da garganta.

— Como...?— Os quebrados se reconhecem.Ryuichi sorriu e abriu a boca para continuar a

conversa – ele não podia perder essa oportunidade única – quando Soushi foi chamado para pegar mais três porções. O cozinheiro sorriu também, desculpando-se.

— Devia vir mais vezes, não é sempre que podemos conversar um pouco.

E voltou para a estação das grelhas antes que o estudante pudesse retrucar.

•••

Ryuichi assoprou as mãos, tentando aquecê-las um pouco. Apesar de já ser primavera, as noites em Kyoto ainda tinham um vento quase congelante. Ele não sabia bem o que estava fazendo, mas algo lhe dizia que se não agisse logo, perderia uma grande oportunidade.

— O que está fazendo aqui?O estudante virou-se, encarando um Soushi surpreso,

que saía do restaurante já fechado. Ele abriu a boca e fechou, todas as palavras que havia pensado de repente apagaram como mágica.

— Eu...— Você... Você estava me esperando?Ryuichi sentiu seu rosto corar e apenas balançou

a cabeça, confirmando. Soushi riu e terminou de girar a chave na porta do restaurante, colocando-a no do bolso da

PRIMAVERA

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calça depois. Ele vestia jeans escuro, uma camiseta preta e um casaco de frio. O mais peculiar em sua vestimenta, no entanto, era o cachecol verde-limão que lhe enrolava o pescoço e que tornava sua roupa um pouco diferente da que Ryuichi usava naquele momento: também jeans, camiseta e casaco.

— Não sei se devia ficar com medo disso ou não.Tais palavras acordaram Ryuichi.— Não é isso! Na verdade... – ele pigarreou. — Você

disse aquele dia que queria conversar mais comigo, mas não creio que a sua correria no restaurante ajude muito e por isso resolvi esperá-lo aqui para que pudéssemos conversar, mas eu devia ter perguntado primeiro, porque vejo agora que isso parece um comportamento muito estranho e...

— Qual o seu nome?— Ahn?— Você já sabe o meu pelo tanto que Kyoki-san grita

comigo. Estou em desvantagem.Ryuichi sorriu.— Meu nome é Ryuichi.Soushi se aproximou e estendeu a mão.— Prazer.O estudante de História pegou a mão oferecida,

apertando-a gentilmente e ignorou o calor que percorreu seu corpo inteiro com aquele gesto. Apertaram-se as mãos por mais tempo do que talvez fosse necessário, mas nenhum dos dois comentou. Soushi pigarreou algum tempo depois e afastou-se.

— Bom... Onde acha que estaria aberto para conversarmos?

Ryuichi deu de ombros.— Só estou em Kyoto há três meses.Soushi juntou as mãos, batendo uma palma.— Ora, um forasteiro... Isso é ótimo! De onde você

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veio?—Saijo, em...— Me siga, Ryuichi de Saijo, vou lhe mostrar o melhor

lugar de Kyoto, depois do humilde restaurante em que trabalho, é claro. – E sem qualquer outro aviso, Soushi o pegou pelo pulso, praticamente o arrastando pela rua. Ryuichi fez suas pernas cooperarem para acompanhar o cozinheiro, um sorrisinho brincando em seu rosto.

•••

Ryuichi entrou no apartamento com passos leves, tentando não acordar Aoki. O dia estava quase amanhecendo e ele ainda sentia todo seu corpo formigar. Nunca ficara acordado até tão tarde, mas ele e Soushi haviam conversado tanto que mal vira o tempo passar.

— Resolveu voltar pra casa?Ryuichi quase deu um pulo diante da voz do amigo.

Aoki acendeu a luz do abajur da mesa de canto. Ele estava acampado no sofá, com cobertor, travesseiro e tudo mais.

— Por que está dormindo aí?— Estava vendo um filme. Não fuja da conversa,

senhor certinho. Nunca imaginei que o primeiro de nós dois a fazer uma noitada, seria você. Parabéns!

— Er... Obrigado?— Depois quero detalhes. – E com isso, Aoki virou-se

de costas para ele, enfiando o rosto no sofá. — Boa noite.Ryuichi piscou e continuou seguindo para o quarto,

mais do que acostumado com o jeito do colega. Trancou a porta atrás de si e tirou a blusa de frio e o cachecol verde limão do pescoço em movimentos lentos, assim como a calça jeans, deixando um montinho no chão. Lentamente se arrastou até o futon, afundando-se debaixo das cobertas. Levou o cachecol até o nariz e cheirou uma vez, de olhos

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fechados. Com um sorriso bobo, Ryuichi adormeceu.

•••

— Quando você tem uma folga durante a semana?Soushi tirou o olhar das duas grelhas e voltou o rosto

para Ryuichi, que voltara a comer com gosto os gyozas à sua frente. O cozinheiro pegou uma nova porção, entregando-a a um cliente, agradecendo, e voltando ao seu lugar próximo às grelhas.

— Posso perguntar. Por quê?— Pergunta se pode ser quarta-feira que vem.Soushi arqueou as sobrancelhas e logo ouviu o grito

de Kyoki com outro pedido. Ele voltou para a grelha, pegando duas porções habilmente e colocando-as no elevador que levava os pratos para o andar superior do restaurante. Quando Soushi voltou ao balcão, Ryuichi estava se levantando, pondo o valor da conta no prato designado para isso.

— Mas... já vai?— Tenho um trabalho da faculdade pra fazer. Não

esqueça, quarta-feira que vem, me mande uma mensagem se conseguir!

O cozinheiro apenas acenou enquanto Ryuichi saía às pressas do restaurante.

Kyoki, que os observava há algum tempo, aproximou-se por atrás dele lentamente.

— Você já beijou aquele garoto, Soushi?O cozinheiro voltou-se para encarar o senhor, os olhos

arregalados.— Quê?O homem riu enquanto se afastava.— É melhor agir logo antes que ele se canse!Soushi resmungou algo em voz alta e voltou para as

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duas grelhas. E droga, ele sabia que estava corado.

•••

Soushi esperava pacientemente por Ryuichi do lado de fora do restaurante. Ok, talvez não tão pacientemente, mas ele tentava.

O cozinheiro percebera aquela pessoa diferente no momento em que o jovem entrara no restaurante, há quase um mês. O jeito distraído, quase imerso em seu próprio mundo, o cabelo curto e espetado e as roupas normais, comuns, foram suficientes para lhe chamar atenção. Também não havia como ignorar aqueles olhos castanhos o observando o tempo inteiro. Era quase como um laser em suas costas.

Quando conversaram pela primeira vez, fora adorável perceber o rubor nas bochechas de Ryuichi ao tentar trocar simples palavras consigo. O que lhe surpreendera, no entanto, fora o dia em que saíra do restaurante, depois de ficar encarregado de fechá-lo, e encontrara o estudante à sua espera. Nunca imaginara que ele teria essa coragem e aquilo até lhe estimulou para ir à sua barraca de comidas favorita, umas das poucas que ficava aberta até de madrugada.

— Oi!Soushi acordou de seus pensamentos quando viu

Ryuichi se aproximando, ofegando devido à pequena corrida para chegar ali. O cozinheiro ignorou por ora a pequena falha em seus batimentos cardíacos quando viu que ele usava o cachecol que lhe havia emprestado há quase duas semanas.

— Oi... – Enfiou as mãos no bolso da jaqueta de couro que usava, para disfarçar o nervosismo — E então, que grande surpresa é essa?

— O Castelo de Nijo.